Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador - incubacoop

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Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador - incubacoop
ENCONTRO NACIONAL CONHECIMENTO E TECNOLOGIA: INCLUSÃO
SOCIOECONÔMICA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
20-22 de agosto de 2014, Brasília, DF.
Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE) como metodologia de
intervenção participativa na formação de cooperativas de catadores
Autores: Marcondes Lomeu Bicalho, José Roberto Pereira, Érica Alves Marques,
Jéssica Machado
RESUMO
O objetivo deste artigo é analisar o Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador
(DRPE) como uma metodologia de intervenção educativa para a constituição de
cooperativas de catadores de materiais recicláveis. No âmbito da relação entre
Universidade e Sociedade, a extensão universitária ganha grande relevância social.
Nesse sentido, a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (INCUBACOOP)
da Universidade Federal de Lavras (UFLA) utiliza a metodologia de Diagnóstico
Rápido Participativo Emancipador (DRPE) como um processo de intervenção
participativa e educativa na mediação entre a Universidade e os catadores de materiais
recicláveis do município de Lavras, Minas Gerais. Essa metodologia se fundamenta na
Pedagogia Emancipadora de Paulo Freire (1987), em que a compreensão do universo
cultural é a base para o processo de conscientização dos catadores, e tem como objetivo
orientá-los na identificação dos problemas, analisar as causas desses problemas e
identificar possíveis soluções. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
12.305/2010), em seu Artigo 8º, inciso IV, incentiva a criação e o desenvolvimento de
cooperativas de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. Reconhecendo que os
catadores de materiais recicláveis no cenário brasileiro vivenciam problemas e situações
comuns, como a má condição de trabalho, o não reconhecimento de seu trabalho e a
exclusão social, metodologias participativas devem ser exploradas e desenvolvidas para
que eles sejam tratados como sujeitos e cidadãos no processo de constituição e
organização formal de cooperativas ou associações. Os resultados mostram que o DRPE
é uma metodologia adequada e capaz de promover a conscientização dos catadores no
processo de sua organização como cooperativa ou associação, respeitando seu modo de
vida e sua inserção cultural.
Palavras-chave: Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador. Catadores. Política
Nacional de Resíduos Sólidos.
INTRODUÇÃO
Na década de 1970 os Diagnósticos Rápidos Participativos (DRPs) foram
desenvolvidos e aplicados por organizações não governamentais e governamentais
europeias que trabalhavam em projetos de desenvolvimento rural em países da África e
Ásia. A origem dos DRPs deve-se às diversas críticas generalizadas aos métodos
convencionais de diagnóstico e pesquisa (PEREIRA, 2000).
Com base em estudos publicados a partir da década de 1970, Alencar (1990)
estabelece um paralelo entre duas abordagens de intervenção: aquela normalmente
utilizada nas políticas tradicionais, por ele denominada de convencional ou “tutorial” e a
abordagem “educação participativa”. As duas bem distintas no que diz respeito à
unidade social para a qual se dirige a ação, bem como aos papéis atribuídos aos agentes
externos e ao público alvo.
Na abordagem “tutorial” o responsável pelo diagnóstico da realidade e pelo
estabelecimento de meios para solucionar os problemas detectados é o agente externo,
enquanto os membros do grupo exercem um papel passivo. Na tentativa de romper com
esta prática, a metodologia denominada Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador
(DRPE) busca uma intervenção participativa no que se refere ao agente externo ou
mediador, de caráter essencialmente qualitativo, fundamentado na crítica coletiva e na
mudança cultural no intuito de atingir a autogestão. O DRPE é um método composto
por uma conjugação de técnicas de intervenção participativa que permite obter
informações qualitativas e quantitativas em curto espaço de tempo (PEREIRA, 2001, p.
13).
Este método tem sido adotado no processo de intervenção de mediadores
(incubadoras tecnológicas de cooperativas populares, sindicatos, grupos de pesquisas,
movimentos sociais, etc.) na formação de cooperativas de catadores de materiais
recicláveis. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), em seu Artigo
8º, inciso IV, incentiva a criação e o desenvolvimento de cooperativas de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis (BRASIL, 2010a), contemplando a participação dos
mesmos na estruturação de sua própria organização.
As incubadoras tecnológicas de cooperativas populares possuem papel
fundamental no suporte a grupos de catadores de materiais recicláveis, auxiliando-os no
processo de formalização em cooperativas ou associações. A Incubadora Tecnológica
de Cooperativas Populares (INCUBACOOP) da Universidade Federal de Lavras
(UFLA) utiliza a metodologia do DRPE no processo de identificação de grupos, seus
problemas e possíveis soluções, como base para o planejamento participativo de
constituição e desenvolvimento dos empreendimentos econômicos solidários.
Reconhecendo que os catadores de materiais recicláveis no cenário brasileiro
vivenciam problemas e situações comuns, como a má condição de trabalho, o não
reconhecimento de seu trabalho e a exclusão social, metodologias participativas devem
ser exploradas e desenvolvidas para que sejam vistos com destaque e possibilite uma
organização formal desses, como a constituição de cooperativas de trabalho.
Portanto, para que a participação consciente dos catadores de
material recicláveis ocorra é necessário a utilização de metodologias de intervenção que
os conduza a uma reflexão crítica sobre o seu papel na organização e o papel da
organização na sociedade local, regional e global. Assim, o objetivo deste artigo é
avaliar o DRPE como método de intervenção social para constituição de cooperativas de
catadores de materiais recicláveis.
RESÍDUOS SÓLIDOS
O debate sobre questões ambientais ganhou grande visibilidade após a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio-92,
quando a discussão sobre os impactos do desenvolvimento nos ecossistemas e na saúde
da população se popularizou e conquistou a sociedade de modo geral. Desde então, são
buscados mecanismos que amenizam a pressão que os seres humanos exercem sobre o
ambiente de modo a minimizar as alterações no sistema climático planetário, e assim
garantir a sobrevivência da vida no planeta (VIOLA, 2002).
Uma análise dos relatórios dos anos de 2009, 2010 e 2011, demonstram que,
anualmente, a produção de resíduos no Brasil tem ultrapassado a taxa de crescimento
populacional, significando que há um consumo crescente e uma crescente
descartabilidade de diversos matérias no país. Entre os anos de 2008 e 2009, a geração
de resíduos saltou de 52.9 milhões de toneladas/ano para mais de 57 milhões. Um
crescimento anual de 7,7%. Entre 2009 e 2010, verificou-se um salto de 57 t/ano para
60.8 t/ano, um aumento de 6,8%; entre 2010 e 2011, verificou-se um salto para 61.9
t/ano, um percentual de 1,8%. Em que pese uma aparente redução nos percentuais de
2009 a 2011, em todos os anos verificou-se um aumento de geração de resíduos superior
a taxa de crescimento populacional. Entre 2010 e 2011, segundo dados do IBGE, o
crescimento populacional foi de 0,9%. Isso significa que, mesmo no ano em que se
constatou um percentual menor de evolução da geração de resíduos (1,8%), sua taxa foi
o dobro da taxa de crescimento populacional no país (BERNARDES, 2011).
Diariamente são coletadas no Brasil entre 180 e 250 mil toneladas de resíduos
sólidos urbanos. A imprecisão nessa estimativa se deve a diferentes metodologias
empregadas nos levantamentos realizados e às dificuldades inerentes a essa avaliação.
Observa-se, ainda, que a produção de resíduos está em franca ascensão, com
crescimento estimado em 7% ao ano, valor bastante superior ao 0,9% anual observado
para o crescimento da população urbana no país recentemente. Apesar das grandes
diferenças regionais, a produção de resíduos tem crescido em todas as regiões e estados
brasileiros. A geração média de resíduos sólidos urbanos é próxima de 1 Kg por
habitante/dia no país, padrão já similar ao de alguns países da União Europeia. Entre as
populações urbanas mais afluentes, o padrão de consumo se equipara ao dos cidadãos
norte-americanos, reconhecidamente os maiores produtores per capita de resíduos
sólidos urbanos (IBGE, 2012). Diversas propostas para o enfrentamento das alterações
no clima e na diminuição de resíduos sólidos vêm sendo debatidas em conferências,
encontros e através de leis, todas estas na busca de diminuir impactos ambientais. O
estabelecimento de metas para a emissão dos gases de efeito estufa (GEE), a criação dos
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a consequente criação de um
mercado de carbono são exemplos de propostas que buscam ao menos tentar mitigar as
mudanças climáticas já em curso, por meio de estratégias econômicas (VIOLA, 2002).
Outro exemplo é a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12305 de
2010, que tem por objetivo evitar e prevenir a geração de resíduos sólidos, visando à
promoção de uma cultura sustentável aumentando a reciclagem, reutilização e fins
adequados aos resíduos sólidos onde a responsabilidade deste processo é atribuída como
sendo desde o governo aos fabricantes e aos comerciantes e consumidores.
A Lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos dispõe sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Para a Lei nº 12.305/2010, o lixo seria gênero, do qual seriam espécies os
resíduos sólidos e os rejeitos. No art. 3º, XVI da referida Lei, o conceito legal de resíduo
sólido é:
material ou substancia, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se
está obrigado a proceder nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em reipientes
e líquidos cujas particularidades tornem inviável o
seu lançamento da rede pública de esgotos ou em
corpos d’água, ou exigam para isso soluções técnicas
ou economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível. (BRASIL, 2010a, art. 3º,
XVI).
Neste contexto, o lixo seria toda a sobra, o resto da atividade produtiva ou de
consumo, considerado pela lei da PNRS como resíduos, e resíduo sólido, por sua vez,
seria todo o resíduo (lixo) que poderá ser reincorporado, de alguma forma, ao sistema
produtivo ou de consumo, conforme se depreendem dos incisos VII, XIV e VXIII, do
art. 3º, quando definem, respectivamente, destinação final ambientalmente adequada,
reciclagem e reutilização. Rejeito, de outro lado, seria todo o resíduo que não teria a
possibilidade de reincorporação no sistema, de acordo com a leitura dos incisos VIII e
XV do mesmo artigo 3º, versando sobre disposição final ambientalmente adequada, que
incluiria a utilização de aterros. A partir desta “nova” identificação do lixo, agora
denominado resíduo, resíduo sólido e rejeito, a PNRS, que integra a Política Nacional
do Meio Ambiente, Lei. nº 6.938/81, busca incorporar no Brasil uma série de
mecanismos para enfrentar o problema que se apresenta como um dos mais complexos e
relevantes para o direito ambiental, especialmente em razão da crescente geração de tais
resíduos que, anualmente, tem superado a taxa de crescimento populacional,
significando um evidente aumento do consumo e da descartabilidade (CEMPRE, 2011).
Como diretriz social da PNRS, está a regulamentação dos catadores de lixo e o
incentivo à formação de cooperativas. Há na PNRS, inclusive, a previsão de
financiamento para municípios que façam coleta seletiva com catadores. Isso é
considerado uma medida indutora para o desenvolvimento das cooperativas. Estas
questões têm por objetivo reduzir os riscos à saúde dos catadores, trazer maior
qualidade de vida e tirá-los da informalidade, proporcionando-lhes um reconhecimento
social e qualificação profissional, contribuindo para diminuição da marginalização e
invisibilidade social (BENVINDO, 2010).
INCUBADORA
TECNOLÓGICA
DE
COOPERATIVAS
POPULARES
(INCUBACOOP/UFLA)
O surgimento das Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs),
a partir de 1996, está ligado ao aumento da exclusão social no Brasil (SOUZA et al,
2003) e se estrutura pela utilização de pessoas e conhecimento da universidade na
formação, qualificação e assessoria a trabalhadores para a construção de atividades
autogestionárias visando a sua inclusão no mercado de trabalho (GUIMARÃES, 2000).
A INCUBACOOP/UFLA é um projeto de extensão da Universidade Federal de
Lavras que, desde 2005 visa auxiliar grupos de trabalhadores populares que se
encontram em situação de trabalho precarizado, desempregados que buscam uma
recolocação no mercado formal de trabalho ou
pessoas
que
já
realizam
alguma
atividade econômica e desejam se organizar em cooperativas.
A Incubadora Tecnológica de Cooperativas
Populares se transforma num modelo de ação da
universidade no combate ao desemprego e à
exclusão, como prática de extensão, e como um
conjunto de metodologias desenvolvidas para
ações de inserção social e combate à pobreza.
Seu impacto nacional repercute no debate sobre
o campo das políticas públicas e das práticas e
conflitos ligados ao futuro do trabalho e à
redistribuição de renda, o que levou ao seu
desenvolvimento e difusão em outras unidades
da federação, por meio da montagem de outras
incubadoras universitárias, assim como de uma
rede universitária nacional (BOCAYUVA, 2001,
p. 236).
A INCUBACOOP está amparada no decreto nº 7.357, de 17 de novembro de
2010, que normatiza as ITCPs como organizações que desenvolvem “ações de
incubação de empreendimentos econômicos solidários e atuem como espaços de
estudos, pesquisas e desenvolvimento de tecnologias voltadas para a organização do
trabalho, com foco na autogestão” (BRASIL, 2010b). Nesse sentido, a INCUBACOOP
fundamenta-se em metodologias participativas que visam à inserção social e o combate
à pobreza (SILVA et al, 2012)
O fato de ser um programa de extensão em interface com a pesquisa vem ao
encontro da concepção de Botomé (1996), que defende a extensão na universidade não
como o, mas como um instrumento para realizar o compromisso social, visto que dentro
dos programas desenvolvidos pelos projetos da Incubacoop se reconhece a importância
de cada uma das facetas do tripé da Universidade, o Ensino, a Pesquisa e a Extensão.
Assim, destaca-se aqui, além da extensão, a integração com a pesquisa, porém, não se
excluindo ações de ensino em meio ao seu desenvolvimento (SILVA et al, 2012).
.
Desde
o
surgimento
da
INCUBACOOP/UFLA,
diversos
são
os
empreendimentos com que se desenvolvem os trabalhos de assessoria. Dentre os
principais ramos de trabalho dos empreendimentos, destacam-se os quem utilizam os
resíduos sólidos como fonte de renda, como por exemplo, a Associação de Catadores de
Materiais Recicláveis de Lavras (ACAMAR), Associação Lavrense dos Artesãos e Arte
Culinária (ALAC) e Arte Funil.
Como processo de incubação, a INCUBACOOP/UFLA utiliza uma metodologia
circular, como se apresenta na Figura 1.
Figura 1: Percurso metodológico da Incubação do programa Do Coletar ao Reciclar.
Fonte: Incubadora tecnológica de cooperativas populares, INCUBACOOP-UFLA (2010)
O Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador (DRPE) tem como ponto de
partida promover a reflexão e conscientização dos membros do grupo quanto às
condições de construção de uma cooperativa. Este método “prima pela produção de
resultados rápidos, a participação e a conjugação de técnicas qualitativas de pesquisa,
observando-se os aspectos da transdisciplinaridade, triangulação na coleta de
informações e análise de conteúdo” (PEREIRA, 1998, p. 7).
Conjugado ao DRPE, o Método Altadir de Planificação Popular (MAPP) integra
o planejamento participativo, de curto, médio e longo prazo, primando pela discussão
em grupos, ou seja, planeja quem executa, executa quem planeja. Os resultados, tanto
do DRPE, como do MAPP servem de base para a elaboração do plano de negócios e de
viabilidade técnica e econômica do empreendimento e podem ser empregados em
concomitância na incubação, no intuito de obter um diagnóstico preciso da realidade
(PEREIRA, 2011). O terceiro passo é o plano de negócios, uma ferramenta que avalia o
negócio ao longo do tempo e serve para projetar o futuro do empreendimento. Seu
principal objetivo é amenizar os riscos da cooperativa de catadores a ser formada.
Conjuntamente, acontece a capacitação do grupo, visando à consolidação técnica e
administrativa da cooperativa (SILVA et al, 2012).
Reconhecendo o DRPE como primeiro passo no processo de incubação e
assessoramento de empreendimentos econômicos solidários, deve-se perceber que essa
metodologia possui grande potencial no levantamento de informações e indispensável
pesquisa sobre empreendimentos ou grupos de trabalhadores informais, como a maioria
dos catadores de materiais recicláveis no Brasil.
CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
O segmento social dos catadores de materiais recicláveis integra o cenário
urbano no Brasil há muito anos, estando presentes em pequenas e grandes cidades,
ocupando os mais diferentes espaços. Seus primeiros registros datam do século XIX, o
que demonstra que tal fenômeno praticamente acompanhou todo o processo de
urbanização no país. De maneira geral, tratam-se de pessoas que encontram nessa
atividade a única alternativa possível para realizar a sobrevivência por meio do trabalho,
ou pelo menos aquela mais viável no contexto das necessidades imediatas, dadas as
diversas restrições e barreiras que lhes são infringidas pelo mercado de trabalho (IPEA,
2011).
Uma característica do trabalho de coleta e reciclagem de resíduos sólidos,
sobretudo nos graus mais elevados de vulnerabilidade social, é a incidência de uma
maior sazonalidade no desempenho das atividades, que ocorre conforme variações nos
preços dos materiais recicláveis, na oferta de resíduos e, infelizmente, com maior
presença de crianças e adolescentes no período de férias escolares (IPEA, 2011).
O trabalho realizado por catadores de materiais recicláveis consiste em catar,
separar, transportar, acondicionar e, às vezes, beneficiar os resíduos sólidos com valor
de mercado para reutilização ou reciclagem. Ao dar valor ao lixo por meio de seu
trabalho, o catador “acaba por renomeá-lo, alimentando o próprio processo de
ressignificação positiva de sua atividade laboral” (BENVINDO, 2010, p.34). Portanto,
por meio de sua atividade cotidiana, transformam o lixo (algo considerado inútil a
princípio) em mercadoria novamente (dotado de valor de uso e de valor de troca). É por
este processo que ocorre a ressignificação do lixo em mercadoria. A transformação
desses materiais em novas mercadorias e sua reinserção no ciclo produtivo geram
“benefícios positivos para a natureza e para a sociedade, já que promovem a economia
de recursos naturais e de espaços para o armazenamento dos resíduos” (MAGALHÃES,
2012).
Desde 2002, a atividade de catador é reconhecida como categoria profissional,
registrada na Classificação Brasileira de Ocupação (CBO), sob nº5192-05 como
"Catador de Material Reciclável". Essa categoria de trabalhadores exerce a função de
coletar, transportar, triar, prensar, armazenar e negociar esses materiais para serem
reutilizados. Todavia, para uma adequada inserção desses profissionais no sistema de
gerenciamento de resíduos sólidos, é preciso assegurar tanto os aspectos de direito ao
trabalho e renda como avaliar as condições de saúde e os riscos aos quais estão expostos
(GONÇALVES, 2009).
Sendo considerados os grandes protagonistas da indústria de reciclagem no país,
os catadores de material reciclável detêm posição fundamental na gestão de resíduos
sólidos no Brasil, à medida que sua própria existência indica a dificuldade de incluir no
gerenciamento desse sistema as atividades de catação, principalmente, por problemas de
escala de produção combinados a dificuldades logísticas (NAELINI, 2008).
Esse grupo de trabalhadores atuando na maioria dos casos de maneira informal
ou organizada em cooperativas e, mesmo antes da definição de políticas públicas claras
para a gestão de resíduos no país, vem realizando um trabalho de grande importância
ambiental; contribuindo significativamente para o retorno de diferentes materiais para o
ciclo produtivo; gerando economia de energia e de matéria-prima, e evitando que
diversos materiais sejam destinados a aterros (GONÇALVES, 2009).
Ao longo dos anos, no intuito de reverter essa situação de informalidade ou
exclusão social em suas diversas dimensões, os catadores de material reciclável vêm
buscando se articular coletivamente com base em diferentes formatos organizacionais,
visando a superação de gargalos estruturais que lhes impedem de se apropriarem de um
maior valor por seu trabalho. Isso porque, ao se organizarem, os catadores conseguem
estabelecer relações de mercado diferenciadas, além de poderem inclusive avançar em
alguns elos no âmbito da cadeia produtiva, com a agregação de valor ao material
reciclável por meio de algum processo de beneficiamento (BENVINDO, 2010).
A organização dos catadores também é importante na medida em que lhes
propicia maior capacidade de mobilização para negociarem com o poder público e com
outros setores da sociedade, na busca de parcerias e políticas governamentais para sua
maior valorização enquanto categoria profissional e sujeitos detentores de direitos.
Os empreendimentos coletivos, ou as organizações cooperativistas, surgiram no
intuito de fortalecer os catadores que, por sua vez, constituem o elo economicamente
mais frágil na cadeia de valor da reciclagem, na geração de renda em sua atividade,
sobretudo quando atuam individualmente. Isso porque no caso do trabalho individual, o
que se observa é a concentração das funções na figura do próprio catador, que é
responsável pela coleta, separação, armazenamento e comercialização. Com isso, eles se
tornam mais vulneráveis à ação de intermediários comerciais – conhecidos
popularmente como “atravessadores” – que determinam por imposição o valor a ser
pago e as condições exigidas pelo material coletado (GONÇALVES, 2010).
Neste contexto o DRPE pode ser uma ferramenta que auxiliaria o processo de
intervenção de mediadores externos na organização de catadores, através de diversas
técnicas, como roteiro de campo, diagrama de Venn, mapeamento histórico, caminhada
transversal, matriz realidade desejo, sociodrama e “entra e sai”, o que será apresentado
na seção seguinte.
DIAGNÓSTICO RÁPIDO PARTICIPATIVO EMANCIPADOR (DRPE)
Os DRP foram desenvolvidos e aplicados no final da década de 1970 por
organizações não governamentais e governamentais europeias que trabalhavam em
projetos de desenvolvimento rural em países da África e Ásia. Neste sentido, Pereira
(2001, p.5) salienta:
[...] que a origem dos DRP deveu-se às críticas
generalizadas aos métodos convencionais de
diagnóstico
e
pesquisa,
representados,
principalmente, pelo método de tipo survey. Os
técnicos procuravam novas formas de realizar
pesquisas que possibilitassem a difusão de
tecnologias e o planejamento de projetos de
desenvolvimento rural, com vistas a evitar o aumento
da pobreza rural e a manutenção das desigualdades
sociais e do status quo das lideranças rurais.
Na década de 1990, esse método de diagnóstico passou a ser chamado de
“Diagnóstico Rural Participativo”, conceituado por Chambers (1987, p.) como um
crescente grupo de técnicas e enfoques que possibilita à população local compartilhar,
analisar e aperfeiçoar seus conhecimentos a respeito de suas próprias condições de vida,
com objetivo de planejar e agir.
A utilização de métodos de diagnóstico que procuram constituir a base para o
chamado “Desenvolvimento Organizacional”, que tem como pressuposto a necessidade
de “treinamento e desenvolvimento de pessoal”, é muito comum, o que implica na
realização de cursos, palestras, campanhas de melhoria da qualidade de vida,
treinamentos para elevar a motivação do funcionário e aumentar sua produtividade no
trabalho, dentre outros. Geralmente utilizam questionários fechados para coletar dados
ou adotam estratégias de “diagnosticar e solucionar problemas, estabelecendo relações
de efeitos e causas”, no sentido de melhorar o “clima organizacional”. A maior
limitação desses métodos é que definem a priori e de forma superficial os problemas a
serem solucionados, ou seja, a intervenção na realidade é tutorial. O agente de
intervenção é que levanta o problema e sua causa e apresenta a solução (PEREIRA,
2009).
De acordo com Pereira (1998, p. 2), “o DRPE é um método praxiológico de
diagnosticar a realidade, de caráter essencialmente qualitativo, fundamentado na crítica
coletiva e na mudança cultural no intuito de atingir a autogestão, composto por uma
conjugação de técnicas de intervenção participativa que permitem obter informações
qualitativas e quantitativas em curto espaço de tempo”. Constitui, assim, um
instrumento metodológico de identificação de problemas, suas causas e possíveis
soluções a partir da interação dialógica entre os grupos de mediação e o público de sua
intervenção. Em termos gerais, os objetivos do DRPE estão voltados para as bases de
um processo de conscientização das pessoas que lhes permitam mover de uma situação
de dependência para uma situação emancipada, na perspectiva educativa de Paulo Freire
(PEREIRA, 2000).
O DRPE se fundamenta em princípios metodológicos que orientam a sua prática,
como flexibilidade, natureza participativa e emancipadora, caráter catalizador e
ampliador das capacidades estratégicas, o que rejeita a reprodução de propostas de
intervenção pré-concebidas e, principalmente, promovendo a valorização do diálogo. O
caráter emancipador do DRPE está fundamentado na “Pedagogia Emancipadora”, de
Freire (1987), em que a compreensão do universo cultural é a base para o processo de
conscientização. Assim, “partindo da reflexão da realidade cultural e agindo sobre essa
mesma realidade, modificando-a, é que se inicia o processo de conscientização”
(PEREIRA, 2000, p. 83).
De maneira geral, segundo Garcia (1980), alguns princípios éticos devem reger o
diagnóstico emancipador, e estão voltados para um processo de conscientização que
deve ser também um ato de criação, no qual as pessoas não sejam tratadas como seres
passivos ou meros objetos (tutorial). O DRPE considera os sujeitos como capazes de
criticamente desenvolverem suas próprias atividades e seus métodos de trabalho dentro
da perspectiva educativa de Freire (2000).
O DRPE foi utilizado em diferentes situações, contextos e objetivos tais como:
coletar informações para a elaboração de “Planos de Consolidação e Emancipação” de
assentamentos rurais, para organização do quadro social de cooperativas (formação de
comitês educativos), para elaboração de plano de reativação econômica de atingidos por
barragens, dentre outros, podendo ser utilizado em diferentes contextos sociais, mas
qualquer que sejam eles, devem estar presente algumas características, tais como: sua
história, posição geográfica, estrutura organizacional e número de famílias, ou seja, o
processo de intervenção pode ser adaptado a diversas situações, mas com a preocupação
de não perder a ideia central, que se compreende na expressão e descrição da realidade,
crítica do material expresso e criatividade.
Como método participativo, o DRPE auxiliará catadores de materiais recicláveis
a se reconhecerem como atores fundamentais na gestão dos resíduos sólidos, na
formação de cooperativas ou associações, incentivadas pela Política Nacional de
Resíduos Sólidos.
O DRPE considera previamente as características de cada indivíduo, para então,
avaliar o grupo. A intervenção respeita um processo circular e cumulativo de coleta de
informações, conjugando técnicas coletivas com técnicas individuais, a fim de captar as
diferentes percepções e situações da cooperativa ou associação, de forma a coletar o
máximo de informações possíveis, realizando um processamento e sistematização
dessas informações após cada momento.
Para a utilização das técnicas que compõem o DRPE, Pereira (2000) sugere a
seguinte sequência (adaptado pelos autores desse trabalho):
a) primeiro contato com os catadores e comunicação da realização do trabalho;
b) coleta e sistematização de informações secundárias sobre a localidade e região;
c) elaboração de um roteiro de entrevistas semiestruturadas;
d) escolher as técnicas a serem utilizadas;
e) elaboração de um roteiro de aplicação das técnicas que vão compor o DRPE e definir
potenciais parceiros;
f) mobilização dos catadores para aplicação do DRPE;
g) distribuição das tarefas para cada membro da equipe;
h) aplicação de técnicas individuais e de pequenos grupos, incluindo entrevistas
semiestruturadas com informações chaves;
i) pré-sistematização das informações coletadas;
j) assinalar os resultados e apresentar o relatório definitivo.
Dentre as técnicas que poderão auxiliar no processo de formação de cooperativas
e associações de catadores de matérias reciclados temos:

Sociograma que é utilizado para identificar lideranças existentes e potenciais dentro
e fora do grupo, de forma a mapear as organizações sociais existentes, suas relações
de poder, disputas, os líderes autocráticos e democráticos. Essa técnica pode auxiliar
os catadores a escolherem seu representante ou presidente.

Caminhada transversal: consiste em percorrer transversalmente o local de trabalho
do grupo que se pretende formalizar, acompanhado de pessoas que conheçam bem a
área, observando todo o conjunto por onde se passa e indagando sobre a história e os
problemas existentes. O principal objetivo dessa técnica é ser levantar informações
mais detalhadas sobre a área e sua relação com o grupo. Recomenda-se documentar
de forma geral essa caminhada para detalhar o local, ou potencial local, da
instalação do grupo.

Rotina diária é uma técnica que permite visualizar a distribuição do trabalho dos
catadores ao longo do dia. Normalmente se constrói um desenho de um relógio e
pede ao indivíduo para comentar sobre sua rotina diária, fazendo anotações
específicas por horário no relógio. Esta técnica pode auxiliar na programação do
trabalho, reuniões de visitas, dentre outras atividades, fornecendo indicativos dos
melhores horários para intervenções e sinalizando para a disponibilidade de tempo
dos membros para o desenvolvimento de trabalhos, cursos e atividades.

Diagrama de Venn (“jogo das bolas”): essa técnica consiste na apresentação gráfica,
em forma de círculos ou “bolas”, por parte dos catadores, com objetivo de avaliar as
entidades ou instituições que têm significado para eles em relação ao grupo. A
representação gráfica por si só não é o objetivo desta técnica, o que se procura é
estimular a discussão sobre cada entidade ou instituição de forma a compreender
melhor a posição dos catadores de material reciclável dentro do complexo
institucional do qual faz parte. Mapeamento histórico: através desta técnica, os
catadores podem desenhar o croqui do local onde eles trabalham apresentando
detalhes de toda a área ocupada. Durante esse desenho, que deve ter a participação
de diversos indivíduos, deve-se explorar o passado histórico do grupo.

Construção: o objetivo desta técnica é identificar o que os indivíduos planejam para
seu futuro. Nessa técnica deve ser explorada a visão que eles têm do futuro
desenvolvendo o trabalho de catadores de materiais recicláveis.

Matriz de realidade/desejo: esta técnica consiste na elaboração de uma matriz onde
são cruzadas as informações sobre os problemas, suas causas e possíveis soluções
apresentadas pelos catadores. Os resultados dessa matriz serve de base para iniciar o
planejamento participativo do grupo, explicitando as atividades a serem
desenvolvidas pelos próprios catadores, pelo poder público local, estadual ou
federal, a curto, a médio e a longo prazo.

Eleição de prioridades: essa técnica consiste na apresentação e análise de todas as
demandas existentes por parte dos catadores, com objetivo de elegê-las em ordem
decrescente de prioridade. A eleição de atividades a serem priorizadas constitui um
ritual de fechamento da aplicação do DRPE e se configura num elemento
fundamental para definir as estratégias orçamentárias e o planejamento estratégico
dos catadores. Nesse momento, eles têm a oportunidade de praticar a democracia
interna porque vão eleger suas prioridades após um processo educativo de análise da
realidade, tendo consciência de suas limitações e de suas possibilidades.

Entrevistas semiestruturadas: exigem um conhecimento prévio de quem vai ser
entrevistado e do tema a ser abordado. Nesse caso, uma boa leitura e análise das
informações secundárias são fundamentais para a realização de uma boa entrevista.
O entrevistador deve estar bem preparado e estar com o roteiro de questões a serem
respondidas pelo catador. Uma entrevista semiestruturada se caracteriza por
questões padronizadas permitindo ao entrevistado manifestar suas opiniões, pontos
de vistas e argumentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Diagnóstico Rápido Participativo Emancipador tem demonstrado ser um
método benéfico no auxílio a grupos mediadores, como as ITCPs, que irão intervir em
grupos de catadores de materiais recicláveis, na tentativa de diagnosticar a situação
desses.
Por meio das técnicas desse diagnóstico, buscam-se informações gerais e
profundas do grupo de catadores de materiais recicláveis, por meio das técnicas que o
compõe.
Ao considerar o DRPE como um método de conscientização dos catadores no
processo de constituição de sua organização social, seja associação ou cooperativa,
abrem-se múltiplas possibilidades de ação compartilhada entre instituições estatais e
organizações sociais voltadas para a efetivação da Política Nacional de Resíduos
Sólidos no que tange aos catadores de materiais recicláveis.
Além disso, os resultados do DRPE podem abrir possibilidades de pesquisa e de
extensão universitária que extrapolam a organização dos catadores, alcançando os
recursos naturais envolvidos e a logística reversa, por exemplo.
Portanto, consideramos o método DRPE como adequado para o processo inicial de
incubação de cooperativas populares a ser utilizado amplamente pelas Incubadoras
Tecnológicas de Cooperativas Populares (ITCPs).
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