Essencial Management - Managing Essentials

Transcrição

Essencial Management - Managing Essentials
EM Brazil
Essencial Management
Do Brasil
Volume 1, Edição 2
16 Dezembro 2011
Editorial: O fim de produtos inovadores?
Nesta edição:
Por Wolfgang Battmann
O treinamento: O valor
2
de ampliar habilidades e
capacidades.
Atualmente, pesquisas de mercado nos
EUA discutem se a Apple, mais uma vez,
tornar-se-á um competidor importante
no mercado dos computadores. A
discussão não se baseia no
conhecimento avançado de um novo
produto nem uma mudança
revolucionária esperada nas vendas dos
desktops e notebooks Apple. A razão
está na classificação do computador
tablete iPad como um tipo de netbook
pelo qual a Apple está ganhando uma
quota de mercado significativa neste
setor, no entanto a pergunta é, se o
tablete é realmente um computador.
Torna-se necessário perguntar. O iPad
não apresenta nenhum teclado nem
disco rígido, e freqüentemente é usado
para entretenimento e recreação. A
maioria das consoles de jogos
eletrônicos são tecnicamente
computadores, mas eles não são
classificados como tal. Será que os
tabletes abremuma nova categoria?
Este pequeno problema aponta para o
ainda maior problema que novas
categorias são raras. Infelizmente,
pesquisadores de mercado
freqüentemente não têm o que disputar
para ver em quais categorias novos
produtos se enquadram, nem se seu
sistema de categorização deve ser
modificado. A razão é simples, não
muitos bens de consumo genuinamente
novos e duráveis foram lançados no
mercado nas últimas décadas. Produtos
existentes, como a televisão, avançaram
ou tornaram-se quase obsoletos como a
vitrola que teve suas funções fundidas
em novos produtos mais avançados.
Especialmente a tecnologia da
informática facilitou muitos avanços e
incorporações funcionais. No entanto,
fora deste domínio, uma vida nova e
genuína enriquecendo novos produtos e
novas funções, tornou-se rara. O
walkman, sistemas de navegação, jogos
eletrônicos de movimento com controle
são alguns bons exemplos e também,
exceções à regra.
No entanto, comparando estas
inovações recentes com as da revolução
Continua na página 10
Gestão de pessoas
Obcessão por trabalho: Doce como chocolate?
Um obcecado pelo trabalho não significa
estar necessariamente sobrecarregado
de trabalho. Ele ou ela pode ter prazer
em trabalhar como outros tem prazer
em comer chocolate todos os dia. Um
estudo muito discutido conduzido por
Baruch Jehuda da Rouen Business
School, na França, realça a necessidade
de ter-se uma visão diferenciada sobre
os "obcecados por trabalho".
Essa obcessão é vista por muitos como
um vício. Expressa uma desarmonia
perigosa entre trabalho e equilíbrio de
vida, que talvez exija tratamento. O
estudo demonstra, no entanto, que os
indicadores mais comuns da obcessão
por trabalho são, extensão das jornadas
de trabalho e trabalho aos fins de
semana, estes demonstrando um caso
Continua na página 2
Trabalho em equipe:
diversão fora do trabalho.
3
O último momento Kodak para Kodak?
3
Trabalho duro versus talento.
4
Momentos
desagradáveis: Como
demitir pessoas.
4
Assédio sexual: Um problema não resolvido.
5
Entrevistas de trabalho:
Tudo sobre o futuro.
5
Humor no trabalho: Nem 6
sempre é engraçado.
Chevron vs./e Brasil.
6
Corrupção: O dilema de
Dilma Rousseff.
7
Choque de culturas: Um
policial e seus estudantes.
7
Estados que falham e suas
dívidas.
8
Essencial
Management
Obcessão por trabalho: Doce como chocolate?
(continuou)
contrário, uma vez que o indivíduo gosta
muito do seu trabalho. Se bem determinado e sucedido, o trabalho pode estimular, oferecer ao indivíduo um fluxo
de experiências e avaliação positiva.
Como comer chocolate ao longo do dia,
a experiência positiva no trabalho pode
dar significado ao dia e sensação de
realização. A essência, no entanto, é a
auto determinação. A tensão positiva
esperada das tarefas exigidas por superiores, transforma-se em uma aflição
percebida negativamente.
Podemos sugerir que as atividades do
trabalho são como chocolate. A intensidade com que ambos são desfrutados
variam não apenas entre indivíduos,
mas também depende do momento de
vida do indivíduo. Para um engenheiro
jovem, trabalhar no seu primeiro projeto
às 3h00 da manhã de domingo pode
fazê-lo uma das pessoas mais felizes no
mundo. Não obstante, alguns anos mais
tarde, ele pode amar sua esposa mais
que seu trabalho e não querer trabalhar
mais durante a noite. É uma boa idéia
seguir o conselho de Jehuda e deixar as
pessoas trabalharem se elas querem e
desfrutam deste. No entanto, é também
uma boa idéia, ter um olhar mais
aguçado para ver se elas estão realmente felizes assim. Algumas pessoas
vêem trabalho como uma fuga dos problemas privados e profissionais. Tal escapismo não acaba com o tempo.
Links e Literatura
The positive wellbeing aspects of
workaholism in cross cultural perspective: The chocoholism metaphor.
www.managing-essentials.com/1ba
Study: Nothing wrong with workaholics
www.managing-essentials.com/1bb
O treinamento: O valor de ampliar habilidades e
capacidades.
A maioria dos programas de treinamento são projetados para aprofundar
bases de conhecimento. Ampliá-lo,
freqüentemente, não é considerado tão
importante. Em "Businessweek", Rick
Wartzmann salienta que isto é uma
interpretação incorreta sobre as necessidades de treinamento.
"Ir fundo sem amplitude" é, momentamente, o máximo que tem-se alcançado
quando avalia-se a necessidade de
treinamento e a realização de programas. Enquanto há uma frequente
necessidade de mais especialização de
pessoal, uma perspectiva mais ampla
da mesma, não deve ser esquecida. O
guru da gerência, Peter Drucker aconselhou nos anos 70, que especialistas
devem adequar seus conhecimentos
específicos na visão total e estrutural
de uma companhia. Todo o restante
pode resultar em um túnel de mentalidade ineficaz e às vezes, até perigoso.
Além do mais, a companhia também
pode não estar completamente habilitada para usar as bases de conhecimento do seu pessoal. Portanto, proje-
tos de treinamento devem olhar, além
das necessidades de mais especialização, o foco na ampliação do espectro
profissional dos indivíduos, especialmente quando envolve habilidades de
gerenciamento. Além do mais, um
equilíbrio entre teoria e prática na área
de educação organizacional deve ser
vislumbrado. Conhecimento teórico pode
ajudar a contextualizar a experiência
prática e pôr seus limites.
O artigo reforça que treinamento não é
exclusivamente sobre especialidades,
mas sim, especialidades dentro da
estrutura orgânica de uma companhia.
Tanto o indivíduo como a companhia
lucram se o treinamento tem uma conotação de fortalecimento das relações. A
rotação de trabalho tornou-se fora de
uso no Ocidente há muito tempo mas é
ainda a base para a maioria das carreiras em gerenciamento de muitas companhias bem-sucedidas da Ásia.
Formação: uma
perspectiva
mais ampla não
deve ser
esquecida.
Links e Literatura
Why Training Employees Is Always a High-Wire Act (Rick
Wartzmann)
www.managing-essentials.com/1bc
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Volume 1, Edição 2
Trabalho em equipe: diversão fora do trabalho.
Uma noite de diversão com colegas da
companhia é bom para a moral e pode
fortalecer o potencial da equipe. O jornalista Allister Hagger confirma esse
resultado no “Express Newspaper” oriundo de um estudo feito com 2000 pessoas na Grã-Bretanha,.
Empregados na Grã-Bretanha participam
de, em média, três reuniões sociais com
colegas de trabalho a cada ano e tais
reuniões são tidas como bem sucedidas
contando com apenas 10 % dos colegas
os quais evitam estes eventos. Daqueles que comparecem, 60 por cento diz
esforçar-se mais no trabalho no dia do
evento e 40 por cento o vêem como
uma oportunidade boa de, socialmente,
conhecer melhor seus colegas. Uma
maioria, em tais ocasiões, recebe bem a
presença de seus chefes contanto que
eles não tentem 'ser um deles’.
O local de trabalho é, hoje em dia, muito
mais que somente um lugar de trabalho.
Companhias como Google, admirada por
muitos por sua moral e espírito empresarial, oferece à sua equipe jovem, piscinas, salas para exercícios físicos, e palestras com reuniões fora do escritório
com o intuito de fortalecer as ligações
entre indivíduos. Além do mais, a comunicação informal é praticada para que
reduza a visão limitada e rigidez
estrutural. Mesmo companhias pequenas e departamentos de companhias
maiores podem reservar recursos para
noites de lazer como uma oportunidade
social para ‘estarem juntos’. Inevitavelmente, mesmo quando as pessoas encontram-se fora do trabalho, elas frequentemente conversam sobre o que
acontece nele. Portanto, tais reuniões
podem ajudar a todos a entender os
papéis e os problemas dos outros. Além
do mais, alguns indivíduos descobrem
interesses e passatempos em comum
que também podem aumentar o espírito
de equipe e a produtividade.
Nighthawks, Edward Hopper
Links e Literatura
Fun nights out so good for workers
(Allister Hagger)
www.managing-essentials.com/1bd
É uma boa ideia
sair para tomar
uma bebida com
seus
empregados?
O último momento Kodak para Kodak?
Somente 39 companhias listadas na
“100 Fortunas” em 1917 ainda operavam em 1987, e destes, somente 18
ainda faziam parte da lista com somente
dois representando os melhores do
mercado, General Electric e Kodak. Kodak, no entanto, o promissor dos mais
promissores’ parece ser o próximo a
desmoronar de acordo com Michael
Hiltzik no “Los Angeles Times”.
O preço de estoque da Kodak caiu para
aproximadamente um dólar com seus
US$ 862 milhões em reservas de dinheiro se esgotando por perdas operacionais mensais de mais de U$70 milhões. A companhia sobrevive de taxas
de patentes e litígios bem-sucedidos,
mas depois de cinco anos sem lucros, o
fim parece aproximar-se. Kodak, foi fundada em 1880, foi a coroa da indústria
Americana comandando quotas de
mercados acima de 80 por cento do
mercado de filmes e câmeras nos anos
70. Esta posição dominante foi desbancada depois que a Kodak permitiu que a
Fuji Photo do Japão tornasse-se o filme
oficial para os Jogos Olímpicos de 1984
em Los Angeles. A idade digital iminente
então deu o que provava ser o golpe
final na companhia. Apesar de esforços
consideráveis em pesquisa, um mundo
sem filme pareceu estar além de imaginação. Ao subsidiar suas câmeras digitais, Kodak pôde agarrar uma fatia
maior de mercado, no entanto, isso
somente serviu para ver sofisticados
telefones celulares ultrapassando seus
produtos.
Kodak demonstra que visão é mais importante que dinheiro e que não há nenhum mérito para anunciar. Investimentos consideráveis em Pesquisa & Desenvolvimento não ajudaram porque uma
mudança de paradigma era necessária,
não avanços. A companhia pode desaparecer, mas esperançosamente, o
"momento Kodak" permanecerá para
sempre.
La créativité artistique, Honoré Daumier
Links e Literatura
Kodak's long fade to black (Michael
Hilts)
www.managing-essentials.com/1be
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Essencial
Management
Assunto cultural
Humor no trabalho: Nem sempre é engraçado.
Você pode imaginar um palhaço sentado
à direita de sua escrivaninha? Não? Este
colega não estaria apresentando um
humor apropriado para um escritório.
Um palhaço estaria fora de lugar. Então
que tipo de humor é aceitável para o
local de trabalho e que tipo vai longe
demais? Sneha Khilay discute esta pergunta no seu artigo "Quando humor no
local de trabalho não é engraçado" publicado pela "Management Today".
mente unia todo o grupo masculino, agora separava o mesmo em gênero. A
mulher abandonou o trabalho, provavelmente por causa dos comentários discriminatórios feitos em sua presença.
Hoje em dia, tal situação freqüentemente acontece em conseqüência da
crescente diversificação dentro dos
cenários de trabalho. Khilay conclui que
"O motivo de humor de uma pessoa,
pode ser o de insulto de outra" (sic).
O humor é importante para a moral no
trabalho e se compartilhado pode fomentar união entre pessoas. No entanto, como muitas piadas possuem
elementos discriminatórios, o que faz
uma piada aceitável? Khilay dá alguns
exemplos de piadas que vão longe demais. Ele descreve o caso de um bombeiro do sexo feminino que uniu-se a
uma estação com muitos colegas do
sexo masculino.Estes faziam constantes
piadas sobre mulheres. O que previa-
Humor pode demonstrar inteligência e
deve, talvez, ser uma habilidade fundamental da gerência. No entanto, se
usado para zombar de outros, facilmente
pode tornar-se um comportamento intimidador, em negócios, simplesmente
chamado de "mobbing". Não obstante,
se você quer fazer piadas e endereçá-las
a alguém, seria uma boa idéia, endereçá
-las a si mesmo. Em contraste com as
piadas à custa de outros, a auto-ironia
expressa auto-reflexão, não machuca os
sentimentos dos outros e pode tornálo mais atraente. É importante no
entanto, não tornar-se o palhaço malvindo do escritório. Os palhaços podem ser percebidos como fantasmagóricos antes de serem engraçados. Quando humor ocorre no local
de trabalho, este não é engraçado.
Alone!, Sean Landers
Links e Literatura
When humour in the workplace
isn't funny (Sneha Khilay)
Chevron vs./e Brasil.
Em novembro de 2010, o mundo acompanhou o derramamento de óleo no
Golfo do México. Mais recentemente,
forças concentraram-se no derramamento ocorrido em novembro de 2011
em Campo de Frade, aproximadamente
a 370 quilômetros da costa do Rio de
Janeiro, Brasil. Felizmente, considerando o impacto causado, este derramamento foi muito menor, contudo, isto
não diminui seus efeitos negativos. Este
foi contido somente depois que aproximadamente 3.000 barris vazaram, uma
quantidade similar à que poluiu o Golfo
do México, dia após dia durante semanas. O governo brasileiro multou a Chevron em R$ 50 milhões, o equivalente a
US$ 27 milhões por não ter passado as
informações corretas para serem supervisionadas pela Agência Nacional do
Petróleo. Concomitantemente, uma licença de perfuração foi suspendida,
pelo menos temporariamente.
A Chevron, operando em campo sozinha,
aceitou total responsabilidade, mas com
referência às suas relações públicas, o
www.managing-essentials.com/1bj
dano já tinha sido feito. O fato de, a
gerência sênior pedir desculpa pública
na Câmara dos Deputados, não ajudou.
Mais investigações talvez descubram se
o vazamento foi devido a negligência,
equívoco ou erro. Como sempre em operações complexas, traçar uma linha
clara torna-se difícil. Aliás, a raíz do problema parece ter sido presunção generalizada. Certamente não houve nenhuma
malevolência dos engenheiros de perfuração. Contudo, eles subestimaram o
risco de um "aumento de pressão". No
entanto, eles atuam em uma comunidade, incluindo o governo brasileiro, em
que o empreendimento inteiro de explorar os campos de mar profundo
parece ser entendido como algo facilmente manejado por perítos da engenharia moderna. Os peritos brasileiros
também salientam que esta exploração
experimental está na linha de frente da
engenharia submarina, e apresenta riscos desconhecidos. Todas as partes
foram aconselhadas a aderir a uma
apólice de informações baseada em
realismo, sinceridade, e transparência.
A pena de R$ 50
milhões por não
ter passado
informação
correta.
Links e Literatura
Analysis: Chevron spill lifts cover on
Brazil oil risks
www.managing-essentials.com/1bk
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Volume 1, Edição 2
Corrupção: O dilema de Dilma Rousseff.
Carlos Lupi, the next in a long row of
government ministers, is close to being
removed by Brazil’s president Dilma
Rousseff because of corruption charges.
Ms Rousseff is cleaning up - but is she
really fighting corruption or is she just
pretending to do so? This question is
asked in a critical article by a staff writer
of “The Economist”.
In Brazil the lower house of Congress
consists of nearly 30 parties. It is a difficult situation which often causes non
transparent decision making processes
resulting in many scandals. In order to
create stable coalitions it became practice to bind other parties by giving them
ministries. Consequently, since 2003 the
number of ministries increased from 26
to 39. “The Economist” views this practice and its continuity critically, as probably many ministers misused their position to line their own pockets, as in the
case of Carlos Lupi. The Economist suggests a more radical cleansing which
would go far beyond the removal of the
biggest sinners.
Ms Rousseff has to unify her 10 coalition
parties which hold 360 out of 513 seats
and making parties responsible by giving
those ministries is an old principle in
political leadership. In addition, representing parties in the government according to the votes of a nation is democratic. The problem appears to be
that some of the leading members of
this differentiated party landscape lack
personal integrity, leaving Ms Rousseff
facing a real dilemma. She empowers
people by making them ministers, probably knowing that some of them will misuse their newly gained power. Ironically,
in such a situation it seems to be a good
idea to have many small ministries instead of a few powerful big ones. Ms
Rousseff is taking her responsibility seriously by removing ministers who are
proven to be corrupt. It will be the responsibility of the voters to change the
overall situation in the next election.
Brazil is a young democracy and there is
still a long way to go.
Links e Literatura
Cleaning the Brasília pork factory /
In a never-ending telenovela of
sleaze, Dilma Rousseff is tackling
the excesses of patronage politics
but not yet the underlying system
www.managing-essentials.com/1bl
Choque de culturas: Um policial e seus estudantes.
Em um espaço de horas do incidente,
milhões de pessoas ao redor do mundo
viu fotos e assistiu as gravações de um
policial borrifando pimenta nos estudantes da Universidade da Califórnia em
Davis (UCD), Aproximadamente vinte
estudantes sentaram em um cruzamento de passagem e não obedeceu
as ordens para sair. Eles queriam expressar solidariedade ao " Occupy Wall
Street Movement " e protestos em
outros campus. Sentados em um passadiço do gramado, eles não ameaçaram qualquer pessoa ou nem mesmo
bloqueiaram qualquer acesso. O policial
nem sequer sentiu necessidade para
fechar o escudo do seu capacete. Para
cada estudante sentado havia três circulando ao redor e tirando fotos que
fariam daquele momento e do homem,
famosos.
Um fato pouco notado foi que o policial
era parte da polícia da UCD, uma força
de polícia privada servindo exclusivamente a universidade. Esta força,
em seu treinamento e procedimentos,
deve refletir os valores da universidade.
Eles podem ter seguido procedimentos
regulares, mas ao mesmo tempo, eles
podem ter transgredido valores. Este
não foi um confronto de rua como visto
em outras demonstrações, no entanto
colegas foram bastante atingidos. Na
escala de Scoville, a pimenta Caiena
registra até 50,000 Scoville Heat Units
(SHU) e spray de pimenta entre 0,5 e 2
milhões.
Sem uma cultura corporativa convincente e generalizada, em casos de conflito, valores e procedimentos de subculturas podem emergir e tomar posse.
Desde que um conflito de valores não é
percebido, a subcultura pode agir por
conta própria sem previamente consultar sua liderança. O conflito, como neste
caso, pode então tornar-se rapidamente,
um evento instantâneo dos meios de
comunicação.No final todos pedem desculpa.
Um policial na
Califórnia
mostra o perigo
das subculturas.
Ona & Ono Publishing
Página 7
Essencial
Management
O mais comentado
Estados que falham e suas dívidas.
Por Roland Maass e Wolfgang Battmann
Até três anos atrás era de conhecimento
geral que estados não podiam abrir
falência mas sempre se poderia
solucionar sua dívida. Ou melhor, para
ser mais preciso, "estados normais” não
podem falhar. Havia um bom número de
falências de estado, embora o último
mais importante foi a Argentina em
2002. No entanto, estes
acontecimentos foram desconhecidos
como anomalias que somente
acontecem em algum lugar no sertão da
África ou da América do Sul.
De fato, desde uma perspetiva teórica,
os estados não podem abrir falência. É
fácil explicar por quê. Os estados
podem imprimir dinheiro. Naturalmente,
quanto mais eles o fazem sem base
substancial em suas economias, menos
este vale. Inflação alta atinge a
economia e os habitantes, mas com
certeza reduz a dívida nominal. Em uma
hiperinflação toda a dívida pode ser
saldada com dinheiro emprestável; este
perigo é evidente. Conseqüentemente,
todos países industriais importantes
foram cautelosos em não experimentar
este fenômeno. Eles olham
orgulhosamente para sua história
monetária corrente com moedas com
centenas de anos. Uma exceção notável
é a Alemanha, que por duas vezes, em
1924 e 1947, teve que experienciar um
colapso completo de seu sistema
monetário. O governo alemão
surpreendentemente é muito
conservador quando o assunto é manter
o valor de sua moeda.
Em períodos difíceis, tomar dinheiro
emprestado não é uma má idéia para
um governo, às vezes mesmo parece
inevitável. Sob circunstâncias normais
um estado deve estar habilitado a se
auto financiar através da arrecadação
de seus impostos, mas há
"acontecimentos especiais’’ onerosos
que somente serão saldados ao fim
destes. Ao longo da História estes
acontecimentos foram as guerras. A
Primeira Guerra Mundial foi a primeira a
ser financiada em sua maioria através
de "empréstimo de guerra” com primeiro
emprestador natural do estado, seus
cidadãos.
Este modelo foi projetado por
dificuldade econômica. Por que o estado
não deve tomar dinheiro emprestado
para superar uma crise? Primeiro,
dinheiro, sabiamente investido ajuda a
economia e uma parte dele flui
diretamente de volta através dos
impostos pagos. Para construir uma
infra-estrutura, ofereça crédito aos
pequenos negócios, à pesquisa, e
financie a educação que imediatamente
serve o mercado de trabalho.
Concomitantemente, estes
investimentos preparam as bases para
um crescimento mais rápido no futuro.
Se de fato a receita fiscal se eleva
impulsionada por um crescimento
esperado com inflação, os estados não
têm nenhum problema em saldar sua
dívida e juros. Isto é, de uma forma
simples, a noção de J. M. Keynes, e
lugares como o Hoover Dam e muitas
rodovias demostram como funcionou
bem no famoso "New Deal "
norteamericano nos EUA de 1920.
EM online:
www.essencial-management.com.br
Links e Literatura
Sturzenegger, F. & Zettelmeyer, J.
(2007). Debt Defaults and Lessons
from a Decade of Crises. Cambridge, MA: MIT Press.
Esta dívida do estado de base teórica e
histórica foi considerada como um
refúgio seguro há alguns anos atrás
quando veio a ser chamado, em sua
auto-percepção, de “países sérios”. Em
contraste com dívida privada e
corporativa, os bancos não tiveram que
refletir sobre riscos contraídos neste
setor através do ajuste do capital
principal. Portanto, especialmente
depois da crise dos bancos de 2008 e a
pressão sob os mesmos para se
exporem a menos riscos, a dívida do
estado tornou-se cada vez mais um
objeto de comércio; no entanto, todo o
comércio incorpora um elemento de
especulação. O fato desta especulação
ter ido fora de controle é, visto de forma
realista, devido às mudanças
significativas na economia global
durante as últimas duas décadas.
Página 8
"Crescimento" é uma palavra mágica
para se compreender racionalmente a
dívida do estado. No entanto, o
crescimento orgânico de muitos países
desenvolvidos começou a retardar
significativamente aproximadamente há
duas décadas quando seus mercados
saturaram. Potências históricas como
França, Alemanha e Grã-Bretanha
cresceram exportando seus produtos
manufaturados e seus serviços. Quatro
quatro anos atrás os EUA foram
criticados por gastar demais, no entanto,
seus consumidores, livres para
consumir, mantiveram o mercado
aquecido para os europeus exportarem.
Mais tarde uniram-se a este as
intermináveis massas de consumidores
especialmente da China e Índia. Hoje, o
crescimento e a riqueza na Europa e nos
EUA depende do crescimento e das
necessidades das nações em
desenvolvimento.
Além do mais, o conceito de investir
para lidar com a crise mudou.
Esperançosamente, a última guerra
mundial foi realmente a última dos
tempos. A dívida dos estados hoje em
dia é usada para criar "pacotes
econômicos estímulantes” relembrando
exemplos históricos. Nos EUA, até hoje,
o Hoover Dam gera energia e a
renovação das rodovias depende de
construções básicas e trajetos
atualmente com mais de 75 anos de
existência. No entanto, dívidas
contraídas hoje em dia, raramente se
qualificam como um investimento real
quando gasta. O dinheiro não é usado
para gerar avanços econômicos épicos,
mas é imediatamente consumido em
sistemas extensos de assistência social
e indústrias subsidiadas, ou é usado
para saldar dívidas antigas. A Grécia
apresenta um extremo, no entanto,
exemplo revelador, cortando seis dígitos
dos ganhos fica menos de €40.000,
enquanto seus gastos chegam a
aproximadamente €70.000 também
para servir sua dívida de mais de
€300.000. Se existem tesouros
escondidos que podem ser
monetarizados, está por responder.
Nenhuma indústria foi criada e falta
muito que privatizar. A companhia mais
valiosa em termos de listagem na bolsa
é a “Coca Cola bottling operations”.
Finalmente, os principais credores não
são mais os cidadãos dos países. Hoje
em dia, a dívida do estado é
freqüentemente mais uma dívida
estrangeira. Os estados vendem suas
ações como grandes corporações nos
mercados financeiros internacionais e
são tratados como tal. No entanto, um
dos países com uma dívida grande é o
Japão. Apesar de sua dívida de mais de
200% do PIB, frente a 80% na
Alemanha , 100% nos EUA e 120% na
Grécia e depois de quase vinte anos de
estagnação, ninguém realmente parece
se preocupar. A maior parte desta dívida
é assegurada pelos cidadãos japoneses,
eles não desapontarão seu país tão
facilmente quanto um investidor
estrangeiro.
A crise da dívida do estado no mundo
desenvolvido é portanto um dos muitos
indicadores para a mudança global
recente no desenvolvimento econômico.
As economias desenvolvidas têm que
lidar com o peso de seus sistemas de
assistência social e estruturas
históricas; as economias emergentes
não apenas tornaram-se seus credores,
como também decidem sobre o
crescimento futuro de seus devedores
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Volume 1, Edição 2
com suas apólices industriais e de
impostos. Naturalmente, a dívida
baixa das economias emergentes é
devido às suas populações jovens e
à falta de sistemas de assistência
social sociais extensos. Em 40 anos
eles podem encontrar problemas
estruturais semelhantes a esses das
economias estruturadas. Mas 40
anos é um tempo longo para a
aprendizagem.
Do Essencial
Management
Essencial Management está prestes
a se tornar o primeiro relatório informativo para gerente geral, especialistas em desenvolvimento organizacional e profissionais de recursos
humanos. Essencial Management faz
revisões quinzenais e resumos de
artigos sobre novas aproximações e
melhor prática na “área de empreendimento humano" com referência
especial para os desafios encontrados em administração internacional.
Nós focalizamos essências de liderança, mudança de administração,
aprendizagem organizacional, recrutando e retendo, (mau) comportamento organizacional e meio para
melhorar impacto de administração.
Para estes tópicos nós identificamos
e definimos essas aproximações e
discernimento que contêm
"conhecimento acionável” ou que
tenha se provado na prática. Além
disso, Essencial Management tenta
identificar novas idéias inspiradoras
dentro e fora da academia. Nossos
editoriais avaliam e dão o contexto
desses assuntos centrais dos quais
muitas soluções pragmáticas derivam.
http://www.essencial-management.com.br/
Página 9
Editorial
(Continuação da página 1)
industrial do Século 19, parecem
menores. Então, em menos de uma
década, produtos diversos como a
lâmina de barbear, o sabão em pó e a
lâmpada elétrica, inundaram as famílias.
Estas inovações transformaram as vidas
de forma tão progressiva que os
desenvolvimentos recentes em formatos
de música e seus dispositivos ou
tecnologias de jogos, parecem menores
se comparados.
O que parece tornar-se verdadetambém
em relação a produtos, é o que Francis
Fukuyama denominou de "o fim da
história"; ele vê a raça humana no final
de sua evolução ideológica.
Ideologicamente, nada realmente novo
tem surgido durante muito tempo. Agora
só repensamos, reformulamos, ou
adaptamos idéias e modelos que foram
originadas há muito tempo atrás. Como
com as idéias, a raça humana também
parece ter abandonado algumas
esperanças com referência a produtos. A
aviação civil supersônica realizou o
último vôo do Concorde em 2003. Oito
anos mais tarde, Daimler-Benz anunciou
o fim a produção de seu carro linha de
frente, o Maybach. Em ambos os casos,
não seria garantido parar "por agora", já
que essas gerências expressaram
felicidade em encontrar coragem para
livrar-se de um peso.
Na tradição de Fukuyama, Peter Thiel
endereça em um artigo recente “the end
of the future”. Ele salienta que esse
progresso tecnológico cessou nos
últimos vinte anos com a exceção da
informática. Três campos tecnológicos
básicos parecem ter ficado para atrás
em progresso. O primeiro é energia cujo
custo se elevou consideravelmente e
quase ninguém neste mundo pode
prever energia no futuro a custo baixo.
Faltam avanços tecnológicos reais e
tecnologias existentes são abandonados
devido às preocupações ambientais.
Pode até ser que haja o renascimento
do carvão, mesmo considerando a
sujeira que seu uso e produção causam.
O segundo campo é a produção de
alimento. O rendimento de grãos
aumentou acima de 126 por cento de
1950 a 1980, mas somente 47 por
cento nos últimos trinta anos. O terceiro
campo é a medicina e biotecnologia.
Não apenas a luta contra o câncer
registra uma história de 40 anos sem
avanços importantes, mas também,
assuntos urgentes como Alzheimers,
não estão recebendo suficiente atenção.
O artigo de Thiel é repetido por muitos
incluindo Steve Denning que refere os
muitos obstáculos que inovadores
encaram nas grandes corporações. A
inovação frequentemente é percebida
como um risco oneroso e não como uma
oportunidade valiosa.
Certamente, o progresso real é difícil de
medir. Uns são tentados a mencionar
exemplos pequenos e outros grandiosos
de esperanças enterradas. O que foi
feito do coração de Jarvik e outros
órgãos artificiais? O que é realmente
novo nas tecnologias de fusão? Onde
estão as baterias de baixa densidade
para acionar os carros futuros? Algumas
esperanças esvaídas também dão voltas
estranhas apontando para as
inseguranças estratégicas. Alguns
meses atrás, o ônibus espacial Columbia
fez seu último vôo para NASA, ao menos
por agora. Não obstante, algumas
semanas depois, a NASA começou a
contratar 55 novos astronautas. Talvez
um destes astronautas irá juntar-se aos
colegas da China, atualmente, o único
país com uma agenda a longo prazo
para o espaço.
O livro do Fukuyama recebeu larga
atenção e inspirou um debate fervoroso
há quase vinte anos atrás, este, no
entanto, não pôde ser chamado de
debate sobre inovação. Como indicado,
inovação e progresso são difíceis de
medir; inovação é também um termo da
área dos negócios usado por
companhias para se auto-avaliarem para
que mesmo os avanços pequenos se
possam qualificar nesses termos e
colocar nas estatísticas oficiais.
A falta de discussão pública é
preocupante. A reação do mundo
ocidental à primeira estação espacial
chinesa, nem foi um novo “Sputnik
shock”, nem um caloroso convite para
os ocidentais coordenarem este
programa juntos. A formulação de tal
oferta em cooperar teria revelado que o
Oeste não tem muito a contribuir.
Certamente, levando em
consideração detalhes tecnológicos,
as companhias ocidentais estão
ainda numa posição principal. No
entanto, quando se trata da essência
do programa, da sua visão, e da
maioria de seus hardwares, a China
estará à frente. O Leste pode
perceber um dia a esperança
esvaecida do Oeste em conquistar o
espaço.
O espaço não é a única área em que
China está desenvolvendo programas
a longo prazo. Uma nação jovem com
uma população crescente e ainda
mais jovem olha para o futuro. Uma
muito mais velha população
diminuinte, especialmente da
Europa, parece estar ainda
relembrando sua história gloriosa. A
China quer avançar; o Oeste quer
agarrar-se ao que possui. Com este
histórico, não seria acidental que
tantas inovações no Oeste são
oriundas das indústrias de
entretenimento.
Links e Literatura
Why Are There No Successful Innovation Initiatives? (Steve Denning)
www.managing-essentials.com/1bm
Fukuyama, F. (1992): The end of
history. New York: Free Press.
The End of the Future (Peter Thiel)
www.managing-essentials.com/1bn
Essencial Managment do
Brasil
Detlev Liepmann
Professor of Psychology at Freie
Universität Berlin
Wolfgang Battmann
Associate Professor of Psychology at
Freie Universität Berlin
Roland Maass
German Diplom Engineer
E-mail:
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