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A nova diretoria da Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP) tem o prazer de relançar o Notícias da ABGP com um formato mais moderno e abordando assuntos de interesse da comunidade de geocientistas de petróleo do Brasil. Esta edição traz um resumo dos principais trabalhos apresentados em março durante o seminário técnico promovido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre a 6a Rodada de Licitações dos blocos azuis, marcada para agosto. O Notícias da ABGP é bimestral e pretende ser um instrumento contínuo de informações entre a diretoria da instituição, seus associados e geólogos de petróleo. Para publicação de artigos e sugestões de temas, entre em contato com a ABGP – [email protected] . Boa leitura ! notícias da Mais informativo e moderno Brasil Round6 Nº 15 - julho/agosto 2004 As propostas da nova diretoria da ABGP Tudo sobre a 6ª Rodada de Licitações da ANP Mapeamento dos sistemas petrolíferos da Bacia de Santos Mapeamento, sistemas petrolíferos e modelagem quantitativa da Bacia de Camamu Almada 2 4 6 7 Participe do Notícias O Notícias da ABGP aguarda seus comentários, sugestões e reserva um espaço para a publicação de artigos científicos. Basta entrar em contato com a ABGP através do e-mail [email protected] ou pelo site www.abgp.com.br Objetivos da nova diretoria da ABGP Arquivo ABGP Fortalecendo a geologia de petróleo E A Nova diretoria 2004/2008 Presidente – Dirceu Abrahão, Vice-presidente – Márcio Mello, 1o secretário – Iran Garcia da Costa, 2o secretário – Raul Mosmann, 1o tesoureiro – Juliano Magalhães Macedo, 2o tesoureiro – João Bosco de Araújo, 1o editor – Giovanni Toniatti, 2o editor – Milton Romeu Franke – Relações Externas: Nilo Chagas de Azambuja Filho. Comissão de Ética: Mauro Barbosa, Adali Spadini e Tikae Takaki. 2 editorial Posse da nova diretoria em abril umentar a integração e a participação da comunidade de geocientistas de petróleo no Brasil. Este é o principal objetivo da nova diretoria da Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP) que tomou posse no dia 07 de abril. Funcionando nos mesmos moldes administrativos da Associação Americana de Geólogos de Petróleo (AAPG), a ABGP promove a cada quatro anos a mudança de cargos de seus diretores. Nesta gestão, Dirceu Abrahão (atua na área de Desenvolvimento de Negócios na Petrobras Internacional) assume a presidência. Na administração anterior, foi vice-presidente. O atual vice-presidente Márcio Rocha Mello (diretor-presidente da Analytical Solutions) assumirá a presidência no próximo mandato em 2008. Neste período de quatro anos, os diretores da ABGP pretendem trabalhar intensamente para promover a geologia de petróleo no país. Como ponto de partida, o grupo relança a publicação Notícias da ABGP, boletim bimestral que abordará assuntos de interesse da comunidade não só no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. Além disso, a ABGP fará todos os esforços para estar mais presente junto às diversas empresas que hoje atuam no Brasil após a abertura do Setor Petróleo. Outra novidade serão os encontros temáticos, abordando temas de extremo interesse para os geocientistas de petróleo que atuam no Brasil. A ABGP foi criada em 1996 e sempre trabalhou para reunir a comunidade de geocientistas na busca e no intercâmbio do conhecimento. Neste sentido, a Associação organizou em 1997 a Hedberg Conference sobre Sistemas Petrolíferos e, logo adiante, a Rio 1999 - AAPG International Conference and Exhibition, eventos históricos para a área em função de suas contribuições naquele momento em que se iniciava a abertura do Setor Petróleo Brasileiro. stou muito satisfeito e honrado ao assumir a presidência da Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP). O grande desafio para esta gestão é reunir o máximo de geocientistas de petróleo do país em torno do debate de temas de interesse atual envolvendo assuntos que sejam relevantes e inovadores para essa comunidade. O primeiro passo está sendo dado com o relançamento do boletim Notícias da ABGP, que a partir de agora começa a circular com um formato mais moderno e direto. Esta publicação será um veículo de informação contínua entre a diretoria da ABGP e geocientistas que desenvolvem atividades na área de petróleo. A participação da comunidade nas edições do Notícias é fundamental e será muito bem-vinda, com a publicação de artigos científicos e sugestões de pautas. O tema central desta nova edição é a 6a Rodada de Licitações, que envolve muitos dos famosos blocos azuis, um dos assuntos mais importantes para o setor atualmente. Além do boletim, a nossa estratégia é promover eventos temáticos. O primeiro encontro está sendo agendado para o último trimestre deste ano. A partir desta experiência, pretendemos realizar outros eventos e congregar o maior número possível de participantes, criando uma interação científica com a finalidade de propiciar a evolução mais rápida da geologia de petróleo no Brasil. Assim, estaremos construindo uma percepção mais clara de nossas necessidades e fortalecendo a nossa área de atividade, o que trará como conseqüência um volume maior de oportunidades de negócios para o país. Um abraço, Notícias da ABGP - No 15 - Associação Brasileira dos Geólogos Petroleiros Dirceu Abrahão Presidente da ABGP ANP distribui CD sobre 6º Round Para quem estiver interessado em adquirir o CD com o resumo dos trabalhos apresentados no seminário técnico, o caminho mais curto e fácil é a Internet. Entre na página do órgão regulador www.anp.gov.br e clique no link Brasil 6o Round. Lá, você fará sua solicitação e a ANP promete enviar o CD com as palestras no prazo de uma semana. Licitação traz áreas para empresas de diversos portes Resumo das rodadas anteriores 1998 – Concessão da Petrobras – Em agosto foram assinados 397 contratos de concessão entre a ANP e a Petrobras, conforme o artigo 33 da lei 9.478/97 (Lei do Petróleo). 1999 – Primeira Rodada – Foi um marco da flexibilização do monopólio da União sobre as atividades de exploração e produção. Ocorrida em junho, contou com 58 empresas interessadas, das quais 11 foram vencedoras. 2000 – Segunda Rodada – Consolidou o processo de entrada de novos agentes no cenário exploratório brasileiro. Entre as 16 empresas vencedoras, diversas eram médias ou independentes. Cinco empresas brasileiras se tornaram concessionárias da ANP. 2001 – Terceira Rodada – Seguindo a tendência de reduzir o tamanho dos blocos e oferecer oportunidades a empresas de todos os portes e perfis, 54 blocos foram ofertados nesta Rodada. Das 26 empresas interessadas, 22 foram vencedoras. 2002 – Quarta Rodada – Apesar da conjuntura desfavorável, nesta rodada, ocorrida em junho, houve 14 empresas vencedoras, incluindo 4 que ainda não possuíam atividade no Brasil. 2003 – Quinta Rodada – Realizada em agosto, esta Rodada trouxe novidades. Uma delas é que o Programa Exploratório passou a ser proposto pelas empresas, como parte das ofertas. Brasil Round6 1998 – Início das operações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). D A Bacia Potiguar (RN) é uma das áreas incluídas na 6a Rodada de Licitações da ANP e cara e roupa novas, o Notícias da ABGP está sendo lançado num momento importante para o setor petrolífero brasileiro. Nos dias 17 e 18 de agosto, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza a Sexta Rodada de Licitações de áreas para a exploração e produção de óleo e gás natural no país. Apesar do resultado pouco expressivo do leilão de 2003, quando foram vendidas 101 das 908 áreas ofertadas, a agência tem uma expectativa de que as empresas possam ter seus interesses redobrados nesta nova Rodada. “A queda do interesse das companhias tem sido observada em licitações realizadas em vários países, não só no Brasil. Isto tem muito a ver com a instabilidade do quadro internacional”, ressalta Milton Franke, superintendente de Promoção de Licitações e Definição de Blocos da ANP. Para atrair petroleiras de pequeno, médio e grande portes, a agência está oferecendo áreas para todos os gostos, desde bacias terrestres maduras, como o Recôncavo, até blocos em áreas marítimas, em lâminas d`água rasas e profundas, espalhadas por bacias produtoras e de fronteira. Serão 913 blocos, localizados em 12 bacias, totalizando uma área de 202,7 mil km2. Os blocos estão distribuídos da seguinte forma: 144 na Foz do Amazonas, 24 no Pará-Maranhão, 49 em Barreirinhas, 141 em Potiguar, 15 em Sergipe-Alagoas, 97 no Recôncavo, 19 em Camamu-Almada, 11 em Jequitinhonha, 93 no Espírito Santo, 35 em Campos, 252 em Santos e 33 em Pelotas. Cerca de 60% das áreas são de novas fronteiras exploratórias. Pela primeira vez, a ANP está incluindo na Rodada áreas de águas profundas em Camamu-Almada e Pará-Maranhão. Trinta e dois por cento dos blocos estão em regiões maduras em terra – Potiguar, Recôncavo e Espírito Santo – e 7% em áreas de elevado potencial – Santos, Campos, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas – áreas próximas de onde ocorreram recentes descobertas de óleo e gás. Segundo Márcio Mello, diretor-presidente da Analytical Solutions, as empresas estão otimistas com a Sexta Rodada. Mas os recentes acontecimentos envolvendo uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a devolução de áreas da Rodada Zero causam apreensão no mercado. “As áreas da Sexta Rodada são extremamente boas. Mas estes impasses atrapalham o processo. Se não fosse isso, a Rodada poderia ser excelente”, salienta. Os contratos com as empresas vencedoras serão assinados até 3 de dezembro. saiba + www.anp.gov.br Notícias da ABGP - No 15 - Associação Brasileira dos Geólogos Petroleiros 3 ANP apóia crescimento de mercado de trabalho para geólogos e geofísicos N os últimos anos, nunca se falou gos e geofísicos, que irão conduzir os estudos tanto sobre petróleo nos quatro das bacias nacionais. Atualmente, 31 univercantos do mundo. As discussões sidades brasileiras, espalhadas por 16 estados, são variadas e incluem desde astêm convênios com a ANP. O maior número suntos como preço internacional do combusde projetos está na área de exploração, com 18 tível ao conflito do Iraque, que tem seus poços programas sendo desenvolvidos em 14 univerdisputados pelas maiores nações do planeta. sidades do país, como a UFRJ e a UFF, no Rio, No Brasil, o petróleo tem uma participação UFRGS, no Rio Grande do Sul, e UFBA, na crescente no PIB nacional, passando de 2,9% Bahia. O setor de produção de petróleo conta em 1997, ano da abertura do mercado, para com 17 projetos. Este programa de apoio ao 6,8% em 2002. Por estas e outras, a Agência desenvolvimento de profissionais das áreas de Nacional do Petróleo (ANP) tem valorizado geologia e geofísica é denominado de PRH e apoiado o desenvolvimento do trabalho de (Programa de Recursos Humanos). geólogos e geofísicos no Brasil, peças imporDe acordo com Franke, a exigência tantes para o crescimento das atividades de de que os estudos de geologia e geofísica e exploração e produção em território brasileiprocessamento de dados sejam realizados no ro. A realização do seminário técnico sobre a país também contribui para o crescimento Sexta Rodada de Licitações, em 23 e 24 de do número de empregos nestas áreas. Mas, março deste ano, foi uma prova deste comse depender da ANP, as ações não param por prometimento da agência com aí. Hoje, a agência trabalha o setor petrolífero nacional. O na aquisição de dados de evento foi uma oportunidade bacias ainda pouco conheúnica para que as empresas cidas, como a do Parnaíba, Outro projeto da pudessem apresentar os leem terra, e Pernambuco-Pavantamentos de dados mais raíba, no mar. A ANP criou ANP é a criação recentes que estão sendo exetambém um grupo para anácutados de norte a sul do Bralise de pequenas jazidas de de centros de sil. Nesta edição do Notícias óleo e gás, com objetivo de da ABGP, serão publicados apresentá-las em oferta de excelência junto alguns destes textos apresenrodadas futuras. Um outro tados durante o seminário técprojeto é a criação de cenàs universidades nico. Segundo Milton Franke, tros de excelências junto às superintendente de Definição universidades, que deverá de Blocos da ANP, foram ser decidido este ano. No mostrados ao público que se momento, está sendo analireuniu na sede da agência em março cerca de sada a criação de um centro para estudos de 12 trabalhos técnicos. reservatórios carbonáticos e de um centro de O crescimento das participações excelência na avaliação do potencial exploragovernamentais é indicativo da importância tório de bacias. da exploração e produção de petróleo no país. Além disso, a ANP trabalha na preEm 1997, foram recolhidos R$ 190 milhões paração de futuras rodadas de licitações de em royalties. Em 2003, foram repassados áreas de exploração e produção de petróleo. R$ 9,4 bilhões em royalties e participação “O planejamento de uma rodada é demorado. especial para os governos federal, estaduais As coisas não acontecem de uma hora para e municipais. Esse crescimento estimula a outra”, ressalta Franke. Mas a Sétima Rodada ANP a buscar uma participação mais signifide Licitações em 2005 já é aguardada. Esses cativa nos trabalhos de geólogos e geofísicos processos de licitação de blocos, segundo o brasileiros. No processo de concurso público superintendente, constituem uma boa oportuautorizado pelo Governo Federal, a agência nidade de trabalho para geólogos e geofísicos conseguiu incluir a contratação de 50 geólobrasileiros. 4 Notícias da ABGP - No 15 - Associação Brasileira dos Geólogos Petroleiros Brasil ganha com parceria entre ANP e ABGP A iniciativa da Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP) de criar uma publicação voltada à comunidade científica é de extrema importância para o país. Para que o Brasil possa conhecer melhor seu potencial petrolífero e, a partir daí, estabelecer uma política de exploração de petróleo e gás, é fundamental a discussão e divulgação de informações geológicas e geofísicas. Neste sentido, a consolidação desta parceria com a ABGP é fundamental. A escolha da Sexta Rodada de Licitações da ANP como tema principal desta edição do Notícias da ABGP é a prova disso. A Sexta Rodada de Licitações traz algumas novidades: a possibilidade de divisão de blocos, que permite que uma empresa siga sozinha na exploração de uma das fontes descobertas, caso não seja interesse de todo o consórcio; e o incentivo à entrada de pequenas empresas no mercado, o que trará um equilíbrio maior no perfil das empresas exploradoras de petróleo no país. Atualmente, a exploração e a produção passam por um período de grande destaque no Brasil. O petróleo assume uma participação crescente no PIB nacional, passando de 2,9% em 1997 para cerca de 6,8% em 2002. Estas atividades têm um grande futuro em nosso país. Mas, para trilhar este futuro, é preciso que geólogos e geofísicos acreditem que ele existe e que poderá ser alcançado. John Forman Diretor da ANP Agência Nacional de Petróleo Brasil 6a Rodada 2004 – Update A aquisição de dados sísmicos massivos através dos programas da WesternGeco – Brazil 1999/2000 produziu um grande impacto em todas as áreas relacionadas à exploração e produção da indústria petrolífera em águas profundas. Estes programas especulativos de sísmica moderna 2D e 3D trouxeram como conseqüência um aumento sensível na exploração offshore, através também das modernas tecnologias de processamento e interpretação sísmica. As operações de sísmica marinha também causaram um aumento na sensibilidade do meio ambiente relativo a todas as atividades em águas profundas que são sempre monitoradas para seu possível efeito sobre o equilíbrio ecológico. Na costa leste do Brasil, onde as bacias de maior prospectividade estão situadas, a WesternGeco realizou em 1999/2000 um trabalho de sísmica 3D especulativa no norte da Bacia de Campos, contribuindo para as descobertas dos campos de Jubarte, Cachalote e Baleia Branca. Em sísmica de 2D, o maior levantamento especulativo regional em escala mundial também foi efetuado através do programa Brasil 1999/2000 pelo consórcio WesternnGeco/TGS Nopec. A interpretação destes dados mapeou, com alta resolução de imagem, a estratigrafia dos reservatórios turbidíticos produtores de petróleo e permitiu a melhor compreensão da arquitetura das estruturas salíferas da costa leste. Abaixo dos domos salinos, as técnicas de processamento em PSTM/PSDM permitiram a imagem do syn-rift e das relações entre as seqüências lacustrinas abaixo do sal e das seqüências transicionais e de mar aberto acima do sal. O mapeamento moderno em águas profundas permitiu, assim, o reconhecimento preciso de novos reservatórios e visão regional da prospectividade em águas profundas. Roberto Fainstein New Ventures Brazil 99/2000 Program Chris Anderson Marine Marnager WesternGeco * Chang, Hung Kiang Interpretação e mapeamento dos sistemas petrolíferos da Bacia de Santos E m 15 de outubro de 2001, foi celebrado um contrato entre a Agência Nacional do Petróleo e a Universidade Estadual Paulista – UNESP – para executar um projeto intitulado “Interpretação e Mapeamento dos Sistemas Petrolíferos da Bacia de Santos”. O estudo foi efetuado no Laboratório de Estudos de Bacia – LEBAC, pertencente ao Departamento de Geologia Aplicada – DGA, do Instituto de Geociências e Ciências Exatas – IGCE. O início efetivo das atividades deu-se em março de 2002, com o recebimento de dados geofísicos e de poços. A Bacia de Santos, com 275.000 km2, está localizada na região sul-sudeste do Brasil, defronte aos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. A integração de várias bases de dados (sísmica, métodos potenciais, poços, geoquímica, etc) visou caracterizar regionalmente o sistema petrolífero da bacia. A base de dados utilizada no estudo consistiu em: a) 71 mil km de linhas sísmicas 2D; b) 57 mil km de levantamento gravimétrico; c) 225 mil km de levantamento magnetométrico, cuja porção terrestre foi cedida pela CPRM; d) 7 cenas inteiras do satélite Landsat TM7; e) 145 poços, sendo 103 localizados na Bacia de Santos, 39 na Bacia de Campos e 3 na de Pelotas. A seção Rifte da Bacia constitui o principal gerador de hidrocarbonetos, fonte de alimentação para os reservatórios, tanto da Imagem de Guarujá/Guaratiba, na Bacia de Santos própria seção como dos sobrejacentes. Análises geoquímicas de óleos recuperados em testes de formação e de produção demonstram a presença predominante de óleos de origem lacustre salina, porém com pequena contribuição marinha. Na Bacia de Santos, foram reconhecidos dois sistemas petrolíferos – Itajaí-Açu/IlhaBela e Guaratiba-Guarujá – e cinco plays – Guarujá, IlhaBela, Santos/Juréia, Marambaia e Rifte. Experimentos e análises de dados de maturação, geração e expulsão de hidrocarbonetos foram realizados para toda a bacia, com o intuito de estimar seu potencial gerador. Os resultados (P50), em termos de óleo e gás migrados, forneceram 3.71E+5 MMbbls e 2.85E+8 MMcf, respectivamente. A análise de favorabilidade, pelo método bayesiano, foi importante na tentativa de selecionar as melhores áreas de ocorrência de hidrocarbonetos, conforme as características intrínsecas de cada play nos sistemas petrolíferos da bacia. Os resultados obtidos demonstram coerência com os campos já descobertos e apontam para áreas que ainda não foram testadas, ampliando os horizontes exploratórios na Bacia de Santos. * Lebac/UNESP - Rio Claro - SP saiba + [email protected] http://ns.rc.unesp/igce/aplicada/lebac.html Notícias da ABGP - No 15 - Associação Brasileira dos Geólogos Petroleiros 5 Guia para o licenciamento ambiental das atividades de petróleo e gás * João Carlos Tavares Coordenação de meio ambiente atuando na área de licitações Arcabouço Legal para existência desta Coordenação na ANP: Art. 8, inciso IX da Lei do Petróleo (9478/97) “fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, dos derivados e do gás natural e de preservação do meio ambiente” Atribuições da Coordenação de Meio Ambiente: • Harmonização e coordenação dos esforços internos voltados para as questões ambientais da ANP • Desenvolvimento de diretrizes para a agência no que diz respeito aos aspectos ambientais que têm relações diretas com as decisões/ atuações desta como órgão regulador do setor petróleo e gás • Desenvolvimento de indicadores que possam apoiar a agência na tomada de decisões • Coordenar internamente e articular com os agentes governamentais e econômicos no que se refere a questões ambientais pertinentes às atividades da agência • Acompanhar o desenvolvimento científico e tecnológico que possa influenciar as ações regulatórias da ANP Como não é um regulador da área ambiental, possui as seguintes ferramentas de atuação preventiva: Contrato de concessão: “O Concessionário adotará, por sua conta e risco, todas as medidas necessárias para a conservação dos reservatórios e de outros recursos naturais, e para a proteção do ar, do solo e da água de superfície ou de subsuperfície, sujeitando-se à legislação e à regulamentação brasileiras sobre meio ambiente e, na sua ausência ou lacuna, adotando as melhores práticas da indústria do petróleo a respeito”. “O Concessionário também zelará para que as operações não ocasionem quaisquer danos ou perdas que afetem outras atividades econômicas ou culturais na área de concessão”. “O Concessionário enviará, sempre que solicitado pela ANP, cópia dos estudos efetuados visando obtenção das licenças ambientais”. 6 “O Concessionário informará imediatamente à ANP e às autoridades estaduais e municipais competentes a ocorrência de qualquer derramamento ou perda de petróleo ou gás natural, bem como as medidas já tomadas para enfrentar o problema”. Gestão dos Programas Exploratórios Mínimos (PEM) Licenças ambientais são exigidas antes do início das atividades previstas. Sem licença, não há abatimento no PEM. Gestão dos Programas Anuais de Trabalho e Orçamento (PAT) Acompanhamento do licenciamento das atividades. Editado pelo IBAMA, o Guia tem como objetivos principais orientar a elaboração de estudos ambientais adequados às exigências do licenciamento ambiental e identificar áreas da costa brasileira onde a vulnerabilidade dos recursos ambientais é maior. onde encontrar http://www.ibama.org.br Interação da ANP com demais órgãos de governo da área ambiental: • Contato com Ibama Definição e implementação de procedimentos e ferramentas para o acompanhamento do processo de licenciamento ambien- Programa de segurança operacional de instalações: regulação e fiscalização (em andamento) Segurança Operacional diretamente relacionada à proteção ambiental. tal dos empreendimentos do se- Portarias específicas • Portaria 114/2001: Define procedimentos a serem adotados para devolução de áreas de concessão na fase de exploração, incluindo orientações para recuperação ambiental das áreas, desativação de instalações e reversão e alienação de bens. Exige a apresentação de um relatório de devolução acompanhado de Laudo de Auditoria Ambiental emitido por auditor independente suntos relacionados com a prote- • Portaria 025/2002: Regulamenta os procedimentos a serem adotados para o abandono de poços de petróleo e/ou gás, de forma a assegurar o perfeito isolamento dos reservatórios, evitando migração de fluidos para o solo, aqüíferos e o fundo do mar Conhecimento da dinâmica do • Portaria 003/2003: Estabelece procedimentos para comunicação de incidentes com liberação acidental de poluentes (antiga 014/2000, modificada para atender a Lei 9.966/00) Portaria em elaboração: Desativação de instalações e devolução de áreas de concessão na fase de produção • Convênio com DPC *Coordenação de Meio Ambiente - ANP saiba + www.anp.gov.br Notícias da ABGP - No 15 - Associação Brasileira dos Geólogos Petroleiros tor petróleo e gás em tramitação no Ibama. Ibama assessora a ANP em asção ambiental. ANP assessora o Ibama em assuntos relacionados à indústria. • Contato com OEMAS Apresentação prévia dos blocos terrestres a serem licitados. processo de licenciamento. Sistematização do processo de licenciamento nos estados. Perícia de instalações de produção marítima. Perícia de navios petroleiros. Monitoramento e controle do tráfego marítimo (áreas de exclusão, derramamento de óleo no mar, etc). Linhas sísmicas na Bacia Potiguar A GAIA, juntamente com a Fugro Robertson, realizou em 2003 o reprocessamento multicliente de 2.250 km de linhas sísmicas 2D terrestres na Bacia Potiguar. O projeto, cobrindo vários blocos ofertados na Sexta Rodada da ANP, tem como objetivo melhorar a definição do sistema de falhamento raso, do padrão de reflexão dos carbonatos e do embasamento. saiba + Gilberto Prates - Tel.: 21 3311-6228 [email protected] Banco de Dados de Exploração e Produção - BDEP C omo decorrência da publicação da Lei 9.478/97, que atribui à ANP a responsabilidade pela organização, administração, manutenção e disponibilização dos dados gerados pelas atividades de exploração e produção de petróleo no Brasil, a agência, através da sua Superintendência de Gestão de Informações e Dados Técnicos – SDT, concebeu e implementou o Banco de Dados de Exploração e Produção - BDEP, inaugurado em 29 de maio de 2000. O BDEP armazena e disponibiliza dados geofísicos (aerogeofísicos, sísmicos) de poços, batimétricos e culturais obtidos pela indústria do petróleo nas bacias sedimentares brasileiras, contando com um acervo de dados sísmicos de mais de 10,02 TB (300 fitas) PósEmpilhamento, 1.649,89 TB (168.949 fitas) de dados Pré-Empilhamento, 233 programas de métodos potenciais e 21.280 dados de poços carregados, entre outros. O BDEP possui dezoito usuários associados e conta com moderno sistema de administração de dados, que propicia rapidez de acesso à base de dados, segurança, controle, sigilo e confiabilidade, ocupando área mais de 1.100m2, incluindo sala de usuários, arquivo de fitas, CPD e administração. Luiz Sguissadi do Carmo Superintendente de gestão de informações e dados técnicos - SDT saiba + http://www.bdep.gov.br * Ricardo Perez Bedregal, Ademilson Fagundes Brito, Feliz Thadeu Teixeira Gonçalves, Juliani Kuchle, Elio Perez, Christian Horácio Niño Guiza e Luiz Landau Análise e Modelagem da Bacia de Camamu-Almada A Bacia de Camamu-Almada está localizada no nordeste do Brasil, ao longo da margem continental, entre os paralelos 12°30` e 14°30`, aproximadamente, compreendendo uma área de cerca de 23.000 km2 (sendo 3.000 km2 em terra). Na execução dos estudos, a maior parte do esforço exploratório foi concentrada na região da plataforma continental. Mais de 70 poços foram perfurados em terra e na região de águas rasas, enquanto somente 3 poços foram perfurados na região de águas profundas. Tais esforços resultaram na descoberta de duas acumulações de hidrocarbonetos, na porção norte da parte onshore da bacia, sendo um campo de gás (Morro do Barro) e um campo de óleo e gás (Jiribatuba), duas acumulações subcomerciais de óleo e gás na porção central da área de plataforma e um campo de gás na porção centro norte na área da plataforma. A análise integrada detalhada de um banco de dados contendo informações oriundas de dados sísmicos, gravimétricos, magnetométricos e de poços mostrou que o arcabouço tectônico da bacia é caracterizado por uma série de horsts e grabens limitados por falhas normais de direção NE-SW, delineando blocos escalonados com mergulho predominante para nordeste, e estruturas transversais NWSE interpretadas como zonas de acomodação. A interação destes elementos estruturais gerou uma série de plataformas estruturais e sub-bacias restritas, que controlaram a sedimentação sin-rifte e a distribuição de rochas fonte e reservatório. Dados de geoquímica denotam a presença de rochas fonte, lacustres, ricas em matéria orgânica nas formações Morro do Barro e Rio de Contas, depositadas durante a fase rifte (Neocomiano/Barremiano). Apesar disso, dados de biomarcadores indicam que a porção basal da Formação Morro do Barro é a única fonte das acumulações de hidrocarbonetos descobertas até o momento. Técnicas avançadas de modelagem quantitativa multidimensional revelaram que a principal fase de geração de petróleo das rochas fonte da Formação Morro do Barro ocorreu até o final da fase rifte (Barremiano ao Aptiano), enquanto a geração de petróleo a partir das rochas fonte potenciais da Formação Rio de Contas ocorreu até o Paleoceno. As falhas normais, que colocaram em contato rochas fonte da Formação Morro do Barro com os arenitos da Formação Sergi, desempenharam um papel importante para o preenchimento das trapas. A modelagem de migração de petróleo previu que as vias principais de migração, áreas de drenagem e acumulações de óleo e gás encontram-se ao longo da Formação Sergi, a rocha carreadora principal da bacia (imagem abaixo). Modelagens probabilísticas que levaram em consideração as incertezas relacionadas aos elementos e processos do sistema petrolífero permitiram uma estimativa dos volumes de óleo e gás migrados. Assim, assumindo-se uma probabilidade de 50%, os volumes de óleo e gás migrados são, respectivamente, 41x109 bbl e 2,8x1012 m3. Agradecemos à Agência Nacional do Petróleo (ANP) pelo financiamento e pela permissão para apresentar estes resultados. Diagrama tridimensional mostrando geometria da Formação Sergi, caminhos de migração (linhas verdes), limites das áreas de drenagem (linhas vermelhas), e acumulações de óleos (manchas verdes) previstas pela modelagem de migração de fluxo de fluidos na Bacia de Camamu-Almada. *GIMAB/LAB2M/COPPE/UFRJ saiba + Ricardo Bedregal [email protected] Notícias da ABGP - No 15 - Associação Brasileira dos Geólogos Petroleiros 7 Aspectos e sensibilidades ambientais nos setores terrestres ofertados no estado do Espírito Santo Atividades E&P no estado da Bahia A apresentação detalhou o sistema de licenciamento ambiental do estado da Bahia, com destaque para o licenciamento de poços exploratórios. Francisco Brito Assessor Técnico do Centro de Recursos Ambientais (CRA), órgão executor da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado da Bahia ... Dados magnéticos e gravimétricos. Imagem corresponde ao trecho de Barra Seca até o Riacho (ES) Ecossistemas: Estuário Restinga e Banhados (área do Delta do Rio Doce), de elevada importância para quelônios. Inclui área da reserva Biológica de Comboios, proximidade com reserva Indígena e existência de pequenas comunidades pesqueiras tradicionais. Ameaças: Alta pressão antrópica e problemas de drenagem. O estudo abrange municípios do litoral norte do Espírito Santo – Conceição da Barra, São Mateus, Jaguaré, Linhares e Aracruz – e faz um levantamento sobre as características populacionais, a infra-estrutura, as atividades econômicas dominantes, os principais ecossistemas, os impactos ambientais e as unidades de conservação da região. O objetivo do estudo é verificar a inclusão de novas áreas e a manutenção ou exclusão das propostas para oferta de blocos para a Sexta Rodada de Licitações. Andrea Rocha Alegro Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – IEMA saiba + www.iema.es.gov.br Aspectos e sensibilidade ambientais nos setores terrestres ofertados no estado do Rio Grande do Norte A palestra apresentou um resumo sobre a evolução da conformação geológica da Bacia Potiguar, apontando alguns aspectos inerentes aos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, atentando sobre os riscos sócioambientais associados á exploração petrolífera na região, tendo por base as atividades acompanhadas pelo licenciamento ambiental. Eugenio Marcos Soares Cunha Airborne Surveys, o trabalho consiste no levantamento de dados magnéticos e gravimétricos de alta resolução, feito de dentro de aeronaves. Foram mais de 1 milhão de quilômetros voados sobre as bacias do Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Bahia Sul, Espírito Santo, Campos, Santos e Pelotas. ... Aspectos ambientais e sensibilidades de extração, beneficiamento e distribuição de derivados de petróleo no estado do Ceará A apresentação expõe os impactos e riscos nos setores marítimos e terrestres da região, detalha o procedimento para licenças individualizadas para novos poços e faz uma descrição da situação atual do campo de produção da Fazenda Belém. Além disso, inclui os estudos exigidos para o armazenamento e a distribuição de derivados de petróleo. SEMACE Superintendência Estadual do Meio Ambiente saiba + http://www.semace.ce.gov.br Diretor Geral do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente - IDEMA No 15 - julho/agosto 2004 O Notícias da ABGP é uma publicação da Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo www.abgp.com.br • Diretoria: Presidente – Dirceu Abrahão, Vice-presidente – Márcio Mello, 1o secretário – Iran Garcia da Costa, 2o secretário – Raul Mosmann, 1o tesoureiro – Juliano Magalhães Macedo, 2o tesoureiro – João Bosco de Araújo, 1o editor – Giovanni Toniatti, 2o editor – Milton Romeu Franke. Relações Externas: Nilo Chagas de Azambuja Filho. Comissão de Ética: Mauro Barbosa, Adali Spadini e Tikae Takaki • Coordenação, edição e redação: Saber Viver Comunicação 21 2544 5345 • Reportagem: Cláudia Costa • Fotos: Alex Ferro (ag. Pedra Viva) • Revisão Lingüística: Leonor Werneck • Arte e Programação Visual: Mauricio Rodrigues • Impressão: MCE Gráfica e Editora. 8