os beneficios dos jogos recreativos na alfabetizaçao dos alunos

Transcrição

os beneficios dos jogos recreativos na alfabetizaçao dos alunos
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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
NÚCLEO DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
IZAIAS PEREIRA FERREIRA
JOÃO MARCOS TRIPER
NELI TEREZINHA COSSENTIM
OS BENEFÍCIOS DOS JOGOS RECREATIVOS NA ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS
NO MUNICÍPIO DE ALTO PARAÍSO-RO
MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO
Ji-Paraná/RO
2007
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IZAIAS PEREIRA FERREIRA
JOÃO MARCOS TRIPER
NELI TEREZINHA COSSETIM
OS BENEFÍCIOS DOS JOGOS RECREATIVOS NA ALFABETIZAÇÃO DOS
ALUNOS NO MUNICÍPIO DE ALTO PARAÍSO-RO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Fundação Universidade Federal de Rondônia,
para obtenção do título de Licenciatura em
Educação Física.
Professor Orientador: Ricardo F. S. Canto
Ji-Paraná
2007
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1. IDENTIFICAÇÃO
1.1. Título.
OS BENEFÍCIOS DOS JOGOS RECREATIVOS NA ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS
NO MUNICÍPIO DE ALTO PARAÍSO-RO
1.2. Autores:
IZAIAS PEREIRA FERREIRA
JOÃO MARCOS TRIPER
NELI TEREZINHA COSSETIM
1.3. Finalidade
Obtenção do título de Licenciado em Educação Física.
1.4. Instituição
Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR
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IZAIAS PEREIRA FERREIRA
JOÃO MARCOS TRIPER
NELI TEREZINHA COSSETIM
OS
BENEFÍCIOS
DOS
JOGOS
RECREATIVOS
NA
ALFABETIZAÇÃO DOS ALUNOS NO MUNICÍPIO DE ALTO
PARAÍSO-RO
Monografia apresentada como pré-requisito para obtenção do título
de Licenciado em Educação Física da Fundação Universidade Federal
de Rondônia - UNIR, submetida à aprovação da banca examinadora
composta pelos seguintes membros:
AVALIADORES:
______________________________ __________
1º avaliador
Nota
Prof. Ms. Ricardo Faria Santos Canto - Orientador
______________________________ __________
2º avaliador
Nota
Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves
______________________________ __________
3º avaliador
Nota
Prof. Ms. Eurly Kang Tourinho
_________________
Média
Ji-Paraná-RO, 05 de outubro de 2007.
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RESUMO
A alfabetização é de suma importância na vida do cidadão, por isso é necessário que haja
investimento nas séries iniciais. Quando uma criança sai das séries iniciais mal alfabetizadas
ela comprometerá vários anos de sua vida escolar. É necessário que todos os professores
tenham consciência da importância de termos uma sociedade alfabetizada que não deixe essa
missão só para os pedagogos. Há muito tempo a Educação Física era vista como uma forma
de “adestrar” alunos, que visava só o desenvolvimento dos músculos e a padronização de
movimentos. Hoje vemos como uma disciplina totalmente pedagógica voltada à junção dos
movimentos com a cognição unindo corpo e mente em uma mesma área de conhecimento.
Podendo assim, ser muito útil na área de alfabetização. Esse estudo tem como objetivo
trabalhar de forma interdisciplinar, com jogos recreativos para auxiliar no desenvolvimento
dos alunos de alfabetização do município de Alto Paraíso-RO. Foi desenvolvida uma pesquisa
envolvendo sessenta e seis (66) alunos de alfabetização, sendo que vinte e oito participaram
do grupo experimental e trinta e oito (38) do grupo de controle. Foram aplicadas doze (12)
aulas de Educação Física, com jogos recreativos para o grupo experimental num período de
quarenta e cinco (45) dias, todas as aulas explorando conteúdos de alfabetização. Para o grupo
de controle foram trabalhadas só aulas de recreação. Os dois grupos foram submetidos às
mesmas avaliações diagnósticas para a classificação dos alunos de acordo com os níveis de
leitura e escrita. A mesma avaliação foi realizado no final, após doze (12) aulas. O resultado
foi significante para o grupo experimental. Houve um avanço grande, confirmando assim as
idéias de: Piaget, Emília Ferreiro, Luzia Bomtempo e outros pesquisadores da área.
Palavras-chave: alfabetização, jogos, aprendizagem.
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ABSTRACT
The alfabetização is of utmost importance in the life of the citizen, therefore it is
necessary that it has investment in the initial series. When a child leaves the initial series
badly alfabetizadas it will compromise some years of its pertaining to school life. It is
necessary that all the professors have conscience of the importance of terms a alfabetizada
society that does not leave this mission alone for the pedagogos. The Physical Education has
much time was seen as a form “to train” pupils, who only aimed at the development of the
muscles and the standardization of movements. Today we see as one disciplines total
pedagogical come back to the junction of the movements with the cognition joining body and
mind in one same area of knowledge. Thus being able, to be very useful in the alfabetização
area. This study it has as objective to work of form to interdisciplinar, with recreativos games
to assist in the development of the pupils of alfabetização of the city of High Paradise-RO. A
research was developed involving sixty and six (66) pupils of alfabetização, being that twenty
and eight had participated of the experimental group and thirty and eight (38) of the group of
control. Twelve (12) lessons of Physical Education had been applied, with recreativos games
for the experimental group in a period of forty and five (45) days, all the lessons exploring
alfabetização contents. For the group of control recreation lessons had been worked alone.
The two groups had been submitted to the same disgnostic evaluations for the classification of
the pupils in accordance with the levels of reading and writing. The same evaluation was
carried through in the end, after twelve (12) lessons. The result was significant for the
experimental group. It had a great advance, thus confirming the ideas of: Piaget, Emília
Blacksmith, Luzia Bomtempo and other researchers of the area.
Word-key: alfabetização, games, learning
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................................. 11
1.2. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 13
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 14
1.3.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 14
1.3.2. Objetivos Específicos ............................................................................................. 14
1.4 Questões de Pesquisa ...................................................................................................... 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 15
2.1- História de Alto Paraíso – RO ...................................................................................... 15
2.2 História da Educação Física em Alto Paraíso. ................................................................ 16
2.3 Jerico Motorizado – A maior manifestação cultural de Alto Paraíso. ............................ 18
2.4. O que é alfabetização ..................................................................................................... 19
2.4.1 As fases da alfabetização ........................................................................................ 20
2.4.2 Ambiente Alfabetizador...........................................................................................25
2.4.3. Construtivismo ....................................................................................................... 27
2.4.3.1. A prática de ensino construtivista.................................................................28
2.4.3.2 – O jogo: uma das metodologias da aprendizagem construtivista.................29
2.5 – Jogos Recreativos ........................................................................................................ 30
2.5.1. O Jogo e suas definições ......................................................................................... 31
2.6 - Características e Necessidades das Crianças de 6 a 7 anos ......................................... 32
3.– METODOLOGIA............................................................................................................. 34
3.1 - Quanto à pesquisa ........................................................................................................ 34
3.2 - Quanto às aulas ............................................................................................................ 35
3.3 - Análise e Discussão dos Dados .................................................................................... 38
3.3.1 – Análise .................................................................................................................. 39
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................ 41
4.1 Conclusões ...................................................................................................................... 41
4.2 Recomendações .............................................................................................................. 42
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5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 43
ANEXOS..................................................................................................................................46
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LISTA DE FIGURAS
Fig. 01 – Foto da cidade de Alto Paraíso-RO .......................................................................... 15
Fig. 02 – Foto da Montagem da carroceria de um Jerico ........................................................ 18
Fig. 03 – Foto da limpeza de um motor para ser posto em um Jerico ..................................... 18
Fig. 04 – Competição de Jeriqueiros na Corrida Nacional de Jericos no ano de 2004. .......... 18
Fig. 05 – Turistas presentes na 4ª Corrida Nacional de Jericos no ano de 2006. .................... 18
Fig. 06 – Largada da 6ª Corrida Nacional de Jericos no ano de 2007. .................................... 18
Fig. 07 – Exemplo de atividades desenvolvidas por alunos .................................................... 22
Fig. 08 - Exemplo de atividades desenvolvidas por alunos ..................................................... 22
Fig. 09 - Exemplo de atividades desenvolvidas por alunos ..................................................... 23
Fig. 10 – Professor Izaias desenvolvendo atividades com alunos. .......................................... 35
Fig. 11 – Professor Izaias desenvolvendo atividades com alunos. .......................................... 36
Fig. 12 – Professor Izaias desenvolvendo atividades com alunos. .......................................... 36
Fig. 13 – Professor João Marcos desenvolvendo atividades com alunos. ............................... 37
Fig. 14 - Professor João Marcos desenvolvendo atividades com alunos. ............................... 37
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1. INTRODUÇÃO
A alfabetização é fundamental na vida do estudante. Nesta fase o indivíduo pode ou
não ser bem trabalhado. Quando é feito um bom trabalho o resultado acompanhará para
sempre, mas se este trabalho for feito de forma errada os resultados não agradáveis também o
acompanharão por muitos anos. O aluno sofrerá prejuízo que a escola precisará estar bem
atenta para retribuir ao aluno aquilo que ele perdeu em seus primeiros contatos com o
ambiente escolar. Sendo, portanto a alfabetização o berço da aprendizagem escolar, todo o
cuidado é pouco para que a escola possa oferecer uma educação de qualidade.
Muito se fala em melhorar a educação, mas os resultados obtidos junto aos alunos
nos mostram muitas vezes um descaso com a alfabetização, às vezes são lotados professores
iniciantes. Dificilmente se lotam os professores com grande experiência. Às vezes por falta de
experiência dos professores procuram trabalhar isolados, dificultando ainda mais o trabalho.
A distância entre o ideal e o real é grande, precisando de investimentos na alfabetização em
todos os sentidos, na qualidade dos profissionais, na compra de materiais e na preparação de
um ambiente adequado. A qualidade de aula pode ser melhorada quando houver um
relacionamento melhor entre os professores, principalmente com o de Educação Física, que
pode auxiliar numa proposta de introduzir os jogos recreativos na alfabetização,
transformando a aula em momento de lazer.
Todos os conteúdos podem ser trabalhados com jogos recreativos. Com um bom
planejamento e um trabalho interdisciplinar a qualidade da aula e a motivação aumentarão, e
os alunos serão os mais privilegiados, pois estarão aprendendo do jeito que eles gostam,
“brincando”.
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Esta pesquisa teve por finalidade dar suporte aos professores que atuam na
alfabetização. Melhorar o relacionamento entre Pedagogos e Professores de Educação Física.
Foi feito um trabalho em parceria. Que se desenvolveu as aulas com jogos recreativos.
Este trabalho teve como principal objetivo sistematizar uma pesquisa que pudesse
analisar os benefícios dos jogos recreativos na alfabetização, dentro de uma proposta
construtivista.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
O interesse pela presente pesquisa surgiu a partir das observações das dificuldades
encontradas na alfabetização dos alunos das escolas de Alto Paraíso - RO.
Observam-se várias dificuldades, tais como:
 Faltam profissionais qualificados;
 Faltam materiais adequados;
 O espaço físico deveria ser mais atraente (decorado), e um pátio adequado.
 Pouco se trabalha o lúdico nas aulas de alfabetização, ficando assim uma aula
desmotivada e comprometendo o relacionamento entre alunos e professores.
O Brasil é um país democrático que “todos têm o mesmo direito”. Isto não retrata a
realidade, pois os filhos dos homens do campo têm sofrido uma desigualdade muito grande na
área da educação. Por motivos econômicos as escolas rurais são menos privilegiadas. As
escolas urbanas de quase todos os municípios recebem alunos para cursar a 1ª série com
experiência escolar, isso facilita o trabalho dos professores.
A qualificação dos profissionais da educação é algo contínuo. Quanto maior for a
formação, melhor será a educação do país. É preciso que professores tenham formação
adequada para cada nível de ensino. E a alfabetização das escolas rurais tem enfrentado
problemas quanto à formação e qualificação dos professores. Precisamos encontrar
profissionais dedicados e capacitados. Em relação ao professor ideal, Andréa (2003 p.77)
afirma que:
O professor ideal seria aquele que, além dos conhecimentos intelectuais,
tivesse uma personalidade sem muitos conflitos, uma vida familiar
satisfatória, e fosse capaz de orientar seus alunos em outros assuntos além
dos relacionados à matéria que ensina.
Na medida em que os profissionais forem se qualificando a educação vai se
evoluindo na alfabetização será notável.
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Ao trabalhar com jogos recreativos na alfabetização, a possibilidade de sucesso é
maior, pois são muitos benefícios que os jogos recreativos trazes: melhor relacionamento
entre aluno e professor, facilita o trabalho em grupo, ensino a criança a lidar com as regras,
deixa a aula mais dinâmica, etc...
O trabalho com jogos visa contribuir para que as crianças possam adquirir
conhecimentos e desenvolver suas habilidades e competências. O ponto de partida é o jogo
em si, mas a meta é melhorar o desempenho escolar (Macedo Petty e Passos, 2005). Quando
damos a oportunidade das crianças pensarem para tomarem as decisões, estamos dando a
oportunidade para sua formação cognitiva. Mesmo trabalhando com jogos recreativos (jogos
quase sem regras), a criança estará trabalhando sua mente para realizarem suas tarefas. Com
isso a criança sentirá prazer em participar de um ambiente alegre, uma vez que as aulas de
alfabetização precisam ser bem motivadas.
Segundo dados levantados pela Secretaria Municipal de Educação de Alto Paraíso 1,
nos últimos anos o índice de repetência na 1ª série em algumas escolas tem sido muito alto
chegando ultrapassar a marca de 50%. Estes dados têm trazido grandes preocupações para os
orientadores pedagógicos. Mesmo sabendo que os PCN‟s e a LDB dão abertura para o
trabalho interdisciplinar, a Educação Física até hoje não deu nenhum suporte aos professores
que trabalham diretamente com a alfabetização. Uma vez que um dos objetivos da Educação
Física proposto pelos PCN‟s para o 1º ciclo é organizado autonomamente alguns jogos,
brincadeiras e outras atividades corporais simples (PCN, Educação Física, p.23).
Esta pesquisa tem o enfoque pedagógico, mas sempre observando o aspecto social.
Uma vez que não tem como falar em escola sem falar em questões sociais. A aprendizagem
não está relacionada só ao contexto escolar. O ambiente familiar pode contribuir muitas vezes
a escola traz reflexos da sociedade, se a comunidade for socialista, a escola tendência-se ao
socialismo, mas como a nossa comunidade é capitalista, uma vez que tudo está baseado em
lucro financeiro, quanto custa, quem paga, etc...
Quase todos os jogos podem ser transformados em jogos recreativos. Um jogo é
recreativo quando não se prende as regras do jogo, mas deixa que o lúdico ganhe espaço, é o
jogo que as crianças mais gostam. A criança brinca pelo prazer de brincar e não pelas suas
conseqüências (Macedo, Petty e Passos, 2005).
É muito amplo o número de jogos recreativos que podem contribuir na
alfabetização, é só deixar a criatividade fluir. Exemplo, bingo, macaco disse, chicotinho
queimado, jogo da forca, quebra-cabeça, dominó, adivinhações, caça-palavras com rótulos,
etc...
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A forma de ensino com jogos recreativos é uma proposta já bem trabalhada, pois
grandes nomes da educação como, Paulo Freire e Piaget trouxeram esta proposta. E esta
forma de ensinar está assegurada numa proposta construtivista. Buscando assim uma melhor
educação, sendo a educação do prazer.
Diante do exposto pergunta-se quais os benefícios dos jogos recreativos na
alfabetização dos alunos das escolas de Alto Paraíso - RO.
1.2. JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa justifica-se por vários motivos. O primeiro a destacar diz respeito
diretamente à defasagem da alfabetização. Muitos de nossos alunos não são alfabetizados por
falta de motivação nas aulas de alfabetização. Os professores muitas vezes buscam
solucionarem seus problemas pesquisando tendências pedagógicas, métodos melhores para
desenvolverem seus trabalhos. Muitas dificuldades são encontradas para realizar um trabalho
que realmente possa causar efeito. O Brasil é considerado um dos países com grande índice de
analfabetismo.
Trabalhar com alunos motivados é sinal que teremos sucesso, e esta motivação
poderá ser resgatada pelos jogos recreativos, visto que, o maior prazer da criança está no
brincar.
A pesquisa pode contribuir na valorização de Educação Física nas séries iniciais.
Ainda se pensa que alfabetizar é responsabilidade apenas do pedagogo, ficando assim a
Educação Física, muitas vezes extintas das séries iniciais. O trabalho em parceria entre o
pedagogo e o professor de Educação Física poderá trazer um avanço muito grande. Porque
além de promover o lúdico, este profissional trabalhará a coordenação motora, equilíbrio,
lateralidade.
Este trabalho será de fundamental importância, pois orientará na elaboração de plano
de curso de educação física para atender as necessidades dos alunos de alfabetização. É
necessário que os planos de curso sejam elaborados a partir daquilo que as crianças gostam e
não do que queremos que elas façam. Introduzir nos planos de cursos os jogos recreativos é
dar aos nossos alunos o direito de serem crianças em nossas aulas.
Pretendemos com este trabalho dar suporte aos novos professores na elaboração de
estratégias para conseguirem bom desempenho dos alnos na alfabetização. É defende a idéia
de trabalharmos dando ênfase à interdisciplinaridade, uma vez que estamos baseados na
14
proposta dos PCN‟s. É necessário que haja diálogos constantes entre os professores para o
crescimento de nossos alunos.
Esta pesquisa pretende mostrar através de dados obtidos o quanto os jogos
recreativos facilitará o trabalho do professor de alfabetização. Os jogos recreativos ajudam as
crianças desenvolverem seus trabalhos em equipe preparando-se para enfrentar suas
dificuldades e capacitando-se para resolver situações-problemas.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral

Investigar os benefícios dos jogos recreativos na alfabetização dos alunos das
escolas municipais de Alto Paraíso – RO.
1.3.2. Objetivos Específicos

Verificar o estímulo da coordenação motora através de jogos recreativos;

Verificar a influência da Educação Física no processo de alfabetização;

Examinar a estimulação do trabalho em equipe através dos jogos recreativos;

Relatar as influências dos jogos recreativos na resolução de situaçõesproblemas.
1.4 QUESTÕES DE PESQUISA
1. Como os jogos recreativos estimulam a coordenação motora?
2. De que forma os jogos recreativos proporcionam motivação nas aulas de
alfabetização?
3. Como os jogos recreativos estimulam o trabalho em equipe?
4. Como os jogos recreativos auxiliam em resolução de situações-problemas?
15
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1- História de Alto Paraíso – RO
O município de Alto Paraíso nasceu a partir do projeto de colonização no início dos
anos 80. Inicialmente, fazia parte do município de Ariquemes e sua emancipação política
administrativa se deu através da Lei nº. 375 de 11 de fevereiro de 1992, publicado no Diário
Oficial da União em 13 de fevereiro de 1992.
Os habitantes em sua maioria são frutos do fluxo migratório cuja intensidade teve
seu auge na época da implantação do projeto de colonização que deu origem ao município.
Sua etnia é enriquecida com tipos humanos oriundos das regiões Sul e Sudeste do país.
Alto Paraíso, cidade localizada na região Norte do país, no estado de
Rondônia. Sua população é de 13.118 habitantes (censo 2000), e sua área
geográfica é de 2.647,80 km2. A agricultura, a pecuária e a extração de
madeira são sua base econômica, tendo o café como destaque. A cidade de
Alto Paraíso está situada a 50 km da cidade de Ariquemes e a 250 km da
capital Porto Velho. Sendo que a estrada é toda de asfalto, saindo de
Ariquemes a 25 km sentido a Porto Velho a esquerda da Br 364, pegando a
Br. A seguir dados oficiais sobre a cidade (Padovan 2004 p.
FONTE: www.capitaldojerico.com
Fig. 01
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Alto Paraíso limita-se ao Norte com os municípios de Candeias do Jamari e Itapuã
do Oeste; ao Sul com Ariquemes; à Leste, com Rio Crespo e a Oeste com Porto Velho.
O Setor educacional do município está estruturado a partir da Secretaria Municipal
de Educação – SEMED.
1
Conta com 41 escolas multisseriadas 06 escolas pólos e 02 escolas estaduais; 01
biblioteca municipal com uma clientela estudantil de 104 alunos, pré-escolar; 100 alunos na
alfabetização; 1769 alunos de 1ª a 4ª séries; 1601 alunos de 5ª a 8ª séries; 768 alunos do
ensino médio, mais 12 do PROEMCRO; 25 alunos do EJA 1º SEGMENTO.
O município de Alto Paraíso conta com uma soma de 172 (cento e setenta e dois)
professores municipais sendo que 22 (vinte e dois) são monitores de ensino; 49 (quarenta e
nove) professores magistério; 87 (oitenta e sete) com nível superior; 11 (onze) pós-graduados.
2
E 52 (cinqüenta e dois) professores do estado, 31 (trinta e um) nível superior e 21 (vinte e
um) pós-graduados.
2.2 História da Educação Física em Alto Paraíso.
Na época de desbravamento os primeiros imigrantes chegaram com seus cacaios às
costas e abrindo picadas no meio da mata com machados, foices e facões chegando a um
determinado ponto resolveram começar a desmatar e construir seus barracos para morarem, e
nesse ponto hoje, é o Município de Alto Paraíso.
As atividades físicas exercidas por esses povos eram a força, para manusear
ferramentas, fazer derrubadas e carregar madeira para construção de casas. Força e agilidade
para o plantio e cultivo de cereais para sua subsistência.
A destreza e precisão para caçar e pescar. Utilizando armadilhas e armas.
Com o passar do tempo foi, surgindo nos quintais de seus lares as brincadeiras, de
cobra-cega, esconde-esconde, peteca, bola de meia, pois com essas atividades é que
começaram a construir os campos e passaram a praticar o futebol onde participavam seus
familiares, com disputa de jogos, para manterem a união e a moral e preservar os seus
costumes. Assim como faziam os chineses que praticavam exercícios físicos com a finalidade
de levantar a moral de seus povos e obter a regeneração de seus costumes.
1
2
Dados oficiais da SEMED – Secretaria Municipal de Educação de Alto Paraíso-RO.
Dados oficiais da Secretaria da E.E.E.F.M. Laurindo Rabelo.
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Alto Paraíso desenvolveu suas atividades na criação de distritos, pois nesta época
surgiram a construção de escolas e os jogos eram disputados em campo de terra, com o
desenvolvimento e chegada de mais habitantes é que começou a se desenvolver as práticas
desportivas no futebol de salão, basquete e voleibol.
Desta forma foram aprimorando-se as atividades físicas, como instrumento
fundamental para a formação e personalidade de nosso povo.
O município de Alto Paraíso não é diferente no contexto das atividades físicas da
Idade Antiga, Média e da História do Brasil. Os seus primeiros habitantes já exerciam essas
atividades no desmatamento através de foice, machado e facão, para a construção de suas
casas.
A partir de 1983 com a chegada de vários professores foi implantado o Ensino de 5ª
a 8ª série em nosso município, e daí em diante cada vez mais foi melhorando as atividades
físicas e desportivas.
O futebol de campo teve mais ênfase na escola, professores trabalhavam a pratica de
exercícios físicos de cada aluno e o interesse pela prática desportiva.
No ano de 1992 quando então Alto Paraíso passou a ser Município, conseguimos
formar uma praça pública onde possui uma quadra e campo de futebol e voleibol de areia.
Hoje o esporte que mais se destaca no município é o futebol de campo, tanto que
possuímos um estádio cercado e com arquibancada coberta, pois neste campo são realizados
campeonatos rurais e municipais.
Somente na área urbana há dois times adultos masculino e um time adulto feminino,
um time juvenil masculino e um time mirim masculino, dentre esses times têm vários alunos
da Escola Laurindo Rabelo que se destacam e inclusive jogam para outros times de outros
Municípios, como Ariquemes, Itapuã e Porto Velho.
Alto Paraíso assim como em todo Brasil, tem o futebol como um dos esportes mais
praticados por toda a população.
Outras atividades físicas são exercidas pela população além dos esportes, pois são
necessários para a sobrevivência do ser humano, como por exemplo: andar, correr, sentar,
trepar, levantar, respirar, rolar, toda atividade natural que cada pessoa pratica.
Na escola além da prática desportiva, trabalhamos com o desenvolvimento,
coordenação, resistência, equilíbrio e aprimoramento de cada um com o que se identifica.
Em nosso município também temos um grupo de adolescentes e jovens, masculino e
feminino que pratica a capoeira e o karatê, ambos os esportes que atraem muitos
18
telespectadores, devido os movimentos, batuques e cantos da capoeira, agilidade; rapidez e
concentração do karatê.
O voleibol também é bastante praticado pela população, que aos fins de tarde e
principalmente aos domingos lotam a quadra desportiva.
Em fim Alto Paraíso tem povos de todas as raças, mas unidos em todos os sentidos.
2.3 Jerico Motorizado – A maior manifestação cultural de Alto Paraíso.
Fig. 02
Fig. 03
Fonte:www.capitaldojerico.com
Fonte:www.capitaldojerico.com
Jerico é um veículo fabricado de forma artesanal, composto de chassis e pneus de
pick-up ou Jipe, motor estacionário com algumas adaptações e com carroceria de madeira.
O jerico na cidade de Alto Paraíso tem várias utilidades tais como: extração de
madeira, na agricultura, no comércio para fazer entrega de mercadorias, para fazer frete,
transportar pessoas da zona rural e urbana, é utilizada em alguns eventos na cidade, como sete
de setembro, dia de Nossa Senhora Aparecida para transportar a Santa até a capela localizada
na Linha C-85, a quatro quilômetros de Alto Paraíso. Também o Jerico é utilizado como
veículo do evento denominado Jericódromo. Corrida Nacional de Jericos Motorizados.
Segundo Vanete dos Santos Dezani, monografia de graduação 2004 p.13.
Trata-se de uma corrida com regras específicas, em local pré determinado
no qual o Jerico é o principal protagonista. Neste evento participam
diretamente os donos de Jerico ou seus representantes.
A população participa indiretamente assistindo ao espetáculo.
Fig. 04
Fonte: www.capitaldojerico.com
Fig. 05
Fonte: www.capitaldojerico.com
Fig. 06
Fonte: www.capitaldojerico.com
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A primeira corrida de Jerico motorizado foi realizada no ano de 2002, e a cada ano
que passa o evento atraí mais turista, chega a dobrar o número de turista de um ano para
outro.
Hoje Alto Paraíso é possuidor de um dos maiores espaços de atração turístico
esportivo do estado de Rondônia e da Região Norte do Brasil, esse fato dá-se em virtude da
realização de um dos eventos mais destacados dos últimos tempos em território nacional, a já
conhecida “Corrida Nacional de Jericos Motorizados” que é realizada no dia da festa de
Emancipação Política Administrativa da cidade 13 de fevereiro.
Recebendo milhares de turistas de todo o Brasil e do exterior que vêm atraídos pelo
evento citado, a cidade foi conhecida pela mídia nacional como a “Capital Nacional de Jericos
Motorizados”. 3Neste ano o evento superou todas as expectativas, recebendo mais de 60.000
(sessenta mil) turistas na 6ª Corrida Nacional de Jericos Motorizados.
Além do que proporcionou o Jerico motorizado, Alto Paraíso se dispõe de uma
exuberante flora e uma bacia hidrográfica com vários rios e igarapés, contando com várias
cachoeiras. Mas infelizmente mesno com toda a influência cultural que o Jerico Motorizado
trouxe para a população de Alto Paraíso-RO, ainda não está sendo explorado pelos
professores de Alfabetização. Visto que pode-se explorar trabalhando de várias maneiras
como: palavras chaves, figuras, frases, etc, criando assim uma motivação maior nas aulas.
2.4. O que é alfabetização
Segundo Cossetim, Tripper, Ferreira (2002), a alfabetização é um processo pelo qual a
criança precisa passar para dar seguimento à sua aprendizagem dentro da escola e fora dela, já
que o ensino não tem um fim em si mesmo e nem se confina na escola. Tal processo
compreende a capacidade de ler e escrever. De modo geral, pode-se pensar que haja
alfabetização quando esses dois requisitos são cumpridos. E o desenvolvimento da
alfabetização ocorre em um ambiente social e com informação recebidas, de maneira
agradável para que a criança possa assimilar as informações e compreender os conteúdos
recebidos.
Segundo FERREIRO (2003 p.22) A análise que segue é totalmente centrada
nestes aspectos construtivos, e nenhuma definição poderia ser mais clara do
que a própria análise. Por ora é suficiente dizer que após muitos anos de
3
Dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Cultura, Desporto e Turismo.
20
pesquisa neste campo ficou evidente que o sistema de escrita como um
objeto socialmente elaborado é um objeto de conhecimento para a criança.
O desafio segue tanto na leitura como na escrita, pois ambas são conjuntas
sucessivamente. Araújo (Apud Pinto 2005 p.45), afirma que:
O sujeito não aprende sozinho, pois a alfabetização é um processo de
interação entre aluno e professor. O profissional da educação deve valorizar
o conhecimento que o aluno traz consigo.
A grande preocupação do professor deve estar em fazer o aluno alcançar os
objetivos da alfabetização. Segundo Ferreiro (1993 p.13)
A conta argumento é evidente: não será porque a quantidade do Ensino e
tão má que tantas crianças não conseguem aprender? Não é acaso que a
partir de certas teorias da aprendizagem (precisamente aquelas que
sustentam que o aprender não é satisfatório por si mesmo, - senão um
simples meio para obter gratificações) se tem uma opinião tão desvalorizada
das crianças? Ainda que se possa sustentar com fundamentos que a
repetência é antieconômica, antepedagógica
antipsicológica, também é certo que a promoção automática, por si só não
faz senão deslocar o "funil da repetência".
Portanto, alfabetização é alcançar um patamar de sucesso para os educadores que
não estão prontos para realizarem esse trabalho. Segundo Vygotsky citado por Ferreiro (1993)
na aquisição do conhecimento humano constata-se que o ponto de partida para o ensino de
qualquer conhecimento deverá ser tudo o que já foi culturalmente produzido pela sociedade.
No caso da língua escrita o professor usará como objetivo de estudo os textos já utilizados por
pessoas que dominam a leitura e a escrita. O professor deve utilizar o conhecimento que a
criança traz de sua família, promovendo um intercâmbio cultural em sala de aula.
Por isso hoje pode entender a fala com uma representação de primeira ordem, é a
representação da idéia que se tem sobre o mundo físico. Esse conceito precisa ser trabalhado
amplamente com o alfabetizando, pois só assim ele confiará a língua escrita à importância e a
função que ele ocupa em nossas vidas.
O papel da escola é fazer mediação entre o conhecimento no papel aprendizagem.
(Prohacap, Pinto 2005).
2.4.1. As fases da alfabetização
As crianças chegam à escola sabendo várias coisas sobre a língua. É preciso avaliálas, para determinar estratégias para sua alfabetização. Apesar de a criança construir seu
21
próprio conhecimento, cabe ao professor organizar atividades que favoreçam a reflexão sobre
a escrita. Diagnosticar o quanto que os alunos já sabem antes de iniciar o processo de
alfabetização.
É preciso mudar os pontos por onde nós fazemos passar o eixo central das nossas
discussões. Temos uma imagem empobrecida da língua escrita. É preciso reintroduzir, quando
consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem temos
uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de
ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que imite
sons. “Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa que constrói interpretações,
que sejam sujeito cognoscente. Alguém que pensa que constrói interpretações, que age sobre
o real para fazê-lo seu”. (Ferreiro, 1993 p.41)
Segundo Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, a grande maioria das crianças, na faixa
estaria dos seis anos, faz corretamente a distinção entre texto e desenho, sabendo que o que se
pode ler é aquilo que contém letras, embora algumas ainda persistam na hipótese de que tanto
se podem ler as letras quanto os desenhos. É bastante significativo que estas crianças
pertençam às classes sociais mais pobres que por isso acaba tendo um menor contato com o
material escrito.
A criança vê mais letras fora do que dentro da escola: a criança pode produzir texto
fora da escola enquanto na escola só é autorizado a copiar, mas nunca a produzir de forma
pessoal. Ferreiro (Apud, Pinto 2005), distingue quatro fases nesse período.
Pré silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua
falada.
Fase Silábica: A criança interpreta valor de sílaba a cada letra.
Fase Silábica Alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a
identificação de algumas sílabas.
Fase Alfabética: passa a dominar, enfim, o valor das letras e sílabas.
Todavia, a conquista deste nível não significa ainda saber grafar
corretamente, pois a criança, aqui, limita-se a ouvir a pronúncia de
cada som da fala e a colocar letra que lhe correspondam.
22
Fase Icônica
Fig. 07
boNecA
boLA
pApAi
chiNeLo
Fonte: Apostila Prohacap Pedagogia (2005)
Num dado momento, a criança passa a perceber que “escrever” não é “desenhar”,
chega diferenciar desenho de escrita e, portanto passa para a fase pré-silábica.
Fase Pré-Silábica
Fig. 08
peteca
televisão
bola
gatinho
papai
casa
menina
sapato
Fonte: Apostila Prohacap Pedagogia (2005)
Nessa fase a criança usa sempre os mesmos sinais gráficos (que podem ser letras
convencionais ou outros símbolos quaisquer).
23
A criança pré-silábica acha que os nomes das pessoas e das coisas têm relação com o
seu tamanho ou idade – realismo nominal (coisas grandes, escrever grande; coisas pequenas,
escreve pequeno).
Exemplo: ao escrever boi, a criança pensa no tamanho do animal, por isso escreve a
palavra boi com muitas letras. Se for escrever formiga colocará poucas letras na sua escrita.
Pré-Silábica 2
É uma sub fase do nível 1, porém mais evoluída. A criança à vista de materiais
gráficos, descobre que coisas diferentes têm nomes diferentes. Assim ela imprime diferenças
nas grafias das palavras, às vezes mudando apenas a ordem das letras. Diferenciação
qualitativa interrelacional (apostila p.38 Prohacap).
Pré-Silábica 2
Fig. 09
casa
bola
pé
panela
sapo
janela
olho
boneca
Fonte: Apostila Prohacap Pedagogia (2005)
Fase Silábica 3
É a atenção da criança às atividades sonoras do significado que marca neste período a
fonetização da escrita (descoberta dos sons da fala, que se inicia com um período silábico e
culmina no período alfabético). A criança chega à hipótese de que a escrita representa a fala
(apostila p.39 Prohacap).
24
A I O gatinho
A – O cavalo
E L – leite
A O I pipoca
A M mamãe
P A pêra
I E O chinelo
A D P cabelo
O – A roupa
O E A boneca
Fonte: Apostila Prohacap Pedagogia (2005)
Num grau de evolução maior, as crianças empregam nas suas grafias vogais e até
consoantes tendo já o seu valor convencional. “Empregam vogais ou consoantes das sílabas
das palavras que querem escrever”. Pinto (2005, p.40)
Exemplo:
P M C H boneca
B O N B bola
K E A casa
I O H pipoca
T P I fogão
I A B A mesa
I R H peteca
C R M Cristina
H U M H Humberto
G A N S Gustavo
Fonte: Apostila Prohacap Pedagogia (2005)
Essa hipótese silábica é importante, por duas razões:
1ª – permite obter um critério geral para regular as variações na quantidade das letras
que devem ser escritas.
2ª – centra a atenção da criança nas variações sonoras entre as palavras. (prohacap
p.41)
Exemplo:
E pé
O – A bola
O B O cobertor
F I P Felipe
A – A casa
A E A Ângela
MAIA
Maria
A – A cama
Fonte: Apostila Prohacap Pedagogia (2005)
A criança só percebe a sílaba, formada por consoante + vogal no nível 4, silábico
alfabético. Devido ao método silábico, esta criança terminou a pré escola ainda no nível 3 –
silábico, quando poderia ter alcançado o nível 5 – alfabético, caso a escola mudasse a sua
forma de alfabetizar. (Prohacap p.42)
Exemplos:
25
ela - peteca
ioa - pipoca
afã - banana
aa - casa
ll - pé
olo - panela
ofi - Solange
uaa - toalha
faa - jarra
ao - bala
iol - picolé
Fonte: Apostila Prohacap Pedagogia (2005)
Nível 4 – Silábico Alfabético
O período Silábico-Alfabético marca a transição entre os esquemas prévios em via
de ser abandonado (hipótese silábica) e os esquemas futuros em via de ser construídos.
A criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como uma unidade, mas
que ela é, por sua vez composta de elementos menores.
Ao chegar ao nível quatro, pode-se considerar que o aluno atingiu a compreensão do
sistema de representação da linguagem escrita. Ele percebe que a palavra escrita é constituída
de subconjuntos de letras que são as sílabas.
Exemplos:
FUTEBO
VOVÔ
CAMIÃ
GACARE
ELEVIZÃO
AGORA
futebol
vovô
caminhão
jacaré
televisão
agora
Fonte: Apostila Prohacap Pedagogia (2005)
A passagem por esses níveis é feita pelas crianças de forma natural. Entretanto, a
evolução na escrita dependerá dos estímulos e oportunidades que lhe serão oferecidas. Ler
não equivale somente a decodificar as grafias em sons não podendo reduzir-se a um puro de
cifrado (Emilia Ferreiro, citado por Auxiliador Pinto – Apostila Prohacap p.46, 47).
2.4.2 Ambiente Alfabetizador
É de suma importância, o professor ter consciência que ele tem um papel importante
e decisivo na vida de seus alunos. O rendimento dos alunos depende da qualidade do
desempenho do professor. Sendo ele um mediador na interação da criança com o mundo da
leitura e escrita. E como mediador ele deve preparar o ambiente escolar de maneira que a s
crianças tenham contato com a escrita de forma prazerosa.
26
A sala de aula deve estar preparada para que as crianças possam gostar de estudar,
pois muitas crianças moram em casas bem limpas, decoradas, sendo um ambiente prazeroso.
Outras não tiveram esta oportunidade, mas esperam encontrar na escola aquilo que a vida não
ofereceu. A sala de aula pode e deve ser decorado com algo que os alunos possam tem contato
com o maior número de informação possível. Segundo Bomtempo (2002 p.93), “a criança
aprende por meios de contatos individuais com leitores...revistas, jornais, cartazes, cartões e
folhetos de propaganda deve ter um espaço especial na sala de aula”. Desde cedo as crianças
precisa ter contato com as letras, para isso o professor ao preparar seu ambiente escolar deve
ser reservar um excelente espaço para literatura infantil. As gravuras chamam muita atenção
das crianças, os textos com gravuras devem estarem expostos em local de fácil acesso.
Cury (2003), fala da importância da música na sala de aula, e apresenta três grandes
metas: “produzir a educação musical e emocional, gerar o prazer de aprender, aliviar a
síndrome do pensamento acelerado”. Este método de trabalho é fácil e muda completamente o
ambiente escolar. Uma sala de aula que o professor trabalha com música os alunos tem maior
concentração na aula. Esta música deve ser musica clássica, pois este tipo de música trás
tranqüilidade para as crianças.
Para Almeida (2003), o ambiente escolar deve estar adequado a sua idade com
mesas cadeiras próprias para o trabalho em grupo. Os trabalhos feitos pelos alunos devem ser
expostos em lugares visíveis para que todos possam observar. Almeida (2003 p.80) “diz que o
ambiente da escola lúdica é saudável e alegre, não só pela estrutura física, mas pela boa
convivência com todos os elementos da escola”.
Cury (2003), fala da importância do professor se preocupar com a sala de aula. Para
Cury o enfileiramento das carteiras trás grande prejuízo, deixa os alunos inibidos de falaram
ao público, pois nunca estão vendo o rosto do colega de classe ele trás a proposta de sentar em
círculo ou em forma de U, pois assim os alunos poderão contemplar o mais pelo de seus
colegas o “rosto”. Isso facilitará o trabalho do professor, pois será mais fácil contemplar o
rosto dos alunos, melhora o contato professor-aluno.
Bomtempo (2002 p.47), “diz a importância da escola acolher com alegria seus
alunos, pois é importante que o professor consiga, o mais rapidamente possível, fazer com que
as crianças cheguem à sala de aula alegres felizes e descontraídas em sua tagarelice infantil,
no seu jeito solto e encantador de criança.” Por isso é importante que a escola tenha um
professor de educação física atuando na área de alfabetização, para junto com o pedagogo
fazer um trabalho de adaptação e socialização partindo dos jogos recreativos. Desde o
primeiro contato da criança com o ambiente escolar.
27
2.4.3. Construtivismo
Construtivismo é nome pelo qual se tornou conhecido uma nova linha pedagógica
que vem ganhando terreno nas salas de aulas nas últimas décadas. Os maiores autores e
pesquisadores do construtivismo, contudo, não costumam admitir e ensinar que se trata de
uma tendência pedagógica ou método de ensino, por ser um campo de ensino ainda muito
recente, cujas práticas requerem tempo para amadurecimento e sistematização.
A proposta construtivista requer que aluno participe ativamente de seu aprendizado,
mediante a experimentação, da pesquisa em grupos, no desenvolvimento do raciocínio nas
resoluções de situações-problemas, entre outros procedimentos. As situações-problemas
permeiam todo o trabalho na medida em que o sujeito é constantemente desafiado a observar
e analisar aspectos considerados importantes pelo profissional (Macedo, Petty e Passos 2000).
O construtivismo adota práticas com bases nos estudos do psicólogo suíço Jean
Piaget (1896-1980), um dos maiores estudiosos do século sobre o processo de funcionamento
da inteligência e de aquisição de conhecimento, mas ao contrário, que muitos imaginam, não
foi Piaget quem criou o construtivismo, pois sua preocupação era investigar os processos da
inteligência e não em formular uma pedagogia. Quem adotou e tornou conhecida esta
expressão foi Emília Ferreira, na qual Azenha faz a seguinte apresentação:
Emília Ferreira é argentina de nascimento e psicopedagoga de formação.
Doutorou-se pela universidade de Genebra, orientada por Jean Piaget, de
quem posteriormente tornou-se colaboradora. Iniciou suas pesquisas
empíricas na Argentina, em trabalho conjunto com Ana Teberosky, (...)
posteriormente, transferiu-se para a cidade do México, passando a dar aulas
no Instituto Poliético Nacional ao mesmo tempo coordenava grupo de
pesquisa. Azenha, (2000 p.34).
A partir dos anos 80 o Brasil e quase toda América Latina interessou-se pelo tema da
Alfabetização Inicial. As obras de Emília Ferreira representaram uma grande revolução nos
conceitos teóricos de que se tratava a alfabetização até então, iniciando a instauração de um
mundo novo paradigma para a instauração para a interpretação da forma pela qual a criança
aprende a ler e escrever. Azenha (2000).
A concepção construtivista proporciona aos alunos conhecimentos passiveis de
reformulação, já que não existem verdades prontas e acabadas, promovendo incentivo a
pesquisas para novas descobertas. A concepção construtivista valoriza o conhecimento e a
capacidade da criança, e que o ensino serve como meio para socialização e desenvolvimento
do cidadão. E requer uma maior atenção individual ao aluno, o professor deve acompanhar o
dia-a-dia do aluno, para fazê-lo as intervenções que forem necessárias de forma adequada e
28
bem compromissada. O construtivismo admite que cada aluno tenha seu processo particular
de aprendizagem.
2.4.3.1. A prática de ensino construtivista
O processo tem um papel fundamental na tarefa de ensino, sendo capaz de conduzir
os trabalhos dentro e fora de sala, promovendo um intercâmbio de idéias entre alunoprofessor e aluno-aluno. O professor serve também como um mediador nas atividades
propostas, lançando desafios atingíveis ao aluno e estipulando tempo para a resolução das
situações-problemas. Uma questão que está sempre em debate e a postura do professor
construtivista, Macedo define como deve ser a atuação do professor.
O professor construtivista deve conhecer a matéria que ensina, mas por uma
razão diferente da que se imagina. Antes tratava-se de saber para transmitir
ou avaliar corretamente, agora trata-se de saber bem, para discutir com a
criança para localizar na história da ciência o ponto correspondente ao
pensamento dela, para fazer perguntas “inteligentes” para formular
hipóteses, para sistematizar quando necessário. (Macedo, 1994 p.23).
O professor construtivista está sempre atento aos acontecimentos do mundo atual.
Uma notícia de jornal, um evento esportivo, pode dar motivação à aula. Aula construtivista é
aquela em que as crianças trazem seus conhecimentos de mundo para somar com os
conhecimentos dos colegas e professor. Cabe ao professor ser um agente motivador,
transformando a antiga sala de aula opaca em um ambiente prazeroso.
Ensinar em uma perspectiva construtivista é realizar atividades que os alunos
possam pensar e construir aprendendo de forma fácil como apresenta no PCN (2002 p.50).
A perspectiva na educação construtivista é configurada por uma série de
princípios explicativos do desenvolvimento e da aprendizagem humana que
se complementam, integrando um conjunto orientado a analisar,
compreender e explicar os processos escolares de ensino e aprendizagem.
Sendo assim o conhecimento se dá através da interação com o objeto, permitindo ao
aluno interpretar a realidade construindo novas possibilidades de ação para promover uma
aprendizagem significativa.
Sabe-se da importância do professor, os companheiros de classe e os materiais
didáticos têm para a aprendizagem, mas nada pode substituir a atuação do próprio aluno na
tarefa de construir significados sobre os conteúdos. Como afirma no PCN (2001 p.51), “É a
partir desta construção que ele modifica, constrói novos instrumentos de ação e
interpretação”.
29
Para Macedo (1994), há uma diferença entre uma aula não construtivista com uma
construtivista no que se diz respeito à disciplina na sala de aula. Na sala não construtivista é
cobrado um silêncio e contemplação dos ouvintes exagerada. Pensa em um ambiente
decorado como se fosse uma sala de jantar preparada para receber um amigo. Já na sala
construtivista pede ruído, descontração, às vezes encontramos a “sujeira” e o
experimentalismo de uma cozinha diferenciando-se assim de qualquer outro método de
trabalho.
Com tudo isso, fica evidente que o professor tem autonomia para flexibilizar o
tempo de acordo com as práticas pedagógicas, materiais necessários, bem como espaço
escolar, necessário a aprendizagem dos conteúdos ministrados.
2.4.3.2 – O jogo: uma das metodologias da aprendizagem construtivista.
A prática de jogar e brincar faz parte da vida de toda criança. Quando uma criança
que não gosta de brincar e jogar é porque algo de errado está acontecendo com ela. O jogo
possibilita um desenvolvimento físico e mental da criança. Quando uma criança convive com
o lúdico ela constrói uma imagem de respeito próprio, facilita seu relacionamento com o
mundo, aprende a respeitar o outro. Bomtempo (2003 p.54).
O jogo infantil, até o estágio de maturidade intelectual que ocorre por volta dos 15
anos proporciona o exercício do intelecto, por lidar com a observação, a atenção, a memória, a
imaginação, o vocabulário e outras dimensões da natureza humana, conforme Piaget. Apud
Miranda (1971).
Uma aula construtivista explora a imaginação do aluno, dando oportunidade para o
crescimento intelectual a partir das atividades lúdicas, principalmente o jogo, a criança tem
maior facilidade para a socialização. É fundamental considerar que desenvolvimento e
aprendizagem não estão nos jogos em si, mas no que é desencadeado a partir das intervenções
e dos desafios proposto aos alunos. Macedo, Petty e Passos (2005 p. 22).
Não é novo falar em jogo educativo, desde o tempo do renascimento, mas realmente
ganha força com a expansão da educação infantil. Entende-se como recurso que ensina e
educa de forma prazerosa. Kishimoto (2003 p.36). Se não é novo usar jogo como instrumento
educativo, por que demorou tanto tempo para a expansão deste trabalho? A falta da
interdisciplinaridade tem provocado perdas grandes na formação de nossos alunos. Na visão
construtivista quanto mais os profissionais trabalharem juntos, maior será o rendimento
escolar.
30
Segundo Bomtempo (2002 p.86), o jogo é um recurso poderoso para estimular as
trocas interindividuais e a atividade construtiva da criança favorecendo seu desenvolvimento
de maneira ímpar, pois a confrontação de pontos de vista está sempre presente. Uma aula
planejada com jogos, segura atenção dos alunos, e o professor tem o papel de grande
incentivador. E através dos jogos o professor trabalhará os conteúdos previstos como diz
Bomtempo.
Criar jogos que enfatizem as letras na seqüência adequada para formar
palavras. Trilhas, caça-palavras, cruzadinhas; “jogo dos erros”, “jogo dos
absurdos”, “bingo”, dentre outros, com possibilidade de trabalhar os nomes
das crianças ou personagens de histórias conhecidas, amigos das crianças,
os meios de comunicação, transportes, etc. Bomtempo (2002 p.135).
Os jogos podem ter maior flexibilidade nas regulamentações, cabe ao professor
adaptá-lo de acordo com o material disponível. E são exercidos de caráter competitivo,
cooperativo ou recreativo. Os PCNs Educação Física (2001 p.49) incluem-se entre os jogos,
as brincadeiras regionais, os jogos de salão, de mesa, de tabuleiro, de rua e as brincadeiras
infantis de modo geral.
2.5 – JOGOS RECREATIVOS
Tentar definir jogo não é tarefa fácil. Quando se pronuncia a palavra jogo cada um
pode entendê-la de forma diferente (Kishimoto – 2003). Geralmente temos hábito de
classificar jogos e brincadeiras, sejam por seus conteúdos, materiais, preferências ou
estruturas. Para algumas pessoas jogo e brincadeira é a mesma coisa. Macedo aponta a
seguinte diferença entre jogar e brincar.
Jogar é o brincar em um contexto de regras e com um objetivo
predefinido... o brincar é um jogo com idéias, sentimentos, pessoas,
situações e objetos em que as regulações e os objetivos não estão
necessariamente predeterminados. No jogo se ganha ou perde. Nas
brincadeiras, diverte-se passa um tempo, faz de conta... jogar é uma
brincadeira organizada, convencional, com papéis e posição demarcados.
Macedo, Petty e Passos (2005, p.14).
Inseridos nas práticas pedagógicas os jogos recreativos facilitarão a aprendizagem,
será uma forma de motivar a criança. Muitas dificuldades de aprendizagem estão ligadas à
falta de motivação. Segundo Bomtempo (2002 p.23):
O jogo como atividade escolar é uma forma de lazer e de aprendizagem.
Aluno aprende bem mais em jogos em grupos do que em muitas folhas de
31
atividades mimeografadas ou xerocadas. A interação social entre colegas
favorece a construção da lógica e de valores sociais e morais entre crianças.
O jogo atrai a atenção das crianças, dando um brilho melhor na aula. Os jogos como
recursos pedagógicos devem ser bem planejados. Não dá para levar um jogo para sala de aula
sem conhecer todas as regras e haver analisados os conteúdos que podem ser desenvolvidos.
Para Canto 2002, jogo é a herança recreativa de tempos remotos, na evolução da
espécie humana as habilidades físicas especiais foram-se modificando, dando origem a
padrões lúdicos que aumentaram em complexibilidade, gradativamente. Ao passar os tempos
os jogos foram criando significações distintas. Em tempos passados, o jogo era visto como
inútil, coisa não séria. Já nos tempos do romantismo o jogo aparece com algo sério destinado
a educar crianças. Kishimoto (2003 p.17).
Antunes Apud Ardaia (2007) concorda com a existência de ganhadores e
perdedores, mas para o autor a principal característica do jogo e a estimulação do crescimento
e da aprendizagem e a representação da relação interpessoal entre dois ou mais sujeito. Isso
faz com que o jogo promova a socialização e o crescimento dos participantes.
Os jogos constituem atividades vitais para o desenvolvimento do ser humano. É
fundamental para o desenvolvimento psicomotor da criança. É necessário adaptar os jogos de
acordo com as fases de desenvolvimento da criança. Os jogos também podem ser
considerados pedagógicos. Segundo a equipe técnica do Ceteb (1995 p.07). Os objetivos dos
jogos pedagógicos devem ser:

Ajudar o desenvolvimento das capacidades físicas;

Levar os alunos a vivencias novas experiências a partir da percepção do seu corpo
e do ambiente circundante;

Contribuir para o desenvolvimento da criança;
 Preparar
para a aprendizagem da leitura e da escrita;
 Favorecer
o crescimento físico, mental e emocional.
2.5.1. O JOGO E SUAS DEFINIÇÕES
Denominação
Conceito
O sentido da palavra jogo depende do contexto social
 O resultado de um sistema referente à linguagem, aonde a designação de uma palavra
lingüístico
que
funciona ou termo não tem por objetivo compreender sua função
dentro de um contexto social; real, seu verdadeiro significado, e sim, interpretar o uso
social e cotidiano da linguagem, pressupondo interpretar de
forma comum para o mesmo grupo social.
 Um sistema de regra
Através do sistema de regra que nos permite diferenciar
32
cada jogo, como por exemplo, num jogo de cartas o que
diferencia o truco da canastra ou de outro jogo de carta.
 Um objeto
Nesse sentido refere-se ao jogo enquanto objeto.
FONTE: Adaptado de Kishimoto (Apud Ardaia, 2007).
Os jogos pedagógicos devem fazer parte do planejamento de todos os professores
para Soler Apud Ardaia (2007). O uso dos jogos ajuda a criança a desenvolver sua parte
afetiva, psicológica e social.
2.6 - CARACTERÍSTICA E NECESSIDADES DAS CRIANÇAS DE 6 A 7 ANOS
Segundo Grespan (2002), quando um aluno chega até nós, ele já possui esquema
característicos de desenvolvimento cognitivo e motor próprio, que irão determinar sua
maneira de pensar, de agir e de ser. Esse aluno é único. Segundo Piccolo Apud Grespan (2002
p.50).
O comportamento de cada criança deve ser analisado em função de sua
história de vida e dos seus esquemas de crescimento. Não se pode
compreender a crianças sem respeitar os princípios básicos de sua evolução.
Piccolo acrescenta que “é preciso conhecer os fatores que determinam cada
fase da criança e as características específicas da idade”.
Dessa maneira fica bastante clara a necessidade de realizar uma pesquisa prévia
sobre as características das crianças nas faixas etárias com que se pretende trabalhar.
Vários são os aspectos que influenciam no desenvolvimento de uma criança. A
literatura, de maneira geral, entende que, desde o nascimento (ou mesmo no ventre da mãe), a
criança já recebe uma série de influencia tanto positivas como negativas.
Essas informações se tornam importante na medida em que as crianças, na
faixa etária de 6 a 7 anos, se encontram no período escolar, que segundo os
PCNs (1997), é chamado de primeiro ciclo do ensino fundamental e, no
currículo básico de Alfabetização. É então, na escola, que vamos encontrar
crianças diferentes das outras, pois cada uma trás consigo uma certa
bagagem que nós, professores, não podemos ignorar.
Segundo Piaget Apud Grespan (2002 p.52), as crianças de 6 e 7 anos encontram-se
numa fase de transição, pois “à medida que a criança atinge o quinto, sexto e sétimo ano de
idade os traços pré-operacionais dão lugar a traços que caracterizam as operações concretas”.
Aos 6 anos, procura “ganhar” amigos e se entende relativamente bem com eles, mas
há disputa que são de ordem física. Cada um que a coisa à sua maneira e, às vezes, exclui uma
terceira criança da relação. Aos 7 anos, apresenta uma certa preocupação com maldade e
bondade, ainda gosta de ganhar e começa a ter consciência das ações interpessoais.
33
Ferreira Apud Grespan (2002 p.55), faz um resumo das principais características das
crianças, separando-as por idade. Aquelas com idade de 6 anos apresentam, segundo esse ator,
falta de experiência na relação com pessoas, o que ocasiona insegurança em relação aos
ambientes desconhecidos, levando a uma maior facilidade para participar de atividades com
um companheiro do que com dois ou mais. Segundo Grespan (2002 p.53):
A criança tem no corpo sua principal linguagem para expressar idéias,
sentimentos e sua participação em atividades que fortalecem o aprendizado
– em razão de sua auto-motivação – desenvolvendo a capacidade de
concentração, a compreensão de informações verbais, a capacidade de
executar ações motoras de baixa complexidade e um maior domínio sobre
as extremidades.
Aos sete anos, as crianças apresentam maior capacidade de comparar e ordenar
experiências vividas, maior participação em atividades que lhes proporcionem satisfação,
mais reflexibilidade, maior compreensão e domínio da lateralidade, melhor noção de tempo e
espaço, apreço por imitação e reprodução de ações. O equilíbrio é, em geral, mais estruturado.
34
3 – METODOLOGIA
3.1 - Quanto à pesquisa
Foi realizada uma pesquisa de campo de natureza experimental com uma abordagem
qualitativa e uma característica descritiva, com enfoque pedagógico, enfatizando a
alfabetização através dos jogos recreativos aulas de Educação Física.
Os sujeitos do estudo foram alunos de alfabetização das escolas do município de
Alto Paraíso-RO, com a faixa etária de 6 e 7 anos. A pesquisa contou com alunos de três
escolas, sendo duas da área urbana e uma da área rural. No entanto, são as únicas escolas
deste município que constam com turmas de alfabetização. Não é nosso objetivo divulgar os
nomes das escolas e dos alunos participantes, para isso chamaremos escolas A, B e C. O
trabalho foi realizado com quatro turmas de alfabetização, assim denominadas pelas escolas.
Uma turma foi composta por 15 alunos, estes são os alunos da escola rural. As turmas das
escolas urbanas têm a seguinte composição 13, 19 e 19 alunos. Para melhor diferencia-las,
duas turmas foram denominadas grupos experimental e as outras duas de grupo de controle.
Antes de ministrar a primeira aula, foi aplicado um pré-teste, que serviu para avaliar
o grau de desenvolvimento dos alunos. A aplicação do pré-teste se deu da seguinte forma para
todas as turmas: todos os alunos ficaram sentados em seus respectivos lugares com um lápis e
borracha e cada um recebeu uma folha que constava várias figuras como: sofá, cama,
ventilador, bicicleta e continha também atividades relativas à lateralidade e coordenação
motora. Portanto a pesquisa não deu ênfase no campo da psicommotricidade, mas fixou-se o
objetivo na alfabetização. A mesma avaliação foi realizada, novamente denominada de pós-
35
teste, com as quatro turmas, ao final das aulas a que foram submetidos o grupo experimental,
durante quarenta e cinco dias. O resultado comparativo dos grupos permitiu analisar a
influência dos jogos recreativos na alfabetização. A realização da pesquisa ocorreu entre o dia
01 de agosto de 2007 a 14 de setembro de 2007, iniciando-se com o pré-teste e encerrando
com o pós-testes.
3.2 - Quanto às aulas
Foram planejadas doze (12) aulas para os grupos experimentais, (em anexo) foram
aplicadas no turno matutino em ambas as escolas, com realização de duas (02) aulas semanais
com duração de cinqüenta (50) minutos cada aula, no período de primeiro (1º) de agosto a
quatorze (14) de setembro no ano de 2007.
Foram utilizados os alunos destas três (03) escolas por serem as únicas escolas que
tem turmas de alfabetização. Contudo teve um grande apoio do corpo docente das escolas,
uma vez que estas escolas acreditam como Macedo (2002): “Que as crianças aprendem mais
quando estão brincando”. As aulas de Educação Física foram planejadas dando ênfase aos
jogos recreativos, que poderia explorar os conteúdos que ajuda-se no desenvolvimento dos
alunos quanto a alfabetização. As aulas de Educação Física continham também conteúdos na
área de psicomotricidade. O planejamento destas aulas surgiu a partir das idéias de Luzia
Bomtempo (2002).
Todas as aulas aplicadas tiveram caráter recreativo, isto facilitou muito porque as
crianças estavam, pois o brincar é agradável por si mesmo. Macedo, Petty, Passos (2005
p.14). Não descrevemos todas as aulas, mas não podíamos deixar de citar algumas que
tiveram um desenvolvimento melhor e atraiu muito a atenção dos alunos como, por exemplo,
a primeira aula “o bingo com os nomes dos alunos”, como mostra a figura.
Fig. 10
36
Para este jogo seguimos as idéias de Bomtempo (2002 p.104). Quando a autora fala
que este jogo é interessante e chama a atenção dos alunos. Na foto mostrada o professor Izaias
trabalha sentado no chão com os alunos. Os alunos interessaram porque estavam trabalhando
com seus próprios nomes.
Outra aula que trouxe grande motivação foi a pescaria, como mostra a figura.
Fig. 11
Esta aula foi muito divertida, pois foi realizada no pátio, dando liberdade para os
alunos tagarelarem à vontade. Bomtempo (2002 p.137) fala da importância de trabalhar com
pescaria. Nesta aula os alunos pescam os peixinhos confeccionados de papel cartão colocado
em uma bacia com areia, cada peixinho tem escrito uma palavra que o aluno lê ao pescar o
peixe. Outra aula que teve um aproveitamento grande foi a que trabalhamos com dado das
vogais como mostra a figura.
Fig. 12
37
Bomtempo (2002 p.135) fala da importância de trabalhar com esse jogo, pois
desperta a motivação e interação entre os alunos de uma forma lúdica, os alunos conseguem
completar as palavras jogando o dado.
O professor João Marcos, como mostra a figura a seguir, gostou muito da aula de
estafeta, pois os alunos trabalharam, tendo assim um ambiente descontraído e motivador.
Fig. 13
Bomtempo (2002 p.138) apresentou um jogo que serviu como ponto de partida para
uma aula muito recreativa trabalhada pelo o professor João Marcos, foi o jogo “Toca das
Letras”. Esta aula trás grande motivação, pois quando os alunos trabalham no pátio, contudo o
trabalho deve ser feito com seriedade. Macedo (2005) diz: “o brincar é sério, uma vez que
supões atenção e concentração”. Veja a figura:
Fig. 14
38
3.3 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Tendo como ponto de referência a primeira avaliação diagnóstica (pré-teste), para a
análise das questões de estudo dos níveis de alfabetização dos alunos, através da escrita dos
nomes das figuras apresentadas na avaliação. Foi constatado que existiam alunos em todos os
níveis da classificação da escrita.
A partir dos resultados obtidos com a realização do pré-teste foi possível planejar as
aulas de Educação Física, com intuito de promover a evolução da escrita, dando ênfase aos
alunos que encontravam nos níveis iniciais.
Como a pesquisa foi realizada com quatro grupos sendo dois experimentais e dois
controles, em três (03) escolas diferentes, como relatamos anteriormente chamamos as escolas
de A, B e C. Visto que a escola B, consta com duas turmas e as outras com uma turma cada.
Os resultados obtidos nos testes aplicados em todos os grupos estão apresentados
através de dados expostos nas tabelas a seguir:
Tabela 1 – Escola A – Grupo de Controle
PRÉ-TESTE
PÓS-TESTE
Fases da Língua Escrita
nº de alunos
%
nº de alunos
%
Pré-Silábico
4
21,1
1
5,3
Silábico
5
26,3
8
42,1
Silábica Alfabética
2
10,5
2
10,5
Alfabética
8
42,1
8
42,1
Total
19
100
19
100
Fonte: Autores do Estudo
Nesta tabela notamos que houve uma mudança até significativa. No pré-teste eram 21,1% dos
alunos que estavam na fase pré-silábica e 26,3% estavam na fase silábica. No pós-teste só
apresentou 5,3% na fase pré-silábica e os da fase silábico aumentaram para 42,1% e as outras
fases permaneceram como estavam.
Tabela 2 – Escola B – Grupo de Controle
PRÉ-TESTE
PÓS-TESTE
Fases da Língua Escrita
nº de alunos
%
nº de alunos
%
Pré-Silábico
2
10,5
2
10,5
Silábico
1
5,3
1
5,3
Silábica Alfabética
8
42,1
8
42,1
Alfabética
8
42,1
8
42,1
Total
19
100
19
100
Fonte: Autores do Estudo
Nesta tabela notamos que não houve mudanças em nenhuma das fases. Os resultados do pósteste é o mesmo do pré-teste.
39
Tabela 3 – Escola B – Grupo Experimental
PRÉ-TESTE
PÓS-TESTE
Fases da Língua Escrita
nº de alunos
%
nº de alunos
%
Pré-Silábico
1
7,7
1
7,7
Silábico
1
7,7
2
15,4
Silábica Alfabética
6
46,1
2
15,4
Alfabética
5
38,5
8
61,5
Total
13
100
13
100
Fonte: Autores do Estudo
Nesta tabela notamos que houve uma grande mudança em quase todas as fases, só a présilábica manteve os mesmo 7,7%. A fase silábico de 7,7% avançou para 15,4%. E a fase
alfabética cresceu de 38,5% para 61,5%. Esses dados foram comprovados mediante a
aplicação do pós-teste e comparado com o resultado do pré-teste.
Tabela 4 – Escola C – Grupo Experimental
PRÉ-TESTE
PÓS-TESTE
Fases da Língua Escrita
nº de alunos
%
nº de alunos
%
Pré-Silábico
5
33,3
1
6,7
Silábico
4
26,7
4
26,7
Silábica Alfabética
3
20
3
20
Alfabética
3
20
7
46,6
Total
15
100
15
100
Fonte: Autores do Estudo
Nesta tabela notamos que houve alterações nas fases em que se encontravam os
alunos. No pré-teste encontrava-se 33,3 dos alunos no pós-teste só eram 6,7% isso mostra que
houve um avanço. As fases silábico e silábico alfabético continuaram estáveis. Já a grande
mudança ocorreu na fase alfabética eram 20% dos alunos e cresceu para 46,6% esses dados
são comprovados mediante aplicação do pós-teste e comparado com os resultados do préteste.
3.3.1 – Análise
As tabelas nos mostram as mudanças que ocorreu nas fases de alfabetização dos
alunos pesquisados. Os grupos de controle tiveram um grande avanço, só os da tabela 1 na
fase silábico aumentou de 26,3% para 42,1%, isto ocorreu provavelmente pela preocupação
que a professora de sala deveria estar com os alunos menos avançados na alfabetização. Pois
as outras fases permaneceram como estavam. Este grupo não recebeu aulas de educação física
com jogos recreativos, explorando os conteúdos de alfabetização, eles fizeram parte do grupo
de controle. Assim como nos mostra a tabela 2 que não houve alterações nas fases de
alfabetização dos alunos pesquisados nesta escola, eles também fizeram parte do grupo de
controle.
40
Já nas tabelas 3 e 4 houve um avanço significante mediante os dados apresentados
pelo o pós-teste e comparado com os do pré-teste. Estes alunos fizeram parte do grupo
experimental, que receberam as aulas de educação física com jogos recreativos voltados para
os conteúdos de alfabetização. Na tabela 3 vimos que só os alunos que estavam na fase présilábica não tiveram avanço, já os da outras fases avançaram muito principalmente os da fase
alfabética que de 38,5% subiu para 61,5%. Este avanço ocorreu devido ao trabalho feito com
os jogos recreativos. O mesmo ocorreu com os alunos que foram representados na tabela 4, o
grande avanço ocorreu com os alunos da fase alfabética que no pré-teste eram 20% e no póste o número de alunos atingiu 46,6%.
41
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
4.1 Conclusões
Diante do exposto, concluímos que o trabalho realizado dando ênfase aos jogos
recreativos nas aulas de Educação Física, nas turmas de alfabetização das escolas do
município de Alto Paraíso - RO traz grande benefício para o ambiente escolar. Este trabalho
serviu para mostrar de forma científica o quanto os jogos recreativos trazem estímulos a
coordenação motora. Quando o professor desperta o gosto de trabalhar com jogos ele
proporciona um avanço muito grande. As crianças realizam várias atividades de forma
recreativas exercitando os grandes grupos musculares.
Sabemos da importância da Educação Física nas séries iniciais. Isto é uma realidade,
pois quando a Educação Física apresenta um trabalho com jogos recreativos a aula fica mais
motivada, principalmente na alfabetização o fator psicológico que mais deve ser trabalhado é
a motivação. Isto ficou comprovado neste trabalho. O grupo experimental que foi trabalhado
as doze (12) aulas de Educação Física com jogos recreativos com os conteúdos voltados para
a alfabetização, constatamos através do pós-teste que houve um avanço significativo que
trouxa estímulos ao trabalho em equipe. O trabalho com jogos auxilia a percepção para a
resolução de situações-problemas, desperta o raciocínio da criança, pois querem sempre
vencer o jogo, e às vezes é preciso criar estratégias para a resolução. Este avanço não ocorreu
simplesmente só através das aulas de educação física, mas também com o despertar das
professoras de sala, que viram o quanto o trabalho com jogos traz motivação aos alunos e com
alunos motivados o desenvolvimento é mais significante.
A partir das leituras científicas ampliou-se o conhecimento sobre o assunto citado
anteriormente, vimos a importância de conhecer os níveis de desenvolvimento da criança. Na
teoria Piagetiana vimos que o conhecimento advém das interações que se produzem entre o
42
sujeito e o objeto. Este conhecimento é construído em fases. Cabe ao profissional estuda-las
para melhor conhecer nossas crianças. Este trabalho mostrou claramente os níveis de
aprendizado e o avanço que os alunos tiveram através das aplicações de um programa de
jogos recreativos.
Vimos então a influência que a Educação Física tem nas séries iniciais que como
ainda precisa buscar sua verdadeira identidade. Em todas as séries é necessário que haja um
professor de Educação Física para fazer um trabalho interdisciplinar com os demais
companheiros. Para promover uma Educação de qualidade e mais prazerosa para nossos
alunos.
4.2 Recomendações
Sugerimos que outros trabalhos possam ser feitos dando ênfase aos jogos recreativos
na alfabetização, buscando assim um melhor desenvolvimento para a educação de nosso país,
pois para o município de Alto Paraíso – RO foi de suma importância e ficou comprovado que
os alunos aprendem mais quando estão brincando. Este método pode ser trabalhado em
qualquer lugar do Brasil. Visto que Alto Paraíso – RO é um município dentro da realidade da
maioria dos municípios brasileiros. Recomendamos aos nossos companheiros de trabalho que
dêem mais ênfase ao trabalho feito a partir dos jogos recreativos, e busquem uma maior
parceria com os pedagogos, o dia que trabalharem juntos professores de educação física e
pedagogos a educação terá um avanço muito grande.
Recomendamos as autoridades constituídas que valorize as séries iniciais, e
contratem professores de educação física para trabalharem em todas as séries. Pois todo bom
edifício tem uma boa base e a base da educação é as séries iniciais.
43
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica 11ª edição. Loyola 2003.
ANDREIA, Flávio Fortes D‟, Desenvolvimento da Personalidade. Editora Bertrand Brasil.
16ª Ed. Rio de Janeiro, 2003.
ARDAIA, Shélrdilty da Silva. Monografia de Graduação do Curso de Educação Física.
UNIR. Porto Velho-2007.
AZANHA, Maria da Graça. Construtivismo de Piaget e Emília Ferreiro. Editora Ática, São
Paulo 2000.
BOMTEMPO, Luzia. Alfabetização com sucesso. Editora da Autora. Belo Horizonte, 2002.
BOMTEMPO, Luzia; VIANNA, Zélia. O Construtivismo com sucesso na sala de aula.
Editora Oficina. Contagem, 2003.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. Editora Brasiliense. São Paulo 2003.
CAMARGO, Luiz Octávio de Lima. Educação para o lazer. Editora Moderna, São Paulo,
1998.
CANTO, Ricardo Faria Santos, Apostila Curso de Educação Física (Prohacap), Universidade
Federal de Rondônia. Teoria e Prática em Educação e Jogos. Porto Velho, 2007.
Apostila para curso de Pedagogia (Prohacap). Universidade Federal de Rondônia,
Psicomotrocidade. Porto Velho.
CETEBE, Equipe Técnica do. Educação Física, Recreação e Jogos. Módulo 02: O Lúdico na
Vida do Indivíduo. Brasília, 1995.
COSSENTIM, Neli Terezinha; TRIPER, João Marcos; FERREIRA, Izaias Pereira. História e
evolução da Educação Física em Alto Paraíso. Trabalho da Disciplina de História da
Educação Física dos Esportes. Alto Paraíso, 2002.
44
CURY, Augusto. Pais Brilhantes e Professores Fascinantes. Editora Sextante, Rio de Janeiro
2003.
DEZANI, Vanete dos Santos. Monografia de Graduação do Curso de Educação Física. UNIR.
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FERREIRO, Emília. Com todas as Letras. Editora Cortez. São Paulo, 1993.
________, Alfabetização em Processo. 15ª Edição. Editora Cortez. São Paulo 2003.
FONSECA, Denise Grosso da. Para Dentro e Para Além do Movimento. Educação Física.
Edição 2ª. Editora Mediação. Porto Alegre, 1999.
GOMES, Maria de Fátima Cardoso; SENA, Maria das Graças de Castro. Editora Autêntica.
Belo Horizonte, 2004. Ensino Fundamental. Primeiro Ciclo. Editora Papirus. Campinas, 2002.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. Editora Cortez.
São Paulo, 2003.
LIMA, Ângela Maria L.F. Apostila curso de Pedagogia (Prohacap). Universidade Federal de
Rondônia. Teoria e Prática em Alfabetização I. Porto Velho, 2002.
MACEDO, Lino de. Ensaios construtivistas. Editora Casa do Psicólogo. São Paulo, 1994.
________, PETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, Norimar Christe. Aprender com jogos e
situações-problemas. Editora Artes Médicas Sul. Porto Alegre, 2002.
________,Os jogos e o Lúdico na Aprendizagem Escolar. Editora Artmed. Porto Alegre,
2005.
MENDONÇA, João Guilherme Rodrigues. Recreação e Jogos. Apostila para curso
Proformação, Porto Velho, 2001.
MIRANDA, Simão de. Do Fascismo do Jogo à alegria do Aprender nas séries iniciais.
Editora Papirus. Campinas, 2001.
PADOVAN, Adenilson. Religião e Cotidiano na cidade de Alto Paraíso, Rondônia. Editora
Annablume, São Paulo, 2004.
PCNs. Parâmetros Curriculares Nacionais. Introdução Volume 1, 3ª ed. Brasília, 2001
PCNs. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física . 3ª ed. Brasília, 2001
PINTO, Auxiliadora. Apostila do curso de Pedagogia (Prohacap). Universidade Federal de
Rondônia. Teoria e Prática em Alfabetização I. Porto Velho, 2005.
SANTOS, Elza Araújo dos. Apostila do curso de Pedagogia (Prohacap). Universidade Federal
de Rondônia. Teoria e Prática em Alfabetização II. Porto Velho, 2006.
45
TEIXEIRA, Hudson Ventura; PINI, Mário Carvalho. Aulas de Educação Física 1º grau. 3ª
Edição. Editora Ibrasa. São Paulo, 1981.
46
ANEXOS
47
PLANOS DE AULA
1ª aula: “BINGO DOS NOMES DOS ALUNOS”
Objetivo: Identificar o nome dos alunos.
Desenvolvimento: Foram confeccionados quatro tipos de cartelas diferentes, com o
mesmo número de alunos, sendo que ao término do bingo, todos são vencedores.
Os alunos ficaram sentados cada um com uma cartela, e com um punhado de peça
para marcar os nomes.
Conteúdo: Nomes próprios
Material: Papel cartão, peças e os alunos.
Avaliação: Contínua
2ª aula: “QUEBRA CABEÇA”
Objetivo: Reconhecer as sílabas das palavras
Desenvolvimento: O professor seleciona figuras conhecidas dos alunos.
Cola em cartolinas recortando em três ou mais partes formando o quebra cabeça e
acondicionado-os em saquinhos individuais.
As crianças em duplas terão de montar o quebra-cabeça, constante no envelope que
receberam. Depois que o quebra cabeça estiver montado, os alunos irão escrever o nome da
figura.
Conteúdo: Nomes comuns.
Material: Figuras, cartolinas, alunos.
Avaliação: Contínua.
48
3ª aula: “BOLICHE”
Objetivo: Desenvolver no aluno a leitura e a escrita.
Desenvolvimento: Pegar material reciclado (como garrafa peti). Em cada garrafa
colar uma sílaba.
Dividir os alunos em grupos. Cada grupo com uma bola, ao jogar a bola nas garrafas
que caíssem o grupo tentaria formar palavras. Ganharia o grupo que formasse mais palavras.
Conteúdo: Formação de palavras.
Material: Garrafa peti, bola, aluno.
Avaliação: Contínua.
4ª aula: “BINGO DO ALFABETO"
Objetivo: Desenvolver o conhecimento do alfabeto.
Desenvolvimento: Foram confeccionados quatro tipos de cartelas com todo o
alfabeto, cada aluno com uma cartela e um punhado de sementes.
O professor canta o bingo até que termine ao final todos ganharam.
Conteúdo: O alfabeto.
Material: Cartolina, semente, aluno.
Avaliação: Contínua.
5ª aula: “DADO DAS VOGAIS”
Objetivo: Importância de conhecer as vogais.
Desenvolvimento: Foram confeccionados dados, com materiais reciclados,
encapados com papel camurça e em suas faces colaram vogais. As crianças foram divididas
em grupos. Cada grupo com um dado e com uma ficha com uma palavra escrita sem as
vogais. As crianças jogavam o dado e completavam a ficha.
Conteúdo: As vogais
Material: Dados, papel camurça, sulfite, aluno.
Avaliação: Contínua
49
6ª aula: “QUEBRA CABEÇA HUMANO”
Objetivo: Desenvolver a leitura de palavras.
Desenvolvimento: Os alunos divididos em dois grupos. Cada aluno representa uma
sílaba de uma palavra. E vão à frente misturados, o outro montará o quebra cabeça formando
a palavra correta.
Sendo esta palavra o nome de uma brincadeira. Quando o grupo conseguir montar,
realizará a brincadeira. Ex: atirei o pau no gato; pula corda; coelhinho sai da toca.
Conteúdo: Leitura.
Material: Cartolina, criança.
Avaliação: Contínua.
„7ª aula: “PESCARIA”
Objetivo: Desenvolver a leitura.
Desenvolvimento: Foi confeccionado peixinhos de papel cartão, com palavras
escritas. Os alunos ao pescar um peixinho deviam fazer a leitura da palavra escrita no
peixinho aquele que não conseguiu, os colegas ajudaram a ler a palavra.
Conteúdo: Leitura.
Material: Papel cartão, caixa com areia, vara de pescar e anzol confeccionado, aluno.
Avaliação: Contínua.
50
8ª aula: “ESTAFETA”
Objetivo: Desenvolver a leitura através da montagem de palavras.
Desenvolvimento: Dividir os alunos em grupos e formar fileira a uma distância de
10 metros do mural, cada aluno com a letra de uma palavra. Os alunos terão que correr até o
mural formando uma palavra. A equipe que formar a palavra primeiro marcará 10 pontos,
quem formar por último marcará somente 05 pontos.
Observação: Os alunos orientados pelo professor sairão pelo lado direito de uma
linha no chão e voltará pela esquerda.
Conteúdo: Leitura e escrita.
Material: Papel sulfite, mural e aluno.
Avaliação: Contínua.
9ª aula: “A TOCA DAS LETRAS”
Objetivo: Identificar as letras.
Desenvolvimento: O professor desenha no chão do pátio da escola vários círculos,
fazendo em cada um uma letra em tamanho bem grande, para que todos os participantes
identifiquem com facilidade quais são as tocas.
Cada participante deve ter na mão uma palavra.
O professor diz o nome de uma letra de uma toca, e todas as crianças que possuírem
essa letra em sua palavra devem correr e entrar na toca correspondente.
Quem errar, por possuir a letra e não achar a toca ou por entrar na toca errada, sai da
brincadeira e se transforma em torcedor, podendo escolher um colega para quem torcer.
Ganha o jogo quem ficar até o final da brincadeira.
Conteúdo: Alfabeto.
Material: Papel sulfite ou cartolina, aluno, giz, pátio.
Avaliação: Contínua.
51
10ª aula: “QUANTAS LETRAS”
Objetivo: Desenvolver a leitura e a contagem das letras.
Desenvolvimento: Os alunos são divididos em grupos, e cada um receberá uma
palavra.
As crianças devem ler as palavras contidas na folha do seu grupo; em seguida,
contam as letras de cada palavra e colocam ao lado, o número que mostra a quantidade de
letras que cada palavra possui.
O grupo vencedor é aquele que tem o maior número de letras.
Conteúdo: Número de letras e leitura.
Material: Papel sulfite, aluno, lápis.
Avaliação: Contínua.
11ª Aula: “CAIXA SURPRESA”
Objetivo: Desenvolver a leitura através do rótulo.
Desenvolvimento: em um dia da semana, previamente combinado, sorteia-se uma
criança para levar para casa a caixa-surpresa e traze-la no dia seguinte com uma embalagem
de um produto industrializado, à escolha da criança. Na roda de conversa, a criança que
trouxe a caixa, apresenta pistas para que os colegas descubram qual é a embalagem surpresa.
Ganha quem acertar.
Depois, a criança que trouxe a embalagem pode contar tudo que sabe sobre o
conteúdo da embalagem escolhida.
Conteúdo: Formação de história.
Material: Caixa de papelão enfeitada, colorida, de aparência agradável aos olhos
infantis, aluno, embalagem.
52
12ª Aula: “JOGO DA RIMA”
Objetivo: Desenvolver no aluno a capacidade de fazer versos.
Desenvolvimento: O professor fala uma palavra e os alunos devem separar rótulos
que tem o mesmo final, ou o mesmo som final.
Vence os alunos que fizerem mais sílabas com rimas.
Conteúdo: Formação de rimas.
Material: rótulos ou embalagens, aluno.
Avaliação: Contínua.
53
PRÉ-TESTE DE ALFABETIZAÇÃO
Turma de Alfabetização
Escreva o nome das figuras:
______________________________________________________
____________________________________________________
_
___________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
54
PÓS-TESTE DE ALFABETIZAÇÃO
Turma de Alfabetização
Escreva o nome das figuras:
______________________________________________________
____________________________________________________
_
___________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________

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