Caos e Dinâmica Unidimensionais - PET Matemática
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Caos e Dinâmica Unidimensionais - PET Matemática
Caos e Dinâmica Unidimensionais Caos e Dinâmica Unidimensionais Matheus Augusto Bannack Diniz Orientador: Professor Dr. José Renato Ramos Barbosa Universidade Federal do Paraná 01 de Agosto de 2013 Caos e Dinâmica Unidimensionais Objetivos Objetivos i) Apresentar alguns resultados relacionados à dinâmica unidimensional de mapas; Caos e Dinâmica Unidimensionais Objetivos Objetivos i) Apresentar alguns resultados relacionados à dinâmica unidimensional de mapas; ii) Exibir uma série de resultados relativos à teoria do caos no âmbito unidimensional. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Iterações de mapas Definição e exemplo Definição: Um mapa é uma função f : I → I . (Aqui, I é um intervalo da reta.) Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Iterações de mapas Definição e exemplo Definição: Um mapa é uma função f : I → I . (Aqui, I é um intervalo da reta.) Observação: A partir de um x0 ∈ I , via um processo iterativo, denotaremos f (xn ) = xn+1 (n = 0, 1, 2, . . .). A solução desta equação é uma sequência (x0 , x1 , x2 , . . .) em I , tal que a mesma é válida para n = 0, 1, 2, . . .. Ao ponto x0 , chamamos de valor inicial. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Exemplo: Seja f : R → R, onde f (x) = 3x − 1. Suponhamos x0 = 1. Então: Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Exemplo: Seja f : R → R, onde f (x) = 3x − 1. Suponhamos x0 = 1. Então: x0 = 1, Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Exemplo: Seja f : R → R, onde f (x) = 3x − 1. Suponhamos x0 = 1. Então: x0 = 1, x1 = f (x0 ) = f (1) = 2, Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Exemplo: Seja f : R → R, onde f (x) = 3x − 1. Suponhamos x0 = 1. Então: x0 = 1, x1 = f (x0 ) = f (1) = 2, x2 = f (x1 ) = f (2) = 5, Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Exemplo: Seja f : R → R, onde f (x) = 3x − 1. Suponhamos x0 = 1. Então: x0 x1 x2 x3 = 1, = f (x0 ) = f (1) = 2, = f (x1 ) = f (2) = 5, = f (x2 ) = f (5) = 14, Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Exemplo: Seja f : R → R, onde f (x) = 3x − 1. Suponhamos x0 = 1. Então: x0 x1 x2 x3 x4 = 1, = f (x0 ) = f (1) = 2, = f (x1 ) = f (2) = 5, = f (x2 ) = f (5) = 14, = f (x3 ) = f (14) = 41, Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Exemplo: Seja f : R → R, onde f (x) = 3x − 1. Suponhamos x0 = 1. Então: x0 x1 x2 x3 x4 .. . = 1, = f (x0 ) = f (1) = 2, = f (x1 ) = f (2) = 5, = f (x2 ) = f (5) = 14, = f (x3 ) = f (14) = 41, Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Iterações de mapas Exemplo: Seja f : R → R, onde f (x) = 3x − 1. Suponhamos x0 = 1. Então: x0 x1 x2 x3 x4 .. . = 1, = f (x0 ) = f (1) = 2, = f (x1 ) = f (2) = 5, = f (x2 ) = f (5) = 14, = f (x3 ) = f (14) = 41, xn = f (xn−1 ) = xn−1 + 3n−1 (n-ésima iterada de x0 ). Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Pontos fixos Pontos fixos Definição e exemplo Definição: Seja f : I → I um mapa. x ∈ I é ponto fixo de f se f (x) = x. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Pontos fixos Pontos fixos Definição e exemplo Definição: Seja f : I → I um mapa. x ∈ I é ponto fixo de f se f (x) = x. Exemplo Para encontrar os pontos fixos de g : R → R, onde g (x) = x 2 − x − 3, devemos encontrar as raı́zes da equação x 2 − x − 3 = x (que são −1 e 3). Graficamente, os pontos fixos de g são aqueles cujo gráfico intersecta o gráfico da função identidade. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Pontos fixos Figura : Pontos de interseção dos gráficos f (x) = x e g (x) = x 2 − x − 3. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Pontos fixos Pontos fixos Classificação dos pontos fixos Definição: Seja f : I → R diferenciável. Um ponto fixo p de f é dito: Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Pontos fixos Pontos fixos Classificação dos pontos fixos Definição: Seja f : I → R diferenciável. Um ponto fixo p de f é dito: i) Atrator (ou estável) se |f 0 (p)| < 1; Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Pontos fixos Pontos fixos Classificação dos pontos fixos Definição: Seja f : I → R diferenciável. Um ponto fixo p de f é dito: i) Atrator (ou estável) se |f 0 (p)| < 1; ii) Repulsor (ou instável) se |f 0 (p)| > 1; Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Pontos fixos Pontos fixos Classificação dos pontos fixos Definição: Seja f : I → R diferenciável. Um ponto fixo p de f é dito: i) Atrator (ou estável) se |f 0 (p)| < 1; ii) Repulsor (ou instável) se |f 0 (p)| > 1; iii) Indiferente se |f 0 (p)| = 1. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Órbitas e órbitas periódicas Órbitas e órbitas periódicas Definições e exemplos Definição: Sendo xn+1 = f (xn ), a sequência de iteradas (x0 , x1 , x2 , . . .) é uma órbita de x0 sobre f . Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Órbitas e órbitas periódicas Órbitas e órbitas periódicas Definições e exemplos Definição: Sendo xn+1 = f (xn ), a sequência de iteradas (x0 , x1 , x2 , . . .) é uma órbita de x0 sobre f . Exemplo: Se f : R → R com f (x) = 2x + 1 a órbita de x0 = 1 sobre f é (1, 3, 7, 15, 31, . . .), seguindo infinitamente. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Órbitas e órbitas periódicas Definição: Seja f : I → I . O mapa f n = |f ◦ f ◦ f{z◦ . . . ◦ f} n vezes é a n-ésima iterada de f . Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Órbitas e órbitas periódicas Definição: Seja f : I → I . O mapa f n = |f ◦ f ◦ f{z◦ . . . ◦ f} n vezes é a n-ésima iterada de f . Exemplo: No processo de iteração, x3 = f (x2 ) = f (f (x1 )) = f (f (f (x0 ))) = f 3 (x0 ). Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Órbitas e órbitas periódicas Definição: Seja f : I → I . O mapa f n = |f ◦ f ◦ f{z◦ . . . ◦ f} n vezes é a n-ésima iterada de f . Exemplo: No processo de iteração, x3 = f (x2 ) = f (f (x1 )) = f (f (f (x0 ))) = f 3 (x0 ). Para n = 0, 1, 2, . . ., a n-ésima iterada de x0 sobre f é dada por xn = f n (x0 ). Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Órbitas e órbitas periódicas Definição: x ∈ I é um ponto periódico (de perı́odo n) de f : I → I se f n (x) = x, para algum n ∈ N. O menor inteiro positivo para o qual esta igualdade é válida é dito perı́odo primo de x. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Órbitas e órbitas periódicas Definição: x ∈ I é um ponto periódico (de perı́odo n) de f : I → I se f n (x) = x, para algum n ∈ N. O menor inteiro positivo para o qual esta igualdade é válida é dito perı́odo primo de x. Exemplo: A sequência (x0 , x1 , x2 , . . . , xn , x1 , x2 , . . . , xn , . . .) representa uma órbita periódica de perı́odo n. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Órbitas e órbitas periódicas Definição: x ∈ I é um ponto periódico (de perı́odo n) de f : I → I se f n (x) = x, para algum n ∈ N. O menor inteiro positivo para o qual esta igualdade é válida é dito perı́odo primo de x. Exemplo: A sequência (x0 , x1 , x2 , . . . , xn , x1 , x2 , . . . , xn , . . .) representa uma órbita periódica de perı́odo n. Se n = 2, como f 2 (x0 ) = x0 , temos que o perı́odo de x0 é 2. Além disso, o perı́odo primo de x0 também é 2, visto que f (x0 ) 6= x0 . Ademais, a órbita de x0 é (x0 , x1 , x0 , x1 , . . .), bem como a de x1 é (x1 , x0 , x1 , x0 , . . .). Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Diagrama de teia Diagrama de teia Definição e exemplo Sejam f : I → I e x0 ∈ I . A partir do gráfico de f , podemos obter a sequência de iteradas (x0 , x1 , x2 , . . .) de x0 sobre f . Para isso, ao invés de usar x0 para a obtenção de x1 , usaremos (x0 , x0 ) para obter (x1 , x1 ) e assim por diante. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Diagrama de teia Figura : Diagrama de teia das iteradas de (x0 , x0 ) sob f. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Diagrama de teia Dizemos então que a órbita de (x0 , x0 ) é atraı́da pelo ponto fixo diferente de 0 ou ainda que a órbita converge para tal ponto fixo. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Diagrama de teia Dizemos então que a órbita de (x0 , x0 ) é atraı́da pelo ponto fixo diferente de 0 ou ainda que a órbita converge para tal ponto fixo. Exemplo: Note que, se g (x) = 0, 5x(1 − x), 0 é ponto fixo de g . Então, temos que g 0 (x) = 0, 5 − x, donde |g 0 (0)| = 0, 5 < 1. Logo, 0 é ponto fixo atrator. Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Diagrama de teia Usando o diagrama de teia, também obtemos que 0 é ponto fixo atrator. De fato, Caos e Dinâmica Unidimensionais Conceitos Introdutórios Diagrama de teia Usando o diagrama de teia, também obtemos que 0 é ponto fixo atrator. De fato, Figura : Pelo diagrama de teia, 0 é ponto fixo atrator. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Famı́lias de mapas Famı́lias de mapas Definição Definição: Seja fµ um mapa que depende de um parâmetro µ. Chamamos de famı́lia de mapas a função µ 7→ fµ que para cada µ, associa um mapa fµ . Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico Mapa logı́stico Definição Definição: A famı́lia logı́stica de mapas µ 7→ Qµ é dada por Qµ (x) = µx(1 − x) onde x ∈ [0, 1] e µ > 0 ∈ R. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico A figura a seguir mostra os gráficos do mapa logı́stico para quatro valores diferentes de µ bem como o gráfico da função identidade. Figura : Os gráficos de Qµ e id. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico Mapa logı́stico Pontos fixos Para encontrar os pontos fixos do mapa logı́stico, resolvemos a equação µx(1 − x) = x. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico Mapa logı́stico Pontos fixos Para encontrar os pontos fixos do mapa logı́stico, resolvemos a equação µx(1 − x) = x. µx − µx 2 = x ⇔ µx − µx 2 − x = 0 ⇔ x(−µx + µ − 1) = 0 ⇔ x = 0 ou − µx + µ − 1 = 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico Mapa logı́stico Pontos fixos Para encontrar os pontos fixos do mapa logı́stico, resolvemos a equação µx(1 − x) = x. µx − µx 2 = x ⇔ µx − µx 2 − x = 0 ⇔ x(−µx + µ − 1) = 0 ⇔ x = 0 ou − µx + µ − 1 = 0. Então, da segunda igualdade, temos que x = µ−1 µ . Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico Sendo assim, os pontos fixos do mapa logı́stico são x =0 e x = µ−1 . µ Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico Sendo assim, os pontos fixos do mapa logı́stico são x =0 e x = Como x ∈ [0, 1], temos que: µ−1 . µ Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico Sendo assim, os pontos fixos do mapa logı́stico são x =0 e x = µ−1 . µ Como x ∈ [0, 1], temos que: i) se µ ≤ 1, x = 0 é o único ponto fixo; Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa logı́stico Sendo assim, os pontos fixos do mapa logı́stico são x =0 e x = µ−1 . µ Como x ∈ [0, 1], temos que: i) se µ ≤ 1, x = 0 é o único ponto fixo; ii) se µ > 1, além de x = 0, há um segundo ponto fixo µ−1 µ . Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa da tenda Mapa da tenda Definição Definição: A famı́lia da tenda de mapas µ 7→ Tµ é dada por Tµ (x) = µ4 (1 − |2x − 1|) onde x ∈ [0, 1] e µ > 0 ∈ R. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa da tenda Mapa da tenda Definição Definição: A famı́lia da tenda de mapas µ 7→ Tµ é dada por Tµ (x) = µ4 (1 − |2x − 1|) onde x ∈ [0, 1] e µ > 0 ∈ R. A figura a seguir mostra os gráficos do mapa da tenda para quatro valores diferentes de µ bem como o gráfico da função identidade. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa da tenda Figura : Os gráficos de Qµ e id. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa da tenda Mapa da tenda Pontos fixos Para que possamos determinar todos os pontos fixos do mapa logı́stico, basta resolver a equação µ (1 − |2x − 1|) = x. 4 Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Mapa da tenda Mapa da tenda Pontos fixos Para que possamos determinar todos os pontos fixos do mapa logı́stico, basta resolver a equação µ (1 − |2x − 1|) = x. 4 Resolvendo esta equação, percebemos que para µ = 1, 0 é o único ponto fixo e que, para µ = 2, há infinitos pontos fixos. Para outros valores de µ, há dois pontos fixos: 0 e um segundo que se aproxima de 1 conforme aumenta-se o valor de µ. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Definição e exemplo Uma bifurcação ocorre quando uma pequena alteração no valor de um parâmetro de um mapa provoca uma alteração súbita e qualitativa no seu comportamento. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Definição e exemplo Uma bifurcação ocorre quando uma pequena alteração no valor de um parâmetro de um mapa provoca uma alteração súbita e qualitativa no seu comportamento. Definição: O diagrama de bifurcação para os pontos fixos de uma determinada famı́lia de mapas µ 7→ fµ é o conjunto dos pares (µ, x) onde x é ponto fixo de fµ . Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Exemplo: Figura : Diagrama de bifurcação dos pontos fixos do mapa logı́stico. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Referente ao diagrama de bifurcação do mapa logı́stico, podemos afirmar onde os pontos fixos (0 e µ−1 µ ) são atratores e onde são repulsores: Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Referente ao diagrama de bifurcação do mapa logı́stico, podemos afirmar onde os pontos fixos (0 e µ−1 µ ) são atratores e onde são repulsores: i) Em 0, a derivada de Qµ é µ. Então, 0 é atrator se 0 ≤ µ < 1 e repulsor caso µ > 1. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Referente ao diagrama de bifurcação do mapa logı́stico, podemos afirmar onde os pontos fixos (0 e µ−1 µ ) são atratores e onde são repulsores: i) Em 0, a derivada de Qµ é µ. Então, 0 é atrator se 0 ≤ µ < 1 e repulsor caso µ > 1. ii) Em µ−1 µ , a derivada de Qµ é 2 − µ. Então, 1 < µ < 3 e repulsor caso µ > 3. µ−1 µ é atrator se Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Podemos reapresentar o diagrama de bifurcações como na figura a seguir. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Podemos reapresentar o diagrama de bifurcações como na figura a seguir. Figura : Diagrama de bifurcação dos pontos fixos do mapa logı́stico. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Famı́lias de pontos de perı́odo 2 Os pontos periódicos de perı́odo dois de Qµ são os pontos tais que Qµ2 (x) = x. Por um lado, temos que alguns dos pontos fixos de Qµ2 são pontos fixos de Qµ . Por outro, os que não são, serão os pontos de perı́odo primo 2 para Qµ . Construiremos os gráficos de Qµ2 para µ = 2, 8 e µ = 4 comparando, então, com os gráficos de Qµ para os mesmos valores. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação i) Para 0 ≤ µ < 3, Qµ e Qµ2 têm os mesmos pontos fixos. Para µ = 2, 8, os pontos fixos dos mesmos mapas são 0 e, aproximadamente, 0, 64. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação i) Para 0 ≤ µ < 3, Qµ e Qµ2 têm os mesmos pontos fixos. Para µ = 2, 8, os pontos fixos dos mesmos mapas são 0 e, aproximadamente, 0, 64. Figura : Gráficos de Qµ e Qµ2 respectivamente, para µ = 2, 8. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação ii) Se 3 < µ ≤ 4, o mapa Qµ2 tem dois pontos fixos extras que não são pontos fixos de Qµ , sendo, portanto, pontos de perı́odo primo 2 de Qµ . Sendo µ = 4, temos Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação ii) Se 3 < µ ≤ 4, o mapa Qµ2 tem dois pontos fixos extras que não são pontos fixos de Qµ , sendo, portanto, pontos de perı́odo primo 2 de Qµ . Sendo µ = 4, temos Figura : Gráficos de Qµ e Qµ2 respectivamente, para µ = 4. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Quando µ = 3, o gráfico da identidade e o gráfico de Qµ2 se tangenciam em um único ponto fixo (excluindo a origem). Para valores maiores do que 3, o mapa Qµ2 tem dois pontos fixos adicionais (além da origem e o ponto fixo dado por µ−1 µ ). Dessa 2 forma, dizemos que os pontos fixos de Qµ bifurcam em µ = 3. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Quando µ = 3, o gráfico da identidade e o gráfico de Qµ2 se tangenciam em um único ponto fixo (excluindo a origem). Para valores maiores do que 3, o mapa Qµ2 tem dois pontos fixos adicionais (além da origem e o ponto fixo dado por µ−1 µ ). Dessa 2 forma, dizemos que os pontos fixos de Qµ bifurcam em µ = 3. Teorema: Para µ > 3, além do par 0 e µ−1 µ de pontos fixos, o 2 mapa Qµ tem um outro par de pontos fixos dado por µ+1 x= ± 2µ p (µ + 1)(µ − 3) . 2µ Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Figura : Diagrama de bifurcação de Qµ com bifurcação em µ = 1 e µ = 3. Os pontos representados por linhas tracejadas são instáveis e os representados por linhas contı́nuas, estáveis. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Exemplo: Para µ = 3, 84, o mapa logı́stico apresenta uma órbita 3-periódica. Figura : Zoom do diagrama de bifurcação de Qµ para 3, 6 ≤ µ ≤ 4. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Exemplo: Figura : Pontos fixos de Q4n para n = 1, ..., 4. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Figura : Diagrama de bifurcação dos pontos fixos de Qµ para µ ≥ 2, 4. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Teorema de duplicação de perı́odo Para introduzirmos o teorema que rege esse tipo de bifurcação, definamos λ(µ) = ∂f (x(µ), µ). ∂x Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Teorema de duplicação de perı́odo Para introduzirmos o teorema que rege esse tipo de bifurcação, definamos λ(µ) = ∂f (x(µ), µ). ∂x Teorema: (Bifurcação de duplicação de perı́odo) Suponha que fµ (x) é de classe C 3 tal que: Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Teorema de duplicação de perı́odo Para introduzirmos o teorema que rege esse tipo de bifurcação, definamos λ(µ) = ∂f (x(µ), µ). ∂x Teorema: (Bifurcação de duplicação de perı́odo) Suponha que fµ (x) é de classe C 3 tal que: i) f00 (0) = −1, Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Teorema de duplicação de perı́odo Para introduzirmos o teorema que rege esse tipo de bifurcação, definamos λ(µ) = ∂f (x(µ), µ). ∂x Teorema: (Bifurcação de duplicação de perı́odo) Suponha que fµ (x) é de classe C 3 tal que: i) f00 (0) = −1, ii) dλ dµ (0) > 0, Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Teorema de duplicação de perı́odo Para introduzirmos o teorema que rege esse tipo de bifurcação, definamos λ(µ) = ∂f (x(µ), µ). ∂x Teorema: (Bifurcação de duplicação de perı́odo) Suponha que fµ (x) é de classe C 3 tal que: i) f00 (0) = −1, ii) dλ dµ (0) iii) 2 ∂3f ∂x 3 > 0, 2 ∂ f 2 (0, 0) + 3( ∂x 2 (0, 0)) > 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Então, existem intervalos não vazios (µ1 , 0) e (0, µ2 ) e um > 0 tais que: i) Se µ ∈ (µ1 , 0), então fµ tem um ponto fixo repulsivo e uma órbita atrativa de perı́odo 2 em (−, ) ; Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Então, existem intervalos não vazios (µ1 , 0) e (0, µ2 ) e um > 0 tais que: i) Se µ ∈ (µ1 , 0), então fµ tem um ponto fixo repulsivo e uma órbita atrativa de perı́odo 2 em (−, ) ; ii) Se µ ∈ (0, µ2 ), então fµ2 tem um único ponto fixo em (−, ) que ponto fixo atrator de fµ . Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Constante de Feigenbaum Definição: A primeira constante de Feigenbaum (δ) de um determinado mapa é o limite da razão dos comprimentos de intervalos definidos pelos pontos λi , (i = 1, 2, 3, 4, . . .) onde ocorrem as bifurcações de duplicação de perı́odo. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Diagrama de bifurcação Constante de Feigenbaum Definição: A primeira constante de Feigenbaum (δ) de um determinado mapa é o limite da razão dos comprimentos de intervalos definidos pelos pontos λi , (i = 1, 2, 3, 4, . . .) onde ocorrem as bifurcações de duplicação de perı́odo. δ = lim i→∞ λi−1 − λi−2 , λi − λi−1 onde δ vale, aproximadamente, 4, 669202. Caos e Dinâmica Unidimensionais Famı́lias de mapas e bifurcações Diagrama de bifurcação Figura : Representação da constante de Feigenbaum. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Condições para existência de caos Dependência sensı́vel Definição: f : [0, 1] → [0, 1] apresenta dependência sensı́vel em x se a seguinte condição é verdadeira para algum δ > 0 : para cada intervalo J aberto em [0, 1] contendo x, existe um y ∈ J e um n ∈ N tal que |f n (x) − f n (y )| ≥ δ. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Condições para existência de caos Dependência sensı́vel Definição: f : [0, 1] → [0, 1] apresenta dependência sensı́vel em x se a seguinte condição é verdadeira para algum δ > 0 : para cada intervalo J aberto em [0, 1] contendo x, existe um y ∈ J e um n ∈ N tal que |f n (x) − f n (y )| ≥ δ. Se tomarmos x0 e y0 em J, a figura a seguir sugere que, após n iterações, as iteradas se encontram separadas por pelo menos uma distância δ. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Figura : Gráficos das iterações de x0 e y0 . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Condições para existência de caos Conjunto denso de pontos periódicos Definição: Seja D ⊆ [0, 1]. D é dito denso em [0, 1] se para cada intervalo I ⊆ [0, 1], existir um ponto de D que pertence a I . O que caracteriza a segunda condição para a existência de caos em um mapa é que o conjunto de pontos periódicos do mapa f deve ser denso em [0, 1]. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Condições para existência de caos Transitividade Definição: f : [0, 1] → [0, 1] é dito transitivo se, para todo par de subintervalos I e J de [0, 1], existir um n ∈ N tal que f n (I ) ∩ J 6= ∅. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Condições para existência de caos Transitividade Definição: f : [0, 1] → [0, 1] é dito transitivo se, para todo par de subintervalos I e J de [0, 1], existir um n ∈ N tal que f n (I ) ∩ J 6= ∅. Vamos ver as ideias envolvidas com este conceito na figura a seguir. Sejam I = [0, 1; 0, 1005], J um subintervalo qualquer de [0, 1] e f uma função qualquer. Para que possamos perceber que alguma iterada de I intersecta J, plotamos o gráfico da órbita dos pontos extremos de I sob f . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Figura : Iteradas do intervalo I = [0, 1; 0, 1005]. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Figura : Iteradas do intervalo I = [0, 1; 0, 1005]. Assim, dados os intervalos I e J, percebemos que existe um n ∈ N tal que f n (I ) ∩ J 6= ∅. Nesse exemplo, n = 8. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Corcovas de mapas Para que possamos introduzir o conceito de iteradas sinuosas, precisaremos definir mapas de uma corcova e mapas de m corcovas. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Corcovas de mapas Para que possamos introduzir o conceito de iteradas sinuosas, precisaremos definir mapas de uma corcova e mapas de m corcovas. Definição: f é um mapa de uma corcova em [0, 1] se for contı́nuo e estritamente crescente de f (0) = 0 a f (b) = 1 e estritamente decrescente de f (b) = 1 a f (1) = 0, onde b ∈ [0, 1]. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Definição: f é um mapa de m corcovas em [0, 1] se existirem m + 1 pontos 0 = x0 < x1 < . . . < xm = 1, tais que f n é um mapa de uma corcova em cada intervalo [xi−1 , xi ]. Cada um desses intervalos é chamado de base da i-ésima corcova de f n . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Definição Definição: f apresenta iteradas sinuosas se: i) f n é um mapa de 2n−1 corcovas, para cada n ≥ 1; Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Definição Definição: f apresenta iteradas sinuosas se: i) f n é um mapa de 2n−1 corcovas, para cada n ≥ 1; ii) O comprimento da maior base das corcovas de f n tende a 0 quando n tende para ∞. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Definição Definição: f apresenta iteradas sinuosas se: i) f n é um mapa de 2n−1 corcovas, para cada n ≥ 1; ii) O comprimento da maior base das corcovas de f n tende a 0 quando n tende para ∞. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Exemplo: Figura : Gráficos de T4 , T42 , T43 e T44 . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Teorema: iteradas sinuosas =⇒ caos Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Teorema: iteradas sinuosas =⇒ caos Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então f tem dependência sensı́vel com constante de sensibilidade 12 . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Teorema: iteradas sinuosas =⇒ caos Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então f tem dependência sensı́vel com constante de sensibilidade 12 . Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então o conjunto de todos os pontos periódicos de f é denso em [0, 1]. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Teorema: iteradas sinuosas =⇒ caos Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então f tem dependência sensı́vel com constante de sensibilidade 12 . Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então o conjunto de todos os pontos periódicos de f é denso em [0, 1]. Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então f é transitiva. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Condições para existência de caos Iteradas sinuosas Teorema: iteradas sinuosas =⇒ caos Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então f tem dependência sensı́vel com constante de sensibilidade 12 . Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então o conjunto de todos os pontos periódicos de f é denso em [0, 1]. Lema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então f é transitiva. Teorema: Se f : [0, 1] → [0, 1] tem iteradas sinuosas, então f é caótico em [0, 1]. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Derivada Schwarziana Corcovas deformadas (“woggles”) Vamos partir de um exemplo para introduzir o conceito de corcova deformada. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Derivada Schwarziana Corcovas deformadas (“woggles”) Vamos partir de um exemplo para introduzir o conceito de corcova deformada. Exemplo Seja g (x) = 4x(1 − x) . 1 + 1000x 2 (x − 0, 5)2 (x − 1)2 Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Derivada Schwarziana Corcovas deformadas (“woggles”) Vamos partir de um exemplo para introduzir o conceito de corcova deformada. Exemplo Seja g (x) = 4x(1 − x) . 1 + 1000x 2 (x − 0, 5)2 (x − 1)2 Nos próximos slides, mostraremos o gráfico de g bem como os gráficos das quatro próximas iteradas de g . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Figura : Gráfico de g (x). Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Figura : Duas primeiras iteradas da função g . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Figura : Terceira e quarta iteradas da função g . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Se um mapa apresenta uma corcova deformada, então o mesmo não tem iteradas sinuosas. Podemos introduzir o seguinte teorema a fim de definir a Derivada Schwarziana de um mapa: Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Se um mapa apresenta uma corcova deformada, então o mesmo não tem iteradas sinuosas. Podemos introduzir o seguinte teorema a fim de definir a Derivada Schwarziana de um mapa: Teorema: Seja f : [0, 1] → [0, 1] um mapa simétrico de uma corcunda e três vezes diferenciável. Então f não poderá ter uma corcova deformada em um intervalo I se f 0 (x)f 000 (x) − c(f 00 (x))2 < 0 em todos os pontos x ∈ I tais quais f 0 (x) 6= 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Derivada Schwarziana Definição Definição: Seja f : I → I três vezes diferenciável. A derivada Schwarziana de f é definida por Sf (x) = 2f 0 (x)f 000 (x) − 3(f 00 (x))2 , para todo x ∈ I tal que f 0 (x) 6= 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Exemplo: Para o mapa Q4 (x) temos que: Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Exemplo: Para o mapa Q4 (x) temos que: Q40 (x) = 4 − 8x; Q400 (x) = −8; Q4000 (x) = 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Exemplo: Para o mapa Q4 (x) temos que: Q40 (x) = 4 − 8x; Q400 (x) = −8; Q4000 (x) = 0. Então, SQ (x) = 2(4 − 8x).0 − 3(−8)2 = −192, ∀x ∈ I tal que f 0 (x) 6= 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Lema: Se f possuir uma corcova deformada, existe um intervalo aberto I contido na base da corcova em questão tal que: i) f 0 > 0 em I ou f 0 < 0 em I , e Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Lema: Se f possuir uma corcova deformada, existe um intervalo aberto I contido na base da corcova em questão tal que: i) f 0 > 0 em I ou f 0 < 0 em I , e ii) Existe um ponto a ∈ I tal que f 0 (a)f 000 (a) ≥ 0 e f 00 (a) = 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Lema: Se f possuir uma corcova deformada, existe um intervalo aberto I contido na base da corcova em questão tal que: i) f 0 > 0 em I ou f 0 < 0 em I , e ii) Existe um ponto a ∈ I tal que f 0 (a)f 000 (a) ≥ 0 e f 00 (a) = 0. Teorema: Seja f um mapa simétrico de uma corcova. Se f não tem iteradas sinuosas, então f 0 (0) ≤ 1 ou algum f n tem uma corcova deformada. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Teorema: Seja f um mapa simétrico de uma corcova. Se f 0 (0) > 1 e f tem derivada Schwarziana negativa (exceto no ponto x = 12 ), então f tem comportamento caótico. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Teorema: Seja f um mapa simétrico de uma corcova. Se f 0 (0) > 1 e f tem derivada Schwarziana negativa (exceto no ponto x = 12 ), então f tem comportamento caótico. Prova: Seja f um mapa simétrico e de uma corcova. Suponha que f 0 (0) > 1 e que f tem derivada Schwarziana negativa. A contra positiva do teorema anterior afirma o seguinte: Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Teorema: Seja f um mapa simétrico de uma corcova. Se f 0 (0) > 1 e f tem derivada Schwarziana negativa (exceto no ponto x = 12 ), então f tem comportamento caótico. Prova: Seja f um mapa simétrico e de uma corcova. Suponha que f 0 (0) > 1 e que f tem derivada Schwarziana negativa. A contra positiva do teorema anterior afirma o seguinte: “Se f 0 (0) > 1 e todas as iteradas de f (f n ) não apresentam corcovas deformadas, então f tem iteradas sinuosas”. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Derivada Schwarziana Contudo, pelo lema anterior, podemos afirmar que f n não apresenta corcovas deformadas. De fato, por hipótese f é um mapa de uma corcova simétrico com derivada Schwarziana negativa. Unindo este fato à contra positiva acima explicitada, temos que f tem iteradas sinuosas. Como vimos, se f tem iteradas sinuosas, f tem comportamento caótico, como querı́amos demonstrar. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Conjugação topológica Conjugação topológica Definição Definição: Seja f : I → J. Diremos que f é um homeomorfismo se f é contı́nua e se f −1 : J → I também é. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Conjugação topológica Conjugação topológica Definição Definição: Seja f : I → J. Diremos que f é um homeomorfismo se f é contı́nua e se f −1 : J → I também é. Definição: Um mapa f : I → I é topologicamente conjugado a um mapa g : J → J se existir um homeomorfismo h : I → J tal que h ◦ f = g ◦ h. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Conjugação topológica Conjugação topológica Definição Definição: Seja f : I → J. Diremos que f é um homeomorfismo se f é contı́nua e se f −1 : J → I também é. Definição: Um mapa f : I → I é topologicamente conjugado a um mapa g : J → J se existir um homeomorfismo h : I → J tal que h ◦ f = g ◦ h. Teorema: Suponha que f : [0, 1] → [0, 1] e g : [0, 1] → [0, 1] são conjugadas topologicamente via h. Se f é caótico em [0, 1], g também será. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Exemplos de mapas caóticos Mapa logı́stico Mostraremos agora que, o mapa logı́stico apresenta caos para µ = 4. Veremos isso de duas maneiras distintas. A primeira delas será a prova de que Q4 apresenta iteradas sinuosas. A segunda irá se basear no cálculo da derivada Schwarziana de Q4 . Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Exemplos de mapas caóticos Mapa logı́stico Mostraremos agora que, o mapa logı́stico apresenta caos para µ = 4. Veremos isso de duas maneiras distintas. A primeira delas será a prova de que Q4 apresenta iteradas sinuosas. A segunda irá se basear no cálculo da derivada Schwarziana de Q4 . i) Q4 tem iteradas sinuosas: Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Exemplos de mapas caóticos Mapa logı́stico Mostraremos agora que, o mapa logı́stico apresenta caos para µ = 4. Veremos isso de duas maneiras distintas. A primeira delas será a prova de que Q4 apresenta iteradas sinuosas. A segunda irá se basear no cálculo da derivada Schwarziana de Q4 . i) Q4 tem iteradas sinuosas: Lema: Se f é um mapa de uma corcova em [0, 1], então f n é um mapa de 2n−1 corcovas em [0, 1]. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Sabemos que Q4 é um mapa de uma corcova em [0, 1]. Logo, Q4n é um mapa de 2n−1 corcovas no mesmo intervalo. Resta mostrar que o comprimento da maior base das corcovas de f n tende para 0 quando n tende para ∞. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Sabemos que Q4 é um mapa de uma corcova em [0, 1]. Logo, Q4n é um mapa de 2n−1 corcovas no mesmo intervalo. Resta mostrar que o comprimento da maior base das corcovas de f n tende para 0 quando n tende para ∞. Com algumas contas, obtemos que as raı́zes de f n são os números zk = sen2 ( kπ ), 2n k ∈ {0, 1, . . . , 2n−1 }. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Então, sendo [zk−1 , zk ] o intervalo base da k-ésima corcova de f n , escrevemos Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Então, sendo [zk−1 , zk ] o intervalo base da k-ésima corcova de f n , escrevemos [zk−1 , zk ] = [sen2 (k − 1)π kπ , sen2 ( n )]. n 2 2 Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Então, sendo [zk−1 , zk ] o intervalo base da k-ésima corcova de f n , escrevemos [zk−1 , zk ] = [sen2 (k − 1)π kπ , sen2 ( n )]. n 2 2 Com alguns cálculos, temos que zk − zk−1 → 0, se n → ∞, mostrando que Q4 tem iteradas sinuosas. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos ii) Teste da Derivada Schwarziana Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos ii) Teste da Derivada Schwarziana Como já calculado, Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos ii) Teste da Derivada Schwarziana Como já calculado, Q40 (x) = 4 − 8x; Q400 (x) = −8; Q4000 (x) = 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos ii) Teste da Derivada Schwarziana Como já calculado, Q40 (x) = 4 − 8x; Q400 (x) = −8; Q4000 (x) = 0. Então, SQ (x) = 2(4 − 8x).0 − 3(−8)2 = −192, ∀x ∈ I tal que f 0 (x) 6= 0. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos ii) Teste da Derivada Schwarziana Como já calculado, Q40 (x) = 4 − 8x; Q400 (x) = −8; Q4000 (x) = 0. Então, SQ (x) = 2(4 − 8x).0 − 3(−8)2 = −192, ∀x ∈ I tal que f 0 (x) 6= 0. Por outro lado, Q40 (0) = 4 > 1. Logo, Q4 é um mapa caótico. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Exemplos de mapas caóticos Mapa da tenda Para mostrar que o mapa da tenda é caótico para µ = 4, iremos levar em consideração que Q4 é caótico e exibiremos uma função f para a qual tem-se que f ◦ T4 = Q4 ◦ f , ou seja, provaremos que T4 e Q4 são topologicamente conjugados. Note que podemos redefinir o mapa da tenda (no intervalo [0, 1]) por 2x se 0 ≤ x ≤ 21 , T (x) = −2x + 2 se 21 ≤ x ≤ 1. Caos e Dinâmica Unidimensionais O caos unidimensional Exemplos de mapas caóticos Defina f (x) = 21 (1 − cos(2πx)). Mostraremos que f (T4 (x)) = Q4 (f (x)). De fato, 1 f (T4 (x)) = (1 − cos(4πx)) 2 = 1 − cos2 (2πx) 1 1 1 1 = 4( − cos(2πx))( + cos(2πx)) 2 2 2 2 = Q4 (f (x)) Caos e Dinâmica Unidimensionais Teorema de Sarkovksy O teorema Teorema de Sarkovksy O teorema Teorema: (Sarkovsky) Se um mapa f apresenta órbitas periódicas de perı́odo três, esse mapa apresentará órbitas periódicas de todos os perı́odos. Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas i) Sternberg S., Dynamical Systems. Dover Publications, Inc; ii) Banks J., Dragan V. e Jones A.; Chaos: A Mathematical Introduction. Cambridge Univestity Press, 2003; iii) Barbosa, J.R.R., Recorrências ou Equações a Diferenças Finitas. 2012. Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas i) Sternberg S., Dynamical Systems. Dover Publications, Inc; ii) Banks J., Dragan V. e Jones A.; Chaos: A Mathematical Introduction. Cambridge Univestity Press, 2003; iii) Barbosa, J.R.R., Recorrências ou Equações a Diferenças Finitas. 2012. Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas Referências Bibliográficas i) Sternberg S., Dynamical Systems. Dover Publications, Inc; ii) Banks J., Dragan V. e Jones A.; Chaos: A Mathematical Introduction. Cambridge Univestity Press, 2003; iii) Barbosa, J.R.R., Recorrências ou Equações a Diferenças Finitas. 2012. Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Lemas Introdutórios Teorema de Sarkovksy Lemas Introdutórios Lema A: Seja I = [a, b] um intervalo compacto e suponha que I ⊂ f (I ). Então, f tem um ponto fixo em I . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Lemas Introdutórios Teorema de Sarkovksy Lemas Introdutórios Lema A: Seja I = [a, b] um intervalo compacto e suponha que I ⊂ f (I ). Então, f tem um ponto fixo em I . Lema B : Se J e K = [a, b] são intervalos compactos com K ⊂ f (J), então existe um subintervalo compacto L ⊂ J tal que f (L) = K . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Teorema de Sarkovksy Demonstração Prova: Suponha que f tenha órbita periódica de perı́odo 3, a 7→ b 7→ c 7→ a 7→ . . . com a < b < c. Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Teorema de Sarkovksy Demonstração Prova: Suponha que f tenha órbita periódica de perı́odo 3, a 7→ b 7→ c 7→ a 7→ . . . com a < b < c. Sejam I0 = [a, b] e I1 = [b, c]. Então, como f (a) = b e f (b) = c, temos que f (I0 ) ⊃ I1 , f (I1 ) ⊃ I0 ∪ I1 . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Como f (I1 ) ⊃ I1 , pelo lema B, existe um intervalo compacto A1 ⊂ I1 com f (A1 ) = I1 . Novamente pelo lema B, como f (A1 ) = I1 ⊃ A1 , existe um subintervalo compacto A2 ⊂ A1 com f (A2 ) = A1 . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Como f (I1 ) ⊃ I1 , pelo lema B, existe um intervalo compacto A1 ⊂ I1 com f (A1 ) = I1 . Novamente pelo lema B, como f (A1 ) = I1 ⊃ A1 , existe um subintervalo compacto A2 ⊂ A1 com f (A2 ) = A1 . Então, A2 ⊂ A1 ⊂ I , ou seja, f 2 (A2 ) = I1 . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Intuitivamente, temos que An−2 ⊂ An−3 ⊂ . . . ⊂ A2 ⊂ A1 ⊂ I1 , com f n−2 (An−2 ) = I1 . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Intuitivamente, temos que An−2 ⊂ An−3 ⊂ . . . ⊂ A2 ⊂ A1 ⊂ I1 , com f n−2 (An−2 ) = I1 . Como f (I0 ) ⊃ I1 ⊃ An−2 , temos que existe um intervalo An−1 ⊂ I0 com f (An−1 ) = An−2 . Finalmente, como f (I1 ) ⊃ I0 , obtemos que existe An ⊂ I1 com f (An ) = An−1 . Com isso temos que An 7→ An−1 7→ . . . 7→ A1 7→ I1 . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Pelo Lema A, f n possui um ponto fixo, x, em An . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Pelo Lema A, f n possui um ponto fixo, x, em An . De fato, An ⊂ I1 = f n−2 (An−2 ) = f n−2 (f (An−1 )) = f n−1 (An−1 ) = f n−1 (f (An )) = f n (An ). Porém, f (x) está em I0 e todas as iteradas até n estão em I1 . Então, o perı́odo não pode ser menor do que n. Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Porém, f (x) está em I0 e todas as iteradas até n estão em I1 . Então, o perı́odo não pode ser menor do que n. Com efeito, por um lado f (x) ∈ I0 visto que x ∈ An e f (An ) = An−1 ⊂ I0 . Por outro lado, se f i (x) = x ∈ A ⊂ I1 para algum ı́ndice 1 < i < n, então f i+1 (x) = f (x) ∈ I0 . Caos e Dinâmica Unidimensionais Referências Bibliográficas Demonstração Porém, f (x) está em I0 e todas as iteradas até n estão em I1 . Então, o perı́odo não pode ser menor do que n. Com efeito, por um lado f (x) ∈ I0 visto que x ∈ An e f (An ) = An−1 ⊂ I0 . Por outro lado, se f i (x) = x ∈ A ⊂ I1 para algum ı́ndice 1 < i < n, então f i+1 (x) = f (x) ∈ I0 . Isso é um absurdo, visto que f 2 (x), . . . , f n (x) ∈ I1 . Logo, o perı́odo de f não pode ser menor do que n. Sendo assim, existe um ponto periódico de qualquer perı́odo n ≥ 3. Como f (I1 ) ⊃ I1 , existe um ponto fixo em I1 e levando em consideração que f (I0 ) ⊃ I1 e f (I1 ) ⊃ I0 , então existe um ponto fixo de perı́odo 2 em I0 que não é ponto fixo de f . Logo, se f tem órbitas periódicas de perı́odo 3, f apresentará órbitas periódicas de todos os perı́odos.