Água Viva 44
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Água Viva 44
Periodicidade trimestral - € 0,50 Director: Manuel Santos José Uma experiência Há assuntos incontornáveis neste momento, mesmo se já referidos em números anteriores: O Ano da Fé, bem como os eventos que lhe estão associados: os 50 anos do Concílio Vaticano II e os 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica (CIC). Como referiu o saudoso Papa João Paulo II: “Com a ajuda de Deus (…) puderam elaborar, em quatro anos de trabalho, um conjunto considerável de exposições doutrinais e de diretrizes pastorais oferecidas a toda a Igreja. Pastores e fiéis encontram ali orientações para aquela “renovação de pensa mentos, de atividades, de costumes, e de força moral, de alegria e de esperança, que foi o objetivo do Concílio”. (cf. Constituição Apostólica, 1992, de João Paulo II, Fidei Depositum, para a publicação do CIC, redigido depois do Concílio Vaticano II). Digamos pois que o CIC não só ajuda a inserir ainda mais o Concílio na vida dos crentes, como bebeu da riquíssima experiência vivencial e eclesial proporcionada pelo mesmo. Vem tudo isto a propósito duma experiência, vivida por mim, há muito pouco tempo. Uma pessoa amiga convidoume a participar numa eucaristia, numa segunda-feira, num sítio bonito e com uma igreja também bonita, situada relativamente perto de Fátima. Acedi com gosto. Fui prevenida de que a missa era celebrada de maneira diferente do que estamos habituados, mas “vais ver como se sente uma profunda espiritualidade”. Na igreja muitas Irmãs, daquela Congregação específica, e talvez meia dúzia, se tanto, de leigos. O sacerdote, que presidia à eucaristia, não se situava ao centro do altar mas no lado esquerdo do mesmo – para quem olha. Também foi ele, já idoso de resto, quem leu todas as leituras. Não fez homilia. E qual não é o meu espanto, quando após o evangelho, se dirige para o centro do altar, mas de costas para a assembleia. Todas as alfaias já estavam no altar, do lado direito, de quem olha, muito bem acondicionadas, só se verificando que se tratava do vinho, da água, do pão e respectivos cálice e patena, quando ele os vai utilizando. Tudo com gestos – que mais se adivinhavam do que visualizavam – muito lentos e tranquilos. A língua que o sacerdote utilizou foi sempre a língua portuguesa. Mas, o meu espanto, não acabava aqui. Na altura da comunhão, dirigem-se primeiro as Irmãs – até aqui tudo bem, pensei – ajoelham junto ao altar, ao lado umas das outras, na horizontal. Ficaram ainda algumas Irmãs nos bancos pois não cabiam. O sacerdote a todas dá o Corpo do Senhor. Após todas terem comungado, continuaram ajoelhadas enquanto o sacerdote foi buscar o cálice para lhes dar a beber o Sangue do Senhor. Uma ou outra Irmã, com dificuldade em ajoelhar, apoiava-se na colega do lado para isso. Havia também uma Irmã em cadeira de rodas e, esta, obviamente sentada. E uma outra de pé encostada à parede, visivelmente com impossibilidade de se ajoelhar. Foi a estas que o sacerdote primeiro serviu. Após estas, seguiram-se as outras Irmãs e os pouco leigos presentes. Todos ajoelhamos. Verifiquei que a minha amiga se levantou assim que recebeu a hóstia, mas eu continuei ajoelhada. O sacerdote serviu primeiro as Irmãs que continuaram ajoelhadas, naturalmente. Nisto, sinto um toque no ombro: era uma Irmã, da assembleia, que me fazia sinal para me levantar. Em suma: A nenhum leigo foi servido o Sangue do Senhor! Quando a missa acabou, tendo durado exactamente uma hora, manifestei à minha amiga a minha estranheza pelo sucedido. Explicou-me que foi por isso que se levantou, assim que comungou a hóstia, pois sabe que do cálice só bebem, para além do sacerdote, as Irmãs. Mas tínhamos que respeitar, o sacerdote já era velhinho, acrescentava, pois quando é outro mais novo os leigos comungam sob as duas espécies e também fazem leituras. Ainda fez algumas considerações sobre as dignidades diferentes, entre as Irmãs e nós os leigos. E trata-se duma pessoa esclarecida, por isso não me contrariou quando lhe referi que a dignidade de qualquer cristão – papa, bispo, sacerdote, religioso ou leigo, lhe vem, antes e em primeiríssimo lugar, do batismo recebido! Senti necessidade de sintetizar tudo isto dentro de mim. Pensei na riqueza que foi o Concílio Vaticano II com a abertura que proporcionou, nomeadamente, na Liturgia. A missa em latim e com o sacerdote de costas para o Povo já se apagou, completamente, na minha memória até porque era ainda pré adolescente quando a novidade conciliar foi introduzida. Por outro lado, tive que admitir, a riqueza da pluralidade, permitida na Igreja, sim porque celebrar a eucaristia desta forma que eu acabara de viver não era proibida, soava-me a verdadeira liberdade. E dei graças a Deus por isso. Contudo foi evidente a discriminação do cristão leigo nesta eucaristia. Mas o mais grave é a ideia, que de alguma forma a minha amiga para me consolar advogou, da dignidade do ser cristão estar, onde na realidade não pode estar: no facto de uns serem sacerdotes, outros religiosos e outros leigos, numa hierarquia piramidal há muito abolida exactamente pelo Concílio Vaticano II! E fiz um voto profundo: que toda a Igreja, se empenhe em celebrar o Ano da Fé, começando por estudar, reflectir e rezar os documentos conciliares. Filomena Calão Nº44 Outubro / Dezembro 2012 Maria, Mãe da Igreja Rogai por nós Caro leitor Se é cristão, não deixe por mãos alheias o aprofundamento da Fé que professa. Estude, reflita e reze os ensinamentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica. Esteja atento e participe nas inúmeras ocasiões de aprofundamento que surgem em todos os espaços eclesiais e, seguramente, também na sua paróquia e diocese. Informe-se. Participe. Consulte as próximas atividades, na última página e agende uma participação. Outubro / Dezembro 2012 Página Santa Igreja Católica Oh, Noiva de Cristo, tu és linda! Tua face é radiante! Coroada em amor por santos sacerdotes, Teu vestido é repleto de graça. Atendida por coros de anjos Que cantam o seu louvor, É a Mãe dos santos abençoados Quem escolhe sabiamente os teus caminhos. Protetora da Eucaristia, Amada da Rainha, Guarda da Chama da Fé, Porta para as verdades invisíveis. Pura Flor da Primavera da Vida, doce canção de embalar… Oh, mais gracioso dom de Deus para o homem Através de vós como abençoada eu sou! (adaptado de um poema de Kate Watkins Furman, traduzido por Emerson de Oliveira) A minha voz de embalar Muitas vezes temos a preocupação de querer fazer, no tempo que passamos com os nossos filhos pequeninos, o melhor, o mais arrojado, o mais inovador, o mais pedagógico… Existem sessões de terapia para bebés, massagens para bebés, música para bebés e ainda bem, pois tudo isso representa inovação, modernidade e estratégias para valorizar da melhor forma o tempo que passamos com os nossos bebés. Confesso que também frequentei, depois do meu filho mais novo nascer, um curso de massagens para bebés, que muito apreciei e do qual, ainda hoje me lembro! Mas, há um recurso que é certíssimo e a todos acessível e que pratiquei, até instintivamente, muitas e muitas vezes e que se assume, como uma estratégia milenar, de sucesso! Embalar com a voz, com a fala, com o discurso direto, partilhado, espontâneo, revelador do que se vai sentindo. A propósito disto, lembro-me sempre de uma comédia dos anos 80: “Três homens e um bebé”. Retratava a vida de três solteirões, amigos, que viviam juntos e que, de repente, se vêm confrontados com um bebé, deixado à sua porta. A criança era filha de um deles, nascida de uma relação fortuita e no final do filme, a mãe e o pai da criança acabam por ficar juntos, depois de uma série de peripécias. Lembro-me deste filme em particular por causa duma cena giríssima de um dos protagonistas, embalando o bebé e contando-lhe uma história de facas, sangue, assassinatos e afins. O que poderia à partida chocar, desarma, pois perante a estranheza de um outro que se insurge, dizendo que não se pode falar dessas coisas à criança, “que horror”, ele responde, candidamente, que o que interessa é o tom de voz, a melodia, a entoação e não o que se diz! É uma cena hilariante e muito engraçada! Fazendo as devidas proporções ao caricato da questão, é bom reter que, perante bebés pequeninos, de colo, interessa que lhes falemos muito, que os olhemos nos olhos, que os embalemos com o nosso tom de voz e isso, é mesmo mais importante, que as palavras que utilizamos, ou o que relatamos. Por isso ter os filhos por perto, envolvendo-os mesmo se bebés naquilo que se faz, enquadrando-os no dia-a-dia e continuando a ter as mil e uma tarefas que uma comum mãe/mulher tem, sem dramas, partilhando-as em voz alta (mesmo que só com o nosso bebé) é uma ótima estratégia de estimulação e cumplicidade. Não querem experimentar? Paula Ferrinho Pinceladas de Vida Christophe Lebreton, nasceu em Blois (França) a 11/10/1950,numa família cristã. Nas férias de verão do seu curso de Direito participa nos campos de Emaús – movimento fundado por Abbé Pierre, a favor dos marginalizados e que o ajuda a descobrir Deus muito próximo dos que sofrem. Empenha-se socialmente, de forma intensa (ainda ressoam aos nossos ouvidos os slogans do Maio de 1968!) junto dos marginalizados, mas afasta-se da Igreja. Só em 1972, Cristophe decide voltar e abraçar a vida religiosa. Nesta altura conhece a obra de Charles de Foucauld, cuja história e a sua sede de Deus o marcam profundamente. O fascínio para seguir as peugadas dos Irmãozinho de Jesus que aquele fundara, é muito grande. Talvez por isso aceita um convite para trabalhar como cooperante, em Argel, numa escola de deficientes. Um ano depois forma-se finalmente no seu coração a decisão: “Trapista, se Deus quiser,” escreve ele no seu diário. A sua formação é feita no mosteiro de Tamié, em França, mas sonha sempre com o norte de Africa. E, de facto, a 7/10/1987 entra no mosteiro trapista de Tibhirine, no norte de Argel, na zona de Atlas. No dia 1/1 de 1990 é ordenado sacerdote. Exerce o seu ministério no interior do seu mosteiro, porém, essa clausura torna-se espaço de acolhimento e de paz, especialmente naqueles tempos em que a guerra do Golfo abala o Médio oriente. Na Argélia a situação torna-se muito complicada, o governo cai e é declarado o estado de sítio. Os seus vizinhos árabes pedem aos monges que fiquem, ou, pelo menos, mostram-se muito aflitos só de pensarem que ficarão sem os ter na vizinhança. São momentos muito difíceis. Quase todos os dias vão sabendo de assassinatos de outros colegas em outros sítios, relativamente perto de Tibhirine. Mesmo assim decidem ficar. Exclusivamente por amor. A 27/03/1996 o mosteiro é invadido e são raptados sete monges, entre eles Cristophe. Foram assassinados a 21/05/1996 e os seus restos mortais encontrados numa estrada. Repousam desde então, num jardim do mosteiro. Numa última carta a sua mãe, Cristophe escreve: “Uno-me à tua fraqueza, aberta ao seu amor mais forte. Procuremos ser simplesmente sinais de amor. Saibamos reconhecer em cada pessoa o que subsiste dele e pode unir-se, comungar.” Cristophe nunca deixou de perseverar neste desejo: ”unir-se, comungar!” Num dos seus escritos, Aime (Ama), diz: “O amor paira no ar. Vem aí bom tempo, não se sabe de onde. É um Bom Tempo que te vai arrebatar, sabe Deus para onde. Sim, anda no ar um amor denso, que bem me parece ser Alguém”. Na sua opinião, os monges, ali em Argel, deviam ser “simplesmente e resolutamente, o Corpo da Tua Presença, presentes numa relação de amor vulnerável e exposto”. Graças ao seu diário podemos beneficiar da sua fé espantosa e do seu amor incondicional a Jesus. A vida dos mártires de Tibhirine não foi dada em vão! (extractos do livro: Cristophe Lebreton, monge, mártir e mestre espiritual para os nossos dias, escrito por D. Henri Teissier, bispo que o ordenou) Outubro / Dezembro 2012 Página Ressonâncias “O Catecismo da Igreja Católica não é simplesmente um livro religioso, nem é um manual de teologia. O catecismo é o documento da fé: mostra aquilo que a Igreja crê e aquilo que cada um de nós deve crer, porque a nossa fé é transmitida pela Igreja; é feito de tal modo que motiva a pessoa a viver a fé. Então, o conhecimento do Catecismo da Igreja Católica é um dos objetivos do Ano da Fé e vai contribuir muito para o aprofundamento e o fortalecimento da fé e também para que a Igreja possa cumprir bem a sua missão de Evangelizar” (Dom Benedito Beni dos Santos, a 07 de outubro de 2012 (ZENIT.org), Bispo nomeado pelo Papa para representar o episcopado brasileiro na XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre a Nova Evangelização) “A ressurreição de Cristo, a Sua presença viva introduzia uma novidade que tornava a vida finalmente vida, enchendo-a de uma intensidade que não conseguiam originar por si sós. Era de tal maneira evi- dente que eles a chamaram «vida nova». E quem a vivia? Uma criatura nova. A vida nova – mas podemos dizer simplesmente: a vida no seu sentido mais pleno, que se desvenda pela primeira vez com toda a sua intensidade – definia de tal modo as suas pessoas que os cristãos eram chamados os «viventes». Que raça de experiência fizeram e que raça de experiência os outros viam neles para os definir como os viventes! É isto que Cristo introduziu para sempre na realidade: uma possibilidade de viver a vida a um nível para nós absolutamente desconhecido anteriormente, um “mais”, propriamente, e São Paulo não encontrou melhor forma de exprimir isto: «Se alguém está em Cristo é uma nova criatura».” (P. Julián Carrón, na abertura dos Exercícios da Fraternidade, Comunhão e Libertação, Abril/011) “A verdade frequentemente é tão simples e elementar que parece incrível”. (Giovannino Guareschi) Cantinho Orante «Na Eucaristia está e vive Jesus entre nós. Ecutemo-l’O, pois Ele é a verdade. Olhemo-l’O, pois Ele é a fisionomia do Pai. Amemo-l’O, que Ele é o amor dando-Se às suas criaturas. Ele vem à nossa alma para que desapareça n’Ele, para endeusá-la. Que união, por maior que seja, pode ser comparável a esta? Eu como Jesus… Ele é meu alimento. Sou assimilada por Ele.» Santa Teresa dos Andes, Carta 141 A dívida soberana – Sete Mandamentos para atravessarmos a crise Pela profundidade da reflexão e actualidade do tema trans crevemos um artigo do P Tolentino de Mendonça: 1º - A primeira de todas as dívidas soberanas, e certamente a mais fundamental, é aquela que cada um de nós mantém para com a Vida. Essa dívida nunca a pagaremos, nem ela pretende ser cobrada. Reconhecer isso em todos os momentos, sobretudo naqueles mais exigentes e confusos, é o primeiro dos mandamentos. 2º - Se a maior de todas as dívidas soberanas é para com um dom sem preço como a vida, cada pessoa nasce (e cresce, e ama, luta, sonha e morre) hipotecada ao infinito e criativo da gratidão. A dívida soberana que a vida é, jamais se transforma em ameaça. Ela é, sim, ponto de partida para a descoberta de que viemos do dom e só seremos felizes caminhando para ele. É o segundo mandamento. 3º - O terceiro mandamento lembra-nos aquilo que cada um sabe já, no fundo da sua alma. Isto de que não somos apenas o recetáculo estático da Vida, mas cúmplices, veículos e protagonistas da sua transmissão. 4º - O quarto mandamento compromete-nos na construção. Aquilo que une a diversidade das profissões e as amplas modalidades do viver só pode ser o seguinte: sentimo-nos honrados por poder servir a Vida. Que cada um a sirva, então, investindo aí toda a lealdade, toda a capacidade de entrega, toda a energia da sua criatividade. 5º - A imagem mais poderosa da Vida é uma roda fraterna, e é nela que todos estamos, dadas as nossas mãos. A inclusão representa, por isso, não apenas um valor, mas a condição necessária. O quinto mandamento desafia-nos à consciência e à prática permanente da inclusão. 6º - As mãos parecem quase florescer quando se abrem. Os braços como que se alongam quando partem para um abraço. O pão multiplica-se quando aceita ser repartido. A gramática da Vida é a condivisão. Esse é o mandamento sexto. 7º - O sétimo mandamento resume todos os outros, pois lembra-nos o dever (ou melhor, o poder) da esperança. A esperança reanima e revitaliza. A esperança vence o descrédito que se abate sobre o Homem. A esperança insufla de Espírito o presente da história. Só a esperança, e uma Esperança Maior, faz justiça à Vida. Outubro / Dezembro 2012 Página Fidelidade ao Coração de Jesus Pe Dário Simões da Costa Pedroso, nasceu na Póvoa de Santo Adrião, Lisboa, a 31 de Maio de 1943. Foi ordenado sacerdote, Jesuíta, a 12 de Julho de 1975, tendo entrado na Companhia de Jesus em 1964. Fez o Noviciado em Soutelo. A seguir a licenciatura em Filosofia na Universidade Católica, em Braga. Depois a licenciatura em Teologia em Paris. AV – P Dário fale-nos um pouco sobre a sua vocação sacerdotal? Como e quando surgiu? Como a abraçou? PD - Nascido numa família anticlerical, a vocação nasceu por pura graça de Deus que desde novo me deu o encanto pelo Evangelho e pelo serviço em Igreja. O ter estudado vários anos no Colégio de São João de Brito me deu a graça de conhecer a Companhia de Jesus, Santo Inácio, e o desejo de nela entrar. Foi num tempo de muita luta e de muita dificuldade, mas se Deus me queria para Ele não houve dúvida em deixar tudo e segui-Lo. AV – Na pregação de Exercícios Espirituais (EE), transmite, sempre, uma filiação jubilosa de Santo Inácio de Loyola…qual a importância dos EE para os dias de hoje? PD -Os Exercícios são um dom de Deus à Igreja. Um método espiritual para encontrar a vontade de Deus e segui-la com determinação. Para ter um conhecimento interno de Jesus e nos apaixonarmos mais por Ele. Fazer Exercícios é uma graça importante para viver no dia a dia uma vida mais comprometida com Jesus e com o serviço em Igreja. AV – É difícil não notar o seu tom de encantamento quando se refere ao Sagrado Coração de Jesus… Fale-nos desta sua ternura. PD - Desde muito cedo me encantei pelo Coração de Jesus como símbolo do seu Amor por mim e pela Humanidade. Descobrir mais esse Coração e esse amor tem sido o meu desejo e a minha conquista. Viver d’Ele e para Ele. Fazer tudo para que o Divino Coração seja mais conhecido e mais amado. AV – Fale-nos um pouco da sua vasta acção pastoral? Onde e como a vai exercendo? PD - Fui Professor de Teologia Espiritual em Braga e em Coimbra cerca de 20 anos. Diretor Espiritual do Seminário Maior de Braga durante 14 anos. Fui Mestre de Noviços durante 7 anos. Atualmente sou Secretário Nacional do Apostolado da Oração, Diretor das revistas Mensageiro e Cruzada e do Jornal Clarim, como Diretor da Editorial AO. Há mais de 20 anos sou Vigário Episcopal para a Vida Consagrada na Diocese de Braga. Pregador, Orientador de Exercícios Espirituais, Assistente de grupos de CVX e de Equipas de Nossa Senhora. AV – Mas, na acção pastoral inserese a publicação de várias obras. Quantos livros já publicou? E qual deles lhe deu maior prazer escrever? PD - Já publiquei 64 livros, alguns dos quais já têm várias edições. Creio que tudo somado deve ser cerca de um milhão de exemplares no conjunto de todos os livros e todas as edições. O livro que mais gostei de escrever foi “Diálogos com Cristo” AV – No ano em que se comemora o Concílio Vaticano II, nos seus 50 anos, que importância ele teve na sua vida? PD - Eu entrei na Companhia de Jesus em 1964, estava a decorrer o Concílio e a começar uma página nova da vida da Igreja e da vida consagrada. Sinto que apesar das dificuldades tenho procurado ser um sacerdote e um jesuíta como o Concílio e seus documentos me ensinaram sempre. AV –Na sua opinião como responder ao apelo da Igreja para a Nova Evangelização? PD - Penso que a nova evangelização, como o Papa já afirmou, tem de passar antes de mais pela conversão pessoal do evangelizador e pela mudança das nossas comunidades. Só um testemunho de vida convicto é convincente. Só apóstolos e apóstolas apaixonados por Jesus podem evangelizar a sério. Só quem se compromete com o Evangelho de um modo concreto e apaixonado pode dar testemunho e ser evangelizador. Não basta saber coisas belas sobre a fé, a Palavra, os sacramentos. É preciso experimentar Jesus como amigo, como tesouro da vida. Só assim se pode evangelizar. Temos que nos apaixonar por Jesus e, depois, sem comodismos, sem medos, com muita audácia, dar testemunho, falar d’Ele. Queremos anunciar uma Vida, uma Pessoa, um Amor que se chama Jesus. Não só uma doutrina, uns dogmas. Centrados n’Ele falaremos do que nos vai no coração. AV – No Ano da Fé, de recente abertura e, tendo em conta a sua vasta experiência como pastor que conselhos nos daria? PD - Rezar mais, apaixonar-se por Jesus, meditar mais a Palavra de Deus, intensificar o amor à Eucaristia, viver grande amor à Igreja e servir os irmãos com um amor mais dedicado pois a fé sem obras é morta. Próximas Actividades Inauguração da Casa de Oração de Fátima e bênção da Tenda do Encontro – oratório – 28 de Outubro – 17h – sede da FMME – Loureira Adoração Noturna, na Tenda do Encontro – todos os sábados das 21,30h às 23,30h – sede da FMME- Loureira 2ª sessão da Escola de Oração – 24 de Novembro – sede da FMME - Loureira Retiro: Semeadores da Esperança – Casa de Retiros – Alcantarilha – Algarve – 13 a 16 de Dezembro Retiro aberto: A Caminho com Jesus – Casa de Oração de Stª Rafaela Maria – 12 a 13 de Janeiro/2013 Jornada de Espiritualidade: O concílio Vaticano II, na vida da Igreja – 19 de Janeiro/2013_sede da FMME – Loureira 3ª sessão da Escola de Oração – 24 de Janeiro/2013 – sede da FMME - Loureira Para quaisquer informações, contactar 969 310 272, ou 244 745 042, neste caso, só de quinta-feira, de tarde, a domingo, de tarde. Propriedade e Editor: Fundação Maria Mãe da Esperança, Rua da Barrada, nº 2; Loureira. • 2495-124 SANTA CATARINA DA SERRA. 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