Media, Imigração e Minorias Étnicas II
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Media, Imigração e Minorias Étnicas II
MEDIA, IMIGRAÇÃO E MINORIAS ÉTNICAS II Media, Imigração e Minorias Étnicas II (1) Biblioteca Nacional - Catalogação na Publicação Cunha, Isabel Ferin, 1952 – e outro Media, Imigração e Minorias Étnicas, II Isabel Ferin Cunha, Clara Almeida Santos –(Observatório da Imigração: 19) ISBN 989-8000-21-X I – Santos. Clara Almeida CDU 316 314 P RO M OTO R O B S E R VATÓ R I O DA I M I G R AÇ ÃO w w w. o i . a c i m e . g ov. p t C O O R D E N A D O R DA C O L E C Ç ÃO P R O F. R O B E R T O C A R N E I R O [email protected] AU TO R E S ISABEL FERIN CUNHA CL ARA ALMEIDA SANTOS C O L A B O R AÇ ÃO C A T A R I N A V A L D I G E M E W I L LY S . F I L H O E D I Ç ÃO A LT O - C O M I S S A R I A D O P A R A A I M I G R A Ç Ã O E MINORIAS ÉTNICAS (ACIME) R UA Á LVA RO C O U T I N H O , N º 14 , 115 0 - 0 2 5 L I S B OA T E L E FO N E : ( 0 0 3 51 ) 218 10 6 10 0 FA X : ( 0 0 3 51 ) 218 10 6 117 E - M A I L : a c i m e @ a c i m e . g ov. p t E X E C U Ç ÃO G R Á F I CA A N TÓ N I O C O E L H O D I A S , S A P R I M E I R A E D I Ç ÃO 15 0 0 E X E M P L A R E S ISBN 9 8 9 - 8 0 0 0 - 21 - X D E P Ó S I TO L E G A L 211519 / 0 4 LISBOA, MARÇO 2006 (2) Media, Imigração e Minorias Étnicas II ÍNDICE NOTA DE ABERTURA 5 NOTA DO COORDENADOR 7 MEDIA, IMIGRAÇÃO E MINORIAS ÉTNICAS II 11 INTRODUÇÃO 13 CAPÍTULO I 15 1. AS AGENDAS QUE MARCARAM OS ACONTECIMENTOS 15 2. O CONTEXTO DOS MEDIA: A IMPRENSA E A TELEVISÃO 17 3. TENDÊNCIAS DA IMIGRAÇÃO E DO OLHAR SOBRE A IMIGRAÇÃO 20 4. ESTUDOS SOBRE OS MEDIA, AS MIGRAÇÕES E A ETNICIDADE 23 5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 27 CAPÍTULO II– IMPRENSA 32 1. ANÁLISE REFERENTE À FORMA 32 2. ANÁLISE REFERENTE AO CONTEÚDO 35 3. ANÁLISE REFERENTE AO DISCURSO 43 4. CRUZAMENTOS DE VAIRIÁVEIS POR JORNAL 45 5. RESULTADOS COMPARADOS 2003-2004 67 CAPÍTULO III – TELEVISÃO 73 1. ANÁLISE REFERENTE À FORMA 73 2. ANÁLISE REFERENTE AO CONTEÚDO 76 3. ANÁLISE REFERENTE AO DISCURSO 82 4. CRUZAMENTO DE VARIÁVEIS POR CANAL 83 5. RESULTADOS COMPARADOS 2003-2004 97 CONCLUSÕES 101 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (3) ANEXOS 111 IMPRENSA (QUADROS REFERENTES AO CAPÍTULO II) 113 TELEVISÃO (QUADROS REFERENTES AO CAPÍTULO III) 132 ESTUDO DE CASO I 162 REPRESENTAÇÕES DAS MINORIAS NO PRIME-TIME ESTUDO DE CASO II 174 REPRESENTAÇÕES DAS MINORIAS NOS JORNAIS TELEVISIVOS (4) ALGUMAS REFLEXÕES PARA O FUTURO 195 BIBLIOGRAFIA 197 Media, Imigração e Minorias Étnicas II NOTA DE ABERTURA Media e Imigração – Sinais positivos Nenhum outro tema, como Media e Imigração, foi tão estudado no âmbito do Observatório da Imigração. Com efeito, o presente estudo é já o terceiro, em anos consecutivos, que analisa detalhadamente a produção mediática ao longo de um ano, permitindo esta série, uma leitura longitudinal de tendências, que enriquece a análise, muito para além do que permitiria uma visão proporcionada exclusivamente por um corte no tempo. A relevância dada pelo OI a este tema não é, a nosso ver, desproporcionada. Num tempo profundamente marcado pela dinâmica mediática, que condiciona decisivamente a agenda política e num tema tão dependente da percepção que dele tem a opinião pública, torna-se essencial monitorizar, com persistência, a evolução dos discursos sobre imigração nos media. A dinâmica de acolhimento e integração de imigrantes está, em grande medida, dependente do efeito na opinião pública do discurso mediático. Uma abordagem mediática negativa - explícita ou implícita - do papel dos imigrantes em Portugal, influenciará decisivamente uma atitude de fechamento. E o inverso também é verdadeiro. A relevância deste facto decorre, desde logo, porque é na relação inter-pessoal e no contexto de proximidade que se joga uma atitude de maior ou menor hospitalidade para com o estrangeiro. Mas também porque no contexto de regimes democráticos, os governos, como é desejável, são muito sensíveis às suas opiniões públicas, enquanto cidadãos e eleitores. Por isso, o ciclo da tolerância, do bom acolhimento e da integração passa obrigatoriamente pelos media e pelo que reflectem sobre a imigração. Nesta perspectiva de uma análise longitudinal, a partir do estudo exaustivo realizado pela equipa coordenada pela Prof. Dra. Isabel Ferin, do Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de Coimbra, no quadro do Observatório da Imigração, Media, Imigração e Minorias Étnicas II (5) dirigido pelo Prof. Roberto Carneiro, registam-se avanços significativos. Por exemplo, embora o crime continue a ser o tema principal, verifica-se “o surgimento do imigrante também no papel de vítima” e o discurso tornou-se “mais neutro, com recurso a uma narrativa factual e a uma argumentação assertiva”. Por outro lado, verifica-se uma maior tendência para enquadrar “o crime entre os imigrantes e as minorias mais na óptica da exclusão social que da policial”. Ainda dentro dos aspectos positivos, as autoras do estudo sublinham “o aumento significativo de peças que abordam a temática Integração, principalmente na perspectiva cultural e religiosa”. Estes sinais positivos devem ser sublinhados e particularmente elogiados, pois se muitas vezes criticámos, é agora tempo de reconhecer os avanços. Ainda que permaneçam críticas a algumas abordagens negativas, os sinais positivos já sublinhados encorajam-nos a pensar que se poderá ir mais longe, sempre no respeito inquestionável pela liberdade de informação e pela isenção e rigor do jornalismo. Talvez seja possível, por exemplo, vir a verificar-se em estudos futuros que as notícias deixaram de referir o factor nacionalidade ou estatuto de imigrante, quando tal não constitui uma variável explicativa de um facto, como é evidente no caso de relatos de criminalidade. Um elogio final à equipa do Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de Coimbra que tem vindo a produzir um trabalho científico de elevada qualidade no domínio da análise dos media e, dessa forma, tem ajudado a sociedade portuguesa e, particularmente os seus media, a reflectirem sobre o trabalho desenvolvido na cobertura das temáticas da imigração. Este é um caminho a continuar. O ALTO COMISSÁRIO PARA A IMIGRAÇÃO E MINORIAS ÉTNICAS RUI MARQUES (6) Media, Imigração e Minorias Étnicas II NOTA DO COORDENADOR A hermenêutica do fenómeno imigratório está ferida de complexidade e de conjunturalidade, estando associada ainda a estereótipos socio-culturais (dimensão vertical) e a mecanismos de “contágio” (dimensão horizontal). Para complicar ainda mais a questão, verificam-se notórias dissociações entre as representações nacionais da emigração e da imigração comprovando que a “posicionalidade”, ou seja o lugar de onde se observa ou se sente a questão, forma a subjectividade com que se desenham os mapas mentais construídos a partir de factos aparentemente objectivos. Por isso, não são demais os estudos sobre os media bem como sobre as determinantes das representações que eles veiculam. Este é, nessa linha de raciocínio, o terceiro volume da colecção de Estudos do Observatório da Imigração dedicado ao tema. Enquanto o primeiro incidiu sobre a imprensa de carácter nacional e regional em 2001 e 2002, o segundo debruçou-se na imprensa e na televisão aberta em 2003. O presente estudo volta a recolher e a analisar um vasto corpus de imprensa e de televisão generalista em 2004, neste último caso incidente sobre o período do prime-time. Fruto da experiência acumulada ao longo dos anos, foi possível à equipa de investigação aperfeiçoar metodologicamente o trabalho de investigação corrigindo imprecisões detectadas em códigos anteriormente adoptados e acolhendo os ensinamentos decorrentes das dinâmicas das migrações em Portugal. Por um lado, a variável “Enquadramento” foi refinada com a introdução da modalidade “Enquadramento Factual” e a variável “Argumentação” viu-se enriquecida com a inserção da modalidade “Argumentação Assertiva”. Por outro lado, foram introduzidos novos indicadores nas variáveis de “Análise de Imprensa e Televisão”, com particular realce Media, Imigração e Minorias Étnicas II (7) para o âmbito ou local de acção, a situação jurídica do imigrante, a ocupação e os grupos etários. Igualmente se procedeu a uma mais adequada descrição de variáveis como a nacionalidade/etnia, os temas, os actores e as vozes. A robustez das conclusões da pesquisa vê-se assim sensivelmente fortalecida. Nessa exacta medida, Portugal começa a dispor de elementos densos de compreensão longitudinal da relação entre os media e a imigração neste início de século XXI, coincidindo com a emergência de um novo tempo na mobilidade das pessoas que elegem como destino preferencial o nosso território. A concentração de meios e de energia intelectual nesta área faz do nosso país um laboratório privilegiado de observação e de interpretação. Acresce a este aperfeiçoamento sistemático de metodologias a tentativa de cruzamento das representações dos media com as representações dos portugueses face aos imigrantes e minorias que são escrutinadas ao abrigo de uma outra série de pesquisas patrocinadas pelo Observatório da Imigração. De uma forma geral, regista-se uma evolução positiva na forma como os media abordam a imigração. Essa tendência positiva traduz-se no aumento significativo de peças que abordam a temática Integração, no enquadramento mais equilibrado da temática Crime entre imigrantes e minorias étnicas na perspectiva da exclusão social, e no tom mais Neutro e Factual com que se abordam as notícias que incidem sobre estas populações em detrimento da exploração do sensacionalismo. A estes resultados não serão alheias as estratégias de auto-regulação que foram aceites pela generalidade dos órgãos de comunicação social bem como o protagonismo institucional de agências responsáveis (entre as quais pontificam o ACIME e o SEF) cuja pedagogia social vai fazendo o seu caminho. (8) Media, Imigração e Minorias Étnicas II A circunstância de os registos mais frequentes serem transversos a diversos grupos denota também um novo patamar de maturidade jornalística, muito embora a comunidade brasileira continue a receber os favores da maior atenção, logo seguida pelas comunidades da Europa de Leste. Do mesmo passo, começam também a fazer-se notar outras comunidades cuja visibilidade era anteriormente muito baixa: a chinesa, vinculada a actividades comerciais, e a islâmica, associada a práticas religiosas. Concretizando a tendência já mencionada, no ano de 2004 verifica-se um decréscimo significativo dos enquadramentos policiais, das narrativas dramáticas e das argumentações securitárias. Enquanto na imprensa predominam as vozes institucionais, na televisão assumem papel dominante as vozes dos populares, especialistas e comunidades, confirmando um padrão que já se vinha delineando a partir dos estudos precedentes. A terminar, é de inteira justiça expressar novamente o nosso sentido reconhecimento às Doutora Isabel Férin Cunha e Clara Almeida Santos por mais este excelente contributo científico para o “desbravamento” de uma problemática que permaneceu durante demasiado tempo afastada da normal preocupação académica. Uma palavra idêntica de merecido apreço é devida aos comentadores que conferiram ainda maior brilho à discussão e á publicação do presente estudo. E porque o tema é inesgotável fica desde já anunciada a celebração de novo contrato com a equipa de investigação para prosseguir a investigação sobre a relação entre media, imigração e minorias étnicas por mais dois anos. ROBERTO CARNEIRO COORDENADOR DO OBSERVATÓRIO DA IMIGRAÇÃO DO ACIME Media, Imigração e Minorias Étnicas II (9) (10) Media, Imigração e Minorias Étnicas II MEDIA, IMIGRAÇÃO E MINORIAS ÉTNICAS II Media, Imigração e Minorias Étnicas II (11) (12) Media, Imigração e Minorias Étnicas II INTRODUÇÃO Este trabalho decorre do segundo ano de execução do Projecto Media, Imigração e Minorias Étnicas (2004), desenvolvido em parceria com o Alto Comissariado para a Imigração e as Minorias Étnicas e o Instituto de Estudos Jornalísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Participaram nesta pesquisa a Doutora Isabel Ferin Cunha, coordenadora do Projecto, e a bolseira Mestre Clara Almeida Santos. Esta publicação é constituída por três Capítulos (I, II e III), dois Estudos de Caso e uma Conclusão. No Capítulo I, faz-se uma contextualização dos dados recolhidos apresentando os grandes issues, nacionais e internacionais que, no Ano de 2004 constituíram matéria noticiosa. Segue-se um breve contexto da Imigração em Portugal tendo em conta estudos recentes e dados estatísticos disponíveis. No mesmo capítulo procede-se a um enquadramento teórico do tema Media, Migrações e Minorias Étnicas apresentando as correntes de investigação internacional mais importantes sobre esta matéria. No Capítulo II apresentam-se os dados relativos à Análise de Imprensa, tendo em conta, primeiramente, as frequências das variáveis e respectivos códigos e, em seguida, os resultados mais importantes dos cruzamentos entre variáveis. No Capítulo III, percorre-se o mesmo percurso para a análise dos dados de Televisão, apresentandose as frequências de cada uma das variáveis, seguidas dos cruzamentos de duas e três variáveis previamente seleccionadas. Na Conclusão são cotejados os resultados obtidos no ano de 2003 com os obtidos no ano de 2004, na imprensa e na televisão, avançando-se hipóteses e interpretações sobre os dados recolhidos. Em continuação, apresentam-se dois Estudos de Caso sobre a televisão, realizados no âmbito do Projecto TV e Imagens da Diferença .1 O primeiro estudo, elaborado pela Mestre Catarina Valdigem, intitulado Representações das Minorias 1 Projecto sedeado no Centro de Investigação Media e Jornalismo, em Lisboa, e financiado pela FCT/ FEDER, POCTI/COM/45553/2002 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (13) no prime-time Televisivo, incide sobre a totalidade do prime-time (19h às 22h 30m) nos canais generalistas e tem como objectivo analisar as representações dos grupos socialmente minoritários ou percebidos como tal, nomeadamente, ciganos, africanos, idosos e crianças. No segundo estudo, Representações das Minorias nos Jornais Televisivos , o Mestrando Willy S. Filho em co-autoria com Isabel Ferin Cunha, analisa a construção técnica de quatro peças tipo sobre a Imigração e as Minorias nos telejornais do prime-time . Por último, descrevem-se três estudos internacionais, no sentido de perspectivar cenários dos impactos da Imprensa e da Televisão na sociedade portuguesa, particularmente os potenciais efeitos de determinados conteúdos mediáticos e noticiosos nos públicos. (14) Media, Imigração e Minorias Étnicas II CAPÍTULO I Neste primeiro capítulo, contextualiza-se a análise da imprensa e da televisão, tal como se fez no ano anterior, tendo em conta as agendas noticiosas, bem como os dados relativos à Imigração e às Minorias Étnicas em Portugal no ano de 2004. Por último, e tendo em conta estudos e trabalhos que têm focado a relação entre os Media e as Migrações, faz-se uma breve revisão bibliográfica com o objectivo de enquadrar teoricamente a análise e os resultados. 1. AS AGENDAS QUE MARCARAM OS ACONTECIMENTOS Os acontecimentos, e a rapidez com que sucederam nos Media, durante o ano de 2004, constituíram em Portugal uma experiência singular. Pode-se considerar que este ano é constituído por duas fases, sendo que a primeira termina com o convite feito ao Primeiro Ministro Durão Barroso para assumir a presidência da Comunidade Europeia e a segunda coincide com a tomada de posse e governação do novo Primeiro Ministro indigitado, Pedro Santana Lopes. Até Julho, os Media, sobretudo a televisão, dão grande proeminência às temáticas nacionais «Economia/Finanças», «Emprego», «Produtividade», «Segurança Social» e «Desemprego» atribuindo grande protagonismo aos ministros das Finanças (Manuela Ferreira Leite) e da Segurança Social e do Trabalho (Bagão Félix). No entanto, as Agendas (na perspectiva da visibilidade espectacular conferida a determinados assuntos públicos) nacionais vão ser condicionadas fundamentalmente pelos escândalos – Julgamento e desdobramentos do Caso Casa Pia; Processo Farfalha, nos Açores; Apito Dourado – e pelos mega eventos, como o Rock in Rio Lisboa (Maio) e Euro 2004 (Junho e Julho). É, ainda, de salientar a proeminência conferida, em Janeiro, à morte em campo de um jogador do Benfica (Miklos Fehér) e às eleições, em Junho, para o Parlamento Europeu onde se destaca a morte do candidato socialista Sousa Franco. No fim do primeiro semestre Media, Imigração e Minorias Étnicas II (15) de 2004, o Euro 2004 irá tomar conta da imprensa e da televisão, congregando esperanças e patriotismo em torno da selecção nacional, dos jogadores e do treinador brasileiro. Contudo, ao nível da Agenda dos Media são muitos os acontecimentos internacionais que marcam, igualmente, este primeiro semestre. Entre aquelas que foram tematizados encontram-se os atentados terroristas em Madrid, em Março, e as eleições legislativas que levaram ao poder o líder socialista Rodriguez Zapatero, bem como as torturas perpetradas pelos militares americanos na prisão iraquiana de Abu Ghraib. 2 Utiliza-se o conceito de tabloidização nas notícias de televisão, no sentido de enfatizar as narrativas personalizadas, a informação mínima e os guiões de ‘estórias’ e os fait-divers, recorrendo-se a imagens e sequências de imagens dramatizadas com potencial impacto nas audiências. [Cfr. Bird, S.E. Audience Demands in a Murderous Market: tabloidization in US Television News. In Sparks, C. e Tulloch, J. (2000), Tabloid tales: global debates over media standards, Oxford:Rowman & Littlefield Publishers Inc, pp. 213-228]. 3 O conceito «espectacularização das notícias» compreende os dispositivos técnicos e cénicos de interactividade entre produção e recepção das notícias [ Cfr. Edelman, M. (1988), Constructing The Political Spectacle, Chicago: University of Chicago Press]. (16) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Em Julho, após a distensão que se segue ao fim do campeonato europeu de futebol, os temas de política interna adquirem novamente visibilidade quando o Primeiro Ministro Durão Barroso aceita presidir a Comissão Europeia e Pedro Santana Lopes toma posse (17 de Julho) como Primeiro Ministro, apesar de todas as suspeições que foram levantadas pelos diferentes quadrantes políticos, incluindo o PSD. As descoordenações existentes no interior do Governo Santana Lopes em matéria de comunicação política e a incapacidade do Primeiro Ministro em construir uma imagem credível e coerente com as suas funções de Estado vão agudizar as tendências de tabloidização 2 e espectacularização 3 presentes nos Media portugueses, não só relativamente à comunicação política como à informação em geral. É um ano em que a política nacional, nos e para os Media, adquire por excelência a forma de espectáculo. Esta realidade irá determinar a produção noticiosa na imprensa, rádio, televisão e blogosfera, gerando um conjunto de fenómenos novos no âmbito nacional. Entre estes fenómenos, assinalam-se as relações conflituosas entre o Poder Político e os grupos de interesses nos Media e Telecomunicações, pautadas pela assinatura de acordos de auto-regulação entre os sectores público e privado a operar na televisão, bem como pela tentativa do Governo condicionar a actuação dos meios de comunicação social na esfera da informação política (de que é exemplo o Caso Marcelo Rebelo de Sousa) através da proposta «Central de Informação», vetada pelo Presidente da Republica. No segundo semestre de 2004, salientam-se ainda as agendas referentes ao tema «Aborto» (Barco do Aborto, julgamentos de mulheres e discussões parlamentares), a eleição de José Sócrates para secretário-geral do Partido Socialista e de Jerónimo de Sousa para dirigente do PCP, os percalços associados à colocação de professores no início do ano escolar e as Eleições regionais na Madeira e nos Açores. Na esfera internacional, destaca-se a reeleição do Presidente Bush, a morte do Presidente da Autoridade Palestiniana Yasser Arafat, os constantes ataques terroristas no Iraque, o terror instalado na invasão de uma escola de Beslan, na Rússia, e a morte de Theo Van Gogh na Holanda. O ano termina com dois acontecimentos de grande impacto nos Media portugueses, o tsunami no sudoeste asiático e a vitória do candidato ucraniano Viktor Iuchenko, que irão ser tratados em consonância com os interesses das comunidades emigrada e imigrada. 2. O CONTEXTO DOS MEDIA: A IMPRENSA E A TELEVISÃO Para proceder a esta contextualização da imprensa e da televisão, utilizam-se as informações recolhidas e divulgada pela Marktest 4 que se encontram on-line ou em arquivo. Estes dados são importantes para se entender em que âmbito se realiza a análise dos dados recolhidos no Projecto Media, Imigração e Minorias Étnicas . 4 (http://www.marktest.pt/ produtos_servicos/Bareme_ Imprensa) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (17) Assim, segundo dados relativos ao primeiro semestre de 2004, a liderança dos diários continua a estar na posse do Jornal de Notícias, seguida de perto pelo Correio da Manhã, o Público e o Diário de Notícias. Na categoria dos semanários, o Expresso encontra-se em primeiro lugar, seguido da revista Visão. Num estudo relativo ao primeiro semestre de 2004 sobre os leitores dos jornais, publicado pela mesma empresa, da autoria de Helena Barbas, avançam-se os seguintes dados: 84% dos residentes no Continente, com mais de 15 anos, lêem jornais ou revistas; os títulos impressos são mais lidos pelos homens (88.6%) que por mulheres (79.8%); os mais jovens possuem maior índice de leitura que os mais idosos (mais de 95% dos que têm entre 15 e 34 anos costumam ler jornais e revistas); as classes mais altas, os quadros médios e superiores e os estudantes representam cerca de 90% dos leitores. Ainda a ter em conta que são as regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto que apresentam maior índice de leitura, seguindose o Litoral Norte e Centro. (18) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Os dados relativos à televisão mostram que o ano de 2004 trouxe algumas novidades, nomeadamente no que se refere aos canais públicos de sinal aberto, pois a RTP1 foi o canal que mais cresceu neste ano, saltando de uma audiência média de 0,9 para 27,7% ao ano.5 Este crescimento é conseguido, em parte, à custa das transmissões dos jogos do campeonato português de futebol e da exibição dos principais jogos do Euro 2004. No entanto, conforme estudo publicado pela Marktest, é a RTP1 que mais tempo dedica à informação ao emitir um total de 28 339 peças, o que significa mais de 882 horas de emissão, representando 33% do total das notícias passadas pelos quatro canais. Em segundo lugar, encontra-se a TVI, com 25 961 peças em mais de 769 horas de informação, representando 30,2% das notícias e 29,5% do tempo da informação televisiva. No entanto, apesar de estar em terceiro lugar no tempo disponibilizado e no número de peças informativas veiculadas (28.4% do total de notícias, 28.2% da duração), é na SIC que as notícias registam mais visibilidade, em função da sua audiência média.6 5 Madeira, M. SIC ganhou 2004 mas diminuiu vantagens sobre a concorrência, Público, Media, 4/01/05, p.34. 6 Pessoa, C. RTP1 foi o canal que dedicou mais tempo à informação em 2004, Público, Media, 13/01/05, p. 39. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (19) Esta contextualização permite situar com maior exactidão este Instrumento de Trabalho sobre os Media, a Imigração e as Minorias Étnicas e, simultaneamente, limitar o âmbito da análise realizada, pois esta investigação incidiu sobre um corpus de imprensa e televisão relativamente restrito. Deste modo, na imprensa, o corpus seleccionado permitiu a análise de 1 791 peças, enquanto na televisão restringiu-se aos três canais generalistas e às 319 peças identificadas sobre Media, Imigração e Minorias Étnicas nos telejornais do prime-time. Acresce que a produção nos Media sobre a temática em análise é muito vasta – assinale-se por exemplo, os programas de televisão Nós, na RTP2 – envolve outros meios de comunicação e visa, igualmente, públicos mais alargados. Assim, os resultados apresentados neste Instrumento de Trabalho devem ser entendidos como indicativos e exploratórios de um universo maior da informação noticiosa e da informação sobre as Migrações. 3. TENDÊNCIAS DA IMIGRAÇÃO E DO OLHAR SOBRE A IMIGRAÇÃO Neste item, apresentam-se alguns dados compilados pelo SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e divulgados posteriormente na imprensa, referentes à evolução da população migrante a residir em Portugal, bem como alguns resultados de estudos que permitirão uma melhor contextualização deste Instrumento de Trabalho. Nos dois quadros que se encontram em seguida, disponibilizado pelo SEF, no seu Relatório Anual, confirma-se que vivem legalmente, em Portugal, cerca de 446 178 estrangeiros, sendo que a estes se juntam 19 276 cidadãos, a maioria de nacionalidade brasileira (10 770) e ao abrigo do acordo Luso-Brasileiro, com vistos de trabalho concedidos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. A estes cidadãos reúnem-se ainda outros a quem foram concedidos 3 222 vistos de estudo e 3 396 de estadia temporária. O mesmo relatório do SEF adianta que, dos 446 178 imigrantes a viverem legalmente em Portugal, cerca de 262 523 possuíam autorização de residência e 183 665 autorização de permanência. Segundo os mesmos registos, a comunidade brasileira (20) Media, Imigração e Minorias Étnicas II seria a maior, com pouco mais de 77 000 cidadãos, seguida da ucraniana (66 048), da cabo-verdiana (63 887) e da angolana (34 995).7 Ano Residentes 1981 54.414 Aut. de permanência 54.414 Crescimento (%) 1982 58.674 58.674 7,82 1983 67.484 67.484 15,01 1984 73.365 73.365 8,71 1985 79.594 79.594 8,49 1986 86.982 86.982 9,28 1987 89.778 89.778 3,21 1988 94.694 94.694 5,47 1989 101.011 101.011 6,67 1990 107.767 107.767 6,68 1991 113.978 113.978 5,76 1992 123.612 123.612 8,45 1993 136.932 136.932 10,77 1994 157.073 157.073 14,70 1995 168.316 168.316 7,15 1996 172.912 172.912 2,73 1997 175.263 175.263 1,35 1998 178.137 178.137 1,63 1999 191.143 191.143 7,30 2000 207.607 207.607 8,61 2001 223.602 126.901 350.503 68,83 2002 238.944 47.657 413.502 7,67 2003 250.311 9.097 433.966 4,95 2004 262.523 446.178 2,81 Fonte: SEF 7 Existem 465.454 estrangeiros a residir em Portugal, Diário Digital/Lusa, 4/05/05 (http://diariodigital.sapo.pt) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (21) Quanto à situação de acolhimento dos imigrantes em Portugal, convém ter em conta duas realidades. Por um lado, um esforço institucionalizado – em órgãos governamentais, nomeadamente o ACIME,8 e em Organizações Não Governamentais (ONG) – com vista a promover as boas práticas de acolhimento e de integração. Por outro lado, os dados recolhidos em inquéritos e pesquisas sobre atitudes e comportamento dos portugueses apontam para indicadores de resistência à imigração.9 Corroborando esta afirmação estão alguns estudos apresentados por investigadores portugueses no âmbito de Projectos desenvolvidos em 2004. Deste modo, se há indicadores que apontam para a permanência de muitos estereótipos nas atitudes dos portugueses face à população 8 Cfr: Relatório de imigrante, e no relacionamento com estas comunidades,10 Actividades do Alto outros indicadores assinalam que a integração, por exemplo, Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas dos filhos de imigrantes africanos tende a realizar-se sobre(2002/2005), Lisboa, tudo entre aqueles que possuem nacionalidade portuguesa ACIME, 2005. 9 Eurobarómetro, Março e pertencem a classes médias ou altas. Em sequência desta 2003 (http://www.cijdelors. constatação o estudo encara o problema de convivência não pt/eurobarometro/ebs_168_ como um problema cultural, mas sim de «integração social exec.sum_en.pdf ); Inquérito Social Europeu, 2003 plena».11 (http://www.europeansocialsurvey.org/) ; Observatório Europeu dos Fenómenos Racistas e Xenófobos (www. eumc.eu.int). 10 Cfr: Lages, M., Policarpo, V., Marques, J.C., Matos, P. e António, J, (2005), Os imigrantes e a população portuguesa: imagens recíprocas, Lisboa: FCT/ACIME. 11 Cfr: Barata, A., Descendentes de imigrantes africanos não se sentem portugueses, Público, 29/05/05, onde se refere o estudo realizado pelo sociólogo F.L. Machado a mil jovens filhos de imigrantes africanos da região de Lisboa. (22) Media, Imigração e Minorias Étnicas II É evidente que, ao evocar esta dupla realidade, procura-se salientar um processo, ou uma aprendizagem social e política de convivência e integração, que se encontra em curso na sociedade portuguesa. Neste processo de aprendizagem estão inegavelmente os Media e, muito particularmente, os operadores e profissionais de televisão. A televisão, em função da matéria-prima «imagem» comporta um potencial imaginário que tanto pode contribuir para reforçar estereótipos, promover o silenciamento e a exclusão, como criar e desenvolver novas cidadanias e mundos simbólicos partilhados. Na sequência do anteriormente referido, torna-se importante para o estudo Media, Imigração e Minorias Étnicas per- ceber se há elementos na análise da imprensa e da televisão, efectuada no ano de 2004, que confirmem os seguintes dados avançados: os portugueses preferem os brasileiros para conviver, os imigrantes de Leste para trabalhar e dificilmente optam por se relacionar com os cidadãos de origem africana.12 Na mesma linha, é importante compreender se os dados (quantitativos/qualitativos) registados na análise da imprensa e da televisão apoiam as observações dos estudos citados anteriormente, ou se apontam para outros fenómenos. Assim, poder-se-ia confirmar a existência de indicadores, na análise de imprensa e de televisão, que apresentem os africanos como menos “competentes e cumpridores”, “menos educados” e “menos sérios”, associando-os à criminalidade, violência e tráfico de droga; os brasileiros “mais alegres”, de “trato fácil” e “facilmente integráveis”; os imigrantes de Leste como “mais competentes profissionais” e “concorrentes potenciais” no mercado de trabalho. Ou, pelo contrário, os dados compilados neste Instrumento de Trabalho apreendem fenómenos de outra natureza, nomeadamente políticos, sociológicos e culturais. 4. ESTUDOS SOBRE OS MEDIA, AS MIGRAÇÕES E A ETNICIDADE Neste campo, faz-se um esboço das tendências, na literatura internacional, que têm enquadrado teoricamente os estudos sobre Media, Imigração e Minorias Étnicas. Com este objectivo, elegem-se três tipos de abordagem fundados em paradigmas teóricos e conceptuais diferenciados. 4.1. O vocabulário e os discursos Na Europa, o primeiro conjunto de estudos funda-se na análise do vocabulário e na análise crítica do discurso procurando demonstrar a etnicização das relações sociais e a essencialização da Diferença.13 Estes estudos iniciam-se nos anos 70 tendo como corpus de análise a imprensa, mas alargaram-se à televisão nos anos 80. Na década de 70, o foco de análise 12 Felner, R.D. Imigrantes africanos são a comunidade de quem os portugueses menos gostam, Público, 23/03/2005. 13 Barats, C. (2001) Les mots de L’Immigration et l’ Etnicisation des rapports sociauz: les cas dés débats télévisés français sur l’immigration, Reseaux, 107: 149-179. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (23) discursiva esteve nos critérios de qualificação (geográficos, culturais, económicos, jurídicos ou físicos) do Outro. Nos anos 80, os mesmos estudos assinalaram o carácter policial das vicissitudes das Migrações, ao enfatizar práticas discursivas que ressaltavam a clandestinidade e a criminalidade. Nos anos 90 e no início do novo século, estes trabalhos identificam uma politização do tema, expressa nas sucessivas revisões das políticas de imigração e de integração, bem como nos discursos que relacionam as migrações com a globalização e novas formas de trabalho. Para além da análise do vocabulário, esta perspectiva teórica salienta a relação da linguagem com o poder e a dominação, e assume como objectivo disciplinar promover uma descrição detalhada das estratégias discursivas dominantes utilizadas nos Media e pelos Media, pois «as palavras não são neutras».14 Para os autores que trabalham segundo esta corrente, o Outro é uma construção discursiva exercida sobre aqueles que são percebidos como diferentes, noção que pode estender-se para além do conceito de grupo étnico.15 Ao mesmo tempo, são identificadas duas ordens de discurso e de acções enquanto factores de desigualdade e discriminação, uma ao nível micro, onde o discurso surge como uma forma de interacção directamente discriminatória e outra ao nível macro, nomeadamente nos Media e na Política, onde os géneros e ordens discursivas estão institucionalizadas e constituem objecto da Teoria Política.16 No seguimento destas observações, são identificadas categorias de distinção do Outro, fundadas em práticas discursivas de hierarquização de sentidos, pautadas por marcas utilizadas para criar distanciamento sobre o que é dito publicamente sobre o Outro, bem como formas de silenciamento e encobrimento da sua Voz, enquanto definidor primário da informação. 14 Fairclough, N. (1995), Media Discourse, Londres: Arnold, p. 6 15 Riggins, S.H., The Rhetoric of Othering. In Riggins, S. H., ed. (1997), The Language and Politics of Exlusion: others in Discourse, London: Sage, 1-29. 16 Milles, C.W. (1975), A Elite do Poder, Rio de Janeiro: Zahar. (24) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 4.2. A produção das notícias e os Media Um outro conjunto de estudos vai analisar a relação entre os Media, a Etnicidade e as Migrações a partir do campo dos Media e do Jornalismo. Estes trabalhos seguem duas orientações fundamentais: um conjunto de autores atribui os aspectos discriminatórios das notícias às rotinas das redacções e ao controlo social da produção da notícia; um outro grupo tende a assacar esses aspectos à visão empresarial dos Media, coadjuvada por procedimentos elitistas dos jornalistas. No primeiro grupo encontram-se aqueles que, tais como Molotch, Lester e Hall,17 atribuem os aspectos discriminatórios das notícias aos procedimentos utilizados, em consonância com categorias socialmente construídas, na identificação de acontecimentos e temas. Para estes 17 Cfr os textos de Molotch, autores, os Media, em função das suas rotinas e práticas de H. e Lester, M. News as Purposive Behaviour: On produção da notícia, socorrem-se preferencialmente de fontes the Strategic Use of Routine institucionais (definidores primários) relegando para segundo Events, accidents and Scandals. In Berkowitz, D. plano as fontes não estruturadas, integradas por cidadãos (1997), Social Meanings of comuns (definidores secundários). Através destas práticas, os News, London: Sage; Hall, Media tendem a reproduzir a visão dominante sobre os grupos S. C. Critcher, T. Jefferson, J. Clarke and B. Roberts étnicos (fomentando os estereótipos) e a seleccionar aconteci(1978), Policing The Crisis, mentos que irrompam a fronteira do consenso com base em London: Macmillan Press. Cfr. Os mesmos autores valores-notícia ancorados em estórias esquisitas, extraordináno manual dirigido por N. 18 rias, dramáticas, morais, humorísticas ou violentas. Traquina (1993), Jornalismo, O segundo conjunto de autores considera que o tratamento conferido aos grupos minoritários – que surgem normalmente como notícias em crimes ou em festivais musicais e culturais – aproxima-se do tratamento dispensado a outros grupos sociais fragilizados, pois o que está em questão são as forças de mercado que ditam as práticas de rotina e exigem grandes audiências para vender aos anunciantes.19 Nesta perspectiva, a matéria-prima «acontecimento» que envolve grupos minoritários tende a ser tratada como notícia leve (Soft News), através de dispositivos técnicos e cénicos que personalizam e dramatizam uma acção, tratada como uma novela desviante e fora do comum, mas ancorada em expectativas, temores e anseios sociais dominantes.20 Este tipo de tratamento tablóide das notícias tende a ser considerado nas democracias ocidentais como lesivo à cidadania,21 mas para alguns autores Questões, Teorias e «estórias», Lisboa: Vega. 18 Tulloch, J. Television and Black Britons. In Goodwin, A. and Whannel, G. (1987), Understanding Television, London: Routledge, pp. 141-152. 19 Kurpius, D.D. Sources and Civic Journalism: Changing Patterns of Reporting? Journalism & Mass Communication, 79/4: 853-863, 2002. 20 Jamieson, K. H. and K.K. Campbell (2000), The Interplay of Influence, Wadsworth: Thomson Inc. 21 Por exemplo autores como C. Sparks and P. Dahlgren (1992), Journalism and popular Culture, London: Sage. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (25) que defendem o conceito de audiências activas (isto é, audiências que constroem sentidos a partir das mensagens recebidas) a tabloidização é uma forma de quebrar a hegemonia do discurso politicamente correcto e repor o consenso popular sobre determinados temas.22 4.3. A cidadania construída Nos últimos anos, surgiu na Europa um conjunto de estudos apoiados em directivas internacionais, comunitárias e nacionais, que visa não só analisar as notícias mas também promover uma informação responsável sobre as Migrações e a Diferença étnica. Factores de ordem económica, demográfica e social têm levado ao crescimento dos fluxos migratórios na Europa, tanto no seu interior como em países terceiros. Neste contexto, os Media têm sido identificados como potenciais instrumentos de discriminação, mas também como 22 Bird, S. E. Audience poderosos aliados na construção de uma Europa multicultural Demands in a Murderous e aberta à Diferença. Market: tabloidization in U.S. Television News. In Sparks, C. and Tulloch, J. (2000), Tabloid Tales: global debates over media standards, Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, pp.213228. 23 Mattelart, A., Delcourt, X. e Mattelart, M. (1984), La culture contre la democratie? L’audiovisuel à l’heure transnationale, Paris: La Découverte. 24 Lerner, D. e Schramm, W. (1967), Comunicação e Mudança nos países em desenvolvimento, São Paulo: Melhoramentos; H. Schiller, H. I. (1976), O império Norte-Americano das Comunicações, Rio de Janeiro: Paz e Terra. (26) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Nos estudos anteriormente enunciados, a perspectiva teórica e a análise crítica constituíram a tónica dominante, enquanto nestes aqui referidos o acento estará nas acções a empreender após investigação. A genealogia desta corrente de pensamento e acção radica na concepção de serviço ao público e em trabalhos encomendados pela UNESCO, nos anos finais da década de 60, a investigadores franceses 23 e norte-americanos 24 que identificaram as assimetrias dos fluxos informacionais entre o Norte desenvolvido e o Sul em desenvolvimento. As conclusões destes trabalhos foram sistematizadas no Relatório McBride e as directivas nele apontadas nunca chegaram a ser implementadas. Nos finais dos anos oitenta, jornalistas e autores agregados em torno do Le Monde Diplomatique, deram expressão a uma nova tendência que se opunha à globalização american way of life e alertaram para a crescente concentração mundial dos sectores das Telecomunicações, Comunicações, Media, Publicidade, Indústrias Culturais e de Conteúdo, bem como para os perigos da sua hegemonia homogeneizadora. No final da mesma década, os Estados Unidos vêem surgir uma corrente de pensamento jornalístico, designada Jornalismo Cívico, que pretende demarcar-se da progressiva tendência empresarial dos Media norteamericanos, propondo o regresso das «boas práticas» ao jornalismo, a valorização da ética e a responsabilidade social na selecção e tratamento dos issues noticiosos.25 Estas tendências, em conjunto com as transformações demográficas e o crescimento dos fluxos de migrações na Europa, levaram organismos comunitários, nacionais e ONG, a desenvolver projectos de investigação e de investigação-acção sobre o papel dos Media nesta nova realidade. Os resultados obtidos nestes estudos vão apontar em duas direcções complementares. Primeiramente, torna-se evidente que é necessário aprofundar a especialização dos profissionais em áreas como as Migrações, Cidadania e Discriminação, ao mesmo tempo que lhes deve ser facilitada alternativas às rotinas profissionais. Por outro lado, torna-se necessário sensibilizar o mundo empresarial dos Media e promover a criação de pequenas empresas independentes, constituídas por cidadãos de diversas tendências e etnias, que possam fornecer serviços alternativos e complementares aos Grandes Media.26 5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Os resultados apresentados no II e III capítulos referem-se aos dados recolhidos na Imprensa e na Televisão, referentes aos imigrantes e às minorias, durante o ano de 2004. O corpus da Imprensa foi constituído, tal como no ano de 2003, por três jornais diários ( Público, Diário de Notícias e o Jornal de 25 Mesquita, M. e Traquina, N. (2003), Jornalismo Cívico, Lisboa: Livros Horizonte. 26 Cfr: por exemplo os trabalhos desenvolvidos em Espanha nesta linha: Peio Aierbe, Ismael Díaz, Raul Martiínez, Mikel Mazkiaran, Clara Pérez (2003), Análises de prensa 2002: Inmigración, racismo y xenofobia, San Sebastián:Centro de Estúdios y Documentación sobre racismo/xenofobia; Lorite Garcia, N. (2003), Tratamiento informativo de la inmigración en España: 2002. Madrid: Ministerio de Trabajo y Asuntos Sociales. 27 Considera-se imprensa de referência a imprensa de âmbito nacional, vocacionada para o tratamento de temas nacionais e internacionais, possuidora de um corpo estável de profissionais especializados, não vinculados a uma orientação partidária ou religiosa, cujo público se encontra predominantemente interessado na discussão e reflexão sobre a res pública. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (27) Notícias), dois semanários de referência27 (o Expresso e o Independente) e três diários populares 28 ( Correio da Manhã, A Capital e o 24 Horas). O corpus da Televisão incidiu sobre três canais generalistas, os dois privados (SIC e TVI) e o canal público RTP1 no período do prime-time.29 A recolha de peças da Imprensa fez-se através de consulta ao site da empresa Manchete, onde foi construída uma página de pesquisa especificamente orientada para o ACIME tendo em conta os filtros fornecidos por este organismo e pelas investigadoras deste projecto. A adopção desta metodologia de 28 Considera-se imprensa recolha de dados comporta algumas limitações, entre elas o popular a que está mais não se ter acesso físico ao suporte jornal, não sendo possível vocacionada para um público visualizar os espaços ocupados pelas grandes agendas e, menos exigente quanto à qualidade da informação e assim, ter uma perspectiva de correlação entre as diferentes mais interessado em abordatemáticas. No entanto, a empresa fornece uma máscara de gens de carácter emocional e espectacular. Cfr: Sparks, C. cada página, isto é um esquema gráfico, onde é localizada a e Tulloch, J. (2000),Tabloid peça seleccionada. Tales, Boston:Rowman & Littlefield Publishers (sobretudo o prefácio de Barbie Zelizer); Sparks, C. The Popular Press and Political Democracy In Scannell, P, Schlesinger, P. e Collin Sparks (1994), Culture and Power, London: Sage. 29 A opção pela análise do prime-time (20h-21h30m) nas três televisões fez-se tendo em conta que é o período diário em que os jornais televisivos alcançam maiores audiências, sendo que, potencialmente, as informações veiculadas poderão ter mais impacto. Não se analisou o canal A2 por ter sofrido uma intervenção directa do Governo e apresentar os seus jornais às 10h. (28) Media, Imigração e Minorias Étnicas II A recolha de peças nos três canais de televisão foi realizada pela mesma empresa, tendo igualmente em conta filtros fornecidos pelas investigadoras. É necessário salientar que esta metodologia de recolha de dados envolve, também, problemas metodológicos, pois apesar das peças virem identificadas por separadores e acompanhadas de uma breve descrição (horário de início e término, resumo, tempo de duração, posição no alinhamento) na verdade perde-se a ideia do fluxo do noticiário televisivo e das suas grandes agendas. Esta forma de registo impede, também, que a análise realizada neste trabalho estabeleça relações entre a totalidade dos noticiários do dia em cada canal, e entre todos os canais, bem como entre as diferentes peças emitidas por cada canal no jornal televisivo do prime-time. O tratamento dos dados recolhidos na imprensa e na televisão deu origem a duas bases de dados em SPSS ( Statistical Package for Social Sciences) construídas em função dos meios analisados, imprensa e televisão. Tal como no ano de 2003, as duas bases integraram 25 variáveis agrupadas em função dos dados recolhidos referentes à Forma, ao Conteúdo e ao Discurso. O primeiro grupo de variáveis fundamenta-se nas Teorias dos Media e do Jornalismo,30 as variáveis de Conteúdo têm na sua origem os Estudos sobre as Migrações e as Minorias Étnicas,31 enquanto as variáveis do Discurso se fundamentam nas Teorias da Análise do Discurso.32 Relativamente ao ano anterior foram introduzidas algumas alterações nos valores atribuídos aos códigos, ou indicadores, em função dos dados provenientes das dinâmicas das Migrações e por se ter constatado algumas imprecisões na definição dos códigos adoptados. As alterações mais significativas deram-se na variável Enquadramento (Var14), com a introdução da modalidade Enquadramento Factual (identificada com o tipo de 30 Na identificação das variáveis de Forma foram tidas em conta as seguintes obras: Berkwowitz, D. (1997), Social Meanings of News, London: Sage;Casey, B e al. (2002), Television Studies: the Key Concepts, London: Routledge; Cohen, S. and J. Young (eds) (1973), The Manufacture of News, Londres: Constable; Holland, P. (1997), The Television Handbook, London: Routledge; Goodwin, A. e Whannel, G. (1997), Understanding Television, London: Routledge; Kunczik, M. (1988), Conceitos de Jornalismo, São Paulo: Edusp; Patterson, T.E. (2003), Tendências do jornalismo contemporâneo: estarão as notícias leves e o jornalismo crítico a enfraquecer a Democracia? In Revista Media e Jornalismo, 2:19-47; Schudson, M. (1995), The Power of News, Cambridge: Harvard University Press; Traquina, N. (1993), Jornalismo, Questões, Teorias, ‘Estórias’, Lisboa:Vega; Tuchman, G. As notícias como realidade construída. In Esteves, J.P. (2001) Comunicação e Sociedade, Lisboa: Horizonte. 31 Na identificação das variáveis de Conteúdo foram consideradas os estudos publicados pelo ACIME durante o ano de 2004, nomeadamente os textos do I Congresso Imigração em Portugal: Diversidade, Cidadania e Integração, realizado em 18/19 de 2003; Baganha, M.I. e Marques, J.C. (2001), Imigração e Política: o caso português, Lisboa: Fundação LusoAmericana; Bastos, J.G. e Bastos, S.P. (1999), Portugal Multicultural, Lisboa: Fim de Século; Cádima, R. e Figueiredo, A. (2003), Representações (Imagens) dos Imigrantes e das Minorias étnicas nos Media, Lisboa, ACIME; Ferin Cunha, I. e al. (2002), Media e Discriminação: um estudo exploratório do caso português, Revista Obercom, 5: 27-38; Lages, M. e Policarpo, V. (2003), Atitudes e Valores perante a Imigração, Lisboa, ACIME; Miranda, J. (2002), A Identidade Nacional: Do Mito ao sentido Estratégico, Oeiras: Celta; Pires, R. Pena (2003), Migrações e Integração, Oeiras: Celta; Vala, J., Brito, R., Lopes, D. (1999), Expressões dos racismos em Portugal, Lisboa: ICS. 32 Na identificação das variáveis do Discurso foram considerados os seguintes textos: Carneiro, A.D. (1996), O Discurso da Mídia, Rio de Janeiro: Oficina do Autor; Fairclough, N. (1992), Discouse and Social Change, Cambridge: University Press; Fowler, R. (1991), Language in the News: Discourse and Ideology in The Press, London: Routledge; Pedro, E. R. (1997), Análise Crítica do Discurso, Lisboa: Caminho; Rebelo, J. (2000), O Discurso do Jornal, Lisboa: Editorial Notícias. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (29) narrativa fundada em dados objectivos) e na variável Argumentação (Var16) com a inserção da modalidade Argumentação Assertiva (traduzida por enunciados de verdade baseados em dados recolhidos e confirmados por uma autoridade). A inclusão destes dois indicadores, nas respectivas variáveis, tornou possível uma análise mais fina do discurso, bem como perceber algumas diferenças subtis operadas do ano de 2003 para 2004. Foram ainda introduzidos novos indicadores nas variáveis da Análise de Imprensa e Televisão, por se terem verificado imprecisões no Relatório de 2003. Nesta perspectiva, salientam-se as redefinições dos indicadores de diferentes variáveis, como por exemplo daqueles que se referem ao âmbito ou local de acção (Var8), 33 dos que identificam a situação jurídica do imigrante (Var9), 34 a ocupação (Var13) 35 e grupos etários abordados (Var22).36 Em outras variáveis, procurou-se incluir indicadores que espelhassem a realidade das Migrações, nomeadamente a nacionalidade ou etnia (Var10),37 os temas (Var11 e Var12),38 os actores mais focados ou nomeados (Var17 e Var18) e respectivas vozes (Var19, Var20 e Var21).39 A exposição dos resultados relativos a cada meio de comunicação obedece, este ano, igualmente, a critérios diferentes. Assim, para além das frequências por variáveis e seus indicadores, apresentam-se os resultados derivados de cruzamentos de duas e três variáveis. Estes cruzamentos procuram comprovar, se para além dos conteúdos, ou temas tratados, houve alteração na sua forma de tratamento. 33 Na Var8, Âmbito ou Local de Acção a modalidade «Sul» foi substituída por «Centro», seguiu-se a introdução do indicador «Inglaterra» e «Espanha» e a supressão das anteriores modalidades «Outro País» e «Países de Leste». 34 Na Var9 foram incluídos os seguintes indicadores: «Residência» e «Titulares de vistos». 35 NaVar13 foram inseridos os indicadores «Prostituição» e «Jogadores» e suprimido o indicador «Obras Públicas» por se ter constatado que se sobrepunha a «Construção Civil». 36 Foi retirado o indicador «Jovem Adulto» e revisto o conceito de adolescente «Adolescente:13-19» 37 Na Var10, Objecto2 foram inseridas as modalidades «2ªs Gerações» e «Romenos» 38 Nestas variáveis foram acrescentadas as modalidades «Desemprego», «Estatística», «Naturalização», «Saúde» e «Discriminação», sendo que esta última veio substituir a modalidade «Racismo». 39 Nestas variáveis foram inseridos os indicadores «Embaixadas», «Especialistas», «Organismos Internacionais» e «2as Gerações». (30) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Os procedimentos metodológicos seguidos nos Estudos de Caso I e II, respectivamente, Representações das minorias no prime-time televisivo , e Representações das minorias nos jornais televisivos , serão abordados separadamente em cada Estudo. Assinala-se, no entanto, que no primeiro Estudo de Caso foram utilizadas bases de análise de conteúdos das imagens em SPSS, diferenciadas em função dos géneros televisivos (Informação, Publicidade, Entretenimento e Ficção). Em cada base de análise dos géneros indicados identificaram-se variáveis e categorias de análise de forma, conteúdo e discurso, comuns e outras diversas e ajustadas à natureza dos géneros. No segundo Estudo de Caso, Representações das minorias nos jornais televisivos , foram utilizados instrumentos de análise de edição de imagem e categorias advindas das Teorias do Jornalismo. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (31) CAPÍTULO II – IMPRENSA CL ARA ALMEIDA SANTOS Neste segundo Capítulo apresentam-se os resultados da aplicação das variáveis de Forma, Conteúdo e Discurso, referentes à Imprensa, tendo em conta o corpus analisado, três jornais diários ( Público, Diário de Notícias e o Jornal de Notícias), dois semanários de referência (o Expresso e o Independente) e três diários populares ( Correio da Manhã, A Capital e o 24 Horas). 1. ANÁLISE REFERENTE À FORMA Estes dados referem-se às variáveis Identificação (Var1), Jornal (Var2), Autor (Var3), Data (Var4), Dia da Semana (Var5), Espaço (Var6), Secção (Var7), Tipo de Peça (Var8), Fotografia (Var25) e Tipologia do jornal (Var26). Por não serem relevantes, neste contexto, não serão apresentados os dados referentes às variáveis Identificação, Dia da Semana e Autor. JORNAL (32) Frequência Percentagem Público 318 17,8 DN 260 14,5 JN 400 22,3 Expresso 51 2,8 Independente 18 1,0 CM 395 22,1 Capital 185 10,3 24 H 164 9,2 Total 1791 100,0 Media, Imigração e Minorias Étnicas II Em 2004, o Jornal de Notícias foi o periódico que mais peças publicou acerca do macro-tema da imigração, com um total de 400 peças, correspondendo a 22,3 por cento do total de peças publicadas nos oito jornais em análise. Este valor é seguido de muito perto pelo Correio da Manhã, que publicou 395 peças, que representam 22,1 por cento do total registado em 2004. DATA Frequência Percentagem Janeiro 251 14,0 Fevereiro 155 8,7 Março 176 9,8 Abril 137 7,6 Maio 148 8,3 Junho 152 8,5 Julho 142 7,9 Agosto 104 5,8 Setembro 155 8,7 Outubro 116 6,5 Novembro 135 7,5 Dezembro 120 6,7 Total 1791 100,0 Frequência Percentagem 1 ou 2 parágrafos 494 27,6 1:8 página 379 21,2 Janeiro destaca-se claramento como o mês em que foram publicadas mais peças sobre imigração nos jornais analisados, com 250 peças (24 por cento). A distribução ao longo do ano é mais ou menos equitativa (entre 6,5 e 9,8 por cento em cada mês), à excepção de Agosto, em que se registam apenas 104 peças, correspondendo a 5,8 por cento do total. ESPAÇO 1:4 página 420 23,5 1:2 página 316 17,6 3:4 página 99 5,5 1 página 62 3,5 1 página 1:2 5 0,3 2 páginas 9 0,5 + 2 páginas 6 0,3 Outro 1 0,1 Total 1791 100,0 A maior parte das peças analisadas (27,6 por cento, correspondendo a 494 peças) apresenta 1 ou 2 parágrafos. Se juntarmos os valores dos três tipos de peças mais curtas (1 ou 2 parágrafos, 1/8 de página e _ de página) verificamos que elas perfazem um total de 1293 peças, ou seja, 72,3 por cento das peças analisadas. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (33) SECÇÃO Frequência Percentagem chamada 5 0,3 sociedade 1181 65,9 cultura 13 0,7 economia 8 0,4 política 51 2,8 destaque 63 3,5 nacional 244 13,6 Local 105 5,9 Últ. página 50 2,8 suplemento 16 0,9 internacional 29 1,6 opinião 20 1,1 Outra 6 0,3 Total 1791 100,0 Frequência Percentagem 28 1,6 reportagem 219 12,2 notícia 922 51,5 Breve 434 24,2 opinião 38 2,1 editorial 5 0,3 comentário 9 0,5 Caixa 136 7,6 Total 1791 100,0 A secção Sociedade é a que acolhe um maior número de peças – 1181 – ou seja, 65,9 por cento do total. De registar ainda o número de peças que surge na secção Nacional – 244, correspondendo a 13,6 por cento das peças. Um número também considerável é o que diz respeito à secção que se designou como Destaque, onde surgem 63 peças (3,5 por cento). TIPO DA PEÇA entrevista (34) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Mais de metade das peças analisadas corresponde ao género jornalístico notícia (922 peças, 51,5 por cento). A notícia breve é a segunda mais representada, mas já a uma distância considerável, perfazendo 434 peças (24,2 por cento). Em terceiro lugar surge um género que corresponde a peças de maior fôlego – a reportagem, com 219 ocorrências, representando 12,2 por cento do total. FOTOGRAFIA Frequência Percentagem Percentagem válida Fotografia até 1:4 página 515 28,8 64,4 Fotografia até 1:2 pág 249 13,9 31,1 Gráficos 2 ,1 ,3 Misto 15 ,8 1,9 Outro 19 1,1 2,4 100,0 Total 800 44,7 Missing 991 55,3 Total 1791 100,0 Apenas 800 peças são ilustradas com fotografias ou gráficos, o que perfaz 44,7 por cento do total da amostra. Dentro deste universo, o maior destaque vai para as fotografias que ocupam até _ da página, o que acontece em 515 peças (64,4 por cento do total de peças com ilustração). 2. ANÁLISE REFERENTE AO CONTEÚDO Estes dados referem-se às variáveis Local Geográfico (Var9), Objecto 1 – Imigração (Var10), Objecto 2 – Minoria (Var11) , Tema 1 (Var12), Tema 2 (Var13), Ocupação (Var14), Personalização 1 (Var18), Personalização 2 (Var19), Idade (Var23) e Género (Var24). LOCAL GEOGRÁFICO Frequência Percentagem Percentagem válida Grande Porto 67 3,7 3,8 Grande Lisboa 404 22,6 22,9 Centro 137 7,6 7,8 Alentejo 63 3,5 3,6 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (35) Frequência Percentagem Percentagem válida Norte 127 7,1 7,2 Interior 80 4,5 4,5 Algarve 66 3,7 3,7 Regiões Autónomas 12 ,7 0,7 Amadora 21 1,2 1,2 Loures 17 0,9 1,0 Oeiras 6 0,3 0,3 Setúbal 37 2,1 2,1 Portugal 590 32,9 33,4 UE 122 6,8 6,9 Espanha 1 0,1 0,1 Outro país 11 0,6 0,6 Vários 4 0,2 0,2 100,0 Total 1765 98,5 Missing 26 1,5 Total 1791 100,0 Nas peças em que é identificado o local geográfico (e que são 1765, correspondendo a 98,5 por cento do total), o destaque vai para as peças de âmbito nacional – 590, representando 33,4 por cento das peças em que é referida a localização. Segue-se a região da Grande Lisboa, com 404 peças, correspondendo a 22,9 por cento das peças. Se a este valor adicionarmos as peças em que é referida a localização mais específica e esta corresponde também à Área Metropolitana de Lisboa (Amadora, Loures e Oeiras) de considerar a existência de 448 peças, ou seja, 25,4 por cento do total. De salientar ainda a terceira ocorrência mais significativa – a da região Centro, com 137 peças (7,8 por cento). (36) Media, Imigração e Minorias Étnicas II IMIGRAÇÃO ( SITUAÇÃO JURÍDICA) Frequência Percentagem Percentagem válida Residência 124 6,9 17,7 Autorização de Permanência 34 1,9 4,9 Titulares de vistos 12 ,7 1,7 Indocumentados e ilegais 471 26,3 67,3 Asilados, refugiados e apátridas 33 1,8 4,7 Outro 11 ,6 1,6 Vários 15 ,8 2,1 100,0 Total 700 39,1 Missing 1091 60,9 Total 1791 100,0 As peças em que é possível descortinar o tipo de imigração em questão encontram-se em menor número do que as que não têm qualquer referência a este respeito (700 para 1091). Naquelas em que o tipo de imigração é identificado (ou identificável), o caso mais frequente é o dos imigrantes indocumentados ou ilegais (471 peças, correspondendo a 67,3 por cento das peças em que o tipo de imigração é referido). Seguem-se os residentes, identificados em 124 peças (17,7 por cento) e em terceiro lugar encontram-se os asilados, refugiados ou apátridas (33 peças, 4,7 por cento). MINORIAS Frequência Percentagem Percentagem válida Africanos 45 2,5 3,7 Angolanos 32 1,8 2,6 Brasileiros 217 12,1 17,9 Cabo-Verdianos 20 1,1 1,6 Chineses 27 1,5 2,2 Cidad. País Leste 114 6,4 9,4 Ciganos 86 4,8 7,1 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (37) Guineenses Frequência Percentagem Percentagem válida 7 ,4 ,6 Indianos 13 ,7 1,1 Magrebinos 25 1,4 2,1 Moçambicanos 1 ,1 ,1 Moldavos 20 1,1 1,6 Paquistaneses 2 ,1 ,2 Russos 13 ,7 1,1 S. Tomenses 1 ,1 ,1 Ucranianos 158 8,8 13,0 Várias 258 14,4 21,2 Islâmicos 32 1,8 2,6 2ªs gerações 26 1,5 2,1 Romenos 65 3,6 5,3 Outra 53 3,0 4,4 Total 1215 67,8 100,0 Missing 576 32,2 Total 1791 100,0 Ao fazer a análise das minorias (nacionalidades e etnias) identificadas nas notícias (o que acontece em 1215 peças, 67,8 por cento do total de peças recolhidas), constata-se que 258 peças (21,2 por cento daquelas em que se faz referência à etnia ou nacionalidade) referem-se a várias minorias. Isoladamente, a comunidade mais referida é a Brasileira (217 peças, 17,9 por cento), seguindo-se a comunidade Ucraniana (158 peças, 13 por cento). Se juntarmos os dados referentes a todos os nacionais de países considerados de Leste, regista-se um total de 370 peças, o que ultrapassa o resultado obtido pela modalidade Várias, correspondendo a 30,5 por cento do total de peças. (38) Media, Imigração e Minorias Étnicas II TEMA Frequência Percentagem no total de temas Percentagem no total de peças Acidentes/Incidentes 73 2,8 4,1 Agenda 100 3,9 5,6 Terrorismo 11 0,4 0,6 Clandestinidade 219 8,4 12,2 Condições Sociais 75 2,9 4,2 Crime 349 13,4 19,5 Desemprego 12 0,4 0,7 Educação 24 0,9 1,3 Exploração 28 1,1 1,6 Expulsão 71 2,7 4,0 Habitação 41 1,6 2,3 Legalização 162 6,2 9,1 Máfia 23 0,9 1,3 Economia 20 0,8 1,1 Prostituição 104 4,0 5,8 Reagrupamento 9 0,3 0,5 Religião 17 0,7 1,0 Sem Abrigo 8 0,3 0,4 Saúde 21 0,8 1,2 Trabalho 183 7,0 10,2 Violência 61 2,3 3,4 Cultura 55 2,1 3,1 Naturalização 20 0,8 1,1 Legislação 152 5,9 8,5 Discriminação 122 4,7 6,8 Estatística 107 4,1 6,0 Segurança 92 3,5 5,1 Integração 255 9,8 14,3 SEF 36 1,4 2,0 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (39) Estudos sobre imigração Frequência Percentagem no total de temas Percentagem no total de peças 74 2,9 4,1 Outro 72 2,8 4,0 Total 2596 2596 1791 O tema mais frequente nas peças recolhidas em 2004 é o Crime, com 349 peças (13,4 por cento do total dos temas e 19,5 por cento do total das peças). Seguese o tema da Integração (com 255 peças, correspondendo a 9,8 por cento do total dos temas e 14,3 por cento do total das peças). Em terceiro lugar surge a Clandestinidade, com 219 peças, perfazendo 8,4 por cento do total de peças e 12,2 por cento do total de temas. Acima das 100 peças encontramos um número significativo de temas – Trabalho (183), Legalização (162), Legislação (152), Discriminação (122), Estatística (107), Prostituição (104) e Agenda (100). Para uma leitura menos dispersiva, procedeu-se ao agrupamento dos resultados em cinco campos semânticos (o mesmo será feito relativamente à análise de televisão). O primeiro campo semântico agrupa as modalidades do campo Transgressão Social (Crime, Exploração, Máfia, Prostituição e Violência) que apresenta 565 peças num total de 2596 temas, o que corresponde a 21,8 por cento deste último valor. O segundo grupo reúne as modalidades do campo Estado/Governo (Expulsão, Legalização, Legislação, Naturalização, SEF, Segurança e Terrorismo) com 544 registos (21,0 por cento). O terceiro campo situa-se na esfera Sociográfica (Clandestinidade, Condições Sociais, Desemprego, Discriminação, Educação, Economia, Habitação, Trabalho, Sem Abrigo e Saúde) e está representado com 725 registos (27,9 por cento dos temas), enquanto o quarto grupo envolve o campo das Políticas Inclusivas (Cultura, Integração, Reagrupamento, Religião 40) apresenta 336 registos (12,9 por cento). Poderemos, ainda, considerar um último grupo campo das Rotinas dos Media, constituído pelas modalidades Acidentes/Incidentes, Agendas, Estatísticas e Estudos sobre Imigração, que somam 354 regis40 O valor Religião foi intetos, correspondendo a 13,6 por cento dos temas. grado no campo semântico Políticas Inclusivas por estar tratado nas peças analisadas segundo essa perspectiva. (40) Media, Imigração e Minorias Étnicas II OCUPAÇÃO Frequência Percentagem Percentagem válida Desemprego 36 2,0 8,3 Construção civil 51 2,8 11,8 Profissões Não Qualificadas 78 4,4 18,0 Profissões Qualificadas 52 2,9 12,0 Serviços 34 1,9 7,8 Jogadores 16 ,9 3,7 Prostituição 123 6,9 28,3 Outra 19 1,1 4,4 Várias 25 1,4 5,8 100,0 Total 434 24,2 Missing 1357 75,8 Total 1791 100,0 A profissão mais referida (embora a ocupação seja mencionada em apenas 24,3 por cento das peças analisadas) é a Prostituição (123 peças; 28,3 por cento no total de profissões identificadas). Seguem-se as Profissões não Qualificadas, com 78 peças (18 por cento) e, em terceiro lugar, surgem as Profissões Qualificadas (52 peças; 12 por cento do total). PERSONALIZAÇÃO Frequência Percentagem no total de peças Percentagem no total de actores Estado 34 2,1 1,4 Governo 316 19,7 13,0 PP 7 0,4 0,3 PS 5 0,3 0,2 PSD 5 O,3 0,2 PCP 11 0,7 0,5 BE 1 0,1 0,04 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (41) Partidos Frequência Percentagem no total de peças Percentagem no total de actores 34 2,1 1,4 PSP 141 8,8 5,8 GNR 154 9,6 6,4 PJ 84 52 3,5 Forças de segurança 81 5,0 3,3 Igrejas 52 3,2 2,1 EU 59 3,7 2,4 SEF 383 23,8 15,8 ACIME 113 7,0 4,7 IDICT 16 1,0 0,7 Sindicatos 20 1,2 0,8 Embaixadas 20 1,2 0,8 Assoc. Imigrantes 106 6,6 4,4 Skinheads 7 0,4 0,3 SOS Racismo 23 1,4 0,9 Autarquias 99 6,2 4,1 Tribunais 140 0,9 5,8 ONG 102 6,3 4,2 Empresários 79 5,0 3,3 Especialistas 98 6,1 4,0 Populares 88 5,5 3,6 Políticos internacionais 40 2,5 1,7 Organismos internacionais 34 2,1 1,4 Outros 62 3,9 2,6 Total 1607 2414 Nos actores identificados nas peças (1607, correspondendo a 89,7 por cento do corpus de análise), destacam-se o SEF (383 peças), Governo (316) e GNR (154). Se somarmos as forças de segurança (GNR, PSP, PJ, Forças de Segurança e SEF) obtemos um significativo total de 843 peças, valor que representa 52,5 por cento do total de actores identificados e 47,1por cento do total de peças. (42) Media, Imigração e Minorias Étnicas II IDADE Frequência Percentagem Percentagem válida Até 12 anos 21 1,2 3,3 13-19 anos 33 1,8 5,2 Adulto 424 23,7 67,2 Misto 153 8,5 24,2 Total 631 35,2 100,0 System 1160 64,8 Total 1791 100,0 A idade mais referida é a Adulta, em 424 peças (67,2 por cento das peças em que é identificável a idade dos imigrantes). Segue-se a modalidade Mista, com 153 peças, correspondendo a 24,2 por cento do total. GÉNERO Frequência Percentagem Percentagem válida Feminino 206 11,5 27,4 Masculino 358 20,0 47,7 Misto 187 10,4 24,9 Total 751 41,9 100,0 System 1040 58,1 Total 1791 100,0 O género masculino ( 358 peças; 47,7 por cento do total) é o mais referido nas peças em que esta variável é identificada, o que só acontece em 751 peças, ou seja, em 41,9 por cento da amostra. 3. ANÁLISE REFERENTE AO DISCURSO Estes dados referem-se à aplicação das variáveis de Discurso: Enquadramento (Var15), Tom (Var16), Argumentação (Var17), Vozes 1 (Var21), Vozes 2 (Var22) e Vozes 3 (Var23). Media, Imigração e Minorias Étnicas II (43) ENQUADRAMENTO Frequência Percentagem Alegórico 108 6,0 Dramático 45 2,5 Épico 26 1,5 Irónico 25 1,4 Moral 60 3,4 Policial 409 22,8 Factual 1113 62,1 Outra 5 ,3 Total 1791 100,0 Relativamente ao enquadramento das peças, destaca-se claramente a narrativa Factual, com 1113 peças, correspondendo a 62,1 por cento do total. Segue-se a narrativa Policial, com 409 peças (22,8 por cento do total). O enquadramento Alegórico foi identificado em 108 peças, correspondendo a 6 por cento do total. Os restantes tipos de narrativa são pouco significativos, residuais mesmo. TOM Frequência Percentagem Percentagem válida Positivo 315 17,6 17,6 Negativo 502 28,0 28,0 Neutro 974 54,4 54,4 Total 1791 100,0 100,0 ARGUMENTAÇÃO (44) Frequência Percentagem Demográfica 41 2,3 Económica 68 3,8 Política 200 11,2 Religiosa 13 ,7 Securitária 179 10,0 Social 478 26,7 Media, Imigração e Minorias Étnicas II O tom Neutro predomina nas peças analisadas, com 974 peças (54,4 por cento do total). Relativamente à argumentação, verificamos que a modalidade Assertiva se destaca em relação às restantes, com 776 peças, correspondendo a 43,3 por cento das peças analisadas. Segue-se a argumentação Social (com 478 peças e 26,7 por cento) e em terceiro lugar encontramos a argumentação Política (200 peças; 11,2 por cento). Assertiva Frequência Percentagem 776 43,3 Outra 36 2,0 Total 1791 100,0 VOZES (Ver ANEXOS – Quadro 1) Relativamente às vozes presentes nas peças – e que surgem em 57,8 por cento da amostra – verifica-se, antes de mais, uma grande dispersão. Salientam-se os valores registados pelo Governo (126 peças; 12,2 por cento no total de peças), SEF (99 peças; 9,6 por cento) e Especialistas (83 peças; 8 por cento). 4. CRUZAMENTOS DE VARIÁVEIS POR JORNAL ESPAÇO POR JORNAL Jornais de referência Jornal 1 ou 2 parágrafos 1:8 página 1:4 página 1:2 página 3:4 página Total Público DN JN Expresso Independente 45 69 67 15 4 200 14,2% 26,5% 16,8% 29,4% 22,2% 19,1% 71 48 110 7 0 236 22,3% 18,5% 27,5% 13,7% 0,0% 22,5% 103 67 117 17 2 306 32,4% 25,8% 29,3% 33,3% 11,1% 29,2% 60 52 69 9 3 193 18,9% 20,0% 17,3% 17,6% 16,7% 18,4% 26 15 20 0 2 63 8,2% 5,8% 5,0% ,0% 11,1% 6,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (45) Jornal Público JN Total Expresso Independente 8 9 16 0 7 40 2,5% 3,5% 4,0% ,0% 38,9% 3,8% 1 0 0 0 0 1 0,3% 0,0% 0,0% ,0% 0,0% 0,1% 3 0 1 0 0 4 0,9% 0,0% 0,3% ,0% 0,0% 0,4% 1 0 0 3 0 4 0,3% 0,0% 0,0% 5,9% 0,0% 0,4% 318 260 400 51 18 1047 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 1 página 1 página 1:2 2 páginas + 2 páginas Total DN Público: _ de página (103 peças; 32,4%) DN: 1 ou 2 parágrafos (69 peças; 26,5%) JN: _ de página (117 peças; 29,3%) Expresso: _ de página (17 peças; 33,3%); Independente: 1 página (7 peças; 38,9%) Total: _ de página (306 peças; 29,2%) Jornais populares Jornal 1 ou 2 parágrafos 1:8 página 1:4 página (46) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Total CM Capital 24 H 165 40 89 294 41,8% 21,6% 54,3% 39,5% 93 39 11 143 23,5% 21,1% 6,7% 19,2% 68 36 10 114 17,2% 19,5% 6,1% 15,3% Jornal CM Capital Total 24 H 50 37 36 123 12,7% 20,0% 22,0% 16,5% 12 11 13 36 3,0% 5,9% 7,9% 4,8% 5 13 4 22 1,3% 7,0% 2,4% 3,0% 2 1 1 4 0,5% 0,5% 0,6% 0,5% 0 5 0 5 0,0% 2,7% 0,0% 0,7% 1:2 página 3:4 página 1 página 1 página 1:2 2 páginas + 2 páginas outro 0 2 0 2 0,0% 1,1% 0,0% 0,3% 0 1 0 1 0,0% 0,5% 0,0% 0,1% 395 185 164 744 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Total Correio da Manhã: 1 ou 2 parágrafos (165 peças; 41,8%) Capital: 1 ou 2 parágrafos (40 peças; 21,6%) 24 Horas: 1 ou 2 parágrafos (89 peças; 54,3%) Total: 1 ou 2 parágrafos (294 peças; 39,5%) SECÇÃO POR JORNAL Jornais de referência (Ver ANEXOS – Quadro 2) Público: sociedade (169 peças; 50,0 %) DN: sociedade (181 peças; 69,6%) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (47) JN: sociedade (246 peças; 61,5%) Expresso: sociedade (20 peças; 39,2%) Independente: sociedade (8 peças; 44,4%) Total: sociedade (614 peças; 58,6%) Jornais populares (Ver ANEXOS – Quadro 3) Correio da Manhã: Sociedade (303 peças; 76,7%) Capital: Sociedade (112 peças; 60,5%) 24 Horas: Sociedade (152 peças; 92,7%) Total: Sociedade (567 peças; 76,2%) TIPO DE PEÇA Jornais de referência Jornal entrevista reportagem notícia breve opinião editorial (48) Total Público DN JN Expresso Independente 5 6 7 1 0 19 1,6% 2,3% 1,8% 2,0% 0,0% 1,8% 48 22 36 17 7 130 15,1% 8,5% 9,0% 33,3% 38,9% 12,4% 180 125 264 15 5 589 56,6% 48,1% 66,0% 29,4% 27,8% 56,3% 47 65 56 14 3 185 14,8% 25,0% 14,0% 27,5% 16,7% 17,7% 9 14 4 3 0 30 2,8% 5,4% 1,0% 5,9% 0,0% 2,9% 2 1 0 0 0 3 0,6% 0,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,3% Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornal Público comentário caixa Total DN JN Total Expresso Independente 3 1 1 0 0 5 0,9% 0,4% 0,3% 0,0% 0,0% ,5% 24 26 32 1 3 86 7,5% 10,0% 8,0% 2,0% 16,7% 8,2% 318 260 400 51 18 1047 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Público: notícia (180 peças; 56,6%) DN: notícia (125 peças (48,1%) JN: notícia (264 peças; 66,0%) Expresso: reportagem (17 peças; 33,3%) Independente: reportagem (7 peças; 38,9%) Total: notícia (589 peças; 56,3%) Jornais populares Jornal entrevista reportagem notícia breve opinião editorial Total CM Capital 24 H 3 4 2 9 0,8% 2,2% 1,2% 1,2% 20 32 37 89 5,1% 17,3% 22,6% 12,0% 202 92 39 333 51,1% 49,7% 23,8% 44,8% 141 27 81 249 35,7% 14,6% 49,4% 33,5% 1 5 2 8 ,3% 2,7% 1,2% 1,1% 1 1 0 2 0,3% 0,5% 0,0% 0,3% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (49) comentário 1 1 2 4 0,3% 0,5% 1,2% ,5% 26 23 1 50 6,6% 12,4% 0,6% 6,7% 395 185 164 744 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% caixa Total Correio da Manhã: Notícia (202 peças; 51,1%) Capital: Notícia (92 peças; 49,7%) 24 Horas: Breve (81 peças; 49,4%) Total: Notícia (333 peças; 44,8%) LOCAL GEOGRÁFICO Jornais de referência (Ver ANEXOS - Quadro 4) Público: Portugal (101 peças; 32,1%) DN: Portugal (143 peças; 55,6%) JN: Portugal (114 peças; 28,9%) Expresso: Portugal (23 peças; 45,1%); Independente: Portugal (14 peças; 77,8%) Total: Portugal (395 peças; 38,1%) Jornais populares (Ver ANEXOS - Quadro 5) Correio da Manhã: Portugal (92 peças; 23,6%) Capital: Portugal (72 peças; 39,6%) 24 Horas: Grande Lisboa (49 peças; 31,2%) Total: Portugal (195 peças; 26,7%) (50) Media, Imigração e Minorias Étnicas II IMIGRAÇÃO (SITUAÇÃO JURÍDICA) Jornais de Referência Jornal Residência Autorização de Permanência Titulares de vistos Indocumentados e ilegais Asilados, refugiados e apátridas Outro Vários Total Total Público DN JN Expresso Independente 27 11 42 2 0 82 20,5% 13,4% 23,9% 16,7% 0,0% 20,2% 15 3 1 1 0 20 11,4% 3,7% 0,6% 8,3% 0,0% 4,9% 3 2 1 0 0 6 2,3% 2,4% 0,6% 0,0% 0,0% 1,5% 65 64 116 9 3 257 49,2% 78,0% 65,9% 75,0% 100,0% 63,5% 18 0 3 0 0 21 13,6% ,0% 1,7% 0,0% 0,0% 5,2% 0 1 9 0 0 10 ,0% 1,2% 5,1% 0,0% 0,0% 2,5% 4 1 4 0 0 9 3,0% 1,2% 2,3% 0,0% 0,0% 2,2% 132 82 176 12 3 405 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Público: Indocumentados e ilegais (65 peças; 49,2%) DN: Indocumentados e ilegais (64 peças; 78%) JN: Indocumentados e ilegais (116 peças; 65,9%) Expresso: Indocumentados e ilegais (9 peças; 75%) Independente: Indocumentados e ilegais (3 peças; 100,0%) Total: Indocumentados e ilegais (257 peças; 63,5%) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (51) Jornais populares Jornal Residência Autorização de Permanência Titulares de vistos Indocumentados e ilegais Asilados, refugiados e apátridas Outro Vários Total Total CM Capital 24 H 17 16 9 42 11,0% 21,6% 13,6% 14,2% 5 3 6 14 3,2% 4,1% 9,1% 4,7% 1 3 2 6 0,6% 4,1% 3,0% 2,0% 129 37 48 214 83,2% 50,0% 72,7% 72,5% 0 11 1 12 0,0% 14,9% 1,5% 4,1% 1 0 0 1 0,6% 0,0% 0,0% 0,3% 2 4 0 6 1,3% 5,4% 0,0% 2,0% 155 74 66 295 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Correio da Manhã: Indocumentados e ilegais (129 peças; 83,2%) Capital: Indocumentados e ilegais (37 peças; 50,0%) 24 Horas: Indocumentados e ilegais (48 peças; 72,7%) Total: Indocumentados e ilegais (214 peças; 72,5%) (52) Media, Imigração e Minorias Étnicas II MINORIAS Jornais de referência (Ver ANEXOS - Quadro 6) Público: Várias (50 peças; 23,6%) DN: Várias (41 peças; 30,1%) JN: Várias (62 peças; 22,1%) Expresso: Outra (11 peças; 36,7%) Independente: Várias (5 peças; 45,5%) Total: Várias (162 peças; 24,2%) Jornais populares (Ver ANEXOS - Quadro 7) Correio da Manhã: Brasileiros (69 peças; 63,1%) Capital: Várias (34 peças; 29,1%) 24 Horas: Ucranianos (29 peças; 22,5%) Total: Brasileiros (111 peças; 20,4%) TEMA Jornais de referência (Ver ANEXOS – Quadro 8) Público: Integração (67 peças; 13,9%) DN: Integração (44 peças; 11,6%) JN: Crime (89 peças; 15,4%) Expresso: Trabalho (16 peças; 19,3%) Independente: Legislação, Naturalização, Legalização (cada: 3 peças; 11,5%) Total: Integração (189 peças; 12,2%) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (53) Jornais populares (Ver ANEXOS – Quadro 9) Correio da Manhã: Crime (132 peças; 25,0%) Capital: Integração (26 peças; 9,1%) 24 Horas: Crime (41 peças; 17,6%) Total: Crime (191 peças; 18,2%) OCUPAÇÃO Jornais de referência Jornal Construção civil Profissões Não Qualificadas Profissões Qualificadas Serviços Jogadores Prostituição Outra Várias (54) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Total Público DN JN Expresso Independente 5,6% 4,3% 9,8% 12,5% 0,0% 7,5% 5 6 19 0 0 30 6,9% 12,8% 18,6% 0,0% 0,0% 12,4% 7 8 24 2 0 41 9,7% 17,0% 23,5% 12,5% 0,0% 17,0% 10 12 7 6 1 36 13,9% 25,5% 6,9% 37,5% 25,0% 14,9% 16 3 2 1 0 22 22,2% 6,4% 2,0% 6,3% 0,0% 9,1% 5 1 3 0 1 10 6,9% 2,1% 2,9% 0,0% 25,0% 4,1% 15 7 28 1 2 53 20,8% 14,9% 27,5% 6,3% 50,0% 22,0% 7 1 1 3 0 12 9,7% 2,1% 1,0% 18,8% 0,0% 5,0% 3 7 8 1 0 19 4,2% 14,9% 7,8% 6,3% 0,0% 7,9% Jornal Público Total DN JN Total Expresso Independente 72 47 102 16 4 241 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Público: Serviços (16 peças; 22,2%) DN: Profissões Qualificadas (12 peças; 25,5%) JN: Prostituição (28 peças; 27,5%) Expresso: Profissões qualificadas (6 peças; 37,5%) Independente: Prostituição (2 peças; 50,0%) Total: Prostituição (53 peças; 22,0%) Jornais populares Jornal CM Desemprego Construção civil Profissões Não Qualificadas Profissões Qualificadas Serviços Jogadores Prostituição Capital Total 24 H 4 7 7 18 4,2% 20,0% 11,1% 9,3% 12 1 8 21 12,6% 2,9% 12,7% 10,9% 16 6 15 37 16,8% 17,1% 23,8% 19,2% 8 5 3 16 8,4% 14,3% 4,8% 8,3% 4 3 5 12 4,2% 8,6% 7,9% 6,2% 0 3 3 6 0,0% 8,6% 4,8% 3,1% 48 3 19 70 50,5% 8,6% 30,2% 36,3% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (55) Jornal CM Outra Várias Total Total Capital 24 H 1 4 2 7 1,1% 11,4% 3,2% 3,6% 2 3 1 6 2,1% 8,6% 1,6% 3,1% 95 35 63 193 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Correio da Manhã: Prostituição (48 peças; 50,5%) Capital: Desemprego (7 peças; 20,0%) 24 Horas: Prostituição (19 peças; 30,2%) Total: Prostituição (70 peças; 36,3%) ENQUADRAMENTO Jornais de referência Jornal Alegórico Dramático Épico Irónico Moral (56) Total Público DN JN Expresso Independente 24 8 22 2 2 58 7,5% 3,1% 5,5% 3,9% 11,1% 5,5% 6 3 10 1 1 21 1,9% 1,2% 2,5% 2,0% 5,6% 2,0% 3 3 3 1 0 10 0,9% 1,2% 0,8% 2,0% 0,0% 1,0% 5 1 4 0 1 11 1,6% 0,4% 1,0% 0,0% 5,6% 1,1% 10 11 13 2 0 36 3,1% 4,2% 3,3% 3,9% 0,0% 3,4% Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornal Público Policial Factual Total DN JN Total Expresso Independente 50 31 107 1 0 189 15,7% 11,9% 26,8% 2,0% 0,0% 18,1% 220 203 241 44 14 722 69,2% 78,1% 60,3% 86,3% 77,8% 69,0% 318 260 400 51 18 1047 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Público: Factual (220 peças; 69,2%); DN: Factual (203 peças; 78,1%); JN: Factual (241 peças; 60,3%); Expresso: Factual (44 peças; 86,3%); Independente: Factual (14 peças; 77,8%) Total: Factual (722 peças; 69,0%) Jornais populares Jornal Alegórico Dramático Épico Irónico Moral Total CM Capital 24 H 21 11 18 50 5,3% 5,9% 11,0% 6,7% 13 6 5 24 3,3% 3,2% 3,0% 3,2% 1 3 12 16 0,3% 1,6% 7,3% 2,2% 6 1 7 14 1,5% 0,5% 4,3% 1,9% 7 12 5 24 1,8% 6,5% 3,0% 3,2% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (57) Jornal CM Total Capital 24 H 150 24 46 220 38,0% 13,0% 28,0% 29,6% 197 124 70 391 49,9% 67,0% 42,7% 52,6% 0 4 1 5 0,0% 2,2% 0,6% 0,7% 395 185 164 744 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Policial Factual Outra Total Correio da Manhã: Factual (197 peças; 49,9%) Capital: Factual (124 peças; 67,0%) 24 Horas: Factual (70 peças; 42,7%) Total: Factual (391 peças; 52,6%) TOM Jornais de referência Jornal Positivo Negativo Neutro Total (58) Total Público DN JN Expresso Independente 70 52 77 10 2 211 22,0% 20,0% 19,3% 19,6% 11,1% 20,2% 77 53 101 7 6 244 24,2% 20,4% 25,3% 13,7% 33,3% 23,3% 171 155 222 34 10 592 53,8% 59,6% 55,5% 66,7% 55,6% 56,5% 318 260 400 51 18 1047 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II Público: Neutro (171 peças; 53,8%); DN: Neutro (155 peças; 59,6%); JN: Neutro (222 peças; 55,5%) Expresso: Neutro (34 peças; 66,7%); Independente: Neutro (10 peças 55,6%) Total: Neutro (592 peças; 56,5%) Jornais populares Jornal Positivo Negativo Neutro Total Total CM Capital 24 H 37 35 32 104 9,4% 18,9% 19,5% 14,0% 148 53 57 258 37,5% 28,6% 34,8% 34,7% 210 97 75 382 53,2% 52,4% 45,7% 51,3% 395 185 164 744 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Correio da Manhã: Neutro (210 peças; 53,2%) Capital: Neutro (97 peças; 52,4%) 24 Horas: Neutro (75 peças; 45,7%) Total: Neutro (382 peças; 51,3%) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (59) ARGUMENTAÇÃO Jornais de referência Jornal Demográfica Económica Política Religiosa Securitária Social Assertiva Outra Total Total Público DN JN Expresso Independente 4 9 12 3 1 29 1,3% 3,5% 3,0% 5,9% 5,6% 2,8% 10 14 18 7 1 50 3,1% 5,4% 4,5% 13,7% 5,6% 4,8% 46 41 39 4 4 134 14,5% 15,8% 9,8% 7,8% 22,2% 12,8% 5 1 1 1 1 9 1,6% ,4% ,3% 2,0% 5,6% ,9% 38 44 24 7 2 115 11,9% 16,9% 6,0% 13,7% 11,1% 11,0% 101 67 123 12 4 307 31,8% 25,8% 30,8% 23,5% 22,2% 29,3% 104 73 178 16 4 375 32,7% 28,1% 44,5% 31,4% 22,2% 35,8% 10 11 5 1 1 28 3,1% 4,2% 1,3% 2,0% 5,6% 2,7% 318 260 400 51 18 1047 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Público: Assertiva (104 peças; 32,7%) DN: Assertiva (73 peças; 28,1%) JN: Assertiva (178 peças; 44,5%) Expresso: Assertiva (16 peças; 31,4%) Independente: Assertiva, Social, Política (cada: 4 peças; 22,2%) Total: Assertiva (375 peças; 35,8%) (60) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornais populares Jornal Demográfica Económica Política Religiosa Securitária Social Assertiva Outra Total Total CM Capital 24 H 3 9 0 12 0,8% 4,9% ,0% 1,6% 9 7 2 18 2,3% 3,8% 1,2% 2,4% 32 26 8 66 8,1% 14,1% 4,9% 8,9% 3 1 0 4 0,8% 0,5% 0,0% 0,5% 35 19 10 64 8,9% 10,3% 6,1% 8,6% 58 69 44 171 14,7% 37,3% 26,8% 23,0% 252 53 96 401 63,8% 28,6% 58,5% 53,9% 3 1 4 8 0,8% 0,5% 2,4% 1,1% 395 185 164 744 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Correio da Manhã: Assertiva (252 peças; 63,8%) Capital: Social (69 peças; 37,3%) 24 Horas: Assertiva (96 peças; 58,5%) Total: Assertiva (401 peças; 53,9%) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (61) PERSONALIZAÇÃO Jornais de referência (Ver ANEXOS – Quadro 10) Público: Governo (77 peças; 16,3%) DN: Governo (70 peças; 18,8%) JN: SEF (81 peças; 14,5%) Expresso: Governo (11 peças; 20,4%) Independente: Governo (6 peças; 24,0%) Total: SEF (220 peças; 14,8%) Jornais populares (Ver ANEXOS – Quadro 11) Correio da Manhã: SEF (93 peças; 18,1%) Capital: Governo (37 peças; 14,2%) 24 Horas: SEF (34 peças; 20,4%) Total: SEF (163 peças; 17,3%) VOZES Jornais de referência (Ver ANEXOS – Quadro 12) Público: Governo (33 peças; 10,1%) DN: Governo (22 peças; 11,5%) JN: Associações de imigrantes (29 peças; 9,4%) Expresso: Outros (11 peças; 28,2%) Independente: não significativo Total: Governo (87 peças; 9,8%) (62) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornais populares (Ver ANEXOS – Quadro 13) Correio da Manhã: Populares (25 peças; 11,4%) Capital: Governo (17 peças; 10,0%) 24 Horas: Ucranianos (9 peças; 13,2%) Total: Governo (39 peças; 8,5%) IDADE Jornais de referência Jornal Público Até 12 anos 13-19 anos Adulto Misto Total DN JN Total Expresso Independente 7 0 6 1 0 14 7,2% 0,0% 4,3% 5,6% 0,0% 4,2% 6 7 7 0 0 20 6,2% 9,9% 5,0% ,0% 0,0% 6,0% 46 43 88 15 7 199 47,4% 60,6% 62,9% 83,3% 87,5% 59,6% 38 21 39 2 1 101 39,2% 29,6% 27,9% 11,1% 12,5% 30,2% 97 71 140 18 8 334 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Público: Adulto (46 peças; 47,4%) DN: Adulto (43 peças; 60,6%) JN: Adulto (88 peças; 62,9%) Expresso: Adulto (15 peças; 83,3%) Independente: Adulto (7 peças; 87,5%) Total: Adulto (199 peças; 59,6%) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (63) Jornais populares Jornal Até 12 anos 13-19 anos Total CM Capital 24 H 3 2 2 7 1,9% 4,2% 2,3% 2,4% 6 5 2 13 3,7% 10,4% 2,3% 4,4% 125 20 80 225 77,6% 41,7% 90,9% 75,8% Adulto 27 21 4 52 16,8% 43,8% 4,5% 17,5% Misto 161 48 88 297 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Total Correio da Manhã: Adulto (125 peças; 77,6%) Capital: Misto (21 peças; 43,8%) 24 Horas: Adulto (80 peças; 90,9%) Total: Adulto (225 peças; 75,8%) GÉNERO Jornais de referência Jornal Feminino Masculino (64) Total Público DN JN Expresso Independente 28 15 46 6 2 97 27,2% 25,0% 26,7% 31,6% 33,3% 26,9% 37 24 86 10 1 158 35,9% 40,0% 50,0% 52,6% 16,7% 43,9% Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornal Público Misto DN JN Total Expresso Independente 38 21 40 3 3 105 36,9% 35,0% 23,3% 15,8% 50,0% 29,2% 103 60 172 19 6 360 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Público: Misto (38 peças; 36,9%) DN: Masculino (24 peças; 40,0%) JN: Masculino (86 peças; 50,0%) Expresso: Masculino (10 peças; 52,6%) Independente: Misto (3 peças; 50,0%) Total: Masculino (158 peças; 43,9%) Jornais populares Jornal CM Feminino Masculino Misto Total Capital Total 24 H 70 12 27 109 30,3% 26,7% 23,5% 27,9% 117 16 67 200 50,6% 35,6% 58,3% 51,2% 44 17 21 82 19,0% 37,8% 18,3% 21,0% 231 45 115 391 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Correio da Manhã: Masculino (117 peças; 50,6%) Capital: Misto (17 peças; 37,8%) 24 Horas: Masculino (67 peças; 58,3%) Total: Masculino (200 peças; 51,2%) Media, Imigração e Minorias Étnicas II (65) FOTOGRAFIA Jornais de referência Jornal Total Público DN JN Expresso Independente 95 76 129 11 4 315 72,5% 65,0% 67,9% 57,9% 33,3% 67,2% Fotografia até 1:4 página 29 34 56 2 7 128 22,1% 29,1% 29,5% 10,5% 58,3% 27,3% Fotografia até 1:2 página 0 1 0 0 0 1 0,0% 0,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,2% Gráficos 2 4 3 3 1 13 1,5% 3,4% 1,6% 15,8% 8,3% 2,8% Misto 5 2 2 3 0 12 3,8% 1,7% 1,1% 15,8% 0,0% 2,6% 131 117 190 19 12 469 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Outro Total Público: Fotografia até _ página (95 peças; 72,5%) DN: Fotografia até _ página (76 peças; 65,0%) JN: Fotografia até _ página (129 peças; 67,9%) Expresso: Fotografia até _ página (11 peças; 57,9%) Independente: Fotografia até _ página (4 peças; 33,3%) Total: Fotografia até _ página (315 peças; 67,2%) (66) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornais populares Jornal Fotografia até 1:4 página Fotografia até 1:2 página Gráficos Misto Outro Total Total CM Capital 24 H 137 43 20 200 74,5% 52,4% 30,8% 60,4% 45 31 45 121 24,5% 37,8% 69,2% 36,6% 1 0 0 1 0,5% 0,0% 0,0% 0,3% 0 2 0 2 0,0% 2,4% 0,0% 0,6% 1 6 0 7 0,5% 7,3% 0,0% 2,1% 184 82 65 331 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Correio da Manhã: Fotografia até _ página (137 peças; 74,5%) Capital: Fotografia até _ página (43 peças; 52,4%) 24 Horas: Fotografia até1/2 página (45 peças; 69,2%) Total: Fotografia até _ página (200 peças; 60,4%) 5. RESULTADOS COMPARADOS 2003-2004 A primeira constatação a fazer relativamente à comparação entre as peças analisadas em 2003 e em 2004 diz respeito ao número de peças recolhidas nos oito jornais escolhidos para amostra – 1538 em 2003 e 1791 em 2004. Este aumento representa um acréscimo de 16,4%, o que não deixa de ser significativo. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (67) 5.1. Variáveis de Forma O jornal que mais aborda a questão da imigração continua a ser o Jornal de Notícias , com 22,3 por cento do total de peças recolhidas. Segue-se o Correio da Manhã (tal como em 2003), sendo também o jornal considerado como popular que mais peças apresentou em 2004 sobre imigração (22,1 por cento). Como já foi referido, Janeiro é o mês que obteve o maior número de peças, com 14 por cento do total de peças em 2004, um valor superior ao registado em Março de 2003 (15,8 por cento). No entanto, convém referir que Janeiro de 2003 foi também um mês forte em termos de notícias sobre imigração, atingindo 14 por cento. Quanto ao espaço ocupado pelas peças analisadas, verificamos quem em 2004 ele aumentou nos jornais de referência – a predominância em 2003 ia para as notícias com 1 ou 2 parágrafos (28 por cento) e em 2004 observamos que são as notícias que ocupam _ de página as mais frequentes – 29,2 por cento. As notícias com 1 ou 2 parágrafos foram, em 2004, apenas 19,1 por cento nos jornais de referência. Nos jornais populares, a tendência de 2003 manteve-se, com as peças com 1 ou 2 parágrafos a atingir 39,5 por cento das peças. Tal como em 2003, em 2004 a maior parte das peças surge na secção Sociedade, tanto nos jornais de referência como nos populares – 65,9 por cento do total de peças analisadas. No que diz respeito ao tipo de peça registado, também os resultados são semelhantes nos dois anos em comparação, com o género notícia a ocupar a posição cimeira, com 51,5 por cento dos casos (contra 44,4 por cento em 2003). De registar, porém, as excepções: no caso dos jornais de referência, os dois semanários analisados ( Expresso e O Independente ) apresentam um valor mais significativos da modalidade reportagem do que os restantes. Já nos jornais populares, a breve é o género com maior número de ocorrências no 24 Horas . (68) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 5.2. Variáveis de Conteúdo Ao observarmos o local ou âmbito da acção da peça, observamos que, à semelhança do que sucedeu em 2003, o âmbito nacional é o mais frequente, com a modalidade Portugal a registar 33,4 por cento do total de ocorrências. Este valor é, porém, significativamente inferior ao registado em 2003 (43,3 por cento), podendo talvez afirmar-se uma mais aproximação da imprensa aos fenómenos locais. De salientar ainda que todos os jornais repetem esta tendência de dar relevo às notícias com interesse nacional, à excepção do 24 Horas, onde a modalidade mais frequente é a Grande Lisboa (com 31,2 por cento das peças). A situação jurídica em que se encontram os imigrantes é referida em 39,1 por cento das peças, o que consubstancia uma grande diferente relativamente às referências a este aspecto em 2003, presentes em 46,9 por cento dos casos. A situação mais recorrente em 2004 na imprensa, à semelhança do que aconteceu em 2003, é a dos imigrantes indocumentados ou ilegais, em 67,3 por cento dos casos. Quanto à nacionalidade ou etnia a que pertencem os protagonistas das peças, verificamos que em grande parte da amostra existe a tendência de juntar várias minorias, registando-se este fenómeno em 21,2 por cento dos casos. Este facto é comum nos jornais de frequência mas não tanto nos jornais populares, já que apenas a Capital regista o maior número de incidências na modalidade Várias. Curiosamente, os jornais populares dão mais realce a nacionalidades ou etnias específicas – em 2004 são o brasileiros a atrair mais atenção (em 20,4 por cento dos casos), enquanto em 2003 tinham sido os cidadãos de países de Leste (em 22,2 por cento das peças). O tema mais frequente na amostra recolhida continua a ser o Crime , em 13,4 por cento das peças. O mesmo aconteceu em 2003, embora a incidência deste tema tivesse diminuído, já que no ano anterior o Crime tinha surgido em 17,9 por cento das peças. No entanto, nos jornais de referência não é este o tema mais frequente: em 2004 foi o tema da Integração (12,2 por cento das peças) e em Media, Imigração e Minorias Étnicas II (69) 2003 do Trabalho (15,7 por cento). Nos jornais de referência, há uma excepção – o Jornal de Notícias , que tem o Crime como o tema mais frequente; nos jornais populares também existe um caso que difere – a Capital , com o tema Integração a surgir em primeiro lugar. Apresentando a situação de trabalho algumas alterações em relação a 2003, podemos constatar o interesse dessas alterações: as profissões não qualificadas (que tinham sido aquelas que tinha registado maior número de ocorrências) foram alvo de um desdobramento, com a inclusão na grelha de análise da modalidade Prostituição , a qual se destacou na totalidade dos jornais (28,3 por cento das peças). No entanto, apesar deste resultado global, existem variações internas muito grandes. Nos jornais de referência, por exemplo, apenas o JN e o Independente surgem com a modalidade Prostituição em primeiro lugar. No caso dos jornais populares, a Capital apresenta o Desemprego como a situação de trabalho mais frequente. Há que ter em consideração, no entanto, que a ocupação é referida em apenas 24,2 por cento dos casos em 2004 (em 2003 a percentagem não é muito mais significativa – 28,4 por cento). Os actores mais frequentes continuam a ser os institucionais, com o SEF à cabeça, embora de forma menos expressiva do que no ano anterior. Em 2003, o SEF surge em 20,5 por cento do total de temas enquanto em 2004 surge em 15, 8 por cento. O Governo surge como o principal actor em quatro dos cinco jornais de referência analisados. Mais uma vez, a Capital segue a tendência dos jornais de referência, com a maior fatia dos actores identificados a corresponder ao Governo. A idade continua a ser pouco identificada nas peças sobre imigrantes e minorias étnicas, no entanto regista-se um salto significativo de 2003 para 2004 – em 2004 é registada em 35,2 por cento dos casos, enquanto em 2003 surgia em apenas 20,2 por cento das peças. A modalidade adulto é a mais frequente, assinalada em 67,2 por cento da amostra (em 2003, o mesmo tinha sido em 60,3 por cento das peças). (70) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Uma alteração significativa ocorre ao nível dos géneros, já que é muito mais patente a presença masculina em 2004, com a modalidade Masculino presente em 47,7 por cento das peças (contra 37,9 em 2003). Nos jornais de referência, em 2003, destacava-se a presença feminina em 39,2 por cento dos casos, o que não acontece em nenhum jornal em 2004. As únicas excepções à masculinização são o Público e a Capital onde predominam a modalidade Mista . 5.3. Variáveis de Discurso A actualização da grelha para 2004, com a introdução das modalidades Factual na Narrativa e Assertiva na Argumentação, revelou-se bastante útil, já que estas passaram a ser as modalidades mais preponderantes em cada uma das variáveis, respectivamente com 62,1 e 43,3 por cento de representatividade no total de peças analisadas. Desta forma se ultrapassou o problema existente em 2003 com a maior fatia das peças a enquadrar-se na modalidade Outra para ambas as variáveis. De ressalvar ainda, relativamente ao enquadramento tom policial (o segundo mais frequente), uma ligeira descida em 2004 na ordem dos 5 por cento, tendo-se registado em 22,8 por cento das peças. Relativamente ao tom, verifica-se que a modalidade neutro continua a ser a mais frequente, com 54,4 por cento das peças. Para finalizar a análise comparativa relativamente às variáveis que compõem o discurso, falta referir os resultados obtidos na variável Personalização. Nesta variável, mais uma vez se destacam os resultados obtidos pela modalidade Governo, com 12,2 por cento do total de peças (menos, no entanto, do que a percentagem verificada em 2003 – 19,4 por cento). Também nesta variável se verificou uma melhor compreensão das fontes citadas com a inclusão de novas modalidades. O resultado foi uma maior dispersão das vozes encontradas, com algumas das novas vozes a registar uma presença significativa, como é o caso dos Especialistas, presentes em 8 por cento das peças. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (71) Convém salientar ainda que não houve uma uniformidade muito grande entre jornais. Para ilustrar este facto basta atentar nos exemplos do JN, em que a fonte mais citada foram as Associações de imigrantes; do Correio da Manhã, em que são os Populares os mais citados; e ainda o 24 Horas, em que se destacam as citações de Ucranianos. (72) Media, Imigração e Minorias Étnicas II CAPÍTULO III – TELEVISÃO ISABEL FERIN CUNHA Apresentamos aqui os dados referentes à análise dos jornais televisivos do primetime dos canais generalistas, sendo como se sabe, dois privados (SIC e TVI) e um público (RTP1). Primeiramente faremos a exposição dos valores estatísticos obtidos pelas variáveis, seguindo-se a sua interpretação. Numa segunda fase, reportamos os resultados obtido através dos cruzamentos das variáveis mais significativas. 1. ANÁLISE REFERENTE À FORMA CANAL TV Frequência Percentagem RTP1 80 25,1 SIC 127 39,8 TVI 112 35,1 Total 319 100,0 Tal como demonstra o gráfico anterior, num total de 319, é a SIC que apresenta maior número de peças no prime-time, com 127 peças, correspondendo a 39,8 por cento do total das peças sobre esta temática exibidas. Segue-se a TVI, com 112 e por último a RTP1 com 80 peças. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (73) MÊS Frequência Percentagem Janeiro 74 23,2 Fevereiro 37 11,6 Março 18 5,6 Abril 26 8,2 Maio 32 10,0 Junho 25 7,8 Julho 10 3,1 Agosto 24 7,5 Setembro 11 3,4 Outubro 22 6,9 Novembro 22 6,9 Dezembro 18 5,6 Total 319 100,0 Frequência Percentagem válida < 1’ 45” 109 34,2 É em Janeiro que se registam o maior número de peças, 74, representando 23,2 por cento do total de 319. Em seguida, com uma diferença acentuada, vem Fevereiro, com 37 peças, correspondendo a 11,7 por cento do total. Os restantes meses apresentam um valor situado entre as 10 peças (mês de Junho) e as 32 (mês de Maio). TEMPO >1’ 45” 78 24,5 > 2’ 45” 50 15,7 2’45’’ - 4’45’’ 57 17,9 Outro 25 7,8 Total 319 100,0 . (74) Media, Imigração e Minorias Étnicas II No conjunto das 319 peças destacam-se as que têm duração inferior a 1 minuto e 45 segundos (109 peças 34,2 por cento), sendo que há um número considerável, 57 (17,9 por cento), que se situam entre os 2’45” e os 4’45”. Somando a estas 57 peças de longa duração o valor de Outro, que são peças com duração superior a quatro minutos e quarenta e cinco, compreendemos que há 82 peças muito longas, para os parâmetros televisivos, sobre esta temática. ALINHAMENTO Abertura Frequência Percentagem válida 7 2,2 Chamada 8 2,5 Outro 304 95,3 Total 319 100,0 Frequência Percentagem válida As peças sobre a Imigração e as Minorias raramente fazem a abertura dos jornais televisivos do primetime. Na verdade, é a modalidade Outro, que diz respeito às peças integradas no fluxo televisivo, a mais contemplada neste Quadro. Apenas 7 peças (2,2 por cento) são objecto de abertura dos jornais televisivos e um número muito semelhante (8,2,5 por cento) fazem a chamada. TIPO DE PEÇA OFF 43 13,5 Directo 18 5,6 Entrevista Estúdio 7 2,2 OFF 2 7 2,2 Reportagem 244 76,5 Total 319 100,0 Na análise dos géneros jornalísticos nota-se que a Reportagem é o mais frequente (244 peças, correspondendo a 76,5 por cento do total) seguindo-se os OFF, com 43 peças e, com um valor muito distante, está o Directo com 18 peças (5,6 por cento), as Entrevistas em Estúdios e os OFF2, com sete peças cada correspondendo a 2,2 por cento. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (75) CENÁRIO TV (Ver ANEXOS – Quadro 14) No conjunto das peças, os cenários mais frequente são as Ruas, com 78 registos e os Locais de Reunião, com 54 menções, correspondendo respectivamente a 17,0 por cento e a 11,8 por cento no total de cenários e no total de peças a 24,6 por cento e a 17,0 por cento. Com alguma distância seguem os Locais de Prostituição (32 peças, 10,0 por cento no total de peças), as Esquadras (31 peças) e os Tribunais (27 peças). 2. ANÁLISE REFERENTE AO CONTEÚDO LOCAL GEOGRÁFICO (76) Frequência Percentagem válida Grande Porto 15 4,7 Grande Lisboa 113 35,4 Centro 34 10,7 Alentejo 9 2,8 Norte 17 5,3 Interior 32 10,0 Algarve 19 6,0 Regiões Autónomas 1 0,3 Portugal 71 22,3 Espanha 5 1,6 Inglaterra 1 0,3 Brasil 2 0,6 Total 319 100,0 Media, Imigração e Minorias Étnicas II A origem das peças está situada na Grande Lisboa, que representa 35,4 por cento da totalidade da origem registada (113 peças sobre 319). Seguem-se 71 peças referentes a todo o país (Portugal) correspondentes a 22,3 por cento. As peças com origem no Centro (34 peças, 10,7 por cento) e no Interior (32 peças, 10,0 por cento) vêm à frente do Grande Porto e do Algarve. IMIGRAÇÃO (SITUAÇÃO JURÍDICA) Frequência Percentagem válida Residência 45 14,1 Autorização de permanência 136 42,6 Titulares de vistos 3 ,9 Indocumentados, ilegais 104 32,6 Outros 31 9,7 Total 319 100,0 Os imigrantes e as minorias étnicas titulares de «Autorização de permanência» são os mais referidos (136 vezes, correspondendo a 42,6 por cento), em seguida encontram-se os «Indocumentados e ilegais» com 104 peças e 32,6 por cento do total. Assinala-se que a modalidade Outro, refere-se a situações em que não foi possível identificar o estatuto jurídico do(s) indivíduo(s) focado(s). MINORIAS Frequência Percentagem válida Africanos 9 2,8 Angolanos 6 1,9 Árabes 1 ,3 Brasileiros 59 18,5 Cabo-Verdianos 9 2,8 Chineses 7 2,2 Cidadãos País de Leste 35 11,0 Ciganos 28 8,8 Guineenses 2 ,6 Indianos 2 ,6 Magrebinos 7 2,2 Moldavos 1 ,3 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (77) Frequência Percentagem válida PALOP 1 ,3 Paquistaneses 3 ,9 Russos 2 ,6 S. Tomenses 4 1,3 Ucranianos 47 14,7 Vários 69 21,6 Islâmicos 7 2,2 2ªs gerações 12 3,8 Romenos 5 1,6 Outra 3 ,9 Total 319 100,0 A modalidade mais focada é a «Vários» (69 peças correspondendo a 21,6 por cento do total), o que significa que as peças abordam, em simultâneo, várias comunidades de imigrantes. No entanto, os brasileiros (59 peças, 18,5 por cento) e os ucranianos (47 peças, 14,7 por cento) são os imigrantes mais evidenciados individualmente, seguindo-se a modalidade «cidadãos de Países de Leste» (35 peças) que engloba diversas comunidades de cidadão europeias e os «Ciganos», com 28 menções, correspondendo apenas a 8,8 por cento do total. Note-se que as outras comunidades estão muito longe destes valores, incluindo as designadas «2ªs Gerações», que surgem com 12 peças, correspondendo a 3,8 por cento dos registos. TEMAS 1 (Ver ANEXOS – Quadro 15) A leitura dos resultados deste quadro implica a distinção entre dois níveis. O primeiro nível incide na leitura independente dos resultados de cada modalidade da variável, em função da sua frequência e da sua percentagem relativamente ao total dos temas. Esta leitura aponta para a maior frequência (85 registos), bem como percentagem no total dos Temas (15,5 por cento) e no total das peças (26,6 (78) Media, Imigração e Minorias Étnicas II por cento) da modalidade Crime. A esta segue-se a modalidade Integração, respectivamente com 47 registos e 8,6 por cento no total dos temas e 14,7 por cento no total das peças. Em terceiro e quarto lugar vêm as modalidades Prostituição (40 registos) e Legalização (33 registos). As restantes modalidades apresentam uma razoável dispersão. No segundo momento, analisamos os resultados agrupados em cinco campos semânticos, segundo a frequência e percentagem das modalidades que integram o grupo. O primeiro campo semântico agrupa as modalidades do campo Transgressão Social (Crime, Exploração, Máfia, Prostituição e Violência) que apresenta 194 registos num total de 548 temas, o que corresponde a 35,4 por cento deste último valor. O segundo grupo reúne as modalidades do campo Estado/ Governo (Expulsão, Legalização, Legislação, Naturalização, SEF, Segurança e Terrorismo) com 93 registos (17,0 por cento). O terceiro campo situa-se na esfera Sociográfica (Clandestinidade, Condições Sociais, Desemprego, Discriminação, Educação, Economia, Família, Habitação, Trabalho, Sem Abrigo e Saúde) e está representado com 139 registos (25,4 por cento dos temas), enquanto o quarto grupo envolve o campo das Políticas Inclusivas (Cultura, Integração, Reagrupamento, Religião) 41 apresenta 83 registos (14,1por cento). Poderemos, ainda, considerar um último grupo residual no campo das Rotinas dos Media, constituído pelas modalidades Acidentes/Incidentes, Agendas, Estatísticas e Estudos sobre Imigração, que somam 39 registos num total de 548. 41 O valor Religião foi integrado no campo semântico Políticas Inclusivas por estar tratado nas peças analisadas segundo essa perspectiva. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (79) OCUPAÇÃO Frequência Percentagem válida Desemprego 28 8,8 Construção Civil 10 3,1 Profissões não qualificadas 95 29,8 Profissões qualificadas 9 2,8 Serviços 20 6,3 Jogadores 5 1,6 Prostituição 40 12,5 Outra 112 35,1 Total 319 100,0 A modalidade Outra é a que obtém um maior valor (112 peças, 35,1 por cento do total) significando que não é possível identificar a ocupação dos indivíduos visualizados nas peças. Seguem-se as menções às Profissões não Qualificadas (95 peças) e à Prostituição (40 peças, 12,5 por cento do total). Os Desempregados encontram-se em quarto lugar, com 28 registos (8,8 por cento). PERSONALIZAÇÃO 1 (Ver ANEXOS – Quadro 16) Os Imigrantes são a modalidade mais referida obtendo 145 menções (30,3 por cento no total dos actores e 46,3 no total das peças) num total de 313. Os Populares, os Especialistas e os Empresários vêm em seguida, com respectivamente 38, 35 e 28 registos. No total estas quatro modalidades (Imigrantes, Populares, Especialistas e Empresários) representam 246 (51,1por cento) registos em 313, muito superior ao agrupamento das modalidades Forças de Segurança, GNR, PJ, PSP e SEF, com 93 registos (19,5 por cento). (80) Media, Imigração e Minorias Étnicas II IDADE Frequência Percentagem válida Criança até 12 9 2,8 Adolescente 13-19 6 1,9 Adulto 242 76,3 Misto 60 18,9 Total 317 100,0 Missing 2 Total 319 A maioria das peças regista adultos (242 correspondendo a uma percentagem de 76,3 por cento), mas estão assinaladas 60 que envolvem crianças e adultos, na modalidade Misto, equivalendo a 18,9 por cento do total. GÉNERO Frequência Percentagem válida Feminino 51 16,1 Masculino 118 37,2 Misto 148 46,7 Total 317 100,0 Missing 2 Total 319 O Género Masculino é mais focado individualmente, com 118 registos correspondendo a 37,2 por cento dos valores totais. As mulheres estão referenciadas em 51 peças equivalendo a 16,1 por cento. No entanto o maior valor situa-se na modalidade Misto, que referência Homens e Mulheres, e obtém 46,7 porcento do total, com 148 peças. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (81) 3. ANÁLISE REFERENTE AO DISCURSO ENQUADRAMENTO Frequência Percentagem válida Dramático 46 14,4 Épico 2 ,6 Irónico 2 ,6 Moral 26 8,2 Policial 112 35,1 Factual 130 40,8 Outro 1 ,3 Total 319 100,0 Frequência Percentagem válida Positivo 70 21,9 Negativo 167 52,4 Neutro 82 25,7 Total 319 100,0 O Enquadramento mais frequente é o Factual (130 peças, correspondendo a 40,8 por cento dos registos), seguindo-se o Policial (112 peças equivalendo a 35,1 por cento das peças). Os Enquadramentos que se seguem obtêm um valor muito inferior, nomeadamente o Dramático (46 peças) e o Moral (26 peças). TOM (82) Media, Imigração e Minorias Étnicas II O Tom Negativo ressalta do conjunto das peças com 167 registos (52,4 por cento) num total de 319 peças. Segue-se o Tom Neutro, com 82 peças (25,7 porcento) e o Tom Positivo com 70 peças (21,9 por cento). ARGUMENTAÇÃO Frequência Percentagem válida Demográfica 2 ,6 Económica 15 4,7 Política 5 1,6 Religiosa 15 4,7 Securitária 90 28,2 Social 76 23,8 Assertiva 115 36,1 Outra 1 ,3 Total 319 100,0 A Argumentação Assertiva é a mais frequente na totalidade das peças (115 registos equivalendo a 36,1por cento) estando acompanhada pela modalidade Securitária (90 peças correspondendo a 28,2 por cento) e Social (76 peças, 23,8 porcento). Os valores obtidos pelas outras modalidades são muito inferiores. VOZES (Ver ANEXOS – Quadro 17) No conjunto das peças, as Vozes mais ouvidas, de forma individual, são os Populares (49 registos) e os Especialistas (39 registos). As comunidades imigrantes com mais registos individuais são os Cidadãos dos Países de Leste (25) e os Brasileiros (22 registos). Somando todos os valores referentes aos imigrantes originários dos países de Leste obtém-se 44 registos (10,8 %). Nota-se em seguida uma grande dispersão de registos nas modalidades Vozes. Interessante notar que as Vozes dos Jornalistas estão assinaladas 17 vezes e do Governo 16. Os valores referentes ao conjunto de Forças de Segurança (GNR, PSP, PJ, SEF) 61 vezes (11,8%). 4. CRUZAMENTO DE VARIÁVEIS POR CANAL Nesta secção apresentamos os resultados dos cruzamentos das principais variáveis e modalidades: tempo das peças e canal de exibição; tipo de peça por canal TV; Local geográfico por canal TV; Objecto 1 (Imigração: Situação Jurídica) por Media, Imigração e Minorias Étnicas II (83) canal TV; Objecto 2 (Minorias) por canal TV; Temas 1 por canal TV; Temas 2 por canal TV; Personalização por canal TV; Idade por canal TV; Género por canal TV ; Argumentação por canal TV; Vozes 1 por canal TV e Cenário-1 TV por canal TV. Tempo por canal TV canal TV tempo < 1’ 45” >1’ 45” > 2’ 45” 2’45’’ - 4’45’’ Outro Total Total RTP1 SIC TVI 20 49 40 109 25,0% 38,6% 35,7% 34,2% 25 22 31 78 31,3% 17,3% 27,7% 24,5% 12 21 17 50 15,0% 16,5% 15,2% 15,7% 17 26 14 57 21,3% 20,5% 12,5% 17,9% 6 9 10 25 7,5% 7,1% 8,9% 7,8% 80 127 112 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% O cruzamento entre as variáveis tempo e canal, demonstra que nos três canais analisados 34,2 por cento das peças (109 sobre 319) têm uma duração inferior a 1’45’’.Contudo é de salientar que são 82 as peças com mais de 2’45”(57+25) representando 25,7 por cento dos registos. Em termos relativos é a RTP1 que apresenta na totalidade mais peças longas (12+17=29 sobre 80, correspondendo a 36,3 por cento das peças exibidas) enquanto a TVI é o canal com menos peças longas registadas. (84) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Tipo de peça por canal TV canal TV OFF tipo de peça Directo Entrevista Estúdio OFF 2 Reportagem Total Total RTP1 SIC TVI 9 23 11 43 11,3% 18,1% 9,8% 13,5% 4 7 7 18 5,0% 5,5% 6,3% 5,6% 0 2 5 7 0,0% 1,6% 4,5% 2,2% 2 2 3 7 2,5% 1,6% 2,7% 2,2% 65 93 86 244 81,3% 73,2% 76,8% 76,5% 80 127 112 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% A Reportagem é o género jornalístico mais visualizado em todos os canais representando 76,5 por cento (244 peças) de todos os géneros, sendo que a RTP1 é o canal que mais aposta neste formato apresentando 65 peças em 80, o que corresponde a 81,3 por cento das peças exibidas. O OFF é um género pouco representado com 43 peças em 319, isto é 13,5 porcento do total das peças. As Entrevistas em Estúdio não têm expressão (2,2 por cento das peças registadas). Media, Imigração e Minorias Étnicas II (85) Local geográfico por canal TV canal TV local geográfico Grande Porto Grande Lisboa Centro Alentejo Norte Interior Algarve Regiões Autónomas Portugal Espanha Inglaterra Brasil Total (86) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Total RTP1 SIC TVI 4 5 6 15 5,0% 3,9% 5,4% 4,7% 32 50 31 113 40,0% 39,4% 27,7% 35,4% 10 10 14 34 12,5% 7,9% 12,5% 10,7% 2 6 1 9 2,5% 4,7% ,9% 2,8% 4 5 8 17 5,0% 3,9% 7,1% 5,3% 3 14 15 32 3,8% 11,0% 13,4% 10,0% 2 9 8 19 2,5% 7,1% 7,1% 6,0% 0 1 0 1 ,0% ,8% ,0% ,3% 22 24 25 71 27,5% 18,9% 22,3% 22,3% 0 3 2 5 ,0% 2,4% 1,8% 1,6% 0 0 1 1 ,0% ,0% ,9% ,3% 1 0 1 2 1,3% ,0% ,9% ,6% 80 127 112 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% A maioria das peças tem a sua origem na Grande Lisboa, a concentração é mais evidente na RTP1, correspondendo a 32 peças das 80, isto é 40,0 por cento do total. A região de origem das peças que vem em seguida é Portugal (71 peças em todos os canais correspondendo a 22,3 por cento do total), sendo a estação pública que apresenta proporcionalmente um maior número de peças relativas a esta modalidade (22 em 80, isto é 27,5 por cento das peças). Com valores aproximados quanto á origem das peças estão o Centro e o Interior, respectivamente com 34 e 32 (10,7 por cento e 10,0 por cento dos registos totais) em todos os canais. Individualmente é a TVI que mais peças apresenta com origem no Centro (14 peças) e Interior (15 peças) correspondendo a 12,5 por cento e a 13,4 por cento das peças exibidas por esse canal. Objecto 1 (Imigração: Situação Jurídica) por canal TV canal TV RTP1 objecto 1 Residência Autorização de permanência Titulares de vistos Indocumentados, ilegais Outros Total SIC Total TVI 12 16 17 45 15,0% 12,6% 15,2% 14,1% 35 51 50 136 43,8% 40,2% 44,6% 42,6% 1 1 1 3 1,3% ,8% ,9% ,9% 24 46 34 104 30,0% 36,2% 30,4% 32,6% 8 13 10 31 10,0% 10,2% 8,9% 9,7% 80 127 112 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% A situação jurídica mais evidenciada em todos os canais é a Autorização de Permanência, com 136 registos (42,6 por cento das peças) nos três canais. Proporcionalmente às peças exibidas em cada estação, a RTP1 é a que, relativamente ao número de peças exibidas sobre esta temática, mais evidencia esta situação Media, Imigração e Minorias Étnicas II (87) (35 peças em 80, correspondendo a 43,8 por cento do total). A SIC a que menos referência faz a esta apresentando 51 peças em 127, correspondendo a 40,2 por cento. A situação dos Indocumentados é referenciada na totalidade dos três canais em 104 peças (32,6por cento do total), sendo a SIC a estação com mais peças (46 peças, representando 36,2 por cento) e a RTP1 com menos peças representadas (24 correspondendo a 30,0 por cento do total). Os Residentes obtêm maior atenção na TVI (17 peças), sendo que na totalidade dos canais são 45 peças sobre 329, isto é 14,1por cento do total das peças. Objecto 2 (MINORIAS) por canal TV (Ver ANEXOS – Quadro 18) Nos três canais são as peças que referem várias nacionalidades de imigrantes (valor Vários) que obtém maior percentagem de registos (21,6 por cento) correspondendo a 69 peças das 319 registadas. A RTP1 é o canal que percentualmente (25,0 por cento) maior número de peças exibiu referenciando várias nacionalidades (20 em 80). A nacionalidade mais referida em todos os canais é a dos Brasileiros com 59 referências (18, 5 por cento), seguindo-se os Ucranianos com 47 peças (14,7 por cento do total). Convém acentuar que os brasileiros são, proporcionalmente ao número de peças exibidas, mais referidos na TVI (23 peças, 20,5 por cento) e os Ucranianos na SIC (21 peças, 16,5 por cento do total). Os «Ciganos» e as «2ªs Gerações» não apresentam registos significativos nas peças registadas em todos os canais, sendo a TVI que percentualmente mais espaço confere à comunidade cigana, 13 peças correspondendo a 11,6 por cento, enquanto a RTP1 com apenas 5 peças (6,3 por cento) é o canal que mais regista as «2ªs Gerações». Temas 1 por canal TV (Ver ANEXOS – Quadro 19) Antes de mais é necessário ter em conta que este Quadro refere-se aos temas principais (tema1) e que a dispersão por temas é grande em todos os canais, sendo que Crime e a Prostituição obtém os maiores valores isolados, respectivamente (88) Media, Imigração e Minorias Étnicas II com 49 e 39, isto é 15,4 por cento e 12,2 por cento do total. A SIC é o canal que isoladamente mais peça apresenta sobre o Crime 25 (29,7 por cento) sobre 127, enquanto a RTP1 e a TVI são os canais que proporcionalmente ao número de peças mais registos apresentam sobre Prostituição, respectivamente 10 e 14, correspondendo a 12,5 por cento das peças exibidas. Agrupando os temas nos campos semânticos Transgressão Social (Crime, Máfia, Exploração, Prostituição e Violência), Estado/Governo (Expulsão, Legalização, Legislação, Naturalização, SEF, Segurança e Terrorismo), Questões Sociográficas (Clandestinidade, Condições Sociais, Desemprego, Discriminação, Educação, Economia, Família, Habitação, Trabalho Sem-Abrigo, Saúde), Políticas Inclusivas (Cultura, Integração, Reagrupamento e Religião) e Rotinas dos Media, chegamos à conclusão que é no primeiro campo, Transgressão Social que estão registadas mais peças (116) correspondendo a 36,1 por cento dos temas principais, sendo que a SIC e a TVI são as estações que, proporcionalmente e de forma isolada, mais enfatizam estas temáticas (52 peças na SIC, correspondendo a 41,0 por cento e 46 peças para TVI correspondendo a 41,1 por cento). As Questões Sociográficas obtêm 23,6 por cento dos registos o que equivale a 81 registos. Proporcionalmente é a RTP1 que maior atenção confere a estas temáticas com 26 peças totalizando 32,7 por cento dos registos. O Estado/ Governo surge com 59 peças, 18,9 por cento dos registos, sendo que é a TVI que proporcionalmente mais dá ênfase a estas temáticas, 26 peças representando 23,2 por cento. A assinalar que as Políticas Inclusivas atingem os 12,2 por cento com 39 peças (a RTP1 é o canal que percentualmente mais ênfase dá a estas temáticas, 16 peças correspondendo a 19,2 por cento do total). Temas 2 por canal TV (Ver ANEXOS – Quadro 20) Como Tema2 os canais apresentam na generalidade uma grande dispersão dos registos, sendo que isoladamente não ultrapassam 15,7 por cento que é obtido pela modalidade Crime com 33 registos, sendo que percentualmente é a TVI que maior espaço confere a esta temática (18,8 por cento). Em seguida surge a modalidade Integração (32 peças no total representando 14,0 por cento) que na Media, Imigração e Minorias Étnicas II (89) RTP1 tem a sua maior expressão percentual (22,0 por cento correspondendo a 13 peças). Neste segundo tema não se considerou necessário agrupar em campos semânticos dado, como já se referiu, os valores estarem em grande dispersão. Personalização por canal TV (Ver ANEXOS – Quadro 21) No conjunto dos canais a Personalização está concentrada na modalidade Imigrantes (30,3 por cento) num total de 145 menções em 479.A grande distância estão os Populares que obtêm 7,9 por cento (38 peças) do total dos temas. A agregação dos valores referentes à Personalização das modalidades identificadas como Forças de Segurança (Forças de Segurança, PSP, GNR, PJ e SEF) atinge os 19,2 por cento correspondentes a 90 registos no total de temas. Proporcionalmente é a RTP1 que mais ênfase dá aos Imigrantes registando 40 menções (32,2 por cento) em 124, seguida pela TVI (29,6 por cento e 51 registos) e a SIC (com 29,5 por cento do total de registos e 54 peças). Idade por canal TV canal TV RTP1 Idade Criança até 12 Adolescente 13-19 Adulto Misto Total (90) Media, Imigração e Minorias Étnicas II SIC TVI Total 1 6 2 9 1,3% 4,7% 1,8% 2,8% 2 3 1 6 2,5% 2,4% ,9% 1,9% 56 97 89 242 70,9% 76,4% 80,2% 76,3% 20 21 19 60 25,3% 16,5% 17,1% 18,9% 79 127 111 317 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Em todos os canais são os Adultos que estão mais representados com 242 peças representando 76,3 por cento do total das peças, sendo a TVI que percentualmente maior valor obtém (89 peças e 80,2 por cento). As crianças e os jovens não estão significativamente representados. Género por canal TV canal TV género Feminino Masculino Misto Total Total RTP1 SIC TVI 10 25 16 51 12,7% 19,7% 14,4% 16,1% 21 52 45 118 26,6% 40,9% 40,5% 37,2% 48 50 50 148 60,8% 39,4% 45,0% 46,7% 79 127 111 317 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% O género masculino encontra-se percentualmente mais representado com 118 peças correspondendo a 37,2 por cento do total, apesar da modalidade Misto (Homem e Mulher) obterem o valor mais elevado (148 peças representando 46,7 por cento do total). As mulheres estão presentes em 51 peças, 16,1 por cento do total, sendo que percentualmente a SIC é o canal que lhes atribui mais visibilidade (19,7 por cento, em 25 peças). Media, Imigração e Minorias Étnicas II (91) Enquadramento por canal TV canal TV Enquadramento Dramático Épico Irónico Moral Policial Factual Outro Total Total RTP1 SIC TVI 6 23 17 46 7,5% 18,1% 15,2% 14,4% 0 1 1 2 ,0% ,8% ,9% ,6% 1 0 1 2 1,3% ,0% ,9% ,6% 12 6 8 26 15,0% 4,7% 7,1% 8,2% 20 49 43 112 25,0% 38,6% 38,4% 35,1% 40 48 42 130 50,0% 37,8% 37,5% 40,8% 1 0 0 1 1,3% ,0% ,0% ,3% 80 127 112 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Em todos os canais o Enquadramento Factual é o que alcança maior expressão (40,8 por cento do total, correspondendo a 130 peças), mas é na RTP1 que 50,0 por cento (40 peças em 80) das peças estão registadas segundo esta modalidade. Segue-se o Enquadramento Policial presente em 112 peças e representando 35,1 por cento. A RTP1 é o canal que menos registos assinala neste enquadramento (25 peças, correspondendo a 25 por cento das peças exibidas por este canal), sendo que a SIC e a TVI colhem um valor percentual semelhante (37,8 por cento e 37,5 por cento, respectivamente). Longe destes valores encontra-se o Enquadramento Dramático que recolhe 14,4 por cento do total em 46 peças. (92) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Tom por canal TV canal TV Tom Positivo Negativo Neutro Total Total RTP1 SIC TVI 28 26 16 70 35,0% 20,6% 14,3% 22,0% 26 68 73 167 32,5% 54,0% 64,4% 52,3% 27 32 24 82 32,5% 25,4% 21,4% 25,8% 80 126 113 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Em todos os canais é o Tom Negativo que alcança maior valor percentual, 52,3 por cento do total das peças, equivalendo a 167 peças. No conjunto dos canais é a TVI que regista mais peças (73), atingindo 64,4 por cento das peças exibidas. A RTP1 é o canal que apresenta maior número de peças com Tom Positivo (35,0 por cento correspondendo a 28 peças em 80), enquanto a TVI é a que menos peças regista neste Tom (14,3 por cento, totalizando 16 peças). Argumentação por canal TV canal TV argumentação Demográfica Económica Política Religiosa Total RTP1 SIC TVI 0 2 0 2 ,0% 1,6% ,0% ,6% 4 5 6 15 5,0% 3,9% 5,4% 4,7% 4 0 1 5 5,0% ,0% ,9% 1,6% 7 6 2 15 8,8% 4,7% 1,8% 4,7% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (93) canal TV RTP1 argumentação Securitária Social Assertiva Outra Total SIC TVI Total 13 43 34 90 16,3% 33,9% 30,4% 28,2% 25 22 29 76 31,3% 17,3% 25,9% 23,8% 27 49 39 115 33,8% 38,6% 34,8% 36,1% 0 0 1 1 ,0% ,0% ,9% ,3% 80 127 112 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% A argumentação assertiva é a mais frequente em todos os canais (36,1 por cento, 115 peças num total de 319) não apresentando diferenças significativas entre eles. Em seguida com uma média de 23,8 por cento (90 peças) em todos os canais surge a Argumentação Securitária, sendo que atinge os maiores valores percentuais na SIC (33,9 por cento correspondendo a 43 sobre 127 peças) e o menor valor na RTP1 (16,3 por cento com 13 peças em 80). Vozes 1 por canal TV (Ver ANEXOS – Quadro 22) No total das 403 Vozes registadas a dispersão é grande em todos os canais, contudo é a modalidade Populares que obtém maior percentagem atingindo os 12,2 por cento, com 49 peças. Individualmente é o indicador Cidadãos dos Países de Leste que obtêm, em todos os canais, um valor mais significativo apesar do seu baixo valor percentual (6,2 por cento). (94) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Cenário 1 por canal TV Ver ANEXOS – Quadro 23) No total dos 458 cenários registados a maior percentagem concentra-se nas Ruas que atinge 17,0 por cento dos registos com 78 peças, seguem-se os Locais de Reunião com 11,9 por cento (54 peças) no total dos canais. Proporcionalmente é a RTP1 que mais apresenta este último cenário representando 15,3 por cento das peças exibidas (18 peças em 117). Os Locais de Prostituição vêm em 3º lugar em todos os canais alcançando 32 peças nos três canais e uma percentagem de 6,9 por cento dos cenários. O cruzamento das três principais variáveis e modalidades: tema, local geográfico e canal TV; temas 1 tom e canal TV e temas 1 por enquadramento e canal TV, são descritos em seguida, encontrando-se as tabelas em Anexos. Temas 1 por local geográfico e canal TV Ver ANEXOS – Quadro 24) Na RTP1 a origem das peças diz respeito fundamentalmente à Grande Lisboa e a todo o território de Portugal. Na Grande Lisboa os temas mais tratados são a Integração, o Crime e a Agenda, todos apresentando os mesmos valores (4 peças em 32, correspondendo a 12,5 por cento desse total). Os temas que dizem respeito a Portugal são, em primeiro lugar, Legislação e Legalização (os dois com 4 peças sobre 22, correspondendo a 18,2 por cento), seguindo-se o tema Integração (3 peças sobre 22, no valor de 13,6 por cento). A Prostituição é o único tema registado na região Norte e Interior (respectivamente 4 e 3 registos). Na SIC, 39,3 por cento das peças, isto é 50 em 127 peças, têm origem na Grande Lisboa, sendo que o Crime é o tema mais focado (10 peças, correspondendo a 20%). As temáticas que dizem respeito a Portugal recolhem o segundo lugar, com valores semelhantes registados nos temas Integração, Discriminação, Legislação e Crime (12,5 por cento). O Tema Prostituição atinge 50,7 por cento dos registos da região Norte (8 em 14 peças). Media, Imigração e Minorias Étnicas II (95) A TVI apresenta uma maior dispersão temática por regiões, mas é a Grande Lisboa que dá origem a 31 registos sobre 112 constituindo 27,6 por cento do total. O tema Crime é o que obtém maior percentual, 19,4 por cento com 6 registos. A segunda região a que as peças se referem é Portugal que concentra os seus 25 registos na Legislação (8 correspondendo a 32,0 por cento), Legalização (4 correspondendo a 16,0 por cento). O Interior apresenta 10 peças sobre a Prostituição, o que constitui 66,7 por cento dos registos desta região. Tema 1 por tom e canal TV (Ver ANEXOS – Quadro 25) Os resultados do cruzamento das variáveis Tom, Temas e Canal são descritos em seguida, encontrando-se as tabelas em anexos. Na RTP1, o Tom Positivo é o dominante estando presente em 35,0 por cento das peças, sobretudo nas temáticas Integração (5 correspondendo a 7,9 por cento), Agenda, Religião e Economia ( com 4 peças correspondendo a 14,3 por cento). O Tom Negativo e Neutro alcançam o mesmo percentual 32,5 por cento, sendo que o primeiro está associado ao Crime (6 peças equivalendo a 23,1 por cento) e à Prostituição (5 peças correspondendo a 19,2 por cento). No Tom Neutro ressaltam, também, as peças sobre Prostituição com um valor percentual de 19,2 por cento. Na SIC domina o Tom Negativo com 68 peças correspondendo a 53,9 por cento do total das peças deste canal, seguindo-se o Tom Neutro com 25,3 por cento (32) do total de registos assinalados e por último as que apresentam Tom Positivo (20,6 por cento, no total de 26). O Tom Negativo atinge a sua maior expressão na modalidade Crime com 32,4 por cento dos registos (22 ) e na Prostituição (9 em 68 registo correspondendo a 13,2 por cento). O Tom Neutro alcança maior percentagem,18,8%, nos registos referentes à Prostituição (6 em 32). O Tom Positivo está associado à Integração representando 19,2 por cento dos registos (5 em 26), seguindo-se a Economia e a Cultura (4 peças em 26, com o percentual de 15,4 por cento cada). Na TVI o Tom Negativo é o que obtém maior expressão 64,2 por cento das 112 peças (72) sendo que as modalidades Crime (14 em 72) e Prostituição (12 em 72) as que (96) Media, Imigração e Minorias Étnicas II atingem maior percentagem, respectivamente 19,4 por cento e 16,7 por cento do total das peças. O Tom Neutro (24 registos) e o Tom Positivo (16 menções), que alcançam o percentual de 21,4 por cento e 14,2 por cento, apresentam uma grande dispersão pelas modalidades, contudo assinalamos que o Tom Positivo está associado à Cultura (3 em 16, 18,8 por cento) e à Integração (3 em 16, 18,8 por cento) e o Tom Neutro ao Crime (4 em 24, representando 16,7 por cento). Tema 1 por enquadramento e canal TV (Ver ANEXOS – Quadro 26) A RTP1 regista 50% das suas peças no Enquadramento Factual (40 sobre 80), seguindo de longe o Enquadramento Policial (20 em 80), isto é 25%. A SIC têm valores muito semelhantes nos Enquadramentos Factual (48 em 127, 37,7 por cento) e Policial (49 em 127, 38,5 por cento), mas regista valores significativos no Enquadramento Dramático (23 sobre 127) correspondendo a 18, 1% dos registos assinalados. A TVI apresenta, igualmente, valores muito semelhantes no Enquadramento Policial (43 sobre 112) 38,3 por cento e Factual 37,5 por cento, seguindo-se o Dramático com 15,1 por cento. 5. RESULTADOS COMPARADOS 2003-2004 Neste item apresentaremos os resultados comparados de televisão entre o ano de 2003 e o ano de 2004, tendo em consideração as variáveis mais importantes dos grupos Forma, Conteúdo e Discurso. 5.1. Variáveis de Forma A comparação dos dois anos referentes à Var2 (Canal Generalista a que pertence a peça) mostra-nos que apesar de estarem mais peças registadas em 2004 a média mensal é menor, excepto em Janeiro que chega a 23,2 por cento. Ao contrário de 2003, é a SIC e não a TVI que exibiu mais peças. No entanto, há que ter em Media, Imigração e Minorias Étnicas II (97) conta que os dados referentes a 2003 cobrem 9 meses e não um ano como em 2004. Estes resultados podem ainda ser melhor entendidos tendo em conta a Var4 (Distribuição de peças ao longo do ano) por canal. Comparando nos dois anos os tempos de exibição das peças, constatamos que há, também, diferenças pois se no ano de 2003 a maioria das peças se situava entre os 1’45” e os 2’45”, no ano de 2004 a maioria das peças é inferior a 1’45”. No entanto deve-se notar que as peças longas (mais de 2’45”) obtêm percentagens significativas, mais de 25% do total, nos dois anos. No que se refere ao Alinhamento (Var6), aos Géneros televisivos (Var7) e Cenários os resultados são muito semelhantes nos dois anos, pois verifica-se que as notícias sobre as temáticas Imigração e Minorias poucas vezes fazem a abertura dos jornais televisivos, no entanto prevalece nos dois anos o género reportagem tendo como cenários habituais as ruas e os locais de reunião. Convém ainda referir que há um número significativo de registos (cerca de 10 por cento nos dois anos analisados) que têm como cenários os locais de prostituição. 5.2. Variáveis de Conteúdo Os dados recolhidos nas variáveis que integram o grupo Conteúdo apresentam algumas diferenças, no entanto, por exemplo as que se referem ao âmbito ou local de acção são semelhantes, bem como à faixa etária focada e género, sendo de assinalar nesta variável um ligeiro decréscimo do valor de referências à mulher. Assim, as maiores percentagens de notícias concentram-se na Grande Lisboa (nos dois anos com percentagens acima dos 30 por cento) e em Portugal (com percentagens, nos dois anos a cima de 20 por cento). No ano de 2004, a nacionalidade brasileira (18,5 por cento) continua a ser a mais representada, tal como aconteceu em 2003 (26 por cento dos registos), mas com valores mais próxima da ucraniana (14 por cento), a segunda comunidade mais representada individualmente no ano de 2004. Note-se contudo que, tanto em 2003 (98) Media, Imigração e Minorias Étnicas II como em 2004, o número de peças que apresenta várias comunidades é bastante semelhante, atingindo 20 por cento do total das peças. Note-se, ainda, que os registos referentes à comunidade cigana em 2004 são percentualmente inferiores a 2003 e apesar de se ter autonomizado, no último ano, o indicador «2as Gerações», estas não adquirem valores significativos. De assinalar, nestes dois anos, as divergências nos resultados da variável que regista a situação jurídica do imigrante (Var9). No ano de 2003 não foi possível identificar, em grande número de peças, essa situação, sendo que os imigrantes indocumentados constituem os mais representados (43 por cento). No ano de 2004, a maioria das peças refere-se a titulares de autorização de permanência (mais de 40 por cento das peças), seguindo-se as peças que focam os Indocumentados e os Ilegais (32 por cento). Nos dados referentes aos Temas, temos algumas semelhanças, mas também algumas divergências que podem querer acentuar o desenvolvimento de uma tendência. Está na primeira situação a continuação expressiva da temática Crime no total das peças, que obtém sensivelmente o mesmo valor percentual (15,5 por cento). Um valor que adquire uma outra dimensão (35,4 por cento do total dos temas registados) quando agregado a outras temáticas que se encontram normalmente associadas ao Crime, como violência, máfias, exploração e prostituição. No entanto, verificase neste ano de 2004 um crescimento acentuado dos temas relacionados com as questões sociológicas da imigração, incluindo as referências às políticas inclusivas. Esta tendência faz-se, igualmente sentir nos discursos sobre o Crime – o que está patente nos resultados registados nas variáveis do discurso – em que os Imigrantes e as minorias tendem a surgir como vítimas e não como agressores. Os actores mais referidos nestes dois anos analisados são os Imigrantes que adquirem quase 50 por cento das menções registadas no total das peças registas. É de notar que em 2004, os Populares, os Especialistas e os Empresários captam valores significativos, sendo que as Forças de Segurança, ao contrário do que se verificou em 2003, alcançam um valor percentual muito inferior ao ano anterior (em 2003 cerca de 50 por cento do total dos actores e em 2004, apenas 19,5 por cento). Media, Imigração e Minorias Étnicas II (99) 5.3. Variáveis de Discurso É no conjunto destas variáveis que se assinalam as maiores disparidades entre o ano de 2003 e 2004, sendo possível avançar que os discursos produzidos sobre as temáticas mudaram no plano verbal, isto é, apresentam-se as mesmas imagens mas inscritas em outros textos. Assim, por exemplo, enquanto em 2003 o tipo de narrativa dominante na peça era policial (36,2 por cento), em 2004 o tipo de narrativa dominante é factual (40,8 por cento), seguido do policial (35,1 por cento). De notar, ainda que baixou neste último ano, de forma significativa o tipo de narrativa dramática. A estas constatações soma-se a alteração do tipo de argumentação que de social e securitária (cerca de 34 por cento cada, em 2003) passa a assertiva em 2004. O Tom Negativo apresenta resultados muito semelhantes em 2003 (59,4 por cento) e 2004 (52,4 por cento). A estes resultados deve-se acrescentar um ligeiro aumento de peças com Tom Neutro que evoluíram de 23,7 por cento, em 2003, para 25,7 por cento das peças, em 2004. Nos dois anos analisados regista-se que as vozes mais citadas são os Populares, os Especialistas, seguindo-se algumas comunidades imigrantes como os cidadãos dos Países de Leste e os Brasileiros. Ao contrário do ano de 2003, o Governo e as Forças de Segurança têm menor expressão. (100) Media, Imigração e Minorias Étnicas II CONCLUSÕES Na Introdução do trabalho foi aventada a hipótese de se confirmarem, neste estudo sobre os Media, a Imigração e as Minorias Étnicas, dados recolhidos em estudos que incidiram sobre atitudes e comportamentos dos portugueses face aos imigrantes e às minorias. As conclusões deste trabalho não permitem confirmar as observações realizadas nesses estudos, embora, por exemplo, a comunidade brasileira seja a mais representada e implicada na Prostituição (será que a alegria apontada como característica da comunidade brasileira desliza para este campo de sentidos?); os cidadãos de Leste estarem muito relacionados com o trabalho (o que esta de certa forma em sintonia com os dados de outros estudos) e também com o Crime e os imigrantes africanos e seus filhos, a 2ª Geração, estarem proporcionalmente mal representados em relação ao seu valor numérico (o que talvez possa ter diversas hipóteses de interpretação, sendo uma delas a dificuldade dos jornalistas em tratarem esta matéria). Apesar de não estarem disponíveis estudos sobre atitudes e comportamentos dos portugueses face a outras comunidades, nomeadamente a chinesa e a islâmica, assinala-se neste estudo a sua crescente visibilidade nos Media, a primeira muito vinculada às actividades comerciais, o que lhe confere uma especialidade na imigração e, a segunda, às práticas religiosas. Inicia-se a apresentação das conclusões com algumas observações de âmbito geral relativamente a este Instrumento de Trabalho que incidiu sobre o ano de 2004, mas que apresenta a comparação dos dados referentes a dois anos de análise de imprensa e televisão, no total respectivamente, de 3 329 peças de imprensa e 543 de televisão. A primeira observação prende-se com o contexto político e social dos dois anos analisados, pois é evidente que estes factores externos à análise, nomeadamente as crises governamentais vividas no ano de 2004, tiveram reflexos nas agendas dos Media. Uma Media, Imigração e Minorias Étnicas II (101) segunda observação, está associada com os esforços perpetrados pelo governo de coligação PSD/CDS/PP, sobretudo pelo ministro da presidência Morais Sarmento, no sentido de acordar estratégias de auto-regulação, sobre formas de actuação e conduta em determinados temas polémicos nos canais de sinal aberto. Saliente-se, ainda, os acordos firmados entre a Justiça e os órgãos de comunicação no final do ano de 2003 que criaram condições especiais no tratamento de matérias socialmente sensíveis. O terceiro comentário salienta que, independentemente da temática mais registada sobre a Imigração e as Minorias Étnicas continuar a ser Crime, alterou-se, na generalidade o seu contexto e o seu discurso. Isto é, as peças que abordam a imigração e as minorias étnicas nesta perspectiva, tanto na imprensa como na televisão, tendem a faze-lo em tom neutro, com recurso a uma narrativa factual e a uma argumentação assertiva, muitas vezes apresentando os imigrantes e as minorias como vítimas. Por outro lado, e em consonância com estudos já referidos 42 nota-se no ano de 2004 uma maior tendência em enquadrar o Crime entre os imigrantes e as minorias, mais na óptica da exclusão social que da policial. Ao mesmo tempo, é de salientar o aumento significativo de peças que abordam a temática Integração, principalmente na perspectiva cultural e religiosa, o que pode caracterizar tanto uma sensibilização dos agentes dos Media para estas temáticas, como uma certa intervenção institucional e governamental junto de agentes e fontes. Apresentam-se em seguida as conclusões, cotejando os resultados já comprados na imprensa e na televisão (2003-2004) e mantendo as categorias Forma (Produção), Conteúdo (Agenda) e Discurso (Imagem). 42 Barata, A., Descendentes de imigrantes africanos não se sentem portugueses, Público, 29/05/05, onde se refere o estudo realizado pelo sociólogo F.L. Machado a mil jovens filhos de imigrantes africanos da região de Lisboa. (102) Conclusões quanto à Forma/Produção Estas conclusões envolvem as variáveis de Forma mas, na verdade, caracterizam a produção da notícia na imprensa e na televisão. Esta caracterização fica mais visível na comparação que se estabelece, em seguida, entre os dois meios de comunicação, nos anos em que se procedeu à observação. Media, Imigração e Minorias Étnicas II Na imprensa, assinala-se, de 2003 a 2004, um crescimento de 16,4 por cento no número de peças, enquanto na televisão – não sendo possível fazer essa estatística pois no primeiro ano apenas se analisaram nove meses – nota-se um decréscimo da média dos registos ao longo do ano. No entanto, é de salientar nos dois meios de comunicação, o alto número de peças registadas em Janeiro de 2004. Neste último ano os jornais de referência atribuíram a esta matéria, na generalidade, _ de página, enquanto os jornais populares mantiveram a média de 1 ou 2 parágrafos. Na televisão nota-se duas tendências paralelas: por um lado, diminuiu para menos de 1’ 45” o tempo médio das peças, por outro aumentou o número de peças longas (com tempo superior a 2’45”), que perfazem mais de 25 por cento do total das peças exibidas nos dois anos. Nos jornais a maioria das peças estão, nos dois anos em análise, na secção Sociedade e pertencem ao género notícia. No entanto deve-se salientar que no caso dos jornais de referência, e nos semanários Expresso e Independente há, neste último ano, um valor mais significativo da modalidade reportagem. Na televisão os registos sobre esta temática raramente fazem a abertura dos jornais televisivos e são maioritariamente integrantes do género reportagem, apesar da modalidade OFF ter vindo a crescer em 2004.De notar, ainda que os cenários mais frequentes são as ruas e os locais públicos. Algumas hipóteses interpretativas e explicativas: O maior número de peças registado em Janeiro significaria uma resposta a um sinal enviado por organismos institucionais sobre a necessidade de um adequado tratamento da temática Imigração e Minorias Étnicas, com mais peças; O aumento dos espaços atribuídos à temática Imigração e Minorias Étnicas nos jornais de referência e a prevalência, nestes casos, do género reportagem, corresponderia a um tratamento mais cuidado e reflexivo; Media, Imigração e Minorias Étnicas II (103) A diminuição do tempo médio das peças na televisão constituiria um tratamento mais factual e assertivo dos acontecimentos relatados; O elevado número de peças grandes deve-se tanto a tendências tabloidizantes da informação, como aos resultados de um jornalismo de investigação. Conclusões quanto ao Conteúdo/Agenda Estas conclusões 43 envolvem as variáveis de Conteúdo que representam a selecção e agendamentos dos acontecimentos, issues, considerados relevantes. Quanto ao local de origem da peça, ou localização da sua acção, nota-se que na imprensa prevalecem as notícias de âmbito nacional nos dois anos, apesar de em 2004 estas atingirem um valor um pouco menor (33,4 por cento contra 43,3 por cento em 2003). Esta observação é contrariada nos canais televisivos que privilegiam, nos dois anos, as notícias referentes à Grande Lisboa (nos dois anos percentagens acima de 30 por cento), seguindo-se as de âmbito nacional (nos dois anos com percentagens de cerca de 20 por cento). 43 Esta conclusão confirma aquilo que Tuchman (As notícias como realidade construída. In Esteves, J.P. (2001), Comunicação e Sociedade, Lisboa: Horizonte), por exemplo, designa como controlo espacial dos acontecimentos pelas organizações jornalísticas, recorrendo a três estratégias: a territorialidade geográfica (concentração em Lisboa e em Portugal); a especialização organizacional através das «sentinelas» (fontes prvilegiadas); e a especialização temática (temas e perspectivas consolidads relativamente aos temas). (104) Na imprensa e na televisão, a maior parte das notícias dizem respeito a imigrantes indocumentados e ilegais (mais de 60 por cento), contudo neste último ano de análise foi possível identificar, nas notícias dos três canais, mais de 40 por cento de peças referentes a imigrantes titulares de autorização de permanência. Como já se referiu anteriormente, o tema Crime continua a ser, isoladamente, mais referido, na imprensa e na televisão. Contudo, é preciso referir que na imprensa de referência, no ano de 2004 é o tema Integração que atinge maior valor (12,2 por cento), ultrapassando o tema Trabalho que obtivera, em 2003, a maior percentagem (15,7 por cento). Media, Imigração e Minorias Étnicas II Nos dois meios de comunicação, é a comunidade brasileira que recebe mais atenção, seguida dos cidadãos dos países de Leste. No entanto, observa-se que, tanto nos jornais televisivos como nos jornais de referência, o maior número de registos se refere a notícias que envolvem diversas comunidades. De salientar a pouca expressividade atribuída, no ano de 2004, nos dois meios, às 2ªs Gerações e à Comunidade Cigana. Acresce que nos dois meios, os homens estão maioritariamente representados tendo decrescido o número de referências às mulheres. Comparando a imprensa e a televisão, nos dois anos nota-se que no primeiro meio, os Imigrantes surgem como os actores mais focados (mais de 50 por cento em 2004), enquanto na imprensa os actores institucionais, nomeadamente o SEF (cerca de 20,5 por cento em 2003 e 15,8%por cento em 2004), continuam a manter a liderança. Note-se que, na televisão, os populares, os especialistas e os empresários adquiriram grande visibilidade nesta matéria. Algumas hipóteses interpretativas e explicativas: A prevalência de notícias de âmbito nacional na imprensa e na televisão aponta para a existência de correspondentes locais e temáticas regionais de interesse nacional; A concentração de notícias na área da Grande Lisboa nas televisões corresponde à localização dos estúdios das estações de televisão e simultaneamente acompanham a concentração demográfica e política do país, na região de Lisboa; O grande número de peças referente a indocumentados e ilegais deve ser interpretado em função tanto das rotinas jornalísticas como das «questões» sociológicas da imigração e das minorias; O crescente número de peças referentes a titulares de vistos corresponderia a um maior número de imigrantes em situação legal, bem como à tendência crescente de integração na sociedade portuguesa; Media, Imigração e Minorias Étnicas II (105) A maior visibilidade da comunidade brasileira deve-se ao facto de ser a comunidade mais numerosa e com maior potencialidade de integração, em função da proximidade cultural e linguística; O grande número de peças que focam em conjunto várias comunidades reflecte o tratamento equitativo conferido aos imigrantes de diversas nacionalidades, bem como o tratamento de temáticas que lhes são comuns; O menor número de referências às mulheres coincide com uma diminuição, na imprensa e na televisão, das notícias sobre prostituição evidenciando mulheres brasileiras; A natureza do meio televisão e a natureza do meio imprensa determinam a presença de actores diferenciados, pois as rotinas de produção da televisão promovem os testemunhos de imigrantes, populares e especialistas, enquanto a imprensa tende a recorrer a fontes institucionalizadas, por exemplo o SEF. Conclusões quanto ao Discurso/Imagem Estas conclusões incidem sobre a forma como as notícias são reportadas e constroem as imagens dos imigrantes e das minorias étnicas. Esta categoria envolve o conjunto de variáveis que se mantiveram estáveis, mas em cujas modalidades foram introduzidas alterações, por se ter verificado algumas imprecisões no primeiro ano em que foi efectuada esta análise. Assim, tal como já foi anteriormente dito, foi introduzida na variável Narrativa, a modalidade Factual e na variável Argumentação a modalidade Assertiva. A introdução destas modalidades veio revelar-se muito oportuna, pois o ano de 2004 demonstra, tanto na imprensa como na televisão, que estas modalidades são as mais frequentes e caracterizam o tipo de narrativa e de argumentação mais utilizada. Nota-se, assim, nos dois meios, um decréscimo dos enquadramentos policiais, das narrativas dramáticas e das argumentações securitárias. Ao mesmo tempo, assinala-se o crescimento do tom neutro, apesar do negativo imperar. No entanto, os dois meios divergem quanto às vozes, em função da sua (106) Media, Imigração e Minorias Étnicas II natureza e rotinas de produção, pois enquanto na imprensa são maioritariamente institucionais (por exemplo, o Governo obtém 12,2 por cento em 2004) na televisão dominam as vozes dos populares, especialistas e comunidades, nomeadamente brasileira e de cidadãos de Leste. Na tentativa de fazer um resumo ilustrado das principais conclusões que decorrem dos dois anos de análise das imagens transmitidas pela televisão e pela imprensa da imigração em Portugal, apresentamos as principais novidades que a análise do ano de 2004 trouxe em relação ao ano anterior, conforme foram explanadas na apresentação pública do relatório Media, Imigração e Minorias Étnicas II. Assim sendo, e em 2004 (face a 2003), destacam-se os seguintes pontos: Relativamente à primeira constatação enunciada, de acordo com a qual o imigrante passa a surgir no papel de vítima, trata-se de uma manifesta deslocação relativamente ao ano anterior, ainda que esta deslocação se opere no mesmo território – o tema Crime. Como consequência desta observação, podemos apontar que ainda que o ângulo denotativo seja diferente, os imigrantes continuam a ser enquadrados em situações de marginalidade. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (107) Uma nova categoria de “minorias” passa a fazer parte da enunciação do outro nos Media e em 2004: ela é composta pelos cidadãos que a partir deste ano passaram a fazer parte da União Europeia. É curiosa esta categoria, que surge essencialmente na imprensa e que embora não possa ser referida como minoria étnica ou imigrante, recebe frequentemente o mesmo tipo de tratamento, pautado por uma certa “estranheza” fruto de um desconhecimento que terá de passar por um processo de assimilação. Como tinha sido adiantado em 2003 como probabilidade a constatar em 2004, certas comunidades tornam-se mais visíveis nos Media portugueses, nomeadamente a comunidade chinesa. O interesse pelo tema decorre, sobretudo, de questões económicas e laborais, já que as relações comerciais com a China assumem uma importância sem precedentes, com produtos têxteis a serem retidos em portos por toda a Europa (e também em Portugal). Há uma insistência mediática nos negócios protagonizados por profissionais chineses e por uma comunidade que, apesar de não chamar muito a atenção sobre si, vai crescendo, não só em número mas também em importância económica. Em sentido contrário, observa-se um quase apagamento (sobretudo em televisão) da comunidade cigana e das segundas gerações de imigrantes. Por outro lado, e contrariamente ao que tinha sido previsto no estudo anterior, o interesse pelas comunidades islâmicas não é manifesto pela faceta do terrorismo, mas antes uma perspectiva de conhecimento e de análise das diferenças até como mais-valias culturais. Existem, pois, alguns sinais positivos nos Media portugueses relativamente à forma como as questões da imigração e das minorias são entendidas pelos próprios profissionais da comunicação e por eles descodificadas antes de serem colocadas à disposição da opinião pública. Falamos também da percepção de que imigrantes e minorias étnicas não são massas amorfas susceptíveis de redução a generalizações. É exemplo disso a forma como é tratado o aspecto laboral, já que se observa uma diversificação das profissões referidas quando de fala de imigração e minorias, ultrapassando estereótipos. (108) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Muitas vezes, o discurso oficial sobre a imigração, com as devidas repercussões nos Media, refere-se ao tema como a uma espécie de “bóia de salvação” que poderá inverter a tendência demográfica nacional. Esta vertente demográfica assumiu muita importância ao longo de 2004 e pode prever-se que esta tendência continuará a crescer na medida em que for decrescendo a taxa de natalidade. A par deste fenómeno de compensação demográfica, difunde-se também a ideia dos imigrantes como valiosos contribuintes para o equilíbrio das contas do Estado. Como conclusões genéricas deste segundo ano de análise dos Media, da imigração e das minorias étnicas, realçam-se os seguintes pontos: A RTP destaca-se, entre os canais analisados, como tendo dado um melhor tratamento aos temas relacionados com a imigração e minorias étnicas, enquadrando esta problemática de uma forma mais completa, atenta às explicações, causa e consequências, afastando-se frequentemente de um registo mais na ordem do acontecimento. Assim sendo, poder-se-á dizer que cumpriu de alguma maneira a sua missão de serviço público, prestando uma informação mais contextualizada e pugnando por uma imagem da imigração mais isenta de estereotipia. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (109) Por outro lado, e de uma maneira geral, existem consequência não negligenciáveis na alteração já referida como o tema da imigração e das minorias étnicas foi, genericamente, tratado ao longo de 2004. A resposta aos sinais enviados aos Media deu origem a notícias “leves”, de pendor iminentemente positivo, levando a uma não-problematização das questões relacionadas com o referido macrotema. Neste âmbito, é compreensível o relativo abandono a que foram votadas as questões que têm como protagonistas comunidades ciganas e segundas gerações de imigrantes em Portugal. Este apagamento responderá, então, a uma dificuldade na abordagem jornalística, por um lado, e a uma deliberada escolha por notícias que dêem conta de processos positivos, originando, não raras vezes, não-notícias. Não será demais repetir que o tema mais reincidente nas peças acerca de imigrantes e minorias étnicas continua a ser o Crime, ainda que muitas vezes já não por eles perpetrado, mas antes sofrido. Resta saber se a leitura que é feita pelos leitores de jornais e espectadores de televisão consegue dar conta acertada desta mudança de paradigma ou se, por outro lado, existe uma associação directa do tema aos protagonistas, independentemente do papel que desempenhem. Para tal, seria preciso desenvolver estudos de recepção, âmbito a que o presente trabalho não se alarga, pretendendo apenas dar conta das informações mediadas pelos órgãos de comunicação social e apresentar algumas hipóteses explicativas. (110) Media, Imigração e Minorias Étnicas II ANEXOS Media, Imigração e Minorias Étnicas II (111) (112) Media, Imigração e Minorias Étnicas II IMPRENSA (Quadros referentes ao Capítulo II) QUADRO 1 – VOZES Frequência Percentagem no total de vozes Percentagem no total de peças Estado 19 1,4 1,8 Governo 126 9,4 12,2 PP 9 0,7 0,9 PS 5 0,4 0,5 PSD 7 0,5 0,7 PCP 17 1,3 1,6 BE 5 0,4 0,5 Partidos 12 0,9 1,2 Igrejas 41 3,1 4,0 Tribunais 15 1,1 1,4 EU 21 1,6 2,0 Forças de segurança 32 2,4 3,1 SEF 99 7,4 9,6 ACIME 59 4,4 5,7 PSP 46 3,4 4,4 GNR 36 2,7 3,5 PJ 34 2,5 3,3 IDICT 7 0,5 0,7 Sindicatos 21 1,6 2,0 Embaixadas 5 0,4 0,5 Assoc. Imigrantes 79 5,9 7,6 Skinheads 5 0,4 0,5 SOS Racismo 22 1,6 2,1 Autarquias 67 5,0 6,5 ONG 63 4,7 6,1 Africanos 5 0,4 0,5 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (113) Frequência Percentagem no total de vozes Percentagem no total de peças 18 1,3 1,7 Angolanos Árabes 2 0,1 0,2 Brasileiros 24 1,8 2,3 Cabo-Verdianos 11 0,8 1,1 Chineses 7 0,5 0,7 Cid. Países Leste 19 1,4 1,8 Ciganos 27 2,0 2,6 Guineenses 3 0,2 0,3 Indianos 2 0,1 0,2 Magrebinos 4 0,3 0,4 Moçambicanos 2 0,1 0,2 Moldavos 9 0,7 0,9 PALOP 1 0,1 0,1 Russos 14 1,0 1,4 S. Tomenses 2 0,1 0,2 Ucranianos 36 2,7 3,5 Islâmicos 5 0,4 0,5 Empresários 43 3,2 4,2 Especialistas 83 6,2 8,0 Populares 74 5,5 7,1 Políticos internacionais 16 1,2 1,5 Organismos internacionais 21 1,6 2,0 2ªs gerações 1 0,1 0,1 Outros 62 4,6 6,0 1035 1791 1035 Total (114) Media, Imigração e Minorias Étnicas II QUADRO 2 – SECÇÃO POR JORNAL (JORNAIS DE REFERÊNCIA) Jornal Público chamada sociedade cultura economia política destaque nacional local últ. página suplemento internacional opinião outra Total DN JN Total Expresso Independente 1 1 1 1 0 4 0,3% 0,4% 0,3% 2,0% 0,0% 0,4% 159 181 246 20 8 614 50,0% 69,6% 61,5% 39,2% 44,4% 58,6% 6 0 2 0 1 9 1,9% 0,0% 0,5% 0,0% 5,6% 0,9% 0 1 2 4 0 7 0,0% 0,4% 0,5% 7,8% 0,0% 0,7% 6 8 14 2 1 31 1,9% 3,1% 3,5% 3,9% 5,6% 3,0% 9 10 17 0 2 38 2,8% 3,8% 4,3% 0,0% 11,1% 3,6% 21 34 93 16 6 170 6,6% 13,1% 23,3% 31,4% 33,3% 16,2% 103 0 2 0 0 105 32,4% 0,0% 0,5% 0,0% 0,0% 10,0% 1 4 11 1 0 17 0,3% 1,5% 2,8% 2,0% 0,0% 1,6% 2 4 3 4 0 13 0,6% 1,5% 0,8% 7,8% 0,0% 1,2% 6 4 7 1 0 18 1,9% 1,5% 1,8% 2,0% 0,0% 1,7% 4 8 1 2 0 15 1,3% 3,1% 0,3% 3,9% 0,0% 1,4% 0 5 1 0 0 6 0,0% 1,9% 0,3% 0,0% 0,0% ,6% 318 260 400 51 18 1047 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (115) QUADRO 3 – SECÇÃO POR JORNAL (JORNAIS POPULARES) Jornal CM chamada sociedade Cultura economia Política Destaque Nacional Últ. página Suplemento Total 24 H 1 0 0 1 0,3% 0,0% 0,0% 0,1% 303 112 152 567 76,7% 60,5% 92,7% 76,2% 3 1 0 4 0,8% 0,5% 0,0% 0,5% 1 0 0 1 0,3% 0,0% 0,0% 0,1% 17 3 0 20 4,3% 1,6% ,0% 2,7% 0 25 0 25 0,0% 13,5% 0,0% 3,4% 38 33 3 74 9,6% 17,8% 1,8% 9,9% 25 1 7 33 6,3% ,5% 4,3% 4,4% 2 1 0 3 0,5% 0,5% 0,0% 0,4% 5 5 1 11 1,3% 2,7% 0,6% 1,5% 0 4 1 5 0,0% 2,2% 0,6% 0,7% 395 185 164 744 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Internacional Opinião Total (116) Capital Media, Imigração e Minorias Étnicas II QUADRO 4 – LOCAL GEOGRÁFICO (JORNAIS DE REFERÊNCIA) Jornal Público Grande Porto Grande Lisboa Centro Alentejo Norte Interior Algarve Regiões Autónomas Amadora Loures Oeiras Setúbal Portugal EU DN JN Total Expresso Independente 16 6 19 0 0 41 5,1% 2,3% 4,8% ,0% ,0% 4,0% 73 38 87 14 3 215 23,2% 14,8% 22,0% 27,5% 16,7% 20,8% 16 8 51 1 1 77 5,1% 3,1% 12,9% 2,0% 5,6% 7,4% 11 9 15 1 0 36 3,5% 3,5% 3,8% 2,0% 0,0% 3,5% 11 10 30 2 0 53 3,5% 3,9% 7,6% 3,9% 0,0% 5,1% 10 4 19 3 0 36 3,2% 1,6% 4,8% 5,9% 0,0% 3,5% 10 7 11 0 0 28 3,2% 2,7% 2,8% ,0% 0,0% 2,7% 3 3 2 0 0 8 1,0% 1,2% ,5% ,0% 0,0% 0,8% 5 2 4 0 0 11 1,6% 0,8% 1,0% ,0% 0,0% 1,1% 2 2 6 2 0 12 0,6% 0,8% 1,5% 3,9% 0,0% 1,2% 0 1 2 0 0 3 0,0% 0,4% 0,5% 0,0% 0,0% 0,3% 5 2 16 0 0 23 1,6% 0,8% 4,1% 0,0% 0,0% 2,2% 101 143 114 23 14 395 32,1% 55,6% 28,9% 45,1% 77,8% 38,1% 49 17 16 4 0 86 15,6% 6,6% 4,1% 7,8% 0,0% 8,3% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (117) Jornal Público Outro país Vários Total DN JN Total Expresso Independente 1 5 2 1 0 9 0,3% 1,9% 0,5% 2,0% 0,0% 0,9% 2 0 1 0 0 3 0,6% 0,0% 0,3% 0,0% 0,0% 0,3% 315 257 395 51 18 1036 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% QUADRO 5 – LOCAL GEOGRÁFICO (JORNAIS POPULARES) Jornal Grande Porto Grande Lisboa Centro Alentejo Norte Interior Algarve Regiões Autónomas Amadora (118) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Total CM Capital 24 H 8 6 12 26 2,1% 3,3% 7,6% 3,6% 89 51 49 189 22,8% 28,0% 31,2% 25,9% 44 1 15 60 11,3% ,5% 9,6% 8,2% 16 5 6 27 4,1% 2,7% 3,8% 3,7% 44 7 23 74 11,3% 3,8% 14,6% 10,2% 35 1 8 44 9,0% 0,5% 5,1% 6,0% 29 1 8 38 7,4% 0,5% 5,1% 5,2% 2 2 0 4 0,5% 1,1% 0,0% 0,5% 8 1 1 10 2,1% 0,5% 0,6% 1,4% Jornal CM Loures Oeiras Setúbal Portugal EU Espanha Outro país Vários Total Capital Total 24 H 2 3 0 5 0,5% 1,6% 0,0% 0,7% 2 0 1 3 0,5% 0,0% 0,6% 0,4% 8 3 3 14 2,1% 1,6% 1,9% 1,9% 92 72 31 195 23,6% 39,6% 19,7% 26,7% 8 28 0 36 2,1% 15,4% ,0% 4,9% 1 0 0 1 0,3% 0,0% 0,0% 0,1% 2 0 0 2 0,5% 0,0% 0,0% 0,3% 0 1 0 1 0,0% 0,5% 0,0% 0,1% 390 182 157 729 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (119) QUADRO 6 – MINORIAS (JORNAIS DE REFERÊNCIA) Jornal Público Africanos Angolanos Brasileiros Cabo-Verdianos Chineses Cidad. País Leste Ciganos Guineenses Indianos Magrebinos Moçambicanos Moldavos Russos Ucranianos (120) DN JN Total Expresso Independente 13 4 10 0 0 27 6,1% 2,9% 3,6% 0,0% 0,0% 4,0% 5 2 9 1 1 18 2,4% 1,5% 3,2% 3,3% 9,1% 2,7% 29 27 46 3 1 106 13,7% 19,9% 16,4% 10,0% 9,1% 15,8% 3 2 5 1 0 11 1,4% 1,5% 1,8% 3,3% 0,0% 1,6% 12 2 6 0 0 20 5,7% 1,5% 2,1% 0,0% 0,0% 3,0% 18 11 28 3 0 60 8,5% 8,1% 10,0% 10,0% 0,0% 9,0% 20 6 31 2 0 59 9,4% 4,4% 11,0% 6,7% 0,0% 8,8% 1 1 1 0 0 3 0,5% 0,7% 0,4% 0,0% 0,0% ,4% 3 3 1 0 0 7 1,4% 2,2% 0,4% 0,0% 0,0% 1,0% 6 3 6 0 0 15 2,8% 2,2% 2,1% 0,0% 0,0% 2,2% 1 0 0 0 0 1 0,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% ,1% 3 1 4 0 1 9 1,4% 0,7% 1,4% 0,0% 9,1% 1,3% 1 1 6 0 0 8 0,5% 0,7% 2,1% 0,0% 0,0% 1,2% 14 14 36 3 1 68 6,6% 10,3% 12,8% 10,0% 9,1% 10,1% Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornal Público Várias Islâmicos 2ªs gerações Romenos Outra Total DN JN Total Expresso Independente 50 41 62 4 5 162 23,6% 30,1% 22,1% 13,3% 45,5% 24,2% 8 6 1 1 2 18 3,8% 4,4% 0,4% 3,3% 18,2% 2,7% 11 4 6 0 0 21 5,2% 2,9% 2,1% 0,0% 0,0% 3,1% 3 7 12 1 0 23 1,4% 5,1% 4,3% 3,3% 0,0% 3,4% 11 1 11 11 0 34 5,2% 0,7% 3,9% 36,7% 0,0% 5,1% 212 136 281 30 11 670 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% QUADRO 7 – MINORIAS (JORNAIS POPULARES) Jornal CM Africanos Angolanos Brasileiros Cabo-Verdianos Chineses Cidad. País Leste Capital Total 24 H 8 5 5 18 2,7% 4,3% 3,9% 3,3% 2 3 9 14 0,7% 2,6% 7,0% 2,6% 69 15 27 111 23,1% 12,8% 20,9% 20,4% 7 2 0 9 2,3% 1,7% 0,0% 1,7% 1 5 1 7 0,3% 4,3% 0,8% 1,3% 26 19 9 54 8,7% 16,2% 7,0% 9,9% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (121) Jornal CM Ciganos Guineenses Indianos Magrebinos Moldavos Paquistaneses Russos S. Tomenses Total 24 H 12 7 8 27 4,0% 6,0% 6,2% 5,0% 3 0 1 4 1,0% 0,0% 0,8% 0,7% 3 0 3 6 1,0% 0,0% 2,3% 1,1% 7 0 3 10 2,3% 0,0% 2,3% 1,8% 8 0 3 11 2,7% 0,0% 2,3% 2,0% 2 0 0 2 0,7% 0,0% 0,0% 0,4% 1 0 4 5 0,3% 0,0% 3,1% 0,9% 0 1 0 1 0,0% 0,9% 0,0% 0,2% 52 9 29 90 17,4% 7,7% 22,5% 16,5% 46 34 16 96 15,4% 29,1% 12,4% 17,6% 7 4 3 14 2,3% 3,4% 2,3% 2,6% 2 3 0 5 0,7% 2,6% 0,0% 0,9% 31 5 6 42 10,4% 4,3% 4,7% 7,7% Ucranianos Várias Islâmicos 2ªs gerações Romenos Outra 12 5 2 19 4,0% 4,3% 1,6% 3,5% 299 117 129 545 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Total (122) Capital Media, Imigração e Minorias Étnicas II QUADRO 8 – TEMA (JORNAIS DE REFERÊNCIA) Jornal Público Total DN JN Expresso Independente Acidentes/Incidentes 5 2 20 1 0 28 Agenda 22 13 30 1 0 66 Terrorismo 0 5 0 1 0 6 Clandestinidade 34 14 57 1 0 106 Condições Sociais 11 7 17 3 1 39 Crime 42 29 89 7 2 158 Desemprego 0 1 6 1 0 8 Educação 9 1 5 2 1 18 Exploração 5 3 3 1 2 14 Expulsão 9 13 14 1 0 37 Habitação 11 2 19 0 0 32 Legalização 25 39 38 5 3 110 Economia 2 6 6 3 0 17 Máfia 2 1 4 0 0 7 Prostituição 15 5 28 2 2 52 Reagrupamento 0 1 1 0 1 3 Religião 5 2 2 1 2 12 Sem Abrigo 1 2 2 0 0 5 Saúde 3 3 5 2 0 13 Trabalho 34 32 33 16 1 116 Violência 9 5 16 2 0 32 Cultura 20 9 8 0 1 38 Naturalização 20 17 21 4 3 65 Legislação 21 10 14 0 3 48 Discriminação 31 20 23 2 0 76 Estatística 24 23 23 2 2 74 Segurança 16 31 11 4 0 62 Integração 67 44 64 13 1 189 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (123) Jornal Público DN SEF 5 Estudos sobre imigração 16 Outro Total Total JN Expresso Independente 12 3 1 0 21 17 21 4 0 58 19 11 6 3 1 40 483 380 578 83 26 1550 QUADRO 9 – TEMA (JORNAIS POPULARES) Jornal CM Capital 24 H Acidentes/Incidentes 29 3 13 45 Agenda 15 13 6 34 Terrorismo 2 3 0 5 Clandestinidade 72 17 24 113 8 14 14 36 132 18 41 191 Desemprego 1 1 2 4 Educação 3 3 0 6 Condições Sociais Crime (124) Total Exploração 9 4 1 14 Expulsão 21 4 9 34 Habitação 3 5 1 9 Legalização 21 21 10 52 Máfia 9 2 5 16 Economia 3 0 0 3 Prostituição 36 1 15 52 Reagrupamento 4 1 1 6 Religião 3 2 0 5 Sem Abrigo 0 2 1 3 Saúde 4 4 0 84 Trabalho 14 21 32 67 Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornal Total CM Capital 24 H Violência 20 5 5 30 Cultura 8 7 2 17 Naturalização 2 5 1 8 Legislação 23 20 8 51 Discriminação 13 25 8 46 Estatística 16 16 1 33 Segurança 14 10 6 30 Integração 25 26 15 66 SEF 5 8 2 15 Estudos sobre imigração 3 1 1 5 Outro 9 16 8 33 Total 529 286 233 1048 QUADRO 10 – PERSONALIZAÇÃO (JORNAIS DE REFERÊNCIA) Jornal Público DN JN Total Expresso Independente Estado 7 4 7 1 1 20 Governo 77 70 54 11 6 218 PP 2 1 1 1 1 6 PS 2 0 0 0 0 2 PSD 0 1 0 0 0 1 PCP 4 2 1 0 0 7 BE 0 1 0 0 0 1 Partidos 8 7 4 1 2 22 PSP 16 9 36 3 0 64 GNR 16 10 35 2 0 63 PJ 14 6 19 0 0 39 Forças de segurança 11 10 19 1 2 43 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (125) Jornal Público Total JN Expresso Independente Igrejas 10 8 14 2 0 34 UE 19 11 10 3 0 43 SEF 69 60 81 5 5 220 ACIME 28 27 24 3 1 83 IDICT 1 6 4 0 0 11 Sindicatos 5 5 4 1 0 15 Embaixadas 7 4 3 0 1 15 Assoc. Imigrantes 27 19 33 0 1 80 Skinheads 1 0 1 0 0 2 SOS Racismo 4 3 4 0 0 11 Autarquias 23 8 46 1 0 78 Tribunais 15 19 42 2 2 80 ONG 26 14 28 3 0 71 Empresários 20 6 15 1 1 43 Especialistas 21 26 19 9 0 75 Populares 14 8 22 0 0 44 Políticos internacionais 8 9 9 0 1 27 Organismos internacionais 9 9 9 2 0 29 Outros 9 9 14 1 1 34 473 372 558 54 25 1482 Total (126) DN Media, Imigração e Minorias Étnicas II QUADRO 11 – PERSONALIZAÇÃO (JORNAIS POPULARES) Jornal CM Capital Total 24 H Estado 9 5 0 14 Governo 46 37 15 98 PP 0 1 0 1 PS 2 1 0 3 PSD 2 1 1 4 PCP 1 2 1 4 Partidos 5 5 2 12 PSP 54 5 18 77 GNR 70 7 14 91 PJ 28 5 11 44 Forças de segurança 19 11 8 38 Igrejas 11 4 3 18 UE 7 8 1 16 SEF 93 36 34 163 ACIME 13 12 5 30 IDICT 2 2 1 5 Sindicatos 0 4 1 5 Embaixadas 0 4 1 5 Assoc. Imigrantes 7 14 5 26 Skinheads 1 4 0 5 SOS Racismo 3 9 0 12 Autarquias 6 15 0 21 Tribunais 42 6 12 60 ONG 4 19 8 31 Empresários 22 7 7 36 Especialistas 13 9 1 23 Populares 28 6 10 44 Políticos internacionais 5 7 1 13 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (127) Jornal Total CM Capital 24 H Organismos internacionais 5 8 2 15 Outros 16 7 5 28 Total 514 261 167 942 QUADRO 12– VOZES (JORNAIS DE REFERÊNCIA) Jornal Público (128) DN Total JN Expresso Independente Estado 2 3 3 0 0 8 Governo 33 22 26 4 2 87 PP 1 1 2 1 2 7 PS 3 1 0 0 0 4 PSD 1 2 0 0 0 3 PCP 6 4 2 0 0 12 BE 3 1 1 0 0 5 Partidos 2 3 1 0 0 6 Igrejas 9 5 12 1 1 28 Tribunais 4 0 3 1 0 8 UE 7 4 4 0 0 15 Forças de segurança 6 6 7 0 0 19 SEF 27 14 22 2 1 66 ACIME 16 13 15 2 2 47 PSP 4 3 9 1 1 18 GNR 4 2 10 1 0 17 PJ 8 0 9 1 0 18 IDICT 1 1 2 0 0 4 Sindicatos 5 7 5 1 0 18 Embaixadas 3 1 1 0 0 5 Assoc. Imigrantes 22 12 29 0 1 64 Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornal Total Público DN JN Expresso Independente Skinheads 2 3 0 0 0 5 SOS Racismo 4 2 4 0 0 10 Autarquias 22 4 26 1 0 53 ONG 19 10 18 2 0 49 Africanos 2 0 1 0 0 3 Angolanos 5 0 4 0 2 11 Árabes 0 0 1 0 0 1 Brasileiros 5 6 4 0 1 16 Cabo-Verdianos 5 1 1 1 2 10 Chineses 4 0 0 0 0 4 Cid. Países Leste 4 1 1 1 0 7 Ciganos 6 2 12 0 0 20 Guineenses 1 1 0 0 0 2 Indianos 1 0 0 0 0 1 Magrebinos 3 1 0 0 0 4 Moçambicanos 1 0 0 0 0 1 Moldavos 2 1 0 0 1 4 PALOP 1 0 0 0 0 1 Russos 3 3 4 0 0 10 S. Tomenses 0 0 1 0 0 1 Ucranianos 5 7 2 0 1 15 Islâmicos 0 0 0 1 0 1 Empresários 15 3 8 0 1 27 Especialistas 16 21 19 6 0 62 Populares 14 8 16 0 0 38 Políticos internacionais 3 3 5 0 0 11 Organismos internacionais 6 6 4 1 0 17 2ªs gerações 1 0 0 0 0 1 Outros 10 4 14 11 0 39 Total 327 192 308 39 17 883 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (129) QUADRO 13– VOZES (JORNAIS POPULARES) Jornal CM (130) Total Capital 24 H Estado 8 3 0 11 Governo 20 17 2 39 PP 1 1 0 2 PS 0 1 0 1 PSD 3 1 0 4 PCP 1 3 1 5 Partidos 2 2 0 4 Igrejas 7 4 2 13 Tribunais 5 2 0 7 UE 2 4 0 6 Forças de segurança 6 5 2 13 SEF 17 12 4 33 ACIME 6 6 0 12 PSP 19 3 6 28 GNR 15 1 3 19 PJ 8 4 4 16 IDICT 2 1 0 3 Sindicatos 1 2 0 3 Assoc. Imigrantes 2 12 1 15 SOS Racismo 3 9 0 12 Autarquias 6 8 0 14 ONG 1 13 0 14 Africanos 0 1 1 2 Angolanos 0 3 4 7 Árabes 0 0 1 1 Brasileiros 6 1 1 8 Cabo-Verdianos 0 1 0 1 Chineses 0 2 1 3 Media, Imigração e Minorias Étnicas II Jornal Total CM Capital 24 H Cid. Países Leste 3 5 4 12 Ciganos 2 4 1 7 Guineenses 0 0 1 1 Indianos 0 0 1 1 Moçambicanos 1 0 0 1 Moldavos 2 0 3 5 Russos 1 0 3 4 S. Tomenses 0 1 0 1 Ucranianos 5 7 9 21 Islâmicos 1 3 0 4 Empresários 11 3 2 16 Especialistas 11 9 1 21 Populares 25 5 6 36 Políticos internacionais 2 3 0 5 Organismos internacionais 1 3 0 4 Outros 14 5 4 23 Total 220 170 68 458 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (131) TELEVISÃO (Quadros referentes ao Capítulo III) QUADRO 14 – CENÁRIO TV Frequência Percentagem no total de cenários Percentagem no total de peças Casas Interiores 23 5,0 7,3 Bairros 23 5,0 7,3 Posto trabalho 21 4,6 6,6 Quotidiano 10 2,2 3,2 Incidentes 2 0,4 0,6 Acidentes 14 3,1 4,4 Acontecimento Agenda 8 1,7 2,5 Tribunais 27 5,9 8,5 Esquadras 31 6,8 9,8 SEF 8 1,7 2,5 Escolas 18 3,9 5,7 Locais de Prostituição 32 7,0 10,1 Ruas 78 17,0 24,6 Prisões 4 0,9 1,3 Centros de Apoio 10 2,2 3,2 Acampamentos 5 1,1 1,6 Lojas / Centros Comerciais 25 5,5 7,9 Locais de reunião 54 11,8 17,0 Aldeias / Vilas 6 1,3 1,9 Hospitais 25 5,5 7,9 Aeroportos 12 2,6 3,8 Locais de culto 15 3,3 4,7 Outro 7 1,5 2,2 Total 317 458 100,0 Missing (132) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 2 QUADRO 15 – TEMA 1 Frequência Percentagem no total de temas Percentagem no total de peças Acidentes / Incidentes 16 2,9 5,0 Agenda 18 3,3 5,6 Clandestinidade 15 2,7 4,7 Condições Sociais 14 2,6 4,4 Crime 85 15,5 26,6 Desemprego 1 0,2 0,3 Educação 13 2,4 4,1 Expulsão 10 1,8 3,1 Exploração 16 2,9 5,0 Família 2 0,4 0,6 Habitação 11 2 3,4 Legalização 33 6 10,3 Máfia 25 4,6 7,8 Prostituição 40 7,3 12,5 Reagrupamento 3 0,5 0,9 Religião 12 2,2 3,8 Sem Abrigo 3 0,5 0,9 Saúde 12 2,2 3,8 Trabalho 25 4,6 7,8 Violência 28 5,1 8,8 Cultura 21 3,8 6,6 Naturalização 5 0,9 1,6 Legislação 25 4,6 7,8 Discriminação 23 4,2 7,2 Segurança 14 2,6 4,4 Estatística 3 0,5 0,9 Integração 47 8,6 14,7 SEF 1 0,2 0,3 Terrorismo 5 0,9 1,6 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (133) Economia Estudos sobre imigração Total Frequência Percentagem no total de temas Percentagem no total de peças 20 3,6 6,3 2 0,4 0,6 548 100,0 319 Percentagem no total de actores Percentagem no total de peças QUADRO 16 – PERSONALIZAÇÃO Frequência (134) Estado 5 1,0 1,6 Governo 21 4,4 6,7 PP 2 0,4 0,6 PCP 2 0,4 0,6 Partidos 1 0,2 0,3 PSP 5 0,1 1,6 GNR 26 5,4 8,3 PJ 19 4,0 6,1 Forças Segurança 24 5,0 7,7 Igrejas 15 3,1 4,8 SEF 19 4,0 6,1 ACIME 2 0,4 0,6 Sindicatos 2 0,4 0,6 Embaixadas 3 0,6 1,0 Assoc. Imigrantes 16 3,3 5,1 SOS Racismo 7 1,5 2,2 Autarquias 19 4,0 6,1 Imigrantes 145 30,3 46,3 Ciganos 25 5,2 8,0 Populares 38 7,9 12,1 Empresários 28 5,8 8,9 Especialistas 35 7,3 11,2 Organismos internacionais 1 0,2 0,3 Media, Imigração e Minorias Étnicas II Frequência Percentagem no total de actores Percentagem no total de peças 2ªs gerações 13 2,7 4,2 Outros 3 0,6 1,0 Missing Value 6 319 479 313 Total QUADRO 17 – VOZES Frequência Percentagem no total de vozes Percentagem no total de peças Estado 4 1,0 1,5 Governo 16 4,0 5,9 PP 1 0,2 0,4 PCP 1 0,2 0,4 Partidos 1 0,2 0,4 Igrejas 11 2,7 4,1 Tribunais 13 3,2 4,8 Forças de Segurança 9 2,2 3,3 SEF 13 3,2 4,8 ACIME 2 0,5 0,7 PSP 3 0,7 1,1 GNR 23 5,7 8,5 PJ 13 3,2 4,8 IDICT 1 0,2 0,4 Sindicatos 4 1,0 1,5 Embaixadas 2 0,5 0,7 Assoc. Imigrantes 16 4,0 5,9 SOS Racismo 14 3,5 5,2 Autarquias 10 2,5 3,7 Africanos 5 1,2 1,9 Brasileiros 22 5,5 8,1 Cabo-verdianos 4 1,0 1,5 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (135) (136) Frequência Percentagem no total de vozes Percentagem no total de peças Chineses 6 1,5 2,2 Cid. Países de Leste 25 6,2 9,3 Ciganos 18 4,5 6,7 Indianos 2 0,5 0,7 Paquistaneses 3 0,7 1,1 Magrebinos 1 0,2 0,4 Moldavos 1 0,2 0,4 PALOP 2 0,5 0,7 Russos 1 0,2 0,4 S.Tomenses 4 1,0 1,5 Ucranianos 17 4,2 6,3 Islâmicos 6 1,5 2,2 Jornalistas 17 4,2 6,3 Populares 49 12,2 18,1 Especialistas 39 9,7 14,4 2ªs gerações 15 3,7 5,6 Outros 9 2,2 3,3 Total 270 Missing 49 403 Total 319 100,0 Media, Imigração e Minorias Étnicas II 67,0 270 QUADRO 18 - OBJECTO 2 POR CANAL TV canal TV RTP1 objecto 2 Africanos Angolanos Árabes Brasileiros Cabo-Verdianos Chineses Cidadãos País de Leste Ciganos Guineenses Indianos Magrebinos Moldavos PALOP Paquistaneses SIC Total TVI 1 2 6 9 1,3% 1,6% 5,4% 2,8% 1 4 1 6 1,3% 3,1% 0,9% 1,9% 0 1 0 1 0,0% 0,8% 0,0% 0,3% 15 21 23 59 18,8% 16,5% 20,5% 18,5% 4 4 1 9 5,0% 3,1% ,9% 2,8% 3 3 1 7 3,8% 2,4% ,9% 2,2% 5 16 14 35 6,3% 12,6% 12,5% 11,0% 5 10 13 28 6,3% 7,9% 11,6% 8,8% 0 1 1 2 0,0% 0,8% 0,9% 0,6% 0 0 2 2 0,0% 0,0% 1,8% 0,6% 1 5 1 7 1,3% 3,9% ,9% 2,2% 0 1 0 1 ,0% ,8% ,0% ,3% 1 0 0 1 1,3% ,0% ,0% ,3% 1 2 0 3 1,3% 1,6% ,0% ,9% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (137) canal TV RTP1 Russos S. Tomenses Ucranianos Vários Islâmicos 2ªs gerações Romenos Outra Total (138) Media, Imigração e Minorias Étnicas II SIC Total TVI 1 0 1 2 1,3% ,0% ,9% ,6% 2 2 0 4 2,5% 1,6% ,0% 1,3% 11 21 15 47 13,8% 16,5% 13,4% 14,7% 20 25 24 69 25,0% 19,7% 21,4% 21,6% 2 5 0 7 2,5% 3,9% ,0% 2,2% 5 2 5 12 6,3% 1,6% 4,5% 3,8% 2 0 3 5 2,5% ,0% 2,7% 1,6% 0 2 1 3 ,0% 1,6% ,9% ,9% 80 127 112 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% QUADRO 19 - TEMA 1 POR CANAL TV Canal TV RTP1 temas 1 Acidentes / Incidentes Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Desemprego Educação Expulsão Família Habitação Legalização Máfia Prostituição Reagrupamento SIC Total TVI 1 4 7 12 1,3% 3,1% 6,3% 3,8% 7 5 3 15 8,8% 3,9% 2,7% 4,7% 3 5 4 12 3,8% 3,9% 3,6% 3,8% 1 1 1 3 1,3% ,8% ,9% ,9% 6 25 18 49 7,5% 19,7% 16,1% 15,4% 0 0 1 1 0,0% 0,0% 0,9% 0,3% 5 3 1 9 6,3% 2,4% ,9% 2,8% 0 3 2 5 0,0% 2,4% 1,8% 1,6% 0 0 2 2 0,0% 0,0% 1,8% 0,6% 4 3 3 10 5,0% 2,4% 2,7% 3,1% 6 5 7 18 7,5% 3,9% 6,3% 5,6% 1 2 2 5 1,3% 1,6% 1,8% 1,6% 10 15 14 39 12,5% 11,8% 12,5% 12,2% 1 2 0 3 1,3% 1,6% ,0% ,9% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (139) Religião Sem Abrigo Saúde Trabalho Violência Cultura Naturalização Legislação Discriminação Segurança Integração SEF Terrorismo Economia Estudos sobre imigração Total (140) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 5 3 1 9 6,3% 2,4% ,9% 2,8% 0 0 1 1 0,0% 0,0% 0,9% 0,3% 2 7 1 10 2,5% 5,5% ,9% 3,1% 4 2 5 11 5,0% 1,6% 4,5% 3,4% 0 7 10 17 0,0% 5,5% 8,9% 5,3% 3 5 4 12 3,8% 3,9% 3,6% 3,8% 0 0 4 4 0,0% 0,0% 3,6% 1,3% 4 6 10 20 5,0% 4,7% 8,9% 6,3% 3 5 1 9 3,8% 3,9% ,9% 2,8% 1 3 3 7 1,3% 2,4% 2,7% 2,2% 7 7 1 15 8,8% 5,5% ,9% 4,7% 1 0 0 1 1,3% ,0% ,0% ,3% 1 4 0 5 1,3% 3,1% ,0% 1,6% 4 4 5 13 5,0% 3,1% 4,5% 4,1% 0 1 1 2 0,0% 0,8% 0,9% 0,6% 80 127 112 319 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% QUADRO 20 - TEMA 2 POR CANAL TV canal TV RTP1 temas 2 Acidentes / Incidentes Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Educação Exploração Expulsão Habitação Legalização Máfia Prostituição Religião Sem Abrigo SIC Total TVI 1 1 2 4 1,7% 1,1% 2,5% 1,7% 1 1 1 3 1,7% 1,1% 1,3% 1,3% 0 2 1 3 ,0% 2,2% 1,3% 1,3% 4 4 3 11 6,8% 4,4% 3,8% 4,8% 6 15 15 36 10,2% 16,7% 18,8% 15,7% 3 1 0 4 5,1% 1,1% ,0% 1,7% 3 7 6 16 5,1% 7,8% 7,5% 7,0% 1 2 2 5 1,7% 2,2% 2,5% 2,2% 0 0 1 1 ,0% ,0% 1,3% ,4% 4 4 7 15 6,8% 4,4% 8,8% 6,6% 2 10 8 20 3,4% 11,1% 10,0% 8,7% 1 0 0 1 1,7% ,0% ,0% ,4% 1 2 0 3 1,7% 2,2% ,0% 1,3% 1 1 0 2 1,7% 1,1% ,0% ,9% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (141) canal TV RTP1 Saúde Trabalho Violência Cultura Naturalização Legislação Discriminação Estatística Segurança Integração Economia Total (142) Media, Imigração e Minorias Étnicas II SIC Total TVI 0 1 1 2 ,0% 1,1% 1,3% ,9% 4 2 8 14 6,8% 2,2% 10,0% 6,1% 0 5 6 11 ,0% 5,6% 7,5% 4,8% 3 4 2 9 5,1% 4,4% 2,5% 3,9% 1 0 0 1 1,7% ,0% ,0% ,4% 2 2 1 5 3,4% 2,2% 1,3% 2,2% 4 7 3 14 6,8% 7,8% 3,8% 6,1% 0 2 1 3 ,0% 2,2% 1,3% 1,3% 1 4 2 7 1,7% 4,4% 2,5% 3,1% 13 10 9 32 22,0% 11,1% 11,3% 14,0% 3 3 1 7 5,1% 3,3% 1,3% 3,1% 59 90 80 229 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% QUADRO 21 - PERSONALIZAÇÃO POR CANAL TV canal TV Total Percentagem no total de temas RTP1 SIC TVI Estado 1 2 2 5 1,0 Governo 8 5 8 21 4,4 PP 0 1 1 2 0,4 PCP 2 0 0 2 0,4 Partidos 0 0 1 1 0,2 PSP 0 4 1 5 1,0 GNR 8 11 7 26 5,4 PJ 2 10 7 19 4,0 Forças Segurança 3 8 10 21 4,4 Igrejas 3 6 6 15 3,1 SEF 3 10 6 19 4,4 ACIME 1 1 0 2 0,4 Sindicatos 1 0 1 2 0,4 Embaixadas 1 1 1 3 0,6 Assoc. Imigrantes 5 5 6 16 3,3 SOS Racismo 4 2 1 7 1,5 Autarquias 5 9 5 19 4,4 Imigrantes 40 54 51 145 30,3 Ciganos 5 11 9 25 5,2 Populares 4 11 23 38 7,9 Empresários 6 13 9 28 5,8 Especialistas 12 13 10 35 7,3 Organismos internacionais 0 0 1 1 0,2 2ªs gerações 6 2 5 13 1,0 Outros 2 3 1 6 1,3 124 183 172 479 100,0 Total Media, Imigração e Minorias Étnicas II (143) QUADRO 22 – VOZES 1 POR CANAL TV canal TV (144) Total Percentagem no total de vozes RTP1 SIC TVI Estado 1 2 1 4 1,0 Governo 6 5 5 16 4,0 PP 0 1 0 1 0,2 PCP 1 0 0 1 0,2 Partidos 0 0 1 1 0,2 Igrejas 2 5 4 11 2,7 Tribunais 3 7 3 13 3,2 Forças de Segurança 2 4 3 9 2,2 SEF 1 4 5 10 2,5 ACIME 1 3 1 5 1,2 PSP 0 2 1 3 0,7 GNR 8 9 6 23 5,7 PJ 1 7 5 13 3,2 IDICT 1 0 0 1 0,2 Sindicatos 1 1 2 4 1,0 Embaixadas 1 0 1 2 0,5 Assoc. Imigrantes 4 5 7 16 4,0 SOS Racismo 2 7 5 14 3,5 Autarquias 5 3 2 10 2,5 Africanos 2 0 3 5 1,2 Brasileiros 7 7 8 22 5,5 Cabo-verdianos 3 1 0 4 1,0 Chineses 2 3 1 6 1,5 Cid. Países de Leste 8 10 7 25 6,2 Ciganos 5 5 8 18 4,5 Indianos 0 1 1 2 0,5 Paquistaneses 1 2 0 3 0,7 Magrebinos 0 1 0 1 0,2 Media, Imigração e Minorias Étnicas II canal TV RTP1 SIC TVI Total Percentagem no total de vozes Moldavos 0 1 0 1 0,2 PALOP 1 0 1 2 0,5 Russos 0 0 1 1 0,2 S.Tomenses 2 2 0 4 1,0 Ucranianos 8 5 4 17 4,2 Islâmicos 2 4 0 6 1,6 Jornalistas 3 9 5 17 4,2 Populares 7 16 26 49 12,2 Especialistas 11 15 13 39 9,7 2ªs gerações 6 4 5 15 3,7 Outros Total 2 0 0 2 0,5 112 154 137 403 100 QUADRO 23 – CENÁRIO 1 POR CANAL TV canal TV Total RTP1 SIC TVI Casas Interiores 5 8 10 23 Bairros 7 5 11 23 Posto trabalho 7 5 9 21 Quotidiano 2 6 2 10 Incidentes 0 2 0 2 Acidentes 1 5 8 14 Acontecimento Agenda 5 1 2 8 Tribunais 7 12 8 27 Esquadras 6 17 8 31 SEF 2 0 4 6 Escolas 8 4 1 13 Locais de Prostituição 8 12 12 32 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (145) canal TV (146) Total RTP1 SIC TVI Ruas 15 30 33 78 Prisões 1 3 0 4 Centros de Apoio 3 5 2 10 Acampamentos 0 3 2 5 Ojas / Centros Comerciais 5 10 10 25 Locais de reunião 18 17 19 54 Aldeias / Vilas 1 3 2 6 Hospitais 6 11 8 25 Aeroportos 2 7 3 12 Locais de culto 7 6 2 15 Outro 1 2 4 7 Total 117 178 163 458 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II QUADRO 24 - TEMA 1 POR LOCAL GEOGRÁFICO E CANAL TV canal TV RTP1 local geográfico temas 1 Acidentes / Incidentes Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Educação Habitação Legalização Máfia Prostituição Reagrupamento Religião Saúde Trabalho Cultura Legislação Discriminação Segurança Total Grande Porto Grande Lisboa Centro Alentejo Norte Interior Algarve 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 ,0% ,0% 10,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 1,3% 0 4 0 0 0 0 1 2 0 7 ,0% 12,5% ,0% ,0% ,0% ,0% 50,0% 9,1% ,0% 8,8% Regiões Autónomas Portugal Espanha Inglaterra Brasil 1 2 0 0 0 0 0 0 0 3 25,0% 6,3% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 3,8% 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,5% ,0% 1,3% 0 4 1 0 0 0 1 0 0 6 ,0% 12,5% 10,0% ,0% ,0% ,0% 50,0% ,0% ,0% 7,5% 0 3 1 0 0 0 0 1 0 5 ,0% 9,4% 10,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,5% ,0% 6,3% 1 1 1 1 0 0 0 0 0 4 25,0% 3,1% 10,0% 50,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 5,0% 0 1 0 0 0 0 0 4 1 6 ,0% 3,1% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 18,2% 100,0% 7,5% 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,5% ,0% 1,3% 0 1 1 1 4 3 0 0 0 10 ,0% 3,1% 10,0% 50,0% 100,0% 100,0% ,0% ,0% ,0% 12,5% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 ,0% 3,1% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 1,3% 0 3 2 0 0 0 0 0 0 5 ,0% 9,4% 20,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 6,3% 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2 ,0% 6,3% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,5% 0 1 2 0 0 0 0 1 0 4 ,0% 3,1% 20,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,5% ,0% 5,0% 0 1 1 0 0 0 0 1 0 3 ,0% 3,1% 10,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,5% ,0% 3,8% 0 0 0 0 0 0 0 4 0 4 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 18,2% ,0% 5,0% 0 1 0 0 0 0 0 2 0 3 ,0% 3,1% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 9,1% ,0% 3,8% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (147) Integração SEF Terrorismo Economia ,0% 3,1% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 0 4 0 0 0 0 0 3 0 1,3% 7 ,0% 12,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 13,6% ,0% 8,8% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 ,0% 3,1% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 1,3% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 ,0% 3,1% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 1,3% 2 0 0 0 0 0 0 2 0 4 50,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 9,1% ,0% 5,0% 2 Total 4 32 10 2 4 3 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% SIC temas 1 Acidentes / Incidentes Gr Porto 0 Gr. Lisboa 0 Centro 2 Alentejo 0 Norte ,0% ,0% 20,0% ,0% 20,0% 7,1% ,0% ,0% ,0% ,0% 1 2 0 0 0 0 1 0 1 0 5 20,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 11,1% ,0% 4,2% ,0% 3,9% 1 Interior 1 Algarve 0 Regiões Autónomas 0 Portugal 0 Espanha 0 Inglaterra 0 Brasil 0 4 Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Educação (148) 22 1 100,0% 100,0% 80 100,0% 3,1% 1 4 0 0 0 0 0 0 0 0 5 20,0% 8,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 3,9% 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,2% ,0% ,8% 0 10 3 2 1 3 3 0 3 0 25 ,0% 20,0% 30,0% 33,3% 20,0% 21,4% 33,3% ,0% 12,5% ,0% 19,7% 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 3 ,0% 2,0% ,0% ,0% ,0% 7,1% ,0% ,0% 4,2% ,0% 2,4% Media, Imigração e Minorias Étnicas II Expulsão Habitação Legalização Máfia Prostituição Reagrupamento Religião Saúde Trabalho Violência Cultura Legislação Discriminação Segurança Integração Terrorismo Economia Estudos sobre imigração 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 3 ,0% 6,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,4% 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 3 20,0% 2,0% ,0% ,0% ,0% 7,1% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,4% 0 4 0 0 0 0 0 0 1 0 5 ,0% 8,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,2% ,0% 3,9% 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 ,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 1,6% 0 3 2 0 2 8 0 0 0 0 15 ,0% 6,0% 20,0% ,0% 40,0% 57,1% ,0% ,0% ,0% ,0% 11,8% 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 ,0% 2,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,2% ,0% 1,6% 0 2 0 1 0 0 0 0 0 0 3 ,0% 4,0% ,0% 16,7% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,4% 0 4 0 1 0 0 0 0 2 0 7 ,0% 8,0% ,0% 16,7% ,0% ,0% ,0% ,0% 8,3% ,0% 5,5% 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 11,1% 100,0% ,0% ,0% 1,6% 0 2 2 1 0 0 2 0 0 0 7 ,0% 4,0% 20,0% 16,7% ,0% ,0% 22,2% ,0% ,0% ,0% 5,5% 0 2 0 0 0 0 2 0 1 0 5 ,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 22,2% ,0% 4,2% ,0% 3,9% 0 1 0 0 1 0 0 0 3 1 6 ,0% 2,0% ,0% ,0% 20,0% ,0% ,0% ,0% 12,5% 33,3% 4,7% 0 1 0 1 0 0 0 0 3 0 5 ,0% 2,0% ,0% 16,7% ,0% ,0% ,0% ,0% 12,5% ,0% 3,9% 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 3 ,0% 2,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,2% 33,3% 2,4% 0 3 1 0 0 0 0 0 3 0 7 ,0% 6,0% 10,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 12,5% ,0% 5,5% 0 3 0 0 0 0 0 0 1 0 4 ,0% 6,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,2% ,0% 3,1% 2 0 0 0 0 0 0 0 1 1 4 40,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,2% 33,3% 3,1% 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,2% ,0% ,8% 3 Total 5 50 10 6 5 14 9 1 24 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 127 100,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (149) TVI temas 1 0 Grande Lisboa 2 Centro 4 Alentejo 0 Norte0 0 Algarve 1 Regiões Autónomas 0 Portugal 0 Espanha 0 Inglaterra 0 Brasil 0 7 Acidentes / Incidentes Interior Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Desemprego Educação Expulsão Família Habitação Legalização Máfia Prostituição Religião (150) Grande Porto ,0% 6,5% 28,6% ,0% ,0% ,0% 12,5% ,0% ,0% ,0% ,0% 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6,3% 3 16,7% 6,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,7% 1 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 4 16,7% 6,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% 3,6% 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% 12,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 0 6 4 0 1 3 2 1 0 1 0 18 ,0% 19,4% 28,6% ,0% 12,5% 20,0% 25,0% 4,0% ,0% 100,0% ,0% 16,1% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 ,0% 3,2% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2 ,0% 3,2% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% 1,8% 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2 ,0% 3,2% ,0% ,0% 12,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 1,8% 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 3 16,7% ,0% 14,3% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,7% 0 1 0 0 0 0 0 4 1 0 1 7 ,0% 3,2% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 16,0% 50,0% ,0% 100,0% 6,3% 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 ,0% 6,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 1,8% 0 0 1 0 2 10 1 0 0 0 0 14 ,0% ,0% 7,1% ,0% 25,0% 66,7% 12,5% ,0% ,0% ,0% ,0% 12,5% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 Media, Imigração e Minorias Étnicas II Sem Abrigo Saúde Trabalho Violência Cultura Naturalização Legislação Discriminação Segurança Integração Economia Estudos sobre imigração ,0% 3,2% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ,9% 1 ,0% 3,2% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 0 2 2 0 0 0 0 1 0 0 0 5 ,0% 6,5% 14,3% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% 4,5% 3 0 1 1 1 1 3 0 0 0 0 10 50,0% ,0% 7,1% 100,0% 12,5% 6,7% 37,5% ,0% ,0% ,0% ,0% 8,9% 0 0 0 0 2 0 0 1 1 0 0 4 ,0% ,0% ,0% ,0% 25,0% ,0% ,0% 4,0% 50,0% ,0% ,0% 3,6% 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 4 ,0% 6,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 8,0% ,0% ,0% ,0% 3,6% 0 2 0 0 0 0 0 8 0 0 0 10 ,0% 6,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 32,0% ,0% ,0% ,0% 8,9% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 ,0% 3,2% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 3 ,0% 6,5% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 4,0% ,0% ,0% ,0% 2,7% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 ,0% 3,2% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 0 0 0 0 0 1 1 3 0 0 0 5 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 6,7% 12,5% 12,0% ,0% ,0% ,0% 4,5% 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 ,0% 3,2% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 8 112 Total 6 31 14 1 8 15 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 25 2 1 1 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (151) QUADRO 25 - TEMA 1 POR TOM E CANAL TV canal TV Tom Positivo RTP1 temas 1 Acidentes / Incidentes Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Educação Habitação Legalização Máfia Prostituição Reagrupamento Religião Saúde Trabalho (152) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Negativo Total Neutro 0 1 0 1 ,0% 3,8% ,0% 1,3% 4 0 3 7 14,3% ,0% 11,5% 8,8% 0 3 0 3 ,0% 11,5% ,0% 3,8% 1 0 0 1 3,6% ,0% ,0% 1,3% 0 6 0 6 ,0% 23,1% ,0% 7,5% 3 0 2 5 10,7% ,0% 7,7% 6,3% 1 1 2 4 3,6% 3,8% 7,7% 5,0% 2 2 2 6 7,1% 7,7% 7,7% 7,5% 0 1 0 1 ,0% 3,8% ,0% 1,3% 0 5 5 10 ,0% 19,2% 19,2% 12,5% 1 0 0 1 3,6% ,0% ,0% 1,3% 4 0 1 5 14,3% ,0% 3,8% 6,3% 0 2 0 2 ,0% 7,7% ,0% 2,5% 1 0 3 4 3,6% ,0% 11,5% 5,0% Cultura Legislação Discriminação Segurança Integração SEF Terrorismo Economia 2 0 1 3 7,1% ,0% 3,8% 3,8% 0 3 1 4 ,0% 11,5% 3,8% 5,0% 0 2 1 3 ,0% 7,7% 3,8% 3,8% 0 0 1 1 ,0% ,0% 3,8% 1,3% 5 0 2 7 17,9% ,0% 7,7% 8,8% 0 0 1 1 ,0% ,0% 3,8% 1,3% 0 0 1 1 ,0% ,0% 3,8% 1,3% 4 0 0 4 14,3% ,0% ,0% 5,0% 80 Total 28 26 26 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Acidentes / Incidentes Positivo 0 Negativo 4 Neutro 0 4 ,0% 5,9% ,0% 3,2% 3 0 2 5 11,5% ,0% 6,3% 4,0% 0 5 0 5 ,0% 7,4% ,0% 4,0% 0 1 0 1 ,0% 1,5% ,0% ,8% 0 22 3 25 ,0% 32,4% 9,4% 19,8% Tom canal TV SIC temas 1 Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Educação Total 1 1 1 3 3,8% 1,5% 3,1% 2,4% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (153) Expulsão Habitação Legalização Máfia Prostituição Reagrupamento Religião Saúde Trabalho Violência Cultura Legislação Discriminação Segurança Integração Terrorismo (154) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 0 2 1 3 ,0% 2,9% 3,1% 2,4% 0 0 2 2 ,0% ,0% 6,3% 1,6% 2 0 3 5 7,7% ,0% 9,4% 4,0% 1 1 0 2 3,8% 1,5% ,0% 1,6% 0 9 6 15 ,0% 13,2% 18,8% 11,9% 1 1 0 2 3,8% 1,5% ,0% 1,6% 3 0 0 3 11,5% ,0% ,0% 2,4% 0 6 1 7 ,0% 8,8% 3,1% 5,6% 0 2 0 2 ,0% 2,9% ,0% 1,6% 0 6 1 7 ,0% 8,8% 3,1% 5,6% 4 0 1 5 15,4% ,0% 3,1% 4,0% 1 1 4 6 3,8% 1,5% 12,5% 4,8% 1 3 1 5 3,8% 4,4% 3,1% 4,0% 0 2 1 3 ,0% 2,9% 3,1% 2,4% 5 0 2 7 19,2% ,0% 6,3% 5,6% 0 2 2 4 Economia Estudos sobre imigração ,0% 2,9% 6,3% 3,2% 4 0 0 4 15,4% ,0% ,0% 3,2% 0 0 1 1 ,0% ,0% 3,1% ,8% 126 Total 26 68 32 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Acidentes / Incidentes Positivo 0 Negativo 4 Neutro 3 7 ,0% 5,6% 12,5% 6,3% Tom canal TV TVI temas 1 Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Desemprego Educação Expulsão Família Habitação Legalização Máfia Total 1 0 2 3 6,3% ,0% 8,3% 2,7% 0 3 1 4 ,0% 4,2% 4,2% 3,6% 1 0 0 1 6,3% ,0% ,0% ,9% 0 14 4 18 ,0% 19,4% 16,7% 16,1% 0 1 0 1 ,0% 1,4% ,0% ,9% 0 0 1 1 ,0% ,0% 4,2% ,9% 0 1 1 2 ,0% 1,4% 4,2% 1,8% 0 1 1 2 ,0% 1,4% 4,2% 1,8% 1 2 0 3 6,3% 2,8% ,0% 2,7% 1 4 2 7 6,3% 5,6% 8,3% 6,3% 0 2 0 2 Media, Imigração e Minorias Étnicas II (155) Prostituição Religião Sem Abrigo Saúde Trabalho Violência Cultura Naturalização Legislação Discriminação Segurança Integração Economia Estudos sobre imigração Total (156) Media, Imigração e Minorias Étnicas II ,0% 2,8% ,0% 1,8% 0 12 2 14 ,0% 16,7% 8,3% 12,5% 1 0 0 1 6,3% ,0% ,0% ,9% 0 1 0 1 ,0% 1,4% ,0% ,9% 0 1 0 1 ,0% 1,4% ,0% ,9% 0 3 2 5 ,0% 4,2% 8,3% 4,5% 0 9 1 10 ,0% 12,5% 4,2% 8,9% 3 0 1 4 18,8% ,0% 4,2% 3,6% 2 2 0 4 12,5% 2,8% ,0% 3,6% 1 7 2 10 6,3% 9,7% 8,3% 8,9% 0 1 0 1 ,0% 1,4% ,0% ,9% 0 3 0 3 ,0% 4,2% ,0% 2,7% 1 0 0 1 6,3% ,0% ,0% ,9% 3 1 1 5 18,8% 1,4% 4,2% 4,5% 1 0 0 1 6,3% ,0% ,0% ,9% 16 72 24 112 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% QUADRO 26 - TEMA 1 POR ENQUADRAMENTO E CANAL TV canal TV Enquadramento Dramático RTP1 temas 1 Acidentes / Incidentes Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Educação Habitação Legalização Máfia Prostituição Reagrupamento Religião Saúde Trabalho Cultura - Épico Total Irónico Moral Policial Factual Outro 0 0 0 1 0 0 1 ,0% ,0% ,0% 5,0% ,0% ,0% 1,3% 0 0 0 0 7 0 7 ,0% ,0% ,0% ,0% 17,5% ,0% 8,8% 0 0 0 3 0 0 3 ,0% ,0% ,0% 15,0% ,0% ,0% 3,8% 1 0 0 0 0 0 1 16,7% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 1,3% 2 0 0 4 0 0 6 33,3% ,0% ,0% 20,0% ,0% ,0% 7,5% 0 0 1 0 4 0 5 ,0% ,0% 8,3% ,0% 10,0% ,0% 6,3% 1 0 1 0 2 0 4 16,7% ,0% 8,3% ,0% 5,0% ,0% 5,0% 0 0 0 0 6 0 6 ,0% ,0% ,0% ,0% 15,0% ,0% 7,5% 0 0 0 1 0 0 1 ,0% ,0% ,0% 5,0% ,0% ,0% 1,3% 0 1 0 9 0 0 10 ,0% 100,0% ,0% 45,0% ,0% ,0% 12,5% 0 0 1 0 0 0 1 ,0% ,0% 8,3% ,0% ,0% ,0% 1,3% 0 0 4 0 0 1 5 ,0% ,0% 33,3% ,0% ,0% 100,0% 6,3% 2 0 0 0 0 0 2 33,3% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,5% 0 0 0 0 4 0 4 ,0% ,0% ,0% ,0% 10,0% ,0% 5,0% 0 0 0 0 3 0 3 ,0% ,0% ,0% ,0% 7,5% ,0% 3,8% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (157) Legislação Discriminação Segurança Integração SEF Terrorismo Economia 0 0 1 0 3 0 4 ,0% ,0% 8,3% ,0% 7,5% ,0% 5,0% 0 0 2 0 1 0 3 ,0% ,0% 16,7% ,0% 2,5% ,0% 3,8% 0 0 0 0 1 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% 2,5% ,0% 1,3% 0 0 2 0 5 0 7 ,0% ,0% 16,7% ,0% 12,5% ,0% 8,8% 0 0 0 1 0 0 1 ,0% ,0% ,0% 5,0% ,0% ,0% 1,3% 0 0 0 1 0 0 1 ,0% ,0% ,0% 5,0% ,0% ,0% 1,3% 0 0 0 0 4 0 4 5,0% ,0% Total 6 100,0% 100,0% ,0% ,0% ,0% 10,0% ,0% 1 12 20 40 1 80 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% canal TV SIC Enquadramento temas 1 Acidentes / Incidentes Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Educação Expulsão Habitação Legalização (158) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Total 3 0 0 1 0 4 13,0% ,0% ,0% 2,0% ,0% 3,1% 0 0 0 0 5 5 ,0% ,0% ,0% ,0% 10,4% 3,9% 1 0 0 4 0 5 4,3% ,0% ,0% 8,2% ,0% 3,9% 1 0 0 0 0 1 4,3% ,0% ,0% ,0% ,0% ,8% 6 0 0 15 4 25 26,1% ,0% ,0% 30,6% 8,3% 19,7% 0 0 0 1 2 3 ,0% ,0% ,0% 2,0% 4,2% 2,4% 2 0 0 1 0 3 8,7% ,0% ,0% 2,0% ,0% 2,4% 1 0 0 1 1 3 4,3% ,0% ,0% 2,0% 2,1% 2,4% 0 0 0 0 5 5 ,0% Máfia Prostituição Reagrupamento Religião Saúde Trabalho Violência Cultura Legislação Discriminação Segurança Integração Terrorismo Economia Estudos sobre imigração Total 23 100,0% 100,0% ,0% ,0% ,0% 10,4% 3,9% 0 0 0 2 0 2 ,0% ,0% ,0% 4,1% ,0% 1,6% 0 0 0 10 5 15 ,0% ,0% ,0% 20,4% 10,4% 11,8% 1 0 1 0 0 2 4,3% ,0% 16,7% ,0% ,0% 1,6% 0 0 2 0 1 3 ,0% ,0% 33,3% ,0% 2,1% 2,4% 6 0 0 0 1 7 26,1% ,0% ,0% ,0% 2,1% 5,5% 0 0 0 1 1 2 ,0% ,0% ,0% 2,0% 2,1% 1,6% 2 0 0 4 1 7 8,7% ,0% ,0% 8,2% 2,1% 5,5% 0 1 1 0 3 5 ,0% 100,0% 16,7% ,0% 6,3% 3,9% 0 0 1 2 3 6 ,0% ,0% 16,7% 4,1% 6,3% 4,7% 0 0 0 0 5 5 ,0% ,0% ,0% ,0% 10,4% 3,9% 0 0 0 3 0 3 ,0% ,0% ,0% 6,1% ,0% 2,4% 0 0 1 0 6 7 ,0% ,0% 16,7% ,0% 12,5% 5,5% 0 0 0 4 0 4 ,0% ,0% ,0% 8,2% ,0% 3,1% 0 0 0 0 4 4 ,0% ,0% ,0% ,0% 8,3% 3,1% 0 0 0 0 1 1 ,0% ,0% 2,1% 1 100,0% ,0% ,0% 6 49 48 100,0% 100,0% ,8% 127 100,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (159) canal TV TVI Enquadramento temas 1 Acidentes / Incidentes Agenda Clandestinidade Condições Sociais Crime Desemprego Educação Expulsão Família Habitação Legalização Máfia Prostituição Religião Sem Abrigo Saúde Trabalho (160) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Total 3 0 0 0 2 2 7 17,6% ,0% ,0% ,0% 4,7% 4,8% 6,3% 0 0 0 0 0 3 3 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 7,1% 2,7% 0 0 0 0 2 2 4 ,0% ,0% ,0% ,0% 4,7% 4,8% 3,6% 0 0 0 1 0 0 1 ,0% ,0% ,0% 12,5% ,0% ,0% ,9% 3 0 0 0 15 0 18 17,6% ,0% ,0% ,0% 34,9% ,0% 16,1% 1 0 0 0 0 0 1 5,9% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 0 0 0 0 0 1 1 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,4% ,9% 1 0 0 0 1 0 2 5,9% ,0% ,0% ,0% 2,3% ,0% 1,8% 1 0 0 0 0 1 2 5,9% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,4% 1,8% 0 0 0 1 1 1 3 ,0% ,0% ,0% 12,5% 2,3% 2,4% 2,7% 0 0 0 0 1 6 7 ,0% ,0% ,0% ,0% 2,3% 14,3% 6,3% 0 0 0 0 2 0 2 ,0% ,0% ,0% ,0% 4,7% ,0% 1,8% 1 0 1 0 10 2 14 5,9% ,0% 100,0% ,0% 23,3% 4,8% 12,5% 0 0 0 1 0 0 1 ,0% ,0% ,0% 12,5% ,0% ,0% ,9% 1 0 0 0 0 0 1 5,9% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 1 0 0 0 0 0 1 5,9% ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% ,9% 3 0 0 0 0 2 5 17,6% Violência Cultura Naturalização Legislação Discriminação Segurança Integração Economia Estudos sobre imigração ,0% ,0% ,0% ,0% 4,8% 4,5% 2 0 0 0 5 3 10 11,8% ,0% ,0% ,0% 11,6% 7,1% 8,9% 0 0 0 0 0 4 4 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 9,5% 3,6% 0 1 0 2 0 1 4 ,0% 100,0% ,0% 25,0% ,0% 2,4% 3,6% 0 0 0 2 0 8 10 ,0% ,0% ,0% 25,0% ,0% 19,0% 8,9% 0 0 0 0 1 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% 2,3% ,0% ,9% 0 0 0 0 3 0 3 ,0% ,0% ,0% ,0% 7,0% ,0% 2,7% 0 0 0 0 0 1 1 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 2,4% ,9% 0 0 0 0 0 5 5 ,0% ,0% ,0% ,0% ,0% 11,9% 4,5% 0 0 0 1 0 0 1 ,0% ,0% ,0% ,0% 12,5% ,0% Total 17 1 1 8 43 42 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% ,9% 112 100,0% Media, Imigração e Minorias Étnicas II (161) ESTUDO DE CASO I REPRESENTAÇÕES DAS MINORIAS NO PRIME-TIME44 C ATA R I N A VA L D I G E M INTRODUÇÃO Este Estudo de Caso insere-se numa investigação alargada sobre as imagens veiculadas nas televisões de sinal aberto, referentes a grupos minoritários e socialmente desfavorecidos. A mesma investigação visou confrontar estas imagens com os processos de percepção e recepção desses grupos. Estes dois objectivos levaram à eleição, respectivamente, de duas hipóteses de trabalho. A primeira, relativa às imagens veiculadas, pressupôs que os conteúdos televisivos — ficção, jornalismo, publicidade— incorporam um sistema de valores que tende a 44 O projecto de investirepor a coesão social em função de uma determinada visão, gação “Televisão e Imagens dominante, do mundo. A segunda, inerente à percepção e à da Diferença” do Centro recepção, que os grupos referidos tendem a negociar sentidos de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ) é finanidentitários a partir dos conteúdos dominantes inerentes às ciado pela Fundação para a mensagens codificadas. Ciência e Tecnologia (POCTI/ COM/45553/2002). 45 Cfr. Isabel Ferin Cunha, C. A. S., Maria João Silveirinha a Ana Teresa Peixinho (2004). Media, Imigração e Minorias Étnicas, Observatório da Imigração, ACIME. Estudos recentemente realizados em Portugal sobre os Media e Discriminação e sobre as Imagens dos Imigrantes e Minorias Étnicas nos Media constituíram uma base indispensável à construção de variáveis devido à proximidade de temáticas. (162) No que respeita aos grupos de análise, delimitaram-se os grupos out-mainstream em função de critérios de género, geração, etnicidade, trajectória migratória e ainda em função de resultados observados em estudos sobre a representação de imigrantes e minorias étnicas nos Media.45 Foram ainda, tomados em conta nesta delimitação, outros estudos que determinam variáveis referentes à diferença face à norma construída pela sociedade dominante. Assim, os grupos de análise considerados foram mulheres imigrantes brasileiras, mulheres ciganas, mulheres idosas, mulheres com deficiência motora e crianças do sexo/género feminino dos 8 – 12 anos. Media, Imigração e Minorias Étnicas II Neste Estudo de Caso serão apresentados, apenas, dados parciais, referentes à representação dos brasileiros e dos ciganos na televisão. 1. METODOLOGIAS As metodologias utilizadas na análise de conteúdos televisivos fundamentaram-se não só em metodologias utilizadas em Estudos sobre os Media mas, também, em Estudos sobre imigração e minorias étnicas.46 A constituição do corpus de análise dentro do universo do prime-time (19h-30m—22h 3om) dos três canais de sinal aberto, RTP1, SIC e TVI, incidiu na gravação de 24 dias, escalonados por semanas, entre 4 de Março a 22 de Maio 2004. Para além destes dias, foram também incluídos no corpo de análise seis efemérides, na medida em que algumas delas coincidiam com as temáticas da investigação e potencialmente visariam os grupos pesquisados.47 Para a análise e registo dos conteúdos das imagens gravadas construíram-se bases em SPSS, adoptando-se uma matriz diferenciada em função dos géneros televisivos (Informação, Publicidade, Entretenimento e Ficção). Em cada base de análise dos géneros indicados identificaram-se variáveis comuns de Forma, Conteúdo e Discurso, bem como variáveis específicas e ajustadas à natureza dos géneros. Foram identificadas variáveis de Forma, por exemplo, o Canal TV, Data, Alinhamento, Tempo/Duração; variáveis de Conteúdo, os Temas e Acontecimentos 1 e 2, Sexo/Género, Protagonismo, Grupos de Análise; e variáveis de Discurso o Enquadramento Narrativo, Tom, entre outras. 46 Referimo-nos a Ferin Cunha, I., Santos, M.C., Silveirinha, M.J. e Peixinho, A.T. (2004).op. cita. e a Ferin Cunha, I. e all (2002), “Media e Discriminação: um estudo exploratório do caso português”, Lisboa, Observatório da Comunicação nº 5, Maio 2002, 27-38; Fairclough, N. (1995) Media Discourse, London, Arnold; Connell, I. “Television News and the Social Contract”, In: Hall, S. (ed.), (1980) Culture, Media, Language, Centre for Contemporary Cultural Studies, Routledge; Reis, C. e Lopes, A. C. (2002) Dicionário da Narratologia, Coimbra, Almedina. 47 As efemérides seleccionadas foram o dia 8 de Março – Dia Internacional da Mulher; o dia 21 de Março – Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial; o dia 7 de Abril – Dia Mundial da Saúde, o 25 de Abril; o dia 1 de Maio – Dia do Trabalhador, e o Dia 15 de Maio – Dia Mundial da Família. Note-se que o Dia Internacional contra a Discriminação Racial não foi referido em nenhum dos noticiários dos canais de televisão estudados. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (163) Note-se que no âmbito da estratégia de análise foram considerados os grupos outmainstream na sua dimensão Mista (sexo/ género masculino e feminino). Para além das variáveis de conteúdo referidas, mostrou-se ainda pertinente a integração da variável Imagem, que visou identificar as imagens, representações, papéis e estereótipos associados aos grupos out-mainstream no material analisado. 48 Cit in Barker, C. (2003) Esta variável mostrou-se relevante numa primeira fase de Cultural Studies, Theory and exploração do material gravado, conduzindo ao levantamento Practice, London,Thousand Oaks and New Delhi, Sage; de imagens identificadas em estudos da especialidade, sobre Woodward, K. Identidade e a representação do género e da etnicidade nos Media48; Diferença: uma introdução teórica e conceitual In: Silva, sobre as representações e alterações dos papéis sociais da T. da (2000) Identidade e Mulher49; e sobre a estereotipia50 identificadas em pesquisas Diferença: a perspectiva dos sobre imagens na Publicidade.51 Estudos Culturais, Petrópolis, Editora Vozes. 49 Kaufmann, J.-C. (19992003) A Mulher Só e o Príncipe Encantado, Porto, Público; Barker, C. (2003). op.cita.; Amâncio, L. (1992) “As Assimetrias nas Representações do Género”, in Revista Crítica Ciências Sociais, nº 34. 50 Hall, S. (1997) “The Spectacle of the Other”, In: Representation and Signifying Practices, London,Thousand Oaks, Sage; Cit in Barker, C. (2003) Cultural Studies, Theory and Practice. Op.cita.; Kuhn, A.(1993) “The Power of the Image”, In: Jackson, S. Women’s Studies, Essential Readings, Washington Square, New York, University Press, pp.484 – 486; Rosales, M. V. (2001) Temos o que Procura, Coimbra, Edições Minerva Coimbra. 51 Cit in Barker, C. (2003) Cultural Studies, Theory and Practice. Op.cita. (164) A estratégia metodológica que precedeu ao trabalho de análise de imagens baseou-se na identificação das Imagens Fortes segundo John Fiske, em cada plano de imagem que compõe as peças/ unidades de acção dos diversos géneros televisivos. Os planos foram, assim, considerados enquanto unidade de análise das imagens televisivas. O tratamento dos dados foi feito, tal como já foi referido, em SPSS, sendo aqui apresentados apenas os resultados parciais referentes à representação dos brasileiros e ciganos em cada género televisivo analisado, no que respeita ao Tema e Acontecimentos 1 e 2 em que se encontram implicados. 2. REPRESENTAÇÃO DE BRASILEIROS E CIGANOS NA TELEVISÃO 2.1 Géneros Informativos No que respeita à representação dos grupos de análise nos géneros informativos, observou-se que de um total de 965 Media, Imigração e Minorias Étnicas II planos de imagem, referentes a 868 peças de informação, os brasileiros estão representados em 11% - 104 planos - e os ciganos em apenas 1% - 9 planos. Desses 11% de planos que representam brasileiros, 97% referem-se a imagens de Noticiários, estando os ciganos apenas representados neste género informativo. Brasileiros nos Géneros Informativos Relativamente aos Temas e Acontecimentos onde são representados os brasileiros nos géneros informativos, podem-se observar algumas variações relativamente aos resultados da análise de imprensa e televisão de 2003 52. Os resultados 2003 apontavam para uma concentração deste grupo nos temas Legalização e Prostituição. Já neste Estudo de Caso, devido ao Euro 2004 e ao evento musical Rock in Rio Lisboa, as ocorrências situam-se em temas de Desporto, Lazer e Cultura. Note-se que na separação do levantamento dos temas e acontecimentos 1 e 2 (sendo que o tema 1 tende a ser o predominante na construção da imagem e do discurso televisivo), a categoria Desporto e Lazer — onde dominam as referências ao jogador Deco e ao treinador da selecção brasileira, 52 Isabel Ferin Cunha, C. A. S., Maria João Silveirinha a Filipe Scolari — assume 41% do total de 104 planos de imaAna Teresa Peixinho (2004). gens que retratam brasileiros. Os temas Condições Sociais Media, Imigração e Minorias Étnicas, Observatório da (4%), Prostituição (1%), Confrontos/Guerra (3%), Saúde (3%), Imigração, ACIME Media, Imigração e Minorias Étnicas II (165) Cultura (9%), Euro 2004 (10%), Desporto e Lazer (41%), Religião (5%) e Diplomacia (4%) perfazem um total de 83% das imagens que representam os brasileiros no âmbito do Temas e Acontecimentos 1. Quanto aos Temas e Acontecimentos 2, os temas Saúde (5%), Trabalho (3%), Euro 2004 (10%), Celebridades (5%), Imigração e Legalização (4%), Desporto e Lazer (18%) Manifestações (3%), Terrorismo (4%), Outro (4%) e Não Identificado (27%) assumem 82% do total de 104 planos de imagem relativas aos brasileiros. Como já se referiu, as alterações nas temáticas em que estão implicadas os brasileiros no ano de 2003 e de 2004 devem-se à mudança dos tópicos de agenda mediática. De salientar, mais uma vez, que o período desta amostra de imagens televisivas corresponde aos meses que precederam o evento desportivo, Euro 2004, e a realização do Rock in Rio Lisboa, organizado por uma produtora brasileira que veio dar ênfase à presença de artistas brasileiros em Portugal. Os números referentes a Terrorismo e Guerra referem-se a acontecimentos que dão continuidade ao tópico Guerra do Iraque, e onde são feitas referências à morte do brasileiro que foi Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello. O tema da Prostituição em que os brasileiros, nomeadamente as mulheres brasileiras, têm estado implicadas desde o ano de 2003, não apresenta uma grande expressão no material analisado, sendo de registar que apenas está integrada uma peça em OFF2 (reportagem sem testemunha). (166) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Ciganos nos Géneros Informativos Quanto à representação dos ciganos nos géneros informativos, nomeadamente no corpus de análise considerado, este grupo surge predominantemente em situações relativas à Habitação (56%) e ao Crime (22%), no âmbito dos Temas e Acontecimentos 1. Verificou-se ainda alguma percentagem de planos que representa ciganos em situações de Racismo/ Xenofobia (11%) e ainda de Educação (11%). Relativamente aos Temas e Acontecimentos 2, os ciganos estão predominantemente associados a situações de Discriminação (33%), seguido de situações de Justiça e Condições Sociais que reúnem 44% do total de planos de imagem analisados. Tais contextos de representação da etnia cigana não evidenciam alterações significativas relativamente aos conteúdos analisados em pesquisas anteriores, observando-se assim, até ao momento, uma tendência para a continuidade na forma de construção da imagem deste grupo. De notar, apenas que, os ciganos assumem a voz em 56% das vezes em que são representados nos telejornais, sendo as associações ciganas também representadas nas reportagens. O tom das peças é negativo em mais de 80% das peças que representa os ciganos neste Estudo de Caso. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (167) 2.2 Géneros de Entretenimento e Ficção No que diz respeito aos géneros de Entretenimento e Ficção, do total de 2003 planos de imagens analisados, 1655 (82,6%) correspondem a imagens de Ficção, e 348 (17,4%) a planos de imagem que retratam os grupos de análise (brasileiros, ciganos, idosos, crianças e deficientes motores) em géneros de Entretenimento. Os Brasileiros têm 79% (1302) de planos de imagem nos géneros ficcionais, que correspondem aos géneros Telenovela e Série Brasileiras, e 10% (36) de imagens nos programas de Entretenimento. Os Ciganos têm uma representação de 1% (4) nos géneros de entretenimento, os quais correspondem, ao programa de Humor Malucos do Riso, não estando representados em quaisquer programas de ficção transmitidos na televisão portuguesa. Brasileiros nos géneros de Ficção Em 1302 planos de imagem de ficção que representam brasileiros (79% do total de planos de ficção), podemos observar a prevalência de temáticas associados às Relações Afectivas e ao Matrimónio, bem como ao Desporto e Lazer. Considere-se aqui o género televisivo em questão, bem como o facto de corresponder na sua (168) Media, Imigração e Minorias Étnicas II maioria a telenovelas brasileiras e séries brasileiras 53, emitidas na estação televisiva SIC, que tem um acordo de exclusividade com a Rede Globo, desde 1994, para transmissão destes programas. Assim, no que se refere à representação dos brasileiros, os temas e acontecimentos 1 mais frequentes são Relações Afectivas (27%) e Matrimónio (18%), sendo que estes temas, assim como Desporto e Lazer (11%), Condições Sociais (5%), Educação (4%), Família (5%), Relações Extraconjugais (3%), Actividades Domésticas (5%) e Trabalho (5%) perfazem o total de 84% do total de planos imagens de ficção em que este grupo surge representado. Quanto à variável Temas e Acontecimentos 2, os brasileiros são representados mais frequentemente quando estão em destaque situações de Relações Afectivas (37%), de Desporto e Lazer (10%) e Matrimónio (9%). Brasileiros nos Géneros de Entretenimento Relativamente à representação dos brasileiros nos géneros de entretenimento da amostra de imagens televisivas recolhidas e analisadas, observamos que este grupo surge apenas em 36 (10%) planos de imagem do total de 348. Os temas em que surgem com mais frequência são, uma vez mais, Desporto e 53 Durante o período considerado na amostra, os programas de ficção brasileira em emissão em horário-nobre na SIC foram a telenovela Chocolate com Pimenta e Série New Wave. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (169) Lazer (72%) do total dos temas e acontecimentos 1. Ainda no âmbito desta variável, o tema Condições Sociais assume o valor de 6%, Prostituição 6%, Cultura 3% e Euro 2004 11%. O facto de a categoria Não Identificado apresentar uma grande frequência na variável Temas e Acontecimentos 2 (75%) significa que os tópicos acima enunciados assumem uma importância praticamente exclusiva no conjunto de planos de imagem referentes a este grupo, nos géneros de entretenimento. Ciganos nos Géneros de Entretenimento Os ciganos apenas são representados nos géneros de entretimento em 4 (1%) do total de planos de imagem analisados. Nestes 4 planos de imagem os temas Crime, Habitação, Celebridades, Condições Sociais, Justiça e Actividades Domésticas apresentam a frequência equitativa de 25%. Tais temas repetem-se relativamente aos observados nos géneros informativos, verificando-se uma continuidade e intertextualidade temática associada à representação deste grupo no prime-time televisivo português analisado. (170) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 2.3 Género Publicidade Quanto ao género Publicidade, analisou-se um total de 875 planos em 775 anúncios publicitários 54. Dos 875 planos de imagem de publicidade analisados, 3% (29 planos) representa brasileiros, não se verificando nenhum tipo de representação da etnia cigana neste género televisivo. Brasileiros no Género Publicidade Assim, da totalidade de planos de imagem referentes ao género publicidade que representa brasileiros (29 imagens), o tema Desporto e Lazer é o que apresenta uma maior frequência, no âmbito da variável Temas e Acontecimentos 1, somando 62%. Acresce-se a esta percentagem 14% referente ao tema Cultura, 54 Note-se que a estratégia 3% do tema Integração, 7% do tema Família, e ainda 14% do de análise dos anúncios tema Actividades Domésticas. Relativamente à variável Tema publicitários seguiu o critério de exclusão dos anúncios e Acontecimentos 2, o tema Celebridades surge com uma institucionais das estações frequência de 31% (associado à categoria Desporto e Lazer televisivas, e dos anúncios válidos mas emitidos de do Tema 1), e o Não Identificado assume o valor percentual forma repetida no mesmo de 21%, indiciando a predominância e a relevância dos temas dia no âmbito do material indicados na variável Temas e Acontecimentos 1. Os restananalisado. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (171) tes temas considerados em Temas e Acontecimentos 2 são Beleza (14%), Relações Afectivas (7%), Actividades Domésticas (7%), Condições Sociais (7%), Cultura (7%), Imigração e Legalização (3%) e Outro (3%). Na Publicidade é o Euro 2004 que mais promove as temáticas em que estão implicados os brasileiros. Durante os três meses que antecederam o evento, registaram-se diversos anúncios promotores de objectos particulares e marcas desportivas que se apropriaram do Campeonato Europeu de Futebol. Por outro lado, observou-se na publicidade uma utilização intensiva de VIPs, celebridades e de líderes de opinião, especialmente do seleccionador nacional Filipe Scolari, e dos jogadores de futebol, entre os quais se encontra o Luso-Brasileiro, Deco. Contudo, os brasileiros estiveram também associados, na publicidade, a actividades culturais, nomeadamente musicais, bem como a actividades domésticas, relativas a alimentos e bebidas. O valor significativo que apresenta a categoria Beleza (14%) nos Temas e Acontecimentos 2 refere-se à representação de brasileiros em anúncios dedicados à promoção de alimentos e de valores estéticos, sendo o protagonismo conferido ao sexo/ género feminino. Tal representação diz respeito a um só anúncio, onde é feita uma associação entre uma actriz brasileira (Giovanna Antonelli) e uma marca de iogurtes para manter a linha. CONCLUSÕES Os resultados apresentados neste Estudo de Caso, apenas permitem avançar algumas reflexões sobre as representações dos imigrantes e das minorias no prime-time das televisões generalistas. Em primeiro lugar, deve-se assinalar a importância das agendas, neste caso do Euro 2004 e do Rock in Rio Lisboa, como factor de organização das rotinas produtivas na televisão generalista. Estes eventos, temas, impregnam comprovadamente, o ângulo de construção da informação, bem como as oportunidades de venda presentes nas lógicas publicitárias. No caso da representação dos brasileiros na televisão, observou-se que os preparativos e os antecedentes deste acontecimento determinaram os conteúdos de diferentes géneros televisivos, (172) Media, Imigração e Minorias Étnicas II promovendo o que Fairclough 54 chama de intertextualidade e uma continuidade temática entre a informação, entretenimento e a publicidade. O mesmo não se pode afirmar relativamente aos géneros de ficção, que assumem características muito singulares, devido à especificidade dos conteúdos, presentes na telenovela e na série brasileiras emitidas no durante o período analisado (Chocolate com Pimenta e New Wave). Estes produtos de ficção específicos, retratando diferentes realidades sociais, culturais e temporais brasileiras, projectaram — no momento em que se realizou esta investigação— quotidianos em que as relações afectivas, o matrimónio e o desporto e lazer assumiram uma vincada predominância. No que se refere aos ciganos, destacou-se a quase ausência de representação deste grupo no prime-time português, em todos os géneros televisivos, notando-se a inexistência de imagens desta comunidade na publicidade. Este facto requer uma análise mais atenta da própria narrativa dos anúncios, ao nível da forma, conteúdo e discurso, uma vez que este constitui o género televisivo por excelência da construção de imaginários e mundos ideais, onde apenas há lugar para tipificações da norma, e onde o desvio e a diferença apenas fazem sentido no contexto de mensagens institucionais e promotoras de valores não dominantes [confronte-se a esse respeito estudos recentes do ACIME, sobre as atitudes 55 Fairclough, N. (1995) Media Discourse, London, e valores dos portugueses perante a imigração 56 (2003), Arnold London. Portugueses e Imigrantes: Imagens Recíprocas 57 e ainda a 56 Lages, M. e Policarpo, campanha de publicidade do ACIME “Portugal Imigrante, V. (2003) Atitudes e Valores Perante a Imigração, Portugal Tolerante”, transmitida na RTP, projectada nos mupis Observatório da Imigração, nacionais e em alguma imprensa nacional e regional] 58. A ACIME, Lisboa. 57 Lages, M. e Policarpo, V., outra questão a destacar no que se refere à representação da et alli (2005) Os Imigrantes comunidade cigana na televisão é o facto de se verificar uma e a População Portuguesa continuidade temática nos géneros informativos, relativamen– Imagens Recíprocas, projecto apresentado no Seminário te a anos anteriores. Contudo, para uma análise mais fina OI a 22 de Março 2005 no das semelhanças, continuidades e das eventuais mudanças Palácio Foz (ACIME/FCT). 58 http://www.acime. ao nível da construção de imagens dos ciganos será ainda gov.pt/docs/Publicacoes/ necessário analisar e cruzar variáveis de forma, conteúdo e Relatorio%20Actividades/ discurso que aqui não foram exploradas. 8Capitulo.pdf Media, Imigração e Minorias Étnicas II (173) ESTUDO DE CASO II REPRESENTAÇÕES DAS MINORIAS NOS JORNAIS TELEVISIVOS I S A B E L F E R I N C U N H A E W I L LY S . F I L H O Este Estudo de Caso constitui, também, um segmento da investigação do Projecto TV e Imagens da Diferença já referido anteriormente.59 O objectivo deste Estudo é analisar um conjunto de peças, extraídas de telejornais, e proceder à caracterização e categorização dos seus elementos constitutivos. Neste Estudo, o corpus é constituído por quatro peças seleccionadas entre as peças exibidas em 2004, que apresentam variáveis e modalidades com valores médios, tendo em conta critérios temáticos 60 (proporcionais aos valores obtidos na análise), género mais representado (a reportagem), e a distribuição proporcional por canal. 59 Projecto “Televisão e Imagens da Diferença”, sedeado no Centro de Investigação Media e Jornalismo (CIMJ) e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT/FEDER), (POCTI/ COM/45553/2002). 60 Os temas tiveram em conta os resultados obtidos nos estudos de 2003 e 2004, sobre Media, Imigração e Minorias Étnicas, patrocinado pelo ACIME. Estes Estudos identificam o Crime— e assuntos correlatos — como o tema de maior incidência. Todavia, cresceu, no ano de 2004, o tema Integração. (174) Em função dos resultados obtidos na análise das peças dos telejornais que conferem maior saliência, por ordem de grandeza, às temáticas Transgressão Social (Crime, Exploração, Máfia, Prostituição e Violência), Estado/Governo (Expulsão, Legalização, Legislação, Naturalização, SEF, Segurança e Terrorismo), Sociologia/Demografia (Clandestinidade, Condições Sociais, Desemprego, Discriminação, Educação, Economia, Família, Habitação, Trabalho, Sem Abrigo e Saúde) e Políticas Inclusivas (Cultura, Integração, Reagrupamento, Religião), procurou-se analisar uma peça correspondente a cada grupo. Assim, as quatro peças seleccionadas correspondem às seguintes temáticas: 1ª Peça: Transgressão Social, prostituição de brasileiras (TVI, 10/01/04); 2ª Peça: Estado/Governo, rusga policial (RTP1, 04/02/04); 3ª Peça: Sociologia/Demografia, julgamento de uma mulher de etnia cigana (SIC, 18/06/04); e a 4ª Peça: Políticas Inclusivas, reconhecimento de habilitações de médicos imigrantes de Leste (RTP1, 10/02/04). Media, Imigração e Minorias Étnicas II Antes de iniciar a análise das peças convém referir que a construção de sentido na imagem em movimento está associada a uma série de estratégias e procedimentos técnicos, e não apenas ao texto veiculado, oral ou escrito.61 A construção de uma peça envolve, no mínimo, quatro textos: um texto visual, um texto sonoro, um texto oral e um texto escrito. Estes textos podem ser totalmente coincidentes no sentido que expressam, mas podem também ser coincidentes apenas em parte ou, ainda, totalmente dissonantes. Acresce que a técnica utilizada na construção das peças televisivas não é neutra. Isto é, por trás de uma imagem está uma empresa e um repórter de imagem, por trás da selecção de um ângulo de câmara ou da captação de som estão pessoas integradas em culturas profissionais, educadas numa Cultura e possuidoras de convicções particulares. O nosso objectivo neste Estudo é analisar determinadas opções técnicas de construção e de edição da imagem televisiva. Nesta perspectiva, convém recordar que há uma gramática mínima da imagem, expressa nas sequências, nas opções por cenários e planos, na utilização da luz e na introdução do som. Pode-se afirmar que 61 Aplicamos aqui o conceia sequência ou sequências de uma peça, ou a passagem realizato de texto de John Hartley, da pelo corte da edição de um plano para outro constituem um quando considera que os Media constroem unidades texto visual com vista à construção de um sentido que pretende, de sentido que devem ser simultaneamente, «reportar a realidade de um facto» e «ilustrar lidos, analisados e interpretados através de uma interum acontecimento». Para que a peça possa ser lida, é necestextualidade. Cfr: Hartley, sário incluir elementos de referência contextualizadores, assim J. (2002) Comunicação, como sequências-tipo de narrativas visuais, sonoras, escritas ou Estudos Culturais e Media, Lisboa, Quimera, pp. 260orais (por exemplo, descritivas, argumentativas, explicativas ou 262; Hartley, J. (2000) dialogais) identificáveis pelos espectadores.62 Los usos de la televisión, As metodologias utilizadas na análise tiveram em conta, em primeiro lugar, a unidade da peça, construída por sequência, ou em sequências, os cenários e os planos no interior das sequências. Nos cenários, foram observados os seguintes elementos: as cenas, a tipologia dos planos e enquadramentos; a construção da imagem pela câmara, nomeadamente os ângulos, a iluminação e a cor, bem como o som.63 Barcelona, Paidós. 62 Nel, N. (1997) Généricité, Séquentialité, Esthétique Télévisuelles, Réseaux, nº81, p. 36. 63 Elementos adaptados dos Estudos de Caso descritos em: Deacon, D. ,Pickering, M., Golding, P. e Murdock, G. (1999) Researching Communications, London, Arnold, pp. 208-247. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (175) 1ª Peça: (TVI, 10/01/04) Transgressão social, prostituição de brasileiras Esta peça de 1’45” relata uma acção da GNR em Bragança, com o objectivo de prevenir o tráfico de mulheres e a prostituição. É constituída por quatro sequências, que integram diferentes cenários, cenas e planos. A 1ª sequência corresponde a uma imagem de estúdio; a 2ª sequência envolve três cenas de um tribunal, com diversos planos de enquadramento; a 3ª sequência é constituída por duas imagens de uma mesma testemunha, um comandante da GNR, e três cenas intermédias de arquivo; a 4ª sequência é constituída por uma imagem exterior, junto ao tribunal, do repórter local. 1ª Sequência — O cenário é o Estúdio. É constituída pela imagem do Pivot em primeiro plano, com os ombros e a cabeça voltados para a câmara. Este plano é utilizado nos jornais televisivos, com o objectivo de centrar o espectador na figura do Pivot e na credibilidade do texto proferido. O primeiro plano do Pivot está rodeado de elementos de cena na região de fachada, na região posterior e na região traseira.64 Os elementos de cena da região de fechada encontram-se no oráculo (Rusga em Bragança/ Polícia apanha 30 brasileiras ilegais em bares de alterne/ oito ficam detidas) e no news ticker (no exemplo de imagem que damos, este elemento não se refere ao tema em análise). Na região posterior identifica-se uma bolacha, com uma imagem fixa ilustrativa da prostituição de rua (uma rua com carros, à noite, mulheres paradas entre os carros) e uma legenda: Mega Rusga. Na região traseira estão os elementos que compõem uma redacção de televisão. Integram, ainda, este plano três elementos icónicos: o logótipo da TVI, o horário (21:02) e um elemento gráfico lateral [globo animado] ao oráculo e ao news ticker. As cores dominantes no estúdio são os diferentes matizes de vermelho em conjunto com azulados. A este texto visual, que já contém elementos escri64 Categorias adaptadas do tos, junta-se o texto lido pelo Pivot: Seguem as rusgas em bares texto de Goffman, Regiões de alterne transmontanos/ durante a madrugada mais quatro e comportamento Regional. Cfr.: Goffman, E. (1993) A foram alvo de fiscalização por parte da GNR nos concelhos de apresentação do Eu na Vida Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Anciães/ que deteve 8 cidadãs de Todos os Dias, Lisboa, brasileiras e identificou 22 em situação ilegal no país. Relógio d’água, pp. 129-167 (176) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 2ª Sequência — Esta sequência é constituída por três cenas nocturnas, tendo como cenário o edifício do tribunal de Mirandela. Na primeira cena, constituída por um plano geral, uma mulher sai com a cabeça tapada pela porta do tribunal rodeada por dois polícias e entra num carro da GNR; a segunda cena capta, num plano geral, vultos de pessoas, mulheres com cabeças tapadas e polícias, movimentando-se no interior do tribunal; a terceira cena enquadra, em plano médio, a estátua da Justiça do edifício do tribunal. Não há som ambiente, dominam os tons avermelhados e dourados provocados pela iluminação nocturna. O oráculo descrito na 1ª sequência acompanha, igualmente, esta sequência. O repórter local lê em off o texto: 8 cidadãs brasileiras foram detidas pela GNR numa operação de fiscalização a bares de alterne nos concelhos de Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Anciães. Já antes estas mulheres tinham sido detectadas em situação ilegal no país. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (177) 3ª Sequência — O cenário é o quartel da GNR, com cenas externas e internas. Esta sequência é composta pelo testemunho recolhido à noite, no interior do quartel, do capitão da guarda e quatro cenas externas, três diurnas (de arquivo) e uma nocturna. O testemunho do capitão da GNR de Bragança está no início e no fim da sequência, e obedece ao seguinte alinhamento: testemunho do capitão (capitão fardado, em plano médio, interior do quartel, noite), pergunta do repórter em off e resposta do capitão; quatro cenas exteriores, três diurnas de arquivo (dois planos de conjunto, respectivamente da porta principal e dos carros da GNR partindo e um close do distintivo do edifício do quartel da GNR) e uma cena nocturna de plano de conjunto, onde são vistos jipes, carros e carrinhas da GNR em movimento; testemunho final do capitão (capitão fardado, em plano médio, interior do quartel, noite). No ecrã mantém-se o mesmo oráculo, o som é tratado de forma a eliminar ruídos intrusivos à entrevista. Nas imagens do testemunho predominam os tons escuros da farda e das paredes do quartel, identificam-se dois focos de luz sobre o capitão. Nas imagens de arquivo a luz é natural. Transcrição do texto: Capitão da GNR: 8 detidas no total de 4 casas de diversão nocturna, vulgo de alterne, que foram fiscalizadas; Repórter: Essas brasileiras são reincidentes em detenções…; Capitão da GNR: Estas brasileiras são efectivamente reincidentes e foi por isso mesmo que foram presentes em Tribunal; Repórter (em off, três imagens diurnas de arquivo e uma de exterior nocturna): Agora estão obrigadas a apresentarem-se quinzenalmente às autoridades. Na acção desenvolvida por 48 militares distribuídos por 12 viaturas foram identificadas mais 22 brasileiras. Esta foi a maior rusga ocorrida desde a detenção do proprietário de uma das principais casas da região; Capitão da GNR (finalização do testemunho): A outra situação substancialmente diferente, quer dizer que não estavam há mais de 90 dias, e por qualquer razão, vão ser notificadas por escrito e presentes ao SEF que determinará, com certeza, no quadro da Lei, o comportamento a seguir. (178) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 4ª Sequência — O cenário é o exterior do tribunal de Mirandela. Esta sequência nocturna é constituída por uma imagem (um plano de pormenor sobre o identificativo do tribunal) e uma cena (plano médio do repórter local, tendo na região posterior carros da GNR e na região traseira o edifício do tribunal). O oráculo inicial continua presente e o som é tratado. Os tons da cena são dourados e vermelhos resultantes dos focos de iluminação artificial (candeeiros de rua e foco sobre o repórter). O repórter fala para a câmara: Ao tribunal de Mirandela foram presentes 8 brasileiras, as restantes 22 foram notificadas por escrito para se apresentarem ao SEF em Bragança no início da semana. (Nome dos repórteres), a TVI, em Mirandela. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (179) 2ª Peça: (RTP1, 04/02/04) Estado/Governo, rusga policial Esta peça de 4’16’’ abriu o telejornal da noite de 04/02/04 e relata uma acção preventiva das Forças de Segurança na região do Intendente em Lisboa. Identificamse na sua construção três sequências: a 1ª sequência é composta por uma imagem de Estúdio, cenas do Intendente durante a tarde e a chamada feita pelo Pivot da repórter que se encontra, em directo, no local; a 2ª sequência é constituída pelo testemunho, em directo, da repórter, intermediado de cenas do Intendente durante a tarde e no momento do directo; na 3ª sequência a repórter encerra o directo e o Pivot termina a peça. A 1ª sequência tem como cenário inicial o estúdio, onde se encontra o Pivot, em primeiro plano, com os ombros e a cabeça voltados para a câmara. O Pivot está vestido de cor clara o que contrasta com a região de traseira do estúdio, em tons escuros. A região de fachada apresenta o logótipo do canal (RTP1) e o horário (20:00). O Pivot inicia a leitura do texto e as imagens deslocam-se para a região do Intendente, cenário identificado através de um close numa placa da praça. Seguem-se planos de conjunto e planos médios de cenas de «rusga policial», filas de pessoas para identificação e movimentos de populares e autocarros de polícia. A iluminação é natural, nocturna, e o som é ambiente. A estas imagens sobrepõem-se na região de fachada o oráculo: Lisboa/Esta tarde. A imagem volta de novo ao estúdio e o Pivot chama a repórter que entra em directo, ficando o ecrã dividido em duas imagens: do lado esquerdo o Pivot, em primeiro plano, e do lado direito a Repórter em plano médio. Texto do Pivot lido com imagem de estúdio: Boa noite. Está aberta a caça aos imigrantes ilegais. (cenas do Intendente durante a tarde, que descrevemos anteriormente) A polícia começou uma grande operação em Lisboa para capturar estrangeiros que estão a trabalhar ilegalmente em Portugal. É uma operação conjunta da Polícia de Segurança Pública, da Polícia Judiciária e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras a decorrer no Intendente. As primeiras informações revelam mais de 30 detenções. Perto de meia centena de agentes destas três forças de segurança entraram nesta zona degradada de Lisboa há cerca de 2h. Os guardas estão a intervir em bares de (180) Media, Imigração e Minorias Étnicas II alterne, estabelecimentos de jogo e residências. Os alvos preferenciais são estabelecimentos onde os investigadores suspeitam praticar-se prostituição e onde também acreditam residir imigrantes clandestinos. Desde o desmantelamento do Casal Ventoso que o bairro do Intendente tem albergado toxicodependentes e prostitutas, tendo até levado a Câmara Municipal de Lisboa a intervir. Vamos em directo para o local da Rusga onde se encontra a (nome da Repórter). (Nome da Repórter), muito boa noite. A operação ainda decorre nesta altura? A 2ª sequência inicia-se com o directo da repórter num plano geral, tendo como cenário uma rua deserta do Intendente. A iluminação é natural, é noite e há um foco de luz sobre a repórter. Esta sequência desenvolve-se com o seguinte alinhamento: Media, Imigração e Minorias Étnicas II (181) relato da repórter no ecrã dividido em dois onde, do lado direito (do espectador), se repetem cenas registadas durante a tarde e já visualizadas na 1ª sequência; segue-se uma imagem da repórter em directo, em plano médio, e cenas de ruas em directo. Em seguida, surge de novo a repórter, em directo, num plano geral. Continua a sequência com o relato da repórter no ecrã dividido, onde do lado direito se visualizam as cenas da tarde já anteriormente visualizadas na 1ª sequência. De novo, surge a repórter em directo, num plano geral, e cenas de ruas em directo. Mais uma vez o relato da repórter faz-se num ecrã dividido, onde do lado direito se visualizam as cenas da tarde da 1ª Sequência. Por último, a repórter, em plano médio, termina o directo. Durante toda esta sequência está presente, na região de fachada, o seguinte oráculo: Directo/Intendente/Lisboa. Texto da Repórter: A operação está neste momento exacto a terminar. Esta rua do Intendente esteve fechada 2horas, desde as 6h (18h) da tarde. Neste momento os agentes da Polícia Judiciária e da Policia de Segurança abandonam a rua. Durante 2 horas, como eu disse, esta rua esteve absolutamente fechada. Nenhuma pessoa pôde entrar ou sair da rua, mesmo que alegasse ser moradora desta zona. A única excepção que eu vi foi uma senhora grávida que tinha documentação, e perante o facto da senhora estar grávida, de facto, as forças de segurança abriram uma excepção e deixaram-na passar. De resto, foi um bloqueio total neste quarteirão, onde há bares, casas de alterne e casas de jogo e também residências. Tudo foi passado a pente fino à procura de pessoas estrangeiras que não tenham toda a documentação para estar em Portugal. Saíram daqui 4 autocarros, apesar do último já não ir muito cheio, iam apenas meia dúzia de pessoas, mas os outros três autocarros iam com bastante gente. Todas estas pessoas foram levadas para identificação pela Polícia Judiciária. Estimamos que, pelo menos, 200 pessoas terão sido conduzidas às instalações da Polícia Judiciária para serem identificadas. Pessoas que, uma vez aqui, abordadas pelas forças de segurança, não tinham, de facto, toda a documentação. Vão agora ter de provar que, de facto, têm condições para estar aqui. Ou se não tiverem, enfim, o procedimento legal poderá, obviamente, ser, a repatriação, ….o repatriamento para o país de origem. Esta rua esteve, de facto, fechada, até há muito pouco tempo, estiveram aqui muitos agentes. Só da Polícia Judiciária, que comanda- (182) Media, Imigração e Minorias Étnicas II va a operação, eram cerca de 50. Todas as casas desta rua, como eu disse, foram passadas a pente fino. Os moradores não levantaram grandes objecções. Foram acompanhando a operação de uma forma mais ou menos calma. Só procuravam os jornalistas de vez em quando para dizer que este bairro do Intendente que tem, enfim, fama de ter muito tráfico de droga e consumo de droga e mesmo prostituição também. As pessoas foram dizendo que, apesar da Câmara Municipal ter fechado ao trânsito parte deste bairro, estes problemas de toxicodependentes e prostituição não estão, de forma alguma, resolvidos. Esta zona continua a ter estes problemas. Foi uma operação de 2 horas, preparada com antecedência, naturalmente, e que parece ter, enfim, um saldo, à avaliar pelo lado das Forças de Segurança, um saldo positivo. Já que, pelo menos 200 pessoas vão agora para identificação. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (183) A 3ª sequência é constituída por duas imagens num ecrã dividido. Do lado direito, a repórter, em plano médio, dá por finalizado o directo, e do lado esquerdo, em primeiro plano, o Pivot no estúdio dá por terminada a peça. A iluminação e o colorido das duas partes do ecrã contrastam: a clara, corresponde ao Pivot; a escura à repórter. Na região de fachada, numa barra de cor vermelha está o horário (20:04) que encima o logótipo do canal (1), ao meio do ecrã, o canal, RTP1 e, do lado direito, a palavra Lisboa. Texto lido pelo Pivot: (Nome da repórter), em directo, na zona onde agora está a terminar esta rusga. 3ª Peça: (SIC, 18/06/04) Sociologia/Demografia, julgamento de uma mulher de etnia cigana Esta peça de 2’11’’ tem a sua origem em Bragança e reporta o julgamento de uma mãe de etnia cigana, condenada por ter agredido, na escola, a professora do seu filho. É constituída por três sequências. A 1ª sequência tem como cenário o Estúdio; a 2ª sequência apresenta dois cenários, a escola e o Tribunal; a 3ª sequência integra os testemunhos da arguida e da queixosa. Na 1ª sequência, o Pivot surge em primeiro plano, virado para a câmara. Na região de traseira vê-se a redacção e dispositivos técnicos peculiares. O Pivot está vestido com roupa escura, os dispositivos apresentam manchas claras. Na região de fachada inscreve-se o oráculo e o news ticker em tons avermelhados. O primeiro anuncia: 5 anos de prisão efectiva. Mãe agrediu uma professora e um aluno. O news ticker não está relacionado com a peça. Texto do Pivot: A mãe de um aluno de uma escola básica de Bragança foi condenada a 5 anos de prisão efectiva por ter agredido um colega do filho e a professora. (184) Media, Imigração e Minorias Étnicas II A 2ª sequência é constituída por três cenários: a escola, a casa da professora e o tribunal. A escola é apresentada através de um grande plano geral, quatro planos de pormenor (do exterior e interior), um plano de conjunto (da fachada e da porta de entrada) e de novo, um plano geral e um grande plano, que apresentam o edifício e o recreio. Estas cenas têm o seguinte oráculo: Bragança: Escola Cantarias. Segue-se uma cena que mostra a professora (em plano médio) a fechar o portão de um quintal, depreendendo-se que se trata da sua casa. O cenário transfere-se para o tribunal, apresentado num plano de conjunto, seguindo-se cenas dos corredores e da porta onde se presume que tenha ocorrido o julgamento. As cenas do interior do tribunal são constituídas por diferentes planos: um plano de conjunto do corredor; quatro planos médios, respectivamente da arguida, da queixosa, do advogado de defesa e de populares; e um grande plano dos dizeres que encimam a porta da sala de audiências do tribunal. O oráculo destes dois cenários é o inicial: 5 anos de prisão efectiva; mãe agrediu professora e um aluno. Não há som ambiente. Texto do Repórter: O caso, que ocorreu há pouco mais de um ano, teve origem numa briga entre crianças na véspera do passeio escolar. No dia seguinte, antes da partida do autocarro, a mãe de uma dessas crianças decidiu ajustar contas pessoalmente, primeiro esbofeteando o colega, com quem o filho se tinha envolvido, depois agredindo o pai do aluno e também a professora. Não satisfeita, voltou à escola, no dia a seguir e, invadindo a sala de aulas, agrediu mais uma vez a docente. A professora apresentou queixa à polícia e a partir daí passou a ser alvo de constantes Media, Imigração e Minorias Étnicas II (185) ameaças de morte por parte da mãe do aluno. Tudo isto ficou provado em tribunal que condenou a arguida a um cúmulo jurídico de 5 anos de prisão efectiva por vários crimes de ofensas à integridade física, ameaça, coação e injúria e invasão de local vedado ao público. Para a decisão do colectivo também contribuiu o facto da arguida se encontrar com pena suspensa por crimes anteriores de agressão às autoridades policiais. Apesar do Ministério Público ter solicitado a detenção imediata da arguida, o tribunal aplicou-lhe, como medida de coação, até ao recurso que interpôs estar decidido, a obrigatoriedade de se apresentar diariamente na polícia e não contactar com a professora e com qualquer das testemunhas. A 3ª sequência é constituída pelos testemunhos da arguida e da queixosa, intermediados por um comentário do repórter. O cenário é o tribunal. O oráculo mantém-se. Ambos os testemunhos são feitos em plano médio. O texto do repórter é lido no momento em que são apresentadas cenas dos corredores do Tribunal, em plano de conjunto. O som é captado em directo. Testemunho da arguida: Se eu quisesse fugir eu teria fugido antes. Mas eu jamais abandonaria a minha família que tenho presa, pois eles estão a precisar de mim e é de mim que eles dependem e 3 crianças pequenininhas. Isto aqui nesta terra não podemos viver, estamos muito, muito, discriminados aqui. Uma palavra de um cigano aqui, não conta. (186) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Repórter: A arguida que se diz inocente, foi condenada a pagar à professora uma indemnização de três mil euros. Testemunho da queixosa: Por mim nem tínhamos chegado a onde chegámos. Porque se ela não me tem agredido, e se ela não me tem ameaçado, aterrorizado, eu até lhe tinha desculpado e não tínhamos chegado aqui. Ela continuava a amedrontar-me, a aterrorizar-me, a ameaçar-me, a insultar-me, a agredir-me. Eu, portanto, foi o único recurso que tive. Repórter: A arguida tem a seu cargo 3 filhos menores, o marido e outros três filhos encontram-se presos. 4ª Peça: (RTP1, 10/02/04), Políticas Inclusivas, reconhecimento de habilitações de médicos imigrantes de Leste Esta peça de 2’14’’ é constituída por duas sequências. A 1ª sequência corresponde à imagem do Pivot, no Estúdio. A 2ª sequência envolve quatro cenários (o interior e exterior do Hospital de Santa Maria, os jardins de um Hospital e a casa de um médico), bem como os testemunhos de quatro intervenientes (duas médicas originárias dos países de Leste e dois médicos portugueses), além das cenas das médicas-candidatas a trabalharem e a estudarem no Hospital. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (187) 1ª Sequência — O Pivot encontra-se em estúdio, em primeiro plano, com os ombros e a cabeça voltados para a câmara. O Pivot está vestido de cor escura o que contrasta com a região de traseira do estúdio. A redacção apresenta tons mais claros. Na região de fachada, identifica-se o oráculo: Médicos de Leste/Mais de cem médicos à procura de uma equivalência para Portugal e os seguintes elementos gráficos, o logótipo do canal (1) e a hora (20:38). Texto do Repórter: Originários da outra parte da Europa, os médicos dos países de Leste enfrentam dificuldades quando tentam obter equivalências académica em Portugal. Há mais de uma centena de pessoas nestas condições. Todo o processo é lento e só acaba depois de um estágio numa das cinco Faculdades de Medicina portuguesas. Um percurso sinuoso e que nem sempre termina bem. 2ª Sequência —Nesta sequência assiste-se ao depoimento das médicas originárias dos países de Leste, à leitura do texto da repórter e aos testemunhos de dois médicos portugueses. O alinhamento das cenas está organizado da seguinte forma: 1) Testemunho da 1ª médica-candidata (cenário jardim); 2) Testemunho da 2ª médicacandidata (o cenário é o exterior do Hospital de Santa Maria, em Lisboa); 3) Voz da repórter e cenas das médicas- -candidatas a trabalhar no interior de um hospital; 4) Testemunho da 1ª médica-candidata (o cenário é o interior do Hospital de Santa Maria); 5) Testemunho da 2ª médica-candidata (o cenário é o interior do Hospital); (188) Media, Imigração e Minorias Étnicas II 6) Voz da repórter e ecrã dividido onde se visualizam cenas das médicas exercendo funções no Hospital e a estudar; 7) Testemunho do 1º médico português (o cenário é o Hospital); 8) Testemunho do 2º médico português, Professor Catedrático (o cenário é o seu domicílio); 9) Voz da repórter e cenas de trabalho das médicas--candidatas e uma imagem de uma pauta de equivalências; 10) Testemunho da 1ª médica-candidata (exterior do Hospital de Santa Maria); 11) Testemunho do 2º médico português; 12) Voz da repórter e cenas internas do Hospital; 13) Testemunho da 1ª médica-candidata (exterior do Hospital de Santa Maria); 14) Testemunho da 2ª médica-candidata; 15) Cena de afastamento da 2ª médica-candidata. Nesta sequência, os planos das testemunhas são todos médios ou em plano fechado. As cenas são planos de conjunto, ou americanos, do interior do Hospital. Na última cena há um plano de conjunto, com movimento ascendente. Testemunho 1ª médica-candidata: O maior sonho era um dia trabalhar na minha especialidade. Testemunho 2ª médica-candidata: Eu quero conseguir, eu quero conseguir tirar a equivalência e trabalhar aqui, mas eu sei que tenho muito de trabalhar. Repórter: São os sonhos da Natália e Ninel, duas médicas de Leste que em Portugal tentam obter a equivalência em Medicina. Ninel tem 33 anos, estudou na Rússia e está em Portugal há dois anos. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (189) Testemunho 1ª médica-candidata: Seis anos na Faculdade, depois fiz internato geral e, depois, fiz internato suplementar em imuno-ergologia. Repórter: Natália tem 32 anos, estudou na Bielo-Rússia, depois de 4 dias de viagem de autocarro chegou a Portugal há dois anos e meio. Testemunho 2ª médica-candidata: Fiz medicina de clínica geral, depois trabalhei num hospital e num centro de saúde, 4 anos, como médica de clínica geral. Repórter: Agora tentam obter a equivalência das suas licenciaturas. Um processo lento que envolve muita documentação e que passa por 4 meses de estágio. Testemunho 1º médico: Essa classificação vai servir para depois ser avaliada, finalmente, num exame oral com os responsáveis dos serviços por onde o médico passou. Portanto, faz um exame final oral em que entra a classificação do exame oral com a classificação da avaliação do estágio nos serviços. Testemunho 2º médico: Sendo o exame de equivalência de Licenciatura aquilo que nós exigimos, o grau de conhecimento que exigimos é aquele que é exigido aos nossos alunos do 4º e 5º ano. Repórter: E os problemas começam quase sempre aqui. São 120 os médicos de Leste inscritos no programa de apoio do Serviço Jesuíta e da Fundação Gulbenkian. Quarenta já obtiveram equivalência, 22 reprovaram, quase todos depois do exame teórico da Faculdade de Medicina de Lisboa. Testemunho 2ª médica-candidata: É muito complicado, mas tem de ser mesmo assim. Porque Medicina é uma coisa séria. Não é? Testemunho 2º médico: Se facilitarmos de mais aquilo que vamos fazer é aumentar o número de médicos no País de forma mais ou menos artificial, mas diminuir a qualidade de prestação de assistência à nossa população. Ora nós não queremos isso. (190) Media, Imigração e Minorias Étnicas II Repórter: Depois de obtida a equivalência e a cédula profissional Ninel e Natália ficam aptas a exercer medicina em Portugal e na Comunidade Europeia. Testemunho 1ª médica-candidata: Agora só penso, pergunta-me, como vai correr. Depois, depois, vamos ver. Testemunho 2ª médica-candidata: Agora sei, vou se calhar, para alguma aldeia trabalhar… OBSERVAÇÕES Nas quatro peças descritas iremos apontar algumas características que são comuns e outras que as distinguem. Antes de mais, é necessário assinalar o ritmo que todas as peças exibem, sendo constituídas por mais de uma sequência e numerosos planos, determinados por cortes de edição e alteração de ângulos de câmara. Em seguida, nota-se uma tendência a utilizar o texto visual como ilustração do texto oral. Esta situação é particularmente notória na 1ª (TVI, 10/01/04) e 3ª (SIC, 18/06/04) peças, quando o texto visual acompanha, em simultâneo, os factos descritos pelo repórter. Há, ainda, uma tendência, nas três primeiras peças, em prolongar a duração da peça, para além do facto relatado. Isto é, há imagens recorrentes e relatos Media, Imigração e Minorias Étnicas II (191) dos repórteres que repetem, muitas vezes literalmente, o primeiro texto proferido. Esta tendência é claramente identificada na 2ª peça (RTP1, 10/02/04) de 4’16’’, onde a repórter, em directo, profere um texto que, a partir dos 20 primeiros segundos de informação, não acrescenta nada de novo, acompanhado de cenas que se repetem consecutivamente e foram captadas num período anterior ao directo. Na mesma peça, observa-se, ainda, que há informações imprecisas e confusões no que se refere a pessoas levadas para identificação ou detidas pelas Forças de Segurança. Outra característica comum das três primeiras peças é a saliência conferida aos cenários institucionais (tribunais, quartel e esquadra), a autoridades [1ª (TVI, 10/01/04) e 2ª (RTP1, 14/02/04) peças] e actores institucionais (Forças de Segurança), não só lhes dando voz, nos testemunhos prestados, mas também no conjunto das imagens exibidas. Por exemplo, na 2ª peça (RTP1, 14/02/04) há inúmeros planos centrados nos agentes de segurança. Observa-se, ainda, que as três primeiras peças tendem a privilegiar a representação ficcional dos factos, apresentando cenários tipificados e conferindo à notícia reportada características emocionais e dramatúrgicas. Por exemplo, a edição que a 1ª peça faz das movimentações da GNR, combinando imagens de arquivo e do momento da peça; a 2ª peça, que poderia ser designada de falso directo, ao combinar cenas de dois momentos diferentes do acontecimento, repetidas consecutivamente e apresentadas num ecrã dividido ao meio; a 3ª peça ao enfatizar o cenário rural do edifício da escola e os comportamentos emocionais das protagonistas, uma professora do ensino básico e uma mãe de etnia cigana, através de planos de pormenor e aproximados.65 A quarta, e última peça (RTP110/02/04), apresenta características um pouco diferentes das três primeiras. Os cenários utilizados são os locais exteriores e interiores do exercício de uma profissão, as cenas constroem os quotidianos das duas protagonistas e os testemunhos centram-se na matéria informativa. 65 Nel, N. (1997) Généricité, Séquentialité, Esthétique Télévisuelles, Réseaux, nº81, p. 42. (192) Em relação à representação visual destas mesmas peças, temos como elementos dominantes internos – em ambiente de estúdio – os símbolos icónicos (bolachas, oráculos e news tickers), que Media, Imigração e Minorias Étnicas II apresentam, normalmente, etiquetas estereotipadas sobre os temas da imigração e das minorias étnicas. Essas imagens constituem «imagens de réplica», isto é, cenas ou sinais utilizados para chamar a atenção do público, por estarem associados a referentes facilmente reconhecíveis pelos espectadores de uma determinada cultura.66 Como elementos visuais externos – aqueles captados fora de estúdio – destacamse os movimentos de câmara, sobretudo travellings, quase sempre já fora do plano da acção principal, e os longos directos que estimulam, principalmente, a criação de cenários e as cenas sem conteúdo informacional, isto é, os «tempos mortos» que ajudam a esticar as peças e a duração dos telejornais. As peças, em análise, utilizaram com maior recorrência os chamados “ travellings de acompanhamento” e o “de descrição”, procurando registar, na medida do possível, desde planos em profundidade, passando por panorâmicas, até chegar aos detalhes, por exemplo, nas imagens sobre os tribunais. Os planos, registados nas peças, podem ser subdivididos em três tipos principais: os “planos de fundo” que criam cenários facilmente identificáveis pelos espectadores como sendo característicos de actividades e quotidianos do mundo da imigração (por exemplo, as casas de alterne, as ruas escuras, as fachadas de edifícios degradados e as esquadras de polícia); os “planos das personagens” apresentados geralmente com enquadramento horizontal, também chamado “em normal”; e por último, o “plano da câmara”, que representa o ponto de vista do telespectador (observador). Uma opção de enquadramento ainda utilizada, apesar de que um pouco menos frequente, é a chamada “em picado”, com a câmara a filmar de cima para baixo: quando se pretende reduzir a imagem de uma personagem ou pormenor. Convém lembrar que certos planos, e movimentos de câmara, têm o poder de dar vida a assuntos relativamente apagados e/ou com pouca 66 Vilches, L. (1989) Manipulación de La 67 acção, atribuindo-lhes um sentido. Por exemplo, no plano Información Televisiva. de conjunto, e no movimento de câmara ascendente da peça Buenos Aires, Paidós, p. 105. 67 Watts, H. (1990) On nº 4, que analisamos, procura-se, no momento final da peça, Camera, Trad. Jairo Tadeu mostrar afastamento ou distanciamento da personagem. Longhi. São Paulo, Summus, Col. Novas buscas em comunicação, vol. 36. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (193) Nas peças descritas nota-se, ainda, a predilecção pelo “plano geral-médio”, que dá mais ênfase ao ambiente e aos cenários (Por exemplo, na peça das pessoas circulando pelas ruas do Intendente - RTP1, 04/02/04); e pelo “primeiríssimo plano”, grande plano e plano de pormenor, cujo limite inferior da imagem corta a personagem pouco baixo das axilas, valorizando sobretudo as emoções e as expressões. Dispositivos evidenciados particularmente nos testemunhos das peças 3 (SIC, 18/06/04) e 4 (RTP1,10/02/04) respectivamente nos depoimentos das intervenientes do julgamento em Bragança e das médicas originárias dos países de Leste]. Com relação aos centros de interesse das imagens, notamos uma forte contaminação dos cenários por elementos perturbadores, tais como: no caso do Intendente, inúmeras pessoas caminhando pelo largo e completamente alheias ao que se passava — 2ª peça, RTP1, 04/02/04 — e no julgamento da mãe, em Bragança— 3ª peça, SIC, 18/06/04 — embora seja o news tickers, que passa no rodapé do ecrã, o maior elemento de poluição visual. (194) Media, Imigração e Minorias Étnicas II ALGUMAS REFLEXÕES PARA O FUTURO Este Instrumento de Trabalho fixou-se sobre a imprensa e a televisão e no caso deste último meio de comunicação sobre programas e géneros exibidos no prime-time. Com o objectivo de contribuir para a compreensão das hipotéticas formas de recepção dessa notícia citam-se três investigações relatadas em revistas da especialidade: uma sobre o que «pode significar as boas notícias nos meios de comunicação»; outra sobre «como é percepcionado o crime nos EUA» e a terceira sobre «o papel das televisões, sobretudo da televisão pública, na manutenção da coesão social». A primeira investigação debruça-se sobre o tratamento conferido pelos Media, nos Estados Unidos, à Guerra da Etiópia (1988) referindo que, a partir de um certo tempo, e em função da pouca informação e das «más notícias» para os soldados americanos, os Media abandonaram o assunto. Este abandono fez com que as pessoas tendessem a «fechar a estória», considerando que a não existência de «estórias» nos Media sobre este assunto, corresponderia a uma situação de «não estória»: leaving the impression with many readers and viewers that the absense of coverage somehow implied that the problem had been solved.68 A estupefacção popular, e o descrédito dos Media, surgiram quando a true history dos soldados americanos eclodiu de forma dramática. A segunda investigação procura apreender a percepção que o grande público tem do Crime nos EUA, abordando a enorme relevância atribuída a este issue e a associação desta temática às minorias, feita pela maioria da população. Para estes autores, o público continua a ter a percepção que o crime é um dos problemas mais graves nos EUA, independentemente dele ser uma realidade apenas nas grandes cidades. Os autores atribuem esta ideia, confirmada através de inquéritos à população norte-americana, à enorme exposição das audiências a programas violentos exibidos durante o prime-time.69 68 Metzger, Miriam J.(2000), When No News is Good News: Inferring Closure for news issues, Journalism & Mass Communication Quarterly, 77(4): 765. 69 Romer, D., Jamieson, K.H. e Sean Aday (2003), Television News and the Cultivation of Fear of Crime, Journal of Communication, 53 (1): 88-104. Media, Imigração e Minorias Étnicas II (195) O terceiro estudo examina o papel dos Media na explicação individual dos crimes e na assunção do bem-estar das populações, referindo o papel das televisões públicas como fontes significativas de informação sobre problemas sociais e na explicação dos seus conteúdos. Assim, e segundo esta perspectiva, as reportagens de televisão devem tentar apresentar várias explicações possíveis, sugerindo causas e consequências e ajudando as audiências a compreender pessoas e acontecimentos. Por exemplo, no caso do relato de um crime as explicações devem incidir sobre as origens, individuais e sociais, evitando atribuir as causas apenas ao indivíduo ou à sociedade. Os mesmos autores concluem que as estórias de televisão que colocam os acontecimentos num contexto mais geral e abstracto, tendem a encorajar visões mais colectivas promovendo a responsabilização de toda a sociedade na sua resolução. 70 Sotirovic, M. (2003) How Individuals Explain Social Problems: The influences of Media Use, Journal of Communication, 53 (1): 122-137. (196) Media, Imigração e Minorias Étnicas II BIBLIOGRAFIA ACIME (2003), I Congresso Imigração em Portugal: Diversidade, Cidadania e Integração, Lisboa: ACIME. Aierbe, P., Ismael Díaz, Raul Martínez, Mikel Mazkiaran, Clara Pérez (2002), Análisis de prensa 2002 Inmigración racismo y xenofobia, San Sebastián: Tercera PrensaHirugarren Prentsa. Baganha, M.I. e Marques, J.C.(2001), Imigração e Política: o caso português, Lisboa: Fundação Luso-Americana. 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