Candidatura a Presidente da Escola Superior Náutica Infante D

Transcrição

Candidatura a Presidente da Escola Superior Náutica Infante D
 Candidatura a Presidente
da Escola Superior Náutica Infante D. Henrique
Programa de Acção
Luis Filipe Baptista
ENIDH, Setembro de 2013
Motivações para esta candidatura A sociedade actual está a mudar muito rapidamente e de uma forma nunca vista no passado. As instituições de ensino superior também se encontram expostas às mudanças e a uma forte concorrência à escala global, pelo que estão obrigadas a ajustar a sua forma de funcionar e as suas ofertas formativas às novas realidades sob pena de definharem. A ENIDH tem um passado rico e que deve ser preservado. Ao longo dos anos, cruzando um mar por vezes tormentoso, sempre cumpriu a sua missão. A Escola não é uma ilha isolada, nela se reflectem as dificuldades que o país e os portugueses actualmente atravessam e que só com ambição, coragem e empenho será possível ultrapassar. Assim, só através de uma gestão criteriosa dos recursos existentes e um pensamento estratégico a todos os níveis do processo de tomada de decisão, será possível fazer face aos desafios que se colocam à Escola, onde se incluem os crescentes constrangimentos em matéria de financiamento público. A defesa dos princípios da autonomia e os desafios que se colocam à ENIDH, são os principais factores que me motivam a apresentar a candidatura ao cargo de Presidente da Escola Superior Náutica Infante D. Henrique. Estou profundamente convicto que o projecto que defendo, assente no conhecimento de muitos anos ao serviço da Escola reforçado pela experiência adquirida no exercício de diversos cargos de gestão na ENIDH, pode contribuir para melhorar o funcionamento desta grande instituição e aumentar o seu grau de visibilidade, não só entre as instituições congéneres de ensino superior, como na sociedade portuguesa e a nível internacional, condição indispensável à valorização da mais‐valia deste activo fundamental do nosso país, que é o “Mar”. A estratégia de desenvolvimento da ENIDH não pode estar dependente da vontade exclusiva do Presidente da instituição e condicionada à duração previsível do seu mandato. Por esse motivo, independentemente da garantia de uma gestão formal eficaz, é minha intenção desenvolver todos os esforços para envolver os diversos corpos da Escola na implementação da política e dos objectivos estratégicos que deverão guiar a nossa instituição. Objectivos estratégicos
Para que uma instituição como a ENIDH consolide a sua imagem e possa desenvolver‐se necessita de alcançar um elevado desempenho, o que implica estabelecer uma estratégia assente em três principais factores: Objectivos coerentes e alcançáveis; profunda compreensão da sua missão e; uma adequada avaliação das suas capacidades. Em particular, estou profundamente convicto da importância essencial do Conselho Geral no debate e discussão dos assuntos mais relevantes para a Escola. Os objectivos estratégicos que proponho para o governo da ENIDH devem assentar, essencialmente, nas seguintes vertentes: formação, investigação, relacionamento com o exterior, internacionalização e gestão escolar. 1
Objectivo I: Formação
Para ajustar a oferta formativa da ENIDH à dinâmica de desenvolvimento do meio em que está inserida, assegurando ao mesmo tempo a sua qualidade e uma adequada utilização dos recursos disponíveis, propõem‐se as seguintes linhas de acção e medidas. Linha de acção 1: Adequar a oferta formativa
Medidas:
•
Promover em conjunto com os órgãos da Escola, a análise sobre a oferta formativa da ENIDH visando uma melhor adequação às necessidades do sector marítimo, portuário e indústrias afins; •
Consolidar a oferta formativa da ENIDH, através da acreditação dos ciclos de estudos de licenciatura e mestrado pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES); •
Promover o alargamento sustentado da oferta formativa da ENIDH, tendo em consideração as restrições actualmente existentes; •
Promover a implementação de acções de formação de ensino à distância (“e‐
learning”), em sintonia com o espírito e requisitos da Convenção STCW; •
Melhorar as condições de captação de novos públicos, nomeadamente as destinadas a candidatos maiores de 23 anos, entre outros; • Fomentar parcerias na área da formação com outras instituições de ensino superior nacionais, no respeito pela identidade própria de cada escola, de modo a promover ofertas formativas em conjunto.
Linha de acção 2: Qualidade da oferta formativa
Medidas:
•
Manter, para todos os ciclos de estudos em funcionamento na ENIDH, o sistema interno de qualidade, segundo as orientações previstas pela A3ES e EMSA; •
Consolidar os objectivos do Processo de Bolonha, na Escola e em cada curso, avaliando o progresso das mudanças realizadas, as medidas de apoio à promoção do sucesso escolar e as medidas de estímulo à inserção dos diplomados no mercado de trabalho; 2
•
Apoiar a formação avançada de docentes da ENIDH ao nível do doutoramento, bem como a realização de provas para obtenção do título de especialista, de modo a melhorar as competências e qualificações do corpo docente; •
Promover a abertura progressiva de concursos para as categorias da carreira docente do ensino superior politécnico (ECPDESP), de modo a proporcionar condições de estabilidade ao corpo docente, condição indispensável para garantir uma elevada qualidade do ensino; •
Dinamizar a realização de embarques de estudantes durante a frequência dos cursos, no âmbito de protocolos existentes ou a celebrar para o efeito; •
Dinamizar os contactos com a EMSA, de modo a que estudantes e docentes da ENIDH possam ter acesso a publicações, seminários e cursos promovidos pela agência sobre temas de interesse para a formação na área marítima; •
Promover a melhoria das condições de funcionamento das componentes práticas de segurança marítima, ao nível do parque de treinos, embarcações e outros equipamentos de apoio, de forma a dar uma resposta efectiva aos padrões de formação estabelecidos na Convenção STCW; •
Desenvolver contactos junto da Câmara Municipal de Oeiras, para a eventual criação de um posto náutico da ENIDH de forma a dar uma resposta efectiva aos padrões de formação estabelecidos na Convenção STCW e criar condições para que os alunos possam desenvolver actividades extracurriculares ligadas ao mar; • Promover um plano de manutenção de equipamentos utilizados na leccionação de unidades curriculares. Linha de acção 3: Melhorar a empregabilidade dos diplomados da ENIDH
Medidas:
•
Dinamizar a oferta de estágios em empresas com as quais a ENIDH tenha celebrado protocolos ou venha a celebrar para o efeito, nomeadamente com as que têm ao seu serviço quadros superiores formados pela ENIDH; •
Estabelecer parcerias com entidades ligadas às actividades marítimas, designadamente, agências, empresas de navegação e de gestão de tripulações, associações nacionais e europeias de armadores, etc., que facilitem a realização de estágios de diplomados da ENIDH, nomeadamente de praticantes de Pilotagem e de Engenharia de Máquinas Marítimas, que necessitam desta componente obrigatória de formação para ascender à categoria de oficial da marinha mercante; •
Melhorar o funcionamento do Serviço de Relações Públicas e Observatório Profissional da ENIDH (SRPOP), visando promover a integração dos diplomados da ENIDH na vida activa, assegurar a monitorização do seu percurso profissional e facilitar a informação aos diplomados sobre oportunidades de emprego; 3
•
Apoiar iniciativas que visem o empreendedorismo, nomeadamente as que já estão a decorrer na Escola. Objectivo II: Investigação
Linha de acção 1: Desenvolvimento de actividades de investigação
Medidas:
•
Estabelecer, em articulação com os órgãos da Escola, as áreas estratégicas de investigação aplicada, de modo a tirar o melhor partido das competências existentes na ENIDH; •
Reforçar as condições existentes na Escola, nomeadamente através da aquisição de equipamentos para laboratórios e de simuladores, que potenciem a realização de actividades de investigação e desenvolvimento com interesse para o sector marítimo‐
portuário e sectores afins; •
Alargar o acesso a publicações científicas “on‐line”, de modo a apoiar docentes e alunos nos seus trabalhos de investigação e desenvolvimento (I&D); •
Apoiar, em articulação com os órgãos da Escola, a participação de docentes e alunos da ENIDH em projectos de investigação, em associação com empresas e centros de investigação; •
Estabelecer parcerias e protocolos com escolas superiores nacionais e estrangeiras, com competências na área marítima, que permitam aos docentes da ENIDH desenvolver actividades de investigação em áreas estratégicas para a Escola. Linha de acção 2: Afirmar a ENIDH como um centro de competências na área
marítimo-portuária
Medidas:
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Reorganizar a Biblioteca da ENIDH, tendo como objectivo de médio prazo a consolidação de uma biblioteca especializada em assuntos marítimos e portuários, de modo a que a Escola possa, futuramente, passar a ser reconhecida como um centro de informação de excelência sobre o sector marítimo‐portuário; •
Cooperar com outras instituições de ensino, sociedades classificadoras, centros de formação reconhecidos da indústria da marinha mercante, estaleiros e armadores na organização e realização de colóquios, conferências e cursos com relevância para o sector marítimo‐portuário; 4
•
Incentivar a realização de conferências, seminários e exposições, para divulgação de trabalhos técnicos e científicos, com relevo para o sector marítimo‐portuário; •
Apoiar a realização de um repositório visando a divulgação de trabalhos de I&D, nomeadamente sobre o sector marítimo‐portuário, a divulgar em formato digital. Objectivo III: Relacionamento com o exterior
Medidas:
•
Dinamizar a actividade do Centro de Estudos e Formação Especializada, tendo em consideração as orientações da Tutela, de modo dar uma resposta adequada às solicitações de formação dos marítimos, exigidas pela Convenção STCW para o exercício da sua actividade profissional; •
Promover a cooperação com entidades que tenham celebrado protocolos com a ENIDH, para a realização de acções de interesse comum, nomeadamente cursos de formação de curta duração conducentes a certificação marítima, entre outros; •
Incentivar a criação de uma associação de antigos alunos da ENIDH, que possa colaborar com a Escola em iniciativas de carácter cultural, científico ou outras; •
Aprofundar o relacionamento institucional com a Câmara Municipal de Oeiras para o desenvolvimento de acções conjuntas de interesse comum; •
Dinamizar o relacionamento da Escola com organismos públicos com interesse para a ENIDH, de modo a sensibilizá‐los para a importância estratégica do ensino náutico; •
Promover a oferta formativa da Escola através da participação em feiras, exposições e outros eventos, que permitam dar uma maior visibilidade à ENIDH e às profissões marítimas. Objectivo IV: Internacionalização
Medidas:
•
Dinamizar a mobilidade de estudantes e docentes para estudos e estágios no âmbito da Carta Erasmus e de acordos interinstitucionais; •
Estabelecer um plano de cooperação com as escolas de formação marítima de Cabo Verde, Angola, Moçambique e S. Tomé e Príncipe, potenciando as sinergias de uma língua comum, em prol da formação e certificação de marítimos, bem como da transferência de conhecimento; 5
•
Promover a captação de alunos estrangeiros para os cursos da ENIDH, nomeadamente dos PALOP; •
Consolidar o relacionamento com outras instituições de ensino superior estrangeiras, visando o desenvolvimento de acções conjuntas e reforçar a cooperação internacional através do estabelecimento de objectivos de formação em conjunto; •
Desenvolver cursos de curta duração conducentes a certificação marítima em língua inglesa, o que permitirá à ENIDH inserir‐se no mercado internacional e alargar o seu mercado de recrutamento de formandos; •
Promover a ENIDH junto de empresas nacionais e internacionais de gestão de navios e de tripulações, com o objectivo de aumentar a taxa de inserção dos diplomados no mercado de trabalho e dinamizar a internacionalização da actividade da Escola. Objectivo V: Gestão escolar
Medidas:
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Estabelecer um plano de formação dos trabalhadores administrativos, visando a sua actualização, valorização profissional e reforço de competências; •
Promover a melhoria das condições de trabalho/estudo dos estudantes, nomeadamente dos que frequentem cursos em horário pós‐laboral; •
Promover a melhoria do serviço de refeições e das condições de alojamento dos estudantes; •
Apoiar a actividade da Associação de Alunos da ENIDH; •
Melhorar o sistema de comunicações e da rede wifi no campus da Escola e implementar um sistema de informação interno aos estudantes sobre assuntos de natureza académica; •
Melhorar as funcionalidades da página web da Escola e disponibilizar a sua versão em língua inglesa; •
Estabelecer um plano para a execução de obras de recuperação dos edifícios, piscina e pavilhão gimnodesportivo, tendo em conta os recursos financeiros disponíveis; •
Implementar um sistema de gestão documental que permita desmaterializar documentos, reduzir a burocracia e simplificar procedimentos; •
Adoptar medidas para aumentar a eficiência energética no campus da Escola; •
Implementar um plano integrado de manutenção do campus escolar, incluindo os espaços exteriores. 6