FIGUEIRA E JACARANDÁ I Num mês daqueles... Em que fogões
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FIGUEIRA E JACARANDÁ I Num mês daqueles... Em que fogões
FIGUEIRA E JACARANDÁ 16º Pérola em Canto Gênero Musical: Chamamé Autor da Letra: Mauro Ubiratan Pereira da Rosa Autor da Música: Ricardo Santos Rosa I Num mês daqueles... Em que fogões dobram geadas, Folhas cansadas, Repousam para o florir. Um casalzinho Plantou rancho pra seus sonhos. Frutas e sombras, Pra os mormaços que hão de vir. II Fez-se mangueiras, Alambrados para as tropas; Ergueram copas Figueira e jacarandá. Emparceirados, Como os donos da morada. Sombra e florada, Pra os brinquedos dos piás. Todos nós plantamos sonhos De esplendor e aconchego Que o sorver do dia a dia Rega o tronco e dá apego Trago arvores plantadas, Hora em flor... hora em sossego. III Rigor dos anos... De calejados labores. Para os amores Que branquejaram o viver. Trouxeram frutos E forais nas primaveras... Tempos de espera... De um partir para o volver. IV O casalzinho hoje mora no infinito E seu ranchinho germinou pelo sem fim, Jacarandá e figueira se eternizam, Suas raízes, sombra e fruto estão em mim. Todos nós plantamos sonhos De esplendor e aconchego Que o sorver do dia a dia Rega o tronco e dá apego Trago arvores plantadas, Hora em flor... hora em sossego. ESPERA 16º Pérola em Canto Gênero Musical: Autor da Letra: Luiz Antônio Weber Autor da Música: Guerda Maria Kuhn A noite chega, manhosa, Nos braços da lua cheia Ondas de esperança Se desfazem sobre a areia Adormeço e sonho Sobre o espelho de lua Desta lagoa, envolta Em lembranças tuas /:O apito do barco Do barco que invento Desperta meu sonho Como um deboche do vento.:/ E fico embriagado Pela dor desta saudade Numa louca inquietude Falta a minha metade A vida desfiando O destino mal tecido Horizonte em vazio No meu olhar perdido. VIAJEIRA 16º Pérola em Canto Gênero Musical: Mazurca Autor da Letra: Cléia Dröse Autor da Música: Fernando Teixeira Ave migratória, cansada de voar, buscando um santuário para descansar. O instinto perdido... O rumo incerto... Buscando longe o que está tão perto... Travessia longa... Imenso cansaço... Pouso seguro... O teu abraço... Fartura de afeto o teu abraço tem. É lagoa serena que não existe além. Alimento da alma, força pra viagem, o calor do teu abraço, levo na bagagem. RUÍNAS 16º Pérola em Canto Gênero Musical: Autor da Letra: Mário Roberto Venzke de Freitas Autor da Música: Mário Roberto Venzke de Freitas O que restou deste sonho? Mundo cristão de justiça e verdade um pesadelo medonho, abala as estruturas da humanidade. Sete povos dizimados. Sete pecados, sete vezes perdoados. Quantos povos dizimados? Quantos pecados? Quantas vezes perdoados? Os homens em suas terras. O mundo e seus senhores. Tratados de paz e guerras. São donos ou invasores? Selvagens ou civilizados? São crentes ou são ateus? Estão livres ou condenados? Onde está este Deus? O Deus dos impérios é a cobiça. O Deus dos impérios é a ambição. Erguem a cruz, rezam a missa, Mas falam pela boca do canhão. O que restou deste sonho... RAÍZES D’UMA RAÇA 16º Pérola em Canto Gênero Musical: Milonga Autor da Letra: Sergiomar Crespo Schild Autor da Música: Fernando Aldeia dos Santos Pernas bambas, já cansadas para os bisnetos cavalinho, na soleira do alpendre vovô, mateia sozinho. Na labuta... teu suor a querência irrigou; semeou aqui a raça e o progresso germinou. Olhos vagos no horizonte -azuis de céus esverdeadose a memória remoçando no mar dos antepassados. Tuas mãos, já calejadas, por entre os mates desta lida, alicerçou com brava “mutter”, rumos de fartura e vida. Tamancos fortes, bombachas, colete de brim riscado, estampa velho imigrante no semem frutificado. Avós – raízes do pago! Futuro, agora e passado, Ao longo desta sesmaria No exemplo enraizado! - Meu avô, ainda lembro; n’um semblante de emoção, teus olhos eram cacimbas, lembrando aporte neste chão! - Meu avô, ainda lembro; .......................................... MILONGA PA EL FLACO ALFREDO 24º Reponte – Livre Gênero Musical: Milonga Autor da Letra: Luis Alberto Fontes (Rivera/Uruguai) Autor da Música: Carlos Mendez (Montevideo/Uruguai) A las dos de la mañana. De un diecisiete de enero Se callaron las guitarras. Se hizo un nudo en los gargueros Y se empañaron los ojos. De los que estaban despiertos Cuando corrió la noticia. Que había partido Alfredo. Ni una corona de flores Le mando el señor gobierno Al que le canto a su gente Al que le canto a su pueblo. Al que andavo en el exilio lo anduvieron persiguiendo por cantar lo que sentía Y expresar su pensamiento. Que si se calla el cantor Dicen que calla la vida, El flaco sigue cantando Yo lo escucho cada día. Su canto es la libertad Que ilumina la poesía Y vive en cada canción Que nace en la tierra mía. El micrófono esta solo Desde que el flaco se ha ido Y cuatro guitarras lloran Acordes enmudecidos. Llora doña soledad Llora el compadre Miguel Y canta el violín de Vecho Cada vez que se habla en el. VELÓRIO DE CAMPO 24º Reponte - Campeira Gênero Musical: Milonga Autor da Letra: Gaspar Souza Silva (Santana do Livramento - RS) Autor da Música: Robson Garcia (Santana do Livramento - RS) Vestiu-se a porta de um pano branco chegou a tristeza no rancho sem avisar, se acampou. Um ar parado na tarde tomou conta da morada silenciou a cachorrada custou o sol se esconder. Vestiu-se a noite de luto e um silêncio absoluto roubou a cena das falas que quatro velas clareavam o penar de cada um. No galpão os conhecidos vizinhos do falecido golpeavam um trago escondido lembrando das gauchadas costela gorda nas brasas e uma saudade sangrando a despedida salgada. Segue lenta a carreta sobre a mesa a siluêta daquele negro caixão final de um homem de campo plantado no campo santo a sete palmos do chão. REGIONAL BRASILEIRO 24º Reponte – Livre Gênero Musical: Toada Autor da Letra: Duca Duarte (Uruguaiana - RS) Autor da Música: Paulinho Goulart (Uruguaiana - RS) É o regional brasileiro cantando sua raiz, seja do sul ou do norte a gente canta um país... É o regional brasileiro Em cada canto um sotaque Sabor de novas essências No gosto da água do mate. Esta no verde da mata Esta na pele do povo Um colorido de raças Entoando o mesmo coro. Ah! Coração Brasileiro Que guarda a luz das estradas, O sangue das minhas veias Nas cordas desta viola. É uma saudade que vem, É uma tristeza que vai... É uma toada que chega, É uma milonga que sai... É o regional brasileiro Cantando cada vez mais! FLOR E TRUCO 24º Reponte - Campeira Gênero Musical: Polca Autor da Letra: José Carlos Batista de Deus e Eduardo Muñoz (Pelotas - RS) Autor da Música: João Bosco Ayala (Guaíba - RS) Três sonhos na mesma mão E tanta coisa em comum Seria um simples envido Se acaso faltasse um... Depois que se canta flor Nenhum decreto retira O verso que pede boca Vem à prova de mentira! Quem chama o nome do jogo Bem no começo da vaza Já bebeu além da conta Ou tem sobrando nas “casa” Se agranda no compromisso Quem tem destino cantor Sabendo o que traz na mão Não se contenta com flor! Um grito de flor e truco É um planchaço ou talho Ou se atira nos “farpado” Ou se embreta no baralho Pois flor e truco se agrada De costear rodeio estranho Faz até carta marcada Disparar com jogo ganho! Flor e truco pra garganta Mistura força e carinho É o mesmo que um sapucai, É quase um gole de vinho Quem escutar flor e truco Não olvide o fundamento: - Todo sovéu de respeito se torce tento por tento!! QUIEN SERA, MILONGA? 24º Reponte - Livre Gênero Musical: Milonga Autor da Letra: Oscar Massita (Montevideo - Uruguai) Autor da Música: Oscar Massita (Montevideo - Uruguai) Llego montao en un moro Tiene lanza y usa vincha Le da la tierra a los pobres Quien sera?, quien lo adivina? La historia es como una rueda Vuelve a pisar el camino Y al levantarse una piedra Se oye el suspiro de un indio Negros criollos y morenos, Mulatos, sambos, mestizos Son hijos de la misma madre Igual sera su destino En esta pampa salvaje Patria o muerte es la consigna La tierra puja su vientre El sol nace en las cuchillas Y en medio de la polvadera Lanzas galopes y gritos Si no hay patria para todos Pa’nadie sera lo mismo Llego montao en un moro Tiene lanza y usa vincha Le da le tierra a los pobres Quien sera?, quien lo adivina? DEUSA DE CORDAS 24º Reponte - Campeira Gênero Musical: Milonga Autor da Letra: Otávio Severo (Pelotas - RS) Autor da Música: André Teixeira (São Gabriel - RS) Sonora madeira... Prece rude entre cabrestos Soluça recuerdos decifrados em segredos Limite traçado por dois pontos cardeais Compondo buçais, na orquestração dos meus dedos... Sonora madeira... Quando recorro a presilha Afino as rendilhas em teu corpo de alma santa Linguagem dos matos, transpondo a voz natural... Se tornando imortal: cruz no peito de quem canta! És Deusa de cordas da presilha ao fiador Por ti me fiz cantor, ao dar sentido e razão... Entregue em minhas mãos por ter alma e vida plena Que a presilha te condena a ficar, junto ao coração... Sonora madeira... Tens o espírito moreno Cordas de sereno, todas de alma estendida... Nos claros de argola do fiador fui entender Que o bordão deve ser um cabresto que tem vida... Do fiador à presilha, mora uma Deusa de cordas... Da ternura que ela acorda nasceu um feitiço antigo Explico a saudade quando em teu corpo se agarra: - É minha alma, guitarra! Que ficou presa contigo. OS TAMBORES DE DANDARA 24º Reponte - Livre Gênero Musical: Afro Autor da Letra: Jaime Vaz Brasil (Porto Alegre - RS) Autor da Música: Adriano Sperandir (Osório - RS) /Onde andará, onde andará, a memória de Dandara?/ Nossa senhora dos braços e da força do Quilombo: quem vence a guerra, desenha as glórias, e não os tombos. Tombos de quem é sangue: negro, fujão e bandido. (Sexta letra em ferro em brasa no corpo dos desvalidos). /Onde andará, onde andará, a memória de Dandara?/ /Onde andará, onde andará, a memória de Dandara?/ O branco, com seus escritos, fez mil curvas na verdade, e as folhas brancas do tempo não devolvem liberdade. Dandara, minha Dandara, até parece, meu Deus que por mulher e por negra a História te esqueceu... Se a ferida já não sara, que se ouça em nossa pele os tambores de Dandara. Se a Igreja não pôs a cara, que se ouça em pleno culto os tambores de Dandara. E se a História nos mascara, que se ouça para sempre os tambores de Dandara. ROMANCE DO JUCA GINETE 24º Reponte - Campeira Gênero Musical: Milonga Autor da Letra: Márcio Nunes Corrêa (Pelotas - RS) Autor da Música: Airam Cardoso e Marcelo Azambuja (Encruzilhada do Sul - RS) Declamado Juca Flores... tinha primaveras no olhar que eram pétalas de seus motivos, haviam tantas sonoridades pelas teclas de seu sorriso! Nos braços, força e talento que muito lhe sustentou no puro pêlo ou no basto... palavras que eram relatos e alegrias que eram fatos dos tombos que não levou! Se foi o tempo das toras nos rodeios do povoado que maestrava encrinado regendo aporreado a mango, e eram poucos os maulas que lhe apeavam num bote nem que dançasse um chote ou ensaiasse algum tango! Mas houve um bagual tostado, disparador e malino, que demudou seu destino contra a inércia de uma trama, os aplausos silenciaram e olhares perdendo o rumo viram o sumo de um taura dando outras cores pra grama! Refrão Hoje... é um ginete do tempo no fio do lombo das horas, tendo recuerdos por mango e saudades por esporas, encrinando suas dores nas cerdas de seus assombros e carregando as macetas... da circunstância de um tombo! Declamado Juca Flores... Tem primaveras no nome que são espinhos sem flor... E o seu sorriso contido não tem amadrinhador. No corpo, uma verdade que pra sempre lhe incomoda: Quem andejou, fez cavalos... com liberdade por frente Sente bem mais a prisão de uma cadeira de rodas! Mas ainda tem aromas que exalam livres dos mates, Uma sulina no catre de rosto sincero e terno. Um anseio prisioneiro que é um sonho em forma de ventre Pra perpetuar sua gente no livre-arbítrio do eterno!...
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en los temas camperos, zambas y polcas canarias desfilan los guitarreros... Y el viejo cuando entra en calor siente el alma en la garganta, pela la guitarra y canta coplitas de campo y amor, su fil...
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