GABRIEL O PENSADOR - Central Nacional Unimed
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GABRIEL O PENSADOR - Central Nacional Unimed
Revista da Unimed Federação Minas Ano 5 - Edição 20 Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 Divulgação Com a palavra GABRIEL O PENSADOR Da música ao empreendedorismo, o artista revela como administra todos os seus projetos profissionais e a sua paixão pela arte UNIVERSO UNIMED Unimed Federação Minas lança ferramenta de gestão com foco na organização dos processos ATENÇÃO À SAÚDE Proliferação do mosquito Aedes Aegypti exige cuidados preventivos entre os profissionais da área médica EDITORIAL Carta ao médico Ao longo dos anos estamos construindo uma imagem mais sólida da Unimed Federação Minas. Para chegar até aqui passamos por muitos desafios que, entre outros aprendizados, nos tornaram mais fortes e nos possibilitaram inúmeras conquistas, sempre voltadas para um único objetivo: promover o fortalecimento do cooperativismo médico e da marca Unimed em Minas Gerais. Diante dos resultados alcançados, podemos dizer que estamos no caminho certo. No último ano, a Unimed foi considerada a marca mais forte do segmento de saúde, estando presente em 84% do território nacional. Liderou, ainda, pelo 23º ano consecutivo, o Top of Mind na categoria Saúde e foi eleita a segunda melhor operadora de saúde para se trabalhar no Brasil e uma das 35 melhores do Estado. Também conquistamos a Certificação ISO 9001:2008, que atesta a excelência do Sistema de Gestão da Qualidade e a busca pela melhoria contínua dos serviços e atendimentos prestados às Unimeds mineiras. Tantos reconhecimentos comprovam a nossa relevância no mercado de saúde brasileiro, além de ser um reflexo do trabalho consciente que vem sendo desempenhado. Para mantermos esses parâmetros, porém, nós, representantes das Unimeds mineiras, precisamos fazer a nossa parte. Nesse sentido, inovamos com o Painel de Riscos do Negócio com foco na Governança Cooperativa, um grande aliado das Singulares na identificação dos riscos do negócio e de novas estratégicas de crescimento. Seguindo essa linha, o Unimed HRP contribui efetivamente para o alinhamento e a organização das cooperativas em um sistema operacional com foco na saúde suplementar, gerando agilidade nas operações do dia a dia. A constante busca pela excelência de gestão dos nossos processos tem se refletido em números de destaque: no Estado, o Sistema Unimed mineiro contabiliza mais de três milhões de clientes, o que significa que detemos 55% de participação de mercado, gerando mais de 16 mil empregos. Esse resultado é fruto do bom trabalho realizado pelas Singulares que, em mais um ano, se destacaram no Índice de Desempenho de Saúde Suplementar (IDSS). Frente a tantas conquistas, convido você para darmos continuidade a este trabalho rumo à excelência. Sabemos que o somatório do esforço individual é o que garante o sucesso de todos. Vamos juntos nesta caminhada! Boa leitura! Marcelo Mergh Monteiro Presidente Executivo Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Unimed Federação Minas 3 6 10 12 Universo Unimed Gestão Estilo Unimed Federação Minas estimula e desenvolve iniciativas visando à gestão dos profissionais das cooperativas Auditorias médicas são importantes ferramentas na busca de prestação de serviços de excelência Clínicas e consultórios se adaptam e oferecem maior acessibilidade a pacientes com deficiência física Capa Gabriel O Pensador conta como administra sua carreira como músico, escritor e empresário 14 Expediente: Revista Conexão - Publicação da Unimed Federação Minas Diretoria Executiva: Marcelo Mergh Monteiro - Presidente Executivo / Cláudio Laudares Moreira - Diretor de Integração e Mercado / Paulo César de Araújo Rangel - Diretor de Controle Conselho Federativo: Helton Freitas - Intrafederativa Inconfidência Mineira / Delandre Coelho Duarte Gerais de Minas / Alberto Fuad Bichara - Intrafederativa Triângulo Mineiro/ Hugo Campos Borges - Intrafederativa Zona da Mata / Dilson Lamaita Miranda - Intrafederativa Sul de Minas / Gulivert Hudson Melo de Oliveira - Intrafederativa Leste Nordeste Conselho Fiscal: Dr. Alcio Jacinto Conttri - Unimed Andradas (Intra Sul de Minas) / Dr. Antônio de Pádua Brandão Raposo - Unimed Sete Lagoas (Comitê Regional II) / Dr. Celio Marcos de Oliveira - Unimed Caratinga (Intra Leste Nordeste) Junta Eleitoral: Délio Pereira dos Santos, da Unimed Três Vales / Neli Nunes Coelho Torres, da Unimed Sete Lagoas/ Luiz Gonzaga de Rezende Júnior, da Unimed Monte Carmelo Conselho Editorial: Luiz Otávio Andrade Assessor de Regulação e Saúde Integral / Sheyla Bertholasce Leite – Superintendente de Desenvolvimento e Relacionamento / Rony Hudson Flôres - Gerente de Comunicação e Marketing / Cristiane Maria de Lima – Analista de Comunicação e Marketing Edição: Rony Hudson Flôres e Cristiane Maria de Lima Jornalista Responsável: Flávia Rios - MT 06013 Produção Editorial: Rede Comunicação de Resultado - Tel. (31) 2555-5050 Coordenação de produção: Jeane Mesquita e Licia Linhares Redação: Bruna Marta, Camila Côrrea, Fernanda Fonseca, Juliana Xavier, Pamella Berzoini, Patrícia Rossini e Rayane Dieguez Revisão: Liza Ayub Foto de capa: Shutterstock Identidade visual e editoração: Arte Grafia Comunicação - Tel.: (31) 2515-1888, E-mail: [email protected] 4 Pré-impressão e impressão: Gráfica Formato Tiragem: 16.400 exemplares E-mail: [email protected] Endereço: Av. Brasil, 491, Santa Efigênia, CEP: 30140-001, Belo Horizonte - MG, www.unimedmg.coop.br É permitida a reprodução de qualquer matéria desde que citada a fonte. As opiniões dos artigos assinados são de responsabilidade dos autores. Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Fale conosco: (31) 3277-2584 18 22 27 Vida de Qualidade Aqui tem Unimed A dança é a atividade física ideal para quem quer fugir da rotina de academias e aprender diferentes estilos musicais Cidade de Araxá, no Alto Paranaíba, Nas mãos da artesã Simone Oliveira, celebra a Páscoa em um grande evento filtros de café usados se tornam que atrai turistas de diversas partes do país peças decorativas 8 Sustentabilidade Universo Unimed - Unimed Federação Minas lança ferramenta de gestão com foco na organização dos processos do dia a dia 9 Artigo - A importância da intercooperação em Minas Gerais para o fortalecimento do setor 20 Atenção à Saúde - Profissionais da área médica também devem se preocupar com a proliferação do mosquito Aedes Aegypti e orientar sua equipe quanto à prevenção 25 Regulamentação - Agência Nacional de Saúde Suplementar divulga novo rol de procedimentos para planos de saúde 28 Estetoscópio - A tecnologia do Big Data é aliada dos médicos em unidades de terapia intensiva 30 Tempo Livre - Andar de bike, degustar vinhos e escrever livros são alguns dos hobbies dos médicos cooperados Credenciado Unimed Federação Minas 5 Fotos: Silvéria Tomich UNIVERSO UNIMED Marcelo Mergh Monteiro (à dir.) se encontra com os profissionais das Singulares durante o Unimed 3D Um dos compromissos da Unimed Federação Minas é promover a reflexão e discussão permanente sobre o modelo de gestão das Singulares, de modo que os seus líderes desenvolvam um olhar ampliado sobre os desafios e as oportunidades dos negócios. Por meio da realização de fóruns de discussão, as principais lideranças (dirigentes e gerentes das cooperativas) têm a oportunidade de debater as tendências do setor de saúde suplementar, além de se informarem sobre estratégias e projetos que impactam, diretamente, a sustentabilidade e o crescimento das Singulares. Um dos exemplos desta atuação é o evento Unimed 3D. O fórum de discussão surgiu em 2010 com a proposta de estimular a reflexão entre as Unimeds mineiras, a partir de diferentes pontos de vista, sobre os desafios do Sistema Unimed no mercado 6 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 atual, mas sem deixar de lado a visão de futuro. As discussões se baseiam em três aspectos: Despertar Estratégico, Dimensão do Negócio e Desafios das Lideranças. “Por meio da realização de fóruns de discussão como o Unimed 3D, temos a oportunidade de multiplicar o conhecimento entre profissionais das Unimeds mineiras, cumprindo o papel da Unimed Federação Minas como fomentadora contínua do aperfeiçoamento e desenvolvimento das Singulares. A partir dessa promoção de desenvolvimento, teremos aparatos suficientes para uma instituição cada vez mais forte”, afirma Marcelo Mergh Monteiro, presidente executivo da Unimed Federação Minas. O médico e cooperado da Unimed Centro-Oeste, Márcio Melo Moraes, reforça a importância do evento ao afirmar que “momentos de reflexão como esse é o pensamento focado na gestão. Temos a oportunidade de debater sobre temas relevantes para o Sistema Unimed, o que nos auxilia a maximizar os benefícios das ações desenvolvidas nas cooperativas”. O médico cooperado da Unimed João Monlevade, Miguel José de Vito, concorda com o colega. “O Unimed 3D nos possibilita renovar os conhecimentos ao mesmo tempo que nos incentiva a inovar em nossa atuação, por meio de apresentações dinâmicas e interessantes.” Jeferson Almeida Miranda, da Unimed Vale do Aço, acrescenta que os encontros também são inspiração para novas ideias: “É sempre bom participar de atividades que nos permitem trocar experiências com os outros membros federados. Aprendemos muito com as conversas de corredor”. REFLEXÃO ESTRATÉGICA Discussões sobre liderança, desafios e perspectivas futuras auxiliam Unimeds mineiras nas tomadas de decisão UNIMED 3D Edição 2015 do Unimed 3D abordou temas impactantes para a saúde suplementar O Unimed 3D chegou a sua quinta edição em 2015, trazendo aspectos impactantes da saúde suplementar, tais como governança corporativa, ressarcimento ao SUS, judicialização da saúde, inovação, cooperativismo e representatividade médica. “A escolha da programação é feita de forma criteriosa, com o objetivo de apresentar aos profissionais das Singulares abordagens que possam auxiliá-los na tomada de decisão, bem como informá-los sobre os assuntos que estão em pauta no setor”, esclarece Sheyla Bertholasce, superintendente de Desenvolvimento e Relacionamento da Unimed Federação Minas. A programação incluiu também a palestra “Inove ou Morra Tentando”, ministrada pelo empresário e presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Gustavo Caetano, e a apresentação do músico e empresário Gabriel o Pensador, que falou sobre o tema “Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo”. Confira uma entrevista exclusiva com ele na página 14. Unimed Federação Minas 7 UNIVERSO UNIMED ATUAÇÃO INTEGRADA Unimed Federação Minas investe em sistema de gestão corporativo único e disponível em plataforma web Assim como na vida pessoal, o setor empresarial sempre está em busca de novidades que possam trazer facilidades no dia a dia, de forma eficiente. “Por isso, na Unimed Federação Minas, trabalhamos construindo ações que desenvolvam e otimizem os recursos das Singulares, buscando oferecer ferramentas modernas. É o caso, por exemplo, do Projeto Unimed HRP, sistema operacional que foi construído para realizar um controle efetivo de todas as operações das Singulares”, afirma Cláudio Laudares, diretor de Integração e Mercado. A iniciativa é um processo de inovação tecnológica que permite que as cooperativas utilizem um sistema de gestão administrativo (Dyad) de alta qualidade e desempenho, com um importante diferencial: ele pode ser acessado em qualquer lugar, seja em um computador ou em dispositivos móveis. “O Projeto Unimed HRP tem a proposta de substituir três atuais sistemas de gerenciamento utilizados internamente: administrativo, gestão de planos de saúde e de interface de atendimento para autorização de procedimentos médicos junto aos cooperados (médicos, hospitais e clínicas). A partir dessa mudança, tudo será feito em uma única plataforma, fato que otimizará os processos”, explica o gestor de Tecnologia da Informação, Anderson 8 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Freitas. “A nossa escolha de disponibilizar o sistema corporativo 100% na web é mais uma inovação da Unimed Federação Minas em oferecer aos cooperados uma nova experiência de uso. Essa plataforma é o que acreditamos ser o futuro.” Além de inovação tecnológica, a iniciativa garante diferenciais competitivos em relação às ferramentas utilizadas nas demais operadoras de plano de saúde e redução de custos para as cooperativas (confira abaixo). “Com um sistema integrado, a cooperativa terá custos menores, fato que reflete no resultado econômico, já que haverá redução de despesa e, com isso, o número de sobras distribuídas tende a ser maior”, complementa. Regulamentação em dia Outro benefício gerado pelo projeto é em relação aos aspectos legais. Periodicamente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) exige das operadoras de plano de saúde uma série de informações, que precisam ser enviadas na data prevista para que não haja multa. O sistema conta com mecanismo de controle que permite ao gestor responsável pela emissão desses dados obrigatórios a geração e envio dentro dos prazos legais, além de emitir os documentos nos padrões e de acordo com as exigências normativas. O Projeto Unimed HRP já está em operação nas Unimeds Caratinga, Itabira, Barbacena e São João Nepomuceno. Em breve as cooperativas Alfenas, Andradas, Gerais de Minas, Norte de Minas, Patrocínio, Poços de Caldas, Sudoeste de Minas e Vale do Carangola serão incluídas na iniciativa. A previsão é que até 2017 as 28 Singulares que aderiram ao Sistema Dyad de gestão pela plataforma web estejam fazendo uso dos benefícios. SISTEMA DYAD: DIFERENCIAL COMPETITIVO A ferramenta funciona através da internet. Ambiente compartilhado: não é necessária a compra de equipamentos, softwares ou reinvestimentos constantes. Sistema unificado para atender às Unimeds em toda cadeia de valor da operação do plano de saúde. Não é preciso manter uma equipe própria especializada de infraestrutura. Não há necessidade de contratos de suporte operacional com terceiros. Tudo é mantido pela Unimed Federação Minas. Arquivo Central Nacional Unimed ARTIGO OPERADORA NACIONAL E A INTERCOOPERAÇÃO COM MINAS GERAIS Mohamad Akl, presidente da Central Nacional Unimed Minas Gerais sempre foi um dos polos irradiadores do desenvolvimento do país. Isso também vale para a Central Nacional Unimed (CNU), quarta maior operadora de planos de saúde do Brasil. Essa realidade está expressa nos números da CNU no mercado mineiro. Temos 175 mil vidas no Estado. Em um período de 12 meses, repassamos às cooperativas mineiras da marca quase R$ 237 milhões pela realização de 797 mil consultas, 204 mil atendimentos ambulatoriais, 21,5 mil internações e 1.955 exames laboratoriais. Cumprimos, dessa forma, o preceito que norteou a fundação da operadora nacional do Sistema Unimed, em agosto de 1998: valorizar o trabalho dos médicos e a medicina, uma das virtudes do nosso cooperativismo. Além disso, contribuímos para o fortalecimento das cooperativas Unimed de todos os portes, bem como dos médicos cooperados. Se, normalmente, essa intercooperação já é importante, tornase mais fundamental em uma fase de retração econômica, como a que o Brasil enfrenta nos últimos meses. Afinal, a junção de milhares de profissionais em um sistema fortalece a qualidade dos serviços prestados pela operadora. Reitero aqui o compromisso da CNU com a preservação da Unimed. Por diversas vezes, a operadora, que foi criada para atuar no mercado de planos de saúde empresariais com abrangência nacional, teve de instalar filiais e montar rede credenciada em defesa da marca, como aconte- ceu em 2015, devido à alienação compulsória da carteira de clientes da Unimed Paulistana. Tal fato já havia se verificado por ocasião da liquidação extrajudicial da Unimed São Paulo, em 2001, e, nos últimos anos, em Salvador (2009), Brasília (2010) e São Luís (2014). A superação desses desafios nos assegura que é possível suportar a atual turbulência econômica e política com trabalho, excelência de atendimento e união cooperativista. Sua principal virtude é a reunião em torno de um mesmo ideal: melhorar a saúde dos clientes. Como sempre, continuamos contando com a força de Minas Gerais para vencer os obstáculos econômicos com otimismo e confiança no Sistema Unimed. Unimed Federação Minas 9 GESTÃO Padrão de QUALIDADE Shutterstock Unimed Federação Minas garante a excelência dos serviços prestados por meio das auditorias médicas 10 Revista Conexão Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Unimed Intrafederativa Sul de Minas realizou campanha para reforçar a importância das auditorias Considerada uma importante aliada, tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes, a auditoria médica busca garantir a qualidade da assistência prestada, por entidades públicas ou privadas, racionalizando a utilização de recursos que a sociedade investe na saúde. De maneira geral, o trabalho compreende a avaliação da qualidade, pertinência e custo dos serviços oferecidos pelo plano. Internamente, a Unimed Federação Minas presta serviços de suporte aos setores de auditorias das Unimeds do Estado. Esse trabalho é realizado em todos os níveis de operações, indo desde a contratação até a liberação de procedimentos e internações. “Nós a consideramos como um fator moderador, capaz de elevar o nosso padrão de qualidade e garantir o equilíbrio entre a necessidade e a disponibilidade dos recursos”, afirma Antônio Luiz Coli, auditor médico da Unimed Federação Minas. É de responsabilidade da auditoria médica: analisar os procedimentos de alto custo, os prontuários, os exames e as prescrições; identificar irregularidades; constatar se os serviços cobrados são compatíveis com os que são realizados; fornecer relatórios gerenciais; evitar cobranças indevidas e melhorar a assistência prestada ao associado. “Em cada avaliação, os auditores analisam a necessidade de cada serviço, verificando se estão adequados aos diagnósticos e se as cobranças e pagamentos estão conforme os custos definidos em referências oficiais, por exemplo, as de honorários médicos”, ressalta Luiz Otávio, assessor de Promoção e Regulação da Saúde. A auditoria pode ser interpretada como um tipo de proteção ao cliente e ao médico, uma vez que ela assegura a legitimidade do que está sendo prescrito ao beneficiário. Para isso, os monitoramentos seguem uma série de legislações pautadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de serem realizadas a partir dos preceitos médicos e do Código de Ética Médica. Capaz de regular os custos das operadoras e controlar o caixa, as auditorias médicas contribuem para a diminuição dos gastos, já que nenhum procedimento é feito sem que seja realmente necessário. “O sucesso da auditoria consiste em sua capacidade de negociar custos e prevenir gastos inadequados”, afirma Antônio Luiz Coli. Dentro de um sistema cooperativista, como o da Unimed Federação Minas, este benefício tem influência direta para os médicos. Com o maior controle dos custos, têm-se maior volume de recursos que, consequentemente, resultam em melhora da remuneração e maiores benefícios aos cooperados. Bom exemplo Para valorizar os profissionais envolvidos e dar maior visibilidade e credibilidade aos serviços de auditoria, a Unimed Intrafederativa Sul de Minas criou a Campanha Auditor, o melhor parceiro para os clientes, os médicos e a Unimed. Este trabalho visa mostrar aos profissionais e clientes das Singulares da região a importância do trabalho da auditoria. Apresenta, também, sugestões para que médicos e pacientes contribuam para a melhor realização do trabalho do auditor, com benefícios para todos os envolvidos. A iniciativa tem o objetivo de reforçar a importância do trabalho dos au- ditores, mostrando que eles são fundamentais para o funcionamento das Unimeds. “Eles são os responsáveis por zelar, de forma ética, por todos os pontos que envolvem os procedimentos médicos, mas precisam da nossa ajuda e compreensão”, afirma Warlei Martins, da Gerência da Intrafederativa. Ciente dos benefícios das auditorias, a Unimed Intrafederativa Sul de Minas implantou um software de gestão que facilita a realização das inspeções. Por meio da ferramenta, foi possível atingir uma economia considerável nos procedimentos de oncologia, oftalmologia, imunobiologia e nas compras de órteses, próteses e medicamentos especiais. A Central de Regulação é composta por uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, farmacêuticos, enfermeiros e técnicos. CONHEÇA AS PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DAS AUDITORIAS MÉDICAS: A auditoria é realizada por um colaborador da empresa. O objetivo principal é compatibilizar as necessidades com os recursos disponíveis. A revisão das operações e do controle interno é feita para cumprir políticas e normas, sem que esteja restrita apenas aos assuntos financeiros. O auditor atua a favor da detecção e prevenção de fraude. O auditor deve ser independente em relação aos profissionais cujo trabalho ele examina. A revisão dos serviços e procedimentos é contínua. Unimed Federação Minas 11 ESTILO ARQUITETURA EM FAVOR DA INCLUSÃO Shutterstock Como consultórios e clínicas podem adaptar espaços para atender pessoas com deficiência com mais conforto e comodidade 12 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Um degrau ou uma porta estreita que impedem uma cadeira de rodas de circular. A falta de sinalização adequada que torna custoso o caminhar do deficiente visual. A dificuldade em entender quando um deficiente auditivo tenta se comunicar. Essas situações são rotina na vida de mais de 6,2% da população do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na tentativa de reverter esses problemas e tornar o dia a dia dos pacientes mais confortável, a opção por adaptações em clínicas e consultórios começa a se tornar uma realidade. Na Europa, por exemplo, espaços comerciais e vias públicas estão estruturados para atender deficientes físicos e propor a eles melhor bem-estar. “Mesmo em construções antigas, já são perceptíveis mecanismos de adaptação em ambientes que não apresentam mobilidade. O que tem sido feito lá fora pode servir de exemplo e referência para nós, brasileiros”, pondera Isabela Dianim, arquiteta e urbanista, com especialidade em ambiente construído. Por aqui, a acessibilidade em consultórios e clínicas está prevista em lei (leia mais na pág. 13). “As construções mais novas já estão estruturadas com adaptações para atender pessoas com deficiências, visto que essas medidas são determinadas pela lei. Já nos espaços mais antigos, é preciso verificar essa viabilidade. Para fazer uma mudança desse porte, o dono do consultório ou da clínica precisa estar disposto a fazer um investimento que costuma ser alto. Mas a relação custo x benefício com a reestruturação do ambiente é sempre proveitosa”, reflete Isabela Dianim. O principal desafio para essa adaptação, ao contrário do que se pensa, não está nos custos de reforma. “A maior dificuldade justificável é o espaço físico, muitas vezes, limitado. Principalmente na implantação de rampas, que ocupam espaços bem maiores que as escadas. Mas sempre há solução”, diz o arquiteto especializado em conforto ambiental, Ernani Machado. Em sua opinião, a garantia de acessibilidade não é apenas uma questão normativa, mas de cidadania. “O que se deve prever primordialmente em espaços voltados para a saúde não é somente o cumprimento das normas brasileiras, mas a promoção de um atendimento humanizado. Resumindo: é oferecer conforto, de forma completa, para profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes.” Para Paulo Rangel, diretor de Controle da Unimed Federação Minas, é importante que clínicas, hospitais e consultórios, busquem oferecer acessibilidade. Também é essencial que os profissionais estejam preparados para o atendimento favorecendo a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Para a médica da Unimed-BH, Ana Cândida Ferreira Lima Bracarense, só quem vive alguma limitação consegue perceber o quanto é difícil ter acesso a serviços básicos. “Recentemente, minha mãe teve problemas físicos por conta de uma cirurgia. Tivemos Bendita Conteúdo e Imagem Unidade da Unimed-BH, em Santa Efigênia, contempla consultórios de amplo espaço para atendimento a pacientes com deficiência uma dificuldade enorme de adaptação. Por isso, é tão importante que clínicas e consultórios prepararem suas estruturas. É um estímulo e um facilitador ao paciente que necessita desse cuidado”, diz. Desde o início de janeiro, Ana Cândida Bracarense atende na nova unidade da Unimed-BH, no bairro Santa Efigênia. O projeto arquitetônico da unidade considerou os princípios da acessibilidade, como banheiros e consultórios amplos, rampas de acesso, purificadores de água em altura acessível, elevadores com numeração em braile, televisores com chamada de senha e estacionamento adaptado. A estrutura tem recebido elogios de todos os pacientes. “Oferecer acessibilidade ao paciente é algo óbvio e necessário. Um serviço de saúde que não possibilita um princípio básico não pode ser considerado completo”, opina o médico Ricardo Coutinho Nunes da Silva, que também atua na Clínica Santa Efigênia e na Atenção Domiciliar da Unimed-BH. Com a palavra, o paciente Conviver com as dificuldades impostas por uma sociedade despreparada já é complicado quando o paciente convive com a deficiência desde o nascimento. É ainda mais desafiador quando a deficiência surge ao longo da vida. Foi o caso do massoterapeuta Wellington Antônio de Oliveira. Por volta dos 30 anos, por conta de uma doença hereditária degenerativa, ele perdeu a visão por completo. “Foi um momento muito complicado da minha vida. Além de ter que me adaptar a essa nova realidade já na fase adulta, precisei lidar com a dificuldade de locomoção e até mesmo de atendimento nas diversas perícias que passei. Todos os setores da sociedade são limitados, e ainda há muito preconceito e despreparo”, conta. Embora o mercado de trabalho ofereça poucas opções ao deficiente visual, Wellington de Oliveira buscou ajuda na União dos Cegos e se capacitou. Há oito anos, atua como massoterapeuta e tem uma rotina puxada. De segunda a quarta, treina atletismo em Franca (SP), onde mora, e atende clientes particulares. Na quarta à noite, pega um ônibus para Belo Horizonte, onde atende, de quinta a sábado, clientes na União dos Cegos e na Unimed Federação Minas. “Trabalho mais do que quando enxergava, mas é muito gratificante perceber a pessoa sair da massagem satisfeita e bemdisposta”, diz. Como paciente, ele reforça que clínicas e consultórios ainda precisam atentar para a necessidade de pessoas que, assim como ele, possuem algum tipo de deficiência. “A maioria dos estabelecimentos de saúde não possui piso tátil ou sinalização em braile, itens de primeira necessidade e fáceis de instalar. Mas, geralmente, o maior impacto é na recepção. Os funcionários da área de saúde não estão preparados para lidar com o deficiente. É preciso que recebam treinamento adequado”, enfatiza. HORA DE MUDAR ESTÁ NA LEI Nem sempre é possível, devido ao espaço disponível, fazer todas as adaptações necessárias nos consultórios para atender os pacientes com deficiência. Porém, algumas modificações já contribuem para proporcionar mais autonomia a essas pessoas. Desde a década de 1980, intensificaram-se os decretos de lei federais, estaduais e municipais a fim de garantir mais inclusão no mercado de trabalho e acessos facilitados a transporte e a espaços públicos, os quais incluem também o atendimento primário e secundário em saúde. A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 51, de 6 de outubro de 2011, dispõe sobre os requisitos mínimos para a análise, avaliação e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). Projetos de novas construções ou de adaptações precisam passar por essa aprovação e devem ser executados por um especialista em projetos de arquitetura registrado no conselho. Rampas ou plataformas elevatórias facilitam a locomoção de cadeirantes e idosos, assim como portas e corredores mais largos. A instalação de corrimãos, guarda-corpos e barras de apoio nos pontos de circulação e banheiros servem de auxílio e como guia. O piso tátil com cores e texturas variadas direciona deficientes visuais dentro da clínica. Televisores de senha e elevadores com comunicação auditiva, assim como a sinalização em braile, contribuem para a localização do paciente. Adaptações no site da clínica permitem melhor navegabilidade a deficientes visuais e auditivos. A utilização de celulares para recebimento e envio de mensagens escritas auxiliam o deficiente auditivo na marcação e confirmação de consultas. Maçanetas, bebedouros e demais itens devem estar ao alcance de cadeirantes. Unimed Federação Minas 13 Fotos: Divulgação CAPA 14 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 O PENSADOR TUPINIQUIM Gabriel o Pensador se divide entre inúmeras atividades, mas todas elas com um objetivo em comum: gerar mudanças na sociedade Versatilidade é o melhor adjetivo para definir Gabriel o Pensador. O músico, com mais de 20 anos de estrada e sete discos lançados, vem, há algum tempo, dividindo sua carreira musical com a vida de escritor e de empresário. Mesmo com tantas atribuições, ele reserva momentos para duas paixões: praticar surfe e cuidar dos dois filhos. Mas como conciliar tantas atividades no dia a dia? Para o artista, é tudo uma questão de prioridades. Por isso, ele ainda encontra tempo para levar, a diferentes públicos, suas experiências pessoais. Gabriel o Pensador foi um dos palestrantes da edição 2015 do Unimed 3D, realizado no mês de dezembro. Aproveitando a sua estadia na capital mineira, a equipe de reportagem da Revista Conexão conversou com ele sobre carreira, influências artísticas e a importância da medicina em sua vida. Confira os melhores momentos a seguir. Unimed Federação Minas 15 CAPA São mais de 20 anos de carreira como rapper e compositor e, mais recentemente, como escritor e empresário. Como é administrar uma rotina com atividades tão diferentes e organizar o tempo e as prioridades? Assumo que não é uma tarefa fácil. Depois que comecei a trabalhar com livros, palestras e empresariar jogadores de futebol, tive problemas em relação à gestão do meu tempo. Mas como dizem: “É experimentando que a gente aprende”. Entendi a importância de priorizar uma coisa de cada vez e tenho feito esse exercício desde então. Porém, não nego que essas inúmeras atribuições tornam a vida um pouco mais caótica. Por exemplo, muitos fãs reclamam da demora em lançar um trabalho novo. Eu me empolgo muito com tudo o que faço, e isso implica deixar certas coisas quietas para alavancar outras. O importante é que estou conseguindo administrar tudo. É necessário sair da rotina, investir em trabalhos novos, mas sem perder a essência e a vontade de lutar pelo que se acredita 16 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Você vem ministrando, por todo Brasil, a palestra “Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo”, em referência ao título do seu álbum lançado em 2001. Qual mensagem você quer transmitir a partir dessa postura? Esta palestra, que eu gosto de chamar mais de conversa, é um diálogo sobre a minha vida, em que relato vários aspectos da minha história, desde quando eu comecei a escrever, passando pelos questionamentos da adolescência, quando ainda era muito tímido, até o momento em que decidi investir no meu sonho, que era a carreira musical. Comecei me arriscando em um estilo totalmente diferente, o rap, e com uma música de impacto, que dizia: “Tô feliz (matei o presidente)”, em um claro apelo ao momento político daquela época. A única coisa que me importava era me expressar. E é esta a mensagem que ainda quero passar nos dias atuais: é necessário sair da rotina, investir em trabalhos novos, mas sem perder a essência e a vontade de lutar pelo que se acredita. O meu objetivo no fim, seja através da música, livros ou palestras, é sempre o de plantar uma semente de positividade no relacionamento humano. Espero estar conseguindo. Na música “Até Quando?”, de sua autoria, você afirma que “Quando a gente muda, o mundo muda com a gente, e a gente muda o mundo com a mudança da mente”. Qual a importância de estarmos em constante movimento? A mudança é algo natural em nossas vidas, faz parte do nosso crescimento. É um amadurecimento bem-vindo, que tem a ver com liberdade, com a expansão da maneira de se pensar, com a ampliação de horizontes. Temos que aceitar quando a mudança vem. É importante experimentar ideias ou caminhos novos, e é esse tipo de pensamento que norteia a mente dos empreendedores. Vemos hoje muita gente criativa, corajosa, enfrentando crises e aproveitando esses espaços reduzidos para produzir e inovar. Temos que aprender que a adaptação faz parte da vida, bem como a transformação. Então, o lema deve ser: aprenda com os erros e busque novos caminhos sempre que necessário. Seu último álbum, denominado “Sem Crise”, traz na capa um Gabriel de terno, atribulado com as tarefas do dia a dia, e, abaixo, o reflexo de um Gabriel mais despojado, relaxado. O que você quis dizer com essa imagem? Essa imagem tem muito a ver com a frase abordada na pergunta anterior, “Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo”. Nós, seres humanos, temos várias facetas. Eu tenho um lado que é workaholic, mas existe também um Gabriel simples e bem tranquilo. Foi isso que eu quis representar na capa - que podemos ser várias pessoas e aproveitar o que cada uma delas tem a oferecer. Esse disco, de 2012, é um desabafo sobre problemas de injustiça e corrupção, mostrando, assim, a minha oscilação de humor. Em sua carreira como escritor, você já lançou três livros: Diário Noturno, Meu Pequeno Rubro-Negro e Um garoto chamado Rorbeto, este último reconhecido pela crítica com o Prêmio Jabuti de melhor livro infantil. Como surgiu essa paixão em contar história por meio das palavras? Tem uma música minha, “Linhas Tortas”, de 2012, em que conto um pouco dessa paixão: “Tudo começou na aula de português. Eu tinha cinco anos ou talvez uns seis. Comecei a escrever, aprendi ortografia e depois a redação, para a nossa alegria”. É um resumo de como me interessei pela escrita. Sempre gostei e tive facilidade em criar, escrever, conectar palavras e compreender os significados delas. Eu amo a língua portuguesa. O livro Diário Noturno foi o meu primogênito. Ele é fruto de um encontro que tive com alguns textos que achei em casa, enquanto gravava meu quarto disco. Nesse calhamaço, havia poemas, textos e reflexões. Foi, então, que me perguntei o motivo pelo qual havia parado de escrever e resolvi retomar essa ideia. Aproveitei esse achado de recordações e coloquei na minha primeira obra lançada. Os seus dois últimos livros são destinados ao público infantil. Quais são os desafios e as vivências em se dedicar a essa faixa etária? O primeiro livro infantil publicado foi “Um garoto chamado Rorbeto”. A sua criação veio de forma espontânea, por meio de brincadeiras entre as palavras que contam a história de um pai analfabeto, cujo nome é Rorbeto. O meu objetivo com essa obra era abrir uma discussão sobre a aceitação das diferenças, mas de uma forma lúdica e divertida. O segundo, “Meu Pequeno RubroNegro”, relembra a história do Flamengo, por meio de uma narrativa fictícia. Divirto-me muito escrevendo para crianças e inspirando o imaginário delas. É perceptível que, em todos os seus trabalhos, há uma preocupação com a educação e o estímulo à prática esportiva e cultural entre os jovens. Você acredita que trabalhando o futuro obteremos melhores resultados em sociedade? Como cada um de nós pode inspirar os jovens de hoje a transformar o amanhã? Eu já tive inúmeras provas concretas de que investimentos sociais podem provocar positivas mudanças na vida de crianças e adolescentes. Desde o início da minha carreira, sou convidado a visitar instituições sociais, até que criei a minha própria organização não governamental, na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, a Pensando Junto. Durante sete anos, ensinamos os jovens sobre música, break, rap, artes e oferecemos reforço escolar e aulas de cidadania. Os resultados foram muito bons; claro que, muitas vezes, a gente não consegue mudar todas as crianças, mas, de uma forma geral, vimos que boa parte estava longe do crime e correndo atrás de seus sonhos. Hoje, tenho trabalhado mais na área esportiva, assessorando talentosos jovens que querem seguir a carreira de jogador de futebol, mas que, sozinhos, não têm visibilidade diante de grandes clubes. Todos nós podemos contribuir para que esses jovens tenham um futuro melhor. Pequenos gestos podem movimentar o mundo. Não importa qual a forma de ajuda, seja com doação ou trabalhos voluntários, o importante é não ignorar a situação e fazer a sua parte para garantir um melhor futuro para essas pessoas. Sua mãe é jornalista, e seu pai, médico. Quando jovem, sua escolha de graduação foi Comunicação Social, seguindo o viés materno. Mas a medicina teve alguma influência em sua vida? A medicina tem uma importância crucial desde o meu nascimento. Eu tive um parto muito complicado, nasci prematuro, com 1,8 kg e nível de apigar 2. Para que eu sobrevivesse, contei com uma competente equipe de profissionais médicos, que se esforçaram para me ajudar e conseguiram até uma incubadora, que, na época, não estava disponível no país. Graças a eles, tudo deu certo e hoje estou aqui para contar a minha história. Desde então, tenho muita admiração pela área médica e sei o quanto esses profissionais lutam pela vida dos pacientes. Assim como o meu pai, que é oftalmologista, eles são guerreiros, e essa garra e força de vontade eu acompanho desde a minha infância, o que me motivou a ir além. TRABALHO SOCIAL O rapper Gabriel o Pensador e o grupo Falamansa se reuniram, em parceria com os institutos Últimos Refúgios e O Canal, em um clipe cujo objetivo é arrecadar fundos destinados às famílias ribeirinhas nas cidades mineiras impactadas pelo acidente da empresa Samarco. Cada visualização do vídeo é transformada em doações com a finalidade de promover obras sociais comunitárias. É fácil ajudar, basta um clique! Unimed Federação Minas 17 Shutterstock VIDA DE QUALIDADE 18 Dançar é um grande aliado na busca pelo equilíbrio do corpo e da mente Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Arquivo pessoal Arquivo pessoal Os médicos João (à esq.) e a esposa, Valdineia, e Marly e o marido, Flávio, participam do projeto Dança a Dois, do Instituto Unimed-BH Bolero, tango, samba, hip-hop... Não importa o ritmo, dançar traz muitos benefícios para a saúde e o bem-estar do corpo. Com origem na era pré-história, a dança não tem restrições de idade ou biotipo. É preciso apenas dedicar-se aos movimentos para desfrutar dos benefícios que a atividade física traz. Os ganhos vão além de resistência e flexibilidade. O hábito de dançar melhora o sono e os níveis glicêmicos e reduz a gordura corporal, além de contribuir para emagrecer e definir o corpo. Segundo Emerson Carvalhais, educador físico especializado em dança, o diferencial, porém, está na terapia possibilitada pela prática. “Para toda atividade, seja musculação ou corrida, existem ganhos. Com a dança, além de movimentar o corpo, movimentase a mente”, diz. As aulas têm sido muito procuradas por quem deseja entrar em forma e levar uma vida mais saudável. “Musculação, lutas e ginásticas são atividades repetitivas. A dança, porém, é cheia de novidades. Dos passos às músicas, tudo muda constantemente. Isso faz com que o aluno sinta-se mais motivado e empenhese mais”, esclarece o professor. Quem experimenta não quer mais parar. Na rotina do médico angiologista e cooperado da Unimed-BH, João Egídio Natividade, as noites de quarta-feira têm programação garantida: aulas de dança oferecidas pelo projeto Dança a Dois, realizado pelo Instituto Unimed-BH, em parceria com a Associação Cultural Mimulus. “Frequento o curso na companhia da minha esposa, Valdineia Natividade. Além de treinar, aproveitamos para descansar a mente. A rotina de médico é muito pesada, mas não abro mão mais desse tempo”, diz. Dentre os ritmos, a preferência do casal é pelo bolero. “Temos muita afinidade com esse estilo. Achamos uma dança muito bonita e com técnica elaborada”, comenta o médico. Além das aulas, ele ensaia os passos aprendidos em festas e encontros com os amigos. “No meu aniversário, por exemplo, aproveitamos para praticar alguns passos. Agora, com o conhecimento técnico da dança, conseguimos nos soltar e aproveitar mais momentos como este.” De volta às pistas Há alguns anos, a cardiologista pediatra Marly de Oliveira, cooperada da Unimed-BH, havia deixado de lado o hábito de dançar. As aulas de jazz, aos poucos, foram substituídas pela musculação. Com a rotina, essa era uma das alternativas para não abandonar a atividade física. “Sempre frequentei academia. Como médica, sei da importância de praticar exercícios regularmente”, comenta. Há dez meses, os treinos de musculação ganharam um reforço aeróbico. “Entrei para as aulas do projeto Dança a Dois. Meu marido, Flávio Mendonça Pinto, que também é médico, tem se dedicado ao curso ao meu lado. No período em que estamos na aula, aproveitamos para ficar juntos e relaxar.” As aulas são uma espécie de válvula de escape para o casal. “É nesse momento que nos esquecemos de toda a rotina e nos concentramos apenas nos movimentos e na música”, revela. A atividade é tão especial que Marly de Oliveira sempre a receita aos pacientes. “Eu indico a dança. É uma atividade que possibilita movimento e, ao mesmo tempo, tranquiliza, acalma. Para crianças ou idosos, o hábito de dançar é muito positivo.” PROJETO DANÇA A DOIS Realizado pelo Instituto Unimed-BH, em parceria com a Associação Cultural Mimulus, o projeto Dança a Dois estimula a melhoria da qualidade de vida do aluno. O curso é uma contrapartida do patrocínio viabilizado pelo Programa Cultural Unimed-BH, que integra o Programa de Responsabilidade Social Cooperativista da Singular. Cada turma tem, no máximo, 15 duplas de dança. Em 2015, foram mais de 35 cooperados inscritos no projeto. Unimed Federação Minas 19 ATENÇÃO À SAÚDE AEDES Shutterstock Médicos tomam medidas preventivas com o intuito de evitar que seus colaboradores contraiam dengue, chikungunya e zika A dengue vem fazendo cada vez mais vítimas em todo o Brasil. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Minas Gerais, em 2016, Minas registrou, nos primeiros 18 dias do ano, 9.953 casos prováveis da doença. Durante todo o ano de 2015, foram 192.092. Os números têm tido aumento exponencial, assim como as demais doenças que seu vetor, Aedes aegypti, transmite. A principal enfermidade causada pelo mosquito era a febre amarela, que hoje possui vacina. Atualmente, ele é responsável por transmitir duas novas doenças: chikungunya e zika. Para controlar a reprodução do vetor, a SES-MG lançou a campanha “10 Minutos Contra a Dengue”. A estratégia foi adotada em Cingapura, no Sudeste Asiático, e serviu de inspiração para o estado mineiro. A iniciativa incentiva as 20 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 pessoas a reservar dez minutos semanais para realizar a limpeza de suas residências. Inspirados por essa ideia, médicos também têm feito sua parte e buscado conscientizar seus colaboradores sobre os perigos da dengue, além de explicar como evitá-la. É o caso de José Francisco Zumpano, médico clínico da Unimed-BH e um dos sócios do Núcleo de Endoscopia Digestiva, de Belo Horizonte. Apesar de todas as medidas adotadas, a clínica, que possui 21 colaboradores e 22 médicos, registrou dois casos de dengue. “Ter um profissional afastado é sempre muito ruim. No caso da dengue, quem contrai precisa se ausentar repentinamente e, geralmente, fica em casa por, pelo menos, uma semana. Por isso, promover a prevenção é sempre a melhor medida”, orienta. Com esse intuito, as comissões de acidentes de trabalho e de qualidade da clínica realizam, periodicamente, diversas ações de controle do ambiente, como eliminação de água dos vasos de plantas. As janelas também permanecem fechadas, com todos os espaços climatizados por ar-condicionado. Outra ação realizada são os treinamentos de qualidade, quando são repassadas orientações referentes à doença, por exemplo, sobre a importância de fazer vistorias constantes nas residências, com o intuito de localizar e eliminar possíveis focos de água parada, e usar constantemente repelente. “Acreditamos que, por meio desses treinamentos, estamos criando multiplicadores da informação, que vão conscientizar também seus familiares e vizinhos”, reitera José Francisco Zumpano. AEGYPTI: cuidados triplicados TODA PREVENÇÃO É POUCA PARA EVITAR A PROLIFERAÇÃO DO AEDES AEGYPTI, É IMPORTANTE ESTAR ATENTO A ALGUMAS DICAS: Cuidado no armazenamento e destinação do lixo: mantenha-o em recipiente fechado e disponibilize para recolhimento pela Limpeza Urbana nos dias e horários corretos. Use telas nas janelas ou, quando possível, mantenha o ambiente fechado e utilize o ar-condicionado. Coloque mangueira ou fure a bandeja do aparelho de ar-condicionado para evitar acúmulo de água parada. Repelentes de uso tópico devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo e por cima da roupa. Não deixar restos de materiais com risco de acúmulo de água das chuvas ao ar livre. HISTÓRICO DA DENGUE Originário do Egito, na África, o mosquito transmissor da dengue foi espalhado pelo mundo por meio dos navios que traficavam escravos. A primeira descrição científica ocorreu em 1762, sendo denominado como Culex aegypti. O nome definitivo, Aedes aegypti, foi estabelecido em 1818. Relatos da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) mostram que a primeira epidemia no continente americano ocorreu no Peru, no início do século XIX, com surtos no Caribe, Estados Unidos, Colômbia e Venezuela. No Brasil, os primeiros relatos ocorreram em Curitiba (PR), no final do século XIX, e em Niterói (RJ), no início do século XX. Porém, naquela época, a principal preocupação era com a febre amarela, que tem o mesmo vetor. O primeiro caso de dengue documentado clínica e laboratorialmente ocorreu entre os anos 1981 e 1982, em Boa Vista (RR). A partir de 1986, a dengue começou a ser verificada de forma continuada no país. Unimed Federação Minas 21 AQUI TEM UNIMED AS DELÍCIAS DA PÁSCOA EM Daniel Mansur Visitantes se encantam com o maior espetáculo de música, luzes e arte do estado mineiro Araxá contempla grandes belezas arquitetônicas do passado 22 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 ARA Divulgação Tauá Grande Hotel Araxá XÁ Páscoa Iluminada é um dos grandes eventos de Araxá durante a Semana Santa Situada entre as montanhas do Alto Parnaíba, no encontro das Serras da Bocaina e Canastra, a cidade de Araxá é um destino turístico imperdível para quem aprecia o contato com a natureza. O município surgiu no entorno de um vulcão extinto e hoje é uma das atrações do Circuito das Águas de Minas Gerais. As termas da região preservam as qualidades terapêuticas que atraem visitantes de todo canto do país. O que poucos sabem é que, durante o período da Páscoa, a cidade presenteia turistas e moradores com uma programação especial: a Páscoa Iluminada. O evento, que este ano acontecerá entre 25 de março e 24 de abril, apresenta espetáculos culturais e intervenções teatrais em diversos espaços públicos da cidade. A Páscoa Iluminada torna Araxá um dos pontos turísticos mais atrativos durante o feriado da Semana Santa. Há algum tempo, apenas as cidades históricas ofereciam programação exclusiva durante a celebração cristã. O evento, inspirado no Natal Luz, de Gramado (RS), che- ga a sua 3ª edição em 2016. As expectativas são de que até 60 mil espectadores passem pela região nesse período. As atividades são comandadas pelos próprios moradores. “Nós buscamos sempre valorizar a cultura local. Os artistas, cantores e atores que atuam nos espetáculos da Páscoa Iluminada são de Araxá. Além disso, trazemos tecnologia de ponta usada em parques temáticos do mundo inteiro para tornar os nossos espetáculos mais bonitos e atrativos”, destaca o idealizador do evento, João Luiz Chequer Ribeiro. A programação é repleta de espetáculos de luzes e cores, como a apresentação “Jesus: Paixão, Vida e Luz”, que conta a história da Paixão de Cristo usando a técnica de projeção que é hoje a maior do Brasil, com 120 metros de comprimento. Outra atração bastante aguardada é o show “Aleluia! A grande jornada”, que encanta o público com a projeção de imagens e luzes em uma cortina d’água e conta com performances musicais ao vivo. Unimed Federação Minas 23 Jarbas Rezende AQUI TEM UNIMED Igreja Matriz de São Domingos, considerada um dos mais belos templos religiosos de Minas Gerais História, arte e sabor Além das festividades de Páscoa e do Parque das Águas, a cidade oferece outras opções de turismo e lazer. Quem gosta de programas culturais pode visitar o Museu Dona Beja, situado em um casarão histórico no centro. O acervo conta com cerca de 300 peças de mobiliário do século XIX, proporcionando uma viagem no tempo. Outra opção cultural é o Museu Calmon Barreto, que abriga as obras do pintor e escultor de mesmo nome, além de exposições temporárias de outros artistas locais, valorizando a produção artística e cultural mineira. A região também é conhecida por sua gastronomia. Uma de suas iguarias mais famosas é o queijo Canastra, caracterizado pela textura suave e delicada. Os doces mineiros produzidos artesanalmente também preservam o sabor das receitas mais tradicionais. Em alguns locais, é possível fazer visitas para acompanhar a produção e descobrir os segredos da culinária araxaense. “Com tantas opções de turismo e lazer para agradar aos mais diferentes gostos, Araxá é um destino mineiro que vale a pena conhecer”, ressalta João Luiz Ribeiro. AQUI TEM UNIMED UNIMED ARAXÁ Áreas de atuação: Araxá, Ibiá, Campos Altos, Tapira, Perdizes, Pedrinópolis e Pratinha Número de cooperados: 159 Número de clientes: 25.898 Número de laboratórios credenciados: 13 Endereço da sede: Avenida João Moreira Salles, nº 130, Padre Alaior - Araxá (MG) Telefone: (34) 3669-4900 Horário: 8h às 17h30 Site: www.unimedaraxa.com.br Jarbas Rezende Descanso e aventura Para quem busca um momento de relaxamento, o Complexo do Barreiro, patrimônio tombado pelo Governo de Minas Gerais em Araxá, é um atrativo à parte. O local abrange o Parque das Águas, com diversas fontes de águas minerais e termais com funções terapêuticas, piscinas e lagos, além de uma gama diversificada de atividades para o visitante. Entre as opções para quem busca momentos de tranquilidade estão banhos medicinais, cromoterapia, massagem, sauna e ducha escocesa. O Parque das Águas também oferece passeio por fontes de águas minerais radioativas e sulfurosas. Outra atração são os jardins projetados pelo arquiteto-paisagista Burle Marx. Existem relatos de que as águas termais eram usadas pelos índios antes mesmo da chegada dos colonizadores. Em Araxá, elas são bicarbonatadas, cálcicas, magnesianas, radioativas, carbonatadas, sulfurosas e sódicas. Dentre suas propriedades estão o combate aos micro-organismos e infecções, a hidratação da pele e a vitalidade do organismo. Museu Dona Beja é uma das atrações culturais de Araxá 24 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 REGULAMENTAÇÃO NOVO ROL DE PROCEDIMENTOS OBRIGATÓRIOS Lista divulgada pela ANS, com 21 itens, deve impactar em 5,13% o custo assistencial das Singulares em Minas Gerais Está em vigor, desde o dia 2 de janeiro de 2016, o novo rol de procedimentos e eventos em saúde para os planos de saúde, individuais e coletivos, contratados a partir de 1º de janeiro de 1999 e/ou adaptados à Lei nº 9.656/1998. As mudanças decorrem da publicação da Resolução Normativa nº 387, de 28 de outubro de 2015, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Entre as principais alterações está a inclusão de 21 novos procedimentos, tais como exames, cirurgias e próteses. As operadoras também ficam obrigadas a fornecer um novo medicamento para câncer de próstata – a Enzalutamida - e a aumentar sessões de fonoaudiologia, fisioterapia e psicoterapia para pacientes com alguns tipos de doença. No rol de inclusões estão, por exemplo, implante intravítreo de polímero farmacológico de liberação controlada, plástica conjuntiva para pterígio, tumores ou traumas, a prótese auditiva ancorada em osso e implante de cardiodesfibrilador multissítio. Quanto às principais ampliações, os usuários terão direito a um maior número de sessões com fonoaudiólogos. Elas passam de 24 para 48 ao ano para pacientes com gagueira, com idade superior a 7 anos, e transtornos da fala e da linguagem. Também aumentam para os quadros de transtornos globais do desenvolvimento e autismo, de 48 para 96, e para pacientes com implante de prótese auditiva ancorada no osso, que passam a contar com 96 sessões. Houve, ainda, a ampliação das consultas em nutrição, de seis para 12 para gestantes e mulheres em amamentação, e de sessões de psicoterapia, de 12 para 18. Condicionantes Adriano Silva, da área de Gestão de Planejamento e Informação da Unimed Federação Minas, explica que o acesso aos procedimentos está condicionado à segmentação do plano contratado (Ambulatorial, Hospitalar, Hospitalar com Obstetrícia e Plano Referência). Também é preciso preencher os requisitos para a autorização, os quais estão previstos nas Diretrizes de Utilização (DUT), nas Diretrizes Clínicas (DC) e nos Protocolos de Utilização (PROUT), conforme disposto nos Anexos da Resolução Normativa nº 387/2015 da ANS. “Deve-se ressaltar que os planos ‘não regulamentados’ ou não adaptados à Lei 9.656/98 não são abrangidos pelas regras dos planos regulamentados, assim como pelas coberturas do rol de procedimentos da ANS e suas atualizações periódicas”, complementa. Segundo a Consultoria Atuarial da Unimed Federação Minas, devido à ampliação da cobertura mínima de procedimentos definidos para 2016 pela ANS, estima-se um aumento de 5,13% no custo assistencial das Singulares em Minas Gerais. “A medida tende a pressionar ainda mais os custos assistenciais do setor, além de fazer com que as operadoras acompanhem suas despesas mais de perto”, afirma Adriano Silva. Todos os novos procedimentos obrigatórios estão disponíveis para consulta no site da Agência Nacional de Saúde (www.ans.gov.br). Unimed Federação Minas 25 Simone Oliveira inovou ao transformar filtros de café usados em arte De Minas para o MUNDO Artesã dedica-se à produção de peças com materiais reciclados e ganha destaque internacional 26 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Fotos: Arquivo pessoal SUSTENTABILIDADE A cada 24 horas, os brasileiros produzem cerca de 250 toneladas de lixo. O índice é alto e reflete um ponto de atenção à sociedade: é preciso dar novos rumos aos resíduos. O cuidado, além de ser sustentável, torna-se uma importante estratégia para a geração de matéria-prima e renda. No entanto, o reaproveitamento ainda é pouco explorado no país. De todo o lixo gerado pela população, 30% poderiam ser reciclados, mas apenas 3% têm a destinação correta. Na cidade mineira de Carangola, há uma moradora reconhecida por seu empenho em transformar lixo em arte. Simone Oliveira produz diversas peças com materiais como filtro de café usado, pequenos pedaços de sucata, garrafas pet e vidro. Administradora por formação, a artesã dedica-se, desde 2003, à marca Brasil Pitanga Arte Sustentável. “Quando comecei, usava os recursos que tinha à disposição e que apresentavam baixo custo, em especial sobras de uma lanchonete de que meu pai era proprietário. A ideia era a sustentabilidade do negócio mais que a preservação ambiental”, conta. Aos poucos, os filtros de café da lanchonete foram ficando insuficientes para o volume de peças produzidas. Para suprir a demanda, Simone Oliveira iniciou um processo de troca com os moradores. “As pessoas traziam os filtros usados, e eu oferecia novos. Assim, passei a contar com diversas tonalidades para as luminárias, uma vez que cada um prepara o café de formas diferentes, gerando filtros com diversas tonalidades de marrom”, diz. As luminárias são, hoje, o principal produto da Brasil Pitanga. Cada peça gasta, em média, nove filtros usados. Reciclando ideias Com a expansão da marca, a família de Simone Oliveira deixou a lanchonete para dedicar-se ao artesanato de reciclados. “Hoje, além dos meus pais, a empresa conta com 30 funcio- nários, que ajudam na confecção de mais de mil peças por mês. É muito gratificante ver que o nosso trabalho está a cada dia mais reconhecido em todo o Brasil”, orgulha-se. O desafio de inovar nos produtos recicláveis é constante para a artesã. “Como a comunidade sabe que trabalho com tantas matérias-primas, é comum enviarem para o ateliê produtos que, até então, eu nunca havia aplicado. Hoje, temos um sítio muito usado para casamentos em que há uma parede totalmente coberta de vidro e, ainda, cortinas feitas com garrafas pet.” A divulgação da marca é feita em feiras de artesanato e eventos especializados. “Já participamos de exposições em diferentes lugares. Uma das mais marcantes, sem dúvida, foi nos Estados Unidos, quando nossas peças ganharam o público internacional”, comenta. Além disso, a empresa conta com representantes em outros estados, que fazem o comércio das peças de Carangola. Quando o assunto é consciência ambiental, o ateliê da artesã é referência. “Recebemos dois selos de qualidade sustentável, de prática e qualidade. Isso porque não temos resíduos e sobras de material. Tudo que não é usado para o processo das luminárias vai para a confecção de outras peças menores, como borboletas de metal, porta-chaves, entre outras”, revela. Além das luminárias e pequenas peças, a Brasil Pitanga possui uma linha de móveis. Mesas, aparadores, cadeiras e sofás são 100% produzidos com materiais recicláveis, garantindo a exclusividade do produto. “É preciso agir com consciência e, sobretudo, reconhecer nossa responsabilidade sobre o lixo que produzimos. Se todos atuarmos de forma sustentável, vamos conseguir fazer do mundo um lugar melhor.” BRASIL PITANGA Rua Dr. Osmar Carneiro Vasconcelos, Nº 50, Santa Maria Carangola - MG - (32) 3741-6448 / 3741-1593 www.brasilpitanga.com.br Unimed Federação Minas 27 ESTETOSCÓPIO Big data na medicina Recentemente, a consultoria Everis e a multinacional NTT Data, especializadas em serviços de tecnologia da informação, estão trabalhando em um projeto-piloto na Espanha para o uso da tecnologia do Big Data Analytics (em português, análise de grande quantidade de dados) em unidades de terapia intensiva. O estudo, realizado no Hospital Universitário Virgen del Rocio, tem o foco de auxiliar na tomada de decisão clínica e na escolha de prioridades assistenciais por meio da análise de grandes quantidades de dados em tempo real e sua interação com protocolos clínicos. A partir do momento em que algoritmos evoluídos forem aplicados para propor planos de tratamento mais adequados aos pacientes, com base nos registros médicos eletrônicos e demais dados monitorados diariamente, será possível obter protocolos de cuidados de saúde, aumentar a qualidade deles e a eficiência dos profissionais de UTI, além de reduzir efeitos adversos nos pacientes. Atualização em pauta Para que um setor cresça fortalecido, é preciso haver união e capacitação constante. Por isso, no fim de 2015, o Instituto Brasileiro para Estudo e Desenvolvimento do Setor de Saúde (Ibedess) realizou uma palestra voltada para gestores, dirigentes e profissionais do setor e de diversas operadoras de planos de saúde. Com o tema “Momento atual, desafios e perspectivas para o desenvolvimento setorial da Saúde Suplementar”, foi criado um ambiente de discussão e atualização sobre o mercado, bem como o que se pode esperar do futuro. O bate-papo foi conduzido pela diretora de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar, Martha Regina de Oliveira e, dentre os participantes, estavam Cláudio Laudares Moreira, diretor de Integração e Mercado, e Paulo César de Araújo Rangel, diretor de Controle, ambos da Unimed Federação Minas. O encontro contou, ainda, com um debate entre representantes de diversas instituições do setor. Nova resolução do CFM beneficia cardiologistas A Resolução nº 2.135/15, do Conselho Federal de Medicina (CMF), aprovada em sessão plenária da autarquia e publicada em fevereiro, autoriza que cardiologistas exerçam função de responsável técnico ou chefe de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) coronariana e assemelhados. Até então, somente especialistas em medicina intensiva e profissionais certificados em medicina intensiva em pediatria e em neonatologia podiam exercer a atividade. Segundo a Comissão Mista de Especialidades (CME), os cardiologistas têm formação para serem responsáveis técnicos, além de orientação terapêutica para unidades coronarianas, unidades de pós-operatórios de cirurgia cardíaca e unidades de urgência cardiovasculares. 28 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Arquivo FBH “O consumo de energia tem aumentado progressiva e consistentemente e, para os hospitais, a eletricidade pode representar até 50% dos custos gerais. Buscar a redução do consumo, mantendo a qualidade dos serviços, é um desafio constante. Ações eficientes de readequação de uso da energia podem garantir uma economia significativa.” Divulgação LUIZ ARAMICY PINTO, presidente da Federação Brasileira de Hospitais, sobre a crise energética que afeta os hospitais “A depressão não é levada a sério. Essa é uma doença grave e, em quadros avançados, pode levar à morte. É preciso diagnóstico e tratamento corretos.” DRÁUZIO VARELLA, médico, comenta os riscos da depressão em seu canal no YouTube “As ondas gravitacionais permitirão entender como se formam os buracos negros e quantos existem, e também conhecer, com mais detalhe, o ciclo vital das estrelas e do universo.” Secretaria de Vigilância em Saúde MS/Divulgação SASCHA HUSA, pesquisador da UIB (Universidade das Ilhas Baleares), após o pronunciamento sobre um recente marco da ciência a respeito da confirmação da existência de ondas gravitacionais “O Brasil está defendendo que as hepatites virais entrem na nova Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável com o mesmo peso que entram aids, tuberculose e malária, pela importância que a doença tem hoje no mundo.“ FÁBIO MESQUITA, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde Unimed Federação Minas 29 TEMPO LIVRE LITERATURA HOBBY A minha paixão por vinhos se deu a partir de um curso de iniciação à arte, ministrado pelo Dr. Júlio Anselmo de Souza Neto, professor de neuroanatomia da UFMG, autor de alguns livros sobre temas da enologia, e organizado pelo colega e méRoberto dico, Tufi Meyer, um granRodrigues Corrêa, de apreciador e professor gastroenterologista, no assunto. Desde então endoscopista e médico já se passaram 20 anos. A cooperado da Unimed partir desse contato, tomei Três Corações gosto pelo tema e comecei a estudá-lo. Juntos, criamos a confraria Sociedade dos Amigos do Vinho do Sul de Minas (Socavi), onde fazemos reuniões mensais para conversar e degustar novos rótulos. Como vinho e gastronomia andam juntos, os encontros sempre terminam com um bom jantar. A Socavi também é uma forma de conhecer novas pessoas. Já organizamos viagens voltadas para roteiros vinícolas, como a Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, e em outros países, a exemplo da França, Alemanha, Itália, Chile, Argentina e Uruguai. O universo do vinho é muito rico e sempre há algo interessante para aprender. Arquivo pessoal De bike pelas montanhas Giovanny Leonardo de Lana (ao centro), clínico, pneumologista e médico cooperado da Unimed Vale do Carangola Eu sempre gostei de escrever. Despertei esse interesse logo quando comecei a ler e nunca parei. O meu primeiro livro foi escrito quando eu tinha 13 anos. Sou membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Lafaietense de Letras e tenho um prazer imenso em falar, por meio das palavras, construir personagens e criar histórias. Sou levado por contos que me inspiram. Um dos meus livros, “É difícil morrer”, é um romance que escrevi depois de um plantão em que tinha um paciente grave no CTI. A história dele serviu de inspiração. Comecei a publicar como escritor independente. Cinco livros já tomaram forma – três romances, um de poesia e outro de crônicas -, e estou preparando mais um, A Mansão do Rio Vermelho, que será lançado este ano; é uma releitura de uma história que escrevi em 1985. Foi uma grande aventura voltar àquela narrativa e dar continuidade a ela. Para mim, escrever é uma arte. Quando estou inspirado, passo horas em frente ao computador criando uma nova história. Arquivo pessoal Sabor da Itália Arquivo pessoal O poder da escrita Artur Laizo, cirurgião geral e médico cooperado da Unimed Juiz de Fora ESPORTE Andar de bicicleta é uma atividade ao ar livre que une o prazer e os benefícios da prática esportiva. Eu sempre gostei de pedalar, desde garoto, mas fazia isso esporadicamente. A bicicleta quase sempre ficava esquecida na garagem. Há mais ou menos um ano, comprei um modelo melhor e passei a pedalar com um grupo de ciclistas da região, incluindo outros médicos cooperados da Unimed Carangola. Na região, as paisagens montanhosas tornam os passeios extremamente bonitos, agradáveis e propícios a fotos incríveis. Normalmente, optamos por trilhas ou estradas de terra que nos levem às cidades vizinhas. Praticamos nos finais de semana, pela manhã, e já chegamos a alcançar 90 km em um só passeio, algo inimaginável no passado. Hoje, nós estamos colhendo frutos de uma saúde melhor, como perda de peso e resultados excelentes nos exames de rotina. Ver que estamos progredindo é o que faz o passeio valer a pena. Isso sem contar o privilégio da vista. Nesta seção, os leitores poderão acompanhar dicas e sugestões sobre cultura, lazer e diversão. Você tem uma dica? Escreva para: [email protected] 30 Revista Conexão - Janeiro / Fevereiro / Março de 2016 - Edição 20 Unimed Federação Minas