capítulo 11 - Novos Olhos
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capítulo 11 - Novos Olhos
Gest„o das Informa•‚es Organizacionais 87 capƒtulo 11 Escalas e vari†veis Objetivos Ao tƒrmino deste cap†tulo o leitor deve estar capacitado a entender os diferentes tipos de escalas e os diversos tipos de vari‡veis. Nota: Este cap†tulo ƒ complementado pelos ap€ndices 2 e 3. Sum†rio: 11.1 -Tipos de escalas 11.1.1-Escala tipo Thurstone 11.1.2-Escala tipo Likert 11.1.3-Escala de freq•€ncia verbal ou de avalia•„o de freq•€ncia 11.1.4-Escala ordinal 11.1.5-Escala de ranking for•ado 11.1.6-Escala linear numƒrica 11.1.7-Escala tipo trade-off 11.2 - Tipos de vari‡veis 11.3 - Resumo. 11.4 - Veja se sabe responder. 11.1 Tipos de escalas. Uma escala ƒ um instrumento cient†fico de observa•„o e mensura•„o de fen•menos sociais. Ander-Egg (p.141) afirma que a escala foi idealizada com a finalidade de medir a intensidade das atitudes e opini‚es na forma mais objetiva poss†vel. Meireles & Enoki (2002) compilaram que h‡ in‰meros tipos de escalas, in‰meras tƒcnicas que transformam uma sƒrie de fatos qualitativos em fatos quantitativos ou vari‡veis, ˆs quais se pode aplicar processos de mensura•„o e de an‡lise estat†stica. H‡ in‰meros tipos de escalas, in‰meras tƒcnicas que transformam uma sƒrie de fatos qualitativos em fatos quantitativos ou vari‡veis, ˆs quais se pode aplicar processos de mensura•„o e de an‡lise estat†stica (ver esquema acima). Em Marconi & Lakatos (1986:88), pode-se encontrar algumas. AnderEgg (1978:142) indica seis tipos de escalas: (1) de ordena•„o (de pontos, de classifica•„o direta; de compara•‚es bin‡rias); (2) de intensidade; (3) de distŒncia social (de Bogardus; de Dood; de Crespi); (4) de Thurstone; (5) de Guttman e (6) de Likert. 11.1.1-Escala tipo Thurstone Thurstone (1959), formulou uma lei que tem a capacidade de medir as “diferen•as discriminat…rias” de um mesmo est†mulo no continuum psicol…gico do indiv†duo. O continuum ƒ considerado uma escala psicol…gica onde os valores atribu†dos aos est†mulos est„o posicionados. Para o autor, o indiv†duo atribui valor a um est†mulo por meio de processos discriminat…rios, que s„o os processos pelo qual o organismo identifica, distingue ou reage a um est†mulo. O autor acredita que, por causa das varia•‚es momentŒneas no organismo dos indiv†duos, um dado est†mulo n„o desperta sempre o mesmo processo discriminat…rio. Assim, as pessoas podem reagir de maneira diferente a um mesmo est†mulo em momentos diferentes, atribuindo valores mais altos ou mais baixos a esses est†mulos. Essa abordagem nos leva ˆ lei do julgamento comparativo de Thurstone que incita um indiv†duo a julgar os est†mulos em pares, identificando qual dos est†mulos tem maior valor para ele. Com a aplica•„o da lei pode-se capturar o valor que o indiv†duo atribui a um mesmo est†mulo em momentos diferentes (comparado a est†mulos diferentes) no seu continuum psicol…gico. Este valor ƒ apresentado na forma de um ranking da prefer€ncia do indiv†duo pelos est†mulos no continuum psicol…gico. 11.1.2-Escala tipo Likert A mais not‡vel, pelo uso, ƒ a de Likert, que, em 1932 prop•s uma escala de cinco pontos que se tornou paradigma “da mensura•„o qualitativa” no dizer de Pereira (1999:65). A escala Likert - como qualquer outra escala- fundamenta-se no estabelecimento de premissas de rela•„o entre atributos de um objeto e uma representa•„o simb…lica desses atributos. Pereira destaca que o sucesso da escala Likert deve residir no fato de que “ela tem a sensibilidade de recuperar conceitos aristotƒlicos da manifesta•„o de qualidades: reconhece a oposi•„o entre contr‡rios; reconhece gradiente e reconhece 88 Manuel Meireles a situa•„o intermedi‡ria”. Com efeito, a escala Likert, solicita do respondente que a uma dada afirma•„o expresse o seu grau de concordŒncia, geralmente do tipo: …timo; bom regular ruim pƒssimo. A estas categorias se d‡ o nome de diferencial semŒntico (uma se diferencia da outra pelo sentido). Muitos autores fazem uso de um maior n‰mero de diferenciais: as escalas Likert (1-7), com sete diferenciais semŒnticos ou as escalas Likert (0-10) com onze diferenciais, s„o tambƒm muito usadas. Apresenta€•o das proposi€Šes O corpo do question‡rio, propriamente dito, ƒ composto de proposi•‚es, com espa•o para a opini„o do respondente. A figura 4.1 mostra uma t†pica avalia•„o por meio de Escalas tipo Likert. Independentemente da forma de apresenta•„o, a escala Likert deve oferecer proposi•‚es coerentemente arrumadas, de forma que, por exemplo, sejam valorizadas sempre as alternativas mais ˆ direita. Evitar o uso de proposi•‚es negativas. ProposiÄÅo DT D I C CT Tenho capacidade de identificar prioridades dentre um conjunto de problemas Possuo capacidade de operacionalizar id†ias, isto †, de transformar em realidade o que idealizo Tenho capacidade de delegar fun€‚es, n•o centralizando em mim o que outros podem executar Habilidade para identificar oportunidades Capacidade de comunica€•o, reda€•o e criatividade Capacidade de trabalho em equipe Disposi€•o para correr riscos e responsabilidade; Facilidade de relacionamento interpessoal Dom‡nio de m†todos e t†cnicas de trabalho Capacidade de adaptar-se a normas e procedimentos Capacidade de estabelecer e consolidar rela€‚es Capacidade de subordinar-se e obedecer … autoridade Tabula€•o da resposta= 1 2 3 4 5 Figura 11.7: Exemplo de escala tipo Likert(1-5) Diferencial sem‚ntico Diferenciais semŒnticos s„o geralmente apresentados variando qualitativamente em grau, desde o mais baixo n†vel ao mais elevado. N„o h‡ um padr„o para a descri•„o do diferencial semŒntico mas ƒ recomend‡vel ter em conta os valores opostos. Pereira (1986:50) aponta alguns opostos expressivos como mostra o quadro 11.1. As pesquisas de opini„o, ˆ semelhan•a da escala de Likert fazem uso de diferenciais semŒnticos. Os sujeitos pesquisados s„o instados a escolher entre diversas op•‚es, marcando aquela que mais se aproxima da sua atitude ou opini„o. Diferenciais semŒnticos s„o geralmente apresentados variando qualitativamente em grau, desde o mais baixo n†vel ao mais elevado. Quadro 11.1: Exemplos de pontos opostos em diferenciais semŒnticos alegre/triste; grande/pequeno; perfeito/imperfeito alto/baixo; grosso/fino; puro/impuro; amigo/inimigo; incerto/certo; quente/frio; bonito/feio; inteligente/burro; ruim/bom; branco/preto; justo/injusto; tudo/nada; caro/barato. largo/estreito; ‰til/in‰til; dif†cil/f‡cil; limpo/sujo; vivo/morto duro/mole; livre/preso; forte/fraco escuro/claro; muito/pouco; falso/verdadeiro; natural/artificial; Fonte: Pereira (1986:50) N„o h‡ um padr„o para a descri•„o do diferencial semŒntico, mas os modelos abaixo s„o muito usados: Gest„o das Informa•‚es Organizacionais 89 1-desaprovo totalmente; 2- desaprovo em parte; 3- neutro; 4-concordo em parte; 5-concordo totalmente 1-totalmente insatisfeito;;2-insatisfeito em parte; 3-neutro; 4-satisfeito em parte; 5totalmente satisfeito 1-significativamente menos importante; 2-menos importante; 3-igualmente importante; 4-mais importante; 5-significativamente mais importante Observar que na aplica•„o dos diferenciais semŒnticos a escala ƒ crescente: 1, 2...5, onde ao valor um corresponde o pior desempenho. Para maiores estudos sobre o grau diferencial semŒntico, recomenda-se Boyd &Westfall (1978) e Pereira(1986). O diferencial semŒntico, na maioria das vezes, apresenta um n‰mero †mpar de alternativas. Tem, neste caso, a alternativa central. Por vezes o diferencial semŒntico ƒ apresentado sem a alternativa central. Tal tipo de diferencial ƒ importante quando se quer for•ar o respondente a escolher um “lado” da proposi•„o. 11.1.3-Escala de freq•‡ncia verbal ou de avalia€•o de freq•‡ncia O formato de uma escala de freq•€ncia verbal (tambƒm designada por avalia•„o de freq•€ncia) ƒ muito semelhante ao de uma escala de Likert com duas exce•‚es: a) mais do que a intensidade do grau de concordŒncia com uma afirma•„o, a escala de freq•€ncia verbal apresenta palavras (normalmente cinco) que indicam a freq•€ncia com que uma dada vari‡vel ocorreu e b) em vez de apresentar afirma•‚es sobre um dado t…pico, os itens de uma escala de freq•€ncia verbal devem referir-se a a•‚es/comportamentos muito espec†ficos realizados pelos respondentes (Alreck & Settle, 1995, p. 119-120). Quadro 11.2: Exemplo de escala de freq•€ncia verbal Por favor escolha o n‰mero da escala que corresponde ao n‰mero de vez que realiza/pratica cada uma das atividades/a•‚es abaixo indicadas 1Sempre 2Muitas vezes 3De vez em quando 4Raramente 5Nunca a) Usar o Google quando preciso procurar informa•„o para os trabalhos da escola -----------b) Usar o chat para a realiza•„o de trabalhos relacionados com a escola ----------c) Usar o email para contatar com o professor ----------Para Alreck & Settle (1995) a principal vantagem da escala de freq•€ncia verbal ƒ a facilidade de resposta que proporciona ao inquirido. A maior desvantagem deste tipo de escala ƒ o fato de proporcionar ao investigador uma medida grosseira da propor•„o de freq•€ncia de cada a•„o que se pretende avaliar: por exemplo a categoria central “de vez em quando” pode representar uma freq•€ncia que varia entre os 30% e os 70%, ou seja, a interpreta•„o dos dados deve ter em conta estas limita•‚es intr†nsecas a quest‚es deste tipo. 11.1.4-Escala ordinal A escala ordinal, ƒ na pr‡tica, uma quest„o de escolha m‰ltipla que partilha algumas semelhan•as com a escala com a escala de Likert e com a escala de freq•€ncia verbal. A diferen•a que individualiza este formato ƒ que as alternativas ou categorias de resposta obedecem a uma ordem estrita de seq•€ncia de apresenta•„o ou seja est„o relacionadas umas com as outras o que n„o acontece nas escalas de Likert ou de freq•€ncia verbal. Assim sendo, a escolha pela primeira op•„o ƒ menos do que se se optar pela segunda, a segunda menos que a terceira e assim sucessivamente. A escala pode ser revertida por forma a que cada categoria seja mais do que a anterior mas h‡ sempre uma ordem que tem de ser respeitada (Alreck & Settle, 1995, p. 120-121) Quadro 11.3: Exemplo de escala ordinal De uma maneira geral, quando ƒ que costuma ligar o seu computador 90 Manuel Meireles pessoal para aceder ao e-mail ao fim de semana (por favor assinale uma s… op•„o) Assim que me levanto _____ Durante a manh„ _____ Mesmo antes de almo•ar _____ Logo a seguir ao almo•o _____ Durante a tarde _____ Antes do jantar _____ Depois do jantar _____ N„o costumo aceder _____ A principal vantagem da escala ordinal ƒ a possibilidade que d‡ ao investigador de obter uma medida relativa da ocorr€ncia de uma dada vari‡vel e deve ser usada quando a pergunta direta ƒ demasiado ampla ou n„o suficientemente expl†cita. 11.1.5-Escala de ranking for€ado A escala de ranking for•ado (forced ranking scale, Alreck & Settle, 1995, p. 121- 124) tambƒm designada de atribui•„o de ordem (Kline, 1986), tem como objetivo obrigar o respondente a ordenar os itens de acordo com um ranking para se obter uma seq•€ncia de prefer€ncias numa dada vari‡vel. Com esta modalidade o investigador pode obter a posi•„o relativa dos itens uns em rela•„o aos outros ampliando a qualidade informativa dos dados relativamente ˆ escala ordinal simples que apenas nos mostra a prefer€ncia por uma s… entre as v‡rias op•‚es poss†veis. Quadro 11.4: Exemplo de Escala de ranking for•ado Fala-se muito de insucesso escolar. De entre as causas poss†veis abaixo apresentadas escolha as que considera mais importantes e ordene-as da seguinte forma: 1= mais importante; 2= segunda mais importante, 3= terceira mais importante e assim sucessivamente. ____Programas inadequados ____Excessiva exig€ncia por parte dos pais ____Excessiva exig€ncia por parte dos professores ____Falta de prepara•„o dos professores ____Indisciplina Š muito usada em publicidade para conhecer as prefer€ncias dos consumidores relativamente a produtos concorrentes, mas pode ser usada em investiga•„o educativa em m‰ltiplas situa•‚es de pesquisa. Os inconvenientes associados ˆ utiliza•„o desta escala ƒ a dificuldade de resposta que exige por parte do inquirido que precisa primeiro de analisar cada uma das op•‚es para depois as ordenar num gradiente personalizado. N„o deve ser usada quando os inquiridos s„o muito jovens 11.1.6-Escala linear num„rica Sempre que os itens de um question‡rio avaliam uma ‰nica dimens„o de uma vari‡vel que se distribui ao longo de um gradiente de intervalos iguais e lineares, a escala numƒrica com extremos etiquetados ƒ o formato que deve ser privilegiado pelo investigador por forma a facilitar a an‡lise e interpreta•„o dos resultados (Alreck & Settle, 1995, p. 127- 128). Quadro 11.5: Exemplo de escala linear numƒrica Que importŒncia atribuiu a cada um dos temas de discuss„o p‰blica abaixo discriminados? Se acha que o t…pico ƒ muito importante escolha um n‰mero do extremo direito da escala e coloque-o no local assinalado ˆ frente do respectivo item. Gest„o das Informa•‚es Organizacionais 91 Se pelo contr‡rio considera que o t…pico n„o tem para si muita importŒncia escolha um n‰mero do extremo esquerdo da escala e assinale-o no lugar respectivo. Por ‰ltimo, se considera que o t…pico tem uma importŒncia relativa escolha um dos n‰meros da zona central da escala de acordo com o grau de significŒncia que lhe atribui. Sem importŒncia 1 2 3 4 5 Extremamente alguma importante Prote•„o das espƒcies animais em vias de extin•„o…………………………….________ Melhoria da qualidade do ar que respiramos……………………………………….________ Descoberta de novas fontes de energia f…ssil (petr…leo) …………………………________ Investimento p‰blico em energias renov‡veis ……………………………………...________ A simplicidade, clareza, economia e produtividade est„o entre as maiores vantagens das escalas lineares numƒricas. O formato ƒ simples e f‡cil de preencher pelos respondentes que n„o tem dificuldade em perceber o que lhes ƒ pedido. As mesmas perguntas e as mesmas instru•‚es podem ser usadas para muitos itens ao mesmo tempo. Em termos estat†sticos o tratamento ƒ simples e o fato da escala ser numƒrica e de intervalos iguais permite que os dados sejam tratados como se de uma vari‡vel intervalar se tratasse. Em termos de limita•‚es, a principal tem a ver com o fato de n„o se aplicar a muitas situa•‚es concretas em particular as que requerem a compara•„o direta com um dado especifico ou uma avalia•„o de aspectos relativos a uma dimens„o especifica. Š fundamental nestas escalas que os extremos sejam etiquetados com “Extremamente” para que a dimens„o seja bem definida e que os termos usados sejam opostos bipolares. Tambƒm n„o se devem etiquetar os valores intermƒdios com palavras, apenas devem surgir os n‰meros com intervalos iguais entre eles (c. f. Alreck & Settle, 1995). 11.1.7-Escala tipo trade-off O question‡rio Trade-off for•a o respondente ou pesquisado a fazer escolhas e, desta forma possibilita saber, em condi•‚es conflituosas, o que o respondente valoriza. A planilha trade-off requer que o respondente distribua 10 pontos entre duas op•‚es. Desta forma ƒ poss†vel obter a prefer€ncia de um conjunto de respondentes. Observar que a an‡lise do question‡rio Trade-off, ƒ feita por meio da Matriz de Prioriza•„o. Dada a sua importŒncia, ver maiores informa•‚es sobre a escala tipo Likert no Ap€ndice 3. 11.3 - Tipos de vari†veis As vari‡veis podem ser classificadas segundo Pereira (1999:44), em quantitativas (discretas ou cont†nuas) e qualitativas (categ…ricas nominais ou categ…ricas ordinais). Esta mesma classifica•„o pode ser estendida aos indicadores. Os indicadores quantitativos discretos expressam n‰meros inteiros, sem fra•‚es, como em contagens. Indicadores de: n‰mero de filhos, idade do funcion‡rio, quantidade de clientes atendidos no dia, s„o exemplo de indicadores quantitativos discretos. Os quantitativos cont†nuos referem-se a vari‡veis que podem assumir valores fracion‡rios, como por exemplo: peso de uma pe•a e tempo de dura•„o de uma chamada telef•nica. Os indicadores qualitativos categ…ricos nominais expressam categorias as quais n„o possuem rela•„o umas com as outras. Indicadores de nacionalidade (portuguesa, brasileira, chilena etc.) ou de profiss„o (engenheiro, mecŒnico, pintor etc.), s„o exemplos de indicadores qualitativos categ…ricos. Os indicadores qualitativos ordinais fazem men•„o a categorias que possuem rela•„o (de ordem) com outras categorias. Por exemplo: n†vel escolar (ƒ poss†vel colocar em determinada ordem, como a crescente: analfabeto, prim‡rio, secund‡rio etc.), ou n†vel hier‡rquico (operador, supervisor, gerente, gerente-geral etc). Indicadores qualitativos podem medir vari‡veis do tipo: comodidade, gentileza, atenciosidade, efetividade, lealdade, maleabilidade etc., mas nunca de forma direta. Nƒveis de mensura€•o H‡ fundamentalmente dois grandes grupos de medidas: qualitativas e quantitativas (ver figura 11.0). As qualitativas podem ser nominais (quando apenas associadas a nomes), ou ordinais (quando 92 Manuel Meireles indicam direta ou indiretamente certa ordem de preval€ncia); as quantitativas podem ser discretas ou cont†nuas. Discreta Quantitativa Cont‡nua Categ‰rica Nominal Qualitativa Categ‰rica Ordinal Fonte: Julio Pereira. Anƒlise de dados Qualitativos. S•o Paulo: Edusp, 1999 p.44 NŒmeros inteiros, sem fra€‚es, como em contagens. Exemplos: nŒmero de filhos; quantidade de alunos numa sala; nŒmeros de pe€as produzidas por uma mƒquina numa hora, etc NŒmeros que podem assumir valores fracionƒrios. Por exemplo: peso, tempo m†dio de chamadas telefŠnicas em minutos, etc Categorias, sendo que cada categoria † independente, n•o tendo rela€•o com outras. Exemplos: nacionalidade (portuguesa, brasileira, argentina...); profiss•o (administrador, engenheiro, pintor...) Categorias que possuem uma rela€•o com outras categorias. Exemplos: n‡vel escolar (primƒrio, secundƒrio, universitƒrio); n‡vel hierƒrquico (operador; supervisor, gerente, diretor); classe social (A,B, C...) Figura 11.0 - Tipologia de vari‡veis. Mensura•„o ƒ a atribui•„o de um valor a um descritor de um objeto. Seja o objeto “aluno” que pode ser descrito por alguns descritores: Idade Altura Sexo Sƒrie acad€mica Desempenho acad€mico Por exemplo: Idade= 27 Altura= 1,67 Sexo=F Sƒrie acad€mica= Terceira Desempenho acad€mico= B N—VEL DE MENSURA•–O (a): Escala Nominal Observar que a mensura•„o nominal refere-se apenas a caracter†sticas nominativas descritoras do objeto. Š o mais baixo n†vel de mensura•„o. S„o apenas atribu†dos nomes aos descritores do objeto. Gest„o das Informa•‚es Organizacionais 93 As mensura•‚es nominativas permitem apenas a rela•„o de equival€ncia (=) que ƒ reflexiva, simƒtrica e transitiva: Reflexiva: x=x Simƒtrica: se x=y, ent„o y=x Transitiva: se x=y e y=z, ent„o x=z Exemplos: Diagn…stico psiqui‡trico: Esquizofr€nico Paran…ico Man†aco-depressivo Psiconeur…tico Sexo: Masculino Feminino Nacionalidade Argentina Brasileira Chilena Cor: Branca Preta Azul Estado: Sim N„o N—VEL DE MENSURA•–O (b): Escala Ordinal (ou por postos) Neste n†vel ƒ poss†vel estabelecer certo tipo de rela•„o (estabelecer uma ordem de prefer€ncia indicada pelo s†mbolo >) Exemplos: Desempenho acad€mico: Conceito A Conceito B Conceito C Prefer€ncia em escala Concordo totalmente Concordo Indiferente Discordo Discordo totalmente Status s…cio- econ•mico: Classe Alta Classe Mƒdia Classe Baixa Gradua•„o militar: Sargento Cabo Soldado As mensura•‚es ordinais permitem a rela•„o de equival€ncia (=) e a rela•„o de compara•„o (>). Esta ‰ltima ƒ irreflexiva, assimƒtrica e transitiva, isto ƒ: Irreflexiva: n„o ƒ verdade que para qualquer x se tenha x>x; Assimƒtrica: se x>y, ent„o y x; Transitiva: se x=y e y=z, ent„o x=z. N—VEIS DE MENSURA•–O (c): Escala Intervalar Š poss†vel estabelecer certo tipo de rela•„o (estabelecer uma ordem de prefer€ncia indicada pelo s†mbolo >) e, alƒm disso se conhece as distŒncias entre dois n‰meros quaisquer da escala. Neste tipo de mensura•„o n„o s… se conhece a ordem como se estabelece que h‡ intervalos iguais na escala. Exemplos: Testes de aptid„o (quantidade de respostas corretas) 94 Manuel Meireles Ano Ano ou dƒcada de evento (o ano zero ƒ arbitr‡rio) Temperatura em ŸC ou ŸF (a unidade e o ponto zero s„o arbitr‡rios) Uma caracter†stica deste tipo de mensura•„o ƒ que n„o permite afirmar que o dobro de um valor represente efetivamente duas vezes mais tal valor. Por exemplo, n„o se pode afirmar que quem acertou 10 quest‚es em um teste de aptid„o saiba exatamente duas vezes mais que quem tenha acertado apenas 5 quest‚es; n„o se pode afirmar que quem nasceu na dƒcada de 80 tenha alguma propriedade em dobro de quem nasceu na dƒcada de 40; um corpo ˆ temperatura de 60ŸC n„o tem o dobro do calor de um corpo a 30ŸC. Esta ƒ a primeira escala verdadeiramente quantitativa e sobre vari‡veis intervalares ƒ poss†vel aplicar todos os estat†sticos paramƒtricos comuns. Com efeito, mƒdias, desvios-padr„o, etc s„o aplic‡veis a dados em uma escala intervalar, bem como as provas paramƒtricas comuns (Testes t e F). N—VEL DE MENSURA•–O (c): Escala de raz•o As mensura•‚es em escalas de raz„o, possuem todas as propriedades de uma escala intervalar e um verdadeiro ponto zero como origem. Todas as quatro rela•‚es seguintes s„o operacionalmente pass†veis de ser obtidas: Escala propriedade Nominal Ordinal complexidade de intervalo de razÄo 1. ClassificaÅÄo 2. OrdenaÅÄo 3. DistÇncia 4. Zero nÄo-arbitrado tambÉm conhecidas por categÑricas tambÉm conhecidas por escalares (scale) Figura 11.1: Propriedades dos tipos de vari‡veis Equival€ncia Compara•„o (>) Raz„o entre dois intervalos Raz„o conhecida de dois valores quaisquer da escala A estas mensura•‚es aplicam-se todos os estat†sticos paramƒtricos comuns apontados para a escala intervalar alƒm da mƒdia geomƒtrica e o coeficiente de varia•„o. Escala RelaÅàes definidoras Exemplos de estatÖsticos apropriados Provas estatÖsticas adequadas Moda FreqÜáncia Coeficiente de contingáncia Nominal (1)Equivaláncia Ordinal (1) Equivaláncia Percentis (2) Maior do que rs de Spearman Mediana Provas estatÖsticas nÄo-paramÉtricas (tau) de Kendall W de Kendall Figura 11.2: Estat†sticos apropriados para vari‡veis nominais e ordinais.Fonte: Siegel (1975) Gest„o das Informa•‚es Organizacionais 95 Escala Intervalar RazÄo RelaÅàes definidoras Exemplos de estatÖsticos apropriados (1)Equivaláncia (2)Maior do que (3)RazÄo conhecida entre 2 intervalos quaisquer MÉdia Desvio-padrÄo CorrelaÅÄo de Pearson CorrelaÅÄo mâltipla (1)Equivaláncia (2)Maior do que (3)RazÄo conhecida entre 2 intervalos quaisquer (4)RazÄo conhecida de 2 valores quaisquer MÉdia Desvio-padrÄo CorrelaÅÄo de Pearson CorrelaÅÄo mâltipla MÉdia geomÉtrica Coeficiente de variaÅÄo Provas estatÖsticas adequadas Provas estatÖsticas paramÉtricas e nÄo-paramÉtricas Figura 11.3: Estat†sticos apropriados para vari‡veis intervalares e de raz„o. Fonte: Siegel (1975) Escala Nominal ReligiÄo: •Protestante •EspÖrita •CatÑlica •Budista Sexo; ProfissÄo; Setor econämico; RegiÄo geogrãfica Ordinal de intervalo Cargo hierãrquico NÖvel econämico Classe social Escalas de OpiniÄo e Atitude (tipo Likert): Testes de aptidÄo Altura cm •Discorda totalmente •Discorda •Indiferente •Concorda •Concorda totalmente de razÄo Ano de evento: Peso Kg •1949 •1995 Faturamento ($) DÉcada de evento: Market-share •Anos 60 •Anos 70 •Anos 80 Desempenho Acadámico: Ativo ($) Salãrio ($) •A •B •C Figura 11.4: Exemplos de vari‡veis James Davis (1976:24) oferece a tabela exibida na figura 11.8. Davis chama aten•„o para o fato de que as propriedades da escala s„o cumulativas, isto ƒ: as escalas mais complexas possuem todas as propriedades das menos sofisticadas e mais alguma coisa. Exemplo: Considere o objeto <Funcion‡rio da empresa X> que pode ser descrito por um conjunto de atributos, entre eles a idade. Podemos dizer que a idade ƒ uma vari‡vel: a)de raz„o b)intervalar c)ordinal d)nominal e)todas as alternativas anteriores est„o certas f)nenhuma das alternativas Que resposta deu? A verdade ƒ que a alternativa e) est‡ correta pois ƒ poss†vel expressar a idade como sendo uma vari‡vel de raz„o, ou intervalar, ordinal ou nominal. Vejamos como: a)de raz„o: Funcion‡rio tem 54,67 anos (ou 54 anos completos) b)intervalar: Funcion‡rio nasceu em 1949 c)ordinal: Funcion‡rio est‡ na 5 š dƒcada d)nominal: Funcion‡rio ƒ adulto maduro 11.3 – Resumo Uma escala ƒ um instrumento cient†fico de observa•„o e mensura•„o de fen•menos sociais. Ander-Egg (p.141) afirma que a escala foi idealizada com a finalidade de medir a intensidade das atitudes e opini‚es na forma mais objetiva poss†vel. Ander-Egg (1978:142) indica seis tipos de escalas: 96 Manuel Meireles (1) de ordena•„o (de pontos, de classifica•„o direta; de compara•‚es bin‡rias); (2) de intensidade; (3) de distŒncia social (de Bogardus; de Dood; de Crespi); (4) de Thurstone; (5) de Guttman e (6) de Likert. Esta ‰ltima ƒ a mais utilizada em ci€ncias sociais. A escala tipo Likert faz uso de proposi•‚es e de uma escala onde cada coluna tem um sentido diferente: por isso se chama de diferencial semŒntico (diferen•a de sentido). 11.4 - Veja se sabe responder Se voc€ pretende ter mestria no assunto, veja se sabe responder adequadamente ˆs seguintes quest‚es: 1-De exemplo, dentro de uma organiza•„o, de vari‡veis nominativas; 2-De exemplo, dentro de uma organiza•„o, de vari‡veis ordinais; 3-De exemplo, dentro de uma organiza•„o, de vari‡veis de raz„o; 4-Elabore uma escala tipo Likert(5) com 4 proposi•‚es para ser aplicada pelo departamento de Recursos Humanos para avaliar a satisfa•„o dos funcion‡rios.