F - Dadun

Transcrição

F - Dadun
:.F>
1
f*
~-r^*
¡■-S'
■
^f
V.
•.7^sr
i^'
>u. /}
/f
v V -^ '
Î/',
^
:\
.
mm
>JÌ'.
". ■h “ --
■
ys‘
■
c*‘
..
Í Í ¡ÍK > -
■/•
CÍ
.
- a;-. L
»
f '
• ; n
Í.
•
i
,• I
.1
..
; -C'-' 'i
C*
^
. ' ' ■V'
*
- .=^.. :
-f-
>
./ w .
I '.
.
•
'Vi -r ji r)_.•:
- / ;if ò v ^ T
■c-
pt
...
, ' j.
i'-v
' ' \7 , M. r , . A
lJU m y
.. •■-'i 1. : i.O i
;
SE R M A M
DE CH RISTO
D O
,
D E S A G G R A V O
SACRAMENTADO,
E m o cafo de Santa Engracia.
P r é g o u 'o o Padre M eftre Fr. A n to n io C o r r e a , fen ­
d o L c n t e d e V c f p e r a d e E f c r i p t u r a a i ) a UniVeiÍT
fid ad e d e C o i i i i b r a , & M in i f t r o a íl u a l d o feu C o n :
v e n c o d a S a n d t iíE t n a T r in d a d e d e Lisboa*
'í l
.
Em 17 . dcjaneyro de 1664.
H i c e jl ^antSy q u ld e C 퀡o d ejcen d it, J o a n . 6 . ,
: :r
E O S , & Senhor Síicramentado, aquí mais libe­
ral, onde mais ofFendido,aqui mais glorioío,on­
de mais 3ggravado,cífeytos faó eñcs, meu D é­
os, de voífo amor, o qual,fe fa em a noyce^cm
quefoftcs vendido, vos fez dar Sacramentado:
cffendido aquí,quandoSacramentad-^ , vos faz anmialmenre repetir piedofo: co m licenza de voíTa Divina, & Ha*
mana Mjg;:ftade explico as palavias da Texto,feguircy depois oafl'umpío.
Hccouía de-afíorribro , que andando errado para o bem,
ib para o mal ande o Mando coníeriado.Sabida coufa he^qiie
ningaemhe aceyto Prophirta na fuá Patria ( íentemno^afíim
todos:diftofequeyx ">0athé o proprioChriftoj5c nao foi muy*
to q u eoicmiiTcco m o h o m c m ,quando dcídcu principio do
B I B L I O T E C A DE :
Mundo otlnh a advertido^corno Dcos; .là crìo u o So l,& dizo
T exto,q u e depois de creado o poz no firmamento, creavit Dìuj duo InminarU m ^ n a , Ó- pojun en in firmamento', creou lam«
bem a Adào ,& adverreo meimo T exto, que depois de crea­
do o poz no
, pofitheum in Paradílo:ÁAC{mU(^Q cftc
argumento, logo fora do Parsilo foy Adaó creadoJcgo,tam beni, foy o Sol feyio fora de firmamelo? Parece c la ro , & que
caufa ?cu a dou: f-z ia D tos ao Sol para icr Ìnjcytp maii luzidodo
luminarentàtHiutpr£eff'if. creava a Adaó
para fec a mais nobre creatura do j?aiaiio »&
ò'c% haja
p o is,com grande acordo, em as tacs crc3<;ocns cita adv'crten«
eia »de quc fejaó de fora; porque nem o S o l fcita c mais luzi¿
d od o C e o , ie o tiv cra por patria : nem Adaó feria o mais
nobrcdo P araifo, ie o tivera por terra. Abrahaó na Ìua terra
i t vio perdido, na terra cftranha foy avantcjado: Ja c o b e m i
fua Patria teve aieu Irm aó por ini m ig o , na terra cftranha teVc a Deos porcom panheirorM oyiesonde nafccu perigou nos
alenros, onde ie defterrou tevc o principado: Joieplì dos irm i0 5 foy yendido,dos cftrangcyros venerado. Efta b e a dcigr;>^a
da vida humana.q ou por enveja, c u por foberba,nào permitte nos naturaci a melhora ( ; fé he ifto afìim,ou fcja dcfgrai^a,
ou feia tcim a)q razaó tiavcrà para q comettendo aqui o Mun­
do facrilego a mayor culpa, dcrmentiflea tal tey m a,o u a tal
defgra^a^ Eu me declaro: feefte paó he do C e o , conno dizo
o nolÌo T e x to , hic eftpanisqui de Calo defcendit^vtviàoic nt
terra,corno naó rcm eítim acoés,lenáodcfpreros, naó fendo
fua efta Patria > H co qu ee u d iz la , andandoo Mundo errado
lempre p a ra o b e m , ió para o mal coftuma andar o Mundo
confertado* O-que mais me admira he, que pcdcndo mais co
eftetal grnerode racrilegc>sointereírc,dQ queocoñum c, fugi(ìem aqui iuntamente do ccftum e, & do interefle: do ccftum e,co m o tcm o sriito ;d o in rerefle, porque hipoihecando«ÌC
rcfte pa6 vida & fuftento,^«/ mftnducat kuncpam m t t v e t tn éi*
ternum^(ò por defprefar n íuftenronáoquÍ2cra c livrar a vida.
O h delgra^a ! Oh cuipál t certo q ló a culpa merccc tei tiiulo
de
¿ í Chríflo S iifm c n n à o
4 g-
¿cde%ra^a, por^ k n d o íó ^ra^a a do CeOidefgrJ^a vem a fe t
íómétea colf^a^porq ló a culpa deflroe aquella grs^a:della ne(ciíItopaialati&f¿^áododia. V alh am e a R a i o h a d o s A n jos.
A v e M arta.
R efe n te sae ftc (oberano m yíieiiotem o s h o je a o a m o r ,
.
& ao j u i z o , nao íó hum ilhados, mas tam bcm queyxófos : qucyxn-fe o am or pelo defey to da F é , qucyxa fe o juizo
pela falta do agradecimento. C o m razad íe m o ft r a h u m , 5<;
putro queyxoíí 5 porque ¿»fíim c o m o no a m o rte m a F é os fe*
US ak n to s.,d a mefma forte o juizo tem noagfadccimcntO:QS
feus abonos.
N o am or tem a Fé feus alentosrCerto.E fenáo bafta por rcfolu^aó o acordo: prove de mais a mais o difv«lo. A áquelles
dous; D ifcipulos,que conGgo le v a v a ó o p e fa r na jornada^fcn*
do que c o u fijo levavao o alivio na c o m p a n h ia , fe fez encon­
tradizo o M cftreS .*berano, & vendo-os fugitivos, os arguhio
de inciedulos nefta íotm a.: 0 ^ í 4lt K & tardi corde ad credi fíd u ^ t ■*'”^*^4 *
ó ncfdps>& t.írd osd o cordí¿áo p.ira crer. E bemra F é n á o b c
a 6to d o entendimento? AíTmio d iz o T h .e o lo g o ;fe n d o ,p o is ,
oc<?r¿’^áoapofcntocia vojitad e,& n á o d o juizo^como para 0$
argüir, ihesreprova C h riíi :^o coraqao^ & nao f ó ;o
mento? Euo.digo: queria C h .if to moftrar a caufa » porque.o§
D iíc ip u ío s e ra ó ta rd o s n .o c re r,& n á o a c h o u ou tra maiscorr
ta,do que o fcrem tardojs ,qo ^mar ( q íe bcm reparaó o , í/., na?
dÍMÍrí-«i.5;tTa.S;»as ava;Í5 das v e ze s, he.cíiuíal, ,& v a lo .m e fm P i
qne, quta.Sx. foy oonefm.o.qucci’Zcr:£>_/^«//í¿*¿í credendumy ^»/4
tur di adama^dum^ n e íd o s n >crer,porquc tard 0 .si30 amary.ficanviocerto.^que no am o rtem a F.é os feus a le a to S j 5 c tan^
To, que c o m ra z á o devo duvidai de q u crae a-m e aq u e iic, q u i
coai froxidaò m e crè. .
1
Semprer.eparey nos reparos,,at dii’iidàs^ queOhrifloiposs 9
D im .'r d e S, P¡:ávo^S im o n fo a n w s{ìh c.ó ìzp JX tr,es vczCs ) dè^
hgism e?ìri)i{.iYie P cdrorC om o aifymiqtando Pedro e m re o s Joan.i,^
nidis X>ifv;ip.ulos Ipgra as ventagensd^ a*naiue;,j& deaff?^,yí>^
F i
f o ,p o -
P
lò ,p o d e m te r lu g a r a s d u v id a s e m íe u a m o r j& c m fenaffeûoÿ
S im ;q u e C h r ifto he o que fe moftra d u v id o fo , & nao pode
C h r ifto o b r a r d e facertad o.E qu ecau fa podehavcr para eíhs
duvidas? E u a d a r c y : havia C h iifto c x p jim c n ts d o tibiezas,&
SUAth
14-
de Pedro,
A'ffim ? Força era
* pois,qduvidafredoreu3m or,porqihum a vtiz, q'ue Pedro Qorn
todo o fervor o nao cria, bem dava 3 entender que com rodo
o f e r v o r o a a ó amava. B e m d iz ia e u l o g o , que o c r e r fefuada no am ar, & q na fineza fe a v iv á o o s alentosdacrença.
T ire m o s , sgora, do que temos ditto huma coníequenciaj
Se fó íabe c r c r , quem fabe amar : iogo quem nunca íoube í í
m ar nao pode crer. Em form a infere a coníequcncia, fe pois,
o p o v o Hebreu nunca foube a m a r , c o m o podemos eíperar
dellCiq íayba crerï he impoíTivel. L o g o , nao tcm razao aquí o
am or em fe qucixar do defeyco da Fé? Sim tem jque oaó he da
parte do aggravante,fenSo da parre do 3 ggra vado,oanRor,que
a q u ih o je exprimentamos queyxofc’. Queyxa-fe o am or de
C h r iñ o de que deyxandofenaquelle Sacram ento íoberano
(para que em feu d c ív io , n a o fo tiveíTemnoíTasíaudades alt«
vio mas tambem pois ani entando-fe ficava,'naó íentifie el­
le das íaudades o to n n é to ), houveíl'equem facrílego, pof nao
fer Amate, menos prefafie nao fó os r^mcdio's de faudofo; mas
tamoi^m Ihe ionovaíTe a Chrifto o torruento dcíviandoo dcíi,
qu and o mais amante, pois Sacramentado; Erta hepara Chrifto a-mayor queyxA,porque efta he para Chrifto a m ayor pe­
n a,¿c cerro he,que com os enfados que nao parecerena arrcfi>
a d o s , íedevem com paílar os fentimentos.
)
E p a ra C hrifto he m ayor p en ao d efv iarem n o Sacramen­
tado da noíTa companhia? Afíim o entendo, & aflim o prova:
Ô< w nto,que fendo immortal em quanto D é o s , parece que fe
íugeyta a m orte,quando Sacramenrado-fo defvia doS liomcs^
à quem ama. Explicando Sao B r u n o , aquellas pala vras do A-
A í Hiú.
fermos herdeyros de D é o s , h¿eredes quide
D ei, & fuppondo com o m efm o A poflolo, que parj fo lograr
pelos heidcyros a herari^a, he fo rca, que no rcíla^ oracabea
vida
de úhrrjfo S/fcramemadà,
4j ,
vida^ t^ors t fi neceJJ^e tntercedat tefiàtoris come^ga Sao Bruno a
procurar a o c c a fia ó ,e m que de aigum m odo póde confidcrar
aoimmorcal D eos fujeytoà morte; & rcioh xneftas palavras,
infu tura heaiiìudtne t^uodxmodo w orùta r D tu s , depois do dia-5. Bn,m
tiltimo, parece (dizS. Bru-nt.)quc m òrrcrà.D cosrccm o affÀmr
Sendo Deos imnaorral póde m o rrcri He ìrtipcfllvcl; porém de
f»
aíguníí m od o fe atreve a im aginallo Hoflo dcbil juizo,admirado o ieu divino am or para eom n o fc o ; àquelle parece Ter, lo­
go, que fe a c a b e o M undo.E q r a z á o ? Seguindora C ayetano a
dá OQiayor cngenhodeftcs íeculos a gloria mayor dcñe m cu
h a b ito o Padre Mcílrc H o rte o c io , & »em a íc r ,q u e fende á
natureza de Deos o dar (que por ifíb íe chama Déos à dando )
íiu m a v e z q u e acabado o M u n d o , Ihe haó de faltar hotonens
a quem dé, & a quera bcm fa^a^ parece que fe Ihéacabara e n taóaf vid a ,.c o m que viva.D elgada razaorP orem ou rra ^¿^^0
de dar, por ventura que nao menos fü b til,& he c e rto ,q mais
ao Roffo intento. DcíTcra C h r i ñ o , que a th ^ o fím do M undo
havia nelle efìar Sacramentado;que sífim fe h s é de entei^der
aquellas palavras referidas por S. tA ^ ihcus.drecceegavohífium s.Maíh'
¡un iuf^ ad cQ n fu m aííon em jkculi). Afìlm :
acabado o 'M u n - 28.
^
do, acabará tambem efteSacramento: foberano Por iílo,pois,
parece í e lb e a c a b a v a a Deos entáo a v id a , porque co m o entaó fedefvia Sacramentado dos h c m tn s , aq n e m ama : cfta
para èlle he pena tao.crefcida,que p a r e a baílame para a o im mortal tirara vida.
D igo mais- he ta n to o gofto, que -C b r iílo , fa z de viver Sa­
cramentado entre nós.crurros,que m z h do q a morte íua, íente o defviarfe Sacramentado de noffa Cfmpanhia. En. figura
de Chrifto fe queyxa a Igrt ja dos to r m c n io í; porém note- que
a C ruz, & os cravos chama doces dulce ligtr^ff.Juíccscíavss.Sc
ío a la n ^ a d á t i'u lo d e c
r
u
e
l
,
E
b e f e todt s
f o r a o i g n a l m c n T e i n a r u m e n t o s de a t o r n x n t a i a C h r i ü o
co-
iTioíe d i z c m d t f i g u a e s c ni o e n f a d o , & tant. m a i s , q u e c h a m a n d o í e h ú s d o c c s j c c h a m a ( ó r n e n t e c r u d a lar<;a r E l e a l a <s^ O cft'cndeu q u a n d o ja p o r n^on o n a o era k r . f i i i v o , l a re ce
^ 3
que
4( M trm êt âo
queaiiança n î o f o y a q u c Ihedcu o « la y o r tortni*nto : com ò*
lo g o ha de ter a lança, de mats cruel o ttmlo^ Será por ventu*
r a ^ p ^ q o e m o l c i î a r a h u tn re n lii^ j h e m û s c r u e L d a d e ,d o q
v a lo r i O a ícfá , p o r q u e c o m o C h n ñ o m o r r i a z m a m e i ò o q
Ihe d iv a mayor oïfado^lhcdavâ guftü? Huma & outra razaÓ
be b o a :m c l b o f a tentio poré n para o intento, Eu adigo:^
la n ç a r a Îg o u lh e a C h tifto o p e y t^ » UnceaUtmejnsa^eruit
lÿ,
c o m o n o p e y t o t io h a l a n g u e ,& a g ja (co m od tfp ois moftrou
o Íxsoo^oysímttnuo cxiVhfanguU iir aqun) apartouJhe a agoa
doCangac. E íiifto eftcvc a crucldadi S ,Sim. E que cauía i Eu a
doia: o fatigue, c o m o diz S i o d )
h sere Chrtjlt
o citru n t SAcram em a , era o S jcram .'ii'o , o qu.il c o m o em ff c*
Ih o r S a c r a r io e fta v a rc c o lh id o e m aqueilep y t o f bcrano:em
a:»gaa fcfimboHzayaoos:hom<rnv (co nfü im ír aquelle T xto
n o áípocsáiff(e^aifit£ m ulfapúpuii fkf^t, 3 p^n^cíc^ pois , Dt’os
'Apoc^z Sicr^m &ntadodas hoincns a-qu;‘iti a*:ra;hr piara elle t i c crcf*
cida pena, q coiiîpat 3.ndnfc co a deJhc tìrarcm a yida,aquella
cru e l, nt»crone diro U na ^ * eft-i b c d o c e , & fu a v e , dalci
ii^wm.iidcts.cUvM B - m d ’. z ia e a ilo g O v q a e c ò ra z a ó fc q u c y -xa iì(5je.Q am oi de C h r ià o da fttlta da Eéi, ;porque ricado efta i
Æaufa du íacriVegi.o, £ j y lanibcirv a Gt» uifa do feu defv¿t5 ; .& e,f?
i a p ara C b rifto deve ifcr a mayor q u ey x a^ o rq cfta |>afaChnf*
i o he a mayor pena.
. T e m o s vdfto a.queyx3.do amor. V eiitni-ostev^m ere a quei*xa dojuiz'):queix.ifeefte pela falta q aqui.houvedc ágfadeci*
jnentcx,^ c© fìazào Éeiqìacixa.^^pcrq faltar iio atgtadrcVmento
ile f ilta r n o ju iz o .D c prudere gcangeou os crcditi»sAbigaiì;&
fé K e q c ô o s f u c c e f f o s c o ftu m â o avultar m aisos a b o a o s , nao
ach í qitKíefTí^ A b ig iU m iy o rfu c c e ffo d e fcacreditarcm , doq
tcit*edie:fe ayi(lar c o m D avid: f o y q c a lo , que fendo ca­
fad;» A bitali con» b u m la v rad o rrico do morite C a r m e l o ,*
qtiem advertidamente David tinha e v ita d o o-senfados»qu^n*
dà:p >r aq j ; l U pjr?efallava o s c a m p o s feu cxercico, c m c a rregin d o parrdcnUrmente a feus folda.dos, que á minima ct tb»
id d c N a b a ifca à u fizeCc nìDÌeftia:ex que cxitraòfm apertos àc
c ,
füiiie
âe Chrìfio SatYAmenuài.
47
fb m c o s fo ld a d o s ,& devendo valerle a lo d o o c ijÛ o d o s irais
vifinh os,cortczm cnte trandüü David c n bayxadaa N a b a l,
em q u c lh e pedia algu m ,refrelco;& f o j N^bal láü deíabiido,
& ta ó g ro fíe y ro , q u c e m lu g a i de tiatta, 1htultrajou a honra:
feyto David ù b e d o r de lua dem^ila, nrandou que deife ic b re
elle a ioldadefca,& que quanto d(ç antes Ihc baviad pcupado,
agora IhedcyxaiTemdeÎliuido: reve Abigail r e t i d a dtftc de­
creto, 6c fahìo i indign?çâo ao enconrro coin hum gra nde re^
frefco,dizcndo juntanience a David, & pedindclhe, que apla«
çafle a ira»poróN bal fcu efpofo,athé t m o n c m c i n v o l v i a ig*
norancia, f//>m'yÉí:«W»»iffí>»vc»/?////«íÉ^.Ifí:efcycíucccflo, ^ ^
Agora p e rg ü ro ,& e m q o fte n tü u a q u i A b ig a ilfet grande a fuá
¿u
prudencial N o q u e c b r o u n oftrcu íua prudencia rara; Se nao
pcrgunto,qu.ïl era em N ab a l a tcípeyto de D avid f> maye r ag«
g ra v e :Q u e ro m e lh o ra d v e rtir d ir á , qu efoyd<*jxarde íc lh e
m edrar agradecido,quando delle vivia râoc biigado
£ vendo Abigail que falcara feu eípoío N ab a l a o s g ra d e d n e«
to,antc<ipa-ie a advertir, que era igne rantr, & q u e e ta nctcio;
and cu pcisantenotnafticam ente prudente r e f t c c a ío Abigailj
que prudencia grande vem a fer,avaliar por nelcio a qucni dei*
xa defer agradecido, quando o credito m ayor do ju iz o c e ílu ma in cu k arfe no agradecim ento. Q iw n d o ,p o i s ,f 4 lt a , c c »
m o aqui ní ñ.í o c c s fia ó ,q u e a n n u a h i ente len bran^os, o agradccirnenio, queyxc-le ( que c o m grande razáo fe q u c y x o
juizow
P o r e n i,fc h e a c h a q u e natural dosnefcios o ferem ingra*
i o s c o m o podía fer o povoH cbreu entendido, lendo Amprc
ingrati ? E co m o podia fer agradecido, íendolemprp neici. Î
E íe iño he taocvìdcnre^qucobufcarlhe prova heiu peifiu iJa*
de, c o m pcu ca r a z â o , a ch o que fe qucyxa aqui o ju iz o , porq
aquí fempre era força, que^faltafl« oagrad ecínu r t c ,
KefpoRdt’, & digo da n»f ima forte, que já difle; nao he da
parte nao do aggravant<?,íi nao da parte do aggravadt ,ti juizo,
aqui fe mrftrar queyxofo.Vi m a íer a razaó,porquef€ confor­
me a mçlh^jr p o U iica, d c v c c ü r r e if o n d t r o m ayor agradecimcntüa
'Scr^ao dd de/à^ra^o
mcnt®, a o mayor beneficio; a ette Sacram ento ioberano o
mayor agradeciméto era divida,porque ncfte foberano Sacra­
m ento obrara Deos a mayor fincfa; & feifaltar c o m o agradecim ento á rhayor divida he a mayor ingratidao de todas, qua*
to mais aVulta, c o m o aqui, a caufa da ingrati d i o , ta n to mais
accrefce a occafiao da queyxa.
E bcm; neftc Sacramento foberano ob rou D e o s a mayorfi*
nefa com o M undo! C erto grande foy a fincfa da Encarna^ao;
parém mayor ac h o q u e foy a da Euchariftìa:os mais dos SanÙ.OS Padres iaod cftc acordo: & he evidente á razao paraiiToj
porque na Encarnadlo feíTc Déos h o m cai,p o rém neftc Sacra­
mento faz com que o hom em fe fa^a Deos (aíTim o diz o AtiS.Tf?Jn gelico Doutor,^ff SAcrAinentuminflttuit ut h^mines Deos face*
optífc, r e íf a ¿ f u íh o m v ) : m E ñ C ir n s c ló á c íc c u 2 D iv in d ad e ,n aE u 5^*
chariftia,& C ó m u n h áo fobe a humanidaderodefcer he fácil,
o f u b ir h e muy todifiicultofo. M ais,pela Encarna^aofelivrou
o hom em do m ayor mal, q u c c r a o da culpa; pela cómunháo
fe aíTegura a o h o m em o nnayor bem, que he o da gra^a,em or»
tìem para a glorìaj logo mayor finefa foy a que Deos ufou cS
o h o m em na Euchariftia, do qiie na Encarna^ao ; porque evi*
'dente parece fer que m a i s m e f a z a rhim quem m eaiegurao
m ayor bem ,do que quem me livra do mayor m a l N o t i c ’.asteve Chrifto dadoenca d e L a z a r o , & fendo quc pubiicandofe
feu amigo devia feu amor apreÌTallQdetcve'fe quatro dias c5
o remedio. Dirà alguem que nefta detenga m o ftro u o amoc
ile C hrifto aígüm atibicza ; naò o crcyo cu a fíim , & baftame
s.joan. para a minha cren^a ouvillo chamar amigo por ìua boca ,/«i‘
ñarui amicus nofier Ou^o porém q me perguntaó: Se, pois,era
amÌgo,porq caula fenáo apreíía mais^a remedialloíS Auguftihho,& S. A.-nbroiì'^ rerponderaodivinamete a eftc efcriipulo,
à ifiu lit functre^ u tp o ff trefufcitarey d ila to u o h ìr iarallo para q
pudeÌÌe rcfuicit 4 lo:E niftoeftevc a fineza?Aftlm parecc.Eque
razào? Eu a don : fa ra n d o -o ,liv ra v a -o do m al da doenca:refufciran'iO'O, afeguravalhe o bem da vida j & hum a vez, que
¿|uerÍ4fazeroíi:enta^áo m ayor de fiiKzas dilatüw-oiarailo,fó‘
pot
de ChrlHo SacYAmentado.
49
ipor ter lugar rcíufcitallo,moñranelo ao M u n d o ,q u e m 3yor finefa vinha a ier o aíTegurar hum b c m , dò que Hvrai de hum
0ial.
E tanto he ifto aíTim, que fó o aíTegurar o bem, parece fincfa, porque nao o aíTegurar,pcílo que leja livrar do mayor da­
ño, nao merece titulo de favor. D iz C h r if to , querendo m anifeftar os favores, que intenta fazer a quem dignamente o receberSacramentado, que ohaderefufci-tar e m o d ia u ltim o,
f¡r e g o r e fu ß ita h o e u m in m v ijß m o die^ C o m o afíim? nefte ultim o día nao haó de refuícitar rodoí.? He c e r t o , & affim o enfina afan ta F é , além do S im b o lo , com a doutrina do A pofto^
l o S . ?¿\iio^omnesquídemrefurgemffis. SeaíT im ,com oexp ó em
C hrifto por favor particular para huns aquillo ,q u e h e clau- cor.i^.
fula geral para todos? Eu darey a razaó; verdade he que todos
h a ó de rerufcitar;por¿m ío aquelles,que dignamente có m u n garera {fa ltem w vo to ,) natal refurreycáo, íe haó de aíTegurar,.
& perpetuar o beneficio ; q u e o s m a i s , verdade h e , que por
entaóreíufcitando, fe livraraó do mili da m orre, porera nao
íe haó de aíTegurar o bem da vida. A'iTim 5-díga, p o is , Chrifto
falando das fineías, que fó ha derefufckar aos b ö s , & nao aos
m á o s,co m o nao avaliádoíe porfinefa arefurrei^aódos máos-j
em aq u al ainda que feliv ra poren taó do m a l, nao íe a f c
gura o bcm ; ennumcre fó por finefa a refurreycáo dos b o n s ,
porquefÓ €ftcsim m orrali2<indoíeenía0, fe aflVguraó o bcm.
F o r efte ÍQberanoSacramento fe nos aiTegura o b c m , pela
redemp^aónos livrou Déos do m a l: pelared em pcaónoslrvrou Chrifto da culpa,& nos deu a gra^i ypor efte Sacramcn*'
t o nos dá a glori-ij log'o bem drzia eu tm dizer,que mais bem
nos fez C h r ifto , & mayor finefa ufou com no fco em a Euchariftia , d o q u e na EncarnacTÓ, & íendo íó efta a finefa ,q u e
podía dar de rofto á do S a c ra m e iijo , bem c o n c r o o , que efta
fineladefe nos dar Sacra mentada'foy de todas as íuas finefas
o mayor prodigio: & fe da fuá parte foy o mayor beneficio,da
noíTa devia corrcípondérlhe o m ayor agradccimenrv'; ?íTftili­
do, pois, aqu iain g ratid ao , iuftiñcado le m cílra em íe qui'y0
xac
xar o feu Juìzo. Eys aqui corno leu }uizo,& feu a m o r , fe moftraò qucixofüs. E eys aqui c o m o ic u a m o rj& fcu juizo tm
qucixai-re fc m cilraó arrcibados.
Porem , ie que) xas mais devem Ter afíiftidas com fcntinicntos» do que c o m appUufos;mais com lagrimas,do que co fcitas;que razaó p od eiá ha ver»para que feado cm nós annual efta lembran^à, fendo de queyxas, Ihe aíTiíhmos c o m feftàs, 5c
alegrías? Eu dou a razaó. E vem a ier,quc ie com feflas ie de­
ve aflìftir às glorias d eC hrifto, nunca mais, que ntfta occaiìaó nos devemos moftrar fcftivaes, porque nunca Déos Sa«
eramentado m aisgloriofo,do que quàdo otFendido fendo SaLhc*2z »eramentado. L a queria Judas vender a C h rifto , & diz o T ex­
t o , quc bufcavahum a boaocc;iG aó para a tal venda,
biit o^oftunitAttm ^ ut traderet eutn. E que occafiaó feria eila,
q u e Judas procura vai A m eu entéder,c o m o a m b ic io fo bufca-
v a o c c c f i a 6 , e m que pudeiìe lucrar o mayor p r i c o . E donde
i a b ia e lle , ou podia medir a tal mayoría ; Eu o d'igo ,)ofeph
do Egipto, quanto svenda (cc m o d iz e m os S a r d o s Padrea)
ha vía fido figura de E S U C hrifto; porem fendo vendido, (ó
deraó por elle vinte dinheyros,corno confta do T e x t o , o intereiTe de udas queria mayor avarx^o; & aiiìm logo que o vio
Sacramètado,a grande prcíÍa fahio para védello^aiTim o difíe
cÓ reparo o Evangelifta,fo»//ff.ví) exivit^ut traderct íwwí.E em q
achava elle aqui, que crcfcia Ghrift;o em o pre^o? por ventura
í ó pelo ver Sacram en tadoíN áo ló pelo ver Sacramentado,len ao pelo ver quando Sacramentado,de fi Judas,ofFédido: por­
que eftacircunftancia parece o faziam aís precíofo. Paremos
aqui, 5c vejamos o q íuccedeu no Sepulchro. R efu fcitou Chrif tc ; Sc querendo o povo Judaico encobrircfta gloría de o ver
refufcitado,foy a corrom per aos guardas, para que diiTcflcm,
ALíí. zZ que o furtaráo feus D ifcip u lo s, cftando elics dorm indo, dicidormientibus vobis^venerut Difciptili (^ fu r a ti fu n t eurft^
¿re-, & 3 d v ir t o c u a q u i,q iic f c z o Evangelifta grande reparo,
que para t'fta corrupqáo cftercccrao innumcravel dinhfi’*
ro i co fio fim ^ ccu n u m . A qu i o mcu reparo : C hiifto cm figura
em
C tti
de Chriflo SacrarfietJtado.
51
cm vinte dìnhcyros he a vaiiado : SàcramenfiHjO, & por Judas
cfiTndidphc avali:ido cm trinta : & agora dinheyrofcm nu­
mero, & fcm conta fe cftVrcce por elle: Sim. Porque; neña o c caiìaó nào póde haver c o n t o , nem p reco, com que poíTaícr
Chrifto avahado, porque nefta occafMÓ,eílá muyto mais precioío; E porque? O h , nao vem que eftava Sacram en tado, &
com o em melhor Sacrario.rccclhidc cm o Sepulchro ? & que
entao intentarlo os ]udeo 5 que folle rido por furrado ? porií»
ro,pois,íobem tato de prcco,quc no tal pre^o nao póem cóto^
q Chrifto Sacramétado furtado^hc mais que Tempre,precióío.
N o m efm o tempo da reiurreycáo fuy cu advertir,que anda­
va a Magdalena Santa nao menos c h o r o ía ,d o q folicita bufc a n d o a le u Meftre,a quem tanto am ava, fahiolhe e lle a o e n controem trajes de hortelaó d is fjrfa d o j & pcrguntandolhc
porque c h o v 0^mulier cjuidplonsy tcnáo ú in o aus Anj^isjá
qiiechorava, porq Íufpeytí t’a ihc furtaráo a feu S e n h í.r, quia
tuleruní Dominum míumyá\^<: 71 C h n fto íe era o b d r a ó d«.íle
furto, Iho declarafie,y//« ¡u jiu lJ } itu m dicitom^hf.x^nxo que
C h r if to le lh e deua conhccer, dizendc', A'Jaiia
g rcíe ian^ou afeu spés, dizendo, RabboniidiJ} Màqiftcr^ìA':\m
tre: c o m o 3Ìllm ,athé a^ora dá a Chrifto aulente iiiuU> de Set\\\ox ^tulerunt Dom inutninéum ^Si á^'^oX^ ác o co n h rcer preíenreabAtt lhe o titulo, & l ó Ihe dá o de
^Rabbonì ^ hoc
e jiM a g ificìì Sim , porque entaóeftava Sacramentado,& quan­
do o dciconheceo no fuá imagina<j 3Ó, cftava ftirtado , fendo
Sacramentadc', tulerunt Domtnum m cu m , & depois efta va rcítituido ao leu logro;^& achuu a M^gdalcn-i c o m o dilcreta , q
Chrifto S icram enrado, & nao quando prefente, ct>mmunica
igualdades, as quaes'fe conferváo com o titulo do M e ftre , p orem Sacramentado fu^tado fobe tanto de iiriilo,& de* prco>. q
nunca mais S c n h o r , do que p d o tal fu .to tu u ru n t Dor/amm
weum.
N o deferto fabemos que fuftentru Chrift.T as turbas cotn
p uct' p ió , & adverteo fagrado T e x t ),que ^endo Chrifto q o
tal püvo em fatiiL^à^ de leu a?' adc cim cm o o qucriaó furt^r,
G
2
&
& darlh eo feptrOj'diz que fugio p ara o M onte e l l e f o , u t r u
.¡ferent eum
fiicerciit eu-m regem^fugît in montem ipfè folusx
pcrgunto ; Ôc porque foge pa ra o M e n te ? E porque foge fóS
Eu o digo ; pelo M onte ie entende (co m o diz S. Gregorio ) a
Divindade; & bem fedeyxa entender ifto aflim pda unidade,
& folidaô do Monrej & parece que quiz C h rifto na talo ccafiaô oflentar de Divino. E porque caufa?A n:ieu entender hc
lïiuy notoria.; haviafe dado em figura de Sacramentado no fuf te n to , que deu ao povo deftiibuindolhc o p a ô , & vio junta­
mente que logo intentavaô fu rta llo ,q u e iiT o pronta aquelle
vtiho'.raferent', A'fllm, confiderouicSacrarrentadofurtadoï
Pois naô (parece q u e re fo lv e ) nâo baila o fep tro, neceffarias
fa ô fuperioridades de D ivin o : porque neílascircunftancias
he certo, que me moftraó mais que f c b e r a n o ; bem dizia eu
lo g o , que c o m fcftas, & n a ô c o m fentimentos ie devi aíTiñira
efta annual lem brarça , porque nunca mais gloríoío Chrifto,
aquem feÛej amos,d(^ que quando offcndido icndo Sacramcn*
tado.
E a razaó deila razâo vem a f e r , porque c o m o he de atro t
cftc S ic ra m ento, & nelle íe m c ftra'oSenhor, mais que fempre
amante do Cer hum ano, nunca mais g lo r io fo , do que quando
ahi mais cffendidojfendo certo que quem a m a , entaô mais fe
gloria quâdom ais pena.Sëpre reparey cm que diiTefie Ifaiasq
c r a ô Séraphins aquelles dous eTpiriros que vio aiTiftctes a Deos em o th ro n o mayor de fiia gloria : v id i Dowinum fedentem
fu p erfo liu m excelfum , ^
€levâtum\ duo Serap hm fiabant. & c.
Q u e liaias conhecefle a differenza q feda entre os Séraphins,
& C hérubins, & que nos Séraphins achalTe o fervor de amar,
c o m o nos Chérubins o fo b id o d o entender, nâo o duvîdo;
p o rq u e ch eg an d o afcicn eiad o s f a t ó o s Padresa efle conhccim ento ( c o m o o experimentamos em S. G regorio, & c m o
D o Û o r A n gelico) n a o e ra m u y c o q oentendim ento prophetico entcndeJTeomefmoj mas que nefta c c c a fiâ o fe delibecaff c â c re rq u c o s ta e s d o u s e fp irito s m aisoftentavaô de amates,
que de entendidos, iffo hc o que me admira. Algumas foluçoens,
de C h i f lo Sácñm entA¿ 8.
5í
lu^Ofns tenho dado a tfta üuvida:porcm a mais literal me pa­
rece fer a que agora darey a o in rc n to prcfcnte. V i o Ifa ia s ,
que quería D e es naqu elU occafiaó declarar lúa gloria 5 diz,
pois, & eu vejo q eftcs dous cípiritos íeus aíTiftenteSja efie meí*
TÍO firn eftendem as penas em as azas, & formandoas etn cruz
moíiraó a Déos a em que ha de padecer quando humanado 5
amantes, p o i s ,f a ó , & bem o m o ftra ó íercfttsd ou s efpiriios,
porque fó do am or he eflilo, publicar augméntos de íua glo­
ria,quando eíláá viña <íc fuas penas, 5c entaó oíais gloñofo.
quando mais penalizado.
E confirmo efte meu dizer c c m as circurñ3ncias,do que uíou em ít:u ditto o m efm o Propheta : diflTc ntfta viíaó, que el­
le l ó vira a D cos na fuá gloria, v id i D om inum ,
Sendo que
p o u c o d e p o is d iz ,q u e e lle , & m u y to s m a is vi'raóao m eím o
D é o s , vidiiKUí eu m , ¿re. E bcm? Agora íó elle a ver, & depois
de todos fe deyxou Déos íer viílo? Afíim o diz o T e x to . E que
caufa? C olh elaem os dascircunftanciasdiverfasdeftas viftas:
& parece que diz Ifaias,quando eu o vi fó,eftava D cos glorio*
fo :q u a n d o o vim osmuyros,eftava táon=al rratadr,q n a o h a v i a q vernellem ais q m oleftias,eh 3gas,& a f f l i c 9 ;é s ,W í » « á
eu m .é * non erat a ffe íim . Alíim? por iflo, pois, falou, & fd U. u
bem, o Propheta de di vería mancyra: c o m o dizendo, he c e r­
eo , qae a natureía do bem confiíie na co m m u n ica ^ á o , & entaó moftra fer bem mais crefcldo, quando he bem mais ce m m u n icad o , porque afíim íe ha de entender, c c n f< r m e a difíni^áo da íua naturefa, a qual enfina a philtjfophia , bonu nufi
Á iffufivum fui)\ digo,pois, que a primeyra gloria, ífíini era be
grande,q fenaó com unicava mais do q a mim Prcpheta , *vtdi
Vem w tím ^port a fegunda mcftrou fer tanto mais crcícida: q a
todos foi com uni c a d a , ¿ « . E donde nafceria a difcrén^a defta mayoría ? 0 mefmo lucceíTo o declara. E m ambas,ver­
dade he,q íemoftrava D éos am ate; poré na primeyra tinha,as
penas taó fomete á vifta,mas na fegunda tinha as na reaüdade:
na primeyra confiderà va*as, na fegunda padecia-a^; & verda­
de he,que em qué ama accrefce gloria c ó a pena:mas he tanto
G 3
vei-
vecdadeqiicÌc na prìmeyra occafiaò ,e r a a gloria grande,por­
que lìnha as penas prcfentes, na fegunda moftrou Ter gloria a*
v a n teja d a , porque tinha as penas paffadasreftas naprimeyra
o c c a fià o ferviào fó de o b je d o a fu a v ifta, porem na fcgunda
ach av aó n e lle fu je y co pela p acien cia; agora Temoilra nelle
mais com m unicavel a gloria, porque he mais crefcida: agora
he mais crefcida porque he na realidade penalizidaj que hum
fujeito amante quando mais penalizado,enrào mais gl'»rioio.
A m in te e f t à , & mais fino que Tempre C hrifto em erte Sacra»
mento: lo g o c n tà o nelle fe ofìenta mais gloriofo, quando nel­
le fe v.è rriais ciFcndido.
P orem nafcedaquihunna duvida,& naó pequena:nefte Sa­
cram ento n aó cftà C hrifto capaz de íentirt.oujá porque efta
m o r to jo u p o r q e ñ á g lo r io f o ^ c o 'n o u ’gvi, digo, cu,q aqui por
jn o lefta d o a v u lta m a isg lo rio fi íR c fp o n d o á duvida, & digo:
q verdade h e , q naó cftà aqui capa z de fentir; mas eftando,co*
m o c ñ á n a realidade, vivo, ttfm i^ccLfi io para eflimar ; aifim
c|ue nao o offsrndc o ag ;ra vo,mas conhecendo-o,cftim ao co»
m o am ate,& de eftimallo he que Ihe accreicem os novos mo­
tivos degloriofo. Reparey que duas veze^fe vio aberro o la­
do de ] E S U Chrifto (a iftbfcm duvidii quiz prophericamente a llu d ir n o s cantares,quAndndiiVea Eipofa ,q u ed u as vezes
n o c o r a l l o a ferirà, vulnerafii cor meum forar mea fp on fa , vul*
Cant, 4. nerafiicor meum ) , hunna cm o C alvario por hum ioldado du­
as vezes ce g o ,& outra cm o C enaciilo por T h o m é incredulo,
& duvidofo, porèm ( alem de q u e e m o C alv ario ie moftrou
m iraculolo dando viftaao offcnlor d ob rad an en te c c g o : &
no C e n á c u lo , fobindo mais de pon.-), fe m )ftrou mais divi«
no, d a n d j fé a hum Diicipul >; que pnr iiTo fcm duvida,cla«
jTì > u T t ì o n é dizen io , Dom inm m m à ^ Oeus mem^ logo que
chrgo u ,acon hecello) ,noto.q»ie a fetida do Calva«io foi
lia J a por crueK watítrowí í í / r o por em a do C e n á c u lo fol
acredita ia de glori >fa : & por iilo di'» mi’f n o C hrifto ac<''nfe'’
loan 20
eu^m m h t u s m?um ^ noli (p incrédulas fe¿
fiic lts, £ bwin, a m c i a u aioUftid lìo Calvario tcin m u lo dr Ti­
rana,
de Çhrtfio S m m tn U d v .
5$
rana, & no C enáculo merece créditos de gloriofa \ SÎm. E que
raz 5ü ?E ua dou:no C alvario,com u C htifto eftava morco,faU
tavalhe vida para fentir c o m o ie n iiiiv o ,& faltavalhe vida pa­
ra conhecer, Ôc eüimar c o m o racional am aïucj no C enáculo,
porcm, g lo riüfo jà c m r a z â o d e r e f u ic it a d o , n l o i i n h a nelle
lugar o fentimento, m as c o m o vivo rinh «5 p d le lipgar as eftim a ç o e n s,& o s a f i l f t o s ; & c o m o o m oU ftaren^lheoladohu­
ma, & outra vez ihe era penofo : & fofrct ruckftias c c m o am ante,cra de (eu arr.or o m ayor g( fto 5 por i f ì o , p o ^ , avalia,
á lança por cruel : nâo porqu eo moUftí u,roas pc iq <-tn m p*
leftallo atrafando'fe parece fe efqueceu,& vcyo caoiarde^quc
nem j i achou lugar para o fentimento, re m para a cÛimaçâo}
no Cenáculo, porem, aínda que já nâo podía padecef« ainda
aiTim vendo em fi moleftias,tinha vida para as c Î l i m a r .N ^ d e
outra forte confiderò eu no Sacramento : n a ô eP à aqùi Chfif-*
to capaz de fentir;.m as co m o efìà aqùi vivO ',eftácapazdecí^
timar, & de crer, & fendo as moleftias lifonja para que m am a,
aqui aondeeñá màis amante fica c c m o a g g r a v o m a is .g lo r io io ; que aínda que aqui naô poiTa fen tillo , pódc a q u i, citando
vivoeftim âllo.
^ '
Mas aÿ daquèlVe,quehe miniilro aqui do tal aggrave 1 Hc
certo, que nâo pode efperar remedio a íua cul^-a,poiq h e m a *
isqu cexciiT ivaafu ainfolencia. E m a ultima Cea deu C h rif­
to conta aos Apoflolos da treyçâo que Ihe tflava propinqua,
unu^ exvijbis fne traditurttnfl’^poxtti\\v>'^<^\\s'nu à ta l noticia
declarcu a íua laftima.'V^ autem Isomtni perqutw tradar^ego ^ Matk
mas ay daquellemiieravel que ha de fer o traydor ! O h quanto melhor Ihe fora o nâo ter nafcido,do q n f cabir tm ral ^eccado, bonum t r a t e ifin a t u s n o fu ijjt îh o m o bcm mcu D e os, nâo haveis vos encontrado com ourr< s peccados n uytt s?
C e r to ; que á terra do C e o deiccites íó a bufc^r peccados ; ic*
pois vos nâo ouçolai^im arà viftados cutros ,Ci>mo efte vos
poenfi tâo laflimado? Parece que refponde; porq he mai?- crcfcido, & nâo terà remedio. T e r n o a perguntarvos m euD co^î
& en» q cflà o txccflü dtftc peccado : Sc hc cm 1er contra vô>?
Todos
5* '
Síymaedodefa^grave
T o d o s CGurra vos Ía5 , huma v e z q u e fa o p e c c a d o s . Conffa
m im f a ó to d o s ( parece qnedeclara"ultimamente Chrifto,po*
ré m n a o c o m o n a c ir c u iift a n c ia prefente; os mais peccadós
cm tat>to o Tao, cm quanto me cffendem em quanto Dee«} ef*
tcpaíTi avante, pois nao fó me offende cm quanto D cos ,mas
em quanto Sacram entado 5 & 3 ÍT im a todos os mais geralm cn te fa z excefío: m ayor ferá o íeu caftigo, <5c nunca pederá
cíperar algum remedio} tanto accrefcc aqui a fuá culpa, qui­
to aqui e m m im a v u lta mais a g rad a; & tanto daqui Iheaccreícerá a pena, qua nto daqui a m im me acerefce a gloria.
Se aqui raeu D e e s , 5c na circunfl:ancia que memoramos,
vos accrefcc a glo ria,& mais a graca, aceitay.dos ficis,& mais
illuftres CathoUcos as venera^oens, 5c obfequios, que íe vos
fazem ; & fe o aggravo de hum vil hc b.iftante para tan to offédervósifejáo baftantes,meu D e o s,a sa fíifte n cia s,& adora^f^és
de t a t i t o s & rao grandes para ob'igarvos. Daynos Senhor
i
para que c o m ella vamos a affiftirvos em. a eterna glor
Md ^uam ffds perducat San¿ítJ?tmA Trmitas.
F I N I S L A U S DEO.
-
..¿■-^J^\, ■' i.; :•
^ ^íí'^ I? " ■ ,■■
i
«
" - '" S S :-
■;
tt,
;•' ''~ -i
■'*.K' V
l Ä
l f
■-■*f-í:í i S f e
j‘ -
x .ta k r
♦
I