Apostila 2 Provas de Campo

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Apostila 2 Provas de Campo
PUC Minas – ICBS – Curso de Educação Física
Disciplina: Atletismo
PROVAS DE CAMPO: SALTOS E LANÇAMENTOS
FUNDAMENTOS TEÓRICOS BÁSICOS
1. Considerações Gerais
No programa das provas de campo são disputados os saltos e os lançamentos.
Provas de Campo:
Objetivo da prova:
Distância
Horizontais
Projeção horizontal do corpo
Triplo
Saltos
Verticais
Altura
Projeção vertical do corpo
Com Vara
Arremesso do Peso
Lançamento do Dardo
Projeção horizontal dos implementos
Lançamentos
Lançamento do Disco
Lançamento do Martelo
Características gerais:
- atuação de um atleta de cada vez;
- execução competitiva breve;
- necessita a aprendizagem e automatização de gestos técnicos específicos;
- necessita de instalações e implementos específicos.
2. Mecânica Aplicada aos Saltos e Lançamentos
O salto e o lançamento consistem na projeção de um corpo (o próprio corpo do atleta ou um
implemento) para cima e para frente, fazendo-o permanecer um certo tempo suspenso no espaço.
Do ponto de vista da mecânica, os saltos e os lançamentos podem ser classificados como
movimentos do corpo sob a influência da força da gravidade e analisados segundo a lei de
lançamento oblíquo.
Existem dois tipos de saltos/lançamentos: vertical, quando o corpo é projetado em função
apenas de uma força dirigida para cima, e oblíquo, quando é resultante da composição de duas
forças, uma vertical dirigida para cima e outra horizontal dirigida para frente. No contexto do
Atletismo, prevalecem os saltos oblíquos, sendo que nos saltos horizontais predomina a
componente horizontal das forças e no saltos verticais irá predominar a componente vertical.
O resultado do salto depende inicialmente da velocidade inicial de projeção do corpo e do seu
ângulo de saída (ângulo de projeção).
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Salto em distância e triplo:
Vinicial
α
Salto em altura:
Vinicial
h
α
Salto com vara: apresenta particularidades em função da ação da vara.
O resultado do lançamento irá depender basicamente da velocidade inicial de projeção (Vo),
do ângulo de lançamento (α) e da altura (h) de liberação do implemento. Irá influir também a forma
aerodinâmica do implemento.
Vinicial
α
h
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SALTOS
1. Introdução
No Atletismo, as provas de saltos são aquelas em que o Brasil, ao longo de sua história
esportiva, mais se destacou, especialmente na prova de salto triplo. Nomes como Nelson
Prudêncio, Adhemar Ferreira da Silva, João Carlos de Oliveira (com a excepcional marca de
17,89m) e, atualmente, o atleta Jadel Gregório, tornaram o Brasil conhecido nas pistas de
Atletismo. É importante ressaltar ainda nomes como: Esmeralda de Jesus e Maurren Maggi.
As provas de saltos disputadas no Atletismo convencional são:
salto em distância;
salto triplo;
salto em altura; e
salto com vara.
2. Objetivos
• Saltos horizontais: salto em distância e triplo - objetiva alcançar a maior distância possível.
• Saltos verticais: salto em altura e com vara - objetiva ultrapassar o sarrafo que é elevado
de forma gradativa, na maior altura possível, sem derruba-lo.
3. Conceitos
3.1 Salto em distância
Prova realizada num “corredor” medindo entre 40 e 45 m de comprimento, usado para a
corrida preparatória do salto, contendo próximo ao final uma “tábua de impulsão” e depois uma
caixa de areia (área de queda) para amortecer a queda do saltador.
Após uma corrida rápida, o atleta salta impulsionando com um só pé, sem ultrapassar a “tábua
de impulsão”, projetando o corpo no ar para cima e principalmente para frente, caindo com os dois
pés na caixa o mais distante possível.
3.2 Salto triplo
Prova que utiliza o mesmo setor do salto em distância, porém, necessitando-se de maior
distância entre a “tábua de impulsão” e a caixa de areia.
Depois de uma corrida rápida, o atleta executa a impulsão em um só pé, sem ultrapassar a
o
“tábua” e salta sucessivamente três vezes: o 1 . salto deve ser dado de forma que o competidor
o
caia com o mesmo pé com que foi dada a 1ª. impulsão, na finalização do 2 . ele deve cair com o
outro pé e, a partir daí, completar o salto realizando a queda na caixa de areia o mais longe
possível.
3.3 Salto em altura
Prova que consiste na transposição de uma barra (“sarrafo”) colocada horizontalmente e
apoiada em dois postes (“saltômetros”).
Após a corrida preparatória, não muito rápida, o atleta ao se aproximar do sarrafo executa a
impulsão em um só pé, elevando-se e transpondo-o sem derrubá-lo. A área de queda é protegida
por colchão.
3.4 Salto com vara
Prova que consiste na transposição de um sarrafo colocado horizontalmente sobre dois
suportes com auxílio de uma vara.
Esta prova é realizada num “corredor” de 40m que possui no final um “encaixe” para a vara,
próximo aos postes que sustentam o sarrafo e de uma área de queda protegida por colchões.
Ao final de uma corrida preparatória rápida, o atleta introduz uma das extremidades da vara no
encaixe. A vara, por sua vez, servirá de alavanca para o atleta se elevar de modo a transpor o
sarrafo.
Observações adicionais:
- os saltos em distância, triplo e altura são executados com as possibilidades dinâmicas do
aparelho locomotor;
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-
o salto com vara acrescenta a ajuda de um instrumento – vara – diferenciando-se dos
outros saltos principalmente a partir da impulsão;
corrida preparatória = corrida de impulso = corrida de aproximação = corrida de
aceleração.
4. Fases Básicas dos Saltos
Os saltos constam basicamente de uma corrida prévia, o salto propriamente dito (impulsão,
vôo e queda), e a finalização do salto. Esta organização de vôo e queda é feita para fins didáticos,
pois, parte da queda se faz presente na fase aérea do salto. Portanto, o vôo refere-se à
suspensão/flutuação e a queda às ações realizadas na aterrissagem propriamente dita.
4.1 Preparação/Concentração – refere-se aos procedimentos do atleta durante a preparação para
o salto.
4.2 Corrida preparatória – o saltador utiliza uma corrida prévia até o local da impulsão, onde a
velocidade horizontal será convertida em componentes vertical e horizontal, predominando aquela
que estiver associada ao objetivo do saltador. A 1ª. fase da corrida visa adquirir a velocidade ótima
para o salto e na 2ª. fase o saltador se prepara para a impulsão sem diminuição da velocidade,
podendo ocorrer a adaptação da corrida nos passos finais para uma impulsão mais eficiente.
4.3 Impulsão – realizada através de um dos membros inferiores. Nesta fase o saltador dependerá
de sua potência muscular para converter velocidade horizontal em velocidade vertical, aspecto
este que será maior ou menor em função do objetivo do salto. As ações do atleta neste momento
determinarão sua trajetória durante a fase aérea.
posicionamento do corpo na impulsão;
ângulo de projeção do corpo;
velocidade de projeção do corpo.
determinam a fase seguinte do
salto – fase de vôo.
4.4 Vôo – a trajetória estará em função dos elementos associados ao impulso executado, sendo
que o posicionamento corporal irá influir diretamente no alcance do corpo em distância ou em
altura. A trajetória do CG será uma parábola, curta e alta em algumas provas (ex.: salto em altura)
e baixa e longa em outras (ex.: salto em distância), predominando no primeiro caso a velocidade
vertical e no segundo, a horizontal.
4.5 Queda – executada conforme a característica da prova.
5. Fatores que Condicionam a Distância do Salto
• Força aplicada no momento da impulsão.
• Velocidade de projeção do corpo: velocidade horizontal e vertical.
• Ângulo de saída (ângulo de projeção do corpo).
• Posicionamento do corpo na fase final da impulsão.
• Queda (ações realizadas na aterrissagem).
Observações adicionais:
- no salto em distância e triplo predomina-se a velocidade horizontal (conseqüência da
velocidade da corrida); no salto em altura predomina-se a velocidade vertical (transferência
da velocidade horizontal para velocidade vertical – dependente da impulsão).
º
- ângulos de saída dos saltos:
distância:
18 – 25
º
triplo:
15 – 20
º
altura:
60 – 70
º
vara (flexível) 15 – 20
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LANÇAMENTOS
1. Introdução
Estas provas consistem em lançar um engenho (implemento) o mais longe possível.
As provas de lançamentos disputadas no Atletismo são:
- arremesso do peso;
- lançamento do dardo;
- lançamento do disco; e
- lançamento do martelo.
Cada prova possui seu implemento próprio com medidas de sua massa, diâmetro e
comprimento.
O peso, o martelo e o disco são lançados de um círculo e o dardo de um corredor.
2. Conceitos
2.1 Arremesso do Peso
Consiste do arremesso de uma esfera de bronze ou ferro do interior de um círculo, delimitado
em parte por um anteparo, em um setor de queda.
2.2 Lançamento do Dardo
Consiste em lançar uma haste “cilindrocônica” de metal, de um corredor que termina num arco
o
de círculo marcado no solo, em um setor de queda com um ângulo de 29 .
2.3 Lançamento do Disco
Consiste em lançar um disco construído de madeira e/ou metal do interior de um círculo
o
protegido por “gaiola” de rede em um setor de queda com um ângulo de 34,92 .
2.4 Lançamento do Martelo
Consiste em lançar uma esfera de bronze ou ferro presa a um cabo de aço, do interior de um
círculo igual ao do arremesso do peso, porém, protegido por uma “gaiola” de rede, em um setor de
o
queda com ângulo de 34,92 .
3. Especificações dos Implementos – Massa
Segundo o dicionário Aurélio, implemento é aquilo que é indispensável para executar
alguma coisa. No Atletismo, a palavra implemento refere-se, normalmente, aos materiais utilizados
nos lançamentos – dardo, disco, martelo e peso.
Peso
Dardo
Disco
Martelo
Masc.
7,260 kg
800g
2 kg
7,260 kg
Fem.
4 kg
600g
1 kg
4 kg
4. Formas para a Projeção do Implemento
4.1 Lançamento – o membro superior é levado completamente estendido para trás, obtendo-se
maior alcance, mesmo porque o objeto a ser projetado, normalmente, tem menor massa.
Adquire maior velocidade na fase de sua aceleração. O membro que empunha o objeto parte
de posição estendida podendo durante a sua trajetória ser flexionado, sendo estendido
novamente na fase final do movimento. As ações realizadas envolvem, normalmente, o puxar e
o empurrar o implemento.
4.2 Arremesso – o movimento é originário de um trabalho de braço, limitado pelo peso e forma do
objeto não totalmente adaptável à mão; esta, não podendo apreender o objeto, impede que o
membro possa ser estendido completamente para trás. No arremesso, os membros executam
a ação de empurrar, partindo de posição próxima ao corpo.
5. Classificações dos Lançamentos
• Pesados: peso e martelo.
• Ligeiros: disco e dardo.
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• Lineares: peso e dardo.
• Circulares (rotatórios): disco e martelo, e variação do peso.
6. Fases Básicas dos Lançamentos
Os lançamentos constam basicamente de uma fase preparatória, a fase de aceleração
(deslocamento), o lançamento/arremesso propriamente dito, a fase de recuperação do equilíbrio
corporal e a saída de setor de lançamento/arremesso.
6.1 Preparatória/Concentração – refere-se aos procedimentos do atleta durante a preparação para
a execução do lançamento/arremesso, incluindo a empunhadura do implemento.
6.2 Deslocamento – fase de aceleração – corrida de aproximação (dardo), “arrasto” (peso) e giros
(disco, martelo e peso).
6.3 Lançamento propriamente dito – lançamento (dardo, disco e martelo) ou arremesso (peso).
6.4 Recuperação (com reversão) – retomada do equilíbrio – recuperação do equilíbrio após o
lançamento ou arremesso propriamente dito que deverá acontecer integralmente dentro do setor
de lançamento/arremesso.
6.5 Finalização do lançamento – refere-se à saída do círculo de lançamento ou arremesso e do
corredor de lançamento.
7. Fatores que Condicionam a Distância do Lançamento
• Força aplicada.
• Tempo de aplicação da força.
• Velocidade imposta ao implemento (V0).
• Ângulo de lançamento (α).
• Altura de liberação (h).
• Técnica empregada.
• Fatores aerodinâmicos (disco e dardo).
Observações complementares:
a força deve ser aplicada com a maior velocidade possível;
o ângulo em que o implemento é lançado é fundamental;
as técnicas desenvolvidas e usadas dependem dos itens regulamentares, da massa do
implemento e das leis da biomecânica;
a intervenção inicial com a finalidade de vencer a força de repouso (inércia) é feita pelas
pernas como elemento locomotor, transmitindo-se depois a aceleração aos braços,
portadores do implemento, segmentos estes que executam a rápida ação final. Todos os
grupos trabalham em cadeia. Este é um aspecto comum a todos os lançamentos: o fato de
que a ação das pernas é determinante. São elas que permitem a mobilização em cadeia
de todos os segmentos, desde os pés até os dedos das mãos, passando pelo quadril e
tronco;
os balanceios e molinetes também visam a superação da inércia;
ângulos de lançamento dos implementos:
dardo:
30 – 40º
º
peso:
40 – 45
º
disco:
35 – 40
º
martelo:
40 – 45
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ORGANIZAÇÃO GERAL E REGULAMENTAÇÃO BÁSIC
DAS PROVAS DE SALTOS E LANÇAMENTOS
(IAFF, Regras Oficias 2002-2003)
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•
A ordem de realização das tentativas será definida por sorteio.
Em todas as provas de campo, exceto salto em altura e salto com vara, quando houver
mais de 8 competidores, a cada competidor será permitido 3 tentativas e aos oito
competidores com as melhores marcas será permitido 3 tentativas adicionais. Em caso de
empate, este se resolverá verificando o 2º. melhor resultado dos competidores empatados.
Se for necessário, o 3º. Quando houver 8 competidores ou menos, a cada competidor será
permitido 6 tentativas. Em ambos os casos, a ordem da competição para a 4ª. e 5ª.
tentativas será inversa ao ranking anotado depois das 3 primeiras. A ordem de competição
para a rodada final (6ª. tentativa), será inversa ao ranking registrado após a 5ª. tentativa.
Nestas mesmas provas, os competidores poderão dispensar uma tentativa e, mesmo
assim, terão direito às tentativas subseqüentes.
Para a realização das provas de saltos, os competidores deverão impulsionar-se em um só
pé.
A partir da autorização para a realização da tentativa, o atleta terá 1 min para a execução
da mesma. Neste item existem variações do tempo para a realização da tentativa em
algumas situações específicas.
Nas provas de campo, exceto para o salto em altura e com vara, em caso de empate, o 2º.
melhor resultado dos competidores decidirá o empate. Se necessário, o 3º. melhor e assim
por diante.
Nos saltos horizontais, os mesmos serão medidos a partir do ponto de queda mais próximo
da tábua, feito por qualquer parte do corpo ou membros do atleta na caixa de areia, até a
linha de medição. A medição deverá ser perpendicular à linha de medição e paralela às
laterais do corredor. Imediatamente à frente da linha de medição (ou linha de impulsão)
estará colocada uma tábua indicadora para identificar se o atleta ultrapassa a linha de
medição no momento de executar o impulso. A medida de cada tentativa será feita
imediatamente após cada tentativa.
Especificamente em relação ao salto em distância, o competidor irá cometer uma falta se
empregar qualquer forma de salto mortal.
Nos saltos verticais, os empates serão decididos como se segue: (a) o competidor com o
número menor de saltos na altura em que ocorrer o empate, será considerado o vencedor;
(b) se o empate permanecer, o competidor com o menor número total de saltos falhos em
toda a prova, até e incluindo a última altura ultrapassada, será considerado o de melhor
colocação.
Para os saltos verticais, antes do início da competição, o Árbitro Chefe anunciará aos
competidores a altura inicial e aquelas subseqüentes para as quais a barra será elevada
ao fim de cada rodada. Um competidor pode iniciar a saltar em qualquer altura
previamente anunciada. Três falhas consecutivas, independente da altura na qual as falhas
ocorreram, desclassificam o saltador. Se um competidor dispensa uma tentativa em
determinada altura, ele não poderá realizar outra tentativa na mesma altura. A barra não
será elevada em menos de 2 cm no salto em altura e 5 cm no salto com vara, após cada
rodada, a menos que reste um competidor e que ele tenha vencido a competição. Nesta
última situação, a altura para a qual a barra será elevada deve ser decidida pelo atleta.
No caso do salto com vara os competidores podem usar suas próprias varas, sendo que
nenhum competidor tem permissão para utilizar a vara de outro atleta, sem o
consentimento do mesmo. A vara pode ser feita de qualquer material ou combinação de
materiais e de qualquer comprimento ou diâmetro, mas a superfície básica deve ser lisa.
No arremesso do peso e lançamentos do disco e do martelo, os implementos serão
arremessados/lançados de dentro do círculo. O dardo será lançado de um corredor. No
caso das tentativas feitas dentro do círculo, o competidor deve iniciar o
arremesso/lançamento a partir de uma posição estacionária. É permitido ao competidor
tocar a parte interna do aro ou anteparo.
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O peso deve ser maciço, de ferro ou qualquer outro metal; deve ter forma esférica e sua
superfície deve ser totalmente lisa. O disco pode ser sólido ou oco e será de madeira ou
outro material adequado, com um arco de metal; a borda deve ser arredondada; toda
superfície do disco deverá ser lisa. O martelo se compõe de três partes: cabeça de metal,
cabo e empunhadura; a cabeça do martelo é similar ao peso. O dardo consistirá de três
partes: cabeça, corpo e empunhadura com corda; o corpo será construído completamente
de metal ou outro material similar homogêneo e terá fixado a ele uma cabeça metálica,
terminando em uma ponta aguda; o corpo e a cauda deverão ser lisos; a empunhadura
presente no corpo cobrirá o CG, podendo ter uma superfície não escorregadia.
Será um lançamento falho se o competidor no decorrer de uma tentativa: (a) soltar
impropriamente o peso ou o dardo; (b) após ter entrado no círculo e ter iniciado sua
tentativa, tocar com qualquer parte de seu corpo o terreno fora do círculo ou na parte
superior do aro ou do anteparo (no caso do arremesso do peso). Desde que no desenrolar
de uma tentativa, as regras precedentes a cada arremesso/lançamento não tenham sido
infringidas, o competidor pode interromper a tentativa e reiniciá-la, dentro do tempo
estabelecido. Para que uma tentativa seja válida, o peso, o disco, a cabeça do martelo ou
a ponta da cabeça metálica do dardo devem cair completamente dentro dos limites do
setor de queda. O competidor não pode sair do círculo ou corredor antes que o implemento
tenha tocado o solo. Para arremessos/lançamentos feitos dentro do círculo, ao deixar o
mesmo após a realização da uma tentativa, o competidor deverá fazê-lo pela metade de
trás, ou seja, completamente atrás da linha branca traçada fora do círculo e que passa,
teoricamente, pelo centro. No caso do lançamento do dardo, ao deixar o corredor após a
execução da tentativa, a saída deverá ser feita por trás da linha demarcatória do arco que
finaliza o corredor. Após cada tentativa, os implementos devem ser trazidos para a área
próxima ao círculo ou corredor e nunca lançados de volta.
A medida de cada arremesso/lançamento será feita imediatamente após a tentativa: (a) a
partir do 1º. ponto de contato feito pela queda do peso, do disco e da cabeça do martelo,
até a borda interna do aro do círculo, ao longo da linha do centro do círculo; (b) no
lançamento do dardo, a partir do local onde a ponta da cabeça do dardo tocar o solo pela
1ª. vez até a borda interna do arco, ao longo de uma linha que vai desde o local de queda
até o centro do círculo de que o arco faz parte.
No arremesso do peso, este deverá ser arremessado partindo do ombro com uma só mão.
No momento em que o competidor assumir a posição no círculo e começar o arremesso, o
peso deverá tocar ou estar bem próximo ao pescoço ou ao queixo e a mão não deverá ser
abaixada dessa posição durante a ação do arremesso. O peso não deve ser arremessado
detrás da linha dos ombros. O dardo será seguro na empunhadura e será lançado por
sobre o ombro, não podendo ser lançado com movimentos rotatórios (estilos não
ortodoxos não são permitidos); para que uma tentativa seja válida, a ponta da cabeça
metálica do dardo deve tocar o solo antes de qualquer outra parte; em nenhum momento,
durante o lançamento, e até que o dardo tenha sido solto no ar, o competidor pode girar
completamente de modo que suas costas fiquem na direção do arco de lançamento.
Todos os lançamentos do disco e do martelo devem ser realizados de dentro de uma
proteção ou gaiola para garantir a segurança dos espectadores, árbitros e competidores. A
gaiola deve ser projetada e conservada para ser capaz de suportar o impacto de um disco
de 2 kg movendo-se a uma velocidade de 25 m/s e de um martelo de 7,260 kg movendose a uma velocidade de 32 m/s.
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Modelo de Súmula para Saltos em Distância e Triplo, e Lançamentos
(Dados da Competição)
Prova:
No.
NOME
PUC Minas
ICBS - Curso de Educação Física
Categoria:
Entidade
Tentativas
Melhor
Melhor
1a. 2a. 3a. Resultado 4a. 5a. Resultado 6a.
 - Tentativa dispensada
/
Final Clas.
X – Tentativa falha
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Disciplina: Atletismo
Modelo de Súmula para Saltos em Altura e com Vara
(Dados da Competição)
Altura do sarrafo.
SEQÜÊNCIA DAS ELEVAÇÕES
NO.
NOME
Sinais convencionais
ENTIDADE
TENTATIVAS
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
A
1 . 2 . 3 . 1 . 2 . 3 . 1 . 2 . 3 . 1 . 2 . 3 . 1 . 2 . 3 .
--- = Tentativa não realizada
X = Tentativa falha
0 = Altura ultrapassada
RESULTADO
FINAL
COLOCAÇÃO
Elevações da barra
Inicial:
Subseqüentes:
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Disciplina: Atletismo
SALTOS – DESCRIÇÃO DOS SETORES E DAS TÉCNICAS
1. Setores do Salto em Distância e Salto Triplo
CAIXA DE AREIA
TÁBUA DE
IMPULSÃO
CORREDOR
1 a 3m
1,21m
1,25m
3m
20cm
40m
10m
Linha de Medição
Terra fofa ou areia.
Areia molhada e fofa.
Tábua de Plasticina
Superfície nivelada com a
tábua de impulsão.
Largura: 10cm
Homens – 13m
Mulheres – 11m
2. Salto em Distância
Para poder se destacar nesta prova, é necessário que o saltador tenha uma grande
capacidade de impulsão e domínio da técnica e ser, principalmente, um “velocista”, sendo que a
falta desta última qualidade dificultará formar um atleta de bom nível.
2.1 Fases específicas
• Corrida preparatória.
• Impulsão.
• Vôo.
• Queda.
• Saída da caixa de areia.
Corrida preparatória
• Objetivo: obter a velocidade ótima para a execução do salto (tanta velocidade quanto
possa controlar a eficiência do salto – se possível a velocidade máxima);
• Distância da corrida: varia de acordo com a capacidade de adquirir velocidade elevada e
com o nível técnico do saltador. Deve ser a menor distância em que o saltador alcance a
sua velocidade máxima.
• Sub-fases da corrida preparatória:
- preparação;
- aceleração / manutenção;
- adaptação: varia de 2 a 3 passos – últimos passos dados pelo saltador.
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•
Ajuste da corrida preparatória: este ajuste tem o objetivo de fazer com que o saltador não
cometa uma falta ao realizar o salto (não ultrapasse a tábua de impulsão). Métodos para
estabelecer o local de início da corrida: método de tentativas, método da corrida inversa e
método de transferência (ou matemático – transferência da corrida na pista para o
corredor).
Impulso
• Objetivo: obter velocidade de subida (componente vertical) procurando manter a
velocidade horizontal tão alta quanto possível.
• Fases:
apoio/absorção (através de pequena “flexão” das articulações do tornozelo, joelho e
quadril); e
extensão (impulsão propriamente dita).
o
• Ângulo de saída: 18 a 25 .
Vôo
Técnica Grupado
Técnica em Arco (Extensão ou Entrada de Peito)
Técnica de Passos no Ar
•
•
•
•
Inicia-se com a perda do contato com o solo e caracteriza a técnica usada pelo atleta:
grupado, em arco (entrada de peito) ou passos no ar (2,5 ou 3,5 passos).
Após ter perdido o contato com o solo, o saltador não poderá modificar a trajetória da
parábola do CG.
O saltador tentará tomar uma posição ótima do corpo para obter uma queda controlada.
As pernas, no momento em que o saltador inicia a descida em direção ao solo, devem ser
mantidas elevadas (isto requer músculos abdominais fortes e muita prática).
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Disciplina: Atletismo
•
Termina na aproximação do saltador com a areia.
Queda
• Objetivo: posicionar o corpo de modo a facilitar as ações na aterrissagem, ações estas que
visam obter um melhor resultado no salto.
• Uma queda bem executada é aquela em que o ponto mais baixo dos glúteos cai muito
próximo dos calcanhares no momento em que estes tocam o solo.
• Ao realizar o contato com a areia o saltador deve executar a flexão dos tornozelos, joelhos
e quadril, como forma de dissipar a reação existente sobre o corpo.
• Técnicas: rotação frontal ou rotação lateral – projeção do corpo à frente ou lateralmente.
Saída da caixa de areia
• Deverá ser realizada à frente da marca de referência para a medição do salto, podendo ser
pelas laterais da caixa.
3. Salto Triplo
o
3o. salto
o
1 . salto
2 . salto
3.1 Fases específicas
• Corrida preparatória.
a
• 1 . impulsão.
o
• 1 . vôo – aterrissagem (mesma perna de impulsão).
a
a
o
• 2 . impulsão (mesma perna da 1 . impulsão) – 2 . vôo – aterrissagem (perna oposta à de
impulsão).
a
a
a
• 3 . impulsão (perna oposta à 1 . e 2 . impulsão).
o
• 3 . vôo.
• Queda.
• Saída da caixa de areia.
Corrida preparatória
• Objetivos:
adquirir velocidade horizontal (velocidade ótima);
a
preparar para uma eficaz e equilibrada 1 . impulsão.
• Sub-fases:
- aceleração;
a
- adaptação – preparação para a 1 . impulsão (executado sobre a tábua de impulsão).
1o. salto (hop) – (impulso – vôo – queda)
• Executado geralmente com a perna mais forte.
• Tempo de contato com o solo menor que no salto em distância (menor diminuição da
velocidade horizontal).
o
• Ângulo resultante de saída inferior ao salto em distância – 14 a 16 .
• Grande importância do equilíbrio e da coordenação de movimentos, o que irá determinar
as próximas sub-fases.
• Troca de pernas na fase de vôo, sendo que o saltador realiza a queda com o mesmo pé
com que fez a impulsão – executa uma passada no ar.
o
2 . salto (step) – (impulso – vôo – queda)
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•
Tem a característica de um grande passo realizado no ar. A queda é feita sobre a perna
contrária à de impulso.
É o menor dos três saltos devido à maior dificuldade de elevação.
Inicia-se com o contato da perna de impulsão (geralmente perna mais forte) tocando o
solo. O contato é feito inicialmente pelo calcanhar, sendo este o mais breve possível,
objetivando a menor redução da velocidade horizontal.
Pequena flexão da perna de impulsão que sofre grande tensão.
o
Tempo de contato com o solo maior que o 1 . salto.
O impulso é realizado com um movimento brusco da perna para trás e para cima.
o
Ângulo resultante de saída entre 15 e 18 .
•
•
•
•
•
•
o
3 . salto (jump) – (impulso – vôo – queda)
• Corresponde a um salto em distância com um menor impulso, mas com a mesma
seqüência (emprega-se normalmente a técnica “grupado”).
• O contato do pé com o solo inicia-se no calcanhar, sendo este o mais rápido possível.
Apesar disto, este impulso pode ser caracterizado como aquele que apresenta maior
tempo de contato com o solo.
• Movimento executado visando minimizar a perda de velocidade horizontal.
• Fase de vôo próximo ao salto em distância, contudo, a menor velocidade horizontal
provoca menor fase de vôo, o que leva à utilização da técnica grupado.
o
• Ângulo resultante de saída entre 18 e 25 .
Saída da caixa de areia
• Deverá ser realizada à frente da marca de referência para a medição do salto, podendo ser
pelas laterais da caixa. O processo é o mesmo utilizado no salto em distãncia.
4. Salto em Altura
Seqüência de ações realizadas pelo saltador com o objetivo de transpor uma barra transversal
sem derrubá-la.
4.1 Setor e Equipamentos
Poste de medição - Saltômetro
Barra transversal - Sarrafo
4.2 Técnicas básicas
• Tesoura (Fig 1).
• Rolo ventral (Fig. 2).
• “Fosbury flop” ou salto de costas (Fig. 3).
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FIG. 1
FIG. 2
FIG. 3
4.3 Fases específicas
• Corrida preparatória.
• Impulsão.
• Elevação-Transposição.
• Queda sobre o colchão.
Corrida de aceleração
• Objetivos:
produzir uma velocidade horizontal que possa ser convertida em velocidade vertical ;
preparar uma impulsão equilibrada e eficiente;
proporcionar um ângulo de saída favorável.
• Sub-fases:
aceleração;
adaptação para impulsão – passos finais.
• Observações técnicas:
a velocidade deve ser controlada de modo a permitir uma eficiente impulsão;
a direção da aproximação varia de acordo com a técnica a ser utilizada e a perna de
impulso.
• Aproximação:
rolo ventral – do mesmo lado da perna de impulsão;
tesoura – lado oposto ao da perna de impulsão;
“flop” – lado oposto ao da perna de impulsão.
Impulsão
• Objetivos:
converter a velocidade horizontal em vertical;
desenvolver uma ótima velocidade e ângulo de saída;
produzir momentos de rotação necessários para a transposição do sarrafo – rotação
no eixo longitudinal do corpo.
Elevação-Transposição
• Objetivos:
levar as várias partes do corpo às posições mais favoráveis relativamente uma à outra,
com o objetivo de transpor o sarrafo sem derrubá-lo (boa utilização dos segmentos
corporais) – rotação no eixo transversal do corpo;
criar condições favoráveis a uma queda segura e equilibrada.
Queda
Para a queda deverão ser ensinadas técnicas de amortecimento visando reduzir os
impactos no colchão e evitar as rotações que possam levar a uma queda do mesmo.
4.4 Considerações sobre a Técnica “Tesoura”
• Forma mais simples e natural de se executar um salto em função do movimento das
pernas.
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•
•
•
Sua execução, a exemplo do salto em distância grupado, independe de um aprendizado
especial.
Forma ultrapassada para competição, porque os seus resultados são sempre inferiores
aos conseguidos com outras técnicas, desde que razoavelmente empregadas.
Excelente educativo auxiliar das outras técnicas, especialmente, a técnica de costas
(“Fosbury flop”).
5. Salto com Vara
Seqüência de movimentos realizados pelo saltador com o auxílio de uma vara visando transpor
uma barra transversal sem derrubá-la.
5.1 Setor e equipamentos
Encaixe para Vara
Corredor
Colchão para Salto com Vara
Vara
• Material: fibra de carbono coberto com fibra de vidro – vara flexível.
• Há necessidade ainda de usar varas rígidas, de bambu, em função da dificuldade de se ter
varas de fibra em todos os locais e nas quantidades necessárias.
• Recomenda-se a iniciação generalizada com as varas de bambu ou outra vara rígida – sua
execução é mais fácil.
5.2 Formas de energia envolvidas
• Energia muscular.
• Energia cinética:
corrida de impulso;
impulsão.
• Energia elástica:
envergadura da vara.
• Energia potencial:
impulsão;
repulsão (proporcionada pela vara).
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5.3 Fases específicas
• Concentração, empunhadura e posicionamento inicial da vara.
• Corrida (com transporte da vara) – corrida com posicionamento da vara para o encaixe.
• Encaixe.
• Entrada-Impulsão.
• Pêndulo.
• Grupamento (rolamento).
Suspensão
• Elevação-Extensão-Giro
• Impulso final na vara / Transposição.
• Queda.
Empunhadura
• Forma de segurar a vara. Mão de cima com a palma voltada para cima (ou para dentro) e a
outra mão com a palma voltada para baixo (ou para fora), com um afastamento entre elas
correspondendo à largura dos ombros do saltador.
• Braço correspondente à mão de cima (posicionada atrás) semi-flexionado
(aproximadamente 90º). Braço colocado à frente do corpo também com o cotovelo
o
flexionado em aproximadamente 90 .
• Altura da empunhadura: em função da altura a ser ultrapassada – a prática ajudará a
determinar.
Corrida preparatória
• Transporte da vara: lado oposto ao da perna de impulsão.
• Corrida ritmada e coordenada.
• Posição mais verticalizada do corpo.
• Adquirir velocidade para a impulsão (a velocidade deve ser crescente).
• Passos finais – posicionamento da vara para colocação no encaixe.
• Transferência de energia para a vara no momento do encaixe.
Encaixe
• Entende-se o local onde se apóia a vara e o ato de encaixar a vara neste local.
• Os últimos passos da corrida são usados para a colocação da vara no encaixe.
Entrada-Impulsão
• Se faz mais na procura de uma progressão horizontal do que vertical (vara flexível).
• Resultante de duas forças transferidas para os movimentos de pêndulo vara-solo e
homem-vara.
Suspensão
• Movimento de pêndulo: a partir da impulsão para o salto, as pernas e o quadril continuam o
movimento à frente devido à ação da inércia – continuam sua progressão que ocorre
inicialmente para a horizontal e a seguir para cima, pela existência do ponto fixo que são
as mãos fixas à vara.
• Grupamento: ação de trazer a perna de impulso ao encontro da perna livre, com o
movimento de flexão dos quadris, ocasionando a aproximação dos joelhos do tronco.
• Elevação-Extensão: ocorre elevação nas fases anteriores, porém nesta seqüência de
ações ela aparece de forma mais nítida. Nesta etapa do salto as pernas elevam-se
próximos à vertical. O corpo será estendido.
• Giro: o giro ocorre simultaneamente à elevação.
Impulso final / Transposição
• Devido ao afastamento das mãos, o saltador terá que largar a mão posicionada mais baixa
logo a seguir ao giro. O impulso final é executado principalmente pela extensão do braço
superior.
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Disciplina: Atletismo
•
•
•
•
A transposição inicia-se pelas pernas.
Realizada de forma ventral.
Quando ocorre a transposição das pernas estas caem o que eleva o quadril.
Ao transpor o quadril os braços são jogados para trás e para cima, procurando elevar o
ombro e a cabeça, e para que não haja contato com a barra transversal (sarrafo).
Queda
• Deve ser feita de costas com a utilização do movimento dos braços para amortecer o
impacto da queda. Ocorre como continuação normal dos movimentos anteriores.
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QUADRO DIDÁTICO DAS FASES DOS SALTOS
Fases Básicas
Concentração
Salto em Distância
Salto em Altura
Concentração
Concentração
Corrida preparatória Corrida preparatória
Corrida preparatória
Corrida preparatória
Impulsão
Impulsão
Impulsão (1a.)
Impulsão
Vôo
1o. vôo – Aterrissagem
(mesma perna de
impulsão)
2a. impulsão – 2o. vôo –
Aterrissagem (perna
contrária à de impulsão)
Vôo
Concentração
Salto Triplo
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Entrada – Impulsão
Pêndulo
Grupamento
Elevação /
Transposição
3a. impulsão – 3o. vôo
Queda
Queda
Queda
Finalização do salto Saída da caixa de areia Saída da caixa de areia
Salto com Vara
Concentração
Empunhadura da vara
Posicionamento inicial da
vara
Corrida preparatória com
transporte da vara
Posicionamento da vara
para o encaixe
Encaixe
Elevação – Extensão –
Giro
Impulso final –
Transposição
Queda
Queda
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LANÇAMENTOS – DESCRIÇÃO DOS IMPLEMENTOS, SETORES E TÉCNICAS
1. Formas Disputadas
•
•
•
•
Arremesso do Peso – consiste no arremesso de uma esfera de bronze ou ferro, do
o
interior de um círculo em um setor de aproximadamente 34 . Técnicas: ortodoxa, “Parry
O’Brien” e com giro.
Lançamento do Dardo – consiste em lançar uma haste cilindrocônica de madeira ou
o
metal de uma pista medindo aproximadamente 35m em um setor de 29 .
Lançamento do Disco – consiste em lançar um disco biconvexo construído de madeira
o
e/ou metal do interior de um círculo em um setor de aproximadamente 34 .
Lançamento do Martelo – consiste em lançar uma esfera de ferro ou bronze, presa a um
cabo de aço medindo 1,22m do interior de um círculo em um setor de aproximadamente
o
34 .
2. Implementos
PESO
DARDO
MARTELO
DISCO
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3. Conceitos
• O termo lançamentos inclui o arremesso do peso. A diferença básica entre o lançamento e
o arremesso está associada ao gesto executado pelo atleta para projetar o implemento no
ar. Neste sentido, verifica-se que o peso é empurrado e o disco, o dardo e o martelo são
projetados de forma diferente. Por este motivo, será usado o termo arremesso para a
prova do Atletismo que envolve especificamente o implemento peso, e lançamento para as
provas que utilizam o dardo, o disco e o martelo. Contudo, o grupo constituído por estas 4
provas será identificado como “provas de lançamentos do Atletismo”.
• Estas provas consistem em lançar um engenho (implemento) o mais longe possível,
considerando suas características, os fatores mecânicos (Física) e biomecânicos (melhor
rendimento humano), e ainda, os itens regulamentares.
• Os lançamentos são provas individuais que exigem um alto grau de força e velocidade
(potência), e coordenação.
4. Classificações dos Lançamentos
• Em relação aos movimentos preparatórios:
- realização de giros: lançamento do disco e do martelo, e variação do arremesso do
peso;
- deslocamento linear: lançamento do dardo e variação do arremesso do peso.
•
Em relação à conformação dos implementos:
- pesados: arremesso do peso e lançamento do martelo;
- leves: lançamentos do dardo e do disco.
5. Fatores que Condicionam a Distância dos Lançamentos
A distância alcançada pelos implementos nos lançamentos é conseqüência dos fatores
apresentados a seguir. As técnicas empregadas para a execução das provas (projeção dos
implementos) visam considerar da forma mais abrangente possível todos os itens regulamentares,
os elementos constitucionais dos implementos e os fatores biomecânicos relacionados às mesmas.
5.1 Itens regulamentares
Os itens regulamentares interferem no desenvolvimento da técnica de cada uma das provas.
As regras referem-se a aspectos como:
• características das áreas de impulso do implemento (círculo ou corredor);
• limitação das áreas de impulso;
• limitações dos setores de queda;
• massa, forma e constituição dos implementos;
• maneira como executar os lançamentos.
O lançamento realizado em desacordo com as regras não é considerado válido. Qualquer
técnica de lançamento poderá ser usada desde que esteja de acordo com o regulamento oficial.
Conhecendo bem as regras do esporte, o atleta terá maiores possibilidades de adaptar a técnica
de acordo com as suas condições físicas e motoras.
5.2 Inovações materiais
O aperfeiçoamento tecnológico dos implementos, das instalações e até mesmo dos calçados
pode influenciar sobre as técnicas executadas.
5.3 Possibilidades do sistema locomotor humano
O implemento é projetado devido à ação propulsora do corpo humano.
O desempenho do atleta está também condicionado ao desenvolvimento de seu potencial
físico. A velocidade de liberação do implemento e, por sua vez, a distância alcançada, está
condicionada, entre outros fatores, ao nível de força e velocidade (potência) empregada pelo
atleta.
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5.4 As leis mecânicas
Os princípios da Física, ou seja, as leis do movimento apresentam uma grande relação com a
distância a ser alcançada no lançamento. Podem ser destacados os seguintes
Velocidade de projeção (Vo)
Este fator depende da aceleração desenvolvida durante os movimentos preparatórios e no
lançamento propriamente dito. Este aspecto, por sua vez, está associado ao nível de força e
velocidade (potência) desenvolvido pelo atleta durante o lançamento propriamente dito.
A aceleração obtida e, por sua vez, a velocidade inicial de projeção do implemento, está
condicionada ao deslocamento durante o qual é exercida a ação sobre o implemento.
Analise a fórmula a seguir:
∆F x ∆t
V=
m
V → ∆F : variação da força exercida no implemento.
V → ∆t : duração da aplicação da força.
m : massa (fixada pelas regras).
Esta fórmula, baseada na 2ª. lei de Newton (relação entre o movimento e a força que o
produziu), mostra que a velocidade é proporcional à força exercida no implemento e ao tempo de
aplicação da força, e inversamente proporcional à massa do implemento.
Tal condição apresentada possibilita concluir que o atleta dotado de maior força muscular
possui possibilidade de lançar o implemento a uma maior distância. Contudo, é importante que o
atleta desenvolva a força de forma específica para as provas de lançamentos, no caso, a força
desenvolvida em elevada velocidade.
Também se pode concluir que a duração da aplicação da força influi sensivelmente na
velocidade de projeção do implemento. Tal fato pode ser ilustrado no exame da evolução da
técnica do arremesso do peso, quando o atleta procura aumentar o caminho a ser percorrido pelo
implemento ainda na sua mão, sofrendo a ação de sua força muscular. A evolução da técnica
ortodoxa para a técnica clássica “Parry O’Brien” e, desta última, para a técnica com giro que
apresentou como alteração o aumento do tempo de aceleração do peso, entre outros fatores.
Obviamente que no caso dos lançamentos atléticos existem valores ótimos para o tempo de
aplicação da força.
o
O 3 . elemento da fórmula, a massa, representada pela letra “m”, é fixada pelas regras do
Atletismo.
Nas provas de lançamentos, o atleta tem como objetivo conseguir a maior velocidade de
projeção do implemento, para tal é importante que as ações sejam realizadas de forma seqüencial,
sendo algumas das ações executadas simultaneamente. Contudo, visa-se o somatório das ações,
seguindo uma mesma referência que está orientada para o ponto de aplicação da força no
implemento.
Sintetizando, tem-se que a grandeza e a direção da “velocidade inicial”, ou seja, a grandeza
da rapidez e do ângulo de liberação são fatores determinantes do resultado a ser obtido no
lançamento. Sendo que a velocidade é um elemento a ser destacado porque para um determinado
ângulo de projeção, a distância a ser alcançada é proporcional ao quadrado da velocidade de
projeção (Vo), conforme é demonstrado na fórmula a seguir.
Em mecânica, a distância alcançada por um objeto lançado obliquamente no vácuo, obedece
a seguinte fórmula:
Vo² sen 2α
d =
g
d =
Vo =
α =
g =
distância;
velocidade inicial de projeção;
ângulo de projeção;
aceleração da gravidade.
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Ângulo de projeção (α)
No lançamento de um projétil no vácuo, este alcançará sua maior distância quando for
o
projetado em um ângulo de 45 em relação com a horizontal (o solo). Porém, isto é válido quando o
ponto de queda estiver na mesma altura do ponto de impulsão (saída).
o
Lembre-se que sen 0 = 0 e sen 90 = 1; considerando que o maior valor para sen 2α será 1,
tem-se que:
sen 2α = 1
o
2α = 90
o
α = 45
No caso dos lançamentos atléticos, o ponto de liberação do implemento está a uma altura
diferente do ponto de queda do mesmo, o que possibilita concluir que o ângulo de projeção nos
lançamentos deve ser inferior a 45o.
60o
Vo
Vy
Com base
1978):
-
sen
45o
30o
α
Vx α
em estudos realizados, os ângulos de projeção aproximados são (FERNANDES,
arremesso do peso
lançamento do dardo
lançamento do disco
lançamento do martelo
- 38 a 41o;
o
- 28 a 32 ;
o
- 35 a 40 ;
o
- 42 a 44 .
Altura de liberação
Para uma determinada velocidade e ângulo de projeção, se o ponto de liberação do
implemento estiver na altura h sobre a horizontal do solo, a distância alcançada apresentará um
relação direta com h.
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Disciplina: Atletismo
Vo
Vy
α
sen
Vx
Fatores aerodinâmicos
Para os lançamentos do disco e do dardo, a distância a ser alcançada depende também dos
fatores aerodinâmicos.
Estes fatores estão associados aos seguintes itens:
- forma e massa do implemento;
- área da superfície;
- velocidade e direção do vento;
- ângulo de incidência ou ângulo de posição do implemento;
- ângulo de aplicação da força;
- movimentos em relação ao eixo de rotação.
Para as provas de arremesso do peso e lançamento do martelo, os fatores aerodinâmicos não
exercem influência significativa no resultado, devido à forma esférica que possuem.
6. Fases do Lançamento
• Fase preparatória
Concentração.
Empunhadura.
Posicionamento inicial.
• Fase de aceleração
Balanceios (peso, disco e martelo) e molinetes (martelo).
Deslocamentos:
corrida (lançamento do dardo);
arrasto (arremesso do peso);
giros (arremesso do peso e lançamentos do disco e do martelo).
• Lançamento ou arremesso propriamente dito.
• Recuperação
Reversão e continuidade do movimento do giro.
• Finalização
Saída do setor de lançamento ou arremesso.
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Disciplina: Atletismo
7. Medição dos Lançamentos
A medição é feita imediatamente após cada lançamento ou arremesso, a partir da marca mais
próxima feita pelo implemento, até a parte interna do aro (para os lançamentos do disco e do
martelo), até a borda interna do arco (para o lançamento do dardo), e até a parte interna do
anteparo de madeira (para o arremesso do peso). A medição objetiva verificar a menor distância
o
entre o 1 . ponto de contato do implemento e o limite do círculo ou corredor, voltado para o local de
queda, sendo necessário para tal, esticar a trena ao longo de uma linha reta que passe pelo centro
do círculo do qual faz parte o “arco” que limita os setores de arremesso/lançamento e de queda.
Portanto, o setor de queda pode ser identificado como uma superfície plana compreendida dentro
de uma circunferência, delimitada por um arco (limite do setor de lançamento/arremesso), e os dois
raios separados por um ângulo pré-determinado.
As Figuras a seguir exemplificam os procedimentos para medição da distância alcançada na
prova do arremesso do peso.
8. Desenhos dos Círculos para o Arremesso do Peso e Lançamentos do Disco
o
34,92
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o
34,92
9. Proteção para os Lançamentos do Disco e do Martelo (“Gaiolas”)
Os lançamentos do disco e do martelo devem ser realizados do círculo localizado no interior
de uma “gaiola” (tela de proteção), para garantir a segurança dos espectadores, oficiais e
competidores.
Considerando que os setores (círculos) para a realização das provas de lançamento do disco
e do martelo não possuem as mesmas dimensões, a proteção a ser utilizada numa prova também
poderá ser utilizada na outra, seja instalando círculos concêntricos de 2,135 e 2,5 m, seja
utilizando uma versão ampliada da proteção com a colocação de um segundo círculo para o disco
atrás do círculo do martelo.
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10. Análise das Fases dos Lançamentos
10.1 Lançamento do dardo
Concentração Momento preparatório para o início do lançamento.
lançamen
Com o polegar e o indicador (americana).
Empunhadura Com o polegar e o dedo médio (finlandesa).
Com os dedos indicador e médio.
Inicia-se
se na posição de partida e vai até a marca prépré
estabelecida (ponto de referência). O dardo é geralmente
Corrida
conduzido sobre o ombro, mais ou menos na altura da
fase cíclica
cabeça e paralelo ao solo (transporte do dardo). Objetivo de
conseguir a velocidade ótima de aproximação.
se com o recuo do dardo e termina com o “duplo apoio”.
Inicia-se
Objetivo de preparação do dardo e do corpo, colocando
colocando-os
em condições biomecânicas ideais para executar o
lançamento.
Conforme o pé esquerdo do lançador toca o solo
Corrida
aproximadamente cinco pass
passos antes de alcançar a posição
fase acíclica – final de lançamento, o recuo do dardo inicia. Existem modos
fase de transição diferentes de se executar esta fase, sendo o que caracteriza
(fase
a técnica utilizada pelo atleta. O número de passos depende
preparatória para do estilo praticado.
“Passo cruzado”: deu
deu-se este nome ao passo que precede
o lançamento
àquele em que o atleta adota a sua posição final de
ppd.)
lançamento (momento do duplo apoio). O objetivo do passo
cruzado é colocar o pé do atleta à frente de sua parte
superior do corpo, de modo que, conforme toque o solo com
o pé direito ao final do passo, seja capaz de passar a uma
posição ótima a partir da qual execute o lançamento.
Instante em que ocorre o bloqueio da velocidade horizontal
(corrida) na qual
ual o atleta encontra uma base ótima para que o
corpo projete o dardo adiante.
Duplo Apoio
O duplo apoio acontece quando o pé esquerdo toca o solo,
(fase
sendo que isto ocorre primeiro com o calcanhar a alguma
intermediária
distância para a esquerda da linha de lançamento.
entre a corrida e
O objetivo deste
te é o de frear (desacelerar) imediatamente o
o lançamento
deslocamento. A tarefa motora consiste em transmitir os
ppd.)
efeitos das forças reativas resultantes da desaceleração ao
membro final da cadeia que segura o implemento, para
transmitir a este último um impulso.
Ocorre, portanto, uma “freada” dos membros inferiores, daí
tem-se
se a transferência da velocidade adquirida para as
demais partes do corpo e ao implemento. Tem
Tem-se a formação
de um “arco de lançamento”. O pé esquerdo assenta-se no
Lançamento
solo com sua ponta voltada para dentro, estando a perna
propriamente
estendida. Os movimentos são transmitidos dos membros
dito
inferiores para os membros superiores, ocorrendo a puxada
do dardo. Esta puxada faz
faz-se com o adiantamento do
cotovelo a uma trajetória ascendente da mão, sendo o último
contato com o dardo feito pelos dedos polegar e indicador ou
médio, dependendo da empunhadura.
Após o desequilíbrio gerado pela ação do lançamento, o
Recuperação do
atleta deve colocar o corpo em uma posição
posiç estável. Para tal,
equilíbrio com
executa-se
se um passo de recuperação a fim de dissipar o
reversão
impulso proporcionado pelos movimentos anteriores.
Finalização
O atleta deverá sair do setor de lançamento pelas laterais (por trás do arco que finaliza o corredor).
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10.2 Arremesso do peso
Técnica: Ortodoxa – linear
Concentração
Empunhadura
Posição Inicial
Estacionária
Nesta fase o atleta posiciona-se lateralmente para a direção do
arremesso. Nesta posição o peso do corpo deverá estar sobre a
perna correspondente ao braço de arremesso; o outro pé se coloca
um pouco atrás em contato com sua parte anterior no solo. O braço
contrário ao de arremesso pode ser elevado na vertical ou projetado
à frente, flexionado ou estendido.Fazer a empunhadura com o dedo
mínimo e polegar nas extremidades da esfera, os demais dedos na
sua parte mais central. Outra forma de empunhadura do peso é
manter o dedo mínimo próximo aos demais dedos, estando apenas
o polegar posicionado mais lateralmente ao implemento. Neste
caso, o peso será suportado pelos dedos indicador, médio, anular e
mínimo. O peso não tem contato com a palma da mão.
O peso será colocado em contato com o pescoço e o maxilar estará
sobre o mesmo.
“Arrasto”
O atleta executa um “balanço” com a perna “livre” e a projeta à
frente (na direção do setor de queda do implemento), sendo que a
outra perna movimenta-se arrastando.
Posição Final Rotação
Terminada a ação do deslocamento (“arrasto”), o pé direito se
coloca próximo ao centro do círculo, com a planta do pé toda
assentada no solo em posição oblíqua e a perna semiflexionada no
joelho, tendo o peso do corpo sobre ela. O pé esquerdo se coloca
próximo da borda interna do anteparo.
Nesta fase o atleta bloqueia o deslocamento e executa a rotação do
tronco, voltando-se para frente.
Arremesso
propriamente dito
Estando em duplo apoio e executado a rotação do “tronco”,
transfere-se
todo
o
movimento
do
corpo
para
o
braço/antebraço/mão e, desta forma, para o peso. Faz-se a
extensão completa das pernas e do braço de arremesso.
Recuperação do
equilíbrio com
reversão
Em função do desequilíbrio gerado pela ação do arremesso, o atleta
deve colocar o corpo em uma posição estável. Para tal, executa-se
um passo de recuperação. A perna esquerda é lançada para trás e
a direita levada rapidamente à frente, ligeiramente flexionada para
amortecer o impulso.
Finalização
O atleta deverá sair do setor de arremesso pela metade de trás do círculo.
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Técnica: “Parry O’Brien” – linear
Concentração
Empunhadura
Posição Inicial
Estacionária
Fazer a empunhadura tal qual apresentado na técnica ortodoxa.
Nesta fase o atleta posiciona-se de costas para a direção do
arremesso. O peso do corpo deverá estar sobre a perna da
frente, que é aquela correspondente ao braço de arremesso; o
outro pé se coloca um pouco atrás em contato com o solo pela
sua parte anterior. O braço contrário ao de arremesso pode ser
elevado na vertical ou projetado à frente, estendido ou flexionado.
Nesta fase o atleta toma uma posição “grupada”.
“Arrasto”
Nesta fase a perna livre executa um “balanço” e um movimento
brusco para trás e para baixo. No momento em que o corpo se
move para trás, o pé direito é trazido rapidamente para o centro
do círculo, onde se assenta com a ponta voltada para a esquerda.
O movimento deve ser constante e ininterrupto. O pé esquerdo
posiciona-se próximo ao anteparo.
Posição Final Rotação
Terminado o “arrasto”, o atleta bloqueia o deslocamento. Nesta
ação o pé esquerdo que assentou próximo ao anteparo,
ultrapassou o eixo do deslocamento, posicionando-se um pouco à
direita do pé direito. Com isso, o quadril irá deslocar-se para a
esquerda, acompanhando os movimentos determinados pelas
pernas. Ocorre a partir daí a continuação da rotação do “tronco”
que irá voltar-se para frente. Esta formada a posição para o
arremesso propriamente dito.
Arremesso
propriamente
dito
É o resultado do impulso executado para cima, iniciado na perna
direita, passando por todo o corpo até chegar ao peso. Do
momento da fixação do pé direito até o instante de soltar o peso,
o corpo atua mediante um movimento complexo de “elevaçãoavanço-rotação-extensão”. O lado esquerdo do corpo se eleva e
avança até a vertical; os quadris e os ombros se voltam para
frente; os segmentos previamente flexionados se estendem e
assim o peso recebe uma impulsão na direção do arremesso.
Recuperação
do equilíbrio
com reversão
Após o desequilíbrio gerado pela ação do arremesso, o atleta
deve colocar o corpo em uma posição estável. Para tal executa
um passo de recuperação. A perna esquerda é lançada para trás
e a direita levada rapidamente à frente, ligeiramente flexionada
para amortecer o impulso.
Finalização
O atleta deverá sair do setor de arremesso pela metade de trás do círculo.
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Disciplina: Atletismo
Técnica: com giro ou rotacional
Concentração
Empunhadura
Posição Inicial
Estacionária
De costas para o setor de arremesso e no lado oposto do anteparo, o arremessador fica em
afastamento lateral, já com o peso empunhado. É o momento de sua concentração.
A empunhadura é feita exatamente como as técnicas apresentadas anteriormente.
Balanceio
Nesta fase o arremessador faz uma movimentação preparatória que consiste em transferir o
peso do corpo para a perna direita flexionando-a, ao mesmo tempo em que faz a rotação do
tronco para o lado direito.
No caso desta técnica, apenas um balanceio já é suficiente para iniciar a seqüência de giros.
Giros
Os giros iniciam-se a partir do ponto mais baixo do balanceio, com a transferência do peso do
corpo para a perna esquerda e giro para trás, no lugar, feito na ponta do pé (esquerdo).
Estando de frente para o setor de arremesso, o arremessador salta para o apoio da perna
direita. O pé direito quando ainda no ar, gira para dentro, procurando um apoio no centro do
círculo. O pé esquerdo, ao perder o contato com o solo, é levado para o seu apoio na parte
anterior do círculo (próximo ao anteparo). Com isso forma-se a posição para o arremesso
propriamente dito.
Arremesso
propriamente
dito
O arremesso ppd inicia-se efetivamente com o trabalho da perna direita. O pé esquerdo ao
apoiar-se no solo com a ponta voltada para dentro, inicia uma ação impulsora conjugada com
o término da ação da perna direita que foi de giro e extensão. O tronco gira para a direção do
arremesso, simultaneamente com a ação de empurrar o peso com o braço, que se estende
para frente, finalizando esta ação com a palma da mão voltada para fora. As pernas vão ao
máximo possível de sua extensão. O tronco acompanha a extensão do braço indo também
para frente.
Após perder o contato com o peso, o arremessador tende a sair do círculo. Nesta condição, o
Recuperação do
pé direito assenta-se no lugar do esquerdo que vai para trás e aproveitando o restante da
equilíbrio com
força de giro continua girando até ficar posicionado de frente para o local de queda do
reversão
implemento.
Finalização
O atleta deverá sair do setor de arremesso pela metade de trás do círculo.
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Disciplina: Atletismo
10.3 Lançamento do disco
Concentração
Empunhadura
Posição Inicial
Estacionária
De costas para o setor de lançamento e no lado oposto
à área de queda do implemento.
O disco é sustentado pelas falanges distais – polegar e
palma da mão apóiam lateralmente. O lançador fica com
as pernas afastadas lateralmente de costas para o setor
de lançamento e no lado oposto à área de queda do
implemento, já com o disco empunhado.
Este é também o momento de sua concentração.
Balanceio
Nesta fase o lançador faz uma movimentação
preparatória que consiste em transferir o peso do corpo
para a perna direita flexionando-a, ao mesmo tempo em
que faz a rotação do tronco para o lado direito.
A partir do balanceio o atleta inicia a seqüência dos
giros.
Giros
Os giros iniciam-se
se a partir do ponto mais baixo/atrasado
do balanceio, com a transferência do peso do corpo para
a perna esquerda e giro para trás (para o lado
esquerdo),
), no lugar, feito na ponta do pé (esquerdo).
(
Estando de frente para o setor de lançamento, o atleta
salta para o apoio da perna direita. O pé direito quando
ainda no ar, gira para dentro, procurando um apoio no
centro do círculo. O pé esquerdo, ao perder o contato
com o solo, é projetado para o seu apoio na parte
anterior do círculo. Com isso adota
adota-se a posição para o
lançamento propriamente dito.
Lançamento
propriamente
dito
O lançamento ppd inicia-se
inicia
efetivamente com o trabalho
da perna direita.. O pé esquerdo ao apoiar-se no solo
com a ponta voltada para dentro inicia uma ação
impulsora conjugada com o término da ação da perna
direita que foi de giro e extensão. O tronco gira para a
direção do lançamento, simultanea
simultaneamente com a ação de
tracionar o disco com o braço. O disco é trazido em linha
ascendente, com o braço estendido até a linha dos
ombros, sendo liberado pelo dedo indicador. Para o
atleta destro o disco irá girar no sentido horário.
Recuperação
do equilíbrio
com reversão
Após perder o contato com o disco, o lançador tende a
sair do círculo. Nesta condição, o pé direito assenta-se
no lugar do esquerdo que vai para trás e, aproveitando o
restante da força de giro, continua girando até ficar
novamente de frente para o setor de queda do
implemento.
Finalização
O atleta deverá sair do setor de lançamento pela metade de trás do círculo.
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Disciplina: Atletismo
10.4 Lançamento do martelo
Concentração A “empunhadura” é segurada pelas segundas falanges da mão
esquerda sobreposta pela mão direita. A empunhadura deve
Empunhadura assegurar o longo trajeto para o martelo. O atleta posiciona-se de
costas para o setor de lançamento, com os pés afastados e o peso
Posição Inicial do corpo distribuído proporcionalmente sobre os dois pés.
Estacionária Este é também o momento de sua concentração.
Balanceio
De costas para o setor de queda do martelo, o lançador realiza um
movimento de pêndulo com o martelo objetivando tirá-lo do estado
de repouso e conseguir velocidade inicial para execução da fase
seguinte.
Molinetes
Objetiva realizar o impulso inicial do martelo.
O martelo é projetado para cima e à esquerda, na frente do corpo.
Nesta ação a cabeça do martelo se movimenta sobre uma trajetória
oblíqua, tendo o seu ponto baixo à direita do atleta e o mais alto à
esquerda. Durante os molinetes, ocorrerá um arqueamento do corpo
para o lado contrário à posição do martelo, a fim de resistir à sua
tração. São realizados 2 ou 3 movimentos (molinetes). Os braços
deverão estar totalmente estendidos quando estiverem à frente do
corpo.
Giros
Objetiva acelerar ao máximo o martelo.
Os giros iniciam-se no momento em que a cabeça do martelo se
encontra na diagonal, à direita próximo a seu ponto mais baixo.
Para a realização do giro, o peso do corpo estará sobre a perna
esquerda que não abandona o solo e inicia o giro com a elevação
da ponta do pé. O giro será executado girando-se inicialmente no
calcanhar e a seguir pela parte externa (lateral) do pé. Durante esta
fase o martelo caminha para o ponto mais alto. Os braços
permanecem totalmente estendidos até o final do lançamento. O pé
direito abandona o solo, eleva-se e passa rapidamente e muito
próximo em volta da perna esquerda. O tronco inclina-se para o lado
esquerdo enquanto se volta para o setor de lançamento. Deverá
haver o equilíbrio entre o lançador e o martelo. A parte final do giro
do pé esquerdo se fará sobre a parte anterior do mesmo,
terminando no plano do solo. O pé direito retoma seu apoio no chão
rapidamente, colocando-se paralelamente ao esquerdo e
propiciando outra vez o “duplo apoio”. O quadril adianta-se em
relação à trajetória do martelo que estará em fase descendente,
indo para o ponto mais baixo. Todos os 3 a 4 giros são
semelhantes. A velocidade dos giros e, por sua vez, da
movimentação do martelo, deve ser crescente. O último giro irá
diferenciar-se, pois sendo o giro do lançamento, termina com o peso
do corpo sobre as duas pernas.
Lançamento
ppd
Finalizando o último giro, no momento em que o pé direito se coloca
no solo, o martelo se encontra à direita do atleta que se encontra de
costas para a direção do lançamento. É realizada a puxada do
martelo da direita para a esquerda e de baixo para cima. Ocorre a
extensão das pernas e do tronco e a elevação dos braços.
Recuperação
Finalização
Não se realiza a reversão. O lançador apenas recupera seu equilíbrio integral posicionando-se de frente
para o setor de queda.
O atleta deverá sair do setor de lançamento pela metade de trás do círculo.
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Disciplina: Atletismo
QUADRO SINÓPTICO DAS FASES DOS LANÇAMENTOS
Fases Básicas
Lançamentos
Preparatória
Deslocamento
(Aceleração)
Fases Específicas
Peso
“Parry O’Brien”
Com giro
Concentração
Concentração
Empunhadura
Empunhadura
Posição inicial
Posição inicial
Martelo
Dardo
Disco
Concentração
Empunhadura
Posição inicial
Concentração
Empunhadura
#
Concentração
Empunhadura
Posição inicial
Balanceio
Corrida – fase de
aceleração inicial
(fase cíclica)
Balanceio
“Arrasto”
Balanceio
Molinetes
Corrida – fase de
preparação do corpo e do
dardo (fase acíclica –
passo cruzado)
Giros
Posição final
Giros
Lançamento
ppd.
Arremesso
ppd.
Arremesso
ppd.
Recuperação
com reversão e
continuidade do
giro
Saída do círculo
de arremesso
Lançamento
propriamente dito
Lançamento
ppd.
Duplo apoio – fase
intermediária entre o final
da corrida e o lançamento
ppd.
Lançamento
ppd.
Recuperação
Recuperação sem
reversão
Recuperação com
reversão
Finalização do
lançamento
Saída do círculo
de lançamento
Saída do corredor de
lançamento
Giros
Recuperação com
Recuperação com
reversão e
reversão
continuidade do giro
Saída do círculo de
lançamento
Prof. José Mauro Silva Vidigal
Saída do círculo
de arremesso
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PUC Minas – ICBS – Curso de Educação Física
Disciplina: Atletismo
11. Orientações pedagógicas gerais a serem consideradas no processo de ensinoaprendizagem de técnicas relativas às provas de saltos e lançamentos
• Experimentação de movimentos gerais, em seguida direcionados e, por último, os movimentos
específicos.
• Para a apresentação de movimentos gerais e direcionados pode-se trabalhar com o método
global de ensino. Para a apresentação de movimentos mais direcionados e específicos devese trabalhar com o método analítico de ensino.
• Explorar os espaços, bem como os recursos disponíveis nos mesmos.
• Utilizar de instrução verbal, demonstrativa e tátil-cinestésica.
• Proporcionar a experimentação bilateral dos gestos.
• Iniciar com movimentos mais conhecidos, indo em direção aos movimentos menos conhecidos
e os desconhecidos.
• Iniciar com movimentos mais fáceis, indo em direção aos movimentos mais difíceis.
• Iniciar com movimentos mais simples, indo em direção aos movimentos mais complexos.
• Iniciar com movimentos realizados mais lentamente, indo em direção à execução dos
movimentos com maior velocidade.
• Acrescentar gradualmente elementos associados à técnica de referência nos movimentos
realizados.
• Apresentar os itens regulamentares básicos.
• Adequar os itens regulamentares à capacidade física e habilidades dos praticantes.
• Apresentar desafios graduais na execução das atividades.
• Proporcionar a repetição dos gestos para melhor compreensão e para a automatização dos
mesmos.
• Acrescentar gradualmente elementos técnicos no gesto realizado.
• Considerar a condição física do praticante para apresentar os elementos técnicos a serem
executados.
11.1 Orientações pedagógicas específicas para as provas de saltos
• Utilizar recursos alternativos visando a melhor compreensão e execução dos gestos técnicos.
• Utilizar de meios visando ampliar o tempo de voo visando a execução dos movimentos durante
o mesmo.
11.2 Orientações pedagógicas específicas para as provas de lançamentos
• Atenção máxima aos implementos lançados. Não ficar de costas para o local de onde é
realizado o lançamento.
• Organizar a turma em grupos com um número de praticantes simultâneos que possibilite um
ótimo controle e acompanhamento dos lançamentos.
• Dispor de forma adequada os praticantes.
• Organizar os momentos de lançar e buscar os implementos.
• Utilizar “implementos” alternativos – mais leves, menores, com diferentes formas e
possibilidades de empunhadura.
• Vivenciar diferentes formas de arremessar e lançar. Experimentar diferentes formas de
aceleração dos implementos.
• Sequência usual no processo de ensino-aprendizagem:
- apresentação do implemento;
- apresentação da técnica de empunhadura;
- realização do lançamento propriamente dito;
- inclusão das fases relativas à aceleração do implemento.
Obs.: no lançamento do disco é preciso praticar (e compreender) a técnica de soltura do
mesmo antes de iniciar a realização dos lançamentos. Neste caso há um processo específico
de ensino-aprendizagem para a soltura do disco.
Prof. José Mauro Silva Vidigal
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PUC Minas – ICBS – Curso de Educação Física
Disciplina: Atletismo
12. Bibliografia
a
BARROS, N.e DEZEM, R. O atletismo. 2 . ed., São Paulo: Apoio, 1989.
CBAt. Regras oficiais de atletismo 2010-2011. São Paulo: Phorte Editora, 2010.
FERNANDES, J.L. Atletismo – os saltos. São Paulo: E.P.U., 1978.
FRÓMETA, E.R. e TAKAHASHI, K. Guia metodológico de exercícios em atletismo: formação,
técnica e treinamento. Porto Alegre: Artmed, 2004.
IAAF. Correr! Saltar! Lanzar! – La guia IAAF de la enseñanza del atletismo. Santa Fé – Argentina:
CRD – IAAF – Santa Fe – Área Sudamericana, 2000.
HAY, J.G. e REID, J.G. As bases anatômicas e mecânicas do movimento humano. Rio de Janeiro:
Editora Prentice-Hall do Brasil Ltda, 1985.
MATTHIESEN, S.Q. Atletismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
MATTHIESEN, S.Q. (Org.) Atletismo se aprende na escola. Jundiaí, SP: Editora Fontoura, 2005.
MORTENSEN, J.P. Técnicas del atletismo para entrenadores y atletas. Barcelona: Editorial
Hispano Europea, 1968.
SCHMOLINSKY, G. Atletismo. Lisboa: Editorial Estampa, 1982.
SZMUCHROWISKI, L. Atletismo: lançamentos. Escola de Educação Física – UFMG. Apostila, s.d.
Prof. José Mauro Silva Vidigal
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