A LIBRAS POR ESCRITO
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A LIBRAS POR ESCRITO
A LIBRAS POR ESCRITO estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. MARIÂNGELA ESTELITA CORREA BARROS Resumo: na educação formal do surdo, uma questão fundamental diz respeito à comunicação. Todo ser humano tem o direito de ler e escrever em sua própria língua. Com base nos parâmetros lingüísticos da Língua Brasileira de Sinais (Libras), elaboramos um sistema para sua escrita: QuiroSig, inicialmente denominado AlfaSig, para ser usado cotidianamente pelos surdos. Palavras-chave: escrita/sinais, QuiroSig, surdez/comunicação Q uando o assunto é a educação formal do surdo, uma questão que de pronto se interpõe entre professor e aluno é a comunicação. Em toda a história da integração dos surdos à comunidade majoritária de ouvintes, a barreira comunicativa entre estes dois grupos aparece ocupando posição de destaque. Podemos observar, ao longo do tempo, as mais diversas tentativas de se lidar com esta questão. Começamos com os remotos tempos em que os surdos eram isolados do restante da sociedade, confinados à relação familiar (SÁNCHEZ, 1990) porque não tinham “comportamento adequado”; passamos pela iniciativa do abade de L’Épée em perceber o valor lingüístico dos gestos; elaborou- 385 386 estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. se, mais tarde, o oralismo, que pretendeu eliminar as diferenças entre surdos e ouvintes e fazer que aqueles falassem e percebessem a comunicação oral. A essa metodologia sucedeu a comunicação total e o bimodalismo, que instrumentalizaram os ouvintes para que estes se fizessem entender pelos surdos; e, finalmente, enxergou-se o bilingüismo, situação em que se admite a co-existência de duas realidades lingüísticas distintas que resguardam de cada uma sua integralidade. Admitindo-se esta situação, criou-se a necessidade de profundas transformações nas relações sociais entre surdos e ouvintes, em especial nos ambientes de educação formal. O conceito de ‘deficiência’, até então aplicado aos surdos, deu lugar ao de ‘diferença’. O padrão de ‘normalidade’ foi novamente para o banco dos réus – lugar para onde já havia sido mandado por Machado de Assis em seu irônico conto O Alienista – por reger arbitrariamente o comportamento humano e suas relações sociais. Nesta obra, o autor afirmou que “se devia admitir como normal e exemplar o desequilíbrio das faculdades” e sua sentença recebeu reforço de Erasmo de Rotterdam (apud PEREIRA, 2003, p. 124) quando ele afirmou que “não há, por certo, na espécie humana, um só indivíduo que seja sábio em todas as horas e isento de qualquer tipo de loucura”. Desta vez, com o bilingüismo, o padrão de normalidade foi acusado de não perceber a relatividade das situações. Um surdo só pode ser considerado deficiente se comparado a um ouvinte no quesito audição, o que é tão absurdo de se fazer quanto dizer que à música clássica faltam as notas dissonantes do rock. Góes (1994) lembra, oportunamente, que o surdo, no contexto de uso das LS, não é deficiente. O surdo é uma pessoa que, na escola, demanda especial atenção à sua realidade lingüística e a escola deve ser capaz de atender esta sua necessidade, mas não deve focar seus esforços nisso e relegar a segundo plano as inúmeras outras necessidades que o surdo, pessoa integral, apresenta. A proposta educacional que mais abre espaço para a educação da pessoa surda e não do deficiente auditivo é o bilingüismo. Para que o surdo viva plenamente sua realidade de bilingüismo, é necessário que ele transite livremente em ambientes de LO e de LS. Isto significa dizer que sua competência lingüística em ambas a línguas deve lhe permitir interagir em diferentes situ- estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. ações e ambientes em qualquer uma delas, mesmo que apresente maior habilidade em uma ou outra, em momentos diferentes. Tanto a LO quanto a LS devem ser adquiridas pelo surdo que pretenda desenvolver habilidades bilingües. Como as línguas podem se realizar em mais de uma forma – oral, sinalizada e escrita – a questão que se coloca é: quais modalidades de cada língua devem ser trabalhadas na escola? Não há dúvida de que a sinalização da LS e a escrita da LO devem estar no palco. Mas pode-se questionar se neste espetáculo haverá papel para a modalidade oral da LO e para a escrita da LS. Incluir a modalidade oral da LO suscita traumas numa educação exclusivamente oralista e teme-se pela excessiva focalização no treino vocal em detrimento do desenvolvimento cognitivo, afetivo, holístico da pessoa surda. Mas entendemos que a oralização seja útil para a formação bilingüe dos surdos, desde que não se estabeleçam níveis de excelência na prática vocal, inadequados à capacidade de cada um. Em contrapartida ao antigo, a escrita de uma LS é algo tão novo que em nossos tempos sua aceitação ainda exige vários esclarecimentos. Da Necessidade A escrita cotidiana de uma LS trará para os surdos benefícios semelhantes aos proporcionados aos ouvintes pela escrita de uma LO. Se pensarmos na variedade de situações em que utilizamos a escrita, podemos vislumbrar a grande lacuna existente na realidade lingüística dos surdos. Se apenas considerarmos que qualquer decisão com valor legal deve ser feita por escrito, já teremos aí bons motivos para difundir a escrita da LS, para que o surdo, se quiser, possa ler e escrever em sua LN e para que não necessite de tradução. Isto se faz ainda mais relevante atualmente, desde 2000, quando a Libras foi reconhecida como língua nacional. Além disso, criar uma literatura diversificada em LS – indo de documentos legais a livros literários, jornais, legendas eletrônicas e outros – poderia despertar entre os surdos maior consciência de suas possibilidades e menos limitações, um ganho psicológico com repercussão incalculável. O maior reconhecimento (ou mesmo conhecimento) pelos ouvintes da LS e das capacidades de 387 Da Escrita de LS 388 Alguns estudiosos de LS no mundo já criaram formas de representar no papel plano e estático os gestos tridimensionais e dinâmicos que compõem estas línguas. A maioria das representações criadas não se propõe a ser um sistema de escrita de uso cotidiano e sim um sistema de notação lingüística, com detalhamento analítico dos sinais, inadequado para o uso corrente. estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. atuação dos surdos seria outro ganho. As discussões sobre as implicações de ser surdo ocupariam mais espaço, uma vez que a LS também estaria ocupando mais espaço. Cientificamente, estaríamos diante de um fato novo na história das línguas de sinais, o que certamente abriria campo para novos experimentos psicolingüísticos quanto à aquisição de linguagem escrita e representação mental das línguas. Historicamente, estaríamos criando registros por meio das LS o que, com o distanciamento do tempo, permitiria a reflexão quanto à cultura, representatividade social do surdo e de inúmeros outros dados que não temos hoje senão indiretamente, uma vez que a maioria dos surdos brasileiros não escreve consistentemente em português. Atualmente, não se pode mais negar ao surdo a possibilidade de ser alfabetizado em sua LN. Isto praticamente equivaleria à ação de proibir a utilização de LS ocorrida em Milão, em 1880, quando da decisão a favor exclusivamente do oralismo como proposta educacional. A grande diferença entre as duas situações é que a utilização de LS já era corrente, o que tornou a atitude um tanto mais agressiva. Quanto à escrita, esta ainda está em fase de estudo e experimentação, mas vale dizer que, em geral, não encontra resistência ao ser apresentada aos surdos, pelo contrário, desperta bastante interesse e parece ir ao encontro de anseios profundos e antigos. Há, em quantidade, motivos para que a escrita de LS faça parte do cotidiano dos usuários de Libras. Faz-se ainda necessário difundir um sistema de escrita que possa representar uma LS graficamente de maneira prática, simples e eficiente o bastante para ser seu sistema de escrita. estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. Podemos citar alguns destes sistemas, como o alemão HamNoSys, de Prillwitz e Zienert (1990), o britânico de Brien (1992) e o brasileiro de Ferreira Brito (1995). Comentaremos um pouco mais o de Stokoe (1965), que deu origem aos demais e o Sign Writing, de Valérie Sutton (1981), que é o sistema com maior difusão e mais ampla experimentação. Apresentaremos, em detalhe, o AlfaSig, sistema criado pela autora deste artigo, em fase de experimentação e validação. William Stokoe, em 1965, lançou seu Dictionary of American Sign Language on Linguistic Principles em que constava o primeiro sistema de notação de uma LS, a ASL (American Sign Language). Neste trabalho, Stokoe ‘dissecou’ os gestos em três parâmetros sublexicais, que são aplicáveis a qualquer LS por serem inerentes a estas. São eles configuração de mão, ponto de articulação e movimento. Estes três parâmetros são básicos e seus conceitos foram levados a todos os outros sistemas de notação ou escrita. Alguns privilegiaram mais um ou outro, como o de Brien (1992) e o de Ferreira Brito (1995) que detalharam o movimento; outros incluíram mais informações, como a orientação da palma e a direção das pontas dos dedos como no HamNoSys e no AlfaSig. Mas todos partiram da análise sublexical realizada por Stokoe (1965). O primeiro sistema criado com o intuito de se tornar a escrita cotidiana dos surdos foi o Sign Writing, da americana Valérie Sutton (1981). Este sistema transcreve “os quiremas ou configurações de mãos, sua orientação e movimentos no espaço e as expressões faciais associadas” (CAPOVILLA, 2001, p. 55). Os símbolos utilizados são exclusivos deste sistema e sua organização é também bastante singular. A escrita de cada gesto é feita na vertical porque é nesta posição que está o usuário quando o realiza e esta é uma escrita visual direta, que pretende captar a simultaneidade dos parâmetros no momento da realização (CAPOVILLA, 2001). Porém, a seqüência de vários gestos escritos é feita na horizontal, da esquerda para a direita (SUTTON, 1981). O sistema Sign Writing não é ideográfico, pois não representa semantemas e, sim, a impressão visual dos gestos (CAPOVILLA, 2001). No entanto, como esta impressão visual varia muito, a organização dos símbolos, também, apesar de estes serem sistematizados. Vemos como desvantagem deste sistema a organização 389 vertical dos símbolos, que é contrária à maioria dos sistemas de escrita atuais; a grande quantidade de regras, sobretudo para a representação dos movimentos, e a notação das expressões faciais, que consideramos traços prosódicos. 390 O AlfaSig foi criado em 1997 pela autora Mariângela Estelita com o intuito de se tornar escrita cotidiana dos surdos. Este sistema representa os quiremas – menores unidades significativas de sinalização – dos gestos. Além dos três parâmetros escolhidos por Stokoe (1965), foi acrescentado mais um, a orientação da palma, e um diacrítico, que é a orientação das pontas dos dedos. Foi estabelecida também uma seqüência lógica para se escrever estes parâmetros que é: formato de mão, orientação da palma, ponto de articulação e movimento. Estabelecemos esta seqüência baseados na produção de um sinal. O primeiro passo é definir o formato de mão, depois ajustar a orientação da palma, em seguida localizar a mão no espaço de sinalização e só então realizar um movimento. Esta ordem e a sua padronização em todos os gestos facilita enormemente a leitura. Com o AlfaSig, a escrita de qualquer sinal tem quatro – e apenas quatro – elementos. Há um número limitado, predeterminado, de símbolos que compõem cada parâmetro. Para a Libras, estabelecemos 30 configurações de mão, 6 orientações de palma, 26 pontos de articulação e 18 movimentos. Estes elementos não representam a totalidade de possibilidades da Libras, pois se fôssemos representá-la criaríamos um detalhamento inconveniente para um sistema de escrita. O critério usado para incluirmos ou rejeitarmos um elemento foi o de freqüência de sua incidência na língua. Alguns símbolos-letra foram mantidos da proposta de Stokoe (1965) por já se fazerem conhecidos e serem utilizados em outros sistemas (BRIEN, 1992; HAMNOSYS, 2002). Outros símbolosletra foram criados pela autora, sempre buscando uma semelhança visual com o que representam. Criamos um espaço imaginário para a escrita dos símbolos, o qual denominamos de cela. As celas são quadrados vazios, colocados linearmente um após o outro para a escrita das letras. Dessa forma, cada sinal/palavra terá quatro celas assim dispostas: estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. Do AlfaSig (atualmente designado QuiroSig) Formato de Mão Orientação da Palma Ponto de Articulação Movimento Quatro tipos de cela foram elaborados: as unitárias, as bipartidas, as tripartidas e as tetrapartidas. Um exemplo de utilização das celas unitárias seria o sinal que traduz a palavra agosto, ↔ estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. A que se lê: Formato de mão em A (A), orientação da palma para frente ( ), mão ao lado do corpo ( ), movimento da direita para a esquerda e vice-versa (↔). As celas são usadas apenas para facilitar a aprendizagem. No uso do sistema elas devem ser dispensadas. A tradução de agosto, então, seria assim representada: A ↔ . Quando o sinal for realizado com apenas uma das mãos, a representação será da mão direita. Para sinais realizados com as duas mãos, criamos as celas bipartidas, que têm exatamente a mesma seqüência das unitárias. As celas bipartidas têm uma divisão vertical que cria campos para a mão esquerda e para a mão direita. Dessa forma, um sinal realizado com as duas mãos seria representado no seguinte espaço: Form. de mão Form. de mão Or. de palma Or. De palma Pt.de Artic. Pt. De artic. Movimento Movimento Esq. Dir. Esq Dir. Esq. Dir. Esq. Dir. 391 Podemos exemplificar o caso anterior com a tradução de comunicar, A // > < // Î I: // 1a. realização 2 a. realização Podemos exemplificar seu uso com a tradução da palavra trair, B 392 δ que se lê: formato da mão direita em B (B), palma da mão direita voltada inicialmente para frente ( ) terminando para trás ( ). Mão à frente do rosto ( ). Movimento de girar o antebraço sobre seu estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. que se lê: formato da mão esquerda em C ( C ) e o da direita também ( // ). Palma da mão esquerda voltada para a direita ( > ) e a da mão direita voltada para a esquerda ( < ). Mão esquerda à frente da boca (∈ ) e a direita também ( // ). A mão esquerda movimentase para frente e para trás alternadamente (I:) e a direta também ( / / ). Então, comunicar seria assim escrito em AlfaSig, na tradução da Libras: C // > < Î // I: //. Além das celas bipartidas verticais, existem as bipartidas horizontais, que são usadas para representar alteração da configuração de um mesmo parâmetro, da mesma mão, durante a realização de um sinal. Assim elas se apresentam: próprio eixo (δ). A escrita desta palavra sem as celas apresenta-se assim: B δ. As celas tripartidas servem para escrever sinais realizados com as duas mãos em que a configuração do parâmetro de uma delas muda no decorrer da realização do sinal. A cela tripartida esquerda existe apenas potencialmente, pois não encontramos sinal na Libras em que a mão esquerda efetua modificação e a direita não. Mas para a cela tripartida direita há vários exemplos. Criamos uma divisão horizontal no campo da mão em que ocorre a modificação do parâmetro, o que resultou no seguinte espaço imaginário: Mão Esquerda 1o parâm. MD 2o parâm. MD estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. Tomamos aqui uma tradução de abrir: B // ∅ // – δ que se lê: formato da mão esquerda em B (B) e o da mão direita também ( // ). Palma da mão esquerda voltada para frente ( ); palma da mão direita voltada inicialmente para frente ( ) terminando para trás ( ). A mão esquerda à frente do corpo (∅) e a mão direita também (// ). A mão esquerda não realiza movimento (–) e a mão direita realiza o movimento de girar o antebraço sobre seu eixo (δ). As celas tetrapartidas são utilizadas em sinais realizados com as duas mãos e ambas alteram determinado parâmetro durante a realização de um sinal. Uma cela tetrapartida é assim dividida: 393 // MD 1º ME 2º MD 2º // ∅ V> 394 V< // δ // // Dessa forma, qualquer sinal pode ser escrito em quatro celas, o que cria grande praticidade ao AlfaSig por sua sistematicidade. O número restrito de regras de escrita (apenas oito) responde pela simplicidade do sistema que segue o princípio de economia lingüística e científica. Um sistema de escrita alfabético é aprendido pela criança quando os segmentos mínimos de sua língua (sejam fonemas ou quiremas) têm uma realidade psicológica para ela e quando estes podem ser associados a grafemas. Assim, os surdos terão mais chances de criar a mencionada realidade psicológica se puderem construir um sistema de escrita que represente uma LS, pois esta geralmente é, para os surdos, mais carregada de significado do que uma LO. Acreditamos que a representação dos sinais lhes faça mais sentido, pois estes lhes são acessíveis e os sons das LO não. Além disto, reafirmamos nossa hipótese de que, se o aluno surdo for alfabetizado em Libras e se tornar um leitor proficiente nesta língua, ele poderá transpor para o processo de alfabetização em português as estratégias procedimentais que já saberá utilizar em Libras. estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. S ME 1º Nosso grande objetivo é criar para os surdos uma alternativa de possibilidade de escrita que aproxime mais esta prática de sua realidade lingüística. Queremos ver chegar o tempo em que os surdos poderão escolher em que língua escrever, assim como ‘escolhem’ (alguns) se em dado momento preferem oralizar ou sinalizar. Referências BARROS, M. E. Proposta de escrita das línguas de sinais. Dissertação (Mestrado em Letras e Lingüística) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1998. BOTTÉRO, J. et al. Cultura, pensamento e escrita. Tradução de Rosa Maria Boaventura e Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Ática, 1995. (Coleção Múltiplas Escritas). BRAGGIO, S. L. B. Leitura e alfabetização: da concepção mecanicista à sociopsicolingüística. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. BRIEN, D. (Ed.) Dictionary of british sign language/English: the british deaf association. London: Faber and Faber, 1992. CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. 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Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Estudos Surdos (Nepes) do Cefet de São José (SC). estudos, Goiânia, v. 33, n. 5/6, p. 385-396, maio/jun. 2006. SUTTON, V. Lessons in sign writing. La Jolla: Deaf Action Comitee for Sign Writing, 1981.