A câmara fotográfica exposta pertenceu ao
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A câmara fotográfica exposta pertenceu ao
PEÇA DO MÊS AGOSTO 2016 Máquina Fotográf ica Yashica Mat-124G Datação: Século XX Matéria: Metal, plás tico e vidro Dimensão (cm): altura 14; largura: 8; profundidade: 7 A Ya s hi ca Ma t - 124 G foi pro duzida de 1970 a 1986. É u ma câ ma r a ref l ex de lent es gémeas , co m vis o r ao ní ve l da cint u r a , d e m édio fo r ma to ( 6x6cm) , t endo s ido a ú l t ima T LR ( Tw in l ens ref lex) pro duzida pela marca, re v e l and o- s e um g r a n de s uces s o do s eu t empo . A câmara fotográfica exposta per tenceu ao fotógrafo Carlos Adriano (1906-2000), filho do fotógrafo e pintor Joaquim Adriano, tendo vivido a sua infância numa época em que a ar te e o comércio da fotografia floresciam. No tempo de seu pai, surgiram as primeiras indústrias de equipamento fotográfico e instalaram-se os primeiros estúdios comerciais que sobreviviam, principalmente, do retrato. Joaquim Adriano (seu pai) e João Adriano (seu tio) iniciaram a atividade fotográfica em Vila do Conde, na última década do século XIX. Depois do falecimento de Joaquim Adriano, em 1926, Carlos manteve o estabelecimento, onde viriam a trabalhar também o seu irmão Pedro e, mais tarde, o seu sobrinho Eduardo. Carlos Adriano foi o principal rosto e a imagem da casa de fotografia com o nome da sua família. Ao longo de mais de 60 anos, esteve presente em quase todos os eventos sociais e políticos significativos em Vila do Conde, onde conheceu e privou com várias individualidades de diferentes quadrantes da sociedade. As suas fotografias, bem como as de alguns dos seus familiares que enveredaram pela mesma profissão, ilustram uma boa par te da história de Vila do Conde, documentada em imagens do século XX. Carlos Adriano soube, como poucos, captar os mais belos recantos da cidade. Nos últimos anos da sua atividade, este ar tista-fotógrafo demonstrava uma persistência intencional em preser var a forma de encarar a fotografia, consciente da sua impor tância histórica e pedagógica. Contudo, apesar de manter o seu estúdio com luz natural, com janelas viradas a nor te, Carlos Adriano não se inibiria de usar a luz de flash e filme de pequeno formato, não havendo muito mais para experimentar, aproximando-se que estava a era digital. O Estúdio de Fotografia Adriano, na Rua da Misericórdia, manteve-se aber to até 1993. Em 1991, foi fotografado por Laurent Héroux (fotografia em exposição), que relata ter entrado no estúdio como se de um templo se tratasse e que viveu uma página da história da fotografia, pois nunca tinha visto um ar tista-fotógrafo que utilizasse placas de vidro e preparasse os seus próprios químicos. A Câmara Municipal de Vila do Conde adquiriu o espólio da Fotografia Adriano, integrando o acer vo do Arquivo Municipal de Vila do Conde, constituído por equipamentos, mobiliário, documentos e milhares de imagens em diferentes supor tes fotográficos, que se encontravam, grande par te, em avançado estado de degradação. CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DO CONDE