artropatia de charcot
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ARTROPATIA DE CHARCOT (NEUROARTROPATIA DE CHARCOT) MAURO FUCHS ARTROPATIA DE CHARCOT Rotina / consultório / Pé Diabético: • • • • • • • • prontuário/dia proprio ex. clínico/art/neuro hemograma glicemia HB glicosilada PT totais creatinina uréia • • • • • urina tipo 1 PCR cardíaca Rx pés e tornozelos eco-doppler col/art eletromiografia ARTROPATIA DE CHARCOT “Complicação mal-esclarecida e geralmente não percebida do diabete melito”. “Artropatia súbita e inesperada, que geralmente começa sem qualquer causa aparente, com dores lancinantes”. “Início súbito de tumefação generalizada do membro, com alterações rápidas das superfícies articulares da articulação”. “Por trás da patologia articular há uma doença muito mais importante que, na realidade, predomina no quadro clínico.” Jean-Martin Charcot ARTROPATIA DE CHARCOT Jean-Martin Charcot - estudos clínicos nos últimos trinta anos do século XIX; - condição patológica articular diferente; - hipótese de uma regulação trófico-nutricional dos ossos e das articulações mediada pela medula espinhal; - reconhecimento da sua contribuição em 1882 em Congresso em Londres Articulação de Charcot Alterações ósseas e articulares associadas a todos os tipos de artropatias neuropáticas ARTROPATIA DE CHARCOT • DOENÇAS QUE A CAUSAM: Diabetes Mellitus Tabes Dorsalis Lepra Siringomielia Meningomielocele Insensibilidade congênita à dor Alcoolismo crônico Lesão e compressão da medula espinhal Lesões dos nervos periféricos Ausência ou redução da sensibilidade dolorosa de um paciente que mantém atividade física ininterrupta ARTROPATIA DE CHARCOT HISTÓRIA NATURAL DO PÉ DE CHARCOT – – – – 1- Estágio de desenvolvimento 2- Estágio de coalescência e reconstrução 3- Reabsorção óssea 4- Reparação ARTROPATIA DE CHARCOT HISTÓRIA NATURAL DO PÉ DE CHARCOT 1- ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO Traumatismo Leve • • • • • • • • • • • Edema e derrame articular Elevação da temperatura cutanea local Reabsorção e amolecimento ósseo devido a hiperemia Osteólise e osteopenia Enfraquecimento dos ligamentos devido a reabsorção hiperêmica Alinhamento articular anormal (subluxação) Aumento da mobilidade articular Erosão da cartilagem e do osso subcondral Luxação e fragmentação do osso Detritos de osso e cartilagem Hemorragia nos tecidos periarticulares ARTROPATIA DE CHARCOT HISTÓRIA NATURAL DO PÉ DE CHARCOT 2- ESTÁGIO DE COALESCÊNCIA E RECONSTRUÇÃO Repouso e Imobilização • Absorção dos detritos menores • Neoformação óssea do periósteo • Fusão e arrendondamento dos fragmentos maiores • Osso exuberante (metaplásico) • Redução da mobilidade articular • *** Aumento da estabilidade*** • Aumento da densidade óssea e esclerose • Deformidade ARTROPATIA DE CHARCOT HISTÓRIA NATURAL DO PÉ DE CHARCOT 3 - REABSORÇÃO ÓSSEA 4 - REPARAÇÃO FASE ATRÓFICA FASE HIPERTRÓFICA (alterações destrutivas ou hiperêmicas) (alterações reparativas ou escleróticas) ANORMALIDADES AGUDAS EM ATIVIDADE ANORMALIDADES CRÔNICAS (TARDIAS) EM ATIVIDADE ARTROPATIA DE CHARCOT PATOGENIA Neuropatia Sensorimotora Perda da sensibilidade protetora Supressão dos RTP – contração do tornozelo Redução da sensibilidade vibratória Fraqueza muscular Tornozelo eqüino Traumatismo Leve Estresse moderado repetitivo Sobrecarga de impulso repetitivo Microfraturas trabeculares Fraturas e entorses protegidas inadequadamente cirurgia Neuropatia Autônoma Desnervação simpática Perda do controle vasomotor ↑ Da irrigação sanguínea periférica ↑ Do shunting arteriovenoso ↑ Do fluxo sanguineo no osso Hiperemia Outros Fatores Anormalidades metabólicas que enfraquecem o osso Transplante renal Tratamento imunossupressor Osteoporose induzida pelos corticóides ↓ Do crescimento das cartilagens Glicosilação do colágeno ARTROPATIA DE CHARCOT PATOGENIA E CICLO DESTRUTIVO NO CASO AGUDO Diabete de longa duração Lesão, entorse ou fratura Neuropatia Frouxidão ligamentar e instabilidade articular Doença neuropática Infecção Deambulação sem dor Degeneração e subluxação articulares Úlcera, infecção Pé de Charcot agudo Continuidade da sustentação de peso ARTROPATIA DE CHARCOT PADRÕES DE DESTRUIÇÃO OSTEOARTICULAR (SANDERS & FRYKBERG, 2002) Padrão I: Parte Anterior do Pé Padrão II: Articulações Tarsometatársicas Padrão III: Articulações naviculocuneiforme, talonavicular e calcaneocubóide Padrão IV: Tornozelo e articulações subtalares Padrão V: Calcâneo ARTROPATIA DE CHARCOT CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SANDERS E FRYKBERG ARTROPATIA DE CHARCOT CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SANDERS E FRYKBERG ARTROPATIA DE CHARCOT CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SANDERS E FRYKBERG ARTROPATIA DE CHARCOT CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SANDERS E FRYKBERG ARTROPATIA DE CHARCOT CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SANDERS E FRYKBERG ARTROPATIA DE CHARCOT CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO SANDERS E FRYKBERG Gesso de Contato Total: • 1930 – Usado para tratar úlcera no Mal de Hansen • 1950 – Brand desenvolveu conceito de Gesso de Contato Total para Pé Diabético • Úlceras Plantares – Independente do tamanho e localização – Não infectadas – Tecido viável ARTROPATIA DE CHARCOT TRATAMENTO GERAL sim Infecção? sim não Antibióticos, desbridamento Pé de Charcot agudo Úlcera? não Fôrma de contato total Cirurgia Imobilização, suporte, tala para caminhar Pé de Charcot latente A deformidade pode ser acomodada? não sim Uso constante de calçados adaptados ao cliente
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