30 Main fruit - Brazil Buyers
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30 Main fruit - Brazil Buyers
Embalagens Rigesa. Fruto de responsabilidade. Para a Rigesa, não basta apenas oferecer as melhores soluções em embalagens para suas frutas. É preciso fazer isso com responsabilidade. Prova disso é que a matéria-prima utilizada pela Rigesa é fruto de florestas plantadas 100% certificadas pelo Cerflor - programa coordenado pelo Inmetro. Oferecer soluções inovadoras, com total respeito ao meio ambiente. Essa ideia a Rigesa faz questão de cultivar. Rigesa: a marca da sustentabilidade. w w w. r i g e s a . c o m . b r 1 Sílvio Ávila Expediente Publishers and editors EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA. CNPJ 04.439.157/0001-79 Diretor Presidente: André Luís Jungblut Diretor Secretário: Romeu Inacio Neumann Diretor Comercial: Raul José Dreyer Diretor Administrativo: Jones Alei da Silva Diretor Industrial: Paulo Roberto Treib Rua Ramiro Barcelos, 1.224, CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RS Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940 Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944 E-mail: [email protected] [email protected] Site: http://www.anuarios.com.br A636 Anuário brasileiro da fruticultura 2011 / Heloísa Poll ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2011. 128 p. : il. ISSN 1808-4931 1. Frutas - Cultivo - Brasil. I. Poll, Heloísa. Sílvio Ávila CDD : 634.0981 CDU : 634.1(81) Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197 2 ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2011 Editor: Romar Rudolfo Beling Editora assistente: Angela Zamberlan Vencato Textos: Heloísa Poll, Angela Zamberlan Vencato, Benno Bernardo Kist, Cleiton Santos, Cleonice de Carvalho, Erna Regina Reetz e Romar Rudolfo Beling Supervisão: Romeu Inacio Neumann Tradução: Guido Jungblut Fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann) e divulgação de empresas e entidades. Agradecemos às empresas e instituições que receberam gentilmente a nossa equipe, entre elas Associação dos Produtores e Exportadores de Hortifrutigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), Frutacor, Agrícola Famosa, Itaueira, Jandaia e Instituto Agropolos do Ceará. Agradecemos, em especial, aos pais e familiares que autorizaram a participação das crianças que ilustram esta publicação Projeto gráfico e diagramação: Juliane Mai Arte de capa: Juliane Mai, sobre fotografia de Sílvio Ávila Edição de fotografia e arte-final: Juliane Mai e Márcio Machado Marketing: Maira Trojan Bugs, Andréa Lenz e Rafaela Jungblut Supervisão gráfica: Márcio Machado Distribuição: Simone Moraes Impressão: Coan Gráfica e Editora, Tubarão (SC) ISSN 1808-4931 É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte. Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited. o i r á m u S mary m u S Apresentação 6 Introduction Cenário 12 Scenario Principais frutas 30 Main fruit Ações 66 Actions Pesquisa 94 Research Especial 108 Special Painel 118 Panel Sílvio Ávila Eventos 122 Events 4 Sílvio Ávila A vida com sabor 6 Que as frutas são essenciais numa alimentação saudável e nutritiva, disso ninguém duvida. Que elas oferecem praticidade nas refeições, tanto em seu armazenamento e em sua conservação a curto prazo quanto nas formas de serem servidas, é outro atributo inegável. A qualidade de uma dieta deve, impreterivelmente, considerar as frutas, permitindo usufruir de seus benefícios, especialmente das vitaminas indispensáveis a um organismo pleno de energia. Por essas virtudes, é fundamental que o consumo de frutas, tanto na forma in natura quanto industrializada ou com outros aproveitamentos na culinária, seja estimulado desde a infância. O Anuário Brasileiro da Fruticultura 2011, ao atualizar as informações de produção e de mercados das principais espécies comercialmente produzidas no cenário nacional, elege como tema motivador em suas imagens de apoio, como os leitores poderão conferir nas páginas de abertura, a relação familiar de crianças de diferentes idades com as frutas. Com essa disposição, o Anuário tem como propósito justamente lembrar que frutas têm tudo a ver com a infância, e, por extensão, com uma dieta ideal para estimular um crescimento saudável, que se traduza em energia e vitalidade. Coloridas, aromatizadas, cada fruta oferta elementos essenciais ao organismo e estimula inclusive a formação e o aprimoramento do paladar. Umas mais doces, outras mais ácidas; algumas apropriadas ao consumo direto, convidando a mordidas suculentas, outras sugerindo aproveitamentos variados na cozinha, as frutas instigam a criatividade e retribuem com um show de cor, sabor e aroma. E no quesito variedade, o Brasil é quase imbatível. Por suas amplas extensões territoriais, o País produz, muitas vezes em plantações nativas, formadas na natureza, as mais diversas espécies tropicais e temperadas. Isso contribui, por exemplo, para o amplo sortimento de sucos disponíveis no mercado nacional, num mix que só cresce ano após ano. Comercialmente, os pomares constituem uma das maiores expressões da eclética economia do agronegócio. O imenso público consumidor interno aproveita as espécies conforme suas peculiaridades regionais (as frutas da Amazônia, as do sertão, as do Cerrado, as do Sudeste e as das regiões de clima frio do Sul), mas outra gama de espécies ganha o mundo, graças às exportações, com clientelas em franca expansão. Assim, além de garantir uma vida saudável, a fruticultura assegura empregos e renda e impulsiona o desenvolvimento regional. É esse pomar de riquezas, de prosperidade e de oportunidades que o Anuário Brasileiro da Fruticultura 2011 vem descrever. Que o conteúdo editorial inspire a todos, baixinhos e adultos de todas as idades, a consumir mais frutas, em diferentes momentos do dia. Dessa forma, cada um estará fazendo o melhor por si próprio. Boa leitura. E, claro, bom apetite. 7 A life full of flavor Sílvio Ávila It goes without saying that fruits are essential ingredients in healthy and nutritional diets. Another attribute is their practicality at meals, including storing requirements, short-term conservation practices and the manner they are served. The quality of a diet must inevitably go through different types of fruit, taking advantage of their benefits, especially vitamins indispensable for an organism full of energy. For their virtues, it is of vital importance to encourage the consumption of fruit from early childhood, either fresh or industrialized or through other culinary uses. The Brazilian Fruit Yearbook 2011, upon updating production and market figures relative to all major commercially produced species in the national scenario, elects 10 as motivating theme in its support images, as the readers can check in the opening pages, the familiar relationship of children of all ages with fruit. Within this context, the purpose of the Yearbook is to remind people that children and fruit have lots in common and, by extension, with an ideal diet that encourages the body to grow in a healthy manner, later translating into energy and vitality. Colored, aromatized, all fruits offer essential elements for the body, while enhancing the gradual development of a discerning palate. Some sweet, others acid; some ideal for direct consumption, inviting mouthwatering bites, others suggesting an array of uses in the kitchen, all fruits prompt creativity, and retribution comes in a variety of colors, flavors and aromas. With regard to variety, Brazil is almost unbeatable. For its vast territorial extension, the Country produces, often on vastly disseminated native lots, a huge variety of tropical and temperate fruit. This, for example, contributes towards the array of juices available in the national market, forming a mix that rises year after year. Commercially, the orchards constitute a major expression of the eclectic economy based on agribusiness. On the domestic side, most people take advantage of the different species according to their regional peculiarities (fruit produced in the Amazon, hinterland, Cerrado, Southeast and in the cold South), but another array of species is now working its way into the world, thanks to exports, with ever-rising numbers of clients. Thus, besides promoting healthy lifestyles, fruit farming creates jobs, income and drives regional development. It is this source of wealth, prosperity and opportunities that the Brazilian Fruit Yearbook 2011 describes in detail. Let the editorial content inspire you and people of all walks of life, to consume more fruit, at different times of day. This is how you can do the best for yourself. Nice reading and, of course, have a good appetite. 11 Sílvio Ávila Cenário Scenario 12 Cesta farta Números preliminares do IBGE dão conta que a produção brasileira de frutas cresceu 5,17% em 2010 Depois da queda em 2009, a produção brasileira de frutas apresentou crescimento em 2010, se comparada ao rendimento do ano anterior. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo que ainda sejam uma estimativa, apontam safra de 43,164 milhões de toneladas, o que representa 5,17% a mais que em 2009, quando chegou a 41,041 milhões. A área plantada foi de 2,179 milhões de hectares. O resultado mantém o Brasil como terceiro maior produtor mundial, atrás apenas de China e Índia. O presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, acredita que o resultado de 2010 deva se repetir em 2011, com incremento na produção entre 4% e 5%. Um dos fatores da expansão está no aumento do consumo interno. “As frutas, junto com os vegetais, fazem parte do tripé da alimentação saudável, que inclui ainda produtos lácteos e carnes brancas”, observa Fernandes. Além da busca por saúde, a inclusão das frutas na alimentação deve-se ao maior poder de compra dos brasileiros, consequência da baixa inflação registrada a partir do Plano Real, que teve início em 1994. “Em 2010, tivemos uma informação surpreendente – a de que a classe C consome mais do que as classes A e B. Mas engana-se quem pensa que essa parcela da população não se preocupa com a qualidade”, alerta. O consumo no Brasil é estimado em 47 quilos por habitante ao ano. Segundo o presidente do Ibraf, a forma como CALCANHAR DE AQUILES O maior entrave da fruticultura brasileira são as perdas acarretadas pelo transporte até os mercados consumidores. O presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, classifica o problema como o “calcanhar de Aquiles” do setor. Lembra que, em alguns casos, o prejuízo pode chegar a 40% da carga. “Se eu reduzisse essas perdas pela metade, não precisaria aumentar os plantios para dar sustentabilidade e suprimento à demanda brasileira, e o produto é apresentado faz a diferença na hora da decisão pela compra. “A dona de casa busca praticidade, então temos que facilitar”, enfatiza. Diante dessa nova realidade, cresce a procura por frutas cortadas e embaladas, processadas e por sucos e néctares. A geografia da produção nacional também vem se COLHEITA modificando devido à ESTIMADA É DE necessidade de reduzir 43 MILHÕES DE custos. “Novos polos TONELADAS estão se formando e outros estão se mudando, baseados em um critério que nunca deveria ser esquecido: a proximidade dos centros de consumo”, destaca Fernandes. O transporte, nem sempre adequado, desde os pomares até os locais de venda, acarreta, em média, 35% de perdas. O que também começa a preocupar os fruticultores é o efeito que o aquecimento global pode ter sobre a atividade. Se as previsões alarmistas se confirmarem, em algumas décadas deve haver modificação nas áreas de plantio. O presidente do Ibraf lembra que a fruticultura é perene e isso significa que, após o plantio, as espécies levam em torno de cinco anos para começar a produzir. Ele prevê que muitas fruteiras devem se transferir para o Sul, onde haverá mais calor. ainda poderia continuar exportando.” Ele indica que o ideal seria que o transporte fosse feito, pelo menos, em veículos isotérmicos. No entanto, grande parte da colheita segue por grandes distâncias, em estradas esburacadas e acondicionada em embalagens impróprias. Soma-se a isso a manipulação do produtor, do atravessador, nos centros de distribuição, e, finalmente, no varejo. “Muitas vezes o produtor sai do seu pomar e chega numa ‘ceasa’ e o preço caiu. Daí ele tem duas opções: ou vender com um enorme prejuízo ou jogar fora”, observa. Segundo Fernandes, boa parte dessas perdas poderiam ser evitadas se existisse investimento em armazenamento frigorífico. “As câmaras frias deveriam ficar, obviamente, nos centros de comercialização no atacado e também nos polos de escoamento para exportação”, entende. Ele defende que a estrutura seja pública e para uso coletivo. 13 Bountiful fruit basket Preliminary figures released by IBGE show 5.17% increase in fruit production in 2010 from 4% toe 5%. A factor that accounts for the expansion is the rising domestic consumption. “Fruits, along with vegetables, are part of the health food tripod, which also includes dairy products and light meats”, observes Fernandes. Besides pursuing healthy foods, the inclusion of fruit in After a decline in 2009, the production of fruit in Brazil the Brazilian diet also stems from the rising purchasing powsoared again in 2010, compared to the previous year. The er of the population, resulting from the low inflation rates figures estimated by the Brazilian Institute of Geography since the Real Plan in 1994. “In 2010, surprisingly, class and Statistics (IBGE) point to a total of 43.164 million C showed higher consumption rates compared to classes tons, up 5.17% from the 41.041 million in 2009. The A and B. But those who think that this portion of the planted area reached 2.179 million hectares. population is not concerned with quality The result ranks Brazil as third largest world are wrong”, he warns. producer, coming only after China India. Fruit consumption in Brazil is esHARVEST IS The president of the Brazilian Fruit Intimated at 47 kg per person a year. In ESTIMATED AT 43 stitute (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, the words of the president of Ibraf, the MILLION TONS believes that the result in 2010 will have a manner the product is displayed makes repeat in 2011, with production volumes up a difference when it comes to purchasing 14 Sílvio Ávila ing is a perennial activity and it normally takes five years for fruit trees to bear fruit. He anticipates that many fruit farms will move to the South, where warmer temperatures are believed to prevail. ACHILLES HEEL The biggest bottlenecks of it. “Housewives seek practicality, and it is up to us to make things easier”, he stresses. In light of this new reality, people are more and more opting for cut, processed and packaged fruit, and for juices and nectars. The geography of our national fruit production business has been changing due to the need to reduce costs. “New production hubs are surfacing and others are moving to different places, based on a criterion that should never be overlooked: the proximity to consumer centers”, Fernandes notes. Transport, which is sometimes very deficient, from the orchards to the sales outlets, normally results into 35-percent losses. What is also raising concern among the fruit producers is the global warming phenomenon and its possible consequences on fruit farming. If the alarming forecasts confirm, there should be alterations in the production areas over the next decades. The president of Ibraf recalls that fruit farm- Brazil’s fruit farming business are the losses incurred during transportation to consumer markets. The president of Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, classifies the problem is the “Achilles Heel” of the sector. He notes that in some cases losses amount to 40% of the entire cargo. “If we reduced these losses by half, there would be no need to increase our plantations to make the business sustainable, with enough volumes to meet our domestic demand, without interrupting our exports.” He understands that minimum transport requirements should include isothermal vehicles. Nevertheless, a huge portion of the crop is hauled over long distances, with roads in very bad conditions, and fruits inadequately packaged. To make things worse, there is inadequate handling by producers, middlemen, distribution centers and, finally, improper retail outlets. “Frequently, growers pick up their fruit and take them to the ‘distribution center’ only to learn that prices have plummeted. There are only two options left, they either sell them at enormous losses, or throw them away”, he observes. According to Fernandes, these losses could be prevented almost in their entirety if investment had been made in cold storages. “The cold storages should obviously be located around the wholesale centers, and also around the export-oriented transport hubs”, he notes. He maintains that these structures should be public and for collective use. 15 Sílvio Ávila MULTICOLORIDA - MULTICOLORED Produção brasileira de frutas (em toneladas) Fruta 2009 2010* Laranja 17.618.450 18.982.647 Banana 6.783.482 7.451.972 Abacaxi** 2.978.256 3.083.386 2009 Coco*** 1.973.366 1.960.212 Laranja 802.528 Melancia 2.056.309 2.056.309 Banana 483.562 Mamão 1.792.594 1.792.594 Coco 284.951 Tangerina 1.094.429 1.094.429 Melancia 94.871 Uva 1.365.491 1.269.470 Manga 74.416 Manga 1.197.694 1.197.694 Uva 81.677 Limão 972.437 972.437 Abacaxi 61.990 Maçã 1.222.885 1.317.194 Tangerina 54.909 Maracujá 718.798 718.798 Limão 41.388 Melão 402.959 402.959 Maracujá 50.853 Goiaba 297.377 297.377 Mamão 34.379 Pêssego 216.236 216.236 Maçã 39.081 Caqui 171.555 171.555 Pêssego 19.102 Abacate 139.089 139.089 Melão 17.559 Figo 24.146 24.146 Goiaba 15.048 Pera 14.856 14.856 Abacate 8.509 Marmelo 975 975 Caqui 8.740 Total 41.041.384 43.164.335 Figo 3.072 Pera 1.404 Fonte: IBGE/Ibraf *Estimativa **Conversão: 1 fruto = 2,5 kg, nas regiões Sul e Sudeste, exceto Paraná (1,6 kg) e Santa Catarina (1,67 kg); 2,1 kg na região Centro-Oeste; e 1,8 kg para as demais regiões. Fonte: FNP ***Conversão: 1 fruto = 1 kg (elaboração Ibraf ) TERRITÓRIO OCUPADO TOTAL TERRITORY Produção brasileira de frutas (em hectares) Fruta Marmelo Total Fonte: IBGE 16 211 2.179.250 Inor /Ag. Assmann Pomar itinerante Diversidade de espécies e grande extensão territorial privilegiam a exploração da fruticultura no Brasil caso de Roraima, onde o governo estadual comanda iniciatiAs dimensões continentais e a diversidade de frutas va com pomares irrigados, tendo como produções principais disponíveis para consumo fazem do Brasil um campo proabacaxi, melão, mamão e manga. Em Tocantins, também na missor para a expansão da fruticultura. Seja para o mercado local e regional, seja para exportação, o fato é que o País am- região Norte, foram implantadas áreas com abacaxi voltadas para comercialização no mercado interno. Em Mato Grosso, plia suas áreas produtivas a cada ano. Individualmente, São no Centro-Oeste brasileiro, o Frutal foi convidado a realizar Paulo segue como o principal estado de cultivo, com destaum plano de desenvolvimento da atividade, que acabou senque para a colheita de laranja, banana, figo e uvas de mesa. do adiado. “Eles querem uma alternativa econômica à soja e E são justamente as regiões consolidadas que apresentam já que as frutas vêm de longe, acharam por bem incentivar o as maiores expansões de pomares. O diretor-geral do Insticultivo”, observa Martins. tuto Frutal, Fernando Antônio Mendes Martins, destaca o Para ele, a expansão dos polos produtivos é muito imporexemplo que vem do Ceará. “As empresas estão investindo em tante, porque o consumo de frutas existe em todas as regiões. todas as regiões do Estado”, enfatiza. O mesmo tem sido ob“Muitas vezes os produtos vêm de muiservado, segundo ele, no Rio Grande do Norte, to longe, transportados de maneira inacom ampliação das áreas de melão e de mamão, dequada e acabam estragando”, justifie mesmo na região de Petrolina, em PernambuPLANTIO PRÓXIMO ca. Martins entende que a introdução co, que sofreu com problemas decorrentes da À REGIÃO DE de pomares comerciais nas regiões condesvalorização cambial do dólar em 2009. CONSUMO sumidoras possa fortalecer os mercados De uma maneira geral, explica o diretor DIMINUI PERDAS locais e regionais e, em alguns casos, se do Frutal, a maioria dos estados brasileiros desenvolve projetos ligados à fruticultura. É o voltar à exportação. 18 Itinerant orchard Brazil’s fruit farming business takes advantage of the diversity of species and huge territorial extension fruits are consumed all over the Country. “Frequently, the products come from faraway places, transported in improper manner and end up going bad”, he justifies. Martins understands that the establishment of commercial orchards in the consumer regions tends to strengthen the local and regional markets and, in some cases, trigger exports. Inor /Ag. Assmann The continental dimensions and the diversity of fruits available for consumption make the country an ideal place for expanding the fruit growing business. Whether for the local and regional market, or for export, the country is in fact expanding its planted area year after year. Individually, São Paulo is still the leading producer, where the predominant species are oranges, bananas, figs and table grapes. It is exactly the consolidated regions that boast the biggest orchard expansions. The general director of the Frutal Institute, Fernando Antônio Mendes Martins, points to the example set by the State of Ceará. “The companies are investing in every region across the State”, he stresses. The same, he maintains, has been observed in Rio Grande do Norte, with the expansion of the areas planted with melon and papaya, and in the region of Petrolina, in Pernambuco, which suffered from the devaluation of the dollar in 2009. By and large, explains the Frutal director, the majority of the Brazilian states are developing fruit-oriented projects. It is the case of Roraima, where the state government has undertaken the irrigated orchard initiative, and the main fruits are pineapple, melon, papaya and mango. In Tocantins, also in the North, pineapple crops were established for domestic consumption. In Mato Grosso, in the Brazilian Center-West, Frutal has been invited to devise a plan for the development of fruit farming, but it was postponed. “They are pursuing an economic alternative to soybean and, as the fruits come from faraway places, they found it necessary to encourage their cultivation”, ORCHARDS NEAR Martins observes. CONSUMPTION In his opinion, the CENTERS REDUCE expansion of the proLOSSES duction hubs plays an important role, since 19 De volta ao prato Com a recuperação dos países atingidos pela crise econômica mundial, Brasil voltou a lucrar com exportações de frutas quantidade. Conforme Fernandes, o bom desempenho se O balanço das exportações brasileiras de frutas em 2010 deve à substituição de variedades com semente pelas sem, reflete a recuperação econômica dos países compradores, as apirênicas, o que praticamente duplicou o valor negociamajoritariamente da União Europeia, que haviam sido afedo internacionalmente. tados pela crise mundial, deflagrada a partir do segundo seAlgumas espécies importantes conseguiram recuperar mestre de 2008. Conforme dados da Secretaria de Comércio o mercado em 2010. É o caso da banana, que conquistou Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, clientes na América Latina e encerrou o ano com aumento de Indústria e Comércio Exterior, o País embarcou 759.420 15,24% no faturamento com as vendas extoneladas em 2010, redução de 2,69% em relação ternas, mesmo com volume 3% menor. A a 2009. Em faturamento, a história foi outra. manga também apresentou bom desempeHouve acréscimo de 8,96%, totalizando VENDAS AO nho, chegando a um incremento de 13,15% US$ 609,612 milhões. EXTERIOR nos embarques e de 23,15% na receita. O presidente do Instituto Brasileiro de RENDERAM US$ Mesmo que 85% da laranja produzida Frutas (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, 609 MILHÕES no Brasil seja direcionada para a fabricação lembra que a crise não afetou tão profundade suco, surpreendeu o fato de ter ocorrido mente a demanda por alimentos, mas sim a elevação substancial nos envios ao exterior da decisão sobre o que seria comprado, em função fruta in natura: 43,49% em quantidade e 44,44% em valor. dos preços. Ele acredita que em 2011 o Brasil possa aumenO presidente do Ibraf lembra que havia grandes restrições ao tar as vendas externas próximo a 10%. “Vai depender muito produto por causa da ocorrência da pinta-preta, doença caudo câmbio, do clima e do mercado”, entende. sada pelo fungo Guignardia citricarpa, e que provoca a queda O melão foi o campeão de vendas em 2010, com dos frutos. Algumas cargas chegaram a ser recusadas na Espa177.828 t e faturamento de US$ 121,969 milhões. No entanto, a fruta que teve mais agregação de valor foi a uva. As nha em meados dos anos 2000. “Nós conseguimos, através do 60.805 t embarcadas representaram US$ 136,648 milhões, trabalho nos packing houses e de plantios diferenciados, voltar a exportar laranja de mesa”, afirma. sendo a primeira em receita e ocupando o sexto lugar em JANELAS A comercialização internacional de frutas frescas requer um planejamento detalhado para que o produtor saiba identificar o momento certo de vender o seu produto. Moacyr Saraiva Fernandes explica que grande parte dos produtos são colocados no mercado no período de entressafra no hemisfério norte, as chamadas janelas. “Você não vai conseguir exportar as frutas na época em que eles estão produzindo”, destaca. No entanto, alerta o presidente do Ibraf, o mercado exige muita atenção, pois as janelas podem se alterar em função de problemas climáticos e até pelo avanço da tecnologia, que proporciona a pesquisa de variedades mais tardias e também mais precoces. “Foi o que aconteceu em 2009 nos Estados Unidos com a uva. A safra foi mais tardia e, quando fomos vender, não tínhamos mais espaço”, exemplifica. Outro fator importante a se observar é a concorrência. As frutas tropicais não são privilégio do Brasil e outros países obtêm sucesso com a produção. Fernandes cita o caso da manga, que tem sido cultivada em várias partes do mundo, como Colômbia, Equador, México, Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas, Costa do Marfim e Guiné. “Eles exportam e também formam uma janela”, observa. 20 Inor /Ag. Assmann Making a comeback With the recovery of the countries hit by the world economic downturn, Brazil again began to profit from fruit exports 121.969 million. Nonetheless, the fruit that proportionally generated the most revenue was the grape. The 60,805 tons shipped abroad represented US$ 136.648 million, ranking first in revenue and sixth in quantity. Fernandes understands that the credit of the good performance goes to the replacement of traditional varieties with seedless varieties, the so-called apirenic table grapes, which almost doubled The Brazilian balance of fruit exports in 2010 reflects the internationally negotiated values. the economic recovery of the countries that import our Some important fruit varieties managed to recover the marfruit, most of them from the European Union, which had ket in 2010. It is the case of the banana. The fruit conquered been affected by the global economic crisis that surfaced in clients in Latin America and by year end celebrated a rise of the second half of 2008. According to data from the Brazil15.24% in revenue from foreign sales, in spite of the 3% smallian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the er volume. Mango sales also celebrated a good performance, Ministry of Development, Industry and Foreign Trade, Brazil shipped abroad 759,420 tons in 2010, down 2.69% from with shipments soaring 13.15% and revenue, 23.15%. Though 85% of the oranges produced in Brazil are 2009. In terms of revenue, it was a different story. It was up destined for the juice industry, the surprising fact was the 8.96%, totaling US$ 609.612 million. substantial increase in the shipment of fresh oranges abroad: The president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), up 43.49% in quantity and 44.44% in value. The president Moacyr Saraiva Fernandes, notes that the crisis did not of Ibraf recalls that there had been enormous restrictions to have a deep effect on the demand of food, but, in light of the fruit due to the occurrence of black spot, the prices, it had a say in the decision on what disease caused by the fungus Guignardia was to be bought. He believes that in citricarpa, which causes the fruit to fall. 2011 Brazilian foreign fruit sales will FOREIGN SALES Some cargos were not allowed entrance in soar around 10%. “It will depend a lot BROUGHT IN US$ Spain in the mid 2000s. “Through work on the exchange rate, on the climate conducted in the packing houses and speand market”, he comments. 609 MILLION cial planting systems, we managed to export Melons ranked first in sales in 2010, table oranges again” he says. with 177,828 tons and revenue of US$ 22 WINDOWS OF OPPORTUNITY International fresh fruit negotiations require careful planning should the producers want to take advantage of timely sales. Moacyr Saraiva Fernandes explains that huge amounts of the products are placed in the market during off-season time in the northern hemisphere, referred to as windows. “There is no way exporting fruit during their season”, he notes. Nevertheless, the president warns, the market requires much attention as the windows might suffer changes stemming from climate problems and even from technology advances, which may come up with premature or late varieties. “It was just what happened in the United States with the grapes in 2009. The crop matured late and there was no room left for our grapes”, he exemplifies. Another relevant factor consists in paying heed to competition. Tropical fruit are not only produced in Brazil, other countries produce them and, frequently, with great success. Fernandes cites the case of the mango, which is cultivated in such different countries as Colombia, Ecuador, Mexico, Malaysia, Thailand, Indonesia, the Philippines, Ivory Coast and Guinea. “They all export and have their window, too”, he observes. MAIS LEVE - ON THE DECLINE Exportações brasileiras de frutas frescas (em kg) A DISTÂNCIA - BEYOND THE FRONTIERS Exportações brasileiras de frutas frescas (em US$ FOB) Fruta Variação (%) Fruta 2009 2010 Variação (%) 2009 2010 Melão 183.911.976 177.828.525 -3,31 Melão 122.094.688 121.969.814 -0,10 Banana 143.871.502 139.553.134 -3,00 Banana 39.394.960 45.398.163 15,24 Manga 110.202.283 124.694.284 13,15 Manga 97.388.159 119.929.762 23,15 Maçã 98.264.010 90.839.409 -7,56 Maçã 56.328.134 55.365.805 -1,71 Limão 66.374.045 63.060.909 -4,99 Limão 43.771.018 50.693.603 15,82 Uva 54.559.684 60.805.185 11,45 Uva 110.574.457 136.648.806 23,58 Laranja 26.185.254 37.821.810 44,44 Laranja 11.343.154 16.276.736 43,49 Melancia 39.038.818 28.261.716 -27,61 Melancia 15.735.304 12.356.105 -21,48 Papaia 27.554.464 27.057.332 -1,80 Papaia 34.457.466 35.121.752 1,93 Abacate 2.932.222 2.699.698 -7,93 Abacate 3.606.220 3.126.434 -13,30 Tangerina 4.411.914 1.977.479 -55,18 Tangerina 3.281.271 1.850.034 -43,62 Abacaxi 19.817.923 1.889.842 -90,46 Abacaxi 10.580.302 998.318 -90,56 Figo 1.668.583 1.446.458 -13,31 Figo 7.796.246 7.310.886 -6,23 Outras frutas 989.250 815.874 -17,53 Outras frutas 2.029.468 1.931.663 -4,82 Coco 407.193 407.737 0,13 Coco 165.970 121.240 -26,95 Goiaba 152.972 147.348 -3,68 Goiaba 297.764 326.364 9,60 Pomelo 2.040 67.335 3.200,74 Pomelo 600 42.369 6.961,50 - 22.738 - - 15.819 - Framboesa/amora 31.222 10.866 -65,20 Framboesa/amora 208.488 78.874 -62,17 Outros cítricos 13.834 4.519 -67,33 Outros cítricos 342.275 4.978 -98,55 Morango 2.496 2.976 19,23 Morango 8.604 9.675 12,45 Airela e mirtilo 6.249 2.383 -61,87 Airela e mirtilo 60.618 22.239 -63,31 - 2.208 - - 9.737 - Ameixa 180 354 96,67 Ameixa 1.074 1.116 3,91 Pêssego 13.500 174 -98,71 Pêssego 28.154 410 -98,54 Kiwi 1.800 142 -92,11 Kiwi 1.979 307 -84,49 21 112 433,33 Damasco 641 1.055 64,59 300 48 -84,00 Cereja 2.872 72 -97,49 -2,69 Total 559.499.886 609.612.136 8,96 Pera Mangostão Damasco Cereja Total 780.413.735 759.420.595 Fonte: Secex - Elaboração: Ibraf - Obs.: As estatísticas de limão e lima foram agrupadas. Caqui está incluso em outras frutas Pera Mangostão Fonte: Secex - Elaboração: Ibraf - Obs.: As estatísticas de limão e lima foram agrupadas. Caqui está incluso em outras frutas 23 Quebra-cabeça Exportação de frutas requer atenção às exigências comerciais e fitossanitárias de cada país importador portar muito mais caso realizasse acordos bilaterais. “Para O mercado internacional envolve uma série de regras a China, por exemplo, só posso exportar banana e abacaxi, e exigências, que mudam de país para país. Na área de alique no mundo todo têm trânsito livre”, destaca. Para ele, o mentos, incluída a fruticultura, esses requisitos referem-se País está perdendo tempo, pois os concorrentes estão negoa aspectos econômicos e também fitossanitários. Cada item ciando diretamente com os importadores. Foi o que ocorreu possui as suas especificidades, o que torna as transações cocom o Chile, que está exportando uvas para a China por merciais bastante complexas. Não basta ter um comprador para o produto. É preciso cumprir com as cláusulas impostas meio de um acordo entre os dois países. Em outros casos, o Brasil consegue vender, mas tem pelo governo da nação importadora. tratamento diferente dos demais exportadores. Fernandes Os Estados Unidos são um dos países com maiores conta que o México possui acordo bilarestrições à entrada de frutas. Para grande teral com a União Europeia, o que lhe parte dos produtos é exigida a adoção EXPECTATIVA É proporciona a isenção de taxas alfandegáde medidas quarentenárias. “São trataDE MUDANÇA NA rias na venda de limão. “Dessa forma não mentos que eliminam riscos de nossas temos condições de concorrer com o Méfrutas levarem pragas e doenças para lá. POLÍTICA EXTERNA xico”, constata. O mesmo se dá com relaIsso é muito caro, e a qualidade também DO BRASIL ção aos produtos industrializados. O predecai”, explica Moacyr Saraiva Fernandes, sidente do Ibraf explica que para esses itens presidente do Instituto Brasileiro de Frutas existem os Sistemas Gerais de Preferência (SGPs), (Ibraf ). Por outro lado, lembra ele, o Brasil tem firmados entre países ricos com os em desenvolvimento ou legislações específicas que atrapalham o comércio. Ele pobres. Por esses acordos há a isenção ou o desconto de cita o caso da liberação do uso de cloro para a lavagem de tarifas. “Hoje não posso exportar suco de maracujá para citros, procedimento que dificulta a comercialização no a União Europeia porque eles possuem um SGP especial mercado de orgânicos. com o Equador, a Colômbia e o Peru”, exemplifica. Na opinião do presidente do Ibraf, o Brasil poderia ex- NO AGUARDO Para o presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, o que tem dificultado a chegada do Brasil ao mercado internacional é a política externa implementada pelo governo. “Nos últimos anos, os grandes acordos multilaterais foram privilegiados em detrimento aos acordos bilaterais”, enfatiza. No entanto, acredita que com a posse da presidente Dilma Rousseff haja mudança na forma de atuação com o mercado externo. “Já mandamos sugestões a todos os ministérios envolvidos com a questão”, destaca. Outra providência que compete ao governo federal é a definição sobre as moléculas ativas para cultivos menores, o que engloba praticamente todas as frutas comerciais. De acordo com Fernandes, o assunto vem sendo discutido há mais de dez anos. Ele entende que, por meio de legislação específica a ser definida ainda em 2011, será possível o uso de agroquímicos mais seletivos e menos agressivos. “A União Europeia vem impondo restrições a determinados defensivos agrícolas. Se eu quiser colocar as minhas frutas lá, vou ter que me adaptar”, afirma. 24 Jigsaw puzzle Fruit exports call for attention regarding every importer’s trade and phytosanitary requirements Brazil could export much more if the country signed bilatThe international market is laden with requirements, eral agreements. “To China, for example, we can only sell which change from country to country. In the area of bananas and pineapples, as they do not face any transport food, including fruit farming, these requirements are restriction around the globe”, he stresses. In his opinion, the focused on economic and phytosanitary concerns. There Country is wasting time, simply because many competitors are specifications for each item, which make any comare negotiating directly with the importers. It is the case of mercial transaction rather complex. Having a buyer for Chile, a country that is shipping grapes to China through an the product is not enough. One has to comply with the agreement between the two countries. requirements of the importing country. In other cases, Brazil manages to sell, but does not reThe United States is one of the countries that imposes ceive the treatment bestowed on the competitors. Fernandes the strongest restrictions to the entrance of fruit into that recalls that Mexico signed a bilateral agreement with the Eucountry. For most fruit, quarantine measures are imposed. ropean Union, whereby the country is exempt from import “They consist in treatments that eliminate the risk of any taxes levied on lemons. “This makes it difficult to compete fruit to carry pests or diseases to that country. It is a very with Mexico”, he ascertains. The same holds for industrialexpensive process and normally the quality of the fruit is ized products. The president of Ibraf recalls that for such affected”, explains Moacyr Saraiva Fernandes, president of items there is the Generalized System of Preferences (GSP), the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ). On the other hand, signed between rich countries and underdehe recalls, Brazil has specific legislation that veloped or poor nations. These agreements disturbs the market. He mentions the case THERE IS provide for tax exemptions or reductions. of the use of chlorine for washing citrus fruit, a procedure that makes the comEXPECTATION FOR A “As things are, we are not allowed to export mercialization process difficult in the CHANGE IN BRAZIL’S passion fruit to the European Union, because of their special GSP with Ecuador, market of organic products. FOREIGN POLICY Colombia and Peru”, he exemplifies. The president of Ibraf understands that AWAITING The president of Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, blames Brazil’s foreign policy for the difficulties to reach the international market. “Over the past years, the relevant multilateral agreements were privileged to the detriment of bilateral agreements”, he emphasizes. Nonetheless, he believes that our newly inaugurated president, Dilma Rousseff, will alter our approaches to the international market. “We have already forwarded suggestions to all ministries involved”, he says. Another step that is up to the federal government 26 to take is a definition on the active molecules for minor cultivations, which comprises almost all commercial fruit. According to Fernandes, the subject has been debated for more than ten years. He has it that, through specific legislation to be defined before 2011 comes to a close, it will be possible to resort to more selective and less aggressive agrochemicals. “The European Union has been imposing restrictions on certain agrochemicals. If we want to sell our products to that continent, we’ve got to comply”, he concludes. Para gringo ver Iniciativas de promoção das frutas brasileiras no exterior são responsáveis pelo crescimento das exportações do setor O sucesso das frutas brasileiras no exterior se deve muito às iniciativas de apresentação dos produtos aos possíveis consumidores. O programa Brazilian Fruit, capitaneado pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), é o exemplo que melhor demonstra o êxito desse tipo de estratégia. A parceria entre as duas entidades foi formada em 1998. Naquele ano, foram exportadas 294.617 toneladas de frutas. Doze anos EM DOZE ANOS DE depois, o País conseguiu AÇÕES, EMBARQUES incrementar as vendas CRESCERAM 157% externas em 157,76%, embarcando 759.421 toneladas em 2010. O presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, destaca que o programa trabalha em duas frentes: a promoção institucional e a promoção de vendas. Ele explica que no primeiro caso as ações se voltam para mostrar ao mundo as virtudes das frutas produzidas no Brasil. Segundo Fernandes, atualmente o trabalho está focado no conceito das superfrutas, que possuem alto valor nutricional e, por isso, conquistaram o paladar das pessoas interessadas em manter hábitos mais saudáveis. Estão nessa lista o açaí, a acerola, a goiaba vermelha e o mirtilo, entre outras. As iniciativas de promoção de vendas têm por objetivo colocar os exportadores em contato direto com os compradores. “Os dois lados vão negociar e aí a competitividade sempre fala mais alto”, analisa o presidente do Ibraf. Na avaliação de Fernandes, sem a continuidade das atividades, o Brasil não teria conseguido aumentar o volume dos embarques. CRONOGRAMA As ações do Brazilian Fruit são realizadas em etapas. A atual engloba o período entre 2010 e Sílvio Ávila 2012 e envolve em torno de 140 empresas. Em 2011, o trabalho mais efetivo teve início com a participação das empresas exportadoras nas duas principais feiras mundiais do setor: a Fruit Logística, em Berlim, na Alemanha; e a Gulfood, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A coordenadora de programas de marketing do Ibraf, Stela Del Nery, explica que são realizadas outras atividades. Uma delas é o convite a jornalistas estrangeiros para que venham ao Brasil conhecer toda a estrutura de produção. Eles serão os responsáveis por divulgar as frutas brasileiras em suas nações. Entre os países-alvo, segundo Stela, estão África do Sul, Angola, Alemanha, Arábia Saudita, Canadá, Chile, China, Emirados Árabes Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Portugal e Rússia. A mesma estratégia é usada com os potenciais compradores. Algumas ações de marketing são feitas com frutas específicas, como a promoção em supermercados e restaurantes de países determinados. Essa atividade foi realizada, por exemplo, em fevereiro de 2011 na Inglaterra com a apresentação do limão. A coordenadora do Ibraf destaca que o objetivo do Brazilian Fruit, em suas mais variadas iniciativas, é fazer com que as empresas de alguma maneira consigam atender ao mercado internacional. “Mesmo que ela não tenha potencial para exportar, pode aprender a forma de fazer”, ressalta. 28 Just for show The credit of the soaring Brazilian fruit exports goes to publicity initiatives such as the promotion of our fruit abroad The success of Brazilian fruit abroad results from the publicity initiatives abroad and the introduction of the products to prospective consumers. The Brazilian Fruit program, spearheaded by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ) and by the Brazilian Trade and Investment Promotion Agency (Apex Brasil), is an example that best demonstrates the success of such strategy. The partnership between the two entities started in 1998. During that year, fruit exports totaled 294,617 tons. Over the next 12 years, the country managed to increase its foreign sales by 157.76%, shipping abroad 759,421 tons in 2010. The president of Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, explains that the program is split into two fronts: Institutional promotion and sales promotion. He clarifies that in the first case all initiatives are geared towards making the world aware of the qualities of the fruit pro- duced in Brazil. According to Fernandes, currently the work is focused on the concept of superfruit, with high nutritional value and likely to conquer the palate of discerning consumers concerned with healthy eating habits. The list of these fruit includes açaí, acerola, red guava, myrtle and others. TWELVE YEARS OF The sales promotion PROMOTIONAL moves are intended to INITIATIVES bring the exporters in direct contact with the MADE SHIPMENTS buyers. “Both sides are RISE 157% supposed to negotiate, and this is where competitiveness comes in”, says the president of Ibraf. In his view, if these initiatives had been discontinued, Brazil would not have managed to keep its fruit shipments on the rise. CHRONOGRAM All the moves by the Brazilian Fruit are conducted step by step. The current one comprises the 2010 – 2012 period and involves about 140 companies. In 2011, the most effective work started with the participation of the exporting companies in two major global fairs: Fruit Logistica, in Berlin, Germany; and Gulfood, in Dubai, United Arab Emirates. The coordinator of Ibraf’s marketing program, Stela Del Nery, refers to other activities, too. One of them consists in inviting foreign journalists to Brazil and show them our production structure. They are responsible for giving publicity to the Brazilian fruit in their countries. According to Stela, the target countries include South Africa, Angola, Germany, Saudi Arabia, Canada, Chile, China, United Arab Emirates, Spain, France, Britain, Portugal and Russia. The same strategy is used with potential buyers. Some marketing actions are focused on specific fruit species, particularly when it comes to promotions in supermarkets and restaurants in certain countries. Such a promotion, for example, was conducted in Britain when lemons were displayed, in February 2011. The Ibraf coordinator points out that the target of the Brazilian Fruit program, in its several variables, is to put the companies in a position to meet the needs of the international market. “Should a company lack the potential for exporting, it could learn how to do it”, she concludes. 29 Principais frutas Main fruit Abacaxi Pineapple Barrado no embarque Sílvio Ávila Com produção nacional estável, abacaxi tem no mercado doméstico seu principal destino, especialmente após a queda nas exportações 30 dos, de 2008 para 2009, naquele Estado, que então figurava Mesmo que a situação das vendas externas de abacaxi se mostre azeda, passando de US$ 10,5 milhões negociados na quinta posição entre os produtores brasileiros. A constatação é feita pelo pesquisador Aristóteles Pires de Matos, da em 2009 para US$ 998,3 mil em 2010, conforme dados mesma unidade da Embrapa e que coordena ações do Proda Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a gostosura do grama de Produção Integrada de Abacaxi no País, difundinproduto continua sendo bem apreciada no mercado interdo conceitos de sustentabilidade com baixo uso de insumos no. A pequena exportação, que ocorre principalmente para poluentes em vários estados. a Europa, ainda estaria sofrendo efeitos da crise econômica Ele considera importante o incremento do marketing mundial e do câmbio desfavorável, além de outros fatores. na venda externa destacando as características da fruta e das Enquanto isso no plano doméstico, com economia aquecivariedades. Nesse contexto, a Secretaria da Agricultura, Irrida, a produção se estabilizou, após recuo em 2009, e vem gação e Reforma Agrária da Bahia (Seagri-BA) divulga que a sendo absorvida. variedade Pérola, cultivada na região de Itaberaba, vem conOs números da colheita brasileira, líder mundial na quistando admiradores no continente europeu. cultura, que já estiveram em 1,78 e 1,71 bilhão de No âmbito dos estados, a liderança frutos em 2007 e 2008, respectivamente, ficana cultura é disputada por três unidaram em 1,47 bilhão de unidades em 2009, des. A Paraíba encontra-se à frente, com segundo pesquisas do Instituto Brasileiro EXPORTAÇÕES de Geografia e Estatística (IBGE). Para os CAÍRAM PARA MENOS 263 milhões de frutos em 2009. O Pará lidera em área (9.978 ha em 2009, mas períodos 2010 e 2011, as estimativas da DE US$ 1 MILHÃO com tendência de redução) e obtém instituição indicam oferta de 1,48 e 1,44 volumes próximos aos paraibanos (241 bilhão de frutos respectivamente. A redução milhões de frutos). Minas Gerais, que foi o em 2009 teria ocorrido por problemas climámaior produtor por volta do ano 2000, tem oscilado ultiticos, de acordo com avaliação do economista Clóvis mamente entre o segundo e o terceiro lugares. No períoOliveira de Almeida, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, do da análise, colheu 255 milhões de unidades. Em busca sediada em Cruz das Almas (BA). de crescimento, a Bahia ocupa a quarta posição, com 121 Influiu igualmente no resultado, inclusive nas exportamilhões de frutos. Nas estimativas do IBGE para 2010, o ções, a retirada da produção de uma empresa do Ceará em ranking da produção fica na seguinte ordem: Paraíba (258 decorrência de problemas com a doença fusariose, causada milhões de frutos), Pará (256 milihões), Minas Gerais pelo fungo Fusarium subglutinans. O fato representou a (222 milhões) e Bahia (139 milhões). diminuição de 100 milhões para 17 milhões de frutos colhi- SUSTENTAÇÃO Pequenas cidades, localizadas nos estados com maior produção, têm na cultura um esteio econômico e um motivo de destaque. É o caso de Floresta do Araguaia, município emancipado em 1993 de Conceição do Araguaia, no Pará, com 19 mil habitantes e que, conforme se divulga, tira sustento, emprego e renda da abacaxicultura. Conhecida como a Terra ou a Cidade do Abacaxi, é o maior produtor do Estado: obteve 175 milhões de frutos em 2009, enquanto em 2004 chegou a 216 milhões, exportando parte para a Europa desde 1998. Realiza também, sempre no mês de julho, o Festival do Abacaxi. A cidade mineira de Monte Alegre de Minas, que já foi a primeira no ranking da cultura em outros períodos, intitula-se “Terra da Felicidade e Capital Brasileira do Abacaxi”. Em 2009, colheu 96 milhões de frutos. Outras cidades da região do Triângulo Mineiro, como Frutal e Canápolis, também se destacam na atividade. Na Paraíba, desponta a pequena Itapororoca, na Zona da Mata, com 15 mil habitantes e 72 milhões de frutos em 2009, ao lado de outros municípios da região, como Santa Rita e Araçagui. Nessa área, o espaço é disputado com a cana-de-açúcar, que tem avançado devido a sua valorização, mas o abacaxi mantém importância e apoio, buscando preservar o lugar conquistado, amparado na qualidade da produção. Ao mesmo tempo, conforme constata Aristóteles Pires de Matos, da Embrapa, outras pequenas comunidades nas regiões Norte e Nordeste têm despertado para a cultura, como é o caso de dois distritos – Novo Remanso e Vila do Engenho, ambos do município de Itacoatiara, no Amazonas. Ali uma produção isolada, numa área de 1.200 hectares, abastece a capital Manaus e também o mercado regional de polpa para merenda escolar, reiterando a força e a riqueza das frutas tropicais brasileiras. 31 Shipment ban With a stable national production, the pineapple is mostly for the domestic market, particularly after the decline in exports Though foreign pineapple sales may sound sour, plummeting from US$ 10.5 million negotiated in 2009 to US$ 998.3 million in 2010, according to data from the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), the sweetness of this fruit is very appreciated by the domestic market. The small shipments, especially to the European Community, are blamed on the lingering effects of the global economic crisis and the unfavorable exchange rate, among other factors. In the meantime, with the economy picking up steam in the domestic EXPORTS FELL scenario, production got BELOW US$ 1 back on track after the decline in 2009, and is MILLION being absorbed. The figures of the 32 Brazilian crop, leading global producer, which had already reached 1.78 and 1.71 billion fruit in 2007 and 2008, respectively, remained at 1.47 billion pieces in 2009, according to a survey by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). For the 2010 and 2011 seasons, the estimates by the institution point to a total of 1.48 and 1.44 billion fruit respectively. The decline in 2009 is believed to have been caused by climate problems, says economist Clóvis Oliveira de Almeida, of Embrapa Cassava and Fruit Farming, based in Cruz das Almas (BA). What also had an influence on the result, including exports, was the decision of a company in Ceará to get out of the business due to the attacks of a disease caused by a fungus known as Fusarium subglutinans. The scourge reduced the crop from 100 million to 17 million pieces, from 2008 to 2009, in that State, which then ranked as fifth biggest Sílvio Ávila tion. During the time of the analysis, its harvest reached 255 million pineapples. Seeking higher production volumes, Bahia now ranks fourth, with 121 million fruit. For 2010, IBGE ranks the producers as follows: Paraíba (258 million pieces of fruit), Pará (256 million), Minas Gerais (222 million) and Bahia (139 million). DESPENCOU - PLUMMETED Exportações de abacaxi Ano US$ FOB Peso (kg) 2009 10.580.302 19.817.923 2010 998.318 1.889.842 Fonte: Secex/MDIC ESTÁVEL - STABLE Produção brasileira de abacaxi Ano Área (ha) Volume (mil frutos) 2008 65.982 1.712.365 2009 60.176 1.470.995 2010* 55.533 1.488.875 2011* 55.048 1.443.224 Fonte: IBGE (Pesquisa Agrícola Municipal) *Estimativas IBGE (Levantamento Sistemático da Produção) producer in Brazil. The figures were released by researcher Aristóteles Pires de Matos, of the same Embrapa Unit, and coordinator of the Integrated Pineapple Production Program in Brazil, spreading sustainability concepts throughout the states, based on the use of low levels of polluting agrochemicals. He maintains the importance of marketing promotions abroad, focused on the characteristics and variety of the fruit. Within this context, the Secretariat of Agriculture, Irrigation and Land reform of Bahia (Seagri-BA) comments that the Pérola variety, cultivated in the region of Itaberaba, is now attracting aficionados in the European continent. Among the different States, the leadership in pineapple production is now pursued by three of them. Paraíba is the front runner, with 263 million fruit in 2009. Pará is the leader in planted area (9,978 ha in 2009, but the trend is pending downward) and its production volumes do not differ much from the previous State (241 million pieces). Minas Gerais, the leading producer in the year 2000, has recently been occupying either the second or third posi- SUSTENANCE The pineapple crop drives the economy of the small towns located in the major producing regions and earns them a prominent position. This is the case of Floresta do Araguaia, which belonged to the town of Conceição do Araguaia, in Pará, but was raised to the town status in 1993. Its 19 thousand inhabitants are known to derive their livelihoods, jobs and income from pineapple crops. Known as the Pineapple Land or Pineapple Town, Floresta da Araguaia is the leading pineapple producer in the State: in 2009, its production reached 175 million pieces, whilst in 2004 it was 216 million, and exports to Europe started in 1998. Every year, the Pineapple Festival is held in the month of July. Monte Alegre de Minas, a town in Minas Gerais, which ranked first in the production of pineapples in other periods, claims to be the “Land of Happiness and Brazilian Pineapple Capital”. In 2009, it harvested 96 million fruit. Other towns in the Triângulo Mineiro region, like Frutal and Canápolis, are also prominent producers. In Paraíba, the highlight is the small town of Itapororoca, in Zona da Mata, with 15 thousand people and 72 million pineapples in 2009, alongside other towns across the region, like Santa Rita and Araçagui. In this area, there is competition between pineapple and sugarcane, where the latter is making strides due to its everrising economic role, but pineapples are succeeding in retaining their importance, support and market, on the grounds of high quality crops. In the meantime, in the words of Aristóteles Pires de Matos, of Embrapa, other small communities spread across the North and Northeast have woken up to the crop, with two districts standing out – Novo Remanso and Vila do Engenho, both in the municipality of Itacoatiara, in Amazonas. There, a 1,200-hectare plantation supplies the capital city and the regional pulp market for school meals, attesting to the strength and wealth of Brazil’s tropical fruits. 33 Banana Banana Cacho farto Sílvio Ávila Produção brasileira de bananas foi de 7,072 milhões de toneladas em 2010, mantendo o País na posição de quinto maior produtor mundial 34 A safra brasileira de bananas deverá ser maior em 2011 na comparação com o ano anterior. A colheita prevista é de 7,506 milhões de toneladas, 6,14% superior aos 7,072 milhões colhidos em 2010, conforme estimativa do levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a segunda fruta mais produzida no País, só perdendo para a laranja. A vantagem é que pode ser colhida o ano todo e em todas as regiões do País. A oferta só diminui em períodos de frio intenso no Sul e no Sudeste. A região Nordeste liderou a produção em 2010 com 2,679 milhões de t. Em segundo lugar ficou o Sudeste com 2,261 milhões de t. Na sequência estão Sul (1,026 milhão de t), Norte (845.957 t) e Centro-Oeste (257.612 t). O Estado de São Paulo foi o principal produtor, com 1,271 milhão de t, seguido pela Bahia, que registrou volume de 1,079 milhão. Em ordem decrescente posicionam-se os estados de Santa Catarina (672.892 t), Minas Gerais (654.314 t), Pernambuco (542.295 t), Pará (527.432 t) e Ceará (445.169 mil t). A tendência de crescimento também é apontada para a área colhida, que deverá abranger 535 mil hectares em 2011, ultrapassando em 6,95% a extensão de 500 mil ha do período antecedente. A área ocupada pelo bananal deverá registrar avanço de 5,36%, passando dos 536 mil ha de 2010 para 565 mil na temporada atual. Apenas a produtividade deverá regredir em 0,76% na safra corrente, quando deve passar de 14.123 quilos por ha em 2010 para 14.016 kg/ha neste ano. O Brasil é o quinto maior produtor mundial, atrás de Índia (36 milhões de t), Filipinas (9,1 milhões de t), China (8,2 milhões de t) e Equador (7,6 milhões de t). De acordo com o pesquisador Edson Perito Amorim, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas (Bahia), a falta de variedades melho- radas com boas características agroa de 2009, que ficou em US$ (FOB) nômicas é um dos obstáculos que o 39,394 milhões. Segundo o gerentesetor enfrenta, assim como problemas -executivo do Instituto Brasileiro de no pós-colheita, na comercialização Frutas (Ibraf ), Maurício Ferraz, do e na conservação dos frutos. Outros total exportado em 2010, 75 mil t entraves são as doenças, em especial a foram destinadas para Argentina e sigatoka-negra, que atinge São Paulo, Uruguai. A fruta saiu da região Sul, especialmente do Estado de Santa Santa Catarina e Norte do Brasil; a sigatoka-amarela e o mal-do-Panamá. Catarina. A Europa importou cerca de 63 mil t. Ferraz explica que os A exportação brasileira de banana negócios foram afetados por probleem 2010 teve queda de 3%, ficando mas climáticos, como o excesso em 139.553 toneladas, de chuvas, provocando contra as 143.871 t de 2009. Em a saída de grandes mulreceita, a soma ÁREA E PRODUÇÃO tinacionais que atuavam no setor. Além disso, a de 2010 – US$ DEVEM CRESCER valorização do real tor(FOB) 45,398 EM 2011 nou os preços brasileiros milhões – supemenos atrativos. rou em 15,24% FAVORÁVEL Os bons preços pagos pela banana colhida na região Norte do Estado de Minas Gerais em 2010 estimularam os produtores a investirem mais na atividade nesta safra. Segundo o diretor-presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), Dirceu Colares, os bananais foram ampliados em cerca de 10% e renovados. A estimativa é de incremento na produção de cerca de 300 toneladas ao ano. A área cultivada em 2010 era de 11.000 hectares. O aumento da extensão plantada ocorreu em áreas novas, onde está sendo implantado o projeto Jaíba. Na safra passada, o preço médio pago pela caixa de banana-prata de 20 quilos foi R$ 18,00, valor 17% maior que o registrado em 2009 e 76% acima do estipulado para cobrir os gastos com a cultura. Cerca de 90% do cultivo na região é de banana-prata. A Abanorte representa cerca de 3.000 produtores, dos quais 500 só plantam banana. A lavoura é toda irrigada. As outras frutas cultivadas são limão tahiti, manga, mamão, maracujá, goiaba e melancia. A maioria dos produtores são de porte médio com propriedades de aproximadamente 100 ha. A fruta é comercializada no mercado mineiro e nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Colares destaca que estão obtendo excelentes resultados com a opção pelo controle biológico, usando o mínimo necessário de produtos químicos. O ganho é proporcionado pela adesão à Produção Integrada de Frutas (PIF). Atualmente, 3.000 hectares estão aptos à certificação do PIF. No entanto, o diretor da Abanorte lamenta que a diferenciação ainda não tenha agregado um valor maior ao produto na hora da comercialização. Um dos fatores que beneficiaram os preços da banana mineira em 2010 foi o aumento da demanda devido à redução da oferta no Vale do Ribeira, situado a 192 quilômetros de São Paulo e 220 quilômetros do Paraná. De acordo com a Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), a produção de 2010 teve queda de 40%, provocada pelas enchentes ocorridas nos primeiros meses do ano. O volume produzido foi de 880 mil toneladas. A região reúne em torno de 3.600 produtores, que cultivam 46.000 hectares, dos quais 60% são de nanica e 40% de prata. De acordo com a Abavar, 5% dos fruticultores seguem as normas da PIF e a colheita ocorre o ano todo. A média de produção por hectare é de 18 toneladas de prata e 30 t de nanica. O mercado interno de São Paulo consome 90% da produção. A expectativa da Abavar é que a safra de nanica será grande no começo de 2011 e com falta de banana-prata. Isso eleva os preços nos primeiros meses do ano, que devem diminuir com a chegada da safra de prata em agosto. 35 Large bunch Production of bananas in Brazil amounted to 7.072 million tons in 2010, keeping the Country in its position as 5th biggest worldwide producer The Brazilian banana crop in 2011 is expected to be bigger than last year. Total harvest is estimated at 7.506 million tons, up 6.14% from the 7.072 million tons in 2010, according to a survey by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). It is the second most produced fruit in Brazil, coming only after oranges. Its edge over other fruit lies in the fact that it grows in all regions and is harvested year round. Supplies only decrease during cold winter periods in the South and Southeast. The Northeast was the leader in production in 2010 with 2.679 million tons. It was followed by the Southeast, with 2.261 million tons. The following regions come next: South (1.026 million tons), North (845,957 t) and the Center-West (257,612 t). The State of São Paulo was the main producer with 1.271 million tons, followed by Bahia, where the volume reached 1.079 million. In decreasing order, the following states also produce bananas: Santa Catarina (672,892 t), Minas Gerais (654,314 t), Pernambuco (542,295 t), Pará (527.432 t) and Ceará (445,169 mil t). The rising trend also holds for the harvested area, which is to reach 535 thousand hectares in 2011, up 6.95% from the 500 thousand hectares in the previous season. Areas devoted to bananas are estimated to soar 5.36%, from 536 thousand hectares in 2010 to 565 thousand in the current season. Only average yields per hectare are reckoned to drop 0.76% in the current crop, falling from 14,123 kilos per ha in 2010 to 14,016 kg/ha this year. Brazil ranks first among the biggest banana producers in the world, coming only after India (36 milPLANTED AREAS lion t), Philippines (9.1 milAND PRODUCTION lion t), China (8.2 million ARE POISED TO SOAR t) and Ecuador (7.6 million t). According to researcher IN 2011 36 Edson Perito Amorim, of Embrapa Cassava and Fruit Farming, in Cruz das Almas (Bahia), the lack of enhanced varieties with good agronomic characteristics is one of the obstacles faced by the sector, accompanied by post-harvest, commercialization and conservation problems. Other hurdles are diseases, particularly black sigatoka, which infests São Paulo, Santa Catarina and the North of Brazil; yellow sigatoka and the Panama disease. Brazilian banana exports dropped 3% in 2010, remaining at 139,553 tons, compared to 143,871 t in 2009. In revenue, the total in 2010 – US$ FOB 45.398 million – was up 15.24% from 2009, when it was US$ (FOB) 39.394 million. According to the executive manager of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Maurício Ferraz, of the total volume exported in 2010, 75 thousand tons were destined for Argentina and Uruguay. The bananas were produced in the South, especially in the State of Santa Catarina. Europe imported about 63 thousand tons. Ferraz remarks that the businesses were ill affected by climate problems, like excessive precipitation, resulting into big multinational groups getting out of the business. Furthermore, the high value of the Brazilian currency made Brazilian prices less attractive. RADIOGRAFIA - X-RAY Produção brasileira de banana Descrição Brasil (t) 2010* 2011* 7.072.076 7.506.187 Variação 6,14% Área plantada (ha) 536.370 565.137 5,36% Área colhida (ha) 500.732 535.533 6,95% Produtividade (kg/ha) 14.123 14.016 - 0,76% Fonte: IBGE - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola *Estimativas paid for the bananas produced in the North of Minas Gerais in 2010 encouraged the farmers to invest more in this crop. According to the president of the Central Association of Fruit Growers in North Minas Gerais (Abanorte), Dirceu Colares, the banana plantations were expanded by some 10% and renewed. As a result, production volumes are reckoned to soar about 300 tons a year. The planted are in 2010 reached 11,000 hectares. The biggest area increases occurred in new regions, where the Jaíba project is now being implemented. At the previous crop, a 20-kilo box of silver banana sold for an average of R$ 18.00, up 17% from 2009 and 76% above the stipulated production cost. The silver banana variety predominates in about 90% of all cultivations. Abanorte represents about 3,000 producers, of which 500 are entirely devoted to cultivating bananas. The farms are irrigated. Other fruit cultivated in the region are Tahiti lemon, mango, papaya, guava, passion fruit and watermelon. Medium-scale growers prevail across the region, with farms of approximately 100 hectares. The fruit are sold in Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo and Espírito Santo. Colares refers to excellent results achieved through biological control methods, with scarcely any use of agrochemicals. The gain is provided by the adhesion to the Integrated Fruit Production Program (PIF). Currently, 3,000 hectares comply with all the PIF certification standards. Nevertheless, the director of Abanorte regrets that the difference has not yet added any relevant value at commercialization. One of the factors that greatly benefited the prices of the bananas produced in Minas Gerais in 2010 was a significant rise in demand derived from the crop frustration in Vale do Ribeira, situated 192 kilometers from São Paulo and 220 kilometers from Paraná. According to the Banana Growers Association of Vale do Ribeira (Abavar), the crop in 2010 suffered a reduction of 40%, caused by the floods occurred over the first months of the year. Total production reached 880 thousand tons. The region comprises some 3,600 growers, with a planted area of 46,000 hectares, of which 60% are nanica and 40% silver. According to Abavar, 5% of the farmers comply with the PIF standards, and harvest takes place year round. Average yield per hectare reaches 18 tons of silver banana and 30 tons of nanica. The internal market in São Paulo consumes 90% of the entire production. Abavar is expecting a huge nanica crop in early 2011, while there will be shortages of silver bananas. This drives up the prices over the first months of the year, but with the arrival of the silver crop in August, they will go down again. Sílvio Ávila FAVORABLE The good prices 37 Sílvio Ávila Laranja Orange 38 Chuva chata Condições climáticas desfavoráveis na época da floração levaram à diminuição da produção nos pomares de laranja As condições climáticas prejudicaram a safra brasileira de laranja em 2010 nas principais regiões produtoras. Em São Paulo, Estado que detém 80% do parque citrícola comercial do País, a colheita atingiu a 297,5 milhões de caixas de 40,8 quilos, queda de 1% em relação às 300 milhões de caixas obtidas em 2009. No levantamento de dezembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em convênio com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), foram desconsideradas 22,6 milhões de caixas perdidas e 2,1 milhões de caixas produzidas para consumo doméstico. A área total plantada em São Paulo é de 608,6 mil hectares, com pomar produtivo de 555,1 mil ha. A produtividade ficou abaixo da média estadual com 1,75 caixa por planta. Do total comercializado, a estimativa é que 82,7% tenham sido destinados à indústria processadora de suco, o equivalente a 246,1 milhões de caixas. A produção nacional, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está estimada para 2010 em 18,9 milhões de toneladas em área cultivada de 802,5 mil ha. No ano anterior, a safra brasileira ficou em 17,6 milhões de t. O engenheiro agrônomo Antônio Marcos Alves de Oliveira, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), órgão da SAA, que atua em Mogi Mirim, no leste do Estado, explica que no segundo semestre de 2009, no período de floração dos pés, ocorreram muitas chuvas, diminuindo em até 30% a produção em algumas regiões. “Com a safra menor e baixos estoques de suco, o preço da laranja ao produtor melhorou bastante”, enfatiza. Segundo ele, citricultores sem contrato com a indústria chegaram a receber R$ 15,00 pela caixa, enquanto aqueles com contrato antigo não passaram de R$ 11,00. As dificuldades enfrentadas pelo setor frearam os investimentos em novos pomares, situação que acabou se revertendo em 2010. Conforme dados da Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo (CDA), em 2009 foram vendidas 5 milhões de mudas de citros e, em 2010, a comercialização subiu para 11 milhões de mudas. “Esses números mostram a recuperação do setor em função da melhora no preço recebido por caixa”, destaca. Dessa forma, IBGE ESTIMA a expectativa é que haja cresSAFRA DE 18,9 cimento de safra em 2011, MILHÕES DE tanto que a Conab estima TONELADAS EM para o período produção de 353 milhões de caixas no Es2010 tado de São Paulo. EXPORTAÇÕES Em relação ao mercado externo, o ano de 2010 reservou uma grata surpresa: aumento significativo nos embarques de laranja fresca. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), foram embarcadas 37,8 mil toneladas da fruta, o que gerou receita de US$ 16,2 milhões. O desempenho foi superior a 2009 em 44,44% do volume e 43,49% do faturamento. O incremento deve-se às melhorias ocorridas no tratamento da fruta nos pomares e nos packing houses. Até meados dos anos 2000, havia muitas restrições à laranja brasileira em função da ocorrência da pinta-preta, doença causada pelo fungo Guignardia citricarpa, que provoca a queda dos frutos. 39 Tiresome rain Unfavorable climate conditions at blossoming time reduced yields in the orange orchards Sílvio Ávila The 2010 orange crop in Brazil suffered huge losses induced by unfavorable climate conditions. In São Paulo, State that is home to 80% of all commercial citrus crops in the Country, harvest amounted to 297.5 million 40.8- 40 kilo boxes, down 1% from the 300 million boxes in 2009. The December survey, conducted by the National Supply Company (Conab), jointly with the Secretariat of Agriculture and Supply of São Paulo (SAA), disregarded 22.6 million boxes that got lost and 2.1 million destined for domestic consumption. The total planted area in São Paulo reaches 608.6 thousand hectares, with productive orchards covering an area of 555.1 thousand hectares. Productivity fell below average in the state and remained at 1.75 boxes per plant. Of the total, it is estimated that 82.7%, equivalent to 246.1 boxes, were destined for the juice processing industry. Nationwide, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the production volumes are estimated to reach 18.9 million tons in 2011, harvested from an area of 802.5 thousand hectares. In the previous year, the size of the Brazilian orange crop reached 17.6 million tons. Agronomic engineer Antônio Marcos Alves de Oliveira, DO PÉ - TREE BY TREE Produção brasileira de laranja Ano Toneladas 2007 18.684.985 2008 18.538.084 2009 17.618.450 2010* 18.982.647 Fonte: IBGE / *Estimativa CONQUISTOU - A CONQUEST Exportações de laranja Ano Valor (US$ FOB) Volume (kg) 2009 11.343.154 26.185.254 2010 16.276.736 37.821.810 Fonte: Secex member of the Integral Technical Assistance Department (Cati), an organ of the SAA, based IBGE ESTIMATES in Mogi Mirim, east of the THE CROP AT state, explains that in the 18.9 MILLION second half of 2009, at blosTONS IN 2010 soming time, heavy rains occurred, reducing by up to 30% the production volumes in some regions. “With the smaller crop and low juice stocks, farm gate orange prices improved considerably”, he says. According to him, independent citrus producers, with no industry contract, fetched up to R$ 15.00 a box, while those chained to longterm contracts received no more than R$ 11.00. The difficulties faced by the growers curbed investments in new orchards, a situation that was reversed in 2010. According to data by the São Paulo Agriculture Defense Department (CDA), in 2009 sales of citrus seedlings amounted to 5 million and, in 2010, it was 11 million. “These figures attest to the recovery of the sector, as a result of the higher prices per box”, he points out. This leads us to expect a rise in the 2011 crop, and Conab openly refers to a crop of 353 million boxes for 2011, in the State of São Paulo. EXPORTS Regarding the foreign market, the year 2010 had a pleasant surprise in store: soaring shipments of fresh oranges. According to data released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), 37.8 thousand tons of the fruit were shipped abroad, bringing in revenue of US$ 16.2 million. The performance was up 44.44% in volume and 43.49% in revenue from 2009. The credit of this excellent performance goes to improvements to orchard cultural practices and to packing houses. Until mid-2000, there were an array of restrictions levied on Brazilian oranges by virtue of black spot outbreaks, a disease caused by the fungus Guignardia citricarpa, which causes the fruit to fall from the trees. 41 Limão Lemon Ganhando terreno Sílvio Ávila São Paulo ainda domina a área de limão no Brasil, mas novos pomares se expandem em outros estados 42 A qualidade do limão colhido em 2010 foi prejudicada pela prolongada estiagem, entre julho e agosto, que atingiu os pomares do Estado de São Paulo, maior produtor do País. Conforme as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra foi de 972.437 toneladas, repetindo o desempenho de 2009, em área plantada de 41.388 hectares. Com relação ao mercado externo, ocorreu queda de 4,99% no volume, tendo sido embarcadas 63.060 t em 2010. A receita apurada no período apresentou crescimento de 15,82% frente a 2009, fechando em US$ 50,6 milhões. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O presidente da Associação dos Produtores e Exportadores de Limão (Abpel), Waldyr Promícia, destaca que 2010 foi um bom ano para o produtor. Com menos fruta no mercado, a caixa de 27 quilos chegou a ser vendida a R$ 20,00. “Em anos anteriores, a melhor média nunca havia passado de R$ 14,00”, conta. Em janeiro de 2011, por exemplo, a EXPANSÃO São Paulo ainda detém 80% do parque produtivo de limão do Brasil. No entanto, é visível a expansão dos pomares por todo o País. Um bom exemplo vem da região norte de Minas Gerais, impulsionado pelo projeto Jaíba, que é um grande programa de irrigação na margem do rio São Francisco. Os promotores da iniciativa são a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf ), ligada ao Ministério da Integração Nacional, e a Fundação Rural Mineira, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Os primeiros trabalhos de implantação começaram há 30 anos. Na caixa estava sendo vendida a R$ 10,00. Para o exportador, contudo, a remuneração não foi a esperada. “Por causa da baixa qualidade da fruta não se conseguia um preço que compensasse”, justifica. No entanto, conforme Promícia, em janeiro de 2011 já podia-se sentir a recuperação do setor. “Melhorou a qualidade e tivemos mais demanda”, enfatiza. O limão também estava sendo prejudicado pela recessão provocada pela crise econômica de 2008 e 2009. Segundo o presidente da Abpel, uma das surpresas ESTIMATIVA entre os mercados consumidores no exterior tem APONTA PARA sido a Inglaterra, que hoje COLHEITA 2010 é o melhor comprador IGUAL À DE 2009 do Brasil, ultrapassando a Alemanha. Em fevereiro de 2011, a Abpel realizou uma promoção em escolas na Inglaterra, batizada de Lime Day, dentro do programa setorial Brazilian Fruit. “Apresentamos o limão e os alunos criaram as receitas”, conta. primeira etapa foram abrangidos 19 mil hectares. A segunda fase está em consolidação, com aproximadamente 16 mil ha. A intenção, que era chegar a 100 mil ha na conclusão do projeto, passou a ser de 70 mil ha, em função das restrições impostas pelo Código Florestal. O Jaíba tem como carro-chefe a fruticultura, principalmente com banana e manga, e atualmente possui áreas com cana-de-açúcar. Entre as frutas cultivadas no norte de Minas, o limão é uma das que mais cresce. Há sete anos foi criada a Associação dos Produtores de Limão, Manga e Outras Frutas do Jaíba (Aslim). O presidente da entidade, Darcy da Silveira Glória, explica que houve toda uma pre- paração com participação em feiras e visitas a regiões produtoras. Em 2004, os associados começaram a exportar. “Saiam dois contêineres por semana”, conta Glória. Depois de usar packing houses alugados ou emprestados, a Aslim construiu a sua própria estrutura com câmara fria, inaugurada em junho de 2010. “Hoje sai do Jaíba seis contêineres de limão por dia para Salvador (BA) e Santos (SP)”, comemora. Os associados possuem 3 mil ha em produção, num total de 930 mil pés. Segundo Glória, a tendência é aumentar a área com limão e também as vendas externas, com a implantação de uma empresa exportadora em Jaíba, facilitando os embarques. 43 Gaining momentum Inor /Ag. Assmann São Paulo is still the leading lemon producer in Brazil, but new orchards are finding their way into other states SEM NOVIDADES NO NOVELTIES Produção brasileira de limão Ano Toneladas 2007 1.018.703 2008 965.333 2009 972.437 2010* 972.437 Fonte: IBGE / * Estimativa ROTA DE SAÍDA - EXIT ROUTE Exportações de limão Ano Valor (US$ FOB) Volume (kg) 2009 43.771.018 66.374.045 2010 50.693.603 63.060.909 Fonte: Secex 44 The quality of the lemons harvested in 2010 was affected by the prolonged drought, from July to August, which hit the orchards in the State of São Paulo, leading producer in the Country. According to estimates by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the crop amounted to 972,437 tons, a repeat of the performance in 2009, from a planted area of 41,388 hectares. As to the foreign market, there was a 4.99% decline in volume, and 63,060 t were shipped in 2010. Revenue derived from the exports was up 15.82% from 2009, totaling US$ 50.6 million. The figures were released by the Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). The president of the Association of Lemon Producers and Exporters (Abpel), Waldyr Promícia, emphasizes that 2010 was a good year for the producers. With less fruit in the market, a 27-kg box sold for R$ 20.00. “In previous years, the highest average had never exceeded R$ 14.00”, he remarks. In January 2011, for example, a box was selling for R$ 10.00. SIZE OF 2010 The remuneration for the exporters, nonetheCROP ON A PAR less, lagged behind their expectations. “In light WITH 2009 of the low quality of the fruit, no compensatory prices were achieved”, he justifies. Nevertheless, according to Promícia, by January 2011, there were strong signs of recovery. “Quality improved and so did demand”, he stresses. Lemon sales were also caught in the net of the ripple effects of the 2008 and 2009 economic downturn. According to the president of Abpel, Britain has come as a surprise among the foreign consumers, and is now the leading buyer of Brazilian lemons, surpassing Germany. In February 2011 Abpel conducted promotional works, christened Lime Day, in British schools, , within the context of the Brazilian Fruit program. “We introduced the lemon, and the students came up with the recipes”, he says. EXPANSION São Paulo is still home to 80% of Brazil’s lemon production park. Nevertheless, there is no doubt about the expansion of the orchards across the entire Country. A good example comes from the North of Minas Gerais, driven by the Jaíba project, which consists in a huge irrigation program alongside the São Francisco River. The initiative is under the responsibility of the Development Company for the São francisco and Parnaíba River Valleys (Codevasf ), an organ of the National Integration Ministry, and Fundação Rural Mineira, linked to the Secretariat of Agriculture, Livestock and Food Supply of Minas Gerais. The first implementation works started 30 years ago. The first step involved 19 thousand hectares. The second step is now going through its consolidation phase, comprising approximately 16 thousand hectares. The target of 100 thousand hectares by the conclusion of the project, was reduced to 70 thousand by virtue of restrictions imposed by the Forestry Code. Fruit farming is Jaíba’s flagship, particularly bananas and mangos and, more recently, sugar cane plantations, too. Among the fruit cultivated in North Minas Gerais, lemon crops are constantly soaring. Seven years ago, the Association of Lemon, Mango and other Jaíba Project Fruit Producers (Aslim) was created. The president of the entity, Darcy da Silveira Glória, explains that the long preparation work included attendance at fairs and visits to fruit producing regions. In 2004, the associate members began shipping their products abroad. “Initially, it was two containers per week”, Glória recalls. After resorting to leased or rented packing houses, Aslim built its own structure, equipped with a cold storage, inaugurated in June 2010. “Now it is six lemon containers a day that leave Jaíba for Salvador (BA) and Santos (SP)”, she celebrates. The affiliated members have 3 thousand hectares under production, totaling 930 thousand plants. According to Glória, the trend is for lemon planted areas to increase and exports are supposed to follow suit, through the implantation of an export company in Jaíba, which is supposed to pave the way for shipments abroad. 45 Maçã Apple Castigada Sílvio Ávila Clima inadequado é o responsável pela queda de até 25% na produção brasileira de maçã na safra 2010/11 46 Ao contrário do ciclo anterior, a produção de maçã da safra 2010/11 vai amargar queda no volume total entre 20% e 25%. “A cultura foi prejudicada, principalmente, pela ocorrência de granizo e geadas tardias em algumas regiões e pela temporada atual ser novamente de alternância para a variedade fuji”, relata Pierre Nicolas Pérès, presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM). Pela estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recuo da produção deverá ser de 8,70%. A safra atual deverá ser composta pelos seguintes tipos de maçã: 62% de gala, 32% de fuji e 6% de outras variedades. A colheita de 2009/10 rendeu 1,274 milhão de toneladas, superando em 4,44% a temporada 2008/09, que produziu 1,220 milhão de t. De acordo com Pérès, o resultado foi beneficiado pelas condições climáticas, que favoreceram a geração de frutos com tamanho maior. O ano também foi de recuperação de alternancia da variedade fuji. Os pomares da fruta estão concentrados na região Sul, que respondeu por 1,272 milhão de t em 2009/10. Santa Catarina colheu 680 mil t, seguida de Rio Grande do Sul (537.507 t) e Paraná (55.350 t). O Estado de São Paulo, com 1.848 t, é o único que aparece como produtor da região Sudeste, conforme o IBGE. O ciclo passado registrou produtividade média de 33,1 t por hectare. A área total plantada ocupou 30.154 ha. O pre- sidente da ABPM explica que não há levantamento das áreas plantadas que ainda não entraram em produção, mas considera-se que essas macieiras ocupem entre 5% e 10% da área total. O IBGE apura percentual menor, em torno de 1,66%. Os fatores mais comuns que impedem uma área de ser colhida são granizo severo, geada tardia e se o pomar não tiver entrado em produção. Dependendo do tipo de muda, os primeiros frutos começam a ser produzidos entre o segundo e o quarto ano de plantio. “Os números referentes às áreas colhida e plantada em 2009/10 têm a ver SETOR GERA apenas com os pomares ainda não pro176 MIL EMPREGOS dutivos, já que não DIRETOS E foram relatadas perdas INDIRETOS significativas por granizo e geada na referida temporada”, observa. Segundo Pérès, o consumo aparente é de cerca de 4,94 quilos por habitante ao ano. Estudo do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), da economista Vera Regina Carvalho, de julho de 2010, aponta que o segmento da maçã gera, direta e indiretamente, cerca de 176.500 empregos. EM QUEDA O Brasil exportou 90.839 toneladas de maçãs em 2010, 7,5% inferior às 98.264 t comercializadas no ano anterior. Em valor, a queda foi de 1,7%, rendendo US$ 55,365 milhões, em 2010, ante US$ 56,328 milhões em 2009. “Principalmente a valorização do câmbio brasileiro tem desestimulado, nos últimos anos, a exportação em volume”, esclarece Pierre Nicolas Pérès, presidente da ABPM. Do total negociado, 80,2% foi comprado por países que integram a União Europeia e 3,6% pela Comunidade dos Estados Independentes, com a Rússia representando quase 100% desse percentual menor. A Geórgia também adquiriu um pequeno volume. Os demais destinos foram Ásia (8,09%); Oriente Médio (4,5%); África (2%); Nafta, que abrange Estados Unidos, Canadá e México (1,28%); e outros mercados (0,34%). Conforme Pérès, as variedades exportadas são principalmente as que compõem o grupo da gala, representando cerca de 75%. A fuji responde por 15% e outras variedades, 10%. “Em 2011, deveremos ter queda no volume exportado em relação a 2009, especialmente em função da valorização da moeda nacional frente ao euro”, estima. O Brasil importou 76.879 t de maçãs em 2010. Desse volume, 63% vieram da Argentina, 30,24% do Chile, 3,51% da França, 1,58% da Itália e 1,66% de outras origens. A compra externa representou US$ 60,046 milhões, tornando a balança comercial do produto deficitária. “Resultado totalmente atrelado à moeda brasileira, que está valorizada”, destaca Pérès. As duas variedades mais compradas são Red delicious, que compõe a principal oferta da Argentina, e gala, que é o grosso da oferta de países como Chile, França e Itália. É difícil, segundo o presidente da ABPM, estimar como a importação vai se comportar em 2011. “O câmbio poderá estimular um aumento. Por outro lado, a Europa tem estoque de maçãs em torno de 10% inferior ao de 2010 e os Estados Unidos, cerca de 3% menor”, pondera. 47 Sílvio Ávila Severely affected by Rio Grande do Sul (537,507 t) and Paraná (55,350 t). The State of de São Paulo, with 1,848 t, is the only state in the Southeast that produces apples, from IBGE sources. Average yields in the previous season reached 33.1 t per hectare. The total planted area occupied 30,154 hectares. The Contrary to the previous year, the 2010/11 apple crop president of ABPM explains that there is no survey of the plantis 20% to 25% smaller than last year. “The plantations ed areas that have not started producing yet, but it is believed were particularly damaged by untimely hailstorms and that these apple trees correspond from 5% to 10% of the total, frost conditions in some regions and by the fact that the but IBGE sources refer to a smaller area, about 1.66%. fuji variety predominates in the current apple variety alThe most common factors that prevent an area from beternation stage”, says Pierre Nicolas Pérès, president of the ing harvested are severe hailstorms, late frost conditions and Brazilian Association of Apple Growers (ABPM). Accordwhen the orchard has not started producing yet. Depending ing to an estimate by the Brazilian Institute of Geography on the type of seedling, the first fruit develop between the and Statistics (IBGE), the crop is supposed to second and the fourth year after planting. recede 8.70%. The current crop comprises “The figures referring to the areas planted SECTOR GENERATES and harvested in the 2009/10 crop year the following varieties: 62% gala, 32% 176 THOUSAND fuji and 6% of other varieties. only address the non-productive orchards, DIRECT AND The 2009/10 harvest reached 1.274 since no significant losses due to hailmillion tons, up 4.44% from the 2008/09 storms and frost conditions have been INDIRECT JOBS season, when the total volume amounted to reported with regard to the crop in ques1,220 million tons. Peres understands that the tion”, he observes. good climate conditions were responsible for the According to Pérès, consumption seems to remain at generation of big fruit. The year was also high season for the 4.94 kilos per person a year. A study by the Regional Bank fuji variety, which alternates with other varieties. The orfor the Development of the Extreme South (BRDE), conchards of this variety are mainly located in the South, where ducted under the supervision of Vera Regina Carvalho, in a total of 1.272 million tons were produced in the 2009/10 July 2010, credits the apple segment with the generation of season. Santa Catarina harvested 680 thousand t, followed about 176,500 jobs. Unfavorable climate blamed for a 25-percent drop in the Brazilian apple crop in 2010/11 48 ON THE DECLINE Brazil exported 90,839 tons of apples in 2010, down 7.5% from the 98,264 t sold the previous year. In value, the fall reached 1.7%, bringing in US$ 55.365 million in 2010, against US$ 56.328 million in 2009. “Basically, it is the Brazilian exchange rate policy that has been discouraging export initiatives over the past few years”, clarifies Pierre Nicolas Pérès, president of ABPM. Of the total shipments, 80.2% were destined for the European Union countries and 3.6% for the Community of Independent States, with Russia accounting for almost 100% of this minor percentage. Georgia has also acquired a small volume. The other destinations were Asia (8.09%); Middle East (4.5%); Africa (2%); Nafta, comprising the United States, Canada and Mexico (1.28%); and other markets (0.34%). According to Pérès, the most exported varieties belong to the gala group, corresponding to 75%. Fuji accounts for 15% and the other varieties, for 10%. “In 2011, exports will certainly be smaller than in 2009, particularly by virtue of the high values of the national currency against the euro”, he reckons. Brazil imported 76,879 t of apples in 2010. Of this volume, 63% came from Argentina, 30.24% from Chile, 3.51% from France, 1.58% from Italy and 1.66% from other origins. Foreign purchases amounted to US$ 60.046 million, causing a deficit to the trade balance of this fruit. “A result chained to the now high valued Brazilian currency”, says Pérès. The two most purchased varieties are Red delicious, especially from Argentina, and gala, mostly supplied by Chile, France and Italy. At the moment, the ABPM comments, there is no way estimating how apple imports are going to fare in 2011. “The exchange rate may push imports up. On the other hand, the apple stocks in Europe are 10% smaller than in 2010, and in the United States they are 3% lower”, he ponders. NA SEQUÊNCIA IN THE SEQUENCE Histórico da produção brasileira Ano Volume (t) 2005 850.535 2006 863.019 2007 1.115.379 2008 1.124.155 2009 1.220.499 2010 1.274.705 2011 1.163.819 * Fonte: IBGE / *Estimativa SABOR DO SUL TASTE OF THE SOUTH Produção brasileira de maçã 2010* Estado Volume (t) Santa Catarina 680.000 Rio Grande do Sul 537.507 Paraná 55.350 São Paulo Total Fonte: IBGE / *Estimativa 1.848 1.274.705 Mamão Papaya Por amadurecer Sílvio Ávila Enquanto a oferta nacional de mamão mantém-se estável, o volume exportado está em queda 50 sequência do aumento da oferta e da queda na renda no A produção brasileira de mamão, a maior do mundo, segundo semestre de 2010, a tendência para a temporada apresenta poucas alterações nos últimos anos. Desde 2006 2011 aponta para redução ou a não renovação de pomares. oscila entre 1,8 e 1,9 milhão de toneladas anuais, enquanto A estimativa do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ) para a exportação do produto, de reconhecida qualidade e que já 2010 era de manutenção da produção. obteve resultados melhores, estacionou em 27 mil t. O dado A exportação do produto, que chegou a alcançar 39 mil mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística t em 2003, ficou em 30 mil, 27,5 mil e 27 mil t, respecti(IBGE), relativo a 2009, registra oferta de 1,792 milhão de vamente, em 2008, 2009 e 2010, limitando-se t, ante 1,890 milhão da temporada anterior. A área ainda a 1,5% da colheita. O valor obtido colhida foi de 34,2 mil hectares, inferior aos com as operações internacionais em 2010 36,5 mil ha do ano precedente. COLHEITA RENDEU foi US$ 35,1 milhões, pouco acima dos Em termos de rentabilidade, o Va1,7 MILHÃO DE US$ 34,4 milhões alcançados em 2009. lor Bruto da Produção (VBP) em 2009 TONELADAS Os principais destinos têm sido Comunifoi calculado em R$ 1,348 bilhão, bem EM 2009 dade Europeia e Estados Unidos. acima do R$ 1 bilhão apurado um ano O maior exportador é o Estado do Espíriantes. Esse fato teria justificado uma nova to Santo, com 12,3 mil t em 2010 (mesmo nível recuperação da área em 2010, na ordem de do período anterior), seguido da Bahia, que embarcou 7,6 mil t, 7%, referentes às principais regiões de plantio, segundo registrando alta na comparação com 2009, quando vendeu 6,4 análise de Aline Mariana Rodrigues, da Equipe Hortifruti Brasil, do Centro de Economia Aplicada (Cepea) da Escola mil t ao exterior. Em termos de produção, a Bahia colhe mais Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), vinculada (891 mil t em 2009), seguida de Espírito Santo (550 mil t), Ceará e Rio Grande do Norte, ambos com 104 mil t. à Universidade de São Paulo (USP). Porém, como con- OLHAR DIFERENCIADO Para o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Papaya (Brapex), Francisco Faleiro, está-se enfrentando uma grave crise na atividade. “Convive-se com um problema muito sério de ampliação de custos na produção, sobretudo relacionados à mão de obra, que teve uma elevação na ordem de 1.000% em oito anos”, analisa. Cita também aumentos nos insumos agrícolas de quase 500% numa década, enquanto o câmbio teve expansão abaixo de 75%, além de considerar o custo financeiro muito alto – chega a atingir de 20% a 24%. Paralelamente, registra dificuldades em relação a adversidades climáticas nos últimos dois anos. Todos esses fatores levaram o setor a perder competitividade no mercado externo. Para o futuro, Faleiro não vê boas perspectivas se não houver “um olhar diferenciado do governo para o setor agrícola exportador, como um todo, que tanto representa para a balança comercial (40%)”. Vê imperiosidade de revisão na política trabalhista; desoneração fiscal; e estabelecimento de um câmbio distinto para a atividade. O diretor técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Aureliano Nogueira da Costa, tem uma visão otimista em relação à cultura. A entidade, que no fim de 2010 lançou mais uma variedade de mamão para o tipo Formosa, substituindo semente importada, tem atuado no acompanhamento técnico e monitoramento da produção, que no Espírito Santo apresenta rendimento superior, incluindo áreas irrigadas. Na avaliação de Costa, o mercado interno mostra-se bom e busca-se inserir o produto no programa da merenda escolar, além de outros espaços, como nos grandes eventos esportivos previstos para o País. Ademais apresenta-se como uma cadeia preferencial na diversificação frutícola do Estado. A representatividade da cultura para o principal estado produtor é destacada pelos dados da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia (Seagri). Além de render mais de R$ 700 milhões por ano, gera cerca de 10 mil empregos diretos no campo e 15 mil indiretos. 51 Ripening up While things remain stable on the national supply side, exported volumes have been falling Sílvio Ávila The Brazilian papaya crop, the largest in the world, has been rather stable over the past years. Since 2006 it has remained in the range of 1.8 and 1.9 million tons a year, whereas exports of the fruit, of an acknowledged high quality and with better performance in the past, have stabilized at 27 thousand tons. The latest figure released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), relative to 2009, registers a supply of 1.792 million tons, compared to the 1.890 million in the previous year. The planted area reached 52 34.2 thousand hectares, while last year it was 36.5 thousand. On the profit side, the Gross Production Value (GPV) in 2009 was calculated at R$ 1.348 billion, much above the R$ 1 billion the year before. This fact was supposed to have justified a new area recovery in 2010, around 7%, in the major growing regions, according to an analysis by Aline Mariana Rodrigues, of Equipe Hortifruti Brasil, of the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), linked with the Higher Agricultural School Luiz de Queiroz (Esalq), a division of the University of São Paulo (USP). Nevertheless, as a consequence of soaring supply and falling income in the second half of 2010, the trend for 2011 points to area reductions or no orchard renewal initiatives. The Brazilian Fruit Institute (Ibraf ) had estimated a stable production volume for 2010. Shipments abroad, which amounted to 39 thousand tons in 2003, fell to 30 thousand, 27.5 thousand and 27 thousand, respectively in 2008, 2009 and 2010, representing 1.5-percent of the entire harvest. The value derived from international operations last year reached US$ 35.1 million, slightly above the US$ 34.4 million in 2009. Major destinations have been the European Community and the United States. The State of Espírito Santo is the leading exporter, with 12.3 thousand tons in 2010 (equal to the last period), followed by Bahia, with 7.6 thousand tons, exceeding the 2009 figures, when the state shipped 6.4 thousand tons abroad. In terms of production, Bahia harvested more (891 thousand tons in 2009), followed by Espírito Santo (550 thousand t), Ceará and Rio Grande do Norte, both with 104 thousand t. HARVEST AMOUNTED TO 1.7 MILLION TONS IN 2009 VALORIZADA - HIGHLY VALUED Exportações de mamão Ano US$ FOB Peso (Kg) 2009 34.457.466 27.554.464 2010 35.121.752 27.057.332 Fonte: Secex/MDIC FORÇA REDUZIDA - REDUCED STRENGTH Produção brasileira de mamão Ano Área colhida (ha) Produção (t) 2008 36.585 1.890.286 2009 34.213 1.792.594 Fonte: IBGE (Pesquisa Agrícola Municipal) A VIEW FROM A DIFFERENT ANGLE The president of the Brazilian Papaya Export Association (Brapex), Francisco Faleiro, spots a serious crisis in the activity. “We are going through a serious problem of rising production costs, particularly with regard to labor, which soared around 1,000% over the past eight years”, he analyzes. He also refers to almost 500-percent increases in input prices, over a decade, while the exchange rate soared barely 75%, besides taking into consideration the high financial costs – from 20% to 24%. Making things worse, there have been unfavorable climatic conditions over the past two years. All these factors made the sector less competitive in the international market. For the future, Faleiro does not spot any good perspective, unless “the federal government views the entire agricultural export sector from a different angle, as a whole, for its relevant role in the trade balance (40%)”. He also considers it urgent to take the following steps: a revision of the labor policy; tax exemption; and the establishment of a specific exchange rate for the activity. The technical director of the Espírito Santo Institute for Agricultural Research, Technical Assistance and Rural Extension (Incaper), Aureliano Nogueira da Costa, is rather optimistic with regard to the crop. The entity, which launched a new papaya variety of the Formosa type in late 2010, replacing imported seed, has given technical assistance and monitored production, now showing higher yields in the State of Espírito Santo due to irrigation operations. In Costa’s view, the domestic market is doing well and now what is pursued is the insertion of the fruit into school meals, besides other possible consumption spaces, like at huge sports events scheduled throughout the Country. Furthermore, papaya crops fit perfectly into the category of fruit diversification initiatives across the entire State. The representative status of the crop for the leading producer state is stressed through data released by the Bahia Secretariat of Agriculture, Irrigation and land Reform (Seagri). Besides generating revenues that exceed R$ 700 million a year, it is responsible for around 10 thousand direct jobs and 15 thousand indirect ones. 53 Manga Mango De volta pra casa Sílvio Ávila Desvalorização cambial e avanço pouco expressivo em produção fizeram o setor manter o foco no mercado interno 54 estimativa de produção do setor para 2010, conforme Quem tem a oportunidade de apreciar o Vale do São o Ibraf, revela que os números permaneceram estáveis. Francisco de cima entende porque a região é referência naLima aponta que, com a expansão da área plantada até cional quando o assunto é manga. Os contornos do rio São 2008, houve elevação em termos de oferta e, consequenFrancisco dividem as atenções com o verde das centenas de pomares da fruta. Dos céus é possível admirar a cultura agrí- temente, queda dos preços e redução do volume de procola que movimenta a economia de nordestinos e brasileiros. dução. Assim como em outras áreas do agronegócio, o câmbio também interferiu nas transações da manga. Afinal, são cerca de 23 mil hectares de plantações que dão à O pesquisador da Embrapa e o vice-presidente de região o título de maior exportador brasileiro da fruta. relações internacionais da Associação dos Produtores e ExEm 2010, o País embarcou 124.694 toneladas de manportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São ga, 13,15% a mais que em 2009, de acordo com dados do Francisco (Valexport), Arthur de Souza, concordam que, Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ). Desse número, 99.002 com a crise econômica, há três anos, as atent saíram do vale para ganhar solo internacioções dos produtores não se voltaram apenas nal, ou seja, aproximadamente 80% dos PRODUÇÃO DE para o mercado externo, mas, também, para embarques nacionais. Em valores, o setor movimentou US$ 119,9 milhões, MANGA ESTÁ ESTÁVEL as vendas internas. Prova disso é a expectativa quanto ao selo de Indicação Geográfica, cono que representou variação positiva EM 1,19 MILHÃO DE cedido pelo Instituto Nacional da Propriedade 23,15% na comparação com o ano TONELADAS de Industrial (Inpi) em agosto de 2009. anterior. Entre os principais compradores Para Lima, a utilização do selo, que figuraram países da Europa, como a Hoencontra-se em processo de implantação, surge landa, para onde foram enviadas 60.941 t, e como diferencial no mercado nacional ao estabelecer um os Estados Unidos, que importaram 24.610 t. padrão nas vendas. O otimismo com a iniciativa também Quanto à produção, de acordo com o doutor em economia aplicada João Ricardo Ferreira de Lima, da Em- percebe-se nas palavras de Souza. Na avaliação dele, a certificação vai agregar qualidade e reconhecimento às frutas brapa Semiárido, de Petrolina (PE), a mangicultura não produzidas no polo, além de beneficiar centenas de produregistrou incremento significativo. De acordo com dados tores e de possibilitar que o consumidor os identifique no do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), competitivo cenário internacional. em 2009 a colheita nacional foi de 1,197 milhão de t – a NOVA ERA Ao lançar o selo de Indicação Geográfica (IG) durante a edição de 2010 da Feira Nacional da Agricultura Irrigada (Fenagri), realizada em Petrolina, o Vale do São Francisco deu início a um novo período de desenvolvimento na área da fruticultura. Com a certificação, conquistada por meio da parceria da União das Associações e Cooperativas dos Produtores de Uvas Finas de Mesa e Mangas do Vale do Submédio São Francisco (Univale) junto a instituições, como a unidade de Pernambuco do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PE), a Embrapa Semiárido e a Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), serão beneficiados 342 produtores de manga e uva de mesa de Petrolina e Juazeiro (BA). Conforme o pesquisador João Ricardo Ferreira de Lima, da Embrapa Semiárido, o selo, primeiro do País para frutas in natura e que reúne produtores de dois estados, visa a evitar que a produção de outros lugares leve o nome do Vale do São Francisco. Dessa forma, protege a qualidade e a notoriedade dos frutos produzidos na região, além de estabelecer um padrão de qualidade. A identificação pode ser vista ainda como modelo para políticas de desenvolvimento regional. O próximo passo será a caracterização das frutas e a pradronização necessária para que o produto tenha selo de IG, salienta Arthur de Souza, da Valexport. Os critérios serão definidos por um comitê gestor composto por representantes de instituições relacionadas com a iniciativa. A previsão é de que o selo passe a ser usado ainda em 2011. Por se tratar de uma marca, sua utilização, porém, será possível apenas para os filiados da Univale. 55 Sílvio Ávila Back home Exchange rate depreciation and scarce advance in production induced the sector to keep the focus on the domestic market Those who have a chance to watch Vale do São Francisco from above understand why the region is a national reference when the subject turns to mangos. The hundreds of lush green fruit orchards across the surroundings of the São Francisco River really capture the attention of the visitors. 56 From the sky, it is possible to admire the crop that drives the economy of the people in the Northeast and Brazil. After all, 23 thousand hectares are devoted to this fruit, turning the region into the leading Brazilian exporter of this fruit. In 2010, mango shipments reached 124,694 tons, up 13.15% from 2009, from sources of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ). A total of 99,002 t left the Valley for international soil, that is to say, representing approximately 80% of all national mango shipments abroad. In values the sector raked in US$ 119.9 million, which represented a positive variation of 23.15% compared to the previous year. Major buyers included European countries, like Holland, the destination of DEVAGAR - SLOWLY Produção brasileira de manga Ano Volume (em t) 2008 1,154 2009 1,197 2010* 1,197 Fonte: IBGE / *Estimativa COM DESTINO EXPORT ORIENTED Exportação brasileira de manga Ano Volume (em t) 2008 133,724 2009 110,202 2010 124,694 Fonte: Ibraf NEW ERA The Geographical Indication label, launched during the 2010 edition of the National Fair of Irrigated Agriculture, held in Petrolina, gave rise to a new era of fruit farming development in Vale do São Francisco. With the certification, conquered through a partnership between the Associations and Cooperatives Union of the Fine Table Wines and Mango Producers of the SubMid São Francisco Valley (Univale) and such associations as the Pernambuco Unit of the sebe Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae), Embrapa Semiarid and the Agriculture Federation of Pernambuco (Faepe), 342 mango and table grape producers in Petrolina and Juazeiro (BA) will be benefited. According to researcher João Ricardo Ferreira de Lima, of Embrapa Semiarid, the label, pioneer in the Country for fresh fruit, comprising producers of two states, is intended to prevent the production of other regions to bear the Vale do São Francisco name. It therefore protects the quality and the reputation of the fruit produced in the region, besides introducing a quality pattern. The identification could further be viewed as a model for regional development policies. The next step will consist in the characterization of the fruit and the necessary standardization for the product to bear the GI label, says Arthur de Souza, of Valexport. The criteria are to be defined by a management committee made up of representatives of institutions related to the initiative. It is estimated that the label will enter into force before 2011 comes to a close. As it is a trademark, only Univale affiliated members will be allowed to use it. 60,941 t, and the United States, with imports of 24,610 t. and Byproducts Exporters (Valexport), Arthur de Souza, has it that, because of the economic crisis, three years ago, the With regard to production, according to João Ricardo growers began to focus not only on the foreign market, but Ferreira de Lima, PhD in applied economics, of Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE), mango farming did not register any on the domestic, too. What attests to this is the expectation for the Geographical Indication label, granted by the Nasignificant expansion. Data from the Brazilian Institute of Getional Institute for Industrial Property (Inpi), ography and Statistics (IBGE), reveal that in 2009 in August 2009. the total crop in Brazil amounted to 1.197 In Lima’s view, the use of the label, now million t – while the estimated volume MANGO going through the implementation process, for 2010, according to Ibraf, reveals PRODUCTION makes a difference in the domestic market, stable figures. Lima comments that, with STABLE AT 1.19 since it sets a sales pattern. The optimism the expansion of the area planted up to MILLION TONS 2008, supplies rose and, consequently, regarding this initiative also surfaces in Souza’s words. In his evaluation, certification will add prices went down, and production volumes quality and recognition to the fruit produced in were reduced. Just like in other agribusiness areas, the exchange rate also interfered in mango transactions. the hub, besides benefiting hundreds of growers, while givEmbrapa researcher and vice-president of international ing the consumers in the tight international market a chance affairs with São Franscico Vale Association of Vegetables to identify the product. 57 Melão Melon Aqui e acolá Sílvio Ávila Com importante presença na pauta de exportações de frutas, melão ganha espaço no mercado interno, no qual vendas cresceram 25% em 2010 58 nua sendo o câmbio defasado e incerto, avalia o presidente A liderança alcançada pelo melão no volume de frutas do Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do exportadas pelo Brasil manteve-se em 2010. No principal Norte (Coex), Francisco Cipriano de Paula Segundo. Conpolo produtor, na divisa dos estados de Rio Grande do tudo, após participar de evento anual do setor realizado em Norte e Ceará, mais de 80% da colheita segue para outros fevereiro na Europa, observa pequena e lenta resposta positipaíses, mas sem deixar de atender ao mercado interno. Após va em nível externo diante das dificuldades econômicas ainum ano de dificuldades em 2009, quando os problemas da presentes. No seu entender, já se permite expectativa de econômicos mundiais determinaram redução entre 13% leve aumento nas compras e recuperação de preços, ficando e 20% nas operações externas do produto, 2010 também mais próximos dos patamares históricos. Ele destaca as ações não correspondeu devidamente às expectativas, ficando as desenvolvidas para ampliar as vendas aos Estados Unidos, vendas próximas ao obtido anteriormente. A quantidade coque compram pequena quantia e mercializada (majoritariamente para a Europa) ficou em praticamente apenas durante um 177,8 mil toneladas, montante 3,3% abaixo do ano mês. Vislumbra meios de encamipassado. O valor recebido – US$ 121,969 milhões EMBARQUE DE 177 nhar o assunto nas tratativas comer– praticamente se igualou ao do ciclo antecedente MIL TONELADAS ciais que envolverão a visita do pree foi superado pelo da uva. RENDEU US$ 121 sidente americano, Barack Obama, O comércio para fora do País ficou abaixo MILHÕES ao Brasil em março de 2011. do esperado especialmente no segundo semestre, O setor, contudo, também está por conta do clima mais frio na Europa, inibindo o de olho bem aberto para o aquecido consumo, e da queda de produtividade no polo produmercado doméstico, com a ascensão de renda da população. tor nos últimos meses do ano, conforme análise de Letícia O dirigente do Coex tem informações de que o comércio Julião, integrante da equipe Hortifruti Brasil, do Centro interno do melão tenha aumentado até 25% em 2010, mas de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), vin- enxerga condições de crescer mais. O assunto é pauta na culada à Universidade de São Paulo (USP). No fim de 2010, Câmara Setorial da Fruticultura, da qual Segundo participa. Entre os temas debatidos pela câmara estão o consumo aininiciaram-se chuvas intensas que se estenderam exageradas da baixo de frutas no País (54 quilos por habitante ao ano até o início de 2011 e prejudicaram a atividade, além da bacontra 200 kg na Europa) e a importância de se incentivar a talha contra as pragas. inserção delas no cardápio. Outro grande problema enfrentado para exportar conti- RUMO À ESTABILIDADE Depois do recuo de 495 mil para 340 mil toneladas em 2008, a produção de melão no País atingiu a 403 mil t em 2009, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e ficou nesse patamar em 2010, de acordo com estimativa feita com o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ). Em 2009, registrou-se a saída de uma grande empresa do setor e, em 2010, outra interrompeu momentaneamente atividades com a cultura. No caso da Agrícola Famosa, que se destaca na produção e na exportação de frutas, com áreas no Ceará e no Rio Grande do Norte, o movimento foi inverso – ampliou a área de melão de 3.400 para 4.000 hectares. O Rio Grande do Norte ultrapassou o Ceará em produção na temporada 2009, com 201 mil t, ficando o segundo colocado com 124 mil t. Em termos de áreas colhidas, apresentaram 7.182 e 4.888 ha, respectivamente. No âmbito das transações internacionais, os cearenses, com dois portos, garantiram maior volume embarcado: 108 mil t, em 2009, e 103 mil t no último ano. Produção representativa de melão ocorre ainda no Vale do São Francisco, na divisa dos estados da Bahia e de Pernambuco, que inclusive registrou incremento de área de 1.360 para 2.000 ha em 2010. A ampliação deve-se à melhoria dos preços no mercado interno em 2009, conforme levantou o Cepea. Os dois estados, nos dados do IBGE de 2009, figuravam, respectivamente, com 32 mil e 16 mil t. E, entre as áreas cultivadas com a planta naquele ano, o Rio Grande do Sul destacou-se com 2.146 ha e produção de 18 mil t. 59 Here and there An important item on the list of fruit exports, melons are now working their way into the domestic market, where sales were up 25% in 2010 Sílvio Ávila Melon sales, ranking first in fruit exports in Brazil, held steady throughout the year 2010. In the major producing hub, at the borders between the States of Rio Grande do Norte and Ceará, more than 80% of the harvest is destined for other countries, but without overlooking the domestic scenario. After a year of difficulties in 2009, when the global economic problems resulted into a reduction of around 13% to 20% in the foreign operations of the product, 2010 was equally not entirely favorable, and foreign sales barely reached the levels of the previous year. The amounts negotiated (mainly to Europe) remained at 177.8 thousand tons, down 3.3% 60 from the previous year. The revenue from this sale – US$ 121.969 million – did not differ much from the previous season and was outstripped by the revenue from grape sales. Foreign sales did not live up to expectations, especially in the second half of the year, on account of the colder climate in Europe, inhibiting consumption, and because of the decline in productivity in the producing hub over the final months of the year, according to an analysis by Letícia Julião, member of the Hortifruti Brasil team, of the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), a division of the High Agricultural School Luiz de Queiroz (Esalq), linked to the University of São Paulo (USP). In late 2010, the growing regions experiSHIPMENT OF 177 enced flood conditions THOUSAND TONS that went on until early BROUGHT IN US$ 2011, causing losses to the crop and triggered 121 MILLION pest outbreaks. Another serious prob- lem that hinders exports is the erratic exchange rate, says the president of the Phytosanitary Executive Committee of Rio Grande do Norte (Coex), Francisco Cipriano de Paula Segundo. Nevertheless, after attending an annual event of the sector held in Europe in February, he spots a minor and slow positive response to the still existing economic crunches at international level. In his view, there is slight expectation for soaring purchases and price recovery, approaching the historical levels. He mentions the initiatives carried out towards expanding our sales to the United States, a country that purchases small amounts, but practically during only one month. He foresees a chance to have the subject included in the trade negotiations which are to involve the visit of the American president Barack Obama to Brazil, in March 2011. The sector is, however, also keeping an eye towards the bustling domestic market, where the purchasing power of the people is on the rise. The Coex official has learned that domestic melon sales soared 25% in 2010, and spots chances for further strides. The subject is on the agenda of the Fruit Farming Sectorial Council, he serves as a member. The subjects debated by the council include the low consumption levels of fruit in the Country (54 kg per person a year, compared to 200 kg in Europe) and the importance of encouraging the insertion of fruit in the daily diet. HEADING FOR STABILITY After a retraction from 495 thousand tons to 340 thousand in 2008, the production of melons in the Country reached 403 thousand tons in 2009, according to figures released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), and remained at that level in 2010, from an estimate by the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ). In 2009, a huge company of sector got out of the business and in 2010, another one interrupted temporarily its activities in this crop. In the case of Agrícola Famosa, which is a prominent fruit producer and exporter, with planted areas in the States of Ceará and Rio Grande do Norte, what happened was just the opposite – it expanded it planted area from 3,400 to 4,000 hectares. Rio Grande do Norte outstripped Ceará in production volumes in the 2009 season, with 201 thousand tons, ranking second with a total of 124 thousand tons. In terms of harvested areas, they reached 7,182 and 4,888 ha, respectively. With regard to international transactions, Ceará, with two ports, came out first in volumes shipped abroad: 108 thousand tons in 2009, and 103 thousand last year. Noteworthy melon crops also take place in Vale do São Francisco, at the borders of the States of Bahia and Pernambuco, where the planted area soared from 1,360 to 2,000 hectares in 2010. The expansion is due to better prices in the domestic market in 2009, according to Cepea figures. The two States, from IBGE figures in 2009, produced 32 and 16 thousand tons, respectively. And among the areas planted to melon at that year, the State of Rio Grande do Sul contributed with 2,146 hectares and a production volume of 18 thousand tons. PODE MELHORAR - LIKELY TO RISE Exportações de melões frescos Ano US$ FOB Peso (kg) 2008 152.132.031 211.789.635 2009 122.094.688 183.911.976 2010 121.969.814 177.828.525 Fonte: Secex/Aliceweb TUDO IGUAL - NO CHANGE Produção brasileira de melão Ano Área (ha) Produção (t) 2008 15.788 340.464 2009 17.544 402.959 2010* 17.559** 402.959 Fonte: IBGE/Ibraf *Estimativa **Área plantada 61 Uva Grape Faltou força Sílvio Ávila Com números de produção e de exportação estáveis, setor vitivinícola brasileiro ainda trabalha para reverter quadro imposto desde 2008 62 De acordo com Loiva Maria, no último ano o País apreMesmo munida de grandes poderes nutritivos, energétisentou déficit comercial de US$ 189,45 milhões, 60,84% cos e terapêuticos, as uvas brasileiras não conseguiram comsuperior ao verificado em 2009. Houve aumento nas imporbater o quadro de produção estabelecido desde 2008, quantações de todos os itens e redução nas exportações de suco do a crise econômica mundial fez os números diminuírem de uva, vinhos de mesa e espumantes. Quanto às transações de modo considerável. A taxa de câmbio, a competitividade atrelada a outros países produtores, o alto custo de produção internacionais de uvas frescas, os números se mostraram um pouco mais animadores. De acordo com o Instituto Brasileie o desestímulo dos vitivinicultores foram alguns dos fatores ro de Frutas (Ibraf ), foram embarcadas 60.805 t em 2010, o que inviabilizaram a expansão do setor, segundo o pesquique gerou receita de US$ 136,6 milhões. No ano anterior, os sador na área de economia João Ricardo Lima, da Embrapa envios totalizaram 54.559 t, no valor de US$ 110,5 milhões. Semiárido, de Petrolina (PE). O mercado externo para suco de uva, Junto a isso, fatores climáticos desfavoráveis nas vinhos de mesa e espumantes, poáreas de plantio de uvas para vinhos influenciaCOLHEITA DE rém, apresentou redução. ram de modo negativo. O resultado foi a coQuanto às áreas plantada e colhilheita de 1,295 milhão de toneladas em 2010, UVAS CAIU PARA da, os números mostram evolução. redução de 3,74% em relação ao ano anterior, 1,295 MILHÃO No Brasil, de acordo com o Instituto quando foram contabilizadas 1,345 milhão de DE TONELADAS Brasileiro de Geografia e Estatístit. Conforme a pesquisadora Loiva Maria Ribeica (IBGE), ocorreu incremento de ro de Mello, da Embrapa Uva e Vinho, de Bento 1,37% e 2,04%, respectivamente. O mais Gonçalves (RS), a maior queda ocorreu na Bahia expressivo se deu no Estado pernambucano, que plantou (-13,51%), seguida por Minas Gerais (-10,05%). O Rio 8.801 hectares em 2010 (em 2009 foram 7.104 ha). ConforGrande do Sul, maior produtor nacional, registrou dimime Loiva Maria, a viticultura ainda está sendo implantada nuição de 6,06% e colheu 692,6 mil t. Pernambuco foi o em outros estados como Mato Grosso do Sul, Goiás, Espíriúnico Estado que apresentou incremento, com 6,13% a to Santo, Ceará e Piauí. mais que em 2009. RECORDISTA O cenário da viticultura nacional, em 2010, também reservou espaço para destaques. De acordo com dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), a comercialização no mercado interno de espumantes e de suco de uva 100% natural, no período de janeiro a dezembro, foi recorde em comparação com o mesmo período do ano anterior. O comércio de vinhos espumantes elaborados no Rio Grande do Sul registrou acréscimo de 12%, com venda de 12,5 milhões de litros. Ao contabilizar as transações em Santa Catarina e no Vale do São Francisco, o volume supera os 14,5 milhões de litros. A comercialização do suco de uva 100% natural, pronto para beber, apresentou balanço positivo. Ao total, foram oferecidos 31,8 milhões de litros no ano anterior, contra 25,5 milhões de litros nos 12 meses de 2009, acréscimo de 24,5%. O aumento também ocorreu nas vendas de vinhos finos tintos. Foram 3,4% a mais em 2010, ou seja, 13,48 milhões de litros. Desempenho superior registrou o setor de vinhos rosados com crescimento de 10%. No desempenho geral, contudo, vinhos finos e de mesa sofreram queda de 3,3%, com a colocação de 232 milhões de litros no mercado, perante 240 milhões comercializados em 2009. 63 Lacking strength With stable production and export figures, the winemaking sector in Brazil is still trying hard to reverse the picture that has predominated since 2008 Although laden with nutritional, energetic and therapeutic powers, Brazilian grapes have not managed to fight the production picture in force since 2008, when the global economic crisis pressed down the numbers considerably. The exchange rate, competitiveness chained to other producer countries, high production costs and the discouragement of the winegrowers were some of the factors that made it unviable for the sector to expand, says economy researcher João Ricardo Lima, of Embrapa Semiárido, in Petrolina (PE). GRAPE CROP RECEDED TO 1.295 MILLION TONS Along with these hardships, unfavorable climate problems in the wine grape planting areas exerted a negative influence. The result was a crop of 1.295 million tons in 2010, down 3.74% from the previous year, when it totaled 1.345 million t. According to researcher Loiva Maria Ribeiro de Mello, of Embrapa Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS), the biggest reduction took place in Bahia (-13,51%), followed by Minas Gerais (-10,05%). Rio Grande do Sul, lead- 64 ing national producer, registered a reduction of 6.06% and harvested 692.6 thousand t. Pernambuco was the only state that experienced a 6.13-percent rise from 2009. According to Loiva Maria, last year the Country’s trade deficit was as high as US$ 189.45 million, up 60.84% from 2009. All items experienced higher imported volumes, while exports of grape juice, table wines and sparklings declined. With regard to international fresh grape transactions, the figures look a little bit more encouraging. According to the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), in 2010, shipments abroad amounted to 60.805 tons, generating revenue of US$ 136.6 million. In the previous year, shipments totaled 54,559 t, worth US$ 110.5 million. Exports of grape juice, table wines and sparklings, however, experienced declines. Regarding planted and harvested areas, the figures show evolution. In Brazil, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), they were up 1.37% and 2.04%, respectively. The most expressive rise occurred in the State of Pernambuco, where 8,801 hectares were devoted to the crop in 2010 (in 2009 it was 7,104 ha). Loiva Maria understands that winegrowing is now being established in other states, like Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Ceará and Piauí. Sales of 100-percent ready- to-drink natural grape juices, showed a positive balance. In all, sales of the previous year amounted to 31.8 million liters, compared to the 25.5 million liters over the 12 months in 2009, up 24.5%. Sales of fine wines also soared. In 2010, they rose 3.4%, totaling 13.48 million liter. Rosé wines also celebrated a higher performance, soaring 10%. But if the performance is considered as a whole, sales of fine wines and table wines dropped 3.3%, with 232 million liters placed in the market, compared to the 240 million sold in 2009. Inor /Ag. Assmann RECORD HOLDER The national winegrowing scenario also reserved room for highlights in 2010. Data released by the National Wine Institute (Ibravin), refer to record sales of sparklings and 100-percent natural grape juices in the domestic market, compared to the same period the year before. The market of sparklings made in Rio Grande do Sul soared 12%, and sales reached 12.5 million liters. If the transactions in Santa Catarina and in Vale do São Francisco are added, the volume exceeds 14.5 million liters. RETOMADA - REVITALIZATION Exportação brasileira de uva Ano Volume (em t) 2008 82.242 2009 54.559 2010 60.805 Fonte: Ibraf EM DECLÍNIO - GOING DOWN Produção brasileira de uva Ano Volume (em t) 2008 1,399 2009 1,345 2010* 1,295 Fonte: IBGE e Embrapa Uva e Vinho *Estimativa 65 Sílvio Ávila Ações Actions 66 Todos os gostos Em grandes quantidades ou em pequenas porções, Brasil produz ampla variedade de frutas, algumas delas mais direcionadas ao consumo interno reduzidas em função da doença pinta-preta”, relata. Cerca de A fruticultura brasileira oferece uma grande variedade 70% do volume negociado foi para o Canadá. de opções entre cores, formatos e sabores. A diversidade A produção de melancia em 2009 alcançou a 2,056 estende-se ao volume produzido e ao montante comercialimilhões de t, superando a colheita de 1,995 milhão de t em zado nos mercados interno e externo. O coco-da-baía, por 2008. “Boa parte é consumida no mercado interno e não é exemplo, é uma das frutas que o País produz em grande um mau negócio”, destaca o gerente executivo do Ibraf. Em quantidade. Em 2010, a colheita foi de 1,965 milhão de 2010, o Brasil embarcou 28.262 t, quantidade 27% menor toneladas, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de que as 39.039 t comercializadas no ano anterior. A Holanda Geografia e Estatística (IBGE). Em anos anteriores, a safra importou cerca de 54% da fruta e o chegou a 1,973 milhão de t, em 2009, e a 2,149 Reino Unido, em torno de 25,5%. O milhões de t em 2008. PRODUÇÃO negócio foi afetado pelo encerramento A região Nordeste é a principal produtoDE PÊSSEGO das atividades de uma empresa exportara, respondendo por 1,457 milhão de t em E MARACUJÁ dora. Porém, conforme Ferraz, algumas 2010. A fruta é mais abundante na Bahia empresas estão aumentando a produção (502.364 t), no Ceará (266.256 t), em SergiPRECISA CRESCER para atender ao mercado em 2011. pe (253.621 t), no Pará (244.549 t) e em PerCadeia que precisa ampliar a produção nambuco (217.126 t). É encontrada ainda nos é a do pêssego. A oferta nacional nem sempre é suficiente estados de Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande para suprir o consumo, como ocorreu em 2009. No período, do Norte, Paraíba, Alagoas, Piauí e Maranhão. a colheita foi de 216.236 t e foi necessário importar 11.000 Grande parte da produção é consumida internamente t. “O Brasil precisa investir em novas variedades de pêssego em forma de água de coco, que também é exportada. Em para suprir a demanda interna”, sugere Ferraz. A exportação, 2010, os embarques somaram 407.737 t, que resultaram em da mesma forma, somou apenas 174 t em 2010. Ele reforça US$ (FOB) 121.240. A tendência é que o volume enviado que a produção da maioria das frutas de clima temperado ao exterior mantenha-se nesse patamar, segundo o gerente ainda é muito deficiente. executivo do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Maurício Quanto ao maracujá, o gerente executivo ressalta que o Ferraz. Os principais compradores de água de coco são PorPaís deixou de ser grande exportador para ser importador. tugal, Espanha e Egito. Em 2009, a colheita foi de 718.709 t e, atualmente, o Brasil Outro destaque em volume produzido é a tangerina, compra polpa para a fabricação de néctar. A Bahia responque atingiu a 1,094 milhão de t em 2009, conforme o deu por 322.755 t da fruta, seguida por Ceará (129.001 t), IBGE. A produtividade por hectare foi de 19,97 t e a área Sergipe (44.486 t), Espírito Santo (42.320 t), Minas Gerais colhida ocupou 54.814 hectares. A produção localiza-se em (35.108 t) e outros estados (145.128 t). São Paulo (415.054 t), Paraná (271.845 t), Rio Grande do Quem diria mas, segundo Ferraz, o cheiro da goiaba não Sul (146.352 t), Minas Gerais (132.795 t), Rio de Janeiro agrada o comprador europeu. As vendas externas são de ape(36.646 t) e outros estados (91.737 t). Conforme Ferraz, nas 150 t, das quais 63 t seguem para a França. A temporada a fruta teve uma baixa de mais de 55% na exportação em brasileira de 2009 rendeu 297.377 t, com Pernambuco e São 2010, com embarque de 1.977 t, enquanto no ano anterior Paulo produzindo dois terços do total. foram enviadas 4.411 t. “As vendas para a Europa foram 67 Sílvio Ávila For all tastes In huge amounts or small portions, Brazil produces an array of different fruit species, some of them geared mostly towards domestic consumption Fruit farming in Brazil offers a variety of options, including colors, shapes and tastes. This diversity extends to the volumes produced and to the quantities marketed at home and abroad. The common coconut, for example, is one of the fruit that is abundantly grown in the Country. In 2010, total harvest reached 1.965 million tons, according to a survey by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). In previous years, the crop amounted to 1.973 million tons, in 2009, and to 2.149 million tons in 2008. The Northeast is a major producer and accounted for 1.457 million tons in 2010. The fruit is more abundant in (502,364 t), in Ceará (266,256 t), in Sergipe (253,621 t), in 68 Pará (244,549 t) and in Pernambuco (217,126 t). It is also found in the states of Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Piauí and Maranhão. A huge part of the crop is consumed in the domestic market in the form of coconut milk, which is also exported. In 2010, the shipments abroad amounted to 407,737 t, which brought in US$ (FOB) 121,240. The trend is for the volumes shipped abroad to remain at this level, comments the executive manager of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Maurício Ferraz. The main buyers of coconut milk are Portugal, Spain and Egypt. Another fruit produced in huge amounts is the tanger- ine, which reached 1.094 million tons in 2009, from IBGE sources. Yield per hectare was 19.97 t and the harvested area occupied 54,814 hectares. Production is located in São Paulo (415,054 t), Paraná (271,845 t), Rio Grande do Sul (146,352 t), Minas Gerais (132,795 t), Rio de Janeiro (36,646 t) and other states (91,737 t). According to Ferraz, exports of the fruit dropped more than 55% in 2010, with shipments of 1,977 t, compared to the previous year’s 4,411 t. “Sales to Europe suffered reductions because of outbreaks of a disease known as black spot”, he says. About 70% of the volume negotiated was shipped to Canada. The production of watermelons in 2009 reached 2.056 million tons, outstripping the harvest of 1.995 million tons in 2008. “A huge part is consumed in the domestic market, and is good business, too”, says Ibraf executive manager. In 2010, Brazil shipped abroad 28,262 t, down 27% from the 39,039 t marketed the year before. Holland imported about 54% of the fruit and the United Kingdom,25,5%. The business was affected by the decision of an export company to shut down its activities. However, according to Ferraz, some companies are now increasing their production volumes to meet the market needs in 2011. The peach fruit chain needs to expand its production volumes. National supplies are rarely enough to meet consumption needs, a fact that occurred in 2009. Over the period, total harvest amounted to 216,236 t and 11,000 t had to be imported. “Brazil should invest in new peach varieties to supply the domestic market”, Ferraz suggests. Exports equally followed suit and reached only 174 t in 2010. He stresses that the production volumes of most temperate fruit are still lagging behind. Regarding the passion fruit, the executive manager regrets the fact Brazil no longer exports this fruit, but is now an importer. In 2009, total harvest remained at 718,709 t and, currently, Brazil purchases pulp for manufacturing nectar. Bahia accounted for 322,755 t of the fruit, followed by Ceará (129,001 t), Sergipe (44.486 t), Espírito Santo (42.320 t), Minas Gerais (35.108 t) and other states (145,128 t). It may sound odd, but, according to Ferraz, the smell of guava does not please the European buyers. Foreign sales barely reach 150 t, of which, 63 t are PEACH AND destined for France. The 2009 PASSION FRUIT season in Brazil amounted to CROPS ARE 297,377 t, with Pernambuco LAGGING BEHIND and São Paulo responsible for two thirds of this volume. 69 Sílvio Ávila Riquezas a explorar Região Norte do Brasil possui a maior diversidade de frutas nativas, que agora são reconhecidas como de clima equatorial conta hoje com 12.000 hectares plantados com o cupuaçiA região Norte do Brasil possui a maior diversidade de zeiro. A espécie apresenta melhor rendimento de produção árvores frutíferas do País, com cerca de 220 espécies produem área parcialmente sombreada. Por esse motivo, os potoras de frutos comestíveis, ou seja, 44% da diversidade de mares foram implantados, quase na totalidade, em sistemas frutas nativas do território nacional. “São frutas que ainda agroflorestais, ou seja, em associação com culturas perenes, não sabemos nem como consumi-las, mas que precisamos inclusive com árvores produtoras de madeira. realizar estudos e pesquisas para sistematizar a produção”, A polpa é exportada em pequena escala para o Japão. defende Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Instituto “Começa a entrar no mercado norte-americano, pois está Brasileiro de Frutas (Ibraf ). Em volume, a região contribui sendo utilizada em mistura (mix) com o açaí e o guaraná”, com apenas 8% da produção nacional de frutas, conforme o relata o pesquisador. O bacuri é outra fruta com possibilidaInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo Fernandes, as frutas produzidas na Amazônia estão de de conquistar novos mercados, pois o aroma e o sabor são menos agressivos que os do cupuaçu. O bacurizeiro é uma sendo chamadas de clima equatorial. A região, principalmente árvore madeireira e por isso foi muito derrubada. A oferta os estados do Pará, do Amapá e do Acre, passou a ser reconheatual é insuficiente para atender à demanda interna. cida como importante produtora a partir da popularização do O Pará lidera a produção, que fica em torno de 2.000 açaí. Do Pará sai a maior quantidade dos frutos amazônicos. toneladas, equivalendo entre 200 e 240 t de polpa por ano. De acordo com o pesquisador Urano de Carvalho, da Embrapa A espécie também ocorre espontaneamente no Maranhão e Amazônia Oriental, em Belém (PA), a exportação de frutas e no Piauí, onde é muito apreciada. “Na atualidade, é a fruta derivados renderam ao Estado US$ 28 milhões em 2009. nativa com maior preço na Amazônia. Um quilo custa, em O Estado paraense produziu 500 mil toneladas de açaí plena safra de fevereiro a março, R$ 5,00. Cada quilo tem em 2009, retiradas de açaizais nativos manejados para a obentre 100 e 120 gramas de parte comestível.” tenção de frutos. O estimado é que entre 15.000 e 20.000 O taperebá, conhecido em outras regiões do País como t da bebida de açaí tenha sido exportada para outras regicajá, e o muruci também são produzidos e industrializados. A ões do Brasil, representando o processamento de 30.000 a pupunha, consumida só após cocção, está limitada até hoje ao 40.000 t de frutos. Para o exterior foram 4.100 t da bebida, mercado da Amazônia. Além disso, no Brasil e o que corresponde a 8.200 t de fruta. na América Central, em particular na Costa Depois do açaí, o cupuaçu é a espécie Rica, é mais conhecida como planta produnativa da Amazônia que tem despertado CUPUAÇU COMEÇA tora de palmito. “Depois de açaí, cupuaçu e maior interesse atualmente, segundo A SER EXPORTADO bacuri, podemos apontar a pupunha como Carvalho. Lembra que o mercado fora PARA OS ESTADOS outra fruta com grandes chances de conquisda Amazônia para o cupuaçu começou a UNIDOS tar novos mercados”, avalia. ser buscado bem antes que o açaí. A região 70 PROTEGIDA O pesquisador Urano de Carvalho, da Embrapa Amazônia Oriental, destaca que a valorização de frutas como açaí, cupuaçu, bacuri e muitas outras também favoreceu a conservação da floresta amazônica. O açaí, por exemplo, era derrubado para a extração de palmito até o fim da década de 1990. “A dizimação dos açaizais nativos não ocorreu porque a planta é multicaule e, ao ser cortada, rebrota em sua base”, esclarece. Os agricultores extrativistas passaram a explorar o açaizeiro como planta produtora de frutos e não de palmito. O corte do caule para extrair o palmito só é feito quando a planta atinge mais de 15 metros, inviabilizando a colheita dos frutos. O bacurizeiro também vinha sendo derrubado com finalidade madeireira há mais de quatro séculos. A matéria-prima era muito utilizada para a construção de canoas, barcos e casas. A exploração do fruto passou a ser mais interessante para os agricultores do que a comercialização da árvore em pé. Um bacurizeiro com mais de 30 anos produz ao ano, em média, 500 frutos, que, vendidos na propriedade, geram receita de R$ 250,00. A mesma árvore com altura entre 20 e 30 metros e diâmetro de 80 centímetros é comercializada, em pé, por R$ 100,00 a R$ 200,00. Atualmente, segundo Carvalho, o açaizeiro e o cupuaçuzeiro são cultivados em larga escala. No entanto, a participação do açaí oriundo do extrativismo ainda é superior a 90% da produção. “A tendência é que essa participação diminua, pois o incremento na área plantada tem sido grande”, estima. Hoje existem no Pará mais de 10.000 hectares de plantações em área de terra firme. “A produção extrativa é toda oriunda de áreas de várzea, um ecossistema bastante frágil”, alerta. No caso do cupuaçu, a relação é inversa: em torno de 95% da produção é originária de áreas cultivadas. “O plantio das espécies nativas é muito importante porque a coleta extrativista não é bem vista pelos importadores, ainda mais pelos países do hemisfério Norte”, relata Moacyr Saraiva Fernandes, do Ibraf. “É um prato cheio para criticarem a preservação do meio ambiente, a exploração de trabalho infantil e a devastação da floresta.” No entanto, argumenta que o Brasil é o país com maior potencial de diversidade para atender às necessidades e demandas novas e futuras de frutas. 71 Sílvio Ávila The pursuit of wealth The Northern region of Brazil is home to a great number of native fruit, which are now acknowledged as equatorial fruits The Northern region of Brazil is home to the biggest diversity of fruit trees in the entire Country, with some 220 species of edible fruit, meaning that it is responsible for 44% of all native fruit across the national territory. “We do not even know how to consume these fruit, a fact that calls for research work and studies in order to systematize these 72 crops”, argues Moacyr Saraiva Fernandes, president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ). In volume, the region’s share remains at only 8% of the national production volumes, according to figures released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Fernandes maintains that all fruit produced in the Amazon are referred to as equatorial climate fruit. The region, particularly the States of Pará, Amapá and Acre, came to be acknowledged as relevant producers after the açaí became popular. The biggest amounts of Amazon fruit are produced in the State of Pará (PA). According to researcher Urano de Carvalho, of Embrapa Eastern Amazon, based in Belém (PA), exports of fruit and fruit-based products brought US$ 28 million to the state coffers in 2009. The production of açaí amounted to 500 thousand tons in the State of Pará in 2009, harvested from native açaí lots, which were managed appropriately for the production of fruit. Shipments of açaí-based beverages to other regions throughout Brazil are estimated at 15 to 20 thousand tons, representing the processing of 30 to 40 thousand tons of fruit. Exports abroad reached 4,100 tons of the beverage, corresponding to 8,200 tons of fresh fruit. The açaí is followed by the cupuaçu in the category of native Amazon fruit that arouse great interest nowadays, says Carvalho. He recalls that the cupuaçu found its way into the markets outside the Amazon region before the native açaí. Cupuaçu plantations in the region now amount to 12,000 hectares. The species yields more abundant fruit in shady areas. For this reason, most all orchards were established in agroforestry systems, meaning they were planted side by side with other perennial species, including timber trees, in a double-cropping system. The pulp is exported on a small scale to Japan. “It is now making it to the North-American market, as it is being used in mixes with guaraná and açaí”, the researcher CUPUAÇU IS NOW comments. Bacuri is the name of another BEING EXPORTED fruit likely to conquer TO THE UNITED new markets, due to its STATES less aggressive aroma and flavor, compared to cupuaçu. Bacuri trees suffered great devastation because of their timber properties. Current supplies are lagging behind our national demand. Pará is the leader in production, which reaches some 2,000 tons, equivalent to 200 – 240 tons of pulp a year. This species also occurs spontaneously in the States of Maranão and Piauí, where it is very popular. “Nowadays, it is the fruit that fetches the best prices in the Amazon region. Smack in the middle of the harvesting season, a kilo sells for R$ 5. The edible portion of a kilo remains at 100 and 120 grams”. The taperebá, also known as cajá in other regions across Brazil, and the murici are also produced and industrialized. Pupunha is limited to the Amazon regions and is consumed after boiling. Furthermore, in Brazil, Central America and, in particular, in Costa Rica, it is known as a palm heart production plant. “After the açaí, cupuaçu and bacuri, it is pupunha that stands great chances to conquer new markets”, he argues. PROTECTED researcher Urano de Carvalho, of Embrapa Eastern Amazon, has it that the rising value of such fruit as açaí, cupuaçu, bacuri and lots of others has also been a factor in the preservation of the Amazon forest. The açaí, for example, used to be cut down for its heart of palm until the late 1990s. “The decimation of the native açaí lots did not occur because it is a multi-stem plant and, after being cut down, it sprouts again from the stump”, he explains. The extractive-oriented farmers began to explore the açaí as a plant that produces fruit and not just heart of palm. The trunk for the extraction of heart of palm is cut after the plant has reached a height of 15 meters, making it unviable to harvest its fruit. Bacuri trees used to be cut down for timber purposes for over four centuries. The wood was intensely used for making canoes, boats and houses. Exploring the fruit turned out to be more profitable for the farmers than just selling the timber. A thirty-year old bacuri tree yields some 500 fruit a year, on average, which, sold at farm gate prices, generate revenue of R$ 250. The same tree, 20 to 30 meters high, and 80 cm in diameter, sells for R$ 100 to R$ 200, in the forest. Nowadays, says Carvalho, açaí and cupuaçu trees are cultivated on large scale. Nonetheless, native açaí trees still represent 90% of the entire production volume. “The trend is for this proportion to decrease gradually, since great investments have been made in açaí plantations”, he reckons. At the moment, there are more than 10 thousand hectares of dry land in the State of Pará planted to açaí. “Extractivistic production comes mostly from swamplands, a rather fragile ecosystem”, he warns. In the case of the cupuaçu, the situation is exactly the opposite; about 95% of the volumes come from planted areas. “The planting of native species plays a relevant role in terms of exports, since most importers, particularly the countries in the northern hemisphere, frown on products that come from extractivistic operations”, comments Ibraf official Moacyr Saraiva Fernandes. “It gives them every excuse to blame us on environmental destruction systems, child labor exploration and forest devastation”. Nonetheless, he argues that Brazil is the country with the biggest potential to invest in diversification schemes to meet present and future demands for fruit. 73 Inor /Ag. Assmann Sabor de esperança Produção de suco de uva no Vale do São Francisco deixa produtores animados com a alternativa de renda Em meio a barracas e nas mãos de vendedores, as uvas do semiárido brasileiro têm lugar de destaque. Nas estradas do município de Lagoa Grande (PE), vistosas, grandes e coloridas, enchem os olhos de visitantes e são sinônimo de mesa farta para moradores e produtores. Alguns quilômetros adiante, ao se distanciar da área urbana, a tarefa de impressionar quanto à riqueza do Vale do São Francisco é dos parreirais. O olhar se perde em meio ao verde vibrante de centenas de hectares. Até mesmo os bodes e os jegues que transitam pelo semiárido parecem não querer se afastar das plantações que dão à região aspecto singular. Um presente doce dos nordestinos aos brasileiros. O cenário de desenvolvimento e crescimento fica ainda 74 mento ao projeto piloto. Segundo o mais amplo quando se conhece uma gerente-geral e responsável técnico da das seis vinícolas que lá encontraram vinícola, Mábio Dutra, a fase experipotencial econômico e mercadológico mental rendeu bons resultados. Hoje para impulsionar seus negócios. Uma são 20 hectares destinados ao cultivo delas, a Terroir do São Francisco (anda fruta utilizada na fabricação dos tiga Garziera), foi além e apostou em sucos, mas a meta é dobrar a área. mais uma alternativa para a região: a O projeto de expansão, segundo produção do suco de uva. O sol do sertão inspirou os empre- Dutra, também engloba aumento na escala de produção. Hoje são fabricasários e, em meados de 2009, o suco das, em média, 500 garrafas por dia; natural denominado com a expressão no futuro, espera-se obter a mesma ganhou as capitais nordestinas. As quantidade por hora. Contudo, o uvas BRS Isabel Precoce, plantadas na investimento deve fazenda Garibaldina, e o ocorrer após a fase de modo artesanal de avaliação da aceitação produção, que renSUCO DE UVA AJUDA no mercado, da potende 8 mil caixas por A DRIBLAR CÂMBIO ano – cada uma cialidade de produção DESFAVORÁVEL com 12 garrafas de e da viabilidade eco500 ml –, dão andanômica, salienta. TENDÊNCIA Ao produzir suco de uva, as vantagens não são apenas dos empresários. Produtores e região deparam-se com muitos pontos positivos. De acordo com o pesquisador de viticultura e enologia Giuliano Elias Pereira, da Embrapa, sediado em Petrolina (PE), a fabricação surge como alternativa para o grande e, também, ao pequeno viticultor, visto que o custo de produção e o tempo de elaboração são mais baixos. Os vinhos e os espumantes podem demorar de 50 a 60 dias para chegar ao mercado, dependendo do tipo, enquanto o suco pode estar pronto para comercialização em algumas horas ou poucos dias após a colheita. Além do diferencial do semiárido, onde é possível produzir de duas a três safras por ano, o gerente-geral da Terroir do São Francisco, Mábio Dutra, ressalta que o suco de uva é, hoje, tendência no mundo todo. No líquido, capaz de preservar características do vinho, não há presença de álcool, fator determinante para que possa ser consumido por todos os públicos e faixas etárias. Somam-se a isso as propriedades nutricionais, que também despertam o interesse. Ao saboreá-lo, o consumidor ingere uma bebida recheada de antioxidantes, ÁGUAS ROSADAS Boas notícias também chegam rápido. A partir do conhecimento de que o suco de uva poderia movimentar ainda mais a economia do Vale do São Francisco – que produz 8 milhões de litros de vinho por ano –, ideias inovadoras surgiram. A prefeitura de Petrolina (PE), em parceria com a Embrapa Semiárido, pretende agitar os arredores do rio São Francisco, que corta a região. Trata-se do projeto Ilha do Vinho. O objetivo primordial é promover a produção do suco de uva na Ilha do Massangano para dar sustentabilidade aos mais de 1.800 moradores, que hoje encontram suporte na produção estimulante das funções hepáticas e aliada na circulação sanguínea, entre outros elementos que fazem bem à saúde. Junto a isso, ao se deparar com os índices de crescimento do produto em solo nacional, a alternativa de renda – também usada para driblar a desvalorização do dólar –, ganha ainda mais importância. A produção e o consumo do suco de uva crescem a cada ano entre os brasileiros. No Rio Grande do Sul, onde se concentra 90% da produção nacional, a oferta da bebida registrou acréscimo de 9,16% em 2010, sendo que o suco integral aumentou 67,69% e o concentrado, apenas 1,01%, de acordo com dados da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves (RS). Outro ponto merecedor de destaque diz respeito ao consumo per capita. Em 1998, era consumido 0,35 litro por habitante ao ano. Em 2007, o número passou para 0,7 litro e, hoje, chega a 1,51 litro. Para Pereira, os números ainda são pequenos, mas a evolução mostra que a bebida, aos poucos, começa a frequentar, de maneira assídua, os lares brasileiros. Consequências da construção de uma imagem positiva que, se depender dos nordestinos, não vai se apagar tão cedo. de umbu, fruta típica do semiárido, e na criação de bode. Na primeira etapa, que está em andamento, será realizado um experimento com a implantação de 1 hectare de uva e a participação de 10 ribeirinhos. O processamento do fruto será realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IF Sertão). Outros parceiros envolvidos são a unidade regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a própria comunidade da Ilha do Massangano. A data para início da execução do projeto ainda é incerta, mas deve ocorrer o mais breve possível. No momento, a prefeitura aguarda a liberação da licença ambiental, por meio da Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), e a outorga de água com a Agência Nacional de Águas (ANA). Com as autorizações em mãos, pretende-se aumentar a área de plantio para 20 hectares, que serão cultivados por aproximadamente 40 produtores. A iniciativa também vai além. Se a produção corresponder às expectativas, há planos de distribuir o suco de uva junto à merenda em escolas públicas de Petrolina. Com isso, outras famílias terão a chance de provar dos benefícios do produto, que não permanecem somente no campo econômico. A partir dos pequenos, está a chance de tornar a diversidade um grande negócio. 75 Inor /Ag. Assmann Taste of hope Grape juice production in Vale do São Francisco, as an alternative source of income, brings smiles on growers’ faces ate their businesses and express their economic and market potential. One of them, Terroir do São Francisco (former Garziera), exceeded its initial target and bet on a new alternative: the production of grape juice. The sun of the sertão inspired the businessmen and, in mid-2009, the natural juice named after the phrase made Amid tents and in the hands of street vendors, the grapes it to the capital cities in the Northeast. Such grape variety of the Brazilian semiarid always make a difference. Along as BRS Isabel Precoce, planted in the Garibaldina farm, the roads of the municipality of Lagoa Grande (PE), these and the home-style production system, with an output of lush, huge, colored and eye-catching sceneries are synony8 thousand boxes a year - each containing a dozen 500 ml mous with bountiful tables at the homes of dwellers and bottles, keep the pilot project in operation. According to producers. Some kilometers away from the urban center, it the general manager and technical supervisor of the winery, is the vineyards that impress and attest to the wealth of Vale Mábio Dutra, the trial stage yielded good results. Now it is do São Francisco, with a lush green scenery of hundreds of 20 hectares devoted to the cultivation of fruit, transformed hectares unfolding before the eyes. into juice, but the target is to double the area. It even looks as if the bucks and donkeys that calmly The expansion project, according to Dutra, also walk along the road do not want to stray away includes an increase to the production from the plantations that lend the region a scale. Now the daily output remains at GRAPE JUICE very distinctive look. A wonderful gift be500 bottles, on average; in the future, we HELPS FIND A stowed on us by the northeastern people. hope to produce the same amount per WAY AROUND The scenario of development and progress hour. Nonetheless, the investment is waitUNFAVORABLE gets all the more impressive when one gets ing for the results of the market accepEXCHANGE RATES tance evaluation, production potential and to know one of the six wineries that found in this remote land the ideal place to opereconomic viability, he comments. 76 TREND The production of juice yields not only benefits to the businessmen. Producers and communities take advantage of several positive aspects. According to viticulture and enology researcher Giuliano Elias Pereira, of Embrapa, based in Petrolina (PE), juices come as an alternative for both small-scale and commercial winegrowers, in light of the smaller production cost and manufacturing time. Wines and sparklings could take 50 to 60 days to reach the market, depending on the type of wine, while juices require just some hours or days after the fruit have been harvested. In addition to the potential of the semiarid, where two or three crops a year are feasible, the general manager of Terroir do São Francisco, Mábio Dutra, stresses that grape juice has become a leading trend in the whole world. In liquid form, keeping the characteristics of wine, it contains no alcohol, a determining factor that makes it suitable for people of all walks of life and age groups. Furthermore, the nutritional properties also arouse interest. Upon savoring it, consumers ingest a beverage laden with antioxidants, with the capacity to trigger the hepatic functions and enhance blood circulation, just to mention a few benefits to health. Along with it, the stark realization of the strides the product is making across the country, this income alternative – also seen as a way around the devalued dollar -, is further consolidating its importance. Both production and consumption of grape juice have been rising year ROSY WATERS Good news also travels fast. As soon as they learned that grape juice could provide a good opportunity for the economy to make further strides in Vale do São Francisco – which now produces 8 million liters of wine a year –, innovative ideas surfaced. The municipal administration in Petrolina (PE), jointly with Embrapa Semiarid, intends to stir up the surroundings of the São Francisco River, which cuts through the region. It is all about the Wine Island project. The major objective is to promote the production of grape juice on the Massangano island to lend a sustainable status to the 1,800 dwellers, which now derive their livelihood from the production of umbu, a typical fruit of the semiarid and from goat farming operations. During the first stage, now underway, a one-hectare trial field will be established, shared by 10 riverside dwellers. The fruit will be processed at the Federal Institute of Educa- after year in Brazil. In the State of Rio Grande do Sul, home to 90% of the entire national production, grape juice sales were up 9.16% in 2010, whilst sales of whole juices soared 67.69% and concentrate, just 1.01%, according to data released by Embrapa Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS). Another noteworthy ascertainment has to do with per capita consumption. In 1998, it was 0.35 liters per capita a year. In 2007, it jumped to 0.7 liter and now it is 1.51 liters. In Pereira’s view, the numbers are still small, but evolution has shown that the beverage is, little by little, working its way to the Brazilian kitchen tables. The result of the building of a positive image, which, as far as the Northeast is concerned, will never fade away. tion, Science and Technology (IF Sertão). Other partners involved include the regional unit of the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae) and the Massangano community. The time to start the project has not yet been scheduled, but it is supposed to take place soon. At the moment, the municipal administration is waiting for the environmental licenses, to be issued by the State Agency for the Environment and Water Resources (CPRH), and the water license from the National Water Agency (ANA). With the license in hand, the intention is to expand the planted area to 20 hectares, to be cultivated by approximately 40 farmers. The initiative goes even further. Should production correspond to expectations, there are plans for including grape juice in school meals of public schools in Petrolina. This would give other families the chance to try the benefits of the product, which do not only remain within the economic boundaries. From small scale operations there is a chance to progress to huge businesses. 77 Pronto para crescer Sílvio Ávila Mercado de sucos de frutas tem registrado incremento constante e atende ao público que busca uma opção prática para manter uma dieta saudável 78 Aumento de renda da população, conveniência e praticidade, bem como divulgação de benefícios à saúde, estão ampliando significativamente o consumo de sucos de frutas no País, principalmente dos produtos prontos para beber. Diversas entidades ligadas ao setor têm informações de que os índices anuais de crescimento ultrapassam os dois dígitos. Aproximaram-se de 20% em 2010, quando as indústrias investiram fortemente em aumento de produção. As vendas desses produtos, de acordo com pesquisas da empresa Nielsen divulgadas até outubro de 2010, comparativamente com o ano anterior, registravam incrementos de 19% a 22% em volume e faturamento, respectivamente. A Associação Brasileira dos Produtores e Envasadores de Néctares e Sucos (Abrasuco) tem ainda outros levantamentos, que confirmam ter sido ultrapassada a sua previsão inicial de crescimento de 11% a 12% em sucos e néctares em 2010. O consumo desses itens, conforme cálculo da associação, ficou em torno de 550 milhões de litros em 2010. A entidade dispõe também de dados referentes à cesta de bebidas não carbonatadas e não alcoolizadas, que incluem sucos, néctares, pós, refrescos, isotônicos, energéticos e água de coco, na qual o aumento verificado nacionalmente em 2010 foi de 10% em volume e 20% em preços, a partir da participação mais forte dos itens de maior valor agregado. Constata igualmente que, enquanto diminuem os números dos concentrados, a presença de sucos e néctares de frutas nos lares brasileiros avançou de 40,7% para 47% de 2009 para 2010, por conta da melhoria da renda e da opção por conveniência e praticidade, assinala o presidente da Abrasuco, William Sallum. O setor está tomando direcionamento muito forte para o produto pronto para beber, reforça Etélio Prado, presidente da Associação das Indústrias Processadoras de Frutos Tropicais (ASTN), com sede em Aracaju (SE). As empresas, segundo informa, atuam com 14 saboCONSUMO EM 2010 res no mercado, que evoFICOU EM TORNO lui a cada ano: em 2009, DE 550 MILHÕES absorveu 9% a mais e, no DE LITROS ano seguinte, o acréscimo foi de 17%. O dirigente identifica as mesmas razões já mencionadas, aliadas à qualidade dos produtos. O suco mais consumido no País, o de uva, igualmente mostra a boa performance do setor. Segundo o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), foram colocados à venda 36,7 milhões de litros em 2010, representando 20,6% a mais do que a quantidade comercializada no período antecedente. No produto inteiramente natural e pronto para beber, o volume registrado foi de 31,8 milhões de litros – ampliação de 24,5%. CORRENDO JUNTO Para atender à expansão e outras necessidades que se verificam no mercado, a indústria do segmento de sucos de frutas busca fazer investimentos e adequações. No âmbito da ASTN, por exemplo, registra-se a substituição de embalagens de suco integral de vidro por pet, aumento da oferta de água de coco envasada em tetrapak e aumento geral da capacidade instalada das fábricas. Particularmente na área de frutos tropicais, verificou-se ainda a criação de consórcio entre Maguari e DaFruta, constituindo a Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos, que concentra cerca de 30% do mercado desses sucos. Novos investimentos na região Nordeste também estão previstos, como a implantação de agroindústria de processamento de laranja em Rio Real, litoral norte da Bahia, pela Brasfrut; e estudo de projeto no setor em Petrolina (PE) pela Construtora Queiroz Galvão. Da mesma forma, a Abrasuco verificou a adição de muitos equipamentos no parque industrial de sucos de frutas em 2010 para atender à demanda, chegando mesmo a enfrentar algumas dificuldades em termos de matéria-prima. Para 2011, segundo o presidente da entidade, William Sallum, as perspectivas continuam boas e o crescimento deve permanecer alto. “Se não ficar em dois dígitos, certamente vair estar próximo”, acredita. 79 Sílvio Ávila Ready to grow Fruit juice market has been rising constantly and its target is the health-oriented public in pursuit of healthy diets the production of juices and nectars was outstripped in 2010. Rising purchasing power of the population, convenience The consumption of these items, according to calculations by and practicality, are significantly driving up the consumption of fruit juices throughout the entire Country, particuthe association, remained at about 550 million liters in 2010. The entity also holds data related to noncarbonated and larly the ready-to-drink products. Several entities linked to non-alcoholic beverages, which comprise juices, nectars, powthe sector have learned that the present growth rates reach double-digit numbers. They got close to 20% in ders, cool drinks, isotonics, energy drinks, coconut 2010, when the industries invested heavily water. These beverages registered a 10-perCONSUMPTION in higher production volumes. cent rise in volume and 20% in prices, in Sales of these products, according to 2010, resulting from a bigger share of high IN 2010 surveys conducted by Nielsen, a polling value-added products. It was also ascertained REMAINED company, disclosed in October 2010, that, while the number of juice concentrates AT ABOUT 550 growth rates were up 19% and 22% in goes down, the presence of juices and necMILLION LITERS volume and revenue, respectively, from tars in Brazilian homes soared from 40.7% to 47% from 2009 to 2010, on account of the the previous year. rising purchasing power and the option for convenience and The Brazilian Association of Nectar and Juice Propracticality, says the president of Abrasuco, William Sallum. ducers and Canners (Abrasuco) displays other surveys, which confirm that the initial estimate for an 11% to 12% rise in The sector is strongly leaning towards ready-to-drink 80 products, says Etélio Prado, president of the Association of Tropical Fruit Processing Industries (ASTN), based in Aracaju (SE). The companies, he says, have launched 14 flavors in the market, which is making strides year after year: in 2009, consumption was up 9%, and the following year it soared 17%. The official identifies the same reasons previously mentioned, jointly with the quality levels of the products. RUNNING TOGETHER To meet expansion needs and other market demands, the fruit juice industry segment seeks investments and adjustments. In the field of action of ASTN, for example, the changes include the replacement of glass containers with pet bottles, rising supplies of coconut water in tetrapak and general increase of the industries’ installed capacities. Particularly in the area of tropical Grape juice is the most consumed juice in Brazil, equally attesting to the good performance of the sector. According to the Brazilian Wine Institute (Ibravin), in 2010, 36.7 million liters were placed in the market, up 20.6% from the amount marketed the previous year. With regard to entirely natural and ready-to-drink products, total sales reached 31.8 million liters – an increase of 24.5%. fruit, the novelty was the creation of the Maguari and DaFruta consortium, forming the Brazilian Company of Beverages and Foods, with a 30-percent share of the market of these juices. New investments in the Northeast are in the pipeline, like the implementation of the orange processing industry in Rio Real, on the north coast of Bahia, by Brasfrut; and a study for a project of the sector in Petrolina (PE), by Construtora Queiroz Galvão. Following on the heels of that company, Abrasuco ascertained the addition of several sets of equipment in the fruit juice industrial complex in 2010 to meet demand, although facing some difficulties in terms of raw material. For 2011, perspectives continue bright and growth rates should hold firmly. “Double digits might not be achieved, but it may come close to that point”, he concludes. É de valor Enquanto o volume embarcado diminuiu, a receita obtida com as exportações de suco de laranja cresceu 11,48% em 2010 Destaque nas exportações do setor frutícola, o suco de laranja brasileiro recuperou valorização em 2010. Incluindo subprodutos, os embarques do setor renderam US$ 2,042 bilhões, aumento de 11,48% sobre o resultado obtido em 2009. O preço aumentou em decorrência da redução das safras da fruta nas principais áreas produtoras – Flórida, nos Estados Unidos, e São Paulo. O Brasil é líder na venda externa do suco, dominando inclusive mais de 50% do mercado internacional, para o qual destina mais de 80% da produção. Em termos de volume, no entanto, está experimentando queda nos números, especialmente após 2007, quando chegou ao topo com 1,415 milhão de toneladas. Em 2010, o total enviado ao exterior ficou em 1,2 milhão de t, 100 mil a menos que na EMBARQUES DE temporada anterior. Vários SUCO DE LARANJA fatores têm influenciado RENDERAM para tanto, conforme se US$ 2 BILHÕES avalia no segmento: desde a questão cambial, a redução no consumo do produto em países desenvolvidos e o paralelo incremento de novas bebidas no mercado (como águas, isotônicos e energéticos), até a concorrência de outras regiões produtoras. Para 2011, o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Christian Lohbauer, acredita que as vendas externas irão se manter semelhantes às do ano passado. A safra norte-americana de laranja deverá permanecer em níveis parecidos com a anterior e a brasileira pode até ficar maior, mas o impacto não deverá ser representativo, no seu entender. Os preços do suco devem se equivaler aos do período antecedente e até poderão ser um pouco melhores, tendo em vista que os estoques estão mais baixos, acrescenta o dirigente. Entre as exportações de sucos de outras frutas em 2010, a performance dos derivados de maçã, bem como das misturas, tiveram crescimento significativo. As vendas externas da bebida de maçã, conforme estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), apresentaram evolução de 22 mil para 38 mil t de 2009 para 2010, enquanto o valor recebido elevou-se de US$ 19,4 milhões para US$ 33 milhões no período. As misturas sem fermentação, embora ainda em volumes menores, chegaram a crescer 538% de um ano para outro, passando de 387 t para 2.468 t. A remuneração obtida chegou a US$ 3,5 milhões, contra aproximadamente US$ 720 mil do período anterior. VITÓRIA NA OMC O principal destino do suco de laranja nacional é a Europa (cerca de 70%). Mas um mercado importante também são os Estados Unidos, ficando em torno de 15% do total. Em relação a ele, o Brasil obteve vitória importante em fevereiro de 2011 (embora ainda coubesse recurso) junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), numa ação movida contra a aplicação de tarifas antidumping ao produto brasileiro. O painel aberto em setembro de 2009 pelo governo pediu a condenação da modalidade de cálculo utilizada pelos Estados Unidos para determinar se existiria dumping, num processo chamado zeramento (zeroing), que é considerado injusto pelos brasileiros. O Ministério das Relações Exteriores avaliou que o relatório emitido pela organização representa “significativa vitória do Brasil em tema de relevância para o comércio bilateral” e espera que a decisão “encoraje os Estados Unidos a abandonar definitivamente a prática do zeroing em todos os procedimentos antidumping”. Para o presidente da Citrus BR, Christian Lohbauer, o fato não deve assegurar ganho de mercado, mas uma concorrência mais leal e menos dispendiosa. Até então, além da tarifa de importação, era exigida mais essa taxa, o que encarecia o produto e influía nas vendas. 82 High value products into the market (like waters, isotonic and energy drinks) and competition from other producing regions. For 2011, the president of the National Association of Citric Fruit Juice Producers (CitrusBR), Christian Lohbauer, believes foreign sales will remain on a par with last year. The North-American orange crop is poised to remain at the levels With an outstanding performance in the fruit sector, Brazilian orange juice recovered its value in 2010. Along with by- of last year and the Brazilian crop might even reach bigger volumes, but without meaningful impact, he understands. Juice products, the shipments of the sector brought in US$ 2.042 prices are expected not to differ from last year, with chances for billion, up 11.48% from the results achieved in 2009. Prices a minor improvement, in light of this year’s smaller stocks. went up as a result of the smaller fruit crop in the main proWith regard to juices from other fruit species in 2010, ducing regions - Florida, in the United States and São Paulo. the performance of apple-derived products, as well as mixBrazil leads foreign juice sales, reaching a share of upwards of tures, was considerably higher. Foreign sales of apple juice, 50% of the international market, which is the destination of according to figures released by the Brazilian Secretariat of more than 50% of the entire production volumes. Foreign Trade (Secex), disclosed by the Brazilian Fruit InIn terms of volume, nevertheless, the figures have been stitute (Ibraf ), rose from 22 thousand to 38 thousand tons gradually receding, especially from 2007 onwards, when the from 2009 to 2010, while revenue rose peak of 1.415 million tons was reached. In 2010, from US$ 19.4 million to US$ 33 million total foreign sales remained at 1.2 million t, over the period. The nonfermented beverSHIPMENTS OF down 100 thousand tons from the previous ages, soared 538% from one year to the season. Many factors have had an influence ORANGE JUICE next, rising from 387 t to 2,468 t. Revon the result, according to segment sources: RAKED IN US$ 2 enue from the sales amounted to US$ 3.5 from the exchange rate policy to the reducBILLION million, against approximately US$ 720 tion in consumption in developed countries, thousand in the previous period. along with an array of new beverages launched VICTORY AT THE WTO The main destination for the national orange juice is Europe (about 70%). But the United States is also a very relevant market, and its purchases represent about 15% of the total. It was against the United States that Brazil came out winner in February 2011 (although an appeal could still be filed) in a ruling by the World Trade Organization (WTO), in a court case against the antidumping tariffs levied on the Brazilian product. The panel opened in September 2009 by the government asked for a rejection to the type of calculation used by the United States to determine whether there was dumping or not, in a process referred to as zeroing, which is considered to be unfair to the Brazilian producers. The Ministry of foreign Affairs concluded that the report issued by the Organization represents a “significant victory for Brazil in a relevant subject for bilateral trading operations” and hopes the ruling will encourage the United States to definitely abandon the Zeroing practice in all antidumping procedures”. The president of Citrus BR, Christian Lohbauer, understands that the fact should not be viewed as the conquest of a market, but as more loyal and less expensive competition. Up to that time, besides the import tariff, another fee was required, further increasing the price of the products, with obvious reflections on sales. Sílvio Ávila While shipments shrank in volume, revenue from orange exports soared 11.48% in 2010 83 Em busca de equilíbrio Produtores e indústrias de suco de laranja buscam implantação de um conselho para regular o setor 84 A indústria e os produtores de laranja do Brasil estão em tratativas para a formação de um conselho que defina a política do setor para regular as safras da fruta. Desde a década de 1990, com a liberação dos preços pelo governo, o setor passou a ser regido pelo mercado. A iniciativa, batizada de Consecitrus, é inspirada no modelo do Consecana, órgão que estabelece a remuneração dos produtores de cana-de-açúcar, em vigor desde 1999. As discussões em torno da implantação do Consecitrus tiveram início no segundo semestre de 2010, mas a ideia é antiga, tendo sido sugerida pela Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus). A indústria está representada pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus BR) e, por parte dos produtores, são três entidades: a Associtrus, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp). O presidente da Citrus BR, Christian Lohbauer, lembra que até 1994 havia um contrato padrão, o que garantia uma certa estabilidade na compra da laranja. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, considerou a prática anticoncorrencial, o que acabou com os valores de referência e desobrigou a indústria a colher e transportar a fruta. A partir daí, os preços pagos aos produtores passaram a ter uma alta volatilidade, com cada indústria definindo a remuneração. Segundo Lohbauer, as cotações dependem de fatores climáticos e mercadológicos, tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos. “Quando há muita oferta na Flórida e em São Paulo e o clima é ideal, a safra é boa e o preço cai. Ao contrário, com pouca laranja no mercado, o preço sobe”, explica o presidente da Citrus BR. Conforme Lohbauer, o Consecitrus deverá ser um fórum de debates entre produtores e indústrias para discutir e chegar a um consenso sobre os custos de produção do setor e um valor de referência para o pagamento da caixa de 40,8 quilos. “Temos que montar uma estrutura técnica, que todo o ano se reúna FALTA DE CONSENSO para estabelecer esses ATRAPALHA parâmetros”, enfatiza. CRIAÇÃO DO Sem o estabeleciCONSELHO mento de uma remuneração que norteie o mercado, os valores têm oscilado muito de um ano para outro. Em 2009, São Paulo e o estado norte-americano da Flórida, as duas maiores regiões produtoras no mundo, tiveram grandes safras. A caixa chegou a ser comprada pela indústria a R$ 4,00. No ano seguinte, com safras menores e estoques baixos, o valor pago atingiu R$ 15,00 por caixa. Para o presidente da Citrus BR, a discussão sobre o Consecitrus está bem encaminhada. No entanto, defende que os produtores se organizem em uma única entidade. “Eles caminham para isso, daí podemos partir para a conversa técnica”, acredita Lohbauer. no do Consecitrus pouco avançaram. Na opinião dele, o ponto que atrapalha as negociações é a falta de confiança entre produtores e indústrias. Ele também não concorda com o que classifica como imposição da indústria para que os citricultores tenham apenas uma entidade representativa. “Somos favoráveis a um sistema que vincule a remuneração dos produtores ao preço pago pelo consumidor.” O diretor do Departamento de Citricultura da SRB, Gastão Crocco, entende que o conselho deve buscar o máximo de transparência acerca das informações do setor. “Dentro desse ambiente, podemos chegar ao equilíbrio de toda a cadeia”, acredita. Crocco lembra que a questão não se resume ao preço, mas envolve o cenário da citricultura. “Hoje temos grande incidência de greening nos pomares e, para combater o vetor, aumenta-se o número de pulverizações. Temos que atacar esse tipo de problema”, exemplifica. Inor /Ag. Assmann NEGOCIAÇÃO O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, considera que as discussões em tor- 85 In pursuit of equilibrium Orange juice producers and industries are poised to set up a council to rule the sector to be a standard contract, which represented an assurance for a certain stability in orange purchases. The Administrative Council for Economic Defense (Cade), on organ linked to the Ministry of Justice, ruled the practice anticompetitive, a fact that put an end to the reference values and exempted the industry from harvesting and transporting the fruit. From that moment onward, farm gate prices entered a highly volatile stage, The industry and the orange producers in Brazil are in the process of setting up a council with the responsibility to define the policy of the sector that regulates the crop of this fruit. Since the 1990s, when the government liberated the prices, the sector has been under the rule of the market. The initiative, christened Consecitrus, gets its inspiration from Consecana, an organ that establishes the remuneration of the sugarcane producers, now in force since 1999. The debates about the implementation of the Consecitrus started in the second half in 2010, but the idea goes a long way back to the past, and was first suggested by the Brazilian Association of Citrus Growers (Associtrus). The industry is represented by the National Association of Citrus Juice Exporters (Citrus BR) and, from the growers’ side, there are three entities: Associtrus, Brazilian Rural Society (SRB) and the Federation of Agriculture LACK OF CONSENSUS of São Paulo (Faesp). The president of HINDERS THE Citrus BR, Christian CREATION OF THE Lohbauer, recalls that COUNCIL up to 1994 there used 86 with every different industry dictating their own prices. According to Lohbauer, the quotes rely on climate and market factors, both in Brazil and in the United States. “When there is abundant supply in Florida and in São Paulo and climate conditions are favorable, this obviously results into a good crop but with depressed prices. In a reverse situation, when supply is tight, prices soar”, explains the president of Citrus BR. Without a remuneration standard that serves as a guideline for the market, prices have fluctuated a lot from one year to the next. In 2009, São Paulo and Florida in the USA, the two leading producers in the world, harvested huge crops. A box of oranges was sometimes purchased by the industry for as little as R$ 4. The following year, with smaller crops and NEGOTIATION The president of Associtrus, Flávio Viegas, has it that the debates on the Consecitrus have made scarcely any progress. In his opinion, the item that hinders the negotiations is the lack of confidence between producers and industries. He equally disagrees with what he classifies as industry imposition regarding only one grower representative entity, suggested by the industry. “The system that we approve is the one that links farm gate prices to prices paid by the consumers”. The director of SRB’s Citriculture Department, low stocks, a box sold for R$ 15. For the president of Citrus BR, the debate on the Consecitrus is on the right track. Nonetheless, he suggests the growers should get organized in one entity only. “They are really walking towards one entity, and then we can address the technical side”, Lohbauer ponders. Gastão Crocco, understands that the council should be as transparent as possible about any information on the sector. “Within this environment, we are in a position to reach the equilibrium of the entire chain”, he says. Crocco recalls that the question is not limited to the price, but it involves the citriculture scenario. “Currently we have severe greening outbreaks in our orchards and, to fight the vector, we increase the number of sprayings. This is the type of problem we should address”, he exemplifies. Sílvio Ávila Lohbauer understands that the Consecitrus should be a forum for debates between growers and industries in order to reach consensus on such matters as production cost and reference cost for a 40.8 kilo box. “We have to set up a technical structure, which meets on a yearly basis to set up the parameters”, he stresses. 87 Tem solução Câmara setorial discute e propõe saídas para os principais problemas do setor, como registro para defensivos e novas moléculas Sílvio Ávila Os principais problemas que afetam a fruticultura são tratados com maior atenção desde 2003 por representantes do setor, ano em que foi instalada a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Fruticultura. O engenheiro agronô- 88 mo Luiz Borges Júnior é um dos que participam dos debates desde a primeira reunião. Já integrou o grupo como presidente da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) e do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ). Atualmente, como consultor especial, representa a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A partir do que é discutido na câmara, são elaborados documentos e encaminhados para quem possa so- lucionar os problemas apontados. “O grande entrave é que o Brasil até hoje não tem uma política agrícola definida. Vivemos de situações emergenciais, sem um programa de longo prazo. Vamos viver tomando sustos”, avalia. Segundo Borges Júnior, os assuntos priorizados em 2011 serão a falta de registro para defensivos e para novas moléculas e a continuação do programa de marketing para aumentar o consumo e a exportação de frutas. Também deverão buscar uma solução para evitar a entrada de novas pragas quarentenárias pela fronteira Norte do atrapalha”, argumenta. A Comissão Nacional de FruticultuBrasil. “Especificamente em Roraima, ra da CNA, com apoio da câmara setoonde as novas ligações terrestres com a Guiana e a Venezuela têm permitido rial, está investindo recursos para conhecer a fundo o mercado consumidor de o acesso de novas pragas e o risco é muito grande, porque o controle sani- frutas no Brasil. O objetivo é traçar uma estratégia de marketing que realmente tário federal é quase inexistente nessa aumente o consumo de frutas, legumes região”, destaca. e vegetais (FLV). Outra demanda é A situação envolvendo o registro o incremento das exportações, cujos de produtos para fruticultura e hortiprincipais destinos são Estados Unidos e cultura é muito grave, na opinião de Europa. Na avaliação de Borges Júnior, Borges Júnior, pois os produtores de para elevar as vendas externas é preciso frutas tropicais e temperadas não têm ir para a Ásia. “Mas temos barreiras defensivos registrados. Isso coloca-os sanitárias para resolver, precisamos ter em condição ilegal. “Com frequência apoio diplomático, as nossas embaixadas a Anvisa (Agência Nacional de Vina região não estão em condições de regilância Sanitária) divulga casos de solver sozinhas o problema e a estrutura produtos contaminados, o que não é do Ministério da Agricultura ainda é verdade”, aponta. “O produtor usou pequena. Esperamos que com a criação um defensivo não registrado para a dos adidos agrícolas nas embaixadas o cultura, mas os limites de resíduo estão dentro dos padrões admitidos pela assunto prospere”, pondera. Uma luta que continua sem soluFAO (Organização das Nações Unidas ção é a do crédito rural, principalmenpara Agricultura e Alimentação).” te para o médio e o grande produtor. Uma nova norma resolveria o proO limite de recursos com juros blema, porém os entraves subsidiados é muito burocráticos impebaixo e não é levado em dem a solução. A ONZE TEMAS conta a intensidade ecofalta de registro COMPÕEM A AGENDA nômica da atividade por tem causado ESTRATÉGICA hectare. Como exemplo, sérios entraves 2010-2015 Borges Júnior cita que para a exportação um financiamento de R$ e muitos produtos 2.000 por hectare para grãos registrados hoje no resolve o problema, mas para frutas Brasil são proibidos nos principais pouco contribui. A falta de recursos mercados mundiais. “Temos lutado para facilitar os registros das novas mo- estaduais e federais também afeta o funcionamento do Seguro Rural. “Soléculas que são menos tóxicas e seguras mente a criação do Fundo de Catástropara a população e o meio ambiente, fe resolverá o problema.” no entanto, mais uma vez a burocracia AGENDA Conforme Francisco de Assis Mesquita Facundo, secretário da câmara setorial, ao longo de 2010 foi elaborada a Agenda Estratégica 2010-2015. O documento reúne um conjunto de propostas distribuídas em 11 temas. São eles: estatísticas; pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I); assistência técnica; defesa agropecuária; marketing e promoção; gestão da qualidade; governança da cadeia; crédito e seguro; legislação; comercialização e incentivo à agroindustrialização. 89 Solution on hand Sectorial chamber debates and proposes a way out of the sector’s most pressing problems, like the register for agrochemicals and new molecules The most pressing problems that are jeopardizing the fruit farming business have been receiving closer attention from the representatives of the sector since 2003, when the Sectorial Chamber of the Fruit Farming Production Chain was set up. Agronomic engineer Luiz Borges Júnior is one of the members who has taken part in 90 the debates since the first meeting. He once served the group in his capacity as president of the Brazilian Association of Apple Producers (ABPM) and of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ). Currently, as special consultant, he represents the Brazilian Federation of Agriculture and Livestock (CNA). The debates in the chamber are the basis for documents that are forwarded to the people in a position to come up with a solution to the problems. “The real obstacle lies in the fact that Brazil has not yet defined an agricultural policy. We put up with emergency situations, without any long-term program. We will continue enduring threats”, he evaluates. Inor /Ag. Assmann According to Borges Júnior, throughout 2011 priority attention will be given to the agrochemical register, to the issue of new molecules and the continuity of the marketing program to boost both fruit consumption and ex- 2010-2015 STRATEGIC AGENDA COMPRISES ELEVEN THEMES ports. A solution intended to curb the entrance of quarantine pests through the North border of Brazil is also to be pursued. “Especially in Roraima, where the new terrestrial connections with Venezuela and the Guianas have allowed the entrance of new pests. And the risk is really serious, because federal sanitary control measures are almost inexistent in the region”, he notes. The question involving the register of products for fruit faming horticulture is really serious, Borges Júnior comments, simply because there are no registered agrochemicals for the producers of tropical and temperate fruit, making their activity illegal. “Rather frequently, cases of contaminated fruit are reported by the National Sanitary Vigilance Agency (Anvisa), which is not true”, he insists. “The producer applies a non-registered agrochemical, but the residue limits remain within the standards recommended by the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO)”. A new standard could solve the problem, however, there are bureaucratic hurdles that prevent any solution. The lack of the register has caused serious obstacles to exports and lots of products registered in Brazil are not allowed in the leading global markets. “We have been doing our best toward registering the new molecules, which are less toxic and safer for people and for the environment, but bureaucracy is again the problem”, he argues. The Brazilian Federation of Agriculture and Livestock (CNA), jointly with the Sectorial Chamber, is now doing investments into a study on the Brazilian fruit consuming market. The target is to devise a market strategy that really boosts the consumption of fruit, vegetables and legumes (FVL). A boost to exports, now mostly to the United States and Europe, is just one more demand. Borges Júnior maintains that if it is a question of propping up sales, heading to Ásia might be the solution. “Nonetheless, there are sanitary barriers that need to be surmounted, we need diplomatic support, our embassies throughout the region are not in a position to solve the problem without additional support and the structure of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa) is very deficient. We hope that the solution will come from the recently created agricultural attachés”, he says. An ongoing battle, with no solution in sight, is the question of rural credit, especially for medium and commercial farmers. The limit of resources with subsidized interest rates is very small and the per-hectare economic intensity is not taken into consideration. As an example, Borges Júnior cites the R$ 2,000 per hectare loan. It will solve the problem for grain producers, but gives hardly any contribution to fruit growing. The shortage of state and federal resources also negatively affects Rural Insurance programs. “Only the creation of the ‘Catastrophe Fund’ will solve the problem”. AGENDA According to Francisco de Assis Mesquita Facundo, secretary of the Sectorial Chamber, the 2010-2015 Strategic Agenda was created in 2010. The document contains a set of proposals split into 11 themes. They are as follows: statistics, research, development and innovation (PD&I); technical assistance; agriculture defense; marketing and promotion; quality management; chain governance; credit and insurance; legislation; commercialization and incentive to industrialization. 91 Sílvio Ávila Reconhecido Com respaldo do Sebrae, produtores e iniciativas voltadas à fruticultura conseguem se destacar no mercado e abrir horizontes Ao focar a organização e a gestão, aliadas à inovação e à tecnologia na busca do mercado, muitos projetos da área de fruticultura respaldados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) estão apresentando êxito e reconhecimento. Certificações foram recebidas em vários estados a partir de um diferencial de produtos, organização dos produtores, implantação de melhores tecnologias, redução de custos e agregação de valor, destaca a analista da entidade Léa Maria Lagares. No Rio Grande do Norte, a Cooperativa de Desenvolvimento Agroindustrial Potiguar (Coodap), com 20 produtores de melão, e a Cooperativa de Agricultores dos Frutos da Paz (Cooapaz), reunindo 93 fruticultores de abacaxi, limão e coco, foram distinguidas em 2009 e 2010 com certificações em Comércio Justo. Do mesmo estado, a Cooperativa Novos Pingos (Coopingos), com 36 associados dedicados à castanha de caju, recebeu a distinção em Comércio Justo e Orgânico no fim de 2010. Projetos de Pernambuco e da Bahia obtiveram as certificações Globalgap e Produção Integrada, além da Indicação Geográfica para manga e uva concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). No Rio Grande do Sul, proAÇÕES DO jetos de vitivinicultura da SEBRAE APOIAM A localidade de Pinto Bandeira, na serra gaúcha, tiveram ouFRUTICULTURA EM torgada a Indicação GeográfiTODO O PAÍS ca em 7 de outubro de 2010. 92 Conferiu-se ainda, no mesmo ano, o prêmio de melhor espumante ao Gran Legado, de Bento Gonçalves, e lançou-se, em 6 de novembro, o consórcio do Espumante de Garibaldi, de acordo com as normativas internas de elaboração do produto. Destaca-se também o desenvolvimento e o início da implantação do Programa de Alimento Seguro (PAS) Açaí no Amapá e no Pará. A iniciativa soma-se a outras em diversos estados, com destaque para Minas Gerais, que têm apoiado o setor, qualificando e incrementando a produção e o comércio interno e externo dos frutos brasileiros. Para 2011, assinala Léa, o Sebrae busca o alinhamento das carteiras de fruticultura e vitivinicultura com as agendas estratégicas elaboradas pelos dois setores no âmbito das respectivas câmaras setoriais. No primeiro caso, são 49 projetos no valor total de R$ 13 milhões (R$ 5 milhões do Sebrae e R$ 8 milhões de 321 parceiros), em 314 municípios de 19 estados. No outro, dois projetos, totalizando R$ 709 mil, reúnem 13 parceiros de dois estados e um convênio com o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), no valor de R$ 2,9 milhões. O objetivo é desenvolver a atividade em Goiás, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, com ações estruturantes, gestão do conhecimento, inovação e tecnologia. O incentivo ao aumento do consumo de frutas, em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), e de vinhos, espumantes e sucos de uva, com o Ibravin, está entre as principais iniciativas em curso durante 2011. Acknowledged By focusing on organization and management, along with innovation and technology towards the conquest of markets, several projects in the area of agriculture, supported by the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae) are proving successful and winning recognition. Certifications were awarded in many States, based on product quality, grower organization, implementation of technologies, cost reductions and value adding moves, says analyst Léa Maria Lagares. In Rio Grande do Norte, the Potiguar Agroindustrial Development Cooperative (Coodap), with 20 melon producers, and the Frutos da Paz Farmers’ Cooperative (Cooapaz), with 93 pineapple, lemon and coconut growers were distinguished with Fair Trade certifications in 2009 and 2010. In the same State, the Novos Pingos Cooperative (Coopingos), comprising 36 associate members devoted to cashew nut farming, was awarded the Fair and Organic Trade certification in late 2010. Projects in Pernambuco and Bahia also obtained the Globalgap and Integrated Production certifications, along with the Geographical Indication for mangoes and grapes, granted by the National Institute for Industrial Property (Inpi). In Rio Grande do Sul, winegrowing projects in Pinto Bandeira, in sierra gaucha, were awarded the Geographical Indication on 7 October 2010. In that same year, Gran Legado, a sparkling wine made in Bento Gonçalves, received the top quality award. On November 6th, the Garibaldi Sparkling consortium was launched, in compliance with the internal standards for making the product. Other Sebrae supported initiatives are the development and the implementation of the Açaí Safe Food SEBRAE LENDS Program (SFP), in the states of Amapá and SUPPORT TO Pará. This initiative AGRICULTURE IN THE comes with other ENTIRE COUNTRY moves in other states, where Minas Gerais stands out for lending support to the sector, thus qualifying and boosting the production volumes, along with fruit sales at home and abroad. For 2011, Léa comments, Sebrae’s efforts are focused on aligning the fruit farming and winegrowing segments with the strategic agendas devised by the two sectors within the range of the respective sectorial chambers. In the first case, 49 projects are involved, amounting to R$ 13 million (R$ 5 million from Sebrae and R$ 8 million from 321 partners), in 314 municipalities of 19 states. In the other, two projects totaling R$ 709 thousand, bring together 13 partners from two states, and an agreement with the Brazilian Wine Institute (Ibravin), amounting to R$ 2.9 million. The target is to develop activities in Goiás, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, São Paulo and Rio Grande do Sul, with structural actions, knowledge management, innovation and technology. The major initiatives to be carried out over 2011 include stimulus to fruit consumption, promoted jointly with the Brazilian Federation of Agriculture and Livestock (CNA), and wine, sparkling and grape juice consumption, jointly with Ibravin. Lula Helfer Supported by Sebrae, producers and fruit-oriented initiatives make a difference in the market and chart new frontiers 93 Sílvio Ávila Pesquisa Research 94 Sim às diferenças Projeto dá esperança e oportunidade de diversificação nos pomares nordestinos Santa Catarina (Epagri), e das unidades da Embrapa Uva e O cenário da fruticultura do Vale do São Francisco, no Vinho, de Bento Gonçalves (RS), e Clima Temperado, de Nordeste brasileiro, não é constituído apenas por pomares Pelotas (RS), além de outras instituições e universidades, de manga e videiras, os carros-chefe da sua economia. Os deram início, em 2004, à pesquisa Introdução e avaliação de 120 mil hectares de cultivo irrigado são ocupados, também, culturas alternativas para as áreas irrigadas do semiárido brasipor plantações de frutas como banana, coco verde, goiaba, leiro. A coordenação do projeto é do pesquisador da Embramelão, acerola, limão e maracujá, além de outras atividades pa Semiárido Paulo Roberto Coelho Lopes. agrícolas, segundo dados da Associação dos Produtores e De acordo com Maria Auxiliadora, na primeira fase as Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São expectativas foram superadas, pois ficou comprovada a viabiFrancisco (Valexport). Essa lista de diversificação, no entanlidade de se produzir outras variedades. Portanto, será possível to, pode aumentar ainda mais. Depender apenas de algumas culturas para movimentar a encontrar plantações de frutas de clima temperado, como maçã, pera e caqui, no Vale do São Francisco economia de uma região pode ser preocupandaqui a alguns anos. As avaliações de produte, conforme salienta a chefe de pesquisa e ESTUDO ADAPTA tividade e capacidade de adaptação à região desenvolvimento da Embrapa Semiárido, FRUTAS DE CLIMA foram algumas das características essenciais Maria Auxiliadora Coêlho de Lima. Por para a obtenção do resultado, cujas análises isso, a entidade, localizada em Petrolina TEMPERADO AO ocorreram em campos experimentais das (PE), e pesquisadores da Empresa de SEMIÁRIDO instituições e em propriedades particulares. Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de AVALIAÇÃO O projeto, considerado inédito para a região semiárida, também visa à avaliação de culturas de clima subtropical, como limão, laranja e pomelo, mas são as de temperado que se encontram no estágio mais avançado. O próximo passo, conforme explica a engenheira agrônoma Maria Auxiliadora Coêlho de Lima, é avaliar as práticas de manejo (poda e adubação), o custo de inserção das novas culturas, a incidência de pragas e doenças, e o estabelecimento das necessidades de nutrientes e de irrigação. Os estudos seguirão até 2013. Segundo Maria Auxiliadora, com a pesquisa espera-se atender a interesses de pequenos, médios e grandes produtores. No primeiro momento, no entanto, o foco será o mercado regional, com atenção ao ramo agroindustrial. A proposta não descarta, contudo, a possibilidade de trabalhar culturas com potencial competitivo no mercado externo. Ao diversificar o plantio, além de ampliar as oportunidades de cultivo rentável, inova-se no campo, reduz-se a dependência econômica local e abrem-se novos caminhos em meio ao mercado internacional, elementos que possibilitam o desenvolvimento e a sustentabilidade. 95 Accepting differences Project paves the way for new opportunities and orchard diversification in the Northeast The fruit farming scenario in Vale do São Francisco, in the Brazilian Northeast, does not only consist of mango orchards and vineyards, the flagships of its economy. The 120 thousand hectares of irrigated cultivations also produce bananas, green coconuts, guavas, melons, acerolas, lemons and passion fruit, besides other agricultural activities, according to data released by the São Franscico Vale Association of Vegetables and Byproducts Exporters (Valexport). Nonetheless, this diversification list could expand even further. The dependence on only a few crops for driving the economy on an entire region may be a cause for concern, warns the head of the research and development department of Embrapa Semiarid, Maria Auxiliadora Coêlho de Lima. That is why, the entity located in Petrolina (PE), and researchers of the Rural Extension and agricultural Research Corporation of Santa Catarina (Epagri), and Embrapas Grape and Wine, in Bento Gonçalves (RS), and Temperate Climate, in Pelotas (RS), besides other institutions and universities, started in 2004 specific research work, known as Introduction and assessment of alternative crops for the irrigated areas in the Brazilian Semiarid. Paulo Roberto Coelho Lopes, researcher of Embrapa Semiarid, coordinates the project. According to Maria Auxiliadora, at the first stage, all expectations were exceeded, since the viability for producing other varieties was fully demonstrated. Therefore, in a few years from now, it will be no surprise to come across temperate climate fruit plantations, like apples, pears and persimmons, across Vale do São Francisco. Productivity STUDY ADAPTS assessments and adaptation capacity to the region were TEMPERATE CLIMATE some of the essential characFRUIT TO THE teristics achieved in the trial SEMIARID fields of these institutions and in privately owned farms. 96 Sílvio Ávila EVALUATION The project, seen as a pioneer in the Semiarid region, is also intended to assess other crops from subtropical climates, including lemons, oranges and pomelos, but it is temperate climate fruit that have been the target of deeper research works. The next step, according to agronomic engineer Maria Auxiliadora Coêlho de Lima, consists in evaluating the management practices (pruning and fertilization), the cost of inserting the new varieties, the incidence of diseases and pests, the establishment of the nutrient and irrigation needs. The studies have been scheduled to go on until 2013. Maria Auxiliadora explains that the research work is intended to see to the interests of small, medium and commercial farmers. At a first moment, nevertheless, the focus will be on the regional market, with special attention to the industrial sector. The bid does not disregard research works on crops that could be potentially competitive in the international marketplace. Planting diversification boosts the chances for profitable cultivations, leads to field innovations, reduces local economic dependence and paves the way for these fruit to work their way into the international market, elements that lead to development and sustainability. 97 Aliadas à saúde Rede internacional de pesquisa visa a avaliar propriedades de frutas tropicais em benefício da saúde humana e da ampliação de mercado A pesquisa frutícola brasileira promete grandes realizações durante o ano de 2011. Por meio de uma rede internacional de pesquisa na área de ingredientes funcionais, os participantes da Rede Frutactiva, aprovada em dezembro de 2010, irão desenvolver maneiras para investir nos ingredientes bioativos INGREDIENTES BIOATIVOS DE FRUTAS PREVINEM DOENÇAS fornecidos por algumas variedades de frutas. Ao mesmo tempo, almejam aumentar as possibilidades de consumo e agregar valor aos produtos. Aprovado pelo Cyted – conselho que reúne Organismos Nacionais de Ciência e Tecnologia (ONCTS) dos países de língua espanhola e portuguesa da América, juntamente com Portugal e Espanha (Iberoamérica) e representado em solo brasileiro pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) –, o projeto terá liderança da Embrapa Agroindústria Tropical, de Fortaleza (CE), e coordenação do pesqui- sador da unidade Ricardo Elesbão. Durante os quatro anos de trabalho, espera-se montar um grupo multi e transdisciplinar que favoreça a cooperação, a interação, a transferência de conhecimentos, metodologias e tecnologias para caracterização, obtenção e uso de compostos bioativos de frutas tropicais não tradicionais nos países iberoamericanos, como acerola, açaí, romã e caju. Aumentar a contribuição social das frutas em estudo às populações locais onde estão disseminadas e promover políticas públicas voltadas à nutrição também englobam as propostas da rede. Sílvio Ávila SAUDÁVEL Além de fornecer nutrientes, as frutas possuem 98 ingredientes bioativos com propriedades comprovadas na prevenção de doenças degenerativas. Ao detectar os compostos antioxidantes, os pesquisadores trabalharão para estimular o consumo. As frutas são as principais fornecedoras de componentes que ajudam na redução de radicais livres – moléculas que degeneram as células humanas – acumulados no cotidiano. De acordo com o coordenador, Ricardo Elesbão, a Rede Frutactiva também tem como meta valorizar as frutas existentes apenas em solo brasileiro, além de promover o interesse pela produção de outras variedades em maior escala, como o umbu. Fornecer subsídios para a pesquisa de melhoramento e à indústria que queira utilizar extratos dessas frutas para obtenção de produtos cosméticos e nutracêuticos constituem, do mesmo modo, os objetivos da rede. Os resultados serão apresentados às comunidades acadêmicas e aos investidores industriais pelo menos duas vezes por ano. Para isso, a equipe contará com 33 mil euros anuais para promoção de reuniões, cursos e lançamento de publicações. Composta por 14 grupos de pesquisa, sendo quatro do Brasil, e 12 empresas, a Rede Frutactiva contará com 109 pesquisadores dos nove países que fazem parte da iniciativa. Em conjunto, trabalharão para divulgar os bons componentes das frutas brasileiras, possibilitando abrir novos mercados e criar hábitos mais saudáveis. Sílvio Ávila Healthy International research network analyzes the human health benefits of tropical fruit and market expansion moves the Portuguese acronym) –, the project will be under the Fruit-oriented research works in Brazil are likely to celsupervision of Embrapa Tropical Agroindustry, based in ebrate relevant achievements throughout 2011. Through an Fortaleza (CE), and under the coordination of Ricardo international research network focused on functional ingreElesbão, researcher with the unit dients, the participants of the research network dubbed FruDuring the next four years, the intention is to set up a tactiva Network, which got its approval in December 2010, multi and transdisciplinary team that is supposed to prowill engage in the development of manners to invest in the mote cooperation, interaction, knowledge transference, bioactive ingredients that are present in some fruit species. characterization methodologies and technologies, extraction In the meantime, the idea is to boost consumption and add and use of bioactive compounds from non tradivalue to the products. tional tropical fruit in Ibero-American Approved by the Cyted – a council that countries, like acerola, açaí, pomegranate includes the National Organisms for SciFRUIT-BASED and cashew nut. Other proposals of the ence and Technology (NOST) of the SpanBIOACTIVE network include the social contribution ish and Portuguese speaking countries in INGREDIENTS WARD of all fruit species through a study of the America, jointly with Portugal and Spain OFF DISEASES (Ibero-America) and represented in Bralocal populations where they are found, zil by the National Council for Scientific and the promotion of public policies and Technological Development (CNPq, in geared towards nutrition values. HEALTH FRIENDLY Besides being a source of nutrients, most fruit have bioactive ingredients with unquestionable properties for warding off degenerative diseases. Upon detecting the antioxidant compounds, the researchers remain focused on stimulating consumption. The major components that reduce the free radicals – molecules that degenerate human cells and gradually accumulate in the body - are found in fruit. According to coordinator Ricardo Elesbão, one of the targets of the Frutactiva Network consists in boosting the value of fruit found only on Brazilian soil and also includes the interest in producing other varieties on a larger scale, like the umbu fruit. Similar objectives of the network include inputs for enhancement-oriented research works and for industries thast happen to be interested in using extracts of these fruit for their cosmetic and nutraceutical products. The results will be presented to academic communities and industrial investors, at least twice a year. To this end, the team will rely on a financial grant of 33 thousand euros a year for staging meetings, courses and for launching new publications. Comprising 14 research teams, four of which from Brazil, and 12 companies, the Frutactiva Network relies on the work of 109 researchers, all involved in the initiative, spread across 9 different countries. They will work jointly towards giving publicity to the good components of Brazilian fruit. New markets and the creation of healthy eating habits are also pursued. 99 Inor /Ag. Assmann Irresistível Rede de pesquisa trabalha para desenvolver variedades de melancia mais saborosas, de alto valor comercial e resistentes a pragas e doenças vares. Com coletas realizadas em centenas de municípios dos esMagali, criação do cartunista Maurício de Sousa, vai ter tados de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Midezenas de motivos para aumentar seu apetite. Tudo porque nas Gerais e Rio Grande do Sul, entre outros, 953 amostras de um grupo de pesquisadores, ao formar a Rede de Pesquisa sementes crioulas dão forma ao Banco Ativo de Germoplasma, em Melhoramento de Melancia, em abril de 2009, pretende mantido na Embrapa Semiárido. Elas são utilizadas para realizar originar variedades que sejam ainda mais saborosas, de alto os cruzamentos em busca de variedades que correspondam às valor comercial e resistentes a pragas e doenças. necessidades dos produtores e do mercado. A melancia está entre as cinco olerícolas mais importantes Os trabalhos de melhoramento vegetal já resultaram na cultivadas em solo brasileiro, fato que motivou o desenvolgeração da cultivar BRS Opara, a única no Brasil que apresenvimento do projeto de melhoramento genético. Participam ta resistência ao oídio sem precisar recorrer ao uso de insumos da iniciativa grupos de unidades da Embrapa – Mandioca e químicos para controlá-lo. Atualmente, conforme a pesquiFruticultura (BA), Semiárido (PE), Hortaliças (DF), Rondônia (RO), Agroindústria Tropical (CE) e Recursos Genéticos e sadora Rita de Cássia, a variedade está em fase de validação e registro para que seu plantio possa ser iniciado em 2012. Biotecnologia (DF) – e das universidades do Estado da Bahia Parte da estratégia dos pesquisadores é suprir o mercado (Uneb), Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Federal com outras variedades e híbridos, adaptados às diferentes conRural do Semiárido (Ufersa) e Estadual de Feira de Santana dições ambientais do País, sempre atentos às características para (UEFS). Atualmente, a cultivar Crimsom Sweet corresponde a inserção no mercado. Também espera-se encontrar cultivares 90% das plantações brasileiras, segundo a pesquisadora Rita de Cássia Souza Dias, da Embrapa Semiárido. Sua deficiência, com maior rendimento, sendo que hoje a média nacional varia de 4 a 31 toneladas por hectare, conforme Rita de Cássia. no entanto, é a suscetibilidade a muitas doenças que afetam a A pesquisadora salienta que houve cultura, entre elas as fúngicas, como o oídio. registro de níveis animadores de subsNão é apenas a atuação maléfica do fungo CULTIVAR tâncias antioxidantes, como licopeno que motiva o desenvolvimento do projeto; ouRESISTENTE AO (anticancerígena) e betacaroteno (fonte tros problemas fitossanitários enfrentados pela OÍDIO DEVE ESTAR de vitamina A), em algumas variedades melancia incentivam a busca por resistência NO MERCADO trabalhadas pela rede. A meta, entregenética. Características como frutos de menor EM BREVE tanto, é encontrar outras novidades tamanho, produtivos e atraentes ao consumidor também são almejadas ao desenvolver novas cultienriquecedoras. 100 Irresistible Research network is developing a more delicious watermelon variety, of high commercial value and resistant to pests and diseases ed the BRS Opara cultivar, the only one in Brazil resistant to the fungus oidium, without the need to resort to agrochemicals to control it. Currently, according to researcher Rita de Cássia, the variety is undergoing the validation and register stage for plantings scheduled for early 2012. Part of the strategy of the researchers consists in providing the market with other varieties and hybrids, adapted to the various environmental conditions across the Country, always paying great heed to the characteristics required by any market insertion move. The researchers also hope to come up with high-yielding varieties, since the national average remains at 4 to 31 tons per hectare, says Rita de Cássia. The researcher points out that there have been records of encouraging antioxidant levels, like lycopenu (anticancer) and betacarothen (source of vitamin A), in some varieties studied by the network. The target, nonetheless, is to come up with enriching novelties. Inor /Ag. Assmann Magali, the brainchild of cartoonist Maurício de Sousa, will have hundreds of reasons to enhance its appetite. The credit goes to a group of researchers, who, after creating the Watermelon Enhancement Research Network, in April 2009, seek to find out more delicious watermelon varieties, of high commercial value and resistant to pests and diseases. The watermelon is one of the five most important olericole plants cultivated in Brazilian soil, a reality that has given rise to the genetic enhancement project. The initiative is shared by the following Embrapa units: Cassava and Fruit Farming (BA), Semiarid (PE), Vegetables (DF), Rondônia (RO), Tropical Agroindustry (CE) and Genetic Resources and Biotechnology (DF) and the universities of Bahia (Uneb), Federal Rural of Pernambuco (UFRPE) and State University in Feira de Santana (UEFS). Nowadays, the Crimsom Sweet cultivar corresponds to 90% of all Brazilian watermelon plantations, says researcher Rita de Cássia Souza Dias, of Embrapa CULTIVAR Semiarid. Its deficiency, RESISTANT TO nonetheless, lies in its susOIDIUM IS IN ceptibility to many disTHE PIPELINE eases that attack the crop, among them, the fungus diseases, like oidium. It is not only the damage caused by the fungus that triggers the development of the project; other phytosanitary problems of this variety encourage the work in pursuit of genetic resistance. Such characteristics as smaller fruit, productive and appealing to consumers are also the focus of the development of new cultivars. Through sample collections carried out in hundreds of municipalities in the States of Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Minas Gerais and Rio Grande do Sul, among others, 953 creole seed samples materialize the Active Germplasm Database, run by Embrapa Semiarid. They are used for crossings in search of varieties that meet the needs of the the market and producers. The vegetable enhancement works have already generat- 101 Sílvio Ávila Acelera Novos laboratórios do IAC agregam agilidade e eficiência a pesquisas em fruticultura A fruticultura brasileira ganhou mais um aliado para ampliar o leque de iniciativas positivas e de crescimento. Em 30 de novembro de 2010, o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) deu início aos trabalhos do Laboratório de Biotecnologia e Qualidade de Frutas, no Centro de Frutas, em Jundiaí (SP). Com a inauguração, a obtenção de variedades utilizando-se ferramentas biotecnológicas para auxiliar o programa de melhoramento genético e a avaliação da qualidade de frutas passou a ser rotina entre os pesquisadores. Junto a isso, as novas instalações darão suporte aos projetos de pesquisa voltados ao aumento de produtividade, à melhoria da qualidade e à resistência a doenças, pragas e a condições ambientais adversas. Conforme o pesquisador FRUTAS MAIS e diretor do Centro de Frutas do IAC, Marco Antonio SAUDÁVEIS E Tecchio, com o laboratório RESISTENTES SÃO OBJETO DE ESTUDOS em pleno funcionamento, demandas verificadas no setor 102 produtivo poderão ser atendidas com mais agilidade. O laboratório ocupa 88 metros quadrados e é dividido em oito salas. Nele, no aspecto da qualidade, são realizadas avaliações físicas (peso, textura e dimensões) e químicas (pH, acidez, teor de sólidos solúveis e outros) de frutas como uva, pêssego, nectarina, ameixa, caqui, abacaxi e macadâmia, que reúnem o maior número de projetos em andamento no local. Na área de biotecnologia serão realizados estudos com a cultura de tecidos, objetivando a obtenção de maiores quantidades de mudas com alto potencial agronômico e com sanidade. A ferramenta permite ainda obter variedades livres de viroses. Nessa área, os estudos com abacaxi, uva e pêssego, oriundos de fazendas localizadas em polos produtores no Estado paulista, são priorizados. Segundo Tecchio, as pesquisas no laboratório, o qual recebeu investimento de R$ 200 mil, também irão proporcionar maior diversificação de plantio, material de melhor qualidade genética e sanitária, além da redução de custos com insumos e defensivos agrícolas. O pesquisador ressalta ainda que, ao plantar mudas de qualidade e mais resistentes às pragas e doenças, o agricultor poderá expandir a produção e, com isso, aumentar sua renda. Na gama de benefícios, o consumidor tem lugar garantido ao se deparar com frutas mais saudáveis, saborosas e de alto valor nutricional. ção do Laboratório de Biotecnologia e Qualidade de Frutas, todas as pesquisas desenvolvidas pelo Centro de Frutas do IAC relacionadas à qualidade serão realizadas em suas dependências, explica o pesquisador Marco Antonio Tecchio. No âmbito da biotecnologia, no entanto, têm andamento no local os projetos relacionados ao melhoramento genético do abacaxizeiro, do pessegueiro e da videira. Entre as dezenas de estudos realizados no centro destacam-se, na viticultura, a caracterização de germoplasma de uva para mesa, vinhos e porta-enxertos; a utilização de reguladores vegetais que visam a melhorias na qualidade dos cachos e das bagas de uva e a uniformização da brotação da videira; sistemas de condução alternativos para videira e a avaliação do comportamento de copa e porta-enxerto em diferentes regiões vitícolas no Estado de São Paulo. Em frutas de caroço (pêssego e nectarina), objetiva-se o desenvolvimento de cultivares precoces e pouco exigentes de frio. Na cultura da macadâmia, busca-se desenvolver variedades mais produtivas para ampliar a produção sem necessidade de expandir a área de cultivo. Outro trabalho diz respeito às fruteiras de clima tropical, no qual figura o abacaxizeiro. Com ele é desenvolvida pesquisa que visa à obtenção de variedades resistentes a pragas e doenças com frutos de qualidade. Destaca-se, nesse sentido, o lançamento, em janeiro de 2010, da cultivar IAC Fantástico, com características de resistência à fusariose, principal doença da espécie no Brasil. Iniciativa que, como todas as outras, visa à melhoria das técnicas culturais empregadas nos cultivos de frutíferas e à obtenção de variedades com alta potencialidade agronômica. Tudo para ver pomares ainda mais verdes e cheios de bons frutos. PÓS-COLHEITA No Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a pesquisa frutícola não ganhou reforço apenas na área da biotecnologia e da qualidade de frutas. Em dezembro de 2010, foi inaugurado o Laboratório de Microbiologia e Fitopatologia Pós-colheita, no Centro de Engenharia e Automação, em Jundiaí (SP). As novas instalações permitirão que sejam realizados estudos envolvendo o controle de podridões pós-colheita, bem como a quantificação de micro-organismos causadores de doenças transmitidas por alimentos, explica a pesquisadora Patrícia Cia. Além de servir à pesquisa agrícola, a unidade poderá atender a agricultores e empresas do ramo de diversas regiões brasileiras. Entre os serviços que estarão disponíveis, após a implantação da ISO 17.025, está o atendimento de solicitações de análises microbiológicas. De acordo com Patrícia, estão em desenvolvimento trabalhos que envolvem o estudo de métodos convencionais e alternativos de controle de podridões, com o intuito de contribuir para a redução de perdas qualitativas e quantitativas na fase da pós-colheita. Os pesquisadores dão andamento também a estudos que englobam a análise de podridões em diversas frutas. As atenções são divididas entre o controle da antracnose em goiabas e a indução de resistência contra o fungo C. gloeosporioides; a utilização de atmosfera monitorada de ozônio para o controle de podridões em uvas de mesa e o aumento do período de conservação; e o controle alternativo da antracnose em mamões Golden e de podridões pós-colheita em pêssegos. Divulgação IAC QUALIDADE Com a inaugura- 103 Speeding things up New IAC laboratories provide speedier and more efficient research on fruit farming practices Divulgação IAC Fruit farming in Brazil has gained another ally towards expanding the array of positive initiatives and growth rates. On 30th November 2010, the Agroeconomic Institute of Campinas (IAC) started the construction of the Fruit Quality and Biotechnology Laboratory, in the Fruit Center, based in Jundiaí (SP). With its inauguration, the creation of new varieties through the use of biotechnological tools geared towards the genetic enhancement program and the assessment of fruit quality has turned into routine work among the team of researchers. Furthermore, the new facilities will 104 provide support for the research projects focused on soaring productivity rates, quality improvement and resistance to pests, diseases and adverse climate conditions. According to researcher and director of the IAC Fruit Center IAC, Marco Antonio Tecchio, with the laboratory in full operation, demands from the production sector could be met faster. The 88-square meter laboratory is split into eight rooms. In them, as far as quality is concerned, physical assessments (weight, texture and dimension) and chemical evaluations (pH, acidity, soluble solid rates and others) are conducted on such fruit as grapes, peaches, nectarines, plums, persimmons, pineapples and macadamia, which make up the biggest number of projects underway in the place. Tissue culture studies are to be carried out by the area of biotechnology, with the target to obtain higher amounts of healthy seedlings with high agronomic potential. The tool also allows for the production of varieties free from virus diseases. In this area, the studies on pineapple, grape and peach, all fruit coming from farms located in producing hubs throughout the State of São Paulo, are given priority. According to Tecchio, all research work carried out in the laboratory, which required an investment of R$ 200 million, will also provide for crop diversification, material of higher genetic and sanitary quality, while the growers are to benefit from lower expenses on inputs and agrochemicals. The researcher also points out HEALTHIER AND that, by planting quality MORE RESISTANT seedlings and more resisFRUIT ARE NOW tant to pests and diseases, UNDER STUDY the farmers are in a position to expand their production volumes, with obvious reflections on higher income. Within the array of benefits, consumers will surely take advantage of healthier, more delicious and highly nutritional fruit. QUALITY With the inauguration of the Fruit Quality and Biotechnology Laboratory, all quality-oriented research works carried out by IAC Fruit Center related to quality will take place at its facilities, explains researcher Marco Antonio Tecchio. In the biotechnology area, however, the projects related to the genetic enhancement of pineapples, peach trees and vineyards, are conducted through field trials. Among the tens of studies conducted in the center, the ones that stand out at winegrowing are the germplasm characterization of table grapes, wine grapes and and graft-bearers; the use of vegetable regulators intend to enhance the quality of grape bunches and berries and bud sprouting uniformity in vineyards; alternative conduction systems for the vineyards and the evaluation of the behaviour of the crown and graft-bearer in different winegrowing regions in the state of São Paulo. In stone fruit (peach and nectarine), the goal is to develop premature cultivars and little demanding in terms of cold temperature. With regard to macadamia, more productive varieties are the target in order to expand production volumes without bigger planted areas. Another work has to do with the tropical fruit trees, where the pineapple bush stands out. Research on this fruit seeks to come up with varieties resistant to pests and diseases, while producing high quality fruit. Within this context, the highlight is the launching of the IAC Fantástico cultivar, in January 2010, highly resistant to Fusarium wilt, a major disease that attacks this species in Brazil. An initiative, which, like all others, seeks improved cultural practices in fruit farming activities, along with the creation of varieties with high agronomic potential. And all this work is intended to make our orchards greener and trees loaded with fruit. POST-HARVEST At the Campinas Agronomic Institute (IAC), research work on fruit trees has not just gained help for the area of biotechnology and fruit quality. The Post Harvest Microbiology and Phytopathology Laboratory was inaugurated in the Engineering and Automation Center, in Jundiaí (SP). The new facilities are to pave the way for new studies on post-harvest rot control, as well as the quantification of the microorganisms that cause diseases transmitted by food, explains researcher Patrícia Cia. In addition to render services to agricultural research works, the unit is in a position to see to the needs of companies of the sector in several regions across Brazil. The available services, after getting certified by ISO 17.025, include requests for microbiological analyses. According to Patrícia, there are works underway that involve the study of conventional and alternative rot control methods, with the target to contribute towards reducing qualitative and quantitative losses during the post-harvest stage. The researchers are also carrying on with studies that include analyses of rot incidences in several other fruit. All efforts are split between the control of anthracnose in guavas and the induction of resistance against the fungus C.gloeosporioides; the utilization of the ozone monitored atmosphere for the control of table grape rot and for extending their conservation period; and alternative control of anthracnose in Golden papaya and post-harvest peach rot. 105 Sílvio Ávila Sob controle Desenvolvimento de produtos biológicos amplia as opções para o fruticultor proteger o pomar e atender às exigências de compradores machos ficam confusos, não conseguem realizar a cópula e, Enquanto alguns pesquisadores trabalham para enconsequentemente, perpetuar a espécie. Romano salienta, no contrar variedades e híbridos de frutas que sejam mais entanto, que a aplicação deve ocorrer no início da infestação, resistentes a pragas e doenças, outros se dedicam ao desenvolvimento de produtos capazes de combater esses vilões dos quando a população da praga está baixa. Os biofungicidas também têm importância para a fruticulpomares. Dentro dessa linha surgem os produtos biológicos, tura, uma vez que melhoram a eficiência no manejo de determique complementam o manejo integrado. De acordo com o nadas doenças. É, de igual modo, uma grande estratégia aliada coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos à fitotecnia. Conforme Romano, o composto desenvolvido a Biológicos da Basf para Amárica Latina, Fabrizio Carbone Romano, essas técnicas têm papel extremamente importante. partir da bactéria gram-positiva Bacillus subtilis (agente biológico não patogênico, comum no solo e na água) é um exemplo. Com ação distinta da exercida pelos produtos químicos, O pesquisador explica que o produto age como uma ferramenta os biológicos agem de várias maneiras. Segundo Romano, o de proteção, sendo sua caractéristica principal a capacidade de controle de pragas e doenças pode ser feito com a utilização inibir o desenvolvimento de outros agentes biológicos. de feromônios e de biofungicidas. Na primeira é utilizada Por meio de pulverização foliar ou via solo, o biofungiciuma técnica conhecida como confusão sexual de machos. da pode ser aplicado próximo à colheita objetivando o maNela são montadas “armadilhas” com o feromônio sexual nejo de resíduos. Com isso, o produtor tem a oportunidade nas áreas de produção com o objetivo de atrair insetos do de atender às exigências de grandes varejistas e exportadores sexo masculino de determinada espécie. Depois é realizada a que apresentam rigorosas restrições a resíduos e inserir seu observação periódica, na qual os técnicos conseguem reunir produto em novos mercados. Nesse contexto, Romano acredados como surgimento da praga, densidade populacional dita que “a indústria deve investir em ao longo da safra e identificação da área com maiores tecnologia e inovação para dispoou menores infestações. FEROMÔNIOS E nibilizar aos fruticultores produtos Em seguida, após a pulverização das plantaBIOFUNGICIDAS e soluções que auxiliem no manejo ções com inseticidas convencionais, são colocados de resistência de doenças e pragas e em campo 500 liberadores com maior concentraSÃO ALIADOS DOS agreguem valor ao campo, permitinção de feromônio sexual. Incapazes de localizar POMARES do a inserção em novos mercados”. a fonte da substância produzida pela fêmea, os 106 Sílvio Ávila Under control Development of biological products broadens the option for fruit growers to protect their orchards and comply with buyer requirements the female, the males get confused, become unable to mate and, While some researchers are engaged in coming up with fruit varieties and hybrids that are more resistant to pests and diseases, consequently, fail to propagate the species. Romano, however, others devoted their efforts towards the development of products stresses that any application should occur in the early stage of the infestation, when the population of the pest is still low. capable of fighting these scourges of the orchards. It is within Biofungicides also play an important role in fruit farmthis line that biological products come in, and they complement ing, since they improve management efficiency of certain the integrated management practices. According to Fabrizio diseases. They are equally a strategic ally to Phytotechnics. Carbone Romano, coordinator of Basf’s Latin America’s ReAccording to Romano, the compound developed from the search and Biological Products Development department, these gran-positive bacterium Bacillus subtilis (non pathogenic techniques perform an extremely important role. biological agent, common in soil and water) is an example. With a function very distinct from the one performed The researcher explains that the product works as a protecby chemical products, the biological agents act in different tion tool, and one of its major characteristics is the capacity manners. According to Romano, pests and diseases can be to inhibit other biological agents. controlled by pheromones and biofungicides. In the former, Through foliar or ground sprayings, biofungicides can the technique used is known as male sexual confusion. Traps be applied close to harvest time with the purpose of managcontaining male sexual pheromones are installed in the production areas with the aim to attract male insects of a certain ing the residues. This gives the growers the chance to launch their products into new markets and comply with the everspecies. These traps are monitored periodically, giving techstricter residue related requirements of commercial nicians the chance to collect such information as the retailers and exporters. Within this conarrival of the pest, population density during text, Romano believes that “the industry the season and identification of areas with PHEROMONES AND should invest in technology and innovation major an minor infestation rates. BIOFUNGICIDES to provide the fruit growers with products Afterwards, once the crops have been and solutions that boost plant resistance sprayed with conventional chemicals, 500 GO WELL WITH to diseases and pests, while adding value liberators with higher sexual pheromone ORCHARDS to the products, making them work their concentrations are placed in the field. Unable way into new markets”. to find the source of the substance produced by 107 Especial Special Navegar é preciso Transporte marítimo domina nas exportações brasileiras de frutas frescas, mas estrutura dos portos precisa melhorar Sílvio Ávila Mais de 80% das exportações brasileiras de frutas são realizadas por via marítima. Para poder garantir que os produtos cheguem do outro lado do Oceano Atlântico em boas condições de consumo, é necessário uma bem montada 108 estrutura de transporte e armazenamento. O Brasil já melhorou em muitos aspectos. No entanto, ainda há muito a ser aperfeiçoado para agilizar e diminuir os custos das vendas. O pesquisador Rufino Fernando Flores Cantillano, da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas (RS), entende que a logística para as frutas frescas não deve ser pensada somente a partir do transporte. “Ela tem início no local da produção e se estende até o ponto de venda”, destaca. Nesse contexto, avalia o pesquisador, a manutenção da “cadeia do frio” é fundamental por se tratar de alimentos altamente perecíveis. A localização geográfica do Brasil pode ser considerada privilegiada pelo fácil acesso aos mercados importadores. Para Cantillano, o País pode perder essa vantagem logística caso não sejam resolvidos alguns gargalos. Ele cita os altos custos e a estrutura inadequada de portos e aeroportos; o excesso de burocracia; a grande distância entre as regiões produtoras e os portos, o que encarece o transporte; e a falta de experiência de muitos exportadores. “Essa situação está mudando com os avanços observados na infraestrutura e logística, consequência das privatizações dos portos, das ferrovias e das comunicações, mas muitos aprimoramentos ainda são necessários”, avalia. O presidente do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, enfatiza que um dos pontos importantes para as exportações é a manutenção da frequência dos embarques. “Nós não temos um volume para exigir cargas de frutas em si. Então, sempre teremos que recorrer às sobras de porões e de espaços em contêineres”, explica. Para Fernandes, é necessário que se faça um amplo estudo sobre a logística que temos hoje LOGÍSTICA DEVE no Brasil para frutas. SER PENSADA “Ela não é mais absDESDE O LOCAL trata, mas sim o fiel da DA PRODUÇÃO balança”, conclui. Sílvio Ávila Navigation required Maritime transport predominates in Brazilian fresh fruit exports, but port structure is long overdue for an overhaul More than 80% of Brazil’s fresh fruit exports are transported by sea. To make sure the products reach the other side of the ocean in good consuming conditions, a well structured transport and warehousing structure is needed. In many respects, Brazil has made improvements. Nevertheless, there is still much to do when it comes to speeding up deliveries and reducing sales costs. Researcher Rufino Fernando Flores Cantillano, of Embrapa Temperate Climate, in Pelotas (RS), understands that fresh fruit logistics should not only be considered in terms of transport. “It starts at the production site and ends at the sales outlet”, he empha- LOGISTICS NEEDS TO BE CONSIDERED FROM THE PLACE OF PRODUCTION sizes. Within this context, the researcher argues, the maintenance of the “cold chain” plays a relevant role, since fresh fruit go bad fast. Brazil’s geographic location is viewed as privileged for its easy access to important markets. In Cantillano’s view, the Country could lose this logistic edge if some bottlenecks remain unsolved. He cites the high costs and improper structure of our ports and airports; excessive red tape; the huge distances between the producing regions and the ports, adding costs to transport; and the lack of experience of many exporters. “This situation has been improving thanks to infrastructure and logistic advances, resulting from the privatization of ports, railways and communications, but more improvements are needed”, he comments. The president of the Brazilian Fruit Institute (Ibraf ), Moacyr Saraiva Fernandes, emphasizes the need to maintain the frequency of the shipments. “Our volume is not enough for exclusive fruit cargos. This forces us to resort to spaces left empty in the hold or in containers”, he explains. Fernandes has it that a comprehensive study on Brazil’s fruit logistic structures is badly needed. “It is no longer an abstract being, but the driving force”, he concludes. PORTA DE EMBARQUE SHIPMENT GATE Exportações nacionais de frutas frescas em 2010 por vias de transporte Vias Volume (kg) Marítima 635.358.047 Rodoviária 85.061.180 Aérea 38.967.874 Meios próprios 28.454 Postal 5.040 Total 759.420.595 Fonte: Secex 109 Sílvio Ávila Ponto de partida Porto de Pecém, no Ceará, consolida-se como o maior exportador de frutas frescas do Brasil, com 39,70% da movimentação de cargas sumir a liderança nas exportações de frutas, cargas altamente perecíveis que precisam de uma estrutura de frio. O porto de Pecém possui uma área, de 80 mil metros quadrados, específica para contêineres refrigerados (reefers), com 888 tomadas fixas e mais 120 tomadas de geradores extras (power pack). Duas câmaras frigoríficas são utilizadas para inspeção de produtos vegetais. O píer tem 350 metros de comprimento, com dois berços de atracação, sendo um calado de 14 metros na parte interna e 15 metros na externa. Quem conheceu o porto cearense de Pecém em 2002, Semanalmente, ocorrem três serviços regulares de embarque, quando ele entrou em funcionamento, não imaginava o com navios equipados com tomadas frigoríficas que atendem quanto o terminal se expandiria. Localizado em São Gonçaaos mercados do norte da Europa, do Mediterrâneo, das lo do Amarante, na região metropolitana de Fortaleza, em Ilhas Britânicas e da costa leste dos Estados Unidos. apenas oito anos consolidou-se como o maior exportador Conforme o engenheiro Mário Lima Júnior, diretor de de frutas frescas do Brasil. Em 2010, o País enviou 635.358 Desenvolvimento Comercial da Cearáportos, nos últimos toneladas ao mercado externo por via marítima. Saíram por Pecém 252.239 toneladas, o que equivale a 39,70% do total. três anos houve investimento de R$ 4,5 milhões. Os recurOs maiores volumes foram de melões, bananas, mangas, cas- sos foram utilizados na ampliação do parque de tomadas frigoríficas e na reforma de uma das câmaras de inspeção vetanhas, uvas e melancias. getal. Também foi instalado um novo portão de O excelente posicionamento de Pecém, acesso (gate) para movimentação de carga gesendo a última escala do Mercosul antes ral e granéis sólidos, com o objetivo de agilizar da rota de navegação, faz com que aos DE PECÉM a chegada de contêineres pela entrada principal poucos o terminal aumente a sua gama PARTIRAM 252 MIL do porto. Segundo Lima Júnior, até julho de de clientes. O porto, administrado pela TONELADAS DE 2011 devem ser instaladas mais 480 tomadas estatal estadual Cearáportos, aproveiFRUTAS EM 2010 frigoríficas no terminal de múltiplo uso. tou esse potencial e preparou-se para as- 110 Starting point Those who saw the port of Pecém in 2002, when it started operating, could certainly not figure out how much the terminal would expand. Located in São Gonçalo do Amarante, in the metropolitan region of Fortaleza, in just eight years it has consolidated as the leading fresh fruit exporter port in Brazil. In 2010, the country shipped 635,358 tons abroad by boat. Shipments from the port of Pecém amounted to 252,239 tons, equivalent to 39.70% of the total. The biggest volumes consisted of melons, bananas, mangos, cashew nuts, grapes and watermelons. Pecém’s excellent geographic location, being the last Mercosur stop before the navigation route, is gradually increasing the terminal’s array of clients. The port, controlled by the state company Cearáportos, took advantage of this potential and worked its way up to a leadership position in fruit exports, highly perishable cargos that depend on a cold chain. The port of Pecém offers an 80-thousand-square-meter area, specific for refrigerated containers (reefers), with 888 fixed electric outlets and an extra 120 outlets from extra power packs. Two refrigerated chambers are exclusively for the inspection of vegetable products. The pier is 350 meters long, comprises two loading docks, with an internal 14-meter draft and an external 15 meter draft. There are three regular shipments per week, with boats equipped in line with the markets of northern Europe, Mediterranean, British Islands, and East Coast of the United States. According to engineer Mário Lima Júnior, Commercial Development director of Cearáportos, investments of R$ 4.5 million were made over the past three years. The resources were utilized in the expansion of the reefer 252 THOUSAND TONS outlets park and for the refurbishment of the OF FRUIT WENT vegetable inspection THROUGH THE PORT chambers. A new access OF PECÉM IN 2010 gate was also installed for cargos in general and solid bulk cargoes, with the aim to speed up the arrival of the containers through the main entrance of the port. According to Lima Júnior, upwards of 480 reefer outlets are to be installed in the multipurpose terminal, by June 2011. PARTIDA - DEPARTURE Movimentação das exportações de frutas em 2010 - Principais portos Porto Volume (kg) Receita (US$) Pecém (CE) 252.239.352 356.377.773 Fortaleza (CE) 93.502.719 113.478.815 Santos (SP) 92.042.152 63.193.943 Salvador (BA) 77.514.042 110.072.702 Natal (RN) 66.928.358 50.712.252 Rio Grande (RS) 55.355.337 31.767.682 Itajaí (SC) 32.879.510 22.414.078 Fonte: Secex Sílvio Ávila Port of Pecém, in Ceará, is gradually assuming the leadership in fresh fruit exports in Brazil, with 39.70% of all shipments 111 Boa saída Chile realizou melhorias e consolidou um bemsucedido sistema de exportação para as frutas Sílvio Ávila A promoção das transações internacionais é realizada Enquanto o Brasil ainda caminha para aprimorar sua pelo governo federal, em conjunto com a iniciativa privaestrutura logística e assim exportar mais, com redução de da, por meio do programa Pró-Chile. O transporte por via custos, o Chile já consolidou um bem-sucedido sistema de marítima responde por 95% do total e o principal porto de comércio internacional. Com um território de apenas 759,9 saída é Valparaíso. Conforme Cantillano, em 1998 foi fechamil quilômetros quadrados – contra 8,5 milhões de km2 do da a estatal chilena que cuidava dos portos, deixando para Brasil –, o país andino consegue altas produtividades com o setor privado a administração, mediante concessão. “O bom padrão fitossanitário. Quase metade das frutas são exresultado foi surpreendente pois, sem aumentar a superfície portadas in natura. Os principais itens vendidos são uva de dos terminais, mas melhorando a tecnologia e a gestão, a camesa, kiwi, pera, maçã, abacate e ameixa. Os destinos são os pacidade operativa dos portos foi duplicada”, ressalta. mercados dos Estados Unidos, do Canadá e da Europa. Também o sistema de transporte aéreo está muito O pesquisador Rufino Fernando Flores Cantillano, da bem organizado no país. A empresa com maior particiEmbrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), explica que o pação no mercado é a Lan Chile Cargo, que realiza maior crescimento do setor exportador de frutas o controle de qualidade dos produtos e chilenas começou na década de 1970, com assessora os usuários sobre embalagens e o modelo de economia de livre mercado. PRIVATIZAÇÃO manuseio. As principais frutas exportadas “A reforma tributária e de aduanas, as DUPLICOU via aérea são framboesa, pêssego, nectaripolíticas de câmbio, as novas regulamenCAPACIDADE na, cereja e ameixa, que têm entre os destações portuárias e as modificações na Lei DOS PORTOS tinos Estados Unidos, Inglaterra, França, da Marinha Mercante foram importantes Canadá e Japão. para lograr esses avanços”, enfatiza. 112 Good way out Chile carried out improvements and consolidated a successful fresh fruit export system While Brazil is still in the process of improving its logistic structure with an eye towards more exports and lower costs, Chile has already consolidated a successful international trade system. With a territory of only 759.9 thousand square meters – compared to 8.5 million km2 of Brazil - the Andean country celebrates high productivity rates and good phytosanitary standards. Almost half of all fruit produced in that country are exported fresh. The main varieties are table grapes, kiwi, pears, apples, avocados and plums, and they are mostly shipped to the United States, Canada and Europe. Researcher Rufino Fernando Flores Cantillano, of Embrapa Temperate Climate, in Pelotas (RS), explains that a major leap in Chile’s fruit export business took place in the 1970s, under the free market economy model. “Tax and customs reform, exchange rate policies, new port regulations and changes to the Merchant Marine Law played a major role towards the achievement of these advances”, he emphasizes. International trade promotions are under the responsi- bility of the federal government, jointly with private initiative, through the Pro-Chile program. Maritime transport accounts for 95% of the total, and Valparaíso is the main outgoing port. According to Cantillano, in 1998 the Chilean state corporation in charge of the ports, was shut down, and administration was passed on to the private sector, by means of a concession process. “The result was surprising because, even though the surface of the terminals was not expanded, the capacity of the ports PRIVATIZATION doubled, through technolDOUBLED THE ogy and management imCAPACITY OF provement”, he recalls. THE PORTS The air transport system is also well organized in that country. Lan Chile Cargo is the company with the biggest share in the market, and it is in charge of checking product quality, while serving the users in its advisory capacity regarding packaging and handling. The main fruit exported by air are as follows: raspberry, peach, nectarine, cherry and plum and are shipped to the United States, Britain, France, Canada and Japan. 113 Mar adentro Hamburg Süd, empresa alemã fundada em 1871, atua em todo o mundo com o transporte marítimo de cargas A exportação marítima de frutas depende, entre outros fatores, da disponibilidade de contêineres refrigerados (reefers). Uma das gigantes do setor é a companhia alemã Hamburg Süd, fundada em 1871, com atuação em todo o mundo. No Brasil, administra sete rotas com saídas semanais aos seis continentes, possuindo dez escritórios ao longo da costa para atender aos segmentos de carga perecível (carnes, sucos, frutas e pescados) e um inteiramente dedicado à fruticultura, em Petrolina (PE). O diretor de carga reefer da empresa, Henrik Simon, responsável pela região da costa leste da América do Sul, explica que a exportação marítima de produtos perecíveis depende de três fatores para ser bem-sucedida. Um deles é a disponibilidade de rotas e contêineres refrigerados, com itinerários fixos e com o tempo de trânsito compatíveis com o shelf life (vida de prateleira). Outro fator importante é a infraestrutura portuária, assim como a atuação dos órgãos públicos na liberação alfandegária e fitossanitária das cargas. Simon enfatiza que o armador pouco pode contribuir com navios novos e estoques abundantes de equipamentos reefer se os terminais não oferecem condições operacionais para viabilizar um serviço semanal e com datas fixas de atracação. A cadeia de suprimentos e compras de frutas se organiza em recebimentos semanais, o que também colabora para otimizar a utilização dos navios. “Hoje o grande esforço da Hamburg Süd, junto aos terminais que opera, é de manter os navios dentro das janelas de atracação e proteger o que chamamos de integridade de schedule, além da disponibilidade ininterrupta de equipamentos reefers nos portos”, enfatiza. Entre os terminais nos quais a empresa atua, o diretor de carga considera como melhores estruturados os de Pecém (CE), para os embarques de melão, manga e uva, e Rio Grande (RS), para a maçã. Simon considera que ainda há estrangulamentos nos acessos aos portos, em especial aos navios de grande porte, que exigem calados mais profundos. Por terem capacidade maior de armazenamento, essas embarcações concentram cargas, o que gera congestionamentos na recepção e na retirada dos contêineres da zona portuária. Por outro lado, avalia que há significativa EMPRESA TEM melhora na área técnica, tais como disponibilidade PARTICIPAÇÃO de tomadas para plugagem de contêineres, agilizaEM NOVO PORTO ção dos reparos de unidades refrigeradas e sistemas CATARINENSE de monitoramento da temperatura dos reefers. 114 INVESTIMENTOS Segundo Henrik Simon, os planos da Hamburg Süd são de crescimento no Brasil. Ainda para Divulgação Hamburg Süd 2011 está programado o início das atividades do terminal de Itapoá (SC). O novo porto, que tem participação acionária da empresa alemã, foi inaugurado em 22 de dezembro de 2010. A companhia também está colocando em funcionamento novos navios, batizados de Santa Class, que serão os maiores em operação da costa brasileira. Em um total de dez, eles têm capacidade para 7.100 Teus (contêineres de 20 pés) e são equipados com 1.600 tomadas reefer. As embarcações configuram as rotas da Ásia e da África com a costa leste da América do Sul. 115 Across the ocean Hamburg Süd, a German maritime freight transport company founded in 1871, with operations all over the world Maritime fruit shipments depend, among other things, on the availability of refrigerated containers, also known as reefers. One of the giants of the sector is the German company, Hamburg Süd, founded in 1871, with operations all over the world. In Brazil, this company runs seven routes, with weekly departures to all continents, and has seven offices located along the coast, responsible for the segments of perishable cargo (meat, fruit, juices and sea food), and one office entirely devoted to the fruit COMPANY HAS A business, in Petrolina (PE). SHARE IN NEW The reefer sales direcPORT IN SANTA tor of the company, HenCATARINA rik Simon, responsible for the east coast of South America, explains that maritime fruit shipments depend on three factors if success is to be achieved. One of them has to do with the availability of routes and refrigerated containers, following fixed itineraries, with transit time compatible with the shelf life. Another relevant factor is port infrastructure, including the public organs responsible for customs formalities and phytosanitary certificates for the cargos. Simon stresses that the contribution of the shipping com- panies is limited to the launch of new ships and refrigerated equipment, which do not bring much benefit if the terminals do not offer the necessary operational conditions, with arrivals and departures scheduled on a weekly basis. The fruit supply and purchasing chains are organized for weekly deliveries, which also helps with maximizing the use of the ships. “At the moment, Hamburg Süd’s great effort at the terminals where the company operates, is to comply with the arrivals and departures schedule of the vessels, respecting what is known as schedule integrity, in addition to the uninterrupted availability of refeer equipment at the ports”, he comments. Among all the terminals where the company operates, the cargo director sees ideal conditions in the port of Pecém (CE), for melon, mango and grape shipments, and in the port of Rio Grande (RS), for apple shipments. Simon still spots bottlenecks in the access routes to the ports, especially for huge ships, which require deep draft routes. Because of their bigger warehousing capacity, these shipments concentrate heavy cargos, which generate bottlenecks at the receipt and removal of containers from the port zones. On the other hand, in his view, there is significant improvement in the technical area, such as power inlet sockets for containers, speedy repair work for damaged refrigerated equipment and refeer temperature monitoring systems. INVESTMENTS According to Henrik Simon, Hamburg Süd intends to expand its businesses in Brazil. The container terminal refurbishing work in Itapoá (SC) is set to start before 2011 comes to a close. The new port, where part of the shares belongs to the German company, was inaugurated on 22nd December 2010. The company is also launching new vessels, christened Santa Class, the biggest to operate along the Brazilian coast. In all, there will be ten new 7.100 TEU container ships, equipped with 1,600 power inlet sockets. The new ships are to connect the Asian and African routes with the eastern South American coast. 116 Painel Panel Terra da prosperidade Fruticultura baiana é ótima oportunidade de investimento e o Estado elegeu a agroindustrialização de seus produtos como prioridade plicando que o Estado produz tudo, da fruticultura tropical à temperada, além de frutas nativas, como umbu, cajá e mangaba, dentre outras, que despertam o interesse e o desejo de gourmets do mundo inteiro. Ele avalia que a Bahia tem condições para se tornar um dos maiores fornecedores do mundo devido às altas produtividades e à qualidade dos frutos, o que permite a entrega dos produtos aos clientes com regularidade e atendendo às exigências do mercado. Com esse perfil, diz o secretário, “temos que dar outro Único Estado brasileiro a manter um escritório de nepasso importante, que é a agroindustrialização do Estado”. gócios da agropecuária em Pequim, no endereço da Agência De acordo com ele, seguindo as diretrizes do governador Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos Jaques Wagner, agroindustrializar a Bahia é o foco da Seagri, (Apex-Brasil), a Bahia estreita cada vez mais sua relação com para agregar valor, gerar empregos e renda, e melhorar as a Ásia, colocando seus produtos naquele mercado e buscancondições de vida no interior baiano. do investimentos para a agroindustrialização. As oportuniUma das iniciativas voltadas à atração de investimentos foi dades de negócios são muitas, mas a fruticultura baiana, em a abertura do escritório de negócios da agropecuária na China, especial, pela sua diversidade e versatilidade, vem chamando estabelecendo a presença da Bahia na Ásia, destino de missões a atenção do mundo. comerciais que tiveram como objetivo demonstrar as grandes Líder nacional na produção de guaraná, coco-da-baía, oportunidades de investimentos na agropecuária baiana. mamão, manga, graviola e maracujá, além de grande proEnquanto isso, a empresa nacional Brasfrut iniciou a insdutor de laranja, limão, melancia, goiaba, uva e abacaxi, a talação de uma fábrica no município de Rio Real para procesBahia sente a falta de indústrias para beneficiar os produtos. sar a laranja produzida na Bahia; a Casa Valduga, de origem Visando a mudar essa realidade, o governo baiano elegeu italiana, fez parceria com a Special Fruit, de Juazeiro, a agroindustrialização como prioridade, o que faz para implantar uma indústria de sucos de desse setor da agropecuária um nincho de frutas; e a empresa venezuelana Alina do mercado fadado ao sucesso. LÍDER EM GUARANÁ, Brasil começou as obras para instalar no “A Bahia possui a maior diversidade COCO, MAMÃO, município de Wenceslau Guimarães, no de produção agropecuária do mundo”, MANGA, GRAVIOLA Baixo Sul da Bahia, uma indústria para bediz o secretário estadual da Agricultura, neficiar banana da terra. engenheiro agrônomo Eduardo Salles, exE MARACUJÁ 118 Land of prosperity Fruit farming in Bahia is an excellent opportunity for investment and the State elected product industrialization as priority Only Brazilian State with an agribusiness office in Beijing, sharing its address with the Brazilian Trade and Investment Promotion Agency (Apex Brasil), Bahia is entering an ever closer business relationship with Asia, placing its products into that market and seeking investments geared toward agroindustrialization. There are manifold opportunities for businesses, but Bahia’s fruit business, in particular, for its diversity and versatility, is capturing the attention of the world. National leader in the production of guaraná, coconut, papaya, mango, graviola and passion fruit, besides harvesting huge amounts of oranges, lemon, watermelon, guava, grapes and pineapple, Bahia is resenting the lack of industries for processing these crops. With an eye towards a change to this reality, the government of Bahia elected agroindustrialization as priority, turning this agricultural sector into a successful market niche. “Bahia is home to the biggest agricultural diversity in the world”, says the State Secretary of Agriculture, agronomic engineer Eduardo Salles, explaining that the State produces everything, from tropical to temperate zone fruit, besides such native fruit as umbu, cajá and mangada, among others, which arouse the interest of gourmets around the entire world. He understands that Bahia is in a position to become one of the biggest suppliers of the world due to high yields and excellent quality, giving clients assurance of timely deliveries, in compliance with market requirements. With such a profile, the secretary comments, “we have to take another important step, which is agroindustrialization operations across the state”. According to him, in line with the directives of governor Jaques Wagner, Bahia’s agroindustrialization move is the target set by Seagri in order to add value, generate jobs and income, and improve the quality of life throughout the interior of the state. One of the initiatives focused on attracting investments was the inauguration of the agribusiness office in ChiLEADER IN na, with Bahia setting foot GUARANÁ, in Asia, the destination of COCONUT, PAPAYA, commercial delegations MANGO, GRAVIOLA whose objective consisted AND PASSION FRUIT in demonstrating the huge investment opportunities in Bahia’s agribusiness operations. In the meantime, the national company Brasfrut has already started the construction of an orange processing plant in the municipality of Rio Real; Casa Valduga, of Italian origin, has entered into a partnership with Special Fruit, in Juazeiro, to implement a fruit juice industry; and the Venezuelan company Alina do Brasil has already started the construction of a banana processing plant in the municipality of Wenceslau Guimarães, in Bahia’s Low South portion. 119 Sílvio Ávila Para o mundo Ebraz Exportadora destaca-se na produção de frutas no Semiárido Depois de percorrer cerca de 50 km a partir de Juazeiro (BA), a placa na beira da estrada sinaliza o encontro com uma das fazendas que integram o leque de exportação da região do Semiárido. Desde 1989, parte da produção frutícola, que dá ao Vale do São Francisco o título de maior exportador de manga e uva do País, sai da Ebraz Exportadora para ganhar o mundo. Com foco somente no mercado externo, são 340 hec- tares destinados à manga (das variedades Tommy Atkins, Keitt e Kent) divididos em 15 áreas, que podem abrigar de 3 a 60 ha. A meta é ampliar em 100 hectares a extensão destinada à mangicultura. Conforme o gerente administrativo, Astor Möller, que atua na fazenda desde 2004, as vendas foram direcionadas a países da Europa, como Holanda, Portugal e Alemanha, e também a países americanos, como Estados Unidos, Canadá e México. Möller ressalta que a produção aumentou 20% em relação a 2009. As videiras, por sua vez, ocupam 90 ha, onde figuram as variedades Festival, Crimson e Thompson. For the world Ebraz Exportadora excels in the production of fruit in the Semiarid After driving for 50 kilometers or so from Juazeiro (BA), the road sign signals the direction of one of the farms that sustains the region’s export businesses in Semiarid. Since 1989, part 120 of the fruit production, which endows Vale do São Francisco with the reputation as the biggest mango and grape exporter in the Country, leaves the Ebraz Exportadora company for the world. Focused only on the foreign market, there are 340 hectares devoted to mango plantations (varieties Tommy Atkins, Keitt and Kent), split into 15 areas, comprising from 3 to 60 hectares each. The mango growing area is to be increased by 100 hectares. According to administrative manager Astor Möller, who has been working on the farm since 2004, most sales were shipped to European countries, like Holland, Portugal and Germany, and also to the United States, Canada and Mexico. Möller comments that production rose 20% compared to 2009. There are also 90 hectares devoted to vineyards, where the leading varieties are Festival, Crimson and Thompson. Frutos da integração União de empresas forma uma das três maiores produtoras de maçãs do Brasil Ao finalizar o processo de integração com a Pomifrai Fruticultura, a Renar Maçãs (RNAR3), pioneira na produção e comercialização de maçãs in natura e processadas no Brasil, consolida-se como uma das três maiores produtoras da fruta no País. A conclusão dessa etapa é marcada com a preparação da primeira safra integrada e a expectativa de obter quase 70 mil toneladas de maçãs em 2011 de produção própria. Por meio de um sistema altamente moderno, com tecnologia de ponta e responsabilidade socioambiental, a cultura atinge pa- drões de qualidade reconhecidos mundialmente pelo mercado. No ano de 2010, a companhia passou por um período de reestruturação com foco na integração das operações da Renar e da Pomifrai, envolvendo mudanças corporativas, redução de custos produtivos e renegociação do passivo. “Em 2011, a diretoria executiva da Renar é focada na consolidação das iniciativas de redução de custo desenvolvidas durante 2010, crescimento de receitas e no fortalecimento das relações comerciais”, afirma Alexandre Biselli, diretor presidente. Com modernas instalações de plantio, processamento e armazenagem de maçãs, a Renar possui em torno de 5.900 hectares nas melhores áreas de cultivo da fruta no Brasil. A capacidade de classificação e embalagem é de cerca de 90.000 toneladas por ano e de armazenagem, de 49.000 toneladas de frutas. The fruits of integration By completing the integration of Pomifrai Fruticultura, Renar Maçãs (RNAR3), pioneer in the production and commercialization of fresh and processed apples in Brazil, the merger consolidates as one of the three biggest producers of this fruit in Brazil. The conclusion of this step is marked by the preparation for the first integrated crop and the expectation for a production volume of nearly 70 thousand tons from the group’s orchards in 2011. Through a highly modern system, based on state-of-the-art technology and socioenvironmental responsibility, the crop achieves quality standards acknowledged by the international market. In 2010, the company went through a restructuring period focused on the integration of the Renar and Pomifrai operations, involving corporate changes, reduction of productive costs and renegotiation of liabilities. “In 2011, Renar’s board of directors remains focused on the consolidation of cost reduction initiatives developed in 2010, revenue growth and the strengthening of the commercial affairs”, says Alexandre Biselli, president. Relying on modern planting, processing and warehousing facilities, Renar devotes about 5,900 hectares to the fruit in the most suitable cultivation areas across Brazil. The grading and packaging capacity reaches 90,000 tons a year, while the warehousing facilities can house 49,000 tons of the fruit. Sílvio Ávila Merger of companies results into one of the three biggest apple producers in Brazil 121 Sílvio Ávila Eventos Events Frutificando Eventos realizados de Norte a Sul mostram as novidades em tecnologias frutícola estadual. A estimativa é movimentar R$ 30 milhões em negócios. A realização da feira é uma iniciativa conjunta do Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex), da unidade estadual do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ A fruticultura desenvolve-se no Brasil nos mais diferenRN) e da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufertes ambientes, tanto em regiões de clima tropical como de sa). Conforme o diretor executivo da feira, João Manoel temperado, cada uma com suas peculiaridades e aptidão para da Silveira Neto, “na versão 2011 esperamos atrair outros determinados frutos. As pesquisas e os contextos pertinentes segmentos devido ao tema sustentabilidade estar na pauta a essa atividade são debatidos nos eventos do setor. de discussões de todas as empresas”. Entres as referências de iniciativa está a Expofruit – Feira A Bahia será o destino daqueles interessados em saber Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada, realizada em mais sobre as culturas da banana e do mamão. O Simpósio Mossoró (RN). A atividade chega à 15ª edição abordando o Internacional ISHS/ProMusa ocorre pela primeira vez no tema Sustentabilidade: Um bom negócio, e é voltada a produBrasil e está marcado para o período de 10 a 14 de outubro, tores, empresas, importadores, exportadores, pesquisadores em Salvador. Será a terceira edição do evento. As anteriores e universitários, entre outros. A feira conta foram realizadas na África e na Ásia. com 320 estandes de produtos e serviços A atividade tem como tema Bananas e EXPOFRUIT e a expectativa é receber 15 mil pessoas Plátanos – Produção Global Sustentável e Usos de 8 a 10 de junho. Alternativos e é uma promoção conjunta entre PROJETA GERAR Um dos objetivos do evento é R$ 30 MILHÕES EM Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das proporcionar o acesso de produtores Almas (BA), ProMusa, International Society NEGÓCIOS a compradores e assim apoiar o setor for Horticultural Science (ISHS) e Bioversity´s 122 Plantation and Banana Research and Development Network for Latin America and the Caribbean (Musalac). Inovação e sustentabilidade serão os temas abordados no 5º Simpósio do Papaya Brasileiro, promovido de 31 de outubro a 4 de novembro, em Porto Seguro. Será a primeira edição realizada na Bahia – as anteriores ocorreram no Espírito Santo. A Embrapa Mandioca e Fruticultura também está à frente da iniciativa. O Estado sediará ainda a 22ª edição da Fenagri – Feira Nacional da Agricultura Irrigada, que neste ano será em Juazeiro. O evento ocorre de 27 a 30 de julho com promessa de remodelação, segundo o secretário executivo da feira, Voldi Silva Alves. O enfoque será dividido entre as exportações, que sempre dominaram as discussões em anos anteriores, com as perspectivas do mercado interno. “O foco este ano é diferente, com abertura de espaço para a agricultura familiar, estruturada nas associações e produzindo com igual qualidade do grande produtor”, destaca Alves. A Fenagri é promovida pela Prefeitura Municipal de Juazeiro, por meio da Assessoria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico em parceria com a Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente. A realiação fica por conta do Instituto Agrotecnologia. Além de mostrar os potenciais da região e atrair investidores, a feira destaca-se por apresentar novidades dos setores de tecnologia, fertilizantes, embalagens e logística. CLIMA AMENO Saindo do Nordeste em direção ao Sul do País, o convite é para participar do Enfrute – Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado, realizado a cada dois anos no município de Fraiburgo (SC), tradicional produtor de maçã. O evento atrai cerca de 1 mil participantes das áreas de produção, comercialização, pesquisa e ensino e conta com aproximadamente 50 empresas expositoras, além de palestrantes nacionais e internacionais. A 12ª edição do Enfrute está marcada para os dias 26, 27 e 28 de julho e é promovida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) em parceria com o governo do Estado e do município e instituições de pesquisa. É a oportunidade para atualizar-se sobre os conhecimentos desenvolvidos pela pesquisa agropecuária brasileira e mundial. Yielding fruit Events held from North to South feature technology novelties Fruit farming in Brazil is spread across many different environments, including tropical climate zones and temperate climate, each one with its peculiarities and aptitudes for certain species of fruit. All research works and contexts pertinent to this activity are debated at the events of the sector. Amid these initiative references, one that stands out above the others is Expofruit – International Fair on Irrigated Tropical Fruit, held in Mossoró (RN). The event is now reaching its 15th edition, addressing the question of Sustainability: A good business and is geared toward producers, companies, importers, exporters and universities, among others. The fair comprises 320 stands of products and services and some 15 thousand visiEXPOFRUIT tors are expected to attend PROJECTS THE the event from 8 to 10 June. One of the targets of the GENERATION OF event is to put the growers in R$ 30 MILLION IN contact with the buyers, thus BUSINESSES lending support to the fruit business of the State. Businesses are expected to amount to R$ 30 million. The fair is held jointly by the Executive Phytosanitary Committee of Rio Grande do Norte (Coex), state unit of the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae) and the Federal Rural University of the Semiarid (Ufersa). According to the executive director of the fair, João Manoel da Silveira Neto, “in the 2011 version we hope to attract other segments, too, since sustainability is the main item on the agenda of every company”. Bahia will be the destination for those interested in knowing more about banana and papaya crops. The Inter- national ISHS/ProMusa Symposium is held for the first time in Brazil and has been scheduled for 10 – 14 October, in Salvador. It will be the third edition of the event. The previous ones were held in Africa and Asia. The theme of the event is Bananas and and Planetrees – Sustainable Global Production and Alternative Uses, and is a joint promotion by Embrapa Cassava and Fruit Farming, in Cruz das Almas (BA), ProMusa, International Society for Horticultural Science (ISHS) and Bioversity´s Plantation and Banana Research and Development Network for Latin America and the Caribbean (Musalac). Innovation and sustainability are themes to be addressed at the 5th Brazilian Papaya Symposium, scheduled for 31st October through 4th November, in Porto Seguro. It will be the first edition held in Bahia – the previous ones were staged in the state of Espírito Santo. Embrapa Cassava and Fruit Farming is also responsible for the initiative. The State will also play host to the 22nd edition of the Fenagri – National Fair on Irrigated Agriculture, which is to held in Juazeiro this year, 27 through 30 July, under the auspices of a remodeling process, says the executive secretary of the fair, Voldi Silva Alves. The focus is to be split between exports, a subject that has always predominated in the previous debates, and the perspectives of the domestic market. “This year the focus is different, granting room for family farming, structured in associations and matching commercial farmers in product quality”, comments Alves. Fenagri is promoted by the Municipal Administration of Juazeiro, through the Economic Development and Planning Advisory Department, Rural Development and the Environment. The event is held under the responsibility of the Agrotechnology Institute. Besides featuring the potentials of the region and attracting investors, the fair excels in novelties regarding technology, fertilizers, packaging and logistics. MILD CLIMATE Leaving the Northeast for the South of the Country, the invitation is for attending the Enfrute – National Fair on Temperate Climate Fruit Farming, held every other year in the municipality of Fraiburgo (SC), a traditional apple producer. The event attracts about one thousand participants from the areas of trade, research and learning and relies on approximately 50 exhibitor companies. The 12th edition of the Enfrute has been scheduled for 26, 27 and 28 July and is promoted by the Rural Extension and Agriculture Research Company of Santa Catarina (Epagri), jointly with the state and municipal governments and research institutions. It is an opportunity to brush up on the technological unfoldings developed by Brazilian and global rural research works. 124 Vigor nacional Eventos do Instituto Frutal têm abordado o fortalecimento do mercado interno, saída encontrada para driblar a redução das exportações Sílvio Ávila A Frutal – 18ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria, agendada para 12 a 15 de setembro em Fortaleza (CE), tem previsão de oferecer mais de 400 estandes. São esperados mais de 40 mil visitantes nos quatro dias do evento, cujas rodadas de negócios devem superar os R$ 27 milhões movimentados na edição anterior. Para a Frutal Amazônia e Flor Pará – Semana da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria, promovida de 23 a 26 de junho em Belém (PA), a expectativa é atrair público superior a Com as transações internacionais prejudicadas devido à 36 mil visitantes, que poderão conferir mais de 300 estandes. crise financeira global, algumas áreas voltaram às atenções O desafio das rodadas de negócios é ultrapassar os R$ 30 miaos consumidores nacionais. É o caso da fruticultura, que lhões transacionados na edição de 2010. passa por um momento de valorização junto ao público O presidente do Instituto Frutal destaca o papel dessas do Brasil. “Estamos vivenciando o fortalecimento do iniciativas em ajudar a promover as frutas, mercado interno, com aumento da capacidaos sucos e as flores da região e a impulsiode de compra dos brasileiros e melhorias nar a comercialização, especialmente para o na logística e nas tecnologias de produA CADA FRUTAL, ção e de comercialização, tendo como CERCA DE R$ 30 MIL exterior. Olinda destaca que o instituto tem trabalhado na formação de consórcios de exconsequência o aumento no consumo de SÃO NEGOCIADOS portação de flores, no Ceará, e de cacau, na frutas”, observa Euvaldo Bringel OlinBahia, além de promover workshops e planos da, presidente do Instituto Frutal. de ação em outros estados. Segundo ele, com a queda das exportaAs edições da Frutal são caracterizadas por mostrar ções de frutas frescas em 2009 e 2010, as empresas novidades relacionadas aos setores de frutas, flores e agroinse estruturaram para fornecer também ao consumidor interno, o que vem se manifestando nos eventos promovidos pelo dústria, antecipando o que deverá ocorrer em relação aos insumos de produção, expostos nos estandes; às novas instituto. Para as edições de 2011 da Frutal, esse foco deve tecnologias, apresentadas nas palestras; e às novas linhas de ser debatido e fortalecido, assim como a competitividade no financiamento, oferecidas pelos agentes financeiros. Outra mercado externo e a atenção ao meio ambiente. A organizamarca dos eventos é o lançamento de produtos. Em 2010, ção dos eventos espera para este ano maior participação de por exemplo, um expositor apresentou uma variedade de instituições de governo, de expositores de insumos e movimelancia de polpa amarela. mentações financeiras mais expressivas. 126 National vigor Events of the Frutal Institute have addressed the strengthening of the domestic market, a way to make up for sluggish exports the Institute’s efforts in setting up flower exportation consortiums in the State of Ceará, and cocoa consortiums in Bahia, besides the promotion of workshops and action plans in other States. What makes the Frutal editions very special are the novelties related to the sectors of fruit, flowers and agroindustry, anticipating what is expected to happen with regard to the production inputs, displayed at the stands; new technologies addressed at the lectures; new credit lines offered by the financial agents. Another mark at these events is the launching of new products. In 2010, for example, one of the exhibitors displayed a yellow pulp watermelon variety. Sílvio Ávila With international transactions still under the ripple effects of the global financial crisis, some areas turned their focus on national consumers. This is the case of the fruit farming business, which is now attracting aficionados across the country. “We are witnessing a soaring domestic market, where the purchasing power of the Brazilians is on the rise, alongside improvements in logistics, production technologies and commercialization, resulting into rising fruit consumption rates”, observes Euvaldo Bringel Olinda, president of the Frutal Institute. According to him, with the decline in fresh fruit exports in 2009 and 2010, the companies structured themselves to supply the domestic consumers, a fact that has become evident in the events promoted by the institute. For the 2011 Frutal editions, this is supposed to be the focus of the debates, alongside such matters as competitiveness in the foreign market and environment concerns. The organizers of the events are expecting more participation from government institutions, input exhibitors and more expressive financial movements. Frutal – 18th International Fruit, Flower and Agroindustrial Week, scheduled for 12 - 15 September, in Fortaleza (CE), is estimating a total of 400 exhibition and display stands. The four-day event is expected to attract upwards of 40 thousand visitors, with business rounds outstripping the R$ 27 million in the previous edition. For Frutal Amazônia and Flor Pará – Fruit, Flower and Agroindustrial Week, scheduled for 23 - 26 June, in Belém (PA), the expectation is for upwards of 36 thousand visitors to the 300 display stands. The challenge of the business rounds is to exceed the R$ 30 million of the 2010 edition. The president of the Frutal Institute stresses the AT EVERY role of these initiatives FRUTAL EVENT, in promoting the fruit, juices and flowers of the NEGOTIATIONS AMOUNT TO ABOUT region and in driving their sales at home and R$ 30 MILLION abroad. Olinda mentions 127 Bem servido Lots of choices Expofruit 2011 - Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada Data: 8 a 10 de junho Local: Expocenter - Mossoró (RN) Contato: 84 3312-6939, [email protected] e www.expofruit.com.br Enfrute - Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado Data: 26 a 28 de julho Local: Parque da Maçã - Fraiburgo (SC) Contato: 49 3561-2000 e [email protected] 18ª Hortitec - Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas Data: 15 a 17 de junho Local: Recinto da Expoflora - Holambra (SP) Contato: 19 3802-4196 e www.hortitec.com.br Frutal 2011 - 18ª Semana Internacional da Fruticultura, Floricultura e Agroindústria Data: 12 a 15 de setembro Local: Fortaleza (CE) Contato: 85 3246-8126 e www.frutal.org.br Frutal Amazônia e Flor Pará Data: 23 a 26 de junho Local: Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia - Belém (PA) Contato: 85 3246-8126 e www.frutal.org.br Fenagri 2011 - Feira Nacional da Agricultura Irrigada Data: 27 a 30 de julho Local: Juazeiro (BA) Contato: 74 3613-5133 Simpósio Internacional ISHS/ProMusa Data: 10 a 14 de outubro Local: Bahia Othon Palace Hotel - Salvador (BA) Contato: 71 2102-6600 e www.gt5.com.br/promusa 128 Sílvio Ávila 5º Simpósio do Papaya Brasileiro Data: 31 de outubro a 4 de novembro Local: Porto Seguro (BA) Contato: www.gt5.com.br hmc.com.br Fique frio. 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