Caderno de resumos

Transcrição

Caderno de resumos
1
Winnicott
e o futuro da psicanálise
and the future of psychoanalysis
XX Colóquio Winnicott Internacional
1st IWA Congress
14 a 16 de maio de 2015
May 14 to 16
2
Colóquio Winnicott Internacional (20 : 2015 : São Paulo)
Winnicott e o futuro da psicanálise : [caderno de resumos e programa
do] XX Colóquio Winnicott Internacional / Ariadne Moraes (Org.). –
São Paulo: Sociedade Brasileira de Psicanálise Winnicottiana, 2015.
56p.
ISSN 1984-9591
1. Winnicott, D. W. (Donald Woods), 1896-1971. 2. Psicanálise.
I. Moraes, Ariadne Alvarenga de Rezende Engelberg de. II. Título.
21 CDD 150.195
Índice para catálogo sistemático
Psicanálise
150.195
3
Apresentação
As discussões atuais sobre o desenvolvimento da psicanálise têm
apontado a obra de D.W.Winnicott como uma das mais importantes
contribuições pós-freudianas. Winnicott é significativo não só por suas
originais concepções sobre as fases mais primitivas do processo de
amadurecimento humano, mas também porque, ao verificar que o
modelo de Freud não se aplicava adequadamente à relação originária
da criança com a mãe, ele reformulou os fundamentos da doutrina
psicanalítica, colocando em questão o primado da função sexual na
vida dos indivíduos e das sociedades.
Em virtude disso, a sua obra passou a ser avaliada como um novo paradigma para a psicanálise, no interior do qual são reinterpretados os
conceitos centrais da psicanálise tradicional (o complexo de Édipo, a
depressão, a origem da moral etc.), permitindo, além disso, que sejam
formulados e resolvidos novos problemas.
Tudo isso faz com que Winnicott seja considerado hoje, nos meios
psicanalíticos profissionais e em círculos intelectuais mais amplos,
uma das figuras centrais da história da psicanálise.
Examinar uma obra desse porte não poderia ser tarefa de um único
evento. Por isso, a Sociedade Winnicott (SBPW), em colaboração com
o Centro de Lógica da UNICAMP (CLE), vem organizando, anualmente,
os Colóquios Winnicott. O XX Colóquio Winnicott Internacional ocorrerá
simultaneamente com o I Congresso da International Winnicott Association (IWA), o que acentuará a importância e a projeção internacional
dos Colóquios Winnicott de São Paulo.
O tema do evento é “Winnicott e o futuro da psicanálise”.
4
5
Programação
Quinta Feira, 14 | Thursday
13h00 cadastramento | registration
13h30 abertura | opening
14h00 mesa redonda | discussion panel
Vincenzo Bonaminio: Imaginative elaboration | Elaboração
imaginativa
Thanassis Hatzopoulos: Psychoanalysis is no way of life,
a comment on the past and the future of psychoanalysis | A
psicanálise não é um modo de vida, um comentário sobre o
passado e futuro da psicanálise
15h30 intervalo | coffee break
16h00 mesa redonda | discussion panel
Ofra Eshel: On Winnicott’s paradigm shift: Clinical psychoanalysis at its most formative edge | Sobre a mudança paradigmática de Winnicott – A psicanálise clínica na sua ponta mais
formativa
Zeljko Loparic: Achievements of Winnicott’s revolution | Conquistas da revolução winnicottiana
17h30 intervalo | coffee break
19h00 mesa redonda | discussion panel
Laura Dethiville: The modernity of Winnicott | A modernidade
de Winnicott
Margaret Boyle Spelman: Winnicott evolving and continuing
| Winnicott evoluindo e continuando. Um exame das teorias
implícitas de Winnicott sobre pensamento e influência
6
20h30 mesa redonda | discussion panel
Maria do Rosário Belo: Entre Freud e Winnicott, diálogos
com o futuro | Between Freud and Winnicott, dialogues with
the future
Carlos Alberto Plastino: Perspectivas para a psicanálise
no século XXI | Perspectives for psychoanalysis in the XXIth
century
21h30 lançamento de livros da DWW Editorial | DWW
Editorial books launch
Sexta-feira, 15 | Friday
09h00 mesa redonda | discussion panel
Elsa Oliveira Dias: Winnicott: resistência contra o esvaziamento e a objetificação progressivos das relações pessoais
| Winnicott: resistance against the progressive emptying and
objectification of personal relations
Alfredo Naffah Neto: O devir coletivo das redes internáuticas
e da espetacularização do cotidiano – em defesa da solidão
essencial e do núcleo incomunicável do self | The collective
transformations of online social networks and the spectacularization of daily life – In defence of the essential solitude and
of the non-communicable core of the self
10h30 intervalo | coffee break
11h00 mesa redonda | discussion panel
Wagner Vidille: Mudanças e adaptações | Changes and
adaptations
Conceição Aparecida Serralha: A teoria do amadurecimento
e as novas configurações familiares | The theory of maturation
and new familiar configurations
7
12h00 sessão de comunicações | presentations session
14h30 mesa redonda | discussion panel
Caroline Vasconcelos Ribeiro: A objetificação dos fenômenos humanos: um olhar à luz de Winnicott e Heidegger | The
objectification of human phenomena: a perspective under the
light of Winnicott and Heidegger
Loris Notturni: Anthropoteleological views from Winnicott’s
thought. A revolutionary contribution in philosophy | Perspectivas antropo-teleológicas extraídas do pensamento winnicottiano. Uma contribuição revolucionária na filosofia
16h00 intervalo | coffee break
16h30 mesa redonda | discussion panel
Leticia Minhot: Sobre los hombros de un gigante | On the
shoulders of a giant
Roseana Moraes Garcia: A psicanálise winnicottiana como
subsídio téorico para a formulação de políticas públicas em
sáude mental e serviço social: algumas reflexões | Winnicottian psychoanalysis as a theoretical subsidy to the formulation
of public policies in mental health and social work: a few
thoughts
17h30 fim da sessão de sexta-feira | end of Friday
session
18h00 reunião da Internacional Winnicott Association
(IWA) | meeting of IWA
20h00 jantar (por adesão) | dinner
8
Sábado, 16 | Saturday
09h00 mesa redonda | live conference
Zhao Chengzhi: Aggression in psychoanalytic therapy | Agressividade na terapia psicanalítica
09h30 mesa redonda | discussion panel
Deborah Anna Luepnitz: Winnicott with Lacan: towards a
new middle group | Winnicott com Lacan: rumo a um novo
Middle Group?
Patrick Guyomard: Creativity and desire | Criatividade e
desejo
Daniel Omar Perez: As noções de espaço entre Winnicott
e Lacan | The concepts of space ‘in between’ Winnicott and
Lacan
11h00 intervalo | coffee break
11h30 mesa redonda | discussion panel
Roberto Kehdy: Contribuições de Winnicott para a clínica
atual | Winnicott’s contributions to current clinic
Maria Lucia Toledo Moraes Amiralian: Winnicott e a psicanálise extramuros | Winnicott and extra-mural psychoanalysis
12h30 - 13h00 sessão de encerramento | closure of
congress
9
Conferências
Alfredo Naffah Neto
Psicanalista, mestre em filosofia
pela USP e doutor em psicologia
clínica pela PUC-SP, onde ocupa
a posição de professor titular no
Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica. Suas
pesquisas concentram-se em
duas linhas-mestras: 1) psicopatologia e técnica na psicanálise
winnicottiana (comparada a outras abordagens: Ferenczi, Klein,
Bion, Green etc.); 2) psicanálise
e música (especialmente ópera e
música popular). No consultório
pratica psicanálise, psicoterapia
de casal e de família.
[email protected]
O devir coletivo das redes internáuticas e da espetacularização do cotidiano – em defesa da solidão
essencial e do núcleo incomunicável do self
Essa palestra pretende, num primeiro momento,
analisar criticamente o devir coletivo das redes
internáticas e da espetacularização do cotidiano, por
meio de uma exacerbação da comunicação humana
e da auto-exposição, que vêm destruir paulatinamente as barreiras entre o privado e o coletivo, e
constituir formas de hiper-socialização virtual. Em
seguida, na contramão instituída pela psicanálise,
pretende, apoiado em Winnicott, entrar em defesa
da solidão essencial e do núcleo incomunicável
do self, como garantias inquestionáveis da saúde
psíquica, num nível individual e coletivo.
The collective transformations of online social
networks and the spectacularization of daily life – In
defence of the essential solitude and of the noncommunicable core of the self
As a first step, this speech analyzes critically the
collective transformations of internet networks and
of the spectacularization of daily life through an
exacerbation of human communication and image
cultivation which are gradually destroying the border
between private and public, and which constitute
forms of virtual hypersocialization. Then this speech
intends, following counterveiling attempts established by psychoanalysis, supported by Winnicott,
to advocate the idea of essential solitude and of the
non-communicable core of the self, as unquestionable guarantees of individual and collective psychic
health.
10
Carlos Alberto Plastino
Psicanalista, professor aposentado do
Instituto de Medicina Social (UERJ),
professor da PUC-Rio, autor de A
aventura freudiana, O primado da afetividade e Vida, criatividade e sentido
no pensamento de Winnicott, bem
como de numerosos artigos.
[email protected]
Perspectivas para a psicanálise no século XXI
A obra winnicottiana tornou evidente a decisiva
importância do desenvolvimento emocional
primitivo para a constituição do Ser, iluminando
a complexidade das necessidades do indivíduo,
bem como o papel do ambiente nesse processo de constituição. Esta nova e fundamental
perspectiva desloca para um momento posterior
da vida emocional o protagonismo do desejo,
cujo desenvolvimento tem como precondição o
sucesso de constituição do indivíduo enquanto
“Eu sou”. Do sucesso desse processo depende, então, a constituição do indivíduo como
“pessoa total”, sua plena inserção nas relações
triangulares, o protagonismo do desejo na vida
emocional e a vivência do drama edipiano. O
aprofundamento desta compreensão, trazida
pela obra winnicottiana, certamente constituirá
um contexto fundamental para o desenvolvimento da psicanálise nas próximas décadas.
As consequências do aprofundamento da crise
do patriarcado e do paradigma da modernidade
também deverão ter notória influência nesse
desenvolvimento – e isto tanto no registro da
teoria quanto da prática clínica. Será particularmente relevante repensar o papel do acesso
à experiência simbólica. Embora esta continue
a ser essencial, não pode mais ser atribuída
exclusivamente à intervenção paterna, cabendo
igualmente, e na realidade de maneira inaugural, à mãe no contexto da posição depressiva.
Perspectives for psychoanalysis in the XXIth
century
Winnicott’s work made apparent the decisive
importance of primitive emotional development
for the constitution of the Being, shedding light
11
on the complexity of the needs of the individual,
as well as and on the role that the environment
plays in that constitutional process. This new
and fundamental perspective moves onto later
in emotional life the protagonism of desire,
for whose development previous success of
the individual’s constitution as an “I am” is
a precondition. Individuals’ constitution as
“total persons”, their full insertion in triangular
relations, the role of desire in their emotional
life and how they experience the Oedipal drama
depend upon the success of this process. The
deepening of this understanding, brought about
by Winnicott’s work, will certainly be a crucial
context for the development of psychoanalysis
in the coming decades. The consequences of
the deepening of the crisis of patriarchy and of
the paradigm of modernity will also dramatically
influence that development of psychoanalysis
– both its theory and its clinical practice. It will
be especially relevant to rethink the role that
access to symbolic experience plays. While this
continues to be essential, it no longer can be
attributed exclusively to paternal intervention.
The mother accounts equally for it, actually
playing an initial role in it in the context of the
depressive position.
12
Caroline Vasconcelos
Ribeiro
Graduação em psicologia pela
Universidade Federal de São
João Del-Rei (1997), mestrado
em filosofia pela Universidade
Federal da Paraíba (2000) e
doutorado em filosofia pela
Unicamp (2008), sob a orientação
do professor Dr. Zeljko Loparic. É
professora titular da Universidade
Estadual de Feira de Santana.
carolinevasconcelos@
hotmail.com
A objetificação dos fenômenos humanos: um olhar à
luz de Winnicott e Heidegger
No texto “A época das imagens de mundo” o filósofo
Martin Heidegger nos indica que a representação
científica não se reduz a uma mera apreensão do
que se apresenta, ao invés, equivale a uma investigação que faz com que o ente se domestique
às regras de apreensão, posto que “o ataque das regras domina”. Estas regras governam o modo como
a ciência natural deve acessar os fenômenos. O que
está implicado na eleição da representação científico-natural como índice hegemônico de acesso ao
real é a execução do que Heidegger denomina de
processo de objetificação (Vergegenständlichung).
Na obra “Seminários de Zollikon”, o filósofo problematiza o tributo que as ciências dos fenômenos
psíquicos pagam à lógica da pesquisa científiconatural e afirma que Freud, ao pensar o psiquismo
como um aparelho regido por forças pulsionais,
destina aos fenômenos humanos pretensões de
objetividade afinadas às ciências da natureza. Com
esse trabalho pretendemos indicar que Winnicott,
ao formular a teoria do amadurecimento pessoal,
não faz coro às pretensões objetificantes da ciência
natural. Ao enfatizar a necessidade de prestarmos
atenção aos momentos mais iniciais do desenvolvimento humano, ou seja, enfatizar a necessidade de
“uma ampliação em retrospectiva da teoria psicanalítica”, Winnicott conduz nosso olhar para fases
mais primitivas do amadurecimento e inaugura um
modo de abordar do ser humano não ancorado,
como Freud, em uma linguagem fisicalista. Para
Winnicott, a psicanálise tradicional serve-se de categorias que são incapazes de descrever as trocas
que se estabelecem entre um bebê e o ambiente
que lhe provê cuidados, afinal, reduz sua análise
ao campo das relações libidinais. Posto que não é
13
possível versar sobre o amadurecer humano munido com uma semântica
que segue padrões objetificantes, Winnicott, no texto “O recém-nascido e
sua mãe”, afirma: “não posso sacrificar um paciente sobre o altar da ciência”. Visamos, em nossa apresentação, indicar que Winnicott não faz coro ao
imperativo naturalista que reduz o real ao objetificável e estabelece a física
como a ciência emblemática.
The objectification of human phenomena: a perspective under the light of
Winnicott and Heidegger
In the text “The Age of the World Picture”, the philosopher Martin Heidegger
shows us that the scientific representation does not reduce itself to a pure
appropriation of what it presents, instead, it corresponds to an investigation,
which forces the being restrains to the rules of appropriation, considering
that “the attack of the rules dominates”. These rules govern the manner how
natural sciences shall access the phenomena. What is implied in the election
of the natural scientific representation as hegemonic element of access
to the real is the execution of what Heidegger denominates as process of
objectification (Vergegenständlichung). In the work “Zollikon Seminars”, the
philosopher questions the tribute, which the sciences of the psychic phenomena pay to the logic of natural scientific research and stresses that Freud,
by thinking psychism as an machine moved by instinctive powers, attributes
to the human phenomena requirements of objectivity tuned with natural
sciences. With this article, we intend to show that Winnicott, by formulating
a theory of personal maturing, does not agree with the objectifying requirements of the natural sciences. By emphasizing the need of paying attention to the very initial moments of human development, or in other words,
emphasizing the need of “an amplification of a retrospective of the psychoanalytic theory”, Winnicott inaugurates an unanchored manner of approaching
the human being, and not like Freud, by a physicalist language. For Winnicott, the traditional psychoanalysis uses categories, which are incapable to
describe the changes that are being established between a baby and the
environment which provides care, and after all, reduces its analysis to the
field of libidinous relationships. Considering that it is not possible to speak
about the human maturing provided with a semantic that follows objectifying
Standards, Winnicott, in the text “The newborn and his mother”, stresses:
“I cannot sacrifice a patient on the altar of science”. In our presentation,
we will Show that Winnicott does not agree with the naturalistic imperative,
which reduces the real to the objectifyable and establishes physics as an
exemplary science.
14
Conceição Aparecida Serralha
Psicóloga clínica, graduada pela
Universidade Federal de Uberlândia
(UFU), com mestrado e doutorado pela
Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP), sob orientação
do Prof. Dr. Zeljko Loparic. Analista
didata da Sociedade Winnicott (SBPW)
e colaboradora do Centro Winnicott de
São Paulo (CWSP) e Centro Winnicott
do Triângulo Mineiro (CWTM). Professora-Adjunto da Universidade Federal
do Triângulo Mineiro (UFTM). Membro
do Grupo de Pesquisa em Filosofia e
Práticas Psicoterápicas (GrupoFPP)
e do Grupo de Estudo e Pesquisa em
Psicanálise da UFTM (GEPPSE).
[email protected]
A teoria do amadurecimento e as novas configurações familiares
A teoria do amadurecimento, construída por
Winnicott, aponta a importância da facilitação
do ambiente para o desenvolvimento das tendências herdadas do indivíduo. Esse ambiente,
que se amplia de acordo com as necessidades
do indivíduo, é inicialmente, constituído pela
mãe, apoiada pelo pai. Ao estudarmos a família,
no século XXI, vemos que a configuração familiar tradicional, embora ainda dominante, tem
se apresentado ao lado de outras configurações
– famílias recompostas, famílias ampliadas,
famílias homoparentais, famílias monoparentais,
entre outras –, em que algumas, mesmo que
sempre tenham existido de forma marginal em
menor número, têm o prenúncio de um aumento expressivo desse número no futuro, em razão
do recente reconhecimento social e jurídico.
Esta conferência pretende, assim, discutir
os aspectos que estas novas configurações
precisam preservar em si, em meio às mudanças que as tornam novas, para viabilizarem a
condição de ambiente facilitador. Por outro lado,
pretende também discutir os aspectos da teoria
do amadurecimento que, em sua aplicação, se
abrem e contribuem para que as novas famílias
se sintam potencialmente facilitadoras do amadurecimento emocional dos indivíduos em seu
seio, sem mexer em seus fundamentos.
The theory of maturation and new family settings
The theory of maturation, built by Winnicott,
points out the importance of the facilitating environment for the development of the inherited
tendencies of the individual. This environment,
15
what expands according to the needs of the
individual, is initially constituted by the mother,
supported by the father. As we study the family
in the twenty-first century, we see that the
traditional family setting, although still dominant, has performed alongside other settings
– recomposed families, extended families, gay
families, single parents, among others – where
some even that have always existed marginally fewer have the beginnings of a significant
increase in this number in the future, due to
the recent social and legal recognition. This
conference thus aims to discuss the aspects
that these new settings need to preserve itself
in the midst of changes that make them new, to
permit the condition of enabling environment.
On the other hand, aims to discuss the aspects
of the theory of maturation that, in its application, open and contribute to the new families
feel potentially enabling the emotional maturity
of the individuals within it, without interfering
with its foundations.
16
Daniel Omar Perez
Professor de filosofia na Unicamp, pesquisador PQ 1D no CNPQ com “A antropologia
e o juízo prático. O ser humano como
executor de operações judicativas na virtude, no direito, na história e na pedagogia
de Kant”. Desenvolve projeto sobre “A
constituição do sujeito a partir das relações
de identificação. Uma abordagem entre a
filosofia kantiana e a psicanálise freudiano-lacanaina”. Estágio de pós-doutorado
(2012) na Bonn Universität (Alemanha).
Estágio de pós-doutorado (2007) na Michigan State University (EEUU), onde trabalhou
na antropologia pragmática de Kant e na
organização do livro “Kant in Brazil” com
Frederick Rauscher. Doutorado (2002) com
a tese “Kant e o problema da significação”
e o mestrado (1996) com a dissertação
“Significação dos conceitos e solubilidade
dos problemas (acerca do esquematismo
transcendental na Crítica da razão pura
de Immanuel Kant como procedimento de
doação de sentido aos conceitos)”, ambas
na Unicamp. Licenciado em filosofia (1992)
na Universidade Nacional de Rosario (Argentina). Entre suas publicações podemos
contar Kant e o problema da significação
(ed. Champagnat, 2008); O Inconsciente: onde mora o desejo (ed. Civilização
Brasileira, 2012); Ontologia sem espelhos.
Ensaio sobre a realidade (ed. CRV, 2014).
É membro da Sociedade Kant Brasileira.
Também atua como psicanalista.
[email protected]
As noções de espaço entre Winnicott e
Lacan
A comunicação busca destacar os diferentes modos de conceber a espacialidade nas
duas perspectivas da clínica psicanalítica:
Winnicott e Lacan. Mostrarei que essas
noções são decisivas para pensar dois
modos diferentes de entender a pessoa ou
o sujeito na clínica. No caso de Winnicott se
trata de uma unidade, no caso de Lacan de
um efeito ou posição.
The notions of space ‘in between’ Winnicott
and Lacan
The contribution seeks to point out different
modes of conceiving the spaciality in the
two perspectives of clinical psychoanalysis:
Winnicott and Lacan. I will show that these
notions have decisive impact on thinking
about two different modes of understanding the person or the subject in clinical
analysis. In the case of Winnicott this is a
unity, in the case of Lacan this is an effect
or position.
17
Deborah Anna Luepnitz
Private practice of psychoanalysis
and psychotherapy since 1986. Ph.D.
Clinical Psychology, State University of
New York at Buffalo (1980), Master of
Arts in Psychology, State University of
New York at Buffalo (1976),Bachelor
of Arts in Psychology, Kent State University (1973). Professional affiliations:
Clinical Associate, Dept. of Psychiatry,
University. of Pennsylvania School of
Medicine (1992-present); Faculty IRPP
(Institute for Relational Psychoanalysis of Philadelphia, 2007-present);
Founder and director of IFA (Insight
For All) a pro bono project connecting
psychoanalysts with homeless adults
(2005-present). Books published: The
Family Interpreted: Psychoanalysis,
Feminism, and Family Therapy - NY
- Basic Books, 1988; D. Schopenhauer’s Porcupines: Intimacy and its
dilemmas. NY - Basic Books, 2012.
(translated into six languages, including Portuguese: Os porco-espinhos
de Schopenhauer, Rio de Janeiro,
ed. José Olympio, 2006). Awards in
psychoanalysis:Distinguished Educator
Award. IFPE (International Forum for
Psychoanalytic Education) 2013; Mary
Karon Humanitarian Award ISEPP
(Int’l Society for Ethical Psychiatry &
Psychology) 2012; Leadership award
PSPP (Philadelphia Society for Psychoanalytic Psychology) 2011.
[email protected]
Winnicott with Lacan: towards a new Middle
Group?
During the second half of the 20th century,
many psychoanalysts aligned themselves with
either Donald Winnicott – and the British school
– or with the French school of Jacques Lacan.
Avoidance of the other tradition seemed almost
phobic. In the past two decades, however,
interest has grown in reading these two great
analysts together. It has been said that Winnicott
introduced the comic tradition into psychoanalysis (as demonstrated in his emphasis on play,
and more generally in his meliorism). Lacan,
in contrast, sustained Freud’s tragic vision
(as demonstrated in teachings such as “The
sexual relation does not exist” and in placing
the analyst in the position of death). Lacan’s
followers have been criticized for offering too
little environmental provision to his patients, and
ignoring counter transference, while Winnicott’s
followers have been criticized for overvaluing
the counter transference and ignoring the role
of language in psychic life. Thus, in some ways,
the theories of Winnicott and Lacan appear to be
complementary and mutually limiting. The point
of this paper, however, is not to suggest combining them in order to produce some new “total”
theory. The purpose is to enhance teaching and
practice by learning from both Winnicott, the
analyst of devotion, and Lacan, the analyst of
desire.
Winnicott com Lacan: rumo a um novo Middle
Group?
Durante a segunda metade do século XX,
muitos psicanalistas se alinharam, seja com
Donald Winnicott – e a escola britânica –, seja
18
com Jacques Lacan – e sua escola francesa.
A evitação de uma tradição em relação à outra
parecia quase fóbica. Nas duas últimas décadas, entretanto, tem crescido o interesse pela
leitura conjunta desses dois grandes analistas.
Tem-se afirmado que Winnicott introduziu a
tradição cômica na psicanálise (como indicam
sua ênfase no brincar e, mais genericamente,
seu “meliorismo”). Lacan, contrastivamente,
sustentou a visão trágica de Freud (revelada,
entre outras, pela lição “Não há relação sexual”
e pelo fato de situar o analista no lugar da morte). Os seguidores de Lacan têm sido criticados
por oferecerem pouca provisão ambiental a
seus pacientes, além de ignorarem a contratransferência, ao passo que os seguidores de
Winnicott têm sido criticados por superstimarem a contra-transferência e ignorarem o papel
da linguagem na vida psíquica. Assim, em
alguns aspectos, as teorias de Winnicott e Lacan revelam-se complementares e mutuamente
limitadoras. A proposta desse paper, contudo,
não é sugerir uma combinação das duas, a fim
de produzir uma nova teoria “total”. Pretendo,
antes, impulsionar o ensino e a prática aprendendo com ambos: Winnicott, o analista da
devoção, e Lacan, o analista do desejo.
19
Elsa Oliveira Dias
Psicanalista. Mestre em filosofia (PUC-SP) e doutora em psicologia clínica
(PUC-SP), com a tese “A teoria das
psicoses de D. W. Winnicott”. Membro
do Grupo de Filosofia e Práticas
Psicoterápicas (GFPP/Unicamp/CNPq).
Membro do Conselho Científico de Natureza Humana, Revista Internacional
de Filosofia e Práticas Psicoterápicas.
Fundadora do Centro Winnicott de
São Paulo (CWSP, 2001). Fundadora
e presidente, juntamente com Zeljko
Loparic, da Sociedade Winnicott
(SBPW, 2005). Diretora de ensino e
formação do Curso em Psicanálise
Winnicottiana dessa sociedade. Vice
-presidente da International Winnicott
Association (IWA, 2013). Editora da
revista eletrônica Winnicott e-Prints.
Diretora da DWW editorial. Autora de
vários artigos sobre D. W. Winnicott,
sobre filosofia e psicanálise e autora
dos livros A teoria do amadurecimento
de D. W. Winnicott, publicado em 2003
pela Imago, e re-editado em 2ª (2012)
e 3ª edições (2014) pela DWW editorial; além de Sobre a confiabilidade e
outros estudos (2011) e Interpretação
e manejo na clínica winnicottiana
(2014), ambos pela DWW editorial.
[email protected]
Winnicott: resistência contra o esvaziamento e a
objetificação progressivos das relações pessoais
Tomando Winnicott como o mestre da relacionabilidade pessoal, segundo o qual a própria
constituição do indivíduo tem início no interior
da primeira das relações, ainda com o objetivo
subjetivo, o artigo traça algumas linhas de reflexão sobre a possibilidade de a teoria winnicottiana funcionar como um núcleo de resistência
– não só pela efetividade clínica, mas por ser
particularmente fértil nas áreas de prevenção
em saúde psíquica e violência social – contra
a) o progressivo esvaziamento, a assustadora
escassez de relacionamentos pessoais, agravada, nestas últimas décadas, pela ilusão de que
estes podem ser substituídos pela imediatez e
acessibilidade da comunicação eletrônica e b) o
desaparecimento gradual de qualquer coisa de
sagrado, na vida humana, não no sentido religioso, mas no sentido estritamente pessoal, ou
seja, daquilo que, por ter valor para o indivíduo,
requer preservação. c) contra a expansão avassaladora das práticas esotéricas, cuja novidade
é ilimitada e cujo sucesso tem provavelmente
raiz no desamparo e na desesperança quanto
ao poder curativo das relações pessoais.
Winnicott: resistence against the gradual emptying and objectification of personal relations
Taking Winnicott as the master of personal
relationality, according to whom the very
constitution of the individual begins within the
first relation, still with the subjective object, we
would like to outline in this paper some points
which surely suggest the relevance of the winnicottian theory - not only because of its clinical
effectiveness but also because of its fruitful
20
application in the area of mental health and social violence prevention campaign - to overcome the following issues: a) the alarming decay
of true personal relationship which has been
intensified in recent decades and promoted by
the illusion that immediate, affordable virtual
communication might be an effective substitute
for human relations; b) the gradual but noticeable disappearance of any sense of sacredness
in the human life - not in a religious meaning.
Nonetheless, sacredness must be understood
as what makes personal life worth living, and
this must be preserved; c) the overwhelming
expansion of innovative esoteric practices
whose growing success very much depends on
personal hopelessness and despair concerning
the real, healing power of human relationship.
21
Laura Dethiville
Psychoanalyst, full member and vice
-president of the Société de Psychanalyse Freudienne, has been running
a seminar on Winnicott for over fifteen
years. She has written two books:
“D.W.W. Une nouvelle approche”,
and “La Clinique de Winnicott”, both
published with Editions Campagne-Première, numerous papers in
several reviews, and has participated
in many collected works. She has held
many conferences both internationally and in France. Vice-president of
IWA, as well as vice-president of its
French chapter. D.W.W. Une nouvelle
approche has been translated in four
languages including Portuguese (D.
W. Winnicott uma nova abordagem)
and in English (D. W. Winnicott A New
Approach).
[email protected]
The modernity of Winnnicott
In 1971, for the Congress of Vienna, which in
the end he could not attend, Winnicott wrote “I
am asking for a kind of revolution in our work,
let us reexamine what we do”. We, nowadays,
are meant to carry on this task in a world where
filiation and family ties are shaken and where
new ways of communicating profoundly modify
relatedness to others, breaking into what Winnicott defines as the transitional space, his major
find. The theoretical intuitions of Winnicott,
are what allows us best to think of the current
stakes of clinical work.
A modernidade de Winnicott
Em 1971, Winnicott escreveu para o Congresso
de Viena (ao qual, no final, não pode comparecer): “Estou pedindo uma espécie de revolução
em nosso trabalho, vamos reexaminar o que
fazemos”. Nós, hoje, continuamos essa tarefa
em um mundo cujos laços familiares e de filiação foram chacoalhados e cujas novas formas
de comunicação modificaram profundamente
os relacionamentos com os outros, entrando no
que Winnicott define como espaço transicional,
seu maior achado. As intuições teóricas de Winnicott permitem-nos pensar melhor sobre o que
está atualmente em jogo no trabalho clínico.
22
Leticia Minhot
Especialista en Filosofía de la Ciencia, Epistemología de la Ciencia, en particular del Psicoanálisis, y en Filosofía Política de la Ciencia, en estudios sobre la trasgresión y en ética del cuidado.
Profesora Titular por concurso en la Cátedra de
Concepciones Filosóficas (Escuela de Trabajo
Social. Facultad de Derecho y Ciencias Sociales)
desde 2008 y Profesora Adjunta por concurso
en la Universidad Nacional de Córdoba (Cátedra
de Problemas Epistemológicos de la Psicología),
desde 2007. Es Licenciada en Filosofía por la Facultad de Filosofía y Humanidades, Universidad
Nacional de Córdoba y Doctora en Filosofía por
la Universidade Estadual de Campinas, Brasil.
Ha dictado cursos de posgrado en universidades
de España y de Brasil y ha sido invitada como
conferencista en diferentes universidades de
Brasil, de España, del País Vasco y de México. Es
co-editora y fundadora de la Revista Representaciones, estudios sobre Representaciones
en Arte, Ciencia y Filosofía. Ha organizado las
seis ediciones del Simposio Internacional sobre
Representación en Ciencia y Arte (SIRCA - Facultad de Psicología de la Universidad Nacional
de Córdoba) que se llevó a cabo en La Falda,
Córdoba. Fue Secretaria de Ciencia y Técnica
de la Facultad de Psicología de la Universidad
Nacional de Córdoba (2012-2014).
[email protected]
Sobre os ombros de um gigante
No presente trabalho, propomo-nos a
avaliar o futuro da psicanálise, considerando a mudança de paradigma que
significou a teoria do amadurecimento
de D. Winnicott. Isso implica se referir
ao desenvolvimento da matriz disciplinar gerada a partir da referida teoria
– matriz esta cuja evolução se dá, principalmente, quando o alcance das generalizações se amplia, quando novos
exemplos surgem e novos problemas
podem ser resolvidos. A questão em
que temos de nos concentrar é: como,
a partir de Winnicott, podemos ir além
de Winnicott. Pretendemos rever alguns
problemas que podem ser pensados
nessa linha, bem como novos campos de aplicação. Considerar o futuro
de uma matriz disciplinar equivale a
perguntar por sua força como “ciência
normal” (cf. Thomas Kuhn) e por sua
capacidade de ser bem-sucedida na resolução de problemas. Nossa hipótese
heurística responde a esta proposição,
referida ao paradigma winnicottiano.
On the shoulders of a giant
In this presentation, we intend to
evaluate the future of psychoanalysis,
considering the paradigm shift brought
by D. Winnicott´s maturational theory.
To fulfill such a purpose, it is necessary to refer to the disciplinary matrix
generated by this theory. The matrix
develops itself especially when the
scope of generalizations is extended,
23
when new examples arise and new problems
can be solved. The main point on which we have
to concentrate is: how to build on Winnicott and
go beyond him. We will review some issues that
can be examined in this perspective, as well as
some fields of application. Considering the future of a disciplinary matrix means asking for its
power as a “normal science” (cf. Thomas Kuhn)
and for its problem-solving capacity. Our heuristic hypothesis responds to the former statement,
referring specifically to Winnicott´s paradigm.
24
Loris Notturni
2005 : Bachelor in Philosophy
(Epistemology and Philosophy of
Langage), 2007 : Master in Philosophy (on the problem of illusion
in the theoretical part of Kant’s
criticism), 2008 : Agrégation in
Philosophy (Moral and Ethics),
2011 : PhD Research Scolarship
in São Paulo (SBPW), 2010 - :
PhD in Philosophical Anthropology (Defence scheduled in
2015), Teaching Fellow in Liège
University (“Lectures of Modern
Philosophy” - BAC3), Founder of
the Groupe d’Etudes Winnicottiennes, in the Université de
Liège (Bélgique), IWA SecretaryGeneral.
[email protected]
Anthropoteleological views from Winnicott’s thought.
A revolutionary contribution in philosophy
The Winnicott’s theory of processes of maturation offers more than a new clinical standpoint on
human being and its fundamental problems. It also
allows for a new, teleological understanding of
human nature in general and the tasks that make
life worth living. Moreover, without suggesting an
explicit philosophical scheme, Winnicott offered a
whole new vision of philosophy as expression of the
maturation itself (as such as arts, religion and even
science). Should philosophy shun that point of view
on itself? In this contribution, my aim is to explain
how Winnicott’s thought may lead to a radical
revision of philosophy as a living process and to a
reassessment of its basic questions. I would call this
perspective “anthropoteleological”.
Perspectivas antropo-teleológicas extraídas do pensamento winnicottiano. Uma contribuição revolucionária na filosofia
A teoria winnicottiana do amadurecimento não só
renovou a abordagem clínica do ser humano e seus
problemas fundamentais, como também ofereceu
uma compreensão teleológica da natureza humana
em geral e das tarefas que são a base da própria
vida. Ainda que sem propor um pensamento explicitamente filosófico, Winnicott permite uma visão diferente da própria filosofia como expressão do próprio
amadurecimento (como as artes, a religião e até
mesmo a ciência). Pode hoje a Filosofia ignorar este
discurso sobre ela mesma? Neste trabalho tentarei
mostrar como o pensamento de Winnicott oferece
uma revisão revolucionária da filosofia e dos seus
problemas fundamentais, por meio de uma perspectiva que eu denomino de “antropo-teleológica”.
25
Maria do Rosário Belo
Psicanalista, membro didacta da Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica (AP). Faz parte da
Comissão de Ensino da referida associação,
desempenha funções de ensino e supervisão de novos psicanalistas. É responsável
por vários seminários teórico-clínicos, aos
que se referem à obra de Winnicott. Coordena actualmente, juntamente com António
Coimbra de Matos, o recém-formado grupo
Winnicott, em Portugal.
[email protected]
Entre Freud e Winnicott, diálogos com o
futuro
A autora propõe uma reflexão que coloca
a perspectiva winnicottiana no centro da
integração do saber psicanalítico. Esta
integração com base neste diálogo interno
possibilitará, em seu entender, a expansão
da psicanálise, não só no interior do consultório dos psicanalistas mas também nos
vários domínios da ação humana.
Between Freud and Winnicott, dialogues
with the future
The author proposes a reflection that puts
winnicottian perspective in the center of the
integration of the psychoanalytic knowledge. This integration based on this internal
dialogue enable, from her point of view, the
expansion of psychoanalysis, not only inside
the office of psychoanalysts but also in the
various domains of human activity.
26
Maria Lucia Toledo Moraes
Amiralian
Psicóloga pela PUC-SP, psicanalista,
mestre e doutora em psicologia clínica pelo Instituto de Psicologia da USP,
docente e orientadora da Pós-graduação
em Psicologia Escolar e Desenvolvimento
Humano do IPUSP, docente e orientadora
do Centro Winnicott de São Paulo, membro
da SBPW, coordenadora do Laboratório
Interunidades para o Estudo das Deficiências (LIDE) do IPUSP, especialista na teoria
do amadurecimento de Winnicott e em
estudos sobre desenvolvimento de pessoas
com deficiência. Autora de vários artigos
nessas áreas, tais como: “Compreendendo
a deficiência pela a óptica das propostas
winnicottianas”, “Deficiência um novo
olhar: contribuições a partir da psicanálise” e “A clínica do amadurecimento e o
atendimento às pessoas com deficiências”.
Autora de livros, entre eles Compreendendo
o cego: uma visão psicanálitica da cegueira
e Saúde & Desenvolvimento: Intervenções
a partir da Teoria do Amadurecimento de
D.W.Winnicott.
[email protected]
Winnicott e a psicanálise extramuros
D. W. Winnicott, psicanalista e pediatra,
trabalhou no hospital de Londres (Paddington Green Children`s Hospital) de 1923
a 1963. No mesmo ano em que começou
sua vida profissional como pediatra, iniciou,
também, sua análise com James Strachey
e leituras de Freud, o que o levou a se interessar pela Psicanálise. Mesmo após ter-se
tornado psicanalista continuou a atender
naquele hospital as crianças e seus pais.
Nesses atendimentos percebeu situações
que o levaram a repensar a psicanálise,
tanto em relação aos aspectos teóricos, já
amplamente discutidos, como em relação
às formas de intervenção realizadas. Podese dizer que Winnicott foi um psicanalista
adiante do seu tempo, sua visão da psicanálise como um modo de compreender o
ser humano por meio da natureza humana
em suas interações com o ambiente; as
pessoas; as condições sociais e culturais
e as condições físicas, leva-nos a poder
classificá-lo como um Psicanalista Social.
Falava da importância do ambiente humano
e físico na constituição do individuo e das
possibilidades de recuperação de suas dificuldades por meio de um ambiente favorável, capaz de proporcionar-lhe experiências
e um “holding” capaz de dar-lhe um novo
sentido de vida. Sua preocupação com a
função social da psicanálise fica bem clara
nos inúmeros e diversificados atendimentos
realizados por ele e as “diferentes psicanálises” que aplicava. Entre elas é importante salientar: a “psicanálise segundo a
27
demanda”, a “psicanálise partagé” (compartilhada) e as consultas
terapêuticas. Essas propostas servem de base para diferentes formas
de intervenção, sejam em consultórios ou em outros locais como
hospitais, escolas, centros de reabilitação ou centros de atendimento
de comunidades carentes. Intervenções que podem ter ou um caráter
preventivo ou um caráter terapêutico.
Winnicott and extra-mural psychoanalysis
D.W.Winnicott, psychoanalyst and pediatrician, worked in Paddington Green Children’s Hospital in London from 1923 to 1963. In the
same year he started his career as a pediatrician, he also initiated his
analysis with James Strachey and his readings of Freud, what aroused
his interest in psychoanalysis. Even after becoming psychoanalyst,
he continued to attend children and their parents in the hospital.
Situations of this clinical praxis led him to rethink psychoanalysis, in
relation to the theoretical aspects, already widely discussed, as in relation to forms of intervention undertaken. As one might say, Winnicott
was a psychoanalyst ahead of his time. His vision of psychoanalysis
as a way to understand human being through human nature in its
interactions with the environment: people, social and cultural conditions and the physical conditions, leads us to classify him as a Social
Psychoanalyst. He spoke of the importance of the human and physical
environment in the constitution of the individual, and the possibilities
of recovery of difficulties through a favorable environment, able to
provide experience and “holding” able to give him a new sense of
life. His concern with the social function of psychoanalysis is very
clear in the numerous and diverse attendances performed by him and
the “different psychoanalyses” which he applied. Among them it is
important to note the “psychoanalysis on demand” the “psychoanalysis partagé” and therapeutic consultations. These proposals serve as
basis for different forms of intervention, whether in clinical offices or
in other places such as hospitals, schools, rehabilitation centers or
help centers within needy communities. Interventions that may have
or a preventive or a therapeutic character.
28
Margaret Boyle Spelman
Author of two volumes on
the subject of D. W.Winnicott:
Winnicott’s Babies and Winnicott’s Patients: Psychoanalysis
as transitional space (2013)
and The Evolution of Winnicott’s
Thinking: Examining the Growth
of Psychoanalytic Thought over
Three Generations (2013) both
published by Karnac Books. She
has recently edited The Winnicott
Tradition (2014) in a series for
Karnac on psychoanalytic giants
with Prof. Frances ThomsonSalo. She is a registered clinical
psychologist, psychoanalytic
psychotherapist, and organisational psychologist working for
three decades in the Irish Health
Services, is in private practice
since 1998 and lectures at
University College Dublin,Trinity
College Dublin and IIPP. Member
of the European Association for
Psychotherapy and has held
executive positions in The Psychological Society of Ireland, The
Irish Institute of Psychoanalytic
Psychotherapy, The Irish Forum
for Psychoanalytic Psychotherapy, and The Irish Council for
Psychotherapy. She has Masters
degrees in psychology from the
three Dublin Universities and her
PhD was completed at the Centre
for Psychoanalysis, University of
Essex.
[email protected]
Winnicott evolving and continuing. A Consideration
of Winnicott’s Implicit Theories of Thinking and
Influence
Following the death of a prolific thinker and writer
such as D. W. Winnicott, who was not a participant
in any school of psychoanalytic thought and who eschewed any formal following of his own thinking, it
is a valid question to ask whether or not his thinking
dies with him or does it continue to have a discernible presence and growth in anyone else’s thinking,
and if so, what form does that presence take? This
paper outlines the questions asked and the method
used in my study undertaken to look at the evolution of Winnicott’s thinking during his lifetime and
since his passing in a further two generations of his
analytic family. It discusses the identified ‘facilitating
features’ of Winnicott’s thinking and explores the
implications arising from these features.
Winnicott evoluindo e continuando. Um exame das
teorias implícitas de Winnicott sobre pensamento e
influência
Após a morte de um pensador e escritor tão
prolífico como D. W. Winnicott, que não participou
de nenhuma escola psicanalítica e que recusou
qualquer prosseguimento formal de seu próprio
pensamento, é válido questionar se esse pensamento morreu com ele, ou se se encontra presente de
forma discernível nas reflexões de outros autores (e
de que maneira). Esse paper destaca as perguntas
formuladas e o método utilizado em um estudo no
qual me debrucei sobre a evolução do pensamento
de Winnicott durante sua vida e após sua morte, por
duas gerações de sua família analítica. Discute os
“elementos facilitadores” identificados no pensamento de Winnnicott e explora as implicações de
tais traços.
29
Ofra Eshel
Psy.D., is faculty, training and supervising
analyst of the Israel Psychoanalytic Society
and Institute, and a member of the International Psychoanalytic Association (IPA);
co-founder, former coordinator and faculty
of the Program of Psychoanalytic Psychotherapy for Advanced Psychotherapists
at the Israel Psychoanalytic Institute; cofounder, co-director and faculty of the Israel
Winnicott Center; lecturer at the Program of
Psychotherapy, Sackler Faculty of Medicine,
Tel-Aviv University. She is the Book Review
Editor of Sihot-Dialogue, Israel Journal of
Psychotherapy. Her papers were published
in psychoanalytic journals and presented
at national and international conferences.
In recent years, she was the recipient of
the Leonard J. Comess Fund grunt at the
New Center for Psychoanalysis (NCP), Los
Angeles, in 2011; visiting scholar at the
Psychoanalytic Institute of North California
(PINC), San Francisco, in 2013; awarded
the Frances Tustin Memorial Prize for
2013. She was featured in ‘Globes’ (Israel’s
financial newspaper and magazine) as the
16th of the fifty most influential women in
Israel for 2012. She is in private practice in
Tel-Aviv, Israel.
[email protected]
On Winnicott’s paradigm shift – Clinical
psychoanalysis at its most formative edge
Winnicott and Bion have had a profound
influence on the theory and practice of
clinical psychoanalysis over the last sixty
years. Their groundbreaking ideas have
been widely investigated by analysts and
psychotherapists around the world, and
have turned into a vibrant wave in psychoanalysis that challenges traditional theory
and practice. Yet, it seems to me that the
revolutionary meaning of their most radical
ideas has, in certain ways, been evaded,
underestimated, or criticized and rejected.
This is especially true with regard to the
radical departure of their clinical ideas from
conventional psychoanalytic work. In this
presentation, I will focus on Winnicott’s
clinical thinking and attempt to examine
the evolution of his clinical ideas into what I
consider to be a major revolution in clinical
psychoanalysis – a paradigm shift in psychoanalysis, to use Thomas Kuhn’s terminology. Drawing on Kuhn’s terms, I will argue that Winnicott’s radical theoretical and
clinical thinking, and especially its profound
significance and implications for the foundations of clinical psychoanalysis and the
analytic process, create a paradigm shift. It
is particularly true regarding Winnicott’s clinical-technical revision of the analytic work,
with his emphasis on regression in the
treatment of more disturbed patients. This
means moving in the treatment experience
beyond the space-time confines of traditional clinical psychoanalysis to work with
primal processes in the treatment situation,
30
thus reaching and correcting basic self-processes and unthinkable
early breakdown – and enlarging the scope of psychoanalytic practice. It is clinical psychoanalysis at its most formative edge.
Sobre a mudança paradigmática de Winnicott – A psicanálise clínica
na sua ponta mais formativa
Winnicott e Bion tiveram profunda influência na teoria e na prática da
clínica psicanalítica ao longo dos últimos sessenta anos. Suas ideias
inovadoras foram amplamente investigadas por analistas e psicoterapeutas do mundo todo, dando origem a uma onda vibrante na
psicanálise, que desafia a teoria e a prática tradicionais. Ainda assim,
parece-me que o sentido revolucionário de suas ideias mais radicais
foi, de certo modo, negligenciado e subestimado, ou então criticado e rejeitado. Isso é especialmente verdadeiro no que concerne à
transformação que propuseram em relação ao trabalho psicanalítico
convencional. Nessa apresentação, focarei o pensamento clínico de
Winnicott e tentarei examinar sua evolução em direção ao que considero ser a maior revolução na psicanálise clínica – uma mudança de
paradigma, para usar a terminologia de Thomas Kuhn. Apoiando-me
nos termos de Kuhn, argumentarei que o radical pensamento teórico
e clínico de Winnicott – especialmente seus significados e implicações para os fundamentos da clínica psicanalítica e do processo
analítico – geraram uma mudança de paradigma. Isso vale principalmente em relação à revisão clínico-técnica do trabalho analítico,
em que Winnicott enfatiza a regressão no tratamento de pacientes
com distúrbios mais severos. Ele move a experiência do tratamento
para além do confinamento espaço-temporal da clínica psicanalítica tradicional, para trabalhar com processos primais, alcançando
e corrigindo, assim, processos básicos do self e colapsos precoces
impensáveis, e ampliando o escopo da prática psicanalítica. Trata-se
da psicanálise clínica na sua ponta mais formativa.
31
Patrick Guyomard
Psychoanalyst and Psychopathology
professor at the Université Paris 7. He
was a member of the Ecole Freudienne de Paris, and co-founder, with
Octave and Maud Mannoni, of the
Centre de Formation et de Recherches
Psychanalytiques (CFRP). He was a
co-founder, in 1994, of the Société de
Psychanalyse Freudienne, of which
he is currently the president. He published several books and articles, and
runs the Editions Campagne Première.
patrick.guyomard@icloud.
com
Creativity and desire
Winnicott and Lacan, using crucial points in
their works, are searching for « that without
which life would not be worth living ». Winnicott’s answer is creativity, against which
he opposes compliance of the false self. For
Lacan, it’s desire, pure desire and the dimension
of loss. These divergent answers, in various
clinical and theoretical contexts, reveal profound
differences, especially concerning notions of
continuity and discontinuity, of breakdown and
of environment. They are driven by a common
search for being psychically more alive. Studying them brings out Winnicott’s modernity and
originality.
Criatividade e desejo
Winnicott e Lacan, por meio de passagens
cruciais de suas obras, buscam “aquilo sem o
que a vida não valeria a pena de ser vivida”. A
resposta de Winnicott é a criatividade, à qual
ele opõe a condescendência com o falso self. Já
para Lacan a resposta reside no desejo, o puro
desejo e a dimensão da perda. Essas respostas
divergentes, em vários contextos teóricos e
clínicos, revelam profundas diferenças, especialmente no que concerne às noções de
continuidade e descontinuidade, de colapso e
de ambiente facilitador. São impulsionadas pela
busca comum de existir psiquicamente mais
vivo. Estudá-las torna evidente a modernidade e
a originalidade de Winnicott.
32
Roberto Kehdy
Médico graduado pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (1966), pós
graduação em Psiquiatria e Medicina
de Urgência pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (1968), especialização em Psicanálise pela Sociedade
Brasileira de Psicanálise de São Paulo
(1981) e residência médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(1966). Durante dez anos foi professor
da disciplina Teoria do amadurecimento de Winnicott no curso de especialização em psicoterapia psicanalítica
do Instituto de Psicologia da USP. É
analista didata da Sociedade Brasileira
de Psicanálise de São Paulo.
[email protected]
Contribuições de Winnicott para a clínica atual
A ideia desta comunicação é explorar como a
teoria do amadurecimento de Winnicott pode
ajudar a compreender e a cuidar dos casos da
clinica psicanalítica da atualidade. Uma sociedade marcada por grandes expectativas de
desempenho, performances profissionais e pessoais, além da valorização excessiva do corpo.
Irei abordar alguns quadros, como por exemplo,
a “doença do pânico”.
Winnicott’s contributions to current clinic
This work explore how Winnicott’s theory of
maturing may help to understand and care
for patients in psychoanalytic clinic today. Our
society is directed with many expectation of
achievement and professional performances,
and also with an excessive emphasis on the
body. I would like to focus on some current
pathologies such as the panic disease.
33
Roseana Moraes Garcia
Psicanalista, mestre e doutora em
Psicologia Clínica pela PUC-SP, especialista em Saúde Mental Infantil pela
FCM-Unicamp. Professora e supervisora da SBPW, bem como membro do
Conselho Acadêmico.
[email protected]
A psicanálise winnicottiana como subsídio
teórico para a formulação de políticas públicas
em saúde mental e serviço social: algumas
reflexões
As políticas públicas em saúde mental e em
várias áreas do serviço social encontram-se, no
meu entender, em crise. Na minha experiência,
enquanto supervisora desses serviços, pude
perceber a ausência de uma teoria que oriente
as ações tanto “curativas” como preventivas
dos problemas encontrados. Neste trabalho tentarei refletir, tendo por base a teoria winnicottiana, a possibilidade de formulação de políticas
nessas áreas que sejam mais efetivas e que
contemplem a real necessidade dos usuários.
Winnicottian psychoanalysis as a theoretical
subsidy to the formulation of public policies in
mental health and social work: a few thoughts
The public policies in mental health and in
various areas of social work are, in my view, in
crisis. In my experience as supervisor of these
services, I could see the absence of a theory to
guide the actions of both “healing” as prevention of the problems encountered. In this paper
I will try to reflect, based on Winnicott's theory,
the possibility of policy-making in these areas
that are more effective and that address the real
needs of users.
34
Thanassis Hatzopoulos
Thanassis Hatzopoulos (Greece, 1961) is a child
psychiatrist and a psychoanalyst for children,
adolescents and adults. He lives and works
in Athens. He has translated Melanie Klein by
Hanna Segal, Through Pediatrics to Psychoanalysis and The maturational processes and the
facilitating environment by D.W. Winnicott. He
is also the director of a collection of books on
psychoanalysis. For the past seven years he has
directed the seminar Introduction to the clinic
of D.W. Winnicott. He is also a poet. His poetry
collection Cell was awarded the Prix Max Jacob
étranger 2013 in France, and his work Verbs for
the rose was awarded the National Translation
Prize for 2003 in Spain. In 2013 the body of his
work was honoured with the Athens Academy
Prize for Poetry. In 2014 he was deemed a
Knight by the French Democracy in the category
of Letters and Arts.
[email protected]
Psychoanalysis is no way of life, a
comment on the past and the future of
psychoanalysis
From the concept of Freud that “Psychoanalysis is incapable of creating
a Weltanschauung of its own” which
concludes by accepting that “it is a part
of science and can adhere to the scientific Weltanschauung”, to the statement
of D.W. Winnicott that “Psychoanalysis
is no way of life. We all hope that our
patients will finish with us and forget
us, and they will find living itself to be
the therapy that makes sense” lies a
chasm difficult to bridge insofar as understanding what is psychoanalysis and
what its purpose. This difference, which
presupposes the existence of others
also, leads us to consider the course
and trajectory of psychoanalysis over
the last thirty years, seeking the directions taken or not taken while under the
influence of concepts and statements
of this kind and others similar to them.
What the future holds for psychoanalysis in an ever-changing world depends
on the position taken by psychoanalysts
themselves. This position, however,
being in part a product of elaboration
and in part dependent on the influence
of the unconscious of each and every
psychoanalyst shaping that course.
If there is a future for psychoanalysis
itself, it is one which leans towards
the unknown and the research led by
unconscious processes.
35
“Psicanálise não é um modo de vida” comentário sobre o passado e o futuro
da psicanálise
Entre o conceito de Freud – “a psicanálise é incapaz de criar uma Weltanschauung [visão de mundo] própria; ela
é uma parte da ciência e pode aderir à
Weltanschauung científica“ – e a proposição de D.W. Winnicott – “a psicanálise não é um modo de vida; nós todos
esperamos que nossos pacientes concluam seu processo conosco e nos esqueçam, que o próprio ato de viver seja
a terapia que lhes faz sentido” – existe
um vácuo difícil de transpor relativo à
compreensão do que é a psicanálise e
de quais são os seus propósitos. Essa
diferença, que pressupõe a existência
de outras, leva-nos a considerar o
curso e a trajetória da psicanálise nos
últimos trinta anos, buscando as direções seguidas ou não, sob a influência
de conceitos e proposições desse tipo
e de outras similares. O que o futuro
reserva para a psicanálise, num mundo
em permanente mudança, depende da
posição assumida pelos próprios psicanalistas. Tal posição, entretanto, resulta
em parte da elaboração e em parte da
influência do inconsciente de cada um
dos psicanalistas que delineiam essa
trajetória. Se existe um futuro para a
psicanálise, ele se inclina na direção do
desconhecido e da pesquisa norteada
por processos inconscientes.
36
Vincenzo Bonaminio
Ph.D. private psychoanalytic practice
to adult and child, in Rome. Training
and supervising analyst and a full
member of the Italian Psychoanalytic
Society. Adjunct Professor at “Sapienza”, University of Rome, he teaches
“Clinical Psychology” at the Medical
School and “Dynamic psychopathology” and “Child Psychotherapy” in the
Department of Child and Adolescent
Psychiatry. Teaches in the associated
IW – Winnicott Institute, a Training
Course in Child and Adolescent
Psychoanalytic Psychotherapy, and is
currently its Director. He is currently
Director of the “Winnicott-Centro”,
Rome and he has been Vice-President
of the European Psychoanalytic Federation (EPF) for the last four years and
Chair of the Programme. Co-Editor of
“Richard e Piggle”, Italian four-monthly journal of psychoanalytic study of
the child and adolescent Co-editor a
psychoanalytic series of books entitled
“Psicoanalisi contemporanea”. He
was awarded The Fifth International
Frances Tustin Memorial Prize and
Lecture in Los Angeles, November
2001. He was awarded the 13th
Lectureship for the 13th International
Frances Tustin Memorial Prize and
Lecture in Los Angeles, November
2009. He has published extensively,
mostly in Italian, and English and
presented papers and contributions
in many national and international
Psychoanalytic Congresses. Author
of a book “Nas margens de mundos
infinitos...: A presença do analista e
do analisando no espaço transicional
em uma perspectiva contemporânea
do pensamento de Winnicott”. Rio de
Janeiro, Brazil: 2010.
vincenzo.bonaminio@gmail.
com
Imaginative elaboration
Through the presentation of clinical material
drawn from the analysis of a severely inhibited seven-year-old boy, the author offers an
in-depth study of the concept of imaginative
elaboration, central in Winnicott’s work but
rarely discussed in the literature. Expanding on
Winnicott’s propositions, the author notes that,
for him, imaginative elaboration is – first and
foremost – the psychic activity set in motion to
try to fill the gap that is never filled between the
patient’s need for his transference to be “taken
in first,” and the analyst’s attempt to take it in.
This is the gap between the patient’s “need to
be known in all his parts,” and the obstacles
that impede the analyst from staying alive, awake, and well so that this can be accomplished.
Elaboração imaginativa
Por meio da apresentação de material clínico
retirado da análise de um menino de sete anos
de idade altamente inibido, o autor oferece um
estudo em profundidade do conceito de elaboração imaginativa, central na obra de Winnicott,
mas raramente discutido na literatura. Expandindo proposições de Winnicott, o autor nota
que, para ele, a imaginação elaborativa é, acima
de tudo, a atividade psíquica colocada em ação
para tentar preencher o vão – que nunca é
preenchido – entre a necessidade do paciente de que sua transferência seja acolhida e o
empenho do analista em acolhê-la. Trata-se do
abismo entre a necessidade do paciente de ser
conhecido por inteiro e os obstáculos que impedem o analista de permanecer vivo, acordado e
bem, de modo que isso possa ser alcançado.
37
Wagner Vidille
Médico pela Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP), Mestre em Psicologia
Clínica pela Universidade de São Paulo
(USP), membro efetivo e professor da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBPSP),
onde exerce, atualmente, as funções de
Secretário de Acompanhamento; ocupou o
cargo de Diretor de Relações Internacionais
da Federação Brasileira de Psicanálise
(FEBRAPSI).
[email protected]
Mudanças e adaptações
Reflexões sobre adaptações no setting
psicanalítico derivadas de interrupção presencial temporária. O uso da internet como
ferramenta auxiliar para a continuidade do
tratamento.
Changes and adaptations
Reflections about analytic setting adaptations derived from temporary presential interruption. The use of internet as a complementary skill to the treatment continuation.
38
Zeljko Loparic
Graduação (1962), mestrado
(1965) e doutorado (1982) em
filosofia pela Universidade Católica de Louvain, e pós-doutorado
em filosofia pela Universidade de
Konstanz (1987). Atualmente, é
professor titular colaborador da
UNICAMP e docente da PUCPR.
É presidente da Associação Winnicott Internacional (IWA). Tem
experiência de ensino e pesquisa
na área de filosofia, com ênfase
em história da filosofia e filosofia
da psicanálise, desenvolvendo
trabalhos principalmente sobre
seguintes autores e temas: Kant,
Heidegger, Winnicott, semântica
transcendental, pensamento
pós-metafísico e paradigma
winnicottiano.
[email protected]
Conquistas da revolução winnicottiana
Freud caracterizou a disciplina psicanalítica como uma
teoria, um método de pesquisa e um procedimento de
cura. Na primeira parte do presente trabalho, mostrarei
que a psicanálise, na versão freudiana, enfrenta dificuldades insuperáveis em todos esses aspectos, apesar
de articulações posteriores de seus seguidores. Na
segunda parte, examinarei a maneira como Winnicott
enfrentou essas dificuldades produzindo um novo paradigma para a psicanálise, modificando radicalmente
a sua teoria, o método de pesquisa e os procedimentos
de cura. Por fim, apresentarei a contribuição de Winnicott à teoria psicanalítica da ordem social e da cultura.
Desta maneira, pretendo deixar claro que os resultados
de Winnicott continuam atuais e asseguram à psicanálise um lugar importante no âmbito das teorias e
práticas que vêm sendo desenvolvidas no tratamento
dos distúrbios do processo de amadurecimento humano nos dias de hoje.
Achievements of Winnicott’s revolution
Freud characterized psychanalysis as a theory, a research method and a treatment procedure. In the first
part of the presentation, I will show the reasons why
Winnicott thinks that the Freudian version of psychoanalysis is not efficient in solving inavoidable clinical
problems. Next I’ll show that Winnicott reacted to these
difficulties by producing a new paradigm for psychoanalysis and changing in a radical way its theory,
method of research and clinical procedures. Finally, I’ll
present Winnicott’s contributions to the psychoanalytic
theory of social order and culture. Thereby I intend to
show that Winnicott’s results are still relevant and that
they ensure to psychoanalysis an important place in
the present day’s theories and practices applied to the
treatment of disturbances of the process of maturation
of individuals and societies in our time.
39
Zhao Chengzhi
MD, MA, a psychiatrist, psychoanalytic psychotherapist and supervisor
working in YiKang mental Clinic belonging to Beijing Hui Longguan Mental
Hospital, also director of the Beijing
mental health facilitating center. He
is the chinese academic organizer of
a Sino-Brazilian Training Program in
Winnicottian Psychonalysis. His main
professional field is about the studying
of the intervention to those who suffer
neurosis, depression, suicide and
PTSD, the training of dynamic oriented
psychotherapists and cognitive psychotherapists.
[email protected]
Aggression in psychoanalytic therapy
We discuss some changes on the theoretical
understanding and clinical conceptualization
of aggression found in clinical practice, so to
form a new perspective and an interpretation
of aggression theory different from the one of
classical psychoanalysis. We propose some
new understandings and assumptions about the
main part of basic death drive (the opposition of
life drive) – the concept of aggressive drive and
the concepts of the self-preservative drive in
classical psychoanalysis. We think the primary
drive assumption in psychoanalytic metapsychology should comprise two drives: sexual
drive and self preservative-destructive drive,
while aggression is merely the embodiment of
intensity and approach of the two drives.
Agressividade na terapia psicanalítica
Discutiremos algumas mudanças no entendimento teórico e na conceitualização clínica
da agressão encontrados na prática clínica,
conformando uma perspectiva e uma interpretação da teoria da agressão diferentes daquelas da psicanálise clássica. Propomos novas
compreensões sobre a parte principal da pulsão
de morte (oposta à pulsão de vida), sobre os
conceito de pulsão agressiva e de autopreservação na psicanálise clássica. Pensamos que
a concepção da pulsão primária na metapsicologia psicoanalítica deveria compreender duas
pulsões: a pulsão sexual e a pulsão de autopreservação-destruição. A agressão é meramente a
incorporação da intensidade das duas pulsões e
resulta da aproximação a ambas.
40
41
Comunicações
A abordagem da morte sobre a perspectiva
winnicottiana
A experiência de morte além de ser muito triste
e causar sofrimento pode também tornar-se
traumática. Especialmente, se a perda ocorre
na infância, a preocupação em como a criança
irá elaborar este luto é fundamental, pois o seu
desenvolvimento poderá ser interrompido e
em alguns casos levá-la ao adoecimento. Este
trabalho objetiva analisar o impacto de um
acontecimento extremamente complexo, como
é a morte de um dos pais, a partir de dois casos
clínicos. Os aspectos principais do atendimento
de Pedro, ainda em luto pela perda da mãe,
foram pensados tendo por base o caso de Patrick, um garoto que perdeu o pai em um trágico
acidente, atendido por Winnicott, bem como o
pensamento deste sobre a morte em sua teoria
do amadurecimento.
Adriana Barbosa de Freitas
Capparelli
Psicóloga (FFCLRP-USP, 1982);
especialização em Psicologia Clínica
e Hospitalar pelo Departamento de
Neuropsiquiatria e Psicologia Médica
(HCFMRP-USP, 1983 a 1986); Psicodramatista pela FEBRAP (Federação
Brasileira de Psicodrama) em 1995;
Professora Supervisora e Terapeuta de
alunos pela FEBRAP (1998); Especialização em Psicossomática pelo
Sedes Sapientiae (1998); Mestrado
em Psicologia (FFCLRP-USP, 2002);
aluna do Curso de Formação em
Psicanálise Winnicottiana (CWTM);
Psicóloga clínica e Psicoterapeuta
desde 1986 e Psicóloga Hospitalar do
Santa Genoveva, Complexo Hospitalar,
em Uberlândia, MG.
[email protected]
A analítica existencial na psicanálise de Winnicott:
um estudo sobre Winnicott pós metafísico. O que
significa continuidade de ser do bebê humano?
Objetiva-se investigar a possibilidade de
articulação entre a psicanálise de Winnicott e a
fenomenologia existencial de Heidegger. Para
tanto, em primeiro plano, será mostrado como
referência guia para essa aproximação o componente ontológico encontrado na psicanálise
winnicottiana, a saber: o conceito de continuidade de ser na relação com o tempo (Holding).
Em segundo momento, explicitaremos a relação
entre tempo e ser em Heidegger. Acredita-se
Soraya Conturbia
Formada em Filosofia pela Federal
do Espirito Santo (UFES). Mestranda
em Filosofia (Unicamp). Aluna em
formação do Curso em Psicanálise
Winnicottiana pela Sociedade Winnicott em São Paulo.
[email protected]
42
numa aproximação entre Heidegger
e Winnicott, pois ambos fugiram dos
moldes tradicionais em pensar o
homem como objeto da natureza e se
propuseram, dessa forma, a pensá-lo
pela existência temporal. Todavia, será
na aproximação de suas teorias que
encontraremos os distanciamentos de
suas especificidades, cada qual a sua
maneira.
A organização de falso self em sujeitos neuróticos – refletindo sobre a
concepção de falso self à luz da teoria
reichiana
Ao estudarmos a obra de Winnicott,
surge-nos a pergunta: o falso self
aparece apenas num estágio primitivo
da vida – como no psicótico – ou ele
pode aparecer em estágios posteriores, como em neuróticos? Podemos
afirmar que esse conceito pode dizer
respeito, sim, a sujeitos neuróticos,
embora nunca tenha sido explorado
diretamente pelo autor. Logo, podemos
trazer contribuições de Reich ao tema,
visto que a concepção de couraça tem
proximidade com a de falso self. Nosso
objetivo é, portanto, o de visualizar,
dentro dos limites da teoria winnicottiana, a organização de falso self em
sujeitos neuróticos a partir da noção de
couraça.
Henrique Uva do Amaral
Graduando em Psicologia (UNESP – Assis). Realiza estágios nas Ênfases de Processos Clínicos
e Saúde Mental e de Desenvolvimento Humano
e Processos Educativo. Participa de Projetos
de Extensão Universitária tais como o “Pronto
Atendimento Psicológico”. Atualmente, possui
pesquisa que dialoga os trabalhos de Reich e
Winnicott, sendo esta financiada pela Fapesp.
[email protected]
Diana Pancini de Sá Antunes Ribeiro
Professora Assistente Doutora do Departamento
de Psicologia Clínica do Curso de Psicologia da
UNESP – Câmpus de Assis. Mestre em Psicologia Clínica (USP). Doutora em Psicologia como
Profissão e Ciência (PUC-Campinas). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa (CNPq) “Figuras
e modos de Subjetivação no Contemporâneo”.
Chefe do Departamento de Psicologia Clínica.
Jorge Luís Ferreira Abrão
Psicólogo, doutor em Psicologia Escolar e do
Desenvolvimento Humano pelo Instituto de
Psicologia (USP) e Livre-docente em Psicologia
Clínica (UNESP – Assis). Professor Adjunto,
Doutor do Departamento de Psicologia Clínica e
do Programa de Pós-graduação em Psicologia e
Sociedade da UNESP – Assis.
43
A perspectiva winnicottiana sobre o adoecimento somático e sua incompatibilidade com a
Escola de Psicossomática de Paris
De acordo com a Escola de Psicossomática de
Paris, a insuficiência do funcionamento mental
é o fator subjetivo que torna o indivíduo vulnerável a um adoecimento somático. O objetivo
é demonstrar a incompatibilidade entre esse
quadro teórico e a perspectiva de Winnicott
na abordagem do adoecimento físico. Para o
analista inglês, o adoecimento somático é uma
tentativa precária de promover a conexão entre
a psique e o corpo. Winnicott, não concebe a
psique como uma máquina destinada a conter
o que vem do corpo, mas como uma dimensão
do indivíduo que acompanha e enriquece a
experiência corporal, desenvolvendo-se concomitantemente a ela.
Lucas Napoli dos Santos
Graduado em Psicologia (Univale);
mestre em Saúde Coletiva (UFRJ);
doutorando em Psicologia Clínica
(PUC-Rio); atua como psicólogo clínico
em consultório particular; é professor
na Faculdade Pitágoras (Unidade Governador Valadares/MG); atua também
como psicólogo na Universidade Federal de Juiz de Fora (Campus Avançado
de Governador Valadares/MG); é autor
do livro “A doença como manifestação
da vida: Georg Groddeck e um novo
modelo de cuidado em saúde”.
lucasnapolipsicanalista@
gmail.com
A produção da personalidade antissocial na sociedade da privação: contribuições da teoria de
Winnicott para o estudo da violência no contexto
brasileiro
Apresentamos estudo sobre personalidade
antissocial desenvolvido no estágio em psicologia jurídica na perícia psicológica do Tribunal
de Justiça do Estado de Goiás. Buscamos
compreender o fenômeno da violência e do ato
criminoso como produção coletiva que se funda
num ambiente social insuficientemente bom
para o desenvolvimento de alguns sujeitos da
sociedade brasileira, na medida que os expõe
a inúmeras privações que vão desde a indiferença no atendimento de suas necessidades
básicas até carências simbólicas significativas
Marilucia Pereira do Lago
Doutora em psicologia clínica e
psicopatologia pela Université de Nice
- Sophia Antipolis - França. Professora
adjunta do curso de psicologia da
Universidade Federal de Goiás. Formação em psicanálise e psicopatologia
fundamental. Supervisora de estágio
em psicologia forense. Coordenadora
de projetos de formação permanente
em prevenção do uso de drogas. Pesquisadora das temáticas da violência,
dos comportamentos aditivos e das
dependências.
[email protected]
44
que comprometem a capacidade de linguagem
e de sustentação do sujeito na comunidade de
homens.
Álvaro Conrado Gomes Machado
Graduando em psicologia (UFG). Estagiário em Psicologia Forense na Junta
Médica e Comissão Interdisciplinar
Penal do Tribunal de Justiça do Estado
de Goiás.
Raynara Alves da Silva
Graduanda em psicologia (UFG).
Membro do grupo de pesquisas em
Psicologia da Velhice, bolsista do
Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência pela Capes,
estagiária em perícias psicológicas na
Junta Médica do Tribunal de Justiça
do Estado de Goiás.
A psicanálise e as ciências naturais
Será discutido como a psicanálise se encaixa
no atual cenário da busca por evidências para
intervenções em saúde. Para tanto será apresentado o modelo da Medicina Baseada em
Evidências, em seguida o que a mudança paradigmática efetuada por Winnicott proporcionou
para o enfrentamento dos problemas internos
da psicanálise, sendo o ponto principal de discussão o que ainda é enfrentado pela psicanálise no meio científico. Diferentes abordagens
do problema são apresentadas, como tentativas
de desenvolver uma Psicanálise Baseada em
Evidências, a não submissão a um modelo de
ciência convencionada como melhor e, ainda,
a possibilidade de abertura do meio científico
para abordagens mais subjetivas de tratamento.
Marcos Fontoni
Psicólogo pelas Faculdades Metropolitanas Unidas. Pós-graduado em
Neuropsicologia no Contexto Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Atualmente
é Psicólogo Clínico filiado à Sociedade
Brasileira de Psicanálise Winnicottiana
e à International Winnicott Association.
Tem experiência em Psicopatologia,
Neuropsicologia e Psicanálise.
[email protected]
45
A transferência ambientada na atenção psicossocial
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são
dispositivos de saúde mental, cujo trabalho
interdisciplinar visa essencialmente a reabilitação psicossocial. O objetivo é contribuir com a
clínica nos CAPS, desenvolvendo os conceitos
de ambiente e transferência na psicose, segundo referencial winnicottiano, acrescentando-se
vinhetas de experiência da pesquisadora. Publicações psicanalíticas sobre CAPS e um histórico
da saúde mental pública brasileira, anterior à
existência deles são apresentados. Conclui-se
que o vínculo da equipe com os usuários é
fundamental para que a clínica emerja no CAPS
e que o manejo (contra) transferencial pode
favorecer não apenas reabilitação psicossocial,
mas também a retomada do desenvolvimento
emocional dos assistidos.
Fernanda Torres Apollonio
Doutoranda em Psicologia Clínica
(USP), orientadora Profa. Dra. Maria
Abigail de Souza; mestre em Neurociências e Comportamento (2005);
bacharel em Psicologia e psicóloga
(2002) e Licenciatura em Psicologia
(2009). Atuação profissional: Como
psicóloga, pela Prefeitura Municipal de
Jundiaí: Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (desde 2013); Centro de Atenção Psicossocial Adulto (2008 a 2013)
e Centro de Testagem e Aconselhamento em DST/Aids (2006 a 2008).
[email protected]
Maria Abigail de Souza
Professora titular do Departamento de
Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Acolhimento e vulnerabilidade a partir da leitura
de "Tudo começa em casa", de Winnicott
À medida que as crises se espalham de forma
cada vez mais rápida e ampla, é fundamental
entender a vulnerabilidade a fim de garantir
os ganhos já obtidos e manter o progresso.
Pensando nessas questões e também no fato
de que as instituições de acolhimento são
ainda pouco conhecidas e pouco pesquisadas,
analisaremos o projeto pedagógico das Aldeias
Infantis, a fim de compreender o que é proporcionar um ambiente de cuidado suficientemente
bom para a criança. Objetivos específicos: descrever e analisar o projeto pedagógico; analisar
o conceito de vulnerabilidade nos documentos
oficiais; analisar a prática de acolhimento de
Romualdo Dias
Possui licenciatura em filosofia (1979)
e pedagogia (1980) pela Faculdade
Dom Bosco de Filosofia Ciências e
Letras de São João Del Rei, mestrado
em educação (Unicamp, 1986), doutorado em lógica e filosofia da ciência
(Unicamp, 1993) e livre docência
(Unesp, 2012). Atualmente é Professor Assistente Adjunto da UNESP.
Coordena o Laboratório de Estudos
em Políticas Públicas, vinculado ao
Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais - IPPRI - UNESP
- São Paulo. Líder do grupo de estudos
"Tecnologias e Processos de Subjetivação", formalmente registrado no
CNPQ. Membro do Conselho do Centro
46
crianças, adolescentes e jovens; e
analisar a concepção metodológica
do processo educacional. Esse projeto
trará um diálogo com os estudos de
Winnicott que, em suas formulações
psicanalíticas, deu especial ênfase no
papel da maternagem no desenvolvimento emocional de uma criança,
principalmente nos primeiros meses de
vida.
de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis RJ. Tem experiência na área de filosofia e psicanálise, com ênfase em filosofia política, atuando
principalmente nos seguintes temas: educação,
políticas de subjetivação, subjetividade, corpo e
organização comunitária.
[email protected]
Considerações sobre a personalidade
esquizóide na teoria de Winnicott
O objetivo deste trabalho consiste em
estudar as características de personalidade do tipo esquizoide segundo
a teoria do amadurecimento pessoal
criada por Winnicott. O desenvolvimento
deste tema incluirá uma breve reflexão
sobre o amadurecimento inicial, os
cuidados com o lactente em estado de
dependência absoluta e as falhas ocorridas neste processo a fim de chegar à
problemática do ambiente inicial do indivíduo que desenvolveu esta patologia.
A partir da descrição das dificuldades
encontradas pelo indivíduo em suas
primeiras etapas de vida, pretende-se
abordar a etiologia do distúrbio, os tipos
de defesas utilizadas e as formas de
tratamento do indivíduo esquizoide.
Incluirá, também a título de ilustração,
fragmentos de caso clínico.
Regina Quintino
Mestre em psicologia clínica (PUC-SP), psicóloga
clínica (CRP 30381-6). Especialista em Psicoterapia Psicanalítica da Infância e Adolescência
(IPPIA-SP). Membro regular da Sociedade Winnicott (SBPW) e Membro associado da Associação
Winnicott Internacional (IWA).
[email protected]
47
Considerações sobre o devir e o manejo da
angústia sob a ótica winnicottiana
Em tempos de muitas indefinições sobre
o que se pode esperar do futuro, é natural
que haja um aumento da angústia, gerando
diversos distúrbios tanto psíquicos quanto
somáticos. Partindo da perspectiva winnicottiana, a autora tece conjecturas sobre
o que seria um ambiente facilitador que
auxiliasse pacientes que trouxessem esta
queixa, bem como em que campos elas se
manifestam, a partir de vinhetas de casos
clínicos atendidos pela mesma.
Maria Teresa Mendonça de
Barros
Psicanalista com formação em tradução e comunicação pela PUC-Rio. Trabalha na clínica psicanalítica há mais
de quinze anos, com destaque para o
trabalho com psicóticos borderliners.
Atualmente participa do grupo de
trabalho da SBPW para a elaboração
de um dicionário winnicottiano online.
[email protected]
Entre versos e rimas: uma análise sobre a criatividade no rap
Pensar sobre Winnicott e o futuro da psicanálise
nos leva a vislumbrar a importância do conhecimento psicanalítico nos diferentes contextos. No
presente estudo, buscamos refletir a influência do rap no processo de desenvolvimento
emocional dos seus compositores, enfocando
a função da criatividade a nível de amadurecimento. Partimos da análise de excertos musicais do referido gênero, sob o aporte teórico
winnicottiano. Compreendemos que o rap revela
um criar autêntico que confere valor à existência, apesar das dificuldades. Concluímos que,
pela música, os rappers colocam a vida em
movimento, ressignificando as experiências e
delineando novos versos, ritmos e rimas às suas
biografias.
Cláudia Yaísa Gonçalves da
Silva
Mestranda em Psicologia Clínica
(USP). Bolsista CAPES. Especialista em
Psicanálise pelo Núcleo de Educação
Continuada do Paraná (Necpar/Unicesumar). Psicóloga.
[email protected]
Ivonise Fernandes da Motta
Professora doutora e orientadora
do Programa de Pós-graduação do
Departamento de Psicologia Clínica
(USP). Supervisora do Curso de
Especialização em Psicoterapia Psicanalítica do IPUSP. Psicoterapeuta de
crianças, adolescentes e adultos com
orientação Psicanalítica. Coordenadora
do LAPECRI – Laboratório de Pesquisa
sobre o Desenvolvimento Psíquico e a
Criatividade em diferentes abordagens
psicoterápicas (Laboratório do Dep. de
Psicologia Clínica).
[email protected]
48
Fenômenos transicionais e adicção a drogas: contribuições winnicottianas para um
ambiente rumo à independência
Quando Winnicott examina os fenômenos
transicionais, abre um importante eixo
de investigação no âmbito da adicção a
drogas. Diversos trabalhos têm sido conduzidos nessa direção, associando comportamentos adictivos a falhas precoces no
ambiente, impeditivas do desenvolvimento
da área transicional. Os indivíduos, presos
a um ambiente primitivo, não conseguem
ascender a uma separação do objeto
primordial. Sob essa perspectiva, sugerese que as instituições de tratamento dessa
problemática desenvolvam estratégias de
intervenção capazes de fornecer o equilíbrio
e a constância ambiental necessários à
retomada do desenvolvimento emocional.
Propõe-se que esses pacientes possam
fazer um uso transicional desse ambiente,
rumo à independência.
Renata Merino Kallas
Graduada pelo Departamento de Psicologia
Clínica (USP), onde também realizou suas
pesquisas de mestrado e doutorado. Foi
docente da UNIBAN. Atualmente, trabalha
em consultório particular e ministra os
módulos “A constituição do sujeito segundo
Winnicott” e “A influência do meio ambiente no desenvolvimento psíquico segundo
Winnicott” no curso de Pós-graduação Lato
sensu Bases teóricas da clínica psicanalítica do Instituto Incursos.
[email protected]
O advento da fala no bebê: do objeto (à)
ilusão
Desde a psicanálise, admite-se que o sujeito não existe fora da língua e da linguagem.
Partindo das contribuições de Lacan e
Winnicott, analiso o que falar implica para
o bebê. Situo o caráter subjetivador da
estruturação da língua em torno da noção
de objeto. Objeto a, em Lacan, representado
pela pulsão invocante; e objeto transicional,
em Winnicott, identificado à materialidade
significante. Desencadeada pela pulsão
invocante, a transicionalidade emergiria de
maneira precoce e discursiva. Através dela,
Edigleisson Alcântara
Mestre em Psicologia Cognitiva (UFPE).
Graduado em Psicologia, graduado em
Formação de Professores de Psicologia e
especialista em Intervenções Clínicas na
Abordagem Psicanalítica pela Faculdade
Frassinetti do Recife (FAFIRE). Ocupa o
cargo público de Intérprete de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) junto à Secretaria
de Educação do Estado de Pernambuco.
Atua como psicólogo clínico, na qualidade
de voluntário, realizando atendimentos, de
modo exclusivo, no âmbito da Pesquisa
PREAUT–Brasil. Atualmente concentra suas
pesquisas sobre a linguagem infantil, a
49
o bebê tentaria dominar a língua ilusoriamente; ilusão recuperada mais tarde sob a
crença de que, dizendo “eu”, ele seria um
enunciador unificado do sentido.
partir do referencial que articula Análise
do Discurso, de linha francesa, e Psicanálise (Freud, Lacan, Dolto e Winnicott),
focalizando os efeitos das primeiras trocas
linguísticas, estabelecidas entre o adulto e
o bebê, para o processo de constituição do
sujeito.
[email protected]
O caso B e o conceito winnicottiano de
objeto subjetivo
Ao estudar as etapas iniciais do desenvolvimento emocional do ser humano, Winnicott deparou-se com diversos fenômenos
próprios desse período, até então desconhecidos, ou não estudados, mas que ele
constatou serem fundamentais no processo
de amadurecimento pessoal. Ao longo dos
anos, muitos conceitos foram sendo elaborados por Winnicott a fim de explicitar o
material que foi sendo trazido à luz através
das suas pesquisas. O que se pretende
neste trabalho é fazer uma apresentação
do conceito de objeto subjetivo, destacando
alguns aspectos essenciais desse conceito
e buscar no relato do caso B algumas situações ilustrativas desse conceito.
Ricardo Muratori
Psicólogo, psicoterapeuta, com especializações em clínica da infância, pelo Grupo
de Estudos de Psiquiatria, Psicologia e
Psicoterapia da Infância – GEPPPI; em
desenvolvimento emocional infantil e na
metodologia da observação da relação mãe
-bebê, (modelo Esther Bick), pelo Centro
de Estudos da Relação Mãe-Bebê-Família;
Membro Regular e orientador de alunos do
Centro Winnicott de São Paulo; mestrando
em filosofia pela Unicamp.
[email protected]
O conceito de solidão em Winnicott
O trabalho debate o conceito de solidão em
Winnicott. A solidão é o resultado da quebra
de confiança nas relações de um mundo
globalizado mas imerso nas distorções da
busca por satisfação individual acarretando
dificuldades nos vínculos interpessoais. Na
clínica aparece como condição emocional
demonstrando as vicissitudes referentes
a vocação relacional da natureza humana.
Segundo Winnicott, na linha temporal do
Danit Zeava Falbel Pondé
Psicóloga (UPM), especialista em Psicologia
Hospitalar (H.I.A.E), psicanalista e pesquisadora da Sociedade Winnicott, mestre
em filosofia da psicanálise (Unicamp),
doutoranda em filosofia da psicanálise
(Unicamp), professora Centro Winnicott de
São Paulo e outros, professora convidada
MIS-SP, autora de O Conceito de Medo em
Winnicott (ed. DWW), autora de Cinema no
Divã, (ed. Leya, no prelo).
[email protected]
50
amadurecimento se conquista a capacidade
de se relacionar pessoalmente e de forma
afetiva através da sustentação do meio
facilitador, a mãe, depois o pai e entorno relacional. Discute-se dois conceitos: solidão
essencial e a capacidade de estar só.
O cuidado a partir da precariedade – o laço
e o “desenlaço” no acolhimento institucional de crianças
Este trabalho visa articular o pensamento de Donald Winnicott sobre o processo
de amadurecimento e o conceito de vida
precária de Judith Butler, a partir da trama
afetiva que se constitui entre educador e
criança no acolhimento institucional. Por
trama afetiva entendemos o emaranhado
de afetos das experiências de vida dos
envolvidos associadas ao que a instituição
mobiliza afetivamente. A identificação do
humano no outro nos escancara limitações
e desamparo, que causam horror, seguida da dependência e preocupação com o
outro. Como o cruzamento dos registros de
abandono dos educadores e das crianças
podem desumanizar o cuidado?
Mariana Peres Stucchi
Psicóloga e mestre pelo Departamento
de Psicologia do Desenvolvimento e da
Aprendizagem do Instituto de Psicologia
da USP, doutoranda pelo Departamento de
Psicologia Clínica da Universidade Católica
de Pernambuco, professora do curso de
Serviço Social da Faculdade Internacional
da Paraíba. Atuação profissional em CECO
e CAPSi da Prefeitura de Taboão da Serra,
no Projeto Quixote – com meninos na cracolândia em São Paulo, como coordenadora
do Projeto Fazendo Minha História nas casas de acolhimento de João Pessoa, além
de paralela atuação em clínica particular.
[email protected]
51
O desenvolvimento da capacidade de usar
objetos, observado durante a análise de uma
paciente psicótica
Com base na experiência obtida durante a
análise de uma paciente adulta com diagnóstico
de psicose, proponho-me a descrever e problematizar, nesta comunicação, um período crucial
do tratamento em que Gisela, no interior da
transferência analítica, começou a desenvolver
a capacidade de usar objetos. Após apresentar
certos pormenores significativos da infância
precoce da paciente, bem como alguns aspectos gerais da primeira fase de seu tratamento,
assinalo como uma falha analítica, ocorrida em
um momento avançado da análise, se revelou
como o ponto de partida de uma nova etapa do
processo. Ao descrever esta etapa, enfatizo os
manejos do setting analítico que utilizei com o
propósito de ofertar, a Gisela, as experiências de
sobrevivência do analista e da análise, sublinhando alguns resultados clínicos que pude
observar.
Ricardo Telles de Deus
Psicanalista; doutor em Psicologia
como Profissão e Ciência (PUC-Campinas); mestre em Psicologia Clínica
(PUC-SP); pós-graduado em Teoria
Psicanalítica (COGEAE/PUC-SP);
graduado em Psicologia (Mackenzie);
professor do Curso de Formação em
Psicanálise do Centro de Estudos
Psicanalíticos (CEP); editor associado
da seção Movimentos Literários da
Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental; coordenador
de Grupos de Estudo sobre a obra de
Winnicott; professor do Curso Winnicott e a Clínica Psicanalítica Contemporânea; supervisor clínico; professor
universitário.
ricardotellesdeus@hotmail.
com
O manejo em Winnicott: ao encontro das necessidades da clínica contemporânea
Este trabalho se desenvolve a partir da concepção de manejo na teoria winnicottiana. O tema
surgiu da necessidade de pensar o atendimento
clínico na atualidade, que pode exigir um cuidado terapêutico diverso do trabalho interpretativo
pautado nos moldes freudianos. Iniciaremos
com a apresentação de nossa concepção de
manejo, para então visualizá-lo no atendimento
a um paciente fronteiriço (borderline). Neste trabalho, tratamos do manejo como a uma questão
de ordem técnica e também como uma forma
particular de se conceber a clínica psicanalítica
na contemporaneidade.
Karin K. Prado Telles Farath
Psicóloga (2003), mestre (2006) e
doutora (2011) pela Faculdade de
Ciências e Letras de Assis - Unesp.
Docente na graduação em Psicologia (desde 2008) e na Universidade
Estadual Paulista - UNIP (desde 2011),
atualmente nas unidades de Alphaville, Vergueiro e Tatuapé. Psicóloga
clínica (desde 2005), atuando com
Psicoterapia Psicanalítica e Acompanhamento Terapêutico. Trabalhou por
cinco anos em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) como
psicóloga e coordenadora.
[email protected].
br
52
O passado, a esperança e o futuro: fragmentos
da tentativa de elaboração das experiências
infantis vividas por uma adolescente adotiva
Trata-se da tentativa de elaboração, durante
as sessões de análise, de uma adolescente
adotiva, da rejeição vivenciada com os seus
pais biológicos. Tal tentativa se deu através da
narrativa de experiências num jogo virtual no
qual foi possível reviver as situações traumáticas relacionadas à descontinuidade existencial
ocorrida nos primórdios do seu desenvolvimento emocional. Observou-se que o jogo virtual
aliado à experiência analítica, num ambiente
sentido como confiável, possibilitou a regressão
à dependência; movimento reparador das falhas
ambientais que facilitou a retomada do fluxo do
desenvolvimento. Pretende-se, portanto, tomar
o jogo virtual como uma ferramenta rica de significados e fundamental na elaboração psíquica
das vivências arcaicas da adolescente.
Maria Lucia Putini Barsuglia
Graduada em Psicologia (UNIP, 1990).
Psicóloga clínica desde 1990, atendendo crianças, adolescentes, adultos
e famílias. Formada psicanalista pelo
Instituto Sedes Sapientiae - Curso de
Formação em Psicanálise - ISS (2006).
Desde 2009 é integrante do Grupo de
Adoção e Parentalidade da Sociedade
Brasileira de Psicanálise de São Paulo
(SBPSP). Desde 2014 é mestranda
pelo Departamento de Psicologia
Clínica (USP). Tema de interesse:
as especificidades da regressão à
dependência, na clínica psicanalítica
com crianças adotivas - a busca pela
história de origem.
[email protected]
Ivonise Fernandes da Motta
O tempo, a transferência e a regressão a partir
de Winnicott
No texto: "Birth memories, Birth trauma and
Anxiety" de 1949, lido para a Sociedade Britânica de Psicanálise, Winnicott escreve: "Uma
das dificuldades de nossa técnica psicanalítica é saber, a cada momento, qual a idade do
paciente na relação transferencial." Nos parece
evidente a presença do aspecto temporal nesta
frase. Pretendemos com a presente comunicação, através dos conceitos-chave de regressão
e transferência, explicitar em que medida a
prática clinica winnicottiana está permeada pela
ideia de tempo.
Laura Mack Rates
Formada em psicologia (PUC-SP,
2007), mestre pelo departamento de
Psicologia Clinica (PUC-SP, 2011), sob
orientação do Prof. Dr. Alfredo Naffah
Neto, com a dissertação intitulada:
“Uma investigação da temporalidade
a partir de Winnicott”. Fez formação e trabalhou (2007-2011) como
terapeuta de grupo e individual no
Instituto A Casa, hospital especializado no tratamento de psicóticos
graves. Atualmente é doutoranda pela
Unicamp sob orientação do Prof. Dr.
Zeljko Loparic, com tese sobre Os
tempos em Winnicott e a temática
da regressão na clínica; membro do
53
Grupo de Pesquisa em Filosofia e
Práticas Psicoterápicas (FPP). Atende
em consultório particular.
[email protected]
“Olhar tudo como se fosse a primeira vez”: a
poética da infância em Manoel de Barros e a
capacidade de criar o mundo em Winnicott
Este trabalho diz respeito a uma poética da
infância em Manoel de Barros, eivada da
procura pelos cantos primeiros e pelas invenções. Propõe-se a dialogar com os conceitos do
brincar e da criatividade em Winnicott, os quais
são os precursores da experiência de viver
uma vida de modo criativo. O brincar enquanto
fruição da liberdade de criação e manifestação da criatividade favorece que o indivíduo
conquiste a capacidade de ser criativo, podendo
experimentar ser ele mesmo. Portanto, o diálogo
sobre o pensamento e a clínica de Winnicott em
interlocução com os poemas de Barros propicia
que se olhe o mundo como se fosse a primeira
vez, como se fosse inventado. Com base num
método de pesquisa teórico de cunho bibliográfico e com reflexões colhidas da narratividade
dos pacientes, especificamente com quadros de
falso self, apresenta-se este estudo.
Renata Lisboa Machado
Psicóloga. Especialista em Psicologia
em Cardiologia pelo Programa de
Residência Integrada em Saúde: RISC
- Fundação Universitária de Cardiologia - ICFUC/RS. Mestre em Psicologia Social e Institucional - PPGPSI/
UFRGS. Psicoterapeuta de Orientação
Psicanalítica pelo Instituto de Terapias
Integradas de Porto Alegre - ITIPOA/
RS. Doutoranda em Letras - Teoria da
Literatura - PPGL/PUCRS.
[email protected]
Reflexão, filiação e criatividade na trajetória
institucional do psicanalista contemporâneo
Trata-se de problematizar a forma como o psicanalista constrói uma trajetória em meio aos
horizontes institucionais de formação e pertencimento em psicanálise, tentando conciliar por
um lado seu potencial de pensamento criativo e
por outro lado manter-se em consonância com
os princípios e “regras da casa” do ambiente
em que circula. Mobilizar-se-á, nesse contexto,
Wilson Franco
Psicanalista e escritor, mestre e
doutorando em psicologia pelo IPUSP,
membro do Laboratório de Pesquisas
e Intervenções em Psicanálise do PSC/
IPUSP (psiA), autor de Autorização e
Angústia de Influência em Winnicott,
ed. Casa do Psicólogo e Gente só, ed.
Chiado.
[email protected]
54
o trabalho de Harold Bloom, crítico literário
que discute a angústia de influência, e imagens da literatura que operam no paradoxo
dentro-fora. A partir dessa problematização
referir-nos-emos a noções que têm sido
cunhadas para dar forma e destino a essa
discussão no contexto da própria psicanálise.
Daniel Kupermann
Professor doutor do Departamento de
Psicologia Clínica (USP), coordenador do
Laboratório de Pesquisas e Intervenções
Psicanalíticas (psiA), bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, psicanalista
membro da Formação Freudiana (RJ), autor
de vários artigos publicados em revistas
especializadas nacionais e estrangeiras e
dos livros Transferências cruzadas: uma
história da psicanálise e suas instituições
(ed. Escuta), Ousar rir: humor, criação e
psicanálise, e Presença sensível: cuidado
e criação na clínica psicanalítica, ambos
publicados pela ed. Civilização Brasileira.
Um lugar para o borderline em Winnicott
O paciente borderline é considerado exemplar da clínica contemporânea. Entretanto, a
falta de consenso em torno desta patologia
ainda é marcante e, consequentemente,
prejudicial ao tratamento desses indivíduos. Tomando como ponto de partida a
tese de André Green de que Winnicott é o
psicanalista do borderline, este trabalho,
de natureza teórica, objetivou compreender
de que fala Winnicott quando se refere ao
distúrbio borderline e qual o lugar que esta
patologia ocupa no seu modo de entender a
classificação diagnóstica. Isto porque, não
obstante a importância deste autor, suas
contribuições para este tema encontramse esparsas em sua obra e apresentadas
de forma nebulosa e ambígua. Ao final, a
proposta alcançada é a de que o borderline
ocupa um lugar dentro da categoria das
psicoses, porém distinta da esquizofrenia,
mas que engloba todas as patologias do
tipo falso self e do tipo esquizoide.
Sabrina Jacques
Mestra em psicologia pela PUC-Campinas, docente e supervisora de estágio na
Universidade Paulista, psicóloga voluntária
do ambulatório de Transtornos Somatoformes do Ipq-HCFMUSP e psicanalista em
consultório particular.
[email protected]
Leopoldo P. Fulgêncio Junior
55
Promoção
Centro de Lógica, Unicamp
Grupo de Pesquisa em Filosofia e Práticas Psicoterápicas da Unicamp
Centro Winnicott de São Paulo (CWSP)
Sociedade Winnicott (SBPW)
International Winnicott Association (IWA)
Coordenação
Elsa Oliveira Dias (SBPW, IWA)
Laura Dethiville (SPF, IWA)
Zeljko Loparic (PUCPR, Unicamp, SBPW, IWA)
Assistente de coordenação
Ariadne Alvarenga de Rezende Engelberg de Moraes (SBPW, IWA)
Daniela Guizzo (SBPW, IWA)
Gabriela Gálvan (SBPW, IWA)
Loris Notturni (IWA)
Comitê Científico
Alfredo Naffah Neto (PUC-SP, Brasil)
Antonio Coimbra de Matos (AP, Portugal)
Conceição Serralha (UFTM, Brasil)
Jean-Renaud Seba (Université de Liège, Bélgica)
Leticia Minhot (UNC, Córdoba, Argentina)
Ofra Eshel (IWA, Israel)
Patrick Guyomard (SPF, França)
René Roussillon (Université de Lyon, França)
Thanassis Hatzopoulos (Grécia)
Vincenzo Bonaminio (La Sapienza, Itália)
Coordenação executiva
Maria Luiza Castelo Branco
Secretaria
Iara Mattos
Informações
[email protected]
(11) 993.018.113 e (11) 3676-0635
56
sbpw.com.br
iwassociation.org