1 - Dadun

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O PADRE MESTRE
MANOEL CARNEYRO
DA C O M P A N H I A DE
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N O CO LLEG IO DO RIO
DE
J A N E Y R O ,
Em o fegundo Dia das Quarenta Horasj
No Anno de i 6 6 j .
EM E V O R A
Com
liccn^as req uizitas. Na Officina defta Univeriìdadc
Anno de i(5ó8.
UNIVERSID,’- ' T’S MA'.'ARRA
BIBLIOTECA
i i'J. V.Aa IDADES
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DEDICATORIA
AO M U IT O IL L U ST R E
S E N H O R D. P E D R O ,
M A S G A R E N H A S
G O V E R N A D O R DO
RIO DE JANEYRO.
^ rrcíto 3 ¿píe fa s o Servo fo g e tta Á
fe u Stnhor ^ me vhriga offerefer ü*
V . S, 9 primei.ro ir^é^ihv^ que dow
a efiampa como a Senhor mew^ de»
baixo de cujo em j?aro,^ protecfam^ nam a^erÁ
na M ufica do
úefafine Contra
a obra^ fe u oAnthor : tudo me ajfegura o no^
m e de VI S.-^om^^e^y^aj^HthoriZjada,^ode
Servo com que he ojfcrecida. Sejame licito com
tam lim itada offerta, pajfar m ojlra das o briga-f$ens q m d e ^
'K S,
^ u m p to ,
dignamente o colloco. P or fu á m ateria ^ ^
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mi nha
Fmàìà^ ^ M ASCARENHAS
fm té i 'ù h m ^ m m ta m m vnm<it^
M .m ^ m sm e>s Ifv-^K&^e-mtM- 0 .<iM »fm iiÈ
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« ? 4 t » ^ v ^ m ¿ g K ií^ a m i'a e ^ % d h ,
B a b ^ n ^ y {p^ ata.m h l)4 àmanA,pwefenfa deJ^.. S. que toda a patria, fa s propria acjuem a
j^ K ve j £5* aiegre, 0 lem acordada M u jtc a , as
HCfoensdequem o acompanha : afstm ojulgo i
t^doi 0 approvam : a fa m a o publica..
Servo, & CapeDam
de voflà Senlioria "
M MANOEL CARNEYRO.
PA TER.
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M - A G I S ! F .f e R - 7
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F R A N C ISC.US'-A^R'AMH A
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& E li^ o ira fe F ^ x & E b a s :
R e v e r e n d o P . jV la g iíf a ro
E M M A N U E L !
C A R N E Y R O
I n S o lc in n ita te C im d rs g in ta
HocanrUiiaai uoigjm uiQ sèj, a c fuiBxaEnEeir o e tn t-
as£»iatà ad ¿ioidi
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C ^ ta U m m ihi eran t jm p^eatkn es
Commendatitium offertEpigramm^!^
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Odiaci eft; Aries, ilgnum. caelefte^ r figuráift) -V
Talem qculis, vifuj froncéque» &^^re referti
Alter adeft Aries caTamo pregnante ; figure
Cujus ad eloquium Concio, mille crafait, .
Foeta novis cúm vetha Sonat conceptibus : & cùm
Expoílrum laudat mufica in arte Deum.'V
Dum perfefta canic,, dúmque im perfeta r^v^vit,
Dum media exponic tempora: corda movec.
.- *
Voce quaterdenis cantabilexarraen in horis
vvr
Dat placida, felix carminis hora fuit.
Hora dutìin monuit fupcris perfolvere grates:
E t populum in grates ire, redire pias.
Ferge ergo ò Aries, votis aíTueíce vocarij
Scribe libens: flores, lilia, fparge rofas.
U ltra Zodiacum confcendere pronnus aude,
Signa dabunt facilem nam duodena viam.
E t fi te Corui feriat penna invida : Cygni
Penna tua, ó Aries te fuper aftra feret.
V
A
Z / f
<td k J ^ ^ v e d a d j Ingenio 9 y A rte con que el
o A V r O R del S E R M O N , hÀ
¡anfado contrapun&o D iv in o ,
a los tiempos da la fo lfa
hümana.
S O N E T O.
? A eflf ú d é C íif iUa a lw m a k dadot
' S erena d é la m a r q u e a l orbe encanta^
tjHufico'*Divtno^ e l qu e afy canta y
,
'' C ontri^unÜ »M u rioro\^ l¿evantad$.
La M ufica de ^ l o s , a v eü cantado
E n ei4remp0 p£ifeBüi ívn h s Tanta ’
i* h jo ifa d el mtmdo bien M ßanta
El'gfem^if-.hñpie^ú^^-mápLgufijtdé
E l df^^.m edsff í i í w p i í y fim su i a^ it - i ■
'
kAI mvnd^í>pmtúfie£‘y tm ip a u n te;
a '
Solo de
tm flra mengúa
Cantefff:^mtflr¡Lj¿ífa.m-.ta4a aparté
Venere etwrhi^6¿U>.iiy
■* »
L a n cb le p lm n ^ m v ß ra i j vU iflr4 'img9al
^
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Ex
Ex Pfalmo i i 8.
(antahiles mìhì erant jujiìficaHones tm .
M h u m tn u n d o tam
confiDrnKcm appete c e ro tr à fu o r io ,6 c
cam defcom paflado
em p rocurano eter­
n o r em h u m m u n ­
d o tam confoante n o d izer pera a
m c n tira j & tam defentoado n o
fallar pera a v e rd a d c : em h u m
m o n d o tam erradam ente iàbio
pera o m a l, & tam perdidam ente
nefcio pera o b e ra ., 0U50 hoje ao
D iv in o , & percelx) a o h u m a n o
h u m a letra cantada p o td u a sv o z e s
e n to a n d o akernadam ente a m efm aletra. E te rn o S cO m n ip o ten te
D é o s fac ra m en tad o jc u ja g ran d e
m ifericordia^ nam fo peÌlaTuavi^d a d e co m que nos aíen ta, fenam
pella dogura co m q ue n o s recrea,
fo i fcm p re pera a terra a m elhor
folfa, fo i fem p re pera os hom em s
a m elhor m ufica. MiferieordiasDo-58.
in tíertmm ca»t»b«. C u ja pie*
d ade infinita, n a m íb pella pacien­
cia c o m qu e nos efp e ra , fenam '
pella gra^a co m que nos fan¿tlfica>,
fo i fcm pre pera 05 Anjos a m ayor
f e íla , foi íem pre p e r a o C e o o
iMCt Qiayor gozo. Cauámm erit in C4I0
m ifericordia ! L ouvad a lé jaD e o s
m eu tafS inñ/)ita piedadc f O u g o
h o je , digo ao D iv in o , & p erceb e
ao h u m a n o h um a Ierra cantada
por du aí v ó ze s, jwrí^ue o u ^o hoj«
a h u m h o m e m n)uzico> & a iium
D eosfolfifta; a h u m D e o s ío lfiíla ,
po rque v in d o D éos d ’aquclla H o ília;icíhonaem acrependid© ueftes
tl’ds'diásjCetóbra néñ es'tres díasa
jaftifica^am do h o m em d'aquelLi
H o ília. C a n u t e s tnihi erant jujttficutioms ttu , A hum h o m em m u z i c o , porque confiderando ho/e o
h om em as m ifericordias d e Déos
fecram en tad o , gratifica tam b em
hoje a D eosfacram entado fuas m ífericordias : Cfmtaóiles tnihi erantjftfiijk u tim ti ttu .
A v o z co m q u e
D éos celebra a juñificagam d o ho­
m e m ,h e v oz em fo rm a , porque
h e v o z form ada : a v o z co m q u e
o h om em gratificaa D éos fuasm ifericordiasj h e v o zim p ro p ria,p o r^ e h e echo repetido A v o z q u e
D éos form a h e v oz form ada ao
hum ano;a v o z c o m q u e o hom em
correfponde, he echo rep etid o ao
D ivino. A vo z deD eos h e voz for­
m ada ao hum ano, porque tem p o r
CAp,
pMitentiam »gente,
folfa ajuílifica^am do hom em : a
Í J i B ^ d i í t a feja S enhor tam grande v o z d o h om em h e echo repetido
ao
3iym.
«Hi'íi ji»i¿wcQí!tá>0í ER''?-i»ai. fiísi-'at
3ftawíferíiik;<5i^ W d fi? lí^
•.
• loz-cte- 0 jcog,»o2tfeiísr^4^ ^ w 5j<4fi; ÎÎiite>i®ÏÆfi.^,iλftft(ÎÎIQ) <Iq, hftíBfilffíi,
efiíaí It ürai c;an toU' D éos auriga jjjieo*
t r e ^ r D a,viá,, & ¿o, cesn^o, pnei* 3iip liiç fir a i0 ^
ipftís
•*
i "fimtQ 3i com a a cánrar iwi |e n o S a-'- día.;- ftn d o ' ag tnifèfj;côrdii^5i
^
’cranwínco :, h e 4 voz ;<io’‘4io m i ^ . . Deoí, nos'fós a o iü zie a perjii^ho«
¿cpécí<£at*- í^P«yíic‘; c ^ t a íTclp.;- n i^ ta
harnjqr^gz;!^^.
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D é o sn o s íeculos paflados cíla te­ vos S en h o r cftais h o je’ahi nenaT
tra, a o u v im o sh o je ^ o r D avid, cu C apella comí>J4 eftre»eDfinainost
p o r qualquer outrp. hofc^m ntj»í-' CÓtrto M ^ r e da C apella a co m lida : Cuntetbiles mihi eraat jufttfica^ por os deéck o s dcfte ech o com os
tion^stH«,.
a h i'a y o z fo rm a d a, prjroores deUa v o z í E -peraque
co m qué D éos celebra a.juíHfi^a- vejartios n o difcu rço d i P re¿agam do hom em . O quara doce- ç a m , as coodiçoens da noffa m u p ^ ^ e q tt& c a B ta e lla 'O fi.ì C à n t^ 2iica, & ís proprüeóídes da nofíá
^iUsfnihi traiti iufttßfiuioi)!fs tM4 . .Ve^ íolfa, faaei. n©s en tre ranto p o r indes ahi ojechprepecido>com <jpQ térceflám dft Senhora o com p aíl«
€vhornem. grap £ ca ’a P e o s fuas n) ir co m v o i^ P i t i l l a graça
fericordias.. O quam juílaipciite
q u e cprrefponde cfte echo ! cele-A V E M A R ÍA .
brar a juftiñca^am do h om em Uc
Cantahíles m ihi erant ju ßificationes tm .
A
T re s tem pos coftum am r«d u zir os M uZicos to d a^ co n Conaiicia)
harmQnia da folia;
s o prim eiro charnam ccmpq per*r
feiio ,^ o feg u n d o te m p o im perfeit o , & a o tercclro tem po d e perjn e y o Eftes fam todos os tem pos
d e que fe com poem 9 folf^,human a ; pp rem na folfa, D iyina tam r
bem fe acham eiles.i§rappsi p o rt
qu2 com o D eoscm tpdo o tQippo
d ezejacan tar a juftifica^am doii^dsv'rcatur^si nam q uisque
iolfafaljaflem tam,t?cm eft^s te m ­
pos« O ra varaqs difcorrendo 1> ev cm en te pcllos tem pos defta Di-*
v in aib lfa. Canra,Deos prim eiran:ienre no tem po perfeico,ajufti¿ca^am d c fuas creatufas, pprquQ
p eraD eos can taraju ili/icag am d e
ill as crcaturaS} nam ha tem po mois
h a b ilq u e o tem po pcrfeiio. C rio u
D eos os ie tced iascaro m an a,& d iz
o fegrado T euco,q u e fó a o /e p tim o
fen¿i:<fica- Bmtàixtx áiñfoifúmo , ^ G e i i i
/daíitficavit ilium. E porque m a i» « ^
ao leprim o que ao p rim eiro ? Por- i .
que mais ao feptim o que a quaU
í^uer o u tro dvt da fom aña, ca n ro it
D cos'eñag lo ria) B entdixit,òi,còvi-t
íc d c u ic S a g ra ^ a y /íra íi/ío ^ s Por-«
qutíicr d t a i e p i m a f cHz th e o d o .^
te íQ ^ f b i h>um dia em q u c D c o a
achou toda pctfci^am
Bmediiát t%eJC
cUei fipíitTio, .Áacem io.eo omma
odóri
Ifto d iz cite Düucor , m as í»
ainda q elle o nam diíTera, o m efs Gca^
m o T ex to o d eclara» /¿íV » r ^erftSi
pfrftcìA.
fu n t e*li ^ Urrit j O ’ otnnif^ ornatiti w ntm, cmple^/tttjue D tus diiftftim p epoA
fiiu m q u e d fu tra t. 0 dia ¿"«^timor»:
en tre todos os d ’aq udla prim eira.
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íbmana . t
íom ana d o m u n d o j fo i o d ia r ía is pera ascrvas ^vio ñas crv.aj)xum i
p erfetto pera D éo s : & c o m o D éo s prim avera de flores, v io nnsarvod e íco b rio naqu'^lle fita ranea pcr- riJshúO uropodcfru/ftos. Pois,dÍ3^
f c ig a m , poriiFo e m n en h um ou-- q tendo ñas Aores tardes deAbrH>^
rro liia da fom ana cantou á f a n íii- tOTí nps f u¿to^, mánlvÁns, 4c S e-;
tem bxbj d ia enj q íépr^v?rtem o«^
fica^am d e Iba? criaruras» fen am
n o dia fepcim o. Benedixh dtei Hepti--- m cM s., 6c cq ^ ify íid em o ífe in i^ ^ y
tno . Ò* fancJificAvii ilium. Doceni i» to
cmwaejje prrficia.
O ra vede com o fó o d ia feptím o foi pera D éos dia perfcico. N o
prim eiro día criou D cos o C e o ,
T e r r a , & L u z , & o lh a n d o D c o s
pera a L u z , divifou n e lk muitas
C tn . trevas, D iv ifitLufem àitneòris. P o n r
c»p. do os olhos na T e r r a , conheceo
I.
nella m uiia vaidade : Jerr^n u ttm
eratmnanH,(^vacuM. C ontpm píand o o C e o ,n a m a c h o u ne^lefequer
hu m aE ftrella: p o is d ia q u e tendo
E rtrella pera v e ro C c o , nam tcvc
C e o em que fe viífe hum a Eftrella:
d ia q u e re n h o r^ írtd o tjn u T erra*
jiam fo ubcdefterrar capia vajdad et
<iiaqgo7,$ndotantaslu2£f,fe ñora«
l a » neil$^iìt45£rpyàs,nam h?;di^
pCffeico pcir^fDqo?,. N pfegiH ^ 9
d ía cr« m Dcq? q Firm am eiiro n o
Gttt, m cy o tks Agoas : FUt Virmanxniitm
n ^ . ia v.edie aquArur». H o lh au d o D e o s
pera asA goas, 6c pera o F irm a^ , m e jn fq fv io q o V ífffism en'o d iv ijdiaas-Agpiíf
q.9<a§ Agc^.dÍMÍr
{^id^s afídivar^ á rpda.4 y:l.«’íiiar
ííqi#([íia em q u e 9.FifjnaJíjenr© af/eijd o p p n cf^ r^q ,i^ ^ ^^ j
d e un ir^ ^ góíw sw ijj^ vjd iij
dáa e m 4 * dcf<í»i;UTí ñ a s c ria tu ra s
c f tá f ir ip c a ^ iftilw íirm e ¿ \n a .d c íu -
4iiam < hi criaturas,, njioiae di.i pcrj,• ^ f c jf q .p o r ^ p ^ 's .
w r c c i r o d ia
nam h e d f í p cr/eiioperá D ip s N ó '
quarto d ia c riq u D eo so Sòl, L ú a,
é c Eftrellas ; as E íircllas, & L ú a ,
pera alum iarem a noice, 6c o Sol
pera illuftrar, 6c aííérm ofear o dia*
Fecit Deus dnt Ltéminari» ^ g n a , L u -G m .
minarcmÁttts u tpr*t][etdiit» LwniitJir,^
m intu ut pr*tffet
*•
cibando D éos per4 o día co i^ ' 9
^
S o l, 6c pera n o ite c o m a L ú a ^ S c
£A re|las, vio a noife>com m a ii
P lanetas, 6cm enoshix que o d ia ;
vio o d ia co m m^is lu z , ¿cómenos
Planetas q u e a noite. Pois dia, que
fendotainiibjeral com án p íten o i^
u i^ o s, fci tam e|cdi^<;om a ^ i t e .
^?íís¿,i;li?b q iK /B q ^ ia m p r o - ,
¿igp ccun o )d j^ .n ^ ^ íi^ j£ o i^ ta rn
^var^aoiD p d ía
: idja d e
tantas defigualdade&^^ji^iJe
tap to a q u e iítfn e rc íje .^ jn 'p u n c o ,
com o hum a noi tej6c
que íé d i
tara pouco aquem m erece tan to
com o hum; d,ia, ,nam he ^íia pér-í
fejtp
No
¿I»
jcnpu
A g o ^ _ ,p f^ ix e s j
& no
Proiiucaiit
Gen,^
cap.^
terram.
E olhando D cos pei;a^s r.
*■.4^í^i?
>;yí?. OS
JP.et'xes cortan^ú as ¿gp^s* ;Vio as
.A ves fc rin d o os A re s, v io os P o i­
s e s a as A^5p.<> co m cfcaraas, v io as
A.ves pàlos-A ii^ em ^ i^ n dos. í^o«
'Cím. q ü¿,,(» ,P^2jes_^^
m Bíc
-----------
\q
v em crîatuMS tam efcamadaS; dia
c u e nos A res fendo tam ferenos
rey n am criaturas tam bandolcyrà s,n io h e día perfcito pera Déos.
N o fexto dia criou D éos em priiñ é iro lugar todas as efpecies dos
A nim ais ^ ^ fecit T ien i iefiio i terre,.
E no feg u n d o ,fah ru a lu z c o rn o
H o m e m ^ creavit Deus Hominem. E
cib an d o Deos pera o H o m em >&
pera OS A nim ais, vio que todos os
A nim ais olhavam pera a T e rra , &
q u e fó o H o m em |)u n h a os olhos
n o C e o ; vio nos A nim ais o fe rd e
b r u to , éc v io n o H o m e m a*luz da
rezam . P ois dia em que a rezam
▼indo ao m u n d o pera fer S enhor a ,fe g u e a brutaliúaSe com o Ser­
va ; d ía em que a brutalidade nafce n d o n o m u n d o pera Serva, pre­
c e d e no lugar á rezam com o Selihora ; dia finalm ente em q ue tan­
tas criaturas ñ z e m cafo d a T e rra ,
fèzend.0 h ûa fó d o C e o cafo, nam
h e d ia p eífe ító pera D eos. S ó o
d ú feptirtto-foi pera a foIFa D ivina
lfcm{)o p erfeito , p o rque fó nelle
ac h o a D eò sa perfeiçam toda ju n ­
ta ; doeem in e o m n ia ejfe perfecfa, £
av e n d o tanta perfeiçam no dia
fe p tim o , poriflb n o fep tim o d ia,
¿o rn o n o tem po p e rfe ito , cantou
D e o s a fanitificaçam d e fuas cria­
turas. Be»edixttdieifeftim o,(^fan¿}ifie a v it iihtm. Deems in to orrmia ejfe fer~
ftS iñ .
S uppofto pois q u e o tem po per­
fcito h e o tem po mais hábil pera
D e o s cantarnoiïa juftificaçam ,definam os a perfeiçam d elle tem p o ,
6c logo cahirem os na re z a m , p o r­
g u e h e mais hábil o te m p o perf rito . O te m p o perfeito em fenlid o p o litico , h e o tem po das p ro ­
speridades; o te m p o ¡ ^ rfe íto e m
juie^ría e^iritual^neotempodas
tribula^oen». D efta forte co ílu m am definir o tem p o perfeito os
efpirituaes,& politicos; m a so c e rto h e , que nem as tribuia^oens,
n em as profperidadcs fazcm fer
o tem po perfeito : C om egem os
pello tem p o das profperidades.
Q u e profperidades nam gozou S alamam nos anuos d e íua M o n ar­
chia ? Omnia qud defideravcrunt eculi ^cel,
m ei, m n negavi eií. E co m cu d o pe- « f .
za n d o o labio R e y em fiel balan- a.
9a fuas p rofperidades, achou ael­
las m uito e n g a n o , & afflicgam.
Vidi in orrmibm vanttm em , ^ (tfìt8 io^
nem. Q u e profperidades nam tev^e
B althazar n o tem p o de feu Im p e ­
rio ? Balthazar Rex fecit grande con^ D a til
•vivium. E com tu d o , n o m efm o cap,
tem po que erte P rin cip e celebra- y.
va fuas d ittas, nam faltaram tres
dedos q u e Ihe fulm inaflém fente n ^ a d e fuadelgraga: M ané Techel
fh a réx,, ^ eademmSieinterftSittt est
Salthafar. Q u e profperidades le*
nam prom ettia aquelle R ic o d o E Vangelho ? Anim a habes multa bcnx
pofita in armos plurimot. E COm tudo
em hum a n o ite fe m alograram fuas
efperan^as. Stulte hác noUe anim im zu e l
tnam repitentk te. P ois fe as rique- capi
zas d o A v aren to acabaram tam ij,,
m a l, fe as delicias d e Balthazar ti**
veram tal fim ; fe as profperidades
d e Salamam foi tudoafflicgam , &
e n g an o , nam h e logo tem p o peiv
fcìto o tem p o d e profperidades.
PalTèmos ao te m p o das trib u lagoens. Q u e tribula^oens nam
p a d tg e o P h a ra ó co m feosvalTalos
em tem po d e M o y zes? digam no
as repetidas prágas do Egipto. í t r - I x »
eu ffit D om inw omnt Frimegemtum m ffd.
terra Egipti, à irimogtmto thttraen ii, étp j
qm m fcíit^ttíftdeB attU fqM M dírim d^
p m fm
f * * trm in ca ren e,
E
1« -
E avcndo aquelles cañigos d e ab ran d aro co ra^am d e Pharaó pera
co m D co s,en tam fe ouve Pharaó
p era co m D eos com mais duro cora^am : In d u r a tu m e íico r fh ñ n m U ,
Q jje tribuh9oens nam fentio H e •rodcs com to d a a fuá C o rte no
nafcim ento de C h rifto ? Audiens
m p.
H m d ei K tx turbñtus eíi,
cm*
v ú HyerofóUm» cum illa . E avendo
aquelles fobrefaltos d e m o v e r a
H cro d es a toda piedade, o provocaram ato d aty ran ia. Etmittfnsoc»
tidit m n es ptteroh qui trnot in BethUm.
Q u e trib u h ^ o en s nam experim cn to u o m ao L a d ra m , p o ílo in­
f a m e , ¿cviotenram eote n o rigufo fo to rm e n to d e h u m a C ru z ? 5a/v u m fa c te m e tip fu m .é* » » . E a v e n d o a violencia d^aquelles to rm en ­
to s d e Ihe enternecer a alma pera
reco n h e^er naquella ultim a hora
• ChriHiO) o acabou d ep re v erter
pera fe por a bU fphem ar d c C h riXwr Ho n a aquella hora. Unus autem <U
j j,
^ui fen diiant U tron i^ s, ílafphe^
tm but eum. Pois fe as penalidades
P araízo : Redit tnitum e m tn Tmtjü
di/o. A S a m jo a m , & a S am -T ia-
g o , p rom etteo o m cfm o S en h o r a a j ,
participaçam d e feu C alix : Caü^
ctm (jmtem mtttm bibttU. Ë q u e reZam ceria C h riílo pera d ar ao b om
L adram tam real í ^ u f o , & fazer
aos dous A poftolos tam m agnifica
prom eílá ? P or v entura feria p o f
v e r ao bom L adram atribulado^
¿cferem os dous Irm áos dos m aif
fam iliares, nada m e n o s, porque
le eftes dous A poftolos m ereceí^
fem o C alix po r familiares» tam*
b em a P e d ro po r fam iliar fe daría
o C alix ÿ fe D im as ou veHe d e e n ­
trar n o Paraizio p o r atrib u lad o ,
tam b em Geeras por atribulado en­
trarla n o ParaiZA>:Qual leria logo
a rezam ? A rezara f o i , p orque
D im as naquella occaziam foubo
p e d irá C h rifto m ifericordia : D o­
mine memtmo mñ. K OS dous ApO>
ftolos en ten d e n d o q u e C h rifto
e ra R e y , íbuberam foUicitar fuá
graç.i. Die Ht ftíiiA nt hi àuo filii m ti,
M fuaaddextram tm m , (¡¡/^finttsadjini-
do m ao L a d ra m , afli o reduztram ftra m in Rrgno tuo. E v e n d O C h rifto
da com panhia de C íiriñ o is tem e­ aos dous A poftolos, & a D im as
ridades d e bíafphem o; fe as per- folliciros de fua g ra ç a , & m iferitufba^oens d e H erodes, aílí o tro- c o rd ia , por iflò fegurou a D im as
caram d e R e y em cynino; fe as o Paraizo : Hodie mccwn tris tn P;*tribulaqoens de Pharaó,aíTio ftze- roÀifo. P o r ifto aos dous Irm áos
ram d e g ran d e M o n arch a g rande p rom etteo a partîclprçim d e feu
reb e ld e: n a tn h e lo ^ o te m p o p cr- C alix ; Calicem quidem meum biiittU.
feico o rt*mpo de tribulacoens.
vSe querem os o u vircam ar a C h ri­
E m c o n d u z a m , S e n h o re s ,^ - fto facram entado o ronilho de
beisqual h e o te m p o p c rfc ito p e ra n o ftì juftificaçam , faibamos com
D eo sc an taraju ftih c ag a m d e fuas OS dc/us ApolloJo5 foilicitar fua
cnaturas? h e aquelle em que fuiB g raç a, & pedir cora D im as fua
criaturas fabem iblllcirar fuagra^a, m ife ric o rd ia, porque fó e ñ e h e
& pedir fuá m iíericordia. P era a* o tem po perfeiro pera C h rifto
b o n o d o p enfam erto doús' Apo« pofto na C r u z , & no Sacram ento
fíelo s, & h um L a d ra m , nos harñ- cantar noflà juftificaçam . A dm îd e dar a prova. A D im as aíTegu- ravelm ente o diiìe h u m M o d e r­
f o u C h rifto eftando n a Cruz, o n o da<3eiaphica R eligiam de Sam
B 1
F rao-
^/r*
F T&pcifcOySriiafiiimctrìfjtìì-fìfm p d -
# fr; •
fttif ChVi^^m DtToinni i/» Cruce^ ^
-‘^A C h riilo
in
fta
Str- "(S lft^^tH ilbtíiraaf/ifíjfjíníG rdia;
fen í?rtfót)áUj| do-Sàcramefirti M c i i a C iir o ^ t’/ k d i Obus A ^ ú ñ tíó s^ 'í grága de
f « ( ^ |50rifíb'Cfe?ifto da
£ « . C f u x , & S o O íiix d o S a c íS m e n 6¿«r. t o j ta n fo u 'a joftificajam d e D íf n a s , & d o í dousApOftóIos S á ^ tia r n eJmfan4ie«nipofmeehriJ}tt$ DoÍfni/íit^íh C r u t i f ^ í»;-Alt»w«W »#i.'Tí<í"^it iñeéMÍh’« eif'ik ‘P/ÍMtíÍ’f o\' ^-daHcii^
'p á 'é ^ c 'qiiaft'dòlic^é'Vcjb t h ^ 5r
ta n to s équéüa WS&i tla'{jnii^a'Í'5t
« queK etrónd'de mifericòi^dia,tj<jè
'áq u 'd le D éos foififtaveníie á’perJ'fei^am com quo chegám os, e ftí
'Ca'ntarido d*aquclle tron® , com o
'em te m p o 5>erfeifo,afoberana h de'»>oflíi-}úftiiícá5am/'<j«j»Aíf
'éilfltniifi'éParitjMjiijie»tionenit4 ^ ■■
- A ‘í% u n d a propriedade da ToJfìi
po Im p erreifo , Te po n h a C h riíío
a cantar notiá juílifica^am ucflé
tem po ! E llrcm ad i m ifericordiai
Q ue C h riíto cante nofla jufíificano re m p o p c rfe ito ,a m e fm a
•pcrfetcam d o tem po parece que
« p ed e : m as que n o te m p o imp>crf c iío , quando cudó íam oftén^as
■¿c Déos, fe ponha C h rifto a cantar
n o iìi juílifica^am ; ifto h e o que
.mais m e ad m ira ! L a fe efcutavara
•de canctr'óíi Ifraelira3‘com ;os in^
^ m m o d o s ciocernpdde fcu'cati»•veym-: J^wtncdo ctmtabimui tunt 'tr
fw n Dorr.miúa ttvra alièna } P a r e r i
•Chrifto- das p fopMas im pcrfiìi^oi
•ens do tem p o tom a m otivos peA
nos cantar m ifericordioíb, porqu«
com o'cm -todo tem p o dezeíaeftc
•Senhor nofíks m clhóras, por iftl»
ie poem a cantar nofíás m elhorai
ath e n o tem po iippcrfcito: P era
in u z ic o d e iR e y S a u i buícar<im*08
cortezÁos a D avid paftoi:: & c n j
tem p o rmagiriais que cantava
D av id p iilo r a d R e y S a u I p p u v i
a KfCfiptur^. ^uandoeunque fpiritHi
i%6.
‘D iv iriti^h e cín tarC h riflíín ü tem ^
■no ím perfciro nolTa juftificagam.
N o fla juftifica^am n o tem po im*
perfeÍEo ? notüvel propriedade { E Itom ini m alui arripie¿>atSaNl, Da%id gum
qual feecfte tem po im perfcitoem toUebat cythurMh: Q u an d o O D e­ cap,
q u e C h rifto facram enrado fe po­ m onio m elanconizava a S au l, ou iS.
e m a ta m a r noíla j uíli fica^am ? O quando Saul obrava co m o h um
te m p o im perfcito he aquelle cm D e m o n io , entam Jhe la n g ia, >&
<)ue os hom cns efqoecidos de cantava D avid. E porque rezarn
3> eo s, vivem fegundo os abuzoe n am cantava D avid a Saul tam d o m u ndo : & na verdadc que fe bem noucro tem p o ? P o rq u e a
cm alg u n v tem po viviam os ho- felfa d e D avid tinha fido bufcada
niens fegundo o sab u zo sd o m u n - p e ra m e lh o ra ra S a u l; T t t v i i t t e f do>efquccidO sde D co s> erap ar- g9m ihi ali^uetnbtne pfultntem. E p e ^
ticuiarm ente ncftes tres dws ; p o r­ ra que Saul ficaflè perfeitam ente
q u e nelles andava no m u n d o a in - m e m o rad o , eran ece flario q u e etem perangatam lib eitad a,ram li­ ftiveíTe p rim eiro imperfeitamen^.
c e n c ió la a to rp e z a , rsm dcfafo- te convalefcido.
^ an docu n qut
ra d o o h o m ic id io , & tam « r e ­ fpiriíttt D em ini m alw arrip'ubdt Saúl»
v id a a b k fp h em ia, com o fe n o D a v id ttlùbatcytbarem. N o strafto s
m u n d o Ham ouvefie D éos pera os d ’aquella c y tíu ra fe m oderavam
áo m en s. £ que fendo eíle o tem - os C r ^ s ^u e o D e m o n io dava a
aqucHc
aquelle cora^am ; n a s c o r d a s ,&
e f p e lh o d ’a q u e lle in f tr u m c n r o
fe d e fa c a v a m o s l a ^ o s , & d e fa p a r e c ia m as a n c i i s q u e p a d e c ía a q u e l l a a l m a ; f in a l m e n t e , ñ a s p c r f e ig o e n s d x fo lfa d e D i v i d , í c m e IhorávatT j as ím p e ff c ig o .'n s d a v i ­
d a d e S a ú l. D x v id tolkbítí cytharam,
^ refocdaóatur S áhI, ó» Uvi'us hnbe~
knt.
S e ao pre7.ente nos achim os no
da c u l p a , oujarn o s as vozes d’aquella D ivina
C y th a ra , que C ythara cham ou
„ C lem ente Á icxandrino ao Divi+
CUmX^o Sacramento» C ú r ^ Chrifti C y i
«'?• E íc as vozes da cyrhara
Stro- d e D avid aíTi m elhoravam as im tattf. p srfc ig o sn sd e S a u ijtam b e m n o flas im perfaigoensterám m clhoría
co m as coníonancias d o F ilh o de
O av id fendo C yrhara
Corptu
Chrifti Cythitra eíi. N a m nos aco»*
b ard em noflosdeiftitospera dcixarm os d e entrar naquelia O ip ella : n am n o sd eten h am noíiíáscul>pas pera nam ouvirm os aquelle
¿ e n h o r , porque fe o tem po d e
culpados he pera nos tem po im perfeito, tam bem C h rillo n o te n v
po im p e rfc ito , labe cantar a culpadoi. ^ u ontítm l>ominus ^ B S U S
e f t a d o im p e rf o iro
inquam Betrgdebiftur, acceprt parum.
O S enhor J E S U , d iz Sara Paulo,
n o tem po que o sh o m e n s c e n tre gavam n a sm ío sd a m o rre , cantou
n o S acram ento entregandolhes
co m fuas m ao so pam da vida, jíe *
eepit
d ixit accipite,
gratina »gens fregit
manducate. O te m p o
c m q Judas v e n d e o a C h rifto ,p o r
nella com ettcr o m ayor racrilegio,
i o i te m p o im p e rfe ito , ilio quer
■dizír em boa gram m atica, o/r<*d é» tn r. Mas cftando Judas culpa­
d o n o te m p o im p e rfe ito , jjelfc
m efm n cantou C h rífto n o Sacra­
m ento a ludas culpado, in qua i . a i
noéie trade¿>atur,a£cepit p a n e m ^ gra- C or.
lia i agent. S c adiam o s cm noíTas cap.
c o n lcien cias, q ue remos grave- i i .
m en te oíFcndido a D eos, p rocure­
m os o p erd im d e D eos em quan­
to h e te m p o ; nam nos defaninve
fer o te m p o im perfeito, porque o
(i ia das m ayores offi'oças, h e pera
C h riñ o a occa24am d^s mayores
m ifcriccrdias. M u ito g ran d e foi
a oíFvinca que lá fez a C h rifto aquéllc b ü ld jd o , quan d o Ihc ab rió
o lá d o c o m h u m a lança: ta n ceà la - ìoan
ttu ejus apem t. P o re m ad virti, que (ap»
quando por aqliclla la n ç a , avia d e iÿ>
correr lium rayo d e fo g o , que o
abrazafle, íabem os q u e dc/ceo
h u m .ia y o d e lu z que ihe deu v i­
lla ; n o rem po que o SoldadoicoíDCtteo a offença co n tra C h rifto ,
m oftrou C lirifto fuá piedade ao
Soldado ÿ quando aquella lança
p o r d esh u m an a, avia d e abrir a
porta aos caftigos, ec ta m fe z cam in h o a C h rifto pera as m ifericordias. I ^ la t e r e C h r ifti e x ie ru n t S a ­
cra m en ta .
P rocedam o s, pois n o
te m p o im perfeito pera c o m D e o í
ficran > cn tad o , d o m o d o q u e
D eos facram entado fe ha pera
có m nofco n o te m p o imperfcitci,
o q u a l v en d o ñeñes tres dias a devaflidám de noiTaslblcurasfemecteo por nolïo am or ñas p rizo em
d ’aquelh cuflodia, na efphera d'a<*
quelle chrH lal, & n o c ira ito d ’a­
quclla H o ftia , peraque fazendo
nos pauza em noflás im perfeiçoens, oouviffem os cantar d ’aquella
H o ftia a boa fortuna d e n o lk ju iliticaçara. C tm ta hiies t r t ih it r a m ju *
ftific a tio n ts tUA.
A terceira propriedade da folfa
Divina^ v em a& r caom r C h rilio
B3
*
noflà juftificaçam n o te m p o d e
prem cyo. E quai vos pareçe q ue
f e r i o tem po de prem cyo naiolfa
D iv in a ? £ x piiqucm olopcra m cIhor iiitelligencia pello tem po de
prem e y o d a folfa hum ana. O
te m p o d e preraeyo na folfa h u m a­
n a , h e aquelle que contem em ii
o te m p o p e rfe ito , & im p e rfe ito :
d c m a n e ira , qu e do tem po per­
feito, & im p e rfe ito , fe com poem
n a folfa h u m a n j o tem po d e prem ey o j pois eiîè m efm o vem aiêr
o te m p o d c prem eyo na folfa D i­
v in a . O tem po em q ue nos ho»
m ens ie acha a p erfeiç am , & im perfeiçam ju m a s, quero d i z e r ,o
te m p o em que andam os d e meyas
c o m D eo s, & c o m o m u n d o ; cm
quefervim osas vaidadesdo m un­
d o , & a graça d e D eo s; em que
am am os a v irtu d e nam fogindo
dos v ic ie s, eflc h e na íbifa D ivina
o tem po d e prem eyo. E a ifto he
q u e ¿ham am tem po? cham araIhe eu tem p o ral, o u tem peftade.
T e m p o ra l,o u tem peñade? S i;&
ta m c ru e l, q ue n o C e o , & na
T e r r a , te m feito naufragar as mais
bellas criaturas. N o C e o criou
D éos em hum inftante os A njos
e m graça, ócolhando L u zb e l pera
a ferm ozura d e fua g ra ç a , no fcg u n d o in fta n te afFcou a ferm oZura d e íua graça co m a vaidade
q u e te v e d efu a fe rm o z u ra : ajunto u fe naquella ccleftial belleza o
p rim e iro , & o f..g u n d o in fta n re ;
o inftance da g raç a, & o inftante
d a vaidade. E o m efm ofoi ajuntarfe em L uzbel a vaidade d c fua
fe rm o z u ra , co m a fe rm o z u ra de
fua graça ,.q u e levantarfe no C eo
hum te m p o ral, em que fe perdeo
aquella v aid ad e, & foi a pique
^quelU -ferm ozura, VemmtamenAÁ
infernum áftrahnU mprcfundum Uei: E / i .
diííi: profeticam ente E zay as, d e f’ c»p.
crey en d o o tem po da perdiçam
dos Anjos V ed e lá fe o te m p o de.
prem eyo he te m p o ral, ou h e tem ­
po?
N i T e rra criou D eos tam bem
a nofìkrt prim eiros Pays co m toda
an a tu ra l, & fobrenatural (gentile­
z a , & fazendoüs Scnhores d o
P araizO jU iesm n ío u fo b p e n a d e
m o rte que nain c o m d ie m d a Ar»
v o re da vida : in quocamque dU to^
tneitrii t x eo morte mjrtérif
N c ñ c gaf,
tem po com eçou a a o p rar o de- x,
m o n io , q u e ñas Divinan letras fe
intitula e'p irito d e lem p eftad esj
Jpirifits proceUitrum E vellcjando S
h u m cortar com a furiozu b riza d a
tentaçam aquelles prim eiros d o u i
buixeís da r>atureza h u m a n a , co»
¡hendo o pom o da arvore, quando
■aviam derecolheras vcilas d e fua
prefum pçào» foráo d ar á coftam íferavelm ente n i A rvore da vida.
£ com q Scylla ou C arybdes en contraram na A rvore d a vida aquelles dous baixcisPcom asexperiencias do b e m , & do mal : sá - Gtai
emti éonum, ^ mulum. E tanto que
nofïbs prim eiros pays tiveram no 3.
■mefmo tem p o do b e m , & do mal
ex perien cias, crcfceo de forte a
te m p efta d e, q u e en tre o b e m , 6c
o m a l, v ierani a naufragar noflbs
:primeiros pays. D ez c^ rad o nau­
fragio! confideray agora, feo tem ­
p o í*m que andam os d e m eas com
í) e o s , & c o m o m u n d o , e m q u e
íirvim os as vaidades do m u n d o ,
& a graça de De<»s; em que dezejam os o b e m , fem fogirm os do
mal, vem a 1er pera tíos tem p o ,o «
■fe vem a fcr tem peftade ? T erriv el
tem p eftad e h e o tem p o d e pren ie y o ! mas q u e m u k o q u e feja
terrivel
cerrivel pera as criaturas, quando
pera o m efm o D eos h e terrivel.
N o tem po de prem eyo eftava aquelle Bifpo de L aodicéa, quando
ex am in an d o lh eC h rifto a v id a ,o
achou en tre o calor da fandtidade,
& a frialdude da cu lp a, tibio no
jlpo~ efpirico: Seio opera tua» ^uianec f n tal. ^idus, »ecctilUu4 es,fed tipidui. E d «
q u e m o d o fc o u v e C h rifto n a q u e l3* te tem po com efte B ifpo? D iz a
Efcrip»ura que naqueile te m p o
C » f- com m egara C h rifto a e n jo a r: /»-
com egou a enjoar naq aellc tem -.
p o , còrno fc f<^e te m ^ fta d e . Sed
■quia teptdut es,nee frigidui, neccalidM,
fneipiam te evomere ex or» meo. ììaufeA
compelknte. N o ta i bem fe h e pera
D eos terrivel tem peftade, o tem ­
p o de p rem ey o ? N o m eyo d o
b e m , & d o m a l, p e rd e o A d a m ,
& E v a o P a r a i z o , & naufragou
to d o o genero hum ano. E n tre z
ferm o zu ra da graga, & av aid ad e
d a ferm o zu ra c a h io d o C e o L u ­
c ife r, 6c deu á cofta a terceira
jia n . (ifìiam te evomcre exo rt meo: UaufeÀ parte dos Anjos. S e a n d a rm o sd e
Mfud tompellerue. A crefcenta CaiTìano.
m éas co m D e o s , & com o m u n ­
T il- üíutfeÁeompellente! C o m o allí? e n - d o , ou avernos de naufragar com
VKtn. jo a r fiippoem tcm p eftad e, pois fe A d a m , ou nos avernos d e p erd er
C h rifto com egou a e n jo a rn a q u e- co m L ucifer. E quand o p o r m i­
Jle te m p o , q u e tem peftade avia fericordia d ’aquelle S en h o r nos
naquelle tem po que fizeíTe a C h ri­ nam p ercàm os, ao m enos co m
fto enjoar? Sabéis qual o tem po n o d fe tibiezas avem os d e fazer
d e p rem eyo em que C h rifto a- enjoar aquelle S enhor. O D eo s
ch o u aquelle Bifpo? A quelle Bii- nos livre p o r fua m ifericordia d e
p o vivia m uito defcuidado da per- talfatalidade!
feigam de feu eftado ; ferviifle da
O lh a i, Fieisj n a P hiioibphìa d e
volta d o Bago pera recolher, & ac- A riftoreles, o vicio, & a v irtu d e
u irirjn a m ufava da re itid a m do entram n o m efm o P red icam en ­
ago pera b e m o b r a r , & proce­ to. N a Philofophia d e C h rifto
d er : vigiava o rebanho d e C h ri- nam podem entrar n o C e o a vir­
^
fto fó a fim deihe to fq u ia ra lam . tu d e , & o vicio. D ’aquelias d ez
^ m A 4 ieii quod dives fu m , ^ loeupU- V irgens d o E v an g e ih o , finco fe
A vendo p o r rezam d e feu p e rd e ra m , & finco fe falvaram j
officio d e atten d er a curar a ro n - Ìalvaramfe finco p o r prudentes j
3* h a d o rebanho d e C h rifto j pera & perderam ie finco p o r loucas ;
OS
vellos da la m era vigilante j nas
6 c finco prudentes en tro u a cap era vigiar o bem das ovellas era ftid a d e , & a p ru d en tia n o C e o j
iniièravel. Et nefcU, quia tu es mifer, porque tu d o era virtude. Ñ a s fio­
iÓ> m ifin tiilù . N e m tinha calor in co loucas nam pode en trar n o C e o
te o fo pera a vircu d e, nem frial- a caftidade, & a lo u q u ic e, p o rq u e
d a d e in te n fa p e ra o v ic io AiTìco- era v irtu d e & v ic io ; h u m a pu­
m en ta q lugar o D outiftìm o Ala- re z a com louquice, h e h u m a perCor~ p id e jd em ìn h aR elig iam fa g ra d a;
feigam m ifturada; hum a caftidaneL Tepidw eli ( diz, elle ) qui inter vir- d e com p ru d en c ia, h e h u m a p e rAlap-tM es,
vitia fiuB uat. E v en d o
feigam (em mifturas. H u m a p err à ^ C h r i f t o fluftuar aquelle B ifpo en- feigam fem m ifturas, h e pera o
a YÙtade^Sc o v ic io , porlO b C e o hum a ferenidade j hum a perfci^am
S
fefcam m iflurada h e h um a rem peitacie pera o C co. VaìltàA Luna
fju it, rubicundaJUt, alò» ¡trtm t. (d iiTe
h u m Poeta.) A L u a quando fe
vcftc d e amareiIo> prognoftica
€ h u v ai quando fe traja d e verK iclho, adivinha v e n to j quando
i e g a ’a n te a d e branco» profetiza
bonanza. E q ue propor^am tcm
a b o n a n g a com o b r a n c o d a L u a ?
q ue difconveniencia h a n o a m a r e llo , & v e rm c lh o d a L u a c o m a
b onanza? D irei. A cor branca
h e hum a cor fem m iih iras; a c o r
v e rm e lh a ,& a m a re lla » he hum a
c o rm iftu ra d a : H u m a c o rm iftu fìu ra d a , h e p e r a o C e o h u m dilu­
v io i pallida Luna pluit. H u m a cor
m iiiu ra d a , h e pera o C e o hum a
t e m p Q ñ z á c , rubicundaf a t . H u m a
c o r porem fem m iíluras, he hum a
lé re n id ad e p e r a o C e o i a lU ftrepat. C o m o avernos d e rer fcren id a d e n a vi da> fe trazem os a vida
ta m 'tn iílu ra d a d e vicios.^ fe no
cora^am que devia ló fer aílento
d e Ü e o s , anda o D e m o n io tara
d e a í T e n c o j C o m o n a m avernos de
padecer tem peftadcs ? co m o nos
jiam avernos de perd er na n .one>
fe andam os de meas com D éo s,
6c co m o D iabo na vida? Sabéis
e m q ue tem po fe p erd co Judaf.?
N o tem po de prem ey o : recebeo
j u d ^ o D ivino S acra m en to , &
cn tro u logo o D em onio d o cora^ r a d e j u d a s ; cum jumdUboltu
lean.fijftt ia cor. E eflando o cora^arn
CMf. d e Judas entre C h r iíío , & o D e13. xnonioj com e^ou o D em o n io 9
ievantar tal tem peftadc naque'le
i;o ra 5 am jq u e q ü erea d o Judas eí»
c a p a r d a tem peftade» fereíblvcQ
d e preíla a alijaffofobradoj^rü^
^ i i s ar¿enttis m templo : F oi ap ert
m d o mais^a tca)pcíladie)& ;Iai;.
g a n d o J u d a s p o r íim a m a o a h u m
t a b o , ió hi¡m barago achou J u d a i
p o r fim , laqueo f t Juffendtt. D e f- M a t
grabado A f o í l o í o ? AHÍ acaba-t«^.
quem aíft v i v e ,
alTi a v ia d e a-, 1 7 .
c a b a r n e íle t e m p o o m u n H o ,po rq u e afT iviv iao rn u rK Ío n e lle :e m p o . P o rem C h r iñ o m a g o a d a d e
n o í^ perdigara v e n d o o te m p o r a l
d e v icio s en i qu e perigavam os. E
a tem pertade d e culpas em q u e
« o s p erd ía m o s, c o n .o o u tr o S a m
T e lm o mais D iv in o d efte tém p o­
ra!, & c o tn o co rp o nam í ó fa n ¿ to ,
mas fan diiT im o d e fta tem p efta d e,
apparege iie ile ie m p o (obre a e m i­
n en cia ü^a>.)ueile t r o n o , a o n d e
p e r a r o s o u v ir c a n ta r a sg ra n d eza j
d e lua rn ife rico rd ia jfe p o e m h o je
a fo lfe a i as venturas d e n oíía ju ft ificagam . Cuntabilti m ihi erant
ßfationes tus..
T em os ouvidoaspropriedadei
dafolfaD ivina, S ca v o zco m q u e
Chriítofacram entadocelebra em.
todos os tempos nofla juftifi(,ar
gam. Ougannos agoia as eoiidl^
gocnsda noíTamuzica, 6cascor<f
refpondencias do nolio echo e m
gratificara mifericordia Divina*
Catitahilei m ili erant jifßrßcaticnes t tt t .
Lo'jvada feja,Dcos m eo v o í^ m ifericordia* tifte hc p e c h o q u e
correfponde hüjq i voz de Dcos
da parte do boii-eni \ & cfta v'em
a 'e / toda am ii’i^it;a humana O ra
vamos examinando as cpndi^O;.
cnü da nonan>uzic^.Tod¿a.iuu^ iía f c 'a fer bea hade toníUr^^q
boa'? vo’¿es. K que
bade ter huraa voz pera
boa?
»‘•U; pregunti}ic5 ao5 m ú s ic o s e lle
p o n D 0 ,h a m ’ v,üá ricttíonta}-.pntrc
p u a a s , irc scp n iiig o e n s.- A p H r
m é ira , q u e Icj^ a v o z eri'.oaíiaj
'
^egunda^qfcj^coippaííaüí^avoá: ‘
Ter-
-
T à-cé ira I qué .fai&a dar valia
figuras. E ftarfam as condiçoens
que. fe pedera pera a voz, íer boa
a a in u z ic a f & e íh s avía d e ter
p era b em a noflà voz. M as aínda
m a lq u e na n cílám u zic a nam tem
a n o ü á voz^ eftas condiçoens
p o r faltarem eftas condiçoens á
nofla v oz ) porilíb nós nam fabem os gratificar as m iíériccrdias de
D eo s; 6c porifíb D eos nam canta
m uitas vczes nofla juftificaçam .
V elam os na folta da prim eira
t u e , e íH v e rd a d c ; D uo homims afcenie-^
cap. tam in templum ut erarent, urtut Ph*-1 8, i i f t í t s , ^ alter Puélicanui, D ous ho -
licano ;
h k p iftifith u s .
m o pode íer ? fe am bos cantafam
a sm iferico rd ia sd eD tío s, porque:
nam cantou D eos a jüftifieaçam ’
d e am bes r P o rq u e C antando a m b o ía Deosruasm ifenG O rdiaSjen*
coou a v o z d o P u b lic a n o ,
entoou a v oz d o P harizeo. E n-í
toou a v o z do P u b lican o , por­
que fócancou as m ifericordias d e
D eos : D tiu propititti rfio. D efen to ou a v oz dp P h a riz e o , p o rq u e
cantando as miiei-icordias d e De«
o s , m urm urou ju n ta m e n ta d o
P ublicano; Dem^ graiiat agi tibig
tjuia non fu m velut ¿tiAm hie Pul>lua~
m ens ( d iz C h r if to ) c n tr a r a m n q
tem plo pera cantar a D eos fuas
m ifericordias, a fa b e r, h um P hariz e o , 6c o u tre Publicano. E de
que m odo cantava o P ublicano
í D e o s ? O u v i a fua VOZ': Puáli-
O P u b lican o , n o enten d ed
d e S an¿to A g o ftin h o , foubecan-'
tar, porque e n io o ü ila h o e ip /o (jMOítSafu
fonmt. O P h a riz e o , n o fentir d e A ug,
S a m jo a m C h ry ío fto m o , p o rq u e/ér.
m urm urou , nam foube en to a r^ S .
canttf k lon¿e. fta a t .ptreuiicèat peStn
fuum dictns > Dcus propitiuf ejlo mihi
ftccatori. S enhor ( dízia o P ul>
^uoniam ipfum i/ituptrnvit, ñhnt om^ Sunl
ntb'uiamijjis. E ‘p o r nam íaber e n - c ¿ r í '
*.kí.
to a ra voz do P harizeo as m iferi-/í)í,
licano ) te n d e m ifericordia d e cordias de D e o s , fem vituperan
m im : Tal era a voz d o Publicano. o P u b lica n o ; porilTb D eos c a n - 3.
E qual era a v o z com que canta­ tou a juftificsçam d o P u b lic a n o ,
va o P harizeo? O u v i tam bem a & nam dol-’h ariz eo : D éfen d it hie
fua v o z fhtirif&ui filt r a h*c apud f t juftifienttu ab tüo>
orabut, Deta,graiiaiagoU¿s.<jtti 4 ncn
l 'a m prejudicial com o ifta*-h9
^HmftcMtcáttri bom im m , w lu t etium pera o hom em o vicio d a m u rbie Puélieanuf. S enhor » b em d ifta m oraçam ; pois fo por cauza-d*
íe ja vofla m ife ric o rd ia , porque m urm uraçam nam juftificou^De•nam fou co m o efte P ublicano, o s á e fte h o ín e m . V ir a I g rq a
í^ reg u n to , & cantando eftes dous graças a Deos pella« m ifericordias
Jiom ens dcfta fo rte , qu e h e o q ue que nos f a z , iflb he fer m uzico
fo cc ed eo a eftes dous hom ens ? en to a d o ; v ir a lg r e ja m urm uraf
A gora ouvi a C h rifto : Dico vobis das vidas alheas, iflb h e fer defende/cendit hie juftificatut in domum fn - toado m u z ico ; hum a v o z m u r­
MmubiUo.
Sabéis que fo cc ed eo j m uradora -he pera D eos hum »
3 ^e cantando o P h a riz e o ; S e o v o z defentoada. Ah com o tem o
P ublicano as m itericordiasde D e t SenhcHTCfi-j com o re m o , q u e n e»V o s j D eos n am c a n to u a ju ftific a - gue D eos ac fta C id a d e ftiasm ife•4
íisnanido P-ub« iicocdjAS^pcllQ m u k a q u e fe m ur*
C
ittü fi «erta C id id e ! nefìiACidad e a n d im os m uzicos, 6c os raurm yradofei a .tom pecencia : n tm
teram os pobres <jof ftiuzlcos g¿nd^ o pera cantarem i mas i o sm u rmuradore® pera detrahirem n u n ­
ca Ìhss fajta gàhcho : averà.nella
pouccw deiiros na fo ifa, mas (iniftros nas vozea nam ha poucos ;
h a huns que tem boa lingoagem ,
& ha outros que tem m uito m a
kngoa. Q iipreis vós ouvir rnurm u ra r,c p m o d»zem,.muiro d e
m ifa fo i? O radesn o s.h u m p aiico
à C id a d o ; Eiitr^y jxjila r«» d irc ii
t a , & vereis quancas bocas t o r t^
^chais nella. P arai hum p o a c o n a
Q y ita n d a ,& o u v ire is o m uito que
»llife d e z cn ro a, pello m uiro que
aliifem urm urav Sabéis porque fe
ch a m a f ^ i ta n d a ? o u g a m to d o sa
fu ad e fy iig am j chim ailè Q u itan ­
d a peilo m uito que alli ie quita»
& p el]O m u iw q ue aili anda. M ais
cJaroi.cham aflèQ jiiranda, n ara fo
pelk) m u ito que a tam a alhea alli
anda> fenam pelio m uito q ue fc
quita alK da fam a alhea : alli fe
iepultam v iv o s, & defenterram
m ortos ; alli ie profana o fagrado
q u e p a í ü , 6c alü fe culpa o im ioc ^ c e q ue nam apparege ; alli a
fid d id a d e h e ladroige, & a prud m c ia indifcripgam ; a liìa re é iid ám da ju ftig a , h e eftratagem a
d o interefle; & oslangos da am ­
b ita m i iàm o m elh o r contrapon­
to d o negocio : alli o que vive
m ais re tira d o , h e o que anda alli
m ais m o rd id o ; alli fe infam a a
v iu v a , fallafc m al da cazada,
& • defcorapocm iè a donzella.
Valírnte d efen to ir I E u c a ld o que
l i ñefta C id ad c celebrafle A braiu u n g dia d o fcolzA c^;Ì2ac o 4 ia
d o f c o ja c o b ; faco b o dia d o feo
B enjam in j D avid o dia d o fco Salaraam : que a S alarnam , 5c a Da«
vidv. a B o o ja m ia , & a J a c o b , a
Ja c o b i ò c a I'¿ac, a I z a c , & a A •
braham aviana de p o r paiquins o i
m urm uradores.^ H a m ayor mal**
dadel ha m ayor fem rc z im ! q u e
nam polT ahum Pay tam h o n rad o
com o A b rah am , celebrar o dia
d e h u m P rim o g en ito co m o I?,ac
fem no ta ? Athje iq u ic n v c ja ! q u e
nana poíTa hum. l-'ay tam. lilulire
com ò Itü c 5 celebrar Q dià d e iium
m orgado d o C e o , corno J a c o b ,
fcm cen fu ra? A th e a q u ip a ix a m !
que nam poifa h um Pay tam a*
m a n te , corno J a c o b , celebrar o
dia de b u m Filho am ad o , com o
B e n ja m im , fem m urm uracam ?
Ath© aqui m àslingoas ! què^nam
poifa h u m Pay tam grandiofo »
com o D a v id , celebrar o dia d e
h u m Fiiho d ifc re to , co m o Sala*
m a m , fem que Jhc ponham pafquins? A the aqui m à v o m a d e Ì
A h S e n h o r, q u e pouco gratifii
cam voflàs m iièricordias cilas vo­
zes ? Q u e mal agradegem eiles
echos voifas piedades! D irm cheis q u e m uitos d efte s, com fua
m a v id a , & co ilu m e s, dam gran«
d e m ateria pera a m urm uragam .
Seja e m b o ra , S en h o res, mas per«
g u n to ,& pellos outros ferem Pub«*
iic an o s, avem os nos d e fer Pha»*
fizeos ? pellos outros n am vive*
rem b e m , avem os nos de.fallar
mal dos outros ? liiò n a m , ( d iz
Sam Jo a m C h rifo flo m o ) porque
ainda q u e m d o iiTo feja a ilìm , D h 1
nem poriflò ntw livram os d e cui* c h r ii
pa. iitq *tish eem b iíitcg t.tíg m fiv era fe/l,
hqHCfu > tnaUdixerii > etiam hoc tfì tri* hont^
m th p l h a i , aq u c lic P u b lk a o o j ^
yat o m efm o que p e c c a d o r, &
p o r cham ar o P h a r i ? ^ peccador
Ro P u b lica n o , ne» fum velut etinm
l i e Tttiìieanw > pOr
c$u7^ nam
juftificou D eos ao P h ¿rÍzeo , d fft
cm dith ic
ab fUo.
veram
diverfoe pareger^s»
porque cada hym fallou na-m ate­
ria corno quem er?,; S e .p p ip rc r
Zamos d e bem nafcid o s, nan^
rpoilr^rro s n o fallar q u e fo m o s
mal criados: Se D eos d os iena
p enhorado co m fuas ra iie ric o rdiasf faibam os cantar a Deosfuafi
m ifericordias com v o z e n to a d a j
im m item os n asv o ze sao P ublica­
n o , & nam form em os as v o iß j
d o P hariK O j porqije fe f p r m ^ m o 9 d o Pharizeo as v o z c s,
poder^m as noflàs vozes gradfir
c a r , com o h e b e m , as m ifcricordias d e D eos j CwtahiUi m é i erant
C onfoiem fe poià os m u rm u ra­
dos,& confundamfc* os m urm uradures i porque Ter €fte ou »quelle
m u rm u rad o na R e p ú b lic a , bem
p o d e e lia r com m uicainnocenciaj
m asn en h u m aia n o cc n cia p o d e a v er cm quem na R epública hç
m urm urador. A ttente cada.hym
pera fi ; & veja là com o falla, por­
q u e ordinariam ente em iium a
K epubljca> cada h u m fala co­ jfißißcationes tux»
A fegunda condicam danpflii
m o quem he. E n tre grandes vifa s 6c aciam açocns eííava o P c - m u zica em gratificar as m iz eriv o de D éos idolatrando o B ezer- cordias d e D e o s , h e que feja ^
, r o , & o u v in d o jQ fué as aclama- jioffe VO?. com paflàda. E qual h ?
§oe«5 d p P o v o » diflc q u e lh e p a - a v o s com p arad a na-m uzíc^pera
reciam eftro.ndo d e g u e rra , V íh - D eos ? a v o z com ^aflàda> he a¡MU) p/s¿i-e audifur iff c sírú , A .p ^ ;^ueila q ue regulada pelips m o v ^
Mf. pHcpu M o y jç fi.o .o u v id o , & rer jn.entos.da m ào cprrefponde ^
3 i. íbiveo q ue nam cr(i eflro n d o ,dç gpal;ttentp-a oucra v o z : & pellj»
g íte rra, fenaití.vQzes d e m ú sico sj ppflà v o z nam correfppnjder
2i2o0 e/í
idhortMntittm ad pu¿~ guaìm ente a v oz d e D e o s , por'(Mtn, fe d vpítrpjafttJtntfum «goaudie^ ilTo nós nam /‘a bem os -gratificar
Vaiiíam e D é o s , íbbre a mefmíi asm ilericordias de D eo s, & p o r C0U2Æ tam diverfos paj-eçeres ? E - iflò D eos nos nam com m unica
ftro n d o d e g u e rra , Se v o zeí d e f>4a5 m ifericordias. C h eg o u certa
fTJuaico3:pode fer a m efm a couza? tìo ited q u e l le D ivino m uzico d p j
S ii q u e Æ^djibum falavanam9r&- Ciiti.taresa a. d>r h u ip a .jn u z ic ^ ^
r i i co m o q uem crA. M o y z ts fe . porcas da ftlm^ S a n it.a ; ^
lou co m o qu«m ejra, porque'¿i-, dplhe commuTjiciir í¿ ^ - tn ifp r 4T
log co m o mi;7-ico > ctcmir Moyfis** r ic o r d i^ , p e d io q,ye lh|C abriflé
Jcttué faloii jx)m o.quem e r a , p or­ il ^Qn%y.Apert pìtki^ A e f t ^ ^ 'V o z . r ^ C < iaq u e falou co m o Soldfldo> v ir b e l- fp o n d eo iie d epfrp a q u ^ aim^ | tic.
Cttgr. A MoyMS com o, m u z ic o j e^ciizándofc qu e tii>ha ps pcs<^«/*
tu d o Ihe parecía folfa 5 ‘VícíTO.í«»- lavados, l^ v i pfdes m o s . Q u v io 8 ,
Un:ium ego ^^dio : a Jo fu c COmo C h rifto efta .voz., &, logp fe .auS-oldadcvcudoiè iherepfeiencava ä'^ntO d) ¥Ìf ifi* dftlfìatienfS
batñlha ; ulùÌAtM pugìt^ m iita r in ß a r a . >Ép o rq u e .c ia z a ife -;^ a q m
í^ tifí. -Sobre ijo e fm a ,c o u z a Qu^ ^€(ML ß b c ifl»
Ci
poc-
porque efta v o z nam correfponrfco igualm enfe á v oz de C hrifto.
Noícaj, á v o z d e C h rifto c a n to u á
¿Im a S á n d a em t<im d e Mi. dptn
tniW .'aVózdaalm&rSsníTa corref t^ n d e ó a v o z de C h rifto em tom
tífe L Á , U v i pedfs
C h rifto bar
te o com a’ m á ó , & pedio com a
v o z ; a alm a Santíla co n efpondeo
co m a v o z , mas nam abrió co m a
m áo ; A v o z d e C h rifto foi v oz
tó rh p a lfa d a , porque fe regúlou
J>efla mSo* n o ba^er; a v ó z da^?ró a S a n f tá ' J)or feham regúfet
pella m áo n o a b f ír jn a m f b iv o z
com pafíada; & p o r nara correíp o n d e r igualm ente a v o z d^aquella ak n a i v o z d c C h r if to ,
poriflo C h rifto fe auzenrou iem
com m unicar fuas mifericordias
áquella a lrm ; atiliedeclim v*rat atq m trttafierat.
Quanras vezes fe
«D zentaC hrifto dai n o ff^ p ó rtas,
^ r f e ver mal correfpondido das
Tioílas vozes? B átenos á po rta'o
p o b r e , (figura d e C h fifto )8 c p>ed en o s a cfmola com a m S o, &
c'om a voz, 6c nós refpondem of^
Ih ec o m a v o z fe m lh e d a ra é fm o la com a m á o j o pobre pedenos
p o r am o r de D eos a cfm ola, peraq u e D eos po r ella nos p e rd o e j
& nos pedim os a o pobre > q ue
n o s perdoe-fem Ihedaraefm oJa»
C h rifto no- po b re rególa a voz
n o p e d ú ,c o m a m áo n o b a te r;6 c
nos défcompaflámos a v o z n o re ^
fp o n d e r, com a m áoem -nam d a r :
voze^ pej'a o b e m , 6c m áos pera o
m a l, Á m vozes defcom pafladas:
jara vozeá d e Jacob co m m io s de
Jzau , S e tem os roins m á o s , 6c
b o asv o ze i, ou m ás vozes, 6f boas
m á o s, compafTcmos as vozes com
« m á o 9> ¿c^m áos^com as-vozíes,
& logo faberem os gratificar ai
m ifericordias d e D eos com v o í
com pafìàda.
A prendam os d e C h rifto facram en tad o a com paftar as v o zeí
com as máüs. In ftitu io o S en h o r
o m yfterio da E uchariftia : 6c de
qu e m o d o o in ftitu io ? o T e x to
dos Evangeliftas d iz que com as M ot,
m áos, 6c com a v o z ; Accepitpentm, cap.
^ ira Ú M u g tn s.
gratÍMíügeuí, eis l6 .
ah i a v o z ; aecepit p anem , eis as Mar,
m áos : com a v o z deo o S en h o r cap,
graças que val o m efm o que can» 14*
ta r ,c o m as m áos fe z o c o m fa ílb , Luc.
quan d o b e n z e o , ^ p a r tio o p a m r cup,
C om paiìou a v o z com as máos n a 11.
inrtituiçam do S acram ento, pera
nos c n lin ar, que n o Sacram ento Cor.
fabia cantar noíTíi juftifîcAçam rap.
com v o z compaíTáda. ifto h e o 11
q u e C h rifto fe z na prim eira m eza
d a Euchariftia j & ifto h e o que
nós tam bem avernos d e fa z e r pera
chegar d ignam ente áquella m e . '
za. J á difté co m o ao D iv in o Sacran ie n to cham ava C lem en te A lexafldrino C y th a ra , Ccrptu ChrijH
C ythítra eít.S u ^lio ñ a . efta allegoria^
ouçam os agora h u m po u co pera
noíT ad o u trin a, co m o as vozes ou
cchos defta D iv in a C ythara correfpondem igualm ente ás nofías
vozes.’ Fallay S e n h o r , d iz ei fobertfnaC ythara; te rá n e fta C td a de o E ccleziaftico m ayor a f te á o
ao profano d a vida co m q u e ef»
candaliza, que ao fagrado d o eftad o em q u e avia d e d a re x e m p lo ?
O u v i to d o s co m o re fp o n d c o ec­
h o da C y th ara a com paííb, S iterà.
T e r a o q u e h e Paftca-mayor cui­
dado d e b u fcaro p afto pera fi,q u e
de dai' ao voftò reb an h o ó dev id o
pafttt ? T era mai^ cuidiido d e tira t
ccua
.
co m fua a m b ig a b ó f a to i% ovelhás,<Juede repattir com as voflás
o v e lh a s d o f e o f a to ? S ite ta T e f á
■oque he F reg ad o r m ayor de2,ejo
-de d izer conceiios na pregagatn
p era ^u e o g a b e m , que d e fazer O
au d ito rio da pregagam conceiro
p era que fe em en d e ? Si tirá. Pois
faiba o P ré g a d o r, entenda o Ec*
cleziaftico, ócrefolvafe o P n fto r,
q u e fe a D ivina m ifericordia ps
levaíntou a efla d ig n id a d c, q u e o
'b ran d o affi neíTa d ig n id a d ejn am
íab(rm córrefponder á D ivina m i­
fericordia Fallay S en lio r, dizei
foberana C y th a ra , T era nefta C idade o P rin c ip e fecular m ayor
defvelo em procurar as riquezas
d a terra que ac ab a m , qu e os rhozouros do C e o qu e fem pre du ram ? O u v i: Si terá. T e r a o j u l gador m ayor refpeito ao q ue Ihe
m a n d am as partes, q ue ao qüe Ihe
m an d am as L eis? S ite r à . T e r a
o M in iftro d e ju ftig a m ayor facilidade pera fe inclinar á peticam
d e quem in te rc e d e q ue á Juftiga
d e quém litiga ? Si tirá. P ois co n hega o Principe fecu lar, & p e r fu ad a m fe o Ju lg a d o r,6 c M iniftro
d e Ju ftig a q u e íe a D ivina mife­
rico rd ia os p6s neííe officio, qu e
o b ran d o am nefle officio correffo n d e m m u ito mal á D ivina m i­
fericordia. Fallay S e n h o r, d izei
foberana C ythara, T e r á nefta C id ad e o P ay, o u M a y , d e familias
os olhos aterto s pera ver os defm anchos da caza alhea, 6cfecha*
dos os olhos pera os erros d a p ro ­
pria? O u v i: S ite rà . T e r a o O f *
ficiai d a M ilicia m ayor deftreza
pera a ; fraquezas de V enus, q u e
p era as valentía* d e M arte ? Si te*
t i , T eiu& tulm ence cada ^ual e m ‘
feo eñad o ó a n irto m iis dezeffli
p ed id o pera voíías ofrengaí, que
rcfoluto pera vofios agrados? Si
terá> Pois defenganefe cada qual
em feo efta d o , que fen a m correfp ò n d er igualm ente á D ivina m iferico rd ia, q u e m uiro fedo pede*
rá v ir fobie elle o agoute da D i­
v in a Juftiga. O nam Iq a affi Deos
m e o , nam feja affi : Pois S en h o te ^ n a m íe ja affi tam bem danoH a
p a n e , nam feja affi ; correfpondam os bem á D ivina m ifericordia,
já que a D ivina m ifericordia nog
faz canto bem . E fe a o n o f ló jT e ra, ouvim os correfnonder o ech o
d’aquella D ivina C y th a ra , lam
com pafladam ente, S ite r á .T a m bem ás vozes com que aquelle S e­
nh o r fe ft^ a hoje ncfía juíH fica5 a m ,ju fto p a re g e jq u e a o m c fin o
com paflo gratifiquem noflas vo­
zes íuas m ifericordias: CantttM tf
mihi eruTU¡fujiific/itionei tu*.
A terceira, & u kim a condigam
da noffii m u z ic a , em gratificar as
m ifericordias d e D e o s, b e q u e
faiba a noíTa v oz dar valia ág figu­
ras. Equais-Vem aferas fígurasda
noffii m uzica? As figuras d a noíla
m u z ic a , p o rondecancam o sn efta
v id a as mifericttrdias d e D eos>
fam as fortunas d a T e r r a , & as
venturas d o C e o : & pella oofla
v o z nam faber a valiar as v e n tu ­
ras do C e o , nem dar ás fortunas
da T e rra a devída v a lia , porifib
n ó jn a m fabemos ag ra d eg craD e os fuas m ifericordias, 6c pní£R>
vim os a perd er as m ifericordias
d e D eos. D*aquelles tres convi­
d a d o s,q u e fe CKuzaram d e v ira o
b a n q u e te ,fig u ra d oS acram en co ,
d iñ e C h rifto aqucm reprefeitfava
aquelle h o m em q ue o s mandola ■
¿Envidar» que nenlium delles to <3os homens!
avia d e g o & ir Cuas m ifericordias,
t m . figuradas n a C e a. Ntmo liUrum v iCMp. rorum gujiatit cttutm meam. £ iíÍb
porque S enhor ? P orque as vo2es
d e todos tre* nam fouberam a va­
llar as venturas d o C e o , nem dar
ás fortunas da T e rra a devida va­
lia. V entura h e d o C e o J i a m p e uena Ter h u m hom em cham ado
quella D ivina m eza ; fortunas
fam d a cerra todos os b e n s, 6c avcres da vida. E an tep o o d o aqueiles hom ens os bens da v ida,
aos regalos d ’aquella (bberana m e­
z a , nam fouberam a valiar as v e n tu ra sd o C e o , nem d ará s fortunas
d a T e r r a a d svida valia. A v oz
d o prim eiro efcuxoufe d e v ir com
h u m a Villa j frim u 4 d ixit VtU»m emi,
hube me excufoitm . H a m ayor vil­
lania ! A v o z d o fegundo efcu2»ufe d e v ir com o pezado ju g o
d o m u n d o , A lter d ix it, jug» beum
m>iqmnque, hȎe meexcnfacnm. H a
m ay o r villeza? A v o z do terceiro
efcuzouíe d e v ir com hum a ferm ofura ; jÍü iu d ixit uxerem d u xi, fjr
idto non pojfttm venire. H a m ayor fealdade? E que fejam tais os ho m e n sq u e pella fealdade da T e rra
deixem a ferm ozara d o C e o ! q ue
pella villeza das criaturas, perca m a M ageftade do C re a d o r!
q u e pella villanía d o m u n d o m alogrem a felicidade d a gloria ! E
q u e nam fabendo d e ñ e m o d o a
valiar as venturas d o C e o , nem
dar ás fortunas d a T e rra a d e v id ft
v a lía , nam faibam os hom ens agradecer a D eos fuas m ifericor­
dias, & v enham a perd er in c o n íideradam ente as m ifericordias d e
D ?0S; Nemo ilUrum virarum gt^nhit
w t m m t m i L a& im ozoliczaccr-
S
N a arte d a folfa, d i « m os M u*
z ic o s, que m ayor valia tem hum a
m axim a q u e hum a lo n g a; h u m
breve q u e h um fem ib re v ej hu­
m a m ínim a q u e hum a fem inim a j
h um a figura branca q u e hum a fi­
gura prêta E q u e fendo ifto affi
n a folfa dos h o m e n s, fejam tais os
hom en s n a ib!f i d e D eos q u e pelf
lo b rev e d e h u m .d e le ite , percam
o lo n g o d e h u m a eternidade^ por
h u m a m ín im a , ou fem inim a d o
m u n d o , deixem h u m a m axim a
d o C e o i por hum a figura prêta
defprezem hum a figura branca!
q ue haja hqje no m u n d o A b rah an ï
q ue mais cazo faça d e A gar EGcra v a , q u e d e Sara Senhora ? in ­
fam e cazo Î q u e haja Efau q u e
m ais eftim e h um g o lto q u e h ura
M org ad o ? depravado g o ftn l q u e
viva in d a hoje n o m u n d o Adam9
q ue tro q u e p o r h um p o m o h u m
p ara iz o le n g a n o fo p o m o ! & q u e
p o r h u m p o n to d e intereflé haja
aind aju d as que v e n d a a C h rífto ?
laftim oíb dezacerto dos hom ens i
D efte m o d o avalíam os horRens
as figuras da fuá folfa.? & pellas
avaliarem dcfíe m o d o , poriflb
C h rifto fe queixa fentidam ente
dos h o m en s; & porifló os h o m en s
perdem ig n orantem ente a C h r ifto. O u ç a tn o sa sq y e ix a sd e C h fifto nefte particular. D iv t^ u n t fih i
vejiimenta mea >
vefi^m meam cap,
miferunt/príem. CiueioioufeChrjfto
dos hom ens porque r;cpartindo
entrcfi asfuasroupas^íe puzeram
ajugar fobre a fuá tunica in te rio r,
jHper veftem n ram tniftrunt firtem .
Q u e f ^ poíT iveIjdiziaoSenbor,q u e tvaliem os hom cns.era ta n to
os b eof tcroporaes, ^ eiiim em qx
efpi-
crpirituaes «m tam p o u c o , que vallaras venturas áoCeo,& Í m
dos bens da fortu n a » dos bens ás fortunas d a T e r r a a d e v id a va*
exteriores y veJitmmtA mea ; rodos lia , já que hum as 6c outras fam as
p ro cu rem feo pedazo, todos quei- figuras d a m u zica p o r o n d e c a o ram ter fua p a rte , diviferunt fib i¡ ramos n efta vid a as m ifericordias
E qu« da tu n ica in re rio r, que dos d e D eos. Caatabilei mihi erar» jH jiU
b e n s q a e p erten^em a alm a todos fieationes tua.
zo m b cm , todos jogueteem , mfe^
T e n h o a c a b a d o a P re g a ç a m d â
tunt fm e m v que* fe guardem os
íb ifa, p orque fe m e acabou a folfa
bens d o co rp o com tan to cuida­ d a P re g aç am ; quizera eu agora
d o ) S e q u e OS'bens do efpirito ar- po r e ftrib ilh o , 6c volca d e todst
riíq u c m os hom ens a h um a f o r te ,. efta letta fazer h um a p e tiu m a o
ou azar de h u m dado > m iferuntfor- A ud ito rio em n om e de Cfhrifto,
tem ! G ra n d e rezdm d e queixa 6c aprezentar a C h rifto outr»
pera C h rifto ! P or efta m efm a re- petiçam por parte do A u d ito rio .
la m a c h o c u ho je que fe p erdem C om eçem os pella petiçam d e
06 hom ens. P e r d ^ í e J u d a í? ¿ c ’C h rifto:^S eájvoíT ás v o zes ( C a ue rezam fe*perdeo ?
'thoHco Á u tíi^ r io ) nam fabem
: p o r eftim ar mais o feo di- avallar as figuras na noíTa m uzica,
n h eiro que a fua falva^am : & a - im m ita y a C h riíto facram entado
on d e m oftrou Judas que eftim ava n a íua folfa, o qual queren d o co m m e n o 3 fua falva^am que o feo d i- po r pera nofla j uftificaçam o p ro ­
n h eiro ? N a f o rc a , o n d e co m a fu n d o m yfterio da Euchariftia»
iáat. vida perdeo aalma;i.«^«#í» fe f u fefcolheo a figura efpherica d a
cap.
& no tem plo a o n d c lan- quella fagrada H o ftia , p o r fer a
27. ^ o u o d in h c iro , ^njeHU argtnteisin figura mais pÇrfeita da fo lfa; fe
templo. P e ra ía lv a ro d in h c iro buf- as voflasvoze$:nam íám co m p aí^
co u Ju d as o te m p ló , av endo fo fadas,corapa(^y cora a ternura d e
d e bufcar o tem plo pera fe falvar : h u m fuftinido as voilas vozes, por­
fe Ju d a s enforcara o d in h e ir o , & que a D ivina m iíerico rd ia íe o b rife deixara ficar n o te m p lo , pode- ga m u ito d e h u m fuftin id o : M ifefer que fenam perderá Ju d a s , affi reor fuper tttrbamqmaecce ja m triduo
co m o nam fe p e rd e o o d in h e iro j fufiinentrn*. Seas v o iïà sv o z esn am g
m elh o r pofto bufcou pera o feu fabem fo rm ar as e n to a ç o e n s ,re - *
d in h e iro , qu e pera a fua alm a : pe­ m edeay co m o bons m u zico s as
ra o d in h e iro bufcou o te m p lo , voflas dezeritoaçoens co m aquelle
& pera á alm a efcolheo a fo rc a; D iv in o paíTo d e gargan ta;
av e n d o d e efcolher a forca pera dnlcia fauciéui meis elequia tua. AflÍ j
o d in h e iro , & bufcar o tem plo O prom ettem todos fazer,S en h o r,
pera a alma. S e o voífo d inheiro, 6c aífi efpero q ue o façam todos
S en h o res, ou a v o flaalm afeham cora voiTaD ivinagraça. M as o u ­
d e p erd er, p erc afean teso d in h ei- v i ^ o r a ta m b e m , D eos m e o , a
ro ,& f a lv e íé a a lm a ; d e f lè a D e - p etiçam que por m im vos faz e fte
os o que h e d e D eo s, & a C e za r auditorio hum ildem ente proftrao que h e d e C e u r . SaibaiDos a-* d o a VQÍIásaras. Deo»^ 6c S en h o r
n
o o í TQ(
«oíTo, C re a d o ^ 5c R «dom pto r d«
noíTos alm as, fo alguns dos q u e
m e o u v etn cftam no tem po perf e ito , quero dizer em v o flig ra g a ,
a u g m s n t^ voíTi graga nos q m e
ouvem . Se algiuis dos q ue m e ou>
v e m eftam n o tem po im p erfeito >
q u ero d iz er e m v o ff« oífbngas,
acabem fe vo0ás oíKíQgae nos que
m e ouvem . S e alguns dos qu e
m e o u v em eílam no tem po d e
perm eyo> quero dizer» e n tre as
verdades d o C e o , & e n g a n ó sd a
M u n d o , d efterrem fe o se n g an o s
d o M u n d o , & prevaleçan>«5 ver*
dadea do C e o nos que m eouvrcm q
peraque o u v in d o v o s todos n cíic
M u n d o , folfear as venturas d e f m
ju ftitîca ça m , Cantub'det mihi traxí.
jufiifieatifnes tuA: G ratifiquem .to-í
dos n e íla vida p o r g ra ç a , & n a
o u tra p o rg lo riav o flás eternasn?i-i
fericordias : CuMaáilei mihi eráHtjn*
Jiifieathoei tftá.
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