Boletim eletrônico do LAE/FMVZ/USP, ed. 23, 19 jul. 2010

Transcrição

Boletim eletrônico do LAE/FMVZ/USP, ed. 23, 19 jul. 2010
Socioeconomia & Ciência Animal
Boletim Eletrônico do LAE/FMVZ/USP
Edição 023, de 19 de julho de 2010
Aproveitamos para convidar os leitores para
acessarem
o
conteúdo
das
palestras
apresentadas no II Simpósio de Sustentabilidade
e Ciência Animal (SISCA), realizado no mês
passado. As fotos do evento também foram
disponibilizadas no site. Visite: www.sisca.com.br
Os editores
EDITORIAL
ARTIGO I
A suinocultura está em evidência nesta 23ª
edição do “Socioeconomia & Ciência Animal”.
AGROPECUÁRIA E O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
No quinto e último artigo da série “Agropecuária e
desenvolvimento
sustentável”,
Cintia
Kaminishikawahara e Paulo Mazza discutem a
sustentabilidade na produção de suínos.
V. SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA
A doutoranda Claudia Cassimira aborda os custos
de atendimento às exigências ambientais sobre a
cadeia de suínos diante das suas diferentes
estruturas de governança.
Apresentamos, também, duas dissertações de
mestrado recentemente defendidas no Programa
de Pós-Graduação em Nutrição e Produção
Animal (FMVZ/USP). Juliana Pinheiro avaliou o
efeito
do
enriquecimento
ambiental
no
comportamento
e
bem-estar
de
leitões
desmamados. Larissa Parazzi estudou o efeito da
combinação de probióticos na dieta de leitões
desafiados com salmonela.
Os princípios da integração entre lavoura e
pecuária de corte também são apresentados no
terceiro artigo desta edição.
Em nosso acompanhamento periódico dos
trabalhos publicados em revistas científicas,
destacamos artigos das últimas edições do
Journal of Dairy Science, Meat Science, Journal
of Environmental Management, Agronomy
Journal, Estudos Avançados etc.
Divulgamos o 3º Curso de Atividade, Educação e
Terapia Assistida por Animais, que acontecerá no
Campus da USP em Pirassununga no final do
mês. Destaque, ainda, para o Workshop “O uso
de animais na pesquisa e no ensino na
FMVZ/USP”, promovido pela Comissão de Ética
da Faculdade, a ser realizado em 18 de agosto
próximo.
Cintia M. Kaminishikawahara1
Paulo Henrique Mazza Rodrigues2
Atualmente, a expansão da suinocultura tem
como principal característica a concentração de
animais por área, visando atender o consumo
interno e externo de carne, produtos e derivados.
Observa-se, como consequência, generalizada
poluição hídrica (alta carga orgânica e presença
de coliformes fecais) proveniente dos dejetos,
que, somada aos problemas de resíduos
domésticos e industriais, tem causado sérios
problemas ambientais, como a destruição dos
recursos naturais renováveis, especialmente a
água (Oliveira, 2005).
O impacto ambiental causado pelo manejo
inadequado dos dejetos líquidos de suínos tem
causado severos danos ao meio ambiente. Para a
sobrevivência das zonas de produção intensiva
de suínos, é preciso encontrar sistemas
alternativos de produção que reduzam a emissão
de odores, os gases nocivos e os riscos de
poluição dos mananciais de água superficiais e
subterrâneas por nitratos e do ar pelas emissões
de NH3.
1
Médica Veterinária formada pela Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia (FMVZ/USP).
2
Professor de Nutrição Animal da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia (FMVZ/USP).
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
1
Vários resultados de pesquisa e observações a
campo, como demonstrado por Oliveira (2005),
têm mostrado que grande parte dos sistemas de
manejo e de tratamento de dejetos em uso no
Brasil, embora reduzam o potencial poluidor, não
permitem que o resíduo final seja lançado
diretamente nos cursos d’água.
Algumas alternativas de manejo e tratamento de
dejetos, visando à substituição dos sistemas
convencionais, estão em fase de implantação,
como a criação intensiva de suínos em cama
sobreposta, também chamado de Deep Bedding,
e sistemas de compostagem de dejetos.
Além dos aspectos ambientais, os processos
adotados para o tratamento dos dejetos devem
proporcionar agregação de valor ao resíduo final,
para torná-lo auto-sustentável economicamente,
através da valorização agronômica do resíduo
como fertilizante, a produção comercial de adubo
orgânico ou a geração de energia (térmica ou
elétrica).
Os sistemas convencionais de produção de
suínos, atualmente, são caracterizados por
edificações totalmente constituídas de piso de
concreto ripado total ou parcial, paredes
compactas, uso de forro e baias que dividem os
animais em pequenos grupos. O recolhimento de
dejetos é feito internamente através de canais
cobertos por barras e, em alguns casos, com o
uso de lâmina d’água ou externamente, com
armazenamento em esterqueiras ou lagoas, ou
tratamento de dejetos, com separação física de
sólido e líquido e lagoas em série.
Todos estes sistemas exigem que os dejetos que
não
forem
utilizados
como
fertilizante
(excedentes) sejam tratados. O tratamento dos
dejetos líquidos reagrupa um conjunto de ações
de transformação por diferentes meios (físicoquímico e biológico) com a finalidade de modificar
sua composição química e consistência física.
A modificação da composição química do
substrato tratado é realizada pela eliminação ou
transformação de certos elementos (nitrogênio
orgânico transformado em nitrogênio amoniacal)
e a modificação da consistência física, que na
prática consiste em aumentar a concentração em
elementos nutritivos (N, P, K) em uma ou outra
fase dos tratamentos. Em termos de tratamento
de dejetos, o importante é dispor de uma larga
gama de soluções técnicas, devido a sua
complexidade físico-química, a diversidade de
situações existentes e da situação técnico-
econômica em função dos diferentes sistemas de
produção de suínos existentes. O que se espera
do tratamento de dejetos é a transformação e a
eliminação do nitrogênio amoniacal, que
representa em torno de 70% no dejeto líquido, em
N2 (gás não poluente). Porém, para que este
processo ocorra, é necessário desenvolvimento
da denitrificação, ou seja, a transformação do
nitrato em N2. Nos processos de tratamento com
o uso de lagoas, com aeração mecânica, ocorre a
fase de nitrificação do N, gerando como produto
final o nitrato (N-NO3) e um volume razoável de
dejeto fortemente mineralizado na forma de NH4.
Este N, se não for aproveitado imediatamente
pelas plantas após sua distribuição na lavoura,
pode ser lixiviado pela chuva para as camadas
mais profundas do solo, podendo entrar em
contato com o lençol freático (Oliveira, 1993).
Deve-se considerar que o tratamento dos dejetos
de suínos só se justifica quando houver uma
produção de elementos fertilizantes (excedentes)
maior que as necessidades das culturas ou
quando o excedente gerado possa causar uma
situação de risco de poluição dos mananciais de
água, do ar ou da desagradável presença de
odores.
Atualmente o sistema de criação de suínos
dominante, nas fases de crescimento e
terminação, é do tipo ripado total ou ripado parcial
(81%), sendo os dejetos manejados internamente
sob o piso ripado ou externamente em canaletas
abertas. Todos estes sistemas de produção
exigem a utilização de esterqueiras ou de lagoas
para o armazenamento e tratamento dos dejetos
líquidos. O volume total de dejetos produzidos
(dejetos líquidos produzido pelos animais + perda
de água nos bebedouros + água utilizada na
limpeza) requer grandes estruturas para seu
armazenamento (os órgãos de fiscalização
ambiental preconizam um tempo mínimo de 120
dias de retenção), áreas com culturas suficientes
para o aproveitamento agronômico desses
resíduos e, também, a disponibilidade de
máquinas e equipamentos especiais para o
manejo de líquidos pelos produtores (Oliveira,
2005).
A produção de suínos em sistemas Deep Bedding
(Cama Sobreposta) constitui-se em alternativa
aos sistemas convencionais de produção. Neste
sistema, os dejetos líquidos são misturados a um
substrato sólido (maravalha, palha, casca de
arroz, bagaço de cana) dentro das edificações e
são submetidos a um processo de compostagem
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
2
e estabilização “in situ” com a presença dos
animais (Oliveira, 2005).
Estudos
realizados
por
Oliveira
(2005)
demonstraram que o desempenho zootécnico de
suínos criados sobre cama de maravalha quando
comparado a sistemas de piso ripado (total ou
parcial) não obtiveram diferenças significativas,
sendo o peso médio dos animais ligeiramente
superior no sistema de criação de suínos sobre
camas.
A compostagem dos resíduos da suinocultura é
uma prática que vem crescendo entre os
criadores de suínos na Europa. Esta técnica foi
desenvolvida principalmente para a agricultura
biológica para evitar ou suprimir o uso de
fertilizantes minerais. Atualmente ela vem sendo
cada vez mais empregada pelos suinocultores
localizados em zonas geográficas cujas águas
estão fortemente poluídas por nitrato (Oliveira,
2002) e, por determinação da legislação, onde
tornou-se impossível a ampliação de novas
criações. A compostagem é um processo de
oxidação biológica aeróbia e controlada da
matéria orgânica, produzindo CO2, calor e um
resíduo estabilizado denominado de composto.
Para o caso de dejetos de suínos, pode-se utilizar
o que denominamos de plataforma de
compostagem, que é uma versão acelerada do
processo natural de degradação de produtos
orgânicos, dando condições favoráveis ao
desenvolvimento de microorganismos para
degradar a matéria orgânica presente nos dejetos
(Oliveira, 2005).
O destino final dos dejetos de suínos pode ser
seu aproveitamento como fertilizante orgânico em
lavouras, pastagens, pomares e reflorestamentos.
Porém, sua viabilidade econômica é dependente
da concentração de nutrientes existentes nos
resíduos.
Outra ação que poderia ser empregada na
criação de suínos seria o biossistema integrado, o
qual busca a maximização das variáveis do
desenvolvimento sustentável, aplicando métodos
e técnicas que eliminem os resíduos produzidos
em
determinado
processo
produtivo,
transformando-os em matérias primas úteis em
outros processos de forma integrada e
sustentável. Os biodigestores podem reduzir em
torno de 60% a carga de poluentes dos resíduos
(Casagrande, 2006).
metano, que pode ter várias utilidades, como
substituto do gás de cozinha, por exemplo. O
biogás é uma energia renovável que é prejudicial
se liberada diretamente no meio ambiente, sendo
o metano o gás com maior influência no
fenômeno do efeito estufa devido a sua
composição (Seixas, 1980).
O biogás é um gás inflamável produzido por
microorganismos, quando matérias orgânicas são
fermentadas dentro de determinados limites de
temperatura, teor de umidade e acidez, em um
ambiente impermeável ao ar. A fração sólida
liberada pelo biodigestor pode ser utilizada como
fertilizante, pois se encontra em uma forma
facilmente assimilável pelas plantas, sem o
problema de cheiro e bactérias nocivas. A parte
líquida que sai do biodigestor vai para um tanque
onde ocorre o desenvolvimento de pequenas
algas. Estas proporcionam o aumento da
quantidade de oxigênio dissolvido na água e
crescem a partir dos nutrientes disponibilizados
no biodigestor. Assim, ocorre nova diminuição da
carga poluente em aproximadamente 30%. Estas
algas, juntamente com a água, irão para um
tanque de peixes, onde servirão de alimento para
os mesmos, dispensando o uso de ração
(Casagrande, 2006).
Bibliografia
CASAGRANDE, L.F. Avaliação de Desempenho
e Sustentabilidade na Suinocultura. Um
Estudo de Multicaso. CAP Accounting and
Amangement, v.1, n. 1, p.68-76, 2006.
OLIVEIRA, P.A.V. Manual de manejo e
utilização dos dejetos de suínos. Concórdia:
Embrapa Suínos e Aves, 1993. 188 p.
OLIVEIRA, P.A.V. Produção e manejo de
dejetos suínos. Concórdia: Embrapa Suínos e
aves,
2002.
Disponível
em:
http://www.cnpsa.embrapa.br/pnma/pdf_doc/8PauloArmando. Acesso em: 18 out. 2009.
OLIVEIRA,
P.A.V.;
NUNES,
M.L.
Sustentabilidade Ambiental na Suinocultura.
Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2005.
Disponível em: www.cnpsa.embrapa.br/down.php.
Acesso em: 21 out. 2009.
SEIXAS, J. Construção e Funcionamento de
Biodigestores. Brasília: EMBRAPA, 1980, 60p.
(Circular Técnica, 4).
No processo de biodigestão ocorre a produção de
um gás (biogás), que é composto basicamente de
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
3
ARTIGO II
GOVERNANÇA NO SISTEMA
AGROINDUSTRIAL DA CARNE SUÍNA:
RESPONSABILIDADES E CUSTOS DO
ATENDIMENTO ÀS EXIGÊNCIAS AMBIENTAIS3
Claudia Cassimira da Silva4
A carne suína é a mais consumida mundialmente,
sendo o Brasil o quarto maior produtor. Porém, as
exportações ainda são modestas e para
mercados com maiores preocupações com
quantidades do que qualidade.
Os mercados para os quais vendemos
apresentam baixa exigências com relação a
qualidade de carne, bem-estar animal e meio
ambiente. Uma maior exigência por esses
atributos poderiam direcionar a cadeia suína
brasileira a se preocupar mais com esses fatores.
Porém isso ainda não é realidade, deixando
muitas vezes tais características em segundo
plano.
O mercado europeu é o que apresenta maior rigor
para as questões de bem-estar e meio ambiente
e com melhor remuneração para estes quesitos.
Conhecendo-se esse perfil, o Brasil terá que se
adequar às suas exigências caso deseje exportar
futuramente para estes países. A obtenção de
novos mercados é de grande importância, pois
atualmente, quase 50% das exportações se dão
para a Rússia, tornando o Brasil extremamente
dependente e vulnerável a oscilações do
mercado.
A suinocultura brasileira possui como estrutura de
governança predominante a integração vertical,
sobretudo na região sul do país. Esta é uma
forma bastante eficiente de coordenação por
permitir o maior controle da cadeia como um todo,
bem como a obtenção regular e padronizada de
matéria prima, viabilizando o atendimento de
diferentes segmentos de mercado e os aspectos
de qualidade e sanidade desejados pelo
consumidor. Assim, como na avicultura, o
3
Texto apresentado pela autora à Disciplina “Sistemas de
Produção Agroindustrial”, Programa de Pós-Graduação em
Nutrição e Produção Animal (FMVZ/USP).
4
Zootecnista. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação
em Zootecnia (FZEA/USP).
principal elo coordenador é a agroindústria que
participa ativamente no processo de criação dos
animais, das matrizes, da fabricação de ração, do
abate, e da distribuição para consumo, tornando o
sistema mais eficiente em termos produtivo e
também econômico, através da maior apropriação
da renda e redução considerável dos custos de
transação.
Porém, ainda há grande número de produtores
independentes, que buscam comercializar seus
produtos “via mercado” e, algumas vezes, por
contrato direto com o varejo ou rede de
distribuição.
Tanto o sistema de produção independente como
o de integração tentam atender às necessidades
de primeira ordem, que seria quantidade.
A questão do meio ambiente é encarada muito
mais como item obrigatório a ser cumprido, para
conseguir o alvará de funcionamento da granja,
do que pelo apelo do mercado consumidor, uma
vez que o brasileiro ainda utiliza-se, em sua
maioria, do fator preço como determinante para a
escolha dos alimentos.
O Brasil, além de ter que passar a se preocupar
em atender as exigências de bem-estar e meio
ambiente, precisa vencer simultaneamente as
questões de barreira sanitária presentes no país e
que hoje são grandes entraves para alcançar
mercados mais exigentes. Isso porque ainda são
constatados casos de Febre Aftosa em bovinos
em nosso país, dificultando, por tabela, a
comercialização dos suínos. Ainda, são
necessárias políticas de exportação mais fortes
para a carne suína que possibilitem sua maior
negociação no mercado externo.
O fato é que o Brasil apresenta acentuado
crescimento produtivo para a suinocultura, mas
precisa crescer de forma sustentável, a fim de
aliar crescimento produtivo e econômico e
equilíbrio com o meio ambiente e com o homem.
Quando se discute os impactos ambientais das
atividades avícolas e suinícolas, o foco
geralmente é no tratamento dos dejetos
produzidos. Apesar de ser uma questão relevante
para a sustentabilidade da cadeia, este não é o
único impacto a ser considerado. Devem ser
consideradas as legislações ambientais de forma
geral.
Os impactos negativos causados pelo aumento
da densidade de criação, que se dá
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
4
principalmente por meio da economia de escala
(estratégia competitiva), podem ser amenizados
por meio de inovações tecnológicas, sejam elas
de ordem nutricional ou de manejo. Os dejetos de
suínos podem ser utilizados como fertilizantes,
porém em grandes proporções podem ser
altamente poluentes devido aos altos níveis de
fósforo (P) e nitrogênio (N) contaminando e
comprometendo o solo e os lençóis freáticos.
O uso de biodigestores parece uma boa saída
para o uso eficiente dos dejetos uma vez que
gera energia elétrica que pode ser usada na
propriedade e até mesmo o excedente vendido.
Assim, a reciclagem do N e o uso de energia
renovável (metano do biogás - biodigestores)
podem reduzir consideravelmente a contribuição
humana para a mudança climática. Ainda, a água
de chuva armazenada pode ser utilizada para a
limpeza das granjas, bem como para a irrigação,
sendo uma forma racional dos recursos hídricos.
Mas os fatores ambientais precisam ser
encarados tanto no ambiente organizacional
como no institucional.
Como já citado, a integração vertical é a principal
estrutura de governança adotada no Brasil sendo
coordenada pela agroindústria. Somando-se a
essa informação que 70% das vendas de carne
suína no país se dão na forma de processados e
embutidos - fator que justifica muitas vezes tais
produtos não serem associados ao animal e a
sua forma de criação por desconhecimento do
consumidor brasileiro - será que a agroindústria
seria o maior interessado em gerar uma produção
sustentável do ponto de vista de bem-estar e
meio ambiente?
Ainda, no caso das exportações, como as vendas
são feitas para mercados com baixas exigências
no que se refere a estes aspectos, a agroindústria
se sentiria motivada a investir nesse sentido?
Deve-se lembrar que na região sul a integração é
o sistema de produção predominante, sobretudo
Santa Catarina, em que a região Oeste
Catarinense produz cerca de 80% das
exportações brasileiras de carne suína, e que
apresenta
sérios
problemas
ambientais
decorrentes da atividade (Testa et al., 1996).
Por
outro
lado,
para
os
produtores
independentes, muitas vezes atuantes no
mercado de carne “in natura” (30% da forma
como o suíno é comercializado no Brasil), em que
o consumidor poderia associar o produto
diretamente ao animal e suas formas de criação,
não seria a “sustentabilidade” uma forte
ferramenta de marketing a ser implementada e
difundida?
Deve-se considerar, também, o ambiente
institucional e a legislação vigente. Como não há
conhecimento dos consumidores e da população
de modo geral com relação à poluição causada
pelo sistema de produção de suínos, estes não
exercem pressão para que haja o aprimoramento
das leis que protejam o meio ambiente. Além, é
claro, de haver grande dependência econômica
das comunidades rurais à renda da atividade
suinícola, principalmente nas regiões de grande
produção como a sul do país.
Em síntese, ao que tudo indica, será o produtor
quem pagará a conta do atendimento às
exigências ambientais, uma vez que a
agroindústria, quanto integradora ou compradora
talvez não tenha interesse financeiro de se utilizar
desta ferramenta, pelo menos por enquanto. Isso
pode ser constatado pela maioria dos contratos
estabelecidos em que delega a função de
adequação ambiental como responsabilidade do
produtor. Na maioria dos contratos entre
integradoras e produtor, este último deve se
responsabilizar pelo tratamento, manuseio, uso,
transporte, distribuição e destino dos dejetos,
devendo para tanto atender à legislação
ambiental.
Acrescenta-se também o fato de o produtor
trabalhar com baixas margens de lucro. Logo
investimentos na área, sem certeza de retorno,
reduziriam ainda mais esses valores. Assim, outra
questão se levanta, caso haja maior pressão
ambiental: não seria essa maior pressão um fator
a saída de produtores do mercado?
O Estado enquanto parte do ambiente
institucional precisa analisar essa questão
seriamente e garantir que esse não seja mais um
fator
desestimulador
à
permanência
do
suinocultor no mercado.
Primeiro precisaria surgir iniciativas do governo
federal para coordenar a atuação dos estados no
aperfeiçoamento
legislativo
visando
maior
cuidado ambiental no setor. Acrescenta-se
também, que com o intuito de atrair novos
empreendimentos, os estados podem competir
entre si por uma legislação mais branda, indo
contra
a
sustentabilidade
desejada
em
suinocultura. Assim é provável que o problema
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
5
ambiental relacionado aos dejetos suínos se
prolongue na região Sul, tendo em vista que
abriga as maiores empresas processadoras de
carne suína e atinja também a região CentroOeste, em franca expansão na atividade com o
deslocamento de grandes agroindustriais do
setor.
Portanto, a agroindústria por possuir grande força
econômica é capaz de exercer influência nas
decisões do Estado em relação às regras
ambientais para a atividade, contrapondo-se a
possível ação de grupos ambientais.
Destaca-se, também, a insuficiência de recursos
das autoridades legais brasileiras para fiscalizar
os impactos dos processos produtivos no meio
ambiente. Apesar de questionável, a indústria
processadora
em
Santa
Catarina
está
credenciada para elaborar e encaminhar pedidos
de licenciamento de integrados, tendo como
justificativa de que, a princípio, interessa à
indústria que o produtor trate adequadamente os
dejetos da produção. Porém, a alternativa de um
licenciamento com regras mais rígidas implicaria
maiores custos para o produtor, que, como já
citado, diante das pequenas margens de ganho
da atividade, poderia comprometer a oferta de
matéria-prima para a agroindústria. Logo, por si
só, não geraria incentivos para os suinocultores
usarem insumos ambientais mais dispendiosos e
não haveria interesse em avaliar eficientemente
se as condições requeridas no licenciamento dos
produtores fossem obedecidas.
O que a agroindústria tem feito é deslocar-se da
região sul (por outros interesses e também devido
ao comprometimento dos recursos hídricos) para
novas áreas, a exemplo do Centro-Oeste, onde,
além da grande produção de grãos, há ampla
disponibilidade de solo para depósito dos dejetos
e clima adequado para dispersão aeróbica dos
mesmos, viabilizando a produção em larga
escala, mas carregando consigo os problemas
ambientais, já que falta legislação regional e
cobrança do mercado consumidor.
As universidades e os centros de pesquisa, como
agentes institucionais, devem continuar a
empenhar-se
na
busca
de
soluções
economicamente viáveis por meio de nutrição que
reduzam a poluição ambiental (dejetos de menor
impacto) e o maior aproveitamento por parte dos
animais
e
técnicas
que
propiciem
o
aproveitamento dos dejetos. Mas principalmente
pensar se tais estudos serão de fato plenamente
utilizáveis pelo produtor para que possam
permanecer na atividade ou se serão, apenas,
mais ferramentas para manter o produtor preso à
indústria de insumos.
Portanto, se nada for feito no campo legislativo e
de conscientização das lideranças empresariais e
políticas, a tendência é que a expansão da
suinocultura brasileira gere problemas ambientais
sérios.
A formulação pelo governo federal de regras
ambientais para a suinocultura permitiria a
coordenação do setor visando homogeneizar a
regulação dos estados e ajustar a legislação ao
dinamismo tecnológico da atividade. Esta
coordenação também contribuiria para evitar que
normas de licenciamento ambiental fossem
utilizadas pelos estados como instrumentos de
atração de investimentos do setor.
Além disso, os governos federal e estaduais
poderiam criar programas de apoio para
financiamento da compra dos insumos ambientais
através de empréstimos e redução da alíquota
dos impostos incidentes na compra dos mesmos.
Se a conscientização do brasileiro fosse maior
sobre o consumo real de carne suína
(processados e embutidos = carne suína), a
agroindústria poderia buscar ganhos de marketing
para compensar os acréscimos de custo
decorrentes do uso adequado de insumos
ambientais pelos produtores.
Neste sentido, as estratégias de uso selos de
qualidade do produto e de preservação ambiental
na produção poderiam ser alternativas úteis.
Tornar a suinocultura brasileira competitiva em
termos ambientais implica na atuação conjunta de
suinocultores, agroindústrias, pesquisadores e
Estado.
Bibliografia
AZEVEDO, P.F. Concorrência no Agribusiness
(capítulo 4). In.: ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES,
M.F. (org.) Economia e Gestão dos Negócios
Agroalimentares. São Paulo: Pioneira, 2000.
JANK, M. S. Competitividade do Agribusiness
Brasileiro: discussão teórica e evidências no
sistema de carnes. 1996, 195 f. Tese (Doutorado
em Administração) – FEA/USP, São Paulo.
MIELE, M., WAQUIL, P. Estrutura e dinâmica dos
contratos na suinocultura de santa Catarina.
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
6
Estudos Econômicos, São Paulo, v.37, n. 4, p.
817-847, outubro-dezembro 2007.
TESTA, V. M., NADAL, R., MIOR, L.C.,
BALDISSERA,
I.T.,
CORTINA,
N.
O
desenvolvimento
sustentável
do
Oeste
Catarinense. Florianópolis: Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina, 247p. 1996.
Em contrapartida, economistas mais otimistas,
como Robert Solow, defenderam que, com a
tecnologia aplicada de modo coerente, os seres
humanos seriam capazes de resolver ou
minimizar seus problemas de produção e meio
ambiente (Nunes, 2009).
Antes as diversas incertezas, ideias e
pensamentos divergentes, o que se deve fazer?
WEYDMANN, C.L. 2002a. Análise Comparada de
Políticas Ambientais para a Suinocultura. Revista
de Política Agrícola, Secretaria de Política
Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, jul/ago/set, 2002, p.33-40.
Medidas de precauções como o já consagrado
“reduzir, reutilizar e reciclar”, podem ser
alternativas para minimizar os impactos
ambientais, sem deixar de lado a produtividade
dos sistemas agropecuários.
WEYDMANN, C.L. 2002b. Programas de Apoio
Ambiental na Suinocultura Norte-Americana.
Atualidade Econômica. Departamento de
Ciências Econômicas, UFSC, ano 14, no. 43,
julho/dezembro.
Neste cenário, a
novas técnicas
maneira eficaz,
processo de
sustentabilidade.
A tecnologia tem papel central na alocação mais
racional dos fatores de produção e no controle
das externalidades que prejudicam os sistemas
de produção agrícola e o ambiente.
ARTIGO III
INTEGRAÇÃO ENTRE A PECUÁRIA DE
CORTE E A PRODUÇÃO VEGETAL5
Felipe Perrone Braz6
Augusto Hauber Gameiro7
Não é de hoje que as relações entre o homem e o
meio ambiente são discutidas e analisadas por
pesquisadores, pensadores e cientistas que
buscam compreender as ações e reações
decorrentes destas interações.
Relatórios emitidos pelo “Clube de Roma”, como
“Os limites do crescimento” (MIT, 1972), já
apontavam para a “insustentabilidade” do
crescimento populacional. Os fatores críticos
identificados foram: a explosão demográfica em
algumas regiões, a instabilidade no mercado de
commodities, a escassez de recursos naturais
não-renováveis e a poluição (Nunes, 2009).
5
tecnologia e o conhecimento de
de produção, aplicados de
podem ser determinantes no
busca por uma possível
Texto baseado em palestra apresentada no Simpósio de
Produção Animal de Pirassununga (VII SIMPROPIRA) em 25
de março de 2010.
6
Graduando do Curso de Zootecnia da Faculdade de
Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP).
7
Professor do Departamento de Nutrição e Produção Animal,
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/USP).
Por isso, deve-se cada vez mais dedicar-se à
pesquisa científica e à extensão que propiciem
aos agentes produtores, alternativas de produção
viáveis e menos agressivas ao meio ambiente.
Este texto procurará abordar alguns aspectos que
julgamos centrais neste processo.
1. A Monocultura:
Segundo definição (dicionário Alberta, 2010),
monocultura pode ser entendida como cultivo de
uma só especialidade agrícola em larga escala,
buscando a viabilidade econômica das lavouras.
Porém, alguns fatores negativos podem aparecer
com a adoção do sistema, como o aumento da
erosão dos solos, problemas fitossanitários, maior
exposição ao risco, consumo exacerbado de
energia exógena (em grande parte nãorenovável), redução da matéria orgânica dos
solos, entre outros.
A utilização de implementos para subsolagem,
gradagem, aração e outros, de maneira constante
e exagerada, provocam erosão do solo, que é
uma das maiores riquezas dos produtores e da
sociedade. Problemas fitossanitários recentes na
soja, por exemplo, são cada vez mais comuns,
dentre eles os nematóides, percevejos, cancro,
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
7
ferrugem asiática etc. Estes, e outros, são provas
da ineficiência ambiental das monoculturas.
2. Pastagens e agropecuária:
A degradação das pastagens é um dos maiores
problemas da pecuária brasileira, por ser esta
desenvolvida basicamente a pasto, afetando
diretamente a sustentabilidade dos sistemas
produtivos (Kluthcouski et al., 2003).
De maneira geral, estima-se que cerca de 80%
dos 45 a 50 milhões de hectares das áreas de
pastagens nos Cerrados do Brasil central, que
respondem por 60% da produção de carne
nacional,
apresentam algum estágio
de
degradação (Barcellos, 1996).
Esta degradação está ligada diretamente a
fatores como: baixa fertilidade natural dos solos,
má formação inicial dos pastos, pressão de
pastejo intensa,
manejo
inadequado
ou
inexistente das forrageiras, ataque de cigarrinhas
e susceptibilidade ao fogo e às queimadas
(Kluthcouski et al., 2003).
As atividades agropecuárias são responsáveis
por uma parte das emissões antropogênicas de
gases como CH4, N2O, oriundos da eructação de
ruminantes e da utilização de fertilizantes
nitrogenados. O óxido nitroso, por exemplo, é
capaz de reter treze vezes mais calor que o
metano e duzentas e setenta vezes mais calor
que o gás carbono. Além disto, a escassez de
recursos
importantes
para
agropecuária
convencional é cada vez mais notória. Estima-se
que as reservas mundiais de potássio durarão
somente cerca de cinquenta a duzentos anos;
fosfato, de quarenta a cem anos; cobre e zinco
sessenta anos; selênio cinquenta e cinco anos e
manganês em torno de trinta e cinco anos (Lana,
2009).
Nos cerrados brasileiros, onde a pecuária é
explorada de maneira mais tradicional, pode-se
analisar algumas características típicas, como a
cobertura prematura das novilhas, desmama
tardia de bezerros, parição de vacas em pastos
extensos dificultando a assistência, não
separação das diversas categorias animais,
superlotação das pastagens nas águas, falta de
programas sanitários, falta de controle dos
animais improdutivos, falta de controle racional
das pastagens, falta de fornecimento de mistura
mineral completa etc. (Kluthcouski et al, 2003).
Tendo visto diversas questões que tornam a
agropecuária tradicional um sistema de baixa
sustentabilidade, como reverter esta situação e
tornar um meio de produção rentável e que
respeite o meio ambiente?
Para isso, é preciso fazer uso das rotações de
culturas e dos sistemas integrados de produção,
visando a otimização dos gastos e a diminuição
dos riscos econômicos das monoculturas. Além
dos ganhos econômicos, é possível aproveitar os
resíduos das culturas e estrumes dos animais;
fazer uso da adubação verde e desta forma
manter a fertilidade dos solos e maximizar a
atividade biológica nos sistemas solo-planta
(Kluthcouski et al., 2003).
3. O Sistema de Integração Lavoura-Pecuária
(SILP):
SILP é um sistema produtivo de grãos, fibras,
carnes, leite, lã e outros, no qual são realizados,
na mesma área, o plantio simultâneo, seqüencial
ou rotacionado, onde se objetiva ampliar a
utilização dos ciclos biológicos das plantas,
animais e seus resíduos como corretivos e
fertilizantes para minimizar e otimizar a utilização
de defensivos agrícolas. Com isto, aumenta-se a
eficiência no uso de máquinas, equipamentos e
mão de obra, gerando emprego e renda,
melhorando as condições sociais no meio rural,
diminuindo impactos ambientais oriundos da
produção e visando, por fim, a sustentabilidade
(Kluthcouski et al., 2003).
Nos sistemas agropecuários, os solos são a base
de tudo. Cuidados e atenções especiais voltadas
para suas características físicas, químicas e
biológicas permitem o bom funcionamento das
atividades de interesse (Kluthcouski et al., 2003).
A rotação de cultura pode ser uma das técnicas
utilizadas para a manutenção das características
ideais dos solos, pois melhora o aproveitamento
da fertilidade destes, onde leguminosas e
gramíneas podem ser rotacionadas para que
ambas se beneficiem. Outro ponto de destaque é
a quebra dos ciclos biológicos de pragas e
doenças, onde a redução do uso de defensivos
agrícolas torna-se significativa e, com ela,
também ocorre a diminuição dos riscos de
contaminação e danos ao ambiente (Kluthcouski
et al., 2003).
No SILP, as forrageiras tropicais possuem grande
importância na reciclagem de nutrientes dos
solos, pois suas raízes absorvem nutrientes em
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
8
acentuadas profundidades e os trazem para a
superfície dos solos, promovendo a aração
biológica, descompactação, aumentando a
infiltração de água. Consequentemente, isso
ocasionará um melhor desenvolvimento dos
sistemas radiculares da cultura de interesse.
Geralmente as plantas forrageiras são resistentes
às pragas e doenças que acometem as
leguminosas, interferindo, assim, nos ciclos
biológicos
dos
organismos
indesejados
(Kluthcouski et al., 2003).
Existem diversos tipos de sistemas de integração.
O sistema de integração “Santa Fé” é um deles.
Ele se fundamenta na produção consorciada de
culturas de grãos, especialmente o milho, o
sorgo, o milheto e a soja, com forrageiras
tropicais. Principalmente as do gênero Brachiaria,
tanto no sistema de plantio direto como no
convencional, em áreas de lavoura, com solo
devidamente corrigido. Nestes, as culturas anuais
apresentam grande desenvolvimento inicial,
exercendo com isto alta competição sobre as
forrageiras, evitando, assim, redução significativa
nas suas capacidades produtivas de grãos.
Este sistema apresenta grande vantagem, pois
não altera o cronograma de atividades do
produtor e não exige equipamentos especiais
para sua implantação.
Outro sistema é o “Barreirão”, que consiste em
dar início ao preparo de solo com grade aradora
no período seco para diminuir o número de
plantas estabelecidas de braquiaria e diminuir a
resistência às operações do preparo do solo
posteriores. Em seguida, logo após as primeiras
chuvas e com umidade adequada, procede-se a
uma aração profunda de 30-35 cm com um arado
de aiveca. Esta tem como objetivo colocar toda a
camada orgânica e sementes de pastagem
remanescente
à
profundidade
de
não
germinação. Após este preparo, que muitas vezes
não requer mais gradagens, é possível o plantio
de arroz. A técnica consiste em plantio de arroz
em posição mais superficial (2-3 cm) e o adubo e
semente de pastagem em mais profundas (8 cm).
Muitos outros modelos podem ser implantados e
até mesmo adaptados para cada situação e
propriedade, desde que o sistema seja bem
estudado e planejado, visando atender as
expectativas dos produtores e empresários rurais
(Kluthcouski et al., 2003; Balbinot Júnior et al,
2009).
O SILP auxilia para maior eficiência dos
produtores que vivem em um cenário de grandes
competições internacionais e pressões de caráter
socioambientais do uso da terra (Kluthcouski et
al., 2003; Balbinot Júnior et al., 2009).
Desafios e dificuldades podem aparecer aos
pecuaristas
que
desejam
integrar
suas
produções. As mais freqüentes são: necessidade
de equipamentos e infra-estrutura, mão de obra
qualificada,
conhecimento
das
técnicas
agropecuárias e conhecimento dos diferentes
mercados e produtos. Soma-se a isso o aumento
da complexidade da gestão da propriedade
gerando os desafios mercadológicos que podem
ser minimizados por alianças produtivas entre
agricultores e pecuaristas (Kluthcouski et al.,
2003; Balbinot Júnior et al., 2009).
4. Considerações finais:
O
SILP
oferece
aos
produtores
o
aperfeiçoamento do uso da terra, de máquinas,
de equipamentos e de mão de obra, reduzindo os
custos de produção e logísticos, proporcionando
uma maior rentabilidade da propriedade e
reduzindo os riscos que uma monocultura pode
oferecer.
Portanto, além dos ganhos econômicos e do
aumento da segurança das atividades rurais, o
SILP contribui para a redução do consumo de
recursos não-renováveis, respeitando o meio
ambiente e promovendo a sustentabilidade.
Bibliografia
BALBINOT JÚNIOR, A.A.; MORAES, A.; VEIGA,
M.; PELISSARI, A.; DIECKOW, J. Integração
lavoura-pecuária: intensificação de uso de áreas
agrícolas. Ciência Rural, v.39, n.6, 2009.
BARCELLOS, A. O. Sistemas extensivos e semiintensivos de produção: pecuária bovina de corte
no cerrado. In: Simpósio Sobre o Cerrado.
Biodiversidade e Produção Sustentável de
Alimentos e Fibras nos Cerrados, 1996, Brasília.
Anais... Brasília: [s.n.], 1996. p.130-136.
KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L.F.; AIDAR, H.
Integração Lavoura-Pecuária. Santo Antônio de
Goiás – Goiás: Embrapa, 2003.1º Ed. v.1, 570 p.
LANA, R.P. Uso racional de recursos naturais
não-renováveis: aspectos biológicos, econômicos
e ambientais. Revista Brasileira de Zootecnia,
v.38, p.330-340, 2009 (supl. especial).
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
9
NUNES, R. Uma visão social, econômica e
ambiental do agronegócio. Socioeconomia &
Ciência Animal, Ed.003, de 06 de julho de 2009.
ARTIGOS PUBLICADOS
DAIRY FARMER ATTITUDES AND
EMPATHY TOWARD ANIMALS ARE
ASSOCIATED WITH ANIMAL
WELFARE INDICATORS
Attitudes and empathy of farmers influence
human–animal interaction, thereby affecting their
behavior toward animals. The goal was to
investigate how measures of attitude and empathy
toward animals were associated with animal
welfare indicators such as milk yield, mastitis
incidence, fertility index, and the prevalence of
skin lesions on cows. To assess empathy toward
animals, a photo-based pain assessment
instrument was developed depicting various
conditions that could be associated with some
degree of pain in cattle and included questions
aimed at assessing attitudes toward animals.
Photos of painful conditions are useful in eliciting
measurable empathic responses to pain in
humans. A total of 221 farmers were sampled via
e-mail and 154 responses were obtained. In the
first analysis, farmers were categorized into 2
groups according to their agreement or
disagreement with the attitude statement “animals
experience physical pain as humans do.” In the
second analysis, farmers were assigned a median
pain assessment score obtained from their
estimates on the visual analog scale of 21
conditions assumed painful for cattle. In the third
analysis, farmers were clustered in 3 groups
according to their visual analog scale responses.
Three conditions were ranked as the most painful:
fracture of tuber coxae, dystocia, and serious
mastitis. Farmers with positive attitudes toward
animals scored 2 points higher on their empathy
score compared with farmers with negative
attitudes. Personal experience with each
additional condition resulted in a 0.09 higher
score. Cluster analysis revealed 3 groups.
Farmers in group 3 had the highest median pain
assessment score (6.7 ± 0.2), indicating a high
level of empathy and a positive attitude toward
animals. They had the lowest prevalence of skin
lesions over the carpus (24 ± 6%) and the lowest
milk production (6,705 ± 202 kg). The complex
associations between indicators of empathy and
attitudes with relevant welfare outcomes suggest
that competence building to safeguard animal
welfare could benefit from including both attitudes
and empathy in human–animal interactions
studies.
Kielland, C.; Skjerve, E.; Østerås, O.; Zanella, A.J.
Dairy farmer attitudes and empathy toward
animals are associated with animal welfare
indicators. Journal of Dairy Science, v.93, I.7, p.
2998-3006, 2010.
EFFECTS OF PAIR VERSUS SINGLE HOUSING
ON PERFORMANCE AND BEHAVIOR OF
DAIRY CALVES BEFORE AND AFTER
WEANING FROM MILK
This experiment tested the effects of pair versus
single housing on the performance and behavior
of dairy calves before and after weaning. Twentyseven Holstein calves were separated from the
dam within 6 h of birth, housed in individual pens
for 4 d, and then assigned to either continued
individual housing (n = 9 calves) or pair housing (n
= 9 pairs). Calves had ad libitum access to
starter, hay, and water via buckets. Pasteurized
whole milk was fed via teat twice a day for 2 h at
ad libitum volumes until d 36. During the milkfeeding period, paired calves showed higher
intakes of starter than did the individually housed
calves (averaging 93 vs. 59 ± 11 g/d per calf).
Calves were weaned from milk from d 37 to 41 by
progressive dilution of milk with water, and the
teat was removed on d 49. Calves in both
treatments vocalized in response to teat removal
but this response was less in paired calves than in
individually housed calves (84 vs. 194 ± 12
calls/2-h period per calf on d 49). On d 56, calves
were moved to group pens, mixed with other
calves, and observed for 15 d. Starter, water, and
hay were available ad libitum via automatic
feeders. Compared with calves previously housed
in single pens, paired calves had a shorter latency
to start feeding (9.1 ± 2.6 vs. 49.5 ± 4.1 h/calf),
visited the starter feeder more frequently (41.6 ±
3.0 vs. 26.4 ± 3.3 visits/d per calf), spent more
time at the feeder (87.8 ± 2.5 vs. 65.3 ± 2.9 min/d
per calf), and consumed more starter (3.4 vs. 2.3
± 0.2 kg/d per calf). Weight gains at mixing were
higher for paired than for individually housed
calves on d 2 and 3 after mixing (0.5 vs. −2.4 ±
0.3 kg/d per calf; and 0.8 vs. −0.9 ± 0.3 kg/d per
calf, respectively). The results indicate that pair
housing during the milk-feeding stage reduces calf
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
10
responses to weaning and improves performance
after weaning when calves are housed in groups.
Paula Vieira, A.; von Keyserlingk, M.A.G.; Weary,
D.M. Effects of pair versus single housing on
performance and behavior of dairy calves before
and after weaning from milk. Journal of Dairy
Science, v.93, I.7, p. 3079-3085, 2010.
IDENTIFYING COST-MINIMIZING STRATEGIES
FOR GUARANTEEING TARGET DAIRY
INCOME OVER FEED COST VIA USE OF THE
LIVESTOCK GROSS MARGIN DAIRY
INSURANCE PROGRAM
Milk and feed price volatility are the major source
of dairy farm risk. Since August 2008 a new
federally reinsured insurance program has been
available to many US dairy farmers to help
minimize the negative effects of adverse price
movements. This insurance program is referred to
as Livestock Gross Margin Insurance for Dairy
Cattle. Given the flexibility in contract design, the
dairy farmer has to make 3 critical decisions when
purchasing this insurance: 1) the percentage of
monthly milk production to be covered, 3)
declared feed equivalents used to produce this
milk, and 3) the level of gross margin not covered
by insurance (i.e., deductible). The objective of
this analysis was to provide an optimal strategy of
how a dairy farmer could incorporate this
insurance program to help manage the variability
in net farm income. In this analysis we assumed
that a risk-neutral dairy farmer wants to design an
insurance contract such that a target guaranteed
income over feed cost is obtained at least cost.
We undertook this analysis for a representative
Wisconsin dairy farm (herd size: 120 cows)
producing 8,873 kg (19,545 lb) of milk/cow per
year. Wisconsin statistical data indicates that dairy
farms of similar size must require an income over
feed cost of at least $110/Mg ($5/cwt) of milk to
be profitable during the coverage period.
Therefore, using data for the July 2009 insurance
contract to insure $110/Mg of milk, the least cost
contract was found to have a premium of
$1.22/Mg ($0.055/cwt) of milk produced insuring
approximately 52% of the production with variable
monthly production covered during the period of
September 2009 to June 2010. This premium
represented 1.10% of the desired IOFC. We
compared the above optimal strategy with an
alternative nonoptimal strategy, defined as a
contract insuring the same proportion of milk as
the optimal (52%) but with a constant amount
insured across all contract months. The premium
was found to be almost twice the level obtained
under the cost-minimizing solution representing
1.9% of the insured amount. Our model identifies
the lowest cost insurance contract for a desired
target guaranteed income over feed cost.
Valvekar, M.; Cabrera, V.E.; Gould, B.W.
Identifying
cost-minimizing
strategies
for
guaranteeing target dairy income over feed cost
via use of the Livestock Gross Margin dairy
insurance program. Journal of Dairy Science,
v.93, I.7, p. 3350-3357, 2010.
EXCELLENCE IN TEACHING FOR
PROMOTION AND TENURE IN ANIMAL AND
DAIRY SCIENCES AT DOCTORAL/RESEARCH
UNIVERSITIES: A FACULTY PERSPECTIVE
In this study, animal or dairy sciences faculty from
doctoral/research universities were surveyed to
clarify teaching performance expectations for the
purpose of promotion and tenure of assistant
professors. A survey tool including 15 evaluation
criteria was available online and at the registration
desk of the 2005 Joint Annual Meeting of the
American Dairy Science Association and the
American Society of Animal Science. The
analyzed data set included 47 faculty (41 tenured
and 6 tenure-track) with a substantial teaching
responsibility from 27 different departments in 25
states. Four criteria were perceived as currently
overemphasized: student evaluation of the
instructor, student evaluation of the course,
authoring
peer-reviewed
publications,
and
authoring an undergraduate textbook or book
chapter. Nevertheless, more than 50% of
respondents reported that these criteria should be
used. One criterion emerged as being currently
underemphasized: documentation of personal
assessment of one's own teaching by preparing a
portfolio. The lack of consensus for the remaining
10 items may have reflected substantial
differences in institutional practices. The
significance of overemphasis or underemphasis of
certain criteria varied substantially depending on
the respondent's perceived institutional mission.
When asked about recognition within their
department, 68% of respondents indicated that
efforts in teaching improvement were properly
rewarded.
Respondents
doubted
the
meaningfulness and appropriateness of student
ratings tools as currently used. Results also
suggested that animal and dairy science faculty
placed a higher value on criteria recognizing
excellence in teaching based on intradepartmental
recognition (e.g., interactions with close-up peers
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
11
and students) rather than recognition within a
broader community of scholars as evidenced by
authorship or success in generating funding for
teaching. Proposed improvements in the
evaluation of teaching for promotion and tenure
include 1) providing tenure-track faculty with
written guidelines at the time of hiring; 2) ensuring
that student ratings tools are reliable and valid; 3)
carefully mentoring new faculty within the
departmental and institutional culture; and 4)
encouraging self-reflection and documentation of
attempts to address pedagogical issues in one's
own
teaching.
Educational
leaders
in
doctoral/research universities should promote
changes to enhance teaching performance of
future faculty graduating from their institutions.
Wattiaux, M.A.; Moore, J.A.; Rastani, R.R.;
Crump, P.M. Excellence in teaching for promotion
and tenure in animal and dairy sciences at
doctoral/research
universities:
A
faculty
perspective. Journal of Dairy Science, v.93, I.7,
p. 3365-3376, 2010.
EFFECTS OF LOADING
METHODS ON RABBIT
WELFARE AND MEAT QUALITY
The effects of different loading
methods on the welfare, carcass characteristics
and meat quality traits of hybrid commercial
rabbits were investigated. 384 male rabbits,
82 days old, were transported from the farm to the
slaughterhouse. At the farm, 192 rabbits were
loaded onto the truck smoothly (S) and 192
rabbits were loaded roughly (R). The S loading
method consisted of carefully placing each rabbit
into the transport crates. In the R method, the
loading was hurriedly and carelessly executed by
the transport operator, throwing each animal into
the crates fixed on the truck. Live weight before
and after transport as well as slaughter data were
recorded for each rabbit, and a subset of 80
carcasses were evaluated for meat quality. Blood
samples from 80 rabbits were analysed for
haematological and biochemical parameters. A
significant
neutrophilia
(P < 0.001),
lymphocytopaenia (P < 0.001) and an increase in
serum
aspartate
aminotransferase
(AST)
(P < 0.01), alanine aminotransferase (ALT)
(P < 0.001) and creatine kinase (CK) activities
(P < 0.001) were recorded in all rabbits after
transport, independent of the loading method. A
twofold increase in serum corticosterone
concentration (6.23 vs. 14.88 ng/mL; P = 0.001)
was observed in all rabbits following transport.
Results suggest that the stress parameters
analysed were more influenced by transport and
handling itself rather than by the different loading
methods. The results showed that there was no
adverse effect of loading method on carcass
traits. Furthermore, the stress condition evidenced
by haematological and biochemical parameters
prior to slaughter did not affect meat quality.
Mazzone, G.; Vignola, G.; Giammarco, M.;
Manetta, A.C.; Lambertini, L.. Effects of loading
methods on rabbit welfare and meat quality. Meat
Science, v.85, I.1, p.33-39, 2010
TIME TO COLLAPSE FOLLOWING
SLAUGHTER WITHOUT STUNNING
IN CATTLE
Time to physical collapse was examined in 174
cattle which were restrained in the upright position
and then released immediately from the restraint
following the halal cut. The frequencies of swelling
and false aneurysm in the cephalic and cardiac
severed ends of the arteries were recorded.
Fourteen percent of the cattle collapsed and stood
up again before finally collapsing. The average
time to final collapse for all the cattle was 20 s
(sd ± 33). In 8% of the animals time to final
collapse was 60 s. Seventy-one percent of the
cattle that took more than 75 s to collapse had
false aneurysms in the cardiac ends of the
severed carotid arteries. The frequency of
swelling at the cephalic severed ends of the
carotid arteries in 129 cattle was 7%. Failure to
collapse within 60 s was associated with swelling
of the cephalic ends of the carotid arteries.
Gregory, N.G.; Fielding, H.R.; von Wenzlawowicz,
M.; von Holleben, K. Time to collapse following
slaughter without stunning in cattle. Meat
Science, v.85, I.1, p.66-69, 2010.
ECONOMICALLY OPTIMAL
COMPOST RATES FOR ORGANIC
CROP PRODUCTION
Current guidelines for the use of compost in
organic agriculture are based on nutrient targets,
which represent the conditions needed for
maximum yield. Due to the high cost of inputs,
however, a maximum-yield strategy may be far
from economically optimal in some organic
cropping systems. In this article we formulate a
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
12
theory of economically optimal rates (EORs) for
compost that incorporates the effects on yield in
the years after application. When carryover is
neglected, it is well known that the slope of the
yield response at the EOR equals the
fertilizer/crop price ratio. We show that when
carry-over effects are modeled with a decay
series, the critical slope is reduced by the sum of
the decay series, and this criterion holds for each
crop in a rotation. To demonstrate the application
of these theoretical results, we used data from a
previous study in which the dryland wheat yield
response to compost was measured on organic
farmland in northern Utah. Since a decay series
was not measured, EORs are presented for a
range of values of the cumulative carryover, as
well as for different compost/wheat price ratios.
The EOR for compost sold by one of the region's
main composting facilities was predicted to be
zero, which highlights the challenging nature of
organic fertility management in northern Utah's
dryland agriculture. Confidence in the EOR was
hindered by our limited understanding of carryover
in dryland systems, which should be a priority for
future research.
Endelman, J.B.; Reeve, J.R.; Hole, D.J.
Economically Optimal Compost Rates for Organic
Crop Production. Agronomy Journal, v.102,
p.1283–1289, 2010
COMPARISON OF ECONOMIC OPTIMUM
NITROGEN RATES FOR RICE IN ARKANSAS
Historically high N prices have increased farmer
interest in economic optimum N rates for rice
(Oryza sativa L.). This study uses five to 8 yr of
rice variety by N data from four research locations
in Arkansas varying by soil series [Perry clay
(Vertic Haplaquepts); Sharkey clay (Vertic
Haplaquepts); DeWitt silt loam (Typic Albaqualfs);
and Hillemann silt loam (Thermic, Albic, Glossic
Natraqualfs)] to estimate rice yield response to N
functions for five common functional forms
[quadratic, quadratic-plateau, square root, linearplateau, and Mitscherlich]. Economic optimum N
rates (EONs) are calculated by location and
functional form across years using both nonlinear
optimization and a numerical method proposed for
making N rate guidelines in the Corn Belt of the
United States. Statistical analysis indicated the
quadratic fits the yield data best at three of four
locations and performs as well as either the linearplateau or quadratic-plateau at the fourth location.
The numerical method produces approximately
the same EON rates (within ±1 kg ha–1) as
nonlinear optimization. Economic optimum N rates
varied by research location and are as follows
assuming average 2006–2008 rice price and N
cost data and annual quadratic functions: 150 kg
N ha–1 at the DeWitt silt loam location; 122 kg N
ha–1 at the Hillemann silt loam location; 181 kg N
ha–1 at the Sharkey clay location; and 187 kg N
ha–1 at the Perry clay location.
Watkins, K.B.; Hignight, J.A.; Norman, R.J.;
Roberts, T.L.; Slaton, N.A.; Wilson, C.E.; Frizzell,
D.L. Comparison of Economic Optimum Nitrogen
Rates for Rice in Arkansas. Agronomy Journal,
v.102, p.1099–1108, 2010.
CEMENT REPLACEMENT BY SUGAR CANE
BAGASSE ASH: CO2 EMISSIONS REDUCTION
AND POTENTIAL FOR CARBON CREDITS
This paper presents a study of cement
replacement by sugar cane bagasse ash (SCBA)
in industrial scale aiming to reduce the CO2
emissions into the atmosphere. SCBA is a byproduct of the sugar/ethanol agro-industry
abundantly available in some regions of the world
and has cementitious properties indicating that it
can be used together with cement. Recent
comprehensive research developed at the Federal
University of Rio de Janeiro/Brazil has
demonstrated that SCBA maintains, or even
improves, the mechanical and durability properties
of cement-based materials such as mortars and
concretes. Brazil is the world’s largest sugar cane
producer and being a developing country can
claim carbon credits. A simulation was carried out
to estimate the potential of CO 2 emission
reductions and the viability to issue certified
emission reduction (CER) credits. The simulation
was developed within the framework of the
methodology established by the United Nations
Framework Convention on Climate Change
(UNFCCC)
for
the
Clean
Development
Mechanism (CDM). The State of São Paulo
(Brazil) was chosen for this case study because it
concentrates about 60% of the national sugar
cane and ash production together with an
important concentration of cement factories. Since
one of the key variables to estimate the CO 2
emissions is the average distance between sugar
cane/ethanol factories and the cement plants, a
genetic algorithm was developed to solve this
optimization problem. The results indicated that
SCBA blended cement reduces CO2 emissions,
which qualifies this product for CDM projects.
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
13
Fairbairn, E.M.R.; Americano, B.B.; Cordeiro,
G.C.; Paula, T.P.; Toledo Filho, R.D.; Silvoso,
M.M. Cement replacement by sugar cane
bagasse ash: CO2 emissions reduction and
potential for carbon credits. Journal of
Environmental Management, v.91, I.9, p.18641871, 2010.
CONTRIBUIÇÃO DO FOMENTO DO ÓRGÃO
FLORESTAL DE MINAS GERAIS NA
LUCRATIVIDADE E NA REDUÇÃO DE RISCOS
PARA PRODUTORES RURAIS
O objetivo deste estudo foi realizar a análise
financeira e a simulação de risco de investimento
em projetos de reflorestamentos com eucalipto
visando à produção de carvão e madeira para
celulose, com e sem fomento florestal do Instituto
Estadual de Florestas (IEF/MG). A análise
financeira foi realizada mediante os métodos de
avaliação de projetos florestais, e para a análise
de risco utilizou-se a técnica de simulação de
Monte Carlo, por meio do programa @RISK.
Entre os projetos testados, aquele visando à
produção de carvão com fomento do IEF obteve
melhor desempenho financeiro. Verificou-se que
os custos de colheita, transporte e carvoejamento
são, juntos, responsáveis pela maior parcela do
custo total dos projetos.A simulação da análise de
risco indicou que as variáveis que afetaram o
Valor Presente Líquido (VPL), nos projetos cuja
produção final era o carvão, na sua ordem de
importância (R), foram: preço dos produtos,
produtividade da floresta, taxa de juros, custo de
colheita e custo de implantação. Já para a
produção de madeira a ordem de importância foi
alterada quando se analisou o custo de colheita e
de implantação, sendo este último mais influente,
de forma negativa, sobre o VPL do Projeto sem
fomento florestal.
Cordeiro, S.A.; Silva, M.L.; Jacovine, L.A.C.;
Valverde, S.R.; Soares, N.S. Contribuição do
fomento do órgão florestal de Minas Gerais na
lucratividade e na redução de riscos para
produtores rurais. Revista Árvore, vol.34, n.2, pp.
367-376, 2010
INTEGRATING SCIENCE AND
BUSINESS MODELS OF
SUSTAINABILITY FOR
ENVIRONMENTALLYCHALLENGING INDUSTRIES SUCH
AS SECONDARY LEAD SMELTERS: A
SYSTEMATIC REVIEW AND ANALYSIS OF
FINDINGS
Secondary lead smelters (SLS) represent an
environmentally-challenging industry as they deal
with toxic substances posing potential threats to
both
human
and
environmental
health,
consequently,
they
operate
under
strict
government regulations. Such challenges have
resulted in the significant reduction of SLS plants
in the last three decades. In addition, the domestic
recycling of lead has been on a steep decline in
the past 10 years as the amount of lead recovered
has remained virtually unchanged while
consumption has increased. Therefore, one may
wonder whether sustainable development can be
achieved among SLS. The primary objective of
this study was to determine whether a roadmap
for sustainable development can be established
for SLS. The following aims were established in
support of the study objective: (1) to conduct a
systematic review and an analysis of models of
sustainable systems with a particular emphasis on
SLS; (2) to document the challenges for the U.S.
secondary lead smelting industry; and (3) to
explore practices and concepts which act as
vehicles for SLS on the road to sustainable
development. An evidence-based methodology
was adopted to achieve the study objective. (…)
Two
types
of
models
emerged:
management/business and science/mathematical
models. Although the management/business
models explored actions to achieve sustainable
growth
in
the
industrial
enterprise,
science/mathematical models attempted to
explain the sustainable behaviors and properties
aiming at predominantly ecosystem management.
As such, there are major disconnects between the
science/mathematical and management/business
models in terms of aims and goals. Therefore,
there is an urgent need to integrate science and
business models of sustainability for the industrial
enterprises at large and environmentallychallenging industrial sectors in particular. In this
paper, we offered examples of practices and
concepts which can be used in charting a path
towards sustainable development for secondary
lead smelters particularly that the waste
generated is much greater outside the industrial
enterprise than inside. An environmentallychallenging industry such as secondary lead
smelters requires a fresh look to chart a path
towards
sustainable
development
(i.e.,
survivability and purposive needs) for all
stakeholders (i.e., industrial enterprise, individual
stakeholders, and social/ecological systems).
Such a path should deal with issues beyond
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
14
pollution prevention, product stewardship and
clean technologies.
Genaidy, A.M.; Sequeira, R.; Tolaymat, T.; Kohler,
J.; Wallace, S.; Rinder, M. Integrating science
and business models of sustainability for
environmentally-challenging industries such as
secondary lead smelters: A systematic review and
analysis of findings. Journal of Environmental
Management, v.91, I.9, p.1872-1882, 2010.
DESENVOLVIMENTO DE MODELO
MATEMÁTICO DE OTIMIZAÇÃO LOGÍSTICA
PARA O TRANSPORTE MULTIMODAL DE
SAFRAS AGRÍCOLAS PELO CORREDOR
CENTRO-OESTE
Este artigo apresenta um modelo matemático de
otimização logística para o transporte multimodal
de safras agrícolas pelo corredor Centro-Oeste.
Tal ferramenta foi desenvolvida no contexto de
três amplos projetos de pesquisa financiados pela
FINEP e executados por um grupo de
universidades.
O
modelo,
conhecido
genericamente como Modelo de fluxo de Custo
Mínimo Multiproduto, considera a otimização de
fluxos em rede, para os produtos açúcar, álcool,
milho, soja, óleo de soja, farelo de soja e trigo. O
modelo proposto para estimativa dos fluxos interregionais mostrou-se uma ferramenta factível
para fins de avaliação do potencial de utilização
da multimodalidade. A análise destes resultados
gera importantes subsídios para a seleção dos
locais com potencial para instalação de
mecanismos e equipamentos de transferência de
cargas, além de auxiliar no dimensionamento
dessas infraestruturas. Também é um resultado
importante do ferramental desenvolvido a
identificação das zonas de cargas que
apresentam potencial captável pelas ferrovias,
hidrovias e dutovias, ou seja, possibilita a
identificação das regiões que revelam potencial
para uso da multimodalidade.
Branco, J.E.H.; Caixeta-Filho, J.V.; Xavier,
C.E.O.;
Lopes,
R.L.;
Gameiro,
A.H.
Desenvolvimento de modelo matemático de
otimização logística para o transporte multimodal
de safras agrícolas pelo corredor centro-oeste.
Informe Gepec, v. 14, n. 1, p. 84-100, jan./jun.
2010.
INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
Esta descrição retrospectiva de um debate
científico com quase 40 anos mostra a
necessidade de uma trinca de novos indicadores
de
sustentabilidade
capaz
de
avaliar
simultaneamente
resiliência
ecossistêmica,
qualidade de vida e desempenho econômico.
Veiga, J.E. Indicadores de sustentabilidade.
Estudos Avançados, v.24, n.68, pp. 39-52. 2010
CONCEPÇÕES DA ECONOMIA ECOLÓGICA:
SUAS RELAÇÕES COM A ECONOMIA
DOMINANTE E A ECONOMIA AMBIENTAL
O trabalho aborda as relações naturezasociedade com o propósito de ampliar o leque
das teorias socioambientais disponíveis. Faz
rápida revisão e avaliação crítica do pensamento
econômico tradicional diante da dimensão
ambiental do processo econômico. Mostra o
esforço de se incorporar o meio ambiente ao
modelo econômico e trata da atividade econômica
sob a restrição ambiental. Introduz a perspectiva
da economia ecológica e sua abordagem
transdisciplinar, explorando implicações da visão
integradora dela decorrente. Conclui com uma
apreciação de tendências no pensamento
econômico-ecológico, lembrando nomes que as
representam,
com
ênfase
em
Nicholas
Georgescu-Roegen.
Cavalcanti, C. Concepções da economia
ecológica: suas relações com a economia
dominante e a economia ambiental. Estudos
Avançados, v.24, n.68, pp. 53-67. 2010
GEOGRAFIA POLÍTICA E GESTÃO
INTERNACIONAL DOS RECURSOS NATURAIS
Combinar ideias de autores clássicos da
geografia política com autores contemporâneos
permite analisar temas ambientais em uma escala
internacional. Para regular os diversos interesses
em jogo, foram criadas convenções internacionais
sobre o ambiente, que oferecem novas formas de
intercâmbio, comércio e cooperação entre países.
Mas a assimetria das relações entre as partes
aponta para a necessidade de discutir soberania,
sustentabilidade
e
segurança
ambiental,
conceitos centrais que sustentam a ordem
ambiental internacional, o conjunto de acordos
multilaterais sobre o ambiente. Por isso, é
fundamental analisar as matrizes teóricas dos
conceitos citados combinados com convenções
internacionais elaboradas em reuniões de Cúpula,
como as de Estocolmo, do Rio de Janeiro e a de
Johanesburgo, para reforçar o diálogo na
resolução de problemas internacionais.
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
15
Ribeiro, W.C. Geografia política e gestão
internacional dos recursos naturais. Estudos
Avançados, v.24, n.68, pp. 69-80. 2010
OS RISCOS DE EXTINÇÃO DE SAPOS, RÃS E
PERERECAS EM DECORRÊNCIA DAS
ALTERAÇÕES AMBIENTAIS
AS BASES TEÓRICAS DA HISTÓRIA
AMBIENTAL
Cerca de 30% das espécies do grupo de sapos,
rãs e pererecas sofrem ameaça de extinção, já
tendo sido extintas 35 dessas espécies. Por
apresentarem pele fina e permeável e, na maioria
dos casos, fase larval que vive em ambiente
aquático, esses animais são muito sensíveis a
alterações tanto do ambiente aquático como do
solo e do ar. O maior responsável pelos fatores
geradores dessa crise é o estilo de vida da
sociedade atual que produz altos índices de
poluição, o aquecimento global, a invasão de
espécies exóticas, o aumento da incidência de
radiação ultravioleta e o surgimento de
epidemias. Se não houver consciência da
responsabilidade humana por essa crise e se não
houver mudanças no seu modo de vida, essa
ameaça se estenderá a todos, contemplando
especialmente os humanos.
O artigo analisa a emergência da história
ambiental, como uma ciência consciente de si
mesma, no contexto histórico e cultural da
passagem do século XX para o século XXI. Ele
define a história ambiental como uma
investigação aberta e não reducionista das
interações entre sistemas sociais e sistemas
naturais ao longo do tempo. Também são
discutidos os fatores sociológicos e as principais
questões
epistemológicas
presentes
na
constituição desse novo campo historiográfico.
Pádua, J.A. As bases teóricas da história
ambiental. Estudos Avançados, v.24, n.68, pp.
81-101. 2010
POLÍTICAS DE CONSERVAÇÃO E CRITÉRIOS
AMBIENTAIS: PRINCÍPIOS, CONCEITOS E
PROTOCOLOS
São discutidos conceitos fundamentais à
elaboração
de
políticas
ambientais
cientificamente
embasadas
e,
portanto,
consistentes e eficazes, como o de biodiversidade
(baseado na noção de variedade), conservação,
resiliência de ecossistemas, fragilidade e
perturbação, efeitos acumulativos e princípio da
precaução. São analisados os dois principais
instrumentos que vêm sendo considerados nesse
âmbito, quais sejam as áreas prioritárias para
conservação da biodiversidade e as listas de
espécies ameaçadas de extinção; na prática,
estas últimas são o único aplicado quando da
análise de pedidos de licenciamento de
empreendimentos. Finalmente, são detalhados
critérios mínimos de suficiência amostral para
estudos ambientais embasando tais pedidos:
abrangência taxonômica (que deve ser completa
nos levantamentos), espacial (incluindo áreas de
influência de cada empreendimento) e temporal
(pelo menos três ciclos anuais), testadas por meio
de curvas de acumulação de espécies. A
legislação referente a cavernas é utilizada como
exemplo.
Trajano, E. Políticas de conservação e critérios
ambientais: princípios, conceitos e protocolos.
Estudos Avançados, v.24, n.68, pp. 135-146.
2010
Verdade, V.K.; Dixo, M.; Curcio, F.F.. Os riscos
de extinção de sapos, rãs e pererecas em
decorrência das alterações ambientais. Estudos
Avançados, v.24, n.68, pp. 161-172. 2010
PARA QUE SERVEM OS INVENTÁRIOS DE
FAUNA?
Inventários de fauna acessam diretamente a
diversidade de uma localidade, em um
determinado espaço e tempo. Os dados primários
gerados pelos inventários compõem uma das
ferramentas mais importantes na tomada de
decisões a respeito do manejo de áreas naturais.
Entretanto, vários problemas têm sido observados
em diversos níveis relacionados aos inventários
de fauna no Brasil e vão desde a formação de
recursos humanos até a ausência de
padronização, de desenho experimental e de
seleção
de
métodos
inadequados.
São
apresentados estudos de caso com mamíferos,
répteis, anfíbios e peixes, nos quais são
discutidos problemas como variabilidade temporal
e métodos para detecção de fauna terrestre,
sugerindo que tanto os inventários quanto os
programas de monitoramento devam se estender
por prazos maiores e que os inventários devem
incluir diferentes metodologias para que os seus
objetivos sejam plenamente alcançados.
Silveira, L.F.; Baisiegel, B.M.; Curcio, F.F.;
Valdujo, P.H.; Dixo, M.; Verdade, V.K., Mattox,
G.M.T.; Cunningham, P.T.M. Para que servem os
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
16
inventários de fauna?. Estudos Avançados,
v.24, n.68, pp. 173-207. 2010
EFEITO DA COMBINAÇÃO DE PROBIÓTICOS
NA DIETA DE LEITÕES DESAFIADOS COM
SALMONELLA TYPHIMURIUM9
Larissa José Parazzi
DISSERTAÇÕES
A PESQUISA COM BEM ESTAR ANIMAL
TENDO COMO ALICERCE O
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL ATRAVÉS DA
UTILIZAÇÃO DE OBJETO SUSPENSO NO
COMPORTAMENTO DE LEITÕES
DESMAMADOS E SEU EFEITO COMO
NOVIDADE8
Juliana de Vazzi Pinheiro
Este experimento foi realizado com 137 leitões
em fase pós desmame, desmamados aos 28 dias
de idade que foram submetidos a 3 tratamentos
relacionados ao seu comportamento baseados na
utilização de um objetivo, neste caso um pneu
suspenso por uma corrente, com a finalidade de
enriquecimento ambiental. Os tratamentos foram:
positivo (o pneu ficava disponível durante todo o
período experimental para os leitões), negativo
(ausência de enriquecimento ambiental) e
alternado (o pneu utilizado para enriquecimento
ambiental era lavado diariamente). Os leitões
eram filmados em sistema contínuo, durante 24
horas, num período de 6 dias, o primeiro de
adaptação e os outros 5 para análise do efeito
deste objetivo. Na primeira análise observamos
que o período entre as 10 e 11 horas da manhã e
16 às 17 horas corresponde ao horário de maior
atividade de “jogo” dos leitões com o objeto.
Apesar de estatisticamente os dados não
apresentarem significância, foi observado na
segunda análise que com o passar dos dias o
enriquecimento ambiental vai perdendo seu
efeito, diminuindo gradativamente o interesse dos
leitões pelo objeto. Através da utilização dos
etogramas, realizados nos períodos encontrados
na primeira análise, em intervalos de 10 minutos,
pode se avaliar o comportamento diário dos
animais. Mostrando que as baias que continham
o enriquecimento ambiental obtiveram menores
frequências de comportamentos estereotipados.
8
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Nutrição e Produção Animal (FMVZ/USP), orientada pela
Profa. Dra. Maria de Fátima Martins.
O estudo fundamentou-se na utilização de
probióticos como promotores de crescimento
alternativos na alimentação de suínos, dada a
proibição, por parte da União Européia, do uso de
alguns antibióticos, que podem causar resistência
aos antimicrobianos e riscos à saúde humana
pelo consumo da carne. O experimento foi
conduzido no Laboratório de Pesquisa em Suínos
(LPS), com 160 leitões desmamados aos 23 dias
até os 138 dias de idade. (...) As 51 dias de idade
os animais foram inoculados com uma cepa de
Salmonella Typhimurium via oral. (Foram seis
tratamentos originados de dois probióticos, A e B,
e três momentos de desmame, 44, 65 e 138 dias
de idade; além de um controle positivo: ração
com antimicrobiano e sem probiótico; e controle
negativo: ração sem antimicrobiano e sem
probióticos). Foram analisados os parâmetros
peso, ganho de peso, consumo de ração e
conversão alimentar. Aspectos clínicos e
sanitários também foram avaliados, incluindo
frequência de diarréia, temperatura retal, swabs
retais para verificação da frequência da
salmonela nas fezes e parâmetros sanguíneos.
(...) Em relação ao peso médio, observou-se, no
período de creche, que o controle positivo se
sobressaiu frente aos probióticos, mas no período
de crescimento, por volta dos 106 dias de idade,
os grupos se igualaram, não havendo diferenças
significativas. No período total de creche e
crescimento/terminação, o ganho de peso dos
animais do controle positivo foi numericamente
superior comparativamente aos probióticos. O
consumo de ração foi menor para o controle
negativo em relação aos probióticos. A conversão
alimentar foi melhor para o controle positivo em
relação aos probióticos na fase de creche. Na
frequência de diarréia o efeito do desafio
programado foi evidenciado, mostrando no
controle negativo maior frequência, ressaltada
principalmente pela classificação em fezes
líquidas, em comparação aos probióticos e
controle positivo. A temperatura retal e a
presença do agente nas fezes não se mostraram
diferentes nos tratamento, o mesmo ocorrendo
com relação aos parâmetros sanguíneos.
9
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Nutrição e Produção Animal (FMVZ/USP), orientada pelo
Prof. Dr. Aníbal de Sant’ Anna Moretti.
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
17
Portanto, as evidências encontradas quanto aos
parâmetros clínicos e sanitários demonstraram de
uma maneira geral, que os probióticos e os
antimicrobianos
podem
agir
de
forma
diferenciada, mas apresentando as mesmas
respostas que repercutem em desempenhos
semelhantes até o final da fase de terminação.
Concluiu-se na avaliação de desempenho
associado a aos aspectos econômicos, que o
probiótico A, dentre os tratamentos, foi o mais
viável, com a administração até 44 e 65 dias de
idade dos leitões. A continuidade dos estudos
com probióticos é necessária dada a variabilidade
de fatores que interferem no seu melhor
aproveitamento como promotor de crescimento.
Desempenho sustentável
em Medicina Veterinária
Márcio Ricardo Costa dos
Santos
L.F. Livros
CURSO EM DESTAQUE
SUGESTÁO DE SITE
II Simpósio de
Sustentabilidade e Ciência
Animal (II SISCA)
No site do evento foram
atualizados os conteúdos das
palestras e as fotografias do
evento.
3º CURSO DE ATIVIDADE, EDUCAÇÃO E
TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS (AAA,
EAA, TAA)
31 de julho e 01 de agosto de 2010
Campus da USP em Pirassununga
Instrutoras:
Acesse: www.sisca.com.br
Profa. Dra. Maria de Fátima Martins
Professora da FMVZ/USP
Pedagoga Marisa Solano
Presidente da ONG Zooterapia
LIVROS
Bióloga Sílvia Ribeiro Jansen
Presidente da ONG ATEAC
Segurança alimentar:
produção agrícola e
desenvolvimento territorial
Niemeyer Almeida Filho e
Pedro Ramos
Alínea
Informações: [email protected]
CURSOS
VII Curso de Atualização em Avicultura para
Postura Comercial
Jaboticabal SP – 16 e 17 de setembro de 2010
www.funep.org.br/eventos
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
18
Charli Beatriz Ludtke
EVENTO EM DESTAQUE
Experimentação animal sob o ponto de vista
da sociedade
Marisa Martinez Solano Pereira
WORKSHOP DA
COMISSÃO DE ÉTICA NO
USO DE ANIMAIS:
Informações: [email protected]
“O USO DE ANIMAIS NA
PESQUISA E NO ENSINO
NA FMVZ/USP”
EVENTOS
18 de agosto de 2010
Faculdade de Medicina e Veterinária da USP
Temas e palestrantes:
A importância da pesquisa na universidade
para o desenvolvimento nacional
Marco Antonio Zago
A importância da pesquisa com animais para
o bem-estar do homem e dos animais
João Palermo Neto
Âmbito de competência das comissões de
ética
Eduardo Massad
Mérito e metodologia científica
Eduardo Massad
Papel das comissões de ética no ensino e
pesquisa
César Ades
48º Congresso da Sociedade Brasileira de
Economia, Administração e Sociologia Rural
(SOBER)
Campo Grande MS - 25 a 28 de julho de 2010
www.sober48.com.br
XXXIX Congresso Brasileiro de Engenharia
Agrícola
IV Congreso Latinoamericano y Del Caribe de
Ingeniaría Agrícola
Vitória ES – 25 a 29 de julho de 2010
http://www.sbea.org.br/clia2010/
37º Congresso Brasileiro de Medicina
Veterinária (CONBRAVET)
Rio de Janeiro RJ – 26 a 30 de julho de 2010
www.conbravet2010.com.br
Métodos alternativos no uso de animais em
ensino
Rita de Cássia Maria Garcia
Métodos alternativos para o ensino em áreas
básicas
Ricardo Titze de Almeida
Avaliação crítica dos métodos alternativos no
ensino
Maria Fernanda Torres
Avaliação crítica dos métodos alternativos na
pesquisa
Humberto Pereira Oliveira
Programa nacional de abate humanitário para
aves, suínos e bovinos
47ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Zootecnia (SBZ)
Salvador BA, 27 a 30 de julho de 2010
http://www.reuniaosbz.com.br/
III Simpósio Brasil Sul de Suinocultura
Chapecó SC – 10 a 12 de agosto de 2010
WWW.nucleovet.com.br
VI Congresso Internacional de Medicina
Veterinária FEI/CBH
São Paulo SP - 14 e 15 de agosto de 2010
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
19
www.caballiana.com.br
43º Congresso Brasileiro de Fitopatologia
Cuiabá MT – 15 a 19 de agosto de 2010
WWW.fito2010.com.br
Workshop da Comissão de Ética no Uso de
Animais da FMVZ/USP
São Paulo SP – 18 de agosto de 2010
[email protected]
V Research Workshop on “Institutions and
Organizations”
Sao Paulo SP - October 3rd-5th 2010
www.pensa.org.br
XV Congresso Mundial da Raça Brahman
Uberaba MG - 17 a 24 de outubro de 2010
WWW.brahamancongress.com
International Vets Congress
Rotterdam, The Netherlands – 22 &
23 October 2010
www.internationalvetscongress.com
10º Interleite
Uberlândia MG – 19 a 21 de agosto de 2010
http://www.milkpoint.com.br/interleite2010/inscrica
o.html
XVII Congresso da Sociedade Paulista de
Zoológicos
São Paulo SP – 20 a 24 de agosto de 2010
www.zoologico.sp.gov.br
III Workshop de Nutrição de Suínos
Nova Odessa SP - 27 de agosto de 2010
www.iz.sp.gov.br
Seminário Internacional sobre Vida Silvestre
Jundiaí SP – 11 de setembro de 2010
www.wspabrasil.org
PorkExpo 2010
V Fórum Internacional de Suinocultura
Curitiba PR – 14 a 16 de setembro de 2010
www.porkexpo.com.br
10ª Conferência Internacional de Caprinos
Recife PE, 19 a 23 de setembro de 2010
www.iga2010.com.br
Simpósio de Pesquisa em Medicina
Veterinária 2010
Viçosa MG – 20 a 24 de setembro de 2010
www.posvet.ufv.br/simposio2010
Conferência Internacional da Rede
WATERLAT (Rede de pesquisas voltada para o
tema da Governabilidade e da Cidadania na
Gestão da Água e da Saúde Ambiental na
América Latina)
São Paulo SP - 25 a 27 de outubro de 2010
http://www.waterlat.org/pt/index.html
IV CLANA - Congresso Latino Americano de
Nutrição Animal
São Pedro SP – 24 a 26 de novembro de 2010
http://www.cbna.com.br/
VI Congresso Nordestino de Produção Animal
XII Simpósio Nordestino de Alimentação de
Ruminantes
Mossoró RN - 29 de novembro a 02 de dezembro
de 2010
www.snpa.org.br
II Congresso Argentino de reprodução Equina
Mendoza, Argentina – 4 a 6 de maio de 2011
www.congresoreproequina.com.br
EQUIPE
71st Minnesota Nutrition Conference
Owatonna, MN, USA - September 21-22, 2010
http://www.ansci.umn.edu/mnc.html
Augusto Hauber Gameiro
[email protected]
Professor da FMVZ/USP
II Festival Nacional de Cinema e Vídeo Rural
de Pirituba
Pirituba SC - 22 a 25 de setembro de 2010
WWW.festivaldecinemapirituba.com
Teresa Cristina Alves
[email protected]
Pesquisadora da FZEA/USP
Congresso Brasileiro de Agricultura de
Precisão
Ribeirão Preto SP - 27 a 29 de setembro de 2010
http://www.sbea.org.br/conbap2010/principal.html
Rubens Nunes
[email protected]
Professor da FZEA/USP
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
20
CONTATO
USP / FMVZ / VNP / LAE
Laboratório de Análises Socioeconômicas e
Ciência Animal
Av. Duque de Caxias Norte, 225 - Campus USP
CEP 13.635-900, Pirassununga - SP
Telefone: (19) 3565 4300
Fax: (19) 3565 4295
http://lae.fmvz.usp.br
SOBRE O BOLETIM ELETRÔNICO
“SOCIOECONOMIA & CIÊNCIA ANIMAL”
Trata-se de um projeto de extensão vinculado ao Programa de
Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal da Faculdade
de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/USP). O projeto
conta com a participação da Faculdade de Zootecnia e
Engenharia de Alimentos (FZEA/USP).
O boletim eletrônico tem o objetivo de divulgar os resultados
de pesquisas desenvolvidas e publicadas nacionalmente e
internacionalmente, e que tenham como campo de
investigação, as Ciências Humanas aplicadas diretamente ou
conjuntamente à Ciência Animal.
Portanto, este projeto de extensão procura contribuir para o
desenvolvimento científico baseado na multidisciplinaridade.
O boletim é de livre acesso a todos que tenham interesse,
bastando enviar uma mensagem solicitando a inclusão do email destinatário para o seu recebimento.
Críticas, idéias e sugestões sempre serão bem vindas.
Para solicitar cadastramento na lista de destinatários ou
cancelamento do recebimento, favor escrever para:
[email protected]
Escreva para o mesmo e-mail se desejar receber as edições
anteriores (de no. 1 a 22).
Clique aqui para ter acesso às edições anteriores.
Universidade de São Paulo
Coordenadoria do Campus de Pirassununga
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal
Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal
21

Documentos relacionados