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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
DELMO DE CARVALHO ALENCAR
IMPACTO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA ONLINE NO CONHECIMENTO DE
ENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA SOBRE ESTOMIAS INTESTINAIS DE
ELIMINAÇÃO
TERESINA/PI
2015
1
DELMO DE CARVALHO ALENCAR
IMPACTO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA ONLINE NO CONHECIMENTO DE
ENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA SOBRE ESTOMIAS INTESTINAIS DE
ELIMINAÇÃO
Dissertação de Mestrado apresentada
Programa
de
Pós-Graduação
Enfermagem da Universidade Federal
Piauí, para obtenção do título de Mestre
Enfermagem.
ao
em
do
em
Orientadora: Profa. Dra. Elaine Maria Leite
Rangel Andrade.
Área de Concentração: A Enfermagem no
Contexto Social Brasileiro.
Linha de pesquisa: Processo de Cuidar em
Saúde e Enfermagem.
TERESINA/PI
2015
2
DELMO DE CARVALHO ALENCAR
IMPACTO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA ONLINE NO CONHECIMENTO DE
ENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA SOBRE ESTOMIAS INTESTINAIS DE
ELIMINAÇÃO
Dissertação de Mestrado apresentada
Programa
de
Pós-Graduação
Enfermagem da Universidade Federal
Piauí, para obtenção do título de Mestre
Enfermagem.
ao
em
do
em
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________________
Profa. Dra. Elaine Maria Leite Rangel Andrade (Orientadora)
Departamento de Enfermagem/Universidade Federal do Piauí
___________________________________________________________________
Profa. Dra. Soraia Assad Nasbine Rabeh (1ª Examinadora)
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo
___________________________________________________________________
Profa. Dra. Maria Helena Barros Araújo Luz (2ª Examinadora)
Departamento de Enfermagem/Universidade Federal do Piauí
___________________________________________________________________
Profa. Dra. Telma Maria Evangelista de Araújo – Suplente
Departamento de Enfermagem/Universidade Federal do Piauí
3
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais, grandes sonhadores que sempre me
acompanharam e deixaram a mais bela semente de perseverança crescer em seu
filho que hoje colhe mais um fruto.
Aos meus irmãos pelo carinho, amor e torcida.
À orientadora ilustre que conheci durante a caminhada e me amparou como filho.
A todos os amigos que acreditaram que seria possível.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida e por todas as bênçãos concedidas, por me
fortalecer e confortar espiritualmente, iluminando os caminhos a serem trilhados em
minha vida.
Aos meus pais Leticio e Maria, que são minha força, orgulho e exemplo, por
sempre acreditarem em mim e apoiarem minhas decisões. Obrigado pelo suporte
ofertado ao longo desta caminhada, ele foi crucial para que eu tivesse forças para
seguir em frente.
À minha orientadora Dra. Elaine Maria Leite Rangel Andrade que, nesta longa
jornada, guiou meus passos no caminho do conhecimento. Minha mentora, que
preparou meus olhos para enxergar a ciência, e me conduziu para além dela, com
dedicação e coragem. São lições valiosas para toda a vida!
Às professoras da Banca Examinadora da Defesa/Qualificação, Dra. Soraia
Assad Nasbine Rabeh, Dra. Maria Helena Barros Araújo Luz e Dra. Telma Maria
Evangelista de Araújo pelas pertinentes contribuições dadas ao trabalho. Todas as
críticas e sugestões foram substancialmente valiosas no aperfeiçoamento deste.
Aos membros do Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Estomaterapia e
Tecnologia, obrigado pela oportunidade de fazer novas amizades, de promover
discussões e adquirir conhecimentos. Foi muito prazeroso participar das atividades
promovidas pelo grupo.
Ao professor Dr. Jesusmar Ximenes Andrade pelos ensinamentos e pela
atenção e ajuda em esclarecer as várias dúvidas acerca dos aspectos estatísticos do
estudo.
Ao NEAD (Núcleo de Educação a Distância) do UNINOVAFAPI, em especial o
Bruno Rick, sempre dispostos a nos ajudar no aprimoramento e execução desta
intervenção educativa online.
5
À Fundação Municipal de Saúde de Teresina pela autorização em realizar
esta pesquisa nas Unidades de Saúde da Família.
À Secretaria Municipal de Saúde de Pio IX, por permitir meu afastamento das
atividades laborais para me dedicar integralmente à realização deste sonho.
Aos enfermeiros participantes desta pesquisa, sem os quais este trabalho não
poderia ter sido realizado.
Aos
meus
colegas
de
mestrado,
pela
companhia
prazerosa
e
compartilhamento ao longo da caminhada, em especial, à minha amiga Girzia
Sammya pelo apoio e incentivo. Desejo a todos vocês muito sucesso e realizações!
Às discentes do Curso de Graduação em Enfermagem da UFPI, Isabela
Nolêto, Aline Macedo, Alessandra Furtado, Danielly Lemos e em especial à amiga
Maria do Carmo pelo aceite em participar das pesquisas vinculadas a esta
Dissertação. A construção paralela desses trabalhos e a oportunidade de orientá-las
sob a supervisão da Professora Elaine foi uma experiência extremamente valiosa
para o meu amadurecimento na pesquisa.
Em fim, a todas as pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente na
conclusão deste mestrado. Muito Obrigado!
6
“Ser ostomizado não é apenas ser alguém que tem um ostoma na parede
abdominal...
Ser ostomizado não é apenas viver com uma bolsa para coleta de fezes e urina
presa ao abdômen...
Ser ostomizado não é apenas ter deixado de utilizar o vaso sanitário...
Ser ostomizado não é apenas viver com a preocupação de que tipo de alimentos
pode comer...
Ser ostomizado não é apenas viver preocupado com gases e odores...
Ser ostomizado é muito mais que isso, é ser privilegiado por Deus por ter sido
escolhido a viver novamente...
Ser ostomizado é Ser Humano.”
Giselle Ribeiro Lima
7
RESUMO
A educação a distância (EaD) permite eliminar a separação geográfica entre
educador e educando e atende um número ilimitado de alunos em busca de
formação, capacitação ou atualização profissional. Estudos sobre o cuidado de
Enfermagem às pessoas com estomias intestinais de eliminação apontam que há
lacunas e equívocos no processo de reabilitação do estomizado, que podem ser
ocasionados pelo conhecimento insuficiente dos enfermeiros em relação à temática,
formação insuficiente ou falta de capacitação. Embora, existam estudos sobre o uso
da EaD para educação de pessoas estomizadas e estudantes de enfermagem sobre
estomias, nenhum foi realizado com enfermeiros da atenção básica à saúde. Este
estudo teve como objetivo avaliar o impacto de uma intervenção educativa online no
conhecimento de enfermeiros da Estratégia Saúde da Família de Teresina sobre
estomias intestinais de eliminação. Estudo prospectivo, quase-experimental, do tipo
grupo único, antes e depois, realizado na Estratégia Saúde da Família da Regional
de Saúde Centro/Norte de Teresina – PI, no período de maio a julho de 2015, após
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. A
população foi composta por 81 enfermeiros da Atenção Básica. Destes, 40 foram
excluídos e fizeram parte da amostra 41 enfermeiros. Estatísticas descritivas foram
utilizadas para análise exploratória das variáveis sociodemográficas, de formação,
uso do computador e da Internet e conhecimento dos enfermeiros sobre estomias
intestinais de eliminação antes e após a intervenção educativa online. Para
comparar os escores de acertos no pré e pós-teste foi utilizado o Teste de Wilcoxon
e o nível de significância adotado foi de α=0,05. Foram considerados
estatisticamente significantes os resultados dos testes que apresentaram α menor ou
igual a 0,05. A maioria dos enfermeiros era do sexo feminino 39 (95,1%), casada 24
(58,5%), com média de idade de 40,0 (dp=10,3) anos. Do total de enfermeiros, 31
(75,6%) foram formados em instituições públicas, sendo que quase a totalidade
deles possuía especialização 37 (92,5%) e apenas 5 (12,2%) Mestrado. A média de
tempo de formação foi de 14,6 (dp=9,5) anos. A maioria dos enfermeiros, 39 (95,1%)
possuíam computador e todos (100%) tinham acesso à Internet. Mais da metade, 30
(73,2%), utilizava o computador diariamente e em casa 30 (75%). Trinta e cinco
(85,4%) utilizavam diariamente a Internet, em casa 37 (90,2%). Na avaliação do
conhecimento dos enfermeiros verificou-se que apenas 5 (14,3%) obtiveram acertos
superiores a 80% no pré-teste. Após a intervenção educativa online, o número de
enfermeiros que obtiveram acertos superiores a 80% aumentou para 32 (94,1%).
Com relação aos domínios, quase todos apresentaram aumento no número de
acertos superiores a 80% no pós-teste, exceto o domínio “Pós-Operatório Tardio”.
Houve diferença estatística significativa no conhecimento dos enfermeiros após a
intervenção educativa online (p=0,000), com percentual de melhoria de 96,7% no
geral. A EaD pode ser uma estratégia efetiva para educação permanente de
enfermeiros, visto que é uma modalidade de ensino que estimula a construção do
conhecimento, fomenta a autonomia do aluno na busca e aprofundamento de
conteúdo, desenvolve habilidades, melhora a capacidade de argumentação e o
trabalho em conjunto com os outros participantes.
Palavras-chave: Estomia. Educação a Distância. Capacitação em Serviço.
Enfermagem.
8
ABSTRACT
Distance education (DE) eliminates the geographical separation between educator
and student and meets an unlimited number of students seeking education, training
or professional development. Studies on nursing care for people with intestinal
ostomy of elimination point out that there are gaps and misconceptions in the
rehabilitation process of ostomy, which can be caused by the following factors:
insufficient knowledge of nurses regarding the subject, inadequate training or lack of
training. Although there are studies on the use of distance learning for the education
of patients with ostomy and nursing students about ostomy, none was conducted with
nurses in primary health care. This study aimed to evaluate the impact of an online
educational intervention on knowledge of nurses from the Family Health Strategy in
Teresina about intestinal ostomy of elimination. It is a prospective, quasiexperimental, type single group, before and after, held at the Health Strategy of the
Regional Health Family Center / North Teresina-PI from May to July of 2015. It was
conducted after the approval by the Ethics Committee of the Federal University of
Piauí. The population consisted of 81 nurses of Primary Care. Of these, 40 were
excluded and 41 nurses were part of the sample. Descriptive statistics were used for
exploratory analysis of sociodemographic variables, training, computer use and
Internet, and nurses' knowledge about intestinal ostomy of elimination before and
after the online educational intervention. To compare the successes scores in preand post-test, it was used the Wilcoxon test and the significance level was set at α =
0.05. It was considered statistically significant results with α less than 0.05 or equal to
0.05. Most nurses were women 39 (95.1%), married 24 (58.5%), and with mean age
of 40.0 (SD = 10.3) years. Of all nurses, 31 (75.6%) were trained in public
institutions, and almost all of them had a specialist tittle 37 (92.5%) and only 5
(12.2%) had a master's degree. The average training time was 14.6 (SD = 9.5) years.
Most nurses, 39 (95.1%) had computer and all (100%) had access to Internet. More
than half, 30 (73.2%) used the computer daily and 30 (75%) used at home. Thirty-five
(85.4%) used Internet daily and 37 (90.2%) used at home. In the evaluation of nurses
knowledge, it was showed that only 5 (14.3%) had reached more than 80% in the
pretest. After the online educational intervention, the number of nurses who reached
over 80% increased to 32 (94.1%). With regard to the fields, almost all showed an
increase in the number of correct answers higher than 80% in the post-test, except in
the “Late Postoperative” domain. There were statistically significant differences in the
knowledge of nurses after the online educational intervention (p = 0.000), with an
overall improvement percentage of 96.7%. DE can be an effective strategy for
continuing education of nurses since it is a teaching method that encourages the
construction of knowledge. It increases student autonomy in the pursuit and
deepening of content, develops skills, improves reasoning skills and teamwork.
Keywords: Ostomy. Distance Education. Inservice Training. Nursing.
9
RESUMEN
La educación a distancia (EaD) permite eliminar la separación geográfica entre
educador y educando y atiende un número ilimitado de alumnos en busca de
formación, capacitación o actualización profesional. Estudos sobre el cuidado de
Enfermería a las personas con ostomías intestinales de eliminación apuntan que hay
huecos y equívocos en el proceso de rehabilitación del ostomizado, que pueden ser
ocasionados por el conocimiento insuficiente de los enfermeros en relación al tema,
formación insuficiente o falta de capacitación. A pesar, existían estudios sobre el uso
de la EaD a la educación de personas ostomizadas y estudiantes de enfermería
sobre ostomías, ningún fue realizado con enfermeros de la atención básica a la
salud. Este estudio tuvo como objetivo evaluar el impacto de una intervención
educativa online en el conocimiento de enfermeros de la Estrategia Salud de la
Familia de Teresina sobre ostomías intestinales de eliminación. Estudio prospectivo,
case-experimental, del tipo grupo único, antes y después, realizado en la Estrategia
Salud de la Familia de la Regional de Salud Centro/Norte de Teresina-PI, en el
período de mayo hasta julio de 2015, después aprobación del Comité de Ética en
Pesquisa de la Universidad Federal del Piauí. La populación fue compuesta por 81
enfermeros de la Atención Básica. De los, 40 fueron excluidos y hicieron parte del
muestreo 41 enfermeros. Estadísticas descriptivas fueron utilizadas para análisis
exploratoria de las variables sociodemográficas, de formación, uso de la
computadora y de la Internet y conocimiento de los enfermeros sobre ostomías
intestinales de eliminación antes y después de la intervención educativa online. Para
comparar los escores de aciertos en el pre y pos-teste fue utilizado el Teste de
Wilcoxon y el nivel de significancia adoptado fue de α=0,05. Fueron considerados
estadísticamente significantes los resultados de los testes que presentaron α menor
o igual a 0,05. La mayoría de los enfermeros era de lo sexo femenino 39 (95,1%),
casada 24 (58,5%), con media de edad de 40,0 (dp=10,3) años. Del total de
enfermeros, 31 (75,6%) fueron formados en instituciones públicas, siendo que case
la totalidad de ellos poseían especialización 37 (92,5%) y solo 5 (12,2%) Maestría.
La media de tiempo de formación fue de 14,6 (dp=9,5) años. La mayoría de los
enfermeros, 39 (95,1%) poseían computadora y todos (100%) tenían acceso a la
Internet. Más de la mitad, 30 (73,2%), utilizaba la computadora diariamente y en
casa 30 (75%). Treinta y cinco (85,4%) utilizaban diariamente la Internet, en casa 37
(90,2%). En al evaluación del conocimiento de los enfermeros se analizo que solo 5
(14,3%) obtuvieron aciertos superiores a 80% en el pre-teste. Después de la
intervención educativa online, el número de enfermeros que obtuvieron aciertos
superiores a 80% aumentó para 32 (94,1%). Con relación a los dominios, case todos
presentaron aumento en el número de aciertos superiores a 80% en el pos-teste,
excepto el dominio “Pos-Operatorio Tardío”. Hubo diferencia estadística significativa
en el conocimiento de los enfermeros después la intervención educativa online
(p=0,000), con porcentual de mejoría de 96,7% en general. La EaD puede ser una
estrategia efectiva a la educación permanente de enfermeros, visto que es una
modalidad de enseñanza que estimula la construcción del conocimiento, fomenta la
autonomía del alumno en la busca y aprofundamiento de contenido, desarrolla
habilidades, mejora la capacidad de argumentación y el trabajo en equipo con los
otros participantes.
Palabras-clave: Ostomías. Educación a Distancia. Capacitación en Servicio.
Enfermería.
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fluxograma da pesquisa. Teresina, 2015.
34
Figura 2-Intervenção educativa online “Estomias Intestinais de Eliminação 37
para Enfermeiros da Atenção Básica” disponível no AVA do Moodle.
Teresina, 2015.
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Número de Unidades de Saúde da Família e de equipes da 33
Estratégia Saúde da Família de acordo com as Coordenadorias Regionais
de Saúde. Teresina-PI, 2015.
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição dos enfermeiros, segundo as características 41
sociodemográficas. Teresina, 2015.
Tabela 2 –
2015.
Distribuição dos enfermeiros, segundo a formação. Teresina, 42
Tabela 3 – Distribuição dos enfermeiros, segundo o uso de computador 42
e Internet. Teresina, 2015.
Tabela 4 – Distribuição de acertos inferiores e superiores a 80% no pré- 44
teste e pós-teste. Teresina, 2015.
Tabela 5 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 44
1: “Conceito”, antes e após a intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Tabela 6 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 45
2: “Indicação”, antes e após a intervenção educativa online. Teresina,
2015.
Tabela 7 –
Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 45
3: “Classificação”, antes e após a intervenção educativa online. Teresina,
2015.
Tabela 8 –
Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 46
4: “Assistência de Enfermagem no Período Pré-Operatório”, antes e após
a intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Tabela 9 –
Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 47
5: “Assistência de Enfermagem no Período Pós-Operatório Imediato,
antes e após a intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Tabela 10 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 48
6: “Assistência de Enfermagem no Período Pós-Operatório Mediato, antes
e após a intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Tabela 11 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 49
7: “Assistência de Enfermagem no período Pós-Operatório Tardio”, antes e
após a intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Tabela 12 – Estatísticas descritivas e teste de comparação entre os 50
escores de acertos no pré e pós-teste. Teresina, 2015.
13
LISTA DE SIGLAS
ACS
Agentes Comunitários de Saúde
AVA
Ambiente Virtual de Aprendizagem
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
DAB
Departamento de Atenção Básica
DCNT
Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DeCS
Descritores em Ciências da Saúde
EaD
Educação a Distância
EP
Educação Permanente
EPS
Educação Permanente em Saúde
ESF
Estratégia Saúde da Família
GEAB
Gerência de Atenção Básica
GEPEETEC Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Estomaterapia e Tecnologia
IES
Instituição de Ensino Superior
LDB
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MS
Ministério da Saúde
OVA
Objeto Virtual de Aprendizagem
PSF
Programa de Saúde da Família
RNAO
Registered Nurses Association of Ontario
SPSS
Statistical Package for Social Science
SUS
Sistema Único de Saúde
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TICs
Tecnologias de Informação e Comunicação
UFPI
Universidade Federal do Piauí
UPP
Úlcera por Pressão
USF
Unidades de Saúde da Família
WOCN
Wound, Ostomy and Continence Nurses Society
WWW
World Wide Web
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
1.1.2 Objetivos Específicos
16
19
19
19
2 REFERENCIAL TEMÁTICO
2.1 O enfermeiro da Estratégia Saúde da Família frente as estomias
intestinais de eliminação
2.2 Ensino baseado em tecnologias a distância
2.3 Educação Permanente a distância como estratégia de qualificação
profissional baseada na problematização do processo de trabalho
20
20
3 METODOLOGIA
3.1 Delineamento metodológico
3.2 Local e período
3.3 População e amostra
3.4 Variáveis envolvidas no estudo
3.5 Instrumentos de coleta de dados
3.6 Procedimentos para coleta de dados
3.7 Análise dos dados
3.8 Aspectos éticos
32
32
32
33
34
35
36
39
40
4 RESULTADOS
4.1 Caracterização do perfil dos enfermeiros da Estratégia Saúde da
Família da Regional Centro/Norte de Teresina quanto aos aspectos
sociodemográficos, de formação e uso de computador e da Internet
4.2 Implementação da intervenção educativa online aos enfermeiros da
Estratégia Saúde da Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre
estomias intestinais de eliminação
4.3 Avaliação do conhecimento dos enfermeiros da Estratégia Saúde da
Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais
de eliminação antes e após intervenção educativa online
4.4 Comparação do desempenho dos enfermeiros da Estratégia Saúde da
Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais
de eliminação antes e após intervenção educativa online
41
41
5 DISCUSSÃO
5.1 Caracterização do perfil dos enfermeiros da Estratégia Saúde da
Família da Regional Centro/Norte de Teresina quanto aos aspectos
sociodemográficos, de formação e uso de computador e da Internet
5.2 Implementação da intervenção educativa online aos enfermeiros da
Estratégia Saúde da Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre
estomias intestinais de eliminação
5.3 Avaliação do conhecimento dos enfermeiros da Estratégia Saúde da
Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais
de eliminação antes e após intervenção educativa online
5.4 Comparação do desempenho dos enfermeiros da Estratégia Saúde da
51
51
27
29
43
43
50
53
55
63
15
Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais
de eliminação antes e após intervenção educativa online
6 CONCLUSÃO
66
REFERÊNCIAS
68
APÊNDICES
78
ANEXOS
80
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 Delimitação do problema e construção do objeto de estudo
O aumento da expectativa de vida e a exposição das pessoas ao tabagismo,
sedentarismo e hábitos não saudáveis, contribuíram significativamente para o maior
risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), dentre
elas o câncer, particularmente o câncer no intestino grosso ou delgado, maior
causador de confecção de estomias intestinais de eliminação (BRASIL, 2011).
Adicionalmente, também as causas externas (aumento da violência urbana,
acidentes de trânsito e violência por arma branca e arma de fogo), tendem a
aumentar o número de pessoas que serão submetidas à estomia intestinal de
eliminação (ROCHA, 2011).
A palavra estoma vem do grego “stóma”, que significa boca. De acordo com
os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), estomia é a confecção cirúrgica de
uma abertura artificial com o objetivo de promover fistulização externa. A estomia
intestinal confeccionada para a saída de fezes ou flatos é denominada colostomia e
ileostomia, pois constituem aberturas do segmento do cólon ou íleo na parede
abdominal, respectivamente. Anteriormente, a palavra ostomia era utilizada como
descritor e mais recentemente, considerando a grafia da língua portuguesa, foi
substituída por estomia ou estoma (SANTOS; CESARETTI, 2005; ROCHA, 2011;
BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE, 2015).
Este
procedimento
provoca
várias
mudanças
que
podem
afetar
negativamente a saúde física, psicológica, social e sexual da pessoa que precisa
conviver com essa nova condição de vida. A presença do estoma gera a
dependência do equipamento coletor. Estas pessoas necessitam conviver com um
estoma em caráter temporário ou definitivo, sendo necessária a adoção de práticas
e cuidados específicos (ANG et al., 2013).
No pós-operatório, é retomado o ensino do autocuidado com a estomia e seu
funcionamento, bem como a utilização, manejo e troca de equipamentos coletores e
adjuvantes, com fornecimento de informações práticas para adequar às condições
sanitárias e aos recursos no domicílio destas pessoas, necessidade de adaptações
na sua vida cotidiana e esclarecimentos de dúvidas. Além disso, é realizado o
encaminhamento para o Programa de Estomizados (mantido pelo Sistema Único de
17
Saúde) mais próximo da cidade de residência, bem como é possível apresentar e
direcionar a outras possibilidades de serviços na Rede Assistencial, como a
Estratégia Saúde da Família (ESF) da sua área adstrita (SANTOS; CESARETTI,
2005; ROCHA, 2011).
Neste sentido, é imprescindível a apropriação do conhecimento pelo
enfermeiro sobre a técnica cirúrgica e a anatomofisiologia intestinal para identificar
as consequências e modificações específicas para cada pessoa. Isto influenciará
diretamente no ensino do autocuidado, na indicação do tipo de equipamento coletor
e adjuvantes, considerando o tipo de estomia, as necessidades individuais e a
prevenção de complicações de estoma e pele periestomal (PERSON et al., 2012).
Estudos sobre o cuidado de Enfermagem às pessoas com estomias
intestinais de eliminação apontam que há lacunas e equívocos no processo de
reabilitação do estomizado, que podem ser ocasionados pelo conhecimento
insuficiente dos enfermeiros em relação à temática, formação insuficiente durante a
graduação ou falta de capacitação após se formarem (POGGETO et al., 2012;
DURUK; UÇAR, 2013; MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013; ARDIGO; AMANTE,
2013).
No contexto da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde, em que ainda há
problemas associados à inadequada operacionalização do sistema, a Educação
Permanente em Saúde (EPS) surge como instrumento importante, pois, ela é uma
forma dinâmica de associar realidade e evidências científicas na formação de novos
conhecimentos (BRASIL, 2009).
A educação permanente é a aprendizagem no trabalho, em que o aprender e
o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho, se baseando
na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar as práticas
profissionais. A EPS busca a construção de novas práticas em saúde e Enfermagem
e a Educação a Distância (EaD) representa relevante ferramenta que pode ser
usada na melhoria da gestão do conhecimento, da qualidade da assistência e da
satisfação do atendimento ao cliente por enfermeiros sobre estomas.
A EaD é uma modalidade de ensino que permite eliminar separação
geográfica entre educador e educando e atender a um número ilimitado de alunos
que estejam em busca de formação, capacitação ou atualização profissional. É
também, um processo de auto-aprendizado que é incentivado pela utilização de
18
estratégias didáticas bem elaboradas e adequadas às várias situações (FRATUCCI,
2015).
Moore e Kearsley (2013), consideram que a EaD surge para atender
determinadas necessidades, como o acesso a oportunidades de aprendizado e
treinamento, atualização de aptidões, redução de custos dos recursos educacionais,
direcionar campanhas educacionais para públicos-alvo específicos e proporcionar
treinamento de emergência a grupos-alvo.
Embora, existam estudos sobre o uso da EaD para educação de pessoas
estomizadas e estudantes de enfermagem sobre estomias (BOHNENKAMP et al.,
2004; LO et al., 2011; REED, 2012; CAMPOS, 2015), poucos utilizaram a EaD para
educação permanente de enfermeiros (BALES, 2010; MONTEIRO, 2015), e nenhum
foi realizado com enfermeiros da atenção básica à saúde, justificando assim a
necessidade de pesquisas desta natureza.
Diante disto, optou-se neste estudo por uma intervenção educativa online
para educação permanente de enfermeiros da Estratégia Saúde da Família sobre
estomias intestinais de eliminação, por se reconhecer a necessidade de atualizações
e capacitações dos trabalhadores da saúde no seu cotidiano de trabalho, ampliando
as possibilidades dos espaços educativos coletivos que favoreçam a troca de
experiências e vivências.
A escolha da modalidade à distância como meio de dotar as equipes de
condições para atender as novas demandas, tem por base a compreensão de que,
como modalidade não convencional, ela pode atender, com eficiência, às
necessidades de Educação Permanente das equipes de Saúde da Família, servindo
como meio apropriado à permanente atualização dos conhecimentos (PAULINO et
al., 2012).
Define-se, portanto, como objeto desse estudo a avaliação do impacto de uma
intervenção educativa online no conhecimento de enfermeiros da Estratégia Saúde
da Família de uma Regional de Saúde de Teresina sobre estomias intestinais de
eliminação.
Para nortear a investigação elegeram-se as seguintes questões de pesquisa:
Qual é o perfil dos enfermeiros participantes do estudo? Qual é o conhecimento dos
enfermeiros sobre estomias intestinais de eliminação antes da intervenção educativa
online? Qual é o conhecimento dos enfermeiros sobre estomias intestinais de
eliminação após a intervenção educativa online? Existe diferença no conhecimento
19
dos enfermeiros sobre estomias intestinais de eliminação antes e após a
intervenção?
Partindo desses questionamentos defende-se a seguinte hipótese: Há
aumento do conhecimento dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família após a
sua participação em uma intervenção educativa online sobre estomias intestinais de
eliminação, melhorando assim a qualidade do cuidado frente ao cliente estomizado.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Avaliar o impacto de uma intervenção educativa online no conhecimento de
enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da Regional Centro/Norte de Teresina
sobre estomias intestinais de eliminação.
1.2.2 Objetivos Específicos:
- Caracterizar o perfil dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da Regional
Centro/Norte de Teresina quanto aos aspectos sociodemográficos, de formação
profissional, uso de computador e da Internet.
-
Implementar a intervenção educativa online aos enfermeiros da Estratégia Saúde
da Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais de
eliminação.
-
Avaliar o conhecimento dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da
Regional Centro/Norte de Teresina acerca das estomias intestinais de eliminação
antes e após a intervenção educativa online.
- Comparar o desempenho dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da
Regional Centro/Norte de Teresina antes e após a intervenção educativa online.
20
2 REFERENCIAL TEMÁTICO
2.1 O enfermeiro da Estratégia Saúde da Família frente as estomias intestinais de
eliminação
Reconhecida como principal modelo de organização da atenção à saúde, no
âmbito da atenção básica, a Estratégia Saúde da Família (ESF) é preconizada e
adotada pelo Ministério da Saúde (MS) do Brasil em consonância com as diretrizes e
os princípios do SUS, política pública de saúde do país, fruto de uma forte e histórica
mobilização popular, política e social do povo brasileiro, criado na Constituição
Federal do Brasil, promulgada em 1988 (BRASIL, 1988).
Foi instituída como Programa de Saúde da Família (PSF) em 1994, sendo
implantado, pelo MS, como estratégia de reorganização do modelo assistencial
predominante na atenção básica, tendo como finalidades: associar ações de
promoção e prevenção da saúde, racionalizar recursos destinados à atenção
secundária e terciária, diminuir a sobrecarga em hospitais solucionando problemas
de urgências e emergências, promover a integração do SUS com universidades e
definir políticas de recursos humanos para atender os serviços de saúde
(GABARDO; JUNGES; SELLI, 2009).
O PSF foi renomeado como estratégia ao final da década de noventa,
buscando diferenciar-se dos programas tradicionais já produzidos pelo MS,
passando a ser denominado de ESF. Esta mudança de nome ocorreu devido ao
termo “programa” remeter a uma atividade com início, desenvolvimento e fim, sendo
que a estratégia objetiva uma reorganização da atenção primária em saúde no
Brasil, segundo o SUS (LACAZ et al., 2013).
A ESF é essencial na comunidade, pois a partir de uma equipe
multiprofissional, é possível identificar as dificuldades e riscos que acometem os
moradores de uma determinada região. Nessa estratégia, a família passa a ser o
foco de atenção e é importante a criação de um laço entre os profissionais de saúde
da ESF com os moradores da área, buscando melhor entendimento a respeito dos
direitos e deveres de cada cidadão (SARTI et al., 2012).
Fundamentalmente, a reformulação do modelo tecno-assistencial sugerida
pela ESF baseia-se na mudança do olhar sobre a pessoa e a sua patologia para o
cuidado integral aos indivíduos em seu contexto familiar e comunitário, tendo como
21
base teórica e prática, a integralidade da atenção, a promoção da saúde e a
vigilância em saúde (ELIA; NASCIMENTO, 2011).
A complexidade das ações que precisam ser desenvolvidas na ESF requer a
constituição de equipes multiprofissionais de trabalho, cujos membros sejam
capazes de se articularem com o intuito de compreender o contexto sociocultural da
população abrangida e construir um campo de diálogo que envolva suas
representações sociais (RIBEIRO; PIRES; BLANK, 2004).
O trabalho da ESF é desenvolvido pelas equipes de saúde da família, as
quais necessitam ter, minimamente, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um
médico de família ou generalista e quatro a seis agentes comunitários de saúde
(ACS) (BRASIL, 2001; MARQUES; SILVA, 2004). Cada um tem sua determinada
função, mas um objetivo em comum é: promover a saúde dos usuários de forma
interdisciplinar:
O trabalho em equipe tem como objetivo a obtenção de impactos sobre os
diferentes fatores que interferem no processo saúde-doença e a ação interdisciplinar
pressupõe a possibilidade da prática do profissional reconstruir-se na prática do
outro, ambos sendo transformados para a intervenção na realidade em que estão
inseridos (ARAÚJO; ROCHA, 2007). Por isso, agir na perspectiva da promoção da
saúde implica na constituição de equipes interdisciplinares, na integração entre os
serviços, nos seus vários níveis de atenção, e garantia do respeito à historicidade e
trajetória de vida das populações atendidas (GUEDES; FERREIRA JUNIOR, 2010).
A operacionalidade da ESF acontece por meio do trabalho das equipes
multiprofissionais, é conduzida às populações em territórios delimitados com
aproximadamente mil famílias ou quatro mil habitantes, pelas quais assumem
responsabilidade.
Cada
território
expressa
características
culturais,
socioeconômicas, ambientais, demonstrando o modo de vida da população que nele
habita. Dentro desta perspectiva, o território abrangido pelas equipes da ESF é
entendido como território vivo, levando-se em conta, além da sua natureza espacial,
a ação humana (ELIA; NASCIMENTO, 2011).
As equipes multiprofissionais da ESF devem atuar na territorialização e no
mapeamento da área de atuação, identificando grupos, famílias e pessoas expostas
aos riscos. Em cada território, as equipes procuram estabelecer relações existentes
entre o adoecer e a vida cotidiana e, assim, conseguem identificar prioridades e
22
mobilizar recursos potenciais para atender às necessidades de saúde da
comunidade (BRASIL, 2011).
É importante salientar que um processo de trabalho apoiado em uma equipe
multiprofissional hábil a oferecer atenção integral e sustentar o enfoque social
ampliado da ESF, exige qualificação e adesão à proposta por parte dos profissionais
envolvidos neste processo. Com isso, oferece um devido suporte para alcançar a
finalidade de atender os indivíduos de uma maneira integral e satisfatória
(ESCOREL et al., 2007).
No trabalho em equipe proposto pela ESF, tanto os trabalhadores de
enfermagem quanto os demais têm uma grande oportunidade de recuperar a visão
da totalidade do trabalho, considerando que o trabalho em saúde é coletivo
(MARQUES; SILVA, 2004), pois a assistência prestada é parcelada em diversas
atividades e exercida por vários profissionais de saúde (PIRES, 2009), os quais
devem eticamente desenvolver sua parte com precisão, articulação e qualidade.
A qualidade do trabalho em saúde é composta por duas dimensões: a
primeira é a qualidade técnica, que corresponde à precisão do diagnóstico e de
procedimentos; a segunda é a funcional, que se refere ao modo com que os serviços
são ofertados aos indivíduos. O conjunto das duas dimensões interferirá,
diretamente, nos efeitos úteis pretendidos tanto pela equipe como pelos seus
usuários (RIGHI; SCHMIDT; VENTURINI, 2010).
Nesta perspectiva, as práticas de enfermagem passam por uma série de
transformações, deslocando a atuação dos profissionais, antes predominantemente
da área curativa, individualizada e vinculada às instituições hospitalares para a
produção de serviços em unidades básicas de saúde com ênfase nas ações de
promoção e proteção da saúde e de prevenção de doenças em bases coletivas,
compondo com as demais práticas sociais as ações da equipe de saúde
(NASCIMENTO; NASCIMENTO, 2005).
O Brasil possui 35.242 equipes da Estratégia Saúde da Família cadastradas
em todo território nacional, com uma estimativa de cobertura populacional de
109.341.094 brasileiros, destas equipes 13.787 estão distribuídas na região
nordeste, sendo 1.135 equipes no Piauí e 241 equipes em Teresina (MS/SAS/DAB,
2015).
A Estratégia Saúde da Família em Teresina, conta atualmente com 248
equipes, sendo 225 na área urbana e 23 na zona rural, distribuídas entre as
23
Coordenadorias Regionais de Saúde Centro/Norte com 06 ESF na zona rural e 75
na zona urbana, na Regional Sul com 05 ESF na zona rural e 78 na urbana e a
Regional Leste/Sudeste com 11 ESF na zona rural e 73 na urbana (Sistema de
Informação da Atenção Básica, 2015).
A história da saúde do município de Teresina nos últimos 15 anos foi marcada
pela expansão da Estratégia Saúde da Família, o que permitiu à comunidade melhor
acesso aos serviços de atenção primária à saúde nas diferentes áreas de atuação
das equipes. Hoje os profissionais das Equipes de Saúde da Família encontram-se
mais próximos da comunidade, pois, antes da implantação do PSF, as pessoas
tinham que se dirigir ao Ambulatório de especialidades médicas do Lineu Araújo ou
para o Ambulatório Azul do Hospital Getúlio Vargas localizados no centro da cidade.
O enfermeiro da Atenção Básica é o que mais se aproxima e está em contato
com o cliente em seu domicílio, conhecendo seus hábitos de vida, condições
socioeconômicas e culturais. Esta aproximação favorece o cuidado com a pessoa
estomizada, que após a confecção de uma estomia retorna à sua casa, muitas
vezes, com dúvidas, anseios e problemas (POGGETO et al., 2012).
Os enfermeiros são considerados essenciais no processo de reabilitação das
pessoas estomizadas, pois estão presentes desde o momento do diagnóstico,
quando se opta pela realização da estomia ainda em ambiente ambulatorial ou
hospitalar, em todo período de hospitalização e preparo para alta, e no pósoperatório tardio, englobando as Unidades Especializadas em Reabilitação, os
postos de saúde e as equipes de saúde da família. Logo, observa-se que
enfermeiros são também responsáveis, integrando a equipe multiprofissional, por
orientar os estomizados a respeito dos cuidados com o estoma, alimentação,
higienização, preparando-os para o autocuidado e retorno às atividades de vida
diária (MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013).
A assistência de Enfermagem perioperatória frente as estomias intestinais de
eliminação pode ser sintetizada como se segue:
No pré-operatório, ao realizar a demarcação da estomia intestinal, o
estomaterapeuta ou o enfermeiro habilitado realiza o ensino pré-operatório em
relação à cirurgia e suas consequências, sobre o seguimento a ser realizado na
instituição hospitalar e sobre o Programa de Estomizados, considerando a demanda
de necessidades da pessoa e do familiar. Outro aspecto importante é a
padronização do equipamento coletor que deverá ser utilizado pela pessoa ao final
24
do procedimento cirúrgico, que tem como características: ser transparante para
possibilitar a visualização e avaliação do estoma e do efluente drenado; ser de peça
única para evitar manipulação desnecessária na região abdominal; e ser drenável
para facilitar o esvaziamento do efluente e o controle hídrico. Ainda, no préoperatório é realizado o preparo colônico dentre outros cuidados fundamentais
(RNAO, 2009; PAULA; PAULA; CESARETTI, 2014).
A Portaria n° 400, de 16 de Novembro de 2009, estabelece as Diretrizes
Nacionais para Atenção à Saúde das Pessoas Estomizadas, no âmbito do SUS.
Através deste documento, ficou definido que na Atenção Básica serão realizadas
ações para promoção do autocuidado e prevenção de complicações nas estomias
intestinais. Sendo assim, é determinado que o Serviço de Atenção à Saúde das
Pessoas Estomizadas seja classificado em Atenção às Pessoas Estomizadas I, que
deve realizar ações de orientação para o autocuidado, prevenção de complicações
nas estomias e fornecimento gratuito de equipamentos coletores e adjuvantes, como
as bolsas coletoras, cremes barreira de proteção da pele e cintos. Já o serviço
classificado em Atenção às Pessoas Estomizadas II, deve realizar todas as ações
incorporadas pelo serviço I, mais a capacitação especializada para profissionais da
área da saúde (BRASIL, 2009).
No pós-operatório imediato deve-se avaliar as condições do estoma quanto à
cor, efluente e tamanho imediatamente após a cirurgia. A cor deve ser vermelho vivo,
indicando bom suprimento de sangue no local do estoma. Com relação ao efluente,
ele varia de acordo com a localização e derivação fecal. O primeiro sinal de
funcionamento intestinal é a eliminação de flatos pelo estoma e o efluente é líquido e
pode ser verde devido a presença de bile. Sendo que, o efluente da ileostomia é
líquido e rico em enzimas digestivas, irritantes à pele periestomal, cuja quantidade
pode variar normalmente de 1000 a 2000 ml em 24 horas. Já as colostomias
ascendentes, transversas e descendentes têm efluentes líquidos ou pastosos,
pastosos e sólidos, respectivamente. Quanto ao tamanho, no início o estoma é
edemaciado e reduz seu tamanho em seis a oito semanas após a cirurgia
(VUJNOVICH, 2008). O enfermeiro deve ainda detectar complicações precoces,
avaliar as condições da pele periestomal que deve ser íntegra como no restante do
abdome, colocar imediatamente após a confecção da estomia o equipamento coletor
transparente, permitindo a visualização do estoma e do efluente, com barreira de
proteção da pele (ARDIGO; AMANTE, 2013).
25
A confecção de estomia intestinal traz para a pessoa e família necessidades
específicas e totalmente novas relacionadas à condição de estomizado intestinal e à
utilização de equipamentos coletores e adjuvantes. Isto remete à necessidade do
desenvolvimento
favorecendo
de
conhecimentos
recuperação
para
pós-operatória,
realizar
com
os
cuidados
abordagem
higiênicos,
dos
aspectos
psicossociais, principalmente considerando as mudanças da imagem corporal,
autoestima e o enfrentamento da terapêutica da doença de base, que muitas vezes
é uma condição crônica grave (SANTOS; CESARETTI, 2005; SINCLAIR, 2009;
NASCIMENTO et al., 2011).
A assistência de Enfermagem no período pós-operatório mediato consiste em
ajudar o cliente a desenvolver o autocuidado e/ou treinar um familiar para esse
cuidado; oferecer suporte emocional, junto com a equipe interdisciplinar; coordenar
esforços para a efetivação do processo de reabilitação; ensinar as ações específicas
de autocuidado relativas à higiene e à observação do estoma e pele periestomal;
orientar quanto ao retorno gradual às atividades de vida diária e de autocuidado em
casa; desenvolver trabalho conjunto com a nutricionista, além de reforçar
comportamentos saudáveis durante a alimentação e fornecer um manual de
orientações relacionados ao seguimento ambulatorial e/ou ao serviço especializado
de assistência (ROGENSKI; ROGENSKI; VILARINHO, 2006; RNAO, 2009).
Em estudo de Gemelli e Zago (2002), foi observado que a pessoa estomizada
e seus familiares apresentavam dificuldades para a continuidade do cuidado após a
alta hospitalar em todos os níveis quer seja nos aspectos físicos, emocionais e
sociais.
Para Michelone e Santos (2004), a perda do controle da eliminação de fezes e
gases, condição mandatória para a vida em sociedade, pode acarretar o isolamento
psicológico e social, afetando as relações interpessoais nas quais está inserida a
pessoa portadora de estomia intestinal, logo, comprometendo a qualidade de vida
desta pessoa.
Santos (2000) cita que alguns pacientes, após a cirurgia, passam por um
momento de luto, que pode dificultar o início do autocuidado. É importante o
enfermeiro identificar esse momento, para depois entrar com o ensino do
autocuidado com o estoma instalado.
26
Mendonça et al. (2007), relatam que o déficit de conhecimento dos pacientes
é expresso quando eles observam em seu abdome uma parte do intestino
exteriorizada, mostrando dificuldade em aceitar sua nova condição.
Martins e Alvim (2012), em sua pesquisa, observaram sucesso no processo
educativo de estomizados e maior habilidade, segurança e autonomia dos cuidados
relacionados à manutenção de sua estomia, avaliando, modificando hábitos,
transformando a sua realidade.
A autonomia e a qualidade de vida poderão ser alcançadas pela pessoa com
estomia intestinal com a oferta por parte dos profissionais de saúde, particularmente
o enfermeiro, de conhecimentos específicos da sua nova condição de vida como
estomizado.
No período pós-operatório tardio, o enfermeiro da Atenção Básica deverá
orientar cuidados com a pele, nutrição e medicamentos; revisar e reforçar as ações
específicas de autocuidado desenvolvidas durante o período de internação
hospitalar; reforçar que a troca do equipamento coletor pode ser feita em pelo menos
três dias, sendo que não é recomendado exceder sete dias; encaminhar a outros
profissionais da equipe interdisciplinar, ou especialistas, sempre que se fizer
necessário; realizar o encaminhamento formal deste cliente ao polo distribuidor de
dispositivos; planejar e executar visita domiciliária em alguns casos particulares;
estimular e/ou auxiliar o retorno do cliente à participação nas atividades sociais que
realizava antes da doença e/ou cirurgia; enfatizar a importância da participação do
cliente estomizado na Associação de Estomizados ou grupos de auto-ajuda;
esclarecer o cliente sobre a existência de métodos alternativos, como a irrigação e o
sistema oclusor de colostomia; detectar, avaliar, acompanhar e orientar o cliente
acerca das complicações tardias ligadas à estomia e acompanhar a evolução da
doença de base associada e eventuais tratamentos adjuvantes (SILVEIRA;
RICARTE, 2010; MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013).
Por isso a assistência do enfermeiro na ESF envolve o atendimento das
necessidades biológicas, como controle integral do estoma e de seus efluentes, das
complicações gerais e locais, favorecendo à pessoa o retorno às atividades
rotineiras. O enfermeiro deve ter conhecimento e habilidades para orientar sobre a
prática de atividade física, higiene corporal e do estoma, uso de roupas que
promovam maior conforto e adequação ao dispositivo coletor, cuidados com o
armazenamento e a utilização do dispositivo, além da alimentação, que poderá gerar
27
complicações, como diarreia (POGGETO et al., 2012). O enfermeiro deverá também
promover a satisfação das necessidades psicossociais da pessoa estomizada, que
incluem o enfrentamento do convívio familiar e social, da auto-imagem e da
mudança no estilo de vida (ROGENSKI; ROGENSKI; VILARINHO, 2006).
2.2 Ensino baseado em tecnologias a distância
A EaD, modelo de ensino presente hoje no mundo inteiro, tem como
característica essencial a mediação professor-aluno-conteúdo por meio de alguma
tecnologia e, por essa razão, distingue-se do ensino presencial clássico (GÓES et
al., 2015).
Importante lembrar que a característica assumida por essa modalidade de
ensino no início de sua implantação foi o fato de ser pensada para garantir a
expansão dos meios de produção do sistema capitalista a partir da qualificação do
trabalhador. Nessa perspectiva, a aprendizagem voltava-se unicamente para o
desenvolvimento de cursos rápidos que deveriam “ensinar” a técnica utilizada em
determinada área de trabalho o que, consequentemente, conferiu-lhe uma
característica de inferioridade em relação ao ensino presencial (MOORE;
KEARSLEY, 2013).
No entanto, diante das rápidas mudanças, do mundo midiático e globalizado,
tal como o é hoje, ocorre à necessidade de uma pedagogia que atenda aos anseios
de mercado, de tal modo que as demandas advindas do desenvolvimento
tecnológico sejam atendidas por meio do processo educativo.
Nesse contexto, a EaD, até então vista como forma de preparar mão de obra
rápida e barata, vem se reconfigurando. Com efeito, podemos dizer que a expansão
da EaD ocorre efetivamente na segunda metade do século XX quando surge
também a Internet. A preocupação, que antes era voltada para o aspecto
quantitativo, agora, requer noções de qualidade, flexibilidade, liberdade e crítica,
desenvolvendo-se, simultaneamente em muitos lugares (NUNES, 2009). Entretanto,
as diferentes concepções dessa modalidade de ensino associam-se tanto ao tipo de
tecnologia utilizado como à visão de educação que os gestores dos diversos
sistemas conferem aos seus modelos (DAVID, 2010, p. 28).
Diante desta realidade, o uso de TICs como recursos para a melhoria dos
processos de ensino-aprendizagem começa a se tornar comum nas escolas e
28
Universidades de todo o país, independentemente da área de conhecimento. No
entanto, a acessibilidade de alunos e professores a esses recursos ainda tem que
melhorar e é esse um dos desafios a ser enfrentado pelas instituições de ensino
(ZANGISKI; LIMA; COSTA, 2009).
O uso de tecnologia abre espaços facilitadores para o desenvolvimento de
competências individuais e organizacionais de forma prospectiva, como, por
exemplo, o ensino a distância ou educação a distância (EaD). Essa possibilidade
apoiada pelo Ministério da Educação e preconizada na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) contempla, segundo a proposta, a terceira dimensão que evidencia
a participação do país, nos posicionamentos adotados pelo sistema educacional
(BRASIL, 1996).
Entre
as
alternativas
de
ensino
que
ganharam
espaço
após
o
desenvolvimento tecnológico destaca-se a EaD pautada na Internet. Essa nova
modalidade tem modificado a forma com que a Enfermagem é ensinada (SEIXAS;
MENDES, 2006).
A ideia básica da EaD é muito simples, alunos e professores em locais
diferentes, utilizando alguma forma de tecnologia de comunicação, dentro de uma
organização institucional que planeja o aprendizado, prepara e apoia o estudante em
cada modalidade (MOORE; KEARSLEY, 2013).
O benefício da educação a distância como indicado por Al Qahtani e Higgins
(2013) pode ser visto a partir três perspectivas. Do ponto de vista do aluno, significa
liberdade de algumas limitações como tempo, local, idade, proporcionando maior
acesso e mais oportunidades de educação continuada. Do ponto de vista da
instituição de ensino superior, aprender a distância pode remover a barreira
geográfica e mesmo política devido as limitações no recrutamento do corpo docente,
permitindo a participação em cursos em uma escala maior, eficiente e econômica. E,
do ponto de vista estadual ou nacional, a ideia de EaD significa um aumento no
número de alunos, propiciando oportunidades de aprendizado para aqueles que
estão distantes da educação, pois fará parte da instituição a um custo mínimo, sem a
necessidade de corpo docente adicional ou novas instalações ou unidades.
A literatura tem apontado uma necessidade premente da promoção e inserção
de propostas educacionais utilizando o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) em
Enfermagem, visando fomentar o ensino a distância, por meio de novas tecnologias
29
que possibilitam a realização de atividades individuais e proporcionam o ensino
colaborativo, interativo e flexível aplicado à Enfermagem (SEIXAS; MENDES, 2006).
2.3 Educação Permanente a distância como estratégia de qualificação profissional
baseada na problematização do processo de trabalho
Os avanços tecnológicos no cenário atual contribuirão de forma significativa
na revolução das dimensões de atuação da Enfermagem nas instituições
educacionais e nos serviços de saúde. A tendência da Informática em Enfermagem
para o século XXI aponta as áreas clínicas e educacionais como sendo o eixo
integrador do conhecimento e da informação (LEITE et al., 2006).
Partindo deste contexto, o Ministério da Saúde tem desenvolvido ao longo do
tempo várias estratégias e políticas voltadas à adequação da formação e
qualificação dos trabalhadores de saúde às necessidades de saúde da população e
ao desenvolvimento do SUS. Os debates que envolvem a educação e a qualificação
dos recursos humanos nos sistemas de saúde já evidenciaram a existência de duas
correntes denominadas de Educação Continuada e Educação Permanente (BRASIL,
2009).
A formação tradicional em saúde, baseada na organização disciplinar,
fragmenta o estudo dos problemas de saúde e o especializa, dicotomizando a teoria
e a prática, num modelo medico-assistencialista, onde predomina o uso de
tecnologias e formação para áreas especializadas, ficando cada vez mais difícil lidar
com a subjetividade e as diversidades sociais e culturais da sociedade. A valorização
excessiva do conteúdo distancia-se da realidade social e reproduz modelos
tecnicistas, não alcançando as necessidades de aprendizagem. O modelo de
educação continuada se constitui de cursos clássicos de atualização profissional,
com sobrecarga, padronização, desarticulada com a gestão, reproduzindo um
modelo hegemônico de atenção à saúde. Ao longo do tempo, percebeu-se nesses
cursos de atualização técnico-científica uma insatisfação no ensino-aprendizagem,
pois seu modelo emoldurado desperta, no geral, uma frustração dos profissionais
quando retornam aos serviços e não conseguem aplicar os conhecimentos
oferecidos nos cursos, ou mesmo o conteúdo aprendido não tem aplicabilidade no
serviço em que atua (BRASIL, 2004; BRASIL, 2009).
30
Entende-se como educação continuada as ações educacionais desenvolvidas
após a graduação, focalizando atualizações de conhecimentos e aquisição de
informações, estabelecidas em métodos de aprendizagem formais, aprimorando e
capacitando para potencializar sua competência técnica (SANTANA et al., 2012).
Esse método reproduz a não reflexão dos profissionais, a estagnação do modelo de
atenção resolutivo, engessando os profissionais e
reduzindo-os a meros
reprodutores de procedimentos e técnicas, sem uma visão integral, aquém da
realidade dos problemas e necessidades de saúde da população.
A Educação Permanente permite a construção de espaços coletivos para
resolver os problemas enfrentados no serviço, propondo novo perfil de trabalho e de
trabalhadores que adotam o hábito de pensar e repensar sobre as vivências e
experiências do ambiente de trabalho e o próprio sistema de saúde. Desta forma,
contribui na produção de alternativas nos modos de cuidar e na elaboração e
construção de conceitos novos para o desenvolvimento em saúde. Além disso,
produz diálogo e cooperação entre os profissionais, as instituições de ensino
superior, os gestores e o controle social (BRASIL, 2009).
A educação permanente representa relevante ruptura na concepção e nas
práticas de capacitação dos trabalhadores no seu ambiente de trabalho. Destacamse no processo: 1) agregação do ensino à rotina dos trabalhadores de saúde no seu
contexto de trabalho; 2) enfoque da prática diária como fonte inegável de
conhecimento dos problemas, o que permite a reflexão sobre a práxis; 3) os sujeitos
do processo de trabalho são colocados como atores reflexivos, e não meros
espectadores; 4) ruptura com o trabalho individual e fragmentado trazendo a
abordagem da equipe e do grupo; e 5) ampliação dos espaços educativos para fora
do contexto institucional, favorecendo a aprendizagem nas organizações das redes
sociais de apoio existentes (DAVINI, 2009).
Desta forma, a fim de propiciar o crescimento pessoal e profissional dos
trabalhadores de saúde, a Educação Permanente (EP) apresenta-se transformadora
do processo de trabalho, representando a Educação no trabalho, pelo trabalho e
para o trabalho nos serviços, na busca de melhorar a saúde da população
(BALBINO et al., 2010).
Para Paulino et al. (2012), a educação permanente em saúde é um processo,
e não uma capacitação estanque. Portanto, a formação de facilitadores não deve se
encerrar como mais um curso para profissionais. A educação permanente está
31
relacionada à teoria baseada na psicologia da aprendizagem, denominada de
aprendizagem significativa, proposta por Ausubel, que pressupõe três condições: o
material a ser aprendido seja potencialmente significativo ao aprendiz; o aprendiz
deve possuir conhecimento prévio relevante; o aprendiz deve manifestar uma
disposição de se relacionar com o novo (MOREIRA; MASINI, 2001; NOVAK;
CANÃS, 2010).
A utilização da World Wide Web (web) como instrumento da educação a
distância favorece ações de educação permanente, dentre as quais destacamos: a
atualização, a capacitação e a formação mediante o armazenamento, a distribuição
e o compartilhamento instantâneo da informação; a superação dos limites de tempo
e espaço; a maior autonomia dos sujeitos na construção do seu próprio
conhecimento permite uma aprendizagem colaborativa e cooperativa através da
interatividade pela comunicação síncrona e assíncrona; a facilidade do processo de
avaliação continuada e formativa por meio do uso de portfólios (fóruns, chats, wikis
etc.), e outras ferramentas de avaliação (SCHLEMMER, 2005).
A educação para a saúde no século XXI tem sido uma das áreas de maior
atuação do enfermeiro, especialmente daqueles que atuam na atenção primária. No
entanto, a educação deve ser transformadora, compreendendo o indivíduo como
agente promotor de sua própria saúde, tanto na perspectiva pessoal como coletiva
(GORDIS, 2010).
Para se alcançarem mudanças que tragam impactos na formação dos
profissionais primeiramente é necessário elaborar e construir propostas baseadas
nas realidades locais dos processos de trabalho em saúde, rompendo com as ações
pontuais e verticalizadas elaboradas por indivíduos que desconhecem e não
vivenciam o cotidiano dos profissionais e que, muitas vezes, estão distantes da
realidade e da problemática vivenciada pelos sujeitos envolvidos nesse processo.
32
3 METODOLOGIA
3.1 Delineamento metodológico
Estudo prospectivo, quase-experimental, do tipo grupo único, antes e depois.
Esse tipo de pesquisa envolve intervenção, apresentação da variável independente
aos participantes e observação da variável dependente em dois momentos antes e
depois da intervenção (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
Este estudo faz parte de um Macro Projeto de Pesquisa vinculado ao Grupo
de Estudo, Pesquisa e Extensão em Estomaterapia e Tecnologia (GEPEETEC) da
Universidade Federal do Piauí, que está sendo realizado com enfermeiros da
atenção básica de Teresina, em duas fases. A primeira, com enfermeiros da
Regional Centro/Norte (Fase I) e a segunda com enfermeiros das Regionais
Leste/Sudeste e Sul (Fase II), para avaliação do conhecimento antes e após a
implementação da intervenção educativa online e comparação do desempenho
obtido pelos enfermeiros sobre estomias intestinais de eliminação.
3.2 Local e período
O estudo foi realizado na Estratégia Saúde da Família da Regional de Saúde
Centro/Norte de Teresina – PI, no período de maio a julho de 2015.
O sistema de saúde de Teresina encontra-se atualmente organizado em três
Coordenadorias Regionais de Saúde (Centro/Norte, Leste/Sudeste e Sul). Cada
Regional de Saúde conta com Unidades de Saúde da Família (USF), nas quais
atuam as equipes da Estratégia Saúde da Família.
A Regional de Saúde Centro/Norte (lócus do estudo) conta com 81 equipes de
saúde da família, portanto 81 enfermeiros, atuando 75 na zona urbana e 06 na zona
rural, em um total de 26 unidades básicas de saúde (GEAB, 2015).
A Regional de Saúde Leste/Sudeste possui 90 equipes de saúde da família,
atuando em 21 unidades básicas e a Regional de Saúde Sul possui 84 equipes com
atuação em 27 UBS.
33
Quadro 1. Número de Unidades de Saúde da Família e de equipes da Estratégia
Saúde da Família de acordo com as Coordenadorias Regionais de Saúde. TeresinaPI, 2015.
Coordenadorias Regionais
N° de Unidades de Saúde
N° de Equipes
Centro/Norte
26
81
Leste/Sudeste
22
84
Sul
27
83
Fonte: Gerência de Atenção Básica (Geab) / Fundação Municipal de SaúdeTeresina-PI (2015)
3.3 População e amostra
A população foi composta por todos (n=81) os enfermeiros da Atenção Básica
da Regional de Saúde Centro/Norte. A amostra foi do tipo não probabilística,
selecionada por conveniência de acordo com os seguintes critérios de inclusão: ter
disponibilidade para realizar atividade em período extra à carga horária de trabalho;
ter acesso à Internet e ao computador, saber manusear computador e Internet; não
se encontrar de férias, licença médica ou licença maternidade na época da coleta de
dados.
Dos 81 enfermeiros, foram excluídos 40, destes, 15 não possuíam
disponibilidade de tempo, 07 não sabiam manusear computador e Internet, 04 se
encontravam de férias e 01 em licença maternidade. Além disso, 13 não
concordaram em participar da intervenção educativa online, recusando a assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A). Assim,
fizeram parte da amostra 41 enfermeiros. Os 41 enfermeiros que responderam o
pré-teste,
também
participaram
da
intervenção
educativa
online
e
ainda
responderam o pós-teste, não ocorrendo perdas ao longo das etapas da
intervenção. Portanto participaram da educação permanente online 41 enfermeiros
(Figura 1).
34
Figura 1 – Fluxograma da pesquisa. Teresina, 2015.
População (n = 81)
Não atenderam aos
critérios de inclusão
(n = 27)
Não concordaram em
participar (n = 13)
Amostra (n = 41)
Pré-teste (n = 41)
Intervenção educativa
online (n = 41)
Pós-teste (n = 41)
3.4 Variáveis envolvidas no estudo
3.4.1 Variável dependente:
A- Conhecimento do enfermeiro sobre estomias intestinais de eliminação.
3.4.2 Variáveis independentes
A- Variáveis relacionadas ao perfil sociodemográfico: sexo, idade, estado civil.
35
B-
Variáveis
relacionadas
à
formação:
tempo
de
formação,
graduação,
especialização, mestrado.
C- Variáveis relacionadas ao uso do computador: possui, frequência de uso, onde
usa.
D- Variáveis relacionadas ao uso da Internet: acesso à Internet, frequência de uso,
onde acessa.
E- Intervenção educativa online sobre estomias intestinais de eliminação.
3.5 Instrumentos de coleta de dados
3.5.1 Caracterização do perfil sociodemográfico, uso do computador e da Internet
Para a caracterização do perfil sociodemográfico, uso do computador e da
Internet foi utilizado um instrumento adaptado de Rangel (2009) Partes I, II, III e IV
(ANEXO A).
3.5.2 Avaliação do conhecimento dos enfermeiros sobre estomias intestinais de
eliminação.
Para avaliação do conhecimento dos enfermeiros foi utilizado um Instrumento
sobre estomias intestinais de eliminação desenvolvido e validado por Campos
(2015) Parte V (ANEXO B). O instrumento possui 39 itens, sendo que três são
relacionados ao conceito (1, 2 e 3), um à indicação (4), um à classificação (5), onze
à assistência de enfermagem no pré-operatório (6 a 16), dezesseis à assistência de
enfermagem no pós-operatório imediato (17 a 32), três à assistência de enfermagem
no pós-operatório mediato (33 a 35) e quatro à assistência de enfermagem no pósoperatório tardio (36 a 39).
Para responder aos itens do Instrumento o enfermeiro teve três opções:
Verdadeiro (V) no caso de concordar com o item, Falso (F) no caso de discordar do
item e Não Sei (NS) no caso de não saber a resposta do item. Para cada acerto foi
atribuído um ponto e o escore total do Instrumento correspondeu à soma de todos os
acertos. Não foram atribuídos pontos para respostas incorretas e Não Sei. O
36
desempenho foi considerado satisfatório quando o escore total do Instrumento foi
igual ou maior a 80%.
3.6 Procedimentos para coleta de dados
Etapa 1: Levantamento dos enfermeiros que atuavam na Estratégia Saúde da
Família da Regional de Saúde Centro/Norte de Teresina, mediante lista de nomes
fornecida pela Fundação Municipal de Saúde. Em seguida, o pesquisador e oito
acadêmicos do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI),
membros do Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Estomaterapia e Tecnologia
(GEPEETEC) da Universidade Federal do Piauí treinados para atuar como tutores
da intervenção educativa online fizeram a busca ativa em todas as Unidades de
Saúde da Família da Regional de Saúde Centro/Norte de Teresina para encontrar os
possíveis sujeitos da pesquisa. Neste encontro, foram expostos os objetivos da
pesquisa e realizado convite à participação na intervenção educativa online sobre
estomias intestinais de eliminação. Quanto aos enfermeiros que aceitaram participar
foi solicitada a assinatura do TCLE, e-mail e telefone para cadastramento no AVA do
Moodle e criação de grupo whatsapp.
Etapa 2: Implementação da intervenção educativa online.
Os enfermeiros que participaram da implementação da pesquisa foram
cadastrados no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) do Moodle, que hospedou a
intervenção educativa online sobre estomias intestinais de eliminação, e foram
enviados para eles por e-mail e whatsapp o login e a senha de acesso à intervenção
(Figura 2).
37
Figura 2 – Intervenção educativa online “Estomias Intestinais de Eliminação para
Enfermeiros da Atenção Básica” disponível no AVA do Moodle. Teresina, 2015.
Título: Intervenção educativa online sobre estomias intestinais de eliminação.
Objetivo: Oferecer intervenção educativa online sobre estomias intestinais de
eliminação para enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da Regional
Centro/Norte de Teresina e avaliar o conhecimento dos mesmos antes e após.
Público Alvo: Enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da Regional
Centro/Norte de Teresina.
Carga Horária Total: 48horas, distribuídas em cinco semanas.
Metodologia: O AVA do Moodle e o acesso foi realizado por meio de login e senha
enviados automaticamente pelo AVA para o e-mail e whatsapp fornecidos pelo
enfermeiro na inscrição.
Avaliação: Diagnóstica (aplicação de pré-teste) e somativa (aplicação de pós-teste).
Certificação: Receberam certificado aqueles que tiveram 100% de participação nas
atividades da intervenção educativa presenciais e online.
Investimento: o curso oferecido foi gratuito.
38
Conteúdo:
Módulo 1
Revisão da anatomia e fisiologia do sistema gastrointestinal.
Módulo 2
Conceito, indicações e classificação das estomias intestinais de
eliminação.
Módulo 3
Assistência de Enfermagem no período perioperatório das estomias
intestinais de eliminação.
Módulo 4
Complicações precoces e tardias das estomias intestinais de
eliminação.
Módulo 5
Direito das pessoas com estomias e procedimento de troca do troca do
equipamento coletor de uma e duas peças.
Programação:
UNIDADE
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
ATIVIDADES
PROPOSTAS
CARGA HORÁRIA
PERÍODO
AMBIENTAÇÃO NO
AMBIENTE VIRTUAL
DE APRENDIZAGEM
DO MOODLE E
APLICAÇÃO DE PRÉTESTE
FERRAMENTAS
SÍNCRONAS E
ASSÍNCRONAS DO AVA
MOODLE
FORUM DE
APRESENTAÇÃO
6H/PRESENCIAL NAS
UBS
08 a 12/06/2015
ENCONTRO PRESENCIAL
PARA AMBIENTAÇÃO E PRÉ-TESTE
Manhã ou Tarde de acordo com a
disponibilidade dos enfermeiros
MÓDULO 1
ANATOMIA E
FISIOLOGIA DO
-VÍDEO
-LEITURA DE TEXTO
8H/AVA MOODLE
15 a 19/06/2015
(A DISTÂNCIA)
SISTEMA DIGESTÓRIO
-EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO DO
CONTEÚDO HOT
POTATOES
MÓDULO 2
CONCEITO DE
ESTOMIA, ESTOMIA
INTESTINAL DE
ELIMINAÇÃO,
COLOSTOMIA E
ILEOSTOMIA.
INDICAÇÕES DE UMA
ESTOMIA.
CLASSIFICAÇÃO.
TIPOS DE EFLUENTES.
CARACTERÍSTICAS
NORMAIS DOS
ESTOMAS INTESTINAIS
DE ELIMINAÇÃO
-VÍDEO
-LEITURA DE TEXTO
-EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO DO
CONTEÚDO HOT
POTATOES
8H/AVA MOODLE
22 a 26/06/2015
(A DISTÂNCIA)
MÓDULO 3
ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM NO
PERÍODO
PERIOPERATÓRIO DOS
ESTOMAS INTESTINAIS
DE ELIMINAÇÃO
-VÍDEO
-LEITURA DE TEXTO
-EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO DO
CONTEÚDO HOT
POTATOES
8H/AVA MOODLE
29 a 03/07/2015
(A DISTÂNCIA)
MÓDULO 4
COMPLICAÇÕES
PRECOCES E TARDIAS
DOS ESTOMAS
INTESTINAIS DE
ELIMINAÇÃO
-VÍDEO
-LEITURA DE TEXTO
-EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO DO
CONTEÚDO HOT
POTATOES
8H/AVA MOODLE
06/07 a 10/07/2015
(A DISTÂNCIA)
39
MÓDULO 5
DOCUMENTOS LEGAIS
RELACIONADOS À
PESSOA COM ESTOMA
E TROCA DO
EQUIPAMENTO
COLETOR DE UMA E
DUAS PEÇAS
PÓS - TESTE
-VÍDEO
-LEITURA DE TEXTO
-EXERCÍCIOS DE
FIXAÇÃO DO
CONTEÚDO HOT
POTATOES
8H/AVA MOODLE
13 a 17/07/2015
(A DISTÂNCIA)
2H/PRESENCIAL NAS
UBS
27 a 31/07/2015
ENCONTRO PRESENCIAL PARA
APLICAÇÃO DO PÓS – TESTE
Manhã ou Tarde de acordo com a
disponibilidade dos enfermeiros
Etapa 3: Pré-teste e adaptação dos enfermeiros ao AVA do Moodle, por meio de
encontro presencial.
Etapa 4: Pós-teste, por meio de encontro presencial.
Tanto o pré-teste (antes da intervenção educativa online) como o pós-teste
(após a intervenção educativa online) foram aplicados na Universidade Federal do
Piauí, mediante disponibilidade do enfermeiro e devolvidos para o pesquisador, logo
após serem respondidos.
3.7 Análise dos dados
Os dados coletados foram codificados para elaboração de um dicionário de
dados. Depois, transcritos, com o processo de dupla digitação em planilhas do
aplicativo Microsoft Excel. Uma vez corrigidos os erros os dados foram exportados
para o programa Statistical Package for Social Science Versão 18.0 (SPSS Versão
18.0). Foram utilizadas estatísticas descritivas e inferenciais ao nível de significância
de 0,05.
O tratamento dos dados foi realizado a fim de tornar possível as análises. As
variáveis Sexo, Estado Civil, Formação (Graduação, Especialização e Mestrado),
Uso do Computador e da Internet (Possui, Frequência e Onde utiliza) foram
dicotomizadas.
Estatísticas descritivas (média, desvio padrão, frequência e porcentagem)
foram utilizadas para análise exploratória das variáveis sociodemográficas, de
40
formação, uso do computador e da Internet e conhecimento dos enfermeiros sobre
estomias intestinais de eliminação antes e após a intervenção educativa online.
Para comparar os escores de acertos no pré e pós-teste foi utilizado o Teste
de Wilcoxon e o nível de significância adotado foi de α=0,05. Foram considerados
estatisticamente significantes os resultados dos testes que apresentaram α menor ou
igual a 0,05.
3.8 Aspectos éticos
A pesquisa teve aprovação da Fundação Municipal de Saúde de Teresina
(ANEXO C) em que os dados foram coletados e pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), sob Parecer n° 886.182 (ANEXO
D). Foram seguidos os princípios da Resolução 466/2012, referentes aos aspectos
éticos observados quando da realização de pesquisas envolvendo seres humanos
(BRASIL, 2012).
Os benefícios desta pesquisa foram o aumento do conhecimento dos
enfermeiros sobre estomias intestinais de eliminação, de forma que poderá contribuir
para melhoria na qualidade do cuidado prestado às pessoas estomizadas.
Os riscos decorrentes da participação no programa de educação permanente
online e do preenchimento do questionário poderiam causar algum constrangimento.
41
4 RESULTADOS
4.1 Caracterização do perfil dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da
Regional Centro/Norte de Teresina quanto aos aspectos sociodemográficos, de
formação profissional e uso de computador e da Internet
Os dados sociodemográficos, de formação profissional, uso de computador e
da Internet estão apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3.
Tabela 1 – Distribuição dos
sociodemográficas. Teresina, 2015.
Variáveis
enfermeiros,
segundo
as
características
Dados Sociodemográficos
n
%
Sexo
Masculino
02
4,9
Feminino
Total
39
41
95,1
100
17
24
41
41,5
58,5
100
x(dp)
Mínimo
Máximo
40,0 (10,3)
22
61
Estado civil
Solteiro
Casado
Total
Idade
Legenda: x - média dp - desvio-padrão
A maioria dos enfermeiros era do sexo feminino 39 (95,1%), casada 24
(58,5%), com média de idade de 40,0 (dp=10,3) anos, sendo a idade mínima 22 e a
máxima, 61 anos.
42
Tabela 2 – Distribuição dos enfermeiros, segundo a formação. Teresina, 2015.
Variáveis
Formação
n
%
31
75,6
Privado
Total
Especialização
10
41
24,4
100
Sim
Não
Total
37
03
40*
92,5
7,5
100
Sim
05
12,2
Não
36
87,8
Total
41
100
Graduação
Público
x(dp)
Mínimo
Máximo
1
35
Mestrado
Tempo de formação
14,6 (9,5)
Legenda: x - média dp - desvio-padrão
* Considerados somente os enfermeiros que responderam esta questão
Trinta e um enfermeiros (75,6%) foram formados em instituições públicas,
sendo que a quase totalidade deles possuía especialização - 37 (92,5%) e apenas 5
(12,2%) possuíam mestrado. A média de tempo de formação foi de 14,6 (dp=9,5)
anos, sendo o menor tempo de formação um ano e o maior 35 anos.
Tabela 3 – Distribuição dos enfermeiros, segundo o uso de computador e Internet.
Teresina, 2015.
Variáveis
Uso de computador e internet
N
Computador
%
Internet
n
%
Possui
Sim
Não
Total
39
02
41
95,1
4,9
100
41
100
41
100
Frequência de uso
Uso diário
Não diário
Total
30
11
41
73,2
26,8
100
35
06
41
85,4
14,6
100
Local de uso
Em casa
30
75
37
90,2
Em outros locais
10
25
04
9,8
43
Total
40*
100
41
100
Legenda: * Considerados somente os enfermeiros que responderam esta questão
Trinta e nove enfermeiros (95,1%) possuíam computador e todos eles (100%)
tinham acesso à Internet. A maioria, 30 (73,2%), utilizava o computador diariamente
e, em casa 30 (75%). Trinta e cinco (85,4%) utilizavam diariamente a Internet, em
casa 37 (90,2%).
4.2 Implementação da intervenção educativa online aos enfermeiros da Estratégia
Saúde da Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais
de eliminação.
O Objeto Virtual de Aprendizagem (OVA), intitulado Estomas Intestinais de
Eliminação, disponibilizado para acesso pelos enfermeiros da Estratégia Saúde da
Família
da
Regional
Centro/Norte
no
endereço
eletrônico:
http://ead.uninovafapi.edu.br.
Ao acessar o endereço supracitado, os enfermeiros conheciam as sete
Unidades do OVA. Duas introdutórias (ambientavam e apresentavam para o públicoalvo: tutores, objetivos, conteúdos, cronograma de atividades, ferramentas de
interação síncronas e assíncronas e métodos de avaliação do OVA) e as outras
cinco tratavam dos seguintes assuntos: anatomia e fisiologia do sistema digestório,
aspectos conceituais das estomias de eliminação, assistência de Enfermagem no
período perioperatório das estomias intestinais de eliminação, complicações
precoces e tardias, direitos dos estomizados e procedimento de troca do
equipamento coletor (Braga et al., 2016).
Nas Unidades o enfermeiro lia conteúdo, objetivos e materiais de instrução,
assistia vídeos, respondia fóruns de discussão e fazia exercícios HotPotatoes do tipo
palavras-cruzadas (Braga et al., 2016).
4.3 Avaliação do conhecimento dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da
Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais de eliminação antes e
após intervenção educativa online
Na avaliação do conhecimento dos enfermeiros verificou-se que apenas 5
(14,3%) obtiveram acertos superiores a 80% no pré-teste. Após a intervenção
44
educativa online, o número de enfermeiros que obtiveram acertos superiores a 80%
aumentou para 32 (94,1%). Com relação aos domínios, quase todos apresentaram
aumento no número de acertos superiores a 80% no pós-teste, exceto o domínio
“Pós-operatório tardio” com apenas 56,1% de acertos.
Na Tabela 4 é apresentada a distribuição de acertos inferiores e superiores a
80% geral e por domínios no pré e pós-teste.
Tabela 4 – Distribuição de acertos inferiores e superiores a 80% no pré-teste e pós-teste.
Teresina, 2015.
Geral e Domínios
Geral
Pré-teste
<80% acertos >=80% acertos
n(%)
n(%)
Pós-teste
<80% acertos >=80% acertos
n(%)
n(%)
30(85,7)
5(14,3)
2(5,9)
32(94,1)
20(50,0)
20(50,0)
5(12,2)
36(87,8)
2(4,9)
39(95,1)
1(2,4)
40(97,6)
Classificação
9(22,0)
32(78,0)
0(0,0)
41(100,0)
Pré-operatório
21(55,3)
17(44,7)
0(0,0)
37(100,0)
Pós-operatório imediato
34(87,2)
5(12,8)
6(16,2)
31(83,8)
Pós-operatório mediato
20(48,8)
21(51,2)
3(7,3)
38(92,7)
Pós-operatório tardio
30(73,2)
11(26,8)
18(43,9)
23(56,1)
Conceito
Indicação
Nas Tabelas 5 a 11 são apresentadas as porcentagens de acertos por
domínios no Teste de conhecimento, antes e após a intervenção educativa online
sobre estomias intestinais de eliminação.
Tabela 5 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 1: “Conceito”,
antes e após a intervenção educativa online. Teresina, 2015.
A
Pré-teste
Domínio 1: Conceito
1. Estomias intestinais de eliminação são
resultantes de intervenções cirúrgicas que
consistem na exteriorização de um segmento
intestinal, através da parede abdominal, criando
uma abertura artificial para a saída do conteúdo
fecal e flatos (V).
2. Colostomia consiste na exteriorização do
intestino delgado (F).
3. Ileostomia consiste na exteriorização do
intestino grosso (F).
Acertos
Pós-teste
N
%
n
%
41
100
41
100
27
65,9
36
87,8
22
55
37
90,2
Todos os enfermeiros, 41 (100%), acertaram a definição de estomias
intestinais de eliminação, antes e após a intervenção educativa online. Nas questões
45
2 e 3 o percentual de acertos foi maior no pós-teste, 36 (87,8%) e 37 (90,2%),
respectivamente.
Tabela 6 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 2:
“Indicação”, antes e após a intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Acertos
Domínio 2: Indicação
Pré-teste
4. O câncer, as doenças inflamatórias
do intestino (retocolite ulcerativa e
doença de Crohn), as malformações
congênitas (ânus imperfurado) e os
traumas abdominais (ferimento por
arma de fogo ou branca e acidente
automobilísticos) são as causas mais
frequentes para a confecção de uma
estomia intestinal de eliminação (V).
Pós-teste
N
%
n
%
39
95,1
40
97,6
Referente às indicações das estomias intestinais de eliminação, os
enfermeiros obtiveram maior percentual de acertos 40 (97,6%) após a intervenção
educativa online.
Tabela 7 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 3:
“Classificação”, antes e após a intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Acertos
Domínio 3: Classificação
Pré-teste
5. As estomias são temporárias quando
possibilitam o restabelecimento do
trânsito intestinal normal e definitivas
quando não pode ser reconstruído o
trânsito para restabelecer a função
esfincteriana anal (V).
Pós-teste
N
%
n
%
32
78
41
100
Quanto à classificação, o percentual de acertos dos enfermeiros após a
intervenção educativa online foi de 41 (100%).
46
Tabela 8 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 4:
“Assistência de Enfermagem no Período Pré-Operatório”, antes e após a intervenção
educativa online. Teresina, 2015.
Domínio 4: Assistência de
Enfermagem no Período PréOperatório
6. Na consulta pré-operatória de
Enfermagem são avaliados o
conhecimento do cliente sobre o
seu diagnóstico, a cirurgia que será
realizada
e
suas
possíveis
consequências,
antecedentes
familiares,
alérgicos,
estado
nutricional, hábitos de eliminação,
atividades da vida diária relacionada
ao autocuidado (vestuário, higiene),
atividades sociais, de lazer e
trabalho, estado emocional, padrão
cultural e educacional (V).
7. Os clientes e familiares devem
ser instruídos sobre qual segmento
do intestino será removido e em
qual segmento será confeccionado
o estoma (V).
8. Os clientes e familiares devem
ser instruídos sobre o tipo, forma,
cor e efluente do estoma que será
confeccionado (V).
9. Os clientes e familiares devem
receber informações quanto ao
equipamento coletor e adjuvantes
de proteção e segurança (V).
10. É importante educar o cliente
sobre o potencial impacto do
estoma
na
intimidade
e
funcionamento sexual do cliente
com o parceiro (V).
11. A demarcação do local do
estoma
deve
ser
realizada
exclusivamente no pré-operatório
(V).
12. O estoma ideal deve ser
posicionado através do músculo
reto abdominal (V).
13. A demarcação do local do
estoma diminui a incidência de
complicações
e
assegura
o
autocuidado (V).
14. A demarcação do estoma pode
ser realizada pelo cirurgião que fará
o procedimento, pelo enfermeiro
estomaterapeuta ou enfermeiro
capacitado (V).
Acertos
Pré-teste
Pós-teste
N
%
n
40
97,6
37
92,5
40
97,6
34
82,9
39
95,1
41
100
41
100
39
95,1
41
100
13
32,5
30
75
12
30,0
40
97,6
31
75,6
40
97,6
16
39,0
40
97,6
41
%
100
47
15. A demarcação do local do
estoma não deve ser feita próxima a
depressões,
pregas
cutâneas,
proeminências ósseas, entre outros
acidentes anatômicos, o que pode
permitir o vazamento do conteúdo
drenado na pele periestomal (V).
16. Após a demarcação do local do
estoma devem ser realizados, se
possível, testes de sensibilidade e
adaptação ao equipamento coletor
(V).
36
87,8
40
97,6
33
80,5
37
92,5
Com relação à assistência de Enfermagem no período pré-operatório das
estomias intestinais de eliminação observou-se que os enfermeiros tiveram
percentual de acertos menor que 80% no item 11 do pós-teste. Para os demais itens
o percentual de acertos foi maior que 90% no pós-teste, obtendo-se inclusive um
percentual de acertos de 100% nos itens 6, 9 e 10.
Tabela 9 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 5:
“Assistência de Enfermagem no Período Pós-Operatório Imediato”, antes e após a
intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Domínio 5: Assistência de
Enfermagem no Período PósOperatório Imediato
17. O equipamento coletor deve ser
colocado
imediatamente
após
a
confecção do estoma para prevenir
complicações da pele periestomal
decorrente do vazamento de efluentes
(V).
18. O equipamento adequado no pósoperatório imediato é aquele que possui
bolsa coletora transparente e que
permite a visualização e avaliação do
estoma,
efluente
e
possíveis
complicações (V).
19. Nos primeiros dias após a cirurgia o
estoma pode ficar edemaciado (V).
20. A cor do estoma deve ser vermelha
e ao toque o estoma deve ser frio (F).
21. A forma do estoma pode ser redonda
ou oval (V).
22. A presença de flatos no interior do
equipamento coletor é o primeiro sinal
de que o intestino voltou a funcionar (V).
23. As primeiras eliminações dos
estomas intestinais podem ser verdes,
indicando presença de bile (V).
Acertos
Pré-teste
Pós-teste
n
%
n
%
29
70,7
41
100
38
92,7
41
100
33
80,5
40
97,6
09
22,5
17
42,5
27
65,9
41
100
21
51,2
39
95,1
14
34,1
41
100
48
24. Na ileostomia em condições normais
as fezes são mais líquidas e irritantes
para a pele do que aquelas que saem
por uma colostomia (V).
25. Em situações anormais a quantidade
de efluente que sai de uma ileostomia
pode ser superior a 2000 ml em 24h (V).
26. A pele periestoma deve ser
desnudada, pálida e eritematosa (F).
27. A protrusão de uma colostomia não
deve ser inferior a 5 mm (V).
28. A protrusão de uma ileostomia não
deve ser inferior a 20 mm (V).
29. Sangramento, edema, necrose,
descolamento mucocutâneo do estoma
são
complicações
precoces
dos
estomas intestinais de eliminação (V).
30. Durante oito semanas, o diâmetro do
estoma deve ser verificado todas as
vezes que se realiza a troca do
equipamento (V).
31. A base adesiva protetora da pele
deve ser cortada para se ajustar a base
do estoma (V).
32. A escolha do equipamento coletor
não deve considerar o tipo de estoma,
efluente, tamanho, forma e destreza do
cliente (F).
22
53,7
40
97,6
11
27,5
26
63,4
24
58,5
39
95,1
07
17,1
24
58,5
08
19,5
24
60
25
61,0
32
78
26
63,4
34
85
34
82,9
41
100
38
95,0
38
92,7
Quanto à assistência de Enfermagem no pós-operatório imediato das
estomias intestinais de eliminação, verificou-se que os enfermeiros tiveram
percentual de acertos menor que 80% nos itens 20, 25, 27, 28 e 29 no pós-teste. Os
menores percentuais obtidos, 17 (42,5%) e 24 (58,5%), corresponderam aos itens
relacionados à cor do estoma e protrusão da colostomia, respectivamente.
Com relação ao item 32 verificou-se que o percentual de acertos no pós-teste,
38 (92,7%) foi menor em relação ao pré-teste 38 (95%).
Tabela 10 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 6:
“Assistência de Enfermagem no Período Pós-Operatório Mediato”, antes e após a
intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Domínio 6: Assistência de
Enfermagem no Período PósOperatório Mediato
33. Na colostomia descendente e
sigmoide as fezes são geralmente
sólidas (V).
34. No pós-operatório mediato, clientes e
familiares devem ser preparados para
alta hospitalar com o ensino sobre o
estoma, cuidado com a pele periestoma,
Acertos
Pré-teste
Pós-teste
N
%
N
%
22
53,7
40
97,6
40
97,6
41
100
49
equipamento coletor (colocação, troca e
esvaziamento),
nutrição,
vestuário,
imagem corporal, aspectos psicológicos,
recreacionais e sexuais (V).
35. O cliente deve ser contra
referenciado para ambulatório ou serviço
especializado de assistência (V).
36
87,8
39
95,1
Referente à assistência de Enfermagem no pós-operatório mediato das
estomias intestinais de eliminação, verificou-se que os enfermeiros obtiveram
percentuais de acertos maior que 80% em todos os itens após intervenção educativa
online.
Tabela 11 – Percentual de acertos dos enfermeiros, segundo o domínio 7:
“Assistência de Enfermagem no Período Pós-Operatório Tardio”, antes e após a
intervenção educativa online. Teresina, 2015.
Domínio 7: Assistência de
Enfermagem no Período PósOperatório Tardio
36. Clientes e familiares devem receber
informações sobre políticas públicas
para a Atenção à Saúde das Pessoas
Ostomizadas (V).
37. O cliente deve ser estimulado a
participar
em
associações
de
estomizados ou em grupos de apoio (V).
38. A irrigação da colostomia definitiva é
um método seguro e efetivo para
clientes com estomas no cólon
descendente e sigmoide (V).
39. Retração, estenose, prolapso do
estoma e hérnia paraestomal são
complicações tardias dos estomas
intestinais de eliminação (V).
Acertos
Pré-teste
Pós-teste
N
%
N
%
41
100
41
100
41
100
40
97,6
12
29,3
25
61
31
75,6
40
97,6
Quanto à assistência de Enfermagem no período pós-operatório tardio,
observou-se que os enfermeiros acertaram menos de 80% no item 38 do pós-teste,
relacionado à irrigação da colostomia 25 (61%), entretanto houve melhora
considerável deste percentual de acertos, passando de 12 (29,3%) no pré-teste para
25 (61%) no pós-teste. Nos demais, o acerto foi maior que 80% no pós-teste.
O melhor resultado foi relacionado às informações sobre políticas públicas
para o estomizado, com 41 (100%) acertos antes e após a intervenção educativa
online.
50
4.4 Comparação do desempenho dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família
da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais de eliminação antes
e após intervenção educativa online
Tabela 12 – Estatísticas descritivas e teste de comparação entre os escores de
acertos no pré e pós-teste. Teresina, 2015.
Geral e Domínios
n Média(DP)
MIN
MAX
% de
1
Melhoria
p
2
Geral
PRÉ
PÓS
35
34
26,5(4,9)
35,7(1,8)
16,0
31,0
37,0
39,0
96,7
0,000
Conceito
PRÉ
PÓS
40
41
2,2(0,9)
2,8(0,6)
1,0
1,0
3,0
3,0
47,5
0,002
Indicação
PRÉ
PÓS
41
41
0,9(0,2)
1,0(0,16)
0,0
0,0
1,0
1,0
4,9
1,000
Classificação
PRÉ
PÓS
41
41
0,8(0,4)
1,0(0,0)
0,0
1,0
1,0
1,0
21,9
0,004
Pré-operatório
PRÉ
PÓS
38
37
8,1(1,7)
10,7(0,5)
4,0
9,0
11,0
11,0
88,2
0,000
Pós-operatório imediato
PRÉ
PÓS
39
37
9,0(2,5)
13,8(1,2)
4,0
11,0
14,0
16,0
94,6
0,000
Pós-operatório mediato
PRÉ
PÓS
41
41
2,4(0,7)
2,9(0,3)
1,0
2,0
3,0
3,0
48,8
0,000
PRÉ 41
3,1(0,7)
2,0
4,0
46,3
0,000
PÓS 41
3,6(0,5)
3,0
4,0
1
Percentagem de participantes que melhoraram seu desempenho após a formação. Isso não quer
dizer que a percentagem restante piorou seu desempenho, pois pode ter havido muita diferença nula,
ou seja, continuaram acertando a mesma questão após a formação.
2
Teste de Wilcoxon
Pós-operatório tardio
Houve diferença estatística significativa no conhecimento dos enfermeiros
antes e após a intervenção educativa sobre estomias intestinais de eliminação
(p=0,000), com percentual de melhoria de 96,7% no geral, conforme Tabela 12.
Na avaliação do conhecimento, verificou-se que o número de acertos foi maior
no pós-teste, com média 35,7 (± 1,8). Em contrapartida, o pré-teste obteve média de
acertos de 26,5 (± 4,9).
51
5 DISCUSSÃO
5.1 Caracterização do perfil dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da
Regional Centro/Norte de Teresina quanto aos aspectos sociodemográficos, de
formação profissional e uso de computador e da Internet
Com relação aos dados referentes ao perfil sociodemográfico dos enfermeiros
participantes deste estudo foi possível a constatação de que, houve predominância
do sexo feminino, sendo observados resultados semelhantes em outras pesquisas
desenvolvidas para educação permanente de enfermeiros por meio da EaD
(RIBEIRO; LOPES, 2006; QUELHAS; LOPES; ROPOLI, 2008; KHATONY et al.,
2009; GONÇALVES; RABEH; TERÇARIOL, 2015).
Um estudo realizado com enfermeiros de hospitais e escolas de Campinas,
interior do estado de São Paulo sobre o tratamento de feridas evidenciou
predominância feminina (94%) de enfermeiros no curso online (RIBEIRO; LOPES,
2006). Resultados semelhantes também foram encontrados em estudos realizados
com enfermeiros participantes de um curso a distância em processos de
esterilização de materiais (QUELHAS; LOPES; ROPOLI, 2008) e em avaliação de
feridas crônicas (GONÇALVES; RABEH; TERÇARIOL, 2015). Outro estudo quaseexperimental realizado em diversos hospitais do Irã que avaliou o conhecimento de
140 enfermeiros sobre AIDS após intervenção educativa online, mostrou que 86,6%
eram do sexo feminino (KHATONY et al., 2009). Tal achado reproduz a característica
histórica da enfermagem, profissão exercida quase que exclusivamente por
mulheres desde os seus primórdios (FONTENELE; SOUSA; LIMA, 2015).
O estado civil casado, apresentado pela maioria dos participantes do estudo,
mostrou-se consoante à principal faixa etária encontrada (entre 22 e 61 anos), etapa
que compreende a fase adulta, de acordo com o perfil desse público registrado na
literatura
(ROECKER;
BUDÓ;
MARCON,
2012;
MONTEIRO,
2015).
Em
contrapartida, este resultado difere de estudo que buscou identificar o conhecimento
de enfermeiros da Atenção Básica de Uberaba-MG sobre ileostomia em que a
maioria dos enfermeiros era solteira (POGGETO et al., 2012).
Ao analisar a faixa etária, verificou-se que a média de idade foi de 40 anos,
observa-se que eram profissionais adultos. Resultados semelhantes ocorreram no
52
estudo de Gonçalves, Rabeh e Terçariol (2015) em que a média de idade entre os
participantes foi de 42,3 anos e no de Ribeiro e Lopes (2006) de 35 anos.
A maioria dos enfermeiros 31 (75,6%) foi formada em instituições públicas.
Pesquisa realizada por Rocha e Nunes (2013) mostrou que de 1973 a 2008, embora
a oferta de vagas para o Curso de Graduação em Enfermagem fosse maior na rede
privada, ainda a maioria dos profissionais graduados no Estado do Piauí era oriunda
de Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas. No entanto, houve crescimento
expressivo do setor privado, uma vez que, com a criação dos cursos de Bacharelado
em Enfermagem em 2001, a oferta de vagas superava a de instituições públicas. As
vagas de Enfermagem oferecidas no setor público representam 22% e privado 78%,
portanto, pode-se perceber o crescimento e prevalência de vagas no Piauí capaz de
determinar teoricamente o perfil dos futuros profissionais.
Quase todos os enfermeiros, 37 (92,5%), possuíam especialização e apenas
05 (12,2%) Mestrado. Corroborando com estes resultados, Corrêa et al. (2012) em
sua pesquisa com enfermeiros da Atenção Básica, mostraram que uma parcela
expressiva dos enfermeiros (73,4%) relatou possuir Pós-Graduação em nível lato
sensu, contudo, nenhum profissional declarou possuir Pós-Graduação em nível
stricto sensu (Mestrado e/ou Doutorado).
Em estudo realizado por Monteiro (2015) com enfermeiros de três hospitais
de grande porte do Estado do Piauí sobre educação permanente a distância na área
de estomias, dos 51 enfermeiros inscritos, 48 (94,1%) possuíam especialização, e
apenas 07 (15,2%) possuíam Mestrado.
A procura do enfermeiro por maior qualificação profissional evidencia que os
profissionais têm investido mais tempo e recursos em formação. Tal fato é de suma
importância, uma vez que na ESF, a educação permanente constitui-se um
instrumento essencial na capacitação e qualificação dos profissionais, buscando as
lacunas de conhecimentos e atitudes que são parte da estrutura explicativa dos
problemas identificados no cotidiano dos serviços e dando subsídios para que eles
possam entender e atender às necessidades de saúde da população, contribuir na
organização dos serviços e na formação dos profissionais da área de saúde
(PAULINO et al., 2012).
A média do tempo de formação foi de 14,6 (dp=9,5) anos, sendo o menor
tempo de formação um ano e o maior 35 anos. O tempo de formação pode ser um
indicativo do tempo de experiência do enfermeiro no mercado de trabalho e de
53
relativa maturidade na tomada de decisão e implementação de ações articuladas da
Unidade de Saúde com a comunidade de forma direcionada e factível. Ao evidenciar
os nossos achados, resultado semelhante foi observado por Quelhas, Lopes e
Ropoli (2008) quanto ao tempo de formação em que se encontrou como menor
tempo 5 anos e maior, 22 anos, sendo em média 17,5 anos.
Quase todos os enfermeiros 95,1% possuíam computador e todos 41 (100%)
tinham acesso à Internet. A maioria 30 (73,2%) utilizava o computador diariamente e,
em casa 30 (75%). Trinta e cinco (85,4%) utilizavam diariamente a Internet, em casa
37 (90,2%). Um estudo metodológico, envolvendo a realização e avaliação de um
curso a distância com enfermeiros que residiam na cidade de Campinas, São Paulo,
também mostrou que todos os enfermeiros utilizaram acesso residencial e, entre
eles, um também utilizava os computadores disponíveis na Universidade
(SANCHES; LOPES, 2008).
Entre os profissionais do setor saúde, o acesso domiciliar ao computador e à
Internet e o uso individual da rede estão praticamente universalizados. Entre
médicos, 99% têm acesso ao computador e à Internet no domicílio; entre
enfermeiros, 98% dispõem de acesso ao computador no domicílio e 97%, à Internet.
Do total de médicos e enfermeiros, 99% são usuários de Internet (CETIC, 2014).
A EaD, entendida como tecnologia educacional através do uso do computador
e da Internet, é considerada uma modalidade de ensino de grande valia para
qualificar profissionais, em especial enfermeiros, uma vez que estes possuem uma
extensa carga horária de trabalho, geralmente com dois empregos. Acrescenta-se
ainda, o fato de tratar-se de população predominantemente feminina, na qual o
tempo restante acaba sendo dedicado ao trabalho doméstico e à maternidade,
dificultando ainda mais a procura por capacitações e aperfeiçoamentos (JACOMINI;
PIAI; FIGUEIREDO, 2008).
5.2 Implementação da intervenção educativa online aos enfermeiros da Estratégia
Saúde da Família da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais
de eliminação.
O Moodle foi criado e desenvolvido, especificamente, para gestão da
aprendizagem e de trabalho colaborativo, permitindo a criação de cursos online,
páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem. De
54
fato, ele permite produzir e gerir atividades educacionais baseadas na Internet e/ou
em redes locais que pode ser usado numa sala de aula real, como complemento às
aulas presenciais e como Ambiente Virtual de Aprendizagem para EaD (PRADO et
al., 2012).
À semelhança de outros AVA, o Moodle apresenta diversas ferramentas de
comunicação e aprendizagem síncronas e assíncronas, algumas delas podem
também servir como mecanismo de avaliação da própria aprendizagem. Estas
ferramentas se classificam como: fórum, bate-papo (chat), enquete, glossário,
tarefas, diário, questionário, lição, edição colaborativa, banco de dados, pesquisa de
opinião, trabalho com revisão, pesquisa de avaliação (PRADO et al., 2012).
Estudos que utilizaram objetos virtuais de aprendizagem hospedados na
plataforma Moodle, demonstraram impactos positivos no ensino de Enfermagem,
bem como no processo de atualizações e capacitações profissionais na área por
meio de tecnologias computacionais que permitem a realização de estratégias de
ensino mais criativas, oportunizando o conhecimento e aprendizado autônomo e
independente alinhado às novas exigências de formação profissional (SILVEIRA et
al., 2010; SILVEIRA et al., 2012; SALVADOR; SAKUMOTO; MARIN, 2013;
TAMASHIRO; PERES, 2014).
Um estudo que buscou verificar o acesso e o desempenho de alunos de
Graduação em Enfermagem ao Moodle na disciplina de Informática em
Enfermagem, ofereceu recursos diversificados em mídias, através da utilização de
aulas com animações, vídeos, fórum de discussão e exercícios interativos no
Moodle (SALVADOR; SAKUMOTO; MARIN, 2013).
Foram desenvolvidos objetos educacionais com intuito de desenvolver
materiais motivadores que pudessem auxiliar o ensino na área da saúde da mulher,
sendo sete objetos educacionais digitais, em que quatro eram hipertextos, um quiz e
duas simulações. Os materiais digitais desenvolvidos agregavam hipertexto, vídeo e
animação por meio de softwares como o Macromedia Flash MX® e CS3®, além de
editores de imagens como o Fireworks®, e de vídeos como Windows MovieMaker®,
por oferecer amplos recursos de animação e de interação (SILVEIRA et al., 2012).
Os hipertextos disponibilizados no ambiente virtual de aprendizagem Moodle
exploravam
temas
desde
conhecimentos
prévios
que
colaboram
na
sua
compreensão até indicações de leituras complementares e exercícios de revisão. As
55
simulações possibilitavam a execução virtual dos procedimentos pelos alunos
(SILVEIRA et al., 2012).
Silveira et al. (2010) construíram um material educativo digital constituído por
cinco objetos educacionais: um objeto com aporte teórico, três objetos com casos
clínicos e um quizz de exercícios integradores. Os materiais continham animações e
hipertexto, apresentando situações que simulavam a realidade encontrada nos
campos de estágio prático. Desta forma, o objeto virtual potencializa o processo de
aprendizagem e, a partir da simulação, permite ao usuário desenvolver, sintetizar e
aplicar seus conhecimentos em uma réplica da experiência real.
O próprio AVA Moodle, com os seus recursos e ferramentas (por meio de
relatórios, respostas aos questionários, participação nas atividades no ambiente em
geral), permitiu a obtenção de análises específicas, que visam a avaliação do
processo de aprendizagem em consulta de enfermagem. A utilização desta
plataforma também colaborou na fase de resolução dos estudos de caso propostos
aos alunos, visto que, por meio dela, os professores da disciplina puderam
disponibilizar material para que os estudantes integrassem o conteúdo apresentado
nos objetos de aprendizagem com aquilo que a literatura atual oferece, além de
oportunizar aos alunos, por intermédio de fórum, a discussão de suas dúvidas e
sugestões com colegas e professores (SILVEIRA et al., 2010).
Tamashiro e Peres (2014) também desenvolveram e avaliaram um objeto de
aprendizagem sobre administração de medicamentos por via intramuscular para
graduandos de enfermagem e enfermeiros por meio do AVA Moodle e utilizaram
diversas ferramentas, além de textos e hipertextos utilizaram exercícios interativos,
um vídeo sobre o procedimento de preparo da administração de medicamentos,
quatro vídeos tridimensionais com as estruturas anatômicas dos músculos
abordados, bem como um arquivo de texto, seguindo um modelo de checklist, sobre
os passos do procedimento.
5.3 Avaliação do conhecimento dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família da
Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais de eliminação antes e
após intervenção educativa online
Lacunas no conhecimento de enfermeiros e profissionais de enfermagem,
relacionadas ao cuidado das estomias intestinais de eliminação, são relatadas na
56
literatura nacional e internacional, enfatizando que apesar da sensibilidade dos
profissionais para o tema, a assistência prestada diverge das recomendações
pautadas em evidências científicas, com adoção de práticas empíricas, o que
corrobora os resultados do presente estudo e aponta para a necessidade de
atualização dos profissionais de saúde, por meio de educação permanente
(POGGETO et al., 2012; DURUK; UÇAR, 2013; MAURÍCIO; SOUZA; LISBOA, 2013;
ARDIGO; AMANTE, 2013; MONTEIRO, 2015).
Neste estudo, antes da intervenção educativa online o conhecimento dos
enfermeiros sobre estomias intestinais de eliminação foi inadequado. O desempenho
esperado para os participantes era de 80% de acertos no teste de conhecimento. No
pré-teste, apenas 5 (14,3%) enfermeiros obtiveram acertos superiores a 80%,
enquanto no pós-teste o número de enfermeiros que obtiveram acertos superiores a
80% aumentou para 32 (94,1%). Desse modo, o presente estudo confirma a
importância da educação permanente online que utiliza estratégias de ensino a
distância para aquisição de novos saberes e habilidades.
O resultado supracitado encontra-se de acordo com estudos que utilizaram a
EaD para educação permanente de enfermeiros. Estudo quase experimental, antes
e depois, realizado em unidade de terapia intensiva de um Hospital Universitário de
Fortaleza sobre a temática Úlcera por Pressão (UPP) demonstrou que a média de
acertos no pós-teste, após a educação online, aumentou para 73% (ARAÚJO, 2012).
Houve também maior número de acertos, 88,3%, após realização de um curso
online e presencial sobre a temática UPP com enfermeiros de um hospital de grande
porte do estado do Piauí (CAVALCANTI, 2013). Tweed e Tweed (2008) também
obtiveram em seu estudo com enfermeiros de terapia intensiva de um hospital de
referência terciária na Nova Zelândia, um escore médio de 89% no pós-teste.
Pesquisas sobre o impacto da aplicação do uso de tecnologias educativas no
conhecimento de enfermeiros na área de estomias ainda são incipientes. Mas, dos
estudos que foram realizados com este objetivo é possível observar resultados
satisfatórios (BOHNENKAMP et al., 2004; BALES, 2010; LO et al., 2011; REED,
2012; MONTEIRO, 2015; CAMPOS, 2015).
Bales (2010) desenvolveu um recurso de aprendizagem baseado no
computador e avaliou seu efeito sobre a confiança dos profissionais de Enfermagem
na prestação dos cuidados de estomias. Neste estudo, verificou-se que o recurso
57
eletrônico disponível foi positivo, com diferença estatisticamente significante antes e
após a intervenção online.
Monteiro (2015) evidenciou aumento na média de acertos dos enfermeiros de
três hospitais de grande porte de Teresina (PI) sobre estomias intestinais após
intervenção educativa a distância com 80,8% de acertos comparado a 65,4% de
acertos no pré-teste. Campos (2015) também demonstrou melhoria no conhecimento
de graduandos de enfermagem sobre estomias intestinais de eliminação obtendo-se
um desempenho de 82% de acertos no pós-teste.
No que se refere ao cliente estomizado, a presença do enfermeiro é
fundamental, devido à segurança e apoio prestado. É tido como orientador de suas
práticas e auxílio nas dificuldades enfrentadas. No entanto, existem deficiências do
cuidado que precisam ser sanadas por meio de qualificações e capacitações para a
atuação exitosa da competência profissional (MAURICIO; OLIVEIRA; LISBOA,
2013).
O enfermeiro necessita apropriar-se deste conhecimento para atuar junto à
clientela estomizada e assim possibilitar a operacionalização de políticas públicas de
saúde que assegurem direitos a estas pessoas, que embora há muito no papel ainda
hoje se ressente do esquecimento, não cumprimento legal e desrespeito social e
individual das pessoas.
Observou-se melhoria da aprendizagem nos itens listados no Teste de
Conhecimentos após educação permanente online. No primeiro domínio, referente
ao “Conceito”, todos os enfermeiros, 41 (100%), acertaram a definição de estomias
intestinais de eliminação, antes e após a intervenção educativa online. Nas questões
2 e 3 o percentual de acertos foi maior no pós-teste, 36 (87,8%) e 37 (90,2%),
respectivamente, demonstrando que os participantes adquiriram conhecimento
satisfatório sobre o segmento intestinal envolvido. Em todos os casos, o
conhecimento foi considerado adequado, pois o percentual de acertos foi maior que
80% do teste. Desempenho satisfatório também foi encontrado para os domínios
“Indicação” e “Classificação” das estomias intestinais de eliminação, com percentual
de acertos de 40 (97,6%) e 41 (100%) após a intervenção educativa online,
respectivamente.
Compreender os tipos de estomias intestinais de eliminação requer
conhecimentos básicos de anatomia pelo enfermeiro e constitui-se em informação
indispensável a ser repassada à pessoa estomizada. No estudo de Poggeto et al.
58
(2012) apenas 50% dos enfermeiros demonstraram conhecimento adequado com
relação ao conceito de ileostomia.
A estomia independentemente de ser temporária ou definitiva, acarreta uma
série de mudanças na vida da pessoa e sua família, requerendo assim um cuidado
diferenciado. Os cuidados de enfermagem com paciente com estomia não podem se
voltar somente para o estoma, mas também para o estado físico, emocional,
psicológico e social, além de atentar para seus familiares e cuidadores
(RODRIGUES et al., 2013). Os cuidados devem começar desde o momento em que
o mesmo recebe o diagnóstico e a indicação para a realização de cirurgia,
amenizando o sofrimento e buscando uma melhor reabilitação (ANG et al., 2013).
É válido salientar que recomendações para aumentar o conhecimento dos
enfermeiros sobre estomias intestinais de eliminação devem ser aplicadas desde a
graduação e permanecer, por meio de educação permanente, durante a vida
profissional, o que vai possibilitar assistência otimizada e qualificada do cuidado aos
estomizados intestinais.
Referente ao domínio “Assistência de Enfermagem no Período PréOperatório” observou-se que na questão 11, embora o conhecimento tenha
melhorado após a Educação permanente online, o desempenho dos enfermeiros foi
inferior a 80% do Teste. Para os demais itens o percentual de acertos foi maior que
90% no pós-teste, obtendo-se inclusive um percentual de acertos de 100% nos itens
6, 9 e 10.
Este resultado confirmou limitações no conhecimento dos enfermeiros com a
demarcação
do
estoma
relacionada
ao
período
pré-operatório
(item
11).
Confirmando tais resultados, em relação ao déficit de conhecimento de enfermeiros
sobre a demarcação, Aguiar et al. (2011), ao investigarem um Serviço de Atenção ao
Paciente com Estomia do Hospital Universitário da Universidade Federal da Paraíba,
localizado no município de João Pessoa–PB, verificaram que nenhum dos clientes
estudados teve a estomia demarcada, demonstrando lacunas e déficits no
conhecimento de enfermeiros que se perpetuam na vida profissional.
A realização deste procedimento pelo cirurgião que realizará a cirurgia da
estomia, pelo enfermeiro estomaterapeuta ou pelo enfermeiro capacitado é de suma
importância, haja vista que uma localização adequada permite boa aderência do
dispositivo e é de fácil visualização para o cliente, evitando complicações e
facilitando o autocuidado, bem como o processo de reabilitação (RNAO, 2009).
59
A demarcação não programada do estoma pode gerar complicações e
transtornos após a cirurgia. O cliente pode se sentir invadido por não poder opinar
na localização do estoma que muitas vezes é feita no centro cirúrgico pelo cirurgião
sem respeitar hábitos de vida do indivíduo (PAULA; PAULA; CESARETTI, 2014).
Estudo realizado com 270 pessoas estomizadas operadas em diversos
serviços, mostrou que 46% tiveram o local demarcado e que houve diferença
significativa entre os grupos (p<0,001) quanto à presença de complicações na
estomia, o que evidencia a importância da realização desse procedimento no
período pré-operatório e da atuação do enfermeiro (MILLAN et al., 2010).
Dessa forma, os resultados dos estudos supracitados demonstram a
necessidade de reforçar o conhecimento dos enfermeiros sobre demarcação do
estoma por meio da maior variedade possível de estratégias educacionais que
permitam melhorar os níveis de compreensão do assunto, visto que são
evidenciadas lacunas durante a graduação em enfermagem, bem como ausência de
capacitações nesta temática após se formarem.
Campos (2015) confirmou a falta de familiaridade dos graduandos em
enfermagem
com
a
demarcação
do
estoma
no
período
pré-operatório,
demonstrando que esse déficit no conhecimento ainda na graduação tende a se
perpetuar na vida profissional. Monteiro (2015) também detectou que o
conhecimento dos enfermeiros sobre a realização da demarcação no pré-operatório
foi considerado insatisfatório.
Em contrapartida, um estudo realizado com docentes de dois cursos de
graduação em Enfermagem de duas universidades privadas da cidade de São
Paulo, sobre o conhecimento destes em relação aos cuidados com a pele
periestomal nas pessoas com estomas intestinais, identificou que a maioria dos
participantes sabia da necessidade de realização do procedimento na fase préoperatória e que é importante orientar o cliente quanto ao ato operatório, aos
cuidados com o estoma, equipamentos coletores e realização do teste de
sensibilidade aos equipamentos (SALOME et al., 2014).
Segundo a WOCN (2010), a educação pré-operatória envolve a informação
sobre o aspecto fisiológico, cirúrgico, nutricional, psicológico, social, sexual, técnico
e de demonstração dos equipamentos coletores. Deve ser fornecida a todos os
clientes e à família dos que necessitam de cirurgia de estomia. Observa-se o
despreparo profissional para atuar junto ao cliente estomizado, com rejeição aos
60
cuidados, devido à formação inadequada e deficiente na área de Estomaterapia
(MONGE; AVELAR, 2009).
Alves et al. (2011) verificaram que, dentre os cuidados realizados no período
pré-operatório por enfermeiros, 54% não ofereciam apoio psicológico aos pacientes,
86% não orientavam o cliente e/ou familiar sobre o procedimento e 86% não
realizavam a demarcação da localização do estoma.
O enfermeiro tem papel importante como educador e cuidador da pessoa
estomizada e auxilia na orientação do individuo e família estabelecendo vínculos;
esse cuidado tem início no período que precede a cirurgia, e não tem um momento
para acabar, pois esta pessoa está continuamente passando por alterações e
mudanças no seu cotidiano (SINCLAIR, 2009; NASCIMENTO et al., 2011).
A apreensão dos conhecimentos e habilidades pelos clientes deve ocorrer o
mais precoce possível, com reforço durante a hospitalização e mantido na alta
hospitalar (BELLATO et al., 2006). A família exerce importante apoio, no entanto,
pode encontrar-se fragilizada e requerer ajuda dos profissionais, uma vez que, na
maioria das vezes, responsabiliza-se diretamente pelo cuidado e suporte emocional
da pessoa estomizada (SILVA; SHIMIZU, 2007). Desse modo, é reforçada a
necessidade de orientações aos clientes, que deverá ser estendida aos familiares.
No domínio “Assistência de Enfermagem no Período Pós-Operatório Imediato”
houve diminuição do número de acertos dos participantes no item 32, após
educação permanente online. Os itens 20, 25, 27, 28 e 29, apesar do aumento de
acertos no pós-teste, não foi suficiente para atingir o percentual de 80%. Os
menores percentuais obtidos, 17 (42,5%) e 24 (58,5%), corresponderam aos itens
relacionados à cor do estoma e protrusão da colostomia, respectivamente.
As diretrizes para cuidados com estomias intestinais de eliminação no período
pós-operatório imediato, publicadas em 2009 pela RNAO, incluem visualização e
toque precoces e constantes do estoma bem como da pele periestomal, por meio de
dispositivo adequado. Além disso, determinam o controle do efluente quanto ao
volume e às características, com o objetivo de identificar fatores de risco que
influenciem eventuais complicações. Vujnovich (2008) acrescenta, ainda, que nesse
período deve ser feita a avaliação da altura do estoma (protrusão) para evitar lesões
acarretadas por drenagem de efluentes na pele periestomal.
Entre os itens de menor percentual de acertos, têm-se: o 20, “a cor do estoma
deve ser vermelha e a temperatura ao toque deve ser fria”, e o 28, “a protrusão de
61
uma ileostomia não deve ser inferior a 20mm”, os quais obtiveram, respectivamente,
42,5% e 60% de acertos pelos participantes, mesmo após a intervenção educativa
online. Embora seja recomendação das diretrizes que enfermeiros devem avaliar o
estoma e a pele periestomal no pós-operatório imediato, o presente estudo
demonstrou falta de conhecimento dos enfermeiros em relação a tais orientações.
Resultado semelhante ao encontrado neste estudo, com relação ao
conhecimento dos enfermeiros sobre a consistência das fezes que saem da
colostomia e ileostomia, realizado por Poggeto et al. (2012), demonstrou que os
enfermeiros, de maneira geral, compreenderam que o efluente eliminado em uma
ileostomia é de consistência liquida e em grande quantidade, ao contrário da
colostomia, que possui consistência e características diferentes. As práticas
vivenciadas nas experiências laborais favorecem e melhoram a compreensão
anatomofisiológica do sistema digestório.
Referente à assistência de Enfermagem no pós-operatório mediato das
estomias intestinais de eliminação, verificou-se que os enfermeiros obtiveram
percentuais de acertos maiores que 80% em todos os itens após intervenção
educativa online.
Alguns autores consideram que o período pós-operatório mediato se inicia a
partir do 3º dia de pós-operatório e preconizam ensino gradativo do autocuidado,
que envolve inicialmente a visualização e o toque do estoma pelos pacientes
(SANTOS, 2000; PAULA; PAULA; CESARETTI, 2014).
Monteiro et al. (2011) constataram na prática de enfermagem de um hospital
público de Recife, Pernambuco, que 93% (13/14) dos enfermeiros participantes do
estudo afirmaram não orientar sobre o autocuidado referente ao período pósoperatório mediato, em que a pessoa estomizada deve ser encorajada a visualizar e
tocar o estoma.
Estudo realizado no Brasil, com o objetivo de identificar e analisar as
principais modificações que ocorrem no modo de vida de pessoas com estomia
intestinal definitiva revelou que alguns dos entrevistados conseguiam olhar para a
sua estomia, outros alegaram dificuldades em olhar para si. Apesar disso, sabiam
que uma das características normais do estoma é a cor vermelho vivo. No entanto,
outros quesitos, como brilho, formato, tamanho e pele ao redor do estoma foram
deixados de lado ou descritos com termos vagos, tais como “normal” e “o de
sempre” (KAMADA et al., 2011).
62
As experiências do cuidar devem ser valorizadas por enfermeiros, no que se
refere à questão da limpeza da pele periestoma e dos cuidados necessários à sua
integridade. Pesquisadores da área orientam que a higienização do estoma e da
pele periestomal deve ser realizada com água e sabão neutro, usando toalha macia
para secar com leves toques (LUZ et al., 2009).
A troca dos equipamentos coletores também merece atenção pelo enfermeiro,
Paula, Paula e Cesaretti (2014), consideram que a troca deve ser realizada sempre
que estiver saturada a barreira de pele, pois, não havendo boa adesividade, ocorre
vazamento do efluente. À medida que o cliente manuseia seu estoma, ele mesmo
estabelece o tempo de troca. O dispositivo deve ser esvaziado sempre que o
conteúdo atingir um terço ou, no máximo, a metade de sua capacidade, para
aumentar sua durabilidade.
Quanto à assistência de Enfermagem no período pós-operatório tardio,
observou-se que os enfermeiros acertaram menos de 80% no item 38 do pós-teste,
relacionado à irrigação da colostomia 25 (61%), entretanto houve melhora
considerável deste percentual de acertos, passando de 12 (29,3%) no pré-teste para
25 (61%) no pós-teste. Nos demais, o acerto foi maior que 80% no pós-teste.
O melhor resultado foi relacionado às informações sobre políticas públicas
para o estomizado, com 41 (100%) acertos após a intervenção educativa online.
As diretrizes para cuidados com estomias intestinais de eliminação no período
pós-operatório publicadas em 2009 pela RNAO incluem a irrigação da colostomia
descendente e sigmoide como um método seguro e efetivo.
A irrigação da colostomia permite o controle do hábito intestinal, à medida que
regula a eliminação das fezes pelo estoma (SANTOS, 2005; PAULA; PAULA;
CESARETTI, 2014). Os profissionais de saúde têm responsabilidade na orientação
dos benefícios e desvantagens do uso desse método para as pessoas
colostomizadas durante a alta hospitalar, em associações de estomizados, nos
ambulatórios e em assistência domiciliar (SANTOS, 2005; CESARETTI; SANTOS;
VIANNA, 2010).
Atualmente, o método vem adquirindo maior destaque em resposta à
formação quantitativa e qualitativa de enfermeiros especialistas e com capacitação
adequada para realização do procedimento e à aprovação da Política Nacional de
Atenção às Pessoas com Estomias, que inclui, estimula e favorece a maior
63
disseminação deste procedimento como um método efetivo e seguro para clientes
com estomas no cólon descendente e sigmóide (Vujnovich, 2008).
No pós-operatório tardio, que compreende o período após a alta hospitalar,
deve ser agendada uma primeira consulta ambulatorial, em torno de 15 dias após a
alta, para checar as dúvidas e dificuldades apresentadas pela pessoa estomizada ou
família com relação ao cuidado com a estomia, orientá-lo sobre as políticas públicas
de Atenção à Pessoa Estomizada e para estimulá-lo na procura pelos grupos de
apoio, propiciando a convivência da pessoa recém-estomizada com aquelas já
reabilitadas, tornando menos difícil o processo de adaptação.
Em relação aos direitos dos estomizados é importante que todas as pessoas
estomizadas e profissionais de saúde tenham conhecimento acerca da Portaria
número 400, de 16 de Novembro de 2009, do Ministério da Saúde/Secretaria de
Atenção à Saúde. Esta Portaria garante às pessoas estomizadas atenção integral à
saúde por meio de intervenções especializadas de natureza interdisciplinar. Isto
depende da formação e qualificação dos profissionais, incluindo prescrição,
fornecimento e adequação de equipamentos coletores e adjuvantes de proteção e
segurança.
A Portaria estabelece ainda, que na Atenção Básica serão realizadas ações
para promoção do autocuidado e prevenção de complicações nas estomias
intestinais.
5.4 Comparação do desempenho dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família
da Regional Centro/Norte de Teresina sobre estomias intestinais de eliminação antes
e após intervenção educativa online
Houve diferença estatística significativa no conhecimento dos enfermeiros da
Estratégia Saúde da Família da Regional Centro/Norte de Teresina antes e após a
intervenção educativa sobre estomias intestinais de eliminação (p=0,000), com
percentual de melhoria de 96,7% no geral. Em todos os domínios se verificou
melhoria no percentual de acertos quando comparados os escores do pós-teste em
relação ao pré-teste, apenas o domínio “Assistência de Enfermagem no PósOperatório Tardio” não obteve percentual de acertos superiores a 80% após
intervenção educativa online.
64
Na avaliação do conhecimento, verificou-se que o número de acertos foi maior
no pós-teste, com média 35,7 (± 1,8). Em contrapartida, o pré-teste obteve média de
acertos de 26,5 (± 4,9). Resultados semelhantes foram alcançados em intervenções
a distância para educação permanente de enfermeiros (GONÇALVES; RABEH;
TERÇARIOL, 2015; MONTEIRO, 2015; CAMPOS, 2015).
Um estudo buscou identificar a contribuição de um curso de atualização sobre
avaliação de feridas crônicas, oferecido pelo AVA do Moodle, para o conhecimento
de docentes de enfermagem e enfermeiros vinculados ao ensino superior acerca da
temática. Verificou-se que os participantes obtiveram, em média, 55,5% de acertos
no pré-teste de conhecimento, e 73,4% no pós-teste, sendo esta diferença
estatisticamente significante (GONÇALVES; RABEH; TERÇARIOL, 2015).
Estudos buscaram verificar o impacto de intervenção educativa na
modalidade a distância no conhecimento de enfermeiros de hospitais (MONTEIRO,
2015) e de graduandos de Enfermagem (CAMPOS, 2015) no Estado do Piauí sobre
estomias intestinais de eliminação. Verificou-se que a diferença de médias de
acertos no Teste de Conhecimentos no pré-teste e pós-teste foi estatisticamente
significante em ambos estudos, confirmando assim, a efetividade da Educação
Permanente online voltada para os enfermeiros e da atualização online voltada para
os acadêmicos de Enfermagem sobre estomias intestinais de eliminação.
Em contrapartida, alguns estudos utilizaram as tecnologias de informação e
comunicação (TICs) em diversas áreas do cuidado, com efeitos insatisfatórios ou
sem diferenças no desempenho dos acadêmicos e profissionais de Enfermagem
quando comparados ao método presencial (PADALINO; PERES, 2007; KHATONY et
al., 2009).
Um estudo experimental buscou comparar o conhecimento apreendido entre
enfermeiros do Hospital e Maternidade São Luiz, hospital de grande porte da rede
privada de São Paulo, em um programa de treinamento que utilizaram o e-learning
“Ferramentas da Qualidade” e os que receberam o treinamento presencial. O
conteúdo ministrado presencialmente foi o mesmo do treinamento e-learning, com
apresentação em power point. Logo após o término de cada treinamento foi aplicado
o pós-teste, por meio de um instrumento idêntico ao empregado no pré-teste, onde
foi possível os participantes informarem o conhecimento apreendido nos
treinamentos presencial e e-learning (PADALINO; PERES, 2007).
65
Ficou evidenciado que tanto o grupo presencial como o grupo via computador
demonstraram um número maior de acertos no pós-teste do que no pré-teste,
evidenciando que a quantidade de acertos, foi, em média, maior após a aplicação do
treinamento, independente da forma que o mesmo se deu, porém com uma pequena
diferença a maior aos enfermeiros que realizaram o treinamento e-learning.
Os dados da pesquisa demonstraram que a apreensão do conhecimento
acontece independente da estratégia usada no treinamento, seja presencial ou via
computador, porém pôde-se inferir que o e-learning é eficaz e eficiente por agregar
várias vantagens de flexibilidade e diminuição de tempo e custos que o treinamento
presencial não pode alcançar em razão de suas limitações.
Um estudo quase-experimental realizado em diversos hospitais do Irã avaliou
o conhecimento de 140 enfermeiros sobre AIDS, buscando comparar o
conhecimento apreendido através do método tradicional presencial e do método a
distância. Aplicou-se um pré-teste e pós-teste para avaliar o conhecimento dos
enfermeiros e estes foram divididos em dois grupos. Um grupo recebeu intervenção
através de um curso baseado na web sobre AIDS, outro grupo recebeu uma aula de
3hs presencial sobre o mesmo assunto (KHATONY et al., 2009).
Este estudo concluiu que o método baseado na web é tão eficaz quanto o
método tradicional. Isso sugere que alguns tópicos em educação continuada pode
ser efetivamente ensinado através de cursos baseados na web. O método baseado
na web é flexível, acessível (acesso 24 horas) tão eficaz quanto os modos
tradicionais de ensino, conveniente, individualizado e interativo.
Em Londres, pesquisadores realizaram um estudo controlado randomizado,
para avaliar se estudantes de enfermagem poderiam aprender e reter a teoria e a
prática da lavagem das mãos de forma mais eficaz quando ensinada usando o
método informatizado ou o método convencional. Os resultados desse estudo
demonstram equivalência entre a aplicação do método informatizado e a aplicação
do método tradicional de ensino, evidenciando que o método informatizado é, pelo
menos, tão eficaz quanto o tradicional devido a sua flexibilidade e por ser inovador
(BLOOMFIELD; ROBERTS; WHILEY, 2010).
Acredita-se que EaD baseada na Internet pode colaborar com a educação
permanente, uma vez que, em um país com grandes lacunas educacionais, o
acesso fácil às TICs pode eliminar barreiras geográficas e, gradualmente, promover
educação de qualidade.
66
6. CONCLUSÃO
No presente estudo, foi possível constatar que após a intervenção educativa
houve melhora significativa no desempenho geral dos enfermeiros, e para cada um
dos domínios de conhecimento testados, exceto o domínio “Pós-Operatório Tardio”.
Isto confirma que a participação dos enfermeiros na intervenção educativa online
sobre estomias intestinais de eliminação, teve impacto positivo no conhecimento dos
enfermeiros da Atenção Básica sobre a temática abordada.
O déficit de conhecimento dos enfermeiros sobre os cuidados às pessoas
estomizadas observado antes da intervenção pode estar relacionado a lacunas na
formação do enfermeiro durante a graduação. Deve-se considerar que atrelado a
isto o profissional enfermeiro também não recebeu atualizações sobre a temática
durante a atuação profissional, interferindo diretamente na qualidade da assistência
prestada a esta clientela, que não tem seus direitos assegurados e que se ressente
do esquecimento.
Diante da importância da compreensão do período perioperatório das
estomias, para a assistência à pessoa estomizada no ambiente domiciliar, e do
baixo desempenho dos participantes em um item no teste de conhecimento
relacionado à Assistência de Enfermagem no Período Pós-Operatório Tardio,
acredita-se que o conhecimento acerca deste domínio, tão intrínseco à atuação
preconizada pelo enfermeiro na Atenção Básica ao cuidado das estomias, deva
disponibilizar na unidade um material mais detalhado como leitura obrigatória sobre
o método de irrigação da colostomia definitiva para embasar os conhecimentos
acerca desta assistência.
Os resultados ainda permitem inferir que a EaD pode ser uma estratégia
efetiva para educação permanente de enfermeiros, visto que é uma modalidade de
ensino que estimula a construção do conhecimento, fomenta a autonomia do aluno
na busca e aprofundamento de conteúdo, desenvolve habilidades, melhora a
capacidade de argumentação e o trabalho em conjunto com os outros participantes.
Com isto, a EaD não pretende substituir o ensino tradicional, mas se consolidar
como metodologia complementar no processo de ensino-aprendizagem dos
enfermeiros.
Faz-se necessário um saber especializado, já que a temática Estomaterapia
não é vista suficientemente na graduação, e apresenta lacunas, com déficits de
67
conhecimento na prática. A educação permanente é uma ferramenta importante que
deve ser utilizada na capacitação dos profissionais. A atualização terá reflexos
positivamente não só para a Atenção Básica, mas na qualidade da assistência
prestada à pessoa com estomia.
Foram limitações para a realização deste estudo: o tamanho da amostra, que
impediu a generalização dos resultados; o fato de não saber manusear computador
e Internet por muitos enfermeiros da Atenção Básica, o que impediu a participação
destes na intervenção; a não realização de pré-teste com todos os participantes em
um único dia, em uma única turma, o que pode ter provocado um viés no estudo,
interferindo na real avaliação do conhecimento dos participantes.
68
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78
APÊNDICES
79
APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Prezado (a):
Você está sendo convidado (a) a participar de uma intervenção educativa online sobre
estomas intestinais de eliminação. Inicialmente você responderá a um questionário sobre
suas características sociodemográficas, de formação, experiência profissional, uso do
computador e Internet e outro sobre estomas intestinais de eliminação de forma totalmente
voluntária. Será realizada com você adaptação ao ambiente virtual de aprendizagem (AVA)
do Moodle, por meio de encontro presencial no seu local de trabalho de acordo com a sua
disponibilidade. No final da intervenção, você responderá novamente o questionário sobre
estomas intestinais de eliminação. Antes de concordar em participar da intervenção
educativa online sobre estomas intestinais de eliminação e responder este questionário, é
muito importante que você compreenda as informações e instruções contidas neste
documento. Os pesquisadores responderão todas as suas dúvidas antes que você se
decida a participar. Você tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer
momento, sem nenhuma penalidade e sem perder os benefícios aos quais tenha direito.
O objetivo do estudo é verificar o impacto de intervenção educativa online no conhecimento
de enfermeiros da Atenção Básica sobre estomas intestinais de eliminação.
Procedimentos: sua participação nesta pesquisa consistirá no recebimento de um programa
de educação permanente online sobre estomas intestinais de eliminação e no
preenchimento de um mesmo questionário antes e após o programa de educação
permanente. Tanto o pré-teste (antes do programa de educação permanente online) como o
pós-teste (após o programa de educação permanente online) serão aplicados no seu local
de trabalho e deverão ser devolvidos para o pesquisador, logo após serem respondidos.
Benefícios: esta pesquisa aumentará o seu conhecimento sobre estomas intestinais de
eliminação.
Riscos: a sua participação no programa de educação permanente online sobre estomas
intestinais de eliminação e o preenchimento do questionário poderão lhe causar algum
constrangimento, caso isso ocorra, por favor, informe ao pesquisador e para evitar danos
maiores para você, seus dados não constarão mais da pesquisa.
Sigilo: as informações fornecidas por você terão sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsáveis. Os sujeitos da pesquisa não serão identificados em nenhum
momento, mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma.
Ciente
e
de
acordo
com
o
que
foi
anteriormente
exposto,
eu_______________________________________________________________, estou de
acordo em participar desta pesquisa, assinando este consentimento em duas vias, ficando
com a posse de uma delas.
Local e data: ___________________, __/__/__.
Assinatura: _______________________________________________
N° identidade:_____________________________________________
Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato:
Comitê de Ética em Pesquisa – UFPI – Campus Universitário Ministro Petrônio Portella Bairro Ininga SG10- CEP: 64.049-550 - Teresina - PI tel: (86) 3215 – 5734 e-mail:
[email protected].
80
ANEXOS
81
ANEXO A
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
PARTE I - CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA
1. Sexo:
1. Feminino
2. Masculino
[ ]
2. Idade (anos completos): _____________________________________
3. Qual o seu estado civil?
[ ]
1. Solteiro (a)
2. Casado (a)
3. Separado (a) /desquitado (a) /divorciado (a)
4. Viúvo (a)
PARTE II – FORMAÇÃO
1. Há quanto tempo está formado? (Anos completos): _________________
2. Possui especialização? 1. Sim
2. Não
[ ]
3. Possui mestrado?
1. Sim
2. Não
[ ]
4. Possui doutorado?
1. Sim
2. Não
[
]
PARTE III– USO DO COMPUTADOR
1. Você possui computador? 1. Sim
2. Não
2. Com que frequência você utiliza computador?
[ ]
[ ]
1. Diariamente
2. De 3 a 6 vezes por semana
3. 1 ou 2 vezes por semana
4. Esporadicamente
5. Nunca
3. Onde você utiliza computador com mais frequência?
[ ]
1. Em casa
2. No trabalho
3. Lan house
PARTE IV – USO DA INTERNET
1. Você tem acesso à Internet? 1. Sim 2. Não
[ ]
2. Com que frequência você utiliza a Internet?
[ ]
1. Diariamente
2. De 3 a 6 vezes por semana
82
3. 1 ou 2 vezes por semana
4. Esporadicamente
5. Nunca
3. De onde você tem predominantemente acessado a Internet?
1. Da minha casa
2. Do meu local de trabalho
3. Lan house
[ ]
83
ANEXO B
PARTE V – TESTE DE CONHECIMENTOS SOBRE ESTOMIAS INTESTINAIS DE
ELIMINAÇÃO
Para a realização do Teste de Conhecimento sobre Estomas Intestinais de Eliminação, selecione uma resposta, considerando
as opções:
(1) Verdadeiro
(2) Falso
(3) Não sei
V
CONCEITO
1. Estomias intestinais de eliminação são resultantes de intervenções cirúrgicas que
consistem na exteriorização de um segmento intestinal, através da parede
abdominal, criando uma abertura artificial para a saída do conteúdo fecal e flatos.
2. Colostomia consiste na exteriorização do intestino delgado.
3. Ileostomia consiste na exteriorização do intestino grosso.
INDICAÇÃO
4. O câncer, as doenças inflamatórias do intestino (retocolite ulcerativa e doença de
Crohn), as malformações congênitas (ânus imperfurado) e os traumas abdominais
(ferimento por arma de fogo ou branca e acidente automobilísticos) são as causas
mais frequentes para a confecção de uma estomia intestinal de eliminação.
CLASSIFICAÇÃO
5. As estomias são temporárias quando possibilitam o restabelecimento do trânsito
intestinal normal e definitivas quando não pode ser reconstruído o trânsito para
restabelecer a função esfincteriana anal.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO
6. Na consulta pré-operatória de enfermagem são avaliados o conhecimento do
cliente sobre o seu diagnóstico, a cirurgia que será realizada e suas possíveis
consequências, antecedentes familiares, alérgicos, estado nutricional, hábitos de
eliminação, atividades da vida diária relacionada ao autocuidado (vestuário,
higiene), atividades sociais, de lazer e trabalho, estado emocional, padrão
cultural e educacional.
7. Os clientes e familiares devem ser instruídos sobre qual segmento do intestino
será removido e em qual segmento será confeccionado o estoma.
8. Os clientes e familiares devem ser instruídos sobre o tipo, forma, cor e efluente
do estoma que será confeccionado.
9. Os clientes e familiares devem receber informações quanto ao equipamento
coletor e adjuvantes de proteção e segurança.
10. É importante educar o cliente sobre o potencial impacto do estoma na intimidade
e funcionamento sexual do cliente com o parceiro.
11. A demarcação do local do estoma deve ser realizada exclusivamente no préoperatório.
12. O estoma ideal deve ser posicionado através do músculo reto abdominal.
13. A demarcação do local do estoma diminui a incidência de complicações e
assegura o autocuidado.
14. A demarcação do estoma pode ser realizada pelo cirurgião que fará o
procedimento, pelo enfermeiro estomaterapeuta ou enfermeiro capacitado.
15. A demarcação do local do estoma não deve ser feita próxima a depressões,
pregas cutâneas, proeminências ósseas, entre outros acidentes anatômicos, o que
pode permitir o vazamento do conteúdo drenado na pele periestomal
F
NS
84
16. Após a demarcação do local do estoma devem ser realizados, se possível, testes
de sensibilidade e adaptação ao equipamento coletor.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO
17. O equipamento coletor deve ser colocado imediatamente após a confecção do
estoma para prevenir complicações da pele periestomal decorrente do vazamento
de efluentes.
18. O equipamento adequado no pós-operatório imediato é aquele que possui bolsa
coletora transparente e que permite a visualização e avaliação do estoma,
efluente e possíveis complicações.
19. Nos primeiros dias após a cirurgia o estoma pode ficar edemaciado
20. A cor do estoma deve ser vermelha e ao toque o estoma deve ser frio.
21. A forma do estoma pode ser redonda ou oval.
22. A presença de flatos no interior do equipamento coletor é o primeiro sinal de que
o intestino voltou a funcionar.
23. As primeiras eliminações dos estomas intestinais podem ser verdes, indicando
presença de bile.
24. Na ileostomia em condições normais as fezes são mais líquidas e irritantes para a
pele do que aquelas que saem por uma colostomia.
25. Em situações anormais a quantidade de efluente que sai de uma ileostomia pode
ser superior a 2000 ml em 24h.
26. A pele periestoma deve ser desnudada, pálida e eritematosa.
27. A protrusão de uma colostomia não deve ser inferior a 5 mm.
28. A protrusão de uma ileostomia não deve ser inferior a 20 mm.
29. Sangramento, edema, necrose, descolamento mucocutâneo do estoma são
complicações precoces dos estomas intestinais de eliminação.
30. Durante oito semanas, o diâmetro do estoma deve ser verificado todas as vezes
que se realiza a troca do equipamento.
31. A base adesiva protetora da pele deve ser cortada para se ajustar a base do
estoma.
32. A escolha do equipamento coletor não deve considerar o tipo de estoma,
efluente, tamanho, forma e destreza do cliente.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO MEDIATO
33. Na colostomia descendente e sigmoide as fezes são geralmente sólidas.
34. No pós-operatório mediato, clientes e familiares devem ser preparados para alta
hospitalar com o ensino sobre o estoma, cuidado com a pele periestoma,
equipamento coletor (colocação, troca e esvaziamento), nutrição, vestuário,
imagem corporal, aspectos psicológicos, recreacionais e sexuais.
35. O cliente deve ser contra referenciado para ambulatório ou serviço especializado
de assistência.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO TARDIO
36. Clientes e familiares devem receber informações sobre políticas públicas para a
Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas.
37. O cliente deve ser estimulado a participar em associações de estomizados ou em
grupos de apoio.
38. A irrigação da colostomia definitiva é um método seguro e efetivo para clientes
com estomas no cólon descendente e sigmoide.
39. Retração, estenose, prolapso do estoma e hérnia paraestomal são complicações
tardias dos estomas intestinais de eliminação.
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ANEXO C
APROVAÇÃO DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE
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ANEXO D
APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
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