Crioterapia: Teoria e Prática Baseada em Evidências

Transcrição

Crioterapia: Teoria e Prática Baseada em Evidências
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA
BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
U
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■■ INTRODUÇÃO
ST
A
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ÃO
CHRISTIANE DE SOUZA GUERINO MACEDO
RINALDO ROBERTO DE JESUS GUIRRO
D
A crioterapia, definida como aplicação de gelo com objetivos terapêuticos, é uma
modalidade de tratamento comum, utilizada no manejo das lesões agudas dos
tecidos moles.1
Na área esportiva, a crioterapia é utilizada no tratamento de lesões agudas causadas por esportes
recreacionais e competitivos.2 É um recurso terapêutico amplamente utilizado pelos atletas de
elite e amadores e é indicada por médicos, fisioterapeutas, técnicos e preparadores físicos, entre
outros profissionais relacionados ao esporte.3 Entretanto, sua aplicação nas diferentes fases de
recuperação deve ser bem estabelecida e indicada.1
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A exposição ao frio resulta em alterações fisiológicas teciduais, assim como na performance dos
exercícios físicos.4 A literatura aponta:5
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efeitos analgésicos;
controle de edema e processo inflamatório;
diminuição da taxa metabólica, do fluxo sanguíneo e da velocidade da condução nervosa.
A crioterapia também pode ser utilizada como uma estratégia de recuperação
pós-exercício. 6
ÃO
A crioterapia é um método popular para facilitar e acelerar o retorno do atleta aos treinamentos e
às competições;7 porém, ainda existem divergências quanto a sua evidência clínica e científica.
Outros pontos a serem discutidos relacionam-se com as formas e os tempos de aplicação da
crioterapia, em que se observa a aplicação com pacotes de gelo, imersão, sprays, compressas,
massagens, entre outras formas, com tempos aleatórios.
ST
A
LEMBRAR
Ç
Considerando a produção científica, os resultados dos artigos de revisão sistemática fornecem
recomendações preliminares para um protocolo de tratamento ideal; porém, poucos estudos clínicos
são discutidos e reproduzidos, e as conclusões geralmente são derivadas de análises com animais
ou humanos saudáveis,8 o que não contempla a realidade da prática do fisioterapeuta esportivo.
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■■ OBJETIVOS
U
Apesar do uso clínico generalizado, as respostas fisiológicas da crioterapia não
foram completamente elucidadas, e protocolos de tratamento fundamentados em
evidências ainda necessitam ser estabelecidos.1
Ao final da leitura deste artigo, espera-se que o leitor
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reconheça os efeitos fisiológicos da crioterapia;
estabeleça critérios específicos para o uso da crioterapia;
identifique a melhor forma de aplicação da crioterapia;
recomende, com controle e indicações fundamentados em resultados científicos já
estabelecidos, as diversas formas de crioterapia;
identifique, de forma crítica, as indicações e contraindicações desse recurso fisioterapêutico.
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■■ ESQUEMA CONCEITUAL
Efeitos analgésicos
Definição e conceitos
Efeitos sobre o metabolismo e a
circulação sanguínea
Efeitos sobre a velocidade de
condução nervosa
Efeitos fisiológicos
Efeitos sobre o controle motor
Efeitos sobre a flexibilidade
Efeitos sobre a rigidez e a
amplitude de movimento articular
Pacote de gelo
Massagem com gelo
Bolsa de gel
Criospray
Cuidados e contraindicações
Caso clínico 1
Caso clínico 2
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Casos clínicos
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Métodos de avaliação e controle
do resfriamento da pele
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Efeitos após a retirada da
crioterapia
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Conclusão
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Crioimersão
Métodos e tempo de aplicação
da crioterapia
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■■ DEFINIÇÃO E CONCEITOS
A crioterapia é a aplicação de qualquer substância para remover o calor do corpo,
resultando em diminuição da temperatura tecidual,9 para atingir objetivos preventivos
ou terapêuticos.10
A crioterapia é talvez a mais simples e antiga modalidade terapêutica para o tratamento de lesões
agudas dos tecidos moles. É acessível e popular, muito utilizada por fisioterapeutas e atletas.
Entretanto, seu uso deve ser apoiado em evidências de investigação de alta qualidade.
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do método e tempo de aplicação;
da temperatura inicial do gelo;
da profundidade de gordura subcutânea.
ÃO
A maioria das pesquisas é realizada em seres humanos saudáveis ou com animais e investiga os efeitos
fisiológicos e a possibilidade de diminuição da dor. Embora não haja real comprovação de que a crioterapia
possa reduzir a temperatura dos tecidos mais profundos, o grau de resfriamento parece depender:11
ST
A
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A eficácia do resfriamento e, consequentemente, dos efeitos fisiológicos da crioterapia
depende diretamente do método e tempo de aplicação, do tamanho da área a ser
tratada e do nível de atividade física realizada antes e após a aplicação.9
■■ EFEITOS FISIOLÓGICOS
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EFEITOS ANALGÉSICOS
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A seguir, são descritos os efeitos fisiológicos da crioterapia.
Afirma-se que a crioterapia produz efeitos analgésicos e promove restauração estrutural
e funcional, o que favorece o processo de reabilitação.2 A exposição ao frio pode aumentar a
tolerância à dor por diminuir a velocidade de condução nervosa12 e a produção dos mediadores de
dor13 com redução em sua percepção.
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É importante estabelecer que, para que se obtenham efeitos analgésicos, é necessário o
resfriamento da pele para menos de 14,4ºC.14 Alguns autores ressaltam que a analgesia
ocorre quando a temperatura superficial da pele é reduzida para menos de 10ºC,15 em razão da
diminuição do número de impulsos dolorosos enviados ao cérebro pelos nervos periféricos e por
estes se tornarem mais lentos.16
Por outro lado, observa-se que a aplicação prolongada do frio pode estimular os nociceptores
vasculares e musculares e provocar sensações múltiplas, cada qual com um tempo diferente
de desenvolvimento.17
LEMBRAR
A experiência da dor também é determinada por influências fisiológicas e
psicológicas, e sua interpretação após a crioterapia pode ser altamente individual.18
Um ensaio clínico randomizado e controlado analisou os efeitos analgésicos da crioterapia em 70
pacientes no pós-operatório de ombro e verificou que os indivíduos submetidos à crioterapia
apresentaram menor dor, maior satisfação e conforto e conseguiram dormir por mais tempo. Esses
voluntários relataram como confortável a temperatura da aplicação entre 7,2 e 13ºC.15
ÃO
Em relação à dor muscular tardia, comumente encontrada depois de esportes e exercícios
intensos, a crioimersão, em temperaturas inferiores a 15ºC, é, por vezes, utilizada com objetivo
analgésico e de recuperação tecidual.20 Alguns estudos apontaram reduções na dor muscular tardia
após crioimersão,21-23 principalmente quando comparada ao repouso ou nenhuma intervenção.
Também se afirma que a imersão em água fria tende a resultar em uma melhora imediata nas
avaliações subjetivas de recuperação física de atletas de ciclismo.24,25
Por fim, os resultados já apresentados por diversos estudos confirmam e evidenciam a eficácia da
crioterapia para a analgesia.
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Para que os efeitos analgésicos da crioterapia realmente possam ser positivos,
a temperatura superficial da pele deve ser avaliada e controlada antes, durante e
após sua alicação.
EFEITOS SOBRE O METABOLISMO E A CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
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A crioterapia é a conduta mais utilizada no tratamento das lesões agudas dos tecidos moles, até
mesmo em ambiente hospitalar.
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Imediatamente após a lesão ou o ato cirúrgico, o gelo tem o objetivo de reduzir o
metabolismo local, minimizar a lesão por hipoxia secundária e o grau de lesão tecidual.26
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Uma temperatura do tecido entre 10 e 15ºC pode ser necessária para diminuir o metabolismo,27
que pode decrescer mais de 50%, associando-se à diminuição no número de leucócitos no local
lesionado.13
Outra resposta importante da crioterapia na fase aguda da lesão é a vasoconstrição, seguida da
diminuição da permeabilidade celular dos vasos sanguíneos, linfáticos e capilares.6 Para obter os
benefícios terapêuticos de diminuição do fluxo sanguíneo local, a temperatura da pele deve chegar
a 13,8ºC.14 Como consequência, observa-se o controle:
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da formação de edemas;
do escape sanguíneo pelos vasos lesionados;3
do quadro hemorrágico tecidual.2
A mudança do fluxo sanguíneo e intersticial entre os tecidos profundos e superficiais pode
auxiliar na redução do edema por favorecer a drenagem de metabólitos gerados pela lesão ou
pelo processo inflamatório.3 Essa sequência de eventos controlados auxilia na recuperação dos
tecidos após o trauma.11
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Um estudo americano com 32 participantes saudáveis comparou terapias de banho de imersão
repetitivas no tornozelo com três temperaturas (1, 10 e 15ºC). Notou-se que, na temperatura
de 1ºC, foi relatada maior dor durante a imersão comparada com 10 e 15ºC.19 Isso enfatiza a
importância de selecionar e controlar adequadamente a temperatura de aplicação da crioterapia
para a recuperação dos atletas.
LEMBRAR
Com a crioterapia, em resumo, observa-se a redução da disfunção endotelial com
controle e diminuição da resposta inflamatória.13
Entretanto, deve-se lembrar de que os efeitos benéficos da crioterapia nas lesões musculares
agudas dependem de fatores como a profundidade da lesão muscular (em média até dois
centímetros) e o espessamento do tecido adiposo do atleta, que podem interferir diretamente na
efetividade do resfriamento tecidual.7
Como efeito circulatório sistêmico, alguns autores incluem:
diminuição da frequência e débito cardíaco;
aumento da pressão arterial;
resistência periférica.
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Aponta-se que o aumento da resistência periférica ocorre em função de o sangue ser redirecionado
para a periferia, de modo a manter a temperatura corpórea. Para isso, ocorre aumento no consumo
de oxigênio e metabolismo basal a fim de auxiliar na estabilização da temperatura corporal.6
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A
EFEITOS SOBRE A VELOCIDADE DE CONDUÇÃO NERVOSA
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A velocidade de condução nervosa pode ser influenciada pela crioterapia. Abramson e
colaboradores28 mostraram uma correlação linear entre a velocidade de condução nervosa e o
grau de resfriamento do tecido.
EG
Existem relatos de que 20 minutos de aplicação de pacote de gelo podem reduzir
em até 29,4% a velocidade da transmissão dos impulsos dolorosos, que perduram
cerca de 30 minutos após sua retirada.16 Estima-se que, com a temperatura da pele
em 25ºC, os nervos subcutâneos apresentam significativa redução na velocidade
de condução e chegam à insuficiência de condução com temperaturas abaixo
de 15ºC.29
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CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
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Herrera e colaboradores9 afirmam que a diminuição da temperatura tecidual altera a condução
nervosa motora e sensorial, com consequência direta sobre a dor. Observa-se que a crioterapia
reduz a velocidade de condução nervosa e, por consequência, a descarga fusal, a tensão muscular
e a dor.30 Da mesma forma, Wilcock e colaboradores31 afirmam que o resfriamento dos tecidos
diminui a transmissão nervosa, reduz a liberação de acetilcolina e, possivelmente, promove o
aumento do limiar da dor.
A diminuição da transmissão do impulso nervoso reduz o nível de percepção da dor e o
espasmo muscular.
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de 53,9 para 33,5 metros por segundo (m/s) com a massagem com gelo;
de 52,4 para 35,6m/s com o pacote de gelo;
de 54,0 para 31,5m/s com a crioimersão.
A velocidade de condução do nervo tibial (com função motora) diminuiu:9
de 49,6 para 47,1m/s com a massagem com gelo;
de 49,5 para 47,5m/s com o pacote de gelo;
de 49,0 para 40,6m/s com a crioimersão.
ÃO
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LEMBRAR
ST
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Ç
Todos os modos de aplicação de crioterapia são efetivos e significativos; porém,
destaca-se que a crioimersão, com temperatura e tempos controlados, causa maior
efeito na diminuição da velocidade de condução nervosa.9
EFEITOS SOBRE O CONTROLE MOTOR
EG
U
A crioterapia é frequentemente utilizada para a diminuição de dores imediatas ou tardias com o
objetivo de facilitar o retorno precoce e imediato do atleta às atividades esportivas. Observa-se
que, na sequência de uma aplicação típica de crioterapia, com 20 a 30 minutos, muitos atletas são
devolvidos imediatamente à participação esportiva, em que grandes forças são aplicadas sobre
as articulações. Nesse caso, alterações que resultam em diminuição da resposta neuromotora
poderiam tornar o atleta ou o indivíduo fisicamente ativo suscetível às lesões.32
D
É importante considerar o efeito da crioterapia no recrutamento de motoneurônios
e unidades motoras, na resposta do reflexo de estiramento e, também, como esses
fatores afetam o desempenho osteomuscular.
O uso da crioterapia pode alterar a contração e o recrutamento muscular. Observa-se que o
frio, além de aumentar o tempo para atingir o pico de tensão e o relaxamento muscular, causa
diminuição:
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da força isométrica e da força muscular máxima;
da velocidade de contração;
do padrão de recrutamento das fibras rápidas que apresentam pico de torque reduzido.
Os efeitos da crioterapia sobre o controle motor podem ser altamente prejudiciais em
atividades de grande intensidade, quando os movimentos requerem recrutamento
máximo das fibras musculares para produzir altas potências.4
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Entretanto, a comparação dos efeitos entre as modalidades de aplicação de crioterapia não é bem
estabelecida. Uma pesquisa comparou a velocidade da condução nervosa após 15 minutos de
aplicação de massagem com gelo, pacote com gelo e crioimersão. Como resultado, estabeleceu
que todas as aplicações de crioterapia diminuíram significativamente a velocidade de condução
nervosa, com redução da amplitude, aumento na latência e na duração do potencial de ação.
Verificou-se que a velocidade de condução do nervo sural (com função sensorial) diminuiu:9
Em relação às respostas motoras do tornozelo após o uso da crioterapia, espera-se que, em
função da diminuição da velocidade nervosa, possa ocorrer perda ou algum déficit do controle
motor; portanto, se um atleta retornar à quadra ou ao campo enquanto seu tornozelo ainda estiver
resfriado, a resposta do sistema nervoso pode ser modificada, criando um déficit na resposta
neuromuscular. Doeringer e colaboradores33 observaram diminuição no torque de eversão após a
aplicação de gelo em tornozelos estáveis e instáveis de atletas e sedentários.
Wang e colaboradores,4 em estudo de crioimersão com água a 20ºC ao nível do quadril,
estabeleceram que foram observados:
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maior ângulo de flexão do tronco para a absorção do salto;
menor força de reação do solo;
menor controle do tornozelo para a manutenção do equilíbrio.
ÃO
Os autores4 apontam que, após resfriamento do membro inferior, o tornozelo pode
perder a habilidade de absorção do impacto, e o aumento da flexão do tronco ocorre
para compensar a diminuição de força e controle muscular; além disso, o membro
inferior e o tronco podem estar expostos a maiores estresses durante a aterrissagem.
ST
A
Ç
Em outra pesquisa, com músculos do joelho, observou-se diminuição da informação
proprioceptiva e perturbação do mecanismo de controle neuromuscular em relação à habilidade
funcional, à estabilidade e ao equilíbrio postural.34
U
Outro ponto importante a ser discutido refere-se às alterações neuromusculares que ocorrem fora
da área de aplicação da crioterapia. Muniz35 aplicou crioterapia na planta do pé, no tornozelo e
na panturrilha de indivíduos saudáveis. Como resultado, observou alterações neuromusculares
tanto nos músculos próximos à aplicação quanto naqueles mais distantes, como, por exemplo,
reto femoral e glúteo médio. Além disso, foram observadas alterações no deslocamento máximo
anteroposterior e médio-lateral do centro de pressão, comprometendo, assim, o equilíbrio postural.
EG
O autor35 concluiu que a aplicação da crioterapia foi suficiente para acarretar distúrbios
neuromusculares, que interferiram no equilíbrio postural. Afirmou, ainda, que a
crioterapia deve ser usada de forma criteriosa antes de atividades que exijam um bom
controle sensório-motor na busca de maior proteção à integridade física do paciente
ou do atleta.
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
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Por outro lado, Doeringer e colaboradores33 não observaram evidências de que o resfriamento
do tornozelo de atletas com instabilidade crônica desenvolvesse alteração na excitabilidade do
motoneurônio dos músculos fibular longo e tibial anterior. Outro estudo afirma que o resfriamento
do músculo fibular longo por 30 minutos com pacote de gelo não foi suficiente para causar um
efeito apreciável sobre o tempo de latência ou amplitude do reflexo muscular durante a inversão
súbita do complexo tornozelo/pé.32 Dessa forma, os autores citados afirmam que o uso prévio da
crioterapia na reabilitação dos sintomas e na diminuição do desconforto do paciente não irá inibir,
melhorar ou interferir no seu desempenho.32
LEMBRAR
Em função das respostas contraditórias das pesquisas científicas, as dúvidas
e divergências quanto ao desenvolvimento de atividades físicas intensas
imediatamente após o uso da crioterapia permanecem.
Hopper e colaboradores38 demonstraram diminuição significativa no senso de posição
articular do joelho após a aplicação do pacote de gelo; por outro lado, Khanmohammadi
e colaboradores36 revelaram que a imersão, por 15 minutos com água em 6±1ºC, não
apresentou nenhum efeito significativo sobre o senso de posição articular do tornozelo
na flexão plantar e na dorsiflexão.
Ç
EFEITOS SOBRE A FLEXIBILIDADE
ÃO
Por fim, como não existe evidência científica estabelecida, é importante apontar que o controle
motor de uma extremidade depende de impulsos sensórios aferentes dos receptores periféricos,
como os órgãos tendinosos de Golgi, os tendões musculares e os receptores articulares, tanto
quanto reflexos eferentes e resposta muscular. Essas estruturas superficiais são afetadas pela
aplicação da crioterapia; por isso, as habilidades motoras podem ser alteradas.
ST
A
Os efeitos sobre a flexibilidade muscular também são controversos. Brasileiro e colaboradores30
observaram efeitos agudos e crônicos a favor do ganho de flexibilidade dos isquiotibiais
após o uso da crioterapia e sugerem que os efeitos agudos do alongamento são favorecidos pela
aplicação do resfriamento com pacotes de gelo antes das manobras de alongamento; entretanto,
o mesmo não ocorre com os efeitos crônicos.
D
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U
Para Burke e colaboradores39 e Brodowicz e colaboradores,40 a aplicação de gelo sobre o ventre
muscular antes e durante o alongamento aumentou a extensibilidade dos músculos isquiotibiais,
quando comparada somente ao alongamento. Busarello e colaboradores5 apontam os efeitos
positivos da crioterapia para o ganho da flexibilidade; entretanto, evidenciam que o mesmo efeito
ocorreu no grupo submetido somente ao alongamento estático. Entende-se que o aumento da
flexibilidade pode ser explicado pela diminuição da velocidade de condução nervosa, da descarga
fusal, da tensão muscular41 e também da dor.40
Por outro lado, estudos indicaram que a crioterapia aplicada previamente ao alongamento não
aumentou a flexibilidade muscular42 e que esse tipo de conduta não influencia no reflexo de
estiramento dos músculos isquiotibiais de indivíduos com lesão do ligamento cruzado anterior.43
LEMBRAR
Pode-se considerar que o frio diminui a extensibilidade do colágeno, ou seja, do
perimísio, o que pode conter o ganho da flexibilidade muscular.44
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Ainda em relação ao controle do movimento, observa-se que a crioterapia pode resultar em
alteração no senso de posição articular e modificação das propriedades biomecânicas da
articulação do tornozelo.36 Afirma-se que o resfriamento aumenta a rigidez e diminui o senso de
posição articular.37 Como justificativa, observa-se que esse resultado pode estar associado à
deficiência da via aferente, da integração central e da via eferente.
EFEITOS SOBRE A RIGIDEZ E A AMPLITUDE DE MOVIMENTO ARTICULAR
Outro efeito mecânico apontado pelo uso da crioterapia é o aumento da rigidez de tendões e
articulações. Como o frio diminui a extensibilidade do colágeno,44 a rigidez pode estar localizada
na articulação ou nas estruturas conjuntivas, como os tendões.4
Estudos afirmam que o resfriamento tecidual contribui para a melhora do suporte de
carga no limite máximo e da rigidez tecidual.2
Entretanto, as pesquisas sobre crioterapia e amplitude de movimento apresentam diversidade de
resultados. Alguns autores observaram que, em indivíduos submetidos à crioimersão, pode-se
observar aumento na amplitude do movimento de dorsiflexão do tornozelo após a aplicação;21 por
outro lado, a literatura aponta estudos com resultados totalmente contraditórios.45
Mesmo com resultados ambíguos, a prática clínica da fisioterapia utiliza a criocinética (associação
de crioterapia e movimentos articulares) para o ganho de amplitude de movimento.
Ç
ÃO
A criocinética é utilizada nas fases subaguda e crônica da inflamação para produzir um
efeito analgésico e facilitar o início precoce dos exercícios terapêuticos.1 É particularmente
eficiente na reabilitação de entorses de tornozelo, mas pode ser utilizada em qualquer
articulação. Porém, não apresenta bons resultados em lesões musculares.44
ST
A
Para Knight,44 a criocinética deve iniciar com 20 minutos de aplicação de crioterapia
ou até o tempo em que o atleta apresente a sensação de hipoestesia. Na sequência,
devem-se iniciar os exercícios ativos livres de dor, que duram, em média, 2 a 3 minutos,
e, assim que a sensibilidade retornar, a articulação deve ser novamente resfriada. O
segundo resfriamento é mais rápido, pois o paciente refere hipoestesia em até 5 minutos.
EG
U
As repetições não têm número pré-estabelecido, e o fisioterapeuta deve determinar a sua
quantidade. Entretanto, necessita-se de pesquisas que comprovem o real efeito da criocinética.
ATIVIDADE
1. Analise as afirmativas sobre a crioterapia.
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
74
I – A crioterapia, definida como aplicação de gelo com objetivos terapêuticos, é uma
modalidade de tratamento comum, utilizada no manejo das lesões agudas dos
tecidos moles.
II – A literatura aponta efeitos analgésicos, controle de edema e processo inflamatório,
bem como diminuição da taxa metabólica, do fluxo sanguíneo e aumento da
velocidade da condução nervosa.
III – A crioterapia pode ser utilizada como uma estratégia de recuperação pós-exercício.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
A)
B)
C)
D)
I e II.
I e III.
II e III.
I, II e III.
Resposta no final do artigo
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3. Alguns pacientes relatam grande dor no decorrer da aplicação da crioterapia. Explique
como isso ocorre.
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ÃO
Resposta no final do artigo
Ç
4. A crioterapia é indicada em traumas agudos por apresentar efeitos sobre o
metabolismo e circulação sanguínea, que incluem:
U
Resposta no final do artigo
ST
A
A) reduzir o metabolismo local, minimizar a lesão por hipoxia secundária e o grau de
lesão tecidual.
B) impedir a hemorragia tecidual.
C) aumentar o número de leucócitos no local da lesão.
D) aumentar o metabolismo local e impedir a lesão por hipoxia secundária.
EG
5. Em relação ao edema encontrado nas lesões agudas, a crioterapia é indicada por
D
A) favorecer a permeabilidade celular dos vasos sanguíneos, linfáticos e capilares.
B) diminuir o edema já instalado.
C) controlar a formação de edema, o escape sanguíneo pelos vasos lesionados e o
quadro hemorrágico tecidual.
D) aumentar a função endotelial e a resposta inflamatória.
Resposta no final do artigo
6. Sobre a relação da crioterapia com a velocidade de condução nervosa, pode-se
observar que
A) ocorre diminuição da velocidade de condução nervosa, que persiste por até 12 horas.
B) já nos primeiros minutos de crioterapia, a velocidade de condução nervosa decresce
50%.
C) o tempo de aplicação não afeta a velocidade de condução nervosa.
D) existe uma relação contrária entre a velocidade de condução nervosa e o grau de
resfriamento do tecido.
Resposta no final do artigo
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2. De que dependem os efeitos fisiológicos da crioterapia?
7. Explique o efeito da crioterapia sobre o espasmo muscular.
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
8. Sobre o efeito da crioterapia no recrutamento de motoneurônios e unidades motoras,
pode-se afirmar que
ÃO
A) não apresenta alteração na contração muscular.
B) ocorre aumento significativo na força isométrica após a aplicação da crioterapia.
C) aponta-se um aumento do tempo para atingir o pico de tensão e o relaxa­
mento muscular.
D) interfere no controle motor por facilitar a transmissão nervosa e a resposta
reflexa muscular.
Ç
Resposta no final do artigo
ST
A
9. Explique por que os efeitos da crioterapia sobre o controle motor podem ser
altamente prejudiciais.
U
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............................................................................................................................................
EG
10.A avaliação do equilíbrio de um atleta após o uso de crioterapia deverá indicar
A)
B)
C)
D)
maior oscilação do centro de apoio.
maior estabilidade e controle motor.
maior controle muscular do pé e do tornozelo.
maior apoio plantar.
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
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Resposta no final do artigo
11. Explique como a crioterapia pode favorecer o alongamento muscular e a flexibilidade.
............................................................................................................................................
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............................................................................................................................................
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Resposta no final do artigo
( ) Estudos afirmam que o resfriamento tecidual contribui para a melhora do suporte
de carga no limite máximo e da rigidez tecidual.
( ) Em indivíduos submetidos à crioimersão, pode-se observar diminuição na amplitude
do movimento de dorsiflexão do tornozelo após a aplicação.
( ) A criocinética é utilizada nas fases subaguda e crônica da inflamação para produzir
um efeito analgésico e facilitar o início precoce dos exercícios terapêuticos.
( ) A criocinética deve iniciar com 5 minutos de aplicação de crioterapia ou até o tempo
em que o atleta apresente a sensação de hipoestesia.
A sequência correta é:
F – F – V – V.
V – F – V – F.
F – V – F – V.
F – V – V – F.
ÃO
A)
B)
C)
D)
ST
A
Ç
Resposta no final do artigo
■■ MÉTODOS E TEMPO DE APLICAÇÃO DA CRIOTERAPIA
EG
compressas geladas, por meio de recipientes, toalhas ou saco plástico com gelo picado;
compressas de gel;
compressas químicas;
imersão em água e gelo;
massagem com gelo;16
resfriamento termoelétrico;
gelo seco;
spray químico.3
D
■■
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■■
■■
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■■
■■
U
Aponta-se que diferentes métodos de aplicação crioterapêutica causam diferentes efeitos nos
tecidos superficiais e profundos. Na prática, a crioterapia pode ser utilizada em:
A sensação inicial da pele na água fria não é confortável, mas, rapidamente, com a
queda da temperatura corporal, ocorre uma sensação de queimação, seguida de
dormência e analgesia. A crioterapia provoca sensação de frio de 1 a 3 minutos,
queimação de 2 a 7 minutos e analgesia de 5 a 12 minutos. Desse modo, o tratamento
pode ser desconfortável aos novos usuários, mas, depois de repetidas aplicações, o
desconforto, geralmente, diminui.16
Afirma-se que, após 5 minutos de aplicação, ocorre diminuição considerável na temperatura da
pele e do tecido intramuscular superficial,46 que deve ser utilizada de 10 a 20 minutos, de 2 a 4
vezes ao dia.47 Alguns autores afirmam que, de 12 a 15 minutos, observa-se diminuição da
dor e do espasmo muscular.3 McDowell e colaboradores48 sugerem tratamento diferenciado
com aplicação de 20 ou 30 minutos, 90 minutos de repouso e reaplicação da crioterapia para o
tratamento na fase aguda.
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12.Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) quanto ao efeito da crioterapia sobre a rigidez e
a amplitude de movimento articular.
LEMBRAR
Quando o resfriamento dos tecidos for muito intenso (-20 a -70ºC), o tecido é
destruído.44 No entanto, nas aplicações de gelo utilizadas diretamente sobre a pele,
em geral, o resfriamento dos tecidos é superficial e atinge de 1 a 10ºC, o que, por
um período de até 30 minutos, aparenta não causar queimaduras ou outras lesões.
PACOTE DE GELO
ÃO
Após 20 minutos de aplicação do pacote de gelo, o resfriamento se concentra na pele e em até
1cm de profundidade, o que pode ser associado à diminuição da percepção da dor pela grande
concentração de receptores nos tecidos superficiais, comprovando a analgesia.3 Swenson e
colaboradores 49 estabeleceram 20 a 30 minutos de tempo de aplicação e Knight e colaboradores26
de 30 a 45 minutos, a cada 2 horas.
Ç
O tempo de aplicação do pacote de gelo é estimado entre 15 e 30 minutos para
analgesia, diminuição do espasmo muscular e controle do edema.3
ST
A
Observa-se que o pacote de gelo, aplicado por 20 minutos nas entorses de tornozelo, é eficiente
no tratamento de estruturas profundas e apresenta comprovadas alterações fisiológicas
em tecidos de 1cm de profundidade.3 Também o seu uso imediato após artroscopia de joelho
evidenciou efeitos significativos na diminuição da temperatura superficial da pele.50
U
Hochberg51 descobriu que aplicações intermitentes de 20 minutos são menos eficazes
do que o tratamento do pacote de gelo contínuo após cirurgia de liberação da síndrome
do túnel do carpo.
EG
Deve-se considerar que o pacote de gelo é comumente combinado com compressão e
elevação,49 que contribuem para o controle do edema, diminuindo a pressão de filtragem capilar.44
Dessa forma, o conceito PRICE (protection, rest, ice, compression, elevation) deve ser respeitado,
principalmente no uso do pacote de gelo na fase inflamatória aguda.
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
78
CRIOIMERSÃO
A imersão em água fria desencadeia a diminuição da temperatura da pele e dos tecidos superficiais
após 5 minutos de utilização.52 Na prática clínica, observa-se grande divergência de tempos de
aplicação e temperatura da água. Estudos realizaram imersão em temperatura de 5±1ºC, por 20
minutos,53 a 8 e 22ºC.54
LEMBRAR
Um estudo de revisão sistemática observou que a temperatura de imersão da água
mais utilizada variou entre 10 e 15ºC, com tempos de imersão contínua de 5 a 24
minutos.20,55
Em relação à diminuição da temperatura superficial da pele, Armstrong e colaboradores65 aplicaram
crioimersão por 16 minutos, em temperatura de 1 a 3ºC, e observaram diminuição da hipertermia e
melhora na sensação de recuperação pós-exercício.
Aponta-se que a imersão em água gelada a 2ºC, por 5 minutos contínuos, induz à
eliminação do calor adquirido por meio da atividade física. Apesar de a imersão em
água gelada provocar vasoconstrição superficial, a dissipação de calor por condução/
convecção é livre, o que desenvolve o efeito de hipotermia da pele.66
Ç
ÃO
Uma discussão importante quanto ao resfriamento superficial da pele é sobre sua relação com o
resfriamento muscular profundo. Com esse objetivo, alguns autores avaliaram a temperatura
intramuscular do gastrocnêmio e, na sequência, submeteram-no à crioimersão local, em água
a 12ºC. Os resultados apontaram que a temperatura intramuscular inicial estava em 38,64ºC e,
após 39,9 minutos de permanência em crioimersão, foi reduzida para 30ºC. Estabeleceram ainda
que, após 90 minutos da retirada da crioimersão, com o indivíduo em repouso, a temperatura
intramuscular permanecia em 30,69ºC.56
U
LEMBRAR
ST
A
Para a crioimersão corporal, Eston e Peters67 utilizaram o tempo de 15 minutos, em temperatura
de 15±1ºC, e, como resultado, estabeleceram uma diminuição no nível de creatina quinase no
terceiro e quarto dias pós-exercícios. Os mesmos resultados foram encontrados quando aplicada
a temperatura de 5ºC pelo mesmo tempo.21
D
EG
Há alguma evidência de que a crioterapia reduz a atividade plasmática de creatina
quinase58 e os sintomas relacionados à dor e rigidez muscular.10 A possível explicação
para essa diminuição ocorre em função da redução da resposta inflamatória por
meio de constrição dos vasos capilares, reduções na permeabilidade capilar e fluxo
sanguíneo.67
O momento de iniciar a crioimersão corporal, na maioria dos estudos, foi imediatamente
após o exercício físico ou treinamento21,23,57-60,64,67,68 ou dentro de, aproximadamente, 1061,62 ou
20 minutos25,63 após a atividade física. Alguns autores realizaram intervenções de crioimersão
adicionais após a primeira aplicação; entretanto, os resultados não evidenciaram alterações que
sustentassem a repetição da crioimersão nos atletas.20
Em relação à crioimersão sistêmica (corporal), não existe evidência científica, com estudos
de alto controle metodológico, para afirmar os benefícios dessa técnica. Assim, estabelece-se
a necessidade de maior embasamento científico para sua aplicação. Entretanto, como seu uso
clínico é frequente, deve-se atentar para o tempo de exposição e, principalmente, controlar a
temperatura da água a que o atleta será submetido.6
Para Bleakley e colaboradores, os protocolos de aplicação da crioimersão sistêmica
utilizam temperaturas da água de 10 a 15ºC, em tempos de imersão de 5 a 24 minutos.20
| PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPÉDICA | Ciclo 3 | Volume 1 |
79
O resfriamento dos segmentos corporais submetidos à imersão apresenta divergências. A
crioimersão local é muito utilizada para as lesões de extremidades, como mãos, tornozelo e
pé; entretanto, é crescente o uso da imersão corporal para prevenção de dor muscular tardia.
Estudos realizaram crioimersão da perna/gastrocnêmio,56 ao nível da crista ilíaca,56 da cintura,57-61
do esterno24,25,62,63 ou até do ombro.64
MASSAGEM COM GELO
A massagem com gelo também é utilizada por profissionais do esporte e atletas com o
objetivo de devolver o melhor desempenho em um menor tempo. Observa-se que não
deve ser utilizada como socorro de urgência ou na resposta inflamatória aguda, pois não
pode ser associada à compressão. Entretanto, reduz a dor antes de exercícios terapêuticos
e o desconforto pós-exercício. Essa técnica também pode ser utilizada para dessensibilizar
pontos gatilhos na dor miofascial.69
Como procedimento, o “picolé de gelo” deve ser aplicado diretamente na pele, com
movimentos de deslizamentos circulares ou longitudinais, que devem se sobrepor
ao anterior. A aplicação deve continuar até que o atleta passe pelos estágios de
resfriamento, formigamento, queimação ou dor e adormecimento. O tempo de aplicação
deve estar entre 7 e 10 minutos.70
ÃO
Considera-se que a criomassagem é tão eficaz quanto a crioimersão e que pode ter efeito
analgésico em, aproximadamente, 4,5 minutos de aplicação,71 além de diminuir a temperatura
muscular rapidamente nos primeiros 5 minutos.72 Entretanto, essas afirmações são extremamente
antigas, e seus resultados não foram totalmente reproduzidos em estudos atuais.
ST
A
Ç
Como resultado de pesquisas com criomassagem, Gulick e colaboradores22 demonstraram
reduções significativas nos escores de dor pós-exercício após massagem com gelo por 20
minutos. Por outro lado, autores observaram que a aplicação de 5 a 10 minutos não apresentou
resfriamento significativo para os tecidos profundos.71
EG
U
Um estudo utilizou 10 minutos de criomassagem sobre o músculo bíceps braquial e avaliou o
torque isocinético máximo antes e depois da aplicação, comparando-o com o de um grupo controle
não submetido a qualquer intervenção. Como resultado, não foi estabelecida diferença significativa
para a força do bíceps. Assim, concluiu-se que esse modo de resfriamento não interferiu na força
muscular dos indivíduos avaliados.73
BOLSA DE GEL
O uso de bolsas de gel resfriadas ou congeladas é frequente pela sua fácil aplicação, principalmente
entre leigos e atletas menos experientes. Sua evidência científica não é comprovada, pois são
poucos os estudos apresentados com boa qualidade, o que dificulta a comparação e a discussão
dos resultados.
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
80
Observa-se que, após 5 minutos de aplicação da bolsa de gel com o objetivo de resfriamento
na região medial da coxa de mulheres saudáveis, a temperatura superficial da pele passou de
9,4 para 5,4, 3,8 e 3,5ºC em 10, 15 e 20 minutos, respectivamente. Nesse estudo, a principal
queixa durante o uso da bolsa de gel foi a sensação de queimação; porém, após os 20 minutos de
aplicação, prevaleceu a sensação de analgesia.16
Esse estudo evidencia que tal forma de aplicação pode ser indicada, já que não diminui a
temperatura da pele para valores negativos, o que causaria dano tecidual. Comprova, ainda,
que, no decorrer da aplicação, a temperatura superficial da pele permanece resfriada a valores
eficientes para o desenvolvimento dos efeitos fisiológicos.
Algumas questões quanto à possibilidade de queimaduras na pele, em função da baixa
temperatura inicial da bolsa de gel e do rápido reaquecimento durante a aplicação,
permanecem abertas e devem ser controladas durante o uso.
CRIOSPRAY
Outra modalidade de resfriamento local é o criospray, que pode ser composto por fluormetano
(15% de diclorodifluormetano e 85% de tricloromonofluormetano) ou por cloreto de etila líquido.70
ÃO
O cloreto de etila foi utilizado por muito tempo, mas, por ser volátil e inflamável, pode causar
quedas excessivas na temperatura da pele e produzir efeito anestésico se inalado.75
Assim, o fluormetano passou a ser mais utilizado por causar o resfriamento da pele e não ser
inflamável; entretanto, por causar danos à camada de ozônio, sua produção foi desestimulada.75
ST
A
Ç
Os sprays resultam em resfriamento superficial e rápido,34 em função de sua evaporação.69
Fisiologicamente, ocorre o estímulo das fibras nervosas tipo A, envolvidas na teoria das comportas,
de modo a reduzir o arco doloroso. Assim, induz-se a analgesia e a redução do espasmo
muscular. Porém, os sprays não reduzirão a hemorragia, já que não têm efeito de diminuição da
temperatura de tecidos profundos.70
D
EG
U
A aplicação do spray deve ocorrer em um ângulo agudo (inferior a 90º) com a pele do
atleta a ser tratado a uma distância de, no mínimo, 10cm. A duração deve ser mínima, em
segundos, para não ocorrer o congelamento e a consequente necrose tecidual (Figura 1).
Figura 1 – Lesão da pele causada pelo criospray.
Fonte:Arquivo de imagens dos autores.
| PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPÉDICA | Ciclo 3 | Volume 1 |
81
Por outro lado, outro estudo comparou a bolsa de gel com o gelo esmagado, o gelo no formato de
ervilha e a imersão em gelo e água (crioimersão), todos por 20 minutos de aplicação no tornozelo
direito. Como resultado, observou-se que o gelo esmagado e a crioimersão apresentaram diferença
significativamente maior na redução da temperatura superficial da pele quando comparados à
bolsa de gel e ao gelo em forma de ervilha.74
■■ EFEITOS APÓS A RETIRADA DA CRIOTERAPIA
Após a retirada do pacote de gelo, quando o atleta permanece em repouso, observa-se, nos
primeiros 10 minutos, o aumento da temperatura superficial da pele resfriada em função da
retirada do frio, da exposição da pele à temperatura ambiente e de alterações hemodinâmicas
entre o tecido resfriado e os tecidos adjacentes, sem, no entanto, haver o retorno à temperatura
pré-resfriamento. Já após os 10 minutos iniciais, o reaquecimento é mais lento. Os tecidos
profundos, mais aquecidos, transferem sua temperatura para os superficiais por meio de
anastomoses vasculares.3
Ao término de 2 horas, a temperatura deve retornar aos valores pré-aplicação.
ÃO
Após a utilização da criomassagem, o reaquecimento inicia-se após 5 a 10 minutos de sua
aplicação; dessa forma, o reaquecimento rápido não contempla os resultados esperados para o
controle da dor ou processo inflamatório.76
ST
A
Ç
O uso associado de crioterapia e exercícios ativos foi analisado em um estudo para determinar
o efeito da caminhada com gelo sobre o resfriamento superficial e profundo do músculo tríceps
sural. Como resultado, foi estabelecido que, aos 20 e 30 minutos de resfriamento, o grupo que
permaneceu em repouso apresentou menor temperatura quando comparado ao que caminhava.
Assim, comprovou-se que a realização de exercícios durante a aplicação da crioterapia altera
o efeito do resfriamento em até 1,5cm de profundidade; porém, a temperatura superficial da
pele diminuiu significativamente em ambos os grupos.77
EG
U
■■ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E
CONTROLE DO RESFRIAMENTO DA PELE
Cada modalidade de crioterapia utilizada apresenta diferentes propriedades de resfriamento da pele
e tecidos superficiais. Deve-se considerar que cada indivíduo é único em relação à pigmentação
da pele, à quantidade de tecido adiposo, a níveis de tolerância ao frio, à temperatura do tecido
lesionado, entre outros fatores que podem comprometer o uso desse recurso fisioterápico. Assim,
é necessário um controle objetivo da temperatura nas diversas possibilidades de aplicação
da crioterapia (pacote de gelo, crioimersão, massagens com gelo, sprays, entre outros) e,
principalmente, da pele.
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
82
Atualmente, existem várias formas simples, seguras, fidedignas, portáteis e não invasivas
de controlar a temperatura superficial da pele. O termômetro infravermelho (Figuras 2 A e
B) é o mais utilizado em hospitais e clínicas e pode ser transportado facilmente ao local de
treinamento dos atletas.
A
B
ÃO
Figura 2 – A) Termômetro infravermelho para análise da temperatura da água. Temperatura da água em 1ºC.
B) Termômetro infravermelho para análise da temperatura superficial da pele. Temperatura do tornozelo após
20 minutos de aplicação do pacote de gelo observada em 5,5ºC.
Fonte:Arquivo de imagens dos autores.
EG
U
ST
A
Ç
Outra possível forma de controle, mais cara, entretanto, é a máquina de imagem termográfica
(Figuras 3 A e B), mais utilizada em laboratórios de pesquisa em função da precisão e do
detalhamento das imagens.
D
Figura 3 – Imagens termográficas antes (A) e depois (B) da crioimersão por 20 minutos, com água a 6±2ºC.
Fonte:Arquivo de imagens dos autores.
Para Costello e colaboradores,78 mais pesquisas são necessárias para a estruturação de diretrizes
e protocolos específicos, mas, mesmo assim, a imagem térmica parece ser um método preciso e
confiável de coleta de dados de temperatura da pele após a crioterapia.
■■ CUIDADOS E CONTRAINDICAÇÕES
Os cuidados com o uso da crioterapia devem ser observados. Entre as precauções, aponta-se a
aplicação em:
■■
■■
■■
■■
um ramo nervoso superficial, como o nervo fibular (sobre a cabeça da fíbula), o nervo radial
(região lateral do cotovelo) e o nervo ulnar (região medial do cotovelo);
lesões abertas;
hipertensos;
indivíduos com baixa sensibilidade ou baixa atividade mental.
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83
LEMBRAR
Os atletas em idades extremas, crianças ou idosos podem apresentar regulação
térmica deficiente e pouca capacidade de comunicação.75 Nesses casos, o
fisioterapeuta deve ter melhor controle sobre a forma e o tempo de aplicação, bem
como sobre a temperatura superficial da pele.
Entre as contraindicações para o uso da crioterapia, podem-se estabelecer os indivíduos com:
■■
■■
■■
■■
■■
doença de Raynaud ou outros distúrbios vasoespásticos;
doenças cardiovasculares;
diabetes;
alterações ou doenças do sistema imunológico;
doença reumatoide;
presença de hipersensibilidade ao frio;
regiões com anestesia.
ÃO
■■
■■
ST
A
Ç
Também não é indicado o uso em pacientes com paralisia nervosa periférica, que
apresentem funções físicas reduzidas e alterações de sensibilidade. Os problemas
decorrentes da crioterapia são raros; porém, deve-se ter cuidado na aplicação em
pessoas com paralisia ou coma.16,50
ATIVIDADE
U
13.O que se espera da sensação do paciente com a aplicação da crioterapia?
EG
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
84
14.Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao emprego do pacote de gelo como
método da crioterapia.
A) O tempo de aplicação do pacote de gelo é estimado entre 15 e 30 minutos para
analgesia, diminuição do espasmo muscular e controle do edema.
B) Observa-se que o pacote de gelo, aplicado por 20 minutos nas entorses de tornozelo,
é eficiente no tratamento de estruturas profundas e apresenta comprovadas alterações
fisiológicas em tecidos de 1cm de profundidade.
C) Aplicações intermitentes de 20 minutos são mais eficazes do que o tratamento do
pacote de gelo contínuo após cirurgia de liberação da síndrome do túnel do carpo.
D) Deve-se considerar que o pacote de gelo é comumente combinado com compressão
e elevação, que contribuem para o controle do edema, diminuindo a pressão de
filtragem capilar.
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
16.A crioimersão corporal vem sendo utilizada em esportes de alto nível. Profissionais
e atletas apontam seus benefícios práticos; entretanto, a literatura apresenta-se
controversa. Assim, ao utilizar essa forma de aplicação, espera-se que
ÃO
A) a crioterapia reduza a atividade plasmática de creatina quinase e os sintomas
relacionados à dor e à rigidez muscular.
B) ocorra vasodilatação e maior troca metabólica entre os tecidos.
C) aumentem a permeabilidade capilar e a rigidez muscular.
D) aumentem os níveis de creatina quinase com resolução da resposta inflamatória.
Resposta no final do artigo
Ç
17.Como e por quanto tempo deve ser aplicada a criomassagem?
U
Resposta no final do artigo
ST
A
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
EG
18.Que benefícios estão relacionados ao emprego da bolsa de gel na crioterapia?
D
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
19.Quanto à aplicação do criospray, deve-se observar
A)
B)
C)
D)
distância de 3cm da pele.
tempo de 30 segundos ou mais.
um ângulo inferior a 90º em relação à pele do atleta e a distância de, no mínimo, 10cm.
5 aplicações consecutivas de 10 segundos cada sobre a mesma área.
Resposta no final do artigo
| PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPÉDICA | Ciclo 3 | Volume 1 |
85
15.Como deve ser realizado o resfriamento da mão após uma lesão traumática?
20.Para a melhor eficácia do resfriamento profundo após o término da aplicação do
pacote de gelo ou crioimersão, o atleta deve
A)
B)
C)
D)
permanecer em repouso.
utilizar o cicloergômetro sem carga.
caminhar em terrenos planos.
correr e saltar.
Resposta no final do artigo
21.Qual é a importância de controlar objetivamente a temperatura superficial da pele na
aplicação da crioterapia?
ÃO
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
Ç
22.Cite dois métodos de avaliação e controle do resfriamento da pele.
ST
A
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
U
23.Quais os cuidados e as contraindicações da crioterapia?
EG
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
86
■■ CASOS CLÍNICOS
A seguir, são descritos dois casos clínicos com indicação para o emprego da crioterapia.
CASO CLÍNICO 1
Um atleta de futebol fez uma entorse de tornozelo direito ao disputar uma bola com
o adversário. Imediatamente, queixou-se de muita dor e impossibilidade de apoio do
membro inferior. Na inspeção imediata, o fisioterapeuta observou edema perimaleolar
lateral. À palpação dos ligamentos talofibular anterior e calcâneo fibular, o atleta relatou
dor 8 na escala visual análoga.
ATIVIDADE
24.Como deve ser utilizada a crioterapia no atleta do caso clínico 1?
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
ÃO
CASO CLÍNICO 2
Ç
Uma atleta de voleibol em fase final de competições anuais procurou a fisioterapia com
queixa de dor infrapatelar. Na anamnese, afirmou que sua dor melhora com a aplicação
de crioterapia, da qual faz uso antes e durante treinos e jogos.
ST
A
ATIVIDADE
U
25.Que orientação deve ser dada à atleta do caso clínico 2 sobre o uso de crioterapia
durante o treinamento e os jogos?
EG
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
D
Resposta no final do artigo
■■ CONCLUSÃO
Em função do uso rotineiro da crioterapia, é necessário o conhecimento prévio de seus efeitos
fisiológicos, tempo e modo de aplicação para a melhor indicação e eficiente emprego. Acreditase que o quadro lesional do atleta (fase do processo inflamatório) e sua evolução devem ser
sempre analisados.
Em relação às várias formas de aplicação da crioterapia, pode-se estabelecer que o pacote de
gelo deve ser aplicado de 20 a 30 minutos, diretamente na pele e repetido de 2 em 2 horas na fase
aguda do processo inflamatório. A crioimersão deve ser empregada nas pernas, nos tornozelos e
nos pés, com temperatura da água controlada entre 2 e 10ºC.
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87
LEMBRAR
Os efeitos analgésicos, a diminuição do metabolismo e da temperatura local, o
controle do edema e a diminuição da velocidade de condução nervosa apresentam
evidências científicas; entretanto, a influência no controle motor, na flexibilidade e na
amplitude do movimento ainda apresenta controvérsias.
■■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
ÃO
Atividade 1
Resposta: B
Comentário: A literatura aponta efeitos analgésicos, controle de edema e processo inflamatório,
bem como diminuição da taxa metabólica, do fluxo sanguíneo e da velocidade da condução
nervosa.
ST
A
Ç
Atividade 3
Resposta: A aplicação prolongada do frio pode estimular os nociceptores vasculares e musculares
e provocar sensações dolorosas. Quanto menor a temperatura da aplicação, maior a dor relatada
pelo paciente. Assim, para os efeitos analgésicos, a temperatura da crioimersão deve ser estabelecida entre 6 e 10ºC por ser mais agradável e desenvolver os efeitos fisiológicos de diminuição
do número de impulsos dolorosos enviados ao cérebro pelos nervos periféricos e por torná-los
mais lentos.
EG
U
Atividade 4
Resposta: A
Comentário: O gelo tem o objetivo de reduzir o metabolismo local, minimizar a lesão por hipoxia
secundária e o grau de lesão tecidual. Ocorre a vasoconstrição, seguida da diminuição da permeabilidade celular dos vasos sanguíneos, linfáticos e capilares.
Atividade 5
Resposta: C
Comentário: Em função da diminuição do metabolismo e do fluxo sanguíneo, a crioterapia, utilizada
nas primeiras 72 horas de lesão, pode controlar ou minimizar a formação do edema. Entretanto,
após sua instalação, a crioterapia não apresenta efeito para a diminuição do edema.
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
88
Atividade 6
Resposta: D
Comentário: Quanto maior o resfriamento do tecido, menor é a velocidade de condução nervosa.
Atividade 7
Resposta: A crioterapia reduz a velocidade de condução nervosa e, por consequência, a descarga
fusal, a tensão muscular, a dor e o espasmo muscular.
Atividade 10
Resposta: A
Comentário: Em função do menor controle motor, espera-se uma maior oscilação do centro de
apoio plantar.
Atividade 11
Resposta: O aumento da flexibilidade pode ser explicado pela diminuição da velocidade de
condução nervosa, da descarga fusal e da tensão muscular, bem como pela analgesia local.
Ç
ÃO
Atividade 12
Resposta: B
Comentário: Em indivíduos submetidos à crioimersão, pode-se observar aumento na amplitude
do movimento de dorsiflexão do tornozelo após a aplicação. A criocinética deve iniciar com 20
minutos de aplicação de crioterapia ou até o tempo em que o atleta apresente a sensação de
hipoestesia.
ST
A
Atividade 13
Resposta: Com a aplicação da crioterapia, o paciente experimenta sensação de frio de 1 a 3
minutos, queimação de 2 a 7 minutos, analgesia de 5 a 12 minutos e uma vasodilatação profunda
da pele de 12 a 15 minutos, sem aumento do metabolismo.
EG
U
Atividade 14
Resposta: C
Comentário: Aplicações intermitentes de 20 minutos são menos eficazes do que o tratamento do
pacote de gelo contínuo após cirurgia de liberação da síndrome do túnel do carpo.
D
Atividade 15
Resposta: A mão, por ser uma extremidade com menor quantidade de tecido adiposo, é resfriada
mais facilmente. Assim, com menor tempo de aplicação, o resfriamento já atinge as estruturas
musculares e tendíneas. Considera-se adequada a utilização de crioimersão de 10 minutos, com
temperatura da água entre 10 e 15ºC.
Atividade 16
Resposta: A
Comentário: Algumas pesquisas apontam que a crioimersão tem efeito sobre os marcadores de
lesões inflamatórias e controla as microlesões teciduais e a dor.
Atividade 17
Resposta: A criomassagem deve ser aplicada diretamente na pele, com movimentos de deslizamentos circulares ou longitudinais, que devem se sobrepor ao anterior. O tempo de aplicação deve
estar entre 7 e 10 minutos.
| PROFISIO ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPÉDICA | Ciclo 3 | Volume 1 |
89
Atividade 8
Resposta: C
Comentário: Com a aplicação da crioterapia, ocorre a diminuição da velocidade de condução
nervosa e do recrutamento muscular. Assim, aumenta-se o tempo para que o músculo atinja o pico
de tensão muscular, com consequente relaxamento ou menor contração.
Atividade 19
Resposta: C
Comentário: O criospray deve ser utilizado com cuidado, respeitando-se a forma e o tempo de
aplicação para que não ocorram lesões cutâneas.
Atividade 20
Resposta: A
Comentário: Os exercícios físicos realizados após o resfriamento tecidual aumentam o fluxo
sanguíneo e aceleram o reaquecimento.
ÃO
Atividade 21
Resposta: Resultados de pesquisas científicas estabeleceram que a analgesia ocorre quando
a temperatura superficial da pele é reduzida para menos de 10ºC. Entre 10 e 15ºC, ocorre a
diminuição do metabolismo celular, e os nervos subcutâneos apresentam significativa redução na
velocidade de condução. Assim, aplicações de crioterapia que não respeitem essas temperaturas
não apresentarão efeitos satisfatórios.
ST
A
Ç
Atividade 24
Resposta: O atleta deve ser removido do campo sem apoio ou movimento no tornozelo lesionado.
Na sequência, deve ser posicionado em decúbito dorsal e com elevação do membro inferior acima
do nível do coração. O resfriamento pode ser desenvolvido por meio de pacote de gelo, que
deve envolver toda a região perimaleolar lateral e ser fixado com faixa compressiva. O tempo de
aplicação deverá ser de 20 a 30 minutos, mantendo-se o segmento em repouso após o término
da aplicação, de preferência, elevado e imobilizado. A reaplicação deve ocorrer a cada 2 horas.
EG
U
Atividade 25
Resposta: Em função da diminuição da velocidade de condução nervosa, a atleta pode ter interferência no controle motor, na coordenação e no equilíbrio quando os tecidos estiverem resfriados.
Assim, deve ser orientada a, após o uso da crioterapia, desenvolver atividades ativas leves para
obter a aceleração da circulação sanguínea, o reaquecimento superficial e profundo, bem como
o controle motor.
D
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
90
■■ REFERÊNCIAS
1. Bleakley CM, O’Connor S, Tulli MA, Rocke LG, Macauley DC, McDonough SM. The PRICE study (Protection, Rest, Ice, Compression, Elevation): design of a randomised controlled trial comparing standard
versus cryokinetic ice applications in the management of acute ankle sprain [ISRCTN13903946]. BMC
Musculoskeletal Disord. 2007 Dec;8:125.
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Como citar este documento
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Programa de Atualização em Fisioterapia Esportiva e Traumato-Ortopédica: Ciclo 3.
Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2013. p. 65-95. (Sistema de Educação em Saúde
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