Bibliografia ASPREY, Robert B. War in The Shadows

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Bibliografia ASPREY, Robert B. War in The Shadows
Bibliografia
ASPREY, Robert B. War in The Shadows – The Guerrilla in History.
1994
Volume I Backinprint.com Edition
ASPREY, Robert B. War in The Shadows – The Guerrilla in History.
1975
Volume II Doubleday & Company, Inc. Garden City
Comentário: É nítido que o Volume II foi escrito anteriormente ao Volume
I, o que não seria grande problema se houvesse uma estrutura teórica forte
que mantivesse o vínculo entre ambos, o que de fato não ocorre. É óbvio
também a erudição do autor em alguns casos empíricos, em especial no
Volume II, enquanto em outros há uma superficialidade e uma confusão
conceitual gritantes. O autor parece confundir estratégia de atrito, com
guerras regulares em pequena escala, com terrorismo e guerrilha, dentre
várias outras inconsistências. As denominações das partes são reflexos
claros deste empreendimento sem sentido onde não se há qualquer tipo de
critério para escolha dos casos empíricos. Se ambos os volumes são uma
tentativa de grande esforço para se tratar da guerrilha na história não há,
em momento algum, qualquer dica no sentido que se está tratando
efetivamente de guerrilhas. Se houve grande aceitação pela academia no
tratamento da guerra revolucionária comunista e suas vertentes (foco do
Volume II), não se pode dizer o mesmo em relação ao volume I, que se
torna desconexo e fraco. Há saltos históricos também inconsistentes e
erros teóricos absurdos, como por exemplo no tratamento da teoria
clausewitziana. A bibliografia, inexistente no Volume I, é motivo de
preocupação no Volume II. As notas, que referenciariam as fontes,
suprimidas, se tornam a única fonte de consulta da obra, o que para um
estudo mais aprofundado do campo se torna uma tarefa quase impossível.
Em termos de ganho para erudição no campo dos estudos militares podese dizer que este esforço intelectual é incompleto e um leitor ou estudioso
do campo da guerrilha mais desatento tem um prejuízo de entendimento
teórico muito grande.
BECKETT, Ian F. Encyclopedia of Guerrilla Warfare
2001
Checkmark Books, New York
Comentário: Uma enciclopédia que não apresenta a própria definição de
seu objeto, ainda que tenha esboçado algumas tentativas em sua
Introdução, é um demérito. Como referência para a discussão
epistemológica, conceitual ou teórica daquilo que concerne à disciplina
acadêmica militar é inferior aos trabalhos de Cowley & Parker e Griess.
Resta somente a vantagem de ser um trabalho que concentra alguns
objetos de análise sobre o fenômeno da guerrilha. Bibliografia final
apresentada não condiz com a não profundidade de conteúdo da maioria
dos textos.
BERARDO, João Batista. Guerrilhas e Guerrilheiros no drama da América
Latina.
1981
Edições Populares, São Paulo
Comentário: Três questões chamam a atenção para este trabalho de
Berardo, o primeiro por ser uma das poucas obras escritas no Brasil sobre
o tema da guerrilha. Segundo por fazer parte do seu prefácio algumas
figuras que se não participaram fisicamente ou intelectualmente,
incentivaram de alguma forma os movimentos guerrilheiros no país.
Terceiro, por ser uma obra à primeira vista acadêmica em que se traçariam
alguns recortes ‘científicos’ do fenômeno, em especial sobre as ‘teorias’ de
Guevara e Mao. Não somente é uma obra limitadíssima do ponto de vista
científico, em que a exposição sai do plano intelectual e ruma à
panfletagem, como também usurpa fatos históricos para a sustentação de
uma retórica revolucionária. Seus méritos são por ser um dos poucos
trabalhos no campo na América do Sul e no Brasil, e por isso referencio-o,
entretanto, aproxima-se a pseudo-ciência. O Capítulo 02 [Guerrilhas e
Guerrilheiros] é talvez o único trecho com alguma utilidade para o debate
teórico entre as teorias da guerrilha na América e na Ásia.
FALLS, Cyril. A Hundred Years of War – 1850-1950
1953
Collier Books, New York
Comentário: Pela leitura do trabalho de Christopher Bassford ‘Clausewitz
in English: The Reception of Clausewitz in Britain and America – 18151945’, chegou-se a uma nota (23) que afirmava que Falls havia
estabelecido o diálogo de Clausewitz com T.E. Lawrence, algo que o próprio
britânico havia negado no seu trabalho Seven Pillars of Wisdom. O
trabalho de 1953 de Falls prometia estabelecer aquilo que esta dissertação
também se propõe e que, aparentemente, ninguém havia feito, determinar
os vínculos intrínsecos entre a Teoria da Guerra de Clausewitz,
especialmente em relação ao capítulo ‘People in Arms’ [VI-26] e o Capítulo
35 do Seven Pillars of Wisdom de Lawrence. Ainda que o livro de Falls
fosse um trabalho predominantemente histórico, destacam-se as
discussões sobre a Transformação da Guerra (01); Fins e Meios (04) e mais
especificamente ‘Half Century of Small Wars’ (08) e Partisan and People’s
War’ (19). Ainda que ambos sejam capítulos com alguns limites teóricos, o
trabalho de Falls se destaca por ser o primeiro que dá alguns passos na
vinculação entre Clausewitz e Lawrence, na sistematização do estudo de
Callwell e na caracterização da guerrilha e da insurgência.
GUEVARA, Ernesto (Che). Guerrilla Warfare.
1961 [1968] Introdução de Marc Becker, University of Nebraska
Press, Lincol
Comentário: Três textos do próprio Guevara compõem este trabalho: i)
Guerrilla Warfare de 1960; Guerrilla Warfare: A Method de 1963 e; iii)
Message to the Tricontinetal de 1967. A Introdução de Becker dá conta de
analisar as principais características do que se poderia chamar de ‘Teoria
da guerrilha’ de Guevara, bem como de seus principais limites teóricos e
práticos. Apesar desses limites teóricos reais sabe-se que o impacto gerado
pelo sucesso da Revolução Cubana elevou a ‘teoria’ de Guevara ao patamar
de um texto extremamente influente no campo de estudo do fenômeno da
guerrilha. Obviamente é necessário separar o sucesso do guerrilheiro, a
imagem do mito, com aquilo que se produziu no campo científico, e é onde
Guevara apresentou mais deficiências. O texto de 1960 é infinitamente
mais detalhado que o de 1963, e o de 1970 é puramente propagandístico.
JOES, Anthony James. Guerrilla Warfare – A Historical, Biographical and
Bibliographical Source Book.
1996
Greenwood Press Westport, Connecticut
Comentário: Livro sem marco teórico definido, por isso não dá conta de
responder aquilo que se propõe: o que é guerrilha? Como diferencia-la de
outros fenômenos como as revoluções, a insurgência ou o terrorismo? Seu
autor oscila entre doutrina e estudo o que acaba se transformando em um
trabalho sem sustentabilidade. A Parte I do trabalho, intitulado History
and Analysis é, por falta de um delineamento teórico mais estruturado,
somente uma apanhado de casos empíricos sem grandes conexões. Da
mesma forma, seu enquadramento histórico é totalmente sem sentido e os
textos propriamente ditos são superficiais e insuficientes para um trabalho
de estudos de caso mais rigoroso. Portanto, percebe-se a total falta de
critério para a escolha de casos de análise e isso reflete diretamente na
escolha dos personagens biográficos. As notas também são insuficientes.
Entretanto, a parte III, Bibliographical Essay, é o que há de mais
importante no livro. Encontram-se algumas boas referências bibliográficas
para aqueles que estão iniciando no campo de estudo da guerrilha, ainda
que algumas ausências se façam marcantes. É portanto um bom
demarcador de campo.
MARIGELLA, Carlos. Pequeno Manual do Guerrilheiro Urbano.
1967
Comentários; Sem comentários no momento
MAO TSE-TUNG. On Guerrilla Warfare
1961
University of Illinois Press [Transl. Samuel B. Griffith II]
Comentário: O trabalho é uma excelente coletânea de alguns dos
principais textos de Mao escritos em fins da década de 1930 [Destaque aos
textos 1937, The Nature of Revolutionary Guerrilla War e; Yu Chi Chan ou
Guerrilla Warfare de 1938]. De fato, Guerrilla Warfare é um misto de
exposição teórica, mais como uma proposta a uma teoria, com propaganda
ideológica comunista. Mao oscila entre as tentativas de se propor uma
guerrilha ‘científica’, universal, com a formulação de princípios para a
vitória, seguindo a linha de Sun Tzu. De qualquer forma, Mao dialoga com
escritores militares, ainda que algumas vezes implicitamente, como
Clausewitz e T.E Lawrence, e seu trabalho pode ser considerado a base
para a guerrilha comunista revolucionária. Nele se apoiaram, por exemplo,
Ernesto Che Guevara e Nugyen Giap.
NEWMAN, Bob. Guerrillas in the Mist: A Battlefield Guide to Clandestine
Warfare
1997
Paladin Press, Boulder, Colorado
Comentário: Guerrillas in the Mist é um trabalho interessante e completo
visto sua proposta – ser um guia de campo para a guerra clandestina. Não
se pode exigir nenhum esforço teórico mais profundo afinal não é isto que
ele se propõe. Entretanto, postula que há táticas peculiares à guerrilha e
isso é um ponto de confronto com alguns estudiosos dos Estudos
Estratégicos, que defendem que tática é tática. Apresenta, mas somente
apresenta, algumas idéias ‘teóricas’ de guerrilheiros como Mao e Guevara e
sua bibliografia é inexistente. Do ponto de vista tático é um guia, somente.
PEREZ, Andrés Cassinello. Operaciones de Guerrillas y Contraguerrillas.
1966
Compañia Bibliografica Española, S.A. Madrid
Comentário: Sem grande estrutura teórica, pelo menos explicitamente, é
um excelente guia operacional e tático de análise das principais forças
guerrilheiras e contra-guerrilheiras do seu período histórico marco. Trata
não somente do surgimento, do ponto de vista prático, de uma guerrilha,
mas analisa ainda o desenvolvimento, as principais estruturas, a
organização e princípios de alguns casos empíricos específicos. Criado pelo
exército e para o exército espanhol, este trabalho trata de algumas idéias
que qualquer estudioso do fenômeno deve estar ao menos familiarizado:
guerrilha em suporte a exércitos regulares; a questão das informações ou
inteligência; o peso político na insurgência; e logística e combate.
POOLE, John H. Phantom Soldier – The Enemy’s Answer to U.S. Firepower
2001
Posterity Press, Emerald Isle
Comentário: Sem comentários.
TABER, Robert. War of the Flea: The Classic Study of Guerrilla Warfare
2002
Brassey’s, Washington, D.C.
Comentário: Já com uma belíssima introdução de Bard E. O’Neill, War of
The Flea é resultado da experiência prática e do esforço teórico de Robert
Taber. Ainda que alguns trechos sejam extremamente romantizados, A
Guerra da Pulga, apresenta uma força teórica surpreendente pois este
trabalho não figura como uma das mais lidas e citadas do campo. Bard
discute não só o texto de Taber em si como também busca limpar o campo
de estudos do fenômeno da guerrilha, propondo conceitos (tais como
insurgência, terrorismo e revolução) e explicitando os principais contornos
teóricos da ‘teoria’ da Pulga. A ‘teoria’ de Taber se mostra uma das mais
consistentes do campo, quando se sabe separar estudo de doutrina, e tem
proximidades impressionantes com os trabalhos não só de teóricos da
guerrilha como Mao e Guevara, mas dialoga ainda com Clausewitz e com
T.E. Lawrence.
URBANO. Fighting in the Streets: A Manual of Urban Guerrilla Warfare
1991
Barricade Books Inc., New Jersey
Comentário: Não lido até então

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