secretaria de estado da segurança pública corpo de bombeiros
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SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS COMANDO DE ENSINO BOMBEIRO MILITAR ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS Cadete Italo Augusto Diniz dos Santos A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DE PRIMEIRO ESCALÃO NA MOTOSERRA DE PODA E CORTE DE ÁRVORES NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS Goiânia, 2013 Cadete Italo Augusto Diniz dos Santos A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DE PRIMEIRO ESCALÃO NA MOTOSERRA DE PODA E CORTE DE ÁRVORES NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS Artigo Monográfico apresentado em cumprimento às exigências para término do Curso de Formação de Oficiais sob orientação do Senhor Primeiro-Tenente Luiz Eduardo Machado Lobo. Goiânia, 2013 SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS COMANDO DE ENSINO BOMBEIRO MILITAR ACADEMIA BOMBEIRO MILITAR CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS Cadete Italo Augusto Diniz dos Santos A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO EM PRIMEIRO ESCALÃO NA MOTOSERRA DE PODA E CORTE DE ÁRVORES NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS Avaliado em ______ / _____ / _____ Nota: _________ ____________________________________ Avaliador Goiânia, 2013 Resumo O trabalho a seguir tem como foco um tema muito simples, mas que justamente pela simplicidade do assunto, por vezes é negligenciado no momento de trocas de serviço, como já foi presenciado pelo autor do presente estudo em experiências próprias durante seus estágios nas guarnições de serviço operacional e que foi um fato motivador para o mesmo em trazê-lo para discussão, sendo um fator imprescindível para o correto andamento do serviço, o bom atendimento da ocorrência e a segurança de todos os componentes da guarnição. Palavras-chave: motosserra, manutenção, 1º escalão, prevenção, correção. Abstract The following work is focused on a very simple theme, but just for the simplicity of the subject, it is sometimes overlooked at the time of exchanging service, as has been witnessed by the author of this study in their own experiences during his internships in garrisons of the operational service and that was a motivating fact to even bring it for discussion, being an essential factor for the correct functioning of the service, the proper care of the occurrence and the safety of all garnish components. Keywords: chainsaw, maintenance, 1st step, prevention, correction. 1. Introdução Nas viaturas operacionais do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) temos vários equipamentos que auxiliam e são imprescindíveis para a realização de procedimentos pelos bombeiros militares integrantes da guarnição de serviço em situações de ocorrência real. Dada a relevância do emprego desses equipamentos, além de seu correto manuseio (lembrando que o bom uso do equipamento ajuda em sua conservação), é de suma significância que os mesmos estejam devidamente manutenidos, para que na necessidade de seu uso, eles possam funcionar de maneira correta ou o melhor possível, atingindo o objetivo maior que é o de resgatar bens e salvar vidas. O presente trabalho tem como foco a importância dessa manutenção, mais especificamente voltada ao equipamento conhecido como motosserra. Além de gerar perguntas muito pertinentes: Será que os bombeiros militares do CBMGO que trabalham no serviço operacional sabem fazer a manutenção na motosserra presente no caminhão de salvamento? Eles têm consciência da importância desse procedimento? Mesmo conscientes dessa importância, será que a manutenção é feita? As perguntas acima são apenas algumas das que motivam e causam preocupação quando pensamos em operações que envolvem a utilização desse tipo de item e que foram posteriormente colocadas em questionários para serem respondidas pelas alas do serviço operacional e depois analisadas para a conclusão do estudo e posteriormente serem feitas considerações e sugestões pertinentes. Dessa forma vemos o quão necessário é a atenção em manter o bom funcionamento desse instrumento e trazemos uma visão geral sobre a situação a cerca do ato manutensivo na motosserra dentro do CBMGO. O tema em pauta é de muita importância, pelo fato de que os oficiais na função de comando ou chefia de Organizações Bombeiro Militar (OBM) ou setores da corporação, são os detentores pela guarda e responsabilidade de todo material destinado àquela OBM ou setor, segundo a Norma Administrativa número três (NA03) do CBMGO, em seu décimo sexto artigo, parágrafo único. Ainda no âmbito do controle patrimonial, na NA-03, há previsão em sua seção X, sobre a manutenção dos materiais sob a guarda de seus detentores, conforme o vigésimo quarto artigo, constante na referida seção: “Art. 24. A manutenção é também o conjunto de obrigações e deveres do responsável ou corresponsável em manter, mediante revisão, o material em plenas condições de uso”. Além disso, devemos lembrar que a sociedade investe no CBMGO, através do Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (FUNEBOM), como parte integrante de provimento de receita, como explicitado no terceiro artigo, incisos I e II, da lei 17.480, que trata sobre o fundo. Vale ressaltar também, que no quarto artigo da mesma lei, em seus incisos I e III, formalizam que o fundo tem, dentre outros objetivos, o de manutenção em geral e aquisição de materiais e equipamentos permanentes, respectivamente. Outra ideia que fundamenta o estudo é o fato de que, manutenindo o equipamento em voga, sua durabilidade é aproveitada ao máximo, atendendo um princípio constitucional da administração pública muito importante, que foi introduzido na nossa Constituição Federal (no seu trigésimo sétimo artigo) pela Emenda Constitucional 19/98: o princípio da eficiência. “O princípio da eficiência foi introduzido pela Emenda Constitucional n. 19/98. Relaciona-se com as normas da boa administração no sentido de que a Administração Pública, em todos os seus setores, deve concretizar suas atividades com vistas a extrair o maior número possível de efeitos positivos ao administrado, sopesando a relação custo-benefício, buscando a excelência de recursos, enfim, dotando de maior eficácia possível as ações do Estado.” (GONÇALVES, Kildare, 1999, p. 193) Podemos fazer uma analogia a partir desse extrato da obra de kildare, em que entendamos o termo “setores” como CBMGO; “administrado” como equipamento, no caso a motosserra; o meio de atingir a “excelência de recursos” como a manutenção desse item; e, a “maior eficácia possível das ações do estado” como a boa prestação de serviços à sociedade, até mesmo como um retorno por seu investimento em nossa Corporação Bombeiro Militar. 2. Revisão da Literatura Para a perfeita compreensão do presente trabalho, faz-se necessária a conceituação do equipamento motosserra e uma breve descrição de seu uso. Segundo a Norma Reguladora número doze (NR-12) do Ministério do Trabalho e Emprego a motosserra é uma serra motorizada de empunhadura manual utilizada principalmente para corte e poda de árvores. Pode ser definida ainda como: “[...] equipamento de trabalho que serve para derrubar, traçar e desgalhar árvores, também serve para produzir postes e outros serviços similares [...]”. (NOZÍGLIA, Carlos Sebastian Lacerda, 2007, p.28). Sendo assim, podemos destacar a relevância desse equipamento nas ações de Defesa Civil e salvamento realizadas pelos Corpos de Bombeiros Militares em que as árvores são derrubadas ou podadas pelo perigo que oferecem aos cidadãos, ameaçando edificações e transeuntes devido à sua debilidade ou quando em períodos de fortes chuvas, bloqueando ruas e avenidas, impossibilitando o exercício do direito de ir e vir. No caso do CBMGO, suas atividades relacionadas à Defesa Civil e salvamento estão dispostas em seu estatuto, pela Lei n. 11.416 de 5 de fevereiro de 1991, em seu capítulo I, artigo segundo: “Art.2° - O Corpo de Bombeiros Militar do Estado é uma instituição permanente e regular, organizada com base na hierarquia e na disciplina, força auxiliar e reserva do Exército, destinando-se à execução de serviços de perícia, prevenção e combate a incêndios; de busca e salvamento; de prestação de socorros nos casos de inundações e desabamentos, catástrofes e calamidades públicas, bem assim, à execução de outros serviços que se fizerem necessários à proteção da comunidade, inclusive atividades de defesa civil.” (DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO, 1991). Por meio de visualização prática da realidade, pode-se fazer a dedução lógica de que, para que sejam executadas as ações descritas acima, o equipamento precisa estar funcionando e para que ele funcione bem a devida manutenção deve ser feita por nossos militares. Pode-se entender manutenção como: “a. A função logística manutenção refere-se ao conjunto de atividades que são executadas visando a manter o material na melhor condição para emprego e, quando houver avarias, reconduzi-lo àquela condição. b. Manutenção também é a combinação de ações técnicas, administrativas e de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um equipamento em condições de desempenhar, eficazmente, as funções para as quais foi projetado. c. Representa, ainda, um conjunto de ações sistemáticas e procedimentos que visam a otimizar as condições originais dos equipamentos, introduzindo melhorias para evitar a ocorrência ou reincidência das falhas e reduzir os custos. Deve evitar a indisponibilidade dos equipamentos, abrangendo, desde a aparência externa, até as perdas de desempenho.” (MANUAL DE LOGÍSTICA TERRESTRE, 2003, p. 9-1) Dentro da função logística manutenção, o manual refere-se ainda a dois tipos de classificações muito significantes para o trabalho. Uma segundo o tipo de manutenção e outra segundo o nível ou profundidade de trabalho de inspeção e reparação a ser realizado. Segundo o tipo: Manutenção Preventiva – Aquela feita periodicamente não somente com o objetivo de diminuir e evitar falhas ou queda no desempenho do material, mas também de reduzir a possibilidade de avarias e degradações. Envolve pouca complexidade técnica. Um fator importante é que pode ser feita através de testes (colocando para funcionar), ou seja, é aquela manutenção que deve ser feita todos os dias quando assumimos o serviço. Manutenção Corretiva – Aquela realizada com intuito de reparar os danos causados ao material ou recuperá-lo, para posteriormente deixá-lo em condições de utilização. Diferente da preventiva, ela é feita após a constatação do problema, que ocorreu de forma aleatória, no equipamento. Podemos pegar como exemplo uma situação em que a motosserra para de funcionar em uma ocorrência, por causa da falta de manutenção preventiva, então posteriormente poderá ser feita uma corretiva. Manutenção Modificadora – Com nível de complexidade maior, esse tipo de manutenção tem por objetivo adequar o equipamento às necessidades, operacionais, logísticas e técnicas, quando o mesmo apresenta grande recorrência nas panes. Além de, investigar as causas das falhas, não apenas repará-las, podendo ser feitas ações até mesmo junto ao fabricante. Ainda segundo a profundidade ou nível de manutenção: Manutenção de 1º Escalão – É aquela realizada todos os dias pelo próprio militar operador do material, utilizando dos meios disponíveis em sua Organização Militar. Engloba as tarefas mais simples da manutenção, tem ênfase na conservação do equipamento, podendo ser feitas reparações de falhas de baixa complexidade, sem o uso de ferramental especializado. Manutenção de 2º Escalão – Realizada em falhas de média complexidade, devendo ser levadas à companhia logística do batalhão logístico. No Caso do CBMGO, o Centro de Manutenção do Material de Motomecanização (CEMMAN). Necessário o uso de ferramental especializado portátil. Manutenção de 3º Escalão – Feita em equipamentos que exigem nível de reparação de falhas de alta complexidade, exigindo o uso de ferramental especializado fixo e por pessoal igualmente especializado. Manutenção de 4º Escalão – Também exige pessoal e ferramental especializado, como na de 3º escalão e é direcionada ao material cuja reparação é de alta complexidade. Difere das outras por serem realizadas tarefas da atividade de manutenção modificadora, ao invés de preventiva e reparadora (corretiva). Além de pessoal especializado envolve projetos específicos de engenharia. Foram confrontados o manual das motosserras 646/652 da marca Solo, o guia “Conservação e Manutenção da Motosserra” do Centro de Operações e Técnicas Florestais da Autoridade Florestal Nacional de Portugal (que se baseia também no manual da motosserra Stihl MS260), o Procedimento Operacional Padronizado n. 14 do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Paraná e um trabalho realizado para a disciplina de Colheita Florestal do curso de Engenharia Florestal da Universidade Regional de Blumenau. Após essa análise, foi constatado que o princípio de funcionamento das motosserras movidas à combustão (as usadas no CBMGO), são os mesmos, independente de marca ou modelo. Sendo assim, a manutenção de primeiro escalão é feita de maneira igual, observando sempre os mesmos aspectos: Inspeção Visual da Motosserra – Começar sempre olhando a apresentação da parte externa da motosserra. Ficar atento às avarias no sabre e corrente e também se o equipamento está com aparência de muito sujo ou desgastado. Manual do Usuário – Um fator importante é sempre ter em mãos e conhecer o manual do usuário específico para cada modelo e marca de motosserra, pois apesar de podermos manutení-los de forma igualitária em 1º escalão, cada um deles possui uma especificidade e layout. Ferramentas Necessárias – Para se executar a atividade é necessário o ferramental básico: escova pequena, lima paralela, lima cilíndrica, chave combinada (chave de cachimbo), chave de fendas pequena e chave de luneta. Filtro de Ar – O filtro de ar tem a função de impedir que impurezas contidas no ar entrem para o carburador. Importante verificar se não há rupturas no filtro, fechando a passagem de ar ao carburador e limpá-lo com água e sabão, gasolina ou ar comprimido. Abastecimento – As motosserras à combustão possuem o motor com princípio de funcionamento dois tempos. Por isso é importante somente usar óleos de lubrificação específicos para esse tipo de motor na mistura com a gasolina. Fazer sempre a proporção gasolina/óleo correta, normalmente 25/1 na utilização de óleo 2 tempos comum e 40/1 quando semissintético. Fazê-lo sempre em local arejado, longe de fontes de ignição e calor, não derramar na máquina. Alavanca e trava do Acelerador – Verificar se estão em perfeito funcionamento, afinal de contas a alavanca é responsável por fazer com que as rotações do motor aumentem e movam a corrente; e, a trava é um dos dispositivos de segurança que fazem com que a alavanca mesmo que acionada acidentalmente não faça a corrente mover-se. Freio, lubrificação, afiação e pino de segurança da corrente – A parte mais importante da motosserra, responsável pelo corte. Então é de extrema necessidade que seja dada uma importância maior ao conjunto de corte (sabre e corrente). Devem estar sempre lubrificados e ajustados. A corrente deve estar com tensionamento correto, nem tão tensionada e nem frouxa. Sempre que possível fazer a afiação dos dentes da corrente com as limas, tomar cuidado para não desgastá-los excessivamente. Com relação a trava de freio, aplicar lubrificante nas articulações visíveis e apoio, pois é um item de segurança que não pode dar falhas, assim como o pino de segurança, que evita o efeito “chicote” caso a corrente arrebente em algum de seus elos. Regulação do carburador – Responsável pela injeção da mistura gasolina/óleo no motor. Existem três parafusos que regulam o carburador, um que regula o débito de combustível nas baixas rotações, outro que regula o combustível nas altas rotações e o último que permite que o motor trabalhe com misturas mais ricas ou mais pobres. Os três devem estar ajustados de maneira a controlar bem o fluxo e o tipo de mistura. Vela – Responsável por dar partida na máquina. A distância entre os eletrodos de centelha/faiscamento devem ser observadas, se tiverem muito afastados não há faísca e consequentemente não há explosão da mistura de gasolina e óleo, geralmente a distância é de 0,5 mm. O espaço deve ser limpo com escova de cerdas macias, se estiver sujo de óleo, limpar com gasolina ou solvente líquido. Limpeza – Fazer a limpeza do exterior da motosserra incluindo sabre e impedindo que sujeiras bloqueiem as entradas e a circulação do ar, como a grelha tampa do arrancador, grelha de ar e grelha refrigeradora do cilindro. Semanalmente deve-se proceder a uma limpeza mais profunda, lembrando-se de limpar o filtro, a vela, as canaletas e furo do óleo. Essa é uma pequena listagem dos itens que se levados em conta na hora da manutenção preventiva evitam o gasto com reparações corretivas e resguardam a segurança do operador na hora da ocorrência, pois principalmente os itens de segurança da motosserra devem ser muito bem manutenidos. Pois segundo o engenheiro florestal Erwin Hugo Ressel Filho, uma das causas de acidentes envolvendo esse tipo de máquinas é o seu mal estado de conservação. Já que no CBMGO são os próprios operadores que fazem a manutenção em primeiro escalão de seu material e dada a importância na execução dela, foi feita uma pesquisa para saber a situação dos militares no que tange o cuidado com esse equipamento de corte, que será o foco do estudo a partir daqui. 3. Metodologia A pesquisa de campo foi realizada a partir de um questionário com dez perguntas simples (conforme anexo A), aplicado em três dias diferentes, em duas turmas em formação na Academia Bombeiro Militar (ABM) - o Estágio de Adaptação de Sargentos e o Curso de Habilitação de Oficiais Administrativos - além de guarnições do serviço operacional da própria Academia, do 1º Batalhão Bombeiro Militar (1º BBM), do 2º Batalhão Bombeiro Militar (2º BBM) e do 8º Batalhão Bombeiro Militar (8º BBM) e militares aleatórios presentes no momento da pesquisa nas OBMs, totalizando o número de 116 militares participantes. Após a coleta, os dados foram dispostos em uma tabela (tabela 1), quantificados e confrontados, para a apresentação de resultados que estão dispostos a seguir. 4. Apresentação e Discussão dos Resultados Ao contrário do que se imaginava, a apuração das respostas obtidas pela pesquisa de campo revelaram um quadro estável no que se relaciona à manutenção da motosserra. Pelas respostas pode-se afirmar que a manutenção é feita, mas que uma porção da amostra ainda negligencia esse cuidado com o equipamento, o que não deixa de ser preocupante, mas não chega a ser alarmante; e que, casos como presenciados por vezes durante a assunção do serviço são incomuns e não algo que pode-se pensar que é recorrente quando isso é presenciado, ao menos nos quartéis em que a pesquisa foi realizada. Apesar de 26,7% dos entrevistados terem afirmado que não sabem realizar a manutenção no objeto de estudo, 100% dos entrevistados sabem de sua importância e sabem que acidentes podem ocorrer se o equipamento não estiver devidamente conservado (tanto que 75% dos entrevistados também declararam que conhecem todos os dispositivos de segurança), ou seja, há uma unanimidade nesses quesitos, o que demonstra uma conscientização por parte de todos os militares, talvez pelo intenso aperfeiçoamento das praças, através dos cursos e estágios oferecidos pela corporação ou interesse próprio, mais um fator que pode ser a razão dos baixos índices negativos detectados na pesquisa. Apesar de a manutenção ser feita, ela ainda não é o ideal, pois 52% dos entrevistados responderam negativamente ao questionário quando perguntados se haviam desmontado alguma vez o manípulo de arranque do equipamento, que é um dos itens básicos a serem conferidos em uma manutenção preventiva de primeiro escalão. Isso indica também o que pode ser razão de 86,66% dos entrevistados terem afirmado que o material apresentou defeito de funcionamento em ocorrência, sendo que 39,4% não souberam resolver e metade desses haviam afirmado também que sabiam fazer a manutenção na motosserra (mesmo que no geral seja um pequeno número). Ainda através da pesquisa pode ser constatado, que apesar da manutenção ser feita a preocupação em executar o serviço é maior, pois o número de militares que limpam e conferem o estado do equipamento após o uso é maior que o dos militares que o testam antes do uso, totalizando respectivamente 88,7% e 70,6%. Esse fato também pode ser inferido pela já referida porcentagem de militares que nunca desmontaram o manípulo de arranque e a porcentagem de militares que declararam que sabem a proporção óleo/gasolina do equipamento, que é maior 41,3% contra 77,5% respectivamente. Pois para executar o serviço e colocar a motosserra em funcionamento é necessário saber a proporção correta de combustível a ser utilizado, já o manípulo de arranque pode ser verificado somente após apresentação de falhas, ficando à vontade do operador, fazer ou não sua limpeza preventiva. Questões Militares Total Sim Não 1 98 18 2 85 31 3 116 0 4 82 34 5 103 13 116 6 104 12 7 116 0 8 90 26 9 48 52 10 87 29 Tabela 1 – Respostas ao Questionário Aplicado Porcentagem (%) Sim Não 84,40% 15,60% 73,30% 26,70% 100% 0% 70,60% 29,40% 88,70% 11,30% 89,66% 10,34% 100% 0% 77,50% 22,50% 41,30% 58,7% 75% 25% Total 100% 5. Conclusão e Recomendações Pode-se perceber por meio do estudo que a situação nas alas operacionais em torno do assunto não é desfavorável, trazendo até um panorama positivo. Erros e negligências ocorrem, mas não são acontecimentos recorrentes como por muitas vezes podemos pensar. Devemos dar um voto de confiança aos militares que estão à frente do serviço e não generalizar os fatos, até mesmo porque todos estão saindo com uma melhor formação devido às novas tecnologias e métodos de ensino, além do aperfeiçoamento constante por quais até mesmo os mais antigos estão passando. Cabe aos oficiais e graduados em função de comandante de viaturas, não só nesse caso, mas em qualquer outra situação, a devida orientação aos seus comandados e estar sempre fiscalizando e cobrando o correto uso e cuidados com o equipamento, por mais que a troca de serviço seja algo corriqueiro; e que, em tese todos sabem como deve ser. Para isso, como sugestão, podem ser confeccionados outros estudos envolvendo a manutenção de outros itens que constam no checklist de viaturas operacionais e seu correto uso, para que posteriormente tenha-se uma visão melhor sobre todos os aparatos utilizados por nossas guarnições. A partir de então, através de estudos suplementares à este, pode-se materializar regras que normalmente são passadas dentro da corporação apenas por aulas e instruções, não sendo descritas em nenhum tipo de documento oficial, a não ser pelo manual que já vem presente no aparelho, que (como constatado através de pesquisa de campo) perde-se dentro das seções de logística (almoxarifados) e operacionais, criando a falta de um guia a ser seguido ou não podem ser consultados com facilidade. A materialização das regras de manutenção de equipamentos pode ocorrer por meio de um manual ou norma operacional que à disposição de qualquer militar como todas as outras, facilitariam e auxiliariam nessa ação. Nele poderiam constar todos os procedimentos a serem realizados na correta atividade de 1º escalão do tipo preventiva e corretiva, o ferramental necessário e falhas mais comuns que ocorrem no equipamento descrito. Claro, respeitando-se sempre as individualidades de cada instrumento de trabalho e o que consta em seus manuais específicos, sendo traçadas apenas linhas gerais. Além de esse manual ser disponibilizado nas seções dos quartéis, ele pode ser colocado n no porta luvas das viaturas ou até partes deles serem colocadas nas partes de trás dos checklists das viaturas, como um memorando (vulgo “memento”) de manutenção da motosserra, já que o manual (conforme o anexo B deste trabalho) seria constituído de um conjunto de fichas. Dessa maneira, os procedimentos manutensivos seriam melhor padronizados e criar-se-ia respaldo para a cobrança de zelo com o material, já que o desconhecimento e falta de instrução ou guia para se seguir não poderia ser alegado por parte dos operadores. Por fim, como última sugestão, o Procedimento Operacional Padrão do Corpo de Bombeiros Militar e os respectivos manuais de atuação como o Manual de Salvamento Terrestre, poderiam fazer alusão ao manual de manutenção, já que nenhum deles engloba tal assunto. Referências Bibliográficas CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. Norma Administrativa n.03. Atualizada em 27 de Dezembro de 2010. Goiânia, GO, 27 dez. 2010. ESTADO DE GOIÁS. Lei n. 17.480, de 8 de dezembro de 2011. Cria o Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás - FUNEBOM - e dá outras providências. Diário Oficial do Estado de Goiás, Goiânia, GO, 9 dez. 2011. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Emenda Constitucional n.19, de 4 de junho de 1998. Modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração Pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas e custeio de atividades a cargo do Distrito Federal, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 jun. 1998. GONÇALVES, Kildare. Direito Constitucional Didático. 6ª edição, 1999. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Norma Regulamentadora n. 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, de 8 de junho de 1978. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 06 jul. 1978. LACERDA, Carlos Sebastian Nozíglia. Análise Ergonômica do Posto de Trabalho de Motosserrista. Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2007. ESTADO DE GOIÁS. Lei n. 11.416, de 5 de fevereiro de 1991. Baixa o Estatuto dos Bombeiros Militares do Estado. Diário Oficial do Estado de Goiás, Goiânia, GO, 13 fev. 1991. 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Questão 1 Foram ministradas instruções sobre motosserra para você em sua formação? ( ) Sim ( ) Não Questão 2 Você sabe fazer manutenção na motosserra? ( ) Sim ( ) Não Questão 3 Você acha importante a manutenção desse item? ( ) Sim ( ) Não Questão 4 Você coloca a motosserra para funcionar TODAS as vezes que entra de serviço? ( ) Sim ( ) Não Questão 5 Você limpa e verifica o estado da motosserra TODAS as vezes após o uso? ( ) Sim ( ) Não Questão 6 Já houve falha na motosserra durante alguma ocorrência em que você estava? ( ) Sim ( ) Não Soube resolver? ( ) Sim ( ) Não Questão 7 Sabe que a falta de manutenção da motosserra pode causar acidentes? ( ) Sim ( ) Não Questão 8 Sabe identificar a proporção correta óleo/combustível a ser utilizada no tanque da motosserra? ( ) Sim ( ) Não Questão 9 Já montou o cordelete do manípulo de arranque da motosserra alguma vez? ( ) Sim ( ) Não Questão 10 Conhece todos os dispositivo de segurança da motosserra? ( ) Sim ( ) Não ANEXO B – Esquematização de Manual