É um bicho ou é um pau?

Transcrição

É um bicho ou é um pau?
É UM BICHO OU É UM PAU?
Experimento cadastrado por Raquelfaria em 19/04/2010
Classificação
•••••
baseado em 3 avaliações
Total de exibiçõeses: 1278 (até 01/10/2016 08:17:15)
Palavras-chave:
Material - Quanto custa
até R$ 10,00
Tempo de apresentação
Até 10 minutos
Dificuldade
Fácil
Segurança
Seguro
Material - Onde encontrar
Na mata
MATERIAIS
• Data show e computador ou
• Espécimes de bicho-pau.
INTRODUÇÃO
Você já deve ter andado no meio da mata, despercebido, e nem notou que os galhos de algumas árvores se mexiam de forma
diferente. O bicho-pau possui uma aparência diferente da maioria dos animais. Por causa dessa aparência, não é fácil encontrá-lo,
pois, muitas vezes pensamos que se trata de um galho da árvore na qual ele está. Porém, se você teve a oportunidade de ver um
bicho-pau de perto, deve ter ficado fascinado com sua habilidade e perfeição em se camuflar. Vamos conhecer mais sobre este grupo
e sua estratégia de sobrevivência.
Bicho-pau jovem. Fotos por Raquel Faria, tirada na Estação Ecológica da UFMG.
PASSO 01 - COMO UTILIZAR OS VÍDEOS DO PONTOCIÊNCIA 
Os experimentos da série “Curiosidades Zoobotânicas“ foram idealizados para o professor utilizá-los de duas maneiras: 1ª Maneira:
Utilizar os vídeos como materiais de estudo para preparar uma aula prática a ser ministrada durante visita a algum zoológico ou
laboratório de ciências;
2ª Maneira: Passar os vídeos para os alunos assistirem em sala de aula, por projeção, utilizando data show, ou por acesso ao site do
pontociência.
O primeiro vídeo disponibiliza informações sobre os macacos e apresenta uma questão ao final, para que alunos possam levantar
hipóteses e discutir sobre o assunto. O segundo vídeo apresenta uma discussão sobre a questão apresentada no primeiro vídeo, por
isso é interessante que os alunos o assistam após a discussão.
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É UM BICHO OU É UM PAU?
Bicho-pau jovem. Fotos por Raquel Faria, tirada na Estação Ecológica da UFMG.
PASSO 02 - APRESENTANDO O BICHO-PAU AOS ALUNOS
O bicho-pau é um inseto da família Phasmidae que vive em áreas tropicais, entre as folhagens das matas. Ele é muito parecido com
galhos de árvores, tanto na forma quanto na cor e é da mesma família do bicho-folha, um inseto cuja a forma do corpo imita uma folha
verde. O bicho-pau é herbívoro, alimenta-se de folhas e brotos de algumas árvores, como goiabeiras e pitangueiras. Mas, não se
preocupe, não chegam a causar grandes danos aos pomares, pois sua população geralmente não cresce o suficiente para isso.
Algumas espécies de bicho-pau podem se reproduzir assexuadamente por partenogênese. Neste caso, mesmo sem copular com o
macho, as fêmeas colocam ovos férteis que se desenvolvem sempre em filhotes fêmeas. Mas, eles também se reproduzem
sexuadamente, quando macho e fêmea copulam e a fêmea coloca ovos que se desenvolverão em filhotes de ambos os sexos. Seus
ovos têm a forma semelhante a pequenas sementes. Geralmente, a fêmea põe cerca de 150 ovos e não escolhe um local para colocálos, apenas deixa que eles caiam no chão. Os ovos podem permanecer inativos por cerca de um ano antes de eclodir, pois,
dependendo da espécie, o desenvolvimento do embrião é lento. Quando ocorre o nascimento, o filhote fica bem maior que o ovo que
o abrigava. Para quem já viu um recém-nascido, é inevitável perguntar: Como esse bicho grande saiu de um ovo tão pequeno? Isso é
possível porque o corpo do inseto se distende assim que ele nasce.
Bicho-folha.
Ovos de bicho-pau. Foto por Raquel Faria, tirada
na Estação Ecológica da UFMG.
Bichos-pau recém nascidos. Foto por Raquel
Faria, tirada na Estação Ecológica da UFMG.
PASSO 03 - MUDA E CRESCIMENTO DO BICHO-PAU
Depois da eclosão, o inseto jovem passa a se chamar ninfa. Nesse estágio, sua forma é muito semelhante a do adulto, porém, é
menor e ainda não apresenta asas. Com o passar do tempo, o corpo da ninfa vai crescendo e ele vai fazendo várias mudas (ecdises).
A muda é a troca do exoesqueleto de quitina que recobre externamente o corpo do animal. A cada nova muda, pode-se perceber o
crescimento das asas na ninfa, que dará origem a um adulto alado. Na espécie mostrada no vídeo, somente os machos possuem
asas. Eles são menores que as fêmeas. Depois de cerca de 8 mudas para os machos e 9 mudas paras as fêmeas, as ninfas, que já
estão grandes, tornam-se férteis e já podem se reproduzir. Quando isso acontece, as ninfas passam a serem chamadas de adultas.
Ao se tornarem insetos adultos, algumas espécies dessa ordem chegam a atingir 22 cm de comprimento, sendo, por isso,
considerados os insetos mais compridos do mundo. Mas, por que o bicho-pau é assim – fino e comprido e se parece com um graveto?
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Isso trás alguma vantagem para ele?
Ninfa de bicho-pau em processo de muda (ecdise). Repare que a parte final do abdômen está descascando. Foto por Raquel Faria, tirada na
Estação Ecológica da UFMG.
Confira o vídeo da pergunta. - Clique para assistir
PASSO 04 - O QUE ACONTECE
O bicho-pau possui uma das adaptações mais fascinantes do reino animal: a camuflagem. Ele costuma passar horas parado sobre um
galho, com as pernas da frente esticadas, cobrindo a cabeça e as longas antenas. Quando anda, realiza movimentos lentos. Porém,
quando percebe uma presença indesejável, pára de andar e balança o corpo ritmicamente, como se fosse um graveto ao vento. Isso
parece até um teatro, mas não é intencionalmente que o bicho-pau age assim, é apenas por instinto. A camuflagem é uma adaptação
importante no processo de seleção natural e não existe apenas no bicho-pau, mas também em outras espécies de animais. Ela
permite, por exemplo, que o animal se esconda dos seus predadores, sobreviva naquele ambiente, procrie e produza, na geração
seguinte, uma prole maior do que aquelas espécies menos adaptadas, que foram mais predadas. Além da camuflagem, algumas
espécies de bichos-pau possuem outras estratégias de defesa, como a eliminação de um fluído leitoso e repugnante aos predadores
ou a capacidade de regenerar membros perdidos. Podemos ver que o bicho-pau está muito bem adaptado á vida nos galhos de
árvores das quais se alimenta, como as goiabeiras e as pitangueiras. Essa adaptação é justamente devido à sua aparência
diferenciada, que o permite camuflar tão bem.
Bicho-pau com pernas dianteiras esticadas e longas antenas. Foto por Raquel Faria, tirada na Estação Ecológica da UFMG.
Confira o vídeo da resposta. - Clique para assistir
PASSO 05 - PARA SABER MAIS – OUTROS EXEMPLOS DE CAMUFLAGEM
Vários outros animais, além do bicho-pau e do bicho-folha, apresentam a estratégia de camuflagem. Entretanto, a camuflagem é
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diferente em cada espécie, pois ela depende da fisiologia e do comportamento do animal que quer se esconder do predador. Por
exemplo, um animal que vive em bandos, provavelmente não terá a mesma camuflagem de um animal que vive sozinho; e um animal
recoberto por escamas se camuflará diferentemente de um coberto por penas, ou pêlos. A fisiologia e o comportamento do predador
também são importantes na seleção natural de uma possível camuflagem. Por exemplo, é bem provável que um ser vivo que investe
energia para manter sua cor parecida com a do meio em que vive, só seja selecionado para sobreviver se o seu principal predador
enxerga os padrões de cores. Porque se o predador não fizer a distinção das cores, esse ser vivo estará em desvantagem em relação
aos que não gastam energia com uma camuflagem desnecessária. Nesse exemplo, percebe-se que a seleção natural age sob a
interação do ser vivo com o meio em que vive. Observe esta foto logo abaixo. Você consegue identificar algum animal nela presente?
O que tem nesta foto?
PASSO 06 - O QUE TEM NESTA FOTO?
Agora observe a mesma cena tirada com zoom. Conseguiu enxergar? É um peixe da ordem Pleuronectiformes em inglês, é conhecido
como flatfish. Ele é assimétrico, diferente dos outros peixes, pois quando é jovem, o olho do lado direito migra para o lado esquerdo,
ou vice-versa. Seu corpo é achatado e ele vive a maior parte do tempo bem perto do chão, no fundo do mar. Ele geralmente
apresenta uma coloração que serve muito bem como camuflagem. Isso o ajuda a se proteger dos predadores e a não ser percebido
pelas suas presas. Algumas espécies dessa ordem têm a capacidade de mudar sua pigmentação dependendo do ambiente em que
estão, como acontece com o camaleão.
PASSO 07 - VEJA TAMBÉM
Camuflagem
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É UM BICHO OU É UM PAU?
Experimento sobre Camuflagem, mimetismo e seleção natural
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