Volume 4 Número 1 - abctp
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ISSN 1808-9909 Volume 4, Número 1, 2008 PLANT CELLCULTURE & MICROPROPAGATION Cultura de Células & Micropropagação de Plantas Publicação Científica da Associação Brasileira de Cultura de Tecidos de Plantas Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 4, n. 1, p. 1-54, 2008 A revista Plant Cell Culture & Micropropagation , editada semestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras (Editora UFLA), publica artigos científicos da área de cultura de tecidos de plantas por membros da comunidade científica nacional e internacional. Com uma tiragem de 600 exemplares é distribuída aos membros da ASSOCIAÇ‹O BRASILEIRA DE CULTURA DE TECIDOS DE PLANTAS (ABCTP) em dia com a anuidade. Para se associar à ABCTP consulte o site: <www.abctp.ufla.br> PERMUTA A revista Plant Cell Culture & Micropropagation deseja fazer permuta com revistas de áreas afins. ABCTP Universidade Federal de Lavras Departamento de Biologia Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 Lavras MG CEP 37200-000 E-mail: [email protected] FICHA CATALOGR˘FICA Diretoria Presidente Renato Paiva UFLA Secretário Moacir Pasqual UFLA Secretário Adjunto Antônio Carlos Torres EMBRAPA Hortaliças Tesoureiro Guilherme Augusto Canella Gomes Benger do Brasil Comissão Editorial Editor Chefe Renato Paiva UFLA Conselho Editorial Antônio Carlos Torres EMBRAPA Hortaliças Moacir Pasqual UFLA Renato Paiva UFLA Secretaria Daiane Peixoto Vargas UFLA Fernanda Carlota Nery UFLA Leticia Caravita Abbade UFLA Nomenclatura Científica Manuel Losada Gavilanes UFLA Revisão de Português Jane Cherem Revisão de Inglês Renato Paiva UFLA Revisão de Referências Bibliográficas Márcio Barbosa de Assis Editoração Eletrônica Luciana Carvalho Costa Editora UFLA Christyane Aparecida Caetano Editora UFLA Isabel Cristina de Oliveira Editora UFLA Editores Associados Ricardo Tadeu de Faria UEL Eugenia Jaciara Bolacel Braga UFPEL Consultoria Científica(Vol. 4, N.1) Alexandre Hoffmann EMBRAPA Antônio da Silva Souza EMBRAPA Arie Fitzgerald Blank UFS Giulio Cesare Stancato IAC Janay Almeida Santos-Serejo EMBRAPA José Eduardo Brasil Pereira Pinto UFLA José Magno Queiroz Luz UFU Maria de FátimaArrigoni-Blank UFS Maurício Reginaldo Alves dos Santos EMBRAPA RicardoAntônio Ayub UEPG Ricardo Tadeu de Faria UEL Vivian Loges UFRPE ISSN 1808-9909 Plant Cell Culture & Micropropagation CONTEÐDO Micropropagação de abacaxi ornamental (Ananas comosus var. ananassoides) por estiolamento e regeneração de plântulas. Micropropagation of ornamental pineapple (Ananas comosus var. ananassoides) by plantlets etiolation and regeneration. Gabrielen de Maria Gomes Dias, Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho, Marcos Vinícius Marques Pinheiro, João Paulo Saraiva Morais................................................................................................................... 1 Micropropagação, aclimatização e composição química do óleo essencial de Hortelã Japonesa (Mentha Arvensis L.). Micropropagation, acclimatization and chemical composition of the essential oil of japanese mint (Mentha Arvensis L.). Valéria Oliveira Fonseca, Andrea Santos da Costa, Maria de Fátima Arrigoni-Blank, Arie Fitzgerald Blank, Péricles Barreto Alves, Túlio Henrique Barreto de Santana............................................................. 8 Micropropagação de Anthurium plowmannii Croat. Micropropagation of Anthurium plowmannii Croat. Yara de Oliveira Schiavinato, Thiago Nogueira. Lucon, Antonio Fernando Caetano Tombolato, Wilson Barbosa, Renato Ferraz de Arruda Veiga..................................................................................................... 15 Indução in vitro de brotos em Paricá (Schizolobium parahyba var. amazonicum). In vitro shoot induction in parica (Schizolobium parahyba var. amazonicum). Iulla Naiff Rabelo de Souza Reis, Osmar Alves Lameira, Iracema Maria Castro Coimbra Cordeiro, Allan Guerreiro Carneiro, Silvaney Fonseca Ferreira............................................................................................. 21 Aperfeiçoamento do teste com coleóptilo de Trigo (Triticum aestivum L. ) para a detecção de reguladores vegetais. Improvement of an assay with wheat coleoptile (Triticum aestivum L.) to detect plant regulators. Daniel Diego Costa Carvalho, Denilson Ferreira Oliveira, Moacir Pasqual................................................. 28 Sucrose on in vitro cultures of Calendula officinalis L. Sacarose no Cultivo in vitro de Calendula Officinalis L. Cristiane Pimentel Victório, Alice Sata, Maria Apparecida Esquibel, Celso Luiz Salgueiro Lage.............. 34 Concentrações e composição do meio de Murashige & Skoog na micropropagação da Menta. Concentrations and composition of the Murashige & Skoog media in the micropropagation of the Mentha sp. Solange Machado Tonietto, Clarissa Belotto Perini, Adilson Tonietto........................................................ 42 COMUNICAÇ‹O CIENT¸FICA Multiplicação e enraizamento in vitro do mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.). In vitro multiplication and rooting of mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.). Alexandre Bosco de Oliveira, Josefa Diva Nogueira Diniz, Jacqueline Leite Almeida............................... Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 1-54, 2008 48 MICROPROPAGAÇ‹O DE ABACAXI Micropropagação de abacaxi ornamental...ORNAMENTAL (Ananas comosus var. ananassoides) POR ESTIOLAMENTO E REGENERAÇ‹O DE PL˜NTULAS 1 MICROPROPAGATION OF ORNAMENTAL PINEAPPLE (Ananas comosus var. ananassoides) BY PLANTLETS ETIOLATION AND REGENERATION GABRIELEN DE MARIA GOMES DIAS1, ANA CRISTINA PORTUGAL PINTO DE CARVALHO2, MARCOS VIN¸CIUS MARQUES PINHEIRO1, JO‹O PAULO SARAIVA MORAIS3 Graduandos emAgronomia, bolsistas do PIBIC/CNPq Laboratório de Cultura de Tecidos e Genética Vegetal Embrapa Agroindústria Tropical/EMBRAPA Universidade Federal do Ceará/UFC Cx. P. 3761 60511-110 Fortaleza, CE [email protected]; [email protected] 2 Bióloga, Doutora, Pesquisadora III Centro Nacional de Pesquisa Agroindústria Tropical/CNPAT Embrapa Agroindústria Tropical/ EMBRAPA Cx. P. 3761 60511-110 Fortaleza, CE [email protected] 3 Farmacêutica, Mestre Analista B Centro Nacional de Pesquisa Agroindústria Tropical/CNPAT Embrapa Agroindústria Tropical/EMBRAPA Cx. P. 3761 60511-110 Fortaleza, CE - [email protected] 1 RESUMO Objetivou-se neste trabalho, avaliar a multiplicação in vitro de segmentos nodais estiolados para produção de mudas de abacaxi ornamental, Ananas comosus (L.) Merr. var. ananassoides (Baker) Coppens e F. Leal. Talos foram inoculados nos meios de cultura: MS sem regulador de crescimento; MS + 10 øM de ácido indolbutírico (AIB); MS + 10 øM de ácido naftalenoacético (ANA) e MS + 10 øM de ácido indolacético (AIA) e mantidos no escuro, a 25 µ 2ÀC. Aos 60 dias após a inoculação, avaliou-se número de brotos/talo, número de nós/ broto, comprimento de brotos, distância entre os nós e número total de nós/talo. Não houve diferença estatística para todas as variáveis estudadas. O uso de meio MS + 10 øM de ANA promoveu os maiores valores numéricos para número de brotos (3,42) e número total de nós/explante (11,25). Para a regeneração de plântulas, foram inoculados segmentos nodais, oriundos de talos estiolados in vitro, contendo dois nós, nos meios: MS sem regulador de crescimento; MS + 4,44 ø M de 6benzilaminopurina (BAP); MS + 8,88 øM de BAP e MS + 13,32 øM de BAP. As culturas foram incubadas sob fotoperíodo de 16 horas, a 25 µ 2oC. Aos 30, 45 e 60 dias de cultivo, o número de plântulas regeneradas por nó não diferiu estatisticamente nos meios de cultura testados. Aos 60 dias, os meios de cultura contendo 4,44 ø M e 8,88 ø M de BAP induziram os maiores valores para o número de plântulas regeneradas/nó, 1,34 e 1,33, respectivamente. Termos para indexação: Ananas comosus, Bromeliaceae, cultura de tecidos, floricultura. ABSTRACT The objective of this work was to evaluate the in vitro multiplication of etiolated nodal segments for Ananas comosus (L.) Merr. var. ananassoides (Baker) Coppens e F. Leal plantlets production. Stems were inoculated in the following media: MS without growth regulator; MS + 10 mM indolbutiric acid (IBA); MS + 10 mM naphtalenacetic acid (NAA); MS + 10 mM indolacetic acid (IAA), and stored in darkness at 25 µ 2ÀC. At 60 days after inoculation, the number of shoot/stem; number of nodes/shoot; shoot length, internode length and total number of nodes/stem were evaluated. No statistical differences were observed for all the analyzed parameters. The use of MS + 10 mM NAA promoted the highest (3.42) shoot number and total number of nodes/shoot (11.25). For plantlet regeneration, nodal segments from in vitro etiolated stems with two nodes were inoculated in MS without growth regulator; MS + 4.44 mM 6benzylaminopurine (BA); MS + 8.88 mM BA and MS + 13.32 mM BA. The flasks were incubated under photoperiod of 16 hours, at 25 µ 2ÀC. After 30, 45 and 60 days of culture, no statistical significant differences were observed. After 60 days of culture, the use of 4.44 øM and 8.88 øM BA induced the highest values of number of regenerated plantlets/node, 1.34 and 1.33, respectively. Index terms: Ananas comosus, Bromeliaceae, tissue culture, floriculture. INTRODUÇ‹O No Ceará, o cultivo de abacaxi ornamental ocupa uma área de aproximadamente 30 ha, concentrando-se na Região Metropolitana, pelo clima favorável, proximidade de Fortaleza e facilidade de escoamento da produção, por porto e/ou por aeroporto (SEAGRI, 2006). De acordo com Baima (2004), em 2003, as exportações de abacaxi ornamental, no Ceará, alcançaram US$ 298,9 mil, aumentando 38% em 2004, atingindo US$ 412,9 mil. Esses valores representaram 29% do total (Recebido em 14 de fevereiro de 2007 e aprovado em 10 de abril de 2008) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 1-7, 2008 2 DIAS, G. DE M. G.. et al. exportado do setor flores e plantas ornamentais. As variedades mais comercializadas foram: Ananas comosus var. erectifolius (L.B. Sm.) Coppens e F. Leal., A. comosus var. bracteatus (Lindl.) Coppens e F. Leal e A. comosus var. ananassoides, sendo os principais países importadores Holanda, Estados Unidos, Portugal e Alemanha. Tradicionalmente, os plantios de abacaxi ornamental têm sido feitos com mudas propagadas vegetativamente, retiradas de diferentes partes da planta: coroa, filhote e rebentão (BORGES et al., 2003). Esta forma de propagação apresenta como desvantagens lentidão (DEWALD et al., 1988), favorecimento à disseminação de pragas e doenças, como o patógeno causador da fusariose (CABRAL et al., 1985) e desuniformidade do material propagativo em tamanho e vigor (GARITA & GŁMEZ, 2000). A micropropagação apresenta-se como uma alternativa viável de propagação vegetativa. Permite obter maior taxa de multiplicação, excelente qualidade fitossanitária e estabilidade genética das mudas obtidas, material em quantidade suficiente em menor período de tempo, independente da época do ano (CORREIA et al., 1999) e ainda plantas com alta uniformidade em peso e tamanho (GARITA & GOMÉZ, 2000). O principal método utilizado in vitro, atualmente, consiste na proliferação de gemas axilares (CORREIA et al., 1999; BORGES et al., 2003; COSTA & ZAFFARI, 2005). Nesse sistema, é comum ocorrerem simultaneamente a proliferação de gemas axilares e a formação de gemas adventícias na base do explante. Esses dois fenômenos dificilmente podem ser separados, pois ambos se devem aos efeitos da citocinina presente no meio de cultura sobre todo o tecido (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998). Entretanto, esses autores ressaltam que a utilização de gemas adventícias é desejável como sistema, desde que a formação do calo seja mínima ou nula. A micropropagação de abacaxizeiro comestível (A. comosus var. comosus (L.) Merr.), por meio de segmentos nodais estiolados foi relatada, pela primeira vez, por Kiss et al. (1995). Posteriormente, vários trabalhos foram desenvolvidos, no Brasil, tais como os de Sá et al., (2000), Barboza & Caldas (2001), Pereira et al. (2001), Praxedes et al. (2001) e Moreira et al. (2003), e com abacaxi ornamental por Carvalho et al. (2005). Esse método, comparado com a propagação por gemas axilares, tem a vantagem de evitar lesões na zona de regeneração, minimizando a formação de calo, e consequentemente proporcionando baixos níveis de variação somaclonal (KISS et al., 1995). Objetivou-se neste trabalho, estabelecer um protocolo para micropropagação de abacaxi ornamental A. comosus (L.) Merr. var. ananassoides (Baker) Coppens e F. Leal, induzindo o estiolamento de segmentos nodais e a posterior regeneração de plântula. MATERIALE MÉTODOS O trabalho foi realizado no Laboratório de Cultura de Tecidos e Genética Vegetal da Embrapa Agroindústria Tropical (CNPAT), em Fortaleza, Ceará, e desenvolvido de abril a agosto de 2005. Estiolamento Os explantes utilizados foram plântulas de A. comosus var. ananassoides, estabelecidas in vitro com altura de 2 a 3 cm, que foram totalmente desfolhadas, deixando-se apenas o talo. O meio de cultura utilizado foi o MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), suplementado com 30 g L-1 de sacarose e solidificado com ágar a 5,5 g L-1. O pH foi ajustado para 5,8 antes da autoclavagem, que foi realizada a 121ÀC, por 15 minutos. Em capela de fluxo laminar, os talos foram inoculados em tubos de ensaio, contendo 10 mL de meio, e mantidos em sala de crescimento, a 25 µ 2ÀC, no escuro por 60 dias. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, constituído de quatro tratamentos e cinco repetições, e a unidade experimental por seis explantes. Foram testados os seguintes tratamentos: T1 - MS sem regulador de crescimento (MS0); T2 - MS + 10 øM de ácido indolbutírico (AIB); T3 - MS + 10 øM de ácido naftalenoacético (ANA); e T4 - MS + 10 øM de ácido indolacético (AIA). As avaliações ocorreram aos 60 dias, observandose o número de brotos estiolados por talo; número de nós por broto; comprimento de brotos e distância entre os nós, Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 1-7, 2008 Micropropagação de abacaxi ornamental... obtida através da divisão do comprimento dos brotos pelo número de nós por broto estiolado. O número total de nós por talo foi obtido a partir da multiplicação do número de brotos estiolados/talo pelo número de nós/broto estiolado. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade. Os dados referentes ao número de brotos por talo e número de nós por broto estiolado foram transformados para raiz de (x + 0,5). 3 brotos nos talos, impossibilitando uma contagem precisa do número deles, além da expressiva presença de calos nos explantes. Por essas razões, o tratamento foi retirado da análise estatística. Não foram identificadas diferenças estatísticas para todas as características avaliadas (Tabela 1). Para o número médio de brotos estiolados produzidos por talo, tais resultados confirmam os obtidos por Carvalho et al. (2005) para o abacaxi ornamental Ananas comosus var. bracteatus e por Barboza & Caldas (2001) para o abacaxi Regeneração Para a regeneração de plântulas foram utilizados, como explantes, brotos estiolados in vitro, aos 60 dias de cultivo no meio MS acrescido com 10 øM de ANA. A escolha desses brotos foi em função do maior número total de nós formados nesse meio de cultura. Os brotos estiolados foram seccionados em segmentos contendo apenas dois nós, colocados horizontalmente, em frascos com capacidade de 220 mL, contendo 30 mL de meio de cultura. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, constituído de quatro tratamentos e oito repetições, e cada unidade experimental por um frasco contendo 4 segmentos. Utilizaram-se os seguintes tratamentos: T1 MS0; T2 - MS + 4,44 ø M de 6benzilaminopurina (BAP); T3 - MS + 8,88 øM de BAP; e T4 MS + 13,32 øM de BAP.As culturas foram mantidas em sala de crescimento com temperatura de 25 µ 2ÀC, foto período de 16 horas e intensidade luminosa de 30 ømol m-2 s-1. Aos 30, 45 e 60 dias procedeu-se à contagem do número de plântulas regeneradas/nó. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5 % de probabilidade. Os dados referentes a essa variável foram transformados para raiz de (x + 0,5). RESULTADOS E DISCUSS‹O Estiolamento comestível, Ananas comosus var. comosus (híbrido PExSC-52), que também não registraram diferenças significativas para o número de brotos formados por explante, nos diferentes tratamentos, aos 60 e 35 dias no escuro, respectivamente. Sá et al. (2000) propagaram, por meio de segmentos estiolados, abacaxizeiro comestível, registrando as maiores médias para o número de brotos (6,0) no meio contendo 10 øM de ANA e de BAP, aos 45 dias no escuro. O maior número de brotos, registrado por Carvalho et al. (2005) e Barboza & Caldas (2001), foi de 1,96 e 1,60 por explante, respectivamente. Neste trabalho, o maior valor alcançado para essa característica foi 3,42, no meio com 10 øM de ANA , aos 60 dias de incubação no escuro. O número médio de nós obtido por broto variou de 2,90 a 3,97, sendo esse último o valor registrado no tratamento T1 (Tabela 1). Para essa mesma característica, Carvalho et al. (2005) também obtiveram o maior valor (7,75) nesse meio de cultura. O número de nós/broto estiolado registrado, também aos 60 dias, foi 7,60, por Barboza & Caldas (2001) no mesmo meio de cultura. As diferenças em metabolismo e estabilidade das auxinas podem contribuir para diferentes respostas in vitro. A instabilidade do AIA, aliada à sua inativação ou destruição metabólica nas células, pode estar relacionada com o crescimento mais lento dos explantes (BARBOZA & CALDAS, 2001), provavelmente acarretando a Aos 30 dias, observou-se que, nos explantes mantidos no tratamento T4, ocorreu intensa indução de formação de brotações múltiplas, quando se utilizou essa auxina (Figura 1D). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 1-7, 2008 4 DIAS, G. DE M. G.. et al. TABELA 1 Número de brotos estiolados por talo, número de nós por broto, comprimento de brotos, distância entre os nós e número total de nós por talo de abacaxi ornamental Ananas comosus var. ananassoides, em diferentes tratamentos, após 60 dias no escuro(1). Fortaleza (CE), Embrapa Agroindústria Tropical, 2005. Características avaliadas (1) Meio de cultura Número de brotos/ talo Número de nós /broto Comprimento de brotos (cm) Distância entre os nós (cm) Número total de nós/talo MS sem regulador de crescimento 2,08 a 3,97 a 3,52 a 0,84 a 7,72 a MS + AIB a 10 M 2,53 a 2,90 a 2,39 a 0,72 a 6,83 a MS + ANA a 10 M 3,42 a 3,51 a 2,67 a 0,73 a 11,25 a CV % 24,28 19,27 63,52 28,21 22,41 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a nível de 5% de probabilidade. FIGURA 1 Brotos de abacaxi ornamental Ananas comosus var. ananassoides estiolados nos meios: MS sem regulador de crescimento (A), MS com 10 M de AIB (B), MS com 10 M de ANA (C), MS com 10 M de AIA (D), após 60 dias no escuro. Fortaleza (CE), Embrapa Agroindústria Tropical, 2005. Barras: 2,5 cm. O comprimento dos brotos estiolados é uma variável importante, pois está diretamente relacionada com o número de nós que serão recuperados em novas brotações, quando colocados em condições de luz. Com relação a essa característica, numericamente, o valor registrado no MS0 (Figura 1A) foi superior aos registrados nos meios contendo auxina (Tabela 1 e Figuras 1B, 1C e 1D). Entretanto, Carvalho et al. (2005), utilizando esse mesmo meio de cultura, para abacaxi ornamental, registraram brotos que atingiram 6,19 cm. Já Kiss et al. (1995), Barboza & Caldas (2001), Praxedes et al. (2001) e Moreira et al. (2003), utilizando o mesmo meio de cultura, para abacaxi comestível, registraram brotos que atingiram em média 7,74 cm, 4,8 cm, 2,28 cm e 2,60 cm de comprimento, respectivamente, após cerca de 35 dias de incubação in vitro, no escuro. Sá et al. (2000) registraram as maiores médias para o tamanho dos segmentos estiolados, 4,3 cm, 45 dias após a inoculação dos explantes no meio adicionado de 10øM de ANA e de BAP. O comprimento dos brotos estiolados, no meio MS sem fitorreguladores, aos 60 dias no escuro, alcançou 3,52 cm. Praxedes et al. (2000) ressaltam que o estiolamento in vitro do abacaxizeiro cv. Pérola pode ser obtido sem aplicação exógena de ANA e AIA. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 1-7, 2008 Micropropagação de abacaxi ornamental... 5 Os brotos estiolados apresentaram coloração Embora o número total de nós por talo ter sido branca, indicando ausência ou reduzida atividade estatisticamente igual em todos os tratamentos estudados, fotossintética dos explantes. Além disso, as folhas tinham o maior valor, 11,25, foi registrado no meio com ANA. coloração branca, sem a expansão dos limbos (Figura 1). Barboza et al. (2001) conseguiram, em média, 17,0 nós/ Barboza & Caldas (2001) relataram que, no escuro, os explante, aos 60 dias no escuro, no meio contendo essa entrenós do talo da plântula do abacaxizeiro comestível se mesma auxina. Os resultados foram superiores aos alongaram, separando os nós que, normalmente, em registrados por Carvalho et al. (2005), 6,17, em razão, presença de luz, permanecem próximos uns aos outros. Os provavelmente da variedade estudada. autores ressaltam que há muito tempo esse comportamento tem sido observado em plantas crescendo no escuro, e que para fins de micropropagação, a separação dos nós facilita o desenvolvimento de gemas axilares e a manipulação de plântulas regeneradas. O mesmo comportamento foi observado para a variedade de abacaxi ornamental estudada, bem como por Carvalho et al. (2005) para a variedade bracteatus. A distância entre os nós foi estatisticamente igual em todos os tratamentos (Tabela 1). Entretanto, Carvalho et al. (2005) constataram que os valores obtidos nos meios adicionados com AIB (1,06 cm) e com AIA (0,89 cm) e no MS0 (0,80 cm) foram equivalentes entre si e superiores aos obtidos no meio contendo ANA (0,50 cm). Neste trabalho, o maior valor registrado para essa característica, foi 0,84 cm, no meio MS0. Regeneração Nas três avaliações efetuadas, não houve diferença no número de plântulas regeneradas por nó, entre os tratamentos testados (Tabela 2 e Figura 2). Aos 30 dias, o menor (0,17) e o maior (0,38) valores numéricos foram registrados, respectivamente, no meio MS0 e no meio acrescido de BAP a 4,44 øM. Resultados semelhantes foram obtidos por Carvalho et al. (2005), aos 30 dias, sendo 1,01, o maior valor registrado no meio contendo 8,88 mM de BAP. Aos 45 e 60 dias, os maiores valores numéricos foram constatados nos meios contendo 8,88 øM (0,94) e 4,44 øM de BAP (1,34), respectivamente. Carvalho et al. (2005) obtiveram 1,33 e 1,13 plântulas regeneradas/nó, aos 45 dias no meio contendo 8,88 øM e aos 60 dias, no meio com 4,44 øM de BAP, respectivamente. TABELA 2 Número de plântulas regeneradas por nó, em diferentes meios de cultura, a partir de segmento estiolado, do abacaxi ornamental Ananas comosus var. ananassoides, aos 30, 45 e 60 dias após inoculação nos meios de cultura (1) . Fortaleza (CE), Embrapa Agroindústria Tropical, 2005. Meio de cultura Período de cultivo 30 dias 45 dias 60 dias MS sem regulador de crescimento 0,17 a 0,31 a 0,44 a MS + BAP a 4,44 M 0,38 a 0,84 a 1,34 a MS + BAP a 8,88 M 0,25 a 0,94 a 1,33 a MS + BAP a 13,32 M 0,21 a 0,77 a 1,09 a CV % 17,35 24,76 26,22 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a nível de 5% de probabilidade. (1) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 1-7, 2008 6 DIAS, G. DE M. G.. et al. FIGURA 2 Plântulas de abacaxi ornamental Ananas comosus var. ananassoides regeneradas em meio MS sem regulador de crescimento (A), MS com 4,44 M de BAP (B), MS com 8,88 M de BAP (C), MS com 13,32 M de BAP (D), após 60 dias de inoculação. Fortaleza (CE), Embrapa Agroindústria Tropical, 2005. Barra: 1,5 cm. Considerando-se que, 60 dias após a inoculação dos explantes em meio MS adicionado de 10 øM de ANA, foram obtidos, em média, 11,25 nós por explante, e que esses nós, cultivados em meio MS contendo 8,88 øM de BAP, aos 45 dias regeneraram, em média, 0,94 plântulas, pode-se estimar uma taxa de multiplicação de 10,58 ao final de 105 dias. Entretanto, utilizando-se o meio contendo 4,44 øM de BAP, a taxa de multiplicação seria 15,08, ao final de 120 dias. Tendo em vista que as taxas de multiplicação estimadas por Carvalho et al. (2005), para a variedade de abacaxi ornamental bracteatus, nas mesmas condições de cultivo, foram de 51,90 e 72,26, respectivamente, verifica-se que a variedade estudada apresenta uma taxa de propagação bem inferior. CONCLUS›ES O método de estiolamento de segmentos nodais e regeneração de plântulas é viável para a multiplicação in vitro do abacaxi ornamental A. comosus var. ananassoides. O meio MS, adicionado da auxina AIA, não foi adequado para indução in vitro de estiolamento de brotos em A. comosus var. ananassoides. O meio MS + 10 øM de ANA para o estiolamento de brotos, seguido de MS + BAP de 4,44 øM a 8,88 øM para a regeneração de plântulas, são os mais adequados para a multiplicação in vitro do abacaxi ornamental Ananas comosus var. ananassoides, usando segmentos nodais estiolados. AGRADECIMENTOS Ao ETENE/FUNDECI/Banco do Nordeste do Brasil S/A, pelo financiamento da pesquisa e ao CNPq, pela concessão de bolsas. RFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS BAIMA, S. Sistema de Informação GerencialAgrícola SIGA da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Ceará SEAGRI [mensagem recebida] por <[email protected]> em 20 fev. 2004. BARBOZA, S. B. S. C.; CALDAS, L. S. Estiolamento e regeneração na multiplicação in vitro de abacaxizeiro híbrido PE x SC-52. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 36, n. 3, p. 417-423, 2001. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 1-7, 2008 Micropropagação de abacaxi ornamental... BORGES, N.S.S.; CORREIA, D.; ROSSETTI, A.G. Influência do meio bifásico na multiplicação de gemas e no alongamento de brotos in vitro de Ananas lucidus Miller. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, Campinas, v.9, n.1, p.37-44, 2003. CABRAL, J.R.S.; MATOS, A.P. de; SOUTO, G.F. Reação de germoplasma de abacaxi à inoculação com Fusarium moniliforme var. Subglutinans. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 20, n. 7, p. 787-791, 1985. CARVALHO, A.C.P.P. de; BRAGA, E.P.; SANTOS, M.R.A. dos; MORAIS, J.P.S. 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MICROPROPAGATION, ACCLIMATIZATION AND CHEMICAL COMPOSITION OF THE ESSENTIAL OIL OF JAPANESE MINT (Mentha arvensis L.) VALÉRIA OLIVEIRA FONSECA1, ANDREA SANTOS DA COSTA2, MARIA DE F˘TIMAARRIGONI-BLANK3, ARIE FITZGERALD BLANK4, PÉRICLES BARRETOALVES5, TÐLIO HENRIQUE BARRETO DE SANTANA6 Graduando em Engenharia Agronômica, bolsista ITI-A/CNPq Departamento de Engenharia Agronômica Universidade Federal de Sergipe/UFS Av. Marechal Rondon s/n 49100-000 - São Cristóvão, SE [email protected] 2 Engenheira Agrônoma, Mestre, bolsista DTI/CNPq Departamento de Engenharia Agronômica Universidade Federal de Sergipe/ UFS Av. Marechal Rondon s/n 49100-000 São Cristóvão, SE [email protected] 3 Bióloga, Professora Adjunta do Núcleo de Ciências Biológicas Campus Prof. Alberto Carvalho Universidade Federal de Sergipe/ UFS Av. Vereador Olímpio Grande s/n 49500-000 Itabaiana, SE [email protected] 4 Engenheiro Agrônomo, Professor Adjunto Departamento de Engenharia Agronômica Universidade Federal de Sergipe/UFS Av. Marechal Rondon s/n 49100-000 São Cristóvão, SE [email protected]. 5 Químico, Professor Associado Departamento de Química Universidade Federal de Sergipe/UFS Av. Marechal Rondon s/n 49100-000 São Cristóvão, SE [email protected] 6 Graduando em Engenharia Agronômica, bolsista PIBIC Departamento de Engenharia Agronômica Universidade Federal de Sergipe/UFS Av. Marechal Rondon s/n 49100-000 São Cristóvão, SE [email protected] 1 RESUMO A menta japonesa (Mentha arvensis L.) é uma espécie aromática e seu óleo essencial é empregado em indústrias de alimentos, cosmética e farmacêutica. Objetivou-se, no presente trabalho, desenvolver um protocolo de micropropagação e aclimatização da menta japonesa, e realizar a análise do óleo essencial de plantas micropropagadas e não micropropagadas. Para a micropropagação foram testados segmentos nodal, foliar e internodal do genótipo UFC provenientes de plantas estabelecidas in vitro e inoculados em meio MS associado a reguladores de crescimento: MS (controle); MS + 9,3 mM CIN + 8,9 mM BAP + 2,2 mM AIA ; MS + 8,9 mM BAP + 5,4 mM ANA e MS + 4,4 mM AIA. Para aclimatização das mudas testaram-se quatro substratos: PCB [pó de coco + calcário (1 g L-1) + 12 g L-1 de Biosafra® (3-12-6)]; PCBV1 [pó de coco + vermiculita (1:1 v/v) + calcário (1 g L-1) + Biosafra® (3-12-6) (12 g L-1)]; PCBV2 [pó de coco + vermiculita (2:1 v/ v) + calcário (1 g L-1) + Biosafra® (3-12-6) (12 g L-1)]; VMS (vermiculita + sais do MS). As amostras dos óleos essenciais foram analisadas utilizando-se a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Segmentos nodais foram os mais efetivos na micropropagação, podendo ser utilizado o meio de cultura MS na ausência de reguladores de crescimento. O substrato constituído de pó de coco mais 1 g L-1 de calcário e 12 g L -1 de Biosafra ® (3-12-6) pode ser utilizado na aclimatização de mudas micropropagadas de M. arvensis genótipo UFC . A qualidade do óleo essencial foi mantida após micropropagação. ABSTRACT Japanese mint (Mentha arvensis L.) is an aromatic species and its essential oil is used by food, cosmetic and pharmaceutical industries. The objective of this work was to develop a protocol for micropropagation and acclimatization of japanese mint and analyze essential oil of micropropagated and non micropropagated plants. For the micropropagation, nodal, leaf and internodal segments of the genotype UFC obtained from in vitro established plants were inoculated in the following MS medium associated with growth regulators: MS (control); MS + 9.3 mM KIN + 8.9 mM BAP + 2.2 mM IAA; MS + 8.9 mM BAP + 5.4 mM NAA and MS + 4.4 mM IAA. For acclimatization, four substrates: PCB [coconut dust + limestoon (1 g L-1) + 12 g L-1 Biosafra® (3-12-6)]; PCBV1 [coconut dust + vermiculite (1:1 v/v) + limestoon (1 g L-1) + Biosafra ® (3-12-6) (12 g L -1 )]; PCBV2 [coconut dust + vermiculite (2:1 v/v) + limestoon (1 g L-1) + Biosafra® (3-126) (12 g L-1)] and VMS (vermiculite + MS salts) were used. Essential oil samples were analyzed using gas chromatography with mass spectrometry. Nodal segments inoculated in the absence of growth regulators were the most effective for micropropagation. The substrate coconut dust + 1 g L -1 limestoon + 12 g L-1 Biosafra® (3-12-6) may be used for acclimatization of M. arvensis genoty pe UFC micropropagated plantlets. The essential oil s quality was maintained after micropropagation. Termos para indexação: Mentha arvensis, regulador de crescimento, pó de coco, mentol. Index terms: Mentha arvensis, growth regulator, coconut dust, menthol. (Recebido em 28 de novembro de 2007 e aprovado em 10 de abril de 2008) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 8-14, 2008 Microprogação, aclimatização e composição química... INTRODUÇ‹O A Mentha arvensis L. (Lamiaceae) conhecida como hortelã japonesa e hortelã pimenta é uma espécie aromática, originária do sul da China cujo óleo essencial se distingue de outras mentas pela ausência de cineol e por elevado teor de mentol, empregado como flavorizante e aromatizante de alimentos, bebidas, perfumes, produtos de higiene bucal e preparações farmacêuticas, no tratamento de problemas respiratórios e gastrintestinais (KUMAR et al., 2002). Devido as suas condições climáticas favoráveis, o Brasil que já foi o maior produtor de menta, hoje tem produção insignificante, ficando atrás da China e do Paraguai. Em relação ao mercado de óleo essencial de menta, são comercializados por ano mais de 5.000 toneladas que, em valores históricos de US$ 10,00 kg-1, perfaz em US$ 50 milhões por ano (MAIA, 1998). A cotação do óleo é baseada nos teores dos diversos componentes químico-orgânicos encontrados em seu óleo, tais como: mentol (principal constituinte), mentona, isomentonas, piperitona, cariofileno, pinenos, furfurol, limoneno, canfeno, acetato de mentilo, valerianato de mentilo, piperitona, alcohol etílico, etc. (HERBOTECNIA, 2007). A micropropagação de plantas medicinais tem se difundido devido à possibilidade de produzir um grande número de plantas homogêneas e com elevada qualidade sanitária, à possibilidade de conservar o germoplasma, garantindo a manutenção da biodiversidade, além de auxiliar no melhoramento genético (FLORES et al.; 2006). Para o gênero Mentha, o sucesso na multiplicação in vitro tem sido estudado por diversos autores, os quais têm observado diferenças entre genótipos, explantes e reguladores de crescimento na micropropagação dessa espécie. Shasany et al. (1998) constataram que explantes internodais de M. arvensis cultivares Himalaia e Kalka quando inoculados em meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) contendo 2,0 øg mL-1 de ANA + 10,0 øg mL-1 de BAP e 1,0 øg mL-1 de ANA + 5,0 øg mL-1 de BAP induziram à formação de calos, primórdios foliares e raízes. Piza et al. (2004) observaram que o meio MS suplementado com 1,0 mg L-1 de ANA e 2,0 mg L-1 de BAP promove a multiplicação 9 de segmentos nodais dessa espécie, com 12 brotos por explante. Para regeneração de segmentos nodais de M. piperita L. o meio MS + 1,0 mg L-1 de BAP proporcionou um maior número de brotações (GHANTI et al., 2004), enquanto que para explantes foliares a concentração de 2,0 mg L-1 BAP foi efetiva (WALI & SIDDIQUI, 2003). Porém Kukreja (1996) estudando a micropropagação e regeneração de brotos em folhas e segmentos nodais de M. piperita observou que o meio MS suplementado com 2-3 mg L-1 cinetina + 1,0 mg L-1 AIA, ou 2-3 mg L-1 BAP + 0,25 mg L-1 AIA foi eficiente na produção de brotos. Chishti & Siddiqui (2003a) com segmento apical constataram que o MS com 9,3 øM KIN + 8,9 øM BAP + 2,2 øM AIA seguido de MS + 4,4 øM AIA originaram um maior número de brotos por explante. Na fase de aclimatização, o substrato utilizado na preparação das mudas, é um fator importantepois ele pode facilitar ou impedir o crescimento e desenvolvimento das plantas micropropagadas, influenciando diretamente no sucesso da aclimatização (COUTO et al., 2003). O pó de coco surge como uma das alternativas no preparo de substratos para a formação de mudas. Atualmente, o pó de coco tem sido indicado como substrato agrícola, principalmente por apresentar uma estrutura física vantajosa, proporcionando alta porosidade, alto potencial de retenção de umidade e por ser biodegradável. É um meio de cultivo 100% natural e indicado para germinação de sementes e propagação de plantas (ROSA et al., 2001). Objetivou-se, neste trabalho, avaliar tipos de explantes e regulares de crescimento na micropropagação, aclimatização das mudas micropropagadas e análise do óleo essencial de plantas antes e após a micropropagação. MATERIAL E MÉTODOS Micropropagação O ensaio foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos e Melhoramento Vegetal do Departamento de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de Sergipe. Como fonte de explantes foram testados segmentos nodal, foliar e internodal do menta japonesa genótipo UFC Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 8-14, 2008 10 FONSECA, V. O. et al. provenientes de plantas estabelecidas in vitro. O meio de cultivo utilizado foi o MS, acrescido de 30 g L-1 de sacarose e 7 g L-1 de ágar. O pH do meio foi ajustado para 5,7 + 0,1 e posteriormente autoclavado (121oC e 1,05 atm) por 20 minutos. Após a inoculação dos explantes, os frascos de 250 mL contendo 25 mL de meio, foram mantidos em sala de crescimento com fotoperíodo de 16 horas de luz, temperatura de 25 + 2oC e intensidade luminosa de 30 mmol m-2 s-1. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, utilizando-se o meio MS (controle); MS suplementado com 9,3 mMCIN + 8,9 mM BAP + 2,2 mM AIA ; MS + 8,9 mM BAP + 5,4 mM ANA e MS + 4,4 mM AIA, sendo seis repetições com quatro frascos contendo dois explantes cada frasco. Aos 35 dias após implantação do ensaio as variáveis, regeneração (%), número de brotos, comprimento de brotos (cm), número de folhas e raízes (%) foram avaliadas. Os dados obtidos foram submetidos a análises de variância pelo teste F e, quando significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Duncan (p < 0,05). Aclimatização Foram utilizadas mudas micropropagadas do genótipo UFC de M. arvensis, procedendo-se à lavagem em água corrente para eliminação do meio de cultura aderido às raízes e transplantadas em bandejas de poliestireno expandido com 72 células contendo os diferentes substratos e mantidas em estufa agrícola protegida com tela sombrite 50% e nebulização intermitente. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, sendo quatro substratos PCB - Pó de coco + 1 g L-1 de calcário + 12 g L-1 de Biosafra® (3-12-6), PCBV - Pó variáveis massa (g) fresca e seca de raiz foram transformadas em raiz de (x+0,5). Os dados obtidos foram submetidos a análises de variância pelo teste F e, quando significativas, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p < 0,05). Extração, teor e análise química do óleo essencial Os óleos essenciais de folhas frescas foram obtidos por hidrodestilação através de aparelho do tipo clevenger (GUENTHER, 1972), por aproximadamente 2 horas. Os teores foram estimados com base no peso da matéria seca (mL 100 g-1) e obtidos utilizando-se quatro amostras. Amostras dos óleos essenciais foram analisadas utilizando-se cromatografia gasosa em equipamento Shimadzu QP5050A, interfaceada com espectroscopia de massa (CG/EM), dotada de coluna capilar DB-5 (30 m x 0,25 mm x 0,25 mm) nas seguintes condições: gás de arraste hélio (fluxo 1,0 mL.min-1); tipo de injeção split a 250oC (1/ 20); detector a 280oC, programação da coluna 80oC durante 1,5 minuto, com aumento de 4oC por minuto para 180oC, seguido de 10oC por minuto até 300oC, finalizando com 10 min. de isoterma a 300oC. Os espectros de massas foram obtidos por impacto eletrônico a 70 eV. A identificação dos constituintes foi determinada com base na comparação do índice de retenção (VAN DEN DOOL E KRATZ, 1963) relativo a uma série de n-alcanos homólogos obtido pela co-injeção de amostras do óleo com uma mistura linear de hidrocarbonetos, bem como com o banco de dados NIST21 e NIST107 da biblioteca do CG/EM e publicação de espectro de massas (ADAMS, 1995). RESULTADOS E DISCUSS‹O Micropropagação de coco + calcário (1 g L-1) + Biosafra® (3-12-6) (12 g L-1) + Os diferentes segmentos oriundos de plantas vermiculita (1:1 v/v), PCBV - Pó de coco + calcário (1 g L ) + estabelecidas in vitro apresentaram diferenças Biosafra® (3-12-6) (12 g L-1) + vermiculita (2:1 v/v) e VMS significativas para todas as variáveis analisadas, sendo o Vermiculita + sais do MS com quatro repetições. Cada segmento nodal o que proporcionou melhores resultados unidade experimental foi constituída por cinco mudas. Aos 30 dias foram avaliadas as variáveis número de (Tabelas 1 e 2). Explantes internodais não foram efetivos na regeneração de brotações do genótipo UFC. Resultados brotos, comprimento de raiz (cm), comprimento de parte aérea diferentes foram obtidos por Shasany et al. (1998), em que (cm) e massa (g) fresca e seca de parte aérea e raiz. As os segmentos internodais foram eficientes na regeneração -1 Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 8-14, 2008 Microprogação, aclimatização e composição química... de M. arvensis, cultivares Himalaia e Kalka, em meio MS suplementado com 2,0 øg mL-1 de ANA + 10,0 øg mL-1 de BAP e 1,0 øg mL-1 de ANA + 5,0 øg mL-1 de BAP. Acredita-se que essas diferenças sejam devido aos genótipos utilizados. Para o número de brotos por explante, não houve diferenças significativas entre os tratamentos (Tabela 1). Resultados divergentes foram obtidos por Chishti & Siddiqui (2003b) utilizando explantes foliares de M. arvensis, em que o meio MS com 9,3 mM CIN + 8,9 mM BAP + 2,2 mM AIA seguido de 8,9 mM BAP + 5,4 mM ANA foi eficiente na multiplicação dos brotos. Entretando, para o comprimento das brotações no segmento nodal, a utilização de 8,9 mM BAP + 5,4 mM ANA foi a que proporcionou menores valores, porém não diferindo do controle e das concentrações de 9,3 mM CIN + 8,9 mM BAP + 2,2 mM AIA (Tabela 1). Quanto ao número de folhas, o meio de cultivo na ausência de reguladores de crescimento, proporcionou a menor média em segmentos nodais (Tabela 2). Em relação à formação de raízes nos explantes in vitro, os segmentos foliar e nodal induziram à formação de raízes em todos os tratamentos, porém não diferindo estatisticamente entre si. Entretanto, pela análise dos tipos de explantes dentro de cada tratamento, nota-se a superioridade dos segmentos nodais em relação ao foliar (Tabela 2). Com isso, pode-se inferir que não só os reguladores de crescimento afetam a indução e crescimento das raízes, mas também os tipos de explantes e genótipo. TABELA 1 UFC. 11 Assim, para a regeneração de plantas de hortelã japonesa genótipo UFC, segmentos nodais são os mais efetivos, podendo ser utilizado o meio de cultura MS, na ausência de reguladores de crescimento. Resultados semelhantes a esses foram obtidos na multiplicação de M. citrata Ehrh. (GODOY et al., 2005). Aclimatização Na implantação do ensaio, as mudas micropropagadas apresentavam altura média de 6,0 cm. Observa-se que não houve diferença significativa entre os diferentes substratos testados para as variáveis, número de brotos, comprimento de parte aérea, massa seca de raiz e de parte aérea. Já para comprimento de raiz, nota-se que o substrato que contém apenas pó de coco apresentou maior desenvolvimento do sistema radicular, porém não diferindo estatisticamente dos substratos PBCV (1:1) e PBCV (2:1) (Tabela 3). Em relação à biomassa fresca de raiz, houve diferenças significativas entre os diferentes substratos avaliados, sendo que o substrato que contém apenas pó de coco proporcionou um aumento significativo na massa, entretanto não diferindo do substrato PBCV. O substrato vermiculita + sais do MS resultou em uma menor massa fresca de parte aérea, embora não apresentando diferença significativa do PBCV (1:1) e do PBCV (2:1) (Tabela 4). Regeneração (%), número de brotos e comprimento de brotos (cm) in vitro de M. arvensis - genótipo Reguladores de Explante Folha Crescimento ( M) Nodal Regeneração (%) Folha Nodal Número de brotos Folha Nodal Comprimento de brotos (cm) Controle 3,6 aB 100 aA 0,29 aB 1,90 aA 0,21 aB 3,60 abA 9,3CIN + 8,9BAP + 2,2 AIA 0,0 aB 100 aA 0,00 aB 1,90 aA 0,00 aB 3,77 abA 8,9BAP + 5,4ANA 0,0 aB 100 aA 0,00 aB 1,87 aA 0,00 aB 2,79 bA 4,4AIA 0,0 aB 100 aA 0,00 aB 2,00 aA 0,00 aB 3,98 aA CV (%) 7,24 31,44 37,51 * Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Duncan (p<0,05). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 8-14, 2008 12 FONSECA, V. O. et al. TABELA 2 Número de folhas e raízes (%) in vitro de M. arvensis - genótipo UFC. Reguladores de Crescimento ( M) Explante Folha Nodal Folha Número de folhas Nodal Raízes (%) Controle 1,43 aB 12,64 bA 39,29 aB 85,71 aA 9,3CIN + 8,9BAP + 2,2AIA 0,00 aB 14,60 abA 45,00 aB 100,00 aA 8,9BAP + 5,4ANA 0,00 aB 14,29 abA 33,33 aB 95,83 aA 4,4 AIA 0,00 aB 16,54 aA 45,83 aB 91,67 aA CV (%) 28,22 28,16 * Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Duncan (p<0,05). TABELA 3 Número de brotos, comprimento de raiz e de parte aérea de mudas aclimatizadas de M. arvensis - genótipo UFC. Substrato Número de brotos Compri mento de raiz (cm) Parte aérea (cm) PBC 8,900 a 15,600 a 23,050 a PBCV (1:1) 10,000 a 14,875 ab 25,900 a PBCV (2:1) 10,800 a 14,600 ab 24,100 a VM S 10,900 a 12,125 b 22,975 a CV (%) 26,86 9,86 8,04 * Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e nas linhas, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste deTukey (p<0,05). Dentre os substratos usados, aqueles compostos listados de acordo com a ordem de eluição (Tabela 5). por pó de coco mostraram-se eficientes na aclimatização Em relação ao teor de óleo essencial, a micropropagação de mudas micropropagadas do genótipo UFC de M. não alterou essa variável, permanecendo em 3,1% arvensis. Na região Nordeste do país, a utilização do pó (Tabela 5). de coco, em mistura com outros materiais, reduz o custo de Os compostos principais nos dois tipos de aquisição de substratos comerciais, além de ajudar a propagação das plantas, foram o mentol com 69,9% e minimizar os problemas ambientais promovidos pelo 77,85% e a mentona com 12,95% e 14,29%, em plantas acúmulo de resíduos provenientes da indústria de obtidas por propagação in vitro e convencional por processamento de coco, que é amplamente disponível estaquia, respectivamente (Tabela 5). Comparando os dois tipos de produção das plantas, nessa região. nota-se que o nível de mentol foi inferior em plantas Análise do óleo essencial provenientes do cultivo in vitro, enquanto que o limoneno Dos componentes presentes no óleo essencial apresentou um nível mais elevado nessa condição. de plantas propagadas convencionalmente por estaquia Provavelmente, isso se deve a não conversão do limoneno e micropropagadas do genótipo UFC de M. arvensis, 15 em mentol. Gershenzon et al. (2000) avaliaram a composição constituintes foram identificados e encontram-se de monoterpenos durante o desenvolvimento de folhas Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 8-14, 2008 Microprogação, aclimatização e composição química... 13 TABELA 4 Valores médios de massa fresca e seca de raiz e parte aérea de mudas aclimatizadas de M. arvensis genótipo UFC. Substrato Massa Fresca (g) Massa Seca (g) Raiz Parte aérea Raiz Parte aérea PBC 570,800 a 4646,650 ab 55,500 a 512,950 a PBCV (1:1) 414,350 ab 4832,350 a 71,950 a 633,000 a PBCV (2:1) 192,600 b 4252,100 ab 76,350 a 598,500 a VM S 62,000 b 2640,850 b 51,050 a 513,750 a CV (%) 26,09 24,77 15,81 23,35 * Médias seguidas das mesmas letras minúsculas nas colunas e nas linhas, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste deTukey (p<0,05). TABELA 5 Composição química do óleo essencial de Mentha arvensis - genótipo UFC. Picos Compostoa IRb Porcentagem na plantas Micropropagadas Não Micropag adas 1 Tricicleno 929 0,27 0,08 2 -Pineno 973 0,68 0,18 3 Mirceno 985 0,46 0,08 4 3-Octanol 992 0,00 0,48 5 Limoneno 1025 9,25 1,22 6 Linalo l 1096 0,00 0,19 7 Mentona 1153 12,95 14,29 8 Isomentona 1161 2,18 1,81 9 Neo mentol 1166 1,00 1,51 10 Isopulegona 1172 0,00 0,07 11 Mentol 1175 69,90 77,85 1192 0,00 0,21 12 - Terpineol 13 Pulegona 1234 0,00 0,26 14 Piperitona 1249 0,00 1,17 15 Acetato de mentol 1286 2,95 0,27 Total Identificado (%) 99,66 99,67 Teor (%) 3,16 3,10 de menta durante 55 dias de idade e verificaram que os níveis de mentol atingem os maiores valores ao redor de 40 dias de idade, enquanto que nesse período são registrados os menores teores de limoneno, uma vez que esse composto é convertido em mentol à medida que ocorre a maturação das folhas. CONCLUS›ES Segmentos nodais são mais efetivos na micropropagação de M. arvensis - genótipo UFC, podendo ser utilizado o meio de cultura MS, na ausência de reguladores de crescimento. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 8-14, 2008 14 FONSECA, V. O. et al. A aclimatização de mudas micropropagadas pode ser realizada utilizando-se o substrato pó de coco mais 1 g L-1 de calcário e 12 g L-1 de Biosafra. A qualidade do óleo essencial foi mantida após a micropropagação de M. arvensis - genótipo UFC. REFERENCIAS BIBLIOGR˘FICAS ADAMS, R.P. Identification of essential oil components by gas chromatography/mass spectroscopy. Carol Stream: Allured Publishing corporation, 1995. 469p. CHISHTI, N.T.N; SIDDIQUI, B.A. Clonal propagation of Mentha arvensis L. by use of shoot tip. Advances in Plant Sciences, n.16, v.1, p.13-16, 2003a. CHISHTI, N.T.N.; SHAWL, A.S.; KALOO, Z.A.; BHAT, M.A.; SULTAN, R. Clonal propagation of Mentha arvensis L. through nodal explant. 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YARA DE OLIVEIRA SCHIAVINATO1, THIAGO NOGUEIRA LUCON2, ANTONIO FERNANDO CAETANO TOMBOLATO3, WILSON BARBOSA4, RENATO FERRAZ DEARRUDAVEIGA3 Bióloga, bolsista FAPESP Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Jardim Botânico/NPD-Jardim Botânico Instituto Agronômico de Campinas/IAC Cx. P. 28 13001-970 Campinas, SP [email protected] 2 Biólogo, bolsista CNPq Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Jardim Botânico/NPD-Jardim Botânico Instituto Agronômico de Campinas/IAC Cx. P. 28 13001-970 Campinas, SP [email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Pesquisador Científico VI Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Jardim Botânico/NPDJardim Botânico Instituto Agronômico de Campinas/IAC Cx. P. 28 13001-970 Campinas, SP [email protected]; [email protected] 4 Biólogo, Mestre, Pesquisador Científico VI Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Jardim Botânico/NPD-Jardim Botânico Instituto Agronômico de Campinas/IAC Cx. P. 28 13001-970 Campinas, SP [email protected] 1 RESUMO A cultura de tecidos tornou-se um importante instrumento visando a conservação e multiplicação das espécies vegetais. Essa técnica acelera os métodos convencionais de propagação vegetativa, fornecendo mudas de alto padrão livre de pragas e em curto espaço de tempo, em quantidade suficiente para a demanda. Foram analisados através da micropropagação de Anthurium plowmannii Croat., o desenvolvimento de explantes de folhas e secções de raízes de aproximadamente 1 cm, obtidos da coleção do Jardim Botânico do Instituto Agronômico de Campinas, em câmara clara e escura. Os explantes foram inoculados nos meios MS, MS + 6-BA (1,0 mg L-1) e Pierik 1. Para cada meio utilizaramse 48 frascos, sendo 24 contendo secções de raízes e 24 contendo folhas, subdivididos em três repetições de oito frascos. Semanalmente, foram observadas e anotadas as formações de calo, brotamentos e contaminações. No ensaio em câmara clara, os primeiros resultados de brotamento e formação de calos surgiram após duas semanas nos explantes de raízes e após 15 semanas nos explantes de folhas. No ensaio em câmara escura, os primeiros resultados surgiram após duas semanas nos explantes de raízes e após cinco semanas nas folhas, ocorrendo também brotamento e formação de calo. Os resultados obtidos mostraram que o melhor meio de cultura para brotamento foi o Pierik 1 e para formação de calos o MS acrescido de 1,0 mg L-1 de 6-BA, tanto em câmara clara quanto escura. As observações foram obtidas até que os explantes necessitassem de transferência de meio ou, os não regenerados, entrassem em colapso, geralmente, com necrose total dos tecidos. Termos para indexação: Araceae, cultura de tecidos, explantes, luminosidade, Anthurium plowmannii. ABSTRACT The tissue culture became an important instrument for the conservation and multiplication of plant species. This technique speeds up the conventional methods of vegetative propagation, supplying plants with high standard and sanity in a short space of time and sufficient amount to attend the demand. In these assays, the micropropagation of Anthurium plowmannii Croat., was carried out in light and dark chambers, using leaves and roots segments of approximately 1 cm length as explants. The explants were inoculated in the following medium: MS, MS + 1.0 mg L-1 6-BA and Pierik 1. For each medium, 48 bottles were used, with half containing root sections and half containing leaf segments, subdivided in 3 repetitions of 8 flasks. Callus and shoot formation and contaminations were observed weekly. On light chamber, the first results of shoot and calluses formation appeared after two weeks in root explants and after 15 weeks in leaf explants. On dark chamber, the first results appeared after two weeks in root explants and after five weeks in leaves, showing also the formation of shoots and callus. The obtained results showed that the best culture medium for shoot induction was the Pierik 1 and for callus formation the MS + 1.0 mg L-1 6-BA, maintained in dark or light chambers. The observations were obtained until the explants needed to be transferred to a new medium or those that showed no regeneration collapsed, generally, with total necrosis of tissues. Index terms: Araceae, tissue culture, explant, light, Anthurium plowmannii. INTRODUÇ‹O A família Araceae é largamente distribuída por todo Brasil, ocorrendo espécies desde as áreas subtropicais ao sul até as florestas equatoriais do extremo norte. São conhecidos 106 gêneros e cerca de 3 mil espécies das quais cerca de 450 ocorrem no Brasil (TOMBOLATO & CASTRO, 2005). O gênero Anthurium é herbáceo, epífito, suas flores são hermafroditas e apresentam o fenômeno da protogenia, no qual a parte feminina da flor está receptiva quando a (Recebido em 03 de maio de 2007 e aprovado em 22 de abril de 2008) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 15-20, 2008 16 SCHIAVINATO, Y. de O. et al. parte masculina ainda está imatura. Esse fenômeno dificulta a autofecundação e favorece cruzamentos naturais entre plantas diferentes. O antúrio (Anthurium andraeanum Linden) é a segunda flor tropical mais comercializada no mercado mundial, perdendo lugar apenas para orquídeas. No Brasil, a principal região produtora fica no Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, sendo cultivado sob telado (TOMBOLATO & CASTRO, 2005). O Anthurium plowmannii Croat., conhecido como antúrio-concha, é uma planta epífita e rupícola, de folhas rosuladas, nativa da região Amazônica até os afloramentos calcários e graníticos do Centro-Oeste e o Leste do Brasil. Possui o caule curto e coberto de raízes grossas, de 10-30 cm de comprimento por 3-6 cm de diâmetro. Folhas com lâminas inteiras e onduladas nas margens, brilhantes, coriáceas de 10-40 cm de comprimento por 1-2 cm de diâmetro. A inflorescência dessa espécie é ereta, com espata verde ou tingida de vinácea ou arroxeada, de 8-25 cm de comprimento, com pedúnculo de 6-30 cm. Esta espécie é utilizada para ornamentação, principalmente em vasos, diferentemente do Anthurium andraeanum que é também usado como flor de corte (IMENES et al., 2002; TOMBOLATO & CASTRO, 2005). A propagação vegetativa in vitro, também denominada micropropagação por causa do tamanho dos propágulos utilizados, é a aplicação mais prática da cultura de tecidos e aquela de maior impacto no setor produtivo (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998). Com a necessidade em suprir, de um lado, as demandas comerciais e, de um outro, a intensa degradação dos ambientes naturais, a técnica de cultura de tecido tornou-se um importante instrumento visando à conservação e multiplicação das espécies vegetais. Essa técnica possibilita uma propagação livre de pragas e acelera os métodos convencionais de propagação vegetativa, fornecendo aos produtores mudas de alto padrão e em quantidade suficiente para a demanda comercial em todas as épocas do ano. Atualmente, a atividade comercial de micropropagação concentra esforços principalmente na limpeza clonal e na multiplicação de espécies ornamentais, herbáceas e arbustivas. Na floricultura, essa técnica é amplamente utilizada para a propagação clonal e limpeza de vírus. A multiplicação é rápida e a qualidade, uniformidade e quantidade de plantas produzidas é maior que aquela obtida por métodos convencionais (TOMBOLATO & COSTA, 1998). Castro et al. (1992), indicam a existência de aproximadamente 1000 protocolos específicos definidos para a propagação in vitro de espécies ornamentais. Alguns fatores adicionais favorecem as aplicações comerciais da propagação in vitro de plantas ornamentais. Um desses fatores refere-se ao fato da propagação através de sementes resultar, muitas vezes, em segregações genéticas, originando indivíduos diferentes. Tombolato & Quirino (1996) observaram que as diferentes variedades de Anthurium andraeanum não reagem de maneira idêntica aos métodos de propagação. Independentemente da constituição do meio de cultura, algumas variedades apresentam maior taxa de multiplicação e enraizamento que outras. A partir dessa experiência, objetivou-se, no presente trabalho definir o melhor método para propagação in vitro, formação de calo e regeneração, do Anthurium plowmannii Croat. MATERIAL E MÉTODOS Foram colhidos frutos maduros de Anthurium plowmannii (Figura 1), produzidos na coleção do Jardim Botânico do IAC, para a obtenção das sementes para a germinação in vitro. FIGURA 1 Frutos maduros de A. plowmannii. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 15-20, 2008 Micropropagação de Anthurium plowmannii Croat. 17 Esterilização da espádice meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962). As plântulas A espádice, contendo os frutos maduros, foi lavada com água corrente e sabão e borrifada com solução antibiótica 50%, (produto comercial Nistatina 100.000 U.I. mL-1). Depois de duas horas da aplicação da solução antibiótica, a espádice foi desinfetada com álcool 70% por dois minutos e transferida para outro recipiente com hipoclorito de cálcio 2,5% por 10 minutos. Em seguida, a espádice foi colocada em solução fungicida à base de Thiram 50% por duas horas. Na câmara de fluxo laminar, os frutos foram retirados da espádice e descontaminados com álcool 70% por dois minutos e hipoclorito de cálcio 2,5% por dez minutos, finalizando a esterilização. com 3 meses de crescimento in vitro (Figura 3) forneceram os explantes para o ensaio de regeneração. Para o ensaio de regeneração in vitro de A. plowmannii, os explantes utilizados foram folhas jovens inteiras e secções de raízes de aproximadamente 1 cm (Figura 4 e 5). Esses explantes foram inoculados em três meios diferentes, meio MS, meio MS + 6-BA (1,0 mg L-1) e meio Pierik 1 (TOMBOLATO & QUIRINO, 1996). Para cada meio foram inoculados 48 frascos, sendo 24 contendo secções de raízes e 24 contendo folhas, que foram subdivididos em três repetições de oito frascos. Foram montados dois ensaios, um que permaneceu em câmara Inoculação clara com 16 horas de fotoperíodo e outro que permaneceu Após a esterilização, já na câmara de fluxo laminar, com o auxílio do bisturi, os frutos foram abertos e deles retiradas as sementes (Figura 2) que foram inoculadas em em câmara escura a 25ÀC. Fruto (tecido) Semente FIGURA 4 Explante de folha utilizado no ensaio de regeneração. FIGURA 2 Frutos e sementes de A. plowmannii. FIGURA 3 Plântula de A. plowmannii obtida por germinação de semente em meio MS. FIGURA 5 Explante de raiz com 1 cm de comprimento utilizado no ensaio de regeneração. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 15-20, 2008 18 SCHIAVINATO, Y. de O. et al. As observações do ensaio foram feitas semanalmente e anotadas as formações de calo, brotamento e contaminações. As observações dos ensaios instalados estenderam-se por seis meses. RESULTADOS E DISCUSS‹O O primeiro resultado do ensaio em câmara clara (Tabela 1) foi obtido após duas semanas da inoculação, houve brotamento de explante de raiz em frasco com meio MS + 6-BA (1,0 mg L-1), enquanto que, nos explantes foliares, houve a formação de calo e brotamento somente após 15 semanas. Na Tabela 1, pôde-se observar que o meio MS mostrou-se menos eficaz, pois apresentou apenas 3 explantes com regenerações e 1 com calo, portanto uma quantidade inferior em relação aos outros meios utilizados. Já o meio Pierik 1 foi o qual proporcionou melhores resultados de brotamento tanto em folhas (3 explantes) quanto em raízes (4 explantes) (Figura 6 e 7). No meio MS + 6-BA (1,0 mg L-1) ocorreu a formação de calos em sete explantes foliares, em câmara clara. No ensaio da câmara escura (Tabela 2), o primeiro resultado foi observado após duas semanas, ocorrendo o brotamento de explante de raiz em frasco com meio Pierik 1. Enquanto que brotamento em folhas surgiram em meio MS + 6-BA (1,0 mg L-1) após cinco semanas e após 12 semanas, formação de calo em frasco com meio Pierik 1 e MS + 6-BA (1,0 mg L-1). Na Tabela 2, pôde-se observar que o meio MS não apresentou nenhum resultado em câmara escura, para a propagação via calo ou brotamento da espécie A. plowmannii. Já no meio P1, obtiveram-se 6 brotamentos em explantes de raiz. O meio MS + 6-BA (1,0 mg L-1) foi o meio mais apropriado para formação de calo nos explantes de folhas, 4 explantes (Figura 8), e raízes, 3 explantes. Todos os calos obtidos em folhas apresentaram regeneração. Já os calos oriundos de raízes formaram-se, porém não se desenvolveram, permanecendo pequenos e de coloração marrom. Os calos de raízes formados em câmara clara e escura foram observados em seis explantes, sendo que metade deles necrosaram. Segundo Chan et. al., (2003) na cultura in vitro de Araceae, especificamente em Anthurium, os explantes de folhas ou raízes quando inoculados em meio MS acrescidos das citocininas 6-BA e IBA e mantidos em câmara clara com fotoperíodo de 16 horas, apresentaram formações de brotamentos, enraizamento e multiplicação de plântulas. As auxinas, 2,4-D, zeatina entre outras, foram utilizadas para formação de calos, enquanto que as citocininas como 6-BA, para brotamento de raiz e desenvolvimento de plântulas. Explantes foliares de A. andraeanum Linden, quando deixados em câmara escura e inoculados em meio TABELA 1 Número de brotos, de formação de calos e de contaminação observados no Anthurium plowmannii, cultivado in vitro, em câmara clara. Meio Número inicial de explantes (folha) Número inicial de explantes (raiz) folhas Brotamento Calo Contaminação raiz Brotamento Calo Contaminação MS 24 1 (4,16%) 1 (4,16%) 4 (16,6%) 24 2 (8,33%) 0 (0%) 2 (8,33%) P1 24 3 (12,5%) 0 (0%) 6 (25%) 24 4 (16,6%) 2 (8,33%) 3 (12,5%) MS+6BA 24 0 (0%) 7 (29,16%) 0 (0%) 24 1 (4,16%) 0 (0%) 2 (8,33%) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 15-20, 2008 19 Micropropagação de Anthurium plowmannii Croat. Pierik 1, acrescido de auxinas, zeatina e 2,4-D, apresentaram formação de calo. Esse resultado foi comprovado no experimento realizado com folhas jovens, conforme literatura e protocolo descritos por Tombolato et al. (2002). FIGURA 8 Formação de calo no explante de folha de A. plowmannii. FIGURA 6 plowmannii. Brotamento no explante de raiz de A. FIGURA 7 Brotamento e formação de calo no explante de folha de A.plowmannii. Os resultados obtidos no ensaio com A. plowmannii mostraram que o melhor meio para a formação de calos, tanto nos explantes de folhas quanto nos de raízes, foi o meio MS + 6-BA (1,0 mg L-1) e o melhor meio para brotamento foi o Pierik 1, também em folhas e raízes, porém apresentou melhores resultados nos explantes de raízes. Esses resultados são totalmente opostos ao esperado, pois para formação de calos o hormônio mais comum e com melhores resultados foram as auxinas e não as citocininas, como foi observado nesse ensaio. Quando se compararam os resultados obtidos com A. plowmannii com A. andraeanum Linden observaramse resultados conflitantes, pois no A. andraeanum a formação de calo ocorreu em folhas inoculadas em meio TABELA 2 Número de brotos, de formação de calos e de contaminação observados no Anthurium plowmannii cultivado in vitro, em câmara escura. Meio Número inicial de explantes (folha) MS 24 P1 24 MS+6BA 24 Número inicial de explantes (raiz) folhas Brotamento Calo Contaminação 0 (0%) 1 (4,16%) 2 (8,33%) 0 (0%) 2 (8,33%) 4 (16,6%) 1 (4,16%) 1 (4,16%) 0 (0%) 24 24 24 raiz Brotamento Calo Contaminação 0 (0%) 6 (25%) 0 (0%) 0 (0%) 1 (4,16%) 3 (12,5%) 1 (4,16%) 3 (12,5%) 3 (12,5%) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 15-20, 2008 20 SCHIAVINATO, Y. de O. et al. Pierik 1, que continha auxina e não em meio MS acrescido de citocinina, o mesmo ocorreu para formação de calos em raízes. No A. andraeanum o meio MS acrescido de 6-BA foi utilizado para brotamento, o que não ocorreu na espécie A. plowmannii cujo maior brotamento aconteceu no meio Pierik 1. Segundo Tombolato et al. (2002), o A. andraeanum apresentou rápida formação de calo em explantes de lâminas foliares quando esses foram colocados em câmara escura. Esse foi um dos pontos no qual o resultado do ensaio condiz com a literatura, sendo que os primeiros calos formados nos explantes foliares em câmara escura ocorreram, após 12 semanas, e nos explantes foliares em câmara clara, após 15 semanas. Houve, portanto três semanas de diferença, ou seja, os resultados obtidos em explantes de folhas foram mais rápidos naqueles que permaneceram no escuro. Porém, os explantes foliares que ficaram em câmara clara também apresentaram formação de calo, mas levaram um tempo maior para se formarem. CONCLUS›ES O meio mais eficaz para formação de calo, em explantes de folhas e raízes, nas condições desses ensaios foi o MS + 6-BA (1,0 mg L-1). Para a regeneração, o meio mais eficaz foi o de Pierik 1, em ambos os explantes, porém com melhores resultados nos explantes de raízes. Não houve diferença entre a indução de calo entre o cultivo em câmara clara e em câmara escura. REFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS CASTRO, C. E. F; SILVEIRA, R. B. A; PEREIRA I. T. M. Propagação de plantas ornamentais. In: CASTRO, C. E. F; ANGELIS, B. L. D; MOURA, L. P. P; SILVEIRA, R. B. A; ANGELIS, G. Neto; SATO, N. T. Manual de Floricultura. Maringá, 1992, p. 53-79. CHAN, L. K; TAN C. M; CHEW, G. S. Micropropagation of the Araceae ornamental plants. Acta Horticulturae, Leuven, n. 616, p. 383-390, 2003. GRATTAPAGLIA, D; MACHADO, M. A. Micropropagação. In: TORRES, et al.[ed]. Cultura de Tecidos e Transformação Genética de Plantas. Brasília: EMBRAPA, 1998. v.1, p. 183-260. IMENES, S. D. L; WOLFF V. 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P. 48 66095-100 Belém, PA [email protected] 4 Doutoranda em Sistemas Agroflorestais Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA Av. Tancredo Neves, 2501 66077-530 Belém, PA [email protected] 5 Cientista da Computação Centro Universitário do Pará/CESUPA Av. Governador José Malcher, 1963 66060-230 Belém, PA [email protected] 6 Bióloga, Mestre em Ciência Animal Universidade Federal do Pará/UFPA Cx. P. 479 66075-110 Belém, PA [email protected] 1 RESUMO Na micropropagação, órgãos e tecidos de plantas são introduzidos in vitro, estabelecidos e mantidos em culturas assépticas para regenerar novas plantas. Objetivou-se, no trabalho, induzir brotações in vitro em três tipos de explante de paricá inoculados em meio MS modificado contendo 6benzilaminopurina (BAP) e suplementado de sacarose e ácido giberélico (AG3). Os tratamentos testados para indução de brotações foram constituídos de três concentrações de sacarose (0, 30 e 60 g L-1), duas concentrações de AG3 (0 e 0,5 mg L-1) e três fontes de explantes (segmentos apicais, nodais e intercotiledonares). O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 3 x 3 x 2, com 4 repetições. Enquanto o AG3 não exerceu influência sobre a indução e comprimento de brotações, o uso de sacarose mostrouse essencial para a multiplicação in vitro dessa espécie a partir de segmentos nodais e intercotiledonares. Termos para indexação: Micropropagação, ácido giberélico, 6benzilaminopurina, sacarose, explantes. ABSTRACT During the process of micropropagation, organs and tissues of plants are introduced in vitro, established and maintained in aseptic cultures to regenerate new plants. The objective of this work was to induce in vitro shoots in three explant types of parica inoculated in MS medium containing 6benzylaminopurine (BAP), supplemented with sucrose and gibberellic acid (GA3). The treatments tested for shoot induction consisted of three sucrose concentrations (0.30 and 60 g L-1), two GA3 concentrations (0 and 0.5 mg L-1) and three explant sources (apical, nodal and intercotyledon segments). The experimental design used was a completely randomized, in a factorial 3 x 3 x 2, with 4 repetitions. While the use of GA3 had no influence on the induction and length of shoots, and the use of sucrose showed to be essential for in vitro multiplication of this species from nodal and intercotyledon segments. Index terms: Micropropagation, gibberellic acid, 6benzylaminopurine, sucrose, explants. INTRODUÇ‹O O Schizolobium parahyba (Vell.) Blake var. amazonicum (Ducke) Barneby é uma espécie florestal, de ocorrência na Amazônia, que vem sendo utilizada principalmente para a produção de lâminas para compensados, além de fornecer matéria-prima para obtenção de celulose, entre outras aplicações (FALESI & SANTOS, 1996; CARVALHO & VIÉGAS, 2004). A árvore é indicada para plantios comerciais, sistemas agroflorestais e reflorestamento de áreas degradadas, devido ao seu rápido crescimento e ao bom desempenho, tanto em formações homogêneas quanto em consórcios (SOUSA et al., 2005). Apesar da facilidade de se obter mudas pelo método convencional, os plantios de paricá precisam ser (Recebido em 16 de maio de 2007 e aprovado em 29 de abril de 2008) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 21-27, 2008 22 REIS, I. N. R. de S. et al. formados com plantas que tenham características de interesse, como fuste reto e crescimento uniforme, para melhorar seu rendimento. No entanto, no estado do Pará, os plantios de paricá apresentam grande variação de crescimento e de produtividade. Assim, o desenvolvimento de metodologias de micropropagação in vitro tem sido apontado como alternativa potencial para produção de mudas de paricá, pela possibilidade de multiplicar fragmentos vegetais e obter-se milhares de mudas geneticamente iguais à planta mãe e com maior uniformização dos plantios. Na micropropagação, órgãos e tecidos de plantas são introduzidos in vitro, estabelecidos e mantidos em culturas assépticas para regenerar novas plantas (HARTMANN et al., 2002). As técnicas in vitro têm mostrado vantagens sobre os métodos da propagação tradicional, pois as culturas são iniciadas com fragmentos de plantas (explantes), requerem pequeno espaço para manter ou para aumentar o número de plantas e podem produzir plantas livres de patógenos (GEORGE, 1993). A multiplicação é a segunda fase da propagação in vitro de plantas, com objetivo de multiplicar as gemas ou as microestacas, para posterior enraizamento. As plantas desenvolvidas a partir desses explantes, por possuírem gemas pré-existentes, geralmente são fiéis na reprodução do genótipo da planta matriz (HARTMANN et al., 2002). A exemplo do que acontece em outros eventos, os reguladores de crescimento são fundamentais para o estabelecimento da competência e determinação celular, condições necessárias para a formação de meristemas caulinares e/ou radiculares nas plantas. As citocininas são os reguladores de crescimento mais utilizados na multiplicação in vitro, sendo a 6-benzilaminopurina (BAP) bastante empregado para essa finalidade, enquanto que as giberelinas incrementam tanto a divisão celular quanto o alongamento das células formadas (TAIZ & ZEIGER, 2004), mas têm como principal efeito estimular o crescimento de órgãos já formados. No entanto, podem inibir a iniciação de outros processos de formação de órgãos (GEORGE & SHERRINGTON, 1984). De acordo com Guerra et al. (1998), um dos principais efeitos e aplicações das giberelinas em cultura de tecidos é o alongamento das brotações, durante a multiplicação. Plantas e tecidos cultivados in vitro necessitam de suprimento exógeno de carboidratos como fonte de carbono, uma vez que tais plantas não são completamente autotróficas e, portanto, não têm condições de realizar a fotossíntese para sustentar seu crescimento e diferenciação (MINOTTA, 1981; GARCIA et al., 2002). Muitos estudos têm sido conduzidos para definir o tipo e a concentração da fonte de carbono que permitam o desenvolvimento e estabelecimento da cultura (PAIVA NETO & OTONI, 2003), sendo que a sacarose é a principal fonte de carbono usada no meio de cultura para propagação in vitro de plantas superiores (TAHA et al., 2001; ALKHATEEB, 2001). Objetivou-se, no trabalho, induzir brotações in vitro em três tipos de explante de paricá, Shizolobium parahyba var. amazonicum inoculados em meio MS contendo 6benzilaminopurina (BAP), suplementados ou não de sacarose e ácido giberélico (AG3). MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido no laboratório de Biotecnologia e Recursos Genéticos da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA). As sementes de paricá procedentes do município de Ji-Paraná, no estado de Rondônia, foram obtidas através da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará (AIMEX). Como fontes de explante, foram utilizadas plântulas germinadas in vitro, com 20 dias de cultivo. Os explantes, com tamanho de aproximadamente 1,0 cm, foram inoculados na posição vertical em frascos contendo 40 mL de meio de cultura básico MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) com as concentrações de NH4NO3 e Fe-EDTA reduzidas à metade (demais componentes em suas concentrações normais), solidificado com ágar 0,6%, suplementado com BAP (3 mg L-1) e 0,1% de ácido cítrico, ajustado em pH 5,8 e autoclavados a 120ÀC e 1,2 atm durante 20 minutos. As culturas foram mantidas em sala de crescimento sob temperatura de 24 µ 1ÀC, fotoperíodo de 16 horas de luz branca fria e irradiância de 25 ømol m-2 s-1. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 21-27, 2008 Indução in vitro de brotos em paricá... Os tratamentos testados foram constituídos de três concentrações de sacarose (0, 30 e 60 g L -1), duas concentrações de ácido giberélico - AG3 (0 e 0,5 mg L-1) e três tipos de explantes (segmento apical SA; segmento nodal SN e segmento intercotiledonar SIC), constituindo um arranjo fatorial 3 x 3 x 2, totalizando 72 unidades experimentais, sendo que cada uma foi constituída por um frasco contendo três explantes, em delineamento inteiramente casualizado. As avaliações foram realizadas após 20 dias de cultivo, avaliando-se o número e o comprimento dos brotos. Os dados foram submetidos à análise de variância e quando houve efeito significativo, as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade através do programa estatístico Sisvar (FERREIRA, 2002). Os dados de número de brotos foram transformados para (X + 0,5)½. RESULTADOS E DISCUSS‹O Para as variáveis estudadas, a análise de variância indicou que somente ocorreu significância entre tipos de 23 de brotos foi obtido quando a giberelina estava associada com a citocinina BAP, enquanto Figueredo et al. (2001) constataram que o AG3 é necessário para o alongamento das brotações de biribá (Rollinia mucosa Jacq.). Alguns efeitos negativos do AG3 foram observados por Deccetti (2000) e Moraes et al. (2004) no desenvolvimento de brotações de araticum-bravo (Annona glabra L.), e na proliferação de gemas axilares do porta-enxerto de pereira (Pyrus calleryana Decne), respectivamente. O efeito do AG 3 na proliferação de brotações varia conforme a interação existente com outros reguladores de crescimento, dependendo da espécie que está sendo micropropagada (GEORGE, 1996). Neste estudo foi observado que no meio MS suplementado com 3 mg L-1 de BAP, mas na ausência de sacarose, não houve formação de brotações, indicando que mesmo com a presença de citocinina, há necessidade de adição de carboidrato ao meio de cultivo para multiplicação in vitro de paricá, independente do explante utilizado (Figura 1). explantes, concentrações de sacarose e a interação entre os mesmos. Tal fato demonstra que a presença do regulador de crescimento AG3, associado ao BAP, não influenciou 2 na formação e alongamento de brotos. et al. (2006), em que a presença de AG3 não exerceu efeito no número médio de brotações alongadas de unha de gato (Uncaria guianensis (J. F. Gmel.). Na investigação de Yui et al. (1990) com macieira (Malus domestica Borkh) cv. Golden Delicious, foi observado que não houve diferença significativa para os níveis de 0; 0,01; 0,1 e 1 mg L-1 de AG3, indicando que esse regulador de crescimento não foi necessário para a multiplicação in vitro dessa espécie. Esse fato também foi verificado por Ochatt & Caso (1983) e Melo-Farias et al. (1998) com pêssego (Prunus persica (L.) Bastsch) e porta-enxerto de pereira Old Home x Farmingdale, respectivamente. Por outro lado, no estudo de Oliveira et al. (2001) com bilimbi (Averrhoa bilimbi L.), o maior desenvolvimento aA 1,8 NÀ médio de brotos Resultados semelhantes foram obtidos por Pereira aA 2,2 SA SN aA bA 1,6 SIC 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,2 0 cA bAB 0,4 aB aB aB 0 30 60 -1 Sacarose (g L ) Letras distintas entre si comparam: minúsculas, os explantes dentro de cada concentração de sacarose; e maiúsculas, as concentrações de sacarose em cada tipo de explante, ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey. FIGURA 1 Número médio de brotos de paricá a partir de segmentos apicais (SA), nodais (SN) e intercotiledonares (SIC), submetidos a diferentes concentrações de sacarose, em meio MS com 3 mg L-1 de BAP. Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA, 2007. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 21-27, 2008 REIS, I. N. R. de S. et al. Quando foi usado 30 g L-1 de sacarose, segmentos nodais e intercotiledonares não diferiram estatisticamente entre si, com respectivamente 1,71 e 1,72 brotações por explante, sendo superiores ao segmento apical, que apresentou em média 0,21 brotações por explante. Por outro lado, na concentração de 60 g L-1 de sacarose, segmentos intercotiledonares foram mais eficientes (2 brotações/explante) que segmentos nodais, que formaram em média 1,53 brotos, e segmentos apicais, que apresentaram 0,27 brotos por explante. Nota-se ainda que não houve diferença significativa entre as concentrações de 30 e 60 g L-1 de sacarose para cada tipo de explante avaliado (Figura 1). Da mesma forma, Pinto et al. (1994) observaram que segmentos nodais de pau-santo (Kielmeyra coriacea Mart. e Zucc) apresentaram maior capacidade de produção de brotos em relação aos segmentos apicais. Rodrigues et al. (2006) verificaram que as concentrações de 30, 45 e 60 g L-1 de sacarose apresentaram melhores resultados em macieira (Malus domestica), sendo a maior taxa de multiplicação obtida com os explantes de ápices caulinares, enquanto que Flores et al. (1999) obtiveram maior número de brotações a partir de segmentos apicais de Malus prunifolia Steud., quando utilizaram 45 g L-1 de sacarose no meio MS. Os resultados referentes ao número de brotos obtidos neste trabalho se assemelham ao que já foi relatado por Cordeiro et al. (2004) utilizando 3 mg L-1 de BAP e 3 % de sacarose. Para esse autor, a baixa multiplicação de brotos em paricá está relacionada com características da própria planta. Quanto ao comprimento dos brotos, foi verificado que no meio de cultivo contendo 30 g L-1 de sacarose, segmentos nodais (0,32 cm) e intercotiledonares (0,46 cm) não diferiram significativamente entre si, e foram mais eficientes que segmentos apicais, os quais obtiveram brotos medindo em média 0,14 cm, conforme observa-se na Figura 2. No meio de cultura básico MS, contendo 60 g L-1 de sacarose, os segmentos intercotiledonares apresentaram 0,8 Comprimento médio dos brotos (cm) 24 aA SA SN 0,7 SIC 0,6 aB 0,5 0,4 bA aA 0,3 bA 0,2 0,1 0 aA aB 0 cA aC 30 60 -1 Sacarose (g L ) Letras distintas entre si comparam: minúsculas, os explantes dentro de cada concentração de sacarose; e maiúsculas, as concentrações de sacarose em cada tipo de explante, ao nível de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey. FIGURA 2 Comprimento médio (cm) de brotos de paricá a partir de segmentos apicais (SA), nodais (SN) e intercotiledonares (SIC), submetidos a diferentes concentrações de sacarose, em meio MS com 3 mg L-1 de BAP. Embrapa Amazônia Oriental, Belém-PA, 2007. resultados mais satisfatórios, com comprimento médio dos brotos de 0,71 cm, diferindo estatisticamente de segmentos nodais (0,37 cm) e apicais (0,11 cm). Com relação à diferença entre concentrações de sacarose dentro de cada tipo de explante, observou-se que, para segmentos apicais e nodais, não houve diferença significativa do comprimento dos brotos entre as concentrações de 30 e 60 g L-1 de sacarose (Figura 2). Ao contrário do verificado neste estudo, Sabá et al. (2002) observaram que segmentos apicais foram mais eficientes que segmentos nodais na formação e comprimento de brotações de jaborandi (Pilocarpus jaborandi Holmes). Por sua vez, Andrade et al. (2000) verificaram que não houve diferença significativa entre segmentos apicais e nodais, em relação ao comprimento das brotações de aroreira (Myracrodruom urundeuva Allem.). De acordo com Nicoloso et al. (2003), as concentrações de 30, 45 e 60 g L -1 de sacarose proporcionaram o maior comprimento das brotações em ginseng brasileiro [Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen], sendo que, nessas mesmas concentrações de sacarose, o Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 21-27, 2008 Indução in vitro de brotos em paricá... comprimento médio dos brotos de macieira (Malus domestica) variou entre 1 e 3 cm, e a maior taxa de multiplicação foi obtida a partir de ápices caulinares (RODRIGUES et al., 2006). A Figura 3 ilustra brotações formadas a partir de segmento apicais (3A), nodais (3B) e intercotiledonares (3C), evidenciando o aparecimento de lenticelas nos últimos dois explantes, as quais estão freqüentemente presentes no cultivo in vitro de paricá. Notou-se então que diferentes explantes respondem de forma diferenciada, mesmo quando submetidos às mesmas condições de cultivo. Esse fato está relacionado com o que já foi mencionado por Gaspar et al. (1996), no qual as respostas de células, tecidos e órgãos cultivados in vitro podem variar de acordo com as condições da cultura, tipo de explante e genótipo. Similarmente ao verificado por Cordeiro et al. (2004), também trabalhando com paricá, foi observada a presença de calos em todos os tratamentos contendo sacarose. Essas estruturas iniciaram-se na base do explante, apresentando inicialmente coloração bege e textura friável. A oxidação também se fez presente, tornando-se mais expressiva a partir dos 20 dias de cultivo. De acordo com Bassan et al. (2006), a formação de calos na micropropagação in vitro não é desejável. No entanto, o aparecimento dessas estruturas na base de explantes nodais, ápices caulinares ou brotações é muito comum em espécies lenhosas. Jones et al. (1990) verificaram 25 a formação de calos na base de explantes de acácia (Acacia saligna H. L. Wendl.) inoculados em meio de cultivo sem adição de reguladores de crescimento. Borges Júnior et al. (2004) observaram o aparecimento de calos em propágulos de acácia negra (Acacia mearnsii De Wild.) submetidos à multiplicação em meio de cultura B5 (GAMBORG et al., 1968), contendo citocinina. CONCLUS›ES O AG3 não exerceu influência sobre a indução e comprimento de brotações de paricá, e a sacarose mostrou ser essencial para a multiplicação in vitro dessa espécie, a partir de segmentos nodais e intercotiledonares. REFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS ALKHATEEB, A.A. Influence of different carbon sources and concentrations on in vitro root formation of date palm (Phoenix dactylifera L.) cv Khanezi. Zagazig J. Agric. Res. v.28, n.3, p.597 608. 2001. ANDRADE, M.W.de; LUZ, J.M.Q.; LACERDA, A.S.; MELO, P.R.A.de. Micropropagação de aroreira (Myracrodruom urundeuva Fr. All). 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P. 3037 37200-000 Lavras, MG [email protected] 1 RESUMO Com vistas a aperfeiçoar um teste já existente para a detecção de reguladores de plantas, esta pesquisa, objetivou-se estabelecer uma metodologia para a obtenção de coleóptilos de trigo (Triticum aestivum L.) que pudessem ser mantidos durante 20 h, sem curvamento, em tubos contendo uma solução aquosa de sacarose a 2%, sem rotação. Um resultado satisfatório foi obtido com coleóptilos de plântulas estioladas com aproximadamente 2,5 cm de altura, eretas e com diâmetro de caulículo igual a 2 mm, da variedade de trigo BRS-49. Com esse aperfeiçoamento, tornou-se possível identificar, em um único teste e sem o uso de máquinas para a rotação de tubos, promotores e inibidores do crescimento de plantas. Como controles para tal teste podem ser empregados glifosato a 7,968 g mL-1 (inibidor) e 2,4-D a 1,5 mg mL-1 (promotor). Termos para indexação: Bioensaio, cultura de tecidos, reguladores de crescimento. ABSTRACT In order to improve an existing test to detect plant regulators, this research aimed to establish a methodology to obtain wheat coleoptiles (Triticum aestivum L.) able to stand, without bending, during 20 h in a tube containing an aqueous 2% sucrose solution with no rotation. A satisfactory result was obtained with coleoptiles from approximately 2.5 cm etiolated plantules of the BRS-49 wheat cultivar, which were erected and with 2.0 mm diameter caulicles. With this improvement, it became possible to identify, in a single test, without the use of tube rotating machines, plant growth promoters and inhibitors. As controls for this test, it is possible to use glyphosate at 7.968 g mL-1 (inhibitor) and 2,4-D at 1.5 mg mL-1 (promoter). Index terms: Bioassay, tissue culture, growth regulators. INTRODUÇ‹O Algumas substâncias orgânicas, denominadas reguladores de crescimento de plantas, são capazes de influenciar os processos fisiológicos vegetais quando em baixas concentrações (ZAGO et al., 2000). Para detectá-los de forma rápida em amostras de origem vegetal ou microbiana faz-se necessário o emprego de procedimentos de fácil execução e baixo custo. Para tanto, uma das alternativas descritas na literatura consiste no emprego de coleóptilo de aveia (Avena sativa L.) que, apesar de muito sensível aos promotores do crescimento de plantas, torna bastante difícil a identificação dos inibidores (ANTOLIC et al., 2003; BONNER, 1949; NITSCH & NITSCH, 1996; SIROIS, 1966). Há também o teste com ervilha (Pisum sativum L.) que, de forma análoga, é mais ajustado para a detecção de promotores, principalmente auxinas (HOSSEL et al., 2005; UEDA et al., 1999). Outra possibilidade descrita diz respeito ao emprego de radículas de plantas como Cenchrus ciliaris L., mas a falta de sensibilidade a vários reguladores do crescimento de plantas ainda persiste (NITSCH & NITSCH, 1996; PASQUAL, 2001). A melhor alternativa parece corresponder ao uso de coleóptilo de trigo (Triticum aestivum L.), que permite identificar promotores (ABDELBAR & MIELKE, 1979; CARVALHO et al., 2003b) e inibidores do crescimento de plantas (BAUER et al., 2005; CARVALHO et al., 2006). O grande problema relacionado ao uso de coleóptilo de trigo consiste no seu curvamento quando em solução nutritiva (CARVALHO et al., 2003a), o que pode ser contornado com o uso de máquinas rotativas que, (Recebido em 26 de fevereiro de 2007 e aprovado em 28 de maio de 2008) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 28-33, 2008 Aperfeiçoamento do teste com coleóptilo de trigo... entretanto, elevam consideravelmente o custo do teste (HANCOCK & BARLOW, 1953; NITSCH & NITSCH, 1996). Em decorrência, objetivou-se neste trabalho aprimorar este teste de forma a torná-lo menos oneroso. MATERIAL E MÉTODOS Sementes de trigo (Triticum aestivum L. var. BRS49), doadas pela Embrapa Trigo, foram semeadas em areia umedecida e autoclavada a 120 ÀC, sob pressão de 1,2 Kgf/cm2, durante 60 minutos. Após três dias a 24 oC, na ausência de luz, as plântulas estioladas obtidas (com altura média de 2,5 cm) tiveram os 2 mm apicais cortados e descartados, aproveitando-se para o teste os coleóptilos, que correspondiam aos 4 mm seguintes. Em cada tubo de cultura de 15 x 150 mm foram colocados 0,5, 1,0 e 2,0 mL de solução de sacarose a 2 % (g mL-1), tamponada em pH 5,0 com K2HPO4 (1,794 g mL-1) e ácido cítrico monohidratado (1,019 g mL) (NITSCH & NITSCH, 1996). Em cada tubo, que correspondia a uma repetição (empregaram-se três repetições por tratamento), colocaram-se cinco coleóptilos, que foram mantidos no escuro a 26 oC, em sala de crescimento, por 20 horas. Para se testar o efeito da agitação, os tubos foram envoltos por papel alumínio, conforme descrito por Pasqual et al. (1998), e colocados em mesa agitadora (Quimis, modelo Q225M), regulada em 60 rpm, que foi mantida na referida sala de crescimento. Após 20 horas, os coleóptilos foram retirados dos tubos e dispostos lado a lado, sobre superfície preta, para serem fotografados com câmera digital. As imagens obtidas foram ampliadas (3,28 vezes) e impressas, para que as medições dos coleóptilos fossem realizadas com uma régua. Uma vez fotografados, os coleóptilos foram liofilizados e pesados em balança analítica. Para a realização dos cálculos estatísticos, empregaram-se os valores médios de massa seca de coleóptilo por tubo, enquanto para a variável comprimento, o valor medido para cada coleóptilo correspondeu a uma repetição. Os dados obtidos foram separadamente submetidos à análise de variância (ANAVA) e ao teste de Scott & 29 Knott (1974), a 5 % de probabilidade, no programa SISVAR (FERREIRA, 2000). Para serem testados, os seguintes fitorreguladores, com suas respectivas concentrações, foram dissolvidos na solução de sacarose: ácido giberélico (GA 3 ) (2,0 mg L -1 ), ácido 2,4diclorofenoxiacético (2,4-D) (1,5 mg L -1), ácido indolacético (AIA) (1,5 mg L-1) e 6-benzilaminopurina (BAP) (3,0 mg L-1). Além deles, o herbicida comercial Agrisato 480 CS, fabricado pela Alkagro do Brasil Ltda, na concentração de 7,968g de glifosato L-1, também foi estudado, empregando-se como testemunha a solução de sacarose a 2 % (g mL-1), tamponada em pH 5,0. Todo o procedimento foi igual ao citado anteriormente, exceto pelo fato de não ter havido agitação em nenhum dos experimentos. Antes da análise estatística, os valores foram convertidos em porcentagem, atribuindo-se 100 % aqueles obtidos com a solução de sacarose (testemunha). RESULTADOS E DISCUSS‹O Ao empregar apenas solução de sacarose, observou-se que o problema de curvamento dos coleóptilos de trigo era muito acentuado (Figura 1), o que tornava bastante trabalhoso e pouco confiável a medida do comprimento do coleóptilo. Ademais, acreditava-se que o referido curvamento poderia interferir de forma significativa no tamanho e na massa do coleóptilo. Realizou-se, então, um experimento durante o qual os coleóptilos foram mantidos em solução de sacarose, com e sem agitação. Observou-se que, em todos os casos, não havia qualquer diminuição da curvatura dos coleóptilos, que continuavam com o aspecto apresentado na Figura 01. Como a agitação do meio não tinha surtido qualquer efeito, propôs-se que a falta de homogeneidade no comportamento dos coleóptilos deveria estar refletindo a heterogeneidade das plântulas empregadas. Em decorrência, um novo experimento com solução de sacarose foi realizado, Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 28-33, 2008 30 CARVALHO, D. D. C. C. et al. FIGURA 1 Curvamento de coleóptilos de trigo mantidos em solução de sacarose a 2%, provenientes de plântulas estioladas, com altura variando entre 2,0 e 4,0 cm, eretas (70 80%) e com diâmetro de caulículo igual a 2 mm (Barra corresponde a 1,10 cm). FIGURA 2 Coleóptilos de trigo mantidos em solução de sacarose a 2%, provenientes de plântulas estioladas, com aproximadamente 2,5 cm de altura, eretas e com diâmetro de caulículo igual a 2 mm (Barra corresponde a 0,85 cm). sendo que, desta vez, buscou-se empregar apenas aqueles coleóptilos que eram provenientes de plântulas estioladas, com aproximadamente 2,5 cm de altura, eretas e caulículo com diâmetro em torno de 2 mm, que foram obtidas com base nos procedimentos descritos por Osório (1992). Com isso, independente da agitação e do volume de solução nos tubos, observou-se que os coleóptilos apresentaram um curvamento bem reduzido (Figura 2). Observou-se também que os valores obtidos para os comprimentos e massas dos coleóptilos eram estatisticamente idênticos para todas as condições estudadas (Tabela 1). Ou seja, os resultados mostravam que era possível trabalhar com volumes de solução no tubo de 0,5 a 2,0 mL, sem a necessidade de agitação, o que simplificava o procedimento. Uma vez comprovada que a variação de volume entre 0,5 e 2,0 mL nos tubos não afetava os resultados do experimento, optou-se por empregar o volume de 2,0 mL para a condução dos ensaios com as substâncias reguladoras do crescimento de plantas, já que assim se obtinha melhor molhamento dos coleóptilos. Quanto às concentrações de tais substâncias, buscou-se trabalhar com valores próximos aos recomendados por Pasqual (2001), para a cultura de tecidos vegetais. Apesar das giberelinas (GAs) serem geralmente efetivas para a elongação internodal (TAIZ & ZEIGER, 2006), nenhuma influência sobre os coleóptilos foi observada para GA3 (Tabela 2). Como as citocininas geralmente são necessárias para a divisão de células vegetais in vitro (TAIZ & ZEIGER, 2006), esperava-se que BAP pudesse ter efeito sobre a Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 28-33, 2008 Aperfeiçoamento do teste com coleóptilo de trigo... 31 TABELA 1 Efeito do volume de solução e da agitação sobre o comprimento e a massa seca de coleóptilos de plântulas estioladas de trigo1. Volume (mL) Agitação Comprimento do coleóptilo (cm)2,3 Massa seca do coleóptilo (g)2 0,5 Com4 4,35 a 0,0030 a Sem 4,45 a 0,0031 a Com 4,75 a 0,0030 a Sem 4,80 a 0,0030 a Com 4,55 a 0,0031 a Sem 4,60 a 0,0031 a Coeficiente de Variação 13,1% 7,2% 4 1,0 2 2,0 Plântulas com aproximadamente 2,5 cm de altura, eretas e com diâmetro do caulículo igual a 2 mm, mantidas em solução de sacarose a 2%; 2 Médias seguidas pela mesma letra, em cada coluna, fazem parte do mesmo agrupamento pelo teste de Scott & Knott (1974), a 5% de probabilidade; 3Valores ampliados em aproximadamente 3,28 vezes; 4Mesa agitadora a 60 rpm. 1 TABELA 2 Diferenças porcentuais promovidas pela ação de fitorreguladores, em comparação com a sacarose a 2% (testemunha), sobre o comprimento e massa seca de coleóptilos de trigo provenientes de plântulas estioladas1. Comprimento do coleóptilo (%)2 Massa seca do coleóptilo (%)2 98 a 97 a 2, 4-D (1,5 mg L ) 132 b 128 b AIA (1,5 mg L ) 126 b 106 a BAP (3,0 mg L ) 101 a 106 a Sacarose (2%) 100 a 100 a Coeficiente de variação 12,8% 10,5% Fitorreguladores GA3 (2,0 mg L-1) -1 -1 -1 Plântulas com aproximadamente 2,5 cm de altura, eretas e com diâmetro do caulículo igual a 2 mm, mantidas em solução de sacarose a 2%, sem agitação; 2 Médias seguidas pela mesma letra, em cada coluna, fazem parte do mesmo agrupamento pelo teste de Scott & Knott (1974), a 5% de probabilidade. 1 massa seca dos coleóptilos, embora a chance de promover a sua elongação parecesse pequena. No entanto, nenhum efeito foi observado. Já para AIA e 2,4-D, verificou-se o aumento no comprimento dos coleóptilos. Tal resultado já era esperado, uma vez que essas auxinas apresentam propriedades de indução à elongação celular (TAIZ & ZEIGER, 2006). Embora AIA não tenha influenciado a massa dos coleóptilos, a outra auxina testada (2,4-D) proporcionou ganho de massa estatisticamente superior aos demais tratamentos (Tabela 2). Tal resultado está coerente com o fato do 2,4-D ser a auxina mais empregada para a cultura de calos, especialmente no caso de monocotiledôneas, para as quais a concentração geralmente varia de 2,0 a 10,0 mg L-1 (PASQUAL, 2001). Como nenhuma das substâncias testadas inibiu o crescimento dos coleóptilos de trigo, optou-se por realizar um novo experimento empregando-se o herbicida comercial glifosato, cujo efeito sobre monocotiledôneas como o trigo é elevado (MACIEL et al., 2002). Apenas para efeito de comparação, também se utilizou o 2,4-D no experimento, o que permitiu observar claramente o efeito promotor e inibidor do crescimento dos coleóptilos (Figura 3 e Tabela 3). Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 28-33, 2008 32 CARVALHO, D. D. C. C. et al. FIGURA 3 Efeito inibidor e promotor do glifosato e 2,4-D no crescimento de coleóptilos de trigo [imagem correspondente aos valores da Tabela 3: T = Sacarose (2%); H = Glifosato (7.968g L-1) e 2,4 D = 2, 4-D (1,5 mg L-1)]. (Barra corresponde a 0,65 cm). TABELA 03 Efeito inibidor e promotor do glifosato e 2,4-D sobre o crescimento de coleóptilos de trigo1. Tratamentos Comprimento do coleóptilo (%)2 Massa seca do coleóptilo (%)2 Glifosato (7,968 g L-1) 61 a 52 a 2, 4-D (1,5 mg L ) 120 c 128 c Sacarose 2% 100 b 100 b Coeficiente de variação 6,9% 2,6% -1 Plântulas com aproximadamente 2,5 cm de altura, eretas e com diâmetro do caulículo igual a 2 mm, mantidas em solução de sacarose a 2%, sem agitação; 2 Médias seguidas pela mesma letra, em cada coluna, fazem parte do mesmo agrupamento pelo teste de Scott & Knott (1974), a 5% de probabilidade. 1 CONCLUS›ES O emprego de coleóptilos provenientes de plântulas homogêneas da variedade de trigo BRS-49 estioladas, com aproximadamente 2,5 cm de altura, eretas e com diâmetro de caulículo igual a 2 mm, permitiu o aperfeiçoamento do teste existente para a detecção de reguladores do crescimento vegetal. Com isso, torna-se desnecessária a agitação anteriormente descrita na literatura durante a realização dos experimentos, o que reduz consideravelmente o custo para a detecção de substâncias inibidoras e promotoras do crescimento de plantas. AGRADECIMENTOS ˘ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), por uma bolsa de iniciação científica, à Vantuil A. Rodrigues (Departamento de Agricultura - Universidade Federal de Lavras), pelas valiosas orientações e sugestões e à Embrapa Trigo, pelas sementes de trigo. REFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS ABDELBAR, M. Z.; MIELKE, E. A. Action of abscisicacid and fatty-acids in the wheat coleoptile straight growth test. Plant Physiology, Rockville, v. 63, n. 5, p. 8080, 1979. ANTOLIC, S.; DOLUSIC, E.; KOZIC, E. K.; KOJIC-PRODIC, B.; MAGNUS, V.; RAMEK, M.; TOMIC, S. Auxin activity and molecular structure of 2-alkylindole-3-acetic acids. Plant Growth Regulation, Dordrecht, v. 39, n. 3, p. 235252, 2003. BAUER, J. D.; CUTLER, H. 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CRISTIANE PIMENTELVICTŁRIO1,ALICE SATO2, MARIAAPPARECIDA ESQUIBEL3, CELSO LUIZ SALGUEIRO LAGE4 Bióloga, Doutoranda em Ciências Biológicas Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/IBCCFo Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ Av. Carlos Chagas Filho, s/n, CCS, Bloco G, sala G2-050 21952-590 Rio de Janeiro, RJ [email protected] 2 Bióloga, Doutora, Professora Departamento de Ciências Naturais Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UFRJ Av. Pasteur, 458 22290-240 Rio de Janeiro, RJ [email protected] 3 Doutora, Pesquisadora Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/IBCCFo Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ Av. Carlos Chagas Filho, s/n, CCS, Bloco G, sala G2-050 21952-590 Rio de Janeiro, RJ [email protected] 4 Doutor, Professor adjunto Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho/IBCCFo Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ Av.Carlos Chagas Filho, s/n, CCS, Bloco G 21941-590 Rio de Janeiro, RJ [email protected] 1 ABSTRACT Sucrose is the most common carbohydrate used in culture media of plant tissue, supplying carbon chains for the plants to produce necessary organic compounds for development. The objective of this study was the evaluation of in vitro morphogenesis of Calendula officinalis L. under different sucrose concentrations and reduced nitrogen. Cultures were maintained in modified Murashige & Skoog (1962) medium (MS½N), reduced at half of NH4NO3 and KNO3 solutions, supplemented with 5, 10, 15, 20, 25, 30 and 40 g L-1 sucrose. In vitro cultures were observed during 45 days. The concentration of 5 g L-1 sucrose resulted in a reduction of the number of shoots, plant growth and dry and fresh biomass accumulation. Sucrose concentrations higher than 10 g L-1 presented no significant difference on shoot number and shoot height. The reduction of the sucrose concentration from 30 to 15 g L-1 showed no modification in the parameters evaluated. Within one year of culture, the proliferation rate was 50 shoots for the concentration 15 g L-1 sucrose. No changes were observed in chlorophyll contents and a:b chlorophyll ratio. Plantlets transferred to soil presented 92.9% survival rate. In conclusion, the reduction of nitrogen improved the cultures and the use of sucrose was optimized. HPLC method was used to verify the presence of phenolic compounds and rutin. Hydroalcoholic crude extracts from plantlets cultivated in medium containing 30 g L-1 sucrose presented 0.02 mg mL-1 rutin. sacarose. A avaliação das culturas in vitro foi feita por 45 dias. A utilização de 5 g L-1 de sacarose resultou em reduzido número de brotos, menor crescimento da planta e biomassa fresca e seca. Em concentrações acima de 10 g L-1, o número e o alongamento dos brotos não variaram de forma significativa. A redução da concentração de sacarose de 30 para 15 g L-1 não modificou os parâmetros de desenvolvimento avaliados. Durante um ano de cultura, a taxa proliferativa foi de 50 brotos, para concentração de 15 g L-1. Não foram verificadas mudanças no conteúdo de clorofilas e na razão clorofila a:b. Plântulas foram transferidas para o solo e apresentaram taxa de sobrevivência de 92,9%. Conclusão, a redução de nitrogênio aprimorou as culturas e o uso da sacarose foi otimizado. O método CLAE foi utilizado para verificar a presença de substâncias fenólicas e rutina. O extrato bruto hidroalcóolico de plantas cultivadas em meio contendo 30 g L-1 apresentou 0,02 mg mL-1 de rutina. Index terms: Acclimatization, hyperhydricity, tissue culture, micropropagation, Calendula officinalis. and homeopathic by decoctions and tinctures from flowers RESUMO Sacarose é o carboidrato mais utilizado nos meios de cultura in vitro de tecidos vegetais, fornecendo cadeias de carbono para as plantas sintetizarem os compostos orgânicos necessários ao desenvolvimento. Objetivou-se, neste estudo, avaliar a morfogênese in vitro de Calendula officinalis L. sob diferentes concentrações de sacarose e meio com concentração reduzida de nitrogênio. As culturas foram mantidas em meio Murashige & Skoog (1962) (MS½N) reduzido à metade das concentrações de NH4NO3 e KNO3 e acrescido de 5, 10, 15, 20, 25, 30 e 40 g L-1 de Several scientific studies about its efficacy have been Termos para indexação: Aclimatização, hiperidricidade, cultura de tecidos, micropropagação, Calendula officinalis. INTRODUCTION Calendula officinalis L. (Asteraceae) is highly important to production of phytomedicines, cosmetics and foods. In Brazil, C. officinalis is widely used in folk medicine and leaves (BILIA et al., 2002; DANIELSKI et al., 2007). developed (BALDUCCI-ROSLINDO et al., 1999; KALVATCHEV et al., 1997; PEREZ-GUITIERREZ et al., 1998). Properties such as anti-inflammatory, antiviral, cicatrizing, antiseptic (BALDUCCI-ROSLINDO et al., 1999), antioxidant ( ETKOVI et al., 2004), anti-HIV (KALVATECHEV et al., 1997) have been verified. Some of (Recebido em 28 de março de 2008 e aprovado em 16 de junho de 2008) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 34-41, 2008 Sucrose on in vitro cultures of Calendula... these properties are associated with the action of flavonoids, triterpenoids, sterol and essential oil (HAMBURGER et al., 2003). In vitro culture technique has been applied to obtain free-pathogens raw material of quality to pharmaceutical industry, in large-scale with genetic uniformity characteristics (LIMA et al., 2001). Tissue culture normally requires the incorporation of a carbon source to the culture medium. Sucrose is the carbon source for plant growth and the mostly used in tissue culture. It offers metabolic energy and carbon chain which are important to the synthesis of essential compounds (PEREIRA NETO & OTONI, 2003). Presence of sucrose is important to improve in vitro plant growth, photosynthesis and acclimatization stage (XIAO & KOZAI, 2006); however photosynthesis rates are reduced in tissue cultures. Carbohydrates reserves accumulated during tissue culture like sucrose was responsible for sustaining plant regrowth and root morphogenesis in Spathiphyllum (HUYLENBROECK & RIEK, 1995). Furthermore, some tissue culture researches have evaluated the effects of various concentrations and types of sugar (JAIN & BABBAR, 2003; KIM et al., 2003). Intensificated use of C. officinalis in phytotherapy justifies an elaboration of in vitro protocol to commercial scale production of phytomedicines by rapid in vitro propagation of uniform plants. Thus, suitable and economic medium is an important step to reduce expenses and to maintain cultures. This work had the objective of evaluating in vitro morphogenesis of monoclonal Calendula officinalis at different concentrations of sucrose and reduced nitrogen, to establish an appropriate protocol to produce plants in large scale and, to investigate the variation of primary and secondary metabolites produced by plantlets. MATERIAL AND METHODS Germination in vitro Calendula officinalis seeds, variety dobrada sortida , were obtained commercially from Feltrin®. The seed tegument was complete removed. At aseptic conditions, 35 seeds were disinfected by treatment with ethanol 70% (v/ v) (1 min), commercial detergent solution (15 min), commercial sodium hypochlorite at 20% (v/v), always intercepted with washings in sterile distilled water. Seeds were inoculated in tubes (145 x 22 mm), each one contained 20 mL of solid medium MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962) supplemented with 3% (w/v) sucrose, 1.3 øM of thiamineHCl, 3 øM of pyridoxine, 4.1 øM of nicotinic acid, 0.6 mM of myo-inositol and solidified with 7.8 g L-1 agar, pH rated at 5.8 µ 0.1 and sterilized in autoclave at 120oC and 1.1 kgf.cm-2. Seeds, in number of 200 seeds were introduced, two per tube in 4 repetitions of 50 seeds each. Cultures were placed in a growth chamber at 25 µ 2oC, under white light (Sylvania F20 W T12), 23 mmoles m-2 s-1 intensity, photoperiod of 16/8 h. After germination, nodal segments between 1.0 and 1.5 cm were excised from plantlets to initiate the subcultures. In vitro culture conditions For each sucrose treatment, were introduced 30 nodal segments of 45 day-old plantlets. Cultures were grown in vessels (141 x 72 mm): 5 segments per vessel in 50 ml of modified MS, reduced to half of NH4NO3 and KNO3 solutions (MS½N), and containing the same concentration of vitamins, myo-inositol and agar. The media were supplemented with different concentration of sucrose: 5, 10, 15, 20, 25, 30 and 40 g L-1. Cultures were maintained in the conditions cited above, for 45 days. Morphogenesis was evaluated for 45 days, each 15 days, considering the criteria: number of shoots per explant, shoots height, number of leaves per shoot and presence of roots and callus. Besides, it was evaluated the fresh and dry weight of total leaves per plant. The leaves were put at 60oC for 48 h, for measuring dry weight. Proliferation rate was calculated according to formula: number shoots (after 45 days) x 8 subcultures (total per year) x number of nodal segments per shoot. Chlorophyll concentration After 45 days, leaves from plantlets were removed in groups of ten plants (60 to 65 mg) from each concentration Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 34-41, 2008 36 VICTŁRIO, C. P. et al. to measure chlorophyll a and b contents. Leaves samples were mixed in tubes with 3 ml of DMSO (dimethyl sulfoxide). Tubes were sealed with Parafilm to prevent evaporation and the mixtures were incubated in hot water at 60oC for 16 h, in semi-darkness. Determination of chlorophyll concentration was obtained by using a spectrophotometer (Spectronic Genesys 2 SERL 3N270093004). Absorbance of the extracted solution was measured at 649 nm and 665 nm wavelengths to a and b chlorophyll, respectively. Total chlorophyll concentration (chlorophyll a and b) on a fresh-weight basis (øg mg-1) was calculated according to the following equations: Ca = 12.19 A665 3.45 A649; Cb = 21.99 A649 5.32 A665 where Ca and Cb are chlorophyll a and b concentration (WELLBURN, 1994): Extraction and High Performance Liquid Chromatography (HPLC) analysis Dried leaves of plantlets were extracted with ethanol 70% for 3 days and two washings with ethanol. It was added 20 ml of solvent to each 1 g of dried sample. Extract was dried using evaporation at 60 o C, then it was resuspended in methanol and water (9:1, v/v) and partitioned with dichloromethane. The aqueous phase was freezing and dried by lyophilization. HPLC /UV analysis of C. officinalis plantlets treated with different sucrose concentration (15, 30 and 45 g.l-1) were performed on an apparatus Shimadzu SPD-M10A equipped with a LC-10AD pump and CBM-10A UV-vis detector. The analytical column was Lichrosorb-RP-18 (250 mm x 4 mm i.d. x 5 mm) at ambient temperature. The mobile phase consisted of MilliQ water 0.1% H3PO4 (v/v) (A) and methanol (B). The chromatographic was operated in the gradient elution with the following eluents: 1-10min (30% B); 20 min (40% B); 60 min (100% B); 61 min (STOP). The flow rate was 1.0 ml min-1. Peak detection was performed at 254 and 360nm. After concentration by lyophilization, aqueous samples were resuspended at 10 mg mL-1 and 40 mg mL-1 (methanol 70%) for injection. Each sample was filtered, and then a volume of 20 øL was injected. All solvents for HPLC analysis were of HPLC grade and obtained from Merck. The flavonoid was detected by coinjection with rutin standard (Merck) and by comparing with retention time and the absorption spectrum of rutin. Rutin was resuspended at 1 mg mL-1. The calibration curve showed the linearity of the detector the tested range (0.03125 0.25 mg mL-1). Rutin concentration in crude extract was obtained by standard curve: y = 3.10-7x 289908, where y is the peak area and x the concentration (R2 = 0. 9977). Phenolic compounds detection was verified by similarities with UV spectrum from data base. Acclimatization At the end of 45 days, about 30 plantlets, between 6 and 8 cm, were transferred to inoculated seed plots in isopor containers, with 9 cm2 area, and kept in a greenhouse for 15 days. Minimum and maximum temperatures average were 12.3ÀC and 24.1ÀC, respectively. The soil was composed of a mixture of sand and humus. The plants were watered once a day, during the morning, and evaluated weekly. After two weeks, plants were transplanted into the soil also in greenhouse. In the second month plants were evaluated according to criteria: plant height and number of leaves per plant. Statistical analysis Each sucrose concentration was replicated a minimum of 30 times, using a completely randomized design. Data were submitted to analysis of variance (ANOVA) and statistical averages comparisons were made through Tukey s test at 5% significance level. For percentages, it was taken difference between two percentages (p1 and p2), considering p < 0.05 level. RESULTS AND DISCUSSION The best method to promote germination was the complete removal of the seed tegument, in disagreement with the results from Costa & Ayub (2001) who obtained 100% of C. officinalis in vitro germination using cotton and MS medium as substrate and seeds with tegument. The highest germination rate was 64%, after 14 days (Figura 1A). The process of disinfection was more than 90% efficient. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 34-41, 2008 Sucrose on in vitro cultures of Calendula... 37 Germination % A 70 60 50 40 30 20 10 0 2 4 6 8 10 12 14 days FIGURE 1 In vitro germination (A) of C. officinalis for 14 days, photoperiod 16 h, 25 2oC. (B-E). Germination, tissue culture and acclimatization of C. officinalis. B- 8, 10 and 14 days in vitro, after germination; C- 40-day-old plantlets in MS½N medium; D- Plants in soil, after 2 months. E- Flowering plant. Bar = 1 cm. The explant cultivated under different sucrose concentration showed statistical differences among the parameters evaluated (Table 1). Stages of the in vitro development of C. officinalis are showed in Figure 1 A-E: in vitro germination, tissue culture and acclimatization. At 5 g L-1 sucrose, shoot height and number of shoots per explant showed low values (3.14 cm and 1.25, respectively), whereas at 15 g L-1, these parameters presented the major values (3.45 cm and 1.81). Langford & Wainwright (1987) obtained to Rosa cultivars in vitro, at 10 g L-1, small and compact plants, while at 20 g L-1 sucrose the growth was vigorous. Addition of sucrose in the medium independent of containing or not auxins may improve in vitro rooting (PASQUAL et al., 1999). In this study, the sucrose concentration did not improve rooting in C. officinallis. According to Costa et al., 2002, a reduced rooting was also achieved for C. officinalis plantlets. Premkumar et al. (2003) verified that pretreatment with high sucrose concentration induced a reduction in rooting and survival percent ex vitro of Persea Americana Mill. Even lower levels of sucrose can stimulate in vitro root development which is explained by the necessity of plant to absorb carbon in order to produce organic compounds. Besides, at the beginning of rooting, its metabolism requires a continuous supply of carbohydrate (FRIEND et al., 1994). Cheng et al. (1992), verified that plants grown in the absence of sucrose had the lowest rooting rate. But lower sucrose concentrations (2 and 4%) were more favorable for root development than higher concentrations (8 and 10%). Increasing in sucrose concentration up to 40 g L1 did not induce calli formation at the base of the explants of C. officinalis, as observed in Rosa in vitro cultures (LANGFORD & WAINWRIGHT, 1987). Plantlets cultured for 45 days in sucrose 5 g L-1 presented the lowest fresh (233.8 mg) and dry (9.82 mg) weight with significant differences compared with sucrose 30 g L-1 (518 and 32.2 mg) and 40 g L-1 (484.3 and 37.9 mg) fresh and dry weight. At 10 g L -1 concentration of sucrose, it was observed only a significant lowering of the dry weight in relation to 30 and 40 g L-1 of sucrose. These results suggest that synthesis of organic compounds by plantlets increased with higher sucrose concentration. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 34-41, 2008 38 VICTŁRIO, C. P. et al. TABLE 1 Morphogenesis responses of in vitro Calendula officinalis under different concentrations of sucrose, after 45 days. Sucrose (g L-1) Root (%) Number shoots Shoot height (cm) Number leaves Proliferation rate 2 (1 year) FW1 (mg) DW1 (mg) 5 2,08a 1,25µ0,44b 3,14µ1,20b 5,14µ1,96b 31,4 233,8µ64,9b 9,82µ3,44b 10 4,76a 1,66µ0,70ab 4,33µ1,75a 5,19µ2,78b 57,5 401,8µ140ab 17,7µ6,47b 15 6,89a 1,81µ0,94a 3,45µ1,51ab 4,34µ2,27b 50,0 465,7µ122ab 23,5µ5,57ab 20 10,3a 1,57µ0,71ab 3,40µ1,46ab 4,48µ1,83b 42,0 419,1µ71ab 24,6µ5,41ab 25 9,10a 1,66µ0,59ab 3,79µ1,95ab 4,52µ2,29b 48,5 419,2µ135ab 24,7µ7,89ab 30 12,5 a ab ab a 46,1 518,1µ232 a 32,2µ14,6a 40 3,57a 4,22µ1,89b 59,1 484,3µ59,8a 37,9µ6,78a 1,44µ0,61 1,74µ0,65ab 4,00µ1,78 4,27µ2,11ab 7,09µ3,07 1 FW fresh weight, DW dry weight. Each value is the mean µ SE. Different letters denote statistical differences among treatments (p< 0.05, ne 30, Tukey s test). 2These values were calculated according to formula: number of shoots (after 45 days) x 8 subcultures (total per year) x number of nodal segments per shoot = proliferation rate. The explant cultivated under different sucrose concentration did not show statistical difference between a and b chlorophyll contents (Table 2). Photosynthesis rates for plantlets are reduced or inefficient due to poor irradiance and limited CO2 in the gas phase on in vitro culture conditions (VIÑA et al., 1999). Exogenous sucrose is an energy source to produce a variety of essential and secondary metabolites. Some studies show variations in a and b chlorophyll contents depending on sucrose concentration (CHENG et al., 1992). Langford & Wainwright (1987) verified chlorophyll content reduction when decreasing the concentration of sucrose in Rosa cultures. Sellés et al. (1997) observed in culture of Narcissus confusus Pugsley that higher sucrose concentrations seemed to force a heterotrophic behavior in plantlets, probably as a consequence of the chlorophyll degradation, visible through yellow and necrotic appearance of cultures. Reduced concentration of rutin was produced by plantlets. It was verified 0.02 mg mL-1 of rutin in crude extract of plantlets cultivated in MS with 30 g L-1 of sucrose. In addition, it was verified probable phenolic compounds by HPLC method, showing retention time (2.56 and 2.77 min) and the following spectra: (209 and 212 nm) and (208 and 210 nm). Sucrose variations between 5 and 45 g L-1 did not change photosynthetic pigments production neither relative concentration of phenolic compounds verified by HPLC. Phenolic compounds were verified in other in vitro cultures (KONCZAK-ISLAM et al., 2003; SANTOSGOMES et al., 2002). In vitro conditions may be stressful to plant and because of this, it produces high level of phenolic compounds (SUDHA & RAVISHANKAR, 2002). The decrease of hyperhydricity in C. officinalis cultures was obtained in response to reduction at half of total nitrogen concentration. Hyperhydricity is a morphological and physiological disorder of plants cultured in vitro (HAZARIKA, 2006; KEVERS et al., 2004). Several factors are associated with hyperhydricity among them nitrogen and sucrose concentration. As much as low and high sucrose concentrations may cause hydric stress in plantlets as hyperhydricity (SELLÉS et al., 1997). For example, Langford & Wainwright (1987) verified high incidence of hyperhydricity in plantlets of Rosa and Prunus cerasifera Ehrh., respectively, at sucrose concentrations of 10 and 7.5 g L-1. The phenomenon of hyperhydricity reduced the number of plantlets with ability of surviving after acclimatization (KEVERS et al., 2004). Transfer and acclimatization of plantlets to ex vitro environment are the final steps and the most hazardous, Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 34-41, 2008 Sucrose on in vitro cultures of Calendula... because of deficient photosynthetic performance of plantlets. Ex vitro establishment requires major production of carbohydrate by plantlets to survival. Thus, a moderate sucrose concentration needs to be added to culture medium before transferring plant to soil. In this view, sucrose 10 and 15 g L-1 did not induce differences among evaluated parameters. On the contrary, Costa et al. (2002) did not obtain C. officinalis rooting even with the use of sucrose at 30 g L-1. A minimum of sucrose may be added into culture medium for supporting growth and morphogenesis of shoots and leaves, and to permit photosynthesis (SOLAROVA et al., 1989). Premkumar et al. (2003) verified that treatment with high level of sucrose decreasing in vitro root induction and did not improve P. americana acclimatization process. As alternative, some reports have shown that cultures maintained in reduced or free sucrose media and under CO2 enriched conditions, enhanced the photosynthetic ability, the plant growth and rooting rates, besides an increase in survival percentage of acclimatized plants (MOSALEEYANON et al., 2004; XIAO & KOZAI, 2006). Regenerated plantlets were successfully transferred to soil, with 92.9% of survival. Rooting was intensified rapidly in 1 week and after 15 days plants 39 became higher height and presented many roots, and then were transplanted from inoculated seed plots to soil. After 2 months in soil, plants increased an average of 12.7 cm in height and presented about 14 leaves. The highest growth was verified between 3rd and 4th week (Figure 2). In approximately two and half months, plants began to develop new shoots and flowers. The increasing of rhizogenesis may be explained by starch storage obtained in in vitro. Reduction of sucrose to 15 g L-1 neither affects plantlets development of C. officinalis nor acclimatization. 7 Height increment (cm) 6 Leaf number increment 5 4 3 2 1 0 2nd week 3rd week 4th week FIGURE 2 Growth of Calendula officinalis, after 2 months of its transference to soil. TABLE 2 Effect of sucrose concentration on total chlorophyll contents in plantlets of Calendula officinalis, after 45 days. Sucrose (g L-1) Chlorophyll concentration (øg mg-1 of fresh weight) Chlorophyll a1 Chlorophyll b1 Ratio a:b 5 0,54µ0,22 0,22µ0,11 2,45 10 0,62µ0,14 0,25µ0,08 2,48 15 0,61µ0,19 0,19µ0,09 3,21 20 0,58µ0,10 0,19µ0,06 3,05 25 0,68µ0,39 0,18µ0,08 3,78 30 0,63µ0,14 0,25µ0,05 2,52 40 0,65µ0,09 0,19µ0,06 3,42 1 Each value is the mean of 10 replicates µ SD. No differences among treatments, p<0.05, Tukey s test. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 34-41, 2008 40 VICTŁRIO, C. P. et al. This concentration can be used to cultivate plants and, consequently there is a decreasing in costs to produce plantlets in large-scale. Beside, MS reduced at half of NH4NO3 and KNO3 improved C. officinalis cultures and eliminated hyperhydricity. ACKNOWLEDGEMENTS This work was supported by RECOPE RJ/FAPERJ, FINEP, Capes/CNPq and Laboratório Simões Ltda., Brazil. The authors are grateful to biologist Ms. Maria Núbia for her help to acclimatize C. officinalis and Municipality of Piraí, RJ, who granted a greenhouse to acclimatize the plants. We are grateful to the Núcleo de Pesquisas em Produtos Naturais (NPPN/ UFRJ/ Brazil), where HPLC analysis have been done, and they also thank Joana Pimentel da Silva for English revision. REFERENCES BALDUCCI-ROSLINDO, E.; SILVÉRIO, K. G.;ALAGOLI, D. M. Process of repair in tooth extraction sores in treated mice with Symphytum officinale and Calendula officinallis compounds. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 181187, 1999. BILIA, A. R.; BERGONZI, M. C.; GALLORI, S.; MAZZI, G.; VINCIERI, F. F. Stability of the constituents of Calendula, Milk-thistle and Passionflower tinctures by LC-DAD and LC-MS. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, Arlington, v. 30, n. 3, p. 613-624, 2002. ETKOVI , G. S.; DJILAS, S. M.; ANADANOVI BRUNET, J. M.; TUMBAS, V. T. 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SOLANGE MACHADO TONIETTO1, CLARISSA BELOTTO PERINI2,ADILSON TONIETTO3 Engenheira Agrônoma, Doutora, Pesquisadora bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial DTI/CNPq Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária/FEPAGRO Rua Gonçalves Dias, 570 90130-060 Porto Alegre, RS [email protected] 2 Técnica em Biotecnologia Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária/FEPAGRO Rua Gonçalves Dias, 570 90130-060 Porto Alegre, RS [email protected] 3 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Pesquisador IV Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária/FEPAGRO Rua Gonçalves Dias, 570 90130-060 Porto Alegre, RS [email protected] 1 RESUMO Objetivou-se, neste trabalho, determinar a concentração mais adequada do meio de cultura Murashige & Skoog (MS), para o estabelecimento in vitro de Mentha sp. Foram realizados dois experimentos, testando-se, no primeiro, quatro concentrações dos sais do meio de cultura MS (30, 60, 90 e 120 %), e no experimento II quatro tratamentos sendo: T1- sem sais e sem vitaminas; T2 - sem sais e com vitaminas; T3 - 30% dos sais com vitaminas e T4 - 100% dos sais e sem vitaminas. Todos os tratamentos foram suplementados com sacarose a 30 g L-1, solidificados com agar a 7 g L-1 e ajustados para pH 5,8. As vitaminas utilizadas foram do meio MS padrão, mais biotina a 0,01 mg L-1. Para os dois experimentos foram utilizadas microestacas com 1cm de comprimento, inoculadas em frascos de vidro contendo 20 mL de meio. Após 40 e 30 dias, respectivamente para os experimentos I e II, foi avaliado o número de nós, número de brotações, comprimento da parte aérea e de raízes, peso da matéria seca das brotações e das raízes. O meio MS, em sua concentração padrão, sem vitaminas ou com 30% de sais com as vitaminas, permitiu a formação de plantas normais. Termos de indexação: Mentha sp., meio de cultura, vitaminas, sais. ABSTRACT The objective of this work was to determine the most adequate concentration of Murashige & Skoog (MS) culture medium for the in vitro establishment of Mentha sp. Four salt concentrations of MS culture medium (30, 60, 90 and 120 %) and the effect of salt and vitamins (T1 absence of salts and vitamins; T2 absence of salts and presence vitamins; T3 30 % salts plus vitamins; T4 100% salts and absence of vitamins) were tested. All treatments were supplemented with 30 g L-1 sucrose, 7 g L-1 agar and pH adjusted to 5.8. The used vitamins were those from the MS medium plus 0.01 mg L-1 biotin. After 40 and 30 days, respectively for the analyses of salt concentrations and the effect of salt and vitamins, bud and shoot number, shoot and root length and shoot and root dry weight were evaluated. The MS medium, in the standard concentration without vitamins or MS 30% plus vitamins, promoted the formation of normal plants. Index terms: Mentha sp., culture media, vitamins, salts. INTRODUÇ‹O A micropropagação é uma ferramenta importante na multiplicação de plantas. Através dessa técnica é possível obter-se grande quantidade de plantas com alta qualidade fitossanitária, em um curto espaço de tempo e utilizando uma pequena área. Grattapaglia & Machado (1998) citam que a atividade comercial de micropropagação concentra-se principalmente na limpeza clonal e na multiplicação de espécies ornamentais herbáceas e arbustivas, e num segundo plano de plantas lenhosas. Outro segmento em que a exploração da micropropagação vem crescendo diz respeito à pesquisa envolvendo plantas medicinais, também chamadas de bioativas. Em plantas como o marmeleiro (BERTOLUCCI et al., 2000), ginseng brasileiro (MARTINS & NICOLOSO, 2004), menta (PHATAK & HELBE, 2002) a micropropagação tem sido empregada não apenas na produção de mudas, como também em estudos para verificar o efeito dessa técnica de multiplicação sobre seus princípios ativos. (Recebido em 06 de julho de 2007 e aprovado em 11 de julho de 2008) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 42-47, 2008 Concentrações e composição do meio de Murashige... Segundo Maranca (1986), o gênero Mentha, conhecido comumente como hortelã, compreende espécies com ação medicinal, sendo conhecida principalmente pelo sabor característico e aroma refrescante. Produz óleos essenciais, compostos principalmente por mentol, mentonas e mentofurano (MATOS, 1998; PHATAK & HELBE, 2002), que são empregados na indústria farmacêutica, do tabaco e de produtos destinados à higiene bucal e de confeito (MATOS, 1998; SCHILCHER, 1989). O meio mais utilizado na multiplicação in vitro, inclusive em plantas bioativas, é o MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), variando-se as concentrações dos sais minerais, reguladores de crescimento ou dos compostos orgânicos (MALDANER et al., 2006; PHATAK & HELBE, 2002; RIQUELME et al., 1991), de acordo com a espécie estudada. Segundo Termignoni (2005), os explantes mais empregados na micropropagação são os ápices e segmentos caulinares, pela facilidade de obtenção, número inicial de explantes isolados da planta-mãe, viabilidade in vitro e pelo crescimento rápido. Esses explantes mostraramse eficientes na obtenção de novas brotações para Mentha piperita (GHANTI et al., 2004; GODOY, 2005). Objetivou-se, neste trabalho, testar diferentes concentrações do meio MS para o cultivo de Mentha in vitro, estabelecendo-se, assim, um protocolo eficiente de micropropagação para este gênero. MATERIAIS E MÉTODOS Os experimentos foram realizados no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária FEPAGRO, Porto Alegre/RS. Realizaram-se dois experimentos, nos quais foram cultivadas microestacas de Mentha sp. de aproximadamente 1 cm. Experimento I os tratamentos consistiram em diferentes concentrações (30, 60, 90 e 120 %) do meio de cultura MS. Experimento II os tratamentos constituíram-se de variações da composição do meio MS, resultando em 43 quatro tratamentos: T1- sem sais e vitaminas; T2 - sem sais e com vitaminas; T3 - 30% dos sais com vitaminas e T4 100% dos sais sem vitaminas. Nos dois experimentos, os tratamentos foram suplementados com sacarose a 30 g L-1, solidificados com 7 g L-1 de agar e pH ajustado para 5,8. As vitaminas utilizadas foram: biotina (0,01 mg L-1), ácido nicotínico (0,5 mg L-1), piridoxina (0,5 mg L-1), tiamina (0,1 mg L-1) e glicina (2 mg L-1). Após a fusão do ágar, foram vertidos 20 mL de meio em frascos de vidro e autoclavados a uma temperatura de 120ÀC e 1psi, por 15 min. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com 12 repetições e quatro explantes por frasco. Os explantes foram mantidos em sala de crescimento por 40 dias (Experimento I) e 30 dias (Experimento II), a uma temperatura média do ar de 25 µ 2ÀC, fotoperíodo de 16 horas e intensidade luminosa de 5000 lux. Para cada experimento, avaliou-se o número de nós (NN) e de brotações (NB), o comprimento da parte aérea (CPA) e de raízes (CR), e o peso da matéria seca da parte aérea (PSPA) e das raízes (PSR). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5%, através do programa SANEST (ZONTA & MACHADO, 1984). RESULTADOS E DISCUSS‹O Na análise da variância realizada para o experimento 1, observou-se que não houve efeito significativo da concentração do meio MS para as variáveis estudadas. A média de cada variável está listada na Tabela 1. Pelos resultados obtidos, verificou-se que o tratamento com 30% dos sais do meio MS permitiu o mesmo crescimento dos explantes cultivados em meio com 100% dos sais. A resposta não significativa, das variáveis analisadas, ao aumento da concentração do meio MS permite inferir que a menta possui uma baixa exigência nutricional e facilidade para ser cultivada in vitro. Dessa forma, decidiuse por verificar a necessidade dos outros componentes do meio de cultura, resultando no experimento 2. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 42-47, 2008 44 TONIETTO, S. M. et al. TABELA 1 Valores médios das variáveis estudadas na multiplicação in vitro de microestacas de menta. Porto Alegre, 2006. Variável Número de nós (NN) Número de brotações (NB) Média CV% 24,65 19,67 2,12 5,26 13,13 15,48 Comprimento da raiz (CR), em cm 6,00 18,84 Peso seco da parte aérea (PSA), em g 0,545 35,34 Peso seco das raízes (PSR), em g 0,136 34,18 Comprimento da parte aérea (CPA), em cm Através da análise da variação, para os dados obtidos no experimento 2, constatou-se que houve diferença significativa em todas as variáveis analisadas. O tratamento em que foi utilizada a totalidade dos sais do meio MS (T4) apresentou valores superiores em todas as variáveis, sendo igualado nas variáveis número de nós, número de brotações e comprimento de raiz, pelo tratamento contendo 30% dos sais suplementado com as vitaminas (T3) (Tabela 2). Geralmente, o aumento da concentração dos sais do meio MS proporciona o aumento das variáveis avaliadas. Villa et al. (2005), observaram o aumento do número de folhas, brotos e comprimento da parte aérea em segmentos nodais de amora preta, utilizando 150% do meio MS. Pascoal et al. (2002), trabalhando com embriões imaturos de tangerina Poncã , observaram que o valor das variáveis de parte aérea e radicular, foi incrementado com o aumento das concentrações do meio MS até um ponto máximo, sendo esse próximo à concentração padrão. Murashige (1974) relata que vários fatores influenciam o comportamento dos explantes in vitro, sendo muitos deles similares àqueles que limitam o crescimento das plantas ex vitro, como a disponibilidade de nutrientes minerais. Pierik (1990) considera que, depois dos açúcares, os minerais constituem o grupo mais importante de substâncias nutritivas no cultivo in vitro de plantas. Verifica-se que, para a multiplicação in vitro da menta, os minerais foram essenciais, dando condições para o crescimento da parte aérea e radicular das microplantas. Outras substâncias essenciais para o crescimento dos tecidos e que controlam em grande parte o padrão de desenvolvimento in vitro são as vitaminas. Segundo Caldas et al. (1998), o efeito benéfico da inclusão de determinadas vitaminas no meio de cultura dependerá, em grande parte, da capacidade de biossíntese nos tecidos ou órgãos cultivados. Bonner (1937) e Robins & Bartley (1937) reportaram à importância da tiamina no crescimento de segmentos radiculares de tabaco. Linsmaier & Skoog (1965) mostraram que a tiamina era essencial para a cultura de tecidos de tabaco e sugeriram o aumento da sua concentração e a eliminação da piridoxina e ácido nicotínico do meio nutritivo, pois consideraram estas ligeiramente inibitórias ao crescimento. Dessa forma, dois fatores podem ter contribuído para a homogeneidade dos tratamentos do primeiro experimento: o maior período de cultivo, possibilitando que tratamentos com menor crescimento alcançassem os de maior crescimento, esses limitados ao volume do frasco, e à utilização das vitaminas em todos os tratamentos. Já no experimento 2, a ausência de vitaminas pode ter permitido a superioridade de algumas variáveis do T4 sobre o T2. Embora estatisticamente não tenha havido diferença para o número de nós e de brotações, a aparência das microplantas cultivadas em meio MS 100% foi superior às cultivadas no meio MS 30% com vitaminas. Como houve crescimento normal das microplantas em meio sem a utilização de vitaminas, pôde-se inferir que as mesmas não apresentam uma função essencial na Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 42-47, 2008 Concentrações e composição do meio de Murashige... 45 TABELA 2 Média das variáveis estudadas na micropropagação de menta, variando-se a composição do meio de cultura MS. Porto Alegre, 2006. Tratamentos Variáveis NN NB CR (cm) CPA (cm) PSR (g) PSPA (g) T1 1,89 b 1,15 b 0,68 b 0,59 c 0,00 c 0,01 b T2 2,19 b 1,68 ab 1,44 b 1,06 bc 0,00 c 0,04 b T3 6,86 a 1,82 ab 3,05 ab 2,78 b 0,04 b 0,13 b T4 11,98 a 2,25 a 5,77 a 5,38 a 0,09 a 0,40 a 14,81 6,751 CV% 52,09 33,82 43,38 32,15 Médias seguidas por letras distintas diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5%. NN número de nós; NB número de brotações; CR comprimento de raiz; CPA comprimento da parte aérea; PSR peso da matéria seca de raiz; PSPA peso seco da parte aérea; T1- sem sais e vitaminas; T2-sem sais e com vitaminas; T3-30% dos sais com vitaminas e T4- 100% dos sais sem vitaminas. multiplicação in vitro de menta, podendo ser dispensada em cultivo com o meio MS na sua concentração normal de sais. Na variável número de brotações observou-se que a diferença significativa foi entre os tratamentos T1 e T4. Morfologicamente, as plantas de menta apresentam duas gemas em cada nó, sendo esperado que, em condições ideais, as gemas originem pelo menos duas brotações. Pelos dados observados na Tabela 2, a presença dos sais possibilitou a melhor condição para o crescimento das brotações e a manifestação dessa característica morfológica. Todos os meios proporcionaram condições para a indução de raízes. No entanto, apenas nos meios compostos por sais e/ou vitaminas houve crescimento radicular significativo. Riquelme et al. (1991) também observaram a formação de raízes em menta, utilizando o meio MS isento de reguladores de crescimento. Essas observações sugerem que os reguladores de crescimento, para a indução radicular, são dispensáveis para a menta, deduzindo-se que o explante possui naturalmente os fatores necessários para o enraizamento. Já Godoy (2005) observou que a necessidade de reguladores de crescimento depende da espécie, não sendo necessário para M.citrata Ehrh. e recomendaram a suplementação com benzilaminopurina para M. piperita L. Para o crescimento das raízes, observou- se novamente a importância dos sais, que possibilitaram um crescimento significativamente maior em relação aos tratamentos sem sais. Nicoloso et al. (2001) observaram, na micropropagação do Ginseng brasileiro, que o comprimento das brotações e peso da matéria seca da parte aérea respondiam de forma linear positiva ao aumento da concentração dos macronutrientes do meio MS. Porém, não houve efeito significativo no peso da matéria seca das raízes. Já Pereira et al. (1999), verificaram que a redução de sais do meio MS incrementou positivamente a porcentagem de explantes enraizados na cultivar de morangueiro Hofla e aumentou o número e o comprimento de raízes das cultivares Hofla e Tangi. Observa-se na Tabela 2 que a maior concentração de sais proporcionou o maior CPA e PSPA, enquanto que para o CR a resposta foi estatisticamente igual ao tratamento com 30% dos sais. Disso pode-se inferir que a redução de sais afeta principalmente o crescimento da parte aérea na micropropagação da menta. Nos tratamentos onde não foram adicionados sais notou-se uma coloração avermelhada na parte aérea. Ikranul-Haq & Zafar (2004), ao estudarem culturas embriogênicas em algodoeiro, com diferentes fontes de nitrogênio no meio de cultura, também fizeram essa observação, relatando que, possivelmente, essa coloração tenha sido originada pelo Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 42-47, 2008 46 TONIETTO, S. M. et al. acúmulo de antocianinas devido ao estresse fisiológico causado pela falta de minerais. Diante dos resultados obtidos fica evidente a facilidade que a menta apresenta para ser micropropagada. No entanto, a presença de minerais torna-se essencial para o crescimento e desenvolvimento das microplantas. CONCLUS›ES Nas composições estudadas, os sais minerais se apresentaram essenciais ao meio nutritivo para multiplicação in vitro da menta. O meio MS, em sua concentração padrão sem vitaminas ou com 30% de sais com as vitaminas, permitiu a formação de plantas normais. REFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS BERTOLUCCI, S.K.V. et al. Micropropagação de Tournefortia cf paniculata Cham. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 3, n. 1, p. 43-49, 2000. BONNER, J. Vitamin B1 a growth factor for higher plants. Science, v. 85, p. 183-184, 1937. CALDAS, L. S.; HARIDASAN, P.; FERREIRA, M. E. Meios nutritivos. In: TORRES, A. C. et al. (Eds.). Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília, DF: EmbrapaSPI, 1998. p. 87-132. GHANTI, K. et al. Rapid regeneration of Mentha piperita L. from shoot tip and nodal explants. 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P. 12168 60356-001 Fortaleza, CE [email protected] 2 Engenheira Agrônoma, DSc., Pesquisadora Departamento de Fitotecnia/CCA Universidade Federal do Ceará/UFC Cx. P. 12168 60356-001 Fortaleza, CE [email protected] 3 Engenheira Agrônoma, MSc., Técnica Departamento de Fitotecnia/CCA Universidade Federal do Ceará/UFC Cx. P. 12168 60356-001 Fortaleza, CE [email protected] 1 RESUMO Dois experimentos foram realizados objetivando-se de determinar uma metodologia para a multiplicação e o enraizamento in vitro de mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.). Para a multiplicação, foram utilizadas brotações de mandacaru com comprimento médio de 1,0 cm, retiradas de plantas estabelecidas in vitro e inoculadas em meio de cultura MS com diferentes concentrações de BAP e de 2-iP (0,5 e 1,0 e 2,0 mg L-1). Após 60 dias de cultivo, foram avaliados o número de brotações, altura, biomassa fresca e seca das brotações. Para o enraizamento, as brotações foram cultivadas em diferentes proporções do meio MS (25, 50 e 100%) e diferentes concentrações de AIB (0,0; 1,0 e 2,0 mg L-1). Aos 30 dias foram avaliados o número de raízes, o tamanho da maior raiz e a biomassa fresca e seca das raízes. Nos dois experimentos, as brotações foram inoculadas em tubos de ensaio contendo 10 ml do meio de cultura e mantidas em sala de crescimento com temperatura média de 26oC, fotoperíodo de 16 horas e intensidade luminosa em torno de 2000 lux. O mandacaru apresenta multiplicação in vitro beneficiada quando cultivado em meio MS acrescido de 1,0 mg L-1 de 2iP. Para o enraizamento, a concentração de 25% dos sais do meio MS, com 2,0 mg L -1 de AIB, proporciona os melhores resultados. matter weight of the explants were determined. For rooting, the explants were cultivated in different MS salt (25, 50 and 100%) and IBA (0.0; 1.0 and 2.0 mg L-1) concentrations. After 30 days of culture, the number of roots, length of the biggest root and the fresh and dry matter weight of the roots were evaluated. In both experiments the explants were inoculated in tubes containing 10 ml of culture medium and maintained in a growth room with an average temperature of 26 C, photoperiod of 16 hours and light intensity of approximately 2000 lux. Mandacaru presented better in vitro multiplication when cultivated in MS supplemented with 1.0 mg L-1 2-iP. For rooting, the use of MS 25% plus 2.0 mg L-1 IBA presented the best results. Termos para indexação: Cactaceae, micropropagação, reguladores de crescimento, Cereus jamacaru. e cerrado. O Brasil possui 37 gêneros nativos (30% do ABSTRACT Two experiments were carried out with the objective to determine a methodology for multiplication and in vitro rooting of Mandacaru. For multiplication, shoots with an average length of 1.0 cm, removed from settled in vitro plants were inoculated in MS medium with different concentrations of BAP and 2-iP (0.5; 1.0 and 2.0 mg L-1 ). After 60 days of culture, the number of shoots, height, and the fresh and dry Index terms: Cactaceae, micropropagation, growth regulators, Cereus jamacaru. A família das Cactáceas possui 113 gêneros, com 2.260 taxa aceitos, distribuídos pelas Américas. As cactáceas se distribuem desde o sul do Canadá até a Patagônia, sendo mais freqüentes em zonas quentes. Ocorrem em caatinga, campos rupestres, mata atlântica total de cactos), dos quais 28 (75%) são encontrados no Leste do país. Das 128 espécies nativas do leste brasileiro, 87 são endêmicas dessa região que é considerada o terceiro maior centro de diversidade em cactáceas (ASSIS, 2005). O mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.) é uma cactácea de grande importância para a sustentabilidade e (Recebido em 03 de setembro de 2007 e aprovado em 29 de maio de 2008) Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 48-54, 2008 Multiplicação e enraizamento in vitro do Mandacaru... conservação da biodiversidade do bioma caatinga. Seus frutos são alimentos para pássaros e animais silvestres. Em períodos de seca, essa cactácea é largamente utilizada pelos agricultores para alimentação dos animais (CAVALCANTE & RESENDE, 2006). Silva et al. (2005) ressaltam que o mandacaru, entre outras cactáceas nativas da caatinga, tem sido utilizado nos períodos de seca prolongada, como um dos principais suportes forrageiros dos ruminantes. A produção de mudas é uma das etapas mais importantes do sistema produtivo, uma vez que delas depende o desempenho final das plantas. Chaves et al. (2005) reportam que, por meio da micropropagação, é possível propagar espécies de difícil multiplicação, e ainda, obter mudas sadias, livres de vírus, bactérias e fungos, produzindo assim, um material de alta qualidade genéticosanitária. O tipo de citocinina e sua concentração são os principais fatores que influenciam o sucesso da multiplicação in vitro. Testes de diversas combinações com outros reguladores de crescimento são muito comuns para o ajustamento dos meios de cultura (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998). O BAP (6-benzilaminopurina) tem sido muito eficiente na multiplicação de partes aéreas e indução de gemas adventícias em diversas espécies (HU & WANG, 1983), e é a citocinina mais utilizada, seguida pela cinetina e 2-iP (N,6-isopenteniladenina). Para multiplicação em meio de cultura, em geral, suas concentrações variam de 0,1 a 5,0 mg L-1 (TOMBOLATO & COSTA, 1998). As diversas aplicações da cultura de tecidos utilizam como meio básico o MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), sendo o mais comumente utilizado para propagação da maioria das espécies vegetais. No entanto, a concentração de seus nutrientes tem sido identificada como elevada (PIERIK, 1987). Altas concentrações de sais, mesmo na presença de auxinas, podem inibir as fases de enraizamento, mais particularmente a de crescimento de raízes (GRATTAPAGLIA& MACHADO, 1990). De acordo com Zimmermann & Broome (1979); Ferreira et al. (1996); 49 embora as variações sejam inúmeras, conforme a espécie e os sistemas de enraizamento, diluições na concentração dos sais do meio MS são freqüentes nessa fase. Segundo Anderson (1984) e Hasegawa (1980) e as plantas herbáceas enraízam na presença de níveis muito reduzidos de auxina ou em meio básico sem regulador. Para Caldas et al. (1998), diversas auxinas isoladamente ou em combinação podem ser usadas no enraizamento da maioria das espécies, e as mais utilizadas são o ácido naftalenoacético (ANA), o ácido indolacético (AIA) e o ácido indolbutírico (AIB) que é freqüentemente, a melhor auxina para indução de raízes in vitro. Objetivou-se, no presente trabalho, determinar uma metodologia para a multiplicação e o enraizamento in vitro do mandacaru para produção de mudas. Foram conduzidos dois experimentos no Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas do Departamento de Fitotecnia da UFC, Fortaleza-CE. O material vegetal utilizado nos experimentos foi proveniente de brotações de mandacaru retiradas de plantas préestabelecidas in vitro, originadas de sementes germinadas, multiplicadas e mantidas em meio MS com 0,5 mg L-1 de BAP. No primeiro experimento foram utilizados segmentos de plantas de mandacaru com comprimento médio de 1,0 cm e inoculados em tubos de ensaio contendo 10 mL do meio MS acrescido de diferentes concentrações de 6-benzilaminopurina (BAP), constituindo os seguintes tratamentos: 1. Testemunha (sem citocinina); 2, 3 e 4 com BAP nas concentrações de 0,5, 1,0 e 2,0 mg L -1 , respectivamente; e 5, 6 e 7 com 2-isopenteniladenina (2-iP) nas concentrações de 0,5, 1,0 e 2,0 mg L-1, respectivamente. Aos 60 dias de cultivo foram determinados: número de brotações por explante contando-se as brotações com comprimento igual ou superior a 0,5 cm em cada explante; altura da parte aérea obtida com o auxílio de uma régua graduada; biomassa fresca da parte aérea dos explantes os explantes foram retirados do meio de cultura e imediatamente pesados em balança digital de precisão de quatro casas decimais; biomassa seca da parte aérea dos Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 48-54, 2008 50 OLIVEIRA, A. B. de et al. explantes realizada após a secagem do material em estufa a 80oC até peso constante. No segundo experimento, segmentos nodais com comprimento médio de 1,0 cm foram inoculados em tubos de ensaio contendo 10 mL do meio MS com diferentes concentrações dos sais macronutrientes (25, 50 e 100%) em combinação com diferentes níveis de AIB (0,0; 1,0 e 2,0 mg L-1). Aos 30 dias de cultivo foram avaliados o número médio de raízes por explante, comprimento médio das raízes, biomassa fresca e seca das raízes por explante. Em ambos os experimentos, o meio de cultura foi suplementado com 3% de sacarose, o pH foi ajustado para 5,7 µ 0,1 após a adição dos reguladores de crescimento e solidificado com 0,4% de ágar, sendo realizada posteriormente a esterilização em autoclave (121oC durante 15 minutos). Após a inoculação, os explantes foram mantidos em sala de crescimento com temperatura média de 26o C, fotoperíodo de 16 horas e intensidade luminosa em torno de 2000 lux fornecida por lâmpada do tipo fluorescente branca fria. No experimento de multiplicação, utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições de quatro explantes. Para o enraizamento in vitro foi usado um arranjo fatorial 3x3 (três concentrações de macronutrientes x três níveis de AIB), disposto no delineamento inteiramente casualizado, com seis repetições de cinco explantes. A comparação das médias de ambos os ensaios foi realizada por intermédio do teste de Duncan e de Tukey, a 5% de probabilidade, respectivamente. O número médio de gemas por explante não foi significativo pelo teste F, porém quando aplicado o teste de Duncan para comparação das médias, apresentou diferença significativa entre os tratamentos (Tabela 1). Apesar de não ter havido diferença significativa, entre os tratamentos suplementados com reguladores de crescimento, no meio com 2-iP, a qualidade das brotações emitidas tinham aspecto normal, enquanto que com BAP, as brotações apresentavam-se pequenas, grossas e mal formadas. De acordo com Hu e Wang (1983), o 2-iP permite o desenvolvimento normal dos propágulos sem apresentar brotações múltiplas. Jaakola et al. (2001) verificaram a eficiência do 2-iP na multiplicação in vitro de Vaccinium myrtillus L. e Vaccinium vitis-idaea L. Para a altura média dos explantes houve diferença entre os tratamentos (Tabela 1). Quando o meio foi suplementado com 2-iP e no tratamento sem regulador de crescimento verificou-se que as brotações apresentaram maior crescimento em relação aos tratamentos que continham BAP. Normalmente, o BAP inibe o alongamento das brotações, mostrando efeito negativo na multiplicação in vitro de Cereus jamacaru. Trabalhando com Heliconia stricta Huber, Diniz et al. (2004) também obtiveram maior comprimento médio de gemas em explantes cultivados na ausência de BAP. TABELA 1 Número médio de brotações emitidas por explante e altura média dos explantes de mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.) aos 60 dias de cultivo in vitro, em meio MS acrescido de diferentes concentrações de BAP e de 2-iP. Tratamentos Testemunha Brotações/explante Altura (cm) 1b 2,2 a -1 5a 2,0 ab -1 2 ab 1,0 b -1 BAP (2,0 mg L ) 4 ab 1,6 ab 2-iP (0,5 mg L-1) 3 ab 2,2 a 2-iP (1,0 mg L-1) 5a 2,6 a 3 ab 2,5 a BAP (0,5 mg L ) BAP (1,0 mg L ) -1 2-iP (2,0 mg L ) Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 48-54, 2008 Multiplicação e enraizamento in vitro do Mandacaru... Quanto à biomassa fresca e seca da parte aérea dos explantes, verificou-se uma tendência quadrática com o aumento da concentração dos reguladores. (Figuras 1A e 1B). Com o 2-iP houve uma distribuição mais uniforme e a concentração de 1,0 mg L-1 favoreceu o maior aumento de biomassa fresca e seca das brotações. Com base nesses dados, pode-se sugerir que concentrações acima de 2,0 mg L-1, para ambas as citocininas, não favorecem o aumento de biomasssa em explantes de mandacaru. De acordo com (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1990) o excessivo de citocinina causa intumescimento e falta de alongamento das culturas, redução do tamanho das folhas, encurtamento dos entrenós, engrossamento excessivo dos caules e vitrificação generalizada da cultura, além da redução do número de brotos induzidos. Experimento 2 Enraizamento in vitro O comprimento médio das raízes foi significativamente diferente nas diferentes concentrações do meio MS e de AIB, enquanto que para o número médio de raízes por explante houve diferença significativa para a interação entre as proporções do meio MS x concentrações de AIB. Conforme os resultados apresentados na figura 2A, o número médio de raízes emitidas por brotação aumentou significativamente com o acréscimo de AIB ao meio de 51 cultivo. Resultados semelhantes foram obtidos por Diniz et al. (2006) em explantes de guaco (Mikania glomerata Spreng). Porém com 2,0 mg L-1 de AIB e 100% dos sais MS houve uma redução no número médio de raízes emitidas por explante. O efeito negativo sobre a formação de raízes em brotações inoculadas em meio MS e AIB nas concentrações mais altas pode ser devido ao excesso de sais, pois, de acordo com Pierik (1987), esse meio (MS) possui elevada concentração de nutrientes. Quanto ao comprimento médio das raízes, os melhores resultados foram encontrados no meio com 100% dos sais nas diferentes concentrações de AIB (Figura 2B). Telles & Biasi (2005), trabalhando com diferentes concentrações de AIB no enraizamento in vitro de caquizeiro (Diospyrus kaky L.f.), também não observaram diferenças entre as concentrações testadas. Centellas et al. (1999) obtiveram melhores resultados para o enraizamento in vitro de macieira utilizando metade da concentração dos sais do meio MS, independente das auxinas utilizadas e de suas respectivas concentrações. Na figura 3, verifica-se que o aumento da concentração de AIB favoreceu o aumento na produção de biomassa fresca e seca das raízes. Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Castro et al. (2005), os quais obtiveram maior produção de massa fresca de raízes em explantes de mandacaru enraizados em meio de cultivo B A Biomassa (g) 2ip 80 1,2 0,9 0,6 2 2 BAP: y = -0,3424x + 0,9604x + 0,5163 R = 0,538 0,3 0 0,5 1 1,5 -1 Concentração (mg L ) 2 2ip 60 40 2 20 2 BAP: y = -29,993x + 74,038x + 17,243 R = 0,6966 2 2 2 2ip: y = -0,5016x + 1,3649x + 0,3929 R = 0,9996 0 Biomassa (mg) BAP 1,5 BAP 2ip: y = -31,975x + 83,91x + 11,969 0 0 0,5 1 1,5 2 R = 0,9954 2 -1 Concentração (mg L ) FIGURA 1 Biomassa fresca (A) e seca (B) da parte aérea das brotações de mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.) aos 60 dias de cultivo in vitro, em meio MS acrescido de diferentes concentrações de BAP e de 2-iP. Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 48-54, 2008 52 OLIVEIRA, A. B. de et al. MS 25% A MS 50% MS 100% aA aA Raízes/explante 4,0 aB aB aA 3,0 aC aC 2,0 3,0 Comprimento das raízes (cm) 5,0 bA aA 1,0 0,0 0 bA aA bB 2,0 1,0 0,0 2 1 B MS 50% MS 100% aA abA aA abA bA bB MS 25% 0 -1 AIB (mg L ) 2 1 -1 AIB (mg L ) FIGURA 2 Número médio de raízes emitidas por brotação (A) e comprimento médio das raízes (B) de mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.) aos 30 dias de cultivo in vitro, em diferentes concentrações do meio MS e de AIB. Mesma letra minúscula ou maiúscula na coluna, para as concentrações do meio MS ou do AIB, respectivamente, não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 1% de probabilidade. A Biomassa (mg) MS 50% MS 100% 120 100 80 60 2 MS 50%: y = 15x + 75,111 R = 0,8557 2 MS 25%: y = 35,167x + 52,278 R = 0,9342 2 2 MS 100%: y = -12,5x + 22,166x + 63,667 R = 1 40 20 0 0 1 2 -1 AIB (mg L ) Biomassa (mg) MS 25% 140 B MS 25% 8 7 6 5 4 3 2 1 0 MS 50% MS 100% 2 MS 25%: y = 2,3333x + 2,8 R = 0,9849 2 MS 50%: y = 1,45x + 4,1944 R = 1 2 2 MS 100%: y = -1,5x + 2,7667x + 4,1 R = 1 0 1 2 -1 AIB (mg L ) FIGURA 3 Biomassa fresca (A) e seca (B) das raízes por brotação de mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.) aos 30 dias de cultivo in vitro, em diferentes concentrações do meio MS e de AIB. com alta concentração de AIB. Entretanto, neste trabalho, a maior biomassa fresca e seca das raízes observada na presença de AIB só ocorreu em meio de cultura com menores concentrações de nutrientes. A redução à metade ou a 3/4 da concentração de sais no meio é relatada, favorecendo o enraizamento in vitro (PEREIRA et al., 2000). Dessa forma, os maiores valores de biomassa fresca e seca por brotação foram observadas nos meios de cultura com maior concentração de AIB, com 25% e 50% dos sais do meio MS, havendo uma redução no tratamento com 2,0 mg L-1 de AIB e 100% dos sais. Nesse tratamento foram observados os menores valores de biomassa fresca e seca, e que foram similares aos obtidos nesse mesmo meio de cultivo, na ausência de AIB. O maior comprimento das raízes foi verificado com 100% dos sais do meio MS nas diferentes concentrações de AIB. Porém, com 100% dos sais e 2,0 mg L-1 de AIB houve redução no número médio de raízes emitidas por brotação, bem como nas biomassas fresca e seca das raízes. Portanto, a concentração de 25% dos sais macronutrientes do meio MS com 2,0 mg L-1 de AIB permite um bom desenvolvimento in vitro de raízes em explantes de Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 48-54, 2008 Multiplicação e enraizamento in vitro do Mandacaru... mandacaru quanto ao tamanho, número e produção de biomassa o que irá favorecer a fase seguinte de aclimatização. Na multiplicação in vitro de mandacaru, o meio MS com 1,0 mg L-1 de 2-iP, favorece a emissão de brotações com bom desenvolvimento quanto ao número, altura e biomassa fresca e seca das brotações. Para o enraizamento, pode ser utilizado o meio MS com 25% dos sais macronutrientes, combinado com 2,0 mg L-1 de AIB. AGRADECIMENTOS Ao CNPq, pela bolsa concedida ao primeiro autor e ao Banco do Nordeste do Brasil, pelo auxílio financeiro. REFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS ANDERSON, W. C. A revised tissue culture medium for shoot multiplication of Rhododendron. Journal of the American Society for Horticultural Science, Iowa, v. 109, p. 343-347, 1984. ASSIS, J. G. A. Potencial das cactáceas nativas do leste do Brasil como plantas ornamentais. 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Multiplicação e enraizamento in vitro do guaco. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 37, n. 1, p. 59-64, 2006. FERREIRA, A. F.; FARIAS, A. X.; SILVA, E. S. B. da A.; FORTES, G. R. de L. Enraizamento de duas cultivares de morangueiro (Fragaria x ananassa Duch.) em diferentes concentrações de sais do meio MS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 14, 1996, Curitiba. Resumos... Curitiba: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1996. p. 351. G RAT TA PA G L I A , D . ; MA CH A D O , M . A . Micropropagação. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S. Técnicas e aplicações da cultura de tecidos de plantas. Brasília, DF: ABCTP/EMBRAPA-CNPH, 1990. p. 99169. GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M.A. Micropropagação. In: TORRES, A. L.; CALDAS, L. S.; BUSO, J. A. (Eds.). Cultura de tecidos e transformação genética de plantas. Brasília, DF: Embrapa, 1998. v. 1, p. 183-260. HASEGAWA, P.M. Factors affecting shoot and root initiation from cultured rose shoot tips. 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Micropropag., Lavras, v.4, n.1, p. 48-54, 2008 NORMAS PARA PUBLICAÇ‹O DE ARTIGOS E COMUNICAÇ›ES CIENT¸FICAS A revista Plant Cell Culture & Micropropagation é editada semestralmente pela Editora da Universidade Federal de Lavras (Editora UFLA), publica artigos científicos e comunicações científicas da área de cultura de tecidos de plantas, elaborados por membros da comunidade científica nacional e internacional. Não é cobrada taxa para publicação de trabalhos, desde que um dos autores seja sócio e esteja em dia com a ABCTP (Associação de Cultura de Cultura de Tecidos de Plantas). É condição fundamental que os artigos/comunicações submetidos à apreciação da revista Plant Cell Culture & Micropropagation não foram e nem serão publicados simultaneamente em outro lugar. Com a aceitação do artigo para publicação, os editores adquirem amplos e exclusivos direitos sobre o artigo para todas as línguas e países. A publicação de artigos/comunicações dependerá da observância das Normas Editoriais, dos pareceres do Corpo Editorial e da Comissão ad hoc. Todos os pareceres têm caráter sigiloso e imparcial, e tanto os autores quanto os membros do Corpo Editorial e/ou Comissão ad hoc não obtêm informações identificadoras entre si. Os conceitos e afirmações contidos nos artigos e comunicações serão de inteira responsabilidade do(s) autor(es). 1. SUBMISS‹O: Cada trabalho deverá ter no máximo 14 páginas e junto do mesmo deverá ser encaminhado ofício dirigido ao Editor Chefe da revista, solicitando a publicação do artigo. Esse ofício deverá conter o pedido de apreciação na revista ao editor chefe, a declaração de ser um trabalho original e não ter sido submetido a nenhuma outra revista, ser assinado por todos os autores, constar o endereço completo, telefone e e-mail de todos. Qualquer inclusão, exclusão ou alteração na ordem dos autores, deverá ser notificada mediante ofício assinado por todos os autores (inclusive do autor excluído). Originais: quatro vias impressas e uma via em CDR, com texto e ilustrações e gráficos. Das 4 vias impressas apenas 1 deve conter os nomes completos dos autores e rodapé na primeira página. Processador de texto: Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003) Redigido em português, inglês ou espanhol Espaçamento do texto: Duplo. Margens: esquerda (3cm), direita (2cm), inferior e superiores (2,5cm). Cabeçalho e Rodapé (2,5cm). Papel: formato A4 Fonte: Times New Roman, tamanho 12 Número de páginas: até 14 páginas, numeradas consecutivamente, incluindo as ilustrações Tabelas: devem fazer parte do corpo do artigo e ser apresentadas no módulo tabela do Word. O título deve ficar acima. Gráficos, Figuras e Fotografias: devem ser apresentados em preto e branco, nítidos e com contraste, escaneados, inseridos no texto após a citação dos mesmos e também em um arquivo à parte, salvos em extensão tif ou jpg , com resolução de 300 dpi. Os gráficos devem vir também em excel, com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito, sem caixa de textos e agrupados, em arquivo à parte. Símbolos e Fórmulas Químicas: deverão ser feitos em processador que possibilite a formatação para o programa Page Maker, sem perda de suas formas originais. 2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇ‹O 2.1. O artigo científico deve ser apresentado na seguinte seqüência: T¸TULO Suficientemente claro, conciso e completo, evitando-se palavras supérfulas, em letras maiúsculas, centralizado, em negrito, em português e inglês. AUTORES Máximo de 6 autores Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota de rodapé da primeira página em apenas 1 das 4 vias do manuscrito Rodapé deve conter: titulação instituição a que o autor está filiado endereço da instituição CEP cidade, estado endereço de e-mail, do respectivo autor. RESUMO Deve condensar, em um único parágrafo, o conteúdo, expondo objetivos, materiais e métodos, os principais resultados e conclusões em não mais do que 250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028 Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de cinco. Não devem repetir os termos que se acham no título, podem ser constituídas de expressões curtas e não só de palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível, extraídas do vocabulário: Thesagro Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da revista Plant Cell Culture & Micropropagation para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação) ABSTRACT Além de seguir as recomendações do resumo, não ultrapassando 250 palavras, deve ser uma tradução próxima do resumo. Index terms: representam a tradução das palavras-chave para a língua inglesa. INTRODUÇ‹O Deve apresentar uma visão concisa do estado atual do conhecimento sobre o assunto, que o manuscrito aborda e enfatizar a relevância do estudo, sem constituirse em extensa revisão e, na parte final, os objetivos da pesquisa. Deve incluir a revisão de literatura. MATERIAL E MÉTODOS Esta seção pode ser dividida em subtítulos, indicados em negrito. RESULTADOS E DISCUSS‹O Podem ser divididas em subseções, com subtítulos concisos e descritivos, e conter tabelas e figuras. CONCLUS›ES Finalizar com os resultados de acordo com os objetivos do trabalho AGRADECIMENTOS Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências Bibliográficas, a pessoas ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se fazem os agradecimentos REFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS Devem seguir as normas para citação no texto e na seção própria. 2.2. A comunicação científica deve ser apresentada na seguinte seqüência: T¸TULO Suficientemente claro, conciso e completo, evitando-se palavras supérfluas, em letras maiúsculas, centralizado, em negrito, em português e inglês. AUTORES Máximo de 6 autores Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota de rodapé da primeira página em apenas 1 das 4 vias do manuscrito Rodapé deve conter: titulação instituição a que o autor está filiado endereço da instituição CEP cidade, estado endereço de e-mail, do respectivo autor. RESUMO Deve condensar, em um único parágrafo, o conteúdo, expondo objetivos, materiais e métodos, os principais resultados e conclusões em não mais do que 250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028 Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de cinco. Não devem repetir os termos que se acham no título, podem ser constituídas de expressões curtas e não só de palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível, extraídas do vocabulário: Thesagro Thesaurus Agrícola Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da revista Plant Cell Culture & Micropropagation para evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação) ABSTRACT Além de seguir as recomendações do resumo, não ultrapassando 250 palavras, deve ser uma tradução próxima do resumo. Index terms: representam a tradução das palavras-chave para a língua inglesa. Texto: sem subdivisão, porém com introdução, material e métodos, resultados e discussão (podendo conter tabelas e gráficos e conclusão subentendidas. AGRADECIMENTOS Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências Bibliográficas, a pessoas ou instituições. O estilo, também aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas quais se fazem os agradecimentos. REFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS Devem seguir as normas para citação no texto e na seção própria. 3. CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIAS, GR˘FICOS, FIGURAS, S¸MBOLOS E FŁRMULAS, ESSAS DEVER‹O OBEDECER ¤S SEGUINTES NORMAS: 3.1. Fotografias deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em extensão TIFF ou JPEG com resolução de 300 dpi. 3.2. Figuras deverão ser apresentadas em preto e branco, nítidas e com contraste, inseridas no texto após a citação das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em extensão TIFF ou JPEG com resolução de 300 dpi. As figuras deverão ser elaboradas com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas. 3.3. Gráficos deverão ser inseridos após citação dos mesmos, dentro do próprio texto, elaborado preferencialmente em Excel, com letra Times New Roman, tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas. 3.4. Símbolos e Fórmulas Químicas deverão ser feitas em processador que possibilite a formatação para o programa Page Maker (ex: MathType, Equation), sem perda de suas formas originais. OBS: A formatação correta é parte imprescindível para que o trabalho seja devidamente protocolado. Caso este não esteja nas normas, o mesmo será recusado. 4. REFER¯NCIAS BIBLIOGR˘FICAS: as referências bibliográficas devem ser citadas conforme a NBR6023/2002 da ABNT. A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do artigo. 4.1. Orientações gerais: - Deve-se apresentar todos os autores do documento científico (fonte); - O nome do periódico deve ser descrito por extenso, não deve ser abreviado; - Em todas as referências deve-se apresentar o local de publicação (cidade), a ser descrito no lugar adequado para cada tipo de documento; - As referências devem ser ordenadas alfabeticamente. 4.2. Exemplificação (tipos mais comuns): ARTIGO DE PERIŁDICO: VIEIRA, R. F.; RESENDE, M. A. V. de. Épocas de plantio de ervilha em Patos de Minas, Uberaba e Janaúba, Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 24, n. 1, p. 7480, jan./mar. 2000. LIVRO: a) livro no todo: STEEL, R. G. D.; TORRIE, J. H. Principles and procedures of statistics. New York: McGraw-Hill Book, l960. 481 p. b) Parte de livro com autoria específica: FLEURY, J. A. Análise ao nível de empresa dos impactos da automação sobre a organização da produção de trabalho. In: SOARES, R. M. S. M. Gestão da empresa. Brasília: IPEA/ IPLAN, 1980. p. 149-159. c) Parte de livro sem autoria específica: MARTIM, L. C. T. Nutrição de bovino de corte em confinamento. In: ______. Confinamento de bovino de corte. 2. ed. São Paulo: Nobel, 1986. cap. 3, p. 29-89. DISSERTAÇ‹O E TESE: GONÇALVES, R. A. Preservação da qualidade tecnológica de trigo (Triticum aestivum L.) e controle de Rhyzopertha dominica (F.) durante o armazenamento em atmosfera controlada com Co2 e N2. 1997. 52 f. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997. MATIOLI, G. P. Influência do leite proveniente de vacas mastíticas no rendimento de queijo frescal. 2000. 55 p. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000. Nota: A folha é composta de duas páginas: anverso e verso. Alguns trabalhos, como teses e dissertações são impressos apenas no anverso e, neste caso, indica-se f. (ABNT, NBR6023/2002, p. 18). TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS: SILVA, J. N. M. Possibilidades de produção sustentada de madeira em floresta densa de terra firme da Amazônia brasileira. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 6., 1990, Campos do Jordão. Anais... Campos do Jordão: SBS/ SBEF, 1990. p. 39-45. DOCUMENTOS ELETRłNICOS: As obras consultadas online são referenciadas conforme normas específicas para cada tipo de documento (monografia no todo e em parte, trabalho apresentado em evento, artigo de periódico, artigo de jornal, etc.), acrescidas de informações sobre o endereço eletrônico apresentado entre braquetes (< >), precedido da expressão Disponível em: e da data de acesso ao documento, precedida da expressão Acesso em: . Nota: Não se recomenda referenciar material eletrônico de curta duração nas redes (ABNT, NBR6023/2000, p. 4). Segundo padrões internacionais, a divisão de endereço eletrônico, no fim da linha, deve ocorrer sempre após barra (/). Monografia (acesso online): a) livro no todo TAKAHASHI, T. (Coord.). Tecnologia em foco. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. 90 p. Disponível em: <http// www.socinfo.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2000. b) parte de livro TAKAHASHI, T. Mercado, trabalho e oportunidades. In: ______. Sociedade da informação no Brasil: livro verde. Brasília: Socinfo/MCT, 2000. cap. 2, p. 13-24. Disponível em: <http://www.socinfo.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2000. c) Parte de congresso, seminário, etc. GIESBRECHT, H. O. Avaliação de desempenho de institutos de pesquisa tecnológica: a experiência de projeto excelência na pesquisa tecnológica. In: CONGRESSO ABIPTI, 2000, Fortaleza. Gestão de institutos de pesquisa tecnológica. Fortaleza: Nutec, 2000. Disponível em: <http://www.abipti.org.br>. Acesso em: 01 dez. 2000. d) Tese SILVA, E. M. Arbitrariedade do signo: a língua brasileira de sinais (LIBRAS). 1997. 144 p. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada e Estudo de Língua) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.terra.com.br/virtualbooks/ freebook/port/did/ teses.htm>. Acesso em: 28 nov. 2000. O INFORMAR˘ SOBRE SUA PUBLICAÇ‹O. OS ARTIGOS QUE NECESSITAREM DE MODIFICAÇ›ES SER‹O DEVOLVIDOS AO AUTOR PARAA DEVIDA REVIS‹O. Artigo de periódico (acesso online): 7. OS ARTIGOS SER‹O PUBLICADOS EM ORDEM DEAPROVAÇ‹O. RESENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um conceito contemporâneo. Informação e Sociedade, Recife, v. 10, n. 1, 2000. Seção Educação. Disponível em: <http:// www.informaçãoesociedade.ufpb.br/>. Acesso em: 30 nov. 2000. CITAÇ‹O: PELO SISTEMA ALFABÉTICO (AUTORDATA) (conforme ABNT, NBR10520/2002) Dois autores - Steel & Torrie (1960) ou (STEEL & TORRIE, 1960). Três ou mais autores - Valle et al. (l945) ou (VALLE et al., 1945). Obs.: Quando forem citados dois autores de uma mesma obra deve-se separá-los pelo sinal & (comercial). 5. O EDITOR CHEFE NOTIFICAR˘ O AUTOR DO RECEBIMENTO DO ORIGINAL E, POSTERIORMENTE, 6. OS ARTIGOS N‹O APROVADOS SER‹O DEVOLVIDOS. 8. O N‹O-CUMPRIMENTO DESSAS NORMAS IMPLICAR˘ NA DEVOLUÇ‹O DO ARTIGO AO AUTOR. 9. OS CASOS OMISSOS SER‹O RESOLVIDOS PELA COMISS‹O EDITORIAL. 10. OARTIGO DEVER˘ SER ENVIADO PARA: ABCTP Plant Cell Culture & Micropropagation Universidade Federal de Lavras Departamento de Biologia/Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 CEP 37200-000 Lavras MG INSTRUCTIONS FOR AUTHORS Plant Cell Culture & Micropropagation , a semestral journal edited by Editora UFLA of the Universidade Federal de Lavras, publishes scientific articles and communications in the area of plant tissue culture, elaborated by researchers of the national and international scientific community. One of the authors must be associated and have paid all charges required by the ABCTP (Plant Tissue Culture Association) in order to be tax free for publication in Plant Cell Culture & Micropropagation. Submission of a manuscript implies that it is neither under consideration for publication elsewhere nor has appeared previously in part or in whole. On acceptance for publication, authors assign to the Editors full copyright of the manuscript in all languages and countries. Publications will depend on editorial rules and on the review of experts and ad hoc commission. Reviewer and editorial opinions will be anonymously communicated to authors. Concepts and affirmations included in articles and communications are of the entire responsibility of the authors. 1. SUBMISSION The manuscript must present a maximum of 14 pages. At the time of submission, a cover letter must be sent with the manuscript copies to the Editor requesting publication of the article. This cover letter must be signed by all authors and also contain the full address, telephone number and e-mail of the authors. Any inclusion, exclusion or alteration in the authors order must be notified and signed by all authors including the one excluded. Original: Four copies and CD with text and illustrations. Only one of the 4 printed copies must contain the full names of the authors and footnote in the first page. Format: Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003) Spacing of the text: Double. Margin on the left hand side and 2.0 cm margin on the right hand side, 2.5 cm upper and lower margin, 2.5 cm for the heading and 2.,5 cm for the footnote Paper: A4 format Source: Times New Roman, size 12 Number of pages: up to 14 pages, including the illustrations Tables: Tables should be part of the body of the paper and they must be presented in Word or Excel. The title should be above and be presented in the language in which the article was written and in English. The vertical lines separating the columns should not appear. Graphs/Figures/Photographs: must be presented in black and white, clear and with contrast, scanned, inserted in the text after citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension tif or jpg , with resolution of 300 dpi. The title should be below and presented in the language in which the article was written and in English. Symbols and Chemical Formula: must be presented using a word processor that permits a format Page Maker. 2. STRUCTURE AND ORGANIZATION 2.1. The article should be presented in the following sequence: TITLE In English language, containing no more than 15 words in capital letters and bold. AUTHORS Maximum of 6 authors Full names, with call for baseboard note with the following information on first page only 1 copys.They should come in the footnote of the first page in only one of the four printed copies. : Footnote: titulation name of the institution to which the authors belong address of institution ZIP CODE city, state mail address. ABSTRACT should be informative and condensed and should explain the objectives, material and methods, results and conclusion of the work in a maximum of 250 words all written in one paragraph. For articles written in English the abstract should also be presented in Portuguese. Key words: minimum of three and maximum of five. They should not repeat words that are already in the title. These may include phrases as well as individual words and should be separate by commas. For articles written in English the key-words should also be presented in Portuguese. INTRODUCTION Should present a concise vision of the current level of knowledge that has been achieved within the subject area that the paper will discuss. It should neither give an extensive review nor should it include details about the results and discussion. It should clearly indicate the objectives of the research that was carried out. MATERIALAND METHODS This section can contain subdivisions, with subtitles in bold print. RESULTSAND DISCUSSION This section can have subsection which begins with concise, descriptive titles in bold print. CONCLUSIONS Finishing agree of objectives of work ACKNOWLEDGEMENTS If applicable BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES They should follow citation norms both in the text and in the appropriated section. 2.2 The Communication should be presented in the following sequence TITLE Sufficiently clear, conspicuous and complete, without superfluous words. It is recommended to initiate with the term that represent the most important aspect, with other terms in decreasing of importance TITLE IN PORTUGUESE; FULL NAME(S) OF THEAUTHOR(S) Maximum of 6 authors Full names, with call for baseboard note with the following information on first page only 1 copys.They should come in the footnote of the first page in only one of the four printed copies. Footnote: titulation name of the institution to which the authors belong address of institution ZIP CODE city, state mail address. ABSTRACT Written continuously without paragraph. It must not exceed 250 words. Index terms must be enclosed after the abstract using terms different from those used in the title and separated by comma. Index terms: (3 to 5) must be described in capital and small letters, and express the content of the article ABSTRACT AND INDEX TERMS IN PORTUGUESE Text: with no division but must include introduction, material and methods, results and discussion and conclusion (it may include tables and figures) ACKNOWLEDGEMENTS If applicable BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES They should follow citation norms both in the text and in the appropriated section. 3. PHOTOGRAPHS, GRAPHS, FIGURES, SYMBOLS OR FORMULACONTAINED INTHEARTICLE SHOULD OBEY THE FOLLOWING RULES: 3.1. Photographs must be presented in black and white, clear and with contrast, inserted in the text after their citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension TIFF or JPEG with resolution of 300 dpi. 3.2. Figures must be presented in black and white, clear and with contrast, inserted in the text after their citation and also in a separate file (on the same diskette as the article) saved in extension TIFF or JPEG with resolution of 300 dpi. They must be elaborated using Times New Roman font, size 10, without bold, without text box and arranged. 3.3. Graphs must be inserted in the text after their citation, elaborated preferentially in Excel, using Times New Roman font, size 10, without bold. 3.4. Symbols and Chemical Formula must be presented using a word processor that permits a format for Page Maker (ex: MathType, Equation) without loss of its original form. 4. REFERENCES: references must be cited according to NBR6023/2002 of ABNT. All references and their correct citation in the text are of the entire responsibility of the author(s). 5.THE BRAZILIANASSOCIATION OF PLANTTISSUE CULTURE (ABCTP)WILL INFORMTHEAUTHORTHE RECEIPT OF THE ORIGINAL MANUSCRIPT AND EVENTUALLY ITWILLALSO SEND INFORMATION REGARDING ITS PUBLICATION. MANUSCRIPTS THAT REQUIRE MODIFICATIONS WILL BE RETURNEDTOTHEAUTHOR FORTHE RESPECTIVE REVISIONANDCORRECTIONS. 6. MANUSCRIPTS NOT APPROVED WON T BE RETURNEDTOTHEAUTHOR. 7.ARTICLES WILL BE PUBLISHEDACCORDINGTO THE ORDER OF RECEIPTANDAPPROVAL. 8. IFANY OFTHESE RULESARE NOTATTENDEDTHE MANUSCRIPTWILLBE RETURNEDTOTHEAUTHOR. 9. THE NEGLECTFUL CASES WILL BE SOLVED BY THE EDITORIAL COMMITTEE. 10. MANUSCRIPTS SHOULD BE SENT TO THE FOLLOWINGADDRESS: ABCTP Plant Cell Culture & Micropropagation Universidade Federal de Lavras Depto. de Biologia - Setor de Fisiologia Vegetal Caixa Postal: 3037 37200-000 Lavras MG BRAZIL
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