Luis Lage

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Luis Lage
6 0 PATRIMÓNIO URBANO E EDIFICADO
promover a apresentação do património cultural e natural;
6.1 Inventário do Património Imóvel
fomentar a cooperação internacional referente à conservação do património cultural e
natural.
A Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura - Unesco propõe-se a promover a identificação, protecção, e preservação do património mundial,
cultural e natural, considerado de excepcional
valor para a humanidade. Este objectivo está
incorporado em um tratado internacional
denominado Convenção sobre a Protecção
do Património Mundial Cultural e Natural,
aprovado pela Unesco em 1972.
Sem património, a memória das coisas não
sobreviveria. Porque memória é fixação e a
vida é dinamismo. O mundo modifica-se a
cada instante mas os objectos que o povoam,
modificando-se também, não perdem a sua
identidade: como coisas identificadas eles
permanecem na nossa mente e passam, portanto, a existir no tempo.
Por património cultural entende-se monumentos, grupos de edifícios e sítios que tenham
valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico. Património
natural são formações físicas, biológicas ou
geológicas consideradas excepcionais, habitats animais e vegetais ameaçados, e áreas
que tenham valor científico, de conservação
ou estético.
O património é, de facto, aquilo que nos permite projectar o conteúdo da nossa consciência para fora da estrita experiência do presente: ela torna-se o reservatório de que dispomos individualmente ou colectivamente
para reconstituirmos as imagens através das
quais, a cada instante, a nossa experiência do
mundo ganha sentido.
A missão do Património Mundial da Unesco
consiste em:
promover a assinatura da Convenção de
1972 por parte dos países e alertá-los a
assegurarem a protecção de seu património
natural e cultural;
Procuradoria da República
AGT
Edificio comercial na baixa de Maputo
solicitar aos Estados-Membros a apresentação de sítios nacionais para inclusão na
Lista do Património Mundial;
estimular os Estados-Membros a estabelecer
sistemas de apresentação de informes sobre
o estado de conservação dos sítios do
Património Mundial;
ajudar os Estados-Membros a preservar os
sítios do Património Mundial, garantindo-lhes
assistência técnica e formação profissional;
garantir assistência de emergência aos sítios
do património mundial que se encontrem em
perigo imediato;
Casa de Ferro
desenhos de levantamento
Mas, para que possamos guardar essas imagens, temos de recorrer inevitavelmente a
diversos símbolos objectos, com os quais fabricamos e tornamos operativos os conteúdos
da memória. É, de resto, a esse título que
classificamos os símbolos objectos que lhes
servem de suporte. E é no reconhecimento
deste modo de existência dos símbolos objectos que se constitui aquilo a que chamamos
património. Assim sendo, todas as produções
culturais podem ser perspectivadas deste
ponto de vista. E, desta forma, a implicação
dos artifícios da memória na compreensão da
matéria do património torna-se inevitável.
Assim o Estado Moçambicano 13 anos após a
Independência, em Dezembro de 1988 aprova a lei 10/88, determina a "protecção legal
dos bens materiais e imateriais do património
cultural Moçambicano". Esta lei garante a protecção da memória do povo assegurando a
perenidade e a transmissão as gerações
futuras não só do legado histórico, cultural e
artístico. Preconiza também as acções
Escada e hall de entrada
75
necessárias para a identificação, registo,
preservação e valorização dos bens materiais
e espirituais que integram o património cultural Moçambicano.
conhecido nos últimos tempos uma acelerada
mutabilidade na sua operatividade.
Porem na própria lei torna-se claro segundo
capítulo IV sobre protecção dos bens do
património cultural no artigo 7 alinha 2 b) são
declarados bens do património cultural "todos
os prédios e edificações erguidos em data
anterior ao ano 1920, ano que marca o fim da
1° fase da resistência armada à ocupação
colonial".
A lei 10/88 classifica a baixa da cidade de
Maputo numa área delimitada como "conjunto
urbano classificado", tendo a Direcção
Nacional do Património Cultural do Ministério
da Cultura em Abril de 2002, produzido um
documento para aprovação referente à "conservação e valorização da baixa de Maputo",
com os objectivos gerais de:
14 anos depois, em 2003 a Direcção Nacional
do Património Cultural, depois de vários anos
de trabalho propõe para aprovação as
"Normas para a conservação e critérios de
classificação de monumentos, conjuntos e
sítios", acto que ainda não se realizou. Este
documento estabelece os "critérios de classificação de monumentos conjuntos e sítios",
através do seu artigo 25 a "inventariação e
classificação" e no artigo 26 a "iniciativa de
propositura de classificação", onde estabelece que podem propor a classificação de
bens culturais imóveis as seguintes entidades
e instituições:
Conservar e valorizar o quadro urbanístico da
baixa;
Revitalizar as suas funções ou introduzir
novas funções compatíveis com a zona;
Identificar e coordenar as diferentes
intenções dos organismos com relação directa com a zona;
Órgãos do Estado a vários níveis
Órgãos autárquicos
Pessoas singulares ou colectivas
Isto irá criar as condições para a possibilidade
de iniciar-se um trabalho de identificação,
inventariação e classificação dos bens culturais imóveis do Pais. Trabalho este que terá
que ser realizados com o conhecimento, de
que estes bens imóveis (arquitectónicos) se
inserem actualmente num contexto da
história, onde o valor de seu reconhecimento
é ainda precário.
Devemos considerar que os ambientes correspondem a uma função, ou a funções relacionadas e que estes não se encontram isolados e sem nenhuma relação urbana.
Os tecidos urbanos se relacionam com aqueles que deles se apropriam. Este sistema
recíproco, que quase nunca foi imutável, tem
Em relação à cidade de Maputo
Isto iria permitir um conhecimento da situação
exacta da zona, proceder ao lançamento de
projectos de restauro e conservação, disseminar informação da importância histórica da
zona e catalogar e identificar através placas
de informação os edifícios e a zona.
Neste momento este documento ainda não se
encontra aprovado para aplicação pelas
estruturas competentes para o efeito.
Alçado frontal
Igreja Ortodoxa
Alçado Lateral
Igreja Ortodoxa
Banco Standard Totta de Moçambique
Alçado frontal BSTM
Alçado lateral BSTM
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1. IDENTIFICAÇÃO
INSTRUÇÃO DO PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO
Designação:____________________________________________________________
Local/Endereço:_________________________________________________________
Localidade:____________________________ Distrito:__________________________
4.1. Transformações / destruições previstas:
______________________________________________________________________
4.2. Pessoas que podem dar informações:
______________________________________________________________________
4.3. Restrições à divulgação da informação:
______________________________________________________________________
2. CARACTERIZAÇÃO
Função
Origem:________________________________________________________________
Função Actual:__________________________________________________________
______________________________________________________________________
Enquadramento:_________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Descrição Geral e Pormenores
Importantes:____________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Estado de Conservação:
______________________________________________________________________
MB B R M Ruína________________________________________________________
Paredes _______________________________________________________________
Pavimentos ____________________________________________________________
Coberturas _____________________________________________________________
Outros_________________________________________________________________
3. SITUAÇÃO DE PROPRIEDADE
Proprietário:
______________________________________________________________________
Endereço:______________________________________________________________
______________________________________________________________________
4. OBSERVAÇÕES
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5. PROTECÇÃO
5.1. Prioridade de Protecção_______________________________________________
6. CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICO-ARTÍSTICA
6.1. Época _____________________________________________________________
6.2. Síntese Histórica_____________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
7. CARACTERIZAÇÃO ARQUITECTÓNICA
7.1. Síntese Arquitectónica
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
8. BIBLIOGRAFIA
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
9. REFERÊNCIAS CARTOGRÁFICAS
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
10. ELEMENTOS COMPLEMENTARES
10.1. Proponente ________________________________________________________
data_______/_______/_______
10.2. Preenchido por _____________________________________________________
data _______/_______/_______
10.3. Revisto por ________________________________________________________
data _______/_______/_______
77
6.2 EDIFÍCIOS PERDIDOS-MAPA DE LOCALIZAÇÃO
14
11
7
10
9
8
11
20
16
17
3
22
15
12
4
1
13
18
5
19
6
2
21
Banco Africano
5
Restaurante Leão de Ouro
9
2 Capitania Building
6
1
Residência do Governador
13 Casa Fabião
17 Bayly
21 Alfândega
22 Prédio Bridler
Teatro Gil Vicente
10 Igreja Nossa senhora da Conceição
14 Banco Nacional Ultramarino
18 Hotel Central
3
Correios
7
Pavilhão da Praia da Polana
11 Casa do chefe do Gabinete
15 Hotel Savoy
19 Carlton Hotel
4
Estação dos Caminhos de
Ferro
8
Hotel Cardoso
12 Lage Hotel
16 Avenida Hotel
20 Paiol
78
01
4
8
12
EDIFÍCIOS PERDIDOS
1
Banco Aficano
2
Capitania Building
3
Correios
5
Restaurante Leao de ouro
6
Teatro Gil Vicente
7
Pavilhao da praia da Polana - Edificio demolido
Hotel Cardoso
9
Residencia do Governador
Lage Hotel
13
Estação Caminhos de Ferro
Casa Fabião
10
Igreja Nossa Senhora da Conceição
11
Casa do Chefe do Gabinete
14
Banco Nacional Ultramarino
15
Hotel Savoy
79
02
17
EDIFICIOS PERDIDOS
E QUIOSQUES
Bayly
19
Carlton Hotel
21
Alfândega
16
Avenida Hotel
Praça 7 de Março
Quiosque Oriental
18
Hotel Central
The Pyramid Kiosk
Quiosque
Coreto na praça
Praça Mouzinho de Albuquerque
20
22
O Paiol
Predio Bridler - Edificio demolido/sustituido
Vista da Praça 7 de Março
Av. Aguiar
Praça 7 de Março
Quiosque Rialto
80
03
PANORAMAS
Vila de Lourenço Marques vista das dunas da Maxaquene
Paiol
Lourenço Marques vista da Ponta Vermelha
Panorama
Jardim Vasco da Gama
Lourenço Marques - vista das dunas da Maxaquene
Praia da Polana
Paredao da Marginal
Ponta Vermelha
Obras da Ponte cais
Panorama 2
81
82
6.3 OS EDIFÍCIOS
MERCADO CENTRAL
CASA AMARELA
Ex-Mercado Vasco da Gama durante a
época colonial, foi construído em 1901.
Representa uma cópia, em menores proporções, do Alster Pavillion de Hamburgo.
(Henrique 1987:25-26)
A cerimónia de inauguração do Mercado
realizou-se no dia 30 de Setembro de
1903. (Soeiro, 1970:57-60)
Actual Museu da Moeda encontra-se
situado na Praça 25 de Junho. O edifício
foi construído em 1776 e serviu como
primeira residência dos Governadores
nomeados por Lisboa. Era também o
local onde se recebiam as embaixadas
de régulos e os Governadores Gerais de
visita aos portos do Sul. Actualmente, é a
única casa existente do tempo do
Presídio e da vila.
Edifício construído com pedra da ponta
vermelha e adquirido pelo Estado em
Novembro de 1873. Funcionaram varias
repartições públicas até 1892.
Monumento Nacional pelo BO de 11 de
83
ARPAC
Edificio destinado a lojas e armazéns no
1ºpiso e para escritórios e residências no
2º piso.
Concluído em Abril de 1907 tendo sido
seu construtor, o empreenteiro David de
Carvalho,
Proprietário Delagoa Bay Land Sindicat.
TRIBUNAL SUPREMO
(Ex. VILA JOIA)
Executada com materiais importados e na
época com o terreno envolvente ocupava
17.000 m2: era na altura, residência de
Gerard Pott tendo sido adquirido pelo
Estado em 1914 onde funcionou inicialmente um museu, e posteriormente, o
Tribunal da Relação.
84
RESTAURANTE 1908
OBSERVATÓRIO DE METEOROLOGIA
Este belo edifício de estilo Victoriano
colonial, situa-se na esquina da Avenida
Eduardo Mondlane e Salvador Allende,
no interior da área do Hospital Central de
Maputo. Na verdade, foi construído inicialmente para servir de residência do
Director do Hospital. O edifício é amplo e
funcionou como sede da Associação
Médica de Moçambique.
Depois da Independência, já havia sido
utilizado como restaurante de cozinha
italiana (Villa Itália). É actualmente um
restaurante luxuoso, chamado 1908 em
homenagem ao ano da sua construção.
Iniciou a sua construção em 1906 e representa a arquitectura típica do local do inicio do inicio do sec. XX
“estilo chalé de praia”.
85
CASA DE FERRO
Um edifício pré-fabricado em chapas de
ferro, desenhado por Gustave Eiffel, criador da famosa Torre Eiffel de Paris.
Depois da Independência, alojou durante
anos o ARPAC (Arquivo de Património
Cultural) e passará dentro em breve a
ser um Museu Arqueológico.
MUSEU DE HISTORIA NATURAL
(Ex. ALVARO DE CASTRO)
Edifício de estilo Manuelino.
Lançada a primeira pedra a 24 de Julho
de 1931. Destinado inicialmente a escola
primária.
Projecto Eng. António Ribeiro de
Mendonça
O mesmo executou em escala natural os
desenhos dos ornatos exteriores modelando em barro e fundindo em ferro e
bronze os moldes.
86
FORTALEZA DE NOSSA SENHORA DA
CONCEIÇÃO
C.F.M.
Engº Alfredo Augusto Lisboa de Lima
Arq. Joaquim Areal da Silva
A primeira fortificação construída pelos
portugueses na margem do Rio Espírito
Santo, data do último quartel do séc. XVIII,
tendo sido decidida a sua construção
depois da feitoria-fortaleza anterior localizada na margem direita do rio, ter sofrido
vários saques e destruições.
A construção da actual Estação dos
Caminhos de Ferro foi iniciada em 1908
segundo o projecto do Engº Lisboa de
Lima na Praça Azevedo, actual Praça dos
Trabalhadores e antigo local aonde
ficavam as casernas do baluarte “31 de
Julho” da velha linha de defesa de
Lourenço Marques. A construção concluiu-se em 1910 embora a sua fachada
actual tivesse sido construída anos
depois. Assim a sua inauguração definitiva só se realizou em 1916.
- Arq. Ferreira da Costa - projecto da
fachada
O monumento aos mortos da I guerra
Mundial executado em granito inaugurada a 11 de Novembro de 1935.
Autor: Mestre Ruy Gameiro
87
SÉ CATEDRAL DE MAPUTO
CONSELHO MUNICIPAL
Engº Freitas e Costa.
Arq. Carlos Santos – 1947
Edifício de linhas modernas em betão
armado.
A 1ª pedra foi lançada em 1936.
Inaugurada em 1944. Semelhança com a
Notre Damme de Raincy, (1922 a 1924)
de De Perret.
Edifício revestido de simili-granito estilo
neoclássico, nele existe uma certa concordância e equilíbrio entre interior e
exterior predominância das linhas rectas
com seis colunas compósitas na fachada
principal.
88
VILA ALGARVE
EDIFICIO DAS OBRAS PUBLICAS
proprietário – José dos Santos Rufino
1934 – fim da obra
alteração 1936
ampliação 1950 – Arq. Martins Rosa
Foi construído inicialmente durante a
época colonial para alojar a Repartição
de Obras Públicas.
89
CASA VELHA
HOTEL POLANA
Início da construção 1908-1910,tendo
sofrido muitas modificações no aspecto
funcional, bem como no seu destino de
uso. A sua construção decorreu em diferentes fases. Por volta de 1982-1983,
este edifício foi reabilitado poelo arquitecto Pitum Amaral.
Em estilo Palace
Do Arquitecto Inglês Herbert Baker Autor
de vários edifícios na Africa do Sul.
Concluído em Maio de 1922. A sua construção foi iniciada em princípios de
1920.
90
PALACIO DOS CASAMENTOS
(Ex. ATENEU GREGO)
MUSEU NACIONAL DE GEOLOGIA
Eng. tecnico Sotero Dias Ferreira
projecto 1931 a 1934:
Agapius Nicolaus
Nicolau Kassimatis
91
CENTRO
CULTURAL
MOÇAMBICANO
(Ex-HOTEL CLUBE)
FRANCO-
Foi erguido na actual Avenida Samora
Machel (antiga Av. D. Luís), na Praça da
Independência. O lançamento da sua
primeira pedra foi a 30 de Junho de 1898
BIBLIOTECA NACIONAL
(Ex REPARTIÇÃO DA FAZENDA)
Sito na actual Avenida 25 de Setembro
quase no cruzamento com a Avenida
Vladimir Lenin. O edifício é hoje utilizado
pela Biblioteca Nacional de Moçambique
apesar de ter sido utilizado inicialmente
como edifício das Repartições de
Fazenda. A sua construção foi concluída
no ano de 1904 e nessa altura foi considerado o mais belo e bem construído edifício de Lourenço Marques. (Lages
1904b:695-696)
92
EDIFÍCIO DOS CORREIOS
RADIO CLUBE DE MOÇAMBIQUE
Localizado na Avenida 25 de Setembro.
Foi inicialmente construído para os
Correios, Telégrafos e Telefones (CTT),
durante o período colonial. O edifício foi
concluído em 1908.
Engº Pardal Monteiro
Fachada de grelha brise-soleil
e torre prismática
93
HOTEL CARDOSO
HOTEL GIRASOL
Teve como inicio um primeiro edifício,
demolido em 1938 para a construção do
actual hotel.
Foi este terreno propriedade e primeira
residência de Comandante Augusto
Cardoso.
94
A FAZENDA
ESCOLA SECUNDARIA JOSINA
MACHEL
(Ex LICEU SALAZAR)
Arq. Rodrigues da Silva
95
MONTEPIO
IGREJA DA POLANA
Arq. Alberto Soeiro
Arq. Craveiro Lopes
96
HOTEL TIVOLI
TORRES VERMELHAS
SOCIEDADE DE ESTUDOS
CINEMA CHARLOT
33 ANDARES
Arq. Carlos Veiga Camelo
Arq. Marcos Miranda Guedes
Grande obra em 16 anos responsável
pela imagem moderna da cidade
97
BANCO COMERCIAL DE
MOÇAMBIQUE BCM
EDIFICIO SPENCE E LEMOS
Arq. Pancho” - Miranda Guedes
Arq. João José Tinoco
98
LEAO QUE RI
Arq. Pancho Guedes
EDIFICIO DO DRAGAO Arq. Pancho Guedes
EDIFICIO PROMETEUS
Arq. Pancho Guedes
99
100
6.3 OS JARDINS DE MAPUTO
Em cor aos tabuleiros, a cidade numa quadricula de linhas grossas, compridas e
negras debruadas de riscas verdes, parece uma vasta maqueta em exposição, pintada
e vistosa, cheia de jardins que envolvem telhados alinhados, e donde se elevam aqui
e ali, em colunas altos edifícios em terraços para a cúpula clara de azul e os escuros
horizontes em redor.
“Alexandre Lobato”
O carácter de Maputo não é só representado pela qualidade dos edifícios e construções mas igualmente pelo desenho dos espaços livres, jardins, ruas arborizadas e
miradouros.
A arborização de Maputo iniciou nos anos 20 e os resultados de cerca de 50 anos de
intensa actividade de plantação são agora ainda admiráveis.
JARDIM TUNDURO
VASCO DA GAMA
Este tem a configuração de um pentágono irregular contando com uma superfície
de 64.000 m2. Foi a Sociedade de Horticultura e Floricultura que iniciou a partir de
1885 a criação deste jardim.
Parte do Jardim pertencia ao pioneiro Gerard Pott.
O jardim tem um arco em alvenaria marcando uma das entradas em estilo
Manuelino come
morando o IV centenário de Vasco da Gama inaugurado em 1924.
Conta também com um padrão projectado pelo Arquitecto Able Pascoal em 1939.
101
PARQUE DOS CONTINUADORES “JOSE CABRAL”
RAMPA DA POLANA
Com uma área de 6,5 hectares situado no bairro da Polana iniciou a sua construção em 1928 pelos Serviços de Agricultura tendo passado em 1932 para a
Câmara Municipal. Jardim onde predomina o arvores e arbustos. O mesmo também esta equipado de elementos arquitectónicos como alpendres bancos e lago
artificial, conta também com um parque infantil
A rua onde se situa a rampa da Polana foi construída em 1910 tendo sido delineada
pelo Eng. Freire de Andrade. Esta rua permite obter panoramas diferentes devido ao
serpentear desta via. Com grande vegetação arbórea arbustiva e herbáceas que funcionam como fixadoras do terreno.
102
JARDIM DOS PROFESSORES “PARQUE SILVA PEREIRA”
PARQUE 28 DE MAIO
uma posição privilegiada com vista para o mar. Conta com um parque infantil e é
destinado como espaço de repouso.
canteiros cobertos por relva com algumas arvores e arbustos. As espécies predominantes são “Tabebuia Pentaphyllia”, “ Jacarandá”, “Delonix Regea”.
103
JARDIM NANGADE “DONA BERTA CRAVEIRO LOPES”
A VEGETAÇÃO NAS RUAS DA CIDADE
Este jardim foi inaugurado em 1957. destinado a ser uma área de repouso com bancos de descanso conta também com um parque infantil. Cerca de 90% da sua vegetação é nativa
De construções da cidade cerca de 25000 arvores que acompanham 60 quilómetros
de avenidas e ruas.
Este património arbóreo é importante também sob o ponto de vista botânico.
Existem mais de cinquenta espécies diferentes. Apenas um quarto das espécies de
arvores vivem nos jardins botânicos da cidade.
Hoje, existem na parte central mais densa de construções da cidade cerca de 25000
arvores que acompanham 60 quilómetros de avenidas e ruas.
Este património arbóreo é importante também sob o ponto de vista botânico.
Existem mais de cinquenta espécies diferentes. Apenas um quarto das espécies de
arvores vivem nos jardins botânicos da cidade
104
7 CONCLUSÔES
1 A metodologia do levantamento
Partindo da hipótese que as novas tecnologias digitais desenvolvidas na pratica do desenho de
arquitectura recuperam a leitura e a imagem da representação gráfica, maximizando o simbolismo do projecto facilitando a tridimensionalidade e consequentemente aclarando a intenção dos
projectistas, proponho na minha tese a possibilidade da reconstituição dos projectos executados antes generalização dos computer grafhics de forma a trazer novas capacidades para a
leitura da imagem a partir da restituição do tridimensional e da sua inserção urbana.
Os processos de representação gráfica dos projectos anteriores ao surgimento da tecnologia
digital tinham como limitação na construção simbólica do projecto a dificuldade de fornecer a
percepção e visualização tão próxima quanto possível da construção real do objecto, principalmente pela não existência das potencialidades tecnológicas e temporais trazidos particularmente pela introdução da virtualidade do tridimensional.
Tendo em consideração os pressupostos definidos e recorrendo aos ganhos alcançados com a
capacidade da tecnologia digital, abordo os referentes morfológicos de Maputo, partindo das
práticas convencionais de pesquisa e recolha de informação cadastrada nos serviços
Municipais.
urbana aos olhos do observador. O verde pela sua utilização extensiva é assim um dos elementos principais da variação urbana para além da esquina e da praça.
2.1.2.3 De rompimento ou de perversão da rigidez conceptual da malha ortogonal
2.1.2.3.1 Naturais
A cidade tem uma localização geográfica privilegiada e uma determinada topografia que a caracteriza, não permitindo a utilização do desenvolvimento em quadricula nas zonas de grande
declive que faceiam o mar.
2.1.2.3.2 Artificiais
A vontade do controlo territorial através do instrumento gráfico traduzido pela linha circunvalação que marca fortemente a cidade
e a vontade de variação traduzida pelas penetrações na quadrícula trazidas pelas das pracetas.
3 Aberturas do trabalho: contribuições para a classificação e catalogação do património edificado
A leitura da representação do edificado a partir da reconstituição da imagem a partir das tecnologias digitais, facilita e fortalece a possibilidade de intervenção para a catalogação do património
tangível edificado da cidade de Maputo.
Na tese procede-se à reconstrução gráfica dos elementos estruturantes da cidade de Maputo
através da reconstituição da praça, do angulo, da praceta e da recta numa direcção onde se
demonstra que a forma arquitectónica é substancialmente determinada pela morfologia urbana.
Estas inovações tecnológicas permitiram uma nova abordagem na reconstituição dos processos
projectuais conducentes a garantir a memória do património edificado moçambicano, hoje
sujeito às vicissitudes da precariedade estrutural institucional e aos processos socioculturais
que caracterizam a sua apropriação e uso.
2 Compreensão do carácter da cidade
A adopção destes processos e instrumentos proporcionados pela inovação tecnológica, como
atitude e estratégica de intervenção, pode constituir uma poderosa contribuição para a reorganização dos arquivos técnicos e cadastro das edificações e outras importantes, facilitando a
acção dos gestores e decisores na preservação da memória das formas urbanas do Pais que
mereçam preservação e requalificação, abrindo assim caminho para a catalogação do
património edificado moderno em Maputo.
2.1 O estudo da evolução da cidade e o levantamento e análise do seu desenho permitiu estabelecer o seu conceito geral e os elementos de especificidade do seu ambiente urbano
2.1.1 Conceito geral
O desenho geral da cidade é caracterizado por uma opção de tipo militar muito usado nas
cidades de expansão colonial em particular na América Latina. O caso de Maputo é um exemplo particular porque o seu traçado inicial ordenador é resultado do um plano executado por um
militar o Major Araújo.
2.1.2 Elementos característicos
2.1.2.1 De rigidez e ordem
A quadrícula da cidade. Esta é caracterizada por duas malhas de dimensões diferentes, sendo
a primeira e de maior dimensão estabelecida até cerca de 1900 e a segunda e de menor dimensão rompendo a circunvalação, linha de limite inicial da cidade, no período de 1900 até 1915.
2.1.2.2 De variação
Para além das esquinas, praças e do ataque ao céu abordados ao longo do trabalho outro elemento fundamental de variação é o verde. Apesar da rigidez da malha e das oportunidades de
variação que os arquitectos aproveitaram para diversificar a paisagem urbana com o tratamento das esquinas e das praças, o verde, pelo seu carácter orgânico e natural varia a paisagem
105
8 BIBLIOGRAFIA
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Apêndice 7 - Sete obras modernas do "Ultramar português".
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