Elementos Tubulares: Andaime e Escoramento Marcelo Cezar do
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Elementos Tubulares: Andaime e Escoramento Marcelo Cezar do Nascimento1 Sônia ReginaGarajauPinheiro2 Orientadora: Geciane Gonçalves3 RESUMO Este artigo tem como tema Andaime e Escoramento e a finalidade de apresentar as aplicações do Andaime e Escoramento na construção civil e manutenção industrial. Os aspectos de segurança e suas vantagens, os aspectos técnicos e de ordem prática que estes produtos apresentam, bem como todos os modelos de andaime e escoramento e suas respectivas aplicações que variam de acordo com o tipo de obra e sua configuração, normas e critérios. Palavras-chave: Aplicações,Escoramento, Andaime, Construção Civil, Segurança, Vantagens. Abstract This article refers to Scaffolding and Shoring and it will present the applications of Scaffolding and Shoring in civil construction and industrial maintenance. Safety aspects and advantages, technical and practical aspects of these products feature as well as all models of scaffolding and shoring and their applications which changes according to the type of work and its configuration, standards and criteria. Keywords: Application, Shoring, Scaffolding, Civil Construction, Safety, Advantages. 1 Graduando de Engenharia Civil pela Faculdade kennedy. Graduando de Engenharia Civil pela Faculdade kennedy. 3 Graduada em Engenharia Civil Professora na Faculdade Kennedy. 2 1.Introdução Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 O desenvolvimento acelerado dos trabalhos de construção, a importância crescente das grandes obras da engenharia civil e os aspectos de segurança levaram a substituição da madeira pelo aço na execução dos andaimes e escoramentos. Depois de vários estudos e avaliações, a grande maioria dos construtores optou pela utilização do tubo por razões técnicas e de ordem prática. Razões Técnicas O tubo tem um momento de inércia igual em todos os planos que passam por seu eixo. Comparado a um perfil metálico de abas iguais, por exemplo, sua resistência a um esforço de compressão que é função do momento de inércia, é favorável ao tubo numa proporção aproximada de 2,5 vezes, ou seja, a geometria neste caso tem total influência. Esta vantagem de uniformidade do momento de inércia aparece, igualmente, quando o elemento pode ser solicitado em flexão, em direções diferentes, especialmente sob a ação de choques acidentais, ou por ocasião das operações de manutenção e de transporte. Razões de Ordem Prática O tubo não apresenta asperezas, ele não comporta ângulos reentrantes, onde a ferrugem pode se acumular, ele é fácil de armazenar, transportar, limpar e pintar. Sua galvanização é perfeita.Durante a montagem, em razão de sua perfeita simetria, o tubo não exige nenhuma preocupação, quanto a posição, na qual ele deve ser empregado. Com isso ganha-se tempo na montagem minimizando os riscos de erro. O sistema tubular é todo aquele constituído por peças tubulares cilíndricas ou não, interligadas, formando os mais diversos tipos de estruturas. Tais estruturas, constituem matéria pertinente ao campo da engenharia e envolvem projetos, cálculos, bom senso, uma boa equipe de montagem, economia e acima de tudo a preocupação com a segurança. O manuseio dos elementos tubulares é simples, todavia é necessário um bom período de instrução e treinamento dos profissionais envolvidos nas Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 montagens. Para se executar um projeto com qualidade e segurança é necessário o conhecimento tanto dos elementos mencionados quanto das normas que regem este produto e suas aplicações. 2. Andaime Segundo a NBR 6494 – ABNT “Segurança nos Andaimes.” “Andaimes são estruturas tubulares necessárias à execução de trabalhos em lugares elevados onde não possam ser executados em condições de segurança a partir do piso. Em geral, são utilizados em serviços de construção, reformas, demolições, pinturas, limpezas, e manutenção (indústrias) “. 3.Tipos de andaimes existentes no mercado Hoje encontramos no mercado vários tipos de andaimes: os chamados andaimes de quadro que se encaixam de forma simples muito usados em ambientesinternos e pequenas manutenções, os andaimes fachadeirosusados em fachadas (aplicado largamente na construção civil), os de encaixe multidirecionais,andaimesde bambu (usados por exemplo na China) e os de tubo equipado ou com abraçadeiras empregados na grande maioria das vezes em indústrias. Andaimes com tubos e abraçadeiras são aqueles com alta capacidade de carga, possuem facilidade de adequação a qualquer carregamento e grande versatilidade de montagem. São constituídos por tubos de aço galvanizado de 48.2 mm de diâmetro, os quais são conectados por abraçadeiras. Com relação à sua montagem, esta exige um bom treinamento e mão de obra especializada. 4.Normas As normasNR-18 do Ministério do Trabalho e Emprego – “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção” -NBR-6494 da ABNT “Segurança nos Andaimes”. Alguns itens da Norma NR-18 do Ministério do Trabalho e Emprego. Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 18.13.5. A proteção contra quedas, quando constituída de anteparos rígidos, em sistema de guarda corpo e rodapé, deve anteceder aos seguintes requisitos: a) serconstruída com altura de 1,20m para o travessão superior e 0,70m para o travessão intermediário. b) Ter rodapé com altura de 0,20m. Figura 1: Andaime – Fonte: Acervo Mecan 18.15.1. O dimensionamento dos andaimes, sua estrutura de sustentação e fixação, deve ser realizado por profissional legalmente habilitado. 18.15.1.1. Os projetos de andaimes do tipo fachadeiro, suspensos e em balanço devem ser acompanhados pela respectiva Anotação de Responsabilidade técnica. 18.15.2. Os andaimes devem ser dimensionados e construídos de modo a suportar, com segurança, as cargas de trabalho a que estarão sujeitos. 18.15.2.2. Devem ser gravados nos painéis, tubos, pisos e contraventamentos dos andaimes, de forma aparente e indelével, a identificação do fabricante, referência do tipo, lote e ano de fabricação. Figura 2: Identificação no Tubo – Fonte: Acervo Mecan 18.15.2.4. As montagens de andaimes dos tiposfachadeiros, suspensos e em balanço devem ser precedidas de projeto elaborado por profissional legalmente habilitado. Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 Figura 3: Projeto – Fonte: Acervo Mecan 5. Escoramento É o conjunto de construções provisórias, em geral constituídas de peças acopladas e depois desmontadas, destinadas a suportar o peso de uma estrutura permanente durante sua execução, até que se torne autoportante. O Cimbramento é o mesmo que escoramento, porém se aplica com mais propriedade a estruturas constituídas apenas por montantes (peças de madeira) ou escoras metálicas. O Escoramento é usado para apoiar estrutura de concreto até que este adquira resistência suficiente de projeto. Serve também para absorver as cargas de equipamentos e peso próprio das estruturas e como apoio provisório para materiais, peças estruturais ou equipamentos (plataformas). Os escoramentos podem ser executados com madeira ou peças metálicas. As grandes desvantagens de se usar madeira para cimbramento são: - Leis ambientais; - Impacto ambiental; - Grande perda de material devido ao grande número de cortes; - Difícil reaproveitamento para novas obras; - Pouca capacidade de carga. Em contrapartida o uso de escoramento metálico traz inúmeras vantagens: - Reaproveitamento pavimento –pavimento e obra –obra; - Alta capacidade de carga; - Economia de material; - É versátil, pois possui várias opções de modulação; - Não agride o meio ambiente; - Agilidade na montagem; Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 - Dispensa estoques. FIGURA 4: Modelo básico de escoramento metálico– Fonte:Acervo Mecan 6.Tipos de Escoramento Existentes no Mercado Escoramento Leve: Usados em obras prediais e edificações com pé direito baixo. Escoramento para Pé Direito Duplo: É montado para vencer pé direito acima de 5,00 metros. Escoramento Pesado: Geralmente usados em obras de pontes, viadutos e construções industriais. Escoramento para Estruturas Provisórias: Montados em estruturas como por exemplo, caixa de água para canteiro de obras. 7.Estruturas que Necessitam de Escoramento Com o passar dos anos foram desenvolvidos diversos tipos de lajes estruturais para obras prediais. Estas novas tecnologias foram desenvolvidas para trazer agilidade na execução, facilidade em sua confecção e minimizar o uso de escoramento, sejam eles remanescentes ou não. Cada tipo de laje que encontramos hoje no mercado requer um estudo diferenciado no quesito escoramento, isto se dá em função da estrutura da laje. Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 Tipos de lajes: Lajes Pré-Moldadas: São constituídas por vigas ou vigotas de concreto e blocos conhecidos como lajotas ou tavelas. As lajotas e as vigotas montadas de modo intercalado formam a laje. O conjunto é unido com uma camada de concreto, chamada de capa, lançada sobre as peças. As lajes pré-moldadas comuns vencem vãos até 5m entre os apoios. Em geral, os seus comprimentos variam de 10cm em 10cm. Figura 5: Laje Pré-Moldada –Fonte: construcaoedecoracaodecasas.com Lajes Treliçadas:Conjunto de vigotas de concreto pré-moldadas com armação treliçada que interlaçadas com os elementos intermediários, ou seja, lajotas que podem ser de concreto leve, cerâmica ou EPS (isopor) e juntamente com uma camada de concreto, resultam numa laje mista. Figura 6: Laje com enchimento cerâmico – Fonte: www.tecnoartpremoldados.com.br Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 Lajes Protendidas:– São executadas com cordoalhasengraxadas e plastificadas. O objetivo é evitar deformações e fissuras em estruturas de concreto. Isso permite a execução de peças estruturais mais leves e finas e maiores vãos livres. Figura 7: Colocação das cordoalhas – Fonte: www.portaldosequipamentos Lajes Alveolares – São constituídas de painéis de concreto protendido que possuem seção transversal, com altura constante e alvéolos longitudinais responsáveis pela redução do peso da peça. Figura 8:Detalhe dos alvéolos – Fonte: Acervo Premo Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 Lajes Nervuradas –São constituídas por um conjunto de vigas que se cruzam solidarizadas pela mesa. Esse elemento estrutural tem comportamento intermediário entre o de laje maciça e o de grelha. São indicadas para vencer grandes vãos, podendo usar enchimentos permanentes como blocos cerâmicos, isopor e bloco sical ou ainda, temporários como cubas de polipropileno. Figura 9: Laje Nervurada – Fonte: www.flickr.com Lajes Cogumelo –Também chamadas de lajes lisas, são aquelas que se apoiam diretamente sobre os pilares. Nas regiões dos pilares existem reforços chamados capitéis. Figura 10: Laje Cogumelo – Fonte: www.procalc.com.br LajesSteel Deck –É uma laje composta por uma telha de aço galvanizado e uma camada de concreto. O aço, que é excelente material para trabalhar a tração, é Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 utilizado no formato de uma telha trapezoidal que serve como fôrma para concreto durante a concretagem e como armadura positiva para as cargas de serviço. Figura 11: Steel Deck – Fonte: construcaomercado.pini.com.br Lajes Convencionais Planas –São aquelas moldadas in-loco. Também chamadas de lajes maciças. Consiste na adequação de armação + concreto, sendo apoiadas em fôrmas de madeira, metálicas, plásticas etc.Transmitem suas cargas ou pesos para as vigas, que por sua vez as transmitem para os pilares. Figura 12: Laje plana – Fonte: www.procalc.com.br 8.Norma A norma NBR– 15696:2009 da ABNT “Formas e escoramentos para estruturas de concreto – Projeto, dimensionamento e procedimentos executivos” rege todos os procedimentos para sistemas de escoramento metálico e de madeira. Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 Escopo: Esta Norma fixa os procedimentos e condições que devem ser obedecidos na execução das estruturas provisórias que servem de fôrmas e escoramentos, para a execução de estruturas de concreto moldados in loco. Estes procedimentos e condições incluem os materiais e equipamentos utilizados, e os critérios para o dimensionamento dos projetos e execução destas estruturas provisórias. Além das regras desta Norma, devem ser obedecidas as de outras normas especiais e as exigências peculiares de cada caso particular. Alguns itens da NormaNBR - 15696:2009 da ABNT. 4.1.2 Requisitos para os projetos 4.1.2.1 Projetos de escoramentos O projeto deve: a)especificar as cargas admissíveis dos equipamentos utilizados; b) definir clara e exatamente o posicionamento de todos os elementos; c) definir as cargas nas bases de apoio; d) ser detalhado com plantas, cortes, vistas e demais detalhes, de tal forma que não fiquem dúvidas para a correta execução da montagem. Anexo A (normativo) Critérios para equipamentos industrializados A.3 Equipamentos metálicos A.3.1 Escoras metálicas As escoras possuem basicamente dois tipos de regulagem: a regulagem grossa realizada através da colocação dos pinos nos furos do tubo telescópico e a regulagemfinarealizadanaluva deregulagem. São formados basicamente por quatro peças: a) tubo-base com placa soldada e rosca externa (tubo externo); Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 b) tubo telescópico com placa soldada (Tubo interno); c) luva de regulagem e pino, sendo que o pino deve estar acoplado a escora, evitando sua perda e substituição por outro elemento. As escoras possuem basicamente dois tipos de regulagem: a regulagem grossa realizada através da colocação dos pinos nos furos do tubo telescópico e a regulagem no copo regulável. A carga admissível de utilização deve ser a carga de ruptura ensaiada, conforme descrito no Anexo C ou norma específica, utilizando um coeficiente de segurança igual ou superior a 2,0 sobre o limite de flambagem ou qualquer outro efeito. A.3.2 Torres metálicas São estruturas tubulares compostas geralmentepor quadros metálicos soldados, tubos telescópicos, tubos e hastes reguláveis através de roscas, base inferior, suportes superiores para a viga e acessórios de ligação. A carga admissível de utilização deve ser a carga de ruptura ensaiada, conforme descrita no Anexo c ou norma específica, utilizando um coeficiente de segurança Igual ou superior a 2,0 sobre o limite de flambagem ou qualquer outro efeito. Os quadros metálicos e acessórios usados para escoramento não devem apresentar corrosão, empenamento, soldas quebradas ou outros defeitos que comprometam a segurança. A.3.3 Vigas metálicas Podem ser fabricadas em aço ou alumínio em perfis laminados, dobrados, perfilados ou extrudados. Algumas destas vigas possuem peças de madeira para a fixação do compensado e/ou outras peças com pregos, mas que não têm contribuição no aumento de resistência da peça. A carga admissível de utilização deve ser a carga de ruptura ensaiada, conforme descrito no anexo c ou norma específica, utilizando um coeficiente de Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 segurança igual ou superior a 2,0 sobre o limite de flambagem ou qualquer outro efeito. A.3.4 Painéis de fôrma São estruturas soldadas tipo grelha, fabricadas em alumínio ou aço. A superfície de contato com o concreto pode ser feita com chapas de madeira compensada, laminado melamínico, chapas plásticas, PVC, chapas de aço ou de alumínio. A carga admissível de utilização deve ser a carga de ruptura ensaiada, conforme descrito no Anexo C ou norma específica, utilizando um coeficiente de segurança igual ou superior a 2,0 sobre o limite de flambagem ou qualquer outro efeito. A.3.5 Acessórios São elementos complementares do sistema, com as seguintes funções principais: a) ligar os componentes das fôrmas/escoramentos; b) apoiar os componentes das fôrmas /escoramentos; e c) facilitar a montagem e desmontagem das fôrmas e escoramentos. Estes equipamentos devem ter resistênciasuficiente para não serem o limitante do conjunto e devem ser construídos de tal forma que a segurança da montagem e desmontagem seja garantida. A carga admissível de utilização deve ser a carga de ruptura ensaiada, conforme descrito no anexo C ou norma específica, utilizando um coeficiente de segurança igual ou superiora 2,0 sobre o limite de flambagem ou qualquer outro efeito. A.3.6 Barra de ancoragem É um acessório, denominado também de tirante, de particular importância na garantia da absorção dos esforços resultantes da pressão de concreto nas fôrmas. A carga admissível de utilização deve ser a carga de ruptura ensaiada, conforme descrito no Anexo C ou norma específica, utilizando um coeficiente de Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 segurança igual ou superior a 2,0 sobre o limite de flambagem ou qualquer outro efeito. 9.CONSIDERAÇÕES FINAIS Estas estruturas constituem matéria pertinente ao campo da engenharia, envolvem projetos, cálculos, bom senso, uma boa equipe de montagem, economia e acima de tudo a preocupação com a segurança. Para qualquer tipo de atividade, seja na indústria ou na construção civil, devemos observar as normas de segurança usando os equipamentos adequados. Devemos zelar pelo nosso bem estar, pela segurança de nossos companheiros de serviço e pelo nome da empresa.Para isso a observância das normas de segurança é fundamental. Podemos encontrar todo tipo de instrução referente ao assunto na norma NBR 6494 da ABNT e NR 18 do Ministério do Trabalho e ainda norma de escoramento da ABNT – NBR 15696. Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Norma Brasileira ABNT NBR 6494 – “Segurança nos Andaimes”. Norma Brasileira ABNT NBR 16696 – “Formas e escoramentos para estruturas de concreto”. NR18doMTE– “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.” “Manual TécnicoMecan de Escoramento Metálico” – Ed. Abril/2011 – rev. 0 “Manual Técnicode Tubo Equipado Mecan” – Ed. Novembro/2012 – rev. 0 Revista Pensar Engenharia, v.2, n. 2, Jul./2014