Influência do Stretching Global Activo na Flexibilidade

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Influência do Stretching Global Activo na Flexibilidade
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto
ARTIGO ORIGINAL
Influência do Stretching Global Activo na Flexibilidade da Cadeia
Posterior e no Salto Vertical no Voleibol
Ana Luísa Oliveira1, Nuno Nogueira2
Licenciada em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa 1
Correspondência para: [email protected]
Professor Adjunto na Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa 2
Resumo
Introdução: Torna-se cada vez mais pertinente avaliar a influência do treino de flexibilidade na impulsão vertical.
Objectivos: Verificar a influência do treino de Stretching Global Activo na flexibilidade da cadeia posterior, na flexibilidade analítica dos
isquiotibiais e na impulsão vertical no voleibol.
Metodologia: Realizou-se um estudo quase-experimental com uma amostra de 28 voleibolistas, do sexo masculino e feminino, pertencentes
ao escalão sénior do Clube Ala Nun’ Álvares, de Gondomar, da Divisão A1 do Campeonato Nacional. A amostra, escolhida por
conveniência, foi dividida em dois grupos (com 7 elementos de cada sexo), aleatoriamente, o grupo experimental que efectuou o treino
de flexibilidade recorrendo ao Stretching Global Activo, durante 8 semanas, e o grupo controlo. Em todos os atletas avaliou-se o Passive
Knee Extension , à direita e à esquerda, a distância dos dedos ao chão e a impulsão vertical. Neste estudo utilizou-se um nível de
significância de 0,05 e para análise dos dados recorreu-se ao programa estatístico SPSS, versão 15.0.
Resultados: Ao fim das 8 semanas, a média (desvio padrão) dos ganhos de flexibilidade dos isquiotibiais foram de 9,14(5,14) graus à
direita e 9,29(4,98) graus à esquerda, enquanto que na distância dos dedos ao chão foi de -2,07(1,69) cm e no Counter-mouvement Jump
foi de 2,1(0,022) cm, sendo as diferenças encontradas estatisticamente significativas.
Conclusão: Com a utilização de um protocolo de treino de Stretching Global Activo obteve-se um aumento da flexibilidade na amostra
em estudo, verificando-se que esses ganhos influenciaram os ganhos de impulsão vertical.
Palavras-chave: Flexibilidade, impulsão vertical, SGA, Isquiotibiais
Abstract
Introduction: The need to evaluate the influence of the stretching training in the vertical jump becomes each time more pertinent.
Objectives: Verify the influence of Active Global Stretching training in the posterior chain flexibility, in the hamstrings analytical
flexibility and in the vertical jump in volleyball.
Methodology: A quasi-experimental study happened with 28 volleyball players, both sexs, seniors of the Clube Ala Nun’ Álvares, of
Gondomar, of the Division A1 of the National Championship. The sample, chosen by convenience, was divided in two groups (with 7
elements of each sex), in a randomized order, the experimental group performed the stretching training appealing to Active Global
Stretching, during 8 weeks, and the group control. The athletes were evaluated in the Passive Knee Extension, on both sides, in the
distance of the fingers to the ground and in the vertical jump. It was used a level of significance of 0,05 and for data analysis was used
the statistical program SPSS, version 15.0.
Results: After 8 weeks, the average (shunting line standard) of the profits of hamstrings flexibility was of 9,14(5,14) degrees to the
right and 9,29(4,98) degrees to the left, whereas in the distance of the fingers to the ground it was of -2,07(1,69) cm and in the Countermouvement Jump was of 2,1(0,022) cm, being the joined differences statistically significant.
Conclusion: With the protocol of training of Active Global Stretching an increase of flexibility in the sample in study was gotten,
verifying itself that these profits had influenced the profits of vertical jump.
Key-Words: Flexibility, Vertical Jump, SGA, Hamstrings
Introdução
No voleibol, o salto vertical, juntamente com a estatura
individual dos jogadores, é uma variável importante
no desempenho dos atletas (Soares, 2002). No voleibol,
o salto vertical, juntamente com a estatura individual
7
dos jogadores, é uma variável importante no
desempenho dos atletas (Soares, 2002).
Os jogadores de voleibol são geralmente altos e com
considerável força abdominal e dos membros. A altura
dos jogadores de alta competição varia entre os 1,90 e
os 1,99 metros, sendo a altura média de 1,96 metros.
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(Carvalho, Vieira & Carvalho, 2004). A força abdominal
e dos membros inferiores têm-se mostrado factores
determinantes para o salto vertical. A força dos
membros superiores, particularmente dos braços e dos
ombros, ajuda a aumentar a força ao longo da região
do tronco, criando uma postura sólida para ajudar a
maximizar a técnica de salto, a produção de força e a
transferência de forças entre o quadrante inferior e o
superior (Carvalho, 1999).
Tendo em conta que, no voleibol, todos os jogadores
têm que obrigatoriamente passar pela zona de ataque,
torna-se necessário que estes conquistem planos cada
vez mais elevados, através da impulsão vertical, para
executarem os procedimentos técnico-tácticos como
o remate, o serviço, o bloco e o passe, com maior
eficácia.
Com efeito, o ganho de alguns centímetros na altura
do salto vertical possibilita ao atacante uma leitura
significativamente melhorada da organização do bloco
e da defesa da equipa adversária (Soares, 2002).
Existem alguns estudos que demonstram que um
ganho na flexibilidade da cadeia posterior proporciona
um aumento de alguns centímetros no salto vertical.
Davis, Ashby & McCale, (2005) compararam o efeito
de três técnicas de stretching analítico nos isquiotibiais
durante 4 semanas e chegaram à conclusão que ambas
aumentavam a flexibilidade e que, por sua vez, levavam
a um aumento da performance do salto vertical.
Também, Lee, Etnyre & Poindexter, (1989), num
estudo com homens e mulheres das equipas do Festival
Olímpico dos Estados Unidos, chegaram à conclusão
que uma boa flexibilidade pode beneficiar o gesto do
salto vertical, levando ao ganho de alguns centímetros
no mesmo.
Na eficácia do salto vertical, têm particular importância
a força explosiva, a potência mecânica dos membros
inferiores e a velocidade inicial de saída, pois quanto
mais rápido o atleta abandonar o solo, maior elevação
atingirá o seu centro de gravidade permitindo, assim,
um maior alcance, em altura, no salto (Davis et al, 2005).
Deste modo, para o aumento da performance do salto
vertical, contribuem, entre outros factores, a potência
muscular e a flexibilidade.
O treino de flexibilidade é específico de cada
modalidade desportiva e, para além de poder
possibilitar uma eventual diminuição da incidência de
lesões musculares e permitir relaxamento muscular,
permite aumentar a velocidade e a performance do
gesto desportivo (Alter, 1997). No voleibol, para
aumentar a impulsão vertical, tem de existir uma boa
flexibilidade da cadeia posterior, constituída
principalmente pelos músculos da arcada do pé, tibial
posterior, tricípete sural, isquiotibiais, glúteos e
músculos espinhais (Grau, 2003), o que parece permitir
um aumento da velocidade e, por conseguinte, da altura
do salto. Durante o salto, deve existir, também, um
rácio de aproximadamente 60% de força dos
antagonistas em relação aos agonistas (Carvalho, Vieira
& Carvalho, 2004). Em condições normais, o rácio I/
Q é aproximadamente 60%, mas se os isquiotibiais
estiverem retraídos, esse rácio é alterado, sendo
necessária uma maior força por parte do quadricipede
para realizar o movimento desejado. Na prática, este
facto leva a uma diminuição da eficácia do salto vertical.
Assim, é mais adequado, antes de tudo aumentar a
flexibilidade dos isquiotibiais, para permitir aumentar
o rendimento do quadricipede (Grau, 2003; Souchard,
2005).
Segundo alguns autores, quer a flexibilidade, quer a
força dependem de diversos factores. A flexibilidade
depende das medidas antropométricas dos indivíduos,
dos factores genéticos, da composição e mecânica
muscular, da mecânica articular e ligamentar, da
composição corporal e de alguns factores hormonais
(Dias et al, 2005; Lamari, Marino, Cordeiro & Pellegrini,
2007). A força, para além de depender da composição
e mecânica articular, muscular e ligamentar, e da
composição corporal como a flexibilidade, depende
ainda do tipo de contracção realizado (concêntrica,
excêntrica ou isométrica), do segmento corporal, do
sistema de alavancas, do tipo de movimento e da
proporção de massa corporal magra (Cureton, Collins,
Hill & Mcelhannon 1998; Dias et al, 2005).
Dentro dos métodos para aumento da flexibilidade,
encontram-se os analíticos, tais como o alongamento
estático, balístico, dinâmico e activo (Lee et al, 1989), e
os globais nos quais se enquadra o conceito do Stretching
Global Activo (SGA), que é um método baseado nos
princípios da Reeducação Postural Global (RPG),
criado por Philippe Souchard e que está dirigido à
prática desportiva (Souchard, 2005). O Stretching Global
Activo consiste em autoposturas de modo a melhorar
o rendimento muscular, assim como, prevenir lesões
(Grau, 2003).
O SGA tem cinco princípios básicos que o distinguem
do alongamento convencional. Esses princípios são:
os músculos existirem na forma de cadeias musculares,
a tridimensionalidade, o conceito do material
viscoelástico, o trabalho muscular dever ser activo e a
importância da respiração.
Também Gloria Melián (2001) fala dos cinco princípios
do SGA, fazendo a distinção entre o alongamento
convencional e o stretching global activo. Segundo a
autora, o alongamento convencional consiste em
estiramentos segmentares, passivos, sem contracção,
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enquanto que o SGA consiste no estiramento das
cadeias musculares, estiramentos activos, com
contracção excêntrica e padrão respiratório.
O SGA é, entre outros, um dos métodos que inclui
alongamentos globais provenientes de uma técnica de
reeducação, neste caso, a reeducação postural global
(Grau, 2003; Souchard, 2006).
A flexibilidade é reconhecida como uma qualidade
motora indispensável a qualquer tipo de desporto,
inclusive o voleibol. A fisioterapia tem um papel
importante na equipa técnica das diferentes modalidades
desportivas, visto que poderá intervir na elaboração
de programas de treino com o objectivo de aumentar
o rendimento do atleta, prevenir lesões e desenvolver
a máxima amplitude de movimento envolvida nas
habilidades motoras desportivas, melhorando, assim,
o gesto desportivo (Kraemer & Ratamess 2005).
Os objectivos deste estudo foram verificar se o treino
de SGA tinha influência na flexibilidade da cadeia
posterior, na flexibilidade analítica dos isquiotibiais e
na impulsão vertical no voleibolista.
Metodologia
realizarem outra actividade desportiva, porque todos
os atletas deviam ter aproximadamente a mesma carga
de treino entre eles, para não inviabilizar os resultados.
2. Ética
Para a realização do estudo foi pedida autorização ao
clube, e após o seu consentimento, todos os
intervenientes no estudo preencheram uma declaração
de consentimento, segundo o modelo de Helsínquia.
Informou-se os participantes de que poderiam
abandonar o estudo quando entendessem, sem qualquer
consequência para os mesmos. Também foram
devidamente informados sobre as condições do
estudo, procedimentos, objectivos e possíveis riscos.
Os dados recolhidos foram utilizados única e
exclusivamente para este estudo, tendo sido garantida
a sua confidencialidade.
3. Instrumentos de recolha de dados
Utilizou-se o goniómetro universal, uma fita métrica
fixada na parede e a bateria de testes AAHPER Youth
Fitness Test (Reston, 1980).
1. Tipo de Estudo e Selecção da Amostra
3.1. Validade e Fiabilidade do goniómetro universal
Foi realizado um estudo do tipo quase-experimental.
Foi escolhida uma amostra, por conveniência, de 28
voleibolistas, do sexo masculino e feminino,
pertencentes ao escalão sénior do Clube Ala Nun’
Álvares, de Gondomar, da Divisão A1 do Campeonato
Nacional. A amostra foi dividida em dois grupos (com
7 elementos de cada sexo), aleatoriamente, o grupo
experimental que foi submetido ao factor em estudo,
o treino de flexibilidade recorrendo ao SGA, e o grupo
controlo, que não realizou o treino proposto.
Para selecção da amostra utilizou-se como critérios de
inclusão: os atletas terem idades compreendidas entre
os 18 e os 28 anos porque a flexibilidade varia com o
avanço da idade e é entre estas idades que a maior
parte dos atletas se encontra em competição; os atletas
terem todos a mesma actividade durante a duração
do estudo, para que não existissem diferenças
significativas na carga de treino entre eles, que pudessem
inviabilizar os resultados; e os atletas comparecerem,
regularmente, ao treino e jogarem regularmente, para
que todos os atletas tivessem as mesmas experiências
de jogo. Os critérios de exclusão foram: os atletas terem
sofrido lesões a nível dos membros inferiores e coluna
vertebral, nos últimos seis meses, porque poderia
afectar os resultados do estudo; os atletas terem faltado
ao treino mais que três vezes, porque se isso acontecesse
poderia existir discrepância nos resultados; e os atletas
9
O goniómetro universal é um instrumento de medida
adequado à medição das amplitudes articulares das
diversas articulações corporais, sendo, por isso, um
instrumento válido para o seu efeito (Brosseau et al,
2001).
Quanto à fiabilidade, o goniómetro universal apresenta
uma fiabilidade intra-observador elevada atingindo
valores de ICC (coeficiente correlação intraclasse)
médios na ordem dos 0,83 e uma fiabilidade interobservador mais baixa relativamente à anterior,
variando entre valores médios de ICC na ordem dos
0,28 e 0,34 (Youdas, Bogard & Suman, 1993; BiermaZeinstra, Bohnen & Ramlal, 1998).
3.2. Validade e Fiabilidade da bateria de testes AAHPER
Youth Fitness Test
Esta bateria de testes é válida para analisar testes de
habilidades motoras, incluindo habilidades como o
salto, em que se integram testes como o Countermouvement Jump, o Squat Jump, habilidades como a dança,
entre outras, e para analisar testes de corrida, como
velocidade, sendo muito utilizada no voleibol (Perkins,
1983).
Quanto à fiabilidade, existem poucos estudos sobre o
assunto, baseando-se a maioria dos estudos na sua
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validade. Contudo, esta bateria de testes possui
fiabilidade a nível da análise e avaliação dos diferentes
itens que a compõem, embora essa fiabilidade varie
consoante exista um ou mais observadores (Marmis,
Montoye, Cunningham & Kozar, 1969).
onde era permitida a ocorrência de movimento, sendo
portanto, o fulcro do mesmo.
A medição do grau de flexibilidade foi realizada antes
do treino com o SGA e após 4 e 8 semanas, em ambos
os grupos, para verificar se ocorreram alterações
relativamente aos valores iniciais
4. Procedimento
Treino de Flexibilidade
4.1.Medição do grau de flexibilidade
Para medição do grau de flexibilidade utilizaram-se
dois testes:
a) o Passive Knee Flexion, no qual cada atleta foi
colocado em decúbito dorsal com a cervical alinhada
e traccionada, o tronco alinhado, a lombar apoiada no
chão e os pés em flexão dorsal (Dombroski, 2005).
Em seguida, a coxo-femural e o joelho foram
colocados a 90º de flexão, sendo esta posição mantida
através de uma barra estabilizadora (White,
Allumbaugh, Ayotte & Macan, 2005), e foi realizada a
extensão máxima permitida do joelho de forma passiva
(Dombroski, 2005). Posteriormente, procedeu-se à
medição da amplitude de movimento percorrida com
o goniómetro universal, tendo como pontos de
referência a linha média lateral do fémur que passa pelo
grande trocanter e pelo côndilo lateral, a linha média
lateral do perónio, em direcção ao maléolo lateral e
fulcro sobre a região do côndilo lateral do fémur. O
goniómetro partiu da posição de 90º, no entanto essa
posição foi assumida como zero, uma vez que se
pretendeu medir a quantidade de graus percorridos
desde 90º de flexão do joelho até à extensão máxima
permitida. Para este procedimento foram necessários
dois fisioterapeutas, um para realizar o movimento de
forma passiva e outro para executar a medição (White,
Allumbaugh, Ayotte & Macan, 2005).
b) o teste de flexibilidade da distância dos dedos ao
chão, em que o indivíduo partiu da posição bipede, e
tenta chegar com a ponta dos dedos das mãos ao chão,
tendo como fulcro a articulação da anca. Durante o
teste foi tida em conta a manutenção das curvaturas
da coluna vertebral, existindo um alinhamento entre o
trágus e as vértebras de C7, D12 e S1, controlado pelo
observador (Kapandji, 2001), sendo este o alinhamento
referido para flexibilizar toda a cadeia posterior
(Souchard, 2005). Não se utilizou o teste de sit-andreach, pois este não permitiria manter este alinhamento
durante o teste. Outro dos factores a ter em conta
durante a realização do teste foi manter os joelhos em
extensão. A progressão no teste, alcance da ponta dos
dedos das mãos ao chão, foi acompanhada pelo
aumento da flexão da anca, que era a única articulação
O treino, utilizando o conceito do SGA, consistiu na
utilização de três posturas, mantidas durante 15 minutos
cada. As posturas realizadas tiveram como objectivo
estirar a cadeia posterior e foram realizadas durante
cerca de 45 minutos, duas vezes por semana, durante
oito semanas. As posturas utilizadas foram a posição
de rã no chão (fig. 1), posição de rã no ar (fig. 2) e a
posição de bailarina (fig. 3) (Souchard, 2006). É de
salientar que antes da realização do estudo foi feito um
pré-treino para elucidar os atletas sobre as componentes
de cada postura e procedimentos para a realização das
mesmas.
Figura 1: Posição de rã no chão
Teste do Salto Vertical
Para medição do salto vertical utilizou-se o Countermouvement Jump (CMJ).
Em primeiro lugar, colocou-se uma tira de tape na
parede para que fossem marcados os resultados dos
saltos, e o terceiro dedo da mão direita dos atletas foi
marcado com a tinta de carimbo. O atleta, na posição
de perfil junto à parede, partiu da posição bípede, com
o tronco direito, as mãos nas ancas e os membros
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Figura 2: Posição de rã no ar
Figura 3: Posição de bailarina
inferiores em extensão. O indivíduo efectuou, então,
semi-flexão dos joelhos até formar um ângulo de 90º
de flexão do joelho, e de seguida um salto vertical
máximo (Alves, 2006; Carazzato, Campelo & Gomes,
1997).
Durante a realização do salto o atleta marcou na parede
a altura do salto, sendo considerada a melhor de três
tentativas.
O CMJ foi avaliado no início do treino de SGA e
após 4 e 8 semanas, para verificar se houve alterações.
houveram ganhos durante o estudo, quer na
flexibilidade, quer no salto, e se esses ganhos foram
significativos, recorreu-se ao teste de Mann-Whitney.
Por último, para verificar a fiabilidade das medições,
foi calculado o coeficiente de correlação intraclasse
(ICC).
Para este estudo, foi utilizado um nível de significância
de 0,05. Os dados foram tratados utilizando o
5. Procedimentos estatísticos
Para caracterizar a amostra recorreu-se à análise da
estatística descritiva: média e desvio padrão.
Para escolher os testes estatísticos apropriados,
verificou-se se a distribuição das variáveis seguia uma
distribuição que se aproximava da normal através do
teste de Shapiro-Wilk, devido ao reduzido tamanho
amostral. Como não se verificou o pressuposto de
normalidade da distribuição, utilizaram-se testes nãoparamétricos.
Para a análise de dados começou-se por fazer uma
descrição dos resultados por grupos, o grupo
experimental e o grupo controlo, recorrendo-se a
medidas de tendência central (médias) e medidas de
dispersão (desvio padrão).
Recorreu-se ao teste de Mann-Whitney para verificar
se existiam diferenças estatisticamente significativas
entre os grupos, no início do estudo. Posteriormente,
para avaliar a influência do SGA na flexibilidade e na
impulsão vertical, recorreu-se a uma análise
emparelhada entre as diferentes medições, por grupos,
recorrendo ao teste de Wilcoxon. Para verificar se
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programa estatístico SPSS, versão 15.0.
Estudo piloto
Antes da realização deste estudo, realizou-se um estudo
piloto com sete atletas, com uma média de idades de
22,3 anos. Todos os atletas não tinham apresentado
qualquer lesão a nível dos membros inferiores ou da
coluna vertebral, nos últimos seis meses.
O estudo piloto foi realizado com o intuito de testar a
fiabilidade intra-observador dos testes utilizados para
medir a flexibilidade e a impulsão vertical, que foram
referidos nos procedimentos.
Para isso, foram realizadas duas medições em cada
indivíduo, e em cada teste, sendo a segunda medição
realizada passados três dias da primeira medição.
Nas medições de goniometria, do teste/re-teste,
obteve-se uma correlação intraclasse (ICC = 0,991),
com intervalo de confiança (IC 95% 0,973-0,998), o
que indica uma boa fiabilidade intra-observador,
segundo Youdas et al (1993) e Bierma-Zeinstra et al
(1998).
Relativamente à medição da distância dos dedos ao
chão, no teste/re-teste, foi obtida uma correlação
intraclasse (ICC = 1), com intervalo de confiança (IC
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Tabela 1: Média (desvio padrão) das medições iniciais obtidas nos diferentes testes realizados e respectivo valor de p obtido no
teste de Mann-Whitney.
Controlo
E xperim ental
M ann-W hitney (p)
Passive K nee Extension
à direita
69,93(7,02)º
71,71(8,06)º
0,734
Passive K nee Extension
à esquerda
69,21(7,59)º
71,29(7,43)º
0,635
D istância dos dedos ao
chão
17,14(5,78) cm
17,07(5,74) cm
0,839
CM J
92 (0,18) cm
90 (0,22) cm
0,406
95% 0,999-1,000), o que demonstra uma excelente
fiabilidade de medição.
Por fim, na medição do CMJ, no teste/re-teste, obtevese uma correlação intraclasse (ICC = 0,982), com
intervalo de confiança (IC 95% 0,907-0,997), o que,
também, mostra uma boa fiabilidade nas medições.
Resultados
à direita e à esquerda, as médias do grupo controlo
eram ligeiramente mais baixas que as do grupo
experimental, enquanto que no caso da medição da
distância dos dedos ao chão e da impulsão vertical, as
médias entre os grupos eram muito próximas. Através
do teste de Mann-Whitney verificou-se que não existiam
diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) entre
os grupos (tabela 1).
Caracterização da amostra
Comparação entre as diferentes medições
A média (desvio padrão) das idades no grupo controlo
era de 23,07 (2,98) anos e no grupo experimental era
de 20,36 (2,27) anos. Relativamente à altura, a média
(desvio padrão) no grupo controlo era de 1,73 (0,11)
metros e no grupo experimental era de 1,80 (0,94)
metros. No que respeita ao peso, a média (desvio
padrão) no grupo controlo era de 66,86 (11,96) Kg e
no grupo experimental era de 71,93 (10,53) Kg. Através
do teste de Mann-Whitney, verificou-se que existiam
diferenças estatisticamente entre os grupos relativamente
à idade (p=0,012) e à altura (p=0,044). Contudo, no
que respeita á variável peso observou-se, através do
teste de Mann-Whitney, que não existiam diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos (p=0,194).
Medições
Ao comparar as diferentes medições, 1ª e 2ª medição,
2ª e 3ª medição e 1ª e 3ª medição, verificou-se, através
do teste não paramétrico de Wilcoxon para variáveis
emparelhadas, que existiam diferenças estatisticamente
significativas no grupo experimental (p<0,05) (tabela
2).
As medições realizaram-se antes do treino de voleibol
dos jogadores, que se realizava ao fim da tarde, sempre
à mesma hora. Quanto à sequência de medição,
primeiro executaram-se os testes de flexibilidade e
depois o de salto.
Medições iniciais
Ganhos obtidos entre as diferentes medições
O facto dos valores do teste da distância dos dedos
ao chão serem negativos deve-se à diminuição dessa
distância relativamente às medições iniciais. No que
respeita aos ganhos obtidos nas segundas medições
foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney,
e verificou-se que existiam diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos, excepto no teste de
flexibilidade da distância dos dedos ao chão (tabela 3).
Quanto aos ganhos obtidos nas terceiras medições foi
utilizado, novamente o teste não paramétrico de MannWhitney, verificando-se que existiam diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos (p<0,05)
(tabela 3).
Relativamente às medições iniciais dos diferentes testes,
verificou-se que, no caso do Passive Knee Extension,
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Tabela 2: Comparação entre as médias (desvio padrão) das medições realizadas nos diferentes testes e respectivo valor de p
obtido no teste de Wilcoxon.
Passive Knee
Extension à direita
Passive Knee
Extension à
esquerda
Distância dos
dedos ao chão
CMJ
Média (desvio padrão)
Média (desvio padrão)
Média (desvio
padrão)
Média (desvio
padrão)
1ª
69,93(7,02)º
69,21(7,59)º
17,14(5,78)cm
92(0,18)cm
2ª
70,07(7,00)º
69,43(7,54)º
17,07(5,55)cm
92(0,18)cm
p=0, 835
p=0, 819
p=0, 839
p=0,997
1ª
71,71(8,06)º
71,29(7,43)º
17,07(5,74)cm
90(0,22)cm
2ª
76,36(6,95)º
75,43(6,64)º
16,14(5,72)cm
91,3(0,21)cm
p=0,001
p=0,001
p=0,008
p=0,001
2ª
70,07(7,00)º
69,43(7,54)º
17,07(5,55)cm
92(0,18)cm
3ª
70,29(7,05)º
69,71(7,57)º
16,92(5,40)cm
92(0,18)cm
p=0, 819
p=0, 812
p=0, 807
p=0,997
2ª
76,36(6,95)º
75,43(6,64)º
16,14(5,72)cm
91,3(0,21)cm
3ª
80,86(7,18)º
80,57(7,55)º
15,00(5,25)cm
92,1(0,20)cm
p<0,001
p<0,001
p=0,002
p=0,028
1ª
69,93(7,02)º
69,21(7,59)º
17,14(5,78)cm
92(0,18)cm
3ª
70,29(7,05)º
69,71(7,57)º
16,92(5,40)cm
92(0,18)cm
p=0, 808
p=0, 798
p=0, 819
p=0,997
1ª
71,71(8,06)º
71,29(7,43)º
17,07(5,74)cm
90(0,22)cm
3ª
80,86(7,18)º
80,57(7,55)º
15,00(5,25)cm
92,1(0,20)cm
p<0,001
p<0,001
p=0,001
p=0,022
Medição
Controlo
Comparação
Wicoxon
entre a 1ª e 2ª
medição
Experimental
Wilcoxon
Controlo
Comparação
Wilcoxon
entre a 2ª e 3ª
medição
Experimental
Wilcoxon
Controlo
Comparação
entre a 1ª e 3ª
Wilcoxon
medição
Experimental
Wilcoxon
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Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto
Tabela 3: Média (desvio padrão) dos ganhos obtidos entre as diferentes medições e respectivo valor de p obtido no teste de
Mann-Whitney.
Ganhos
obtidos na 2ª
medição
Ganhos
obtidos na 3ª
medição
Passive Knee
Extension à
direita
Passive Knee
Extension à
esquerda
Média (desvio
padrão)
Média (desvio
padrão)
Controlo
0,14(0,53)º
0,21(0,58)º
-0,07(0,47)cm
0,4(0,005)cm
Experimental
4,64(3,45)º
4,14(2,57)º
-0,93(0,99)cm
1,3(0,016)cm
Mann-Whitney
p<0,001
p=0,024
p=0,125
p<0,001
Controlo
0,36(0,84)º
0,50(1,22)º
-0,21(0,58)cm
0,4(0,005)cm
Experimental
9,14(5,14)º
9,29(4,98)º
-2,07(1,69)cm
2,1(0,022)cm
Mann-Whitney
p<0,001
p<0,001
p=0,002
p=0,014
Discussão
Este estudo demonstrou que o treino de flexibilidade
recorrendo ao Stretching Global Activo (SGA) promove
um aumento da flexibilidade da cadeia posterior e da
impulsão vertical.
No que diz respeito ao grupo controlo, no decorrer
do estudo, não se verificaram ganhos nos diferentes
testes realizados relativamente às medições iniciais.
No grupo experimental, no decorrer do estudo,
verificou-se que os ganhos conseguidos na flexibilidade
foram mais significativos no segundo momento de
treino, que corresponde ao tempo de treino ocorrido
entre a 2ª e 3ª medições. Este facto pode dever-se,
segundo alguns autores (Discry & Michel 2002;
Souchard 2005,2006), ao facto da aplicação das
posturas do treino de SGA exigir um período de
adaptação e aprendizagem, que são muito importantes
para a sua execução. Os mesmos autores, referem que
só após a aquisição de uma postura correcta, ou seja,
com todos os componentes interiorizados e com um
correcto alinhamento, é que o treino começa a mostrar
a sua eficácia.
No Passive Knee Extension, nas 2ª s medições
verificaram-se ganhos de cerca de quatro graus e destas
para as 3ªs medições obtiveram-se ganhos de cerca de
cinco graus, tendo estes ganhos sido estatisticamente
significativos. Segundo a bibliografia, na prática clínica
uma variação de ± 5º é considerada um erro de
Distância
dos dedos
ao chão
Média
(desvio
padrão)
CMJ
Média (desvio
padrão)
medição do goniómetro (Norking & White, 1997). No
entanto, como o trabalho realizado foi um estudo de
carácter científico, e como o erro obtido nas medições
goniométricas durante o estudo piloto foi muito baixo
(inferior a 1º), considerou-se que o ganho obtido entre
as medições foi um verdadeiro ganho e não um erro
de medição, uma vez que o ganho desses quatro graus,
fez com que também existisse um aumento da impulsão
vertical, o que é importante para a prática clínica, visto
que esse ganho melhorou a performance dos atletas.
No que respeita à duração completa do estudo,
verificou-se que os ganhos obtidos com o treino de
SGA, no Passive Knee Extension, foram de cerca de
nove graus. Mesmo na abordagem clínica, os resultados
podem ser considerados significativos, visto que nove
graus é um valor muito superior aos cinco graus de
margem de erro que é dado pela prática clínica (Norking
& White, 1997).
No que respeita ao teste de flexibilidade da distância
dos dedos ao chão, os ganhos também foram mais
significativos no segundo momento do estudo, o que
é explicado pelo tempo necessário à adaptação e
aprendizagem das posturas de treino, como foi referido
anteriormente. Neste estudo foram utilizados dois
testes de flexibilidade visto que segundo Discry &
Michel (2002), que utilizaram o teste de flexibilidade
distância dos dedos ao chão no seu estudo, este teste
não possuía uma fiabilidade muito boa nem poderia
ser comparado entre indivíduos.
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Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto
É, ainda, de salientar que com a realização deste estudo,
verificou-se que os ganhos de flexibilidade obtidos com
o treino de SGA influenciaram os ganhos na impulsão
vertical, o que foi possível observar através das médias
obtidas nos ganhos de salto, medidos através do Countermouvement Jump, que acompanharam o aumento das
médias obtidas nos ganhos de flexibilidade. Segundo
Carvalho, Vieira & Carvalho (2004) o ganho de poucos
centímetros são difíceis de alcançar e representam
muitas vezes o ficar em vigésimo lugar ou ganhar uma
medalha. Contudo, não foi possível estabelecer uma
correlação entre as variáveis flexibilidade e salto, visto
que com a realização do teste de correlação de
Spearman (não paramétrico) não se verificou o
pressuposto de linearidade entre elas, o que se poderia
dever ao reduzido tamanho amostral deste estudo.
Os ganhos obtidos na flexibilidade da cadeia posterior
ficaram a dever-se a diversos factores, entre os quais
as propriedades viscoelásticas (Grau, 2003). O
comportamento viscoelástico implica uma combinação
de propriedades viscosas, onde a deformação é
dependente da carga aplicada, do grau de amplitude e
das propriedades elásticas (Grau 2003; Mélian 2001).
Segundo alguns estudos que utilizaram o stretching
analítico e o SGA, é possível afirmar que os ganhos de
flexibilidade influenciam os ganhos de impulsão vertical
(Davis et al, 2005 & Lee et al, 1989). Davis et al (2005)
consideram que o aumento de alguns centímetros na
impulsão vertical melhora a performance do salto,
trazendo benefícios ao atleta em situações de jogo,
como seja o remate ou o bloco. Também, segundo
Woolstenhulme, Griffiths, Woolstenhulme, Parcell,
(2006) o treino de flexibilidade utilizando o
alongamento analítico, nomeadamente o alongamento
balístico, demonstra aumentar a performance do salto
vertical.
No que diz respeito ao treino de flexibilidade
recorrendo ao SGA, Discry & Michel (2002)
encontraram ganhos na impulsão vertical de cerca de
10,08 cm, num estudo com duração de 4 semanas. Os
mesmos autores fizeram a comparação entre os treinos
de stretching analítico e de SGA no ganho de impulsão
vertical, verificando que esses ganhos foram
significativamente superiores nos indivíduos que
realizaram o treino de SGA (Discry & Michel 2002).
Comparativamente ao trabalho apresentado, o estudo
realizado por estes autores apresentou resultados
superiores num menor espaço de tempo, no entanto
não foi possível confrontar os dois estudos, visto que
no estudo destes autores não foram reveladas as
características dos atletas, nem a periodicidade com
que foi realizado o treino em estudo, dizendo apenas
que eles não realizavam trabalho específico de
flexibilidade.
15
Contudo, existem estudos contraditórios em relação à
influência da flexibilidade sobre a impulsão vertical.
Bradley, Olsen & Portas (2007) e Wallmann, Mercer &
McWhorter (2005) realizaram um treino de flexibilidade
analítica com o objectivo de verificar se este influenciava
a impulsão vertical, e observaram que o treino de
flexibilidade não teve qualquer efeito sobre a impulsão
vertical. Segundo os mesmos autores, estes resultados
poderiam dever-se ao facto dos estudos terem sido
transversais, não tendo existido um período de
seguimento.
Outro dos aspectos a referir neste estudo é a relação
entre a flexibilidade e a força. Segundo o conceito de
flexibilidade global, o músculo é um elástico vivo, visto
que o material elástico das fibras musculares tem a
capacidade de se deformar e manter esses ganhos,
entrando não só na deformidade elástica, mas também
na deformidade plástica, uma vez que um alongamento
realizado num período mais longo tempo e com uma
carga pequena leva a maiores ganhos de flexibilidade
(Grau, 2003). O ganho de flexibilidade é importante
no aumento da força do quadricipede, necessária para
o salto vertical, visto que durante o salto, deve existir
uma razão I/Q de cerca de 60% (Carvalho, Vieira &
Carvalho, 2004), o que não acontece se os isquiotibiais
estiverem retraídos. Com a retracção dos isquiotibiais,
essa razão é alterada, sendo necessária uma maior
produção de força pelo quadricipede para realizar o
movimento, diminuindo a performance do salto
vertical. (Grau, 2003). Portanto, é mais adequado,
primeiro trabalhar a flexibilidade dos isquiotibiais, para
aumentar o rendimento do quadricipede (Grau, 2003).
Hunter & Marshall (2002) estudaram esta relação entre
a flexibilidade e a força e verificaram que o rendimento
do salto vertical aumentava com o treino de
flexibilidade.
É ainda de referir que no treino de flexibilidade
analítico, os ganhos de flexibilidade iniciais são
superiores aos do treino de SGA, em que os ganhos
são superiores após um período de adaptação (Discry
& Michel 2002; Souchard 2005, 2006). Isto pode deverse ao facto de numa fase mais avançada do praticante,
este já não reagir tão facilmente às cargas simples, como
no início de cada unidade de treino, visto que até ao
alcance das suas capacidades funcionais os ganhos são
muito mais acentuados do que após esse limite (Castelo,
Barreto, Alves, Santos, Carvalho, Vieira, 1996).
Ao longo da realização deste estudo encontraram-se
algumas limitações, tais como a escassez de bibliografia
sobre o tema. Apenas foi encontrado um estudo que
utilizasse o SGA como método de treino para ganho
de flexibilidade. Outra limitação foi a dificuldade em
encontrar testes para avaliar exclusivamente a
flexibilidade da cadeia posterior, tendo-se encontrado
Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto
apenas um teste para isso, o teste de flexibilidade da
distância dos dedos ao chão. O tamanho amostral
reduzido também poderia ser considerado uma
limitação, pois não permite a extrapolação dos
resultados para a população em geral, assim como o
uso de contraceptivos orais pelas participantes
femininas, que poderiam influenciar os ganhos de
flexibilidade. A diferença entre as alturas dos grupos
em t0 poderia ser outra limitação.
Conclusão
Conclui-se que um protocolo de flexibilidade global
contribuiu para o aumento da flexibilidade da cadeia
posterior dos atletas e da flexibilidade analítica dos
isquiotibiais.
É de referir que os ganhos de flexibilidade conseguidos
com o treino de SGA, influenciaram os ganhos obtidos
na impulsão vertical, o que foi verificado através das
médias desses ganhos, visto que não foi possível
estabelecer uma correlação entre as duas variáveis, pois
não existia uma relação linear entre elas.
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