charles wedemeyer teoria de estudo independente

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charles wedemeyer teoria de estudo independente
CHARLES WEDEMEYER
TEORIA DE ESTUDO INDEPENDENTE
Universidade Aberta
Modelos de Ensino a Distância
Dezembro de 2010
Grupo Wedemeyer: Ana Marmeleira, António Pedro, Eduarda
Rondão, Joaquim Pinto, Margarida Marmeleira e Mª João Spilker
CHARLES WEDEMEYER – TEORIA DE ESTUDO INDEPENDENTE
"For to enter the palace of Learning at the Great Gate,
requires an expense of time and forms; therefore men of
much haste and little ceremony are content to get in by
the back door."
Citado em Wedemyer, C. A. (1981). Learning at the Back Door: Reflextions on NonTraditional Learning in the Lifespan. Wisconsin: The University of Wisconsin Press.
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Introdução
No âmbito da unidade curricular Modelos de Ensino a Distância, do Mestrado em
Pedagogia do E-Learning, irá ser realizado um debate assíncrono sobre quatro dos
pioneiros do Ensino a Distância e respectivas teorias:
• Wedemeyer e a teoria do estudo independente
• Holmberg e a teoria da conversação didáctica guiada
• Otto Peters e a teoria da industrialização
• Michael Moore e a teoria da distância transaccional
Charles
Wedemeyer
foi
um
estudioso,
autor,
professor,
administrador,
internacionalista, filósofo e criador da ideia de educação aberta e de educação a
distância. Foi um fervoroso defensor da aplicação da tecnologia como ferramenta para
a abertura de oportunidades e de promoção da democracia na educação - um
fervoroso activista pela liberdade de aprender, pela oferta de educação,
independentemente da idade, raça, sexo, nacionalidade, deficiência física, rendimento,
classe social, do emprego ou do local de residência. Não é apenas um gigante
intelectual, mas um construtor, um homem que projectou um novo sistema
educacional que daria oportunidade para aqueles cuja única oportunidade de
aprender era "pela porta dos fundos".
O nosso grupo elegeu Wedemeyer pela importância e, porque não dizer, actualidade
da sua Teoria do Estudo Independente. As palavras-chave como ritmo de
aprendizagem individualizado, auto-determinação de tarefas e actividades, liberdade
de escolha (levada ao extremos da escolha entre estudar ou não estudar) são
caraterizantes da teoria de Wedemeyer.
Esta assenta no que a nível social Wedemeyer defende: equidade e direito ao acesso à
educação.
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Biografia
Charles A. Wedemeyer nasceu a 8 de Setembro de 1911, no Milwaukee, Wisconsin,
EUA.
A sua formação inclui o Bacharelado em Ciências da Educação com especialização em
Inglês e o Mestrado em Educação (Inglês) da Universidade de Wisconsin-Madison.
A II Guerra Mundial, durante a qual foi instrutor Naval (1942/1946), interrompeu o seu
doutoramento.
Entre 1954 e 1964 foi Director da Universidade de Wisconsin (Programa de Estudos
por Correspondência).
Em 1961 foi Presidente da Comissão sobre critérios e normas (Nuea).
Em 1967 foi nomeado como Professor William H. Lighty em Educação.
Em 1972 foi consultor da UNESCO na Etiópia, Universidade HSI.
Obteve o Doutoramento Honoris Causa da Universidade British Open em 1975.
Foi distinguido com inúmeros títulos honorários, incluindo doutoramento honorário da
Universidade de Oxford e da Universidade da Etiópia.
Wedemeyer é conhecido mundialmente pelos seus esforços para ampliar as
oportunidades de aprendizagem para as populações tradicionalmente excluídas da
educação formal, os pobres, os geograficamente isolados, os deficientes, os
socialmente sobrecarregados, para os a quais educação tradicional pouco tinha a
oferecer.
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Como oficial da Marinha na II Guerra Mundial, ele pensou utilizar tecnologias de
comunicação na educação de adultos para formar centenas de milhares de
marinheiros de todo o mundo.
Foi da sua responsabilidade o primeiro curso em educação a distância no Department
of Continuing and Vocational Education.
Criticou os padrões do ensino superior do seu tempo, referindo que estes não
rentabilizavam as novas tecnologias. Neste sentido, tentou promover a utilização das
novas tecnologias como facilitadoras da aprendizagem.
Hoje, muitos estudiosos reconhecem que o ensino de educação a distância começou
com Wedemeyer.
Faleceu em 1 de Agosto de 1999, em Huntsville, Alabama.
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Enquadramento Histórico do EaD
Os primeiros cursos por correspondência tiveram a sua origem em factores como o
isolamento, a flexibilidade, a mobilidade, a acessibilidade ou empregabilidade. A
escrita (impressa) era a forma de disponibilização dos cursos e também o meio de
comunicação, esporádico, entre o aluno e o professor ou monitor.
Em "From Chautauqua to the Virtual University: A Century of Distance Education in the
United States", Moore faz um historial da Educação a Distância nos Estados Unidos da
América, desde os seus primórdios, EaD por correspondência, na Chautauque
Correspondence College até aos dias de hoje. O papel de Wedemeyer é destacado, já
que este liderou o o projecto AIM (Articulate Instructional Media) na University of
Wisconsin e, segundo Moore, "By deconstructing the teaching process into its
component processes, forming teams of specialists in each process, and using a variety
of technologies, linked - i.e., "articulated" - together, it would be possible to deliver
courses of higher quality and lower cost at a distance then ever acieved by traditional
craft methods, i.e., a single teacher in a classroom." (Moore: 2003)
No projeto AIM foram utilizados diferentes media (rádio, televisão, áudio-cassetes,
telefone), de forma a apresentar o conteúdo de uma forma adequada e ir ao encontro
dos diferentes estilos de aprendizagem dos aprendentes. Surgiu então a ideia de
"course design team", constituída por designer instrucionais, profissionais da área TIC
e especialistas no tema a ser apresentado no curso. Quem concebia o curso era assim
separado dos tutores que acompanhavam os estudantes.
Actualmente, ao Estudo Independente, no qual o aluno estudava sozinho, foram
adicionadas mais variáveis, possibilitando uma aprendizagem colaborativa, uma
constante interacção através de meios de comunicação síncronos e assíncronos, tais
como a web-conferência ou o fórum de discussão.
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Teoria do Estudo Independente
ou ainda da autonomia e da independência intelectual
Definição
«Este termo identifica a aprendizagem realizada no todo ou em grande,
independentemente da direcção ou controle exteriores, caracterizada pela autonomia
do aluno e pela sua distância relativamente à autoridade educacional. Alunos
independentes podem ser consistentemente envolvidos na aprendizagem, mas
geralmente não em regime de tempo integral. Programas específicos para alunos
independentes são chamados de estudo independente, estudo doméstico ou estudo
por correspondência. A instrução alcança os alunos através de meios como a
correspondência, rádio, televisão, satélite, telefone ou computador. Esses programas
utilizam a comunicação bidireccional entre professor e aluno, e geralmente
individualizam a educação.» Wedemeyer, C. A. (1981). Learning at the Back Door: Reflections on
Non-Traditional Learning in the Lifespan. Wisconsin: University of Wisconsin Press
Impulsionadores
A Teoria do Estudo Independente tem como princípios de estruturação a
independência e autonomia do aluno em contexto ensino-aprendizagem. Teve como
principal impulsionador Charles A. Wedemeyer (Learning at the Back Door, 1981),
teórico em estudo neste trabalho. Contudo, não podemos esquecer que esta teoria foi
iniciada por Michael Moore (Learner Autonomy: the second dimension of independent
learning,1972; Toward a theory of independent learning and teaching, 1973; On a
Theory of independent study, 1977) e sustentada, posteriormente, por Charles A.
Wedemeyer (Learning at the Back Door, 1981).
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Pressupostos
Os pressupostos que apoiam a teoria surgiram muito mais atrás, a partir do momento
em que Charles Wedemeyer defende a causa de que todos têm direito a estudar
independentemente da idade, profissão ou estatuto social. Não aceitando a ideia da
existência de exclusão social, fundamenta a criação de um ensino a distância, porque
sabia que os padrões de educação ao nível do ensino superior utilizados na altura não
satisfaziam as necessidades da população, pois havia muitos trabalhadores que
sentiam a necessidade de prosseguir os seus estudos mas que tinham de trabalhar
para se sustentar e se viam assim impossibilitados de aumentarem a sua formação.
Embora a comunidade académica em geral não tenha visto com bons olhos este
modelo educativo alternativo, começaram a surgir instituições que se dedicaram ao
ensino aberto, o que revelou que já não era possível fechar os olhos a esta nova
realidade.
«As implicações da aprendizagem aberta na educação superior são, como é óbvio,
especulação, mas esperemos que sejam pelo menos uma especulação inteligente (…).
A aprendizagem aberta é um filho do estudo independente (…) *que+ poderá
conquistar a aceitação que foi negada aos seus pais. Isto terá uma implicação
significativa (…) em praticamente todos os aspectos do nosso trabalho.»
Desde muito cedo, Wedemeyer promoveu programas de ensino por correspondência,
mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, que permitiram colmatar a lacuna que ele
considerava existir em termos de oferta educativa. Com a evolução da sociedade e dos
meios tecnológicos, a escola tradicional parecia afastar-se cada vez mais das reais
necessidades de um leque bastante alargado de pessoas, que procuravam
complementar a sua formação, correspondendo às exigências de uma sociedade em
constante mutação. Na escola tradicional verificou-se uma falha na utilização das
novas tecnologias existentes na altura (como rádio, televisão, discos, fitas, filmes,
telefones e computadores), pois estas tinham uma utilização muito reduzida e
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geralmente pouco proveitosa. No entanto, estas tecnologias revestiam-se de um
potencial enorme para promover um verdadeiro ensino independente por parte de
estudantes a distância, podendo diminuir ainda mais as barreiras de acesso ao ensino
superior.
«What non-traditional learning does not need is anything that would diminish the
freedom of choice, autonomy and independence that has kept this kind of learning
vital, practical, resourceful, innovative, and humane from the beginning of this
century.» —Charles Wedemeyer
Assim, a teoria do estudo independente nasce com o intuito de satisfazer a
necessidade de proliferação da educação à população que não tinha condições de
acesso ao ensino em contexto de sala de aula, e tem como principais directrizes a
auto-regulação e a aprendizagem auto-dirigida, já que se destina a alunos que eram
trabalhadores e que deviam ser independentes, responsáveis, preparados para lidar
com essa nova situação de estudo sem a presença do professor e, ao mesmo tempo,
ter a capacidade de decidir se queriam ou não estudar, sendo capazes de decidir qual o
método de estudo a adoptar.
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Características
Para uma melhor compreensão da sua teoria, Wedemeyer destacou quatro elementos
essenciais para que se processe a aprendizagem: o professor, o aluno, os conteúdos a
serem ensinados e aprendidos e um modo de comunicação entre professor e aluno.
O contexto de aprendizagem proposto por Wedemeyer difere do contexto de escola
tradicional, onde os quatro elementos essenciais ao processo de ensino-aprendizagem
- o professor, o aluno, o currículo e a comunicação - estão simultaneamente presentes
no mesmo espaço, a sala de aula. No contexto de aprendizagem da Teoria do Estudo
Independente, esses elementos não têm de coexistir no espaço e no tempo, sendo que
a comunicação que se estabelece entre o professor e o ensino, por um lado, e o aluno
e a aprendizagem, por outro, pode processar-se em diferido, tanto no que diz respeito
ao espaço como ao tempo, sendo essa comunicação estabelecida através de artefactos
tecnológicos.
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Este novo modelo educativo só é possível porque, tal como Wedemeyer explica, o
ensino e a aprendizagem são dois processos distintos, levados a cabo por dois seres
distintos. O momento em que os conhecimentos são transmitidos é um, aquele em
que são aprendidos é outro. Aliás, só há verdadeira aprendizagem se o aluno for o
agente desse processo e não apenas um receptor passivo. Só há verdadeira
aprendizagem se o aluno conseguir passar por três fases fundamentais: a aquisição da
informação, a assimilação dessa informação e a aplicação da mesma em outros
contextos. Para passar por essas três fases, tem de ser respeitado o ritmo do próprio
aluno e permitir-lhe conduzir o seu estudo de forma independente.
Esta distância que se estabelece entre o professor e o aluno vai promover uma
verdadeira autonomia do estudante, o que dificilmente aconteceria no típico ensino
presencial. Fisicamente separado do professor, o aluno não será controlado por este,
mas apenas guiado. Torna-se independente do professor, aceitando os níveis de
liberdade e responsabilidade necessários para a iniciativa e execução de actividades
que conduzem à aprendizagem. É o próprio aluno que estabelece o seu ritmo de
aprendizagem, o seu ritmo de execução das tarefas. É ele quem estabelece quando
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começará os estudos, quando os interromperá, quando os retomará, em função das
suas necessidades e possibilidades. Isso implica um acompanhamento mais
individualizado de cada aluno, uma vez que o conceito tradicional de turma não existe.
Assim, ao falarmos em estudo independente, temos mais do que uma variável em
mente: independência relativamente às restrições de tempo e espaço, independência
relativamente ao professor.
Assim, a Teoria do Estudo Independente põe em evidência seis caraterísticas
importantes:
- Separação entre professor e aluno;
- Individualização do ensino;
- Realização dos processos de ensino e aprendizagem por via escrita ou por outro meio
mais conveniente;
- Aprendizagem a partir do desenvolvimento de actividades;
- Aprendizagem no ambiente familiar do aluno;
- Responsabilidade do aluno pelo seu próprio ritmo de aprendizagem.
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Implementação
Para que o estudo independente possa ser efectivamente implementado, é necessário
que os sistemas de ensino valorizem o ensino a distância e tenham determinadas
características, como:
- Ser capaz de operar em qualquer lugar onde existam estudantes – ou até mesmo
apenas um estudante, quer existam ou não professores no mesmo local e tempo;
- Colocar no estudante a maior responsabilidade pela aprendizagem;
- Destinar ao corpo docente horas académicas para que eles possam direccionar maior
tempo às tarefas realmente educativas;
- Oferecer aos estudantes opções de escolha mais amplas (mais oportunidades) em
cursos, formatos, metodologias;
- Usar, quando apropriado, todos os meios e métodos de ensino que tenham
demonstrado eficiência;
- Misturar e combinar meios e métodos de modo a que cada assunto ou unidade
dentro de um assunto seja ensinado da melhor maneira conhecida;
- Fazer com que o projecto e o desenvolvimento de cursos se adaptem a um
“programa articulado de mídia”;
- Preservar e aumentar as oportunidades de adaptação a diferenças individuais;
- Avaliar as aquisições do estudante de modo simples, não levantando barreiras que
impeçam o desenrolar do método ou a sequência de estudo;
- Permitir aos estudantes iniciar, parar e aprender no seu próprio ritmo.
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A convicção de Wedemeyer de que este era o único caminho possível levou-o, já em
1965, a prever o e-learning de hoje:
"... O aluno do futuro provavelmente não irá "assistir" a aulas, mas sim, as
oportunidades e os processos de aprendizagem que vão ter com ele. Ele vai aprender
em casa, no escritório, no trabalho, na fábrica, na loja. ou em salões de vendas, ou na
fazenda. "
"... O professor chegará aos alunos não apenas no seu próprio estado ou região, mas a
nível nacional, (...) uma vez que os meios e os métodos empregados por ele no ensino
vão remover as barreiras de espaço e tempo no ensino ..."
De facto, aquilo que para Wedemeyer eram apenas especulações acabou por se
concretizar em larga escala.
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Aspectos Positivos
According to Moore, «Wedemeyer was determined to develop
learning opportunities that included “the boy at the back door
and for all the other underprivileged people represented by the
boy in *the+ picture (…) that Wedemeyer always displayed on
the wall of his office. The image depicted was of a preRevolution, Russian, peasant boy, standing in his ragged clothes
and peering through a schoolroom door at the privileged youths
inside, contemporaries who had entered learning through the
‘front door.’ (Moore, 1999, P2)
O aspecto mais positivo que podemos associar à Teoria do Estudo Independente
defendida por Wedemeyer é a diminuição de barreiras, para que todos possam aceder
mais livremente à educação.
Tal como referido na secção em que se explicou a Teoria do Estudo Independente, a
implementação das ideias preconizadas por Wedemeyer permite que todas as pessoas
tenham acesso a um nível de educação antes limitado a um grupo restrito de
privilegiados. A possibilidade de frequentar presencialmente o ensino superior
pressupõe a existência de recursos financeiros que permitam dedicar-se a tempo
inteiro aos estudos e financiar o alojamento junto das universidades. A colocação em
prática de um modelo educativo em que é possível estudar a distância, num local e
tempo mais convenientes, torna possível que pessoas que trabalham e pessoas que
residam longe das instituições escolares adquiram mais formação, sobretudo formação
pós-ensino secundário sem as restrições indicadas atrás.
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Além disso, o estudo independente permite desenvolver uma verdadeira autonomia
do estudante, criando-lhe mecanismos de auto-regulação do seu estudo, uma vez que
o estudante poderá/deverá estabelecer os seus próprios objectivos de estudo, as suas
estratégias de estudo, a forma de resolver os problemas que lhe são colocados, etc.
Essa autonomia é uma das principais ferramentas que permitirá ao estudante vencer
no mercado de trabalho, pelo que o seu desenvolvimento neste tipo de ensino é uma
mais-valia.
Outro aspecto bastante positivo é a promoção de uma aprendizagem muito mais
significativa. Ao ser colocada a tónica no estudante e na aprendizagem, dá-se uma
verdadeira atenção ao processo natural de aprendizagem. Sendo que só há verdadeira
aprendizagem quando o estudante tem a oportunidade de adquirir informação,
integrá-la nos seus conhecimentos prévios e aplicá-la em novas situações, por
respeitar o ritmo de cada estudante o estudo independente permite que este possa
passar tranquilamente por essas três fases, o que resultará numa aprendizagem
efectiva.
Por fim, há a referir o esforço de adaptação à nova realidade social. A constituição de
escolas serviu um fim específico numa sociedade com determinadas características. No
entanto, a sociedade mudou muito e a evolução tecnológica exige uma constante
actualização o que não seria possível se os trabalhadores tivessem constantemente de
regressar aos bancos da escola. O estudo independente contribui para a promoção da
aprendizagem ao longo da vida, respondendo às exigências do mundo actual. Não se
trata simplesmente de promover cursos superiores de longa duração, mas também
formações mais pontuais que permitam satisfazer necessidades muito específicas de
formação que, graças a este modelo educativo, podem ser frequentadas sem
obstáculos ao longo da vida.
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Bibliografia Geral
Preti, O. (2002). Bases epistemológicas e teorias em construção na educação a
distância.
http://arquiteturaspedagogicas.pbworks.com/f/Oreste_EaD_bases_conceituais.pdf
(Acedido em 12.12.2010)
Moraes, R.C. (2010). Educação a distância e ensino superior: introdução didática a um
tema polémico.
http://books.google.pt/books?id=OIkG11l_WcoC&pg=PA58&lpg=PA58&dq=Wedemey
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0CE8Q6AEwCTgK#v=onepage&q=Wedemeyer%20%20Estudo%20Independente&f=false(Acedido (Acedido em 06.12.2010)
Wedemeyer, C. A. (1981). Learning at the Back Door: Reflections on Non-Traditional
Learning in the Lifespan.
http://books.google.pt/books?id=48dWNWxoaUgC&printsec=frontcover&dq=Charles+
A.+Wedemeyer&source=bl&ots=ucUNPrHcbU&sig=RXZ5jCChoCedK5hEKEmO1o72o2g
&hl=ptpt&ei=eET9TJq6Jsax8QP_0fyfDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=7&ved=0C
EwQ6AEwBg#v=onepage&q&f=false(Acedido em 10.12.2010)
The National Educators' Hall of Fame Indutees: Dr. Charles Wedemeyer (s.d.)
http://educators-hall-of-fame.org/wedemeyer.htm (Acedido em 06.12.2010)
Charles Wedemeyer in Wikipedia.org
http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Wedemeyer (Acedido em 08.12.2010)
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Vieta, V.C. e Schlosser (s.d. Charles A. Wedemeyer [Apresentação]
http://vvieta.com/PDFs/Responses%20to%20Discussion%201.pdf
(Acedido em 09.12.2010)
Moore, M. G. (1999). Charles Wedemeyer, In Memoriam
http://www.ajde.com/Contents/vol13_3.htm#editorial (Acedido em 07.12.2010)
Moore, M.G. (2003). From Chautauque to the Virtual University. A Century fo Distance
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http://www.calpro-online.org/eric/docs/distance.pdf (Acedido em 08.12.2010)
International Adult and Continuing Education. Hall of Fame: Charles A. Wedemeyer.
http://www.halloffame.outreach.ou.edu/1998/wedemeye.html
(Acedido em 07.12.2010)
Garrison, R. (2000). Theoritical Challenges for Distance Education in the 21st Century:
A Shift from Structures to Transactional Issues.
http://www.irrodl.org/index.php/irrodl/article/download/2/22
(Acedido em 12.12.2010)
Nasseh, B. (1997). A Brief History of Distance Education.
http://www.seniornet.org/edu/art/history.html (Acedido em 08.12.2010)
Mildred B. & Charles A. Wedemeyer Award [Site]
http://www.uwex.edu/disted/conference/wedemeyer/aboutcw.cfm
(Acedido em 06.12.2010)
Provesi, J. R. (2001). Educação a Distância: uma abordagem da teoria de estudo
independente.
https://www6.univali.br/seer/index.php/rc/article/viewFile/41/36
(Acedido em 12.12.2010)
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Bibliografia da Autoria de C. Wedemeyer
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Study of Liberal Education for Adults.
Wedemeyer, C. A., & Childs, G.B.
1966 - The Brandenberg Memorial Essays on Correspondence Instructions http://www.eric.ed.gov/PDFS/ED021156.pdf (Acedido em 07.12.2010)
1969 - Evaluation on Continuing Education Programs http://www.eric.ed.gov/PDFS/ED059590.pdf (Acedido em 09.12.2010)
1971 - Independent study. In The encyclopedia of education, 4, ed. L. C. Deighton. New
York: Macmillan.
1973 - The Once and Future School - http://www.eric.ed.gov/PDFS/ED099592.pdf
(Acedido em 08.12.2010)
1973 - Characteristics of Open Learning Systems http://eric.ed.gov/PDFS/ED099593.pdf (Acedido em 08.12.2010)
1975 - Implications for Open Learning for Independent http://eric.ed.gov/PDFS/ED112766.pdf (Acedido em 07.12.2010)
1975 - Satellite and Cable: No Highway in the Sky for Conventional Teachins and
Learning - http://eric.ed.gov/PDFS/ED111329.pdf (Acedido em 09.12.2010)
1978 - Learning Through Technology - http://eric.ed.gov/PDFS/ED317155.pdf (Acedido
em 08.12.2010)
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1981 - Learning at the back door: Reflections on non-traditional learning in the
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1982 - The birth of the Open University-A postscript. Teaching at a Distance 21: 21-27.
Wedemeyer, C. A., and R. Najem. 1969. AIM: From concept to reality. The articulated
instructional media program at Wisconsin. Syracuse, NY: Center for the Study of Liberal
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Education Resource Information Center
http://www.eric.ed.gov/ERICWebPortal/search/simpleSearch.jsp;jsessionid=Pjp0p9Z8
1MS6ebysJPHinQ__.ericsrv004?ERICExtSearch_SearchValue_0=%22Wedemeyer+Charl
es+A.%22&ERICExtSearch_SearchType_0=au&_pageLabel=ERICSearchResult&_urlType
=action&ERICExtSearch_Facet_0=facet_au&ERICExtSearch_FacetValue_0=%22Wedem
eyer%2C+Charles%22 (Acedido em 10.12.2010)
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