“os morangos com açúcar é a vida a fingir”–retratoseimpactos da
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“os morangos com açúcar é a vida a fingir”–retratoseimpactos da
Actas do X Congresso Internacional Galego Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN 978 972 8746 71 1 “OS MORANGOS COM AÇÚCAR É A VIDA A FINGIR”–RETRATOSEI MPACTOS DA TELENOVELA NO JARDIM DE INFÂNCIA RUTE MARIA CORREIA PAULINO Doutoranda em Innovación e Calidade En Ámbitos Educativos Formais E Non Formais [email protected] UNIVERSIDADE DE VIGO Departamento de Didáctica, Organización Escolar e Métodos de Investigación Resumo O presente trabalho faz uma incursão ao mundo da infância através de um estudo de caso sobre ““ Os Mo r ango s c o m Aç úc a r é a v i da a f i ng i r ” – Retratos e Impactos da Telenovela no Jardim-deInfância” , privilegiando-se as crianças como actores sociais que atribuem significado, construindo e reconstruindo constantemente os seus mundos sociais e culturais, estabelecendo pontes e rentabilizando contributos das diferentes instâncias socializadoras. No estudo pretende-se analisar de que forma a televisão, enquanto instância socializadora, e concretamente através de um progra mat e l e v i s i v oe s pe c i f i c o–Mo r a ng osc o m Aç ú c a r–s ec ol o c ae interfere na forma como as crianças atribuem significado às distintas dinâmicas, recriadas através deste enredo e à visibilidade que assumem no mundo real e quotidiano delas. O estudo de caso aqui apresentado desenvolvido com crianças entre 3 e 5 anos de idade, ancorado na sociologia da infância, privilegia a valorização das múltiplas linguagens das crianças, nomeadamente a plástica, a motora e a oralidade, na construção de um retrato acerca da forma como os fenómenos televisivos se apresentam nos quotidianos das crianças e ainda do impacto dos mesmos nas culturas infantis. 1. Introdução As crianças têm vindo nas últimas décadas a conquistar espaços de que outrora estavam arredadas. Tem vindo a ser defendida a necessidade de criar e recriar espaços que permitam que as crianças se assumam enquanto actores sociais com voz e acção nos seus contextos de vida. Para além do mais, tem sido muito visível nas duas últimas décadas o surgimento de inúmeros produtos culturais para as crianças que impõem a necessidade de os analisar mais criteriosamente no sentido de perceber os seus efeitos nos mundos sociais e culturais infantis. Consideramos, ainda, que os meios de comunicação social têm um papel, cada vez mais activo, na socialização das crianças, sendo incontornável a sua consideração para melhor entender as crianças nesta sociedade de informação. 3296 Actas do X Congresso Internacional Galego Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN 978 972 8746 71 1 É a partir destes pressupostos que enquadramos o nosso trabalho. Partindo de uma realidade que tem influenciado nos últimos anos as crianças e jovens portugueses, a telenovela Morangos com Açúcar, pretendemos perceber junto de crianças entre os três e os cinco anos, de que forma este programa se apresenta nos quotidianos destas crianças. Pretendemos compreender sociologicamente o impacto da telenovela na infância, bem como analisar a forma como as crianças transmitem os conhecimentos adquiridos acerca da telenovela e no caso específico da telenovela Morangos com Açúcar analisar de que forma as crianças reapropriam as culturas juvenis na infância. 2. Objectivos do Estudo De ponto de vista global a escola necessita de transformações que respondam a todos os níveis de critica; mas, sobretudo redefinir competências que permitam dar sentido à instituição escolar e ao trabalho que ela realiza. A escola para além de fornecer um conjunto de conhecimentos que garantam um mínimo de cultura para todos os alunos deve desenvolver capacidades cognitivas, sócio-afectivas e motoras, para todos. Para que isso aconteça é necessário adaptar diversas actividades e diferentes ritmos de aprendizagem adequados à diversidade de público escolar, mas que convergem para o desenvolvimento cognitivo, afectivo e para a integração social de todas as crianças. Para este estudo se desenvolver será importante recolher informações e opiniões de todas as crianças e pais acerca da problemática apresentada. A recolha da informação será delineada, recorrendo às técnicas de observação participativa, (captação e registo de aspectos da realidade, in loco e in situ, mediante um contacto [directo e prolongado] do investigador com os sujeitos no contexto da sua acção e mediante a utilização de instrumentos apropriados), sendo as entrevistas conversas dirigidas às crianças e as entrevistas estruturadas aos pais destas. A investigação que se realizou teve como objectivos: Compreender sociologicamente o impacto da telenovela na infância; Observar qual a influência da telenovela no quotidiano das crianças; Analisar a forma como as crianças transmitem os conhecimentos adquiridos acerca da telenovela; Promover métodos e técnicas de expressão para a realização de actividades de identificação e reconhecimento das personagens da telenovela; Analisar de que forma as crianças reapropriam as culturas juvenis na infância. 3297 Actas do X Congresso Internacional Galego Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN 978 972 8746 71 1 3. Orientação Metodológica A opção metodológica da investigação revelar-se-á num dos aspectos constitutivos e centrais do trabalho empreendido, uma vez que, ao pretendermos realizar um estudo exploratório sobre “Os Morangos com Açúcar é a vida a fingir”–Re t r a t o seI mpa c t o sdaTelenovela no Jardim de I nf ânc i a ”, temos consciência da necessidade de escolher um método que, ao eleger as crianças como sujeitos, exige ao investigador a adopção de uma posição capaz de poder penetrar nos mundos sociais e culturais da infância. No âmbito da sociologia da infância é sobejamente inquestionável a importância de se realizar um trabalho que integre e privilegie na análise as acções das crianças, enquanto actores sociais, as suas interpretações da realidade, o(s) sen t i do ( s )a t r i bu í d o( s )à s“ c oi s a s ”d os e uqu ot i di a no . Esta abordagem sociológica exige a inserção do investigador nos locais onde as acções ocorrem d emo l deao bs e r v a r“ a sf or ma see s c ut a ra srazões que explicam, justificam ou apenas ponderam o suceder dos acontecimentos ed a sc on du t a s ”( Sa r me n t o ,2 00 0 : 3 4) . Neste sentido, por contraponto aos métodos de que normalmente se socorrem as ciências “ du r a s ” ,édec a p i t a li mpo r t â n c i aaut i l i z a ç ã od e“ mé t od osqu a l i t a t i vo se m vez de quantitativos, com vista à obtenção de um conhecimento intersubjectivo, descritivo e compreensivo, em vez de um conhecimento objectivo, explicativ oen omot é t i c o”( So us aSa n t o s , 19 96 : 2 2 ) . Partilhando o pensamento do autor, e será nosso propósito, como já referimos, compreender “Os Morangos com Açúcar é a vida a fingir”–Re t r at oseI mpac t o sdaTe l e no ve l ano J ar di m de I nf ânc i a ”, necessário se torna privilegiar como unidade de observação as interacções das crianças que ocorrem no dia-a-dia desse contexto. Tratando-se de crianças entre os 3 e os 5 anos, elegemos métodos de investigação cujas características permitam aceder às linguagens dos sujeitos de estudo, de uma forma versátil e dinâmica. Neste caso consideramos o estudo de caso como uma abordagem metodológica importante para estudar em profundidade uma realidade no sentido de compreender as suas singularidades, sem a pretensão de generalizar os resultados, valorizando-se processos de reflexividade e de acção comunicacional entre o investigador e os actores envolvidos. Parente refere a propósito que: “ Aoop t a rpe l ar e a l i z a ç ã od eum e s t u dodecaso, o investigador procura desenvolver um conhecimento intenso e detalhado de um caso único ou de um pequeno número de casos relacionados. O investigador pretende aprender sobre o caso a partir de um conhecimento compreensivo obtido através de descrições extensivas e análises do caso tomado como um todo en os e uc on t e x t o( Me r t e n s ,1 99 8) ”( 2 00 4: 13 2 ) . 3298 Actas do X Congresso Internacional Galego Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN 978 972 8746 71 1 Então a característica exclusiva desta investigação baseia-se no estudo intenso e pormenorizado de um grupo de crianças. De acordo com Yin: “ Oe s t u dod ec a s opo d es e rde f i n i d oc o mo«uma investigação empírica que investiga um fenómeno contemporâneo no contexto natural, especialmente, quando as fronteiras entre o fenómeno e o contexto não são claramente evident e s( …)e mqu es ã ou s a d as múltiplas fontes de evidência» (1994:13). Para Stake o estudo de caso é «o estudo da particularidade e da complexidade de um caso singular para compreender a sua actividade e mc i r c u ns t â nc i a si mpo r t a n t e s »( 19 98 : 1 1) ” . No estudo de caso: “ Ai nc u mb ê n c i ar e a ldoe s t ud od ec a s oéapa r t i c u l a r i z a ç ã on ã oag e n e r a l i z a ç ã o.To ma s eu m caso particular para o conhecer bem e não para ver em que se diferencia dos outros, mas, para ver o que é e o que faz. Destaca-se a unicidade, e isto implica o conhecimento dos outros casos de que o caso em questão se diferencia, contudo a finalidade primeira é a compreensão deste ú l t i mo”( St a k e ,1 99 8: 20 ) Convém mencionar, ainda, que o estudo de caso pode ser usado, como nos informa Parente, “ e m di v e r s a sá r e a sdi s c i p l i na r e s( Yi n,19 93 ) ,ap a rtir de diferentes abordagens e correntes teóricas e diferentes paradigmas epistemológicos (Lessard-Hébert, Goyett, e Boutin, 1994; Me r t e n s ,1 99 8 ;St a k e , 19 9 8) ”( 20 0 4: 13 8 ) . De acordo com a autora: “ Asdi f e r e n t e sc on c e pç õ e sdor e a lqu er e p r e s e n t a m modos diferentes de olhar a realidade social não emergem do vazio mas de um conjunto de pressupostos ontológicos (relativos à verdadeira natureza ou essência dos fenómenos em estudo), epistemológicos (que afirmam a verdadeira base do conhecimento), e da natureza humana (relações entre os seres humanos e o meio envolvente) que têm importantes implicações nas opções metodológicas do investigador ( Bu r r e l leMo r g a n , 19 79 ,c i t a d ospo rCh oe neMa n i o n ,1 99 0)”( i bi d e m) . A nossa investigação enquadra-se, então num paradigma qualitativo, privilegiando o conhecimento proposicional, baseado na linguagem, mas também o conhecimento tácito, as percepções e intuições das crianças e restantes elementos envolvidos, que não são directamente expressos pela linguagem. Segundo Fine e Sandstrom, “ O ob j e c t i v o ma i sób vi od ai n v e s t i ga ç ã o qu a l i t a t i va com crianças será, talvez, conseguir conhecê-las e ver melhor o mundo pelos seus olhos. A um nível mais profundo, este estilo de 3299 Actas do X Congresso Internacional Galego Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN 978 972 8746 71 1 investigação parte, cumulativamente, do princípio de que os menores têm um bom conhecimento dos seus mundos, que estes mundos são especiais e dignos de nota, e que nós, como adultos, podemos beneficiar ao olhar o mundo através dos seus corações e das suas me n t e s . ”( 19 88 : 1 2) É com base nesta reflexão que se pretende realizar esta pesquisa, valorizando as crianças como informante chave, apreciando as suas acções como uma forma de expressão do mundo em que vivem. Instrumentos e recolha de dados Os instrumentos de recolha de dados serão de natureza diversificada, dada a constatação de que a realidade social em análise é demasiado complexa para se deixar apreender por um número reduzido de técnicas. Deste modo utilizar-se-à a entrevista semi-estruturada, a observação participante, bem como actividades plásticas diversificadas. A observação participante é uma técnica adequada ao exercício de um trabalho de pesquisa e mp e nh a d oe m ob s e r v a rec a pt a r ,s e ma r t i f í c i o s ,n os e ua c o nt e c e r“ n a t u r a l ”edomo me nt o,na s acções manifestadas e nos discursos dos sujeitos em estudo. Esta operacionaliza-se por intermédio das relações que se estabelecem com os sujeitos em estudo, o que permite uma aproximação gradual investigador/sujeitos. Isto é, à medida que se vão construindo relações de maior proximidade afectiva e simbólica, vão-se reunindo, progressivamente, as condições favoráveis para se dar corpo a uma descrição minuciosa e detalhada da realidade a estudar, para se aceder à compreensão dos significados da interpretação dada pelos actores sociais visados no estudo, nomeadamente das suas acções e eventos em que participam. De qualquer modo, a tarefa do investigador não é fácil, mas antes traduzida num processo moroso, exaustivo e complexo. Tal como refere Vasconcelos, o trabalho do investigador, faz-se sem pressas o que: “( …)e xi ge ,ne c e s s a r i a me n t e ,um r i t mop a c i e nt e ,l e nt o,( …)e xi gea t e nç ã o,e s c ut a ,e s pí r i t o aberto, disponibilidade, possibilida ded ep a r a rp a r a‘ e s t a rc om’ . Pressupõe assim um ritmo que ligamos à velhice, a um tempo para voltar a ter tempo e consequentement e ,e s t a rdi s p on í v e l ” (Vasconcelos, 2000:45). É esta exigência que um investigador sente no seu dia-a-dia. Exigência que é vivida entre a lentidão que o procedimento de pesquisa recla ma–c on s t r u ç ã od er e l a ç õ e ss o c i a i sc om a s c r i a nç a s–ot e mp oae l ad e d i c a d oea op r o c e s s ode escrita e os imperativos decorrentes de outros compromissos de ordem pessoal e profissional. 3300 Actas do X Congresso Internacional Galego Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN 978 972 8746 71 1 Serão efectuadas entrevistas-conversa com as crianças participantes do estudo, já que como r e f e r eMa r q ue s“ épe l a“ p a l a vr a ”q ueos uj e i t oe xprime o que vive ou viveu, narra a sua história de vida, aquela em que acredita ou quer acreditar, convencendo o seu i nt e r l oc ut o r ”( 2 00 2 : 1 95 ) . Justifica-se esta utilização da entrevista-conversa, porque é uma técnica que, imbuída de informalidade e de um certo grau de proximidade, nos fornece, como refere Marques (ibidem) “ a sc on di ç õ e sf a v or á v e i sàe xp r e s s ã oda ss ua sexperiências e convicções, dos seus pontos de vista e interpretações. Além disso, a entrevista, ainda que de conver s a ,a j ud a n osac o nh e c e ra“ e s t r ut ur ad a s sequências das ocorrências que ( …)c o n s t i t u e m ae s t r u t u r ad eu mt e mpos o c i a loudeuma p e r i o di z a ç ã oh i s t ó r i c a ”( i d e m: 19 6) As entrevistas irão decorrer num espaço que lhes é familiar, a sala do Jardim-de-infância, pois c omor e f e r eSa r a ma g o,“ oa mbi e nt ef í s i c oonde decorre a entrevista-conversa é fundamental p a r aos uc e s s odame s ma ”( 20 01 :1 5) . Para completar, usar-se-à ainda o desenho, o qual é para a criança um meio para expressar a sua criatividade, na representação do mundo tal como o vê, permitindo ao adulto compreender a significação que faz da realidade. Com o desenho pode representar coisas que fez, que viu ou que imaginou e, quando lhe perguntamos o que fez ela transmite-nos a sua própria interpretação. Como nos refere Sarmento: “ I n t e r pr e t a ro sd e s e n ho sd a sc r i a nç a séde s c o br ir um mundo algo misterioso, que é esse espaço simbólico continuamente rejuvenescido pela inventividade cri a t i vad ai nf â n c i a . ”( s / d: 3) A nossa preocupação nesta pesquisa centra-se em dar a conhecer, através das representações infantis, o retrato e o impacto que a telenovela exerce nas crianças e como estas o representam graficamente. Salienta-nos ainda Sarmento que o desenho é uma referência metodológica, quando: “ O de s e n ho é e s p e c i a l me n t ea pr op r i a do p a r aa c e der a formas de expressão de crianças pequenas. Essas formas só são verdadeiramente acessíveis se forem contextualizadas. O desenho é frequentemente acompanhado de verbalizações das crianças que referem as figuras e motivos inscritos no papel de modo por vezes paradoxal e fora da inteligibilidade dos adultos. Poder acompanhar o acto de elaboração do desenho ou captar as opiniões expressas pelas crianças sobre as suas próprias produções plásticas pode contribuir para uma maior compreensão dos significados atribuídos e fazer convergir dois registos simbólicos, aliás nem sempre coincidentes. O desenho e a sua fala são co-constitutivos de um modo de expressão 3301 Actas do X Congresso Internacional Galego Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN 978 972 8746 71 1 infantil cujas regras não são as mesmas da expressão adulta. No desenho das crianças verifica-se a presença de uma autoria colectiva, adaptação de formas (pelo menos a partir de uma certa idade) e clichés formais que revelam do desejo de integração numa cultura de pares. O estudo da produção infantil e não apenas a análise dos produtos, quando possível, amplia a compreensão dos actos que conduzem à expressão p l á s t i c aeàr e f l e x i v i da dei n f a n t i ls ob r ee l a . ” (idem:11) Qualquer pesquisa com estes métodos, que promovem e valorizam a acção individual e c ol e c t i v ada sc r i a n ç a sepr of e s s or e s ,“ d e f i n e se nesta relação a dimensão colaborativa da pesquisa e por aqui se exprime o sentido da participação infantil na investigação sobre os mu nd o ss o c i a i sec ul t u r a i sd a sc r i a n ç a s ”( i de m: 1 2) . 4 - Considerações Finais Após uma incursão nas diferentes perspectivas de compreender sociologicamente os retratos e impactos da telenovela M.C.A. como as crianças são influenciadas no seu quotidiano, de que forma transmitem os conhecimentos adquiridos e como reapropriam as culturas juvenis na infância, deparamo-nos com um olhar conhecedor do que as crianças produzem e como o fazem, nos seus contextos e interacções, confrontando-nos com conceitos, que consideramos úteis para pensar a nossa prática pedagógica. Da r“ vo z ”à sc r i a nç a sn ã oi mp l i c as ome n t ea organização de tempos para se expressarem, é necessário também estar atento às suas representações, sejam elas gráficas ou verbais, em diferentes momentos e contextos. Mas presenciar as suas criações e nelas desvendar o simbolismo que lhe está adjacente será para qualquer educador um aspecto decisivo na orientação da sua prática. Consideramos que no final deste trabalho estamos mais conscientes da necessidade de apreender e compreender com maior acuidade as diferenciadas formas de expressão da criança. Compreende-la na sua essência como ser social, com capacidades para interagir com as apropriações que faz do mundo, reinscrevendo-as nas suas formas de expressão exige do adulto atitudes mais atentas e reflexivas que lhe permitam aceder à complexidade de que se reveste ser criança. O desafio que permanece no final deste trabalho remete-nos para a necessidade de aprofundar os retratos e impactos da telenovela nas culturas infantis. 3302 Actas do X Congresso Internacional Galego Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 2009 ISBN 978 972 8746 71 1 Referências Bibliográficas - ABRANTES, J. C. (coord.), (2005). A Construção do Olhar. Media e Jornalismo. Livros Horizonte. - ADLER, Patricia ; ADLER, Peter (1998), Peer Power. Preadolescent culture and identity, London, Rutgers University Press - ALMEIDA, A. N. (2000). A sociologia e a descoberta da infância: contextos e saberes. Fórum Sociológico. Instituto de Estudos e Divulgação So c i o l ó g i c a .Do s s i e r :Asc or e sd ai nf â nc i a– realidades fragmentadas. Faculdade de Ciências Soc i a i seHuma n a s–Un i v e r s i d a d eNo v aDe Lisboa. Nº 3/4 (IIª série). pp: 11-32. - ARCHARD, R. (1993). Children: Rigths and Childhood. Londres: Routledge. ARIÈS, P. (1988). 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