Diabetes: conceito básico, dieta e dicas. Texto

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Diabetes: conceito básico, dieta e dicas. Texto
Diabetes: conceito básico, dieta e dicas.
Texto elaborado por Luciene Maria Bueno
Conceito básico
Por algum motivo o pâncreas deixa de fabricar a insulina necessária para fazer a
glicose entrar na célula e, assim, alimentá-la. Sem glicose as células ficam famintas e,
começamos a sentir muita fome. Ao mesmo tempo, como a glicose não entra na célula,
ela fica sobrando no sangue, o que faz com que transborde na urina, nos levando a
urinar muito também e a sentir muita sede.
Algumas pessoas desenvolvem diabetes após doenças no pâncreas. Outras pessoas (a
grande maioria) desenvolvem diabetes e não conseguimos descobrir a causa. Mas,
sabemos que em qualquer das situações, o pâncreas não está funcionando corretamente.
Seja não fabricando nenhuma insulina (diabetes insulino-dependente), seja fabricando
pouca insulina ou uma insulina fraca (diabetes não insulino-dependente).
A diabetes é uma doença crônica. Ela não tem cura mas tem controle com o uso da
medicação correta.
O não controle da diabetes leva a pessoa a um processo de envelhecimento rápido,
com falência de órgãos importantes como rins, olhos, cérebro pois o excesso de glicose
na circulação promove lesão de pequenos vasos sanguíneos que pode ocorrer em
qualquer órgão do corpo.
Por isso, cuide-se. Tome sua medicação corretamente, faça dieta, evite açúcares,
doces, etc. Coma verduras, legumes, saladas, cereais, alimentos integrais e não deixe de
realizar atividade física.
Dieta para Diabetes
Alimentos a serem EVITADOS:
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Açúcar, balas, chocolates, bombons
Vinhos, doces, champanha
Bolos, tortas
Refrigerante e sorvete
Mel, geléias
Cerveja
Alimentos fritos
Alimentos PERMITIDOS sem restrições:
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Cominho, louro, oréganos
Café e chá (sem açúcar)
Limão
Salsa
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Salsão
Alho
Cebola
Vinagre
Pimenta
Carnes e peixes devem ser cozidos, grelhados ou assados
Verduras devem ser preparadas sem gorduras ou farinha
Dicas Importantes para Diabetes:
1. Faça 5 a 6 refeições ao dia (café da manhã, almoço, jantar e lanches nos
intervalos), de preferência em horários determinados.
2. Os doces devem ser ingeridos, de preferência, junto às grandes refeições, pois
estas possuem um maior teor de gordura e, consequentemente, digestão mais
lenta.
3. Coma alimentos ricos em fibras: verduras e legumes (crus e cozidos) e frutas
(com casca ou bagaço), pois o conteúdo de fibras nos alimentos diminui a
velocidade de absorção dos carboidratos.
4. Não exagere na quantidade de frutas numa mesma refeição. Lembre-se que as
frutas também possuem um tipo de açúcar (frutose).
5. Cuidado com alimentos lights, eles podem conter açúcar. Lembre-se que o
alimento diet, é o alimento modificado em que um ingrediente é substituído por
outro, por exemplo o açúcar pelo adoçante, sendo assim indicado para o
diabético. Já o light, é o alimento que contém uma porcentagem menor de um
ingrediente (por exemplo: gordura, açúcar) e nem sempre é indicado para o
diabético – refresco light contém açúcar.
6. Lembrar que os alimentos diets, frequentemente, possuem outros ingredientes
como farinhas, leite, ovos etc, os quais devem ser considerados.
7. Sempre que tiver dúvida, verifique os ingredientes no rótulo, ou ligue para o
Serviço de Atendimento ao Consumidor do fabricante do produto.
8. Cuidado com água tônica, apesar do sabor amargo, contém açúcar, só beba na
versão diet.
Exemplo de dieta para diabetes com cerca de 1.600 quilocalorias:
Desjejum: 1 copo de leite ou Coalhada ou 5 colheres de mesa niveladas de leite em pó
ou 1 fatia de queijo + 1/2 porção de fruta; Café a gosto com adoçante sintético; 1
pãozinho francês (50g); 1 ponta de faca de margarina (5g) Ou Chá, mate, chá de ervadoce; torradas ou 4 crackers; 60g de pão integral ou de gluten; Manteiga.
Almoço: salada crua com vinagre ou limão, à vontade; 1 vegetal verde, 1 branco e 1
vermelho ou amarelo. Folhosos cozidos - à vontade; 2 colheres de sopa cheias de arroz
(de preferencia integral)ou 3 colheres de mesa de massas: macarrão, talharim, etc. (pref.
Integrais) ou 3 colheres de mesa de feculentos: batata inglesa ou doce, aipim, angu.
Metade das porções acima poderá ser substituída por 3 colheres de sopa de feijão, soja,
ervilha seca, lentilha, outras leguminosas. 1 porção normal de carnes (preferir frescas);
1 porção normal de legumes cozidos de qualquer tipo, mesmo beterraba (4 colheres de
mesa). Pouca quantidade de óleo: girassol, soja, milho, etc. (1 colher de sobremesa).
Quantidade normal de fruta (qualquer tipo); 1 copo de suco natural de fruta;
Merenda: o mesmo que o desjejum
Jantar: o mesmo que o almoço.
Ceia: 1 copo de leite; 1 pãozinho francês (50g); 1 ponta de faca de margarina (5g),
como no desjejum.
Mas o ideal é que você passe por uma consulta com nutricionista que poderá calcular
uma dieta equilibrada de acordo com seu peso, altura e gastos em atividades. Não se
esqueça que para uma vida saudável há necessidade de exercícios físicos, tipo
caminhada sistemáticos.
Sobre Diabetes mellitus, consulte a Wikipédia
Visite: Sociedade Brasileira de Diabetes
Diabetes: controle através de exames periódicos
Pronto! Diagnóstico firmado: estou com Diabetes e agora?
O melhor caminho é entender a doença para aprender a manejá-la corretamente
visando uma boa qualidade de vida e o controle das complicações.
É importante entender que o controle da Diabetes vai depender do bom
conhecimento sobre a doença, o que vai permitir um bom controle da glicemia, do uso
correto da medicação, da realização e boa interpretação dos exames, da adoção de
uma dieta adequada e da realização de atividade física. Aliás, todos nós deveríamos
perseguir esses objetivos, apresentando ou não Diabetes, pois este é o caminho na
busca da prevenção das doenças e da longevidade com saúde.
As pessoas portadoras de Diabetes necessitam realizar exames periódicos, pois
podem se sentir bem mesmo com altas taxas de açúcar no sangue.
É importante entender porque esses exames são feitos e como interpretá-los
corretamente para que se possa corrigir a glicemia através dos medicamentos, da dieta
e dos exercícios.
São eles:
Glicemia de Jejum
Este exame será solicitado pelo seu médico pelo menos de 3/3 ou 4/4 ou até de 6/6
meses por ocasião das consultas e de como se apresentar o quadro da doença.
Consiste na coleta de uma amostra de sangue após jejum de 8 horas. O diabético
não deve fazer jejum maior que 8 horas e, quando for fazer o exame não tome insulina
se for insulino-dependente ou a medicação antidiabetogênica, pois como ficará em
jejum, e o risco de hipoglicemia é grande. Deixe para tomar a medicação após realizar
o exame e puder alimentar-se.
Quando chegar ao local de coleta de exame, avise que é portador de Diabetes para
que possa ser atendido com maior rapidez, reduzindo o risco de hipoglicemia.
O objetivo a ser alcançado é uma glicemia abaixo de 180 mg%. Glicemias acima
de 180 mg% indicam mau controle do Diabetes e possibilidade de ocorrência de
glicosúria (presença de glicose na urina) e de cetonúria (presença de corpos cetônicos
na urina).
Hemoglobina Glicosilada:
sabemos que a hemoglobina é uma célula encontrada no sangue; sabemos que a
vida média da hemoglobina no sangue é de 3 meses; sabemos também que quanto
mais a hemoglobina for exposta a maiores quantidades de glicose, maior quantidade
de Hemoglobina Glicosilada será formada. Então, a Hemoglobina Glicosilada mede a
média de glicose sanguínea em 3 meses, tornando-se um marcador do controle da
glicemia e um preditor das complicações da doença microvascular.
Pessoas sem Diabetes apresentam Hemoglobina Glicosilada abaixo de 6%.
O esquema abaixo faz a correlação do nível de Hemoglobina Glicosilada com o
nível de glicose no sangue:
4%=50
5%==80
6%===115
7%=====150
8%=======180
9%=========210
10%==========245
11%============280
12%==============310
13%================345
14%====================360
Assim, para considerarmos um bom controle, os resultados de Hemoglobina
Glicosilada devem estar abaixo de 7%, o que corresponde a uma média de Glicemia
de Jejum de 150 mg% em 3 meses. Portanto, se a pessoa apresenta Hemoglobina
Glicosilada em 10%, sua média de Glicemia de Jejum durante 3 meses será de 245
mg% e ela estará correndo maior risco de desenvolver complicações.
Não há porque realizar o teste de Hemoglobina Glicosilada com maior freqüência
que 3 meses, pois não haverá modificação nos resultado.
Teste de Glicemia Capilar:
É o teste feito com uma gota de sangue colhida no dedo. Ele serve para a
monitorização dos níveis de açúcar no sangue e controle da dose de insulina.
Pacientes bem controlados podem medir sua glicemia duas a três vezes por
semana, antes das refeições em alguns dias e pós-refeições em outros dias. Pacientes
diabéticos instáveis, grávidas, ou com infecção ou stress grave, deverão medir com
maior freqüência, como antes e duas horas após as refeições, antes de deitar e, às
vezes, de madrugada.
Por exemplo, se a pessoa faz uso de insulina NPH 30 unidades às 7 horas da
manhã e 10 unidades às 22 horas da noite e quer saber se o controle está sendo bem
realizado, deverá fazer uma glicemia capilar às 15 horas em um dia da semana, pois
esta vai medir como está a glicemia 8 horas após a 1ª dose de insulina e vai dizer se
esta dose foi suficiente ou se a ingestão de carboidratos foi muito adequada. A mesma
coisa deverá ser feita em outro dia para checar a dose noturna de insulina. Se ela foi
feita ás 22 horas, uma medida às 6 horas da manhã (8 horas depois) do dia seguinte
vai conferir a dose de insulina, a quantidade de carboidratos ingeridos no jantar e a
intensidade dos exercícios realizados durante o dia.
É importante ter uma memória dessas medições, assim, um caderno com as
anotações do horário e da dose de insulina, do que foi ingerido na refeição anterior e
do exercício realizado se faz necessário para que se possa analisar, manter o que está
certo e corrigir eventuais erros e, também para que se possa discutir com o médico as
dúvidas que surgirem.
Os valores normais de glicemia são:
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•
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Em jejum — até 110mg%.
Duas horas após as refeições — até 160mg%, idealmente até 140mg%.
Como já foi dito, Glicemias acima de 180 mg% indicam mau controle da
Diabetes.
Outros exames importantes são:
Glicosúria:
Mede o teor de glicose urinária. Como já foi dito, a presença de glicose na urina
significa que a glicose no sangue está em pelo menos 180 mg% (se não estiver
maior), o que indica mau controle da glicemia e risco de desenvolvimento de
complicações. Este exame será feito através de diferentes tipos de fitas que em
contato com a urina vão indicar se o exame é positivo (glicose presente na urina) ou
negativo.
Cetonúria:
Mede a quantidade de corpos cetônicos na urina.
Cetonas podem aparecer na urina, quando se tem aumento importante da glicose
sangüínea (geralmente maior que 250mg% ou glicosúria maior que três cruzes), jejum
prolongado ou hipoglicemia. Quando isso acontece, o corpo começa a utilizar as
gorduras como fonte de energia, pois não consegue utilizar a glicose. Quando a
gordura é quebrada os corpos cetônicos são produzidos, caem na corrente sanguínea e
de lá vão para os rins, aparecendo na urina.
Quando houver HIPERGLICEMIA COM CETOSE (diabetes descompensado)
temos glicosúria positiva e cetonúria positiva, além dos sinais de descontrole do
diabetes.
Na HIPOGLICEMIA, a glicosúria é negativa e a cetonúria pode ser negativa ou
positiva, estando presentes também, os sintomas de queda de açúcar.
Portanto quando você tiver:
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Glicosúria positiva + Cetonúria positiva = falta insulina.
Glicosúria negativa + Cetonúria positiva = falta alimentação.
A cetona na urina (cetonúria) demora mais para desaparecer que a glicosúria,
mesmo quando se faz o tratamento correto.
É muito importante checar se corpos cetônicos estão sendo produzidos, quando a
glicemia estiver acima de 300 em duas medidas seguidas ou quando a pessoa
apresentar algum mal estar.
Se isso acontecer hidrate-se (beba bastante líquido sem açúcar) e procure seu
médico imediatamente!
Bibliografia:
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Consenso Brasileiro de Diabetes, Ministério da Saúde;
Diabetes Care Manual, McNeely Pediatrics Diabetes Center; Diabetes, o que
fazer em situações especiais, Dr Walter José Minicucci
DIABETES - CUIDADOS COM OS PÉS
É neles que nos apoiamos; são eles que nos levam de um lado para o outro.
Dependemos deles para não dependermos de ninguém...
Sim, escrevo sobre os pés. São eles que nos ligam a terra, simbolizando raízes, trocando
energia.
A palavra pé, que vem de “podos”, em grego, relaciona-se à palavra “paidos”, que quer
dizer criança. Cuidar dos pés de alguém é cuidar da criança que o habita, cuidar de
nossas raízes, do começo de tudo.
Todas as pessoas devem aprender a cuidar dos pés, os portadores de Diabetes devem
aprender a cuidar com muito mais afinco, pois complicações freqüentes podem ser
evitadas com prevenção.
A Diabetes facilita o aparecimento de infecções através da Neuropatia Diabética
(doença dos nervos periféricos) e de problemas devido à má circulação do sangue.
Como todas as partes do corpo, os pés necessitam de aportes apropriados de sangue e
com ele de oxigênio. Se isso não acontece, as infecções, as doenças vasculares e as
doenças decorrentes da falta de circulação podem ocorrer.
Sinais que podem significar problemas:
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Dormência nos pés;
Ausência ou não crescimento de pelos nos pés e pernas;
Micoses interdigitais;
Presença de feridas e secreções;
Pele seca, escamosa ou brilhante;
Pontas dos pés arroxeadas, cianóticas;
Aparecimento de rachaduras nos calcanhares;
Perda de sensibilidade;
Formigamento ou dor nos pés;
Presença de calos em pontos de pressão dos pés;
Aparecimento de cãibras em repouso ou ao caminhar.
Roteiro simplificado para cuidado dos pés:
o
o
Examine seus pés todos os dias: preste atenção em mudanças de
coloração e temperatura; olhe cada um dos dedos e entre eles; procure
por infecções, cortes, bolhas, calos, feridas. Se não conseguir fazer isso
sozinho, peça ajuda a um familiar ou amigo, use um espelho para olhar a
sola dos pés.
Para a higienização dos pés, use água morna. Nunca verifique a
temperatura da água diretamente com os pés. Faça isso com o cotovelo.
Deixe a água cair devagar, passe o sabonete delicadamente e enxágüe.
Na hora de secar, não esfregue, enxugue entre os dedos, aplique creme
hidratante ou óleo sobre a pele do dorso, nunca entre os dedos, na sola
dos pés e em feridas e cortes. Evite talco, pois pode causar ressecamento
da pele.
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o
o
Aproveite para cortar as unhas após o banho, pois elas estarão
amolecidas. Faça isso em um local com boa iluminação. Se não puder
ver as unhas ou apresentar problemas de sensibilidade nos pés, peça
alguém para fazer por você. Dê preferência a cortadores de unhas ou a
tesouras com pontas redondas, pois a possibilidade de se machucar
diminui bastante. Corte as unhas retas, nunca corte os cantos das unhas,
assim você evita a unha encravada e muitas infecções. Não use objetos
afiados e pontiagudos, pois eles podem machucar. Não corte calos com
gilete, no máximo use lixas próprias. Consulte um podólogo para tratar
os calos e consulte um médico em caso de micose nas unhas e entre os
dedos.
Nunca ande descalço! Lembre-se que quem é portador de Diabetes pode
apresentar diminuição da sensibilidade dos pés, o que facilita o trauma e
o aparecimento de feridas e infecções indesejadas.
Na hora de escolher o calçado, vá sempre na parte da tarde, que é quando
o pé está do tamanho certo e não vai ficar apertado depois. O uso do
calçado de tamanho adequado, evita calos, bolhas, joanetes, feridas e
infecções. Procure sapatos macios, sem costuras, sem bico fino ou com
salto muito alto; evite sandálias que tenham tiras ou fivelas.
Em relação às meias, prefira aquelas que deixam a pele dos pés
respirarem. Troque as meias quando sentir que estão molhadas de suor.
Prefira aquelas de algodão e que não tenham costuras. Evite as meias
apertadas e as meias de nylon.
Caminhar é a vocação dos pés e seu melhor exercício! Procure caminhar
com um calçado adequado e confortável e em superfície plana. Evite
caminhar se apresentar feridas ou dor e procure o seu médico nesse caso.
Evite cruzar as pernas quando estiver sentado, pois piora a circulação do
sangue nos pés. Se for viajar, evite ficar sentado por muito tempo.
Levante-se, ande um pouco. Se isso não for possível, estique os pés,
movimente-os para cima, para baixo e para os lados, mova os dedos, faça
círculos com os pés. Hidrate-se adequadamente durante as viagens, isso
evita desidratação e embolias.
Quando estiver sentado use um banquinho para manter os pés elevados,
isso auxilia o retorno do sangue, fazendo com que as toxinas sejam
eliminadas mais rapidamente.
Lembre-se também que tudo isso funcionará muito melhor se estiver
acompanhado de um bom controle glicêmico!!! O cuidado com os pés
começa com o uso adequado da medicação e com o cumprimento da
dieta alimentar adequada a cada pessoa.
Bibliografia:
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Consenso Brasileiro de Diabetes, Ministério da Saúde;
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Diabetes Care Manual, McNeely Pediatrics Diabetes Center;
Diabetes, o que fazer em situações especiais, Dr Walter José Minicucci
Diabetes: insulinas uso e controle
A insulina será sempre necessária no tratamento do Diabetes Tipo 1, e seu uso
deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico.
As necessidades diárias de insulina variam de acordo com a idade, rotina diária,
padrão alimentar e sobretudo, a presença ou não de alguma secreção residual de
insulina pelas células ß pancreáticas.
De uma maneira geral, no início do quadro a necessidade diária de uma pessoa
oscila entre 0,3 a 0,6 U/Kg, podendo chegar a 1U/Kg no final do primeiro ano de
doença.
Há inúmeras preparações insulínicas, que variam de acordo com a origem e o
tempo de ação.
Escolhemos abordar neste texto a insulina de ação rápida, regular e a NPH,
ambas de origem humana, por serem as utilizadas pela grande maioria das pessoas.
Tipos de Insulina:
•
Regular: também chamada de insulina de ação rápida. Seu início de ação leva
de 30 minutos a uma hora, o pico máximo de atividade ocorre de 2 a 3 horas
depois e a duração da ação vai de 4 a 6 horas. É usada quando um ação rápida é
necessária, como na cetoacidose diabética. Pode ser misturada com a insulina
NPH.
A figura 1 demonstra a ação da insulina regular:
Se a insulina regular é administrada às 7 horas da manhã, sua ação máxima será
por volta das 9 horas e a duração de atividade será até as 11 horas.
•
NPH: é a insulina de ação intermediária. Inicia sua ação em 30 minutos a uma
hora e meia, com pico máximo de ação em 4 a 7 horas, podendo a duração
alcançar 14 a 18 horas após a aplicação.
A figura 2 demonstra a ação da insulina NPH:
Se a insulina NPH for aplicada às 7 horas da manhã, seu pico máximo de ação
ocorrerá por volta das 13 horas, com duração máxima até as 19 horas.
Uma grande vantagem dessas insulinas humanas, regular e NPH é que elas podem
ser misturadas em uma única aplicação.
A forma, quantidade e periodicidade de aplicação das insulinas vai depender de
cada caso, de cada pessoa, do modo como cada um responde ao tratamento e deve ser
minuciosamente discutido e decidido em conjunto com o médico.
Para que o controle da glicemia possa ser realizado de forma satisfatória, sugere-se
utilizar uma tabela como a abaixo:
Data: __________ HbAc:________
Dia
Insulina
Glicosúria
Glicemia
Observações
7h 13h 18h 22h 7h 13h 18h 22h 7h 13h 18h 22h
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
Para melhor entendimento de seu uso vamos aos exemplos:
Exemplo 1:
Data: 01/02/2009
Dia
Insulina
HbAc: 7,8%
Glicosúria
7h 13h 18h 22h 7h
Dom 8
Seg 8
Ter 8
Qua 7
-
13h
-
18h
-
Glicemia
22h 7h
120
80
Observações
13h 18h 22h
40 20 120 Hipo 2x
80 80 40 Hipo 1x
20 80 Hipo 1x
180 120
Qui
Sex
Sab
7
6
6
-
-
-
-
Hipo 1x
120 20 120
80 120 120
120
Acima se tem o controle da semana de 01 a 07 de fevereiro, neste período a última
leitura da hemoglobina glicosilada (HbAc) foi de 7,8%. Esta pessoa só faz uso de
Insulina uma vez ao dia. Nota-se que não apresentou leitura positiva de glicosúria em
nenhum dia da semana. No domingo fez uso de 8 U NPH às 7 horas da manhã e teve
2 hipoglicemias, às 13 e às 18 horas. No dia seguinte, continuou com a mesma dose e
apresentou uma hipo às 22 horas. Na terça-feira continua com a mesma dose e
apresenta nova hipoglicemia desta vez às 18 horas. Reduz, então, então para 7 U NPH
na quarta-feira e passa sem hipoglicemia. Na quinta-feira, com as mesmas 7 U NPH,
apresenta uma hipoglicemia às 13 horas. Assim, na sexta-feira reduz para 6 U NPH e
passa sem hipoglicemia nas últimas medidas.
Exemplo 2:
Data: 08/02/09
Dia
Insulina
HbAc: 10,2%
Glicosúria
Glicemia
Observações
7h 13h 18h 22h 7h 13h 18h 22h 7h 13h 18h 22h
Dom 12
120
Seg 12
80
Ter 12
120
180 180
Qua 12
+
+
+
180 240 180 240
Qui 14
+ +
240 180 180 120
Sex 14
120 180 120 80
Sab 14
80 120 120 80
Este acima só usa insulina NPH uma vez ao dia também e sua hemoglobina
glicosilada está bem alterada. No início da semana (domingo, segunda e terça) não há
aparecimento de glicose na urina. Não existem episódios de hipoglicemia e a glicemia
apresenta bom controle. Porém, na terça-feira à tarde a glicemia começa a aumentar
(180 mg%) e no dia seguinte, já aparece glicose na urina, então é hora de ajustar a
dose de insulina para 14 U. Vemos que na sexta-feira já não há mais glicose na urina e
no sábado a glicemia está bem controlada.
Para os ajustes da dose de insulina NPH pode-se usar as seguinte regra:
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Se usa de 1 a 10 U, reduza ou aumente 1 unidade;
Se usa de 11 a 20 U, reduza ou aumente 2 unidades;
Se usa de 21 a 30 U, reduza ou aumente 3 unidades.
Concluímos que o manejo da Diabetes e o ajuste das doses de insulina é muito
importante para o controle da doença. Ajude seu médico a te ajudar.
Bibliografia:
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Consenso Brasileiro de Diabetes, Ministério da Saúde;
Diabetes Care Manual, McNeely Pediatrics Diabetes Center;
Diabetes, o que fazer em situações especiais, Dr Walter José Minicucci.
http://www.2aida.org/aida/index.shtml
Diabetes: orientações para quem usa insulina
A insulina é um hormônio fabricado naturalmente por algumas células localizadas
no pâncreas. Pessoas portadoras de Diabetes que necessitam utilizar insulina, o fazem
porque seu organismo não a produz ou produz em quantidade insuficiente,
necessitando de complementação diária.
A insulina é um MEDICAMENTO!!!
Surgiu para salvar vidas. Antes de sua descoberta, as pessoas afetadas pela
diabetes morriam à mingua, sem que se pudesse fazer nada por elas.
Como todo medicamento, a insulina só deve ser utilizada quando prescrita por um
médico.
O uso da insulina não cura o Diabetes, pois essa é uma doença crônica, onde a cura
ainda não foi descoberta. Assim, ela deve ser administrada todos os dias, às vezes,
mais de uma vez ao dia. Sua ação é de redução dos níveis de glicose do sangue,
protegendo a pessoa das complicações da doença.
Existem vários tipos de insulina. As mais usadas atualmente são as insulinas
humanas tipo NPH, de ação mais lenta e a regular de ação rápida, utilizada para
correção da glicemia elevada.
A concentração das insulinas no Brasil vem em U-100, isto é, para cada 1ml
correspondem 100 unidades de insulina. Elas se apresentam em frascos de 10 ml,
logo, contendo 1000 unidades para utilização em seringas.
Os frascos fechados de insulina devem ser armazenados em geladeira entre 2º a
8ºC, fora da embalagem térmica ou de isopor, longe do congelador, de preferência na
gaveta ou próximo a ela, longe da porta também, pois lá não temos como manter uma
temperatura adequada.
Uma vez congelada, a insulina perde suas propriedades de tratamento, podendo ser
desprezada.
Se a insulina não puder ser guardada em geladeira, procure um lugar fresco, limpo
e que não pegue sol diretamente para armazená-la. Ela pode ser mantida em
temperatura ambiente, entre 15º e 30ºC.
Uma vez aberto o frasco de insulina, ele deverá ser utilizado no período de 30 dias,
por isso, para seu controle, marque a data de abertura no frasco.
Evite transportar o frasco de insulina quando a temperatura ambiente estiver acima
de 40ºC e use sempre uma caixa de isopor ou bolsa térmica. Se o transporte for de
longa distância, além da embalagem térmica, utilize gelo reciclável separado do
frasco de insulina por isolante para evitar seu congelamento. Nunca utiliza gelo seco.
Para a aplicação da insulina:
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•
Inicialmente, lave suas mãos cuidadosamente;
Retire o frasco de insulina da geladeira de 10 a 20 minutos antes, pois a insulina
gelada causa dor e irritação após a aplicação;
Separe todo o material que irá utilizar: seringa, agulhas, algodão e álcool 70%;
Gire o frasco de insulina leitosa (NPH) com movimentos suaves das mãos, sem
agitar, pois o excesso de agitação também torna a substância inútil. Ela não deve
espumar;
A insulina transparente (Regular) não necessita de homogeneização prévia;
Promova a desinfecção da tampa emborrachada do frasco de insulina com
algodão embebido em álcool 70%;
Pegue a seringa de insulina e puxe o êmbolo até a graduação correspondente à
dose prescrita, tomando o cuidado de não tocar na parte interna do êmbolo;
Retire o protetor da agulha e injete o ar dentro do frasco até o final. A introdução
de ar no frasco facilita a aspiração e ajuda na retirada correta da dose de
insulina;
Sem retirar a seringa vire o frasco de cabeça para baixo e puxe o êmbolo até a
dose prescrita. Se bolhas de ar aparecerem, dê pequenos golpes na seringa com
as pontas dos dedos. Quando as bolhas saírem confira se a quantidade de
insulina aspirada é a prescrita e, se necessário, corrija;
Retire a seringa com a agulha do frasco e proteja-as, preparando-se para a
aplicação.
Locais de aplicação de insulina:
Regiões lateral direita e esquerda do abdome, de 4 a 6 cm distante da cicatriz
umbilical, face anterior e lateral externa da coxa, face posterior do braço e quadrante
superior lateral externo das nádegas, como na figura:
Fonte: Diabetes Care Manual, from MacNeely Pediatric Diabetes Center
É muito importante fazer o rodízio do local de aplicação visando a melhor
absorção da insulina e a prevenção de complicações como a lipodistrofia.
Deve-se organizar as aplicações por região escolhida, explorando uma determinada
área até que se esgote as possibilidades de aplicação, respeitando-se o intervalo de 2
cm entre aplicações em um mesmo local.
A aplicação feita no abdome é a de maior velocidade de absorção, seguida dos
braços, coxas e nádegas.
Não é aconselhável realizar a aplicação de insulina logo após a prática esportiva,
pois o fluxo sanguíneo está aumentado, o que aumenta a velocidade de absorção.
Técnica de aplicação de insulina:
•
•
•
Com as mãos limpas e a insulina já preparada, limpe o local escolhido para
aplicação com algodão;
Faça uma prega cutânea na pele do local escolhido e introduza a agulha em
ângulo de 90 graus soltando a prega logo após;
Injete a insulina delicadamente e retire a agulha da pele.
O descarte da seringa e agulha não deve ser feito no lixo normal, pois pode
machucar quem recolhe e manipula o lixo.
Arrume uma garrafa plástica usada (a melhor é a de água sanitária) e vá
descartando ali suas agulhas e seringas. Quando a garrafa estiver cheia, tampe-a e leve
ao posto de saúde mais próximo de sua casa para que eles possam descartar no local
apropriado.
Seringas e agulhas descartáveis de insulina podem ser reutilizadas em nível
doméstico, desde que guardados alguns cuidados como a higiene das mãos e a
proteção da agulha com sua capa própria.
Cuidado para não se machucar na hora de re-encapar a agulha. Se você estiver
fazendo a insulina em alguém, peça para a própria pessoa re-encapar a agulha.
O Ministério da Saúde considera possível a reutilização das seringas pela mesma
pessoa até oito aplicações em ambiente doméstico. Em caso de hospitais, unidades e
postos de saúde exija sempre uso único de seringas e agulhas.
Em casa, as seringas e agulhas podem ser guardadas em local limpo á temperatura
ambiente ou junto com a insulina na geladeira.
Na reutilização da agulha, não é necessária a limpeza com álcool, pois este retira a
camada de silicone da agulha, o que torna a aplicação mais dolorosa.
Para quem usa canetas para aplicar insulina:
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Prepare a insulina e os materiais como já descrito acima;
Retirar a tampa da caneta;
Separe a caneta em duas partes (corpo e parte mecânica);
Gire o parafuso interno até ficar completamente dentro da parte mecânica;
Acomode o refil de insulina no corpo da caneta;
Recoloque a parte mecânica ao corpo da caneta;
Conecte a agulha na caneta;
Selecione 2 unidades e pressione completamente o botão injetor. Repita a
operação até o aparecimento de uma gota de insulina na ponta da agulha;
Selecione o número de unidades de insulina necessárias;
Introduza a agulha no subcutâneo;
Pressione o botão injetor;
Após a administração, aguarde 5 segundos antes de retirar a agulha;
Retire a agulha e pressione o local por mais 5 segundos;
Retire e descarte a agulha utilizada;
Recoloque a tampa da caneta;
Guarde a caneta em uso em temperatura ambiente (nunca poderá ser guardada
no refrigerador)
Abaixo você assiste a um filme de aproximadamente 14 minutos sobre a aplicação
de insulina, apresentado pelo Dr. Walter Minicucci.
A produção é uma iniciativa da Editora Lua.
http://www.youtube.com/watch?v=YBS_B9I8W54
Bibliografia:
Grossi SAA. Tratamento insulinoterápico da pessoa com diabetes mellitus. In: Duarte
YAO, Diogo MJD. Atendimento domiciliar: um enfoque gerontológico. São Paulo,
Atheneu, 2000. cap.24.2, p.336-47.
Diabetes sem mistério: conforto e segurança na aplicação de insulina. Centro BD de
Educação em Diabetes, s./d.
American Diabetes Association. Insulin administration. Diabetes Care, 2004, 27: s106107,. Supplement 1.
UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group: Intensive blood-glucose control with
sulphonylureas or insulin compared with convencional treatment and risk of
complications in patients with type 2 diabetes (UKPDS 33). Lancet, v. 351, p.837-853,
1998.
Ferreira, SRG. Análise crítica do uso de canetas injetoras de insulina ,Aventis Pharma,
2001.
OLIVEIRA, MC. Escolha a seringa e a agulha BD Ultra-Fine adequadas ao seu
tratamento com insulina. BD Bom Dia, São Paulo, n.76, p.8-9, Dez.2006.
HIPOGLICEMIA na Diabetes
A hipoglicemia é a complicação mais comum e freqüente do uso de insulina pelos
diabéticos.
A hipoglicemia representa um transtorno para essas pessoas, pois faz com que algumas
passem a temer a hipoglicemia de tal forma que preferem se acostumar a manter
glicemias mais altas ou se tornam resistentes ao uso da insulina quando prescritas pela
primeira vez pelo médico. Em decorrência, têm-se uma enorme dificuldade na
introdução da insulina para o tratamento e o controle do Diabetes.
A hipoglicemia é a diminuição da taxa de glicose no sangue abaixo de 60 mg%, quando
os níveis de glicose estão normais. Ou pode representar uma baixa abrupta de glicemia
para aqueles que se mantêm com glicemias mais elevadas. Por exemplo, para uma
pessoa que se mantenha com glicemia por volta de 300 mg%, se ocorre uma queda
repentina a 100 mg%, ela pode apresentar sintomas de hipoglicemia.
A hipoglicemia está principalmente associada a erros e irregularidades alimentares, a
atividade física excessiva e mal executada e a doses elevadas de insulina. Porém,
pessoas que utilizam medicações orais contra a diabetes, como as sulfoniluréias, a
repaglinida ou a nateglinida também podem apresentar o quadro.
Todas as pessoas que iniciam o tratamento com insulina devem ser orientadas em
relação ao diagnóstico precoce da hipoglicemia, sua correção e sua prevenção.
A hipoglicemia pode ser confirmada através do exame de glicemia capilar, porém ela
não depende disso para ser tratada. Isto é, o tratamento da hipoglicemia deve ser
imediatamente ministrado assim que for levantada a suspeita, independente de exame
confirmatório.
As pessoas que variam muito seu padrão dietético e a realização de atividade física, as
que são portadoras de diabetes há muitos anos e os que já apresentam neuropatia
diabética grave, têm um risco maior de apresentar hipoglicemia.
São situações comuns que acontecem no dia-a-dia das pessoas e que podem provocar
uma hipoglicemia:
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Não realizar refeições no horário programado, comer pouco ou, simplesmente,
não se alimentar;
Realizar exercícios ou atividades físicas pesadas ou que não estão acostumados a
realizar;
Consumir bebida alcoólica em excesso, em jejum ou fora da dose segura;
Erro na utilização da insulina (por problemas visuais, por exemplo) ou das
outras medicações anti-diabéticas.
Visando o controle dessas situações, a pessoa diabética deve:
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Aprender a se alimentar, a balancear a dieta e seguir rigorosamente os horários,
sem pular refeições de acordo com o plano alimentar prescrito;
Realizar atividade física compatível com suas necessidades e possibilidades
sempre sob supervisão de um profissional de saúde, entendendo seus limites e,
principalmente, respeitando-os;
Evitar o consumo de álcool. Se isso não for possível, não ultrapassar o limite
de uma dose por dia ou duas doses uma vez na semana. Entendo que uma
dose é igual a 12 g de álcool, ou seja:
1 tulipa de chope = 350 ml = 12 g de álcool;
1 taça de vinho = 140 ml = 12 g de álcool;
1 dose de pinga, conhaque, uísque, etc = 40 ml = 12 g de álcool;
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Aprender a administrar corretamente o medicamento injetável ou oral. Se isso
não for possível, receber auxílio de familiares ou amigos;
Aprender a reconhecer os sintomas precoces da hipoglicemia.
As hipoglicemias podem ser assintomáticas ou sintomáticas. As primeiras ocorrem sem
que a pessoa perceba, pois os sintomas são muito sutis. Essas são muito perigosas. As
sintomáticas, isto é, as que apresentam sintomas, são subdivididas em leves e graves.
A grande maioria das hipoglicemias é sintomática e leve, sendo facilmente tratáveis
pelos próprios pacientes.
Os sintomas são decorrentes da falta de açúcar no sistema nervoso e, são eles: fome,
tontura, fraqueza, dor de cabeça, confusão, alteração de comportamento, convulsão e
coma. Percebe-se um agravamento gradativo desses sintomas. Quanto mais importante
a falta de glicose, mais grave o sintoma.
As outras manifestações serão decorrentes da liberação de adrenalina pelo sistema
simpático, são elas: sudorese, palidez, tremores, taquicardia, apreensão, medo.
O ideal é evitar que as hipoglicemias se tornem graves. Isso é possível, reconhecendo
precocemente os sintomas leves e tratando-os adequadamente o mais rápido possível,
sustando o agravamento da hipoglicemia.
A detecção precoce ocorre quando se está atento a sinais como sudorese, dor de cabeça,
palpitações, tremores, sensação de medo ou apreensão.
Familiares, amigos, colegas de escola ou trabalho também devem ser orientados a
colaborar, pois eles também podem ajudar a identificar um sintoma que pode não ser
conscientizado pelo paciente, como a sudorese e a alteração de comportamento.
O tratamento deve ser imediato e não deve depender de exame confirmatório, pois este
pode demorar muito a ser realizado e agravar a hipoglicemia.
Se a pessoa estiver consciente, o tratamento é realizado com carboidrato de liberação
rápida, ou seja, açúcar. Ingerir uma colher de sopa de açúcar (aproximadamente 10 a 15
g) diluído em meio copo d’água ou meia lata de refrigerante normal ou utilizar sachets
contendo 15g de açúcar, que são vendidos em lojas especializadas para diabéticos.
Esse tratamento varia conforme a idade:
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Menos de 6 anos, de 5 a 10 gramas de açúcar;
De 6 a 10 anos, de 10 a 15 gramas de açúcar;
Acima de 10 anos, de 10 a 15 gramas de açúcar.
A remissão dos sintomas é o parâmetro de melhora a ser utilizado.
Se, os sintomas persistem, repete-se a ingestão das 15g de açúcar após 15 minutos da
primeira dose.
Erros comuns do tratamento da hipoglicemia são retardar o tratamento, pois se está no
meio de uma tarefa e queremos terminá-la, ou no meio de uma corrida, ou exagerar na
dose inicial de açúcar, que pode levar a um quadro de hiperglicemia subseqüente.
Se a pessoa está inconsciente, ela deve ser tratada por pessoal treinado, por isso chame o
SAMU (ligação gratuita no número 192).
Atitude muito importante é o fato do diabético portar uma carteirinha de identificação
com o relato de sua condição de diabético e de seu risco de hipoglicemia, pois algumas
vezes, seu comportamento pode ser confundido, o que leva ao retardo do tratamento e
agravamento da hipoglicemia.
Bibliografia:
- Blackbook de Clínica Médica, Pedroso, E.R. e Oliveira, R.G., Editora Bleckbook,
2007.
- Cadernos de Atenção Básica, Diabetes Mellitus, Ministério da Saúde, 2006.

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