Matéria na Gazeta do Povo destaca o crescimento do uso da

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Matéria na Gazeta do Povo destaca o crescimento do uso da
Instituto de Identificação do Paraná -
Matéria na Gazeta do Povo destaca o crescimento do uso da Biometria como
ferramenta de Identificação
IIPR - Notícias Externas
Postado em: 10/06/2014
A Gazeta do Povo traz em seu encarte The New York Times International Weekly do dia 09/06, uma
reportagem a respeito da biometria e reconhecimento facial.
A Gazeta do Povo traz em seu encarte The New York Times International Weekly do dia 09/06, uma
reportagem a respeito da biometria e reconhecimento facial. Leia mais na reprodução a seguir:
Traços Memoráveis Biometria pode trazer segurança e conveniência, mas ausência de normas
preocupa
Por NATASHA SINGER
Uma das tarefas do físico Joseph J. Atick, um dos pioneiros da tecnologia de reconhecimento facial,
é promover a biometria nas agências governamentais incumbidas de identificar criminosos e
prevenir fraudes de identidade. "Nós salvamos vidas e solucionamos crimes."
O setor de biométrica -que usa características fisiológicas exclusivas de cada indivíduo, como
impressões digitais e traços fisionômicos, para registrar ou confirmar sua identidade- está em alta no
mundo inteiro. Calcula-se que ele tenha gerado R$ 16,35 bilhões em 2012.
O doutor Atick, porém, está cada vez mais apreensivo com a proliferação dessa tecnologia. Quais
são os critérios das empresas para reter e reutilizar dados faciais dos consumidores? Elas têm
direito de identificar indivíduos sem seu consentimento explícito? Estarão repassando esses dados
secretamente para agências governamentais?
O doutor Atick não está preocupado com o uso declarado do reconhecimento facial por parte do
governo para fins específicos -por exemplo, o registro dos rostos de motoristas por departamentos
estaduais de trânsito para prevenir a falsificação de carteiras de habilitação. O que o incomoda é a
exploração do reconhecimento facial para identificar cidadãos, expondo suas vidas publicamente.
Hoje essa tecnologia viabiliza a vigilância em massa, "basicamente usurpando o anonimato das
pessoas", diz ele.
De fato, documentos ultrassecretos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês)
dos EUA revelam que a tecnologia de reconhecimento facial é usada em imagens recolhidas em
operações de vigilância global. Funcionários da agência acreditam que essa tecnologia poderá
revolucionar a maneira como o serviço secreto da NSA descobre alvos.
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A agência intercepta "milhões de imagens por dia", incluindo cerca de 55 mil "imagens de
reconhecimento facial de alta qualidade", segundo documentos de 2011 obtidos por Edward
Snowden, ex-funcionário terceirizado da agência.
Uma apresentação em PowerPoint da NSA em 2011 mostra várias fotos de um homem não
identificado -às vezes com barba, outras sem- em diversos locais, além de mais de duas dezenas de
dados sobre ele. Tais dados incluem se ele estava em uma lista de passageiros que não se
apresentaram para um voo, seu passaporte e tipo de visto, ligações suspeitas com terroristas e
comentários de informantes sobre ele.
Mesmo assim, para muitos do setor da biometria, as conveniências dessa técnica superam os
riscos. Eles imaginam um mundo no qual, em vez de depender de documentos de identificação que
podem ser perdidos ou de senhas complicadas, bastaria desbloquear o smartphone e mostrar seu
rosto para ter acesso a bancos e edifícios residenciais.
Mas Atick dá um contraexemplo: o aplicativo NameTag, que estava disponível para pessoas que
testavam o Google Glass. Os usuários tinham apenas que olhar para um estranho e o NameTag
fornecia o nome, a profissão e informações do perfil público dessa pessoa no Facebook.
"Basicamente estamos permitindo que nossos concidadãos nos vigiem."
Suas apreensões são compartilhadas pelo senador americano Al Franken, democrata de Minnesota
e presidente do subcomitê do Senado para privacidade, tecnologia e direito. Franken solicitou que o
lançamento público do NameTag fosse adiado. No fim de abril, o desenvolvedor do aplicativo disse
que acataria o pedido. O Google declarou que não aprovará aplicativos de reconhecimento no
Google Glass.
Mas, nos últimos anos, o Google e outros gigantes de tecnologia têm comprado start-ups de
reconhecimento facial. Recentemente, pesquisadores do Facebook disseram que a empresa
desenvolveu um sistema de reconhecimento-padrão chamado DeepFace, com precisão quase
humana para identificar rostos de pessoas.
Nos EUA, nenhuma lei federal rege o reconhecimento facial, embora uma divisão do Departamento
de Comércio esteja trabalhando para elaborar um código de conduta voluntário.
Alguns usos do reconhecimento facial já estão disseminados. É isso que permite que o Facebook e
o Google Plus sugiram automaticamente legendas com os nomes de seus amigos em fotos.
Embora seja um fenômeno relativamente recente, o reconhecimento facial automatizado em tempo
real já é usado em operações legais e cassinos. No Japão, algumas mercearias usam a
comparação facial para classificar certos clientes como gatunos ou "reclamões".
Em um edifício residencial de 1.600 apartamentos, em Manhattan, as cancelas se abrem quando os
moradores passam pelas portas. Ele é uma vitrine para a FST Biometrics, empresa israelense que
tem um software de reconhecimento facial e de movimento.
"Essa tecnologia tornará chaves, cartões e códigos obsoletos", disse Aharon Zeevi Farkash,
presidente da empresa FST. "Seu rosto, seu comportamento e seus dados biométricos constituirão
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a chave de acesso a quase tudo."
Farkash acredita que sistemas como esse logo darão fim ao demorados e incômodos
procedimentos de segurança na maioria dos aeroportos. "O mercado precisa de mais praticidade
nas questões de segurança", disse ele. Atualmente, o sistema da empresa está sendo testado em
um aeroporto. Farkash, general da reserva do Exército israelense, ficou interessado na biometria
devido a duas tendências globais: o crescimento de megalópoles e o fascínio dos terroristas por
populações densas.
Se todos "os mocinhos" se apresentassem voluntariamente para gravar seus rostos, teoriza ele, "os
bandidos" seriam identificados mais facilmente. A vigilância pública em massa, diz, daria mais
segurança a todos nós. Como é o caso de muitas tecnologias, a biometria divide dois grupos: os que
acham que a tecnologia precisa ter regras e regulação para prevenir violações de liberdades civis e
os que temem que a regulação engesse a inovação.
"O reconhecimento facial envolve pesquisas multidisciplinares que têm sérias consequências para a
privacidade e a proteção dos consumidores e dos direitos humanos", postou recentemente Jeffrey
Chester, diretor-executivo do Centro para Democracia Digital, organização sem fins lucrativos, em
um blog.
"Diretrizes agora poderiam impedir avanços em um mercado muito promissor e afugentar
investimentos", escreveu Paul Schuepp, presidente da Animetrics, empresa que fornece sistemas
móveis de reconhecimento facial para militares, no blog da empresa.
O doutor Atick tem uma opinião mais ponderada. Ele acredita que as empresas deveriam tomar
algumas providências, como: declarar publicamente onde usam reconhecimento facial pedir
permissão ao consumidor antes de coletar uma impressão facial com um identificador único e
passível de reprodução -como um nome ou código numérico- e usar impressões faciais apenas para
a finalidade específica para a qual receberam permissão.
Matt Kallman, porta-voz do Google, declarou que a empresa está ";participando de debates para
transmitir nossa visão de que o setor deveria assegurar que a tecnologia esteja alinhada com as
expectativas das pessoas".
Porta-voz do Facebook, Jodi Seth disse que a empresa está em diálogo com a Agência Nacional de
Informação e Telecomunicações. "Mas até que haja um código de conduta, não podemos dizer se
iremos concordar com todos os seus termos."
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