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MELÃO
(Cucumis melo L.)
Maria Cláudia Pantaleão e Silva
Gerson Antonio Groppo
João Tessarioli Neto
1. INTRODUÇÃO
O meloeiro é uma planta que pertence à família das Cucurbitáceas, produzindo frutos saborosos e
aromáticos, sendo bastante apreciados. Tendo em vista os cuidados exigidos para a sua produção, temse tornado um fruto caro, com consumo reduzido pela maior parte da população.
Em vista da exigência pela planta de clima quente, isento de frio e geadas e pelo alto valor do produto, a
sua área geográfica de produção atinge os estados do Norte e Nordeste, nas épocas em que o Sul não
pode produzi-lo. Além disso, é um fruto de boa aceitação para exportação, sendo que muitas plantações
do Norte e Nordeste visam a atender o mercado exterior.
No Estado de São Paulo também há a opção de se produzir melões finos sob cultivo protegido.
2. CLIMA E SOLO
O clima ideal para o meloeiro exige a não ocorrência de frio ou geada, com bastante insolação e
atmosfera relativamente seca.
A ocorrência de temperaturas excessivamente altas pode afetar a floração e a frutificação. Temperaturas
inferiores a l5 °C provocam paralisação de seu crescimento e a paralisação da atividade dos agentes
polinizadores.
Para um bom desenvolvimento da planta, os solos profundos, areno-argilosos e com ausência de
compactação são os mais indicados.
2. CULTIVARES
a) Tipo amarelo valenciano: Amarelo, Amarelo CAC, Amarelo Americano, Eldorado 300 e híbridos:
Yellow King, Yellow Queen, Yellow Star, Gold Mine, AF-522, Rio Sol, Melody, New Prince e Sunrise.
b) Tipos especiais: Hele’s Best Jumbo, Caipira Gaúcho, Hymark, Piel del Sapo, Sapiel, Shipper, Honey
Den, Yellow Honey Den, Bonus II, Crugar, Orange Flesh, Nero e Nice.
3. PREPARO DO TERRENO
Com uma antecedência de três meses do plantio, faz-se uma aração profunda, para incorporação dos
restos da cultura anterior e da metade da quantidade de calcário recomendada para a calagem.
Após essa aração faz-se uma gradagem para incorporação da segunda metade do calcário.
Cerca de quinze dias antes do plantio, faz-se uma segunda gradagem
4. CALAGEM E ADUBAÇÃO
Deve-se aplicar calcário para elevar a saturação por bases (V%) a 80%, e o teor de Mg no solo a um
mínimo de 8 mmolc/dm3.
Para a adubação orgânica recomenda-se aplicar, 20a 40 t/ha de esterco curtido de curral ou outro adubo
orgânico, guardando-se a relação entre esse adubo e o esterco de curral. O adubo orgânico deve ser
aplicado 30 dias antes da semeadura e os fertilizantes minerais, cerca de 8 a 10 dias antes da
semeadura.
Para a adubação mineral, recomenda-se:
a) No plantio: 30 kg/ha de N, 120 a 240 kg/ha de P2O5 e 30 a 90 kg de K2O, acrescentando-se 20 kg/ha
de Se, em solos deficientes, 1 kg/ha de B e 3 kg/ha de Zn.
b) cobertura: 50 a 100 kg/ha de N e 50 a 100 kg/ha de K2O, parcelando-se em 3 aplicações, aos 15, 30 e
50 dias após a germinação. As maiores ou menores dosagens dependerão da análise do solo, cultivar e
produtividade esperada.
c) Foliar: Em solos arenosos e deficientes, aplicar Molibdato de Sódio ou amônio a 20 g/100 l de água,
em 3 pulverizações: na fase de 2 folhas verdadeiras, na formação da 1ª rama e logo após a 1ª flor.
5. PLANTIO
A época de plantio mais favorável é de agosto a fevereiro, ou o ano todo, em locais com condições
climáticas ideais, ou seja, onde a temperatura anual média está na faixa de 18 a 39° C.
O plantio é normalmente feito em covas previamente preparadas, com as dimensões de 0,30 x 0,30 x
0,30 m, abertas no espaçamento de 2,0 x 1,5 metros para 3 ramificações e 2,0 x 1,0 m para 2
ramificações.
Deve-se colocar três a quatro sementes por cova, na profundidade de 0,04 metro. Cada grama de
semente contém em média 30 sementes.
Quando as plantas tiverem três a quatro folhas, deve-se efetuar o desbaste daquelas que apresentarem
menor desenvolvimento, deixando-se apenas plantas por cova.
O trabalho de abertura das covas poderá ser facilitado através do sulcamento prévio do terreno, no
espaçamento indicado, e posteriormente completa-se a feitura da cova.
6. TRATOS CULTURAIS
Deve-se efetuar as adubações em cobertura, recomendadas no item "Calagem e Adubação".
Recomenda-se efetuar as irrigações necessárias, visando fornecer à planta o teor de umidade no solo
favorável ao seu desenvolvimento. A irrigação, de preferência, deve ser feita por infiltração.
A planta pode ser conduzida com 2 a 3 ramificações secundárias, para tal, elimina-se o ponteiro na fase
de 4 a 5 folhas verdadeiras. Das ramas surgirão brotações e nelas os frutos. Deve-se eliminar os frutos
até o 4° ou 5° nó, permitindo a frutificação do 5° ao 7° nós, quando se escolhe um fruto perfeito por
rama, eliminado-se os demais.
7. COLHEITA
Deve-se colher os frutos maduros, sendo que a maturação é atingida cerca de 75 a 90 dias depois do
plantio. No cultivar Amarelo, a coloração amarelada mais intensa da casca denuncia que o fruto atingiu o
ponto de maturação.
8. BENEFÍCIO E ARMAZENAMENTO
Os frutos colhidos serão classificados e embalados em caixas apropriadas, de tamanho e capacidade
variáveis. Deve-se usar uma proteção para os frutos dentro da caixa, através de fitas de papel, plástico
ou madeira fina.
O armazenamento deverá ser feito em locais ventilados e com temperatura amena.
9. COMERCIALIZAÇÃO
O produto devidamente embalado, classificado, rotulado e identificado poderá ser comercializado junto
às Centrais de Abastecimento. A comercialização poderá também ser feita diretamente com a rede de
supermercados, uma vez que haja essa possibilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Boletim Técnico 200, Campinas, IAC, 1995.
CAMARGO, L.S. As hortaliças e seu cultivo. 3 ed. Campinas: Fundação Cargill, 1992.
FILGUEIRA F.A.R. Manual de olericultura, São Paulo: Ceres, 1982.
E. Mail [email protected]