Os sete trovoes

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Os sete trovoes
OS SETE TROVÕES:
Uma análise do salmo 29 à luz do cenário geográfico
Por
Sérgio Dario Costa Silva, Th.M
0
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO: os aspectos geográficos e a interpretação bíblica ....................................... 02
1. APRESENTAÇÃO DO TEXTO: delimitação das cláusulas ............................................ 04
2. ESTRUTURA DO TEXTO ............................................................................................... 06
3. ANALISANDO O TEXTO ................................................................................................ 07
3.1 OS IMPERATIVOS PARA LOUVAR: chamada à adoração ........................................... 07
3.2 A MANIFESTAÇÃO TEOFÂNICA E SEUS EFEITOS .................................................. 10
3.2.1 A região norte de Canaã ............................................................................................... 11
3.2.2.1 Localização ................................................................................................................... 12
3.2.2.1.1 Mar mediterrâneo ...................................................................................................... 12
3.2.2.1.2 Líbano ........................................................................................................................ 12
3.2.2.1.3 Siriom ........................................................................................................................ 13
3.2.2.2 Clima e vegetação......................................................................................................... 14
3.2.2.3 Importância histórica .................................................................................................... 16
3.2.2.4 Entendendo o texto ....................................................................................................... 17
3.2.2 A região sul de Canaã.................................................................................................... 20
3.2.2.1Localização: Cades ........................................................................................................ 20
3.2.2.2 Clima e vegetação......................................................................................................... 20
3.2.2.3 Importância histórica .................................................................................................... 21
3.2.2.4 Entendendo o texto ....................................................................................................... 21
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 23
APÊNDICE 01 ........................................................................................................................ 26
APÊNDICE 02 ........................................................................................................................ 27
APÊNDICE 03 ........................................................................................................................ 28
1
INTRODUÇÃO:
Os aspectos geográficos e a interpretação bíblica
O objetivo primordial do exegeta ou do intérprete das Sagradas Escrituras é buscar o
verdadeiro e autêntico sentido do texto bíblico. Contudo, nota-se que muitos estudiosos das
Escrituras têm ignorado vários aspectos fundamentais no processo de interpretação, e entre
eles está o cenário geográfico. O cenário geográfico, bem como o clima, vegetação e
localização têm sido deixados de lado, como sendo algo insignificante para o entendimento de
uma passagem bíblica.
Robertson, percebendo tal negligência, escreve seu livro “Terra de Deus” mostrando o
significado o cenário geográfico para os planos e propósitos de Deus. Ele argumenta que
diversos pontos geográficos mencionados nas Escrituras desempenham um papel relevante na
história da redenção.
Primeiro, deve-se entender que um texto bíblico não pode ser isolado de seu contexto
não apenas sócio-político-cultural, mas também geográfico.
Segundo, várias expressões hebraicas são usadas para indicar aspectos geográficos e
esta ênfase não é por acaso, possui sua importância. Vários nomes diferentes para o solo são
ditos nas Escrituras, e os diversos nomes de lugares possuem significado que iluminam a
interpretação.
Terceiro, a palestina localiza-se numa posição estratégica e isso explica por que o agir
de Deus na história constitui o tema do Antigo Testamento. Iahweh agiu na história por meio
do cenário geográfico, sendo a Palestina o elo de ligação entre Egito e Mesopotâmia; deserto
árabe e Mediterrâneo; Mar Vermelho e Damasco. Na história da Palestina, percebe-se que era
uma terra dos deslocamentos e não do repouso, contudo Iahweh promete um repouso nesta
2
terra, condicionado à obediência e quando o pacto era quebrado, Canaã voltava a ser uma
terra de deslocamentos.
Enfim, Iahweh usa o cenário geográfico para se revelar ao seu povo. Por isso,
desconsiderar os aspectos geográficos do texto bíblico é um grande erro que não se pode
continuar cometendo. O propósito deste trabalho é analisar o salmo 29 à luz do cenário
geográfico, mostrando que entender a geografia ajuda compreender a mensagem bíblica.
3
1. APRESENTAÇÃO DO TEXTO: delimitação das cláusulas
A delimitação das cláusulas possui um papel importante no trabalho exegético. A
relevância da delimitação das cláusulas pode ser vista no fato de proporcionar para o exegeta
uma compreensão mais clara acerca da estrutura da composição do texto em estudo, bem
como perceber as ênfases do autor no texto, além da objetividade e precisão em situar os
leitores em cada parte do versículo no decorrer do trabalho.
dwIïd"ñl. rAmªz>mi 1
Tributai ao Senhor filhos dos poderosos
~ylia_ e ynEåB. hw"hyl;⥠Wbåh'1
Tributai ao Senhor glória e força
z[o)w" dAbïK' hw"©hyl;÷ Wbåh'1
Tributai ao Senhor glória ao seu nome
Am+v. dAbåK. hw"hyl;â( Wbåh'2
Adorai ao Senhor na beleza da santidadevd<qo)-tr:d>h;B. hw"©hyl;÷ Wwðx]T;v.hi2
A voz do Senhor está sobre as águas
~yIM"ïh-;ñ l[; hw"©hy> lAqï 3
O Deus da glória faz trovejar
~y[i_r>hi dAbïK'h;-lae( 3
O Senhor está sobre as muitas águas
`~yBi(r: ~yIm:ï-l[; hw"©hy>÷ 3
A voz do Senhor é poderosa
x:Ko+B; hw"ïhy>-lAq 4
A voz do Senhor é majestosa
`rd")h'B, hw"©hy>÷ lAqï 4
A voz do Senhor quebra os cedros
~yzI+r"a] rbEvå o hw"hy>â lAqå 5
5
E despedaça dos cedros do Líbano `!An*b'L.h; yzEïr>a;-ta, hw"©hy>÷ rBEïv;y>w:
E os faz saltar como bezerro
lg<[E+-AmK. ~dEîyqir>Y:w: 6
`~ymi(aer>-!b, AmåK. !yO©r>fiw> !Anðbl' . 6
7
A voz do Senhor despede labaredas de fogo`vae( tAbïh]l; bceªxo hw"ïhy>-lAq
A voz do Senhor faz tremer o deserto
rB"+d>mi lyxiäy" hw"hy>â lAqå 8
O Senhor faz tremer o deserto de Cades
`vdE(q' rB:ïd>mi hw"©hy>÷ lyxiîy" 8
A voz do Senhor faz procriar corças
étAlY"a; lleäAxy> hw"“hy> lAqÜ 9
E desnuda bosques
tArï['ñy> @foöx/Y<w:) 9
a
Salmo de Davi
b
c
a
b
a
b
c
a
b
a
b
a
b
Líbano e o Siriom como filho de bois selvagens
a
b
a
b
4
`dAb)K' rmEïao ALªKu÷ Al+k'yheb.W
O Senhor preside o dilúvio
bv'_y" lWBåM;l; hw"hy>â
E presidirá o Senhor, rei eternamente
`~l'(A[l. %l,m,ä hw"©hy>÷ bv,YEïw:
O Senhor dá força ao seu povo
!TE+yI AMæ[;l. z[oß hw"©hy>)
O Senhor abençoará o seu povo com paz `~Al)V'b; AMå[;-ta, %rEßb'y> hw"¦hy>
E no seu templo todos dizem: glória
9
c
10
a
10
b
11
a
11
b
O salmo 29 é uma doxologia em forma de louvor, visto que os termos predominantes são
“reino”, “poder” e a “glória” de Iahweh. É uma doxologia veterotestamentária em louvor ao
Senhor Rei do universo, e o propósito do salmo é claramente notado em sua linguagem e
estrutura. O salmo inicia com três imperativos convocando os homens à adorem a Iahweh.
Mays observa que a proclamação da glória de Iahweh é feita na forma de um temporal que
vêm do mar estrondando contra as encostas das montanhas e as suas florestas. 1 E a
proclamação alcança seu clímax na declaração de que o Iahweh é o Soberano Rei eterno. A
declaração mostra o significado da proclamação da glória e exibe o poderoso governo do
Senhor. O salmo conclui invocando este poder como bênçãos de paz para o povo de Deus.
Enfim, o propósito da teofania, no salmo, é invocar a majestade e o governo de Deus sobre
todo o universo.
1
MAYS, James Luther. Psalms. p. 135.
5
2. ESTRUTURA DO TEXTO
1. Imperativos para louvar vv.1-2
a. Tributai (
) a Yahweh, ó filhos de Deus (poderosos/ corte celestial)
Wbh'
b. Tributai (Wbh') a Yahweh: glória e força
c. Tributai (Wbh')
a Yahweh: a glória devida
d. Adorai (Wwx]T;v.hi) a Yahweh: na beleza de sua santidade
2. A manifestação teofânica e seus efeitos vv.3-9
a. 3-4 A manifestação de Deus: sobre as águas, sobre muitas águas, é poderosa e
majestosa
b. 5-9 os efeitos da manifestação
- quebra os cedros
- despedaça os cedros do Líbano;
- Ele os faz saltar como um bezerro
- Ele faz saltar Líbano e Siriom como bois selvagens
- Despede chamas de fogo;
- Faz tremer o deserto de Cades (
)
- Dar cria às corsas (ou desgalha os carvalhos)
- Desnuda os bosques;
- A congregação diz: Glória
vdE(q'
3. vv 10-11 Yahweh: O Soberano Rei Eterno
a. Yahweh é o Soberano Rei Eterno v.10
b. Yahweh fortalece e abençoa seu povo v.11
6
3. ANALISANDO O TEXTO
3.1 OS IMPERATIVOS PARA LOUVAR: chamada à adoração vv. 1-2
O salmo inicia com uma série de imperativos e cada um descreve aspectos singulares
do caráter de Iahweh, o único Deus que deve ser louvado. Os imperativos estão organizados e
estruturados em forma de paralelismo sintético-climático.
3.1.1 Tributai a Iahweh, ~yli_ae
ynEåB.
Um dos principais desafios desta cláusula é determinar o verdadeiro significado da
expressão “~yli_ae
ynEåB.”.2 Weiser,3 Perowne,4 Harman5 e Alexander defendem que o termo
trata-se da hoste celestial e argumenta que são os seres intermediários entre Deus e os
homens, ou seja, anjos.6 Gaebelien7 e Horne entendem como sendo os “poderosos” da terra,8
enquanto que Calvino afirma que a tradução correta é “filhos dos poderosos” por se tratar de
uma expressão idiomática hebraica para falar dos “poderosos” e “príncipes”.9 Partindo desse
pressuposto, Calvino defende que o salmo tenciona humilhar os príncipes da terra diante da
grandeza e soberania de Iahweh. Mas algo é certo, a expressão não se refere aos deuses falsos
como no Salmo 97.7, e considerando que o governo de Iahweh possui dimensões universais,
leva-nos a acreditar na possibilidade de se referir à todos que estão sob este governo.
3.1.2 Tributai a Iahweh glória e força
A cláusula 1c faz um paralelismo sintético com 1b, acrescentando que “glória” e
“força” devem ser tributadas ao Senhor.
2
Cf. também Dt 10.17; Sl 89.7 (6)
WEISER, Athur. The Old Testament Library: The Psalm. p.262.
4
PEROWNE, J.J. Stewart. Commentary on the Psalms. p.275.
5
HARMAN, Arllan. Psalm : A mentor commentary.p.137
6
ALEXANDER, Joseph A. Commentary on Psalms. p.134.
7
GAEBELEIN, Arno C. The book of Psalms.p.134.
8
HORNE, George.Commentary on the Psalms. p.137.
9
CALVINO, João. Salmos 1. p.612.
3
7
~yli_ae ynEåB. hw"hyl;⥠Wbåh'
z[o)w" dAbïK' hw"©hyl;÷ Wbåh'
A palavra
do raiz
1b
1c
dAbïK' [“glória”] tem uma importância singular no salmo. O vocábulo vem
que significa “ser (estar) pesado”, “pesaroso”, “duro”, “rico”, “honrado”, e
“glorioso”. Denota a pessoa digna de respeito, atenção e obediência. O termo possui dois
sentidos no salmo: o primeiro, sumariza os atributos do Senhor como Rei, chamado no salmo
como “Rei da glória” (v. 3) e seu resplendor santo e majestade são sua glória. Segundo, é um
termo que demonstra a manifestação da realeza divina do Senhor. Mays sintetiza estes dois
sentidos como “honra” e “manifestação visível”.10 Na cláusula 1c,
dAbïK,' evidencia a honra
de Iahweh chamando os ouvintes a reconhecê-la. E a tríplice repetição do imperativo,
intensifica a honra que deve ser tributada a Iahweh.
O termo z[ [“força”] é evidenciado na manifestação teofânica no próximo segmento. O
vocábulo é geralmente usado fazendo referência à divindade. Nos hinos de louvor a “força de
Iahweh” ressalta Sua grandeza e majestade incomparáveis, enquanto que nos salmos de
lamento, é fonte de confiança e esperança:
Na tua força, Senhor, o rei se alegra” 11 “Eu te amo, ó Senhor, força minha”
12
“O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele
fui socorrido; por isso, o meu coração se exulta e com meu cântico o louvarei.
O Senhor é a força do seu povo, o refúgio salvador do seu ungido”. 13
A “força” é, de fato, um atributo essencial de Iahweh14 e, é com essa idéia que Calvino
aplica o salmo: “em suma, ele exorta [os homens] a renunciarem sua arrogância e sua
10
MAYS L. James. Exposity Psalm 29. Interpretation. p.61.
Sl 21.1
12
Sl 18.1
13
Sl 28.7-8
14
Cf. Sl 62.11[12]; 63.2[3]; 68.33[34]; 89.10 [11]; 96.7; Is 62.8;
11
8
enganosa opinião acerca de sua própria força, e por fim, a glorificarem a Deus como ele
merece”.15
3.1.3 Tributai a Iahweh glória ao seu nome
O nome de Iahweh também é digno de honra. O “nome de Iahweh” é glorioso em
retidão, fidelidade, juízo e salvação.16 Por isso, Ele deve ser honrado não apenas por causa de
Sua posição como cabeça Soberano do universo, mas também por causa de Seu incomparável
caráter. No AT o nome, às vezes, está relacionado com o caráter, e o nome do Senhor revela
Seu caráter grandioso e majestoso. O nome do Senhor significa a total auto-revelação de Deus
em sua santidade e verdade,17 e como afirma Kidner, “a glória de Seu nome é a revelação
explícita de quem Ele é”.18 O nome de Iahweh exprime segurança ao povo de Deus: “O
Senhor é homem de guerra; Iahweh é o seu nome”.19 Israel chamava pelo nome do Senhor nos
momentos difíceis, rogando por socorro.20 Nos salmos, o homem confia, louva, clama, ama o
nome de Iahweh, como fonte de segurança.21
O Senhor te responda no dia da tribulação; o nome do Deus de Jacó te eleve
em segurança. Celebraremos com júbilo a tua vitória e em nome do nosso
Deus hastearemos pendões. 22
3.1.4 Adorai Iahweh na beleza de Sua santidade 2b
Há também discordâncias quanto à tradução da cláusula 2b. Calvino prefere “no
resplendor do santuário de Deus”, referindo não ao céu, mas ao tabernáculo.23 Enquanto que
kidner propõe que seja traduzido da seguinte forma: adorai ao Senhor por causa do resplendor
15
Op. Cit. p. 613.
Sl 66.2; 79.9; Is 40.5
17
Sl 22.22[23]
18
KIDNER, Derek. Salmos 1-72 : introdução e comentário. p.145.
19
Ex. 15.3
20
Sl 25.1; 26.1; 28.1;35.1; 38.1; 86.1;
21
Sl 5.12 [11]; 7.18 [17]; 9.3 [2]; 18.50 [49]
22
Sl 20. 2, 6 [1,5]
23
Op. cit p.613
16
9
da Sua santidade”.24 O verbo “adorai” é usado no hitpael, indicando uma ação enfática,
intensiva e constante. Possui a idéia de prostrar-se e render-se, uma rendição total ao Grande
Rei Soberano do universo. O ato de adorar deve ser um dever compulsório de todos os
habitantes da terra em todos os momentos. Em contraste com a transitoriedade da glória
humana e terrena encontra-se a beleza imutável do Deus manifesto.25 A beleza da santidade é
às vezes entendido, significando separação ou consagração de vestes que eram colocadas em
um lugar de honra, e tomadas com reverência pelos sacerdotes quando apresentavam na
presença de Iahweh.26
Três pontos podem ser destacados nesta cláusula: Primeiro, o objeto da nossa
adoração, onde a gloriosa majestade de Deus é chamada de beleza de Sua santidade. Segundo,
o lugar da adoração, onde o santuário era a beleza da santidade. Terceiro, a forma da
adoração, sendo santo em todo comportamento. É importante ressaltar que Deus sempre
desejou habitar no meio de seu povo para revelar seu resplendor, mas isso só é possível
quando o povo leva em conta o impacto da santidade divina e começa a responder
positivamente pela fé e obediência, deixando o caráter santo de Iahweh ser manifestado em
suas vidas.
3.2 A MANIFESTAÇÃO TEOFÂNICA E SEUS EFEITOS vv. 3-9
Após a seqüência de imperativos, o salmista descreve a manifestação teofânica de Deus
no cenário geográfico. Para seguir as descrições do salmo, deve-se trazer a memória o mapa
da palestina: ao oeste ou ocidente está o mar mediterrâneo, e ao norte está o Líbano com seus
bosques de cedros; ao leste ou oriente está o monte Hermon, chamado no Salmo de Siriom; ao
Sul está o deserto de Cades. Veja o mapa (AHARONI,1999, p.14) que se segue:
24
Op. cit. P. 145
Sl 145.5
26
Cf. ALEXANDER, Joseph A. Commentary on psalms. p. 134
25
10
3.2.1 A região norte de Canaã
A primeira região descrita pelo salmista é a região norte de Canaã, destacando o mar
mediterrâneo, responsável pelas tempestades e fortes ventos, o Líbano e o Siriom.
11
3.2.1.1 Localização
3.2.1.1.1 O mar mediterrâneo
O mar mediterrâneo é conhecido como “mar grande”,27 “mar ocidental”28, “mar dos
filisteus”,29 “mar de Jafa”,30 e
embora não seja citado no salmo, é evidente que está
subentendido na descrição geográfica do salmista. Ele banha toda a costa ocidental de Canaã,
“de pouca profundidade na costa palestínica, impedindo a aproximação de navios de maior
calado”, 31 contudo útil como defesa natural, pois ninguém poderia aproximar em suas costas.
É o maior mar dos mares internos, com uma extensão de 4.500km e uma superfície de três
milhões de km2. Considerando que a região norte do Mar morto é caracterizada por um
terreno montanhoso, o mediterrâneo é importante por que os ventos do oeste, vindo do mar
provocavam chuvas que regavam as florestas da região.
Alguns fatos fizeram do Mediterrâneo um mar importante nos escritos bíblicos. Os
cedros usados na construção do templo foram levados pela costa do mediterrâneo, 32 e foi nele
que o profeta Jonas foi lançado, e foi para lá que o profeta Elias enviou seu moço para
verificar o aparecimento da nuvem que traria chuva.33 Quanto à importância do mediterrâneo
na história, Tognini afirma que “através dos séculos, as águas do Mediterrâneo foram palco de
sangrentas batalhas, de riquíssimo comércio, de viagem de famosos homens das nações”.34
3.2.1.1.2 O Líbano
O segundo cenário geográfico descrito no salmo é a região do Líbano,35 onde o
salmista destaca seus montes e cedros. A cordilheira dos montes líbanos, que corre
paralelamente à costa oriental do Mediterrâneo, e com uma extensão de 170 km, fica na parte
ocidental da Síria, ao norte da Palestina.36 Observe o mapa (AHARONI,1999, p.59) abaixo:
27
Cf. Js 1.4 – Veja o mapa anterior.
Dt 11.24
29
Ex 23.31
30
Ed 3.7
31
RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica. p. 80
32
Cf. 1 Rs 5.8-10
33
Cf. 1 Rs 18.41-46
34
TOGNINI, Enéias. Geografia da terra santa. p.60
35
O vocábulo “Líbano” é oriundo da raiz ibn, “branco”, em virtude da pedra calcária branca presente no Líbano.
Os assírios chamavam-no de “Lib’na, e depois de Niblani; os egípcios, “rmnn” ou “rbrn”; e os cananeus de
“Lbnn”.
36
RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica. p. 37.
28
12
É importante ressaltar que a região do Líbano é dividida em duas partes: (1) Líbano,
correspondente à região montanhosa a oeste e (2) Antilíbano, cadeia montanhosa à leste.37 A
altura média da cordilheira varia entre 1.000 e 3.000 metros sobre o mar, sendo seus picos
principais: Gebel Makmal; Dahr El-Dubab e Dahr El-kutib.38 Em uma visão geográfica geral,
nota-se que o extremo sul da região montanhosa do Líbano é uma continuação das colinas do
norte da Galiléia e esta cordilheira formava para as cidades costeiras fenícias uma proteção
natural contra invasões vindas do interior do continente.
Algo que fazia da região do Líbano um destaque eram seus cedros. Grandes florestas
de cedros e ciprestes cobriam suas encostas, fazendo da região uma das mais admiradas na
época. O Líbano era famoso também pela fertilidade.
3.2.1.1.3 O Siriom
O Siriom39 é o nome do monte Hermom dado pelos sidônios, enquanto que os
cananeus chamavam-no de Siner.40 Contudo, nota-se que Ct 4.8 e 1 Cr 5.23 fazem distinção
entre Hermon e Senir. Veja o mapa (AHARONI,1999, p.14) abaixo:
37
Esta divisão não é mencionada nos escritos bíblicos, surge a partir do domínio grego.
Cf. TOGNINI, Enéias. Op. cit. p.89. cf. tb. WOOD, Derek. The illustrated bible dictionary. p. 891-892.
39
Siriom significa “coraça”, talvez se referindo à sua forma.
40
Cf. Dt 3.8-9; 4.48
38
13
O Siriom é uma montanha com 2.800 metros de altura, e é localizado na região do
Antilíbano, “no extremo sul da cadeia dos montes, no limite sul da Síria e extremo norte da
Palestina”,41 sendo a mais alta das vizinhanças da Palestina. A região formava a fronteira
norte das conquistas israelitas de terras dos amorreus.42
O antilíbano corre paralelo ao Líbano de nordeste para sudoeste, avançando para o sul
e pelo Hermon, ocupando uma extensão de quase 163 km43 e é nestes montes que nascem os
renomados rios Abana e Farfar44. Com uma altitude por volta de 3.000 m, faz com que o
monte Hermon seja visto de várias partes da Palestina.45 É um monte majestoso e considerado
sagrado pelos primeiros habitantes de Canaã.46
3.2.1.2 O clima e vegetação da região
A região mencionada no salmo faz parte da zona mediterrânea ou zona úmida, uma
zona subtropical com uma média de 35,5 cm de chuva por ano, responsável pela área de
muitas florestas, carvalhos e cedros.47
O clima da região é muito influenciado pelo Mediterrâneo, visto que o ar quente vêm do
mar traz invernos moderados para todo o litoral e existe “época em que caem 90% das chuvas,
41
RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica. p. 33
Dt 3.8; Js 11.17
43
TOGNINI, Enéias. Op. cit. p. 89-90. cf. tb. BERRETT, Lamar C. Michael Grant publication, p.494.
44
Cf. 2 Rs 5.12
45
ROBERTSON, O. Palmer. Terra de Deus. p.55.
46
Cf. Jz 3.3; Js 13.5
47
ROBERTSON, O. Palmer. Op. cit. p. 67.
42
14
mas nas colinas e nas montanhas a temperatura pode chegar a abaixo de zero e pode nevar em
lugares com em Jerusalém”.48 Considerando que a área ao norte do mar morto é montanhosa,
os ventos do oeste, vindo do Mediterrâneo, traziam chuvas que procuravam manter a grande
área verde do litoral. As geadas e orvalho no sul vêm do Mediterrâneo, e enquanto ao norte,
das correntes aéreas provenientes do Siriom. Acredita-se que o clima da região passou por
mudanças ao decorrer dos anos em virtude do desmatamento, causando erosões no solo e uma
lenta desertificação da área.
O monte Siriom também exerce um papel fundamental na formação do clima da região,
“como catalisador das correntes de ar quente é úmido vindas do Mediterrâneo e precipitador
das mesmas em forma de Orvalho”.49 Ronis destaca que quando chega o verão, a neve do
Siriom vai derretendo, formando fios de águas e riachos que descem pelas encostas e regam
as partes inferiores do monte e os vales.50 Nesta região, dois tipos de vegetação podem ser
destacadas: na região montanhosa havia vegetação baixa com grandes árvores, enquanto que
na região litorânea havia grande concentração de plantas mais baixas, como por exemplo os
arbustos.51
Observe
os
mapas
(Atlas
Vida
Nova,
1997,
p.10)
abaixo:
48
Atlas Vida Nova. p. 10
RONIS, Osvaldo. Op. cit. p.39
50
Op. cit. p.33
51
ROBERTSON, O. Palmer. Op. cit. p.70.
49
15
3.2.1.3 Importância histórica da região
Esta região está estreitamente ligada com história do povo de Israel. Os escritores do
Antigo Testamento, constantemente, mencionaram esta região quando apontaram os limites
da terra prometida: “.. desde o deserto, desde o Líbano, desde o rio, o rio Eufrates até ao mar
ocidental...”.52
Os livros históricos narram que o Líbano foi uma das regiões conquistadas por Josué,53
e que os moradores da região foram deixados por Deus para provar Israel.54 Os cedros do
Líbano forneceram a ótima madeira de construção do Oriente antigo e a madeira usada por
Salomão em suas construções, inclusive para a construção do templo.55 Além disso, Salomão
apreciava muito aquela região.56 Os espinheiros do Líbano e Siriom eram empregados na
fabricação de navios por Tiro, para os barcos sagrados do Egito,57 e para a fabricação de
móveis.58 Os cedros do Líbano eram muito usados como metáfora na linguagem poética no
Antigo Testamento. A parábola de Jotão sobre o espinheiro e os cedros do Líbano,59 a
parábola de Jeoás para Amazias,60 os cedros como símbolo de prosperidade de um reinado
justo,61 o justo é abençoado como os cedros;62 salmo de louvor ao Criador, onde Deus é o
Criador de tudo, inclusive os cedros do Líbano, admirado por muitos, foi Ele quem plantou;63
e os cedros do Líbano eram fonte de inspiração para Salomão que compara a beleza do
Líbano com a sua amada.64
Os cedros estavam também presentes na linguagem profética. Isaías descreve o dia do
Senhor que será marcado pela ira contra os da região do Líbano.65 E os profetas Jeremias,
Ezequiel, Naum e Zacarias usaram os cedros do Líbano para descrever o juízo de Deus sobre
as diversas nações, inclusive Judá.66 O Siriom, i.e. Hermon, também tem sua história
relacionada com Israel. A meia tribo de Manassés se estabeleceu perto dessa região.67 Esta
52
Cf. Dt. 11.24
Cf. Js 1.4; 11.17
54
Cf. Jz 3.3
55
Cf. 1 Rs 7.2; 9.19; A madeira foi usada também na reconstrução do templo por Zorobabel; Ed 3.7
56
Cf. I Rs 4. 33
57
Cf. Ez 27.5
58
Cf. Ct 3.9
59
Cf. Jz 9. 15
60
II Rs 14. 9
61
Cf. Sl 72. 16;
62
Cf. Sl 92. 12;
63
Cf. Sl 104. 16
64
Cf. Ct 3.9; 4.8,11,15; 5.15; 7.4;
65
Cf. Is 2. 13; 10.34; 14.8;
53
66
67
Cf. Jr 22. 6;Ez 27. 5 Ez 31. 3 Naum 1. 4 Zc 10. 10 ; 11.1
Cf. 1 Cr 5. 23
16
região faz parte do relato da conquista,68 e o seu orvalho é destacado.69 Além disso, o
principal deus do Hermon era baal, daí o nome baal-Hermon70 e muito cedo os cananeus
usaram o monte para festejar seus deuses. Contudo, Iahweh se revela como Aquele que faz
tremer o Hermon.
3.2.1.4 Entendendo o texto
3.2.1.4.1 A voz de Iahweh está sobre as muitas águas- troveja o Deus da glória
A chamada à adoração nos versos anteriores é justificada neste segmento através da
manifestação peculiar de Iahweh. Note que o salmo ressalta em três cláusulas que a voz de
Iahweh é ouvida nos grandes temporais e tempestades: “a voz de Iahweh está sobre as muitas
águas; troveja o Deus da glória; Iahweh está sobre as águas”. Para Calvino esta ênfase tem
como propósito “subjugar pelo temor os obstinados que, de outra forma, não se renderiam
espontaneamente”.71 Chama-se a voz de Iahweh de trovão porque a Sua voz vem de cima,
possui força e grande alcance.
A repetição da expressão
hw"hy>â lAqå [“voz de Iahweh”], que se repete sete vezes no
decorrer do salmo, expressa uma onomatopéia, descrevendo o som da tempestade
acompanhada de grandes trovões. Isso levou Leslie a intitular o salmo de “o hino dos sete
trovões”.72 E para Weiser, a mensagem da representação do salmista não é o fenômeno
natural mas sim a manifestação de Iahweh.73 O objetivo primário do salmista é a revelação da
majestade e glória de Deus, justificando a razão da adoração.Gaebelein analisa a repetição de
hw"hy>â lAqå
e entende que a voz de Iahweh é Sua palavra, e que revela o Seu julgamento
sobre a terra.
As “muitas águas” fazem lembrar o mediterrâneo, o mar mais importante do Antigo
Testamento, chamado “o grande mar”. A voz de Iahweh está relacionada com o trovão
acompanhado de violentas tempestades; e uma tormenta oriunda do mediterrâneo é um
fenômeno majestoso. A voz de Iahweh está sobre o grande mar,74 com isso, Ele triunfa sobre
as muitas águas. Além de “grande mar”, o Mediterrâneo era conhecido como “mar
68
Cf. Js 11. 3,17
Cf. Sl 133
70
Cf.Jz 3.3; 1 Cr 5.23
71
Op. cit. p.615
72
LESLIE, Elmer A. The psalms. p.136
73
Op. cit. p.29
74
Cf. Js 1.4
69
17
ocidental”75 por sua localização ocidental e “mar dos filisteus”,
76
em virtude dos filisteus
habitarem em sua costa.
Os cananeus acreditavam que Baal provia chuva e fertilidade, e que o poder dele podia ser
visto nas tempestades. E o salmista confronta a religião cananita, tomando os louvores que os
cananeus atribuíam aos deuses, e dedica a Iahweh, Aquele que possui o poder sobre as
tempestades. Iahweh não apenas criou os mares mas também os controla, 77 e faz com que eles
O louvem.78 Na linguagem figurada de Isaías79 e Jeremias,80 o mar aparece completamente
debaixo do domínio de Iahweh. Enfim, nota-se que a cláusula “troveja o Deus da glória” é
uma alusão aos versos 1 e 2.
3.2.1.4.2 A voz de Iahweh é poderosa e majestosa
O salmista continua descrevendo as características singulares da voz de Iahweh. A voz de
Iahweh revela também Seu caráter majestoso. A voz de Iahweh é manifestada em poder e
majestade, i.e. investida com estes atributos, é uma expressão mais forte que os adjetivos
correspondentes “forte e majestade”. Mays destaca que neste hino e contextos similares, a
frase “a voz de Iahweh” significa uma articulação de som que comunica a temerosa majestade
e poder de Iahweh.81 Iahweh é chamado “Rei da glória” e a força e o poder, o esplendor e a
majestade são Sua glória. Calvino destaca muito bem que a manifestação teofânica celebra
não apenas o poder de Deus mas também Sua bondade em suas obras.82
3.2.1.4.3 A voz de Iahweh e os cedros do Líbano
O verso 5 ilustra a temerosa majestade da glória de Iahweh, descrevendo os efeitos no
norte de Canaã. Esta expressão faz vir a mente “um trovão” que com seus raios é capaz de
destruir grandes árvores, e os cedros [~yzI+r"a]] sempre são mencionados no Antigo Testamento
como árvores fortes com raízes profundas, sendo que os do Líbano são especiais pela sua
beleza.
75
Cf. Dt 11.24
Cf. Ex 23.31
77
Sl 104.7-9
78
Sl 148.4,7
79
Is 17.12
80
Jr 6.23
81
MAYS, L. James. Exposity Psalm 29. Interpretation. p.61.
82
Op. cit. p.614
76
18
Há uma variação significativa entre os verbos das duas cláusulas. O primeiro,
rbEåvo é um
verbo primitivo simples que significa quebrar e se encontra no qal particípio ativo [indica
ação contínua], enquanto que na cláusula 5b [rBEïvy; >] o mesmo verbo está na forma intensiva
[piel imperfeito consecutivo], intensificando a natureza da destruição. Alexander, observando
estes verbos afirma que “juntos indicam uma progressão, ou expressa a idéia de que Ele
habitualmente quebra, ou tem quebrado os cedros do Líbano”. 83 E o uso destes verbos ajuda
perceber que o salmista deseja demonstrar o caráter majestoso da voz de Iahweh. Nota-se
também que o paralelismo sinonímico entre as cláusulas 5a 5b
~yzI+r"a] rbEåvo hw"hy>â lAqå
!An*b'L.h; yzEïr>a;-ta, hw"©hy>÷ rBEïvy; >w:
reforça esta intensidade, pois 5b especifica os cedros que o salmista tem em mente. Harmann
destaca que
a referência ao Líbano é interessante, por que marca os limites com o
território cananita ao norte. Os cedros do Líbano são auto-conhecidos, e eles
representam a força do próprio Líbano. Mas eles seriam quebrados pela voz
majestosa do Senhor.84
A preferência do salmista pelos cedros do Líbano é devida sua altura e beleza, e por ser
símbolo de orgulho e majestade, poder e força. E estes famosos, magníficos e fortes cedros do
Líbano são despedaçados diante da voz de Iahweh. A majestade do Líbano se renderia à
majestade de Iahweh.
3.2.1.4.4 A voz de Iahweh e os montes Líbano e o Siriom
O outro lugar mencionado no salmo é o Siriom, i.e monte Hermon. Harmann argumenta
que “Siriom” é usado basicamente como sinônimo de “Líbano”. 85 E Gaebelein, seguindo o
mesmo raciocínio, acrescenta que os montes nas Escrituras são usados tipicamente como
símbolos de governos humanos e a voz de Iahweh vêm destruindo todos os reinos humanos e
todas outras formas de governos serão quebradas.86 Além disso, sabe-se que os montes são
considerados moradas dos deuses,87 e Iahweh mostra, com isso, Sua soberania sobre os deuses
cananeus.
83
Op. cit. 135
HARMAN, Arllan. Psalm : A mentor commentary. p.138
85
Op. cit. p. 138
86
Op. cit. p. 135
87
Cf. Sl 68.15ss
84
19
Quanto aos animais mencionados na comparação, é uma especificação retórica visando
mostrar a vivacidade dos animais jovens e ao mesmo tempo, deixar claro os efeitos da
poderosa voz de Iahweh.
3.2.2 A região sul de Canaã
A segunda região descrita pelo salmista é a região sul de Canaã, destacando o deserto
de Cades. Desta forma, o salmista apresenta duas regiões contrastantes quanto ao clima e
vegetação. Contudo, ambas possuem um propósito e significado teológico importante dentro
do salmo.
3.2.2.1. Localização: deserto de Cades
Os principais desertos de
Canaã situam ao Sul e ao oriente.
Ao sul, “os desertos de Sur, Sinai,
Parã, Zin, Berseba e Cades formam
um, e o mesmo deserto; um
colossal
deserto,
com
nomes
distintos, apenas para descrever e
localizar
regiões”.88
Tognini
argumenta sobre a possibilidade de
Cades e Zim formar, junto com Padã Arã, uma só região.89 Cades tem sua localização no
noroeste da penísula do Sinai.
3.2.2.2 Clima e vegetação
A região sul de Canaã é desértica, começando com o sul do Neguebe e indo em direção
mais ao sul, chamada zona saaro-sindiana, que compreende a área subtropical árida incluindo
os desertos da Arábia e do Saara. Robertson destaca que “apenas 5 a 15 cm de chuva cai
nestas áreas áridas a cada ano, e qualquer lavoura que exista depende totalmente de
irrigação”.90
88
TOGNINI, Enéias. Op cit. p.125.
Op. cit. p.16 cf. tb. Nm 13.26; 27.14; 33.36
90
Op. cit. p. 67
89
20
Quanto à vegetação, a região é de vegetação pobre, com raríssimas áreas cobertas de
algum tipo de plantas e a maior parte da área é totalmente desértica.
3.2.2.3 Importância histórica
A região do deserto de Cades está também estreitamente ligada com a história israelita.
O primeiro relado da região foi quando Quedorlaomer e seus aliados marcharam pra o sul e
chegaram a em Mispate i.e. Cades subjugando os amalequitas.91 Israel permaneceu na região
de Cades, nas extremidades do deserto de Parã e Zim, por mais vezes, e foi desse local que os
espias foram enviados por Moisés para ver a terra,92 e foi nesta região desértica que o povo
por desprezar a promessa de Deus, foi condenado à morrer no deserto.93 Foi a região onde
Miriã foi sepultada,94 e em seguida, ainda estando em Cades, Moisés manda pedir permissão
para passar pelo território edomita mas o rei de Edom não permitiu.95 Estes são algumas das
principais referências a Cades.
3.2.2.4 Entendendo o texto: a voz de Iahweh e o deserto de Cades
O deserto de Cades era uma parte dos desertos que Israel passou, em sua jornada rumo
a Canaã
96
e a voz de Iahweh é tão potente que faz tremer o deserto de Cades. O verbo
lyxiäy"
que é usado duas vezes nas cláusulas 8ab, está na forma causativa [hifil imperfeito] e isto é
significativo por que indica intencionalidade. Havendo Iahweh demonstrado seu poder sobre
os montes na região norte de Canaã [Líbano e Siriom], Ele agora faz conhecida Sua força
sobre o deserto Cades, região sul.
Considerando que na literatura hebraica usava termos extremos para indicar a
totalidade, pode-se afirmar que o propósito do salmista, em mencionar as regiões norte e sul, é
deixar visível esta extensão da majestade de Iahweh, ou até mesmo, afirmar que Sua voz é
capaz de abalar toda terra.
91
Cf. Gn 14.5-9
Cf. Nm 13.26; 20.1; Dt 1.19, 46; Dt 1.2
93
Cf. Nm 14.32-35
94
Cf. Nm 20.1
95
Cf. Nm 20.14-21
96
Nm 13.26
92
21
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O salmo finaliza regozijando o fato que o Senhor é o Rei eterno. Harmann acredita que
pode ser uma referência à criação de gênesis 1, e à forma em que Iahweh reina sobre a
criação.97 Iahweh, como Rei Soberano sobre toda a terra, abençoa a terra com sua paz. Tratase de uma conclusão reforçando o conhecimento de que Iahweh é o Senhor de todas as coisas
no céu e na terra. Weiser acerca disso diz: “a esperança de paz sobre a terra, o qual é
expressa no último verso, confia na majestade de Deus diante de Sua glória, a glória que
treme da terra, atemoriza os homens e faz o poeta se curvar em adoração”.98 E para
Alexander a aplicação de todo o salmo está neste verso.99
Quanto à expressão “abençoará seu povo com paz”, Calvino entende que “ainda que
Deus exiba indiscriminadamente seu poder visível à vista do mundo inteiro, contudo ele
exerce de maneira peculiar em favor de seu povo eleito”.100
Com isso, pode-se notar que todo o cenário geográfico usado pelo salmista aponta
para a declaração de que Iahweh é o Soberano Rei eterno sobre toda a terra. Daí, fica clara a
importância que se deve dar aos aspectos geográficos nos textos bíblicos. O leitor e o exegeta
não podem, de forma alguma, ignorar a relevância do cenário geográfico das passagens
bíblicas, pois elas possuem um significado fundamental para a interpretação do texto e para
uma melhor compreensão da intenção do autor.
97
Op. cit. p.138
Op. cit. p.264-265
99
Op. cit. p. 136
100
Op. cit. p.621
98
22
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25
APÊNDICE 01
ESTRUTURA VERBAL
PGN
TEMPO
GRAU
mpl
imperativo
qal
mpl
imperativo
qal
mpl
imperativo
qal
mpl
imperativo
hitpael
hifil
c
a
b
b
c
Não-verbal
a
Não-verbal
b
Não-verbal
ms
particípio
qal
3ms
Imperfeito
consec.
Imperfeito
consec.
Não-verbal
piel
hifil
ms
particípio
qal
3ms
imperfeito
hifil
3ms
imperfeito
hifil
3ms
imperfeito
Polel
3ms
imperfeito
qal
ms
particípio
qal
3ms
b
a
Não - verbal
perfeito
1
dwIïd"ñl. rAmªz>mi 
~ylia_ e ynEåB. hw"hyl;⥠Wbåh'1
z[o)w" dAbïK' hw"©hyl;÷ Wbåh'1
Am+v. dAbåK. hw"hyl;â( Wbåh'2
dv,qo)-tr:d>h;B. hw"©hyl;÷ Wwðx]T;v.hi2
~yIM"ïh;ñ-l[; hw"©hy> lAqï 3
~y[i_r>hi dAbïK'h;-lae( 3
`~yBi(r: ~yIm:ï-l[; hw"©hy>÷ 3
x:Ko+B; hw"ïhy>-lAq 4
`rd")h'B, hw"©hy>÷ lAqï 4
~yzI+r"a] rbEvå o hw"hy>â lAqå 5
`!An*bL' .h; yzEïr>a;-ta, hw"©hy>÷ rBEïv;y>w: 5
!Anðbl' . lg<[E+-AmK. ~dEîyqir>Y:w: 6
`~ymi(aer>-!b, AmåK. !yO©r>fwi >÷ 6
`vae( tAbïh]l; bceªxo hw"ïhy>-lAq 7
rB"+d>mi lyxiäy" hw"hy>â lAqå 8
`vdE(q' rB:ïd>mi hw"©hy>÷ lyxiîy" 8
étAlY"a; lleAä xy> hw"“hy> lAqÜ 9
tArï['ñy> @foöx/Y<w:) 9
`dAb)K' rmEïao ALªKu÷ Al+ky' hebW. 9
bv'_y" lWBåM;l; hw"hy>â 10
`~l'(A[l. %l,m,ä hw"©hy>÷ bv,YEïw: 10
!TE+yI AMæ[;l. z[oß hw"©hy>) 11
`~Al)V'b; AMå[;-ta, %rEßb'y> hw"¦hy> 11
a
Não-verbal
3ms
Cláusulas
a
b
a
b
3ms
perf
qal
3ms
qal
3ms
Imperfeito
Consec.
Imperfeito
3ms
imperfeito
piel
qal
a
b
a
b
c
a
b
a
b
26
APÊNDICE 02
PGN
Assunto
Receptor
3ms
Autoria do
salmo
Ordem
p.louvar
Glória e
força
Glória ao
nome de Ia
Adoração
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
Filhos dos
poderosos
2mpl
2mpl
2mpl
2mpl
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3ms
3mpl
3ms
3ms
3ms
3ms
A voz e
águas
Iah faz
trovejar
Muitas
águas
Voz
ponderosa
Voz
majestaosa
Voz e
cedros
Voz e
cedros
Líbano e o
bezerro
Siriom e
bois
Voz e fogo
Voz e o
deserto
Voz e
Cades
Voz e
corças
Voz e os
bosques
Templo e
glória
Iahweh e
dilúvio
Iahweh é
Rei eterno
Força, povo
Bênção e
paz de Iah
Emissor
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Salmista
Cláusulas
1
dwIïd"ñl. rAmªz>mi 
~ylia_ e ynEåB. hw"hyl;⥠Wbåh'1
z[o)w" dAbïK' hw"©hyl;÷ Wbåh'1
Am+v. dAbåK. hw"hyl;â( Wbåh'2
dv,qo)-tr:d>h;B. hw"©hyl;÷ Wwðx]T;v.hi2
~yIM"ïh-;ñ l[; hw"©hy> lAqï 3
~y[i_r>hi dAbïK’h-; lae( 3
`~yBi(r: ~yIm:ï-l[; hw”©hy>÷ 3
x:Ko+B; hw"ïhy>-lAq 4
`rd")h'B, hw"©hy>÷ lAqï 4
~yzI+r"a] rbEvå o hw"hy>â lAqå 5
!An*bL' .h; yzEïr>a;-ta, hw"©hy>÷ rBEïv;y>w: 5
!Anðbl' . lg<[E+-AmK. ~dEîyqir>Y:w: 6
`~ymi(aer>-!b, AmåK. !yO©r>fwi >÷ 6
`vae( tAbïh]l; bceªxo hw"ïhy>-lAq 7
rB"+d>mi lyxiäy" hw"hy>â lAqå 8
`vdE(q' rB:ïd>mi hw"©hy>÷ lyxiîy" 8
étAlY"a; lleAä xy> hw"“hy> lAqÜ 9
tArï['ñy> @foöx/Y<w:) 9
`dAb)K' rmEïao ALªKu÷ Al+k'yheb.W 9
bv'_y" lWBåM;l; hw"hy>â 10
`~l'(A[l. %l,m,ä hw"©hy>÷ bv,YEïw: 10
!TE+yI AMæ[;l. z[oß hw"©hy>) 11
`~Al)V'b; AMå[;-ta, %rEßb'y> hw"¦hy> 11
a
b
c
a
b
a
b
c
a
b
a
b
a
b
a
b
a
b
c
a
b
a
b
27
ANEXO 03
Wbïh' ~yli_ae ynEåB. hw"hyl;⥠Wbåh' dwIïd"ñl. rAmªz>mi WTT Psalm 29:1
`z[o)w" dAbïK' hw"©hyl;÷
LXT
Psalm 28:1 yalmo.j tw/| Dauid evxodi,ou skhnh/j evne,gkate tw/| kuri,w|
evne,gkate tw/| kuri,w| ui`ou.j kriw/n evne,gkate tw/| kuri,w| do,xan kai. timh,n
ui`oi. qeou/
VUL
Psalm 28:1 psalmus David in consummatione tabernaculi adferte Domino filii Dei
adferte Domino filios arietum 2 adferte Domino gloriam et honorem adferte Domino gloriam
nomini eius adorate Dominum in atrio sancto eius
ACF
Psalm 29:1 DAI ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força.
ARA
Psalm 29:1 Salmo de Davi Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR
glória e força.
ARC
Psalm 29:1 Salmo de Davi Dai ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR
glória e força.
hw"©hyl;÷ Wwðx]Tv; .hi Am+v. dAbåK. hw"hyl;â( Wbåh' WTT Psalm 29:2
`vd<qo-) tr:d>h;B.
LXT
Psalm 28:2 evne,gkate tw/| kuri,w| do,xan ovno,mati auvtou/ proskunh,sate tw/| kuri,w| evn auvlh/|
a`gi,a| auvtou/
VUL
Psalm 28:2 adferte Domino gloriam et honorem adferte Domino gloriam nomini eius
adorate Dominum in atrio sancto eius
ACF
Psalm 29:2 Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza
da santidade.
ARA
Psalm 29:2 Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na
beleza da santidade.
ARC
Psalm 29:2 Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome; adorai o SENHOR na beleza
da sua santidade.
28
primeiro trovão
hw"©hy>÷ ~y[ir_ >hi dAbïK'h;-lae( ~yIM"ïh;ñ-l[;
hw"©hy> lAqï
WTT
Psalm 29:3
`~yBi(r: ~yIm-:ï l[;
LXT
Psalm 28:3 fwnh. kuri,ou evpi. tw/n u`da,twn o` qeo.j th/j do,xhj evbro,nthsen ku,rioj evpi.
u`da,twn pollw/n
VUL
Psalm 28:3 vox Domini super aquas Deus maiestatis intonuit Dominus super aquas
multas
ACF
Psalm 29:3 A voz do SENHOR ouve-se sobre as suas águas; o Deus da glória troveja; o
SENHOR está sobre as muitas águas.
ARA
Psalm 29:3 Ouve-se a voz do SENHOR sobre as águas; troveja o Deus da glória; o
SENHOR está sobre as muitas águas.
ARC
Psalm 29:3 A voz do SENHOR ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o
SENHOR está sobre as muitas águas.
terceiro trovão
`rd")h'B,
segundo trovão
hw"hy>â lAqå x:KBo+ ; hw"ïhy>-lAq
WTT
Psalm 29:4
LXT
Psalm 28:4 fwnh. kuri,ou evn ivscu,i fwnh. kuri,ou evn megaloprepei,a|
VUL
Psalm 28:4 vox Domini in virtute vox Domini in magnificentia
ACF
Psalm 29:4 A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade.
ARA
Psalm 29:4 A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade.
ARC
Psalm 29:4 A voz do SENHOR é poderosa; a voz do SENHOR é cheia de majestade.
quarto trovão
`!An*b'L.h; yzEïr>a;-ta, hw"©hy>÷ rBEïvy; >w: ~yzI+r"a] rbEåvo
hw"hy>â lAqå
WTT
Psalm 29:5
LXT
Psalm 28:5 fwnh. kuri,ou suntri,bontoj ke,drouj kai. suntri,yei ku,rioj ta.j ke,drouj tou/
Liba,nou
VUL
Psalm 28:5 vox Domini confringentis cedros et confringet Dominus cedros Libani
ACF
Psalm 29:5 A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR quebra os cedros do
Líbano.
29
ARA
Psalm 29:5 A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR despedaça os cedros
do Líbano.
ARC
Psalm 29:5 A voz do SENHOR quebra os cedros; sim, o SENHOR quebra os cedros do
Líbano.
`~ymi(aer>-!b, AmåK. !yO©r>fiw÷> !Anðb'l. lg<[E+-AmK. ~dEyî qir>Yw: : WTT Psalm 29:6
LXT
Psalm 28:6 kai. leptunei/ auvta.j w`j to.n mo,scon to.n Li,banon kai. o` hvgaphme,noj w`j ui`o.j
monokerw,twn
VUL
Psalm 28:6 et comminuet eas tamquam vitulum Libani et dilectus quemadmodum filius
unicornium
ACF
Psalm 29:6 Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois
selvagens.
ARA
Psalm 29:6 Ele os faz saltar como um bezerro; o Líbano e o Siriom, como bois selvagens.
ARC
Psalm 29:6 Ele os faz saltar como a um bezerro; ao Líbano e Siriom, como novos
unicórnios.
quinto trovão
`vae( tAbïh]l; bceªxo
hw"hy>â lAqå
LXT
Psalm 28:7 fwnh. kuri,ou diako,ptontoj flo,ga puro,j
VUL
Psalm 28:7 vox Domini intercidentis flammam ignis
ACF
Psalm 29:7 A voz do SENHOR separa as labaredas do fogo.
ARA
Psalm 29:7 A voz do SENHOR despede chamas de fogo.
ARC
Psalm 29:7 A voz do SENHOR separa as labaredas do fogo.
WTT
Psalm 29:7
WTT
Psalm 29:8
sexto trovão
`vdE(q' rB:ïd>mi hw"©hy>÷ lyxiîy" rB"+d>mi lyxiäy"
hw"hy>â lAqå
LXT
Psalm 28:8 fwnh. kuri,ou sussei,ontoj e;rhmon kai. sussei,sei ku,rioj th.n e;rhmon Kadhj
VUL
Psalm 28:8 vox Domini concutientis desertum et commovebit Dominus desertum Cades
ACF
Psalm 29:8 A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de
Cades.
30
ARA
Psalm 29:8 A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de
Cades.
ARC
Psalm 29:8 A voz do SENHOR faz tremer o deserto; o SENHOR faz tremer o deserto de
Cades.
sétimo trovão
tArï[ñy' > @foöx/Yw< :) étAlY"a; lleäAxy>
hw"hy>â lAqå
WTT
Psalm 29:9
`dAb)K' rmEaï o ALªKu÷ Al+k'yheb.W
LXT
Psalm 28:9 fwnh. kuri,ou katartizome,nou evla,fouj kai. avpokalu,yei drumou,j kai. evn tw/|
naw/| auvtou/ pa/j tij le,gei do,xan
VUL
Psalm 28:9 vox Domini praeparantis cervos et revelabit condensa et in templo eius omnis
dicet gloriam
ACF
Psalm 29:9 A voz do SENHOR faz parir as cervas, e descobre as brenhas; e no seu
templo cada um fala da sua glória.
ARA
Psalm 29:9 A voz do SENHOR faz dar cria às corças e desnuda os bosques; e no seu
templo tudo diz: Glória!
ARC
Psalm 29:9 A voz do SENHOR faz parir as cervas e desnuda as brenhas. E no seu
templo cada um diz: Glória!
`~l'(A[l. %l,mä, hw"©hy>÷ bv,YEïw: bv'y_ " lWBåM;l; hw"hy>â WTT Psalm 29:10
LXT
Psalm 28:10 ku,rioj to.n kataklusmo.n katoikiei/ kai. kaqi,etai ku,rioj basileu.j eivj to.n
aivwn/ a
VUL
Psalm 28:10 Dominus diluvium inhabitare facit et sedebit Dominus rex in aeternum
ACF
Psalm 29:10 O SENHOR se assentou sobre o dilúvio; o SENHOR se assenta como Rei,
perpetuamente.
ARA
Psalm 29:10 O SENHOR preside aos dilúvios; como rei, o SENHOR presidirá para
sempre.
ARC
Psalm 29:10 O SENHOR se assentou sobre o dilúvio; o SENHOR se assenta como Rei
perpetuamente.
31
`~Al)V'b;AMå[;-ta, %rEßby' > hw"h¦ y> !TE+yI AMæ[;l. z[oß hw"©hy>) WTT Psalm 29:11
LXT
Psalm 28:11 ku,rioj ivscu.n tw/| law/| auvtou/ dw,sei ku,rioj euvlogh,sei to.n lao.n auvtou/ evn
eivrh,nh|
VUL
Psalm 28:11 Dominus virtutem populo suo dabit Dominus benedicet populo suo in pace
ACF
Psalm 29:11 O SENHOR dará força ao seu povo; o SENHOR abençoará o seu povo com
paz.
ARA
Psalm 29:11 O SENHOR dá força ao seu povo, o SENHOR abençoa com paz ao seu
povo.
ARC
Psalm 29:11 O SENHOR dará força ao seu povo; o SENHOR abençoará o seu povo com
paz.
32

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