Direitos da Criança na Programação e Políticas
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Direitos da Criança na Programação e Políticas
Módulo 2 Direitos da Criança na Programação e Políticas Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor ÍNDICE Acrónimos e abreviaturas2 1. Introdução3 1.1 Finalidade e objetivos5 2. Considerações-chave5 2.1 Agenda da eficácia da ajuda e política de desenvolvimento da UE: Uma perspetiva dos direitos da criança 5 2.2 Diálogo de políticas: Cumprir os compromissos para com os direitos da criança através da gestão de ciclo de programas e projetos (PPCM) 6 2.3 Desafios de implementar um enfoque nos direitos da criança 7 3. Integrar os direitos da criança na programação 9 3.1 Avaliação dos contextos nacionais e setoriais 3.2 Identificação de respostas estratégicas 4. Integrar os direitos da criança no ciclo de operações 4.1 Integração na fase de identificação 4.2 Integração na fase de formulação 4.4 Integração na fase de avaliação 4.3 Integração nas fases de implementação e monitorização 9 13 17 17 18 19 5. Direitos da criança em programas setoriais 24 FERRAMENTAS 20 29 Ferramenta 2.1 Lista de verificação de classificação de direitos da criança 29 Ferramenta 2.2 TdR para trabalhar questões relacionadas com os direitos da criança em estudos de viabilidade a realizar na fase de formulação30 Ferramenta 2.3 Listas de verificação setoriais: Educação, Formação Vocacional e Cultura31 Ferramenta 2.4 Listas de verificação setoriais: WASH (Water, Sanitation and Hygiene - Água, Saneamento e Higiene) 37 41 Ferramenta 2.6 Listas de verificação setoriais: Desenvolvimento Rural 46 Ferramenta 2.5 Listas de verificação setoriais: Segurança Social Ferramenta 2.7 Listas de verificação setoriais: Desenvolvimento Urbano50 Ferramenta 2.8 Listas de verificação setoriais: Transporte (Infraestrutura e Serviços)54 Ferramenta 2.9 Listas de verificação setoriais: Energia58 Ferramenta 2.10 Listas de verificação setoriais: Finanças 61 Ferramenta 2.11 Listas de verificação setoriais: Justiça Criminal 65 Ferramenta 2.12 Listas de verificação setoriais: Nutrição 70 Anexos 72 Anexo 2.1 Referências/recursos 72 Notas finais 74 1 ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS CEDAW Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres CDC Convenção sobre os Direitos da Criança AI Criança Avaliação do Impacto na Criança CRSA Análise de situação dos direitos da criança OSC Organizações da sociedade civil CAD Comité de Assistência ao Desenvolvimento (OCDE) CAP Conhecimento, atitudes e práticas M&E Monitorização e avaliação ODM Objetivo de Desenvolvimento do Milénio PIP Programa indicativo plurianual SIG Sistema de informação de gestão IPM Índice de Pobreza Multidimensional RI Revisão intermédia PDN Plano de Desenvolvimento Nacional TNM Transporte não-motorizado OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico PPCM Gestão de Ciclo de Programas e Projetos ERP Estratégia de Redução de Pobreza DERP Documento da Estratégia da Redução de Pobreza DP Direitos de Passagem SUN Scaling Up Nutrition (Fomento da Nutrição) PTA Provisões Técnicas e Administrativas TdR Temos de Referência UNDOC Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e a Criminalidade WASH Água, Saneamento e Higiene 2 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor 1. Introdução As intervenções para o desenvolvimento podem potencialmente originar oportunidades para o benefício das crianças. Evitar o risco e maximizar investimentos no bem-estar das crianças não só é uma obrigação, como também uma oportunidade para apoiar o desenvolvimento social e económico de sociedades num sentido mais amplo. Os parceiros de desenvolvimento têm um papel essencial de assegurar que todas as crianças desfrutem do melhor início de vida, tenham acesso ao ensino escolar, estejam protegidas contra a violência e a exploração, vivam sem VIH e SIDA e cresçam saudáveis para atingirem todo o seu potencial. Conseguir isto exige que os parceiros usem uma lente de direitos da criança específica para complementar a consecução da redução da pobreza através do crescimento económico. Esta lente permite-nos olhar além dos dados sobre rendimento e consumo e além da prestação de serviços, para identificar as limitações estruturais, sociais e políticas fulcrais – bem como limitações económicas – ao nível familiar e societal que impedem o desenvolvimento das crianças. Também garante que estão implementadas intervenções de apoio para capacitar o governo famílias para reivindicarem os seus direitos. Exemplo: Incluindo os direitos da criança em documentos de estratégia de redução da pobreza (DERP) Ao incluir indicadores sensíveis aos direitos da criança no seu documento de estratégia de redução da pobreza (DERP), as Honduras ajudaram a assegurar uma prestação de serviços melhorada para crianças. Isto levou a melhores resultados para as crianças e a um melhor reconhecimento de questões relacionadas com a proteção infantil, tais como cuidados e reabilitação. para cumprir, e as crianças e respetivas Apesar de que tratar de questões relacionadas com crianças seja, por vezes, considerado por parceiros de desenvolvimento como um dos aspetos mais fáceis da cooperação para o desenvolvimento para chegar a abordagens consensuais e comuns, na prática é frequentemente um dos mais desafiantes, tanto política como socialmente. O empenho efetivo e coordenado dos parceiros de desenvolvimento é, por isso, crucial em todas as etapas do planeamento, da gestão e da implementação para traduzir os compromissos relativos a direitos da criança na programação da realidade. O papel e a relação entre parceiros de desenvolvimento evoluíram desde a Declaração de Paris sobre a Eficácia da Ajuda de 2005 em linha com os seus princípios. Um enfoque crítico é a apropriação nacional e o alinhamento de sistemas para apoiar melhor os processos nacionais, enquanto a responsabilização mútua e a gestão de resultados oferecem uma clara direção para a gestão da ajuda ao desenvolvimento. Estes compromissos afetam grandemente a forma como os doadores participam no diálogo com os governos e a sociedade civil, como alinham as suas prioridades com as dos próprios países e como delineiam intervenções para o desenvolvimento. Os compromissos representam tanto oportunidades como desafios para incorporar um enfoque nos direitos da criança. 3 Camboja: Concretizar o acesso a educação de qualidade para todas as crianças Em 2011, o Grupo de Parceiros de Desenvolvimento no setor da educação no Camboja concordou em dar prioridade a duas questões de política que melhorariam o acesso de crianças a uma educação de qualidade: o aumento de recursos governamentais alocados à educação e a utilização eficaz dos fundos disponibilizados pelo Ministério da Educação, Juventude e Desporto (MEJD). Foi levada a cabo uma análise setorial detalhada, incluindo uma revisão orçamental. Além disso, usando cinco indicadores-chave, a UNICEF também identificou claramente os distritos mais desfavorecidos com o desempenho mais baixo. As análises contextuais e a coordenação de doadores levaram a um diálogo significativo com o MEJD para alinhar a ajuda e garantir a cobertura de regiões anteriormente negligenciadas. Os resultados concretos incluíram: Um aumento de 8,3% do orçamento para programas do MEJD (inferior ao aumento de 28% inicialmente proposto pelo Ministério mas ainda assim superior ao aumento anual médio de 2% nos cinco anos anteriores). Um compromisso para usar parte do aumento de orçamento para apoiar estudantes do ensino secundário socialmente vulneráveis através da provisão de bolsas de estudo e livros adicionais. Aprovisionamento de 400 motas para Oficiais Distritais de Educação para garantir o acesso e a monitorização de escolas em áreas remotas. A implementação de avaliações estandardizadas de Khmer e matemática numa amostra de 150 escolas em Novembro de 2012 como forma de monitorizar as melhorias nos resultados educativos. 4 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor 1.1 Finalidade e objetivos Este módulo aborda a forma de integrar os direitos da criança na programação ao nível nacional, aplicando os princípios da eficácia da ajuda na sincronização com os ciclos de definição de políticas, de conceção e orçamentação de programas do país parceiro e aplicando princípios e ferramentas aplicáveis a todas as modalidades de ajuda. O módulo faz uma abordagem passo-a-passo, demonstrando como – usando ferramentas e técnicas – tornar as crianças visíveis e ouvir as suas vozes1, e como traduzir os compromissos para com os direitos da criança na programação de realidades. Este módulo: 1. Explicará como a agenda de eficácia de ajuda e os seus princípios-chave podem acolher os direitos da criança. 2. Identificará formas concretas de integrar os direitos da criança em cada etapa do processo de programação. 3. Identificará formas específicas de um enfoque nos direitos da criança poder ser incluído em setores-chave através da mitigação de riscos e da otimização de oportunidades. 2. Considerações-chave 2.1 Agenda da eficácia da ajuda e política de desenvolvimento da UE: Uma perspetiva dos direitos da criança Novas oportunidades para integrar os direitos da criança Todos os doadores operam num enquadramento legal e político específico que orienta as suas ações e determina o seu ciclo de programação. O quadro legal da UE é o Tratado de Lisboa, que define a erradicação da pobreza como o objetivo principal da política de desenvolvimento e estabelece a importância dos direitos humanos fundamentais. Ao associar firmemente a política de desenvolvimento à ação externa da UE, gerida por um Serviço Europeu de Ação Externa em rápida expansão, o Tratado de Lisboa melhorou a coerência da política para o desenvolvimento. Esta é uma etapa crítica, dado o papel multifacetado da UE enquanto doador, parceiro comercial e decisor. O enquadramento da política para o desenvolvimento da UE, estabelecido pela “Agenda para a Mudança” de 2011 da Comissão Europeia, reafirmou que a pobreza deve ser abordada no contexto de um crescimento inclusivo e sustentável. Assim, o âmbito oferece uma oportunidade de garantir que os direitos da criança são integrados, não só na cooperação para o desenvolvimento, mas também em outras ações externas (por exp., comércio, alterações climáticas, energia, educação e emprego) através de diferentes tipos de compromisso e parcerias nos países. A política de cooperação para o desenvolvimento da UE faz parte de um consenso mais amplo quanto à ajuda ao desenvolvimento fortalecido mais recentemente em 2011 pela Parceria de Busan para uma Cooperação para o Desenvolvimento Eficaz. A agenda da eficácia da ajuda representa uma nova oportunidade de integração dos direitos da criança através de um diálogo mais forte e mais orientado para os resultados com governos parceiros. 5 PRINCÍPIOS DA EFICÁCIA DA AJUDA PELA PERSPETIVA DOS DIREITOS DA CRIANÇA AGENTES RESPONSABILIDADES Apropriação Pela perspetiva dos direitos da criança, o princípio da apropriação tem de ir além da apropriação governamental para abarcar a apropriação do processo de desenvolvimento por uma nação como um todo. O compromisso da sociedade civil e os esforços para envolver sistematicamente as crianças, os seus pais e as suas comunidades no processo de desenvolvimento são, assim, qualidades necessárias da apropriação. Alinhamento O processo de alinhamento de prioridades de doadores e locais tem de reconhecer a medida em que os sistemas locais abordam os direitos da criança. Um doador que confia num sistema de elaboração de relatórios governamental deve verificar se este sistema faculta as informações necessárias para avaliar as potenciais implicações nos direitos da criança. Por exemplo, quando um sistema de elaboração de relatórios governamental não consegue obter resultados para crianças de grupos marginalizados, os doadores poderão ter que encontrar formas de reunir informações adicionais ou apoiar o desenvolvimento de capacidades no governo para melhorar os sistemas de elaboração de relatórios com atenção específica ao cumprimento dos direitos de todas as crianças. Harmonização A harmonização das práticas de doadores oferece uma oportunidade para melhorar a coordenação em torno dos direitos da criança. Isto poderá incluir um acordo quanto a abordagens comuns, avaliações partilhadas e análises ou financiamento comum de iniciativas. Resultados Um maior enfoque nos resultados tem o potencial de melhorar a atenção dada aos direitos da criança. Porém, a qualidade dos resultados tem de ser considerada. Por exemplo, os resultados compreendidos em termos de médias nacionais geralmente não reconhecem as circunstâncias diferenciais de crianças de grupo minoritários. Os resultados baseados em direitos também devem considerar melhorias em estruturas e normas societais ou governamentais, tais como leis, políticas ou sistemas. Ação mútua As normas internacionais de direitos humanos oferecem um ponto de referência comum para a responsabilização mútua. As provisões da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), conjuntamente com outras normas internacionais relacionadas, representam uma base para parceiros de desenvolvimento se responsabilizarem não só uns para com os outros, mas também para com as obrigações mutuamente acordadas articuladas na CDC. 2.2 Diálogo de políticas: Cumprir os compromissos para com os direitos da criança através da gestão de ciclo de programas e projetos (PPCM) Para traduzir os princípios de eficácia da ajuda em termos operacionais, a EuropeAid desenvolveu uma orientação integrada para o seu pessoal em delegações e sedes intitulada Gestão de Ciclo de Programas e Projetos (PPCM). A sua base lógica é que as ações da EuropeAid levarão a melhores resultados se se basearem em lições adquiridas pela experiência e alinhadas com as necessidades e os objetivos de políticas de países que receberem ajuda. Neste contexto, o diálogo de políticas é o processo através do qual a UE constrói um consenso no que diz respeito a questões de política nacional. Através deste processo, pode oferecer valor acrescentado e depois conceber e implementar uma estratégia para apoiar uma mudança de políticas lideradas pelo governo que seja progressiva, mensurável e sustentada. Apesar de não ser um processo linear, o diálogo de políticas oferece um mecanismo para alinhar o ciclo de doadores com o ciclo do país. Este diálogo deverá informar o ciclo de operações de um doador 6 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor O diálogo de políticas contínuo entre a UE e o país parceiro é um fórumchave para abordar preocupações e desafios relativamente a valores fundamentais, incluindo questões de direitos da criança. em todas as etapas (desde a identificação e conceção de programas à sua avaliação). O diálogo de políticas é um veículo importante para tratar questões críticas relacionadas com direitos da criança pela perspetiva da formulação de políticas, orçamentação e implementação, e para oferecer soluções que respondam às necessidades das populações mais vulneráveis e marginalizadas. Também dá uma oportunidade para eliminar as lacunas no que diz respeito às obrigações dos governos parceiros em termos de direitos da criança. Ciclo de operações de um doador Ciclo do país Especificamente, de uma perspetiva de direitos da criança, o diálogo de políticas oferece uma plataforma para: Fazer o balanço da implementação das políticas e reformas de um país parceiro relativas às crianças e avaliar o progresso com base em critérios e indicadores de desempenho definidos. Usar uma ferramenta prospetiva para identificar potenciais deslizes em termos de política relativamente a direitos da criança e chegar a um entendimento comum quanto a potenciais medidas necessárias para cumprir compromissos nacionais segundo a CDC. Abordar questões relativas tanto ao processo de formulação de políticas nacionais, mobilização e alocação de recursos que afetem as crianças (tais como a existência de consultas gerais junto de agentes nacionais), bem como a substância contida nas mesmas (por exp., política educativa, indicadores de desempenho e outros). Abordar questões críticas que emanem do nível governamental central para os níveis subnacionais relativas à implementação, ao compromisso político, às capacidades e à alocação de recursos quanto a temas que afetam as crianças. 2.3 Desafios de implementar um enfoque nos direitos da criança Assegurar a inclusão de um enfoque de direitos da criança pode ser política e socialmente desafiante. Os desafios podem incluir: Priorização: Fazer compromissos entre objetivos à luz de prioridades sociais e limitações de recursos é uma parte integral da decisão política. As abordagens com base nos direitos humanos destacam isto, uma vez que requerem consideração de todos os direitos de que as pessoas são titulares e não permitem uma hierarquia entre eles. Da mesma forma, com os direitos da criança, a finalidade geral é o cumprimento de todos os direitos para todas as crianças. Isto significa que um âmbito dos direitos da criança não oferecerá, por si só, soluções para problemas de priorização. Em vez disso, os parceiros de desenvolvimento usarão frequentemente outras bases para priorização, tais 7 como vantagens comparativas ou urgência de necessidade. Uma abordagem de direitos da criança estabelece certas fronteiras em termos de priorização: »» Independentemente de limitações de recursos ou níveis de desenvolvimento, requer que os Estados garantam que as medidas são implementadas para o “cumprimento progressivo” de todos os direitos. Apesar de poder ser difícil alcançar alguns direitos na prática num curto período de tempo (tais como o direito à saúde, por exemplo), os Estados são sempre obrigados a agir o melhor que puderem dentro dos meios que tiverem disponíveis e a demonstrar boas intenções quanto ao cumprimento deste direito. »» Requer que os direitos de toda a gente sejam respeitados, protegidos e cumpridos sem criar vantagens ou desvantagens desproporcionais para alguns grupos de pessoas. »» Rejeita qualquer solução de compromisso que leve a uma retrogressão de um direito humano do seu nível existente de cumprimento ou à não-consecução de certos níveis mínimos de cumprimento que tenham sido identificados como obrigações essenciais. Isto proíbe medidas que piorem a situação das pessoas ou que as privem de direitos a que estavam habituados a ter, tais como impedir o acesso a serviços sociais ou à educação. »» Exige que as escolhas de priorização sejam justificadas no contexto de apreciação e respeito pelos interesses e direitos de todos, que os decisores sejam responsabilizados pelas suas escolhas e que essas escolhas sejam orientadas pelas opiniões e preferências dos afetados por elas. Sensibilidade política: Em alguns contextos de desenvolvimento, certas ideias – tais como direitos iguais para crianças de minorias e indígenas, responsabilização de líderes políticos por decisões que afetem as crianças ou que as crianças devam ter uma opinião em decisões que os afetam – podem ser extremamente sensíveis politicamente. Uma abordagem de direitos da criança requer que todos os parceiros de desenvolvimento reconheçam isto e respondam em conformidade. Obstáculos culturais: Podem incluir uma grande variedade de normas e crenças culturais, práticas discriminatórias relacionadas com o género, sistemas de castas enraizados ou uma crença em associações entre deficiências de crianças e bruxaria. Normas sociais e culturais desafiantes são, frequentemente, uma área comparativamente pouco familiar para os parceiros de desenvolvimento. Apesar de a cultura não ser algo fixo mas estar constantemente em mudança, as normas que afetam as crianças de forma adversa podem demorar muitos anos a mudar. Além disso, o compromisso de doadores estrangeiros com questões culturais pode ser percebido como uma interferência exterior indesejada perante a tradição. Essas perceções exigem que os parceiros de desenvolvimento adquiram um grau elevado de compreensão, sensibilidade e cooperação, uma vez que as mudanças em normas e crenças culturais podem ser frequentemente essenciais para fazer avançar tanto os direitos da criança como o desenvolvimento de uma nação como um todo. Complexidade de análise: Uma abordagem de direitos humanos exige uma análise profunda e ampla que possa ir além da análise tradicional do país. Exige observar fatores determinantes políticos e sociais complexos; examinar as capacidades, os incentivos e as motivações de um conjunto de decisores e intervenientes que influenciam os resultados do desenvolvimento; e considerar uma grande variedade de direitos inter-relacionados e ompreender a dinâmica social e interdependentes. Como esta análise política que leva aos resultados para profunda e ampla pode introduzir fardos crianças oferece um grande retorno adicionais significativos para os parceiros do investimento em termos de uma de desenvolvimento, a complexidade melhor e mais eficaz programação. de questões que afetam as crianças é, frequentemente, melhor tratada através de parcerias, aproveitando as competências e as perspetivas de outros. C 8 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor 3. Integrar os direitos da criança na programação Assegurar que as questões e preocupações relacionadas com direitos da criança se destacam com proeminência na programação da cooperação para o desenvolvimento ao nível de país requer que seja dada especial atenção a compromissos-chave internacionais e nacionais, bem como às causas de desigualdades e exclusão, em cada passo do processo de programação. Isto é especialmente crítico na avaliação do contexto de um país e na seleção da melhor resposta às prioridades do país. O processo geral da programação da cooperação para o desenvolvimento e os pontos de entrada específicos onde as questões e preocupações relacionadas com os direitos da criança podem ser integradas podem-se resumir pelo enquadramento abaixo. FASES DO PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO: Avaliação do Contexto Nacional e Setorial Avaliação Macro • Avaliação PFM Análise Económica e Política • Governação Política Diálogo de Políticas Escolha de Abordagem/Modalidade da ajuda/Alocação Financeira Apoio Orçamental Apoio por Setor Apoio a Projetos/ Programas 3.1 Avaliação dos contextos nacionais e setoriais As avaliações completas de contextos nacionais e setoriais representam o ponto de partida para analisar a medida em que os direitos da criança são prioridades nacionais e definir a estratégia nacional para estabelecer compromissos. Estas avaliações destinam-se a melhorar a compreensão do contexto do país e informar a escolha de uma estratégia de resposta, incluindo a escolha de setores e elegibilidade para apoio orçamental. Mais importante que isso, formam a base para selecionar modalidades de prestação de ajuda e garantir a coerência e complementaridade entre intervenções no mesmo setor. Esta análise também se destina a informar o que pensam os intervenientes sobre o desenvolvimento e a conceção, bem como implementar e monitorizar operações. 9 Por uma perspetiva de direitos da criança, a análise a nível nacional deve tentar captar a situação de governação geral e os principais vetores e obstáculos que impeçam as crianças de desfrutar dos seus direitos. Deverá destacar o estado atual dos direitos das crianças e mulheres num país e as causas de faltas e desigualdades para garantir que as prioridades de programas e as escolhas de investimento se baseiam em provas e moldar estratégias de desenvolvimento nacional de forma a acelerar a realização de objetivos relacionados com crianças. A análise a este nível serve para captar fatores importantes, tais como tendências, padrões, incidência e causas de privações-chave, barreiras e obstáculos que impeçam crianças e famílias desfavorecidas de beneficiar de intervenções e serviços. Esta análise é crucial para chegar a um entendimento comum do contexto do país onde operam os intervenientes de desenvolvimento. Os seus usos mais diretos são para informar estratégias de assistência ao país e servir como base para uma análise baseada em questões ou setores mais específicos. Ver Ferramenta 2.1 Análise contextual do país com base nos direitos da criança. As análises setoriais e temáticas informam como os intervenientes da cooperação para o desenvolvimento identificam oportunidades para traduzir compromissos de direitos da criança em realidades de programação concretas ao nível setorial. Ajudam a identificar como estas oportunidades se podem traduzir em desempenho setorial e no potencial para realizar reformas. Apoiam decisões de programação de doadores quanto à prioridade de diferentes setores. Mais, ajudam a identificar prioridades nos setores e a escolha de modalidades e representam uma base essencial para o diálogo de políticas sobre o setor. ANÁLISES CONTEXTUAIS DO PAÍS E DO SETOR: O QUE PROCURAR DE UMA PERSPETIVA DOS DIREITOS DA CRIANÇA Desagregação setorial: medida em que a agenda da política se reflete nos setores Comparar os objetivos e as normas contidos na CDC com dados do país e do setor como um marco comparativo para determinar lacunas e delinear planos e prioridades que colmatem essas lacunas. A orientação da política do país olha para os resultados e o impacto, particularmente em relação ao cumprimento dos direitos à sobrevivência, desenvolvimento e proteção? Os objetivos e os planos estão completos, olhando para além da prestação de serviços e considerando as crianças como titulares de direitos e não objetos de política social? As prioridades de direitos da criança, tal como estão definidas na política nacional, também estão articuladas em setores? Os setores estão definidos? Existem estratégias setoriais de apoio coerentes? Agentes: envolvimento adequado Existe um processo alargado de compromisso por parte dos agentes implementado em todas as etapas do desenvolvimento da agenda de política nacional que seja amplamente conceptualizado, suficientemente financiado e que inclua perspetivas de crianças de acordo com a sua idade e as suas capacidades? Existem outras oportunidades fortes para os cidadãos contribuírem para a implementação de políticas, principalmente em relação aos direitos da criança e à participação das crianças? 10 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor São consultados todos os agentes interessados no processo de conceção? Há necessidade de se expandir este processo para incluir um âmbito mais amplo de vozes/participantes? Os agentes mais preocupados têm a capacidade de definir critérios de sucesso para influenciar a conceção de políticas? Custos e financiamento: recursos adequados para apoiar a sustentabilidade Existem recursos suficientes e eficazmente utilizados para financiar a implementação de compromissos de direitos da criança? Existem outros ministérios também envolvidos no processo de planeamento ou o Ministério das Finanças domina os processos de planeamento nacionais ou setoriais? Existem “pontos de fratura” que requeiram atenção entre objetivos, planos, orçamentos e implementação para garantir que as prioridades de direitos da criança são plenamente orçamentadas e implementadas? Quadro de monitorização: capacidade e enfoque adequados Existem sistemas de informação completos, incluindo a recolha de relatórios suficientes (e com dados devidamente desagregados) e bons? Existem âmbitos de gestão orçamental mais flexíveis que reflitam melhor o planeamento e que consigam realocar recursos aprioridades do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) relacionadas com os direitos da criança a longo prazo, conforme refletido em perspetivas orçamentais multianuais? Estão implementados indicadores de monitorização e avaliação (M&E) para refletir os direitos da criança de forma a eliminar a “evaporação de políticas” em implementação? Base de avaliação: critérios e usos adequados Os resultados são publicados para obter feedback e transparência? Os critérios de sucesso são definidos por agentes traduzidos em indicadores (ver Módulo 5: avaliações do impacto na criança)? As avaliações baseiam-se em provas? As avaliações são publicadas? Os resultados das avaliações são usados para a tomada de decisões políticas e o envolvimento de agentes? As experiências positivas são partilhadas entre países e entre organizações de ajuda, incluindo organizações da sociedade civil (OSC), para captar abordagens promissoras? Disposições institucionais (coordenação de políticas): mandatos e processos adequados Existem disposições de comunicação horizontal, coordenação e estabelecimento de redes de trabalho entre agências governamentais, doadores e outros intervenientes envolvidos no trabalho relacionado com os direitos da criança? A coordenação de políticas é particularmente importante para os direitos da criança pois estes envolvem questões transversais, que requerem a colaboração entre agências. Existem estruturas de responsabilização eficazes que mantenham compromissos para com a implementação de políticas em linha com compromissos para com os direitos da criança e que promovam uma forte capacidade de monitorização por agências governamentais relevantes? Estão envolvidos todos os níveis governamentais locais relevantes no planeamento,na orçamentação e na implementação? Existem processos que identificam problemas e considerem alternativas? As ações são seguidas? Que ministério/ministérios e instituições são responsáveis? Que mecanismo de coordenação existe em instituições para a conceção e implementação de políticas? 11 Métodos de prestação de ajuda Os métodos de prestação de ajuda variam de apoio indireto através de OSC a apoio a projetos e orçamentos. Os projetos podem assumir a forma de cooperação técnica, construindo capacidade institucional, desenvolvendo infraestruturas ou uma mistura das duas coisas. Com algumas exceções, como no caso da ação humanitária, o objetivo da agenda da eficácia da ajuda é reforçar a cadeia de resultados de políticas. Neste sentido, todos os métodos de prestação de ajuda respondem ao mesmo objetivo. 12 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor 3.2 Identificação de respostas estratégicas Os resultados da análise devem alimentar a identificação de respostas de programação estratégicas e a seleção de modalidades e alocações financeiras correspondentes. Devem ajudar a definir a forma como os intervenientes de cooperação para o desenvolvimento podem identificar oportunidades para integrar os direitos da criança. A consideração de métodos de prestação de ajuda e a seleção de respostas estratégicas devem ter como finalidade lidar melhor com as necessidades dos grupos vulneráveis e eliminar lacunas relacionadas com o cumprimento dos direitos da criança. Quando as políticas e as capacidades ainda precisam de desenvolvimento, o apoio poderá assumir a forma de reforço de capacidades e projetos-piloto (experimentação de políticas e aprendizagem de políticas). Qual a melhor forma de apoiar a mudança é uma questão de encontrar a modalidade de ajuda mais adequada para apoiar a dinâmica e os agentes da mudança em sistemas nacionais. Quando as questões sensíveis ou “não prioritárias” não puderem ser tratadas através do próprio governo, pode-se criar uma janela de oportunidades através do apoio a OSC e autoridades locais e através da harmonização de agendas de doadores. O quadro abaixo apresenta exemplos de respostas possíveis para conseguir abordar direitos da criança com base em resultados das análises. ABORDAR QUESTÕES CRÍTICAS RELACIONADAS COM OS DIREITOS DA CRIANÇA ATRAVÉS DE RESPOSTAS DE PROGRAMAÇÃO TIPO DE PROBLEMA POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA A CONSECUÇÃO Capacidade de ministérios setoriais: Os ministérios setoriais poderão não ter a capacidade suficiente numa série de questões (direitos da criança e programação de direitos da criança, planeamento e orçamentação, gestão, etc.) para desenvolver planos e estratégias que reflitam novos compromissos para com os direitos da criança, conforme indicado na agenda de política nacional. Apoiar o fortalecimento da capacidade de planeamento dos ministérios, incluindo através de propostas de financiamento para organizar formações, para garantir que há pessoal técnico e financeiro nos ministérios relevantes. Isto pode incluir trabalhar com a UNICEF e outros parceiros de desenvolvimento para fortalecer as capacidades e modalidades de instituições governamentais, tanto ao nível nacional como local. Estes esforços devem-se concentrar não só nas agências que têm um mandato explícito para liderar questões relacionadas com as crianças, mas também em todas as áreas e todos os níveis de governo (ver Módulo 4: Direitos da criança em governação). Coordenação: Apesar de a realização de programas relacionados com os direitos da criança requerer coordenação nos setores, raramente se fomentam espaços efetivos para essa coordenação. Reconhecer que poderá haver “fadiga de coordenação”, com agentes governamentais e não-governamentais que já se reúnem em grupos setoriais, as possibilidades de incentivar a coordenação podem incluir: Estabelecer grupos temáticos relevantes sobre direitos da criança com planos de ação claros e uma forte liderança. Maximizar espaços de coordenação de setor existentes através da promoção da coordenação transversal sobre direitos da criança como um item da agenda. 13 Criar um grupo distinto sobre direitos da criança que interaja com grupos setoriais, promova a coordenação e desenvolva um plano de ação conjunto baseado em planos em cada setor. Liderança clara: Não existe uma liderança suficientemente funcional que promova sinergias entre setores nem uma colaboração adequada (aos níveis nacional e local) para incentivar um melhor cumprimento dos direitos da criança. Apesar de o ministério responsável pelos assuntos relacionados com crianças ser tipicamente fraco (em termos de recursos humanos e financeiros) e tende a focalizarse em questões de proteção infantil, uma estratégia que mapeie a forma como as ações em cada setor contribuem para o melhor cumprimento de direitos numa série de outros setores pode facultar alguma orientação e liderança para coordenação. Uma estratégia bem delineada baseada em provas que identifique as ações e sinergias necessárias permitiria aos ministérios setoriais alcançarem melhor os seus objetivos e alvos, em vez de imporem novos. (Para conhecer os contributos setoriais específicos, consultar as Listas de verificação setoriais: Ferramentas 2.3–2.12). Seria necessário um esforço de comunicação importante para persuadir agentes – governo, parceiros de desenvolvimento e OSC – desta possibilidade, e os agentes teriam que acordar transmitir o papel da liderança de coordenação para este ministério. Os oficiais do ministério têm de desenvolver a sua capacidade de gerir este papel com o apoio de parceiros tais como a UNICEF e outros intervenientes focalizados na criança. Compromisso sustentado: A falta de memória institucional, geralmente resultado de instabilidade política e postos governamentais constantemente flutuantes, inibe uma compreensão completa de questões relacionadas com os direitos da criança e o desenvolvimento de capacidade para planear em conformidade e poderá enfraquecer o compromisso para com esta finalidade. Uma vez que muitas destas mudanças em posições resultam de decisões políticas, são difíceis de mitigar. Contudo, promover um sistema de gestão de conhecimento com uma avaliação constante de ações de ministérios pode contribuir para uma melhor implementação independentemente de quem está responsável. Isto deveria basear-se em monitorização e avaliação (M&E). Descentralização: Muitas decisões de políticas e mecanismos para implementação são desenvolvidos ao nível nacional, mas no contexto de descentralização deve-se partilhar mais informações sobre experiências positivas relativamente a programas de direitos da criança. Envolver o ministério responsável pelo desenvolvimento local /coordenação de descentralização como um parceiro importante em direitos da criança para que as informações sobre boas práticas de implementação sejam disseminadas de forma mais eficaz. As ações que resultam em implementação de políticas e programas devem ser institucionalizadas através de uma base ampla de apoio, apoiadas por documentação oficial, para evitar a descontinuação quando os decisores mudam. Desenvolver uma “comunidade de prática” com a UNICEF e OSC que trabalham ao 14 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor nível de base para poderem replicar bons modelos para implementar programas relativos aos direitos da criança que derivam da estratégia de redução da pobreza (ERP)/plano de desenvolvimento nacional (PDN). (Para obter mais informações, ver Módulo 4: Direitos da criança em governação.) Suficiência de recursos e gastos: Os recursos orçados para financiar planos ministeriais são geralmente insuficientes para alcançar os objetivos. Melhorar o planeamento através de uma abordagem de resultados baseados nos direitos da criança que aumenta sinergias poderá reduzir a duplicação do uso de recursos e estruturas; isto pode levar a gastos mais eficientes. As provas disto podem ser um forte argumento para obter mais apoio financeiro. (Para obter mais informações, ver Módulo 6: Orçamentação sensível a crianças.) Capacidade de prestação de serviços: A educação e saúde têm tipicamente estruturas fortes de prestação de serviços implementadas; outros ministérios, tais como os que oferecem proteção infantil, têm falta dessas estruturas. Para a implementação ocorrer, além de políticas, estratégias, planos e recursos, são necessárias estruturas e capacidades adequadas para prestar os serviços. Quando os recursos são insuficientes para permitir que estruturas especializadas prestem serviços de proteção a crianças, deve-se fomentar alianças estratégicas com estruturas existentes (governos locais, educação ou centros de saúde) para que as prioridades de desenvolvimento nacional tenham uma maior probabilidade de ser implementadas. Compromisso da sociedade civil: As OSC em muitos países levam a cabo os seus próprios planos e implementam projetos de acordo com as suas áreas de intervenção prioritárias, por isso, as suas ações não são frequentemente bem coordenadas. Em muitos casos, as suas ações são positivas, mas uma falta de coordenação pode minar os esforços dos governos para uma implementação eficaz, tais como gastar recursos em questões não-prioritárias em vez de contribuir para o cumprimento dos compromissos e prioridades nacionais para com os direitos da criança. Para facilitar a colaboração, deve-se encorajar OSC destinadas a complementar ações de governos ou colmatar lacunas na implementação a tornar as suas ações mais transparentes. Um mecanismo para fazer isto é uma agência de coordenação central para OSC que requeira o seu registo. (Para obter mais informações, ver Módulo 8: Trabalhar com a sociedade civil em direitos da criança.) 15 VISÃO GERAL DE PONTOS DE ENTRADA DE DIREITOS DA CRIANÇA NAS DIFERENTES ETAPAS DO PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO: Diálogo de Políticas Ponto de entrada > Garantir que todos os mecanismos e a todos os níveis de diálogo de políticas incluem: indicadores de direitos da criança, marcos comparativos, e questões para análise Ferramentas para implementação: Ferramenta 1.1 Análise contextual do país com base nos direitos da criança Ferramenta 2.1 Lista de verificação de classificação de direitos da criança Avaliações do Contexto do País e Setorial Ponto de entrada > Incluir em qualquer avaliação: Indicadores-chave de direitos da criança, marcos comparativos, questões para análise, fontes de dados e CDC e outras Observações Finais do organismo de tratado Ferramentas para implementação: Ferramenta 1.1 Análise contextual do país com base nos direitos da criança Ferramenta 4.1 Avaliação de governação sensível a crianças Escolha de Abordagem/ Modalidade da Ajuda/Alocação Financeira Apoio Orçamental Apoio Setorial Ponto de entrada > Ponto de entrada > Garantir que os compromissos para com os direitos da criança são avaliados como uma pré-condição para o apoio orçamental e monitorizados durante a implementação (para identificar deslizes, inversões de políticas e deterioração). Garantir que oportunidades para maximizar o impacto e evitar prejudicar crianças se refletem em âmbitos de políticas específicos dos setores através de indicadores-chave de desempenho do setor desde o início, processo e saída até ao resultado. Ferramentas para implementação: Ferramenta 1.1 Análise contextual do país com base nos direitos da criança Ferramenta 4.1 Avaliação de governação sensível a crianças Ponto de entrada > Abordar questões de acesso e qualidade de prestação de serviço Ponto de entrada > Assegurar que as intervenções que contribuem para melhorar a eficiência e eficácia das estruturas e dos sistemas de prestação setorial do governo maximizam oportunidades para crianças. Ferramentas para implementação: Ferramentas 2.3-2.12 Listas de verificação setoriais 16 Apoio a Projetos/ Programas Ponto de entrada > Assegurar que existem agentes claramente identificados comprometidos com os direitos da criança. Assegurar que o grupo-alvo principal e os beneficiários finais incluem crianças. Ponto de entrada > Implementar disposições de coordenação, gestão e financiamento claramente definidas que dão prioridade a crianças. Ponto de entrada > Assegurar que estão implementadas medidas para maximizar benefícios e eliminar/contrariar riscos involuntários para crianças Ponto de entrada > Implementar um sistema de monitorização e avaliação que inclui indicadores de direitos da criança para apoiar a gestão de desempenho. Ferramentas para implementação: Ferramenta 2.1 Lista de verificação de classificação de direitos da criança Ferramentas 2.3-2.12 Listas de verificação setoriais Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor 4. Integrar os direitos da criança no ciclo de operações 4.1 Integração na fase de identificação Afinalidade da fase de identificação é identificar ideias de projeto que sejam consistentes com as prioridades de desenvolvimento de parceiros e da UE e avaliar a relevância e viabilidade da modalidade da ajuda. Recomenda-se a realização de uma análise preliminar e um rastreamento de direitos humanos e desigualdades nesta fase como forma de avaliar a medida em que a referida iniciativa do programa promove os direitos da criança e resultados positivos para as crianças (ver Módulo 5: Avaliação do Impacto na Criança). Identificação Avaliação Ciclos de operações Formulação Implementação e monitorização Ver Ferramenta 2.1 Lista de verificação de classificação de direitos da criança. Nesta fase, vale a pena distinguir entre intervenções focalizadas nas crianças e intervenções não focalizadas nas crianças. Em setores focalizados nas crianças, é essencial: Partir da programação para a identificação e depois para a formulação dos indicadores e alvos que serão usados para avaliar o êxito de programas em termos de direitos da criança com os agentes. Garantir que a capacidade de monitorização implementada abrange adequadamente os direitos da criança Incluir uma programação de reforço de capacidade que trate os direitos da criança para instituições governamentais e OSC. Em setores não focalizados nas crianças, a ênfase está em determinar o impacto do projeto ou do programa nos direitos da criança. Estudos de pré-viabilidade Durante a fase de identificação, os estudos de pré-viabilidade oferecem a oportunidade de reunir informações específicas sobre direitos da criança. Estas informações são necessárias para definir prioridades de projetos e identificar estratégias de agentes-chave a implementar. Incluem: Análise de agentes: Quem são os principais agentes com influência em questões preocupantes relativas a crianças e quem pode ter um impacto na medida em que todas as crianças usufruem dos seus direitos? (Para obter mais informações sobre a análise de agentes, consultar o Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança na Cooperação para o Desenvolvimento). Análise de problemas: Com base na ferramenta de análise de contexto do país em termos de direitos da criança(ver Módulo 1, Ferramenta 1.1), identificar e analisar as barreiras e os obstáculos que impedem que crianças desfavorecidas e as suas famílias beneficiem de intervenções e serviços 17 necessários. Esta análise deve ser levada a cabo de uma forma participativa, envolvendo uma grande variedade de agentes, incluindo crianças.. Análise de objetivos: Qual é a situação futura desejada pela perspetiva de chegar às crianças mais marginalizadas? Quais são os meios pelos quais estes fins podem ser atingidos? Análise de estratégias: Na seleção da estratégia mais apropriada, deve-se abordar limitações específicas relacionadas com as questões que as crianças marginalizadas enfrentam, conforme identificadas na análise. 4.2 Integração na fase de formulação Nesta fase, é necessário abordar sistematicamente todas as questões de direitos da criança relevantes para o projeto. A fase de formulação leva a uma Ficha de Ação suportada por um esboço das provisões técnicas e administrativas (TAP), que também representam a base para a implementação, monitorização e avaliação. A Ficha de Ação contém uma secção sobre avaliação e mitigação de riscos. Para intervenções focalizadas nas crianças, isto deve abordar a probabilidade de falha da política; para intervenções não focalizadas nas crianças, os riscos de impactos negativos e a forma como estes poderão ser mitigados devem ser incluídos. Para garantir que as questões de direitos da criança são devidamente tratadas durante a fase de formulação, as preocupações-chave incluem: 1. As questões que afetam as crianças mais marginalizadas e desfavorecidas a quem se destina o projeto são consistentes com, e referem-se aos compromissos de política para com os direitos da criança por parte da UE e de governos parceiros. 2. As estatísticas são desagregadas por variáveis-chave de exclusão (tais como género, etnia, estatuto de deficiência e outros) e essas informações qualitativas sobre questões que afetam as crianças também foram usadas no processo de formulação. 3. Os objetivos, os resultados, os indicadores e as assunções baseiam-se em análises de direitos da criança e refletem adequadamente questões-chave de exclusão e privação que afetam as crianças. 4. Os fatores que afetam a sustentabilidade de ações de direitos da criança foram abordados (por exemplo, potenciando a capacidade de integração dos direitos da criança, a coordenação de políticas entre instituições e através da elaboração de relatórios). 5. Todas as crianças que têm prioridade no projeto beneficiam igualmente dos seus resultados. Ver Ferramenta 2.2, que oferece termos de referência (TdR) para trabalhar questões relacionadas com os direitos da criança em estudos de viabilidade a realizar na fase de formulação. 18 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor 4.3 Integração nas fases de implementação e monitorização A fase de implementação, que normalmente é a parte mais longa do ciclo de projeto, também é a mais crítica; os resultados, alvos e objetivos planeados têm de ser alcançados enquanto os recursos disponíveis são geridos de forma eficiente. Para manter as questões e preocupações relacionadas com os direitos da criança no centro do projeto, é importante que os princípios e as abordagens de direitos da criança sejam incluídos na conceção, estrutura e nos mecanismos que fazem o projeto funcionar. Uma intervenção, um projeto ou uma modalidade de apoio orçamental por si só é improvável originar benefícios substanciais, salvo se associado a um quadro de política claro que promova os direitos da criança. Este quadro é o contexto da intervenção que requer monitorização. Monitorizar atividades do programa é apenas um enfoque que determina a forma como a implementação é revista e orientada. A monitorização tem de ser adaptada à conceção do programa. Por exemplo: Se o enfoque do programa abordar questões relacionadas com crianças, a monitorização deve ajudar a avaliar como a situação de crianças no país evoluiu e a medida em que todas as crianças beneficiam igualmente dos resultados do programa. Se o enfoque do programa não estiver relacionado com crianças, a monitorização deve atualizar os resultados da avaliação do impacto na criança (AI Criança) se estiver disponível alguma, ou avaliar por meios alternativos tais como as listas de verificação setoriais. (Ver Módulo 5: Avaliação do Impacto na Criança, Ferramentas 2.3–2.12). Durante a implementação, a monitorização deve abranger tanto o progresso das atividades como as alterações de contexto que possam impedir o sucesso. Este processo inclui a monitorização da implementação de políticas governamentais. Estas informações são vitais para gerir e dialogar com instituições governamentais e OSC. A monitorização sensível aos direitos da criança consiste em recolher e analisar informações baseadas nas seguintes questões: 1. Como é que o dinheiro é gasto e quem beneficia em particular? Como são as crianças mais desfavorecidas afetadas pela alocação de recursos financeiros do projeto? A alocação financeira responde a necessidades práticas e estratégicas e aos interesses de crianças conforme a base de prioridades estabelecida através da análise de contexto de direitos da criança? 2. Quais são os resultados? Que grupos de crianças beneficiam dos resultados (usar dados desagregados sobre grupos especificados por idade, género, etnia, estatuto de deficiência, rendimento do agregado familiar e rural/urbano)? 3. As atividades responderam às causas subjacentes de desigualdade e discriminação? 4. Qual é a qualidade do processo? Envolve crianças e qual é a qualidade da sua participação? Apoia o reforço de capacidades das crianças, agentes de nível elevado e profissionais de base através do financiamento/facilitação de sessões de capacitação autónomas sobre a integração dos direitos da criança (em parceria com OSC ou outros parceiros de desenvolvimento, tais como a UNICEF) ou incluindo programação em direitos da criança noutros cursos de formação de planeamento de políticas? 5. Qual é a resposta preliminar de homens/rapazes e mulheres/raparigas ao projeto? 19 6. Existe alguma resposta inesperada ou adversa pelas crianças (raparigas e rapazes) ou por quem cuida delas às atividades do projeto? É necessária uma ação de remediação para promover questões que afetam o cumprimento de direitos da criança? 7. O projeto oferece oportunidades para promover uma maior coordenação e comunicação no seio de grupos de trabalho no setor para cumprir os direitos da criança? 8. Existem ações de remediação implementadas, não só para fortalecer compromissos de política, mas também para mitigar a “evaporação de políticas” (diluição de compromissos durante a fase de implementação)? 4.4 Integração na fase de avaliação Com a agenda da eficácia da ajuda, os intervenientes de desenvolvimento renovaram o seu enfoque na consecução de resultados a longo prazo. As avaliações servem para alimentar o diálogo entre o governo, o programa, os agentes de políticas e doadores envolvidos no setor. Esta é uma oportunidade para potenciar os direitos da criança através de lições aprendidas e proteger e reconhecer os êxitos nestes direitos. Este mecanismo de responsabilização e de feedback melhora quando as crianças estão representadas no processo, têm acesso aos resultados de avaliações e são convidadas a partilhar as suas preocupações. A UE reconhece isto na sua orientação para o diálogo de políticas para envolver agentes. “U ma avaliação baseada em direitos não é apenas um exercício técnico de recolha e análise de dados. É um processo de diálogo e democrático para aprendermos uns com os outros, para fortalecer a responsabilização e para transmitir o poder dos titulares de deveres para titulares de direito”2 Ao nível nacional, algumas estratégias para assegurar que os sistemas nacionais de M&E são fortalecidos e usados de forma efetiva para potenciar lições aprendidas e a consecução de resultados sustentáveis para crianças incluem trabalhar com a UNICEF e outros parceiros focalizados nas crianças para: Capacitar parceiros nacionais para conceber e gerir avaliações e determinar que estratégias funcionam para crianças baseadas em provas avaliativas. Desenvolver e partilhar abordagens e metodologias inovadoras para avaliar resultados para crianças. Apoiar organizações nacionais de avaliação para potenciar a procura e oferta nacionais de avaliação, incluindo através do estabelecimento de padrões e normas de avaliação nacionais. Questões de avaliação focalizadas nos direitos da criança Com base nos comummente usados critérios de avaliação (relevância, eficácia, eficiência, impacto e sustentabilidade) do Comité de Assistência ao Desenvolvimento (CAD) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), as questões de avaliação de uma perspetiva dos direitos da criança deverão ter em conta o seguinte: 20 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor 1. Resultados: Se for focalizado na criança, o programa obteve os resultados relativos aos direitos da criança pretendidos? Se não for focalizado na criança, os resultados (intencionais ou não) afetaram o cumprimento de direitos da criança? Em caso afirmativo, como? 2. Impacto a longo prazo: Quais são os impactos a longo prazo da intervenção de desenvolvimento nas crianças? 3. Eficácia de políticas: Avaliar a eficácia da política para alcançar os objetivos dos direitos da criança no terreno. As AI Criança mitigam riscos para as crianças? 4. Satisfação dos agentes: Realizar um inquérito dos beneficiários e agentes-alvo para o processo de políticas usando critérios de sucesso definidos na programação e identificação. 5. “O que funciona”: Tirar lições claras relativamente a: »» Processo orçamental de políticas »» Conceção de intervenções da UE e como responder melhor às prioridades nacionais e aos objetivos de direitos da criança »» Resposta de beneficiários e crianças-alvo à política e aos programas. Os critérios de avaliação fornecem um âmbito abrangente para uma avaliação e definem as questões de avaliação. Porém, as definições de integração dos critérios da OECD-CAD são neutras em termos de direitos humanos e direitos da criança. Como resultado, a sua aplicação em avaliações não tem frequentemente em consideração dimensões baseadas em direitos. INTEGRAR CONSIDERAÇÕES DE DIREITOS DA CRIANÇA NOS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA OECD-CAD CRITÉRIOS E DEFINIÇÕES DA OECD-CAD USAR UMA LENTE DE DIREITOS DA CRIANÇA Relevância: Medida em que os objetivos de uma intervenção de desenvolvimento são consistentes com os requisitos dos beneficiários, as necessidades do país, as prioridades globais e as políticas de parceiros e doadores. Avaliar a relevância de uma intervenção na perspetiva dos direitos da criança implica examinar a forma como a intervenção é concebida e implementada para se alinhar e contribuir para os direitos da criança, conforme definido por convenções internacionais e regionais e políticas e estratégias nacionais e as necessidades de crianças e de autoridades nacionais-alvo de uma intervenção. Alguns exemplos de áreas a avaliar incluem: A medida em que a intervenção está alinhada com a CDC e as normas e os princípios de outros instrumentos internacionais relevantes (por exp., Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência) e contribui para a sua implementação. A medida em que a intervenção está alinhada com e contribui para convenções regionais e políticas e estratégias nacionais sobre direitos da criança. A medida em que a intervenção está informada por uma análise substantiva e personalizada de direitos da criança que identifica causas subjacentes e barreiras aos direitos da criança. A medida em que as crianças foram consultadas e acharam a intervenção relevante. 21 Eficácia: Medida em que os objetivos da intervenção de desenvolvimento foram alcançados, ou se espera serem alcançados, tendo em conta a sua importância relativa. A eficácia avalia o nível de resultados, que se espera serem uma implementação ou um resultado de um produto. A análise da eficácia de uma intervenção envolve a avaliação da forma como os resultados relativos a direitos da criança foram definidos, monitorizados e obtidos (ou não) e se os processos que levam a esses resultados estavam alinhados com direitos da criança e princípios de direitos humanos fulcrais (por exp., inclusão, não-discriminação, responsabilização). Em casos onde os resultados de direitos da criança não foram explicitamente declarados no documento de planeamento ou no quadro de resultados, ainda é possível e necessário avaliar a eficácia em termos de direitos da criança, pois todas as intervenções de cooperação para o desenvolvimento terão algum efeito nos direitos da criança e devem destinar-se a contribuir para o seu cumprimento. Algumas questões a considerar incluem: A medida em que o quadro dos resultados da intervenção integrava os direitos da criança. Presença de resultados-chave sobre os direitos da criança. Eficiência: Medição da forma como os recursos/contributos(fundos, competências, tempo, etc.) são economicamente convertidos em resultados. É mais comummente aplicada na ligação contributo/ resultado na cadeia causal de uma intervenção. As dimensões de eficiência dos direitos da criança requerem uma análise mais abrangente dos benefícios e custos relacionados com a integração de direitos da criança em intervenções. Um aspeto-chave a considerar é que promover os direitos da criança envolve processos de mudança complexos e a longo prazo que requerem um apoio sustentado. Apesar de uma relação direta entre investimento de recursos e resultados a longo prazo dever ser cuidadosamente estabelecida, a avaliação da eficiência também deve considerar os êxitos de um processo a curto prazo (participação, inclusão, etc.) e resultados a médio prazo (desenvolver um ambiente propício, capacitar, etc.). Alguns aspetos a considerar incluem: A provisão de recursos adequados para integrar os direitos da criança na intervenção como um investimento com benefícios a curto prazo, médio prazo e longo prazo. A medida em que a alocação de recursos a gruposalvo tem em conta a necessidade de dar prioridade às crianças mais marginalizadas. Sustentabilidade: A continuação de benefícios de uma intervenção de desenvolvimento depois de terminar uma maior assistência ao desenvolvimento foi assegurada; a probabilidade de uma continuação dos benefícios a longo prazo; a resiliência ao risco do benefício líquido perdura no tempo. Para avaliar a sustentabilidade de resultados e impactos nos direitos da criança, a medida em que uma intervenção tem fatores-chave avançados que precisem de ser implementados para o cumprimento de direitos da criança a longo prazo deve ser estudada. Alguns exemplos incluem: Desenvolver um ambiente propício a uma mudança real quanto aos direitos da crianças. Mudança institucional que leve a abordar sistematicamente preocupações relativas aos direitos da criança. Mudança permanente e real de atitudes e comportamentos que leve ao cumprimento dos direitos da criança. Estabelecimento de sistemas de responsabilização e supervisão entre cidadãos e autoridades nacionais. Desenvolvimento de capacidades das crianças (para exigir) e do governo (para cumprir) direitos. 22 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Existência de OSC e grupos de reflexão que abordem sistematicamente os direitos da criança como parte da sua constituição. Impacto: Efeitos a longo prazo positivos e negativos, primários e secundários, produzidos por uma intervenção de desenvolvimento, direta ou indiretamente, intencionais ou não-intencionais. O impacto positivo nos direitos da criança pode ser definido como o cumprimento e usufruto efetivos e duradouros dos direitos da criança por todas as crianças e a capacidade de governo e outros agenteschave para respeitarem, protegerem e cumprirem os direitos da criança. O impacto pode ser positivo ou negativo, intencional ou não-intencional, primário ou secundário. Por uma série de razões (por exp., multi-causalidade, cronologia para observar o impacto, etc.), a avaliação e medição do impacto que pode ser atribuído a uma intervenção, ou para o qual contribuiu uma intervenção, são uma diligência complexa. Porém, é essencial avaliar o impacto para saber o que funciona e o que não funciona em termos de progresso nos direitos da criança. Para intervenções que não se focalizam principalmente nos direitos da criança, também poderá ajudar identificar se estas reforçam estruturas de discriminação e poder existentes que são contrárias aos direitos da criança. Alguns aspetos que devem ser considerados numa avaliação deste tipo incluem: Se as crianças conseguiram usufruir dos seus direitos e se os parceiros nacionais podem cumprir as suas obrigações, se não há alterações em ambos os grupos, ou se ambos são menos capazes de o fazer. Capacitação de grupos-alvo e influência fora do grupo-alvo da intervenção. Efeitos não-intencionais em grupos que não foram devidamente considerados na conceção da intervenção (por exp., crianças que pertençam a um grupo mais amplo no seio do qual não eram consideradas como um grupo específico). Mecanismos eficazes de responsabilização que operam para os direitos da criança. 23 5. Direitos da criança em programas setoriais As questões e considerações relacionadas com os direitos da criança devem ser tidas em conta nos diferentes setores através de uma análise de riscos centrais para as crianças e de oportunidades em política, estratégias e planeamento. Essa análise específica para crianças destina-se a: Informar e fazer parte da análise situacional dos direitos da criança específicos do setor. Facilitar a comparação com os princípios da CDC relevantes específicos do setor e objetivos de desenvolvimento internacional e nacional para ajudar a determinar prioridades de planeamento setorial. Identificar áreas que requerem atenção através de grupos de trabalho setoriais e abordagens de todos os setores. Complementar outras formas de análise setorial, especialmente as que se concentram em pobreza,vulnerabilidade, género e dimensões sociais e económicas. Planear e conceber intervenções de projeto em cada setor (alguns meios de financiamento baseados em setores agrupam múltiplos subprojetos baseados num quadro e plano de política setorial). Enfatizar a interdependência e indivisibilidade dos direitos da criança e realçar a natureza complementar e de reforço mútuo de paradigmas de redução da pobreza e princípios de direitos no setor. Nem todas as intervenções de desenvolvimento terão um impacto significativo nas crianças. As que têm maior probabilidade de afetar um grande número de crianças – ou afetar significativamente um menor número – são as que: Afetam significativamente os rendimentos e meios de sustento dos agregados familiares. Afetam o acesso a serviços-chave e a qualidade dos mesmos usados por crianças e pelas suas famílias. Afetam formas-chave de capital social que protegem as crianças e as ajudam a desenvolver-se. Afetam oportunidades atuais e futuras para crianças em termos de educação e cuidados. Listas de verificação setoriais As listas de verificação setoriais na secção de Ferramentas foram criadas para tornar explícita a relação entre várias políticas económicas e de desenvolvimento que possam causar impacto nas crianças nos seguintes setores: ;;Educação, Formação Vocacional e Cultura ;;WASH (Água, Saneamento e Higiene) ;;Segurança Social ;;Desenvolvimento Rural ;;Desenvolvimento Urbano ;;Transporte (Infraestrutura e Serviços) ;;Energia 24 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor ;;Finanças ;;Justiça Criminal ;;Nutrição Ver Ferramenta 2.3 à Ferramenta 2.12. Cada lista de verificação destaca ligações com outros setores, realçando a importância de relações e parcerias de trabalho intersetoriais e inter-agências no melhor interesse da criança. Os potenciais indicadores de M&E podem ser desenvolvidos ou obtidos pela análise realizada usando as listas de verificação, conforme for apropriado. Cada ferramenta de setor inclui: Uma breve descrição do âmbito e atividades do setor, incluindo enquadramentos políticos e institucionais.3 Normas e padrões: Alguns princípios-chave de direitos da criança aplicáveis que podem servir como um marco comparativo para estabelecer planos e prioridades específicos de setores. Listas de verificação sobre riscos e oportunidades: 1. Riscos – esta secção foca-se em alguns riscos-chave para as crianças, com potenciais contramedidas planeadas que podem ser introduzidas através de políticas, estratégias ou projetos setoriais para os evitar ou mitigar. Os riscos podem surgir inadvertidamente através de condições políticas, planos setoriais ou projetos no setor. 2. Oportunidades – esta secção apresenta algumas oportunidades específicas do setor para crianças, com potenciais medidas concebidas para potenciar e aumentar essas oportunidades através de políticas, estratégias ou projetos setoriais. Análises detalhadas As listas de verificação têm tendência a identificar a necessidade de um maior envolvimento por parte de agentes, e de uma recolha e/ou análise de dados qualitativos ou quantitativos mais detalhados. A participação de crianças de acordo com as suas capacidades relacionadas com a idade, um princípio-chave da CDC, deve ainda nortear esta análise. 25 26 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Módulo 2 Ferramentas e Anexos 27 28 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor FERRAMENTAS Ferramenta 2.1 Lista de verificação de classificação de direitos da criança A usar na fase de identificação do projeto LISTA DE VERIFICAÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO DE DIREITOS DA CRIANÇA Foram identificadas questões referentes à situação de crianças e desigualdades de crianças relevantes para o projeto? Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Comentários: As questões relevantes para a situação das crianças no país identificadas são apoiadas por referência a compromissos de política de governos/UE para com os direitos da criança? Comentários: As estatísticas usadas para a identificação do projeto são desagregadas por género e outras formas de exclusão (tais como etnia, rendimento do agregado familiar, estatuto de deficiência e outros)? Comentários: Foi usada informação qualitativa sobre experiências de crianças e das suas famílias - por exemplo, em relação ao acesso a serviços, ao seu bem-estar ou ao cumprimento dos seus direitos – na fase de identificação do projeto? Isto inclui informações obtidas através de discussões de grupo de enfoque, entrevistas a agentes-chave, visitas ao terreno e outros. Comentários: A análise preliminar de agentes identifica claramente crianças (raparigas e rapazes) e os seus respetivos papéis de acordo com as suas fases de desenvolvimento? Comentários: A análise de problemas faculta informações sobre os problemas específicos para a falta de cumprimento de direitos da criança? Comentários: Existe um requisito para análises de direitos da criança mais aprofundadas serem realizadas na fase de formulação? Comentários: O requisito para análises de direitos da criança mais aprofundadas foi refletido nos TdR preparados para a fase de formulação? Comentários: 29 Ferramenta 2.2 TdR para trabalhar questões relacionadas com os direitos da criança em estudos de viabilidade a realizar na fase de formulação Na fase inicial de formulação, há riscos transversais para crianças que requerem avaliação. Os termos de referência (TdR) devem garantir que estes são tratados de acordo com uma política estratégica e abordagens de programação (tais como estratégias de redução da pobreza, objetivos de desenvolvimento nacional e avaliações de agências de questões ao nível nacional pertencentes a direitos da criança em geral). Os TdR devem incluir uma introdução que avalie em que medida as necessidades particulares das crianças e o perfil subjacente de direitos da criança são reportados e refletidos em documentos e relatórios de desenvolvimento estratégicos transversais. Da perspetiva de riscos transversais para as crianças, os TdR devem focalizar-se em algumas das questões mencionadas abaixo. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RisCOS CONTRAMEDIDAS INDICADORES Pobreza monetária As estratégias de redução da pobreza são abordagens formuladas no âmbito nacional ao desenvolvimento pró-pobres. As estatísticas de pobreza a nível nacional produzidas por governos que desagregam dados relacionados com a pobreza por idade. A pobreza de crianças é a percentagem de crianças que são pobres (vivem em casas com recursos abaixo do limiar da pobreza). Estes perfis nacionais aparecem frequentemente para áreas geográficas e subgrupos da população. Programas desenvolvidos para atingir o ODM1 para reduzir a pobreza extrema em 2015. A conceção e implementação da segurança social integrada devem reduzir a incidência da pobreza monetária, mas os indicadores devem ter em conta a contribuição líquida das transferências do governo para a redução da pobreza. As agências das NU, e a UNICEF em particular, produzem documentos de análises situacionais periódicas que demonstram a posição quanto à pobreza de crianças e aos direitos da criança usando uma perspetiva de equidade. Privação múltipla Os programas e outras atividades setoriais destinadas às necessidades das crianças de educação, saúde, saneamento, água e proteção. Diferentes limiares da pobreza – por exemplo, as linhas de “pobreza alimentar” – podem ser delineados a um nível inferior de necessidades básicas (por vezes, chamadas “pobreza extrema”) juntamente com a linha de pobreza para todas as necessidades básicas. As medidas de pobreza internacionais ao nível nacional são usadas para o ODM1 e baseiam-se em $1,25 per capita por dia usando assunções de paridade de poder de compra. Outras linhas de pobreza estão disponíveis usando a mesma abordagem (por exp. $2 por dia). Estão disponíveis indicadores de pobreza de múltiplas privações para toda a população a partir do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM). Estão disponíveis dados sobre múltiplas privações para crianças a partir de duas bases A coordenação melhorada de atividades de programação pode de provas da UNICEF: ocorrer quando as necessidades Estudo Mundial sobre a Pobreza Infantil e específicas da idade de vários Disparidades. Poderá encontrar relatórios programas se sobrepõem – nacionais e regionais em: http://www. unicef. por exemplo, o sucesso de org/socialpolicy/index_45357. html programas de desparasitação Análise de Privações Sobrepostas Múltiplas. (saúde) em escolas. 30 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.3 Listas de verificação setoriais: Educação, Formação Vocacional e Cultura Enfoque setorial: A educação é um direito humano fundamental e todas as raparigas e todos os rapazes em todos os países têm esse direito. A educação de qualidade é fulcral para o desenvolvimento tanto de sociedades como de indivíduos, e ajuda a construir o caminho para um futuro de sucesso e produtivo. Quando todas as crianças têm acesso a uma educação de qualidade assente nos direitos humanos e na igualdade de géneros, cria-se um efeito cascata que influencia gerações vindouras. De um modo geral, o enfoque deste setor inclui o desenvolvimento da primeira infância e preparação escolar, educação de qualidade, potenciando o acesso igual à educação e à escolaridade primária universal, política educativa e meios educativos de gestão administrativa e formação, formação de professores e investigação educativa para formação pré-escolar, básica, secundária, vocacional e terciária. Normas e padrões relevantes Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC). Os artigos 19 e 24 estipulam as responsabilidades dos Estados Partes para com a educação infantil. O artigo 23 reconhece as necessidades especiais de crianças deficientes em termos de educação. O artigo 28 recomenda medidas para assegurar uma oportunidade educativa igual a todos os níveis. O artigo 29 estipula os princípios, direitos e benefícios obtidos através da educação. O artigo 31 estipula direitos ao lazer, à diversão e à participação em atividades culturais e artísticas. O artigo 32 proíbe a interferência do trabalho num direito da criança à educação. O artigo 33 exige medidas apropriadas, incluindo medidas educativas, para proteger as crianças do uso e tráfico de substâncias nocivas. O artigo 40 exige educação para crianças envolvidas no sistema legal. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Mulheres (CEDAW): O artigo 10 especifica direitos educativos iguais para mulheres e homens. Outras iniciativas das NU para educação infantil: Plano de Ação Global Educação Para Todos (EFA) da UNESCO; Iniciativa EFA Fast Track (EFA-FTI); e a Iniciativa de Educação de Raparigas das Nações Unidas (UNGEI). O ODM 2 destina-se a alcançar a escolaridade primária universal, enquanto o ODM 3 promove a igualdade de géneros e a capacitação das mulheres. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RisCOS CONTRAMEDIDAS IndicaDORES Quebra na matrícula escolar, assiduidade e sucesso a vários níveis. Acesso: Número/percentagem de Garantir edifícios educativos adequados com água potável e saneamento adequado para raparigas, rapazes e crianças com deficiências. 31 crianças que frequentam todos os níveis de escolaridade (de acordo com variáveis-chave tais como idade, género, etnia, religião, estatuto de pobreza, estatuto de deficiência, localização). O ODM 2 que se destina à escolaridade primária universal em risco de não ser cumprido Recursos: àà Ver Instituto de Estatísticas da UNICEF/ UNESCO Iniciativa Global sobre Crianças Fora da Escola àà Ver UNICEF/ e Banco Mundial Iniciativa de Abolição de Propinas àà Ver UNICEF/ e Banco Mundial Simulações para Equidade em Educação Facultar transporte escolar que Rácio e distribuição de edifícios Facultar refeições na escola. Rácios aluno/professor em Normas: Número/percentagem de seja acessível a todos os níveis. Facultar professores qualificados suficientes de ambos os sexos que recebam salários competitivos e formação de atualização regular. Planear e conceber currículos culturalmente adequados e materiais e auxiliares de ensino adequados. Facultar tecnologia de informação em escolas de nível superior em particular. Acessibilidade económica: Garantir a acessibilidade para todos os grupos de crianças. Considerar subsídios, bolsas e/ ou equipamento e uniformes gratuitos para alunos com baixos rendimentos. educação à distância. estudantes com acesso a transportes. Rácio/distribuição de professores do sexo masculino e feminino e dados sobre a sua assiduidade. Revisão de salários de professores, termos e condições de emprego, número/ percentagem de professores que recebem formação de atualização. Revisão de currículos e materiais, incluindo para sensibilização cultural. Número/percentagem de crianças com acesso a formação em tecnologia de informação. Número/distribuição de computadores por escola. Número de bolsas e subsídios oferecidos. Aceitabilidade: Garantir o respeito pelas crianças e pelas suas necessidades articuladas através do sistema educativo. Número/percentagem de crianças que frequentam a escola por variáveis-chave (por exp., nível socioeconómico). Legislação em vigor e implementada que proíbe castigos cruéis e corporais. Adaptabilidade: Aumento de incidência de Ajustar infraestruturas escolares e pessoal educativo às mudanças na população estudantil em termos de números absolutos, idade, género, afiliação de diferentes grupos sociais ou minorias (refugiados, deslocados, grupos étnicos minoritários, etc.). Abordar questões-chave da vida em formação vocacional, de saúde e de segurança. As crianças com necessidades especiais não podem aceder a serviços educativos. escolares para alunos. Introduzir normas universais de conceção para planeamento educativo, gestão de construção e ambientes de aprendizagem. Introduzir legislação e políticas que estabeleçam o direito à educação inclusiva. 32 participação de crianças no planeamento. Dados de matrícula, assiduidade e graduação desagregados por variáveis-chave socioeconómicas ao longo do tempo refletidos em distribuição de escolas e pessoal. Número/percentagem de crianças com aptidões de vida vocacionais e selecionadas. Número/percentagem de crianças com necessidades especiais que utilizem meios educativos a todos os níveis. Número de professores formados em abordagens a necessidades especiais. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.3 Listas de verificação setoriais: Educação, Formação Vocacional e Cultura Recursos: àà Ver UNICEF O Direito de Crianças com Deficiências à Educação: Uma abordagem baseada em direitos para a educação inclusiva Introduzir currículos inclusivos, métodos de ensino e aprendizagem. Criar ambientes de Disponibilidade de leis e políticas adequadas para garantir o direito à educação inclusiva. aprendizagem inclusivos. Garantir o financiamento para escolas de ensino geral para a implementação da educação inclusiva, bem como a provisão de apoio individualizado. Formar pessoal de ensino em abordagens a necessidades especiais. Perda de identidade cultural e língua através do sistema educativo. Currículos bem planeados, culturalmente adequados e materiais e auxiliares de ensino adequados. Uso da língua local em escolas e currículos; contratação de professores de língua local. Uso de materiais de ensino positivos que valorizem a diferença cultural. Revisão de currículos e materiais incluindo para sensibilização cultural. Número/percentagem de crianças de outros grupos linguísticos que recebam alguma formação na sua própria língua. Número/percentagem de professores qualificados na língua local. Disponibilidade de leis e políticas adequadas para garantir o direito à educação inclusiva. Desistência escolar precoce de raparigas. Realizar uma análise situacional de direitos da criança focalizandose no contexto político, económico e sociocultural mais amplo, por exemplo, o baixo valor da sociedade atribuído à educação de raparigas pode levar a que muitas raparigas sejam retiradas da escola para se casarem ou para entrarem no mercado de trabalho. Desenvolver contra-estratégias para facilitar e apoiar a educação contínua de raparigas em íntima cooperação com agentes, incluindo currículos conscientes da igualdade de géneros e métodos de ensino que desencorajem a criação de estereótipos e percursos negativos que criem desvantagens para as raparigas. Promover a afiliação de mulheres em associações educativas, conselhos escolares, sindicatos de professores, etc. Desenvolver análises orçamentais de géneros e recomendações associadas. 33 Envolvimento de agentes que inclua crianças da comunidade. Recolha de dados qualitativos e quantitativos para valores e atitudes da comunidade em termos de educação como base para uma análise de situação dos direitos da criança (CRSA). Diagnóstico de problemas participativo, definição de agenda e consciencialização para o apoio à educação de raparigas. Revisão de currículos e métodos de ensino sensíveis à igualdade de géneros. Número/percentagem de mulheres representadas em conselhos escolares,e organismos regulamentares, grupos de pais professores, associações de empregados, conselhos de professores, organizações de crianças e mulheres, tanto oficiais como não-governamentais. Desenvolver campanhas nos meios de comunicação viradas para a cultura enfatizando benefícios comprovados de educação para raparigas como possíveis mães e potenciais trabalhadoras remuneradas; e correlação positiva entre educação e estatuto de literacia da mãe com a saúde e o desenvolvimento dos seus filhos. Garantir que as escolas são “favoráveis às raparigas” com instalações sanitárias separadas e com um número suficiente de pessoal docente do sexo feminino. Finalização da análise do orçamento por género e implementação de recomendações para apoiar a igualdade de géneros. Qualidade e abrangência de campanhas promocionais para a educação de raparigas. A discriminação, os estereótipos, etc., em escolas diminuem ao longo do tempo. Os dados sobre a matrícula de raparigas, assiduidade e graduação a todos os níveis melhoram ao longo do tempo. Diminuição do número/percentagem de raparigas que desistem da escola ao longo do tempo. Número/percentagem de escolas com instalações para raparigas. Risco de deslocamento ou despejo forçado devido à aquisição de terras para a construção de instalações educativas, com riscos para o bem-estar das crianças. As famílias sem certificado de registo de terras que seja (ou possa ser) legal estão particularmente em risco. Recolha de dados sobre a O plano de reassentamento Incluir medidas especiais de Eliminar com contramedidas segurança social de crianças e perceções especificamente durante censos e inquéritos para atividades de construção de WASH. reassentamento para responder às necessidades de crianças em situação de deslocamento, perda de bens e acesso a recursos. Não realizar desobstruções precárias ou outros despejos sem preparar e implementar planos de reassentamento conforme as normas internacionais após consulta aos residentes, incluindo crianças. está em linha com normas internacionais e tem medidas especiais para garantir o bemestar das crianças durante as fases de transição/reabilitação. quaisquer riscos para crianças tais como desprovimento de terras, desemprego, privação de alojamento, perda de bens da comunidade e serviços e segurança alimentar, desarticulação/marginalização social. Incluir medidas para providenciar posse a realojados sem posses e compensá-los por perda de bens/serviços. 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OPORTUNIDADES MeDIDAS IndicaDORES Enquadramentos do setor educativo favoráveis a crianças para aumentar a qualidade e abrangência da educação para crianças através de planeamento, conceção, financiamento, taxas a utilizadores e Estabelecer enquadramentos Enquadramentos políticos e políticos/legais favoráveis a crianças em linha com normas internacionais para planeamento, conceção, gestão e financiamento educativos. 34 legais educativos em linha com normas internacionais. Orçamento para a educação para cumprir requisitos. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.3 Listas de verificação setoriais: Educação, Formação Vocacional e Cultura gestão que coordena prestadores públicos e privados, doadores e financiadores. Recursos: àà Ver UNICEF Escolas Favoráveis a Crianças Incluir princípios de educação infantil universal e igualdade de géneros especialmente no que diz respeito à preparação para a educação, inclusão dos mais vulneráveis, atenção especial à educação para crianças afetadas por emergências (refugiados, deslocados) e os deficientes. Incluir princípios de continuidade e colaboração entre diferentes níveis do sistema educativo desde uma educação infantil precoce até à educação terciária e instituições de formação vocacional em relação à integração dos direitos da criança e à igualdade de géneros. Desenvolver CRSA focalizadas na educação com ênfase nos direitos da criança a ser ouvida. Desenvolver sistemas de gestão descentralizados multi-agências e capacidade para apoiar o envolvimento de agentes e recolha de dados desagregados sobre padrões e necessidades de uso educativo de crianças, definindo objetivos e alvos, conceção favorável a crianças, pessoal profissional, cronologias, orçamento, responsabilidade de gestão sénior, atividades coordenadas, saúde ambiental, compromissos rastreados, monitorização clara e elaboração de relatórios sobre a qualidade educativa e êxitos escolares a todos os níveis. Revisão de enquadramentos políticos e dados de implementação para a educação em princípios de educação infantil universal e igualdade de géneros, preparação para a educação, inclusão dos mais vulneráveis, atenção especial à educação para crianças afetadas por emergências (refugiados, deslocados) e os deficientes. Revisão dos enquadramentos políticos e articulação em prática de continuidade e colaboração entre diferentes níveis do sistema educativo desde uma educação na primeira infância até à educação terciária e instituições de formação vocacional. Revisão de medidas para abordar o acesso, as normas, acessibilidade, aceitabilidade e adaptabilidade conforme estipulado em Riscos, acima. Compromisso de agentes no planeamento do setor educativo, incluindo a participação das crianças como base para CRSA sobre educação. Número/percentagem de representantes da comunidade, incluindo as perspetivas de crianças, em quadros consultivos educativos e organismos regulamentares, grupos de pais-professores, associações de empregados, conselhos de professores, organizações de crianças e mulheres, tanto oficiais como não-governamentais. Inquéritos regulares a agentes de abrangência e qualidade educativa. Consultores externos especiais; equipas de M&E externas; e M&E com base em trabalhos de engenharia civil selecionados, contratação, formação e disposições de desenvolvimento educativo para incluir abordagens favoráveis a crianças. 35 Enquadramentos de desenvolvimento do setor educativo pró-pobres que incluem crianças migrantes, de grupos minoritários ou desfavorecidas por outro motivo. Recursos: àà Ver UNICEF/ UNESCO Instituto de Estatística Iniciativa Global sobre Crianças Fora da Escola Planear e conceber sistemas e serviços educativos favoráveis a crianças e que sejam acessíveis, física e financeiramente, para crianças que sejam desfavorecidas e/ou que estejam abaixo do limiar da pobreza. Facilitar a inclusão de membros da comunidade pobres e desfavorecidos por outros motivos, incluindo mulheres, em comités escolares, etc. àà Ver UNICEF/ e Banco Mundial Iniciativa de Abolição de Propinas 36 Envolvimento de agentes para com membros da comunidade, incluindo crianças. Realizar CRSA para o setor educativo. Número/percentagem de crianças de famílias com baixo rendimento ou desfavorecidas por outros motivos que frequentem a escola a todos os níveis. Número/percentagem de comités escolares com representação de mulheres e de grupos socioeconómicos baixos. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.4 Listas de verificação setoriais: WASH (Water, Sanitation and Hygiene - Água, Saneamento e Higiene) Enfoque setorial: O acesso a água, saneamento e higiene (WASH) desempenha um papel crucial nas vidas das crianças. Aumentar o acesso equitativo e o uso de serviços de água potável e saneamento básico e práticas de higiene melhoradas reduzirão a taxa de mortalidade infantil, melhorarão a saúde e os resultados escolares e contribuirão para reduzir a pobreza e obter um desenvolvimento sustentável como um todo. Como setor, a WASH inclui uma gestão política e administrativa de recursos de água, abastecimento de água e saneamento – sistemas reticulados grandes bem como abastecimento básico de água potável e saneamento básico, gestão e eliminação de resíduos, educação e formação em abastecimento de água, práticas de saneamento e higiene. (Para WASH rural, ver também a Ferramenta 2.6: Listas de verificação de desenvolvimento rural; para WASH urbana, ver também a Ferramenta 2.7: Listas de verificação de desenvolvimento urbano). Além disso, ver as Estratégias de Água, Saneamento e Higiene da UNICEF 2006–2015 e o Programa de Monitorização Conjunta OMS/UNICEF (JMP) para Abastecimento de Água e Saneamento.) Normas e padrões relevantes O artigo 24 da CDC reconhece o direito da criança à saúde, incluindo a provisão de água potável limpa suficiente e poluição ambiental reduzida. A WASH é essencial para o ODM para água e saneamento: para reduzir, em 2015, a proporção de pessoas sem acesso sustentável a água potável e saneamento básico. Os programas WASH também orientam o ODM4 sobre a sobrevivência de crianças e o ODM5 sobre saúde materna. A WASH também é crítica para cumprir o direito à educação através da garantia de que todas as escolas têm meios de água e saneamento favoráveis a crianças adequados, e educação para a higiene. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RiSCOS CONTRAMEDIDAS INDICADORES Perda de acesso de crianças a WASH por um custo aumentado de serviços para os utilizadores, colocando em risco a saúde de crianças através de doenças devido ao consumo de água não-potável, água potável insuficiente, banhos e lavagem de roupa reduzidos.4 Avaliar os padrões O envolvimento de agentes O risco associado porque as mulheres e as raparigas passam mais tempo a recolher água. Recursos: àà Ver Estratégias WASH da UNICEF de atividade social e económica, por mulheres e crianças usando serviços WASH, incluindo conhecimento, atitudes e práticas (CAP). Planear com (i) alternativas WASH de baixo custo, mas ambientalmente sólidas, seguras e limpas; (ii) tarifas de linha de vida (acesso de baixo custo ou acesso livre até um certo limiar considerado suficiente para garantir necessidades básicas) e/ ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento para 37 inclui crianças; recolha de dados qualitativos/ quantitativos para padrões de uso de WASH para crianças, para CAP. Número/percentagem de crianças que usam serviços WASH pré- e pós intervenções. Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com acesso a serviços WASH através de tarifas de linha de vida ou subsidiadas e subsídios-alvo, pré- e pósintervenções. àà Ver Soap, Toilets and Taps da UNICEF: Uma fundação para crianças saudáveis famílias com baixo rendimento para taxas de ligação para serviços WASH. àà Ver UNICEF Manual de Qualidade da Água da UNICEF As crianças com necessidades especiais não podem aceder a serviços WASH. Recursos: àà See UNICEF Raising Prevalência de diarreia e outras doenças relacionadas com água em crianças, especialmente com menos de 5 anos, prée pós-intervenções. Tempo despendido por mulheres e raparigas a tratar de doentes e a recolher água pré- e pós-intervenções. Introduzir normas de Número/percentagem de Avaliar os padrões Envolvimento de agentes conceção universais em planeamento, construção e gestão WASH, incluindo educação para a higiene de acordo com o Artigo 23 da CDC. crianças com necessidades especiais que utilizam a WASH pré- e pósintervenções. Even More Clean Hands: Avançar na área da saúde, aprendizagem e equidade através da WASH em escolas Perda de acesso das crianças à WASH através da construção de novos empreendimentos cortando redes e serviços económicos e sociais na comunidade. de atividade social e económica e uso de serviços WASH, incluindo CAP por crianças, em zonas de impacto. Planear e conceber contramedidas, em consulta com comunidades locais, incluindo crianças, para características de conceção que facilitam o acesso contínuo a redes e serviços ou crianças que apoiam a WASH. Construção: Para reservatórios/outras construções WASH de grande escala, riscos para a saúde, segurança, etc., para crianças em zonas de estaleiros para construção. Risco de deslocamento ou despejo forçado devido à aquisição de terras para construção de WASH, com riscos para o bem-estar das crianças. As famílias sem certificado de registo de terras que seja (ou possa ser) legal estão particularmente em risco. que inclui crianças. Recolha de dados qualitativos e quantitativos para padrões de crianças de CAP de WASH em zonas de impacto. Número e distribuição de características de conceção relativas ao acesso em documentos de planeamento. Número/percentagem de crianças com acesso a serviços WASH pré- e pósintervenções. Recolher dados/consultas sobre O plano de mitigação segurança social/perceções de crianças em zona de impacto. Preparar e implementar um plano de mitigação de impacto social concebido para mitigar impactos sociais/infantis adversos. Recolha de dados sobre a segurança social e perceções de crianças especificamente durante censos e inquéritos para atividades de construção de WASH. Incluir medidas especiais de reassentamento para responder às necessidades das crianças em situação de deslocamento, 38 de impacto social inclui medidas para proteger as crianças. As taxas de mortalidade infantil e morbidez pré- e pós-intervenção em zona de impacto de construção. O plano de reassentamento está em linha com normas internacionais e tem medidas especiais para garantir o bem-estar das crianças durante as fases de transição/reabilitação. Eliminar com contramedidas quaisquer riscos para crianças tais como Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.4 Listas de verificação setoriais: WASH (Water, Sanitation and Hygiene - Água, Saneamento e Higiene) perda de bens e acesso a recursos. Não realizar desobstruções precárias ou outros despejos sem preparar e implementar planos de reassentamento conforme as normas internacionais após consulta aos residentes, incluindo crianças. desprovimento de terras, desemprego, privação de alojamento, perda de bens da comunidade e serviços e segurança alimentar, desarticulação/ marginalização social. Incluir medidas para providenciar posse a realojados sem posses e compensá-los por perda de bens/serviços. 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OpORTUNIDADES MeDIDAS IndicaDORES Enquadramentos setoriais favoráveis a crianças para alargar a WASH a crianças através de planeamento ambientalmente sólido, conceção, financiamento, taxas para utilizadores, e gestão que coordene prestadores públicos e privados, doadores e financiadores. Estabelecer enquadramentos Enquadramentos políticos e Recursos: àà Ver Estratégias WASH UNICEF Strategies for 2006–2015 Enquadramentos de desenvolvimento do setor WASH pró-pobres que incluem mulheres e crianças migrantes, de grupos minoritários ou desfavorecidas por outro motivo. políticos/legais favoráveis a crianças em linha com normas internacionais para planeamento, conceção, gestão e financiamento WASH, integrando práticas de higiene baseadas em CAP de filho/mãe. Desenvolver sistemas de gestão descentralizados multi-agências e capacidade para apoiar o envolvimento de agentes e recolha de dados desagregados sobre padrões e necessidades de uso educativo de crianças, definindo objetivos e alvos, conceção favorável a crianças, pessoal profissional, cronologias, orçamento, responsabilidade de gestão sénior, atividades coordenadas, saúde ambiental, compromissos rastreados e monitorização clara e elaboração de relatórios sobre a WASH. Planear e conceber sistemas WASH favoráveis a crianças e serviços que sejam acessíveis, física e financeiramente, para crianças que sejam desfavorecidas e/ou que estejam abaixo do limiar da pobreza. Planear, em consulta com agentes incluindo mulheres e crianças, para (i) alternativas WASH de baixo custo mas ambientalmente sólidas, seguras e limpas; 39 legais WASH em linha com normas internacionais. Envolvimento de agentes no planeamento setorial. Número/ percentagem de representantes da comunidade, incluindo perspetivas de crianças sobre quadros consultivos de consumidores, resolução de reclamações ou organismos regulamentares WASH. Inquéritos regulares a agentes de CAP de mãe/filho e grupos de enfoque incluindo crianças. Consultores externos especiais; equipas de M&E externas; e M&E com base em trabalhos civis selecionados e disposições de contratação para incluir abordagens favoráveis a crianças. Os estudos ambientais levam em conta os efeitos das alterações climáticas na WASH. Envolvimento de agentes com as crianças Dados sobre padrões de uso e necessidades WASH de crianças/ mães com base em CAP. Número/percentagem de crianças de famílias com baixo rendimento, famílias desfavorecidas que usam serviços WASH selecionados pré- e pós-intervenções incluindo através de linha de vida ou Recursos: àà Ver Estratégias WASH UNICEF Strategies for 2006–2015 Gestão favorável a crianças de serviços WASH e formação em higiene para crianças em comunidades e bairros de baixo rendimento ou menos favorecidos. (ii) tarifas de linha de vida (acesso de baixo custo ou acesso livre até um certo limiar considerado suficiente para garantir necessidades básicas) e/ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento para serviços WASH; (iii) subsídios para famílias com baixo rendimento para taxas de ligação para serviços WASH. Apoiar a formação e operação de grupos de gestão e financiamento locais para canalizações, poços, casa de banho, pontos de banho e lavagem, pontos de eliminação, drenagem, etc. através da facilitação e formação, incluindo para mulheres. Programas alargados sobre higiene para escolas e comunidades. Recursos: àà Ver Estratégias WASH UNICEF Strategies for 2006–2015 40 tarifas subsidiadas e subsídiosalvo, pré- e pós-intervenções. Prevalência de diarreia e outras doenças relacionadas com água em crianças, especialmente com menos de 5 anos, pré- e pós-intervenções. Tempo despendido por mulheres e raparigas a tratar de doentes e a recolher água pré- e pósintervenções. Número/percentagem de grupos de gestão WASH de comunidades/bairros em operação. Número/percentagem de mulheres e crianças que fazem parte de grupos WASH e programas de higiene. Taxas de mortalidade infantil e materna pré- e pós-intervenção em comunidades de baixo rendimento para doenças relacionadas com água. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.5 Listas de verificação setoriais: Segurança Social Enfoque setorial: A segurança social pode ser amplamente definida como políticas e ações que potenciam a capacidade de todas as pessoas, mas particularmente grupos pobres e vulneráveis, escaparem à pobreza, ou evitarem cair numa situação de pobreza, e gerirem melhor os riscos e choques, e que pretendem proporcionar um nível mais elevado de segurança social através da segurança de rendimentos e do acesso a serviços essenciais (em particular, saúde e educação) durante períodos de necessidade ativos e inativos ao longo de todo o ciclo de vida. É essencial aprofundar o cumprimento dos direitos das crianças, mulheres e famílias para um padrão de vida adequado e serviços essenciais. Como setor, inclui: (i) transferências sociais (numerário ou em géneros); (ii) programas para assegurar o acesso a serviços sociais; (iii) apoio social e serviços de cuidados; e (iv) legislação e políticas para garantir a equidade e não-discriminação no acesso a serviços e emprego/meios de subsistência (ver: “Segurança Social na Cooperação para o Desenvolvimento na União Europeia” (Comunicado CE 2012) e “Quadro Estratégico de Segurança Social” (UNICEF, 2012)). Normas e padrões relevantes Declaração Universal dos Direitos Humanos »» Artigo 22: o direito à segurança social. »» Artigo 25(1): o direito a um padrão de vida adequado para a saúde e o bem estar da pessoa e da respetiva família, incluindo alimentação, roupa, habitação e cuidados médicos e serviços sociais necessários. »» Artigo 25(2): a maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. »» Artigo 26: direito à educação. Convenção sobre os Direitos da Criança »» Artigo 26: o direito à segurança social. »» Artigo 27: o direito a um padrão de vida adequado para o desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral e social da criança. »» Também fundamentados noutros artigos, incluindo 18, 19, 24, 28 e 32 Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais »» Artigos 9, 12 e 13 1. ÂMBITO PARA RISCOS RisCOS CoNTRAMEDIDAS IndicaDORES Os programas de segurança social não chegam às crianças porque não são uma prioridade nas decisões de políticas, há Defender com base em provas a São recolhidos dados Garantir que os programas As avaliações nacionais de consideração das necessidades das crianças em todos os níveis das decisões políticas. de segurança social podem identificar e chegar às crianças através da realização de avaliações de vulnerabilidade, da recolha de dados desagregados, 41 desagregados sobre crianças e usados para direcionar os programas de forma eficaz. vulnerabilidade informam as prioridades e a conceção da política e programas de segurança social. uma compreensão insuficiente das vulnerabilidades das crianças e famílias, a distribuição intrafamiliar não é tida em conta, etc. avaliação regular de programas, etc. Considerar uma série de programas de segurança social, incluindo programas que proporcionem benefícios diretos para crianças, tais como alimentação na escola e apoio social. Expandir-se para grupos de Recursos: àà Ver UNICEF, 2012, 18. crianças específicos, incluindo os que não vivem no seio de uma família. As políticas e estratégias nacionais de segurança social abordam necessidades das crianças e as alocações orçamentais para programas sensíveis a crianças são expandidas. As crianças que vivem na rua, as crianças que vivem em instituições e outras crianças que vivem fora do seio de uma família são incluídas eficazmente por programas de segurança social. Os programas que não são especificamente dirigidos a crianças (seguro de saúde, transferências de dinheiro, etc.) são sensíveis a crianças. As crianças não podem ter acesso a programas de segurança social devido a dimensões sociais de vulnerabilidade tais como género, etnia, deficiência e localização geográfica (por exp., os programas de alimentação nas escolas podem não abranger as raparigas se as famílias decidirem enviar apenas rapazes para a escola; os tutores com deficiências não podem receber transferências de dinheiro). Incentivar a participação de grupos socialmente excluídos no desenvolvimento, na conceção, na implementação e na avaliação de políticas. Recolher dados que estejam desagregados por género, etnia, estatuto de deficiência e localização geográfica e avaliação do impacto da segurança social em grupos específicos. Garantir que os benefícios da segurança social estão acessíveis a todos os beneficiários elegíveis independentemente da etnia, localização, etc. Facultar uma comunicação clara, cultural e linguisticamente apropriada sobre os requisitos de elegibilidade para os programas. Assegurar a integração entre programas que abordam vulnerabilidades económicas com os que abordam vulnerabilidades sociais tais como discriminação (por exp., seguro de saúde com uma componente de apoio social). Prestar atenção a questões Recursos: àà Ver UNICEF, 2012, Capítulo VI. de exclusão na conceção, implementação e monitorização de programas de segurança social. (Ver UNICEF, 2012, Capítulo VI, Quadro 14 para obter exemplos específicos.). 42 Número/percentagem de mulheres, minorias étnicas e representantes de grupos com incapacidades que participam em processos de envolvimento de agentes. Número de inquéritos, estudos e avaliações de impacto que dedicam atenção a grupos excluídos ou vulneráveis. Taxas de abrangência efetiva de programas de segurança social entre grupos excluídos ou vulneráveis. As políticas nacionais de segurança social incorporam uma abordagem integrada e multissetorial. Os comités interministeriais existem para coordenar entre setores sociais. Estão disponíveis mecanismos de apelo e retificação e são usados a nível nacional e local. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.5 Listas de verificação setoriais: Segurança Social As crianças não podem ter acesso a programas de segurança social devido a uma conceção de programas desadequada, incluindo requisitos de elegibilidade excessivamente rigorosos, direcionamento desadequado, condicionalismos inflexíveis, etc. (por exp., beneficiários sem um documento de identificação poderão não ser elegíveis para beneficiar de um programa; transferências de dinheiro condicionadas à assiduidade escolar poderão excluir crianças sem acesso à escola). Os programas podem ter consequências não intencionais, tais como fazer exigências em termos de tempo dos cuidadores, levando, assim, a uma disponibilidade reduzida para crianças e/ ou transferência de responsabilidades para crianças, incluindo trabalho (por exp., programas de obras públicas). Criar mecanismos de verificação Taxa de crianças adicionais Realizar campanhas de certidões Número de programas de de elegibilidade flexível e opções de recolha de benefícios. de nascimento paralelas. Considerar erros de exclusão, bem como erros de inclusão, na conceção, implementação, monitorização e avaliação de programas. Assegurar que os programas condicionais estão intimamente coordenados com a provisão de serviços sociais, tais como saúde e educação; ou investigar se são viáveis dado o contexto. Criar mecanismos de apelo e retificação que permitam aos beneficiários reportar situações de discriminação, etc. com certidões de nascimento de ano para ano. segurança social com opções de verificação de elegibilidade alternativas tais como impressões digitais, opções para designar um membro da família para receber benefícios, etc. Percentagem de comunidades com mecanismos de apelo e retificação disponíveis. Frequência de campanhas de comunicação para programas de segurança social existentes. Fornecer informações amplas sobre requisitos de elegibilidade para programas, pontos de distribuição de benefícios, etc. Adaptar programas de segurança social (tais como obras públicas e requisitos de condicionalismo) para famílias com responsabilidades de cuidados infantis. Monitorizar mudanças em responsabilidades de crianças no seio das famílias. Em programas de obras públicas, isentar ou limitar o número de horas de trabalho requeridas a mães lactantes ou grávidas. Considerar e monitorizar potenciais impactos de escolhas de conceção, tais como requisitos de localização de pontos de pagamento, tipo e tempo de trabalho ou condicionalismos. Conceber monitorização e avaliações de impacto para serem suficientemente flexíveis para enfrentar consequências não intencionais, por exp. através da incorporação de questões de feedback qualitativas, mais abertas e procurando outros inquiridos além dos chefes de família. 43 Percentagem de participantes em obras públicas com crianças novas que podem aceder a meios de cuidados infantis numa distância curta do local de trabalho. Impacto de programas no uso do tempo de mulheres e crianças. Considerar opções de Os programas de segurança social que se dirigem a grupos específicos de crianças criam ou exacerbam o estigma e/ou a discriminação que experienciam Envolver membros da comunidade (por exp., famílias afetadas pelo VIH que beneficiam de programas podem ser isoladas; os beneficiários podem ser alvo de inveja). Incorporar M&E qualitativa e Os programas não avaliam e/ ou respondem com exatidão à natureza multidimensional das necessidades das crianças (saúde, educação, saneamento, cuidados infantis, económicas, etc.) (por exp., uma transferência alimentar em géneros pode ter um impacto limitado se as necessidades de cuidados de saúde não forem simultaneamente respondidas). direcionamento mais amplas, incluindo programas universais sempre que possível. na tomada de decisão desde a conceção de um programa até ao seu projeto, implementação e avaliação (por exp., considerar mecanismos de direcionamento baseados na comunidade e comités de revisão da comunidade). Número de situações reportadas de estigmatização e discriminação antes e depois da implementação de programas. Percentagem de comunidades que têm representantes que participam em comités de direção de programas de segurança social. incorporar questões relacionadas com estigma e discriminação em M&E qualitativa. Realizar avaliações para avaliar as Ano das mais recentes necessidades dos beneficiários, práticas culturais, etc.. Assegurar a integração entre programas de vários setores através da coordenação entre ministérios e implementadores a diferentes níveis governamentais. Harmonizar programas semelhantes e explorar as sinergias entre programas de segurança social e outros programas. análises de pobreza multidimensionais, análises de situação, etc. Número de inquéritos, estudos e avaliações de impacto que recolhem informações sobre a situação de crianças. As políticas nacionais de segurança social incorporam uma abordagem integrada e multissetorial. Existência de um sistema de registo único e um sistema de gestão de informação (MIS). Os comités interministeriais existem para coordenar entre setores sociais. Recursos: àà Ver UNICEF, 2012, Capítulo IV. 2. MaximizAR OPORTUNIDADES OportuniDADES MeDIDAS IndicaDORES A segurança social ajuda a cumprir os direitos das crianças e aborda vulnerabilidades específicas das crianças Dar apoio a sistemas de Os enquadramentos/políticas segurança social gerais e políticas/enquadramentos nacionais que integrem, coordenem e melhorem a eficácia em vários setores. 44 de segurança social nacionais incorporam uma abordagem multissetorial integrada. Abrangência de crianças por programas de segurança social. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.5 Listas de verificação setoriais: Segurança Social tais como necessidades específicas da idade, dependência, etc., que afetarão o indivíduo ao longo de toda a sua vida. Recursos: àà Ver UNICEF, 2012, 2.0 Assegurar que os programas que não se dirigem especificamente a crianças (seguro de saúde, transferência de dinheiro, etc.) são, porém, sensíveis às necessidades das crianças e, se necessário, consideram programas adicionais que sejam especificamente dedicados a crianças. Através da conceção de programas,capacitar os cuidadores no seio da família e ter em conta os seus papéis e as suas necessidades específicos. Percentagem de quantias de transferência social gastas em necessidades familiares gerais, incluindo a saúde e educação das crianças. Taxa de frequência escolar. Taxa de registo de nascimentos. Nível de poder de tomada de decisão conforme reportado por chefe de família do sexo feminino. Peso à nascença. Estagnação do crescimento. Retenção de crianças nos lares. Taxas de trabalho infantil. Implementar programas que lidem com as necessidades das crianças ao longo do ciclo de vida – por exp. primeira infância, adolescência. Os programas abordam vulnerabilidades sociais e económicas. Dar apoio a sistemas de Recursos: Considerar o valor de programas Percentagem de indivíduos àà Ver UNICEF, 2012, 28. segurança social gerais e políticas/enquadramentos nacionais que integrem, coordenem e melhorem a eficácia em vários setores. tais como serviços de apoio social e legislação que garantam o acesso não-discriminatório a serviços sociais de forma a reduzir a exclusão social. Os enquadramentos/políticas de segurança social nacionais incorporam uma abordagem multissetorial integrada e incluem provisões para chegar a grupos vulneráveis ou excluídos. que reportam menos casos de discriminação ao aceder a cuidados de saúde ou educação do que antes de serem beneficiários. Sempre que for apropriado, integrar programas que abordem vulnerabilidades sociais com aqueles que abordam vulnerabilidades económicas (por exp., uma transferência de dinheiro com uma componente de apoio social). Os programas abordam as necessidades das crianças de uma forma holística (saúde, educação, saneamento, etc.). Recursos: àà Ver UNICEF, Considerar programas que abordem necessidades diferentes simultaneamente (por exp., cuidados em casa). Criar mecanismos que potenciem ligações entre setores tais como comités interministeriais, sistemas de direcionamento comuns, sistemas de gestão de informação, etc. 2012, Capítulo IV. 45 Existência de um único sistema de registo e um MIS. Os comités interministeriais existem para coordenar entre setores sociais. Ferramenta 2.6 Listas de verificação setoriais: Desenvolvimento Rural Enfoque setorial: O desenvolvimento rural inclui projetos de desenvolvimento rural integrados; por exp., planeamento de desenvolvimento regional; promoção de competência descentralizada e multissetorial para planeamento, coordenação e gestão; implementação de desenvolvimento regional e medidas (incluindo gestão de reservas naturais); gestão de terras; planeamento de uso de terras; atividades de assentamento e reassentamento de terras (excluindo reassentamento de refugiados e pessoas deslocadas internamente); integração funcional de áreas rurais e urbanas; e sistemas de informação geográfica. Normas e padrões relevantes O artigo 24 da CDC reconhece o direito da criança à saúde, incluindo a provisão de água potável limpa. Os programas rurais contribuem para o ODM1 na erradicação da pobreza extrema e fome e também para objetivos relacionados com água e saneamento, saúde, educação e sustentabilidade ambiental. A prática de despejo forçado, que envolve a remoção involuntária de pessoas das suas casas ou terras, direta ou indiretamente atribuíveis ao Estado, constitui uma grande violação dos direitos humanos, especialmente do direito à habitação (Comissão sobre a Resolução dos Direitos Humanos 1993/77). Os Princípios Orientativos das Nações Unidas sobre a Deslocação Interna oferecem proteção contra a deslocação arbitrária, representam uma base para proteção e assistência durante a deslocação e estipulam garantias para um regresso, reassentamento e reintegração em segurança. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RISCOS CONTRAMEDIDAS INDICADORES Os riscos para a provisão alimentar de crianças com custos nutricionais, resultantes de mudanças em sistemas de produção animal e agrícola, por exp., de sistemas de pastoreio ou de rotação de culturas para sistemas sedentários intensivos ou irrigação; ou mudanças de colheitas; ou riscos resultantes de aumentos associados à carga de trabalho da mãe. Com a participação de O envolvimento de agentes comunidades rurais, incluindo mulheres e crianças, avaliar os padrões de atividade social e económica na produção agrícola para rendimento e subsistência, para todos os grupos socioeconómicos. Avaliar o nível de risco para as crianças e as suas famílias nas mudanças propostas, incluindo o risco intrafamiliar e desagregado por género. Eliminar a mudança radical, ou introduzir contramedidas para salvaguardar alimentos para crianças, incluindo medidas que apoiam as mães na amamentação de bebés. 46 inclui mulheres e crianças; recolha de dados qualitativos/ quantitativos para padrões de produção e necessidades relacionadas com alimentos. Consulta com comunidades locais, incluindo mulheres e crianças, sobre avaliação de riscos e possíveis contramedidas. Taxas de subnutrição infantil desagregadas por variáveis tais como grupo socioeconómico, casta, etnia, religião, localização, género e pré- e pós-intervenção. Taxas de bebés amamentados pré- e pós-intervenção Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.6 Listas de verificação setoriais: Desenvolvimento Rural Perda de acesso de crianças serviços essenciais ou risco de provisão de alimentos pelo aumento do custo de serviços para utilizadores, arriscando a saúde, o desenvolvimento e o bem-estar das crianças. O risco de as raparigas, em particular, desistirem da escola, despenderem mais tempo a recolher água e combustível, com riscos ambientais para recursos comuns, públicos ou privados – isto, por sua vez, pode prejudicar as suas perspetivas educativas, a sua saúde e segurança. Avaliar os padrões de atividade O envolvimento de social e económica de mulheres e crianças que usam serviços rurais e acedem a alimentos. Avaliar o impacto provável de custos aumentados a nível intra- e inter- familiar com dados desagregados por género e grupo social. Planear, em consulta com as comunidades, incluindo mulheres e crianças, (i) alternativas de serviço de baixo custo mas ambientalmente sólidas, seguras e limpas; (ii) para serviços WASH e de energia, oferecer tarifas de linha de vida (acesso de baixo custo ou acesso livre até um certo limiar considerado suficiente para garantir necessidades básicas) e/ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento; (iii) subsídios para famílias com baixo rendimento para taxas de ligação para serviços. agentes inclui mulheres e crianças; recolha de dados desagregados qualitativos/ quantitativos para padrões de uso de serviço e acesso a alimentos. Número/percentagem de crianças que usam serviços rurais selecionados pré- e pósintervenções. Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com acesso a serviços rurais através de tarifas de linha de vida ou subsidiadas e subsídios-alvo, pré- e pósintervenções. Prevalência de diarreia em crianças e outras doenças relacionadas com água, especialmente com menos de 5 anos, pré- e pós-intervenções. Tempo despendido por mulheres e raparigas a cuidar de doentes e a recolher água pré- e pós-intervenção. Taxas de participação escolar de rapazes e raparigas pré- e pós-intervenção. Taxas de subnutrição infantil pré- e pós-intervenção. As crianças com necessidades especiais não podem aceder a serviços rurais. Introduzir padrões de conceção Número/percentagem de Risco de algumas famílias serem excluídas do direito à terra em esquemas de titularidade e assentamento de terras, por exemplo, as crianças de mães divorciadas podem sofrer de perda de acesso a terra fértil e habitação. Em esquemas de planeamento universais no planeamento, na construção e gestão rural, em linha com o Artigo 24 da CDC. de titularidade e assentamento de terras, usar dados desagregados por género e outras variáveis sociais tais como estatuto socioeconómico e etnia, para avaliar os padrões de acesso e uso de terra fértil e posse de outros bens, incluindo habitação. Garantir que todos os grupos sociais, incluindo mulheres, têm título de terra a refletir o seu uso. crianças com necessidades especiais que utilizam serviços rurais pré- e pós-intervenção. Envolvimento de agentes que inclui mulheres e crianças de todos os grupos sociais. Dados desagregados por género e outras variáveis sociais sobre o acesso e uso de terra fértil e outros bens, incluindo habitação. Número/percentagem de mulheres que recebem titularidade conjunta ou plena à terra e outros bens incluindo habitação pré- e pósintervenção. Número/percentagem de mulheres chefes de família que recebem a titularidade de terra fértil e bens. 47 Riscos para o bem-estar de crianças pela perda de acesso a recursos rurais para fins de rendimento ou subsistência, deslocação, e/ ou despejos forçados devido a empreendimentos rurais, incluindo infraestruturas e gestão de terras, incluindo a gestão de reservas naturais. As famílias sem certificado de registo de terras que seja (ou possa ser) legal estão particularmente em risco. Recolha de dados sobre a segurança social e perceções de crianças especificamente durante censos e inquéritos para planeamento de reassentamento. Incluir dados desagregados por género sobre o uso de recursos para necessidades de rendimento, culturais e subsistência e propriedade comum. O plano de reassentamento está em linha com normas internacionais e tem medidas especiais para garantir o bemestar das crianças durante as fases de transição/reabilitação. Eliminar com contramedidas quaisquer riscos para crianças tais como desprovimento de terras, desemprego, privação de alojamento, perda de bens e serviços da comunidade e segurança alimentar, desarticulação e marginalização social. Incluir medidas de reassentamento especiais para responder às necessidades de crianças em situação de deslocamento, perda de bens e perda de acesso a recursos. Não realizar despejos forçados Incluir medidas para sem preparar e implementar planos de reassentamento conforme as normas internacionais após consulta aos residentes, incluindo crianças. providenciar titularidade segura a realojados sem posses e compensá-los por perda de bens/serviços. 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OpORTUNIDADES MeDIDAS IndicaDORES Enquadramentos setoriais favoráveis a crianças que beneficiam as crianças através de um desenvolvimento rural ambientalmente saudável que dissemina serviços de segurança alimentar e rurais através planeamento, conceção, financiamento, taxas de utilizadores e gestão que coordena fornecedores públicos e privados, doadores e financiadores. Estabelecer enquadramentos Política de desenvolvimento de política/legais favoráveis a crianças em linha com normas internacionais para o desenvolvimento rural e planeamento, conceção, gestão e financiamento de segurança alimentar. Desenvolver sistemas de gestão descentralizados de várias agências e capacidade para apoiar o envolvimento de agentes e a recolha de dados sobre padrões e necessidades de desenvolvimento rural de mães e filhos e de atividades relacionadas com a segurança alimentar, definindo objetivos e alvos, conceção favorável a crianças, pessoal profissional, calendarização, orçamento, responsabilidade de gestão sénior, atividades coordenadas, solidez ambiental, compromissos rastreados, monitorização clara e elaboração de relatórios sobre desenvolvimentos rurais. 48 rural e segurança alimentar e quadros legais que cumprem normas internacionais. A representação de agentes, incluindo perspetivas de mulheres e crianças sobre quadros consultivos de consumo, organismos reguladores ou de resolução de reclamações de desenvolvimento rural, organismos de produção agrícola e de segurança alimentar. Inquéritos regulares a agentes sobre produção rural, necessidades alimentares e de serviços que incluem crianças e estão desagregados por género e condições intrafamiliares. Consultores externos especiais;equipas de M&E externas ;e M&E de base comunitária de desenvolvimentos rurais selecionados para incluir abordagens favoráveis a crianças. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.6 Listas de verificação setoriais: Desenvolvimento Rural Enquadramentos de desenvolvimento rural e segurança alimentar pró-pobres que incluem mulheres e crianças por variáveis tais como grupo socioeconómico, localização, idade, etnia, casta, religião, género, etc. Gestão favorável a crianças de meios comunitários em comunidades de baixo rendimento ou comunidades rurais mal servidas. Planear e conceber planeamento e serviços de desenvolvimento rural e segurança alimentar favoráveis a crianças que estão acessíveis, física e financeiramente, para crianças que são desfavorecidas de acordo com variáveis sociais, económicas ou de localização. Planear, em consulta, uma série de medidas para incentivar a segurança infantil, segurança alimentar e o bem-estar das crianças tais como (i) medidas de produção agrícola, desenvolvimento comercial e ambientais em linha com as preferências da comunidade; (ii) alternativas de serviços rurais de baixo custo mas ambientalmente sólidas, seguras e limpas; (iii) tarifas de linha de vida sempre que for apropriado e/ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento para WASH e serviços de energia; (iii) subsídios para famílias com baixo rendimento para taxas de ligação para WASH e serviços de energia. O envolvimento de agentes inclui mulheres e crianças de grupos desagregados por estatuto socioeconómico, localização, idade, etnia, casta, religiões, género, etc. Dados de produção agrícola ao longo do tempo. Dados de desenvolvimento comercial ao longo do tempo. Número/percentagem de crianças de famílias com baixo rendimento e famílias mal servidas que usam serviços rurais incluindo através de tarifas de linha de vida ou subsidiadas e subsídios-alvo, pré- e pós intervenções. Prevalência de diarreia e outras doenças relacionadas com água entre crianças, especialmente para menores de 5 anos, pré- e pós-intervenções. Tempo despendido por mulheres e raparigas a tratar de doentes e a recolher água pré- e pósintervenções. Taxas de subnutrição ao longo do tempo desagregadas por variáveis-chave. Apoio à formação e operação Indicadores de produção de grupos de gestão comunitária e financeiros, por exp., grupos de utilizadores para agricultura incluindo irrigação; proteção e gestão de recursos; WASH; meios de saúde e educação. agrícola pré- e pósintervenção. Taxas de mortalidade infantil e materna pré- e pós-intervenção em comunidades de baixo rendimento. Número/percentagem de grupos de gestão comunitária em funcionamento; número/ percentagem com mulheres/ crianças. Facultar a titularidade segura da terra a residentes com baixo rendimento sem um direito formal. Titularidade da terra e esquemas de assentamento para garantir segurança de terra e rendimento a residentes rurais com baixo rendimento. 49 Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com direito seguro à terra e oportunidades de rendimento pré- e pósintervenção. Ferramenta 2.7 Listas de verificação setoriais: Desenvolvimento Urbano Enfoque setorial: O desenvolvimento urbano inclui projetos de desenvolvimento urbano; desenvolvimento local e gestão urbana; infraestruturas e serviços urbanos; finanças municipais; gestão ambiental urbana; desenvolvimento urbano e planeamento; renovação urbana e alojamento urbano; e sistemas de informação de terras. (Para educação urbana, ver Ferramenta 2.3: Listas de verificação setoriais sobre educação; ver também Ferramenta 2.4: Listas de verificação setoriais sobre WASH; Ferramenta 2.8: Listas de verificação setoriais sobre Transportes; e Ferramenta 2.9: Lista de verificação setorial sobre energia.). Normas e padrões relevantes Os princípios básicos da CDC aplicam-se a apoiar os melhores interesses da criança e afirmar os seus direitos económicos, sociais e culturais e direitos à sobrevivência e ao desenvolvimento no ambiente urbano. Empreendimentos urbanos que oferecem ambientes favoráveis a crianças, seguros, limpos e sem perigos onde as crianças podem aceder a serviços essenciais contribuem para alcançar os ODM. A prática de despejo forçado, que envolve a remoção involuntária de pessoas das suas casas ou terras, direta ou indiretamente atribuíveis ao Estado, constitui uma grande violação dos direitos humanos, especialmente do direito à habitação (Comissão sobre a Resolução dos Direitos Humanos 1993/77). Os Princípios Orientativos das Nações Unidas sobre a Deslocação Interna oferecem proteção contra a deslocação arbitrária, representam uma base para proteção e assistência durante a deslocação e estipulam garantias para um regresso, reassentamento e reintegração em segurança. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RisCOS CoNTRAMEDIDAS IndicaDORES Risco de deslocamento ou despejos forçados devido à aquisição de terra para empreendimentos urbanos e/ou recuperação de habitação insalubre e esquemas de renovação urbana com riscos para o bem-estar das crianças. As famílias sem certificado de registo de terras que seja (ou possa ser) legal estão particularmente em risco. Recolha de dados sobre a O plano de reassentamento Incluir medidas de Eliminar com contramedidas Perda de acesso de crianças a segurança social de crianças/ mulheres e perceções especificamente durante censos e inquéritos para planeamento de reassentamento urbano. reassentamento especiais para responder às necessidades de mulheres e crianças em situação de deslocamento, perda de bens e acesso a recursos. Não realizar recuperação de habitação insalubre e despejos sem preparar e ativar planos de reassentamento segundo normas internacionais em consulta com residentes urbanos incluindo crianças. Avaliar os padrões de atividade social e económica por mulheres e crianças usando 50 está em linha com normas internacionais e tem medidas especiais para garantir o bemestar das crianças durante as fases de transição/reabilitação. quaisquer riscos para crianças tais como desprovimento de terras, desemprego, privação de alojamento, perda de bens da comunidade e serviços e segurança alimentar, desarticulação/marginalização social. Incluir medidas para providenciar posse a realojados urbanos sem posses e compensá-los por perda de bens/serviços. O envolvimento de agentes inclui mulheres e crianças; recolha de dados qualitativos/quantitativos. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.7 Listas de verificação setoriais: Desenvolvimento Urbano serviços urbanos essenciais pelo aumento do custo de serviços urbanos a utilizadores, afetando crianças. Perda de acesso de crianças a serviços urbanos essenciais pela construção de novos desenvolvimentos urbanos de redes e serviços económicos e sociais transversais. serviços urbanos incluindo saúde, educação, transportes, energia, WASH, resíduos sólidos e drenagem. Planear, em consulta, (i) alternativas de serviços rurais de baixo custo mas ambientalmente sólidas, seguras e limpas; (ii) tarifas de linha de vida (acesso de baixo custo ou acesso livre até um certo limiar considerado suficiente para garantir necessidades básicas) e/ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento de água e energia; (iii) subsídios para famílias com baixo rendimento para taxas de ligação para WASH e serviços de energia; subsídios destinados a transporte. Avaliar os padrões de atividade social e económica e uso de serviços urbanos por mulheres e crianças, entre todos os grupos sociais em zonas de impacto de desenvolvimento urbano. Avaliar impactos prováveis de aumento de custos através de inquéritos sobre a capacidade e vontade de pagar. Planear e conceber contramedidas, em consulta com comunidades locais, incluindo crianças, para características de conceção que facilitam o acesso contínuo a redes e serviços para crianças. para padrões de uso e necessidades urbanas de mulheres e crianças. Número/percentagem de crianças que usam serviços urbanos selecionados pré- e pós-intervenções. Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com acesso a serviços urbanos através de tarifas de linha de vida ou subsidiadas, subsídiosalvo e taxas de ligação. Número/percentagem de rapazes e raparigas que frequentam a escola. Prevalência de diarreia e outras doenças relacionadas com a água e o ambiente desagregadas por género e grupo social. O envolvimento de agentes inclui mulheres e crianças. Recolha de dados qualitativos e quantitativos para padrões de uso de serviços urbanos, necessidades, preferências de crianças para todos os grupos sociais. Conduta de capacidade e vontade de pagar serviços urbanos. Número e distribuição de características de conceção relacionadas com acesso em documentos de planeamento urbano. Número/percentagem de crianças que acedem a serviços urbanos pré- e pós-intervenção. As crianças com necessidades especiais não podem aceder a serviços urbanos. Introduzir padrões de conceção Número/percentagem de Aumento de ruído e poluição de empreendimentos urbanos que perturbam o desenvolvimento das crianças. Introduzir características de Qualidade do ar ambiente e universais no planeamento, construção e gestão de desenvolvimento urbano de acordo com o Artigo 23 da CDC. planeamento e conceção urbanos de mitigação: assentamento, barreiras, etc. para minimizar a perturbação. Legislar o uso de combustíveis sem chumbo e veículos energeticamente eficientes. 51 crianças com necessidades especiais que utilizam serviços urbanos pré- e pós-intervenção. níveis de ruído. Legislação implementada para ar e ruído. Prevalência de morbidez relacionada com o ambiente em raparigas e rapazes. Riscos para a segurança de crianças por perigos na construção e operação de instalações de desenvolvimento urbano. Cooperação entre todas as agências de planeamento e gestão de desenvolvimento e operadores de serviços urbanos para incluir características de conceção de segurança favoráveis a crianças, redução e gestão de perigos e planos para informar e educar as crianças sobre os perigos, a assistência após acidentes e cuidados médicos, estabelecimento de sistemas de dados de acidentes. Análise institucional de capacidades de agências urbanas chave e operadores de serviços urbanos em características de conceção de segurança favoráveis a crianças e planos para reduzir perigos, informar e educar as crianças sobre os perigos, assistência após acidentes e cuidados médicos, sistemas de dados de acidentes. Número e distribuição de acidentes que resultam em ferimentos ou morte em crianças. Desenvolver/implementar programas de segurança de serviços urbanos em estreita consulta com crianças em risco. Riscos para a saúde, segurança, marginalização, etc. para crianças em zonas de estaleiros de construção urbana. Número e eficácia de programas de segurança urbana em escolas, etc. Recolher dados/consultas sobre O plano de mitigação de o bem-estar, as necessidades e perceções das crianças na zona de impacto. Preparar e implementar um plano impacto social inclui medidas para proteger as crianças. Taxas de mortalidade e concebido para mitigar impactos sociais/infantis adversos. morbidez e acidentes em crianças pré- e pós-intervenção. 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OpORTUNIDADES MeDIDAS IndicaDORES Enquadramentos setoriais favoráveis a crianças que beneficiam as crianças através de um desenvolvimento rural ambientalmente saudável que dissemina serviços de segurança alimentar e rurais através de planeamento, conceção, financiamento, taxas de utilizadores e gestão que coordena fornecedores públicos e privados, doadores e financiadores. Estabelecer Enquadramentos políticos enquadramentos de política/ legais urbanos favoráveis a crianças segundo normas internacionais para planeamento, conceção, gestão e financiamento ambientalmente sólidos. Desenvolver sistemas de gestão para apoiar o envolvimento de agentes favoráveis a crianças, com objetivos e metas, pessoal profissional, calendarização, orçamento, responsabilidade de gestão sénior, atividades coordenadas, compromissos rastreados, monitorização clara e elaboração de relatórios. Capacitação de agênciaschave para lidar com os riscos para as crianças e garantir o acesso, uso e segurança de serviços urbanos. 52 e legais urbanos cumprem normas internacionais. A representação de agentes, incluindo as perspetivas de mulheres e crianças sobre quadros consultivos de consumo de serviços urbanos, resolução de reclamações ou organismos reguladores. Inquéritos regulares a agentes e grupos de enfoque incluindo mulheres e crianças. Consultores externos especiais; equipas de M&E externas; e M&E de base comunitária de obras de engenharia civil selecionadas e de disposições de contratação para incluir abordagens favoráveis a crianças. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.7 Listas de verificação setoriais: Desenvolvimento Urbano Enquadramentos de desenvolvimento urbano pró-pobres que incluem imigrantes e crianças desfavorecidas por outros motivos. Planear e conceber sistemas e serviços urbanos favoráveis a crianças que sejam acessíveis, física e financeiramente, para crianças que sejam desfavorecidas, de famílias imigrantes e/ou que estejam abaixo do limiar da pobreza. Desenvolver programas para reduzir o risco de exploração de crianças e adolescentes pobres, imigrantes e de algum modo vulneráveis – incluindo crianças/ adolescentes sem-abrigo e legalmente expostos. Coordenar com serviços baseados nas crianças tais como saúde e educação para alagar a abrangência e fornecer apoio/referência em bairros com baixo rendimento ou de algum modo mal servidos. Gestão favorável a crianças de meios comunitários em comunidades de baixo rendimento ou comunidades rurais mal servidas. Facultar a titularidade segura da terra a residentes com baixo rendimento sem um direito formal. Apoio à formação e operação de grupos de gestão comunitária e de financiamento - por exp., de utilizadores para agricultura incluindo irrigação; proteção e gestão de recursos; WASH; meios de saúde e educação. Desenvolver renovação urbana e capacidade de direito à terra para proporcionar segurança da terra e do rendimento a residentes urbanos com baixo rendimento. 53 Número/percentagem de crianças que vivem abaixo do limiar da pobreza ou que são de algum modo desfavorecidas que usem serviços urbanos pré- e pósintervenção. Número/percentagem de crianças e adolescentes pobres, imigrantes ou vulneráveis por outro motivo abrangidos em programas de redução de riscos incluindo privação de alojamento e comparência no sistema legal. Número e distribuição de instalações de saúde e educação operacionais efetivamente abastecidas e com pessoal em bairros com baixo rendimento. Taxas de mortalidade de crianças,adolescentes e mães pré- e pós-intervenção em bairros com baixo rendimento. Indicadores de produção agrícola pré- e pósintervenção. Taxas de mortalidade de crianças e mães em comunidades com baixo rendimento. Número/percentagem de grupos de gestão comunitária operacionais; número/percentagem com mulheres/crianças. Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com direito seguro à terra e oportunidades de rendimento pré- e pósintervenção. Ferramenta 2.8 Listas de verificação setoriais: Transporte (Infraestrutura e Serviços) Enfoque setorial: O transporte pode incluir (i) infraestrutura de transportes, que inclui a construção e/ ou reabilitação de estradas, cursos de água, vias-férreas, aeroportos e portos; (ii) serviços de transporte, incluindo por autocarro, avião, barco, táxi e camião, que podem ser públicos ou privados, e sistemas de transporte não-motorizados (TNM) tais como caminhar, andar de bicicleta ou transporte animal, frequentemente utilizados por famílias pobres para transporte e microempresas; e (iii) enquadramentos políticos e institucionais de transporte locais, regionais, nacionais e internacionais que formam a base para o planeamento, a regulamentação, o financiamento e a gestão do setor, incluindo a gestão de segurança. Normas e padrões relevantes Os princípios básicos da CDC aplicam-se a apoiar os melhores interesses da criança e afirmar os seus direitos económicos, sociais e culturais e direitos à sobrevivência e ao desenvolvimento. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RisCOS CoNTRAMEDIDAS IndicaDORES Perda de acesso de crianças a serviços essenciais pelo aumento do custo de transporte para utilizadores, que afetem crianças, por exemplo, por aumento de portagens e taxas. Avaliar os padrões de atividade O envolvimento de agentes Perda de acesso de crianças a serviços pela construção de novos sistemas de transporte com alinhamentos, incluindo acesso limitado a estradas com portagens, vias-férreas, canais, etc. Avaliar os padrões de atividade As crianças com necessidades especiais não podem aceder a serviços sociais. social e económica por crianças que usam esses serviços. Planear (i) sistemas de transporte favoráveis a TNM, (ii) transporte público melhorado do qual dependem grupos socioeconómicos mais baixos, (iii) esquemas de redução de taxas destinados a crianças pobres e desfavorecidas por outros motivos para irem à escola e beneficiarem de outros serviços. social e económica e uso de transporte por crianças em zonas de construção de impacto no transporte. Planear e conceber contramedidas inclui mulheres e crianças; recolha de dados qualitativos/ quantitativos para padrões de uso e necessidades de transportes de mulheres e crianças. Número/percentagem de mulheres e crianças que usam transporte TNM e/ou público pré- e pós-intervenções. Número/percentagem de crianças que frequentam a escola/serviços de saúde pré- e pós-intervenção. O envolvimento de agentes inclui crianças. Recolha de dados qualitativos e quantitativos para padrões de uso, necessidades e preferências de transporte de crianças. consultando comunidades locais, incluindo crianças, para características de conceção que facilitem cruzamentos e acessos continuados para crianças (passagens subterrâneas, estradas de acesso, etc.). Número e distribuição de Introduzir padrões de conceção Número/percentagem de universais no planeamento e na construção de transportes de acordo com Artigo 23 da CDC. 54 características de conceção relacionadas com o acesso; número/percentagem de crianças que vão à escola/ recorrem a serviços de saúde pré- e pós-intervenção. crianças com necessidades especiais que vão à escola/ recorrem a serviços de saúde pré- e pós-intervenção. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.8 Listas de verificação setoriais: Transporte (Infraestrutura e Serviços) Aumento de ruído e poluição de transportes que perturbam o desenvolvimento das crianças. Características de conceção: Riscos para a segurança de crianças por fluxos de tráfego aumentado, perigos inesperados relacionados com transportes. Esquemas de cooperação Assentamento de transportes longe de povoações, uso de barreiras, etc., para minimizar as perturbações. Legislar o uso de combustíveis sem chumbo e veículos energeticamente eficientes. local, regional, nacional ou transfronteiriça entre agências de transporte para incluir características e planos de conceção de segurança favoráveis a crianças; planos de gestão de transporte para assegurar padrões de segurança para o veículo, condutor, utilizador e peão; assistência pós-acidente e cuidados médicos, sistemas de dados de acidentes, gestão segura de vias de comunicação (ROW). Desenvolver/implementar programas Qualidade do ar ambiente e níveis de ruído ao longo do tempo. Legislação implementada para combustíveis sem chumbo e veículos energeticamente eficientes, barreiras de ruído, etc. Análise institucional de capacidades de agências de transporte chave no planeamento e gestão de ROW, medidas de construção em banda e segurança de trânsito em consulta com comunidades incluindo mulheres e crianças. Número e distribuição de acidentes de trânsito resultantes em ferimentos ou morte de crianças pré- e pós-intervenção. Número e eficácia de programas de segurança de trânsito em escolas, etc. de segurança de trânsito em estreita consulta com crianças em risco. Risco de aumento de doenças transmissíveis por acesso a transportes que possam afetam crianças e adolescentes, por exp., o risco de VIH e SIDA. Realizar análises sociais sobre Prevalência de doenças Planear e implementar Eficácia do quadro legislativo Risco de deslocação de bens, recursos ou serviços sociais e redes devido à aquisição de terra para investimentos em transportes com riscos para o bem-estar das crianças. Recolha de dados sobre a padrões de comportamentos de risco e consulta de grupos sociais em risco. legislação efetiva e campanhas de consciencialização inclusivas para crianças/adolescentes destinadas a evitar a disseminação de doenças. segurança social e perceções de mulheres/crianças especificamente durante censos e inquéritos para planeamento de reassentamento. Incluir medidas de reassentamento especiais para responder às necessidades de crianças em situação de deslocamento, perda de bens e acesso a recursos. Não realizar desobstruções precárias ou outros despejos sem preparar e implementar planos de reassentamento conforme as normas internacionais após consulta aos residentes, incluindo crianças. 55 transmissíveis chave em crianças e adolescentes pré- e pós-intervenção de trânsito. para gerir o risco de doenças para crianças. Número e percentagem de crianças e adolescentes abrangidos por essas campanhas de consciencialização. O plano de reassentamento está em linha com as normas internacionais e tem medidas especiais para garantir o bemestar das crianças durante as fases de transição/reabilitação. Eliminar com contramedidas quaisquer riscos para crianças tais como desprovimento de terras, desemprego, privação de alojamento, perda de bens e serviços da comunidade e segurança alimentar, desarticulação/marginalização social. Incluir medidas para providenciar títulos de terra a realojados sem posses e compensá-los por perda de bens/serviços. Risco de aumento de tráfico de seres humanos e drogas pelo acesso a transportes que possa afetar crianças vulneráveis. Realizar análises sociais sobre Relatórios da comunidade, do Planear e implementar Eficácia do quadro legislativo Risco de violação de padrões laborais essenciais sobre trabalho infantil para a construção de transportes. Garantir/desenvolver Riscos para a saúde, segurança, marginalização, etc. para crianças em zonas de estaleiros de construção de transportes. Recolher dados/consultas O plano de mitigação de Preparar e implementar um Taxas de mortalidade infantil padrões de comportamentos de risco e consulta de grupos sociais em risco. legislação efetiva e campanhas de consciencialização para evitar o tráfico. governo, de ONG e meios de comunicação sobre tráfico de crianças e uso de drogas. para gerir esses riscos para crianças. Número e percentagem de crianças/adolescentes abrangidos por campanhas de consciencialização. capacidade legal, política e de gestão para evitar a ocorrência de trabalho infantil prejudicial no processo de contratação e em documentos de candidatura. sobre riscos e necessidades de crianças em zona de impacto. plano concebido para mitigar impactos adversos sociais/para crianças. Revisão institucional de quadros legais, capacidade política e de gestão. Incidência de trabalho infantil prejudicial pré- e pósintervenção. impacto social inclui medidas para proteger as crianças. e morbidez pré- e pósintervenção. 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OpORTUNIDADES MeDIDAS IndicaDORES Enquadramentos setoriais favoráveis a crianças para aumentar os benefícios dos transportes ao mesmo tempo que se minimizam riscos para crianças através do planeamento ambientalmente sólido, conceção, financiamento, taxas para utilizadores e gestão que coordena prestadores públicos e privados, doadores e financiadores. Estabelecer enquadramentos Os enquadramentos políticos/ políticos/legais favoráveis a crianças para um planeamento ambientalmente sólido, conceção, gestão e financiamento para cumprir normas internacionais. Desenvolver sistemas de de gestão para apoiar o envolvimento de agentes favoráveis a crianças, com objetivos e metas, pessoal profissional, calendarização, orçamento, responsabilidade de gestão sénior, atividades coordenadas, compromissos rastreados, monitorização clara e elaboração de relatórios. Capacitar agências-chave para lidar com os riscos para as crianças e garantir o acesso, o uso e a segurança de serviços de transporte. 56 legais cumprem normas internacionais. A representação de agentes inclui perspetivas de mulheres e crianças sobre quadros consultivos de consumo de transportes, ou organismos reguladores de transportes. Inquéritos regulares a agentes e grupos de enfoque incluindo mulheres e crianças. Consultores externos especiais; equipas de M&E externas; e M&E de base comunitária em obras de engenharia civil selecionadas e disposições de contratação para incluir abordagens favoráveis a crianças e ambientalmente sólidas. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.8 Listas de verificação setoriais: Transporte (Infraestrutura e Serviços) Enquadramentos de transporte pró-pobres que alargam o acesso a transportes e benefícios para crianças em comunidades pobres, remotas ou mal servidas. Planear e conceber sistemas de transporte favoráveis a crianças que sejam acessíveis, física e financeiramente, para crianças que sejam desfavorecidas e que estejam abaixo do limiar da pobreza, incluindo estradas de acesso rural. Coordenar com serviços baseados nas crianças tais como saúde e educação para alagar a abrangência e fornecer apoio/referência em áreas pobres/remotas ou mal servidas de algum modo. Número/percentagem de crianças que vivem abaixo do limiar da pobreza que usem transportes para ir à escola, recorrer a serviços de saúde pré- e pós-intervenção Número e distribuição de instalações de saúde e educação operacionais efetivamente abastecidas e com pessoal em áreas remotas/ pobres, incluindo instalações de saúde com circuito de frio, prée pós-intervenção Taxas de mortalidade infantil e materna pré- e pós-intervenção 57 Ferramenta 2.9 Listas de verificação setoriais: Energia Enfoque setorial: A energia pode incluir (i) infraestruturas, que incluem a construção e/ ou reabilitação de infraestruturas de produção energética tais como centrais elétricas, reservatórios, renováveis (parques eólicos, centrais solares, etc.) ou plantações para biocombustível ou lenha; (ii) sistemas de distribuição de energia incluindo linhas de transmissão e subestações; e (iii) quadros políticos e institucionais de energia locais, regionais, nacionais e internacionais que forma a base para o planeamento, a regulamentação, o financiamento e a gestão do setor energético, incluindo política de preços. Normas e padrões relevantes Os princípios básicos da CDC aplicam-se a apoiar os melhores interesses da criança e afirmar os seus direitos económicos, sociais e culturais e direitos à sobrevivência e ao desenvolvimento. A energia segura e limpa contribui para os ODM. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RisCOS CoNTRAMEDIDAS IndicaDORES Perda de acesso a energia essencial para aquecimento, iluminação e eletricidade pelo aumento do custo da energia para utilizadores, que afete mulheres e crianças. Avaliar os padrões de O envolvimento de agentes inclui Risco de aumento de trabalho infantil para recolha de combustível. Risco de poluição em casa e riscos associados para a saúde através de alternativas de combustíveis não seguros. Aumento de ruído e poluição por geração energética que perturbam o desenvolvimento das crianças; aumenta riscos de segurança. atividade social e económica, desagregada por género, intrafamiliar por mulheres e crianças que usam provisões energéticas em casa ou fora. Planear, em consulta com mulheres e crianças, (i) alternativas de energia rurais de baixo custo mas ambientalmente sólidas, seguras e limpas; (ii) tarifas de linha de vida (acesso de baixo custo ou acesso livre até um certo limiar considerado suficiente para garantir necessidades básicas) e/ ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento; (iii) subsídios para famílias com baixo rendimento para taxas de ligação de energia. Características de conceção: longe de comunidades, barreiras, etc. para minimizar as perturbações e reduzir 58 mulheres e crianças; recolha de dados qualitativos/quantitativos para padrões de uso de energia de mulheres e crianças, necessidades. Número/percentagem de crianças com acesso a provisões energéticas limpas e seguras para iluminação, aquecimento, eletricidade, etc. prée pós-intervenções. Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com acesso a provisões energéticas através de tarifas de linha de vida ou subsidiadas e taxas de ligação. Tempo despendido por crianças por dia a recolher combustível pré- e pós-intervenções, desagregado por género/idade. Prevalência de infeções respiratórias em raparigas e rapazes. Qualidade do ar ambiente e níveis de ruído pré- e pósintervenção. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.9 Listas de verificação setoriais: Energia para as crianças à volta de instalações energéticas e no uso de energia. riscos e perigos para crianças. Legislar o uso de tipos de geração de energia pouco poluentes. Introduzir programas de consciencialização pública centrados em crianças para segurança com energia. Legislação implementada para tipos de geração e distribuição de energia pouco poluentes e ambientalmente sólidos. Taxa de acidentes para crianças relacionados com fontes de energia e uso pré- e pósintervenção. Número/percentagem de crianças com formação em uso seguro de energia. Risco de deslocação de bens, recursos ou serviços sociais e redes devido à aquisição de terra para geração de energia (especialmente reservatórios hidroelétricos de grande escala) e sistemas de transmissão, com riscos para o bemestar das crianças. Recolha de dados sobre Risco de violação de padrões laborais essenciais sobre trabalho infantil para construção. Garantir/desenvolver Riscos para a saúde, segurança, marginalização, etc. para crianças em zonas de estaleiros de construção de energia de grande escala. Recolher dados/consultas a segurança social e necessidades de mulheres e crianças especificamente durante censos e inquéritos para o planeamento de reassentamento. Incluir medidas de reassentamento especiais para responder às necessidades de mulheres e crianças em deslocamento, especialmente de áreas com reservatórios para geração de energia hidroelétrica, perda de bens e acesso a recursos, por exp., de linhas de transmissão (reservatórios ou plantações de combustível.). capacidade legal, política e de gestão do governo para evitar a ocorrência de trabalho infantil prejudicial em documentos de candidatura/contratuais. sobre segurança social e necessidades de mulheres e crianças em zonas de impacto de estaleiros. Preparar e implementar um plano concebido para mitigar impactos sociais adversos que inclua medidas especiais para crianças. 59 O plano de reassentamento está em linha com normas internacionais e tem medidas especiais para garantir o bemestar das crianças durante as fases de transição/reabilitação. Eliminar com contramedidas quaisquer riscos para crianças tais como desprovimento de terras, desemprego, privação de alojamento, perda de bens e serviços da comunidade e segurança alimentar, desarticulação/ marginalização social. Incluir medidas para partilha de benefícios de projetos com os deslocados. Incluir medidas para providenciar títulos de terra a realojados sem posses e compensá-los por perda de bens/serviços. Revisão institucional de quadros legais,políticos e de gestão. Incidência de trabalho infantil prejudicial ao longo do tempo O plano de mitigação de impacto social inclui medidas para proteger as crianças. Taxas de mortalidade infantil e morbidez pré- e pósintervenção. 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OpORTUNIDADES MeDIDAS IndicaDORES Enquadramentos setoriais favoráveis a crianças para alargar os benefícios de provisões energéticas seguras e ambientalmente benéficas para crianças através do planeamento ambientalmente sólido, conceção, financiamento, taxas para utilizadores, e gestão que coordena prestadores públicos e privados, doadores e financiadores. Estabelecer enquadramentos Enquadramentos políticos Enquadramentos de energia de baixo custo, seguros e limpos pró-pobres. Alargar o acesso relacionado com a energia e benefícios para crianças em comunidades pobres, remotas ou mal servidas através de provisões de baixo custo, seguras e limpas através de tarifas de linha de vida, tarifas subsidiadas, etc. políticos/legais favoráveis a crianças para planeamento, conceção, gestão, financiamento e política de preços de energia para cumprir normas internacionais. Desenvolver sistemas de gestão para apoiar o envolvimento de agentes favoráveis a crianças, com objetivos e metas ambientalmente sólidos, pessoal profissional, calendarização, orçamento, responsabilidade de gestão sénior, atividades coordenadas, compromissos rastreados, monitorização clara e elaboração de relatórios. Capacitar agências-chave para lidar comriscos relacionados com energia para crianças e garantir o acesso e uso em segurança. Planear e conceber sistemas energéticos seguros e não poluentes que sejam acessíveis, física e financeiramente, para mulheres e crianças que sejam desfavorecidas e que estejam abaixo do limiar da pobreza. e legais sobre energia que cumprem normas internacionais. A representação de agentes, inclui mulheres e crianças sobre quadros consultivos de consumo de energia, ou organismos reguladores de energia. Inquéritos regulares a agentes e grupos de enfoque incluindo as crianças. Consultores externos especiais; equipas de M&E externas; e M&E de base comunitária em obras de engenharia civil selecionadas e disposições de contratação para incluir abordagens favoráveis a crianças. Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com acesso a provisões energéticas através de tarifas de linha de vida ou subsidiadas e taxas de ligação. Avaliar os padrões de atividade social Tempo despendido por e económica por mulheres e crianças com baixo rendimento usando provisões energéticas em casa e fora. Planear, em consulta, (i) alternativas energéticas seguras de baixo custo mas ambientalmente sólidas; (ii) tarifas de linha de vida (acesso de baixo custo ou acesso livre até um certo limitar considerado suficiente para garantir necessidades básicas) e/ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento; (iii) subsídios para famílias com baixo rendimento para taxas de ligação de energia. Coordenar com serviços baseados nas crianças tais como a saúde e a educação para alargar a cobertura e fornecer fontes energéticas para iluminação, confeção de alimentos, aquecimento e eletricidade em serviços essenciais em áreas pobres/remotas/mal servidas de algum modo. 60 crianças por dia a recolher combustível pré- e pósintervenções Número/percentagem de crianças que vivem abaixo do limiar da pobreza com acesso a energia segura para iluminação, confeção de alimentos, aquecimento e eletricidade em casa e na escola, serviços de saúde, etc. pré- e pós-intervenção. Número e distribuição de instalações de saúde e educação operacionais efetivamente abastecidas e com pessoal com provisões adequadas de iluminação, aquecimento e eletricidade em áreas remotas/pobres, incluindo instalações de saúde com circuito de frio, pré- e pós-intervenção. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.10 Listas de verificação setoriais: Finanças Enfoque setorial: Política, planeamento e programas do setor financeiro; capacitação e aconselhamento de instituições; mercados e sistemas financeiros; todos os intermediários financeiros formais do setor; linhas de crédito; seguros, leasing, capital de risco, etc. (exceto quando focalizados em apenas um setor); micro crédito, poupanças e cooperativas de crédito, etc.; educação/formação em serviços bancários e financeiros. Normas e padrões relevantes Os princípios básicos da CDC aplicam-se a apoiar os melhores interesses da criança e afirmar os seus direitos económicos, sociais e culturais e direitos à sobrevivência e ao desenvolvimento. O setor financeiro contribui para o ODM1 na redução da pobreza. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RiSCOS CoNTRAMEDIDAS Risco de endividamento de famílias: as crianças e as suas famílias poderão sofrer perda de bens tais como terras, casas; e/ou aumento de carga de trabalho, por exemplo, através de trabalho forçado, ou casamentos forçados, colocando em risco os seus planos de educação e desenvolvimento. Recolha de dados qualitativos/ Número/percentagem de IndicADORES quantitativos sobre famílias em risco de endividamento desagregados por localização, etnia, idade, género, grupo socioeconómico, outras variáveis sociais relevantes. Recolha de dados sobre práticas de empréstimos existentes incluindo mobilização de poupanças, associações de crédito, uso e termos, incluindo para credores, casa de penhores, etc. Garantir o envolvimento de agentes com comunidades/ famílias em risco. Introduzir uniões de crédito baseadas em comunidades ou programas de empréstimo de microcrédito com taxas de juro baixas. Introduzir/alargar programas de subsistência para comunidades e famílias em risco. Risco de uso excessivo e degradação ambiental devido a endividamento de famílias tanto para recursos que são Avaliar os padrões de atividade social e económica, por mulheres e crianças, de uso de recursos privados, públicos e comunitários, incluindo tempo despendido por dia. 61 famílias endividadas por variáveis sociais chave. Registo do envolvimento de agentes. Número/percentagem de famílias em risco que usam poupanças rotativas, uniões de crédito, associações de crédito ou programas de empréstimo de microcrédito com taxas de juro baixas focalizados nas comunidades. Número/percentagem de famílias endividadas assistidas por programas de desenvolvimento de subsistência. Número/percentagem de famílias endividadas diminui ao longo do tempo. Aumento dos níveis de rendimento para famílias endividadas ao longo do tempo. Número/percentagem de crianças em risco que trabalham longas horas prejudiciais desce. O envolvimento de agentes inclui mulheres e crianças; recolha de dados desagregados qualitativos/quantitativos para padrões de uso de recursos privados, públicos e comunitários, incluindo tempo despendido por dia. detidos ou usados privadamente (tais como terras) e recursos comuns (tais como florestas ou água). Isto pode afetar as crianças através do seu impacto na subsistência de famílias e no tempo disponível das crianças (por exp., se viajarem mais longe para recolherem combustível), o que, por sua vez, pode afetar o seu acesso à educação e a sua saúde e segurança.5 Avaliar o impacto provável de custos aumentados intra- e inter-famílias com dados desagregados por género e grupo social. Planear, em consulta com comunidades, incluindo mulheres e crianças, (i) alternativas de serviço de baixo custo mas ambientalmente sólidas, seguras e limpas; (ii) serviços WASH e de energia, oferecer tarifas de linha de vida (acesso de baixo custo ou acesso livre até um certo limiar considerado suficiente para garantir necessidades básicas) e/ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento; (iii) subsídios para famílias com baixo rendimento para taxas de ligação para serviços. Número/percentagem de crianças que usam serviços selecionados pré- e pósintervenções. Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com acesso a serviços rurais através de tarifas de linha de vida ou subsidiadas e subsídiosalvo, pré- e pós intervenções. Prevalência de diarreia em crianças e outras doenças relacionadas com a água, especialmente com menos de 5 anos, pré- e pós-intervenções. Tempo despendido por mulheres e raparigas a cuidar de doentes e a recolher água pré- e pós-intervenção. Taxas de participação escolar para rapazes e raparigas pré- e pós-intervenção Taxas de subnutrição infantil pré- e pós-intervenção Perda de acesso de crianças a serviços pelo aumento do custo de serviços para utilizadores, limitando o bem-estar e o desenvolvimento das crianças. Avaliar os padrões de atividade social e económica, incluindo por mulheres e crianças que usam serviços essenciais, por exp., saúde, educação, transportes, energia, WASH, resíduos sólidos e drenagem. Planear, em consulta (i) alternativas de serviços de baixo custo mas ambientalmente sólidas, seguras e limpas; (ii) tarifas de linha de vida (acesso de baixo custo ou acesso livre até um um limiar considerado suficiente para garantir necessidades básicas) e/ ou tarifas subsidiadas para consumidores de baixo rendimento de água e energia; (iii) subsídios para famílias com baixo rendimento para taxas de ligação para WASH e serviços de energia; subsídios destinados a transporte. O envolvimento de agentes inclui mulheres e crianças; dados e atualizações qualitativos/quantitativos para padrões de uso, necessidades de serviços essenciais por parte de mulheres e crianças. Número/percentagem de crianças que usam serviços selecionados pré- e pósintervenções. Número/percentagem de famílias com baixo rendimento com acesso a serviços essenciais através de tarifas de linha de vida ou subsidiadas, subsídiosalvo e taxas de ligação aumenta ao longo do tempo. Número/percentagem de rapazes e raparigas que frequentam a escola aumenta ao longo do tempo. Prevalência de diarreia e outras doenças relacionadas com a água e o ambiente desagregadas por género e grupo social. Dados desagregados por género e idade demonstram que o tempo despendido a recolher combustível ou água diminui. 62 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.10 Listas de verificação setoriais: Finanças Risco de que as reformas que reduzem os serviços públicos também possam reduzir a capacidade de desenvolvimento de políticas e serviços, coordenação interinstitucional e prestação de serviços conjunta. Isto, por sua vez, pode minar a capacidade de intervenção multissetorial, (por exp., na saúde, educação, segurança social, e água e saneamento), que tem sinergias cruciais para promover o bemestar das crianças.6 Potenciar disposições formais para coordenar os esforços de todos os intervenientes horizontalmente (em diferentes departamentos governamentais) e verticalmente (entre diferentes níveis governamentais). Planear as contribuições multissetoriais – por exp., acesso a rendimento familiar suficiente, cuidados de apoio, alojamento decente e cuidados de saúde de boa qualidade terão um impacto positivo na vida de uma criança, tanto no presente como no futuro. Mecanismos de coordenação operacionais, por exp., através de PDN/DERP ao nível nacional, através de comités intersetoriais e entre diferentes níveis governamentais. O envolvimento de agentes inclui mulheres e crianças; dados e atualizações qualitativos/quantitativos para padrões de uso, necessidades de serviços essenciais por parte de mulheres e crianças. Número/percentagem de crianças que usam serviços selecionados pré- e pósintervenções. 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OpORTUNIDADES MeDIDAS IndicaDORES Espaço fiscal expandido para projetos e abordagens coordenados relacionados com direitos da criança. Examinar opções para expandir Fontes orçamentais expandidas Política de microcrédito favorável a crianças, âmbito e capacidade para famílias com baixo rendimento. Capacitação do ambiente o espaço fiscal: (i) realocação de despesas públicas, (ii) aumento de receitas fiscais, (iii) pressão para aumento de ajuda e transferências, (iv) exploração de reservas fiscais e de divisas, (v) empréstimo e restruturação da dívida existente e/ou (vi) adoção de um âmbito macroeconómico mais acomodatício.7 político e institucional para facilitar a provisão de microcrédito e crédito de base comunitária a famílias com baixo rendimento para homens e mulheres. 63 e despesas adicionais para direitos da criança de: (i) realocação de despesas públicas, (ii) aumento de receitas fiscais, (iii) pressão para aumento de ajuda e transferências, (iv) exploração de reservas fiscais e de divisas, (v) empréstimo e restruturação da dívida existente e/ou (vi) adoção de um âmbito macroeconómico mais acomodatício. Dados básicos e atualizados sobre número, tipo e distribuição e mandatos de associações de crédito de base comunitária de baixo rendimento. Dados básicos e atualizados sobre número, tipo e distribuição e mandatos de estabelecimentos de microcrédito tais como bancos, uniões de crédito, em áreas de baixo rendimento. Realizar avaliações desagregadas Para cada tipo, os dados por género de capacidade ao nível local em comunidades de baixo rendimento na gestão de negócios, mobilização de recursos, tais como poupanças, uso e repagamento de crédito, gestão de associações de crédito de base comunitária, renovando fundos. Envolver mulheres para desenvolverem disposições de crédito e colaterais que potenciarão a vontade e capacidade da família para cumprir requisitos de empréstimos. Aumentar o número de credores baseados na comunidade e de microcrédito. Formação de credores em abordagens favoráveis a crianças. 64 básicos e atualizados sobre termos e condições de crédito, requisitos colaterais, taxas de juro, custos de transações efetivas, número de empréstimos, pagamentos atrasados, falhas e montantes emprestados. Dados básicos e desagregados por género e seguimento sobre registos de crédito de mutuários de baixo rendimento. Número, tipo e distribuição de credores, incluindo mudanças ao longo do tempo em número de mutuários, termos e condições, falhas e montantes emprestados ao longo do tempo. Níveis de rendimento de famílias devedoras ao longo do tempo. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.11 Listas de verificação setoriais: Justiça Criminal Enfoque setorial: As crianças enfrentam o sistema judicial como vítimas, testemunhas, porque estão em conflito com a lei ou como partes de um processo judicial, tais como em disposições de custódia. A maioria dos países não têm um sistema judicial separado para crianças, por isso, as crianças são submetidas ao mesmo sistema judicial que os adultos não obstante o seu desenvolvimento físico e psicológico e necessidades educativas e emocionais muito diferentes. Quer as crianças entrem no sistema judicial como vítimas, criminosos ou testemunhas, têm de ter o seu estatuto especial reconhecido e protegido. Isto aplica-se ao desenvolvimento legal e judicial de um modo geral, incluindo desenvolvimento constitucional; redação legal; fortalecimento institucional de sistemas legais e judiciais; formação e educação legal; assessoria e serviços legais; e prevenção de crime. (Para obter mais informações, ver os Códigos de Setor do Sistema de Elaboração de Relatórios de Credores do CAD da OCDE, secção sobre Governo e Sociedade Civil (OECD 2011). Consulte também: Nota Orientativa do Secretário-Geral sobre a Abordagem Comum da Justiça Infantil das NU e Manual sobre Desvio e Alternativas à Detenção da UNICEF.) Normas e padrões relevantes A CDC contém artigos sobre não-discriminação, sobre os melhores interesses da criança, os direitos da criança à sobrevivência, ao desenvolvimento e à proteção, e ao respeito pelas opiniões da criança: »» O Artigo 33 requer medidas legislativas, administrativas, sociais e educativas para proteger as crianças do uso ilícito de drogas narcóticas e substâncias psicotrópicas. »» O Artigo 37(a) proíbe a pena de morte e a prisão perpétua para crianças; e (b) e (d) limitam a restrição da sua liberdade »» O Artigo 39 requer a reabilitação e reintegração de crianças vítimas, e o Artigo 40 requer medidas especiais para crianças na administração de justiça juvenil. O Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1996) aplica-se, especialmente os artigos 6, 7, 9, 10(b), 14.4, 25, 26. Outros documentos relevantes incluem Diretrizes das NU para a Prevenção da Delinquência Juvenil (1990); Diretrizes para Ação em Crianças no Sistema Jurídico Criminal, ECOSOC Res. 1997/30; Regras Mínimas das NU para a Administração da Justiça Juvenil (1985); e Regras das NU para a Proteção de Jovens Privados da sua Liberdade (1990). (Ver também o Módulo 1: Visão Geral dos Direitos da Criança em Cooperação para o Desenvolvimento) 1. ÂMBITO PARA RISCOS RisCOs CoNTRAMEDIDAS IndicaDORES (ver também o manual sobre a avaliação de indicadores de justiça juvenil da UNICEF e UNODC) Direitos e necessidades das crianças não são abordados Estabelecer um sistema de justiça separado e completo para crianças 65 Sistema de justiça para crianças que cumpre o direito internacional estabelecido e operacional porque as crianças geralmente não são reconhecidas como agenteschave em iniciativas de Estado de direito, com resultados adversos para elas. como vítimas, testemunhas ou criminosos como parte da agenda do Estado de direito, que considera as necessidades de todas as crianças, sem discriminação contra grupos particulares, ao mesmo tempo que reconhece as diferentes necessidades de rapazes e raparigas de diferentes faixas etárias. O texto de leis está desagregado por género e idade e tem em conta diferentes necessidades entre as crianças. Número/percentagem de pessoal legal e paralegal formado em implementação de leis favorável a crianças ao longo do tempo. Recursos: àà Ver UNICEF Manual sobre Desvio e Alternativas à Detenção Risco de as crianças entrarem em conflito com a lei por causa de uma falta de medidas preventivas. Incluir medidas de prevenção como elemento crucial de policiamento de justiça juvenil. Evitar que raparigas e rapazes entrem em conflito com a lei ao enfrentar os desafios relativos a cuidados e proteção e potenciando o sistema de proteção infantil. Descriminalizar “ofensas de estatuto” e comportamentos de sobrevivência e outros comportamentos antissociais. Descriminalizar crianças vítimas de exploração sexual, tráfico e prostituição. Política judicial juvenil, leis e práticas incluem medidas preventivas. Pessoal legal, policial, judicial, social e outros funcionários relevantes treinados e contratados em conceitos e medidas preventivos. Percentagem de ofensas de estatuto tais como vagabundos tratadas como casos criminais diminui. Percentagem de comportamentos de sobrevivência tais como mendigar tratados como casos criminais diminui. Percentagem de crianças vítimas de exploração sexual, tráfico e prostituição tratadas como casos criminais ao longo do tempo. Número/percentagem de crianças com menos de 18 anos detidas por 100 000 crianças ao longo do tempo. Risco de privação de liberdade de crianças que separa as crianças das famílias e não reabilita nem reintegra necessariamente as crianças na sua família, comunidade e sociedade. Enfatizar a justiça reparadora, desvio e alternativas à privação de liberdade que promovem a reintegração das crianças na sociedade em linha com o princípio de privação da liberdade como medida de último recurso para casos graves. Assegurar que estratégias de prevenção,desvio e proteção são sensíveis ao género, tendo em conta a sobre-representação de rapazes no sistema bem como os problemas enfrentados por raparigas 66 Princípio de privação da liberdade como último recurso estabelecido para crianças. Leis e práticas favorecem desvio e alternativas à privação da liberdade que promovem a reintegração das crianças na sociedade. Aumento da percentagem ao longo do tempo de casos de crianças que utilizam o desvio como resposta presumida à ofensa. Percentagem de casos de crianças que recorrem ao sistema de justiça criminal/juvenil formal diminui. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.11 Listas de verificação setoriais: Justiça Criminal Recursos: àà Ver UNICEF devido ao seu estatuto de minoria no sistema. Manual sobre Desvio e Alternativas à Detenção Risco de julgamento injusto devido a pessoal nãoformado e falta de consciencialização e compromisso para com os direitos da criança. Recursos: àà Ver Detenção Administrativa de Crianças: Um Relatório Global, UNICEF 2011 Risco de abuso infantil por detenção com adultos. crianças com menos de 18 anos detidas por 100 000 crianças diminui ao longo do tempo. Percentagem de crianças detidas que foram visitadas ou visitaram pais, tutores ou um familiar adulto nos últimos três meses aumenta ao longo do tempo. Capacitação de instituições legais e judiciais sobre direitos das crianças como criminosos, vítimas ou testemunhas. Formação de pessoal na aplicação da lei e no setor social sobre direitos das crianças como criminosos, vítimas ou testemunhas. Preparação/familiarização de crianças para conhecerem o seu direito a interrogar testemunhas e pedir recurso contra a sua sentença; e terem garantida assistência legal ou outra adequada, e o envolvimento dos seus pais. Número/percentagem de procuradores, representantes legais, juízes, oficiais judiciais, assistentes sociais, etc. formados em necessidades especiais e direitos da criança. Número/percentagem de crianças que vão a tribunal que conhecem o seu direito a interrogar testemunhas e pedir recurso contra a sua sentença; e terem garantida assistência legal ou outra adequada. Aumento da percentagem de crianças em julgamento que são apoiadas pelo envolvimento dos pais. Providenciar instalações Percentagem de rapazes Descontinuar a fustigação Percentagem de crianças Coordenar entre sistemas de Mecanismos de coordenação prisionais separadas para crianças, separando ainda rapazes e raparigas. e outras formas de castigo corporal para crianças em instalações prisionais. Risco de as crianças no sistema de justiça criminal não conhecerem mecanismos não-estatais que tratam questões de relevância direta para as crianças mais desfavorecidas, incluindo direitos à terra e propriedade de órfãos com SIDA e proteção dos seus direitos a serviços públicos. Número/percentagem de justiça oficiais e não-estatais/ informais para apoiar crianças vulneráveis. Apoiar serviços legais e paralegais baseados na comunidade para crianças; serviços de assessoria, clínicas de auxílio legal e centros de defesa sócio-legais para facultar informações e representar crianças. Garantir que sistemas de justiça não-estatais ou informais são implementados e monitorizados para garantir os direitos da criança em todo o sistema. 67 e raparigas detidos em instalações separadas aumenta ao longo do tempo. detidas fustigadas e submetidas a outras formas de castigo corporal diminui/é eliminada ao longo do tempo. estabelecidos entre sistemas de justiça oficiais e nãoestatais/informais para crianças vulneráveis. Níveis de financiamento e obtenção de recursos aumentam ao longo do tempo para serviços legais e paralegais baseados na comunidade para crianças; serviços de assessoria, clínicas de auxílio legal e centros de defesa sóciolegais para facultar informações e representar crianças. Supervisão independente de direitos humanos instituída para sistemas de justiça não-estatais ou informais. Risco de as crianças detidas não serem reabilitadas. Providenciar programas de Percentagem de crianças Preparar comunidades através Percentagem de membros da educação/aconselhamento para crianças detidas. Recursos: àà Ver UNICEF Manual sobre Desvio e Alternativas à Detenção de programas de informação/ facilitação para reintegrar crianças criminosas novamente na sociedade. que recebem programas de educação na prisão aumenta comunidade que participam em programas de reintegração para crianças criminosas aumenta. Número/percentagem de crianças com menos de 18 anos detidas por 100 000 crianças diminui ao longo do tempo. Percentagem de crianças detidas que foram visitadas ou visitaram pais, tutores ou um familiar adulto nos últimos três meses aumenta 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OpORTUNIDADES MeDIDAS Um sistema de justiça juvenil separado que é integrado na constituição nacional, leis, reforma política e planos de desenvolvimento nacional. Defender o compromisso, ao Acordos assinados em linha Recursos: àà Ver UNICEF Manual sobre Desvio e Alternativas à Detenção IndicaDORES nível nacional, com normas internacionais sobre justiça infantil. Garantir a coordenação com doadores. Apoiar a integração de justiça infantil na agenda de Estado de direito mais ampla, em operações de segurança e paz e resposta a emergências. Apoiar a integração de normas internacionais e padrões que pertencem à justiça para crianças em esforços de constituição, lei e reforma política segundo a agenda de Estado de direito. Realizar análises da situação com padrões internacionais sobre justiça infantil. Frequência de reuniões e resultados de coordenação de doadores. Revisão e emenda favorável a crianças de quadros legais, de segurança e de emergência e da constituição. Realização de análises de situação nacional referente a direitos da criança/justiça, com dados desagregados por género, idade, rendimento, etnia e outras variáveis socioeconómicas relevantes e com recomendações de ação. de direitos/justiça. Política e plano setorial como base para coordenação de doadores e intersetorial para justiça infantil através de abordagens em todos os setores (SWAP), etc. Apoiar a participação no desenvolvimento da política setorial de instituições legais e judiciais, parlamentares, agentes da autoridade, paralegais, setor social Identificação de agentes registos de envolvimento. Quadro de política e planeamento setorial para justiça infantil desenvolvido e aprovado. Códigos de conduta, recrutamento e 68 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.11 Listas de verificação setoriais: Justiça Criminal e pessoal prisional. Promover o desenvolvimento de códigos de conduta, padrões para recrutamento e padrões para justiça infantil para pessoal de cumprimento da lei e judicial, gestão e pessoal de instalações prisionais, advogados, assistentes sociais, paralegais e outros profissionais em contacto com crianças com a lei favoráveis a crianças. Apoiar o estabelecimento de melhor proteção para crianças incluindo um sistema de registo de nascimento completo. Facilitar a coordenação entre sistemas estatais e nãoestatais. Alocar orçamento especial para iniciativas de setor incluindo formação de pessoal estatal e nãoestatal, recolha de dados e monitorização. Apoiar o envolvimento de agentes e a recolha sistemática de dados sobre crianças que entram em contacto com o sistema legal como vítimas, testemunhas ou criminosos; desagregados por idade, género, etnia, classe socioeconómica. Apoiar a recolha de dados sobre o tratamento de crianças criminosas se forem condenadas. Defender o estabelecimento de programas com famílias e comunidades para a reabilitação de crianças criminosas. padrões de justiça desenvolvidos favoráveis a crianças para pessoal estatal e não-estatal relevante. Percentagem de crianças em julgamento que conhecem o seu direito a interrogar testemunhas, a pedir recurso contra a sua sentença, e a terem garantida assistência legal ou outra adequada, e o envolvimento dos seus pais, aumenta ao longo do tempo. Número/percentagem de crianças em sistemas de registo de nascimento aumenta. Percentagem diminui ao longo do tempo de casos de crianças que recorrem ao sistema de justiça criminal/ juvenil formal. Número/percentagem de pessoal estatal e não-estatal formado em direitos da criança à justiça. Sistema de recolha de dados estabelecido e operacional para crianças desagregados por variáveis sociais relevantes. Número e distribuição por variável de crianças que contactam com o sistema legal como vítimas, testemunhas ou criminosos. Número/percentagem de crianças tratadas de acordo com princípios de justiça infantil aumenta ao longo do tempo. Número/percentagem de crianças com menos de 18 anos detidas por 100 000 crianças diminui ao longo do tempo. Percentagem de crianças detidas que foram visitadas ou visitaram pais, tutores ou um familiar adulto nos últimos três meses aumenta. 69 Ferramenta 2.12 Listas de verificação setoriais: Nutrição Enfoque setorial: As crianças vivem sem subnutrição e sobrevivem, crescem e desenvolvemse ao seu máximo potencial, através de intervenções nas seguintes áreas de enfoque chave: Alimentação de bebés e crianças – com vista a criar um ambiente onde as mães conseguem praticar comportamentos ótimos de alimentação de bebés e crianças, incluindo amamentação exclusiva para os primeiros seis meses de vida, seguida pela introdução de complementos seguros e adequados com amamentação continuada durante dois anos ou mais. Eliminação de carências de micronutrientes através do fortificação e da suplementação. Garantia de práticas de alimentação de bebés e crianças em crises humanitárias e no contexto de VIH. Tratamento de subnutrição grave e aguda. Normas e padrões relevantes CDC »» O Artigo 24 (e) requer que os Estados Partes tomem medidas apropriadas “para garantir que todos os segmentos da sociedade, em particular pais e filhos, estão informados, têm acesso à educação e são apoiados no uso de conhecimento básico das… vantagens da amamentação…” Declaração Universal dos Direitos Humanos »» Artigo 25(1): o direito a um padrão de vida adequado para a saúde e o bem-estar da pessoa e da respetiva família, incluindo alimentação, roupa, habitação e cuidados médicos e serviços sociais necessários. »» Artigo 25(2): a maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Comité para os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, Comentário Geral N.º 12: O direito a alimentos adequados e subsequentes Resoluções da Assembleia para a Saúde Mundial relevantes. Organização Mundial da Saúde, Código Internacional de Comercialização de Substitutos de Leite Materno. ILO Convenção para a Proteção da Maternidade 2000 (N.º 183). OMS/UNICEF Estratégia Global para a Alimentação de Bebés e Crianças. CEDAW, incluindo o artigo 12 sobre serviços de saúde para mulheres e “nutrição adequada durante a gravidez e aleitamento”. 2012 Âmbito de Implementação Completa da Resolução WHA/SUN. O Projeto Esfera, Carta Humanitária e Padrões Mínimos em Resposta Humanitária. 1. ÂMBITO PARA RISCOS RisCOS CoNTRAMEDIDAS IndicaDORES A comercialização agressiva de substitutos de leite materno mina a amamentação. Apoiar a monitorização Número de países com da implementação e do cumprimento do Código Internacional de Comercialização de Substitutos de Leite Materno. 70 legislação de Código implementada. Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor Ferramenta 2.12 Listas de verificação setoriais: Nutrição As mulheres desistem da amamentação porque têm de voltar ao trabalho demasiado cedo depois do nascimento do bebé. Apoiar a adoção de medidas de proteção da maternidade adequadas com base na Convenção para a Proteção da Maternidade ILO como padrão mínimo. Número de países com provisões de proteção da maternidade adequadas implementadas. 2. MAXIMIZAR OPORTUNIDADES OpORTUNIDADES MeDIDAS IndicaDORES Consciencialização política para a importância da nutrição para a agenda do desenvolvimento. Apoiar o movimento Scaling Up Número de países Processo de elaboração de relatórios para o Comité dos Direitos da Criança. Contribuir para relatórios Nutrition (SUN). alternativos para levantar questões de preocupação para o Comité à volta do estatuto nutricional de crianças. 71 a juntarem-se ao movimento SUN. Número de recomendações feitas a governos relativamente a melhorias do estatuto nutricional de mulheres e crianças. ANEXOS Anexo 2.1 Referências/recursos 1.Beddies, Sabine, et al., “Decentralization and Water Sector Privatization in Albania” (Descentralização e Privatização do Setor da Água na Albânia), Análise de Impacto no Setor da Pobreza, Banco Mundial e Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Tirana, 2004. 2.Comité para os Direitos Económicos, Sociais e Culturais, Comentário Geral N.º 12: O direito a alimentos adequados, 12 de Maio de 1999. 3.Departament for International Development, et al., Advancing Child-Sensitive Social Protection (Avançar a Proteção Social Sensível a Crianças), Declaração Conjunta pela DFID, HelpAge International, Hope & Homes for Children, Institute of Development Studies, Organização Internacional do Trabalho, Overseas Development Institute, Save the Children UK, UNDP, UNICEF e Banco Mundial, Agosto de 2009. 4.Gavrilovic, Maja, et al., Impact of the Economic Crisis and Food and Fuel Price Volatility on Children and Women in Kazakhstan (Impacto da Crise Económica e Volatilidade dos Preços de Alimentos e Combustível em Crianças e Mulheres no Cazaquistão), relatório para o Gabinete da UNICEF no Cazaquistão, Instituto para o Desenvolvimento Internacional, Londres, 2009. 5.Hamilton, Carolyn, et al., Administrative Detention of Children: A global report (Detenção Administrativa de Crianças: Um relatório global), Fundo das Nações Unidas para a Infância, Nova Iorque, Fevereiro de 2011. 6.Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Princípios Orientadores sobre Deslocamento Interno, Nações Unidas, Nova Iorque, 2001. 7.Códigos de Setor do Sistema de Elaboração de Relatórios de Credores do CAD da OCDE, (OECD 2011). 8.Ortiz, Isabel, Jingqing Chai e Matthew Cummins, “Identifying Fiscal Space: Options for social and economic development for children and poor households in 182 countries” (Identificar o Espaço Fiscal: Opções para desenvolvimento social e económico para crianças e famílias pobres em 182 países), Documento de Trabalho sobre Política Social e Económica, Fundo das Nações Unidas para a Infância, Nova Iorque, 2011. 9. Rawlings, Laura, Sheila Murthy e Winder, Natalia, Common Ground: UNICEF and World Bank approaches to building social protection systems (Base Comum: Abordagens da UNICEF e do Banco Mundial para construir sistemas de segurança social), Fundo das Nações Unidas para a Infância e Banco Mundial, Janeiro de 2013. 10. Theis, Joachim, Promoting Rights-Based Approaches: Experiences and ideas from Asia and the Pacific (Promover Abordagens Baseadas em Direitos: Experiências e ideias da Ásia e do Pacífico), Save the Children Suécia, Banguecoque, 2004. 11. Fundo das Nações Unidas para a Infância, A Multidimensional Approach to Measuring Child Poverty (Uma Abordagem Multidimensional para Avaliar a Pobreza Infantil), Divisão de Política e Estratégia, UNICEF, Nova Iorque, Fevereiro de 2011. 12. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Social Protection Strategic Framework (Quadro Estratégico de Segurança Social), Divisão de Política e Estratégia, UNICEF, Nova Iorque, Maio de 2012. 72 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor 13. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Structural Determinant of Child Well-being (Determinante Estrutural do Bem-Estar das Crianças), Documento para Consulta Especializada, Gabinete de Investigação, UNICEF, Nova Iorque, Junho de 2012. 14. Fundo das Nações Unidas para a Infância, Measuring Household Welfare (Avaliar a Segurança Social Familiar), Gabinete de Investigação Documento de Trabalho, UNICEF, Nova Iorque, Outubro de 2012. 15. Fundo das Nações Unidas para a Infância, “Multiple Overlapping Deprivations Analysis (MODA)” (Análise de Múltiplas Privações Sobrepostas), Documento de Trabalho do Gabinete de Investigação, UNICEF, Nova Iorque, Dezembro de 2012. 16. Fundo das Nações Unidas para a Infância, “Social Transfers and Child Protection” (Transferências Sociais e Proteção Infantil), Documento de Trabalho do Gabinete de Investigação, UNICEF, Nova Iorque, Abril de 2013. 17. Waterson, Roxana e Kumar Behera, Deepak, “Introduction: Extending ethnographic research with children in the Asia-Pacific region” (Introdução: Alargar a investigação etnográfica com crianças na região da Ásia-Pacífico), O Diário de Antropologia da região da Ásia-Pacífico, Edição Especial: Research with Children in Asia-Pacific Societies (Investigação com Crianças em Sociedades da Ásia-Pacífico), vol. 12, edição 5, 2011. 18. Organização Mundial da Saúde, Código Internacional de Comercialização de Substitutos de Leite Materno, OMS, Genebra, 1981. 73 NOTAS FINAIS 1. Há uma grande falta de investigação sobre crianças feita de uma forma participativa, de forma que as próprias crianças contribuam para um entendimento da sua situação e para delinear planos e obter resultados que reflitam as suas próprias prioridades. Ver Waterson, Roxana e Deepak Kumar Behera, eds., “Introduction: Extending Ethnographic Research with Children in the Asia-Pacific Region” (Introdução: Alargar a investigação etnográfica com crianças na região da Ásia-Pacífico), em Edição Especial: Research with Children in AsiaPacific Societies (Investigação com Crianças em Sociedades da região da Ásia-Pacífico), O Diário de Antropologia da região da Ásia-Pacífico, vol. 12 n.º 5, 2011, pp. 411–425. 2. Theis, Joachim, Promoting Rights-Based Approaches: Experiences and ideas from Asia and the Pacific (Promover Abordagens Baseadas em Direitos: Experiências e ideias da Ásia e do Pacífico), Save the Children Suécia, Banguecoque, 2004. 3. Para obter mais informações, ver o sistema de classificação de códigos setoriais do Comité de Assistência ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE. 4. Gavrilovic, M., et al., Impact of the Economic Crisis and Food and Fuel Price Volatility on Children and Women in Kazakhstan (Impacto da Crise Económica e Volatilidade dos Preços de Alimentos e Combustível em Crianças e Mulheres no Cazaquistão), relatório para o Gabinete da UNICEF no Cazaquistão), ODI, Londres, 2009. 5. Banco Mundial, Rising Food and Fuel Prices: Addressing the Risks to Future Generations (Aumento dos Preços dos Alimentos e do Combustível: Abordar os Riscos para Gerações Futuras), Banco Mundial, Washington, DC, 2008. 6. Mehrotra, Santosh, “Improving Child Well-Being in Developing Countries: What do we know? What can be done” (Melhorar o Bem-Estar das Crianças em Países em Desenvolvimento: O que sabemos? O que pode ser feito), Centro de Investigação e Política para a Pobreza Infantil, Relatório 9, Londres, 2004. 7. Ortiz, Isabel, Jingqing Chai e Matthew Cummins, “Identifying Fiscal Space: Options for social and economic development for children and poor households in 182 countries” (Identificar o Espaço Fiscal: Opções para desenvolvimento social e económico para crianças e famílias pobres em 182 países), Documento de Trabalho sobre Política Social e Económica, Fundo das Nações Unidas para a Infância, Nova Iorque, 2011. 74 Módulo 2: Direitos da Criança na Programação e Políticas de Setor CRÉDITOS DE FOTOGRAFIAS Capa: © UNICEF/UGDA2012-00450/PHILIP DYER - UGANDA, 2012 Página 4: © UNICEF/CBDA2003-00026/JOHN VINK - CAMBOJA, 2003 Página 12: © UNICEF/NYHQ2012-0134/BRIAN SOKOL - SUL DO SUDÃO, 2012 Página 26: © UNICEF/NYHQ2010-1310/MARTA RAMONEDA - HAITI, 2010 Página 36: © UNICEF/NYHQ2012-0993/OLIVIER ASSELIN - COSTA DO MARFIM, 2012 Página 64: © UNICEF/NYHQ2010-1587/PIERRE HOLTZ - NIGÉRIA, 2010 75 7 8 5 6 4 3