Redação Técnica - Instituto Monitor - e

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Redação Técnica - Instituto Monitor - e
Redação
Técnica
004G
Redação Técnica
5E
FICHA TÉCNICA
Desenvolvimento de conteúdo
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Design Gráfico do Instituto Monitor
Editora
Katya Maia Motta
Coordenadora de Edição
Mariângela Nunes
Layout e Diagramação
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Colaborador
Katya Maia Motta
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de cópias.
5ª Edição - abril/2013
Redação
Técnica
índice
Apresentação............................................................................ 9
Lição 1 – Redação Literária e Redação Técnica
Introdução.................................................................................. 11
1. A Teoria da Comunicação........................................................ 11
2. Modalidades de Redação........................................................ 17
3. Estrutura de Texto................................................................... 18
4. Qualidades do Texto................................................................ 19
5. Domínio da Informação.......................................................... 22
6. Ferramentas do Redator......................................................... 22
7. Como Organizar as Ideias...................................................... 24
Exercícios Propostos.................................................................. 25
Lição 2 – Estilo e Estética
Introdução.................................................................................. 27
1. Estilo...................................................................................... 27
2. Estética.................................................................................. 32
3. Normas Gerais para Redação................................................ 44
4. Digitação................................................................................ 44
5. Glossário de Termos e Estética Relacionada........................... 45
5.1 À atenção de - Aos cuidados de - Em mãos ................... 45
5.2 Algarismos......................................................................... 46
5.3 Anexos.............................................................................. 47
5.4 Aspas................................................................................ 47
5.5 Aposto.............................................................................. 47
5.6 Assinatura......................................................................... 47
5.7 Assunto ou Referência....................................................... 48
5.8 Cabeçalho......................................................................... 48
5.9 Caixa Postal...................................................................... 48
5.10 Código de Endereçamento Postal (CEP).......................... 48
5.11 Continuação.................................................................... 48
5.12 Corpo da Carta............................................................... 49
5.13 Cópias............................................................................. 49
004G/5
6/004G
Redação
Técnica
5.14 Correção de Erros........................................................... 49
5.15 Data................................................................................ 49
5.16 Despedida ou Fecho....................................................... 49
5.17 Destinatário..................................................................... 49
5.18 Grampeamento............................................................... 50
5.19 Valores............................................................................ 50
5.20 Itens................................................................................ 50
5.21 Maiúscula, Itálico, Sublinhado.......................................... 50
5.22 Pessoas Físicas ou Jurídicas........................................... 50
5.23 Pontuação....................................................................... 51
5.24 Signatário........................................................................ 51
5.25 Telefone........................................................................... 51
5.26 Vocativo........................................................................... 51
6. E-mail..................................................................................... 51
Exercícios Propostos................................................................... 53
Lição 3 – Redação Oficial e Redação Empresarial
Introdução................................................................................... 55
1. Redação Oficial....................................................................... 56
2. Documentos Oficiais................................................................ 58
2.1 Padrão Ofício..................................................................... 58
2.2 Mensagem........................................................................ 60
2.3 Memorando....................................................................... 60
2.4 Fax.................................................................................... 61
2.5 E-mail................................................................................ 61
2.6 Outros Documentos Considerados Oficiais........................ 62
3. Redação Empresarial............................................................... 70
4. Documentos Empresariais....................................................... 70
4.1 Ata.................................................................................... 70
4.2 Carta................................................................................. 71
4.3 Circular.............................................................................. 72
4.4 Comunicação Interna (CI).................................................. 72
4.5 E-Mail................................................................................ 72
4.6 Recibo............................................................................... 72
4.7 Contrato............................................................................ 73
4.8 Informação........................................................................ 75
4.9 Ordem de Serviço.............................................................. 77
4.10 Procuração...................................................................... 78
5.Exemplos de Documentos Oficiais e Empresariais .................. 79
Exercícios Propostos................................................................... 85
Lição 4 – Gramática Aplicada
Introdução................................................................................... 89
1.Importância do Conhecimento Gramatical............................... 89
2.Um Breve Resumo da Gramática Normativa............................ 90
3. Tópicos Importantes para Escrever Corretamente ................... 91
3.1 Acentuação Gráfica........................................................... 91
3.2 Algumas Palavras de Grafia Duvidosa................................ 94
Redação
Técnica
3.3 Crase................................................................................ 96
3.4 Colocação Pronominal....................................................... 97
3.5 Concordância Verbal e Nominal......................................... 99
3.6 Emprego de Algumas Classes de Palavras...................... 103
3.7 Flexão do Infinitivo........................................................... 106
3.8 Formas de Tratamento e sua Concordância.................... 108
3.9 Numerais......................................................................... 111
3.10 Pontuação..................................................................... 112
3.11 Regência Verbal e Nominal............................................ 116
3.12 Separação Silábica........................................................ 121
3.13 Abreviações................................................................... 122
3.14 Símbolos das Unidades de Medida............................... 122
3.15 Denotação e Conotação................................................ 124
3.16 Formas Variantes........................................................... 124
4. Nova Ortografia .................................................................... 125
4.1 Alfabeto........................................................................... 125
4.2 Trema.............................................................................. 125
4.3 Acentuação..................................................................... 126
4.4 Emprego do Hífen........................................................... 128
Exercícios Propostos................................................................. 132
Respostas dos Exercícios Propostos................................ 135
Referências Bibliográficas.................................................. 139
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Redação
Técnica
apresentação
Todo profissional que busca sucesso na carreira deve estar consciente da importância de um preparo cuidadoso e abrangente. Uma
das grandes causas do desemprego atual não decorre apenas dos
problemas estruturais da economia mundial, mas também da falta
de qualificação técnica dos candidatos. Uma das áreas em que se
pode verificar esta deficiência é no que diz respeito a comunicação
e expressão. As pessoas não só se comunicam insatisfatoriamente
no dia a dia, como apresentam tremendas dificuldades na expressão escrita, tanto na correção gramatical das palavras, quanto na
incapacidade de elaborar textos mais específicos.
Visando melhorar este quadro, esta disciplina busca, com conceitos, definições e exemplos práticos, oferecer a ajuda necessária a
quem deseja aprimorar-se na redação empresarial.
A partir desta introdução, na qual já são apresentados conceitos indispensáveis sobre a Comunicação, percorremos um caminho cujo
objetivo é adquirir conhecimentos que ajudem a redigir melhor. A
lição 1 traça um paralelo entre a Redação Literária e a Redação Técnica, discutindo as qualidades que se deve buscar e as ferramentas
necessárias para os dois tipos. A lição 2 traz dois elementos importantes para a escrita de documentos: o estilo linguístico e a estética dos textos, procurando oferecer exemplos concretos tirados da
bibliografia disponível. A lição 3, por sua vez, procura apresentar
diferenças entre a Redação Oficial e a Redação Empresarial, com
relevância na finalidade e formato dos documentos. Finalmente, a
lição 4 serve de apoio gramatical para o redator, ferramenta esta
que ele deve sempre ter à mão.
Bom Estudo!
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lição 1
Redação
Técnica
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Redação Literária e
Redação Técnica
Uma leitura rápida destas definições já indica o caminho que nos
espera: uma preparação gradual que leve à capacidade de “redigir
corretamente” e “escrever com ordem e método”. Comecemos por
conhecer um pouco mais do processo de comunicação humana.
Ao término desta lição, você será capaz de:
w identificar a Função de Linguagem mais apropriada para cada processo de comunicação;
w conhecer os elementos de um processo de comunicação;
w compreender a importância de se melhorar a produção textual;
w reconhecer a significação das palavras;
w diferenciar as modalidades de redação;
w perceber as qualidades do texto;
w buscar ferramentas de auxílio apropriadas para a produção textual.
1. A Teoria da Comunicação
A comunicação é um processo contínuo em nossa vida. Começamos a
nos comunicar com a nossa mãe já no útero e, a partir de então, passamos por um treinamento contínuo para sermos entendidos e entender o
mundo a nossa volta. Veja:
Antonio Houaiss
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Redação
Técnica
Capitão ao Sargento Ajudante:
- Sargento! Dando-se amanhã um eclipse do Sol, determino que a companhia esteja formada, com uniforme de
campanha, no campo de exercício, onde darei explicações
em torno do raro fenômeno que não acontece todos os dias.
Se por acaso chover, nada se poderá ver e, neste caso, fica
a companhia dentro do quartel.
Sargento Ajudante ao Sargento de Dia:
- Sargento! De ordem do meu capitão, amanhã haverá um eclipse do sol, em uniforme de campanha.
Toda a companhia terá de estar formada no campo
de exercício, onde seu capitão dará as explicações
necessárias, o que não acontece todos os dias. Se
chover, o fenômeno será mesmo dentro do quartel.
Sargento de Dia ao Cabo:
- Cabo! O nosso capitão fará amanhã um eclipse do sol no
campo de exercício. Se chover, o que não acontece todos
os dias, nada se poderá ver. Em uniforme de campanha o
capitão dará a explicação necessária, dentro do quartel.
Cabo aos Soldados:
- Soldados! Amanhã, para receber o eclipse que
dará uma explicação sobre o nosso capitão, o
fenômeno será em uniforme de exercício. Isto,
se chover dentro do quartel, o que não acontece
todos os dias.
A situação apresentada mostra deformações na comunicação e nos leva
à conclusão de que ela não correspondeu à verdade. Poderíamos dizer que a culpa foi das pessoas envolvidas, porque não reproduziram o
conteúdo da mensagem na sua totalidade, deformando-o de tal maneira que a mensagem final nem de longe se parece com a inicial.
Uma das razões para essa diferenciação é o acréscimo pessoal de cada
um dos envolvidos. Contudo, se a mensagem tivesse sido transmitida
Redação
Técnica
por escrito, o risco de má interpretação teria sido bem menor, mas mesmo assim existiria.
Essa é a razão fundamental do nosso curso:
não só proporcionar uma comunicação oral
mais rica, mas principalmente desenvolver
habilidades para uma comunicação escrita
correta e eficaz.
004G/13
código e as informações de que você dispõe
sobre o referente, usar apropriadamente o
canal de comunicação, além de ser capaz de
produzir uma mensagem que satisfaça às
expectativas de quem vai ser o seu receptor.
REFERENTE
Mensagem
EMISSOR
Canal de Comunicação
RECEPTOR
Código
Para que a comunicação aconteça, são necessários os seguintes elementos:
c
Se, por outro lado, somos os receptores de
uma mensagem, devemos ser capazes de
captar qual foi a intenção do emissor (que
poderia ser um jornalista, um escritor, um
publicitário, um parente, um amigo, o chefe
etc.): informar, entreter, vender etc.; é preciso levar em conta toda a trama comunicativa para que a nossa leitura se torne mais
consciente e mais crítica.
A mensagem propriamente dita, que contém as
informações transmitidas.
1.1 Linguagem
a
O emissor, destinador ou remetente, que é a
pessoa ou grupo de pessoas que produzem a
mensagem.
b
O receptor ou destinatário, que é a pessoa ou
grupo de pessoas que recebem a mensagem.
d
O canal de comunicação ou de contato, que é o
meio usado para a transmissão da mensagem.
e
O código, que, no caso de uma mensagem
escrita, é a língua. Além da língua, outros
códigos poderão ser usados, tais como cores,
formas, sinais etc. Para que a comunicação se
estabeleça com eficiência, o emissor e o receptor
devem utilizar o mesmo código.
f
O contexto ou referente, que é a situação ou
objeto a que a mensagem se refere.
Quando se escreve ou se lê um texto, é preciso ter consciência do nosso papel na comunicação. Se fizermos o papel do emissor,
é preciso que a nossa mensagem seja a mais
clara e correta possível; neste caso, deveremos considerar quais as características sociais e psicológicas do nosso receptor, para
que a mensagem alcance o resultado desejado. O sucesso da sua comunicação estará
garantido se você usar adequadamente o
Qualquer processo de comunicação: a mímica, que os surdos-mudos utilizam, ou a
chamada linguagem dos sinais; os sinais de
trânsito, com suas significações; a transmissão de dados, seja por sinais ou por códigos:
tudo isso está caracterizado como Linguagem. No entanto, queremos neste curso tomar como base a linguagem que se expressa
pela palavra humana, fruto de atividades
elaboradas mentalmente.
A fala e a escrita são dois tipos de expressão
linguística. Na comunicação escrita, os sons
da fala (que é essencialmente a linguagem
humana) são expressos por meio dos símbolos gráficos; rigorosamente, ela procura exprimir o mais fielmente possível os sons, o
ritmo, as entonações, os timbres, e até mesmo supõe gestos e jogos fisionômicos da fala.
1.2 As Funções da Linguagem
Conforme o objetivo que o emissor tem em
mente, ele utiliza a linguagem orientando-a
para certas funções:
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Técnica
a) Função referencial ou denotativa: quando o comunicador deseja
apenas comunicar algo, dar uma notícia, descrever um objeto, relatar ou explicar uma experiência científica. Para tal, utiliza-se uma
linguagem clara e objetiva, cuidando para que os vocábulos denotem
sua real significação.
Exemplos:
Textos científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos etc.
b) Função emotiva ou expressiva: quando o comunicador, além de relatar algo, o faz acrescentando sua própria impressão pessoal, de modo
a causar no destinatário esta mesma emoção, sensibilizando-o.
Exemplos:
Saiba Mais
Um indivíduo só pode dizerse inteiramente livre, no
âmbito da comunicação
linguística, quando conhece
todas as modalidades
da língua a seu dispor e
escolhe aquela que melhor
convém ao momento do
discurso. É pouco, portanto,
conhecer apenas uma
língua funcional ou a sua
variante sociolinguística. O
ideal é que o indivíduo seja
um poliglota dentro da sua
própria língua.
Conhecer a norma culta,
assim, de certa forma, é
sentir-se mais livre para
comunicar-se. Norma culta,
ou seja, a língua utilizada
segundo os padrões
estabelecidos pelos
clássicos, pode compararse à etiqueta social: não é
preciso usá-la para viver,
mas é absolutamente
indispensável conhecê-la
para conviver.
( Sacconi, L.A – Não Erre
Mais! São Paulo, Atual
Editora Ltda., 1990. p. 5)
Poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
“Sinto que viver é inevitável. Posso na primavera ficar horas
sentada fumando, apenas sendo. Ser às vezes sangra. Mas não
há como não sangrar pois é no sangue que sinto a primavera.
Dói. A primavera me dá coisas. Dá do que viver E sinto que um
dia na primavera é que vou morrer de amor pungente e coração
enfraquecido.”
Clarice Lispector
c) Função apelativa ou conotativa: quando o comunicador busca influenciar o modo de pensar ou agir do receptor, tomando como base
um texto, um fato, antigo ou não.
Exemplos:
Textos publicitários, discursos políticos etc.
d) Função fática ou de contato: quando o comunicador, através de mecanismos adequados tenta, apesar dos ruídos e obstáculos, manter o
receptor em contato, de modo que ele receba a mensagem.
Exemplos:
Alô, quem fala?
Alô, você está me ouvindo?
Bom dia, tudo bem ?
Hum... hum...
Hã, o quê?
Redação
Técnica
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e) Função metalinguística: quando o comunicador usa o texto para explicar, definir, analisar, criticar, traduzir ou trocar termos e expressões da própria linguagem.
Exemplos:
Dicionários e textos que visem à tradução do código ou à
elaboração do discurso.
“Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal
rompe a manhã.”
Carlos Drummond de Andrade
f) Função poética: quando o comunicador procura realçar os aspectos
formais da mensagem; para isso, ele pode lançar mão de recursos
especiais como ritmo, rimas, versos: é uma linguagem rica, original
e criativa.
Exemplos:
Soneto do amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Vinícius de Moraes
1.3 A Escolha da Função Linguística
Para que a redação seja um ato efetivo de comunicação, o autor deve
levar em conta diversos fatores determinantes do tipo de texto a ser
produzido. Assim, se a redação for literária, a escolha da função que
a linguagem exercerá será diferente daquela encontrada na redação
técnica. Vamos conhecer um pouco do texto literário e do texto técnico:
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Técnica
Texto Literário
Texto Técnico
Função emotiva ou expressiva
Função referencial ou denotativa
Função apelativa ou conotativa
Função fática ou de contato
Função metalinguística
-
Função poética
-
1.4 Justificativas para Melhorar a Redação
O conhecimento das regras gramaticais serve de apoio para uma boa comunicação escrita.
As justificativas fundamentais para a aprimorarmos cada vez mais são:
a) O ato de escrever é um processo contínuo, que estamos sempre aprimorando.
b) O ato de escrever é vivencial, ou seja, está baseado na experiência
de vida e no modo como assimilamos as informações que recebemos
continuamente.
c) O ato de escrever é social; ninguém escreve só para si mesmo, mas para
os outros, de modo a divulgar, discutir, criticar, enriquecer. Este é um
processo de mão dupla, uma vez que todos são escritores e leitores ao
mesmo tempo.
d) O ato de escrever é profissional. Devemos preocupar-nos em ser capazes de redigir não apenas por prazer, mas prin­cipalmente, e é isso
que importa aqui, para nos sairmos bem em situações de trabalho.
1.5 Significação das Palavras
Antes de entrarmos no estudo dos tipos de redação, é importante saber
que as palavras podem ter seu significado alterado, de acordo com a intenção com que são utilizadas.
Quanto a sua significação, as palavras podem ser agrupadas assim:
w Sinônimas: são as palavras que, embora diferentes na forma, são semelhantes ou iguais no conteúdo.
Exemplos:
O céu está nublado.
O firmamento está estrelado.
w Antônimas: são as palavras diferentes na forma e opostas no significado.
Exemplos:
A claridade aumenta.
A obscuridade diminui.
Redação
Técnica
w Homônimas: são as palavras que, embora
escritas de modo parecido, são diferentes
no significado. As homônimas podem ser:
a) Homônimas Homógrafas: são semelhantes na grafia, mas diferentes na pronúncia (timbre fechado e aberto) e no significado.
Exemplos:
A cor do sapato.
Aprendi a oração de cor.
b) Homônimas Homófonas: semelhantes na
pronúncia, mas diferentes na grafia e no
significado.
Exemplos:
Lenço de seda.
Espero que a febre ceda.
c) Homônimas Perfeitas: iguais na forma
(grafia e pronúncia), mas diferentes no
significado.
Exemplos:
são (verbo); são (sadio); são (santo).
w Parônimas: são as palavras semelhantes
na forma (quase a mesma grafia e quase
a mesma pronúncia), mas de significados
diferentes.
Exemplos:
docente = o que ensina
discente = o que aprende
w De sentido figurado: são as palavras
que, além do seu conteúdo denotativo
(normal), assumem um conteúdo
conotativo (diferente, expressivo).
Exemplos:
O doente morreu (sentido denotativo).
A tarde morreu (conteúdo conotativo).
2. Modalidades de Redação
Como ponto de partida, vale notar que as
cartas e os relatórios são, na maioria das ve-
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zes, peças narrativo-descritivas. Iniciemos
então por entender o que se espera de nós
quando nos sentamos para redigir no local
de trabalho. Para facilitar, vamos falar, primeiramente, da redação literária, para depois nos determos na redação técnica.
2.1 Descrição
Fazer uma descrição é retratar, verbalmente
ou através da palavra, alguém, um lugar
ou alguma coisa, usando meios adequados
para produzir na imaginação do outro uma
impressão – a mais semelhante possível – daquilo que foi descrito. De certa maneira, é
fazer com que o outro “veja” ou reconstitua mentalmente o que está sendo retratado
pela linguagem. As condições para uma boa
descrição devem levar em conta as mesmas
qualidades de uma pintura: relevo, luz, textura, sombra, perspectiva, cor etc.
Se a descrição for literária, busca-se produzir a emoção estética pela forma com
que o objeto ou ser é descrito. Se for uma
descrição técnica ou científica, ela retrata
uma pessoa, lugar ou objeto, destacando
objetivamente seus pormenores com detalhes precisos. Seu estilo é conciso, rápido,
vivo. Pode-se ainda distinguir as descrições
estáticas das animadas, em que o ser ou objeto descrito está, ou não, em movimento.
2.2 Narrativa
A narrativa acontece quando representamos, por meio da palavra, um acontecimento ou uma série de acontecimentos, fictícios
ou reais.
Os elementos centrais de uma narrativa são
três: os personagens, as ações e as ideias;
esses elementos estão estreitamente interligados e são inseparáveis. Os dois primeiros
formam a matéria da narrativa e as ideias
formam o seu significado; quanto à importância, os personagens se destacam porque
são eles que vivem o enredo.
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Técnica
A narrativa é muito importante porque é
impossível viver sem ela, uma vez que no
nosso dia a dia estamos sempre narrando
algo, um fato que nos aconteceu, um sonho,
uma viagem... Não há povo sem narrativa,
ou seja, sem história.
Podemos encontrar dois tipos de narrativa:
a de ficção e a real. A narrativa de ficção
busca, ao relatar os acontecimentos, reproduzir a vida para que ela seja sentida
através de termos afetivos ou psicológicos.
A linguagem torna-se pessoal, subjetiva,
capaz de criar uma nova realidade a partir
dos dados intuitivos do artista. A narrativa
real (ou técnica) relata o mais objetivamente possível os fatos. É o caso da História, da
Ciência, e sua finalidade principal é informar, instruir, utilizando o recurso de uma
linguagem mais impessoal.
tuitiva do autor, que ele apresenta de modo
criativo. Essa modalidade de dissertação
tem caráter literário e só pode ser classificada como dissertação se nela estiverem
constituídos argumentos lógicos e ordenação intencional das ideias de modo a levar
a uma conclusão. Sem essas características,
o texto torna-se apenas uma simples descrição com impressões pessoais.
Encontramos dissertações na vida profissional, na propaganda, nos pareceres de
avaliação pessoal, nas cartas reivindicatórias etc. Não pense, porém, que os gêneros narrativo, descritivo e dissertativo são
sempre encontrados isoladamente. Os três
podem estar presentes em um só documento
de forma a um completar o sentido do outro,
embora sempre haja a predominância de
um deles.
2.3 Dissertação
3. Estrutura de Texto
Quanto à dissertação, convém logo distinguir seus dois tipos: a dissertação objetiva
e a subjetiva. Na primeira busca-se expor,
oralmente ou por escrito, um ponto básico.
A dissertação objetiva supõe o exame crítico
de uma questão, e sua finalidade principal
é instruir e convencer, transmitindo conhecimentos dos mais variados campos da
Cultura: Arte, Ciência, Filosofia etc. Para a
estruturação de uma dissertação objetiva,
geralmente, parte-se da organização das
ideias, formando um raciocínio, na maior
parte das vezes, do geral para o particular,
dedutivamente, é o chamado silogismo.
Antes de falarmos na estrutura do texto, vamos analisar a estrutura frasal, porque um
texto compõe-se de frases, obviamente. As
pessoas, quando escrevem, costumam usar
mais ou menos as mesmas palavras. Não se
deve esquecer, entretanto, que o valor expressivo das palavras pode variar de pessoa
para pessoa e que, dependendo do contexto
em que se insere a frase, a mesma palavra
pode ter sentidos variados.
Silogismo - dedução formal em que, postas
duas proposições, as premissas, dela se tira
uma terceira, a conclusão.
A dissertação subjetiva é a exposição de
uma visão pessoal do autor, na qual ele manifesta sua opinião e suas impressões, com
a finalidade de sensibilizar e conquistar o
leitor. É subjetiva porque, ao lado dos argumentos e do raciocínio, surgem elementos de
ordem psicológica baseados na vivência in-
Na estrutura da frase, encontramos vocábulos que são básicos para o seu sentido,
denominados palavras reais. São eles: verbo,
substantivo, adjetivo e pronome. As demais
palavras são elementos de ligação, sendo
chamadas de instrumentos gramaticais. São
eles: artigos, preposições e conjunções.
Exemplo: O chefe criticou a secretária do diretor.
Palavras reais: chefe, criticou, secretária, diretor
Instrumentos gramaticais: o, a, do
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Técnica
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Quanto mais técnico for o texto, mais usará palavras como verbos, substantivos, ao
passo que adjetivos e advérbios são mais
adequados para textos literários. É por isso
que se diz que quanto maior o número de
substantivos, maior a informação.
de definições, apresentação de exemplos,
pormenores, comparações e contrastes,
provas, ou pela apresentação de causas e
consequências.
Quando se produz um texto, utiliza-se uma
seleção de material linguístico adequado, a
saber: escolhem-se as palavras, as frases, a
função linguística e a modalidade de organização do discurso, ou seja, se vai ser uma
narração, descrição ou uma dissertação.
Para alguns autores, a adequação é a regra
primordial a ser buscada pelo redator. É ela
que vai orientar quando utilizar as outras
qualidades do texto, de modo a atingir os
objetivos que a mensagem propõe. Se, por
exemplo, você vai tratar de um assunto desagradável com um cliente, a escolha de expressões que suavizem o significado do que
é preciso informar será melhor aceita que
uma frase “nua e crua”.
Três fatores são fundamentais para a obtenção de um texto bem estruturado:
UNIDADE
COERÊNCIA
ÊNFASE
Além da estética. Esses três primeiros fatores (e outros) serão estudados mais detalhadamente a seguir, quando trataremos das
qualidades do bom texto, ao passo que a
estética será discutida na lição 2, em Estilo
e Estética.
4. Qualidades do Texto
Um texto de qualidade é aquele bem estruturado. Com relação aos detalhes, quando
se fala em qualidades do texto, são necessárias: clareza, concisão e coerência. Mas
será que todos os textos bons são claros,
concisos e coerentes? Dois textos, um literário e outro técnico, podem ser considerados
ótimos, sem contudo haver qualquer ponto
em comum entre eles. Então, é preciso alargar o leque das qualidades textuais para
chegarmos às características universais da
boa redação. Os requisitos mencionados a
seguir foram tirados de vários autores, procurando dar uma ideia bastante ampla do
que se espera de um texto de qualidade.
4.1 Unidade
Do ponto de vista da unidade, o texto deve
apresentar uma ideia e um objetivo único a
alcançar. Ela pode ser desenvolvida através
4.2 Adequação
4.3 Concisão
Dizemos que um texto é conciso quando ele
é breve, resumido, sucinto. Entre um texto
longo e cheio de detalhes e outro conciso,
destinatários com pouco tempo disponível preferirão os últimos, obviamente. Em
vista disso, sempre que for possível, é melhor ir direto ao assunto e não ficar dando
voltas intermináveis para dizer o que realmente importa.
Alguns conselhos para um texto conciso:
Contenha-se para não redigir um texto
excessivamente detalhado.
Vá direto ao assunto e evite preâmbulos
desnecessários.
Atenha-se ao assunto e não acrescente
informações irrelevantes.
Ao mesmo tempo em que você deve evitar períodos muito longos, pois dificultam a compreensão, é necessário tomar
cuidado com o excesso de frases curtas,
pois muitas frases curtas produzem um
texto final mais longo.
Procure conhecer a medida de concisão,
ou seja, de quanto espaço você dispõe
(ou prefere) para o seu texto. Artigos
científicos ou jornalísticos, relatórios
ou despesas de correio podem limitar o
20/004G
Redação
Técnica
tamanho da redação (uma folha a mais
numa carta que vai ser enviada para
muitas pessoas faz a maior diferença no
preço total da remessa).
4.4 Clareza
No mundo repleto de informações em que
vivemos, nem sempre é fácil apresentar
nossos argumentos de forma clara. Antes
de mais nada, é preciso estar consciente
de que nem sempre o que é claro para você
será claro para o seu destinatário, porque
as pessoas não encaram as situações pelo
mesmo ângulo. Da mesma forma que a concisão, a clareza é antes de tudo uma questão de atitude. É preciso querer ser claro.
É preciso “entrar na pele” do outro, sentir
como ele sente, ver como ele vê. Se formos
capazes disso, conseguiremos uma comunicação eficaz.
O segredo é raciocinar como o destinatário:
se ele for uma criança, raciocine como uma
criança; se ele for um adolescente, a mesma
coisa. Se ele for um cliente, ponha-se no lugar dele!
Sempre é bom observar algumas regras
práticas:
Escolha bem as palavras. Evite demonstrar erudição, utilizando termos tirados
direto do dicionário. Além disso, convém
afastar-se dos estrangeirismos, das palavras de sentido ambíguo, vago e dos
termos técnicos fora do conhecimento
do seu leitor.
Erudição - instrução vasta e variada, adquirida
sobre tudo pela leitura.
Evite o uso de adjetivos e advérbios
(quando usados com valor qualificativos), termos que afetam a precisão da
frase, já que podem refletir um julgamento pessoal a respeito dos fatos, objetos
ou pessoas.
Utilize o método de desenvolver passo a
passo o seu raciocínio para que o leitor
possa assimilar cada etapa. Nestes ca-
sos é preferível abrir mão da concisão
em benefício da clareza para atingir o
objetivo desejado.
Ligue adequadamente as ideias para não
correr o risco de apresentar as informações como peças independentes. As palavras de ligação (conjunções, advérbios)
são instrumentos eficazes para isso.
Opte pela linguagem acessível para a
maioria dos leitores. O redator habilidoso é aquele capaz de dizer coisas profundas de modo fácil, e não coisas fáceis
e simples de modo complicado.
4.5 Coerência
Quando se diz que uma pessoa é incoerente,
quer dizer que ela fala uma coisa e faz outra. Este é o exemplo mais comum. No texto escrito, incoerência consiste em um texto
confuso, contraditório ou sem um sequenciamento apropriado de ideias. Há vários
pontos em que o texto precisa apresentar
coerência:
Coerência interna do texto, o mesmo de
evitar contradições flagrantes, como é
o caso do funcionário que diz que não
está buscando outro emprego, mas se
aparecer uma oferta vantajosa... O certo
seria dizer que, no caso de aparecer uma
oferta vantajosa, ele pensaria em mudar
de emprego.
Coerência com a realidade, de modo a
transmitir a informação que realmente
conta. É como o caso da pequena empresa que divulga entre seus clientes uma
capacidade de produção que ela não
está aparelhada para suportar. Coitados
daqueles que acreditarem e coitados daqueles que mentirem...
Ligação de ideias. Esta é uma recomendação parecida com o tópico sobre clareza.
Um texto uniforme e coerente precisa
apresentar as ideias e fatos relacionados
de modo que facilite ao leitor acompanhar o raciocínio apresentado.
Redação
Técnica
Uniformidade de tratamento. A credibilidade do redator será afetada se ele se
propõe a falar, por exemplo, das regiões
do Brasil e só trata de algumas delas. É
preciso dar pesos iguais aos fatos de igual
relevância. Por outro lado, se o leitor se
propõe a tratar de um assunto polêmico,
ele deve apresentar os prós e os contras,
ajudando o leitor a formar o seu próprio
julgamento sobre a questão.
Relevância das informações. Tudo que
está no texto é pertinente? As informações estão efetivamente relacionadas
com os argumentos, com a narrativa, com
a descrição que se está fazendo? Todos
os dados relevantes estão presentes? A
resposta a estas perguntas é muito importante para que o autor escreva com
coerência e clareza, evitando que o autor
tenha a impressão de descuido, desinformação ou má-fé, o que é pior.
Fundamento das conclusões. Se você
apresenta uma conclusão, em que se
baseia? Em dados concretos ou na sua
própria impressão pessoal? Não é coerente formular conclusões baseando-se em
premissas não apresentadas ou falsas, e
em informações que o leitor desconhece.
Fatos e opiniões. Apresentar um fato é
informar sobre algo que realmente aconteceu, cuja descrição esteja coerente com
a realidade. Apresentar uma opinião é
interpretar os fatos da nossa maneira,
segundo as nossas impressões. Misturar
as duas coisas pode levar o leitor a uma
impressão ambígua quanto ao que é fato
e ao que é opinião. Podemos apresentar
nossas opiniões sem, contudo, deixar de
apresentar os fatos. O segredo é informar
o leitor qual é o fato (acontecimento) e
qual é a nossa opinião sobre ele.
004G/21
e captar a atenção do leitor, provocar nele
o que se pretende. Vejamos algumas regras
práticas para prender a atenção do leitor:
Escolher o ângulo certo. Um assunto tomado pelo ângulo errado desinteressa o
leitor. Se você vai escrever uma biografia,
busque os pontos capazes de emocionar, de prender a atenção de quem lê.
Se você vai escrever uma apostila sobre
matemática e mostra a importância dela
na vida das pessoas citando exemplos
interessantes, é possível interessar até
mesmo aquele estudante que a detesta.
Qualquer assunto deixa de ser chato se
for apresentado por um redator habilidoso. É possível escrever sobre astronomia
de modo cativante para quem nunca fez
mais do que olhar para o céu procurando
sinais de chuva.
Direcionar o assunto ao interesse do
leitor. Como todos os seres humanos são
dotados de necessidades e desejos básicos – afeto, segurança, bem-estar físico
etc., – um bom texto é aquele capaz de
associar o assunto a um destes interesses
do leitor, aumentando muito a probabilidade de envolvê-lo.
Dialogar com o leitor. Não é muito mais
envolvente ler um texto que parece ter
sido escrito para nós? Se o leitor se sente
parte do texto, sentirá também necessidade de reagir a isso, respondendo,
opinando, refletindo.
Usar ilustrações. Um texto se torna mais
enfático se utilizamos exemplos, fatos,
histórias, casos, analogias, descrições de
cenários. Esses recursos são úteis porque levam o leitor a imaginar com mais
nitidez a situação e a envolver-se com
ela, tornando-se ansioso para concluir a
leitura do texto.
4.6 Ênfase e Vigor
4.7 Elegância
Por ênfase entende-se a capacidade que um
tópico textual tem de sobressair-se entre vários, de for ma a atingir os objetivos do redator. Vigor é a capacidade do texto de atrair
Um texto elegante não é aquele construído
com palavras difíceis ou lances geniais de
criatividade. Um texto elegante é o que não
22/004G
Redação
Técnica
é desagradável. Evite o sensacionalismo, as
piadas de mau gosto, o sarcasmo, o tratamento desrespeitoso contra membros de um
grupo social qualquer, estereótipos precon­
ceituosos etc. Fuja das gírias, dos trocadilhos pobres e das conclusões óbvias. Repare
se a sequência das palavras utilizadas não
produz aquele som desagradável, chamado
de cacófato, tais como: a boca dela, a fé de
Paulo, eu vi ela etc., ou ecos, tais como:
Meu patrão ganha um dinheirão vendendo
sabão.
participação em eventos culturais, pesquisa etc. Se você não faz isso ainda, comece
já. Quanto mais o fizer, mais o seu leque de
interesses será ampliado, facilitando muito
na elaboração de textos.
4.8 Objetividade
Como o nosso interesse é tratar de técnicas
redacionais voltadas para a produção de
documentos empresariais, essas qualidade
é particularmente exigida em textos técnicos, jornalísticos, científicos, nos relatórios,
ou em quaisquer outros, em que o redator
deva expressar-se sem projetar suas opiniões pessoais.
Você já deve estar sentindo falta de uma qualidade fundamental, não é? É isso mesmo, a
tão indispensável correção gramatical. Sem
ela qualquer texto estaria comprometido,
descartado. É por isso que vamos dedicar
toda a lição 4 aos pontos gramaticais mais
necessários para a prática da redação, seja
ela literária ou técnica.
Concluindo o nosso estudo sobre as qualidades do texto, uma certeza deve ficar:
texto de qualidade é aquele que cumpre bem
a sua missão. Trocando em miúdos, o destinatário é quem vai dar a palavra final: o
texto convence ou não convence, e isso é o
que importa.
5. Domínio da Informação
Todo bom redator é aquele que tem o que
dizer quando escreve. Não há como redigir sobre um determinado assunto sem
conhecê-lo, senão o texto resultante será
fraco e superficial. As melhores fontes de
informação são: leitura constante e variada, conversas com pessoas bem informadas,
Um conselho bastante útil é registrar em fichas tudo o que for considerado relevante
em termos de informação. Ao ler um livro,
anote frases significativas, ou registre coisas interessantes ditas por pessoas em eventos, entrevistas, reportagens. Nunca tenha
preguiça de buscar as informações, seja em
qualquer área, porque elas se complementam e nos dão um conhecimento variado,
que aprofundaremos quando precisarmos
de um tópico mais técnico e específico.
Ainda no que diz respeito à leitura, Richard
Steele, um grande escritor irlandês, disse
que ela “é para a mente o que o exercício é
para o corpo”.
6. Ferramentas do Redator
Redigir se aprende... redigindo!
Ninguém pode afirmar que já está pronto para fazer uma boa redação se apenas
acumulou conhecimentos teóricos, regras,
dicas ou orientações, porque, na verdade, é
Redação
Técnica
impossível guardar tudo na memória para
usar quando preciso. Além do estudo teórico sobre a redação, o redator deve ter outros
trunfos, que são as suas ferramentas, um
outro arsenal de informações de que ele vai
lançar mão à medida que vai necessitando.
Por isso é bom levantar quais são as maiores dificuldades que o redator encontra na
hora de fazer uma redação. Veja esta lista:
w domínio superficial do assunto que vai
w
w
w
w
w
tratar;
falta de organização do raciocínio;
desconhecimento da gramática;
falta de leitura;
pontuação inadequada;
falta de ideias para enriquecer o texto.
Onde buscar o que falta? Vamos discutir a
seguir cada uma das ferramentas que você
deve ter sempre à mão para um bom texto.
Procure nas Referências Bibliográficas as
obras que foram fundamentais para a confecção deste módulo; certamente elas serão
ótimas ferramentas para a redação.
6.1 Gramáticas
Estudar gramática aleatoriamente é cansativo. Experimente consultá-la com uma dúvida específica a partir de uma necessidade.
O estudo vai ter outro sabor, será muito
mais proveitoso. Quem de nós já não teve
dúvida sobre o uso da crase, colocação pronominal, flexão do infinitivo? É nesta hora
que a gramática vem em socorro da nossa
falta de conhecimento.
Não é necessário ser um profundo conhecedor da gramática para se tornar um bom redator. O que é preciso é saber onde procurar
o quê. Para isso deve-se estar familiarizado
com a sua estrutura para facilitar a consulta. É claro que quanto mais adquirirmos o
hábito de folhear a gramática, mais estaremos aprendendo sobre a língua portuguesa.
004G/23
6.2 Dicionários
Alguma vez você já ouviu alguém dizer que
o dicionário é o “pai dos burros”? Muito pelo
contrário, ele é o pai dos inteligentes, daqueles que não querem errar. No dicionário
você encontra o sinônimo mais adequado, a
grafia correta das palavras, a regência dos
verbos. Lá está a classe gramatical a que a
palavra pertence, se é substantivo, adjetivo
ou advérbio, além de exemplos de emprego
das palavras em frases ilustrativas.
6.3 Livros de Redação e Estilo
Como já foi dito, ninguém é capaz de guardar tudo na memória para sempre. Mesmo
que você tenha feito um bom curso na área
de redação, tenha sempre à mão livros sobre o assunto, porque no futuro será preciso
relembrar uma orientação importante, mas
que já foi esquecida por falta de uso.
6.4 Textos de Consulta da Área
Um redator cuidadoso sempre procura
consultar livros específicos da área em que
atua. Procure sempre os melhores autores,
aqueles mais reconhecidos, cujas obras sejam marcantes e que tenham mais abrangência quanto aos assuntos e à bibliografia.
6.5 Livros de Consulta Rápida
(do tipo “Tira-Dúvidas”)
Estes livros são bons porque foram feitos
como um “pronto socorro” da Gramática,
listando os assuntos por ordem alfabética
ou por assunto.
Sugestão: 1001 Dúvidas
de Português – José de
Nicola e Ernani Terra –
Editora Saraiva.
24/004G
Redação
Técnica
6.6 Periódicos e Internet
A leitura e consulta a bons jornais, revistas e sites pode ser útil porque
ajudam o redator a manter-se atualizado com o estilo, os gostos e as
formas de expressão de seu tempo. São também ótima fonte de ensinamento que propiciam uma expressão mais rica e interessante.
6.7 Hemeroteca
Uma hemeroteca é um arquivo de periódicos e artigos. O redator cuidadoso não deve desprezar informações pertinentes aos seus interesses,
organizando um arquivo de notícias e artigos.
7. Como Organizar as Ideias
É frequente as pessoas comentarem que não sabem como começar a redigir um texto. Sentam-se com o papel e o lápis, ou em frente ao computador e ficam longo tempo sem que uma simples ideia ocorra. De início você
precisa de um tema - depois é que vai decidir o que escrever sobre ele.
Antes de começar, você deve pesquisar o assunto sobre o qual vai escrever para ter elementos capazes de convencer pelo texto. A primeira
regra da boa redação é ter o que dizer sobre o tema. O resto do trabalho
fica por conta das regras que vamos estudar a seguir. Seguem alguns
conselhos práticos:
Planeje o que você vai escrever. Medite sobre o que vai escrever e reflita sobre como vai fazê-lo. Faça um roteiro, escrevendo os assuntos
que pretende comentar de maneira ordenada. Deixe um espaço em
branco entre os assuntos para poder intercalar um outro tópico que
porventura apareça ou para ligar os assuntos entre si. Evite embaralhar os assuntos, deixando um sem concluir e depois voltando a
ele. Isso, além de tornar confusa a redação, mostra desorganização
mental da parte do redator.
Considere o receptor. Ele é um dos componentes fundamentais da
comunicação. Podemos chamá-lo de “audiência”, de “destinatário”,
de “cliente”, e é ele que vai nortear as suas decisões, o tipo de carta
ou relatório, a escolha das palavras etc.
Busque sempre a clareza. Se você escreve para alguém, quer fazer-se
compreender, não é? Lembre-se de todas as orientações sobre as
qualidades do texto.
Releia, corrija, reescreva, aperfeiçoe. Nunca acredite que um texto
preparado já esteja perfeito de primeira. Releia o seu texto verificando se não precisa trocar palavras repetidas ou buscar aquele termo
mais exato. Olhe sempre com desconfiança para o que escreveu. Os
bons redatores nunca deixam de revisar seus textos.
Redação
Técnica
004G/25
Exercícios Propostos
1 - Para que a redação seja um ato efetivo de comunicação, o autor deve levar em conta diversos
fatores determinantes do tipo de texto a ser produzido. Assim, a escolha das funções mais
apropriadas para a redação técnica é:
(
) a) emotiva, referencial e poética.
(
) b) apelativa, referencial e metalinguística.
(
) c) poética, referencial e metalinguística.
(
) d) referencial e metalinguística.
(
) e) fática e referencial.
Leia atentamente o texto e assinale a alternativa correta.
ELE FAZ A CABEÇA DELAS
“O cabeleireiro e maquiador Mauro Freire afia a língua e as tesouras para cuidar do visual de
Carolina Ferraz, Cláudia Liz, Xuxa, Malu Mader, Zizi Possi e outras estrelas.”
Reportagem de capa da Veja São Paulo, semana de 8 a 14 de fevereiro de 1999
2 - Com base no texto, assinale a alternativa que apresenta os sinônimos para cuidar e visual:
(
) a) tratar e vestir
(
) b) tomar conta e tartar
(
) c) zelar e vestir
(
) d) tratar e aparência física
(
) e) tomar conta e clientes.
26/004G
Redação
Técnica
3 - Relacione as duas colunas:
(1) Adequação
(2) Concisão
(3) Clareza
(4) Coerência
(5) Ênfase
(6) Elegância
(7) Objetividade
(
(
(
(
(
(
(
) a) Ligação de ideias. Fundamento das conclusões.
) b) Ir direto ao assunto e não ficar dando voltas intermináveis para dizer o que realmente
importa.
) c) É a capacidade que um tópico textual tem de sobressair sobre vários.
) d) Não usar gírias, trocadilhos pobres, conclusões óbvias.
) e) Qualidade é exigida em textos técnicos, jornalísticos.
) f) Orientar quando utilizar outras qualidades do texto.
) g) Escolha bem as palavras. Opte pela linguagem acessível.
4 - Assinale a alternativa que apresenta a função de linguagem predominante no verso a seguir:
Ah! Meu amor, não vá embora
Vê a vida como chora, vê que triste esta canção.
Não, eu te peço, não te ausentes
Pois a dor que agora sentes
Só se esquece no perdão...
(
(
(
(
(
) a) Emotiva
) b) Fática
) c) Referencial
) d) Metalinguística
) e) Apelativa
5 - Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso):
(
) a) O primeiro passo para uma boa produção textual é estabelecer o tema e depois decidir o que se vai escrever sobre ele.
(
) b) É o receptor que irá nortear a produção textual, tais como o tipo de carta ou relatório, a escolha das palavras etc.
) c) Para ser elegante, o texto deve ser rebuscado e contar um vocabulário que exija um
alto nível cultural.
) d) Estrangeirismos, palavras de sentido ambíguo e termos técnicos são competências
de um bom redator.
) e) Um texto conciso deve ser breve, resumido e sucinto.
(
(
(
lição 2
Redação
Técnica
004G/27
Estilo e Estética
Quando se estuda Linguagem, encontra-se sempre referência aos termos
Fala, Discurso, Estilo e Níveis de Fala. Vejamos o que significa cada um
desses termos.
Cada indivíduo, culto ou não, quando se utiliza dos recursos linguísticos,
o faz particularmente, de acordo com seu temperamento, seu jeito.
Assim, Fala (ou Discurso) é o uso da língua comum em uma comunidade
linguística. Uma pessoa, ao fazer uso desse código, ou é extravagante,
verbalista, rica de imagens, ou é sóbria, econômica, preferindo a
simplicidade do vocabulário comum. Aí está o Estilo de cada um, que
se manifesta nas escolhas dos recursos linguísticos que o indivíduo faz.
Surgem então os Níveis de Fala, que são os variados modos de usar a
língua: há o nível comum ou literário, coloquial ou formal, popular
ou erudito etc. Desse modo, mesmo se prestando à multiplicidade dos
estilos, a língua não se desfigura; ao contrário, torna-se única e íntegra
na multiplicidade e na variedade, preservando o seu gênio, a sua índole,
submetendo todas as particularizações.
Ao término dessa lição, você será capaz de:
w Compreender os diferentes tipos de estilo de aplicá-los
apropriadamente;
w Reconhecer os principais Vícios de Línguagem;
w Conhecer e aplicar os tipos de Estética mais utilizados;
w Respeitar as Normas Gerais para redação.
1. Estilo
1.1 Definição
Estilo: sm. ... 1. Fig. Modo de exprimir-se falando ou escrevendo.
Estilística: s2gf. 1. Pessoa que escreve com estilo apurado, elegante.
sf. Disciplina que estuda a expressividade duma língua, i.e., sua
capacidade de emocionar mediante o estilo.
(Aurélio Buarque de Holanda
Ferreira, O Dicionário da
Língua Portuguesa, Curitiba,
Editora Positivo, 2008).
28/004G
Redação
Técnica
Você já deve ter percebido que estilo não é
sempre uma ferramenta favorável ao ato de
falar ou escrever. É preciso então buscar o
domínio dos estilos que são úteis e conhecer
os que devem ser evitados para não comprometer a eficácia redacional.
Para uma pessoa comum, estilo é a maneira
própria de expressar seus sentimentos ou os
acontecimentos presenciados. Para o redator,
estilo deve ser um trunfo, que deve variar de
acordo com a circunstância e o receptor. É a
capacidade de dizer a mesma frase de modo
diferente, é a habilidade de tornar novo o
que antes estava desgastado.
1.2 Estilística e Eficácia Redacional
Você já ouviu falar de eficiência e eficácia?
Eficiência é realizar a tarefa corretamente,
e eficácia é a capacidade de alcançar o objetivo, realizando a tarefa certa no momento
certo. Neste contexto podemos aplicar os
conceitos de estilística e eficácia redacional.
Redigir com eficiência pressupõe que você
saiba utilizar aqueles recursos e ferramentas
já discutidos na lição 1, porque a eficácia da
mensagem vai depender da sua criatividade,
da escolha de um estilo capaz de produzir no
leitor a resposta que você espera.
A esta altura você já deve estar se perguntando: o que mais é preciso para um bom
texto empresarial? Acredite, você já tem
praticamente em mãos tudo para fazer excelentes redações. Você já sabe que precisa
escolher qual o tipo de texto mais adequado ao seu leitor, que esse texto deverá ter
qualidades (concisão, clareza, correção,
objetividade), que você precisa dominar a
informação e as ferramentas necessárias etc.
O que lhe falta agora é conhecer os vários
estilos de redação, cuja utilização criativa
favorece muito a eficácia do seu texto.
1.3 Estilística Fraseológica
Este tópico foi chamado de “estilística fraseológica” porque os vários estilos que serão
apresentados a seguir estão relacionados com
a estrutura da frase.
a) Estilo monótono: é aquele em que o redator demonstra imaturidade na expressão
escrita, fazendo uso exagerado das palavras e, mas, aí, então. Neste estilo os fatos
são apresentados em ordem cronológica,
denunciando ausência de esforço na elaboração da frase.
Exemplo:
Estivemos na reunião ontem e não
ficamos até o fim, mas achamos que
foi boa, só que muito longa e muito
cansativa.
b) Estilo lacônico: é o texto parecido com um
telegrama, de frases curtas e rápidas. Não
há uso de orações subordinadas, porque
as frases são breves e bem marcadas por
vírgulas e pontos finais. Este modo de
escrever pode facilitar a compreensão do
texto, porque as ideias ficam mais claras
e inteligíveis.
Exemplo:
Embarcamos ontem a mercadoria solicitada.
Favor acusar o recebimento.
c) Estilo ladainha: é um modo de expressão
que lembra os textos da Bíblia. Há frases
encadeadas pela conjunção coordenativa e, tornando a linguagem um tanto
familiar, facilitando a compreensão das
ideias.
Exemplo:
Nossos clientes aceitaram os preços e
condições e prometeram uma resposta
o mais breve possível...
d) Estilo complexo e obscuro: é o preferido das pessoas prolixas, retóricas, que
gostam de impressionar pelo excesso de
pormenores, de adjetivos, de advérbios,
de frases longas, nas quais há excesso de
quês e porquês.
Redação
Técnica
004G/29
Exemplo:
Dirijo-me a V.Sa. porque nossa última reunião não foi satisfatoriamente
conclusiva, visto que nem todos os assuntos foram a contento
discutidos, fato que desagrada a nossa humilde empresa e
desagradará também, tenho certeza, a empresas do tipo da sua.
e) Estilo truncado: é aquele em que o redator opta por separar orações
subordinadas entre si através de pontos finais. Este é um estilo mais de
acordo com a linguagem popular, em que a utilização das conjunções
subordinativas se torna inviável. Compare as frases do exemplo.
Exemplo:
Não vá à reunião, se não tem nada a acrescentar. (oração subordinada)
Não tem nada a acrescentar? Não vá à reunião!
f) Estilo desdobrado: é a característica de autores que iniciam uma frase
mas não sabem como terminá-la. Tornam-se escravos de explicações
sem fim, em que sempre há motivo para outras frases adicionais,
excesso de vírgulas, parênteses, travessões.
Exemplo:
O diretor pensa em tirar férias no próximo mês (ele tentou tirar
no mês passado, isto é, novembro, mas não conseguiu), já que está
cansado (também precisa cuidar da saúde) e não quer deixar que suas
férias se acumulem, então pediu que lhe comunicasse sua decisão.
g) Estilo dinâmico: neste estilo, o redator utiliza frases curtas, incisivas
e agradáveis, em que muitas vezes o verbo é dispensado. É um estilo
cuja estrutura da frase aproxima-se das máximas e provérbios.
Exemplo:
Cada um na sua.
Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento.
1.4 Recursos Estilísticos Favoráveis e Desfavoráveis
Como mostra o tópico anterior, estilo é o que não falta. Contudo, a
utilização de um ou outro requer bom senso e conhecimento do destinatário. Nas relações comerciais e empresariais devem ser evitados os
estilos monótono, complexo, obscuro e desdobrado, porque prejudicam
a compreensão do texto. Os outros estilos podem ser utilizados, tendo-se
o cuidado de observar o seguinte:
O estilo lacônico pode ser útil porque é dinâmico, e em virtude de
sua brevidade torna mais fácil a compreensão do texto. Este recurso
é satisfatório para redatores e empresários cuja prioridade é apro-
30/004G
Redação
Técnica
veitar bem o tempo, sem se perder com redações e leituras longas e
complicadas. No entanto, se o destinatário for exigente em matéria
de linguagem, esse estilo pode se revelar inadequado.
O estilo ladainha, como favorece a com­preen­são pela linguagem
familiar, pode apresentar resultados positivos se o redator demonstrar habilidade na sua utilização; caso contrário, o uso excessivo
da conjun­ção e pode ser prejudicial à eficácia do texto por torná-lo
cansativo.
O estilo truncado pode trazer criatividade à linguagem, tornando
eficaz a mensagem. Utilizado como recurso estilístico, dá ênfase à
frase, tornando o período mais solto, mais rico e expressivo.
O estilo dinâmico confere beleza e agilidade à frase. Este recurso,
porém, só será adequado quando não trouxer ambiguidade pela ausência do verbo.
1.5 Outras Recomendações
Chamamos sua atenção para três outros fatores que podem prejudicar a
eficácia da sua redação: a utilização de expressões triviais e clichês, da
linguagem figurada, e de certas palavras e verbos. É claro que escrever
bem e com estilo depende de treino e persistência. Mas o estilo que já
é seu pode ser melhorado com alguns hábitos cuja aquisição deve ser
priorizada, como: conhecimento do vocabulário, estudo da gramática,
análise literária, leitura constante e refletida. Vejamos os fatores contraproducentes mencionados:
a) Uso de expressões triviais e clichês. Quem, por preguiça ou ignorância, lança mão de frases feitas e gastas, palavras cujo significado
não domina completamente, termos supérfluos, arrisca seriamente
a eficácia da sua mensagem. Procure sempre revisar o seu texto,
tornando-o limpo, livre de palavras repetidas e de ideias secundárias
e enfraquecedoras que podem tirar a força da ideia principal.
b) Uso de linguagem figurada. O uso da linguagem figurada requer habilidade e domínio no manejo da língua, sendo adequado para quem
pretende demonstrar suas qualidades de redator literário. Deve ser
evitada na linguagem empresarial , pois aí não é a imaginação que
deve ter papel relevante, mas a informação. Ao usar a linguagem
figurada, você corre o risco de ser mal interpretado.
c) Palavras e verbos que se devem evitar. Existem palavras e verbos que
nada acrescentam ao texto. São as chamadas palavras “parasitas da
prosa”, que nada acrescentam, ou são as de sentido amplo, incapazes
de dar ao texto empresarial precisão e clareza necessárias. Veja uma
lista delas:
w Verbos: ser, ter, haver, estar, permanecer.
Redação
Técnica
004G/31
Exemplos:
Estava com receio de lhe falar.
Receava falar-lhe.
A empresa tinha-lhe proporcionado bons salários.
A empresa proporcionara-lhe bons salários.
w Palavras “parasitas da prosa”: efetivamente, certamente, além disso,
tanto mais, por outro lado, definitivamente, a dizer a verdade, por
sua parte, por seu lado, na verdade.
w Palavras de sentido amplo: bom, capital, conjuntural, desejável,
estrutural, feliz, lucrativo, notadamente, rápido, sobremodo, sobretudo, útil, rico, pobre.
1.6 Vícios de Linguagem
Como o próprio nome já diz, vício de linguagem é uma agressão ao idioma
pela utilização errônea de palavras e expressões.
Os vícios de linguagem devem ser conhecidos para que seu uso seja
evitado. São eles:
a) Barbarismo - são palavras empregadas com erro na sua grafia,
pronúncia ou forma.
Exemplos:
Incorreto
rúbrica
excessão
Correto
rubrica
exceção
abóboda
cidadões
abóbada
cidadãos
Também constituem barbarismos a troca de parônimos (eminente
por iminente, diferir por deferir etc.), o emprego de estrangeirismos
desnecessários (menu em vez cardápio), ou expressões viciadas por
outros idiomas (todos os dois em vez de ambos os dois: influência do
francês).
b) Solecismo - é o erro no uso da sintaxe, isto é, da concordância, da
colocação ou da regência.
Exemplos:
Errado a Houveram muitos problemas.
Certo a Houve muitos problemas.
Errado a Ele visava uma posição melhor.
Certo a Ele visava a uma posição melhor.
Errado a Esta carta é para mim ler.
Certo a Esta carta é para eu ler.
32/004G
Redação
Técnica
c) Arcaísmo - é o erro ao usar palavras ou
expressões que já caíram em desuso.
Exemplos:
Vossa Mercê em vez de Você
Boticário em vez de farmacêutico.
d) Plebeísmo - é o uso inadequado de palavras ou expressões triviais ou de gíria.
Exemplos:
Este cara é muito competente...
Esta secretária é um troço.
e) Pleonasmo vicioso - é a repetição de
palavras e expressões, tornando a ideia
redundante.
Exemplos:
Entrou para dentro.
Encarou de frente a questão.
f) Ambiguidade - é a construção sem cuidado que permite ao leitor duas interpretações.
Exemplos:
O diretor repreendeu a secretária em
sua sala.
(na sala de quem?)
Venceu o São Paulo o Vasco.
(quem venceu?)
g) Hiato - é a utilização de várias vogais
causando um som desagradável.
Exemplos:
Sou eu ou ainda é o outro?
Já há alguns anos...
h) Cacófato - é o som desagradável produzido pela junção de palavras, produzindo
palavra ridícula ou até obscena.
Exemplos:
Ela ganha até quatro mil por cada trabalho.
Você reparou na boca dela?
i) Colisão - é a sequência das mesmas
consoantes numa frase.
Exemplos:
O rato roeu a roupa da rainha.
Eram sociedades viciadas em ganhos
fáceis.
j) Eco - é o uso de palavras que rimam numa
frase, sem que haja intenção para isso.
Exemplos:
Tenho a impressão de que a ocasião é
propícia para a promoção.
Meu superior não me dá valor.
Na lição 4 damos uma lista de palavras de
grafia duvidosa, que ajudarão na escolha
correta quanto ao significado. Nessa mesma
lição, você verá também o emprego de algumas classes de palavras, onde estão listadas
as expressões de utilização mais comum e
seu significado.
2. Estética
2.1 Definição
Quando se trata de documentos técnicos, é a
estética que vai dispor os vários elementos ao
longo do papel, transformando a peça escrita
em algo agradável de se ler.
A estética vai além da mera distribuição
dos parágrafos em uma folha de papel: é a
escolha do espaçamento entre parágrafos,
o tamanho das margens, onde colocar data,
assinatura, número de referência...; é preciso
levar em conta, além disso, que alguns tipos
de documentos têm sua própria estética. Na
lição 3 serão apresentados vários modelos e
será possível observar a estética apropriada
para cada um.
Quem dispõe de computador não fica isento do
cuidado com a estética. Este equipamento facilita muito o trabalho porque a tela já mostra
como o documento vai sendo criado até estar
Redação
Técnica
004G/33
pronto para ser impresso em sua forma final. E antes da impressão final
é o momento em que as devidas correções ou melhoria de distribuição de
texto precisam ser feitas, para que se obtenha um documento perfeito. Se
o documento for impresso antes disso, algo pode estar errado e o resultado
será um desperdício de tempo, papel e tinta de impressão.
Um documento bem elaborado e com estética impecável representa a
empresa e as pessoas que o redigiram e assinaram. Observe estas dicas:
a Use sempre (quando houver) o papel timbrado da sua empresa, evitando
amassá-lo ou vincá-lo enquanto o manuseia.
b Distribua o documento na página de modo que o texto fique harmoniosamente
espaçado; se a parte escrita é pequena, não amontoe tudo na parte de cima
da página. Por outro lado, preste atenção para não deixar só a assinatura ou
uma frase final para a segunda página.
c Estabeleça uma estética padrão a ser seguida para os vários tipos de
documentos, cuidando para que outras pessoas que trabalham com você
conheçam este padrão. Isso facilita o trabalho de quem precisar substituíla, evitando a confecção de um documento totalmente estranho aos seus.
d Observe também a estética própria para os envelopes. Os serviços de
correios costumam orientar quanto à melhor maneira de dispor o texto
no corpo do envelope, para permitir a leitura das máquinas de triagem de
correspondência. Procure seguir fielmente estas indicações que evita­rão
extravio ou devolução de corres­pondências. Na lição 3, quando estivermos
apresentando modelos de documentos, mostraremos também um envelope
devidamente pronto para ser entregue aos Correios.
2.2 Tipos de Estética (Estilos) Utilizados
Quando se fala em estética também se fala em estilo. Neste caso, estilo
estético é o formato da correspondência, a distribuição do texto pelo
papel e as margens e espaçamentos adotados. Então, quando falarmos
em estilo bloco, ou semibloco, estamos nos referindo à estética, e não à
linguagem.
2.2.1 Correspondência Oficial
A correspondência oficial costuma ter seus próprios padrões estéticos,
definidos em documentos especificamente publicados para orientar não
apenas nesse aspecto, mas em outros, tais como a finalidade, a forma e
a estrutura dos documentos, a sua origem e destinação.
Dentre os documentos oficiais mais conhecidos destaca-se o ofício,
cujo padrão estético apresenta normas rígidas em sua forma e em sua
estrutura. Apenas para ilustrar (porque a correspondência oficial vai
ser apresentada com maiores detalhes na lição 3), apresentaremos nas
páginas seguintes os estilos estéticos do ofício, do memorando e do fax.
34/004G
Redação
Técnica
Exemplo de ofício
5,5 cm
2,5 cm
6,5 cm
10 cm
Ofício nº 524/SG-PR
1,5 cm
Brasília, 27 de fevereiro de 1991.
Senhor Deputado,
1,5 cm
5 cm
Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154,
de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas
em sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas
instituído pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2.
Em sua comunicação, Vossa Excelência ressaltava a necessidade
de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em
consideração as características socioeconômicas regionais.
3.
Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas
deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao
disposto no art. 231, §1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir
os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame
deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou
estadual competente.
4.
Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão enca‑
minhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É
igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado (Nome)
Câmara dos Deputados
70.160 – Brasília – DF
2 cm
(Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 42).
Esta é a folha nº 1 do ofício (observe como a estética do documento oficial
é detalhada); sua continuação está na página seguinte.
Redação
Técnica
004G/35
1 cm
(Fls. 2 do Ofício nº 524/SG – PR, de 27.2.91).
2,5 cm
5.
Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção
ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos
públicos e das entidades civis acima mencionadas.
6.
Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro da Justiça sobre os limites e a
demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários,
inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e
agilidade.
1 cm
Atenciosamente,
2,5 cm
(Nome e cargo do signatário)
(Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 43).
36/004G
Redação
Técnica
A seguir apresentamos o modelo estético de memorando segundo as
normas da redação oficial. Na redação empresarial a estética do memorando é bem mais flexível.
Exemplo de memorando
Memorando nº 19/DJ
Em XX de XXXX de XXXX.
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
4 cm
Nos termos do “Plano Geral de Informatização”, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores
neste Departamento.
2.
Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o
ideal seria que o equipamento fosse dotado de “disco rígido” e de monitor padrão
“EGA”. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um “processador
de textos”, e outro “gerenciador de banco de dados”.
3.
O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar
a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia
já manifestou seu acordo a respeito.
4.
Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos
deste Departamento ensejará uma mais racional distribuição de tarefas entre
os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.
1 cm
Atenciosamente,
4 cm
(Nome e cargo do signatário)
(Fonte: Manual da Presidência da República, p. 54).
Redação
Técnica
004G/37
Abaixo damos um modelo de formulário para fax, de acordo com as
regras dos documentos oficiais. Este formato também pode ser aproveitado para a correspondência empresarial.
IDENTIFICAÇÃO DO ÓRGÃO EXPEDIDOR
(Nº DE FAX)
(ENDEREÇO E TELEFONES)
DESTINATÁRIO: ________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Nº DE FAX: _______________________________________ DATA:_______/________/________
Nº DE PÁGINAS: ESTA + ____________________ Nº DOCUMENTO: ____________
MENSAGEM
(Fonte: Manual de Redação da Presidência da República, p. 58).
38/004G
Redação
Técnica
2.2.2 Outros Documentos Considerados Oficiais
Como será explicado na lição 3, existe uma série de documentos cuja
classificação como oficial ou empresarial é polêmica. Dada sua finalidade, optamos por chamá-los de “outros documentos considerados
oficiais”, porque são documentos cuja origem ou destino é um órgão
público. Por exemplo, se você precisa de um atestado, dependendo do
tipo, ele vai ser fornecido (ou solicitado) por órgão público: segurança
pública, escola pública, área da saúde pública. Da mesma forma, outros
documentos, como o requerimento ou a declaração, podem ou não ser
considerados documentos oficiais. Veja um modelo de atestado.
...........................................................................................................................................
(Órgão)
...........................................................................................................................................
(Unidade)
ATESTADO
3 espaços
11 espaços
........................... Atesto, para fins de prova junto à ......................................., que o
Sr. ............................................., ocupante do cargo .................................., para o qual
12 esp. foi nomeado por Decreto de ..................................................., não responde a processo
administrativo.
2 espaços
Brasília, ....... de ...................... de ..............
3 espaços
(assinatura)
(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 105)
Redação
Técnica
004G/39
Veja agora um modelo de estética própria da declaração.
Timbre
DECLARAÇÃO
11 esp.
Declaramos, sob as penas da lei, que ......................................................,
sociedade constituída de acordo com as leis de New York, Estados Unidos da América do
Norte, com sede em ................................... continua proprietária de .......................... ações
(por extenso)
nominativas, representando R$ ........................................ do capital social dessa sociedade.
(por extenso)
Estas ações estão representadas pelas seguintes características:
Nº de Ações Ordinárias
Numeração das Ações
Valor das Ações
Nº de Ações Preferenciais
Numeração das Ações
Valor das Ações
2 espaços
São Paulo, XX de XXXXX de XXXX.
3 espaços
(assinatura do representante legal)
3 espaços
(assinatura do contador – CRC nº)
(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 107)
40/004G
Redação
Técnica
O requerimento também é um documento cuja estética é bem definida.
Observe o modelo:
Invocação
7 esp.
11 esp.
12 esp.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
3 esp.
2 esp.
Fórmula de
encerramento
2 esp.
Data
3 esp.
Assinatura
(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa Garcia Neiva e José Antônio Rosa, Editora STS, p. 120)
2.2.3 Correspondência Empresarial
Os tipos estéticos mais utilizados são aqueles que facilitam o trabalho:
sem entrada de parágrafos, sem divisão silábica no fim da linha, com
todas as frases alinhadas na margem esquerda. Os outros tipos devem
ser mostrados porque as pessoas podem preferi-los e porque nas correspondências oficiais ainda se usa o parágrafo recuado e outros detalhes
específicos. Na lição 3, quando mostrarmos os vários modelos de documentos, deixaremos clara a visualização da sua estética.
Redação
Técnica
004G/41
Veja a seguir três tipos de estilo estético, utilizados para as cartas.
a) Estilo Endentado ou Semibloco
_________________________________ 1
___________________ 2
3 _________________
___________________ 4
___________________ 5
ad
______________________ 6
ad
fo
ra
rág
m
co
tr
en
s
ue
oq
t
e5
pa
15 a 20 esp.
__________________________________
___________________________________________
5 a 10
esp.
___________________________________________
___________________________________________
7
___________________________________________
___________________________________________
___________________ 8
___________________ 9
margem direita rígida
___________________________________________
(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 141)
Este estilo apresenta data alinhada à direita, parágrafo com entrada de
15 a 20 toques (ou espaços), margem alinhada à direita e assinatura do
signatário à direita, mas sem alinhamento com a margem.
42/004G
Redação
Técnica
b) Estilo Bloco
_________________________________________ 1
___________ 2
3 __________________
_______________ 4
ma
rge
___________________ 5
___________________ 6
m
dir
eit
as
olt
a
___________________________________________
_________________________________________
15 a 20 esp.
5 a 10
esp.
___________________________________________
___________________________________________
7
___________________________________________
___________________________________________
__________________________________________
_________________________________________
___________________________________________
___________________________________________
___________________ 8
(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 142)
No estilo bloco, não há preocupação com a margem direita alinhada,
nem o parágrafo apresenta entrada. A data continua alinhada à direita
e o signatário está posicionado no mesmo lugar que no estilo endentado
ou semibloco.
Redação
Técnica
004G/43
c) Tipo Bloco Compacto
__________________________________1
___________________ 2
________________________ 3
___________________ 4
________________ 5
___________________ 6
se mar
m ge
co m
rt d
es ire
na ita
sp s
al olt
av a
ra
s
___________________________________________
15 a 20 esp.
5 a 10
esp.
_________________________________________
___________________________________________
___________________________________________ 2
7
___________________________________________
___________________________________________
________________________________________
_______________ 8
___________________ 9
(Fonte: Redigir & Convencer, Edméa G. Neiva e José A. Rosa, Editora STS, p. 143)
Este é, sem dúvida, o estilo mais prático e vem sendo largamente utilizado na correspondência empresarial. Pode ser adotado para cartas,
memorandos, comunicações internas, relatórios etc.
44/004G
Redação
Técnica
2.2.4 Correspondências Particulares
Não precisa necessariamente obedecer a
qualquer padrão, porque o que vale é a informalidade, a liberdade de expressão. Se as
pessoas que se correspondem são íntimas, a
carta pode ser manuscrita. Se for social ou
cerimoniosa, deve ser digitada. Este último
tipo engloba as cartas de apresentação, as de
candidatos a emprego e as de demissão. Neles
encaixam-se perfeitamente a carta-bilhete,
o cartão postal, os cartões comemorativos de
datas, os bilhetes.
2.2.5 Relatórios
Os relatórios têm sua estética semelhante a
dos textos longos, seguindo as margens de
3 cm acima e à esquerda e de 2 cm abaixo
e à direita. Os parágrafos são separados
por espaços duplos e iniciam na margem
esquerda, sem recuo. Pode-se optar ou não
por uma margem alinhada à direita. O título
principal deve vir centralizado no topo da
página e com letras maiúsculas. Os demais
títulos e subtítulos podem ser numerados,
seguindo uma hierarquia para facilitar a
montagem do índice. No final, o relatório
deve ser datado e assinado pela pessoa que
o redigiu. Embaixo e à esquerda, por último,
colocam-se as iniciais de quem o redigiu,
em letras maiúsculas, seguidas de barra,
e as iniciais de quem o digitou, em letras
minúsculas.
3. Normas Gerais para Redação
Depois de tudo o que foi falado sobre o ato de
redigir, os estilos, o que é favorável e o que
não é para a redação, a estética a ser adotada,
achamos útil estabelecer passos para o momento em que você se prepara para escrever
o seu documento. Esteja sempre certo de que:
w Sabe qual é o objetivo do documento;
w Sabe que tipo de documento deve utilizar;
w Colocou-se no lugar do destinatário para
sentir-se como ele;
w Dispõe de informações precisas sobre o
fato que motiva á redação;
w Domina todas as palavras necessárias e
já escolheu o vocabulário adequado;
w Tem em mente as respostas às perguntas que
o destinatário fez em sua correspondência
anterior;
w Calculou o tamanho do texto para saber
como distribuir na folha de papel;
w Sabe como iniciar, desenvolver e concluir
a correspondência.
4. Digitação
A redação de documentos e textos em geral
tem utilizado os processadores de texto que
são, sem dúvida, uma ferramenta que facilita
e agiliza a escrita devido aos diversos recursos de que dispõe.
O trabalho de editar e formatar textos no
computador torna-se extremamente simples
após certo treino, pois os programas são capazes de interagir com o usuário facilitando
o trabalho.
Documentos inteiros são gravados em CDs,
Pendrives, ou até mesmo enviados por e-mail
para serem entregues às editoras quando se
trata da publicação de livros. O editor de
texto permite que o trabalho seja modificado
à vontade antes da gravação e da impressão
final. Veja algumas das facilidades disponíveis nos editores de texto:
w apagamento automático de letras, palavras, linhas, parágrafos ou capítulos
inteiros;
w facilidade de disposição dos títulos ou
parágrafos à esquerda, centro ou direita
da página;
w facilidade de alinhamento de margens;
Redação
Técnica
004G/45
w formatação automática de letras com um simples comando (negrito,
sublinhado ou itálico);
w inúmeras formas de letras (fontes) disponíveis;
w localização rápida de palavras e substituição com um simples comando;
w possibilidade de mudar de lugar qualquer texto de qualquer tamanho;
w possibilidade de inserção de desenhos ou figuras onde se queira;
w paginação automática;
w inserção automática de números ou letras sequenciais quando se digita
os primeiros;
w possibilidade de visualização da distribuição do texto;
w cabeçalhos e notas de rodapé automaticamente inseridos mediante
comando;
w possibilidade de correção ortográfica;
w facilidade de gravação e recuperação de textos na memória do computador, em CDs, Pendrives, HDs externos ou memórias virtuais.
Há inúmeras outras facilidades, só a utilização contínua e sistemática
vai permitir o conhecimento do potencial que um editor de textos pode
oferecer.
5. Glossário de Termos e Estética Relacionada
5.1 À atenção de - Aos cuidados de - Em mãos
Indica a quem a correspondência se dirige ou a pessoa que deve ser
informada sobre o conteúdo da carta. Esta expressão será impressa no
envelope e no corpo da carta.
No envelope:
Selo
Metalúgica Rouxinol S.A.
At.: Sr. Renato Almeida
Caixa Postal 5387
São Paulo, SP
-
46/004G
Redação
Técnica
No corpo da carta:
São Paulo, XX de XXXX de XXXX.
Metalúgica Rouxinol S.A.
À atenção de Renato Almeida
Caixa Postal 5387
011661-000 - São Paulo, SP
A expressão Aos cuidados de _ ou A/C, ou a/c _ é empregada quando a
correspondência for entregue por pessoa referida nominalmente.
Se a carta for entregue através de office-boy ou outra pessoa, escreve-se
Em Mãos ou E/M no envelope.
5.2 Algarismos
Servem para numerar uma sequência. A estética manda que não sejam
usados hífen, traço ou parênteses depois dos números cardinais quando
se tratar de títulos e subtítulos, e sim ponto (veja o exemplo a seguir):
REDAÇÃO LITERÁRIA E
REDAÇÃO TÉCNICA
1.
2.
2.1.
2.2.
DEFINIÇÕES
LINGUAGEM
Significação das Palavras
...............
Para os algarismos ordinais, não se usa qualquer sinal depois do ordinal:
1o --------------2o --------------3o --------------Saiba Mais
Note que no caso do
algarismo romano, a
estética manda que
se faça o alinhamento
à direita.
Num texto mais longo, caso seja necessária a utilização de números e
letras, é sempre conveniente uniformizar o seu uso:
1.
2.
3.
ou
a.
b.
c.
ou
1º
2º
3º
ou
I.
II.
III.
Recomendamos que nos documentos pequenos você evite misturar números e letras. Dê preferência, então, aos algarismos cardinais. Se for
Redação
Técnica
necessário dividir um tópico em mais vezes,
aí justifica-se o uso de letras, números ordinais e algarismos romanos.
5.3 Anexos
São os documentos que acompanham as
correspondências. Se for um só documento,
escreva abaixo da assinatura: Anexo único.
Se forem vários, escreva: Anexos: 6 (por
exemplo). Nos anexos propriamente ditos,
escreve-se: no primeiro, Anexo 1; no segundo, Anexo 2 e assim por diante.
Na redação oficial existem regras próprias
para a numeração de Anexos. Veja na lição 3.
Você pode, também, já adiantar quais são
os anexos que acompanham a correspondência, nomeando-os. Faça a concordância
que a gramática exige: Anexas: Duplicatas;
Anexos: Cheque e Procuração. Nunca use a
expressão “em anexo”, pois trata-se de um
vício de linguagem.
5.4 Aspas
Se as aspas abrangem apenas parte de um
período, os sinais de pontuação ficam depois
delas:
Exemplo:
O diretor afirmou em seu pronunciamento que “só os melhores serão recompensados”.
Se as aspas abrangem citações integrais, os
sinais de pontuação ficam antes delas:
Exemplo:
O diretor afirmou: “Só os melhores serão
recompensados.”
Se as aspas indicam a transcrição de um
parágrafo, mas com a supressão de algumas
palavras, usa-se o sinal (...) onde isso ocorre;
se as aspas indicam a transcrição de mais de
um parágrafo, é suficiente que se coloquem
004G/47
as aspas no início do primeiro e após o ponto
final do último.
Para citar ou ressaltar uma palavra ou
expressão dentro de uma citação, usa-se o
apóstrofo, também chamado de aspas simples.
Exemplo:
O diretor afirmou: “Só os ‘melhores’
serão promovidos.”
5.5 Aposto
Aposto é o nome que qualifica outro nome.
Assim, quando você coloca o cargo ou função
que a pessoa que assina a carta exerce na
empresa, você está fazendo uso de um aposto.
Exemplo:
Roberto de Souza,
Diretor.
Note que há uma vírgula separando o nome
da pessoa do seu cargo. Note também que
não é polido escrever esses nomes em maiúsculas, que aparecem apenas nas iniciais
das palavras.
5.6 Assinatura
É feita logo acima do nome da pessoa e do
seu cargo ou função (ver aposto). Não se usa
fazer traço para a assinatura. Se a secretária
for assinar a carta no lugar do executivo,
deverá fazer isso de modo a tornar legível
o seu próprio nome, devendo ainda colocar
p/ antes do nome do executivo, significando
que ela está assinando por ele.
Ana Paula Cardoso,
Chefe do Departamento de Projetos.
É extremamente descortês colocar o título na
frente do nome do signatário. Se você deseja
informar ao leitor a sua profissão, apenas
coloque o registro (CREA, OAB etc).
48/004G
Redação
Técnica
Não use: Engo Antonio Cardoso Filho,
Chefe do Departamento de Projetos.
Prefira:
Antonio Cardoso Filho,
Chefe do Departamento de Projetos.
CREA nº ...........................
5.7 Assunto ou Referência
Pode-se usar Assunto ou Referência antes
do vocativo. Serve para resumir o conteúdo
da carta e não deve vir sublinhado:
Assunto: Programação de férias.
5.8 Cabeçalho
São os dizeres impressos no início de uma
correspondência. Desse conjunto de informações fazem parte o timbre da empresa, o
local e a data, o endereçamento e a invocação
ou saudação.
5.9 Caixa Postal
Se você vai endereçar uma correspondência
para uma caixa postal, não coloque o nome
da rua, o número, nem o bairro, apenas o
nome da cidade. Não coloque vírgula antes
do número nem ponto para separar números
superiores a 1.000.
Exemplo:
Metalúrgica Rouxinol S.A.
Caixa Postal 5387
011661-000 - São Paulo, SP
Preste atenção ao Código de Endereçamento
Postal (CEP) que costuma ser específico para
caixa postal.
5.10 Código de Endereçamento Postal (CEP)
O número do código de endereçamento
postal é padronizado para todo o país. Ele
é composto de cinco dígitos + hífen + três
dígitos. Seus números não devem ser lidos
por inteiro, motivo pelo qual não se deve
colocar ponto separando milhares (caso
haja qualquer ponto, ou vírgula, ou outro
sinal, a leitora óptica dos Correios rejeitará
a leitura). A maioria das grandes cidades já
está codificada por ruas. Na cidade de São
Paulo você pode encontrar CEPs inclusive
para alguns prédios. Quando a sua carta for
endereçada para caixa postal, procure o CEP
correspondente (lembre-se de que você não
colocará o endereço: rua, número e bairro).
Não escreva a palavra “CEP” em frente ao
número. Veja a seguir duas opções aceitas
pelos Correios:
Exemplo:
Mário Henrique Souza
Rua Avanhandava, 835 - Bela Vista
01306-001 - São Paulo, SP
ou
Mário Henrique Souza
Rua Avanhandava, 835 - Bela Vista
São Paulo, SP
01306-001
Se você preferir, pode escrever à mão os
números do CEP nos quadradinhos correspondentes impressos no envelope, mas
nunca use tinta de tonalidade avermelhada.
Estas mesmas orientações são válidas para o
número do CEP no verso do envelope.
5.11 Continuação
Quando você estiver digitando uma carta de
duas folhas ou mais, é conveniente colocar,
perto do índice, o número da folha e a totalidade de páginas, o editor de textos tem um
recurso que faz isso automaticamente.
Exemplo: DRH-821/99
fl. 3/5
O seu leitor saberá que está lendo a folha 3
de um total de 5. Não escreva “continuação”
na folha seguinte. A correspondência oficial
tem regras específicas para continuação.
Redação
Técnica
004G/49
Exemplo:
São Paulo, 11 de fevereiro de 2013.
Atenção
Não estranhe estarmos chamando de folha o que muita
gente chamaria de página. Uma folha é composta de
duas páginas: uma ímpar e uma par. Quando falamos
em página, precisamos contar a frente e o verso do
papel, e não se faz isso em correspondência.
5.12 Corpo da Carta
É o assunto da carta, que deve ser apresentado em parágrafos e de forma clara, concisa
e objetiva. Em média, uma carta tem três
parágrafos:
a) informação inicial (apresentação do tema);
b) desenvolvimento do tema;
c) conclusão.
O corpo da carta fica entre o vocativo e a
despedida ou fecho.
5.13 Cópias
Se for necessário que outras pessoas recebam cópia de um documento, isto deve ser
indicado no final dele, depois dos Anexos e
antes das Iniciais. Mencione assim:
c.: Paulo Ribeiro
Amélia Cardoso Faria
Nunca abrevie o nome da cidade. Se você
escreve “S. J. dos Campos”, estará correndo
o risco de ser interpretada como “São João
dos Campos”, quando quer dizer “São José
dos Campos”.
No casos em que o endereço da empresa já
aparece no timbre, pode-se suprimir o nome
da cidade; mas se a empresa tem filiais em
vários locais, aí é interessante identificar de
onde vem a correspondência.
5.16 Despedida ou Fecho
Atualmente a tendência é simplificar ao máximo os dizeres do fecho de uma carta. Basta
que você coloque:
Atenciosamente,
ou
Cordialmente,
Se, porém, houver necessidade de enfatizar
algo já dito no decorrer da carta, o fecho
poderá ser um pouco mais elaborado:
Estamos à disposição de V.Sas. para
maiores informações.
Atenciosamente,
Pedro Alencar,
Chefe do Departamento de Vendas.
5.14 Correção de Erros
Embora os editores de texto costumem acusar erros, não se deve descuidar, pois há casos
que eles aceitam. Portanto, sempre revise o
texto antes de impri-lo.
5.15 Data
A data de uma correspondência é muito importante, pois pode servir de referência para
o seu leitor. Normalmente ela vem separada
por vírgula do nome da cidade.
ou
Certos de suas providências, subscrevemo-nos, atenciosamente.
Pedro Alencar,
Chefe do Departamento de Vendas.
5.17 Destinatário
A correspondência não existiria sem um
destinatário, não é mesmo? Por isso ele deve
ser tratado com toda atenção. Nunca escre-
50/004G
Redação
Técnica
va o nome do destinatário se você não tiver
certeza do nome correto. Há pessoas que se
ofendem se o seu nome está escrito incor­
retamente. Certifique-se também do cargo
que a pessoa ocupa, para não correr o risco
de errar.
5.18 Grampeamento
Quando a correspondência for remetida
pelos Correios, não use grampos ou clipes
dentro dos envelopes. Junte cuidadosamente
as folhas e dobre-as. Se a correspondência
for entregue de outra forma ou for interna,
o grampo deve vir no ângulo superior esquerdo, em diagonal. Isto facilita folhear o
documento.
Exemplo:
grampo
5.19 Valores
Observe as seguintes regras para a escrita
de valores:
a) Se o número não couber na linha, usa-se
as reticências:
Exemplo:
Recebeu um cheque no valor de R$...
200,00, referentes ao pagamento de...;
b) É importante, nos documentos, escrever
os valores por extenso, entre parênteses:
Exemplo:
R$ 200,00 (duzentos reais)
c) Quantias extensas podem ter sua grafia
feita no processo misto:
Exemplo:
200 milhões (em vez de 200.000.000).
5.20 Itens
Em uma divisão ou subdivisão de um texto,
cada item recebe uma letra ou um número
em sequência. Neste caso permite-se que a
letra ou número possa vir acompanhado de
parênteses, traço ou ponto:
Exemplo:
Deve-se evitar:
a) rasuras;
b) ambiguidades;
c) .....
Obs.: O editor de textos possui um recurso
que faz isso automaticamente.
5.21 Maiúscula, Itálico, Sublinhado
As letras maiúsculas prestam-se ao destaque das palavras, porém, seu uso abusivo
sobrecarrega o texto onde aparecem. Evite
usar maiúsculas na invocação e no fecho das
cartas.
Podemos enfatizar as ideias usando as palavras em itálico ou sublinhadas.
Exemplo:
As palavras sublinhadas estão em
destaque.
5.22 Pessoas Físicas ou Jurídicas
Você pode redigir uma correspondência e
dirigi-la a uma pessoa física ou jurídica (empresa). No caso de pessoa física, você já sabe
como endereçar. Para pessoa jurídica, faça o
endereçamento da seguinte forma:
Metalúrgica Rouxinol S.A.
Caixa Postal 5387
011661-000 - São Paulo, SP
No vocativo, escreva simplesmente: Prezados Senhores. No resto da correspondência,
mantenha o plural nas formas de tratamento
para acompanhar a flexão do vocativo.
Redação
Técnica
5.23 Pontuação
O uso dos sinais de pontuação está explicado
na lição 4. Vamos lembrar agora apenas os
dois pontos e a vírgula, em situações específicas.
Usa-se a vírgula:
a) Exclusivamente para separar a parte
inteira da decimal nos números: 2,3;
10,4%; 10,5 cm.
b)Nunca na determinação de hora:
2,30 min.
Usam-se os dois pontos:
1) Na determinação de hora: 23:00 ou
23:30.
2) Nos vocativos de correspondência:
Prezado Senhor:
Cliente Amigo:
Senhor Diretor:
Na lição 4 explicamos outro modo de escrever as horas.
5.24 Signatário
É como se chama a pessoa que vai assinar a
carta. Não sendo, necessariamente, quem a
redigiu.
5.25 Telefone
Ao escrever números telefônicos, atente para
os seguintes detalhes: coloque o número do
DDD entre parênteses e um hífen separando
o prefixo do resto do número:
Exemplo:
(0xx11) 5721-3499
Lembre-se de que o número da operadora
pode variar entre as várias regiões do Brasil,
além de ser também uma questão de escolha
004G/51
de quem vai usar. Então, colocam-se dois xx
entre o zero e o código do DDD.
5.26 Vocativo
Também chamado de invocação, o vocativo
vem logo após o endereçamento e, se houver,
após o assunto ou referência. É a saudação
que dirigimos à pessoa ou às pessoas para
quem a carta foi escrita:
Exemplo: Prezado Senhor:
Prezados Senhores:
Prezado Cliente:
Senhor Presidente:
Senhor Diretor:
Se a carta é dirigida a pessoa jurídica, o
vocativo adequado é Senhores, ou Prezados
Senhores. Não são mais utilizadas expressões
como caríssimo, prezadíssimo, muito digno
e outras.
Há quem prefira colocar uma vírgula após o
vocativo, ao invés dos dois pontos. Do ponto
de vista da sintaxe, ambos estão corretos.
6. E-mail
(Extraído de http://www.eletrica.ufpr.br/
graduacao/noturno/docs/te219/TE219-Aula_3_
Email.pdf. Adaptado.)
6.1 Características Gerais
w Facilidade de envio;
w Padronização mundial;
w O destinatário não precisa estar conectado
no momento do envio;
w Possibilidade de envio da mesma
mensagem a múltiplos destinatários;
w Facilidade de contato com pessoas
distantes;
w Possibilidade de anexar arquivos para o
envio.
52/004G
Redação
Técnica
6.2 Recomendações Gerais para
Redigir E-mail
w Trate os outros como gostaria de ser tratado;
w Evite o uso das letras MAIÚSCULAS, pois os usuários entendem isso
como “gritos”;
w Não utilize linguagem inadequada ou ofensiva;
w Não envie ou reencaminhe mensagens publicitárias;
w Não se envolva em discussões prolongadas e pessoais;
w Antes de reencaminhar pedidos de ajuda, verifique sua veracidade.
6.3 Cuidados no Uso de E-mail na Empresa
w Tenha muita atenção com mensagens copiadas e a opção responder
para todos: a mensagem pode ser inadvertidamente enviada para quem
não pode (ou não deve) lê-la!;
w Nunca mande e-mail para alguém de dentro da empresa com cópia
para um cliente: o cliente não precisa saber dos procedimentos internos
da empresa;
w Responda o mais rápido possível às mensagens recebidas de clientes
ou pessoas de fora da empresa. Se o assunto depender de outra pessoa
na empresa, responda que encaminhou o assunto e acompanhe o
andamento;
w Não use o e-mail da empresa para enviar piadas, mensagens de boas
festas etc. Muitas empresas monitoram as mensagens enviadas pelos
funcionários.
Cada empresa adota uma Netiqueta própria, que é um Código de Ética
para uso da internet – e-mails e comunicadores instantâneos. Consulte
sempre o regimento interno da empresa na qual trabalha.
Redação
Técnica
004G/53
Exercícios Propostos
1 - Assinale a alternativa que contribui para a complexidade e obscuridade do texto.
( ) a) A linguagem técnica.
( ) b) O excesso de pormenores, adjetivos e advérbios.
( ) c) A ordem indireta.
( ) d) A ordem direta.
( ) e) A linguagem denotativa.
2 - No estilo dinâmico as frases são:
( ) a) curtas, incisivas, agradáveis.
( ) b) longas, prolixas, desagradáveis.
( ) c) complexas, técnicas, formais.
( ) d) curtas, complexas, prolixas.
( ) e) longas, complexas, agradáveis.
3 - Indique a frase que contenha vício de linguagem.
( ) a) Os cidadãos estavam irritados com a atitude do político.
( ) b) Comprei remédio na farmácia da esquina.
( ) c) Meu chefe é um homem muito esperto.
( ) d) O gerente financeiro mandou subir todos os comprovantes de pagamento.
( ) e) Fazem proximamente cinco anos que ele se demitiu.
4 - Assinale a alternativa que melhor apresenta o papel da estética na redação de documentos.
( ) a) o estudo do belo, do caráter estético.
( ) b) permite flexibilidade ao texto.
( ) c) o estilo bloco do texto no papel.
( ) d) a organização do texto no papel de forma harmoniosa.
( ) e) o formato do documento.
54/004G
Redação
Técnica
5 - Assinale a alternativa que mostra a forma correta de indicar na carta que se está enviando
duas cópias de recibo anexas.
( ) a) Anexando duas cópias de recibo.
( ) b) Em anexo: duas cópias de recibo.
( ) c) Anexas: duas cópias de recibo.
( ) d) Duas cópias de recibo em anexo.
( ) e) Anexo: duas cópias de recibo.
lição 3
Redação
Técnica
004G/55
Redação Oficial e
Redação Empresarial
Nesta lição, vamos estudar a redação oficial e a redação empresarial.
Para sermos mais específicos, vamos tratar da documentação que é
gerada nos órgãos públicos e nas empresas privadas.
Ao término dessa lição, você será capaz de:
w Compreender o que se entende por correspondência;
w Reconhecer as características da Redação Oficical e da Redação
Empresarial;
w Conhecer os documentos mais importantes da Redação Oficial e
Empresarial.
Com a preocupação de evitar ambiguidades (incertezas, mais de um
sentido), achamos importante fazer um comentário sobre as terminologias utilizadas neste módulo. Como vamos colocar a nossa atenção
principalmente na redação da correspondência, é importante ressaltar
que ao consultar vários autores que tratavam da elaboração deste tipo
de documento, percebia-se diferentes distinções entre o que se entende
por correspondência oficial e empresarial. Alguns só tratam da correspondência como sendo a comercial, outros dividem a correspondência entre particular e oficial. Em geral, na particular relacionam-se
cartas, cartões, bilhetes, convites, manuscritos ou não. Como correspondência oficial entendem-se a profissional, que são aquelas trocadas
entre empresas, indústrias, bancos, órgãos oficiais, e são dirigidas a
várias autoridades, tais como diretores, chefes, gerentes, reitores, professores, engenheiros etc.
Ao passo em que há autores que preferem dividir a correspondência
entre oficial e comercial. Optamos por esta divisão porque percebemos diferenças marcantes entre os dois tipos, dadas as suas naturezas
e exigências. Decidimos, no entanto, não utilizar o nome “comercial”
e sim “empresarial”, visto que o primeiro pode restringir a ideia, fazendo crer que estamos falando apenas das empresas que produzem
56/004G
Redação
Técnica
e/ou comercializam bens. O termo empresarial é mais abrangente,
porque as empresas podem ser bancárias, industriais, comerciais,
prestadoras de serviços, de pesquisa científica nos vários campos do
conhecimento, de ensino etc.
Antes de falar sobre a correspondência oficial e empresarial, achamos
oportuno definir o que é “correspondência”.
Correspondência é um meio de comunicação escrita entre pessoas. É
o ato ou estado de corresponder, adaptar, relatar ou o acordo de uma
pessoa com outra. É uma comunicação efetiva através de papéis, cartas
ou documentos. Por ampliação de sentido, passou a designar todo o
conjunto de instrumentos de comunicação escrita: bilhetes, cartas, circulares, memorandos, ofícios, requerimentos, telegramas e e-mails.
1. Redação Oficial
1.1 Conceito
O conceito de texto oficial refere-se aos documentos gerados em órgãos
públicos e à correspondência que é trocada entre esses órgãos e pessoas
ou empresas e vice-versa. Segundo o Manual de Redação da Presidência
da República, “redação oficial é a maneira pela qual o Poder Público
redige atos normativos e comunicações”.
Por essa definição, vê-se que a redação oficial não trata só de correspondências, que chamam de “comunicações”, mas também de outros
documentos que são chamados de “atos normativos”.
Dentre os documentos classificados como “comunicações” estão:





o padrão ofício, que se divide entre: exposição de motivos, aviso e ofício;
a mensagem;
o memorando;
o fax;
o e-mail.
Dentre os chamados de “atos normativos” destacam-se:






as Leis Ordinárias;
as Leis Complementares;
as Medidas Provisórias;
os Decretos;
as Medidas Provisórias;
as Portarias; etc.
Redação
Técnica
O Manual de Redação da Presidência da
República, que serviu de base para esta consulta, vê a redação oficial apenas do ponto
de vista do poder executivo. Entretanto, nas
outras obras que consultamos, percebemos
que os autores tratavam como correspondência oficial outros tipos de documentos, como
atestados, declarações, certificados, acordos,
diplomas, procurações e uma infinidade de
outros documentos. Concluímos então que é
uma questão de ponto de vista dos autores: o
documento é público se é emitido ou exigido
por órgão público, não necessariamente o
poder executivo, mas também escolas, delegacias, órgãos setoriais da Receita Federal,
coletorias etc.
Nesta lição, queremos que você conheça
apenas os documentos mais importantes, sem
entrar em classificações rígidas.
1.2 Aspectos Gerais
Os documentos oficiais caracterizam-se pela
impessoalidade, pelo uso do padrão culto
de linguagem e também pela clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Como a
administração pública tem como princípios
fundamentais a publicidade e a impessoalidade, também a elaboração de atos e comunicações oficiais devem ser norteados por
esses princípios.
Os atos normativos de qualquer natureza
devem ser prontamente entendidos pelos
cidadãos, como é de direito e, em vista
dessa publicidade, não se concebe que um
documento oficial seja redigido de forma
obscura.
1.3 Características Específicas
Além das características gerais definidas no
item 2, cada tipo de documento oficial tem
suas características específicas, que serão
apresentadas na sequência. Estas características prendem-se a sua finalidade, forma
e estrutura.
004G/57
Além disso, não se pode deixar de observar
que as comunicações oficiais exigem observância do uso dos pronomes de tra­tamento,
na maneira de fazer os fechos para as comunicações e na identificação do signatário.
1.3.1 Pronomes de Tratamento
A utilização dos pronomes de tratamento
encontra, na redação oficial, seu uso mais
próprio e tradicional. Desde o século XVI,
este modo de tratamento indireto (ver lição
4) já era utilizado também para os ocupantes de determinados cargos públicos. Com a
evolução de alguns pronomes de tratamento
e a queda de uso de outros, as formas de
tratamento chegaram aos dias de hoje e são,
na redação oficial, o modo mais adequado de
nos dirigirmos às autoridades civis, militares
e eclesiásticas.
1.3.2 Fechos para Comunicações
Oficiais
Nas comunicações oficiais, o fecho tem
dupla finalidade: concluir o texto e saudar
o destinatário. O Manual de Redação da
Presidência da República estabelece o emprego de somente dois fechos para todo tipo
de documento da redação oficial:
a) para autoridades superiores,
inclusive o Presidente da
República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma
hierarquia ou de hierarquia
inferior:
Atenciosamente,
1.3.3 Identificação do Signatário
Todas as demais comunicações oficiais,
exceto a assinada pelo Presidente da República, devem trazer o nome e o cargo da
autoridade que as expede, impressos abaixo
58/004G
Redação
Técnica
do local da assinatura. A finalidade é identificar rapidamente a origem
das comunicações.
(espaço para assinatura)
NOME (em maiúsculas)
Secretário-Geral da
Presidência da República
Evite isolar a assinatura em folha de continuação. Se o espaço for insuficiente para a assinatura, passe para a folha de continuação ao menos a
última frase anterior do fecho (na redação empresarial a estética manda
que as duas últimas linhas sejam deixadas para a folha de continuação).
2. Documentos Oficiais
Os documentos discutidos a seguir são alguns daqueles constantes do
Manual de Redação da Presidência da República. Não vamos apresentar todos, apenas os mais comuns, já que certos documentos são de uso
exclusivo de autoridades do alto poder público.
2.1 Padrão Ofício
O termo “padrão” é utilizado aqui porque três documentos diferentes
na sua finalidade seguem um mesmo formato. São eles: a exposição de
motivos, o aviso e o ofício. Estes três tipos de documentos têm a mesma
estrutura.
Vejamos suas partes:
a) Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão:
EM nº 145/MEFP
Aviso nº 145/SG
Ofício nº 145/DP
b) Local e data em que foi redigido, digitado com
alinhamento à direita:
Rio de Janeiro, em 22 de setembro de XXXX.
c) Vocativo, seguido de vírgula:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Senhora Ministra,
Senhor Secretário,
d) Texto. Quando o documento não servir meramente para encaminhar outros, o expediente apresentará a seguinte estrutura:
Redação
Técnica
w introdução, que serve como parágrafo de abertura. Empregue sempre a
ordem direta: “Informo Vossa Excelência que”, “Encaminho a Vossa
Senhoria”, “Submeto à apreciação
de Vossa Excelência”;
w desenvolvimento, no qual o assunto
é detalhado. Se o texto apresentar
mais de uma ideia sobre o assunto,
elas devem ser expostas em parágrafos distintos, para maior clareza;
w conclusão, em que é reapresentada
ou simplesmente reafirmada a posição recomendada para o assunto.
No desenvolvimento do texto, à exceção do
primeiro e do fecho, todos os demais parágrafos devem ser numerados a fim de facilitar
a referência.
e) Fecho (ver item 1.3.2 desta lição).
f) Assinatura do autor da comunicação.
g) Identificação do signatário (ver item
1.3.3 desta lição).
Os documentos padrão ofício, quando tiverem
mais de uma folha ou anexos, devem trazer, a
partir da segunda folha, e em todas as folhas
dos anexos, o seguinte cabeçalho:
Fl. (indicar nº) da EM nº 145/MEFP, de
22.09.XX.
ou
Fl. (indicar nº) do Anexo à EM nº 145/
MEFP, de 22.09.XX.
Este texto deve estar a pelo menos 1 cm
(centímetro) da borda superior da folha; nas
folhas em que já constam outro cabeçalho,
ele deve iniciar-se a 2,5 cm dele.
Observe as medidas em centímetros para a
estética do padrão ofício:
w margem esquerda: 2,5 cm;
w margem direita: 1,5 cm;
004G/59
w tipo e número do documento: horizontalmente, a 2,5 cm da borda esquerda do
papel e verticalmente a 5,5 cm da borda
superior;
w local e data: horizontalmente, alinhados à
direita, a 6,5 cm da borda superior;
w vocativo: a 10 cm da borda superior do
papel; horizontalmente, com avanço de
parágrafo;
w avanço de parágrafos do texto: 2,5 cm; o
texto deve ser iniciado a 1,5 cm ou a três
espaços simples do vocativo;
w espaço entre parágrafos do texto: 1 cm;
w fecho: centralizado, a 1 cm do final do
texto;
w identificação do signatário: 2,5 cm do
fecho.
Além destes detalhes, o Aviso e o Ofício
trazem o destinatário ao pé da folha com
alinhamento à esquerda, a 2 cm da borda
inferior.
Veja na lição 2, item 2.2, a estética própria
dos documentos oficiais distribuída ao longo
da folha.
Falávamos no início deste tópico que os documentos do padrão ofício têm finalidades
diferentes:
a) A Exposição de Motivos é o documento
dirigido ao Presidente da República por
um Ministro de Estado ou um Secretário
da Presidência para informá-lo de determinado assunto, propor alguma medida
ou submeter a sua consideração determinado projeto de ato normativo.
b) O Aviso e o Ofício são praticamente idênticos; a diferença entre eles é a origem. O
Aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República, Consultor-Geral
da República, Chefe do Estado-Maior das
Forças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República e pelos
Secretários da Presidência da República e
60/004G
Redação
Técnica
para autoridades de mesma hierarquia. O
Ofício é expedido para e pelas demais autoridades. A finalidade de ambos é tratar
de assuntos oficiais entre os órgãos da Administração Pública e, no caso do ofício,
também com particulares.
(1)
(2)
(1) Memorando nº 25/DJ
(2) Em 23 de agosto de XXXX.
2.2 Mensagem
Não vamos entrar em detalhes a respeito
deste documento, dada a sua utilização
restrita aos Chefes dos Poderes Públicos.
Se você precisar saber mais, pode buscar
a informação no Manual de Redação da
Presidência da República (ver referências
bibliograficas).
2.3 Memorando
Por ter caráter meramente administrativo, o
memorando tanto pode ser utilizado internamente nos órgãos oficiais quanto nas empresas, entre setores de mesmo ou de diferentes
níveis hierárquicos. Sua finalidade é expor
projetos, ideias, diretrizes, comunicar fatos e
sua característica fundamental é a agilidade.
Nos órgãos públicos recomenda-se que os despachos sejam dados no pró­prio memorando
ou em folha de con­tinuação, simplificando
o procedimento burocrático.
As regras para a forma e a estrutura do memorando apresentadas a seguir são norteadas pela redação oficial.
a) Número do documento e sigla de identificação (estas informações devem ficar na
margem esquerda superior do expediente):
Memorando nº 25/DJ (nº do documento:
25; órgão de origem: Departamento
Jurídico);
b) Data (deve aparecer na mesma linha do
número e da identificação, alinhado com
a margem direita):
Saiba Mais
A ideia de memorando também está ligada ao
registro de fatos e lembretes. Na terminologia jurídica,
memorando significa nota diplomática enviada de um
país para outro, sobre determinada questão.
c) Destinatário do memorando: menciona-se
o cargo ocupado pelo destinatário, ao alto
do documento, depois dos itens a e b:
Ao Sr. Chefe do Departamento de
Pessoal Civil
d) Assunto: resumo do conteúdo do documento, digitado em espaço simples
quando se estender por mais de uma
linha:
Assunto: Programação de férias.
Pagamento de pessoal.
e) Texto: desenvolvimento do corpo da comunicação. Deve iniciar-se 4 cm verticais a
partir do item assunto. Os parágrafos
começam na margem esquerda do texto,
exceto o primeiro e o fecho.
f) Fecho: Atenciosamente ou Respeitosamente, conforme o caso (ver item 1.3.2).
g) Nome e cargo do signatário da comunicação: 4 cm verticais após o fecho.
Quanto à estética, veja um exemplo de memorando na lição 2, logo após o exemplo de
ofício.
Na redação empresarial, os memorandos são
redigidos seguindo regras bem mais flexíveis. Algumas empresas optam por utilizar
Redação
Técnica
004G/61
um formulário próprio, que pode ser digitado ou escrito à mão. Veja o
modelo apresentado no fim desta lição.
2.4 Fax
O fax serve principalmente para transmissão de mensagens urgentes e
para o envio antecipado de documentos, que depois são remetidos pelas
vias normais.
Pode-se optar pelo uso ou não de formulário para a sua transmissão.
A boa estética manda que ele seja simples, devendo constar sempre os
dados essenciais (data, número de ordem, para quem e de quem, assunto, texto e assinatura). O tipo de letra a ser usado deve ser adequado
levando-se em conta possíveis problemas de transmissão, evitando que
o destinatário tenha dificuldades para ler o texto escrito.
No final desta lição, você poderá encontrar um fax elaborado para a
redação empresarial.
2.5 E-mail
Atualmente, quase todo tipo de comunicação é feita por e-mail. Ele
permite uma comunicação rápida e encaminhamento de documentos
escaneados como anexos. Algumas regras para seu uso merecem ser
observadas:
2.5.1 Regras Específicas para E-mail
Empresarial
No corpo do texto, utilize o sistema bloco, sem parágrafos
avançados;
Não perca tempo tentando dar muita estética ao texto,
pois nem sempre o receptor o receberá da mesma
maneira;
(Extraído de
Redija mensagens breves;
http://www.eletrica.ufpr.
Não redija relatórios no corpo do e-mail. Envie-os
br/graduacao/noturno/
docs/te219/TE219como arquivos anexos;
Aula_3_Email.pdf.
Ao enviar anexos, certifique-se que quem o receba
Adaptado)
possui o programa adequado para abri-lo;
Não use expressões como :-) ;-):-| vc. kd. tc. – isso só
pode ser usado em bate-papo ou em e-mails informais;
Não utilize imagens de fundo ou outras decorações no seu e-mail,
pois além de aumentarem o tamanho da mensagem, podem
impedir a visualização no programa usado pelo destinatário.
62/004G
Redação
Técnica
2.6 Outros Documentos Considerados
Oficiais
2.6.1 Atestado
Você já precisou de um “Atestado de Bons
Antecedentes”? Quem o fornecia era a Delegacia de Polícia, um órgão da segurança
pública. Esse é o motivo por que alguns autores consideram o atestado um documento
oficial. Nada impede, porém, que o atestado
seja fornecido por entidades particulares e
até por pessoas físicas. Dividimos os atestados em dois tipos:
- os pessoais: que podem ser emitidos por
qualquer pessoa que conheça o interessado. Nesse caso, a redação é feita na
primeira pessoa:
Atesto para os devidos fins, que .........
- os funcionais ou profissionais: fornecidos
por empresas, médicos, dentistas, secretários etc.
Fulano de tal, diretor do ........ atesta que
o Sr. Pedro Raimundo Souza .......
- os padronizados: são aqueles que seguem
um formato preestabelecido pela administração: Atestado de Frequência, Atestado
de Saúde etc.
Saiba Mais
Veja na lição 2 um modelo de atestado que segue
as normas dos documentos considerados oficiais.
2.6.2 Declaração
Este documento é semelhante ao atestado,
a diferença está apenas na finalidade. O
atestado é expedido em relação a alguém,
enquanto que a declaração é sempre feita
em relação a alguém quanto a um fato ou
direito. Na declaração pode-se prestar um
depoimento, dar uma explicação em que se
manifestam conceito, opinião, resolução ou
observação. Veja um modelo de declaração
na lição 2.
As declarações podem ser de dois tipos:
- pessoal: é o pronunciamento de alguém
sobre algo que lhe foi proposto (declaração de dependente, por exemplo);
- administrativa: quando pedida pelo interessado e fornecida por autoridade competente (declaração de rendimentos, por
exemplo).
A declaração tem um formato bem definido
e sua estrutura apresenta:
 Timbre.
 Texto - nele devem constar o nome do
declarante (sua identificação pessoal
ou profissional, ou ambas) e sua residência, domicílio, finalidade:
“Declaro” ou “Declaramos” + exposição
do assunto.
 Local e data.
 Assinatura (com emitente e cargo
descrito). Em alguns casos, assinatura
e identificação das testemunhas.
2.6.3 Requerimento
O termo “requerimento” significa “petição”,
pedido. Este documento pode ser feito por
pessoa jurídica ou física, solicitando a uma
autoridade pública um direito de concessão
de algo sob o amparo da lei.
A estrutura do requerimento é a seguinte:
 Vocativo - cargo da autoridade a que se
dirige (não é preciso colocar seu nome):
- Ilustríssimo Senhor... (quando o tratamento for Vossa Senhoria)
- Excelentíssimo Senhor... (quando o tratamento for Vossa Excelência)
Obs.: Hoje já se admite abreviar o vocativo.
Redação
Técnica
004G/63
 Texto - o texto do requerimento deve conter as seguintes partes:
- preâmbulo, no qual consta a identificação do requerente, com nome,
nacionalidade, filiação, estado civil, idade, residência, profissão, carteira de identidade (CPF, em alguns casos). No caso de o requerente
ser pessoa jurídica, qualifica-se o seu representante legal;
- teor, em que se apresenta a solicitação em si mesma. O teor também
se refere ao dispositivo legal em que o pedido está baseado (se necessário, apresentar documentação compro­batória).
 Fecho
- Nestes termos, pede deferimento.
- Termos em que pede deferimento.
 Local e data.
 Assinatura - aqui dispensa-se digitar o nome do requerente, que já
está identificado no preâmbulo.
Cuidados a serem observados na redação do requerimento:
utilize sempre a terceira pessoa do verbo;
redija de forma clara, concisa, simples;
só coloque, no fecho, inicial maiúscula na primeira palavra;
se o requerente for funcionário público, mencione apenas seu nome,
cargo ou repartição onde trabalha;
w se o requerente é aluno, mencione nome, série e turma;
w o requerimento dispensa qualquer fórmula de saudação.
w
w
w
w
Veja um modelo de requerimento no final desta lição.
2.6.4 Abaixo-assinado
Abaixo-assinado é um pedido coletivo, por escrito, em que não se colocam, no início, os nomes dos requerentes, mas apenas uma referência
para identificá-los.
Modelo
Os abaixo-assinados, moradores na Rua Monte Alegre, no Bairro
das Perdizes, vêm solicitar ao Excelentíssimo Senhor Prefeito desta
cidade a instalação de um semáforo na esquina desta rua com a Rua
Cardoso de Almeida, visto ser este um local onde ocorrem acidentes
constantes.
São Paulo, XX de XXXX de XXXX.
Nome
Pedro Silva
João Moreira
Luís Antônio Petrini
etc.
R.G.assinatura
x.xxx.xxx
x.xxx.xxx
xx.xxx.xxx
64/004G
Redação
Técnica
2.6.5 Apostila
(Extraído da apostila sobre Redação Oficial da Profª Edméa Garcia Neiva, para o treinamento ministrado na Federação das Indústrias do Estado do Tocantins - FIETO)
“Em sentido oficial, esta expressão é utilizada para indicar uma nota ou
se acrescer algum dado à margem de um documento, ou papel público,
com a finalidade de ilustrar, completar, comentar ou interpretar este texto.
Pode expressar, também, um ato pelo qual o documento é anotado, após
ser registrado ou averbado. Apostila-se, portanto, um diploma ou título
de nomeação, a fim de que o indivíduo diplomado ou nomeado venha a
exercer sua profissão ou cargo.
O apostilamento pode se dar, por exemplo, em registro e alterações
na vida funcional de um servidor (promoções, lotação em outro setor,
aposentadoria etc. Se por falta de espaço, o apostilamento não puder
ser feito no verso do documento, utiliza-se uma folha separada com o
timbre oficial e anexada ao documento a que se refere.”
Modelo
APOSTILA
(Dos arquivos da UFRGS extraído do livro Redação
Oficial de A.Kaspary)
A licença especial a que se refere a presente
Portaria fica retificada no período do decênio, que é: 1-3-2002 a 282-2012, e não como constou.
Porto Alegre,......de........................de...........
Vice-Reitor
2.6.6 Curriculum Vitae
Curriculum Vitae é o documento que fornece uma visão geral com relação à formação e à experiência profissional de alguém que se candidata
a um cargo, curso etc.
Ele pode ser encaminhado por meio de um ofício ou de uma carta de
apresentação. Pode ainda ser introduzido por uma resposta de anúncio.
Modelo de resposta a anúncio
São Paulo, 22 de novembro de XXXX.
Senhor Diretor,
Em resposta ao anúncio publicado em O Estado de S.Paulo de
18 de novembro, venho solicitar a inclusão de meu nome entre os
candidatos à vaga de..............na sua empresa (estabelecimento de
ensino, banco etc.).
Segue anexo meu Curriculum Vitae.
Nome
Redação
Técnica
004G/65
Modelo de carta de apresentação
São Paulo, novembro de XXXX.
Prezados Senhores,
Busco perspectivas de realização profissional e, por isso, envio-lhes
meu currículo para sua apreciação.
Tenho vasta experiência na área de... .
Coloco-me à disposição dos senhores para entrevista pessoal, ocasião
em que poderei revelar mais informações sobre meu perfil e sobre
como poderei ser útil a sua empresa.
Atenciosamente,
Atenção
Nunca envie um
Curriculum Vitae pelo
corpo do e-mail, faça-o
como anexo.
Nome
Modelo de Currículo: existem muitos modelos de currículos que você
pode usar na internet. Veja um deles:
Obs.: O modelo dado é
apenas uma sugestão. Cada
um irá fazer as adaptações
que julgar necessárias a sua
realidade.
2008 - 2012
2008
(2000)
66/004G
Redação
Técnica
2.6.7 Memorial
Memorial é uma forma de comunicação que, de certo modo, abrange o
relatório, a exposição de motivos e o abaixo-assinado. Sua característica específica é que esse documento parte do funcionário, através dos
canais competentes para seus superiores. Nele, o funcionário serve de
porta-voz de um grupo.
Quanto ao assunto, o memorial é o instrumento que se destina a solicitar
algo à autoridade competente.
Distingue-se do ofício, porque traz o destinatário antes do vocativo.
Modelo
ASSOCIAÇÃO DO BAIRRO VILA X
Nº 15/XX
São Paulo, XX de XXXX de XXXX.
Ao
Dr. Fulano de Tal
DD. Prefeito Municipal
São Paulo – SP
Senhor Prefeito,
A Associação do Bairro Vila X vem expor a V. Ex.ª as dificuldades que este bairro vem enfrentando.
1. Em primeiro lugar, há o problema da falta de calçamento das
ruas L, M e N.
2. Em segundo lugar, as ruas X, Y e Z estão às escuras.
3. Por último, tendo em vista a morosidade dos ônibus que
servem o bairro, solicitamos a V. Ex.a que coloque a nossa disposição
mais uma linha de transporte coletivo.
Estamos certos da compreensão de V. Ex.a
Respeitosamente,
Beltrano
PRESIDENTE
EF/GH
2.6.8 Monografia
Monografia é o trabalho cuidadoso e exaustivo a respeito de determinado
assunto, seja teórico, científico ou filosófico.
Redação
Técnica
004G/67
Atualmente, não só nas dissertações de mestrado e teses de doutorado
se cumpre a exigência da aprendizagem de forma metódica e científica,
mas também nos cursos de graduação.
w
Tipos de Monografia
A pesquisa monográfica pode ser:
Experimental: os fatos são controlados e interpretados; é um trabalho
inventivo que pede o máximo rigor na experimentação. Aqui a fórmula
é controlar todas as variáveis menos uma. Exemplo: examinar a diferença entre a capacidade de interpretar textos em turmas de alunos do
sexo masculino, com a mesma idade, da mesma cidade, mesma série,
porém com situação econômica dife­rente. Os dados devem ser trabalhados
es­ta­tisticamente.
Descritiva: aplicada por meio de enquetes e questionários.
Histórica: fatos relatados e interpretados imparcialmente.
Filosófica: questionamento de uma realidade.
Quando o pesquisador conta com informantes, o número não deve ser
inferior a trinta para que o resultado seja o mais fiel possível.
Quanto ao método adotado, ele pode ser indutivo (do particular para o
geral, dos fatos para a teoria) ou dedutivo (do geral para o particular,
da teoria para ao fatos).
w
Passos para Elaboração de uma Monografia:
 Eleição do assunto;
 Tópicos abordados;
 Projeto de trabalho;



Eleição de uma bibliografia possível (leitura extensiva);
Coleta de dados e fichamento das leituras com a referência
completa;
Revisão do sumário;
Revisão da bibliografia (leitura aproveitável);
Redação provisória;
Redação final.
Eleição do Assunto: é importantíssima a escolha do assunto. Essa seleção
se faz de acordo com as inclinações e possibilidades reais de cada aluno,
respeitando sua individualidade e preferências. Não será a atualidade
ou projeção do tema eleito o fator de sucesso no trabalho monográfico,
nem a sua simplicidade, mas a maneira segura e coerente de tratá-lo.
Tópicos Abordados: é muito importante que o assunto seja bem delimitado, tendo em vista ser a monografia um estudo exaustivo de um só
aspecto do tema.
68/004G
Redação
Técnica
Título: deve ser bem específico e corresponder inteiramente ao conteúdo do trabalho.
Títulos gerais não nos dizem nada e são
pretensiosos, já que o autor não conseguirá se aprofundar sobre assuntos muito
abrangentes.
Projeto de Trabalho: toda monografia, antes
de elaborada, deve ser esquematizada por
meio de projeto de pesquisa que indique as
etapas hierarquizadas do desenvolvimento.
Ressalvando a flexibilidade que deve existir no corpo da monografia, esse esquema
poderá ser alterado à medida que o trabalho
se desenvolva:









Título geral
Justificativa
Delimitação do problema
Tipo de pesquisa
Objetivos
- Objetivos gerais
- Objetivos específicos
Método
- Fonte
- Instrumento
- Procedimentos metodológicos
- Organização dos resultados
Cronograma
Custos
Referências bibliográficas
Eleição de Bibliografia Possível (Leitura Ex­
tensiva): em complementação à bibliografia
propriamente dita, uma série de informações,
documentos, dados, artigos, textos serão
cuidadosamente coletados e reunidos para
um posterior critério seletivo.
Coleta de Dados e Fichamento das Leituras
com a Referência Completa: realizada a coleta
de dados e seleção da bibliografia, todas as
informações e material obtidos devem ser
cuidadosamente examinados e fichados.
Como parte integrante desse fichamento,
as referências completas devem constar nas
fichas, para facilitar o trabalho e situar o
estudioso.
Revisão do Sumário: face à flexibilidade do
roteiro preestabelecido, o sumário pode ser
alterado, aumentado ou reduzido em alguns
tópicos. Isso se explica, porque, à medida
que o estudioso vai se aprofundando, muitas
vezes vislumbra uma nova linha de trabalho.
Revisão da Bibliografia (Leitura Aproveitável): identificado com o assunto, o autor
do trabalho monográfico deve fazer uma triagem na bibliografia, reservando-se o direito
de excluir ou acrescentar o que for necessário. Uma observação importante a fazer
aqui é que somente a leitura aproveitável (e
citada no corpo de trabalho) deve constar
na bibliografia final. A leitura extensiva não
deve ser referenciada.
Redação Provisória: a redação, em caráter
provisório, se faz necessária uma vez que o
trabalho, muitas vezes, pode ser alterado por
sugestão do professor/orientador.
Redação Final: a redação final pressupõe
um estilo claro, objetivo, conciso, livre de
hermetismos e excessos verbais. Às vezes, as
repetições e as figuras de um assunto podem
anular o valor de um trabalho científico:
nunca é demais alertar que o que aparece em
um capítulo não deve aparecer em outro, a
não ser sob novo enfoque.
w
Estrutura do Trabalho Monográfico:










Capa
Folha de rosto
Prefácio
Sumário
Lista de abreviaturas, sinais convencionados, ilustrações, tabelas (se utilizadas no corpo do trabalho)
Introdução
Desenvolvimento
Conclusão
Referências Bibliográficas
Anexos
Capa: deve conter nome do autor, título do
trabalho, unidade de ensino e ano.
Redação
Técnica
004G/69
Folha de rosto: deve repetir os dados existentes na capa.
Prefácio: nele colocam-se os dados que não são científicos, como agradecimentos, justificativa da escolha do trabalho etc. O prefácio não deve
ultrapassar uma página.
Sumário: traz os títulos dos capítulos, subtítulos e seções. Observe
o modelo a seguir, que é uma parte de sumário:
Sumário
I. COMUNICAÇÃO E REDAÇÃO
1. CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO ......................................... 23
1.1 Justificativa.................................................................... 23
1.2 O que é comunicação? ................................................... 23
1.3 Processo da comunicação ............................................. 23
1.4 Elementos essenciais ..................................................... 24
1.4.1 Fonte .................................................................... 24
1.4.2 Emissor ................................................................ 24
1.4.3 Mensagem ............................................................ 24
1.4.4 Receptor ............................................................... 24
1.4.5 Canal .................................................................... 25
1.4.6 Código .................................................................. 25
1.5 Ruído - Entropia - Redundância ................................. 26
1.6 Importância da comunicação ....................................... 27
1.7 A comunicação na publicidade .................................... 27
Listas (de abreviaturas, sinais convencionados, ilustrações, tabelas):
quando tais recursos forem utilizados, será necessária uma lista, que
deve aparecer antes da introdução.
Introdução: deve ser concisa e mostrar as diretrizes do trabalho (objetivos, metodologia). Na introdução, o autor propõe a problemática e
as hipóteses, fazendo também uma pequena síntese do trabalho a ser
desenvolvido. A introdução deve ser breve. Caso haja necessidade de
estendê-la, faça através de um capítulo introdutório.
Desenvolvimento: é o corpo do trabalho propriamente dito. Nele, o
autor prova sua argumentação de maneira direta (demonstrando como
verdadeiras suas hipóteses) ou de maneira indireta (comprovando como
falsas as opiniões contrárias).
Conclusão: é a síntese do trabalho monográfico. Assim, ela deve estar contida
no desenvolvimento do corpo do trabalho e não pode contrariar a introdução.
É por isso que é aconselhável fazer a
introdução junto com a conclusão, no
final do trabalho.
Atenção
A redação da introdução deve ser
confrontada com a da conclusão
para evitar incompatibilidade de
raciocínio.
70/004G
Redação
Técnica
Referências Bibliográficas: além de ser referenciada cientificamente, deve corresponder
aos autores citados no corpo do trabalho.
Assim, não podem aparecer livros que,
apesar de lidos, não foram aproveitados na
elaboração. Do mesmo modo que a bibliografia não pode deixar de fazer referência aos
livros que aparecem no corpo do trabalho.
A redação empresarial não visa apenas
atender aos objetivos comerciais de uma
empresa, mas deve tornar-se um instrumento poderoso nas suas relações públicas.
Cabe a ela projetar externamente a imagem
empresarial, contribuindo para a formação
de um conceito favorável junto ao público a
quem se dirige.
Anexos: sendo necessária a inserção de
anexos, eles devem vir após as Referências
Bibliograficas.
3.3 Características Específicas
3. Redação Empresarial
3.1 Conceito
Redação empresarial é todo e qualquer ato
de redigir dentro da empresa, destinandose a documentar situações das empresas
privadas, a estabelecer relações entre elas
e pessoas e a promover sua imagem. Trata
das transações comerciais e industriais no
seu âmbito geral, passando pela publicidade, propaganda, relações públicas, relações
humanas etc.
3.2 Aspectos Gerais
A redação empresarial é bem mais flexível
nas suas formas e estruturas que a redação
oficial. Ao redigir um texto na empresa, você
não é obrigado a seguir fielmente nenhum
modelo estipulado, a não ser aquelas recomendações sobre eficácia redacional, estilo
e estética, que o ajuda a confeccionar um
documento de qualidade.
Segundo Teobaldo de Andrade, em seu livro
“Para entender relações públicas”, muito
embora qualquer forma de correspondência
possa ser redigida com cuidado e ser refeita,
ela não possui a flexibilidade de uma conversação pessoal ou telefônica, principalmente
se lembrarmos que muita gente não escreve
tão bem quanto fala. A correspondência bem
escrita exige esforço e sério treinamento, e
pouca gente está disposta a aprender essa
difícil arte.
Ao contrário da redação oficial, a redação
empresarial dispõe de relativa liberdade
quanto ao texto e à estética. Dizemos relativa porque ela também pode optar por
seguir padrões determinados, de re­conhecida
consagração e eficácia. Mais adiante, no item
5 desta lição, apresentaremos modelos de
documentos empresariais, logo em seguida
aos modelos de documentos oficiais.
4. Documentos Empresariais
Há uma grande variedade de documentos
empresariais, nós optamos por selecionar
os mais importantes para que você possa
estudá-los com detalhes.
4.1 Ata
Há uma ligeira confusão entre os autores
sobre como classificar a ata, se documento
oficial ou documento empresarial. Decidimos situá-la dentro da redação empresarial,
porque na bibliografia consultada não se fala
em ata nas comunicações oficiais (nos órgãos
públicos). Tomando como base a ideia de que
uma ata é um documento de valor jurídico,
entendemos a confusão gerada em torno da
sua classificação.
A ata é um documento cuja finalidade é
registrar o que se passou numa reunião, assembleia ou convenção. A convocação para
tal evento pode vir a ser divulgada por órgão
da imprensa oficial do Estado e em jornais
de grande circulação. Normalmente, a ata
Redação
Técnica
só é válida se for assinada por todos os participantes da reunião (conforme estatuto da
empresa), mas em alguns casos bastam as
assinaturas do secretário e do presidente.
004G/71
padronizado, com o preenchimento de
formulário próprio.
Basicamente, uma ata é constituída por:
Para a confecção de uma ata (chama-se
“lavratura”), é preciso observar os seguintes
pontos:
a) Título: número de ordem da ata e identificação da reunião.
• Registra-se a ata em livro próprio, de
acordo com a lei. Na primeira página do
livro deve constar o Termo de Abertura,
autorizado por órgão competente, e ao
final faz-se o Termo de Encerramento,
datado e assinado por pessoa autorizada.
A ata pode também ser feita em folhas
soltas, tamanho ofício, para publicação
no Diário Oficial do Estado;
b) Texto: abertura - dia, mês, ano e hora da
reunião (por extenso); local da reunião;
relação e identificação das pessoas presentes; declaração do presidente e secretário; ordem do dia.
• Deve ser redigida sem espaços, de modo
a evitar introdução de modificações
(fraudes);
• O texto deve ser conciso e claro;
• Devem-se evitar rasuras, emendas ou entrelinhas no texto;
• A redação deve produzir um texto compacto, evitando-se entrada de parágrafos. Se forem utilizados, os parágrafos
devem ser numerados;
• As retificações, se houverem, serão feitas
em ata seguinte;
• No momento da redação, quando manuscrita, constatado um erro, usa-se a
expressão corretiva “digo”. Se a incorreção foi notada após a redação de toda a
ata, recorre-se à expressão “em tempo”,
que é colocada no final, seguida do texto
emendado.
Exemplo:
Em tempo: na linha onde se lê “17h30”,
leia-se “18h30”;
• Os números são escritos por extenso;
• Quando a ata se refere a procedimentos
rotineiros, pode-se utilizar um formato
c) Fecho: encerramento - é quase sempre
padronizado:
“Nada mais havendo a tratar, o presidente
declarou encerrada a reunião, da qual eu ....
lavrei a presente ata, que depois de lida e
aprovada vai assinada pelo ......, e por todos
os presentes.”
Outro exemplo para fechamento de ata:
“Nada mais havendo a tratar, foi a sessão
suspensa pelo tempo necessário à lavratura desta ata, no livro próprio e, reaberta a
sessão, foi a mesma lida e aprovada, e vai ser
assinada pelos acionistas presentes. Dela se
extraem 6 (seis) cópias para fins legais.”
Veja o modelo de uma pequena ata no final
desta lição.
4.2 Carta
É o documento empresarial que serve não
somente ao relacionamento empresarial, mas
também para projetar a imagem da empresa.
Além do conteúdo, sua boa apresentação é
fundamental (redação, estética, papel) para
causar no primeiro contato uma impressão
de ordem, competência, organização.
A estrutura da carta compõe-se de:
 Timbre e endereço
 Número de Ordem ou de Controle
72/004G










Redação
Técnica
Data
Destinatário
Vocativo ou invocação
Assunto ou Referência
Corpo da Carta
Despedida ou Fecho
Assinatura do Responsável
Iniciais
Cópias
Anexos
Saiba Mais
Os itens: Número de Ordem ou de Controle,
Assunto ou Referência, Cópias e Anexos não são
obrigatórios, mas os demais devem constar em sua
carta. Imagine alguém receber uma correspondência
sem data, ou sem destinatário, ou ainda sem
assinatura.
4.3 Circular
É a correspondência adequada para tratar de
assunto de interesse geral e, por isso mesmo,
é dirigida a vários destinatários ao mesmo
tempo. A circular pode ser interna ou externa
e é utilizada para:
 lançamento de produtos;
 mudança de endereço ou telefone;
 aumento de preços;
 abertura/fechamento de agências ou


filiais;
decisões da direção para conhecimento
de todos;
etc.
A circular deve ser redigida de maneira tal
que o destinatário sinta que foi escrita para
ele. Deve ser assinada uma por uma e o nome
do destinatário, se individualizada, deve
constar do seu endereçamento.
Um bom exemplo de circular são as cartas
que recebemos utilizando os recursos de
mala direta, quando nossos endereços são
retirados de um cadastro e utilizados para
propaganda, principalmente.
Uma circular informando mudança de
número de telefone está disponível no final
desta lição.
4.4 Comunicação Interna (CI)
Como já foi dito quando estudamos o memorando, em algumas empresas este documento é uma comunicação interna (CI). Em
outras, porém, os dois tipos de documento
são utilizados distintamente: no memorando, a forma e a estrutura são mais parecidas
com as da carta; a CI é uma comunicação
rápida e informal, na maior parte das vezes
servindo para encaminhar outros documentos. Algumas empresas somente adotam a CI
que, por sua vez, toma a forma e a estrutura
de uma carta. Veja no final desta lição um
modelo de CI utilizando um impresso simples
e prático.
4.5 E-Mail
O e-mail é, atualmente, a maneira mais
fácil e rápida de se comunicar. A própria
empresa configura o e-mail de seus funcionários, que deve seguir um padrão de
fundo, cabeçalho e assinatura.
O item 6 da lição 6 explana de maneira
bastante clara as vantagens e as regras do
seu uso.
4.6 Recibo
É o documento em que se declara ou se confessa o recebimento de alguma coisa. Normalmente faz parte da escrita particular, mas, em
empresas de pequeno porte, o recibo integra a
documentação corriqueira, havendo necessidade de ser redigido toda vez que transações
isoladas são feitas com firmas prestadoras de
serviços ou com pessoas físicas.
Para redigir um recibo não é necessário observar regras muito rígidas. Observe o recibo
ilustrado no final desta lição.
Redação
Técnica
004G/73
4.7 Contrato
Contrato é um acordo entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas)
para estabelecer, modificar ou anular uma relação de direito. O assunto
pode ser o mais variado possível: compra, venda, prestação de serviços
etc. Um contrato de maior seriedade e com implicações jurídicas deve
ser feito por um advogado.
Modelo de Contrato Simples
Por este instrumento particular, Paulo Sousa, brasileiro, casado, comerciário, residente e domiciliado na rua X, 12 - ap.1, nesta Capital, e João
de Alencar, brasileiro, solteiro, pintor, residente e domiciliado na rua Y,
23, também nesta Capital, contratam a pintura da residência do primeiro
contratante, conforme orçamento e condições apresentadas.
O preço total combinado (incluído o material) é R$ 10.000,00 (dez mil
reais), pagos proporcionalmente à execução do serviço.
O prazo máximo previsto para a entrega da referida pintura é dia 30
de novembro de XXXX.
Porto Alegre, 01 de outubro de XXXX.
Paulo Sousa
João de Alencar
Assinatura das testemunhas:
Modelo de Contrato Social
Fulano de Tal, brasileiro, casado, ator, residente e domiciliado nesta
Capital, na Rua ........................... nº ........, inscrito no CPF sob nº............ e
Fulana de Tal, brasileira, solteira, maior, atriz, residente e domiciliada nesta
Capital, na Rua ............................ nº ........, inscrita no CPF sob nº ...................,
resolvem, pela melhor forma de direito, e através do presente instrumento
de contrato social, constituir uma sociedade civil sob as cláusulas que se
seguem:
-I
O tipo jurídico da sociedade é o de cotas de responsabilidade limitada,
responsabilizando cada sócio até o valor total do capital.
- II O objetivo da sociedade é a produção e apresentação de peças teatrais, inclusive organizar, reorganizar, executar quaisquer serviços afins da
sociedade.
- III A sociedade terá sua sede nessa Capital, na Rua .................................
................................ nº..............
(modelo apud Dileta
Silveira Martins e Lúbia
Scliar Zilberknop,
Português Instrumental,
p. 151)
74/004G
Redação
Técnica
- IV A sociedade girará sob a denominação social do OÁSIS – Produções
Artísticas.
-V
A administração e uso da denominação social será exercida por ambos
os sócios, inclusive a documentação relacionada com movimentação bancária, contratos com terceiros, procurações, vendas ou aquisição de imóveis.
Também serão necessárias assinaturas conjuntas dos sócios.
- VI O capital social é de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) divididos
em cem cotas de R$ 10.000,00 (dez mil reais) cada uma, totalmente integralizado neste ato em moeda corrente nacional e tendo sua distribuição na
forma que abaixo se discrimina:
Sócio
Fulano de Tal....................
Fulana de Tal....................
Cota
Valor
50 cotas............ R$ 500.000,00
50 cotas............ R$ 500.000,00
- VII A sociedade é por prazo indeterminado, sendo seu início de atividade contado da data de assinatura do presente contrato.
- VIII O balanço geral obrigatório será levantado anualmente a 30 de junho,
e os resultados serão divididos proporcionalmente à participação no capital
de cada sócio, tendo a destinação que for dada aos mesmos.
- IX O pró-labore por efetivo exercício de atividade será estabelecido em
comum acordo pelos sócios.
-X
Nenhum sócio poderá alienar suas cotas sem permissão escrita do
outro, que exercerá sobre terceiros o direito de preferência na aquisição,
proporcionalmente à participação de cada um no capital social.
- XI O cotista que desejar retirar-se da sociedade deverá apresentar aviso
prévio, por escrito, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, e, nesse
ínterim, serão levantados o inventário e o balanço geral, para apuração dos
haveres ou obrigações que lhe tocarem proporcionalmente, devendo, em
qualquer caso, proceder-se à liquidação dos débitos ou créditos em 12 (doze)
prestações mensais, iguais e sucessivas contadas da data de assinatura do
distrato ou alteração social.
- XII A sociedade se dissolverá nos casos legalmente previstos.
- XIII E, por acharem plenamente de acordo com o que acima consensualmente estabelecem, assinam, na presença de duas testemunhas, o presente
instrumento de contrato social, emitido em 4 (quatro) vias de igual teor e
forma.
Redação
Técnica
Porto Alegre, 30 de agosto de XXXX.
Fulano de Tal
Fulana de Tal
004G/75
TESTEMUNHAS:
(assinatura)
(assinatura)
(modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúbia Scliar Zilberknop, Português
Instrumental, p. 153)
Modelo de Termo de Rescisão de Contrato de Direitos Autorais
EDITORA LETRABELA LTDA., firma jurídica desta Capital, aqui
representada por seus sócios, Fulano de Tal e Beltrano de Tal, brasileiros,
casados, residentes e domiciliados em Porto Alegre, respectivamente na Rua
A, 5 e na Rua B, 3, juntamente com Sicrano de Tal, brasileiro, viúvo, residente e domiciliado em Novo Hamburgo, na Rua X, 7, acordam o seguinte
para todos os efeitos de DIREITO:
A rescisão amigável do contrato de direitos autorais, assinado entre
as partes, em 30 de setembro de XXXX, em todas as cláusulas e condições,
não gerando, absolutamente, a partir de agora, nenhum direito ou obrigação sobre os mesmos, com a total liberação de todo e qualquer vínculo. O
contrato que se rescinde versava sobre a edição do livro VIVER MELHOR,
da autoria do segundo contratante.
E por estarem assim justos e acertados, assinam o presente documento
em 3 (três) vias de igual teor e forma, na presença das testemunhas.
Porto Alegre, 15 de janeiro de XXXX.
Assinaturas
(modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúbia Scliar Zilberknop, Português
Instrumental, p. 153)
4.8 Informação
Informação é um esclarecimento prestado por determinado servidor,
no exercício de sua função, a respeito de situações reais ou dispositivos
legais contidos em um processo. As informações devem ser apresentadas em itens numerados (algarismos arábicos), desdobrados em alíneas
(letras). Se for necessário, pode-se desdobrá-las em capítulos numerados
(algarismos romanos).
Após a conclusão e antes da data, pode ser empregada a expressão “À
consideração de Vossa Senhoria” ou outra similar.
76/004G
Redação
Técnica
4.8.1 Características
A informação é elaborada, respondendo à uma solicitação, e deve conter:
ementa (resumo do assunto)
introdução
contextoesclarecimentos
conclusão
denominação do órgão ou sua abreviatura
data
fecho
assinatura
nome do servidor, cargo ou função
Modelo
Fls. ....
Carimbo
Rubrica
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
1ª DIRETORIA DE ENSINO
Processo: 38765/XX
REQUERENTE: Fulano de Tal
Assunto: solicitação de retificação de tempo de serviço
INFORMAÇÃO Nº ......
Considerando que esta D. E. tomou as providências necessárias
a fim de que seja retificado o tempo de serviço do Professor Fulano
de Tal, encaminhamos o processo à 2ª Área Educacional, para fineza
de dar conhecimento à mesma, colhendo seu ciente e assinatura.
À 2ª Área Educacional
Porto Alegre, 16/09/XXXX.
(modelo apud Dileta
Silveira Martins e Lúbia
Scliar Zilberknop,
Português Instrumental,
p. 167)
Fulana de Tal
INFORMANTE
De acordo:
EQUIPE DE PESSOAL
(Cópia autêntica)
Redação
Técnica
004G/77
4.9 Ordem de Serviço
Ordem de serviço é o ato através do qual são expedidas determinações
a serem executadas por órgãos subordinados ou por servidores desses
órgãos. É uma correspondência oficial interna ou interdepartamental,
com numeração própria e apresentando, algumas vezes, características
de circular, quando é expedida a diversos departamentos situados em
locais diferentes.
Modelo
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO
ORDEM DE SERVIÇO No 5/75/SUA
O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de suas atribuições,
Considerando o fiel cumprimento da Lei nº 1860, de 4 de outubro de 1952, que regula os prazos e o andamento dos expedientes
administrativos.
Considerando que, para apreciação de qualquer tipo de requerimento ou petição, deve o mesmo estar acompanhado de todos os dados
imprescindíveis a sua análise.
Considerando que, em número substancial, há necessidade de se comunicar com o signatário da petição inicial, não só em seu interesse,
como no da Administração.
DETERMINA:
1o - Todos os órgãos desta Secretaria, antes de darem andamento a
qualquer expediente, deverão verificar se nele constam os elementos
informativos e se a documentação exigida para a sua apreciação foi
devidamente anexada.
2o - Obrigatoriamente deverá ser anotado, em todos os formulários, modelos, requerimentos, petições, solicitações, o endereço do
peticionário.
Porto Alegre, 8 de outubro de XXXX.
Fulano de Tal
SUPERVISOR ADMINISTRATIVO
(Cópia autêntica)
(modelo apud Dileta Silveira Martins e Lúcia Scliar Zilberknop,
Português Instrumental, p. 183)
78/004G
Redação
Técnica
4.10 Procuração
Juridicamente, procuração significa “instrumento de mandato”; ou seja,
é um documento através do qual um indivíduo (mandante, constituinte
ou outorgante) confere a outra pessoa (mandatário, procurador ou outorgado) poderes para praticar atos em seu nome e por sua conta.
Saiba Mais
“A procuração pode ser pública, se lavrada em cartório, ou particular, se passada de próprio
punho pela pessoa que dá. Quem passa a procuração é mandante, constituinte ou outorgante;
e quem recebe o mandato é mandatário, procurador ou outorgado. A procuração particular deve
ter a firma do outorgante reconhecida.”
(Apud Odacyr Beltrão, Correspondência)
4.10.1 Estrutura
a) Título: Procuração.
b) Qualificação: nome, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF e
residência do outorgante (constituinte ou mandante) e também do
outorgado (procurador ou mandatário).
c) Finalidade e poderes: parte em que o outorgante declara a finalidade
da procuração, bem como autoriza o outorgado a praticar os atos
para os quais é nomeado.
d) Local e data.
e) Assinatura do outorgante.
f) Assinatura das testemunhas, se houver. Essas assinaturas costumam
ficar abaixo da assinatura do outorgante, à esquerda.
Modelo
PROCURAÇÃO
Pelo presente instrumento particular de procuração, João Pedro
Tavares, brasileiro, casado, professor, residente na Rua Flor, 88, São
Paulo, SP, portador da Cédula de Identidade nº 3.887.802-5, expedida
em 29/4/1958, pela SSP, e do CPF nº 053.560.288-66, nomeia e constitui seu bastante procurador o Sr. Joaquim José Souza Rocha, residente em São Paulo, SP, Rua Céu, 1362, ap. 42, portador da Cédula de
Identidade nº 4.876.987, expedida em 15/6/1960, pela SSP, e do CPF
nº 011.322.222-24, para, em seu nome, efetuar as transações ligadas à
venda de um imóvel, localizado na Rua dos Trilhos, 33, Vila dos Ope-
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Técnica
004G/79
rários, nesta capital, podendo o outorgado assinar todos os atos que se
tornarem necessários ao bom e fiel cumprimento do presente mandato.
São Paulo, 3 de março de XXXX.
(assinatura)
João Pedro Tavares
5. Exemplos de Documentos
Oficiais e Empresariais
Tudo o que foi dito a respeito da redação oficial e da redação empresarial
ficará mais claro com a visualização dos documentos em seus modelos
prontos. Apresentando estes exemplos, procuramos não só reforçar as
orientações sobre o conteúdo e estética deles, mas também tirar possíveis
dúvidas que ainda restam.
Nem todos os documentos mencionados no decorrer desta lição estão
exemplificados aqui. Para aqueles que não constam deste trabalho,
recorra às Referências Bibliograficas apresentada, não só para conhecer
esses documentos, mas também para aprofundar os assuntos que neste
módulo não puderam ser exaustivamente estudados.
Algumas recomendações úteis quanto ao envelope a ser usado para a
remessa de correspondência:
SELO
Estrela Indústria e Comércio S.A.
At. Sr. Flávio Rodrigues
Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha
São Paulo - SP
0 1 3 2 4
0 0 0
RPC
1. O envelope acima (tam. 23 x 11,4 cm) é o mais adequado para remessas de correspondências de até duas folhas. Dobre as folhas apenas
duas vezes, evitando deixar o destinatário na parte interna das
dobras. A carta dobrada deve ser colocada no envelope com a frente
voltada para o verso (do envelope).
80/004G
Redação
Técnica
2. Coloque no verso do envelope o endereço completo do remetente.
3. Se a sua empresa tem papel timbrado para cartas, use igualmente
envelopes timbrados.
4. Os envelopes com tarja verde e amarela são próprios para remessas
de cartas para o exterior.
5. Há vários tamanhos de envelopes pardos para correspondências com
volume maior. Para endereçar, se possível, use etiquetas adesivas.
ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.
Indústria e Comércio de Peças Automotivas
Para: Engo Flávio Porfírio, DPV
De: Manoel Sampaio, DPT
No: 153/XX
Data: XX-XX-XX
Assunto: Novos modelos de produtos.
Estão em processo de conclusão dois novos modelos de liquidificador. Planejamos marcar uma reunião com todo o nosso pessoal para
detalhamento das funções de operação e das vantagens destes lançamentos. Peço sugerir datas prováveis.
Atenciosamente,
(a) Manoel Sampaio
Redação
Técnica
004G/81
ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.
Indústria e Comércio de Peças Automotivas
FAX
Nº: 255/XX
Data: XX/XX/XX
Para: José Ronaldo
De: Mário Rodrigues
Empresa: Benfica Peças Automotivas Ltda. Fax: (011) 6592-8800
Fax: (0XX) XXXX-XXXX
Nº de páginas, incluindo esta: 01
Assunto: Cadastro.
Estamos procedendo a reorganização de nosso cadastro de revendedores.
Para cadastrar sua empresa em nosso quadro de revendedores, basta que nos
enviem, o mais breve possível, a documentação necessária já solicitada por
meio de contato telefônico.
Estamos à disposição para as informações necessárias. Falar com Neiva
Souza, na seção de Cadastros.
Atenciosamente,
Fabiana Moreira
(a) Fabiana Moreira
Secretária do Departamento de Vendas
Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha
01324-000 - São Paulo, SP
e-mail: [email protected]
Tel.: (011) XXXX-XXXX
Fax: (011) XXXX-XXXX
82/004G
Redação
Técnica
ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.
Indústria e Comércio de Peças Automotivas
ATESTADO
Atesto, para fins de prova junto ao Setor de Financiamento do
Banco Boaventura, que o Sr. Juscelino de Almeida Santos, ocupante
do cargo de auxiliar de produção, é funcionário desta empresa desde
12 de fevereiro de XXXX, com salário bruto de R$ 1650,00 (um mil,
seiscentos e cinquenta reais) mensais.
Campinas, XX de XXXX de XXXX.
José Pedro Gomes
Chefe do Departamento de Pessoal
Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha
01324-000 - São Paulo, SP
e-mail: [email protected]
Tel.: (011) XXXX-XXXX
Fax: (011) XXXX-XXXX
Observações:
1. Como o papel é timbrado, basta apenas referir-se ao setor em que o
funcionário trabalha.
2. O texto poderia ser escrito de outra forma: José Pedro Gomes, chefe do
Departamento de Pessoal, atesta que o Sr...... No final só a assinatura
da pessoa.
3. O conteúdo do texto pode variar; se conveniente, pode-se acrescentar
outros dados do atestante.
Redação
Técnica
004G/83
ESTRELA INDÚSTRIA E COMÉRCIO S.A.
Indústria e Comércio de Peças Automotivas
DECLARAÇÃO
Declaro, para os devidos fins, que deixou de ser funcionário
desta empresa, na função de operador de máquinas, o Sr. João Batista
Mamede, brasileiro, solteiro, RG nº 20.999.000, emitida pela SSP/SP, e
Carteira Profissional nº 95.882, emitida em 12-02-81, filho de José Carlos
Mamede e Rosalina Fernandes Cardoso Mamede, residente na Rua Renato Russo, 98, não nos responsabilizando, assim, por atividades que o
referido senhor venha a exercer em nome da Estrela Indústria e Comércio
de Peças Automotivas S.A., a partir desta data.
São Paulo, XX de XXXX de XXXX.
José Pedro Gomes,
Chefe do Departamento de Pessoal.
JPG/mat
Rua dos Tibiriçás, 95 - Alto da Penha
01324-000 - São Paulo, SP
e-mail: [email protected]
Tel.: (011) XXXX-XXXX
Fax: (011) XXXX-XXXX
84/004G
Redação
Técnica
Ilmo. Sr. Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade
Antônio Gama
Cláudio Fernando Camargo, brasileiro, casado, vendedor
autônomo, residente na Rua das Palmeiras, 820, nesta cidade, vem respeitosamente requerer de V.Sa. a autorização para sua matrícula no Curso
de Economia para o ano letivo de XXXX.
Anexa, documentação exigida para a matrícula.
Nestes termos,
pede deferimento.
Claudio Fernando Camargo
São Bernardo do Campo, XX de XXXX de XXXX.
Observações:
1.Como foi digitado, não é possível observar com rigor a entrada de
parágrafos e o espaçamento entre linhas. O importante é dar uma
estética semelhante.
2.Deve-se prestar atenção às expressões residente e domiciliado. Residência é onde a pessoa mora (rua, nº); domicílio é centro ou sede de
suas atividades.
Redação
Técnica
004G/85
Exercícios Propostos
1 - É o documento empresarial mais conhecido e um dos mais usados, que serve não somente ao
relacionamento empresarial, mas também para projetar a imagem da empresa:
( ) a) Ata.
( ) b) Circular.
( ) c) Contrato.
( ) d) Carta.
( ) e) Comunicação Interna.
2 - Como você redigiria o vocativo para um ofício ao governador do Estado segundo as regras
do padrão ofício?
( ) a) Sr. Governador.
( ) b) Exmo. Governador.
( ) c) Exmo. Sr. Governador.
( ) d) Ilmo. Governador.
( ) e) Ilmo. Sr. Governador.
3 - São três os tipos de documentos empresariais:
( ) a) Carta, Comunicação Interna e Ata.
( ) b) Ata, E-mail e Monografia.
( ) c) Monografia, E-mail e Comunicação Interna.
( ) d) Carta Pessoal, Monografia e Ata.
( ) e) Recibo, Contrato e Monografia.
86/004G
Redação
Técnica
4 - Redija uma circular comunicando aos revendedores o aumento de 10% no preço dos produtos
fabricados por sua empresa.
Para redigir esta circular, será necessário obedecer aos parâmetros propostos no exercício, seguindo o modelo mostrado na lição. Veja que existem várias possibilidades de
redação do corpo da circular. O importante é elaborar um texto preciso e apresentar, com
clareza, os motivos da empresa para a divulgação desse comunicado.
Redação
Técnica
004G/87
5 - Escreva uma comunicação interna (ou memorando, se preferir) para o Chefe do Almoxarifado, solicitando o fornecimento de cinco pacotes de papel para copiadora (desenhe do seu
jeito um formulário que você considere prático).
Neste exercício, você também deve seguir o modelo apresentado na lição para elaborar
a comunicação interna ou memorando, que levam em conta as informações definidas na
proposta.
lição 4
Redação
Técnica
004G/89
Gramática Aplicada
Uma das funções da Gramática é preocupar-se com o estudo científico
dos mecanismos de funcionamento de uma determinada língua, sem
discriminar formas corretas e incorretas do emprego do idioma: é a
chamada Gramática Descritiva. Há ainda a nossa velha conhecida
Gramática Normativa, que se encarrega de fixar normas para o uso
da língua, estabelecendo os conceitos de certo e errado. Várias são as
procedências dos critérios de correção gramatical: a partir do uso pelos
clássicos, resultantes de pesquisas sobre a história da língua, ou de
considerações lógicas que supostamente organizariam o funcionamento
do idioma. Assim, cria-se uma norma que é aceita e prestigiada e passa a
ser ensinada nas escolas, a norma culta.
Ao término desta lição, você será capaz de:









Identificar as divisões de um livro de gramática;
Aplicar as regras mais importantes de acentuação;
Adotar corretamente as regras de uso da crase;
Reconhecer a aplicação correta da colocação pronominal;
Fazer a concordância correta dos verbos e nomes estudados;
Aplicar as regras de transitividade verbal dos verbos estudados;
Utilizar as formas apropriadas dos Pronomes de Tratamento;
Empregar os numerais corretamente;
Aplicar as regras de pontuação na produção textual.
1. Importância do Conhecimento Gramatical
É através do estudo da Gramática que se extrai as normas para escrever e
falar corretamente. A Gramática Normativa é a fonte para conhecimento
das regras para escrita e fala corretas, trata-se de uma disciplina didática por excelência, que tem por finalidade codificar o “uso idiomático”,
dele induzindo, por classificação e sistematização, as normas que, em
determinada época, representam o ideal da expressão escrita.
Definição:
“Gramática é a descrição do sistema de uma
língua, ou descrição da
língua como sistema
de meios de expressão.
Como esse sistema é tríplice - fônico (de sons),
mórfico (de formas), sintático (de frases) - a gramática,
normalmente,
divide-se em fonologia,
morfologia e sintaxe.”
(Luís Agostinho Cadore,
Curso Prático de Português, Ática, p. 11)
90/004G
Redação
Técnica
2. Um Breve Resumo da
Gramática Normativa
Quando estudamos as ferramentas do redator (lição 1), falamos da importância de buscar nas gramáticas os pontos duvidosos para uma redação
de qualidade. Falamos ainda que é necessário conhecer bem as partes
em que se estrutura a gramática, para que a consulta seja facilitada.
A Nomenclatura Gramatical Brasileira, que define a gramática e suas
divisões, é apresentad a na Portaria nº 36, de 28/01/1951. No livro Redigir & Convencer, de Edméa Neiva e José Antônio Rosa (p. 53), há um
resumo dessa portaria. Veja o que ele contém:
Parte I
w Fonética: descritiva, histórica, sintática.
• Classificação dos fonemas: vogais e consoantes, semivogais.
• Encontros vocálicos: ditongos, tritongos, hiatos.
• Encontros consonantais: dígrafos.
• Sílaba.
• Tonicidade: acento, sílabas, a­cento tônico, rizotônico, arrizotônico, or­toépia, prosódia.
Parte II
w Morfologia: trata das palavras.
a. quanto a sua estrutura e formação;
b. quanto as suas flexões e
c. quanto a sua classificação.
• Estrutura das palavras: raiz, radical, tema, afixo, desinência.
• Formação das palavras: derivação/composição, hibridismo.
• Flexão das palavras: variáveis, invariáveis.
• Classificação das palavras: substantivo, artigo, adjetivo,
numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção,
interjeição.
Parte III
w Sintaxe
• Divisão da sintaxe
- de concordância: nominal/verbal;
- de regência: nominal/verbal;
- de colocação.
• Análise sintática da oração
a. termos essenciais da oração (sujeito/predicado/predi­cativo/
pre­dicação verbal)
b. termos integrantes da oração (complemento nominal/complemento verbal/agente da passiva)
Redação
Técnica
004G/91
c. termos acessórios da oração (adjunto adnominal/adjunto
adverbial/aposto)
d. vocativo
• Análise sintática do período
a. tipos de período (simples/com­posto)
b. composição (coordenação/subordinação)
c. classificação das orações etc.
Parte IV
w Apêndice
•Figuras de sintaxe
•Gramática histórica
•Ortografia
•Pontuação
•Significação das palavras
•Vícios de linguagem
3. Tópicos Importantes para Escrever Corretamente
Não é o propósito deste módulo de Redação Técnica apresentar um curso de gramática completo, mesmo porque não haveria espaço para isso
(lembra-se da concisão e da objetividade?). O que se pretende é apresentar aqueles pontos que normalmente geram dúvidas. Se deixarmos de
lado algum ponto que você considera importante, exercite, crie o hábito
de buscar informação: vá a sua gramática preferida! Nas Referências
Bibliográficas (no fim do módulo), você encontrará uma lista de todo
material utilizado neste trabalho.
3.1 Acentuação Gráfica
Acentuação é a maneira de proferir (pronunciar em voz alta e clara) um
vocábulo, quando destacamos dentre seus sons ou grupo de sons aquele
mais relevante. Esse relevo chama-se acento. No caso da Língua Portuguesa, diz-se que este é um acento de intensidade (de força, dinâmico), e
se manifesta no vocábulo considerado isoladamente (acento vocabular)
ou ligado na enunciação da frase (acento frásico).
Numa palavra, nem todas as sílabas são pronunciadas com a mesma
intensidade: há sempre uma que se sobressai às demais, sendo por isso
chamada de sílaba tônica. Escolha algumas palavras aleatoriamente:
uma, maligna, influência, ação. Pronunciando-as, você observa que em
cada uma delas a sílaba mais forte eleva-se acima das outras, as chamadas sílabas átonas.
Quanto à posição do acento tônico, os vocábulos de duas ou mais sílabas
podem ser:
92/004G
Redação
Técnica
a) Oxítonos: a sílaba tônica é a última sílaba.
Exemplos: comercial, material.
b)Paroxítonos: a sílaba tônica é a penúltima sílaba.
Exemplos: generoso, carro.
c) Proparoxítonos: a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba.
Exemplos: efêmero, lâmpada.
Agora olhe atentamente para as seguintes palavras: ação, complacência,
influência, é, está, água, fácil, trás. O que elas têm em comum? São acentuadas, você responderia. Este acento, que é um sinal gráfico, é colocado
na parte em que a palavra soa mais forte (sílaba tônica), ou seja, serve
para marcar o relevo dado a um elemento fonético dentro do vocábulo.
Os sinais gráficos usados para acentuar são: acentos agudo ( ´ ), grave ( ` ),
circunflexo ( ^ ) e til ( ~ ).
Vejamos a seguir as regras mais importantes para a acentuação das
palavras.
3.1.1 Monossílabos
• Tônicos: acentuam-se os terminados em a, e e o, seguidos ou não de s.
Exemplos: má - más; pé - pés; pó - pós.
• Átonos: nunca são acentuados.
3.1.2 Polissílabos
• Oxítonos: são acentuados se terminarem em a, e, o, seguidos
ou não de s.
Exemplos: Ceará, Guaporé, revés, jilós.
E os terminados em em, ens.
Exemplos: armazém, reféns.
• Paroxítonos: são acentuados se terminados em R, I, N, L,U, X
(o i e o u podem vir seguidos de s).
Exemplos: aljôfar (pedra preciosa), cáqui, cútis, hífen, fácil, bônus,
tórax.
Terminados em om - ons; um – uns.
Exemplos: rádom, íons; álbum, álbuns.
Redação
Técnica
004G/93
Terminados em ã - ãs; ão - ãos.
Exemplos: órfã, órfãs; acórdão, sótãos.
Terminados em ps.
Exemplo: bíceps.
• Ditongo oral: (seguido ou não de s).
Exemplos: área, sócios, tênue, desperdício, jóquei, pônei.
Exceção - Hiato
2a vogal do hiato (i, u tônico), não seguida de nh.
Exemplo: ra-i-nha; ta-i-nha.
• Proparoxítonos: todos são acentuados.
Exemplos: retórica, genética, exército, América.
3.1.3 Casos Especiais
• Levam acento agudo os ditongos abertos éi(s), éu(s) e ói(s),
quando tônicos nas palavras oxítonas e nos monossílabos
tônicos.
Exemplos: anéis, chapéu, céu, herói, constrói.
• Hiatos: o i e o u tônicos dos hiatos são acentuados quando formarem sílabas sozinhos ou quando vierem seguidos de s.
Exemplo: raízes, baú, egoísta.
3.1.4 Curiosidades
O til, que indica nasalização, vale como acento se não houver outro acento
na palavra.
Exemplos: afã, oração, corações, põem.
Se o til cai em uma sílaba que não é a tônica, acentua-se a sílaba que é.
Exemplos: órgão, bênção.
3.1.5 Formas Verbais
• Forma verbal com ênclise ou mesóclise: aplica-se a respectiva regra
a cada elemento independentemente.
Exemplos: amá-la-ás, vendê-los-emos, pô-lo-emos.
94/004G
Redação
Técnica
• Verbos ter e vir - presente do indi­cativos.
Exemplos: ele tem - eles têm; ele vem - eles vêm.
• Verbos derivados.
Exemplos: ele retém - eles retêm; ele intervém - eles intervêm.
• Verbos crer, dar, ler e ver (e seus derivados).
Exemplos:
Singular: crê
Plural: creem
dê
deem
lê
leem
vê
veem
3.1.6 Acentos Diferenciais
As palavras seguintes continuam sendo acentuadas (acento diferencial),
porque elas têm suas homógrafas átonas correspondentes:
• Pôde (pret. perf. do verbo poder)  pa­­­ra diferenciar de pode (terc. pes.
sing. pres. indicativo)
• Ás (substantivo)  para diferenciar de as (preposição)
• Pôr (verbo)  para diferenciar de por (preposição)
• Porquê (substantivo)  para diferenciar de porque (conjunção)
• Quê (subst., interj., pronome em)  pa­ra diferenciar de que (pronome,
advérbio, conjunção ou final de frase) partícula ex­pletiva)
3.2 Algumas Palavras de Grafia Duvidosa
Esta não pretende ser uma lista final. À medida que necessitar, você
pode ir acrescentando novas palavras, sem esquecer de colocar na frente
delas o seu significado.
Palavra/significado
Diferente de:
Acender (pôr fogo)
Ascender (subir)
Afim (afinidade, semelhança)
A fim de (finalidade)
Apreçar (perguntar o preço de)
Apressar (tornar rápido)
À medida que
à medida em que
Censo (recenseamento)
Senso (juízo)
Cheque (ordem de pagamento)
Xeque (chefe árabe, lance de xadrez,
perigo)
Comprido (longo)
Cumprido (executado)
Conserto (ato de reparar, remendar)
Concerto (musical)
Caçar (perseguir animais)
Cassar (tornar nulo, sem efeito)
Coser (costurar)
Cozer (cozinhar)
Deferimento (aprovação)
Diferimento (adiamento)
Redação
Técnica
Palavra / significado
004G/95
Diferente de:
Delatar (denunciar)
Dilatar (retardar, aumentar o prazo)
Descrição (narração, enumeração)
Discrição (sensatez, modéstia, reserva)
Descriminar (inocentar)
Discriminar (distinguir, diferenciar indevidamente)
Emergir (ir à tona )
Imergir (mergulhar)
Espirar (soprar)
Expirar (morrer)
Esterno (osso do peito)
Externo (o que está fora)
Espectador (o que assiste)
Expectador (o que espera)
Eminente (célebre, ilustre)
Iminente (prestes a acontecer, próximo,
imediato)
Estadia (para navios e seres inanimados)
Estada (para pessoas)
Experto (aquele que tem experiência)
Esperto (inteligente)
Expiar (pagar pena)
Espiar (espreitar)
Fragrante (perfumado, aromático)
Flagrante (na hora, manifesto, momento,
evidente)
Há (verbo haver, passado: Há cinco
anos que não o vejo)
A (futuro: Estarei aí daqui a quatro horas)
Infringir (transgredir)
Infligir (aplicar pena, castigo)
Imigrante (o que entra em um país)
Emigrante (o que sai de um país para
outro)
Insipiente (ignorante)
Incipiente (que está no começo, principiante)
Mau/bom: adjetivos. Exemplo: Você
é mau
Mal/bem: advérbios. Exemplo: Não faça
mal ao menino
Mandado (ato de mandar, ordem
escrita que emana da autoridade)
Mandato (autorização que se concede a
outrem; delegação)
Paço (palácio episcopal ou real, sede
de governo)
Passo (marcha, ato de andar)
Prescrever (determinar)
Proscrever (proibir)
Ratificar (confirmar)
Retificar (corrigir)
Seção (departamento)
Sessão (= reunião) Secção (= ato de cortar) Cessão (= ato de ceder, doação)
Sortir (abastecer)
Surtir (originar)
Subtendida (estendida por baixo)
Subentendida (o que está na mente e não
foi expresso)
Sucinta (resumida)
Suscitar (causar, provocar)
Tráfego (circulação de veículos)
Tráfico (comércio ilícito)
Viagem (substantivo) A viagem foi
maravilhosa.
Viajem (verbo) Que eles viajem mais”
96/004G
Redação
Técnica
Você percebeu que nesta lista as palavras estão ao lado de outras um
tanto parecidas, mas cujo significado é totalmente diferente? É aqui que
se aplica o estudo da significação das palavras, que vimos na lição 1.
Mais precisamente, estas são palavras homônimas ou parônimas, cuja
utilização correta depende do conhecimento do seu significado.
3.3 Crase
A origem da palavra crase vem do grego, krasis, e quer dizer mistura,
fusão. Então, crase é a fusão ou sobreposição de duas vogais “a”, proporcionando uma pronúncia mais harmoniosa. Em nossa língua, assinalamos
a crase com o acento grave ( ` ). Em vez de dizermos “Vou a a escola”,
dizemos “Vou à escola”. Tecnicamente falando, crase é, especificamente:
A contração da preposição a com:
w o artigo definido a;
w e o pronome demonstrativo a;
wo a inicial dos pronomes aquele, aquela, aquilo;
wo a inicial dos pronomes relativo a qual.
Seguem as regras para seu uso:
1ª regra: verificar se é possível substituir o a em questão por para a(s),
pela(s), na(s) e da(s).
Exemplos:
Vou à cidade. Vou para a cidade.
Voltarei à tardinha. Voltarei pela tardinha.
2ª regra: substituir o nome feminino por um masculino correlato. Se
aparecer ao (preposição a + artigo o), então ocorre a + a diante da
palavra feminina, ocorrendo a cra­se.
Exemplos:
Referiu-se à instrutora. Referiu-se ao instrutor.
Voltei à terra natal. Voltei ao país natal.
• Contração da preposição a com o pronome demonstrativo a(s)
Exemplo:
Sua maneira de pensar é igual à de seu irmão.
• Contração da preposição a com os pronomes demonstrativos aquele(s),
aquela(s), aquilo
Exemplos:
Favor dirigir-se àquele salão.
A polícia continua atenta àquela questão.
Não quis me referir àquilo.
Redação
Técnica
004G/97
A crase acontece também com as locuções adverbiais, prepositivas e
conjuntivas formadas por palavras femininas e iniciadas por a/as:
• à direita
• à esquerda
• à força (de)
• à parte
• à toa
• à laia de
• à solta
• à vontade
• à farta
• à proporção que
• à guisa de
• à semelhança que
• à procura de
• à surdina
• à medida que
• à mão
• à exceção de
• à frente de
• às claras
• às escuras
• às cegas
• às avessas
• às ordens
• etc.
NUNCA use a crase:
a) antes de nomes masculinos: promovido a capitão;
b) antes de verbos no infinitivo: taxas a pagar;
c) antes de pronomes de tratamento: dirijo-me a V.Exa.;
d) antes de esta, essa, toda, cada, cuja, mim, ninguém, quem e ti:
Refiro-me a esta questão;
e) antes de palavras femininas no plural: vendas a prestações;
f) depois das preposições após, contra, entre, perante e sob: Espero-o
entre as 19 e 21 horas;
g) em locuções adverbiais com nomes femininos repetidos: O boato
corria de boca a boca.
3.4 Colocação Pronominal
Quando falamos de colocação pronominal, preocupamo-nos com a posição que os pronomes oblíquos átonos (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o,
os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos, conosco, vos, convosco) ocupam em
relação ao verbo: é a ocasião para tratar de próclise, mesóclise e ênclise.
Se estiverem presentes na frase, os pronomes oblíquos átonos podem
ocupar três posições em relação ao verbo: antes dele (próclise), no meio
do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
3.4.1 Próclise
Usa-se a próclise quando o verbo vier antecipado de palavras que exerçam atração sobre o pronome. São elas:
w Palavras negativas:
Exemplo: Não me diga que não te avisei.
w Advérbio:
Exemplo: Sempre te respeitei.
98/004G
Redação
Técnica
w Com o verbo no imperativo:
Saiba Mais
Quando o advérbio e o verbo estiverem separados por
vírgula, aconselha-se o uso da ênclise, para um melhor
resultado fonético:
Exemplo: Aqui, come-se bem.
w Pronome relativo:
Exemplo: Há indivíduos que se acham o
máximo.
w Pronome indefinido:
Exemplo: Tudo se acalmará.
w Conjunção subordinativa:
Exemplo: Quando o viram, ele vinha
acompanhado da amiga.
w Pronome demonstrativo:
Exemplo: Isso me parece mentira.
3.4.2 Mesóclise
É utilizada apenas em dois tempos verbais.
São eles:
w Futuro do presente:
Exemplo: Far-te-ei acreditar em mim.
w Futuro do pretérito:
Exemplo: Dir-lhe-ia tudo, se soubesse.
Obs.: havendo partícula atrativa, utilizase a próclise. Assim:
Não o saberia dizer.
Não lhe negarei qualquer ajuda.
3.4.3 Ênclise
w Quando o verbo vier no início da frase:
Exemplo: Quero-lhe muito.
Exemplo: Meninos, aproximem-se da
mesa.
w Com o verbo no gerúndio sem a
preposição:
Exemplo: Saí do trabalho, ausentandome um pouco.
Obs. 1: Há casos em que os pronomes
oblíquos combinam entre si (lhe + o = lho;
me + o = mo; te + o = to; etc.).
Exemplo: Pegue o livro na estante e
traga-mo (= traga-me o livro).
Obs. 2: Se houver duas partículas atraindo o pronome oblíquo, ele pode vir entre
elas. Exemplo: Há problemas que se não
resolvem de uma hora para outra.
3.4.4 Casos Especiais
Vejamos a seguir dois casos em que o pronome oblíquo vem acompanhado de locução
verbal:
 Quando o verbo principal da locução
estiver no infinitivo ou no gerúndio,
o pronome oblíquo pode ser colocado
depois do verbo auxiliar ou depois do
verbo principal:
Exemplo:
Quero-lhe dizer algo.
Quero dizer-lhe algo.
Obs.: Havendo partícula atrativa, o pronome virá antes do verbo auxiliar ou
depois do verbo principal.
Exemplo:
Não lhe quero dever ajuda.
Não quero dever-lhe ajuda.
 Quando o verbo principal da locução
verbal estiver no particípio, o pronome
será colocado depois do verbo auxiliar:
Exemplo:
Tinha-me exposto suas dúvidas.
Redação
Técnica
Obs.: Havendo partícula atrativa, o pronome oblíquo deve vir antes do verbo
auxiliar.
Exemplo:
Não me tinha exposto suas dúvidas.
3.5 Concordância Verbal e Nominal
As palavras relacionam-se umas com as
outras na elaboração das frases e, ao se relacionarem, obedecem alguns princípios: um
deles é o da concordância.
O estudo da concordância é uma poderosa
ferramenta para quem precisa interpretar
e produzir textos conforme os padrões da
língua culta. Seja qual for o texto, a concordância verbal e nominal correta pode
ser explorada como recurso expressivo; uma
concordância defeituosa, porém, pode levar
a interpretações distorcidas. O que está em
jogo não é somente o texto, mas também a
credibilidade do redator.
Dizemos que há concordância entre os termos
de uma frase quando há harmonia entre eles,
quando estão perfeitamente adaptados quanto ao gênero, número, grau, pessoa...
Concordância verbal é a adaptação em número e pessoa que se estabelece entre o verbo
e o seu sujeito.
Exemplos:
A pedra rola ladeira abaixo.
sujeito:
3a pessoa
do singular
verbo:
3a pessoa
do singular
As toras de madeira descem o rio.
sujeito:
3a pessoa
do plural (=elas)
verbo:
3a pessoa
do plural
004G/99
Como podemos ver nos exemplos, os verbos
das duas orações concordam com seus sujeitos em pessoa e número. Podemos afirmar,
sem sombra de dúvida, que há uma concordância entre eles.
No geral, não há dúvida em como fazer a
concordância dos verbos com seus sujeitos.
Mas, na nossa língua, há os casos de concordância anômala, isto é, que se faz de maneira
ideológica, afetiva ou atrativa, casos esses
que fogem completamente à regra normal,
exigindo observação e treino.
3.5.1 A Partícula SE
a Usada como índice de indetermina­ção
do sujeito.
Exemplos:
Não se pode confiar em ninguém mais.
Precisa-se de passadeiras com prática.
Quem é que não pode confiar em
ninguém?
Quem precisa de passadeiras?
Sempre que o se indicar inde­terminação
do sujeito, o verbo estará, invariavelmente,
na terceira pessoa do singular.
b Partícula apassivadora.
Exemplos:
Compram-se carros usados.
Faz-se limpeza de terreno.
Nestes exemplos, “carros usados” e
“limpeza de terreno” são sujeitos de
suas frases. Convertendo estas frases da
voz passiva sintética para a voz passiva
analítica, elas ficam assim:
Carros usados são comprados.
Limpeza de terreno é feita.
Fica claro perceber que toda vez que pudermos transformar a oração em voz passiva analítica, o se é partícula apassivadora, e o verbo
concordará em número com seus sujeitos.
100/004G
Redação
Técnica
3.5.2 Verbos HAVER, FAZER e SER
Verbo haver
a Quando tem sentido de “existir” ou de
“indicar tempo decorrido”, permanece
no singular.
Exemplos:
Há duas atitudes a tomar.
Havia anos que não se viam.
O verbo haver transmite esta im­pessoa­
lidade aos verbos que com ele formam
locução.
Exemplo:
Pode haver duas atitudes a tomar.
Observação Importante:
O verbo haver funciona também como
pessoal, com o significado de “ajustar
contas”, sendo conjugado em todas as
pessoas e números
Exemplos:
Vocês haverão de prestar contas à justiça.
b Verbo fazer
Quando indica tempo decorrido ou fenômeno meteorológico, este verbo permanece invariável na terceira pessoa do
singular.
Exemplos:
Faz vinte anos que ela o deixou.
Faz dias lindíssimos nesta época do ano.
O verbo fazer transmite sua impessoalidade aos verbos que com ele formam locução.
Exemplo:
Deve fazer dois anos que o acidente
aconteceu.
c Verbo ser
Se o verbo ser indica hora ou distância e
não tem sujeito, concorda com a expressão numérica (isto é, o predicativo).
Exemplos:
São dez horas da noite.
Daqui ao trabalho serão dois
quilômetros.
No caso de locução verbal, a concordância será feita pelo verbo auxiliar de ser.
Exemplos:
Devem ser dez horas da noite.
Daqui ao trabalho deverão ser dois quilômetros.
Havendo sujeito na frase, o verbo concordará com ele ou com o predicativo.
Exemplos:
Pedro era atencioso.
O responsável sois vós.
Nem tudo são flores.
Nem tudo é flores.
No caso do predicativo ser representado por um substantivo comum, o verbo
concordará com o elemento que se deseja
realçar.
Exemplos:
Meus quadros são a minha vida.
Minha vida é os quadros.
Nas expressões indicativas de quantidade (medida, peso, preço, valor) o verbo
ser é invariável.
Exemplos:
Dois quilos é pouco para o bolo.
Mil reais é pouco para a reforma.
Mas:
Hoje é vinte de outubro (dia vinte de
outubro).
3.5.3 Casos Especiais de Concordância
Verbal
a Sujeito composto posposto ao verbo: o
verbo pode ir ao plural (concordância
gramatical) ou concordar com o elemento
mais próximo (concordância atrativa).
Redação
Técnica
Exemplos:
Passarão o céu e a terra.
Passará o céu e a terra.
b Sujeito composto de pessoas gramaticais
diferentes: neste caso, o verbo concordará
com a pessoa que tiver prioridade (a primeira pessoa sobre a segunda, a segunda
sobre a terceira etc.).
Exemplos:
Ela e eu preparamos o jantar.
Tu e ela passeais no jardim.
c Sujeito composto de núcleos sinônimos
ou de sentido aproximado: faz-se a concordância com o núcleo mais próximo (no
singular) ou com todos (no plural).
Exemplo:
A incerteza e a instabilidade
confundiu-o (ou confundiram-no).
d Sujeito composto de núcleos de gradação
ascendente ou descendente: o verbo concorda com o mais próximo (no singular)
ou com todos (no plural).
Exemplo:
Um olhar, um aceno, uma palavra
bastava (ou bastavam).
e Sujeito formado por expressão par­titiva
(a maioria de, grande parte de, a metade de etc.), seguida de um substantivo
no plural: o verbo pode permanecer no
singular, concordando com a expressão,
ou no plural, concordando com o substantivo.
Exemplo:
A maioria das pessoas concorda com a
mudança (ou concordam) .
f Sujeito formado por expressões afirmativas seguidas de elementos numéricos: o
verbo concorda com o numeral.
Exemplo:
Cerca de vinte mil estudantes vão
fazer vestibular.
004G/101
g Sujeito formado pela expressão mais de
um: o verbo vai ao plural se houver ideia
de reciprocidade; caso contrário, fica no
singular.
Exemplos:
Mais de um político se destacaram (uns
aos outros).
Mais de um professor foi exonerado.
h Sujeito formado pela expressão um dos
que (ou outra equivalente): o verbo pode
ir para o plural (mais comum) ou ficar no
singular (mais raro).
Exemplos:
Sou um dos que optaram pelo adiamento
da prova.
Ela é uma das candidatas que marcou
entrevista para hoje.
i Sujeito representado pelo pronome demonstrativo que: o verbo concorda com
o termo antecedente.
Exemplo:
São fatos que já foram esquecidos.
j Sujeito representado pelo pronome relativo quem: o verbo fica na terceira pessoa
do singular ou concorda com o termo
antecedente.
Exemplos:
Fostes vós quem falou.
Fostes vós quem falastes.
k Sujeito representado por pronome interrogativo ou indefinido no singular,
seguido de nós ou vós: o verbo vai para a
terceira pessoa do singular.
Exemplo:
Qual de nós falará ao presidente?
l Sujeito representado por pronome interrogativo ou indefinido no plural, seguido
de nós ou vós: o verbo concordará com
estes últimos ou ficará na terceira pessoa
do plural.
102/004G
Redação
Técnica
Exemplos:
Quais de nós falaremos ao presidente?
Quais de nós cumprirão o acordo?
m Sujeito representado por nomes próprios
de lugar e títulos de obras: se precedidos
de artigo no plural, o verbo irá para o
plural. Se não houver artigo no plural, o
verbo permanecerá no singular.
Exemplos:
Estados Unidos enfrenta problemas.
Os Estados Unidos enfrentam problemas.
n Sujeito representado pelas expressões um
ou outro e nem um nem outro: o verbo,
obrigatoriamente, permanecerá no sin­
gular.
Exemplos:
Um ou outro escreverá a carta.
Nem um nem outro escreverá a carta.
o Sujeito composto ligado pela conjunção
ou: o verbo fica no singular, se houver
ideia de exclusão; caso contrário, vai
para o plural.
Exemplos:
Uma bênção ou uma maldição cairá
sobre ele (há ideia de exclusão).
O chefe ou o diretor gostarão de saber
da novidade (não há ideia de exclusão).
3.5.4 Concordância Nominal
Concordância nominal é a adaptação, ou
seja, a flexão sofrida pelo nome para se adequar àquele a que se refere. Vejamos alguns
casos:
a Concordância do adjetivo com o substantivo: o adjetivo ou adjunto adno­minal
concorda com o substantivo ou pronome
a que se refere em gênero e número.
Exemplo:
Povo educado, cidade limpa.
b Concordância do adjetivo com dois ou
mais substantivos: quando o adjetivo se
refere a mais de um substantivo, é preciso
levar em conta a sua posição.
antes dos substantivos: o adjetivo
concorda em gênero e número com o
substantivo mais próximo.
Exemplo:
Ele não tinha a necessária ousadia e
coragem.
Obs.: se o adjetivo anteceder a dois
ou mais substantivos próprios, ele
vai ao plural.
Exemplo:
O país homenageia os corajosos
Duque de Caxias e Tiradentes.
depois dos substantivos: neste caso, o
adjetivo vai para o plural (se os gêneros dos substantivos forem diferentes,
prevalece o masculino) ou concorda
com o substantivo mais próximo.
Exemplos:
Estava com o plano e a estratégia
definidos.
Estava com o plano e a estratégia
definida.
Obs.: se dois ou mais adjetivos se
referem a substantivo no plural que,
por assim dizer, podem se desdobrar,
os adjetivos permanecem no singular.
Exemplo:
As literaturas francesa e americana
(desdobrando, teremos literatura
francesa e literatura americana).
c Concordância do adjetivo com o predicativo de sujeito composto:
se o adjetivo (com função de predicativo de sujeito composto) vem depois
dos substantivos, vai para o plural.
Redação
Técnica
Exemplo:
A professora e o aluno são dedicados.
se o adjetivo vem antes dos substantivos há duas possibilidades de concordância: ou vai para o plural, ou
concordará com o mais próximo.
Exemplos:
São dedicados a professora e o aluno.
É dedicada a professora e o aluno.
d Casos particulares: dentre os inúmeros
casos, vale a pena destacar dois.
quando temos uma palavra composta
por um adjetivo e um substantivo,
ambos variam.
Exemplos:
alto-relevo / altos-relevos
alto-vácuo / altos-vácuos
alto-mar / altos-mares
baixo-relevo / baixos-relevos
quando temos uma palavra composta
por um advérbio e um adjetivo, só este
varia (lembre-se de que os advérbios
são palavras invariáveis).
Exemplos:
alto-falante / alto-falantes
bem-comportado / bem-comportados
bem-falante / bem-falantes
3.6 Emprego de Algumas Classes de
Palavras
Existem alguns erros no emprego de determinadas classes de palavras que se repetem sistematicamente: problemas orto­g ráficos,
confusão entre palavras (homônimas, homógrafas e homófonas, parônimas), acentuação,
concordância etc. Apresentamos a seguir o
uso correto de algumas classes de palavras.
à medida que: à proporção que, ao mesmo
tempo que, conforme.
Exemplo:
À medida que caminhávamos, não o
avistávamos mais.
004G/103
na medida em que: tendo em vista que.
Exemplo:
É preciso proteger-se do sol na medida
em que pode causar doenças na pele.
Obs.: podendo substituir por se, uma vez
que, porque, desde que; é preferível.
a menos de: distância, quantidade.
Exemplo:
Estamos a menos de seis meses do casamento.
há menos de: ideia de passado.
Exemplo:
A festa aconteceu há menos de um ano.
a tempo: com tempo.
Exemplo:
Chegou a tempo de despedir-se de mim.
há tempo: faz, existe.
Exemplo:
Ele chegou há tempo.
ao encontro de: indicando situação
favorável.
Exemplo:
Um aumento expressivo de salários
vem ao encontro das expectativas dos
vendedores.
de encontro a: indicando oposição,
choque.
Exemplo:
O baixo aumento salarial vem de encontro
às expectativas dos funcionários.
ao invés de: situação contrária, oposição.
Exemplo:
Ao invés de reclamar, busque a solução.
104/004G
Redação
Técnica
em vez de: em lugar de, ou situação contrária.
Exemplo:
Em vez de reclamar, Laura resolveu o
problema.
maior + substantivo: indica intensificação.
Exemplo:
A patroa espera maior empenho da
empregada.
mais + substantivo: indica quantidade.
Exemplo:
A população pede mais escolas na
região.
mais bem; mais mal: usado antes de particípio.
Exemplo:
Aquelas crianças são as mais bem (mal)
educadas do colégio.
mais: adição.
Exemplo:
Quero mais flores.
mas: porém.
Exemplo:
Quero partir, mas não posso.
más: adjetivo feminino plural.
Exemplo:
Aquelas mulheres são más.
mal: contrário de “bem”.
Exemplo:
Ela fala mal a língua inglesa.
mal: com sentido de “nem bem”.
Exemplo:
Mal chegou, já arrumou confusão.
mau: contrário de “bom”.
Exemplo:
Ele é um mau aluno.
o moral: estado de espírito.
Exemplo:
O moral dos jogadores está baixo.
a moral: ética, norma de conduta, moralidade, lição.
Exemplos:
A moral cristã.
A moral da história.
para mim: complementa uma oração,
voz passiva.
Exemplos:
Leia este romance para mim.
Este livro é para mim.
para eu: sujeito da oração, voz ativa.
Exemplo:
Este livro é para eu ler.
por hora: equivale a tempo.
Exemplo:
Dirigiu aquele carro a cem quilômetros
por hora.
por ora: por enquanto.
Exemplo:
Por ora, não o incomodarei mais.
porque: equivale a pois, porquanto, uma
vez que, pelo fato, motivo. Usado também
em orações interroga­tivas em que a possível resposta faz parte da pergunta.
Exemplos:
Não compro o carro azul porque prefiro
o vermelho.
Você não compra o carro azul porque
prefere o vermelho?
Redação
Técnica
004G/105
Obs.: toda vez que vier encerrando uma
oração, recebe o acento circunflexo.
Exemplo:
Tenho de partir.
Exemplo:
Não compro o carro azul porquê... porque prefiro o vermelho.
ter que: quando antes do que ficar subentendida a palavra algo, coisa(s).
Exemplo:
Tenho muito que dizer-lhe.
porquê: usado como substantivo “que”.
Substitui as palavras: motivo, causa,
razão.
ah!: interjeição.
Exemplo:
O porquê de tanta aflição, ninguém sabe.
Exemplo:
Ah! Que belos olhos!
por que: Em perguntas no início das
orações.
Exemplo:
Por que você quer partir?
Quando puder ser substituído por: para
que, pelo, pela, pelos, pelas, qual, quais.
Exemplo:
Este é o caminho por que passei.
Quando estiver expressa ou subentendida
a palavra razão, motivo.
Exemplo:
Soube por que você desistiu do campeonato.
por quê: em perguntas, quando encerra
a oração.
Exemplo:
Você sempre está sozinho, por quê?
tão pouco: indica pequeno ou pouca coisa.
Exemplo:
Ela tem tão poucos amigos!
tampouco: equivale a “também não”.
Exemplo:
Não saiu, tampouco conseguiu dormir.
ter de: indica obrigação, necessidade, desejo.
há: verbo haver (existir, ter).
Exemplo:
Não há como negar que neste país há
belíssimas praias.
Indicando passado, pode ser substituída
por faz.
Exemplo:
Saíram há pouco tempo.
Saíram faz pouco tempo.
a(s): artigo feminino.
Exemplo:
A menina brincava.
a: distância ou tempo futuro.
Exemplos:
Bia estava a cinco metros de sua casa.
Chegará daqui a cinco minutos.
106/004G
Redação
Técnica
etc.: esta abreviatura significa “e outras
coisas mais”. Portanto, não se aconselha
o uso para pessoas.
Exemplos:
Saíram Pedro, Paulo, etc.
(DESACONSELHÁVEL)
Saíram Pedro, Paulo e outros.
(ACONSELHÁVEL)
Compraram peras, uvas etc.
(CERTO).
inclusive: usa-se somente com o significado contrário de exclusive.
Exemplo:
Li até a página oito, inclusive.
o(s), a(s), mesmo(s), mesma(s): não deve
substituir expressões como ele(s), ela(s),
dele(s), dela(s), para ele(s), para ela(s), com
ele(s) e com ela(s).
Exemplos:
Vou me encontrar com Ana. Falarei com
a mesma sobre você.
(ERRADO)
Vou me encontrar com Ana. Falarei com
ela sobre você. (CERTO).
ter lugar: expressão que deve ser substituída por ser, dar-se, realizar-se,
efetuar-se etc.
Exemplos:
O discurso terá lugar na praça.
(ERRADO)
O discurso será na praça. (CERTO).
grosso modo: significa por alto, resumidamente, de modo geral.
Exemplo:
Nesta situação, grosso modo eu diria que
é melhor desistir.
Obs.: Não é correto utilizar a expressão
“a grosso modo”. Pois essa expressão
não existe.
onde: significa “lugar em que”.
Exemplo:
Ele não diz onde comprou o carro.
aonde: indica movimento de afastamento.
É formada de a (para) + onde.
Exemplo:
Aonde você pensa que vai?
donde: indica movimento de aproximação.
É formado por de + onde.
Exemplo:
Donde vocês vieram?
Saiba Mais
Algumas expressões apresentam um segundo termo que
é redundante, portanto, desnecessário. É preciso atenção
para não cometer os erros que veremos a seguir:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
continuar ainda
consenso geral
criar novos
“hábitat” natural
ganhar grátis
encarar de frente
todos foram unânimes
surpresa inesperada
ambos os dois
3.7 Flexão do Infinitivo
Este é um assunto que gera bastante polêmica entre os estudiosos da língua. Algumas
gramáticas nem tratam do assunto, porque
os seus autores consideram que a flexão do
infinitivo está mais para a área da estilística do que da gramática. Contudo, achamos
importante que você conheça este assunto,
porque inúmeras vezes vai deparar com um
verbo no infinitivo e não vai saber o que
fazer com ele.
Antes de mais nada, é bom relembrar o que é
flexionar um verbo. É fazer com que ele varie
Redação
Técnica
sua forma para concordar com a pessoa, o
número, o modo, o tempo e a voz. E o que é o
verbo no infinitivo? É a forma verbal em seu
estado nominal, aquela forma pela qual você
o encontra no dicionário: falar, correr, partir.
004G/107
quando os sujeitos do verbo principal e do
infinitivo forem diferentes.
Exemplo:
Recomendei-lhes chegarem cedo (eu/eles).
Aconselhou-nos termos cuidado com o
chefe (ele/nós).
Quando se trata do emprego do infinitivo,
fazemos distinção entre duas formas: o infinitivo impessoal e o in­finitivo pessoal. É
deste último que estamos tratando; ele é chamado de pessoal porque tem sujeito próprio,
podendo ou não ser flexionado.
Nestes casos, é possível transformar a oração
reduzida em oração desdobrada.
Seguem algumas regras que orientam sobre
quando flexionar ou não o infini­tivo, lembrando que na maioria das vezes o uso do infinitivo
flexionado (ou não) é influenciado mais por
motivos estilísticos, para dar ênfase, ritmo,
expressar clareza no enunciado.
quando se quer enfatizar o sujeito do infinitivo.
A regra principal para flexão do infinitivo
prende-se ao fato de o sujeito deste verbo ser
próprio, distinto do sujeito do verbo da oração
principal (dito isto, as regras dadas parecerão
redundantes, mas a maioria das gramáticas
vão apresentá-las distintamente).
a Flexiona-se o infinitivo:
quando ele tem sujeito claramente expresso.
Exemplo:
É hora de tu pensares no futuro.
quando se referir a um sujeito oculto que
se quer explicitar pela terminação verbal.
Exemplo:
Meus amigos, é para resolvermos o
problema que estamos aqui reunidos.
quando na 3 pessoa do plural, indicar a
indeterminação do sujeito.
a
Exemplos:
Caminhava distraído pela calçada, quando ouvi chamarem-me pelo nome.
Exemplos:
Recomendei-lhes que chegassem cedo.
Aconselhou-nos que tivéssemos cuidado.
Exemplo:
É bom fazermos o que ele pede (nós fazermos).
b Não se flexiona o infinitivo:
quando o infinitivo é impessoal, ou seja,
não se refere a nenhum sujeito.
Exemplo:
Saber ouvir é uma virtude.
quando o sujeito é o mesmo do verbo
principal.
Exemplo:
As forças políticas sempre buscaram
seus interesses e não vão desistir disso
agora.
quando o infinitivo faz parte de uma locução verbal.
Exemplo:
Vamos fazer uma festa de aniversário.
quando o infinitivo é complemento de
verbo, substantivo ou adjetivo e vem antecedido de preposição.
108/004G
Redação
Técnica
Exemplos:
Aconselho os alunos a estudar mais.
Esta lição é fácil de guardar.
Chefe e secretária passaram pela experiência de subir juntos na
carreira.
quando o infinitivo aparecer depois dos verbos deixar, fazer, mandar,
olhar, ouvir, sentir e ver.
Exemplos:
Deixe-me sonhar acordado.
Faça-os comer direito.
Mandei meus filhos ouvir música com a porta fechada.
Senti-as aproximar-se silenciosamente.
Obs. 1: no último caso mencionado, o infinitivo pode tomar a forma flexionada, se o sujeito se encontrar entre o verbo auxiliar e o
substantivo.
Exemplo:
Faça as crianças comerem direito.
Obs. 2: com a preposição PARA pode-se usar uma ou outra forma,
mas é preferível usar a forma flexionada se a preposição e o infinitivo
vierem antes do verbo principal.
Exemplo:
Para aprendermos, precisamos estudar com dedicação.
3.8 Formas de Tratamento e sua Concordância
Dentro da classe dos pronomes, encontramos os pronomes pessoais (eu,
tu, ele/a, nós, vós, eles/as), e os chamados pronomes de tratamento (Você,
Senhor, Vossa Alteza, Vossa Excelência, etc.). São também chamados
de “segunda pessoa indireta” porque, apesar de indicarem nosso interlocutor, trazem o verbo na terceira pessoa: são uma forma indireta de
nos dirigirmos a alguém. Assim, quando tratamos com um deputado,
referimo-nos à excelência que esse deputado tem supostamente para
ocupar o cargo. Os pronomes de tratamento indicam respeito, cortesia,
cerimônia, e seu conhecimento é in­­­­dispensável para a redação empresarial.
Para facilitar a consulta, achamos conveniente oferecer aqui uma lista
mais completa, fruto de pesquisas em várias fontes.
VOSSA SENHORIA é usado para pessoas civis e particulares em
geral.
SENHOR é a forma de tratamento mais empregada e aconselhável
quando não se conhece a posição hierárquica da pessoa.
VOSSA EXCELÊNCIA aplica-se às seguintes autoridades:
Redação
Técnica
Abreviatura
Pronome
Singular
Emprego
Plural
Senhor/Senhora
Sr./Sr.ª
Srs./Sras.
tratamento respeitoso em geral
Senhorita
Sr.ta
Sr.tas
moças solteiras
Você
v.
Vossa Alteza
V.A.
VV.AA.
príncipes, princesas, duques
Vossa Eminência
V. Em.ª
V. Emas.
cardeais
Vossa Excelência
V. Ex.ª
V. Exas.
altas autoridades
Vossa Magnificência
V. Mag.ª
V. Magas.
reitores de universidades
Vossa Majestade
V. M.
VV. MM.
reis, imperadores
Vossa Meretíssima
004G/109
tratamento familiar
usado por extenso
juízes de direito
Vossa Reverendíssima
V. Rev.a ou V.
Rev.ma
V. Rev.
sacerdotes
Vossa Senhoria
V. S.ª
V.Sas.
altas autoridades (é bastante fre­quente
também na correspondência comercial)
Vossa Santidade
V. S.
mas
Papa
Poder Executivo:
• Presidente da República (neste caso não se admite a forma abreviada,
nem o emprego dos possessivos seu, sua, ou dos oblíquos lhe e o);
• Vice-Presidente da República;
• Ministros de Estado;
• Secretário-Geral da Presidência da República;
• Consultor-Geral da República;
• Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
• Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;
• Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
• Secretários da Presidência da República;
• Procurador-Geral da República;
• Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito
Federal;
• Chefes de Estado-Maior das Três Armas;
• Oficiais-Generais das Forças Armadas;
• Embaixadores;
• Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios;
• Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
• Prefeitos Municipais.
Poder Legislativo:
• Presidente, Vice-Presidente e Membros da Câmara dos Deputados
e do Senado Federal;
• Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União;
• Presidente e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais;
110/004G
Redação
Técnica
• Presidentes e Membros das Assembleias
Legislativas Estaduais;
• Presidentes das Câmaras Municipais.
Poder Judiciário:
• Presidente e Membros do Supremo
Tribunal Federal;
• Presidente e Membros do Superior
Tribunal de Justiça;
• Presidente e Membros do Superior
Tribunal Militar;
• Presidente e Membros do Tribunal
Superior Eleitoral;
• Presidente e Membros do Tribunal
Superior do Trabalho;
• Presidente e Membros dos Tribunais
de Justiça;
• Presidente e Membros dos Tribunais
Regionais Federais;
• Presidente e Membros dos Tribunais
Regionais Eleitorais;
• Presidente e Membros dos Tribunais
Regionais do Trabalho;
• Juízes e Desembargadores;
• Auditores da Justiça Militar.
VOSSA MAGNIFICÊNCIA é usado
para Reitores de Universidades. Hoje
em dia, porém, Vossa Excelência vem
sendo largamente usado neste caso.
VOSSA EMINÊNCIA (ou VOSSA
EMINÊNCIA REVERENDÍSSIMA)
para Cardeais.
VOSSA EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA para Arcebispos e Bispos.
VOSSA REVERENDÍSSIMA (ou VOSSA SENHORIA REVERENDÍSSIMA)
para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.
VOSSA REVERÊNCIA para Sacerdotes,
clérigos e religiosos.
O endereçamento e o invocativo interno
(no corpo da correspondência) devem cor-
responder ao tratamento devido a cada um.
Assim, usa-se:
• Excelentíssimo ou Digníssimo Senhor,
para o Presidente da Repú­b lica, e
Exmo. Sr., para as demais au­toridades.
• Magnífico Reitor, para o reitor de
universidade.
• Meritíssimo Juiz, para um juiz.
• E m i n e n t í s s i m o S e n h o r ( o u
Reverendíssimo Senhor), para
cardeais.
• Egrégio Tribunal, para um tribunal.
• Ilustríssimo ou Mui Digno, para
funcionários públicos, pessoas de
cerimônia, clientes de uma empresa.
Deve-se empregar com atenção a forma de
tratamento adequada a fim de manter a uniformidade e evitar misturas de tratamento
no decorrer da redação empresarial.
Acompanhe ainda outras orientações para o
uso correto das formas de tratamento, no que
diz respeito à concordância nominal e verbal.
a As formas de tratamento Sua referem-se
à pessoa de quem se fala.
Exemplo:
Prepare o carro de Sua Santidade.
b As formas de tratamento com o pronome
Vossa referem-se à pessoa com a qual se
fala.
Exemplo:
Vossa Excelência está muito bem,
parece um menino!
c A concordância nominal depende do sexo
da pessoa a quem a forma de tratamento
se refere.
Exemplos:
Suas Senhorias foram autuadas em
flagrante (mulheres).
Vossa Alteza é o nosso grande benfeitor
(homem).
Redação
Técnica
d A concordância verbal com as formas
de tratamento é sempre feita na terceira
pessoa (singular ou plural).
Exemplos:
V.Exa. conquistou a afeição dos eleitores.
Vossas Senhorias (ou V.Sas.) propõem
uma boa parceria.
e O tratamento vós é apropriado quando o
referente é coletivo, e somente neste caso
se pode utilizar o possessivo vosso. Se a
forma de reverência incluir Vossa, o possessivo será seu, sua.
Exemplos:
Restituo-vos o vosso requerimento.
Restituo a V.Sa. o seu requerimento.
Obs. 1: no plural das abreviaturas, flexiona-se apenas o segundo elemento: V.Exas.
/ V.Sas. / S.Emas. / S. Revmas. Não se usa o
plural para V. (Você) e para V.S. (Vossa
Santidade,) por razões óbvias.
Obs. 2: alguns tratamentos extremamente formais admitem letras duplas para o
plural: VV.AA. (Vossas Altezas); VV.MM.
(Vossas Majestades).
3.9 Numerais
Ao ler o Caderno de Economia de qualquer
jornal você deve tropeçar numa montanha
de números representados de várias maneiras. Às vezes fica até difícil entender o que
está escrito, não é mesmo? Principalmente
nos assuntos referentes a bancos, dívidas
públicas, pagamento de altos salários... É
até preciso respirar para pronunciar números tão expressivos, não é? Isto é assunto relacionado com o que vamos estudar agora:
a classe de palavras que trata dos numerais.
Numeral, então, é a palavra que representa
quantidade determinada de seres, ou um ser
em determinada ordem ou, ainda, fração ou
múltiplo.
004G/111
3.9.1 Classificação
Os numerais dividem-se em:
w Cardinais: expressam a quantidade: um,
dois, três, vinte etc.
w Ordinais: indicam a ordem em que o ser se
encontra numa série: primeiro, segundo,
décimo etc.
w Multiplicativos: indicam a ideia de que
um número é múltiplo de outro: duplo,
triplo etc.
w Fracionários: expressam a ideia de que
um número representa a fração de outro:
meio, terço, quarto etc.
w Coletivos: indicam conjuntos de seres ou
coisas: dezena, dúzia, cento, milhar etc.
Sintaticamente, os numerais podem realizar as funções típicas do substantivo ou do
adjetivo. No primeiro caso, será chamado
de numeral substantivo e, se vier acompanhando um substantivo, será chamado de
numeral adjetivo.
3.9.2 Emprego dos Numerais
a Os ordinais são empregados para designar séculos, reis, papas, capítulos, artigos e volumes, até dez. A partir de onze
utilizamos os cardinais.
Exemplos:
João Paulo II (segundo)
Pio XI (onze)
Século IV (quarto)
Século XXI (vinte e um)
Volume III (terceiro)
Luís XIV (catorze)
b Os ordinais são, também, empregados
para designar leis, decretos e portarias,
até nove. A partir de dez utilizamos os
cardinais.
Exemplos:
Artigo 2º (segundo)
Artigo 10 (dez)
c Os ordinais são ainda utilizados quando
o substantivo vier depois do numeral.
112/004G
Redação
Técnica
Exemplos:
décima parte
segundo volume
trigésimo lugar
décimo oitavo capítulo
Noventa e cinco centímetros
d Empregamos os cardinais para designar
dias do mês, exceto na indicação do primeiro dia, que tradicionalmente é feita
pelo ordinal.
Exemplos:
Vamos viajar dia 5 do mês de setembro.
Hoje é primeiro de dezembro.
e Empregamos os cardinais (com a palavra
número subentendida) na numeração de
casas, páginas, folhas.
Exemplos:
Ela parou de ler o livro na página 20.
Moro na casa 25 (número vinte e cinco).
f Ambos/ambas são considerados numerais. Significam um e outro, os dois (ou
uma e outra, as duas) e são usados para
retomar pares de seres anteriormente
citados.
Exemplos: Meu pai e minha mãe estão
casados há muito tempo. Ambos vão
comemorar bodas de ouro.
A leitura e a escrita por extenso dos cardinais compostos devem ser feitas da seguinte
maneira:
Se houver dois ou três algarismos, coloca-se
a conjunção e entre eles.
Exemplos:
67: sessenta e sete
136: cento e trinta e seis
Saiba Mais
1. Expressamos 12 horas e 30 minutos
dizendo: meio-dia e meia (hora).
2. Na linguagem figurada, os números
perdem seu valor exato:
Sei de cor mil piadas.
Diga-lhe que enviei um milhão de
beijos.
Cento e vinte e dois centímetros
Se houver quatro algarismos, omite-se a
conjunção e entre o milhar e a centena.
Exemplo:
5.359: cinco mil trezentos e cinquenta e
nove
Exceções: quando a centena começar
por zero ou terminar por dois zeros
intercala-se a conjunção e.
Exemplos:
7.036: sete mil e trinta e seis
8.100: oito mil e cem
Se o número for muito grande, deve-se
empregar a conjunção e entre os membros
da mesma ordem de unidade, e substituílo por vírgula quando se passa de uma
ordem para outra.
Exemplo:
8.972.739.158: oito bilhões, novecentos e
setenta e dois milhões, setecentos e trinta
e nove mil, cento e cinquenta e oito
Saiba Mais
As horas são escritas e lidas da seguinte
forma: 14h23m09s: quatorze horas, vinte e
três minutos e nove segundos. Outro modo
é: 14:23:09.
3.10 Pontuação
Outro assunto bastante importante para quem
deseja escrever corretamente é a pontuação.
Redação
Técnica
Pontuar é lançar mão de pausas rítmicas, assinaladas na pronúncia por entoações características e na linguagem escrita por sinais
especiais. Essas pausas são de três espécies:
a Não quebram a continuidade do discurso,
indicando que a frase ainda não se concluiu. São sinais delas:
• a vírgula: ( , )
• o travessão: ( – )
• os parênteses: ( )
• o ponto e vírgula: ( ; )
• os dois pontos: ( : )
b Indicam o término do discurso ou de parte
dele. Assinalam-nas:
• o ponto simples
• o ponto parágrafo
• o ponto-final
c Frisam uma intenção ou estado emocional. Mostram-nas:
• o ponto de interrogação: ( ? )
• o ponto de exclamação: ( ! )
• as reticências: ( ... )
Alguns gramáticos dividem os sinais de
pontuação em dois grandes grupos: o primeiro compreende os sinais que se destinam
fundamentalmente a marcar as pausas (a
vírgula, o ponto e o ponto-e-vírgula), e o
segundo grupo compreende aqueles sinais
essenciais para marcar a melodia, a entoação (os dois pontos, o ponto de interrogação,
o ponto de exclamação, as reticências, as
aspas, os parênteses, os colchetes, o travessão).
É importante ter em mente que esta divisão
não é rigorosa porque, em geral, os sinais
devem indicar, ao mesmo tempo, a pausa e
a melodia, e acrescentam outros sinais cujo
valor não pode ser desprezado: o hífen, o
parágrafo, o emprego das letras maiúsculas
e o uso de diversos tipos de cores e dos caracteres de imprensa, como o itálico, o negrito,
o sublinhado etc.
004G/113
Vejamos então os sinais de pontuação e o
seu emprego.
3.10.1 Vírgula
Usamos a vírgula entre os termos da
oração:
a) Em caso de aposto.
Exemplo:
Tiradentes, o herói da Inconfidência,
é um dos nossos ídolos.
b) Em caso de vocativo.
Exemplo:
Um momento, garota, que eu já vou aí.
c) Em caso de enumeração.
Exemplo:
As flores, as folhas, a grama, tudo
parecia novo outra vez.
d) Em datas.
Exemplo:
São Paulo, 10 de outubro de 2050.
e) Entre o nome da rua e o número do
imóvel.
Exemplo:
Rua Quinze de Novembro, 245.
f) Com palavras de significado explicativo, conclusivo, retificativas ou
enfáticas, do tipo pois, outrossim, por
exemplo, com efeito, porém etc.
Exemplos:
Com efeito, valeu o dinheiro que foi
pago.
Todos aplaudiram, ou melhor, quase
todos.
g) Em caso de supressão do verbo
(zeug­ma).
Exemplo:
Mário gosta de cinema; Regina, de
teatro.
114/004G
Redação
Técnica
h)Com adjuntos adverbiais, principalmente se deslocados de sua posição
normal na frase.
Exemplo:
No banco da frente, o homem cochilava.
Obs.: se o adjunto adverbial é curto,
não há necessidade da vírgula, a não
ser que haja uma sequência de adjuntos adverbiais.
Exemplos:
Meu pai regressa hoje. Hoje meu pai
regressa.
Hoje, agorinha mesmo, inesperadamente, meu pai regressou.
i) Em caso de adjunto adverbial que modifica a oração inteira.
Exemplo:
Lamentavelmente, a cirurgia não foi
um sucesso.
j) Em caso de complemento repetido
(pleonasmo).
Exemplo:
A hipocrisia, sempre a detestei.
k) Em caso de transposição de elementos.
Exemplo:
Vitorioso e ovacionado, o técnico
entrou no campo.
l) Em caso de gradação. Observe no
exemplo que se não houvesse a vírgula,
o pronome se teria de vir antes do verbo, atraído pelos adjuntos adverbiais
aqui, ali, acolá.
Exemplo:
Aqui, dança-se; ali, bebe-se; acolá,
canta-se.
Casos em que não se usa a vírgula:
a) Entre o verbo e seu complemento (em
qualquer ordem).
Exemplo:
Ofereci uma bebida à visitante. Ao
amigo ofereci ajuda.
b) Entre o verbo e seu sujeito, por mais
extenso que seja.
Exemplos:
A chuva forte causou estragos.
A importação indiscriminada de produtos alimentícios tornou-se inviável.
c) Entre o nome e seu complemento ou
adjunto.
Exemplo:
Todos temos necessidade de respeito
mútuo.
d) Entre o aposto e a palavra fundamental, se ele for colocado antes.
Exemplo:
O orador romano Cícero era senador.
e) Entre o verbo e o último termo de um
sujeito composto.
Exemplo:
O mar, a terra, o céu são obras das
mãos de Deus.
Emprego da vírgula entre orações:
a) Para separar orações coordenadas assindéticas.
Exemplo:
Ele entra, sai, entra de novo, sai
outra vez...
b) Para separar orações coordenadas sindéticas, exceto as que se iniciam pela
conjunção e.
Exemplos:
Saiu, mas voltou logo.
Você vai à escola, faz as tarefas e
ainda não aprendeu isto?
Redação
Técnica
Obs.: no caso das orações iniciadas pela
conjunção e, vale a pena ressaltar que são
isoladas por vírgula em três situações:
1 ) Em caso de sujeitos diferentes.
a
Exemplo:
Ela terminou a palestra, e nós saímos.
2a) Em caso da conjunção e ser repetida
por motivos enfáticos.
Exemplo:
Ele chegou irritado, e praguejou, e ouviu
as explicações, e ficou para almoçar.
3a) A oração tem valor adversativo.
Exemplo:
Tem tudo o que o dinheiro pode comprar,
e falta-lhe amor.
c) Para isolar orações intercaladas.
Exemplo:
Fechem as portas, aconselhou o policial, porque o ladrão está à solta.
004G/115
f) Para separar orações subordinadas
adjetivas explicativas.
Exemplo:
O transatlântico, que era imenso,
singrava os mares.
g) Para separar orações aditivas negativas, iniciadas pela conjunção nem.
Exemplo:
Nem partia, nem ficava, nem dava
explicações.
h) Para separar orações subordinadas
reduzidas de infinitivo, de particípio
e gerúndio.
Exemplos:
Ao terminar a prova, passaram a
discuti-la.
Terminada a prova, passaram a discuti-la.
Ela entrou, distribuindo sorrisos.
3.10.2 Ponto e Vírgula
Na maior parte dos casos, o ponto e vírgula
serve para separar orações que exprimem
pensamentos antagônicos ou concepções
opostas.
Exemplo:
“Se deres um peixe a um homem,
matarás sua fome de um dia; se o
ensinares a pescar, matarás a sua fome
por toda a vida.”
(provérbio chinês)
d) Para separar partes de um provérbio.
Exemplo:
Água mole em pedra dura, tanto bate
até que fura.
e) Para separar orações subordinadas
adverbiais.
Exemplo:
Começavam a discutir, mal se encontravam.
O ponto e vírgula também é muito empregado para separar considerandos ou itens de
uma lei, decreto ou requerimento.
3.10.3 Ponto Final
O ponto final serve para indicar o término
de uma oração.
Exemplo:
Rafael entrou, abriu a geladeira para ver
se havia algo para comer, mas nada o
agradou.
116/004G
Redação
Técnica
O ponto final é ainda usado nas abreviatura comuns, mas deve-se ter o cuidado de
só empregá-lo após a última consoante de
determinado grupo consonantal: subst., adj.
3.10.4 Reticências
Usamos as reticências na interrupção intencional ou na suspensão do sentido de uma
frase.
Exemplo:
Se ela soubesse o que me vai no peito...
3.10.5 Dois-Pontos
Usamos os dois-pontos na enumeração, citação ou fala, explicação ou complementação.
Exemplo:
Ele falou com ar maroto: vou-lhes contar
uma estória daquelas!
3.10.6 Ponto de Interrogação
É usado para indicar o fim de uma oração
interrogativa direta. Uma pergunta.
Exemplo:
Quem aqui gosta de futebol?
3.10.7 Ponto de Exclamação
Usamos o ponto de exclamação depois de
uma interjeição ou no final de uma frase
exclamativa.
Exemplo:
Ah! Como você é engraçado!
3.10.8 Travessão
É usado nos diálogos, quando queremos indicar a fala de cada personagem ou a mudança
de interlocutor. Em outros casos, é usado
para realçar palavras ou expressões no meio
de um período.
Exemplos:
– Para qual time você torce?
– Para o São Paulo – aquele que ainda
está invicto!
3.10.9 Aspas
As aspas são empregadas para indicar citações e transcrições, ou para realçar uma
palavra.
Exemplos:
Como disse Marcel Proust: “A verdadeira
viagem consiste não em buscar novas
paisagens, mas em ter novos olhos.”
Mesmo “arrebentado”, decidiu continuar
jogando.
3.10.10 Parênteses
São empregados para destacar palavras,
frases explicativas, reflexões, pensamentos
subentendidos etc.
Exemplos:
Compramos muitos presentes e fomos
até o orfanato, mas (é duro lembrar) ele
tinha sido fechado por falta de suporte
financeiro.
Ela explicou (com ar sério) por que se
atrasara daquele jeito.
3.10.11 Colchetes
Em muitas gramáticas não se faz referência
ao uso dos colchetes, mas não é raro encontrá-los em citações bibliográficas, em transcrições fonéticas, ou para isolar uma frase
onde já tenham sido usados os parênteses.
3.11 Regência Verbal e Nominal
O estudo da regência verbal e nominal é extremamente útil para a análise das relações
entre as palavras de um texto, ou seja, entre
o verbo e seus complementos e entre um
substantivo, um adjetivo ou um advérbio e
Redação
Técnica
seus complementos; conforme a regência,
muda-se completamente o significado. Outro
motivo importante é a diferença a ser considerada existente entre a linguagem coloquial
e a linguagem formal.
3.11.1 Regência Verbal
Quando se estuda a Sintaxe, em que uma das
divisões é o estudo dos períodos compostos,
não há como negar a existência daqueles
verbos cujo sentido precisa de termos que os
com­plementem, tais como os objetos diretos e
indiretos, ou, ainda, de termos que os caracterizem, como os adjuntos adverbiais. A esta
relação se dá o nome de regência verbal, na
qual o verbo é o termo regente e o complemento o termo regido. O estudo da regência
verbal dedica-se a entender como se dá esta
relação, se através ou não de preposição ou
até mesmo de conjunção; além disso, como se
dão certas variações de sentido, que alteram
o significado.
Para o estudo da regência verbal, é necessário
separar os verbos de acordo com a sua transitividade, lembrando mais uma vez que isto
não é um fato absoluto, tendo em vista que
um verbo pode variar, dependendo da frase.
Verbos intransitivos são aqueles que não
precisam de complementos. Contudo, alguns
verbos podem vir acompanhados de adjuntos
adverbiais, tais como os verbos chegar e ir
que, casualmente, podem estar ao lado de
adjuntos adverbiais de lugar.
Exemplos:
Meu chefe reclama muito.
Chegamos a São Paulo em setembro.
Fui ao teatro no domingo.
Fui para casa.
Cheguei num carro velho.
Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos, quer dizer,
não existe exigência de preposição para que
se faça a relação entre o termo regente e o
004G/117
termo regido. Os pronomes pessoais oblíquos
que atuam como objeto direto são o, a, os, as
(também lo, la, los, las ou no, na, nos, nas,
quando for o caso). Os pronomes lhe, lhes
não devem ser usados como complemento
dos verbos transitivos diretos.
Exemplo:
Detesto pimenta na comida! (detestar requer complemento = pimenta na comida)
Os verbos transitivos diretos são os seguintes:
• Abandonar
• Abençoar
• Abençoar
• Aborrecer
• Abraçar
• Conhecer
• Conservar
• Convidar
• Eleger
• Proteger
• Respeitar
• Prejudicar
• Prezar
• Ver
• Visitar
• Socorrer
• Suportar
Na língua culta, utiliza-se o verbo amar
como modelo para o funcionamento destes
verbos.
Exemplos:
Amo aquela mulher. Amo-a.
Amam aquele livro. Amam-no.
Ele vai amar aquela mulher. Ele vai
amá-la.
Os pronomes lhe, lhes, só acompanham esses
verbos para indicar posse (quando atuam
como adjuntos adnominais).
Exemplo:
Quero conhecer-lhe as ideias. (Quero
conhecer suas ideias)
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos e isso significa que precisam de uma preposição para
ligá-los a esses complementos. Os pronomes
oblíquos que atuam como objeto indireto são:
lhe, lhes, não sendo correto utilizar os pronomes oblíquos o, a, os, as. Objetos indiretos
que não são indicativos de pessoa são repre-
118/004G
Redação
Técnica
sentados pelos pronomes oblíquos tônicos de
terceira pessoa em lugar dos átonos lhe, lhes.
É importante relembrar aqui que os verbos
transitivos indiretos não permitem formar a
voz passiva, a não ser poucas exceções, que
serão mencionadas oportunamente.
Vejamos alguns verbos transitivos indiretos:
• Antipatizar e simpatizar, cujo complemento é introduzido pela preposição com.
Exemplo:
Antipatizo com aquela moça.
Simpatizo com sua irmã.
Obs.: estes verbos não são pronominais,
não sendo portanto correto dizer “simpatizei-me com alguém”.
• Consistir, cujo complemento é introduzido
pela preposição em.
Exemplo:
Sucesso na vida consiste em fazer
escolhas adequadas.
• Obedecer e desobedecer, cujo complemento é introduzido pela preposição a.
Exemplo:
Obedeço aos mandamentos.
Não desobedeço aos superiores.
Obs. 1: estes verbos são exceção quanto
à voz passiva, permitindo formar a voz
passiva analítica.
Exemplo:
Regras de convivência devem ser
obedecidas.
Obs. 2: é conveniente observar que “obedecer-lhe” significa obedecer a alguém,
e “obedecer a ele” ou “obedecer a ela”
significa também obedecer a algo.
• Responder, cujo complemento é introduzido pela preposição a.
Exemplo:
Responda a todos os questionários.
Obs.: este verbo também admite a voz
passiva analítica, desde que o sujeito
seja aquilo a que se responde.
Exemplo:
Todas as questões foram respondidas a
contento.
Há verbos que são usados indiferentemente
como transitivos diretos ou indiretos, sem
que haja alteração do seu significado. Vejamos alguns:
• Abdicar (de)
• Acreditar (em)
• Almejar (por)
• Ansiar (por)
• Anteceder (a)
• Desdenhar (de)
• Atender (a)
• Atentar (em, para)
• Cogitar (de, em)
• Consentir (em)
• Deparar (com)
• Satisfazer (a)
• Gozar (de)
• Necessitar (de)
• Preceder (a)
• Presidir (a)
• Renunciar (a)
• Versar (sobre)
Os verbos lembrar e esquecer são também
usados como transitivos diretos ou indiretos, porém com uma peculiaridade: quando
transitivos indiretos, eles são também pronominais. Os exemplos a seguir esclarecem.
Exemplos:
Não lembrei o compromisso. Não me
lembrei do compromisso.
Esqueci a data certa. Esqueci-me da
data certa.
Outro detalhe a respeito do verbo lembrar:
no sentido de advertir, notar, fazer
recordar, usa-se com objeto indireto de
pessoa e objeto direto que indica a coisa
a ser lembrada.
Exemplo:
Lembrei ao meu irmão que tinha uma
consulta marcada às quatro.
Os verbos seguintes são simultaneamente
transitivos diretos e indiretos, quer dizer,
podem ter os dois complementos.
• Agradecer, perdoar e pagar. Estes verbos
Redação
Técnica
apresentam objeto direto de coisa e indireto de pessoa.
Exemplos:
Agradeça o presente ao seu pai.
Não perdoo ao meu colega a ofensa que
me fez.
Pagarei as dívidas ao cobrador.
Recomenda-se bastante cuidado no uso
dos pronomes oblíquos átonos.
Exemplos:
Agradeci o presente. Agradeci-o.
Agradeci ao amigo. Agradeci-lhe.
Perdoe a ofensa. Perdoe-a.
Perdoe o amigo. Perdoe-lhe.
Pague a dívida. Pague-a.
Pague ao cobrador. Pague-lhe.
• Informar, que apresenta objeto direto de
coisa e indireto de pessoa, ou vice-versa.
Exemplos:
Informe as novas datas aos candidatos.
Informe os candidatos das novas regras.
Quando pronomes forem utilizados como
complementos, as seguintes construções
poderão ser obtidas:
Informe-as aos candidatos. Informe-lhes
as novas regras.
Informe-os das novas regras. Informe-os
delas (ou sobre elas).
• Preferir. Na norma culta, deve ter objeto
indireto introduzido pela preposição a.
Exemplos:
Prefiro comer verduras a massas.
Preferimos respeito a privilégios.
Um último grupo de verbos precisa ser estudado, o grupo dos verbos que, ao mudar
a sua transitividade, mudam também de
significado. Os principais são:
• Abdicar
Usado no sentido de “renunciar voluntariamente”, “desistir de”, pode ser:
004G/119
- intransitivo: O imperador D. Pedro abdicou duas vezes.
- transitivo direto: O imperador D. Pedro
abdicou o império.
- transitivo indireto: O imperador D.
Pedro abdicou do império.
• Agradar
- transitivo direto (= “fazer carinho”,
“acariciar”): Agradou a esposa com
afeto.
- transitivo indireto (“causar agrado
a”, “satisfazer a”, “ser agradável a”):
A eleição do novo secretariado não
agradou aos participantes. A eleição do
novo secretariado não lhes agradou.
• Ansiar
- transitivo direto (=“angustiar, causar
mal-estar”): Ansiava-a a espera do filho.
- t r a n s i t i v o i n d i r e t o ( = “ d e s e j a r
ardentemente, almejar”): Anseio por
tempos melhores.
• Aspirar
- transitivo direto (= “sorver, inspirar,
inalar”): Tenho aspirado a poeira desse
chão desde que aqui cheguei. Venho aspirando-a desde que aqui cheguei.
- transitivo indireto (= “desejar, almejar,
pretender”): Trabalho porque aspiro a
novas promoções. Há anos venho aspirando a elas. (Não cabe o uso do lhe ou
lhes como complemento deste verbo.)
• Assistir
- intransitivo (= “morar, residir”): Assisto
em São José há trinta anos.
- transitivo direto (= “prestar assistência,
socorrer”): O bombeiro assistiu os
acidentados.
- transitivo indireto (= “ver, presenciar”;
“favorecer, pertencer”): Não gosto de
assistir a novelas. Este é um direito que
lhes assiste.
• Custar
- intransitivo (= “ter valor de”): Este carro
custou caro.
120/004G
Redação
Técnica
- transitivo indireto (= “ser custoso, ser
difícil”). Neste sentido determina-se
o sujeito da oração respondendo “o
que é difícil?” e o objeto indireto é “a
quem custa?”: Custou-me pegar o táxi.
Se o sujeito for uma oração reduzida de
infinitivo, pode vir com a preposição a:
Custou-me a pegar o táxi.
- t r a n s i t i v o d i r e t o e i n d i r e t o ( =
“acarretar”): O gênio ruim custou-lhe
inimizades.
• Implicar
- t r a n s i t i v o d i r e t o ( = “ a c a r r e t a r ,
envolver”): As promoções implicam
responsabilidades.
- transitivo indireto (= “ter implicância,
mostrar má disposição”): Não é bom
implicar com o chefe.
- transitivo direto ou indireto
(“comprometer-se, envolver-se”): Ele
implicou-se com negociatas.
• Querer
- transitivo direto (= “desejar”): Desejo o
teu sucesso, meu filho.
- transitivo indireto (= “amar alguém,
ter-lhe amizade”): Quero muito aos
meus netos.
• Visar
- transitivo direto (=“apontar, mirar”;
“pôr o visto”): A artilharia visava
de­p ósito bélico. O gerente visou a
correspondência.
- t r a n s i t i v o i n d i r e t o ( = “ d e s e j a r ,
pretender”): As novas leis visam ao
bem comum.
3.11.2 Regência Nominal
Da mesma forma que os verbos transitivos,
que necessitam de complementos, existem na
nossa língua os nomes de sentido incompleto.
Estes nomes podem ser substantivos, adjetivos e advérbios, e assim como os verbos, precisam ser completados com um complemento
nominal. As palavras paixão, alusivo, longe,
por si só, não têm sentido: paixão por quem?,
alusivo a quê?, longe de quê?, longe de onde?
As respostas a essas perguntas são sempre
termos precedidos por preposições (algumas
vezes um substantivo ou adjetivo pode exigir
complementos regidos por uma, duas, três e
até quatro preposições diferentes, sem que
isto lhe altere o sentido).
a) Substantivos
• Acesso (a): Este trecho é o acesso à
cidade.
• Amor (a, de, para com, por): Amor à
família dignifica o homem.
• Capacidade (de, para): Temos capacidade de tocar esta obra.
• Paixão (de, por): Ela tem paixão pela
música.
• Zelo (a, de, por): Eles se consomem de
zelo pela administração da fazenda.
b) Adjetivos
• Acessível (a, para): A saúde deve ser
acessível a todos.
• Assíduo (a, em): Ele é assíduo ao treino.
• Capaz (de, para): Era capaz de largar
tudo.
• Escasso (de): Esta é uma cidade escassa
de lazer.
• Fanático (por): Somos fanáticos por
pizza.
• Hábil (em): A deputada é hábil em
negociações.
• Imune (a, de): Esta comunidade está
imune de influências destrutivas.
• Liberal (com): Era demasiado liberal
com os filhos.
• Nocivo (a): O cigarro é nocivo à saúde.
• Passível (de): Este contrato é passível
de mudanças.
• Relacionado (com): O roubo estava
relacionado com drogas.
• Satisfeito (com, de, em, por): Estou
satisfeito com este salário.
• Vazio (de): Seu discurso é vazio de
conteúdo.
Redação
Técnica
004G/121
c) Advérbios
• Longe (de): Minha terra fica longe desta.
• Perto (de): Seu colégio fica perto de sua casa.
• Proximamente (a, de): O aniversário será comemorado proximamente à Páscoa.
3.12 Separação Silábica
a) Os ditongos e os tritongos fazem parte de uma mesma sílaba.
Exemplos:
Eu-ro-pa
so-cie-da-de
trei-no
U-ru-guai
i-guais
b) Os hiatos fazem parte de sílabas diferentes.
Exemplos:
sa-í-ra
mo-e-da
c) Os dígrafos ch, lh, gu e qu fazem parte de uma mesma sílaba.
Exemplos:
ma-cho
te-lha
á-gua
a-que-le
d) Os dígrafos formados pelas letras rr, ss, sc, sç, xs e xc fazem parte de
sílabas diferentes.
Exemplos:
car-ro
ses-são
cres-cer
nas-ço
ex-sudar
ex-ceto
Saiba Mais
Todos os advérbios terminados em mente têm
a regência dos adjetivos dos quais derivam.
Exemplos:
semelhança a semelhantemente a
relativo a a relativamente a
e) Os encontros consonantais no meio das palavras fazem parte de sílabas diferentes, a não ser quando a segunda consoante for l ou r. Os
que iniciam as palavras fazem parte de uma mesma sílaba:
122/004G
Redação
Técnica
Exemplos:
ap-to
ob-tu-so
re-pli-car
a-brir
pneu-má-ti-co
3.13 Abreviações
Abreviação é um conceito genérico que abrange a abreviatura, a sigla
e o símbolo.
Exemplos:
Av.  Avenida
R.  Rua
Ap.  Apartamento
Dec.  Decreto
Sr.  Senhor
Obs.: as abreviaturas de pesos, medidas e horas são grafadas sem
ponto e, quando no plural, sem s.
Exemplos:
2 horas = 2 h
30 quilos = 30 kg
3.14 Símbolos das Unidades de Medida
3.14.1 Medidas de Comprimento
Milímetro  mm
Centímetro  cm
Metro  m
Quilômetro  km
etc.
3.14.2 Medidas de Área
Metro  m
Metro quadrado  m2
Hectare  há
etc.
3.14.3 Medidas de Volume
Litro  l
Centímetro cúbico  cm3
etc.
Redação
Técnica
3.14.4 Medidas de Massa
Metro cúbico  m3
Grama  g
Quilograma  kg
tonelada  t
etc.
3.14.5 Medidas de Tempo
Segundo  s
Minuto  min
Hora  h
Dia  d
etc.
3.14.6 Medidas de Potência
Watt  W
Cavalo Vapor  cv
etc.
3.14.7 Medidas de Ângulo
Grau  o
Minuto  ’
etc.
3.14.8 Outras Medidas
Frequência: Hertz  Hz
Velocidade: metro por segundo  m/s
Vazão: metro cúbico por segundo  m3/s
Fluxo (massa): quilograma por segundo
 kg/s
Força: Newton  N
Temperatura: Celsius  oC
Energia: Joule  J
Nível de Potência: bel  B
Intensidade de Corrente: Ampère  A
Quantidade de Eletricidade: Coulomb  C
Tensão Elétrica: Volt  V
Fluxo Magnético: Weber  Wb
004G/123
124/004G
Redação
Técnica
3.15 Denotação e Conotação
Na linguagem coloquial, ou seja, na linguagem do dia a dia, usamos as
palavras conforme as situações que nos são apresentadas. Por exemplo, quando alguém diz a frase “Isso é um castelo de areia”, pode estar
atribuindo a ela sentido denotativo ou conotativo. Denotativamente,
significa “construção feita na areia da praia em forma de castelo”; conotativamente, “ocorrência incerta, sem solidez”.
Denotação: É o uso da palavra em seu sentido real.
Conotação: É o uso da palavra em sentido figurado, simbólico.
3.16 Formas Variantes
Em português, existem inúmeras palavras que apresentam dupla grafia. Nesse caso, qualquer uma delas é considerada correta. Eis algumas
destas palavras:
• Abdômen ou abdome
• Empanturrar ou empaturrar
• Afeminado ou efeminado
• Entoação ou entonação
• Aluguel ou aluguer
• Estralar ou estalar
• Amídala ou amígdala
• Flauta ou frauta
• Aritmética ou arimética
• Flecha ou frecha
• Arrebentar ou rebentar
• Fleuma ou flegma
• Abdômen ou abdome
• Geringonça ou gerigonça
• Afeminado ou efeminado
• Hem? ou hein?
• Aluguel ou aluguer
• Hemorróida ou hemorróide
• Amídala ou amígdala
• Hidrelétrico ou hidroelétrico
• Aritmética ou arimética
• Imundície ou imundícia
• Arrebentar ou rebentar
• Infarto ou enfarte
• Arrebitar ou rebitar
• Laje ou lajem
• Assoalho ou soalho
• Loiro ou louro
• Assobiar ou assoviar
• Maquiagem ou maquilagem
• Assoprar ou soprar
• Marimbondo ou maribondo
• Bêbado ou bêbedo
• Nenê ou neném
• Biscoito ou biscouto
• Parêntese ou parêntesis
• Cãibra ou câimbra
• Laje ou lajem
• Catorze ou quatorze
• Loiro ou louro
• Chipanzé ou chimpanzé
• Maquiagem ou maquilagem
• Cociente ou quociente
• Marimbondo ou maribondo
• Cumular ou acumular
• Nenê ou neném
• Debulhar ou desbulhar
• Parêntese ou parêntesis
• Degelar ou desgelar
• Percentagem ou porcentagem
Redação
Técnica
• Dependurar ou pendurar
• Projétil ou projetil
• Empanturrar ou empaturrar
• Radioatividade ou radiatividade
• Entoação ou entonação
• Surrupiar ou surripiar
• Cumular ou acumular
• Tesoura ou tesoira
• Debulhar ou desbulhar
• Toicinho ou toucinho
• Degelar ou desgelar
• Tramela ou taramela
• Dependurar ou pendurar
• Trilhão ou trilião
004G/125
4. Nova Ortografia
(http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/. Adaptado)
O Novo Acordo Ortográfico tem por objetivo unificar a grafia da Língua
Portuguesa nos países que a tem com língua oficial, que são: Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Principe e Timor Leste, quer por sua vez compõem a CLP (Comunidade
de países de Língua Portuguesa). Ele entrou em vigor em 1º de Janeiro
de 2009 e conta com um período adaptação até 31 de Dezembro de 2015.
Para Pesquisar
Acesse o link da ABL (Academia Brasileira de Letras)
www.academia.org.br para se obter mais informações sobre o Acordo.
A seguir, daremos um pequeno resumo sobre as principais mudanças:
4.1 Alfabeto
O alfabeto agora é formado por 26 letras.
Regra antiga
O “k”, “w” e “y” não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
Nova regra
Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios,
palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron,
byroniano.
4.2 Trema
Não existe mais o trema em língua portuguesa, porém a pronúncia é a
mesma. Permanece apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano etc.
126/004G
Redação
Técnica
Regra antiga
Exemplos: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio,
freqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir,
pingüim, tranqüilo, lingüiça.
Nova regra
Exemplos: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio,
frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir,
pinguim, tranquilo, linguiça.
4.3 Acentuação
Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas.
Regra antiga
Exemplos: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia,
Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico.
Nova regra
Exemplos: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia,
Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico.
Obs.1: nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas, o
acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
Obs.2: o acento no ditongo aberto “eu” continua: chapéu, véu, céu,
ilhéu.
Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados.
Regra antiga
Exemplos: enjôo, vôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo, crêem,
dêem, lêem, descrêem, relêem, revêem.
Nova regra
Exemplos: enjoo, voo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo, creem,
deem, leem, descreem, releem, reveem.
Não existe mais o acento diferencial em palavras (pronúncias iguais,
grafias diferentes).
Regra antiga
pára (verbo), péia (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra
(substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo).
Redação
Técnica
Nova regra
004G/127
Antes
Com o novo acordo
para (verbo), peia (substantivo e verbo),
pelo (substantivo), pera (substantivo),
pera (substantivo), polo (substantivo).
pára
para
péla(s)
pela(s)
pêlo(s)
pelo(s)
Obs.: o acento diferencial permanece no
verbo “poder” (3ª pessoa do pretérito
perfeito do indicativo - “pôde”) e no verbo
“pôr para diferenciar da preposição “por”.
pólo(s)
polo(s)
pêra
pera
Não se acentua mais a letra “u” nas formas
verbais rizotônicas (acento tônico do verbo
cai no radical, raiz), quando precedido de
“g” ou “q” e antes de “e” ou “i” (gue, que,
gui, qui).
Regra antiga
Exemplos: argúi, apazigúe, averigúe,
enxagúe, enxagúemos, obliqúe.
Nova regra
Exemplos: argui, apazigue, averigue,
enxague, enxaguemos, oblique.
Não se acentuam mais “i” e “u” tônicos em
paroxítonas quando precedidos de ditongo.
Regra antiga
Exemplos: baiúca, boiúna, feiúra,
feiúme.
Nova regra
Exemplos: baiuca, boiuna, feiura,
feiume.
4.3.1 Acento Diferencial
O acento diferencial é utilizado para auxiliar na identificação de palavras homófonas
(que possuem a mesma pronúncia). Com
o Novo Acordo Ortográfico, ele deixou de
existir nos seguintes casos: pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s)
e pêra/pera. Observe:
Atenção: existem duas palavras que continuarão recebendo acento diferencial:
• Pôr (verbo) – mantém o acento para não
ser confundido com a preposição por.
• Pôde (verbo poder conjugado no passado) – mantém o acento para não ser
confundido com pode (o mesmo verbo
conjugado no presente).
Agora, o uso é facultativo nos seguintes casos:
Dêmos (do verbo no subjuntivo que nós
dêmos) para se diferenciar de demos (do
passado nós demos);
Fôrma (substantivo) para se diferenciar
de forma (verbo).
4.3.2 Acento circunflexo
O acento circunflexo deixou de ser utilizado
nos seguintes casos:
a) Em palavras com terminação ôo.
Exemplos:
Antes
Com o novo acordo
abençôo
abençoo
côo (coar)
coo
corôo (coroar)
coroo
dôo (doar)
doo
môo (moer)
moo
perdôo (perdoar)
perdoo
vôos (plural de voo)
voos
zôo (zoar)
zoo
128/004G
Redação
Técnica
4.4 Emprego do Hífen
Ao escrevermos, muitas vezes temos dúvidas sobre usar ou não o traço
de união entre palavras e expressões. Por que algumas palavras têm e
outras não têm o hífen? Se elas são formadas do mesmo modo, por derivação prefixal, por que não usam igualmente o hífen para separar seus
elementos? Para resolver este dilema, vamos dar algumas orientações.
4.4.1 Hífen
O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos
prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por “r” ou “s”, sendo
que essas devem ser dobradas. Também não se utiliza o hífen quando
o prefixo termina em vogal + segundo elemento iniciado por consoante
diferente de “r” ou “s”.
Regra antiga
Nova regra
ante-sala,
antessala
ante-sacristia,
antessacristia
auto-retrato,
autorretrato
anti-social,
antissocial
anti-rugas,
antirrugas
arqui-romântico,
arquirromântico
arqui-rivalidade,
arquirrivalidade
auto-regulamentação,
autorregulamentação
auto-sugestão,
autossugestão
contra-senso,
contrassenso
anti-pedagógico,
antipedagógico
auto-peça,
autopeça
ultra-moderno,
ultramoderno
semi-círculo
semicírculo
Obs.: em prefixos terminados em “r”, permanece o hífen se a palavra
seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado,
hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente. Com o prefixo sub, usa-se
o hífen também diante de palavras iniciadas por “r”: subregião, sub-raça etc.
O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal:
Regra antiga
Nova regra
auto-afirmação
autoafirmação
auto-ajuda
autoajuda
Redação
Técnica
auto-aprendizagem
autoaprendizagem
auto-escola
autoescola
auto-estrada
autoestrada
auto-instrução
autoinstrução
contra-exemplo
contraexemplo
contra-indicação
contraindicação
contra-ordem
contraordem
extra-escolar
extraescolar
extra-oficial
extraoficial
infra-estrutura
infraestrutura
intra-ocular
intraocular
intra-uterino
intrauterino
neo-expressionista
neoexpressionista
neo-imperalista
neoimperalista
semi-aberto
semiaberto
semi-árido
semiárido
semi-automático
semiautomático
semi-embriagado
semiembriagado
semi-obscuridade
semiobscuridade
supra-ocular
supraocular
ultra-elevado
ultraelevado
004G/129
Obs.1: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes
antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.
Obs.2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar
por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.
Obs.3: quando o prefixo terminar por consoante, não se usa hífen se
a segunda palavra começar por vogal: interestadual, hiperacidez,
hiperativo, interescolar.
Utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso
prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
Regra antiga
Nova regra
antiibérico
anti-ibérico
antiinflamatório
anti-inflamatório
antiinflacionário
anti-inflacionário
antiimperalista
anti-imperalista
arquiinimigo
arqui-inimigo
arquiirmandade
arqui-irmandade
130/004G
Redação
Técnica
microondas
micro-ondas
microônibus
micro-ônibus
microorgânico.
micro-orgânico.
Obs.1: não se utiliza o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia a segunda palavra: aeroespacial,
agroindustria, antieducativo, autoaprendizagem, autoescolar.
Obs.2: uma exceção é o prefixo “co”. Mesmo se a outra palavra inicia-se
com a vogal “o”, não se utiliza hífen.
Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perderam a noção
de composição.
Regra antiga
Nova regra
manda-chuva
mandachuva
pára-quedas
paraquedas
pára-quedista
paraquedista
pára-lama
paralama
pára-brisa
parabrisa
pára-choque
parachoque
pára-vento
paravento
Obs.: o uso do hífen pemanece em palavras compostas que não contêm
elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e semântica,
mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies
botânicas e zoológicas: ano-luz, conta-gotas, guarda-chuva, segundafeira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer,
bem-te-vi etc.
O uso do hífen permanece:
• Em palavras formadas por prefixos “ex”, “vice”, “soto”: ex-marido,
vice-presidente, soto-mestre.
• Em palavras formadas por prefixos “circum” e “pan” + palavras
iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano, circum-navegação.
• E m p a l a v r a s f o r m a d a s c o m p r e f i x o s “ p r é ” , “ p r ó ” e
“pós” + palavras que têm significado próprio: pré-natal,
pró-desarmamento, pós-graduação.
• Em palavras formadas pelas palavras “além”, “aquém”, “recém”,
“sem”: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos,
recém-casados, sem-número, sem-teto.
Redação
Técnica
004G/131
Não existe mais hífen:
Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais,
verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais): cão de guarda, fim
de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita,
cor de vinho etc.
Exceções: água-de-colônia
arco-da-velha
cor-de-rosa
mais-que-perfeito
anotações / dicas
pé-de-meia
ao-deus-dará
à queima-roupa
132/004G
Redação
Técnica
Exercícios Propostos
1) Classifique as palavras quanto à posição da sílaba tônica:
a) Maligna: ________________________________________________________________
b) Esgota: _________________________________________________________________
c) Entorpecer: _____________________________________________________________
d) Capacidades: ___________________________________________________________
e) Refém: __________________________________________________________________
f) Reação: _________________________________________________________________
g) Mental: _________________________________________________________________
h) Sintoma: _______________________________________________________________
i) É: ______________________________________________________________________
j) Satisfação: ______________________________________________________________
k) Elas: ___________________________________________________________________
l) Coisas: __________________________________________________________________
m) Ser: ____________________________________________________________________
n) Pessoas: ________________________________________________________________
o) Trás:____________________________________________________________________
2) Acentue, quando necessário:
Palido, cutis, o pais, chineses, epopeias, feliz, frances, Bras, miosotis, ponei, aceitavel,
erroneo, aderencia, tatus, especie, bilis, açucar, altruismo, feroz, carrega-lo, apos, decalogo,
crisantemo, efigie, cafeina, plebeu, Caxambu, rainha, orfão, paxa, raposa, esse, alfinete,
Genesio, urubu, gratuito, tapete, mare, mosca, melancia, reptil, chacal, alvara, carretel.
Redação
Técnica
004G/133
3) Substitua nas linhas as palavras corretas, que são sinônimos das que estão entre parênteses:
a) A justiça____________________ a pena merecida aos traficantes que haviam a lei. (aplicar;
transgredir)
b) O juiz somente______________ requerimentos cujas petições são justas. (aprovar)
c) O comerciante foi preso em_____________________ ao___________________ o cliente por causa
da cor. (na hora; diferenciar indevidamente)
d) Muitos judeus_______________ depois da Segunda Guerra e_________________ para ou­t ras
terras, onde vivem e trabalham. (sair; entrar)
e) O flautista mandou fazer um ___________________ em seu instrumento. (ato de reparar)
4) Utilize a crase, se ocorrer:
a) Já conheço a fazenda, por isso preferi ir a cidade conhecer as praças.
b) Prefiro teatro a cinema.
c) Minha amiga Regina voltou a Inglaterra.
d) Nunca assisti a tanta miséria.
e) Estou mais inclinado a ouvir do que a falar.
f) Entreguei a correspondência a gerência.
g) Dois a dois, foi a contagem.
h) Nós a vimos a colher flores no jardim.
i) Não vou a qualquer parte.
j) Ao retornar a consulta, traga o exame.
k) Os turistas desceram a terra para conhecer o porto.
l) Ele prefere o churrasco a gaúcha.
m) O diretor vai atender os visitantes as 16:00.
n) Vamos nos encontrar a saída da firma.
o) O diretor viajou as próprias expensas.
p) Nunca fui a gafieiras.
q) As promissórias já foram devolvidas a gerência.
r) O faxineiro limpa tudo as pressas.
134/004G
Redação
Técnica
5) Cada par de frases contém uma correta e uma incorreta quanto à colocação pronominal.
Indique as frases corretas:
a) ( ) Depois daquele verão, nunca mais a encontrei.
b) ( ) Depois daquele verão, nunca mais encontrei-a.
c) ( ) Aproximou-se do animal para melhor o observar.
d) ( ) Aproximou-se do animal para melhor observá-lo.
e) ( ) Não tinha-me falado sobre a sua saída.
f) ( ) Não me tinha falado sobre a sua saída.
Redação
Técnica
Respostas dos
Exercícios Propostos
Lição 1
1) D
2) D
3) a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
(
(
(
(
(
(
(
4
2
5
6
7
1
3
)
)
)
)
)
)
)
4) A
5) a) V b) V c) F d) F e) V
Lição 2
1) A
2) A
3) E
4) D
5) C
004G/135
136/004G
Redação
Técnica
Lição 3
1) D
2) C
3) A
4) Para redigir esta circular, será necessário obedecer aos parâmetros propostos no exercício,
seguindo o modelo mostrado na lição. Veja que existem várias possibilidades de redação do
corpo da circular. O importante é elaborar um texto preciso e apresentar com clareza os motivos da empresa para a divulgação desse comunicado. Segue uma possibilidade de resposta:
São Paulo, 23 de outubro de 2XXX.
Aos revendedores:
José Carlos Santana,
Antônia Maria de Souza,
Virgílio Muniz,
Cássio Martins Rodrigues.
Prezados Senhores:
Comunicamos que a partir do dia 3 de novembro próximo, os preços de nossos produtos
sofrerão aumento de 10%. Tal reajuste se faz necessário devido ao crescente aumento nos
preços da matéria-prima utilizada na fabricação de nossos produtos. Ainda assim, definimos
um índice abaixo da taxa de inflação anual, pois o compromisso com a qualidade e o melhor
preço mantém-se como prioridade de nossa empresa.
Atenciosamente,
Flávio Rodrigues
Flávio Rodrigues,
Diretor-Presidente.
Redação
Técnica
004G/137
5)
COMUNICAÇÃO INTERNA
DATA: 23 de outubro de XXXX
NÚMERO: -
Sr. Mário
Sérgio
PARA:DE:
DEPTO./SETOR:DEPTO./SETOR:
Almoxarifado
Recepção
ASSUNTO: Solicitação de papel
Solicito o fornecimento de cinco pacotes de papel para
copiadora XEROX. Este material será necessário para amanhã, 24/10/XXXX.
Lição 4
1)
a)maligna: paroxítona
b)esgota: paroxítona
c)entorpecer: oxítona
d)capacidades: paroxítona
e)refém: oxítona
f)reação: oxítona
g)mental: oxítona
h)sintoma: paroxítona
i)é: oxítona
j)satisfação: oxítona
k)elas: paroxítona
l)coisas: paroxítona
m) ser: oxítona
n)pessoas: paroxítona
o)trás: oxítona
2)
Pálido, cútis, o país, chineses, epopéias, feliz, francês, Brás, miosótis, pônei, aceitável, errôneo,
aderência, tatus, espécie, bílis, açúcar, altruísmo, feroz, carregá-lo, após, decálogo, crisântemo,
efígie, cafeína, plebeu, Caxambu, rainha, órfão, paxá, raposa, esse, alfinete, Genésio, urubu,
gratuito, tapete, maré, mosca, melancia, réptil, chacal, alvará, carretel.
138/004G
Redação
Técnica
3)
a) infligiu – infringido
b) deferiu
c) flagrante – discriminar
d) emigraram – imigraram
e) conserto
4)
a) Já conheço a fazenda, por isso preferi ir à cidade conhecer as praças.
b) Prefiro teatro a cinema.
c) Minha amiga Regina voltou à Inglaterra.
d) Nunca assisti a tanta miséria.
e) Estou mais inclinado a ouvir do que a falar.
f) Entreguei a correspondência à gerência.
g) Dois a dois, foi a contagem.
h) Nós a vimos a colher flores no jardim.
i) Não vou a qualquer parte.
j) Ao retornar à consulta, traga o exame.
k) Os turistas desceram a terra para conhecer o porto.
l) Ele prefere o churrasco à gaúcha.
m) O diretor vai atender os visitantes às 16h00.
n) Vamos nos encontar a saída da firma.
o) O diretor viajou as próprias expensas.
p) Nunca fui a gafieiras.
q) As promissórias já foram devolvidas à gerência.
r) O faxineiro limpa tudo às pressas.
5) ( a ), ( c ) e ( f )
139/004G
Redação
Técnica
Referências
Bibliográficas
ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de redação. 5. ed. São Paulo: Moderna, 1998.
BARBOSA, Maria H. Reciclagem gramatical da língua portuguesa. São José dos Campos: INPE,
1999.
BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. São Paulo: Ática, 1999.
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. Brasília:
Presidência da República, 1991.
BRASIL, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA (F.H. Cardoso), 1995. Plano Diretor da Reforma do
Aparelho do Estado. Brasília: Presidência da República, Câmara da Reforma do Estado. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado.
CADORE, Luiz Agostinho. Curso prático de português. 7. ed. São Paulo: Ática, 1995.
CARMO, Maria Lígia M.; BARBOSA, Maria H. Reciclagem gramatical da língua portuguesa. São
José dos Campos: INPE, 1998.
CESCA, Cleuza G. Gimenes. Comunicação dirigida escrita na empresa. São Paulo: Summus
Editorial, 1995.
CUNHA, Celso. Gramática do português contemporâneo. 8. ed. Rio de Janeiro: Padrão, 1980.
KRAUSE, Gustavo; et alii. Laboratório de redação. Rio de Janeiro: MEC/FENAME, 1982.
KURY, Adriano da Gama. Para falar e escrever melhor o português. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1989.
MEDEIROS, João Bosco. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1989.
MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da secretária. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1992.
140/004G
Redação
Técnica
NEIVA, Edméa Garcia; ROSA, José Antônio. Redigir & convencer. São Paulo: STS, 1995.
PERROTTI, Edna Maria Barian; MONTANARI, Marilena Esberard de Lauro. S.O.S. língua portuguesa: apoio gramatical. 1. ed. São Paulo: Assahi, 1997.
SOARES, Maria do Carmo S. Atualização da comunicação escrita: Redação oficial. São José dos
Campos: INPE, 1982.
Webgrafia
http://www.brasilescola.com/acordo-ortografico/. Acesso em 29.10.2012.
http://www.eletrica.ufpr.br/graduacao/noturno/docs/te219/TE219-Aula_3_Email.pdf). Acesso
em 29.10.2012.
http://jus.com.br/revista/texto/853/consolidacao-e-redacao-das-leis-lei-complementar-95-98-edecreto-2954-99. Acesso em 29.10.2012.
Simulado
Parabéns!
Agora que você concluiu seus estudos nesta disciplina, é chegada a hora de fazer os exercícios do Simulado. É muito
importante que você o responda, pois ele foi especialmente elaborado para que você se prepare melhor para a sua
avaliação. Observe que, para as questões de múltipla escolha, existe apenas uma alternativa correta. Depois de
pronto, envie-o para o endereço indicado abaixo ou entregue pessoalmente na Secretaria Escolar de sua Unidade.
INSTRUÇÕES
Para os alunos matriculados em:
•Cursos oficiais (técnicos): a resolução do Simulado é opcional. Caso deseje, os professores de plantão farão a
correção e a devolverão pelo correio.
•Cursos livres (não-oficiais): a resolução do Simulado terá o valor de prova realizada a distância e deve,
OBRIGATORIAMENTE, ser respondido à caneta (azul ou preta) e enviado para a correção, sendo que sua aprovação
lhe conferirá o Certificado de Conclusão.
Caixa Postal 1220
01031-970 - São Paulo - SP A/C Departamento Pedagógico ou
Av. Rangel Pestana, 1105 - Brás
03001-000 - São Paulo - SP
A/C Departamento Pedagógico
004G - Redação Técnica
5E
Nome (campo não obrigatório):.............................................................................................................
Nº de Matrícula (campo obrigatório): ..................................................Nota:...................................
1 – Assinale a alternativa que se completa com a primeira palavra dos parênteses.
( ) a) A explosão da bomba era............... (eminente / iminente)
( ) b) Ele quer........... socialmente. (acender / ascender)
( ) c) Vamos .......... o arroz. (cozer / coser)
( ) d) O ........... deste ano trouxe muitas surpresas. (senso / censo).
( ) e) Errei, preciso ........ minhas palavras. (ratificar / retificar)
2 – Na frase “Você usou palavras amargas”, o elemento destacado é exemplo de:
( ) a) Paronímia
( ) b) Homonímia
( ) c) Denotação
( ) d) Conotação
( ) e) Antonímia
1
3 - Classifique as palavras quanto à significação de acordo com a legenda:
(S) Sinônimas (A) Antônimas (HG) Homônimas Homógrafas (HF) Homônimas Homófonas
( ) a) As pessoas estavam impacientes / A multidão estava impaciente.
( ) b) O evento foi agendado para dezembro/03 / O evento foi cancelado.
( ) c) A cor ideal para a mobília é marfim / Ele sabe o discurso de cor.
( ) d) O cinto de segurança deve ser usado / Sinto muito, ele não está aqui.
( ) e) Resolveu entrar na casa. Resolveu sair da casa.
4 – Assinale a alternativa que substitua as palavras grifadas abaixo por um sinônimo adequado.
A atuação das secretárias vem crescendo a partir da conquista por seu espaço, logicamente que dependendo da oportunidade que cada uma tem. As Empresas mais conservadoras são as que menos chances dão para o crescimento e aproveitamento intelectual
destas profissionais, motivo que as leva de maneira geral buscar novos desafios.
(
(
(
(
(
) a) Trabalho, atualizadas.
) b) Dia a dia, experientes.
) c) Tarefa, ricas.
) d) Trabalho, avançadas.
) e) Desempenho, tradicionais.
5 – Na frase “Deviam haver mais oportunidades”, temos um vício de linguagem conhecido como:
( ) a) Barbarismo
( ) b) Solecismo
( ) c) Cacofonia
( ) d) Redundância
( ) e) Repetição.
6 – Marque a alternativa em que todas as palavras estão com as sílabas corretamente separadas.
( ) a) His-tó-ria, i-gua-is, pa-ul.
( ) b) Ad-vo-ca-ci-a, fel-ds-pa-to, ca-no-a.
( ) c) Tran-sal-pi-no, cor-ri-da, cha-vei-ro.
( ) d) Ób-vio, ru-a, a-má-vei-is.
( ) e) Pla-te-ia, gno-mo.
7 – Indique o erro de acentuação.
( ) a) Neném
( ) b) Através
( ) c) Pajé
( ) d) Apos
( ) e) cipó
8 - Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
É proibido o uso de crase:
( ) a) diante de palavras masculinas.
( ) b) depois das preposições após, contra, entre, perante e sob.
( ) c) diante de locuções adverbiais femininas.
( ) d) diante de palavras femininas.
( ) e) diante de pronomes de tratamento em geral (ex.: V.Exa.).
9 – Há erro de crase na opção:
( ) a) Mandaremos um cartão às pessoas ausentes.
( ) b) Era imensa sua dedicação à pátria.
( ) c) Graças à enfermeira, ele não morreu.
( ) d) Explique à esta funcionária o problema.
( ) e) Se você for à Romênia, visite meus avós.
10 – Assinale a alternativa errada.
( ) a) Houve muitos problemas técnicos quando da instalação da nova máquina.
( ) b) A rúbrica em todas as folhas do Contrato faz-se necessária.
( ) c) Esta carta é para eu ler antes da reunião com a Diretoria.
( ) d) Os cidadãos presentes durante a solenidade iniciaram um protesto.
( ) e) Este presente foi enviado para mim.
11 - Assinale a alternativa errada:
a) ( ) Há dois pontos fundamentais.
( ) Haviam 8 cadeiras na sala para 10 participantes da reunião.
b) ( ) Vocês haverão de trazer bons resultados de vendas.
( ) Houveram alguns contatos comerciais em vão.
c) ( ) Faz 2 anos que a Empresa se instalou no Brasil.
( ) Fazem 8 anos que estão estudando o mercado para lançamento do produto.
d) ( ) Dois quilos é pouco para a massa.
( ) Mil reais são para a pintura.
e) ( ) Há dois anos atrás foram recrutados seis funcionários.
( ) Há dois anos foram recrutados seis funcionários.
12 – Assinale o erro de regência verbal.
( ) a) Ele assistia com carinho os enfermos daquele hospital.
( ) b) Não quero assistir esse espetáculo.
( ) c) Carlos sempre assistiu em Belo Horizonte.
( ) d) Não deixe de assistir àquele jogo.
( ) e) Assisti à cerimônia.
3
13 – Complete as frases seguintes e anote a opção correspondente.
Fiz tudo ............................................ não lhe faltasse incentivo.
Fale baixo, ................................. vai acordar o neném.
Ignoro ........................................ solicitaram revisão.
( ) a) por que, por que, por que
( ) b) porque, porque, porque
( ) c) por que, porque, por que
( ) d) porque, porque, por que
( ) e) por quê, porque, por que
14 – Marque a palavra que não tem prefixo.
( ) a) Disforme
( ) b) Preexistir
( ) c) Reler
( ) d) Real
( ) e) Desanimar
15 – Assinale o erro no emprego do hífen.
( ) a) Suprarrenal
( ) b) Pseudo-cientista
( ) c) Proto-história
( ) d) Infraestrutura
( ) e) autorretrato
16 – Assinale o erro de pontuação.
( ) a) O mundo só conheceu alguém com a total sabedoria: Jesus.
( ) b) Paulo, que é português, não gostou da brincadeira; Celso, brasileiro, ficou calado.
( ) c) Todos esperavam que, com as novas medidas da diretoria tudo fosse acertado.
( ) d) Disse o filósofo: “O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício, e
a necessidade”.
( ) e) Os trabalhadores, nervosos, pediram ajuda.
17 – Assinale o erro de pontuação.
( ) a) Depois de amanhã, irei à sua casa, mas não levarei os manuscritos.
( ) b) Embora tenha pesquisado muito, nada encontrei que, com certeza, provasse
minha tese.
( ) c) Fiz tudo para, com a ajuda de todos, completar a minha tarefa.
( ) d) Todas as pessoas ilustres e cultas daquele condomínio, aceitaram as nossas propostas.
( ) e) Um momento, garota, que eu já vou aí.
18 – Assinale a frase em que o termo destacado é objeto direto.
( ) a) O gato que correu tem fome.
( ) b) O jornal que lemos sumiu.
( ) c) A carta a que respondi me alegrou.
( ) d) A chuva que caiu ontem alagou a cidade.
( ) e) Eis o caderno de que preciso.
19 – “O acordo não ______ as reivindicações, a não ser que ______ os nossos direitos e _____
da luta.”
(
(
(
(
(
) a) substitui – abdicamos – desistimos
) b) substitue – abdicamos – desistimos
) c) substitui – abdiquemos – desistamos
) d) substitui – abidiquemos – desistimos
) e) substitue – abdiquemos – desistamos
20 – Proposta de produção de texto
Redija um comunicado aos clientes da empresa X para informar a mudança de número
telefônico. Observar todos os elementos constantes desse tipo de texto, cuidar da estética, do estilo e da mensagem.
5
Pesquisa de Satisfação
Caro Aluno:
Para que possamos aprimorar cada vez mais os nossos serviços, oferecendo um material didático
de qualidade e eficiente, é muito importante a sua opinião sobre este fascículo que você acaba de
estudar.
Sua identificação não é obrigatória. Responda as perguntas a seguir assinalando a alternativa que
melhor corresponda a sua opinião (assinale apenas UMA alternativa). Você também pode fazer
sugestões e comentários por escrito no verso desta folha.
Na próxima correspondência que enviar à escola, lembre-se de juntar sua(s) pesquisa(s) respondida(s),
ou entregá-la(s) na Secretaria Escolar de sua Unidade Educacional.
O Instituto Monitor agradece sua colaboração.
Secretaria Escolar
004G - Redação Técnica
5E
Nome (campo não obrigatório):.............................................................................................................
Nº de Matrícula (campo obrigatório): ..................................................
Curso Técnico em:
q Eletrônica q Transações Imobiliárias q Contabilidade QUANTO AO CONTEÚDO
q Secretaria Escolar
q Secretariado
q Informática
q Administração
q Logística
1) A linguagem dos textos é:
q a) sempre clara e precisa, facilitando muito a compreensão da matéria estudada.
q b) na maioria das vezes clara e precisa, ajudando na compreensão da matéria estudada.
q c) razoavelmente clara e precisa, ajudando, embora nem sempre, na compreensão da matéria
estudada.
q d) um pouco difícil, tornando trabalhosa a compreensão da matéria estudada.
q e) muito difícil, impossibilitando a compreensão da matéria estudada.
2) Os temas abordados nas lições são:
q a) em sua totalidade, atuais e importantes para a formação do profissional.
q b) em sua maioria, atuais e importantes para a formação do profissional.
q c) razoavelmente atuais e importantes para a formação do profissional.
q d) atuais, mas sua importância nem sempre fica clara para o profissional.
q e) ultrapassados e sem nenhuma importância para o profissional.
3) As lições são:
q a) muito bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade.
q b) bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com facilidade.
q c) razoavelmente bem divididas, permitindo que o conteúdo seja assimilado pouco a pouco com
facilidade.
q d) muito extensas, dificultando a compreensão do conteúdo.
q e) muito curtas e pouco aprofundadas.
QUANTO AOS EXERCÍCIOS PROPOSTOS
4) Os exercícios propostos são:
q a) muito bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos.
q b) bem elaborados, misturando assuntos simples e complexos.
q c) muito simples, exigindo apenas que se decore o conteúdo.
q d) um pouco difíceis, mas abordando o que se viu na lição.
q e) muito difíceis, uma vez que não abordam o que foi visto na lição.
5) A linguagem dos exercícios propostos é:
q a) sempre clara e objetiva.
q b) em sua maioria, clara e objetiva.
q c) algumas vezes um pouco complexa, dificultando a resolução do problema proposto.
q d) mal-elaborada, tornando mais difícil compreender a pergunta que respondê-la.
q e) muito complexa, impossibilitando a resolução dos exercícios.
QUANTO À APRESENTAÇÃO GRÁFICA
6) O material é:
q a) muito bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando o estudo
bastante agradável.
q b) em sua maior parte, bem cuidado, o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização, tornando
o estudo bastante agradável.
q c) bem cuidado, mas nem sempre o texto e as imagens são de fácil leitura e visualização.
q d) razoavelmente bem cuidado, mas a disposição das imagens e do texto dificulta a compreensão do
mesmo.
q e) confuso e mal distribuído, as informações não seguem uma sequência lógica.
7) As ilustrações são:
q a) sempre bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto.
q b) na maioria das vezes, bonitas e bem feitas, auxiliando na compreensão e fixação do texto.
q c) bonitas, mas sem nenhuma utilidade para a compreensão do texto.
q d) malfeitas, mas necessárias para a compreensão e fixação do texto.
q e) malfeitas e totalmente inúteis.
Lembre-se: você pode fazer seus comentários e sugestões, bem como apontar algum problema específico
encontrado no fascículo. Sinta-se à vontade!
Sugestões e comentários

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