Dra. Laura Alcântara Monteiro - Papel dos diversos instrumentos de

Transcrição

Dra. Laura Alcântara Monteiro - Papel dos diversos instrumentos de
Título da sessão
Papel dos diversos instrumentos de
intermediação – Estimulo à Poupança e
alavancagem do processo produtivo
Laura Alcântara Monteiro
Luanda, 31 de Outubro de 2013
Apresentação-Crédito-Angola_V06 (Template BNA).pptx
2
Agenda
1.  Poupança como alavanca do crescimento
2.  Lançar uma agenda para o aumento da poupança em Angola
3.  Apoiar a banca a acelerar os rácios de Transformação
4.  Conclusão
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3
Nos últimos 5 anos a economia angolana tem tido um
crescimento estável, mas abaixo do seu passado recente
Evolução do PIB real de
Angola (2005-2012)
Evolução do PIB per capita
de Angola (2005-2012)
PIB real (2005 US$ bn)
PIB per capita (PPP US$ nominal)
150
10.000
Balança de Transações
Correntes (2008-2012)
Balança de Transações
Correntes (% PIB)
30%
+4%
100
8.000
+19%
6.000
+4%
+21%
12,6% 12,1%
10%
4.000
0%
2.000
-10%
0
-20%
50
0
20%
2005
2007
2009 2011
2006
2008 2010
2012
2005
2007
2009
2011
2006
2008
2010
2012
9,1%
8,5%
-10,0%
2008
2010
2009
2012
2011
Legenda
TACM
Taxa Anual de Crescimento Médio
Fonte: Dados do Banco Mundial do relatório EIU sobre Angola – Maio de 2013
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4
Angola recuperou da crise de liquidez de 2009, com um
crescimento impulsionado pelo sector não petrolífero
Balança de transações correntes de Angola é
dependente dos preços do petróleo1
Balança de Transações Correntes
(% do PIB)
Uma quebra de 37%
30
nos preços do
petróleo desencadeou
23,7%
uma crise de liquidez
20
Preços do Brent
(USD por barril)
O crescimento económico recente é
fomentado pelo sector de não petrolífero2
% de variação do PIB
30
150
20
17,9%
25,4%
23,3%
20,4%
100
-37%
9,1%
12,6%
13,8%15,0%
8,3%
10
8,5%
10
Sector não petrolífero
com um crescimento
acima do petrolífero
nos últimos anos
12,3%
50
2,4%
0
9,1%
3,9%
7,4%
-5,6%
Preços do Brent
(USD por barril)
-20
3,4%
9,7%
-3,0%
0
-10
7,8%
Balança de
Transacções
Correntes % do
PIB nominal
2006
2007
2008
0
-5,1%
-10
-10,0%
Sector petrolífero
Sector não petrolífero
-50
2009
2010
2011
-20
2007
Total PIB
2008
2009
1. Balança corrente como percentagem do PIB nominal versus preços de oil (barril USD) 2. Ministério do Planeamento e Banco Nacional de Angola
Fonte: Plano de Desenvolvimento Nacional (Ministério do Planeamento), Banco Mundial
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4,3%
2010
2011
2012P
5
Actuais metas do PND apontam para a continuação do
crescimento, mantendo-se o desafio da diversificação
Taxas de inflação irão
permanecer abaixo
dos 9% até 2017
Taxa média de crescimento
do PIB real de ~7% até 2017
Fortes excedentes
orçamentais
Taxa de crescimento do PIB (%)
Taxa de inflação (%)1
Equilíbrio orçamental (% do PIB)2
15
15
15
10,6%
10
10
7,4%
5
7%
8%
9,0% 9,0%
9%
8,0%
8%
7,0% 7,0% 7,0%
Ø 7%
7,7%
6,8%
5
4%
0
2012
V
a
P
l
ro
e
2013P
2014P 2015P 2016P 2017P
r
ve
is
s
õ
a
e
c
st
0
0
-3,4%
-5
2012 2013P 2014P 2015P 2016P 2017P
2010
2011
2012
2013P
Necessário que o investimento público cresça para ~12%
do PIB de forma a suportar o crescimento previsto
u
a
i de Preços no Consumidor 2. Saldo Global do Compromisso (Ministério das Finanças)
1. Com base no Índice
Fonte: Plano de Desenvolvimento
Nacional, Ministério do Planeamento, Banco Nacional de Angola,
s
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6
A poupança é uma alavanca chave para promover o
crescimento económico sustentado
A poupança tem um papel fundamental para o
aumento da capacidade produtiva futura
Em particular para promover o crescimento
sustentado não gerado pelo sector petrolífero
Dois factores críticos para a promoção deste
processo:
Aumento da taxa de poupança
Aumento da
produção/
rendimento
Crescimento
da capacidade
produtiva
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Maior taxa de
investimento
Aumentar a taxa de poupança
Aumentar a taxa de transformação de
poupança em crédito ao sector produtivo
Aumento
do capital
fixo disponível
7
Em Angola a poupança está alinhada à mediana regional dos
países ricos em recursos naturais
Poupança em relação
ao PIB (%) - 2012
A poupança em Angola e na região1
40
35
30
25
24
23
23
23
Ø 20
20
17
15
11
10
10
0
Botswana
Angola
Marrocos
Tunisia
Nigéria
Zambia
Namibia
Gana
África
do Sul
Quénia
1. Poupança agregada dos agentes económico públicos e privados em percentagem do PIB (Equivalente ao total de investimento somado aos saldo da Balança de Transacções Correntes)
Fonte: Derivação de informação do FMI e do Banco Mundial
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8
Mas os níveis de poupança não se traduzem em investimento
Os fluxos financeiros com o exterior e baixo rácio de transformação têm um impacto negativo
Os níveis de investimento são baixos1 em
comparação com a região
O rácio de transformação bancário é muito
baixo em termos internacionais
Investimento (% PIB) - 2012
Rácio de transformação liquido (%) - 2011
40
200
33,5%
30
160
30,1%
150
26,8% 26,5%
139
136
127
22,8%
Ø 21
19,2%
16,7% 16,6%
20
121
Ø 110
98
100
86
70
11,2% 10,8%
55
10
50
0
0
Marrocos
Gana
Tunisia
Namibia
Botswana
Zambia
Quénia
Angola
África
do
Sul
Nigéria
África
Marrocos3
Brasil
Paraguai
Angola
do Sul
Tunísia2
Arménia
Turquia
Nigéria
1. Valor de investimento é obtido por subtrair dos valores da poupança os saldos da Balança de Transações Correntes dos países correspondentes
2. 2010 3. 2008
Fonte: Banco Mundial; Bancos Centrais; FMI
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9
Agenda
1.  Poupança como alavanca do crescimento
2.  Lançar uma agenda para o aumento da poupança em Angola
3.  Apoiar a banca a acelerar os rácios de Transformação
4.  Conclusão
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10
Comparada internacionalmente a poupança em Angola tem
uma baixa participação das famílias
Por comparação internacional as poupanças
das famílias em Angola são diminutas
Face às dificuldades do crédito as empresas
tendem a financiar os seus próprios projectos
Poupança das famílias em % do PIB (2005-07)
Poupança das empresas em % do PIB (2005-07)
30
20
23
19
25
15
15
20
12
12
15
13
10
10
12
8
10
6
2
3
4
5
4
0
0
África
Angola
do Sul
(2012)
(2012) Filipinas
EUA
Coreia
China
do Sul
Alemanha
Índia
ìndia
Angola
Alemanha
Coreia
EUA (2012)1 Filipinas
África do Sul China
do Sul
(2012)
Poupança em Angola muito concentrada no estado através
da receita fiscal do petróleo
1. Utilizando para análise da composição da poupança a distribuição dos Depósitos a Prazo de acordo com o BNA em Junho de 2012, que apontava para depósitos de particulares de 25,49%
Fonte: BNA, The South African Reserve Bank, NSB (National Statistics Bureau of China), OCDE, Bancos Nacionais
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11
A distribuição assimétrica do rendimento concentra quase a
globalidade da poupança na população mais rica
A propensão para poupança está concentrada
nos segmentos de maior rendimento1
Mantendo-se uma parte relevante desta a
poupança fora dos bancos2
% de propensão para a poupança
mM de Kz
50%
500
39,8%
40%
15%
400
10
30%
9
10
10
9
300
210
20%
10%
% do M1
200
193
203
203
200
8
9
201
203
9
215
5%
14,6%
Valores
negligenciáveis
8,3%
100
0%
0%
0
1º Quintil
2º Quintil
3º Quintil
4º Quintil
Aumento do rendimento
Propensão para poupança
5º Quintil
Jan-13 Fev-13 Mar-13 Abr-13 Mai-13 Jun-13 Jul-13 Ago-13
% de notas e moedas em poder do público no M1
Valor de notas e moedas em poder do público
1. Dados do Inquérito do INE ao Bem-Estar da População (IBEP – 2008) - Fonte: INE [Nota: O índice de Gini de distribuição do rendimento era de 0,55, segundo o INE, em 2008, uma das mais
elevadas do mundo]
2. Dados de contas monetárias – Fonte: BNA
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10%
12
Os depósitos existentes têm prazos médios reduzidos e
elevada percentagem de moeda estrangeira
Composição da estrutura de funding dos
Bancos (2012)1
%
Nota: em Angola a remuneração dos depósitos
é baixa, apesar dos spreads elevados2
Em % (2012)
100
9%
80
26%
Em Agosto de 2013
47% dos depósitos
encontravam-se em
moeda estrangeira
60
25
20
15
100%
Considerando a
taxa de inflação de
10% no mesmo ano
a taxa real é
negativa
13%
36%
10%
40
10
65%
20
Taxa de juro de depósitos MN
13%
5
12%
8%
8%
8%
Spread
7%
5%
7%
4%
30%
5%
4%
5%
3%
3%
4%
4%
0
0
Total
Fundos
Outro Depósitos Ordem
próprios passivo
Prazo
Angola
Gana
Nigéria
Botswana
Namibia
Marrocos
Quénia
Zambia
África
do Sul
A estrutura de funding dos bancos reduz a capacidade dos
mesmos atribuírem créditos em prazos mais longos
1. Fonte: BNA, Estudo Banca em Detalhe 2012
2. Fonte: FMI, Bancos Centrais Nacionais – taxas de juro de médio prazo (menos de 1 ano)
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13
É necessária uma agenda para fomentar a poupança e dirigir a
mesma para maiores prazos e em moeda nacional
Principais
alavancas
Áreas chave
Aumentar a
bancarização
Reforçar a
poupança através
da dinamização da
oferta
Diversificar oferta
de produtos e a
sua forma de
prestação
Promover a
poupança
bancária
Melhorar estrutura
de funding da
banca
Desafios a enfrentar
•  Redes bancárias concentradas nos principais centros urbanos
•  Reduzidos níveis de literacia geral e formação financeira
•  Falta de estrutura legal para suportar instituições de micro-finanças
•  Diversificação da oferta de produtos na banca
•  Diversificação de produtos para clientes de menores rendimentos
•  Escassez de produtos de poupança para pensões (privados e públicos)
•  Criação de empregos qualificados (maior nível de rendimentos)
•  Aplicação em activos reais, fora do sistema bancário
•  Estrutura etária da população muito jovem conduz a uma reduzida
apetência pela poupança
Aumentar
estrutura da
maturidade dos
depósitos
•  Remuneração reduzida dos instrumentos de poupança
•  Poucos fundos institucionais (de pensões, seguros de vida) com posições
de maior maturidade
•  Inexistência de mercado secundário de dívida
Aumentar
poupança em
moeda nacional
•  Remuneração de instrumentos em Kz pouco competitiva dada a inflação e
falta de diversidade
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14
Dinamização da oferta
Exemplos de alavancas para dinamizar a oferta, em especial
no mercado de menores rendimentos
Principais
alavancas
Reforçar a
poupança através
da dinamização da
oferta
Áreas chave
Exemplos de alavancas de dinamização da poupança
Aumentar a
bancarização
•  Alavancar redes existentes (BUE, Nosso Super/ Poupa Lá, agências
postais)
•  Utilização de agências alternativas móveis (caravanas) e de
correspondentes bancário (acordos com redes de retalho)
•  Reforço dos programas de literacia financeira
•  Minimizar tempo e documentação necessários para registo (abertura de
conta, pequeno empréstimo)
Diversificar oferta
de produtos e a
sua forma de
prestação
Promover a
poupança
bancária
•  Contas mais pequenas com serviços mais económicos (no entanto,
empréstimos podem ser cobrados com juros mais elevados)
•  Produtos financeiros com regras simplificadas , para serem de
entendimento fácil pela população com menores índices de literacia
•  Promover inovação financeira em produtos de maior maturidade
•  Promover contas poupança para aquisição de habitação
•  E-banking, soluções móveis
•  Dinamizar programa de poupança nacional
•  Fomentar a poupança via produtos como fundo de pensões e seguros
de vida
Em Angola alguns destas soluções já estão a ser
implementadas, mas é preciso ir mais longe
Fonte: Benchmark; Análise MinEc
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15
Backup
ACESSO AO SISTEMA BANCÁRIO
Dinamização da oferta
Em
Angola
já existem
iniciativas
dedicadas a promover a
MELHORES
PRÁTICAS
IDENTIFICADAS
NO BENCHMARK
bancarização junto da população
Promover a bancarização reduzindo os
custos e a burocracia
Utilizar autoridades tradicionais para
promover serviços financeiros
O BNA lançou em 2011 o projecto Bankita
para reforçar a bancarização da população
•  Redução do valor para abertura de uma conta
bancária (100 Kz)
•  Simplificação da documentação para abertura
de conta (qualquer documento válido)
•  Parceria com os Bancos comerciais
O projecto SOBA do BPC é criado para
promover o acesso a serviços financeiros
•  As populações de comunidades rurais e de
baixo rendimento poderão ter acesso a um
conjunto de produtos de microfinanças
(abertura de conta, poupanças, micro-crédito,
etc.) sendo os Sobas os agentes económicos
do BPC junto da comunidade
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16
Dinamização da oferta
Exemplos de experiências internacionais relevantes para
promover o acesso a serviços financeiros
Contas bancárias simplificadas
Plano nacional de inclusão financeira
•  A África do Sul criou contas bancárias simplificadas
e sem custos de gestão (Mzansi) em que para
abertura de conta é apenas necessário um número
de identificação válido
•  A Nigéria elaborou um plano integrado para o sector
financeiro (2020 Strategy), onde inclui o objectivo de
aumentar em 20% até 2020 os níveis de
bancarização
–  Iniciativas na área de crédito, incluindo fundo
para PMEs, garantia de crédito para PMEs,
centros de reestruturação e refinanciamento da
dívida, sistema de informação de crédito
agrícola, etc.)
•  Projecto com semelhanças ao Bankita
Fomento dos seguros agrícolas
•  A África do Sul está a criar PPPs de forma a
garantir que os seguros agrícolas são acessíveis
para todos os produtores e rentáveis para as
seguradoras
–  Em África apenas a África do Sul, Etiópia, o
Quénia, o Malawi e o Senegal oferecem serviços
de seguro agrícolas
Agência de crédito agrícola
•  Marrocos criou um Banco Agrícola para financiar
projectos agrícolas com fundos públicos,
acompanhar a sua execução e assegurar a
capacitação técnica
–  A agência SFDA, recentemente criada, é
dedicada ao crédito agrícola para pequenos e
médios agricultores
1. Société de financement pour le développement agricole- ver
http://www.aujourdhui.ma/maroc-actualite/economie/societe-de-financement-pour-le-developpement-agricole-sfda-une-nouvelle-solution-de-financement-pour-les-petits-agriculteurs-56397.html
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17
Exemplos de modelos alternativos explorados para
minimização de custos em Marrocos
Utilizar as redes existentes
(Attijari Wafa, Banco Al Barid)
Utilização das redes de correios e do
pequeno retalho
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Dinamização da oferta
Utilizar agências móveis/temporárias
(Banque Centrale Populaire)
Alavancar a experiência já existente do
BPC
18
Dinamização da oferta
Dois exemplos internacionais de iniciativas de fomento da
poupança e aumento das suas maturidades
Programa dirigido ao
fomento da poupança
Fomento de fundos de pensões e do
incremento das comparticipações
Moçambique lançou a Campanha Nacional de
Promoção da Poupança com um objectivo ambicioso
de atingir 80% da população com produtos de
poupança
•  Incrementar as iniciativas em curso no país para
fomentar a captação de mais poupanças
•  Induzir os mecanismos inovadores para mobilizar
poupança que permita financiar os empreendedores
A China promoveu o aumento da poupança das
famílias reforçando a importância do sistema público
de pensões 2
•  A reforma do sistema de pensões foi acompanhada
da promoção do reforço das contribuições voluntárias
das famílias devido ao evoluir da pressão da
estrutura demográfica e de uma maior incerteza na
manutenção de postos de trabalho (privatização da
maioria das empresas públicas)
•  O novo formato parcial de capitalização tornou mais
tangível para os contribuintes o valor das suas
contribuições
Exemplos de acções estratégicas
•  Reactivar a utilização dos serviços de rede postal (ex.
Correios) e outros actores (ex. Cantineiros) como
instituições de intermediação financeira
•  Incentivar o aparecimento de instituições de microfinanças e a inovação no sector bancário tradicional
(crédito e poupança para baixo rendimento)
Moçambique possui já algum desenvolvimento no
sector das micro-finanças1
•  11 instituições registadas com ~320 mil depositantes
e ~72 mil empréstimos
•  Em comparação Angola possuía 3 operadores de
micro-finanças, ~15 mil empréstimos
O reforço da poupança para pensões originou meios
financeiros com maior maturidade
•  Os fundos de pensões preferem posições com maior
maturidade face ao perfil dos recebimentos e
pagamentos
•  Estes instrumentos ajudam os bancos a possuir uma
estrutura de funding que lhes permite reforçar o
crédito com maior maturidade
1. Fonte: Mix – Microfinance Information Exchange 2. Fonte: "China’s high saving rate: myth and reality" – Bank of International Settlements
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19
Estrutura de Funding
Reforçar a poupança em moeda nacional e em maiores
prazos irá melhorar a estrutura de funding da banca
Principais
alavancas
Melhorar estrutura
de funding da
banca
Áreas chave
Exemplos de alavancas de melhoria do funding
Aumentar
estrutura da
maturidade dos
depósitos
•  Fomentar o aparecimento de fundos de pensões e de seguros de vida
em moeda nacional
•  Tornar os instrumentos de longo prazo mais atractivos (maior
remuneração) – por exemplo, através de emissão de certificados do
tesouro com taxas mais elevadas que actuais depósitos, para levar os
bancos, através dos mecanismos de concorrência a reforçar as
remunerações de depósitos
•  Desenvolver mercados financeiros nacionais para permitir
alavancagem (por exemplo, acelerar constituição do mercado
secundário de dívida – no longo prazo)
Aumentar
poupança em
moeda nacional
•  Criar mecanismos de discriminação positiva da remuneração de
instrumentos em moeda nacional (por exemplo, através da carga fiscal)
O reforço das maturidades é crítica para potenciar o
crédito na economia
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20
Agenda
1.  Poupança como alavanca do crescimento
2.  Lançar uma agenda para o aumento da poupança em Angola
3.  Apoiar a banca a acelerar os rácios de Transformação
4.  Conclusão
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21
A evolução do sistema financeiro tem sido grande mas
persistem limitações
Sistema Financeiro Angolano evoluiu nos últimos anos:
•  Nr. de bancos saltou de 9 no início dos anos 2000 para 21 bancos activos hoje1
•  Os activos totais aumentaram de menos de USD 3 biliões em 2000 para mais de USD 61 biliões em 20121
•  O crédito ao sector privado em proporção ao PIB cresceu de 5% em 2004 para 21% em 20122
Apesar destas melhorias, sistema sofre de algumas limitações:
•  MPME têm dificuldade de acesso ao crédito
•  Taxa de crescimento de crédito sofreu desacelaração
Problema da “assimetria da informação” parece ser relevante
•  Instituições financeiras têm dificuldade a aferir a idoneidade creditícia e solvabilidade dos potenciais
mutuários
•  Sendo necessário reforçar a prestação de contas públicas e auditadas das empresas para reforçar a
informação de suporte a processos de crédito
•  E desenvolver os registos de direitos de propriedade de forma a fortalecer a criação de garantias de suporte
ao crédito
•  Tal como desenvolver os serviços de suporte à informação tal como os peritos avaliadores
1. Fonte: Banca em Análise 2013 - Delloite
2. Fonte: BNA; Banca em Análise Deloitte 2012; Análise BCG
3. Apenas 20% das empresas angolanas preparam demonstrações financeiras anuais verificadas por auditores externos – média africana é de 40%
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22
Embora o volume tenha aumentado desde 2009, o peso do
crédito à economia estagnou nos últimos 4 anos
Estagnação do peso do crédito reflecte-se no
crescimento lento do rácio de transformação
Crédito (mM Kz)
Crédito/PIB (%)
25
4,000
21
20
20
21
20
3,000
2,393
15
1,957
2,000
1,509
10
1,272
1,000
5
0
0
2009
2010
2011
2012
Rácio de transformação líquido1
54%
57%
55%
60%
Rácio de transformação bruto2
56%
Crédito/PIB
Crédito
61%
60%
65%
1. RT líquido = Crédito liquido de provisões/Depósitos totais; 2. RT bruto = Crédito bruto de provisões / Depósitos totais
Notas: O âmbito do projecto apenas inclui crédito doméstico; Dados SSIF a partir de 2010, // Fonte: BNA; Banca em Análise Deloitte, 2010, 2011 e 2012; Análise BCG
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23
Sendo que angola possui níveis de crédito e rácios de
transformação estão abaixo dos benchmarks regionais
Angola abaixo da média de países ricos em
recursos da região no crédito em % do PIB1
Recordatório: Angola possui rácios de
transformação reduzidos face ao benchmark
Stock de crédito sobre PIB (%) - 2012
Rácio de transformação liquido (%) - 2011
150
200
160
115
150
100
80
79
100
52
136
127
121
Ø 110
98
86
70
51
50
139
Ø 50
35
32
55
50
21
19
15
0
0
Marrocos
Tunisia
África
do
Sul
Namibia
Quénia
Gana
Nigéria
1. Fonte: Informação derivado do FMI e análise do MinEc
2. Fonte: Banco Mundial; Bancos Centrais;
3. 2010
4. 2008
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Zambia
Angola
Botswana
África
Marrocos4
Brasil
Paraguai
Angola
do Sul
Tunísia3
Arménia
Turquia
Nigéria
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Há medidas que podem reforçar o crédito na economia,
algumas delas já em implementação
Ideias para reforçar o papel dos bancos na
concessão de crédito
Algumas das ideias para reforço do crédito ao
sector produtivo estão em implementação
Promover aparecimento de novos
instrumentos de crédito e liquidez
•  Desenvolvimento do leasing
•  Introdução do factoring, especialmente
importante face ao prazo médio de
recebimento em Angola ser prolongado
•  Desenvolvimento do crédito imobiliário
Programas específicos para facilitação de
acesso a crédito a MPME (o Angola Investe)
Promover a concessão do crédito pelos
bancos nacionais
•  Apoiar a banca na melhoria nos processos de
concessão de crédito
•  Melhorar a partilha de informação na CIRC,
reforçando assim a sua funcionalidade
•  Melhorar os processos de constituição de
hipotecas e aperfeiçoar os processos de
execução de garantias
A criação de fundos de capital de risco
público (o FACRA, também um mecanismo do
Angola Investe)
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... implementado com critérios que reforçam a
confiança da banca privada nos programas do
executivo (Fundo de Bonificações e Fundo de
Garantia de Capital)
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Agenda
1.  Poupança como alavanca do crescimento
2.  Lançar uma agenda para o aumento da poupança em Angola
3.  Apoiar a banca a acelerar os rácios de Transformação
4.  Conclusão
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O reforço dos estimulos à poupança são um factor chave de
estímulo ao desenvolvimento nacional
Apesar de um ambiente económico dinâmico Angola mantém importantes limitações na poupança e no
crédito à economia
•  9,1% de taxa média de crescimento do PIB entre 2007 e 2012 e ~7% crescimento previsto até 2017
•  A taxa de poupança bruta está na mediana regional de países ricos em recursos (~24% - 2012), mas o
rácio de transformação é particularmente baixo (RT Líquido ~55% - 2012)
Existem factores que condicionam a poupança de particulares e o baixo rácio de transformação bancário
•  Baixa taxa de bancarização
•  Escassez de produtos financeiros
•  Reduzida propensão à poupança das famílias, devido às rentabilidades reduzidas
•  Concentração dos depósitos em maturidades reduzidas e com um peso de quase 50% de moeda
estrangeira, causando impactos negativos à estrutura de funding dos bancos
Apesar deste diagnóstico é possível identificar acções que fomentem a poupança e promovam o crédito
•  Promover o acesso ao sector financeiro e reforçar a oferta de serviços
•  Apoiar os bancos a melhorar a sua estrutura de funding
•  Desenvolver novos instrumentos de crédito e liquidez com soluções adequadas às necessidade do sector
produtivo (por exemplo: leasing, factoring)
•  Eliminar os constrangimentos do sistema, principalmente na constituição e execução de garantias
•  Reforçar o programa Angola Investe em volume de crédito disponibilizado ao sector produtivo
A actuação no reforço da poupança e do crédito ao sector produtivo é
critica para atingir as metas de crescimento existentes
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Obrigado
Papel dos diversos instrumentos de
intermediação – Estimulo à Poupança e
alavancagem do processo produtivo
Laura Alcântara Monteiro
Luanda, 31 de Outubro de 2013
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