conférences - URBEM Triptyque

Transcrição

conférences - URBEM Triptyque
CONFÉRENCES
URBEM pour ZL Vortice
Harmonia pour Le Moniteur
URBEM pour New Cities Summit
Arco Tietê pour Lufthansa
Conférence au Pavillon de l’Arsenal
Groenlândia pour Galeria de Arquitetura
Station Red Bull pour Galeria de Arquitetura
CONFÉRENCES
Triptyque
Forum International de l’Architecture et de l’Urbanisme
Rio de Janeiro/Brésil, juillet 2015
Batimat
Paris / France, novembre 2011
Colloque international de l’Urbanisme Écologique
São Paulo/Brésil, juillet 2015
Helsinki Designweek
Helsinki / Finland, septembre 2011
AK - Biennale de Venise
Venise/Italie, juin 2014
Facultés d’Architecture, Arts, Design et Mode FAAP
São Paulo / Brésil, octobre 2010
Armotec #2
Neuquén/Patagonie, mai 2014
London Festival of Architecture 2010
Londres / Royaume-Uni, juin 2010
Université fédérale de Santa Catarina
Santa Catarina/Brésil, Août 2013
Congrès de l’Institut Brésilien d’Architecture
Recife / Brésil, juin 2010
IAB club Plus
Ribeiro Preto/Brésil, Août 2013
Congrès International d’Architecture Arquine (Re-Think)
Mexico / Mexique, mars 2010
Jeunes Architectes Forum latino-américain
Fortaleza/Brésil, mai 2013
Association des Architectes d’Oslo
Oslo / Norvège, novembre 2009
École d’architecture de l’Association de l’architecture
Londres, Novembre 2013
Clefa 2009
Buenos Aires / Argentine, octobre 2009
Université catholique de Goiás - PUC-GO
Goiania/Brésil, Juin 2013
Faculté d’Architecture et d’Urbanisme USP
São Paulo / Brésil, octobre 2009
Mouvement HotSpot
Recife/Brésil, en Juin 2013 et Belem/Brésil, Juillet 2013
Conférence Internationale d’Architecture France-Brésil
Année de la France au Brésil, Brasília / Brésil, septembre 2009
Conseil d’Architecture et Urbanisme de Minas Gerais
Belo Horizonte / Brésil, Juin 2013
Semaine de l’Architecture – PUC Minas
Belo Horizonte / Brésil, septembre 2009
AK - 05 «Import Export»
Paris/France, décembre 2012
Marathon Latino-Americain de l’Architecture
Lima / Pérou, septembre 2009
Pavillon de l´Arsenal
Paris/ France, octobre 2012
Biennale d’Architecture de Quito
Quito / Équateur, novembre 2008
Eco-Aquitetura
Bucarest / Roumanie, juin 2012
Institut Brésilien d’Architecture de Brasilia
Librairie Cultura, Brasilia / Brésil, novembre 2008
1 :1 Berliner Architekturdialoge
Berlin / Allemagne, février 2012
Conférence Internationale Ciabx
Université de la Salle Bajio Leon, Mexique, octobre 2008
Clefa 2012
San José / Costa Rica, avril 2012
Semaine de l’Architecture de l’Université Mackenzie
São Paulo / Brésil, octobre 2008
Distopia
Maracaibo / Venezuela, février 2011
Faculté d’Architecture et d’Urbanisme Belas Artes
São Paulo / Brésil, mai 2008
PRIX
Triptyque
Lauréat du prix Zumtobel « Built Environment »
Autriche, Bregenz
— 2010 —
Lauréat des Naja
Nouveaux Albums de la Jeune Architecture Ministère de la
Culture et de la Communication France, Paris
— 2008 —
Lauréat du prix New Practices
American Institute of Architecture USA, New York
— 2011 —
Mention d´honneur Silver Pigeon Award
Projets divers et maquette conceptuelle UK, Londres
— 2010 —
Sélection « The best in urban global design »
New York Magazine USA, New York
— 2011 —
Lauréat Grand Prix de la Biennale d’architecture
Brésil, São Paulo
— 2009 —
Prix «Murillo Marx» Mémoires, Valeurs et Pratiques
Du Département du Patrimoine Historique, projet Station Red Bull
Brésil, São Paulo
— 2014 —
Lauréat du Prix ICON
«20 architects making the future » Revue Icon UK Londres
— 2009 —
Finaliste du Grand Prix AFEX
France, Paris
— 2012 —
Finaliste du Grand Prix AFEX
France, Paris
— 2010 —
Mention meilleurs jeunes architectes
l’Institut Brésilien d’Architecture, Projet Harmonia 57 Brésil, São Paulo
— 2009 —
Installation à la Biennale d’architecture City-Mobilization
Chine, Shenzhen
— 2010 —
Invitation au Concours Pamphlet Architecture
Princeton University USA, New York
— 2012 —
Lauréat du prix Innovation
Concours EDF Bas Carbone Strasbourg
— 2010 —
Prix Saint-Gobain Innovation&Développement Durable
1er dans la catégorie professionnelle et grand lauréat du concours, projet RB12 Brésil, São Paulo
— 2015 —
Nomination «Agence internationale d’architecture en dehors du Star System»
Par AIAC et PresS/Tinternational
Venise, Italie
— 2014 —
PRESSE
Triptyque
2014
Israël _ Oscar Freire
2013
UK _ interview
EN BLANCO
Espagne _ Agence de publicité Loducca à
São Paulo, Brésil
2012
2012
Italie _ Fidalga
2011
Argentine _ Machine Organique
2011
Korea _ Interview
2011
USA _ Architecture de l’Amérique Latine
2011
Pays Bas _ Triptyque créé le modèle résidentiel Pauliste
2009
Chine _ Harmonia
2008
Brésil _ Quatuor fantastique
2006
Inde _ Treme Treme
2008
Russie _ Colômbia
2006
Canada _ Prefab Now / Treme Treme
PRESSE
URBEM
10/05/2013 | 00h00
Por Marli Olmos
A mulher empurrando um carrinho de bebê numa rua deserta da Barra Funda, repleta de oficinas mecânicas, passou
despercebida por quem costuma circular pela região. Mas a imagem chocou a antropóloga Luciana Aguiar, coordenadora de uma equipe que traçou o perfil de quem já vive ou gostaria de viver na região central de São Paulo. Cenas
de vida em ambiente inóspito podem desaparecer a partir do novo programa de «repovoamento» do centro paulistano. A proposta é iniciativa do poder público, mas, diferentemente de outras tentativas, ganhou o engajamento da
sociedade civil, cansada da «ausência de cidade» na região central do maior município da América Latina.
Luciana integra um batalhão de 73 profissionais, entre sociólogos, engenheiros, arquitetos e advogados, escalados às
pressas pelo empresário Philip Yang, para mapear não só o perfil sociológico de moradores como também condições
fundiária, arquitetônica e jurídica de imóveis, terrenos e antigos galpões industriais espalhados no centro expandido.
Concluído em quatro meses, o trabalho permitiu que o Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole (Urbem),
organização não governamental comandada por Yang, saísse vitorioso na concorrência aberta pelo governo estadual
para a criação do projeto do Casa Paulista, primeira parceria público-privada (PPP) do país voltada à habitação. O
resultado do esforço desse mutirão, cuidado por Yang como obra de arte, está detalhado em 12 tomos de 300 páginas
cada um.
Apesar do nome estrangeiro, que herdou do pai chinês, Yang é um paulistano apaixonado por sua cidade. Curiosamente, não é urbanista e sequer trabalha em profissão ligada à área. Trata-se de um músico que acha natural seu
interesse por urbanismo. Ele lembra que a afinidade entre as áreas já foi percebida por Goethe (1749-1832), quando
disse que «arquitetura é música congelada».
A poesia da citação do escritor alemão não basta, no entanto, para abraçar a ousada ideia de conduzir o projeto. É
preciso fôlego financeiro. Fundador da Petra Energia, empresa que explora petróleo e gás natural, Yang utiliza parte
dos lucros para sustentar o Urbem e o sonho de facilitar a participação da sociedade civil na reorganização e humanização das áreas urbanas paulistanas.
Foi com alguns milhões de reais que o empresário conseguiu montar um mutirão de profissionais para disputar a
concorrência da qual também participaram grandes consórcios de empresas como Odebrecht, Impacto Gouveia e
Brookfield. «Achamos que se fizéssemos um projeto com qualidade inquestionável não perderíamos essa briga»,
diz. O receio de Yang era de que mais de uma construtora vencesse. Com isso, diz, poderia haver fragmentação, o
que levaria ao risco de os novos conjuntos habitacionais repetirem o modelo de outros que se transformaram em
bolsões de pobreza.
Ver sua ONG vencer construtoras de peso representa o que Yang chama de primeiro milagre do programa. Para ele,
o resultado tende a ser melhor quando a sociedade civil consegue interferir em um plano que tradicionalmente ficaria
sob o manto do poder público ou à mercê do mercado imobiliário.
O poder público sozinho, diz, não é rápido o suficiente para garantir que o espaço urbano acompanhe mudanças
econômicas. A primeira lei de zoneamento do município é de 1930. A segunda só apareceu 40 anos depois e a mais
recente é de 2002. E se o mercado imobiliário participar do jogo sozinho, o resultado tende a ser ainda pior, diz.
«Tudo gira em torno das oportunidades de negócios. É uma torre aqui num dia, um shopping acolá depois. Esse
movimento traz dinheiro, mas é insuficiente para o desenvolvimento de um tecido urbano mais agradável.» Para ele,
é possível ter lucro com habitação popular sem deixar de cuidar do legado que fica para a cidade.
Instalada num belo casarão do bairro de Higienópolis, a sede do Urbem parece ser o escritório no qual qualquer
urbanista gostaria de trabalhar. Na imensa sala de reuniões, de onde se avistam árvores frondosas de uma praça,
Yang fala do seu projeto com o mesmo entusiasmo com que o apresentou às autoridades estaduais e municipais, no
lançamento do Casa Paulista, há um mês.
Empolgado, repassa detalhes da apresentação. O plano é erguer 20,2 mil unidades habitacionais, divididas em seis
áreas. O projeto custará R$ 4,6 bilhões. O governo estadual investirá R$ 2,6 bilhões e a prefeitura, mais R$ 404
milhões. Espera-se que a iniciativa privada assuma a maior parte do restante. Mas também estão previstos recursos
do programa federal Minha Casa, Minha Vida.
Yang, um empresário de 50 anos, alegre e empenhado em desenvolver projetos que transformem sua cidade num
lugar mais agradável, não perde tempo na apresentação de seu projeto. Diante de enorme telão formado por fileiras
de monitores na principal parede da sala, ele repete o discurso que levou às autoridades: «Vamos primeiro mostrar o
que a Casa Paulista não é».
Começa, então, uma deprimente seleção de fotografias do antigo Banco Nacional de Habitação (BNH) e de
condomínios de classe média cercados por grandes muros. A esse tipo de construção murada o empresário dá o
nome de «modelo medieval». Embora o tipo BNH seja diferente do medieval, Yang aponta similaridades: «Os dois
são guetos e não geram espaços públicos, não geram cidade».
A proposta do Casa Paulista é misturar moradia, trabalho, comércio e serviços. Outra característica é a proximidade
da malha ferroviária. As residências estarão em um raio de 600 metros de uma estação de trem ou de metrô, suficiente para alcançar o transporte coletivo em dez minutos de caminhada.
Um modelo de uso misto proporcionaria «vida de cidade» a locais como a rua que abateu a antropóloga Luciana
Aguiar, sócia da empresa de pesquisa Plano CDE. «Gente, a Barra Funda é bairro muito masculino», disse Luciana
aos arquitetos que participam do projeto. Aos pesquisadores, a mãe que empurrava o carrinho contou estar arrependida de ter comprado apartamento numa área tão sem graça, triste para passear com o filho e cujo forte da oferta de
serviços é atender apenas a quem precisa consertar o carro.
O material colhido pelos cientistas sociais e antropólogos formou um banco de dados. Reúne depoimentos de 80
famílias que já moram no centro ou estão em busca de uma casa para comprar, além de entrevistas com quatro
líderes de movimentos de moradia. «Levantamos as informações pela perspectiva dos usuários», diz Luciana. O
trabalho revelou perfis que não aparecem nas pesquisas para o censo, como os imigrantes bolivianos, que também
utilizam os equipamentos urbanos.
Na região central organizada no projeto do Urbem os prédios dão direto na calçada, sem recuo, com comércio no
térreo, moradia e locais de trabalho nos edifícios, vias para pedestres amplas e parques lineares. Os prédios destinados a habitações vão misturar famílias de diferentes faixas de renda - uma parte para quem ganha até seis salários
mínimos e outra para o limite de 16 salários.
Segundo Yang, esse modelo é o que faz parecer agradáveis cidades como Barcelona, Nova York ou Paris. Situação
inversa vive, no entanto, quem se arrisca a morar em uma rua como a 25 de Março. «De dia é um lugar dinâmico,
lotado de gente, mas à noite dá medo e por isso fica deserto», diz Luciana. Embora abundante de lojas de tecidos, a
área não dispõe de um supermercado.
Antes da criação do Casa Paulista, o Urbem já havia tentado estabelecer uma aliança com proprietários de imóveis
do centro para provocar a reocupação da região. Mas esbarrou em problemas como imóveis abandonados com documentação complicada. A situação de cada ponto, incluindo casos confusos de heranças, também foi mapeada pelo
batalhão escalado pela ONG.
A equipe tem profissionais como a economista Ana Claudia Rossbach, consultora do Banco Mundial com experiência na área pública e em projetos de moradia popular em outros países. Segundo ela, a coleta de dados inclui análises
de questões como a possibilidade de existência de solos contaminados nos terrenos onde no passado funcionavam
fábricas. «Essas dificuldades encarecem o processo. Um programa habitacional de interesse social ficaria inviabilizado sem parcerias», diz Ana.
Yang aponta como «o segundo milagre» do programa a união entre os governos municipal, estadual e federal, que
deixaram de lado questões partidárias e de ciclo administrativo. Ele espera, agora, o terceiro milagre a partir do
envolvimento da iniciativa privada, como construtoras e bancos. Mas isso ainda depende da publicação de mais um
edital, ansiosamente aguardado pela equipe do Urbem.
Como o custo de construir moradias na região central é mais alto do que na maior parte da periferia, será preciso
que as construtoras se convençam da expectativa de rentabilidade, sobretudo com a exploração da área para comércio e serviços. Se tudo der certo, as primeiras unidades estarão prontas em 2015 e em 2018, toda a reurbanização,
concluída.
O Urbem também deu uma mão na parceria do poder público. O programa Casa Paulista foi lançado pelo governo
estadual em plena campanha das eleições municipais. Yang não perdeu tempo e decidiu antecipar as conversas com
os candidatos a prefeito. As discussões avançaram, diz, com os dois finalistas - Fernando Haddad e José Serra.
Até aí, Yang tinha conseguido trabalhar com a discrição que gostaria de manter até o fim das obras. Mas perdeu o
anonimato na apresentação do projeto. Mesmo assim, ainda tenta manter reserva. Sempre atribui à equipe todos
os méritos da iniciativa bem-sucedida. E faz questão de colocar-se atrás dela até mesmo ao posar para a foto da
reportagem. O dom musical que marcou sua formação ele prefere reservar para a vida particular. Nos momentos de
lazer, toca piano com a esposa, também pianista. Já o tino para a gestão de negócios, ele aprimorou no mestrado em
administração pública pela Universidade Harvard. Raramente o risonho Yang fala sobre si.
O tímido paulistano transforma-se, porém, em apresentador eloquente quando a conversa volta para o Casa Paulista.
Para ele, o processo de subutilização e degeneração do centro, que provoca «um cenário de ausência absoluta de
cidade», é consequência do descompasso entre o desenvolvimento econômico e urbano e o congelamento das leis
de zoneamento. «Enquanto a economia avançou, empurrada por novas ideias e tecnologias, a cidade permaneceu
congelada por zoneamentos e códigos de obra obsoletos», destaca o presidente do Urbem.
«Houve um claro esvaziamento da região central de São Paulo em 1991. Um ligeiro repovoamento surgiu mais
tarde, graças à melhora da infraestrutura de transportes e migração de famílias da classe D para a C. Mas ainda é
pouco. Estamos tentando dar um salto mais de 20 anos depois», diz.
Yang endossa a opinião praticamente unânime de urbanistas de que as tentativas de melhorar a região central por
meio da revitalização ou criação de equipamentos culturais, como Pinacoteca e Sala São Paulo, não ajudaram na
reocupação. «Foram um sucesso em si, mas não como cidade. Quando um concerto na Sala São Paulo termina, todo
mundo voa dali. Faltou uma intervenção plural.»
Para o empresário, a esperança é de que a nova experiência permita a São Paulo pular etapas na organização urbana
em relação ao que cidades industriais «mais maduras», como Nova York, Tóquio, Paris ou Londres, experimentaram
desde a década de 1930. Naquela época, nessas cidades, espaços de trabalho e lazer eram totalmente separados geograficamente. Já nos anos 1960, era pós-industrial, começou a aproximação entre trabalho e lazer e a partir de 2000,
uma mistura total. Esses municípios, diz o presidente do Urbem, aproveitaram o fenômeno da desindustrialização
para reorganizar e humanizar os tecidos urbanos. «Conseguiram avançar com novas vocações no campo da tecnologia e da economia criativa graças a uma combinação poderosa de ação do governo, do mercado e da sociedade civil.
Quem sabe, nosso atraso permita que a cidade dê um salto de sapo.»
Mas para o «terceiro milagre» acontecer, falta atrair a iniciativa privada. Ainda assim, não será fácil conquistar a credibilidade de uma população já cansada de experiências passadas malsucedidas. Yang parece, no entanto, disposto a
continuar como o regente da sociedade civil nesse espetáculo.
Thousands of families in São Paulo have been driven out of their homes due to extreme rent hikes. Since 2008, the
average rent has risen by 97%, with average inflation in the city at 40%, making it impossible for many families,
especially those of low income, to keep living at the heart of the city.
Families have been forced to move to distant peripheral neighborhoods where infrastructure is often precarious.
Many workers face long daily commutes as a result. Everyday a population equivalent to that of Uruguay commutes
from the east zone of the city to the center, nowadays all but “cleansed” of informal and low-income housing.
It is estimated by URBEM and others that by 2024 over 700,000 “first level” low-income housing units (for those
earning zero to three times the minimum wage) will have to be built to address the housing deficit in the city. Currently, the Municipality of São Paulo has plans to build less than half of this.
Yet from land occupations to favelas resisting removal, many have taken it upon themselves to fight the city’s
imminent housing crisis, and the struggle for fair living conditions is underway.
Occupation
Only three kilometers from São Paulo’s new billion dollar World Cup stadium, the aptly named Copa do Povo–
People’s Cup–is a two month-old occupation of 5,000 families. In the eastern neighborhood of Itaquera, this sea of
makeshift huts–thousands of them–is built out of stretched garbage bags, nylon sheets and wooden poles. The residents are mostly locals hit hard by real estate speculation. The occupation of the terrain, left vacant by a construction
company, was organized by the MTST, the Homeless Workers’ Movement.
A social movement at the forefront of struggles for adequate housing in the city, MTST has organized numerous
large-scale land occupations across São Paulo, with the intention of pressuring the government into building social
housing and controlling rents in areas most affected by rent hikes. Some 15,000 families live in MTST occupations
in São Paulo.
In the traditional working-class neighborhood of Itaquera rent prices have risen by as much as 50% since the building of the stadium in the area was announced.
“The World Cup brought increased value to the area, creating new jobs and possibility for infrastructure,” says Josué
Rocha, one of the MTST’s São Paulo coordinators, “but as there is no rent control, residents have seen rents rise a
lot and many are in need of new housing options.”
Local residents Joice Santos, 42, and Edna Batista, 41, moved to the occupation full-time with their teenage daughters, working as volunteers in the communal kitchen to provide free meals for the other residents.
“I love being here,” said Joice, who moved to the Copa do Povo after being priced out of her nearby two-bedroom
flat, which rose from R$200 a month to R$450. Edna was previously homeless after being evicted from another
occupation.
The MTST’s model of occupation is not to create an organic, permanent residency but to force negotiations with the
government for the creation of Minha Casa, Minha Vida (MCMV–My House, My Life) social housing on the occupied land. MTST have also organized large-scale protests in São Paulo, numbering as many as 25,000 people.
In the immediate build-up to the World Cup, the MTST successfully negotiated the transformation of Copa do Povo
into social housing for those occupying it. Organized through the participatory Entidades stream of the MCMV program, at the MTST’s demand, future residents will be able to develop the plan for the housing to be built.
“It’s the result of a lot of struggle, and thank God. We are so excited, it’s such a big relief,” said Joice. “With the
money I would be using to pay rent, I will be able to give [my daughter] a better life.”
Despite the success of the Copa do Povo, the future of other MTST occupations hangs in the balance. The
6,000-strong occupation Portal do Povo, on the site of a former favela in the wealthy neighborhood of Morumbi, is
facing imminent eviction after the Military Police gave the occupiers 15 days to leave.
“Channels of communication [with the state] are carved out on the basis of struggles and mobilization,” said Josué.
“But the criminalization of social movements hasn’t stopped.”
Resistance
Some 40 kilometers away, Favela do Moinho stands out as the only remaining favela in the city center. Squashed
between two train lines and an overpass, the community has resisted repeated attempts at removal over the course of
its 20-year history. Since 2009 removals in Moinho have been suspended pending a judicial process.
Soon after the ruling, in 2011 and 2012, Moinho was the scene of two suspicious fires that destroyed over half the
community. More than 700 families were forced to leave after their homes were burned down, and now only 500
remain.
According to Alessandra Moja, activist and former residents’ association president, the government’s game is one
of “omission” after repeated attempts to remove the favela proved useless. The fires are still a traumatic and controversial subject for the community. What remains of Moinho is surrounded by the rubble of the homes that were
destroyed.
Alessandra has strong suspicions about the incident.
“The building [from which the first fire started] was brick and concrete, and who lives here knows there were not
enough combustibles for it to catch fire like it did.”
Despite its proximity to one of the richest neighborhoods in São Paulo, Moinho does not receive basic government
services. There is no sanitation, water or electricity. As many as half of the houses are built out of plywood.
Antonio Silva has lived in the community for 18 years and his house was burned down in the first fire.
“Everything was lost,” he said.
He and his wife moved into the bar he owns in another area of the community. He had to close the establishment as
a result.
“We were able to come here, but many others were left homeless, sleeping on the floor around us.”
Those who were left homeless were eventually placed into the Bolsa Aluguel (social rent) program. The monthly
help of R$400 was not enough to pay the rent in Favela do Moinho which forced the residents to move even further
away from central São Paulo.
Other favelas in São Paulo have fallen prey to efforts for removal. Favela do Buraco Quentein Morumbi was removed to make way for a mono-rail to Morumbi stadium, initially selected to host the World Cup games. When the
building of a new stadium was announced in Itaquera, the project was abandoned.
During his 2012 electoral campaign current mayor Fernando Haddad promised to upgrade Moinho. There has been
no work done toward this so far. In 2013, the Municipality agreed to participate with the residents in developing a
plan for upgrading. This attempt at communication fell flat when government officials stopped attending meetings
and responding to phone calls soon after.
In January 2014, a municipal representative came to the community with another upgrading proposal, this time
asking the residents to sign an agreement to leave after an unspecified deadline.
“But you’ll make sewers, electricity, and water for who then, if we have to agree that we’re going to leave?” she
said.
“We want the community to be upgraded, we want the families to be able to decide for themselves what they want.
That everyone can have water, electricity and sanitation–this is a right of theirs, and a duty of the Municipality.”
In face of this neglect, residents of Moinho have taken it upon themselves to continue building the community. They
recently won a grant to develop their own upgrading projects, and plans are underway to begin building a football
pitch and plant trees.
Alessandra and two others underwent training as civil fire fighters, lest any more fires appear.
Reclaiming the City
The Prestes Maia building, an abandoned 22-story block in the central Luz neighborhood is currently the highest
squatted building in the world. Some 500 families have been occupying the space for several years. Like Moinho, it
has been under constant threats of removal.
As these popular and informal communities are eroded by aggressive real estate policies and speculation, São Paulo
continues to expand outwards, with the city’s poor forced ever further away into new peripheries–only to be forced
to commute back on a daily basis.
Despite this, large swathes of the former industrial center lie abandoned. According to architect Milton Braga it is
estimated that 300,000 people moved out of the city center–voluntarily or not–as part of this migration.
Nowhere is the corrosive nature of this process more apparent than in the construction of social housing (part of the
MCMV program) in the peripheries of São Paulo which lack adequate infrastructure.
The MTST is highly critical of the MCMV program.
“We know that in general MCMV has not resolved the problem of popular housing,” says Josué.
The MTST argue that the current format of the program encourages poorly built houses on cheaper, distant land.
Contractors receive a fixed amount from the federal government per housing unit built which encourages fast building for profit.
Another issue pointed out by MTST is that the majority of MCMV resources are destined for people earning over
three minimum wages, when the majority of the deficit is of those earning less.
“We fight so that the appropriate infrastructure will be available [along with housing]–for health, a nursery, a larger
school in the area,” says Josué.
Architect and professor of Architecture and Urbanism at São Paulo University Milton Braga is also critical of the
Brazilian model of social housing.
“Social housing is very badly done. We don’t build neighborhoods,” he says,“ [but rather] deposits of people, far
from urban life, and always in the peripheries–without imagination and without care.”
Milton works for URBEM (Institute of Urbanism and Studies for the Metropolis), an institution that has created a
series of proposals for the re-urbanization of the city center in response to Brazilian social housing.
URBEM want to encourage investment in mixed-income housing to avoid “ghettoization” and foster the development of the necessary infrastructure to create a fully-functioning “neighborhood” where people can live, work and
reach services in their local area.
This will, as he puts it, “make it so that Uruguay does not have to come to the center every day, but only when they
want to.”
Obligations
The almost incomprehensible size of São Paulo is an indicator of the scale of the housing crisis its residents are
facing. As costs of living continue to rise, specialists say the problem will only get worse.
As the federal, state and municipal governments fail to take the necessary steps to address the root causes of the
issue, or provide adequate solutions, popular communities have taken the matter into their own hands.
The popular movement for creative solutions continues to grow, pressuring the state into fulfilling its duties in providing adequate residency for them, rather than following the logic of speculation and profit.
Beyond simply a roof and four walls, the development of adequate living conditions is essential to the functioning of
the city, from transport to health and security.
“Brazilian cities will not work without addressing the housing issue,” concluded Milton.
02/05/2013 | 03h30
Criadas pelo Estatuto das Cidades, em 2001, as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) foram concebidas como
espaços urbanos delimitados pelo poder público para legalizar áreas ocupadas irregularmente, reservar terrenos à
construção de habitações para famílias de baixa renda e assegurar a preservação de mananciais.
Em São Paulo, coube ao Plano Diretor de 2002 estabelecer as Zeis da capital. Elas compreendem de favelas da periferia a espaços subutilizados contíguos à região central.
Agora que a nova legislatura municipal inicia o debate sobre o próximo Plano Diretor, a revista «sãopaulo», publicada por esta Folha, trouxe à luz dados sobre o que foi realizado nessas zonas especiais. O resultado é decepcionante.
Nas Zeis 1, que abarcam loteamentos precários, pouco se fez em termos de urbanização e regularização de posse dos
terrenos. Nas Zeis 2, que envolvem áreas vazias ou subutilizadas mais afastadas, apenas 46% receberam construções. Situação semelhante (51%) constatou-se nas Zeis 3, mais próximas da região central da cidade.
Não é apenas o baixo índice de regularização ou de edificação que se destaca. O levantamento evidenciou um desvio
perverso --a usurpação de terrenos declarados de interesse social por empreendimentos imobiliários voltados ao
mercado de alta renda
.
Fracassos desse tipo não chegam a surpreender numa cidade em que a liberação irregular de prédios constituiu-se
durante anos em rentável negócio para um funcionário encarregado do setor. É crucial, agora, apurar que tipo de
falha ocorreu na prefeitura para que a ideia das Zeis fosse deturpada nesses casos, ameaçando um instrumento para
contra-arrestar a tendência a confinar moradias populares à periferia da metrópole.
São Paulo também ganharia se as políticas públicas desestimulassem a lógica segregadora dos condomínios fechados e conjuntos habitacionais. Melhor seria trocar tais guetos de ricos e pobres por projetos mais ambiciosos, que
promovessem no mesmo bairro a melhoria das condições de vida e o convívio entre faixas socioeconômicas.
Uma proposta elogiável nesse sentido veio com o lançamento, em abril, do Casa Paulista, parceria público-privada
que envolve prefeitura e governo estadual. Serão construídas 20 mil unidades no centro expandido, mas talhadas
para diferentes faixas de renda.
Inovação --esse é o caminho que São Paulo sempre seguiu. Não há por que parar agora.
24/04/2013 | 2h05
O Estado de S. Paulo
A cada governo, um novo projeto para a recuperação do centro da cidade de São Paulo é apresentado. Considerandose apenas os elaborados nos últimos 15 anos, a área já inspirou desde uma Broadway paulistana até um polo tecnológico, mas o centro nunca deixou de ser uma concentração de prédios degradados por onde circulam uma multidão
de trabalhadores durante o dia e grupos de viciados e traficantes à noite. O Projeto Nova Luz, de Gilberto Kassab,
nem sequer teve publicado o edital para as obras orçadas em R$ 1,1 bilhão. O Programa Renova Centro, lançado em
2009, que destinava mais de 60 edifícios para moradia popular, também não vingou. Nenhuma das 3 mil unidades
previstas foi entregue.
Agora, no início do governo de Fernando Haddad, como era de esperar, mais um plano é apresentado, dessa vez
com base numa parceria com o governo estadual e a iniciativa privada - o Casa Paulista. É um projeto que foge
dos padrões de São Paulo, segundo seus autores - tanto o da urbanização no estilo BNH, que consolida blocos de
pobreza, quanto o «medieval», que instalou condomínios cercados por muros. As 20 mil moradias previstas seguem
o conceito «misto»- pessoas de faixas de renda diferentes, além dos usos habitacional, comercial e cultural para os
imóveis.
O investimento previsto é de R$ 4,6 bilhões e o número de pessoas beneficiadas deverá chegar a 80 mil. A iniciativa
privada deve entrar com R$ 2,6 bilhões, o governo estadual com R$ 1,6 bilhão e o municipal com R$ 404 milhões.
Ou seja, é um projeto muito mais do Estado que da Prefeitura. A meta é entregar os primeiros prédios em dois anos e
o restante em quatro anos. Os imóveis atenderão famílias com renda entre R$ 755,00 e R$ 10.848,00 e as prestações
vão variar de R$ 320,00 a R$ 1 mil.
Para o fundador do Instituto Urbem, Philip Yang, que atuou no desenvolvimento do Casa Paulista, o que se pretende
é o convívio de pessoas de diferentes níveis de renda em uma área com infraestrutura de transportes e algumas
características que remetem a cidades como Nova York, Barcelona e Copenhague, apreciadas por suas calçadas
largas, comércio, serviços e prédios com porta diretamente ligada aos passeios públicos. Os prédios ocuparão áreas
hoje tomadas por imóveis deteriorados, próximos de estações de metrô, trens e de grandes avenidas.
Reportagem publicada há um mês no Estado mostrou que o centro, desde 2010, chama a atenção do mercado imobiliário em decorrência do esgotamento do estoque de terrenos em áreas nobres. Dez empreendimentos estão em fase
de lançamento, construção ou entrega na região e os apelos mais usados para atrair compradores são a farta infraestrutura e a oferta de transporte. Ali, pode-se trabalhar, estudar ou se divertir sem a necessidade de enfrentar o trânsito
em grandes deslocamentos, afirmam os corretores.
Nos últimos três anos, foram lançadas 9,7 mil unidades residenciais no perímetro que se pretende revitalizar. A zona
norte, que representa uma área dez vezes maior, ganhou 12,7 mil unidades no mesmo período. Este é um sinal de
que o setor privado tem feito a sua parte na revitalização do centro, enquanto o poder público esteve sempre longe
de cumprir as suas promessas. Os investimentos privados só não foram maiores porque ainda existem ali muitas
áreas onde predominam cortiços, viciados e sem-teto.
A demora do poder público para assumir a parte que lhe cabe foi um dos principais motivos da frustração dos planos
anteriores de recuperação da região. Urbanistas alertam que, além disso, o governo deve se conscientizar de que,
se o conceito «misto» é urbanisticamente ideal, para concretizá-lo é preciso assegurar crédito às famílias de menor
renda para que elas sejam de fato beneficiadas. Em situações como essa, com frequência as pessoas de renda mais
alta passam a exigir benfeitorias que acarretam despesas que as menos favorecidas não conseguem pagar.
A atenção a esse ponto é essencial para que o projeto não seja desvirtuado.
07/04/2013 | 8h50
Amanda Previdelli
São Paulo – Ele é responsável pelo projeto que promete mudar o centro de São Paulo e, de quebra, ainda tem
algumas ideias - bem radicais - para melhorar a cidade como um todo. Philip Yang é fundador do Instituto Urbem,
que desenvolveu o projeto apresentado na última semana pela prefeitura e pelo governo estadual para revitalizar e
repovoar o centro da cidade. A área central conta hoje com 20% das vagas de emprego, mas apenas 3% dos moradores da capital.
O Casa Paulista prevê a construção de 20 mil unidades habitacionais na região do centro expandido. O mais importante, segundo Yang, é promover um “mix” entre comércio, serviços, áreas verdes e residências. O conceito de
mistura foi pensado até para as residências: os apartamentos serão distribuídos para famílias com diferentes faixas
de renda (desde 755 a 11 mil reais mensais), para dar diversidade ao centro.
Yang conversou com EXAME.com para esclarecer detalhes do projeto escolhido pelo governo e, ainda, oferecer
uma solução radical - ao menos para quem dirige - para aumentar as calçadas da cidade e as áreas de convivência.
EXAME.com – Como o senhor acha que o projeto do Urbem vai revitalizar o centro de São Paulo?
Yang – O exemplo acho que é esse: se você deixa o governo tomar conta das áreas centrais com habitação social,
você vai criar um monte de bolsão de pobreza e vai terminar por matar o centro de São Paulo, que precisa urgentemente de vigor econômico, vida etc. Se deixa só para o mercado tomar conta dessa tendência de repovoamento
do centro, ele vai construir um predinho com muro na frente, aquela coisa horrível. O Urbem acredita que uma boa
cidade se faz de convívio, conseguimos criar uma proposta conceitual de uma nova dinâmica de ocupação do centro.
EXAME.com – A construção de milhares de unidades habitacionais não é algo que se passa despercebido. Como
esse projeto interage com a história do centro?
Yang – Um dos princípios nossos é de respeito à realidade existente. Na verdade, ele não abrange o centro em si,
mas o centro expandido e, sobretudo, zonas de interesse social. Lá você tem que se preocupar com algum patrimônio histórico que seja de muita relevância do ponto de vista da história industrial de São Paulo. Não é tanto assim e,
de resto, são zonas absolutamente abandonadas, subutilizadas e em estado avançado de degeneração.
EXAME.com – Já tivemos políticos dizendo que gostariam de uma igreja em cada esquina em São Paulo. Outros,
um empreendimento em cada esquina. O que o senhor gostaria de ver em cada esquina paulistana?
Yang – Um parque. Um espaço público. Eu acho que o sucesso das cidades, e isso está demonstrado em cidades que
a gente gosta de visitar, como Barcelona, é a mistura. Outra coisa que eu queria ter em casa: uma calçada.
EXAME.com – Como assim, “uma calçada”?
Yang – Veja só: estava caminhando pela (Avenida) Juscelino Kubitschek com um grupo de amigos e um deles parou
para conversar com um colega que encontrou na rua. Aí teve gente reclamando que as «pessoas pararam no meio da
rua» e eu fui olhar a calçada, ela media 1,2 metros. Eu medi. E isso na frente de uma mega torre. Que cidade é essa
que você mora e não pode encontrar um amigo na rua?
EXAME.com – Mas aí você compra uma briga com os carros, quando quer aumentar as calçadas. Como você lida
com uma cidade que privilegia o automóvel?
Yang – Eu tenho uma ideia. E é radical e eu ainda vou lutar para tentar convencer as pessoas. Sabe qual é a fórmula
para a gente superar isso? É a supressão total dos estacionamentos na rua. Nenhuma carta de direitos humanos diz
que você tem o direito de estacionar. Estacionar é um negócio que você tem que pagar, mesmo. Você tem um carro,
pague. Então o que você faz? Você pega todas as zonas azuis, que são mais ou menos 40 mil vagas geridas pela
prefeitura. Isso dá cem edifícios com 400 vagas cada um. É absolutamente factível. Desapropria, dá para o setor
privado o direito de construção e operação do estacionamento e a prefeitura pega as faixas de estacionamento para
fazer calçada e ciclovia. Em quatro anos você muda a paisagem urbana de uma cidade.
EXAME.com – Durante a campanha eleitoral ano passado, o agora prefeito Fernando Haddad falava muito sobre a
questão urbana e de mobilidade em São Paulo. Para ele, a solução seria criar mais pólos de emprego na periferia. A
nova proposta, de criar pólos habitacionais no centro, é oposta. Isso não acaba saturando ainda mais a região central?
Philip Yang – O movimento de repovoamento do centro é um fenômeno que já está ocorrendo. Dando um passo
para trás, você perdeu no espaço de talvez uma década algo da ordem de grandeza de 300 mil habitantes no centro
e começou a recuperar, mas só recuperou uns 30 mil. Você tem uma capacidade ociosa de infraestrutura já instalada
ainda muito grande para preencher antes que haja uma saturação.
EXAME.com – O senhor acha que o projeto vai acabar aliviando a lotação do transporte da cidade?
Yang – Sim, o que vai aliviar o problema da mobilidade é um equilíbrio entre trabalho e moradia. Você pega a Av.
Radial Leste, por exemplo. Ela tem seis vias, tem um canteiro central gigantesco, tem um corredor de ônibus super
bem estruturado e, no entanto, quando você olha, não vê cidade. Aí você chega para um burocrata da prefeitura e
pergunta sobre isso. Ele responde: “ah, se deixar construir aqui, vai gerar muito trânsito”. Ora, você tem muito trânsito porque o cara que trabalha aqui mora lá no fim do mundo. A lógica de aliviamento da mobilidade é a criação de
novas centralidades.
EXAME.com – Por que os empreendimentos imobiliários não vão para essas regiões, então?
Yang – Você tem um descompasso gigantesco entre desenvolvimento econômico e as leis de zoneamento. O
primeiro zoneamento é da década de 1960, depois teve na de 1970 e o último agora em 2002, 2004. Imagina você
mudar a dinâmica espacial de um território de 40 em 40 anos. É uma coisa absurda quando a economia avança desse
jeito.
EXAME.com – Qual a opinião do senhor a respeito de iniciativas para desafogar o trânsito como pedágio urbano e
mudanças no rodízio (aumento das horas ou dos dias que os carros não poderão circular)?
Yang – O pedágio urbano restringe o direito de ir e vir. Ele cobra uma coisa que eu não vejo como uma coisa legítima. Agora, eu não tenho restrição a rodízio. O negócio é que é uma coisa horizontal pra todo mundo. E um horário
e dia fixos, você se programa, isso é legal. É um sacrifício que você faz em prol do coletivo, acho que todo mundo
tem de fazer e é uma coisa bonita. Eu sou muito adepto do transporte público e de táxis, acho que ninguém deveria
ter carro, mas já que tem, há um custo.
05/03/2013 | 11h01 (GMT)
By Parag Khanna
Parag Khanna is a Senior Research Fellow at the New America Foundation and Senior Fellow at the Singapore
Institute of International Affairs. His books include «The Second World,» «How to Run the World,» and «Hybrid
Reality.»
(CNN) -- The upcoming World Cup and Olympics guarantee that Brazil’s international visibility will continue its
rapid ascent. The country just has to ensure there are seats for all of the guests. Brazil may be emerging from its
reputation as the permanent «land of tomorrow,» but Parag Khanna suspects it will likely get there only at the last
minute.
As Brazil’s annual Carnival hangover fades, a more serious road lies ahead. It’s crunch time for the South American
giant as it prepares to host next year’s football World Cup and 2016 Summer Olympics. The country definitely needs
an economic boost given the recent downgraded forecast of barely over 1% growth for 2013. Hosting these megaevents was seen as an essential spark to get Brazil to overhaul its dilapidated infrastructure, but despite the advance
notice, politicians aren’t yet living up to their continental scale ambitions.
READ: Brazilian Olympic Committee faces problems after firing sport heads
Brazilians excel at throwing massive parties, but so much is at stake beyond the Games. Can Brazil really become
the «America of South America,» unchallenged and indispensable to all its neighbors? Brazil wants to be the first
superpower from the global south, yet with the equator just crossing a sliver of the country’s north, it has quite a
long climb still to join the league of the wealthy, not just the large.
READ: World Cup beer battle brewing between Brazil and FIFA
Brasilia’s technocrats have been aggressive, even creative, in recent years, using pro-poor policies and monetary
intervention to deliver growth and stability. Yet lower interest rate policy has failed to drive stronger investment, and
business confidence is down due to government intrusions large and small in banks, car companies, and other sectors. Even the major offshore oil discoveries haven’t yet borne fruit for energy major Petrobras due to local content
requirements that favor less sophisticated domestic suppliers. While its currency control policy has effectively been
blessed by the IMF, the still massively overvalued Real currency has undercut exports in what has been an increasingly diversified economy.
Latin America in general, and Brazil in particular, has been the most urbanized region long before cities became
the dominant meme of global socio-economic studies. Sao Paulo very much feels like the second-largest city in the
world, but unlike even larger Tokyo, its airport feels third world and public transportation can scarcely cope with
demand. It ranks alongside New Delhi, Moscow, Beijing and Mexico City in IBM’s aptly named Commuter Pain
Index. And with close to 1,000 new cars joining the traffic jams each day, it’s no surprise that the rich take to the air:
Paulistas have the highest rate of private helicopter usage in the world. Overall, the World Economic Forum’s most
recent Global Competitiveness Report ranks Brazil a measly 107 (out of 144) for quality of infrastructure.
Since taking office just over two years ago, President Dilma Rousseff has regularly announced massive infrastructure investment schemes. Airports, roads and railways have been slated for privatization, hundreds of new airports
are planned to link the vast interior, the country’s development bank has pledged an immediate $10 billion in related
spending, private banks are planning greater lending in the infrastructure space, a Sao Paulo to Rio bullet train has
been announced for completion by 2020, and $26 billion has been allocated to modernize the country’s 34 ports
which are responsible for more than 90% of the country’s annual $482 billion in trade. Taken together, the government promises $100 billion in infrastructure spending over the next decade, while raising $65 billion in privatization
and auctions.
Discuss these numbers with any Brazilian, however, and they are apt to stare blankly and demand, «But where is
all the money going?» As popular a figure as former president Lula was -- and deservedly so for his innovative and
transformative policies such as the targeted cash transfer program «Bolsa Familia» -- corruption allegations still
dog his still-dominant Workers Party (PT). O Estado de Sao Paulo, the leading daily newspaper, recently added a
«corruption library» to its website to track the steady tide of suspicious contracts and spending. With the opposition
parties fragmented and scattered, however, the PT may well be in power long enough to be held accountable to its
plans.
READ: Brazil boosts World Cup security budget as crime rises
As Brazil focuses on its overhauling its cities, it must remember that urbanization itself won’t drive meaningful
growth, but rather empowering the tens of millions in the urban underclass. Cities like Sao Paulo are designed for an
industrial age while the urban economy has become 85% related to services. The key question then is how to humanize such mega-cities, the theme of the upcoming New Cities Foundation summit that Sao Paulo is hosting in June.
(Full disclosure: I serve on the NCF board of trustees.) The reinvention of Sao Paulo will begin right at its center
with projects such as the URBEM Foundation’s Casa Paulista. Multiple mixed used social and commercial developments designed to be affordable and professional could help to reintegrate a population that has grown accustomed
to gated communities. In such neighborhoods, Brazilians should find apprenticeships, vocational training, and more
public libraries that promote literacy, social inclusion, and citizenship, all topics debated by world-famous architects
and experts and locals together in a new series called Arq.Futuro being held around the country.
READ: Ahead of Brazil World Cup, free English classes planned for prostitutes
There is an opportunity to conduct this urban regeneration in a way that embodies Brazil’s amazing cultural depth.
Like China, the more modern it gets, the more Brazilian it gets; its identity is enhanced rather than diluted. There
is no higher symbol of this than fabled architect Oscar Niemeyer’s buildings, which manage to be both angular
yet still in harmony with nature. But there are also efforts to restore the lifestyle of Carnival in Rio, a tradition of
street culture and music, rather than just an annual bonanza, and connecting Rio’s favelas closer to its beaches
through cable cars. In Sao Paulo, soccer pitches are being hastily laid in the outskirts to remind the nation that its
best players have come from conditions of socio-economic adversity. The message is clear: Brazilians should resist
overly consumerist temptations; when they become too showy, they (especially their soccer stars) get distracted and
under-perform.
READ: Opinion: Rio Games ideal stage to highlight planet’s survival
In the coming years, Brazil’s image will also be shaped by a new set of stars and issues. Banks like Itau Unibanco
have a healthy balance sheet and appetite to expand across Latin America and beyond. Secondary regions like Bahia
are now rivaling Rio for visitors reveling in Carnival culture, while Pernambuco’s capital Recife is attracting innovative industries to relocate. Given that Brazil holds approximately one-third of the world’s biodiversity and 20% of
its fresh water in the Amazon rainforest, it is also becoming a leader in fields ranging from combating deforestation
(which has dropped by 80% since 2004) to plant genetics. And Brazil has become a leading and positive investor
in Africa, as the country’s eloquent foreign minister Antonio Patriota reminded participants at the recent Munich
Security Conference.
The upcoming World Cup and Olympics guarantee that Brazil’s international visibility will continue its rapid ascent.
The country just has to ensure there are enough seats for all of the guests. Brazil may finally be emerging from its
reputation as the permanent «land of tomorrow,» but it will likely get there at the last minute.
READ: A rocky road to Rio and the 2014 World Cup?
27/02/2013 | 19h17
Por Guilherme Soares Dias
SÃO PAULO - O governo de São Paulo definiu o modelo da parceria público-privada (PPP) que vai garantir a
construção de 20 mil unidades habitacionais no centro da capital paulista em locais que abrigam hoje imóveis abandonados ou subutilizados. O valor total do investimento chega a R$ 4,6 bilhões, sendo R$ 2,6 bilhões da iniciativa
privada, R$ 1,6 bilhão do governo do Estado e R$ 404 milhões da prefeitura de São Paulo. Pelo modelo proposto,
as empresas poderão buscar R$ 184 milhões de financiamentos do governo federal, por meio do programa «Minha
Casa, Minha Vida» ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
A PPP prevê taxa interna de retorno entre 8% e 10% e terá prazo de 20 anos. A intenção, segundo o secretário de
Habitação de São Paulo, Silvio Torres, é promover a requalificação urbana da área central e garantir que a maior
parte dos imóveis seja ocupado por famílias que ganham até cinco salários mínimos. “95% dos imóveis já são considerados zona especial de interesse social e devem ser desapropriados e demolidos”, diz Torres, em entrevista nesta
quarta-feira ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
Das 20 mil unidades, 12 mil serão destinadas para quem ganha até cinco pisos mínimos estaduais (R$ 3,7 mil - em
São Paulo o piso mínimo é de R$ 755), sendo que 2 mil unidades serão direcionadas para pessoas ligadas a entidades com atuação no centro e que já estão cadastradas na prefeitura. O valor da prestação nesse caso deve variar de
R$ 150 a R$ 300. As demais unidades serão para famílias que ganham até 16 salários mínimos (R$ 12 mil).
“A prioridade será para pessoas que trabalham no centro e moram em outras regiões. Estamos seguindo a política do
plano diretor da cidade de investir em moradias onde já há equipamentos urbanos”, afirma Torres. As empresas ganharão dinheiro com a comercialização e administração dos empreendimentos. Além de moradias, as unidades devem
ter espaços comerciais de equipamentos públicos, como creches e escolas. “As unidades serão mistas e vão garantir
a receita do investidor com gestão de carteira, condomínio e outros”, explica o secretário.
O modelo de PPP escolhido foi o apresentado pelo Instituto Urbem, com a incorporação de propostas feitas pela
MPE e Impacto Gouvea, que integram o consórcio Reviva. Ao todo, cinco empresas apresentaram estudos para o
projeto. Os imóveis estão localizados em 13 distritos do centro expandido de São Paulo. Do total de imóveis, 35%
estão na região da Luz, em que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, descartou o projeto de revitalização do
ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), chamado de “Nova Luz”, para requalificar a área conhecida como cracolândia.
“Esse novo projeto pretende induzir maior presença da iniciativa privada na região. Área degradada afasta investi-
mento, agora queremos atraí-los de novo ao centro”, diz o secretário estadual de Habitação de São Paulo.
Dos 20 mil imóveis, 7 mil ficam na região da Barra Funda, Luz, Pari, Bom Retiro, Santa Cecília (setor 1); 2,9 mil na
República e Bela Vista (setor 2); 2,9 mil na Liberdade e Brás (setor 3); 2,4 mil no Cambuci e Mooca (setor 4); 2,6
mil no Bresser e Belenzinho (setor 5); e 2,4 mil no Belém e Celso Garcia (setor 6).
Essa á primeira PPP na área habitacional no Estado. O governo planeja ainda o lançamento de uma segunda etapa
que prevê pelo menos mais 30 mil imóveis na região metropolitana de São Paulo, na Baixada Santista, Campinas e
na região do Glicério, no centro de São Paulo.
Amanhã, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT)
assinam convênio para cooperação no projeto e autorização para o início do processo licitatório. A audiência pública
está prevista para a próxima semana. O edital deve ser divulgado em maio e a previsão é de que o contrato com as
empresas seja assinado em outubro. As obras devem durar de dois a seis anos e incluem a demolição dos prédios
atuais e construção de novos empreendimentos. “Não haverá intervenção em imóveis tombados pelo patrimônio histórico. Como eles não podem ter a fachada modificada, a maioria não conseguiria receber unidades habitacionais”,
explica o secretário de Habitação de São Paulo.
O projeto prevê ainda mais passarelas para atravessar a linha férrea que corta a região da Barra Funda, possibilitando
novos acessos na região. Já os moradores da Favela do Moinho, segundo o secretário de Habitação de São Paulo,
serão transferidos para a região da Vila dos Remédios, na região oeste, e não estão incluídos nesse projeto.
28/12/2012 | 15h00
By Nate Berg
Over the next two weeks, Next City will unroll short profiles of 77 people, places and ideas that have changed cities
this year. Together, they make up our 2012 Disruption Index. Forefront subscribers can download the Index in full
as a PDF, complete with beautiful designs and graphics by Danni Sinisi. Readers who make a $75 donation to Next
City will have a full-color printed copy of the Index mailed to them.
Philip Yang has narrowed his focus. A former Brazilian diplomat and the founder of a gas and oil company, Yang
has gone from global politics and business to looking more carefully at the urban environment of Sao Paulo, Brazil.
He recently founded Urbem, a non-profit that aims to channel some of the oil company’s revenues into public sector
projects to improve the Sao Paulo public realm. But he’s not just putting his own company’s money into it. Yang is
also trying to convince other businesses and industries to recirculate some of their profits back into city projects.
Urbem is particularly focused on neighborhood-level projects, such as parks, sidewalks and bicycle paths. The goal
here is to make the city a more humane place while also improving mobility and livability. Urbem is also hoping
to bring about larger-scale infrastructure projects to help improve neighborhoods in the city. As a metropolitan area
with nearly 20 million people, Sao Paulo gives a wide canvas in which to work. By encouraging businesses in the
city to give back, Yang is helping to make the sort of urban scale upgrades the city needs.

Documentos relacionados