separta ConstLactente[dra. eugênia]

Transcrição

separta ConstLactente[dra. eugênia]
Constipação
no lactente
Constipação
no lactente
Qual a definição atual de constipação funcional no lactente?
foto da Dra.
Maria Eugênia
Farias Almeida
Motta
Maria Eugênia Farias Almeida Motta
• Doutora em Pediatria pela Universidade
Federal de São Paulo.
• Especialista em Gastroenterologia Pediátrica
Universidade Federal de Minas Gerais;
Universidade Federal de São Paulo;
Associação Médica Brasileira/Sociedade
Brasileira de Pediatria.
• Professora Adjunta da Disciplina de Pediatria
da Universidade Federal de Pernambuco
De acordo com o critério de Roma III, considerando sinais e sintomas
possíveis no lactente, define-se constipação quando há a presença de pelo
menos dois parâmetros seguintes, com duração de um mês ou mais: duas
defecações ou menos por semana, relato de retenção fecal excessiva, história de defecação dolorosa ou eliminação de fezes endurecidas, presença
de massa fecal volumosa no reto.1 Cerca de 30% das crianças com constipação funcional desenvolvem sintomas no período de lactente.2
A caracterização do hábito intestinal normal permite reconhecer melhor as
suas possíveis alterações. É importante que todos os parâmetros do hábito
intestinal sejam investigados para diagnosticar corretamente constipação,
não apenas a frequência de defecações. Os pais costumam identificar a
presença de constipação intestinal baseando-se na frequência da eliminação de fezes: 45% descreveram constipação como a não eliminação de
fezes, enfatizando a frequência em detrimento de outros parâmetros.3,4
Além das alterações do hábito intestinal, em associação, o lactente pode
apresentar irritabilidade, diminuição do apetite e/ou saciedade precoce,
que desaparecem logo após a eliminação das fezes.1
O ritmo intestinal é variável no período de lactente, mas existe
intervalo mínimo aceitável entre as defecações?
De acordo com o critério de Roma III, o lactente que defeca três ou mais
vezes por semana está com a frequência adequada.1 No entanto, se a frequência é igual ou inferior a duas vezes por semana, deve-se investigar
alterações na consistência das fezes (aumentada), dor ao eliminar as fezes
(choro intenso antes e durante a defecação), retenção fecal excessiva e
massa fecal aumentada no reto (todos esses itens acima de um mês de duração) e apenas na presença de alterações de dois ou mais deles, conforme
o critério de Roma III, será diagnosticada constipação.
2
Constipação no lactente
Nestlé Nutrition Institute
3
Quais os elementos que contribuem para a
motilidade intestinal e influenciam o hábito
intestinal?
tanto para os lactentes alimentados com leite materno, quanto para aqueles alimentados com fórmula láctea.14
As estruturas neuromusculares devem estar íntegras,
com liberação adequada de neurotransmissores e
coordenação dos reflexos neurais entéricos. O trato
digestório é inervado por sistema nervoso autônomo
(parassimpático, que permite contração muscular, e
simpático, responsável pelo relaxamento) e entérico,
evidenciando-se ligação direta entre esse e o sistema
nervoso central, ambos modulando a função motora
gastrintestinal.5,6 Além disso, dois fatores principais
estão envolvidos e interrelacionados: a microbiota
colônica e a alimentação do lactente.
O leite materno também contribui com neurotransmissores (substância P e peptídeo vasoativo intestinal, motilina, neurotensina) que atuam no sistema
nervoso entérico, propiciando motilidade gastrintestinal normal e maturação funcional do intestino
quanto mais precoce for o início da alimentação
enteral.15
O intestino humano é colonizado por grande número de microrganismos, que habitam especialmente o
cólon e são responsáveis por várias funções fisiológicas, incluindo a motilidade intestinal. A microbiota
colônica é formada por cerca de 1014 unidades formadoras de colônia/g de conteúdo colônico, pertencentes a mais de 500 espécies, a maioria das quais
são anaeróbios estritos, com os gêneros bacteróides
e bifidobactéria predominado.7,8 A atividade da microbiota colônica tem impacto sobre a função motora gastrintestinal por três mecanismos: produz ácidos
graxos de cadeia curta a partir da fermentação de
carboidratos complexos, que estimulam a atividade
neuromuscular colônica; forma massa fecal (estímulo
mecânico à propulsão) à medida que se incorpora à
estrutura da fibra alimentar durante a fermentação;
e agrega água ao material fecal (as bactérias constituem-se de cerca de 80% de água), facilitando a
defecação.9-11
Ao nascimento, o cólon é estéril e fatores como genética, ambiente, idade gestacional, tipo de parto (o
natural favorece) e alimentação permitem a colonização e o estabelecimento da microbiota colônica
adequada.12
Lactentes alimentados com leite materno têm microbiota colônica composta por maior quantidade
de bifidobactéria e lactobacilos, que auxiliam a função motora intestinal, enquanto aqueles alimentados com fórmulas lácteas têm microbiota colônica
complexa, formada por bifidobactéria, bacteróides,
clostridio, estreptococos anaeróbios e bactérias anaeróbias facultativas.8,13
Após o desmame, a introdução de alimentos não digeridos (fibra alimentar) favorece o desenvolvimento gradual de microbiota intestinal do tipo adulto,
4
Como diferenciar disquezia do lactente de
constipação funcional?
A disquezia do lactente é caracterizada por esforço
por 10 a 20 minutos, com grito, choro e rubor facial
precedendo a eliminação de fezes líquidas ou pastosas.1 O sintoma inicia nos primeiros meses de vida até
cerca de seis meses e o lactente é saudável.1 A causa é
a imaturidade do mecanismo de defecação, com falha na coordenação entre a pressão intra-abdominal
aumentada e o relaxamento do assoalho pélvico.1,16
O choro ocorre na tentativa de aumentar a pressão
intra-abdominal.1 A avaliação clínica é suficiente. A
anamnese deve incluir dados sobre a alimentação e o
crescimento e o exame físico da região retal deve ser
realizado para excluir alterações anorretais.1
Qual a conduta terapêutica na disquezia do
lactente?
Tranquilizar a família, explicando que o ato de defecar é aprendido e que a criança precisa aprender a
relaxar o assoalho pélvico, ao mesmo tempo em que
faz esforço para empurrar as fezes para fora, o que
ocorrerá espontaneamente em tempo oportuno.1,16
Orientar para não estimular a defecação com supositório, pois sensação artificial será produzida e pode
ser nociva, além de condicionar a criança a esperar o
estímulo antes de defecar.1 Laxantes não devem ser
usados.1
Quais as causas de constipação funcional no
lactente?
Mudança do leite materno para fórmulas artificiais
ou introdução de alimentos sólidos; treinamento
para o toalete, quando a criança tenta controlar a
defecação e acaba causando dor durante a eliminação de fezes; evitar a defecação para não sentir dor
na eliminação das fezes.1,15,17,18 Comportamento reConstipação no lactente
tentivo após defecação dolorosa é o principal fator
para a manutenção do quadro clínico, condicionando a criança a evitar a defecação devido ao medo de
sentir dor.19,20 A dor resulta de contrações colônicas
normais empurrando o conteúdo colônico contra o
esfíncter anal externo fechado.1
A suscetibilidade individual também depende da
base genética para as funções de motilidade e sensibilidade gastrintestinal.21 Cerca de 58% das diferenças individuais no risco para distúrbio gastrintestinal funcional, incluindo constipação, podem estar
sob controle genético, havendo duas a quatro vezes
maior chance se a história familiar for positiva.22
Nem sempre o lactente tem constipação, principalmente quando está em aleitamento materno.
É possível ocorrer constipação antes de seis meses
de idade em lactente alimentado exclusivamente
com leite materno?
Existem fatores no leite materno que contribuem
para aumentar e diminuir a freqüência de defecações e a consistência e o volume de fezes, sem que
a redução desses parâmetros indique constipação. A
caracterização do hábito intestinal é de caráter individual, envolvendo também a maturidade da função
motora intestinal e a capacidade de digestão dos diversos nutrientes.
Lactentes que recebem leite materno têm menor risco de desenvolver constipação devido à presença de
neurotransmissores que atuam no sistema nervoso
entérico, resultando em motilidade gastrintestinal
normal e maturação funcional motora do intestino,
com maior frequência de defecações.15,23,24
O leite materno é rico em oligossacarídios, que não
são digeridos, aumentando o volume e a consistência das fezes e estimulando o reflexo gastrocólico, o
que resulta em defecações mais frequentes.24,25 A microbiota intestinal do lactente alimentado com leite
materno é composta por maior número de bactérias
sacarolíticas, capazes de degradar carboidratos não
absorvidos.11 Os carboidratos mais fermentáveis têm
maior afinidade por água, reduzindo a consistência
das fezes; são importantes componentes do leite materno.26
Além disso, os lipídios do leite materno são melhor
digeridos, constituindo-se por alto (44%) conteúdo de ácidos graxos saturados, 23% de ácido palmítico, com cerca de 70% na posição sn-2 (facilita a absorção como 2-monoacilglicerol, que forma
Nestlé Nutrition Institute
micelas com sais biliares na luz intestinal e são bem
absorvidos, reduzindo a possibilidade de formação
de sabão de cálcio).27,28 Dessa forma, são produzidas
fezes mais amolecidas, facilmente eliminadas e com
frequência maior de defecações.29-31 O leite materno
contém lípase que auxilia a digestão do seu conteúdo de triglicerídeos, otimizando o hábito intestinal.
A redução na frequência de defecações, especialmente após os primeiros meses de vida é observada
em vários estudos, indica maturação da capacidade
de conservação de água pelo cólon.2,23,32 A permeabilidade intestinal e o mecanismo absortivo ativo
do intestino do neonato mudam com o avanço da
idade pós-natal, sinalizando essa maturação, que se
traduz em aumento da consistência das fezes, sem
ressecamento, e menor frequência de defecações.31
As proteínas do leite materno formam coalhos finos e
facilmente digeridos no estômago, reduzindo o volume de fezes e os movimentos intestinais.24,25
Portanto, movimentos intestinais pouco frequentes
no lactente jovem em aleitamento materno exclusivo
não representam constipação, pois não ocorre acúmulo de fezes no trato gastrintestinal ou alteração de
outros parâmetros do hábito intestinal.33 Esses casos
devem ser considerados uma peculiaridade da fisiologia intestinal do lactente.34
Por que, mesmo quando as mães têm
alimentação adequada, os lactentes têm
constipação com tanta frequência?
A alimentação materna influencia o ritmo intestinal
do lactente em aleitamento materno exclusivo?
O leite materno contém todos os nutrientes, embora a sua composição varie entre as mães, conforme
idade materna, número de gestações, saúde, idade
gestacional, equilíbrio emocional e ambiente. As diferentes substâncias consumidas pela mãe passam diretamente para o leite materno e podem influenciar
o hábito intestinal.28 No entanto, a presença de fator
bífido, imunoglobulinas, enzimas, fatores bioativos e
neurotransmissores, que promovem crescimento e
maturação funcional motora e imune intestinal tornam o leite materno fundamental para o lactente.
Nós pediatras temos que orientar
incansavelmente as mães dos lactentes menores
de seis meses em aleitamento materno exclusivo
com frequência reduzida de defecações, mas
5
sem outras alterações do hábito intestinal. Como
proceder? Como controlar a ansiedade dos pais?
A avaliação clínica é importante. O lactente é feliz e
saudável.34 Alguns podem ficar 8 a 10 dias (ou mais)
sem defecar. Distensão abdominal, com choro e flatulência, é rara.34 O exame abdominal e retal não revela retenção excessiva de material fecal.34
Com essas informações, devemos exercer a melhor
função do pediatra: com empatia e acolhimento das
angústias da família, estabelecer uma boa relação
pediatra-lactente-família para assegurar a natureza fisiológica da redução da frequência das fezes e
o bem-estar do lactente, sem prejuízo à sua saúde.
Não está indicada medicação ou suspensão do aleitamento materno e o seguimento deve ocorrer a curtos intervalos de tempo.33
É verdade que algumas fórmulas lácteas infantis
causam mais constipação que outras? Por quê?
A razão para modificação nas características do hábito intestinal é a fonte de lipídios. É descrito que
fórmulas lácteas contendo oleína de palma causam
maior excreção e menor absorção de gordura.35 O
ácido palmítico da oleína de palma tem arranjo diferente daquele do leite materno, ou seja, nas posições
sn-1 e sn-3, e precisam ser hidrolisados por lípase
pancreática.36-38 O ácido palmítico não absorvido
pode reagir com cálcio para formar complexos ácido graxo-cálcio (sabões insolúveis não absorvidos),
cujos níveis relacionam-se com a firmeza das fezes.29
Existe mudança progressiva do hábito intestinal durante o aleitamento materno exclusivo para alimentação exclusiva ou parcial com fórmulas lácteas: as
fezes tornam-se mais firmes e a frequência de defecações diminui.35 A idade ao desmame é um fator
importante. Lactentes desmamados para fórmula
láctea em idade mais tardia têm fezes menos frequentes, provavelmente porque a microbiota intestinal, elemento importante para a motilidade intestinal, modifica após a redução ou suspensão do leite
materno.35
A mudança nas características do hábito intestinal
pode ser relatada pela família como constipação,
porque os pais associam o aparecimento de redução
na frequência e maior firmeza das fezes e esforço à
defecação, que não estavam presentes no período
do aleitamento materno e naturalmente passam a
ocorrer após a modificação para fórmula láctea, com
6
constipação.35,39 Porém, de acordo com o critério de
Roma III, tais características não representam constipação, mas apenas uma modificação do padrão individual do hábito intestinal.1 Se esse modelo normal
de hábito intestinal (embora diverso do padrão ao
qual os pais estavam habituados) não é reconhecido, modificações de fórmulas lácteas e tratamento
medicamentoso desnecessários serão instituídos. Os
lactentes podem ter tolerâncias diversas para fórmulas lácteas, ou seja, cada um irá apresentar características particulares de hábito intestinal, inclusive representando desenvolvimento funcional normal da
motilidade intestinal, inviabilizando a generalização
de que fórmulas lácteas causam constipação.28,35
Modificação de fórmula láctea só deve ser realizada
se constipação funcional é diagnosticada, seguindo
o critério de Roma III, o mais atualizado no momento.1 Uma vez realizada, deve ser dado tempo hábil
para que o organismo se adapte à fórmula instituída,
evitando-se trocas frequentes e a curtos intervalos de
tempo.
A oleína de palma interfere na mineralização
óssea?
Estudos demonstram que o nível de cálcio e o conteúdo e densidade mineral óssea estão reduzidos
nos lactentes que usam fórmulas contendo oléina de
palma, mas apenas potencialmente seria deletério à
saúde óssea futura.40-42
No entanto, a casuística envolvida nesses estudos é
pequena. De acordo com meta-análise realizada por
autores chineses, a conclusão deve ser interpretada
com cautela, exatamente pelo número reduzido de
pacientes incluídos nos estudos, insuficiente mesmo
para uma meta-análise.43 Não há estudos no longo
prazo abordando as repercussões ósseas em crianças, adolescentes ou adultos que usaram fórmulas
lácteas à base de oleína de palma na infância.
O uso precoce de farináceos/engrossantes/
massas antes de seis meses de idade contribui
para constipação no lactente?
A prática do desmame, com a introdução de mingaus
concentrados e alimentos sólidos pobres em fibra alimentar e o baixo aporte hídrico, pode ser responsável
pelo surgimento da constipação.1,17,44,45 Além de não
ter fibra alimentar para aumentar o volume fecal, o
uso de massas e farináceos em excesso aumenta a
Constipação no lactente
necessidade hídrica, a fim de reduzir a consistência
das fezes. A ingestão hídrica reduzida nessa situação
predispõe o lactente à constipação.
Como trabalhar com a família o período de
transição das fezes após a introdução de
alimentação complementar, no qual há queixas
frequentes de constipação?
A constipação tem de ser confirmada pela anmenese
para detalhamento do hábito intestinal. Na maioria
das vezes, trata-se de modificação do hábito intestinal após a introdução de alimentos sólidos.31 Portanto, deve-se orientar alimentação variada, com
a introdução gradual de alimentos ricos em fibra
alimentar para estimular a motilidade colônica. Se
necessário, nutricionista deve compor a equipe de
atendimento, para garantir alimentação diversificada
e condições nutricionais adequadas ao crescimento e
desenvolvimento do lactente.
A constipação pode ser associada à alergia à
proteína do leite de vaca? Quando desconfiar?
A inflamação resultante do processo alérgico pode
alterar a motilidade gastrintestinal, resultando em
constipação.46 No lactente que tem constipação bem
caracterizada, a presença de proctite pode ser um
indício de constipação. Apenas dois de seis pacientes
com queixa de constipação tiveram alergia à proteína do leite de vaca confirmada pelo teste de desencadeamento alimentar oral aberto, enquanto os dois
com proctite foram positivos ao teste.47
Introdução de glúten e proteína do leite de vaca
pode estar relacionada à constipação?
A introdução precoce de glúten e proteína do leite
de vaca no primeiro ano de vida pode ser um gatilho para desenvolvimento da constipação aos 24
meses.48 Redução no risco de desenvolver constipação secundária a essas situações tem sido associada
ao aleitamento materno concomitante durante a introdução desses componentes na alimentação, em
torno de quatro a seis meses.49 Existe um período
estreito no início da vida, fundamental para o desenvolvimento orgânico (período ontogenético crítico),
no qual a alimentação promove respostas adaptativas
com efeitos na estrutura e na função do organismo,
com repercussões sobre a saúde ao longo da vida.
Nestlé Nutrition Institute
Qual a influência do treinamento esfincteriano
na origem da constipação no lactente?
O treinamento esfincteriano precoce, problemático
ou mal sucedido pode desencadear alteração na defecação.44 É necessário desenvolvimento neurológico
e motor adequados da criança, que lhe permita entender e reproduzir as atividades solicitadas; isso é
esperado em torno de 18 a 24 meses de idade, daí
ser essa a faixa etária sugerida para iniciar o treinamento esfincteriano.50 Sem esse desenvolvimento, o
treinamento esfincteriano pode ser desastroso mas,
necessariamente, não prejudica as defecações e causa constipação.51,52
O ciclo dor-retenção-dor precipita constipação
desde a faixa etária de lactente?
A conduta adquirida e voluntária de retenção de fezes (contração, ao invés de relaxamento do assoalho
pélvico) por medo de sentir dor aumenta o tempo
de permanência das fezes no cólon, aumentando a
absorção de água e tornando as fezes duras e ressecadas, o que causa dor e medo de defecar e retenção
voluntária adicional para postergar a defecação, instalando o quadro de constipação no lactente.53
Alterações psicossociais contribuem para
constipação no lactente?
O desenvolvimento da criança é um processo dinâmico e ativo, que envolve a elaboração cognitiva e
afetiva das experiências ambientais com a família),
dando-lhes significado, resultando em modificações
qualitativas e graduais nos sistemas comportamental, cognitivo e afetivo, a partir da reorganização
contínua do indivíduo que se adapta a novas experiências/estressores.54,55 O significado (e as emoções
desencadeadas) atribuído a um evento estressante
pode gerar sintomas físicos e a sensação de estar doente (illness), expressando sofrimento, insatisfação
social ou posição do indivíduo em relação a outras
pessoas.56 Dessa forma, mesmo eventos estressores
pré-natais (situações de estresse materno) podem
modular o perfil neurocomportamental (programação comportamental fetal resultante de adaptação
fisiológica neural às características ambientais intrauterinas) e tornar a criança reativa e vulnerável aos
distúrbios funcionais, incluindo constipação.57
7
Atraso na eliminação de mecônio é indício de
constipação orgânica em lactentes (aganglionose
congênita ou doença de Hirschsprung)? Como
investigar?
A informação sobre a eliminação do primeiro mecônio é fundamental para a suspeita de doença de
Hirschsprung. A maioria dos recém-nascidos elimina
mecônio nas primeiras 24 horas de vida.58 No entanto, imaturidade fisiológica da função motora gastrintestinal, especialmente quando o lactente nasceu
pré-termo, pode retardar a eliminação de mecônio.59
Na suspeita clínica, o paciente necessitará de investigação complementar por meio de manometria anorretal (que demonstra a ausência de reflexo inibitório
retoanal), enema opaco (caracteriza segmento agangliônico estreitado e segmento dilatado suprajacente, dependendo da extensão do acometimento) e
biópsia retal por sucção (teste diagnóstico mais acurado, evidencia ausência de gânglios neurais mioentéricos e submucosos).60 .
Quais os sinais de alarme que indicam que
exames complementares devam ser solicitados
na constipação do lactente?
Os lactentes com constipação não necessitam realizar exames complementares, exceto na suspeita de
doença de Hirschsprung. O diagnóstico baseia-se na
história e no exame físico.61 Massa fecal palpável no
abdome é característica do quadro.1 O exame retal
deve ser realizado após estabelecer confiança com a
criança e a família, e vai permitir identificar o volume
de fezes retidas.1
Qual o tratamento indicado para lactente com
constipação funcional comprovada?
Pode ser iniciado laxante para amolecer as fezes.1 Os
laxantes osmóticos contêm íons que são pouco absorvidos e criam gradiente dentro da luz intestinal,
retendo água e reduzindo a consistência das fezes, o
que facilita a propulsão e a eliminação das fezes, torna a defecação menos dolorosa e, dependendo do
grau de amolecimento das fezes, dificulta o comportamento de retenção.62,63 Podem ser utilizados lactulose (1-3 ml/kg/dia, em 1 ou 2 doses), hidróxido de
magnésio (1-3 ml/kg/dia, em 1 ou 2 doses) ou polietilenoglicol 3350-4000 (0,26-0,84 g/kg/dia) nas
8
crianças maiores de 6 meses.62 O laxante lubrificante
(óleo mineral, 1 a 3 ml/kg/dia, em 1 ou 2 doses) recobre e penetra as fezes, lubrificando-as e tornandoas mais amolecidas, permitindo defecação facilitada
e menos dolorosa.62-64 Não usar nas crianças menores
de um ano ou naquelas que têm risco de aspiração
(pacientes com doença neurológica), para evitar a
pneumonia lipoídica.
A fibra alimentar é a parte comestível de vegetais ou
carboidratos resistente à digestão e à absorção no
intestino delgado, com fermentação parcial ou completa no cólon.65 A fibra alimentar menos fermentável atua a partir do efeito mecânico exercido pela
sua estrutura física praticamente intacta, que forma
resíduo e volume fecal maiores e absorve água, enquanto aquela mais fermentável aumenta a massa
bacteriana e, assim, o conteúdo de água e o peso
fecal.9-11
É importante que se dê preferência ao fornecimento de fibra alimentar pelos alimentos da alimentação
habitual, que se caracteriza por variedade de carboidratos complexos e equilíbrio entre a fibra alimentar
mais e menos fermentável, permitindo à microbiota
colônica agir sobre o substrato mais fermentável, enquanto o menos fermentável progride no cólon.66-68.
Existe grande variação na quantidade de fibra alimentar necessária para otimizar a função intestinal,
mas o paciente constipado pode necessitar de quantidades superiores à da fórmula: idade (em anos) +
5 g/dia.53,68 A fibra alimentar fornecida como suplemento não tem o mesmo efeito daquela da alimentação, com baixa relação custo-benefício.
Fórmula láctea infantil com prebióticos (oligossacarídeos), que tem a função de estimular o crescimento
de microbiota intestinal para auxiliar a função motora intestinal, pode ser utilizada em substituição à
fórmula láctea infantil habitual. Probiótico (microrganismo vivo que causa benefício à saúde) como
fórmula láctea infantil ou suplemento também pode
auxiliar a função motora intestinal. No entanto, poucos estudos mostram a eficácia desses procedimentos, com resultados controversos.
No lactente menor de seis meses com
constipação que melhorou com o uso de
fórmula láctea infantil com prebiótico, em
quanto tempo se deve retornar à fórmula láctea
Constipação no lactente
infantil habitual? Qual a chance de retornar
a constipação após retornar à fórmula láctea
infantil habitual?
Se ocorreu normalização do hábito intestinal, não é
preciso trocar a fórmula láctea infantil novamente. O
lactente pode manter o uso da fórmula láctea infantil
com prebiótico. Não há como prever se o lactente irá
apresentar constipação novamente, visto que a propensão é individual, com fatores ambientais variados
funcionando como gatilhos para o desenvolvimento
da constipação.
No lactente maior de seis meses que retorna
ao uso de fórmula láctea infantil habitual após
uso de fórmula láctea infantil com prebióticos
no primeiro semestre e apresenta constipação
novamente, o que fazer, já que a fórmula láctea
infantil com prebiótico é específica para o
primeiro semestre? Equilibrar com frutas às vezes
não resolve.
Esse lactente deve iniciar tratamento de imediato,
com medicação e fibra alimentar na alimentação.
A maioria das formas de constipação está
relacionada a erro alimentar. O grande desafio:
como fazer para o lactente consumir mais fibra
alimentar e aumentar a ingestão hídrica?
Elaborar um cardápio variado com auxílio de nutricionista, evitando a monotonia alimentar.
Fezes sólidas e frequência reduzida de defecação
às vezes são caracterizadas pela família como
urgência. Nesses casos, o que usar de maneira
imediata: supositório, solução de sorbitol,
lactulona?
Se o hábito intestinal é caracterizado como constipação funcional, o tratamento deve ser instituído
de imediato, incluindo medicação e fibra alimentar.
Supositório não está indicado, pois sua função é preencher o espaço restante da ampola retal na constipação de origem aguda, objetivando desencadear o
reflexo da defecação.
2. Motta ME, Silva GAP. Constipação intestinal crônica funcional na
infância: diagnóstico e prevalência em uma comunidade de baixa
renda. J Pediatr (Rio J). 1998;74:451-4.
3. Colón AR, Jacob LJ. Defecation patterns in American infants and children. Clin Pediatr 1977;16:999-1000.
4. Potts MJ, Sesney J. Infant constipation: maternal knowledge and beliefs. Clin Pediatr 1992;31:143-8.
5. Brookes S, Costa M. Functional neuroanatomy. In: Spiller R, Grundy
D (eds.). Pathophysiology of the enteric nervous system: a basis for
understanding functional diseases. Massachusetts, Blackwell, 2004.
p.36. Weisbrodt NW. Regulation: nerves and smooth muscle. In: Johnson
LR (ed.). Gastrointestinal physiology. St Louis, Mosby, 1997. Cap. 2.
15-22.
7. Hart Al, Stagg AJ, Frame M, Graffner H, Glise H, Falk P, Kamm MA.
The role of the gut flora in health and disease, and its modification
as therapy. Aliment Pharm Ther. 2002;16:1383-93.
8. Salminen S, Bouley C, Boutron-Ruault M.-C, Cummings JH, Franck A,
Gibson GR et al. Functional food science and gastrointestinal physiology and function. Br J Nutr. 1998;80 (suppl 1):S147-71.
9. Kurasawa S, Haack VS, Marlett JA. Plant residue and bacteria as bases
for increased stool weight accompanying consumption of higher dietary fiber. J Am Coll Nutr. 2000;19:426-33.
10. Chen H-L, Haack VS, Janecky CW, Vollendorf NW, Marlett JA. Mechanisms by which wheat bran and oat bran increase stool weight in
humans. Am J Clin Nutr. 1998;68:711-9.
11. Topping DL, Clifton PM. Short-chain fatty acids and human colon
and function: roles of resistant starch and nonstarch polysaccharides.
Physiol Rev. 2001; 81: 1031-64.
12. Christian M, Edwards E, Weaver LT. Starch digestion in infancy. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 1999;29:116-24.
13. Stark PL, Lee A. The microbial ecology of the large bowel of breastfed and formula-fed infants during the first year of life. J Med Microbiol. 1982;15:189-99.
14. Edwards CA. Short chain fatty acids. Production and effects on gut
motility. Adv Exp Med Biol. 1997;427:155-67.
15. Donovan SM. Role of human milk components in gastrointestinal development: current knowledge and future needs. J Pediatr.
2006;149:S49-61.
16. Van den Berg MM, Rossum CH, Lorijn F, Reitsma JB, Di Lorenzo C,
Benninga MA. Functional constipation in infants: a follow-up study. J
Pediatr. 2005;147:700-4.
17. Issenman RM, Hewson S, Pirhonen D, Taylor W, Tirosh A. Are chronic
digestive complaints the result of abnormal dietary patterns? Diet
and digestive complaints in children at 22 and 40 months of age.
Am J Dis Child. 1987;141:679–82.
18. Blum NJ, Taubman B, Nemeth N. Relationship between age at initiation of toilet training and duration of training: a prospective study.
Pediatrics. 2003;111:810–4.
19. Partin JC, Hamill SK, Fischel JE, Partin JS. Painful defecation and fecal
soiling in children. Pediatrics. 1992;89:1007–9.
20. Cox DJ, Ritterband LM, Quillian W, Kovatchev B, Morris J, Sutphen J
et al. Assessment of behavioral mechanisms maintaining encopresis:
Virginia Encopresis-Constipation Apperception Test. J Pediatr Psychol. 2003;28:375–82.
21. Caspi A, Moffitt TE. Gene-environment interactions in psychiatry:
joining forces with neuroscience. Nat Rev Neurosci. 2006;7:583-90.
Referências bibliográficas
1. Hyman PE, Milla PJ, Benninga MA, Davidson GP, Fleisher DF, Taminiau J. Childhood functional gastrointestinal disorders: Neonate/Toddler. Gastroenterology. 2006;130;1519-26.
Nestlé Nutrition Institute
22. Grudell ABM, Camillero M, Carlson P, Gorman H, Ryks M, Burton
D et al. An exploratory study of the association of adrenergic and
serotonergic genotype and gastrointestinal motor functions. Neurogastroenterol Motil. 2008;20:213-9.
9
23. Aguirre ANC, Vitolo MR, Puccini RF, Morais MB. Constipação em
lactentes: influência do tipo de aleitamento e da ingestão de fibra
alimentar. J Pediatr (Rio de Janeiro). 2002;78:202-8.
42. Koo WWK, Hockman EM, Dow M. Palm olein in the fat blend of infant formulas: effect on the intestinal absorption of calcium and fat,
and bone mineralization. J Am Coll Nutr. 2006;25:117-22.
63. Benninga MA, Voskuijl WP, Taminiau JAJM. Childhood constipation:
is there new light in the tunnel? J Pediatr Gastroenterol Nutr .2004;
39: 448-64.
24. Tunc VT, Camurdan AD, Ilhan MN, Sahin F, Beyazova U. Factors associated with defecation patterns in 0-24-month-old children. Eur J
Pediatr. 2008;167:1357-62.
43. Yu ZB, Han SP, Zhu C, Sun Q, Guo XR. Effects of infant formula containing palm oil on the nutrient absorption and defecation in infants:
a meta-analysis. Zhonghua Er Ke Za Zhi. 2009;47:904-10.
64. Sondheimer JM, Gervaise EP. Lubricant versus laxative in the treatment of chronic functional constipation of children: a comparative
study. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 1982; 1: 223-6.
25. Lucas A, Sarson DL, Blackburn AM, Adrian TE, Aynsley-Green A,
Bloom SR. Breast vs botlle: endocrine responses are different with
formula feeding. Lancet. 1980;1:1267-9.
44. Maffei HVL, Moreira FL, Kissimoto M, Chaves SMF, El Faro S, Aleixo
A. História clínica e alimentar de crianças atendidas em ambulatório
de gastroenterologia pediátrica (GEP) com constipação intestinal
crônica funcional (CICF) e suas possíveis complicações. J Pediatr (Rio
J). 1994;70:280-6.
65. Camire ME, Cho S, Craig S, DeVries J, Gordon D, Jones J et al. The
definition of dietary fiber. Cer Foods World. 2001;46:112-26.
26. Hell M, Kamper J, Ebbesen P, Hansted C. Treatment of constipation in infants fed with breast-milk substitutes. A controlled clinical investigation of 2% and 4% allomin lactulose. Ugsker Laeger.
1990;152:1819-22.
27. Filler LJ, Mattson FH, FOman SJ. Triglyceride configuration and fat
absorption by the human infant. J Nutr. 1969;97:246-54.
28. Chen N, Alarcon PA, Comer GM, Tressler RL. Gastrointestinal tolerance of a new infant milk formula in healthy infants: multicenter
study conducted in Taiwan. Asia Pacific J Clin Nutr. 2002;11:151-6.
29. Quinlan PT, Lockton S, Lucas AL. The relationship between stool
hardness and stool composition in breast- and formula-fed infants. J
Pediatr Gastroenterol Nutr. 1995;20:81-90.
30. Fontana M, Bianchi C, Cataldo F, Nibali SC, Cucchiara S, Casali LG
et al. Bowel frequency in healthy children. Acta Paediatr Scand;
1989;78:682-4.
31. Weaver L, Ewing G, Taylor L. The bowel habit of milk-fed infants. J
Pediatr Gastroenterol Nutr. 1988;7:568-71.
32. Motta ME, Silva RTB, Rodrigues CM, Amorim RJM, Aroucha, ML.
Fatores associados à defecação em lactentes menores de um ano:
importância do aleitamento materno. In: 13o Congresso Brasileiro
de Gastroenterologia Pediátrica, 2010, Belo Horizonte. Rev Méd Minas Gerais. Belo Horizonte, 2010. v. 20. p. S60-S60.
33. Choe YH, Lee JE, Moon KB, Hwang JH, Seo JM. The infrequent bowel
movements in young infants who are exclusively breast-fed. Eur J
Pediatr. 2004;163:630-1.
34. Eggermont E. Transient, infrequent bowel movements in the exclusively breast-fed infant. Eur J Pediatr. 2004;163:632-3.
35. Lloyd B, Halter RJ, Kuchan MJ, Baggs GE, Ryan AS. Formula tolerance in postbreastfed and exclusively formula-fed infants. Pediatrics.
1999;103:e7.
36. Carnielli VP, Luijendijk IHT, Van Goudoever JB, Sulkers EJ, Boerlage
AA, Degenhart HJ et al. Structural position and amount of palmitic
acid in infant formulas: effects on fat, fatty acid, and mineral balance. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 1996;23:553-60.
37. Kennedy K, Fewtrell MS, Morley R, Abbott R, Quinlan PT, Wells JCK
et al. Double-blind, randomized trial of a synthetic triacylglycerol in
formula-fed infants: effects on stool biochemistry, stool characteristics, and bone mineralization. Am J Clin Nutr. 1999;70:920-7.
38. Alles MS, Scholtens PAMJ, Bindels JG. Current trends in the composition of infant milk formulas. Curr Pediatr. 2004;14:51-63.
39. Potts MJ, Sesney J. Infant constipation: Mmaternal knowledge and
beliefs. Clin Pediatr. 1992; 31:143-8.
40. Koo WWK, Hammami M, Margeson DP, Nwaesei C, Montalto MB,
Lasekan JB. Reduced bone mineralization in infants fed palm oleincontaining formula: a randomized, double-blinded, prospective trial.
Pediatrics. 2003;111:1017-23.
41. Ostrom KM, Borschel MW, Westcott JE, Richardson KS, Krebs NF.
Lower calcium absorption in infants fed casein hydrolysate- and soy
protein-based infant formulas containing palm olein versus formulas
without palm olein. J Am Coll Nutr. 2002;21:564–9.
10
66. Pryne CJ, Southgate DA. The effects of a supplement of dietary fibre
on faecal excretion by human subjects. Br J Nutr. 1979; 41:495-503.
67. Silk DBA, Walters ER, Duncan HD, Green CJ. The effect of a polymeric
enteral formula supplemented with a mixture of six fibres on normal
human bowel function and colonic motility. Clin Nutr. 2001;20:4958.
68. Marlett JA, McBurney MI, Slavin JL. Position of the American Dietetic
Association: health implications of dietary fiber. J Am Diet Assoc.
2002;102:993-1000.
45. Williams CL. Dietary fiber in childhood. J Pediatr. 2006;149:S121-30
46. Motta MEFA. Intolerance of cow’s milk and chronic constipation in
children. Intern Pediatr. 2001;16:66-72.
47. Lins MGM, Horowitz MR, Silva GAP, Motta ME. Oral food challenge
test to confirm the diagnosis of cow’s milk allergy. J Pediatr (Rio J)
2010;86: no prelo.
48. Kiefte-de Jong JC, Escher JC, Arends LR, Jaddoe VW, Hofman A, Raat
H et al. Infant nutritional factors and functional constipation in childhood: the Generation R study. Am J Gastroenterol. 2010;105:940-5.
49. Ivarsson A, Persson LA, Hernell O. Does breast-feeding affect the risk
for coeliac disease? Adv Exp Med Biol. 2000;478:139-49.
50. Doleys DM, Dolce JJ. Treino de Toalete e Enurese. Clín Pediátr Am
Norte. 1982;4: 331-47
51. Motta ME, Silva GAP. O treinamento esfincteriano pode influenciar
o desenvolvimento de constipação crônica funcional? An Fac Med
Univ Fed Pernamb. 1997;42:123-7.
52. Fishman L, Rappaport L, Cousineau D, Nurko S. Early constipation and toilet training in children. J Pediatr Gastroenterol Nutr.
2002;34:385-8.
53. Youssef NN, Di Lorenzo C. Childhood constipation: evaluation and
treatment. J Clin Gastroenterol. 2001; 33: 199-205.
54. Rutter M, Sroufe LA. Developmental psychopathology: concepts and
challenges. Dev Psychopathol. 2000;12:265-96.
55. Culbertson JL, Newman JE, Willis DJ. Childhood and adolescent psychologic development. Pediatr Clin N Am. 2003;50:741-64.
56. Kyrmayer LJ, Sartorius N. Cultural models and somatic syndromes.
Psychosom Med. 2007;69:832-40.
57. Nesse RM. Evolutionary biology: a basic science for psychiatry. World
Psychiatry. 2002;1:7-9.
58. Weaver LT, Lucas A. Development of bowel habit in preterm infants.
Arch Dis Child. 1993;68:317-20.
59. Ameh N, Ameh EA. Timing of passage of first meconium and stooling pattern in normal Nigerian newborns. Ann Trop Paediatr. 2009
Jun;29(2):129-33.
60. De Lorijn F, Reitsma JB, Voskuijl WP, Aronson DC, Ten Kate FJ, Smets
AM et al. Diagnosis of Hirschsprung’s disease: a prospective, comparative accuracy study of common tests. J Pediatr. 2005; 146:78792.
61. Baker SS, Liptak GS, Colletti RB, Croffie JM, Di Lorenzo C, Ector W et
al. Constipation in infants and children: evaluation and treatment.
A medical position statement of the North American Society for Pediatric Gastroenterology and Nutrition. J Pediatr Gastrenterol Nutr.
1999;29:613–26.
62. Brandt LJ, Prather CM, Quigley EM, Schiller LR, Schoenfeld P et al.
Systematic review on the management of chronic constipation in
North America. Am J Gastroenterol 2005;100(suppl 1):S5-22.
Constipação no lactente
Nestlé Nutrition Institute
11
NOTA IMPORTANTE:
AS GESTANTES E NUTRIZES PRECISAM SER INFORMADAS QUE O LEITE MATERNO É O IDEAL PARA O LACTENTE, CONSTITUINDO-SE A MELHOR NUTRIÇÃO E PROTEÇÃO PARA ESTAS CRIANÇAS.
A MÃE DEVE SER ORIENTADA QUANTO À IMPORTÂNCIA DE UMA DIETA EQUILIBRADA NESTE PERÍODO E QUANTO À MANEIRA DE SE PREPARAR PARA O ALEITAMENTO AO SEIO ATÉ OS DOIS
ANOS DE IDADE DA CRIANÇA OU MAIS. O USO DE MAMADEIRAS, BICOS E CHUPETAS DEVE SER DESENCORAJADO, POIS PODE TRAZER EFEITOS NEGATIVOS SOBRE O ALEITAMENTO NATURAL.
A MÃE DEVE SER PREVENIDA QUANTO À DIFICULDADE DE VOLTAR A AMAMENTAR SEU FILHO UMA VEZ ABANDONADO O ALEITAMENTO AO SEIO. ANTES DE SER RECOMENDADO O USO
DE UM SUBSTITUTO DO LEITE MATERNO, DEVEM SER CONSIDERADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS FAMILIARES E O CUSTO ENVOLVIDO. A MÃE DEVE ESTAR CIENTE DAS IMPLICAÇÕES ECONÔMICAS
E SOCIAIS DO NÃO ALEITAMENTO AO SEIO – PARA UM RECÉM-NASCIDO ALIMENTADO EXCLUSIVAMENTE COM MAMADEIRA SERÁ NECESSÁRIA MAIS DE UMA LATA POR SEMANA. DEVE-SE
LEMBRAR À MÃE QUE O LEITE MATERNO NÃO É SOMENTE O MELHOR, MAS TAMBÉM O MAIS ECONÔMICO ALIMENTO PARA O LACTENTE. CASO VENHA A SER TOMADA A DECISÃO DE INTRODUZIR
A ALIMENTAÇÃO POR MAMADEIRA É IMPORTANTE QUE SEJAM FORNECIDAS INSTRUÇÕES SOBRE OS MÉTODOS CORRETOS DE PREPARO COM HIGIENE RESSALTANDO-SE QUE O USO
DE MAMADEIRA E ÁGUA NÃO FERVIDAS E DILUIÇÃO INCORRETA PODEM CAUSAR DOENÇAS. OMS – CÓDIGO INTERNACIONAL DE COMERCIALIZAÇÃO DE SUBSTITUTOS DO LEITE MATERNO.
WHA 34:22, MAIO DE 1981. PORTARIA Nº 2.051 – MS DE 08 DE NOVEMBRO DE 2001, RESOLUÇÃO Nº 222 – ANVISA – MS DE 05 DE AGOSTO DE 2002 E LEI 11.265/06 DE 04.01.2006 – PRESIDÊNCIA
DA REPÚBLICA – REGULAMENTAM A COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA INFÂNCIA E TAMBÉM A DE PRODUTOS DE PUERICULTURA CORRELATOS.
PUBLICAÇÃO DESTINADA EXCLUSIVAMENTE AO PROFISSIONAL DE SAÚDE. IMPRESSO NO BRASIL.