França

Transcrição

França
Ministério das Relações Exteriores
Departamento de Promoção Comercial e Investimentos
Divisão de Inteligência Comercial
Como Exportar
França
COLEÇÃO ESTUDOS E DOCUMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR
COMO EXPORTAR
França
Coleção: Estudos e Documentos de Comércio Exterior
Série: Como Exportar
CEX: 237
Elaboração:
Ministério das Relações Exteriores - MRE
Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR
Divisão de Inteligência Comercial - DIC
Embaixada do Brasil em Paris
Setor de Promoção Comercial - SECOM
Coordenação:
Divisão de Inteligência Comercial
Distribuição:
Divisão de Inteligência Comercial
Os termos e a apresentação de matérias contidas na presente publicação não traduzem expressão
de opinião por parte do MRE sobre o status jurídico de quaisquer países, territórios, cidades ou
áreas geográficas e de suas fronteiras ou limites. Os termos “desenvolvidos” e “em desenvolvimento” empregados em relação a países ou a áreas geográficas não implicam posição oficial por
parte do MRE.
Direitos reservados.
O DPR, que é titular exclusivo dos direitos de autor, permite sua reprodução parcial, desde que a
fonte seja devidamente citada.
(*) Este guia foi registrado no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional
(ISBN 85-98712-47-7).
O texto do presente estudo foi concluído em dezembro de 2014.
B823c Brasil. Ministério das Relações Exteriores. Divisão de
Inteligência Comercial.
Como Exportar: França / Ministério das Relações
Exteriores._Brasília: MRE, 2014.
120 p.; il._ (Coleção estudos e documentos de comércio
exterior).
1. Brasil – Comércio exterior. 2. França – Comércio
Exterior. I. Título. II. Série.
CDU: 339.5 (82:44)
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................5
MAPA DA FRANÇA..............................................................................................9
DADOS BÁSICOS..............................................................................................11
I – ASPECTOS GERAIS......................................................................................13
1. Geografia...............................................................................................13
2. População, centros urbanos e nível de vida............................................15
3.Transportes...........................................................................................18
4.Comunicações......................................................................................20
5. Organização política e administrativa.....................................................21
6. Organizações e acordos internacionais..................................................27
II – ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS................................................................29
1. Conjuntura econômica......................................................................... 29
2. Principais setores de atividade............................................................. 39
3. Moeda e finanças................................................................................. 51
III – COMÉRCIO EXTERIOR............................................................................... 55
1. Evoluções recentes.............................................................................. 55
2. Direção e origem.................................................................................. 56
3. Composição do comércio exterior........................................................ 59
IV.
RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL – FRANÇA........................................... 63
1. Intercâmbio comercial.......................................................................... 63
2. Investimentos bilaterais........................................................................ 68
3. Principais acordos bilaterais................................................................. 70
V – ACESSO AO MERCADO............................................................................. 73
1. Sistema tarifário................................................................................... 73
2. Regulamentação de importação........................................................... 76
3. Documentos e formalidades................................................................. 83
4. Regimes especiais............................................................................... 84
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VI – ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO........................................................87
1. Canais de distribuição.......................................................................... 87
2. Promoção de vendas........................................................................... 91
3.Publicidade.......................................................................................... 92
4. Práticas comerciais.............................................................................. 92
VII – RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS.................................... 95
1. Por que estar presente no mercado francês?........................................ 96
2. As dificuldades de acesso ao mercado francês podem ser superadas.100
3.Conclusão......................................................................................... 103
ANEXOS.........................................................................................................105
I. Endereços...........................................................................................105
II. Informações práticas..........................................................................114
BIBLIOGRAFIA................................................................................................119
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FRANÇA
INTRODUÇÃO
Com localização privilegiada na
Europa, a França possui ligações
com o mar Mediterrâneo e o Oceano
Atlântico. É o país mais extenso da
Europa ocidental com 550 mil km2.
Possui vários territórios espalhados
pelo mundo, denominados de
Departamentos e Territórios de
Ultramar (DOM-TOM, na sigla em
francês), que a tornam a segunda
maior zona econômica exclusiva
(ZEE) do mundo, com uma área total
de 10 milhões de km², pouco menor
que a ZEE dos Estados Unidos, com
11 milhões de km².
Está localizada na região central
do continente e possui excelente
infraestrutura de transportes,
o que representa uma porta de
entrada para outros mercados da
comunidade europeia, facilitando a
movimentação da mercadoria. A França é o quinto maior importador
de bens do mundo e responsável por
aproximadamente 3,1% do comércio
mundial (2012). No entanto, a crise
econômica internacional provocou,
em 2009, uma redução de 17% do
valor de trocas do comércio exterior
do país devido essencialmente à
diminuição da demanda na Europa
e nos Estados Unidos, bem como
de seu mercado interno. Nos anos
seguintes, o comércio exterior
francês voltou a crescer (14% em
2010, 8,4% em 2011 e 3,1% em
2012), mas registrou uma redução
da ordem de 1,3% em 2013. No
tocante às importações francesas,
registrou-se um crescimento de
12,3% em 2011, de 1,2% em 2012
e uma queda de 2,3 em 2013. A
pauta das importações é composta,
em sua maioria, por produtos
industrializados, com destaque para
os setores de energia (combustíveis,
eletricidade), de transporte
(equipamentos para indústria
automobilística e aeronáutica), de
equipamentos (mecânicos, elétricos,
eletrônicos e de informática) e
farmacêutico.
O país é membro da União Europeia
que representa hoje o maior mercado
do mundo, totalizando 500 milhões
de consumidores.
Em 2013, o produto Interno Bruto
europeu foi superior a 13 trilhões
de Euros (US$ 17,5 trilhões),
enquanto que o americano é de,
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aproximadamente 12 trilhões de
Euros (US$ 16,2 trilhões). A França
é a segunda maior economia da
Europa, com um PIB Bruto a preços
correntes de 2,06 trilhões de
Euros (aproximadamente US$ 2,8
trilhões), que representam 15,7%
do PIB europeu, além de ser o
quinto maior mercado do mundo,
após Estados Unidos, China, Japão
e Alemanha. É o terceiro país que
mais atrai investimentos estrangeiros
na Europa, logo após o Reino
Unido e a Alemanha, direcionados
principalmente aos setores de
máquinas e de equipamentos;
agroalimentar; aeronáutico; energia;
automobilístico; de equipamentos
elétricos e de informática; químico; e
de equipamentos médicos.
A União Europeia é a origem
tradicional das compras francesas.
Nas últimas décadas, por volta
de 60% das compras francesas
provinham de países europeus.
Essa participação caiu para 58%
em 2011, o que demonstra um
discreto fenômeno de diversificação
de origem dos produtos importados
pela França, o que pode ser uma
oportunidade para o Brasil aumentar
as vendas e diversificar sua pauta de
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exportações.
O Brasil possui pequena participação
no mercado importador francês
diante das potencialidades de
negócios entre os dois países. Sua
fatia de mercado vem mantendose constante nos últimos anos,
passando de 0,6% em 2004 a 0,7%
do total das compras francesas em
2013. Os dados dos três primeiros
trimestres de 2014 indicam que a
fatia brasileira representou 0,46%
das compras francesas no período.
A pauta das exportações
brasileiras para França é composta
essencialmente por produtos básicos
dentre os quais se destaca o item
“bagaços e outros resíduos sólidos
da extração do óleo de soja”, que
representou, em 2014, US$ 859
milhões, ou seja, 29% do total das
vendas brasileiras. O item “minérios
de ferro” que, em 2013, liderou a
pauta de exportações brasileiras,
com US$ 1 bilhão, respondeu,
em 2014, por cerca de US$ 624
milhões de dólares, representando
21% das vendas totais brasileiras
para o país. Em seguida, destacamse pasta química de madeira; café
não torrado; soja, mesmo triturada;
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partes para aviões ou helicópteros;
e calçados. Quanto às exportações
por valor agregado, em 2014,
63% são constituídos de produtos
básicos, 1% de operações especiais,
8% de bens semimanufaturados,
36% de produtos manufaturados.
Dentre estes últimos, destacam-se
partes para aviões ou helicópteros,
calçados e peças para motores de
explosão.
A boa estrutura econômica
francesa, a atração de investimentos
e o crescimento da demanda
importadora anunciam boas
perspectivas para os exportadores
brasileiros.
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Torre Eiffel, Paris
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MAPA
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Arco do Triunfo, Paris
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DADOS BÁSICOS
Superfície: 552 mil Km² (França metropolitana)
População: 63,9 milhões de habitantes (janeiro de 2015)
Densidade Demográfica: 115,7 hab./km² (França metropolitana)
População economicamente ativa: 28,3 milhões (2012)
Taxa de desemprego: 10,3% (dezembro de 2014)
Principais Cidades:
Paris, Lyon, Marseille, Lille, Toulouse, Nice, Bordeaux, Nantes, Strasbourg,
Toulon.
Moeda: Euro
Paridade em relação ao dólar:
€ 1 Euro = US$ 1,13 (cotação em 11/02/2015)
PIB a preços correntes (2014):
França: US$ 2,902 trilhões
EUA: US$ 17,416 trilhões
Brasil: US$ 2,244 trilhões
PIB per capita preços correntes (2014):
França: US$ 45.383
EUA: US$ 54.678
Brasil: US$ 11.067
Crescimento real do PIB:
2008: +0,2%
2009: -2,9%
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2010: +2,0%
2011: +2,1%
2012: +0,3%
2013: +0,3%
2014: +0,4% (p)
Composição do PIB (2013):
Agropecuária: 1,9%
Indústria: 18,7%
Serviços: 79,4%
Produção (principais produtos):
Agropecuária: cereais, oleaginosos, bovino, suíno, aves, caprino.
Agroindústria: cereais, vinho, indústria alimentícia, produtos destinados à
alimentação animal.
Indústria: energia, transportes (aeronáutica, automobilística), farmacêutica,
equipamentos, construção, artigos de luxo.
Comércio Exterior da França:
Importações: € 504 bilhões (2013)
Exportações: € 427 bilhões (2013)
3º Trimestre de 2014:
Importações: US$ 513 bilhões
Exportações: US$ 438 bilhões
Comércio Bilateral Brasil-França:
Exportações brasileiras: US$ 3,4 bilhões (2014)
Importações brasileiras: US$ 6,5 bilhões (2014)
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I - ASPECTOS GERAIS
1. Geografia
A França está localizada na Europa ocidental e limita-se ao norte com o mar
da Mancha; a nordeste com a Bélgica, Luxemburgo e Alemanha; a leste com
a Suíça; a sudeste com a Itália; ao sul com o mar Mediterrâneo e Espanha; e
a oeste com o oceano Atlântico.
É o país mais extenso da Europa ocidental com 552 mil km2. Possui vários
territórios espalhados pelo mundo, denominados Departamentos e Territórios
de Ultramar. Na América: Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, SaintBarthélemy e Saint-Pierre-et-Miquelon; na África: Reunião e Mayotte; na
Oceania: Nova Caledônia; Polinésia Francesa e Wallis-e-Fortuna; e nos Mares
do Sul: Terras Austrais e Antárticas Francesas.
Paris é a capital e cidade mais importante. Seguem as distâncias entre Paris
e as principais cidades francesas e europeias:
Distâncias de Paris
Cidade
Le Havre
Lille
Rennes
Nantes
Lyon
Bordeaux
Marselha
Nice
Distância (km)
211
219
346
385
464
566
798
941
Cidade
Distância (km)
Bruxelas
Rotterdam
Bonn
Amsterdam
Genebra
Madri
Roma
Lisboa
294
440
500
514
546
1.268
1.531
1.786
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Etudes.Economiques.
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Regiões geográficas e clima
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extensão, dos quais 188 encontramse em território francês.
Quanto ao relevo, as planícies são
A França situa-se em zona climática
predominantes, cobrindo cerca
temperada, influenciada por ventos
de 2/3 do território. No centro, a
do oeste portadores de massas de
sudoeste e a leste, situam-se as
ar marítimo que suavizam o clima
principais cadeias de montanhas:
das regiões litorâneas e interiores.
a do Maciço Central, dos Pireneus
No inverno, os ciclones continentais
e dos Alpes – o Monte Branco é o
ocasionam ventos frios e baixas
mais alto pico da Europa ocidental,
temperaturas. A combinação da
com 4.807 metros.
influência marítima com a latitude
e altitude contribuem para a
A costa marítima, de cerca de 5.500 diversidade do clima no país. A
km, acompanha o Mar do Norte, o
temperatura média na França é de
Canal da Mancha, o Oceano Atlântico 5°C no inverno e de 25°C no verão.
e o Mar Mediterrâneo.
Na zona oeste do país, o clima
A rede hidrográfica francesa
predominante é o oceânico,
corresponde a 0,26% da água fluvial caracterizado por precipitações
do mundo. Quatro rios de grande
regulares e abundantes, com
importância para o desenvolvimento invernos rígidos, verões frescos
industrial e urbano irrigam o território e céu nublado com chuvas. O
francês. O Rio Loire, com 1.012
clima mediterrâneo, no sudeste do
km de extensão e o Garona, com
país, é caracterizado por verões
575 km, são pouco utilizados na
quentes e secos e invernos amenos.
navegação. O Rio Sena, com 776
Nas regiões mais elevadas, as
km de extensão, navegável de Rouen temperaturas são mais frescas e as
até Le Havre na faixada Atlântica, e
precipitações mais abundantes. Nos
o Ródano, com 522 km, de Lyon até picos, predomina a neve por mais de
a região marítima do Mediterrâneo.
150 dias ao ano.
Por último, o Rio Reno, um dos
principais trechos de navegação do
mundo, situado na fronteira com a
Alemanha, que possui 1.233 km de
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FRANÇA
2. População, centros urbanos e
nível de vida
et des Etudes Économiques, a
população francesa (incluindo
departamentos ultramarinos)
População
apresentou crescimento médio
da ordem de 0,4% ao ano (contra
A população francesa é composta de 0,25% para a União Europeia),
vários grupos étnicos, principalmente passando de 61,38 milhões de
os gauleses e os celtas, que deram
habitantes em 2002 para 66,3
à região o nome de Gália, hoje
milhões em 2014, dos quais, 51,6%
França. São também importantes as são mulheres e 48,4% são homens.
populações de origem romana, grega
e germânica. Destacam-se, ainda,
Evolução da população, 2002-2014
os árabes e judeus instalados no sul
(Em mil de habitantes)
do país, na fronteira com a Espanha.
O maior número de imigrantes nas
Ano
População
últimas décadas são originários do
61.385
2002
norte da África (2,7%) – Marrocos,
2003
61.824
Tunísia e Argélia – seguido dos
62.251
2004
europeus (2,6%) e asiáticos (0,8%),
62.731
2005
originários, principalmente, da China
2006
63.186
e Turquia.
63.601
2007
A França possui a segunda maior
população da União Europeia, após
a Alemanha, representando 13%
do mercado consumidor europeu
(28 países desde o 1° de julho de
2013, com a entrada da Croácia).
No ranking mundial, ocupava a
20ª posição entre os países mais
populosos em 2014.
Conforme estatísticas do INSEE,
Institut National de la Statistique
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
63.962
64.305
64.613
64.949
65.281
65.821
66.317
Fonte: INSEE. Institut National de la
Statistique et des Études Économiques.
No que se refere à composição da
população por faixa etária, observase que 24,7% são jovens com
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menos de 20 anos. A população com idade entre 20 e 64 anos foi estimada
em 56,9% e com 65 anos ou mais, em 18,4%.
Composição da população, 2015 (1º de janeiro)
Faixa etária
Mulheres
Homens
23,4%
26,1%
Menos de 20 anos
56,1%
57,8%
20 a 64 anos
20,5%
16,1%
65 anos ou mais
Total
24,7%
56,9%
18,4%
Não inclui Mayotte
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques.
Quanto à imigração, vale notar que
a França atrai muitos imigrantes.
No período entre as guerras, com
sua baixa densidade demográfica,
o país necessitava de trabalhadores
imigrantes para suprir o mercado
de mão-de-obra. Esses imigrantes,
muitas vezes refugiados, eram
gregos, armênios, russos e
espanhóis. Após a Segunda Guerra,
a entrada de imigrantes continuou
estimulada e no fim da década de
1960 ocorreu o “baby boom”, ou
seja, um número representativo de
nascimentos no país. Os imigrantes
procedentes inicialmente da Espanha
e da Itália, depois, do Magreb e
Portugal, África negra, Oriente e Ásia,
continuaram entrando no território
francês até os filhos do “baby boom”
atingirem idade para trabalhar.
16
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Entretanto, a partir da década de
1980, o país passou a controlar
fortemente a imigração. Em épocas
de crise, a imigração é alvo de
debates.
Estatísticas do INSEE referentes
ao ano de 2010 indicam que
aproximadamente 90% dos
franceses residentes são de origem
francesa. Dentre os imigrantes, 39
% são de origem europeia, 40%
africana (27 % do norte da África),
14 % asiática e 6% do continente
americano e Oceania.
Centros urbanos
A França possui 45 áreas urbanas
com mais de 150 mil habitantes.
A região de Île de France, que
Como Exportar
FRANÇA
engloba a grande Paris, é a mais
desenvolvida da França, com cerca
de 12 milhões de habitantes e
densidade demográfica superior a
990 habitantes por km2. Essa região
engloba aproximadamente 19% da
população francesa metropolitana,
seguida de Rhônes-Alpes (10%),
Provence-Alpes-Côte d’Azur (7,9%),
Nord-Pas-de-Calais (6,4%), Pays
de Loire (5,7%), Aquitaine (5,2%) e
Bretagne (5%).
(2013), com aproximadamente 25,8
milhões empregadas e 2,8 milhões
à procura de emprego. A taxa de
desemprego é de cerca 10,3% da
população ativa, contra 9,9% em
2013, de acordo com os critérios do
BIT (Bureau International du Travail).
No tocante à renda, o salário
médio anual líquido é em torno de
25.560 Euros e a poupança familiar
representa cerca de 16% da renda
disponível.
Nível de vida
Idioma e religião
A França possui uma das mais altas
expectativas de vida do mundo.
Conforme dados do INSEE, esse
valor passou de 76,7 anos para
os homens e 83,8 anos para as
mulheres, em 2004, para 79,2
para os homens e 85,4 para as
mulheres, em 2014. O aumento
médio nas últimas décadas foi de
cerca de 0,25% por ano. Em 2011,
a população metropolitana francesa
feminina posicionou-se em 2° lugar
entre as maiores expectativas de vida
do mundo, segundo o INED (Institut
National d’Études Demographiques),
e a masculina, em 11°.
O idioma oficial é o francês. Outras
línguas são também utilizadas, em
razão do fortalecimento das relações
com os países vizinhos, tais como o
inglês, o alemão e o espanhol.
A liberdade de culto é respeitada
na França. Contrariamente a outros
países da Europa, a França não
utiliza a religião como critério de
recenseamento. De acordo com
estudos e sondagens, atualmente
cerca de 60% da população
declara-se católica e o restante
divide-se entre ateus, muçulmanos,
protestantes, judeus e outras
religiões. A segunda religião
praticada na França é a muçulmana
com cerca de quatro milhões
A população economicamente ativa
eleva-se a 28,6 milhões de pessoas
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FRANÇA
de adeptos, segundo dados do
Ministério do Interior de 2010.
3. Transportes
O setor de logística de transportes
na França é desenvolvido e ágil.
As rodovias são as mais utilizadas
para o comércio doméstico e
transporte em pequenas distâncias.
Na exportação o meio marítimo é
o mais utilizado. Essa distribuição
apresentou pouca alteração nos
últimos anos. No entanto, o volume
de mercadorias transportadas por via
terrestre registrou uma diminuição da
ordem de 5% em 2008 e de 13,6%
em 2009. O volume voltou a crescer
ligeiramente nos anos seguintes,
atingindo um crescimento de 3,3%
em 2010 e de 2,4% em 2011. Em
2012, registrou-se uma queda
de 5,4% do volume de toneladas
transportadas por km em relação ao
ano anterior.
O governo francês anunciou, em
julho de 2013, um novo programa
de modernização e desenvolvimento
das infraestruturas e serviços
relacionados aos transportes, que
prevê € 5 bilhões (US$ 6,8 bilhões)
de investimentos por ano até 2016.
18
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
Além disso, o projeto denominado
Grand Paris prevê a construção
de uma rede de transportes
públicos na periferia de Paris, tendo
por objetivo o desenvolvimento
econômico sustentável da região,
bem como a promoção de pesquisa,
inovação tecnológica e industrial.
Serão investidos € 20 bilhões na
construção de 155 km de metrô
automático de alta velocidade e de
57 estações, e € 12,5 bilhões na
modernização da rede existente até
2025.
Rodovias
A rede rodoviária francesa é a mais
extensa da União Europeia, com
cerca de 1.065.000 km incluindo
vias municipais (2012). As redes
internacionais e domésticas estão
centradas em Paris, reforçando o
peso da capital na organização do
território.
A política de transporte combina
o transporte rodoviário e o fluvial.
Entre as diversas as vantagens,
sobressaem-se o custo mais baixo,
a conservação do meio ambiente e
a segurança. Em razão das curtas
distâncias, o transporte rodoviário
é o mais utilizado e responde
Como Exportar
por aproximadamente 83,6% do
transporte de mercadorias.
Ferrovias
Em 2012, foram contabilizados
29.756 km de vias férreas, dos
quais 2.202 km com linhas de
grande velocidade (LGV). A França
é o segundo país europeu, após a
Espanha, com maior rede de trens de
alta velocidade.
As vias férreas são responsáveis
por aproximadamente 10,6 % do
transporte total de passageiros e
por 9,6% do transporte total de
mercadorias (2012). As principais
mercadorias transportadas por via
ferroviária são produtos agrícolas
e agroalimentares (17,9%), metais
e produtos metálicos (13,1%),
materiais de construção tais como
vidro, cimento, betume, pedra (8%).
Hidrovias
O transporte fluvial de mercadorias
da França é econômico e confiável.
Entretanto, representa apenas
2,3% do transporte total, que é
predominantemente rodoviário
(83,6%). Esse percentual é
baixo em relação a outros países
FRANÇA
desenvolvidos europeus, tais
como os Países Baixos, Bélgica e
Alemanha.
A rede fluvial francesa é dividida em
várias bacias de navegação, sem
existir, entretanto, ligação entre elas.
Apesar de oferecerem possibilidades
limitadas de transporte, as hidrovias
conduzem a importantes portos
de embarque, tais como Le Havre,
Marseille, Rouen e outros.
Transportes aéreos
O transporte aéreo doméstico abriuse à concorrência europeia em 1997,
o que conduziu a duas vertentes:
de um lado fortaleceu o grupo Air
France; e de outro, a emergência de
companhias que operam com preços
baixos. A Air France ocupa posição
de destaque entre as empresas
europeias de transporte internacional
de passageiros. Em 2003, o grupo
fundiu-se com a KLM e passou a
denominar-se Air France-KLM e, em
2008, tornou-se acionário minoritário
da Alitalia.
A França dispõe de uma vasta
rede aeroportuária composta por
78 aeroportos, dos quais 6 são
internacionais. O aeroporto Charles
de Gaulle, sétimo maior aeroporto
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
19
FRANÇA
do mundo, é o segundo maior da
Europa em número de passageiros
(após o Heathrow de Londres)
e o segundo em transporte de
mercadorias.
Transportes marítimos
O transporte marítimo é de grande
importância para o comércio
exterior francês, movimentando
anualmente mais de 331 milhões
de toneladas de mercadorias. Os
principais portos são: Marseille
(quinto maior aeroporto da Europa),
Le Havre (oitavo aeroporto europeu),
Dunquerque, Rouen, Nantes,
Bordeaux, e Calais.
O tráfego portuário é classificado em
três grandes categorias segundo seu
acondicionamento:
- cargas líquidas (produtos
petrolíferos, químicos e alimentares);
- cargas sólidas (carvão, minerais,
cereais, adubos);
- mercadorias diversas, inclusive
contêineres.
4. Comunicações
As empresas produtoras de
bens e de serviços do setor são
responsáveis, segundo a ARCEP
20
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
(Autorité de Régulation des
Communications Électroniques et
des Postes), por aproximadamente
5% do PIB francês e geraram um
faturamento de € 100 bilhões (US$
132 bilhões) em 2011.
No que diz respeito à telefonia, a
Orange (antiga France Telecom)
é a principal operadora. Após a
abertura do setor, outras companhias
passaram a operar no mercado
francês, mas a Orange continua
assegurando a manutenção e o
controle da maioria das instalações.
Graças aos investimentos no setor,
existem hoje mais de 35 milhões
de linhas de telefone fixo em
funcionamento. As tarifas praticadas
pela Orange e pelas operadoras
privadas são cada vez mais
baixas, e o número de aparelhos
de telefonia móvel tem crescido
consideravelmente, totalizando 69,5
milhões de usuários.
Quanto ao comércio eletrônico,
existem hoje mais de 100 mil sites
de venda online ativos na França.
De acordo com a Fédération du
e-commerce et de la vente à distance
(FEVAD), 30 milhões de franceses
adquiriram bens ou serviços pela
Internet em 2011, representando um
Como Exportar
aumento de 11% em um ano e um
total de € 37,7 bilhões.
Os serviços de correios da França
são caracterizados por sua
confiabilidade e por sua rapidez.
Com uma rede de 17 000 agências
e pontos de contato, o grupo La
Poste cumpre uma obrigação de
serviço publico, propondo também
serviços financeiros (La Banque
Postale) e garantindo a distribuição
acelerada de correspondência e de
encomendas.
5. Organização política e
administrativa
5.1. Europa
A União Europeia (UE) pode ser
definida como uma união econômica
e política que reúne 28 EstadosMembros em 2013 (após a adesão
da Croácia em julho de 2013). Sua
origem remonta a 1958, com a
criação da Comunidade Europeia
do Carvão e do Aço (CECA) e da
Comunidade Econômica Europeia
(CEE), ambas formadas por seis
países. Em 1992, o Tratado de
Maastricht instituiu a União Europeia
sob esta denominação e teve sua
última revisão em 2009, com o
FRANÇA
Tratado de Lisboa. Toda e qualquer
modificação a esse Tratado somente
será possível após acordo unânime
dos países membros.
A UE possui personalidade
jurídica própria e, diferentemente
de outros organismos regionais
(MERCOSUL, ANSEA, etc.), atua por
meio de um sistema de decisões
intergovernamentais (Estados
conservam prerrogativas sobre
alguns temas) e de instituições
supranacionais com poder
vinculativo em relação aos países
membros (sistema federal). Assim,
a delegação da soberania dos
Estados para a UE é parcial, já que
algumas questões, tais como defesa
e segurança, são de soberania
nacional.
A conciliação entre os diferentes
organismos europeus e a atribuição
de competência são, por vezes,
problemáticas e conflitantes.
Discute-se hoje o futuro das
instituições europeias em razão do
caráter híbrido dos órgãos de direção
previstos pelo Tratado de Lisboa:
o Conselho Europeu representa os
Estados para temas que não exigem
unanimidade, já o Parlamento
representa os cidadãos.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
21
FRANÇA
O Tratado de Lisboa introduziu
uma cláusula de saída que prevê a
possibilidade de um país membro
sair voluntariamente da União.
5.1.1. Regime de
competências
O Tratado da União Europeia (Tratado
de Maastricht, 1992) instituiu uma
estrutura baseada em três pilares:
- supranacional, relativo às políticas
integradas (Política agrícola
comum, união alfandegária,
mercado interno, euro, etc.),
nas quais os Estados-Membros
transferiam uma parte relativamente
importante das suas competências
e soberania para UE;
- intergovernamental, em matéria
de Política Externa e de Segurança
Comum (PESC);
- de cooperação política e judiciária
em matéria penal.
Quando a Comissão Europeia
começa a preparar um novo projeto
de revisão da legislação em vigor,
lança uma consulta pública sobre a
matéria. Pessoas físicas, empresas
e organizações que tenham
interesse no tema ou disponham de
conhecimentos especializados sobre
o mesmo podem ajudar a elaborar
22
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
a proposta, que será apresentada
pela Comissão ao Conselho e ao
Parlamento Europeu para posterior
discussão e adoção. As consultas
públicas permitem às empresas
acompanhar a evolução das leis e
antecipar o possível impacto da nova
legislação no mercado e em suas
atividades decorrentes.
5.1.2. Instituições da União
Europeia
Poder Executivo
- Comissão Europeia: importante
instituição, vela pela defesa dos
interesses da UE no seu todo.
Ela elabora projetos legislativos,
assegura a execução das políticas
e dos fundos europeus e representa
a União Europeia na negociação de
acordos internacionais. A Comissão
vela pela correta transposição das
decisões, bem como pela execução
do corpo legislativo adotado;
- Conselho Europeu, formado por
Chefes de Estado ou de Governo de
países-membros e pelo Presidente
da Comissão Europeia, define as
linhas gerais da política da União
europeia. Reúne-se quatro vezes por
ano e é dirigido por um presidente,
cujo mandato é de dois anos e meio.
Como Exportar
Poder Legislativo
- Parlamento Europeu: eleito
diretamente pelos cidadãos europeus
tem por função debater e aprovar
a legislação da União Europeia,
fiscalizar e assegurar o bom
funcionamento das instituições e
aprovar o orçamento europeu;
- Conselho da União Europeia:
representa os governos de cada
país-membro e tem sua presidência
assegurada rotativamente pelos
Estados-Membros. Este órgão
aprova a legislação da União
Europeia, coordena as políticas
econômicas gerais dos países
membros, assina acordos com
países terceiros, aprova o orçamento
anual, define políticas externas e de
defesa e coordena a cooperação
entre os tribunais e as forças
policiais dos países membros.
FRANÇA
Luxemburgo, o Tribunal de Justiça da
União Europeia é composto por três
jurisdições: Tribunal de Justiça, o
Tribunal Geral e o Tribunal da Função
Pública.
Tribunal de Contas
O Tribunal de Contas tem por função
o controle da gestão financeira
da União Europeia por meio de
auditorias junto a qualquer pessoa
ou organização responsável pela
utilização de fundos europeus.
Criado em 1975, com sede em
Luxemburgo, o Tribunal submete à
aprovação do Parlamento Europeu
e do Conselho um relatório anual
sobre o exercício financeiro
precedente. O Parlamento analisa
pormenorizadamente o relatório do
Tribunal antes de decidir se aprova a
forma como a Comissão executou o
orçamento.
Poder judiciário
O Tribunal de Justiça da União
Europeia fiscaliza a legalidade dos
atos das instituições da União
Europeia, assegura o respeito, pelos
Estados-Membros, das obrigações
decorrentes dos Tratados e interpreta
o direito da União a pedido dos
juízes nacionais. Com sede em
Instituições econômicas
A União Europeia possui, ainda,
os organismos interinstitucionais,
tais como o Banco Central
Europeu (política monetária), o
Banco Europeu de Investimento
(financiamento de projetos de
investimento da UE) e o Provedor
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
23
FRANÇA
de Justiça (queixas relativas à má
administração de instituições e
organismos europeus, entre outros).
5.1.3. Política Econômica
A estratégia de crescimento da União
Europeia para os próximos dez anos,
denominada Europa 2020, tem como
prioridade a construção de uma
economia inteligente, sustentável
e inclusiva. O programa tem por
meta a diminuição do desemprego,
a melhoria da produtividade,
a utilização sustentável dos
recursos naturais e o estímulo
à competitividade, por meio de
projetos nas áreas de inovação,
de educação, de inclusão social e
de energia. Cada Estado-Membro
adotou objetivos nacionais e recebe
o apoio da UE para a concretização
dos mesmos.
Política Agrícola Comum (PAC)
A agricultura representa,
aproximadamente, 40% do
orçamento anual da União Europeia
e está no centro das políticas
europeias, desde a criação da PAC,
em 1962. Originalmente, tinha por
objetivo:
- aumento da produtividade do setor
24
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
por meio da melhoria das técnicas
de produção e da otimização da
mão-de-obra;
- garantia do nível de vida da
população rural;
- controle de preços visando maior
estabilidade e acesso ao mercado;
- autossuficiência alimentar.
Foram criadas medidas de controle
de preços e subvenções agrícolas,
que atingiram 60 bilhões de Euros
(aproximadamente US$ 80 bilhões),
em 2013.
Com o ingresso de treze novos
países na UE nos últimos dez
anos, a política agrícola vem sendo
modificada para responder às novas
necessidades. Em junho de 2013, o
Parlamento Europeu, a Comissão e
os governos assinaram novo acordo,
o PAC 2014-2020, concedendo
subvenções aos jovens agricultores
e às organizações de agricultores.
O acordo prevê ainda medidas de
proteção do meio-ambiente e confere
maior autonomia aos EstadosMembros quanto à atribuição de
subvenções agrícolas.
Política Comum das Pescas (PCP)
Como Exportar
Com 70.000 km de costa, a UE
concentra o maior território marítimo
da do mundo. O setor da pesca e
aquicultura da União responde por
4,4% da produção mundial, mas
representa menos de 1% do PIB
europeu. Possui uma frota de 90.000
navios e emprega 400.000 pessoas,
produzindo 6,9 milhões de toneladas
de peixes por ano.
A política europeia relativa ao setor
pesqueiro integrou a Política Agrícola
Comum até 1983. Em razão das
especificidades setor, foi criada a
Política Comum das Pescas (PCP),
que tem por objetivo a proteção
marinha contra pesca excessiva,
a garantia de rendimento para os
pescadores, o abastecimento regular
dos centros consumidores e da
indústria de transformação a preços
razoáveis, bem como a exploração
sustentável dos recursos naturais.
5.2. França
Organização política
A França é uma república
democrática semipresidencialista.
O presidente é eleito por sufrágio
direto e universal por cinco anos.
Existem duas assembleias eleitas,
FRANÇA
o Senado – eleito indiretamente - e
a Assembleia Nacional – por voto
popular direto.
Os poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário estão estruturados da
seguinte forma:
Executivo
O poder Executivo é exercido pelo
Presidente da República e pela
cúpula do Governo – PrimeiroMinistro e Conselho de Ministros.
O Presidente da República nomeia
o Primeiro-Ministro, preside o
Conselho de Ministros, promulga
as leis. Ainda, nomeia e demite, por
proposta do Primeiro-Ministro, os
Ministros do Conselho de Ministros,
nomeia os titulares das grandes
funções de Estado (prefeitos,
embaixadores, reitores de academia,
conselheiros do Estado).
O Governo é dirigido pelo PrimeiroMinistro, a quem cabe assegurar
a execução das leis. Os ministros
dirigem as administrações centrais
e os serviços descentralizados do
Estado, que em cada departamento,
ficam sob a autoridade do prefeito.
Cabe também aos ministros propor
projetos de lei que serão debatidos e
votados pelos parlamentares.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
25
FRANÇA
Legislativo
O poder Legislativo é exercido
pelo Parlamento, composto pela
Assembleia Nacional e Senado. É
responsável pela elaboração e pela
votação das leis.
A Assembleia Nacional é o principal
corpo legislativo francês, composto
por 577 membros eleitos por
sufrágio universal direto por cinco
anos. Em caso de desacordo entre
as duas Casas, ela tem o poder da
decisão. A Assembleia Nacional
pode ser dissolvida pelo Presidente
da República, que deverá convocar
novas eleições legislativas.
O Senado é composto por 348
senadores eleitos por sufrágio
universal indireto por um colégio
eleitoral, por seis anos, renovável
em 50% a cada três anos. O Senado
não pode ser dissolvido. Em caso
de impedimento do Presidente da
República, o presidente do Senado
assume interinamente.
Judiciário
O poder Judiciário é exercido por
magistrados independentes. Está
dividido em três vertentes: justiças
civil, penal e administrativa.
26
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
Todas as decisões de primeira
instância são passíveis de recurso
diante da Cour d’appel, exceto os
vereditos da Cour d’assises, que, em
caso de recurso, serão examinados
por nova Cour d’assises.
A Corte de Cassação, mais alta
instância judiciária, tem por função
examinar a aplicação das leis pelos
tribunais e pela Cour d’appel. Já o
Conselho de Estado julga em última
instância a legalidade dos atos
administrativos.
O Conselho Constitucional possui
competência para examinar a
constitucionalidade das leis, verificar
a regularidade das eleições do
Presidente da República e dos
parlamentares, bem como dos
referenda.
Organização administrativa
A França está dividida
administrativamente em 26 regiões,
sendo 21 metropolitanas, a Córsega,
e 4 departamentos de Ultramar
(DOM) ou territórios de Ultramar
(TOM) – Guadalupe, Martinica,
Guiana Francesa e Reunião. O país
possui, ainda, duas autarquias locais
com estatuto particular – Mayotte e
Saint-Pierre-et-Miquelon.
Como Exportar
Criadas em 1955, as regiões podem
ser definidas como autarquias que
têm por competência a promoção
do desenvolvimento econômico e
territorial, bem como da formação
profissional. Cada região é
composta por uma assembleia
eleita, formada por um Conseil
régional e seu presidente. É também
uma circunscrição administrativa
submetida à autoridade do Préfet de
région, que depende do Ministério do
Interior (Ministère de l’Intérieur).
FRANÇA
6. Organizações e acordos
internacionais
A França é membro das principais
organizações econômicas e
financeiras internacionais, dentre as
quais: ONU (Organização das Nações
Unidas); União Europeia; OCDE
(Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico); OMC
(Organização Mundial do Comércio);
G-8; G-20; FAO (Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura); BIRD (Banco Mundial);
FMI (Fundo Monetário Internacional).
Foto: photo.ua/shutterstock.com
Ópera Garnier, Paris
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
27
FRANÇA
Como Exportar
Foto: Gurgen Bakhshetsyan/shutterstock.com
Porto Velho de Marselha, ao fundo a Basílica de Notre Dame de la Garde
28
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
II - ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS
1. Conjuntura Econômica
1.1. Estrutura da economia francesa
Com um Produto Interno Bruto (PIB) de € 2,1 bilhões (US$ 2.895,80 bilhões)
em 2013, a França ocupou a quinta posição entre as maiores economias do
mundo e é a segunda maior economia da Europa, depois da Alemanha.
A economia francesa é baseada, principalmente, no setor terciário: o setor
de serviços foi responsável por 78,5% do PIB por valor agregado em 2013,
seguido da indústria (13,8%), da construção (6%) e da agropecuária (1,7%),
segundo o INSEE. Essa estrutura resulta da terceirização, de algumas
atividades e da subcontratação pela indústria de serviços cada vez mais
especializados e produtivos.
Valor agregado por setor econômico, 2010-3013
(€ bilhões)
Agricultura, silvicultura e pesca
Indústria manufatureira, extrativa e
outras
Indústrias extrativas, energia, água,
gestão de resíduos e despoluição
Fabricação de gêneros
alimentícios, bebidas e tabaco
Produtos petrolíferos e refinagem
Fabricação de equipamentos
elétricos, eletrônicos, de
informática e máquinas
Fabricação de materiais para
transporte
2010
32,1
2011
34,0
2012
34,8
2013
32,1
243,8
254,1
260,0
262,1
41,2
43,7
45,4
47,0
39,1
41,3
43,3
44,3
1,6
1,9
3,4
2,5
29,0
29,5
29,8
30,6
21,7
20,6
22,4
23,1
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
29
FRANÇA
Como Exportar
Outros produtos industrializados
111,3
117,1
115,8
114,6
Construção
109,2
112,7
114,8
113,9
Serviços comerciais
1.010,2 1.031,8 1.041,9 1.052,6
Comércio (atacado e varejo),
transportes, hospedagem e
322,4
328,8
333,5
337,2
alimentação
Informação e comunicação
93,0
94,2
93,1
88,7
Atividades financeiras e de seguro
81,8
79,0
79,2
84,3
Atividades imobiliárias
230,5
135,8
239,2
242,5
Atividades científicas e técnicas,
227,7
239,1
240,2
242,3
serviços administrativos e de apoio
Outros serviços
54,8
55,0
56,7
57,6
Serviços não comerciais
405,7
416,9
426,9
436,1
Total
1.801,0 1.849,5 1.878,4 1.896,9
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques
A intervenção do Estado na economia francesa é tradicionalmente importante
e os níveis de despesas públicas e de impostos estão entre os mais altos do
mundo. O Estado francês vem privatizando, desde 1986, um grande número
de empresas públicas, no entanto, sua influência na economia continua
relevante: em 2013, o setor público representou 57,1% do PIB1. A balança
comercial tornou-se negativa em 2004 e o déficit interno vem crescendo
desde então.
Contudo, a abertura da economia francesa é significativa e crescente, bem
como sua participação no mercado internacional.
Em 2012, a França foi o sexto maior exportador mundial de bens e o quinto
maior exportador de serviços. No primeiro trimestre de 2014, as exportações
representaram 29,8% do PIB bruto francês e as importações, 28,4% (INSEE).
1
30
Fonte : Projet de loi de finances pour 2014
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
O INSEE recenseou, em 2011, 18.000 filiais de grupos estrangeiros na
França, responsáveis por um faturamento de € 680 bilhões de Euros
(aproximadamente US$ 920 bilhões). De acordo com dados do organismo
francês Paris Développement, a capital francesa é a terceira cidade do
mundo a reunir maior número de sedes de grupos multinacionais: 34 das
500 maiores empresas do mundo são sediadas em Paris, atrás apenas de
Tóquio e de Pequim.
A economia francesa é madura, caracterizando-se por altos níveis de renda
per capita, mas baixos índices de inflação e de crescimento do PIB.
Taxa de inflação anual
%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
1,9
2,1
2,1
1,8
1,6
1,5
2,8
0,1
1,5
2,1
2,0
0,9
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques
A inflação anual, medida pelo aumento de preços ao consumidor esteve
abaixo de 3% desde o início dos anos 90, subiu para 2,1% em 2011, contra
3,1% na União Europeia.
Taxa de crescimento anual do PIB em volume e em valor
2002-2013
%
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Em
volune
1,1
0,8
2,8
1,6
2,4
2,4
0,2
-2,9
2,0
2,1
0,3
0,3
Em
valor
3,2
2,7
4,5
3,6
4,6
5,0
2,6
-2,8
3,1
3,0
1,5
1,1
Análise feita a partir do valor do PIB em Euros
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
31
FRANÇA
Quanto à educação, vale lembrar
que o sistema de ensino francês é
internacionalmente reconhecido e o
nível de qualificação da população
é alto. A França vem fazendo um
esforço significativo para aumentar o
grau de instrução de sua população.
Em 2012, 2,4 milhões de estudantes
inscreveram-se em um organismo de
ensino superior, o que representou
um aumento de 1,5% em relação
ao ano anterior. Segundo dados do
INSEE, 30% da população francesa
de 25 a 64 anos possui diploma de
nível superior, percentual que sobe
para 43% da população de 24 a 34
anos.
Para estimular o crescimento nos
próximos anos, o governo francês
criou, em 2013, o Programa de
Investimentos do Futuro (PIA,
na sigla em francês), que prevê
um investimento de € 47 bilhões
(US$ 64 bilhões) em projetos de
inovação, aumento da produtividade
e da competitividade das indústrias
francesas. O programa privilegiou
cinco áreas de investimento:
ensino superior e capacitação;
desenvolvimento sustentável;
pesquisa; indústria; e economia
digital.
32
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
1.2. A economia francesa na
economia europeia
Localizada na região central
do continente, a França é uma
importante porta de entrada para o
mercado europeu, graças à excelente
infraestrutura de transportes
e à facilidade de circulação de
mercadorias na região.
O país foi membro da CECA
(Comunidade Europeia do Carvão e
do Aço) criada em 1951 e signatário
do Tratado de Roma de 1957 que
instituiu a Comunidade Econômica
Europeia (CEE). A França é
membro da União Europeia desde
a sua criação em 1992 (Tratado de
Maastricht), quando esta contava
com apenas 15 membros - Áustria,
Bélgica, Dinamarca, Finlândia,
França, Alemanha, Grécia, Irlanda,
Itália, Luxemburgo, Países Baixos,
Portugal, Espanha, Suécia e Reino
Unido. Em 2004, outros países
aderiram ao bloco - República
Tcheca, Chipre, Eslováquia,
Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia,
Lituânia, Malta e Polônia – e, em
2007, Bulgária e Romênia. Com
a adesão da Croácia em 2013, o
bloco conta hoje com 28 EstadosMembros.
Como Exportar
A economia da União Europeia
constitui um mercado único, com
livre circulação de pessoas, bens
e moeda. Aproximadamente, 60%
das trocas comerciais entre os
países são realizadas dentro do
bloco e a moeda única, adotada
pela maioria dos Estados-Membros,
tem por objetivo facilitar as relações
comerciais e os investimentos entre
seus membros.
A UE reúne somente 7% da
população mundial, mas os números
do comércio exterior indicam que a
União Europeia é responsável por
um quinto do comércio mundial
de bens. Apesar de a economia
europeia ter sido afetada pela
recessão mundial de 2008-2009,
a UE beneficiou de um aumento
das exportações da ordem de 23%
em 2010, permanecendo o maior
ator do comércio internacional.
Segundo dados da OMC, o
bloco foi responsável por 15,4%
das importações mundiais de
mercadorias em 2012, logo após os
Estados Unidos (15,6%). Quanto aos
serviços, a UE foi responsável por
20,1% das importações mundiais, à
frente dos Estados Unidos (12,7%) e
da China (8,7%).
FRANÇA
O bloco é atualmente o maior
exportador de mercadorias do
mundo, registrando um valor
equivalente a 14,7% das exportações
mundiais; é também o primeiro
exportador de serviços, atendendo a
24,8% do mercado internacional.
De acordo com Eurostat, os
principais mercados dos produtos
europeus em 2013 foram os Estados
Unidos (14,2%) e a China (12,5%).
Este último é o principal fornecedor
das importações europeias (16,6%).
Os principais produtos importados
pela UE são os aparelhos elétricos e
eletrônicos (26%), tecidos, vestuário
e sapatos (12,2%), mobiliário e
equipamentos domésticos (4,2%)
e brinquedos (3,8%). As máquinas
e equipamentos industriais são
responsáveis por 21,8% das
importações europeias.
O PIB da União Europeia a preços
correntes atingiu € 13.104,9 bilhões
(aproximadamente US$ 17.560
bilhões) em 2013, valor superior ao
PIB dos Estados Unidos, estimado
em € 12.649,3 (aproximadamente
US$ 16.950 bilhões), segundo dados
da Comissão Europeia (AMECO). A
França é responsável por 15,7% do
PIB europeu.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
33
FRANÇA
A política econômica da UE tem por
objetivo aumentar o investimento
nos setores de educação,
transportes, energia e pesquisa,
reduzindo o impacto ambiental do
desenvolvimento. Os investimentos
em pesquisa e desenvolvimento
(P&D) têm, por finalidade, reforçar
sua competitividade e atingir os
níveis de investimento de países
como os Estados Unidos e o Japão.
Para atingir os objetivos da
estratégia «Europa 2020», o governo
europeu implementou ferramentas
para estimular o crescimento e o
emprego. Com intuito de reforçar
o mercado único e estimular as
relações comerciais entre EstadosMembros, tem-se buscado reduzir
a complexidade jurídica através da
harmonização dos sistemas jurídicos
nacionais. Além disso, foram criados
instrumentos de financiamento para
incentivar os investimentos e as
parcerias público-privadas (PPP).
1.3. Cenário econômico
A França, tal como os outros
países da União Europeia, sofreu
os impactos da crise econômica e
financeira mundial iniciada em 20072008, mas a economia francesa foi
menos afetada que seus homólogos
34
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
europeus. O crescimento do PIB da
zona do Euro foi negativo de 4,5%
em 2009, enquanto que, na França,
foi de -2,9% no mesmo ano. Essa
resistência deve-se ao sistema de
proteção social que garantiu renda
mínima à população, tornando-se um
importante estabilizador econômico.
Em 2010, a economia europeia
apresentou sinais de recuperação,
apesar das dificuldades criadas pelo
baixo crescimento e pelo aumento
do desemprego. O endividamento
de países como Irlanda, Grécia,
Portugal, Espanha e Itália gerou,
em 2011, a denominada “crise da
dívida” conduzindo à criação de um
plano para a redução progressiva dos
déficits públicos na zona do Euro.
A taxa de desemprego, de 9,7%
no primeiro trimestre de 2014,
permanece ainda maior do
que a média dos outros países
desenvolvidos (7,9% para a OCDE),
mas é inferior à média europeia
(10,7% na UE). A taxa de emprego
no mesmo período foi de 64,3%,
próximo à média europeia (64,9 %).
A taxa de desemprego dos jovens,
de 28,6%, é significativamente maior
do que a média dos países da OCDE
(16,1%).
Como Exportar
FRANÇA
Tendo em vista a conjuntura francesa, o país tem hoje como prioridade a
consolidação orçamentária, o aumento das taxas de emprego e melhoria da
produtividade.
PIB
Em 2013, a França registrou o segundo maior PIB dentre os países da União
Europeia: € 2.059,9 bilhões em 2013 (aproximadamente US$ 2.760 bilhões),
logo após a Alemanha. A tabela abaixo indica seu crescimento em volume
nos últimos anos:
Taxa de crescimento anual do PIB francês (em %)2
2002-2013
País/
Zone
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
França 1,1
0,8
2,8
1,6
2,4
2,4
0,2
-2,9
2,0
2,1
0,3
0,3
Zona
Euro
1,5
2,6
2,2
3,4
3,2
0,4
-4,5
2,0
1,6
-0,4
0,1
1,3
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques e Eurostat
Análise feita a partir do valor do PIB en Euros constantes
Vale notar que o PIB da Zona Euro sofreu forte redução em 2009 em
razão da recessão econômica global que afetou a produção, reduzindo o
rendimento real e o consumo privado. Em 2010 e 2011, o PIB voltou a
crescer 2,0% e 1,6% respectivamente, mas apresentou resultado negativo
(-0,4%) em 2012.
Em 2013, o produto interno bruto francês cresceu 0,3% em euros
constantes, taxa igualmente registrada em 2012. A produção industrial em
volume recuou em 0,5%, em 2013, contra um crescimento negativo de
1,5% no ano anterior. Com exceção da indústria agroalimentar, os demais
setores da indústria manufatureira apresentaram melhores resultados em
2 INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiquese Eurostat
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
35
FRANÇA
Como Exportar
2013, contrariamente ao comércio e serviços que registrou um ligeiro
aumento de 0,7% em 2013 contra 0,9% em 2012. No tocante à produção
para a construção, um crescimento negativo foi observado nos dois anos
consecutivos: -3,8% em 2012 e -1,4% em 2013.
Constatou-se uma redução do PIB per capita em 2009 em razão da crise
financeira internacional, mas o indicador voltou a subir em 2010, atingindo
US$ 35.961 em 2013:
Evolução do PIB per capita PPC (paridade do poder de compra)
Quadro comparativo
(US$)
França
Brasil
EUA
2008
34.082
10.419
46.901
2009
33.121
10.383
45.461
2010
33.960
11.216
46.811
2011
35.068
11.769
48.328
2012
35.960
12.038
49.802
2013
35.961
12.584
51.056
Fonte: FMI, Report for Selected Countries and Subjects
Quanto à composição do PIB, de acordo com informações do INSEE, os
serviços contabilizaram, na França, 78,5% do PIB por valor agregado, em
2013. Em seguida, posicionou-se o setor da indústria (13,8%), construção
(6%) e agropecuária (1,7%)3.
A população ocupada atingiu 25,6 milhões de pessoas no primeiro trimestre
de 2014, contra 19,4 milhões em 1949. O crescimento médio foi da ordem
de 0,5% ao ano, pouco inferior ao aumento verificado na população total.
Registrou-se, no primeiro trimestre de 2014 uma taxa de desemprego, de
9,7% na França metropolitana (2,78 milhões de pessoas), segundo o método
aplicado pelo BIT (Bureau Internacional do Trabalho).
3
36
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
Taxa de desemprego, 2007-2013 (média anual)
Desemprego
(%)
2007
8,0
2008
7,4
2009
9,1
2010
9,4
2011
9,2
2012
9,8
2013
10,5
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques
No tocante à inflação, constatou-se, no ano de 2013, um aumento de preços
na ordem de 0,9% devido, principalmente ao reajuste dos preços do tabaco
(6,9%), aos serviços relacionados à moradia, à saúde, ao transporte e à
comunicação (1,8%) e à energia (1,1%).
Índice de preços ao consumidor, 2009-2013
Índice de preços ao
consumidor
%
2009
+0,9
2010
+1,6
2011
+2,5
2012
+2,3
2013
+0,9
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Études Économiques
1.4. Investimentos estrangeiros diretos (IED)
No que diz respeito ao estoque total de investimentos estrangeiros diretos
(IED) – a França posiciona-se em quarto lugar, com US$1.095 bilhões
(2012), após os Estados Unidos, a China e o Reino Unido, segundo
dados da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para Comércio e
Desenvolvimento). Em termos de fluxo de IED, o país situa-se em décima
sexta posição, recebendo US$ 25 bilhões em 2012. No ano seguinte, esse
fluxo foi reduzido em 60%, caindo para, aproximadamente, US$ 9,3 bilhões.
Essa queda resulta da diminuição de operações financeiras internas de
grupos multinacionais, não estando diretamente relacionada à atratividade
da França. O setor de serviços foi o que mais se beneficiou dos IED, com
destaque para o setor financeiro, o setor de seguros (30%) e para o setor
imobiliário (22%). A indústria recebeu 22% dos investimentos estrangeiros
na França.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
37
FRANÇA
A AFII (Agence Française pour les
Investissements Internationaux),
organismo responsável pelo
recenseamento de implantações
estrangeiras no país, identificou
685 implantações em 2013, contra
693 em 2012. Segundo o estudo
realizado por Ernst & Young sobre a
atratividade internacional, a França
é o terceiro país europeu a receber
maior número de implantações
estrangeiras, logo após o Reino
Unido e a Alemanha. Estes dados
não incluem implantações por
aquisição de empresas locais.
Os IED na União Europeia
atingiram € 225 bilhões em 2011
(aproximadamente US$ 297 bilhões)
e € 159 bilhões (aproximadamente
US$ 227 bilhões) em 2012. Mais de
60% desses investimentos provêm
dos Estados Unidos, Canadá, Japão,
Rússia e Hong Kong, segundo dados
do INSEE.
38
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
Principais destinatários dos IED,
2012
Bilhões de US$
1º Estados Unidos
2 º China
3 º Hong Kong
4 º Brasil
5 º Ilhas Virgens
6 º Reino Unido
7 º Austrália
8 º Singapura
9 º Rússia
10 º Canadá
(...)
16 º França
168,0
121,0
75,0
65,0
65,0
62,0
57,0
57,0
51,0
45,0
25,0
Fonte: UNCTAD (Conferência das Nações
Unidas para Comércio e Desenvolvimento)
Quanto aos investimentos da França
no exterior, o país é o décimo
primeiro investidor mundial e o
terceiro maior investidor da UE,
responsável por US$ 37 bilhões
dos IED, segundo a UNCTAD. Os
setores que mais beneficiaram dos
investimentos franceses no exterior
foram o setor financeiro e de seguros
(28%), industrial (28%) e energético
(9%), graças à produção e à
distribuição de eletricidade e gás.
Como Exportar
2. Principais setores de atividade
2.1. Agricultura, pecuária,
silvicultura e pesca
FRANÇA
últimos 20 anos e o país perdeu 1,7
milhões de hectares cultivados entre
2002 e 2012.
O setor representou 1,6% do PIB
em 2010, segundo o Ministère de
l’agriculture, de l’agroalimentaire
et de la forêt e 3,1% se combinado
com a indústria agroalimentar Cabe
ressaltar que 70% da produção
agropecuária destina-se à indústria
agroalimentar, setor que mais
emprega mão de obra na França
e que possui maior faturamento e
maior valor agregado.
A França é o maior produtor de
cereais (principalmente trigo e milho)
da Europa; sua produção ocupa 40%
da superfície cultivada. É o quinto
maior criador europeu de bovinos
(25% da produção total) e aves.
É também o maior produtor e
exportador mundial de vinhos de alta
qualidade. Bordeaux e Bourgogne
são as regiões produtoras mais
importantes que fabricam vinho
tinto e branco. Outras regiões de
destaque: Champagne (espumantes);
Alsace (vinhos brancos), Val de Loire
(rosés e brancos), e Côtes du Rhône
(tintos). Entretanto, o consumo anual
per capita tem diminuído ao longo
dos anos, registrando, em 2010,
um consumo de 46,6 litros por
pessoa, quase 55% inferior àquele
apresentado em 1975, segundo
dados de France Agrimer.
No entanto, a importância do setor
agrícola na formação do Produto
Interno Bruto tem diminuído desde
1945. Constatou-se que o número
de propriedades, bem como o
número de pessoas trabalhando na
agricultura, diminuíram 50% nos
No tocante às propriedades rurais,
a França conta hoje com 515 mil.
Nos últimos 20 anos, o número de
propriedades diminuiu em 50%, em
razão da absorção de pequenas
unidades por grandes estruturas
rurais.
A produção agrícola francesa é a
maior da Europa e corresponde a 19%
da produção da União Europeia. O
país é o primeiro exportador europeu.
O país comporta 411 regiões,
com diferentes tipos de culturas
agrícolas e pecuárias que recobrem,
aproximadamente, 53% do território
metropolitano (290 mil km²).
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
39
FRANÇA
A agricultura orgânica vem
adquirindo importância crescente
na França. O faturamento desse
mercado atingiu € 4 bilhões em
2011, registrando um aumento de
10% em relação ao ano anterior.
Aproximadamente, 3,7% da
superfície e 4,5% das propriedades
agrícolas destinam-se à agricultura
orgânica.
Quanto à área florestal francesa,
vale notar que as florestas ocupam
28,3% do território francês e 13% da
área florestal europeia. As empresas
e artesãos do setor madeireiro
empregam 450 mil pessoas na
França e seguem um modelo de
desenvolvimento sustentável.
A França e seus departamentos e
territórios de Ultramar constituem
a segunda maior zona econômica
exclusiva (ZEE) do mundo,
totalizando uma área de 10 milhões
de km², pouco menor que a ZEE
dos Estados Unidos, que atinge 11
milhões de km².
O setor pesqueiro francês é
responsável por 10% das capturas
europeias ocupando o quarto lugar
entre os países da Comunidade,
após a Dinamarca, Espanha e o
40
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
Reino Unido. Aproximadamente 80%
das pescas francesas são realizadas
no Atlântico Norte, 14,5% no Oceano
Índico e 3,5% no Mar Mediterrâneo
e geram 93.000 empregos diretos
e indiretos. O setor gerou um
faturamento de € 1 bilhão em 2012,
o que representou um aumento de
quase 10% em relação a 2009.
A União Europeia possui a terceira
maior produção pesqueira e
aquicultura do mundo, após a China
e o Peru. No entanto, a Europa faz
parte dos três maiores importadores
mundiais de produtos oriundos da
pesca e da aquicultura, junto com
Japão e Estados Unidos.
O país é também um dos maiores
importadores mundiais de pescados
e crustáceos. Principais espécies
importadas em 2013: salmão,
camarão, atum, bacalhau fresco,
vieiras, escamudo (família do
bacalhau) e caranguejo.
430
22
218
Congelados
Salgados,
secos,
defumados
Preparações e
conservas
824
120
1.574
1.423
Valor
€
milhões
215
24
457
363
Volume
(milhares de
toneladas
2010
821
147
1.839
1.599
Valor
€
milhões
223
26
468
340
Volume
(milhares de
toneladas
2011
896
166
2.015
1.585
Valor
€
milhões
439
65
969
457
Volume
(milhares de
toneladas
2012
908
170
1.927
1.600
Valor
€
milhões
Fonte: FranceAgrimer / 2009: 1EUR= US$1,39 / 2010: 1EUR = US$1,33 / 2011:1EUR = US$1,39 / 2012: 1EUR= US$1,31
361
Vivos,
frescos,
refrigerados
Volume
(milhares de
toneladas)
2009
Importações de produtos pesqueiros e de aquicultura
449
67
985
460
Volume
(milhares de
toneladas
2013
982
178
1.929
1.751
Valor
€
milhões
Como Exportar
FRANÇA
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
41
FRANÇA
2.2. Indústria
O setor industrial é responsável
por 13,8% do PIB francês e possui
grande importância na pauta de
exportação francesa, respondendo
por cerca de 80% do total das
exportações. O setor responde,
ainda, por 40% dos investimentos e
absorve, aproximadamente, 28% da
mão de obra.
Entretanto, foi registrado um
decréscimo de dois milhões de
empregos nos últimos 30 anos, dos
quais 0,7 milhões nos últimos 10
anos. Este decréscimo resultou da
modernização do setor, que ocorreu
em duas etapas principais:
- no período de 1975 a 2000, os
principais fatores de decréscimo
foram o outsourcing (35% do
decréscimo), bem como o
aumento da produtividade das
empresas industriais graças à
modernização dos meios de
produção (20%).
42
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
- no período de 2000 a 2010,
o outsourcing para empresas
especializadas explica somente
10% do decréscimo. O
principal fator foi o aumento da
produtividade graças à expansão
da Internet e da evolução da
informática, que explicam 45% do
decréscimo dos empregos.
Acrescente-se ainda que, durante
todo o período de 1975 a 2010, 45%
do decréscimo pode ser explicado
pela perda das atividades industriais
para competidores estrangeiros,
notadamente para países como o
Brasil e a China.
Como Exportar
FRANÇA
Decréscimo do número de empregos industriais (1975-2010)
Fonte: Les Cahiers de la Direction Générale du Trésor”, Juin 2010; analyse NeoFocus
Observa-se que, enquanto os empregos industriais sofriam forte redução
na França, registrava-se no mesmo período um aumento dos empregos nos
países de forte crescimento, como o Brasil e a China.
Evolução dos empregos industriais de 2000 a 2010
Fonte: Les Cahiers de la Direction Générale du Trésor”, Juin 2010; analyse NeoFocus
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
43
FRANÇA
O setor industrial francês abriga
240 mil empresas, empregando 3,5
milhões de assalariados. Observase que, aproximadamente, 30% do
faturamento do setor provem das
exportações. Vale ressaltar que
1% das empresas realiza 72% do
faturamento total do setor industrial
francês, 5% realizam 88%.
A indústria manufatureira é
responsável por 85% do faturamento
total, seguida pelo setor de produção
e distribuição de eletricidade, gás,
vapor e ar condicionado (11%),
produção, distribuição e tratamento
d’água e de dejetos (4%), indústrias
extrativistas (1%).
Indústria aeronáutica
A França é um país pioneiro no
campo da aeronáutica, havendo
o setor passado por diversas
mudanças nos últimos anos.
O setor é composto por 332
empresas que se regrupam num
organismo federativo denominado
GIFAS (Groupement des Industris
Françaises Aéronautiques et
Spatiales). As empresas francesas
mais importantes compõem um
grande grupo europeu denominado
Airbus Group (antigamente EADS,
44
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
European Aeronautic, Defense
and Space Company), fruto da
fusão das empresas Aérospatiale
Matra (francesa), DaimlerChrysler
Aerospace (alemã) e Casa
(espanhola). O grupo EADS, que
passou a chamar-se Airbus a
partir de janeiro de 2014, ocupa o
terceiro lugar na escala mundial,
atrás dos grupos norte-americanos
Boeing e Lockheed Martin. Filial do
grupo EADS, a Airbus Helicopter
é o primeiro fabricante mundial de
helicópteros civis. Helibrás é sua filial
no Brasil. As companhias Cassidian
(aviões e sistemas militares) e
Astrium (aeroespacial), também
pertencem ao grupo EADS.
O setor conta com uma diversidade
de fabricantes de equipamentos e
peças de reposição que figuram
entre os líderes mundiais. Está
concentrado nas regiões Aquitaine e
Midi-Pyrénées, na região sudoeste
da França, onde se localiza o polo
de competitividade denominado
Aerospace Valley. O polo reúne 1.600
membros, 8.500 pesquisadores,
duas das três grandes Universidades
do setor aeroespacial e geram 120
mil empregos.
Como Exportar
A aeronáutica francesa conquistou
espaço internacional graças aos
diversos programas europeus de
cooperação. Os investimentos
em pesquisa e desenvolvimento
e a qualidade da mão de obra são
fatores determinantes da atual
situação do setor. Vale notar que
essas empresas investem 16%
do seu faturamento em P&D e o
seu quadro de pessoal é formado
basicamente por engenheiros
e executivos, que representam
aproximadamente 60% dos
empregados.
As empresas estrangeiras de
aeronáutica estão presentes no
mercado francês por meio de
consórcios.
A cada dois anos, os profissionais
do setor organizam o Salão
Internacional da Aeronáutica e do
Espaço do Bourget, que constitui o
maior salão mundial do setor.
Indústria automobilística
A França possui a quarta maior
densidade automobilística do
mundo, após os Estados Unidos,
a Itália e o Canadá. Conforme
estatísticas de 2012 do CCFA
FRANÇA
(Comitê des Constructeurs Français
d’Automobile) existem na França,
603 carros para cada mil habitantes.
O setor automotivo gira em torno dos
principais fabricantes Renault e PSA
(Peugeot e Citroën) responsáveis por
2/3 do mercado nacional, e dos mais
de 200 fabricantes de autopeças.
O setor automobilístico posiciona a
França no segundo maior produtor
na Europa e o quarto maior do
mundo. Peugeot-Citroën e RenaultDacia-Samsung foram responsáveis
por 8% da produção mundial de
automóveis, em 2011. Como
a oferta de veículos é bastante
superior à demanda, cerca de 75%
da produção é exportada.
Além disso, o setor é grande
consumidor de insumos das
indústrias de bens intermediários,
principalmente aço, alumínio, vidro,
borracha e componentes elétricos
e eletrônicos. Representa cerca de
7% do Produto Interno Bruto e é
responsável por aproximadamente
360 mil empregos, ou seja, 1,2% do
total da mão de obra empregada.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
45
FRANÇA
Indústria alimentícia
A França é conhecida
internacionalmente pela sua
gastronomia, que combina know
how tradicional com inovadoras
tecnologias e conquista cada vez
mais novos mercados, exportando
para todos os continentes.
O setor reúne empresas
comercializadoras e distribuidoras,
bem como os fabricantes de
equipamentos e materiais utilizados
no processo produtivo. Ele se
caracteriza pela presença de grandes
empresas, já que um terço delas
(2.950) é responsável por 93% do
faturamento total do setor e por
91% da massa salarial. A França
é o quarto exportador mundial de
produtos industriais agroalimentares,
depois dos Estados Unidos, da
Holanda e da Alemanha. Destacamse as indústrias de laticínios, de
transformação de frutas e legumes,
bem como de produção de óleos e
gorduras.
A qualidade dos produtos
alimentícios é controlada em todos
os níveis da cadeia produtiva. Tratase de um setor muito regulamentado,
em particular pelo Ministério
46
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
da Saúde e pelo Ministério da
Agricultura. Além de cumprir todas
as regras de habilitação e de higiene
francesas e europeias, as empresas
devem obedecer às normas de
proteção ambiental. Vale ressaltar
que a Comissão europeia impõe, aos
países membros, diretivas na área
de segurança alimentar e de saúde
pública que devem ser transpostas à
legislação interna cada país.
Os principais produtos da indústria
alimentícia são: produtos lácteos,
leite, máquinas para cozimento,
embalagem e acondicionamento,
cubas de processamento para
produção de laticínios e máquinas e
equipamentos para a panificação.
Indústria da moda e de artigos de
luxo
Reúne, principalmente, os ramos
de atividades ligados à alta costura,
joalheria, bijuteria, fabricação de
bolsas, calçados e malas de luxo,
perfumaria e cosméticos. Entre as
marcas mais expressivas estão
Yves-Saint-Laurent, Louis Vuitton,
Chanel, Baccarat, Hermès, Jean-Paul
Gaultier, Dior e Cartier. São artigos
de alta qualidade e com um mercado
bastante específico e de pouca
Como Exportar
difusão como a alta costura. Alguns
novos mercados estão se abrindo
na China, Índia, Rússia e Brasil e
estima-se que o setor representa
hoje entre € 90 e € 140 bilhões de
faturamento.
O setor é formado essencialmente
por indústrias de pequeno e médio
porte que empregam mais de 200
mil pessoas. Paris é o centro da
criação e das decisões, mas os
fabricantes estão presentes em
todo o território francês. A indústria
de tecidos de lã está localizada ao
norte; a leste, os tecidos de algodão
e na região de Lyon, seda e outros
tecidos nobres.
Indústria química e farmacêutica
O setor químico francês é o 6º
maior do mundo e o 2º da Europa
após a Alemanha e é constituído
por 3.350 empresas que geram
um faturamento de € 88,9 bilhões.
Ele responde principalmente às
demandas do setor automobilístico,
eletrônico, de embalagens e
construção. As exportações para
os Estados Unidos e para a Ásia
ajudaram a indústria química
francesa a resistir aos impactos
da crise econômica de 2009, que
FRANÇA
atingiu gravemente o mercado
europeu.
A França possui 224 centros
industriais farmacêuticos,
distribuídos em diferentes regiões
do território francês. O país é o
terceiro maior fabricante da Europa
de produtos farmacêuticos, após
a Alemanha e a Itália e emprega
cerca de 82 mil trabalhadores.
Aproximadamente, 53% da
produção destinam-se ao mercado
internacional.
Em 2012, o setor de biotecnologia
empregou um total de 101.900
pessoas, incluindo 21.000 em P&D,
em 257 empresas farmacêuticas
e 250 empresas de biotecnologia,
das quais 36 estavam listadas
no mercado de ações. O setor
está investindo massivamente
em inovação, com estimativas de
10,2% das vendas dedicadas à
P&D. Também se apoia em fundos
de ‘private equity’ para financiar
novos projetos, com estimativas de
US$ 475 milhões (€ 364 milhões)
em fundos captados em 2012, um
crescimento de 27% comparado ao
ano anterior.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
47
FRANÇA
2.3. Energia
A produção energética da França
supre 53% de sua necessidade,
graças à energia nuclear. Em 1973,
durante a crise do petróleo, essa
dependência foi de 76%. Para
reverter esse quadro e garantir a
segurança no abastecimento, o
Governo priorizou o desenvolvimento
de energias alternativas. Como
o país não dispõe de recursos
energéticos, ao contrário de
outros países europeus (carvão na
Alemanha e Espanha; petróleo, gás
e carvão no Reino Unido e gás na
Holanda) a alternativa foi investir em
termoelétricas. Expandiu rapidamente
o número de projetos.
A meta política de segurança
energética possibilitou a diminuição
da dependência francesa. A
energia nuclear responde por
aproximadamente 79% da produção
total de energia elétrica e, no
âmbito mundial é o segundo maior
produtor de energia nuclear após
os Estados Unidos. É também um
dos países com mais baixos teores
de emissão de CO2, uma vez que
mais de 90% da energia é produzida
em termoelétricas e hidrelétricas. A
energia exportada tem como destino
os países vizinhos da Europa.
48
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
O novo Programme
d’investissements d’avenir (PIA2),
lançado pelo governo francês em
julho de 2013 prevê um investimento
de € 6 milhões (US$ 7,8 milhões)
destinado ao desenvolvimento de
fontes de energia renováveis no país.
2.4. Serviços
A maior parte do PIB francês, ou
78,5% é composta pelo setor de
serviços, o que caracteriza a França
como um típico país industrializado.
O setor de serviços inclui comércio
varejista e atacadista, transportes,
correio, telecomunicações, finanças,
seguros, ramo imobiliário, turismo,
saúde, educação, assistência social
e administração pública, atividades
que são concentradas nas áreas
urbanas, das quais a maior região é
Paris.
2.4.1. Setor do comércio
As lojas de departamento francesas
são famosas desde o século 19,
a primeira grande loja de produtos
alimentícios foi inaugurada em 1957
e o primeiro supermercado em
1963. Desde então as cadeias de
supermercados e hipermercados
se multiplicam em todo o país, com
Como Exportar
vários grupos importantes: Carrefour,
Casino (acionista controlador do
grupo Pão de Açúcar), Leclerc,
Intermarché.
O setor varejista francês caracterizase por uma forte concorrência
que vem acirrando-se nos últimos
anos. O Carrefour, maior cadeia
varejista da França e segunda cadeia
mundial em faturamento, reduziu
significativamente seu número de
lojas em 2009. A rede varejista com
o maior número de lojas, o grupo
Casino-Guichard-Perrachon, também
diminuiu o número de pontos de
venda em 2011 e 2012, sinalizando
as dificuldades provocadas pelo
aumento da concorrência.
Contudo, as vendas à distância
registraram um aumento
considerável em 2012 e 2013,
impulsionado principalmente
pelas vendas por Internet,
graças à diversidade da oferta
e à conveniência. Segundo o
Observatoire du numérique, 59%
dos franceses adquiriram bens ou
serviços pela Internet em 2013,
contra 47% nos outros países da
União Europeia e 30% dos franceses
se conectam via rede de telefonia
móvel, contra 23% na UE.
FRANÇA
2.4.2. Setor bancário
Os grandes bancos comerciais
franceses figuram entre os maiores
do mundo – BNP Paribas, Groupe
Crédit Agricole, Société Générale,
Groupe BPCE (Banque Populaire e
Caisse d’Epargne), Crédit MutuelCIC, Banque Postale et Crédit
Mutuel_Arkéa, que oferecem todos os
tradicionais instrumentos financeiros.
A França abriga também mais de
200 bancos estrangeiros, inclusive o
Banco do Brasil e o Banco Itaú BBA
International.
No tocante ao mercado de capitais,
as bolsas de Paris, Amsterdam
e Bruxelas fusionaram em 2000,
criando a Euronext, primeira
plataforma financeira europeia.
A Euronext expandiu-se e, em
2007, fundiu-se à New York Stock
Exchange, dando origem à NYCE
Euronext, principal grupo financeiro
do mundo.
Segundo a Féderation Bancaire
Française, 99% dos franceses
possuem uma conta bancária
(2011). Em 2013, as 38.359
agências bancárias francesas
registraram 71 milhões de contas.
O mercado francês contabiliza
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
49
FRANÇA
82,3 milhões de cartões bancários,
que são utilizados em 49% dos
pagamentos efetuados no país.
2.4.3. Seguros
As empresas de seguros na França
estão sujeitas a 3 conjuntos de
regulamentação distintos, que
obedecem à normas europeias: o
Código de Seguros, o Código de Coseguros e o Código de Seguridade
Social. Os três códigos são similares
com respeito às regulamentações
básicas, enquanto que um órgão
único de supervisão, a ACP
(Autorité de Controle Prudentiel et
de Résolution), é responsável pela
aplicação das regras.
A crise econômica de 2008-2009
atingiu o mercado de seguros de
vida, mas o setor voltou a registrar
novo crescimento em 2010 (+4%):
o total consolidado dos ativos de
todas as empresas de seguros e
resseguros, sob a supervisão da
ACP foi de € 2 trilhões em valor
contábil. Este valor continuou a
crescer em 2011, registrando um
aumento de 7,2%.
No mercado de seguros de
danos, estudos da FFSA
50
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
(Féderation Française des Sociétés
d’Assurances) demonstraram que
a receita anual com prêmios de
seguros de pessoas caiu 7,2%, em
2012. Já os prêmios de seguros
patrimoniais e de responsabilidade
civil cresceram 3%, bem como
os de seguros de automóveis,
que registraram aumento de 2,8%
durante o ano. O seguro multirrisco
habitação, obrigatório na França,
apresentou um aumento de 6,2% do
seu faturamento em 2012.
A concentração no mercado
de seguros, que começou em
meados de 1990, continuou em
2010. O número total de empresas
autorizadas caiu de 1.268 em 2009
para 1129 em 2010. Essa redução
preocupou o setor de co-seguros
regulamentado pelo Código de CoSeguros.
2.4.4. Turismo
A França é o país mais visitado do
mundo, tendo recebido mais de
83 milhões de visitantes anuais
em 2012, à frente da Espanha e
dos EUA. O país possui 37 locais
catalogados na lista de Patrimônio
da Humanidade da UNESCO, além
de cidades de alto interesse cultural
Como Exportar
FRANÇA
(Paris, Toulouse, Strasbourg,
Bordeaux, Lyon e outras), praias e
ressortes costeiros, ressortes de
esqui e regiões rurais (ecoturismo).
A França também atrai muitos
peregrinos para Lourdes, uma cidade
na região dos Altos Pirineus, que
hospeda aproximadamente 6 milhões
de visitantes por ano.
abrangendo a quase totalidade
dos setores, tais como Batimat
(construção), Pollutec (tecnologias
ambientais), Maison & Objet (design
e decoração), Who’s Next (moda),
entre outros.
Os estabelecimentos culturais
mais frequentados em 2012 são:
Disneiylândia Paris (16 milhões
de visitantes), Museu do Louvre
(9,4milhões), Torre Eiffel (6,3
milhões), Castelo de Versailles (7,3
milhões), Museu de Arte Moderna
do Centro Pompidou (3,8 milhões) e
Museu d’Orsay (3,6 milhões).
3.1. Moeda
Em 2012, o setor de viagens e
turismo contribuiu diretamente com
€ 77,7 bilhões para o PIB francês,
um aumento de 1,8% em relação a
2011, 30% dos quais representam
gastos de visitantes internacionais
e 70%, gastos domésticos com
turismo. A contribuição total de
«viagens e turismo» atinge 9,7% do
PIB e gera 2,9 milhões de empregos
(10,9% do total) no país.
3. Moeda e finanças
Em 1º de janeiro de 2002, o Euro
tornou-se a moeda única adotada,
na época, por 12 países da União
Europeia (zona do Euro). Em 17
de fevereiro de 2002, o franco saiu
de circulação. De uma paridade de
US$ 1 = € 1,20 na sua criação, o
Euro não cessou de se valorizar em
relação ao dólar, atingindo US$ 1,57
por € em abril de 2008. Em 2014, a
paridade é de aproximadamente US$
1 = € 0,77.
Mais de 3.400 eventos são
organizados na França a cada ano,
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
51
FRANÇA
Como Exportar
Conforme dados do INSEE, a cotação do Euro frente ao Dólar:
US$/€
01/2009 01/2010 01/2011 01/2012 01/2013 01/2014
1,32
1,43
1,33
1,29
1,33
1,36
3.2. Finanças
Após uma pequena melhora no início da crise em 2009 e 2010, o déficit em
conta corrente voltou a crescer em 2011 e 2013 (93,5% do PIB). A conta
corrente da França, que engloba o valor das importações e exportações
de bens e serviços, bem como dos fluxos de recursos entre residentes e
não residentes acumulou déficit de € 31,8 bilhões em 2012, ou 1,5% do
PIB. Em 2013, registrou-se um déficit de € 30,3 bilhões, o equivalente a
1,4 do PIB. Contudo, as exportações de bens aumentaram 3,4% em 2012
e 0,3% em 2013, e as exportações de serviços cresceram 8,3% e 4,3%,
respectivamente.
Balanço de Pagamentos 2012-2013
(€ bilhões)
Descrição
1. Transações correntes
(% do PIB)
Bens
Serviços
Rendas primárias (investimento e remuneração)
Rendas secundárias (transferências correntes)
2. Conta de capital
3. Conta financeira
4. Erros ou omissões
Fonte: Banque de France
52
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
2012
-31,8
-1,5
-54,6
24,7
40,7
-42,6
535,0
-20.997
10.269
2013
-30,3
-1,4
-42,5
18,3
39,3
-45,3
1.813,0
-14.185
14.278
Como Exportar
FRANÇA
As reservas internacionais francesas cresceram significativamente nos
últimos 10 anos. Entre 2004 e 2008 aumentaram, em média, 7,4% ao ano,
passando de US$ 77,4 bilhões, para US$ 102,9 bilhões.
Reservas internacionais, 2008-2013
(US$ bilhões)
2010
128,6
2011
146,6
2012
149,6
2013
164,5
Fonte: Banque de France
Foto: Oleg Znamenskiy/shutterstock.com
Plateau of Valensole, Provence
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
53
FRANÇA
Como Exportar
Foto: Kiev.Victor/shutterstock.com
Pirâmide do Louvre, Paris
54
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
III - COMÉRCIO EXTERIOR
1. Evolução recente
Comércio exterior total, 2010 – 2013
(€ bilhões)
Comércio Exterior
2010
2011
2012
Exportações (fob)
variação
Importações (fob)
variação
Saldo comercial
Intercâmbio
comercial
395
+14%
447
+14,2%
-52
420
+8,4%
512
+12,3%
-91,7
434
+3,1%
517
+1,0%
-83,8
842
933
951
2014
(jan-set)
427
323
-1,5%
504
378
-2,7%
-76,7
-55
2013
931
701
Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur (DNSCE) / Trademap
Em 2013, conforme dados da
OMC, a França ocupou o 6º lugar
entre os principais exportadores de
mercadorias, detendo cerca de 3,1%
da oferta mundial. Pelo lado das
importações, obteve a 5ª posição
com aproximadamente 3,6% da
demanda mundial.
A geografia do comércio
internacional da França é
extremamente concentrada
na União Europeia. O bloco é
responsável por 60% da corrente
de comércio do país. Entre os dez
principais parceiros comerciais
da França, figuram seis membros
da UE (Alemanha, Bélgica, Itália,
Espanha, Reino Unido e Países
Baixos) e outros dois parceiros
europeus: Suíça e Rússia. Entre os
não europeus, apenas os EUA e a
China figuram entre os dez maiores
parceiros da França. O comércio
com a China tem-se ampliado de
modo significativo, tendo esta se
tornado a segunda mais importante
fonte de importações, superando
os EUA, o Reino Unido e países
vizinhos, no último decênio. A
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
55
FRANÇA
Alemanha é, de longe, o maior
parceiro comercial da França, que,
por sua vez, também é o maior
parceiro comercial da Alemanha,
desde 1961.
A economia francesa conta com
ampla pauta exportadora de bens
manufaturados e agroindustriais, nos
setores de automóveis e aeronaves,
farmacêutico, siderúrgico,
petroquímico (refinados), químicos
orgânicos, componentes eletrônicos,
cosméticos, vinhos e espumantes.
Já na pauta importadora,
sobressaem os setores de
informática e computação
(equipamentos e bens conexos) de
petróleo (produtos refinados), óleo
e gás natural. Setores muito ativos
em termos de exportações, como os
siderúrgicos, químico, automotivo
e aeronáutico estão fortemente
presentes nas importações, o
que confirma o elevado comércio
intraindústria da França. Nos setores
de automóveis e de aeronaves,
em particular, esse comércio é
dinâmico não só em produtos finais,
mas também, em componentes e
equipamentos.
56
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
2. Direção e origem do comércio
exterior
Exportações
A União Europeia é o destino de
60% das vendas francesas. Em
2013, a Alemanha absorveu 16,5%
das vendas francesas, seguida da
Bélgica (7,7%); Itália (7,1%); Reino
Unido (6,9%); Espanha (6,8%);
Estados Unidos (6,3%); Países
Baixos (4,1%); China (3,5%) e Suíça
(3,1%). O Brasil se posicionou no
17º lugar, absorvendo 1,1% da oferta
exportadora francesa.
Como Exportar
FRANÇA
França: exportações por principais países, 2011 – 2013
(US$ bilhões)
Países
Alemanha
Bélgica
Itália
Reino Unido
Espanha
Estados Unidos
Países Baixos
China
Suíça
Rússia
Japão
Polônia
Turquia
Argélia
Singapura
Hong Kong
Brasil
Suécia
Coreia do Sul
Emirados Arabes
Unidos
Total
2011
Valor
Part %
70,28 16,71%
30,30
7,21%
34,13
8,12%
27,83
6,62%
30,51
7,26%
23,39
5,56%
18,00
4,28%
13,47
3,20%
13,19
3,14%
7,46
1,77%
6,53
1,55%
6,66
1,58%
6,71
1,60%
5,77
1,37%
5,15
1,23%
4,40
1,05%
4,00
0,95%
5,62
1,34%
4,19
1,00%
2012
Valor
Part %
71,64 16,52%
31,79
7,33%
31,98
7,37%
29,24
6,74%
29,30
6,76%
26,53
6,12%
18,35
4,23%
15,07
3,48%
13,69
3,16%
9,12
2,10%
7,39
1,70%
6,62
1,53%
6,90
1,59%
6,35
1,46%
5,86
1,35%
5,97
1,38%
4,63
1,07%
5,07
1,17%
3,68
0,85%
2013
Valor
Part %
70,25 16,45%
32,76
7,67%
30,31
7,10%
29,46
6,90%
28,86
6,76%
26,92
6,30%
17,54
4,11%
14,74
3,45%
13,06
3,06%
7,68
1,80%
6,80
1,59%
6,73
1,58%
6,27
1,47%
5,91
1,38%
5,42
1,27%
4,81
1,13%
4,74
1,11%
4,65
1,09%
4,24
0,99%
3,66
0,87%
3,52
0,81%
4,02
0,94%
420,43
100%
433,65
100%
426,96
100%
Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur DNSCE
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
57
FRANÇA
Como Exportar
Importações
Os países vizinhos da União Europeia também são os principais
fornecedores do mercado francês, responsáveis por 59% das compras do
país. Em 2013, a Alemanha foi o principal fornecedor da França, com fatia
de mercado de 17,2%. Em seguida destacaram-se China (8,1%); Bélgica
(7,8%); Itália (7,2%); Estados Unidos (6,5%); Espanha (6,1%); Países Baixos
(4,3%); Reino Unido (4,2%); Suíça (2,5%); Rússia (2,1%); e Japão (1,6%).
A participação do Brasil (29º fornecedor) foi pouco expressiva diante das
potencialidades de exportação, tendo alcançado fatia de 0,7% do mercado
importador francês.
França: importações por principais países, 2011 – 2013
(US$ bilhões)
Países
Alemanha
China
Bélgica
Itália
Estados Unidos
Espanha
Países Baixos
Reino-Unido
Suíça
Rússia
Japão
Polônia
Irlanda
Arábia Saudita
Turquia
58
2011
Valor
Part %
87,17
17,02%
41,23
8,05%
39,29
7,67%
37,54
7,33%
29,23
5,71%
30,55
5,96%
22,04
4,30%
22,20
4,34%
11,62
2,27%
13,93
2,72%
9,54
1,86%
7,77
1,52%
6,46
1,26%
4,51
0,88%
5,92
1,16%
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
2012
Valor
Part %
89,60
17,32%
41,51
8,02%
39,09
7,55%
37,39
7,23%
32,94
6,37%
31,11
6,01%
22,78
4,40%
22,78
4,40%
11,95
2,31%
11,95
2,31%
9,22
1,78%
7,93
1,53%
6,97
1,35%
5,51
1,07%
5,69
1,10%
2013
Valor
Part %
86,40
17,15%
40,74
8,09%
39,51
7,84%
36,08
7,16%
32,57
6,47%
30,75
6,11%
21,86
4,34%
20,80
4,13%
12,59
2,50%
10,58
2,10%
8,11
1,61%
8,04
1,60%
6,60
1,31%
6,07
1,21%
6,00
1,19%
Como Exportar
Suécia
Rep. Tcheca
Áustria
Noruega
Cazaquistão
Total
FRANÇA
5,98
5,90
4,70
6,82
5,16
512,14
1,17%
1,15%
0,92%
1,33%
1,01%
100%
5,83
5,57
5,19
5,63
5,25
517,42
1,13%
1,08%
1,00%
1,09%
1,01%
100%
5,83
5,58
5,37
5,33
5,33
503,66
1,16%
1,11%
1,07%
1,06%
1,06%
100%
Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur DNSCE
3. Composição do comércio exterior
Exportações
Foto: Oleg Znamenskiy/shutterstock.com
Os produtos industrializados representam mais de 90% das exportações
francesas. Em 2013, destacaram-se as vendas de material de transporte
(21,2% do total), produtos químicos, perfumes e cosméticos (12,1%),
produtos da indústria agroalimentar (10,2%), máquinas industriais e
agrícolas (8,1%) e produtos metalúrgicos (6,9%).
Plantação de lavandas na Provença
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
59
FRANÇA
Como Exportar
Exportações francesas por principais grupos de produtos, 2011 - 2013
(US$ bilhões)
Produto e
descrição /
Nomenclatura
2011
Valor
Material de
transporte
Produtos químicos,
perfumes e
cosméticos
Produtos
da indústria
agroalimentar
Máquinas
industriais e
agrícolas
Produtos
metalúrgicos
Produtos
farmacêuticos
Produtos da
informática,
elétricos e óticos
Têxtil, roupas,
couro e calçados
Equipamentos
elétricos
Material e produtos
plásticos
Total
2012
Part %
Valor
2013
Part %
Valor
86,73
20,63%
93,13
21,47%
92,43
21,65%
51,68
12,29%
52,55
12,12%
51,45
12,05%
40,97
9,74%
43,11
9,94%
43,62
10,22%
34,84
8,29%
35,89
8,28%
34,44
8,07%
33,22
7,90%
31,95
7,37%
29,62
6,94%
25,44
6,05%
28,74
6,63%
29,38
6,88%
27,95
6,65%
28,31
6,53%
27,67
6,48%
18,29
4,35%
19,11
4,41%
19,42
4,55%
18,42
4,38%
18,54
4,27%
18,17
4,26%
17,55
4,17%
17,52
4,04%
17,33
4,06%
420,43
100%
433,65
100%
426,96
100%
Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur DNSCE
Grupos de produtos listados em ordem decrescente de valor.
60
Part %
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
Importações
A pauta de importações da França é composta também, em sua maioria,
por produtos industrializados, que representam mais de 80% do total. Em
2013, os setores de destaque foram os de material de transporte (14,9%
das importações), combustíveis minerais (11%), químicos, perfumes e
cosméticos (8,3%), produtos da informática, elétricos e óticos (8,3%) e
máquinas industriais e agrícolas (7,4%).
Foto: Oleg Znamenskiy/shutterstock.com
Tradicionais casas francesas ao lado do rio Launch, Colmar
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
61
FRANÇA
Como Exportar
Importações francesas por principais grupos de produtos, 2011 - 2013
(US$ bilhões)
Produto e
descrição /
Nomenclatura
Material de
transporte
Combustíveis
Produtos químicos,
perfumes e
cosméticos
Produtos da
informática,
elétricos e óticos
Máquinas
industriais e
agrícolas
Produtos
da indústria
agroalimentar
Produtos
metalúrgicos
Têxtil, roupas,
couro e calçados
Petróleo refinado
Produtos
farmacêuticos
TOTAL
2011
2012
2013
Valor
76,38
Part %
14,91%
Valor
76,40
Part %
14,77%
Valor
74,78
Part %
14,85%
58,13
44,39
11,35%
8,67%
58,93
44,90
11,39%
8,68%
55,54
41,99
11,03%
8,34%
44,38
8,67%
42,69
8,25%
41,73
8,29%
38,61
7,54%
37,81
7,31%
37,11
7,37%
34,12
6,66%
35,35
6,83%
36,55
7,26%
39,80
7,77%
37,09
7,17%
35,73
7,09%
30,71
6,00%
30,49
5,89%
30,91
6,14%
26,39
23,65
5,15%
4,62%
32,10
25,88
6,20%
5,00%
29,30
24,89
5,82%
4,94%
512,14
100%
517,42
100%
503,66
100%
Fonte: Direction nationale des Statistiques du commerce extérieur DNSCE
Grupos de produtos listados em ordem decrescente de valor.
62
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
IV - RELAÇÕES ECONÔMICO-COMERCIAIS BRASIL-FRANÇA
1. Intercâmbio comercial bilateral
1.1. Evolução recente
Intercâmbio comercial Brasil-França, 2009-2014
(US$ milhões)
Comércio Exterior
Exportações
brasileiras
Importações
brasileiras
Saldo comercial
Intercâmbio comercial
2010
2011
2012
2013
2014
3.576
4.319
4.107
3.394
2.918
4.801
5.465
5.910
6.497
5.698
-1.225
8.377
-1.146
9.784
-1.802
10.017
-3.104
9.892
-2.780
8.616
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC)
A França é importante e tradicional parceira comercial do Brasil. Em 2014,
a corrente de comércio bilateral de bens alcançou US$ 8,6 bilhões, o que
representa fatia de mercado de 1,9%. O País foi o 20º maior cliente do
Brasil e 11º fornecedor. No âmbito da União Europeia, foi o quarto principal
parceiro, após a Alemanha, Países Baixos e Itália.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
63
FRANÇA
Como Exportar
Comércio Bilateral de Bens do Brasil com a França (US$ bilhões)
Exportação
Importação
Déficit comercial
8
6
0,0
-0,1
-0,2
-0,2
-0,1
-2
-0,7
3,6
-1,2
4,3
4,1
-1,2
6,5
3,4
-1,8
2013
2012
2011
2007
2006
2005
2004
-3,1
2003
-4
-0,6
4,8
3,6
2,9
2010
0
1,71,8
2,5 2,7
4,7
4,1
2009
2
2,2 2,3
2,7 2,8
3,5 3,5
2008
bilhões US$
4
5,9
5,5
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
Nos últimos anos, o intercâmbio comercial foi afetado pela crise econômica
mundial. Em 2009, a corrente de comércio bilateral reduziu-se de 26%
comparada à do ano anterior. Até 2013, houve recuperação, mas, em
2014, registrou-se nova queda da corrente de comércio, apesar da redução
do déficit comercial brasileiro. Nossas exportações para a França foram
prejudicadas pelo desaquecimento da economia francesa, pela estagnação
da demanda europeia em geral e pela valorização do real. Nesse quadro,
o déficit comercial do Brasil com a Franca deteriorou-se desde o início da
crise financeira mundial passando de US$ 0,6 bilhão em 2008 para US$
3,1 bilhões em 2013, com leve recuperação em 2014, atingindo US$ 2,8
bilhões.
64
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
Exportações brasileiras para a França, por fator agregado
- 2014 Descrição
Básicos
Industrializados
Semimanufaturados
Manufaturados
Operações especiais
Part.%
62,9%
36,2%
8,1%
28,1%
0,9%
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC)
A pauta brasileira de exportações para a França é, historicamente,
concentrada em produtos de base. Dois desses produtos – minério de ferro e
o complexo soja – correspondem a mais de 50% do total das vendas. A crise
tem agravado esse padrão de especialização em detrimento das exportações
brasileiras de bens manufaturados: em 2008, 44% da pauta exportadora
brasileira para a França era composta de produtos industrializados; em 2014
esta proporção diminuiu para 36%.
As importações brasileiras, por outro lado, são extremamente diversificadas.
Em 2014, os cinco principais produtos comprados da França representaram
apenas 18% do total das importações. Nossa pauta importadora reúne forte
conteúdo tecnológico, tais como componentes aeronáuticos, autopeças e
fármacos. A presença crescente de empresas francesas no Brasil é um dos
fatores primordiais que sustentam as importações de insumos, máquinas,
bens intermediários e equipamentos da França.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
65
FRANÇA
Como Exportar
1.2. Composição do intercâmbio comercial bilateral
Os três principais produtos exportados para a França, responsáveis por
quase 50% da pauta exportadora em 2014, foram: bagaços de soja (28,1%),
minérios de ferro não aglomerados (15,8%) e pasta química de madeira
(5,9%).
Exportações brasileiras para a França por principais produtos, 2014
(US$ milhões)
PRODUTOS
Bagaços e outros resíduos sólidos de soja
Minérios de ferro não aglomerados e seus
concentrados
Pasta química madeira
Café não torrado, não descafeinado, em grão
Soja, mesmo triturada, exceto para semeadura
Minérios de ferro aglomerados e seus
concentrados
Outras partes p/aviões ou helicópteros
Outras madeiras perf. etc., não coníferas
Farinhas e pellets de soja
Outros calçados
Outros produtos
TOTAL
2014
821,86
Part %
28,1%
460,29
15,8%
173,67
125,34
99,21
5,9%
4,3%
3,4%
95,02
3,3%
82,91
47,19
36,69
30,81
945,1
2.918,09
2,8%
1,6%
1,3%
1,1%
32,4%
100%
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC.
Trademap
66
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
Como mencionado anteriormente, as importações provenientes da França
são bastante diversificadas. Em 2014, os principais produtos comprados
foram: fungicidas (6,7%), inseticidas (4,5%), partes de automóveis
(2,5%), partes de aviões (2,3%) e caixas de marchas (2%). Estes produtos
representaram apenas 18% da pauta de importação.
Importações brasileiras originárias da França por principais grupos
produtos, 2014
(US$ milhões)
PRODUTOS
Outros fungicidas
Outros inseticidas
Outras partes e acessórios de carrocerias p/
veículos automóveis
Outras partes p/aviões ou helicópteros
Outras caixas de marchas
Outros compostos heterocíclicos
Outros aviões/veículos aéreos, peso>15000 kg,
vazios
Outros medicamentos p/ fins terapêuticos
Vacina contra a gripe, em doses
Outros motores de explosão
Outros produtos
TOTAL
2014
384,13
258,32
Part %
6,8%
4,5%
143,56
2,5%
130,62
115,87
103,77
2,3%
2,0%
1,8%
81,80
1,5%
80,59
78,09
70,07
4.251,34
5.698,16
1,4%
1,4%
1,2%
74,6%
100%
Fonte: Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC),
Trademap
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
67
FRANÇA
Como Exportar
2. Investimentos bilaterais
2.1. Investimentos franceses no Brasil
Segundo dados do Banco Central, a França foi o 8º maior investidor
estrangeiro no Brasil em 2013, com cerca de US$ 1,5 bilhão em fluxo e
pouco mais de US$ 20 bilhões em estoque. São quase 500 empresas
francesas instaladas no Brasil, dentre as quais se encontram filiais de 36
empresas que compõem o CAC40, principal índice da bolsa francesa.
Investimento Direto Francês no Brasil
Participação (%)
Milhões USD
4 000
10,0%
3 479
3 200
6,8%
6,4%
Milhões USD
2 856
1 458
1 600
0
825
2,4%
4,4%
3,6%
745
1 214
2006
2007
6,0%
2 155
2 136
3,4%
8,0%
6,6%
6,5%
2 400
800
3 086
7,0%
3,6%
1 489
3,0%
2,0%
486
2003
2004
2005
4,0%
2008
2009
2010
2011
2012
2013
0,0%
Fonte: Banco Central do Brasil
De acordo com os dados do RENAI (Rede Nacional de Informações sobre
Investimentos, do MDIC), o crescimento dos investimentos franceses
no Brasil, nos últimos anos, ocorreu nos setores de comércio varejista,
eletricidade, telecomunicações, automóveis, alimentos, metalurgia e
tecnologia da informação.
Grande parte do volume de investimentos dos últimos anos reflete o aumento
da capacidade instalada das grandes empresas francesas já presentes
68
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
no Brasil. Estas têm procurado
ampliar e diversificar suas linhas
de atuação em diferentes regiões
e setores. Os grupos franceses
possuem interesses em diversos
setores estratégicos para o Brasil,
como energia nuclear, petróleo,
hidroeletricidade, trem de alta
velocidade e VLT, supercomputação,
defesa, aeroportos, etc.
2.2. Investimentos brasileiros na
França
Por sua parte, o Brasil se classifica
apenas como o 34º investidor
estrangeiro na França, com pouco
mais de US$ 1,6 bilhão investido no
período 2002-2013 principalmente
nos setores de aviação e de serviços
em geral. Atualmente, apenas 30
empresas brasileiras têm presença
variada em território francês,
incluindo desde unidades industriais
a escritórios comerciais.
O empresário brasileiro considera o
mercado francês de difícil acesso,
altamente competitivo, com
consumidores exigentes a procura
de bens e serviços de alta qualidade.
No entanto, o momento de crise por
que passa a França e a Europa em
geral, pode apresentar oportunidades
FRANÇA
para aquisição de ativos a bons
preços, o que permitiria estabelecer,
assim, base sólida de investimentos
numa economia desenvolvida, que
continuará a desempenhar papel
relevante no cenário internacional.
O empresário brasileiro poderá
beneficiar-se de presença em
mercado consumidor de cerca de
500 milhões de pessoas e adquirir
tecnologia de forma mais acessível.
Com uma participação de 23,7%
(US$ 18 trilhões) no PIB mundial
e apenas 7% da população (507
milhões de pessoas), a União
Europeia é o bloco econômico mais
rico do mundo. Membro fundador
da União Europeia, a França
representa 12,7% da população da
UE e 16,1% de seu PIB, estando
estrategicamente localizada dentro
do bloco, com fronteiras com todas
as maiores potências econômicas
da UE. O PIB da França (US$ 2,9
trilhões) é marginalmente maior
que o do Brasil (US$ 2,2 trilhões),
mas seus 66 milhões de habitantes
representam menos de um terço da
população do Brasil, de 202 milhões
de habitantes.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
69
FRANÇA
2.2.1. Incentivos aos investimentos
externos
A França tem adotado diversas
medidas visando atrair investimentos
estrangeiros para o país. Além disso,
modernizou os atrativos tradicionais
de captação - alta qualidade da
mão de obra, mercado dinâmico e
localização privilegiada na Europa
com excelente infraestrutura de
transportes.
O regulamento francês concede
incentivos ao investimento
estrangeiro na maioria das indústrias,
especialmente quando gera
emprego e contribui para o aumento
das exportações e inovações
tecnológicas. Os incentivos vão
desde a redução de impostos até
investimentos em infraestrutura, tais
como:
- empréstimos sem juros ou com
taxas de juros especiais;
- subsídios a investimentos em
produtividade e em pesquisa e
desenvolvimento;
2.2.2. Incentivos aos investimentos
em P&D
Os incentivos mais importantes são,
sobretudo, dirigidos aos projetos
do início da cadeia de produção.
70
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
Os incentivos europeus impõem
frequentemente a colaboração entre
empresas e parceiros (laboratórios)
de vários países da Europa ou de
países associados. Os incentivos
são acessíveis às empresas de
todos os portes, mas as empresas
pequenas e intermediárias são os
focos principais de suporte público à
inovação.
Adicionalmente, os projetos de
polos de competitividade visam o
desenvolvimento de competências
regionais os setoriais. São projetos
colaborativos envolvendo empresas,
laboratórios, e centros tecnológicos.
3. Principais acordos bilaterais
Os acordos de caráter comercial
com a França são realizados
no âmbito da União Europeia.
Contudo, o Brasil mantém acordos
econômico-comerciais, merecendo
destaque os seguintes:
a) Acordo de Cooperação Técnica
e Científica, em vigor desde
03/08/1968;
b) Convenção para evitar a dupla
tributação e prevenir a evasão
fiscal em matéria de impostos
sobre rendimentos, em vigor desde
10/09/1971;
Como Exportar
FRANÇA
c) Acordo sobre Transporte
Marítimo, em vigor desde
01/11/1979;
d) Acordo no Campo da Propriedade
Industrial, em vigor desde
25/01/1983;
e) Ajuste Complementar ao Acordo
de Cooperação Técnica e Científica
nos setores Aeronáutico e Espacial,
em vigor desde 15/02/1989;
e) Memorando de Entendimento
sobre Cooperação Cientifica e
Tecnológica em Áreas Prioritárias,
em vigor desde 05/04/2001.
f) Acordo entre a República
Federativa do Brasil e a República
Francesa em matéria de Previdência
Social, assinado em 15/12/2011.
g) Parceria Estratégica entre a
República Federativa do Brasil e a
República Francesa, assinado em
23/12/2012.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
71
FRANÇA
Como Exportar
Foto: Kiev.Victor/shutterstock.com
Catedral de Notre-Dame, Paris
72
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
V - ACESSO AO MERCADO
1. Sistema tarifário
Estrutura da tarifa
Características do país
A Tarifa Externa Comum (TEC), (Tarif
Douanier Commun em francês) é a
tarifa comum aos países-membros
da União Europeia. Estabelece
a nomenclatura e o conjunto de
direitos de importação aplicados
por todos os países-membros às
importações originárias de terceiros
países. A TEC compreende 21
seções e 98 capítulos abrangendo
em torno de 15.000 itens numéricos,
formados por 10 dígitos (6 dígitos do
Sistema Harmonizado e por outros
4 definidos pela União Europeia,
em função das suas necessidades
estatísticas e tarifárias). A TEC é
dividida em duas grandes categorias:
produtos agrícolas (capítulos 01
a 24) e produtos industrializados
(capítulos 25 a 98).
O território alfandegário francês, que
faz parte do território alfandegário
da União Europeia, compreende
a metrópole e os seguintes
departamentos de ultramar: Guiana
Francesa, Guadalupe, Martinica,
Ilha da Reunião e Ilha Mayotte. São
excluídos os territórios de ultramar,
que compreendem Polinésia
Francesa, Terras Austrais e Antártica
francesa, e Wallis-e-Futuna.
Vale lembrar ao empresário brasileiro
que uma vez que a mercadoria é
colocada em livre circulação na
França, poderá ser comercializada
livremente em qualquer dos 28
países-membros da UE.
Classificação das mercadorias
A França, como membro da União
Europeia, utiliza a Nomenclatura
Combinada (NC), baseada no
Sistema Harmonizado de Designação
e Codificação de Mercadorias,
que regulamenta as importações
originárias de terceiros países.
Na tarifa, estão indicados os
direitos autônomos estabelecidos,
unilateralmente, pela UE, e os
convencionais, oriundos de
negociações no âmbito do antigo
GATT e na Organização Mundial do
Comércio (OMC). Esses direitos
são aplicados a todos os membros
da OMC e aos países com os quais
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
73
FRANÇA
a União Europeia tenha celebrado
acordos que contenham a cláusula
de nação mais favorecida. O Brasil,
como membro da OMC beneficia-se
da pauta convencional.
Devido à sua complexidade e à
baixa frequência de atualização,
o acesso on line à TEC é restrito
aos profissionais. Empresários
brasileiros interessados poderão
obter informações mais detalhadas
na TARIC (Tarif Intégré de la
Communauté). Trata-se da
tarifa integrada da comunidade
e é um instrumento criado
concomitantemente à Nomenclatura
Combinada (NC), pelo Regulamento
2658/87 (art. 2). A TARIC contém
a legislação comunitária tal qual
publicada no Jornal Oficial (JO)
e constitui um instrumento de
informação de uso corrente, mas
não tem estatuto jurídico próprio.
A TARIC tem por objetivo indicar
as disposições regulamentares
aplicáveis a determinado
produto, quando importado
pelo território aduaneiro da UE.
Inclui as disposições do Sistema
Harmonizado (SH) e as contidas
na regulamentação comunitária
específica, tais como, suspensões,
contingentes, cotas e preferências.
74
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
A TARIC é publicada anualmente
e atualizada frequentemente. Pode
ser consultada no banco de dados
da UE, com acesso em inglês, no
site: http://ec.europa.eu/taxation_
customs/customs/customs_duties/
tariff_aspects/customs_tariff/
index_en.htm, e com acesso em
português, no site: http://ec.europa.
eu/taxation_customs/dds/tarhome_
pt.htm
Bases de incidência
Os direitos aduaneiros previstos
na TEC são, na grande maioria
dos casos, estabelecidos com
base “ad valorem” sobre o valor
CIF4 da mercadoria. Os direitos
específicos, expressos em valores
predeterminados por unidades de
volume, aplicam-se sobre alguns
produtos, dentre eles os agrícolas
e bebidas. Em alguns casos pode
haver, além dos direitos “ad valorem”
e os direitos específicos, direitos
adicionais aplicáveis, por exemplo,
a produtos cujos preços de entrada
no mercado comunitário sejam
inferiores aos fixados pela UE. A TEC
prevê também direitos adicionais
4
CIF: Cost, Insurance and Freight –
Custo, Seguro e Frete
Como Exportar
FRANÇA
para produtos que contenham açúcar
e farinha, e direitos sazonais para
proteger produtos europeus, tais
como frutas e vegetais durante a
estação dos mesmos na UE.
Impostos e taxas
Os impostos e taxas a serem
recolhidos são os seguintes:
• direitos aduaneiros ou imposto
de importação: varia em função
do produto, entre 0% e 17%;
• direitos específicos: são
impostos que incidem sobre
produtos que a UE quer proteger,
conforme Regulamento de
Salvaguardas nº 3285/94 de
01/01/95;
• direitos compensatórios: são
impostos que recaem sobre
mercadorias que recebem
subsídios no país de origem
(Regulamento nº 3284/94
de 30/06/94, emendado pelo
Regulamento 2026/97 de
21/10/97);
• direitos antidumping: trata-se de
uma tarifa alfandegária aplicada
a mercadorias importadas a
preços inferiores aos praticados
no país exportador. Essa medida
é regida pelo Regulamento
EC 384/96, emendado pelo
•
•
1.
2.
Regulamento 1225/2009
de 30/11/2009. Os setores
mais afetados são ferro, aço,
eletrônicos e químicos. Detalhes
sobre investigações em curso
são disponíveis on-line no site:
http://trade.ec.europa.eu/tdi/;
direitos adicionais: são
impostos que incidem sobre
mercadorias que requerem o
pagamento de tarifa adicional
do serviço aduaneiro, como por
exemplo, para cobrir os custos
do controle veterinário para o
caso de carnes;
TVA (IVA) (Taxe sur la Valeur
Ajoutée): na França existem
quatro níveis:
TVA Normal de 20,0%: aplicada
em todas as transações que
envolvem bens e serviços
para as quais não existe
regulamentação especial. Essa
taxa aumentou de 19,6% para
20% a partir do 1° de janeiro de
2014;
TVA Intermediaria de 10%:
aplicada principalmente sobre
combustíveis convencionais
e sobre bens e serviços de
construção. Essa taxa aumentou
de 7,0% para 10% em 1° de
janeiro de 2014;
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
75
FRANÇA
Como Exportar
3. TVA Reduzida de 5,5%: aplicada
a determinados bens e serviços
designados por lei (tipicamente
produtos alimentares, energia de
fonte renovável, e livros). Essa
taxa não foi modificada o I° de
janeiro de 2014;
4. TVA Específica de 2,1%:
também aplicada a determinados
bens e serviços designados
por lei (tipicamente produtos
farmacêuticos e jornais). Essa
taxa também não foi modificada
em 1° de janeiro de 2014;
que entrou em vigor em 1° de janeiro
de 2014 e deverá ser aplicada até 31
de dezembro de 2023.
Sistema Geral de Preferências
Com exceção ao princípio de livre
circulação, as importações de
algumas mercadorias são, em razão
de seu caráter sensível, submetidas
às restrições de importação ou
estritamente proibidas. A alfândega,
em colaboração com outros órgãos
administrativos, está encarregada
da aplicação dos regulamentos
nacionais e internacionais restritivos.
Essas medidas de restrições ou
proibições visam proteger a saúde
pública, a defesa da ordem, garantir
a segurança e a moralidade pública,
resguardar o patrimônio cultural e
o meio ambiental francês. Existem,
também, controles específicos,
sendo necessária a licença de
importação.
Em 1971 foi instituído pela
Comunidade Europeia o primeiro
SGP, que vem sendo modificado
periodicamente e tem como objetivo
eliminar ou reduzir substancialmente
impostos de importação, que
oneram produtos primários e
industrializados originários de países
em desenvolvimento. As concessões
de margens tarifárias preferenciais no
SGP são unilaterais e não recíprocas.
A versão mais recente do
regulamento relativo à aplicação do
sistema plurianual de preferências
pautais generalizadas é a diretiva CE
978/2012 de 25 de outubro de 2012,
76
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
O novo SGP prevê a exclusão de
países de renda média, reduzindo
de 177 para 83 o número de países
beneficiários. Rússia, Brasil, Malásia
e África do Sul foram excluídos;
China e Tailândia o serão em 2015
em razão dos elevados índices de
crescimento do PIB.
2. Regulamentação de importação
Como Exportar
O exportador brasileiro poderá
encontrar no site de serviços Export
Helpdesk da União Europeia, todas
as informações atualizadas sobre o
tratamento administrativo e tarifário
aplicáveis ao seu produto (http://
exporthelp.europa.eu).
Mercadorias submetidas a
regulamentos de qualidade e de
segurança obrigatórios
As normas de qualidade e de
segurança são elaboradas
por organismos europeus de
normalização sob o controle da
Comissão Europeia para que
sejam respeitadas as exigências
comunitárias. São publicadas no
JOCE (Jornal Oficial da Comunidade
Europeia) e transcritas em normas
nacionais.
Na França, as normas europeias
(ou European Norms) são
codificadas por NF-EN pela
AFNOR - Association Française
de Normalisation - entidade de
utilidade pública sob a tutela do
Ministério da Indústria. AFNOR é o
membro francês do CEN (European
Committee for Standardization) e do
ISO (International Organization for
Standardization) e é responsável, na
FRANÇA
França, pela qualidade e certificação
de produtos. Os textos detalhados da
maioria das normas AFNOR podem
ser comprados on-line: http://www.
boutique.afnor.org/normes-produitsedition (em francês) ou http://www.
boutique.afnor.org/standards-booksinformation-products (em inglês).
Regulamentos técnicos nacionais ou
comunitários tornam obrigatórias as
regras de qualidade e de segurança
para determinados produtos ou
grupo de produtos. Nos intercâmbios
com terceiros países, a aplicação
dos regulamentos é controlada
pela alfândega no momento da
importação.
Vale salientar que os produtos
não regulamentados, dentro das
condições normais de utilização,
deverão responder às exigências
relativas à segurança e à saúde dos
consumidores. Em caso de ameaça,
o Code de la Consommation prevê
medidas a serem aplicadas de
imediato e a importação do produto
poderá ser suspensa.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
77
FRANÇA
Marcação “NF”
A marca “NF” - Norme Française
(Norma Francesa) - é uma marca de
certificação francesa que tem por
objetivo a diferenciação, garantindo
a qualidade e a segurança dos
produtos e serviços certificados. As
autoridades públicas podem tornála obrigatória para determinadas
atividades, como por exemplo,
àquela relacionadas à construção
civil. As normas são elaboradas pela
AFNOR (Agence Française pour la
Normalisation).
Marcação “CE” (Conformité
Europeenne)
A marca “CE” foi criada pela União
Europeia e atesta a conformidade
do produto com as exigências de
segurança estabelecidas pelas
diretivas europeias e pode ser
obrigatória para determinados
produtos. Sua obtenção é
condicionada a testes e controles a
serem realizados por pessoa jurídica
com endereço na UE. Os fabricantes
brasileiros poderão nomear empresa
local para efetuar o processo de
certificação e esta será responsável
pela marca “CE” em seu produto.
Para saber se um produto está
78
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
submetido a tal obrigação, é
necessário consultar as diretivas ou
as normas existentes. Atualmente
existem aproximadamente 22
diretivas e podem ser consultadas no
site: http://www.dgcis.gouv.fr/ e que
se aplicam aos seguintes produtos:
• jogos;
• aparelhos elétricos utilizados em
determinados limites de tensão;
• compatibilidade eletromagnética;
• aparelhos a gás;
• equipamentos de proteção
individual para uso esportivo ou
lazer;
• equipamentos individuais para
prevenção de acidentes de
trabalho;
• máquinas e outros equipamentos
de trabalho;
• produtos para construção;
• dispositivos médicos;
• dispositivos médicos para
implantes;
• barcos de lazer, suas peças e
equipamentos;
• componentes de segurança de
elevadores;
• equipamentos de pressão;
• instrumentos de medição.
Como Exportar
Produtos submetidos à política
comercial comum
Quotas ou contingentes
Determinados produtos somente
poderão ingressar no mercado
da União Europeia dentro de
limites quantitativos previstos
nos regulamentos comunitários,
publicados no Jornal Oficial da
Comunidade (JOCE). Quantidades
superiores às quotas fixadas poderão
ser importadas, mas os impostos
a serem recolhidos podem tornar a
importação inviável.
Vigilância
Alguns produtos importados ficam
sob vigilância e o comprador deverá
possuir o Documento Comunitário
de Vigilância. Essas medidas são
reguladas por diretrizes publicadas
no JOCE, como no caso de alguns
produtos siderúrgicos.
Mercadorias submetidas a
restrições, autorização ou
formalidades particulares:
• material de defesa, armas e
munições;
• vegetais e suas preparações: a
FRANÇA
diretiva europeia 2000/29 é o
principal quadro regulamentar
para a importação de sementes
e plantas vivas para a UE. Isso
se reflete na legislação francesa
através do Decreto do Ministério
da Agricultura e da Pesca de 24
de maio de 2006, modificado
em 23 de outubro de 2007.
Os produtos são submetidos a
controle sanitário e se estiverem
de acordo com as exigências
fitossanitárias, o certificado é
emitido pelo Serviço de Proteção
dos Vegetais. Este último deverá
ser apresentado na alfândega
para o desembaraço da
mercadoria e deverá acompanhala até o término da operação.
Mais detalhes sobre o assunto
podem ser encontrados no site
do Ministério da Agricultura, dos
Setores Agroalimentar e Florestal:
http://agriculture.gouv.fr.
• animais vivos e produtos
animais: animais vivos, produtos
de origem animal e alimentícios
de origem animal, originários
de terceiros países, deverão ser
submetidos a controle veterinário
nos postos de inspeção nas
fronteiras ou no primeiro ponto
de entrada na União Europeia.
Certificado sanitário (certificado
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
79
FRANÇA
de passagem fronteiriço para
os animais vivos, “Anexo B”
para os produtos animais) será
emitido e deverá ser apresentado
na alfândega junto com outros
documentos exigidos.
• mercadorias submetidas à
autorização ou a restrições
específicas, tais como bebidas
(alcoólicas ou não), tabaco,
obras de metais preciosos,
medicamentos, cereais, entre
outros.
Importações proibidas:
• artigos falsificados;
• objetos de qualquer natureza
contendo imagens pornográficas
envolvendo menores;
• amianto ou produtos contendo
amianto;
• produtos contendo substâncias
perigosas como sais de chumbo
e níquel;
• vegetais e suas preparações
(cascas de árvores, sementes,
terras), cuja importação seja
proibida na UE;
• produtos de origem animal,
objeto de proibições
regulamentares nacionais ou
comunitárias, em vigor.
80
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
Importação via postal
Amostras grátis ou de pequeno
valor comercial (inferiores a €
150, aproximadamente US$ 200)
poderão ser importadas com
isenção das tarifas aduaneiras
(mas o IVA continua a ser devido,
independentemente do valor).
As de valor inferior a € 2.700
(aproximadamente US$ 3.700)
beneficiam de procedimento de
desembaraço simplificado, e as
de valor superior a € 2.700 são
submetidas ao procedimento
normal através do preenchimento
do formulário DAU (Documento
Administrativo Único).
Bens destinados a feiras e
exposições
Materiais destinados a feiras e
exposições poderão entrar na França
em caráter temporário. Para tanto,
é necessário solicitar autorização
prévia junto à alfândega e depositar
uma caução correspondente ao
valor dos direitos de importação
que incidem sobre a mercadoria
em questão. No momento da saída
da mercadoria dentro do prazo
estipulado, a caução será devolvida.
Como Exportar
Normas sanitárias
As medidas sanitárias e
fitossanitárias representam um
grande obstáculo ao acesso de
produtos agrícolas no mercado
da UE. No campo específico de
produtos de origem animal, a UE
exige que os estabelecimentos
exportadores de terceiros países
sejam habilitados pela Comissão
Europeia. O processo de habilitação
requer que o país terceiro informe,
para cada categoria de produto,
uma lista de estabelecimentos
exportadores e forneça garantias
de que os mesmos estão de acordo
com os padrões comunitários
de saúde pública e animal. No
caso do Brasil, a lista é fixada
pelo Ministério da Agricultura e
submetida à Comissão Europeia
para aprovação. O processo de
habilitação é geralmente lento. Em
razão das grandes crises sanitárias
nos últimos anos como a doença
da “vaca louca” e a “gripe aviária”,
as medidas sanitárias exigidas pela
União Europeia estão cada vez mais
rígidas. Maiores informações sobre
as medidas sanitárias em vigor na
UE poderão ser consultadas no site:
http://ec.europa.eu
FRANÇA
No que se refere aos produtos
químicos, ou produtos que
contenham alguma substância
química nos seus componentes
ou no seu processo de fabricação,
o regulamento que se aplica,
denominado REACH - Registration,
Evaluation, Authorisation and
Restriction of Chemicals, entrou
em vigor em 1° de junho de 2007
substituindo inúmeros textos
legislativos existentes.
Os principais objetivos do REACH
são os de maior proteção à saúde
humana e ao meio-ambiente contra
os riscos no uso de produtos
químicos, bem como a disseminação
de métodos alternativos, promoção
da livre circulação de substâncias
no mercado interno comunitário
e o reforço da competitividade e
inovação. O regulamento impõe
à indústria a responsabilidade de
estimar e administrar riscos, assim
como fornecer informações de
segurança adequada aos usuários.
O REACH é aplicado no controle
de todas as substâncias químicas,
não somente aquelas utilizadas
em processos industriais, mas
também aquelas encontradas no
cotidiano das pessoas, por exemplo,
nos produtos de limpeza, nas
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
81
FRANÇA
pinturas e até mesmos nos artigos
de vestuário, móveis e aparelhos
elétricos.
Os fabricantes e importadores de
substâncias químicas ou produtos
que as contenham estão obrigados
a identificar e administrar os
riscos associados ao produto. No
caso de substâncias produzidas
ou importadas em quantidades
anuais superiores a 1 tonelada, os
fabricantes ou os importadores
deverão provar que os dispositivos
previstos pelo REACH são
respeitados através de um registro
junto a ECHA- European Chemicals
Agency. Informações adicionais
poderão ser obtidas no site: http://
guidance.echa.europa.eu
Embalagens e rótulos
A União Europeia adotou
regulamentação sobre rotulagem
e apresentação de produtos
alimentícios destinada a orientar o
consumidor sobre o conteúdo do
produto. Nas etiquetas deve constar,
também, o idioma do país onde
o produto é vendido. Poderão ser
colocados desenhos ou gráficos
ao lado das indicações em língua
estrangeira, com a condição de
82
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
que não haja dúvidas quanto
à interpretação dos mesmos.
Informações detalhadas estão
disponíveis, em português, no site:
http://europa.eu/.
O exportador deverá imprimir, na
embalagem, uma marcação com
o código que lhe foi atribuído pelo
IBAMA, em que constarão as
seguintes informações:
logotipo do órgão internacional;
código do país, da região e do
fabricante / exportador;
tipo de tratamento da embalagem.
A partir de 1° de março de 2005,
todas as embalagens de procedência
de terceiros países (exceto da Suíça)
e com destino a um dos 27 países
da comunidade, foram obrigadas a
cumprir a regulamentação europeia.
Quanto às embalagens em madeira
bruta, vale ressaltar que existe
legislação específica. Os produtos
atingidos por essa norma são todas
as embalagens de madeira bruta
de espessura igual ou superior a
6 mm tais como “palets”, caixas,
engradados, pranchas de cargas
e descargas (as pranchas em
aglomerados fabricadas através de
colagem a quente não são atingidas
por essa norma). Trata-se da Norma
Como Exportar
NIMP15 (em inglês, ISPM 15) – em
francês, Norme Internationale de
Mesures Phytosanitaires n° 15).
Sua aplicação definitiva ocorreu
a partir de 23 de agosto de 2003
e teve como objetivo uniformizar
as medidas a serem aplicadas,
visando evitar a contaminação das
florestas do país importador por
pragas presentes nas embalagens de
madeira. A ISPM 15 foi modificada
em 2009, tornando obrigatória a
utilização de madeira descascada,
a fim de evitar a utilização de
fumigação com brometo de metila.
O único tratamento possível agora
é o tratamento a quente atingindo o
centro da madeira (56°C durante 30
minutos no mínimo). A Norma pode
ser consultada no site: www.ippc.int.
Marcas e patentes
Através de único depósito junto ao
OEB – Office Européen des Brevets
(Instituto Europeu de Patentes)
é possível patentear produto ou
marca em diversos países (mais de
30). Uma vez obtido o certificado
da patente, basta ao interessado
apresentar cópia traduzida no idioma
oficial dos diferentes países junto
ao órgão competente respectivo. O
órgão competente na França para
FRANÇA
marcas e patentes é o INPI (Institut
National de la Proprieté Industrielle,
ou Instituto Nacional de Propriedade
Industrial). Os endereços do OEB e
INPI encontram-se no anexo “item
11 outros endereços úteis” deste
guia.
3. Documentos e formalidades
Os documentos necessários para
o desembaraço de mercadorias na
França são:
• fatura comercial;
• romaneio de embarque (packing
list): não é obrigatório, mas
facilita o desembaraço;
• conhecimento de embarque (Bill
of Lading, B/L, ou BOL, ou AWB
Air Way Bill);
• certificado sanitário ou
fitossanitário (quando aplicável);
e
• outros certificados ou licenças
(quando aplicável).
A fatura comercial, o conhecimento
de embarque, e os demais
certificados deverão ser
providenciados pelo exportador
brasileiro e os originais deverão ser
remetidos ao importador francês. As
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
83
FRANÇA
licenças deverão ser providenciadas
pelo importador francês. É
importante seguir as instruções
do importador francês quanto à
documentação a ser fornecida, a fim
de evitar qualquer dificuldade para o
desembaraço alfandegário.
Formalidades para o desembaraço
alfandegário
Para as mercadorias importadas e
provenientes de países não membros
da UE, a declaração de importação
é feita no formulário denominado
DAU (Documento Administrativo
Único) pelo importador ou por seu
representante.
Todas as importações estão sujeitas
a inspeções pelas autoridades
aduaneiras no porto, aeroporto
ou em outro ponto de entrada no
país. Após a inspeção, controle dos
documentos e o pagamento dos
tributos, a liberação da mercadoria é
imediata e passa a ser considerada
como “em livre circulação”.
As formalidades para o desembaraço
são geralmente feitas por empresas
de despacho aduaneiro.
84
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
Regime cambial
Não há restrições nem controle
cambial nas importações.
Poderão ser aceitos créditos dos
fornecedores e os pagamentos
poderão ser feitos em qualquer
moeda conversível.
4. Regimes especiais
Existem vários regimes especiais de
liberação alfandegária denominados
“regimes econômicos”.
Regime “Armazém alfandegário”
Esse regime permite ao importador
estocar a mercadoria em um
depósito alfandegário sem recolher
os impostos. A vantagem desse
regime é a constituição de um
estoque, por tempo indeterminado,
sem o recolhimento dos impostos.
O depósito pode encontrar-se em
um país-membro e as formalidades
a serem cumpridas em outro paísmembro. Os produtos não poderão
sofrer nenhuma transformação
dentro do depósito, exceto
manipulações simples visando a
Como Exportar
FRANÇA
resguardar seu bom estado.
Se a mercadoria for exportada, não
existirá imposto a ser recolhido,
enquanto que, se for destinada ao
mercado interno, os impostos serão
recolhidos no momento da sua
retirada do depósito alfandegário.
Foto: Victor Maschek/shutterstock.com
Regime “Aperfeiçoamento ativo”
(drawback)
Trata-se de importação de peças
ou de matérias-primas que serão
transformadas ou incorporadas a
outros produtos com a finalidade de
exportação.
Esse regime poderá ser feito em
duas modalidades:
sistema de suspensão: se houver
certeza da reexportação da
mercadoria para fora do território da
UE, esse é o sistema mais adequado.
Não há nenhum recolhimento de
impostos ou taxas;
sistema de reembolso: é
aconselhado para os casos em que a
reexportação for parcial. Nesse caso,
os direitos e taxas são recolhidos
e reembolsados no momento da
reexportação. Vale lembrar que
os itens importados deverão ser
“identificáveis” como componentes
dos produtos acabados, objetos da
reexportação.
Paris
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
85
FRANÇA
Como Exportar
Foto: Artens/shutterstock.com
Porto de Nice
86
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
VI - ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO
1. Canais de distribuição
Panorama geral da estrutura de distribuição na França em 2010
Atividade
Número
de
empresas
Alimentação não especializada, lojas
de departamento e bazar
Alimentação especializada e
artesanato comercial
Tecnologia de Informação e de
Comunicação
Bricolagem e equipamentos
domésticos
Bens culturais e recreativos
Outros varejistas especializados
Bancas e feiras
Venda à distância, em casa e PLC
Vendas
totais
(M€)
Margem
de lucro
(%)
21 941
190 533
19,1
102 631
31 637
35,3
6 910
8 546
25,2
35 509
47 129
34,8
21 811
141 918
84 390
27 466
18 757
99 983
5 818
17 910
30,4
36,8
43,3
44,3
Fonte: Insee, Le commerce en France, édition 2010
Os quatro grandes circuitos de distribuição no mercado francês são:
• circuito tradicional: formado por atacadistas especializados, atacadistas
multiprodutos, varejistas independentes, lojas de departamento, lojas
populares, feiras livres e vendas porta-a-porta;
• supermercados e hipermercados;
• circuito CHR (“collectivités, hôtels et restaurants”): cantinas, hotéis e
restaurantes;
• circuito VPC (vente par correspondance): vendas por correspondência,
que inclui vendas on line.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
87
FRANÇA
Circuito tradicional
No canal tradicional, destacamse as redes de lojas (cadeias de
varejistas), as cooperativas e as
lojas especializadas. As redes
ocupam um espaço importante.
O comércio varejista organizou-se
em redes a fim de centralizar as
compras, fazer publicidade em nível
nacional, colocando em comum
as despesas fixas e fazendo parte
de uma “logomarca” reconhecida
pelo consumidor. Geralmente, a
logomarca é utilizada por todos os
membros, a estratégia comercial
é única. Essas redes, no circuito
tradicional, realizam a grande maioria
das vendas a varejo deixando
pouco espaço para o varejista
independente.
A melhor forma de abordar esse
canal é através de um importadordistribuidor trabalhando com
diversos produtos e com força de
venda cobrindo todo o território. Em
geral, o pedido desses varejistas,
por item, é pequeno o que implica
na necessidade de um distribuidor
multiprodutos para viabilizar as
visitas dos vendedores.
88
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
No geral, um produto não alimentício
nesse circuito de atacadista, chega
ao consumidor final com valores de
quatro, cinco e de até seis vezes do
valor FOB.
Lojas de departamento
As principais lojas de departamento
na França são:
• Le Bon Marché (www.
lebonmarche.fr);
• Galeries Lafayette (www.
galerieslafayette.com);
• Le Printemps (www.printemps.
com) e
• BHV (www.bhv.fr).
O número total de pontos de venda
na França é de 184. O volume de
vendas, em 2010, realizado pelas
lojas de departamento, foi de
aproximadamente US$ 4.4 bilhões,
representando cerca de 1,1% do total
do comércio varejista.
Como Exportar
FRANÇA
Principais produtos
Vestuário e acessórios de moda
Perfumaria, produtos de beleza e de higiene
Artefatos de couro e artigos de viagem
Roupas de cama e mesa
Total
% das vendas
43,1%
8,1%
6,3%
6,2%
63,7%
Fonte: INSEE. Institut National de la Statistique et des Etudes, Fiche Sectorielle d’Enquête
annuelle d’entreprises dans le commerce – Exercice 2010.
Supermercados e hipermercados
Esse circuito apresentou grande expansão nos últimos anos. Em menos de
trinta anos o número de supermercados passou de 200 para 8.960 e de
apenas um hipermercado para 1.310. Para limitar o número de pontos de
venda, a abertura de novas lojas está sujeita a autorização governamental.
As chamadas grandes surfaces realizam suas compras através de centrais
de compras, sendo que cinco delas detêm aproximadamente 90% do
mercado de produtos alimentícios. Os hipermercados possuem áreas
superiores a 2.500m2; os supermercados, áreas de 400 a 2.500m2. Os
endereços das principais centrais de compras encontram-se listados nos
anexos.
As centrais de compras são empresas prestadoras de serviços,
principalmente para as cadeias de supermercados. A central faz a seleção do
produto (alimentício e não alimentício), negocia o preço com o fornecedor,
estoca a mercadoria e faz as entregas nos pontos de venda da empresa
filiada.
A negociação com essas centrais de compras é bastante difícil e para um
fornecedor estrangeiro a situação fica ainda mais complicada, pois na
maioria dos casos o fornecedor assume toda a logística interna (ocupa-se da
etiquetagem, colocação do produto nas gôndolas, entre outras).
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
89
FRANÇA
Estratégia da MDD (Marque
Du Distributeur ou Marca do
Distribuidor)
O número de produtos com a
marca da cadeia de supermercado
denominada MDD (“Marca Do
Distribuidor”) vem ganhando cada
vez mais espaço em todos os
supermercados. Mais de 85% dos
produtos MDD são fabricados por
pequenas e médias empresas. Entre
os produtos de suas próprias marcas
e os produtos MDD essas empresas
pesam em 55% do total de produtos
comercializados no circuito das
grandes superfícies.
O supermercado solicita ao
fabricante o fornecimento de
determinado produto com sua
marca de distribuidor (MDD) e
embalagem, mesmo se, muitas
vezes, o produto já é comercializado
sob a marca do fabricante. O preço
final do produto MDD é inferior ao
do fabricante, uma vez que não há
investimentos em publicidade, o que
favorece a marca do distribuidor em
detrimento da marca do fabricante.
Isso tem causado dificuldades às
empresas, que além de sofrerem
com queda no volume das vendas,
veem suas margens reduzidas. O
90
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
desenvolvimento da MDD torna mais
frágil a posição do fabricante, uma
vez que o distribuidor pode mudar
de fornecedor a qualquer momento,
sem acarretar perda no fornecimento
do produto em questão.
Para o exportador brasileiro,
a abordagem desse canal de
distribuição pode ser mais fácil
através de um importadordistribuidor já familiarizado com as
práticas comerciais desse segmento.
Supermercados hard discount e
lojas populares
Desde os anos 1990 surgiram
cadeias de supermercados ou lojas
especializadas chamadas de hard
discount. Esse segmento representa
atualmente cerca de 13% das vendas
de produtos de grande consumo5 .
Nestes supermercados, os produtos
são dispostos de maneira sumária,
o número de itens é reduzido e as
aquisições são feitas através de
centrais de compras. Além disso, a
grande maioria das mercadorias é de
marca própria (MDD).
5
Fonte: Kantar Worldpanel, Outobro
de 2012.
Como Exportar
No entanto, após uma década inicial
de crescimento rápido, o modelo de
hard discount foi perdendo terreno na
França, a favor dos supermercados e
hipermercados. O líder de mercado,
Lidl, anunciou, no final de 2012,
que iria abandonar gradualmente o
modelo de hard discount para suas
operações francesas. Esta mudança
de equilíbrio tem sido atribuída,
em parte, aos esforços feitos
pelos supermercados em reduzir
seus preços, e, de outra parte, às
preocupações crescentes com a
qualidade dos alimentos por parte
dos consumidores franceses.
Circuito CHR (Collectivités, Hôtels
et Restaurants) – cantinas, hotéis e
restaurantes
Trata-se de um circuito muito
segmentado, mas representa grande
potencial, principalmente para o setor
agroalimentício. Em 1960, somente
5% das refeições eram realizadas
fora de casa. Esse percentual passou
para 13% em 2000, dos quais 47%
são referentes a restaurantes e 53%
a cantinas de empresas, escolas,
hospitais, entre outros. A proporção
das refeições consumidas fora de
casa continua subindo e deve chegar
a 20% até 2020.
FRANÇA
A abordagem desse segmento
poderá ser mais fácil através de
atacadistas.
2. Promoção de vendas
Algumas das práticas mais utilizadas
na promoção de vendas no mercado
francês são:
Concursos e loterias
São bastante utilizados para
atrair a atenção do consumidor,
oferecendo-lhes a possibilidade de
ganhar prêmios em dinheiro ou em
mercadorias. Esse tipo de promoção
é fortemente regulamentado; a
legislação estabelece o percentual
máximo do prêmio em relação ao
preço do produto.
Bônus de redução
Podem ser distribuídos aos
consumidores por mala direta, na
embalagem do produto e/ou em
encartes publicitários em revistas ou
jornais.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
91
FRANÇA
Distribuição de amostras e/ou
degustação
É bastante utilizada nos
supermercados. Entretanto, dado
o número de pontos de venda de
cada cadeia de supermercado, essa
técnica representa custo elevado.
Feiras e salões
As feiras são um bom meio de
promover os produtos juntos aos
intermediários ou consumidor final.
Além do cuidado na escolha da feira
apropriada ao produto, é necessário
dispor de catálogos e prospectos na
língua francesa.
Material para os pontos de venda
É comum os varejistas solicitarem
uma participação do fornecedor
para uma melhor apresentação do
produto no ponto de venda, como
por exemplo, “displays”, “folders” e
outros.
3. Publicidade
A TV é a forma mais demandada
de publicidade no mercado francês,
com participação de quase 36,5%.
92
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
As fatias de mercado das outras
mídias de publicidade seguem no
quadro abaixo:
Descrição
Part. % no total
TV
36,5%
Imprensa escrita
25,3%
Rádio
14,5%
Internet
11,6%
Cartazes
9,8%
Cinema
2,3%
Fonte: Kantar Media Baromètre – ADEX
Report 2012
4. Práticas comerciais
Formas e prazos de pagamento
Em geral o mercado efetua seus
pagamentos por meio de duplicatas
em prazo de 60 dias, sem incluir o
mês da compra. Os supermercados
e lojas de departamento trabalham
com prazos maiores. As cartas de
crédito não são uma prática bem
aceita devido ao custo elevado e
rigidez, exceto junto aos grandes
atacadistas/importadores e centrais
de compras. Os pagamentos contra
documentos ou por cobrança
bancária são os mais correntes no
mercado tradicional.
Como Exportar
Vale lembrar que um pedido
assinado pelo cliente representa
um documento legal para o caso
de necessidade de acioná-lo
juridicamente.
Modalidades de venda
Ainda que a venda seja realizada na
modalidade FOB (free on board),
quando da visita ou contato com o
comprador é indispensável dispor
das informações na modalidade
CIF (Cost Insurance Freight), com
os custos de frete e seguro. Essas
informações são importantes
para que o cliente possa fazer
comparação imediata com a sua
fonte de fornecimento atual ou
analisar a viabilidade da importação.
FRANÇA
Cumprimento dos prazos
É aconselhável muito rigor no
cumprimento de prazos acordados.
O mercado destaca esse aspecto
como de fundamental importância.
Preços
Habituados com uma economia com
inflação muito baixa, o mercado não
entende as mudanças de preços no
decorrer do ano. Em geral, trabalham
com as mesmas tarifas no ano, de
janeiro a dezembro.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
93
FRANÇA
Como Exportar
Foto: Massimiliano Pieraccini/shutterstock.com
Basílica do Sagrado Coração (em francês, basilique du Sacré-Cœur), Paris
94
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
VII - recomendações ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS
Em se tratando de um destino de
exportação, a França é um grande
mercado por si só, além de um
ponto de entrada para a União
Europeia (UE), o bloco econômico
mais rico do mundo, com 500
milhões de consumidores e um PIB
de US$ 17 trilhões em 2013.
A entrada no mercado francês pode
resultar em mais que apenas vendas
extras: seus recursos humanos,
técnicos, tecnológicos, e financeiros
abundantes podem ajudar empresas
brasileiras a ganhar competitividade
tanto em suas operações globais
como brasileiras.
Certas especificidades dos
mercados francês e europeu,
tais como diferenças marcantes
do Brasil em termos de cultura,
regulamentações, ou contexto
socioeconômico podem parecer
barreiras substantivas para uma
entrada bem-sucedida de empresas
brasileiras na Europa. Para lograr tais
objetivos, é recomendado:
• realizar uma análise abrangente
e profissional das condições do
mercado local na França e na UE,
e de suas diferenças em relação
ao mercado brasileiro;
• considerar todos os benefícios
potenciais de cada elo da cadeia
de valor da empresa brasileira e
não somente suas vendas;
• não se concentrar somente na
exportação direta de produtos,
mas considerar as diferentes
alternativas para penetrar no
mercado europeu, tais como
parcerias locais ou implantação
direta no país por via de
aquisição de empresa local.
O Setor de Promoção Comercial da
Embaixada do Brasil na França tem
entre seus objetivos a promoção de
investimentos brasileiros na França
e franceses no Brasil, bem como
identificar mercados onde empresas
brasileiras são competitivas e
estão aptas a desenvolver-se
internacionalmente.
Dentre as atividades do SECOM
cita-se a pesquisa de importadores
e/ou possíveis parceiros
comerciais, participação em salões
internacionais e organização de
encontros BtoB (Business to
Business) na França, criando
possibilidades para as empresas de
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
95
FRANÇA
realizar um trabalho de prospecção,
testar novos produtos e encontrar
diferentes agentes do comércio
internacional. (secom.paris@
itamaraty.gov.br).
1. Por que estar presente no
mercado francês?
1.1. A França é um grande mercado
localizado no centro do bloco
econômico mais rico do mundo
O PIB da França é apenas
ligeiramente maior que o do Brasil
em 2012 (US$ 2,5 trilhões), mas sua
Como Exportar
população de 66 milhões é menos
de um terço da população brasileira
de 201 milhões de habitantes.
A União Europeia, com participação
de 23% (US$ 16,7 trilhões) no
PIB mundial e somente 7,2%
da população (505 milhões de
pessoas), é o bloco econômico mais
rico do mundo.
A França é País membro-fundador da
União Europeia, representando 13%
de sua população e 15,6% de seu
PIB, respectivamente.
Ilustração: Participação da França no PIB da UE28 e da UE28 no PIB
mundial
Fonte: NeoFocus Strategy & Finance, « How to design winning market entry strategies »,
2013 edition
96
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
A União Europeia é um mercado
economicamente integrado, que
permite a livre movimentação
de pessoas, bens e recursos
financeiros. Efetivamente, as
barreiras ao comércio dentro da UE
são extremamente baixas:
• não há impostos de importação
sobre bens comercializados
dentro do bloco, com raras
exceções, tais como álcool e
tabaco;
• padrões de qualidade e de
segurança e regulamentações
estão, em grande parte,
harmonizadas dentro da UE,
uma vez que estão cobertas pela
estrutura legislativa da UE;
• empresas europeias já estão
acostumadas ao comércio com
países da UE (85% do comércio
externo dos países da UE se dão
com os outros países da própria
UE).
1.2. A França está estrategicamente localizada na UE
A França está estrategicamente
localizada no bloco econômico,
fazendo fronteira com todas as
maiores potências da UE.
FRANÇA
1.3. Empresas brasileiras com
operações na Europa podem
ganhar competitividade
Os mercados europeus em geral,
e francês em particular, podem
dar a impressão, de serem pouco
atrativos, pois são mercados
maduros, competitivos, com
crescimento relativamente baixo
e margens de lucro inferiores às
margens no mercado brasileiro.
No entanto, a UE é o maior bloco
econômico do mundo, onde
inúmeras empresas e grupos
internacionais conseguiram
desenvolver as capacidades
necessárias para instalar-se e
atuar com sucesso. Para isso,
é recomendável uma estratégia
que combine exportação e uma
implantação local.
Apesar dos custos de mão de obra
elevados, as empresas europeias
são altamente competitivas em razão
de sua alta produtividade e eficiência,
pois contam com:
• automação intensiva e
infraestrutura eficiente;
• alto grau de inovação e produtos
e serviços mundialmente
competitivos;
• grande contingente de pessoas
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
97
FRANÇA
altamente qualificadas e
disponíveis;
• inflação baixa, que resulta em
taxas de juros baixas;
• níveis de consumo relativamente
estáveis, que permitem melhor
planejamento das capacidades
de produção por parte das
empresas;
• margens observadas no mercado
europeu são aparentemente
menores do que as de mercados
de maior crescimento, porém
são mais estáveis a longo prazo
e menos afetados pela inflação
ou por variações cambiais.
1.4. Os recursos franceses de altatecnologia podem ser alavancados
na melhoria da competitividade em
outros mercados
A França dispõe de profissionais
altamente especializados, diversos
projetos de pesquisa teórica e
aplicada junto a instituições públicas
ou laboratórios privados, bem
como um amplo leque de incentivos
para atividades de Pesquisa e
Desenvolvimento.
O país integra a elite de países
com indústrias de alta tecnologia,
tais como eletrônica, aeroespacial,
98
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
defesa, automotiva, ferroviária,
energia, farmacêutica, biotecnologia
e genética. No ranking mundial
de brevets por países, a França
posiciona-se em quarto lugar e, na
Europa, é o segundo país com maior
número de registros de brevets.
A entrada gradual no mercado
francês permitirá a empresa adquirir
tecnologia e competitividade, que
poderá ser transposta às suas
atividades no Brasil, acarretando
ganhos de produtividade.
Nos casos de eventual reexportação
para o Brasil, a empresa poderá
beneficiar de incentivos franceses
à exportação (crédito com taxas
de juros privilegiadas, seguro de
crédito, financiamentos, franquia
de impostos, investimentos entre
outros.
Como Exportar
FRANÇA
1.5. O uso de financiamento local pode baixar o custo geral de entrada
significativamente
As taxas de juros normais são substancialmente mais baixas na França (TME
- Taxa de juros dos empréstimos do Estado):
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Taxa Selic Anual
11,8%
12,4%
9,9%
9,7%
11,6%
8,4%
8,2%
TME
4,4%
3,5%
3,7%
3,2%
3,4%
2,6%
2,3%
Fonte: Banco Central do Brasil; Banque de France
Adicionalmente, vários organismos públicos dão suporte financeiro
específico para empresas estrangeiras implantarem-se na França. Esse
auxílio pode ser através de isenções fiscais, empréstimos a taxas de
juros subsidiadas ou garantias. Dentre os organismos destinados a atrair
investimentos diretos estrangeiros cita-se a agência nacional AFII (Agence
Française pour les Investissments Internationaux, ou Invest in France), Paris
Développement, ADERLY (Agence pour le Développement Économique de la
Région Lyonnaise) e diversas outras agências regionais, fundos europeus
para re-industrialização de áreas específicas, ou até mesmo as próprias
autoridades locais que competem por geração de empregos.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
99
FRANÇA
Como Exportar
Ferramenta: estruturação financeira de projetos
Fonte: NeoFocus Strategy & Finance, « How to design winning market entry strategies »,
2013 edition
2. As dificuldades de acesso ao mercado francês podem ser superadas
2.1. Resistência a novos entrantes é mais alta em mercados maduros que
em mercados emergentes...
Em mercados de alto crescimento, novos atores podem mais facilmente
posicionar-se no novo mercado resultante do crescimento econômico.
Para ganhar participação em mercados maduros, um novo ator deve
conquistar fatias de um mercado existente, deslocando outros competidores
já instalados. Assim, o mercado francês pode apresentar mais resistência
em relação a novos atores, em comparação a mercados de alto crescimento.
100 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FRANÇA
2.2. … mas a diferenciação é uma ferramenta eficaz para superar os
obstáculos da competição
Empresas recém-instaladas na França devem ter uma oferta mais atraente
que as dos competidores existentes no mercado: ter uma relação preço/
qualidade melhor, ou atender melhor às necessidades do cliente (ou alguns
segmentos específicos de clientes).
Ilustração: etapas-chave para definir uma estratégia de entrada
vencedora
Fonte: NeoFocus Strategy & Finance, « How to design winning market entry strategies »,
2013 edition
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 101
FRANÇA
2.3. A Europa é um mercado
altamente regulamentado...
Países europeus têm uma longa
história de regulamentações
(normas de qualidade, padrões,
etc.), tanto em nível nacional como
europeu, muitas das quais são
compatíveis de alguma forma com
outras regiões, tais como os EUA
(p.e. farmacêuticas, alimentos,
automotiva, etc...).
Alguns mercados são fortemente
protegidos, como nos setores
agrícola e pesqueiro por exemplo.
2.4. … mas o atendimento às
regulamentações europeias facilita
o atendimento de regulamentações
de outros mercados
Aderir às regulamentações na França
pode-se estender a exportação a
todos aos demais países da UE,
ampliando o mercado potencial para
500 milhões de consumidores com
poder de compra elevado;
Em terceiros países, as
regulamentações são inspiradas
pelas europeias. Neste sentido, o
cumprimento às regulamentações
europeias pode dar acesso àqueles
mercados.
102 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
2.5. A UE é um conjunto composto
por 28 países europeus, cada um
com seu próprio idioma, cultura,
gostos e hábitos...
Embora a França possa ser uma
porta de entrada para outros
países europeus, as empresas não
europeias não devem subestimar as
diferenças culturais entre os países.
Consequentemente, desenvolver
presença na UE a partir de uma
base francesa requer um nível de
adaptação significativo do marketing
mix, dependendo do produto e
mercado alvo.
2.6. ... um parceiro local pode
dispor do conhecimento necessário
para adaptar-se à diversidade
No processo de implantação na
UE, é necessário o entendimento
profundo das particularidades
nacionais, que pode ser obtido
com o apoio de parceiros locais,
que já possuam intimidade com
esse mercado. A escolha de um
parceiro local na França, e / ou
em outros mercados europeus é,
portanto, extremamente importante
para o sucesso da implementação
da estratégia de entrada, pois
determinará a velocidade, custos
Como Exportar
e riscos associados à entrada.
Parceiros potenciais devem,
portanto, ser selecionados e
avaliados cuidadosamente antes do
início da implantação.
2.7. Diferenças culturais entre o
Brasil e a França podem levar a
mal-entendidos e divergências...
Formas de pensar, gerir, comunicar
ou negociar podem variar
substancialmente entre Brasil e
França. Por exemplo:
• cidadãos e empresas franceses
tendem a ser mais avessos
a riscos que os brasileiros
correspondentes;
• a cultura empresarial francesa
atribui grande importância aos
conceitos e às demonstrações
intelectuais, enquanto a cultura
brasileira usualmente privilegia
soluções pragmáticas e
adaptativas ao longo do tempo.
2.8. … mas o entendimento
dessas diferenças e o ajuste
correspondente nas práticas de
gestão, comunicação e negociação
têm se tornado mais produtivo
Com o crescimento do comércio
através das fronteiras e também
FRANÇA
com a globalização geral a partir
da década de 1980, experiência
considerável se tornou disponível
em termos de melhores práticas em
relações comerciais entre muitos
países, incluindo França e Brasil.
Ao longo dos últimos 20 anos,
muitas pesquisas foram realizadas
para medir, mitigar e estreitar de
forma estruturada as diferenças entre
culturas empresariais. Consultores
especializados podem providenciar o
suporte necessário para superar as
barreiras culturais.
3. Conclusão
Empresários brasileiros que visam os
mercados francês e europeu devem,
portanto:
• realizar pesquisas aprofundadas
sobre o mercado, bem como
sobre os potenciais concorrentes
franceses e europeus. Antes
de comprometer recursos
humanos e financeiros
significativos, aconselha-se
ao exportador brasileiro o
contato com consultores locais
especializados, bem como com
o SECOM-Paris, Tel.: +331
4561-6380 e secom.paris@
itamaraty.gov.br
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 103
FRANÇA
• suas ofertas sejam claramente
diferenciadas, de forma a evitar
ou provocar resistências frontais
de concorrentes existentes no
mercado alvo;
• fazer um “stress test” abrangente
de seus produtos contra os
de concorrentes existentes na
Europa;
• considerar a Europa como um
mercado único dos pontos de
vista de alfândega e logística
e, portanto, considerar opções
futuras de entrada em outros
países europeus quando entrar
em qualquer país europeu;
• levar em consideração a
heterogeneidade do mercado
europeu nos aspectos culturais
e hábitos de consumo, que
impactam o marketing e a
estratégia implantação (p.e.
idiomas, legislações nacionais,
etc.)
• ter presente a França e a Europa
como fontes de competitividade
que pode beneficiar sua
empresa, inclusive no mercado
brasileiro.
O Setor de Promoção Comercial
da Embaixada Brasileira em
Paris coloca-se à disposição
das empresas brasileiras para
104 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
auxiliá-las em seu processo de
internacionalização e identificação de
marcados.
Dentre as atividades do SECOM
cita-se a pesquisa de importadores
e/ou possíveis parceiros
comerciais, participação em salões
internacionais e organização de
encontros BtoB na França, criando
possibilidades para as empresas de
realizar um trabalho de prospecção,
testar novos produtos e encontrar
diferentes agentes do comércio
internacional. Análises mais
detalhadas demandarão o apoio de
prestadores de serviços locais.
Como Exportar
FRANÇA
ANEXOS
I – ENDEREÇOS
1. Órgãos oficiais brasileiros na
França
Embaixada do Brasil em Paris
34, Cour Albert 1º
75008 – Paris
Tel.: (331) 4561-6380 (Secom)
E-mail: [email protected]
www.bresil.org
Delegação do Brasil junto à Unesco
1, Rue Miollis
75732 – Paris – CEDEX 15
Tel.: (331) 4568-2901
E-mail: [email protected]
2. Órgãos oficiais franceses
2.1 No Brasil
Embaixada da França
SES – Avenida das Nações, Quadra
801, Lote 4
70404-900 – Brasília – DF
Tel.: (61) 3222-3999
E-mail: [email protected]
www.ambafrance.org.br
Câmara de Comércio França-Brasil
- CCBF
Tel.: (11) 3060-2290
E-mail: [email protected]
www.ccfb.br
2.2 Na França
Câmaras de Comércio e Indústria
CCIP – Chambre de Commerce et
d’Industrie de Paris
Tel.: +33 (0)1 55 65 36 73
E-mail: [email protected]
Chambre de Commerce
International - CCI Paris Ile-deFrance
Tel.: +33 (0)820 012 112
Principais entidades de classe
AACC -Association des Agences
Conseils en Communication
E-mail: [email protected]
www.aacc.fr
ANIA- Association Nationale des
Industries Alimentaires
E-mail: [email protected]
www.ania.net
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 105
FRANÇA
Armateurs de France
E-mail: [email protected]
www.armateursdefrance.org
UFBJOP - Fédération française de la
Bijouterie, Joaillerie, Orfèvrerie, du
Cadeau, des Diamants, Pierres et
Perles et Activités qui s’y rattachent
E-mail: [email protected]
www.bjop-france.com
CAPEB - Confédération de
l’Artisanat et des Petites
Entreprises du Bâtiment
E-mail: [email protected]
www.capeb.fr
CCFA - Comité des Constructeurs
Français d’Automobiles
www.ccfa.fr
CDCF - Conseil du Commerce de
France
E-mail: conseilducommerce@cdcf.
com
www.cdcf.com
CFQ – Confédération Française
de la Quincaillerie, Fournitures
industrielles - Bâtiment – Habitat
E-mail: [email protected]
www.francequincaillerie.biz
106 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
CGI - Confédération française du
Commerce Interentreprises
E-mail: [email protected]
www.cgi-cf.com
CICF - Confédération des Industries
Céramiques de France
E-mail: [email protected]
CNPA - Conseil National des
Professions de l’Automobile
E-mail: [email protected]
www.cnpa.fr
COPACEL - Confédération Française
de l’Industrie des Papiers, Cartons
et Celluloses
E-mail: [email protected]
www.copacel.fr
FBF - Fédération Bancaire
Française
www.fbf.fr
FCD - Fédération des Entreprises
du Commerce et de la Distribution
www.fcd.asso.fr
FFF- Fédération Française de la
Franchise
E-mail: [email protected]
www.franchise-fff.com
Como Exportar
FRANÇA
Fédération des Ascenseurs
E-mail: [email protected]
www.ascenseurs.fr
FFSA - Fédération Française des
Sociétés d’Assurances
www.ffsa.fr
Fédération des Chambres
Syndicales de l’Industrie du Verre
E-mail: [email protected]
www.verre-avenir.org
FFTB - Fédération Française des
Tuiles et Briques
E-mail: [email protected]
www.fftb.org
FCJTF – Fédération Française des
Entreprises de Gros, Importation,
Exportation en Chaussures, Jouets,
Textiles
E-mail: [email protected]
www.fcjt.org
FEDENE- Fédération Française
des Entreprises Gestionnaires
de Services aux Equipements, à
l’Energie et à l’Environnement
www.fg3e.fr
FEDA – Fédération des Syndicats
de la Distribution Automobile
E-mail: [email protected]
www.feda.fr
Fédération de la Plasturgie
E-mail: [email protected]
www.laplasturgie.fr
FEP - Fédération des Entreprises de
Propreté et Services Associés
E-mail: [email protected]
www.proprete-services-associes.com
FIB - Fédération de l’Industrie du
Béton
E-mail: [email protected]
www.fib.org
FICG - Fédération de l’Imprimerie
et de la Communication Graphique
E-mail: [email protected]
www.ficg.fr
FIEEC - Fédération des Industries
Electriques, Electroniques et de
Communication
E-mail: [email protected]
www.fieec.fr
FFB - Fédération Française du
Bâtiment
www.ffbatiment.fr
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 107
FRANÇA
FIEV - Fédération des Industries
des Equipements pour Véhicules
E-mail: [email protected]
www.fiev.fr
FIM - Fédération des Industries
Mécaniques
www.fim.net
FEBEA - Fédération des Entreprises
de la Beauté
E-mail: [email protected]
FIPEC - Fédération des Industries
des Peintures, Encres, Couleurs,
Colles et Adhésifs
E-mail: [email protected]
www.fipec.org
FJP - Fédération Française des
Industries Jouet-Puériculture
www.fjp.fr
FNADE - Fédération Nationale des
Activités de la Dépollution et de
l’Environnement
E-mail: [email protected]
www.fnade.com
FNB - Fédération Nationale des
Boissons
E-mail: [email protected]
108 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
FNB - Fédération Nationale du Bois
E-mail: [email protected]
www.fnbois.com
FEDIM - Fédération Française de la
Distribution Industrielle
E-mail: [email protected]
FENNTISS - Fédération Nationale
du Tissu
E-mail: [email protected]
FENSCOPA - Fédération Nationale
des Syndicats de Commerce de
Gros en Produits Avicoles
E-mail: [email protected]
FFNMC - Fédération Française
des Négociants en Matériaux de
Construction
E-mail: [email protected]
www.ffnmc.com
FGME - Fédération Nationale des
Syndicats de Grossistes en Matériel
Electrique et Electronique
E-mail: [email protected]
FNAS - Fédération Française des
Négociants en Appareils Sanitaires,
chauffage, climatisation et
canalisations
E-mail: [email protected]
www.fnas.fr
Como Exportar
FND - Fédération Nationale de la
Décoration
E-mail: [email protected]
www.federation-decoration.fr/
FNICGV - Fédération Nationale des
Industries du Commerce de Gros
des Viandes
E-mail: [email protected]
FPC - Fédération Nationales des
Promoteurs-Constructeurs
E-mail: [email protected]
www.fnpc.fr
FNTP - Fédération Nationale des
Travaux Publics
E-mail: [email protected]
www.fntp.fr
GIFAS - Groupement des Industries
Françaises Aéronautiques et
Spatiales
E-mail: [email protected]
www.gifas.asso.fr
GITL - Groupement Interprofessionnel
du Transport et de la Logistique
www.gitl.fr
LEEM - Les Entreprises du
Médicament
www.leem.org
FRANÇA
Les Fondeurs de France
E-mail: [email protected]
www.fondeursdefrance.org
UCV - Union du Grand Commerce
de Centre Ville
E-mail: [email protected]
www.ucv.com
UFIH - Union Française des
Industries de l’Habillement
E-mail: secretariatufih@
lamodefrancaise.org
www.lamodefrancaise.org
UFIP - Union Française des
Industries Pétrolières
www.petrole.fr
UFISS - Union Fédérale des
Industries et Services de la
Sécurité
E-mail: [email protected]
www.ufiss.fr
UIC - Union des Industries
Chimiques
E-mail: [email protected]
www.uic.fr
UIMM - Union des Industries et
Métiers de la Métallurgie
E-mail: [email protected]
www.uimm.fr
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 109
FRANÇA
UIT - Union des Industries Textiles
E-mail: [email protected]
www.textile.fr
UMIH - Union des Métiers et des
Industries de l’Hôtellerie
E-mail: [email protected]
www.upih.com
UNIFA - Union Nationale des
Industries Françaises de
l’Ameublement
E-mail: [email protected]
www.unifa.org
3. Principais bancos
BNP Paribas
www.bnpparibas.net
LCL
www.lcl.com
Credit Agricole
www.credit-agricole.fr
CIC-Credit Industriel Et Commercial
www.cic.fr
Societe Generale
www.socgen.com
Banque Populaire Caisse d’Épargne
www.bpce.fr
110 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
4. Principais agências governamentais envolvidas com licitações
Le Portail des Marchés Publics
A lista das licitações e/ou atribuições
é publicada no Jornal Oficial e poderá ser consultada no site:
www.journalofficiel.gouv.fr
5. Principais feiras e exposições
A seguir, uma seleção das feiras mais
importantes. O calendário completo
poderá ser consultado no sítio:
www.ccip.fr/foireuro/pays16.htm ou
na revista LE MOCI - Moniteur du
Commerce International (le Kiosque):
www.lemoci.com ou no sítio do
Ministério das Relações Exteriores:
www.brasilglobalnet.gov.br
Meuble Paris
Salão de móveis.
Salão destinado a profissionais.
E-mail: meuble-paris@
expandsolutions.fr
www.meuble-paris.net
Trade Expo Paris
Salon du Commerce en Volume et de
la Distribution
E-mail: [email protected]
www.tradexpo-paris.com
Como Exportar
Salon International de la Lingerie
www.eurovet.fr
Who’s Next Laboratoire des
Nouvelles Tendances
E-mail: [email protected]
www.whosnext.com
Interfiliere
www.interfiliere.com
Maison&Objet
E-mail: [email protected]
www.maison-objet.com
Eclat de Mode/Bijorhca
E-mail: [email protected]
www.reedexpo.fr
Le Salon de la Maroquinerie
E-mail: maroquinerie.francaise@
wanadoo.fr
www.leSalondelaMaroquinerie.com
Salon International de L’Agriculture
E-mail: [email protected]
www.comexposium.com
SIMA - Simagena - Simavip - Le
Mondial des Fournisseurs de
L’Agriculture et de L’Elevage
E-mail: [email protected]
www.comexposium.com
FRANÇA
Premiere Classe - Salon International
de L’Accessoire de Mode
E-mail: [email protected]
www.premiere-classe.com
MOD’AMONT - Salon International
des Fournitures et Accessoires de
la Mode
E-mail: [email protected]
Expofil
E-mail: [email protected]
www.expofil.com
Premiere Vision - Premier Salon
Mondial des Tissus D’Habillement
E-mail: [email protected]
www.premierevision.fr
Salon International de
L’Aeronautique et de L’Espace Paris Le Bourget
E-mail: [email protected]
www.paris-air-show.com
Europain - Salon Mondial de la
Boulangerie, de la Patisserie et des
Traiteurs & Intersuc
E-mail: [email protected]
www.europain.com
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
111
FRANÇA
Equip Auto - Salon International
des Technologies, Equipements
et Services Automobile et
Equipements de Garage
Comexposium
E-mail: [email protected]
www.equipauto.com
Batimat - Salon International de la
Construction
E-mail: [email protected]
www.batimat.com
6. Estudos de mercado
A seguir, algumas empresas
passíveis de fornecimento e/ou
elaboração de estudos de mercado:
Eurostaf
E-mail: [email protected]
www.eurostaf.fr
Como Exportar
Sergeco
E-mail: [email protected]
Tns Sofres
www.tns-sofres.com
Xerfi
E-mail: [email protected]
www.xerfi.fr
7. Aquisição de documentação
Imprimerie Nationale
E-mail: [email protected]
Librairie du Commerce International
E-mail: [email protected]
www.ubifrance.fr
É possível consultar as principais
leis, decretos e portarias publicadas
no Journal Officiel a partir de 1990,
no sitio: www.legifrance.gouv.fr
NeoFocus France
E-mail: [email protected]
www.neofocus.fr
Documentação publicada pela União
Europeia:
E-mail: [email protected]
http://publications.europa.eu/
NeoFocus do Brasil / Valuepoint
Consultoria de Gestão
E-mail: [email protected] /
[email protected]
www.neofocus.com.br / www.
valuepoint.com.br
8. Principais centrais de compras
Provera Alimentaire (Cora, Match e
outros)
E-mail: [email protected]
www.provera.fr
112 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
Cora Non Alimentaire
E-mail: [email protected]
Auchan Import-Export
www.auchanimportexport.com
EMC Distribution (Casino, Franprix,
Monoprix-Prisunic e Leader Price)
E-mail: [email protected]
www.emc.groupe-casino.fr
Francap Distribution
www.francap.com
Carrefour Hypermarches France
www.carrefour.fr
Groupement Achat Centre Leclerc
SC Galec
www.e-leclerc.com
9. Principais empresas de
transporte
Schenker S.A.
www.schenker.fr
FRANÇA
10. Inspeção de embarques
STR France
www.strfrance.fr
Socotec
www.socotec.fr
11. Outros endereços úteis
Direction Générale des Douanes et
Droits Indirects
www.douane.gouv.fr
Le Centre de Renseignements des
Douanes de Paris
Tel.: (Paris): +33 (0) 53 24 68 24
INSEE- Institut National des
Statistiques et Services
Economiques
www.insee.fr
COFACE – Compagnie Française
d’Assurance pour le Commerce
Extérieur
E-mail: [email protected]
www.coface.com
Danzas
E-mail: [email protected]
Calberson Europe
www.calberson.com
DHL : 0825 10 00 80
FEDEX : 0820123800
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 113
FRANÇA
II – Informações práticas
1. Comunicações telefônicas
Para efetuar uma ligação para um
número francês do Brasil:
Prefixo França: (+33) + prefixo
região (um dígito) + número do
correspondente
Para efetuar ligações telefônicas
dentro da França, substitui-se o
prefixo francês (+33) por zero.
Por exemplo, em Paris os números
começam com 01.
Para ligações telefônicas a cobrar
no Brasil, basta ligar para o número
0800 990 055 e seguir as instruções
da Embratel.
Para ligações a serem pagas na
França, há diversos operadores que
propõem tarifas competitivas:
- Telerabais
http://www.telerabais.com
Para um número fixo no Brasil:
0811658181
Para um celular no Brasil:
0891656565
114 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
- Simplicitel
http://www.simplicitel.com/
Telefone : 3299
- Teleplanete
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Para um celular no Brasil: 0821
615 600
Para um celular no Brasil: 0891 655
600
Para o uso das cabines telefônicas
é necessário cartão com circuito
integrado.
Correio
Envio de cartas ao Brasil:
Peso
Até 20g
De 50g
De 100g
De 250g
De 500g
De 1000g
De 2000g
Valor
em
Euros
0,98
1,78
2,40
5,65
7,40
10,85
17,00
Valor
aproximado em
US$ (12/2014)
1,20
2,20
2,96
6,97
9,13
13,4
21,00
Como Exportar
FRANÇA
Envio de pacotes ao Brasil:
Valor em
Euros
Valor aproximado em
US$ (12/2014)
Até 100g
3,30
4,72
Até 250g
Até 500g
Até 1000g
Até 2000g
6,25
8,05g
11,85
17,60
7,71
9,93
14,62
21,71
Peso
Remessas expressas de cartas (até 1kg):
Descrição
Chonopost
DHL
Fedex
Vr. Aproximado
US$
111,00
135,70
197,00
Prazo
Telefone
2 a 6 dias
2 dias
2 dias
(1)
0825 100 080
0820 123 800
(1) Depósito em qualquer agência dos correios.
Mais informações no sitio: www.chronopost.com
2. Pesos e medidas
A França utiliza o “Sistema Internacional de Medidas”. Trata-se do sistema
métrico decimal, com seis unidades básicas: metro, quilograma, segundo,
ampére, graus Celsius e Watt.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 115
FRANÇA
3. Feriados
São 10, os dias feriados na França:
1° de janeiro Ano Novo
1° de maio
Dia do Trabalho
Término da
8 de maio
Primeira Guerra
Segunda-feira
Religioso
de Páscoa
Quinta feira
Religioso
da Ascensão
Festa Nacional
14 de julho
(Queda da Bastilha)
Religioso
15 de agosto
(Assunção)
1° de
Todos os Santos
novembro
11 de
Armistício
novembro
25 de
Natal
dezembro
4. Fuso horário
Não existe diferença de fuso horário
na França metropolitana. A diferença
com o Brasil (horário de Brasília) é a
seguinte:
• Do último domingo de março até
o último domingo de setembro a
diferença é de 5 horas;
116 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar
• Do último domingo de setembro
até a data da entrada do horário
de verão, no Brasil, a diferença é
de 4 horas;
• A partir da data de início do
horário de verão no Brasil até a
data do término, a diferença é de
3 horas;
• A partir da data de término do
horário de verão no Brasil até
o último domingo de março a
diferença é de 4 horas;
5. Horário comercial
• Bancos: em geral, das 9h às
16h. Várias agências abrem aos
sábados;
• Escritórios: das 9h às 12h e
das 14h às 18h (a carga horária
semanal é de 35 horas e as
empresas modulam as horas de
acordo com suas conveniências,
existem empresas que abrem
somente quatro dias na semana);
• Lojas de departamento: de
segunda a sábado das 9h às
20h, um dia na semana tem
horário noturno até às 21h;
• Pequeno comércio: Em geral
o horário é de 10h às 19h. A
maioria abre aos sábados, mas
fecha às segundas-feiras.
Como Exportar
FRANÇA
6. Corrente elétrica
9. Vacinas
A voltagem é de 220 Volts. Os tipos
de tomadas utilizadas são “C” e
“E”, necessitando de um adaptador
para ligar os aparelhos elétricos
brasileiros.
Não há exigências de vacinas para a
entrada de brasileiros na França.
7. Períodos recomendados para
viagens
Os melhores períodos para viagens
de negócios na França são:
• de setembro até a primeira
quinzena de dezembro; e
• de janeiro até final de abril.
O mês de maio funciona em ritmo
lento, uma vez que tem três feriados
e as pessoas costumam emendálos com outros dias. Nos meses de
junho e julho é raro começar algum
projeto novo, por causa das férias
que se aproximam. Durante o mês
de agosto a maioria das empresas
fecha para férias coletivas, ou
funciona com número reduzido de
funcionários.
8. Visto de entrada
Atualmente não é necessário visto de
entrada para brasileiros que entram
no país como turista por um período
de até 3 meses.
10. Hotéis
A seguir, a título indicativo, lista de
hotéis
Bristol
www.hotel-bristol.com
Crillon
www.crillon.com
George V
www.fourseasons.com
Inter-Continental
www.intercontinental.com
Le Meurice
www.meuricehotel.com
Peninsula
http://paris.peninsula.com
Plaza-Athenée
www.plaza-athenee-paris.com
Royal Monceau
www.leroyalmonceau.com
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 117
FRANÇA
Como Exportar
Burgundy
http://www.leburgundy.fr
Atlantic
www.atlanticparis.fr
Concorde-Lafayette
www.concorde-lafayette.com
Bedford
www.hotelbedford.com
Elysée Régencia
www.regencia.com
Champs de Mars
www.hotelduchampdemars.com
Franklin Roosevelt
www.hroosevelt.com
Fortuny
www.paris-tourisme.com/hotelfortuny/index.html
Littré
www.hotellittreparis.com
Majestic
www.majestic-hotel.com
Méridien
www.lemeridien.com
Montaigne
www.hotel-montaigne.com
Novotel Paris Tour Eiffel
http://www.novotel.com/fr/hotel3546-novotel-paris-centre-tour-eiffel/
index.shtml
Regina
www.regina-hotel.com
Royal Saint-Honoré
www.hotel-royal-st-honore.com
118 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Grand Hôtel Saint Michel
www.hotel-saintmichel-paris.com
Jardin de l’Odéon
www.hoteljardinodeonparis.com
Molière
www.hotel-moliere.fr
Queen Mary
http://www.hotelqueenmary.com
Pavillon Montaigne
www.hotel-paris-pavillonmontaigne.
com
Hotel du Louvre
www.paris-hotel-place-du-louvre.
com
Como Exportar
FRANÇA
BIBLIOGRAFIA
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FMI. Direction of Trade Statistics, January 2009
FMI. International Financial Statistics, February 2009
FMI. World Economic Outlook Database October 2013
FMI. Report for Selected Countries and Subjects
UNCTAD/ITC/Trademap
UNCTAD, World Investment Report, 2014
EIU. The Economist Intelligence Unit, Country Profile France
EUROPA. Portal Oficial da União Europeia
EUROSTAT
EUROSTAF
- AGRESTE, Statistique Agricole, Ministère de l’Agriculture, de
l’Agriculture et de la Forêt
Banque de France
DEGITM/DST. Direction Générale des Infrastructures, des Transports et
de la Mer/ Direction de la Surveillance du Territoire
Direction Générale des Douanes et Droits Indirects
Direction Générale du Trèsor. Les Cahiers de la Direction Générale du
Trèsor
FFSA – Fédération Française des Sociétés d’Assurance
France Agrimer
Guide de la Grande et Moyenne Distribution en France – DCASPL
(Direction du Commerce de l’Artisanat, des Services et des Professions
Libérales), 2005-2006.
INED – Institut National d’Études Démographiques
INSEE Instut National de la Statistique et des Etudes Economiques
Le Commerce en France – INSEE – Références, 2008
Ministère de l’Économie, de l’Industrie et du Numérique
Ministère de l’Equipement, des Transports de l’Aménagement du
Territoire, du Tourisme et de la Mer
Ministère des Affaires Étrangères et du Développement International
Ministère des Finances et des Comptes Publiques
SOeS – Service de l’Observation et des Statisques
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 119
FRANÇA
Como Exportar
• Tableaux de l’Economie Française - INSEE – Références, 2008
• Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior / Secretaria
de Comércio Exterior / AliceWeb
• Banco Central do Brasil
• Ministério das Relações Exteriores / Divisão de Atos Internacionais.
120 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012

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