Media, Imigração e Minorias Étnicas II

Transcrição

Media, Imigração e Minorias Étnicas II
MEDIA, IMIGRAÇÃO
E MINORIAS ÉTNICAS II
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(1)
Biblioteca Nacional - Catalogação na Publicação
Cunha, Isabel Ferin, 1952 – e outro
Media, Imigração e Minorias Étnicas, II
Isabel Ferin Cunha, Clara Almeida Santos –(Observatório da Imigração: 19)
ISBN 989-8000-21-X
I – Santos. Clara Almeida
CDU 316
314
P RO M OTO R
O B S E R VATÓ R I O DA I M I G R AÇ ÃO
w w w. o i . a c i m e . g ov. p t
C O O R D E N A D O R DA C O L E C Ç ÃO
P R O F. R O B E R T O C A R N E I R O
[email protected]
AU TO R E S
ISABEL FERIN CUNHA
CL ARA ALMEIDA SANTOS
C O L A B O R AÇ ÃO
C A T A R I N A V A L D I G E M E W I L LY S . F I L H O
E D I Ç ÃO
A LT O - C O M I S S A R I A D O P A R A A I M I G R A Ç Ã O
E MINORIAS ÉTNICAS (ACIME)
R UA Á LVA RO C O U T I N H O , N º 14 , 115 0 - 0 2 5 L I S B OA
T E L E FO N E : ( 0 0 3 51 ) 218 10 6 10 0 FA X : ( 0 0 3 51 ) 218 10 6 117
E - M A I L : a c i m e @ a c i m e . g ov. p t
E X E C U Ç ÃO G R Á F I CA
A N TÓ N I O C O E L H O D I A S , S A
P R I M E I R A E D I Ç ÃO
15 0 0 E X E M P L A R E S
ISBN
9 8 9 - 8 0 0 0 - 21 - X
D E P Ó S I TO L E G A L
211519 / 0 4
LISBOA, MARÇO 2006
(2)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
ÍNDICE
NOTA DE ABERTURA
5
NOTA DO COORDENADOR
7
MEDIA, IMIGRAÇÃO E MINORIAS ÉTNICAS II
11
INTRODUÇÃO
13
CAPÍTULO I
15
1. AS AGENDAS QUE MARCARAM OS ACONTECIMENTOS
15
2. O CONTEXTO DOS MEDIA: A IMPRENSA E A TELEVISÃO
17
3. TENDÊNCIAS DA IMIGRAÇÃO E DO OLHAR SOBRE A IMIGRAÇÃO
20
4. ESTUDOS SOBRE OS MEDIA, AS MIGRAÇÕES E A ETNICIDADE
23
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
27
CAPÍTULO II– IMPRENSA
32
1. ANÁLISE REFERENTE À FORMA
32
2. ANÁLISE REFERENTE AO CONTEÚDO
35
3. ANÁLISE REFERENTE AO DISCURSO
43
4. CRUZAMENTOS DE VAIRIÁVEIS POR JORNAL
45
5. RESULTADOS COMPARADOS 2003-2004
67
CAPÍTULO III – TELEVISÃO
73
1. ANÁLISE REFERENTE À FORMA
73
2. ANÁLISE REFERENTE AO CONTEÚDO
76
3. ANÁLISE REFERENTE AO DISCURSO
82
4. CRUZAMENTO DE VARIÁVEIS POR CANAL
83
5. RESULTADOS COMPARADOS 2003-2004
97
CONCLUSÕES
101
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(3)
ANEXOS
111
IMPRENSA (QUADROS REFERENTES AO CAPÍTULO II)
113
TELEVISÃO (QUADROS REFERENTES AO CAPÍTULO III)
132
ESTUDO DE CASO I
162
REPRESENTAÇÕES DAS MINORIAS NO PRIME-TIME
ESTUDO DE CASO II
174
REPRESENTAÇÕES DAS MINORIAS NOS JORNAIS TELEVISIVOS
(4)
ALGUMAS REFLEXÕES PARA O FUTURO
195
BIBLIOGRAFIA
197
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NOTA DE ABERTURA
Media e Imigração – Sinais positivos
Nenhum outro tema, como Media e Imigração, foi tão estudado no âmbito do
Observatório da Imigração. Com efeito, o presente estudo é já o terceiro, em anos
consecutivos, que analisa detalhadamente a produção mediática ao longo de um ano,
permitindo esta série, uma leitura longitudinal de tendências, que enriquece a análise,
muito para além do que permitiria uma visão proporcionada exclusivamente por um
corte no tempo.
A relevância dada pelo OI a este tema não é, a nosso ver, desproporcionada. Num
tempo profundamente marcado pela dinâmica mediática, que condiciona decisivamente
a agenda política e num tema tão dependente da percepção que dele tem a opinião
pública, torna-se essencial monitorizar, com persistência, a evolução dos discursos sobre
imigração nos media.
A dinâmica de acolhimento e integração de imigrantes está, em grande medida, dependente do efeito na opinião pública do discurso mediático. Uma abordagem mediática
negativa - explícita ou implícita - do papel dos imigrantes em Portugal, influenciará
decisivamente uma atitude de fechamento. E o inverso também é verdadeiro. A relevância deste facto decorre, desde logo, porque é na relação inter-pessoal e no contexto
de proximidade que se joga uma atitude de maior ou menor hospitalidade para com
o estrangeiro. Mas também porque no contexto de regimes democráticos, os governos,
como é desejável, são muito sensíveis às suas opiniões públicas, enquanto cidadãos
e eleitores. Por isso, o ciclo da tolerância, do bom acolhimento e da integração passa
obrigatoriamente pelos media e pelo que reflectem sobre a imigração.
Nesta perspectiva de uma análise longitudinal, a partir do estudo exaustivo realizado pela equipa coordenada pela Prof. Dra. Isabel Ferin, do Instituto de Estudos
Jornalísticos da Universidade de Coimbra, no quadro do Observatório da Imigração,
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(5)
dirigido pelo Prof. Roberto Carneiro, registam-se avanços significativos. Por exemplo,
embora o crime continue a ser o tema principal, verifica-se “o surgimento do imigrante
também no papel de vítima” e o discurso tornou-se “mais neutro, com recurso a uma
narrativa factual e a uma argumentação assertiva”. Por outro lado, verifica-se uma
maior tendência para enquadrar “o crime entre os imigrantes e as minorias mais na
óptica da exclusão social que da policial”. Ainda dentro dos aspectos positivos, as autoras do estudo sublinham “o aumento significativo de peças que abordam a temática
Integração, principalmente na perspectiva cultural e religiosa”.
Estes sinais positivos devem ser sublinhados e particularmente elogiados, pois se muitas
vezes criticámos, é agora tempo de reconhecer os avanços. Ainda que permaneçam críticas a algumas abordagens negativas, os sinais positivos já sublinhados encorajam-nos a
pensar que se poderá ir mais longe, sempre no respeito inquestionável pela liberdade de
informação e pela isenção e rigor do jornalismo. Talvez seja possível, por exemplo, vir a
verificar-se em estudos futuros que as notícias deixaram de referir o factor nacionalidade
ou estatuto de imigrante, quando tal não constitui uma variável explicativa de um facto,
como é evidente no caso de relatos de criminalidade.
Um elogio final à equipa do Instituto de Estudos Jornalísticos da Universidade de
Coimbra que tem vindo a produzir um trabalho científico de elevada qualidade no
domínio da análise dos media e, dessa forma, tem ajudado a sociedade portuguesa e,
particularmente os seus media, a reflectirem sobre o trabalho desenvolvido na cobertura
das temáticas da imigração. Este é um caminho a continuar.
O ALTO COMISSÁRIO PARA A IMIGRAÇÃO E MINORIAS ÉTNICAS
RUI MARQUES
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Media, Imigração e Minorias Étnicas II
NOTA DO COORDENADOR
A hermenêutica do fenómeno imigratório está ferida de complexidade e de conjunturalidade, estando associada ainda a estereótipos socio-culturais (dimensão vertical) e a
mecanismos de “contágio” (dimensão horizontal).
Para complicar ainda mais a questão, verificam-se notórias dissociações entre as representações nacionais da emigração e da imigração comprovando que a “posicionalidade”, ou seja o lugar de onde se observa ou se sente a questão, forma a subjectividade
com que se desenham os mapas mentais construídos a partir de factos aparentemente
objectivos.
Por isso, não são demais os estudos sobre os media bem como sobre as determinantes
das representações que eles veiculam.
Este é, nessa linha de raciocínio, o terceiro volume da colecção de Estudos do
Observatório da Imigração dedicado ao tema. Enquanto o primeiro incidiu sobre a
imprensa de carácter nacional e regional em 2001 e 2002, o segundo debruçou-se na
imprensa e na televisão aberta em 2003. O presente estudo volta a recolher e a analisar
um vasto corpus de imprensa e de televisão generalista em 2004, neste último caso
incidente sobre o período do prime-time.
Fruto da experiência acumulada ao longo dos anos, foi possível à equipa de investigação
aperfeiçoar metodologicamente o trabalho de investigação corrigindo imprecisões detectadas em códigos anteriormente adoptados e acolhendo os ensinamentos decorrentes
das dinâmicas das migrações em Portugal.
Por um lado, a variável “Enquadramento” foi refinada com a introdução da modalidade
“Enquadramento Factual” e a variável “Argumentação” viu-se enriquecida com a inserção da modalidade “Argumentação Assertiva”. Por outro lado, foram introduzidos novos
indicadores nas variáveis de “Análise de Imprensa e Televisão”, com particular realce
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para o âmbito ou local de acção, a situação jurídica do imigrante, a ocupação e os grupos etários. Igualmente se procedeu a uma mais adequada descrição de variáveis como
a nacionalidade/etnia, os temas, os actores e as vozes.
A robustez das conclusões da pesquisa vê-se assim sensivelmente fortalecida.
Nessa exacta medida, Portugal começa a dispor de elementos densos de compreensão
longitudinal da relação entre os media e a imigração neste início de século XXI, coincidindo com a emergência de um novo tempo na mobilidade das pessoas que elegem
como destino preferencial o nosso território.
A concentração de meios e de energia intelectual nesta área faz do nosso país um laboratório privilegiado de observação e de interpretação.
Acresce a este aperfeiçoamento sistemático de metodologias a tentativa de cruzamento
das representações dos media com as representações dos portugueses face aos imigrantes e minorias que são escrutinadas ao abrigo de uma outra série de pesquisas
patrocinadas pelo Observatório da Imigração.
De uma forma geral, regista-se uma evolução positiva na forma como os media abordam
a imigração.
Essa tendência positiva traduz-se no aumento significativo de peças que abordam a
temática Integração, no enquadramento mais equilibrado da temática Crime entre
imigrantes e minorias étnicas na perspectiva da exclusão social, e no tom mais Neutro
e Factual com que se abordam as notícias que incidem sobre estas populações em
detrimento da exploração do sensacionalismo.
A estes resultados não serão alheias as estratégias de auto-regulação que foram aceites
pela generalidade dos órgãos de comunicação social bem como o protagonismo institucional de agências responsáveis (entre as quais pontificam o ACIME e o SEF) cuja
pedagogia social vai fazendo o seu caminho.
(8)
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A circunstância de os registos mais frequentes serem transversos a diversos grupos
denota também um novo patamar de maturidade jornalística, muito embora a comunidade brasileira continue a receber os favores da maior atenção, logo seguida pelas
comunidades da Europa de Leste.
Do mesmo passo, começam também a fazer-se notar outras comunidades cuja visibilidade era anteriormente muito baixa: a chinesa, vinculada a actividades comerciais, e a
islâmica, associada a práticas religiosas.
Concretizando a tendência já mencionada, no ano de 2004 verifica-se um decréscimo
significativo dos enquadramentos policiais, das narrativas dramáticas e das argumentações securitárias. Enquanto na imprensa predominam as vozes institucionais, na televisão assumem papel dominante as vozes dos populares, especialistas e comunidades,
confirmando um padrão que já se vinha delineando a partir dos estudos precedentes.
A terminar, é de inteira justiça expressar novamente o nosso sentido reconhecimento
às Doutora Isabel Férin Cunha e Clara Almeida Santos por mais este excelente contributo científico para o “desbravamento” de uma problemática que permaneceu durante
demasiado tempo afastada da normal preocupação académica. Uma palavra idêntica
de merecido apreço é devida aos comentadores que conferiram ainda maior brilho à
discussão e á publicação do presente estudo.
E porque o tema é inesgotável fica desde já anunciada a celebração de novo contrato
com a equipa de investigação para prosseguir a investigação sobre a relação entre
media, imigração e minorias étnicas por mais dois anos.
ROBERTO CARNEIRO
COORDENADOR DO OBSERVATÓRIO DA IMIGRAÇÃO DO ACIME
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E MINORIAS ÉTNICAS II
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INTRODUÇÃO
Este trabalho decorre do segundo ano de execução do Projecto Media, Imigração
e Minorias Étnicas (2004), desenvolvido em parceria com o Alto Comissariado
para a Imigração e as Minorias Étnicas e o Instituto de Estudos Jornalísticos da
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Participaram nesta pesquisa a
Doutora Isabel Ferin Cunha, coordenadora do Projecto, e a bolseira Mestre Clara
Almeida Santos.
Esta publicação é constituída por três Capítulos (I, II e III), dois Estudos de Caso
e uma Conclusão. No Capítulo I, faz-se uma contextualização dos dados recolhidos apresentando os grandes issues, nacionais e internacionais que, no Ano de
2004 constituíram matéria noticiosa. Segue-se um breve contexto da Imigração
em Portugal tendo em conta estudos recentes e dados estatísticos disponíveis. No
mesmo capítulo procede-se a um enquadramento teórico do tema Media, Migrações
e Minorias Étnicas apresentando as correntes de investigação internacional mais
importantes sobre esta matéria.
No Capítulo II apresentam-se os dados relativos à Análise de Imprensa, tendo em
conta, primeiramente, as frequências das variáveis e respectivos códigos e, em seguida, os resultados mais importantes dos cruzamentos entre variáveis. No Capítulo III,
percorre-se o mesmo percurso para a análise dos dados de Televisão, apresentandose as frequências de cada uma das variáveis, seguidas dos cruzamentos de duas e
três variáveis previamente seleccionadas. Na Conclusão são cotejados os resultados
obtidos no ano de 2003 com os obtidos no ano de 2004, na imprensa e na televisão,
avançando-se hipóteses e interpretações sobre os dados recolhidos.
Em continuação, apresentam-se dois Estudos de Caso sobre
a televisão, realizados no âmbito do Projecto TV e Imagens
da Diferença .1 O primeiro estudo, elaborado pela Mestre
Catarina Valdigem, intitulado Representações das Minorias
1 Projecto sedeado no
Centro de Investigação Media
e Jornalismo, em Lisboa, e
financiado pela FCT/ FEDER,
POCTI/COM/45553/2002
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no prime-time Televisivo, incide sobre a totalidade do prime-time (19h às 22h
30m) nos canais generalistas e tem como objectivo analisar as representações dos
grupos socialmente minoritários ou percebidos como tal, nomeadamente, ciganos,
africanos, idosos e crianças. No segundo estudo, Representações das Minorias
nos Jornais Televisivos , o Mestrando Willy S. Filho em co-autoria com Isabel Ferin
Cunha, analisa a construção técnica de quatro peças tipo sobre a Imigração e as
Minorias nos telejornais do prime-time .
Por último, descrevem-se três estudos internacionais, no sentido de perspectivar
cenários dos impactos da Imprensa e da Televisão na sociedade portuguesa, particularmente os potenciais efeitos de determinados conteúdos mediáticos e noticiosos
nos públicos.
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CAPÍTULO I
Neste primeiro capítulo, contextualiza-se a análise da imprensa e da televisão, tal
como se fez no ano anterior, tendo em conta as agendas noticiosas, bem como os
dados relativos à Imigração e às Minorias Étnicas em Portugal no ano de 2004.
Por último, e tendo em conta estudos e trabalhos que têm focado a relação entre
os Media e as Migrações, faz-se uma breve revisão bibliográfica com o objectivo de
enquadrar teoricamente a análise e os resultados.
1. AS AGENDAS QUE MARCARAM OS ACONTECIMENTOS
Os acontecimentos, e a rapidez com que sucederam nos Media, durante o ano de
2004, constituíram em Portugal uma experiência singular. Pode-se considerar que
este ano é constituído por duas fases, sendo que a primeira termina com o convite
feito ao Primeiro Ministro Durão Barroso para assumir a presidência da Comunidade
Europeia e a segunda coincide com a tomada de posse e governação do novo
Primeiro Ministro indigitado, Pedro Santana Lopes.
Até Julho, os Media, sobretudo a televisão, dão grande proeminência às temáticas nacionais «Economia/Finanças», «Emprego», «Produtividade», «Segurança
Social» e «Desemprego» atribuindo grande protagonismo aos ministros das
Finanças (Manuela Ferreira Leite) e da Segurança Social e do Trabalho (Bagão
Félix). No entanto, as Agendas (na perspectiva da visibilidade espectacular conferida a determinados assuntos públicos) nacionais vão ser condicionadas fundamentalmente pelos escândalos – Julgamento e desdobramentos do Caso Casa
Pia; Processo Farfalha, nos Açores; Apito Dourado – e pelos mega eventos, como
o Rock in Rio Lisboa (Maio) e Euro 2004 (Junho e Julho). É, ainda, de salientar a
proeminência conferida, em Janeiro, à morte em campo de um jogador do Benfica
(Miklos Fehér) e às eleições, em Junho, para o Parlamento Europeu onde se destaca a morte do candidato socialista Sousa Franco. No fim do primeiro semestre
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de 2004, o Euro 2004 irá tomar conta da imprensa e da televisão, congregando
esperanças e patriotismo em torno da selecção nacional, dos jogadores e do
treinador brasileiro.
Contudo, ao nível da Agenda dos Media são muitos os acontecimentos internacionais que marcam, igualmente, este primeiro semestre. Entre aquelas que foram
tematizados encontram-se os atentados terroristas em Madrid, em Março, e as
eleições legislativas que levaram ao poder o líder socialista Rodriguez Zapatero,
bem como as torturas perpetradas pelos militares americanos na prisão iraquiana
de Abu Ghraib.
2 Utiliza-se o conceito de
tabloidização nas notícias de
televisão, no sentido de enfatizar as narrativas personalizadas, a informação mínima
e os guiões de ‘estórias’ e
os fait-divers, recorrendo-se
a imagens e sequências de
imagens dramatizadas com
potencial impacto nas audiências. [Cfr. Bird, S.E. Audience
Demands in a Murderous
Market: tabloidization in US
Television News. In Sparks,
C. e Tulloch, J. (2000),
Tabloid tales: global debates over media standards,
Oxford:Rowman & Littlefield
Publishers Inc, pp. 213-228].
3 O conceito «espectacularização das notícias» compreende os dispositivos técnicos
e cénicos de interactividade
entre produção e recepção
das notícias [ Cfr. Edelman,
M. (1988), Constructing The
Political Spectacle, Chicago:
University of Chicago Press].
(16)
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Em Julho, após a distensão que se segue ao fim do campeonato europeu de futebol, os temas de política interna
adquirem novamente visibilidade quando o Primeiro Ministro
Durão Barroso aceita presidir a Comissão Europeia e Pedro
Santana Lopes toma posse (17 de Julho) como Primeiro
Ministro, apesar de todas as suspeições que foram levantadas pelos diferentes quadrantes políticos, incluindo o PSD. As
descoordenações existentes no interior do Governo Santana
Lopes em matéria de comunicação política e a incapacidade
do Primeiro Ministro em construir uma imagem credível e
coerente com as suas funções de Estado vão agudizar as
tendências de tabloidização 2 e espectacularização 3 presentes
nos Media portugueses, não só relativamente à comunicação
política como à informação em geral. É um ano em que a
política nacional, nos e para os Media, adquire por excelência a forma de espectáculo. Esta realidade irá determinar a
produção noticiosa na imprensa, rádio, televisão e blogosfera, gerando um conjunto de fenómenos novos no âmbito
nacional. Entre estes fenómenos, assinalam-se as relações
conflituosas entre o Poder Político e os grupos de interesses
nos Media e Telecomunicações, pautadas pela assinatura
de acordos de auto-regulação entre os sectores público e privado a operar na televisão, bem como pela tentativa do Governo condicionar a actuação dos meios de
comunicação social na esfera da informação política (de que é exemplo o Caso
Marcelo Rebelo de Sousa) através da proposta «Central de Informação», vetada pelo
Presidente da Republica.
No segundo semestre de 2004, salientam-se ainda as agendas referentes ao tema
«Aborto» (Barco do Aborto, julgamentos de mulheres e discussões parlamentares), a eleição de José Sócrates para secretário-geral do Partido Socialista e de
Jerónimo de Sousa para dirigente do PCP, os percalços associados à colocação
de professores no início do ano escolar e as Eleições regionais na Madeira e nos
Açores.
Na esfera internacional, destaca-se a reeleição do Presidente Bush, a morte
do Presidente da Autoridade Palestiniana Yasser Arafat, os constantes ataques
terroristas no Iraque, o terror instalado na invasão de uma escola de Beslan, na
Rússia, e a morte de Theo Van Gogh na Holanda. O ano termina com dois acontecimentos de grande impacto nos Media portugueses, o tsunami no sudoeste
asiático e a vitória do candidato ucraniano Viktor Iuchenko, que irão ser tratados
em consonância com os interesses das comunidades emigrada e imigrada.
2. O CONTEXTO DOS MEDIA: A IMPRENSA E A TELEVISÃO
Para proceder a esta contextualização da imprensa e da televisão, utilizam-se as
informações recolhidas e divulgada pela Marktest 4 que se encontram on-line ou em
arquivo. Estes dados são importantes para se entender em que âmbito se realiza a
análise dos dados recolhidos no Projecto Media, Imigração e Minorias Étnicas .
4 (http://www.marktest.pt/
produtos_servicos/Bareme_
Imprensa)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
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Assim, segundo dados relativos ao primeiro semestre de 2004, a liderança dos diários continua a estar na posse do Jornal de Notícias, seguida de perto pelo Correio
da Manhã, o Público e o Diário de Notícias. Na categoria dos semanários, o Expresso
encontra-se em primeiro lugar, seguido da revista Visão.
Num estudo relativo ao primeiro semestre de 2004 sobre os leitores dos jornais,
publicado pela mesma empresa, da autoria de Helena Barbas, avançam-se os
seguintes dados: 84% dos residentes no Continente, com mais de 15 anos, lêem
jornais ou revistas; os títulos impressos são mais lidos pelos homens (88.6%) que
por mulheres (79.8%); os mais jovens possuem maior índice de leitura que os
mais idosos (mais de 95% dos que têm entre 15 e 34 anos costumam ler jornais
e revistas); as classes mais altas, os quadros médios e superiores e os estudantes
representam cerca de 90% dos leitores. Ainda a ter em conta que são as regiões da
Grande Lisboa e do Grande Porto que apresentam maior índice de leitura, seguindose o Litoral Norte e Centro.
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Os dados relativos à televisão mostram que o ano de 2004 trouxe algumas novidades, nomeadamente no que se refere aos canais públicos de sinal aberto, pois a
RTP1 foi o canal que mais cresceu neste ano, saltando de uma audiência média
de 0,9 para 27,7% ao ano.5 Este crescimento é conseguido, em parte, à custa das
transmissões dos jogos do campeonato português de futebol e da exibição dos principais jogos do Euro 2004. No entanto, conforme estudo publicado pela Marktest, é
a RTP1 que mais tempo dedica à informação ao emitir um total de 28 339 peças, o
que significa mais de 882 horas de emissão, representando 33% do total das notícias passadas pelos quatro canais. Em segundo lugar, encontra-se a TVI, com 25
961 peças em mais de 769 horas de informação, representando 30,2% das notícias
e 29,5% do tempo da informação televisiva. No entanto, apesar de estar em terceiro lugar no tempo disponibilizado e no número de peças informativas veiculadas
(28.4% do total de notícias, 28.2% da duração), é na SIC que as notícias registam
mais visibilidade, em função da sua audiência média.6
5 Madeira, M. SIC ganhou
2004 mas diminuiu vantagens sobre a concorrência,
Público, Media, 4/01/05,
p.34.
6 Pessoa, C. RTP1 foi o
canal que dedicou mais
tempo à informação em
2004, Público, Media,
13/01/05, p. 39.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
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Esta contextualização permite situar com maior exactidão este Instrumento de
Trabalho sobre os Media, a Imigração e as Minorias Étnicas e, simultaneamente,
limitar o âmbito da análise realizada, pois esta investigação incidiu sobre um corpus
de imprensa e televisão relativamente restrito. Deste modo, na imprensa, o corpus
seleccionado permitiu a análise de 1 791 peças, enquanto na televisão restringiu-se
aos três canais generalistas e às 319 peças identificadas sobre Media, Imigração e
Minorias Étnicas nos telejornais do prime-time. Acresce que a produção nos Media
sobre a temática em análise é muito vasta – assinale-se por exemplo, os programas
de televisão Nós, na RTP2 – envolve outros meios de comunicação e visa, igualmente, públicos mais alargados. Assim, os resultados apresentados neste Instrumento
de Trabalho devem ser entendidos como indicativos e exploratórios de um universo
maior da informação noticiosa e da informação sobre as Migrações.
3. TENDÊNCIAS DA IMIGRAÇÃO E DO OLHAR SOBRE
A IMIGRAÇÃO
Neste item, apresentam-se alguns dados compilados pelo SEF (Serviço de Estrangeiros
e Fronteiras) e divulgados posteriormente na imprensa, referentes à evolução da
população migrante a residir em Portugal, bem como alguns resultados de estudos
que permitirão uma melhor contextualização deste Instrumento de Trabalho.
Nos dois quadros que se encontram em seguida, disponibilizado pelo SEF, no seu
Relatório Anual, confirma-se que vivem legalmente, em Portugal, cerca de 446 178
estrangeiros, sendo que a estes se juntam 19 276 cidadãos, a maioria de nacionalidade
brasileira (10 770) e ao abrigo do acordo Luso-Brasileiro, com vistos de trabalho concedidos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. A estes cidadãos reúnem-se ainda outros
a quem foram concedidos 3 222 vistos de estudo e 3 396 de estadia temporária.
O mesmo relatório do SEF adianta que, dos 446 178 imigrantes a viverem legalmente em Portugal, cerca de 262 523 possuíam autorização de residência e 183 665
autorização de permanência. Segundo os mesmos registos, a comunidade brasileira
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Media, Imigração e Minorias Étnicas II
seria a maior, com pouco mais de 77 000 cidadãos, seguida da ucraniana (66 048),
da cabo-verdiana (63 887) e da angolana (34 995).7
Ano
Residentes
1981
54.414
Aut. de permanência
54.414
Crescimento (%)
1982
58.674
58.674
7,82
1983
67.484
67.484
15,01
1984
73.365
73.365
8,71
1985
79.594
79.594
8,49
1986
86.982
86.982
9,28
1987
89.778
89.778
3,21
1988
94.694
94.694
5,47
1989
101.011
101.011
6,67
1990
107.767
107.767
6,68
1991
113.978
113.978
5,76
1992
123.612
123.612
8,45
1993
136.932
136.932
10,77
1994
157.073
157.073
14,70
1995
168.316
168.316
7,15
1996
172.912
172.912
2,73
1997
175.263
175.263
1,35
1998
178.137
178.137
1,63
1999
191.143
191.143
7,30
2000
207.607
207.607
8,61
2001
223.602
126.901
350.503
68,83
2002
238.944
47.657
413.502
7,67
2003
250.311
9.097
433.966
4,95
2004
262.523
446.178
2,81
Fonte: SEF
7 Existem 465.454 estrangeiros a residir em Portugal,
Diário Digital/Lusa, 4/05/05
(http://diariodigital.sapo.pt)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(21)
Quanto à situação de acolhimento dos imigrantes em Portugal, convém ter em
conta duas realidades. Por um lado, um esforço institucionalizado – em órgãos
governamentais, nomeadamente o ACIME,8 e em Organizações Não Governamentais
(ONG) – com vista a promover as boas práticas de acolhimento e de integração. Por
outro lado, os dados recolhidos em inquéritos e pesquisas sobre atitudes e comportamento dos portugueses apontam para indicadores de resistência à imigração.9
Corroborando esta afirmação estão alguns estudos apresentados por investigadores
portugueses no âmbito de Projectos desenvolvidos em 2004. Deste modo, se há
indicadores que apontam para a permanência de muitos
estereótipos nas atitudes dos portugueses face à população
8 Cfr: Relatório de
imigrante, e no relacionamento com estas comunidades,10
Actividades do Alto
outros indicadores assinalam que a integração, por exemplo,
Comissariado para a
Imigração e Minorias Étnicas
dos filhos de imigrantes africanos tende a realizar-se sobre(2002/2005), Lisboa,
tudo entre aqueles que possuem nacionalidade portuguesa
ACIME, 2005.
9 Eurobarómetro, Março
e pertencem a classes médias ou altas. Em sequência desta
2003 (http://www.cijdelors.
constatação o estudo encara o problema de convivência não
pt/eurobarometro/ebs_168_
como um problema cultural, mas sim de «integração social
exec.sum_en.pdf ); Inquérito
Social Europeu, 2003
plena».11
(http://www.europeansocialsurvey.org/) ; Observatório
Europeu dos Fenómenos
Racistas e Xenófobos (www.
eumc.eu.int).
10 Cfr: Lages, M., Policarpo,
V., Marques, J.C., Matos, P.
e António, J, (2005), Os imigrantes e a população portuguesa: imagens recíprocas,
Lisboa: FCT/ACIME.
11 Cfr: Barata, A.,
Descendentes de imigrantes
africanos não se sentem
portugueses, Público,
29/05/05, onde se refere o
estudo realizado pelo sociólogo F.L. Machado a mil jovens
filhos de imigrantes africanos
da região de Lisboa.
(22)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
É evidente que, ao evocar esta dupla realidade, procura-se
salientar um processo, ou uma aprendizagem social e política
de convivência e integração, que se encontra em curso na
sociedade portuguesa. Neste processo de aprendizagem estão
inegavelmente os Media e, muito particularmente, os operadores e profissionais de televisão. A televisão, em função da
matéria-prima «imagem» comporta um potencial imaginário
que tanto pode contribuir para reforçar estereótipos, promover
o silenciamento e a exclusão, como criar e desenvolver novas
cidadanias e mundos simbólicos partilhados.
Na sequência do anteriormente referido, torna-se importante
para o estudo Media, Imigração e Minorias Étnicas per-
ceber se há elementos na análise da imprensa e da televisão, efectuada no ano de
2004, que confirmem os seguintes dados avançados: os portugueses preferem os
brasileiros para conviver, os imigrantes de Leste para trabalhar e dificilmente optam
por se relacionar com os cidadãos de origem africana.12 Na mesma linha, é importante compreender se os dados (quantitativos/qualitativos) registados na análise da
imprensa e da televisão apoiam as observações dos estudos citados anteriormente,
ou se apontam para outros fenómenos. Assim, poder-se-ia confirmar a existência de
indicadores, na análise de imprensa e de televisão, que apresentem os africanos
como menos “competentes e cumpridores”, “menos educados” e “menos sérios”,
associando-os à criminalidade, violência e tráfico de droga; os brasileiros “mais alegres”, de “trato fácil” e “facilmente integráveis”; os imigrantes de Leste como “mais
competentes profissionais” e “concorrentes potenciais” no mercado de trabalho. Ou,
pelo contrário, os dados compilados neste Instrumento de Trabalho apreendem fenómenos de outra natureza, nomeadamente políticos, sociológicos e culturais.
4. ESTUDOS SOBRE OS MEDIA, AS MIGRAÇÕES
E A ETNICIDADE
Neste campo, faz-se um esboço das tendências, na literatura internacional, que têm
enquadrado teoricamente os estudos sobre Media, Imigração e Minorias Étnicas.
Com este objectivo, elegem-se três tipos de abordagem fundados em paradigmas
teóricos e conceptuais diferenciados.
4.1. O vocabulário e os discursos
Na Europa, o primeiro conjunto de estudos funda-se na análise do vocabulário e na análise crítica do discurso procurando
demonstrar a etnicização das relações sociais e a essencialização da Diferença.13 Estes estudos iniciam-se nos anos 70
tendo como corpus de análise a imprensa, mas alargaram-se
à televisão nos anos 80. Na década de 70, o foco de análise
12 Felner, R.D. Imigrantes
africanos são a comunidade de quem os portugueses
menos gostam, Público,
23/03/2005.
13 Barats, C. (2001) Les
mots
de
L’Immigration
et l’ Etnicisation des rapports sociauz: les cas dés
débats télévisés français sur
l’immigration, Reseaux, 107:
149-179.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(23)
discursiva esteve nos critérios de qualificação (geográficos, culturais, económicos,
jurídicos ou físicos) do Outro. Nos anos 80, os mesmos estudos assinalaram o
carácter policial das vicissitudes das Migrações, ao enfatizar práticas discursivas que
ressaltavam a clandestinidade e a criminalidade. Nos anos 90 e no início do novo
século, estes trabalhos identificam uma politização do tema, expressa nas sucessivas
revisões das políticas de imigração e de integração, bem como nos discursos que
relacionam as migrações com a globalização e novas formas de trabalho.
Para além da análise do vocabulário, esta perspectiva teórica salienta a relação da
linguagem com o poder e a dominação, e assume como objectivo disciplinar promover uma descrição detalhada das estratégias discursivas dominantes utilizadas
nos Media e pelos Media, pois «as palavras não são neutras».14 Para os autores
que trabalham segundo esta corrente, o Outro é uma construção discursiva exercida
sobre aqueles que são percebidos como diferentes, noção que pode estender-se para
além do conceito de grupo étnico.15 Ao mesmo tempo, são identificadas duas ordens
de discurso e de acções enquanto factores de desigualdade e discriminação, uma
ao nível micro, onde o discurso surge como uma forma de interacção directamente
discriminatória e outra ao nível macro, nomeadamente nos Media e na Política, onde
os géneros e ordens discursivas estão institucionalizadas e constituem objecto da
Teoria Política.16 No seguimento destas observações, são identificadas categorias de
distinção do Outro, fundadas em práticas discursivas de hierarquização de sentidos,
pautadas por marcas utilizadas para criar distanciamento sobre o que é dito publicamente sobre o Outro, bem como formas de silenciamento e encobrimento da sua
Voz, enquanto definidor primário da informação.
14 Fairclough, N. (1995),
Media Discourse, Londres:
Arnold, p. 6
15 Riggins, S.H., The
Rhetoric of Othering. In
Riggins, S. H., ed. (1997),
The Language and Politics of
Exlusion: others in Discourse,
London: Sage, 1-29.
16 Milles, C.W. (1975),
A Elite do Poder, Rio de
Janeiro: Zahar.
(24)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
4.2. A produção das notícias e os Media
Um outro conjunto de estudos vai analisar a relação entre os
Media, a Etnicidade e as Migrações a partir do campo dos
Media e do Jornalismo. Estes trabalhos seguem duas orientações fundamentais: um conjunto de autores atribui os aspectos discriminatórios das notícias às rotinas das redacções e
ao controlo social da produção da notícia; um outro grupo tende a assacar esses
aspectos à visão empresarial dos Media, coadjuvada por procedimentos elitistas dos
jornalistas. No primeiro grupo encontram-se aqueles que, tais como Molotch, Lester
e Hall,17 atribuem os aspectos discriminatórios das notícias aos procedimentos utilizados, em consonância com categorias socialmente construídas, na identificação de acontecimentos e temas. Para estes
17 Cfr os textos de Molotch,
autores, os Media, em função das suas rotinas e práticas de
H. e Lester, M. News as
Purposive Behaviour: On
produção da notícia, socorrem-se preferencialmente de fontes
the Strategic Use of Routine
institucionais (definidores primários) relegando para segundo
Events, accidents and
Scandals. In Berkowitz, D.
plano as fontes não estruturadas, integradas por cidadãos
(1997), Social Meanings of
comuns (definidores secundários). Através destas práticas, os
News, London: Sage; Hall,
Media tendem a reproduzir a visão dominante sobre os grupos
S. C. Critcher, T. Jefferson,
J. Clarke and B. Roberts
étnicos (fomentando os estereótipos) e a seleccionar aconteci(1978), Policing The Crisis,
mentos que irrompam a fronteira do consenso com base em
London: Macmillan Press.
Cfr. Os mesmos autores
valores-notícia ancorados em estórias esquisitas, extraordináno manual dirigido por N.
18
rias, dramáticas, morais, humorísticas ou violentas.
Traquina (1993), Jornalismo,
O segundo conjunto de autores considera que o tratamento
conferido aos grupos minoritários – que surgem normalmente
como notícias em crimes ou em festivais musicais e culturais
– aproxima-se do tratamento dispensado a outros grupos
sociais fragilizados, pois o que está em questão são as forças
de mercado que ditam as práticas de rotina e exigem grandes
audiências para vender aos anunciantes.19 Nesta perspectiva,
a matéria-prima «acontecimento» que envolve grupos minoritários tende a ser tratada como notícia leve (Soft News),
através de dispositivos técnicos e cénicos que personalizam e
dramatizam uma acção, tratada como uma novela desviante
e fora do comum, mas ancorada em expectativas, temores e
anseios sociais dominantes.20 Este tipo de tratamento tablóide das notícias tende a ser considerado nas democracias ocidentais como lesivo à cidadania,21 mas para alguns autores
Questões, Teorias e «estórias», Lisboa: Vega.
18 Tulloch, J. Television and
Black Britons. In Goodwin,
A. and Whannel, G. (1987),
Understanding Television,
London: Routledge, pp.
141-152.
19 Kurpius, D.D. Sources
and Civic Journalism:
Changing Patterns of
Reporting? Journalism &
Mass Communication, 79/4:
853-863, 2002.
20 Jamieson, K. H. and
K.K. Campbell (2000),
The Interplay of Influence,
Wadsworth: Thomson Inc.
21 Por exemplo autores
como C. Sparks and P.
Dahlgren (1992), Journalism
and popular Culture, London:
Sage.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(25)
que defendem o conceito de audiências activas (isto é, audiências que constroem
sentidos a partir das mensagens recebidas) a tabloidização é uma forma de quebrar
a hegemonia do discurso politicamente correcto e repor o consenso popular sobre
determinados temas.22
4.3. A cidadania construída
Nos últimos anos, surgiu na Europa um conjunto de estudos apoiados em directivas
internacionais, comunitárias e nacionais, que visa não só analisar as notícias mas
também promover uma informação responsável sobre as Migrações e a Diferença
étnica. Factores de ordem económica, demográfica e social têm levado ao crescimento dos fluxos migratórios na Europa, tanto no seu interior como em países terceiros. Neste contexto, os Media têm sido identificados como
potenciais instrumentos de discriminação, mas também como
22 Bird, S. E. Audience
poderosos aliados na construção de uma Europa multicultural
Demands in a Murderous
e aberta à Diferença.
Market: tabloidization in
U.S. Television News. In
Sparks, C. and Tulloch, J.
(2000), Tabloid Tales: global
debates over media standards, Lanham: Rowman &
Littlefield Publishers, pp.213228.
23 Mattelart, A., Delcourt,
X. e Mattelart, M. (1984), La
culture contre la democratie? L’audiovisuel à l’heure
transnationale, Paris: La
Découverte.
24 Lerner, D. e Schramm,
W. (1967), Comunicação
e Mudança nos países
em desenvolvimento, São
Paulo: Melhoramentos; H.
Schiller, H. I. (1976), O
império Norte-Americano
das Comunicações, Rio de
Janeiro: Paz e Terra.
(26)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Nos estudos anteriormente enunciados, a perspectiva teórica e a análise crítica constituíram a tónica dominante,
enquanto nestes aqui referidos o acento estará nas acções a
empreender após investigação. A genealogia desta corrente
de pensamento e acção radica na concepção de serviço ao
público e em trabalhos encomendados pela UNESCO, nos
anos finais da década de 60, a investigadores franceses 23
e norte-americanos 24 que identificaram as assimetrias dos
fluxos informacionais entre o Norte desenvolvido e o Sul em
desenvolvimento. As conclusões destes trabalhos foram sistematizadas no Relatório McBride e as directivas nele apontadas
nunca chegaram a ser implementadas. Nos finais dos anos
oitenta, jornalistas e autores agregados em torno do Le Monde
Diplomatique, deram expressão a uma nova tendência que se
opunha à globalização american way of life e alertaram para a
crescente concentração mundial dos sectores das Telecomunicações, Comunicações,
Media, Publicidade, Indústrias Culturais e de Conteúdo, bem como para os perigos
da sua hegemonia homogeneizadora. No final da mesma década, os Estados Unidos
vêem surgir uma corrente de pensamento jornalístico, designada Jornalismo Cívico,
que pretende demarcar-se da progressiva tendência empresarial dos Media norteamericanos, propondo o regresso das «boas práticas» ao jornalismo, a valorização da
ética e a responsabilidade social na selecção e tratamento dos issues noticiosos.25
Estas tendências, em conjunto com as transformações demográficas e o crescimento dos fluxos de migrações na Europa,
levaram organismos comunitários, nacionais e ONG, a
desenvolver projectos de investigação e de investigação-acção
sobre o papel dos Media nesta nova realidade. Os resultados
obtidos nestes estudos vão apontar em duas direcções complementares. Primeiramente, torna-se evidente que é necessário aprofundar a especialização dos profissionais em áreas
como as Migrações, Cidadania e Discriminação, ao mesmo
tempo que lhes deve ser facilitada alternativas às rotinas
profissionais. Por outro lado, torna-se necessário sensibilizar
o mundo empresarial dos Media e promover a criação de
pequenas empresas independentes, constituídas por cidadãos
de diversas tendências e etnias, que possam fornecer serviços
alternativos e complementares aos Grandes Media.26
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os resultados apresentados no II e III capítulos referem-se aos
dados recolhidos na Imprensa e na Televisão, referentes aos
imigrantes e às minorias, durante o ano de 2004. O corpus
da Imprensa foi constituído, tal como no ano de 2003, por
três jornais diários ( Público, Diário de Notícias e o Jornal de
25 Mesquita, M. e Traquina,
N. (2003), Jornalismo Cívico,
Lisboa: Livros Horizonte.
26 Cfr: por exemplo os
trabalhos desenvolvidos em
Espanha nesta linha: Peio
Aierbe, Ismael Díaz, Raul
Martiínez, Mikel Mazkiaran,
Clara Pérez (2003), Análises
de prensa 2002: Inmigración,
racismo y xenofobia, San
Sebastián:Centro de Estúdios
y Documentación sobre racismo/xenofobia; Lorite Garcia,
N. (2003), Tratamiento
informativo de la inmigración
en España: 2002. Madrid:
Ministerio de Trabajo y
Asuntos Sociales.
27 Considera-se imprensa
de referência a imprensa de
âmbito nacional, vocacionada
para o tratamento de temas
nacionais e internacionais,
possuidora de um corpo
estável de profissionais especializados, não vinculados
a uma orientação partidária
ou religiosa, cujo público se
encontra predominantemente
interessado na discussão e
reflexão sobre a res pública.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(27)
Notícias), dois semanários de referência27 (o Expresso e o Independente) e três diários populares 28 ( Correio da Manhã, A Capital e o 24 Horas). O corpus da Televisão
incidiu sobre três canais generalistas, os dois privados (SIC e TVI) e o canal público
RTP1 no período do prime-time.29
A recolha de peças da Imprensa fez-se através de consulta ao site da empresa
Manchete, onde foi construída uma página de pesquisa especificamente orientada
para o ACIME tendo em conta os filtros fornecidos por este organismo e pelas investigadoras deste projecto. A adopção desta metodologia de
28 Considera-se imprensa
recolha de dados comporta algumas limitações, entre elas o
popular a que está mais
não se ter acesso físico ao suporte jornal, não sendo possível
vocacionada para um público
visualizar os espaços ocupados pelas grandes agendas e,
menos exigente quanto à
qualidade da informação e
assim, ter uma perspectiva de correlação entre as diferentes
mais interessado em abordatemáticas. No entanto, a empresa fornece uma máscara de
gens de carácter emocional e
espectacular. Cfr: Sparks, C.
cada página, isto é um esquema gráfico, onde é localizada a
e Tulloch, J. (2000),Tabloid
peça seleccionada.
Tales, Boston:Rowman &
Littlefield Publishers (sobretudo o prefácio de Barbie
Zelizer); Sparks, C. The
Popular Press and Political
Democracy In Scannell,
P, Schlesinger, P. e Collin
Sparks (1994), Culture and
Power, London: Sage.
29 A opção pela análise do
prime-time (20h-21h30m)
nas três televisões fez-se
tendo em conta que é o período diário em que os jornais
televisivos alcançam maiores
audiências, sendo que, potencialmente, as informações
veiculadas poderão ter mais
impacto. Não se analisou
o canal A2 por ter sofrido
uma intervenção directa do
Governo e apresentar os seus
jornais às 10h.
(28)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
A recolha de peças nos três canais de televisão foi realizada
pela mesma empresa, tendo igualmente em conta filtros fornecidos pelas investigadoras. É necessário salientar que esta
metodologia de recolha de dados envolve, também, problemas
metodológicos, pois apesar das peças virem identificadas por
separadores e acompanhadas de uma breve descrição (horário
de início e término, resumo, tempo de duração, posição no
alinhamento) na verdade perde-se a ideia do fluxo do noticiário
televisivo e das suas grandes agendas. Esta forma de registo
impede, também, que a análise realizada neste trabalho
estabeleça relações entre a totalidade dos noticiários do dia
em cada canal, e entre todos os canais, bem como entre as
diferentes peças emitidas por cada canal no jornal televisivo
do prime-time.
O tratamento dos dados recolhidos na imprensa e na televisão deu origem a duas
bases de dados em SPSS ( Statistical Package for Social Sciences) construídas em
função dos meios analisados, imprensa e televisão. Tal como no ano de 2003, as
duas bases integraram 25 variáveis agrupadas em função dos dados recolhidos
referentes à Forma, ao Conteúdo e ao Discurso. O primeiro grupo de variáveis
fundamenta-se nas Teorias dos Media e do Jornalismo,30 as variáveis de Conteúdo
têm na sua origem os Estudos sobre as Migrações e as Minorias Étnicas,31 enquanto
as variáveis do Discurso se fundamentam nas Teorias da Análise do Discurso.32
Relativamente ao ano anterior foram introduzidas algumas alterações nos valores
atribuídos aos códigos, ou indicadores, em função dos dados provenientes das dinâmicas das Migrações e por se ter constatado algumas imprecisões na definição dos
códigos adoptados.
As alterações mais significativas deram-se na variável Enquadramento (Var14), com
a introdução da modalidade Enquadramento Factual (identificada com o tipo de
30 Na identificação das variáveis de Forma foram tidas em conta as seguintes obras: Berkwowitz, D. (1997), Social
Meanings of News, London: Sage;Casey, B e al. (2002), Television Studies: the Key Concepts, London: Routledge; Cohen,
S. and J. Young (eds) (1973), The Manufacture of News, Londres: Constable; Holland, P. (1997), The Television Handbook,
London: Routledge; Goodwin, A. e Whannel, G. (1997), Understanding Television, London: Routledge; Kunczik, M. (1988),
Conceitos de Jornalismo, São Paulo: Edusp; Patterson, T.E. (2003), Tendências do jornalismo contemporâneo: estarão
as notícias leves e o jornalismo crítico a enfraquecer a Democracia? In Revista Media e Jornalismo, 2:19-47; Schudson,
M. (1995), The Power of News, Cambridge: Harvard University Press; Traquina, N. (1993), Jornalismo, Questões, Teorias,
‘Estórias’, Lisboa:Vega; Tuchman, G. As notícias como realidade construída. In Esteves, J.P. (2001) Comunicação e
Sociedade, Lisboa: Horizonte.
31 Na identificação das variáveis de Conteúdo foram consideradas os estudos publicados pelo ACIME durante o ano de
2004, nomeadamente os textos do I Congresso Imigração em Portugal: Diversidade, Cidadania e Integração, realizado em
18/19 de 2003; Baganha, M.I. e Marques, J.C. (2001), Imigração e Política: o caso português, Lisboa: Fundação LusoAmericana; Bastos, J.G. e Bastos, S.P. (1999), Portugal Multicultural, Lisboa: Fim de Século; Cádima, R. e Figueiredo,
A. (2003), Representações (Imagens) dos Imigrantes e das Minorias étnicas nos Media, Lisboa, ACIME; Ferin Cunha, I. e
al. (2002), Media e Discriminação: um estudo exploratório do caso português, Revista Obercom, 5: 27-38; Lages, M. e
Policarpo, V. (2003), Atitudes e Valores perante a Imigração, Lisboa, ACIME; Miranda, J. (2002), A Identidade Nacional: Do
Mito ao sentido Estratégico, Oeiras: Celta; Pires, R. Pena (2003), Migrações e Integração, Oeiras: Celta; Vala, J., Brito, R.,
Lopes, D. (1999), Expressões dos racismos em Portugal, Lisboa: ICS.
32 Na identificação das variáveis do Discurso foram considerados os seguintes textos: Carneiro, A.D. (1996), O Discurso
da Mídia, Rio de Janeiro: Oficina do Autor; Fairclough, N. (1992), Discouse and Social Change, Cambridge: University Press;
Fowler, R. (1991), Language in the News: Discourse and Ideology in The Press, London: Routledge; Pedro, E. R. (1997),
Análise Crítica do Discurso, Lisboa: Caminho; Rebelo, J. (2000), O Discurso do Jornal, Lisboa: Editorial Notícias.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(29)
narrativa fundada em dados objectivos) e na variável Argumentação (Var16) com a
inserção da modalidade Argumentação Assertiva (traduzida por enunciados de verdade baseados em dados recolhidos e confirmados por uma autoridade). A inclusão
destes dois indicadores, nas respectivas variáveis, tornou possível uma análise mais
fina do discurso, bem como perceber algumas diferenças subtis operadas do ano
de 2003 para 2004.
Foram ainda introduzidos novos indicadores nas variáveis da Análise de Imprensa e
Televisão, por se terem verificado imprecisões no Relatório de 2003. Nesta perspectiva, salientam-se as redefinições dos indicadores de diferentes variáveis, como por
exemplo daqueles que se referem ao âmbito ou local de acção (Var8), 33 dos que
identificam a situação jurídica do imigrante (Var9), 34 a ocupação (Var13) 35 e grupos
etários abordados (Var22).36 Em outras variáveis, procurou-se incluir indicadores
que espelhassem a realidade das Migrações, nomeadamente a nacionalidade ou
etnia (Var10),37 os temas (Var11 e Var12),38 os actores mais focados ou nomeados
(Var17 e Var18) e respectivas vozes (Var19, Var20 e Var21).39
A exposição dos resultados relativos a cada meio de comunicação obedece, este
ano, igualmente, a critérios diferentes. Assim, para além das frequências por variáveis e seus indicadores, apresentam-se os resultados derivados de cruzamentos de
duas e três variáveis. Estes cruzamentos procuram comprovar, se para além dos
conteúdos, ou temas tratados, houve alteração na sua forma de tratamento.
33 Na Var8, Âmbito ou Local de Acção a modalidade «Sul» foi substituída por «Centro», seguiu-se a introdução do indicador
«Inglaterra» e «Espanha» e a supressão das anteriores modalidades «Outro País» e «Países de Leste».
34 Na Var9 foram incluídos os seguintes indicadores: «Residência» e «Titulares de vistos».
35 NaVar13 foram inseridos os indicadores «Prostituição» e «Jogadores» e suprimido o indicador «Obras Públicas» por se
ter constatado que se sobrepunha a «Construção Civil».
36 Foi retirado o indicador «Jovem Adulto» e revisto o conceito de adolescente «Adolescente:13-19»
37 Na Var10, Objecto2 foram inseridas as modalidades «2ªs Gerações» e «Romenos»
38 Nestas variáveis foram acrescentadas as modalidades «Desemprego», «Estatística», «Naturalização», «Saúde» e
«Discriminação», sendo que esta última veio substituir a modalidade «Racismo».
39 Nestas variáveis foram inseridos os indicadores «Embaixadas», «Especialistas», «Organismos Internacionais» e «2as
Gerações».
(30)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Os procedimentos metodológicos seguidos nos Estudos de Caso I e II, respectivamente, Representações das minorias no prime-time televisivo , e Representações
das minorias nos jornais televisivos , serão abordados separadamente em cada
Estudo. Assinala-se, no entanto, que no primeiro Estudo de Caso foram utilizadas
bases de análise de conteúdos das imagens em SPSS, diferenciadas em função
dos géneros televisivos (Informação, Publicidade, Entretenimento e Ficção). Em
cada base de análise dos géneros indicados identificaram-se variáveis e categorias
de análise de forma, conteúdo e discurso, comuns e outras diversas e ajustadas
à natureza dos géneros. No segundo Estudo de Caso, Representações das minorias nos jornais televisivos , foram utilizados instrumentos de análise de edição de
imagem e categorias advindas das Teorias do Jornalismo.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(31)
CAPÍTULO II – IMPRENSA
CL ARA ALMEIDA SANTOS
Neste segundo Capítulo apresentam-se os resultados da aplicação das variáveis de
Forma, Conteúdo e Discurso, referentes à Imprensa, tendo em conta o corpus analisado, três jornais diários ( Público, Diário de Notícias e o Jornal de Notícias), dois
semanários de referência (o Expresso e o Independente) e três diários populares
( Correio da Manhã, A Capital e o 24 Horas).
1. ANÁLISE REFERENTE À FORMA
Estes dados referem-se às variáveis Identificação (Var1), Jornal (Var2), Autor (Var3),
Data (Var4), Dia da Semana (Var5), Espaço (Var6), Secção (Var7), Tipo de Peça
(Var8), Fotografia (Var25) e Tipologia do jornal (Var26). Por não serem relevantes,
neste contexto, não serão apresentados os dados referentes às variáveis Identificação,
Dia da Semana e Autor.
JORNAL
(32)
Frequência
Percentagem
Público
318
17,8
DN
260
14,5
JN
400
22,3
Expresso
51
2,8
Independente
18
1,0
CM
395
22,1
Capital
185
10,3
24 H
164
9,2
Total
1791
100,0
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Em 2004, o Jornal de Notícias foi o
periódico que mais peças publicou
acerca do macro-tema da imigração, com um total de 400 peças,
correspondendo a 22,3 por cento
do total de peças publicadas nos
oito jornais em análise. Este valor é
seguido de muito perto pelo Correio
da Manhã, que publicou 395 peças,
que representam 22,1 por cento do
total registado em 2004.
DATA
Frequência
Percentagem
Janeiro
251
14,0
Fevereiro
155
8,7
Março
176
9,8
Abril
137
7,6
Maio
148
8,3
Junho
152
8,5
Julho
142
7,9
Agosto
104
5,8
Setembro
155
8,7
Outubro
116
6,5
Novembro
135
7,5
Dezembro
120
6,7
Total
1791
100,0
Frequência
Percentagem
1 ou 2 parágrafos
494
27,6
1:8 página
379
21,2
Janeiro destaca-se claramento como
o mês em que foram publicadas
mais peças sobre imigração nos jornais analisados, com 250 peças (24
por cento). A distribução ao longo
do ano é mais ou menos equitativa
(entre 6,5 e 9,8 por cento em cada
mês), à excepção de Agosto, em
que se registam apenas 104 peças,
correspondendo a 5,8 por cento do
total.
ESPAÇO
1:4 página
420
23,5
1:2 página
316
17,6
3:4 página
99
5,5
1 página
62
3,5
1 página 1:2
5
0,3
2 páginas
9
0,5
+ 2 páginas
6
0,3
Outro
1
0,1
Total
1791
100,0
A maior parte das peças analisadas
(27,6 por cento, correspondendo a
494 peças) apresenta 1 ou 2 parágrafos. Se juntarmos os valores dos
três tipos de peças mais curtas (1
ou 2 parágrafos, 1/8 de página e
_ de página) verificamos que elas
perfazem um total de 1293 peças,
ou seja, 72,3 por cento das peças
analisadas.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(33)
SECÇÃO
Frequência
Percentagem
chamada
5
0,3
sociedade
1181
65,9
cultura
13
0,7
economia
8
0,4
política
51
2,8
destaque
63
3,5
nacional
244
13,6
Local
105
5,9
Últ. página
50
2,8
suplemento
16
0,9
internacional
29
1,6
opinião
20
1,1
Outra
6
0,3
Total
1791
100,0
Frequência
Percentagem
28
1,6
reportagem
219
12,2
notícia
922
51,5
Breve
434
24,2
opinião
38
2,1
editorial
5
0,3
comentário
9
0,5
Caixa
136
7,6
Total
1791
100,0
A secção Sociedade é a que acolhe
um maior número de peças – 1181
– ou seja, 65,9 por cento do total.
De registar ainda o número de peças
que surge na secção Nacional – 244,
correspondendo a 13,6 por cento
das peças. Um número também
considerável é o que diz respeito
à secção que se designou como
Destaque, onde surgem 63 peças
(3,5 por cento).
TIPO DA PEÇA
entrevista
(34)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Mais de metade das peças analisadas corresponde ao género jornalístico notícia (922 peças, 51,5 por
cento). A notícia breve é a segunda
mais representada, mas já a uma
distância considerável, perfazendo
434 peças (24,2 por cento). Em
terceiro lugar surge um género que
corresponde a peças de maior fôlego
– a reportagem, com 219 ocorrências, representando 12,2 por cento
do total.
FOTOGRAFIA
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Fotografia até 1:4 página
515
28,8
64,4
Fotografia até 1:2 pág
249
13,9
31,1
Gráficos
2
,1
,3
Misto
15
,8
1,9
Outro
19
1,1
2,4
100,0
Total
800
44,7
Missing
991
55,3
Total
1791
100,0
Apenas 800 peças são ilustradas com fotografias ou gráficos, o que perfaz 44,7 por
cento do total da amostra. Dentro deste universo, o maior destaque vai para as fotografias que ocupam até _ da página, o que acontece em 515 peças (64,4 por cento
do total de peças com ilustração).
2. ANÁLISE REFERENTE AO CONTEÚDO
Estes dados referem-se às variáveis Local Geográfico (Var9), Objecto 1 – Imigração
(Var10), Objecto 2 – Minoria (Var11) , Tema 1 (Var12), Tema 2 (Var13), Ocupação
(Var14), Personalização 1 (Var18), Personalização 2 (Var19), Idade (Var23) e Género
(Var24).
LOCAL GEOGRÁFICO
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Grande Porto
67
3,7
3,8
Grande Lisboa
404
22,6
22,9
Centro
137
7,6
7,8
Alentejo
63
3,5
3,6
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(35)
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Norte
127
7,1
7,2
Interior
80
4,5
4,5
Algarve
66
3,7
3,7
Regiões Autónomas
12
,7
0,7
Amadora
21
1,2
1,2
Loures
17
0,9
1,0
Oeiras
6
0,3
0,3
Setúbal
37
2,1
2,1
Portugal
590
32,9
33,4
UE
122
6,8
6,9
Espanha
1
0,1
0,1
Outro país
11
0,6
0,6
Vários
4
0,2
0,2
100,0
Total
1765
98,5
Missing
26
1,5
Total
1791
100,0
Nas peças em que é identificado o local geográfico (e que são 1765, correspondendo a 98,5 por cento do total), o destaque vai para as peças de âmbito nacional
– 590, representando 33,4 por cento das peças em que é referida a localização.
Segue-se a região da Grande Lisboa, com 404 peças, correspondendo a 22,9
por cento das peças. Se a este valor adicionarmos as peças em que é referida a
localização mais específica e esta corresponde também à Área Metropolitana de
Lisboa (Amadora, Loures e Oeiras) de considerar a existência de 448 peças, ou
seja, 25,4 por cento do total. De salientar ainda a terceira ocorrência mais significativa – a da região Centro, com 137 peças (7,8 por cento).
(36)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
IMIGRAÇÃO ( SITUAÇÃO JURÍDICA)
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Residência
124
6,9
17,7
Autorização de Permanência
34
1,9
4,9
Titulares de vistos
12
,7
1,7
Indocumentados e ilegais
471
26,3
67,3
Asilados, refugiados e apátridas
33
1,8
4,7
Outro
11
,6
1,6
Vários
15
,8
2,1
100,0
Total
700
39,1
Missing
1091
60,9
Total
1791
100,0
As peças em que é possível descortinar o tipo de imigração em questão encontram-se
em menor número do que as que não têm qualquer referência a este respeito (700
para 1091). Naquelas em que o tipo de imigração é identificado (ou identificável),
o caso mais frequente é o dos imigrantes indocumentados ou ilegais (471 peças,
correspondendo a 67,3 por cento das peças em que o tipo de imigração é referido).
Seguem-se os residentes, identificados em 124 peças (17,7 por cento) e em terceiro
lugar encontram-se os asilados, refugiados ou apátridas (33 peças, 4,7 por cento).
MINORIAS
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Africanos
45
2,5
3,7
Angolanos
32
1,8
2,6
Brasileiros
217
12,1
17,9
Cabo-Verdianos
20
1,1
1,6
Chineses
27
1,5
2,2
Cidad. País Leste
114
6,4
9,4
Ciganos
86
4,8
7,1
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(37)
Guineenses
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
7
,4
,6
Indianos
13
,7
1,1
Magrebinos
25
1,4
2,1
Moçambicanos
1
,1
,1
Moldavos
20
1,1
1,6
Paquistaneses
2
,1
,2
Russos
13
,7
1,1
S. Tomenses
1
,1
,1
Ucranianos
158
8,8
13,0
Várias
258
14,4
21,2
Islâmicos
32
1,8
2,6
2ªs gerações
26
1,5
2,1
Romenos
65
3,6
5,3
Outra
53
3,0
4,4
Total
1215
67,8
100,0
Missing
576
32,2
Total
1791
100,0
Ao fazer a análise das minorias (nacionalidades e etnias) identificadas nas notícias
(o que acontece em 1215 peças, 67,8 por cento do total de peças recolhidas),
constata-se que 258 peças (21,2 por cento daquelas em que se faz referência à
etnia ou nacionalidade) referem-se a várias minorias. Isoladamente, a comunidade
mais referida é a Brasileira (217 peças, 17,9 por cento), seguindo-se a comunidade
Ucraniana (158 peças, 13 por cento). Se juntarmos os dados referentes a todos os
nacionais de países considerados de Leste, regista-se um total de 370 peças, o que
ultrapassa o resultado obtido pela modalidade Várias, correspondendo a 30,5 por
cento do total de peças.
(38)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
TEMA
Frequência
Percentagem no total de temas
Percentagem no total de peças
Acidentes/Incidentes
73
2,8
4,1
Agenda
100
3,9
5,6
Terrorismo
11
0,4
0,6
Clandestinidade
219
8,4
12,2
Condições Sociais
75
2,9
4,2
Crime
349
13,4
19,5
Desemprego
12
0,4
0,7
Educação
24
0,9
1,3
Exploração
28
1,1
1,6
Expulsão
71
2,7
4,0
Habitação
41
1,6
2,3
Legalização
162
6,2
9,1
Máfia
23
0,9
1,3
Economia
20
0,8
1,1
Prostituição
104
4,0
5,8
Reagrupamento
9
0,3
0,5
Religião
17
0,7
1,0
Sem Abrigo
8
0,3
0,4
Saúde
21
0,8
1,2
Trabalho
183
7,0
10,2
Violência
61
2,3
3,4
Cultura
55
2,1
3,1
Naturalização
20
0,8
1,1
Legislação
152
5,9
8,5
Discriminação
122
4,7
6,8
Estatística
107
4,1
6,0
Segurança
92
3,5
5,1
Integração
255
9,8
14,3
SEF
36
1,4
2,0
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(39)
Estudos sobre imigração
Frequência
Percentagem no total de temas
Percentagem no total de peças
74
2,9
4,1
Outro
72
2,8
4,0
Total
2596
2596
1791
O tema mais frequente nas peças recolhidas em 2004 é o Crime, com 349 peças
(13,4 por cento do total dos temas e 19,5 por cento do total das peças). Seguese o tema da Integração (com 255 peças, correspondendo a 9,8 por cento do
total dos temas e 14,3 por cento do total das peças). Em terceiro lugar surge a
Clandestinidade, com 219 peças, perfazendo 8,4 por cento do total de peças e 12,2
por cento do total de temas. Acima das 100 peças encontramos um número significativo de temas – Trabalho (183), Legalização (162), Legislação (152), Discriminação
(122), Estatística (107), Prostituição (104) e Agenda (100).
Para uma leitura menos dispersiva, procedeu-se ao agrupamento dos resultados em
cinco campos semânticos (o mesmo será feito relativamente à análise de televisão).
O primeiro campo semântico agrupa as modalidades do campo Transgressão Social
(Crime, Exploração, Máfia, Prostituição e Violência) que apresenta 565 peças num
total de 2596 temas, o que corresponde a 21,8 por cento deste último valor. O segundo grupo reúne as modalidades do campo Estado/Governo (Expulsão, Legalização,
Legislação, Naturalização, SEF, Segurança e Terrorismo) com 544 registos (21,0 por
cento). O terceiro campo situa-se na esfera Sociográfica (Clandestinidade, Condições
Sociais, Desemprego, Discriminação, Educação, Economia, Habitação, Trabalho,
Sem Abrigo e Saúde) e está representado com 725 registos (27,9 por cento dos
temas), enquanto o quarto grupo envolve o campo das Políticas Inclusivas (Cultura,
Integração, Reagrupamento, Religião 40) apresenta 336 registos (12,9 por cento).
Poderemos, ainda, considerar um último grupo campo das Rotinas dos Media,
constituído pelas modalidades Acidentes/Incidentes, Agendas,
Estatísticas e Estudos sobre Imigração, que somam 354 regis40 O valor Religião foi intetos, correspondendo a 13,6 por cento dos temas.
grado no campo semântico
Políticas Inclusivas por estar
tratado nas peças analisadas
segundo essa perspectiva.
(40)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
OCUPAÇÃO
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Desemprego
36
2,0
8,3
Construção civil
51
2,8
11,8
Profissões Não Qualificadas
78
4,4
18,0
Profissões Qualificadas
52
2,9
12,0
Serviços
34
1,9
7,8
Jogadores
16
,9
3,7
Prostituição
123
6,9
28,3
Outra
19
1,1
4,4
Várias
25
1,4
5,8
100,0
Total
434
24,2
Missing
1357
75,8
Total
1791
100,0
A profissão mais referida (embora a ocupação seja mencionada em apenas 24,3 por
cento das peças analisadas) é a Prostituição (123 peças; 28,3 por cento no total de
profissões identificadas). Seguem-se as Profissões não Qualificadas, com 78 peças
(18 por cento) e, em terceiro lugar, surgem as Profissões Qualificadas (52 peças; 12
por cento do total).
PERSONALIZAÇÃO
Frequência
Percentagem no total de peças
Percentagem no total de actores
Estado
34
2,1
1,4
Governo
316
19,7
13,0
PP
7
0,4
0,3
PS
5
0,3
0,2
PSD
5
O,3
0,2
PCP
11
0,7
0,5
BE
1
0,1
0,04
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(41)
Partidos
Frequência
Percentagem no total de peças
Percentagem no total de actores
34
2,1
1,4
PSP
141
8,8
5,8
GNR
154
9,6
6,4
PJ
84
52
3,5
Forças de segurança
81
5,0
3,3
Igrejas
52
3,2
2,1
EU
59
3,7
2,4
SEF
383
23,8
15,8
ACIME
113
7,0
4,7
IDICT
16
1,0
0,7
Sindicatos
20
1,2
0,8
Embaixadas
20
1,2
0,8
Assoc. Imigrantes
106
6,6
4,4
Skinheads
7
0,4
0,3
SOS Racismo
23
1,4
0,9
Autarquias
99
6,2
4,1
Tribunais
140
0,9
5,8
ONG
102
6,3
4,2
Empresários
79
5,0
3,3
Especialistas
98
6,1
4,0
Populares
88
5,5
3,6
Políticos internacionais
40
2,5
1,7
Organismos internacionais
34
2,1
1,4
Outros
62
3,9
2,6
Total
1607
2414
Nos actores identificados nas peças (1607, correspondendo a 89,7 por cento do
corpus de análise), destacam-se o SEF (383 peças), Governo (316) e GNR (154).
Se somarmos as forças de segurança (GNR, PSP, PJ, Forças de Segurança e SEF)
obtemos um significativo total de 843 peças, valor que representa 52,5 por cento do
total de actores identificados e 47,1por cento do total de peças.
(42)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
IDADE
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Até 12 anos
21
1,2
3,3
13-19 anos
33
1,8
5,2
Adulto
424
23,7
67,2
Misto
153
8,5
24,2
Total
631
35,2
100,0
System
1160
64,8
Total
1791
100,0
A idade mais referida é
a Adulta, em 424 peças
(67,2 por cento das peças
em que é identificável a
idade dos imigrantes).
Segue-se a modalidade
Mista, com 153 peças,
correspondendo a 24,2
por cento do total.
GÉNERO
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Feminino
206
11,5
27,4
Masculino
358
20,0
47,7
Misto
187
10,4
24,9
Total
751
41,9
100,0
System
1040
58,1
Total
1791
100,0
O género masculino ( 358
peças; 47,7 por cento do
total) é o mais referido
nas peças em que esta
variável é identificada, o
que só acontece em 751
peças, ou seja, em 41,9
por cento da amostra.
3. ANÁLISE REFERENTE AO DISCURSO
Estes dados referem-se à aplicação das variáveis de Discurso: Enquadramento
(Var15), Tom (Var16), Argumentação (Var17), Vozes 1 (Var21), Vozes 2 (Var22) e
Vozes 3 (Var23).
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(43)
ENQUADRAMENTO
Frequência
Percentagem
Alegórico
108
6,0
Dramático
45
2,5
Épico
26
1,5
Irónico
25
1,4
Moral
60
3,4
Policial
409
22,8
Factual
1113
62,1
Outra
5
,3
Total
1791
100,0
Relativamente ao enquadramento
das peças, destaca-se claramente a
narrativa Factual, com 1113 peças,
correspondendo a 62,1 por cento do
total. Segue-se a narrativa Policial,
com 409 peças (22,8 por cento do
total). O enquadramento Alegórico
foi identificado em 108 peças,
correspondendo a 6 por cento do
total. Os restantes tipos de narrativa
são pouco significativos, residuais
mesmo.
TOM
Frequência
Percentagem
Percentagem válida
Positivo
315
17,6
17,6
Negativo
502
28,0
28,0
Neutro
974
54,4
54,4
Total
1791
100,0
100,0
ARGUMENTAÇÃO
(44)
Frequência
Percentagem
Demográfica
41
2,3
Económica
68
3,8
Política
200
11,2
Religiosa
13
,7
Securitária
179
10,0
Social
478
26,7
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
O tom Neutro predomina nas
peças analisadas, com 974
peças (54,4 por cento do
total).
Relativamente à argumentação, verificamos que a modalidade Assertiva
se destaca em relação às restantes,
com 776 peças, correspondendo a
43,3 por cento das peças analisadas. Segue-se a argumentação
Social (com 478 peças e 26,7 por
cento) e em terceiro lugar encontramos a argumentação Política (200
peças; 11,2 por cento).
Assertiva
Frequência
Percentagem
776
43,3
Outra
36
2,0
Total
1791
100,0
VOZES
(Ver ANEXOS – Quadro 1)
Relativamente às vozes presentes nas peças – e que surgem em 57,8 por cento da
amostra – verifica-se, antes de mais, uma grande dispersão. Salientam-se os valores
registados pelo Governo (126 peças; 12,2 por cento no total de peças), SEF (99
peças; 9,6 por cento) e Especialistas (83 peças; 8 por cento).
4. CRUZAMENTOS DE VARIÁVEIS POR JORNAL
ESPAÇO POR JORNAL
Jornais de referência
Jornal
1 ou 2 parágrafos
1:8 página
1:4 página
1:2 página
3:4 página
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
45
69
67
15
4
200
14,2%
26,5%
16,8%
29,4%
22,2%
19,1%
71
48
110
7
0
236
22,3%
18,5%
27,5%
13,7%
0,0%
22,5%
103
67
117
17
2
306
32,4%
25,8%
29,3%
33,3%
11,1%
29,2%
60
52
69
9
3
193
18,9%
20,0%
17,3%
17,6%
16,7%
18,4%
26
15
20
0
2
63
8,2%
5,8%
5,0%
,0%
11,1%
6,0%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(45)
Jornal
Público
JN
Total
Expresso
Independente
8
9
16
0
7
40
2,5%
3,5%
4,0%
,0%
38,9%
3,8%
1
0
0
0
0
1
0,3%
0,0%
0,0%
,0%
0,0%
0,1%
3
0
1
0
0
4
0,9%
0,0%
0,3%
,0%
0,0%
0,4%
1
0
0
3
0
4
0,3%
0,0%
0,0%
5,9%
0,0%
0,4%
318
260
400
51
18
1047
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
1 página
1 página 1:2
2 páginas
+ 2 páginas
Total
DN
Público: _ de página (103 peças; 32,4%)
DN: 1 ou 2 parágrafos (69 peças; 26,5%)
JN: _ de página (117 peças; 29,3%)
Expresso: _ de página (17 peças; 33,3%); Independente: 1 página (7 peças;
38,9%)
Total: _ de página (306 peças; 29,2%)
Jornais populares
Jornal
1 ou 2 parágrafos
1:8 página
1:4 página
(46)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Total
CM
Capital
24 H
165
40
89
294
41,8%
21,6%
54,3%
39,5%
93
39
11
143
23,5%
21,1%
6,7%
19,2%
68
36
10
114
17,2%
19,5%
6,1%
15,3%
Jornal
CM
Capital
Total
24 H
50
37
36
123
12,7%
20,0%
22,0%
16,5%
12
11
13
36
3,0%
5,9%
7,9%
4,8%
5
13
4
22
1,3%
7,0%
2,4%
3,0%
2
1
1
4
0,5%
0,5%
0,6%
0,5%
0
5
0
5
0,0%
2,7%
0,0%
0,7%
1:2 página
3:4 página
1 página
1 página 1:2
2 páginas
+ 2 páginas
outro
0
2
0
2
0,0%
1,1%
0,0%
0,3%
0
1
0
1
0,0%
0,5%
0,0%
0,1%
395
185
164
744
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Total
Correio da Manhã: 1 ou 2 parágrafos (165 peças; 41,8%)
Capital: 1 ou 2 parágrafos (40 peças; 21,6%)
24 Horas: 1 ou 2 parágrafos (89 peças; 54,3%)
Total: 1 ou 2 parágrafos (294 peças; 39,5%)
SECÇÃO POR JORNAL
Jornais de referência
(Ver ANEXOS – Quadro 2)
Público: sociedade (169 peças; 50,0 %)
DN: sociedade (181 peças; 69,6%)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(47)
JN: sociedade (246 peças; 61,5%)
Expresso: sociedade (20 peças; 39,2%)
Independente: sociedade (8 peças; 44,4%)
Total: sociedade (614 peças; 58,6%)
Jornais populares
(Ver ANEXOS – Quadro 3)
Correio da Manhã: Sociedade (303 peças; 76,7%)
Capital: Sociedade (112 peças; 60,5%)
24 Horas: Sociedade (152 peças; 92,7%)
Total: Sociedade (567 peças; 76,2%)
TIPO DE PEÇA
Jornais de referência
Jornal
entrevista
reportagem
notícia
breve
opinião
editorial
(48)
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
5
6
7
1
0
19
1,6%
2,3%
1,8%
2,0%
0,0%
1,8%
48
22
36
17
7
130
15,1%
8,5%
9,0%
33,3%
38,9%
12,4%
180
125
264
15
5
589
56,6%
48,1%
66,0%
29,4%
27,8%
56,3%
47
65
56
14
3
185
14,8%
25,0%
14,0%
27,5%
16,7%
17,7%
9
14
4
3
0
30
2,8%
5,4%
1,0%
5,9%
0,0%
2,9%
2
1
0
0
0
3
0,6%
0,4%
0,0%
0,0%
0,0%
0,3%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornal
Público
comentário
caixa
Total
DN
JN
Total
Expresso
Independente
3
1
1
0
0
5
0,9%
0,4%
0,3%
0,0%
0,0%
,5%
24
26
32
1
3
86
7,5%
10,0%
8,0%
2,0%
16,7%
8,2%
318
260
400
51
18
1047
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Público: notícia (180 peças; 56,6%)
DN: notícia (125 peças (48,1%)
JN: notícia (264 peças; 66,0%)
Expresso: reportagem (17 peças; 33,3%)
Independente: reportagem (7 peças; 38,9%)
Total: notícia (589 peças; 56,3%)
Jornais populares
Jornal
entrevista
reportagem
notícia
breve
opinião
editorial
Total
CM
Capital
24 H
3
4
2
9
0,8%
2,2%
1,2%
1,2%
20
32
37
89
5,1%
17,3%
22,6%
12,0%
202
92
39
333
51,1%
49,7%
23,8%
44,8%
141
27
81
249
35,7%
14,6%
49,4%
33,5%
1
5
2
8
,3%
2,7%
1,2%
1,1%
1
1
0
2
0,3%
0,5%
0,0%
0,3%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(49)
comentário
1
1
2
4
0,3%
0,5%
1,2%
,5%
26
23
1
50
6,6%
12,4%
0,6%
6,7%
395
185
164
744
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
caixa
Total
Correio da Manhã: Notícia (202 peças; 51,1%)
Capital: Notícia (92 peças; 49,7%)
24 Horas: Breve (81 peças; 49,4%)
Total: Notícia (333 peças; 44,8%)
LOCAL GEOGRÁFICO
Jornais de referência
(Ver ANEXOS - Quadro 4)
Público: Portugal (101 peças; 32,1%)
DN: Portugal (143 peças; 55,6%)
JN: Portugal (114 peças; 28,9%)
Expresso: Portugal (23 peças; 45,1%); Independente: Portugal (14 peças; 77,8%)
Total: Portugal (395 peças; 38,1%)
Jornais populares
(Ver ANEXOS - Quadro 5)
Correio da Manhã: Portugal (92 peças; 23,6%)
Capital: Portugal (72 peças; 39,6%)
24 Horas: Grande Lisboa (49 peças; 31,2%)
Total: Portugal (195 peças; 26,7%)
(50)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
IMIGRAÇÃO (SITUAÇÃO JURÍDICA)
Jornais de Referência
Jornal
Residência
Autorização de Permanência
Titulares de vistos
Indocumentados e ilegais
Asilados, refugiados e apátridas
Outro
Vários
Total
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
27
11
42
2
0
82
20,5%
13,4%
23,9%
16,7%
0,0%
20,2%
15
3
1
1
0
20
11,4%
3,7%
0,6%
8,3%
0,0%
4,9%
3
2
1
0
0
6
2,3%
2,4%
0,6%
0,0%
0,0%
1,5%
65
64
116
9
3
257
49,2%
78,0%
65,9%
75,0%
100,0%
63,5%
18
0
3
0
0
21
13,6%
,0%
1,7%
0,0%
0,0%
5,2%
0
1
9
0
0
10
,0%
1,2%
5,1%
0,0%
0,0%
2,5%
4
1
4
0
0
9
3,0%
1,2%
2,3%
0,0%
0,0%
2,2%
132
82
176
12
3
405
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Público: Indocumentados e ilegais (65 peças; 49,2%)
DN: Indocumentados e ilegais (64 peças; 78%)
JN: Indocumentados e ilegais (116 peças; 65,9%)
Expresso: Indocumentados e ilegais (9 peças; 75%)
Independente: Indocumentados e ilegais (3 peças; 100,0%)
Total: Indocumentados e ilegais (257 peças; 63,5%)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(51)
Jornais populares
Jornal
Residência
Autorização de Permanência
Titulares de vistos
Indocumentados e ilegais
Asilados, refugiados e apátridas
Outro
Vários
Total
Total
CM
Capital
24 H
17
16
9
42
11,0%
21,6%
13,6%
14,2%
5
3
6
14
3,2%
4,1%
9,1%
4,7%
1
3
2
6
0,6%
4,1%
3,0%
2,0%
129
37
48
214
83,2%
50,0%
72,7%
72,5%
0
11
1
12
0,0%
14,9%
1,5%
4,1%
1
0
0
1
0,6%
0,0%
0,0%
0,3%
2
4
0
6
1,3%
5,4%
0,0%
2,0%
155
74
66
295
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Correio da Manhã: Indocumentados e ilegais (129 peças; 83,2%)
Capital: Indocumentados e ilegais (37 peças; 50,0%)
24 Horas: Indocumentados e ilegais (48 peças; 72,7%)
Total: Indocumentados e ilegais (214 peças; 72,5%)
(52)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
MINORIAS
Jornais de referência
(Ver ANEXOS - Quadro 6)
Público: Várias (50 peças; 23,6%)
DN: Várias (41 peças; 30,1%)
JN: Várias (62 peças; 22,1%)
Expresso: Outra (11 peças; 36,7%)
Independente: Várias (5 peças; 45,5%)
Total: Várias (162 peças; 24,2%)
Jornais populares
(Ver ANEXOS - Quadro 7)
Correio da Manhã: Brasileiros (69 peças; 63,1%)
Capital: Várias (34 peças; 29,1%)
24 Horas: Ucranianos (29 peças; 22,5%)
Total: Brasileiros (111 peças; 20,4%)
TEMA
Jornais de referência
(Ver ANEXOS – Quadro 8)
Público: Integração (67 peças; 13,9%)
DN: Integração (44 peças; 11,6%)
JN: Crime (89 peças; 15,4%)
Expresso: Trabalho (16 peças; 19,3%)
Independente: Legislação, Naturalização, Legalização (cada: 3 peças; 11,5%)
Total: Integração (189 peças; 12,2%)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(53)
Jornais populares
(Ver ANEXOS – Quadro 9)
Correio da Manhã: Crime (132 peças; 25,0%)
Capital: Integração (26 peças; 9,1%)
24 Horas: Crime (41 peças; 17,6%)
Total: Crime (191 peças; 18,2%)
OCUPAÇÃO
Jornais de referência
Jornal
Construção civil
Profissões Não Qualificadas
Profissões Qualificadas
Serviços
Jogadores
Prostituição
Outra
Várias
(54)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
5,6%
4,3%
9,8%
12,5%
0,0%
7,5%
5
6
19
0
0
30
6,9%
12,8%
18,6%
0,0%
0,0%
12,4%
7
8
24
2
0
41
9,7%
17,0%
23,5%
12,5%
0,0%
17,0%
10
12
7
6
1
36
13,9%
25,5%
6,9%
37,5%
25,0%
14,9%
16
3
2
1
0
22
22,2%
6,4%
2,0%
6,3%
0,0%
9,1%
5
1
3
0
1
10
6,9%
2,1%
2,9%
0,0%
25,0%
4,1%
15
7
28
1
2
53
20,8%
14,9%
27,5%
6,3%
50,0%
22,0%
7
1
1
3
0
12
9,7%
2,1%
1,0%
18,8%
0,0%
5,0%
3
7
8
1
0
19
4,2%
14,9%
7,8%
6,3%
0,0%
7,9%
Jornal
Público
Total
DN
JN
Total
Expresso
Independente
72
47
102
16
4
241
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Público: Serviços (16 peças; 22,2%)
DN: Profissões Qualificadas (12 peças; 25,5%)
JN: Prostituição (28 peças; 27,5%)
Expresso: Profissões qualificadas (6 peças; 37,5%)
Independente: Prostituição (2 peças; 50,0%)
Total: Prostituição (53 peças; 22,0%)
Jornais populares
Jornal
CM
Desemprego
Construção civil
Profissões Não Qualificadas
Profissões Qualificadas
Serviços
Jogadores
Prostituição
Capital
Total
24 H
4
7
7
18
4,2%
20,0%
11,1%
9,3%
12
1
8
21
12,6%
2,9%
12,7%
10,9%
16
6
15
37
16,8%
17,1%
23,8%
19,2%
8
5
3
16
8,4%
14,3%
4,8%
8,3%
4
3
5
12
4,2%
8,6%
7,9%
6,2%
0
3
3
6
0,0%
8,6%
4,8%
3,1%
48
3
19
70
50,5%
8,6%
30,2%
36,3%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(55)
Jornal
CM
Outra
Várias
Total
Total
Capital
24 H
1
4
2
7
1,1%
11,4%
3,2%
3,6%
2
3
1
6
2,1%
8,6%
1,6%
3,1%
95
35
63
193
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Correio da Manhã: Prostituição (48 peças; 50,5%)
Capital: Desemprego (7 peças; 20,0%)
24 Horas: Prostituição (19 peças; 30,2%)
Total: Prostituição (70 peças; 36,3%)
ENQUADRAMENTO
Jornais de referência
Jornal
Alegórico
Dramático
Épico
Irónico
Moral
(56)
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
24
8
22
2
2
58
7,5%
3,1%
5,5%
3,9%
11,1%
5,5%
6
3
10
1
1
21
1,9%
1,2%
2,5%
2,0%
5,6%
2,0%
3
3
3
1
0
10
0,9%
1,2%
0,8%
2,0%
0,0%
1,0%
5
1
4
0
1
11
1,6%
0,4%
1,0%
0,0%
5,6%
1,1%
10
11
13
2
0
36
3,1%
4,2%
3,3%
3,9%
0,0%
3,4%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornal
Público
Policial
Factual
Total
DN
JN
Total
Expresso
Independente
50
31
107
1
0
189
15,7%
11,9%
26,8%
2,0%
0,0%
18,1%
220
203
241
44
14
722
69,2%
78,1%
60,3%
86,3%
77,8%
69,0%
318
260
400
51
18
1047
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Público: Factual (220 peças; 69,2%);
DN: Factual (203 peças; 78,1%);
JN: Factual (241 peças; 60,3%);
Expresso: Factual (44 peças; 86,3%);
Independente: Factual (14 peças; 77,8%)
Total: Factual (722 peças; 69,0%)
Jornais populares
Jornal
Alegórico
Dramático
Épico
Irónico
Moral
Total
CM
Capital
24 H
21
11
18
50
5,3%
5,9%
11,0%
6,7%
13
6
5
24
3,3%
3,2%
3,0%
3,2%
1
3
12
16
0,3%
1,6%
7,3%
2,2%
6
1
7
14
1,5%
0,5%
4,3%
1,9%
7
12
5
24
1,8%
6,5%
3,0%
3,2%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(57)
Jornal
CM
Total
Capital
24 H
150
24
46
220
38,0%
13,0%
28,0%
29,6%
197
124
70
391
49,9%
67,0%
42,7%
52,6%
0
4
1
5
0,0%
2,2%
0,6%
0,7%
395
185
164
744
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Policial
Factual
Outra
Total
Correio da Manhã: Factual (197 peças; 49,9%)
Capital: Factual (124 peças; 67,0%)
24 Horas: Factual (70 peças; 42,7%)
Total: Factual (391 peças; 52,6%)
TOM
Jornais de referência
Jornal
Positivo
Negativo
Neutro
Total
(58)
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
70
52
77
10
2
211
22,0%
20,0%
19,3%
19,6%
11,1%
20,2%
77
53
101
7
6
244
24,2%
20,4%
25,3%
13,7%
33,3%
23,3%
171
155
222
34
10
592
53,8%
59,6%
55,5%
66,7%
55,6%
56,5%
318
260
400
51
18
1047
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Público: Neutro (171 peças; 53,8%);
DN: Neutro (155 peças; 59,6%);
JN: Neutro (222 peças; 55,5%)
Expresso: Neutro (34 peças; 66,7%);
Independente: Neutro (10 peças 55,6%)
Total: Neutro (592 peças; 56,5%)
Jornais populares
Jornal
Positivo
Negativo
Neutro
Total
Total
CM
Capital
24 H
37
35
32
104
9,4%
18,9%
19,5%
14,0%
148
53
57
258
37,5%
28,6%
34,8%
34,7%
210
97
75
382
53,2%
52,4%
45,7%
51,3%
395
185
164
744
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Correio da Manhã: Neutro (210 peças; 53,2%)
Capital: Neutro (97 peças; 52,4%)
24 Horas: Neutro (75 peças; 45,7%)
Total: Neutro (382 peças; 51,3%)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(59)
ARGUMENTAÇÃO
Jornais de referência
Jornal
Demográfica
Económica
Política
Religiosa
Securitária
Social
Assertiva
Outra
Total
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
4
9
12
3
1
29
1,3%
3,5%
3,0%
5,9%
5,6%
2,8%
10
14
18
7
1
50
3,1%
5,4%
4,5%
13,7%
5,6%
4,8%
46
41
39
4
4
134
14,5%
15,8%
9,8%
7,8%
22,2%
12,8%
5
1
1
1
1
9
1,6%
,4%
,3%
2,0%
5,6%
,9%
38
44
24
7
2
115
11,9%
16,9%
6,0%
13,7%
11,1%
11,0%
101
67
123
12
4
307
31,8%
25,8%
30,8%
23,5%
22,2%
29,3%
104
73
178
16
4
375
32,7%
28,1%
44,5%
31,4%
22,2%
35,8%
10
11
5
1
1
28
3,1%
4,2%
1,3%
2,0%
5,6%
2,7%
318
260
400
51
18
1047
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Público: Assertiva (104 peças; 32,7%)
DN: Assertiva (73 peças; 28,1%)
JN: Assertiva (178 peças; 44,5%)
Expresso: Assertiva (16 peças; 31,4%)
Independente: Assertiva, Social, Política (cada: 4 peças; 22,2%)
Total: Assertiva (375 peças; 35,8%)
(60)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornais populares
Jornal
Demográfica
Económica
Política
Religiosa
Securitária
Social
Assertiva
Outra
Total
Total
CM
Capital
24 H
3
9
0
12
0,8%
4,9%
,0%
1,6%
9
7
2
18
2,3%
3,8%
1,2%
2,4%
32
26
8
66
8,1%
14,1%
4,9%
8,9%
3
1
0
4
0,8%
0,5%
0,0%
0,5%
35
19
10
64
8,9%
10,3%
6,1%
8,6%
58
69
44
171
14,7%
37,3%
26,8%
23,0%
252
53
96
401
63,8%
28,6%
58,5%
53,9%
3
1
4
8
0,8%
0,5%
2,4%
1,1%
395
185
164
744
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Correio da Manhã: Assertiva (252 peças; 63,8%)
Capital: Social (69 peças; 37,3%)
24 Horas: Assertiva (96 peças; 58,5%)
Total: Assertiva (401 peças; 53,9%)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(61)
PERSONALIZAÇÃO
Jornais de referência
(Ver ANEXOS – Quadro 10)
Público: Governo (77 peças; 16,3%)
DN: Governo (70 peças; 18,8%)
JN: SEF (81 peças; 14,5%)
Expresso: Governo (11 peças; 20,4%)
Independente: Governo (6 peças; 24,0%)
Total: SEF (220 peças; 14,8%)
Jornais populares
(Ver ANEXOS – Quadro 11)
Correio da Manhã: SEF (93 peças; 18,1%)
Capital: Governo (37 peças; 14,2%)
24 Horas: SEF (34 peças; 20,4%)
Total: SEF (163 peças; 17,3%)
VOZES
Jornais de referência
(Ver ANEXOS – Quadro 12)
Público: Governo (33 peças; 10,1%)
DN: Governo (22 peças; 11,5%)
JN: Associações de imigrantes (29 peças; 9,4%)
Expresso: Outros (11 peças; 28,2%)
Independente: não significativo
Total: Governo (87 peças; 9,8%)
(62)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornais populares
(Ver ANEXOS – Quadro 13)
Correio da Manhã: Populares (25 peças; 11,4%)
Capital: Governo (17 peças; 10,0%)
24 Horas: Ucranianos (9 peças; 13,2%)
Total: Governo (39 peças; 8,5%)
IDADE
Jornais de referência
Jornal
Público
Até 12 anos
13-19 anos
Adulto
Misto
Total
DN
JN
Total
Expresso
Independente
7
0
6
1
0
14
7,2%
0,0%
4,3%
5,6%
0,0%
4,2%
6
7
7
0
0
20
6,2%
9,9%
5,0%
,0%
0,0%
6,0%
46
43
88
15
7
199
47,4%
60,6%
62,9%
83,3%
87,5%
59,6%
38
21
39
2
1
101
39,2%
29,6%
27,9%
11,1%
12,5%
30,2%
97
71
140
18
8
334
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Público: Adulto (46 peças; 47,4%)
DN: Adulto (43 peças; 60,6%)
JN: Adulto (88 peças; 62,9%)
Expresso: Adulto (15 peças; 83,3%)
Independente: Adulto (7 peças; 87,5%)
Total: Adulto (199 peças; 59,6%)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(63)
Jornais populares
Jornal
Até 12 anos
13-19 anos
Total
CM
Capital
24 H
3
2
2
7
1,9%
4,2%
2,3%
2,4%
6
5
2
13
3,7%
10,4%
2,3%
4,4%
125
20
80
225
77,6%
41,7%
90,9%
75,8%
Adulto
27
21
4
52
16,8%
43,8%
4,5%
17,5%
Misto
161
48
88
297
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Total
Correio da Manhã: Adulto (125 peças; 77,6%)
Capital: Misto (21 peças; 43,8%)
24 Horas: Adulto (80 peças; 90,9%)
Total: Adulto (225 peças; 75,8%)
GÉNERO
Jornais de referência
Jornal
Feminino
Masculino
(64)
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
28
15
46
6
2
97
27,2%
25,0%
26,7%
31,6%
33,3%
26,9%
37
24
86
10
1
158
35,9%
40,0%
50,0%
52,6%
16,7%
43,9%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornal
Público
Misto
DN
JN
Total
Expresso
Independente
38
21
40
3
3
105
36,9%
35,0%
23,3%
15,8%
50,0%
29,2%
103
60
172
19
6
360
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Público: Misto (38 peças; 36,9%)
DN: Masculino (24 peças; 40,0%)
JN: Masculino (86 peças; 50,0%)
Expresso: Masculino (10 peças; 52,6%)
Independente: Misto (3 peças; 50,0%)
Total: Masculino (158 peças; 43,9%)
Jornais populares
Jornal
CM
Feminino
Masculino
Misto
Total
Capital
Total
24 H
70
12
27
109
30,3%
26,7%
23,5%
27,9%
117
16
67
200
50,6%
35,6%
58,3%
51,2%
44
17
21
82
19,0%
37,8%
18,3%
21,0%
231
45
115
391
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Correio da Manhã: Masculino (117 peças; 50,6%)
Capital: Misto (17 peças; 37,8%)
24 Horas: Masculino (67 peças; 58,3%)
Total: Masculino (200 peças; 51,2%)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(65)
FOTOGRAFIA
Jornais de referência
Jornal
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
95
76
129
11
4
315
72,5%
65,0%
67,9%
57,9%
33,3%
67,2%
Fotografia até 1:4 página
29
34
56
2
7
128
22,1%
29,1%
29,5%
10,5%
58,3%
27,3%
Fotografia até 1:2 página
0
1
0
0
0
1
0,0%
0,9%
0,0%
0,0%
0,0%
0,2%
Gráficos
2
4
3
3
1
13
1,5%
3,4%
1,6%
15,8%
8,3%
2,8%
Misto
5
2
2
3
0
12
3,8%
1,7%
1,1%
15,8%
0,0%
2,6%
131
117
190
19
12
469
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Outro
Total
Público: Fotografia até _ página (95 peças; 72,5%)
DN: Fotografia até _ página (76 peças; 65,0%)
JN: Fotografia até _ página (129 peças; 67,9%)
Expresso: Fotografia até _ página (11 peças; 57,9%)
Independente: Fotografia até _ página (4 peças; 33,3%)
Total: Fotografia até _ página (315 peças; 67,2%)
(66)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornais populares
Jornal
Fotografia até 1:4 página
Fotografia até 1:2 página
Gráficos
Misto
Outro
Total
Total
CM
Capital
24 H
137
43
20
200
74,5%
52,4%
30,8%
60,4%
45
31
45
121
24,5%
37,8%
69,2%
36,6%
1
0
0
1
0,5%
0,0%
0,0%
0,3%
0
2
0
2
0,0%
2,4%
0,0%
0,6%
1
6
0
7
0,5%
7,3%
0,0%
2,1%
184
82
65
331
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Correio da Manhã: Fotografia até _ página (137 peças; 74,5%)
Capital: Fotografia até _ página (43 peças; 52,4%)
24 Horas: Fotografia até1/2 página (45 peças; 69,2%)
Total: Fotografia até _ página (200 peças; 60,4%)
5. RESULTADOS COMPARADOS 2003-2004
A primeira constatação a fazer relativamente à comparação entre as peças analisadas em 2003 e em 2004 diz respeito ao número de peças recolhidas nos oito jornais
escolhidos para amostra – 1538 em 2003 e 1791 em 2004. Este aumento representa
um acréscimo de 16,4%, o que não deixa de ser significativo.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(67)
5.1. Variáveis de Forma
O jornal que mais aborda a questão da imigração continua a ser o Jornal de Notícias ,
com 22,3 por cento do total de peças recolhidas. Segue-se o Correio da Manhã (tal
como em 2003), sendo também o jornal considerado como popular que mais peças
apresentou em 2004 sobre imigração (22,1 por cento). Como já foi referido, Janeiro
é o mês que obteve o maior número de peças, com 14 por cento do total de peças
em 2004, um valor superior ao registado em Março de 2003 (15,8 por cento). No
entanto, convém referir que Janeiro de 2003 foi também um mês forte em termos
de notícias sobre imigração, atingindo 14 por cento.
Quanto ao espaço ocupado pelas peças analisadas, verificamos quem em 2004
ele aumentou nos jornais de referência – a predominância em 2003 ia para as
notícias com 1 ou 2 parágrafos (28 por cento) e em 2004 observamos que são as
notícias que ocupam _ de página as mais frequentes – 29,2 por cento. As notícias
com 1 ou 2 parágrafos foram, em 2004, apenas 19,1 por cento nos jornais de
referência. Nos jornais populares, a tendência de 2003 manteve-se, com as peças
com 1 ou 2 parágrafos a atingir 39,5 por cento das peças. Tal como em 2003, em
2004 a maior parte das peças surge na secção Sociedade, tanto nos jornais de
referência como nos populares – 65,9 por cento do total de peças analisadas.
No que diz respeito ao tipo de peça registado, também os resultados são semelhantes nos dois anos em comparação, com o género notícia a ocupar a posição cimeira,
com 51,5 por cento dos casos (contra 44,4 por cento em 2003). De registar, porém,
as excepções: no caso dos jornais de referência, os dois semanários analisados
( Expresso e O Independente ) apresentam um valor mais significativos da modalidade reportagem do que os restantes. Já nos jornais populares, a breve é o género
com maior número de ocorrências no 24 Horas .
(68)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
5.2. Variáveis de Conteúdo
Ao observarmos o local ou âmbito da acção da peça, observamos que, à semelhança do que sucedeu em 2003, o âmbito nacional é o mais frequente, com a modalidade Portugal a registar 33,4 por cento do total de ocorrências. Este valor é, porém,
significativamente inferior ao registado em 2003 (43,3 por cento), podendo talvez
afirmar-se uma mais aproximação da imprensa aos fenómenos locais. De salientar
ainda que todos os jornais repetem esta tendência de dar relevo às notícias com
interesse nacional, à excepção do 24 Horas, onde a modalidade mais frequente é a
Grande Lisboa (com 31,2 por cento das peças).
A situação jurídica em que se encontram os imigrantes é referida em 39,1 por cento
das peças, o que consubstancia uma grande diferente relativamente às referências
a este aspecto em 2003, presentes em 46,9 por cento dos casos. A situação mais
recorrente em 2004 na imprensa, à semelhança do que aconteceu em 2003, é a
dos imigrantes indocumentados ou ilegais, em 67,3 por cento dos casos.
Quanto à nacionalidade ou etnia a que pertencem os protagonistas das peças,
verificamos que em grande parte da amostra existe a tendência de juntar várias
minorias, registando-se este fenómeno em 21,2 por cento dos casos. Este facto
é comum nos jornais de frequência mas não tanto nos jornais populares, já que
apenas a Capital regista o maior número de incidências na modalidade Várias.
Curiosamente, os jornais populares dão mais realce a nacionalidades ou etnias
específicas – em 2004 são o brasileiros a atrair mais atenção (em 20,4 por cento
dos casos), enquanto em 2003 tinham sido os cidadãos de países de Leste (em
22,2 por cento das peças).
O tema mais frequente na amostra recolhida continua a ser o Crime , em 13,4
por cento das peças. O mesmo aconteceu em 2003, embora a incidência deste
tema tivesse diminuído, já que no ano anterior o Crime tinha surgido em 17,9 por
cento das peças. No entanto, nos jornais de referência não é este o tema mais
frequente: em 2004 foi o tema da Integração (12,2 por cento das peças) e em
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(69)
2003 do Trabalho (15,7 por cento). Nos jornais de referência, há uma excepção
– o Jornal de Notícias , que tem o Crime como o tema mais frequente; nos jornais
populares também existe um caso que difere – a Capital , com o tema Integração
a surgir em primeiro lugar.
Apresentando a situação de trabalho algumas alterações em relação a 2003,
podemos constatar o interesse dessas alterações: as profissões não qualificadas
(que tinham sido aquelas que tinha registado maior número de ocorrências)
foram alvo de um desdobramento, com a inclusão na grelha de análise da
modalidade Prostituição , a qual se destacou na totalidade dos jornais (28,3 por
cento das peças). No entanto, apesar deste resultado global, existem variações
internas muito grandes. Nos jornais de referência, por exemplo, apenas o JN e o
Independente surgem com a modalidade Prostituição em primeiro lugar. No caso
dos jornais populares, a Capital apresenta o Desemprego como a situação de trabalho mais frequente. Há que ter em consideração, no entanto, que a ocupação é
referida em apenas 24,2 por cento dos casos em 2004 (em 2003 a percentagem
não é muito mais significativa – 28,4 por cento).
Os actores mais frequentes continuam a ser os institucionais, com o SEF à cabeça,
embora de forma menos expressiva do que no ano anterior. Em 2003, o SEF surge
em 20,5 por cento do total de temas enquanto em 2004 surge em 15, 8 por cento.
O Governo surge como o principal actor em quatro dos cinco jornais de referência
analisados. Mais uma vez, a Capital segue a tendência dos jornais de referência,
com a maior fatia dos actores identificados a corresponder ao Governo.
A idade continua a ser pouco identificada nas peças sobre imigrantes e minorias
étnicas, no entanto regista-se um salto significativo de 2003 para 2004 – em 2004
é registada em 35,2 por cento dos casos, enquanto em 2003 surgia em apenas
20,2 por cento das peças. A modalidade adulto é a mais frequente, assinalada
em 67,2 por cento da amostra (em 2003, o mesmo tinha sido em 60,3 por cento
das peças).
(70)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Uma alteração significativa ocorre ao nível dos géneros, já que é muito mais
patente a presença masculina em 2004, com a modalidade Masculino presente
em 47,7 por cento das peças (contra 37,9 em 2003). Nos jornais de referência,
em 2003, destacava-se a presença feminina em 39,2 por cento dos casos, o que
não acontece em nenhum jornal em 2004. As únicas excepções à masculinização
são o Público e a Capital onde predominam a modalidade Mista .
5.3. Variáveis de Discurso
A actualização da grelha para 2004, com a introdução das modalidades Factual
na Narrativa e Assertiva na Argumentação, revelou-se bastante útil, já que estas
passaram a ser as modalidades mais preponderantes em cada uma das variáveis,
respectivamente com 62,1 e 43,3 por cento de representatividade no total de peças
analisadas. Desta forma se ultrapassou o problema existente em 2003 com a maior
fatia das peças a enquadrar-se na modalidade Outra para ambas as variáveis.
De ressalvar ainda, relativamente ao enquadramento tom policial (o segundo mais
frequente), uma ligeira descida em 2004 na ordem dos 5 por cento, tendo-se registado em 22,8 por cento das peças.
Relativamente ao tom, verifica-se que a modalidade neutro continua a ser a mais
frequente, com 54,4 por cento das peças.
Para finalizar a análise comparativa relativamente às variáveis que compõem o
discurso, falta referir os resultados obtidos na variável Personalização. Nesta
variável, mais uma vez se destacam os resultados obtidos pela modalidade
Governo, com 12,2 por cento do total de peças (menos, no entanto, do que a
percentagem verificada em 2003 – 19,4 por cento). Também nesta variável se
verificou uma melhor compreensão das fontes citadas com a inclusão de novas
modalidades. O resultado foi uma maior dispersão das vozes encontradas, com
algumas das novas vozes a registar uma presença significativa, como é o caso dos
Especialistas, presentes em 8 por cento das peças.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(71)
Convém salientar ainda que não houve uma uniformidade muito grande entre jornais. Para ilustrar este facto basta atentar nos exemplos do JN, em que a fonte mais
citada foram as Associações de imigrantes; do Correio da Manhã, em que são os
Populares os mais citados; e ainda o 24 Horas, em que se destacam as citações de
Ucranianos.
(72)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
CAPÍTULO III – TELEVISÃO
ISABEL FERIN CUNHA
Apresentamos aqui os dados referentes à análise dos jornais televisivos do primetime dos canais generalistas, sendo como se sabe, dois privados (SIC e TVI) e
um público (RTP1). Primeiramente faremos a exposição dos valores estatísticos
obtidos pelas variáveis, seguindo-se a sua interpretação. Numa segunda fase,
reportamos os resultados obtido através dos cruzamentos das variáveis mais
significativas.
1. ANÁLISE REFERENTE À FORMA
CANAL TV
Frequência
Percentagem
RTP1
80
25,1
SIC
127
39,8
TVI
112
35,1
Total
319
100,0
Tal como demonstra o gráfico anterior, num total de 319, é a SIC que
apresenta maior número de peças
no prime-time, com 127 peças, correspondendo a 39,8 por cento do
total das peças sobre esta temática
exibidas. Segue-se a TVI, com 112 e
por último a RTP1 com 80 peças.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(73)
MÊS
Frequência
Percentagem
Janeiro
74
23,2
Fevereiro
37
11,6
Março
18
5,6
Abril
26
8,2
Maio
32
10,0
Junho
25
7,8
Julho
10
3,1
Agosto
24
7,5
Setembro
11
3,4
Outubro
22
6,9
Novembro
22
6,9
Dezembro
18
5,6
Total
319
100,0
Frequência
Percentagem
válida
< 1’ 45”
109
34,2
É em Janeiro que se registam o
maior número de peças, 74, representando 23,2 por cento do total
de 319. Em seguida, com uma
diferença acentuada, vem Fevereiro,
com 37 peças, correspondendo a
11,7 por cento do total. Os restantes
meses apresentam um valor situado
entre as 10 peças (mês de Junho) e
as 32 (mês de Maio).
TEMPO
>1’ 45”
78
24,5
> 2’ 45”
50
15,7
2’45’’ - 4’45’’
57
17,9
Outro
25
7,8
Total
319
100,0
.
(74)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
No conjunto das 319 peças destacam-se as que têm duração inferior a
1 minuto e 45 segundos (109 peças
34,2 por cento), sendo que há um
número considerável, 57 (17,9 por
cento), que se situam entre os 2’45”
e os 4’45”. Somando a estas 57
peças de longa duração o valor de
Outro, que são peças com duração
superior a quatro minutos e quarenta
e cinco, compreendemos que há 82
peças muito longas, para os parâmetros televisivos, sobre esta temática.
ALINHAMENTO
Abertura
Frequência
Percentagem
válida
7
2,2
Chamada
8
2,5
Outro
304
95,3
Total
319
100,0
Frequência
Percentagem
válida
As peças sobre a Imigração e as
Minorias raramente fazem a abertura dos jornais televisivos do primetime. Na verdade, é a modalidade
Outro, que diz respeito às peças
integradas no fluxo televisivo, a mais
contemplada neste Quadro. Apenas
7 peças (2,2 por cento) são objecto
de abertura dos jornais televisivos e
um número muito semelhante (8,2,5
por cento) fazem a chamada.
TIPO DE PEÇA
OFF
43
13,5
Directo
18
5,6
Entrevista Estúdio
7
2,2
OFF 2
7
2,2
Reportagem
244
76,5
Total
319
100,0
Na análise dos géneros jornalísticos
nota-se que a Reportagem é o mais
frequente (244 peças, correspondendo a 76,5 por cento do total)
seguindo-se os OFF, com 43 peças
e, com um valor muito distante, está
o Directo com 18 peças (5,6 por
cento), as Entrevistas em Estúdios e
os OFF2, com sete peças cada correspondendo a 2,2 por cento.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(75)
CENÁRIO TV
(Ver ANEXOS – Quadro 14)
No conjunto das peças, os cenários mais frequente são as Ruas, com 78 registos e
os Locais de Reunião, com 54 menções, correspondendo respectivamente a 17,0 por
cento e a 11,8 por cento no total de cenários e no total de peças a 24,6 por cento
e a 17,0 por cento. Com alguma distância seguem os Locais de Prostituição (32
peças, 10,0 por cento no total de peças), as Esquadras (31 peças) e os Tribunais
(27 peças).
2. ANÁLISE REFERENTE AO CONTEÚDO
LOCAL GEOGRÁFICO
(76)
Frequência
Percentagem
válida
Grande Porto
15
4,7
Grande Lisboa
113
35,4
Centro
34
10,7
Alentejo
9
2,8
Norte
17
5,3
Interior
32
10,0
Algarve
19
6,0
Regiões Autónomas
1
0,3
Portugal
71
22,3
Espanha
5
1,6
Inglaterra
1
0,3
Brasil
2
0,6
Total
319
100,0
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
A origem das peças está situada na
Grande Lisboa, que representa 35,4
por cento da totalidade da origem
registada (113 peças sobre 319).
Seguem-se 71 peças referentes a
todo o país (Portugal) correspondentes a 22,3 por cento. As peças com
origem no Centro (34 peças, 10,7
por cento) e no Interior (32 peças,
10,0 por cento) vêm à frente do
Grande Porto e do Algarve.
IMIGRAÇÃO (SITUAÇÃO JURÍDICA)
Frequência
Percentagem válida
Residência
45
14,1
Autorização de permanência
136
42,6
Titulares de vistos
3
,9
Indocumentados, ilegais
104
32,6
Outros
31
9,7
Total
319
100,0
Os imigrantes e as minorias étnicas titulares de «Autorização de permanência» são
os mais referidos (136 vezes, correspondendo a 42,6 por cento), em seguida encontram-se os «Indocumentados e ilegais» com 104 peças e 32,6 por cento do total.
Assinala-se que a modalidade Outro, refere-se a situações em que não foi possível
identificar o estatuto jurídico do(s) indivíduo(s) focado(s).
MINORIAS
Frequência
Percentagem válida
Africanos
9
2,8
Angolanos
6
1,9
Árabes
1
,3
Brasileiros
59
18,5
Cabo-Verdianos
9
2,8
Chineses
7
2,2
Cidadãos País de Leste
35
11,0
Ciganos
28
8,8
Guineenses
2
,6
Indianos
2
,6
Magrebinos
7
2,2
Moldavos
1
,3
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(77)
Frequência
Percentagem válida
PALOP
1
,3
Paquistaneses
3
,9
Russos
2
,6
S. Tomenses
4
1,3
Ucranianos
47
14,7
Vários
69
21,6
Islâmicos
7
2,2
2ªs gerações
12
3,8
Romenos
5
1,6
Outra
3
,9
Total
319
100,0
A modalidade mais focada é a «Vários» (69 peças correspondendo a 21,6 por cento
do total), o que significa que as peças abordam, em simultâneo, várias comunidades
de imigrantes. No entanto, os brasileiros (59 peças, 18,5 por cento) e os ucranianos
(47 peças, 14,7 por cento) são os imigrantes mais evidenciados individualmente,
seguindo-se a modalidade «cidadãos de Países de Leste» (35 peças) que engloba
diversas comunidades de cidadão europeias e os «Ciganos», com 28 menções,
correspondendo apenas a 8,8 por cento do total. Note-se que as outras comunidades estão muito longe destes valores, incluindo as designadas «2ªs Gerações», que
surgem com 12 peças, correspondendo a 3,8 por cento dos registos.
TEMAS 1
(Ver ANEXOS – Quadro 15)
A leitura dos resultados deste quadro implica a distinção entre dois níveis. O
primeiro nível incide na leitura independente dos resultados de cada modalidade
da variável, em função da sua frequência e da sua percentagem relativamente ao
total dos temas. Esta leitura aponta para a maior frequência (85 registos), bem
como percentagem no total dos Temas (15,5 por cento) e no total das peças (26,6
(78)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
por cento) da modalidade Crime. A esta segue-se a modalidade Integração, respectivamente com 47 registos e 8,6 por cento no total dos temas e 14,7 por cento
no total das peças. Em terceiro e quarto lugar vêm as modalidades Prostituição
(40 registos) e Legalização (33 registos). As restantes modalidades apresentam
uma razoável dispersão.
No segundo momento, analisamos os resultados agrupados em cinco campos
semânticos, segundo a frequência e percentagem das modalidades que integram o grupo. O primeiro campo semântico agrupa as modalidades do campo
Transgressão Social (Crime, Exploração, Máfia, Prostituição e Violência) que apresenta 194 registos num total de 548 temas, o que corresponde a 35,4 por cento
deste último valor. O segundo grupo reúne as modalidades do campo Estado/
Governo (Expulsão, Legalização, Legislação, Naturalização, SEF, Segurança e
Terrorismo) com 93 registos (17,0 por cento). O terceiro campo situa-se na esfera
Sociográfica (Clandestinidade, Condições Sociais, Desemprego, Discriminação,
Educação, Economia, Família, Habitação, Trabalho, Sem Abrigo e Saúde) e
está representado com 139 registos (25,4 por cento dos temas), enquanto o
quarto grupo envolve o campo das Políticas Inclusivas (Cultura, Integração,
Reagrupamento, Religião) 41 apresenta 83 registos (14,1por cento). Poderemos,
ainda, considerar um último grupo residual no campo das Rotinas dos Media,
constituído pelas modalidades Acidentes/Incidentes, Agendas, Estatísticas e
Estudos sobre Imigração, que somam 39 registos num total de 548.
41 O valor Religião foi integrado no campo semântico
Políticas Inclusivas por estar
tratado nas peças analisadas
segundo essa perspectiva.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(79)
OCUPAÇÃO
Frequência
Percentagem válida
Desemprego
28
8,8
Construção Civil
10
3,1
Profissões não qualificadas
95
29,8
Profissões qualificadas
9
2,8
Serviços
20
6,3
Jogadores
5
1,6
Prostituição
40
12,5
Outra
112
35,1
Total
319
100,0
A modalidade Outra é a que obtém
um maior valor (112 peças, 35,1
por cento do total) significando que
não é possível identificar a ocupação dos indivíduos visualizados
nas peças. Seguem-se as menções
às Profissões não Qualificadas
(95 peças) e à Prostituição (40
peças, 12,5 por cento do total).
Os Desempregados encontram-se
em quarto lugar, com 28 registos
(8,8 por cento).
PERSONALIZAÇÃO 1
(Ver ANEXOS – Quadro 16)
Os Imigrantes são a modalidade mais referida obtendo 145 menções (30,3 por
cento no total dos actores e 46,3 no total das peças) num total de 313. Os
Populares, os Especialistas e os Empresários vêm em seguida, com respectivamente 38, 35 e 28 registos. No total estas quatro modalidades (Imigrantes,
Populares, Especialistas e Empresários) representam 246 (51,1por cento) registos
em 313, muito superior ao agrupamento das modalidades Forças de Segurança,
GNR, PJ, PSP e SEF, com 93 registos (19,5 por cento).
(80)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
IDADE
Frequência
Percentagem válida
Criança até 12
9
2,8
Adolescente 13-19
6
1,9
Adulto
242
76,3
Misto
60
18,9
Total
317
100,0
Missing
2
Total
319
A maioria das peças regista adultos
(242 correspondendo a uma percentagem de 76,3 por cento), mas
estão assinaladas 60 que envolvem
crianças e adultos, na modalidade
Misto, equivalendo a 18,9 por cento
do total.
GÉNERO
Frequência
Percentagem válida
Feminino
51
16,1
Masculino
118
37,2
Misto
148
46,7
Total
317
100,0
Missing
2
Total
319
O Género Masculino é mais focado
individualmente, com 118 registos
correspondendo a 37,2 por cento
dos valores totais. As mulheres
estão referenciadas em 51 peças
equivalendo a 16,1 por cento. No
entanto o maior valor situa-se na
modalidade Misto, que referência
Homens e Mulheres, e obtém 46,7
porcento do total, com 148 peças.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(81)
3. ANÁLISE REFERENTE AO DISCURSO
ENQUADRAMENTO
Frequência
Percentagem válida
Dramático
46
14,4
Épico
2
,6
Irónico
2
,6
Moral
26
8,2
Policial
112
35,1
Factual
130
40,8
Outro
1
,3
Total
319
100,0
Frequência
Percentagem válida
Positivo
70
21,9
Negativo
167
52,4
Neutro
82
25,7
Total
319
100,0
O Enquadramento mais frequente
é o Factual (130 peças, correspondendo a 40,8 por cento dos registos), seguindo-se o Policial (112
peças equivalendo a 35,1 por cento
das peças). Os Enquadramentos
que se seguem obtêm um valor
muito inferior, nomeadamente o
Dramático (46 peças) e o Moral
(26 peças).
TOM
(82)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
O Tom Negativo ressalta do conjunto das peças com 167 registos
(52,4 por cento) num total de 319
peças. Segue-se o Tom Neutro, com
82 peças (25,7 porcento) e o Tom
Positivo com 70 peças (21,9 por
cento).
ARGUMENTAÇÃO
Frequência
Percentagem válida
Demográfica
2
,6
Económica
15
4,7
Política
5
1,6
Religiosa
15
4,7
Securitária
90
28,2
Social
76
23,8
Assertiva
115
36,1
Outra
1
,3
Total
319
100,0
A Argumentação Assertiva é a mais
frequente na totalidade das peças
(115 registos equivalendo a 36,1por
cento) estando acompanhada pela
modalidade Securitária (90 peças
correspondendo a 28,2 por cento)
e Social (76 peças, 23,8 porcento).
Os valores obtidos pelas outras
modalidades são muito inferiores.
VOZES
(Ver ANEXOS – Quadro 17)
No conjunto das peças, as Vozes mais ouvidas, de forma individual, são os Populares
(49 registos) e os Especialistas (39 registos). As comunidades imigrantes com mais
registos individuais são os Cidadãos dos Países de Leste (25) e os Brasileiros (22
registos). Somando todos os valores referentes aos imigrantes originários dos países
de Leste obtém-se 44 registos (10,8 %). Nota-se em seguida uma grande dispersão
de registos nas modalidades Vozes. Interessante notar que as Vozes dos Jornalistas
estão assinaladas 17 vezes e do Governo 16. Os valores referentes ao conjunto de
Forças de Segurança (GNR, PSP, PJ, SEF) 61 vezes (11,8%).
4. CRUZAMENTO DE VARIÁVEIS POR CANAL
Nesta secção apresentamos os resultados dos cruzamentos das principais variáveis e modalidades: tempo das peças e canal de exibição; tipo de peça por canal
TV; Local geográfico por canal TV; Objecto 1 (Imigração: Situação Jurídica) por
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(83)
canal TV; Objecto 2 (Minorias) por canal TV; Temas 1 por canal TV; Temas 2 por
canal TV; Personalização por canal TV; Idade por canal TV; Género por canal TV ;
Argumentação por canal TV; Vozes 1 por canal TV e Cenário-1 TV por canal TV.
Tempo por canal TV
canal TV
tempo
< 1’ 45”
>1’ 45”
> 2’ 45”
2’45’’ - 4’45’’
Outro
Total
Total
RTP1
SIC
TVI
20
49
40
109
25,0%
38,6%
35,7%
34,2%
25
22
31
78
31,3%
17,3%
27,7%
24,5%
12
21
17
50
15,0%
16,5%
15,2%
15,7%
17
26
14
57
21,3%
20,5%
12,5%
17,9%
6
9
10
25
7,5%
7,1%
8,9%
7,8%
80
127
112
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
O cruzamento entre as variáveis tempo e canal, demonstra que nos três canais
analisados 34,2 por cento das peças (109 sobre 319) têm uma duração inferior
a 1’45’’.Contudo é de salientar que são 82 as peças com mais de 2’45”(57+25)
representando 25,7 por cento dos registos. Em termos relativos é a RTP1 que
apresenta na totalidade mais peças longas (12+17=29 sobre 80, correspondendo
a 36,3 por cento das peças exibidas) enquanto a TVI é o canal com menos peças
longas registadas.
(84)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Tipo de peça por canal TV
canal TV
OFF
tipo de peça
Directo
Entrevista Estúdio
OFF 2
Reportagem
Total
Total
RTP1
SIC
TVI
9
23
11
43
11,3%
18,1%
9,8%
13,5%
4
7
7
18
5,0%
5,5%
6,3%
5,6%
0
2
5
7
0,0%
1,6%
4,5%
2,2%
2
2
3
7
2,5%
1,6%
2,7%
2,2%
65
93
86
244
81,3%
73,2%
76,8%
76,5%
80
127
112
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
A Reportagem é o género jornalístico mais visualizado em todos os canais representando 76,5 por cento (244 peças) de todos os géneros, sendo que a RTP1 é o canal
que mais aposta neste formato apresentando 65 peças em 80, o que corresponde a
81,3 por cento das peças exibidas. O OFF é um género pouco representado com 43
peças em 319, isto é 13,5 porcento do total das peças. As Entrevistas em Estúdio
não têm expressão (2,2 por cento das peças registadas).
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(85)
Local geográfico por canal TV
canal TV
local geográfico
Grande Porto
Grande Lisboa
Centro
Alentejo
Norte
Interior
Algarve
Regiões Autónomas
Portugal
Espanha
Inglaterra
Brasil
Total
(86)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Total
RTP1
SIC
TVI
4
5
6
15
5,0%
3,9%
5,4%
4,7%
32
50
31
113
40,0%
39,4%
27,7%
35,4%
10
10
14
34
12,5%
7,9%
12,5%
10,7%
2
6
1
9
2,5%
4,7%
,9%
2,8%
4
5
8
17
5,0%
3,9%
7,1%
5,3%
3
14
15
32
3,8%
11,0%
13,4%
10,0%
2
9
8
19
2,5%
7,1%
7,1%
6,0%
0
1
0
1
,0%
,8%
,0%
,3%
22
24
25
71
27,5%
18,9%
22,3%
22,3%
0
3
2
5
,0%
2,4%
1,8%
1,6%
0
0
1
1
,0%
,0%
,9%
,3%
1
0
1
2
1,3%
,0%
,9%
,6%
80
127
112
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
A maioria das peças tem a sua origem na Grande Lisboa, a concentração é mais
evidente na RTP1, correspondendo a 32 peças das 80, isto é 40,0 por cento do total.
A região de origem das peças que vem em seguida é Portugal (71 peças em todos os
canais correspondendo a 22,3 por cento do total), sendo a estação pública que apresenta proporcionalmente um maior número de peças relativas a esta modalidade (22
em 80, isto é 27,5 por cento das peças). Com valores aproximados quanto á origem
das peças estão o Centro e o Interior, respectivamente com 34 e 32 (10,7 por cento
e 10,0 por cento dos registos totais) em todos os canais. Individualmente é a TVI que
mais peças apresenta com origem no Centro (14 peças) e Interior (15 peças) correspondendo a 12,5 por cento e a 13,4 por cento das peças exibidas por esse canal.
Objecto 1 (Imigração: Situação Jurídica) por canal TV
canal TV
RTP1
objecto 1
Residência
Autorização de permanência
Titulares de vistos
Indocumentados, ilegais
Outros
Total
SIC
Total
TVI
12
16
17
45
15,0%
12,6%
15,2%
14,1%
35
51
50
136
43,8%
40,2%
44,6%
42,6%
1
1
1
3
1,3%
,8%
,9%
,9%
24
46
34
104
30,0%
36,2%
30,4%
32,6%
8
13
10
31
10,0%
10,2%
8,9%
9,7%
80
127
112
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
A situação jurídica mais evidenciada em todos os canais é a Autorização de
Permanência, com 136 registos (42,6 por cento das peças) nos três canais.
Proporcionalmente às peças exibidas em cada estação, a RTP1 é a que, relativamente ao número de peças exibidas sobre esta temática, mais evidencia esta situação
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(87)
(35 peças em 80, correspondendo a 43,8 por cento do total). A SIC a que menos
referência faz a esta apresentando 51 peças em 127, correspondendo a 40,2 por
cento. A situação dos Indocumentados é referenciada na totalidade dos três canais
em 104 peças (32,6por cento do total), sendo a SIC a estação com mais peças (46
peças, representando 36,2 por cento) e a RTP1 com menos peças representadas (24
correspondendo a 30,0 por cento do total). Os Residentes obtêm maior atenção na
TVI (17 peças), sendo que na totalidade dos canais são 45 peças sobre 329, isto é
14,1por cento do total das peças.
Objecto 2 (MINORIAS) por canal TV
(Ver ANEXOS – Quadro 18)
Nos três canais são as peças que referem várias nacionalidades de imigrantes (valor
Vários) que obtém maior percentagem de registos (21,6 por cento) correspondendo a
69 peças das 319 registadas. A RTP1 é o canal que percentualmente (25,0 por cento)
maior número de peças exibiu referenciando várias nacionalidades (20 em 80). A
nacionalidade mais referida em todos os canais é a dos Brasileiros com 59 referências (18, 5 por cento), seguindo-se os Ucranianos com 47 peças (14,7 por cento do
total). Convém acentuar que os brasileiros são, proporcionalmente ao número de
peças exibidas, mais referidos na TVI (23 peças, 20,5 por cento) e os Ucranianos
na SIC (21 peças, 16,5 por cento do total). Os «Ciganos» e as «2ªs Gerações» não
apresentam registos significativos nas peças registadas em todos os canais, sendo
a TVI que percentualmente mais espaço confere à comunidade cigana, 13 peças
correspondendo a 11,6 por cento, enquanto a RTP1 com apenas 5 peças (6,3 por
cento) é o canal que mais regista as «2ªs Gerações».
Temas 1 por canal TV
(Ver ANEXOS – Quadro 19)
Antes de mais é necessário ter em conta que este Quadro refere-se aos temas principais (tema1) e que a dispersão por temas é grande em todos os canais, sendo
que Crime e a Prostituição obtém os maiores valores isolados, respectivamente
(88)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
com 49 e 39, isto é 15,4 por cento e 12,2 por cento do total. A SIC é o canal que
isoladamente mais peça apresenta sobre o Crime 25 (29,7 por cento) sobre 127,
enquanto a RTP1 e a TVI são os canais que proporcionalmente ao número de peças
mais registos apresentam sobre Prostituição, respectivamente 10 e 14, correspondendo a 12,5 por cento das peças exibidas. Agrupando os temas nos campos
semânticos Transgressão Social (Crime, Máfia, Exploração, Prostituição e Violência),
Estado/Governo (Expulsão, Legalização, Legislação, Naturalização, SEF, Segurança
e Terrorismo), Questões Sociográficas (Clandestinidade, Condições Sociais,
Desemprego, Discriminação, Educação, Economia, Família, Habitação, Trabalho
Sem-Abrigo, Saúde), Políticas Inclusivas (Cultura, Integração, Reagrupamento e
Religião) e Rotinas dos Media, chegamos à conclusão que é no primeiro campo,
Transgressão Social que estão registadas mais peças (116) correspondendo a 36,1
por cento dos temas principais, sendo que a SIC e a TVI são as estações que,
proporcionalmente e de forma isolada, mais enfatizam estas temáticas (52 peças
na SIC, correspondendo a 41,0 por cento e 46 peças para TVI correspondendo a
41,1 por cento). As Questões Sociográficas obtêm 23,6 por cento dos registos o que
equivale a 81 registos. Proporcionalmente é a RTP1 que maior atenção confere a
estas temáticas com 26 peças totalizando 32,7 por cento dos registos. O Estado/
Governo surge com 59 peças, 18,9 por cento dos registos, sendo que é a TVI que
proporcionalmente mais dá ênfase a estas temáticas, 26 peças representando 23,2
por cento. A assinalar que as Políticas Inclusivas atingem os 12,2 por cento com 39
peças (a RTP1 é o canal que percentualmente mais ênfase dá a estas temáticas,
16 peças correspondendo a 19,2 por cento do total).
Temas 2 por canal TV
(Ver ANEXOS – Quadro 20)
Como Tema2 os canais apresentam na generalidade uma grande dispersão dos
registos, sendo que isoladamente não ultrapassam 15,7 por cento que é obtido
pela modalidade Crime com 33 registos, sendo que percentualmente é a TVI
que maior espaço confere a esta temática (18,8 por cento). Em seguida surge a
modalidade Integração (32 peças no total representando 14,0 por cento) que na
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(89)
RTP1 tem a sua maior expressão percentual (22,0 por cento correspondendo a 13
peças). Neste segundo tema não se considerou necessário agrupar em campos
semânticos dado, como já se referiu, os valores estarem em grande dispersão.
Personalização por canal TV
(Ver ANEXOS – Quadro 21)
No conjunto dos canais a Personalização está concentrada na modalidade
Imigrantes (30,3 por cento) num total de 145 menções em 479.A grande distância
estão os Populares que obtêm 7,9 por cento (38 peças) do total dos temas. A agregação dos valores referentes à Personalização das modalidades identificadas como
Forças de Segurança (Forças de Segurança, PSP, GNR, PJ e SEF) atinge os 19,2
por cento correspondentes a 90 registos no total de temas. Proporcionalmente é a
RTP1 que mais ênfase dá aos Imigrantes registando 40 menções (32,2 por cento)
em 124, seguida pela TVI (29,6 por cento e 51 registos) e a SIC (com 29,5 por cento
do total de registos e 54 peças).
Idade por canal TV
canal TV
RTP1
Idade
Criança até 12
Adolescente 13-19
Adulto
Misto
Total
(90)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
SIC
TVI
Total
1
6
2
9
1,3%
4,7%
1,8%
2,8%
2
3
1
6
2,5%
2,4%
,9%
1,9%
56
97
89
242
70,9%
76,4%
80,2%
76,3%
20
21
19
60
25,3%
16,5%
17,1%
18,9%
79
127
111
317
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Em todos os canais são os Adultos que estão mais representados com 242 peças
representando 76,3 por cento do total das peças, sendo a TVI que percentualmente
maior valor obtém (89 peças e 80,2 por cento). As crianças e os jovens não estão
significativamente representados.
Género por canal TV
canal TV
género
Feminino
Masculino
Misto
Total
Total
RTP1
SIC
TVI
10
25
16
51
12,7%
19,7%
14,4%
16,1%
21
52
45
118
26,6%
40,9%
40,5%
37,2%
48
50
50
148
60,8%
39,4%
45,0%
46,7%
79
127
111
317
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
O género masculino encontra-se percentualmente mais representado com 118 peças
correspondendo a 37,2 por cento do total, apesar da modalidade Misto (Homem
e Mulher) obterem o valor mais elevado (148 peças representando 46,7 por cento
do total). As mulheres estão presentes em 51 peças, 16,1 por cento do total, sendo
que percentualmente a SIC é o canal que lhes atribui mais visibilidade (19,7 por
cento, em 25 peças).
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(91)
Enquadramento por canal TV
canal TV
Enquadramento
Dramático
Épico
Irónico
Moral
Policial
Factual
Outro
Total
Total
RTP1
SIC
TVI
6
23
17
46
7,5%
18,1%
15,2%
14,4%
0
1
1
2
,0%
,8%
,9%
,6%
1
0
1
2
1,3%
,0%
,9%
,6%
12
6
8
26
15,0%
4,7%
7,1%
8,2%
20
49
43
112
25,0%
38,6%
38,4%
35,1%
40
48
42
130
50,0%
37,8%
37,5%
40,8%
1
0
0
1
1,3%
,0%
,0%
,3%
80
127
112
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Em todos os canais o Enquadramento Factual é o que alcança maior expressão (40,8
por cento do total, correspondendo a 130 peças), mas é na RTP1 que 50,0 por cento
(40 peças em 80) das peças estão registadas segundo esta modalidade. Segue-se
o Enquadramento Policial presente em 112 peças e representando 35,1 por cento.
A RTP1 é o canal que menos registos assinala neste enquadramento (25 peças,
correspondendo a 25 por cento das peças exibidas por este canal), sendo que a SIC
e a TVI colhem um valor percentual semelhante (37,8 por cento e 37,5 por cento,
respectivamente). Longe destes valores encontra-se o Enquadramento Dramático que
recolhe 14,4 por cento do total em 46 peças.
(92)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Tom por canal TV
canal TV
Tom
Positivo
Negativo
Neutro
Total
Total
RTP1
SIC
TVI
28
26
16
70
35,0%
20,6%
14,3%
22,0%
26
68
73
167
32,5%
54,0%
64,4%
52,3%
27
32
24
82
32,5%
25,4%
21,4%
25,8%
80
126
113
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Em todos os canais é o Tom Negativo que alcança maior valor percentual, 52,3 por
cento do total das peças, equivalendo a 167 peças. No conjunto dos canais é a TVI
que regista mais peças (73), atingindo 64,4 por cento das peças exibidas. A RTP1
é o canal que apresenta maior número de peças com Tom Positivo (35,0 por cento
correspondendo a 28 peças em 80), enquanto a TVI é a que menos peças regista
neste Tom (14,3 por cento, totalizando 16 peças).
Argumentação por canal TV
canal TV
argumentação
Demográfica
Económica
Política
Religiosa
Total
RTP1
SIC
TVI
0
2
0
2
,0%
1,6%
,0%
,6%
4
5
6
15
5,0%
3,9%
5,4%
4,7%
4
0
1
5
5,0%
,0%
,9%
1,6%
7
6
2
15
8,8%
4,7%
1,8%
4,7%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(93)
canal TV
RTP1
argumentação
Securitária
Social
Assertiva
Outra
Total
SIC
TVI
Total
13
43
34
90
16,3%
33,9%
30,4%
28,2%
25
22
29
76
31,3%
17,3%
25,9%
23,8%
27
49
39
115
33,8%
38,6%
34,8%
36,1%
0
0
1
1
,0%
,0%
,9%
,3%
80
127
112
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
A argumentação assertiva é a mais frequente em todos os canais (36,1 por cento,
115 peças num total de 319) não apresentando diferenças significativas entre eles.
Em seguida com uma média de 23,8 por cento (90 peças) em todos os canais surge
a Argumentação Securitária, sendo que atinge os maiores valores percentuais na SIC
(33,9 por cento correspondendo a 43 sobre 127 peças) e o menor valor na RTP1
(16,3 por cento com 13 peças em 80).
Vozes 1 por canal TV
(Ver ANEXOS – Quadro 22)
No total das 403 Vozes registadas a dispersão é grande em todos os canais, contudo é a modalidade Populares que obtém maior percentagem atingindo os 12,2 por
cento, com 49 peças. Individualmente é o indicador Cidadãos dos Países de Leste
que obtêm, em todos os canais, um valor mais significativo apesar do seu baixo valor
percentual (6,2 por cento).
(94)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Cenário 1 por canal TV
Ver ANEXOS – Quadro 23)
No total dos 458 cenários registados a maior percentagem concentra-se nas Ruas
que atinge 17,0 por cento dos registos com 78 peças, seguem-se os Locais de
Reunião com 11,9 por cento (54 peças) no total dos canais. Proporcionalmente é
a RTP1 que mais apresenta este último cenário representando 15,3 por cento das
peças exibidas (18 peças em 117). Os Locais de Prostituição vêm em 3º lugar em
todos os canais alcançando 32 peças nos três canais e uma percentagem de 6,9
por cento dos cenários.
O cruzamento das três principais variáveis e modalidades: tema, local geográfico e
canal TV; temas 1 tom e canal TV e temas 1 por enquadramento e canal TV, são
descritos em seguida, encontrando-se as tabelas em Anexos.
Temas 1 por local geográfico e canal TV
Ver ANEXOS – Quadro 24)
Na RTP1 a origem das peças diz respeito fundamentalmente à Grande Lisboa e a todo
o território de Portugal. Na Grande Lisboa os temas mais tratados são a Integração,
o Crime e a Agenda, todos apresentando os mesmos valores (4 peças em 32, correspondendo a 12,5 por cento desse total). Os temas que dizem respeito a Portugal
são, em primeiro lugar, Legislação e Legalização (os dois com 4 peças sobre 22,
correspondendo a 18,2 por cento), seguindo-se o tema Integração (3 peças sobre 22,
no valor de 13,6 por cento). A Prostituição é o único tema registado na região Norte
e Interior (respectivamente 4 e 3 registos).
Na SIC, 39,3 por cento das peças, isto é 50 em 127 peças, têm origem na Grande Lisboa,
sendo que o Crime é o tema mais focado (10 peças, correspondendo a 20%). As temáticas que dizem respeito a Portugal recolhem o segundo lugar, com valores semelhantes
registados nos temas Integração, Discriminação, Legislação e Crime (12,5 por cento). O
Tema Prostituição atinge 50,7 por cento dos registos da região Norte (8 em 14 peças).
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(95)
A TVI apresenta uma maior dispersão temática por regiões, mas é a Grande Lisboa
que dá origem a 31 registos sobre 112 constituindo 27,6 por cento do total. O tema
Crime é o que obtém maior percentual, 19,4 por cento com 6 registos. A segunda
região a que as peças se referem é Portugal que concentra os seus 25 registos na
Legislação (8 correspondendo a 32,0 por cento), Legalização (4 correspondendo a
16,0 por cento). O Interior apresenta 10 peças sobre a Prostituição, o que constitui
66,7 por cento dos registos desta região.
Tema 1 por tom e canal TV
(Ver ANEXOS – Quadro 25)
Os resultados do cruzamento das variáveis Tom, Temas e Canal são descritos em seguida,
encontrando-se as tabelas em anexos. Na RTP1, o Tom Positivo é o dominante estando
presente em 35,0 por cento das peças, sobretudo nas temáticas Integração (5 correspondendo a 7,9 por cento), Agenda, Religião e Economia ( com 4 peças correspondendo a
14,3 por cento). O Tom Negativo e Neutro alcançam o mesmo percentual 32,5 por cento,
sendo que o primeiro está associado ao Crime (6 peças equivalendo a 23,1 por cento)
e à Prostituição (5 peças correspondendo a 19,2 por cento). No Tom Neutro ressaltam,
também, as peças sobre Prostituição com um valor percentual de 19,2 por cento.
Na SIC domina o Tom Negativo com 68 peças correspondendo a 53,9 por cento do
total das peças deste canal, seguindo-se o Tom Neutro com 25,3 por cento (32) do
total de registos assinalados e por último as que apresentam Tom Positivo (20,6 por
cento, no total de 26). O Tom Negativo atinge a sua maior expressão na modalidade
Crime com 32,4 por cento dos registos (22 ) e na Prostituição (9 em 68 registo correspondendo a 13,2 por cento). O Tom Neutro alcança maior percentagem,18,8%,
nos registos referentes à Prostituição (6 em 32). O Tom Positivo está associado à
Integração representando 19,2 por cento dos registos (5 em 26), seguindo-se a
Economia e a Cultura (4 peças em 26, com o percentual de 15,4 por cento cada).
Na TVI o Tom Negativo é o que obtém maior expressão 64,2 por cento das 112 peças
(72) sendo que as modalidades Crime (14 em 72) e Prostituição (12 em 72) as que
(96)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
atingem maior percentagem, respectivamente 19,4 por cento e 16,7 por cento do
total das peças. O Tom Neutro (24 registos) e o Tom Positivo (16 menções), que
alcançam o percentual de 21,4 por cento e 14,2 por cento, apresentam uma grande
dispersão pelas modalidades, contudo assinalamos que o Tom Positivo está associado à Cultura (3 em 16, 18,8 por cento) e à Integração (3 em 16, 18,8 por cento) e o
Tom Neutro ao Crime (4 em 24, representando 16,7 por cento).
Tema 1 por enquadramento e canal TV
(Ver ANEXOS – Quadro 26)
A RTP1 regista 50% das suas peças no Enquadramento Factual (40 sobre 80),
seguindo de longe o Enquadramento Policial (20 em 80), isto é 25%. A SIC têm
valores muito semelhantes nos Enquadramentos Factual (48 em 127, 37,7 por
cento) e Policial (49 em 127, 38,5 por cento), mas regista valores significativos
no Enquadramento Dramático (23 sobre 127) correspondendo a 18, 1% dos
registos assinalados. A TVI apresenta, igualmente, valores muito semelhantes no
Enquadramento Policial (43 sobre 112) 38,3 por cento e Factual 37,5 por cento,
seguindo-se o Dramático com 15,1 por cento.
5. RESULTADOS COMPARADOS 2003-2004
Neste item apresentaremos os resultados comparados de televisão entre o ano de
2003 e o ano de 2004, tendo em consideração as variáveis mais importantes dos
grupos Forma, Conteúdo e Discurso.
5.1. Variáveis de Forma
A comparação dos dois anos referentes à Var2 (Canal Generalista a que pertence a
peça) mostra-nos que apesar de estarem mais peças registadas em 2004 a média
mensal é menor, excepto em Janeiro que chega a 23,2 por cento. Ao contrário
de 2003, é a SIC e não a TVI que exibiu mais peças. No entanto, há que ter em
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(97)
conta que os dados referentes a 2003 cobrem 9 meses e não um ano como em
2004. Estes resultados podem ainda ser melhor entendidos tendo em conta a Var4
(Distribuição de peças ao longo do ano) por canal.
Comparando nos dois anos os tempos de exibição das peças, constatamos que há,
também, diferenças pois se no ano de 2003 a maioria das peças se situava entre os
1’45” e os 2’45”, no ano de 2004 a maioria das peças é inferior a 1’45”. No entanto
deve-se notar que as peças longas (mais de 2’45”) obtêm percentagens significativas, mais de 25% do total, nos dois anos.
No que se refere ao Alinhamento (Var6), aos Géneros televisivos (Var7) e Cenários
os resultados são muito semelhantes nos dois anos, pois verifica-se que as notícias
sobre as temáticas Imigração e Minorias poucas vezes fazem a abertura dos jornais
televisivos, no entanto prevalece nos dois anos o género reportagem tendo como
cenários habituais as ruas e os locais de reunião. Convém ainda referir que há um
número significativo de registos (cerca de 10 por cento nos dois anos analisados) que
têm como cenários os locais de prostituição.
5.2. Variáveis de Conteúdo
Os dados recolhidos nas variáveis que integram o grupo Conteúdo apresentam algumas diferenças, no entanto, por exemplo as que se referem ao âmbito ou local de
acção são semelhantes, bem como à faixa etária focada e género, sendo de assinalar nesta variável um ligeiro decréscimo do valor de referências à mulher. Assim, as
maiores percentagens de notícias concentram-se na Grande Lisboa (nos dois anos
com percentagens acima dos 30 por cento) e em Portugal (com percentagens, nos
dois anos a cima de 20 por cento).
No ano de 2004, a nacionalidade brasileira (18,5 por cento) continua a ser a mais
representada, tal como aconteceu em 2003 (26 por cento dos registos), mas com
valores mais próxima da ucraniana (14 por cento), a segunda comunidade mais
representada individualmente no ano de 2004. Note-se contudo que, tanto em 2003
(98)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
como em 2004, o número de peças que apresenta várias comunidades é bastante
semelhante, atingindo 20 por cento do total das peças. Note-se, ainda, que os registos referentes à comunidade cigana em 2004 são percentualmente inferiores a 2003
e apesar de se ter autonomizado, no último ano, o indicador «2as Gerações», estas
não adquirem valores significativos.
De assinalar, nestes dois anos, as divergências nos resultados da variável que regista
a situação jurídica do imigrante (Var9). No ano de 2003 não foi possível identificar,
em grande número de peças, essa situação, sendo que os imigrantes indocumentados
constituem os mais representados (43 por cento). No ano de 2004, a maioria das peças
refere-se a titulares de autorização de permanência (mais de 40 por cento das peças),
seguindo-se as peças que focam os Indocumentados e os Ilegais (32 por cento).
Nos dados referentes aos Temas, temos algumas semelhanças, mas também algumas divergências que podem querer acentuar o desenvolvimento de uma tendência.
Está na primeira situação a continuação expressiva da temática Crime no total das
peças, que obtém sensivelmente o mesmo valor percentual (15,5 por cento). Um
valor que adquire uma outra dimensão (35,4 por cento do total dos temas registados)
quando agregado a outras temáticas que se encontram normalmente associadas
ao Crime, como violência, máfias, exploração e prostituição. No entanto, verificase neste ano de 2004 um crescimento acentuado dos temas relacionados com as
questões sociológicas da imigração, incluindo as referências às políticas inclusivas.
Esta tendência faz-se, igualmente sentir nos discursos sobre o Crime – o que está
patente nos resultados registados nas variáveis do discurso – em que os Imigrantes
e as minorias tendem a surgir como vítimas e não como agressores.
Os actores mais referidos nestes dois anos analisados são os Imigrantes que adquirem quase 50 por cento das menções registadas no total das peças registas. É de
notar que em 2004, os Populares, os Especialistas e os Empresários captam valores
significativos, sendo que as Forças de Segurança, ao contrário do que se verificou em
2003, alcançam um valor percentual muito inferior ao ano anterior (em 2003 cerca
de 50 por cento do total dos actores e em 2004, apenas 19,5 por cento).
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(99)
5.3. Variáveis de Discurso
É no conjunto destas variáveis que se assinalam as maiores disparidades entre o
ano de 2003 e 2004, sendo possível avançar que os discursos produzidos sobre as
temáticas mudaram no plano verbal, isto é, apresentam-se as mesmas imagens mas
inscritas em outros textos. Assim, por exemplo, enquanto em 2003 o tipo de narrativa
dominante na peça era policial (36,2 por cento), em 2004 o tipo de narrativa dominante é factual (40,8 por cento), seguido do policial (35,1 por cento). De notar, ainda
que baixou neste último ano, de forma significativa o tipo de narrativa dramática.
A estas constatações soma-se a alteração do tipo de argumentação que de social e
securitária (cerca de 34 por cento cada, em 2003) passa a assertiva em 2004.
O Tom Negativo apresenta resultados muito semelhantes em 2003 (59,4 por cento)
e 2004 (52,4 por cento). A estes resultados deve-se acrescentar um ligeiro aumento
de peças com Tom Neutro que evoluíram de 23,7 por cento, em 2003, para 25,7 por
cento das peças, em 2004.
Nos dois anos analisados regista-se que as vozes mais citadas são os Populares, os
Especialistas, seguindo-se algumas comunidades imigrantes como os cidadãos dos
Países de Leste e os Brasileiros. Ao contrário do ano de 2003, o Governo e as Forças
de Segurança têm menor expressão.
(100)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
CONCLUSÕES
Na Introdução do trabalho foi aventada a hipótese de se confirmarem, neste estudo
sobre os Media, a Imigração e as Minorias Étnicas, dados recolhidos em estudos
que incidiram sobre atitudes e comportamentos dos portugueses face aos imigrantes
e às minorias. As conclusões deste trabalho não permitem confirmar as observações
realizadas nesses estudos, embora, por exemplo, a comunidade brasileira seja a
mais representada e implicada na Prostituição (será que a alegria apontada como
característica da comunidade brasileira desliza para este campo de sentidos?); os
cidadãos de Leste estarem muito relacionados com o trabalho (o que esta de certa
forma em sintonia com os dados de outros estudos) e também com o Crime e os
imigrantes africanos e seus filhos, a 2ª Geração, estarem proporcionalmente mal
representados em relação ao seu valor numérico (o que talvez possa ter diversas
hipóteses de interpretação, sendo uma delas a dificuldade dos jornalistas em tratarem esta matéria).
Apesar de não estarem disponíveis estudos sobre atitudes e comportamentos dos
portugueses face a outras comunidades, nomeadamente a chinesa e a islâmica,
assinala-se neste estudo a sua crescente visibilidade nos Media, a primeira muito
vinculada às actividades comerciais, o que lhe confere uma especialidade na imigração e, a segunda, às práticas religiosas.
Inicia-se a apresentação das conclusões com algumas observações de âmbito geral
relativamente a este Instrumento de Trabalho que incidiu sobre o ano de 2004,
mas que apresenta a comparação dos dados referentes a dois anos de análise de
imprensa e televisão, no total respectivamente, de 3 329 peças de imprensa e 543
de televisão.
A primeira observação prende-se com o contexto político e social dos dois anos analisados, pois é evidente que estes factores externos à análise, nomeadamente as crises
governamentais vividas no ano de 2004, tiveram reflexos nas agendas dos Media. Uma
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(101)
segunda observação, está associada com os esforços perpetrados pelo governo de
coligação PSD/CDS/PP, sobretudo pelo ministro da presidência Morais Sarmento, no
sentido de acordar estratégias de auto-regulação, sobre formas de actuação e conduta
em determinados temas polémicos nos canais de sinal aberto. Saliente-se, ainda, os
acordos firmados entre a Justiça e os órgãos de comunicação no final do ano de 2003
que criaram condições especiais no tratamento de matérias socialmente sensíveis.
O terceiro comentário salienta que, independentemente da temática mais registada
sobre a Imigração e as Minorias Étnicas continuar a ser Crime, alterou-se,
na generalidade o seu contexto e o seu discurso. Isto é, as peças que abordam
a imigração e as minorias étnicas nesta perspectiva, tanto na imprensa como na
televisão, tendem a faze-lo em tom neutro, com recurso a uma narrativa factual e a
uma argumentação assertiva, muitas vezes apresentando os imigrantes e as minorias
como vítimas. Por outro lado, e em consonância com estudos já referidos 42 nota-se
no ano de 2004 uma maior tendência em enquadrar o Crime entre os imigrantes e
as minorias, mais na óptica da exclusão social que da policial. Ao mesmo tempo, é
de salientar o aumento significativo de peças que abordam a temática Integração,
principalmente na perspectiva cultural e religiosa, o que pode caracterizar tanto uma
sensibilização dos agentes dos Media para estas temáticas, como uma certa intervenção institucional e governamental junto de agentes e fontes.
Apresentam-se em seguida as conclusões, cotejando os resultados já comprados na
imprensa e na televisão (2003-2004) e mantendo as categorias Forma (Produção),
Conteúdo (Agenda) e Discurso (Imagem).
42 Barata, A., Descendentes
de imigrantes africanos não
se sentem portugueses,
Público, 29/05/05, onde
se refere o estudo realizado
pelo sociólogo F.L. Machado
a mil jovens filhos de imigrantes africanos da região
de Lisboa.
(102)
Conclusões quanto à Forma/Produção
Estas conclusões envolvem as variáveis de Forma mas, na
verdade, caracterizam a produção da notícia na imprensa e na
televisão. Esta caracterização fica mais visível na comparação
que se estabelece, em seguida, entre os dois meios de comunicação, nos anos em que se procedeu à observação.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Na imprensa, assinala-se, de 2003 a 2004, um crescimento de 16,4 por cento no
número de peças, enquanto na televisão – não sendo possível fazer essa estatística
pois no primeiro ano apenas se analisaram nove meses – nota-se um decréscimo da
média dos registos ao longo do ano. No entanto, é de salientar nos dois meios de
comunicação, o alto número de peças registadas em Janeiro de 2004.
Neste último ano os jornais de referência atribuíram a esta matéria, na generalidade,
_ de página, enquanto os jornais populares mantiveram a média de 1 ou 2 parágrafos. Na televisão nota-se duas tendências paralelas: por um lado, diminuiu para
menos de 1’ 45” o tempo médio das peças, por outro aumentou o número de peças
longas (com tempo superior a 2’45”), que perfazem mais de 25 por cento do total
das peças exibidas nos dois anos.
Nos jornais a maioria das peças estão, nos dois anos em análise, na secção
Sociedade e pertencem ao género notícia. No entanto deve-se salientar que no caso
dos jornais de referência, e nos semanários Expresso e Independente há, neste
último ano, um valor mais significativo da modalidade reportagem. Na televisão os
registos sobre esta temática raramente fazem a abertura dos jornais televisivos e são
maioritariamente integrantes do género reportagem, apesar da modalidade OFF ter
vindo a crescer em 2004.De notar, ainda que os cenários mais frequentes são as
ruas e os locais públicos.
Algumas hipóteses interpretativas e explicativas:
O maior número de peças registado em Janeiro significaria uma resposta a um sinal
enviado por organismos institucionais sobre a necessidade de um adequado tratamento da temática Imigração e Minorias Étnicas, com mais peças;
O aumento dos espaços atribuídos à temática Imigração e Minorias Étnicas nos
jornais de referência e a prevalência, nestes casos, do género reportagem, corresponderia a um tratamento mais cuidado e reflexivo;
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(103)
A diminuição do tempo médio das peças na televisão constituiria um tratamento mais
factual e assertivo dos acontecimentos relatados;
O elevado número de peças grandes deve-se tanto a tendências tabloidizantes da
informação, como aos resultados de um jornalismo de investigação.
Conclusões quanto ao Conteúdo/Agenda
Estas conclusões 43 envolvem as variáveis de Conteúdo que representam a selecção
e agendamentos dos acontecimentos, issues, considerados relevantes.
Quanto ao local de origem da peça, ou localização da sua acção, nota-se que na
imprensa prevalecem as notícias de âmbito nacional nos dois anos, apesar de em
2004 estas atingirem um valor um pouco menor (33,4 por cento contra 43,3 por
cento em 2003). Esta observação é contrariada nos canais televisivos que privilegiam, nos dois anos, as notícias referentes à Grande Lisboa (nos dois anos percentagens acima de 30 por cento), seguindo-se as de âmbito nacional (nos dois anos
com percentagens de cerca de 20 por cento).
43 Esta conclusão confirma
aquilo que Tuchman (As notícias como realidade construída. In Esteves, J.P. (2001),
Comunicação e Sociedade,
Lisboa: Horizonte), por exemplo, designa como controlo
espacial dos acontecimentos
pelas organizações jornalísticas, recorrendo a três
estratégias: a territorialidade
geográfica (concentração
em Lisboa e em Portugal); a
especialização organizacional
através das «sentinelas» (fontes prvilegiadas); e a especialização temática (temas
e perspectivas consolidads
relativamente aos temas).
(104)
Na imprensa e na televisão, a maior parte das notícias dizem
respeito a imigrantes indocumentados e ilegais (mais de 60
por cento), contudo neste último ano de análise foi possível
identificar, nas notícias dos três canais, mais de 40 por cento
de peças referentes a imigrantes titulares de autorização de
permanência.
Como já se referiu anteriormente, o tema Crime continua a
ser, isoladamente, mais referido, na imprensa e na televisão.
Contudo, é preciso referir que na imprensa de referência, no
ano de 2004 é o tema Integração que atinge maior valor (12,2
por cento), ultrapassando o tema Trabalho que obtivera, em
2003, a maior percentagem (15,7 por cento).
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Nos dois meios de comunicação, é a comunidade brasileira que recebe mais atenção, seguida dos cidadãos dos países de Leste. No entanto, observa-se que, tanto
nos jornais televisivos como nos jornais de referência, o maior número de registos se
refere a notícias que envolvem diversas comunidades. De salientar a pouca expressividade atribuída, no ano de 2004, nos dois meios, às 2ªs Gerações e à Comunidade
Cigana. Acresce que nos dois meios, os homens estão maioritariamente representados tendo decrescido o número de referências às mulheres.
Comparando a imprensa e a televisão, nos dois anos nota-se que no primeiro meio,
os Imigrantes surgem como os actores mais focados (mais de 50 por cento em
2004), enquanto na imprensa os actores institucionais, nomeadamente o SEF (cerca
de 20,5 por cento em 2003 e 15,8%por cento em 2004), continuam a manter a
liderança. Note-se que, na televisão, os populares, os especialistas e os empresários
adquiriram grande visibilidade nesta matéria.
Algumas hipóteses interpretativas e explicativas:
A prevalência de notícias de âmbito nacional na imprensa e na televisão aponta para
a existência de correspondentes locais e temáticas regionais de interesse nacional;
A concentração de notícias na área da Grande Lisboa nas televisões corresponde à
localização dos estúdios das estações de televisão e simultaneamente acompanham
a concentração demográfica e política do país, na região de Lisboa;
O grande número de peças referente a indocumentados e ilegais deve ser interpretado em função tanto das rotinas jornalísticas como das «questões» sociológicas da
imigração e das minorias;
O crescente número de peças referentes a titulares de vistos corresponderia a um
maior número de imigrantes em situação legal, bem como à tendência crescente de
integração na sociedade portuguesa;
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(105)
A maior visibilidade da comunidade brasileira deve-se ao facto de ser a comunidade
mais numerosa e com maior potencialidade de integração, em função da proximidade cultural e linguística;
O grande número de peças que focam em conjunto várias comunidades reflecte
o tratamento equitativo conferido aos imigrantes de diversas nacionalidades, bem
como o tratamento de temáticas que lhes são comuns;
O menor número de referências às mulheres coincide com uma diminuição, na
imprensa e na televisão, das notícias sobre prostituição evidenciando mulheres brasileiras;
A natureza do meio televisão e a natureza do meio imprensa determinam a presença
de actores diferenciados, pois as rotinas de produção da televisão promovem os
testemunhos de imigrantes, populares e especialistas, enquanto a imprensa tende a
recorrer a fontes institucionalizadas, por exemplo o SEF.
Conclusões quanto ao Discurso/Imagem
Estas conclusões incidem sobre a forma como as notícias são reportadas e constroem as imagens dos imigrantes e das minorias étnicas. Esta categoria envolve o
conjunto de variáveis que se mantiveram estáveis, mas em cujas modalidades foram
introduzidas alterações, por se ter verificado algumas imprecisões no primeiro ano
em que foi efectuada esta análise. Assim, tal como já foi anteriormente dito, foi
introduzida na variável Narrativa, a modalidade Factual e na variável Argumentação
a modalidade Assertiva. A introdução destas modalidades veio revelar-se muito
oportuna, pois o ano de 2004 demonstra, tanto na imprensa como na televisão, que
estas modalidades são as mais frequentes e caracterizam o tipo de narrativa e de
argumentação mais utilizada. Nota-se, assim, nos dois meios, um decréscimo dos
enquadramentos policiais, das narrativas dramáticas e das argumentações securitárias. Ao mesmo tempo, assinala-se o crescimento do tom neutro, apesar do negativo
imperar. No entanto, os dois meios divergem quanto às vozes, em função da sua
(106)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
natureza e rotinas de produção, pois enquanto na imprensa são maioritariamente
institucionais (por exemplo, o Governo obtém 12,2 por cento em 2004) na televisão
dominam as vozes dos populares, especialistas e comunidades, nomeadamente
brasileira e de cidadãos de Leste.
Na tentativa de fazer um resumo ilustrado das principais conclusões que decorrem
dos dois anos de análise das imagens transmitidas pela televisão e pela imprensa da
imigração em Portugal, apresentamos as principais novidades que a análise do ano
de 2004 trouxe em relação ao ano anterior, conforme foram explanadas na apresentação pública do relatório Media, Imigração e Minorias Étnicas II.
Assim sendo, e em 2004 (face a 2003), destacam-se os seguintes pontos:
Relativamente à primeira constatação enunciada, de acordo com a qual o imigrante
passa a surgir no papel de vítima, trata-se de uma manifesta deslocação relativamente ao ano anterior, ainda que esta deslocação se opere no mesmo território – o
tema Crime. Como consequência desta observação, podemos apontar que ainda que
o ângulo denotativo seja diferente, os imigrantes continuam a ser enquadrados em
situações de marginalidade.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(107)
Uma nova categoria de “minorias” passa a fazer parte da enunciação do outro nos
Media e em 2004: ela é composta pelos cidadãos que a partir deste ano passaram
a fazer parte da União Europeia. É curiosa esta categoria, que surge essencialmente
na imprensa e que embora não possa ser referida como minoria étnica ou imigrante, recebe frequentemente o mesmo tipo de tratamento, pautado por uma certa
“estranheza” fruto de um desconhecimento que terá de passar por um processo de
assimilação.
Como tinha sido adiantado em 2003 como probabilidade a constatar em 2004, certas
comunidades tornam-se mais visíveis nos Media portugueses, nomeadamente a comunidade chinesa. O interesse pelo tema decorre, sobretudo, de questões económicas
e laborais, já que as relações comerciais com a China assumem uma importância
sem precedentes, com produtos têxteis a serem retidos em portos por toda a Europa
(e também em Portugal). Há uma insistência mediática nos negócios protagonizados
por profissionais chineses e por uma comunidade que, apesar de não chamar muito
a atenção sobre si, vai crescendo, não só em número mas também em importância
económica. Em sentido contrário, observa-se um quase apagamento (sobretudo em
televisão) da comunidade cigana e das segundas gerações de imigrantes.
Por outro lado, e contrariamente ao que tinha sido previsto no estudo anterior, o
interesse pelas comunidades islâmicas não é manifesto pela faceta do terrorismo,
mas antes uma perspectiva de conhecimento e de análise das diferenças até como
mais-valias culturais.
Existem, pois, alguns sinais positivos nos Media portugueses relativamente à forma
como as questões da imigração e das minorias são entendidas pelos próprios profissionais da comunicação e por eles descodificadas antes de serem colocadas à
disposição da opinião pública. Falamos também da percepção de que imigrantes e
minorias étnicas não são massas amorfas susceptíveis de redução a generalizações.
É exemplo disso a forma como é tratado o aspecto laboral, já que se observa uma
diversificação das profissões referidas quando de fala de imigração e minorias, ultrapassando estereótipos.
(108)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Muitas vezes, o discurso oficial sobre a imigração, com as devidas repercussões nos
Media, refere-se ao tema como a uma espécie de “bóia de salvação” que poderá
inverter a tendência demográfica nacional. Esta vertente demográfica assumiu muita
importância ao longo de 2004 e pode prever-se que esta tendência continuará a
crescer na medida em que for decrescendo a taxa de natalidade. A par deste fenómeno de compensação demográfica, difunde-se também a ideia dos imigrantes como
valiosos contribuintes para o equilíbrio das contas do Estado.
Como conclusões genéricas deste segundo ano de análise dos Media, da imigração
e das minorias étnicas, realçam-se os seguintes pontos:
A RTP destaca-se, entre os canais analisados, como tendo dado um melhor tratamento aos temas relacionados com a imigração e minorias étnicas, enquadrando
esta problemática de uma forma mais completa, atenta às explicações, causa e consequências, afastando-se frequentemente de um registo mais na ordem do acontecimento. Assim sendo, poder-se-á dizer que cumpriu de alguma maneira a sua missão
de serviço público, prestando uma informação mais contextualizada e pugnando por
uma imagem da imigração mais isenta de estereotipia.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(109)
Por outro lado, e de uma maneira geral, existem consequência não negligenciáveis
na alteração já referida como o tema da imigração e das minorias étnicas foi, genericamente, tratado ao longo de 2004. A resposta aos sinais enviados aos Media deu
origem a notícias “leves”, de pendor iminentemente positivo, levando a uma não-problematização das questões relacionadas com o referido macrotema. Neste âmbito, é
compreensível o relativo abandono a que foram votadas as questões que têm como
protagonistas comunidades ciganas e segundas gerações de imigrantes em Portugal.
Este apagamento responderá, então, a uma dificuldade na abordagem jornalística,
por um lado, e a uma deliberada escolha por notícias que dêem conta de processos
positivos, originando, não raras vezes, não-notícias.
Não será demais repetir que o tema mais reincidente nas peças acerca de imigrantes
e minorias étnicas continua a ser o Crime, ainda que muitas vezes já não por eles
perpetrado, mas antes sofrido. Resta saber se a leitura que é feita pelos leitores de
jornais e espectadores de televisão consegue dar conta acertada desta mudança de
paradigma ou se, por outro lado, existe uma associação directa do tema aos protagonistas, independentemente do papel que desempenhem. Para tal, seria preciso
desenvolver estudos de recepção, âmbito a que o presente trabalho não se alarga,
pretendendo apenas dar conta das informações mediadas pelos órgãos de comunicação social e apresentar algumas hipóteses explicativas.
(110)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
ANEXOS
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(111)
(112)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
IMPRENSA (Quadros referentes ao Capítulo II)
QUADRO 1 – VOZES
Frequência
Percentagem no total de vozes
Percentagem no total de peças
Estado
19
1,4
1,8
Governo
126
9,4
12,2
PP
9
0,7
0,9
PS
5
0,4
0,5
PSD
7
0,5
0,7
PCP
17
1,3
1,6
BE
5
0,4
0,5
Partidos
12
0,9
1,2
Igrejas
41
3,1
4,0
Tribunais
15
1,1
1,4
EU
21
1,6
2,0
Forças de segurança
32
2,4
3,1
SEF
99
7,4
9,6
ACIME
59
4,4
5,7
PSP
46
3,4
4,4
GNR
36
2,7
3,5
PJ
34
2,5
3,3
IDICT
7
0,5
0,7
Sindicatos
21
1,6
2,0
Embaixadas
5
0,4
0,5
Assoc. Imigrantes
79
5,9
7,6
Skinheads
5
0,4
0,5
SOS Racismo
22
1,6
2,1
Autarquias
67
5,0
6,5
ONG
63
4,7
6,1
Africanos
5
0,4
0,5
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(113)
Frequência
Percentagem no total de vozes
Percentagem no total de peças
18
1,3
1,7
Angolanos
Árabes
2
0,1
0,2
Brasileiros
24
1,8
2,3
Cabo-Verdianos
11
0,8
1,1
Chineses
7
0,5
0,7
Cid. Países Leste
19
1,4
1,8
Ciganos
27
2,0
2,6
Guineenses
3
0,2
0,3
Indianos
2
0,1
0,2
Magrebinos
4
0,3
0,4
Moçambicanos
2
0,1
0,2
Moldavos
9
0,7
0,9
PALOP
1
0,1
0,1
Russos
14
1,0
1,4
S. Tomenses
2
0,1
0,2
Ucranianos
36
2,7
3,5
Islâmicos
5
0,4
0,5
Empresários
43
3,2
4,2
Especialistas
83
6,2
8,0
Populares
74
5,5
7,1
Políticos internacionais
16
1,2
1,5
Organismos internacionais
21
1,6
2,0
2ªs gerações
1
0,1
0,1
Outros
62
4,6
6,0
1035
1791
1035
Total
(114)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
QUADRO 2 – SECÇÃO POR JORNAL (JORNAIS DE REFERÊNCIA)
Jornal
Público
chamada
sociedade
cultura
economia
política
destaque
nacional
local
últ. página
suplemento
internacional
opinião
outra
Total
DN
JN
Total
Expresso
Independente
1
1
1
1
0
4
0,3%
0,4%
0,3%
2,0%
0,0%
0,4%
159
181
246
20
8
614
50,0%
69,6%
61,5%
39,2%
44,4%
58,6%
6
0
2
0
1
9
1,9%
0,0%
0,5%
0,0%
5,6%
0,9%
0
1
2
4
0
7
0,0%
0,4%
0,5%
7,8%
0,0%
0,7%
6
8
14
2
1
31
1,9%
3,1%
3,5%
3,9%
5,6%
3,0%
9
10
17
0
2
38
2,8%
3,8%
4,3%
0,0%
11,1%
3,6%
21
34
93
16
6
170
6,6%
13,1%
23,3%
31,4%
33,3%
16,2%
103
0
2
0
0
105
32,4%
0,0%
0,5%
0,0%
0,0%
10,0%
1
4
11
1
0
17
0,3%
1,5%
2,8%
2,0%
0,0%
1,6%
2
4
3
4
0
13
0,6%
1,5%
0,8%
7,8%
0,0%
1,2%
6
4
7
1
0
18
1,9%
1,5%
1,8%
2,0%
0,0%
1,7%
4
8
1
2
0
15
1,3%
3,1%
0,3%
3,9%
0,0%
1,4%
0
5
1
0
0
6
0,0%
1,9%
0,3%
0,0%
0,0%
,6%
318
260
400
51
18
1047
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(115)
QUADRO 3 – SECÇÃO POR JORNAL (JORNAIS POPULARES)
Jornal
CM
chamada
sociedade
Cultura
economia
Política
Destaque
Nacional
Últ. página
Suplemento
Total
24 H
1
0
0
1
0,3%
0,0%
0,0%
0,1%
303
112
152
567
76,7%
60,5%
92,7%
76,2%
3
1
0
4
0,8%
0,5%
0,0%
0,5%
1
0
0
1
0,3%
0,0%
0,0%
0,1%
17
3
0
20
4,3%
1,6%
,0%
2,7%
0
25
0
25
0,0%
13,5%
0,0%
3,4%
38
33
3
74
9,6%
17,8%
1,8%
9,9%
25
1
7
33
6,3%
,5%
4,3%
4,4%
2
1
0
3
0,5%
0,5%
0,0%
0,4%
5
5
1
11
1,3%
2,7%
0,6%
1,5%
0
4
1
5
0,0%
2,2%
0,6%
0,7%
395
185
164
744
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Internacional
Opinião
Total
(116)
Capital
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
QUADRO 4 – LOCAL GEOGRÁFICO (JORNAIS DE REFERÊNCIA)
Jornal
Público
Grande Porto
Grande Lisboa
Centro
Alentejo
Norte
Interior
Algarve
Regiões Autónomas
Amadora
Loures
Oeiras
Setúbal
Portugal
EU
DN
JN
Total
Expresso
Independente
16
6
19
0
0
41
5,1%
2,3%
4,8%
,0%
,0%
4,0%
73
38
87
14
3
215
23,2%
14,8%
22,0%
27,5%
16,7%
20,8%
16
8
51
1
1
77
5,1%
3,1%
12,9%
2,0%
5,6%
7,4%
11
9
15
1
0
36
3,5%
3,5%
3,8%
2,0%
0,0%
3,5%
11
10
30
2
0
53
3,5%
3,9%
7,6%
3,9%
0,0%
5,1%
10
4
19
3
0
36
3,2%
1,6%
4,8%
5,9%
0,0%
3,5%
10
7
11
0
0
28
3,2%
2,7%
2,8%
,0%
0,0%
2,7%
3
3
2
0
0
8
1,0%
1,2%
,5%
,0%
0,0%
0,8%
5
2
4
0
0
11
1,6%
0,8%
1,0%
,0%
0,0%
1,1%
2
2
6
2
0
12
0,6%
0,8%
1,5%
3,9%
0,0%
1,2%
0
1
2
0
0
3
0,0%
0,4%
0,5%
0,0%
0,0%
0,3%
5
2
16
0
0
23
1,6%
0,8%
4,1%
0,0%
0,0%
2,2%
101
143
114
23
14
395
32,1%
55,6%
28,9%
45,1%
77,8%
38,1%
49
17
16
4
0
86
15,6%
6,6%
4,1%
7,8%
0,0%
8,3%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(117)
Jornal
Público
Outro país
Vários
Total
DN
JN
Total
Expresso
Independente
1
5
2
1
0
9
0,3%
1,9%
0,5%
2,0%
0,0%
0,9%
2
0
1
0
0
3
0,6%
0,0%
0,3%
0,0%
0,0%
0,3%
315
257
395
51
18
1036
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
QUADRO 5 – LOCAL GEOGRÁFICO (JORNAIS POPULARES)
Jornal
Grande Porto
Grande Lisboa
Centro
Alentejo
Norte
Interior
Algarve
Regiões Autónomas
Amadora
(118)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Total
CM
Capital
24 H
8
6
12
26
2,1%
3,3%
7,6%
3,6%
89
51
49
189
22,8%
28,0%
31,2%
25,9%
44
1
15
60
11,3%
,5%
9,6%
8,2%
16
5
6
27
4,1%
2,7%
3,8%
3,7%
44
7
23
74
11,3%
3,8%
14,6%
10,2%
35
1
8
44
9,0%
0,5%
5,1%
6,0%
29
1
8
38
7,4%
0,5%
5,1%
5,2%
2
2
0
4
0,5%
1,1%
0,0%
0,5%
8
1
1
10
2,1%
0,5%
0,6%
1,4%
Jornal
CM
Loures
Oeiras
Setúbal
Portugal
EU
Espanha
Outro país
Vários
Total
Capital
Total
24 H
2
3
0
5
0,5%
1,6%
0,0%
0,7%
2
0
1
3
0,5%
0,0%
0,6%
0,4%
8
3
3
14
2,1%
1,6%
1,9%
1,9%
92
72
31
195
23,6%
39,6%
19,7%
26,7%
8
28
0
36
2,1%
15,4%
,0%
4,9%
1
0
0
1
0,3%
0,0%
0,0%
0,1%
2
0
0
2
0,5%
0,0%
0,0%
0,3%
0
1
0
1
0,0%
0,5%
0,0%
0,1%
390
182
157
729
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(119)
QUADRO 6 – MINORIAS (JORNAIS DE REFERÊNCIA)
Jornal
Público
Africanos
Angolanos
Brasileiros
Cabo-Verdianos
Chineses
Cidad. País Leste
Ciganos
Guineenses
Indianos
Magrebinos
Moçambicanos
Moldavos
Russos
Ucranianos
(120)
DN
JN
Total
Expresso
Independente
13
4
10
0
0
27
6,1%
2,9%
3,6%
0,0%
0,0%
4,0%
5
2
9
1
1
18
2,4%
1,5%
3,2%
3,3%
9,1%
2,7%
29
27
46
3
1
106
13,7%
19,9%
16,4%
10,0%
9,1%
15,8%
3
2
5
1
0
11
1,4%
1,5%
1,8%
3,3%
0,0%
1,6%
12
2
6
0
0
20
5,7%
1,5%
2,1%
0,0%
0,0%
3,0%
18
11
28
3
0
60
8,5%
8,1%
10,0%
10,0%
0,0%
9,0%
20
6
31
2
0
59
9,4%
4,4%
11,0%
6,7%
0,0%
8,8%
1
1
1
0
0
3
0,5%
0,7%
0,4%
0,0%
0,0%
,4%
3
3
1
0
0
7
1,4%
2,2%
0,4%
0,0%
0,0%
1,0%
6
3
6
0
0
15
2,8%
2,2%
2,1%
0,0%
0,0%
2,2%
1
0
0
0
0
1
0,5%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
,1%
3
1
4
0
1
9
1,4%
0,7%
1,4%
0,0%
9,1%
1,3%
1
1
6
0
0
8
0,5%
0,7%
2,1%
0,0%
0,0%
1,2%
14
14
36
3
1
68
6,6%
10,3%
12,8%
10,0%
9,1%
10,1%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornal
Público
Várias
Islâmicos
2ªs gerações
Romenos
Outra
Total
DN
JN
Total
Expresso
Independente
50
41
62
4
5
162
23,6%
30,1%
22,1%
13,3%
45,5%
24,2%
8
6
1
1
2
18
3,8%
4,4%
0,4%
3,3%
18,2%
2,7%
11
4
6
0
0
21
5,2%
2,9%
2,1%
0,0%
0,0%
3,1%
3
7
12
1
0
23
1,4%
5,1%
4,3%
3,3%
0,0%
3,4%
11
1
11
11
0
34
5,2%
0,7%
3,9%
36,7%
0,0%
5,1%
212
136
281
30
11
670
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
QUADRO 7 – MINORIAS (JORNAIS POPULARES)
Jornal
CM
Africanos
Angolanos
Brasileiros
Cabo-Verdianos
Chineses
Cidad. País Leste
Capital
Total
24 H
8
5
5
18
2,7%
4,3%
3,9%
3,3%
2
3
9
14
0,7%
2,6%
7,0%
2,6%
69
15
27
111
23,1%
12,8%
20,9%
20,4%
7
2
0
9
2,3%
1,7%
0,0%
1,7%
1
5
1
7
0,3%
4,3%
0,8%
1,3%
26
19
9
54
8,7%
16,2%
7,0%
9,9%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(121)
Jornal
CM
Ciganos
Guineenses
Indianos
Magrebinos
Moldavos
Paquistaneses
Russos
S. Tomenses
Total
24 H
12
7
8
27
4,0%
6,0%
6,2%
5,0%
3
0
1
4
1,0%
0,0%
0,8%
0,7%
3
0
3
6
1,0%
0,0%
2,3%
1,1%
7
0
3
10
2,3%
0,0%
2,3%
1,8%
8
0
3
11
2,7%
0,0%
2,3%
2,0%
2
0
0
2
0,7%
0,0%
0,0%
0,4%
1
0
4
5
0,3%
0,0%
3,1%
0,9%
0
1
0
1
0,0%
0,9%
0,0%
0,2%
52
9
29
90
17,4%
7,7%
22,5%
16,5%
46
34
16
96
15,4%
29,1%
12,4%
17,6%
7
4
3
14
2,3%
3,4%
2,3%
2,6%
2
3
0
5
0,7%
2,6%
0,0%
0,9%
31
5
6
42
10,4%
4,3%
4,7%
7,7%
Ucranianos
Várias
Islâmicos
2ªs gerações
Romenos
Outra
12
5
2
19
4,0%
4,3%
1,6%
3,5%
299
117
129
545
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Total
(122)
Capital
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
QUADRO 8 – TEMA (JORNAIS DE REFERÊNCIA)
Jornal
Público
Total
DN
JN
Expresso
Independente
Acidentes/Incidentes
5
2
20
1
0
28
Agenda
22
13
30
1
0
66
Terrorismo
0
5
0
1
0
6
Clandestinidade
34
14
57
1
0
106
Condições Sociais
11
7
17
3
1
39
Crime
42
29
89
7
2
158
Desemprego
0
1
6
1
0
8
Educação
9
1
5
2
1
18
Exploração
5
3
3
1
2
14
Expulsão
9
13
14
1
0
37
Habitação
11
2
19
0
0
32
Legalização
25
39
38
5
3
110
Economia
2
6
6
3
0
17
Máfia
2
1
4
0
0
7
Prostituição
15
5
28
2
2
52
Reagrupamento
0
1
1
0
1
3
Religião
5
2
2
1
2
12
Sem Abrigo
1
2
2
0
0
5
Saúde
3
3
5
2
0
13
Trabalho
34
32
33
16
1
116
Violência
9
5
16
2
0
32
Cultura
20
9
8
0
1
38
Naturalização
20
17
21
4
3
65
Legislação
21
10
14
0
3
48
Discriminação
31
20
23
2
0
76
Estatística
24
23
23
2
2
74
Segurança
16
31
11
4
0
62
Integração
67
44
64
13
1
189
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(123)
Jornal
Público
DN
SEF
5
Estudos sobre imigração
16
Outro
Total
Total
JN
Expresso
Independente
12
3
1
0
21
17
21
4
0
58
19
11
6
3
1
40
483
380
578
83
26
1550
QUADRO 9 – TEMA (JORNAIS POPULARES)
Jornal
CM
Capital
24 H
Acidentes/Incidentes
29
3
13
45
Agenda
15
13
6
34
Terrorismo
2
3
0
5
Clandestinidade
72
17
24
113
8
14
14
36
132
18
41
191
Desemprego
1
1
2
4
Educação
3
3
0
6
Condições Sociais
Crime
(124)
Total
Exploração
9
4
1
14
Expulsão
21
4
9
34
Habitação
3
5
1
9
Legalização
21
21
10
52
Máfia
9
2
5
16
Economia
3
0
0
3
Prostituição
36
1
15
52
Reagrupamento
4
1
1
6
Religião
3
2
0
5
Sem Abrigo
0
2
1
3
Saúde
4
4
0
84
Trabalho
14
21
32
67
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornal
Total
CM
Capital
24 H
Violência
20
5
5
30
Cultura
8
7
2
17
Naturalização
2
5
1
8
Legislação
23
20
8
51
Discriminação
13
25
8
46
Estatística
16
16
1
33
Segurança
14
10
6
30
Integração
25
26
15
66
SEF
5
8
2
15
Estudos sobre imigração
3
1
1
5
Outro
9
16
8
33
Total
529
286
233
1048
QUADRO 10 – PERSONALIZAÇÃO (JORNAIS DE REFERÊNCIA)
Jornal
Público
DN
JN
Total
Expresso
Independente
Estado
7
4
7
1
1
20
Governo
77
70
54
11
6
218
PP
2
1
1
1
1
6
PS
2
0
0
0
0
2
PSD
0
1
0
0
0
1
PCP
4
2
1
0
0
7
BE
0
1
0
0
0
1
Partidos
8
7
4
1
2
22
PSP
16
9
36
3
0
64
GNR
16
10
35
2
0
63
PJ
14
6
19
0
0
39
Forças de segurança
11
10
19
1
2
43
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(125)
Jornal
Público
Total
JN
Expresso
Independente
Igrejas
10
8
14
2
0
34
UE
19
11
10
3
0
43
SEF
69
60
81
5
5
220
ACIME
28
27
24
3
1
83
IDICT
1
6
4
0
0
11
Sindicatos
5
5
4
1
0
15
Embaixadas
7
4
3
0
1
15
Assoc. Imigrantes
27
19
33
0
1
80
Skinheads
1
0
1
0
0
2
SOS Racismo
4
3
4
0
0
11
Autarquias
23
8
46
1
0
78
Tribunais
15
19
42
2
2
80
ONG
26
14
28
3
0
71
Empresários
20
6
15
1
1
43
Especialistas
21
26
19
9
0
75
Populares
14
8
22
0
0
44
Políticos internacionais
8
9
9
0
1
27
Organismos internacionais
9
9
9
2
0
29
Outros
9
9
14
1
1
34
473
372
558
54
25
1482
Total
(126)
DN
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
QUADRO 11 – PERSONALIZAÇÃO (JORNAIS POPULARES)
Jornal
CM
Capital
Total
24 H
Estado
9
5
0
14
Governo
46
37
15
98
PP
0
1
0
1
PS
2
1
0
3
PSD
2
1
1
4
PCP
1
2
1
4
Partidos
5
5
2
12
PSP
54
5
18
77
GNR
70
7
14
91
PJ
28
5
11
44
Forças de segurança
19
11
8
38
Igrejas
11
4
3
18
UE
7
8
1
16
SEF
93
36
34
163
ACIME
13
12
5
30
IDICT
2
2
1
5
Sindicatos
0
4
1
5
Embaixadas
0
4
1
5
Assoc. Imigrantes
7
14
5
26
Skinheads
1
4
0
5
SOS Racismo
3
9
0
12
Autarquias
6
15
0
21
Tribunais
42
6
12
60
ONG
4
19
8
31
Empresários
22
7
7
36
Especialistas
13
9
1
23
Populares
28
6
10
44
Políticos internacionais
5
7
1
13
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(127)
Jornal
Total
CM
Capital
24 H
Organismos internacionais
5
8
2
15
Outros
16
7
5
28
Total
514
261
167
942
QUADRO 12– VOZES (JORNAIS DE REFERÊNCIA)
Jornal
Público
(128)
DN
Total
JN
Expresso
Independente
Estado
2
3
3
0
0
8
Governo
33
22
26
4
2
87
PP
1
1
2
1
2
7
PS
3
1
0
0
0
4
PSD
1
2
0
0
0
3
PCP
6
4
2
0
0
12
BE
3
1
1
0
0
5
Partidos
2
3
1
0
0
6
Igrejas
9
5
12
1
1
28
Tribunais
4
0
3
1
0
8
UE
7
4
4
0
0
15
Forças de segurança
6
6
7
0
0
19
SEF
27
14
22
2
1
66
ACIME
16
13
15
2
2
47
PSP
4
3
9
1
1
18
GNR
4
2
10
1
0
17
PJ
8
0
9
1
0
18
IDICT
1
1
2
0
0
4
Sindicatos
5
7
5
1
0
18
Embaixadas
3
1
1
0
0
5
Assoc. Imigrantes
22
12
29
0
1
64
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornal
Total
Público
DN
JN
Expresso
Independente
Skinheads
2
3
0
0
0
5
SOS Racismo
4
2
4
0
0
10
Autarquias
22
4
26
1
0
53
ONG
19
10
18
2
0
49
Africanos
2
0
1
0
0
3
Angolanos
5
0
4
0
2
11
Árabes
0
0
1
0
0
1
Brasileiros
5
6
4
0
1
16
Cabo-Verdianos
5
1
1
1
2
10
Chineses
4
0
0
0
0
4
Cid. Países Leste
4
1
1
1
0
7
Ciganos
6
2
12
0
0
20
Guineenses
1
1
0
0
0
2
Indianos
1
0
0
0
0
1
Magrebinos
3
1
0
0
0
4
Moçambicanos
1
0
0
0
0
1
Moldavos
2
1
0
0
1
4
PALOP
1
0
0
0
0
1
Russos
3
3
4
0
0
10
S. Tomenses
0
0
1
0
0
1
Ucranianos
5
7
2
0
1
15
Islâmicos
0
0
0
1
0
1
Empresários
15
3
8
0
1
27
Especialistas
16
21
19
6
0
62
Populares
14
8
16
0
0
38
Políticos internacionais
3
3
5
0
0
11
Organismos internacionais
6
6
4
1
0
17
2ªs gerações
1
0
0
0
0
1
Outros
10
4
14
11
0
39
Total
327
192
308
39
17
883
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(129)
QUADRO 13– VOZES (JORNAIS POPULARES)
Jornal
CM
(130)
Total
Capital
24 H
Estado
8
3
0
11
Governo
20
17
2
39
PP
1
1
0
2
PS
0
1
0
1
PSD
3
1
0
4
PCP
1
3
1
5
Partidos
2
2
0
4
Igrejas
7
4
2
13
Tribunais
5
2
0
7
UE
2
4
0
6
Forças de segurança
6
5
2
13
SEF
17
12
4
33
ACIME
6
6
0
12
PSP
19
3
6
28
GNR
15
1
3
19
PJ
8
4
4
16
IDICT
2
1
0
3
Sindicatos
1
2
0
3
Assoc. Imigrantes
2
12
1
15
SOS Racismo
3
9
0
12
Autarquias
6
8
0
14
ONG
1
13
0
14
Africanos
0
1
1
2
Angolanos
0
3
4
7
Árabes
0
0
1
1
Brasileiros
6
1
1
8
Cabo-Verdianos
0
1
0
1
Chineses
0
2
1
3
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Jornal
Total
CM
Capital
24 H
Cid. Países Leste
3
5
4
12
Ciganos
2
4
1
7
Guineenses
0
0
1
1
Indianos
0
0
1
1
Moçambicanos
1
0
0
1
Moldavos
2
0
3
5
Russos
1
0
3
4
S. Tomenses
0
1
0
1
Ucranianos
5
7
9
21
Islâmicos
1
3
0
4
Empresários
11
3
2
16
Especialistas
11
9
1
21
Populares
25
5
6
36
Políticos internacionais
2
3
0
5
Organismos internacionais
1
3
0
4
Outros
14
5
4
23
Total
220
170
68
458
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(131)
TELEVISÃO (Quadros referentes ao Capítulo III)
QUADRO 14 – CENÁRIO TV
Frequência
Percentagem no total de cenários
Percentagem no total de peças
Casas Interiores
23
5,0
7,3
Bairros
23
5,0
7,3
Posto trabalho
21
4,6
6,6
Quotidiano
10
2,2
3,2
Incidentes
2
0,4
0,6
Acidentes
14
3,1
4,4
Acontecimento Agenda
8
1,7
2,5
Tribunais
27
5,9
8,5
Esquadras
31
6,8
9,8
SEF
8
1,7
2,5
Escolas
18
3,9
5,7
Locais de Prostituição
32
7,0
10,1
Ruas
78
17,0
24,6
Prisões
4
0,9
1,3
Centros de Apoio
10
2,2
3,2
Acampamentos
5
1,1
1,6
Lojas / Centros Comerciais
25
5,5
7,9
Locais de reunião
54
11,8
17,0
Aldeias / Vilas
6
1,3
1,9
Hospitais
25
5,5
7,9
Aeroportos
12
2,6
3,8
Locais de culto
15
3,3
4,7
Outro
7
1,5
2,2
Total
317
458
100,0
Missing
(132)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
2
QUADRO 15 – TEMA 1
Frequência
Percentagem no total de temas
Percentagem no total de peças
Acidentes / Incidentes
16
2,9
5,0
Agenda
18
3,3
5,6
Clandestinidade
15
2,7
4,7
Condições Sociais
14
2,6
4,4
Crime
85
15,5
26,6
Desemprego
1
0,2
0,3
Educação
13
2,4
4,1
Expulsão
10
1,8
3,1
Exploração
16
2,9
5,0
Família
2
0,4
0,6
Habitação
11
2
3,4
Legalização
33
6
10,3
Máfia
25
4,6
7,8
Prostituição
40
7,3
12,5
Reagrupamento
3
0,5
0,9
Religião
12
2,2
3,8
Sem Abrigo
3
0,5
0,9
Saúde
12
2,2
3,8
Trabalho
25
4,6
7,8
Violência
28
5,1
8,8
Cultura
21
3,8
6,6
Naturalização
5
0,9
1,6
Legislação
25
4,6
7,8
Discriminação
23
4,2
7,2
Segurança
14
2,6
4,4
Estatística
3
0,5
0,9
Integração
47
8,6
14,7
SEF
1
0,2
0,3
Terrorismo
5
0,9
1,6
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(133)
Economia
Estudos sobre imigração
Total
Frequência
Percentagem no total de temas
Percentagem no total de peças
20
3,6
6,3
2
0,4
0,6
548
100,0
319
Percentagem no total de actores
Percentagem no total de peças
QUADRO 16 – PERSONALIZAÇÃO
Frequência
(134)
Estado
5
1,0
1,6
Governo
21
4,4
6,7
PP
2
0,4
0,6
PCP
2
0,4
0,6
Partidos
1
0,2
0,3
PSP
5
0,1
1,6
GNR
26
5,4
8,3
PJ
19
4,0
6,1
Forças Segurança
24
5,0
7,7
Igrejas
15
3,1
4,8
SEF
19
4,0
6,1
ACIME
2
0,4
0,6
Sindicatos
2
0,4
0,6
Embaixadas
3
0,6
1,0
Assoc. Imigrantes
16
3,3
5,1
SOS Racismo
7
1,5
2,2
Autarquias
19
4,0
6,1
Imigrantes
145
30,3
46,3
Ciganos
25
5,2
8,0
Populares
38
7,9
12,1
Empresários
28
5,8
8,9
Especialistas
35
7,3
11,2
Organismos internacionais
1
0,2
0,3
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Frequência
Percentagem no total de actores
Percentagem no total de peças
2ªs gerações
13
2,7
4,2
Outros
3
0,6
1,0
Missing Value
6
319
479
313
Total
QUADRO 17 – VOZES
Frequência
Percentagem no total de vozes
Percentagem no total de peças
Estado
4
1,0
1,5
Governo
16
4,0
5,9
PP
1
0,2
0,4
PCP
1
0,2
0,4
Partidos
1
0,2
0,4
Igrejas
11
2,7
4,1
Tribunais
13
3,2
4,8
Forças de Segurança
9
2,2
3,3
SEF
13
3,2
4,8
ACIME
2
0,5
0,7
PSP
3
0,7
1,1
GNR
23
5,7
8,5
PJ
13
3,2
4,8
IDICT
1
0,2
0,4
Sindicatos
4
1,0
1,5
Embaixadas
2
0,5
0,7
Assoc. Imigrantes
16
4,0
5,9
SOS Racismo
14
3,5
5,2
Autarquias
10
2,5
3,7
Africanos
5
1,2
1,9
Brasileiros
22
5,5
8,1
Cabo-verdianos
4
1,0
1,5
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(135)
(136)
Frequência
Percentagem no total de vozes
Percentagem no total de peças
Chineses
6
1,5
2,2
Cid. Países de Leste
25
6,2
9,3
Ciganos
18
4,5
6,7
Indianos
2
0,5
0,7
Paquistaneses
3
0,7
1,1
Magrebinos
1
0,2
0,4
Moldavos
1
0,2
0,4
PALOP
2
0,5
0,7
Russos
1
0,2
0,4
S.Tomenses
4
1,0
1,5
Ucranianos
17
4,2
6,3
Islâmicos
6
1,5
2,2
Jornalistas
17
4,2
6,3
Populares
49
12,2
18,1
Especialistas
39
9,7
14,4
2ªs gerações
15
3,7
5,6
Outros
9
2,2
3,3
Total
270
Missing
49
403
Total
319
100,0
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
67,0
270
QUADRO 18 - OBJECTO 2 POR CANAL TV
canal TV
RTP1
objecto 2
Africanos
Angolanos
Árabes
Brasileiros
Cabo-Verdianos
Chineses
Cidadãos País de Leste
Ciganos
Guineenses
Indianos
Magrebinos
Moldavos
PALOP
Paquistaneses
SIC
Total
TVI
1
2
6
9
1,3%
1,6%
5,4%
2,8%
1
4
1
6
1,3%
3,1%
0,9%
1,9%
0
1
0
1
0,0%
0,8%
0,0%
0,3%
15
21
23
59
18,8%
16,5%
20,5%
18,5%
4
4
1
9
5,0%
3,1%
,9%
2,8%
3
3
1
7
3,8%
2,4%
,9%
2,2%
5
16
14
35
6,3%
12,6%
12,5%
11,0%
5
10
13
28
6,3%
7,9%
11,6%
8,8%
0
1
1
2
0,0%
0,8%
0,9%
0,6%
0
0
2
2
0,0%
0,0%
1,8%
0,6%
1
5
1
7
1,3%
3,9%
,9%
2,2%
0
1
0
1
,0%
,8%
,0%
,3%
1
0
0
1
1,3%
,0%
,0%
,3%
1
2
0
3
1,3%
1,6%
,0%
,9%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(137)
canal TV
RTP1
Russos
S. Tomenses
Ucranianos
Vários
Islâmicos
2ªs gerações
Romenos
Outra
Total
(138)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
SIC
Total
TVI
1
0
1
2
1,3%
,0%
,9%
,6%
2
2
0
4
2,5%
1,6%
,0%
1,3%
11
21
15
47
13,8%
16,5%
13,4%
14,7%
20
25
24
69
25,0%
19,7%
21,4%
21,6%
2
5
0
7
2,5%
3,9%
,0%
2,2%
5
2
5
12
6,3%
1,6%
4,5%
3,8%
2
0
3
5
2,5%
,0%
2,7%
1,6%
0
2
1
3
,0%
1,6%
,9%
,9%
80
127
112
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
QUADRO 19 - TEMA 1 POR CANAL TV
Canal TV
RTP1
temas 1
Acidentes / Incidentes
Agenda
Clandestinidade
Condições Sociais
Crime
Desemprego
Educação
Expulsão
Família
Habitação
Legalização
Máfia
Prostituição
Reagrupamento
SIC
Total
TVI
1
4
7
12
1,3%
3,1%
6,3%
3,8%
7
5
3
15
8,8%
3,9%
2,7%
4,7%
3
5
4
12
3,8%
3,9%
3,6%
3,8%
1
1
1
3
1,3%
,8%
,9%
,9%
6
25
18
49
7,5%
19,7%
16,1%
15,4%
0
0
1
1
0,0%
0,0%
0,9%
0,3%
5
3
1
9
6,3%
2,4%
,9%
2,8%
0
3
2
5
0,0%
2,4%
1,8%
1,6%
0
0
2
2
0,0%
0,0%
1,8%
0,6%
4
3
3
10
5,0%
2,4%
2,7%
3,1%
6
5
7
18
7,5%
3,9%
6,3%
5,6%
1
2
2
5
1,3%
1,6%
1,8%
1,6%
10
15
14
39
12,5%
11,8%
12,5%
12,2%
1
2
0
3
1,3%
1,6%
,0%
,9%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(139)
Religião
Sem Abrigo
Saúde
Trabalho
Violência
Cultura
Naturalização
Legislação
Discriminação
Segurança
Integração
SEF
Terrorismo
Economia
Estudos sobre imigração
Total
(140)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
5
3
1
9
6,3%
2,4%
,9%
2,8%
0
0
1
1
0,0%
0,0%
0,9%
0,3%
2
7
1
10
2,5%
5,5%
,9%
3,1%
4
2
5
11
5,0%
1,6%
4,5%
3,4%
0
7
10
17
0,0%
5,5%
8,9%
5,3%
3
5
4
12
3,8%
3,9%
3,6%
3,8%
0
0
4
4
0,0%
0,0%
3,6%
1,3%
4
6
10
20
5,0%
4,7%
8,9%
6,3%
3
5
1
9
3,8%
3,9%
,9%
2,8%
1
3
3
7
1,3%
2,4%
2,7%
2,2%
7
7
1
15
8,8%
5,5%
,9%
4,7%
1
0
0
1
1,3%
,0%
,0%
,3%
1
4
0
5
1,3%
3,1%
,0%
1,6%
4
4
5
13
5,0%
3,1%
4,5%
4,1%
0
1
1
2
0,0%
0,8%
0,9%
0,6%
80
127
112
319
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
QUADRO 20 - TEMA 2 POR CANAL TV
canal TV
RTP1
temas 2
Acidentes / Incidentes
Agenda
Clandestinidade
Condições Sociais
Crime
Educação
Exploração
Expulsão
Habitação
Legalização
Máfia
Prostituição
Religião
Sem Abrigo
SIC
Total
TVI
1
1
2
4
1,7%
1,1%
2,5%
1,7%
1
1
1
3
1,7%
1,1%
1,3%
1,3%
0
2
1
3
,0%
2,2%
1,3%
1,3%
4
4
3
11
6,8%
4,4%
3,8%
4,8%
6
15
15
36
10,2%
16,7%
18,8%
15,7%
3
1
0
4
5,1%
1,1%
,0%
1,7%
3
7
6
16
5,1%
7,8%
7,5%
7,0%
1
2
2
5
1,7%
2,2%
2,5%
2,2%
0
0
1
1
,0%
,0%
1,3%
,4%
4
4
7
15
6,8%
4,4%
8,8%
6,6%
2
10
8
20
3,4%
11,1%
10,0%
8,7%
1
0
0
1
1,7%
,0%
,0%
,4%
1
2
0
3
1,7%
2,2%
,0%
1,3%
1
1
0
2
1,7%
1,1%
,0%
,9%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(141)
canal TV
RTP1
Saúde
Trabalho
Violência
Cultura
Naturalização
Legislação
Discriminação
Estatística
Segurança
Integração
Economia
Total
(142)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
SIC
Total
TVI
0
1
1
2
,0%
1,1%
1,3%
,9%
4
2
8
14
6,8%
2,2%
10,0%
6,1%
0
5
6
11
,0%
5,6%
7,5%
4,8%
3
4
2
9
5,1%
4,4%
2,5%
3,9%
1
0
0
1
1,7%
,0%
,0%
,4%
2
2
1
5
3,4%
2,2%
1,3%
2,2%
4
7
3
14
6,8%
7,8%
3,8%
6,1%
0
2
1
3
,0%
2,2%
1,3%
1,3%
1
4
2
7
1,7%
4,4%
2,5%
3,1%
13
10
9
32
22,0%
11,1%
11,3%
14,0%
3
3
1
7
5,1%
3,3%
1,3%
3,1%
59
90
80
229
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
QUADRO 21 - PERSONALIZAÇÃO POR CANAL TV
canal TV
Total
Percentagem no total de temas
RTP1
SIC
TVI
Estado
1
2
2
5
1,0
Governo
8
5
8
21
4,4
PP
0
1
1
2
0,4
PCP
2
0
0
2
0,4
Partidos
0
0
1
1
0,2
PSP
0
4
1
5
1,0
GNR
8
11
7
26
5,4
PJ
2
10
7
19
4,0
Forças Segurança
3
8
10
21
4,4
Igrejas
3
6
6
15
3,1
SEF
3
10
6
19
4,4
ACIME
1
1
0
2
0,4
Sindicatos
1
0
1
2
0,4
Embaixadas
1
1
1
3
0,6
Assoc. Imigrantes
5
5
6
16
3,3
SOS Racismo
4
2
1
7
1,5
Autarquias
5
9
5
19
4,4
Imigrantes
40
54
51
145
30,3
Ciganos
5
11
9
25
5,2
Populares
4
11
23
38
7,9
Empresários
6
13
9
28
5,8
Especialistas
12
13
10
35
7,3
Organismos internacionais
0
0
1
1
0,2
2ªs gerações
6
2
5
13
1,0
Outros
2
3
1
6
1,3
124
183
172
479
100,0
Total
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(143)
QUADRO 22 – VOZES 1 POR CANAL TV
canal TV
(144)
Total
Percentagem no total de vozes
RTP1
SIC
TVI
Estado
1
2
1
4
1,0
Governo
6
5
5
16
4,0
PP
0
1
0
1
0,2
PCP
1
0
0
1
0,2
Partidos
0
0
1
1
0,2
Igrejas
2
5
4
11
2,7
Tribunais
3
7
3
13
3,2
Forças de Segurança
2
4
3
9
2,2
SEF
1
4
5
10
2,5
ACIME
1
3
1
5
1,2
PSP
0
2
1
3
0,7
GNR
8
9
6
23
5,7
PJ
1
7
5
13
3,2
IDICT
1
0
0
1
0,2
Sindicatos
1
1
2
4
1,0
Embaixadas
1
0
1
2
0,5
Assoc. Imigrantes
4
5
7
16
4,0
SOS Racismo
2
7
5
14
3,5
Autarquias
5
3
2
10
2,5
Africanos
2
0
3
5
1,2
Brasileiros
7
7
8
22
5,5
Cabo-verdianos
3
1
0
4
1,0
Chineses
2
3
1
6
1,5
Cid. Países de Leste
8
10
7
25
6,2
Ciganos
5
5
8
18
4,5
Indianos
0
1
1
2
0,5
Paquistaneses
1
2
0
3
0,7
Magrebinos
0
1
0
1
0,2
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
canal TV
RTP1
SIC
TVI
Total
Percentagem no total de vozes
Moldavos
0
1
0
1
0,2
PALOP
1
0
1
2
0,5
Russos
0
0
1
1
0,2
S.Tomenses
2
2
0
4
1,0
Ucranianos
8
5
4
17
4,2
Islâmicos
2
4
0
6
1,6
Jornalistas
3
9
5
17
4,2
Populares
7
16
26
49
12,2
Especialistas
11
15
13
39
9,7
2ªs gerações
6
4
5
15
3,7
Outros
Total
2
0
0
2
0,5
112
154
137
403
100
QUADRO 23 – CENÁRIO 1 POR CANAL TV
canal TV
Total
RTP1
SIC
TVI
Casas Interiores
5
8
10
23
Bairros
7
5
11
23
Posto trabalho
7
5
9
21
Quotidiano
2
6
2
10
Incidentes
0
2
0
2
Acidentes
1
5
8
14
Acontecimento Agenda
5
1
2
8
Tribunais
7
12
8
27
Esquadras
6
17
8
31
SEF
2
0
4
6
Escolas
8
4
1
13
Locais de Prostituição
8
12
12
32
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(145)
canal TV
(146)
Total
RTP1
SIC
TVI
Ruas
15
30
33
78
Prisões
1
3
0
4
Centros de Apoio
3
5
2
10
Acampamentos
0
3
2
5
Ojas / Centros Comerciais
5
10
10
25
Locais de reunião
18
17
19
54
Aldeias / Vilas
1
3
2
6
Hospitais
6
11
8
25
Aeroportos
2
7
3
12
Locais de culto
7
6
2
15
Outro
1
2
4
7
Total
117
178
163
458
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
QUADRO 24 - TEMA 1 POR LOCAL GEOGRÁFICO E CANAL TV
canal
TV
RTP1
local geográfico
temas 1
Acidentes /
Incidentes
Agenda
Clandestinidade
Condições
Sociais
Crime
Educação
Habitação
Legalização
Máfia
Prostituição
Reagrupamento
Religião
Saúde
Trabalho
Cultura
Legislação
Discriminação
Segurança
Total
Grande
Porto
Grande
Lisboa
Centro
Alentejo
Norte
Interior
Algarve
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
,0%
,0%
10,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
1,3%
0
4
0
0
0
0
1
2
0
7
,0%
12,5%
,0%
,0%
,0%
,0%
50,0%
9,1%
,0%
8,8%
Regiões
Autónomas
Portugal
Espanha
Inglaterra
Brasil
1
2
0
0
0
0
0
0
0
3
25,0%
6,3%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
3,8%
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
4,5%
,0%
1,3%
0
4
1
0
0
0
1
0
0
6
,0%
12,5%
10,0%
,0%
,0%
,0%
50,0%
,0%
,0%
7,5%
0
3
1
0
0
0
0
1
0
5
,0%
9,4%
10,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
4,5%
,0%
6,3%
1
1
1
1
0
0
0
0
0
4
25,0%
3,1%
10,0%
50,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
5,0%
0
1
0
0
0
0
0
4
1
6
,0%
3,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
18,2%
100,0%
7,5%
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
4,5%
,0%
1,3%
0
1
1
1
4
3
0
0
0
10
,0%
3,1%
10,0%
50,0%
100,0%
100,0%
,0%
,0%
,0%
12,5%
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
,0%
3,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
1,3%
0
3
2
0
0
0
0
0
0
5
,0%
9,4%
20,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
6,3%
0
2
0
0
0
0
0
0
0
2
,0%
6,3%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
2,5%
0
1
2
0
0
0
0
1
0
4
,0%
3,1%
20,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
4,5%
,0%
5,0%
0
1
1
0
0
0
0
1
0
3
,0%
3,1%
10,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
4,5%
,0%
3,8%
0
0
0
0
0
0
0
4
0
4
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
18,2%
,0%
5,0%
0
1
0
0
0
0
0
2
0
3
,0%
3,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
9,1%
,0%
3,8%
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(147)
Integração
SEF
Terrorismo
Economia
,0%
3,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
0
4
0
0
0
0
0
3
0
1,3%
7
,0%
12,5%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
13,6%
,0%
8,8%
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
,0%
3,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
1,3%
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
,0%
3,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
1,3%
2
0
0
0
0
0
0
2
0
4
50,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
9,1%
,0%
5,0%
2
Total
4
32
10
2
4
3
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
SIC
temas 1
Acidentes /
Incidentes
Gr Porto
0
Gr. Lisboa
0
Centro
2
Alentejo
0
Norte
,0%
,0%
20,0%
,0%
20,0%
7,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
1
2
0
0
0
0
1
0
1
0
5
20,0%
4,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
11,1%
,0%
4,2%
,0%
3,9%
1
Interior
1
Algarve
0
Regiões
Autónomas
0
Portugal
0
Espanha
0
Inglaterra
0
Brasil
0
4
Agenda
Clandestinidade
Condições
Sociais
Crime
Educação
(148)
22
1
100,0%
100,0%
80
100,0%
3,1%
1
4
0
0
0
0
0
0
0
0
5
20,0%
8,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
3,9%
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
4,2%
,0%
,8%
0
10
3
2
1
3
3
0
3
0
25
,0%
20,0%
30,0%
33,3%
20,0%
21,4%
33,3%
,0%
12,5%
,0%
19,7%
0
1
0
0
0
1
0
0
1
0
3
,0%
2,0%
,0%
,0%
,0%
7,1%
,0%
,0%
4,2%
,0%
2,4%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Expulsão
Habitação
Legalização
Máfia
Prostituição
Reagrupamento
Religião
Saúde
Trabalho
Violência
Cultura
Legislação
Discriminação
Segurança
Integração
Terrorismo
Economia
Estudos sobre
imigração
0
3
0
0
0
0
0
0
0
0
3
,0%
6,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
2,4%
1
1
0
0
0
1
0
0
0
0
3
20,0%
2,0%
,0%
,0%
,0%
7,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
2,4%
0
4
0
0
0
0
0
0
1
0
5
,0%
8,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
4,2%
,0%
3,9%
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
2
,0%
4,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
1,6%
0
3
2
0
2
8
0
0
0
0
15
,0%
6,0%
20,0%
,0%
40,0%
57,1%
,0%
,0%
,0%
,0%
11,8%
0
1
0
0
0
0
0
0
1
0
2
,0%
2,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
4,2%
,0%
1,6%
0
2
0
1
0
0
0
0
0
0
3
,0%
4,0%
,0%
16,7%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
2,4%
0
4
0
1
0
0
0
0
2
0
7
,0%
8,0%
,0%
16,7%
,0%
,0%
,0%
,0%
8,3%
,0%
5,5%
0
0
0
0
0
0
1
1
0
0
2
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
11,1%
100,0%
,0%
,0%
1,6%
0
2
2
1
0
0
2
0
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,0%
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,0%
,0%
,0%
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0
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,0%
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,0%
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,0%
,0%
,0%
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,0%
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2,0%
,0%
,0%
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,0%
,0%
,0%
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0
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,0%
,0%
,0%
,0%
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,0%
,0%
,0%
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Total
5
50
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5
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100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
127
100,0%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(149)
TVI
temas 1
0
Grande
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2
Centro
4
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0
Norte0
0
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1
Regiões
Autónomas
0
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0
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0
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Brasil
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7
Acidentes /
Incidentes
Interior
Agenda
Clandestinidade
Condições
Sociais
Crime
Desemprego
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Expulsão
Família
Habitação
Legalização
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Prostituição
Religião
(150)
Grande
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,0%
,0%
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,0%
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,0%
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0
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,0%
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,0%
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,0%
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,0%
,0%
,0%
,0%
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18
,0%
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28,6%
,0%
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20,0%
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4,0%
,0%
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,0%
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,0%
,0%
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0
1
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
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Segurança
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Estudos sobre
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,0%
,0%
,0%
,0%
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,0%
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,0%
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112
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100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
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100,0%
100,0%
100,0%
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(151)
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Tom
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2
6
7,1%
7,7%
7,7%
7,5%
0
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0
1
,0%
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,0%
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5
10
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19,2%
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0
0
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3,6%
,0%
,0%
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0
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,0%
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,0%
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,0%
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Segurança
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,0%
,0%
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,0%
,0%
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,0%
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80
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28
26
26
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100,0%
100,0%
100,0%
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4
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0
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5
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,0%
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,0%
,8%
0
22
3
25
,0%
32,4%
9,4%
19,8%
Tom
canal TV
SIC
temas 1
Agenda
Clandestinidade
Condições Sociais
Crime
Educação
Total
1
1
1
3
3,8%
1,5%
3,1%
2,4%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(153)
Expulsão
Habitação
Legalização
Máfia
Prostituição
Reagrupamento
Religião
Saúde
Trabalho
Violência
Cultura
Legislação
Discriminação
Segurança
Integração
Terrorismo
(154)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
0
2
1
3
,0%
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0
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2
2
,0%
,0%
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,0%
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2
3,8%
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,0%
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15
,0%
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0
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,0%
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,0%
,0%
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7
,0%
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,0%
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,0%
1,6%
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7
,0%
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5,6%
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,0%
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3,8%
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4,0%
0
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1
3
,0%
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,0%
6,3%
5,6%
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2
2
4
Economia
Estudos sobre imigração
,0%
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0
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,0%
,0%
3,2%
0
0
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1
,0%
,0%
3,1%
,8%
126
Total
26
68
32
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
Acidentes / Incidentes
Positivo
0
Negativo
4
Neutro
3
7
,0%
5,6%
12,5%
6,3%
Tom
canal TV
TVI
temas 1
Agenda
Clandestinidade
Condições Sociais
Crime
Desemprego
Educação
Expulsão
Família
Habitação
Legalização
Máfia
Total
1
0
2
3
6,3%
,0%
8,3%
2,7%
0
3
1
4
,0%
4,2%
4,2%
3,6%
1
0
0
1
6,3%
,0%
,0%
,9%
0
14
4
18
,0%
19,4%
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16,1%
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1
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1
,0%
1,4%
,0%
,9%
0
0
1
1
,0%
,0%
4,2%
,9%
0
1
1
2
,0%
1,4%
4,2%
1,8%
0
1
1
2
,0%
1,4%
4,2%
1,8%
1
2
0
3
6,3%
2,8%
,0%
2,7%
1
4
2
7
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5,6%
8,3%
6,3%
0
2
0
2
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(155)
Prostituição
Religião
Sem Abrigo
Saúde
Trabalho
Violência
Cultura
Naturalização
Legislação
Discriminação
Segurança
Integração
Economia
Estudos sobre imigração
Total
(156)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
,0%
2,8%
,0%
1,8%
0
12
2
14
,0%
16,7%
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0
1
6,3%
,0%
,0%
,9%
0
1
0
1
,0%
1,4%
,0%
,9%
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1
0
1
,0%
1,4%
,0%
,9%
0
3
2
5
,0%
4,2%
8,3%
4,5%
0
9
1
10
,0%
12,5%
4,2%
8,9%
3
0
1
4
18,8%
,0%
4,2%
3,6%
2
2
0
4
12,5%
2,8%
,0%
3,6%
1
7
2
10
6,3%
9,7%
8,3%
8,9%
0
1
0
1
,0%
1,4%
,0%
,9%
0
3
0
3
,0%
4,2%
,0%
2,7%
1
0
0
1
6,3%
,0%
,0%
,9%
3
1
1
5
18,8%
1,4%
4,2%
4,5%
1
0
0
1
6,3%
,0%
,0%
,9%
16
72
24
112
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
QUADRO 26 - TEMA 1 POR ENQUADRAMENTO E CANAL TV
canal TV
Enquadramento
Dramático
RTP1
temas 1
Acidentes /
Incidentes
Agenda
Clandestinidade
Condições
Sociais
Crime
Educação
Habitação
Legalização
Máfia
Prostituição
Reagrupamento
Religião
Saúde
Trabalho
Cultura
- Épico
Total
Irónico
Moral
Policial
Factual
Outro
0
0
0
1
0
0
1
,0%
,0%
,0%
5,0%
,0%
,0%
1,3%
0
0
0
0
7
0
7
,0%
,0%
,0%
,0%
17,5%
,0%
8,8%
0
0
0
3
0
0
3
,0%
,0%
,0%
15,0%
,0%
,0%
3,8%
1
0
0
0
0
0
1
16,7%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
1,3%
2
0
0
4
0
0
6
33,3%
,0%
,0%
20,0%
,0%
,0%
7,5%
0
0
1
0
4
0
5
,0%
,0%
8,3%
,0%
10,0%
,0%
6,3%
1
0
1
0
2
0
4
16,7%
,0%
8,3%
,0%
5,0%
,0%
5,0%
0
0
0
0
6
0
6
,0%
,0%
,0%
,0%
15,0%
,0%
7,5%
0
0
0
1
0
0
1
,0%
,0%
,0%
5,0%
,0%
,0%
1,3%
0
1
0
9
0
0
10
,0%
100,0%
,0%
45,0%
,0%
,0%
12,5%
0
0
1
0
0
0
1
,0%
,0%
8,3%
,0%
,0%
,0%
1,3%
0
0
4
0
0
1
5
,0%
,0%
33,3%
,0%
,0%
100,0%
6,3%
2
0
0
0
0
0
2
33,3%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
2,5%
0
0
0
0
4
0
4
,0%
,0%
,0%
,0%
10,0%
,0%
5,0%
0
0
0
0
3
0
3
,0%
,0%
,0%
,0%
7,5%
,0%
3,8%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(157)
Legislação
Discriminação
Segurança
Integração
SEF
Terrorismo
Economia
0
0
1
0
3
0
4
,0%
,0%
8,3%
,0%
7,5%
,0%
5,0%
0
0
2
0
1
0
3
,0%
,0%
16,7%
,0%
2,5%
,0%
3,8%
0
0
0
0
1
0
1
,0%
,0%
,0%
,0%
2,5%
,0%
1,3%
0
0
2
0
5
0
7
,0%
,0%
16,7%
,0%
12,5%
,0%
8,8%
0
0
0
1
0
0
1
,0%
,0%
,0%
5,0%
,0%
,0%
1,3%
0
0
0
1
0
0
1
,0%
,0%
,0%
5,0%
,0%
,0%
1,3%
0
0
0
0
4
0
4
5,0%
,0%
Total
6
100,0%
100,0%
,0%
,0%
,0%
10,0%
,0%
1
12
20
40
1
80
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
canal TV
SIC
Enquadramento
temas 1
Acidentes /
Incidentes
Agenda
Clandestinidade
Condições
Sociais
Crime
Educação
Expulsão
Habitação
Legalização
(158)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Total
3
0
0
1
0
4
13,0%
,0%
,0%
2,0%
,0%
3,1%
0
0
0
0
5
5
,0%
,0%
,0%
,0%
10,4%
3,9%
1
0
0
4
0
5
4,3%
,0%
,0%
8,2%
,0%
3,9%
1
0
0
0
0
1
4,3%
,0%
,0%
,0%
,0%
,8%
6
0
0
15
4
25
26,1%
,0%
,0%
30,6%
8,3%
19,7%
0
0
0
1
2
3
,0%
,0%
,0%
2,0%
4,2%
2,4%
2
0
0
1
0
3
8,7%
,0%
,0%
2,0%
,0%
2,4%
1
0
0
1
1
3
4,3%
,0%
,0%
2,0%
2,1%
2,4%
0
0
0
0
5
5
,0%
Máfia
Prostituição
Reagrupamento
Religião
Saúde
Trabalho
Violência
Cultura
Legislação
Discriminação
Segurança
Integração
Terrorismo
Economia
Estudos sobre
imigração
Total
23
100,0%
100,0%
,0%
,0%
,0%
10,4%
3,9%
0
0
0
2
0
2
,0%
,0%
,0%
4,1%
,0%
1,6%
0
0
0
10
5
15
,0%
,0%
,0%
20,4%
10,4%
11,8%
1
0
1
0
0
2
4,3%
,0%
16,7%
,0%
,0%
1,6%
0
0
2
0
1
3
,0%
,0%
33,3%
,0%
2,1%
2,4%
6
0
0
0
1
7
26,1%
,0%
,0%
,0%
2,1%
5,5%
0
0
0
1
1
2
,0%
,0%
,0%
2,0%
2,1%
1,6%
2
0
0
4
1
7
8,7%
,0%
,0%
8,2%
2,1%
5,5%
0
1
1
0
3
5
,0%
100,0%
16,7%
,0%
6,3%
3,9%
0
0
1
2
3
6
,0%
,0%
16,7%
4,1%
6,3%
4,7%
0
0
0
0
5
5
,0%
,0%
,0%
,0%
10,4%
3,9%
0
0
0
3
0
3
,0%
,0%
,0%
6,1%
,0%
2,4%
0
0
1
0
6
7
,0%
,0%
16,7%
,0%
12,5%
5,5%
0
0
0
4
0
4
,0%
,0%
,0%
8,2%
,0%
3,1%
0
0
0
0
4
4
,0%
,0%
,0%
,0%
8,3%
3,1%
0
0
0
0
1
1
,0%
,0%
2,1%
1
100,0%
,0%
,0%
6
49
48
100,0%
100,0%
,8%
127
100,0%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(159)
canal TV
TVI
Enquadramento
temas 1
Acidentes /
Incidentes
Agenda
Clandestinidade
Condições
Sociais
Crime
Desemprego
Educação
Expulsão
Família
Habitação
Legalização
Máfia
Prostituição
Religião
Sem Abrigo
Saúde
Trabalho
(160)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Total
3
0
0
0
2
2
7
17,6%
,0%
,0%
,0%
4,7%
4,8%
6,3%
0
0
0
0
0
3
3
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
7,1%
2,7%
0
0
0
0
2
2
4
,0%
,0%
,0%
,0%
4,7%
4,8%
3,6%
0
0
0
1
0
0
1
,0%
,0%
,0%
12,5%
,0%
,0%
,9%
3
0
0
0
15
0
18
17,6%
,0%
,0%
,0%
34,9%
,0%
16,1%
1
0
0
0
0
0
1
5,9%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,9%
0
0
0
0
0
1
1
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
2,4%
,9%
1
0
0
0
1
0
2
5,9%
,0%
,0%
,0%
2,3%
,0%
1,8%
1
0
0
0
0
1
2
5,9%
,0%
,0%
,0%
,0%
2,4%
1,8%
0
0
0
1
1
1
3
,0%
,0%
,0%
12,5%
2,3%
2,4%
2,7%
0
0
0
0
1
6
7
,0%
,0%
,0%
,0%
2,3%
14,3%
6,3%
0
0
0
0
2
0
2
,0%
,0%
,0%
,0%
4,7%
,0%
1,8%
1
0
1
0
10
2
14
5,9%
,0%
100,0%
,0%
23,3%
4,8%
12,5%
0
0
0
1
0
0
1
,0%
,0%
,0%
12,5%
,0%
,0%
,9%
1
0
0
0
0
0
1
5,9%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,9%
1
0
0
0
0
0
1
5,9%
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
,9%
3
0
0
0
0
2
5
17,6%
Violência
Cultura
Naturalização
Legislação
Discriminação
Segurança
Integração
Economia
Estudos sobre
imigração
,0%
,0%
,0%
,0%
4,8%
4,5%
2
0
0
0
5
3
10
11,8%
,0%
,0%
,0%
11,6%
7,1%
8,9%
0
0
0
0
0
4
4
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
9,5%
3,6%
0
1
0
2
0
1
4
,0%
100,0%
,0%
25,0%
,0%
2,4%
3,6%
0
0
0
2
0
8
10
,0%
,0%
,0%
25,0%
,0%
19,0%
8,9%
0
0
0
0
1
0
1
,0%
,0%
,0%
,0%
2,3%
,0%
,9%
0
0
0
0
3
0
3
,0%
,0%
,0%
,0%
7,0%
,0%
2,7%
0
0
0
0
0
1
1
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
2,4%
,9%
0
0
0
0
0
5
5
,0%
,0%
,0%
,0%
,0%
11,9%
4,5%
0
0
0
1
0
0
1
,0%
,0%
,0%
,0%
12,5%
,0%
Total
17
1
1
8
43
42
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
100,0%
,9%
112
100,0%
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(161)
ESTUDO DE CASO I
REPRESENTAÇÕES DAS MINORIAS NO PRIME-TIME44
C ATA R I N A VA L D I G E M
INTRODUÇÃO
Este Estudo de Caso insere-se numa investigação alargada sobre as imagens veiculadas nas televisões de sinal aberto, referentes a grupos minoritários e socialmente
desfavorecidos. A mesma investigação visou confrontar estas imagens com os
processos de percepção e recepção desses grupos. Estes dois objectivos levaram
à eleição, respectivamente, de duas hipóteses de trabalho. A primeira, relativa às
imagens veiculadas, pressupôs que os conteúdos televisivos — ficção, jornalismo,
publicidade— incorporam um sistema de valores que tende a
44 O projecto de investirepor a coesão social em função de uma determinada visão,
gação “Televisão e Imagens
dominante, do mundo. A segunda, inerente à percepção e à
da Diferença” do Centro
recepção, que os grupos referidos tendem a negociar sentidos
de Investigação Media e
Jornalismo (CIMJ) é finanidentitários a partir dos conteúdos dominantes inerentes às
ciado pela Fundação para a
mensagens codificadas.
Ciência e Tecnologia (POCTI/
COM/45553/2002).
45 Cfr. Isabel Ferin Cunha,
C. A. S., Maria João
Silveirinha a Ana Teresa
Peixinho (2004). Media,
Imigração e Minorias
Étnicas, Observatório da
Imigração, ACIME. Estudos
recentemente realizados em
Portugal sobre os Media e
Discriminação e sobre as
Imagens dos Imigrantes e
Minorias Étnicas nos Media
constituíram uma base indispensável à construção de
variáveis devido à proximidade de temáticas.
(162)
No que respeita aos grupos de análise, delimitaram-se os
grupos out-mainstream em função de critérios de género,
geração, etnicidade, trajectória migratória e ainda em função
de resultados observados em estudos sobre a representação
de imigrantes e minorias étnicas nos Media.45 Foram ainda,
tomados em conta nesta delimitação, outros estudos que
determinam variáveis referentes à diferença face à norma
construída pela sociedade dominante. Assim, os grupos de
análise considerados foram mulheres imigrantes brasileiras,
mulheres ciganas, mulheres idosas, mulheres com deficiência
motora e crianças do sexo/género feminino dos 8 – 12 anos.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Neste Estudo de Caso serão apresentados, apenas, dados parciais, referentes à
representação dos brasileiros e dos ciganos na televisão.
1. METODOLOGIAS
As metodologias utilizadas na análise de conteúdos televisivos
fundamentaram-se não só em metodologias utilizadas em
Estudos sobre os Media mas, também, em Estudos sobre
imigração e minorias étnicas.46
A constituição do corpus de análise dentro do universo do
prime-time (19h-30m—22h 3om) dos três canais de sinal
aberto, RTP1, SIC e TVI, incidiu na gravação de 24 dias, escalonados por semanas, entre 4 de Março a 22 de Maio 2004.
Para além destes dias, foram também incluídos no corpo de
análise seis efemérides, na medida em que algumas delas
coincidiam com as temáticas da investigação e potencialmente visariam os grupos pesquisados.47
Para a análise e registo dos conteúdos das imagens gravadas
construíram-se bases em SPSS, adoptando-se uma matriz
diferenciada em função dos géneros televisivos (Informação,
Publicidade, Entretenimento e Ficção). Em cada base de análise dos géneros indicados identificaram-se variáveis comuns
de Forma, Conteúdo e Discurso, bem como variáveis
específicas e ajustadas à natureza dos géneros. Foram identificadas variáveis de Forma, por exemplo, o Canal TV, Data,
Alinhamento, Tempo/Duração; variáveis de Conteúdo, os
Temas e Acontecimentos 1 e 2, Sexo/Género, Protagonismo,
Grupos de Análise; e variáveis de Discurso o Enquadramento
Narrativo, Tom, entre outras.
46 Referimo-nos a Ferin
Cunha, I., Santos, M.C.,
Silveirinha, M.J. e Peixinho,
A.T. (2004).op. cita. e a
Ferin Cunha, I. e all (2002),
“Media e Discriminação:
um estudo exploratório
do caso português”,
Lisboa, Observatório da
Comunicação nº 5, Maio
2002, 27-38; Fairclough,
N. (1995) Media Discourse,
London, Arnold; Connell,
I. “Television News and the
Social Contract”, In: Hall,
S. (ed.), (1980) Culture,
Media, Language, Centre
for Contemporary Cultural
Studies, Routledge; Reis,
C. e Lopes, A. C. (2002)
Dicionário da Narratologia,
Coimbra, Almedina.
47 As efemérides seleccionadas foram o dia 8 de
Março – Dia Internacional da
Mulher; o dia 21 de Março
– Dia Internacional para a
Eliminação da Discriminação
Racial; o dia 7 de Abril – Dia
Mundial da Saúde, o 25 de
Abril; o dia 1 de Maio – Dia
do Trabalhador, e o Dia
15 de Maio – Dia Mundial
da Família. Note-se que o
Dia Internacional contra a
Discriminação Racial não
foi referido em nenhum dos
noticiários dos canais de televisão estudados.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(163)
Note-se que no âmbito da estratégia de análise foram considerados os grupos outmainstream na sua dimensão Mista (sexo/ género masculino e feminino). Para além
das variáveis de conteúdo referidas, mostrou-se ainda pertinente a integração da variável Imagem, que visou identificar as imagens, representações, papéis e estereótipos
associados aos grupos out-mainstream no material analisado.
48 Cit in Barker, C. (2003)
Esta variável mostrou-se relevante numa primeira fase de
Cultural Studies, Theory and
exploração do material gravado, conduzindo ao levantamento
Practice, London,Thousand
Oaks and New Delhi, Sage;
de imagens identificadas em estudos da especialidade, sobre
Woodward, K. Identidade e
a representação do género e da etnicidade nos Media48;
Diferença: uma introdução
teórica e conceitual In: Silva,
sobre as representações e alterações dos papéis sociais da
T. da (2000) Identidade e
Mulher49; e sobre a estereotipia50 identificadas em pesquisas
Diferença: a perspectiva dos
sobre imagens na Publicidade.51
Estudos Culturais, Petrópolis,
Editora Vozes.
49 Kaufmann, J.-C. (19992003) A Mulher Só e o
Príncipe Encantado, Porto,
Público; Barker, C. (2003).
op.cita.; Amâncio, L.
(1992) “As Assimetrias nas
Representações do Género”,
in Revista Crítica Ciências
Sociais, nº 34.
50 Hall, S. (1997) “The
Spectacle of the Other”, In:
Representation and Signifying
Practices, London,Thousand
Oaks, Sage; Cit in Barker,
C. (2003) Cultural Studies,
Theory and Practice. Op.cita.;
Kuhn, A.(1993) “The Power
of the Image”, In: Jackson, S.
Women’s Studies, Essential
Readings, Washington
Square, New York, University
Press, pp.484 – 486;
Rosales, M. V. (2001) Temos
o que Procura, Coimbra,
Edições Minerva Coimbra.
51 Cit in Barker, C. (2003)
Cultural Studies, Theory and
Practice. Op.cita.
(164)
A estratégia metodológica que precedeu ao trabalho de análise
de imagens baseou-se na identificação das Imagens Fortes
segundo John Fiske, em cada plano de imagem que compõe
as peças/ unidades de acção dos diversos géneros televisivos.
Os planos foram, assim, considerados enquanto unidade de
análise das imagens televisivas. O tratamento dos dados foi
feito, tal como já foi referido, em SPSS, sendo aqui apresentados apenas os resultados parciais referentes à representação
dos brasileiros e ciganos em cada género televisivo analisado,
no que respeita ao Tema e Acontecimentos 1 e 2 em que se
encontram implicados.
2. REPRESENTAÇÃO DE BRASILEIROS
E CIGANOS NA TELEVISÃO
2.1 Géneros Informativos
No que respeita à representação dos grupos de análise nos
géneros informativos, observou-se que de um total de 965
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
planos de imagem, referentes a 868 peças de informação, os brasileiros estão representados em 11% - 104 planos - e os ciganos em apenas 1% - 9 planos. Desses 11%
de planos que representam brasileiros, 97% referem-se a imagens de Noticiários,
estando os ciganos apenas representados neste género informativo.
Brasileiros nos Géneros Informativos
Relativamente aos Temas e Acontecimentos onde são representados os brasileiros
nos géneros informativos, podem-se observar algumas variações relativamente aos
resultados da análise de imprensa e televisão de 2003 52. Os resultados 2003 apontavam para uma concentração deste grupo nos temas Legalização e Prostituição. Já
neste Estudo de Caso, devido ao Euro 2004 e ao evento musical Rock in Rio Lisboa,
as ocorrências situam-se em temas de Desporto, Lazer e Cultura. Note-se que na
separação do levantamento dos temas e acontecimentos 1 e 2 (sendo que o tema
1 tende a ser o predominante na construção da imagem e do discurso televisivo),
a categoria Desporto e Lazer — onde dominam as referências ao jogador Deco e ao treinador da selecção brasileira,
52 Isabel Ferin Cunha, C. A.
S., Maria João Silveirinha a
Filipe Scolari — assume 41% do total de 104 planos de imaAna Teresa Peixinho (2004).
gens que retratam brasileiros. Os temas Condições Sociais
Media, Imigração e Minorias
Étnicas, Observatório da
(4%), Prostituição (1%), Confrontos/Guerra (3%), Saúde (3%),
Imigração, ACIME
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(165)
Cultura (9%), Euro 2004 (10%), Desporto e Lazer (41%), Religião (5%) e Diplomacia
(4%) perfazem um total de 83% das imagens que representam os brasileiros no
âmbito do Temas e Acontecimentos 1. Quanto aos Temas e Acontecimentos 2, os
temas Saúde (5%), Trabalho (3%), Euro 2004 (10%), Celebridades (5%), Imigração
e Legalização (4%), Desporto e Lazer (18%) Manifestações (3%), Terrorismo (4%),
Outro (4%) e Não Identificado (27%) assumem 82% do total de 104 planos de imagem relativas aos brasileiros.
Como já se referiu, as alterações nas temáticas em que estão implicadas os brasileiros no ano de 2003 e de 2004 devem-se à mudança dos tópicos de agenda
mediática. De salientar, mais uma vez, que o período desta amostra de imagens
televisivas corresponde aos meses que precederam o evento desportivo, Euro 2004,
e a realização do Rock in Rio Lisboa, organizado por uma produtora brasileira que
veio dar ênfase à presença de artistas brasileiros em Portugal.
Os números referentes a Terrorismo e Guerra referem-se a acontecimentos que dão
continuidade ao tópico Guerra do Iraque, e onde são feitas referências à morte do
brasileiro que foi Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos,
Sérgio Vieira de Mello.
O tema da Prostituição em que os brasileiros, nomeadamente as mulheres brasileiras, têm estado implicadas desde o ano de 2003, não apresenta uma grande
expressão no material analisado, sendo de registar que apenas está integrada uma
peça em OFF2 (reportagem sem testemunha).
(166)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Ciganos nos Géneros Informativos
Quanto à representação dos ciganos nos géneros informativos, nomeadamente no
corpus de análise considerado, este grupo surge predominantemente em situações
relativas à Habitação (56%) e ao Crime (22%), no âmbito dos Temas e Acontecimentos 1.
Verificou-se ainda alguma percentagem de planos que representa ciganos em situações de Racismo/ Xenofobia (11%) e ainda de Educação (11%).
Relativamente aos Temas e Acontecimentos 2, os ciganos estão predominantemente
associados a situações de Discriminação (33%), seguido de situações de Justiça e
Condições Sociais que reúnem 44% do total de planos de imagem analisados.
Tais contextos de representação da etnia cigana não evidenciam alterações significativas relativamente aos conteúdos analisados em pesquisas anteriores, observando-se assim, até ao momento, uma tendência para a continuidade na forma de
construção da imagem deste grupo. De notar, apenas que, os ciganos assumem a
voz em 56% das vezes em que são representados nos telejornais, sendo as associações ciganas também representadas nas reportagens. O tom das peças é negativo
em mais de 80% das peças que representa os ciganos neste Estudo de Caso.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(167)
2.2 Géneros de Entretenimento e Ficção
No que diz respeito aos géneros de Entretenimento e Ficção, do total de 2003 planos
de imagens analisados, 1655 (82,6%) correspondem a imagens de Ficção, e 348
(17,4%) a planos de imagem que retratam os grupos de análise (brasileiros, ciganos,
idosos, crianças e deficientes motores) em géneros de Entretenimento. Os Brasileiros
têm 79% (1302) de planos de imagem nos géneros ficcionais, que correspondem
aos géneros Telenovela e Série Brasileiras, e 10% (36) de imagens nos programas
de Entretenimento. Os Ciganos têm uma representação de 1% (4) nos géneros de
entretenimento, os quais correspondem, ao programa de Humor Malucos do Riso,
não estando representados em quaisquer programas de ficção transmitidos na televisão portuguesa.
Brasileiros nos géneros de Ficção
Em 1302 planos de imagem de ficção que representam brasileiros (79% do total
de planos de ficção), podemos observar a prevalência de temáticas associados às
Relações Afectivas e ao Matrimónio, bem como ao Desporto e Lazer. Considere-se
aqui o género televisivo em questão, bem como o facto de corresponder na sua
(168)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
maioria a telenovelas brasileiras e séries brasileiras 53, emitidas na estação televisiva SIC, que tem um acordo de exclusividade com a Rede Globo, desde 1994, para
transmissão destes programas.
Assim, no que se refere à representação dos brasileiros, os temas e acontecimentos
1 mais frequentes são Relações Afectivas (27%) e Matrimónio (18%), sendo que estes
temas, assim como Desporto e Lazer (11%), Condições Sociais (5%), Educação (4%),
Família (5%), Relações Extraconjugais (3%), Actividades Domésticas (5%) e Trabalho
(5%) perfazem o total de 84% do total de planos imagens de ficção em que este
grupo surge representado. Quanto à variável Temas e Acontecimentos 2, os brasileiros são representados mais frequentemente quando estão em destaque situações de
Relações Afectivas (37%), de Desporto e Lazer (10%) e Matrimónio (9%).
Brasileiros nos Géneros de Entretenimento
Relativamente à representação dos brasileiros nos géneros de
entretenimento da amostra de imagens televisivas recolhidas
e analisadas, observamos que este grupo surge apenas em 36
(10%) planos de imagem do total de 348. Os temas em que
surgem com mais frequência são, uma vez mais, Desporto e
53 Durante o período considerado na amostra, os programas de ficção brasileira
em emissão em horário-nobre
na SIC foram a telenovela
Chocolate com Pimenta e
Série New Wave.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(169)
Lazer (72%) do total dos temas e acontecimentos 1. Ainda no âmbito desta variável,
o tema Condições Sociais assume o valor de 6%, Prostituição 6%, Cultura 3% e Euro
2004 11%. O facto de a categoria Não Identificado apresentar uma grande frequência
na variável Temas e Acontecimentos 2 (75%) significa que os tópicos acima enunciados assumem uma importância praticamente exclusiva no conjunto de planos de
imagem referentes a este grupo, nos géneros de entretenimento.
Ciganos nos Géneros de Entretenimento
Os ciganos apenas são representados nos géneros de entretimento em 4 (1%) do
total de planos de imagem analisados. Nestes 4 planos de imagem os temas Crime,
Habitação, Celebridades, Condições Sociais, Justiça e Actividades Domésticas apresentam a frequência equitativa de 25%. Tais temas repetem-se relativamente aos
observados nos géneros informativos, verificando-se uma continuidade e intertextualidade temática associada à representação deste grupo no prime-time televisivo
português analisado.
(170)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
2.3 Género Publicidade
Quanto ao género Publicidade, analisou-se um total de 875 planos em 775 anúncios publicitários 54. Dos 875 planos de imagem de publicidade analisados, 3% (29
planos) representa brasileiros, não se verificando nenhum tipo de representação da
etnia cigana neste género televisivo.
Brasileiros no Género Publicidade
Assim, da totalidade de planos de imagem referentes ao género publicidade que
representa brasileiros (29 imagens), o tema Desporto e Lazer é o que apresenta uma
maior frequência, no âmbito da variável Temas e Acontecimentos 1, somando 62%.
Acresce-se a esta percentagem 14% referente ao tema Cultura,
54 Note-se que a estratégia
3% do tema Integração, 7% do tema Família, e ainda 14% do
de análise dos anúncios
tema Actividades Domésticas. Relativamente à variável Tema
publicitários seguiu o critério
de exclusão dos anúncios
e Acontecimentos 2, o tema Celebridades surge com uma
institucionais das estações
frequência de 31% (associado à categoria Desporto e Lazer
televisivas, e dos anúncios
válidos mas emitidos de
do Tema 1), e o Não Identificado assume o valor percentual
forma repetida no mesmo
de 21%, indiciando a predominância e a relevância dos temas
dia no âmbito do material
indicados na variável Temas e Acontecimentos 1. Os restananalisado.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(171)
tes temas considerados em Temas e Acontecimentos 2 são Beleza (14%), Relações
Afectivas (7%), Actividades Domésticas (7%), Condições Sociais (7%), Cultura (7%),
Imigração e Legalização (3%) e Outro (3%).
Na Publicidade é o Euro 2004 que mais promove as temáticas em que estão implicados os brasileiros. Durante os três meses que antecederam o evento, registaram-se
diversos anúncios promotores de objectos particulares e marcas desportivas que se
apropriaram do Campeonato Europeu de Futebol. Por outro lado, observou-se na
publicidade uma utilização intensiva de VIPs, celebridades e de líderes de opinião,
especialmente do seleccionador nacional Filipe Scolari, e dos jogadores de futebol,
entre os quais se encontra o Luso-Brasileiro, Deco. Contudo, os brasileiros estiveram
também associados, na publicidade, a actividades culturais, nomeadamente musicais, bem como a actividades domésticas, relativas a alimentos e bebidas. O valor
significativo que apresenta a categoria Beleza (14%) nos Temas e Acontecimentos
2 refere-se à representação de brasileiros em anúncios dedicados à promoção de
alimentos e de valores estéticos, sendo o protagonismo conferido ao sexo/ género
feminino. Tal representação diz respeito a um só anúncio, onde é feita uma associação entre uma actriz brasileira (Giovanna Antonelli) e uma marca de iogurtes para
manter a linha.
CONCLUSÕES
Os resultados apresentados neste Estudo de Caso, apenas permitem avançar algumas reflexões sobre as representações dos imigrantes e das minorias no prime-time
das televisões generalistas. Em primeiro lugar, deve-se assinalar a importância
das agendas, neste caso do Euro 2004 e do Rock in Rio Lisboa, como factor de
organização das rotinas produtivas na televisão generalista. Estes eventos, temas,
impregnam comprovadamente, o ângulo de construção da informação, bem como as
oportunidades de venda presentes nas lógicas publicitárias. No caso da representação dos brasileiros na televisão, observou-se que os preparativos e os antecedentes
deste acontecimento determinaram os conteúdos de diferentes géneros televisivos,
(172)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
promovendo o que Fairclough 54 chama de intertextualidade e uma continuidade
temática entre a informação, entretenimento e a publicidade. O mesmo não se pode
afirmar relativamente aos géneros de ficção, que assumem características muito
singulares, devido à especificidade dos conteúdos, presentes na telenovela e na série
brasileiras emitidas no durante o período analisado (Chocolate com Pimenta e New
Wave). Estes produtos de ficção específicos, retratando diferentes realidades sociais,
culturais e temporais brasileiras, projectaram — no momento em que se realizou esta
investigação— quotidianos em que as relações afectivas, o matrimónio e o desporto
e lazer assumiram uma vincada predominância.
No que se refere aos ciganos, destacou-se a quase ausência de representação
deste grupo no prime-time português, em todos os géneros televisivos, notando-se
a inexistência de imagens desta comunidade na publicidade. Este facto requer uma
análise mais atenta da própria narrativa dos anúncios, ao nível da forma, conteúdo e
discurso, uma vez que este constitui o género televisivo por excelência da construção
de imaginários e mundos ideais, onde apenas há lugar para tipificações da norma, e
onde o desvio e a diferença apenas fazem sentido no contexto de mensagens institucionais e promotoras de valores não dominantes [confronte-se
a esse respeito estudos recentes do ACIME, sobre as atitudes
55 Fairclough, N. (1995)
Media Discourse, London,
e valores dos portugueses perante a imigração 56 (2003),
Arnold London.
Portugueses e Imigrantes: Imagens Recíprocas 57 e ainda a
56 Lages, M. e Policarpo,
campanha de publicidade do ACIME “Portugal Imigrante,
V. (2003) Atitudes e Valores
Perante a Imigração,
Portugal Tolerante”, transmitida na RTP, projectada nos mupis
Observatório da Imigração,
nacionais e em alguma imprensa nacional e regional] 58. A
ACIME, Lisboa.
57 Lages, M. e Policarpo, V.,
outra questão a destacar no que se refere à representação da
et alli (2005) Os Imigrantes
comunidade cigana na televisão é o facto de se verificar uma
e a População Portuguesa
continuidade temática nos géneros informativos, relativamen– Imagens Recíprocas, projecto
apresentado no Seminário
te a anos anteriores. Contudo, para uma análise mais fina
OI a 22 de Março 2005 no
das semelhanças, continuidades e das eventuais mudanças
Palácio Foz (ACIME/FCT).
58 http://www.acime.
ao nível da construção de imagens dos ciganos será ainda
gov.pt/docs/Publicacoes/
necessário analisar e cruzar variáveis de forma, conteúdo e
Relatorio%20Actividades/
discurso que aqui não foram exploradas.
8Capitulo.pdf
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(173)
ESTUDO DE CASO II
REPRESENTAÇÕES DAS MINORIAS NOS JORNAIS TELEVISIVOS
I S A B E L F E R I N C U N H A E W I L LY S . F I L H O
Este Estudo de Caso constitui, também, um segmento da investigação do Projecto TV
e Imagens da Diferença já referido anteriormente.59 O objectivo deste Estudo é analisar um conjunto de peças, extraídas de telejornais, e proceder à caracterização e
categorização dos seus elementos constitutivos. Neste Estudo, o corpus é constituído
por quatro peças seleccionadas entre as peças exibidas em 2004, que apresentam
variáveis e modalidades com valores médios, tendo em conta critérios temáticos 60
(proporcionais aos valores obtidos na análise), género mais representado (a reportagem), e a distribuição proporcional por canal.
59 Projecto “Televisão e
Imagens da Diferença”,
sedeado no Centro de
Investigação Media e
Jornalismo (CIMJ) e financiado pela Fundação para
a Ciência e Tecnologia
(FCT/FEDER), (POCTI/
COM/45553/2002).
60 Os temas tiveram em
conta os resultados obtidos
nos estudos de 2003 e 2004,
sobre Media, Imigração e
Minorias Étnicas, patrocinado
pelo ACIME. Estes Estudos
identificam o Crime— e
assuntos correlatos — como
o tema de maior incidência.
Todavia, cresceu, no ano de
2004, o tema Integração.
(174)
Em função dos resultados obtidos na análise das peças dos
telejornais que conferem maior saliência, por ordem de grandeza, às temáticas Transgressão Social (Crime, Exploração,
Máfia, Prostituição e Violência), Estado/Governo (Expulsão,
Legalização, Legislação, Naturalização, SEF, Segurança e
Terrorismo), Sociologia/Demografia (Clandestinidade, Condições
Sociais, Desemprego, Discriminação, Educação, Economia,
Família, Habitação, Trabalho, Sem Abrigo e Saúde) e Políticas
Inclusivas (Cultura, Integração, Reagrupamento, Religião),
procurou-se analisar uma peça correspondente a cada grupo.
Assim, as quatro peças seleccionadas correspondem às seguintes temáticas: 1ª Peça: Transgressão Social, prostituição de
brasileiras (TVI, 10/01/04); 2ª Peça: Estado/Governo, rusga
policial (RTP1, 04/02/04); 3ª Peça: Sociologia/Demografia,
julgamento de uma mulher de etnia cigana (SIC, 18/06/04); e
a 4ª Peça: Políticas Inclusivas, reconhecimento de habilitações
de médicos imigrantes de Leste (RTP1, 10/02/04).
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Antes de iniciar a análise das peças convém referir que a construção de sentido na imagem em movimento está associada a uma série de estratégias e procedimentos técnicos,
e não apenas ao texto veiculado, oral ou escrito.61 A construção de uma peça envolve, no
mínimo, quatro textos: um texto visual, um texto sonoro, um texto oral e um texto escrito.
Estes textos podem ser totalmente coincidentes no sentido que expressam, mas podem
também ser coincidentes apenas em parte ou, ainda, totalmente dissonantes. Acresce
que a técnica utilizada na construção das peças televisivas não é neutra. Isto é, por trás
de uma imagem está uma empresa e um repórter de imagem, por trás da selecção de
um ângulo de câmara ou da captação de som estão pessoas integradas em culturas
profissionais, educadas numa Cultura e possuidoras de convicções particulares.
O nosso objectivo neste Estudo é analisar determinadas opções técnicas de construção
e de edição da imagem televisiva. Nesta perspectiva, convém recordar que há uma gramática mínima da imagem, expressa nas sequências, nas opções por cenários e planos,
na utilização da luz e na introdução do som. Pode-se afirmar que
61 Aplicamos aqui o conceia sequência ou sequências de uma peça, ou a passagem realizato de texto de John Hartley,
da pelo corte da edição de um plano para outro constituem um
quando considera que os
Media constroem unidades
texto visual com vista à construção de um sentido que pretende,
de sentido que devem ser
simultaneamente, «reportar a realidade de um facto» e «ilustrar
lidos, analisados e interpretados através de uma interum acontecimento». Para que a peça possa ser lida, é necestextualidade. Cfr: Hartley,
sário incluir elementos de referência contextualizadores, assim
J. (2002) Comunicação,
como sequências-tipo de narrativas visuais, sonoras, escritas ou
Estudos Culturais e Media,
Lisboa, Quimera, pp. 260orais (por exemplo, descritivas, argumentativas, explicativas ou
262; Hartley, J. (2000)
dialogais) identificáveis pelos espectadores.62
Los usos de la televisión,
As metodologias utilizadas na análise tiveram em conta, em
primeiro lugar, a unidade da peça, construída por sequência,
ou em sequências, os cenários e os planos no interior das
sequências. Nos cenários, foram observados os seguintes elementos: as cenas, a tipologia dos planos e enquadramentos;
a construção da imagem pela câmara, nomeadamente os
ângulos, a iluminação e a cor, bem como o som.63
Barcelona, Paidós.
62 Nel, N. (1997)
Généricité, Séquentialité,
Esthétique Télévisuelles,
Réseaux, nº81, p. 36.
63 Elementos adaptados dos
Estudos de Caso descritos
em: Deacon, D. ,Pickering,
M., Golding, P. e Murdock,
G. (1999) Researching
Communications, London,
Arnold, pp. 208-247.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(175)
1ª Peça: (TVI, 10/01/04) Transgressão social, prostituição de brasileiras
Esta peça de 1’45” relata uma acção da GNR em Bragança, com o objectivo de
prevenir o tráfico de mulheres e a prostituição. É constituída por quatro sequências, que integram diferentes cenários, cenas e planos. A 1ª sequência corresponde a uma imagem de estúdio; a 2ª sequência envolve três cenas de um tribunal,
com diversos planos de enquadramento; a 3ª sequência é constituída por duas
imagens de uma mesma testemunha, um comandante da GNR, e três cenas intermédias de arquivo; a 4ª sequência é constituída por uma imagem exterior, junto
ao tribunal, do repórter local.
1ª Sequência — O cenário é o Estúdio. É constituída pela imagem do Pivot em primeiro plano, com os ombros e a cabeça voltados para a câmara. Este plano é utilizado
nos jornais televisivos, com o objectivo de centrar o espectador na figura do Pivot e
na credibilidade do texto proferido. O primeiro plano do Pivot está rodeado de elementos de cena na região de fachada, na região posterior e na região traseira.64
Os elementos de cena da região de fechada encontram-se no oráculo (Rusga em
Bragança/ Polícia apanha 30 brasileiras ilegais em bares de alterne/ oito ficam detidas) e
no news ticker (no exemplo de imagem que damos, este elemento não se refere ao tema
em análise). Na região posterior identifica-se uma bolacha, com uma imagem fixa ilustrativa da prostituição de rua (uma rua com carros, à noite, mulheres paradas entre os carros)
e uma legenda: Mega Rusga. Na região traseira estão os elementos que compõem uma
redacção de televisão. Integram, ainda, este plano três elementos icónicos: o logótipo da
TVI, o horário (21:02) e um elemento gráfico lateral [globo animado] ao oráculo e ao news
ticker. As cores dominantes no estúdio são os diferentes matizes de vermelho em conjunto
com azulados. A este texto visual, que já contém elementos escri64 Categorias adaptadas do
tos, junta-se o texto lido pelo Pivot: Seguem as rusgas em bares
texto de Goffman, Regiões
de alterne transmontanos/ durante a madrugada mais quatro
e comportamento Regional.
Cfr.: Goffman, E. (1993) A
foram alvo de fiscalização por parte da GNR nos concelhos de
apresentação do Eu na Vida
Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Anciães/ que deteve 8 cidadãs
de Todos os Dias, Lisboa,
brasileiras e identificou 22 em situação ilegal no país.
Relógio d’água, pp. 129-167
(176)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
2ª Sequência — Esta sequência é constituída por três cenas nocturnas, tendo como cenário
o edifício do tribunal de Mirandela. Na primeira cena, constituída por um plano geral, uma
mulher sai com a cabeça tapada pela porta do tribunal rodeada por dois polícias e entra
num carro da GNR; a segunda cena capta, num plano geral, vultos de pessoas, mulheres
com cabeças tapadas e polícias, movimentando-se no interior do tribunal; a terceira cena
enquadra, em plano médio, a estátua da Justiça do edifício do tribunal. Não há som
ambiente, dominam os tons avermelhados e dourados provocados pela iluminação nocturna. O oráculo descrito na 1ª sequência acompanha, igualmente, esta sequência. O repórter
local lê em off o texto: 8 cidadãs brasileiras foram detidas pela GNR numa operação de fiscalização a bares de alterne nos concelhos de Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Anciães.
Já antes estas mulheres tinham sido detectadas em situação ilegal no país.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(177)
3ª Sequência — O cenário é o quartel da GNR, com cenas externas e internas. Esta
sequência é composta pelo testemunho recolhido à noite, no interior do quartel,
do capitão da guarda e quatro cenas externas, três diurnas (de arquivo) e uma
nocturna. O testemunho do capitão da GNR de Bragança está no início e no fim
da sequência, e obedece ao seguinte alinhamento: testemunho do capitão (capitão
fardado, em plano médio, interior do quartel, noite), pergunta do repórter em off e
resposta do capitão; quatro cenas exteriores, três diurnas de arquivo (dois planos
de conjunto, respectivamente da porta principal e dos carros da GNR partindo e um
close do distintivo do edifício do quartel da GNR) e uma cena nocturna de plano de
conjunto, onde são vistos jipes, carros e carrinhas da GNR em movimento; testemunho final do capitão (capitão fardado, em plano médio, interior do quartel, noite).
No ecrã mantém-se o mesmo oráculo, o som é tratado de forma a eliminar ruídos
intrusivos à entrevista. Nas imagens do testemunho predominam os tons escuros
da farda e das paredes do quartel, identificam-se dois focos de luz sobre o capitão.
Nas imagens de arquivo a luz é natural.
Transcrição do texto: Capitão da GNR: 8 detidas no total de 4 casas de diversão
nocturna, vulgo de alterne, que foram fiscalizadas; Repórter: Essas brasileiras são
reincidentes em detenções…; Capitão da GNR: Estas brasileiras são efectivamente
reincidentes e foi por isso mesmo que foram presentes em Tribunal; Repórter (em
off, três imagens diurnas de arquivo e uma de exterior nocturna): Agora estão obrigadas a apresentarem-se quinzenalmente às autoridades. Na acção desenvolvida
por 48 militares distribuídos por 12 viaturas foram identificadas mais 22 brasileiras. Esta foi a maior rusga ocorrida desde a detenção do proprietário de uma das
principais casas da região; Capitão da GNR (finalização do testemunho): A outra
situação substancialmente diferente, quer dizer que não estavam há mais de 90
dias, e por qualquer razão, vão ser notificadas por escrito e presentes ao SEF que
determinará, com certeza, no quadro da Lei, o comportamento a seguir.
(178)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
4ª Sequência — O cenário é o exterior do tribunal de Mirandela. Esta sequência nocturna é constituída por uma imagem (um plano de pormenor sobre o identificativo do
tribunal) e uma cena (plano médio do repórter local, tendo na região posterior carros
da GNR e na região traseira o edifício do tribunal). O oráculo inicial continua presente
e o som é tratado. Os tons da cena são dourados e vermelhos resultantes dos focos
de iluminação artificial (candeeiros de rua e foco sobre o repórter). O repórter fala
para a câmara: Ao tribunal de Mirandela foram presentes 8 brasileiras, as restantes
22 foram notificadas por escrito para se apresentarem ao SEF em Bragança no início
da semana. (Nome dos repórteres), a TVI, em Mirandela.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(179)
2ª Peça: (RTP1, 04/02/04) Estado/Governo, rusga policial
Esta peça de 4’16’’ abriu o telejornal da noite de 04/02/04 e relata uma acção
preventiva das Forças de Segurança na região do Intendente em Lisboa. Identificamse na sua construção três sequências: a 1ª sequência é composta por uma imagem
de Estúdio, cenas do Intendente durante a tarde e a chamada feita pelo Pivot da
repórter que se encontra, em directo, no local; a 2ª sequência é constituída pelo
testemunho, em directo, da repórter, intermediado de cenas do Intendente durante
a tarde e no momento do directo; na 3ª sequência a repórter encerra o directo e o
Pivot termina a peça.
A 1ª sequência tem como cenário inicial o estúdio, onde se encontra o Pivot, em primeiro plano, com os ombros e a cabeça voltados para a câmara. O Pivot está vestido
de cor clara o que contrasta com a região de traseira do estúdio, em tons escuros.
A região de fachada apresenta o logótipo do canal (RTP1) e o horário (20:00). O
Pivot inicia a leitura do texto e as imagens deslocam-se para a região do Intendente,
cenário identificado através de um close numa placa da praça. Seguem-se planos de
conjunto e planos médios de cenas de «rusga policial», filas de pessoas para identificação e movimentos de populares e autocarros de polícia. A iluminação é natural,
nocturna, e o som é ambiente. A estas imagens sobrepõem-se na região de fachada
o oráculo: Lisboa/Esta tarde. A imagem volta de novo ao estúdio e o Pivot chama
a repórter que entra em directo, ficando o ecrã dividido em duas imagens: do lado
esquerdo o Pivot, em primeiro plano, e do lado direito a Repórter em plano médio.
Texto do Pivot lido com imagem de estúdio: Boa noite. Está aberta a caça aos imigrantes ilegais. (cenas do Intendente durante a tarde, que descrevemos anteriormente) A polícia começou uma grande operação em Lisboa para capturar estrangeiros
que estão a trabalhar ilegalmente em Portugal. É uma operação conjunta da Polícia
de Segurança Pública, da Polícia Judiciária e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
a decorrer no Intendente. As primeiras informações revelam mais de 30 detenções.
Perto de meia centena de agentes destas três forças de segurança entraram nesta
zona degradada de Lisboa há cerca de 2h. Os guardas estão a intervir em bares de
(180)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
alterne, estabelecimentos de jogo e residências. Os alvos preferenciais são estabelecimentos onde os investigadores suspeitam praticar-se prostituição e onde também
acreditam residir imigrantes clandestinos. Desde o desmantelamento do Casal
Ventoso que o bairro do Intendente tem albergado toxicodependentes e prostitutas,
tendo até levado a Câmara Municipal de Lisboa a intervir. Vamos em directo para o
local da Rusga onde se encontra a (nome da Repórter). (Nome da Repórter), muito
boa noite. A operação ainda decorre nesta altura?
A 2ª sequência inicia-se com o directo da repórter num plano geral, tendo como
cenário uma rua deserta do Intendente. A iluminação é natural, é noite e há um foco
de luz sobre a repórter. Esta sequência desenvolve-se com o seguinte alinhamento:
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(181)
relato da repórter no ecrã dividido em dois onde, do lado direito (do espectador), se
repetem cenas registadas durante a tarde e já visualizadas na 1ª sequência; segue-se
uma imagem da repórter em directo, em plano médio, e cenas de ruas em directo.
Em seguida, surge de novo a repórter, em directo, num plano geral. Continua a
sequência com o relato da repórter no ecrã dividido, onde do lado direito se visualizam as cenas da tarde já anteriormente visualizadas na 1ª sequência. De novo, surge
a repórter em directo, num plano geral, e cenas de ruas em directo. Mais uma vez
o relato da repórter faz-se num ecrã dividido, onde do lado direito se visualizam as
cenas da tarde da 1ª Sequência. Por último, a repórter, em plano médio, termina o
directo. Durante toda esta sequência está presente, na região de fachada, o seguinte
oráculo: Directo/Intendente/Lisboa.
Texto da Repórter: A operação está neste momento exacto a terminar. Esta rua do
Intendente esteve fechada 2horas, desde as 6h (18h) da tarde. Neste momento os
agentes da Polícia Judiciária e da Policia de Segurança abandonam a rua. Durante
2 horas, como eu disse, esta rua esteve absolutamente fechada. Nenhuma pessoa
pôde entrar ou sair da rua, mesmo que alegasse ser moradora desta zona. A única
excepção que eu vi foi uma senhora grávida que tinha documentação, e perante o
facto da senhora estar grávida, de facto, as forças de segurança abriram uma excepção e deixaram-na passar. De resto, foi um bloqueio total neste quarteirão, onde há
bares, casas de alterne e casas de jogo e também residências. Tudo foi passado a
pente fino à procura de pessoas estrangeiras que não tenham toda a documentação
para estar em Portugal. Saíram daqui 4 autocarros, apesar do último já não ir muito
cheio, iam apenas meia dúzia de pessoas, mas os outros três autocarros iam com
bastante gente. Todas estas pessoas foram levadas para identificação pela Polícia
Judiciária. Estimamos que, pelo menos, 200 pessoas terão sido conduzidas às instalações da Polícia Judiciária para serem identificadas. Pessoas que, uma vez aqui,
abordadas pelas forças de segurança, não tinham, de facto, toda a documentação.
Vão agora ter de provar que, de facto, têm condições para estar aqui. Ou se não
tiverem, enfim, o procedimento legal poderá, obviamente, ser, a repatriação, ….o
repatriamento para o país de origem. Esta rua esteve, de facto, fechada, até há muito
pouco tempo, estiveram aqui muitos agentes. Só da Polícia Judiciária, que comanda-
(182)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
va a operação, eram cerca de 50. Todas as casas desta rua, como eu disse, foram
passadas a pente fino. Os moradores não levantaram grandes objecções. Foram
acompanhando a operação de uma forma mais ou menos calma. Só procuravam
os jornalistas de vez em quando para dizer que este bairro do Intendente que tem,
enfim, fama de ter muito tráfico de droga e consumo de droga e mesmo prostituição
também. As pessoas foram dizendo que, apesar da Câmara Municipal ter fechado ao
trânsito parte deste bairro, estes problemas de toxicodependentes e prostituição não
estão, de forma alguma, resolvidos. Esta zona continua a ter estes problemas. Foi
uma operação de 2 horas, preparada com antecedência, naturalmente, e que parece
ter, enfim, um saldo, à avaliar pelo lado das Forças de Segurança, um saldo positivo.
Já que, pelo menos 200 pessoas vão agora para identificação.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(183)
A 3ª sequência é constituída por duas imagens num ecrã dividido. Do lado direito,
a repórter, em plano médio, dá por finalizado o directo, e do lado esquerdo, em primeiro plano, o Pivot no estúdio dá por terminada a peça. A iluminação e o colorido
das duas partes do ecrã contrastam: a clara, corresponde ao Pivot; a escura à repórter. Na região de fachada, numa barra de cor vermelha está o horário (20:04) que
encima o logótipo do canal (1), ao meio do ecrã, o canal, RTP1 e, do lado direito,
a palavra Lisboa.
Texto lido pelo Pivot: (Nome da repórter), em directo, na zona onde agora está a
terminar esta rusga.
3ª Peça: (SIC, 18/06/04) Sociologia/Demografia, julgamento de uma
mulher de etnia cigana
Esta peça de 2’11’’ tem a sua origem em Bragança e reporta o julgamento de uma
mãe de etnia cigana, condenada por ter agredido, na escola, a professora do seu
filho. É constituída por três sequências. A 1ª sequência tem como cenário o Estúdio;
a 2ª sequência apresenta dois cenários, a escola e o Tribunal; a 3ª sequência integra
os testemunhos da arguida e da queixosa.
Na 1ª sequência, o Pivot surge em primeiro plano, virado para a câmara. Na região
de traseira vê-se a redacção e dispositivos técnicos peculiares. O Pivot está vestido
com roupa escura, os dispositivos apresentam manchas claras. Na região de fachada
inscreve-se o oráculo e o news ticker em tons avermelhados. O primeiro anuncia: 5
anos de prisão efectiva. Mãe agrediu uma professora e um aluno. O news ticker não
está relacionado com a peça.
Texto do Pivot: A mãe de um aluno de uma escola básica de Bragança foi condenada
a 5 anos de prisão efectiva por ter agredido um colega do filho e a professora.
(184)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
A 2ª sequência é constituída por três cenários: a escola, a casa da professora e o
tribunal. A escola é apresentada através de um grande plano geral, quatro planos de
pormenor (do exterior e interior), um plano de conjunto (da fachada e da porta de
entrada) e de novo, um plano geral e um grande plano, que apresentam o edifício e o
recreio. Estas cenas têm o seguinte oráculo: Bragança: Escola Cantarias. Segue-se uma
cena que mostra a professora (em plano médio) a fechar o portão de um quintal,
depreendendo-se que se trata da sua casa. O cenário transfere-se para o tribunal,
apresentado num plano de conjunto, seguindo-se cenas dos corredores e da porta
onde se presume que tenha ocorrido o julgamento. As cenas do interior do tribunal
são constituídas por diferentes planos: um plano de conjunto do corredor; quatro
planos médios, respectivamente da arguida, da queixosa, do advogado de defesa
e de populares; e um grande plano dos dizeres que encimam a porta da sala de
audiências do tribunal. O oráculo destes dois cenários é o inicial: 5 anos de prisão
efectiva; mãe agrediu professora e um aluno. Não há som ambiente.
Texto do Repórter: O caso, que ocorreu há pouco mais de um ano, teve origem
numa briga entre crianças na véspera do passeio escolar. No dia seguinte, antes da
partida do autocarro, a mãe de uma dessas crianças decidiu ajustar contas pessoalmente, primeiro esbofeteando o colega, com quem o filho se tinha envolvido, depois
agredindo o pai do aluno e também a professora. Não satisfeita, voltou à escola,
no dia a seguir e, invadindo a sala de aulas, agrediu mais uma vez a docente. A
professora apresentou queixa à polícia e a partir daí passou a ser alvo de constantes
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(185)
ameaças de morte por parte da mãe do aluno. Tudo isto ficou provado em tribunal
que condenou a arguida a um cúmulo jurídico de 5 anos de prisão efectiva por vários
crimes de ofensas à integridade física, ameaça, coação e injúria e invasão de local
vedado ao público. Para a decisão do colectivo também contribuiu o facto da arguida
se encontrar com pena suspensa por crimes anteriores de agressão às autoridades
policiais. Apesar do Ministério Público ter solicitado a detenção imediata da arguida,
o tribunal aplicou-lhe, como medida de coação, até ao recurso que interpôs estar
decidido, a obrigatoriedade de se apresentar diariamente na polícia e não contactar
com a professora e com qualquer das testemunhas.
A 3ª sequência é constituída pelos testemunhos da arguida e da queixosa, intermediados por um comentário do repórter. O cenário é o tribunal. O oráculo mantém-se.
Ambos os testemunhos são feitos em plano médio. O texto do repórter é lido no
momento em que são apresentadas cenas dos corredores do Tribunal, em plano de
conjunto. O som é captado em directo.
Testemunho da arguida: Se eu quisesse fugir eu teria fugido antes. Mas eu jamais
abandonaria a minha família que tenho presa, pois eles estão a precisar de mim e
é de mim que eles dependem e 3 crianças pequenininhas. Isto aqui nesta terra não
podemos viver, estamos muito, muito, discriminados aqui. Uma palavra de um cigano
aqui, não conta.
(186)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Repórter: A arguida que se diz inocente, foi condenada a pagar à professora uma
indemnização de três mil euros.
Testemunho da queixosa: Por mim nem tínhamos chegado a onde chegámos. Porque
se ela não me tem agredido, e se ela não me tem ameaçado, aterrorizado, eu até lhe
tinha desculpado e não tínhamos chegado aqui. Ela continuava a amedrontar-me, a
aterrorizar-me, a ameaçar-me, a insultar-me, a agredir-me. Eu, portanto, foi o único
recurso que tive.
Repórter: A arguida tem a seu cargo 3 filhos menores, o marido e outros três filhos
encontram-se presos.
4ª Peça: (RTP1, 10/02/04), Políticas Inclusivas, reconhecimento de habilitações de médicos imigrantes de Leste
Esta peça de 2’14’’ é constituída por duas sequências. A 1ª sequência corresponde
à imagem do Pivot, no Estúdio. A 2ª sequência envolve quatro cenários (o interior e
exterior do Hospital de Santa Maria, os jardins de um Hospital e a casa de um médico), bem como os testemunhos de quatro intervenientes (duas médicas originárias
dos países de Leste e dois médicos portugueses), além das cenas das médicas-candidatas a trabalharem e a estudarem no Hospital.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(187)
1ª Sequência — O Pivot encontra-se em estúdio, em primeiro plano, com os ombros
e a cabeça voltados para a câmara. O Pivot está vestido de cor escura o que contrasta com a região de traseira do estúdio. A redacção apresenta tons mais claros. Na
região de fachada, identifica-se o oráculo: Médicos de Leste/Mais de cem médicos
à procura de uma equivalência para Portugal e os seguintes elementos gráficos, o
logótipo do canal (1) e a hora (20:38).
Texto do Repórter: Originários da outra parte da Europa, os médicos dos países de
Leste enfrentam dificuldades quando tentam obter equivalências académica em
Portugal. Há mais de uma centena de pessoas nestas condições. Todo o processo
é lento e só acaba depois de um estágio numa das cinco Faculdades de Medicina
portuguesas. Um percurso sinuoso e que nem sempre termina bem.
2ª Sequência —Nesta sequência assiste-se ao depoimento das médicas originárias
dos países de Leste, à leitura do texto da repórter e aos testemunhos de dois médicos portugueses. O alinhamento das cenas está organizado da seguinte forma: 1)
Testemunho da 1ª médica-candidata (cenário jardim); 2) Testemunho da 2ª médicacandidata (o cenário é o exterior do Hospital de Santa Maria, em Lisboa); 3) Voz da
repórter e cenas das médicas- -candidatas a trabalhar no interior de um hospital;
4) Testemunho da 1ª médica-candidata (o cenário é o interior do Hospital de Santa
Maria); 5) Testemunho da 2ª médica-candidata (o cenário é o interior do Hospital);
(188)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
6) Voz da repórter e ecrã dividido onde se visualizam cenas das médicas exercendo
funções no Hospital e a estudar; 7) Testemunho do 1º médico português (o cenário é
o Hospital); 8) Testemunho do 2º médico português, Professor Catedrático (o cenário
é o seu domicílio); 9) Voz da repórter e cenas de trabalho das médicas--candidatas e
uma imagem de uma pauta de equivalências; 10) Testemunho da 1ª médica-candidata (exterior do Hospital de Santa Maria); 11) Testemunho do 2º médico português;
12) Voz da repórter e cenas internas do Hospital; 13) Testemunho da 1ª médica-candidata (exterior do Hospital de Santa Maria); 14) Testemunho da 2ª médica-candidata; 15) Cena de afastamento da 2ª médica-candidata.
Nesta sequência, os planos das testemunhas são todos médios ou em plano fechado.
As cenas são planos de conjunto, ou americanos, do interior do Hospital. Na última
cena há um plano de conjunto, com movimento ascendente.
Testemunho 1ª médica-candidata: O maior sonho era um dia trabalhar na minha
especialidade.
Testemunho 2ª médica-candidata: Eu quero conseguir, eu quero conseguir tirar a
equivalência e trabalhar aqui, mas eu sei que tenho muito de trabalhar.
Repórter: São os sonhos da Natália e Ninel, duas médicas de Leste que em Portugal
tentam obter a equivalência em Medicina. Ninel tem 33 anos, estudou na Rússia e
está em Portugal há dois anos.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(189)
Testemunho 1ª médica-candidata: Seis anos na Faculdade, depois fiz internato geral
e, depois, fiz internato suplementar em imuno-ergologia.
Repórter: Natália tem 32 anos, estudou na Bielo-Rússia, depois de 4 dias de viagem
de autocarro chegou a Portugal há dois anos e meio.
Testemunho 2ª médica-candidata: Fiz medicina de clínica geral, depois trabalhei num
hospital e num centro de saúde, 4 anos, como médica de clínica geral.
Repórter: Agora tentam obter a equivalência das suas licenciaturas. Um processo
lento que envolve muita documentação e que passa por 4 meses de estágio.
Testemunho 1º médico: Essa classificação vai servir para depois ser avaliada, finalmente, num exame oral com os responsáveis dos serviços por onde o médico passou. Portanto, faz um exame final oral em que entra a classificação do exame oral
com a classificação da avaliação do estágio nos serviços.
Testemunho 2º médico: Sendo o exame de equivalência de Licenciatura aquilo que
nós exigimos, o grau de conhecimento que exigimos é aquele que é exigido aos nossos alunos do 4º e 5º ano.
Repórter: E os problemas começam quase sempre aqui. São 120 os médicos de
Leste inscritos no programa de apoio do Serviço Jesuíta e da Fundação Gulbenkian.
Quarenta já obtiveram equivalência, 22 reprovaram, quase todos depois do exame
teórico da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Testemunho 2ª médica-candidata: É muito complicado, mas tem de ser mesmo
assim. Porque Medicina é uma coisa séria. Não é?
Testemunho 2º médico: Se facilitarmos de mais aquilo que vamos fazer é aumentar o
número de médicos no País de forma mais ou menos artificial, mas diminuir a qualidade de prestação de assistência à nossa população. Ora nós não queremos isso.
(190)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
Repórter: Depois de obtida a equivalência e a cédula profissional Ninel e Natália
ficam aptas a exercer medicina em Portugal e na Comunidade Europeia.
Testemunho 1ª médica-candidata: Agora só penso, pergunta-me, como vai correr.
Depois, depois, vamos ver.
Testemunho 2ª médica-candidata: Agora sei, vou se calhar, para alguma aldeia trabalhar…
OBSERVAÇÕES
Nas quatro peças descritas iremos apontar algumas características que são comuns
e outras que as distinguem. Antes de mais, é necessário assinalar o ritmo que todas
as peças exibem, sendo constituídas por mais de uma sequência e numerosos
planos, determinados por cortes de edição e alteração de ângulos de câmara. Em
seguida, nota-se uma tendência a utilizar o texto visual como ilustração do texto oral.
Esta situação é particularmente notória na 1ª (TVI, 10/01/04) e 3ª (SIC, 18/06/04)
peças, quando o texto visual acompanha, em simultâneo, os factos descritos pelo
repórter. Há, ainda, uma tendência, nas três primeiras peças, em prolongar a duração da peça, para além do facto relatado. Isto é, há imagens recorrentes e relatos
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(191)
dos repórteres que repetem, muitas vezes literalmente, o primeiro texto proferido.
Esta tendência é claramente identificada na 2ª peça (RTP1, 10/02/04) de 4’16’’,
onde a repórter, em directo, profere um texto que, a partir dos 20 primeiros segundos
de informação, não acrescenta nada de novo, acompanhado de cenas que se repetem consecutivamente e foram captadas num período anterior ao directo. Na mesma
peça, observa-se, ainda, que há informações imprecisas e confusões no que se refere
a pessoas levadas para identificação ou detidas pelas Forças de Segurança.
Outra característica comum das três primeiras peças é a saliência conferida aos cenários institucionais (tribunais, quartel e esquadra), a autoridades [1ª (TVI, 10/01/04)
e 2ª (RTP1, 14/02/04) peças] e actores institucionais (Forças de Segurança), não só
lhes dando voz, nos testemunhos prestados, mas também no conjunto das imagens
exibidas. Por exemplo, na 2ª peça (RTP1, 14/02/04) há inúmeros planos centrados
nos agentes de segurança. Observa-se, ainda, que as três primeiras peças tendem
a privilegiar a representação ficcional dos factos, apresentando cenários tipificados
e conferindo à notícia reportada características emocionais e dramatúrgicas. Por
exemplo, a edição que a 1ª peça faz das movimentações da GNR, combinando
imagens de arquivo e do momento da peça; a 2ª peça, que poderia ser designada
de falso directo, ao combinar cenas de dois momentos diferentes do acontecimento,
repetidas consecutivamente e apresentadas num ecrã dividido ao meio; a 3ª peça ao
enfatizar o cenário rural do edifício da escola e os comportamentos emocionais das
protagonistas, uma professora do ensino básico e uma mãe de etnia cigana, através
de planos de pormenor e aproximados.65
A quarta, e última peça (RTP110/02/04), apresenta características um pouco diferentes das três primeiras. Os cenários utilizados são os locais exteriores e interiores
do exercício de uma profissão, as cenas constroem os quotidianos das duas protagonistas e os testemunhos centram-se na matéria informativa.
65 Nel, N. (1997) Généricité,
Séquentialité, Esthétique
Télévisuelles, Réseaux, nº81,
p. 42.
(192)
Em relação à representação visual destas mesmas peças, temos
como elementos dominantes internos – em ambiente de estúdio
– os símbolos icónicos (bolachas, oráculos e news tickers), que
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
apresentam, normalmente, etiquetas estereotipadas sobre os temas da imigração e das
minorias étnicas. Essas imagens constituem «imagens de réplica», isto é, cenas ou
sinais utilizados para chamar a atenção do público, por estarem associados a referentes
facilmente reconhecíveis pelos espectadores de uma determinada cultura.66
Como elementos visuais externos – aqueles captados fora de estúdio – destacamse os movimentos de câmara, sobretudo travellings, quase sempre já fora do plano
da acção principal, e os longos directos que estimulam, principalmente, a criação
de cenários e as cenas sem conteúdo informacional, isto é, os «tempos mortos»
que ajudam a esticar as peças e a duração dos telejornais. As peças, em análise,
utilizaram com maior recorrência os chamados “ travellings de acompanhamento”
e o “de descrição”, procurando registar, na medida do possível, desde planos em
profundidade, passando por panorâmicas, até chegar aos detalhes, por exemplo, nas
imagens sobre os tribunais.
Os planos, registados nas peças, podem ser subdivididos em três tipos principais: os
“planos de fundo” que criam cenários facilmente identificáveis pelos espectadores
como sendo característicos de actividades e quotidianos do mundo da imigração (por
exemplo, as casas de alterne, as ruas escuras, as fachadas de edifícios degradados
e as esquadras de polícia); os “planos das personagens” apresentados geralmente
com enquadramento horizontal, também chamado “em normal”; e por último, o
“plano da câmara”, que representa o ponto de vista do telespectador (observador).
Uma opção de enquadramento ainda utilizada, apesar de que um pouco menos frequente, é a chamada “em picado”, com a câmara a filmar de cima para baixo: quando se pretende reduzir a imagem de uma personagem ou pormenor. Convém lembrar
que certos planos, e movimentos de câmara, têm o poder de
dar vida a assuntos relativamente apagados e/ou com pouca
66 Vilches, L. (1989)
Manipulación de La
67
acção, atribuindo-lhes um sentido. Por exemplo, no plano
Información Televisiva.
de conjunto, e no movimento de câmara ascendente da peça
Buenos Aires, Paidós, p. 105.
67 Watts, H. (1990) On
nº 4, que analisamos, procura-se, no momento final da peça,
Camera, Trad. Jairo Tadeu
mostrar afastamento ou distanciamento da personagem.
Longhi. São Paulo, Summus,
Col. Novas buscas em comunicação, vol. 36.
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(193)
Nas peças descritas nota-se, ainda, a predilecção pelo “plano geral-médio”, que dá
mais ênfase ao ambiente e aos cenários (Por exemplo, na peça das pessoas circulando pelas ruas do Intendente - RTP1, 04/02/04); e pelo “primeiríssimo plano”, grande
plano e plano de pormenor, cujo limite inferior da imagem corta a personagem pouco
baixo das axilas, valorizando sobretudo as emoções e as expressões. Dispositivos
evidenciados particularmente nos testemunhos das peças 3 (SIC, 18/06/04) e 4
(RTP1,10/02/04) respectivamente nos depoimentos das intervenientes do julgamento em Bragança e das médicas originárias dos países de Leste].
Com relação aos centros de interesse das imagens, notamos uma forte contaminação dos cenários por elementos perturbadores, tais como: no caso do Intendente,
inúmeras pessoas caminhando pelo largo e completamente alheias ao que se passava — 2ª peça, RTP1, 04/02/04 — e no julgamento da mãe, em Bragança— 3ª peça,
SIC, 18/06/04 — embora seja o news tickers, que passa no rodapé do ecrã, o maior
elemento de poluição visual.
(194)
Media, Imigração e Minorias Étnicas II
ALGUMAS REFLEXÕES PARA O FUTURO
Este Instrumento de Trabalho fixou-se sobre a imprensa e a televisão e no caso deste
último meio de comunicação sobre programas e géneros exibidos no prime-time.
Com o objectivo de contribuir para a compreensão das hipotéticas formas de recepção dessa notícia citam-se três investigações relatadas em revistas da especialidade:
uma sobre o que «pode significar as boas notícias nos meios de comunicação»; outra
sobre «como é percepcionado o crime nos EUA» e a terceira sobre «o papel das televisões, sobretudo da televisão pública, na manutenção da coesão social».
A primeira investigação debruça-se sobre o tratamento conferido pelos Media, nos
Estados Unidos, à Guerra da Etiópia (1988) referindo que, a partir de um certo
tempo, e em função da pouca informação e das «más notícias» para os soldados
americanos, os Media abandonaram o assunto. Este abandono fez com que as pessoas tendessem a «fechar a estória», considerando que a não existência de «estórias» nos Media sobre este assunto, corresponderia a uma situação de «não estória»:
leaving the impression with many readers and viewers that the absense of coverage
somehow implied that the problem had been solved.68 A estupefacção popular, e
o descrédito dos Media, surgiram quando a true history dos soldados americanos
eclodiu de forma dramática.
A segunda investigação procura apreender a percepção que o
grande público tem do Crime nos EUA, abordando a enorme
relevância atribuída a este issue e a associação desta temática às minorias, feita pela maioria da população. Para estes
autores, o público continua a ter a percepção que o crime é
um dos problemas mais graves nos EUA, independentemente
dele ser uma realidade apenas nas grandes cidades. Os autores atribuem esta ideia, confirmada através de inquéritos à
população norte-americana, à enorme exposição das audiências a programas violentos exibidos durante o prime-time.69
68 Metzger, Miriam
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Good News: Inferring Closure
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69 Romer, D., Jamieson,
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Television News and the
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Media, Imigração e Minorias Étnicas II
(195)
O terceiro estudo examina o papel dos Media na explicação individual dos crimes e
na assunção do bem-estar das populações, referindo o papel das televisões públicas
como fontes significativas de informação sobre problemas sociais e na explicação
dos seus conteúdos. Assim, e segundo esta perspectiva, as reportagens de televisão
devem tentar apresentar várias explicações possíveis, sugerindo causas e consequências e ajudando as audiências a compreender pessoas e acontecimentos. Por exemplo, no caso do relato de um crime as explicações devem incidir sobre as origens,
individuais e sociais, evitando atribuir as causas apenas ao indivíduo ou à sociedade.
Os mesmos autores concluem que as estórias de televisão que colocam os acontecimentos num contexto mais geral e abstracto, tendem a encorajar visões mais colectivas promovendo a responsabilização de toda a sociedade na sua resolução.
70 Sotirovic, M. (2003)
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