Essencial Management - Managing Essentials
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Essencial Management - Managing Essentials
EM Brazil Essencial Management Do Brasil Volume 1, Edição 2 16 Dezembro 2011 Editorial: O fim de produtos inovadores? Nesta edição: Por Wolfgang Battmann O treinamento: O valor 2 de ampliar habilidades e capacidades. Atualmente, pesquisas de mercado nos EUA discutem se a Apple, mais uma vez, tornar-se-á um competidor importante no mercado dos computadores. A discussão não se baseia no conhecimento avançado de um novo produto nem uma mudança revolucionária esperada nas vendas dos desktops e notebooks Apple. A razão está na classificação do computador tablete iPad como um tipo de netbook pelo qual a Apple está ganhando uma quota de mercado significativa neste setor, no entanto a pergunta é, se o tablete é realmente um computador. Torna-se necessário perguntar. O iPad não apresenta nenhum teclado nem disco rígido, e freqüentemente é usado para entretenimento e recreação. A maioria das consoles de jogos eletrônicos são tecnicamente computadores, mas eles não são classificados como tal. Será que os tabletes abremuma nova categoria? Este pequeno problema aponta para o ainda maior problema que novas categorias são raras. Infelizmente, pesquisadores de mercado freqüentemente não têm o que disputar para ver em quais categorias novos produtos se enquadram, nem se seu sistema de categorização deve ser modificado. A razão é simples, não muitos bens de consumo genuinamente novos e duráveis foram lançados no mercado nas últimas décadas. Produtos existentes, como a televisão, avançaram ou tornaram-se quase obsoletos como a vitrola que teve suas funções fundidas em novos produtos mais avançados. Especialmente a tecnologia da informática facilitou muitos avanços e incorporações funcionais. No entanto, fora deste domínio, uma vida nova e genuína enriquecendo novos produtos e novas funções, tornou-se rara. O walkman, sistemas de navegação, jogos eletrônicos de movimento com controle são alguns bons exemplos e também, exceções à regra. No entanto, comparando estas inovações recentes com as da revolução Continua na página 10 Gestão de pessoas Obcessão por trabalho: Doce como chocolate? Um obcecado pelo trabalho não significa estar necessariamente sobrecarregado de trabalho. Ele ou ela pode ter prazer em trabalhar como outros tem prazer em comer chocolate todos os dia. Um estudo muito discutido conduzido por Baruch Jehuda da Rouen Business School, na França, realça a necessidade de ter-se uma visão diferenciada sobre os "obcecados por trabalho". Essa obcessão é vista por muitos como um vício. Expressa uma desarmonia perigosa entre trabalho e equilíbrio de vida, que talvez exija tratamento. O estudo demonstra, no entanto, que os indicadores mais comuns da obcessão por trabalho são, extensão das jornadas de trabalho e trabalho aos fins de semana, estes demonstrando um caso Continua na página 2 Trabalho em equipe: diversão fora do trabalho. 3 O último momento Kodak para Kodak? 3 Trabalho duro versus talento. 4 Momentos desagradáveis: Como demitir pessoas. 4 Assédio sexual: Um problema não resolvido. 5 Entrevistas de trabalho: Tudo sobre o futuro. 5 Humor no trabalho: Nem 6 sempre é engraçado. Chevron vs./e Brasil. 6 Corrupção: O dilema de Dilma Rousseff. 7 Choque de culturas: Um policial e seus estudantes. 7 Estados que falham e suas dívidas. 8 Essencial Management Obcessão por trabalho: Doce como chocolate? (continuou) contrário, uma vez que o indivíduo gosta muito do seu trabalho. Se bem determinado e sucedido, o trabalho pode estimular, oferecer ao indivíduo um fluxo de experiências e avaliação positiva. Como comer chocolate ao longo do dia, a experiência positiva no trabalho pode dar significado ao dia e sensação de realização. A essência, no entanto, é a auto determinação. A tensão positiva esperada das tarefas exigidas por superiores, transforma-se em uma aflição percebida negativamente. Podemos sugerir que as atividades do trabalho são como chocolate. A intensidade com que ambos são desfrutados variam não apenas entre indivíduos, mas também depende do momento de vida do indivíduo. Para um engenheiro jovem, trabalhar no seu primeiro projeto às 3h00 da manhã de domingo pode fazê-lo uma das pessoas mais felizes no mundo. Não obstante, alguns anos mais tarde, ele pode amar sua esposa mais que seu trabalho e não querer trabalhar mais durante a noite. É uma boa idéia seguir o conselho de Jehuda e deixar as pessoas trabalharem se elas querem e desfrutam deste. No entanto, é também uma boa idéia, ter um olhar mais aguçado para ver se elas estão realmente felizes assim. Algumas pessoas vêem trabalho como uma fuga dos problemas privados e profissionais. Tal escapismo não acaba com o tempo. Links e Literatura The positive wellbeing aspects of workaholism in cross cultural perspective: The chocoholism metaphor. www.managing-essentials.com/1ba Study: Nothing wrong with workaholics www.managing-essentials.com/1bb O treinamento: O valor de ampliar habilidades e capacidades. A maioria dos programas de treinamento são projetados para aprofundar bases de conhecimento. Ampliá-lo, freqüentemente, não é considerado tão importante. Em "Businessweek", Rick Wartzmann salienta que isto é uma interpretação incorreta sobre as necessidades de treinamento. "Ir fundo sem amplitude" é, momentamente, o máximo que tem-se alcançado quando avalia-se a necessidade de treinamento e a realização de programas. Enquanto há uma frequente necessidade de mais especialização de pessoal, uma perspectiva mais ampla da mesma, não deve ser esquecida. O guru da gerência, Peter Drucker aconselhou nos anos 70, que especialistas devem adequar seus conhecimentos específicos na visão total e estrutural de uma companhia. Todo o restante pode resultar em um túnel de mentalidade ineficaz e às vezes, até perigoso. Além do mais, a companhia também pode não estar completamente habilitada para usar as bases de conhecimento do seu pessoal. Portanto, proje- tos de treinamento devem olhar, além das necessidades de mais especialização, o foco na ampliação do espectro profissional dos indivíduos, especialmente quando envolve habilidades de gerenciamento. Além do mais, um equilíbrio entre teoria e prática na área de educação organizacional deve ser vislumbrado. Conhecimento teórico pode ajudar a contextualizar a experiência prática e pôr seus limites. O artigo reforça que treinamento não é exclusivamente sobre especialidades, mas sim, especialidades dentro da estrutura orgânica de uma companhia. Tanto o indivíduo como a companhia lucram se o treinamento tem uma conotação de fortalecimento das relações. A rotação de trabalho tornou-se fora de uso no Ocidente há muito tempo mas é ainda a base para a maioria das carreiras em gerenciamento de muitas companhias bem-sucedidas da Ásia. Formação: uma perspectiva mais ampla não deve ser esquecida. Links e Literatura Why Training Employees Is Always a High-Wire Act (Rick Wartzmann) www.managing-essentials.com/1bc Página 2 Volume 1, Edição 2 Trabalho em equipe: diversão fora do trabalho. Uma noite de diversão com colegas da companhia é bom para a moral e pode fortalecer o potencial da equipe. O jornalista Allister Hagger confirma esse resultado no “Express Newspaper” oriundo de um estudo feito com 2000 pessoas na Grã-Bretanha,. Empregados na Grã-Bretanha participam de, em média, três reuniões sociais com colegas de trabalho a cada ano e tais reuniões são tidas como bem sucedidas contando com apenas 10 % dos colegas os quais evitam estes eventos. Daqueles que comparecem, 60 por cento diz esforçar-se mais no trabalho no dia do evento e 40 por cento o vêem como uma oportunidade boa de, socialmente, conhecer melhor seus colegas. Uma maioria, em tais ocasiões, recebe bem a presença de seus chefes contanto que eles não tentem 'ser um deles’. O local de trabalho é, hoje em dia, muito mais que somente um lugar de trabalho. Companhias como Google, admirada por muitos por sua moral e espírito empresarial, oferece à sua equipe jovem, piscinas, salas para exercícios físicos, e palestras com reuniões fora do escritório com o intuito de fortalecer as ligações entre indivíduos. Além do mais, a comunicação informal é praticada para que reduza a visão limitada e rigidez estrutural. Mesmo companhias pequenas e departamentos de companhias maiores podem reservar recursos para noites de lazer como uma oportunidade social para ‘estarem juntos’. Inevitavelmente, mesmo quando as pessoas encontram-se fora do trabalho, elas frequentemente conversam sobre o que acontece nele. Portanto, tais reuniões podem ajudar a todos a entender os papéis e os problemas dos outros. Além do mais, alguns indivíduos descobrem interesses e passatempos em comum que também podem aumentar o espírito de equipe e a produtividade. Nighthawks, Edward Hopper Links e Literatura Fun nights out so good for workers (Allister Hagger) www.managing-essentials.com/1bd É uma boa ideia sair para tomar uma bebida com seus empregados? O último momento Kodak para Kodak? Somente 39 companhias listadas na “100 Fortunas” em 1917 ainda operavam em 1987, e destes, somente 18 ainda faziam parte da lista com somente dois representando os melhores do mercado, General Electric e Kodak. Kodak, no entanto, o promissor dos mais promissores’ parece ser o próximo a desmoronar de acordo com Michael Hiltzik no “Los Angeles Times”. O preço de estoque da Kodak caiu para aproximadamente um dólar com seus US$ 862 milhões em reservas de dinheiro se esgotando por perdas operacionais mensais de mais de U$70 milhões. A companhia sobrevive de taxas de patentes e litígios bem-sucedidos, mas depois de cinco anos sem lucros, o fim parece aproximar-se. Kodak, foi fundada em 1880, foi a coroa da indústria Americana comandando quotas de mercados acima de 80 por cento do mercado de filmes e câmeras nos anos 70. Esta posição dominante foi desbancada depois que a Kodak permitiu que a Fuji Photo do Japão tornasse-se o filme oficial para os Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles. A idade digital iminente então deu o que provava ser o golpe final na companhia. Apesar de esforços consideráveis em pesquisa, um mundo sem filme pareceu estar além de imaginação. Ao subsidiar suas câmeras digitais, Kodak pôde agarrar uma fatia maior de mercado, no entanto, isso somente serviu para ver sofisticados telefones celulares ultrapassando seus produtos. Kodak demonstra que visão é mais importante que dinheiro e que não há nenhum mérito para anunciar. Investimentos consideráveis em Pesquisa & Desenvolvimento não ajudaram porque uma mudança de paradigma era necessária, não avanços. A companhia pode desaparecer, mas esperançosamente, o "momento Kodak" permanecerá para sempre. La créativité artistique, Honoré Daumier Links e Literatura Kodak's long fade to black (Michael Hilts) www.managing-essentials.com/1be Página 3 Essencial Management Assunto cultural Humor no trabalho: Nem sempre é engraçado. Você pode imaginar um palhaço sentado à direita de sua escrivaninha? Não? Este colega não estaria apresentando um humor apropriado para um escritório. Um palhaço estaria fora de lugar. Então que tipo de humor é aceitável para o local de trabalho e que tipo vai longe demais? Sneha Khilay discute esta pergunta no seu artigo "Quando humor no local de trabalho não é engraçado" publicado pela "Management Today". mente unia todo o grupo masculino, agora separava o mesmo em gênero. A mulher abandonou o trabalho, provavelmente por causa dos comentários discriminatórios feitos em sua presença. Hoje em dia, tal situação freqüentemente acontece em conseqüência da crescente diversificação dentro dos cenários de trabalho. Khilay conclui que "O motivo de humor de uma pessoa, pode ser o de insulto de outra" (sic). O humor é importante para a moral no trabalho e se compartilhado pode fomentar união entre pessoas. No entanto, como muitas piadas possuem elementos discriminatórios, o que faz uma piada aceitável? Khilay dá alguns exemplos de piadas que vão longe demais. Ele descreve o caso de um bombeiro do sexo feminino que uniu-se a uma estação com muitos colegas do sexo masculino.Estes faziam constantes piadas sobre mulheres. O que previa- Humor pode demonstrar inteligência e deve, talvez, ser uma habilidade fundamental da gerência. No entanto, se usado para zombar de outros, facilmente pode tornar-se um comportamento intimidador, em negócios, simplesmente chamado de "mobbing". Não obstante, se você quer fazer piadas e endereçá-las a alguém, seria uma boa idéia, endereçá -las a si mesmo. Em contraste com as piadas à custa de outros, a auto-ironia expressa auto-reflexão, não machuca os sentimentos dos outros e pode tornálo mais atraente. É importante no entanto, não tornar-se o palhaço malvindo do escritório. Os palhaços podem ser percebidos como fantasmagóricos antes de serem engraçados. Quando humor ocorre no local de trabalho, este não é engraçado. Alone!, Sean Landers Links e Literatura When humour in the workplace isn't funny (Sneha Khilay) Chevron vs./e Brasil. Em novembro de 2010, o mundo acompanhou o derramamento de óleo no Golfo do México. Mais recentemente, forças concentraram-se no derramamento ocorrido em novembro de 2011 em Campo de Frade, aproximadamente a 370 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, Brasil. Felizmente, considerando o impacto causado, este derramamento foi muito menor, contudo, isto não diminui seus efeitos negativos. Este foi contido somente depois que aproximadamente 3.000 barris vazaram, uma quantidade similar à que poluiu o Golfo do México, dia após dia durante semanas. O governo brasileiro multou a Chevron em R$ 50 milhões, o equivalente a US$ 27 milhões por não ter passado as informações corretas para serem supervisionadas pela Agência Nacional do Petróleo. Concomitantemente, uma licença de perfuração foi suspendida, pelo menos temporariamente. A Chevron, operando em campo sozinha, aceitou total responsabilidade, mas com referência às suas relações públicas, o www.managing-essentials.com/1bj dano já tinha sido feito. O fato de, a gerência sênior pedir desculpa pública na Câmara dos Deputados, não ajudou. Mais investigações talvez descubram se o vazamento foi devido a negligência, equívoco ou erro. Como sempre em operações complexas, traçar uma linha clara torna-se difícil. Aliás, a raíz do problema parece ter sido presunção generalizada. Certamente não houve nenhuma malevolência dos engenheiros de perfuração. Contudo, eles subestimaram o risco de um "aumento de pressão". No entanto, eles atuam em uma comunidade, incluindo o governo brasileiro, em que o empreendimento inteiro de explorar os campos de mar profundo parece ser entendido como algo facilmente manejado por perítos da engenharia moderna. Os peritos brasileiros também salientam que esta exploração experimental está na linha de frente da engenharia submarina, e apresenta riscos desconhecidos. Todas as partes foram aconselhadas a aderir a uma apólice de informações baseada em realismo, sinceridade, e transparência. A pena de R$ 50 milhões por não ter passado informação correta. Links e Literatura Analysis: Chevron spill lifts cover on Brazil oil risks www.managing-essentials.com/1bk Página 6 Volume 1, Edição 2 Corrupção: O dilema de Dilma Rousseff. Carlos Lupi, the next in a long row of government ministers, is close to being removed by Brazil’s president Dilma Rousseff because of corruption charges. Ms Rousseff is cleaning up - but is she really fighting corruption or is she just pretending to do so? This question is asked in a critical article by a staff writer of “The Economist”. In Brazil the lower house of Congress consists of nearly 30 parties. It is a difficult situation which often causes non transparent decision making processes resulting in many scandals. In order to create stable coalitions it became practice to bind other parties by giving them ministries. Consequently, since 2003 the number of ministries increased from 26 to 39. “The Economist” views this practice and its continuity critically, as probably many ministers misused their position to line their own pockets, as in the case of Carlos Lupi. The Economist suggests a more radical cleansing which would go far beyond the removal of the biggest sinners. Ms Rousseff has to unify her 10 coalition parties which hold 360 out of 513 seats and making parties responsible by giving those ministries is an old principle in political leadership. In addition, representing parties in the government according to the votes of a nation is democratic. The problem appears to be that some of the leading members of this differentiated party landscape lack personal integrity, leaving Ms Rousseff facing a real dilemma. She empowers people by making them ministers, probably knowing that some of them will misuse their newly gained power. Ironically, in such a situation it seems to be a good idea to have many small ministries instead of a few powerful big ones. Ms Rousseff is taking her responsibility seriously by removing ministers who are proven to be corrupt. It will be the responsibility of the voters to change the overall situation in the next election. Brazil is a young democracy and there is still a long way to go. Links e Literatura Cleaning the Brasília pork factory / In a never-ending telenovela of sleaze, Dilma Rousseff is tackling the excesses of patronage politics but not yet the underlying system www.managing-essentials.com/1bl Choque de culturas: Um policial e seus estudantes. Em um espaço de horas do incidente, milhões de pessoas ao redor do mundo viu fotos e assistiu as gravações de um policial borrifando pimenta nos estudantes da Universidade da Califórnia em Davis (UCD), Aproximadamente vinte estudantes sentaram em um cruzamento de passagem e não obedeceu as ordens para sair. Eles queriam expressar solidariedade ao " Occupy Wall Street Movement " e protestos em outros campus. Sentados em um passadiço do gramado, eles não ameaçaram qualquer pessoa ou nem mesmo bloqueiaram qualquer acesso. O policial nem sequer sentiu necessidade para fechar o escudo do seu capacete. Para cada estudante sentado havia três circulando ao redor e tirando fotos que fariam daquele momento e do homem, famosos. Um fato pouco notado foi que o policial era parte da polícia da UCD, uma força de polícia privada servindo exclusivamente a universidade. Esta força, em seu treinamento e procedimentos, deve refletir os valores da universidade. Eles podem ter seguido procedimentos regulares, mas ao mesmo tempo, eles podem ter transgredido valores. Este não foi um confronto de rua como visto em outras demonstrações, no entanto colegas foram bastante atingidos. Na escala de Scoville, a pimenta Caiena registra até 50,000 Scoville Heat Units (SHU) e spray de pimenta entre 0,5 e 2 milhões. Sem uma cultura corporativa convincente e generalizada, em casos de conflito, valores e procedimentos de subculturas podem emergir e tomar posse. Desde que um conflito de valores não é percebido, a subcultura pode agir por conta própria sem previamente consultar sua liderança. O conflito, como neste caso, pode então tornar-se rapidamente, um evento instantâneo dos meios de comunicação.No final todos pedem desculpa. Um policial na Califórnia mostra o perigo das subculturas. Ona & Ono Publishing Página 7 Essencial Management O mais comentado Estados que falham e suas dívidas. Por Roland Maass e Wolfgang Battmann Até três anos atrás era de conhecimento geral que estados não podiam abrir falência mas sempre se poderia solucionar sua dívida. Ou melhor, para ser mais preciso, "estados normais” não podem falhar. Havia um bom número de falências de estado, embora o último mais importante foi a Argentina em 2002. No entanto, estes acontecimentos foram desconhecidos como anomalias que somente acontecem em algum lugar no sertão da África ou da América do Sul. De fato, desde uma perspetiva teórica, os estados não podem abrir falência. É fácil explicar por quê. Os estados podem imprimir dinheiro. Naturalmente, quanto mais eles o fazem sem base substancial em suas economias, menos este vale. Inflação alta atinge a economia e os habitantes, mas com certeza reduz a dívida nominal. Em uma hiperinflação toda a dívida pode ser saldada com dinheiro emprestável; este perigo é evidente. Conseqüentemente, todos países industriais importantes foram cautelosos em não experimentar este fenômeno. Eles olham orgulhosamente para sua história monetária corrente com moedas com centenas de anos. Uma exceção notável é a Alemanha, que por duas vezes, em 1924 e 1947, teve que experienciar um colapso completo de seu sistema monetário. O governo alemão surpreendentemente é muito conservador quando o assunto é manter o valor de sua moeda. Em períodos difíceis, tomar dinheiro emprestado não é uma má idéia para um governo, às vezes mesmo parece inevitável. Sob circunstâncias normais um estado deve estar habilitado a se auto financiar através da arrecadação de seus impostos, mas há "acontecimentos especiais’’ onerosos que somente serão saldados ao fim destes. Ao longo da História estes acontecimentos foram as guerras. A Primeira Guerra Mundial foi a primeira a ser financiada em sua maioria através de "empréstimo de guerra” com primeiro emprestador natural do estado, seus cidadãos. Este modelo foi projetado por dificuldade econômica. Por que o estado não deve tomar dinheiro emprestado para superar uma crise? Primeiro, dinheiro, sabiamente investido ajuda a economia e uma parte dele flui diretamente de volta através dos impostos pagos. Para construir uma infra-estrutura, ofereça crédito aos pequenos negócios, à pesquisa, e financie a educação que imediatamente serve o mercado de trabalho. Concomitantemente, estes investimentos preparam as bases para um crescimento mais rápido no futuro. Se de fato a receita fiscal se eleva impulsionada por um crescimento esperado com inflação, os estados não têm nenhum problema em saldar sua dívida e juros. Isto é, de uma forma simples, a noção de J. M. Keynes, e lugares como o Hoover Dam e muitas rodovias demostram como funcionou bem no famoso "New Deal " norteamericano nos EUA de 1920. EM online: www.essencial-management.com.br Links e Literatura Sturzenegger, F. & Zettelmeyer, J. (2007). Debt Defaults and Lessons from a Decade of Crises. Cambridge, MA: MIT Press. Esta dívida do estado de base teórica e histórica foi considerada como um refúgio seguro há alguns anos atrás quando veio a ser chamado, em sua auto-percepção, de “países sérios”. Em contraste com dívida privada e corporativa, os bancos não tiveram que refletir sobre riscos contraídos neste setor através do ajuste do capital principal. Portanto, especialmente depois da crise dos bancos de 2008 e a pressão sob os mesmos para se exporem a menos riscos, a dívida do estado tornou-se cada vez mais um objeto de comércio; no entanto, todo o comércio incorpora um elemento de especulação. O fato desta especulação ter ido fora de controle é, visto de forma realista, devido às mudanças significativas na economia global durante as últimas duas décadas. Página 8 "Crescimento" é uma palavra mágica para se compreender racionalmente a dívida do estado. No entanto, o crescimento orgânico de muitos países desenvolvidos começou a retardar significativamente aproximadamente há duas décadas quando seus mercados saturaram. Potências históricas como França, Alemanha e Grã-Bretanha cresceram exportando seus produtos manufaturados e seus serviços. Quatro quatro anos atrás os EUA foram criticados por gastar demais, no entanto, seus consumidores, livres para consumir, mantiveram o mercado aquecido para os europeus exportarem. Mais tarde uniram-se a este as intermináveis massas de consumidores especialmente da China e Índia. Hoje, o crescimento e a riqueza na Europa e nos EUA depende do crescimento e das necessidades das nações em desenvolvimento. Além do mais, o conceito de investir para lidar com a crise mudou. Esperançosamente, a última guerra mundial foi realmente a última dos tempos. A dívida dos estados hoje em dia é usada para criar "pacotes econômicos estímulantes” relembrando exemplos históricos. Nos EUA, até hoje, o Hoover Dam gera energia e a renovação das rodovias depende de construções básicas e trajetos atualmente com mais de 75 anos de existência. No entanto, dívidas contraídas hoje em dia, raramente se qualificam como um investimento real quando gasta. O dinheiro não é usado para gerar avanços econômicos épicos, mas é imediatamente consumido em sistemas extensos de assistência social e indústrias subsidiadas, ou é usado para saldar dívidas antigas. A Grécia apresenta um extremo, no entanto, exemplo revelador, cortando seis dígitos dos ganhos fica menos de €40.000, enquanto seus gastos chegam a aproximadamente €70.000 também para servir sua dívida de mais de €300.000. Se existem tesouros escondidos que podem ser monetarizados, está por responder. Nenhuma indústria foi criada e falta muito que privatizar. A companhia mais valiosa em termos de listagem na bolsa é a “Coca Cola bottling operations”. Finalmente, os principais credores não são mais os cidadãos dos países. Hoje em dia, a dívida do estado é freqüentemente mais uma dívida estrangeira. Os estados vendem suas ações como grandes corporações nos mercados financeiros internacionais e são tratados como tal. No entanto, um dos países com uma dívida grande é o Japão. Apesar de sua dívida de mais de 200% do PIB, frente a 80% na Alemanha , 100% nos EUA e 120% na Grécia e depois de quase vinte anos de estagnação, ninguém realmente parece se preocupar. A maior parte desta dívida é assegurada pelos cidadãos japoneses, eles não desapontarão seu país tão facilmente quanto um investidor estrangeiro. A crise da dívida do estado no mundo desenvolvido é portanto um dos muitos indicadores para a mudança global recente no desenvolvimento econômico. As economias desenvolvidas têm que lidar com o peso de seus sistemas de assistência social e estruturas históricas; as economias emergentes não apenas tornaram-se seus credores, como também decidem sobre o crescimento futuro de seus devedores Obtenha uma Versão Premium EM A subscrição individual para a versão prêmio é R$140,00 (60€; 80 US$) por ano. As condições são simples. Apenas subscreva à versão Prêmio. Você só será faturado depois de quatro semanas. Se você não gostar de relatório informativo, ignore a conta - e seu registro será cancelado. Caso contrário a subscrição continuará durante um ano sem renovação automática. Se você quiser distribuir Essencial Management para sua empresa, por favor, solicite nossos planos de subscrição corporativa. Volume 1, Edição 2 com suas apólices industriais e de impostos. Naturalmente, a dívida baixa das economias emergentes é devido às suas populações jovens e à falta de sistemas de assistência social sociais extensos. Em 40 anos eles podem encontrar problemas estruturais semelhantes a esses das economias estruturadas. Mas 40 anos é um tempo longo para a aprendizagem. Do Essencial Management Essencial Management está prestes a se tornar o primeiro relatório informativo para gerente geral, especialistas em desenvolvimento organizacional e profissionais de recursos humanos. Essencial Management faz revisões quinzenais e resumos de artigos sobre novas aproximações e melhor prática na “área de empreendimento humano" com referência especial para os desafios encontrados em administração internacional. Nós focalizamos essências de liderança, mudança de administração, aprendizagem organizacional, recrutando e retendo, (mau) comportamento organizacional e meio para melhorar impacto de administração. Para estes tópicos nós identificamos e definimos essas aproximações e discernimento que contêm "conhecimento acionável” ou que tenha se provado na prática. Além disso, Essencial Management tenta identificar novas idéias inspiradoras dentro e fora da academia. Nossos editoriais avaliam e dão o contexto desses assuntos centrais dos quais muitas soluções pragmáticas derivam. http://www.essencial-management.com.br/ Página 9 Editorial (Continuação da página 1) industrial do Século 19, parecem menores. Então, em menos de uma década, produtos diversos como a lâmina de barbear, o sabão em pó e a lâmpada elétrica, inundaram as famílias. Estas inovações transformaram as vidas de forma tão progressiva que os desenvolvimentos recentes em formatos de música e seus dispositivos ou tecnologias de jogos, parecem menores se comparados. O que parece tornar-se verdadetambém em relação a produtos, é o que Francis Fukuyama denominou de "o fim da história"; ele vê a raça humana no final de sua evolução ideológica. Ideologicamente, nada realmente novo tem surgido durante muito tempo. Agora só repensamos, reformulamos, ou adaptamos idéias e modelos que foram originadas há muito tempo atrás. Como com as idéias, a raça humana também parece ter abandonado algumas esperanças com referência a produtos. A aviação civil supersônica realizou o último vôo do Concorde em 2003. Oito anos mais tarde, Daimler-Benz anunciou o fim a produção de seu carro linha de frente, o Maybach. Em ambos os casos, não seria garantido parar "por agora", já que essas gerências expressaram felicidade em encontrar coragem para livrar-se de um peso. Na tradição de Fukuyama, Peter Thiel endereça em um artigo recente “the end of the future”. Ele salienta que esse progresso tecnológico cessou nos últimos vinte anos com a exceção da informática. Três campos tecnológicos básicos parecem ter ficado para atrás em progresso. O primeiro é energia cujo custo se elevou consideravelmente e quase ninguém neste mundo pode prever energia no futuro a custo baixo. Faltam avanços tecnológicos reais e tecnologias existentes são abandonados devido às preocupações ambientais. Pode até ser que haja o renascimento do carvão, mesmo considerando a sujeira que seu uso e produção causam. O segundo campo é a produção de alimento. O rendimento de grãos aumentou acima de 126 por cento de 1950 a 1980, mas somente 47 por cento nos últimos trinta anos. O terceiro campo é a medicina e biotecnologia. Não apenas a luta contra o câncer registra uma história de 40 anos sem avanços importantes, mas também, assuntos urgentes como Alzheimers, não estão recebendo suficiente atenção. O artigo de Thiel é repetido por muitos incluindo Steve Denning que refere os muitos obstáculos que inovadores encaram nas grandes corporações. A inovação frequentemente é percebida como um risco oneroso e não como uma oportunidade valiosa. Certamente, o progresso real é difícil de medir. Uns são tentados a mencionar exemplos pequenos e outros grandiosos de esperanças enterradas. O que foi feito do coração de Jarvik e outros órgãos artificiais? O que é realmente novo nas tecnologias de fusão? Onde estão as baterias de baixa densidade para acionar os carros futuros? Algumas esperanças esvaídas também dão voltas estranhas apontando para as inseguranças estratégicas. Alguns meses atrás, o ônibus espacial Columbia fez seu último vôo para NASA, ao menos por agora. Não obstante, algumas semanas depois, a NASA começou a contratar 55 novos astronautas. Talvez um destes astronautas irá juntar-se aos colegas da China, atualmente, o único país com uma agenda a longo prazo para o espaço. O livro do Fukuyama recebeu larga atenção e inspirou um debate fervoroso há quase vinte anos atrás, este, no entanto, não pôde ser chamado de debate sobre inovação. Como indicado, inovação e progresso são difíceis de medir; inovação é também um termo da área dos negócios usado por companhias para se auto-avaliarem para que mesmo os avanços pequenos se possam qualificar nesses termos e colocar nas estatísticas oficiais. A falta de discussão pública é preocupante. A reação do mundo ocidental à primeira estação espacial chinesa, nem foi um novo “Sputnik shock”, nem um caloroso convite para os ocidentais coordenarem este programa juntos. A formulação de tal oferta em cooperar teria revelado que o Oeste não tem muito a contribuir. Certamente, levando em consideração detalhes tecnológicos, as companhias ocidentais estão ainda numa posição principal. No entanto, quando se trata da essência do programa, da sua visão, e da maioria de seus hardwares, a China estará à frente. O Leste pode perceber um dia a esperança esvaecida do Oeste em conquistar o espaço. O espaço não é a única área em que China está desenvolvendo programas a longo prazo. Uma nação jovem com uma população crescente e ainda mais jovem olha para o futuro. Uma muito mais velha população diminuinte, especialmente da Europa, parece estar ainda relembrando sua história gloriosa. A China quer avançar; o Oeste quer agarrar-se ao que possui. Com este histórico, não seria acidental que tantas inovações no Oeste são oriundas das indústrias de entretenimento. Links e Literatura Why Are There No Successful Innovation Initiatives? (Steve Denning) www.managing-essentials.com/1bm Fukuyama, F. (1992): The end of history. New York: Free Press. The End of the Future (Peter Thiel) www.managing-essentials.com/1bn Essencial Managment do Brasil Detlev Liepmann Professor of Psychology at Freie Universität Berlin Wolfgang Battmann Associate Professor of Psychology at Freie Universität Berlin Roland Maass German Diplom Engineer E-mail: [email protected]