Draft - Mobilidade Sustentável - Agência Portuguesa do Ambiente
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Draft - Mobilidade Sustentável - Agência Portuguesa do Ambiente
PROJECTO MOBILIDADE SUSTENTÁVEL MUNICÍPIO DE CASTELO BRANCO RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO 1 EQUIPA TÉCNICA DA ESTCB Prof. Doutor Rui Amaro Alves (Coordenação) Arq.to José Carlos Mocito Eng.º Sílvio Castanheira Eng.º Sérgio Bispo EQUIPA DA CMCB Vereador Eng.º João Carvalhinho Eng.ª Maria Otília Caetano ESTCB, Janeiro de 2008 2 Índice 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9 2. CONTEXTO ALARGADO.................................................................................................. 10 3. 4. 2.1. INSERÇÃO TERRITORIAL DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................ 10 2.2. CONTEXTO ADMINISTRATIVO E REGIONAL ...................................................................... 11 2.2.1. População e povoamento .................................................................................... 11 2.2.2. Infra-estruturas de transporte .............................................................................. 14 2.2.3. Interdependências territoriais .............................................................................. 15 2.2.4. Base económica regional .................................................................................... 17 2.2.5. Repartição intermodal das deslocações a nível regional e sub-regional .............. 20 CONTEXTO CONCELHIO ................................................................................................ 21 3.1. POPULAÇÃO E POVOAMENTO CONCELHIO ...................................................................... 22 3.2. INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTE A NÍVEL CONCELHIO.............................................. 26 3.3. ACTIVIDADES ECONÓMICAS LOCAIS ............................................................................... 27 3.4. ESTRUTURA TERRITORIAL E FUNCIONAL......................................................................... 29 3.5. TRANSPORTES PÚBLICOS NO CONCELHO ...................................................................... 31 3.5.1. Oferta de Transportes ......................................................................................... 31 3.5.2. Transportes especiais ......................................................................................... 39 3.5.3. Táxis ................................................................................................................... 39 3.5.4. Procura de Transportes públicos ......................................................................... 40 3.6. TRANSPORTE INDIVIDUAL.............................................................................................. 41 3.7. SINISTRALIDADE NO CONCELHO .................................................................................... 45 3.7.1. Acidentes e vítimas: evolução ............................................................................. 45 3.7.2. Natureza dos acidentes....................................................................................... 46 3.7.3. Causas dos acidentes ......................................................................................... 47 3.7.4. Estrutura territorial ............................................................................................... 48 ÁREA DE INTERVENÇÃO ................................................................................................ 50 4.1. TOPOGRAFIA E CLIMA ................................................................................................... 50 4.2. POPULAÇÃO, FAMÍLIAS E ACTIVIDADES ECONÓMICAS ...................................................... 51 4.3. ESTRUTURA URBANA .................................................................................................... 53 4.3.1. Épocas de evolução da cidade............................................................................ 55 4.3.2. Malha urbana ...................................................................................................... 55 4.3.3. Estrutura funcional e usos do solo....................................................................... 59 4.3.4. Estrutura verde urbana........................................................................................ 63 4.4. GRANDES PÓLOS ATRACTORES E GERADORES DE TRÁFEGO ........................................... 66 4.5. ARTICULAÇÃO ENTRE O PLANEAMENTO E GESTÃO URBANÍSTICA E OS TRANSPORTES E MOBILIDADE 4.6. ........................................................................................................................... 68 INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTE ............................................................................ 73 3 4.6.1. Rede viária .......................................................................................................... 73 4.6.2. Ciclovias.............................................................................................................. 79 4.6.3. Estacionamento .................................................................................................. 80 4.6.4. Sistema de circulação e regulação do tráfego ..................................................... 85 4.7. OFERTA DE TRANSPORTES ........................................................................................... 91 4.7.1. Transportes especiais ......................................................................................... 91 4.7.2. Transportes públicos urbanos ............................................................................. 92 4.7.3. Táxis ................................................................................................................. 108 4.7.4. Linha de Ecobus ............................................................................................... 109 4.8. PROCURA DE TRANSPORTES ...................................................................................... 110 4.8.1. Principais deslocações ...................................................................................... 110 4.8.2. Repartição modal .............................................................................................. 112 4.8.3. Circulação pedonal ........................................................................................... 114 4.8.4. Circulação cicloviária......................................................................................... 118 4.8.5. Transportes especiais ....................................................................................... 118 4.8.6. Transportes públicos ......................................................................................... 118 4.8.7. Circulação automóvel ........................................................................................ 119 4.9. SINISTRALIDADE NA CIDADE ........................................................................................ 131 4.9.1. Acidentes e vítimas: evolução ........................................................................... 131 4.9.2. Natureza dos acidentes..................................................................................... 131 4.9.3. Causas dos acidentes ....................................................................................... 133 4.9.4. Estrutura territorial ............................................................................................. 135 AMBIENTE URBANO ................................................................................................ 138 4.10. 4.10.1. Qualidade do ar................................................................................................. 138 4.10.2. Ruído ................................................................................................................ 139 HÁBITOS DA POPULAÇÃO ........................................................................................ 142 4.11. 4.11.1. Motivações na escolha do modo ....................................................................... 142 PRINCIPAIS PROJECTOS / PLANOS EM CURSO ........................................................... 145 4.12. 5. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO ......................................................................................... 152 5.1. A VISÃO DA POPULAÇÃO ............................................................................................. 152 5.1.1. Estacionamento ................................................................................................ 155 5.1.2. Restrição à circulação automóvel ...................................................................... 156 5.1.3. Utilização dos transportes colectivos................................................................. 156 5.1.4. Uso da bicicleta ................................................................................................. 156 5.2. PRINCIPAIS CONDICIONANTES E OPORTUNIDADES À MOBILIDADE SUSTENTÁVEL NA CIDADE DE CASTELO BRANCO ........................................................................................................... 157 5.3. PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERVENÇÃO ........................................................................... 163 6. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 164 7. ANEXOS ......................................................................................................................... 165 4 INDICE DE QUADROS Quadro I ± Evolução da população residente na Beira Interior Sul (1981-2004)......................................................... 12 Quadro II ± Evolução da densidade populacional no Centro e Beira Interior Sul ........................................................ 12 Quadro III ± Índices-resumo da estrutura etária da população residente na envolvente regional de Castelo Branco (1991/2001) ................................................................................................................................................................. 14 Quadro IV ± Migrações pendulares de trabalho no concelho de Castelo Branco (1991/2001) ................................... 17 Quadro V ± Distribuição das empresas por actividade (%) ......................................................................................... 19 Quadro VI ± Distribuição do pessoal ao serviço por actividade (%) ............................................................................ 19 Quadro VII ± Repartição intermodal dos transportes nos concelhos da Beira Interior Sul .......................................... 20 Quadro VIII ± Sistematização da hierarquia dos centros urbanos do concelho de Castelo Branco ............................ 30 Quadro IX ± Características dos comboios com origem em Castelo Branco .............................................................. 31 Quadro X ± Características dos comboios com chegada de Castelo Branco ............................................................. 32 Quadro XI ± Tempo de viagem entre a estação de Castelo Branco e as estações e apeadeiros na envolvente regional ........................................................................................................................................................................ 32 Quadro XII ± Características das carreiras expresso com paragem em Castelo Branco ............................................ 33 Quadro XIII ± Características das carreiras interurbanas que servem o concelho de Castelo Branco ........................ 34 Quadro XIV ± Características das carreiras intra-concelhias da RBI .......................................................................... 35 Quadro XV ± Evolução da população residente, famílias e fogos ............................................................................... 51 Quadro XVI ± Distribuição do emprego na cidade de Castelo Branco ........................................................................ 52 Quadro XVII ± Indicadores das zonas urbanas ........................................................................................................... 62 Quadro XVIII ± Integração dos âmbitos relacionados com o sector dos transportes nos diversos instrumentos de planeamento ................................................................................................................................................................ 69 Quadro XIX ± Inclinações nas vias da cidade de Castelo Branco ............................................................................... 74 Quadro XX ± Largura das faixas de rodagem na cidade de Castelo Branco .............................................................. 75 Quadro XXI ± Largura dos passeios na cidade de Castelo Branco ............................................................................. 76 Quadro XXII ± Largura dos perfis na cidade de Castelo Branco ................................................................................. 77 Quadro XXIII ± Oferta de estacionamento gratuito em 5 zonas da cidade de Castelo Branco ................................... 81 Quadro XXIV ± Oferta de estacionamento gratuito em 9 zonas da cidade de Castelo Branco ................................... 82 Quadro XXV ± Custo de parqueamento no estacionamento da Devesa ..................................................................... 82 Quadro XXVI ± Custo de parqueamento no estacionamento da Praça ....................................................................... 83 Quadro XXVII ± Características das carreiras urbanas ............................................................................................. 100 Quadro XXVIII ± Período de funcionamento das carreiras urbanas .......................................................................... 101 Quadro XXIX ± Frequência das carreiras urbanas que servem a cidade de Castelo Branco ................................... 103 Quadro XXX ± Tarifário aplicado às carreiras urbanas da cidade de Castelo Branco ............................................... 104 Quadro XXXI ± Locais onde se registaram 10 ou mais acidentes, no período 2001-2006........................................ 136 Quadro XXXII ± Locais onde houve reincidência de atropelamentos, no período 2001-2006 ................................... 136 Quadro XXXIII ± Principais intervenções previstas e respectivo impacte sobre o sistema de mobilidade ................ 146 Quadro XXXIV ± Características das zonas urbanas onde é previsto um acréscimo populacional superior a 1 000 habitantes, segundo o PU ......................................................................................................................................... 151 5 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 ± Enquadramento do concelho de Castelo Branco ....................................................................................... 10 Figura 2 ± Evolução da população residente na Beira Interior Sul (1981-2004) ......................................................... 11 Figura 3 ± População residente na Beira Interior Sul por dimensão de lugar .............................................................. 13 Figura 4 ± Evolução da estrutura etária da Beira Interior Sul ...................................................................................... 13 Figura 5 ± Rede viária nacional e regional do distrito de Castelo Branco ................................................................... 14 Figura 6 ± Rede ferroviária nacional ± Região Centro................................................................................................. 15 Figura 7 ± Movimentos pendulares por motivo de trabalho com destino ao concelho de Castelo Branco .................. 16 Figura 8 ± Movimentos pendulares por motivo de estudo com destino ao concelho de Castelo Branco .................... 16 Figura 9 ± Valor acrescentado bruto, por sector e área territorial em 2003 ................................................................. 18 Figura 10 ± Repartição intermodal das deslocações na região Centro e Beira Interior Sul ......................................... 20 Figura 11 ± Repartição intermodal dos transportes nos concelhos da Beira Interior Sul ............................................ 21 Figura 12 ± Unidades de paisagem do concelho de Castelo Branco .......................................................................... 21 Figura 13 ± Evolução da população residente no concelho de Castelo Branco .......................................................... 22 Figura 14 ± Densidade populacional nas freguesias do concelho de Castelo Branco ................................................ 23 Figura 15 ± Variação da população nas freguesias do concelho de Castelo Branco .................................................. 23 Figura 16 ± Evolução da população residente por dimensão de lugar ........................................................................ 24 Figura 17 ± Povoamento no concelho de Castelo Branco ........................................................................................... 24 Figura 18 ± Evolução da estrutura etária da população residente no concelho de Castelo Branco (1991/2001) ........ 25 Figura 19, 20, 21, 22 ± Índices resumo da estrutura etária da população residente nas freguesias do concelho de Castelo Branco ............................................................................................................................................................ 26 Figura 23 ± Infra-estruturas de transporte no concelho de Castelo Branco ................................................................ 27 Figura 24 ± Decomposição da população activa empregada por sector, em 2001 ..................................................... 28 Figura 25 ± Decomposição da população activa empregada por actividade económica, em 2001............................. 29 Figura 26 ± Carreiras expresso com ligação a Castelo Branco ................................................................................... 33 Figura 27 ± Concelhos abrangidos por carreiras intermunicipais diárias com ligação a Castelo Branco .................... 34 Figura 28 ± Carreiras intra-concelhias diárias da RBI ................................................................................................. 36 Figura 29 ± Aglomerados servidos por carreiras diárias com origem/destino na cidade ............................................. 37 Figura 30 ± Distância-tempo em relação à cidade de Castelo Branco em transporte colectivo .................................. 37 Figura 31 ± Custo da tarifa de transporte público colectivo em relação a Castelo Branco .......................................... 38 Figura 32 ± Táxis existentes no concelho de Castelo Branco ..................................................................................... 39 Figura 33 ± Evolução do número de passes atribuídos e dos passageiros que utilizaram as carreiras inter-urbanas da RBI, em 2006.......................................................................................................................................................... 40 Figura 34 ± Evolução da Taxa de Motorização ........................................................................................................... 41 Figura 35 ± Tráfego médio diário (2006) na Auto-Estrada A23 ................................................................................... 42 Figura 36 ± Acessibilidade regional a Castelo Branco em transporte individual ......................................................... 43 Figura 37 ± Acessibilidade concelhia em transporte individual à cidade de Castelo Branco....................................... 44 Figura 38 e 39 ± Evolução do número de acidentes com vítimas e sinistrados em Portugal (à direita), e no concelho de Castelo Branco (à esquerda), no período 2002 ± 2006 .......................................................................................... 45 Figura 40 ± Evolução do número de acidentes com vítimas e sinistrados, por 1000 habitantes, em Portugal e no concelho de Castelo Branco, no ano 2006 .................................................................................................................. 45 Figura 41 ± Número de sinistrados, por 1000 habitantes, em Portugal e no concelho de Castelo Branco, em 2006 . 46 Figura 42 ± Natureza dos acidentes registados no concelho de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 ................ 46 Figura 43 ± Características dos acidentes registados no concelho de Castelo Branco, 2002 ± 2006......................... 47 Figura 44 ± Causas dos acidentes ocorridos no concelho de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 .................... 47 Figura 45 ± Características dos acidentes localizados dentro e fora de localidades no concelho de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 .............................................................................................................................................. 48 6 Figura 46 ± Características dos acidentes no concelho, por localização e causa (2002-2006) .................................. 48 Figura 47 ± Localização dos acidentes no concelho de C.lo Branco (2002-2006) ...................................................... 49 Figura 48 ± Características dos acidentes no concelho, por localização (2002 ± 2006) ............................................. 49 Figura 49 ± Enquadramento da cidade de Castelo Branco ......................................................................................... 50 Figura 50 ± Evolução da população residente, famílias e fogos na cidade de Castelo Branco ................................... 51 Figura 51 ± Estrutura etária da população residente na cidade de Castelo Branco, em 2001 .................................... 52 Figura 52 ± Zonamento da cidade de Castelo Branco ................................................................................................ 54 Figura 53 ± Evolução urbana da cidade de Castelo Branco ........................................................................................ 57 Figura 54 ± Malha urbana (circulares e radiais) da cidade de Castelo Branco ........................................................... 58 Figura 55 ± Estrutura funcional da cidade de Castelo Branco ..................................................................................... 60 Figura 56 ± Distribuição dos postos de trabalho na cidade de Castelo Branco ........................................................... 64 Figura 57 ± Distribuição dos alunos na cidade de Castelo Branco.............................................................................. 64 Figura 58 ± Estrutura verde e localização de equipamentos de desporto, educação e cultura ................................... 65 Figura 59 ± Pontos de contagem ( ) e inquérito O/D ( ) ......................................................................................... 66 Figura 60 ± Relação Origem/Destino .......................................................................................................................... 67 Figura 61 ± Organigrama da Câmara Municipal de Castelo Branco ........................................................................... 72 Figura 62 ± Inclinações nas vias da cidade de Castelo Branco .................................................................................. 74 Figura 63 ± Largura média dos passeios na cidade de Castelo Branco ...................................................................... 76 Figura 64 ± Largura dos perfis na cidade de Castelo Branco ...................................................................................... 77 Figura 65 ± Classificação e estado de conservação das estradas na cidade de Castelo Branco ............................... 78 Figura 66 ± Rede de ciclovias da cidade de Castelo Branco ...................................................................................... 80 Figura 67 ± Duração média da procura de estacionamento ........................................................................................ 83 Figura 68 ± Tempo de permanência dos utilizadores do Parque de Estacionamento da Devesa (Janeiro de 2006 a Maio de 2007).............................................................................................................................................................. 85 Figura 69 ± Localização dos semáforos na cidade de Castelo Branco ....................................................................... 87 Figura 70 ± Localização de alguns problemas diagnosticados ................................................................................... 90 Figura 71 ± Rede de transportes colectivos urbanos de Castelo Branco .................................................................... 92 Figura 72 ± Percurso da carreira urbana n.º 1 ............................................................................................................. 93 Figura 73 ± Percurso da carreira urbana n.º 2 ............................................................................................................. 94 Figura 74 ± Percurso da carreira urbana n.º 3 ............................................................................................................. 95 Figura 75 ± Percurso da carreira urbana n.º 4 ............................................................................................................. 96 Figura 76 ± Percurso da carreira urbana n.º 5 ............................................................................................................. 97 Figura 77 ± Percurso da carreira urbana n.º 6 ............................................................................................................. 98 Figura 78 ± Estrutura dos transportes colectivos urbanos da cidade de Castelo Branco ............................................ 99 Figura 79 ± Cobertura da cidade em relação às linhas de transporte colectivo urbano .............................................. 99 Figura 80 ± Cobertura da cidade em relação às paragens de transporte colectivo urbano ....................................... 100 Figura 81 ± Sistema de transportes públicos colectivos na cidade de Castelo Branco ............................................. 106 Figura 82 ± Localização e capacidade das praças de táxi da cidade de Castelo Branco ......................................... 108 Figura 83 ± Principais pares origem/destino.............................................................................................................. 111 Figura 84 ± Repartição modal das deslocações na cidade de Castelo Branco ......................................................... 112 Figura 85 ± Transporte próprio à disposição ............................................................................................................. 113 Figura 86 ± Proporção de uso dos transportes.......................................................................................................... 113 Figura 87 ± Uso do automóvel nas deslocações diárias habituais ............................................................................ 114 Figura 88 ± Áreas e eixos pedonais principais da cidade de Castelo Branco ........................................................... 115 Figura 89 ± Circulares, variantes e vias com passeio direito e esquerdo com largura superior a 2 m ...................... 117 Figura 90 ± Evolução do número de passes atribuídos e dos passageiros que utilizaram as carreiras urbanas da RBI, em 2006 .................................................................................................................................................................... 119 Figura 91 ± Distribuição do volume de tráfego, entre os períodos da manhã e tarde ............................................... 119 7 Figura 92 ± Composição do tráfego durante os períodos de contagem da manhã e da tarde .................................. 120 Figura 93 ± Ocupação dos veículos .......................................................................................................................... 120 Figura 94 ± Motivos das deslocações, de manhã e de tarde .................................................................................... 121 Figura 95 ± Frequência das deslocações, de manhã e de tarde ............................................................................... 121 Figura 96 ± Cargas na rede no período de contagem da manhã (8.00h ± 10.00h) ................................................... 123 Figura 97 ± Cargas na rede no período de contagem da tarde (17.00h ± 19.00h) .................................................... 124 Figura 98 ± Hora de ponta (HP) ................................................................................................................................ 125 Figura 99 ± Tráfego médio diário (TMD) ................................................................................................................... 126 Figura 100 e 101 ± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pelo LARGO DA SÉ ............................................................................................................................................................... 128 Figura 102 e 103± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela ROT. DA ESTAÇÃO ........................................................................................................................................................ 128 Figura 104 e 105 ± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela PRAÇA RAINHA D. LEONOR ........................................................................................................................................... 129 Figura 106 e 107 ± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela AV. 1.º DE MAIO ........................................................................................................................................................... 129 Figura 108 e 109 ± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela AV. DO BRASIL (ROT. DA CARAPALHA) ............................................................................................................................ 130 Figura 110 ± Evolução do número de acidentes e sinistrados no concelho de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 .......................................................................................................................................................................... 131 Figura 111 ± Natureza dos acidentes registados na cidade de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006................ 132 Figura 112 ± Evolução das características dos acidentes registados na cidade de Castelo Branco, por tipo de acidente, no período 2002 ± 2006 ............................................................................................................................. 132 Figura 113 ± Número de vítimas por cada acidente ocorrido na cidade de C.lo Branco entre 2002 ± 2006 ............. 133 Figura 114 ± Causas dos acidentes ocorridos na cidade de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 .................... 133 Figura 115 ± Causas dos acidentes com vítimas ocorridos na cidade de Castelo Branco (2002 ± 2006) ................ 134 Figura 116 ± Distribuição das vítimas resultantes dos acidentes pelas causas que originaram o acidente na cidade de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 ............................................................................................................. 134 Figura 117 ± Número de vítimas por acidentes, segundo a causa do acidente, no período 2002 ± 2006 ................ 135 Figura 118 ± Locais onde se registaram 6 ou mais acidentes e/ou onde se assinalaram atropelamentos ............... 137 Figura 119 ± Locais de medição do ar ( ) e ruído ( ).......................................................................................... 138 Figura 120 ± Carta de Ruído Nocturno na cidade de Castelo Branco ....................................................................... 140 Figura 121 ± Carta de Ruído Diurno na cidade de Castelo Branco ........................................................................... 140 Figura 122 ± Motivos para usar automóvel (%) ......................................................................................................... 142 Figura 123 ± Motivos para não usar automóvel (%) .................................................................................................. 143 Figura 124 ± Motivos para não andar a pé (%) ......................................................................................................... 143 Figura 125 ± Motivos para não andar de bicicleta (%) .............................................................................................. 144 Figura 126 ± Motivos para não andar de transportes colectivos (%) ......................................................................... 144 Figura 127 ± Localização das principais intervenções previstas ............................................................................... 149 Figura 128 ± Gravidade dos problemas de circulação automóvel ............................................................................. 152 Figura 129 ± Gravidade dos problemas de estacionamento ..................................................................................... 153 Figura 130 ± Gravidade dos problemas da rede cicloviária ....................................................................................... 153 Figura 131 ± Gravidade dos problemas da rede pedonal .......................................................................................... 153 Figura 132 ± Gravidade dos problemas dos transportes colectivos .......................................................................... 154 Figura 133 ± Ordenação dos problemas por gravidade ............................................................................................ 155 Figura 134 ± Factores que levariam ao aumento da utilização de transportes colectivos ......................................... 156 8 1. INTRODUÇÃO O presente relatório pretende dar resposta à Proposta de Trabalhos apresentada pela ESTCB, no quadro do protocolo estabelecido entre a Agência Portuguesa do Ambiente, a ESTCB/IPCB e a Câmara Municipal de Castelo Branco, no que se refere ao Relatório de Diagnóstico, no quadro do Plano de Mobilidade Sustentável para Cidade de Castelo Branco. O relatório encontra-se organizado em 6 capítulos. O segundo e terceiro capítulos caracterizam os contextos alargado e próximo em que se insere a cidade de Castelo Branco, que coincide com a área de intervenção do estudo. O quarto capítulo caracteriza a área de intervenção em diveros âmbitos, como a topografia e clima, população e socio-ecónomia, estrutura urbana, atracção e geração de tráfego, articulação entre o ordenamanto/urbanismo e a mobilidade e os transportes, infra-estruturas de transporte, oferta e procura de transportes, sinistralidade, ambiente urbano e os principais hábitos da população em termos de mobilidade. O quinto capítulo versa sobre os impactes dos principais projectos/planos em curso no sector da mobilidades e transportes na cidade. No sexto capítulo é efectuada uma síntese do diagnóstico, bem como das principais condicionantes que se colocam à mobilidade sustentável na cidade de Castelo Branco. Para a realização do diagnóstico foram consultadas diversas fontes de informação como estudos e planos existentes sobre a área de intervenção, facultados pela Câmara Municipal de Castelo Branco, ou existentes na ESTCB, referenciados ao longo do texto e na bibliografia; efectuadas reuniões com a equipa da Câmara Municipal, e com outras entidades com relevância para a temática: PSP, GNR, RBI, IPSS, Bombeiros, ACAP, INE, EP, SCUTVIAS, entre outras. Paralelamente, foi estabelecida uma parceria entre a ESTCB e a Câmara Municipal de Castelo Branco para a realização de contagens de tráfego e de inquéritos origem-destino aos automobilistas na cidade, numa segunda-feira. Por outro lado, foram efectuados inquéritos junto da população e das famílias, tendo sido obtidas respostas a 805 inquéritos individuais e a 305 inquéritos aos aglomerados familiares. O volume de recursos humanos envolvidos conjugado com a escassez de meios financeiros disponíveis e o tempo, nem sempre favorável, condicionaram a realização das contagens e dos inquéritos origem-destino, tendo a sua realização sido possível apenas à terceira tentativa, motivo pelo qual a entrega do relatório só agora se tornou possível. A equipa da ESTCB agradece a disponibilidade manifestada e colaboração prestada pelas instituições envolvidas, em especial, à Câmara Municipal de Castelo Branco nas pessoas directamente envolvidas o Sr. Vereador Eng. João Carvalhinho e a Sr.ª Eng.ª Maria Otília Caetano. 9 2. CONTEXTO ALARGADO 2.1. INSERÇÃO TERRITORIAL DA ÁREA DE ESTUDO O concelho de Castelo Branco faz parte de um importante eixo de desenvolvimento do interior do continente, corredor de fluxos de transporte de importância nacional e ibérica. A cidade de Castelo Branco constitui um dos principais centros do eixo urbano da Beira Interior. Região Centro Beira Interior Sul 0 0 100 km 50 km 0 10 km Adaptado de: PNPOT Figura 1 ± Enquadramento do concelho de Castelo Branco 10 2.2. CONTEXTO ADMINISTRATIVO E REGIONAL Do ponto de vista administrativo o concelho de Castelo Branco é constituído por 25 freguesias, insere-se na Região Centro (NUT II), na sub-região Beira Interior Sul (BIS - NUT III) e no distrito de Castelo Branco, confrontando com os concelhos de Idanha-a-Nova, Fundão, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, bem como com a fronteira político-administrativa luso espanhola (Figura 1). 2.2.1. População e povoamento A região é caracterizada pelo despovoamento humano resultante de um contexto demográfico regressivo que persiste desde 1960; densidades populacionais relativamente baixas onde apenas os concelhos de maior dimensão urbana revelam capacidades de atracção sobre os envolventes e sobre outras regiões do país. A população residente da BIS é estimada em cerca de 76 000 habitantes, tendo perdido mais de 10 000 habitantes (cerca de 12%) nas duas últimas décadas. No concelho de Castelo Branco residem mais de 72% dessa população (55 034 habitantes). Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 2 ± Evolução da população residente na Beira Interior Sul (1981-2004) Apenas o concelho de Castelo Branco tem mantido uma população relativamente estável com oscilações em torno dos 55 000 habitantes, registando os restantes municípios perdas acentuadas de população. 11 Variação da População (%) População Residente Unidade Territorial 1981 Região Centro 1991 2001 2004 1 763 119 1 721 650 1 782 178 2 376 609 81/91 91/01 01/04 -2,4 3,5 33,4 86 138 81 015 78 123 75 925 -5,9 -3,6 -2,8 Castelo Branco 54 908 54 310 55 708 55 034 -1,1 2,6 -1,2 Idanha-a-Nova 16 101 13 630 11 659 10 929 -15,3 -14,5 -6,3 Penamacor 9 524 8 115 6 658 6 160 -14,8 -18,0 -7,5 Vila Velha de Ródão 5 605 4 960 4 098 3 802 -11,5 -17,4 -7,2 Beira Interior Sul Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro I ± Evolução da população residente na Beira Interior Sul (1981-2004) As densidades populacionais são muito baixas. Apenas o concelho de Castelo Branco regista valores superiores a 30 hab/km2 e evolução temporal estável. 2 Densidade Populacional (hab/Km ) Unidade Territorial 1981 1991 2001 2004 74,5 72,7 75,3 84,3 23,0 21,7 20,9 20,3 Castelo Branco 38,1 37,7 38,7 38,3 Idanha-a-Nova 11,4 9,7 8,3 7,7 Penamacor 17,1 14,6 12,0 10,9 Vila Velha de Ródão 17,0 15,0 12,4 11,5 Região Centro Beira Interior Sul Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro II ± Evolução da densidade populacional no Centro e Beira Interior Sul Embora a população a residir em aglomerados com menos de 1 000 habitantes, em 2001, representasse ainda 40% do total da região, ela tende a concentrar-se cada vez mais em pequenas parcelas do território, designadamente as cidades de pequena e média dimensão. A população a residir na cidade de Castelo Branco representava já 39% do total da população da BIS. 12 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 3 ± População residente na Beira Interior Sul por dimensão de lugar Este processo de despovoamento tem assumido consequências drásticas ao nível do grau de envelhecimento da população, apresentando actualmente um profundo desequilíbrio, muito superior ao dos territórios mais vastos onde se insere, a Região Centro e o Continente. A proporção da população residente na BIS com mais de 65 anos em 2001 era de 27,5% atingindo em alguns concelhos valores superiores a 40%, como são os casos de Idanha-a-Nova, Penamacor e Vila Velha de Ródão. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 4 ± Evolução da estrutura etária da Beira Interior Sul 13 Nas últimas décadas tem-se verificado um acelerado agravamento do índice de envelhecimento demográfico quer no topo quer na base, com impactes sociais complexos. A relação idosos/jovens, em 2001 era de 2,3 idosos por cada jovem residente na Beira Interior Sul, o índice de dependência dos idosos era de 45,4%, valores estes duas vezes superiores aos do continente. Área Geográfica Beira Interior Sul Região Centro Continente Índice de Envelhecimento Demográfico 1991 2001 Índice de Dependência dos Jovens 1991 2001 Índice de Dependência dos Idosos 1991 2001 Índice de Dependência Total 1991 2001 160,1 87,0 69,5 24,6 29,3 29,6 39,4 25,5 20,6 64,1 54,9 50,1 229,0 129,6 104,5 19,8 22,9 23,3 45,4 29,7 24,4 65,2 52,6 47,7 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro III ± Índices-resumo da estrutura etária da população residente na envolvente regional de Castelo Branco (1991/2001) 2.2.2. Infra-estruturas de transporte A região é atravessada por importantes eixos rodo e ferroviários de carácter nacional e internacional. A auto-estrada A23 atravessa a região no sentido Norte-Sul e estabelece ligações com o litoral (Área Metropolitana de Lisboa - AML, Região Centro e litoral Norte) e com Espanha. As principais ligações regionais e transversais são garantidas através do IC8 e de um conjunto de estradas regionais (ER112, ER233 e ER240). Está prevista a construção do IC31, com perfil de auto-estrada, que estabelecerá a ligação a Espanha no concelho de Idanha-a-Nova. Fonte: Estradas de Portugal Figura 5 ± Rede viária nacional e regional do distrito de Castelo Branco 14 A linha ferroviária da Beira Baixa, recentemente electrificada até Castelo Branco, estabelece as ligações à AML e aos principais eixos ferroviários do país na plataforma do Entroncamento. Lardosa Castelo Branco Adaptado de: CP ± Comboios de Portugal Figura 6 ± Rede ferroviária nacional ± Região Centro 2.2.3. Interdependências territoriais Nas últimas décadas os fenómenos de polarização dos concelhos urbanos, o alargamento das áreas de influência dos centros urbanos principais e as interdependências territoriais inter e intra-regionais registaram incrementos muito significativos, tendo como resultado uma articulação acrescida entre Castelo Branco e os concelhos das regiões envolventes no domínio dos fluxos pendulares. 15 2001 N 1991 N~mero de Movimentos 20-50 51-100 101-150 151-200 201-300 301-400 401 e + Fonte: INE (Sem escala) Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 7 ± Movimentos pendulares por motivo de trabalho com destino ao concelho de Castelo Branco 2001 N 1991 N~mero de Movimentos 20-50 51-100 101-150 151-200 201-300 301-400 401 e + Fonte: INE (Sem escala) Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 8 ± Movimentos pendulares por motivo de estudo com destino ao concelho de Castelo Branco 16 Entre 1991 e 2001 o volume de migrantes activos pendulares que têm como destino/origem o concelho de Castelo Branco mais que duplicaram. Os movimentos pendulares com origem fora do concelho de Castelo Branco passaram de 1 057, em 1991, para 2 482 em 2001, (+135%), enquanto os movimentos pendulares com origem no concelho de Castelo Branco passaram de 919 em 1991 para 2 256 em 2001 (+145%). Concelhos Castelo Branco Covilhã Fundão Idanha-a-Nova V. Velha Ródão Outros TOTAL Origem dos activos 1991 2001 v.a. % v.a. % ǻ 91/01 Destino dos activos 1991 2001 91/01 % v.a. % ǻ 91/01 Saldo 1991 2001 19.545 94,9 21.333 89,6 47 0,2 217 0,9 288 1,4 491 2,1 122 0,6 155 0,7 235 1,1 237 1,0 365 1,8 1.382 5,8 20.602 100 23.815 100 9,1 361,7 70,5 27,0 0,9 278,6 15,6 19.545 95,5 21.333 90,4 52 0,3 128 0,5 90 0,4 180 0,8 171 0,8 126 0,5 194 0,9 231 1,0 412 2,0 1.591 6,7 20.464 100 23.589 100 9,1 146,2 100,0 -26,3 19,1 286,2 15,3 1,0 0,9 3,2 0,7 1,2 0,9 1,0 1,0 1,7 2,7 1,2 1,0 0,9 1,0 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro IV ± Migrações pendulares de trabalho no concelho de Castelo Branco (1991/2001) Esta dinâmica do contexto regional gera um acréscimo significativo de fluxos de tráfego rodoviário e necessidades acrescidas de transportes de passageiros e mercadorias. 2.2.4. Base económica regional A desvitalização demográfica e social acima referida tem como consequência a diminuição da população activa, um menor dinamismo empresarial e do emprego, degradação do poder de compra, e, em geral, da base económica regional, quando comparado com outros espaços territoriais. A dimensão urbana do concelho e o estatuto de cidade capital do distrito de Castelo Branco, onde estão presentes os factores de primazia e as condições mais favoráveis ao desenvolvimento das actividades económicas, bem como uma representação muito significativa da administração pública, sobressaem de forma clara no contexto regional. Por outro lado, estes factores de desenvolvimento manifestam uma clara tendência de aprofundamento nos últimos anos. Segundo as Contas Regionais do INE, a contribuição da BIS para o Produto Interno Bruto (PIB) e Valor Acrescentado Bruto (VAB) nacionais, em 2003, era de apenas 0,6%. O Poder de Compra Concelhio (PCC) da BIS, em 2005, era de apenas 87,75% da média nacional enquanto o concelho de Castelo Branco apresentava um valor semelhante à média nacional (100%). 17 Ainda segundo a mesma fonte, e relativo ao ano de 2004, no concelho de Castelo Branco localizavam-se 82,3% do pessoal ao serviço nas sociedades, 74,5% das empresas e 82,2% dos estabelecimentos empresariais da BIS, o que é revelador da importância de Castelo Branco na economia regional. Em termos sectoriais, destaca-se o sector dos serviços com cerca de 59% da população activa em 2001, 51,6% do emprego e 61% do VAB regional em 2003, valores muito semelhantes aos da região centro e inferiores aos do país. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 9 ± Valor acrescentado bruto, por sector e área territorial em 2003 As actividades de comércio e restauração (G+H) representam a parcela mais importante do sector com 46,3% do total das empresas e 31,0% do total pessoal ao serviço, em 2004. No concelho de Castelo Branco, estas actividades apresentam um peso ainda maior com 47,2% do total das empresas e 32,3% do pessoal ao serviço. No sector secundário, com 28% do VAB regional e 26,4% do emprego, predomina a indústria transformadora no que se refere ao volume de emprego (32,7% do total) e a construção civil em número de empresas (16,9% do total). O sector primário apresenta ainda uma forte peso na economia regional muito superior ao da região centro e do país. Em 2001, a população activa no sector primário representava ainda 9,2% do total e, em 2003, o emprego situava-se ainda em torno dos 22%, enquanto o VAB regional andava próximo de 11% e o número de empresas rondava os 12%. 18 Actividades Portugal Centro Beira Interior Sul Castelo Branco A+B 6,0 7,2 11,4 7,4 C 0,2 0,2 0,2 0,2 D 9,8 9,8 7,8 7,9 E 0,0 0,0 0,1 0,0 F 17,4 20,9 16,9 17,8 G 33,5 33,6 33,4 35,2 H 10,3 9,6 12,9 12,0 I 3,0 3,1 3,0 2,8 J 2,4 2,3 2,8 3,3 K 10,7 7,7 5,9 6,9 MaO 6,6 5,5 5,6 6,5 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro V ± Distribuição das empresas por actividade (%) Actividades Portugal Centro Beira Interior Sul Castelo Branco A+B 1,6 2,7 4,9 2,6 C 0,5 0,8 ... ... D 27,5 37,2 32,7 32,6 E 0,6 0,3 0,7 ... F 12,9 14,5 14,1 14,8 G 21,6 21,7 24,1 26,3 H 6,7 4,7 6,9 6,0 I 6,3 5,5 5,4 6,0 J 2,9 0,5 ... 0,2 K 12,9 6,3 6,1 5,5 MaO 6,6 5,9 4,6 5,3 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro VI ± Distribuição do pessoal ao serviço por actividade (%) Legenda: A - Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura; B - Pesca; C - Indústrias Extractivas; D - Indústrias Transformadoras; E Produção e Distribuição de Electricidade, Gás e Água; F - Construção; G - Comércio por Grosso e a Retalho, Reparação de Veículos Automóveis, Motociclos e de Bens de Uso Pessoal e Doméstico; H - Alojamento e Restauração; I - Transportes, Armazenagem e Comunicações; J - Actividades Financeiras; K - Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas; L - Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória; M - Educação; N - Saúde e Acção Social; O - Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais; P - Famílias com Empregados Domésticos; Organismos Internacionais e Outras Instituições Extraterritoriais. O concelho de Castelo Branco apresenta também uma estrutura sectorial distinta da envolvente mais rural, com um peso muito superior do sector terciário (61,3% da população activa no sector dos serviços em 2001, 66,7% do total das empresas e 49,6% do pessoal ao serviço em 2004). 19 2.2.5. Repartição intermodal das deslocações a nível regional e sub-regional Segundo o Censo de 2001 quase metade das deslocações da população residente (47,9%) na BIS era efectuada em automóvel ligeiro particular e as deslocações a pé apresentavam elevada importância, com 35,4% do total das deslocações. Região Centro Beira Interior Sul Automóvel ligeiro particular Transporte colectivo de empresa ou escola Autocarro Motociclo ou ciclomotor Comboio A pé Outro meio Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 10 ± Repartição intermodal das deslocações na região Centro e Beira Interior Sul Em Castelo Branco as deslocações em automóvel ligeiro particular eram superiores a todos os outros modos enquanto nos concelhos de Idanha-a-Nova e Penamacor as deslocações a pé eram maioritárias, com 45,2% e 40,1%, respectivamente. Automóvel ligeiro particular Transporte colectivo de empresa ou escola Autocarro Castelo Branco Idanha-a-Nova Penamacor V. V. Ródão 15 659 1 463 828 771 934 352 211 76 3 109 428 323 219 Motociclo ou bicicleta 341 83 20 67 Comboio 88 3 3 8 10 487 1 952 947 467 185 33 32 25 30 803 4 314 2 364 1 633 A pé Outro meio TOTAL Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro VII ± Repartição intermodal dos transportes nos concelhos da Beira Interior Sul 20 Automóvel ligeiro particular Transporte colectivo de empresa ou escola Autocarro Motociclo ou bicicleta Comboio A pé Outro meio Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 11 ± Repartição intermodal dos transportes nos concelhos da Beira Interior Sul 3. CONTEXTO CONCELHIO O concelho de Castelo Branco possui uma área de 1 438,2 Km2 com uma densidade populacional de 38 hab/km2. Desenvolve-se entre a zona montanhosa a norte e a oeste e uma zona pouco acidentada que tem como limite sul o rio Tejo, sendo marcado essencialmente por três unidades de paisagem: a charneca ou pinhal, o campo e a campina. km Figura 12 ± Unidades de paisagem do concelho de Castelo Branco 21 A zona do pinhal, a oeste, desenvolve-se nas vertentes a sul das serras da Gardunha e do Moradal, apresenta altitudes compreendidas entre os 700 m e os 1 200 m, com topografia acidentada. O povoamento é caracterizado por um elevado número de pequenos aglomerados relativamente próximos uns dos outros, com densidades populacionais por freguesia inferiores a 40 hab/km2. A zona central, campo, sulcada pelo Rio Ocreza, desenvolve-se em plataforma quase plana com altitudes que oscilam em torno dos 300 metros, onde se situam os principais aglomerados do concelho incluindo a cidade de Castelo Branco, e a densidade populacional por freguesia ultrapassa os 180 hab/km2. Mais de 80% da população concelhia e a quase totalidade da actividade económica dos sectores do comércio, serviços e indústria localizam-se nesta zona. A zona de campina a sudeste, quase plana, sulcada pelo rio Ponsul e seus afluentes onde o povoamento é do tipo concentrado em aglomerados com alguma dimensão no contexto concelhio e afastados uns dos outros, com baixas densidades populacionais ao nível da freguesia (menos de 5 hab/km2). 3.1. POPULAÇÃO E POVOAMENTO CONCELHIO Desde 1970 que a evolução da população do concelho de Castelo Branco oscila em torno dos 55.000 habitantes. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 13 ± Evolução da população residente no concelho de Castelo Branco 22 A distribuição da população pelo território revela profundas assimetrias entre a zona central, que regista ganhos progressivos de população e polarização urbana de dimensão apreciável, e as zonas periféricas afectadas pelo despovoamento e envelhecimento da população, com densidades populacionais relativamente baixas, inferiores 20 hab/km2. km Densidade populacional 2001 (hab/ Km2) Inferior a 5 Entre 5 e 15 Entre 15 e 30 Entre 30 e 50 Entre 50 e 75 Entre 75 e 100 Superior a 100 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 14 ± Densidade populacional nas freguesias do concelho de Castelo Branco Variação da população 1991-2001 Inferior a ± 25% Entre ± 25% e ± 20% Entre ± 20% e ± 10% Entre ± 10% e 0% km Entre 0 e 10% Entre 10% e 15% Superior a 15% Figura 15 ± Variação da população nas freguesias do concelho de Castelo Branco 23 A estrutura do povoamento é reveladora desta assimetria. Dos 113 aglomerados identificados, 77 apresentavam dimensão populacional inferior a 100 habitantes e 17 entre os 100 e os 250 habitantes. A cidade de Castelo Branco detinha nesta altura quase 55% do total da população residente; juntando-lhe os 3 aglomerados do escalão imediatamente a seguir localizados na zona central - Alcains, Cebolais de Cima e Escalos de Cima - esta proporção atingia cerca de 67% do total da população residente. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 16 ± Evolução da população residente por dimensão de lugar Até 249 hab. 250 ± 499 hab. 500 ± 999 hab. 1 000 ± 1 999 hab. 2 000 ± 2 999 hab. 3 000 ± 3 999 hab. 4 000 ± 4 999 hab. km Mais de 30 000 hab. Figura 17 ± Povoamento no concelho de Castelo Branco 24 Outro facto relevante neste processo é que em relação ao período 1991/2001, das 25 freguesias apenas 3 registaram acréscimos de população, 6 freguesias registaram acréscimos de famílias e 9 de alojamentos. Em relação aos 113 aglomerados, apenas em 4 deles se registaram acréscimos populacionais, em 8 nas famílias e em 46 nos alojamentos. A estrutura etária da população residente revela um menor desequilíbrio que a envolvente regional todavia preocupante no contexto nacional e da macro região centro. 85 e + 80 -84 75 -79 70 -74 65 -69 60 -64 55 -59 50 -54 45 -49 40 -44 35 -39 30 -34 25 -29 20 -24 15 -19 10 -14 5-9 0-4 -2200 -2000 -1800 -1600 -1400 -1200 -1000 -800 -600 -400 Homens -200 1991 0 0 200 400 600 2001 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 Mulheres Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 18 ± Evolução da estrutura etária da população residente no concelho de Castelo Branco (1991/2001) A relação entre idosos/jovens, em 2001 era de 1,7 idosos por cada jovem residente e o índice de dependência dos idosos era de 34,4%. Este fenómeno de envelhecimento assume valores particularmente preocupantes nas zonas mais periféricas do concelho onde o índice de dependência dos idosos atingia naquele ano valores superiores a 60% (Almaceda, Sarzedas, Malpica do Tejo e Monforte da Beira). 25 Índice de Envelhecimento Demográfico Índice de Dependência dos Jovens Índice de Dependência dos Idosos Índice de Dependência Total Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 19, 20, 21, 22 ± Índices resumo da estrutura etária da população residente nas freguesias do concelho de Castelo Branco 3.2. INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTE A NÍVEL CONCELHIO As ligações rodoviárias do concelho de Castelo Branco são estabelecidas: - pela A23 que o atravessa na direcção norte-sul, numa extensão de cerca de 31 km, com acesso a partir desta em 7 locais diferentes; - por uma estrada nacional ainda não municipalizada EN3 (antigo IP2, com uma extensão de cerca de 10 km); 26 - por três estradas regionais (anteriores EN240, EN112 e EN233) com extensão de cerca de 75 km; - por uma rede municipal asfaltada com uma extensão de cerca de 400 km dos quais 230 km em estrada e 170 km em caminhos municipais. Todos os aglomerados do concelho dispõem de acesso por uma via asfaltada. A rede de estradas apresenta uma estrutura radial, convergente na cidade de Castelo Branco. O concelho apresenta uma densidade de 0,37 km de estrada por km2 de superfície. O concelho é ainda atravessado pela Linha Ferroviária da Beira Baixa, recentemente electrificada até Castelo Branco. O acesso a esta infra-estrutura é estabelecido em 3 estações (Castelo Branco, Alcains e Lardosa), 2 apeadeiros (Retaxo e Benquerenças) e três terminais de mercadorias (Alcains, Benquerenças e Castelo Branco). Na cidade de Castelo Branco e nas imediações desta existem ainda dois heliportos (hospital distrital e bombeiros) e um aeródromo para aeronaves de pequeno porte, com uma pista de extensão de 870 metros com alargamento previsto para uma extensão de 1600 metros. km Figura 23 ± Infra-estruturas de transporte no concelho de Castelo Branco 3.3. ACTIVIDADES ECONÓMICAS LOCAIS As actividades económicas podem ser caracterizadas por dois aspectos essenciais. 27 O primeiro de ordem funcional. A dimensão urbana e populacional do concelho e a natureza de capital administrativa do distrito conferem à cidade de Castelo Branco uma área de influência regional. As vantagens locativas que daqui decorrem em relação à envolvente rural, traduzem-se num tecido produtivo com maior peso das actividades dos serviços (61,3% da população activa, em 2001), sobretudo dos de natureza social e de apoio à população (33,2% no mesmo ano) e com reduzida expressão do sector primário. A segunda de carácter espacial. Um padrão espacial extremamente concentrado na zona central e polarizado na cidade de Castelo Branco. Segundo estimativa dos estudos da revisão do PDM, mais de 96% do emprego nos sectores secundário e terciário localizava-se na zona central dos quais 86% na cidade de Castelo Branco e 7% na vila de Alcains. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 24 ± Decomposição da população activa empregada por sector, em 2001 Em termos sectoriais, o sector dos serviços releva o peso das actividades relacionadas com a Administração Pública e o Estado Social por via da localização de importantes equipamentos com área de influência distrital ± hospital distrital, instituto politécnico, escolas secundárias e profissionais, outros serviços administrativos de defesa e segurança, entre outros ± e elevada representação das actividades relacionadas com o comércio e actividades conexas (cerca de 16% do total da população activa empregada em 2001). A indústria transformadora constitui o ramo mais representativo, fruto da existência de uma Área de Localização Empresarial nas imediações da cidade e de uma zona industrial junto à vila de Alcains, ambas geridas pela CMCB, com cerca de 20,7% da população activa empregada em 2001. 28 O sector da construção civil e das actividades imobiliárias apresenta um forte dinamismo pois no conjunto ultrapassavam os 13% da população activa empregada em 2001. Fonte: Instituto Nacional de Estatística Legenda: Figura 25 ± Decomposição da população activa empregada por actividade económica, em 2001 3.4. ESTRUTURA TERRITORIAL E FUNCIONAL Tendo por base aspectos relacionados com a dotação funcional, populacional e demográfica, a dinâmica económica e social e o nível administrativo dos aglomerados, bem como as relações de proximidade entre eles, entre outros, os estudos da revisão do PDMCB, estabelecem os seguintes níveis hierárquicos: - Nível sub-básico ± Nele se incluem os pequenos aglomerados e lugares do concelho com um conjunto muito reduzido de funções caracterizado pelo comércio local (nem sempre presente), por vezes algumas associações recreativas e culturais, função religiosa e pouco mais. A sua maioria encontra-se em acelerada regressão demográfica e regista uma fraca ou nula dinâmica funcional e capacidade atractiva; - Nível básico ± caracterizado pela grande maioria das sedes de freguesia em geral onde a função administrativa desempenhada pela Junta de Freguesia funciona como um upgrade funcional em relação aos anteriores e acaba por ser um factor de promoção da diversificação funcional. Normalmente, a esta estão acopladas a função saúde, ensino, apoio à terceira idade e à infância, cultura e desporto. Em alguns casos assiste-se a um certo dinamismo económico, social e cultural de carácter endógeno como sejam as pequenas oficinas, as agro-indústrias, as indústrias que transformam recursos naturais, actividades consumidoras de grande espaço, 29 algum comércio ocasional e por vezes raro, associações culturais e recreativas com dinamismo, etc. Em alguns o seu dinamismo está relacionado com a proximidade de Castelo Branco. A situação destes centros urbanos é muito contrastada; alguns apresentam algum dinamismo populacional enquanto outros se caracterizam pela acelerada regressão demográfica. Numa grande parte dos casos o nível funcional é por vezes superior ao da população residente. A sua capacidade atractiva corresponde à freguesia que constituem; - Nível supra-básico ± São Vicente da Beira: este aglomerado distingue-se dos anteriores por apresentar um perfil funcional mais diversificado e de nível superior. A função escolar e os efeitos multiplicadores que ela desencadeia ao nível do comércio local desempenham aqui um papel fundamental. As actividades económicas não agrícolas de base endógena e o dinamismo cultural e recreativo constituem também factores de diferenciação. A sua capacidade atractiva corresponde à própria freguesia e às envolventes (neste último caso, apenas para determinadas funções); - Nível infra-concelhio ± Alcains: este aglomerado distingue-se claramente dos anteriores por apresentar um perfil funcional relacionado com uma dimensão populacional apreciável e um conjunto de actividades económicas diversificado seja ao nível dos serviços de apoio às empresas seja ao nível do comércio ocasional e raro ou da dinâmica institucional. A sua área de atracção corresponde à própria freguesia e às envolventes (excepção feita à freguesia de Castelo Branco); - Nível concelhio/regional ± Castelo Branco: esta definição baseia-se na importância administrativa da cidade, concentrando e polarizando todo o funcionamento municipal e até supra municipal (comércio, serviços privados, equipamentos e serviços públicos de nível superior, entre outros). Esta dotação confere-lhe uma capacidade de atracção elevada com uma área de influência que extravasa largamente o âmbito concelhio, situando-se em algumas funções aos níveis regional e sub-regional. Nível concelhio Nível infra-concelhio Nível supra-básico Nível básico Nível sub-básico Aglomerados N.º Aglomerados Pop. urbana concelho (%) Castelo Branco 1 56,2 Alcains 1 8,7 São Vicente da Beira 1 1,1 Restantes sedes de Freguesia 22 23,6 Restantes aglomerados 88 10,3 Quadro VIII ± Sistematização da hierarquia dos centros urbanos do concelho de Castelo Branco 30 3.5. TRANSPORTES PÚBLICOS NO CONCELHO 3.5.1. Oferta de Transportes O concelho de Castelo Branco é servido por 3 operadores de transporte público colectivo rodoviário. As ligações interurbanas de nível intra-concelhio e regional são asseguradas pela Rodoviária da Beira Interior e pela Auto-Transportes do Fundão. Ao nível inter-regional é a Rede Expresso que assegura o transporte público colectivo. A CP ± Comboios de Portugal explora os comboios que circulam diariamente na linha da Beira Baixa. Ligações em funcionamento Transporte Ferroviário O concelho de Castelo Branco é servido diariamente por sete comboios regionais e seis intercidades (com as características expostas nas tabelas seguintes) e ainda cinco comboios de mercadorias (nºs: 75351, 75353, 75530, 75532 e 75534) que percorrem, diariamente, a Linha da Beira Baixa estabelecendo a ligação entre Lisboa e a Covilhã. As paragens obrigatórias em Abrantes e no Entroncamento estabelecem ligações às linhas do Leste, Beira Alta e do Norte. Lisboa Entroncamento Covilhã IC / 540 IC / 542 IC / 544 R / 5600 R / 5622 R / 5624 Hora de partida de C. B. 8:25h 16:11h 19:15h 5:56h 10:17h 14:26h Hora de chegada ao destino 11:11h 19:00h 22:00h 9:41h 12:21h 16:29h R / 5626 18:22h 20:25h IC / 541 IC / 543 IC /545 R / 5673 R / 5675 11:28h 16:16h 22:25h 6:25h 10:09h 12:23h 17:10h 23:19h 7:50h 11:31h 1:25h 1:22h R / 5679 14:42h 16:11h 1:29h R / 5683 19:48h 21:10h 1:22h Tipo / Composição Destino Duração da viagem 3UHoR¼ 2:46h ¼ a ¼ ) 3:45h 2:04h 2:03h 0:54h ¼ ¼ ¼ a ¼ ) ¼ Notas Ligação a Lisboa pelas composições os n. 4420, 4428 e 4436 Ligação à Guarda pelas composições os n. 5677 e 5681 - Fonte: CP ± Comboios de Portugal Quadro IX ± Características dos comboios com origem em Castelo Branco Origem Tipo / Composição Lisboa IC / 541 Hora de partida da origem 8:18h Hora de chegada a C. B. 11:12h Duração da viagem 2:50h 3UHoR¼ Notas ¼ - 31 a ¼ ) IC / 543 IC / 545 R / 5601 R / 5621 R / 5623 13:18h 19:18h 16:18h 7:46h 11:54h 15:59h 22:09h 19:40h 9:57h 13:50h 3:22h 2:11h 1:56h R / 5625 19:43h 21:49h 2:06h IC / 540 IC / 542 IC /544 R / 5670 7:14h 15:01h 18:05h 4:35h 8:09h 15:55h 18:59h 5:50h 0:55h R / 5674 8:47h 10:04h ¼ ¼ Entroncamento 0:54h ¼ a ¼ ) 1:15h Covilhã 1:17h R / 5676 R / 5680 12:53h 18:27h ¼ 14:10h 19:44h Possibilidade de origem em Lisboa pelas os composições n. 4403, 4411 e 515 Possibilidade de origem na Guarda pela composição n.º 5672 - Fonte: CP ± Comboios de Portugal Quadro X ± Características dos comboios com chegada de Castelo Branco O comboio desempenha um papel pouco relevante nas deslocações entre Castelo Branco e os municípios vizinhos (V. V. Ródão, Fundão e Covilhã) e quase insignificante nas deslocações intra-concelhias entre as estações e apeadeiros possíveis (Lardosa, Alcains, Castelo Branco, Retaxo e Benquerenças). Intercidades V. V. Ródão 0:23h Retaxo (ap.) - Benquerenças (ap.) - Regional 0:28h 0:09h 0:06h Alcains Lardosa Fundão Covilhã Guarda - - 0:37h 0:54h - 0:10h 0:18h 1:00h 1:25h 2:51h Fonte: CP ± Comboios de Portugal Quadro XI ± Tempo de viagem entre a estação de Castelo Branco e as estações e apeadeiros na envolvente regional Com a recente electrificação da linha da Beira Baixa até Castelo Branco as viagens tornaram-se mais cómodas embora não se tenham registado melhorias significativas nos tempos de deslocação (inferiores a 15%) por via das limitações das características da linha. Rede Expresso O serviço regular de carreiras expresso assegura a ligação de Castelo Branco a diversas sedes de concelho de outras regiões do país através de cinco carreiras diárias. CARREIRAS Origem Destino Paragens intermédias Castelo Branco Lisboa Nisa, V. V. Ródão, Gavião e Abrantes Guarda Lisboa Castelo Branco, Fundão e Covilhã Frequência diária 6 10 32 Castelo Branco Coimbra Braga Faro Castelo Branco Fafe Proença-a-Nova, Sertã, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos Castelo Branco, Fundão, Covilhã, Guarda, Celorico da Beira, Mangualde, Viseu, Porto, V. Nova de Famalicão, Portalegre, Estremoz, Évora, Portel, Vidigueira, Beja, Castro Verde, Ourique e Albufeira Guarda, Covilhã, Fundão, Viseu, Porto, Famalicão, Braga e Guimarães 7 3 2 Fonte: RBI ± Rodoviária da Beira Interior Quadro XII ± Características das carreiras expresso com paragem em Castelo Branco Braga Fafe Guarda Coimbra CASTELO BRANCO Lisboa Linhas da rede de expressos Guarda ± C. Branco ± Lisboa C. Branco ± Coimbra C. Branco ± Lisboa C. Branco ± Fafe Faro 0 Braga ± C. Branco ± Faro 50 km Fonte: RBI ± Rodoviária da Beira Interior Figura 26 ± Carreiras expresso com ligação a Castelo Branco Interurbanas a nível regional Castelo Branco mantém ligações diárias através de 9 carreiras de transporte público colectivo da Rodoviária da Beira interior com os centros urbanos mais importantes dos concelhos da sua 33 área de influência, alguns deles com pelo menos 2 ligações em cada sentido (4 no total), permitindo que se efectuem as pendulações diárias por motivos de trabalho ou de estudo e as viagens diárias e ocasionais indispensáveis à aquisição de bens e serviços localizados na capital de distrito. CARREIRAS Origem Destino Castelo Branco V. V. Ródão Castelo Branco Oleiros Paragens intermédias no concelho de Castelo Branco Frequência diária 4 Castelo Branco Pampilhosa da Serra Fundão Maxiais, Benquerenças de Baixo, Cebolais e Retaxo Cruzamento do Palvarinho, Salgueiro do Campo, Retorta, Padrão, Lameirinha e Portela da Lameira Cruzamento do Palvarinho, Salgueiro do Campo, Retorta, Padrão, Lameirinha e Portela da Lameira Alcains e Lardosa Castelo Branco Covilhã Alcains e Lardosa 8 Castelo Branco Monfortinho Escalos de Cima, Lousa e Ponte S. Gens 4 Castelo Branco Penamacor Escalos de Baixo e Escalos de Cima 4 Castelo Branco Sabugal Escalos de Baixo e Escalos de Cima 2 Castelo Branco Idanha-a-Nova Escalos de Baixo, Escalos de Cima e Lousa 7 Castelo Branco Rosmaninhal Proença-aNova Escalos de Baixo e Mata Taberna Seca, Cabeço do Infante, Sarzedas e Monte Gordo Taberna Seca, Cabeço do Infante, Sarzedas e Monte Gordo 3 Castelo Branco Castelo Branco Castelo Branco Sertã 4 4 8 12 4 Fonte: RBI ± Rodoviária da Beira Interior Quadro XIII ± Características das carreiras interurbanas que servem o concelho de Castelo Branco Sabugal Covilhã Fundão Penamacor Pampilhosa da Serra Oleiros Idanha-a-Nova Sertã Proença-a-Nova V. V. Ródão Figura 27 ± Concelhos abrangidos por carreiras intermunicipais diárias com ligação a Castelo Branco A oferta de ligações interurbanas de nível regional é reforçada pela operadora Auto-Transportes do Fundão, que mantém ligações entre as cidades de Castelo Branco e Fundão. Tem paragens intermédias em diversos aglomerados nomeadamente no Salgueiro, Juncal, 34 Freixial, Tinalhas, Fazendas do Ninho, Sobral, São Vicente da Beira, Escavação, Paradanta, Vale Palaio e Souto da Casa. É assegurada uma ligação diária (nos dias úteis) em cada sentido (pela manhã no sentido Fundão ± Castelo Branco e ao final da tarde no sentido inverso), reforçada com uma segunda ligação pela hora de almoço entre Castelo Branco e Tinalhas. A utilização deste transporte é possível aos sábados e ainda nos dias de mercado e feira no Fundão, sendo disponibilizada em cada um dos casos uma carreira por sentido. Interurbanas a nível intra-concelhio No concelho de Castelo Branco foram identificadas 19 carreiras de transporte público colectivo da RBI que prestam serviço no concelho, das quais 10 com origem/destino no concelho enquanto as restantes 9, referidas no ponto anterior, têm como origem/destino outros concelhos limítrofes. Origem Castelo Branco Castelo Branco Castelo Branco Castelo Branco CARREIRAS Paragens intermédias no concelho de Castelo Branco Destino Monforte da Beira Retaxo Fonte Longa S. Vicente da Beira Lentiscais e Malpica do Tejo 5 Cebolais de Cima 11 Sarzedas 2 Cruzamento do Salgueiro e Tinalhas 3 Castelo Branco S. Vicente da Beira Alcains Cruzamento de Caféde, Cruzamento da Póvoa de Rio de Moinhos, Cruzamento do Ninho do Açor, Ninho do Açor, Cruzamento de Sobral do Campo, Sobral do Campo e Cruzamento da Partida Escalos de Baixo e Escalos de Cima Cruzamento da Paiágua, Paiágua, Portela da Lameira, Cruzamento de Rochas de Baixo, Violeiro e Ribeira de Eiras Alcains, Cruzamento da Lardosa, Louriçal do Campo e Casal da Serra - Castelo Branco Grade Cruzamento do Padrão, Vale Bonito e Vale Ferradas Castelo Branco Partida Castelo Branco Lousa Castelo Branco Partida Castelo Branco Frequência diária 5 13 5 5 19 2 Fonte: RBI ± Rodoviária da Beira Interior Quadro XIV ± Características das carreiras intra-concelhias da RBI 35 Aglomerados C. Branco ± Grade C. Branco ± Alcains C. Branco ± S. Vicente Beira C. Branco ± Partida C. Branco ± Lousa C. Branco ± Partida C. Branco ± S. Vicente Beira km C. Branco ± Fonte Longa C. Branco ± Retaxo C. Branco ± Monforte Beira Fonte: RBI ± Rodoviária da Beira Interior Figura 28 ± Carreiras intra-concelhias diárias da RBI Ao nível intra-concelhio a Auto-Transportes do Fundão mantém 2 carreiras de transporte público colectivo (com uma frequência de 4 carreiras diárias cada), que ligam Castelo Branco à Partida e Alcains a Tinalhas. Cobertura territorial das ligações de transporte público colectivo Tendo em conta a estrutura do povoamento e a extensão do território concelhio importa destacar as duas realidades verificadas em termos de cobertura territorial da rede de transportes públicos colectivos. Por um lado, destaca-se a boa cobertura da rede nas zonas central (envolvente ao eixo Cebolais ± Castelo Branco ± Alcains ± Lardosa) e oriental (freguesias de Malpica do Tejo e Monforte da Beira), caracterizadas por um povoamento concentrado. Já a zona ocidental, onde dominam os pequenos núcleos populacionais dispersos pelo território, a cobertura da rede de transportes públicos colectivos demonstra algumas lacunas, nomeadamente nas freguesias de Sarzedas e Santo André das Tojeiras. De facto, os estudos realizados no âmbito da revisão do PDM revelam existirem fortes assimetrias espaciais e sociais no acesso aos transportes públicos colectivos no concelho, pois 65 aglomerados não dispõem de qualquer carreira e em grande parte dos outros os horários não são adequados. 36 Aglomerados com transporte público Aglomerados sem transporte público Rede viária Figura 29 ± Aglomerados servidos por carreiras diárias com origem/destino na cidade Duração das deslocações A preocupação em assegurar a prestação de serviço ao maior número possível de núcleos urbanos em cada itinerário traduz-se em extensões de trajecto demasiado longas, o que pressupõe uma relação distância-tempo desvantajosa para os utilizadores que residem nos aglomerados mais periféricos. De facto, tempos de percurso demasiado longos tornam os transportes colectivos pouco atractivos e competitivos em áreas rurais. As distâncias-tempo em relação à cidade de Castelo Branco em transporte colectivo, calculadas a partir dos horários de transporte, ultrapassam em alguns casos a hora de viagem, sobretudo nas freguesias de Santo André das Tojeiras e São Vicente da Beira. Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 30 ± Distância-tempo em relação à cidade de Castelo Branco em transporte colectivo 37 Custo das deslocações O custo das deslocações em transporte público, considerando as características socioeconómicas da população residente do concelho e que utiliza este meio de transporte para adquirir bens e serviços existentes na cidade de Castelo Branco, pode ser considerado excessivo. Tendo por base o valor das tarifas praticadas pelos operadores, Rodoviária da Beira Interior e Auto-7UDQVSRUWHVGR)XQGmRDPDLRULDGDSRSXODomRFRQFHOKLDWHUiTXHSDJDUHQWUHH¼ para se deslocar a Castelo Branco. Mesmo assim, há ainda que considerar a coroa ocidental, onde o FXVWRGHXPDGHVORFDomRD&DVWHOR%UDQFRSRGHUiVHUVXSHULRUD¼QRPHDGDPHQWH nas freguesias de São Vicente da Beira e Sarzedas. Custo 0 ± ¼ 2,5 ± ¼ ¼ Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 31 ± Custo da tarifa de transporte público colectivo em relação a Castelo Branco 38 3.5.2. Transportes especiais A câmara municipal e as juntas de freguesia asseguram o transporte escolar no concelho bem como o transporte de associações de carácter cultural e recreativo quer em viaturas próprias ou em viaturas alugadas sejam elas táxis ou autocarros. Algumas associações de âmbito social ou recreativo e outras instituições de solidariedade social efectuam o transporte dos seus associados. Os Bombeiros, o INEM e a Santa Casa da Misericórdia, entre outros, efectuam também transportes especiais de deficientes ou de pessoas com mobilidade reduzida. Finalmente, algumas empresas cuja actividade não é o transporte de passageiros efectuam o transporte dos seus trabalhadores entre o domicílio e o local de trabalho, em viaturas próprias. 3.5.3. Táxis Como complemento, existem ainda em funcionamento 71 táxis, distribuídos pelos aglomerados do concelho, dos quais 59 são de 5 lugares, 5 de 7 lugares e 7 de 9 lugares, oferecendo um total de 533 lugares de transporte. km Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 32 ± Táxis existentes no concelho de Castelo Branco 39 3.5.4. Procura de Transportes públicos As carreiras inter-urbanas da Rodoviária da Beira Interior transportaram, em 2006, mais de 675 000 passageiros, tendo sido adquiridos 208 814 passes mensais. A evolução na procura ao longo do ano sofre diversas oscilações, atingindo picos máximos em Janeiro, Junho, Outubro e Novembro, com valores superiores a 45 000 passageiros/mês. Por outro lado, os meses de menor procura coincidem com os períodos de férias escolares, onde a oferta de transporte público é substancialmente inferior (Páscoa, em Abril; Verão, de Junho a Agosto; Natal, em Dezembro). As grandes flutuações registadas prendem-se, na generalidade, com a tipologia do utilizador do transporte. Ao longo do ano é constante a utilização mensal do transporte por cerca de 25 000 utentes. Serão, porventura, trabalhadores que efectuam as suas deslocações diárias entre a residência e o local de trabalho. A restante parcela de utilizadores (entre 20 000 e 25 000) será maioritariamente composta por estudantes. Figura 33 ± Evolução do número de passes atribuídos e dos passageiros que utilizaram as carreiras inter-urbanas da RBI, em 2006 40 3.6. TRANSPORTE INDIVIDUAL Embora não se disponha de informação que permita estabelecer uma evolução temporal das deslocações em transporte individual é consensual admitir-se que esta registou um acréscimo muito significativo devido, sobretudo, ao aumento da taxa de motorização e à melhoria da oferta de infra-estruturas de transporte no quadro da execução do PRN, que possibilitou uma redução muito significativa dos tempos de deslocação. De acordo com dados disponibilizados pelo Instituto de Seguros de Portugal e pela Associação do Comércio Automóvel de Portugal, o número de veículos motorizados no concelho de Castelo Branco registou um crescimento positivo de 41%, durante a década 1996-2006. A taxa de motorização (número de veículos motorizados por cada 1 000 habitantes) assume em Castelo Branco uma grandeza superior ao verificado quer para o global do país (+12%), quer para a sub-região em que se insere (+5%). Em 2006 a cada 1 000 habitantes correspondiam 561 veículos motorizados. Fonte: ACAP ± Associação do Comércio Automóvel de Portugal Figura 34 ± Evolução da Taxa de Motorização O aumento da mobilidade e da taxa de motorização têm como principal consequência o crescimento do tráfego rodoviário. A informação disponível sobre o tráfego rodoviário diz apenas respeito às vias nacionais que atravessam o concelho de Castelo Branco, no quadro dos recenseamentos quinquenais de tráfego realizados pelo Instituto de Estradas. No entanto, após o último recenseamento, efectuado em 1999, entrou em funcionamento a Auto-Estrada da Beira Interior (A23) pelo que os valores referentes aquele ano não traduzem a 41 actual estrutura do tráfego rodoviário na região e as inter-relações que ele estabelece com outras variáveis importantes. Segundo informação da SCTUVIAS, SA, concessionário da Auto-Estrada da Beira Interior, o tráfego mensal na auto-estrada entre os nós que servem o concelho de Castelo Branco cresceu cerca de 58% entre os meses de Janeiro de 2004 e Agosto de 2007. As contagens verificadas reflectem, por um lado, a importância da auto-estrada nas relações inter-regionais, nas relações regionais - entre a cidade de Castelo Branco e os concelhos da Cova da Beira - e no ordenamento do tráfego local ao nível concelhio. 5 497 5 694 5 521 5 808 7 130 6 892 4 647 4 172 5 046 5 949 4 785 5 770 5 929 5 752 km Fonte: SCUTVIAS Figura 35 ± Tráfego médio diário (2006) na Auto-Estrada A23 O tráfego médio diário (TMD) que atravessa o concelho de Castelo Branco e que utiliza a A23 situou-se, em quase todos os nós e em ambos os sentidos, em média acima dos 5 000 veículos, com predomínio do tráfego no sentido norte-sul (entre a A25 e A1), o que reflecte a importância desta infra-estrutura viária para o tráfego rodoviário nacional e internacional em direcção a Espanha. O tráfego médio diário entre Castelo Branco e a Cova da Beira situou-se, em ambos os sentidos, em cerca de 5 500 veículos, o que reflecte a forte interdependência entre os centros urbanos do eixo (Castelo Branco - Fundão - Covilhã - Guarda). 42 A diminuição do tráfego nos troços compreendidos entre o nó de Castelo Branco Sul e o nó de Castelo Branco Norte reflecte a importância polarizadora e a atracção do centro urbano de Castelo Branco no contexto regional. No sentido norte-sul a cidade reteve (saldo entre entradas e saídas) em média cerca de 1 180 viaturas/dia e gerou em média 900 veículos diários em direcção a sul. No sentido sul - norte a cidade reteve (saldo entre entradas e saídas) em média cerca de 1 120 veículos diários e gerou em média um volume de tráfego na ordem dos 2 720 veículos em direcção a norte. Os maiores volumes de tráfego entre o nó de Castelo Branco Norte e de Alcains e Lardosa revelam a maior importância dos movimentos pendulares com os aglomerados norte do concelho e ao mesmo tempo com os concelhos de Fundão, Idanha-a-Nova e Penamacor que são servidos por estes nós. Com a entrada em funcionamento da A23 os tempos de deslocação em relação à cidade de Castelo Branco a nível regional e nacional registaram, em alguns casos, reduções superiores a 50%. Actualmente, a partir de Castelo Branco é possível aceder a todas as sedes de concelho do distrito em menos de 1 hora. Distância-Tempo (minutos) 0 ± 30 30 ± 60 60 ± 90 90 ± 120 + 120 0 100 km Sede de Concelho Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 36 ± Acessibilidade regional a Castelo Branco em transporte individual 43 Ao nível intra-concelhio a redução de tempos de percurso foi mais significativa na zona central onde se registou a oferta de novas infra-estruturas de transportes e os tempos de deslocação entre os aglomerados são na sua grande maioria inferiores a 15 minutos. Fonte: Revisão do PDM de Castelo Branco Figura 37 ± Acessibilidade concelhia em transporte individual à cidade de Castelo Branco 44 3.7. SINISTRALIDADE NO CONCELHO 3.7.1. Acidentes e vítimas: evolução Em Portugal no período 2002-2006, a sinistralidade rodoviária apresenta uma tendência decrescente, tanto em número de acidentes como de vítimas. No concelho de Castelo Branco, tanto o número de acidentes como de vítimas apresentam uma tendência decrescente, mais acentuada no período 2003-2005. Figura 38 e 39 ± Evolução do número de acidentes com vítimas e sinistrados em Portugal (à direita), e no concelho de Castelo Branco (à esquerda), no período 2002 ± 2006 Em Portugal, durante o ano 2006, ocorreram 35 680 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 850 mortos, 3 483 feridos graves e 43 654 feridos leves. No concelho de Castelo Branco registaram-se 173 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 2 mortos, 34 feridos graves e 212 feridos ligeiros. O número de acidentes com vítimas e o número de sinistrados por 1000 habitantes revelam uma situação muito idêntica quer no panorama nacional, quer concelhio. Figura 40 ± Evolução do número de acidentes com vítimas e sinistrados, por 1000 habitantes, em Portugal e no concelho de Castelo Branco, no ano 2006 45 Os danos humanos resultantes dos acidentes revelam uma menor gravidade no concelho de Castelo Branco. De facto, só o número de feridos graves por 1000 habitantes é ligeiramente superior em Castelo Branco quando comparado com o valor apurado para o País. Figura 41 ± Número de sinistrados, por 1000 habitantes, em Portugal e no concelho de Castelo Branco, em 2006 3.7.2. Natureza dos acidentes A natureza dos acidentes revela um padrão semelhante no concelho de Castelo Branco e em Portugal. A colisão foi o tipo de acidente mais frequente, logo seguido do despiste. No final surge o atropelamento, numa proporção bastante inferior. Figura 42 ± Natureza dos acidentes registados no concelho de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 Apesar de representarem 72% do total, dos acidentes por colisão resultam 43% dos acidentes com vítimas. Por fim, e dos acidentes por atropelamento (que representam apenas 4% do total de acidentes) resultaram 16% dos acidentes com vítimas, 10% do total de mortos, 21% do total de feridos graves e 12% do total de feridos leves. De facto, verifica-se uma relação inversamente proporcional entre o número de acidentes e a sua verdadeira gravidade. Os indicadores de sinistralidade rodoviária revelam a gravidade dos atropelamentos no concelho de Castelo Branco, dos quais resultam um número de vítimas ligeiramente superior ao de acidentes. 46 Colisão Despiste o Atropelamento Figura ± 43 Características dos acidentes registados no concelho de Castelo Branco, 2002 ± 2006 3.7.3. Causas dos acidentes As causas dos acidentes derivam, numa primeira abordagem, de dois planos: o humano (associado ao condutor, passageiro, utilizador dos espaços canais), e o físico (que deriva das condições do espaço e infra-estrutura de circulação). Dentro de cada um destes planos há ainda a considerar diversos factores. No concelho de Castelo Branco, os acidentes registados no período 2002 ± 2006 assentam num leque de causas bastante extenso, onde as mais comuns se prendem com o excesso de velocidade (28%), a execução de manobras irregulares (15%), o desrespeito das regras de prioridade (13%) e ainda o desrespeito pela sinalização (8%). Figura 44 ± Causas dos acidentes ocorridos no concelho de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 47 3.7.4. Estrutura territorial O local de ocorrência dos acidentes segue uma tendência idêntica à verificada para Portugal: maior número de acidentes em ambiente urbano. De facto, cerca de 65% dos acidentes são registados no interior de localidades. Contudo, e apesar de representarem apenas 35% do total, dos acidentes suburbanos resultaram mais acidentes com vítimas, mais mortos e mais feridos (graves e leves). Figura 45 ± Características dos acidentes localizados dentro e fora de localidades no concelho de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 Uma breve análise ao gráfico seguinte permite destacar a forte incidência no espaço urbano dos acidentes que envolvem diferentes utilizadores dos espaços canais. Tal situação pode dever-se ao facto de nestes locais serem mais frequentes os pontos de conflitos veículoveículo e veículo-peão. Figura 46 ± Características dos acidentes no concelho, por localização e causa (2002-2006) 48 As ocorrências por tipo de via seguem a mesma tendência de contraste acima verificada. No concelho de Castelo Branco cerca de 59% dos acidentes são registados nos arruamentos urbanos. Figura 47 ± Localização dos acidentes no concelho de C.lo Branco (2002-2006) Os acidentes registados nas Estradas Nacionais e nos arruamentos urbanos assumem particular gravidade. Os acidentes nas Estradas Nacionais representam 22% dos total de acidentes, 34% do total de acidentes com vítimas, 59% do total de mortos, 40% do total de feridos com gravidade e 37% do total de feridos leves. Já os acidentes registados nos arruamento urbanos representam 59% dos total de acidentes, 42% do total de acidentes com vítimas, 10% do total de mortos, 34% do total de feridos com gravidade e 34% do total de feridos leves. Figura 48 ± Características dos acidentes no concelho, por localização (2002 ± 2006) 49 4. ÁREA DE INTERVENÇÃO Nas reuniões efectuadas entre a equipa e a Câmara Municipal de Castelo Branco foi acordado que a área de intervenção do estudo coincidia com a Cidade de Castelo Branco, podendo na fase posterior, de formulação do conceito de mobilidade sustentável e de proposta, ser sujeita a reajustamentos de acordo com os objectivos definidos. 4.1. TOPOGRAFIA E CLIMA A área objecto de estudo apresenta uma superfície de cerca de 13,4 km2, com uma extensão máxima de cerca de 7 750 m, com altitudes compreendidas entre os 350 e os 474 metros. A topografia é pouco acidentada com excepção das encostas da colina do Castelo ao longo da quais se desenvolveu a cidade antiga. A cidade contemporânea desenvolve-se ao longo de uma cumeada entre as cotas 350 e 400 ocupando pequenos vales e elevações com inclinações suaves que raramente ultrapassam diferenças de altitude de mais de 10 metros. Km Figura 49 ± Enquadramento da cidade de Castelo Branco Castelo Branco apresenta um clima de características marcadamente continentais com elevadas amplitudes térmicas (temperaturas muito elevadas nos meses de Verão: Junho a Setembro, e baixas nos meses de Inverno: Dezembro a Fevereiro). De acordo com a normal climatológica 1960-1991, a temperatura média anual foi de 15,7º, e as temperaturas máxima e mínima observadas foram de, 41,2º (em Junho) e -4,7º (em Dezembro). A precipitação ocorre 50 praticamente nos meses de Inverno entre Novembro e Fevereiro, atingindo um total médio anual de 780.7 mm. 4.2. POPULAÇÃO, FAMÍLIAS E ACTIVIDADES ECONÓMICAS 1981 1991 2001 População Cidade Concelho 22 757 54 908 26 146 54 319 30 449 55 708 Cidade 7 255 8 738 11 939 Famílias Concelho 18 922 19 883 21 533 Cidade 8 078 11 353 15 873 Fogos Concelho 25 003 29 596 34 981 Fonte: Instituto Nacional de Estatística Quadro XV ± Evolução da população residente, famílias e fogos Fonte: Instituto Nacional de Estatística; Revisão do PDMCB Figura 50 ± Evolução da população residente, famílias e fogos na cidade de Castelo Branco Segundo estimativas dos estudos da revisão do PDM, na cidade de Castelo Branco residem cerca de 32 000 habitantes e 12 800 famílias e existem cerca de 16 800 fogos. No período intercensitário 1991/2001 a cidade registou uma variação positiva na população residente (+16,5%), no número de famílias (+36,6%) e no número de fogos (+39,8%). Mais de metade da população e das famílias do concelho residiam já no perímetro da cidade (Quadro XV e Figura 50). 51 85 e + 80 84 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 5a9 0±4 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 Mulheres Homens Fonte: Instituto Nacional de Estatística Figura 51 ± Estrutura etária da população residente na cidade de Castelo Branco, em 2001 De acordo com os censos de 2001 a população apresentava uma estrutura etária jovem, em que a população com menos de 25 anos representava 30,2% do total, enquanto os idosos do grupo etário com + 65 anos representavam apenas 13,7% do total. Passados 6 anos a actual estrutura etária da população apresenta características muito semelhantes às daquele ano. A base económica da cidade, capital administrativa do distrito, é sustentada pelo sector dos serviços, designadamente pela Administração Pública e actividades relacionadas com as funções do Estado Social (ensino, saúde e segurança social), comércio, imobiliário/construção civil e indústria (Quadro XVI, adaptado de Alves, 2007). Zona Industrial Final da década de 80 Mais de 3000 postos de trabalho directos e indirectos; mais de metade criados por investimento estrangeiro ± antiga Cablesa. Instituto Politécnico de C. Branco Década de 90 4802 alunos e 372 docentes, em 2001 Administração Pública / Estado Social Década de 90 Comércio Década de 90 Construção Civil Década de 90 1. Cerca de 9000 alunos, do ensino pré-escolar ao ensino secundário. 2. População activa mos serviços de natureza social era maioritária e representava 33,2% do total de activos (cerca de 8000 activos em 2001). 3. População activa na Administração Pública representava 10,7% do total de activos (mais de 2500 activos em 2001). População activa no comércio representava 15,7% do total de activos (mais de 3700 activos em 2001). 1. População activa na construção civil representava 11,9% do total de activos (mais de 2800 activos em 2001). 2. O número de alojamentos cresceu 39,8% entre 1991 e 2001. Actualmente existem cerca de 20 agências imobiliárias na cidade. Quadro XVI ± Distribuição do emprego na cidade de Castelo Branco 52 4.3. ESTRUTURA URBANA A área urbana da cidade de Castelo Branco emerge de forma clara nos territórios mais vastos onde se insere, por apresentar elevadas densidades de ocupação urbana, com cerca de 2500 hab/km2, 12,4 fogos/ha e 8,4 km de estradas/vias rodoviárias por cada km2 de superfície, que se traduzem numa polarização e concentração de actividades económicas, sociais e culturais que conferem ao centro urbano uma certa importância no contexto nacional, com uma área de influência de nível sub-regional. A evolução da forma urbana nos últimos 20 anos conferiu à cidade uma dimensão física, residencial e funcional quase o dobro da registada até então. Embora se tenha assistido à periferização da função residencial e de outras funções urbanas, as distâncias físicas entre as principais zonas funcionais da cidade podem ser consideradas relativamente pequenas quando consideradas com outros espaços urbanos de maior dimensão (inferiores a 3 Km). Na estrutura da área urbana de Castelo Branco é possível identificar as seguintes grandes unidades/elementos: a) O sítio e a zona medieval que coincide com o Castelo e a Encosta do Castelo, a sul; b) A zona central, que contém o CBD tradicional (a área central), o Centro Cívico e os bairros residenciais tradicionais centrais como o Cansado, Quintas das Pedras e do Amieiro, Horta d´Alva, Zona dos Três Globos, Sr.ª da Piedade, Sé, S. João, S. Tiago e os envolventes às Avenidas 1.º de Maio, Nuno Álvares e Humberto Delgado; c) Bairros residenciais periféricos de origem clandestina, como Valongo/Montalvão, Fonte Santa, Buenos Aires e Ribeiro das Perdizes, entre outros; d) Bairros residenciais periféricos programados consolidados, ou em consolidação, de origem mais recente: Pires Marques; Carapalha; Dr. Beirão e Granja/Violetas; e) Zona industrial consolidada e em consolidação e zonas de comércio/serviços do Modelo/Mina e do Fórum; f) Zonas envolventes de edificação dispersa; g) Linha do caminho-de-ferro com orientação nordeste-sudoeste que introduz forte descontinuidade entre as duas zonas urbanas confiantes; h) Morro do Barrocal, a sul, que introduz descontinuidade urbana entre as zonas urbanas da Quinta da Carapalha e da Quinta da Pipa, a sul do caminho-de-ferro. 53 Km Figura 52 ± Zonamento da cidade de Castelo Branco Zona industrial em consolidação Zona industrial consolidada Zonas de serviços Zonas consolidadas Áreas de génese ilegal Zona medieval Em consolidação / Projecto Castelo Bairros tradicionais Linha de caminho-de-ferro Perímetro urbano Área central da cidade 54 4.3.1. Épocas de evolução da cidade O desenvolvimento da área urbana da cidade teve como origem o sítio do Castelo, de origem medieval, e a ocupação da encosta sul/sudeste. Até à década de 70 do século passado a área urbana continuou a sua expansão para sul/sudeste em direcção à linha do caminho-de-ferro nas áreas mais planas e ao longo das principais vias rodoviárias que convergiam na área central. Na década de 70 e ínicio da década de 80 o crescimento da área urbana ocorreu de forma descontínua e dispersa em áreas periféricas de origem clandestina ao longo dos principais eixos rodoviários. A partir de meados da década de 80 iniciou-se a Zona Industrial e o preenchimento das zonas compreendidas entre a área urbana consolidada até à decada de 70 e as que se desenvolveram posteriormente, tendo por base o PGU e através de loteamentos urbanos e planos de pormenor (Figura 53). 4.3.2. Malha urbana A malha urbana principal da cidade apresenta no seu conjunto uma estrutura radiocêntrica constituída por 6 radiais principais de penetração, troços das antigas estradas nacionais (EN 18 para norte, EN 3 para sudoeste, EN 18-8 para sudeste, EN 233 para oeste e nordeste, EN 112 para noroeste) e por uma radial secundária a Estrada da Sr.ª de Mércoles. As circulares em número de quatro, três são internas à cidade e uma exterior. Quatro troços da rede viária são comuns a radiais e a circulares (Figura 54). No ANEXO I apresentam-se os perfis transversais destas vias. A primeira circular interna decorre da intevenção do programa POLIS e envolve o centro cívico num único sentido, anti-horário. A segunda circular é constituída pela Praça Rainha D. Leonor, Ruas Pedro da Fonseca, Poeta João Roíz, Carapalha, Camilo Castelo Branco, Saibreiro, Sidónio Pais, Tunel da Alameda da Liberdade e Av. 1º Maio. Apenas num troço a circulação rodoviária é efectuada nos dois sentidos (Ruas Poeta João Roíz até à Camilo Castelo Branco), nos restantes troços a circulação é efectuada no sentido anti-horário. É nesta circular que confluem 5 das 6 radiais. A terceira circular é constituída pela Av. Cidade de Zhuhai, troço da EN 3 entre a rotunda dos Templários e o cruzamento com a Rua José Montoya, a Rua José Montoya, Av. do Brasil, Rua do Amieiro, Av. da Europa, Av. Sta Casa da Misericórdia, troço da antiga EN 233 até à Av. Cidade de Zhuhai. A circulação é efectuada nos dois sentidos em todos os troços. Esta circular é intersectada por todas as radiais. 55 A quarta circular, externa à cidade, constituída pelo troço poente do antigo IP2, pela variante sul até á antiga EN 18-8, o troço a concluir entre esta e a antiga EN 233, troço da EN 233 e o troço do IC8 fechando no IP2. A circulação é efectuada nos dois sentidos em todos os troços. As malhas urbanas locais, dos sectores definidos pela malha urbana principal, apresentam, consoante os bairros, uma configuração mais ou menos regular, predominando as malhas ortogonais e, em menor expressão, as malhas mistas que combinam modelos radiocêntricos com modelos ortogonais. 56 Figura 53 ± Evolução urbana da cidade de Castelo Branco Intervenções de renovação urbana Em projecto /consolidação Desde 1985 Entre 1970 e 1985 Até 1970 Época medieval Km 57 Figura 54 ± Malha urbana (circulares e radiais) da cidade de Castelo Branco Horário Sentido Anti-horário Radiais 58 Km 4.ª Circular (prevista) 4.ª Circular 3.ª Circular 2.ª Circular 1.ª Circular 4.3.3. Estrutura funcional e usos do solo Tendo por base a informação disponível relativa ao Censo de 2001 e os levantamentos efectuados, a estrutura funcional da área urbana de Castelo Branco é caracterizada por apresentar zonas urbanas de muito diferente funcionalidade e usos do solo, geradoras de fortes interdendências e de elevados fluxos de tráfego rodoviário e pedonal inter-zonas (Figura 55 e ANEXOS II e III). A área central, contínua, em termos gerais situa-se equidistante das áreas residenciais mais periféricas, desenvolvendo-se ao longo da Av. Pedro Alvares Cabral e zona envolvente, Av.1º de Maio e suas paralelas envolventes, Av. Nuno Alvares, Centro Cívico e zonas envolventes em direcção à Sr.ª da Piedade e aos Três Globos, Rua Sidónio Pais, Rua da Sé, Rua das Olarias, Rua Bartolomeu da Costa, Av.General Humberto Delgado e zona envolvente e Rua do Amiero de Baixo. Zonas urbanas residenciais principais, a maioria delas construídas após 1980, com presença de algumas funções urbanas e serviços de proximidade, onde se desenvolvem centros locais de comércio e serviços, com fraca autonomia, e que servem de forma muito deficiente as necessidades das populações da zona, como os bairros do Cansado, os Eixos Av. Espanha, na Q.ta Pires Marques, e Av. da Carapalha, na Q.ta da Carapalha, Monte do Indio/Granja, na Granja, Q.ta do Dr. Beirão, Eixo do Montalvão e Q.ta das Violetas. Zona de actividades, designada de Zona Industrial, onde se localizam mais de 3 000 postos de trabalho distribuídos sobretudo por actividades industriais, de comércio por grosso e a retalho e serviços de reparação e manutenção diversos, funcionando como pólo de elevada atracção de tráfego. Espaços urbanos fortemente especializados na função comercial complementados por alguns serviços - como as Zona da Mina/Modelo e do Fórum/McDonalds, também eles pólos importantes de atracção de tráfego. A zona de lazer onde se concentram, para além de alguns serviços às empresas (NERCAB consultoria, formação, protecção), equipamentos de educação (futuro campus do politécncico onde funciona já a ESTCB), e importantes equipamentos de desporto e lazer (piscinas e campos de jogos), funcionando também como um importante pólo de atracção de tráfego. Equipamentos dispersos como a ESACB também ela importante pólo de atracção de tráfego. Finalmente, zonas puramente residencias, algumas delas de génese ilegal, que correspondem a bairros periféricos como o Valongo/Q.ta da Pipa, Pires Marques Oeste/Boa Esperança/Fonte Santa e Ribeiro das Perdizes. 59 Figura 55 ± Estrutura funcional da cidade de Castelo Branco 0 2 Km Eixo comércio/serviços Área central Desporto e Cultura Administrativo Educação Inst. Pública de Sol. Social Saúde Segurança pública Comercial 60 Nesta estrutura espacial dos usos do solo e das funções urbanas há que destacar dois desequilíbrios existentes em termos da distribuição dos equipamentos e das funções não residenciais. Entre as zonas a norte/nascente (onde é relativamente fraca a presença de equipamentos e funções centrais e o desequilíbrio entre estas e as necessidas das familias e populações geram procura sobre outras zonas da cidade) e as zonas a poente (algumas delas sobredotadas em termos de equipamentos e funções centrais gerando atracção sobre as famílias e populações de outras zonas). Entre as zonas a norte (bem servida de equipamentos e funções centrais) e a sul do caminho-de-ferro (pouca presença de equipamentos e funções centrais). Uma estrutura espacial com estas características é geradora de fluxos acrescidos entre zonas bem dotadas de equipamentos e funções centrais (atracção de tráfego) e zonas menos bem dotadas (geradoras de tráfego). Os indicadores das zonas estabelecidas no quadro deste estudo e as figuras relativas à estrutura espacial de usos e funções urbanas reforçam o que é dito em relação aos desequilíbrios espaciais (Quadro XVII). As zonas da Q.ta Pires Marques e Cansado/Matadouro representavam no seu conjunto, em 2001, aproximadamente 20% da população (cerca de 6 000 pessoas), das famílias (cerca de 2 150 famílias) residentes na cidade e dos alojamentos (cerca de 3 150 alojamentos). A dotação destas zonas em termos de equipamentos e funções urbanas é fraca. A zona do Rib. Perdizes / Fonte Santa / ESA também ela deficitária em termos de equipamentos e funções urbanas respresentava aproximadamente 6% do total de população (cerca de 1 800 pessoas), das famílias (cerca de 630) e dos alojamentos (cerca de 900). A zona do Valongo / Q.tª Socorro representava cerca de 5% do total de população (1 500 pessoas), das famílias (530) e dos alojamentos (800) da cidade. No seu conjunto, estas três zonas deficitárias, representavam 30% da população residente (mais de 9 000 pessoas), das famílias (cerca de 3 300 famílias) e dos alojamentos (cerca de 4 850 alojamentos) da cidade, em 2001. Quanto às restantes zonas, com excepção das coroas envolventes e as zonas de carácter residual, onde se inclui a área central da cidade existe uma maior autonomia ou sobredotação de equipamentos e funções urbanas. A zona central A Área Central da cidade, inclui as zonas Centro e Hospital/Bombeiros. No seu conjunto estas zonas representavam 33% da população residente (cerca de 10 500 pessoas), 36% das famílias e 37% dos alojamentos da cidade. 61 38 97 0,33 1,35 0,93 0,98 0,38 Rib. Perdizes / Fonte Santa / ESA Qt.ª Pires Marques Colina Norte Granja Park 1995 3028 0,97 19,95 30,28 Zona de Lazer Coroas envolventes TOTAL 98 93 135 33 41 109 66 35 Cansado / Matadouro 0,35 Qt.ª da Granja e das Violetas 21 0,41 0,21 Hospital / Bombeiros 15 Qt.ª Nova 0,15 Monte do Índio 19 0,66 0,19 Qt.ª Dr. Beirão 172 1,09 1,72 Valongo / Qt.ª Socorro 61 Área (ha) Centro 0,61 Montalvão 2 Qt.ª da Carapalha Área km Zona 31234 150 0 150 459 2593 1789 3237 1736 9327 2246 2695 973 1843 1953 1538 545 v.a. 11201 143 932 628 1206 548 3738 707 885 338 637 726 527 186 1,7 4,9 6,3 5,9 3,1 8,6 7,2 29,9 5,6 10,4 5,7 8,3 1,5 0,5 0,0 0,5 100 % 100 1,3 8,3 5,6 10,8 4,9 33,4 6,3 7,9 3,0 5,7 6,5 4,7 1,7 Famílias v.a. % População residente Quadro XVII ± Indicadores das zonas urbanas Residual Edifícios 5199 149 290 549 629 235 1923 297 173 53 91 109 537 164 v.a. 100 2,9 5,6 10,6 12,1 4,5 37,0 5,7 3,3 1,0 1,8 2,1 10,3 3,2 % 16112 216 1478 899 1651 772 5522 912 1163 446 872 1097 800 284 62 100 1,3 9,2 5,6 10,2 4,8 34,3 5,7 7,2 2,8 5,4 6,8 5,0 1,8 % Alojamentos v.a. De acordo com os levantamentos efectuados (Figura 56 e Figura 57) na área central da cidade residiam em 2001 cerca de 5 400 pessoas, localizam-se a maioria dos equipamentos e funções urbanas centrais, que no seu conjunto prefazem mais de 3 500 postos de trabalho e 4 600 alunos nos diversos níveis de ensino. Trata-se, portanto, de uma zona sobredotada do ponto de vista funcional que, dada a natureza e as características de algumas funções centrais (únicas no contexto da cidade), gera atracção sobre todas as zonas da cidade. Tendo por base o levantamento efectuado na zona central pela TRANSES (2001), cuja delimitação é grosso modo semelhante à considerada neste estudo, e considerando que a situação não terá sofrido alterações posteriores muito significativas, mais de 58% dos pisos térreos dos edifícios são ocupados por habitações e os restantes por actividades não residenciais. O comércio retalhista ocupava cerca de 29%, as garagens 23%, os edifícios desocupados e devolutos mais de 12% e os cafés/restaurantes cerca de 9% dos pisos térreos dos edifícios. Quanto às garagens foram identificados 332 portões de garagens que no mínimo permitem o estacionamento de um veículo. 4.3.4. Estrutura verde urbana Na estrutura verde da cidade há que destacar a importância dos espaços inseridos na estrutura verde principal, que penetram nos principais vales da cidade, na elevação do Castelo e do Barrocal, e a Zona de Lazer, e que estabelecem o continuum naturale entre a área rural envolvente e o centro da cidade. Estes espaços apresentam um enorme potencial para o usufruto das populações (para lazer, recreio, ócio), com as quais as zonas residenciais da cidade se devem articular melhor (Figura 58). A maioria destes espaços, com excepção da zona de lazer são do domínio privado. A estrutura verde secundária é relativamente pequena sendo caracterizada por jardins de muito pequena dimensão em que uma parte significativa deles apresenta deficiente integração no tecido urbano e serve de enquadramento a vias de comunicação ou a equipamentos de uso restrito. O usufruto por parte das populações encontra-se assim condicionado, com excepção do Parque da Cidade e, com muito menor expressão, da zona adjacente à Rotunda Europa/Alameda do Cansado. Tendo em vista a definição de um esquema de eixos pedonais potenciais e preferenciais, que permita o acesso a equipamentos e espaço de lazer/recreio importa ainda destacar o passeio público da Av. Nuno Álvares e alguns eixos pedonais arborizados no centro da cidade e em troços de circulares à cidade de execução mais recente. 63 Até 99 Entre 100 e 250 Entre 250 e 499 500 Cerca de 3000 0 2 Km Figura 56 ± Distribuição dos postos de trabalho na cidade de Castelo Branco Até 99 Entre 100 e 499 Entre 500 e 999 1000 1100 0 2 Km 1470 Figura 57 ± Distribuição dos alunos na cidade de Castelo Branco 64 Figura 58 ± Estrutura verde e localização de equipamentos de desporto, educação e cultura 0 Educação Desporto e cultura Equipamentos Arvoredo adulto Arvoredo jovem Passeio público Alinhamentos arbóreos 2 Km Estrutura verde secundária Estrutura verde principal Carta verde 65 4.4. GRANDES PÓLOS ATRACTORES E GERADORES DE TRÁFEGO Através dos inquéritos origem - destino efectuados aos automobilistas (Figura 59) foi possível identificar os principais pólos de origem e destino do tráfego (Figura 60 e ANEXO IV). 0 Figura 59 ± Pontos de contagem ( ) e inquérito O/D ( 2 Km ) As zonas Centro e Industrial representam os principais pólos de origem (18% e 12% do total de viagens geradas, respectivamente) e destino (25% e 12% do total de viagens atraídas, respectivamente) de tráfego. Concentram uma parcela importante dos postos de trabalho, para além de na zona Centro estarem localizados um número considerável de serviços (EDP, SMAS, Tribunal, Câmara Municipal, entre outros), equipamentos (escolas ± JI, EB1,2,3 e ES; saúde ± centro médico, clínicas e consultórios médicos; entre outros) e comércio. Seguem-se-lhes as zonas urbanas, que pelas suas características ± residenciais ou centralizadoras de equipamentos e serviços ± geram e atraem tráfego, consoante o período do dia. A Quinta Pires Marques (grande zona residencial, onde se localiza o campo da feira semanal realizada à segunda-feira, dia da realização dos inquéritos O/D) com cerca de 8% de viagens, a zona da Granja/Violetas (zona residencial, onde se localizam alguns equipamentos 66 desportivos, de saúde e de educação: campos de ténis, clínica privada, dois infantários, etc.), a zona do Hospital/Bombeiros (concentra inúmeros equipamentos escolares e de saúde, como o Hospital, o Centro de Saúde, os Bombeiros e GNR, escolas - EB1,2,3 e ES, entre outros) e a Quinta da Carapalha (zona residencial, que concentra alguns equipamentos - infantário, EB2,3 e serviços - DGV) com valores entre os 5% e os 6% em cada uma delas, constituem os pólos de origem de importância secundária. A Quinta da Carapalha com cerca de 8% das viagens, as zonas da Quinta Pires Marques, Hospital/Bombeiros e Granja/Violetas com cerca de 6% e a Zona de Lazer (onde se localiza a Escola Superior de Tecnologia, com um número considerável de alunos e funcionários, e a Associação Empresarial da Região de Castelo Branco - NERCAB) com 5% do volume de viagens atraídas, constituem os pólos de destino de importância secundária. As entradas na cidade representam 17,3% das viagens, destacando-se como principais origens o Eixo Norte (Alcains e Lardosa), o Eixo Sul (Cebolais, Maxiais e Retaxo) e a Cova da Beira (Belmonte, Covilhã e Fundão). Já as saídas da cidade representam 7,5% das viagens, destacando-se como principais destinos o Eixo Sul, o Eixo Norte e o Pinhal Interior Sul (Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei). 1 ± Centro 2 ± Quinta Nova 3 ± Qt.ª Pires Marques 4 ± Cansado/Matadouro 5 ± Rib. Perdizes/Fonte Santa/ESA 6 ± Qt.ª da Carapalha 7 ± Valongo/Socorro 8 ± Montalvão 9 ± Zona de Lazer 10 ± Granja Park 11 ± Qt.ª Dr. Beirão 12 ± Monte do Índio 13 ± Hospital/Bombeiros 14 ± Granja/Violetas 15 ± Colina Norte/Mina 16 ± Coroa Sul 17 ± Coroa Nordeste 18 ± Coroa Norte 19 ± Coroa Oeste 20 ± Zona Industrial 18 17 15 3 2 5 14 13 1 12 19 4 11 10 9 8 20 6 7 16 % origem/destino Origens Destinos s/ escala Figura 60 ± Relação Origem/Destino 67 4.5. ARTICULAÇÃO ENTRE O PLANEAMENTO E GESTÃO URBANÍSTICA E OS TRANSPORTES E MOBILIDADE A análise da articulação entre estes dois sectores fortemente interdependentes na área de intervenção do estudo tem como limite temporal o início da década de 90, altura em que foram tomadas as grandes opções relativamente à estrutura e à forma urbana que a cidade de Castelo Branco actualmente apresenta com a elaboração e aprovação do Plano Geral de Urbanização, em 1991. Esta análise é realizada a dois planos distintos. Através da análise dos estudos e planos fornecidos pela câmara municipal, da vivência, conhecimento empírico e reflexões produzidas pelos elementos da equipa e através de uma breve análise da orgânica dos serviços municipais que intervêm nestas problemáticas e da práxis por eles desenvolvida. A partir da análise dos estudos/planos é possível concluir que, no período em análise, estes dois sectores manifestaram um grau de integração e articulação deficiente a dois níveis, apesar de nos últimos anos existirem sinais de uma melhoria ténue ao nível dessa integração: à priori na fase de análise/diagnóstico dos instrumentos e na fase prepositiva, onde foram formuladas as estratégias as opções de desenvolvimento e as propostas, e à posteriori - na fase de gestão e implementação dos instrumentos. Embora ambos os sectores tenham sido objecto de diversos planos/estudos, é notório que registaram desenvolvimentos paralelos distintos sem que tenham sido estabelecidos os adequados e necessários mecanismos de articulação e de retroacção entre eles. Na maioria dos planos/estudos urbanísticos e de ordenamento do território, em vigor, não foram efectuadas reflexões sobre o sistema de mobilidade e transportes, ou qualquer observação sobre o impacte das suas propostas no sistema de transportes. O inverso também se verifica em alguns dos estudos/planos de transportes, uma vez que estes não atribuíram grande relevância aos impactes das suas propostas na estrutura urbana da cidade e nas implicações que estes deveriam ter nas propostas de usos do solo constantes dos planos. Tendo em conta a grelha analítica estabelecida no Quadro XVIII e as propostas constantes dos planos/estudos (ANEXOS V e VI), verifica-se que as intervenções mais significativas - ao nível do sistema viário, do estacionamento e ordenamento da circulação - encontram-se identificadas desde o início da década de 90 e foram reiteradas nos planos /estudos posteriores, sejam eles de ordenamento ou de transportes. Algumas destas propostas foram alteradas em termos de localização, sem qualquer fundamentação do ponto de vista técnico, como o caso do centro coordenador de transportes. Outras não foram devidamente incorporadas no estudos/planos subsequentes, como o caso da hierarquização da rede viária da cidade pois não existe consenso total entre as diversas propostas de hierarquização 68 * Apenas foi fornecida à equipa a planta de zonamento e o regulamento X X X X X Em curso Em curso Revisão do Plano de Urbanização* Revisão do Plano Director Municipal X X X 2006 X Estudo de impacte de tráfego - Auchan X 2005 X 2005 X X Estudo de tráfego ± Fórum CB X X X X X PP Qt.ªs Granja e Isabeldeiras X X X X X 2005 X X X X X X X X X X X X X Regulamento Municipal de Estacionamento e Garagens de C. Branco X Intervenção nas circulares / radiais existentes 2002 X X X X X X X Intervenção nas vias secundárias / locais X Passagens desniveladas (caminho-de-ferro) X Dimensionamento de vias 2003 X X X X Abertura de novas vias secundárias / locais X Hierarquia viária PP Zona Histórica e Devesa 2001 PP Ampliação da Zona Industrial Novas circulares / radiais X Esquema de circulação e sinalização (reordenar trânsito, alteração sentidos, inserção de rotundas) Plano de ordenamento da circulação interna e do estacionamento 2000 2000 2000 Estudo de mobilidade para a cidade Programa POLIS 2000 PP Qt.ª Pires Marques PP Qt.ª do Bosque 2000 PP Qt.ªs Granja e Torre PP Qt.ª da Pipa 1999 1996 PP Campo da Bola Análise e propostas de intervenção sobre o sistema viário 1996 PP Qt.ª Nova 1997 1995 Plano Director Municipal 1997 1994 Ordenamento de trânsito na cidade de CB PP Encosta do Castelo 1993 PP Auto-Mecânica da Beira PP Qt.ªs Dr. Mota e Violetas 1991 1991 Plano Geral de Urbanização 1990 Data PP Qt.ª Dr. Beirão Restrições ao tráfego automóvel X X X Criação de parques de estacionamento X X X X X X X X X X Reserva de estacionamento (n.º de lugares, dimensões, etc.) X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Pagamento de estacionamento X X X X X X X X X X Centro Coordenador de Transportes / Terminal Quadro XVIII ± Integração dos âmbitos relacionados com o sector dos transportes nos diversos instrumentos de planeamento Transportes públicos (rede de transportes, funcionamento do sistema, etc.) X X X X X X X X X X X 69 Modos suaves: pedonal e ciclo viário (pavimento, mobiliário, iluminação e arvoredo apropriados, animação de vida urbana, locais de estada e convívio etc.) apresentadas no PGU (1991) e nos estudos de ordenamento do sistema viário (1993 e 2002) e nos estudos de revisão do PGU (em curso). Finalmente, algumas delas, de mais difícil execução, foram simplesmente abandonadas. Alguns âmbitos foram introduzidos mais recentemente e de forma ligeira. A questão dos modos suaves foi introduzida no início deste século e de forma mais evidente no quadro dos planos e estudos relacionados como o programa POLIS. A problemática do sistema de transportes públicos não teve o desenvolvimento adequado quer do ponto de vista analítico quer prepositivo, bem como a questão da gestão do estacionamento. Outro aspecto relevante, que é transversal aos diversos planos/estudos, é o facto de nas diversas propostas apresentadas ao nível da rede viária (novas variantes, circulares, radiais e vias secundárias e locais, passagens desniveladas sobre/sob o caminho-de-ferro), do ordenamento da circulação (rotundas, intersecções, sinalização semafórica, alteração de sentidos da circulação), da criação de parques de estacionamento, da construção do centro coordenador de transportes, não ter havido uma programação das acções no espaço e no tempo que tivesse em conta os impactes reais sobre a estrutura de usos urbanos e o sistema de mobilidade e transportes na sua globalidade. Assim, muitas das propostas apresentadas foram colocadas no plano das intenções, de forma superficial sem a fundamentação e o enquadramento urbanístico e funcional adequado. Na fase à posteriori, da gestão e implementação dos planos são também notórias as deficiências de integração e articulação, por diversos motivos. A actual estrutura radiocêntrica da malha urbana da cidade está identificada, em termos de vias estruturantes principais e secundárias (vias arteriais, distribuidoras/colectoras), desde o início da década de 90, no PGU e no PDM, mas a materialização de muitas delas ocorreu apenas no início deste século. A expansão da cidade registou o maior ritmo de crescimento durante as décadas de 80 e 90, com o preenchimento de algumas zonas de expansão e das zonas de reconversão urbanística do PGU, designadamente os principais bairros residenciais da cidade, como as quintas do Dr. Beirão, Pires Marques, Carapalha, Granja/Violetas e Pipa/Valongo, nos espaços adjacente e compreendidos entre vias estruturantes existentes (radiais: estradas nacionais/municipais), tendo por base loteamentos urbanos e planos de pormenor. Este desfasamento temporal que se verificou entre a execução de uma parte significativa das vias estruturantes do sistema viário da cidade e a urbanização e edificação dos principais bairros residenciais, foi gerador de disfunções e desequilíbrios no funcionamento da cidade. O crescimento destas zonas residências, sustentado numa procura de habitação própria e em condições favoráveis de mercado, não foi acompanhado pela oferta adequada de 70 equipamentos e serviços gerando necessidades acrescidas de deslocações entre as zonas residenciais e as zonas de equipamentos e serviços existentes. Ou seja, o crescimento da cidade durante este período teve por base loteamentos urbanos e planos de pormenor em que a principal preocupação era garantir o mínimo estabelecido na legislação urbanística vigente em termos cedências para reservas de estacionamento, espaços verdes e de geometria das vias (D.L. n.º 400/84; D.L. n.º 448/91 e D.L. n.º 334/95), sem atender a necessidades de mobilidade e de transportes das populações residentes. Estas áreas de cedência mínima nem sempre foram respeitadas pois a autarquia optou pelas compensações monetárias dos promotores. Outro aspecto tem a ver com o modus operandi na implementação e na gestão dos planos urbanísticos e de ordenamento do território através das solicitações de alterações dos usos do solo, seja através de loteamentos urbanos ou de projectos de urbanização. Embora a participação dos serviços técnicos da autarquia relacionados com os transportes possa ser solicitada nestes processos ela é condicionada pelas propostas e pelo desenho constantes dos planos urbanísticos e pelos compromissos assumidos no quadro do licenciamento dos loteamentos ou dos projectos, pelos serviços responsáveis pelo licenciamento. A margem de manobra para a introdução de ajustamentos está assim condicionada. Actualmente existe uma maior preocupação em articular o urbanismo com os transportes, com a aprovação do regulamento de estacionamento e garagens e com algumas das propostas e disposições regulamentares contidas na proposta de revisão do PGU. No entanto, no quadro das acções de requalificação urbanística em curso, permanecem as intervenções pontuais sem o enquadramento adequado no sistema de transportes e mobilidade, designadamente no que ser refere à promoção dos modos suaves e do transporte público. Através da análise do organigrama da câmara municipal (Figura 61) e das reuniões efectuadas com a equipa da câmara municipal é possível retirar algumas ilações sobre a integração e a articulação entre os sectores do urbanismo e da mobilidade e transportes. Embora integrados dentro do mesmo departamento (Departamento de Obras Municipais), o sector dos transportes e mobilidade encontra-se disperso por três serviços. O sector das vias de comunicação encontra-se distribuído por dois gabinetes e duas divisões: o Serviço de Vias de Comunicação na Divisão de Obras de Empreitada e o Serviço de Conservação e Manutenção na Divisão de Obras de Administração Directa. Nos últimos anos, estas duas divisões foram fundidas numa única designada de Divisão de Obras Municipais. O Serviço de Trânsito, onde se encontram também o sector dos transportes e da mobilidade, encontra-se integrado na Divisão de Ambiente e Qualidade de Vida. 71 Figura 61 ± Organigrama da Câmara Municipal de Castelo Branco 72 O sector do planeamento e gestão urbanística encontra-se inserido no Departamento de Planeamento Urbanístico e Obras Particulares, subdividido em 4 gabinetes e duas divisões: o Gabinete de Apoio Técnico da Divisão de Obras Particulares e os Serviços de Ordenamento do Território, o Gabinete de Estudos e Projectos e os Serviços de Sistemas de Informação Geográfica da Divisão de Planeamento Urbanístico. A responsabilidade política dos dois sectores é do Presidente da Câmara Municipal e a responsabilidade técnica é do Gabinete de Apoio à Presidência. Naturalmente que esta orgânica não é muito favorável à melhoria da integração e articulação entre o sector do planeamento urbanístico e o sector dos transportes e mobilidade, tendo em conta o que acima foi referido. 4.6. INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTE 4.6.1. Rede viária A caracterização das vias incide sobre diversos factores, designadamente a sua implantação (inclinações), seu dimensionamento (perfis, faixa de rodagem, passeios, etc.), e a sua manutenção ao longo dos anos (estado de conservação). Para o efeito foi constituída uma base de dados das características geométricas das vias, em planta, que permite estabelecer uma classificação com base nestes factores, recorrendo pontualmente a informação viável constante em diversos documentos. Inclinações Como já foi referido anteriormente, a cidade de Castelo Branco está implantada sobre uma zona de cumeada com ondulações suaves e inclinações variáveis, onde se destaca a colina do Castelo da cidade, a partir da qual se desenrolou o processo de expansão urbana, com inclinações elevadas e muitas vezes superiores a 10%. Dos cerca de 112 km de vias identificados em planta, cerca de 40% apresentam inclinações inferiores a 2%. Este valor atinge mais de 68% se for considerada a classe de inclinações 2 a 4%. 73 Assim, com base neste critério, existem condições gerais favoráveis ao modo de circulação pedonal, que é condicionado quando os circuitos (normalmente de baixa dificuldade) são interrompidos pontualmente por troços de inclinação mais acentuada. Classes v.a. (km) % Até2 % 44,0 39,3 2% a 4% 31,9 28,5 4% a 6% 20,6 18,4 Superior a 6% 15,5 13,8 TOTAL 112,0 100,0 Quadro XIX ± Inclinações nas vias da cidade de Castelo Branco É importante referir que cerca de 14% dos troços analisados apresenta inclinações superiores a 6% onde aumentam as dificuldades de circulação em modo rodoviário, cicloviário e pedonal, localizados maioritariamente na Encosta do Castelo. Inclinação (%): Km Superior a 6 Entre 4 e 6 Entre 2 e 4 Inferior a 2 Figura 62 ± Inclinações nas vias da cidade de Castelo Branco 74 Perfis transversais Os perfis transversais reflectem, de alguma forma, a possibilidades de se poderem desenvolver diferentes usos e restringem a capacidade de escoamento na rede viária. As configurações e larguras nem sempre são compatíveis com a possibilidade de estacionamento de veículos ou com a existência de passeios para peões. A largura das faixas de rodagem dos troços analisados apresenta uma grande variabilidade, dependendo, quer da época em que foram construídas, quer do número de sentidos e de vias e faixas de rodagem com que estão apetrechadas. Este factor está, portanto, em sintonia com a evolução urbana que se verificou na cidade de Castelo Branco. Classes v.a. (km) % Até 5m 8.7 7,5 5m a 6,5m 20.6 18,4 6,5m a 9m 36.765 32,8 9m a 12m 21.4 19,1 Superior a 12m 24.9 22,2 112.2 100,0 TOTAL Quadro XX ± Largura das faixas de rodagem na cidade de Castelo Branco Os troços com largura da faixa de rodagem inferior a 5 m têm ainda algum significado, representando cerca de 8% do total analisado. Estes troços localizam-se maioritariamente na encosta do Castelo, embora sejam também de considerar alguns arruamentos no Barrocal e na zona da Sr.ª da Piedade / 3 Globos. A maioria das faixas de rodagem dos troços analisados apresenta largura compreendida entre os 6,5 e os 9 m, que representa normalmente vias de duplo sentido. Esta classe assume uma elevada representatividade nos bairros mais recentes (décadas de 1980 e 1990), localizados nas periferias da cidade. As vias com mais de uma via por sentido têm aumentado a sua proporção no passado recente e na actualidade, representando quase ¼ dos troços analisados. A construção de novas variantes à cidade e as intervenções de reperfilamento registadas nos troços existentes constituíram medidas fundamentais quer para o escoamento do tráfego, quer para o seu afastamento do núcleo central da cidade. A largura dos passeios segue uma evolução sem padrão bem definido, semelhante à registada para as faixas de rodagem. O modo de desenvolvimento urbano e a legislação em vigor à data da execução ditou, de certa forma, a evolução registada neste segmento. Esta legislação sofreu também diversas actualizações, aumentando sequencialmente a largura mínima dos 75 passeios à medida que novas necessidades foram surgindo. O D.L. 163/2006, de 8 de Agosto estabelece que para as vias principais e vias distribuidoras os passeios devem ter uma largura livre não inferior a 1,5 m. Na área em análise o panorama registado afigura uma situação positiva, embora, pontualmente, a necessitar de pequenas afinações. Cerca de 65% dos troços analisados apresentam passeios com uma largura superior a 1,5 m, sendo que apenas 25% apresentam uma largura inferior a 1,5 m. Resta referir que os restantes 10% de troços analisados não apresentam passeio em nenhum dos lados da via, situação com uma ocorrência elevada na colina do Castelo, onde limitações físicas impossibilitam a sua implantação. Nestes casos mostra-se necessário implementar um novo modelo que conjugue os diversos modos que partilham o mesmo espaço de circulação. Classes v.a. (km) % Sem passeio 12.0 10,7 Até 1m 7.9 7,0 Entre 1m e 1,5m 19.8 17,7 Entre 1,5m e 2,5m 41.9 37,4 Superior a 2,5m 30.5 27,3 112.1 100,0 TOTAL Quadro XXI ± Largura dos passeios na cidade de Castelo Branco Largura média dos passeios (m): Km Sem passeios Até 1,5 Entre 1,5 e 2,5 Superior a 2,5 Figura 63 ± Largura média dos passeios na cidade de Castelo Branco 76 Para finalizar a questão do dimensionamento, um breve apontamento acerca da largura dos perfis (faixa de rodagem + passeio). Como já foi referido anteriormente este factor diverge de diversos condicionamentos reflectidos nas diferentes composições de vias: só para veículos, partilhada por veículos e peões, ou exclusivamente pedonais. Classes v.a. (km) % Até 6m 8.0 7,2 6m a 9m 13.6 12,1 9m a 12m 36.4 32,5 12m a 15m 14.8 13,2 Superior a 15m 39.2 35,0 112.0 100,0 TOTAL Quadro XXII ± Largura dos perfis na cidade de Castelo Branco De referir que mais de 80% dos troços analisados apresenta uma largura de perfil superior a 9 m, onde se destacam os 35% que apresentam uma largura de perfil superior a 15 m (nos quais se incluem as variantes à cidade, recentemente implantadas). Largura do perfil (m): Km Superior a 15 Entre 12 e 15 Entre 9 e 12 Entre 6 e 9 Inferior a 6 Figura 64 ± Largura dos perfis na cidade de Castelo Branco 77 Tipo e estado de conservação dos pavimentos A cidade de Castelo Branco apresenta uma rede viária composta essencialmente por pavimento betuminoso (cerca de 85% dos troços analisados), sendo que destes apenas 4% se apresenta em mau estado de conservação. É mesmo de realçar o facto de cerca de 77% dos troços em pavimento betuminoso apresentarem um bom estado de conservação (um facto relevante consistiu na abertura das novas variantes e nas importantes intervenções realizadas nos últimos anos em vias existentes). Já as vias em calçada representam cerca de 15% dos troços analisados, dos quais 97% apresentam um razoável estado de conservação. A extensão dos troços em terra batida analisados é bastante reduzida (cerca de 0,3% do total analisado) e coincidem maioritariamente com caminhos agrícolas entretanto absorvidos pela cidade. Na generalidade estes encontram-se em mau estado de conservação. A variabilidade no estado de conservação dos arruamentos da cidade de Castelo Branco é bastante notória. Deste factor depende o desempenho de uma parte importante do sistema de mobilidade, nomeadamente no que se refere ao sistema viário. Figura 65 ± Classificação e estado de conservação das estradas na cidade de Castelo Branco 78 Para finalizar, uma breve referência aos dados resultantes do Plano de Ordenamento da Circulação e do Estacionamento da Zona Central de Castelo Branco (TRANSES, 2001). No âmbito deste plano foram analisados 22,5 km de estradas da zona central de Castelo Branco, dos quais 50,5% correspondem a pavimento em calçada, 48,8% a pavimento betuminoso e apenas 0,7% a pavimento em terra batida. Deste modo é possível destacar a elevada expressão do pavimento em cubos de granito na zona central da cidade, facto relacionado com a época em que se desenvolveu esta zona da cidade. As recentes intervenções no âmbito do POLIS, a intervenção na Av. General Humberto Delgado e a abertura de novas vias terão contribuído para alterar estas proporções. Quanto ao pavimento dos passeios, a calçada à portuguesa predomina na maioria dos eixos sobretudo na zona central e as lagetas no centro cívico, enquanto nas zonas urbanas mais recentes registam também com alguma frequência bloco de betão. Nas variantes, de construção mais recente, foram também utilizadas lagetas. Quanto ao estado de conservação dos passeios há que destacar diferentes situações. No centro cívico e na zona central envolvente os passeios apresentam na generalidade bom estado de conservação, embora pontualmente possam surgir pequenos trocos que manifestam alguma desagregação dos cubos ou irregularidade no pavimento. Nas zonas envolventes é mais frequente encontrarem-se passeios cujo estado de conservação é razoável ou mau, com pavimentos desagregados, interrompidos e irregulares, fruto de sucessivas obras que foram efectuadas. 4.6.2. Ciclovias Na cidade de Castelo Branco existem apenas dois troços de vias com espaços próprios adaptados à circulação de velocípedes, com uma extensão total de cerca de 2,1 km e sem, conectividade entre eles. O troço da 3.ª circular, compreendido entre as rotundas da Mina e Violetas e a Av. Egas Moniz entre o entroncamento da Av. do Empresário e a rotunda do McDonalds (Figura 66). 79 a b Ciclovia a - Av. St.ª Casa Misericórdia b - Av. Egas Moniz Figura 66 ± Rede de ciclovias da cidade de Castelo Branco 4.6.3. Estacionamento Oferta A caracterização da oferta de estacionamento tem como base espacial, por um lado, a cidade de Castelo Branco, e, por outro, as 15 zonas urbanas definidas. Esta caracterização é realizada segundo o tipo de oferta, nomeadamente: 1) Oferta ao longo das vias e em parques de estacionamento não pagos; 2) Oferta em parques de estacionamento pagos; 3) Oferta em parques de pesados; 4) Oferta em espaços reservados a utilizadores dos serviços e equipamentos (educação, saúde, comércio, etc.). No levantamento efectuado em toda a cidade foram inventariados, em termos globais, cerca de 20 300 lugares, dos quais 80,7% estão disponíveis ao longo das faixas de rodagem e em 80 parques de estacionamento não pago, 16,2% estão reservados a utilizadores de serviços e equipamentos, 2,7% configuram a oferta de estacionamento pago e 0,4% dos lugares representam a capacidade instalada de estacionamento para veículos pesados (ANEXO VII). Em termos gerais poder-se-á afirmar que existe mais de um lugar de estacionamento público por cada família residente. Apesar da recente tendência de periferização de alguns serviços e equipamento, não deixa de ser verdade que a zona central de Castelo Branco continua a concentrar a larga maioria da oferta de lugares de estacionamento, para além de concentrar ainda uma importante parcela da população residente na cidade. Este facto justifica a elevada capacidade em termos de oferta de lugares de estacionamento, concentrando cerca de 21% da oferta total (4 287 lugares, dos quais 3 540 dispostos ao longo da faixa de rodagem ou em parques sem pagamento, 5471 lugares disponíveis em parques de estacionamento pago e 200 lugares dispersos em equipamento e/ou serviços). Encontra-se em fase final de construção o parque de estacionamento subterrâneo da Praça Académica (zona histórica da cidade). A localização de grandes equipamentos (comerciais, saúde, educação, etc.) confere às zonas onde estão inseridos um acréscimo na oferta de lugares de estacionamento, contudo, o seu acesso pode ser limitado. Na cidade de Castelo Branco há a considerar 5 zonas onde há uma Ao longo da via e em parques de estacionamento não pago Acesso restrito (utilizadores de equipamentos e serviços) Estacionamento de pesados TOTAL elevada oferta de estacionamento com estas características: Montalvão 302 1300 0 1602 Zona de Lazer 349 1035 0 1384 Rib. Perdizes / F.te Santa / ESA 598 200 0 798 Hospital / Bombeiros 524 260 0 784 Colina Norte 430 234 75 739 Quadro XXIII ± Oferta de estacionamento gratuito em 5 zonas da cidade de Castelo Branco Por outro lado, é de destacar a existência de um parque de estacionamento para veículos pesados localizado junto à entrada norte de Castelo Branco, com uma capacidade de 75 lugares. Está prevista também a construção de um novo parque de pesados na Zona Industrial, 1 118 lugares não estão efectivamente disponíveis já que o parque de S. Bento se encontra encerrado 81 dotado de condições que o actual não oferece, nomeadamente ao nível da segurança e de infra-estruturas de apoio. As zonas habitacionais localizadas na envolvente à zona central da cidade concentram actualmente uma parte relevante da população residente. Nestes casos, as necessidades de estacionamento variam ao longo do dia, assistindo-se a picos de procura a partir do fim da tarde / noite. A oferta disponível nas diferentes zonas habitacionais da periferia constitui Ao longo da via e em parques de estacionamento não pago Acesso restrito (utilizadores de equipamentos e serviços) Estacionamento de pesados TOTAL importantes reservas de estacionamento (Quadro XXIV). Qt.ª Pires Marques 2232 0 0 2232 Granja Park 1843 0 0 1843 Qt.ª da Granja e das Violetas 1451 0 0 1451 Qt.ª da Carapalha 1323 0 0 1323 Qt.ª Dr. Beirão 853 40 0 893 Qt.ª Nova 800 0 0 800 Cansado / Matadouro 780 0 0 780 Monte do Índio 699 25 0 724 Valongo / Qt.ª Socorro 662 0 0 662 Quadro XXIV ± Oferta de estacionamento gratuito em 9 zonas da cidade de Castelo Branco A oferta de estacionamento em Castelo Branco comporta 547 lugares pagos, distribuídos pelos parques de estacionamento da Devesa (389 veículos), São Bento2 (118 veículos) e Praça (40 veículos). A política de tarifação aplicada no estacionamento da Devesa, aberto 24 horas por dia todos os dias da semana, obedece ao disposto na tabela seguinte. Tempo de permanência Custo ¼ Até 15 min. 0,25 15 a 30 min. 0,50 30 a 45 min. 0,65 45 min. a 1h 0,85 1h a 5h 0,85 + 0,20 por cada hora de permanência 5h até 24h 4,00 Quadro XXV ± Custo de parqueamento no estacionamento da Devesa 2 Encontra-se encerrado 82 $ SHUPDQrQFLD GXUDQWH R SHUtRGR QRFWXUQRHQWUH DV K H DV K WHUi XP FXVWR GH ¼K São ainda disponibilizadas avenças mensais para residentes (por tempo indeterminado, com XPFXVWRGH¼PrVDSHQDVGXUDQWHRSHUtRGRGLXUQRFRPXPFXVWRGH¼PrVQRSHUtRGR QRFWXUQR FRP XP FXVWR GH ¼PrV H FRPHUFLDQWHVFRP XP FXVWRGH ¼PrV2PRGHOR de gestão deste parque de estacionamento permite ainda a aquisição de bilhetes horários préSDJRVFRPXPFXVWRGH¼SDUDFRPHUFLDQWHVH¼SDUDRVXWLOL]DGRUHVHPJHUDO O custo da tarifa do parque de estacionamento da Praça consiste em: Tempo de permanência Custo (¼ Até 15 min. 0,12 15 a 30 min. 0,24 30 a 45 min. 0,36 45 min. a 1h 0,48 Superior a 1h 0,80 (por cada hora de permanência) Quadro XXVI ± Custo de parqueamento no estacionamento da Praça Este parque está aberto entre as 8.30h e às 19.30h de segunda a sexta-feira e das 8.30h às 14h nos sábados. As relações entre local de residência/estacionamento e local de trabalho ou estudo/estacionamento parecem ajustar-se às necessidades das populações uma vez que no inquérito efectuado aos residentes cerca de 77% dos inquiridos, no primeiro caso, e 78% no segundo referem demorar em média menos de 5 minutos para encontrar estacionamento, e só uma pequena percentagem 3,4% e 3,5%, respectivamente, demoram mais de 15 minutos para encontrar um lugar de estacionamento. Junto à residência Junto ao local de trabalho Figura 67 ± Duração média da procura de estacionamento 83 Procura Segundo o levantamento efectuado no Estudo de Mobilidade para a Cidade de Castelo Branco (CESUR, TRANSITEC, 2000), que incidiu sobre a zona central de Castelo Branco, entre os diferentes tipos de utilizadores existentes (residentes, clientes, pendulares, etc.), os residentes e pendulares constituem os principais utilizadores da oferta disponibilizada. A taxa de ocupação média ronda os 6 a 8 utilizadores/lugar. A ocupação em período diurno apresenta, nalguns locais, indícios de saturação, enquanto durante a noite a ocupação ronda os 50%. O diagnóstico do Plano de Ordenamento da circulação e do estacionamento na zona central da cidade de Castelo Branco (TRANSES, 2002), que incidiu sobre a cidade, efectuou uma análise da distribuição espacial e temporal da procura de estacionamento (durante o período diurno de segunda-feira e quinta-feira e ainda durante o período nocturno num dia representativo). O levantamento efectuado permitiu quantificar a oferta de lugares de estacionamento, que aquando da sua execução (2002) rondava os 12 000 lugares. Segundo o estudo, a procura registada durante o período diurno de segunda-feira rondava os 9 600 veículos. Esta procura era ligeiramente superior à registada para a quinta-feira (em cerca de 1,3%). Já durante o período nocturno a procura foi referenciada em 8 300 veículos. Durante os períodos diurnos analisados registou-se uma incidência relevante em termos de estacionamento ilegal do tipo I3 e tipo II4. O estacionamento ilegal no período diurno representava cerca de 19% do total (16% ilegal tipo I e 3% ilegal tipo II). Já no período nocturno a percentagem de veículos estacionados em posição ilegal sofre uma ligeira oscilação, representando agora 17% do total (15% ilegal tipo I e 2% ilegal tipo II). A zona central da cidade de Castelo Branco registou, por um lado, o nível de procura mais elevado em termos de estacionamento diurno e nocturno, e por outro, o maior número de veículos em situação ilegal. De acordo com a informação fornecida pela entidade gestora do Parque de Estacionamento da Devesa, com capacidade instalada de 389 lugares de estacionamento (Grupo Mota-Engil), o parque entrou em funcionamento na segunda metade 2004, reforçando as reservas de estacionamento da área central da cidade. A evolução da procura de estacionamento tem 3 Não prejudica substancialmente as restantes circulações de veículos e/ou peões, nem constitui factor de insegurança rodoviária. 4 Prejudica ou interfere com a circulação de veículos e/ou peões, ou quando a posição do veículo é susceptível de reduzir as condições de segurança da circulação rodoviária e pedonal. 84 registado acréscimos com algum significado. A ocupação no ano 2006 foi de cerca de 12,3% superior à registada no ano anterior, sendo que o número de estadas durante os primeiros meses de 2007 (Janeiro a Maio) foi bastante superior ao registado no mesmo período de 2006 (27,3%). Durante o ano de 2006 o número de entradas oscilou bastante de mês para mês, registando-se o valor mais baixo em Fevereiro (com 7 295 entradas) e a máxima procura foi assinalada em Agosto (com 11 909 entradas). Denotam-se 2 picos na procura: durante os meses de Verão e em Dezembro, na época de Natal. Contudo, apesar da se evidenciar uma procura crescente, a taxa de ocupação do dia em que se verificou maior afluência durante o ano de 2006 não ultrapassou os 10% (9,46%). O tempo de permanência no estacionamento é, na generalidade dos casos, reduzido, o que indicia uma rotatividade elevada. No período compreendido entre Janeiro de 2006 e Maio de 2007 mais de 60% dos utentes utilizaram o estacionamento por um período inferior a 1 hora. Apenas 5% dos veículos permaneceram estacionados por períodos de tempo superiores a 3 horas. Figura 68 ± Tempo de permanência dos utilizadores do Parque de Estacionamento da Devesa (Janeiro de 2006 a Maio de 2007) 4.6.4. Sistema de circulação e regulação do tráfego A geometria das vias da cidade introduzem fortes condicionamentos à circulação do tráfego. Uma parte importante das vias da área central da cidade é restringida a circulação a apenas um sentido (ANEXO VIII). Este facto introduz alguma rigidez nos itinerários e percursos das pessoas, obrigando a trajectos mais longos. 85 A intervenção do programa POLIS introduziu alterações significativas na circulação rodoviária no centro cívico da cidade, que tiveram como consequência um aumento da rigidez na circulação do tráfego resultante das restrições impostas ao nível do condicionamento de certos movimentos. Este facto é facilmente constatado no trajecto entre a zona da Sé e a Zona do Amieiro. Neste caso, é imposto ao condutor a necessidade de circular nos túneis Norte e Sul do Centro Cívíco, num trajecto bastante mais extenso do que o desejável. A solução adoptada por parte da população, de trajecto mais curto e directo, consiste na utilização da Rua J. A. Mourão. Contudo esta via apresenta condicionamentos, não só ao nível do seu perfil transversal, como também ao nível das intersecções, de fraca visibilidade, o que indícia a necessidade de introduzir alterações. Contudo, este tipo de restrições à circulação podem motivar o recurso a outras alternativas: pela utilização das circulares à cidade e pela transferência de deslocações para os modos suaves. Na última década foram introduzidas diversas rotundas, como mecanismo de regulação da circulação nas intersecções da área de intervenção. A equipa de trabalho contabilizou cerca de 55 rotundas. As rotundas apresentam diversas vantagens sob diversos pontos de vista (permite a diminuição da gravidade dos acidentes, melhoria da fluidez do tráfego, permite todos os movimentos possíveis - viragens à esquerda e inversão do sentido de marcha, por exemplo, diminuição e harmonização das velocidades de circulação, etc.). Contudo, também apresentam desvantagens, como a maior exigência de espaço, a sua inserção nas correntes de tráfego, da circulação de peões, tornando os percursos bastante mais extensos, entre outras. Para que uma rotunda tenha uma boa performace é necessário que a implantação no terreno seja feita correctamente, proporcionando ângulos de entrada e saída, largura das pistas, raios de curvatura e deflecções adequadas. Em relação às rotundas existentes é necessário introduzir algumas melhorias, nomeadamente nas rotundas dos Templários, da Pipa (Av. do Brasil com a Rua J. O. Lopes Montoya) e da estação de caminhos-de-ferro (Av. Nuno Álvares com a Rua Poeta João Roiz ± deverá ser repensada, quer ao nível da implantação e do dimensionamento, já que irá ser objecto de intervenção). Por seu lado, a regulação semafórica das intersecções tem alguma expressão na cidade. Destaca-se o sistema de coordenação semafórico composto por dois eixos: Mercado municipal Æ Praça Rainha D. Leonor Æ EN3/Qt.ª Dr. Beirão Æ entrada Qt.ª Dr. Beirão; e Mercado 86 municipal Æ Rua Dádra / Rua Conselheiro Albuquerque Æ Rua Conselheiro Albuquerque / Av. Nuno Álvares. As intersecções junto ao Largo da Sé e ao nó do Hospital, no acesso ao Castelo (Rua da Granja / Rua da Piscina), dispõem de regulação semafórica isolada. Já as intersecções da Rua da Carapalha com Viaduto sobre a linha de caminho-de-ferro e da Av. do Empresário com a Av. Egas Moniz dispõem deste mecanismo, embora este se encontre desactivado ou intermitente. Por fim, registe-se a adopção de semáforos para controlo de velocidade, na Estrada do Montalvão e na Av. do Brasil, junto à EB2,3 Cidade de Castelo Branco. A regulação semafórica adoptada nos principais eixos da cidade (rodoviário e pedonal: Estação Æ Câmara Municipal Æ Praça Rainha D. Leonor Æ EN3) permite, por um lado, normalizar a circulação rodoviária e, por outro, proteger a circulação dos peões nos atravessamentos das vias. Contudo, nalguns casos, o tempo disponível para o atravessamento dos peões é reduzido, principalmente para os cidadãos idosos e/ou com mobilidade reduzida, como se verifica na Praça Rainha D. Leonor. A informação de passagem através de sinais sonoros para deficientes invisuais é já uma realidade bem presente nos semáforos da cidade. Coordenação semafórica Semáforo isolado Semáforo desligado / intermitente Controlo de velocidade 0 2 Km Figura 69 ± Localização dos semáforos na cidade de Castelo Branco 87 Algumas intersecções apresentam dificuldades de leitura por parte dos condutores, com falta de legibilidade, nomeadamente ao nível da inserção nas correntes de tráfego, na canalização de movimentos e na definição das direcções possíveis. A inexistência ou mau estado de conservação da sinalização compromete, por vezes, diversas manobras, devendo constituir um elemento essencial na definição, por antecipação, dos percursos mais adequados a percorrer. A título de exemplo refiram-se a Rua Pedro da Fonseca, a Av. do Brasil entre a Carapalha e a Boa Esperança e alguns bairros periféricos de génese ilegal. Um outro aspecto a relevar diz respeito à informação direccional que quando colocada devidamente nas principais intersecções pode auxiliar e até dirigir os condutores para itinerários mais rápidos e com menor carga de tráfego para os destinos que pretendam e, ao mesmo tempo, provocar mudança de hábitos nos condutores. Na cidade de Castelo Branco a informação direccional ao longo dos principais eixos é escassa o que leva os condutores a manterem itinerários menos adequados pese embora o facto de existirem hoje alternativas mais rápidas e menos sobrecarregadas em termos de tráfego, proporcionadas pela construção das novas vias urbanas (circulares). Um exemplo claro desta situação é a deficiente informação existente ao longo do eixo que liga a entrada sul (zona Industrial) até à Rotunda dos Templários. Por vezes, o modo de estacionamento e a má localização de mobiliário urbano, arvoredo e painéis publicitários criam barreiras à boa visibilidade por parte dos condutores. Esta situação gera conflitos latente entre diferentes veículos, que pode também incidir sobre veículos e peões. Destacam-se neste caso o entroncamento entre a EN 3 e a Rua J.O. Lopes Montoya e a Av. General Humberto Delgado, local onde se tem verificado reincidência de acidentes por atropelamento, onde a colocação de painéis publicitários em locais indevidos dificulta a visibilidade na aproximação às passadeiras, colocando em situação de risco os peões. As questões da sinistraliadade reflectem-se, também, pela prática de velocidade excessiva em alguns troços, nomeadamente nas circulares e radiais cujos perfis transversal e longitudinal favorecem tal prática. Como já foi referido foram introduzidos semáforos para controlo de velocidade, contudo a sua acção é bastante localizada. Finalmente, com a construção das novas vias, designadamente as circulares, foram incrementadas as alternativas de itinerários para o mesmo destino. Esta situação poderá ser aproveitada para introduzir alterações no plano de circulação eliminando ou restringindo a circulação de alguns movimentos direccionais, diminuíndo o tráfego motorizado de atravessamento e proporcionando, por um lado, maior fluidez ao tráfego automóvel e, por outro, maior segurança ao tráfego pedonal. Um bom exemplo desta situação poderá ser a Praça Rainha D.Leonor. 88 Apresenta-se em seguida um leque de situações que mereçem uma atenção especial: a) Intersecção em rotunda da Estrada do Montalvão com a Av. Egas Moniz: para além dos 4 ramos é ainda permitido o acesso a uma actividade local, o qual sobrecarrega sobre esta eventuais congestionamentos já por diversas vezes registados; b) Cruzamento da Av. Cidade de Zhuhai com as Ruas Dr. Victor dos Santos Pinto e Dr. Francisco José Palmeiro: estas últimas constituem uma importante ligação entre a zona de equipamentos e de residência, a este (hospital, escolas, centro de saúde, etc. e o Bairro da Granja e envolvente ao Monte do Índio) e a Zona de Lazer, a oeste (com equipamentos desportivos e de educação), defraudando as expectativas dos condutores pela impossibilidade de ligar directamente estas duas zonas, na Av. Cidade de Zhuhai. Como alternativa é necessário recorrer a um percurso mais longo e sinuoso; c) Entroncamento da Rua Tenente Coronel António Elias Garcia com a Rua Dr. João Mourato Grave: a possibilidade de aceder a todos os movimentos associada à proximidade a outra intersecção tem potenciado inúmeros sinistros; d) Entroncamento da Rua de S. Jorge com a Av. 1.º de Maio: o desenho confuso e a fraca visibilidade registada num dos sentidos sugere intervenção urgente; e) Possibilidade de adaptação do centro cívico para passagem e paragem de transportes colectivos: deve ser potenciada a passagem de transportes colectivos no centro cívico, em ambos os sentidos, dotando este espaço (de elevada geração de viagens) de paragens para tomada e largada de passageiros; f) Saída do estacionamento do Quintal do Ribeiro para a Rua 5 de Outubro: devem ser garantidas as questões de segurança para permitir esta ligação e, deste modo, flexibilizar o leque de destinos possíveis a partir deste local, libertando a acesso a partir da Av. General Humberto Delgado; g) Estacionamento das Ruas Conselheiro Albuquerque e Pedro da Fonseca: deve ser permitida a saída do parque de estacionamento para a Rua Conselheiro Albuquerque, flexibilizando o leque de destinos, encurtando o tempo de viagem para que se dirige para a zona centro e oeste da cidade e libertando o já sobrecarregado eixo Praça Rainha D. Leonor ± Estação de caminhos-de-ferro; h) Falta de permebilidade pedonal entre a 3.ª circular (Av. da Europa) e a Quinta do Bosque: a implantação prevista criará uma barreira construtiva de mais de 200 metros ao longo da Av. Europa, dificultando a ligação pedonal de e a partir do bairro; 89 i) Intersecção entre as Ruas Eng. Duarte Pacheco e a Portas do Sol: é necessário melhorar a fluidez e dar continuidade nos percursos coincidentes com vias circulares e radiais. A opção passa por dar prioridade ao eixo Rua Portas do Sol / Amieiro; j) Nó da Rotunda dos Templários: a passagem pedonal da Qt.ª Dr. Beirão para a Qt.ª da Granja necessita de intervenção urgente; relocalização da paragem de autocarro localizada na Av. Cidade de Zhuhai, melhorando a visibilidade na aproximação dos veículos à intersecção e no atravessamento de peões; k) Assumir que a 3.ª circular junto à Qt.ª das Violetas seja efectuada no troço da EN 233 e Av. Cidade de Zhuhai em vez da actual (R. Dr. Francisco Robalo Guedes e R. Eugénia Lima) permitindo assim que o acesso local à Qt.ª das Violetas possa ser efectuado nos dois sentidos (redesenho do nó). h k e f d i g b c j a 0 2 Km Figura 70 ± Localização de alguns problemas diagnosticados 90 4.7. OFERTA DE TRANSPORTES Para além do serviço de transportes públicos colectivos urbanos, que é assegurado pela concessionária Rodoviária da Beira Interior, existem ainda outros transportes colectivos que são assegurados em carrinhas próprias por entidades públicas e privadas cuja caracterização não é efectuada no âmbito deste trabalho. 4.7.1. Transportes especiais O transporte de crianças para os jardins-de-infância ou para algumas escolas do 1º ciclo é assegurado por carrinhas próprias das instituições, publicas e privadas, designadamente a Santa Casa da Misericórdia, o Centro Social Padres Redentoristas, Jardim de Infância Alfredo Mota e o Jardim Escola João de Deus, Pimpão - Centro da Educação para a Infância, a APPACDM, entre outros. O transporte de pessoas com necessidades especiais (idosos e deficientes) é assegurando também pela St.ª Casa da Misericórdia, pelos Bombeiros, por empresas privadas como as Ambulâncias Albicastrenses e Vidal Saúde, entre outros. Estas instituições possuem viaturas adaptadas ao transporte de pessoas com necessidades especiais, como elevadores, rampas, macas, etc. A câmara municipal assegura também o transporte eventual e sistemático de crianças dentro da área urbana de Castelo Branco para actividades lectivas, desportivas e culturais. Algumas empresas também efectuam o transporte dos seus trabalhadores dentro da área urbana entre os locais de residência e o local de trabalho, designadamente para a zona industrial. De referir também que esteve em fase experimental entre 14 de Junho e 9 de Julho de 2004 um serviço gratuito de transportes públicos colectiYRVQRkPELWRGRSURJUDPD³0LQLDutocarros HOpFWULFRV HP IURWDV GH WUDQVSRUWH S~EOLFR XUEDQR´ GD iniciativa da Direcção-Geral dos Transportes Terrestres (como promotor e financiador) e da Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico (como executor do programa). 91 4.7.2. Transportes públicos urbanos Rede de carreiras urbanas A cidade de Castelo Branco é servida por seis carreiras diárias da Rodoviária da Beira Interior que asseguram o serviço de transporte público a várias zonas da cidade, em que o eixo Zona Industrial ± Centro ± Escola Superior Agrária (passando pela estrada do Montalvão, rotunda do Milénio, rotunda dos Templários, EB2,3 Afonso de Paiva, Centro de Saúde, Hospital Amato Lusitano, Praça Rainha D. Leonor, Centro Cívico, Rotunda Europa, Cansado/Matadouro e estrada Sr.ª de Mércoles) apresenta frequência de passagem de autocarros mais elevada. Embora com menor frequência, outras zonas também são servidas por transporte público, nomeadamente o Bairro do Valongo, a Quinta da Carapalha, o Bairro do Ribeiro das Perdizes ± Palmeiras, a Quinta Pires Marques e a zona da Mina (Estádio Municipal e superfícies comerciais aí instaladas). Km Figura 71 ± Rede de transportes colectivos urbanos de Castelo Branco As carreiras funcionam no período compreendido entre as 6:15h e as 1:38h do dia seguinte. As características específicas de cada carreira urbana são: 92 Carreira urbana n.º 1 - Terminais: A - Campo de Futebol, B - Escola EB2,3 Cidade de Castelo Branco (Palmeiras); - Frequência: 3 carreiras diárias no sentido A Æ B (com saídas matinais, compreendidas entre as 6:32h e as 8:05h); 3 carreiras diárias no sentido B Æ A (com saídas durante a tarde, entre as 14:10h e as 18:05h). - Pontos de passagem relevantes: Estádio municipal, cemitério, Sé Concatedral, Mercado Municipal, Câmara Municipal, Hospital, Estação de caminhos-de-ferro, EB2,3 Faria de Vasconcelos (Quinta da Carapalha) e EB2,3 Cidade de Castelo Branco (Bairro das Palmeiras). - Notas: 1) nenhuma carreira funciona aos sábados, domingos e feriados; 2) fora dos períodos escolares o número de carreiras a circular em ambos os sentidos é reduzido para 3 (sendo que 2 destas funcionam em dias da semana complementares, o que se traduz em 2 carreiras diárias). Campo de Futebol EB 2,3 Cidade de C. Branco Km Figura 72 ± Percurso da carreira urbana n.º 1 93 Carreira urbana n.º 2 - Terminais: A ± Bairro Buenos Aires, B - Centauro (Zona Industrial); - Frequência: 15 carreiras diárias no sentido A Æ B (com saídas ao longo do dia, compreendidas entre as 6:15h e as 17:40h); 15 carreiras diárias no sentido B Æ A (com saídas ao longo do dia, entre as 8:30h e as 1:10h). - Tempo de espera entre carreiras: Sentido A Æ B: entre as 6:15h e as 9:30h ± a variar entre os 45 e os 55 minutos; entre as 12:20h e as 15:05h ± a variar entre os 25 e os 35 minutos; às 17:40h ± circulação de carreira isolada; Sentido B Æ A: entre as 8:30h e as 10:00h ± a variar entre os 35 e os 50 minutos; entre as 12:30h e as 19:32h ± a variar entre os 20 e os 60 minutos; entre as 00:10h e as 1:10h ± 60 minutos. Nos restantes períodos não funcionam carreiras. - Pontos de passagem relevantes: Bairros Buenos Aires, Boa Esperança, Quinta do Amieiro, Quinta da Carapalha, ES com 3.º ciclo Nuno Álvares, Mercado Municipal, Hospital, Nercab, Bairros do Valongo e Montalvão, Fórum e Zona Industrial. - Nota: nenhuma carreira funciona aos sábados, domingos e feriados. Bairro Buenos Aires Zona Industrial Km Figura 73 ± Percurso da carreira urbana n.º 2 94 Carreira urbana n.º 3 - Terminais: A ± Escola Agrária, B ± Hipermercado Jumbo (Zona Industrial); - Frequência: 23 carreiras diárias no sentido A Æ B (com saídas ao longo do dia, entre as 6:20h e as 23.15h); 24 carreiras diárias no sentido B Æ A (com saídas durante o dia, entre as 6:55h e as 1:00h). - Tempo de espera entre carreiras: Sentido A Æ B: entre as 6:20h e as 23:15h ± a variar entre os 25 e os 70 minutos. Sentido B Æ A: entre as 6:55h e as 19:45h ± a variar entre os 25 e os 75 minutos; entre as 00:10h e as 1:00h ± 50 minutos. Nos restantes períodos não funcionam carreiras. - Pontos de passagem relevantes: Escola Agrária, Bairro Ribeiro das Perdizes, Mercado Municipal, Hospital, Quinta das Violetas, Zona Industrial. - Notas: 1) nenhuma carreira funciona aos domingos e feriados; 2) no sentido B Æ A, 1 carreira faz desvio ao Nercab, pelas 17:40h. Escola Agrária Zona Industrial Km Figura 74 ± Percurso da carreira urbana n.º 3 95 Carreira urbana n.º 4 - Terminais: A ± Terminal da Rodoviária da Beira Interior, B - Escola EB2,3 Faria de Vasconcelos (Quinta da Carapalha); - Frequência: 1 carreira diária no sentido A Æ B (com saída matinal, às 8:10h); 2 carreiras diárias no sentido B Æ A (com saídas à hora de almoço ± 13:40h e à tarde ± 17:35h). - Pontos de passagem relevantes: Centro Regional de Segurança Social, Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e EB2,3 Faria de Vasconcelos (Quinta da Carapalha). - Notas: 1) nenhuma carreira funciona aos sábados, domingos e feriados; 2) só funciona durante os períodos escolares. Terminal da Rodoviária EB 2,3 Dr. Farias de Vasconcelos Km Figura 75 ± Percurso da carreira urbana n.º 4 96 Carreira urbana n.º 5 - Terminais: A ± Terminal da Rodoviária da Beira Interior, B - Escola EB2,3 Faria de Vasconcelos (Quinta da Carapalha); - Frequência: 1 carreira diária no sentido A Æ B (com saída matinal, às 8:00h); 2 carreiras diárias no sentido B Æ A (com saídas à hora de almoço ± 13:40h e à tarde ± 17:35h). - Pontos de passagem relevantes: Bairros da Quinta do Amieiro, Buenos Aires e Boa Esperança, EB2,3 Cidade de Castelo Branco (Bairro das Palmeiras) e EB2,3 Faria de Vasconcelos (Quinta da Carapalha). - Notas: 1) nenhuma carreira funciona aos sábados, domingos e feriados; 2) só funciona durante os períodos escolares. Terminal da Rodoviária EB 2,3 Dr. Faria de Vasconcelos Km Figura 76 ± Percurso da carreira urbana n.º 5 97 Carreira urbana n.º 6 - Terminais: A ± Bairro do Valongo, B - Escola EB2,3 Cidade de Castelo Branco (Bairro das Palmeiras); - Frequência: 1 carreira diária no sentido A Æ B (com saída matinal, às 8:00h); 1 carreiras diárias no sentido B Æ A (com saídas à tarde ± 17:35h). - Pontos de passagem relevantes: Bairros do Valongo e Montalvão, Escola EB2,3 Afonso de Paiva, ES com 3.º ciclo Nuno Álvares, EB2,3 Faria de Vasconcelos (Quinta da Carapalha) e EB2,3 Cidade de Castelo Branco (Bairro das Palmeiras). - Notas: 1) nenhuma carreira funciona aos sábados, domingos e feriados; 2) só funciona durante os períodos escolares. EB 2,3 Cidade de C. Branco Bairro do Valongo Km Figura 77 ± Percurso da carreira urbana n.º 6 98 Cobertura territorial A cobertura territorial da rede de transportes públicos urbanos da cidade de Castelo Branco é boa, abrangendo genericamente todo o território da cidade, mas proporciona níveis de serviços muito diferenciados quando considerados os períodos de funcionamento das carreiras, pois só duas delas funcionam de forma regular durante o período diário. Carreiras diárias 2 ± 10 11 ± 20 21 ± 30 31 ± 40 41 ± 50 51 ± 75 Km 76 ± 96 Figura 78 ± Estrutura dos transportes colectivos urbanos da cidade de Castelo Branco Distância a uma linha de TC Até 100 m Entre 100 e 200 m Km Figura 79 ± Cobertura da cidade em relação às linhas de transporte colectivo urbano 99 Distância à paragem Até 100 m Entre 100 e 200 m Km Figura 80 ± Cobertura da cidade em relação às paragens de transporte colectivo urbano Contudo, a cobertura da rede ± ao nível dos trajectos e dos locais de paragem ± não pressupõe, necessariamente, um bom serviço à população. Os aspectos que mais importa destacar são: - Extensão demasiado longa dos itinerários de algumas carreiras; - As opções de trajecto, por vezes não são as mais indicadas, sobrecarregando diversas zonas com trajectos mais longos que o admissível; - As opções de trajecto conduzem, em alguns casos, a velocidades médias de circulação muito inferiores a 20 km/h. Carreira 1 2 3 4 5 6 Campo Bola ± EB Cid. CB EB Cid. CB ± Campo Bola Buenos Aires ± Centauro Centauro ± Buenos Aires ESA ± Jumbo Jumbo ± ESA Rodoviária ± EB Carapalha EB Carapalha ± Rodoviária Rodoviária ± EB Carapalha EB Carapalha ± Rodoviária Valongo ± EB Cid. CB EB Cid. CB ± Valongo Extensão (m) 7 500 8 500 19 500 16 500 10 700 11 750 1 800 1 500 5 100 4 950 7 650 9 150 Duração (min.) 20 30 37 35 35 35 6 5 20 20 20 20 Velocidade média (km/h) 22,5 17,0 31,0 28,5 18,3 20,1 18,0 18,0 15,3 14,9 22,9 27,5 Quadro XXVII ± Características das carreiras urbanas 100 Numa cidade com as características de Castelo Branco este tipo de oferta não satisfaz os utilizadores, o que justifica em parte a elevada percentagem de pessoas que utiliza o transporte individual nas suas deslocações diárias, com todos os inconvenientes para o ambiente urbano que daí resultam. Cobertura temporal A cobertura temporal dos transportes públicos urbanos apresenta algumas fragilidades, pelo facto de apenas duas delas apresentarem funcionamento regular ao longo do dia (carreiras n.os 2 e 3). As restantes servem locais específicos, como equipamentos escolares, de saúde e ainda a zona industrial, funcionando apenas nos períodos de ponta (manhã e tarde e algumas ao meio-dia). As carreiras 4, 5 e 6, só funcionam nos períodos em que há actividades lectivas. Apenas a carreira n.º 3 funciona aos sábados e nenhuma carreira funciona aos domingos e feriados. Carreira 1 2 3 4 5 6 Períodos escolares V V V V V V Períodos não escolares V V V X X X Sábados Domingos Feriados X X V X X X X X X X X X X X X X X X Quadro XXVIII ± Período de funcionamento das carreiras urbanas Zonas de Sombra A partir das coberturas espacial e temporal das carreiras é possível identificar as seguintes zonas de sombra na área urbana da cidade: 1. A zona localizada entre o centro cívico da cidade e a Mina (Sé, Museu, Cemitério, etc.), por ser servida apenas por uma carreira e com frequência reduzida ao longo do dia. 2. O centro cívico da cidade não dispõe de qualquer paragem (as mais próximas encontram-se nas Av.as 1.º de Maio e Humberto Delgado e na Rua Cadetes de Toledo, a pelo menos 150 metros). 3. Quinta das Violetas não dispõe de qualquer carreira. 101 4. A Escola Superior de Tecnologia onde se encontra em fase de instalação o futuro Campus do Politécnico (um importante pólo que potencia a procura de transportes públicos), não dispõe de frequência e horários adequados às necessidades dos potenciais utilizadores. 5. A Escola Agrária/Escola de Artes/Matadouro, importante pólo/área potencial de procura de transportes colectivos é apenas servida pela carreira n.º 3, que funciona regularmente ao longo do dia. Considerando a ausência de funcionamento regular das outras carreiras conjugada com a cobertura espacial e os horários de funcionamento da carreira n.º 3, estamos perante uma zona de sombra. 6. A área urbana da Quinta Pires Marques/Buenos Aires é apenas servida pela carreira n.º2, com um funcionamento descontínuo ao longo do dia e, pelos mesmos motivos mencionados no ponto anterior, pode ser considerada uma zona de sombra. 7. A área de expansão da Zona Industrial não dispõe de qualquer carreira. 102 6 5 4 3 2 1 TOTAL 91 1 1 Valongo ± Palmeiras Palmeiras ± Valongo 2 1 Rodoviária ± Carapalha Carapalha ± Rodoviária 2 1 Rodoviária ± Carapalha Carapalha ± Rodoviária 24 23 Escola Agrária ± Jumbo Jumbo ± Escola Agrária 15 15 Buenos Aires ± Centauro Centauro ± Buenos Aires 3 3 1 1 6:00 Palmeiras ± Campo Futebol Campo Futebol ± Palmeiras CARREIRAS 4 1 1 8 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10 8:00 2 1 1 1 1 9:00 3 1 1 1 5 1 1 1 3 2 1 1 1 10:00 11:00 12:00 7 1 1 1 1 1 1 1 1 13:00 11 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 14:00 8 1 1 1 1 2 6 1 1 1 1 1 15:00 16:00 3 1 1 1 1 17:00 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 18:00 1 1 4 1 0 0 21:00 22:00 carreiras a iniciar o trajecto 5 1 1 1 19:00 20:00 Quadro XXIX ± Frequência das carreiras urbanas que servem a cidade de Castelo Branco 1 1 7:00 0 1 1 1 1 23:00 24:00 103 2 1 1:00 1 2:00 Tarifação e venda de bilhetes O custo de utilização das carreiras urbanas depende da forma como os títulos são adquiridos, assumindo os seguintes valores: Bilhete adquirido no posto de venda ao público (rodoviária da Beira Interior) Tarifa no motorista Conjunto de 20 bilhetes adquiridos no posto de venda ao público (rodoviária da Beira Interior) Passe Mensal ¼ 0,80¼ ¼ ¼ Quadro XXX ± Tarifário aplicado às carreiras urbanas da cidade de Castelo Branco Os bilhetes pré-comprados são apenas comercializados no guichet do terminal da rodoviária da Beira Interior. Também não existe venda automática de bilhetes. Paragens As paragens, com excepção de algumas localizadas no centro, não dispõem de abrigo. Em relação à sua localização há que distinguir dois aspectos. Em primeiro lugar, a localização de algumas paragens não é a mais adequada face à distribuição das populações e dos equipamentos e serviços. Em segundo, a inserção nas vias urbanas e as implicações negativas que podem ter sobre a segurança dos utentes do sistema ou dos peões em circulação e sobre a circulação de outros veículos. Informação sobre o sistema A informação sobre o sistema de transportes públicos é insuficiente e, em alguns casos, desactualizada, em termos dos itinerários, dos horários das carreiras e do tarifário. Não existe informação adequada nas paragens e no interior dos autocarros. Frota A frota é antiga, desconfortável e poluente, e em alguns trajectos não é adequada ao perfil das vias. 104 Terminal O terminal da Rodoviária da Beira Interior localizado no centro da cidade não dispõe de dimensões adequadas de operacionalidade quer para os veículos quer para os utentes. A realização de manobras de estacionamento, de interface entre diferentes tipos de transportes públicos e privados (urbanos, interurbanos, táxis e veículos privados) e de transbordo de passageiros e mercadorias é dificultada. Por outro lado, não existem adequadas condições de conforto para a estada dos utentes. A sua localização levanta alguns problemas à circulação do tráfego na cidade. Articulação entre carreiras urbanas, inter-urbanas e outros modos de transporte A articulação entre as seis carreiras urbanas levanta algumas questões que decorrem dos pontos de contacto entre elas, no espaço urbano (itinerários) e no tempo. Considerando os itinerários das carreiras, verifica-se que apenas existem problemas de interface entre as carreiras n.os 3 e 4. Ou seja, entre todas as outras carreiras é possível estabelecer interface entre elas do ponto de vista do itinerário o que decorre da grande extensão dos itinerários, sobretudo, das carreiras nºs 1, 2 e 3, embora em alguns casos em poucas paragens. A cidade de Castelo Branco constitui um importante nó de diversas redes e modos de transportes públicos colectivos, de carácter regional e nacional. A articulação entre estas diferentes redes constitui um importante indicador da eficiência e da qualidade do serviço de transportes prestado aos utentes pelo sistema de transportes na sua globalidade. Na cidade confluem 8 comboios regionais, 6 inter-cidades e 5 comboios de mercadorias, 5 carreiras Expresso diárias, 9 carreiras inter-urbanas regionais e 10 carreiras inter-urbanas intra-concelhias (Figura 81). 105 3 Carreiras Expresso Braga Fafe Guarda Covilhã Fundão Comboio - Passageiros 3 Intercidades (Covilhã, Fundão) 4 Regionais (Alcains, Lardosa) - Mercadorias 10 Carreiras Intra-concelhias 9 Carreiras Regionais 4 Carreiras Expresso Coimbra Lisboa (2) Faro Comboio - Passageiros 3 Intercidades (Ródão, Abrantes, Lisboa) 4 Regionais (Benquerenças, Retaxo) - Mercadorias Figura 81 ± Sistema de transportes públicos colectivos na cidade de Castelo Branco De acordo com os estudos de revisão do PDM, Relatório Transportes e Comunicações, onde foi analisada a articulação entre as carreiras inter-urbanas (regionais e intra-municipais) e a articulação entre estas com as carreiras da Rede Expresso e com os comboios, e a articulação de todos os anteriores com as 6 carreiras urbanas, a articulação entre estas redes é, na globalidade, deficiente. Tendo por base a área de intervenção, a questão da articulação das carreiras urbanas com todos os outros é mais premente, por transportarem as pessoas provenientes dos aglomerados 106 do concelho ou fora do concelho para os locais de trabalho/comércio/serviços ou estudo existentes na cidade, bem como os residentes entre as diferentes zonas da cidade. Esta função só poderá ser cabalmente desempenhada se existir articulação entre horários, locais de transbordo e, em alguns casos, tarifas, das diferentes carreiras e modos de transporte. Em relação à articulação entre o modo ferroviário e o modo rodoviário, o relatório do PDM, UHIHUH TXH ³DSHQDV D carreira n.º 1 permitir essa articulação, na medida em que é a única carreira que efectua paragem na Estação de caminhos-de-ferro. Os percursos das restantes 5 carreiras obrigam a deslocações a pé não inferiores a 300 metros até à paragem mais próxima. Por outro lado, importa também referir que a carreira n.º 1 apresenta frequência muito baixa ao longo do dia e o seu horário está desfasado dos horários dos comboios obrigando a tempos de espera inaceitáveis na sua maioria superiores a 1 hora, pelo que esta carreira dificilmente poderá funcionar como transporte urbano de passageiros que chegam ou partem de comboio de CasteOR%UDQFR´ Entre as carreiras urbanas e carreiras inter-urbanas existe articulação aceitável tanto do ponto de vista dos horários como dos locais de transbordo. Os períodos em que se verifica maior número de chegadas ou de partidas de carreiras inter-urbanas em Castelo Branco (7 às 9 horas; 12 às 15 horas e das 17 às 19 horas) correspondem também aos períodos em que existe maior número de carreiras urbanas em circulação. Em relação ao transbordo, a articulação entre carreiras inter-urbanas e carreiras urbanas é efectuada em vários locais da cidade designadamente em frente à Sé e no Terminal da Rodoviária da Beira Interior onde se inicia/termina uma parte significativa das carreiras urbanas.´ Todavia esta situação ter-se-á alterado com as obras do POLIS, pois na sequência destas apenas as carreiras nº 2, 4 e 5 têm paragem no Terminal enquanto as restantes 3 efectuam paragens a mais de 200 metros do Terminal rodoviário. A articulação das carreiras urbanas com as carreiras da Rede Expresso é efectuada em dois locais, no Terminal rodoviário e na Praça Rainha D. Leonor, pelo que as condições em termos de transbordo são semelhantes às existentes para as carreiras inter-urbanas. Todavia, em termos de horários a articulação não é a mais adequada provocando tempos de espera demasiado longos ou ausência de carreiras urbanas nos períodos nocturnos em que chegam à cidade algumas carreiras da Rede Expresso. 107 4.7.3. Táxis A cidade de Castelo Branco dispõem ainda de uma frota composta por 25 táxis, localizados estrategicamente, quer no centro da cidade, quer em serviços/equipamentos geradores de tráfego. Esta frota está dispersa em 5 praças de táxi, nos seguintes moldes: - Junto à Câmara Municipal ± 10 lugares; - Largo da Estação ± 4 lugares; - Em frente ao Hospital Amato Lusitano ± 4 lugares; - Largo da Sé ± 4 lugares; - Junto ao Terminal da Rodoviária ± 3 lugares. Praças de táxis: 3 lugares 4 lugares Km 10 lugares Figura 82 ± Localização e capacidade das praças de táxi da cidade de Castelo Branco A viagem em táxi dentro da cidade de Castelo BranFRWHPXPFXVWRIL[RGH¼A este valor DFUHVFHXPDWD[DQRYDORUGH¼FDVRRWUDQVSRUWHVHMDFKDPDGRYLDWHOHIRQHHGH¼ FDVR VHMD XWLOL]DGD D EDJDJHLUD 3DUD GHVORFDo}HV DR H[WHULRU GD FLGDGH VmR FREUDGRV ¼ por quilómetro. As viagens realizadas aos sábados, domingos e feriados têm um incremento de 20%. Quanto ao funcionamento dos táxis existe apenas um reparo a efectuar em relação à praça de táxis junto à Câmara Municipal. Como os taxistas fazem parte de duas associações diferentes 108 cada uma com um sistema de comunicações próprio e tratando-se de uma única fila, a gestão da procura, quando o serviço é solicitado por telefone, provoca alguns problemas pois nem sempre é o táxi que se encontra em primeiro lugar na fila que poderá realizar o serviço. 4.7.4. Linha de Ecobus Na cidade de Castelo Branco esteve em funcionamento um projecto-piloto de uma linha de Ecobus de autocarros eléctricos, entre o dia 14 de Junho e o dia 9 de Julho de 2004, cujas características principais constam da caixa que se segue. ECOBUS ± Demonstração de autocarros eléctricos A iniciativa foi promovida pela Direcção-Geral dos Transportes Terrestres (como promotor e financiador) e pela $VVRFLDomR 3RUWXJXHVD GR 9HtFXOR (OpFWULFR FRPR H[HFXWRU GR SURJUDPD ³0LQL-autocarros eléctricos em frotas de WUDQVSRUWH S~EOLFR XUEDQR´ (VWD DFomR SUHWHQGHX GHPRQVWUDU TXH DV VROXo}HV WHFQROyJLFDV DOWHUQDWLYDV D JiV H electricidade, para carreiras de autocarros, táxis e outras formas de serviço público) existem e esperam uma oportunidade para serem aplicadas. A apresentação do projecto foi realizada na Câmara Municipal de Castelo Branco à qual se seguiram sessões de divulgação nas escolas da cidade. Foi também realizado um workshop dedicado às energias alternativas e à mobilidade urbana. Foram adoptadas duas composições do modelo Gulliver, com uma utilização adequada nos centros urbanos, pela sua fiabilidade e baixo custo de exploração. O motor eléctrico é alimentado a partir das baterias e tem uma autonomia de 4 a 5 horas em funcionamento. Atinge uma velocidade máxima de 33 km/h e tem capacidade para transportar 22 passageiros, 8 em lugares sentados, e permite ainda o transporte de uma cadeira de rodas. O transporte funcionava nos períodos 9-12h e 14-17h de segunda a sexta-feira e das 9-13.30h aos sábados. O percurso tinha 2,5 km de extensão e cobria a zona central da cidade e tendo sido sinalizado no pavimento por uma linha azul. A flexibilidade do serviço era extrema pois não existiam paragens nem horários definidos. O transporte tinha um tempo médio de espera de 5 minutos. O serviço teve uma forte adesão por parte da população. Figura ± Linha Ecobus 109 4.8. PROCURA DE TRANSPORTES A procura de transportes é caracterizada com base nos inquéritos realizados no âmbito deste estudo e a informação fornecida pelo operador de transportes públicos urbanos. Antes de se passar à caracterização da procura geral de transportes faz-se um breve apontamento sobre a procura de transportes especiais na área urbana da cidade. 4.8.1. Principais deslocações Através dos inquéritos à mobilidade efectuados às famílias de diversas zonas da cidade foram identificados quais os principais pares origem/destino (Figura 83) que têm a maior necessidade de transportes decorrente das relações funcionais estabelecidas entre local de residência e o local de estudo/trabalho. Assim, para o período da manhã observa-VHTXHRSULQFLSDO³SDU´GH]RQDVGHRULJHP - destino é o próprio Centro (a qual concentra inúmeros equipamentos, serviços e actividade comercial, entre outros), existindo uma procura superior a 2 600 viagens que se realizam dentro da própria zona. Surgem ainda com volumes importantes o par Centro Æ zona do Hospital / Bombeiros (centralizadora de imensos equipamentos de educação e saúde e segurança pública) com cerca de 1 500 viagens e o par Cansado/Matadouro (zona residencial que concentra uma parcela importante da população da cidade) Æ Zona Industrial (pólo importante, onde estão concentrados muitos postos de trabalho) com mais de 900 viagens. Com volumes menos significativos destacam-se os pares Quinta Pires Marques (grande zona residencial) Æ Centro e Granja/Violetas (zona residencial que concentra também alguns equipamentos) Æ Hospital/Bombeiros, com cerca de 650 viagens cada. Seguem-se-lhes os pares Quinta Nova/Cemitério (zona maioritariamente residencial) Æ Centro, Quinta Nova/Cemitério Æ Zona Industrial, Centro Æ Rib. das Perdizes / Fonte Santa / Escola Agrária (zona ampla e dispersa, que concentra as Escolas Superiores Agrária e de Artes Aplicadas) e Centro Æ Zona Industrial, com cerca de 600 viagens cada. Quanto aos restantes pares de zonas apresentam uma procura igual ou inferior a 520 viagens não se destacando nenhum dos pares em termos de volume, decrescendo gradualmente até valores residuais. 110 19 20 9 8 10 644 14 7 12 498 18 419 13 517 419 11 1469 15 588 1 2644 2 16 588 588 588 414 6 4 475 447 5 17 1 ± Centro 2 ± Quinta Nova 3 ± Qt.ª Pires Marques 4 ± Cansado/Matadouro 5 ± Rib. Perdizes/Fonte Santa/ESA 6 ± Qt.ª da Carapalha 7 ± Valongo/Socorro 8 ± Montalvão 9 ± Zona de Lazer 10 ± Granja Park 11 ± Qt.ª Dr. Beirão 12 ± Monte do Índio 13 ± Hospital/Bombeiros 14 ± Granja/Violetas 15 ± Colina Norte/Mina 16 ± Coroa Sul 17 ± Coroa Nordeste 18 ± Coroa Norte 19 ± Coroa Oeste 20 ± Zona Industrial Figura 83 ± Principais pares origem/destino 502 925 462 657 3 111 4.8.2. Repartição modal A partir da Figura 84 constata-se que as viagens na cidade de Castelo Branco realizam-se sobretudo nos modos automóvel e pedonal. Nos dias úteis o automóvel representa cerca de 52% das viagens e o modo pedonal cerca de 42%, valores estes que se alteram para cerca 55% no modo automóvel e 38% no modo pedonal aos fins-de-semana. O modo autocarro representa uma proporção de cerca de 5,5% nos dias úteis e de 3,5% aos fins-de-semana. De salientar que ao fim-de-semana o modo ciclista representa 2,5% das viagens, enquanto nos dias úteis representa menos de 0,5%. Os modos táxi e Motociclo têm uma presença quase nula durante os dias úteis, exceptuando ao domingo (1,3%). Nas deslocações efectuadas para o local de trabalho/estudo pelos membros dos agregados familiares a distribuição do modo automóvel é ainda muito superior, sendo que 73,4% das respostas referem que utilizam este modo, apenas 18,9% utilizam o modo pedonal e 4,5% o autocarro. Estes valores devem-se ao facto de terem sido essencialmente os adultos condutores e proprietários de automóveis com idades compreendidas entre os 25 e os 60 anos (68,2%) a responder a este inquérito. 0,3% 2,5% 4,7% Total 18,9% 0,2% Autocarro 0,0% Automovel 0,0% Táxi Motociclo Bicicleta A pé Comboio Outros 73,4% Figura 84 ± Repartição modal das deslocações na cidade de Castelo Branco Meios de transporte disponíveis O automóvel é o principal meio de transporte próprio à disposição das famílias. Cerca de 56% das respostas referem dispor 2 automóveis e cerca de 33% de apenas 1 automóvel. Apenas 10% das respostas referem ter ciclomotor à disposição. Quanto à disponibilidade de bicicletas, cerca de 57% das respostas menciona dispor de bicicleta em casa e destes cerca de 35% dispõe de mais de uma bicicleta. 112 Figura 85 ± Transporte próprio à disposição Relacionando o modo de transporte com a residência e o local de trabalho, verifica-se que a distância a percorrer entre a residência e o local de trabalho, é para 65,2% das respostas superior a 1 km, e que o modo de transporte preferencial para a percorrer é o automóvel. Embora o autocarro seja utilizado por uma reduzida percentagem dos inquiridos é também em distâncias superiores a 1 km que ele é mais utilizado (86% dos utilizadores). De salientar ainda que a esta distância existe ainda uma percentagem significativa de pessoas que se desloca a pé (cerca de 24% dos que utilizam este modo). As deslocações a pé são preferenciais até 500 m pois representam cerca de 53,5% do total das deslocações a pé. Observou-se também que as viagens diárias ao fim-de-semana representam cerca de 57% das viagens diárias realizadas em dias úteis. Figura 86 ± Proporção de uso dos transportes 113 Do total das deslocações diárias habituais (trabalho, escola) verificou-se que o automóvel representa 64% das viagens efectuadas por esses motivos. Figura 87 ± Uso do automóvel nas deslocações diárias habituais 4.8.3. Circulação pedonal Para a caracterização do tráfego pedonal a equipa não efectuou qualquer contagem de tráfego de peões. A caracterização desta componente resulta do conhecimento empírico da situação e simultaneamente das contagens efectuadas no trabalho realizado pela TRANSES (2001). Com a intervenção do POLIS as condições de circulação de peões no centro da cidade foram substancialmente melhoradas sob diversos pontos de vista. Foram afectas novas áreas à circulação exclusiva de peões no centro cívico e melhoradas as condições de circulação e de segurança em diversas vias do centro da cidade. Por outro lado, a Câmara Municipal tem vindo a intervir na melhoria das condições dos passeios existentes em diversos eixos de maior tráfego de peões, designadamente regularização de pavimentos, substituição e rebaixamento de lancis, etc. Nas áreas de urbanização mais recente registou-se um aumento muito significativo na largura dos passeios decorrente, em parte, de imposições legislativas, proporcionando melhores condições de circulação aos peões. Nas vias principais recentemente construídas ou intervencionadas (circulares e radiais) a largura dos passeios é, na maioria dos casos igual ou superior aos mínimos exigidos por lei. Outro aspecto a relevar, sob o ponto de vista da potenciação da melhoria das condições de conforto da circulação de peões, decorre da arborização efectuada em alguns eixos estruturantes (embora, em alguns casos, a juventude das árvores não proporcione ainda uma melhoria efectiva das mesmas) e da tipologia dos espaços edificados em algumas vias estruturantes da cidade, com o desenvolvimento do conceito de rua com edifícios em galeria, 114 como os troços de um dos lados da Av.1º de Maio, da Av. de Espanha e da Av. Cidade de Zhuhai. Do cruzamento entre a hierarquia da rede viária acima apresentada e a largura dos passeios, considerando apenas o perímetro definido pela 3.ª variante, verifica-se que a maioria dos troços das variantes e radiais dificilmente poderão respeitar o estipulado no D.L. 163/2006, de 8 de Agosto, no que se refere à largura livre do passeio não inferior a 1,5 m (Figura 89). Uma parte muito significativa do centro da cidade não dispõe de largura de passeios adequada ao tráfego pedonal. Nas zonas urbanas de construção mais antiga ou não existe passeio ou o passeio apresenta largura insuficiente. Por outro lado, os obstáculos existentes no passeio (mobiliário urbano, árvores, postes de iluminação, etc.), bem como a descontinuidade dos espaços pedonais, a ausência ou localização inadequada de passadeiras e a ausência de rebaixamento dos lancis e de rampas adequadas, condicionam muito a capacidade, o conforto e a segurança da circulação dos peões, sobretudo de cadeiras de rodas ou carrinhos de bebé. 0 500 m Espaço pedonal Eixo pedonal Figura 88 ± Áreas e eixos pedonais principais da cidade de Castelo Branco 115 A partir da observação directa e das contagens de peões efectuadas pela TRANSES (2001) foi elaborada a carta dos espaços e eixos pedonais de maior procura diária na cidade (Figura 88). Existem dois espaços fundamentais onde confluem os eixos de maior circulação de tráfego de peões: o Centro Cívico e a Praça Rainha D. Leonor. Os eixos de maior procura estabelecem uma rede contínua que conecta os principais eixos comerciais, uma parte muito significativa dos equipamentos de ensino/cultura, desporto e segurança social, a maioria dos serviços administrativos de maior procura e as zonas verdes de maior importância da cidade, o Jardim do Paço e o Parque da Cidade. Estes espaços deverão ser objecto de uma atenção especial no que se refere a condições de circulação em termos de conforto e segurança do tráfego pedonal. A terceira circular à cidade apresenta também um tráfego de peões com algum significado, ao fim da tarde durante os dias da semana e aos fins-de-semana, nos troços entre a rotunda das Violetas e a rotunda Europa. 116 Figura 89 ± Circulares, variantes e vias com passeio direito e esquerdo com largura superior a 2 m 0 2 Km 117 Passeio dir. e esq. com largura superior a 2 m Radiais 4.ª Circular 3.ª Circular 2.ª Circular 1.ª Circular 4.8.4. Circulação cicloviária Embora mais de 46% das famílias inquiridas refira que dispõe de uma ou duas bicicletas no domicílio e a cidade apresente do ponto de vista da topografia condições adequadas para a utilização de bicicleta e se encontrem disponíveis diversos parques de bicicletas no centro da cidade e em alguns equipamentos (escolas, piscinas, Fórum, etc.), estas raramente são utilizadas de forma sistemática como meio de transporte urbano, pois o tráfego cicloviário não regista qualquer significado. Os troços de ciclovias existentes são periféricos, não estabelecem conectividade e a sua utilização é muito fraca. A bicicleta é mais utilizada ao fim-de-semana em estradas e caminhos regionais e municipais e em caminhos rurais, fora da área urbana da cidade. 4.8.5. Transportes especiais Embora não se disponha de informação para todas as entidades envolvidas no transporte de pessoas com mobilidade reduzida, a procura de transportes por parte destas pessoas é elevada. De acordo com o registo dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco, no ano de 2007 foram efectuadas 6 476 viagens no total (consultas médicas, tratamentos, transferências, etc.), das quais 2 360 eram utentes em cadeiras de rodas. Segundo informações da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, no ano de 2007 foram efectuadas cerca de 1 500 viagens de utentes em cadeiras de rodas ou em maca. Segundo a Vidal Saúde, no ano de 2007 foram efectuadas no total cerca de 3 000 viagens por pessoas, para consultas, transferências, tratamentos, etc. 4.8.6. Transportes públicos As 6 carreiras urbanas da Rodoviária da Beira Interior transportaram, em 2006, mais de 146 000 passageiros e, entre Julho e Dezembro foram vendidos cerca de 40 000 passes mensais5. A procura foi muito variável ao longo do ano sem padrão definido. Os picos máximos foram atingidos nos meses de Outubro e Novembro, com valores superiores a 20 000 passageiros/mês e a 10 000 passes/mês. O número de passes atribuídos registou uma tendência evolutiva semelhante à dos passageiros. A procura média diária rondou os 1 500 passageiros/dia. 5 Relativamente ao n.º de passes, apenas foram disponibilizados os dados referentes ao período compreendido entre Julho e Dezembro. 118 Figura 90 ± Evolução do número de passes atribuídos e dos passageiros que utilizaram as carreiras urbanas da RBI, em 2006 4.8.7. Circulação automóvel A informação relativa ao tráfego automóvel tem por base as contagens de tráfego e inquéritos origem/destino realizados no quadro deste projecto, bem como a comparação com situações anteriores analisadas no quadro de outros estudos. A partir das contagens efectuadas é possível constatar uma sobrecarga na rede com especial incidência durante o período da tarde (durante este período foram contados cerca de 212 000 veículos, enquanto que durante o período da manhã esse valor reduz para os 177 000). Figura 91 ± Distribuição do volume de tráfego, entre os períodos da manhã e tarde Da análise da distribuição dos veículos por categoria é possível retirar quatro ilações: 1) as categorias motociclos e ciclomotores, comerciais pesados, autocarros e veículos especiais representam apenas 3% do tráfego total; 2) o automóvel tem um peso bastante significativo na 119 composição do tráfego, representando cerca de 81% do total; 3) os comerciais ligeiros representam mais de 15% do tráfego total, o que em parte traduz a forte ligação que a cidade tem com a envolvente rural; 4) o número de automóveis em circulação durante a tarde é superior em cerca de 4% ao registado durante a manhã. Figura 92 ± Composição do tráfego durante os períodos de contagem da manhã e da tarde Uma das ideias preocupante que é possível retirar desta análise consiste na baixa taxa de ocupação dos veículos, atingindo os 1,54 ocupantes/veículo. Durante o período da tarde a taxa de ocupação dos veículos aumenta ligeiramente (1,55 ocupantes/veículo, contra os 1,52 ocupantes/veículo registados durante a manhã). Quase 90% dos veículos contabilizados tinham no seu interior 1 ou 2 ocupantes, sendo que a percentagem de veículos com 1 ocupante atinge os 60%. Figura 93 ± Ocupação dos veículos O motivo das deslocações estão de acordo com as necessidades de um meio urbano. As deslocações para e do trabalho representam 30% e 20%, respectivamente. Durante a manhã as deslocações para o trabalho representam mais de 50% do total, tendo ainda alguma relevância as delocações em serviço (14%) e levar familiar a escola, creche, infantário, etc. 120 (8%). No período da tarde sobressaem as deslocações com origem no local de trabalho (quase 40%), destacando-se também os motivos em serviço (14%) e compras (13%). Figura 94 ± Motivos das deslocações, de manhã e de tarde Uma dimensão considerável das deslocações registadas têm uma frequência diária (quase 60%). Enquadram-se nesta situação as deslocação que, por um lado têm como origem ou destino o local de trabalho e por outro o transporte de familiares (maioritariamente crianças, no acesso a estabelecimentos de ensino). As deslocações com uma frequência mais baixa estão normalmente associadas a motivos cuja necessidade de acesso é mais reduzida, como o acesso a cuidados de saúde, compras, visita a familiares/amigos e lazer. Figura 95 ± Frequência das deslocações, de manhã e de tarde Estrutura territorial Tendo por base a estrutura dos fluxos de tráfego automóvel registado durante os períodos de contagem da manhã (Figura 96) e da tarde (Figura 97), durante a hora de ponta (Figura 98) e ainda o tráfego médio diário (TMD, Figura 99), as principais características do tráfego na cidade são: 121 - durante os períodos de contagem da manhã e da tarde entraram 5 983 e sairam 4 417 veículos; a cidade reteve mais de 1 500 veículos; - as 6 radiais de entrada/saída da cidade estão bastante carregadas, com cargas a variar entre os 5 000 e os 16 500 veículos/dia (destacam-se as entradas/saídas pelas EN3, EN18-8 e EN233/oeste, acima dos 16 000 veículos/dia); - uma grande utilização das principais vias que fazem a distribuição do tráfego entre as zonas residenciais (Qt.as Pires Marques, da Carapalha, Dr. Beirão e da Granja) e as que concentram actividades geradoras de tráfego (zona do Hospital/bombeiros e com maior expressão, a zona industrial); - uma já evidente utilização da 2.ª circular (com cargas a variar entre os 6 000 e os 16 500 veículos/dia), da 3.ª circular (com cargas a variar entre os 15 000 e os 19 500 veículos/dia no eixo Av. Europa ± Av. St.ª Casa da Misericórdia, reduzindo para os 12 000 veículos/dia na Av. do Brasil, entre a Carapalha e a Pipa) e radiais à cidade; - apesar de se verificar um grande aproveitamento das vias circulares, a zona central da cidade continua, por um lado, a atrair e a gerar um número significativo de viagens, e, por outro, a ser alvo de deslocações de atravessamento, também de volume significativo, principalmente no eixo EN 3, Praça Rainha D. Leonor, Centro Cívico, Rotunda Europa; - denota-se uma dificuldade de articulação, em parte derivada das condições das vias (perfil transversal e longitudinal), entre os eixos Av. Europa / Av. St.ª Casa da Misericórdia, a norte e Av. Brasil, a sul. Quando confrontados os dados resultantes do processo de contagem elaborado no âmbito deste trabalho, com os obtidos através do Estudo de Mobilidade para a cidade de Castelo Branco (CESUR, TRANSITEC, 2000), sobressaem algumas apreciações: - como seria de esperar, traduzindo em certa medida a evolução da motorização no concelho e de forma mais permente na cidade (a taxa de motorização no concelho aumentou 38 veículos/1 000habitantes, entre 2004 e 2006, correspondendo a um aumento de 7% nestes dois anos), a intensidade do tráfego aumentou de forma substancial em Castelo Branco pelo menos na mesma ordem de grandeza; - a estrutura do tráfego na zona central da cidade de Castelo Branco manteve, grosso modo as suas características (ou seja, o aumento do tráfego na cidade compensou eventuais tranferências que ocorreram das vias do centro para as circulares); - observou-se uma muito ligeira transferência do tráfego na zona central da cidade para as vias circulares, nomeadamente a 2.ª e 3.ª que não foi suficientemente significativo dado que o aumento do tráfego no centro acabou quase por compensar as transferências registadas, como foi anteriormente referido. 122 N 0 Anexo VIII - Per¯odo de con tagem da manh¤ ( 8.00h - 10.0 1 380 a 1 610 Inferior a 230 230 - 460 460 - 690 1 610 a 1 840 690 - 920 920 - 1 150 1 840 a 2 070 1 150 - 1 380 1 380 - 1 610 2 070 a 2 300 1 610 - 1 840 1 840 - 2 070 Cidade 2 070 - 2 300 Cidade 1 150 a 1 380 920 a 1 150 690 a 920 460 a 690 230 a 460 Inferior a 230 Período de contagem da manhã N 0 Anexo IX - Per¯odo de contagem da tarde 17.00 h - 19.00 1 625 a 1( 950 Inferior a 325 325 - 650 1 950 a 2 275 650 - 975 975 - 1 300 2 275 a 2 600 1 300 - 1 625 1 625 - 1 950 2 600 a 2 925 1 950 - 2 275 2 275 - 2 600 2 925 a 3 250 2 600 - 2 925 2 925 - 3 250 Cidade Cidade 1 300 a 1 625 975 a 1 300 650 a 975 325 a 650 Inferior a 325 Período de contagem da tarde N 0 Anexo X - Hora200 dea Ponta ( HP) 400 Inferior a400200 a 600 200 - 400 600 a 800 400 - 600 800 a 1 000 600 - 800 1 000 a 1 200 800 - 1 000 1 000 - 11 200 200a 1 400 1 200 - 11 400 400a 1 600 1 400 - 11 600 600a 1 800 1 600 - 11 800 800a 2 000 1 800 - 2Cidade 000 Cidade Inferior a 200 Hora de ponta N 0 Anexo XI - Tr£fego m«dio di£rio ( TM 6 000 a 8 000 At« 2 000 2 000 - 4 000 8 000 a 10 000 4 000 - 6 000 10 000 a 12 000 6 000 - 8 000 12 000 a 14 000 8 000 - 10 000 10 000 - 12 000 14 000 a 16 000 12 000 - 14 000 16 000 a 18 000 14 000 - 16 000 18 000 a 20 000 16 000 - 18 000 18 000 - 20 000 Cidade Cidade 4 000 a 6 000 2 000 a 4 000 Inferior a 2 000 Tráfego médio diário Pontualmente efectuou-se uma análise a 5 intersecções importantes do ponto de vista da distribuição do tráfego pela cidade. Verifica-se a dificuldade de articulação entre alguns sectores da cidade (Qt.ª Pires Marques, Cansado e Matadouro, por exemplo) e a 3.ª circular (a sul, na Av. do Brasil) o que tem servido de obstáculo à plena utilização deste via. Continuamos a assistir a movimentos de atravessamento do centro por viagens que têm como origem e/ou destino sectores opostos da cidade: - Largo da Sé: é um local de passagem, principalmente para quem vem de norte (pela estrada da Mina) e se dirige para a zona centro da cidade; persistem alguns hábitos difíceis de alterar, nomeadamente para quem tem como origem ou destino a zona industrial e continua a utilizar o centro para fazer esta deslocação (Figura 100 e 101). - Largo da Estação de caminhos-de-ferro: é um ponto fundamental nas deslocações entre os sectores sudoeste e nordeste da cidade, denotando-se ainda uma utilização reduzida da 3.ª circular, a sul (Av. do Brasil); a abertura da passagem sob a estação de caminhos-de-ferro aliviará as cargas nas vias envolventes (Figuras 102 e 103). - Praça Rainha D. Leonor: Tal como o Largo da Estação, representa um ponto essencial nas deslocação dentro da cidade de Castelo Branco, fazendo a ligação entre os sectores oeste e este da cidade; perduram ainda algumas deslocações de atravessamento da cidade, nomeadamente entre os bairros residenciais (a este) e as zonas de indústria, comércio, serviços e equipamentos (a oeste) (Figuras 104 e 105). - Av. 1.º de Maio (intersecção com a R. Dádra): tal como a Praça Rainha D. Leonor integra o importante eixo Rot. Europa ± Centro Cívico ± EN3, pelo que a estrutura territorial do tráfego que aqui circula segue uma orientação semelhante (Figuras 106 e 107). - Av. da Brasil (rotunda com a Av. Carapalha): traduz de certa forma a utilização da Av. do Brasil como circular à cidade, principalmente entre o sector Este, a sul da linha de caminho-de-ferro (Qt.ª da Carapalha, Rib. das Perdizes, ESA) e a zona de industria, comércio, serviços e equipamentos localizados a oeste; embora ainda com pouca expressão, esta via circular surge já como alternativa a alguns condutores nas deslocações entre os sectores Nordeste e oeste, evitando deste modo o atravessamento da zona central da cidade (Figura 108 e 109). 127 Benquerenças, Retaxo e Cebolais: 4% 10% 12% 15% Cova da Beira: 7% 6% 6% 11% 38% 6% 5% 4% 28% 5% 4% Pinhal Int. Sul: 5% 9% 6% 5% 39% 5% 7% Figura 102 e 103± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela ROT. DA ESTAÇÃO 9% 4% 4% Figura 100 e 101 ± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pelo LARGO DA SÉ 7% Noroeste do concelho: 7% 6% 128 5% 12% 16% 8% 6% 5% 45% 5% 7% 10% 5% 28% 5% 9% 13% 9% 38% 8% Figura 106 e 107 ± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela AV. 1.º DE MAIO 9% Sarzedas, St.º André Tojeiras: 5% Figura 104 e 105 ± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela PRAÇA RAINHA D. LEONOR Benquerenças, Retaxo e Cebolais: 5% 7% 4% 9% 4% 8% 129 20% 10% 10% 14% 41% 6% 9% Figura 108 e 109 ± Principais zonas de origem (à esquerda) e destino (à direita) das viagens com passagem pela AV. DO BRASIL (ROT. DA CARAPALHA) 10% 21% 10% 130 4.9. SINISTRALIDADE NA CIDADE Face à elevada incidência de acidentes urbanos, derivados principalmente de conflitos directos entre veículos e entre peão e veículo, a equipa considerou relevante a inserção da temática sinistralidade urbana no âmbito deste trabalho, restringindo a análise à cidade e zona industrial da cidade de Castelo Branco. 4.9.1. Acidentes e vítimas: evolução No concelho de Castelo Branco, o número de acidentes apresentam uma tendência decrescente, bastante acentuada desde 2003. O número de vítimas, apesar de em menor escala, segue também uma tendência decrescente. Figura 110 ± Evolução do número de acidentes e sinistrados no concelho de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 4.9.2. Natureza dos acidentes Os acidentes registados na cidade de Castelo Branco têm origem em conflitos eminentemente urbanos. De facto os conflitos veículo - veículo (colisão) são responsáveis por 82% do total de acidentes, um valor ligeiramente superior ao verificado para o concelho. O mesmo ocorre para os atropelamentos ± conflitos entre veículos e peões ± que representam 5% do total de acidentes. 131 Figura 111 ± Natureza dos acidentes registados na cidade de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 Apesar de representarem 82% do total de acidentes, as colisões originaram 44% do total de acidentes com vítimas, 41% do total de mortos, 37% do total de feridos com gravidade e 49 dos feridos leves. Já dos acidentes por despiste resultam 40% do total dos acidentes com vítimas, 49% do total de mortos, 42% do total de feridos graves e 39% do total de feridos leves. Por fim, dos acidentes por atropelamento (que representam apenas 4% do total de acidentes) resultaram 16% dos acidentes com vítimas, 10% do total de mortos, 21% do total de feridos graves e 12% do total de feridos leves. Figura 112 ± Evolução das características dos acidentes registados na cidade de Castelo Branco, por tipo de acidente, no período 2002 ± 2006 De facto, verifica-se uma relação inversamente proporcional entre o número de acidentes e a sua verdadeira gravidade. Ou seja, dos atropelamentos na cidade de Castelo Branco resultaram os acidentes com maior gravidade, normalmente traduzida em atropelamentos com uma ou mais vítimas. 132 Figura 113 ± Número de vítimas por cada acidente ocorrido na cidade de C.lo Branco entre 2002 ± 2006 4.9.3. Causas dos acidentes Os acidentes registados no período 2002 ± 2006 têm como causa mais comum o excesso de velocidade, quer como motivo isolado, quer como acção repartida (com excesso de álcool, principalmente), que representam 40% do total de acidentes. Seguem-se-lhes o desrespeito das regras de prioridade (17%), a execução de manobras irregulares (17%) e o desrespeito pela sinalização (11%). Figura 114 ± Causas dos acidentes ocorridos na cidade de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 À origem dos acidentes com vítimas estão associadas causas semelhantes às identificadas para os acidentes, no geral. A grande diferença prende-se com o aumento substancial de representatividade detido pelos atropelamentos dentro e fora das passadeiras (no conjunto representam 11% do total de acidentes com vítimas). 133 Figura 115 ± Causas dos acidentes com vítimas ocorridos na cidade de Castelo Branco (2002 ± 2006) Dos acidentes cujas causas são o desrespeito pelas regras de prioridade e excesso de velocidade / outras causas, resultaram cerca de 58% das vítimas contabilizadas nos acidentes rodoviários ocorridos na cidade de Castelo Branco entre 2002 e 2006. Contudo, as 2 vítimas mortais registadas no mesmo período resultaram de acidentes cujas causas são o desrespeito pela sinalização e o excesso de velocidade. Figura 116 ± Distribuição das vítimas resultantes dos acidentes pelas causas que originaram o acidente na cidade de Castelo Branco, no período 2002 ± 2006 Numa outra abordagem os números traduzem outra realidade. As causas mais comuns tendo em conta o número de vítimas por acidente são o excesso de álcool (1,4 vítimas por acidente), os atropelamentos dentro e fora da passadeira e o encadeamento (cerca de 1 vítima por acidente). 134 Figura 117 ± Número de vítimas por acidentes, segundo a causa do acidente, no período 2002 ± 2006 4.9.4. Estrutura territorial Da análise à Figura 118, ao Quadro XXXI e ao Quadro XXXII destacam-se 5 eixos/pontos onde a incidência de acidentes se manteve constante ao longo dos anos de análise: Av.as 1.º de Maio, Nuno Álvares, Carapalha, Humberto Delgado e a Rotunda dos Templários, embora existam outros locais que mereçam também atenção pelo número de acidentes que manifestaram. Os atropelamentos assumem uma ocorrência mais dispersa por toda a cidade sendo, contudo, possível identificar 3 eixos onde se têm verificado reincidências (Quadro XXXII): Av. General Humberto Delgado, Estrada de N. Sr.ª de Mércoles e Rua Pedro da Fonseca. Estes eixos/locais devem ser objecto de uma atenção especial em termos de colocação de mobiliário urbano/painéis publicitários, localização de passadeiras, geometria (separadores, canalização de movimentos), orientação do estacionamento, sinalização vertical/horizontal, controlo da velocidade de circulação e sinais semafóricos. 135 2001 2002 2003 2004 Av. 1.º de Maio 30 14 23 14 Av. Nuno Álvares 18 10 19 Zona Industrial 11 35 11 17 11 11 19 15 45 12 12 40 Av. da Carapalha Av. General Humberto Delgado 11 Rotunda dos Templários Estrada de N. Sr.ª de Mércoles / ESA 16 10 Rua Pedro da Fonseca 2005 TOTAL 81 10 57 57 10 14 12 2006 49 10 10 34 10 32 Estrada do Montalvão 15 16 31 Rotunda Europa 17 13 30 Rua da Mina 14 Av. do Brasil 11 Cruz do Montalvão 19 12 26 11 22 19 Praça Rainha D. Leonor 17 17 Alameda da liberdade 12 12 Rua da Granja 12 12 Rua Carreira de Tiro 12 12 Q.tª Dr. Beirão 10 10 Rotunda Bordados 10 10 Av. Europa 10 10 R. Eng. Duarte Pacheco 10 NOTA: Apenas se consideraram os locais onde a relação n.º de acidentes/ano foi igual ou superior a 10 10 Quadro XXXI ± Locais onde se registaram 10 ou mais acidentes, no período 2001-2006 2001 Av. General Humberto Delgado 3 Estrada de N. Sr.ª de Mércoles / ESA 2 2002 2003 2004 2006 TOTAL 7 5 2 17 2 3 7 2 6 Rua Pedro da Fonseca Av. 1.º de Maio 2 2005 2 4 Av. da Carapalha 4 2 2 Estrada do Montalvão 2 Cruz do Montalvão Praça Rainha D. Leonor 2 2 2 2 2 Alameda da liberdade 2 2 Praça do Município 2 2 Rua da Sé 2 2 Av. Pedro Álvares Cabral 2 2 Rua Cadetes de Toledo 2 2 Rua Dr. Henrique Carvalhão 2 NOTA: Apenas se consideraram os locais onde a relação n.º de atropelamentos/ano foi igual ou superior a 2 2 Quadro XXXII ± Locais onde houve reincidência de atropelamentos, no período 2001-2006 136 2001 2002 2003 2004 2005 2006 s/ escala Figura 118 ± Locais onde se registaram 6 ou mais acidentes e/ou onde se assinalaram atropelamentos Número de acidentes Tipo de acidente Número de atropelamentos 6 Colisão 1 7 Despiste 2 8 Atropelamento 3 9 4 10 5 15 20 ou + 7 137 4.10. AMBIENTE URBANO A caracterização do ambiente urbano da cidade de Castelo Branco é realizada para duas componentes essenciais, a qualidade do ar e o ruído, tendo por base os estudos de monitorização ambiental efectuados no âmbito do acompanhamento do Program POLIS e a carta de ruído elaborada no quadro da revisão do Plano de Urbanização, em curso. A monitorização ambiental foi realizada no âmbito das obras do POLIS, tendo sido realizadas 8 campanhas de medições, entre 2001 e 2006. Neste trabalho, apenas se consideram os resultados da última avaliação, que caracteriza a situação actual (IPCB, 2006a). 0 500 m Figura 119 ± Locais de medição do ar ( ) e ruído ( ) 4.10.1. Qualidade do ar A monitorização da qualidade do ar foi efectuada em dois locais da cidade (Figura 119), tendo por base a legislação vigente, designadamente o D.L. n.º 111/2002, de 16/4 e o D.L. n.º 320/2003, de 20/12. Embora estes locais não correspondam aos que estão sujeitos a maior pressão do tráfego automóvel na cidade, as avaliações efectuadas constituem um bom indicador geral da qualidade do ar na cidade. De acordo com o relatório facultado, os valores das concentrações de Dióxido de Enxofre (SO2) Oxidos de Azoto (Nox), Monóxido de Carbono (CO), poluente mais directamente relacionado com as emissões efectuadas pelo tráfego automóvel, Ozono (O3), das particulas PM10 e PM2,5 e os Compostos Orgânicos Aromáticos (BTX), encontram-se abaixo dos limites legais estabelecidos. 138 Portanto, embora possam ser registados valores superiores em outros locais da cidade mais sujeitos à pressão do tráfego, a qualidade do ar na cidade de Castelo Branco, pode ser considerada Boa ou Muito Boa e não oferece, por enquanto, perigos para a saúde humana. Com base na informação relativa aos hábitos da população, às contagens de tráfego e ao funcionamento dos transportes públicos estima-se que as emissões diárias decorrentes do sector dos transportes na cidade de Castelo Branco sejam superiores a 55 toneladas de CO2. 4.10.2. Ruído A monitorização do ruído no âmbito do POLIS foi efectuada em catorze locais da cidade (Figura 119); alguns destes pontos correspondem a eixos de grande pressão do tráfego na cidade. Por outro lado, foi elaborada a carta de ruído para a cidade de Castelo Branco no ano de 2005. Estes documentos foram elaborados com base na legislação vigente, designadamente o D.L. n.º 292/2000, de 14/11, parcialmente revogado pelo D.L. n.º 9/2007, de 17/1. Segundo o relatório de monitorização (IPCB, 2006b) 13 dos locais de medição apresentavam valores acima do limite máximo para as zonas sensíveis e, em 4 destes, o valor era superior ao limite máximo estabelecido para zonas mistas, no período diurno. Quanto ao período nocturno, 11 dos locais apresentavam valores acima do limite máximo para zonas sensíveis e, em 5 destes, o valor era superior ao limite máximo estabelecido para zonas mistas. $LQGD VHJXQGR R UHODWyULR ³RV QtYHLV GH UXtGR YHULILFDGRV HVWmR UHODFLRQDGRV FRP R HOHYDGR volume de tráfego, as velocidades de circulação e o tipo de piso da via (constituído por paraleloV HP DOJXQV FDVRV H ³QmR IRL LGHQWLILFDGD TXDOTXHU RXWUD IRQWH GD PHVPD RUGHP GH JUDQGH]D´ A partir da espacialização dos níveis de ruído, nos períodos diurno e nocturno, tanto para as zonas mistas como para as zonas sensíveis, conclui-se que os eixos principais que atravessam o centro da cidade, designadamente, o eixo Mina/Sé/3 Globos, a Av.General Humberto Delgado, o eixo correspondente ao antigo troço da EN 233 que liga Castelo Branco ao principal nó de acesso da cidade à A23, a Av. 1º de Maio, Av. Nuno Álvares, Rua de S. Sebastião e Rua Ruivo Godinho, apresentam níveis de ruído acima dos valores máximos admitidos. A Carta de Ruído do concelho de Castelo Branco, elaborada em 2004 de acordo com o disposto no D.L. n.º 292/2000, embora não retrate a situação actual, pelo facto de posteriormente terem entrado em funcionamento diversas variantes à cidade e se encontrar já em funcionamento o plano de circulação no centro cívico, implementado no quadro do POLIS, 139 que terão contribuído para a redução do tráfego de atravessamento no centro da cidade, transmite uma ideia dos eixos viários e das zonas urbanas que apresentam níveis de ruído acima dos valores mínimos admitidos. Por outro lado, o regulamento do ruído foi alterado pelo D.L. n.º 9/2007 passando a ser considerado os valores limites de exposição Lden (ruído diurnoentardecer-nocturno) em vez dos valores limite para o período diurno (Ld). Nesta carta os eixos viários principais que atravessam o centro da cidade - designadamente, o eixo Mina/Sé/3 Globos/Carapalha, o eixo Av.General Humberto Delgado/Av. Espanha, o eixo correspondente ao antigo troço da EN 233 que liga Castelo Branco ao principal nó de acesso da cidade à A23, o eixo da Av. 1º de Maio/Montalvão/Zona Industrial -, e os arruamentos na zona central compreendida no polígono entre a Praça Rainha D. Leonor, a Estação da CP, a Câmara Municipal, o Largo do Espírito Santo, o Hospital, a Avenida Afonso de Paiva, Avenida de Zhuhai e a EN 3, apresentavam níveis de ruído acima dos valores máximos admitidos tanto para as zonas mistas como para as zonas sensíveis, quer no período diurno quer nocturno. Escala de cores normalizada < 40 DB 40 ± 55 DB 55 ± 60 DB 60 ± 65 DB 65 ± 70 DB > 70 DB Figura 120 ± Carta de Ruído Nocturno na cidade de Castelo Branco Escala de cores normalizada < 40 DB 40 ± 45 DB 45 ± 50 DB 50 ± 55 DB 55 ± 70 DB > 70 DB Figura 121 ± Carta de Ruído Diurno na cidade de Castelo Branco 140 Tendo por base os dados do Censo de 2001 e o levantamento funcional da cidade de Castelo Branco e a carta de ruído da cidade de Castelo Branco, a equipa estima que no período nocturo e em áreas com níveis de ruído acima do valor limite admitido para as zonas sensíveis /Q G%$ H[LVWLDP HP PDLV GH 000 fogos e residiam mais de 9 000 pessoas (mais de 30% dos fogos e quase 30% da população residente). Considerando o valor limite diurno para as zonas sensíveis (Ld 65 dB(A)) estes valores são ligeiramente diferentes situando-se abaixo dos 5 000 fogos e dos 9 000 residentes. Outro facto relevante é que uma grande parte da área central da cidade, onde se localizam mais de 1/3 dos postos de trabalho, regista, de acordo com a carta, valores de ruído superiores aos valores limite admitidos para as zonas sensíveis. Para além disso, um conjunto importante de equipamentos estruturantes como o Hospital, Centro de Saúde e várias escolas como a Amato Lusitano, Afonso de Paiva, João Roíz e Nuno Álvares e o lar da Santa Casa da Misericórdia, entre outros, registam também valores superiores aos admitidos para as zonas sensíveis. 141 4.11. HÁBITOS DA POPULAÇÃO 4.11.1. Motivações na escolha do modo Automóvel Para este modo foram inquiridos os motivos que levam as pessoas a usar o automóvel e os motivos que levam as pessoas a preferir outros modos. Relativamente aos motivos que levam as pessoas a preferir o automóvel para as suas deslocações (Figura 122) destacam-se a rapidez (19,9%) a flexibilidade horária (17,4%) e a possibilidade de poder fazer deslocações a vários locais na mesma viagem (15,4%). Figura 122 ± Motivos para usar automóvel (%) Quanto aos motivos para preferir outros modos de transporte (Figura 123) aparecem destacados o facto de não possuir automóvel ou carta de condução (24,1%) ou a proximidade do emprego ou serviços/comércio (21,2%) e ainda as questões financeiras (13,8%). De notar que as preocupações ambientais têm um peso relativamente reduzido com a poluição a representar 9% e o ruído menos de 3,6%. Aspecto particularmente revelador das preferências da população é o facto de apenas 3,3% das pessoas deixar o automóvel em casa porque prefere utilizar os transportes públicos. 142 Figura 123 ± Motivos para não usar automóvel (%) Pedonal Para o modo pedonal foram inquiridos os motivos que levam as pessoas a não andarem a pé (Figura 124) nos quais se verifica que os principais factores são a distância (21%) e a falta de tempo (18%), tendo ainda alguma relevância os factores poder fazer deslocações a vários locais na mesma viagem (14,2%) e o clima/tempo (12,7%). De notar que as questões relacionadas com as condições da infra-estrutura têm uma relevância relativamente reduzida, sendo os factor mais apontados o estado de conservação/regularidade dos passeios (5,1%) e a sua falta de continuidade (4,8%). Figura 124 ± Motivos para não andar a pé (%) 143 Bicicleta Para o modo bicicleta foram também inquiridos os motivos que levam as pessoas a não andarem de bicicleta (Figura 125), verificando-se aqui um equilíbrio muito maior nas escolhas dos motivos, existindo 5 factores que foram apontados por mais de 10% das pessoas; são eles o facto de não ter ou não saber andar de bicicleta (15%), o clima/tempo (14,9%), a falta de vias e canais de ligação próprios (13,6%) e a distância dos percursos (13,2%). Figura 125 ± Motivos para não andar de bicicleta (%) Transportes colectivos Para este modo foram igualmente inquiridos os motivos que levam as pessoas a não andarem de transportes colectivos (Figura 126). Pode observar-se que neste caso os principais motivos são relacionados com o serviço de transporte oferecido, com a desadequação dos percursos (12,9%) e a frequência do serviço (11,9%) a apresentarem maior relevância, aparecendo então depois os motivos pessoais como as razões profissionais (9,4%) e o hábito (8,6%), Os restantes motivos apresentam-se bastante equilibrados com valores em torno dos 5 a 8%. Figura 126 ± Motivos para não andar de transportes colectivos (%) 144 4.12. PRINCIPAIS PROJECTOS / PLANOS EM CURSO Com esta abordagem pretende-se avaliar de forma sumária e qualitativa o impacte esperado com a execução das principais intervenções previstas na cidade de Castelo Branco sobre o sistema de mobilidade (no espaço público, abertura e melhoramento de vias, relocalização, ampliação e criação de equipamentos e serviços geradores de tráfego). Numa segunda parte, analisam-se indicadores urbanísticos apresentados pela revisão do PU, no que se refere a expansão e consolidação de zonas urbanas, analisando possíveis pressões sobre o sistema de mobilidade e transportes sustentáveis que poderão surgir. No quadro seguinte referem-se apenas os impactes esperados que predominam, positivos ou negativos, e a sua intensidade. Projecto Impacte Estacionamento subterrâneo Largo de S. João Estacionamento subterrâneo Câmara Municipal Centro Coordenador de Transportes Intervenção no espaço público Passagem inferior sob a estação de caminhos-de-ferro Conclusão da 4.ª circular Abertura da radiais entre a 3.ª e 4.ª circular, no nó da estação de caminhos-de-ferro Prolongamento até à Zona Industrial da Av.do Empresário Nova ligação do Valongo à 4.ª circular Ligação da Rua da Fonte Nova à 3.ª circular Ligação entre o Museu e o Cemitério Intervenções nos passeios da zona central (1.º de Maio, Espirito Santo, etc.) Intervenção no pavimento das faixas de rodagem Ligação pedonal entre as Av.as 1.º de Maio e Nuno Álvares Relocalização, ampliação e criação de equipamentos Ligações entre a Rua João Evangelista ± Qt.ª das Pedras ± Rua Amato Lusitano Ampliação da Zona Industrial sudoeste Zona Industrial Norte (Feiteira) Centro Comercial Auchan Centro de saúde (Av. da Europa) Novo quartel da PSP E. S. Saúde e E. S. Artes do IPCB 145 Pavilhão Multiusos Clínica Médica (Rotunda EN112) Alargamento do perímetro urbano do actual PGU Projectos de renovação urbana Impacte positivo Incerteza Muito significativo Impacte negativo Muito significativo Significativo Significativo Pouco significativo Pouco significativo Quadro XXXIII ± Principais intervenções previstas e respectivo impacte sobre o sistema de mobilidade De seguida apresentam-se algumas das principais considerações acerca da classificação atribuída a cada intervenção, relativamente ao seu impacte sobre o sistema de mobilidade. 1 - Estacionamento subterrâneo Largo de S. João: libertação do espaço actualmente destinado a estacionamento para usufruto das pessoas; a dúvida consiste na forma de como será a gestão do sistema de estacionamento na cidade e os reflexos que isso poderá ter na sua utilização. 2 - Estacionamento subterrâneo da Câmara Municipal: libertação do espaço actualmente destinado a estacionamento para usufruto das pessoas; proximidade a outros dois parques de estacionamento subterrâneos onde se regista uma baixa taxa de ocupação; a dúvida consiste na forma de como será a gestão do sistema de estacionamento na cidade e os reflexos que isso poderá ter na sua utilização. 3 - Centro coordenador de transportes: melhora substancialmente as condições existentes do actual terminal da rodoviária da Beira Interior, seja do ponto de vista operacional seja do ponto de vista da estada e conforto dos utentes, reduz a pressão do tráfego no centro sobre o actual terminal, liberta o espaço actual para que a intersecção com o tunel existente possa ser efectivamente melhorada, melhora a articulação entre os diversos modos de transporte, ao concentrar num único local o transporte ferroviário e as carreiras rodoviárias interurbanas nacionais, regionais e intra-concelhias, para além de permitir a articulação com as carreiras urbanas e táxis, entre outros aspectos positivos; a incerteza prende-se com a abertura, ou não, da passagem inferior sob a estação, da existência ou não de um local de tomada e largada de passageiros no centro da cidade, bem como das alterações que forem introduzidas no sistema de transportes públicos (horários, frequências e itinerários). 146 4 - Passagem inferior sob a estação de caminhos-de-ferro: a sua abertura será fulcral em diversos factores, nomeadamente pela ligação da área central da cidade a um conjunto de equipamentos a localizar a sul da estação e permitirá maximizar a utilização da 3.ª circular entre a Pipa e Carapalha, bem como do futuro Centro Coordenador de Transportes. 5 - Conclusão da 4.ª circular: Poderá permitir, no futuro, a ligação mais directa entre os dois pólos industriais da cidade. 6 - Abertura de radiais entre a 3.ª e 4.ª circular, no nó da estação de caminhos-de-ferro: alternativa à Av. da Carapalha, para quem sai do centro da cidade com destino à estrada de Malpica e à 4.ª circular. 7 - Prolongamento até à Zona Industrial da Av.do Empresário: esta ligação constituirá uma nova alternativa entre a zona oeste da cidade e a Zona Industrial, permitindo aliviar os actuais acessosSHODV(1¶V3 e 233; esta ligação será fundamental aquando da reabertura do centro comercial Auchan. 8 - Nova ligação do Valongo à 4.ª circular: É expectável que traga vantagens, já que permite novas ligações, embora as alternativas existentes já sejam razoáveis. 9 e 10 - Ligações entre a 3.ª circular (Av. Europa) e a Rua da Fonte Nova, por um lado, e a Rotunda do Museu, por outro: Constituirão ligações importantes entre a 3.ª circular e o eixo Mina - Museu - Sé, permitindo diminuir a extensão de alguns percursos; a sua execução ganha importância com a abertura do novo Centro de Saúde junto à Av. Europa. 11 - Intervenção nos passeios da zona central: permite melhorar o conforto nas deslocações pedonais, através do seu reperfilamento, regularização do pavimento, inserção de rebaixamentos, etc.; poderá incentivar as deslocações a pé. A incerteza relaciona-se com o facto de não se intervir na geometria das vias. 12 - Intervenção no pavimento das faixas de rodagem: permite melhorar a fluidez de tráfego, aumentando a capacidade das vias; diminuição de impactes resultante do ruído aquando da passagem de calçada para betão betuminoso. A dúvida relaciona-se com o facto de não se intervir na geometria o que poderá conduzir a um aumento da velocidade média de circulação, aumentar o ruído e as emissões de gases e potenciar conflitos mais gravosos para os peões. 13 - Ligação pedonal entre as Av.as 1.º de Maio e Nuno Álvares: Devolução deste espaço aos peões, facilitando alguns trajectos e dotando-o de instrumentos de dinamização social (espaços de estadia e descanso, lazer, etc.). 14 - Ligação entre a Rua João Evangelista ± Qt.ª das Pedras ± Rua Amato Lusitano: por um lado permite flexibilizar os movimentos a tomar pelos utilizadores; por outro possibilitará a execução de movimentos de atravessamento indesejáveis. 147 15 e 16 - Ampliação da Zona Industrial sudoeste e Centro comercial Auchan: intensificará a já evidente descompensação urbana verificada entre as zonas ocidental e oriental da cidade; sem uma necessária adequação do sistema de transportes colectivos levará ao aumento de viagens em transporte individual. 17 - Zona Industrial norte (Feiteira): permitirá equilibrar a estrutura urbana da cidade, dotando a zona oriental da cidade, maioritariamente habitacional e deficitária em termos de emprego, de um grande pólo gerador de tráfego. 18 - Centro de saúde (Av. da Europa): a sua nova localização permite equilibrar a estrutura urbana da cidade, para além de permitir uma redução significativa dos trajectos a percorrer actualmente por quem reside na zona oriental da cidade (partimos do pressuposto que o actual centro de saúde manterá as actuais funções, havendo somente uma reformulação no que se refere à área de influência, daí a incerteza associada). Por outro lado, a incerteza relaciona-se também com a oferta de transportes públicos no local, por estar isolado das zonas residenciais consolidadas. 19 - Novo quartel da PSP: A sua localização junto à 3.ª circular implica a necessidade de abertura do troço sob a Estação de caminhos-de-ferro. 20 - Escolas Superiores de Saúde e Artes Aplicadas: permite a consolidação do campus do Politécnico (concentrando 3 escolas) numa zona da cidade a partir da qual o acesso a diversos equipamentos e serviços é facilitado; a oferta de serviço de transporte colectivo deverá ser melhorada e adequada às necessidades dos utilizadores. 21 - Pavilhão multiusos: ainda não está definida a sua localização; não se prevêem condicionamentos ao nível da mobilidade uma vez que os eventos a ocorrer serão limitados e condicionados no tempo. 22 - Clinica médica junto à EN112: localizada fora do perímetro urbano da cidade, sem cobertura de transportes colectivos, levará ao aumento das viagens em transporte individual. 23 - Alargamento do perímetro urbano do PU: Consiste em pequenos ajustes, na periferia da cidade, aumentando pontualmente (junto ao bairro dos Buenos Aires) a capacidade edificatório em baixa densidade em zona urbana já por si deficitária em termos de acesso a equipamentos. 24 - Projectos de renovação urbana: têm favorecido as deslocações em modo pedonal, para além de diversificarem e oferecerem espaço público à população; há a reparar algumas questões menos bem concretizadas, relacionadas com a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida, bem como a questão da geometria das vias. 148 17 22 18 10 9 1 20 7 2 13 14 19 3 4 16 5 6 15 8 11 12 23 24 Dispersos pela cidade 21 Equipamento sem localização definida Figura 127 ± Localização das principais intervenções previstas O PU em elaboração estabelece um referencial para o limite máximo regulamentar de população para cada zona urbana, que para a totalidade da cidade corresponde a 69 330 habitantes. Este valor foi estimado pela aplicação dos índices de construção propostos para cada zona urbana pelo PUCB a partir do PGU de 1990. Teve-se em consideração, Planos de Pormenor, Loteamentos e Projectos pré-existentes, em elaboração e/ou em aprovação. Destacam-se 13 zonas urbanas para as quais o limite estabelecido prevê um acréscimo de população superior a 1 000 habitantes (Quadro XXXIV). A natureza de ocupação do solo será assente em diversas tipologias (em altura ou superficie), resultando densidades de ocupação 149 diversas. As zonas urbanas com densidades mais elevadas ficarão sujeitas a maiores pressões sobre o sistema de transporte, pelo que deve ser analisada esta questão. As zonas urbanas que deverão apresentar maiores densidades populacional (acima de 100 hab/ha) e de fogos (acima dos 35 fogos/ha) são: Qt.ª Nova/Fonte Santa, Qt.ª do Bosque, Alto do Montalvão, Carapalha de Cima e Qt.as da Torre e da Granja. Do diagnóstico efectuado pela equipa de trabalho destaca-se, de forma negativa, o incremento previsto para as áreas a sul da linha de caminho-de-ferro, nomeadamente nas zonas urbanas: - Valongo, Vale da Raposa e Carreira de Tiro; Ribeiro das Perdizes e Vale Cabreiro; Barrocal; Sul da Estação e Qt.ª do Carvalho: pelo facto de a oferta a criar assentar em tipologias de baixa densidade, com afastamento a serviços, equipamentos e a eixos relevantes de transporte colectivo; é de prever a intensificação das deslocações em transporte individual; - Carapalha de Cima: apesar de concentrar alguns equipamentos, a sua interdependência para com outras zonas da cidade é evidente; o seu afastamento a determinados serviços e equipamentos e a inexistência de um serviço de transportes públicos adequado às necessidades dos residentes incentivará à utilização do transporte individual. A massificação prevista para a zona urbana da Qt.ª do Bosque (envolvente à Av. Europa) sem a necessária compensação em termos de variedade de funções urbanas (equipamentos e serviços diversos) tornará evidente a rotura urbana entre este local, residencial, e os pólos atractores e geradores de tráfego, maioritariamente localizados na parte ocidental da cidade. O mesmo poderá vir a ocorrer em outras zonas da cidade, embora em menor escala, nomeadamente na Mina e Isabeldeiras. Pelo contrário, é de esperar uma melhor interdepêndencia nas zonas urbanas das Qt.as da Torre e da Granja, do Alto do Montalvão, da Cruz do Montalvão e da Quinta Nova / Fonte Nova, dada a sua proximidade a actividades, equipamentos, serviços (podendo ser fomentada a vertente pedonal) e a importantes eixos de transporte colectivos. 150 4 002 3 564 3 564 2 817 2 439 2 337 1 857 1 638 1 605 1 293 1 272 1 032 1 026 28 446 Valongo, Vale da Raposa e Carreira de Tiro Qt.as da Torre e da Granja (Granja Park) Carapalha de Cima Mina Cruz do Montalvão Ribeiro das Perdizes, Vale Cabreiro Alto do Montalvão (antigo terreno militar) Barrocal Sul da estação (envolvente à 3.ª circular Sul) Isabeldeiras Qt.ª Nova, Fonte Nova Qt.ª Carvalho (entre a Carapalha de Baixo e o Barrocal) TOTAL População prevista 4 176 270 43 146 232 535 58 521 491 133 222 176 998 351 Total 3 330 240 0 117 232 415 0 463 431 45 143 78 966 200 Unifamiliares 846 30 43 29 0 120 58 58 60 88 79 98 32 151 Colectivos Fogos previstos Acréscimo em relação à situação actual Qt.ª do Bosque (envolvente à Av. Europa) Zona Urbana 64 155 56 94 30 136 34 51 83 127 111 33 142 Populacional (hab/ha) 21 65 16 32 10 45 14 18 26 46 37 13 50 Fogos (fogos/ha) Densidade bruta prevista 151 Impacte no sector dos transportes e mobilidade Quadro XXXIV ± Características das zonas urbanas onde é previsto um acréscimo populacional superior a 1 000 habitantes, segundo o PU 5. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO 5.1. A VISÃO DA POPULAÇÃO No inquérito realizado aos indivíduos foram colocadas 38 questões, organizadas por 5 blocos de problemas e de condicionantes à mobilidade sustentável, no sentido de se aferir a sensibilidade da população a cada um deles. &RQVLGHUDQGRDSHQDVDVVLWXDo}HV³*UDYH´H³0XLWR*UDYH´SDUa a melhoria da mobilidade na cidade, apenas 20% mencionou a questão da circulação automóvel, 35% as questões do estacionamento e da rede pedonal, 38% os transportes colectivos e 55% as questões da rede cicloviária. No bloco da circulação automóvel a maior JUDYLGDGHIRLDWULEXtGDjVTXHVW}HVGR³LQFyPRGRGR estacionamento para cargas e descargas´ PHQFLRQDGRSRU PDLV GH GRV LQTXLULGRV HGD ³SROXLomRGRDU´HGR³UXtGR´SRUFHUFDGH Figura 128 ± Gravidade dos problemas de circulação automóvel 1R EORFR GR HVWDFLRQDPHQWR VmR DV TXHVW}HV GR ³HVWDFLRQDPHQWR QRV SDVVHLRV´ GR ³HVWDFLRQDPHQWR HP VHJXQGDILOD´ DPERV DVVLQDODGRVSRU PDLV GH GRV LQTXLULGRV EHP FRPR³RSUHoRGRHVWDFLRQDPHQWR´PHQFLRQDGRSRUcerca de 40%. 152 Figura 129 ± Gravidade dos problemas de estacionamento No bloco da rede cicloviária, ambos os aspectos considerados foram mencionados com JUDYLGDGH SRU GRV LQTXLULGRV HQTXDQWR QR EORFR GD UHGH SHGRQDO ³D GLIiculdade de FLUFXODomRGHFDGHLUDVGHURGDV´HGH³FDUULQKRVGHEHEp´IRUDPPHQFLRQDGRVSRUPDLVGH dos inquiridos, seguindo-se-OKHVR³PDXHVWDGRGHFRQVHUYDomRHLUUHJXODULGDGHGRVSDVVHLRV´ D³GHVFRQWLQXLGDGHGRVSDVVHLRV´HDV³SDVVDGHLUDVPDOORFDOL]DGDV´FRPGDVUHVSRVWDV Figura 130 ± Gravidade dos problemas da rede cicloviária Figura 131 ± Gravidade dos problemas da rede pedonal 153 Finalmente, no bloco dos transportes colectivoVDPDLRUJUDYLGDGHIRLDWULEXtGD³DDXVrQFLDGH LQIRUPDomR MXQWR jV SDUDJHQV´ DV ³FRQGLo}HV GDV SDUDJHQV´ H D ³RIHUWD LQVXILFLHQWH´ (ambas com 42% das respostas). Figura 132 ± Gravidade dos problemas dos transportes colectivos No conjunto (Figura 133), os aspectos considerados mais graves são as dificuldades sentidas FRPD³FLUFXODomRGHFDGHLUDVGHURGDV´D³FLUFXODomRGHFDUULQKRVGHEHEp´D³DXVrQFLDGH informação junto jV SDUDJHQV GRV DXWRFDUURV´ R ³HVWDFLRQDPHQWR HP VHJXQGD ILOD´ D ³DXVrQFLD GH XPD UHGH GH FLFORYLDV´ R ³HVWDFLRQDPHQWR QRV SDVVHLRV´ H D ³GHVFRQWLQXLGDGH GDVFLFORYLDV´2VFRQVLGHUDGRVPHQRVJUDYHVHVWmRUHODFLRQDGRVFRPDFLUFXODomRDXWRPyYHO como a ³VLQLVWUDOLGDGH´D³VLQDOL]DomRYHUWLFDOHKRUL]RQWDO´D³VLQDOL]DomRVHPDIyULFD´D³IDOWD GHOLJDo}HVURGRYLiULDV´R³RUGHQDPHQWRGRVFUX]DPHQWRVHGDVURWXQGDV´HQWUHRXWURV 154 Figura 133 ± Ordenação dos problemas por gravidade Procurando perscrutar pistas para a 2.ª fase do trabalho os inquéritos aos indivíduos continham um conjunto de questões que procuram analisar à priori a aceitabilidade da população de eventuais propostas que possar ser formuladas no quadro do conceito de mobilidade sustentável para a cidade de Castelo Branco. 5.1.1. Estacionamento Em relação a este aspecto apenas cerca de 16% dos inquiridos entende que o pagamento do estacionamento poderá resolver os problemas de estacionamento e igual percentagem não está disposta a pagar o estacionamento. 60% dos inquiridos está disposta a pagar uma quantia até 0,25 Euros/hora de estacionamento. 155 5.1.2. Restrição à circulação automóvel Se forem instituidas restrições à circulação automóvel na cidade, 70% dos inquiridos manifestaram estar dispostos, em alternativa, a utilizar outro modo de transportes, dos quais 59% para o modo pedonal e 25,3% para os transportes colectivos. A transferência para a bicicleta reúne apenas 12,6% das respostas. 5.1.3. Utilização dos transportes colectivos Na pergunta efectuada sobre a importância que atribuem aos 10 factores que levariam os utentes a aumentar a utlização dos transportes colectivos, cinco deles obtiveram menos de 50% na clDVVLILFDomR FRPR ³PXLWR LPSRUWDQWH´ R FRQIRUWR GRV Yeículos (23%), melhoria das paragens (40%), rapidez (44%), percursos mais adequados (44%) e localização das paragens (46%)). 2VIDFWRUHVFRQVLGHUDGRVPDLVLPSRUWDQWHVIRUDPRIDFWRU³KRUiULRV´FRPGDVUHVSRVWDVD considerarem-no um factor muito importDQWH D ³VHJXUDQoD´ H R ³FXVWR GDV YLDJHQV´ (53%). Figura 134 ± Factores que levariam ao aumento da utilização de transportes colectivos 5.1.4. Uso da bicicleta (PUHODomRjSHUJXQWDVREUH³VHIRVVHPFULDGDVFLFORYLDVQDFLdade passaria a andar mais de ELFLFOHWD´FHUFDGHUHVSRQGHUDPDILUPDWLYDPHQWH 156 5.2. PRINCIPAIS CONDICIONANTES E OPORTUNIDADES À MOBILIDADE SUSTENTÁVEL NA CIDADE DE CASTELO BRANCO A partir das análises sectoriais efectuadas e tendo em atenção os resultados dos inquéritos realizados junto da população, que designámos por visão da população, procede-se de seguida à identificação das principais condicionantes e oportunidades existente à mobilidade sustentável na cidade de Castelo Branco. Estas condicionantes relacionam-se com um conceito lato de mobilidade sustentável cujo principal desafio é reduzir os níveis actuais de mobilidade motorizada na cidade e que assenta: 1) na melhoria da eficiência energética, na melhoria do ambiente e da qualidade de vida urbanos; 2) na promoção da intermodalidade e da multimodalidade, com maior recurso aos modos suaves e aos transportes públicos; 3) na promoção da mobilidade urbana para todos sem excepção e 4) na redução dos níveis da sinistralidade. A cidade de Castelo Branco apresenta condições favoráveis, em termos de dimensão física, populacional e funcional ao desenvolvimento de um conceito de mobilidade sustentável muito diferente do actual (ANEXO IX). As distâncias a percorrer para a satisfação das necessidades das populações e das actividades podem situar-se, na sua grande maioria, abaixo dos 3 km, existindo ainda fortes relações de proximidade. Com excepção da encosta do Castelo a topografia não apresenta grandes limitações. O clima continental apresenta, em algumas estações do ano, condições rigorosas que poderão condicionar os modos suaves nas deslocações urbanas. A insolação é elevada. A maioria dos residentes dispõe ainda de percepção forte sobre toda a cidade. A população residente é jovem e com poder de compra elevado no contexto nacional e regional, as relações de conhecimento e de vizinhança são ainda relativamente fortes. A taxa de motorização concelhia é muito elevada no contexto nacional, com 561 veículos /1 000 habitantes (na cidade será ainda muito superior). As condicionantes à mobilidade sustentável bem como as oportunidades encontram-se organizadas em 12 blocos temáticos. Os blocos não são estanques podendo existir condicionantes ou oportunidades que poderiam ser integradas em mais do que um bloco. Por outro lado, alguns assuntos poderão funcionar quer como condicionante quer como oportunidade em diferentes blocos ou no mesmo bloco temático. Procurou-se integrar os assuntos onde se considera que eles têm maior relevância. 157 Organização da autarquia Estrutura urbana Hábitos da população Blocos familiares para o local de Zona central com elevada autonomia funcional (população (33%), alojamentos (37%) emprego (3 500 postos de trabalho) e equipamentos (4 600 alunos)) e com localização favorável no tecido urbano (quase o centro geométrico da cidade) 34,8% das distâncias a percorrer entre o local de trabalho/estudo são inferiores a 1 km Malha urbana radiocêntrica que permite evitar o atravessamento das zonas urbanas centrais As deslocações pedonais efectuadas pelos aglomerados representam cerca de 19% do total 57% das famílias dispõe de pelo menos 1 bicicleta em casa Oportunidades Muito fraca intervenção da autarquia no sistema de transportes públicos urbanos Pouca importância atribuída à questão da mobilidade e transportes na orgânica da autarquia (serviços de trânsito) Orgânica municipal favorável à fragmentação de competências relacionadas/com fortes interdependências no sector da mobilidade e transportes 158 Criação de serviços específicos relacionados com a mobilidade e transportes e melhorar a integração e articulação destes serviços com os do urbanismo/ordenamento do território Periferização das zonas centrais sHFXQGiULDV ³LOKDV´ H GH DOJXQV HTXLSDPHQWRV Estrutura verde urbana principal com elevado potencial para as deslocações afastadas das áreas residências (atractores/geradores de tráfego) pedonais Estrutura verde urbana secundária de pequena dimensão e muito concentrada no Eixos pedonais principais com arvoredo alinhado tecido urbano Fortes desequilíbrios espaciais entre zonas urbanas, na distribuição das funções e dos usos do solo, que geram necessidades acrescidas de deslocações inter-zonas (atractores/geradores de tráfego) Desarticulação entre malhas urbanas planeadas/programas e malhas urbanas espontâneas de diferentes períodos temporais Malha urbana dos bairros de génese ilegal Descontinuidade introduzida pela linha do caminho-de-ferro Insensibilidade/falta de participação da população nas questões da mobilidade e transportes Insensibilidade manifestada às questões da sinistralidade (menos de 12% dos inquiridos considera a sinistralidade um problema grave ou muito grave) Elevada proporção de atravessamentos do centro da cidade nas viagens entre zonas periféricas Estacionamento em 2.ª fila e no passeio (19% no período diurno e 17% no período nocturno) As deslocações efectuadas pelos agregados trabalho/estudo representam 73,4% do total 64% das deslocações habituais são efectuadas em automóvel 89% das famílias dispõe de pelo menos 1 automóvel Condicionantes Circulação e gestão do tráfego motorizado Planos urbanísticos / ordenamento do território Blocos Lógica de intervenção pontual na circulação sem atender à perspectiva do funcionamento integrado do sistema de transportes Situações de congestionamento localizadas no tempo e no espaço Deficiente intervenção da autoridade na regulação do tráfego e do estacionamento Deficiente regulação da velocidade Prática de velocidades excessivas em alguns troços dentro da cidade Informação direccional insuficiente Deficiente desempenho de alguns semáforos do ponto de vista da segurança e da sinistralidade (ciclos desadequados às actuais necessidades da circulação pedonal) Elevado níveis de sinistralidade, com diversos pontos negros na cidade (reincidência de acidentes em diversos locais) Deficiente desempenho de algumas intersecções existentes (rotundas, cruzamentos e entroncamentos) do ponto de vista da segurança e da sinistralidade Plano de circulação rodoviária desajustado das necessidades actuais e das potencialidades oferecidas pela actual rede de infra-estruturas Os incómodos das cargas e descargas foi o factor mais apontado por 27% das pessoas, todos os restantes obtiveram percentagens de respostas muito inferiores Apenas 20% considera a circulação automóvel na cidade como grave e muito grave Elevados volumes de tráfego motorizado de atravessamento no centro da cidade Deficiente articulação entre o licenciamento de operações de transformação de uso do solo e a mobilidade e os transportes Conflitos e algumas contradições entre planos de ordenamento/urbanísticos e planos/estudos de transportes Desactualização dos planos de ordenamento face a realidades e a necessidades actuais em termos de transportes Desajustes entre o previsto e o executado em termos de transportes nos planos de ordenamento Aplicação generalizada e irreflectida das normas e regulamentos de dimensionamento previstas na legislação urbanística Fraca importância atribuída às questões da mobilidade sustentável e designadamente aos modos suaves e aos transportes públicos nos planos de ordenamento Fraca articulação e integração entre planos urbanísticos/ordenamento do território e a mobilidade e transportes (no passado e no presente) Condicionantes /HJLVODomRSUHYLVWD´=RQDV Planeamento do ordenamento e da circulação do tráfego Redução do tráfego motorizado de atravessamento Regulamentos municipais (revisão/criação) PP´s em elaboração PDM em revisão PU em revisão Oportunidades 159 Transportes públicos Infra-estruturas de transporte Blocos Apenas 3,3% dos inquiridos referiu que deixa de usar automóvel para usar o transportes público 38% dos inquiridos considera grave e muito grave a forma desadequada de funcionamento do sistema de transportes públicos urbanos Deficiente articulação entre carreiras urbanas e outras carreiras inter-urbanas, carreiras Expresso e outros modos de transportes Terminal actual desadequado faces às necessidades do sistema Frota muito antiga e com elevados índices de poluição e em alguns casos desadequada ao perfil das vias Paragens deficientemente assinaladas Ausência de abrigos em muitas paragens Informação insuficiente e desactualizada sobre a rede Inadequada inserção de algumas paragens na rede viária (insegurança) Inadequada localização de algumas paragens face à distribuição da procura Oferta desajustada da procura em termos de cobertura espacial, horários, frequência e itinerários Existência de diversas zonas de sombra Fraca representatividade dos espaços destinados e adaptados à circulação cicloviária (2,1 km) e ausência de conectividade entre os dois troços existentes 15% dos pavimentos das faixas de rodagem são em calçada de granito 10,7% dos arruamentos não dispõem de passeios (Encosta do Castelo e Zona antiga) e 14,7% dos passeios apresenta largura inferior a 1,5 m Fraca representatividade dos espaços de uso exclusivo para peões Faixas de rodagem inferiores a 5m representam 8% e encontram-se localizadas na Encosta do Castelo e na zona antiga Condicionantes 160 Estrutura urbana com potencial favorável á introdução de linhas de transporte Procura média diária de cerca de 1 500 viagens/dia Se forem introduzidas restrições ao tráfego motorizado 25,3% está disponível para passar a utilizar os transportes públicos A procura actual (valor médio de bilhetes vendidos é superior de 600/dia; número médio de passe é próximo dos 6700/mês) Existência de diversos parques de estacionamento para bicicletas dispersos pela cidade, alguns junto de equipamentos Pavimentos da faixa de rodagem bem conservados; 85% são constituídos por pavimento betuminoso 48,2% das vias apresentam largura de perfil superior a 12 m 27,3% dos passeios apresenta largura superior a 2,5 metros e 37,4% largura compreendida entre 1,5 e 2,5 m Mais de 74,% das vias apresentam faixas de rodagem com largura superior a 6,5m Cerca de 40% das vias apresenta inclinações inferiores a 2% e 29% das vias apresentam inclinações entre 2 a 4 % Oportunidades Ambiente urbano Mobilidade para todos Estacionamento Blocos Volume de população residente /postos de trabalho e equipamentos sujeitos a níveis de ruído superiores ao admitido (cerca de 5 000 fogos e 9 000 residentes e cerca de 1/3 de postos de trabalho da área central da cidade) As emissões de CO2 decorrentes do sector dos transportes são superiores a 55 ton diárias Apenas cerca de 25 % das pessoas considera graves e muito graves os problemas de poluição do ar e de ruído provocados pelo tráfego rodoviário Transportes públicos inadaptados Ocupação abusiva dos passeios e estacionamento ilegal nos passeios Sistemas de informação/divulgação/formação Qualidade do ar Procura crescente Soluções técnicas existentes As intervenções em curso na cidade Descontinuidade dos passeios, ausência de passadeiras, passadeiras mal localizadas, ausência de sinalização para invisuais,... Sinalização semafórica inadequada em alguns locais (tempo de verde para peões) Legislação actual (D.L. nº 163/2006; Lei nº13/2006) 161 60% dos inquiridos está disposta a pagar até 0,25uros/hora pelo estacionamento Equilíbrio entre a distribuição espacial da população/emprego e o estacionamento (76,9% das pessoas demora menos de 5 min a encontrar um lugar de estacionamento junto á residência e 77,7% demora menos de 5 min a encontrar um lugar de estacionamento junto ao local de trabalho. Oferta global de estacionamento suficiente (em média mais de 1 lugar de estacionamento público / família residente em espaço próprio) Oportunidades Obras recentes e em curso pouco sensíveis a esta questão Obstáculos que dificultam a circulação nos espaços pedonais (mobiliário, árvores, rampas, candeeiros, degraus, sinais,...) Oferta pontual de estacionamento insuficiente em algumas zonas residenciais Cerca de 1400 lugares de estacionamento público na zona central da cidade em parque de estacionamento Mais de 3420 lugares de estacionamento com acesso restrito em equipamentos e serviços Apenas 35% da população considera existirem problemas de estacionamento na cidade Apenas 16% entende que o pagamento generalizado de estacionamento pode resolver os problemas existentes 40% das pessoas considera o preço elevado no estacionamento pago Baixa taxa de ocupação dos parques de estacionamento pago (a taxa de ocupação do parque da Devesa é inferior a 10%, o parque de S. Bento encontra-se encerrado) Estacionamento ilegal com elevada representatividade (19% no período diurno e 17% no período nocturno) Concorrência entre parques de estacionamento pago e estacionamento gratuito no centro da cidade e com elevada proximidade Cerca de 71% dos lugares públicos de estacionamento disponíveis ao longo das faixas de rodagem Ausência de uma política de gestão de estacionamento Condicionantes Papel do sector privado Projectos para o futuro Blocos Mercado/risco Pouco interesse em investir no sector da mobilidade e transportes Alguns projectos não manifestam o adequado enquadramento num sistema integrado de transportes Para alguns projectos os impactes esperados são claramente negativos sobre o sistema de transportes e mobilidade sustentáveis Grande parte dos projectos reflecte uma preocupação maior com as questões do tráfego automóvel A revisão dos planos urbanísticos/ordenamento contínua pouco sensível às questões da mobilidade e transportes Condicionantes Economia do carbono / mecenato / tributação 162 Oportunidades de investimento em soluções de transporte (microredes) Para alguns projectos os impactes esperados são claramente positivos sobre o sistema de transportes e mobilidade Maior equilíbrio na estrutura urbana com reflexos positivos na mobilidade e transportes Oportunidades 5.3. PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERVENÇÃO Tendo por base o diagnóstico efectuado a equipa considera que a intervenção nos seguintes âmbitos poderá tornar a mobilidade mais sustentável na cidade, com o desígnio de reduzir os níveis actuais de mobilidade motorizada e o incremento dos modos suaves e dos transportes públicos: - Serviço de transportes públicos colectivos moderno, eficiente e competitivo; - Ruído na cidade; - Infra-estruturas viárias adequadas a objectivos de mobilidade sustentável (promovendo uma melhor integração e compatibilização com os modos pedonal e ciclável); - Plano de circulação e regulação do tráfego motorizado (sentidos dos movimentos direccionais, intersecções, semáforos, sinalização vertical e horizontal, fiscalização, etc.); - Práticas de planeamento e gestão urbanísticas, com maior e melhor integração com o sector da mobilidade e transportes; - Sensibilização/informação/formação da população; - Promoção de uma melhor mobilidade para todos (sem excepção); - Gestão adequado do estacionamento; - Enquadramento institucional do sector dos transportes na orgânica da Câmara Municipal. A tradução espacial, em concreto, dos âmbito mencionados e a hierarquização das intervenções será explorada na segunda fase do projecto. 163 6. BIBLIOGRAFIA ALVES, Rui (2008) ± ³Qual a forma urbana mais sustentável para a cidade de Castelo Branco"´ (aguarda publicação na Revista Sociedade e Território); PLANRAIA, Lda. (2004) ± ³5HYLVmR GR 3ODQR 'LUHFWRU 0XQLFLSDO GD &DVWHOR %UDQFR ± Relatórios de Transportes, Caracterização funcional de população e ActividDGHVHFRQyPLFDV´ Fernando L. Gaspar, Lda., SETA (1993) ± ³2UGHQDPHQWRGRWUkQVLWRQDFLGDGHGH&DVWHOR%UDQFR´ TECNEP (1999) ± ³$QiOLVHSUHOLPLQDUHSURSRVWDVGHLQWHUYHQomRVREUHRVLVWHPDYLiULRGDFLGDGHGH &DVWHOR%UDQFR´ TRANSES (2001) ± ³3ODQR GH ordenamento da circulação e do estacionamento da zona central de &DVWHOR%UDQFR´ CESUR, TRANSITEC (2000) ± ³(VWXGRGHPRELOLGDGHSDUDDFLGDGHGH&DVWHOR%UDQFR´ ESTAC (2006) ± ³(VWXGRGHLPSDFWHGHWUiIHJRGRHPSUHHQGLPHQWR$XFKDQHP&DVWHOR%UDQFR´ TIS.pt (2005) ± ³(VWXGRGHWUiIHJR± )yUXP&DVWHOR%UDQFR´ Polícia de Segurança Pública (2006) ± ³,QIRUPDomRVREUHDFLGHQWHVGHWUkQVLWRQDFLGDGHGH&DVWHOR %UDQFR´ MAOT (2000) / POLIS ± ³9LYHU&DVWHOR%UDQFR± 3URJUDPD32/,63ODQR(VWUDWpJLFR´ CMCB (2007) ± ³3URSRVWDGHUHYLVmRGR3*8± 5HJXODPHQWRH3ODQWDV´ CMCB (1991) ± ³3ODQR*HUDOGH8UEDQL]DomR´ CMCB ± vários Planos de Pormenor; CEDER/IPCB (2006) ± ³0RQLWRUL]DomRGRLPSDFWRDPELHQWDOHVRFLDOGR3URJUDPD3ROLVHP&DVWHOR Branco: Qualidade do aU´ CEDER/IPCB (2007) ± ³0RQLWRUL]DomRGRLPSDFWRDPELHQWDOHVRFLDOGR3URJUDPD3ROLVHP&DVWHOR %UDQFR$F~VWLFDGRDPELHQWH´. 164 7. ANEXOS Anexo I - Perfis transversais da rede viária existente (circulares e radiais); Anexo II - Índices urbanísticos, por subsecção estatística; Anexo III - Características e indicadores das zonas urbanas; Anexo IV - Atracção e geração de tráfego; Anexo V - Análise aos instrumentos de gestão territorial; Anexo VI - Análise a estudos; Anexo VII - Oferta de estacionamento; Anexo VIII - Sistema de circulação actual; Anexo IX - Indicadores da área de estudo. 165 2.00 26.46 3.36 3.65 4.20 2.90 5.47 3.10 8.94 7.30 8.94 1.25 4.56 4.20 10.77 8.39 18.25 Rua do Amieiro 1.82 Av. da Carapalha 3.10 Av. de Espanha 16.97 8.76 Rua Eng. Pires Marques 12.96 Av. da Boa Esperança 1.46 1.37 13.23 Rua da Sé 13.69 Rua da Mina 16.42 Rua das Olarias 16.42 4.56 Av. Gen. Humberto Delgado 7.20 1.40 5.90 5.02 14.05 3.65 4.20 2.92 8.21 8.94 1.30 5.47 9.85 9.12 3.10 3.19 3.65 3.58 5.47 3.00 1.85 5.47 5.47 4.01 2.37 10.95 Av. 1.º de Maio 8.21 3.28 Rua de S. Sebastião 11.86 Rua do Saibreiro 10.95 11.86 1.55 Rua Poeta João Roíz 10.95 Rua Pedro da Fonseca 0.40 Rua Camilo C. Branco 3.38 Rua do Matadouro 10.22 4.38 5.47 5.47 6.50 21.90 EN 18 1.82 11.86 2.55 3.19 Av. do Brasil (Pipa - Carapalha) 2.75 6.93 2.50 2.0 7.30 2.37 3.38 5.93 6.93 3.00 5.47 24.63 4.47 5.00 4.56 2.40 2.30 2.50 3.10 7.00 3.65 3.65 13.14 4.56 4.56 11.86 12.77 EN 233 / Rua da Granja 3.65 2.47 10.95 6.00 4.20 1.80 4.20 2.92 13.69 Antigo IP2 12.77 Variante Sul 3.65 10.95 Av. Cidade de Zhuhai Sul 15.51 Av. Nuno Álvares 11.13 Estrada do Montalvão 11.86 Rua da Granja 7.30 Av. da Europa 3.65 4.56 11.86 4.56 4.56 13.14 Av. Santa Casa da Misericórdia 6.00 4.74 6.20 3.47 2.50 1.00 5.00 4.93 2.40 4.11 2.00 4.56 2.30 2.50 3.65 10.04 Anexo II ± Índices urbanísticos, por subsecção estatística Km Limite de zona Superior a 160 120 a 160 80 a 120 40 a 80 20 a 40 10 a 20 5 a 10 Até 5 167 Densidade populacional (hab/ha) Km Limite de zona Superior a 65 53 a 65 40 a 53 27 a 40 14 a 27 7 a 14 Até 7 168 Densidade de alojamentos (alojamentos/ha) Km Limite de zona 20 a 32 10 a 20 6 a 10 2a6 Até 2 169 Alojamentos por edifício (n.º) Km Limite de zona 133 60 a 80 30 a 59 10 a 29 Até 10 170 Edifícios exclusivamente residenciais (n.º) Km Limite de zona 21 a 35 16 a 20 11 a 15 3 a 10 Até 2 171 Edifícios principalmente residenciais (n.º) Km Limite de zona 90 a 100 10 a 90 5 a 10 Até 5 172 Percentagem de edifícios exclusivamente e principalmente residenciais Anexo III ± Características e indicadores das zonas urbanas População residente (n.º): Inferior a 1000 Coroa Norte 1000 a 2000 2000 a 3000 3000 a 5000 Coroa Oeste 9327 Colina Norte Cansado Granja Violetas Coroa Noroeste Pires Marques Quinta Nova Centro Granja Park Zona de Lazer R. Perdizes, Fonte Santa, ESA Carapalha Montalvão Zona Industrial Hospital Valongo / Socorro Coroa Sul Monte Índio Dr Beirão Densidade populacional (hab./ha): Até 5 5 a 10 10 a 20 20 a 40 Coroa Norte 40 a 80 80 a 120 Coroa Oeste 120 a 160 Colina Norte Granja Violetas Quinta Nova Pires Marques Cansado Centro R. Perdizes, Fonte Santa, ESA Granja Park Coroa Noroeste Zona de Lazer Carapalha Montalvão Zona Industrial Hospital Valongo / Socorro Coroa Sul Monte Índio 173 Dr. Beirão Percentagem de População residente (%): Inferior a 3 3a6 6 a 10 10 a 20 Superior a 20 8,4 5,6 10,5 8,7 30,2 3,2 5,9 5,8 6,3 7,3 5,0 Densidade de alojamentos (alojamentos/ha): Até 3 3a7 7 a 14 14 a 27 Coroa Norte 27 a 40 40 a 53 Coroa Oeste 53 a 65 Superior a 65 Colina Norte Granja Violetas Coroa Noroeste Quinta Nova Pires Marques Cansado Centro Granja Park Zona de Lazer R. Perdizes, Fonte Santa, ESA Carapalha Montalvão Zona Industrial Hospital Valongo / Socorro Coroa Sul Monte Índio Dr. Beirão 174 Anexo IV ± Atracção e geração de tráfego Origens % 1 ± Cidade Centro 17.60 20 ± Cidade Zona Industrial 11.92 3 ± Cidade Quinta Pires Marques 7.65 14 ± Cidade Granja / Violetas 5.82 13 ± Cidade Hospital / Bombeiros 5.61 6 ± Cidade Quinta da Carapalha 5.38 7 ± Cidade Valongo 4.96 15 ± Cidade Colina Norte / Museu / Modelo 3.96 4 ± Cidade Cansado / Matadouro 3.20 8 ± Cidade Montalvão 3.04 9 ± Cidade Zona de Lazer 2.88 5 ± Cidade Rib. das Perdizes / Fonte Santa / ESA 2.79 11 ± Cidade Quinta Dr. Beirão 2.69 27 ± Concelho Eixo Norte 2.54 23 ± Concelho Eixo Sul 2.10 2 ± Cidade Quinta Nova / Cemitério 2.06 32 ± Cova da Beira 2.01 10 ± Cidade Granja Park 1.74 26 ± Concelho Norte 1.19 28 ± Concelho Este 1.18 25 ± Concelho Noroeste 1.16 12 ± Cidade Monte do Índio 1.11 29 ± BIS Idanha-a-Nova 1.00 31 ± BIS Vila Velha de Ródão 0.99 33 ± Pinhal Interior Sul 0.99 24 ± Concelho Oeste 0.79 34 ± Distritos limítrofes 0.77 35 ± Resto da Região Centro 0.76 37 ± Sul 0.60 30 ± BIS Penamacor 0.56 22 ± Concelho Sudeste 0.23 21 ± Concelho Outros locais da freguesia de C. Branco 0.22 36 ± Norte 0.20 18 ± Cidade Coroa Norte 0.14 19 ± Cidade Coroa Oeste 0.09 16 ± Cidade Coroa Sul 0.04 17 ± Cidade Coroa Nordeste 0.00 Destinos % 1 ± Cidade Centro 24.63 20 ± Cidade Zona Industrial 11.54 6 ± Cidade Quinta da Carapalha 7.73 3 ± Cidade Quinta Pires Marques 6.31 13 ± Cidade Hospital / Bombeiros 6.00 14 ± Cidade Granja / Violetas 5.74 9 ± Cidade Zona de Lazer 5.17 15 ± Cidade Colina Norte / Museu / Modelo 4.79 11 ± Cidade Quinta Dr. Beirão 4.52 7 ± Cidade Valongo 3.50 5 ʹ Cidade Rib. das Perdizes / Fonte Santa / ESA 3.28 4 ± Cidade Cansado / Matadouro 3.28 8 ± Cidade Montalvão 2.80 10 ± Cidade Granja Park 1.38 23 ± Concelho Eixo Sul 1.09 27 ± Concelho Eixo Norte 0.92 2 ± Cidade Quinta Nova / Cemitério 0.90 12 ± Cidade Monte do Índio 0.83 33 ± Pinhal Interior Sul 0.71 32 ± Cova da Beira 0.68 26 ± Concelho Norte 0.62 25 ± Concelho Noroeste 0.55 34 ± Distritos limítrofes 0.55 28 ± Concelho Este 0.49 31 ± BIS Vila Velha de Ródão 0.44 29 ± BIS Idanha-a-Nova 0.36 35 ± Resto da Região Centro 0.34 37 ± Sul 0.20 21 ± Concelho Outros locais da freguesia de C. Branco 0.19 30 ± BIS Penamacor 0.14 22 ± Concelho Sudeste 0.11 18 ± Cidade Coroa Norte 0.09 24 ± Concelho Oeste 0.07 36 ± Norte 0.04 16 ± Cidade Coroa Sul 0.00 17 ± Cidade Coroa Nordeste 0.00 19 ± Cidade Coroa Oeste 0.00 175 Anexo V ± Análise aos instrumentos de gestão territorial 1) PDM de Castelo Branco: - CAPÍTULO II - Áreas de servidão administrativa SECÇÃO I - Infra-estruturas básicas Artigo 7.° - Rede municipal Ponto 2.4 - As áreas de protecção as vias urbanas serão definidas nos planos de urbanização e de pormenor dos respectivos aglomerados. - CAPÍTULO IV - Espaços urbanos e urbanizáveis SECÇÃO II ± Áreas Urbanas Artigo 34.° - Estacionamento Ponto 1 - O número de lugares de estacionamento a prever nos planos de ordenamento do território, nos loteamentos e novas construções a aprovar terá os valores mínimos apontados no quadro seguinte: Alcains, Cebolais de Cima/Retaxo Restantes sedes de freguesia Outras áreas urbanas Habitação 1,5 lugares / fogo 1 lugar / fogo Comércio e Serviços 2 1 lugar / 30 m 1 lugar / 50 m 2 1 lugar / fogo 1 lugar / 75 m 2 Indústria 2 1 lugar / 50 m Hotelaria 1 lugar / 4 Similares de hotelaria 2 1 lugar / 15 m 1 lugar / 50 m 2 1 lugar / 4 1 lugar / 25 m 2 1 lugar / 50 m 2 1 lugar / 4 1 lugar / 30 m 2 Ponto 2 - A percentagem mínima de lugares de estacionamento público será, para cada tipo de uso, de: Habitação-70 %; Comércio e serviços-70 %; Indústria-20 %; Hotelaria-20 %; Similares de hotelaria-80 %. Ponto 3 - Sempre que as condições urbanísticas do local não possibilitem a obtenção dos valores atrás referidos, os mesmos deverão aproximar-se tanto quanto possível dos valores mínimos de referência, devendo contudo tal solução ser sempre devidamente justificada e aceite pela Câmara Municipal. SECÇÃO III - Áreas urbanas a recuperar Artigo 35.° - Definição, edificabilidade e usos Ponto 2 - Estas arcas serão objecto de plano de pormenor obrigatório. Só serão licenciadas novas construções após a elaboração dos respectivos planos de pormenor, os quais obedecerão aos seguintes condicionamentos: e) Estacionamento público - um lugar/fogo e um lugar/50 m2 de comércio e serviços. 176 SECÇÃO IV ± Espaços urbanizáveis Artigo 38.° - Estacionamento Ponto 1 - Nas áreas urbanizáveis de Castelo Branco, Alcains e Cebolais/Retaxo o número de lugares de estacionamento a prever nos planos de ordenamento do território, nos loteamentos e novas construções a aprovar terá os valores mínimos apontados no quadro seguinte: Habitação Comércio e Indústria Hotelaria 1 lugar / 30 m de hotelaria Serviços 1,5 lugares / Similares 2 fogo 1 lugar / 50 m 1 lugar / 4 1 lugar / 15 m 2 2 Ponto 2 - A percentagem mínima de lugares de estacionamento públicos será, para cada tipo de uso, de: Habitação-70 %; Comércio e serviços-70 %; Indústria-20 %; Hotelaria-20 %; Similares de hotelaria-80 %. SECÇÃO V ± Espaços industriais Artigo 40.° - Condições de edificabilidade Ponto 3 - O número mínimo de lugares de estacionamento encontra-se definido no artigo 34.°, sendo o valor da sede de freguesia respectiva, no caso de a unidade industrial se situar fora de uma área urbana. SECÇÃO VII ± Cedências e compensações Artigo 45.° - Índices de cedência Ponto 2 - Os parâmetros mínimos de dimensionamento para as áreas de espaços verdes, equipamentos públicos e outras infra-estruturas são os definidos pela Portaria n.º 1182/92, de 22 de Dezembro, ou outra que a revogue, sem prejuízo de outros índices especificados neste Regulamento, nomeadamente no que se refere a estacionamento. 2) Plano Geral de Urbanização de Castelo Branco (1991): - SECÇÃO II ± Das zonas que compõem o plano SUB-SECÇÃO I - Zonamento Artigo 10.° - Zona Industrial Ponto 11 ± Todas as vias deverão ser concebidas para que o trânsito, circulação e manobras se façam com facilidade. Deverão, também, permitir a inscrição de uma circunferência com diâmetro mínimo de 20 m. Artigo 12.° - Zonas de circulação 177 Ponto 1 ± São zonas classificadas como de circulação exclusiva do sistema viário principal e secundário de veículos, de peões e de estacionamento. Ponto 2 ± Todos os terrenos e construções devem ser servidos por vias públicas e ou acessos, que garantam boa visibilidade, permitam a circulação dos veículos específicos, independentemente das operações de carga, descarga, manutenção de edificações ou estacionamento, e permitam, em boas condições, as manobras dos veículos de protecção civil e recolha de lixo. Ponto 3 ± O perfil transversal mínimo das vias do sistema secundário para a área de intervenção do plano é de 6,5 m, exceptuando-se as já existentes, em zonas consolidadas ou nas zonas de começo de ocupação clandestino, em que este valor é de 5,5 m. Ponto 4 ± Todas as vias de impasse deverão permitir no extremo do seu interior a inscrição de uma circunferência com o diâmetro mínimo de 15 m. Ponto 5 ± Deverá sempre ser previsto estacionamento no interior do lote, fora da via pública, excepto nos casos em que se verifique manifesta impossibilidade ou estudo efectuado, nomeadamente: Por construções já existentes; Parques de estacionamento públicos de apoio a zonas urbanas vizinhas; Definição de estacionamentos colectivos em plano. 2 Ponto 6 ± O número de estacionamentos públicos (12,5 m de área útil) deverá ter em consideração: Para edifícios de habitação já existentes, 1 lugar / fogo; Para edifícios a construir, 1 lugar / fogo, acrescidos de 1 lugar suplementar por cada 15 fogos; Para edifícios comerciais um lugar por cada 50 m 2 de área útil até 2 estabelecimentos de 80 m . Para valores superiores a este, por cada 40 2 m de área útil; 2 Para outros edifícios, 1 lugar por cada 50 m de área útil ou no mínimo, um quarto de área útil; Para edifícios destinados a instalações turísticas e hoteleiras, 1 lugar por cada 2 quartos de hóspedes; Para salas de espectáculos e locais de reunião, 2 lugares por cada 5 lugares; Para restaurantes, 1 lugar por cada 10 clientes; Para instalações industriais, uma área a utilizar pelo pessoal igual a um décimo da área coberta total de pavimentos. 3) Revisão do Plano de Urbanização de Castelo Branco (2007): - CAPÍTULO II - Solo Urbanizado SECÇÃO I ± Espaços habitacionais SUB-SECÇÃO I ± Zonas históricas 178 Artigo 37 ± Regime específico Ponto 2 ± São admitidas obras de: e) Construção sob o edifício de caves para estacionamento, áreas técnicas e arrecadações afectas às diversas unidades de utilização do edifício e respectivas ampliações, condicionada à possibilidade de integração arquitectónica da entrada e à inexistência de vestígios arqueológicos cuja salvaguarda seja de reconhecido interesse. SECÇÃO IV ± Área de localização empresarial Artigo 37 ± Regime específico Ponto 11 - O parqueamento deve ser arborizado na proporção de uma árvore para cada 4 lugares previstos. Ponto 12 - São permitidas coberturas aligeiradas para sombreamento das áreas de parqueamento, que devem ser objecto de licenciamento. Ponto 16 - Todos os arruamentos devem ser concebidos para que o trânsito, circulação e manobras se façam com facilidade, e permitam, pelo menos no seu final, a manobra de veículos pesados; em caso de previsão de rotunda esta deve permitir a inscrição de uma circunferência, com o diâmetro mínimo de 20,0 m. Ponto 17 ± Os valores aplicáveis a Vias Municipais e Parqueamento, devem respeitar, para os diferentes usos, o disposto no Regulamento de PUCB. - CAPÍTULO III - Solo cuja urbanização seja possível programar SUB-SECÇÃO I ± Zonas de expansão Artigo 57 ± Princípios Ponto 4 ± Os objectivos gerais de intervenção nestas zonas são: a) Integração e articulação com o tecido urbano preexistente; c) Privilegiar o percurso público urbano como estruturador da ocupação pelo edificado; d) Resposta às necessidades da Estrutura Verde Principal e Secundária, dos Equipamentos de Uso e Interesse Colectivos e da Rede Viária; e) Valorização dos espaços de circulação e recreio/lazer; f) Arborização sistemática; g) Obtenção de espaços destinados ao parqueamento de ligeiros; h) Adequação da Rede Viária às funções no sistema geral. - CAPÍTULO IV ± Estrutura ecológica urbana SECÇÃO I ± Estrutura verde principal Artigo 70 ± Zona do Castelo Ponto 2 - A Zona do Castelo é, também, uma área destinadas a permitir a exploração agrícola e/ou agro-florestal, o coberto vegetal (arbóreo, arbustivo e herbáceo), realizado com espécies autóctones ± de preferência por sobreiro, azinheira e oliveira, e cuja implantação não deverá constituir cortina opaca, à rede viária e ao estacionamento públicos, devidamente enquadrados, arbórea e arbustivamente, a equipamento de uso e de interesse colectivos, através do 179 apoio ao lazer, convívio e encontro da população, incluindo as instalações necessárias ao seu funcionamento e manutenção. Artigo 72 ± Parque urbano Ponto 4 ± A pavimentação destas vias, sem prejuízo do aplicável para a Rede Viária neste regulamento, deve ser permeável ou semipermeável; Artigo 74 ± Espaços verdes e de recreio e lazer Ponto 2 ± 3 - Os necessários pavimentos das vias pedonais, estacionamentos, vias de circulação automóvel restrita e espaços públicos devem ser preferencial e primordialmente permeáveis (ajardinamento) ou semipermeáveis, sem prejuízo das condicionantes técnicas e funcionais das áreas constituintes. - CAPÍTULO V ± Infra-estruturas SECÇÃO I ± Infra-estruturas de transporte Artigo 80 ± Identificação Ponto 2 - Incluem-se nesta categoria não só o canal ferroviário da Linha da Beira Baixa como o Terminal rodoviário, o Centro coordenador de transportes, o Interface de transportes e a Plataforma intermodal, o Terminal ferroviário e o Heliporto, incluindo as instalações destinadas à manutenção, reparação e exploração. Artigo 81 ± Regime Ponto 1 ± Para além das Servidões e Restrições de Utilidade Pública da rede ferroviária, os espaços destinados a Equipamento de Uso e Interesse Colectivos referidos no número anterior, têm de cumprir, cumulativamente: c) Instituição de um sistema de circulação que favoreça a ligação fácil, rápida e cómoda entre os vários meios de transporte público. SECÇÃO II ± Circulação Artigo 82 ± Identificação Ponto 1 - As Infra-estruturas de circulação e Parqueamento são constituídas pelos arruamentos, Espaços-canal, áreas de Equipamento de Uso e Interesse Colectivos complementares da Rede Viária e Parqueamento automóvel já existentes ou propostas. Ponto 2 - Estas vias visam a necessária circulação automóvel, mas também a estruturação da cidade, pelo que a sua implementação deverá articular o projecto viário com o desenho urbano e/ou paisagístico das faixas marginais. Ponto 3 - Incluem-se nesta categoria, não só os arruamentos que constituem as designadas Estradas Nacionais e Vias Municipais, como os nós ± exclusivamente viários ou não, em diversas tipologias e o parqueamento público. Artigo 83 ± Rede viária Ponto 1 ± A Rede Viária interior ao Perímetro Urbano do PUCB e assinalada na Planta de Zonamento, ordenada e hierarquizada de acordo com as funções e características das rodovias, deve ser subdividida em: a) Rede Rodoviária Nacional; b) Vias Municipais. 180 Ponto 2 ± A Rede rodoviária nacional compreende: a) A Rede fundamental ± o traçado do IP 2; b) A Rede regional ± O traçado da ER 233. Ponto 3 ± Para a Estrada Regional é adoptado o regime constante do Regulamento do PUCB. Ponto 4 ± As Vias Municipais, existentes ou propostas, compreendem, dentro do Perímetro Urbano do PUCB: a) Rede Primária, que inclui: 1. As Vias Urbanas Principais de Nível 1 (VUP 1), que garantem as interconexões urbanas estruturantes e supletivamente ligações entre sectores da cidade e desta às Estradas Nacionais; 2. As Vias Urbanas Principais de Nível 2 (VUP 2), que garantem as ligações urbanas estruturantes e supletivamente, ligações entre sectores da cidade, e são constituídas pelas Vias Distribuidoras/colectoras gerais; b) Rede Secundária, que inclui: 1. As Vias Secundárias (VS), que asseguram predominantemente funções de complemento com as Vias Urbanas Principais, criando alternativas na ligação entre sectores da cidade e o estabelecimento de acessos locais ao tecido de actividades e estruturação do tecido urbano e são constituídas pelas Vias Distribuidoras/colectoras locais; 2. Vias Locais (VL), que asseguram as funções particulares locais e são constituídas pelas Vias de Acesso Local Ponto 5 - Os Nós Viários, existentes ou propostos, que asseguram as ligações e acessos fundamentais entre vias, classificam-se em quatro ordens: 1ª Ordem ± quando integram a Rede Primária; 2ª Ordem ± quando integram a Rede Secundária; 3ª Ordem ± quando estabelecem ligações entre a restante Rede Secundária e esta e a Rede Local; 4ª Ordem ± quando estabelecem ligações entre a restante Rede Local. Ponto 6 - Na Planta de Zonamento são assinaladas: a) A Rede Primária ± Vias Urbanas Principais de Nível 1, constituída pelo sistema inter-nós de N1 a N21; b) A Rede Secundária ± Vias Urbanas Principais de Nível 2; c) Os nós que deverão ser objecto de estudos e projectos específicos. c) A Rede Local que assegura funções de complemento com as Vias Urbanas Principais, criando alternativas na ligação entre sectores da cidade. Ponto 7 ± Constituem a Rede Primária ± Vias Urbanas Principais de Nível 1 (VUP 1), as seguintes vias: - N1 a N5 (Nó Sul do IP 2/ex-EN 18) - N5 a N9 (R. José Olaia Lopes Montoya/Av. do Brasil - troço poente) - N 9 a N11 (R. Qtª do Amieiro de Cima/R. Qtª do Amieiro de Baixo) - N 11 a N 13 (Av. da Europa) 181 - N 13 a N 14 (Ligação Noroeste) - N 14 a N5 (R. Dr. Francº Robalo Guedes/Av. Rotary/R. Dr. Henrique Carvalhão/R. Tem. Corel António Elias Garcia/Av. Cidade de Zhuhai ± troço Sul) - N 7 à Variante Sul (a realizar) - N 8 à Variante Sul (Av. Carapalha ± troço Norte/R. Dr. Simplício Magro, a realizar parcialmente) - N 11 à ER 233 (Rotunda Europa/Av. de Espanha) - N 13 à ER 112 (Estrada do Salgueiro) - N 14 à ER 233 (N 14 a N 19) - N 20 a N 21 (Via interior estruturante da ALE ± troço Este-Oeste/Variante Sul) Ponto 8 ± Constituem a Rede Secundária ± Vias Urbanas Principais de Nível 2 (VUP 2), as seguintes vias: - Via estruturante da ALE ± troço Norte/Sul - Variante à ex-EN 18 (Cruz de Montalvão, a realizar) - Av. do Empresário - R. Eugénio Lima/R. Américo Dias Bento/R. Dr. Eduardo/Futura ligação à ALE - Avenida Cidade de Zhuhai (restante troço) - Av. Pedro Álvares Cabral - Av. Afonso de Paiva - Ex ± EN 18 - R. da Circunvalação e prolongamentos - R. Dr. Manuel Lopes Louro - R. da Granja/R. Heróis de Dadrá/R. do Espírito Santo - R. Médico Henrique Ferreira - Av. 1º de Maio/Pç. Rª Dª Leonor - R. Pedro da Fonseca - R. da Srª de Mércules/R. da Estrela - R. Poeta João Ruiz/R. da Carapalha/R. Engº Frederico Ulrich/R. Dr. Hermano - R. Amato Lusitano - R. Camilo Castelo Branco - R. Engº Duarte Pacheco/Alameda do Cansado - R. Engº Vaz da Silva/Tv. do Matadouro - Futuro sistema viário do Bº do Disco - R. do Bonfim - R. Engº Pires Marques - R. Engº António Russinho - Sistema viário central da Cidade (R. Cadetes de Toledo/R. Srª da Piedade/Túnel Nascente/ R. do Saibreiro/Túnel Poente) 182 - Av. General Humberto Delgado - R. Ruivo Godinho/R. Fonte Nova/Futura ligação à Av. da Europa - Av. Nuno Álvares/Futura ligação à Av. do Brasil - Av. da Carapalha ± troço Sul/ex-EN 18-8 - Av. Brasil ± troço Nascente/Av. da Boa Esperança - R. da Srª de Mércules - Futura ligação da R. Bartolomeu da Costa à Av. da Europa - R. da Mina - R. Bartolomeu da Costa/R. das Olarias/R. Presidente Sidónio Pais - R. S. Sebastião/R. João Carlos Abrunhosa/R. S. Jorge Ponto 9 - A Rede Viária da cidade deve garantir os perfis ± transversais mínimos ± em metros, constantes do quadro seguinte: Ponto 10 - A Rede Viária da cidade deve garantir os valores - em metros e as características básicas e genéricas, constantes do quadro seguinte 183 Ponto 11 ± As características referidas nos números anteriores devem ser aplicadas quando possível e sempre que as preexistências não recomendem, tecnicamente, a sua total aplicação, devem ser procuradas soluções o mais possível aproximadas. De qualquer modo, exceptuam-se do disposto no número anterior, as existentes: a) Vias da rede secundária, englobadas em Zonas Históricas e/ou consolidadas, que possam complementar outras, paralelas, em sentidos opostos de tráfego; b) Vias da Rede Local em Zonas a Reabilitar/reconverter - em que o perfil transversal mínimo é de 7,50 metros. Ponto 12 - Nos troços de vias já existentes a incorporar na rede primária devemse salvaguardar prioritariamente e por esta ordem, as dimensões das faixas de rodagem, do separador central, dos passeios e as características dos nós e das paragens de transportes colectivos, sobre as outras. Ponto 13 ± Sempre que fisicamente seja possível, devem as vias existentes a reformular ou propostas, garantir o perfil-transversal tipo da via hierárquica imediatamente acima. Ponto 14 - Os PP e os projectos de loteamento, devem enquadrar a definição e a classificação da Rede Viária estabelecida no presente artigo e cumprir o disposto para os perfis, características e condições de utilização das vias. Ponto 15 - Todas as parcelas e lotes devem ser servidos por vias públicas e ou acessos, que garantam boa visibilidade, permitam a circulação dos veículos específicos, independentemente das operações de carga, descarga, manutenção de edificações ou estacionamento, e permitam, em boas condições, as manobras dos veículos de protecção civil e recolha de resíduos sólidos urbanos. Ponto 16 - As vedações dos lotes e parcelas confinantes com qualquer das Vias definidas no presente artigo, devem ter, ao longo do seu desenvolvimento, a altura máxima constante, de 1,80 metros, ser amaciadas até à altura de 0,50 metros e translúcidas, de preferência recoberta com verde ou sebe viva na faixa superior, sem prejuízo do disposto na legislação em vigor e no presente Regulamento. Ponto 17 - Todas as vias em impasse devem permitir no extremo do interior da sua faixa de rodagem, a inscrição de uma circunferência com o diâmetro mínimo de 15,00 metros ou, no caso de outra configuração, a manobra de um veículo pesado com o mínimo de 12,00 metros de comprimento. Ponto 18 - Em caso de inclusão de um espaço permeável para caldeira para árvores (opcional ou obrigatória), à dimensão da largura de cada passeio, definida no presente artigo para a Rede Secundária, é acrescentado 1,0 m SECÇÃO III ± Parqueamento Artigo 85 ± Regime 184 Ponto 1 - Para efeitos do cálculo da área de estacionamento necessária a veículos, para o Perímetro Urbano do PUCB, devem considerar-se, por cada lugar, como mínimos: Ponto 2 - As áreas ou lugares de estacionamento público obrigatório estabelecidos no Regulamento do PUCB são insusceptíveis de constituir fracções autónomas independentes das unidades de utilização dos edifícios a que ficam imperativamente adstritas. Ponto 3 - As dimensões mínimas em metros para os diversos tipos de estacionamento ficam estabelecidas como se segue: Ponto 4 - Só são admitidos, pela CMCB, em casos devidamente justificados, tolerâncias lineares, por defeito ou por excesso, de até 0,20 metros, ao disposto no número anterior, com as decorrentes consequências no cálculo das respectivas áreas. Ponto 5 - As áreas destinadas exclusivamente a estacionamento público, paragens de transportes colectivos ou parqueamento situadas fora da continuidade da camada de desgaste superficial das faixas de rodagem, em recorte ou outro local específico, devem ser pavimentadas com materiais não impermeabilizantes, preferencialmente com cubos de granito. Ponto 6 - Nos edifícios ou áreas destinadas ao uso habitacional, são obrigatórias as seguintes áreas de estacionamento: Ponto 7 ± A estes valores haverá que acrescentar 20% do número de lugares global de estacionamento público, na aplicação da percentagem por arredondamento às unidades por excesso. Ponto 8 - Nos edifícios ou áreas destinadas a comércio nas sua formas legalmente definidas e do ramo alimentar, não alimentar e/ou misto, são obrigatórias as seguintes áreas de estacionamento: 185 P o n t o 9 - Nos edifícios ou áreas destinadas a serviços, são obrigatórias as seguintes áreas de estacionamento: Ponto 10 ± Dos valores referidos nos números anteriores, 30% dos lugares de estacionamento adjacentes às vias de circulação públicas, no mínimo, por aplicação da percentagem por arredondamento às unidades por excesso, ficam integrados no domínio público municipal. Ponto 11 - Nos edifícios ou áreas destinados à indústria e/ou armazéns, é obrigatória a existência, para pessoal e visitantes, das seguintes áreas de estacionamento: Ponto 13 - Em função do tipo de indústria a instalar, a CMCB pode exigir um estudo de tráfego nos termos estabelecidos no presente artigo. Ponto 14 - É obrigatória a apresentação de um estudo de tráfego à CMCB, nos casos de comércio, em todas as suas formas legalmente definidas, com uma ABC superior a 2500. Ponto 15 - O estudo de tráfego referido no número anterior deve conter, designadamente, elementos que permitam avaliar: 186 a) A acessibilidade do local em relação ao transporte individual e colectivo; b) O esquema de circulação na área de influência directa do empreendimento; c) Os acessos à edificação; d) A capacidade das vias envolventes; e) A capacidade de estacionamento no próprio lote ou na parcela do empreendimento e nas vias que o constituem a sua envolvente imediata; f) O funcionamento das operações de carga e descarga; g) O estacionamento de veículos pesados. Ponto 16 - Para outros estabelecimentos, são obrigatórias as seguintes áreas de estacionamento no interior do lote ou parcela: a) Restauração e bebidas ± 1 lugar por cada oito lugares de lotação autorizada; b) Para as salas ou conjunto de salas de uso público, designadamente de uso exclusivo de divertimento, espectáculos, de congressos, de conferências com: 1. Capacidade superior a 250 lugares ± 1 lugar por cada 5 lugares de lotação autorizada; 2. Capacidade inferior a 250 lugares - obrigatória apresentação de estudo de caracterização do estacionamento. c) Para estabelecimentos com espaço destinado a dança ± 1 lugar por cada cinco lugares de lotação autorizada; d) Outros estabelecimentos de diversão ± 5 lugares de estacionamento por cada 100 m2 ou fracção de área total de pavimentos indiferenciados. Ponto 17 - As obras de alteração com vista à reutilização de salas de uso público existentes, desde que não seja aumentada a sua capacidade inicial, não obrigam ao estacionamento previsto no disposto do presente artigo. Ponto 18 - Nos edifícios destinados a estabelecimentos hoteleiros, as áreas a reservar para estacionamento no interior do lote ou parcela deverão corresponder a 1 lugar de estacionamento por cada 2 quartos ou fracção. Ponto 19 - Para além da área necessária ao estacionamento de veículos ligeiros, deve ainda ser prevista no interior do lote uma área para o estacionamento de veículos pesados e de passageiros, a determinar, caso a caso, em função da dimensão e localização da unidade hoteleira, nunca inferior a 2 lugares. Ponto 20 - Deve prever-se uma área mínima de estacionamento de 1 lugar por 70 quartos ou fracção para o parqueamento de veículos pesados de passageiros. Ponto 21 - Quando os estabelecimentos hoteleiros integrem outras actividades no mesmo edifício do estabelecimento hoteleiro, deve aplicar-se para aquelas o estabelecido no presente artigo. 187 Ponto 22 - As entradas dos estabelecimentos hoteleiros deve prever facilidades para tomada e largada de passageiros, sem ocupação das faixas de rodagem. Ponto 23 - A instalação de escolas de condução, agências e filiais de aluguer de veículos sem condutor, stands de automóveis e oficinas de reparação automóvel, fica condicionada à comprovação de existência de área de estacionamento no interior do lote para o número de veículos licenciados. Ponto 24 - Sem prejuízo do estabelecido no número anterior, devem considerarse, como mínimo: a) Escolas de condução - 5 lugares; b) Restantes casos - 10 lugares. Ponto 25 - A CMCB deve proceder à verificação da existência de condições de acessibilidade e de capacidade de estacionamento necessárias ao licenciamento da instalação das actividades referidas nos dois números anteriores do presente artigo. Ponto 26 - Para a instalação de Equipamentos de Uso e Interesse Colectivos, designadamente de ensino (básico, secundário e/ou superior), desportiva, hospitalar e de culto religioso, procede-se à definição e fundamentação nos respectivos PP e/ou operações de loteamento, das condições de acessibilidade e da capacidade de estacionamento, não podendo ser inferior a 1 lugar por 100 m2 de ABC, nas condições previstas para os casos de a AT da parcela ou do lote se situar ou entre 1 e 2,5 hectares ou acima deste valor. Ponto 27 ± Para além de lugares de estacionamento, deve ser prevista, sempre que possível, uma gare de paragem de veículos junto à entrada dos de Equipamentos de Uso e Interesse Colectivos, com abrigo, fora da faixa de rodagem das vias. Ponto 28 - Nos casos especiais tipificados nas alíneas seguintes, é admitido o licenciamento de projectos de obras e de utilização de edificações, sem que os mesmos prevejam as capitações aplicáveis, estabelecidas no âmbito do presente capítulo: a) Intervenções em edifícios classificados ou localizados em Zonas Históricas ou consolidadas, quando a criação de acesso de viaturas ao seu interior prejudique ou seja incompatível com as suas características arquitectónicas ou com vestígios arqueológicos passíveis de salvaguarda e valorização; b) Edificações a levar a efeito em parcelas sem possibilidade de acesso de viaturas ao seu interior, seja por razões de topografia, das características do arruamento ou de tráfego; c) Nas Zonas Consolidadas, quando se verifiquem mudanças de uso residencial e não seja possível criar áreas de estacionamento, e nas seguintes situações: 1. Para comércio, indústria e serviços, no piso térreo e com entrada independente da do uso residencial; 188 2. Para comércio, indústria e serviços em cave e sobreloja, desde que esses espaços contactem directamente com o piso térreo; d) Quando a parcela onde se pretenda, e seja possível, levar a efeito uma construção nova, tenha uma largura média inferior a 7 metros, à excepção das habitações unifamiliares, às quais se aplicará o disposto no presente artigo; e) Quando da impossibilidade ou da inconveniência de natureza técnica, nomeadamente em função de características geológicas do solo, níveis freáticos, comprometimento da segurança de edificações envolventes e interferência com equipamentos e infra-estruturas. Ponto 29 - A CMCB pode prescindir da aplicação do estabelecido no número anterior, em caso de obras de beneficiação, conservação, consolidação, reabilitação integral, reconstrução ou de recuperação, das edificações situadas nas Zonas Históricas ou Consolidadas, quando, perante a sua qualidade estética, tal implique modificações significativas no aspecto exterior original, descaracterizando-o. Ponto 30 ± Nas zonas de Solo Urbanizado Históricas, Consolidadas ou a Reabilitar/reconverter, sempre que as condições urbanísticas não permitam a aplicação dos valores previstos no presente artigo, deve ser a CMCB indemnizada, a título compensatório, nos moldes definidos no Regulamento de Estacionamento e Parqueamento da cidade de Castelo Branco; Ponto 31 - O disposto nos números anteriores, relativamente à aplicação do valor global de necessidade de estacionamento de uma percentagem de lugares destinados a uso público, pode ser reduzido ou dispensado nos lotes destinados a construções de habitação social e de habitação de custos controlados, relativamente aos quais apenas será exigível uma área para estacionamento nos espaços públicos adjacentes aos arruamentos rodoviária equivalente a um carro por fogo para residentes, e ainda 0,5 lugares por fogo para visitantes. Ponto 32 - Em alternativa, é admitida a construção, na área do loteamento, de estacionamento em silo, servindo mais do que um lote, desde que se assegure o número mínimo de lugares de estacionamento. Ponto 33 - Todas as áreas destinadas a estacionamento, que não sejam localizadas no interior do lote, devem ser integradas no domínio público municipal. Ponto 34 - Para efeitos do cumprimento do disposto no presente artigo, em edifícios de habitação multifamiliar, é permitida a junção de duas ou mais caves ou semi-caves de estacionamento, a fim de permitir a existência de apenas uma entrada e/ou saída de veículos comum. Ponto 35 ± Os lugares para estacionamento, em caves, devem sempre estar adstritos às respectivas fracções independentemente do uso a que estas se destinem. 189 Ponto 36 ± Nos alçados virados para o espaço público deve evitar-se a presença excessiva de garagens e de acessos a estacionamento. Ponto 37 ± Nas edificações de gaveto, o acesso às garagens ou estacionamento deve, preferencialmente, situar-se no arruamento de hierarquia inferior. Ponto 38 ± Em qualquer parqueamento público o número de lugares destinados a pessoas com locomoção condicionada deve ser de 1 para 30. Título IV ± Execução do plano - CAPÍTULO II - Subunidades operativas de planeamento e gestão (SUOPG) SECÇÃO II ± SUOPG 2 a 8 Artigo 97 ± Objectivo/Programa Ponto 2 - Para além dos objectivos definidos no número anterior, cada SUOPG deve ter como objectivos programáticos particulares: d) SUOPG 5 (ZUC 4) ± %+RUWDG¶$OYD 2. Reformulação do sistema viário/pedonal; e) SUOPG 6 (ZUC 5) ± Zona do Cansado: g) SUOPG 8 (ZUC 7) ± Zona Qtª Dr. Beirão: 1. Redefinição da inserção na Rede Viária; 2. Reformulação do sistema viário/pedonal. SECÇÃO III ± SUOPG 9 a 19 Artigo 99 ± Objectivo/Programa Ponto 2 ± Para além dos objectivos definidos no número anterior, cada SUOPG deve ter como objectivos programáticos e/ou orientações urbanísticas particulares: a) SUOPG 9 (ZUR 1) ± Buenos Aires: 1. Redefinição do perfil-transversal da ER 233; 2. Arborização desta via; b) SUOPG 10 (ZUR 2) ± Cruz de Montalvão: 1. Redefinição do perfil-transversal da ex-EN 118 e requalificação arquitectónica deste eixo de entrada; 2. Arborização das vias; c) SUOPG 11 (ZUR 3) ± Valongo/Vale da Raposa: 1. Hierarquização urbana e viária, sobretudo ao longo da Variante Sul; 2. Arborização das vias; 7. Articulação com a Variante Sul; d) SUOPG 12 (ZUR 4) ± São Gens: 1. Dotação de condições de acessibilidade viária e da restante infraestruturação; e) SUOPG 13 (ZUR 5) ± Ribeiro das Perdizes: 1. Hierarquização urbana e viária, sobretudo ao longo da Variante Sul; 2. Arborização das vias; 7. Articulação com a futura via de cintura Sul e com a Qtª da Carapalha; 190 9. Criação de passagens pedonais desniveladas com o caminho-deferro. f) SUOPG 14 (ZUR 6) ± Bonfim: 1. Hierarquização urbana e viária; 2. Arborização das vias; 6. Preenchimento e redesenho da malha urbana de modo a redefinir a fronteira público/privado; g) SUOPG 15 (ZUR 7) ± Disco de Cima: 1. Hierarquização urbana e viária, com a abertura de uma via central; 2. Criação de uma zona verde central e arborização das vias; 4. Requalificação e redesenho da zona em termos de o dotar de um sentido de espaço(s) urbano(s); 5. Preenchimento e redesenho da malha urbana de modo a redefinir a fronteira público/privado; h) SUOPG 16 (ZUR 8) - Carapalha de Baixo: 1. Redefinição do perfil-transversal da estrada para Malpica; 2. Arborização das vias; j) SUOPG 18 (ZUR 10) ± Fonte do Tostão: 1. Dotação de condições de acessibilidade viária e da restante infraestruturação; k) SUOPG 19 (ZUR 11) ± Bairro do Barrocal: 1. Dotação de condições de acessibilidade viária e da restante infraestruturação; 6. Articulação com a Estrutura de verde contígua; SECÇÃO IV ± SUOPG 20 a 32 Artigo 101 ± Objectivo/Programa Ponto 2 ± Para além dos objectivos definidos no número anterior, cada SUOPG deve ter como objectivos programáticos e/ou orientações urbanísticas particulares: a) SUOPG 20 (ZUE 1) ± Zona Central Norte: 1. Desenho urbano em continuidade com o tecido da zona central; 3. Criação de um percurso pedonal central; 4. Articulação com a área do convento de Stº António. c) SUOPG 22 (ZUE 3) ± Qtª do Bosque: 1. Desenho urbano que marque a transição da zona central para a periferia através do volume do construído; f) SUOPG 25 (ZUE 7) ± Isabeldeiras: 1. Redefinição do perfil-transversal da ER 233; 5. Continuidade entre os nós 12 e 11. g) SUOPG 26 (ZUE 8) ± Qtª Pires Marques: 1. Desenho urbano com ênfase hierárquico na Av. de Espanha; 2. Adaptação da malha de quarteirão ao relevo natural; 191 h) SUOPG 27 (ZUE 9) ± Entrada Norte/Mina: 3. Desenho urbano com ênfase hierárquico na Av. da Mina; 4. Adaptação da malha de quarteirão ao relevo natural; i) SUOPG 28 (ZUE 10) ± Qtª da Torre/Qtª da Granja: 1. Formalização da linha de festo com alameda central e percurso pedonal; l) SUOPG 31 (ZUE 14) ± Carapalha Norte: 1. Redefinição de alguns perfis transversais; 2. Arborização das vias; 4. Requalificação do espaço urbano; 7. Articulação com a Variante Sul e com o Ribeiro das Perdizes. l) SUOPG 32 (ZUE 13) ± Barrocal Norte, (ZUE 5) ± Sul da Estação e ZUE 15 (Quinta do Carvalho): 4. Qualificação do desenho urbano ± viário e do edificado, poupando os elementos naturais; 6. Adopção de morfologias e tipologias do edificado que permitam a existência de sistemas articulados de sistemas viários e pedonais, sobretudo na ZUE 13; 11. Arborização das vias; 14. Articulação com a Variante Sul, com a continuidade da Av. Nuno Álvares e com o Ribeiro das Perdizes. 4) Plano de Pormenor do quarteirão da auto-mecânica da beira: - SECÇÃO II ± Considerações gerais de utilização e ocupação do solo Artigo 13.° - Rede viária e estacionamento Ponto 1 ± A rede viária e a implantação e capacidade dos parques de estacionamento, quer públicos, quer privados, obedecerão aos vínculos e disposições estabelecidas na planta síntese e nas peças escritas do presente plano; Artigo 14-º - Percursos e zonas de peões A implantação das áreas pedonais fica sujeita aos vínculos e disposições estabelecidos nas peças escritas do presente estudo e terão pavimento apropriado a definir em estudo de loteamento particular e posterior. 5) Plano de Pormenor da zona histórica e da Devesa de Castelo Branco: - CAPÍTULO III - Disposições relativas a espaços destinados à circulação viária e pedonal Artigo 6.° - Identificação São espaços destinados à circulação viária e pedonal (existentes, a transformar e a criar) os identificados como tal na planta de implantação, podendo ser assinalados os seguintes: a) Arruamentos, distinguidos em função do respectivo pavimento; 192 b) Praças e largos, identificados individualmente por caracteres alfanuméricos iniciados pelas letras «Pn»; c) Parques de estacionamento, identificados pelo símbolo «Pest.n»; d) Parque de estacionamento de iniciativa privada, identificado pelo símbolo «Pip»; e) Túneis, identificados por uma linha a tracejado castanha. Artigo 7.º - Disposições gerais Ponto 1 - Estes espaços visam: a) O circular e o estar pedonal, com os consequentes encontros de pessoas e animação da vida urbana; b) O circular e o estacionamento automóvel, neste caso muito condicionados (sobretudo o segundo) face à função central da parte baixa e às características medievais da parte alta; c) Uma leitura unitária do espaço urbano. Ponto 2 ² O objectivo referido na alínea c) do n.o 1 exige regras também unitárias para o tratamento do espaço público, que serão estabelecidas nos artigos seguintes. Artigo 8.º - Arruamentos Ponto 1 - Os arruamentos cujas funções são as de circular, bem como as de estar, são: a) Parte baixa ² eixo beirão (Ruas de Bartolomeu da Costa, das Olarias e da Sé, Largo da Sé, Praça do Rei D. José, Rua de Sidónio Pais, Alameda da Liberdade e Praça do Município); b) Parte baixa ² outros (Ruas de São Jorge, de João Abrunhosa, do Pina, de São Sebastião e de Vaz Preto); c) Parte alta ² principais, subdivididos em horizontais e verticais: Horizontais ² Ruas de Santa Maria, dos Ferreiros, do Arco do Bispo, do Arressário, da Sobreira e do Mercado; Verticais ² 5XDVGRV&DYDOHLURV1RYDG¶(JDGRV3HOHWHLURVGR3RoR das Covas, de Mouzinho Magro, dos Chões e do Relógio; d) Parte alta ² outros (Ruas da Caleja Nova, dos Lagares, das Cabeças, dos Passarinhos e do Torrejão, Travessas dos Oleiros, do Muro, de &DTXHOp H GD 0LVHULFyUGLD H 7UDYHVVDV GDV 5XDV G¶(JD GD 1RYD GD Sobreira, do Jasmim, do Muro, dos Oleiros e dos Peleteiros). Ponto 2 - Os arruamentos do eixo beirão (parte baixa) deverão ter o seguinte tratamento: lajedo em pedra na sua quase totalidade, enfatizando o carácter pedonal do percurso. Ponto 3 - Os outros arruamentos da parte baixa deverão ter o seguinte tratamento: lajedo em pedra nos passeios, cubo de granito na via e sarjetas. Ponto 4 - Os arruamentos principais da parte alta [subdivididos segundo consta na alínea c) do n.o 1] deverão ter o seguinte tratamento: 193 Horizontais ² lajedo intercalado com cubos de granito e caleira central em pedra, apenas nas partes onde aparece o lajedo, podendo ainda existir lajedo junto aos edifícios; Verticais ² cubos de granito e lajedo contínuo na parte central e caleira central em pedra, podendo ainda existir lajedo junto aos edifícios. Os outros arruamentos da parte alta, conjuntamente com as Ruas do Tenente Valadim, da Amoreirinha e da Figueira, da parte baixa, deverão ter o seguinte tratamento: cubos de granito com caleira central em pedra, podendo ainda existir lajedo junto aos edifícios. Artigo 9.º - Praças e largos Ponto 1 - As praças e largos têm funções de estar pedonal, deverão dispor de pavimentos em pedra e deverão ser associados a funções não habitacionais localizadas no rés-do-chão dos edifícios marginantes. Ponto 2 - Identificam-se os seguintes: P1 ² Largo da TravessDG¶(JD P2 ² Largo da Travessa do Jasmim; P3 ² Largo da Rua do Muro; P4 ² Largo de São João; P5 ² /DUJRGD5XDG¶(JD P6 ² Praça do Postiguinho de Valadares; P7 ² Largo da Rua dos Peleteiros; P8 ² Praça de Camões; P9 ² Praça da Palha; P10 ² Largo do Espírito Santo. Ponto 3 - Programa: P1 ² HVWH ODUJR UHVXOWDQWH GD DPSOLDomR GD 7UDYHVVD G¶(JD GHVWLQD-se a dar apoio ao equipamento social E1 e deverá ser equipado com mobiliário urbano; P2 ² largo resultante da ampliação da Travessa do Jasmim e que deverá ser marginado por uma nova frente urbana (O7); P3 ² pequena ampliação de um largo existente à custa da aquisição de uma habitação e sua demolição; P4 ² largo existente a manter e a remodelar, com introdução de novos pavimentos, privilegiando o uso pedonal. Deverá ainda ser de instalar um local ecoponto com contentores embebidos no solo, diverso mobiliário urbano e um parque de estacionamento subterrâneo; P5 ² largo existente a manter e a remodelar, com introdução de novos pavimentos e mobiliário urbano; P6 ² praça a ser criada após a demolição da torre da Telecom (Largo da Porta do Postiguinho de Valadares). Esta praça deverá ser equipada com 194 um parque de estacionamento subterrâneo para moradores da zona e público em geral, a ser projectada conjuntamente com o equipamento E2; P7 ² largo resultante do alargamento da Rua dos Peleteiros a articular com o projecto do elevador; P8 ² espaço central da estrutura medieval a qualificar ao nível do seu pavimento e inclusão de mobiliário urbano; P9 ² Praça da Palha, largo existente a manter e a remodelar, com introdução de novos pavimentos e mobiliário urbano; P10 ² largo a ser redesenhado, pavimentado e equipado com mobiliário urbano. Artigo 10.º - Estacionamentos Ponto 1 - Correspondem a parques de estacionamentos ao ar livre, cobertos ou subterrâneos, de utilização pública, reservados a moradores ou mistos. Ponto 2 - Identificam-se os seguintes: a) O parque situado na zona da Devesa (P.est.1) será subterrâneo e associado ao túnel norte e deverá ser de utilização pública, sujeito a tarifa, a definir em projecto urbano (número mínimo de lugares: 350; número máximo de lugares: 600); b) O parque situado a sul do ex-quartel (P.est.2) será subterrâneo e associado ao túnel sul e deverá ser de utilização mista ² privado e público, sujeito a tarifa ², a definir em projecto urbano (número mínimo de lugares: 100; número máximo de lugares: 160); c) O parque situado na Praça da torre da Telecom/Porta do Postiguinho de Valadares (P.est.3) será subterrâneo e deverá ser de utilização mista ² privado e público, sujeito a tarifa ², a definir em projecto urbano (número mínimo de lugares: 60; número máximo de lugares: 120); d) O parque situado na zona fronteira à Rua dos Cavaleiros (P.est.4) deverá ser de utilização mista ² privado e público, sujeito a tarifa ², a definir em projecto urbano (número mínimo de lugares: 50; número máximo de lugares: 80); e) O parque situado na zona superior ao Museu Tavares Proença (P.est.5) será ao ar livre e destina-se principal ou exclusivamente a moradores, a definir em projecto urbano (número mínimo de lugares: 40; número máximo de lugares: 60); f) O parque situado nas traseiras da Câmara Municipal (P.est.6) será subterrâneo e destina-se ao público em geral e à Câmara Municipal (número mínimo de lugares: 80; número máximo de lugares: 160); g) O parque de estacionamento do Largo de São João (P.est.7) será subterrâneo e deverá ser de utilização mista ² privado e público, sujeito a tarifa ², a definir em projecto urbano (número mínimo de lugares: 60; número máximo de lugares: 120); 195 h) O parque a situar no remate da Rua dos Peleteiros (P.est.8) será coberto e destina-se a moradores da zona (número mínimo de lugares: 15; número máximo de lugares: 30); i) O parque denominado «Pip» deverá ser de iniciativa particular e destinase a servir moradores da zona (número mínimo de lugares: cinco). CAPÍTULO IV - Disposições relativas a equipamentos e espaços verdes urbanos Artigo 13.º - Disposições específicas sobre equipamentos E1 ² equipamento: b) Orientação construtiva: Estacionamento² 10 lugares para apoio dos serviços próprios do equipamento. (apenas 1 dos 38 equipamentos faz referência ao número de lugares de estacionamento) Artigo 15.º - Disposições específicas sobre jardins J1 ² Parque da Cidade/Mata dos Loureiros: a) Objectivos programáticos ²renovação de mobiliário e equipamento urbano. J3 ² exteriores do jardim-de-infância/Quinta do Paço: b) Acções de projecto em curso ou a desenvolver - previsto parque de estacionamento; o mesmo deverá ser desenhado tendo em vista uma presença arbórea bem desenvolvida, quer em número de exemplares quer na sua dimensão. J4 ² jardins-de-infância: a) Objectivos programáticos - eventual análise de colocação de equipamento didáctico e de recreio; J5 ² envolvente ao Castelo: a) Objectivos programáticos - valorização paisagística de percursos pedonais; introdução de mobiliário urbano, iluminação decorativa e sinalética formativa; J6 ² Jardim Vaz Preto/Governo Civil: a) Objectivos programáticos - recuperação para uso público; melhoria de mobiliário e iluminação; J7 ² logradouro do Património/Praça de Camões: a) Objectivos programáticos - espaço inserido no «Percurso da Muralha», criação de zona de estada; melhoria de mobiliário e iluminação; introdução de sinalética formativa; J8 ² PSP/Governo Civil: a) Objectivos programáticos - alteração pontual de armadura de iluminação. J12 ² Senhora da Piedade: a) Objectivos programáticos - intervenção ao nível de pavimentos, mobiliário e sinalética formativa; J13 ² canteiros da Avenida de Nuno Álvares: 196 a) Objectivos programáticos - introdução de espécies herbáceas perenes e subarbustivas adaptadas às condições de sombra; J14 ² envolvente da Sé: a) Objectivos programáticos - intervenção ao nível de pavimentos, mobiliário e sinalética formativa; J15 ² colina do Castelo/Miradouro de São Gens: a) Objectivos programáticos ² valorização de percursos pedonais; introdução de mobiliário urbano e sinalética formativa; melhoria da iluminação; garantir ligações pedonais francas ao Castelo e ao Largo de F. Sanches; J16 ² Jardim dos Peleteiros: a) Objectivos programáticos ² transformação de logradouros em espaços exteriores públicos, com criação de espaços de lazer, encontro e estada, implantação de mobiliário, iluminação e sinalética formativa; J17 ² Praça Académica: a) Objectivos programáticos ² transformação de logradouros em espaço exterior público, com criação de espaços de lazer, encontro e estada, implantação de mobiliário, iluminação e sinalética formativa; 6) Plano de Pormenor da Quinta Pires Marques: CAPÍTULO II - Condições de utilização do solo SECÇÃO I - Ocupação do solo Artigo 11.º - Zonas verdes, equipamentos colectivos, rede viária e estacionamento Os espaços destinados a zonas verdes, equipamentos colectivos, rede viária e estacionamento definidas no Plano consideram-se equiparados, respectivamente, aos espaços verdes e de utilização colectiva, aos equipamentos de utilização colectiva, às infra-estruturas viárias e ao estacionamento, previstos na legislação em vigor relativa ao licenciamento de loteamentos urbanos, pelo que os respectivos valores de áreas são os que resultam da delimitação dessas zonas na planta de implantação. Artigo 16.º - Rede viária O traçado da rede viária, incluindo faixas de rodagem e passeios, é o constante da planta de implantação e da planta de trabalho ² rede viária do Plano. Artigo 17.º - Estacionamento Ponto 1 ² O estacionamento poderá ser público ou privado, conforme se situe no exterior ou no interior do lote, respectivamente. Ponto 2 ² A localização e configuração das áreas de estacionamento público é indicada na planta de síntese e tem carácter vinculativo. 197 Ponto 3 ² A localização e configuração das áreas de estacionamento privado em edifício individualizado para esse fim, designadas garagens, é indicada na planta de síntese e tem carácter vinculativo. Ponto 4 ² Os edifícios destinados a habitação colectiva, comércio ou serviços disporão obrigatoriamente de áreas de estacionamento, situadas em cave, que deverão ocupar a totalidade da área de implantação do edifício, excepto quando tal se manifeste de todo impossível, nomeadamente devido às características geológicas do terreno ou à configuração da rede viária que serve o edifício. Ponto 5 ² A compartimentação em fracções autónomas das zonas de estacionamento em cave apenas será permitida nos casos em que esteja salvaguardada a proporcionalidade de um lugar de estacionamento por fogo. O PP faz referência a 2 lotes (G3 e G4) que terão como uso exclusivo: garagens. 7) Plano de Pormenor da Quinta da Granja e da Quinta da Torre: CAPÍTULO II - Condições gerais de utilização e ocupação do solo Artigo 10.º - Rede viária e estacionamento Ponto 1 ² Toda a rede viária, incluindo os estacionamentos públicos à superfície, fica sujeita aos vínculos e disposições estabelecidos nas peças escritas e desenhadas do presente estudo e a definir com rigor no projecto de execução do(s) loteamento(s). Ponto 2 ² Nos edifícios de habitação colectiva é obrigatória a existência de uma área de estacionamento em cave(s), necessária, no mínimo, a um lugar de estacionamento por fogo. Ponto 3 ² Nas moradias unifamiliares é obrigatória a existência de dois lugares de estacionamento no interior do lote. 8) Plano de Pormenor da Quinta do Dr. Beirão: Ponto 13 ² Será obrigatória a construção de garagens colectivas em todos os prédios destinados a esse fim. 9) Plano de Pormenor do Campo da Bola: SECÇÃO II - Condições gerais de utilização e ocupação do solo Artigo 16.º - Rede viária e estacionamento Ponto 2 ² Os edifícios de comércio e ou serviços serão dotados de espaços de estacionamento de viaturas dos seus utentes dentro do perímetro do seu lote ou, quando não for possível, em áreas vizinhas. 10) Plano de Pormenor da Quinta da Granja/Isabeldeiras: 198 SECÇÃO I - Ocupação do solo Artigo 13.º - Ciclovia ² O traçado da ciclovia proposto na planta de implantação é vinculativo, pelo que será obrigatoriamente respeitado nos projectos. Artigo 14.º - Rede viária ± O traçado da rede viária, incluindo faixas de rodagem com passeio, é constante da planta de implantação e da planta de trabalho, tipo de pavimento e perfis transversais tipo. Artigo 15.º - Estacionamento Ponto 3 ² Os edifícios destinados a habitação colectiva, comércio ou serviços dispõem obrigatoriamente de áreas de estacionamento, situadas em cave que ocupe a totalidade da área de implantação do edifício, excepto quando tal não for possível, nomeadamente devido às características geológicas do terreno ou à configuração da rede viária que serve o edifício. Ponto 4 ± Para além dos valores estabelecidos no quadro síntese, há ainda a considerar, cumulativamente, a seguinte condição: os lugares de estacionamento localizados nas garagens de prédios de habitação colectiva são obrigatoriamente atribuídos na proporção de, pelo menos, um por fracção. 11) Plano de Pormenor da Quinta Dr. Mota/Quinta das Violetas: SECÇÃO II ± Condições gerais de utilização e ocupação do solo Artigo 13.º - Rede Viária e Estacionamento Ponto 3 ² Os parques de estacionamento , não localizados em cave ou semicave deverão ser cobertos de modo a permitir ajardinamento e ou arranjo paisagístico que dê uniformidade espacial e visual, de revestimento e vegetal, ao interior do quarteirão, e obriga a estudos de conjunto, caso a caso, a cargo dos requerentes. Artigo 14.º - Percursos e zonas de Peões ± (...) terão pavimento apropriado a definir em estudo particular e posterior. 12) Plano de Pormenor da Encosta do Castelo: CAPÍTULO II ± Condições gerais de utilização e ocupação do solo Artigo 14.º - Percursos e zonas de Peões ± (...) terão pavimento apropriado a definir em estudo particular e posterior. 13) Plano de Pormenor de Ampliação da Zona Industrial de Castelo Branco: Artigo 4.º - Caracterização e ocupação das parcelas industriais Ponto 3 ² Cada parcela deverá dispor obrigatoriamente de espaços para 2 estacionamento automóvel na proporção de um lugar por cada 25m de área de s construção, com excepção das parcelas n.º 140 a 212, cujo estacionamento será absorvido pelas bolsas de estacionamento exteriores à parcela previstas no plano. 199 14) Plano de Pormenor da Quinta do Dr. Beirão: Ponto 13 ± Será obrigatória a construção de garagens colectivas em todos os prédios destinados a esse fim. 15) Plano de Pormenor da Quinta Nova: SECÇÃO II ± Condições gerais de utilização e ocupação do solo Artigo 11.º - Rede viária e estacionamento Ponto 3 ² Serão permitidas caves integradas em edifícios e destinadas única e exclusivamente a estacionamento automóvel privado em alguns lotes; Ponto 4 ± Para além do disposto no número anterior, e a fim de potenciar ao máximo as funções pedonais de circulação e convívio/encontro, deverão constituirse condomínios privados nos subsolos dos respectivos quarteirões, em determinados lotes. 16) Regulamento Municipal sobre Estacionamento e Garagens na cidade de Castelo Branco: TÍTULO II ± Do Estacionamento e Garagens Artigo 4.º - Área por lugar de estacionamento ± Em estudos prévios de edificações ou loteamentos, deverá considerar-se para efeitos de dimensionamento da área de estacionamento necessária o seguinte: Veículos ligeiros Superfície 20 m Veículos pesados Estrutura edificada 2 30 m 2 Superfície 75 m Estrutura edificada 2 130 m 2 Artigo 5 a 11.º Habitação Colectiva 2 lugares / fogo Moradias unifamiliares Inferior ou igual a 500 m Comércio a retalho ou grosso 2 lugares / lote ou parcela 2 A variar entre os 500 e os 2.500 m 2 2,5 lugares / 100 m de área bruta (AB) 2 3 lugares / 100 m de AB 2 Superior a 2.500 m 2 2 2,5 lugares / 100 m de AB + Estudo de Tráfego Restauração e Sem espaço de dança bebidas Com espaço de dança Serviços Indústria e Inferior ou igual a 500 m Superior a 500 m 2 Pessoal e visitantes 1 lugar / 8 lugares de lotação autorizada 1 lugar / 5 lugares de lotação autorizada 2 2 2 lugares / 100 m de AB 2 2,5 lugares / 100 m de AB 2 1 lugar / 75 m de AB 200 armazéns Veículos pesados Salas de espectáculos 2 1 lugar / 500 m de AB 1 lugar / 5 lugares de lotação autorizada Estabelecimentos Veículos ligeiros 1 lugar / 2 quartos ou fracção hoteleiros Veículos pesados 1 lugar / 70 quartos ou fracção 201 Anexo VI ± Análise a estudos Ordenamento do trânsito na cidade de Castelo Branco (Fernando L. Gaspar, Lda., / SETA, 1993) INTRODUÇÃO A Câmara Municipal de Castelo Branco, ciente dos problemas de circulação e trânsito na cidade, lançou uma consulta para a realização de um estudo de ordenamento do trânsito na cidade de Castelo Branco, com o objectivo de desenvolver soluções a nível de conceito, dando à Autarquia as orientações complementares e essenciais a uma política de planeamento da rede viária envolvente à cidade. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL Castelo Branco é uma cidade importante no âmbito da atracção e geração de tráfego rodoviário na Beira Baixa, com problemas particulares no que respeita à acessibilidade. O crescimento de tráfego verificado nos acessos à cidade é um bom indicador dos potenciais problemas que poderão vir a afectar o centro da cidade. A situação actual assenta em: Rede viária: 1) indefinição na hierarquia da rede viária; 2) falta de sinalização vertical e horizontal e especialmente sinalização direccional/informativa; 3) deficiências no pavimento; 4) falta de lugares específicos para a paragem dos transportes públicos. Características de tráfego: 1) o tráfego à segunda-feira é cerca de 12% superior ao de um outro dia útil, com particular incidência no período da manhã. À tarde não existe grandes diferenças entre os dias úteis; 2) a hora de ponta mais carregada é a da tarde; 3) os automóveis ligeiros constituem cerca de 60%-65% do tráfego da cidade, seguidos dos comerciais ligeiros (25%-30%), os motociclos e os comerciais pesados constituem cerca de 10%, distribuídos equitativamente; 4) quer para a hora de ponta da manhã, quer para a da tarde o n.º de veículos que entra na cidade é superior em cerca de 10% aos que saem. Padrões das deslocações: 1) as oito zonas que constituem a cidade de Castelo Branco geram cerca de 58% do total das deslocações; 2) as deslocações internas (com origem e destino na zona central) constituem cerca de 29% das deslocações totais; 3) as deslocações externas (sem origem e destino na zona central) representam apenas 6%; 4) 54% das deslocações têm ou a origem ou o destino no centro da cidade para as freguesias do concelho; 5) as deslocações do centro da cidade para o exterior do concelho representam 11% do total. Estacionamento: 1) nas duas zonas analisadas (Av. 1.º de Maio e Av. Nuno Álvares) verifica-se um excesso de oferta em relação à procura, a qual é mais acentuada na Av. Nuno Álvares; 2) em ambas as zonas o tempo médio de estacionamento é de cerca de 1 hora; 3) a percentagem de veículos estacionados mais de 5 horas é de cerca de 20%. 202 Capacidade e Nível de serviço: cerca de 15% das secções analisadas apresentam, durante a hora de ponta, níveis de serviço que indiciam congestionamento. Nas intersecções a situação é mais crítica na R. João de Deus/R. do Saibreiro e Praça Rainha D. Leonor. Peões, transportes públicos e cargas e descargas: 1) as maiores intensidades de peões verificam-se na zona central de Castelo Branco, na Praça do Município e na Av. 1.º Maio; 2) a localização do terminal da Rodoviária Nacional junto aos três globos assume um papel primordial nos transportes públicos da cidade; 4) o Centro Coordenador de Transportes tem a sua construção muito atrasada; 5) existem problemas de cargas e descargas em certos arruamentos, nomeadamente na R. Espírito Santo e Av. 1.º Maio. Zonas críticas da rede viária: 1) zona da Praça do Município/Campo da Pátria, nomeadamente a R. do Saibreiro, R. do Espírito Santo e Av. Nuno Álvares; 2) Av. 1.º Maio e troço da R. Dadrá até à R. Pedro da Fonseca (incluindo Praça Rainha D. Leonor); 3) zona da R. Poeta João Roiz/R. da Carapalha/R. Camilo Castelo Branco até aos três globos. OBJECTIVOS DA INTERVENÇÃO - melhorar a acessibilidade para todos os utilizadores da via pública; - aumentar a segurança rodoviária segregando tipos de tráfego e minimizando pontos de conflito; - intensificação da fiscalização das regras de trânsito; - eficiência, economia e segurança têm que ser consideradas como um todo; - a sinalização vertical e horizontal tem que ser melhorada, tanto na falta de sinais que se verifica, como na adaptação às novas normas do código da estrada; - melhores acessos e localização para os terminais de transportes públicos, nomeadamente o da Rodoviária Nacional, praças de táxis e parques de estacionamento público; - falta de um sistema viário hierarquizado, resultando numa capacidade excedentária nalgumas vias e congestionamentos noutras, além de estarem ainda troços vitais por construir. PRINCIPAIS INTERVENÇÕES Implementação de uma giração de sentido único na zona central, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, e passagem da R. Pedro da Fonseca a dois sentidos. As medidas propostas são as seguintes: - 1.ª fase: - passagem da R. Pedro da Fonseca a dois sentidos; - semaforização das intersecções da R. Conselheiro Albuquerque com a R. Pedro da Fonseca e na EN 18, no acesso à Qt.ª Dr. Beirão; - reconstrução da R. Faria de Vasconcelos. - 2.ª fase: - implementação da giração de sentido único no centro da cidade. Para além destas intervenções são também sugeridas algumas afinações ao nível de 203 sentidos únicos, semaforizações, estacionamento e circuitos para pesados e autocarros. Análise preliminar e propostas de intervenção sobre o sistema viário de Castelo Branco (Tecnep, Outubro de 1999) INTRODUÇÃO Com este estudo pretende-se fazer uma análise preliminar e de propostas de intervenção sobre o sistema viário da cidade de Castelo Branco. Este documento torna-se imperioso perante a constatação de que ao actual aumento populacional e crescimento urbano da cidade e consequente aumento do parque automóvel e seu tráfego, não correspondeu um esforço significativo de investimento na construção das infra-estruturas viárias necessárias, e na adequação das existentes. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL Relativamente à área de intervenção há a destacar: - a elevada taxa de motorização apresentada, com um ritmo de crescimento acentuado; - uma estrutura viária essencialmente radial, marcada pelo atravessamento da zona urbana pelas EN18 e EN233, que causa não só incómodos e problemas de tráfego devido às características do perfil de certos troços e à circulação de viaturas pesadas, mas também põem em perigo a população que circula ao longo do seu percurso; - uma descontinuidade da rede viária; - diversas passagens de nível que ligam as zonas Sul e Nascente da cidade ao centro, com os inconvenientes e perigos que daí advêm; - uma falta de hierarquização viária, consequência da inexistência de um planeamento adequado e atempado, que permite a mistura de diversos tipos de tráfego e a perturbação e degradação consequente da qualidade de vida urbana; - que a oferta de estacionamento pode-se caracterizar, de uma forma geral, como ineficaz, dada a insuficiência do número de lugares existentes, sendo crítico em todos os sectores da área central, onde se concentram as actividades terciárias. OBJECTIVOS DA INTERVENÇÃO - criação de uma rede devidamente hierarquizada e planeada, numa lógica de continuidade e de inter-ligação entre as diferentes zonas da cidade; - criação de um sistema de ligações viárias que separe e distribua os diferentes tipos de tráfego de acordo com o seu destino e retire do centro da cidade a circulação de trânsito pesado e o tráfego de atravessamento; - melhoria das condições gerais de deslocação a qualquer ponto da cidade em condições de rapidez e eficiência, com redução dos tempos globais de transporte e diminuição do desconforto dessas deslocações; - melhoria das condições de segurança da circulação urbana, com a redução dos pontos de conflito e a eliminação progressiva e total das passagens de nível; - criação de estacionamento localizados e dimensionados de acordo com as necessidades, que ponham cobro, de uma maneira racional e possível, ao caótico estacionamento que se verifica na cidade, particularmente na zona central; - adequação do esquema de circulação aos objectivos e propósitos referidos. 204 PRINCIPAIS INTERVENÇÕES As intervenções com vista à reestruturação viária da cidade procura utilizar, sempre que possível, os canais ou vias existentes e previstas, corrigidas nalguns pontos, complementadas noutros, bem como introduzir algumas novas. Propõem-se uma rede viária assente em 3 circulares e 6 radiais que assegura a conectividade viária interna e permite eliminar as actuais distorções estruturais e melhorara as ligações entre os vários sectores da cidade. Propostas: Rede Viária: 1.ª circular à cidade: base da proposta de reformulação da rede viária na área central que permite, por um lado eliminar o tráfego de atravessamento e por outro limitar o tráfego automóvel a favor da circulação pedonal. Não são propostas vias radiais a convergir no centro, procurando-se que essas ligações sejam efectuadas a pé. 2.ª circular à cidade: corresponde a Norte ao troço do IP2 compreendido entre o nó Norte e ta o nó Poente da cidade; o troço poente corresponde à via que separa o PP da Q. da Torre e Alto do Montalvão do Parque Urbano; atravessa de seguida a linha férrea através de uma passagem superior entrando no Bairro do Vale da Raposa; o troço Sul segue paralelo à linha de caminhos-de-ferro; a via segue para norte, entroncando junto ao cemitério. 3.ª circular à cidade: constituída pelo troço do IP2 compreendido entre o nó proposto a Sul da zona de expansão industrial e o nó Poente da cidade, pela variante à EN233 a Norte da cidade e por um troço do itinerário Sul compreendido entre a 2.ª circular e o nó proposto com o actual IP2. As radiais classificadas serão as vias que relacionam a cidade com o exterior, nomeadamente: Estradas de Malpica do Tejo e de N.ª Sr.ª de Mércoles, a sul da linha férrea; saída para Espanha, saída para Coimbra / nó Norte do IP2, saída para Sarzedas / nó Poente do IP2 e EN18 / nó Sul do IP2. Estas vias deverão atravessar o perímetro urbano, cruzando-se com as circulares. Passagens desniveladas à linha férrea: para além das 4 passagens já existentes, propõem-se a construção de 6 novas passagens inferiores, melhorando de forma substancial a permeabilidade entre os sectores localizados a norte e a sul da linha de caminhos-de-ferro. Estacionamento: Propõem-se quatro parques de estacionamento de dissuasão principais, de capacidade elevada, localizados adjacentemente à circular interior, e junto aos pontos de entroncamento das seis radiais. Propõe-se também a criação de mais dois parques de estacionamento de apoio com menores dimensões e capacidade, também localizados junto à circular interior. Considera-se também a localização de três parque no centro da cidade (apesar das restrições que se devem impor ao centro, é de todo inevitável a sua circulação em certa percentagem). Deverá ser articulada a tarifa a praticar nestes parques com a praticada na via pública. Transportes públicos: Propõem-se a criação de uma carreira urbana em circuitos fechados, de duplo sentido, que não só estabeleça uma ligação entre os pontos de maior geração de tráfego, como entre estes e os diversos bairros. Há que apostar na construção de abrigos nas paragens, elaborar cartas de fácil consulta das carreiras e afixá-las nos abrigos, emitir folhetos informativos dos horários, percursos, títulos de transporte, etc., devendo ser criado um passe intermodal com o transporte ferroviário, de modo a cativá-lo a utilizar este meio de transporte. A nova Central de Camionagem deverá ser localizada junto à estação de caminhos-de-ferro, constituindo-se deste modo numa estação onde é fácil a 205 correspondência entre os diversos modos. Estudo de mobilidade para a cidade de Castelo Branco (CESUR, Transitec, Maio a Julho de 2000) INTRODUÇÃO (VWHHVWXGRIRLUHDOL]DGRQRVHJXLPHQWRGRDFRUGRHQWUHD³'LUHFomR*HUDOGH7UDQVSRUWHV 7HUUHVWUHV´ R ³3ODQR GH DFomR SDUD DSURYHLWDPHQWR GH UHFXUVRV HQdógenos e gestão de HQHUJLDVQRVPXQLFtSLRV´HD&kPDUD0XQLFLSDOGH&DVWHOR%UDQFRQRkPELWRGRSURJUDPD 3,''$&SDUDD³0HOKRULDGRLPSDFWHDPELHQWDOGRVWUDQVSRUWHVS~EOLFRVGHSDVVDJHLURV´ Para tal o CESUR, o CCE e a Transitec foram incumbidos da realização deste estudo, cujo principal objectivo é analisar e diagnosticar a situação actual em termos das necessidades de deslocação da população, de modo a identificar qual a economia de energia que se poderá efectuar nas deslocações urbanas de Castelo Branco, bem como em termos de oferta de transportes públicos. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL Sectorialmente, a situação actual na cidade de Castelo Branco, caracteriza-se por: - Enquadramento: - bons acessos rodoviários à cidade que permitem evitar o atravessamento da mesma; - 5 vias principais de acesso ao centro da cidade; - uma rede viária que evita o centro histórico mas que atravessa o centro da cidade. - Transportes individuais ± tráfego: - um volume de tráfego em cada uma das entradas nas 5 principais vias de acesso à cidade entre 6000 e 18000 veículos/dia; - a geração de tráfego situa-se principalmente no sul da cidade; - consequentemente, os fluxos de tráfego mais elevados situam-se também neste sector; - uma estrutura de tráfego que se caracteriza por um forte tráfego interno e de O/D no interior da cidade. - Transportes individuais ± estacionamento: - uma oferta de estacionamento aparentemente reduzida e que é, na sua maioria, gratuita e ilimitada no tempo; - uma procura do tipo pendular, onde algumas zonas estão saturadas certas horas do dia; - um acréscimo localizado do tráfego e de procura de estacionamento nos dias de feira. - Transportes colectivos (bus): - uma cobertura espacial (6 linhas) bastante boa. No entanto, esta oferta é feita em função dos estudantes, pelo que durante as férias escolares, somente duas linhas circulam em toda a cidade. Durante o fim-de-semana e feriados estas linhas não funcionam. - Espaço público e peões: - muito do espaço público de Castelo Branco está invadido pelo automóvel; - consequentemente, não existem itinerários interessantes para peões. 206 OBJECTIVOS DA INTERVENÇÃO - reduzir, ou mesmo suprimir, o tráfego que atravessa o centro cívico; - transferir o máximo de tráfego de atravessamento para a periferia do centro; - conservar uma boa acessibilidade ao centro, com uma boa oferta de parqueamento na sua periferia; - melhorar a oferta de transportes colectivos em termos da sua cobertura espacial e frequência de serviço; - adaptar a oferta de transportes colectivos às necessidades internas da cidade; - criar itinerários atractivos para os peões nos acessos ao centro cívico; - privilegiar, no interior do centro, as deslocações de peões e bicicletas. PRINCIPAIS INTERVENÇÕES &RQFHLWR³WUDQVSRUWHVLQGLYLGXDLV´: - a R. Pedro da Fonseca, entre a Praça Rainha D. Leonor e a Estação de caminhos-deferro, actualmente com sentido único, deverá passar a ser utilizada com dois sentidos. Esta medida permitirá evitar a passagem no centro para sair da cidade; - o cruzamento da Praça Rainha D. Leonor deverá ser reorganizado no intuito de poder vir a suportar as modificações introduzidas na R. Pedro da Fonseca; - a Av. Álvares Cabral no troço que vai até ao cruzamento com a R. Médico Henrique Ferreira, bem como esta última, deverão ser reorganizadas para o sentido sul/norte da circular. Do mesmo modo, mas no sentido inverso (norte/sul), a R. Domingos José Robalo, a R. António Sérgio, a R. Dr. Henrique Carvalhão e a Av. Afonso de Paiva deverão também ser reorganizadas; - para a moderação do tráfego prevista, certas medidas deverão ser tomadas, como por exemplo, a introdução de estreitamentos na faixa de rodagem que estabeleçam a diferença entre as diferentes redes viárias (principal e secundária); - é absolutamente necessária a construção dos troços da circular que faltam. &RQFHLWR³WUDQVSRUWHVFROHFWLYRV´: - criação de um grande interface no centro da cidade; - criação de linhas rápidas que façam a interligação entre as zonas de maior procura; - criação de linhas diametrais que passam nas principais zonas da cidade e também no centro; - criação de um sistema cujo funcionamento não depende nem dos horários nem das férias escolares, mas sim da procura potencial que existe numa cidade de tamanha médio, como Castelo Branco. &RQFHLWR³PRGRVVXDYHV´: - requalificar o espaço público na cidade e principalmente no centro cívico; - devolver ao peão e eventXDOPHQWH jV ELFLFOHWDV R HVSDoR TXH OKHV IRL ³URXEDGR´ SHORV transportes individuais; - melhorar certos itinerários para peões que são já hoje muito utilizados (como a Av. Nuno Álvares que dá acesso à estação; a Av. 1.º de Maio com comércio nos dois lados da via; os acessos ao centro histórico; a R. Sidónio Pais; a R. Espírito Santo, entre outras). &RQFHLWR³HVWDFLRQDPHQWR´: - supressão dos lugares de estacionamento que estão actualmente sobre a praça do centro cívico, à frente do antigo quartel; - implementação de uma política de estacionamento com uma gestão para os utilizadores de curta ou longa duração, respectivamente clientes, ou pendulares. Esta política terá que ter em consideração os residentes; - construção de parques de estacionamento de longa duração nos limites da circular do centro da cidade, com paragens dos autocarros a uma distância mínima e com itinerários 207 atractivos para os peões que vão em direcção ao centro da cidade. Plano Estratégico do POLIS de Castelo Branco (Sociedade POLIS C.B., Outubro de 2000) INTRODUÇÃO O Programa Polis foi desenvolvido pelo Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente que, em parceria com as Autarquias Locais, visa melhorar a qualidade de vida nas cidades através de intervenções nas vertentes urbanística e ambiental, aumentando a atractividade e competitividade de pólos urbanos que têm um papel relevante na estruturação do sistema urbano nacional. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL A rede viária de Castelo Branco apresenta uma estrutura eminentemente radial, com dominância dos eixos radiais de penetração e atravessamento da cidade, que se cruzam no largo da Devesa. O esquema de circulação assenta numa estrutura definida por uma maioria de vias de sentido único (exceptuando-se apenas a Rua do Saibreiro, a Rua da Sr.ª da Piedade, a Av. Nuno Álvares e a Rua José Bento, com dois sentidos). De referir ainda que na envolvente próxima ao largo da Devesa se encontram muitos dos edifícios e actividades estruturantes da cidade como a Câmara Municipal, o Tribunal, o antigo quartel, o Cine-Teatro, o Governo Civil, a PSP, o mercado, inúmeras instituições bancárias e uma grande representatividade comercial. Esta centralidade não se compadece com o modo como é feita a circulação e o estacionamento que apresentam níveis de degradação muito elevados, nomeadamente: - a maior parte da rede viária na zona da Devesa encontra-se em fase de pré-saturação de tráfego; - em termos de estacionamento pode-se dizer que de uma forma geral, é ineficaz, dada a insuficiência do número de lugares existentes, sendo crítico em todos os sectores da área comercial. De acordo com contagens disponíveis registaram-se inúmeros pontos de conflito em quase todos os cruzamentos, perturbando a fluidez e eficácia da rede viária. Verifica-se, também, que os volumes de tráfego na hora de ponta da tarde, na zona do Largo da Devesa, variam entre os 100 e os 1060 veículos. Já a capacidade de estacionamento nesta zona central da cidade não ultrapassa os 700 lugares. OBJECTIVOS DA INTERVENÇÃO A intervenção Polis em Castelo Branco visou a prossecução de alguns objectivos, entre os quais se destacam: - reordenamento da malha viária permitindo a criação de um amplo espaço pedonal ligando o Centro Histórico ao Centro Cívico (e que deve compreender a constituição de parques de estacionamento, a constituição de percursos pedonais, a criação de praças pedonais, a possível constituição de túneis rodoviários e a ligação pedonal entre a zona histórica e o Centro Cívico, permitindo a requalificação do espaço público, o aumento das zonas verdes e das áreas reservadas a peões). - reforço e valorização da estrutura verde da cidade (implicando a reformulação dos sistemas de circulação existentes e pressupõe a criação de percursos mistos de âmbito ambiental, cultural e arquitectónico). 208 PRINCIPAIS INTERVENÇÕES Zona Histórica: Prevê-se o incremento e requalificação das áreas pedonais, dos espaços verdes, da sinalética, do mobiliário e dos equipamentos urbanos, com o objectivo de diminuir o congestionamento automóvel. Deste modo a intervenção passa por: - redefinição do seu pavimento e eventuais acertos de perfil transversal em determinados locais dos arruamentos ± com vista ao ordenamento do trânsito e do estacionamento à superfície; - estudo da integração na rede urbana de transportes de carreiras de mini bus e ciclovias (prevê-se a criação de uma ciclovia na área que abrange a Rua Bartolomeu da Costa, Rua das Olarias, Rua da Sé, Praça D. José, Rua Sidónio Pais e Alameda da Liberdade); - criação de parques de estacionamento de pequena capacidade na zona histórica (Praça Académica Æ capacidade aproximada de 120 lugares; Praça Postiguinho Valadares Æ capacidade aproximada de 120 lugares), fazendo incidir sobre toda esta zona uma política de estacionamento proibido; - constituição de novas praças, numa estratégia global de reconversão urbana (Praça Académica e Praça Postiguinho Valadares). Como intervenção complementar nesta zona destaca-se a criação de um funicular na Rua dos Peleteiros, de dimensão ajustada ao perfil do arruamento, entre a Praça Postiguinho Valadares e o Castelo. Pretende-VHTXHHVWHIXQLFXODU³DOLPHQWH´WXULVWLFDPHQWHDHQFRVWD do Castelo, diminuindo os custos de acessibilidade física que a sua subida exige, garantindo deste modo uma mais fácil habitabilidade para as zonas mais altas da colina. Centro Cívico: Para o Centro Cívico de Castelo Branco são propostas alterações profundas, já que a estrutura viária que ali existia impede o normal uso pedonal e social dos espaços em presença. Para o largo da Devesa foi proposta a constituição de um espaço público de qualidade, equipado com áreas verdes, espelhos de água, esplanadas, quiosques e bares. Está também prevista a reestruturação viária deste local e a constituição de um parque de estacionamento com capacidade máxima de 660 lugares. 209 Plano de ordenamento da circulação interna e do estacionamento da cidade de Castelo Branco (Transes, Abril de 2002) INTRODUÇÃO O presente estudo surge no seguimento do acordo celebrado com a POLIS Castelo Branco, e envolve a realização de um conjunto de estudos sobre o sistema de circulação e estacionamento da cidade de Castelo Branco, e complementa o Plano já apresentado sobre a zona central da cidade. A nível espacial a elaboração deste plano abrangeu a cidade de Castelo Branco, enquanto a nível de conteúdo foram abordadas temáticas relacionadas com a problemática da circulação e do estacionamento, nomeadamente a rede viária, parqueamento, zonas pedonais e transportes públicos. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL Pavimentos: cerca de 50% da cidade possui um pavimento em betuminosos em bom estado de conservação, enquanto os pavimentos em calçada e terra batida representam cerca de 15%. Quanto ao seu estado de conservação refira-se: 15% mau; 32% razoável; 53% bom. Perfis transversais: - a rede viária da cidade apresenta perfis com larguras razoáveis e, na maioria dos casos, permite a circulação nos dois sentidos, a existência de passeios e de espaços reservados ao parqueamento automóvel, o que disciplina e orienta o estacionamento de veículos; - a zona mais central apresenta um conjunto de perfis razoáveis e permitem a circulação nos dois sentidos, passeios e estacionamento. No entanto, na zona do Castelo a largura das vias é bastante diminuta e não permite, por vezes, nem a circulação nos dois sentidos, nem a existência de passeios. Tráfego automóvel: realizaram contagens de tráfego em postos criteriosamente definidos, e também inquéritos origem-destino nas entradas da cidade. Principais conclusões: o número de pesados a circular é reduzido, nunca sobrepondo a barreira dos 5% do total de veículos; na segunda-feira circulam menos pesados que na quinta-feira (talvez devido à presença do mercado). Transporte colectivo: globalmente, pode-se dizer que a zona urbana se encontra relativamente bem coberta por este serviço e que, em termos de horários, existem alguns problemas, uma vez que a maioria das carreiras circulam apenas nas primeiras horas da manhã e ao fim da tarde. A totalidade das carreiras urbanas não fazem o serviço aos finsde-semana e feriados e grande parte não circula nos períodos não escolares, o que por si só prova que o serviço oferecido, em termos temporais, não é de todo satisfatório. Estacionamento: a oferta de estacionamento existente na Cidade de Castelo Branco é de cerca de 11 900 lugares com uma taxa de ocupação a variar entre os 60% (dia) e os 65% (noite). Quanto à procura destaca-se: - que no período diurno de segunda-feira foram contabilizados cerca de 9 630 veículos (81% em situação legal, 16% estavam ilegais - tipo I e 3% estavam ilegais - tipo II); - no período nocturno, embora a procura decresça para 8 370 veículos, mantém-se o padrão de legalidade. A zona central é a que possui maior procura de estacionamento (legal e ilegal) e é aquela que tem maior oferta de lugares (47% do total). O peso dos ilegais do tipo II, que constituem um segmento significativo da ordem dos 3%, decorre de uma oferta diminuta e insuficiente em zonas específicas. Verifica-se uma ausência de políticas de estacionamento e de circulação global e integrada, o que provoca o estacionamento abusivo e anarca de veículos, nomeadamente pela ocupação dos lugares por média e longa duração, o que origina tendências para 210 o estacionamento ilegal (com consequências nefastas para outros veículos e peões). OBJECTIVOS DA INTERVENÇÃO - Acessibilidade à Cidade: Criação de um sistema de ligações viárias que separe e distribua os diferentes tipos de tráfego de acordo com o seu destino; Adopção de um novo esquema de circulação, de fácil interpretação para os utentes, baseado numa hierarquização viária; Melhoria de algumas intersecções da rede viária (geometria, sinalização luminosa, vertical e horizontal); Aumento dos níveis de segurança, sobretudo dos peões, e melhoria da qualidade de vida urbana em geral. - Acessibilidade espacial de todos a todo o território: Melhoria da circulação e do serviço dos transportes públicos; Redução do impacto do caminho-de-ferro e melhoria dos seus atravessamentos, através da - criação de passagens superiores e/ou inferiores; Alargamento da rede pedonal. - Circulação: Hierarquização da rede viária; Utilização privilegiada das vias periféricas para as deslocações motorizadas de acesso e passagem e das vias da malha urbana internas para a circulação pedonal, de serviço (cargas e descargas) e dos transportes públicos. - Estacionamento: Reordenamento do estacionamento e das cargas e descargas na via pública, acompanhado do aumento e diversificação da oferta de estacionamento em parques fora da via pública, no quadro de uma política global de gestão de estacionamento; Criação de incentivos aos promotores para a criação de lugares de estacionamento para a utilização pública. - Transportes colectivos: Reforço da oferta de transportes colectivos; Criação de uma interface rodo-ferroviária, envolvendo a implantação de um Centro de Coordenação de Transportes; Protecção das paragens e dos percursos de transportes colectivos. PRINCIPAIS INTERVENÇÕES As linhas base e as acções que constituem as propostas de intervenção são: a) Hierarquização da rede viária: - hierarquização da rede viária; - rede viária. b) Aumento da rede pedonal e moderação do uso da rede viária local: - rede pedonal; - alargamento/continuidade da rede pedonal. c) Reforço da oferta de transportes colectivos: - reforço do serviço urbano; - criação de um centro de coordenação de transportes; - protecção e melhoria das paragens e dos corredores de transportes colectivos; d) Aumento da capacidade de estacionamento diferenciada para os diversos segmentos da procura (residente, actividades, cargas e descargas, etc.); - criação de parques de estacionamento; - reordenamento do estacionamento na via pública; - tarificação do estacionamento e eliminação do estacionamento ilegal na via pública; - estacionamento reservado; - regulamentação do sistema de estacionamento; - fiscalização do sistema de estacionamento. e) Adequação do esquema de circulação aos objectivos de uso e acesso ao Centro urbano e às sua diversas componentes: - adopção do novo esquema geral de circulação; - sinalização e informação. f) Adopção de uma gestão global e integrada do sistema de circulação e de estacionamento, devidamente articulado com a gestão urbanística do Centro. 211 Estudo de Tráfego ± Fórum Castelo Branco (TIS.pt) INTRODUÇÃO Este documento constitui o estudo de tráfego para efeitos do licenciamento do Centro Comercial Fórum Castelo Branco, de acordo com o previsto na nova Lei 12/2004 que define o regime de autorização para os estabelecimentos de comércio e retalho. Neste estudo são analisados os efeitos na rede viária resultantes da construção deste empreendimento. Também se procede à verificação do dimensionamento dos acessos rodoviários propostos e da oferta de estacionamento, avaliando-se a acessibilidade do local relativamente ao transporte individual e colectivo. É também realizada a análise e caracterização das operações de cargas e descargas associadas ao funcionamento do centro comercial. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Ao nível da acessibilidade em transporte individual destaca-se: - actualmente a circulação na rede viária envolvente ao local de implantação do empreendimento realiza-se em condições satisfatórias; - destaca-se apenas os atrasos nos entroncamentos dos ramos de acesso da EN3 (antigo IP2) com a via de ligação ao parque industrial nos movimentos de viragem à esquerda. Neste sentido é proposta a alteração geométrica dos actuais entroncamentos para rotundas; - o empreendimento apresenta uma atracção/geração máxima de 1350 veículos (702 entradas + 648 saídas) na hora de ponta de um sábado; - a proposta de solução de acessos rodoviários na rede viária envolvente é constituída pelas seguintes intervenções: - alteração dos actuais entroncamentos dos ramos de acesso ao antigo IP2, com a implantação de rotundas; - construção de uma via circular interna com um perfil transversal de 2x2 vias por sentido, desde a Av. do Empresário à rotunda existente sobre a EN3, funcionando como principal acesso ao empreendimento; - HYHQWXDOFULDomRGHXPDUUXDPHQWRHQWUHRVWDQG³9ROYR´HRVORWHVDGDIXWXUD urbanização que poderá funcionar como acesso aos cais de cargas e descargas. Ao nível do estacionamento destaca-se que: - está prevista a oferta de 1000 lugares de estacionamento num piso à superfície; - a oferta de lugares de estacionamento é superior às necessidades identificadas; - o número de lugares de estacionamento cumpre as exigência legais. Ao nível do cais de carga e descarga destaca-se: - este encontra-se correctamente dimensionado e as operações de carga e descarga não são susceptíveis de provocar impactes negativos na circulação na envolvente ao empreendimento. 212 Estudo de impacte de tráfego do empreendimento Auchan em Castelo Branco (ESTAC, Novembro de 2006) INTRODUÇÃO O presente relatório constitui o estudo de impacte de tráfego de um futuro centro comercial a implantar no espaço dos parques de estacionamento do Hipermercado Jumbo de Castelo Branco. Pretende-se efectuar uma descrição qualitativa e quantitativa dos impactes causados pelo empreendimento na sua envolvente em termos das condições de acesso, circulação e estacionamento de veículos, assim como do funcionamento das operações de carga e descarga. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Operacionalidade e circulação interna: - a criação de uma nova solução de acessibilidade ao empreendimento não trará impactes significativos na rede viária envolvente, produzindo inclusivamente benefícios na zona de acesso ao centro comercial; - no respeitante à circulação motivada pelo novo empreendimento, aferiu-se uma resposta favorável, onde a fluidez dos percursos foi sempre uma constante. Necessidades vs. Oferta de estacionamento: - está prevista a construção de um parque com capacidade para 1248 lugares (substituindo os 535 existentes); - o número de lugares previstos é superior ao legalmente exigido pela Portaria 1136/2001; 2 - obtém-se um rácio de 6.39 lugares por 100 m de área bruta locável. Este valor está ao nível de outros empreendimentos de superfície bruta superior ao do espaço de Castelo Branco, o que deve assegurar a suficiência no número de lugares de estacionamento relativamente à procura prevista. Carga e Descarga: - considera-se que as 16 docas previstas em complementaridade com a disponibilidade de espaço na via de serviço periférica para a acumulação de veículos em espera serão suficientes para o tráfego esperado. Transportes públicos: - o espaço alocado para albergar os serviços de transporte público de passageiros (autocarros e táxis) é suficiente para as necessidades programadas. 213 Anexo VII - Oferta de estacionamento 214 Anexo VIII - Sistema de circulação actual 215 Anexo VII ± Indicadores da área de estudo Área de intervenção (km2) ± cidade + zona industrial 13,4 Extensão máxima (m) 7 750 Distância N-S (m) 4 400 Distância E-W (m) 6 700 População residente, em 2001 (hab.) 31 240 População com 65 anos ou mais, em 2001 (hab.) 4 291 População com menos de 25 anos, em 2001 (hab.) 9 423 Densidade populacional, em 2001 (hab/ha) 23,4 Fogos, em 2001 (n.º) Densidade habitacional, em 2001 (fogos/ha) Estrutura da malha urbana principal 12,1 Radiocêntrica Temperatura (valor médio em 2006, em graus célsius) 15,7 Temperatura máxima (Junho de 2006, em graus célsius) 41,2 Temperatura mínima (Dezembro de 2006, em graus célsius) - 4,7 Insolação (valor médio anual, em horas6) Veículos motorizados no concelho, em 2006 (n.º) Taxa de motorização no concelho, em 2006 (n.º de veículos motorizados por 1 000 habitantes) 6 16 112 Entre 2 601 e 2 700 30 643 561 Série climática 1961-1990 216