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PROPRIEDADE DA FUNDAÇÃO EDUARDO DOS SANTOS
Director: João de Deus
Conselho de Redacção: João de Deus, António Miguel, António Magalhães e Avelino Chico
Fotografia: José Maria
Design e paginação: Imagem, ViP
Impressão e acabamento: Plátano Editora
Tiragem: 5000 Caixa Postal: 545 E-mail: [email protected]
Telefones: 44 98 07 / 44 97 42 Fax: 44 68 66
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SUMÁRIO
SEMANA DA FESA
Págs. 06 a 13
“A Agricultura no actual contexto de desenvolvimento de
Angola”, dominaram as XVI Jornadas Técnico-Científicas
da FESA que decorreram de 03 a 26 de Outubro de 2012.
INAUGURAÇÃO
Págs. 14 e 15
Município do Bailundo na Província do Huambo ganha
centro Materno Infantil. Completamente apetrechado e
com capacidade de atender mais de trinta parturientes, foi
inaugurado pelo Ministro da Saúde Dr. José Van-Dúnem
no dia 25 de Setembro de 2012.
ALFABETIZAÇÃO
Págs. 17 a 21
Três Instituições receberam Prémio Nacional de Alfabetização. Os prémios foram outorgados durante uma Gala
realizada no Cine Tropical em Luanda.
FORMAÇÃO DE QUADROS
Págs. 22 e 23
A Fundação Eduardo dos Santos enviou pela primeira vez
12 bolseiros à República Federativa da Venezuela para
formarem-se em petróleo e gás. Os jovens mostraram-se
entusiasmados por serem os primeiros a serem seleccionados pela Escola de Petróleo do Sumbe.
PALESTRA
Págs. 27 a 29
Historiadora Ana Maria de Oliveira enalteceu na província
do Cunene, a Figura do Rei Mandume. Na luta travada
contra várias forças invasoras o Rei Mandube disse: SE
OS SOLDADOS ME PROCURAM EU ESTOU AQUI,
PODEM VIR CAPTURAR-ME, NÃO FAREI O PRIMEIRO
DISPARO, MAS SOU O AMO E NÃO UM ANTÍLOPE
NOS BOSQUES, LUTAREI ATÉ À MINHA ÚLTIMA BALA.
DESPORTO
CAPA
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FESA MAGAZINE
Págs. 42 a 45
Selecção da Namíbia vence torneio internacional “Taça
Patrono”. Instituído em homenagem ao Patrono da FESA
Eng. José Eduardo dos Santos, a competição teve lugar na
cidade do Namibe nos dias 13 e 14 de Outubro de 2012.
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SEMANA DA FESA
SÍNTESE DAS JORNADAS
TÉCNICO-CIENTÍFICAS DA FESA 2012
A Semana da FESA decorreu de 03 a 26
de Outubro de 2012, e visou saudar o
16.º aniversário da Fundação Eduardo
dos Santos – FESA e os 70 do aniversário do seu Patrono, o Engenheiro
José Eduardo dos Santos
Para assinalar a tradicional SEMANA da
FESA, elaborou-se um vasto programa
contendo um leque de actividades que
compreenderam as XVI Jornadas Técnico-Científicas, sob o lema “A Agricultura no
Actual Contexto de Desenvolvimento de
Angola”, Workshop sobre Gestão Hospitalar, bem como actividades de carácter
desportivo e cultural. Este programa para
além de ser realizado na província de
Luanda, foi também extensivo a outras
províncias do nosso país, nomeadamente
Benguela, Bié, Cunene, Huambo, Huíla e
Zaire.
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FESA MAGAZINE
Com vista a dar maior consistência às
acções programadas, a FESA escolheu
para as Jornadas Técnico-Científicas,
um tema de actualidade e de extrema
importância para o desenvolvimento sustentável da economia do país, num
contributo da FESA aos esforços do
Executivo Angolano.
O tema dominante na semana da
FESA foram as XVI Jornadas Técnico-Científicas, que decorreram sob o Lema
“A Agricultura no Actual Contexto de
Desenvolvimento de Angola”. As jornadas contaram com a presença de mais de
1500 participantes e convidados, entre
governantes, deputados, cientistas, professores e estudantes tanto das Universitários como do ensino médio, directores
nacionais, administradores de empresas,
especialistas e profissionais de vários
ramos de actividades, fundações, associa-
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SEMANA DA FESA
ções, organizações não governamentais e
outras entidades ligadas ao tema.
A escolha do tema, reconhecido como
oportuno, actual e de vital importância, no
quadro do programa de aceleração para o
desenvolvimento sustentável da economia do país, proporcionou reflexões profundas de elevado nível científico e técnico, que permitiram demonstrar a urgência
na sua dinamização tanto para a harmonia social, como para o reforço da independência económica.
Durante as intervenções foi exaustivamente ressaltada a necessidade de se
aumentar a produção agrícola, como
garantia da segurança alimentar e para
fornecimento de matérias-primas para a
agro-indústria.
Por outro lado, foi manifestada a preocupação da correcta formulação de políticas adequadas para os sectores transversais que se encontram a montante
e a jusante das actividades inerentes a
agricultura sustentável do país.
A par dos trabalhos das Jornadas, foi
realizada uma exposição de produtos,
insumos e equipamentos ligados a actividade agrícola e rural, envolvendo várias
empresas nacionais com qualidade reconhecida.
A sessão de abertura das XVI Jornadas Técnico-Científicas foi presidida
por sua Excelência Afonso Pedro Canga
Ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, que ressaltou a importância e as prioridades que o sector da
agricultura tem para o Executivo dirigido
por Sua Excelência Eng.° José Eduardo
dos Santos, tendo em conta o seu papel
para garantir a segurança alimentar e
nutricional, a criação de empregos e
geração de renda, a estabilização das
populações no meio rural e proporcionar
melhores condições de vida no campo.
Afonso Pedro Canga refere que a agricultura familiar, pelas suas características
e natureza ocupa um lugar especial,
devendo ser apoiada, estruturada, e
transformada progressivamente de uma
produção de subsistência para uma
produção orientada para o mercado.
O titular da Pasta da agricultura encorajou
o surgimento de um sector empresarial
agro-pecuário ou o agro-negócio de
pequena, média e grande dimensão,
incentivado e motivado a produzir para o
mercado interno, para a dinamização da
indústria e de outros sectores e com um
horizonte de médio prazo, podendo assim
competir no mercado regional e internacional com produtos agrícolas.
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SEMANA DA FESA
Durante a sessão de abertura foram
lidas mensagens da FAO – Organização
das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação e da Faculdade de Ciências
Agrárias da Universidade José Eduardo
dos Santos, onde destacam os esforços
empreendidos pelo Executivo na redução
de 60 para 27% da população angolana
que ainda se debate com problemas de
insegurança alimentar.
Durante três dias foram apresentadas
e discutidas políticas públicas para o sector agrário, desafios e oportunidades, a
cooperação Internacional, a investigação
e o desenvolvimento tecnológico como
factores impulsionadores do desenvolvimento do Sector Agrário, agricultura
empresarial, segurança alimentar versos
alterações climáticas, a agroindústria,
comercialização e financiamento do
sector agrário. No Final dos trabalhos
foram produzidas as recomendações que
se seguem:
RECOMENDAÇÕES
1 - A Agricultura é o sector através do
qual se dará o rápido desenvolvimento de
Angola, tendo em conta a sua contribuição decisiva para a diversificação da
economia nacional, geração de emprego
e renda, para a estabilização das populações no meio rural e o combate a fome
e a pobreza.
2 - A Lei de terras – n.º 9/04 de 9 de
Novembro, bem como os mecanismos de
acesso a terra são considerados elementos impulsionadores para o desenvolvimento do sector agrícola pelo que devem
ser aprimoradas a elaboração das políticas e aplicações da legislação relativa ao
acesso a terra.
3 - Um dos factores indispensáveis
para o adequado planeamento das
acções de desenvolvimento agrário e rural
é sem dúvidas a realização do Censo
populacional que será realizado em 2013,
tendo em vista o seu contributo significativo para o conhecimento da distribuição real da população em Angola,
factor indispensável para o adequado
planeamento das acções do desenvolvimento agrário e rural.
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SEMANA DA FESA
4 - As Jornadas consideram que os
benefícios fiscais e os incentivos financeiros têm propiciado o aumento da produção e do bem-estar social e económico
das comunidades rurais, tendo no meio
rural os créditos de campanha permitido a
redução sustentável da fome e da pobreza.
5 - Os participantes concluíram a
necessidade imperiosa de se educar as
populações que vivem da agricultura
familiar as melhores práticas de uso do
solo, por forma a mitigar-se os efeitos que
um mau uso possa causar em face das
alterações climáticas vigentes, visando
sempre uma gestão sustentável dos
recursos disponíveis.
6 - O paradigma de desenvolvimento
dos países mais desenvolvidos deve
mudar para permitir uma redução das
emissões de CO2. Esta mudança de
paradigma deverá levar ao estabelecimento de modelos agrícolas e de gestão
de recursos naturais mais produtivos e
sustentáveis.
7 - Uma das questões que mereceram
a atenção dos participantes foram as
Parcerias – Público-privadas “PPP”, quando são adequadamente planificadas e
executadas, podem exercer um papel fundamental para o desenvolvimento agroindustrial e bem-estar social em Angola.
CONCLUSÕES
1 - As Jornadas concluíram que é
necessário o incremento dos investimentos públicos e privados na agricultura, nas
infra-estruturas, armazenamento, conservação e transformação de produtos para
garantir o mais rápido e maior crescimento do sector face aos desafios que lhe
são colocados.
2 - Os participantes consideram ser
imperativo priorizar a agricultura familiar
de subsistência para promover a sua
transformação gradual para uma agricultura comercial orientada para o mercado,
visando alcançar a segurança alimentar, a
dinamização do agro-industrial nacional e
a geração de renda para o combate a
fome e a pobreza.
3 - Continuar a divulgar a lei de terras
para maior conhecimento para a população, sobre os procedimentos do seu
acesso e uso, também mereceu tónica
assente dos participantes.
4 - Os participantes encorajam o
Executivo Angolano a continuarem a ter a
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SEMANA DA FESA
agricultura como uma das
suas principais prioridades e apostar fortemente no capital humano,
na satisfação das necessidades básicas da população e no
desenvolvimento equilibrado e equitativo do país, promovendo acções
em todo território nacional de acordo
com as potencialidades regionais.
5 - Considera-se ainda a necessidade da adopção de uma estratégia
nacional para fortalecer a investigação científica, que assenta na introdução de inovações tecnológicas, a
geração de conhecimentos, a identificação de melhores práticas e tecnologias sustentáveis para a agricultura.
6 - A sexta recomendação encoraja o Executivo Angolano a prosseguir com os programas de financiamento aos pequenos e médios
agricultores como forma da criação
de um sector empresarial agrícola forte e
capaz de contribuir para a satisfação das
necessidades alimentares do país.
7 - A produção de biocombustíveis em
Angola, desde que envolva os pequenos
produtores familiares pode ser uma fonte
alternativa de renda e combate a pobreza
no meio rural.
8 - A implementação de programas de
gestão sustentáveis de terras e o desenvolvimento de políticas adequadas, formar
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FESA MAGAZINE
quadros e garantir a sua transferência para
a indústria e acrescentar valor aos produtos e serviços.
9 - Planear e executar a manutenção de
infraestruturas já que são factores importantes da sustentação da carga logística e
de distribuição bem como o uso adequado
de tecnologias da cadeia logística.
10 - Divulgar e garantir o acesso aos
serviços financeiros por parte dos pequenos empresários e micro-empresas
bem como os pequenos produtores agrícolas de modo a apoiar e fortalecer a
economia rural.
No final dos trabalhos, a organização
reconheceu a excelente qualidade das
palestras e moderação dos temas apresentados, assim como a contribuição dos
participantes, que enalteceram o nível das
jornadas e agradece a participação de
todos quantos de uma forma directa ou
indirecta contribuíram para o seu êxito.
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SEMANA DA FESA
MOÇÃO DE AGRADECIMENTO
A Fundação Eduardo dos Santos agradece, a todos quantos tornaram possível a
realização das XVI Jornadas Técnico-Cientificas que decorreram de 23 a 26 de
Outubro de 2012, no Palácio dos
Congressos, sob o lema “Agricultura no
Actual Contexto de Desenvolvimento de
Angola” em especial ao Conselho de
Curadores da FESA, aos patrocinadores,
aos ilustres convidados estrangeiros que
vieram da Alemanha, Brasil, Coreia do
Sul, Espanha, Holanda, Israel, Portugal,
Venezuela. De representantes
das Organizações Internacionais como o Fundo das
Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação FAO, Banco
Mundial-BM e o Banco Africano de Desenvolvimento-BAD,
sobre a questão da Agricultura,
um assunto tão pertinente nos
tempos presentes e no futuro;
Aos nossos palestrantes e
Moderadores Nacionais, pelas
excelentes apresentações, contribuições, empenho e disponibilidade
manifestada;
A equipa Técnica de Coordenação das
Jornadas a quem não poderíamos deixar
de fazer uma menção especial, pela dedicação demonstrada;
A todo o pessoal das áreas de apoio
tais como o Secretariado, o Protocolo, os
tradutores, os Motoristas e os Voluntários.
À Administração do Palácio dos Congressos, aos Serviços de Segurança e ao
pessoal de apoio, os nossos agradecimentos pelas condições postas à nossa
disposição;
Aos grupos corais e culturais que nos
proporcionaram momentos de alegria,
emoção e animação.
Aos representantes dos Organismos
Públicos e da sociedade civil que nos
brindaram com palavras encorajadoras e
de reconhecimento, nas mensagens dirigidas à FESA;
Aos Órgãos da Comunicação Social
pela cobertura feita, pelo acompanhamento das sessões e pela divulgação proporcionada que permitiu levar a informação ao País e ao Mundo sobre mais
esta realização da nossa Fundação;
A todos os participantes que durante
estes dias, estiveram connosco, disponibilizando o seu tempo para, em conjunto,
debatermos e reflectirmos sobre a temática proposta, de reconhecida importância
para o nosso país.
A todos, uma vez mais, o reconhecimento e os agradecimentos da Fundação
Eduardo dos Santos.
PELA PAZ E SOLIDARIEDADE,
A CONTRIBUIÇÃO DA FESA
LUANDA, 26 DE OUTUBRO DE 2012
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SEMANA DA FESA
MINISTRO DA AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL
RESSALTA A CONTRIBUIÇÃO QUE A FESA TEM
PRESTADO AO GOVERNO E À SOCIEDADE
A sessão de encerramento das XVI Jornadas Técnico-Científicas da FESA, foi
orientada pelo Ministro da Agricultura e
Desenvolvimento Rural, Pedro Canga,
que na sua intervenção destacou o contributo que a FESA vem prestando ao
Governo na abordagem de temas candentes e de actualidade para o país.
O Titular da Pasta da Agricultura felicitou a
FESA, pelo trabalho que tem vindo a
desenvolver, desde a sua criação, em
benefício das populações, principalmente
as mais desfavorecidas nos mais variados
domínios, nomeadamente da Educação,
Saúde, segurança alimentar e assistência
social.
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FESA MAGAZINE
Pedro Canga disse que a Agricultura
assenta sobre três pilares fundamentais, a
saber: A função económica, a Função
Social e a Função Ambiental.
O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, assegura que no programa de governação do Presidente da
República, José Eduardo dos Santos, o
sector da Agricultura desempenha uma
função prioritária com vista a, garantir a
segurança alimentar e nutricional da população, a criação de empregos e geração de renda, a estabilização das populações no meio rural, proporcionam melhores condições de vida no campo diz o
Ministro da agricultura.
O Titular da Pasta da Agricultura
caracteriza ainda que é fundamental a
elevação dos níveis de rendimento nas
explorações agrícolas, pecuárias e familiares, pela utilização de técnicas e
tecnologias mais eficientes e eficazes.
De acordo com o mesmo, a correção de
solos concerne tambem sementes e
espécies melhoradas (irrigação e equipamentos adequados). Pedro Canga sublinha ainda que a Agricultura deve contar
com uma classe empresarial agro-pecuária e agroindustrial forte, incentivada e
motivada, capaz de aproveitar as potencialidades agroecologicas. Assim, o país
dispõe a produzir em média e em grande
escala, para o abastecimento interno,
com vista a dinamização da indústria, e
diversificação das exportações.
O Ministro da agricultura enfatiza que
foram criados instrumentos de acção,
através dos quais os produtores e outros
agentes poderão ter acesso aos meios
necessários para a realização dos seus
projetos. O saber: a linha de crédito
bonificado, o fundo público de garantia, a consultoria de gestão e de formação. Segundo Pedro Canga, os pequenos agricultores familiares, suas associações e cooperativas Agrícolas beneficiam também de créditos, no âmbito do
programa de crédito agrícola de campanha e de investimentos.
O Titular da Pasta da Agricultura enaltece que no relatório da ONU, publicado
por intermédio da FAO (Organização das
Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura), cerca de 870 milhões de pessoas no Mundo sofreram de subnutrição,
no período 2010-2012. O Governante
assegura que esta realidade atenta contra
a nossa consciência, quando sabemos
que é possível reverter o quadro. De acordo com o titular da pasta da agricultura, a
FAO diz que Angola registou progressos
notáveis no combate à fome e reduziu
o número de pessoas subnutridas de
63,9%, no período 1990-1992 para 27,4%
no período 2010-2012. Sendo assim,
Angola está entre os treze países da
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SEMANA DA FESA
África subsariana que conheceram avanços no que diz respeito à segurança
alimentar. Tudo isso, graças a estratégias
do Executivo em matéria da agricultura e
segurança alimentar.
Pedro Canga sustentou que as políticas e os instrumentos de acção para o
alcance desses objectivos estão plasmados no programa de desenvolvimento de
médio prazo 2013-2017, no plano plurianual de investimentos públicos 2013-2017. Para se atingir as metas preconizadas é imprescindível a geração de
conhecimentos, através da investigação
científica e a sua disseminação e transferência, por via de formação formal, ou informal. O Ministro da Agricultura sustenta que
é expectável, que os investimentos que
estão a ser feitos no domínio do sistema de
investigação agrária sejam direcionados
para a formação dos investigadores
construção das infraestruturas nas estações experimentais. As acções de formação de técnicos a todos os níveis e a profissionalização dos produtores deve se traduzir em ganhos económicos e sociais.
Aquele responsável diz que todos os
quadros do ramo
devem colocar a disposição da sociedade
as suas capacidades,
habilidades e conhecimentos, para crescermos mais e distribuir melhor.
O titular da pasta é de opinião que a
Agricultura deve ser um sector familiar,
tecnicamente assistido, protegido, financeiramente apoiado, e orientado para o
mercado e que ao mesmo tempo consiga
maximizar a segurança alimentar no seio
da família. Num outro horizonte, Pedro
Canga, encoraja o surgimento de um
sector empresarial agropecuário ou o
agro-negócio de pequena, média e
grande dimensão, incentivado e motivado
a produzir para o mercado interno.
A Dinamização da Industria e de outros
sectores com uma visão de a médio prazo
poder competir no mercado regional internacional com produtos agrícolas.
O titular da Pasta da Agricultura lembrou que estamos num mundo em que a
procura de alimentos é grande e o preço
sobe vertiginosamente e ciclicamente, e
as vezes não basta só ter dinheiro, é
preciso ter mercado.
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INAUGURAÇÃO
BAILUNDO GANHA CENTRO MATERNO
INFANTIL COM CAPACIDADE DE ATENDER
MAIS DE TRINTA PARTURIENTES POR DIA
Um investimento da FESA avaliado em um milhão e setecentos mil dólares
Ministro da Saúde José Van-Dúnem
inaugurou o Centro Materno Infantil
O Ministro da Saúde, José Van-Dúnem
inaugurou no dia 25 de Setembro de
2012, o Centro Materno Infantil do Bailundo, completamente remodelado e apetrechado pela Fundação Eduardo dos
Santos. Cerca de um milhão e setecentos
mil dólares é o montante que a Fundação
Eduardo dos Santos gastou para a reabilitação e apetrechamento do Centro que
comporta tecnologia de ponta. Com todas
essas condições criadas, proporcionar-seá melhor atendimento à mulher grávida e
aos recém-nascidos. O Hospital inaugurado compreende dois blocos operatórios,
uma sala pré-operatória, uma sala de partos, um berçário, um laboratório, várias
salas de internamento, e tem uma capacidade estimada de trinta camas.
No acto de inauguração do Centro, o
Ministro da Saúde José Van-Dúnem assegurou que o Centro Materno Infantil do
Bailundo, vem dar resposta, a mais um
desafio do executivo angolano. Pois como
disse, este Hospital tem as condições cri-
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FESA MAGAZINE
adas para prestar com qualidade os
serviços que a nossa população merece,
em cumprimento às orientações do
Presidente da República e Chefe do
Executivo, Presidente José Eduardo dos
Santos, em levar os serviços de saúde o
mais próximo da população. A população
do Bailundo, também mostrou-se satisfeita porque vai deixar de percorrer
longas distâncias, à procura de cuidados
médicos.
O Rei do Bailundo Armindo Kalupeteca que também presenciou a inauguração do Centro Materno Infantil, disse
que este acto representa um grande
ganho para a população e é uma dádiva
de Deus. O Rei acrescentou que “tivemos
muitos problemas no passado, uma
senhora grávida tinha de percorrer uma
longa distância numa estrada em péssima
condições, até ao Hospital do Chilume
para ter o bebê.”
Entretanto, o Director do Hospital Municipal do Bailundo, Evaristo Paulino Chissengue, e médico de Clínica Geral falou à FESA
MAGAZINE dos ganhos que o
Centro Materno Infantil trouxe
para a população do Bailundo.
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INAUGURAÇÃO
uma maternidade com serviços especializados de bloco
cirúrgico.
FESA MAGAZINE: Que benefícios o
Centro Materno Infantil do Bailundo
trouxe para as população desta localidade?
Director do Hospital, Evaristo Paulino
Chissengue: A princípio manifesto aqui a
minha grande satisfação em nome da
Direcção do Hospital Municipal do Bailundo, pelo facto de termos ganho mais
uma Unidade Sanitária, que num período
de aproximadamente 4 à 5 anos, esteve
paralisada e hoje conhece a sua efectiva
reabilitação com os esforços do Governo
Central e em particular da Fundação
Eduardo dos Santos. É evidente que o
Município do Bailundo ganha com este
Centro Materno Infantil, uma mais-valia na
prestação dos serviços de saúde, particularmente no domínio dos Serviços materno Infantil. Quando o Hospital esteve
paralisado, os partos distócicos eram
transferidos para a maternidade Central
do Huambo. Agora com esta Unidade
vamos deixar de evacuar todos os casos
distócicos.
F. M: qual é a capacidade de atendimento do centro?
E.P.C.: O atendimento deste centro não
foge aquilo que são as regras pelas quais
se denomina como Centro Materno
Infantil. A capacidade será, portanto, de
trinta camas.
F:M: Quais serão as especialidades
que o Centro vai atender?
E.P.C.: Em relação as especialidades nós
só teremos atendimento para materno
Infantil acoplado o bloco cirúrgico, isto é,
F.M. Os serviços de obstetrícia e ginecologia também serão atendidos neste
centro?
E.P.C.: Será um serviço integrado, isto é,
os casos de Ginecologia e obstetrícia
serão atendidos em simultâneo com as
consultas pré-natais.
F.M. Qual o número de trabalhadores
necessários para o funcionamento do
Centro?
E.P.C.: Em relação aos recursos humanos, “enfermeiras, parteiras “permitam-me
dizer que já existem, faremos apenas
transferência dos Serviços de maternidade
que estão a funcionar no Hospital do
Chilume para este Centro. Não teremos
problemas de recursos humanos. O que
faremos é apenas transferi-los e serem
colocados em tempo integral neste centro.
F. M. Qual será o número de médicos
necessários?
E.P.C.: Para além da equipe médico cirúrgica que precisamos, neste momento já
temos no Município do Bailundo, dois
gineco-obstetras, e a equipe de apoio ao
bloco cirúrgico. Precisamos também um
anestesiologista. Certamente no concurso
público que for feito, serão necessários
mais médicos de especialidade para
atender e fazer o seguimento de casos
que cursam com casos patológicos e com
a gravidez.
F.M: Quais os casos mais frequentes
no Hospital Municipal do Bailundo?
E.P.C.: Os casos mais frequentes no
Hospital Municipal do Bailundo são: as
doenças diarréicas agudas, doenças respiratórias agudas, as intoxicações e
acidentes. A malária já está em quarto
lugar na escala das patologias mais frequentes. Para ter uma noção, a Maternidade do Bailundo, atende cinco comunas,
incluído o Município sede. Nunca tivemos
excessos doentes face à capacidade
desta Unidade sanitária. Todas as comunas do Município têm centros de saúde
em condições de dar cobertura aos casos
que aparecem diariamente. Bom, a história nosológica das patologias mais frequentes contrariamente a um tempo atrás
estamos mais livres, porque o programas
malária e outros programas ligados a esta
patologia, deram um grande subsídio à
redução de casos à nível do país.
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WORKSHOP
WORKSHOP SOBRE GESTÃO
HOSPITALAR
No Brasil a Saúde é considerada um direito do cidadão e dever do estado.
Enquadrado nas festividades da
semana da Fesa, a província do Bié
albergou no dia 19 de Outubro de
2012,” o Workskop, sobre Gestão
Hospitalar” que decorreu sob o
lema” “Gestão Hospitalar e Serviços
de Municipalização da Saúde”, em
cerimónia orientada pelo Vice-Governador para área política e Social,
Carlos Ulombe, em representação
do Governador Provincial, Álvaro
Manuel da Boa Vida Neto.
Dirigindo-se aos presentes, o Vice-Governador para área Social, Carlos Ulombe,
destacou o importante papel que os
serviços de saúde desempenham para o
ser humano e mensurou os avanços téc-
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FESA MAGAZINE
nico-científicos que o ramo da saúde vem
conhecendo nos nossos dias. Aquele
responsável enumerou ainda a complexidade do ramo da saúde, que exige
homens qualificados e bem preparados
para dar resposta aos inúmeros problemas que o sector enfrenta.
Já o Professor João Luís Romitelli, de
nacionalidade Brasileira, prelector do
Workshop, dividiu o tema em duas partes:
a primeira serviu para fazer o historial
sobre a Constituição Brasileira que data
de 1988, onde a Saúde é considerada um
direito do cidadão e dever do Estado.
Também falou do Conselho Municipal,
Estadual e Nacional que tem a missão de
fiscalizar as acções aplicadas permanentemente, a reorganização com a hierarquização do sistema e controlo da porta
de entrada e formação de recursos
humanos.
Na segunda parte o Professor João
Luís falou da gestão Hospitalar e acrescentou que a Saúde não tem preço, mas porém
tem custos, análise de resultados e decisão
de investimentos. A gestão precisa de
recursos humanos, materiais e infraestruturas, na qual atende-se o paciente. João
Luís, é de opinião que o gestor tem de analisar a diferença entre o orçamento disponibilizado e o custo global “total”.
Noutros itens são sublinhados os conceitos de Centros de Saúde, isto é “Centros
de custos Produtivos, (enfermaria, Laboratórios), centros de Custos auxiliares e
administrativos e estatísticos. Ao finalizar, o
Professor João Luís, assegurou que nos
indicadores hospitalares deve-se produzir
vários relatórios para mensurar o seu exercício, com vista a facilitar a gestão e programação dos recursos para as unidades
Sanitárias.
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WORKSHOP
FUNDAÇÃO EDUARDO DOS SANTOS RELANÇA
PRÉMIO NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO
O Prémio está avaliado em vinte e dois mil dólares.
A Fundação Eduardo dos Santos realizou
no passado dia 25 de Julho de 2013, na
sua sede no Miramar a cerimómia de
relançamento do Prémio Nacional de
Alfabetização, avaliado em 22 mil dólares
americanos.
Ao falar na cerimónia, a Secretária de
Estado da Educação, Ana Paula Inês
recordou que desde a proclamação da
independência, o Executivo Angolano
assumiu a erradicação do analfabetismo
como prioridade para a elevação do nível
de vida do povo angolano.
Ana Paula Inês enfatizou que por
várias razões, durante algum tempo
houve uma interrupção no prémio 22 de
Novembro, instituído em 2000. Com a
aprovação do Decreto Presidencial que
estabelece o Plano Estrátegico de Revitalização da Alfabetização e a publicação
do despacho que regulamenta este
prémio, criaram-se as condições para o
seu relançamento. Aquela responsável
lançou um apelo às Igrejas , as Organizações Não-Governamentais, empresas
privadas e públicas e todos aqueles que
contribuem, individualmente na luta contra
o analfabetismo, para se candidatarem
ao prémio.
A Secretária de Estado alertou a
sociedade, e os órgãos de Comunicação
Social, da necessidade de tornar efectiva
a contribuição para o alcance dos objectivos do Plano Estratégico de Revitalização da Alfabetização, que visa reduzir
os níveis actuais de analfabetismo
para menos de 15 por cento até 2017.
“O compromisso de erradicar o analfabetismo deve ser de todo o angolano,
porque constitui uma das principais preocupações do Chefe de Estado Angolano,
para que os passos que têm sido dados
em prol do desenvolvimento de Angola
sejam sustentáveis, contando com uma
população educada, formada, qualificada
e alfabetizada”, sublinhou aquela governante.
O Prémio Nacional de Albabetização
denominado 22 de Novembro, está contido num vasto conjunto de medidas
assumidas pelo Ministério da Educação
na altura em parceria com a Fundação
Eduardo dos Santos (FESA), e a Comissão Nacional para a UNESCO, no domínio da mobilização social tendo em vista a
intensificação, aglutinação de esforços e
a pluralização coordenada de procedimentos na luta contra o analfabetismo
em todo o país.
Para a Vice-Presidente da FESA,
Antónia Nelumba, urge a necessidade de
relançar o Prémio Nacional de Alfabetização com vista a estimular todos aqueles
que se dedicam a transmitir os seus
conhecimentos as populações que ainda
não aprenderam a ler nem a escrever.
Antónia Nelunda acrescentou que esta
cerimónia surge na sequência da actividade realizada a 13 de Junho de 2013 na
Província do Bengo e que culminou com a
distribuição de material escolar às ONGs
e outras Instituições ligadas ao processo.
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ALFABETIZAÇÃO
FESA ENTREGA MATERIAL DE ALFABETIZAÇÃO À
ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL “AJUDA
DE DESENVOLVIMENTO DE POVO PARA POVO”
A cerimónia decorreu na cidade de Caxito, província do Bengo.
No Bengo, a entrega simbólica do material, foi feita pela vice presidente da Fesa,
Maria Antónia Nelumba, à organização
não-governamental ``Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo´´ (ADPP)
ante a presença da Vice-Governadora da
Província do Bengo, Dr.ª Etelvira Van-Dúnem em representação do senhor
Governador, João Bernardo de Miranda.
O material entregue é constituído por
lápis, borrachas, mochilas, cadernos,
entre outros.
Falando aos presentes, Antónia
Nelumba adiantou que as mutações
desenvolvidas no mundo não permitem
que o estado fique sozinho no comando
das Nações, por esta razão, o seu trabalho deve ser complementado com a
sociedade civil. E é Dentro desse espirito
que a FESA tem actuado como parceira
do governo, nas diferentes vertentes do
desenvolvimento.
Aquela responsável frisou ainda que a
Fundação, segundo o seu patrono,”
inspirou-se nos valores culturais das
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FESA MAGAZINE
comunidades e fez da sua fraternidade,
assegurar a assistência social, educação,
saúde, formação profissional e desporto.”.
Por isso a FESA está a trabalhar no sentido de poder apoiar os poderes públicos na
construção de um país próspero e
desenvolvido.
A Vice-presidente da FESA
referiu também que o Programa
Nacional de Alfabetização lançado
pela FESA tem como finalidade
contribuir no cumprimento das
metas definidas pelo país que se
circunscrevem na redução do analfabetismo até 10 por cento.
Aquela responsável da FESA,
salientou que o programa será
levado a cabo em 13 províncias do
país, consistirá na atribuição do
Prémio Nacional de Alfabetização
avaliado em 22.000.00 dólares
americanos, pagamento de subsídios a alfabetizadores contratados
pela FESA e distribuição de kits de
alfabetização.
Por outro lado, o Director
Nacional para Educação de adultos, Maculo Valentim Afonso, que
falou em representação da vice
ministra da Educação para o ensino geral, Ana Paula Inês, lembrou
que após a independência nacional, 85
por cento da população não sabia ler e
escrever, e hoje o país dispõe de quadros
qualificados que actuam nas várias
esferas da economia nacional.
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ALFABETIZAÇÃO
Por este facto, apelou as outras organizações a juntarem-se aos esforços do
governo, no sentido de darem o seu contributo na erradicação do analfabetismo.
Já a vice governadora provincial do
Bengo para o sector político e social,
Elvira Van-Dúnem, agradeceu o gesto da
FESA, sublinhando que urge a necessidade dos membros da sociedade civil e
outras organizações juntarem-se à estes
programas para que os mesmos tenham
êxitos.
Á governante salientou ainda que o
analfabetismo interfere negativamente na
vida dos cidadãos e impede que se
tornem autónomos, para isso, a alfabetização desenvolve as habilidades de
leitura aos alfabetizando e promove a sua
socialização. Elvira Van-Dúnem garante
que o programa estratégico para o
relançamento da alfabetização e recuperação do atraso escolar em todo país, que
teve início em 2007, constituiu um passo
fundamental para o alcance de um grande
desiderato que é o da eliminação do analfabetismo em que a FESA tem sido um
grande parceiro.
A Vice-Governadora para o sector
político e Social, salientou que sua Excelência Eng.º José Eduardo dos Santos,
afirmou por ocasião da tomada de posse
dos responsáveis da FESA, em 2010, que
o combate ao analfabetismo era uma
grande prioridade da Fundação e que a
mesma deveria apoiar os esforços do
Governo para que nos próximos 5 a 10
anos a UNESCO declarasse Angola como
um país livre do analfabetismo.
A Governante enfatizou que a Província do Bengo apresenta indicadores
elevados no domínio do analfabetismo,
tendo a sua maioria a viver em zonas
rurais, pelo que o governo local tem
procurado criar condições no sentido de
reduzir o número de analfabetos e impedir
o aumento de crianças em idade escolar,
fora do sistema escolar.
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ALFABETIZAÇÃO
TRINTA E UM MIL CIDADÃOS APRENDERAM
A LER E ESCREVER NA PROVÍNCIA DO HUAMBO
Entretanto, a Província do Huambo acolheu no dia 10 de Maio de 2013 a cerimónia de encerramento da 1.ª campanha
especial de alfabetização, aberta em
Julho de 2012 na Província do Bengo.
A campanha que decorreu sob o lema
“Angola alfabetizada, Angola em Marcha”
foi aberta em Junho de 2012, e até ao dia
10 de Maio de 2013 foram alfabetizados
31 mil cidadãos que frequentaram o
módulo I. As aulas foram asseguradas por
mil e 198 alfabetizadores voluntários que
circunscreveram a sua actividade nos
módulos constantes do programa de alfabetização e aceleração escolar em curso
no país.
O Governador em exercício da
Província, Francisco Fato, considera que
a primeira fase da campanha especial de
alfabetização na província, serviu para
potenciar os cidadãos de conhecimentos
que os ajudarão a ter noção das assimetrias existente nas zonas rurais, além de
permitir o alcance do melhoramento das
condições de vida das comunidades.
Francisco Fato pontualizou que o analfabetismo é um grande obstâculo para a
participação activa e consciente dos
cidadãos no processo de desenvolvimento do país.
Por seu lado, o coordenador da campanha especial de alfabetização na
província do Huambo, o vice-governador,
Guilherme Tuluca, ao balancear a
primeira fase da campanha disse que o
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ALFABETIZAÇÃO
governo da província está a desenvolver
um amplo trabalho no combate ao analfabetismo nas comunidades, para que todos
aprendam a ler e escrever. Assegurou
ainda que o governo do Huambo tem como
aposta o combate ao analfabetismo em
todas as localidades da província, cujas
repercussões políticas e económicas deste
mal podem traduzir-se na exclusão dos
cidadãos no exercício dos seus direitos.
Segundo Guilherme Tuluca, o Governo
do Huambo, manifestou o firme engajamento do Executivo local na continuidade
do processo de alfabetização, contando
com todas as formas vivas da sociedade
civil no sentido de tornar possível a “alfabetização familiar”. Destacou também o
engajamento das Forças Armadas Angolanas, da Polícia Nacional, das Igrejas
Evangélicas Congregacionais em Angola,
Católica, Metodista, Fé Apostólica, Adventista do 7.º dia, das Brigadas Deolinda
Rodrigues e Hoji-ya-Henda e do Movimento Nacional Espontâneo durante a
referida campanha. Entretanto, a Fundação
Eduardo dos Santos esteve representada
nesta cerimónia pelo Director Geral da
FESA, Dr. João de Deus Gomes Pereira,
em cumprimento as orientações do Patrono
desta Instituição para que a FESA, abrace
o projecto da Alfabetização, auxiliar o
Governo nesta ingente tarefa. Para o êxito
desta primeira fase da campanha especial
da alfabetização que decorreu em todo
país, a FESA foi o suporte principal do
cumprimento desta etapa, fornecendo o
modulo-I, cadernos, mochilas, lápis de cor
e outros materiais. Nesta cerimónia de
encerramento da primeira fase, FESA fez a
entrega ao Governo do Huambo, 10 bicicletas, 5 fogões, 5 aparelhos de Som,
5 televisores e 10 ventoinhas, para agraciar
os alfabetizadores pelo empenho e sacrifício que dedicam à campanha.
MINISTRO DA EDUCAÇÃO DIZ QUE
MUITOS CIDADÃOS ANGOLANOS
DESCONHECEM AS CONSEQUÊNCIAS
NEFASTAS DO ANALFABETISMO
A encerrar a Campanha Especial da
Alfabetização na escola Comandante Bula,
o Ministro da Educação, Pinda Simão,
admitiu que, a província do Huambo está
no rumo certo para a erradicação do analfabetismo até ao ano de 2013. Pinda Simão
felicitou o governo desta província pela iniciativa, tendo desafiado os governos de
outras províncias do país a
seguirem o mesmo exemplo.
O Ministro da Educação disse
que muitos cidadãos angolanos
desconhecem as consequências
nefastas do analfabetismo que
julga representar um mal que
impede todas as tentativas de
desenvolvimento pessoal e de
uma Nação. Segundo Pinda Simão, um país rico em recursos
minerais requere homens e mulheres formados, para transformá-los em factores de desenvolvimento. Por formas a reduzir
o elevado índice de analfabetismo que o país ainda dispõe, o
Presidente da República exarou
o decreto presidencial 86/12, de
16 de Maio, que aprova o Plano Estratégico de Revitalização da Alfabetização,
sendo este o instrumento orientador das
acções relativas à política do Executivo
para a erradicação do analfabetismo.
O Titular da Pasta da Educação sublinhou que a campanha nacional de alfabetização aberta a 12 de Junho de 2012,
pelo Ministério da Educação, visa a concretização dos objectivos do plano estratégico e de revitalização da alfabetização.
Pindá Simão disse ainda que, desde as
primeiras horas da independência nacional, o Governo Angolano esteve ciente do
fardo pesado que o analfabetismo constitui para o desenvolvimento do país e
assumiu, sempre, que a sua erradicação
dependia de uma conjugação de esforços
entre o Estado e a sociedade civil, como
um todo.
Assegurou também que a campanha
especial de alfabetização que hoje teste-
munhamos, demonstra uma visão estratégica do governo local. Acrescentou que
gostaria que este exemplo fosse seguido
pelas demais províncias do país. O plano
estratégico de revitalização da alfabetização visa “reduzir os níveis actuais de analfabetismo para menos de 15 por cento,
até 2017”. Pinda Simão salientou que “a
Província do Huambo está no bom caminho para o alcance deste objectivo”.
Agradeceu os esforços dos alfabetizadores e espera contar com a prontidão
dos mesmos na 2.ª campanha. Aquele
responsável máximo da educação garantiu que o Ministério que dirige desenvolve
esforços para resolver as dificuldades que
os alfabetizadores enfrentam no cumprimento das suas actividades. Ao finalizar a
sua intervenção, Pinda Simão agradeceu
o contributo que a Fundação Eduardo dos
Santos, está a desenvolver para a erradicação do analfabetismo em Angola.
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FORMAÇÃO DE QUADROS
JOVENS ANGOLANOS FORMAM-SE EM
PETRÓLEOS E GÁS NA VENEZUELA
A FESA já formou mais de 300 Quadros Superiores no Brasil
Um grupo constituído por 12 bolseiros
deixou Luanda no dia 27 de Setembro de
2012 com destino à República Federativa
da Venezuela para dar continuidade a sua
formação na área dos petróleos. Este acto
enquadra-se na implementação do acordo
rubricado no dia 22 de Março de 2012,
entre a Fundação Eduardo dos Santos e a
Universidade Bolivariana da Venezuela,
no domínio da formação no Ensino
Superior.
O primeiro grupo de estudantes que
seguiu para Venezuela foi seleccionado
pelo Instituto Nacional de Petróleos. Em
entrevista ao FESA Magazine, António de
Jesus Américo Pompílio, de 19 anos de
idade mostrou-se satisfeito a oportunidade proporcionada para dar sequencia
a sua formação. De acordo com o entrevistado, só com quadros capazes e bem
formados nas diversas áreas, Angola
poderá atingir a excelência em termos de
desenvolvimento sustentável.
Já o seu colega de viagem Edmilson
Jaime da Fonseca de 20 anos refere
igualmente que depois de terminar o seu
22
FESA MAGAZINE
curso espera regressar para contribuir
com os conhecimentos adquiridos e ajudar na reconstrução do país. Entretanto
Eva Claudete, a terceira integrante do
grupo, revelou que vai se engajar com
determinação nos estudos para em tempo
programado retornar à Angola.
E o Director do Instituto Nacional
de Petróleos (INP), Domingos
Francisco mostrou-se satisfeito com
as bolsas atribuídas aos técnicos
médios do Instituto de Petróleos que
com a oportunidade oferecida pela
Fundação Eduardo dos Santos,
poderão concluir a sua formação
superior naquele país da América do
Sul.
Domingos Francisco sublinhou
também que esta é uma oportunidade ímpar para os 12 bolseiros
assim como para o Instituto de
Petróleos, que há muito esperavam
por este momento. Muitos finalistas
do curso médio que terminavam os
seus estudos paravam sem ambição
de alcançar o nível superior. Muitos
deles ou eram encaminhados para
as companhias petrolíferas para trabalhar ou para outras Universidades,
mudando de curso a fim de prosseguirem os seus estudos, a nível
superior.
FORMAÇÃO DE QUADROS
Entretanto, Cerca de 280 técnicos superiores foram formados em várias especialidades na República Federativa do Brasil,
fruto de acordos de cooperação existentes
entre a Fundação Eduardo dos Santos
(FESA) e instituições universitárias daquele país, revelou em Luanda, o director-geral
da instituição, João de Deus. O director da
FESA avançou esta informação durante
uma entrevista no aeroporto internacional 4
de Fevereiro, quando se despedia do
primeiro grupo de bolseiros da FESA.
João de Deus Gomes Pereira assegurou que actualmente estão a estudar no
Brasil quadros angolanos que irão potencializar outras áreas com carências de
especialistas.
A fundação está igualmente a renovar
os convénios com a Universidade Estadual
de São Paulo, Universidade Federal do
Paraná e com o Centro Universitário de
Maringá, três instituições que recebem bolseiros da FESA naquele país da América
do Sul para formação superior.
Um dos principais pilares de intervenção social da FESA é a aposta na educação e formação universitária, daí a assinatura de acordos que tem efectuado com
diversas instituições de ensino superior e
universitárias de vários países.
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FORMAÇÃO DE QUADROS
FESA ENVIA FUTUROS INVESTIGADORES A PORTUGAL,
NO CAMPO DA INVESTIGAÇÃO BIOMÉDICA
QUADRO PORTUGUÊS ACONSELHA ANGOLA A INVESTIR SERIAMENTE NO CAMPO DA
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
No quadro da implementação do protocolo de parceria
assinado a 13 de Outubro de 2011, entre a Fundação Eduardo
dos Santos e a Fundação Calouste Gulbenkian, na área de
investigação científica, 4 jovens estão a efectuar estágio nos
centros de Investigação Científica em Portugal.
O Director Geral da FESA, Dr. João de
Deus Gomes Pereira, acompanhou os
quatro candidatos ao estágio em Portugal,
nomeadamente Nelito Barros, que está a
efectuar estágio no Instituto de Patologia
e Imunologia Molecular da Universidade
do Porto, Eugénia Ngambir, estagia no
Instituto de Higiene e Medicina Tropical da
Universidade Nova de Lisboa, Celestino
Massanga, no Instituto de Saúde Pública
da Universidade do Porto e Oureth
Amaral que efectua estágio no Instituto
Gulbenkian de Ciências.
A cerimónia de abertura do estágio
realizou-se no dia 2 de Abril do corrente
ano, na Fundação Calouste Gulbenkian
ante na presença de responsáveis desta
Instituição e investigadores convidados.
No acto, usaram da palavra a Directora do
Programa de Ajuda ao Desenvolvimento
da Calouste Gulbenkian, Maria Hermínia
Cabral e o Director Geral da FESA, João
de Deus Gomes Pereira, que nas suas
alocuções ressaltaram a importância da
investigação biomédica para a melhoria
do desempenho dos sistemas de saúde e
do desenvolvimento dos países. Nas suas
intervenções os responsáveis da Calouste
Gulbenkian e da FESA, fizeram menção
do défice de Laboratórios e de investigadores orientadores de estágio em
Angola. As duas partes ressaltaram a
necessidade das parcerias entre Fundações, baseadas no entendimento e
importância estratégica, a criação de vínculos e na clareza dos resultados para a
sociedade.
A reunião foi aproveitada pelo Professor Doutor Miguel Brito, adjunto da
Escola Superior de Tecnologia de Saúde
de Lisboa, para apresentar uma comunicação sobre metodologia de elaboração
dos projectos de investigação. Miguel
Brito falou sobre a prevalência das hemoglobinopatias realizadas na Província do
Bengo e escassez de informações de
Angola sobre os problemas de Saúde
Pública ainda existentes. O interlocutor
fez referência ainda sobre o que a investigação científica pode ajudar a resolver.
A terminar, o Prof. Doutor aconselhou
os estagiários a elaborarem projectos
realistas.
Já o Professor Dr. António Jacinto
apresentou um projecto de investigação
sobre medicina regenerativa que no futuro
poderá vir a ser uma autêntica revolução,
no campo da medicina. António Jacinto
aconselhou Angola a investir seriamente
na formação de investigadores.
No final dos trabalhos os participantes
concluíram que o protocolo de parceria
rubricado entre a FESA e a FCG está a
ser cumprido de acordo com o programado, e que periodicamente a Fundação
Calouste Gulbenkian enviará a FESA
informações sobre o desempenho científico dos estagiários, bem como enviará o
resultado final dos projectos de investigação. Uma outra cláusula contida nas
conclusões, sublinha que o Estudo sobre
HTA, na província do Bengo, foi publicado
na revista científica BMC Public Health, e
que o mesmo deverá ser publicado também em Angola. A Fundação Calouste
Gulbenkian dará ainda continuidade a
segunda fase ao estudo da prevalência da
HTA, com comparticipação financeira da
FESA, à semelhança da primeira fase.
Por último, concluiu-se que face ao défice
de investigadores em Angola, os próximos
estágios deverão ser integrados por um
número maior de candidatos.
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WORKSHOP
WORKSHOP
SOBRE EDUCAÇÃO
A Escola deve ter gestão democrática e participativa.
As Províncias do Cunene, Namibe e Zaire, albergaram a 3 de
Outubro de 2012, os Workshops sobre Gestão Escolar. Com
estes encontros, a FESA tem vindo a proporcionar uma ampla
abordagem e reflexão em torno da temática da formação de
docentes dotados de conhecimentos, factor intrinsecamente
ligado à qualidade de ensino.
Para a concretização deste objectivo, a
FESA convida todos os anos, palestrantes de nacionalidade Brasileira, que
com o seu saber transmitem conhecimentos e experiências.
Esses Workshops, têm contribuído no
melhoramento do comportamento dos
professores das várias regiões do país,
que em alguns casos carecem de troca de
experiência com professores de outros
países e níveis mais avançados. Estes
encontros têm contado com a participação
de responsáveis das Províncias, particularmente do sector da Educação e
gestores do sector da Educação. Um dos
pontos constatados foi de que a Escola
deve trabalhem com os encarregados de
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FESA MAGAZINE
Educação, para que a mesma esteja ao
serviço da Comunidade.
As conclusões aprovadas indicam que
de acordo com as prioridades de cada
estabelecimento escolar, a participação
de todos na solução dos problemas como
na tomada de decisões influenciam diretamente no trabalho da escola.
A gestão democrática e participativa
deve fazer com que a escola seja comunitária, por ser parte integrante da vida
social, política e económica de todos.
Os participantes aos Workshop, concluíram que: Deve-se conceber a escola
como espaço de aprendizagem, cabendo
ao gestor promover diálogo permanente
entre diferentes actores no processo de
ensino e aprendizagem.
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PARCERIA
FUNDAÇÕES ANGOLANAS PARTILHARAM
EXPERIÊNCIAS E TROCAM PONTOS DE VISTA
No encontro refletiu-se sobre as formas de autofinanciamento das Fundações
As Fundações existentes em Angola
reuniram-se no dia 28 de Março de 2013,
no Centro de Convenções de Talatona, no
primeiro encontro de Fundações, para
partilhar experiências, e trocar pontos de
vista sobre formas e mecanismos de
cooperação. A reunião que contou com a
participação da Fundação Sagrada
Esperança, Fundação Eduardo dos Santos, Fundação Lwini, Fundação Dr. António Agostinho Neto – FAAN, Fundação
Brilhante, Fundação Escon, Fundação
Sindika Dokolo, Fundação Madre Teresa
de Calcutá, Fundação Sol, Fundação
Kissama, Fundação Mulher com Cancro
da Mama, decorreu numa iniciativa da
Fundação Sagrada Esperança.
O Presidente da Fundação Sagrada
Esperança Dr. Afonso Van-Dúnem “M’Binda” que presidiu a sessão de abertura do
encontro, fez uma breve alusão ao percurso histórico das Fundações em Angola,
no período pós independência, até ao
reconhecimento oficial do estatuto jurídico
das Fundações, pela Lei 14/91, a chamada lei das associações. M’Binda referiu
que embora as Fundações detenham
estatutos diferentes em relação as associações e as ONG’s, elas podem ser consideradas parceiras económicas e sociais
desenvolvendo actividades complementares aos esforços do executivo em prol
do desenvolvimento.
O Presidente da Fundação Sagrada
Esperança, realçou também a importância
de se encontrarem mecanismos de cooperação entre as fundações no contexto
do desenvolvimento das comunidades
locais e regionais.
Já o representante da Fundação
Sagrada Esperança, Dr. Pedro Peterson
resumiu o primeiro encontro em quatro
pontos fundamentais que são: A necessidade de conhecimento e aproximação
entre as Fundações angolanas, Criação
conjunta de concertação e construção de
uma visão estratégica. Reflexão e análise
dos mecanismos de cooperação Internacional e a Possibilidade de criação de um
órgão representativo das Fundações.
Posteriormente as Fundações Eduardo dos Santos e a Kissama apresentaram
Slides, demostrando parte do trabalho
que vem realizando desde a criação
dessas Instituições. O momento foi
aproveitado pela FESA e Fundação Agostinho Neto para informar sobre o compromisso que têm de organizar no próximo
encontro das Fundações da CPLP, em
Angola. O Comunicado final sugere que a
Fundação Eduardo dos Santos organize
também o IIº encontro das Fundações
Angolanas a realizar-se em 2014.
Durante os debates Afonso VanDúnem “M´Binda” sugeriu a constituição
de um grupo de trabalho composto por
quatro Fundações, nomeadamente a
Fundação Eduardo dos Santos “FESA”,
Fundação Lwini, Fundação Agostinho
Neto e a Fundação Sagrada Esperança,
que terão como responsabilidade a elaboração do Programa de Acção e o Projecto
Geral das Fundações. Já a Presidente do
Conselho de Administração da Fundação
Lwini, Joana Lina, teceu algumas considerações tendentes a determinação dos
Timings da Organização e a instituição da
rede das Fundações angolanas e partilha
de compromissos internacionais.
No final dos trabalhos os participantes
concluíram que o encontro foi uma oportunidade ímpar para a troca de informações e conjugação de esforços na
persecução dos interesses comuns.
Doravante os encontros das Fundações serão anuais, liderança rotativa e,
deverá ser organizado pela FESA, cujo
local e o objecto a discutir de comum
acordo. Decidiu-se também que deverá
ser criado um grupo técnico de trabalho,
constituído pela FESA, LWINI, FAAN,
coordenada pela Fundação Sagrada
Esperança. Uma reflexão sobre as formas
de autofinanciamento das Fundações
também foi passada em revista pelos
paticipantes.
Encerrou o encontro das Fundações
a Vice-presidente da FESA, Dr.ª Antónia
Nelumba que fez uma abordagem sintética sobre o objectivo da criação da
primeira Fundação no país cujo objectivo
se consubstancia em auxiliar os poderes
públicos.
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EDUCAÇÃO E SAÚDE CONSTITUEM
OS SECTORES PRIVILEGIADOS
DAS FUNDAÇÕES DA CPLP
PALESTRA
O encontro analisou o relatório sobre o
progresso das metas de desenvolvimento
do Milénio no espaço da CPLP, experiências de Desenvolvimento da Sociedade Civil, a Intervenção de actores não
estatais, a Educação para a Paz Social,
Saúde e a Promoção dos Direitos Humanos. No final dos trabalhos, as Fundações concluíram que não obstante a crise
económica Mundial devem prestar o seu
volvimento do Milénio da CPLP, grande
parte dos países que integram está organização não vão alcançar os objectivos
até 2015.
Os encontros entre fundações da
CPLP, assumem um espaço privilegiado
de contacto, e permitem que as ONGs
Lusofonas trabalhem em redes e em articulações com os doadores para maior
eficácia dos seus programas.
O Secretário Executivo da CPLP,
Embaixador Murade Issac Miguigy Murarguy, encorajou numa mensagem os
presentes ao encontro e reafirmou a
necessidade da sociedade civil e das fundações a prosseguirem os objectivos
da comunidade através do dinamismo
apoio aos projectos de desenvolvimento
local, bem como a troca de experiência entre Fundações dos respectivos países.
Os participantes asseguraram que
uma vez que os desafios do desenvolvimento são globais, constitui campos de intervenção, as áreas da saúde e
Educação. O relatório elaborado pela
Fundação para o Desenvolvimento da
Comunidade de Moçambique, com apoio
da Fundação Calouste Gulbenkian, indica
que o progresso das Metas de Desen-
evidenciado com as iniciativas por elas
realizadas no espaço da CPLP.
Os participantes ao congratulam-se
com o anúncio da criação da Rede das
Fundações de Cabo Verde, que muito
contribuirá, para o trabalho em rede das
fundações e outras organizações do terceiro sector, bem como para a disseminação do saber-fazer e para a coordenação dos programas e acções.
Note-se que a próxima reunião das
Fundações da CPLP terá lugar em Angola
em 2014.
“Relatório da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade de
Moçambique, indica que muitos países não vão alcançar as Metas de
Desenvolvimento do Milénio da CPLP até 2015.”
Escrito por António Miguel
Trinta e duas Fundações representadas
por oitenta e duas Organizações de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique, Portugal e S. Tomé e Príncipe, participaram de 7 a 8 de Novembro de
2012, no nono encontro das Fundações
dos Países da Comunidade de Países de
Língua Portuguesa “CPLP”, que decorreu
nas Ilhas de Santo Antão e de São Vicente, em Cabo Verde.
A FESA, esteve representada pelo seu
Director Geral, João de Deus Gomes Pereira, enquanto que, a Fundação Agostinho Neto também esteve representada
neste fórum pela sua Presidente da
Fundação, Maria Eugénia Neto.
O Ministro da Habitação e Ordenamento do Território de Cabo Verde,
Dr. Antero Veiga, participou na sessão da
abertura da reunião que foi orientada pelo
Comandante Pedro Pires, na qualidade
de laureado com o prémio 2011 da
Fundação Moibrahin para a Excelência na
Liderança Africana a par do seu contributo o fortalecimento da democracia e do
desenvolvimento e da acção social,
Educação, e Saúde.
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PALESTRA
DISSERTA NO CUNENE SOBRE
A VIDA DE REI MANDUME
Historiadora Ana Maria de Oliveira
OHAMBA MANDUME YA NDEMUFAYO É O VERDADEIRO NOME DO “REI MANDUME OU REI DOS KWANHAMA”
Por: António Miguel
Este tema foi apresentado no workshop
realizado na província do Cunene, em que
foi prelectora a Dr.ª Ana Maria de Oliveira.
Falando perante governantes, responsáveis e estudantes, Ana Maria de Oliveira começou por fazer uma abordagem
sobre a ocupação do território angolano,
pelos Portugueses, que não foi uma obra
fácil, fruto da resistência feroz e tenaz de
alguns líderes que pela sua forma de
organização e pela sua determinação a
causa nacional e soberania do seu território, gravaram páginas gloriosas na
história da resistência Africana e em particular em Angola. Para a generalidade
dos países, é muito importante o papel
desempenhado pelas figuras que representaram a sua ancestralidade e esse
mesmo valor se pode aplicar aos países
Africanos que na sua maioria ascenderam a independência a partir da
segunda metade do século XX.
Angola é um país que se caracteriza
por uma longa história de luta e
resistência ao processo colonial e
não podia ficar indiferente a muitas
dessas figuras.
As obras iniciadas por esses
líderes serviram de alicerce ao nacionalismo moderno africano e impulsionaram outros líderes, a prosseguirem com a luta até as independências dos seus respectivos países.
Falando concretamente do Rei
Man-dume, a Dr.ª Ana Maria de
Oliveira, afirmou que Ohamba Mandume Ya Nde-mufayo, seu verdadeiro
nome ou mais conhecido por “REI
MANDUME” nasceu na povoação de
Elianganga – Cunene, por volta do
ano de 1890, filho de Ya Ndemufayo
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PALESTRA
e de Ndapona Yachikede. Rei Mandume
nasceu no seio de uma família oprimida
cujo pensamento estava ligado a sua terra.
Rei Mandume ascende ao trono do Reino
Kwanhama após a morte do seu Tio Nande
em 1911, aos 21 anos de idade, tornando-se no mais novo e famoso rei dos
Cuanhamas. Não apenas pela sua juventude e progresso político social que introduziu durante a sua governação, mas também pela firmeza, e caracter que tão habilmente demostrou ao enfrentar momentos
de dificuldades que caracterizaram o seu
breve e turbulento Reinado.
Os eventos traumáticos que ocorreram
durante o reinado de Ohamba Mandume
Ya Ndemufayo devem ser entendidos no
contexto de outros desenvolvimentos no
mundo, incluindo a primeira guerra mundial e a cobiça por territórios , pelos imperialistas Europeus, que avançavam para
África para assumirem a administração de
territórios, nomeadamente França, Grã-Bretanha e Portugal. Com a ocupação dos
territórios por estas potências, realiza-se
em 1854 em Berlim, uma conferência que
resultou na divisão de África e Angola,
é atribuída à Portugal. Nesta altura a
ambição da ocupação de Angola não era
apenas de Portugal, mas também da
Alemanha, Holanda, Finlândia e países
Nórdicos também tinha interesses por este
país.
A segunda guerra mundial não surgiu
por acaso, mas sim, é preciso ter presente
as motivações que originaram este acontecimento, e porquê essas motivações se
transportaram para África. A crise que se
vivia na Europa, parecida com esta que o
planeta terra vive nos nossos dias isto é no
século XXI, trouxe reflexos completamente
negativos para as economias dos países
28
FESA MAGAZINE
do Mundo naquela altura, facto que
obrigou muitos países à procura
de novas temáticas para suplantar a
situação.
Segundo a antropóloga, o Rei Mandume ao saber que Angola tinha sido
atribuída aos Portugueses, terra que não
lhes pertencia, ele interrogava-se e não
entendia porque é que sendo rei, respeitador das suas tradições, detentor de símbolos da cultura e da tradição, tinha de
abrir mão do seu território à favor de gente
estranha. Perante a resistência do Rei
Mandume, essa decisão forçou as tropas
Portuguesas a planear ataques ao território Kwanhama, Como consequência
trava-se a decisiva batalha de Mongwa,
que durou mais de três semanas. Nessa
batalha em 1915, o Jovem Rei Mandume
demonstrou as suas aptidões de luta e a
capacidade dos Malangas de Mandume
“soldados do Rei Mandume”. Ana Maria
de Oliveira, assegurou durante a palestra
que existem documentos que não se
encontram em Angola, onde os Portugueses reportam para Portugal, desconhecer a táctica adoptada pelo rei Mandume que provocou tantos desaires ao
exército Português que era fortemente
armado. Ainda neste mesmo ano, o
exército Britânico envia emissários para
aconselharem o Rei Mandume, a recuar
as suas forças para o Sul, em direcção a
Ondjiva, para permitir negociações entre
as Forças Portuguesas e Britânicas, na
margem direita do Rio Cunene, face as
derrotas infligidas ao exército Português.
Segundo a antropóloga, o Rei sendo
homem de bom senso, aceita o conselho
e orienta os Malangas a recuarem das
posições que ocupavam para Ondjiva. Na
altura em que as forças do Rei Mandume,
se retiravam as colunas Portuguesas reagrupam-se em convivência das tropas
Britânicas, Portuguesas e Sul-africanas a
avançarem para Ondjiva, ocupando os
espaços deixados pelos Malangas.
O recuo do Rei para OIHOLE, via
Namacunde, permitiu a destruição do seu
Palácio “OMBALA”, para impedir que as
tropas coligadas recuperassem todas as
informações guardadas, que eram objectos importantes da tradição Kwanhama e
da sua cultura. O Rei Mandume estabelece a sede do seu “Palácio do Rei Kuanhama”, na residência de um dos seus
credíveis conselheiros, Yokuma Oshilon-
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PALESTRA
gifua, tornando-se a zona da acção, onde
ordenava os combates que desferiam
rudes golpes as forças combinadas.
Face a situação, as tropas coligadas
estendem os seus soldados nas regiões
de Namacunde, Ondjiva e OIHOLE.
Como consequência de perdas de militares e equipamentos por parte das
forças Portuguesas, Britânicas e Sul-africanas, em Dezembro de 1016, o Rei
dos Kwanhama, recebe um ultimato de
um oficial Britânico de inteligência, onde
lhe propunha rendição ou destituição do
trono, ou a divisão do seu povo. Nesta
altura, o Reino Kwanhama começava
aproximadamente na Huíla e estendia-se
até cerca de 80 quilómetros dentro do território Namibiano. O Rei Mandume foi
intransigente na região de Oihole e segundo relatos da conversa registada e transcritos por Britânicos, o Rei Mandume
disse “SE OS SOLDADOS ME PROCURAM EU ESTOU AQUI, PODEM VIR
CAPTURAR-ME, NÃO FAREI O PRIMEIRO DISPARO, MAS SOU O AMO E
NÃO UM ANTÍLOPE NOS BOSQUES,
LUTAREI ATÉ À MINHA ÚLTIMA BALA”
palavras de um homem valente.
Falhadas as tentativas de suborno ao
Rei, as forças Portuguesas e Britânicas
desencadeiam mais uma grande ofensiva
militar, onde sairam derrotados e capturado todo material de guerra, incluindo cavalos. Nestas batalhas destacam-se os
comandantes Shikololo Shahanula, Hamukoto Wakapa, Maholo Bahavinga,
Hangula Yakangade e Alkashiko Hmukoto, todos conselheiros do Rei Mandume.
Essas derrotas obrigaram o comandante
das forças Britânicas, Major Melin a solicitar ao chefe das tropas do seu país para
o envio de carros blindados e outro material bélico para derrubar o Rei Mandume.
Importa aqui referir que nesta altura o
rei Mandume tinha óptimas relações com
Alemanha, que proporcionava a compra
de material de guerra, vestuários e outros
meios. Nessa mesma época, os Alemães
e Bowers representavam interesses completamente diferentes dos Portugueses.
Ana Maria de Oliveira ressalta que
nessa altura em que decorriam os confrontos, a região Kwanyama registava
uma seca de grandes proporções que
originou uma fome que se prolongou por
muitos anos, e perante a situação, alguns
aliados directos, comandantes e populares aliados ao Rei Mandume, desmembraram-se e começaram a prestar informações aos Portugueses. Mesmo com a
fuga de populares e fome que se fazia
sentir na região, o Jovem Rei manteve-se
intransigente e firme a lutar pela sua
soberania.
Com a recepção de tanques e outros e
mais homens, as forças portuguesas e
Britânicas aliadas aos alemães desencadeiam uma forte ofensiva rumo ao
Palácio, do Rei para forçar o rei Mandume
a subjugar-se e ou capturá-lo vivo. O Rei
Mandume manteve-se inegociável e firme
a sua convicção. Ele nunca seria capturado vivo e nem submeter-se-ia a servidão.
Fazendo contrário aos soldados, o Rei
Mandume reafirmou o seu propósito de
não ser capturado ou morte pelas
forças inimigas. Ele próprio tirou a sua
vida, em Oyole ao 6 de Fevereiro de
1917.
De salientar que de 1913 a 1916 o Sul
de Angola e Norte da Namíbia viveram a
mais severa estiagem, jamais vivida nesta
área no século XX. A prolongada e catastrófica estiagem originou a seca do pasto e
na calamitosa fome na região, agravada
pelo bombardeamento dos carros blindados que devoraram todas essas plantas e
pastos.
Capturado o seu corpo, as tropas
Portuguesas submeteram-no a sevícias,
cortaram a cabeça e levaram-na a Namíbia
e o resto do corpo enterrado em Angola.
Em reconhecimento à coragem e
intransigência do Rei Mandume, o Governo Angolano, ergueu um memorial, que foi
inaugurado em 2002 pelo Presidente de
Angola, eng.° José Eduardo dos Santos e
pelo então Presidente da Namíbia, Sa
Nujoma. Importa aqui referir que o Rei
Mandume foi escolarizado por missionários protestantes alemães, no então
Sudoeste Africano Alemão, actualmente
Namíbia.
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A Província
do
Kuando-Kubango está,
situada no sudeste do país.
É limitada a norte pelas províncias do Bié e Moxico, a leste pela
República da Zâmbia, a sul pela República da Namíbia e a oeste pelas províncias
do Cunene e Huíla. A capital da província é a
cidade de Menongue e dista de Luanda por
1051 km. Tem cerca de 140.000 habitantes e é a
segunda maior província de Angola com uma
superfície de 199.049 km².
A Província do Kuando Kubango é constituída pelos
municípios de Calai, Cuangar, Cuchi, Cuito Cuanavale, Dirico, Mavinga, Menongue, Nancova e Rivungo.
é conhecida actualmente como «Terras do Progresso»,
devido ao seu potencial económico virgem.
A população desta província é a que menos estudou em
Angola. Com vista a elevação do nível desta população a província conta com um Instituto Superior
Politécnico. As suas características incluem as de ter
um peso demográfico muito fraco e de consistir de
grupos relativamente pequenos e dispersos, com
uma notável mobilidade geográfica (que inclui a
Namíbia, o Botsuana e a Zâmbia), e a frequente
junção ou divisão destes grupos. Estas características mantiveram-se desde antes da ocupação colonial e continuam depois do acesso de Angola à independência .
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KUANDO KUBANGO
KUANDO KUBANGO
Agricultura no Kuando Kubango
A AGRICULTURA PRATICADA NA PROVÍNCIA
DO KUANDO KUBANGO ESTÁ LONGE
DE ATINGIR OS NÍVEIS DESEJADOS
Província do Kuando Kubango registou a primeira colheita de arroz, no Município do Longa
O Director Provincial da Agricultura
no Kuando Kubango, Manuel Mateus
Alexandre revelou que o ramo que dirige
funciona de forma incipiente e conta
actualmente com 21 técnicos superiores e
10 técnicos médios, que garantem toda a
actividade agrícola na província. De acordo com o responsável da agricultura,
neste momento a população da província
pratica agricultura familiar que garante a
sustentabilidade das famílias. No seu
entender, a província espera por dias
melhores a julgar pelas solicitações de
empresários que pretendem investir na
região do Sudoeste de Angola.
O Kuando Kubango possui terras
aráveis para a prática da agricultura e
para a criação de animais. Pela originalidade e fertilidade dos seus solos pode ser
considerado virgem, sustenta o responsável da agricultura naquela região do
sudoeste de Angola. Segundo o director
Provincial da agricultura no seu solo produz-se milho, arroz, massango, massambala, soja e também é fertíl para a criação
do gado bovino, caprino e suíno.
PROVÍNCIA DO KUANDO KUBANGO
REGISTOU O ANO PASSADO
A PRIMEIRA COLHEITA DE ARROZ
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KUANDO KUBANGO
A província do Kuando Kubango registou o ano de 2012, a primeira colheita de
arroz totalizando 1.500 toneladas produzidas na localidade do Longa. O projecto
Longa-Industrial contempla o cultivo, safra
e empacotamento deste produto. O projecto é garantido pelo Governo Angolano,
sob gestão da GESTERRA, segundo fez
saber o delegado da Agricultura Manuel
Mateus Alexandre. A segunda fase da
colheita do arroz realizou-se em Setembro
de 2013. O Projecto tem como mão de
obra, a população das aldeias circunvizinhas da localidade do Longa.
Esté é o primeiro passo que se dá no
sector da agricultura na província, embora
todo o trabalho que se realiza seja ainda
incipiente. Nos últimos tempos a província tem vindo a registar muitas solicitações de empresários que pretendem
investir no cultivo da soja, da cana-de-açúcar, da criação do gado bovino e caprino. Manuel Alexandre acrescentou que
existem ainda solicitações para a prática
da apicultura (criação de abelhas), da
aquicultura (criação de peixe) e a exploração da madeira nas localidades de
Menongue, Dirico, Kuangar, Kuxi, Mavinga e Rivungo. Neste momento alguns
empresários já exploram madeira nos
munícipios do Dirico, Kuangar, Kuito
Kuanavale e Kuxi.
Quanto às dificuldades do sector,
Manuel Alexandre diz tratar-se de ordem
institucional, como os recursos humanos,
infraestruturas de apoio à produção,
matadouros, cilos, assim como câmaras
de conservação de produtos. A falta de
instalações nos municípios para albergar
técnicos é outro assunto que mereceu
a atenção do director da Agricultura,
durante a entrevista. Para além dos
esforços que se desenvolvem para a
renovação do potencial genético das
sementes na província, Manuel Mateus
Alexandre apelou aos empresários e criadores de animais a investirem no Kuando
Kubango.
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KUANDO KUBANGO
SECTOR DA INDÚSTRIA NO KUANDO KUBANGO
ESTÁ A CONHECER DIAS MELHORES
Desenvolvem-se esforços para a implementação da indústria
na província do Kuando Kubango
Falando sobre o sector que dirige,
o Director Miguel Dala disse que
o Conselho Consultivo dos Ministérios da Indústria e Geologia e
Minas realizado no Kuando Kubango, determinou a realização de
estudos para o levantamento geológico e pesquisa do diamante nos
Municípios de Mavinga e Kalai.
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FESA MAGAZINE
O Director Provincial do Ministério da
Indústria e Geologia, Minas na Província
do Kuando Kubango, Miguel Dala, afirmou que o Sector que dirige tem vindo a
conhecer dias melhores, comparativamente com os anos passados. Falando em
exclusivo a Revista FESA Magazine,
Miguel Dala assegurou que face ao desenvolvimento sustentável que se regista em
todo o país, a Província do Kuando Kubango não pode ficar indiferente. Neste
momento a província conhece acções
diferentes no ramo da Indústria.
Falando concretamente da Indústria
transformadora, Miguel Dala frisou que
face ao actual contexto económico, a
província conta com 40 padarias, que
garantem o alimento indispensável para a
vida da população de todos os Municípios
do Kuando Kubango e moagens cujo
número não foi determinado.
Aquele responsável frisou ainda que
no campo da Indústria Extrativa ocorrem
melhorias significativas resultantes do
empenho do Executivo Angolano. A província possui também pequenas indústrias que se dedicam a extração de meios
que servem de apoio a construção de
infraestruturas sociais, rodoviárias, portuárias, assim como o aeroporto. Miguel
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KUANDO KUBANGO
Dala sustentou que as Britadeiras existentes na província estão a apoiar nesta
fase a construção civil. Em termos de
exploração de recursos minerais, Miguel
Dala enfatizou que decorrem trabalhos de
prospecção do cobre, do ferro e outros
minerais em toda a dimensão da província.
No entanto, no Conselho Consultivo
do Ministério da Geologia e Minas que decorreu no Kuando Kubango, determinou-se a realização de estudos para o levantamento geológico e pesquisa do dia-
mante nos Municípios de Mavinga e Calai.
O director salientou que uma representação da Endiama e da Ferrangol realizam
estudos para determinar os recursos existentes em Mavinga. Aquele responsável
deixou claro que o Governador Provincial
Higino Carneiro tem estado a imprimir
uma nova dinâmica para que os investidores interessados em obter licenças de
exploração de recursos minerais possam
obtê-las na província. Relativamente ao
ouro, garantiu que aguardam pelos resultados laboratoriais que vão determinar
quais as potencialidades que a província
possui.
Quanto a exploração da Madeira
dá-se os primeiros passos, tendo em
conta que o Kuando Kubango é uma
potência neste campo. Já existem empresas que exploram madeira, no Dirico, e
Kuangar, e os resultados são bons, sustenta o Director da Industria. Segundo fez
crer Miguel Dala, toda a prioridade vai
para os angolanos interessados em explorar madeira e outros recursos no Kuando
Kubango. Caso não tenham recursos, os
angolanos devem constituir parceria com
empresas estrangeiras detentoras de
tecnologias.
Falando da concessão de créditos
na província, Miguel Dala enfatizou que
todos os interessados em invistir na
província devem recorrer aos créditos
bancários, com projectos devidamente
elaborados para levar avante esta actividade.
A concluir a entrevista, apelou aos empresários e a todos os interessados a investirem na província do Kuando Kubango, virgem e rica em recursos naturais.
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KUANDO KUBANGO
CONSELHO DE MINISTROS APROVA PLANO ESTRATÉGICO PARA
A ACTIVIDADE COMERCIAL NO KUANDO KUBANGO
DIRECTOR PROVINCIAL DO COMÉRCIO FALA
EM ENTREVISTA À FESA MAGAZINE DA
ACTIVIDADE COMERCIAL NA PROVÍNCIA
O Sector do Comércio no Kuando Kubango tem vindo a registar dias
melhores, em relação aos anos anteriores. Segundo fez saber o Director
do Comércio, Luís Francisco que falava em entrevista à FESA Magazine.
Neste momento estão a trabalhar num programa estratégico aprovado
pelo Conselho de Ministros que contempla todos os sectores da vida
económica da província e em particular o Sector do Comércio, com vista
à sua extensão a toda a dimensão da província
36
FESA MAGAZINE
Luís Francisco acrescentou que actualmente, a actividade Comercial está a ser
desenvolvida em 9 municípios, sendo uns
com maior relevância em relação aos outros. Os Municípios de Menongue, Kuchi,
Kuito Kuanavale e Nankova, e Kuangar
por exemplo, estão mais avançados em
termos de actividades comerciais em
relação aos municípios de Mavinga,
Nancova, e Kuito Kuanavale... Já os
municípios fronteiriços do Rivungo, Dirico,
e Kalai e Kuangar dão passos lentos em
virtude da degradação das vias de
acesso. Estes condicionalismos impedem
a deslocação dos comerciantes que pretendem desenvolver a actividade comercial nestas localidades. O pouco que se
faz é graças as picadas que haviam sido
abertas em tempo de guerra. As estradas
que dão acesso a essas localidades já
foram adjudicadas a empresas que vão
trabalhar na sua recuperação, para facilitar a transportação de pessoas e bens.
De acordo com Luís Francisco, a delegação do Comércio no Kuando Kubango
controla actualmente 1.320 estabelecimentos comerciais, divididos em 68 estabelecimentos grossistas, 729 estabelecimentos de comércio precário, 306 comércio geral e 55 estabelecimento de prestação de serviço. Quanto a proveniência
de produtos para a província, o responsável do Comércio disse que grande parte
desses meios são provenientes dos
Portos do Lobito, Namibe, Luanda e
Namíbia.
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KUANDO KUBANGO
O Director do Comércio no Kuando
Kubango disse ainda que de acordo com
as directrizes do Conselho de Ministros, o
Governo da Província está a trabalhar
para inverter o quadro de abastecimento
de produtos à Província, uma vez que
esta parcela do país possui terrenos
férteis para a prática da agricultura.
Segundo ele, com o incremento da agricultura nesta região irá reduzir significativamente a importação de produtos
alimentícios. Luís Francisco frisou que
com o comboio em funcionamento, a
província ganhou muito na transportação
de produtos, motivo que já originou a
baixa de preços no mercado. Frisou também que o poder aquisitivo das populações ainda é baixo porque não existem
lugares onde possam comercializar os
produtos produzidos localmente. Luís
Francisco acrescenta que a entrada de
empresários na província, vai permitir
maior transação de produtos do campo
para a cidade e o poder de compra dos
camponeses poderá ser maior.
MENONGUE, A CAPITAL, SÓ POSSUI
TRÊS HOTÉIS, E APENAS UM ENCONTRA-SE EM FUNCIONAMENTO
Debruçando-se sobre o Sector da
Hotelaria, Luís Francisco frisou que o
Sector do Comércio controla actualmente
3 Hotéis dos quais apenas um está em
funcionamento. A província possui ainda,
um complexo Turístico, 8 pensões e 19
restaurantes. No total, a província possui
194 quartos com 279 camas. Neste
momento, a província tem capacidade
para atender 844 lugares em restau-
rantes. Aquele responsável acrescenta que o sector controla também
parques turísticos no Município do
Cuchi, Matrungungo, Matoto, Kakina
e no Sector do Turismo existem as
aréas da caça de Mavinga e
Mucusso.
Quanto aos preços que se praticam nos restaurantes, o director
Provincial do comércio acrescentou
que estes variam em função dos
serviços prestados em cada unidade
hoteleira. É isso que permite a
mutação de preços nas unidades
hoteleiras. Segundo Luís Francisco,
muitos investidores estão a solicitar
autorização para a construção de
Hotéis e outras unidades.
Para o responsável do Comércio, neste momento a província
conta com o projecto Transfronteiriço “Okavango-Zambeze”, que
está a conhecer os seus avanços.
Nos últimos tempos a província tem
sido a sede de reuniões dos Ministros ligados ao Projecto Casa-Okavango que traçou importantes
linhas de acção para a concretização do projecto. O mesmo vai contemplar a construção de Unidades
Hoteleiras de 3, 4 e 5 estrelas, bem
como a construção de lodges para albergar turistas e outros interessados.
Os países que integram o projecto
Casa Okavango-Zambeze são: Angola,
Namíbia, Zimbabwe, Botswana e Zâmbia.
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KUANDO KUBANGO
DORIS NAFILO
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO KUANDO KUBANGO
Director do Instituto Superior Politécnico do Kuando Kubango, Doris Nafilo é
licenciado em Pedagogia pela Universidade do Huíla, e doutorado em didáctica de
línguas pela Universidade de Besançon de França. Doris Nafilo é um homem com
longa experiência no campo do Educação e Ensino.
vação ou por questões profissionais ou de
saúde. Quando digo profissional, há quem
não tenha tempo para estudar de manhã
ou noutro período porque o serviço aperta
e acabam por desistir. Outros ainda por
transferências para outras províncias.
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
DO KUANDO KUBANGO DEBATE-SE
COM FALTA DE ESPAÇO
FESA MAGAZINE. Fale-nos do funcionamento deste estabelecimento de
ensino.
Doris Nafilo. Começo por agradecer as
iniciativas do Governo e do Ministério do
Ensino Superior pela abertura desta instituição académica, porque até ao ano de
2009, esta era a única Província que não
possuía um estabelecimento de Ensino
Superior. Muitos jovens que terminavam o
ensino médio não tinham possibilidade de
prosseguir os seus estudos. Os alunos
cujos pais tinham possibilidades prosseguiam os seus estudos noutras províncias e quando terminavam os cursos já
não regressavam.
A abertura do ensino superior nesta
parcela do país foi uma iniciativa bem
tomada para motivar os jovens a fazer
aqui o ensino superior e facilitar aqueles
que acabaram o ensino há décadas
a prosseguirem com os seus estudos.
Quando o Instituto foi implantado, o
universo estudantil tinha uma idade média
de 40 anos, mas nesta fase a idade, ronda
entre os 18 e 20 anos. E também já contamos com alunos provenientes das
províncias de Luanda, do Bié, da Huíla e
do Huambo.
F. M. Quantos estudantes estão inscritos neste estabelecimento de ensino?
D.N. Este estabelecimento de ensino
conta com um universo de 1.260 estudantes. Isto nos três períodos, manhã,
tarde e noite. No período da manhã, funciona o 1.º e 3.º ano. No período da tarde
funciona o 2.º e 4.º ano e no período da
noite funciona o 1.º ao 3.º ano.
Quando abriu o Instituto em 2009 a
escola contava com uma comissão de
gestão e tinha apenas um curso, o de
biologia com 60 estudantes que hoje são
finalistas com apenas 20 estudantes.
F. M. Quais os aspectos que estiveram
na origem da desistência de muitos
estudantes?
D. N. A razão da desistência dos estudantes pode ser pessoal, falta de moti-
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FESA MAGAZINE
F. M. Como caracteriza o Ensino
Superior no Kuando Kubango, acredita
que a tendência é aumentar o número
de estudantes?
D. N. A província está a renascer, o
Ensino Superior é uma nova realidade,
por isso, gostaria que houvesse outras
Universidades, para que haja concorrência. Neste preciso momento o Instituto
Superior Politécnico é a única na província, filiada a terceira região académica da
Universidade da Huíla.
Neste momento temos apenas três
aéras que estão a ser exploradas, nomeadamente a área de Educação, Saúde e
área das engenharias. Na área de Educação deveriam estar mais abertos os
cursos atinentes a este ramo, que são
pedagogia, psicologia, etc., mas neste
momento temos dois cursos, o de Biologia
e Matemática.
E na área de enfermagem segundo o
nosso programa estão previstos 5 cursos,
enfermagem geral, análises clínicas, psicologia clínica, saúde pública e RX.
Actualmente está apenas a funcionar um
curso que é enfermagem geral. Teve início em 2013 o curso de informática e
gestão de empresa, ligadas as engenharias.
A Direcção deste Instituto Superior
Politécnico está preocupada com a falta
de espaço para albergar a direcção da
Escola e recursos humanos. Quando falo
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de recursos humanos qualificados na
província este é um grande “Handicap”.
Nós não podemos cruzar os braços,
esperando que o Governo faça tudo. O
Instituto tem um pequeno orçamento que
está sendo gerido e com ele faz-se aquilo
que o governo não está a realizar. Por
exemplo, apetrechamos o anfiteatro que o
governo construiu, adquirimos os materiais completos para os laboratórios de
informática e enfermagem. Os materiais
que compramos para o laboratório de
enfermagem, não existe em nenhum
Hospital Municipal, inclusive o Hospital
Central da Província. Os enfermeiros
reconhecem esta vantagem. Também
compramos os materiais de laboratório de
Biologia que ainda não estão montados
por falta de espaço. Durante os quatro
anos lectivos, os alunos nunca tiveram
uma aula prática de laboratório. A escola
tinha apenas 12 salas de aulas das quais
sacrificamos cinco e ficamos com sete. Há
uma sala que serve de Biblioteca, duas
salas para informática e uma sala para
laboratório.
F.M. Noutros países os alunos começam o estágio a partir do segundo ano
da Faculdade é possivel fazer-se isto
nesta província?
D. N. Depende dos cursos que nós temos,
isto implica assinar acordos e memorandos com algumas empresas, por causa do
curso de informática e gestão de empresa. A partir do terceiro ano, o nosso regulamento prevê que todos os estudantes
defendam uma monografia para transitar
para o quarto ano.
Por exemplo os estudantes que
seguem pedagogia começam o estágio a
partir do segundo ano, com professores
que os acompanham. A outra vantagem é
que muitos destes alunos já são docentes,
apenas estão a colmatar as dificuldades
da parte teórica. Na enfermagem também
acontece o mesmo e para aqueles que
não são enfermeiros as aulas práticas
começam no primeiro ano.
F.M. Quantos professores tem a instituição?
D. N. O Instituto Superior Politécnico do
Kuando Kubango tem um universo de 48
professores, dos quais apenas três angolanos e os restantes são Cubanos.
F. M. Fale-nos do apoio que recebe do
Governo da Província.
D. N. Quando a escola abriu eu ainda não
estava na Província. O Instituto chegou a
receber três viaturas ligeiras, dentre eles,
dois Toyotas Hiluxs dupla cabine, um mini
autocarro com capacidade de 15 lugares
para apoiar os professores. Encontrei
apenas dois, o mini autocarro, o Toyota
Hilux e uma carrinha de marca ZZ Nissan,
mas esta já era velha. Neste momento a
carrinha está avariada, o mini autocarro
acidentou e encontra-se na oficina sem
solução.
Nós adquirimos recentemente um
mini autocarro com capacidade para 30
lugares, mais 3 toyotas Hilux cabine dupla
e um turismo para apoiar os membros
de direcção e os directores.
O Governo tem muitas preocupações,
mas nunca nos abandonou, e fruto deste
empenho do Governo à província está a
renascer e não pode prestar atenção a
100% à nossa Instituição. Por falta de
instalações adquirimos contentores onde
funciona o gabinete do Director.Também
atribuiram-nos 15 residências onde vivem
os professores e ainda faltam casas para
os restantes professores. Estas casas
não ofereciam condições de segurança.
Sempre que se deslocavam de férias, as
residências eram assaltadas, razão pela
qual gradeámos as janelas e construímos
quintais. Também ampliámos as casas
com anexos, suites, salas e cozinhas
onde residem parte dos professores.
Entregaram-nos mais 5 residências e
falta receber sete.
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KUANDO KUBANGO
CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DO MISSOMBO,
NO KUANDO KUBANGO, CAMINHA PARA
DEGRADAÇÃO COMPLETA
Actividade Cultural no Kuando Kubango vai dando bons indicadores
O Director Provincial da Cultura no Kuando
Kubango, Luís Paulo Vissunjo afirmou que
a actividade Cultural á nível da província
está no bom caminho e já com bons indicadores. Antigamente contava-se com dois
a três músicos, actualmente a província
conta com 62 músicos e 10 artesãos, contrariamente aos dois que existiam anteriormente.
«Nesta fase, debatemo-nos com falta
de formação de artistas e músicos”.
Os que vão trabalhando, fazem-no de
forma empírica, a exemplo das artes plásticas, dos músicos e as dançarinas. A falta
de uma escola de formação de arte é o
calcanhar d’Aquilles. Mas, acredito que
com o estudo de viabilidade em curso para
a construção do Centro Cultural e Recreativo de Menongue, o problema estará
resolvido»
No que diz respeito a grupos de dança,
a província controla um grande número
de dançarinas. No passado contávamos
apenas com o grupo de dançarinas dos
Nganguelas, mas hoje sem receio de errar,
controlamos as dançarinas dos grupos
Koissan, os vassekele “capampa”, os
Kuangares, os Champios e outros grupos
etnolinguísticos – concluiu o Director Provincial da Cultura.
Falando de infraestruturas, Luís Paulo
Vissungo diz que a província conta com um
número limitado de infraestruturas culturais, porque grande parte delas encontram-se destruídas pela guerra que assolou o
país. Estamos a falar do Forte Mbongue ya
Canjema, no Kuxi, o campo de Concentração do Missombo e outras infraestruturas, como as Igrejas. Falando sobre o
campo de concentração de Missombo o
Director da Cultura no Kuando Kubango
acrescentou que as infraestruturas estão a
degradar-se por falta de intervenção.
Antigamente o campo do Missombo estava
sob controlo das Forças Armadas Angolanas “FAA”, nessa altura estava minimamente conservado, mas hoje, caminha
para a sua degradação completa.
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Existem esperanças de reabilitação,
face à promessa do Governador da
Província, Higino Carneiro. Por esta
razão, nós estamos esperançados de
que a qualquer momento poderá realizar-se esse sonho. O Campo de Concentração do Missombo é uma referência,
para o país, porque muitos patriotas
passaram por esta prisão e outros
perderam as suas vidas.
O Director Provincial da Cultura sublinhou por outro lado que neste momento
está em construção na cidade de Menongue, a estátua do soberano Mwana-Vunongue, homem que se bateu contra a
ocupação colonial Portuguesa. Este memorial está quase na fase derradeira ou
conclusiva e espera-se pela chegada da
estátua.
Falando dos Reis que lutaram contra o
colonialismo português no Kuando Kubango, Luís Paulo, afirmou que ao nível
desta parcela do país, não podemos
destacar o contributo prestado por apenas
um rei, porque são muitos os que se engajaram neste processo da libertação de
Angola. Exemplo, o Rei {Mukuva} Muana
Mukuva travou grandes batalhas contra
os colonialistas Portugueses, no Município do Kuchi, o Rei Bingo Bingo,lutou no
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KUANDO KUBANGO
Município do Kuito Kuanavale, a Rainha
Lucinga, lutou na Comuna do Caiundo e
na comuna de Chinguange e outros que
continuam no anonimato. E é com base
nesta reflexão que se construiu o memorial dos Heróis do Kuito Kuanavale, onde
jazem filhos que perderam as suas vidas
em defesa da libertação completa do país.
O director da cultura rendeu uma homenagem ao bairro de Sá Maria. na província do Kuando Kubango, que durante
todas as guerras de libertação nacional
nunca foi ocupado por qualquer força
invasora.
Sobre a recolha da tradição oral, o
Director da Cultura assegurou que alguns
pessoa que conquistou a esposa do Rei
ou Soba contribuiu ou influenciou na sua
morte. E quando o rei morre, esta pessoa,
é enterrada viva, na mesma sepultura
com o soberano. Segundo, Luís Paulo
Vissungo, nos nossos dias esta tradição
está erradicada, fruto da guerra e das
transformações que o país vive.
O responsável da Cultura nas terras
do progresso, acrescentou que nas comunidades rurais existe uma tradição chamada “Kuianga ou Kuianguissa”, que consiste em determinar as circunstâncias que
provocam a morte a um soberano ou outro
membro da sociedade. Quando isto acontece, a família lesada ao considerar que a
morte foi provocada por alguém, os velhos
reúnem-se e criam uma Tipoia “cordas
amarradas sobre um pau”, onde colocam
o caixão para ser transportada até
cemitério. As pessoas colocam a tipoia
sobre os ombros, sendo uma pessoa a
frente e outro atrás. E caso alguém esteja
implicado na morte, o caixão ao ser transportada para o cemitério, toma a direcção
e conduz os homens até a casa da pessoa em causa. Assim, toda a comunidade
toma conhecimento do facto e fica desvendado segredo, passando a ser conhecida a pessoa malfeitora na comunidade.
O director da cultura afirma que já testemunhou esta prática numa das localidades da província do Kuando Kubango.
Caso a morte não tenha sido provocada
por alguém, o caixão segue directamente
para o cemitério e o defunto é sepultado
em paz.
escritores (filhos do K.K.) estão a realizar
muitos trabalhos e também há muito interesse, por parte da juventude em recolher
os valores culturais daquela região. O
Director da Cultura diz que ele já tem um
trabalho escrito denominado “cultivo de
sentimento Nganguela” que retrata os
sentimentos culturais da região. Esta obra
aguarda por patrocínio para a sua divulgação. Luís Paulo diz que fez-se uma
pesquisa dos reinados Bucussos, dos
Romanos, dos Tchikuakuando e os vangalis, cuja matéria será divulgada a seu
tempo.
Interrogado sobre a tradição vanganguela, assegurou que na tradição
Vangaguela, quando um Rei ou Soba está
doente ou em estado crítico, a sua mulher
não pode ser cobiçada (conquistada) por
alguém. Quando isto acontece, os mais
velhos ao aperceberem-se de que alguém
entrou na vida do REI, significa que esta
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DESPORTO
DESPORTO
SEMANA DA
Província do Namibe albergou o Torneio Internacional
“TAÇA PATRONO DA FESA”.
O Torneio Internacional “Taça Patrono”, instituído em homenagem ao Patrono da FESA,
Eng.º José Eduardo dos Santos.
Dentro da estrutura da Fundação Eduardo dos
Santos, o desporto joga um papel preponderante,
tendo em conta os benefícios que proporciona à
saúde humana. Segundo os homens ligados à
medicina desportiva, à prática do desporto não só
contribui para um ambiente de lazer, ou de negócio, mas também na prevenção de várias
doenças como cardíacas, diabetes, obesidade e
outras doenças.
Todos os anos, a FESA, realiza um torneio
Internacional de Futebol de Onze, denominado
“TAÇA PATRONO DA FESA”, em que participam
3 selecções em Sub-20 de países estrangeiros e
a selecção em Sub-20 de Angola “os Palanquinhas”, como forma de permitir o seu entrosamento e adquirir maior rodagem, competitiva e
aferir a qualidade do nosso futebol no espaço
regional da SADC. Também, é uma forma de dar
a conhecer o nosso país à juventude dos países
que nos visitam. A iniciativa da FESA em levar o
desporto Internacional a todas as províncias do
país é um acto sublime de dar oportunidade a
população das províncias de entrar em contacto
com o futebol de outros países.
No ano de 2012, a FESA convidou as seleções
em Sub-20 de Angola, Zâmbia, Swazilândia e a
seleção em Sub-17 de Angola. A selecção em
Sub-17 de Angola participou no torneio, em virtude da selecção em Sub-20 da Namíbia ter
anunciado a última da hora que não iria participar
por estar engajado em competições internacionais. O torneio realizou-se nos dias 13 e 14 de
Outubro de 2012 a partir das 14 horas, no Estádio
Joaquim Morais, na província do Namibe.
A cerimónia de abertura dos jogos contou
com um festival de ginástica rítmica e dança
tradicional daquela região que teve a duração de
40 minutos.
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DESPORTO
DESPORTO
SEMANA DA FESA
O torneio foi vencido pela selecção da Suazilândia, em
2.º lugar ficou a selecção de Angola em Sub-20, tendo ocupado o 3.º lugar a selecção de angola em Sub-17 e a
selecção da Zâmbia ficou na última posição. Durante a
competição foram marcados 8 golos.
Por se tratar de um Torneio de confraternização, cujas
equipas atendem aos convites, não só para melhorarem a
sua preparação desportiva mas também por respeito a
princípios de solidariedade e de camaradagem, foram
atribuídas, a todos os jogadores, corpo técnico bem como
a equipas de arbitragem, medalhas de participação.
Quanto à participação da população no Estádio
Joaquim Morais, podemos descrever de positiva, se tivermos em conta que os espectadores encheram por completo a bancada central do estádio, fruto do esforço de mobilização do governo local.
MELHOR MARCADOR
Terminaram o torneio, 24 atletas com 1 golo cada. Porém,
por decisão da Organização, foi atribuído a Fernando
Lopes Feliciano da selecção de Angola Sub-17, o mais
jovem do torneio, o respectivo troféu.
Guarda-redes menos batido
Ndumiso Dlamini, da Selecção Swazilândia
Equipa Fair Play
Zâmbia
Ressalta-se a presença física da Governadora
cessante, a Deputada Cândida Celeste, dos Vice-Governadores e demais membros do governo da
província.
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DESPORTO
Torneio de Basquetebol
“Taça Presidente”
Misto de Basquetebol de Luanda sagra-se vencedor
do Torneio de Basquetebol da FESA, em Benguela
A província de Benguela acolheu de 6 a
8 de Outubro de 2012, a 6.ª edição do
Torneio de Basquetebol masculino na
cidade das acácias rubras. O torneio
realizado num sistema quadrangular
contou com a participação das selecções de várias províncias.
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SEMANA DA FESA
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• Misto de Benguela
• Misto de Luanda
• Misto da Huíla
• Misto do Kwanza Sul
De acordo com o programa, os jogos
que decorreram no Campo do Sporting
de Benguela, forneceram os seguintes
resultados:
Melhor Cestinha - Gerson da Silva, do
Misto de Luanda, com 57 pontos
O Nível de assistência foi razoável.
A fraca mobilização não permitiu a
moldura humana que se esperava
durante os três dias de competição, mas
os que compareceram não deixaram de
manifestar o apreço e gratidão à FESA
pela realização deste evento desportivo
de tamanha envergadura naquela província. De referir que a Rádio 5 se dignou a relatar partes dos jogos em
cadeia nacional
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O olhar atento dos convidados à cerimónia
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