Costa pede ideias para o Orçamento do Estado para 2017

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Costa pede ideias para o Orçamento do Estado para 2017
www.dn.pt
SEGUNDA-FEIRA, 18 de julho de 2016, Ano 152.º, N.º 53 781, 1,20€
Diretor ANDRÉ MACEDO Diretora adjunta MÓNICA BELLO Subdiretores ANA SOUSA DIAS e JOANA PETIZ Diretor de arte PEDRO FERNANDES
Costa pede ideias
para o Orçamento
do Estado para 2017
TURQUIA
ADMINISTRAÇÃO INTERNA
Golpe ou
encenação?
Europa não
dá cheque
em branco
a Erdogan
Lisboa perde
oito esquadras.
Ministra quer
os polícias
nas ruas
Decisão. Governo quer reduzir a distância entre as regiões do país,
Seis mil detidos
Presidente turco quer
“eliminar o vírus”
das instituições
os Açores e a Madeira e envolver os portugueses em algumas decisões.
Objetivo é criar o primeiro Orçamento Participativo Nacional
uma região. Os projetos têm de ser
entregues até setembro, para serem submetidos a análise e a votados. Os que forem selecionados
serão incluídos no próximo Orçamento do Estado. O montante disponível para concretizar as propostas vencedoras será revelado
hoje pelo primeiro-ministro, du-
rante a apresentação da iniciativa
– que acontece junto ao quadro de
Domingos Sequeira, no Museu
Nacional de Arte Antiga. Mas já
está definido que, à semelhança
do que António Costa fez quando
liderava a Câmara de Lisboa, será
uma fatia do orçamento do respetivo ministério. DN+ PÁG. 2
BELÉM
Pressão aumenta
Turquia fraturada
é um pesadelo para
a União Europeia
A espia que Marcelo
escolheu para a
segurança nacional
DN+ PÁGS. 4 E 5
●
A antiga assessora de Passos
Coelho é quadro das secretas. Proteção civil, polícias, SEF e informação classificada são as áreas da sua
responsabilidade. PORTUGAL PÁG. 11.
AUTÁRQUICAS
Isaltino candidato?
“É cedo para
pronunciamentos”
● Mesmo sem apoio dos partidos,
há históricos que ameaçam voltar
em 2017. Isaltino, Rondão de Almeida e Narciso Mota são alguns
exemplos. PORTUGAL PÁGS. 12 E 13
EUROPA
Münchau: brexit
ainda pode
ser neutro para
a economia
OPINIÃO PÁG. 10
TERRORISMO
França chama voluntários
para ajudar o exército
Gendarmerie vai dar preparação militar a jovens entre os
17 e os 30 anos. Objetivo é aumentar as forças de segurança
MUNDO PÁG. 29
MÚSICA
REUTERS/ERIC GAILLARD
O governo vai pedir aos portugueses que deem sugestões de medidas e de projetos que queiram ver
aplicados no país. O objetivo é recolher ideias em quatro áreas
– agricultura, ciência, cultura e educação e formação para adultos –
que sejam realizáveis em todo o
país ou que envolvam mais do que
● O plano antigo para encerrar esquadras em Carnide, Rego, Arroios,
Boavista e Alcântara vai mesmo
avançar. O Ministério da Administração Interna diz que esta medida
permitirá trazer mais 80 agentes
para a rua. A freguesia de Carnide,
em que se situa o problemático Bairro Padre Cruz, poderá ficar sem dois
postos de polícia e avisa que vai lutar
até ao fim. SOCIEDADE PÁG. 18
Clapton, Simon,
Nash e Petty:
284 anos e quatro
discos novos a sair
ARTES PÁGS. 34 E 35
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
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DN+ Orçamento Participativo Nacional
PARTICIPAR
Os exemplos
das autarquias
› Na preparação desta iniciativa, o governo reuniu com as
83 autarquias que tiveram orçamentos participativos em
2015. E a experiência destas
contou: Graça Fonseca recordou a metodologia usada por
municípios que, pela sua dispersão, tiveram de encontrar
equilíbrios que evitem “desproporções populacionais”.
71,35
› milhões de euros
ANTÓNIO COTRIM/LUSA
De 2002 a 2015 foi esta a
verba usada pelos municípios
nos seus OP. Só em 2015 foi
24% desse valor.
Depois do Simplex+, Costa junta-se às governantes Maria Manuel e Graça Fonseca para anunciar Orçamento Participativo
Costa pede ideias
a portugueses para
Orçamento do Estado
Iniciativa. Orçamento Participativo Nacional, apresentado nesta tarde,
é inédito no mundo. Governo quer “gerar projetos que liguem territórios”
MIGUEL MARUJO
Quando António Costa chegou à
presidência da Câmara de Lisboa
colocou em prática, logo no ano de
2008, o Orçamento Participativo,
uma experiência nascida na cidade brasileira de Porto Alegre, com a
qual se afeta uma verba do orçamento municipal para a realização
de projetos propostos e votados
pelos cidadãos.
Oito anos e 26 milhões de euros
depois investidos em Lisboa, o primeiro-ministro leva para o país a receita que foi aplicada em 83 municípios portugueses em 2015 (eram
23 em 2010), com os portugueses a
poderem escolher já para o próximo
Orçamento do Estado para 2017
projetos seus, em quatro áreas, que
serão concretizados pelo governo.
É um prazo curto para pôr em
prática já neste ano, admitiu ao DN
a secretária de Estado adjunta e da
Modernização Administrativa, Graça Fonseca, mas o Orçamento Participativo Nacional (OPN) estará alinhado com os ciclos orçamentais.
Até setembro os portugueses apresentam as ideias, que serão votadas
e escolhidas para serem inscritas no
Orçamento do Estado.
Os projetos serão de dois tipos:
um de âmbito nacional e outros de
âmbito territorial, supra local, identificados pelas NUTS 2 (as chamadas regiões-plano, cinco no continente e as duas regiões autónomas).
O anúncio do OPN será feito hoje
à tarde por António Costa, com o
quadro de Domingos Sequeira, no
Museu Nacional de Arte Antiga, em
Lisboa, a servir de cenário a esta iniciativa do executivo socialista.
O OPN é uma experiência inédita à escala de um país no mundo e
quer, como antecipou ao DN a secretária de Estado, por um lado reforçar a democracia e, por outro,
ser capaz “de poder gerar projetos
que liguem territórios”.
O governo vai disponibilizar verbas (num valor total a divulgar hoje
pelo primeiro-ministro) para as
quatro áreas escolhidas – agricultu-
Costa faz o anúncio
deste Orçamento junto
ao quadro de
Domingos Sequeira
ra, ciência, cultura e educação e formação de adultos. Esta limitação de
áreas explica-se, segundo Graça
Fonseca, para permitir “uma melhor gestão e controlo de processos
e depois uma melhor avaliação”,
testando metodologias, calendários
e a adesão das pessoas.
“Os orçamentos participativos
têm uma componente de reforçar
os laços de confiança entre eleitos e
eleitores – e foi também esse princípio que levou à inclusão deste Orçamento Participativo Nacional no
programa de governo, no capítulo
da qualidade da democracia”, esclareceu a secretária de Estado, uma
dos três oradores hoje, juntamente com a ministra da Presidência e
da Modernização Administrativa,
Maria Manuel Leitão Marques, e o
primeiro-ministro.
As quatro áreas definidas são “estratégicas do ponto de vista de políticas públicas”, referiu, com “agentes e interessados um pouco por
todo o país”. Para Graça Fonseca,
“todas estas áreas têm potencial
para os dois tipos de projetos” definidos para este OP: “São áreas que
se cruzam muito e que têm potencial para surgirem projetos de âmbito nacional e de âmbito territorial,
que liguem territórios”.
“Vamos criar grupos de projetos
para esses territórios que não estão
em concorrência uns com os outros”, evitando que todos os projetos
vão parar a uma só região. A metodologia da votação será também ela
hoje anunciada por Costa, mas é
possível antecipar que se vai “misturar o físico com o digital”, com o
apoio das autarquias e outras parcerias. Serão “absolutamente fundamentais”, por estarem no terreno.
Trata-se também, argumentou
Graça Fonseca, de “evitar o impacto
muito forte das desproporções populacionais. Organizando o país por
territórios permite-nos gerir que
naquele território haverá sempre
projetos, aconteça o que acontecer”
– ou seja, votem os cidadãos como
votarem.
31
› orçamentos em Lisboa
Lisboa é o distrito que mais
OP teve de 2002 a 2015: 31.
Depois Porto (18), Faro (14),
Braga (12) e Aveiro (11).
Projetos nacionais:
duas ou mais regiões
› Na categoria de projetos nacionais o critério é que seja
um projeto que toque mais do
que duas regiões. “Não
vamos obrigar que seja para
o país todo”, para já, explicou
Graça Fonseca. “O objetivo é
que as pessoas percebam
que há um imenso potencial
de ligar territórios”, completou a secretária de Estado.
Verbas a inscrever
nos ministérios
› Os valores dos projetos escolhidos serão alocados a cada
orçamento setorial: em 2016,
o orçamento da Cultura, excluindo a RTP, é de 175 milhões de euros; o da Agricultura, cerca de 949 milhões;
o da Ciência (com o Ensino
Superior), de 2 254,6 milhões; na Educação, o bolo
total do ministério é de 6019
milhões de euros.
10%
› abstencionistas
Segundo um estudo, “aproximadamente 10% das pessoas que participam nos OP
não votam nas eleições”.
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
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DN+ Golpe falhado na Turquia
Turquia. Europeus avisam para as consequências da purga empreendida pelo presidente. EUA negam envolvimento no golpe
SUSANA SALVADOR
O presidente turco, Recep Tayyip
Erdogan, prometeu ontem continuar a “eliminar o vírus” das instituições estatais, depois de mais de
seis mil pessoas terem sido detidas
por alegada ligação ao falhado golpe de sexta-feira. Vários países europeus já avisaram que este acontecimento não significa “um cheque
em branco” a Erdogan e que o “Estado de direito” deve prevalecer. Isto
sob pena de Ancara ver complicadas as negociações para a adesão à
União Europeia (UE). Por seu lado
os EUA consideram “totalmente falsas” as acusações de que Washington estaria por trás do golpe.
“Queremos que o primado do direito funcione plenamente na Turquia. A tentativa de golpe não é um
cheque em branco a Erdogan. Não
pode haver purgas, o Estado de direito deve prevalecer”, disse ontem
o chefe da diplomacia francesa,
Jean-Marc Ayrault, à estação de te-
CRAVO & FERRADURA
levisão France 3. Segundo este responsável, os ministros dos Negócios
Estrangeiros da UE vão repetir hoje
na reunião em Bruxelas que se Ancara quer continuar no processo de
adesão (as negociações começaram
em 2005) tem de respeitar os princípios democráticos da União.
E Ayrault não foi o único. Com os
relatos de mais de seis mil militares
e membros do sistema judiciário
detidos e indicações de que a Turquia poderia reinstaurar a pena de
morte para os golpistas, os políticos
europeus avisaram o presidente
turco de que se arriscava a isolar o
país internacionalmente. “Uma coisa deve ser clara para o presidente
Erdogan: não vai haver um desconto para a Turquia” por causa do golpe, disse o ministro da justiça alemão, Heiko Maas, a vários jornais.
“Aquele que restringe os direitos
fundamentais e a independência
dos poderes executivo, legislativo e
judicial está a empurrar o país para
longe dos valores básicos da União
Europeia”, afirmou.
EPA/TOLGA BOZOGLU
Golpe falhado
“não pode
ser cheque
em branco”
a Erdogan
rápido
Presidente turco diz querer
“eliminar o vírus” das
instituições. Mais de seis
mil pessoas foram presas.
“Não vai haver um
desconto para a Turquia”
por causa do golpe, avisou
ministro da Justiça alemão.
Erdogan diz que governo
“não pode ignorar” pedido
do povo para o regresso da
pena de morte à Turquia.
Já o aliado bávaro da chanceler
Angela Merkel, Horst Seehofer, lembrou que a perseguição dos opositores após o falhado golpe levanta
mais problemas em relação à decisão de liberalizar os vistos para os cidadãos turcos, acordada em março
em troca do apoio de Ancara para
travar o fluxo de imigrantes. “Este é
também um teste para o governo
turco, para o Estado turco”, indicou.
Funerais dos mártires
Erdogan esteve ontem nas cerimónias fúnebres das vítimas do golpe
falhado – há registo da morte de 190
“mártires”, além de 104 golpistas.
“Vamos continuar a eliminar o vírus
de todas as instituições estatais”, disse o presidente à multidão que se
reuniu em frente à mesquita Fatih
de Istambul. “Infelizmente, este vírus, como um cancro, propagou-se
a todo o Estado”, acrescentou. As autoridades pediram aos apoiantes de
Erdogan que continuem nas ruas,
havendo ainda alguns focos de tensão com rebeldes junto ao segundo
JOSÉ BANDEIRA
aeroporto de Istambul. Mais tarde,
junto à casa do presidente, quando
os apoiantes reclamaram a aplicação da pena de morte, Erdogan respondeu: “Não podemos ignorar
este pedido.” A Turquia aboliu a
pena de morte em 2004, para cumprir os critérios de adesão à UE, e
não executa ninguém desde 1984.
Na véspera, o primeiro-ministro
turco, Binali Yildirim, disse que o
tema seria debatido no Parlamento.
As autoridades já detiveram
quase três mil militares, desde comandantes a simples soldados,
suspeitos de estarem por trás da falhada tentativa de golpe. Entre os
presos está o adjunto militar do
próprio Erdogan, coronel Ali Yazici, de acordo com a CNN Türk. Outro detido é o general Bekir Ercan
Vande, comandante das base aérea
de Incirlik, de onde partem os
aviões norte-americanos e da coligação internacional que estão a
bombardear as posições do Estado
Islâmico na Síria e no Iraque. A base
terá sido usada pelos caças golpistas para se reabastecerem.
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Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
REUTERS
O presidente turco carrega o
caixão de um dos mártires que
morreram durante o falhado
golpe (ao lado). Recep Tayyip
Erdogan acusa o clérigo Gülen
(em baixo), seu ex-aliado, de ser
o responsável. Este diz que ele
pode ter “encenado” tudo
Segundo informações divulgadas
por uma fonte à Reuters, pelo menos
dois caças rebeldes terão perseguido o avião privado de Erdogan – estava de férias em Marmaris, Sul da
Turquia, e regressou a Istambul na
madrugada de sábado. “Pelo menos
dois F-16 assediaram o avião de Erdogan quando este estava no ar,
rumo a Istambul. Eles fixaram os radares no aparelho e outros dois F-16
que o protegiam”, disse a fonte, sob
anonimato. “É um mistério por que
é que não dispararam.”
Gülen e EUA negam participação
“A tentativa de golpe foi realizada,
obviamente, pela Organização Terrorista Fethullah Gülen” (FETO), lia-se ontem num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros,
utilizando a designação com que o
Ministério Público se refere, desde o
ano passado, à rede de seguidores
do clérigo Fethullah Gülen, ex-aliado de Erdogan que vive autoexilado
nos EUA desde 1999 e que se tornou
um dos principais críticos e adversários do presidente. Este acusa-o
de ter criado um “Estado paralelo”
na Turquia graças à influência em
setores dos media, polícia e judicial.
Gülen já negou qualquer envolvimento na tentativa de golpe, dizendo que esse pode até ter sido
“encenado” por Erdogan. Gülen, de
75 anos, deu uma rara entrevista a
um grupo de jornalistas na sua casa,
em Saylorsburg, na Pensilvânia.
O clérigo, que está por trás de uma
rede de escolas, empresas e ONG
apelidadas Hizmet (serviço, em turco), não falava aos media internacionais desde 2014. Segundo o The
Guardian, um dos jornais presentes
no sábado, antes da entrevista um
médico mediu a sua tensão.
“Depois dos golpes militares na
Turquia [já houve três, em 1960,
1971 e 1980] fui pressionado, detido,
julgado e enfrentei várias formas de
assédio. Agora que a Turquia está no
caminho da democracia, não pode
voltar atrás”, afirmou. “Não acredito que o mundo acredite nas acusações do presidente Erdogan. Existe
a possibilidade de o golpe poder ter
sido encenado e poder levar a mais
acusações” contra os apoiantes do
seu movimento”, acrescentou.
No sábado, diante dos apoiantes,
o presidente turco pediu ao homólogo norte-americano, Barack Obama, que detenha Gülen e o envie
para a Turquia. “Se somos parceiros
estratégicos, então vão cumprir o
nosso pedido”, afirmou. O ministro
do Trabalho, Suleyman Soylu, foi
contudo mais longe e, à estação de
televisão Habertürk, disse acreditar
que Washington estava por detrás
de tudo. “Insinuações públicas e alegações de qualquer papel dos EUA
na tentativa falhada de golpe são totalmente falsas e prejudiciais às nossas relações bilaterais”, disse o Departamento de Estado, citando a
mensagem que o secretário de Estado, John Kerry, terá passado ao chefe da diplomacia turca.
Da parte da Rússia, o presidente
Vladimir Putin desejou “um rápido
regresso à ordem constitucional e à
estabilidade”. Num comunicado divulgado pelo Kremlin, Moscovo
pede que seja assegurada a segurança dos turistas russos que começam a regressar ao país após a normalização das relações, que tinham
ficado danificadas em novembro de
2015, quando um caça turco abateu
um aparelho russo que teria entrado em espaço aéreo da Turquia durante uma operação na Síria . Erdogan pediu desculpas a Putin em junho, após Moscovo impor sanções
contra Ancara. Agora, segundo a
agência RIA, Putin poderá encontrar-se com Erdogan em agosto.
Marcelo espera
vitória da paz,
estabilidade
e unidade
Presidente comentou ontem o golpe falhado
na Turquia e confirmou não
haver notícias preocupantes
envolvendo portugueses
OPINIÃO
Instabilidade num
país-chave para a UE
PORTUGAL
O Presidente da República desejou
ontem a vitória da “paz, estabilidade, unidade” na Turquia, na sequência da tentativa de golpe de
Estado, defendendo o primado do
Estado de direito democrático e direitos fundamentais.
“O ministro dos Negócios Estrangeiros já referiu a posição portuguesa e a posição do Presidente é
a de esperar que vença a causa da
paz, estabilidade, unidade e do respeito pelos princípios do Estado de
direito democrático e dos direitos
fundamentais das pessoas”, disse
Marcelo Rebelo de Sousa, à margem da inauguração do monumento do centenário da aviação
militar portuguesa, em Vila Nova
da Rainha, Azambuja.
A Turquia foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado na sexta-feira à noite, mas o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, já afirmou que a situação no país “está
completamente sob controlo”.
“Felizmente, não temos notícia
de portugueses envolvidos, a qualquer título, no sentido de atingidos.
Acompanhamos a situação, esperando que – sendo um país membro da Aliança Atlântica e parceiro
da União Europeia, importante em
termos geopolíticos, económicos e
estratégicos – seja uma evolução
serena, calma”, sublinhou o Chefe
do Estado português.
No sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, dissera, a partir de Ulan
Bator, na Mongólia, onde se encontrava a participar no Encontro
Ásia-Europa, que não existiam
“notícias preocupantes no que diz
respeito a portugueses”. O chefe
da diplomacia afirmou estar “a
acompanhar o mais de perto possível” a situação, que a Embaixada
de Portugal em Ancara “está a trabalhar ativamente” e que houve
“contactos” por parte de portugueses com a representação diplomática na capital turca, “o que
é natural”.
No sábado, quatro voos da
Turkish Airlines de Portugal para Istambul foram cancelados. Ontem
de manhã, segundo o site da ANA,
dois voos da Turkish Airlines foram
cancelados: um às 10.30, com origem em Istambul e destino a Lisboa, outro às 11.30 de Lisboa para
Istambul. LUSA
JOSÉ IGNACIO
TORREBLANCA
Analista político e diretor
de opinião do El País
A
tentativa de golpe na
Turquia acrescenta
um fator mais, e muito grave, de tensão e
desestabilização num
país-chave para a União Europeia. Num momento em que a
Europa está sujeita a múltiplas
pressões, desde o infeliz resultado do referendo britânico à
crise migratória, passando
pela ameaça do terrorismo
jihadista, a última coisa que
podíamos imaginar vir a enfrentar é uma desestabilização
tão profunda de um país essencial.
Apesar da firmeza e da postura
autoritária de Erdogan, e mesmo tendo em conta a solidez
da posição geopolítica do
exército turco como bastião
oriental da NATO, a Turquia
está a mostrar ser um país
imensamente frágil, sujeito a
importantes tensões políticas,
económicas e sociais. Erdogan, que quando começou a
Primavera Árabe em 2011 se
viu a si próprio como o renascido líder do mundo muçulmano, acarinhando inclusivamente a ideia de um renascimento neo-otomano, viu-se
progressivamente isolado,
tanto a nível interno como
internacional.
A nível interno, acossou a oposição política, fustigou os
meios de comunicação críticos e perseguiu jornalistas,
académicos e organizações da
sociedade civil. Conseguiu
também fazer descarrilar o
processo de paz e de reconciliação com os curdos e pôr em
questão as instituições independentes, desde o Banco
Central aos tribunais de justiça e à administração. No exterior, o registo de Erdogan não
tem sido menos polémico. De
uma política externa baseada
no lema “zero problemas com
os vizinhos”, passou a uma dinâmica de confrontação com
todos eles, especialmente com
países cruciais como a Rússia,
o Irão e Israel, que só recentemente tentou inverter. O seu
empenho na queda de Assad
na Síria não só foi um fracasso,
pois o ditador sírio continua
no poder, como gerou profundas divisões internas. E além
de granjear a inimizade de
curdos e iranianos atraiu para
si o foco do terrorismo do Estado Islâmico. As inabilidades
de Erdogan levaram a uma relação envenenada com a Europa, onde, apesar do imenso
serviço humanitário prestado
pela Turquia no que respeita
ao alojamento de centenas de
milhares de refugiados sírios,
Erdogan conseguiu ficar com
a imagem de um líder autoritário, arrogante e pouco cooperativo. Como último recurso, a Turquia e a Alemanha viram-se forçadas a um
entendimento tão realista
como cínico, mas em relação
ao qual nenhuma das duas
partes foi capaz de demonstrar o mínimo entusiasmo. Se
uma Turquia em deriva autoritária liderada por um Erdogan arrogante e conflituoso
era um problema, aquela que
aparece no horizonte, ou seja,
uma Turquia fraturada por um
profundo conflito civil e militar, é um autêntico pesadelo
que uma Europa assoberbada
pelas crises dificilmente vai
ser capaz de gerir.
PUB
A Edmond de Rothschild Asset Management (France) informa os titulares de unidades de participação do Fundo
Comum de Investimento (FCI) Edmond de Rothschild Credit Very Short Term que, por decisão da sociedade gestora,
o FCI poderá agora deter até 10% do seu ativo em unidades de participação ou ações de OICVM de direito francês ou
estrangeiro, FIA ou fundos de investimento de direito francês ou estrangeiro do tipo de fundos de investimento de
âmbito geral, de classificação monetária ou monetária a curto prazo. Estes OIC poderão ser gerados pela sociedade de
gestão ou por uma sociedade associada.
O perfil de rendimento/risco do FCI permanece inalterado. Esta alteração não está sujeita ao acordo da Autoridade dos
Mercados Financeiros e entrará em vigor no dia 21 de julho de 2016.
O Documento de Informações Fundamentais destinadas aos Investidores (DICI) e o prospeto atualizado estarão
disponíveis gratuitamente a partir desta data e mediante simples pedido à Edmond de Rothschild Asset Management
(France) - 47 rue du Faubourg Saint-Honoré – 75008 PARIS – 01 40 17 25 25 ou no site da Internet www.edram.fr
Edmond de Rothschild Asset Management (France), Société Anonyme à Directoire et Conseil de Surveillance, com o
capital social de € 11.033.769 - Número de registo AMF GP 04000015 - 332 652 536 R.C.S. Paris
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Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
DN+
Golpe falhado na Turquia
De Istambul a Atenas: quando os
protestos se tornam imagens icónicas
Manifestações. Por todo o planeta, todos os dias, há exemplos de pessoas que não se deixam intimidar. Algumas
WIKICOMMONS/JEFF WIDENER
fazem-no recorrendo à violência. Outras preferem enfrentar autoridades ou rivais com abraços, flores ou simplesmente
dando o corpo ao manifesto. Como aconteceu na sexta-feira em Istambul, com o “homem do tanque”. JOSÉ FIALHO GOUVEIA
Ele e os tanques em Tiananmen
PEQUIM A 4 de junho de 1989 a polícia chinesa reprimiu de forma
REUTERS/IHLAS NEWS AGENCY
violenta os protestos estudantis em Tiananmen. Na manhã seguinte um homem colocou-se perante os tanques que avançavam sobre a praça. Uma das mais célebres fotos do século XX.
O homem que tentou travar um tanque no aeroporto Atatürk
DR
que ainda não foi identificado, deitou-se em frente a um dos tanques usados pelos militares golpistas no aeroporto Atatürk.
A foto foi captada depois de o presidente Erdogan pedir à população que resistisse à tentativa de golpe de Estado.
ISTAMBUL Vinte e sete anos depois dos protestos na Praça
Tiananmen, na China, em que foi captada a emblemática foto
de um homem em frente a uma coluna de tanques, na sexta-feira à noite, em Istambul, surgiu algo semelhante. Um homem,
Punho erguido na Suécia
PASCAL ROSSIGNOL/REUTERS
JONATHAN BACHMAN/REUTERS
REUTERS/JOSÉ MANUEL RIBEIRO
BORLÄNGE A imagem correu mundo. Tess Asplund, uma mulher negra de 42 anos, enfrentou sozinha uma manifestação de
300 neonazis e já se tornou um ícone da resistência contra a extrema-direita. Aconteceu em maio deste ano.
De pé face à polícia nos EUA
Um abraço em Portugal
Rosas na Grécia
LOUISIANA No dia 6 a polícia matou a tiro dois homens negros.
LISBOA ”Que se lixe a troika” era o mote da manifestação con-
ATENAS Em maio de 2010 as medidas de austeridade estabele-
E desencadeou uma onda de protestos. No dia 11, 50 pessoas
foram detidas. Ieshia Evans esperou de pé. A imagem foi viral.
Ontem três polícias foram mortos e três feridos no Louisiana.
tra as medidas de austeridade, a maior desde o 1º de Maio de
1974. Adriana Xavier, 18 anos, decidiu abraçar um polícia num
momento de tensão. A fotografia é de 15 de setembro de 2012.
cidas por Bruxelas sufocavam os gregos. Os funcionários públicos decretaram uma greve geral de dois dias e, durante um
protesto, um manifestante decidiu entregar rosas aos polícias.
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
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DEBATE: O FUTURO DA EUROPA
11H15
PAUSA PARA CAFÉ
11H35
DEBATE DE EMPRESÁRIOS: SOBRE O FUTURO DAS EXPORTAÇÕES
NO NOVO ENQUADRAMENTO
MARIA LUÍS ALBUQUERQUE | VICE-PRESIDENTE DO PSD
FRANCISCO SEIXAS DA COSTA | EMBAIXADOR
NUNO MELO | EURODEPUTADO DO CDS
MARIANA MORTÁGUA | DEPUTADA DO BE
JORGE ARMINDO | CEO DA AMORIM TURISMO
MIGUEL PINA MARTINS | CEO DA SCIENCE4YOU
MIGUEL SANTO AMARO | CEO DA UNIPLACES
12H20
ENTREVISTA POR ANDRÉ MACEDO
13H00
ENCERRAMENTO
13H15
MOMENTO MUSICAL (APROX. 10 MIN.)
CARLOS MOEDAS | COMISSÁRIO EUROPEU
ANTÓNIO COSTA | PRIMEIRO-MINISTRO (A CONFIRMAR)
8
OPINIÃO
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
ALGARVE. MILHARES NA RUA NA DESPEDIDA AOS MOTARDS
18.7.2016
Editorial
Pedem-se ideias
JOANA PETIZ
A
crise da ditadura militar no
Brasil precipitou os acontecimentos e deu força à nova
moda que dava aos políticos
uma aura de modernidade:
aproximar-se do povo, dar-lhe voz, era
o caminho. E foi daqui que, num país
quase sempre à beira do caos, nasceu
um projeto reconhecido pela ONU
como uma das melhores práticas de
gestão pública urbana do mundo. Porto Alegre foi a primeira cidade a pedir
sugestões de desenvolvimento aos
seus habitantes e a aplicá-las com sucesso, mas a ideia foi, desde então,
reproduzida de Paris a Toronto.
A Lisboa, chegou com António Costa,
que investiu 26 milhões em projetos
dos lisboetas e oito anos depois quer
ser o primeiro a aplicar a ideia ao Orçamento do país. O plano tem virtudes. Por um lado, porque escolhe áreas
de ação muito específicas e em que as
contribuições de quem está nelas envolvido podem realmente trazer novidade e valor. Por outro, porque quem
está longe (quem passa os cheques)
não sente tanto os problemas das populações – tem sido este o principal
argumento de quem defende que os
centros de decisão do país não podem
estar todos em Lisboa. Ter os próprios
cidadãos a dizer aquilo de que precisam ajuda a encurtar distâncias e a
trazer mais equilíbrio (e justiça) ao
desenvolvimento do país. Mas a ideia
também levanta questões. Em primeiro lugar, é preciso que os projetos sejam realmente bem escolhidos – sob
pena de vermos essa fatia do orçamento acabar por ser desperdiçada.
E quem fará essa seleção entre milhões de potenciais medidas? Quantas
pessoas – e quais – serão precisas para
descartar os delírios até chegar a uma
ideia que faça sentido para o país? E se
uma ideia correr mal quando posta
em prática, a quem será atribuída a
responsabilidade? Todas estas questões têm de ser acertadas antes de testar o programa. Se for bem feita, a iniciativa pode gerar valor. Mas é preciso
lembrar que gerir uma autarquia não é
o mesmo que governar um país.
Diretor André Macedo
Diretora adjunta Mónica Bello
Subdiretores Ana Sousa Dias
e Joana Petiz
Redator principal Ferreira Fernandes
Diretor de arte Pedro Fernandes
Editores executivos Graça Henriques e
Leonídio Paulo Ferreira (editor executivo
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Sociedade David Mandim (editor adjunto)
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Estatuto editorial disponível em www.dn.pt
Tiragem média diária de junho 2016:
25.772 exemplares
CARTAS DOS LEITORES
Rumo sensato
para Portugal
As intervenções no universo
político continuam a valorizar,
infelizmente, o domínio da insinuação e da hostilidade verbal sem revelarem, muitas
vezes, a sua origem e autenticidade. Um cenário que não se
coaduna, na minha perspetiva,
com a complexidade e as necessidades que o país exige.
As forças democráticas da
nossa terra devem agir em
conformidade com o ADN
dos portugueses, “união e humildade”, um fator motivacional que lhes permitirá enfrentar, com outra postura, os problemas estruturais e conjunturais e diferenciar o idealismo
partidário, quando necessário,
face à resolução das circunstâncias prioritárias da vida.
Neste contexto permitam-me
realçar a desertificação
do interior, onde não é plausível o seu combate caso não
exista um plano endémico
com o objetivo de rentabilizar
os produtos endógenos e a
empregabilidade. Hoje, na
conjuntura da globalização, é
essencial hastear a bandeira da
solidariedade e da inclusão e
mostrar, designadamente ao
Velho Continente, que esta é a
forma mais exequível para se
construir uma verdadeira
União Europeia. Caem, por
isso, no ridículo as vozes que
aceitam a submissão perante a
mesma e a austeridade para
com o seu povo, ao invés de
procurarem estabelecer cedências, de ambas as partes,
a fim de não se coagir o rumo
socioeconómico. E se para alguns esta estratégia é uma utopia, para outros ganha força a
tese que doravante proporcionará, de forma indubitável,
uma sociedade mais horizontal, unitária e competitiva.
Haja compreensão e sensatez
e tudo será bem diferente.
Manuel Vargas
[email protected]
Responsabilização civil
e legal dos políticos
Em 2015, por questões políticas, a entidade reguladora e
sobretudo o anterior governo
impediram um aumento acentuado dos preços da eletricida-
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
OPINIÃO
9
Egoístas
› Milhares de motociclistas despediram-se de Faro, depois de
quatro dias reunidos na 35.ª Concentração Internacional de
Motos da cidade. A organização esperava 20 mil motards
oriundos de vários países, mas acredita que o número tenha
sido largamente superado, graças à reputação que o evento
alcançou ao longo dos anos. Além do convívio motard, a concentração conta com um vasto programa de animação e de
apoio a várias causas sociais. À semelhança do que tem vindo
a acontecer nas edições anteriores, durante o desfile de ontem
decorreu um protesto da Comissão de Utentes da Via do
Infante (CUVI) que defende a suspensão do pagamento de portagens na A22. Nas ruas, moradores e turistas juntaram-se para
ver passar o desfile, um dos pontos altos da concentração.
LEONÍDIO PAULO FERREIRA
Jornalista
FILIPE FARINHA/LUSA
O
de, que corresponderia à remuneração dos investimentos
realizados pela rede elétrica
nacional. Para compensar a
REN, parte do valor arrecadado pela contribuição especial
sobre os produtores de energia
elétrica seria alocado no fundo
de sustentabilidade do setor
elétrico, que estaria consignado ao pagamento dos referidos
investimentos, desonerando
os consumidores nacionais.
No entanto, o montante arrecadado pelo fundo, quando
ainda está a ser debatida a sua
legalidade em tribunal, foi indevidamente utilizado para
cobrir o défice público e para o
pagamento de dívidas em atraso. Desta forma, a ERSE será
obrigada a aumentar as tarifas
da energia aos consumidores
para honrar os compromissos
com a rede elétrica nacional.
O anterior primeiro-ministro
durante a campanha em 2011
apregoou a importância da
responsabilização legal dos
políticos por determinadas decisões que influenciam e oneram os contribuintes e as
gerações futuras. Neste caso,
trata-se evidentemente de
uma situação deste tipo, por
isso espera-se que a douta personalidade venha a terreiro explicar para onde foram as verbas consignadas e sobretudo
justificar a sua utilização de
forma indevida. Os governos
precisam urgentemente de
parar de “empurrar com a barriga” os problemas e os com-
promissos para o futuro, sem
que lhes seja imputada qualquer tipo de responsabilidade
civil e criminal. Além disso,
seria urgente desenvolver um
modelo de fiscalização dos
procedimentos e das manobras contabilísticas dos executivos, liderados por entidades
independentes, ou de fora do
círculo político, como a UTAO,
de forma a melhorar a qualidade do nosso sistema político
do modelo de governação.
João Ramos
[[email protected]
O grande exemplo
da seleção
A proeza épica e histórica da
nossa seleção de futebol – que
fez vibrar de euforia milhões
editorial do El País de
ontem é demolidor: “Que
se vayan todos.” Rua com
eles. E quem são eles? Os
políticos espanhóis que
continuam a pensar como desagradar menos às bases, como minimizar perdas de votos, como assegurar que se mantêm no cargo,
em vez de ajudarem a encontrar
uma solução de governo. É que
Espanha já foi duas vezes a votos
em menos de um ano e nada garante que uma terceira resolverá
o impasse.
Vamos a factos: o PP de Mariano
Rajoy ganhou as legislativas de 20
de dezembro. E voltou a ganhar, reforçando o número de deputados,
as de 26 de junho; o PSOE de Pedro
Sánchez obteve os dois piores resultados da sua história, salvando
porém o estatuto de segunda força:
o fenómeno Podemos de Pablo
Iglesias mostrou que está para ficar,
mas também deixou evidente que
anda perto do teto em termos de
crescimento; e o Ciudadanos de Albert Rivera, outro fenómeno recente mas mais conservador do
que o revolucionário Podemos, é
na melhor das hipóteses um partido para servir de muleta.
Citei o nome dos quatro líderes
porque todos partilham uma característica: o egoísmo. Já mostraram nestes meses que pensam
de portugueses, que nela encontraram uma válvula de escape para a frustrante realidade presente da vida do país
– constituiu o triunfo da determinação, do espírito solidário,
da coragem, da abnegação e
do sentimento patriótico de
um pequeno, mas valoroso,
grupo de jogadores, cujo objetivo supremo se centrou na
missão de servir Portugal. Uma
bem expressiva lição de carácter e de comportamento para
governantes, políticos, deputados, empresários e sindicalistas, que persistem, egoisticamente, em colocar os seus
interesses e ideologias partidárias acima dos superiores interesses de toda uma nação.
César Faustino
mais neles, e no partido, do que no
país. Mas, tal como faz o insuspeito El País, tenho de distinguir Rajoy dos outros, afinal ganhou duas
vezes. Se não há alternativa, e o
PSOE chegou a tentar imitar a solução portuguesa sem êxito, há
que dar-lhe a oportunidade de governar. Basta que na investidura
tenha mais sins do que nãos, basta em princípio que os socialistas
se abstenham.
Rajoy liderou um governo de direita que aplicou medidas de austeridade. E foi punido ao perder a
maioria absoluta. Talvez tivesse facilitado uma solução de governo se
se tivesse afastado e dado lugar a
um rosto novo do PP, com menos
historial de picardia com a oposição. Agora, porém, aparece como
o menos egoísta. O único disponível para criar em vez de destruir.
E como precisa Espanha de um
governo! E de sentido de Estado.
A crise ainda não passou, o desemprego continua dos piores da
Europa, as sanções por incumprimento do défice estão à vista. E há
também o desafio de refundar o
projeto espanhol dada a agressividade dos nacionalismos.
Sánchez é um político inexperiente, sem qualquer currículo de
vitórias, e ninguém duvida de que
está a prazo na liderança do PSOE,
basta um dos barões, ou a baronesa, querer avançar. Iglesias e Rivera queriam mostrar que se pode
fazer política de outra forma, mas
estão hoje iguais àqueles que tanto criticavam. Suspeito de que Rajoy irá fazer tudo para trazer os adversários para mais próximo da
razão. E, no fim de contas, se os espanhóis regressarem às urnas, alguém terá de pagar pelo imobilismo. Até acredito que o PP terá ainda mais votos.
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10
OPINIÃO
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
A EUROPA E OS OUTROS
FRASES DO DIA
Como tornar
o brexit gerível
WOLFGANG MÜNCHAU
Editor do Financial Times
J
á ultrapassámos a fase do
“brexit significa brexit”. Sabemos que o novo governo do Reino Unido está à
procura de um relacionamento com a União Europeia regido por um acordo comercial. Ele
não quer aderir ao Espaço Económico Europeu – uma área alargada
do mercado interno da UE.
Philip Hammond, o ministro das
Finanças, falou sobre o acesso ao
mercado único, mas sem adesão.
Após o encontro com Jack Lew, o secretário do Tesouro dos EUA, em
Berlim, na semana passada,
Wolfgang Schäuble, o ministro das
Finanças alemão, adjetivou esta
proposta de razoável. Não há ainda
nenhum acordo sobre nada, mas o
Reino Unido e a União Europeia podem, pelo menos, concordar sobre
o que falar. Vindos de onde viemos,
isto é um progresso.
Além da orientação geral, podemos analisar mais três pontos.
O plano diretor elaborado por David Davis, ministro para a saída da
UE, era tão claro na orientação geral
como ingénuo nos detalhes técnicos. A campanha acabou, o Sr. Davis
irá ter de se sentir excitado com coisas verdadeiramente chatas.
O que também está a ficar cada
vez mais claro é que Theresa May, a
primeira-ministra do Reino Unido,
pode querer desencadear o procedimento de saída nos termos do artigo 50.° antes do fim do ano. Vai levar algum tempo para chegar a uma
posição de negociação conjunta
para os termos da saída que satisfaça tanto a Escócia como a Inglaterra. Terão de ser feitos compromissos. Mas o processo não pode ser
adiado por muito tempo. A economia pode deixá-la sem opções.
Os negociadores não se devem deixar enganar pela reação relativamente benigna do mercado após o
referendo e pela queda limitada do
valor da libra.
O terceiro ponto que se tornou
claro é que o brexit vai acontecer antes das eleições gerais no Reino Unido em 2020. É o único cenário em
que o Partido Conservador se manterá unido.
Nos próximos meses, a principal
tarefa da equipa do brexit será compreender em detalhe as posições
negociais dos outros 27 Estados
membros. O que cada um deles
pensa sobre o acesso da Grã-Bretanha ao mercado financeiro da
União Europeia.
Sabemos que a França é a favor
de restrições, mas será essa a posição universal? Esse exercício irá
também mostrar que o princípio da
livre circulação de pessoas não pode
ser facilmente negociado. A livre circulação não é uma política nem
uma mentalidade, mas um princípio profundamente consagrado no
direito europeu.
Eles devem pensar também sobre a transição. Não há qualquer hipótese de um acordo comercial poder ser alcançado e implementado
no prazo de dois anos. Os acordos
são tecnicamente complicados,
porque têm de ser negociados capítulo a capítulo, indústria a indústria.
Serão necessárias compensações
complexas. A ratificação pode ser
demorada. Felizmente, a Grã-Bretanha mantém um grande défice
comercial com o resto da UE, por
isso vários países, entre eles a Alemanha, vão querer concluir um
acordo rapidamente. Isto também
significa que o processo poderá ficar
O golpe falhado
na Turquia e o mais
recente atentado terrorista
em França poderão
desestabilizar ainda mais
a União Europeia
encalhado se os outros não conseguirem chegar a acordo.
Entretanto, está prestes a dar-se
um desenvolvimento importante
que poderá revelar-se uma grande
oportunidade para o Reino Unido:
os sociais-democratas alemães,
parceiros no governo de coligação
da chanceler Merkel, estão prestes a
recusar o apoio ao Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento – um acordo entre a UE
e os EUA. O que eu penso é que
aquele está praticamente morto.
Um veto alemão ao APT daria ao
Reino Unido e aos EUA a hipótese
de negociarem a sua própria versão
bilateral. Neste caso, o Reino Unido
poderia, teoricamente, acabar
numa posição mais favorável do
que a anterior: com acesso ao mercado único da UE e uma maior integração económica com os EUA.
A UE está em grave perigo. Por
razões geopolíticas eu teria preferido que o Reino Unido tivesse votado pela permanência. O golpe falhado na Turquia e o mais recente
atentado terrorista em França poderão desestabilizar ainda mais a
União Europeia.
Mas no ponto em que estamos
hoje, há hipóteses de o brexit poder
ser gerido de uma forma, pelo menos, economicamente neutra. Tal
resultado não é garantido. Para que
isso aconteça, a Sra. May terá de
continuar com a mesma forma de
agir implacável e com sentido dos
objetivos com que atuou na semana passada, quando deu por terminada a estratégia económica de austeridade de David Cameron, o seu
antecessor, e encostou à parede ministros de longa data.
© 2016 The Financial Times Limited
OPINIÃO
HOJE
› Leonídio Paulo Ferreira
› Wolfgang Münchau
› António Tadeia
TERÇA
› Sérgio Figueiredo
› Pedro Tadeu
QUARTA
› Sílvia de Oliveira
› Adriano Moreira
QUINTA
› João Pedro Henriques
› Paula Sá
› João César das Neves
SEXTA
› Miguel Ángel Belloso
› Fernanda Câncio
SÁBADO
› Anselmo Borges
› David Dinis
› Inês Teotónio Pereira
DOMINGO
› António Barreto
› Pedro Marques Lopes
› Alberto Gonçalves
› Paulo Baldaia
› André Carrilho
› João Taborda da Gama
› Joel Neto
DINHEIRO VIVO
› Ricardo Reis
› Edson Athayde
NOTÍCIAS
MAGAZINE
› Afonso Cruz
› Ana Bacalhau
› Ana Sousa Dias
› Catarina Carvalho
› David Marçal
› José Luís Peixoto
› Júlio Machado Vaz
› Manuel Jorge
Marmelo
› Marta Crawford
› Paulo Farinha
DIARIAMENTE
› Ferreira Fernandes
› João Lopes
› José Bandeira
LEIA AINDA
› Bernardo Pires de Lima
› Viriato Soromenho-Marques
› Manuel Queiroz
[O PCP] não quer fazer a cama
ao governo. Levaremos a
nossa palavra até ao fim, como
partido sério, votando, no que
é bom para os trabalhadores
e para o povo, a favor e
votando contra aquilo que for
negativo para os trabalhadores
e para o nosso povo”.
JERÓNIMO DE SOUSA
SECRETÁRIO-GERAL DO PCP NUM COMÍCIO
NA FOZ DO ARELHO, CALDAS DA RAINHA
“Vamos continuar a
eliminar os vírus de todas
as instituições do Estado.
É um vírus, como um
cancro, que se propaga
a todo o Estado”.
RECEP ERDOGAN
PRESIDENTE DA TURQUIA
NUMA CERIMÓNIA RELIGIOSA
“A persistência da UE na
imposição de políticas
orçamentais restritivas, a
pressão sobre os países em
dificuldades, como é o
nosso, a quem receitam
cortes e mais cortes na
“despesa”, diminui a
possibilidade de afirmar
políticas estratégicas
de desenvolvimento”.
MANUEL CARVALHO DA SILVA
INVESTIGADOR E PROFESSOR
UNIVERSITÁRIO, NO JORNAL DE NOTÍCIAS
“As recentes conquistas
desportivas nacionais têm
vindo a ser usadas para a
reprodução de mitos sobre
a multiculturalidade e
harmonia inter-racial do
Portugal contemporâneo.
Como portugueses não
brancos e imigrantes não
brancos residentes em
Portugal recusamos
ser cúmplices desse
branqueamento”.
JOÃO DELGADO, KITTY FURTADO,
MAMADOU BA E SADIQ S. HABIB
EM ARTIGO DE OPINIÃO NO PÚBLICO
“Os clubes deviam olhar
para os Jogos Olímpicos
como uma extraordinária
montra para os seus jovens”.
JESUALDO FERREIRA
TREINADOR DE FUTEBOL EM ARTIGO
NO JORNAL O JOGO
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
11
PORTUGAL
MULHERES EM BELÉM
Homenagem
às vítimas
do C-130
DINÁ AZEVEDO
› Pela primeira vez na história
foi uma mulher a escolhida
para assessora da Casa Militar
do Presidente da República
da área da Força Aérea: Diná
Azevedo. A tenente-coronel
tem 44 anos e é formada
em Ciências Militares e Aeronáuticas, tendo como
especialidade piloto-aviador.
TIAGO PETINGA/LUSA
MILITAR Presidente da
República prestou ontem
“a mais sentida e comovida
homenagem” aos três aviadores mortos no acidente com
um C-130, no Montijo, na inauguração do monumento do
centenário do primeiro voo militar, em Vila Nova da Rainha.
Marcelo citou o nome do “aventureiro” tenente Santos Leite,
protagonista do voo inaugural
da aviação militar portuguesa,
a 17 de julho de 1916, bem
como de outros heróis como
Bartolomeu de Gusmão,
Sacadura Cabral e Gago
Coutinho, frisando que
Portugal sempre “acolheu
as máquinas voadoras”.
O Presidente visita hoje a Base
Aérea do Montijo e voará num
C-130 para demonstrar a confiança naquele tipo de aeronave.
A espia que Marcelo nomeou
para a segurança nacional
Belém. Antiga assessora de Passos é quadro das secretas e está com Marcelo desde final de
março. Proteção Civil, PSP, GNR, SEF e informação classificada são áreas da sua responsabilidade
RUI PEDRO ANTUNES
e VALENTINA MARCELINO
A assessora que Marcelo Rebelo de
Sousa escolheu para a área da segurança nacional é uma espia com carreira nas secretas, mas que desempenhou funções similares no gabinete de Passos Coelho. Discreta
desde que foi nomeada em março
para Belém, Mafalda Gama Lopes
destacou-se por seguir o Presidente
em todas as ações do “Portugal Próximo”, que decorreu entre 4 e 6 de julho em Trás-os-Montes.
No meio da comitiva presidencial, Mafalda Gama Lopes mostrou
ser de poucas palavras, mas não
passou despercebida, desde logo
por ser uma novidade na equipa de
Marcelo. A assessora seguiu sempre
os passos do Presidente, apenas de
telemóvel na mão e evitando aparecer nos planos captados pelas câmaras televisivas.
Já lá vão três meses em Belém,
mas só agora foi para o terreno.
A espia de Marcelo foi nomeada a
30 de março, num despacho em
que é apenas dito que é “assessora
da Casa Civil” e que pertence aos
quadros do Sistema de Informações da República Portuguesa
(SIRP).
Fonte da Presidência explica ao
DN que Mafalda Gama Lopes “desempenha as funções de assessora,
ocupando-se principalmente de assuntos relacionados com a segurança nacional, nomeadamente
com o universo relativo à Administração Interna – Proteção Civil, PSP,
GNR, SEF, e informação classificada
– retomando assim o cargo já existente no mandato do anterior chefe
do Estado”.
O anterior presidente da República, Cavaco Silva, escolheu para
este mesmo cargo – que no seu tempo passou a depender da Casa Civil
– um antigo secretário de Estado da
Defesa: Abílio Morgado.
Quem é a espia de Marcelo
Foi o chefe da Casa Civil de Belém
que sugeriu Gama Lopes a Marcelo. Fernando Frutuoso de Melo esteve entre 1987 e 2016, em Bruxelas, onde desempenhou vários
cargos e foi na capital belga que
conheceu Mafalda Gama Lopes.
No SIRP, a assessora de Marcelo
era analista no departamento Eu-
ropa-América, uma estrutura do
SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa), onde entrou
em 2002. Foi o ex-diretor Jorge Silva Carvalho que notou as suas capacidades enquanto analista dos
assuntos europeus e à primeira
oportunidade nomeou Mafalda
Gama Lopes para ser “antena” do
SIED em Bruxelas. “É uma ótima
analista, inteligente, tem boa figura, fala fluentemente três línguas e
tem uma enorme capacidade de
relacionamento pessoal – tudo
qualidades de uma boa espia”, revela ao DN fonte das secretas.
Mafalda Gama Lopes foi
nomeada para a Presidência
da República a 30 de março
Em Bruxelas foi para o lugar do
espião Henrique Silva, próximo de
Durão Barroso, que foi mais tarde
afastado dos serviços e está atualmente na unidade de vigilância da
PJ. Oficialmente, entre 2008 e 2010
foi conselheira para os assuntos de
segurança e defesa na Representação Permanente de Portugal junto
da União Europeia.
No gabinete de Passos Coelho era
mais discreta do que com Marcelo.
Era subordinada de Carlos Henrique Chaves, um general que aconselhava o então primeiro-ministro
para as questões de Segurança Nacional. A experiência de analista e a
capacidade de recolher e sistematizar a informação, que tinha trazido
do SIRP, facilitavam-lhe o trabalho.
Preparava os dossiês, reunia informação e fazia todo o trabalho de
background sobre os temas em discussão. Fontes da GNR e da PSP ouvidas pelo DN reconhecem as suas
qualidades profissionais como espia, mas consideram que em matéria de forças de segurança “não domina bem as problemáticas”.
Fonte do anterior governo conta
ao DN que Mafalda Gama Lopes esteve “os quatro anos e meio de go-
ISABEL ALÇADA
› Para a área da educação
Marcelo Rebelo de Sousa escolheu como consultora a antiga ministra de José Sócrates
Isabel Alçada. A ex-governante
é também autora dos livros
Uma Aventura. Foi desafiada
por Marcelo para escrever uma
aventura em Celorico de Basto
(terra da avó Joaquina). E aceitou. Chama-se Uma Aventura
na Pousada Misteriosa, mas
passa-se em Celorico.
MARIA JOÃO E MARIANA
› A jornalista Maria João
Ruela é outra das mulheres da
Casa Civil, tendo sido nomeada
assessora para os assuntos sociais. Na SIC desde 1992 (onde
era editora executiva desde
2007), aceitou em março o desafio de Marcelo Rebelo de
Sousa. Entre as mulheres da
Casa Civil está também aquela
que foi a assessora de Marcelo
durante a campanha eleitoral,
Mariana Mira Corrêa. Atualmente, desempenha as funções de assessora do gabinete
do Presidente.
verno como assessora da área da segurança e defesa militar”, mas “raramente ia para o terreno”. A mesma
fonte fala num “trabalho mais técnico, de gabinete”, só indo a ações que
se relacionassem com a área.
Fonte social-democrata explica
que Mafalda Gama Lopes chegou
ao governo de Passos Coelho por indicação do “já falecido Luís Fontoura, um antigo vice-presidente do
PSD no tempo de Menezes, que
apadrinhou a ida dela para o governo, pois ele conhecia-a do ISCSP
[Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas]”. O próprio despacho de nomeação para o executivo
de coligação aponta que entre 1999
e 2008 Mafalda foi professora assistente no ISCSP. Quando o governo
de Passos caiu, Mafalda Gama Lopes voltou para o SIRP.
O DN tentou contactar Mafalda
Gama Lopes através da Presidência,
que destacou que, “nesta qualidade, assessora da Casa Civil, a orientação tradicional é não conceder
entrevistas aos órgãos de comunicação social”. A Presidência acrescentou ainda que se trata de “um
órgão unipessoal, com um único titular, o próprio Chefe do Estado”.
12
PORTUGAL
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
Isaltino Morais, que tem apresentado
o seu livro sobre o tempo em que
esteve preso na Carregueira, considera
que ainda é muito cedo para falar
sobre eventual candidatura a Oeiras,
mas não fecha a porta
Barões das
câmaras
querem voltar
ao poder, com
ou sem partidos
cas que ameaçam voltar. Candidaturas independentes ganham força de norte a sul do país
PAULA SOFIA LUZ
A notícia caiu que nem uma bomba
naquele auditório de Pombal onde
decorria um fórum organizado pela
JSD, em abril passado. Narciso
Mota, um dos dinossauros do PSD
que presidiu durante 20 anos aos
destinos de um dos maiores concelhos do país, anunciou a intenção de
se candidatar à câmara, em desacordo com as políticas do sucessor,
Diogo Mateus. Os estilhaços fazem
sentir-se até agora no partido. Ali
como noutros pontos do país a
guerra está aberta: as autárquicas de
2017 poderão fazer disparar o número de candidaturas independentes, uma vez que as direções nacionais dos partidos tendem a negar
apoio a esses regressos, depois do
“período de nojo” imposto pela limitação de mandatos. E muitos dos
antigos autarcas que a lei afastou
querem voltar.
“O PSD tem feito tudo o que pode
para me demover desta intenção”,
disse ao DN Narciso Mota, 68 anos,
20 como presidente da Câmara de
Pombal, que recuperou para o partido em 1993. A partir daí, ganhou
sempre, cada vez por margem mais
dilatada. Nessas duas décadas teve
(quase) sempre a seu lado Diogo
Mateus, no papel de vice-presidente, até à sucessão considerada natural. Três anos volvidos, o que mudou? “Percebi que os pombalenses
repudiam o revanchismo, a vingança, as marginalizações, os despedimentos forçados, que só contribuem para a desmotivação, para
depressões que afetam a vida dos
funcionários e do município”, diz
Narciso Mota, que quando passou a
pasta a Diogo Mateus ficou a presidir à Assembleia Municipal.
A limitação de mandatos imposta por lei acabou à força com a liderança autárquica que, em muitos
casos, estava para durar. “Até era a
favor dessa lei se os que a aprovaram
no Parlamento a aplicassem a eles
próprios”, sustenta Narciso Mota,
agora decidido a avançar de qualquer maneira: “Se o PSD não me
quiser, serei candidato independente, com um grupo de pessoas de
vários quadrantes políticos.”
Foi o que fez em Elvas Rondão Almeida, histórico do PS que deixou o
nome espalhado por Elvas, desde
rotunda, praça de touros, lar da terceira idade. Rondão já tem equipa,
listas fechadas e sede de candidatura. Aos 73 anos, depois de cinco
mandatos como presidente, 40 de
militante do PS, testa uma nova
vida: “Costumo dizer que na política ganha e perde quem tem o poder
nas mãos. Se está a exercer bem é
muito difícil a oposição apresentar
alternativas. Se está a exercer mal é
fácil a população aderir a novos projetos. É o que está a acontecer com o
movimento Elvas É o Nosso Partido.” Tem uma direção composta
por 22 pessoas e dez grupos de trabalho constituídos. “Nunca senti
dentro do PS esta dinâmica de trabalho que sinto com estes independentes. Não tenho dúvida de que vai
haver uma queda abrupta dos partidos nestas eleições, talvez pelo
mau exemplo que têm dado.”
À volta de Elvas, num raio de
50 km, Rondão Almeida contabiliza
cinco câmaras geridas por grupos
de independentes. No caso do antigo socialista Rondão de Almeida já
não há margem para conversas
com o partido: entregou o cartão do
PS no passado dia 25 de abril.
Maria da Luz Rosinha, responsável pelo dossiê autárquicas no PS,
escusa-se a comentar o caso de
Rondão, limitando-se a dizer que
“essa pessoa já não faz parte do partido”. E sobre o cenário do aumento
de candidatos independentes, Maria da Luz garante ser uma questão
que não preocupa o PS. Já o presidente dos autarcas do PSD Álvaro
NUNO PINTO FERNANDES/GLOBAL IMAGENS
Eleições. Limitados pela lei em 2013, há autar-
próprios, a vontade das concelhias
e distritais e também a avaliação
que for feita pela comissão coordenadora autárquica.”
José Rondão de Almeida (PS)
presidiu à Câmara de Elvas
entre 1993 e 2013
Narciso Mota foi presidente
em Pombal durante 20 anos
pelo PSD
Amaro, que preside à Câmara da
Guarda, não estranha que apareçam antigos companheiros a querer voltar. “Não vejo nada que o possa impedir. Tal como achei há três
anos que era possível candidatarmo-nos a outros concelhos desde
que houvesse vontade e consonância entre eles e os partidos, também
agora não vejo nenhuma dificuldade nisso desde que se respeitem os
mesmos critérios: a vontade dos
Menezes não, Isaltino nim
A norte, porém, onde tantas vezes já
foi apontado como candidato ao regresso, Luís Filipe Menezes é daqueles que descansam o partido:
“Estou completamente afastado de
todo e qualquer cargo público. Não
sou candidato a coisa nenhuma.
Sou apenas candidato a que me deixem em paz”, disse ao DN o antigo
presidente da Câmara de Gaia. Nos
últimos meses várias notícias apontavam no sentido contrário, embora de forma suave, quando comparada com a mediatização à volta do
regresso de Isaltino Morais, antigo
autarca de Oeiras.
É verdade que os habitantes do
concelho foram sondados ao telefone, em abril, num inquérito que
tentava aferir a notoriedade do atual
presidente da Câmara de Oeiras,
Paulo Vistas, e do seu antecessor,
apesar de nenhum assumir a autoria da encomenda.
O ex-autarca do PSD e fundador
do movimento Isaltino, Oeiras mais
à Frente presidiu àquela autarquia
entre 1986 e 2013, os últimos três
mandatos já como independente.
Ausente no estrangeiro, acedeu responder por escrito ao DN. “As questões que coloca seriam pertinentes
para alguém que já se haja posicionado como candidato. Não é o meu
caso, porquanto até agora não manifestei qualquer intenção de o fazer.” Além disso, diz, é “muito cedo
para qualquer pronunciamento,
pois estamos a mais de um ano das
eleições e deve deixar-se a maior
tranquilidade a quem governa”.
Precursor dos movimentos independentes que têm crescido no
país, sobretudo movidos pelo descontentamento dentro dos partidos, Isaltino considera que têm uma
importância óbvia “dada a mobilização participativa que gera em cidadãos que não se reveem no processo de seleção política dos partidos”. Acresce que “as candidaturas
independentes são por natureza
mais abrangentes e transversais aos
partidos e, naturalmente, mais envolventes e empenhadas na defesa
dos interesses locais e abertas à participação de todos os cidadãos”.
O antigo autarca acredita que 2017
vai mostrar esse reforço e que o
mesmo será “fundamental para o
aprofundamento da democracia
participativa, chamando os cidadãos à causa pública, chamamento
que os partidos não fazem, antes excluem”. Por todo o país há exemplos
como os de Narciso Mota ou Rondão de Almeida, mas poucos assumem publicamente a intenção de
uma candidatura. “Eles viveram de
tal maneira esses cargos, que mesmo quando saíram para outras funções públicas, seja para ministro,
deputado europeu, isso não serve
para homens que se confundiram
com a própria instituição municipal
e na relação direta com os povos”,
considera José Adelino Maltez, especialista em ciência política. “Podem chamar-lhe jardinismo, mas
são homens que foram talhados
para isso e sentem que ainda têm alguma coisa para dar. São ambiciosos, gostam de ser políticos e querem ir a votos. É legítimo.”
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
Porto entregue
a Rui Moreira.
Lisboa sem
consenso
PRÉ-CAMPANHA Empresário
pode garantir o apoio do PS,
CDS e PSD. Autarquia da capital deverá ter candidatos
de todos os partidos
Rui Moreira bem pode ficar na história como o homem que acabou
com a política partidária na Câmara Municipal do Porto. Depois de ter
vencido as eleições em 2013 encabeçando uma candidatura independente, o autarca parece merecer
o consenso à esquerda e à direita.
“Reitero as palavras da líder do
CDS-PP que, no congresso, disse
que nos sítios onde as coisas correram bem não há razões para mudar,
dando o exemplo de Aveiro e Porto
e, de forma implícita, afirmou que
não havia razões para não apoiar o
independente Rui Moreira”, disse na
semana passada Álvaro Castelo
Branco, da distrital do Porto.
No mês passado, o secretário-geral do PS já tinha defendido o apoio
do partido a Rui Moreira. “Sou militante do PS desde os 14 anos. Gosto
muito do emblema da mãozinha.
O maior disparate que podíamos fazer era em nome do emblema da
mãozinha sacrificarmos a boa gestão de uma cidade”, disse António
Costa no congresso do PS .
Apesar de o PSD ainda não se ter
pronunciado sobre o assunto, tudo
indica que não irá arriscar uma candidatura própria e deve declarar o
apoio ao empresário, que ganhou a
câmara em 2013 encabeçando o
movimento independente Porto, o
Nosso Partido.
Em Lisboa, a situação é bem diferente. Nenhum partido está disposto para abdicar da maior autarquia
do país. No PS ninguém contesta
que o candidato seja Fernando Medina, que aguarda a decisão do PSD
para saber se terá como opositor Pedro Santana Lopes. O provedor da
Santa Casa da Misericórdia já informou o líder social-democrata de
que não será candidato caso o partido pretenda apresentar candidato
ainda neste mês. O antigo presidente da Câmara de Lisboa, no entanto,
não fecha a porta a uma eventual
candidatura se o calendário político do PSD for outro, ou seja, se houver margem para uma decisão dentro de alguns meses. No partido têm
sido veiculados outros nomes como
Maria Luís Albuquerque ou Jorge
Moreira da Silva
O CDS já adiantou que apresentará um candidato próprio e até se
fala na líder, Assunção Cristas.
O Bloco de Esquerda também já
decidiu que não irá apoiar Fernando Medina e que apresentará um
candidato próprio e é expectável
que a CDU faça o mesmo.
PORTUGAL
13
PUB
CASOS
PSD vai aprovar
carta de princípios
› A comissão coordenadora autárquica do PSD terminou na
passada semana as reuniões
com todas as comissões políticas distritais e remete para o
conselho nacional de dia 20
uma posição sobre o eventual
regresso de antigos autarcas.
Nessa reunião deverá ser aprovado “um documento, com um
conjunto de princípios a respeitar”. “Não estamos a limitar
candidatos nenhuns. A não ser
os que são atualmente presidentes de câmara. Só depois
das regionais dos Açores é que
vamos pronunciar-nos sobre
nomes e apoios”, disse ao DN o
coordenador do PSD Carlos
Carreiras.
PCP contra limitação
de mandatos
› O PCP é desde o primeiro
momento contrário à limitação de mandatos, que constitui um impedimento do exercício do direito constitucional
de eleger e ser eleito”, afirmou ao DN fonte do gabinete
de imprensa, adiantando que
“as questões relativas aos
nomes de candidatos às eleições autárquicas não estão
em exame neste momento”.
PS em périplo
por todo o país
› A questão dos antigos autarcas que querem regressar”
não se coloca ao PS, que está
a preparar as eleições autárquicas com toda a serenidade”, afirmou Maria da Luz
Rosinha, responsável pelo
dossiê autárquicas no Partido
Socialista. “A nossa secretária-geral adjunta está a fazer
um périplo por todo o país,
para perceber a realidade de
cada distrito.”
À espera do perdão
do partido
› Aos 75 anos, o aposentado
professor Litério Marques
sente que ainda tem muito
para dar ao concelho a que
presidiu por quatro mandatos, pelo PSD. Em 2013, instigou a formação do
Movimento Independente
Anadia Primeiro e ficou como
vereador. A façanha valeu-lhe a expulsão do partido.
Tem vindo a fazer uma aproximação às hostes laranjas.
Garante que ainda não foi
convidado pelo PSD mas está
“disponível para unir o partido seja em que papel for”.
14
PORTUGAL
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
ENTREVISTA: LUÍS AMADO
Ex-secretário de Estado da Cooperação
Pouco depois da criação da CPLP, Luís Amado chegou a secretário
de Estado da Cooperação e lidou diretamente com a organização
“O problema da Guiné
Equatorial irá
esbater-se com o tempo”
JOÃO PEDRO HENRIQUES
Como secretário de Estado da
Cooperação ,teve uma intervenção importante a implementar a
CPLP, na sua primeira fase. Foi
uma tarefa mobilizadora?
Enfrentou muitos contratempos?
Foi uma fase muito importante da
política externa portuguesa, Jaime
Gama era o ministro dos Negócios
Estrangeiros. No âmbito da inserção geopolítica do país, que a política externa sempre procura desenvolver, a abertura de uma plataforma multilateral que reconstituía relações políticas, diplomáticas e culturais com as ex-colónias foi sem dúvida uma janela importante que se abriu para a política externa portuguesa.
Na altura, a CPLP era vista como
sendo também um projeto económico ou nem tanto?
Houve sempre alguma ambiguidade na perspetiva inicial da CPLP,
sobretudo na fase de discussão e
preparação dos seus estatutos.
Claro que todos os Estados membros viviam, direta ou indiretamente, experiências de integração regional mais alicerçadas nas
relações económicas e comerciais
e por isso o paralelo com a dinâmica de integração económica esteve sempre presente no espírito
de quem negociou esses estatutos. Só que a realidade é completamente diferente, a CPLP não é
uma plataforma de integração regional e nunca o poderia nem pretendeu ser, mas é, mais do que isso,
uma plataforma hoje percetível
para a nossa inserção na globalização, embora essa perceção não
esteja ainda, do meu ponto de
vista, bem vincada em Portugal.
Mas é sobretudo essa a perspetiva económica que a CPLP deve assumir em relação ao futuro.
Alguma vez sentiu que algum
dos países da CPLP olhasse para
Portugal e para a organização
como algo neocolonialista?
O que tem havido nos últimos anos
é uma mudança na relação de forças que reflete o que se está a pas-
Luís Amado foi, além
de secretário de Estado,
também MNE (2006-2011)
sar no sistema internacional. Os países que foram colonizados têm hoje
condições de poder e de afirmação
completamente diferentes das que
tinham há 20 anos e isso reflete-se
dentro da organização. Mas isso resulta também da dimensão democrática da CPLP, em que cada país
tem um voto – e portanto pesam os
interesses do conjunto.
Como viu a adesão à CPLP de um
país – a Guiné Equatorial – que
não é lusófono nem democrata?
É irreversível essa tendência de
abertura da CPLP à participação
de outros Estados à medida que
os diferentes países membros
põem em cima da mesa os respetivos interesses regionais. Todos
os países africanos da CPLP, e ainda
o Brasil, afirmaram que queriam
a Guiné Equatorial na organização. Mas foi pena que não se fizesse um debate sobre a reforma
dos estatutos que permitisse a criação de três níveis de participação:
Estado fundador, Estado associado e Estado observador. Se essa reforma tivesse ocorrido, a grande
polémica sobre a Guiné Equatorial
não teria sido suscitada. Será mais
fácil gerir a dinâmica de crescimento que a CPLP vai inevitavelmente ter, fazendo essa alteração
estatutária.
E aí a Guiné Equatorial seria o
quê?
Seria um Estado associado porque queria ter um grau de relação
mais profundo com os Estados
membros. Isso precisava de um
debate sobre uma reforma estatutária que até agora não foi possível.
O problema da Guiné Equatorial
como um corpo mais ou menos estranho esbater-se-á com o tempo.
É possível sonhar que um dia
haja no espaço da CPLP um
princípio de livre circulação de
pessoas?
É difícil nesta fase, em particular
quando as questões migratórias
estão no centro da agenda internacional e desencadeiam tensões
tão consideráveis como as que
temos testemunhado. Mas do
ponto de vista da consolidação de
uma dinâmica comunitária para a
CPLP faz todo o sentido preservar
essa agenda.
Um sonho de 1983
concretizado
13 anos depois
MEMÓRIA O historial oficial da
CPLP diz que o primeiro a falar
de algo parecido com a organização foi, em 1983, Jaime
Gama, enquanto ministro dos
Negócios Estrangeiros. Treze
anos depois, em 17 de julho
de 1986 (passaram ontem 20
anos), sendo Gama novamente
MNE, realizou-se em Lisboa a
cimeira constitutiva da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa. De todos os
chefes de Estado e de governo
presentes, o único que sobrevive no cargo é o presidente de
Angola, José Eduardo dos
Santos. Foram sete os países
fundadores: Portugal, Angola,
Brasil, Moçambique, São Tomé
e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo
Verde. A estes juntaram-se Timor-Leste e a Guiné
Equatorial.
Mendes fala em
dúvidas do BCE
sobre nova
direção da CGD
CARTA Comentador da SIC
diz que há um “braço de
ferro” entre o Banco Central
Europeu e o banco público
português
Em 8 de junho passado, o Banco
Central Europeu (BCE) escreveu à
administração da Caixa Geral de
Depósitos (CGD) colocando sérias
dúvidas sobre o novo elenco dirigente do banco, contou ontem na
SIC Luís Marques Mendes.
O comentador e ex-líder do PSD
disse que na carta o BCE colocou
dúvidas ao número excessivo de
administradores previstos (19, querendo o regulador europeu no máximo 15), defendeu que o chairman
e o presidente executivo deveriam
ser cargos titulados por pessoas diferentes (António Domingos irá
acumular funções), pediu experiência bancária a todos os administradores (mesmo os não-executivos) e avisou que nenhum deles
pode ter conflitos de interesses. O
BCE também terá defendido nessa
carta “uma proposta alternativa à
capitalização pública”.
Para o comentador da SIC, está-se perante um braço de ferro.
“Quem vai ceder? Que mudanças
vamos ter? E quando é que tudo isto
se resolve e acaba?”, perguntou.
Estes avisos do BCE já tinham
sido revelados há algumas semanas
e na sexta-feira passada o DN revelou que “do ponto de vista dos reguladores o caminho está livre”, tendo
todos os administradores recebido
“luz verde, embora informal”. A
nova administração, com sete administradores executivos e os restantes não-executivos, estará a dias
de poder ser empossada.
Conselho de Estado
No comentário de ontem à noite,
Marques Mendes falou também da
polémica em torno de uma suposta
intervenção no Conselho de Estado
em que, segundo o Público, Cavaco
Silva fora o único conselheiro a não
se manifestar contra as sanções que
a UE prepara contra Portugal por
causa do défice de 2015.
Mendes, ele próprio membro do
Conselho de Estado, fez como outro conselheiro, António Lobo Xavier, e obteve do Presidente da República autorização para garantir
que a notícia era falsa – ou seja, do
que Cavaco Silva afirmou na reunião não se pode concluir que é a
favor das sanções.
Segundo o comentador da SIC, o
governo já terá enviado para Bruxelas a carta em que contesta as sanções. No seu entender, as sanções
serão uma “multa zero ou próximo
do zero”. J.P.H.
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
15
DINHEIRO
Pedro Moreira
vai chamar mais
turistas a Lisboa
DIREITOS RESERVADOS
CONTRATAÇÃO Depois de 13 anos a construir as Festas de Lisboa e toda a programação cultural em espaço público da cidade, além de liderar a comunicação e parcerias da empresa de gestão cultural de
Lisboa, Pedro Moreira assume agora um
papel ativo na captação de turistas. O diretor de programação da EGEAC deixou o
cargo para o qual fora reconduzido já neste
ano e começa hoje em novas funções como
diretor de marketing e visitor attractions
na LisMarketing, da Associação de
Turismo de Lisboa. “Deixo a empresa com
o sentimento do dever cumprido e acreditando que todo o empenho e dedicação
que sempre dediquei poderão ter sido um
pequeno contributo para a projeção da
EGEAC e também um bocadinho para a valorização e promoção da cultura na nossa
cidade de Lisboa”, disse. Licenciado em
História, com especialidade em
Paleografia e Diplomática pela
Universidade Clássica, Pedro Moreira diz
que este é “um novo ciclo e desafio” que irá
abraçar “com a mesma força, tenacidade
e profissionalismo”.
Empresários desesperam à
espera de apoios à contratação
Desemprego Empresas queixam-se do atraso de meses. Governo diz que entrou em 2016 com
66,5% de verbas consumidas com compromissos antigos. CCP garante que situação não é nova
LUCÍLIA TIAGO
Em fevereiro, o Instituto do Emprego e Formação Profissional deu luz
verde a seis candidaturas à medida
Estímulo ao Emprego submetidas
pelo empresário agrícola E.A., mas
o apoio financeiro ainda não chegou à sua conta e a espera está a fazer mossa no fundo de maneio da
empresa. O caso está longe de ser
único. A demora na atribuição do
dinheiro deve-se ao elevado ritmo
de execução destas medidas em
2014 e 2015, que comprometeu
66,5% da dotação orçamental prevista para este ano e que obrigou já
a dois reforços do orçamento do
IEFP, explica o governo.
Nos dois últimos anos, a verba
canalizada para políticas ativas de
emprego (entre estágios, apoios à
contratação, isenção de TSU programas de formação) rondou os
450 milhões de euros – o triplo dos
150 milhões de euros registados
em 2012 e 2013. Parte dos encargos
financeiros assumidos (com as
candidaturas aceites) transitaram
para este ano. De acordo com o relatório sobre política ativas de emprego que o governo enviou aos
parceiros sociais, “os compromissos assumidos com a atividade
transitada representam 66,5% do
orçamento do IEFP para 2016”.
A isto soma-se o facto de, como tem
alertado o ministro Vieira da Silva,
o governo de Passos Coelho ter reduzido em quase metade (44%) as
verbas comunitárias (no Portugal
2020) destinadas a medidas de emprego e formação profissional.
Para fazer face a este défice de financiamento, o governo começou
por reforçar (via Orçamento do Estado) o orçamento do IEFP em 10%
e, mais recentemente, anunciou
uma nova injeção de cem milhões
de euros. Alheio a estes movimentos financeiros, E.A. regista apenas
que cinco meses após ter visto as
candidaturas serem aceites e contratado os novos trabalhadores
continua sem receber os apoios es-
MEDIDA
Subsídio europeu
tem de ser bem feito
› A criação de um subsídio
europeu de desemprego
poderá ajudar à recuperação da economia e irá reforçar a dimensão social do
projeto europeu. É desta
forma que o ministro do
Trabalho e da Segurança
Social vê uma medida que
começou a ser equacionada
há já alguns anos e cujo
processo de discussão se
tem aprofundado.
Em declarações ao DN/
/Dinheiro Vivo, Vieira da
Silva acentua que para se
atingirem aqueles objetivos
é necessário que seja “bem
desenhada e eficaz”. Este
subsídio europeu permitirá
reforçar o seu papel de estabilizador automático.
perados. Desde o início de fevereiro que a resposta dos serviços é
sempre a mesma: o seu processo
está em fase de “cabimentação”.
O empresário, ligado à produção
e exportação de vinhos, lamenta o
atraso e acentua as dificuldades
que estas situações trazem a quem
tem projetos para lançar e precisa
de contratar pessoas. “Se não puder pagar e precisar mesmo do dinheiro que vem do apoio à contratação, não pode avançar com o
projeto. Tem de ficar parado.”
João Vieira Lopes, presidente da
Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), está a par
de mais casos de empresários que
aguardam pela chegada dos apoios
e que se queixam da espera, mas
garante que esta não é uma situação nova. “É um problema clássico,
com vários anos, estes atrasos no
pagamento às empresas. É errado,
mas infelizmente é normal”, confessa ao DN/Dinheiro Vivo. Tal
como sucede com o reembolso dos
impostos, por exemplo, o ritmo da
transferência das verbas para as
empresas pode ajudar a compor a
execução orçamental. Se atrasar.
A utilização de medidas ativas de
emprego por parte das empresas
conheceu um forte impulso nos últimos anos, mas os resultados indicam que apenas uma percentagem
acaba por dar origem à criação de
um novo emprego e são ainda menos as que levam a uma contratação sem termo.
No caso dos estágios, a taxa de
empregabilidade após a sua conclusão ronda os 38% e cerca de um
terço destes jovens são contratados
a prazo. Nos apoios à contratação
(em que o Estímulo Emprego se inclui através da concessão de um
apoio que oscila entre os 80% e os
110% de um indexante de apoios
sociais) 45,8% das pessoas estavam
na mesma empresa durante 12 meses após o fim da medida, sem beneficiarem de apoios adicionais. É
que o atual esquema de medidas
ativas permite que uma mesma
pessoa possa ser abrangida por várias: estágio, apoio à contratação e
isenção de TSU. O custo para o Estado dos participantes em estágios
que depois são empregados com
apoios à contratação pode oscilar
entre seis mil e 21 mil euros, dependendo do nível de escolaridade da
pessoa , do ordenado e do tipo de
contrato. Na simulação mais cara
foi tido em conta um salário de 1200
euros. O Estímulo Emprego visa essencialmente a contratação de desempregados, vítimas de violência
doméstica ou pessoas a receber o
rendimento social de inserção, chamado rendimento mínimo.
16
DINHEIRO
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
A380. O superjumbo da Airbus
é um megaflop de vendas
Aviação. Companhias aéreas trocam as encomendas do maior avião do mundo por modelos mais económicos.
Fabricante europeia vendeu menos mil aviões do que esperava. Agora vai cortar a produção para menos de metade
Airbus A380
A Airbus previa vender 1200 A380 no espaço
de 20 anos. Passados 11 anos de produção, estão ao
serviço apenas 193 gigantes do ar, com capacidade para
transportar até 650 passageiros. A Emirates é a campeã
dos A380 com 81 aviões, seguida da Singapore Airlines,
com apenas 19. Ao mesmo tempo, estão a aumentar
as vendas de aviões mais pequenos e mais eficientes.
Levanta voo
e aterra em
apenas 3
minutos
Filme (fibra de vidro)
entre os vidros que
impede os estilhaços
e prolonga a
resistência à
corrosão
Lâmina
de alumínio
0,38mm
Em todo o mundo,
existem 230
aeroportos com
infraestruturas
para receber o
A380
27 painéis de
vidro reforçados
com compósitos
de alumínio
Pisos do avião
Total de lugares para passageiros: 555
Piso superior
Dois elevadores,
duas escadas rolantes,
17 galerias e 17 lavabos
Piso principal
Lugares
em turística
1,07 m
Lugares em
executiva
1,37 m
Lugares
em turística
1,57 m
Lugares
em primeira
classe
1,45 m
(conj. 2)
(conj. 2)
(conj. 3)
(conj. 2)
Os lugares em primeira
classe têm a possibilidade de
ser convertidos em quartos
14 720 km
Alcance
1008 km/h
Velocidade de cruzeiro
560 toneladas
Máx. peso na descolagem
8,1 mil milhões de euros
Custo
Piso superior
Lugares para passageiros: 199
Dimensões
72,727 m
24,1 m
Piso principal
Lugares para passageiros: 356
Os quatro motores Rolls-Royce
têm a potência de cerca de três
bombardeiros B52, no momento
da descolagem
Lugares em primeira classe: 22
Lugares em turística: 334
Lugares da tripulação de cabina: 12
Zona de arrumação para casacos: 1
Galleys (cozinhas): 9
ANA MARGARIDA PINHEIRO
Quando foi lançado, em 2007, o
superjumbo A380 da Airbus, um
gigante de dois andares com capacidade para 650 passageiros, era
cobiçado pelas companhias aéreas de todo o mundo. A Lufthansa foi a escolhida para a estreia, em
março desse ano, que teve direito
a pompa e circunstância no Aeroporto JFK, nos Estados Unidos. O
desenho e a produção do superjumbo custou 22 mil milhões de
euros e a construtora aeronáutica
europeia previa vender 1200
aviões deste modelo só nos primeiros dez anos. Mas a década
W.C.: 10
Zona de arrumação: 1
Elevadores: 2
Escadas: 2
está no fim e, afinal, o maior avião
comercial do mundo apenas teve
encomendas para um total de 193
unidades.
O megaflop de vendas já levou a
Airbus a anunciar que irá reduzir a
produção para metade no próximo ano. E nos meios aeronáuticos
já se especula sobre o fim do concorrente do 747 da fabricante norte-americana Boeing.
“A companhia não vai recuperar
disto”, disse à Bloomberg Richard
Aboulafia, consultor de aviação do
Teal Group, depois de a Airbus ter
aproveitado o salão internacional
aeronáutico de Farnborough, no
Reino Unido, para dizer que apenas irá produzir 12 superjumbos
79,750 m
Lugares em executiva: 96
Lugares em turística: 103
Lugares da tripulação de cabina: 8
Zona de arrumação para casacos: 6
Galleys (cozinhas): 8
WC: 7
Zona de arrumação: 1
Elevador: 2
Escadas: 2
Beliches para a tripulação: 5
em 2018, de modo a adaptar a produção à procura. No ano passado,
a fabricante europeia de aviões tinha produzido 27 destes modelos.
O problema é que na lista de pedidos para os próximos cinco anos
contam-se unicamente 126 encomendas...
As vendas baixas não são de
hoje. Com 193 aviões a voar, o A380
só atingiu o breakeven no ano passado. E mesmo assim garças especialmente ao impulso de um único cliente: a Emirates, que tem 81
destes superaviões. A segunda
maior proprietária é a Singapore
Airlines, que tem apenas 19 A380
na sua frota.
Fabrice Brégie, CEO da Airbus,
garante que “o A380 está aqui para
ficar”. Mas assume que o corte na
produção é “um passo prudente e
proativo” que permite rever o planeamento industrial. Questionada pelo DN/Dinheiro Vivo, a Airbus completa: “Na sua classe, o
A380 não tem concorrentes. Os
passageiros amam o conforto dos
assentos mais largos e as compa-
Airbus previa, em 2007,
vender 1200 aviões
A380 em dez anos.
Até agora vendeu 198
30,372 m
7,112 m
29,598 m
51,400 m
Fonte: www.airbus.com; Sunday Times e Graphic News
Piso inferior (carga)
nhias beneficiam de um ganho potencial extraordinário nas rotas e
nos aeroportos de maior tráfego
pela sua capacidade adicional gerada pelos dois pisos de assentos.”
Para reforçar a importância do
superjumbo, a Airbus lançou inclusivamente um novo website
(IflyA380.com) que vai servir de assistente de reservas. “Estamos a
manter, a inovar e a investir no
A380 para o manter como o favorito dos aeroportos, das companhias aéreas e dos passageiros.”
Como se explica então o fracasso de vendas do A380? É essencialmente uma alteração do padrão de
compras. Há quase dez anos, o que
despertou a curiosidade e o inte-
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17
DINHEIRO
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Um provocador
à frente do research
do Banco Mundial
Nomeação. Paul Romer é um crítico da
excessiva dependência de estatísticas e
da linguagem descuidada usada nos estudos
JOANA PETIZ e VÍTOR MARTINS
Só com um investimento sério no
conhecimento, no capital humano
e na inovação é possível realmente
voltar a crescer. A teoria de Paul Romer, apresentada num paper de
1990, continua a ser vista, 30 anos
passados, como um dos mais relevantes trabalhos da área económica. Economista da Universidade de
Nova Iorque, foi este o homem escolhido para suceder ao indiano
Kaushik Basu como economista-chefe do Banco Mundial.
“Sim, os rumores estavam corretos. Estou bastante contente por
dar as boas-vindas ao nosso novo
economista-chefe”, afirmou Florence Kondylis, também economista do Banco Mundial, no seu
perfil no Twitter. A nomeação deve
ser oficializada hoje.
Crítico da linguagem utilizada
– “uma escrita clara resulta em pensamentos claros, uma escrita descuidada produz reflexão confusa” –
e dos métodos “excessivamente
agarrados a estatísticas muitas vezes desgarradas da realidade” da
instituição, Paul Romer deverá promover mudanças estruturais enquanto economista-chefe.
Romer, que chega ao Banco
Mundial numa altura de arrefecimento da economia mundial, de
dívidas públicas elevadas e défices
por controlar, “deverá ser uma importante voz provocadora nos
meios económicos”, dizem os analistas. Hoje com 60 anos, o economista foi chamado aos grandes
centros de pensamento económico na sequência do seu trabalho na
chamada teoria do crescimento
endógeno, em que defende o papel
das pessoas e da tecnologia como
fatores absolutamente essenciais
para pôr a funcionar o motor do
crescimento.
Os seus trabalhos estão em linha
com os esforços de Jim Yong Kim,
presidente do Banco Mundial, para
transformar a instituição num
“banco de conhecimento” ao qual
as nações mais pobres possam recorrer para impulsionar a retoma.
Em declarações ao Financial Times, Scott Morris, antigo responsável do Tesouro norte-americano,
considerou que a escolha de Romer para a instituição – um “economista superstar” – reflete uma
mudança na reputação do Banco
Mundial, que passou a estar mais
ativamente empenhado e comprometido com os assuntos globais mais relevantes.
As cidades e o crescimento
Paul Romer chega ao Banco
Mundial num momento em que os
economistas da instituição se mostram preocupados com “o atraso
de décadas” que o arrefecimento
económico mundial já provocou
no processo de desenvolvimento
das nações mais frágeis. “Muitas
vezes não nos apercebemos de
como a mais pequena das mudanças pode influenciar o mundo”, escreveu o novo economista-chefe
no seu blogue.
A influência das cidades na
transformação das economias é
outra área que tem trabalhado, defendendo que os centros mais pobres de países em desenvolvimento deviam ser usados como ponto
de partida para “impulsionar o
crescimento e a mudança”.
DR
resse das companhias aéreas está
basicamente agora a afastá-las.
Quando apareceu, o A380 conquistou pela sua grandeza. Pode
levar até 650 passageiros nos seus
dois andares disponíveis, tem uma
área equivalente a três courts de ténis ou a um quarto de um campo
de basquetebol. Além disso, tem
casa de banho com chuveiro na
primeira classe, assentos de couro
e lounges para relaxamento, que
são também bares de cocktails.
Com a indústria de aviação cada
vez mais ameaçado pela forte concorrência das low-cost, e com uma
pressão constante para baixarem
as tarifas, as companhias aéreas
pedem hoje o contrário, procurando modelos mais económicos e leves, com menor pegada de carbono e menos lugares disponíveis, características que estão, por
exemplo, a atraí-las para os modelos NEO, que poupam até 15% de
combustível.
Além disto, o preço tabelado do
A380 é muito elevado: 432,6 milhões de dólares, números que
mais uma vez contrastam com os
A319, A320 e A321 NEO, que lhes
fazem sombra. Para já não falar de
que muitos dos aeroportos não
têm pistas onde o gigante dos ares
possa aterrar.
“No salão de Farnborought tornou-se patente que o tempo das
macroencomendas de aviões comerciais chegou ao fim. O arrefecimento da economia mundial e a
incerteza gerada pelo brexit estão
a arrefecer o interesse das companhias aéreas dos EUA e da Europa.
Agora, as protagonistas são as empresas asiáticas”, dizem os analistas.
Companhias como a malaia AirAsia, que selou um dos maiores
contratos do salão internacional de
aeronáutica – encomendou à Airbus cem aviões A321 NEO, o modelo maior da frota de aviões comerciais de um só piso. O negócio
envolve 12 500 milhões de dólares,
qualquer coisa como 11 250 milhões de euros, tanto como a linha
de crédito da troika para o saneamento dos bancos portugueses.
A indiana GoAi comprometeu-se a
comprar outros 72 aviões do mesmo modelo, num investimento total de 6900 milhões de euros.
Este interesse explica que, apesar de bem recentes no mercado, o
A319 NEO tenha já 58 encomendas, o A320 NEO 3396 (embora só
oito tenham sido entregues) e o
A321 NEO outros 1129 pedidos.
“O tráfego aéreo na Ásia, e particularmente na China, está a crescer
muito rapidamente, ao contrário
do que acontece na Europa. Por
isso é normal que as maiores companhias asiáticas estejam a reforçar
as frotas, sobretudo com aviões
mais pequenos e económicos.”
A Airbus reconhece. “O futuro
do mercado de aviões de um só
piso, como os NEO, está especialmente forte graças ao impulso do
crescimento das companhias aéreas de baixo custo e à procura de
mercados emergentes.” com V.M.
Paul Romer, 60 anos, deve ser oficializado hoje no Banco Mundial
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SOCIEDADE
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
CRIMINALIDADE
2272
› queixas-crime em Lisboa
A capital teve um aumento de 3,8%
de denúncias em 2015, segundo o
Relatório Anual de Segurança Interna.
370
› turistas assaltados por mês
ANTÓNIO ARAÚJO/LUSA
De janeiro a abril, a PSP de Lisboa registou 1478 furtos de carteiras, mais
25,8% que em igual período de 2015.
Melhoria das instalações da PSP “não é de concretização fácil”
OBJETIVO “Estamos, neste momento, a programar a melhoria das infraes-
truturas e dos equipamentos da PSP, através de um planeamento mais realista de investimento, com especial cuidado para as necessidades mais urgentes”, disse a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de
Sousa, na cerimónia dos 149 anos da PSP, no dia 5. “Este não é um objetivo de concretização rápida ou fácil”, ressalvou, devido “sobretudo aos constrangimentos” administrativos, orçamentais e legais que existem.
A ministra quer reforçar a “dimensão operacional” da polícia.
Oito esquadras da PSP
em Lisboa vão fechar portas
Segurança. Plano antigo para encerrar instalações em Carnide, Rego, Arroios, Boavista
ou Alcântara vai mesmo avançar. Ministério alega que permitirá colocar 80 polícias nas ruas
RUTE COELHO
Carnide, freguesia de Lisboa com
dois bairros municipais difíceis,
Horta Nova e Padre Cruz, arrisca
ficar sem as duas esquadras da PSP
que servem essas populações, a
32.ª e a 36.ª, respetivamente, porque distam pouco mais de 800 metros entre si e apenas um quilómetro da esquadra principal de Carnide. Por isso estão na lista das oito
instalações de polícia que vão ser
desativadas. O plano de as encerrar “está a ser ultimado”, garantiu
ao DN o Ministério da Administração Interna (MAI), assegurando
que “em termos de poupança financeira será pouco significativo”.
Mas, “em termos de recursos humanos terá um enorme reflexo. Oito esquadras desativadas em Lisboa vão significar mais 80 elementos da PSP na rua”, explicou o
gabinete da ministra Constança
Urbano de Sousa.
As esquadras que vão fechar as
portas são: 10.ª, em Arroios (1.ª Divisão); a 16.ª, no Bairro do Condado (antiga zona J de Chelas, 2.ª Divisão); 29.ª na Quinta do Cabrinha
(4.ª Divisão); 31.ª do Rego (3.ª Divisão); 32.ª no bairro da Horta Nova
(3.ª Divisão) e 36.ª no Bairro Padre
Sindicatos
concordam com o fecho
se significar mais
meios operacionais
Cruz (3.ª Divisão); esquadra do Tribunal de Monsanto e 43.ª no bairro da Boavista. Está ainda prevista
a saída da Divisão de Investigação
Criminal (DIC) de Alcântara para
um edifício na freguesia de Carnide, que seria na sede de uma mega
esquadra. Quanto à sede da 4.ª Divisão da PSP, no Largo do Calvário,
em Alcântara, acabaria por se mudar para o atual edifício da DIC.
Sindicatos impõem condições
O plano proposto para a reorganização do dispositivo do comando
de Lisboa da PSP ao MAI é antigo e
nasceu no tempo em que o atual
primeiro-ministro António Costa
detinha a pasta da Administração
Interna (de 2005 a 2007, governo
liderado por José Sócrates), segundo recordou Paulo Rodrigues,
presidente da Associação Sindical
dos Profissionais da Polícia (ASPP/
/PSP). “Fomos ouvidos sobre este
plano quando era ministro. E o que
defendemos então continua a ser
válido. A reorganização tinha de
garantir duas coisas: que se encerravam esquadras que estivessem
demasiado próximas entre si mas
também que sempre que se pensasse em fechar uma esquadra teria de ser ouvida a população.”
Paulo Rodrigues não viu até agora
esse envolvimento das comunida-
RESISTÊNCIA
Carnide vai
“lutar até ao fim”
› O presidente da Junta de
Freguesia de Carnide, Fábio
de Sousa (CDU), afirmou ao
DN que se o governo avançar
com o plano “está a retroceder”. “Em Carnide temos
resistido muitíssimo.
Venderam-nos a ideia de
uma megaesquadra na zona
empresarial da freguesia
mas somos a favor do serviço público de qualidade e do
policiamento de proximidade.” E sublinha que a freguesia “tem o maior bairro municipal da Península Ibérica,
o Padre Cruz, cuja esquadra
abriu ainda antes de vir a
população, há 20 anos”.
Por isso avisa: “Vamos lutar
até ao fim.”
27
› câmaras de videovigilância
Estão instaladas no Bairro Alto e têm
ajudado a PSP na prevenção do
crime. Polícia também quer na Baixa.
36
› bairros de risco na Grande Lisboa
A polícia classificou-os assim em
2009. Estão localizados nos concelhos de Lisboa, Amadora e Loures.
des. “O anterior ministro Miguel
Macedo retomou o plano e foi-nos
perguntada a opinião. Voltámos a
dizer o mesmo, acrescentando que
se se fecham esquadras é preciso
ter, em alternativa, mais viaturas
para patrulhamento, mais visibilidade nas ruas e mais meios logísticos.” A atual ministra ainda não
perguntou a opinião da ASPP e de
outros sindicatos sobre o plano.
Mário Andrade, presidente do
Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP/PSP), entende que “o encerramento de esquadras é preferível do que não ter efetivo para
elas. Assim libertamos agentes
para os serviços operacionais”. E dá
o exemplo da freguesia de Carnide
que “tem três esquadras que distam um quilómetro entre si. Não
faz sentido”. Mas depois, sublinha,
“é preciso compensar com mais
meios, nomeadamente carros-patrulha”.
Fonte da hierarquia que acompanhou o plano desde o seu início
assegura ao DN que os entraves
continuam a ser os mesmos: a resistência de alguns presidentes de
juntas de freguesia ao fecho de algumas destas subunidades da PSP.
É o caso do autarca de Carnide (ver
caixa), que não aceita o encerramento das esquadras nos bairros
Horta Nova e Padre Cruz, mas também do presidente da junta de Alcântara, que rejeita o fecho do posto policial da Quinta do Cabrinha
(bairro que realojou os habitantes
do degradado Casal Ventoso). Este
autarca não esteve contactável.
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
SOCIEDADE
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Com um clique, Hospital de São José
gere vagas na urgência e internamentos
Tecnologia. Aplicação do Lápis permite ver as camas livres, dar notas de alta e fazer inscrições
dos doentes através do computador e com baixos custos. Ganhou uma menção honrosa
ANA MAIA
Imagine um funcionário no balcão
de entrada da urgência do Hospital
de São José, em Lisboa. Está sozinho e toca o telefone. É alguém que
quer saber de um doente. Ao mesmo tempo uma pessoa quer registar a entrada, outra pergunta pelo
familiar que está na urgência e surgem pelo meio um pedido de alta e
outro de transferência para um internamento.
Foi devido a este cenário que quatro profissionais – Teresa Pêgo, administradora de urgência geral, Maria José Silva, coordenadora administrativa da urgência polivalente,
António Lourenço, diretor de gestão
do sistema informático, e Ivo Firmino, técnico de informática – criaram
uma app que permite ver as camas
livres no internamento, dar notas de
alta e fazer inscrições dos doentes
através do computador e com baixos custos. A Aplicação do Lápis permite dar resposta na maioria dos casos em 15 minutos. Teve direito a
uma menção honrosa na 3.ª edição
do Healthcare Excellence (atribuído
pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares) e já
despertou o interesse de outros hospitais. “A necessidade aguça o engenho”, diz ao DN Teresa Pêgo.
Do Centro Hospitalar Lisboa
Central (CHLC) fazem parte seis
hospitais: São José, Santa Marta,
Capuchos, Curry Cabral, D. Estefânia e Maternidade Alfredo da Costa. Esta é uma das características
que tornam o centro hospitalar tão
complexo, sobretudo nos dias úteis
a partir das 16.00, fins de semana e
feriados, quando o administrativo
da urgência está sozinho. Teresa
Pêgo exemplifica: “O administrativo recebe um pedido de transferência de um doente da urgência para
“
Durante a experiência,
72% dos pedidos
foram concretizados
em 15 minutos
TERESA PÊGO
ADMINISTRADORA
DE URGÊNCIA GERAL
o internamento. Estava sempre dependente de o enfermeiro-chefe do
serviço atender o telefone. Nem
sempre a ligação estava disponível,
se não houvesse vaga tinha de ligar
para outro serviço. Tudo isto cria
constrangimentos e o tempo entre
a comunicação e a concretização
podia demorar.”
A Aplicação do Lápis “é muito
simples” e comunica diretamente
com o sistema de gestão do hospital
(SONHO), permitindo uma visualização online das vagas em todos os
serviços dos seis polos. “Por exemplo, um doente tem ordem de internamento em urologia. O profissional seleciona um polo, São José, e clica na aplicação. Consegue ver a taxa
de ocupação daquele momento, os
quartos, as camas ocupadas e as vagas, se há macas no serviço, o fluxo
de doentes, se é possível converter
camas de homens em camas de mulheres e vice-versa”, explica, garan-
tindo que “não há risco de divulgação de dados confidenciais porque
não há acesso a dados clínicos”.
O acesso é feito através de password. Além de permitir fazer o pedido, que segue por e-mail automaticamente para todos os administrativos afetos à urgência, é possível
saber em que fase está, quanto tempo demorou a ser resolvido e avisa
os enfermeiros responsáveis pelos
serviços quando um doente é encaminhado.
“Em 27 meses de experiência,
72% dos pedidos que foram feitos
através da aplicação foram concretizados até 15 minutos. Não se sobrepõe à comunicação dos serviços, mas clarifica a realidade e responsabiliza as pessoas. Reduziu o
tempo de resposta, os conflitos,
rentabilizou recursos humanos,
permitindo que cada um tenha
mais tempo para o que é importante: prestar melhores e mais rápidos cuidados de saúde.”
Durante esse tempo a aplicação
tem sido alargada a vários serviços e
às urgências pediátricas e obstetrícias. Mas ainda há muito por onde
crescer, à medida em que for usada
em mais serviços. “Foi muito bom
ter o reconhecimento do trabalho
de equipa. Já temos algumas instituições que mostraram interesse
em ter a aplicação”, revela Teresa
Pêgo, adiantando que a aplicação
tem baixo custo: a estimativa anual
ronda os 2300 euros.
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SOCIEDADE
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
Dezenas de casas no Monte Clérigo são
para demolir. Donos querem explicações
Ambiente. Está em consulta pública a proposta de Programa para a Orla Costeira entre Odeceixe e Vilamoura que
reduz para quase metade as habitações da praia. Moradores dizem que está tudo legal e querem travar a medida
Na praia de Monte Clérigo o mar
continua a bater nas rochas, como
sempre, desenhando ao vivo um
postal ilustrado único na costa vicentina. Mas é uma espuma de angústia que salpica os habitantes da
aldeia, por estes dias. Aquele é um
dos tesouros mais bem guardados
do concelho de Aljezur: uma zona
com cerca de cem casas, tem 35
ameaçadas de demolição pela
Agência Portuguesa do Ambiente,
a coberto do Programa para a Orla
Costeira (POC), entre Odeceixe e
Vilamoura.
Não são barracas construídas ilegalmente sobre a areia, nem tão-pouco comparáveis às construções na margem da ria Formosa, ali
edificadas depois de Abril de 1974.
“São casas que pagam IMI, com
água e luz elétrica, muitas delas começaram a ser construídas em pedra, quase há cem anos”, conta ao
DN José Alberto Lucas, um dos proprietários que viu a casa marcada
no plano traçado pela Agência Portuguesa do Ambiente, o tal POC,
que está em discussão pública até
amanhã.
Natural de Aljezur, comprou há
muitos anos uma dessas casas no
Monte Clérigo, datada de 1966. “Sou
a única pessoa que tem escritura do
terreno. Comprei-a já feita. Se estivesse ilegal não podia celebrar uma
escritura pública. Tinha autorização
de construção por parte da câmara
e projeto aprovado”, contou ao DN
o empresário, que mora em Lisboa
há muitos anos, mas mantém ligações a Aljezur e àquele aglomerado
de casas.
Desde o dia 14 de junho a vida de
José Alberto Lucas nunca mais foi a
mesma, quando um amigo lhe telefonou a perguntar se já sabia do
POC. É que a casa dele e as de mais
três dezenas de proprietários, moradores, centenas de amigos daquela praia que faz parte do tradicional Barlavento Algarvio, estavam
marcadas para ser demolidas.
Muitos deles juntaram-se para
constituir a Associação da Praia do
Monte Clérigo, onde Lucas é tesoureiro. Inconformado, está disposto
a lutar não apenas pela sua casa
como por toda aquela população.
“Começo a não entender muito
bem o país onde vivo. Pensava que
devia ser protegido pela própria
Constituição. Não pode chegar ali
alguém, só porque sim, ou porque
existe qualquer coisa que não sabemos o que é, ou que há algum plano
para ali, e dizer a quem lá mora
Ministério tem de
intervir, pede câmara
‘toma lá uns milhares e vai-te embora’. As casas têm o seu valor nas finanças, mas não tem preço alguém
ter uma casa ali. Não há parâmetros
de comparação. É um sítio único.”
› “É uma ingerência e uma
deslealdade institucional
grande.” O presidente da
Câmara de Aljezur, José
Amarelinho, referiu-se
assim à proposta da
Associação Portuguesa
do Ambiente que está em
discussão pública. O autarca, eleito pelo PS, falou ao
DN na sexta-feira, após um
encontro com o ministro
do Ambiente e o secretário
de Estado, em Vagos, à margem de um evento em que
participava. “Foi uma surpresa. Andávamos a trabalhar com a Região Hidrográfica do Algarve uma proposta, em sede de concertação, e eis quando me aparece esta [a proposta], em discussão pública, que nada
tem que ver com o previsto”,
afirmou, esperançado
na intervenção direta do
governo. Já a APA remeteu
para os próximos dias a resposta às questões do DN.
Com que argumento?
No blogue https://praiadomonteclerigo.wordpress.com/, Nuno Barros faz uma descrição completa do
que está em causa, remetendo os visitantes para a consulta pública.
É este biólogo que preside à associação que tem por base defender o
Monte Clérigo “das discrepâncias
factuais que o POC-OV prevê. Esta
será a única intervenção em larga
escala ao longo de todo o Barlavento Algarvio. Porquê?” A pergunta está sem resposta desde há um mês,
quando o grupo de moradores tentou pela primeira vez chegar à fala
com a Agência Portuguesa do Ambiente – Administração da Região
Hidrográfica do Algarve.
“Até hoje não conseguimos que
nos recebessem. Tudo o que temos
é o apoio da Câmara de Aljezur, que
se tem mostrado empenhada. A verdade é que, quando terminar a consulta pública, isto entra na fase política”, acredita Nuno Barros, certo de
que “só aí será possível (ou não) travar esta incongruência”, tal como
afirmou ao DN. José Alberto Lucas
APELO
concorda com o presidente da associação. “Acho que temos obrigação
de pôr em causa este programa. Não
existem critérios definidos para a escolha da casa A ou da casa B. Pior:
não existe um argumento claro. Há
casas que estão no domínio público
marítimo e que não estão marcadas,
outras fora desse domínio estão
marcadas. Há casas legalizadas que
estão marcadas e outras construídas
clandestinamente não estão. Alguém nos explique como é que do
total de demolições previstas para
todo o Algarve, 80% seja na praia de
Monte Clérigo.”
Essa é apenas uma das muitas
dúvidas que assolam moradores e
proprietários daquele aglomerado
urbano do concelho de Aljezur. Mas
há outras. “A plataforma digital onde
as pessoas podem fazer a sua reclamação é de grande dificuldade.
Imagine as dificuldades de uma
pessoa de 80 anos, como a senhora
que mora lá o ano inteiro, e cuja casa
está marcada para demolição”,
aponta José Alberto Lucas. De permeio, não lhe sai da cabeça um
anúncio que viu, publicado já neste
ano, em que aparece à venda “uma
herdade, por dez milhões de euros,
suportado por um projeto megalómano, recusado há anos pela Câmara de Aljezur”, para a zona.
Alemão é o mais
rápido a resolver
cubo de Rubik
REUTERS/DAVID W CERNY
PAULA SOFIA LUZ
CAMPEÃO O alemão Phillip
Weyer resolveu o cubo de Rubik
em 7.88 segundos e tornou-se o
europeu mais rápido a terminar
o puzzle, na competição que
decorreu neste fim de semana
em Praga (República Checa).
Na realidade, Weyer foi o segundo mais rápido na prova, mas
como o vencedor foi o australiano Feliks Zerndegs (o atual campeão do mundo fez 7.07 segundos), o germânico assegurou o
título europeu. Segundo a agência Reuters participaram na
competição 500 jogadores. Este
foi o 7º Campeonato Europeu do
Cubo de Rubik e estava dividido
em 18 categorias. O cubo mágico, como também é conhecido,
é um quebra-cabeças tridimensional inventado pelo húngaro
Erno Rubik em 1974.
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
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A aposta na inovação
pode levá-lo bem longe
O Prémio Inovação NOS está de volta para premiar os projetos mais inovadores
em 30 empresas ou instituições. É uma oportunidade de ouro para trazer o devido
reconhecimento ao seu negócio e vê-lo crescer.
No caso da Critical Materials, depois de ter conquistado
a categoria de PMEs em 2015, veio a registar um crescimento
de 12% em 2016 e a potenciar a sua presença nos mercados
estrangeiros.
Este ano, pode ser o seu projeto a vencer.
Inscreva-o já em premioinovacaonos.pt
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Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
SOCIEDADE
Uma molha
por um mundo
sem machismo
ESPANHA A zona madrilena de
REUTERS/JAVIER BARBANCHO
Puente de Vallecas realizou
ontem a sua Batalha Naval
anual, durante o Festival Virgen
del Carmen, desta vez na luta
por um mundo sem machismo.
A ideia da organização foi criticar a violência de género, tendo
também marcado presença na
rede social Twitter com a hashtag #Nosqueremosvivas. Esta
iniciativa ganha ainda mais relevo porque Espanha é um dos
países da Europa onde existem
mais casos de violência doméstica. Os mais de 13 mil participantes pegaram nos baldes e
molharam-se uns aos outros
por uma causa justa, numa
batalha naval que é tradição
desde o ano 2000. Mas nem
só de água, que muito jeito deu
devido às elevadas temperaturas, se fez a luta. Às 13.30, na
Plaza de Puerto Rubio, uma
gigantesca paelha foi servida
a 600 pessoas.
Toneladas de frutos e legumes
vão para o lixo porque são feios
Alimentação. Agricultores portugueses dizem que quase 30% da produção anual não chega
a ser comercializada porque apresenta defeitos na cor, no formato ou no tamanho
JOANA CAPUCHO
O “culto da perfeição” está a fazer
que os americanos deitem para o
lixo quase tanta comida como a
que consomem. Por apresentarem
pequenos defeitos ou escaparem
aos padrões definidos, muitas toneladas de alimentos não chegam
aos supermercados e, em muitos
casos, ficam a apodrecer nos campos. Por cá, é estimado que os portugueses desperdicem um milhão
de toneladas de alimentos por ano,
o equivalente a 17% do que é produzido. Tal como nos EUA, muitas
toneladas de vegetais e fruta são
descartadas por não serem “perfeitos”.
Uma grande quantidade de produtos frescos produzidos nos EUA
é deixada a apodrecer nos campos,
usada para alimentar gado ou depositada nos aterros, devido a padrões de beleza “irrealistas e inflexíveis.” A informação é avançada
pelo jornal The Guardian, que entrevistou agricultores, distribuidores e outras pessoas ligadas ao setor alimentar.
De acordo com as estatísticas
oficiais do governo norte-americano, cerca de 60 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente, o que corresponde a um terço da produção. Mas o
novo estudo aponta para uma realidade mais dramática: metade do
que é produzido não chega aos
consumidores. Isto não só aumenta a fome e a pobreza, como tem
graves consequências ambientais.
Em Portugal, é estimado que um
milhão de toneladas de alimentos
seja deitado para o lixo anualmente. “Seguramente, entre 20 e 30% do
que é produzido pelos agricultores
não é comercializado”, adiantou ao
DN João Dinis, dirigente da Confederação Nacional de Agricultores.
Em causa estão pequenos defeitos
na cor, no calibre ou no formato.
“As pessoas têm de se desfazer delesa: ou dão ao gado ou vão para o
lixo”, explicou o agricultor. Mas, se
não houver escoamento, há quem
prefira não colher, para não ter
mais custos. “Há situações em que
o agricultor fica a chorar a olhar
para o que não consegue escoar”,
explicou.
Apesar de não atingir os padrões
de consumo, João Dinis ressalva
que “há muita produção nacional
que, não tendo a calibragem exigida, é de grande qualidade alimentar”. E o custo da produção recai sobre tudo o que é produzido, pelo
que há um grande prejuízo para os
agricultores.
Ao DN, Isabel Jonet, presidente
do Banco Alimentar contra a Fome, explica que “na agricultura,
não se pode falar em desperdício,
uma vez que, quando fica no solo,
há reposição de matéria orgânica e,
noutros casos, a produção é usada
para alimentar os animais”. Só
quando vão para aterros é que a
fruta e os legumes são considerados desperdício. “Se não forem,
será excedente.” Não se sabe que
percentagem de produção é deixada nos campos, mas Isabel Jonet
lembra que “há muitos incentivos
para a doação de hortofrutícolas.
Os agricultores são pagos para não
destruírem o excedente e o doarem
aos bancos alimentares”.
Anualmente, o Banco Alimentar
distribui cerca de 30 mil toneladas
de alimentos. “75% são excedentes
alimentares, que seriam destruídos, com impacto ambiental e custos associados”, adianta.
Para combater o problema, os
americanos estão a criar serviços
de venda de produtos que fogem
aos padrões de beleza, à semelhança do que acontece em Portu-
DADOS
89
› milhões de toneladas
Na União Europeia, o desperdício de
alimentos chega aos 89 milhões de
toneladas/ano. A Comissão Europeia
recomendou redução para metade.
1,3
› mil milhões de toneladas
Os países industrializados desperdiçam 1,3 mil milhões de toneladas de
alimentos por ano, o que daria para
alimentar 925 milhões de pessoas.
gal com o projeto Fruta Feia, que
desde 2013 evitou que 300 toneladas de fruta e legumes fossem descartados. Joana Baptista, membro
da cooperativa, explicou ao DN
que compram aos agricultores
“produtos que têm um defeito estético – problemas na forma, cor,
tamanho – mas que têm a mesma
qualidade”, para serem colocados
em cestas e vendidos nos pontos
de distribuição. As mais pequenas
(três a quatro quilos) custam 3,5
euros e têm sete variedades de produtos, as maiores (seis a oito quilos) têm oito variedades e custam
sete euros.
“Os olhos também comem e a
estética é apelativa, mas as pessoas
que consomem Fruta Feia ligam à
qualidade e não à aparência”, diz
Joana Batista, acrescentando que o
movimento trabalha para “inverter
a tendência” do culto da perfeição.
Nos últimos anos, várias organizações mostraram-se empenhadas
em reduzir a quantidade de alimentos que vai para o lixo ao longo de
toda a cadeia. Ana Isabel Morais, diretora-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição,
diz que “há muito que o setor desenvolveu políticas, ações e parcerias para encaminhar para reutilização o que pode resultar em desperdício”. Entre outras medidas,
procura fazer “uma gestão mais eficiente de stocks, embalagens adequadas ao perfil do consumidor,
transformação de excedentes, formação de colaboradores”. Em Portugal, a Assembleia da República
declarou 2016 como Ano Nacional
de Combate ao Desperdício Alimentar, tendo sido lançadas várias
recomendações nesse sentido.
SERVIÇOS
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
SORTE
PREVISÃO DO TEMPO
Joker de 17 de julho de 2016
O número saído no sorteio nº 29/16,
ontem, é:
6948536
Euromilhões
Sorteio de 15 de julho de 2016
2-11-13-14-21
1º prémio
0
2º
10 (0 em Portugal)
3º
18 (1 em Portugal)
4º
83 (5 em Portugal)
5º
1372 (235 em Portugal)
6º
2 825
7º
2 753
8º
36 350
9º
55 624
10º
114 885
11º
171 840
12º
701 192
13º
1 458 141
Sorteio 57/16
Estrelas: 1-8
(b)
133 037,29 €
24 636,53 €
2 671,43 €
141,40 €
68,67 €
50,33 €
17,53 €
10,96 €
8,92 €
10,48 €
6,95 €
3,42 €
Totoloto
Sorteio de 16 de julho de 2016
Sorteio 57/16
4-13-23-28-46
Número da sorte: 8
1º prémio
0
(a)
2º
0
(b)
3º
176
284,04€
4º
6 784
4,09 €
5º
91 747
1,81 €
Nº sorte
117 272 Reembolso da aposta
(a) Previsão 1º prémio com jackpot 2 600 000,00 €
(b) Nos termos do Regulamento, o montante do 2º
prémio acumulou com o montante do 3º prémio
FARMÁCIAS
150
Viana
do Castelo
Bragança
170 360
110 300
Portugal continental
Madeira e Açores
Vila Real
150 320
Porto
15
0
0
0
20 28
AÇORES
Penhas
Douradas
Ponta
Delgada
0
140 300
0
22 25
220
Coimbra
170 350
Castelo
Branco
Leiria
150 340
200 320
Portalegre
160
230 360
Lisboa
220 320
Setúbal
Évora
190 360
MADEIRA
190 350
Beja
230
Joker
Sorteio de 10 de julho de 2016
5260200
1º prémio
1
2º
0
3º
7
4º
56
5º
577
6º
5 406
Totobola
Concurso de 10 de julho de 2016
2111XX1X2111X
Super 14. Palmeiras - Santos
Super 14
2
1º prémio
9
2º
299
3º
2 537
200 270
1 552 269,20 €
50 000,00 €
5 000,00 €
500,00 €
50,00 €
5,00 €
Sorteio 28/16
M: 1
59 229,61 €
1 664,22 €
41,74 €
4,91€
Lotaria Clássica
Extração de 11 de julho de 2016
28ª – Dia Mundial da População
1º prémio
32110
60 000,00 €
2º
45189
6 000,00 €
3º
13312
3 000,00 €
Sequências de quatro algarismos:
1153 - 5777 - 2753 - 4683 - 2748 - 7089 - 2132 - 6201 7263 - 5696 - 6348 - 6579 - 2975 - 3765 - 9280 6686 - 1994 - 1864 - 7878 - 2940
Sequências de três algarismos:
151 - 606 - 832 - 099 - 408
Lotaria Popular
Extração de 14 de julho de 2016
28ª – Lontra-Europeia
1º prémio
89912
5 000,00 €
2º
79530
2 000,00€
3º
50269
1 500,00 €
4º
99238
1 000,00 €
Série sorteada: 1.ª
Sequências de 2 algarismos sorteadas: 33-20
180 340
Funchal
Sorteio 28/16
Totobola Extra
Concurso de 22 de junho de 2016
Sorteio 24/16
X1X11X2X21222
Super 14. Hungria - Portugal
M:M
Super 14
0
(a)
1º prémio
0
(b)
2º
0
(c)
3º
2
5 103,30 €
(a) Previsão do acumulado para Super 14 22 940,16 €
(b) Nos termos do Regulamento, o montante do Super
14 e do 1º prémio acresce ao Super 14 do segundo concurso subsequente, no valor de 12 733,55 euros.
(c) Nos termos do Regulamento o montante do 2º
Prémio acumulou com o montante do 3º Prémio.
Estas informações não dispensam
a consulta da lista oficial
27
190
Sagres
Faro
180 290
210
Sol
06.28
OCASO
20.58
Leixões
Marés
Lua
NASCER
210 290
Quarto
crescente
(lua cheia
amanhã)
Lisboa
Faro
BAIXA-MAR
08.43 21.09 08.46 21.13 08.08 20.3
PREIA-MAR
02.39 14.56 02.57 15.17 02.15 14.3
CÉU LIMPO
NUBLADO
AGUACEIROS
TROVOADA
NEVOEIRO
POUCO NUBLADO
MUITO NUBLADO
CHUVA
NEVE
TEMP. DA ÁGUA
6ª-FEIRA
SÁBADO
4ª-FEIRA
AMANHÃ
Porto
5ª-FEIRA
Porto
Porto
Porto
Porto
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Faro
Faro
Faro
Faro
Faro
Europa
Oslo
Estocolmo
120 230
130 200
Copenhaga
Amesterdão
150 220
120 240
Berlim
Dublin
150 290
Varsóvia
130 250
Londres
140 210
160 280
Luxemburgo
Paris
180 240
Viena
180 290
120 200
Belgrado
150 250
Roma
Madrid
220 390
200 330
Atenas
25 34
0
0
✣ LISBOA ALVALADE
GASPARINHO R. Dr. Gama
Barros, 54-A CAMPOLIDE
CENTRAL DE CAMPOLIDE R.
General Taborda, 17 GRAÇA
BRANQUINHO R. Sapadores,
87 LAPA MARTINS Calçada
da Estrela, 167 LUMIAR
QUEJAS R. Prof. Francisco
Gentil, 36-A SANTOS-OVELHO S A E SILVA FILHOS
R. São João da Mata, 72-74
SÃO JOÃO DE DEUS
LUSITANA Av. de Roma, 18-A
✣ ARREDORES DE
LISBOA AGUALVA-CACÉM
RICO Av. Infante D. Henrique,
14 - R/C Esq.
ALCABIDECHE OSTENDE
R. Espinho, 1-B
ALFORNELOS CORREIA Av.
Ruy Luís Gomes, 5-B ALGÉS
DIAS & SARAIVA R. Major
Afonso Pala, 19
ALGUEIRÃO-MEM
MARTINS CLARO RUSSO R.
Abade Faria, 2-A ALVERCA
DO RIBATEJO NOVA
ALVERCA R. José António
Veríssimo da Silva, 3
CARREGADO VARELA R. D.
Pedro V, 60, Loja 1 CASCAIS
DO ROSÁRIO Av. Nossa
Senhora do Rosário, 1212
ERICEIRA COSTA
MAXIMIANO Estrada
Nacional 116, N.º 90
MASSAMÁ PINTO LEAL Av.
25 de Abril, N.º 60 - Shopping
Center de Massamá, Lj. 98
ODIVELAS DO VALE R.
Principal RAMADA
AZEVEDO IRMÃO & VEIGA
Av. Liberdade, 23 A SÃO
JOÃO DA TALHA SÃO
JOÃO R. António Henriques Bairro São Vicente, Lote 35
VENTEIRA HELÉNICA R.
Elias Garcia, 372 C
VIALONGA AZEVEDO R.
José António Veríssimo da
Silva, 13 R/C Dto. VILA
FRANCA DE XIRA
MODERNA R. Alves Redol,
75-C
✣ ALENTEJO BEJA J.
DELGADO R. 1.º Dezembro
ELVAS ROSADO E SILVA R.
Cadeia, 28 ÉVORA BRANCO
R. Dr. António José de
Almeida, 9 MONTEMOR-ONOVO DA MISERICÓRDIA
Largo General Humberto
Delgado, 12 PONTE DE SOR
VARELA DIAS Largo 25 de
Abril PORTALEGRE
ESTEVES ABREU R. do
Comércio, 75 VENDAS
NOVAS NOVA Av. General
Craveiro Lopes, 25-A
✣ CASTELO BRANCO
CASTELO BRANCO
MORGADO DUARTE Av.
General Humberto Delgado,
55 COVILHÃ SANT ANA
Alameda Pero da Covilhã Cc Covilhã Shopping, Lj. 1
✣ COIMBRA ARGANIL
MODERNA R. Oliveira Matos,
17-23 COIMBRA BARROS R.
Cruz Nova, Lte. 7, Lj. 2 - Urb.
Coimbreiras · UNIVERSAL
Praça 8 de Maio, 31-35
FIGUEIRA DA FOZ GARCIA
Praça Luís de Camões, 11
✣ ALGARVE ALBUFEIRA
SANTOS PINTO Urb. Quinta
da Bela Vista, Lt.E,Lj.4-5
LAGOS A LACOBRIGENSE
R. Prof. Joaquim Alberto
Taquim, 8 LOULÉ PINTO R.
25 de Abril, 2 PORTIMÃO
AMPARO Quinta do Amparo,
Lote- 30 VILA REAL DE
SANTO ANTÓNIO
CARRILHO Praça Marquês de
Pombal, 1
✣ LEIRIA ALCOBAÇA
CAMPEÃO R. Alexandre
Herculano, 4 CALDAS DA
RAINHA ROSA Av. 1 de Maio,
12-A PENICHE HIGIÉNICA R.
António da Conceição Bento,
21-B POMBAL VILHENA R.
do Louriçal, 1
✣ SANTARÉM ABRANTES
MOTA FERRAZ Largo Mota
Ferraz, 7 SANTARÉM
FRANCISCO VIEGAS SUCRS.
R. Pedro Santarém, 2-A
TOMAR DIAS COSTA R.
Coronel Garcês Teixeira Lote
9, 13 R/C TORRES NOVAS
PEREIRA MARTINS R. José
Augusto Torres, N.º 129 - R/C
Dto.
✣ SETÚBAL ALCÁCER DO
SAL ALCACERENSE R.
Marquês de Pombal, 35
ALMADA CRISTO REI Av.
Cristo Rei, 29-A · VAZ
CARMONA R. Vale de Flores,
105 B, Lj. 3 BARREIRO
MARQUES CAVACO
Urbanização Cidade Sol, Lte.
35 MOITA NOVA FÁTIMA
Estrada Nacional 11, N.º 244A SANTIAGO DO CACÉM
CORTE REAL R. Dr. Manuel
António Costa, 16 SEIXAL
FONSECA Pat Artes Estr
Foros Amora, N34 Lj C8
SETÚBAL LEÃO
SOROMENHO Praça
Machado Santos, 24 · NOVA
R. Dr. António Manuel
Gamito, 25 A
✣ PORTO CAMPANHÃ DE
CAMPANHÃ R. Estação, 100104 MASSARELOS CAMPO
ALEGRE R. do Campo Alegre,
N.º 676 R/C
✣ ARREDORES DO PORTO
GONDOMAR CENTRAL R.
Dr. J. Manuel Costa, 927
MAIA DE SILVA ESCURA R.
Central de Frejufe, 92
MARCO DE CANAVESES
NOVA Edifício Via Marco - Av.
F. C. Porto, 76 MATOSINHOS
MATOSINHOS SUL R. Sousa
Aroso, 120 PAÇOS DE
FERREIRA MODERNA Av. 1º
de Dezembro, 128 PAREDES
CENTRAL DE REBORDOSA
Av. Engenheiro Adelino
Amaro da Costa, 24 · LUSA
Av. Dr. Francisco Sá Carneiro,
Fr Ad, 287 PENAFIEL
REGINA Entre-Os-Rios
PÓVOA DE VARZIM A-VERO-MAR R. Gomes Amorim,
2394 SANTO TIRSO
CENTRAL Largo Coronel
Batista Coelho, 33 VALONGO
DA TRAVAGEM R. Elias
Garcia, 1245 VILA DO
CONDE SANTOS Av. Dr.
Carlos Pinto Ferreira, 146
VILA NOVA DE GAIA
ALIANÇA R. do Padrão, 294 ·
CENTRAL R. Professor
Amadeu Santos · SERRA DO
PILAR R. 14 de Outubro, 298
✣ AVEIRO AVEIRO HIGIENE
R. José Luciano de Castro,
162 OLIVEIRA DE AZEMÉIS
GOMES DA COSTA R.
António Alegria, 222 OVAR
CARMINDO LAMY R. Elias
Garcia, 28 SÃO JOÃO DA
MADEIRA DA PRAÇA R.
Alão de Morais, 78
✣ BRAGA BARCELOS
MODERNA Largo da Porta
Nova, 27 BRAGA INSTITUTO
GALÉNICO PORTUGUÊS R.
Prof Dr. Carlos Lloyd Braga,
18 · SÃO JOÃO Av. da
Liberdade, 143 FAFE
ALBARELOS R. José Ribeiro
Vieira de Castro, 368
GUIMARÃES FERREIRA
DAS NEVES Av. D. João Iv,
R/C - Pátio - Lj. N.º 9 / 612 / J
VILA NOVA DE
FAMALICÃO DO
CALENDÁRIO R. da
Liberdade, 94 VILA VERDE
FÁTIMA MARQUES R.
Bombeiros, 50 e 52
✣ BRAGANÇA BRAGANÇA
VALE D'ÁLVARO Edf. Trialto,
Lote D - Loja 1-7 MACEDO
DE CAVALEIROS CENTRAL
Praça Agostinho Valente
MIRANDELA
MASCARENHAS R. Olímpio
Cabral, 2
✣ GUARDA GUARDA
CENTRAL R. Alves Roçadas,
1
✣ VIANA DO CASTELO
PONTE DE LIMA DA VILA
Av. António Feijó, Edif.
António Feijó, Loja M VIANA
DO CASTELO NELSINA
Praça da República, 3-5
✣ VILA REAL CHAVES
MARTINS Portas do Anjo
VILA REAL MONTEZELOS
R. Montezelos, 39
✣ VISEU LAMEGO SANTOS
MONTEIRO Praça do
Comércio, 93-97 TONDELA
TOMÁS RIBEIRO R. José
Bernardo da Silva, 1
28
MUNDO
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
Trump prepara coroação.
Panteras Negras levam armas
Três polícias
mortos e três
feridos na capital
do Louisiana
Convenção. Republicanos reúnem-se até quinta-feira para escolher candidato à Casa Branca.
VIOLÊNCIA Um suspeito que
transportava uma espingarda de assalto foi abatido
em Baton Rouge. Obama
condenou ato “de cobarde”
REUTERS/MARK KAUZLARICH
Trump, que ontem culpou falta de liderança pela morte de polícias, é o único na corrida
Espelho reflete pessoas envolvidas na preparação da convenção do Partido Republicano, que hoje começa em Cleveland, no Ohio
PATRÍCIA VIEGAS
Sob fortes medidas de segurança,
para qualquer eventualidade (até
mesmo um ataque terrorista), arranca hoje em Cleveland a convenção dos republicanos, na qual será
escolhido o candidato do partido às
eleições presidenciais de 8 de novembro nos EUA. O multimilionário Donald Trump, de 70 anos, é o
único candidato sobrevivente do
processo de primárias e deverá ser
coroado na quinta-feira, dia em que
está previsto o seu discurso. O potencial para o caos nesta convenção
é considerável, uma vez que há delegados a apelar a uma rebelião
para travar o rumo de Trump à Casa
Branca. O magnata, com negócios
por todo o mundo em vários setores da economia, parte também
para esta convenção em desvantagem em relação à sua rival democrata, a ex-secretária de Estado
Hillary Clinton, confirmou ontem
uma nova sondagem realizada para
a NBC News e o TheWall Street Journal. Hillary Clinton tem 46% das intenções de voto do eleitorado nor-
te-americano a nível nacional,
Trump conta com 41%. Os números mantêm-se iguais em relação à
sondagem de há um mês, que foi
realizada depois de o diretor do FBI,
James Comey, ter ilibado a ex-secretária de Estado de Obama no
caso dos e-mails confidenciais.
O estudo de opinião ontem divulgado foi também realizado antes de
Trump escolher Micke Pence, o
atual governador do Indiana, como
seu candidato a vice-presidente.
O multimilionário deixou a sua escolha para a última hora e só a confirmou na sexta-feira à tarde.
Em Cleveland, cidade do Ohio
com 400 mil habitantes, espera-se
que estejam 15 mil jornalistas
oriundos de todo o mundo e mais
50 mil pessoas por causa da convenção do Partido Republicano. Estão previstas manifestações, tendo
os membros do movimento Panteras Negras anunciado que pretendem ir armados, como forma de
autodefesa. Como a lei do estado do
Olhio permite que os cidadãos carreguem armas, tanto o presidente
da Câmara como o chefe da polícia
de Cleveland já admitiram nada
poder fazer para impedir que os
Panteras Negras se apresentem armados. Segundo a WBRZ, afiliada
da ABC em Baton Rouge, no Louisiana, os Panteras Negras reuniram-se no sábado naquela cidade
para protestar contra a violência
policial e formar aí um novo subgrupo. Ontem, na mesma cidade,
capital do Louisiana, três polícias
foram mortos e três ficaram feridos
em mais um episódio de tensão racial nos EUA. Numa reação ao sucedido, Trump culpou a liderança
do país. “Choramos os polícias
mortos em Baton Rouge. Quantos
Trump precia do apoio de
1237 delegados
membros das forças de segurança
têm ainda de morrer neste país por
causa da falta de liderança neste
país? Exigimos lei e ordem”, escreveu o republicano na sua página de
Facebook.
Mas armas nas mãos dos Panteras Negras não serão o único problema que enfrenta a convenção do
Partido Republicano. Depois de
deixar para trás 16 candidatos rivais, durante as primárias, Trump
poderá ter de enfrentar uma rebelião de delegados antes da coroação, conforme referiram já media
dos EUA, como o Washington Post.
Kendal Unruh, delegada do Colorado, rosto da rebelião “Never
Trump”, perdeu a batalha em que
defendia que os delegados votassem de acordo com a sua consciência e não o resultado das primárias,
mas mesmo assim insiste que os
delegados têm direito de votar
como quiserem. Outra opção seria
os delegados ausentarem-se durante a primeira votação, na quarta-feira, forçando novas voltas em
que poderiam então votar livremente. O melhor é mesmo esperar
para ver.
Três polícias morreram e três ficaram ontem feridos na sequência de
um tiroteio em Baton Rouge, capital do estado do Louisiana. Alguns
dos feridos estão em estado grave,
segundo vários media. O presidente Barack Obama lamentou o sucedido: “Não há justificação para a
violência. Estes ataques são obra de
cobardes que não representam
ninguém.”
Segundo a CNN, que cita fontes
ligadas à investigação, a polícia recebeu um telefonema sobre “uma
pessoa que caminhava com uma
espingarda de assalto pela autoestrada Airline”. Quando a polícia
chegou o suspeito abriu fogo. Foi
abatido mas as autoridades procuravam ontem mais dois suspeitos
que estariam em fuga.
O tiroteio ocorreu às 09.00 locais
(15.00 horas em Lisboa) e não foi
possível estabelecer, no imediato,
quais as motivações dos indivíduos
para disparar contra a polícia. O incidente acontece, porém, depois
de vários dias de tensão na cidade
devido à morte de um homem negro às mãos da polícia, o que gerou
protestos em todo o país, incluindo
Dallas, no Texas, onde cinco polícias foram assassinados.
Alton Sterling, de 37 anos, morreu em Baton Rouge, abatido pela
polícia depois de uma denúncia
que alertava para um homem negro que empunhava uma arma e
fazia ameaças enquanto vendia CD
de música na rua. Um dia depois,
Philando Castile, também negro,
foi morto pela polícia em Falcon
Heights, no estado de Minnesota.
As mortes, ambas filmadas, provocaram protestos populares e a denúncia de violência policial contra
afro-americanos e outras minorias.
Estas mortes levaram a manifestações de milhares de pessoas
em todo o país em cidades como
Nova Iorque, Los Angeles e Chicago, para protestar contra a violência policial sobre negros. Em
Dallas, no estado do Texas, cinco
polícias foram mortos em serviço
quando protegiam os manifestantes. O suspeito, um homem negro
de 25 anos, Micah Johnson, disse à
polícia que queria matar polícias
brancos para vingar os abusos das
autoridades.
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
MUNDO
29
300 metros
de homenagens
e insultos na
marginal de Nice
Polícia municipal francesa a
cavalo patrulha o Passeio dos
Ingleses, em Nice, onde, na
noite do 14 de Julho, se deu o
ataque do tunisino Bouhlel
Ministro chama franceses
para a reserva operacional
REUTERS/ERIC GAILLARD
VÍTIMAS Trânsito condicionado, flores e peluches em
memória dos 84 mortos,
mas também frases de desdém para com o assassino
Terrorismo. Atacante de Nice enviou SMS e tirou selfie antes de atropelar mortalmente
84 pessoas. Cazeneuve apela à solidariedade dos patriotas. Valls admite mais vítimas inocentes
PATRÍCIA VIEGAS
Face à ameaça terrorista volátil e
cada vez mais difícil de prever que
paira sobre a França, o ministro do
Interior, Bernard Cazeneuve, lançou um apelo à população: “Como
o presidente da República referiu
que a necessidade de coesão nacional deve prevalecer face à ameaça terrorista e como vemos que a
solidariedade move os cidadãos,
quero pedir a todos os franceses
patriotas que queiram juntar-se à
reserva operacional que o façam.”
O presidente François Hollande
anunciara na sexta-feira que esta reserva iria ser utilizada, depois de na
véspera um camionista tunisino ter
atropelado mortalmente 84 pessoas
no Passeio dos Ingleses, na cidade
francesa de Nice. O ataque foi reivindicado, no sábado, por fontes ligadas ao Estado Islâmico através da
agência noticiosa Amaq (normalmente utilizada pelo grupo terrorista para reclamar as suas ações nos
países que ataca).
Segundo Cazeneuve, que tem
concentrado grande parte das críticas da oposição por causa dos
atentados que o país tem vindo a
sofrer desde o início de 2015, a reserva operacional conta atualmente com 12 mil voluntários (nove mil
da gendarmerie nacional e mais
três mil da polícia). “O objetivo é fazer aumentar a capacidade máxima deste recurso nos próximos
dias”, declarou o governante, cuja
demissão foi já exigida pela líder da
Frente Nacional Marine le Pen.
Cazeneuve aproveitou para fazer um balanço do dispositivo de
segurança que está atualmente
mobilizado em França (onde o estado de emergência que vigora
desde novembro foi prolongado
durante mais três meses). “Atualmente cem mil polícias, gendarmes e militares encontram-se mobilizados para garantir a segurança
dos nossos cidadãos”, disse, sublinhando que a intenção do governo
“é reforçar a presença das forças de
segurança no conjunto de todo o
território nacional”.
Entretanto, no Twitter, a gendarmerie nacional explicou quem tem
condições para se alistar nesta reserva operacional: pessoas com
idades entre os 17 e os 30 anos, com
serviço militar cumprido, aptas física e psicologicamente e prontas
para preparação militar. O período
de serviço é de 60 dias, máximo,
mas pode ir até aos 210 se se tratar
“de uma missão de interesse nacional e internacional”. Embora sendo a reserva operacional constituída por voluntários saídos da gendarmerie e do exército que já não se
encontram no ativo, o facto é que
qualquer civil sem antecedentes
criminais pode participar.
Ontem surgiram novos dados
sobre o autor do ataque de Nice.
Mohamed Bouhlel enviou um SMS
15 minutos antes de irromper com
um camião frigorífico pelo Passeio
dos Ingleses, onde uma multidão
assistia ao fogo-de-artifício do feriado 14 de Julho. “Leva mais armas, leva 5 a C.”, lê-se no SMS, citado pelo El País, que falou com fontes da investigação. C será Choukri,
um amigo do atacante, que está detido desde sábado. O SMS não foi a
12 000
› é o número de voluntários
com que a reserva operacional conta
atualmente. A par disso, estão mobilizados em França cem mil polícias,
gendarmes e militares.
única coisa que o tunisino, descrito pelos familiares como sendo
doente psiquiátrico, enviou. Segundo disse o seu irmão à Reuters,
enviou-lhe uma fotografia a rir, já
no Passeio dos Ingleses. Sabe-se
também agora que Bouhlel ensaiou o ataque na véspera e na antevéspera do mesmo, mostraram
as câmaras de videovigilância.
Face a tudo isto o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, advertiu ontem que o terrorismo passará a fazer parte do dia-a-dia das
pessoas durante muito tempo,
mostrando-se, apesar de tudo,
convencido de que o combate
pode ser ganho, mas vai ser longo e
provocar vítimas inocentes. “Sejamos claros. A ameaça terrorista é
uma questão central, duradoura”,
disse Manuel Valls numa entrevista ao Le Journal du Dimanche.
“A ameaça muda de forma”, disse o
chefe do governo francês, que recordou que as forças da ordem “trabalham dia e noite” para tentar impedir atentados. Valls destacou que
esta reivindicação e rápida radicalização do autor “confirma o carácter islamita” do ataque. E fez questão de sublinhar ainda que “o risco
zero não existe”.
“Arde no inferno” é a frase inscrita,
entre outros duros insultos, em xistos cinzentos colocados sobre uma
mancha de alcatrão na avenida
marginal de Nice, França, como recado ao homem que na quinta-feira à noite atirou um camião sobre a
multidão. Foi identificado como
Mohamed Bouhlel, um tunisino de
31 anos que vivia em França e era
motorista de pesados.
O assassino de, pelo menos, 84
pessoas foi abatido pela polícia e
agora é alvo de desprezo. As pedras
iguais às que enchem as praias vizinhas foram colocadas lado a lado e
transmitem injúrias, como aquelas
em que o homem que lança um
caule com espinhos no local deve
estar a pensar.
Naquela mancha isolada no
chão não há velas, nem flores, nem
peluches, nem bandeiras, nem
ajuntamento de pessoas. Há quem
passe, leia e siga o seu caminho
para então se demorar, um pouco
mais à frente, nos memoriais improvisados sobre o alcatrão.
Onde repousaram cadáveres na
noite do feriado nacional agora há
muitos ramos de flores, bandeiras,
pequenos brinquedos e palavras,
muitas, de lamento e solidariedade, incluindo a frase no dialeto local, a língua niçarda: “Nissa la Bella”
(Nice, a Bela), e além de “Je suis Nice” (Eu sou Nice), vários “Je suis le
monde” (Eu sou o mundo).
Com a circulação de trânsito
ainda muito condicionada na zona, o quadro eletrónico utilizado
habitualmente para informações
de trânsito desta vez apresenta as
três palavras que servem de lema à
República Francesa: “Liberdade,
Igualdade, Fraternidade”.
Param por ali turistas de toalha
de praia na mão, ciclistas que desmontam das bicicletas, corredores
que suspendem o treino, famílias
com crianças, quase todos em silêncio ou, em murmúrio, deixam a
questão “como é possível” e o comentário “é demasiado triste”.
Nas mensagens em papel ou em
tecidos brancos nos vários memoriais lê-se a interrogação “porquê as
crianças?”, enquanto se notam cada vez mais os peluches e os brinquedos deixados em memória dos
dez menores que se contabilizam
entre os 84 mortos, número que
ainda pode subir. E tudo em aproximadamente 300 metros.
PAULA LAGARTO, Nice
Enviada da agência Lusa
30
MUNDO
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
Rainha de Gelo chega ao poder 26 anos
depois da saída da Dama de Ferro
Reino Unido. Uma é filha de um vigário anglicano, outra de um merceeiro e pastor evangélico, ambas estudaram
em Oxford e ambas chegaram a primeiras-ministras. O que une e separa Theresa May e Margaret Thatcher
SUSANA SALVADOR
Theresa May acena antes
de entrar no número
10 de Downing Street
para o último Conselho
de Ministros de David
Cameron. A 4 de maio
de 1979, após ser eleita
primeira-ministra,
Margaret Thatcher entrava
na residência oficial
do-se num programa social e prometendo “um país para todos” e
“não apenas para uns quantos privilegiados”. Liberais na economia,
as duas mulheres são comparadas
também por causa da sua determinação. Thatcher combateu de frente os poderosos sindicatos no final
dos anos 1970. May também não fugiu das lutas com os representantes
dos polícias durante os anos no Ministério do Interior, cortando no orçamento sem inverter o declínio da
criminalidade. E também conseguiu o que os antecessores não conseguiram – extraditar o clérigo radical Abu Qatada.
May, ao contrário de Thatcher,
que sempre recusou esse epíteto, é
uma feminista, tendo fundado há
11 anos um movimento dentro do
Partido Conservador para levar
mais mulheres para o Parlamento.
Em 2005, quando fundou o Women2Win, havia 17 deputadas e
hoje são 68 (num total de 330 eleitos). Contudo, quando se pensava
que pudesse nomear mais mulheres para o governo, a verdade é que
em 23 ministros só sete são do sexo
feminino – mesmo assim, representam metade dos chamados “grandes gabinetes de Estado” e nunca
uma mulher tinha tido a pasta da
Justiça. Um cenário muito diferente do de Thatcher, que só teve uma
ministra: a baronesa JanetYoung, líder da Câmara dos Lordes.
A verdade é que há semelhanças
entre o percurso de ambas. May e,
no passado, Thatcher não esqueceram as suas origens relativamente
modestas e “próximas do povo”: a
primeira como filha de um vigário
anglicano e a segunda de um merceeiro e pastor metodista. As duas
estudaram em Oxford, a primeira
Geografia e a segunda Química. Na
política, foram deputadas durante
20 anos antes de chegar ao poder,
tendo primeiro estado no governo:
May foi nos últimos seis anos ministra do Interior, Thatcher destacouse na pasta da Educação.
Na vida familiar, Thatcher não
tinha problemas em abrir as portas da vida privada, enquanto May
é mais discreta. A Dama de Ferro
Philip, marido de May,
trabalha num fundo de
investimento. Não têm filhos
Denis, marido de Thatcher,
trabalhou no setor bancário.
Tiveram dois filhos
TIM GRAHAM/GETTY IMAGES
Há duas semanas, quando Theresa
May era apenas candidata à liderança dos tories e não primeira-ministra britânica, dois ex-ministros
conservadores foram apanhados a
falar sobre ela, quando pensavam
que o microfone da Sky News estava desligado. “A Theresa é uma mulher difícil, mas tu e eu trabalhámos
para a Margaret Thatcher”, disse
Ken Clarke a Malcolm Rifkind, antes
de os dois começarem a rir. Agora
que uma segunda mulher, que já foi
apelidada de Rainha de Gelo, está
no número 10 de Downing Street,
seria impensável não fazer comparações com aquela que foi a primeira: a Dama de Ferro (1979-1990).
Margaret Thatcher deveu a sua
alcunha a um artigo publicado num
jornal soviético em 1976, que foi notícia na agência Reuters e se espalhou pela imprensa britânica. Nessa altura, a então líder da oposição
ainda estava a formar a sua imagem
de dureza, acabando por abraçar o
epíteto uma semana depois: “Sim,
sou uma dama de ferro.” Já Theresa
May foi apelidada de Rainha de
Gelo de Westminster pelo antigo
vice-primeiro-ministro Nick Clegg .
Enquanto Thatcher, que morreu
em 2013, se rodeou de apoiantes e
deu origem a um novo movimento
político, o thatcherismo, May nunca
teve muito carisma e sempre procurou afastar-se das redes de influência ou dos clubes de Westminster.
“Nunca me comparei à Margaret
Thatcher. Acho que só pode haver
uma Thatcher. Não sou alguém que
procura modelos. Sempre, em qualquer função que estou a desempenhar, procurei dar o meu melhor.
Dedico-me inteiramente a isso e
tento fazer o melhor trabalho que
posso”, disse May ao The Telegraph.
Em 2002, a agora primeira-ministra pronunciou um discurso
que se tornaria célebre, pedindo ao
partido que na altura passava por
momentos difíceis depois de perder as eleições de 2001, que renovasse o seu humanismo. “Há muitas coisas que precisamos de fazer
neste nosso partido. Vocês sabem
como algumas pessoas nos chamam – Nasty Party [partido desagradável, feio]”, disse May, falando
de um epíteto que existia desde os
anos da Dama de Ferro.
Se Thatcher ficou na história como uma conservadora com mão de
ferro, May surge como uma figura
mais pragmática de centro, apoian-
casou com Denis, que trabalhou
no setor bancário, tinha fama de
ser um pouco boémio e amante de
golfe, e teve dois filhos. Já May casou com Philip, que trabalha para
um fundo de investimento, e que
conheceu na universidade por intermédio daquela que viria a ser a
primeira-ministra do Paquistão,
Benazir Bhutto (assassinada em
2007). O casal não pode ter filhos e
foi um comentário sobre o facto
de, por ser mãe, estar mais bem
preparada para assumir a chefia
do governo que afastou da corrida
a sua adversária à liderança dos tories, Andrea Leadsom.
Em relação ao estilo, Thatcher
era conhecida por usar sempre pérolas a adornar os seus conservadores fatos de saia e casaco, mas a sua
peça característica eram as malas
de couro preto. May não hesita em
usar decotes, mas a sua imagem de
marca são os sapatos. A sua vasta
coleção inclui vários com estampa
de leopardo, incluindo os que usou
para entrar pela primeira vez como
chefe de governo no número 10 de
Downing Street.
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
ARTES
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Metheny e Carter:
duas lendas
em Amarante
MIMO Como num diálogo, frente a
OCTAVIO PASSOS / GLOBAL IMAGENS
frente, os norte-americanos Pat
Metheny e Ron Carter abriram o
concerto de ontem em Amarante
com uma depurada Manhã de
Carnaval. O lendário guitarrista,
de 51 anos, e o contrabaixista que
nos anos 1960 integrou o quinteto
do trompetista Miles Davis e em
breve fará 80 anos, continuaram
depois noite dentro com o clássico do jazz All the Things You Are
e uma das mais icónicas canções
de Metheny, James. Antes da
dupla, no último dia de Mimo,
Mário Laginha e Pedro Burmester
homenagearam Bernardo
Sassetti no seu concerto de piano
a quatro mãos, com Sonho dos
Outros, do compositor com quem
chegaram a tocar em trio. O
Parque Ribeirinho estava repleto.
Esta foi a primeira edição do
Mimo fora do Brasil. O festival,
que terminou ontem, é inteiramente gratuito.
“Haverá um
Amarantes
e um Amardepois”
Festival O Mimo, que entre sexta-feira e ontem se estreou fora
do Brasil, regressa a Amarante no próximo ano, de 21 a 23 de julho
“Já foi ao Mimo? Afinal o que é
aquilo?” pergunta Bruno, vendedor de fruta de Amarante, quando
começava o segundo dia do festival
que entre sexta-feira e ontem teve
a sua estreia em Portugal e fora do
Brasil. A meio da tarde do último
dia do Mimo não parecia já haver
quem não soubesse “o que é aquilo”, talvez pela chuva de poesia que
acabara de cair no Largo São Gonçalo, característica inalterada de todas as edições do festival no Brasil.
Ou talvez o soubessem devido à
música que durante três noites se
fez ouvir junto ao rio Tâmega.
Música como a que expressa a irreverência do “tropicalista” Tom Zé,
o brasileiro que neste ano se tornará octogenário e que na sexta-feira
pôs Amarante a cantar clássicos
seus como Nave Maria e Xique Xique. E quem ainda assim não desse
OCTÁVIO PASSOS/GLOBALIMAGENS
MARIANA PEREIRA
A chuva de poesia surpreendeu alguns dos 20 mil visitantes
pelo Mimo, haveria de notá-lo pela
ocupação de igrejas como a de São
Pedro, que ficou repleta para ouvir a
guitarra portuguesa de Custódio
Castelo, ou a de São Gonçalo, que
ontem recebeu a estreia mundial do
2.º concerto para piano e orquestra
Amarante, de António Victorino
d’Almeida, tocado pela Orquestra
do Norte e dirigido pelo próprio.
E se ainda assim não se souber o
que é o Mimo, temos o próximo
ano. A organização do festival, que
nasceu na cidade brasileira de
Olinda, já anunciou as datas de dias, fizeram que a cidade atingis2017: 21, 22 e 23 de julho. À hora do se “taxas de ocupação inéditas” na
anúncio, em que foi ainda avança- hotelaria.
O Parque Ribeirinho fez-se sala
do que 20 mil pessoas terão passado pelo festival nesta primeira edi- de baile, no sábado, durante o conção, nem Mário Laginha e Pedro certo do brasileiro Hamilton de
Burmester, num concerto de dois Holanda e o Baile do Almeidinha,
pianos ou quatro mãos, nem os ve- que convidaram Silvia Pérez Cruz,
teranos americanos Pat Metheny e Miguel Araújo e Mário Lúcio. Este
Ron Carter tinham subido ao pal- último, que recentemente voltou a
co. Mas sobre Amarante já chovera ser tratado pelo nome e já não por
poesia de Teixeira de Pascoaes “ministro”, como aconteceu nos
– homem da terra –, Mário Cesa- anos em que dirigiu a Cultura de
riny, António Maria Lisboa ou Má- Cabo Verde, haveria de dizer: “Com
o Mimo haverá um Amarantes e
rio de Sá-Carneiro.
“Parecem notas de 500 euros”, um Amardepois, amemo-nos então.” Depois cantaria
comentou um senhor
Sodade, de Césaria
que passava quando
Évora, antes de Mias centenas de papéis
Vieux Farka Touré guel Araújo cantar
coloridos com poeAnda Comigo Ver os
mas gravados comepôs a localidade
Aviões precedido de
çavam a cair. Não o
a ouvir blues
acordeão, como “um
disse por acaso. As
do deserto
chorinho”, disse o
pessoas atropelapróprio. Viria ainda
vam-se e empurraSilvia Pérez Cruz, que
vam-se, saíam do epicentro da atenção com as mãos cantou Elis Regina e Marisa Monte,
cheias de poemas. Há uma senho- antes de Currucucu Paloma, ao
ra que não tem tempo a perder, res- lado do bandolim de dez cordas de
ponde que é da zona do Porto e Hamilton de Holanda.
Horas antes, Vieux Farka Touré,
nada mais, reúne algumas crianças, cheias de Cesariny e Pascoaes do Mali, tivera Amarante a ouvir
blues do deserto africano. Uma esna mão, e continua a labuta.
“Acho que deviam declamar pécie de Timbuktu amplificado e
pelo menos um ou outro poema elétrico. No workshop que deu, o fiantes” da chuva, alvitra Joaquim, lho do lendário Ali Farka Touré, já
amarantino que ganhou o gosto numa versão acústica, lembrou, a
pela poesia ao ouvir João Villaret propósito do concerto bem mais
declamá-la. “Estes são poetas mui- alto e elétrico, que no tempo do seu
pai os músicos do seu país “ligato introspetivos, não são fáceis...”
Luís Costa, arquiteto de São João vam tudo [os instrumentos] ao ráda Pesqueira, apanhou Comuta- dio, o som era maravilhoso; era asdor, de António Maria Lisboa, poe- sim que se fazia no Mali, não havia
ta que desconhece. Veio sobretudo amplificadores.” Depois correria a
para ver Pat Metheny e Ron Carter, apanhar o avião, era talvez um dos
e é um dos muitos que, por estes primeiros a terminar o Mimo.
32
ARTES
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
O som está
melhor e todos
repararam
E toda a gente
dançou como
se não houvesse
amanhã
ACÚSTICA Depois de meses
de obras, foi com distinção
que o Meo Arena passou
no teste de três dias
do Super Bock Super Rock
Festival. De La Soul passaram o testemunho
a Kendrick Lamar para concerto memorável.
Com casa cheia, GNR tocaram para poucos
MIGUEL JUDAS
e MIGUEL MARUJO
Foi também uma passagem de
testemunho, pois sem os De La Soul
o que viria a seguir poderia até nunca ter existido. Mas isso são meras
conjeturas, porque a verdade é que
Kendrick Lamar é apenas o que é.
Não é o futuro da música, mas o
presente.
Andamos todos distraídos: na era
dos youtubes e dos streamings, as
estrelas nascem e fazem-se nos
ecrãs com que andamos todos os
dias – do telemóvel ao tablet – e os
meios de comunicação social tradi- Noite memorável
cionais nem se dão conta delas.
Esqueçam-se os rótulos, as fronteiNão espanta por isso que, no sá- ras estéticas e estilísticas e oiça-se
bado à tarde, milhares tenham es- apenas a música. Se com To Pimp a
quecido a praia e se deixassem tor- Butterfly, o álbum da consagração,
rar ao sol no portão de entrada do de 2015, já havia sido elevado ao
recinto do Super Bock Super Rock, Olimpo, assistir hoje a um espetápara poderem celebrar ali no Par- culo do rapper norte-americano é
que das Nações, em Lisboa, um também como entrar em território
acontecimento maior: o concerto divino.
de Kendrick Lamar.
Acompanhado de uma banda de
Desde cedo se percebeu que virtuosos, que ora oscilava entre as
aquela ia ser uma noite especial, sonoridades mais experimentais
histórica mesmo, pelas longas filas do free jazz, a doçura da soul ou a
que desde o início da tarde de sába- ginga do funk, Kendrick Lamar não
do se acumulavam à porta, no úni- fez a coisa por menos e protagonico dia em que a bilheteira esgotou. zou uma das noites mais memoráPoucos esperavam
veis da já longa históera o que horas mais
ria do Super Rock.
tarde viria a acontecer
“Look both ways
O festival regressa before you cross my
no interior do Meo
Arena, primeiro com de 13 a 15 de julho mind”, estava escrito
os De La Soul, o trio
no palco, uma citação
de 2017. E talvez
nova-iorquino que
do mestre George
com palco no rio
desbravou novos caClinton, o mentor do
minhos para o hipP-Funk, cuja frase re-hop com álbuns
sume na perfeição o
como 3 Feet High and Rising, De La que naquela noite ali se passou,
Soul Is Dead ou Stakes Is High, tantos foram os caminhos trilhados
quando muita daquela gente que por Kendrick Lamar, muito, muito
ali os celebrava ainda nem era nas- para lá do hip-hop. E toda a gente
cida. Mas a velha escola de um DJ e cantou e dançou como se não houdois MC ainda dá cartas e joga com vesse amanhã.
todos os trunfos na mão.
“Este é um mundo estranho, vaPor momentos, o imenso pavi- mos celebrar a vida”, anunciou,
lhão mais parecia um pequeno clu- qual messias, que também se cobe, onde todos se miram olhos nos move, ficando longos minutos em
olhos em volta das palavras e do silêncio (de lágrimas nos olhos?) a
ritmo debitados em palco por fitar a multidão que o aclamava e
Posdnuos, Dave e Maseo, que em que, à falta de melhor, entoou o
seguida transformam o recinto cântico a Éder, o tal que lixou a selenuma imensa pista de dança, ao ção francesa. “E foi o Éder que os
som de clássicos como A Roller Ska- f...”, louvou o público.
ting Jam Named ‘Saturdays’, Me,
Momentos antes de subir ao palMyself and I ou Feel Good Inc., o co, não foi Éder, mas Renato Santema assinado a meias com os Go- ches que conheceu nos camarins,
rillaz – esta sim, uma canção já mais ao que consta a pedido do próprio
familiar das novas gerações que artista norte-americano. “That’s
quase lotava o Meo Arena.
love”, sussurrou para o microfone.
“Este é um mundo estranho, vamos celebrar a vida”, pediu Lamar
E é mesmo. “I love myself”, cantou
Kendrick em I e toda aquela gente
respondeu em coro, amando-o
também a ele, como só acontece
com artistas assim.
A festa de Psicopátria
Minutos antes de o californiano subir ao palco, debaixo da pala do Pavilhão de Portugal, Rui Reininho
saudava 2016, depois de uma viagem dos GNR com 30 anos pelo álbum Psicopátria (1986). E “antes de
irmos ver os niggers e os motherfuckers”, tomem lá disto.
“Bem-vindos a 2016”, anunciou
o vocalista. E a banda (um outro trio
juntou-se a Reininho, Toli César
Machado e Jorge Romão) arrancou
para Vídeo Maria, Las Vagas e Cadeira Elétrica provando que GNR
quer dizer Grupo Novo Rock.
Depois veio aquele mergulho
para o rio Douro (na capa do álbum, reproduzida no ecrã para um
jogo de imagens que ilustrava cada
um dos temas) e um mergulho
descarado na pop que fizeram de
Psicopátria num êxito dos GNR,
que lhes abriu as portas dos estádios e dos rocks dos anos seguintes.
Trinta anos depois – e meses
após a interpretação integral do
disco no Porto – Reininho, Toli e Ro-
mão fizeram da pala uma festa com
Efectivamente, Bellevue, Nova Gente ou Pós-Modernos a abrir o seu
concerto no Super Bock Super
Rock.
O público era escassamente obsceno no arranque do concerto, culpa de horários demasiado coincidentes, e o programa do dia, muito
marcado pelas linguagens do hip-hop, do r’n’nb e do rap (houve Kelela e Capicua naquele palco, antes
dos GNR, enquanto os Orelha Negra ocupavam o Meo Arena) também não apelava a ouvir a ironia
musical e lírica de Reininho e companhia.
Foi com estas canções que os
GNR cresceram e nós com elas. Psicopátria é hoje uma referência para
uma geração de músicos que fizeram do pop rock o seu credo e senha. No sábado, os GNR cumpriram a quase totalidade do alinhamento do álbum (faltou To Miss,
que surgiria num vídeo em formato de créditos finais do concerto),
rematando o álbum com Choque
Frontal. “São as distrações que levam ao choque frontal”, cantou Reininho.
O próximo Super Bock Super
Rock regressa de 13 a 15 de julho de
2017. E talvez com um palco no rio.
Ainda faltavam seis horas para o
concerto de Kendrick Lamar, mas as
filas da frente do Meo Arena já estavam ocupadas por dezenas de fãs.
Tendo em conta a riqueza sonora do
espetáculo do rapper californiano,
o dia de todas as enchentes no Super Rock era também o da prova dos
nove para a nova acústica do Meo
Arena, cuja primeira fase dos trabalhos ficou concluída pouco tempo
antes do início do festival. Na sexta-feira, com os The National, notaram-se as diferenças, especialmente para aqueles (e eram muitos) que
há dois anos aqui tinham estado
para assistir à atuação da banda
nesta sala, como um som, digamos,
sofrível. “A primeira fase dos trabalhos está no fim e os resultados já
são audíveis”, comenta Filipa Nascimento, a diretora de marketing do
Meo Arena.
O objetivo principal da intervenção passava por “diminuir o tempo
de reverberação da sala”, ou seja, o
tempo que o som vive ou se mantém dentro do pavilhão. O projeto
estabelecia para esta primeira fase
uma redução em cerca de 30%.
O que, segundo Filipa, “foi atingido
e em algumas zonas superado”. Para
isso ser conseguido foi instalada
uma parede absorvente com duas
características diferentes: “A camada de cima absorve as altas frequências e a de baixo as baixas, o que interfere diretamente com a redução
do tempo de reverberação médio
na sala”, explica. Nas paredes laterais
do palco foram instalados painéis
absorventes de médias e altas frequências, para evitar os batimentos
laterais para o palco provocados
pelo betão. Em cada uma das cadeiras das bancadas foi ainda colocado
um pad absorvente, de forma a simular o público, equivalente a um
terço de ocupação da sala. “Isto faz
que a diferença entre a sala vazia e
cheia seja menor no sound check,
outro dos problemas com que os
técnicos se depararam durante “os
meses de diagnóstico” que antecederam os trabalhos, orçados em
“centenas de milhares de euros”.
Concluída esta fase, o passo seguinte é identificar, zona a zona, as melhorias a fazer. A conclusão da obra
está prevista para o fim do ano.
“O facto de cada concerto ter um
género musical, bem como diferentes equipamentos e técnicos de
som, provocará sempre variações”,
avisa Filipa. Mas também esse fator
irá ser minimizado, com a elaboração de um “manual do utilizador”.
MIGUEL JUDAS
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
ARTES
33
ENTREVISTA: ANA MARIA GOMES
O tio ausente de Ana deu
a vitória em Vila do Conde
Realizadora
Formada em Belas-Artes, em Paris, nasceu em França há
33 anos e é uma artista do audiovisual. É o seu primeiro
filme com um orçamento de cinema
“Vou continuar a estar
entre o cinema
e as artes plásticas”
Curtas. A cineasta luso-francesa Ana Gomes venceu o festival com o
belíssimo António, Lindo António. Navad Lapid também foi premiado
RUI PEDRO TENDINHA
Momento do
anúncio do filme
vencedor do
festival de Curtas
de Vila do Conde,
o de Ana Maria
Gomes
IVO PEREIRA/GLOBALIMAGENS
Um festival que já não precisa de
reinvenções. O Curtas Vila do Conde chegou à sua 24.ª edição com a
máquina oleada: uma competição
internacional com nomes emergentes do cinema mais experimental, uma competição nacional
com uma mistura de géneros e cineastas mais do que prometedores
e os cineconcertos, proposta multimédia com um público fiel.
Ana Maria Gomes venceu a categoria mais esperada, a Competição Nacional, com António, Lindo
António, um documentário sobre
a relação da sua avó idosa com um
filho ausente no Brasil, o seu tio António. Um crowdpleaser que funciona como um retrato do Portugal
profundo (é rodado parcialmente
numa aldeia perto de Viseu) e que
venceu também o prémio do público. Muito mais do que o já estafado exercício “olhem como eu filmo a minha avozinha castiça”, é
um convite para uma dança lúdica
entre o real e o imaginado, com direito a uma viagem tão subtil como
“avariada” por um Brasil de delírio.
Que descoberta!
Gabriel Abrantes, um dos habitués do festival, venceu o prémio de
realização com A Brief History of
Princess X, uma comédia sobre
uma escultura de Brancusi e os
fait-divers que a mesma provoca.
Sem dúvida, um dos seus mais precisos e hilariantes filmes, daqueles
que pedem direito a exibição nos
circuitos comerciais.
O palmarés infelizmente não
conseguiu premiar o belo Setembro, de Leonor Noivo, a melhor
curta vista neste ano. Uma média-metragem com uma segurança
narrativa notável e uma secura
que tanto hipnotiza quanto toca.
É também um filme em que se descobre um rosto de cinema em estado de graça: Marta Mateus.
Na competição internacional,
destaque para o Grande Prémio,
atribuído ao cineasta israelita Navad Lapid, conhecido do público
de O Polícia, longa-metragem que
teve estreia comercial em 2012.
Dos cineconcertos, há um deles
que terá sido o ai-jesus do festival,
Legendary Tigerman. O que foi visto na sexta-feira passada no Teatro
Municipal de Vila do Conde será
mais do que um cineconcerto –
How to Become Nothing, falso diário de um homem perdido nas estradas dos desertos americanos,
está a ser trabalhado para ser uma
longa-metragem.
Projeto a três, How to Become
Nothing tem texto, música e conceito de Paulo Furtado, participação e
imagem da fotógrafa Rita Lino e realização de Pedro Maia. É literalmente uma viagem com dor poética a
uma vertigem niilista que repensa
toda a iconografia rock’n’roll americana. Cruza um imaginário de David Lynch como se tivesse sido lapidado por Antonioni. Tudo isto num
super8 com um rigor tão furioso
como serenamente deslumbrante.
Um road-movie que pode não desbravar caminhos estéticos mas que
vale sobretudo por uma narração
(do próprio Tigerman/Paulo Furtado) magoada e com uma dor de
alma com sentido literário (ficamos
presos e precipitados com aquelas
confissões).
Este é um dos mais estimulantes
projetos audiovisuais portugueses
dos últimos tempos. A América, ao
som da eletricidade de Tigerman,
pode ser uma alucinação onírica
com lindíssimos solavancos sensoriais. How to Become Nothing vai ter
uma vida longa, seja numa sala de
concertos ou de cinema ou num
festival internacional. A cidade do
rio Ave foi madrinha de coisa linda.
PALMARÉS
GRANDE PRÉMIO
› From the Diary of
a Wedding Photographer
Navid Lapid
MELHOR FILME
NACIONAL
› António, Lindo António
Ana Maria Gomes
MELHOR REALIZAÇÃO
› A Brief History
of Princess X
Gabriel Abrantes
PRÉMIO DO PÚBLICO
› António, Lindo António
Ana Maria Gomes
MELHOR FICÇÃO
INTERNACIONAL
› Limbo
Konstantina Kotzmani
MELHOR FILME
EXPERIMENTAL
› Bending to Earth
Rosa Barba
No discurso quando recebeu o
prémio confessou que estava
com medo de mostrar António,
Lindo António em Portugal.
Que medo era esse?
Portugal não é só aquela aldeia e
eu não conheço muito este país...
Não sabia como as pessoas iriam
reagir. Quando era pequena, Portugal era só a aldeia da minha família. Ao atravessar a fronteira via
escrito Portugal, mas para mim
era uma terra de ninguém.
Não é curioso que depois de
Cristèle Alves Meira e Ruben
Alves surja agora a Ana Maria,
outra luso-francesa, a filmar um
tema sobre origens portuguesas?
Isso quererá dizer que os luso
-franceses têm necessidade de
filmar algo que os faça compreender as próprias origens?
O filme fala disso mas não é bem
sobre as minha origens. António,
Lindo António é sobre uma mãe
que está à espera do filho, um filho que não ficou em Portugal.
Mas, se calhar, tenho uma certa
distância em relação à minha família portuguesa. Vejo as coisas
de uma outra maneira, claro...
Vivo em França. O que quis foi revelar personalidades fortes, como
a minha avó, alguém muito carismático. Por acaso, aquele lugar,
Anta, na serra da Gralheira, tem
personagens muito fortes.
Por acaso? Quando é que decidiu
filmar este documentário?
Sempre filmei pessoas muito perto de mim. Nos meus filmes mais
experimentais já o tinha feito, primeiro com a minha melhor amiga, depois outro com o meu irmão. A verdade é que estou sempre a filmar. Um dia estava lá na
casa da minha avó a filmar e deparei-me com esse tema do meu
tio António. Aliás, escapou esse
assunto já com barbas. Então,
achei mesmo incrível a história
da minha avó, que 50 anos depois
continuava à espera do filho.
Considero muito bonita a maneira como ela demonstra o amor
por ele, mesmo quando diz coisas
menos boas. Cada vez que o insulta está a dizer o contrário.
Mas é forçoso que um luso-francês filme Portugal, sobretudo
este Portugal profundo, com
um olhar diferente...
Não sei dizer isso... Eu tenho uma
sensibilidade com a imagem diferente. Comecei a filmar aos 12
A média-metragem de Ana
Maria Gomes tem
financiamento total francês
anos depois de receber como presente uma câmara muito cara. Foi
uma oferta do meu tio Firmino.
Pediu-me para filmar a família e
ao fim destes anos todos, aparentemente, ainda o estou a fazer. Diria que o meu tio foi uma das pessoas que iniciaram este trabalho.
Por outro lado, quando o filme
vai para o Brasil sente-se um
rasgo com o real.
Por completo. O que me interessa
quando filmo a realidade é poder
explorar os elementos de ficção,
enfim, coisas que existem de forma natural no real. A partir do
momento em que se filma alguém esse alguém está a representar e já está a mudar. Sabe,
gosto muito dessa representação,
procuro-a. A ficção aqui veio da
pesquisa acerca do meu tio António. As pessoas que falam sobre
ele estão mais ligadas a um movimento de ficção, sobretudo por
estarem desligadas dele.
Depois desta média-metragem
que é agora premiada no Curtas
de Vila do Conde vai sentir o peso
de corresponder àquilo que se
espera de um cineasta ou vai continuar a querer ser uma artista
plástica que ora faz instalações,
dispositivos, filmes experimentais ou documentários para sala?
Vou continuar a estar entre o cinema e as artes plásticas. Penso
que António, Lindo António tem
isso. É um pouco experimental.
Não tem, então, aquele desejo
de fazer em breve uma longa-metragem para os cinemas?
Cada projeto é que guia a forma
do meu trabalho. Será sempre
projeto a projeto. Ao mesmo tempo que fiz este filme também concluí uma instalação de nove minutos com adolescentes a ensaiar
a experiência da morte. R.P.T.
34
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
ARTES
Vidas no
outono valem
discos de
verão a quatro
veteranos
1
Discos. Parece uma assembleia magna para
JOÃO GOBERN
É só fazer as contas: as idades somadas de Eric Clapton, Graham
Nash, Tom Petty – que não se esconde atrás dos Mudcrutch, que
reativou – e Paul Simon totalizam
284 anos. Por agora… Mas se é o
agora que interessa, torna-se legítima a suspeita de que todos terão
caído no caldeirão onde se acolhe
o elixir da eterna juventude.
Há quem se mostre em muito
boa forma por não precisar de
mudar, mas há quem demonstre
que a revolução permanente ainda pode ser um caminho. Pelo
menos na música. Depois, não se
deve ignorar o peso, a força, o alcance deste dado sentimentalão
mas irrefutável – quando o relógio
abranda a vigilância, quando nos
oferecemos outras cadências,
quando falamos de férias, sabe
muito bem receber novas notícias
de velhos amigos. Cá vão elas.
Mãozinhas de veludo
Há múltiplos exemplos de músicos,
aqui olhados sobretudo pela lente
que observa os instrumentistas,
que sacrifica a essência da música à
exibição desnorteada do virtuosismo que possuem. Faça-se justiça a
Eric Clapton, que mesmo na fase
em que era tratado como um deus
nunca deixou que as mãozinhas lhe
subissem à cabeça – o que poderia
muito bem ter acontecido, uma vez
que se trata de um dos quatro ou
cinco guitarristas mais importantes
da história do rock, tanto no percurso solitário como nas passagens
que teve pelos Cream, pelos
Yardbirs, pelos Blind Faith, pelos
Bluesbreakers de John Mayall ou
pelos Derek and the Dominos.
Numa carreira discográfica que já
dobrou o meio século bem conta-
dinho e seguiu roteiros completamente distintos, nunca se (ou)viu
Clapton abusar do dom, o que não
significa que, sempre com um equilíbrio pendular, não ponha o privilégio a render. Sobretudo desde que
entrou na fase que dispensa grande
parte da pressão de outrora e responde em primeiro lugar aos apelos do prazer, algo que tem sido
uma constante desde uma trilogia
especial: From the Cradle (disco de
blues, de 1994), Riding With the
King (parceria com B.B. King, de
2000) e Me and Mr. Johnson (em que
regravou clássicos de Robert
Johnson, considerado um dos pais
do blues, de 2004). A tática do divertimento mantém-se em I Still Do.
Desde logo, pela diversidade do reportório, com temas originais, com
rápido
George Harrison surge
no álbum de Eric Clapton
através de um pseudónimo
utilizado pelo ex-Beatle.
O apelo às novas
tecnologias não
impressiona Paul Simon
nem o subjuga.
Após tantos sobressaltos
e reanimações, Tom Petty
faz parte do núcleo
de grandes músicos.
FOTOS DR , E AP/ THOM O’KONSKI E PAUL WARNER
mostrar como se faz: Eric Clapton, Paul Simon,
Graham Nash e Mudcrutch com Tom Petty
clássicos (mais Johnson, uma de
Bob Dylan), com recurso a autores
contemporâneos acima de suspeita (dois Paul, o Carrack e o Brady),
com renovação dos votos de fidelidade a J.J. Cale (a quem homenageou, com vários outros eleitos, em
2013, com a edição de The Breeze:
An Appreciation of J.J. Cale). Não ficam por aí o escudos protetores utilizados: Clapton escolhe para produtor a velha raposa Glyn Johns,
um dos magos de estúdio, com
quem gravou, por exemplo,
Slowhand, há quase 40 anos. Quanto aos instrumentistas, bastará citar
os nomes de Andy Fairweather
Low, Chris Stainton, Paul Carrack e
Henry Spinetti para se perceber
como, não abdicando destas “válvulas de segurança”, o cabeça de
cartaz foi à procura de um todo que
pudesse ir andando, sem pressas
nem brechas, seguro mas envolvente, capaz de aflorar tanto o blues
mais ortodoxo (Alabama Woman
Blues, Stones In My Passway) como
os sopros de frescura legados por
Cale (Can’t LetYou Do It, Somebody’s
Knockin’). O momento mais marcante – e mais adequado à estação
– chama-se Catch the Blues e é um
daqueles midtempos solares, ideais
para fins de tarde com refresco, mas
igualmente intemporal. Junta-se
um elemento de mistério: em IWill
Be There, canção sobre amizades,
ausências e reencontros, os créditos registam a presença de um An-
3
4
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
três formatos: quarteto, trio e
duo), depois de ter deixado marca
nas Ilhas Britânicas, com os anos
dourados dos Hollies. Por sistema,
Nash é o menos valorizado dos
quatro, embora os seus sublimes
parceiros de geniais intermitências garantam que – talvez por vir
de longe, do chazinho britânico –
ele sempre desempenhou um papel unificador, chamado a limar
idiossincrasias. Quanto ao seu valor, basta recordar Marrakesh Express, Our House, Teach Your Children, Just A Song Before I Go, Wasted On the Way, Chicago ou
Military Madness para se perceber
a amplitude e a bitola que aplica
como autor. O que o desfavorece é
a escassez com que se mostra: seis
discos (incluindo o presente) a
solo desde 1971, três nos últimos
30 anos, dois neste século.
This Path Tonight lida, de forma
superior, intimista mas transmissível, com quatro grandes tópicos:
amor, perda, envelhecimento e
morte. Lógicos, os dois últimos,
para um homem com 74 anos.
Sem surpresas, os dois primeiros:
Nash pôs fim, já neste ano, a um
casamento que vinha de 1977 – e
foi debaixo dessa nuvem negra
que começou a escrever e a gravar.
Entretanto, ao que consta, tem
uma namorada nova, e não o esconde. Com tónicas distintas, as
canções – todas escritas por Nash
e por um inspirado Shane Fontayne, músico que já trabalhou
com Springsteen, Maria McKee,
Sting, Steve Forbert e mais meio
mundo – ganham unidade no tratamento orgânico, sem corantes
nem conservantes, fazendo render os poemas e as melodias.
Tudo reflete uma simplicidade
de processos que se mantém
como modus operandi para este
homem que goza os favores da
fortuna pelo facto de a sua voz
(parecer) não envelhecer. Quando ouvimos Myself At Last (canção de renascimento), Cracks In
the City, Another Broken Heart,
Target, Golden Days e Encore, estamos, no fundo, a colecionar argumentos para defesa destes
mergulhos na máquina do tempo, não apenas possíveis mas recomendáveis. Sobretudo pela
surpresa de ainda ser possível
produzir clássicos imediatos.
E, no entanto, eles aqui estão, a
soar a olá e a deixar nas entrelinhas a ideia de que, muito provavelmente, representam um adeus.
2
1 . Eric Clapton, com
temas orginais, clássicos
e de compositores contemporâneos acima
de qualquer suspeita
2 . Paul Simon, depois
da África e do Brasil,
continua a viagem
3 . Graham Nash mostra ser possível ainda
produzir clássicos
imediatos
4 . Tom Petty mais solto
e menos em esforço
gelo Mysterioso. Ora esse pseudónimo foi utilizado muitas vezes por
George Harrison, amigo de Clapton, com quem passou muitas horas em estúdio… Uma recuperação? A voz não parece, Eric e os seus
apoderados desmentiram a hipótese. Mas sonhar não custa.
Olá e adeus?
Bem diferente é o que acontece
com Graham Nash, o inglês que a
América adoptou desde que se
juntou a David Crosby, Stephen
Stills e Neil Young (em pelo menos
35
ARTES
Estrada com vistas
Ninguém duvida, depois de tantos sobressaltos e reanimações,
de que Tom Petty faz parte daquele núcleo de músicos a quem pouco importa que a distância mais
curta entre dois pontos seja uma linha reta. De vez em quando, dispensa os seus fiéis Heartbreakers e
parte numa via solitária. Em 2007,
seguiu a direção inversa: reativou
a banda em que fez o seu tirocínio
(tratava-se, no princípio da década de 1970, de um combo encarregado de garantir a música ao vivo
I Still Do
Eric Clapton
Editora Polydor
PVP: 15,99 euros
Stranger
to Stranger
Paul Simon
Editora Concord
PVP: 16,99 euros
This Path
Tonight
Graham Nash
Editora Blue Castle
PVP: 12,49 libras
www.amazon.co.uk
2
Mudcrutch
(com Tom Petty)
Editora Warner
PVP: 11,20 euros
num bar-restaurante de Gainesville, Florida) antes de saltar para o
estrelato. Desta forma, regressavam os Mudcrutch, de que fazem
parte dois Heartbreakers, o teclista Benmont Tench e o infalível guitarrista Mike Campbell, mais Tom
Leadon (guitarrista, irmão de Bernie Leadon, dos Eagles) e Randall
Marsh.
Lançado em 2008, o primeiro
álbum do grupo (após dois singles
gravados durante a primeira encarnação, mais de 30 anos antes)
sofria da síndrome da longa espera: misturava temas antigos com
canções recentes, quase tudo a
depender de Mr. Petty. Agora,
com o segundo, ganha-se um
novo fôlego, ainda que a nota dominante continue a pertencer ao
rock sulista, a estrada principal,
mas com vistas – aqui e ali desvia-se para a country (The Other
Side of the Mountain), para a magistratura de influência de Dylan
(Victim of Circumstance), até para
o rockabilly (Welcome to Hell). Ou
seja, os padrões continuam a
coincidir com os das gloriosas
aventuras de Tom Petty em nome
próprio.
A diferença está na forma mais
distendida, mais relaxada, quase
apetece dizer mais sorridente,
com que as canções são abordadas, sem a obsessão perfeccionista que, às vezes, estraga a espontaneidade deste enorme criador.
Quando se dá de caras com temas
como Trailer ou Save the Water,
ganha-se a certeza de estar diante de Petty em corpo inteiro – mas
mais solto e menos em esforço do
que noutras ocasiões.
Como se o “regresso ao passado”
lhe devolvesse energia e dinâmica.
De resto, todos têm oportunidade
de ser a voz principal, pelo menos
uma vez. Petty canta mais vezes,
porque canta melhor. E ainda
descobre engenho e arte para nos
brindar com duas canções antológicas: Beautiful Blue e Hungry no
More. Para exercício respiratório,
não estamos nada mal.
A serena inquietação
À beira dos 75 anos (lá mais para
outubro), o homem poderia, sem
margem para recriminações, estar a viver dos rendimentos –
Sound of Silence ultrapassou o
meio século, Bridge Over Troubled
Water os 45 anos, Still Crazy After
All These Years as quatro décadas.
Graceland está a comemorar os 30
anos de edição. Com tudo isso,
Paul Simon ainda está aí para as
curvas, em mais do que um sentido. A cada passo, tem furado as
apostas daqueles que jogam na
inevitabilidade de o desgaste o
empurrar para a comodidade do
folk apimentado que, por si só, já
lhe reservava um lugar cativo entre os maiores. Bem podem esperar sentados, esses arautos do
conformismo – Stranger to Stranger é, potencialmente, o melhor
disco de Simon desde The
Rhythm of the Saints, divinamente inspirado em São Salvador da
Baía e lançado em 1990. Mais do
que isso, é também o mais moderno e aquele que oferece total
legitimidade para regressar à primeira linha da world music.
Depois da África e do Brasil, Simon continua a viagem, sem entrar em low-cost de ambições: assim se cruzam um instrumento
tradicional da música da Índia
(o gopichand) com as palmas e a
rítmica do flamenco, mais um
mago florentino da música de
dança (Clap!Clap! ou, se preferirem Digi G’alessio) com cordas e
metais, mais as presenças discretas mas de assinatura de Bobby
McFerrin e Jack DeJohnette com
um órgão de tubos e uma marimba de bambu. Sem medos: Simon
não é cromo que deixe a parafernália de recursos e o apelo às novas tecnologias subjugar-lhe ou
caricaturar-lhe as canções. Pelo
contrário, mantém intactas as
qualidades de melodista, continua a ter pontos de vista líricos
tão originais e profundos como
os que se revelam na sua arquitetura das cantigas. Stranger to
Stranger, a canção, The Riverbank, Cool Papa Bell, Insomniac’s
Lullaby (outra vez a ironia agridoce) e, talvez acima de todas, Proof
of Love são companhias perfeitas
e inesgotáveis para estes dias, pela
fruição e pelo desafio. Num dos
temas, Simon desabafa face à dificuldade de trabalhar “o mesmo
barro dia após dia, ano após ano”.
No seu caso, com a reinvenção
constante, parece estar a atirar
barro à parede. Noutra, previne
que, às vezes, quando as palavras
o abandonam, a música é a língua
que fala.
Decididamente, quer conversa.
Porque teima em obter resultados
que vão muito além da mera
soma das partes.
36
CARTAZ
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
Cinema
HOJE EM CARTAZ
LISBOA
NOS Amoreiras
C. C. Amoreiras, Av. Eng. Duarte Pacheco 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.10 |15.50 |18.20 |21.20 |23.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|12.50 |15.20 |18.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.30 |16.10 |18.40
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|21.00 |23.30
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|13.00 |15.40 |20.50 |23.20
OU TODOS OU NENHUM |M12
|18.30
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.30 |15.20 |18.10 |21.10 |24.00
MILES AHEAD |M12
|13.40 |16.20 |19.10 |21.30 |00.10
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.20 |16.00 |18.50 |21.50 |00.20
Cinema NOS Alvaláxia
C.C. Alvaláxia - Campo Grande
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.45 |16.30 |19.10 |21.50 |00.30
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|14.00 |17.00 |21.10 |00.20
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |16.00 |18.35 |21.00 |23.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.30 |16.10 |18.45 |21.20 |24.00
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.10 |15.30 |18.00
BONS RAPAZES |M12
|22.00 |00.35
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|14.10 |16.50 |19.20 |21.40 |00.20
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.50 |16.40 |19.05 |21.30 |00.10
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.40 |16.20 |19.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.35 |00.15
ALICE DO OUTRO LADO DO ESPELHO |M12
|13.20
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |15.50 |18.30 |21.15 |23.55
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.25 |15.40 |18.10
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|21.25 |23.50
WARCRAFT: O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS |M12 |14.20 |17.20
|21.45 |00.25
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|14.30 |17.30 |20.50 |23.45
Cinema City Classic Alvalade
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
FESTA DE DESPEDIDA |M12
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
FRITZ BAUER: AGENDA SECRETA |M12
Avª de Roma, nº 100 218413045
|13.10 |15.20 |17.30 |19.40 |21.50
|13.25 |15.30 |17.45
|13.45 |16.00 |18.30
|21.30
|21.45
|13.40
|15.40
|21.35
Cinema City Campo Pequeno
Pç. do Campo Pequeno 217981420
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.10 |15.20 |17.30 |19.40 |21.50 |00.10
MILES AHEAD |M12
|13.45 |15.45 |19.40 |21.40 |23.45
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.50 |15.30 |16.10 |17.40 |18.30 |21.30 |23.55
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|13.20 |22.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|00.20
AMOR E AMIZADE |M12
|15.50 |17.45 |20.00
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.40 |16.20 |18.50 |21.55 |00.15
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|17.55
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|21.35 |23.50
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |15.40 |17.55
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|13.45 |21.25
O AMIGO GIGANTE |M6
|16.00 |18.40
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|23.55
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|13.40 |21.20 |24.00
Medeia - Nimas
CICLO "UM VERÃO RUSSO" |M12
Av. 5 de Outubro, 42-B 213574362
|14.15 |16.45 |19.15 |21.45
Medeia - Monumental
Edificio Monumental - Av. Praia da Vitória, 72
213142223
DOIS AMIGOS |M12
|12.00
MILES AHEAD |M12
|14.00 |16.00 |18.00 |20.00 |22.00
A ACADEMIA DAS MUSAS |M12
|13.00
LOVE & FRIENDSHIP |M12
|14.45 |16.30 |18.15 |22.15
DE CABEÇA ERGUIDA |M12
|17.00 |20.00
MARAVIGLIOSO BOCCACIO |M12
|12.30 |14.55 |19.15 |21.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|12.15
FRANCOFONIA |M12
|14.45 |16.30 |18.15 |20.00 |21.45
Cinema Ideal
VICTORIA |M12
CHEVALIER |M12
Rua do Loreto, 15/17 - 1200-241 Lisboa 210998295
|17.20 |21.45
|15.30 |19.45
UCI Cinemas - El Corte Inglés Av. António Augusto Aguiar, 31 213801400
FRITZ BAUER: AGENDA SECRETA |M12
|14.10 |16.50 |21.55 |00.20
RAINHA DO DESERTO |M12
|19.10
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.45
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|16.25 |21.50 |00.20
MAGGIE TEM UM PLANO |M12
|19.25
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|13.45 |16.25 |21.45
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA (3D) |M12
|19.05
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|00.20
O AMIGO GIGANTE |M6
|14.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|19.10
O AMIGO GIGANTE (3D) |M6
|16.30 |21.55 |00.25
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|13.40 |16.20 |19.00 |21.45 |00.30
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|14.15 |16.35
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|18.55
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|21.20 |23.50
MILES AHEAD |M12
|14.10 |16.45 |19.00 |21.25 |23.55
O QUE ESTÁ POR VIR |M12
|14.10 |16.35
OU TODOS OU NENHUM |M12
|19.35 |22.00 |00.25
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|14.10 |16.50 |19.25 |21.55 |00.25
FRANCOFONIA |M12
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
AMOR E AMIZADE |M12
NOS Colombo
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
|14.20 |16.30 |18.50 |21.20 |23.45
|13.50 |16.45 |19.25 |22.00 |00.25
|13.45 |16.15 |21.15
|18.45 |23.45
|13.55 |16.35 |19.15 |21.50 |00.20
|14.30 |16.50 |19.10 |21.40 |23.55
C. C. Colombo, Av. Lusíada 16996
|13.15 |15.55 |18.40
|21.30 |00.15
|12.50 |15.35 |18.05 |21.00 |23.45
|12.40 |15.25 |18.20 |21.20 |00.20
|13.00 |15.40 |18.10 |21.15
|24.00
|13.10 |15.50 |18.25 |21.25 |00.05
|12.55 |15.30 |18.00 |21.10 |23.55
|13.35 |16.10 |18.50
|21.40 |00.30
|13.05 |15.45 |18.15 |21.35 |00.10
|13.30 |16.00 |18.30 |21.45 |00.25
NOS Vasco da Gama
C. C. Vasco da Gama - Parque das Nações
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.10 |16.00 |18.30 |21.10 |24.00
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.40 |16.10 |18.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|21.30 |00.10
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.30 |16.20 |19.00 |21.50 |00.20
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.00 |15.30 |18.20 |21.20 |23.50
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.20 |15.40 |18.10 |21.00
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|24.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.50 |15.50 |18.40 |21.40 |00.30
LINHA DE CASCAIS
O AMIGO GIGANTE |M6
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|14.10 |16.40
|19.05 |21.45
Alfragide
CinemaCity Alegro Alfragide
Centro Comercial Alegro - Av. dos
Cavaleiros, 2670-045 Carna 214221030
A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |13.50 |15.30 |16.10 |17.40 |18.35 |19.50 |21.30 |23.50
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.20 |15.35 |17.45 |21.45 |23.55
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|13.45 |15.40 |17.35 |21.50 |24.00
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.15 |15.30 |17.55
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|13.15 |21.35
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |15.40 |17.50 |16.20 |19.30 |21.45
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|14.00
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|00.05
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.10 |15.20 |17.30 |18.50 |21.50 |00.10
AGORA OU NUNCA |M12
|19.55
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|24.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|13.25 |21.40 |00.15
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|15.55 |19.40 |22.00 |00.20
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|18.40 |21.25 |00.05
100 ANOS DE PERDÃO |M12
|13.25 |15.25 |17.30 |19.25
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|21.20
Beloura Shopping 219247643
|15.20 |17.30 |19.40 |21.50
|15.30 |16.10 |17.40 |18.30 |19.50 |21.30
|15.25 |17.50 |21.35
|18.40 |22.00
|15.40 |17.55 |19.30
|16.00
|16.30 |18.50 |21.40
|17.35 |21.35
Cascais
NOS Cascais Shopping
C. C. Cascaisshopping - Estrada Nacional, 9 Alcabideche 16996
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.40 |16.10 |18.40 |21.20 |23.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.10 |15.50 |18.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.20
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.30 |15.20 |18.10 |21.10 |24.00
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.25 |16.00 |18.30 |20.50 |23.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.50 |15.40 |18.20 |21.00 |23.40
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|12.40 |15.10 |17.40 |21.30 |00.10
O Cinema da Villa - CascaisVilla Shopping CenterAv. Dom Pedro - Lote 1
e 2 215887311
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|14.00 |16.20 |19.10 |21.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|14.10 |16.35 |19.00
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|21.30
MILES AHEAD |M12
|18.10 |20.10 |22.00
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|14.15 |16.30 |19.15 |21.35
A LENDA DE TARZAN |M12
|14.00 |16.15 |19.20 |21.45
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.45 |15.55
Miraflores
NOS Dolce Vita
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
C. C. Dolce Vita, Av. das Tulipas 16996
|15.30 |18.30 |21.30
|15.20 |18.20
|21.20
|14.50 |17.20 |19.30 |22.00
|15.10 |18.10 |21.10
Oeiras
NOS Oeiras Parque
C. C. Oeiras Parque 16996
MILES AHEAD |M12
|13.10 |15.45 |21.45 |00.10
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|18.10
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|10.40 |13.00 |15.20 |21.25 |24.00
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|18.00
O AMIGO GIGANTE |M6
|10.30 |12.45 |15.30 |18.15
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.00 |23.55
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.35 |15.25 |18.20 |21.20 |00.15
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.55 |15.40 |18.30 |21.10 |23.50
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.15 |16.00 |18.45 |21.40 |00.20
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|10.50 |13.20
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |15.50 |18.40 |21.30 |00.20
LINHA DE SINTRA
Amadora
UCI Cinema - Dolce Vita Tejo Avenida Manual Cargaleiro - Casal da Mira
7072322221
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |16.00
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|18.30 |21.20
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.55 |16.30 |19.10 |21.45 |00.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.40 |16.10 |18.45 |21.15
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|14.05 |16.35 |19.05 |21.30
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|13.45 |16.20 |19.20 |21.35
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|14.15 |16.45 |19.15 |21.50
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.50 |16.30 |18.55
WARCRAFT: O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS |M12
|21.35
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|13.35 |16.15 |19.00 |21.40
O AMIGO GIGANTE |M6
|14.20 |16.50 |21.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|19.25
A LENDA DE TARZAN |M12
|14.00 |16.25 |21.25
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
|19.00
NORTE DE LISBOA
Odivelas
NOS Odivelas Parque
A LENDA DE TARZAN |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
Auditório Charlot
LOVE & FRIENDSHIP |M12
|13.50 |16.20 |18.55
|21.35
|00.05
|13.25 |15.50 |18.40 |21.45 |00.30
Av. Dr. António Manuel Gamito, 11
|21.30
ALGARVE
Tavira
NOS Tavira
Centro Comercial Gran-Plaza, Loja Nº3.24 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.50 |15.50 |18.30 |21.30 |00.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|10.40 |13.05 |15.30 |18.10
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|21.00 |23.30
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.00 |15.30 |18.15 |21.10 |23.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|10.40 |13.20 |16.00 |18.40
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.15 |00.10
PORTO
Porto
Sintra
City Beloura
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
AMOR E AMIZADE |M12
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
C. C. Odivelas Parque 16996
|13.00 |15.20 |18.10 |21.00
|13.15 |15.40 |18.20 |21.20
|13.10 |15.30 |18.00
|20.50
|13.30 |16.00 |18.35 |21.30
|13.20 |15.50 |18.30
|21.10
MARGEM SUL
Almada
NOS Almada Fórum C. C. Almada Fórum - Estrada do Caminho Municipal,
1011 - Va 16996
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.30 |16.15 |18.50 |21.50 |00.20
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|12.45 |15.15 |18.00
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|21.00 |23.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.00 |15.50 |18.40
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.15
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.50 |15.40 |18.20 |21.20 |24.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.30 |15.20 |18.15 |21.10 |00.10
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |12.35 |16.05 |18.50 |21.35
|00.25
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.05 |15.45 |18.35 |21.15 |23.55
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|12.25 |15.25 |18.25 |21.25 |00.25
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.45 |16.10 |18.30
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|20.50 |23.55
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.20 |16.00 |18.35 |21.45 |00.25
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.40 |16.20 |18.45
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|21.40 |00.25
MILES AHEAD |M12
|13.25 |15.55 |18.20 |21.05 |23.30
O AMIGO GIGANTE (3D) |M6
|12.40 |15.30 |18.10 |21.10 |23.50
Montijo
NOS Fórum Montijo
C. C. Fórum Montijo 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.20 |15.50 |18.35 |21.35 |00.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |16.00 |18.25
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|21.00 |23.55
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.25 |16.10 |18.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.25 |00.05
A LENDA DE TARZAN |M12
|12.50 |15.30 |18.30 |21.10 |23.45
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.10 |15.40 |18.15 |21.15 |24.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.40 |15.25 |18.25 |21.20 |00.10
Setúbal
Cinema City
Av. Libertadores de Timor Loro Sae 275334664
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|13.30 |15.55 |17.50 |19.45 |21.40 |23.50
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.40 |15.25 |16.00 |17.35 |18.30 |21.30 |23.55
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |15.40 |17.55 |19.25 |21.40 |23.55
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|13.55 |18.50
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|21.25 |00.10
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|21.55 |00.25
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|16.10 |21.20 |24.00
WARCRAFT: O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS |M12
|13.30
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.20 |15.30 |17.40 |19.50 |22.00 |00.20
IGUAIS |M12
|13.35
100 ANOS DE PERDÃO |M12
|15.35 |17.30
Medeia - Cine Estúdio do Teatro Municipal Campo Alegre Rua das
Estrelas 226063000
FRANCOFONIA |M12
|18.30 |22.00
NOS Alameda Shop&Spot Centro Comercial Shop&Spot, Rua Campeões
Europeus, 28 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.00 |15.50 |18.10 |21.30 |00.20
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|14.00 |16.40
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|20.30 |23.40
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|12.45 |15.30 |18.15
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|20.50 |23.25
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.30 |16.30 |19.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|22.40
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|14.10 |17.30 |21.00 |23.50
VICTORIA |M12
|13.10 |16.20 |22.30
OU TODOS OU NENHUM |M12
|19.35
CHEVALIER |M12
|20.00
MARAVIGLIOSO BOCCACIO |M12
|14.10 |17.00 |22.45
Gaia
UCI Arrábida 20
C. C. Arrábida Shopping 223778888
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|14.05 |16.30 |18.55 |21.20 |24.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|13.40 |16.20 |19.05 |21.50 |00.35
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|14.10 |16.40 |19.20 |21.50 |00.20
AMOR E AMIZADE |M12
|14.20 |16.45 |19.05 |21.20 |00.10
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|14.00 |16.30 |19.00 |21.30 |00.05
WARCRAFT: O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS |M12 |13.45 |16.20
|19.00 |21.40 |00.20
MILES AHEAD |M12
|14.05 |16.25 |18.45 |21.25 |00.15
OU TODOS OU NENHUM |M12
|14.10 |16.40 |19.05 |21.30 |24.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |13.50 |16.30 |19.10 |21.55
|00.35
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|14.00 |16.25 |18.55
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|21.35 |00.25
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.45 |16.20 |21.45
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|19.00 |00.30
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|14.15 |16.50 |19.15
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|21.40 |00.05
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|14.10 |16.45 |19.20 |21.55 |00.35
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.55 |16.10
A LENDA DE TARZAN |M12
|19.20 |21.50 |00.20
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|14.00 |16.35 |19.10 |21.45 |00.25
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
|14.10 |16.45 |19.20 |21.55 |00.35
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|14.20 |16.45 |19.10 |21.40 |00.20
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|15.15 |18.20 |21.25 |00.15
MAGGIE TEM UM PLANO |M12
|14.10 |16.30 |21.20 |24.00
O QUE ESTÁ POR VIR |M12
|18.50
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|14.00 |16.30 |19.05 |21.35 |00.10
NOS GaiaShopping
Av. dos Descobrimentos, 549 16996
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|13.25 |15.55 |18.35 |21.30 |00.05
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |12.40 |15.20 |18.00 |20.50
|23.45
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.15 |15.50 |18.30 |21.00 |23.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.35 |16.15 |18.55 |21.35 |00.25
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.50 |16.30 |19.00 |21.40 |00.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.05 |15.45 |18.25
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.05 |23.50
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.30 |16.00 |18.50
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|21.25 |00.15
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|12.45 |15.40 |18.40 |21.45 |00.35
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.35 |15.25 |18.20 |21.20 |00.20
Matosinhos
NOS NorteShopping C. C. NorteShopping, Rua Sara Afonso, 105/117 16996
MILES AHEAD |M12
|13.20 |15.50 |21.10 |23.40
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|18.25
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|10.40 |13.00 |15.25 |18.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|20.50 |24.00
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.50 |15.30 |18.20 |21.30 |00.10
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.40 |16.10 |18.50 |21.45 |00.30
CARTAZ
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
37
AS NOTAS DOS CRÍTICOS
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
A LENDA DE TARZAN |M12
|10.30 |13.10 |16.00 |18.40
|21.20 |00.15
|13.30 |16.20 |19.00 |21.50 |00.20
|12.40 |15.40 |18.35 |21.40 |00.35
|12.55 |15.20 |18.10 |21.00 |23.50
NOS Mar Shopping
Av. Dr. Óscar Lopes
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.00 |15.50 |18.50 |21.40 |00.30
A LENDA DE TARZAN |M12
|12.50 |15.20 |18.00 |21.00 |23.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|10.30 |16.00 |19.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|22.00 |00.40
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|10.20 |15.00 |17.20 |21.50 |24.00
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|11.00 |13.40 |16.20 |19.10
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|22.20
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.30 |15.40 |18.20 |21.20 |00.05
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |14.00 |17.00 |20.50 |23.40
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
|13.30 |16.10 |18.40 |21.30 |00.10
OUTROS LOCAIS
Aveiro
NOS Fórum Aveiro
Rua Homem Cristo 16996
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.05 |16.00 |18.55
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.50 |00.35
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|13.40 |16.20 |19.00 |21.40 |00.20
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|12.55 |15.40 |18.25 |21.10 |00.05
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.30 |16.10 |18.45 |21.20 |23.55
ALICE DO OUTRO LADO DO ESPELHO |M12
|14.10 |17.00
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|20.50 |00.10
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |14.20 |17.20 |21.00 |24.00
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.00 |15.50 |18.40 |21.30 |00.20
NOS Glicínias
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
C. C. Glicínias, Aradas
|14.10 |17.05
|21.10
|13.40 |16.20 |18.55
|21.20
|13.45 |16.30 |19.15 |22.00
|14.00 |16.40 |19.20 |21.50
|13.50 |16.55 |21.00
|13.25 |16.10 |19.05 |21.55
|15.30 |16.15 |18.50 |21.30
A CANÇÃO DE LISBOA
FRANCOFONIA
MARAVILHOSO BOCCACCIO
MILES AHEAD
VICTORIA
UMA GUERRA
O HOMEM QUE VIU O INFINITO
O AMIGO GIGANTE
A LENDA DE TARZAN
LIKE SOMEONE IN LOVE
SHIRIN
OS DOIS AMIGOS
UM TRAIDOR DOS NOSSOS
OU TODOS OU NENHUM
CHEVALIER
ESTADO LIVRE DE JONES
AMOR E AMIZADE
FRITZ BAUER: AGENDA SECRETA
DE CABEÇA ERGUIDA
TANGERINE
IGUAIS
OLMO E A GAIVOTA
A ACADEMIA DAS MUSAS
À PROCURA DE DORY
O DIA DA INDEPENDÊNCIA: NOVA AMEAÇA
THE CONJURING 2 – A EVOCAÇÃO
MAGGIE TEM UM PLANO
MESTRES DA ILUSÃO
O QUE ESTÁ POR VIR
em estreia
●
mau
JOÃO
LOPES
RUI PEDRO
TENDINHA
INÊS
LOURENÇO
●
★★
★★★
–
★★
–
–
★★
★★★
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★★★★
★★★
★★★
★★
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★★
–
★★★
★
★★★
★★★
★★
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★ medíocre ★★ com interesse ★★★ bom
★★★★ muito bom ★★★★★ excecional
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MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|14.00 |17.10 |20.50 |23.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.20 |16.05 |19.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.30
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |14.30 |17.30 |20.30 |23.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.30 |16.10 |18.50 |21.30 |00.10
VICTORIA |M12
|14.40 |17.50 |21.00 |00.15
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|14.50 |17.20 |19.45
AMOR E AMIZADE |M12
|22.10 |00.40
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|14.10 |17.00 |22.50
OU TODOS OU NENHUM |M12
|19.40
MILES AHEAD |M12
|13.40 |16.20 |18.55 |21.20 |24.00
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.45 |16.25 |19.05 |21.45 |00.25
NOS Fórum Coimbra
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
A LENDA DE TARZAN |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
Fórum Coimbra
|14.20 |17.30 |21.10 |00.10
|13.30 |16.15 |19.20
|22.00 |00.40
|13.20 |16.10 |18.50 |21.30 |00.15
|14.10 |16.50 |19.30 |22.10
|13.40 |16.20 |19.00 |21.40 |00.20
|13.50 |16.30 |19.10 |21.50 |00.30
Teatro Académico Gil Vicente
A ESPERA |M12
Praça da República 239855630
|18.30
Figueira da Foz
NOS Foz Plaza
C. C. Foz Plaza - Rua dos Condados 16996
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|12.55 |15.20 |18.30 |21.10 |23.40
A LENDA DE TARZAN |M12
|15.10 |18.20 |21.20 |23.45
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|15.35 |18.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|21.00 |23.50
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|15.30 |18.10 |21.30 |00.05
O AMIGO GIGANTE |M6
|15.00 |17.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.15
Leiria
Orient Cineplace - Leiria Shopping
IC2 - Alto do Vieiro – 2400-441
244826516
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|15.20 |16.00 |17.30 |18.30 |19.40 |21.50
UMA GUERRA |M12
|18.50
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|21.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|15.30 |17.55
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|15.35 |16.15 |17.50 |19.20 |21.35
A LENDA DE TARZAN |M12
|15.25 |17.35 |19.45 |21.55
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|22.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|15.50 |21.45
Nas esquinas
do coração
de Miles Davis
Uma outra visão
da Guerra Civil
Americana
Não,
não é o
novo ET
MILES AHEAD DON CHEADLE
ESTADO LIVRE DE JONES GARY ROSS
O AMIGO GIGANTE STEVEN SPIELBERG
Um dos desafios criativos do cinema tem sido a abordagem de figuras icónicas como notas livres
numa pauta. Diga-se, em virtude
deste Miles Ahead, de e por Don
Cheadle, que a sua audácia se encontra precisamente nessa recusa
de uma biografia organizada de Miles Davis. No desvio às convenções
do género, a boa desordem narrativa vem em auxílio desta estreia de
Cheadle na realização, embora haja
ainda um excesso de “postura” a repassar o filme (como preconiza Miles: “Se vais contar uma história, fá-lo com alguma atitude”). É apenas
nesse aspeto que Miles Ahead, autêntico em tudo o resto, deixa cair
algo da sua importância, denotando-se um empenho maior na sugestão de um enredo de fuga e perseguição. Com efeito, Cheadle centrou-se numa altura crítica da carreira do músico, no final dos anos
1970, e inventou um jogo narrativo
em torno de uma gravação que o
iria relançar, após cinco anos parado, introduzindo flashbacks do
amor da sua vida: Frances Taylor.
E é paixão o que move esta engrenagem fílmica, mas não chega.
Eis um filme, no mínimo, tematicamente surpreendente (baseado em
factos verídicos). Esta é uma saga da
Guerra Civil Americana, centrada
num grupo de pequenos proprietários do Sul (Jones é o nome do seu
condado) que, sob a chefia de
Newton Knight (Matthew McConaughey), se revolta contra o
exército da Confederação, resistindo
à apropriação de bens e mantimentos. Estamos perante acontecimentos que contrariam qualquer perceção maniqueísta daquele contexto
histórico em que, de forma decisiva,
viria a decidir-se a consagração na
lei do fim da escravatura dos negros;
o filme, aliás, evoca os ecos de tal
contexto, 85 anos mais tarde, quando está a ser julgado um caso que remete ainda para a relação de Knight
com Rachel (Gugu Mbatha-Raw),
uma mulher negra que foi escrava.
Mesmo que a articulação desses
dois tempos da narrativa nem sempre seja muito consistente, Estado
Livre de Jones constitui um exemplo
feliz do modo como o cinema continua a poder discutir a perceção da
história e dos seus eventos mais emblemáticos.
É impossível não disfarçar a sensação que é um filme aquém. Aquém
daquilo que Spielberg já fez no universo de filmes mais infantis (Hook
tinha, por exemplo, outra robustez
de espetáculo, bem como As Aventuras de Tintin – O Segredo de Licorne). Ainda assim, injusto o fracasso
de bilheteira nos EUA. A história
leva-nos até à Londres dos anos 1980
onde Sophie, uma menina órfã, conhece BFG, um simpático gigante do
País Gigante. De repente, é levada
até esse distante mundo onde BFG é
o único gigante que não devora humanos. Rodado com a técnica de
performance capture, um efeito de
animação que permite captar o movimento dos atores, o filme não deixa de ter um ar de outros tempos.
De alguma forma, o storytelling de
Spielberg e da falecida argumentista
Melissa Mathison evoca um cinema
“purista” que a própria Amblin inventou. O Amigo Gigante é pródigo
num cerimonial afetivo com as personagens. Torna-se impossível não
aderir à sofisticada “simpatia” deste
gigante e à sua relação com a menina Sophie. O problema é que talvez
seja apenas “simpatia”....
INÊS LOURENÇO ★★ Com interesse
JOÃO LOPES ★★★ Bom
RUI PEDRO TENDINHA ★★★ Bom
PASSATEMPOS
38
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
COLUNAS SOLTAS
XADREZ
Colocar cada coluna no seu lugar correspondente para obter um pensamento e nome do seu autor.
Problema – As brancas jogam e dão mate em 2
(Bratoljub Gruber,
Problem (Zagreb), 3ª menção de honra, 1964)
Hoje faz 150 anos que se iniciou o match entre
Adolf Anderssen e Wilheim Steinitz em 1866.
Oficialmente só 20 anos mais tarde é que se realizou o primeiro match para apurar um campeão do mundo (Steinitz – Zukertort) mas há
quem referencie este match como precursor
dado que Anderssen era considerado o melhor
xadrezista mundial depois da retirada de Paul
Morphy. Steinitz (26 anos) venceu por 8-6 sem
empates. Anderssen tinha, então, 48 anos. O encontro teve 14 partidas e Anderssen optou pelo
Gambito Evans em 6 ocasiões e Steinitz utilizou
o Gambito de Rei em 5 partidas. Enquanto o alemão empatou com o seu gambito o austríaco
venceu o seu (4-1) apesar da sua teima em deixar
o rei no centro.
William Steinitz [Áustria]
Adolf Anderssen [Prússia]
London m1 (4), 1866
1.e4 e5 2.f4 exf4 3.Cf3 g5 4.Bc4 g4 5.Ce5 Dh4+
6.Rf1 Ch6 7.d4 d6 8.Cd3 f3 9.g3 De7 10.Cf2 Be6
11.Ca3 Bxc4+ 12.Cxc4 De6 13.d5 Dg6 14.h3 Cd7
15.Bxh6 Bxh6 16.hxg4 b5 17.Ca3 Ce5 18.Cxb5
Tb8 19.Cd4 [19.Cxc7+ Rd8 20.Ca6 Tb6–+]
19...Be3 20.Cxf3 [20.Cf5!=] 20...Df6 21.Rg2
SUDOKU
BRIDGE
Preencher os quadrados fazendo
que cada fila, cada coluna e cada
um dos quadrados de três casas
por três contenham todos os
números de 1 a 9, sem repetições
ou omissões.
Problema – Contrato 3ST por Sul.
Saída de Oeste ao cinco de Copas
Torneio do clube, N/S vulnerável, abriu
em Sul num Pau, Norte marcou um Ouro,
saltou para 2ST e o parceiro fechou em
3ST. Oeste saiu ao cinco de Copas, ás à direita que insistiu com o três; meteu o valete, dama à esquerda que inesperadamente voltou o rei de Espadas. Optou por recuar o ás, porém Oeste teve o mau gosto
de voltar outra Copa. Fez o rei e em desespero tentou a passagem ao rei de Ouros,
porém o rei estava à esquerda, o qual bateu a quarta Copa, um cabide. Será que errou o carteio? Onde?
GRAU DE DIFICULDADE
★★★★★
SOLUÇÕES
PALAVRAS CRUZADAS
BRIDGE
HORIZONTAIS: 1 – Acabamento de licença (pl); Fatia.
2 – Remuneração; Virtuoso.
3 —Saco de couro ou de
pano, fechado geralmente
com cadeado; Piedade.
4 —Descarnada; Fluido não
líquido. 5 – Bário (s.q.); Passeios. 6 – Estilos. 7 – Vendera a crédito; Sódio (s.q.).
8 – Colocado; Padiola de
procissão. 9 – Actínio (s.q.);
Ribombava. 10 – Televisão
Italiana (iniciais); Irmão de
Abel (Bíblia). 11– Cheiro;
Poetas entre os Gregos.
SUDOKU
Se tivesse estado com atenção teria entrado com o rei de Copas na
segunda vaza e jogado imediatamente ás e valete de Ouros. À esquerda ganhava com o rei, depois batia as duas Copas apuradas
mas as restantes vazas são todas suas. Está a pensar que só com
as cartas à vista? Não tem razão, se tivesse reparado que Este voltou o três de Copas na segunda vaza poderia ter concluído que
quase de certeza o naipe estava de início 4/4 no flanco. Porquê?
Admitindo que a saída ao cinco foi a uma quarta carta, como tem o
dois na mão e o quatro na mesa a volta ao dois só pode ser também
a um naipe quarto. Convencido?
XADREZ
1.c5! [Ameaça Tc4#] 1...d2 [1...d5 2.cxb6#;
1...b5 2.cxd6#; 1...e4 2.Dh8#] 2.Dh3#
COLUNAS SOLTAS
As coisas são mais fáceis de dizer do que de
fazer, a não ser que seja gago.
Lewton
PALAVRAS CRUZADAS
VERTICAIS: 1 – Alomba; Para. 2 – Aa; Focar. 3 – Mg; Eis; Io. 4 – Apar; Sata. 5 – Sala; Cro; Ca.
6 – Ga; Goa; Ta. 7 – Pa; Vil; Aria. 8 – Cara; Nome. 9 – Sb; Pos; Da. 10 – Todos; No. 11 – Amor; Cartas.
sa; Tântalo (s.q.). 7 – Protactínio
(s.q.); Mesquinho; Cantiga.
8 —Rosto; Denominação.
9 – Antimónio (s.q.); Poeiras; Oferece. 10 —A totalidade (pl.); Nobélio
(s.q.). 11 —Afecto; Missivas.
HORIZONTAIS: 1 – Altas; Posta. 2 – Paga; Bom. 3 – Mala; Do. 4 – Magra; Vapor. 5 – Ba; Giros.
6 – Escolas. 7 – Fiara; Na. 8 – Posto; Andor. 9 – Ac; Troa. 10 – RAI; Caim. 11 – Aroma; Aedos.
VERTICAIS: 1 – Carrega;
Deixa de andar. 2 – Rio de
França; Pôr em foco.
3 – Magnésio (s.q.); Ena; Satélite de Júpiter. 4 – Mamífero desdentado, espécie de
tatu; Satanás. 5 – Salva ou
bandeja de metal; Jogo de
cartas. 6 – Gálio (s.q.); Distrito da antiga Índia Portugue-
Bxf2? [21...Txb2=] 22.Cxe5! Bxg3? [22...Dxe5
23.Rxf2 Txb2 24.Dd3=] 23.Cd3! Bh4 24.De2 De7
25.Taf1 Bg5 26.Tf5 f6 27.Thf1 0–0 28.b3 Tbe8
29.Te1 Rh8 30.Cf2 Bh4 31.Th5 Bxf2 32.Dxf2
Tg8 33.Df5 Tg7 34.Th6 Teg8 [34...Txg4+
35.Dxg4 Tg8 36.Dxg8+ Rxg8 37.Th5 De8 38.Tf5
Dg6+ 39.Rf2 Dh6 40.Re2±] 35.Teh1 Txg4+
36.Rf3 Tg3+ 37.Re2 T3g7 38.Txf6 Tg2+ 39.Rd3
T8g3+ 40.Rc4 Te3 41.Tf8+ Tg8 42.Txg8+ Rxg8
43.Tg1+ [43...Rh8 44.Dc8+] 1–0
António P. Santos
TELEVISÃO
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
39
DESTAQUES
A história de Frida
A Guerra Civil
Kahlo, com Salma Hayek Espanhola em análise
O canal assinala o
aniversário de Mandela
Novas viagens
chegam ao Odisseia
TVCINE 3
FRIDA
(20.25)
HISTÓRIA
ESPANHA, ENSAIO
DE UMA GUERRA (22.00)
ODISSEIA
VIAJANTE SEM LIMITES
(20.49)
Da Casa Azul, no México, saiu um dos nomes que marcaram a
história: Magdalena
Carmen Frieda Kahlo
y Calderón. Conhecida por Frika Kahlo,
Magdalena tornou-se
uma conceituada e aclamada pintora surrealista do século XX. Aos 18 anos, Frida sofreu um trágico acidente de viação, que a
deixou incapacitada, altura em que se dedicou à pintura. Aos 22, casou-se com Diego Rivera, com quem manteve uma relação
agitada. Este é apenas um resumo da sua
história, que é contada através de Julie
Taymor, com Salma Hayek e Alfred Molina
nos papéis principais.
Será que a resistência
de Madrid, durante 30
meses, inspirou os defensores de Leninegrado e Estalinegrado
durante a Segunda
Guerra Mundial? Passados apenas três meses desde o início da rebelião, em julho de
1936, o exército do general Franco estava às
portas da capital espanhola. O governo da
República tinha abandonado a cidade e
muitos davam por certa a sua queda. No entanto, o desejo de defesa das milícias republicanas, a chegada das Brigadas Internacionais e a ajuda da União Soviética travou
o avanço das tropas que tentavam tomar a
cidade. Madrid resistiu durante 900 dias.
HOLLYWOOD
MANDELA: LONGO
CAMINHO PARA
A LIBERDADE (21.30)
Para assinalar o dia em
que Nelson Mandela
nasceu, o canal estreia
o filme, de Justin Chadwick, que retrata a vida
do vencedor do Prémio Nobel da Paz de
1993. Esta é a história do antigo presidente
sul-africano, interpretado por Idris Elba,
desde a infância no campo até à eleição
como o primeiro presidente eleito democraticamente na África doSul. Inspirado na
sua autobiografia, o filme debruça-se sobre
temas controversos, como a constante luta
contra o apartheid e os anos que passou
como prisioneiro político. Nelson Mandela morreu aos 95 anos, em 2013.
Qual é o significado de
la bella vita? O comediante australiano Anh
Do viaja até à Itália para descobrir isso mesmo. Nos Alpes, vai enfrentar dois desafios:
uma dança alpina e
um desporto em plena expansão, o bubble
football. Em Veneza, vai aprender os segredos dos gondoleiros e vai participar numa
ópera flash mob, em Verona. No plano está
também conduzir um Lamborghini, participar numa competição de queijos e numa
corrida de quadrigas. Finalmente, o humorista chega a Bari, uma joia escondida do
mar Adriático onde pode degustar marisco
acabado de ser pescado. Estreia.
CANAIS
AUDIÊNCIAS DE TV
GENERALISTAS
TEMÁTICOS
RTP1
RTP2
SIC
TVI
HOLLYWOOD
FOX MOVIES
MOV
06.30 Bom Dia
Portugal
Informação
10.00 A Praça
Talk show
em direto
13.00 Jornal da Tarde
14.15 Bem-Vindos
a Beirais
15.00 Água de Mar
Série
portuguesa
16.00 Agora Nós
18.00 Portugal
Em Direto
Informação
19.00 O Preço Certo
20.00 Telejornal
21.00 The Big Picture
22.00 The Voice
Portugal 2015
Melhores
Momentos
23.00 Guerra E Paz
Série britânica
07.00 Zig Zag
Espaço
infantil
12.33 A Fé
dos Homens
13.10 Ciclismo Volta
à França 2016
Transmissão
em direto
17.15 Zig Zag
20.04 Academia
de Dança
20.32 Inesquecíveis
Viagens
de Comboio
Série
documental
21.30 Jornal 2
22.07 Hora da Sorte
– Lotaria 2016
22.20 O Palácio
Série britânica
23.10 Escrito
na Pedra
Documentário
06.00 Edição
da Manhã
Informação
08.45 A Vida
nas Cartas
– o Dilema
10.00 Queridas
Manhãs
Talk show
13.00 Primeiro
Jornal
14.30 Dancin’Days
Novela
portuguesa
15.45 Grande Tarde
19.00 I Love
Paraisópolis
Novela
brasileira
20.00 Jornal da Noite
21.30 Coração d’Ouro
22.30 Rainha
das Flores
23.30 Verdades
Secretas
06.30 Diário
da Manhã
Informação
10.10 Você Na Tv
Talk show
em direto
13.00 Jornal
da Uma
Informação
14.44 Deixa
Que Te Leve
Novela
portuguesa
15.15 Mundo Meu
Novela
portuguesa
16.00 A Tarde É Sua
19.14 Massa Fresca
Série juvenil
portuguesa
20.00 Jornal das 8
21.33 A Única Mulher
Terceira
temporada
22.43 Santa Bárbara
14.00 Signs
– Sinais
15.50 Lembra-te
de Mim
17.45 Na Corda
Bamba
19.35 Não Chamem
a Polícia
21.30 Mandela: Longo
Caminhopara
a Liberdade
00.00 Munique
02.45 Passado
Infernal
04.15 O Mensageiro
11.58 Era Uma
Vez na China
14.12 Assalto ao
Carro Blindado
15.48 Top Gun – Ases
Indomáveis
17.33 Um Ritmo
Perfeito
19.20 Rocky
21.15 O Maneta
de Ferro
22.44 Sabata
00.26 Ultravioleta
01.50 Taxi Driver
03.39 Detonação
15.50
16.35
17.20
18.05
22.00 The Voice
Portugal 2015
› Doze compactos
de vários momentos que marcaram
a edição do concurso The Voice
Portugal 2015, com
Vasco Palmeirim e
Catarina Furtado.
23.45 Batman
– O Início
02.15 Ciclismo Volta
À França 2016
– Resumos
02.45 Números
do Dinheiro
Informação
03.30 Os Nossos Dias
23.36 The Coca-Cola
Case
› Um documentário
de Carmen Garcia e
Germán Gutiérrez
sobre a reconhecida marca Coca-Cola e os direitos
laborais na
América Latina.
23.36 The Coca-Cola
Case
Documentário
00.33 Concertos
Comentados
Casa da Música
01.44 Esec-Tv
02.14 Euronews
Informação
22.30 Rainha
das Flores
› Narcisa rouba tudo
o que há de valor
nos quartos de
Rosa e Sofia e ainda
as pratas que estão
na sala. Depois,
monta um cenário
típico de assalto.
00.30 CSI
Cyber
Série norte-americana
01.30 Ray
Donovan
Série norte-americana
02.30 Jura
21.33 A Única
Mulher
› A notícia da morte
macabra de Denise
corre depressa.
Norberto, Henrique
e Jorge mostram o
bilhete do suposto
suicídio de Denise ao
agente Camacho.
23.55 Love On Top
Extra
01.22 Super Quiz
Concurso
02.55 Castle
Série norte-americana
04.22 Love on Top
05.40 Queridas Feras
18.50
20.15
21.45
22.30
23.15
00.45
01.35
Defiance
12 Macacos
Dead Zone
As Crónicas
de Shannara
Desaparecida
aos 16
À Caça
de Fantasmas
12 Macacos
Teen Wolf
Missão
Explosiva
Banshee
Teen Wolf
FOX
FOX LIFE
AXN
14.28 Hawai
Força Especial
16.03 Scorpion
16.52 CSI
17.41 Investigação
Criminal:
New Orleans
19.29 Hawai
Força Especial
21.18 Scorpion
22.15 Outcast
23.10 Wayward
Pines
00.06 O Incrível Hulk
02.10 Velozes
e Furiosos
12.35 Rizzoli
& Isles
14.05 Stealing
Paradise
15.38 Rookie Blue
17.09 The Good Sister
18.10 Rookie Blue
20.25 Em Contacto
21.24 Rizzoli
& Isles
22.20 Um Lugar
para Viver
00.17 The Surrogacy
Trap
02.00 No Limite
02.56 Medium
08.38 Mentes
Criminosas
09.25 Inesquecível
13.35 iZombie
15.15 Lara Croft:
Tomb
Raider 2:
O Berço
da Vida
17.19 Inesquecível
21.45 Desafio
do Ano
23.35 iZombie
01.25 Inesquecível
05.08 Mentes
Criminosas
HISTÓRIA
NATIONAL GEOGR.
GLOBO
17.42 Objetos Unidos
da América
18.24 O Preço
da História
19.06 Caça-Tesouros
20.35 O Preço
da História
– Louisiana
21.17 O Preço
da História
22.00 Espanha,
Ensaio
de Uma Guerra
23.28 As Faces
de Trump
13.40 Autoestrada
Infernal
14.26 A Ciência
da Estupidez
16.00 Pesca
no Limite
17.32 SOS
Automóvel
19.04 Presos
no Estrangeiro
21.24 A Ciência
da Estupidez
23.46 Primal Survivor
00.36 Mercado Negro
01.22 A Ciência
da Estupidez
13.50 Renascer
14.50 História
de Amor
15.50 BelaCozinha
16.15 Malhação
17.10 Araguaia
17.50 Mais Você
19.00 Chocolate
com Pimenta
20.00 Totalmente
Demais
21.00 Renascer
22.00 História
de Amor
23.00 História
23.45 Araguaia
Vitória de Portugal
em hóquei vista
por 843 mil
› A conquista do título de campeão europeu pela seleção portuguesa de hóquei em patins,
que derrotou a formação italiana na final, foi o quarto programa mais visto do dia, tendo
registado uma audiência média
de 8,7% e 22,9% de share.
AUDIÊNCIA
MÉDIA
SHARE
1 A Única Mulher III (TVI)
18,8%
26,5%
2 Coração d’Ouro (SIC)
10,4%
25,1%
3 Alta Definição (SIC)
9,7%
31,4%
4 Hóquei: Itália-Portugal (RTP1)
8,7%
22,9%
5 Primeiro Jornal (SIC)
7,5%
22,7%
6 Jornal da Uma (TVI)
7,0%
21,2%
7 Love on Top 2 - Gala (TVI)
6,7%
23,3%
8 Jornal da Noite (SIC)
6,6%
21,1%
9 Jornal da Tarde (RTP1)
6,2%
18,8%
10 Telejornal (RTP1)
5,8%
20,1%
11 Jornal das 8 (TVI)
5,8%
18,7%
12 Inspetor Max (TVI)
5,7%
22,4%
13 E-Especial (SIC)
5,3%
20,4%
14 Donos Disto Tudo (RTP1)
4,3%
13,4%
15 Filme: Presos no Paraíso (SIC)
4,2%
17,1%
SHARE DIÁRIO – SÁBADO
RTP1
14,5
RTP2
3,4
SIC
17,9
TVI
17,2
Cabo Outros*
37,8 9,2
*CONTABILIZA VÍDEO, GRAVAÇÕES, SATÉLITE
INTERNACIONAL, CONSOLAS, INTERNET NA TV
E OUTROS CANAIS DO CABO.
DADOS: CAEM
A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DOS CANAIS
TEMÁTICOS DE CABO E IPTV EXIBIDOS EM
PORTUGAL ESTÁ DISPONÍVEL TODAS AS SEXTAS-FEIRAS NA REVISTA EVASÕES, QUE SE PUBLICA
COM O DIÁRIO DE NOTÍCIAS.
40
MEDIA
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
Jô Soares. Globo
quer rosto
do Big Brother
para substituto
BRASIL Pedro Bial é o preferido da estação para ocupar
o espaço na grelha que será
deixado vago, no final do
ano, pelo Programa do Jô
Maradona foi capitão da Argentina quando esta venceu o Mundial de 1986, ano em que venceu a Bola de Ouro
Maradona. Vida de altos
e baixos inspira nova série
TV. A estação argentina Telefe anunciou uma “superprodução” biográfica sobre o ícone do
futebol. Maradona, de 55 anos, confessa estar “feliz e entusiasmado” com o projeto televisivo
Tomas
Yankelevich,
diretor de
conteúdos
e negócios do
canal Telefe,
fotografado
ao assinar o
acordo de
coprodução
com Maradona. “Ele
é o melhor
jogador
de sempre”,
disse
NUNO CARDOSO
“Cada mês da minha vida tem
conteúdo suficiente para se escrever cem capítulos. Tudo o que eu já
vivi excede a ficção.” As palavras
são de Maradona, quando assinou
o contrato com Tomas Yankelevich, diretor de conteúdos e negócios da estação argentina Telefe,
para a produção conjunta de uma
nova série que vai relatar a vida e a
carreira do ícone do futebol, hoje
com 55 anos. “Estou feliz e entusiasmado com o desenvolvimento
deste projeto por parte da Telefe e
para todo o mundo. Esta é a história da minha vida”, disse o ex-futebolista em comunicado.
A série, que foi descrita pela
emissora como uma “superprodução”, com o objetivo de ser exportada para os canais dos quatro
cantos do mundo, ainda está numa fase embrionária, pelo que
ainda não se sabem os nomes dos
atores que irão integrar o elenco,
de quantos episódios será feita a
série, ou até a data de estreia. Ainda assim, a imprensa internacional adianta que a trama irá incluir
os altos e os baixos da vida e da carreira de Diego Armando Maradona, abordando a sua popularidade
e eficiência dentro do campo, mas
também algumas das suas relações mais difíceis, a pressão da fama e do mediatismo e a sua luta
contra a dependência das drogas
– foi reportado, em 2000, que uma
overdose de cocaína quase matou
o ícone do mundo da bola.
No argumento da série estará,
também, e obviamente, a vitória
de Maradona no Mundial de 1986,
no México, enquanto capitão da
Argentina, a seleção vencedora
dessa edição e a qual veio mais
tarde a treinar, entre 2008 e 2010.
Foi também nesse ano da década
de 1980 que venceu a Bola de
Ouro, tendo sido considerado o
melhor jogador do mundo. A trama irá segui-lo também nas suas
passagens pelos campeonatos espanhol (no Barcelona ou no Sevilha), italiano (Nápoles) ou brasileiro (Boca Juniors).
A Telefe, estação líder na Argentina, não esconde o entusiasmo e
as altas expectativas para a reação
do público a esta nova série. “Este é
um desafio incrível como produtor,
o de pensar na forma como vou
transformar em ficção a vida do
melhor jogador de sempre, e daquela que é, provavelmente, a pessoa mais famosa em todo o mundo”, frisou em comunicado o responsável pela estação Telefe Tomas
Yankelevich. “Queremos que seja
uma superprodução sem precedentes e um conteúdo global que
não tenha fronteiras”, acrescentou
o diretor, mostrando uma imagem
ao lado de Maradona.
O argentino é o mais novo caso
de uma tendência cada vez mais visível na ficção televisiva. Para além
de Maradona, séries recentes inspiradas diretamente na vida de figuras públicas incluem The Young
Pope, sobre o Papa Francisco – interpretado por Jude Law; Narcos, a
aclamada trama da Netflix sobre o
império da droga de Pablo Escobar,
ao qual dá vida Wagner Moura; o
telefilme do canal Showtime Whitney, sobre a vida de Whitney Houston; ou The Crown, a produção britânica protagonizada por Claire
Foy sobre os primeiros anos do reinado de Isabel II.
A Globo parece já ter escolhido o
homem que vai apresentar um talk
show diário no mesmo horário de
programação em que está agora o
Programa do Jô, atualmente na sua
reta final com a última temporada.
Segundo avança a imprensa brasileira, o eleito pela estação brasileira é Pedro Bial, apresentador do Big
Brother Brasil, o reality emitido pela mesma emissora.
O jornal Folha de S. Paulo adiantou ontem que a Globo não confirma oficialmente o novo dono do
espaço na grelha ocupado há 16
anos consecutivos por Jô Soares,
mas avança que essa hipótese está
em cima da mesa.
Ao que parece, a estação brasileira está a tentar encontrar uma
forma de Pedro Bial conseguir conciliar os dois programas em antena.
Se essa situação não se verificar, os
media especulam que a Globo poderá optar por reduzir a duração do
seu novo talk show, em vez de emiti-lo durante o ano inteiro – Jô Soares só tem três meses de férias do
formato, entre janeiro e março.
Recorde-se que foi em fevereiro
último que a Globo, que fez recentemente história ao exibir a primeira cena de sexo entre dois homens numa novela em horário nobre, anunciou que um dos seus
programas mais emblemáticos se
preparava para chegar ao fim. A estação acrescentou, nessa altura,
que a decisão foi tomada de acordo com o veterano comunicador
de 78 anos. “Já estava combinado
havia dois anos, desde que eu renovei contrato. Farei esta última
temporada com muito carinho e
prestando homenagens a alguns
convidados”, frisou na altura Jô
Soares. N.C.
O apresentador de 58 anos
começou como jornalista
na TV brasileira
MEDIA
Mais um sonho
realizado.
O campeão
Quaresma
já foi batizado
NUNO PINTO FERNANDES / GLOBAL IMAGENS
çou três pombas da varanda da igreja, em sua representação e dos dois filhos
que também foram batizados 2. O internacional português no momento em
que recebeu o sacramento,
na Igreja de Pero Pinheiro
3. Eliseu foi um dos futebolistas presentes na cerimónia 4. Carlos Martins também não faltou ao batizado do colega de profissão
e amigo 5. No final da cerimónia, um grupo de motards felicitou Quaresma
por aquele que foi um dia
“tão importante” na vida
do futebolista
3
2
JOSÉ ALVES FOTOGRAFIA
um forte abraço ao padre Avelino,
que conduziu a cerimónia na qual
estiveram presentes cerca de 150
Este tem sido um mês de emoções pessoas, entre familiares próximos
fortes para Ricardo Quaresma. Oi- e amigos.
Foi o caso de Eliseu, jogador do
to dias depois de se ter sagrado
campeão da Europa pela seleção Benfica – e que, à semelhança de
portuguesa de futebol, Ricardo Quaresma, também integrou o
Quaresma realizou outro sonho lote dos 23 convocados por Ferantigo. O futebolista foi batizado nando Santos para o Euro 2016 –,
ontem, na Igreja de Pero Pinheiro, um dos convidados deste triplo
em Sintra, juntamente com os dois batizado. Também Carlos Martins,
filhos mais novos, Ricardo, de 3 que atualmente joga ao serviço do
Belenenses, assistiu àquele que foi
anos, e Kauana, de 7 meses.
A cerimónia começou por volta “um dia muito importante” na
das 13.00 e durou cerca de 40 minu- vida de Quaresma, conforme o
tos. Ao lado de Ricardo Quaresma, próprio anunciou no seu blogue.
Uma das ausências
de 32 anos, esteve a
mais notadas na festa
companheira, Dafne,
foi a de Cristiano Roque foi a responsável
De férias em
naldo. O capitão da
pelos preparativos da
Ibiza, Cristiano
seleção portuguesa
festa, uma vez que o
de futebol encontrafutebolista apenas reRonaldo foi um
-se de férias em Ibiza,
gressou a Portugal na
dos ausentes
na companhia da fapassada segunda-feimília, motivo pelo
ra, dia 11, depois de
qual não conseguiu
ter sido campeão.
O internacional português e o fi- estar presente no batizado do colelho, que também foi batizado on- ga e amigo.
Terminada a cerimónia e antes
tem, entraram na Igreja de Pero Pinheiro vestidos de igual, com um de seguir para a festa, Ricardo Quafato em tons azul-pastel assinado resma lançou três pombas brancas
pelo alfaiate Paulo Battista Olivei- da varanda da igreja, cada uma dera. Curiosamente, também o fute- las em representação do jogador e
bolista Adrien Silva usou um fato dos dois filhos que foram batizado mesmo autor para o seu casa- dos. Antes de seguir para a festa,
mento com Margarida Neuparth, que decorreu na Quinta de Pizões,
em Colares, também em Sintra, os
realizado neste sábado.
Para madrinha, Quaresma esco- convidados foram surpreendidos
lheu Matilde Ribeiro, diretora do por um grupo de motards, que feliserviço de Cirurgia Plástica e Re- citaram Quaresma.
O menu de almoço da festa inconstrutiva do IPO do Porto, com
quem tem uma relação de grande cluiu pratos como creme de lagosamizade. Além dos dois filhos mais tins com tosta de camarão, rolinovos, o jogador do Besiktas tam- nhos de linguado recheados com
bém contou com a companhia da camarão e gratinado de legumes,
filha mais velha, Ariana, de 6 anos, lombo de javali com arroz de açafruto da sua anterior relação com frão e cenouras às cores, sorbet de
Cátia Costa. Depois de ter recebido limão com champanhe bruto e seo sacramento e antes de abando- mifrio de frutos silvestres. E, claro,
nar a igreja, Ricardo Quaresma deu bolo de batizado.
MÁRCIA GURGEL
1.Ricardo Quaresma lan-
4
NUNO PINTO FERNANDES / GLOBAL IMAGENS
ontem o sacramento na presença de cerca de
150 convidados. Filhos também foram batizados
1
5
NUNO PINTO FERNANDES / GLOBAL IMAGENS
Cerimónia. Internacional português recebeu
41
NUNO PINTO FERNANDES / GLOBAL IMAGENS
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
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DESPORTO
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
Everton quer Patrício. Mas só uma
proposta milionária o tira de Alvalade
Sporting. O treinador Ronald Koeman pretende um guarda-redes de topo e elegeu o melhor do Euro 2016. A cláusula
é de 45 milhões de euros e Bruno de Carvalho já avisou que não está interessado em negociar ofertas pelo guardião
Rui Patrício, guarda-redes do Sporting que foi considerado o melhor
guardião do Euro 2016, é pretendido pelo Everton, clube da Premier
League inglesa. De acordo com a
imprensa britânica, Ronald Koeman, antigo treinador do Benfica e
atual técnico dos toffees, está no
mercado à procura de um guardaredes de topo, depois da saída do
veterano Tim Howard (37 anos)
para a MLS, e vê no internacional
português o substituto ideal.
Curiosamente, Ronald Koeman,
que esta época trocou o Southampton pelo Everton, deu recentemente o exemplo da seleção portuguesa que se sagrou campeã da Europa como modelo a seguir: “Temos
excelentes jogadores no plantel e
alguns bons valores individuais.
Mas vejam o exemplo da seleção
de Portugal: não eram a equipa
com mais qualidade mas venceram o Europeu. Na maioria das vezes o mais importante é o espírito,
a ambição, o carácter e a união entre todos.”
Apesar de o Everton, tal como a
grande maioria das equipas inglesas, ter nesta época um budget generoso para gastar em reforços
(devido aos milhões que os clubes
garantiram com o negócio das
transmissões televisivas), a contratação de Rui Patrício não será
nada fácil. Logo à partida porque
Bruno de Carvalho não tem intenção de negociar o guarda-redes e
porque a cláusula de rescisão do
guardião é de 45 milhões de euros, um preço proibitivo para um
guarda-redes.
Já durante o Europeu de França,
em declarações ao jornal espanhol
Marca, o presidente do Sporting tinha deixado bem vincada a sua intenção de segurar o guarda-redes.
“Queremos que acabe a carreira no
Sporting. Fazemos uma aposta no
plano desportivo, não queremos
ofertas. Conhecemos o mercado
mas o Rui é muito importante aqui.
Tem uma mística especial para o
clube. Queremos ser campeões”,
disse Bruno de Carvalho, como que
a avisar os interessados que o guarda-redes só poderá sair mediante o
pagamento da cláusula de rescisão.
As grandes exibições no Europeu de França, sobretudo na final
contra os gauleses, fizeram dispa-
MICHAEL DALDER/REUTERS
NUNO FERNANDES
Patrício esteve em grande no Europeu: defendeu um penálti no desempate com a Polónia e foi decisivo na final com a França
Bruno de Carvalho
quer que Rui Patrício
acabe a carreira
no Sporting
rar a cobiça pelo guarda-redes internacional português. Recentemente, em declarações ao DN, o
lendário Dino Zoff garantiu que o
guardião leonino tem neste momento lugar em qualquer equipa
de topo da Europa, reconhecendo
inclusivamente que Rui Patrício lhe
faz lembrar Gianluigi Buffon em alguns aspetos.
Slimani na lista do Nápoles
Até dia 31 de agosto, dia em que
encerra o mercado nas principais
ligas europeias, muita coisa pode
ainda acontecer em Alvalade. João
Mário está a ser alvo de grande cobiça da parte do Inter de Milão, e
ontem a imprensa italiana noticiou que o Nápoles tem Islam Slimani na agenda.
O avançado internacional argelino dos leões volta às cogitações
da equipa italiana no âmbito de
um meganegócio que poderá levar Gonzalo Higuaín para a Juventus a troco de 94,7 milhões de euros, noticiou ontem o jornal La
Gazzetta dello Sport.
Caso a transferência de Higuaín
se concretize, a equipa napolitana
treinada por Luciano Spalletti já
tem uma lista de potenciais substitutos, onde consta o nome de Slimani, ao lado de craques como
Icardi (Inter Milão), Álvaro Morata
(Real Madrid), Simone Zaza (Juventus) e Kalinic (Fiorentina).
Slimani, 28 anos, é um jogador
com muito mercado, sobretudo depois da excelente época que realizou em 2015-16, que terminou com
31 golos marcados pelos leões em
todas as competições oficiais. Mas a
verdade é que todas as propostas
que a SAD leonina recebeu ficaram
longe dos valores pretendidos – até
ao dia 15 de julho esteve blindado
com uma cláusula de rescisão de 30
milhões de euros, mas a partir dessa data é o Sporting que dita as regras sobre o valor para o negociar.
Podence: “Sou só um
miúdo que apareceu agora”
PROMESSA Jovem avançado
quer agradar a Jesus para
ficar no plantel principal.
E diz que tem aprendido
muito com Slimani
Daniel Podence, 20 anos, tem sido
uma das figuras do estágio de pré-temporada que o Sporting está a
realizar na Suíça e deixou boas
impressões sobretudo no jogo
contra o Stade Nyonnays, onde foi
o autor de um dos golos da vitória.
O objetivo do avançado é impressionar Jorge Jesus e ficar integrado no plantel principal, ele que na
época passada atuou na equipa B
e foi chamado uma vez por Jesus
para participar num jogo da Taça
da Liga.
“Não penso noutra coisa. O foco
é só esse, estou a dar muito de
mim, vou crescer muito mais nesta época. Comecei bem, mas inte-
ressa é como acaba, espero terminar muito melhor, tenho todas as
condições para isso. O mister é a
melhor pessoa para me indicar
o caminho. Pede-me para correr
muito, para defensivamente dar
muito mais de mim, porque a nível
atacante sei o que fazer. É correr,
correr e correr”, disse.
Podence reconheceu que tem
aprendido muito com Islam Slimani, a principal referência do ataque
dos leões. “O Slimani é um jogador
mais velho, mais experiente e tem
outro andamento. Eu sou só um
miúdo que apareci agora. Ele dá-me muitos conselhos. Quantos
mais minutos jogar ao lado dele
maior entrosamento vai existir entre nós”, atirou, desvaloriando as
duas derrotas no estágio da Suíça
frente a Mónaco e Zenit: “Os adversários são do nível da Champions e
isso dificulta-nos a tarefa porque
começámos há pouco tempo.”
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
DESPORTO
43
1
2
OSNABRÜCK
FC PORTO
André Silva foi
titular ao lado de
Aboubakar e
marcou o golo
que valeu a vitória
do FC Porto sobre
os alemães do
Osnabrück
ESTÁDIO: Stimbergstadion,
em Oer-Erkenschwick
LEHMANN
DERCHO
PISOT
SCHULZ
SAVRAN
EURO 2016 Responsável pela
ARSLAN
REIMERINK
HEIDER
WILLERS
GROSS
RUSCHMEIER
LEONEL DE CASTRO/GLOBAL IMAGENS
ABOUBAKAR
Vitória sem brilhar
num “treino mais sério”
ANDRÉ SILVA
JOSUÉ
HERRERA
BRAHIMI
RÚBEN NEVES
LAYÚN
MARCANO
FELIPE
MAXI PEREIRA
JOSÉ SÁ
JOGARAM AINDA:
Osnabrück – Bleker, Kristo, Hohnstedt e Sangaré.
FC Porto – Andrés Fernández, Varela, João Carlos
Teixeira, Alex Telles, Corona, André André, Otávio,
Chidozie, Hernâni, Diego Reyes e Quintero.
GOLOS:
1-0: 6 m, por Ruschmeier, num remate dentro da
área. 1-1: 35 m, por Marcano, num cabeceamento
após canto de Brahimi. 1-2: 64 m, por André Silva,
num remate à entrada da área.
OS REFORÇOS
FC Porto. Dragões começaram a perder, mas tomaram sempre conta
do jogo e a reviravolta foi natural. Nuno Espírito Santos gostou
GONÇALO LOPES
O FC Porto continua invencível
nesta pré-temporada. Ontem bateram o Osnabrück, equipa da
III Divisão alemã, por 2-1, no primeiro confronto do estágio em terras germânicas, mas a exibição dos
azuis e brancos voltou a não encantar, tal como no triunfo (10-0)
sobre o Valadares e no empate (11) com o Rio Ave.
Os dragões entraram em campo
num ritmo bastante descontraído,
até porque Nuno Espírito Santo,
como disse no final da partida, pretendia apenas “um treino mais sério” diante dos alemães. A descontração era tal que aos seis minutos
o FC Porto viu-se a perder, após
uma desatenção defensiva de Marcano e Rúben Neves, que deram
espaço a Ruschmeier para este rematar sem oposição. A estratégia
portista mudou logo depois.
Após o golo alemão, os azuis e
brancos tomaram por completo
conta da partida e não deram mais
hipóteses ao adversário. É verdade
que a exibição não encantava, mas
as individualidades do FC Porto
acabaram por sobressair. Josué era
o comandante da equipa. Puxava
pelo colegas, mandava-os “colocar
o pé” e levava os dragões para a
frente. No ataque, Aboubakar e
André Silva eram os chefes de operação, mas tardavam em acertar
na baliza. Bem tentavam o remate,
mas ora o guarda-redes alemão
defendia ora saíam bem ao lado da
baliza dos germânicos.
E se os atacantes não acertavam, coube a um defesa central explicar como se fazia. Aos 35’, Brahimi cobrou um pontapé de canto e
o espanhol Marcano surgiu mais
rápido do que todos a materializar
o ascendente portista.
A partida não estava bonita, jogava-se a um ritmo lento, mas era
sempre o FC Porto que procurava
mais. Mesmo sem o tal brilhantismo. O Osnabrück limitava-se a
tentar surpreender em contra-ataques, mas depois do erro do golo
REAÇÕES
“Tivemos coisas boas, coisas
menos boas, mas destaco a
eficácia. Tivemos bons movimentos através das nossas
ideias de ataque e de criação
de jogo.”
“É uma opção clara nossa
jogar com dois avançados,
um dos quais mais descaído,
como também, por exemplo,
é uma opção clara jogar com
o Silvestre Varela a lateral
direito.”
NUNO ESPÍRITO SANTO
TREINADOR DO FC PORTO
inaugural a defesa não mais quebrou. Os jogadores de Nuno Espírito Santo mereciam mais do que o
empate ao intervalo, mas não conseguiram derrubar a muralha defensiva alemã mais do que uma vez.
Para a segunda metade, Nuno
Espírito Santo fez uma autêntica
revolução, substituindo seis jogadores ao intervalo. O jogo, contudo, manteve-se igual. Sempre o FC
Porto a comandar, mas a um ritmo
lento, a um ritmo de treino, como
o técnico pediu.
Houve aqui e ali um pouco
mais de velocidade, até porque
entraram jogadores como Otávio,
Hernâni ou Varela (este, curiosamente, para lateral-direito, depois
de muitos anos a jogar como extremo, tanto no FC Porto como
na seleção nacional), mas não o
suficiente para os adeptos se levantarem das cadeiras e aplaudirem com entusiasmo este novo
FC Porto.
Fizeram-no quando André Silva
aos 64’ disparou fora da área e colocou os dragões na frente, mas
pouco mais se ouviram até ao final
da partida, num dia de bastante
sol e calor. Aos 73’, o internacional
colombiano Quintero teve uma
grande oportunidade para fazer
o 3-1, mas acabou por falhar uma
grande penalidade, com Lehman
a defender e a tornar-se o grande
destaque da partida. Não fosse
por ele, a sua equipa tinha saído
goleada.
Collina diz
que Payet não
quis magoar
Ronaldo
FELIPE
› Pode ser o pa-
trão da defesa
deste FC Porto. É
verdade que os
azuis e brancos sofreram um golo, mas sem culpas para o brasileiro. Sempre
muito concentrado, com voz de
comando no centro da área,
esteve também perto de marcar num cabeceamento aos 23
minutos.
JOÃO CARLOS TEIXEIRA
› Tem bons pés e
uma grande leitura de jogo e
ontem voltou a
notar-se, ainda
que apenas a espaços. Devido à falta de entrosamento com os seus colegas, o
ex-Liverpool sentiu algumas
dificuldades para estar sempre
em cima das jogadas. O novo
número 10 dos azuis e brancos, contudo, continua a prometer.
ALEX TELLES
› O lateral brasilei-
ro estreou-se a jogar pelo
FC Porto na segunda parte e revelou grande disponibilidade
para atacar. Teve várias combinações excelentes com
Hernâni e João Carlos Teixeira
e esteve perto de fazer uma assistência para André Silva.
Nota positiva para o lateral-esquerdo.
arbitragem da UEFA considerou o lance em que CR7
teve de sair lesionado
como um “episódio infeliz”
Quando Cristiano Ronaldo saiu lesionado, ainda na primeira parte
da final do Campeonato da Europa, diante da França, foram muitos
os que criticaram a entrada do gaulês Payet, que atirou CR7 para fora
de campo. Pierluigi Collina, contudo, não concorda. O responsável
máximo pela arbitragem da UEFA
considera que o lance foi apenas
“um episódio infeliz”.
“Devemos dizer apenas duas coisas sobre esse lance. Primeiro, a entrada de Payet era falta. Se era merecedora de cartão amarelo? Acho que
isso é discutível, mas a dinâmica da
jogada, que levou joelho contra joelho, foi casual. Foi apenas um episódio infeliz, Payet não queria magoar
Cristiano Ronaldo”, disse o dirigente italiano.
Pierluigi Collina fez também uma
análise global ao comportamento
dos árbitros no Campeonato da Europa, considerando que a arbitragem saiu por cima nesta competição que Portugal acabou por vencer.
“Temos recebido muitos elogios
e palavras de louvor expressas, por
exemplo, por treinadores de destaque, como Alex Ferguson e Arsène
Wenger”, referiu o antigo árbitro,
salientando que para o sucesso da
arbitragem no Euro 2016 foi determinante também a introdução de
algumas técnicas de análise às
equipas e aos jogadores.
“Neste Campeonato da Europa
inovámos em algumas situações e
uma delas foi o estudo que fizemos
às equipas e às características técnicas dos jogadores, que é determinante para prevermos algumas situações que poderiam apanhar os
árbitros de surpresa e que por vezes
leva a erros de arbitragem”, afirmou
Collina, revelando-se também satisfeito pelos poucos cartões amarelos mostrados por conduta antidesportiva ou simulações.
“Dentro de um total de 205, no
nosso entender, houve apenas
nove cartões amarelos devido a
conduta inapropriada por parte
dos jogadores e um outro por simulação. Há a destacar também
apenas um cartão vermelho direto,
no jogo entre a França e a República da Irlanda, mas nesse caso o jogador que tinha a bola estava com
possibilidades de marcar um golo
e essa oportunidade foi-lhe negada
ilegalmente. Isto tudo demonstra
que todas as análises que fizemos
antes dos jogos tiveram os seus frutos”, concluiu.
44
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
DESPORTO
Velazquez é desejado
na Luz... mas há
concorrência de Itália
DENIZ CALAGAN/EPA
BENFICA Jovem médio de
22 anos tem-se destacado
ao serviço do Rubio Ñu.
Entrada imediata depende
de uma eventual venda
O golo apontado por Aurélio Buta que permitiu à seleção portuguesa empatar com a Itália
Empate coloca Portugal nas
meias e no Mundial sub-20
Europeu sub-19. Seleção comandada por Peixe empatou com a Itália
e ficou no primeiro lugar do Grupo B. Adversário é conhecido hoje
GONÇALO LOPES
Portugal garantiu ontem o apuramento para as meias-finais do
Campeonato da Europa de sub-19
depois de empatar, 1-1, com a Itália,
na última jornada da fase de grupos.
Um resultado que coloca também a
seleção orientada por Emílio Peixe
no Mundial sub-20 do próximo ano,
que terá lugar na Coreia do Sul.
Tudo isto, curiosamente, aconteceu
precisamente uma semana depois
de a seleção principal se sagrar campeã da Europa em França.
O jogo até começou mal para
Portugal, que aos 15 minutos já estava a perder, fruto de um golo de
Dimarco, na cobrança de uma grande penalidade, a castigar falta de Rúben Dias. No entanto, os jovens portugueses nunca desistiram e logo
tomaram conta das rédeas do jogo.
Criaram várias oportunidades de
golo, duas das quais flagrantes, por
intermédio de Almeida (36’) e Diogo Gonçalves (45+1), mas faltou alguma concentração na hora de finalizar, pelo que chegaram ao intervalo a perder.
O segundo tempo foi um pouco
a imagem do que aconteceu nos
primeiros 45 minutos. Uma Itália a
procurar defender o resultado, que
lhe garantia o primeiro lugar do
grupo e também o apuramento, e
Portugal a correr atrás do prejuízo.
Tanto tentaram que acabaram, justamente, por conseguir o empate,
a seis minutos do final, com Auré-
lio Buta, jogador do Benfica que
substituiu Bruno Xadas poucos
minutos antes do intervalo, a finalizar uma assistência de Francisco
Ferreira.
No outro jogo do Grupo B, e para
não complicar as contas de Portugal, ajudou também o facto da Alemanha, que jogava em casa, ter ganho à Áustria por 3-0. Os austríacos
somavam dois pontos e em caso de
triunfo igualariam Portugal e Itália
com cinco.
Com este resultado, a seleção comandada por Emílio Peixe conseguiu também o primeiro lugar do
grupo, faltando agora definir quem
Golo do empate
foi marcado por Buta,
a poucos minutos
do final do jogo
será o adversário de Portugal nas
meias-finais da prova, que se realizam na quinta-feira, e que sairá do
vencedor do jogo de hoje que oporá
a Holanda à França.
A seleção de sub-19 caminha assim para dar seguimento a um dos
períodos mais vitoriosos de sempre
do futebol português, que começou
com a vitória dos sub-17 no Europeu disputado no Cazaquistão, em
maio, e mais recentemente, precisamente há uma semana, quando a
seleção principal bateu a França na
final e se sagrou pela primeira vez
campeã da Europa. Pelo meio, e extra futebol, Portugal conquistou várias medalhas nos Europeus de atletismo (e uma de ouro na canoagem)
e no sábado a seleção de hóquei em
patins ergueu 18 anos depois a taça
relativa ao campeonato da Europa.
Cabe agora aos miúdos orientados
por Emílio Peixe, ex-jogador de
Sporting, Benfica e FC Porto, dar seguimento a esta boa onda.
Asumah saiu da convocatória
No jogo de ontem, o selecionador
Emílio Peixe já não pôde contar
com o extremo Asumah, que foi retirado da convocatória por dúvidas
“no cumprimento dos pressupostos FIFA” e que por isso não irá voltar a jogar neste torneio.
O jovem de 19 anos nasceu no
Gana mas viveu em Portugal, antes
de rumar à Holanda, onde atua no
Willem II. Em causa não está a nacionalidade do futebolista (o pai
vive e trabalha há 15 anos em Ermesinde), mas sim o facto de não estar
provado que Asumah viveu pelo
menos dois anos em Portugal como
regulamenta a FIFA nestes casos de
dupla nacionalidade.
Algumas informações davam
conta de queixas dos adversários de
Portugal, dado que Asumah jogou
já durante o Europeu, mas até ontem a UEFA não tinha recebido
qualquer protesto, nomeadamente
da Alemanha e da Áustria, as duas
equipas que ficaram de fora das
meias-finais.
Rui Vitória diz que está satisfeito
com o atual plantel à sua disposição, mas a verdade é que ao Benfica ainda deverão chegar mais alguns reforços neste defeso. Um
deles, segundo apurou o DN, poderá ser o médio paraguaio Diego
Velazquez.
Com apenas 22 anos, o jogador foi um dos destaques do
campeonato daquele país da
América do Sul ao serviço do Rubio Ñu e suscitou interesse de outros clubes, nomeadamente do
campeonato italiano. O departamento de scouting do Benfica
também fez o seu trabalho de casa e após vários pareceres positivos deu o OK à contratação do talentoso médio defensivo.
A chegada do jogador neste defeso, contudo, está dependente
de saídas do atual plantel. No entanto, a SAD benfiquista pretende segurar já Diego Velazquez e,
fruto da muita cobiça ao capitão
do emblema paraguaio, admite
avançar para a sua contratação,
podendo o jogador permanecer
ainda mais uma temporada ao
serviço do Rubio Ñu.
Outra hipótese em cima da
mesa, caso as águias não façam
grandes alterações no atual meio-campo encarnado, é a possibilidade de o jogador vir para Portu-
SÉRIE A
Lazio volta a atacar
central Jardel
› O Benfica recusou uma
primeira abordagem da
Lazio pelo central Jardel. Os
italianos ofereceram quatro
milhões de euros pelo jogador de 30 anos, mas as
águias recusaram. O clube
transalpino, contudo, não
desistiu e deverá avançar
com nova proposta nas próximas horas, de acordo com
o site Gazzamercato.
Refira-se que os encarnados
viajaram ontem para
Inglaterra (já com Jonas,
Jiménez e Lindelöf integrados) onde vão realizar um
estágio de pré-temporada.
Na próxima quarta-feira
defrontam o Sheffield
Wednesday, do treinador
português Carlos Carvalhal.
gal e integrar numa primeira fase
a equipa B, que disputa a II Liga.
Esta hipótese, contudo, não parece agradar muito ao jovem jogador, até devido aos outros clubes
interessados que atuam na Série
A italiana.
As boas relações entre os dois
clubes, que nos últimos anos fez
que chegassem à Luz jogadores
como Derlis Gonzalez, Claudio
Correa, Francisco Vera e Alan Benitez, poderá jogar a favor do
Benfica no decorrer das negociações. Para já, contudo, ainda nada
está definido.
O empresário do futebolista
está também ao corrente do interesse dos encarnados na contratação de Diego Velazquez, mas
tem feito ver aos emissários do
emblema português que o interesse de emblemas italianos é
bastante forte. O Rubio Ñu terá,
aliás, pedido cerca de três milhões de euros ao Bolonha para a
transferência do seu capitão no
último mês de maio.
Fejsa tem muitos interessados
Um dos fatores que poderiam levar o Benfica a avançar já para a
contratação de Diego Velazquez,
e para a sua incorporação imediata no plantel da Luz, seria a saída de jogadores como o internacional sérvio Fejsa, que tem sido
alvo de cobiça por vários emblemas europeus.
Os encarnados já receberam
uma proposta de empréstimo da
Fiorentina que, contudo, foi prontamente recusada pela SAD presidida por Luís Filipe Vieira. Tal
como o DN revelou, o dirigente
máximo do clube da Luz não descarta a saída de nenhum futebolista, mas apenas pelo valor considerado correto. E no caso de Fejsa,
um dos indiscutíveis de Rui Vitória, o empréstimo está fora de hipóteses.
Além da Fiorentina, o ex-jogador do Olympiacos da Grécia tem
outros emblemas da Alemanha
interessados na sua contratação.
O médio de 27 anos renovou já
neste ano pelo clube português,
concretamente até 2019, e está
satisfeito em Portugal. Ainda assim também não descarta uma
saída para um campeonato como
o alemão, mas apenas para um
projeto desportivo que o atraia.
As próximas semanas serão
determinantes para o desfecho
de qualquer destes processos,
mas a verdade é que Diego Velazquez está mesmo no radar do
clube da Luz. Ainda assim, as
águias não vão entrar em loucuras pelo jovem de 22 anos.
GONÇALO LOPES
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
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A SUA RÁDIO NÃO TIRA FÉRIAS,
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CALENDÁRIO
26 JUNHO
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31 JULHO
Praia Melres - Gondomar
03 JULHO
Praia Grande - Sintra
07 AGOSTO
Praia Fluvial - Pampilhosa da Serra
10 JULHO
Praia Praça do Mar - Loulé
14 AGOSTO
Praia Póvoa de Varzim
17 JULHO
Praia da Zambujeira - Odemira
21 AGOSTO
Praia de Albufeira
24 JULHO
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COM O APOIO
Exclusivo
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DESPORTO
“Portugal tem valor
e legitimidade para
vencer o título mundial”
Hóquei em patins. Depois da conquista do Europeu já todos sonham
com mais. Vítor Fortunato, um ex-campeão, diz que há valor para isso
GONÇALO LOPES
Portugal sagrou-se no sábado campeão europeu de hóquei em patins,
batendo a Itália na final por claros
6-2, e logo após o triunfo jogadores
e selecionador apontaram ao título mundial, que se disputa no próximo ano na China. Este é um troféu que foge à seleção nacional de
hóquei desde 2003, mas quem está
por dentro da modalidade acredita que o sonho dos comandados de
Luís Sénica é bem possível. Vítor
Fortunato, antigo campeão europeu e mundial, acredita no título
mundial e diz que Portugal tem razões para sonhar.
“Portugal tem valor e legitimidade para vencer o título mundial.
Não se podem considerar os favoritos apenas porque foram campeões europeus, mas podem sonhar devido ao grande valor que
esta seleção tem. A vitória no Europeu foi uma autêntica limpeza,
Teresa Bonvalot
sagra-se campeã
da Europa
SURF A portuguesa Teresa
Bonvalot conquistou ontem
o título europeu de surf na categoria de juniores, ao derrotar a espanhola Ariane Ochoa
nos quartos-de-final do Pena
Txuri Pro, na praia espanhola
de Sopelana. Depois de afastar Ochoa, segunda no circuito, a surfista de 17 anos chegou à final do campeonato
basco, que perdeu frente à
francesa Juliette Brice, ao
somar 6,96 pontos. A surfista
de Cascais venceu três das
cinco etapas já realizadas
do circuito europeu da Liga
Mundial de Surf (WSL),
na Costa de Caparica,
em Espinho e na Corunha
e terminou em terceiro em
Biscarrosse. Mas o segundo
posto de ontem permitiu-lhe
festejar já um título inédito no
setor feminino – Tiago Pires e
Vasco Ribeiro venceram em
masculinos.
provaram a clara superioridade e
agora no Mundial, no próximo ano,
têm mais que valor para trazer a
taça para casa. Mas é preciso muito trabalho e cabeça, como tiveram
neste Europeu”, disse Vítor Fortunato ao DN, explicando, no seu entender, até porque atualmente é
também treinador, as razões para o
sucesso em Oliveira de Azeméis.
“O Luís Sénica soube trabalhar
muito bem este grupo de jovens jogadores, com muito potencial. No
entanto, creio que teve uma jogada
de mestre ao juntar experiência a
um grupo, repito, bastante jovem.
Voltou a chamar o Ricardo Barreiros [34 anos] e o Reinaldo Ventura
[38], que foram uma enorme ajuda.
Ter um grupo jovem de grande valor é meio caminho andado para
um grande futuro, mas juntar a esses jogadores outros experientes,
que já ganharam muitos títulos importantes, foi um grande trunfo do
Luís Sénica”, salientou o antigo internacional português, crente num
Vítor Fortunato foi campeão
mundial e europeu
por Portugal
grande futuro da modalidade em
termos internacionais.
“Como já disse, Portugal tem um
grupo muito jovem, com jogadores
que já venceram tudo pelos seus
clubes, tanto a nível nacional como
a nível internacional. Isso é importante para eles crescerem ainda
mais. As grandes seleções, como a
Argentina e a Espanha venceram
muito nos últimos anos porque ti-
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
nham jogadores muito experientes, mas agora têm de renovar as
equipas e isso é um trabalho que
Portugal já tem vindo a fazer nos últimos anos. O futuro é muito promissor, felizmente”, salientou o
agora treinador.
Sénica e o futuro do hóquei
Luís Sénica, selecionador nacional,
já por diversas vezes revelou o seu
entusiasmo pelo futuro da modalidade. Ontem, em entrevista à TVI24,
voltou a abordar o atual panorama
do hóquei em patins, vaticinando
a conquista de mais troféus num
futuro próximo.
“O último título europeu tinha
sido conquistado há 18 anos em
Paços de Ferreira nos penáltis.
A partir daí houve um trabalho longo para voltar a ganhar. Esta diferença de tempo é significativa mas
tivemos adversários fortes. Penso
que o paradigma se está a inverter.
Agora Portugal domina o hóquei
em todas as frentes, não só em termos de seleções. O Benfica foi campeão europeu, o Barcelos ganhou a
Taça CERS e as seleções de sub-23,
sub-17 e sub-20 também foram
campeãs da Europa e do mundo”,
disse o selecionador, revelando depois o teor da conversa que teve ao
intervalo com os seus jogadores,
numa altura em que perdiam por
2-0 diante de Itália.
“Fui muito sereno. Passei-lhes
três ou quatro mensagens, fizemos
uma alteração em termos de organização e depois disse-lhes: ‘Nos
primeiros cinco minutos vamos
marcar um golo.’ E aos dois minutos da segunda parte já tínhamos
marcado”, afirmou o selecionador
nacional.
Nélson Oliveira
tentou surpresa
mas quebrou
perto do fim
VOLTA À FRANÇA Ciclista português esteve envolvido
em fuga, mas o colombiano
Pantano acabou por ser
o grande vencedor do dia
O colombiano Jarlinson Pantano
(IAM Cycling) venceu ontem a 15.ª
etapa da Volta à França, num dia
em que o português Nélson Oliveira foi um dos destaques. O ciclista da Movistar esteve durante
muitos quilómetros em fuga, mas
acabou por quebrar o ritmo perto
do final da etapa.
Depois do terceiro lugar no
contrarrelógio da última sexta-feira, Nélson Oliveira tentou novamente a sua sorte para conquistar uma etapa na Volta a França, mas o colombiano Jarlinson
Pantano acabou por ser mais feliz
do que o português nos últimos
quilómetros da etapa, tendo terminado no 28.º lugar, a 3.07 minutos do vencedor.
Com esta performance, Nélson
Oliveira acabou por ganhar algumas posições na classificação geral, subindo agora ao 84.º lugar.
Mas se o ciclista da Movistar teve
um dia positivo o outro português
em prova, Rui Costa, voltou a desiludir. O atleta da Lampre-Meridafoi 112.º na etapa e caiu do 52.º
para o 60.º da geral.
Por sua vez, o camisola amarela
Chris Froome concluiu a montanhosa tirada lado a lado com os
corredores que o sucedem na geral, pelo que mantém 1.47 minutos de vantagem sobre o holandês
Bauke Mollema (Trek-Segafredo)
e 2.45 sobre o também britânico
Adam Yates (Orica-BikeExchange), respetivamente segundo e terceiro. Quando faltam seis etapas
para o final da prova francesa, o
britânico ainda não se vê como
vencedor. “Falta ainda muito Tour
e algumas das principais etapas
estão a chegar. Temos de ir com
calma. Toda a equipa está a fazer
uma grande prova, mas é preciso
ter muitas cautelas, de um momento para o outro tudo pode
mudar. A vantagem não é significativa e há que seguir com muito
trabalho e suor. Estou convicto de
que posso vencer, mas para já ainda não faço a festa. Nem com cinco minutos de avanço estaria mais
confiante. O Tour é a prova rainha
do ciclismo, onde tudo muda de
uma etapa para a outra”, salientou
o ciclista da Team Sky.
Hoje, véspera do segundo dia
de descanso, o pelotão vai entrar
em território suíço, na 16.ª etapa,
uma ligação de 209 quilómetros
entre Moirans-en-Montagne, ainda em França, e Berna.
Segunda-feira _18 de julho de 2016. Diário de Notícias
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DESPORTO
Prata e bronze
para Portugal
na canoagem
e no judo
FACEBOOK PAU VELA MAGGI
JUNIORES Tiago Tavares
esteve em bom plano
nos Europeus na Bulgária.
No judo, João Martinho
trouxe mais uma medalha
Os irmãos Xavi (à esquerda) e Pau com as bandeiras nos remos trocadas – o primeiro segura a da Espanha e vai representar o Brasil
Xavi e Pau. Os irmãos que vão
representar países diferentes
Jogos Olímpicos. O mais velho vai representar a Espanha no remo. O mais novo participa
na mesma modalidade mas sob a bandeira do Brasil. As histórias cruzadas de um apuramento
NUNO FERNANDES
Pau Vela Maggi e Xavi são irmãos e
vão competir nos Jogos Olímpicos
na modalidade de remo. Mas por
estranho que possa parecer vão representar países diferentes – Pau
sob a bandeira da Espanha e Xavi
pelo Brasil.
A história dos caminhos diferentes começa mais ou menos em
setembro de 2015. Pau, 30 anos, o
mais velho, conseguia um lugar
nos Jogos Olímpicos do Rio. Nas
bancadas, Xavi, o mais novo, assistia ao sucesso do irmão, mas ao
mesmo tempo via esfumar-se o
sonho de poder estar presente nas
Olimpíadas, pois não era primeira
escolha do selecionador espanhol.
“Sentia-me como aqueles alunos que estudam muito. Estava seguro de que teria uma boa nota,
mas a realidade é que no final não
servia de nada”, contou Xavi ao jornal El País. Foi então que numa
conversa com o irmão mais velho
ambos começaram a desenhar
uma nova oportunidade. “Xavi, vai
para o Brasil e tenta o apuramento
para os Jogos. Se não conseguires
paciência, mas pelo menos ficas
com a certeza de que tentaste to- paraíso, no Chile. Estava carimbadas as possibilidades”, disse-lhe do o passaporte para os Jogos
Pau. A ideia só era possível porque Olímpicos e o sonho de Xavi finalsão filhos de pai brasileiro e logo mente realizado. “No dia da classipodem representar os dois países. ficação virei-me para o William e
Xavi nem pestanejou. Se queria disse-lhe: ‘Hoje vamos ganhar por
cumprir o sonho de estar presente eles [numa referência à sua famínos Jogos Olímpicos tinha de ar- lia]’”, contou.
Cerca de um ano e meio antes
riscar. E no ano passado partiu
para o Brasil para tentar a sua sor- desta vitória que o apurou para as
te, recuperando a confiança perdi- Olimpíadas, Xavi e Pau viveram um
da no Grêmio Náutico União: momento complicado, porque o ir“Queria gastar o meu último car- mão mais velho sofreu um acidente de viação – embatucho e conseguir alteu com a bicicleta
cançar algo com que
num carro a caminho
sempre sonhei.”
O início foi compli- Como são filhos de de casa. No hospital
cado. Alguns colegas pai brasileiro, Xavi confirmaram-se os
piores receios: Pau tiolhavam-no de lado,
pode representar
nha um rutura de liquestionando-se soo Brasil
gamentos no pulso.
bre o estrangeiro que
A um ano do final do
estava ali para lhes
ciclo olímpico, as hiroubar uma vaga
olímpica. Nessas alturas, sozinho, póteses de estar nos Jogos do Rio
pensava no irmão, nos pais e na pareciam esfumar-se. “O mundo
noiva para arranjar forças: “Eles abateu-se sobre mim. Estava em
são os meus pilares. Se não fosse depressão e a pensar que não conpor eles teria ficado pelo cami- seguia remar mais”, contou Pau.
Passou por duas operações e
nho.”
Até que o dia chegou. Xavi e o conseguiu recuperar a tempo, cabrasileiro William foram primeiros rimbando o passaporte para o Rio
classificados nos Pré-Olímpicos ao lado de Àlex Sigurbjörnsson em
sul-americanos em março, em Val- setembro de 2015.
Nas Olimpíadas do Rio, os irmãos Maggi não constam entre os
favoritos para ganhar medalhas.
Mas confiança não lhes falta.
“Também ninguém esperava que
conseguíssemos ganhar os Pré-Olímpicos. E a verdade é que conseguimos”, atirou Xavi. “Dizem que
o destino não existe, mas as coisas
parecem ter sido programadas.
O nosso pai nasceu no Brasil, os
dois filhos conseguiram classificar-se para os Jogos Olímpicos do
Rio, e o meu aniversário é precisamente no dia 7 de agosto, quando
começa a competição de remo”,
acrescentou, lembrando que “são
muitas coincidências juntas”.
O facto de Xavi ter viajado para
o Brasil para tentar a sua sorte e ir
competir sob a bandeira de outro
país não deixou tristes os responsáveis do CR Tortosa, o clube de
remo que os dois irmãos representaram em Espanha. “Pelo contrário, para nós é uma alegria impressionante”, referiu Miquel Domènech, vice-presidente do Tortosa.
“Para nós é como se tivéssemos
três representantes nos Jogos
Olímpicos: o Pau, o Àlex Sigurbjörnsson e também o Xavi”, completou, orgulhoso.
O português Tiago Tavares conquistou ontem a medalha de prata
em C1 200 metros em sub-23 dos
Europeus de canoagem de velocidade de juniores e sub-23, que se
realizam em Plovdiv, na Bulgária.
Tavares cumpriu a regata em
37,501 segundos, mais 0,055 segundos do que o lituano Vadim Korobov, que se sagrou campeão
continental.
Gonçalo Gamito e Messias Batista terminaram a final de K2 200
metros em juniores no quinto lugar, a mesma posição alcançada
por João Pereira e Ruben Boas em
K2 1000 do mesmo escalão. E por
isso não chegaram às medalhas.
Em K1 200 metros em sub-23,
Hugo Rocha foi sexto, tal como
Bruno Afonso e Nuno Silva em C2
1000 do mesmo escalão, enquanto
os juniores Lucélia Graça, em K1
200, e Luís Santos, David Moço,
Adriano Conceição e Diogo Patrício, em K4 1000, não foram além
do oitavo lugar, o penúltimo da final. Também ontem, Adriano Conceição e Edgar Vieira encerraram a
participação lusa nos Europeus
com o nono posto na final de K2
200 em sub-23.
Depois da competição continental, segue-se agora a participação nos Mundiais de sub-23 e juniores, a disputar em Minsk, na
Bielorrússia, entre 28 e 31 de julho,
onde mais uma vez se esperam
medalhas para a comitiva portuguesa.
Judo em alta na Taça Europeia
O judo português também esteve
ontem em bom plano na Taça Europeia de juniores, que decorre em
Gdynia, na Polónia. Depois de na
véspera David Reis ter conqusitado a medalha de ouro na categoria
de -66 kg e Mariana Esteves e Maria Siderot o bronze, respetivamente em -52 kg e -48 kg, ontem
João Martinho garantiu a medalha
de bronze no segundo dia de competição da Taça da Europa de juniores de Gdynia.
João Martinho (-81 kg) alcançou o pódio depois de vencer Lorenzo Rigano (Itália), Oleksandr
Cherkai (Ucrânia) e Jim Heijman
(Holanda). Também ontem, Jaime
Santos, este na categoria de -90 kg,
e Pedro Silva, em -100 kg, não foram além do sétimo lugar nos respetivos combates que protagonizaram na Taça Europeia de juniores que decorre na Polónia.
www.dn.pt
SEGUNDA-FEIRA
18 de julho de 2016
Ano 152.º, N.º 53 781
Conselho de Administração Daniel Proença de Carvalho (Presidente) Vítor Ribeiro, José Carlos Lourenço, Pedro Coimbra, Rolando Oliveira, Luís Montez e Jorge Carreira (administradores) Propriedade Global Notícias Publicações, SA; Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto. Capital social: 6 334 285 euros. NIPC: 500096791 Sede
R. Gonçalo Cristóvão, 195-219, 4049-011 PORTO Filial Av. da Liberdade, 266, 1250-149 LISBOA C Marketing e Comunicação Ana Marta Heleno (diretora)
Publicidade Luís Ferreira (diretor-geral) Direção Comercial Paulo Pereira da Silva, Reinaldo Capela (agências ) e Luís Barradas (Diretos) Detentora de mais de 5% do capital social:
Global Notícias - Media Group, SA Impressão Gráfica Funchalense (Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50, Morelena, 2715-029 Pero Pinheiro); Naveprinter (EN, 14 (km
7.05) – Lugar da Pinta, 4471-909 Maia) Distribuição VASP; Registado na ERC com o n.º 101326. Assinaturas 707 200 508. Custo das chamadas da rede fixa 0,10€/minuto e da rede
móvel 0,25€/minuto, sendo ambas taxadas ao segundo após o 1º minuto. Valores sujeitos a IVA. Dias úteis, das 7h às 18h. Fax: 21 924 19 95 – E-mail: [email protected].
HISTÓRIAS DE PESSOAS
UM PONTO É TUDO
Uma mentira do tamanho
do monte Evereste
FERREIRA
FERNANDES
Jornalista
E a estação parva
oficial ainda
nem começou...
Dinesh e Tarakeshwari anunciaram ter sido o primeiro casal indiano a escalar
o Evereste mas os outros alpinistas acusam-nos de ter manipulado as fotografias
e comprado o certificado. O caso está a ser investigado pela polícia do Nepal
A
Dinesh Rathod e a sua mulher,
Tarakeshwari, estavam felicíssimos. Os dois polícias de Pune foram o primeiro casal indiano a
subir ao ponto mais alto da Terra,
no passado dia 23 de maio. Publicaram no Facebook as fotos tiradas no cume do Evereste e receberam felicitações dos amigos.
Alcançado este objetivo, contaram nas várias entrevistas que
deram, iam agora concentrar-se
num outro objetivo, até aqui
adiado: ter filhos.
Mas a alegria durou pouco.
Um grupo de oito alpinistas denunciou o casal, dizendo que
eles não tinham subido o Evereste e que tudo não passava de
uma encenação. Perante os indícios, a 16 de junho, os montanhistas apresentaram uma queixa oficial na polícia de Pune. Até
ao final de junho, foram prestadas declarações e apresentadas
as provas – sobretudo as fotografias do casal.
“As fotografias foram claramente alteradas”, afirmou Anjali
Kulkarni ao jornal Mid Day. Observando com atenção as fotografias publicadas pelo casal, é
visível que eles não têm a mesma
roupa quando estão no acampamento e depois no topo da montanha. Até as botas são diferentes. “Conseguir trocar de roupa a
meio da subida e não ficar congelado seria um milagre”, garantiu Kulkarni.
Também foram detetadas algumas incongruências nos horá-
FOTO DO FACEBOOK
MARIA JOÃO CAETANO
Tarakeshwari e Dinesh Rathod numa fotografia tirada, supostamente, durante a subida
rios: Dinesh Rathod afirmou que escalado os dez picos mais altos
atingiu o cume às 18.25 do dia 23 da Austrália quando, na verdade,
de maio, mas a direção das som- apenas tinham subido cinco.
O casal continua a negar as
bras nas imagens indica que a
acusações e a emfotografia foi tirada
presa Makalu Adentre as 11.00 e o
ventures, que orgameio-dia. Há ainda
Incongruências
nizou a viagem, gatestemunhos de
rante que seguiu
outros alpinistas
foram detetadas
to das as regras.
que se lembram se
por outros
Mas a investigação
vê-los no acampaalpinistas
que está a decorrer
mento-base, mas
neste momento,
ninguém os viu a
pelo Ministério do
subir a montanha.
Como se tudo isto não bastas- Turismo do Nepal, parece dar
se, esta já não é a primeira vez razão às acusações e, mais grave
que os Rathod são acusados de ainda, o mais provável é que os
mentir: em 2014 afirmaram ter sherpas que os guiavam tam-
bém devem estar envolvidos,
pois é sua responsabilidade atestar a subida.
Se a fraude for confirmada, Dinesh e Tarakeshwari deverão ser
proibidos de viajar para o Nepal
nos próximos cinco anos e ficarão proibidos de escalar as montanhas dos Himalaias durante
mais dez anos. Além de perderem, obviamente, o seu certificado de subida do Evereste.
Desde que começou a temporada de escalada, no passado dia
1 de maio, foram já pelo menos
400 os alpinistas que fizerem,
com êxito, esta subida, de acordo com as autoridades oficiais.
estação parva, silly season, costuma dar forte
em agosto mas neste ano
adiantou-se. Em junho,
tivemos o referendo inglês. Em si mesmo, um terramoto
político europeu, para catalogar na
pasta de “dramas de consequências
impensáveis.” Mas lembro o brexit
como legítimo protagonista de estação parva por causa da palhaçada que se lhe seguiu. Os criadores
do drama, Cameron, Boris Johnson
e Farage, demitiram-se da responsabilidade e o sonso Corbyn, ao
contrário dos anteriores (que escolheram o seu lado no referendo),
não se demitiu porque demitido é a
sua situação natural. E, agora, em
julho, tivemos o golpe militar turco. Outro terramoto e, desta vez,
pelas pontes sobre o Bósforo, com
consequências incalculáveis sobre
dois continentes. Trago-o para aqui
também pelo seu lado de estação
parva: como as sanitas turcas, que
não têm cerâmica, este golpe turco,
de golpe, só teve o buraco. “Se estes
são os meus inimigos, para que
preciso eu de amigos?”, bem pode
dizer o presidente Erdogan, que vai
agora fazer a festa depois dos foguetes que ele próprio, provavelmente, deitou. Os dois episódios, de
junho e julho, voltam a mostrar atitudes opostas, mesmo nos seus jogos de bastidores: os europeus
brincam para ficar mais frouxos;
nos seus jogos, os muçulmanos endurecem. Boris, novo ministro, será
figurante fulgurante. Com Erdogan, mais presidente, não vai apetecer brincar. Na verdade, a silly
season a sério é só para povos como
nós, alegretes.
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Diário de Notícias Segunda-feira, 18 de julho de 2016
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CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL
SANDRA BOLHÃO
EXTRACTO
Eu, SANDRA MORAIS TELES BOLHÃO, Notária com Cartório em Setúbal, na Avenida Bento Gonçalves, número 20-C, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por
Escritura de Justificação lavrada neste Cartório no dia treze de Julho de dois mil e
dezasseis, a folhas quarenta e cinco e seguintes do Livro Trinta e Um-A, JAIME
FRANCISCO MACHADO RUAS, natural da freguesia de Azinheira dos Barros e São
Mamede do Sádão, concelho de Grândola, casado sob o regime da comunhão de bens
adquiridos com Maria José Sobral Pereira Figueira Ruas, residente na Rua José dos
Reis, sem número, em Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão, Grândola,
DECLAROU, que com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor de METADE
INDIVISA do PRÉDIO URBANO, com área total de quatrocentos e setenta e dois
metros quadrados e área coberta de cento e doze metros quadrados, composto por
morada de casas destinada a habitação, sito na Rua Mouzinho de Albuquerque, números 5 a 13, freguesia de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão, concelho de
Grândola, descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número MIL
E NOVE, da citada freguesia, encontrando-se omissa a inscrição da referida metade,
inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 52, da freguesia de Azinheira dos Barros e
São Mamede do Sádão.
Que, entre os anos de mil novecentos e dezoito e mil novecentos e dezanove, Manuel
Nobre, tio do justificante, adquiriu, por compra verbal, a pessoas que se desconhece a
sua identificação, um lote de terreno. À data, não foi tal aquisição reduzida a escrito, por
razões que se desconhece, sendo certo que o referido Manuel Nobre entrou na posse
do terreno em causa, atuando sobre o mesmo como sendo coisa sua e logo por volta de
mil novecentos e vinte, construiu no terreno um edifício destinado a cavalariças.
Após o óbito de Manuel Nobre, ocorrido a vinte e oito de Junho de mil novecentos e
cinquenta e cinco, o prédio urbano em causa passou para a titularidade de António
Machado Ruas e Jaime Francisco Machado Ruas, que eram sobrinhos do falecido
Manuel Nobre, por sucessão testamentária, tendo estes continuado os actos de posse
que até ai vinham sendo exercidos pelo seu tio Manuel Nobre, nomeadamente, procederam a obras de requalificação do prédio em causa de modo a que o mesmo se transformasse em prédio habitacional. Do exposto, conclui-se que o justificante, conjuntamente com o seu irmão António Machado Ruas, e agora após a morte deste com os
respetivos herdeiros, tem posse do prédio urbano desde óbito do seu tio. No entanto,
metade do prédio ora em justificação não se encontra com titularidade inscrita e registada na Conservatória do Registo Predial competente a favor do ora justificante, dai que
o mesmo venha justificar o direito de propriedade sobre metade do prédio em causa.
Que, com exclusão de outrem, é ainda dono e legítimo possuidor de METADE INDIVISA do PRÉDIO URBANO, com área total de duzentos e sessenta metros quadrados e
área coberta de cento e trinta metros quadrados, composto por morada de casas para
habitação, que confronta a norte com Rua publica, a sul com Manuel Nobre, a nascente
com Manuel Rodrigues da Silva e a poente com Rua Nova, sito em Rua Nova, freguesia
de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão, concelho de Grândola, descrito na
Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número MIL E OITO, da citada
freguesia, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 51, da freguesia de Azinheira
dos Barros e São Mamede do Sádão.
Que por volta de mil novecentos e catorze, Francisco Ruas, avô de António Machado
Ruas e Jaime Francisco Machado Ruas, adquiriu, por compra verbal, a António Pereira
Barradas, um lote de terreno, destinado a construção urbana, desconhecendo-se qual a
inscrição que o mesmo terreno teria na matriz. Porém, à data, não foi tal aquisição reduzida a escrito, por uma razão ou por outra que se desconhece, sendo certo que Francisco Ruas passou a usar o prédio em causa como sendo coisa sua. Logo, em mil
novecentos e quinze, Francisco Ruas construiu no terreno um prédio urbano, destinado
a habitação, onde o mesmo veio a fixar a sua residência.
Tanto o Francisco Ruas como o seu filho Francisco Espada Ruas, bem como ainda o
António Machado Ruas e o Jaime Francisco Ruas, ao longo dos anos procederam à
manutenção do prédio urbano, procederam a obras de reparação e pintura que sucessivamente foram sendo necessárias. Desde que o prédio por si e pelo António Machado
Ruas foi adquirido por herança, por óbito de seu pai, que o justificante, em conjunto com
o seu irmão António Machado Ruas, vem atuando como se fosse titular do direito de
propriedade, agindo nessa qualidade e convicção.
Por todos, desde mil novecentos e catorze, que o prédio em causa é tido como pertencendo sucessivamente a Francisco Ruas, ao seu filho Francisco Espada Ruas e mais
recentemente a António Machado Ruas e a Jaime Francisco Machado Ruas, sendo
estes tidos e conhecidos como proprietários únicos e exclusivos do prédio urbano em
causa.
Do exposto, conclui-se que o justificante, conjuntamente com o seu irmão António
Machado Ruas, e agora após a morte deste com os respetivos herdeiros, tem posse do
prédio urbano desde óbito do seu pai ocorrido em oito de Março de mil novecentos e
sessenta e seis, até aos dias de hoje, posse esta boa para usucapião.
No entanto, metade do prédio ora em justificação não se encontra com titularidade
inscrita e registada na Conservatória do Registo Predial competente a favor do ora justificante, dai que o mesmo venha justificar o direito de propriedade sobre metade do prédio em causa.
Que atendendo a que a duração da sua posse, há mais de vinte anos, se tem mantido
continuamente e de forma ininterrupta, já adquiriram o referido imóvel, por USUCAPIÃO, invocando, por isso, esta forma originária de aquisição, para todos os efeitos
legais.
ESTÁ CONFORME.
Setúbal, aos vinte de Junho de dois mil e dezasseis
A Notária
Assinatura ilegível
Reg. sob o n.º 112
DN, 18 de Julho de 2016
REGULAMENTO:
rante Gago Coutinho, 48-A, 1700-031 LISBOA, nomeado nos Autos de Insolvência
n.º 701/14.6TYLSB, a correr termos pela 1.ª Secção do Comércio - J3 - Instância Central Comarca de Lisboa, em que foi declarada insolvente LUGARES DIFERENTES - Construções, Lda., faz saber que, por deliberação da Assembleia de Credores, vai proceder à venda
no estado físico e jurídico em que se encontram, por negociação particular e por meio de propostas que serão remetidas em carta fechada, dos seguintes bens imóveis:
Prédio urbano com a área de 96,17 m2, sito na Av. dos Combatentes da Grande Guerra,
n.º 100-B, descrito na Conservatória do Registo Predial de Santarém sob a ficha n.º 1604, da
extinta freguesia de Santarém (São Nicolau), presentemente União das Freguesias de Marvila,
Sta. Iria da Ribeira de Santarém, S. Salvador e S. Nicolau, inscrito na respetiva matriz sob o
art.º 2818 da referida União das Freguesias.
Prédio urbano com a área de 79,58 m2, sito na Av. dos Combatentes da Grande Guerra,
descrito na Conservatória do Registo Predial de Santarém sob a ficha n.º 1606, da extinta freguesia de Santarém (São Nicolau), presentemente União das Freguesias de Marvila, Sta. Iria
da Ribeira de Santarém, S. Salvador e S. Nicolau, inscrito na respetiva matriz sob o art.º 757
da referida União das Freguesias;
• As propostas serão remetidas, até ao dia 27/7/2016, que inclui a data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Administrador da Insolvência de JOSÉ ANTÓNIO FERNANDES DE
CARVALHO, Florentino Matos Luís, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho,
n.º 48-A, 1700-031 LISBOA.
• As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao de base de licitação e conter:
nome ou denominação completa da entidade proponente; morada ou sede social; número
de contribuinte ou de pessoa coletiva; representante, em caso de pessoa coletiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor oferecido por extenso.
• A abertura das propostas realizar-se-á no dia 29/7/2016 pelas 17 horas, no escritório do
Administrador de Insolvência, Florentino Matos Luís, sito na Av. Alm. Gago Coutinho, n.º
48-A, em Lisboa, na presença dos Administradores das Insolvências e dos Senhores
Credores que pretendam assistir, onde deverão comparecer os proponentes, condição
para que as s/propostas sejam aceites. Serão excluídas as propostas que não contenham
todos os elementos solicitados.
• Desde que exista mais do que um proponente com propostas válidas para o referido bem
serão estes convidados a licitarem entre si, cujo valor-base de licitação será o da melhor
proposta recebida, o que se fará (no mesmo local) pelas 17.30 horas do referido dia.
• Se o bem for adjudicado, o promitente-comprador entregará um cheque referente a 20%
do valor do preço, a título de sinal, e os restantes 80%, no ato da escritura.
• Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente-comprador,
este perderá o sinal já entregue e atrás referido.
• Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, Imposto de Selo, escritura e registos. São igualmente por conta do
comprador os encargos de emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes.
• Caberá ao Meritíssimo Juiz do processo de insolvência, a resolução de todas e quaisquer
questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento.
Prédio urbano com a área de 106,4 m2, sito na Av. dos Combatentes da Grande Guerra,
descrito na Conservatória do Registo Predial de Santarém sob a ficha n.º 1607, da extinta freguesia de Santarém (São Nicolau), presentemente União das Freguesias de Marvila, Sta. Iria
da Ribeira de Santarém, S. Salvador e S. Nicolau, inscrito na respetiva matriz sob o art.º 760
da referida União das Freguesias;
Prédio urbano com a área de 170,42 m2, sito na Av. dos Combatentes da Grande Guerra,
descrito na Conservatória do Registo Predial de Santarém sob a ficha n.º 1608, da extinta freguesia de Santarém (São Nicolau), presentemente União das Freguesias de Marvila, Sta. Iria
da Ribeira de Santarém, S. Salvador e S. Nicolau, inscrito na respetiva matriz sob o art.º 754
da referida União das Freguesias;
Prédio urbano com a área de 302 m2, sito na Rua E, n.os 117, 125 e 133, descrito na Conservatória do Registo Predial de Santarém sob a ficha n.º 1609, da extinta freguesia de Santarém
(São Nicolau), presentemente União das Freguesias de Marvila, Sta. Iria da Ribeira de Santarém, S. Salvador e S. Nicolau, inscrito na respetiva matriz sob os art.os 1905, 1897 e 1901 da
referida União das Freguesias, no seu conjunto, pelo valor-base de ......................532 800,00 €
Recebendo-se propostas, de valor igual ou superior a 85% do valor-base ....452 880,00 €
Consigna-se que nos referidos prédios se encontra em fase de construção «uma
urbanização», já executada em cerca de 60%, em condomínio fechado, composta por:
9 moradias, sendo 6 de tipologia T2 e 3 de tipologia T3, e cave com 9 arrecadações e
26 lugares de estacionamento, a qual tem subjacente a Licença de Construção
n.º 9033/2009, emitida em 30/12/2009.
Para efeito da apresentação das propostas, os bens podem ser vistos mediante marcação pelos telefones 218 406 953 ou 917 247 040.
REGULAMENTO:
• As propostas serão remetidas até ao dia 25/7/2016, que inclui a data do registo de expedição
Os Administradores das Insolvências
dos CTT, remetidas em envelope fechado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Administrador de Insolvência de LUGARES DIFERENTES - Construções, Lda., Flo-
ANÚNCIO
rentino Matos Luís, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, n.º 48-A,
VENDA POR PROPOSTA EM CARTA FECHADA
Processo: 1394/15.9T8AMT - Insolvência de Pessoa Singular
Insolvente: Susana Maria Pinho Carvalho
Administrador de Insolvência:
Amadeu José Maia Monteiro de Magalhães
Informam-se os eventuais interessados que foi designado o
dia 29/7/2016, pelas 10.00 horas, na Travessa Dr. Francisco Machado Owen, n.º 85, 4715-022 Braga, para a
abertura de propostas que sejam recebidas ou entregues
nessa morada até às 17.00 horas do dia 28/7/2016, pelos
interessados na aquisição do seguinte bem imóvel:
LOTE ÚNICO
(Verba 1 do Auto de Arrolamento)
Prédio urbano, composto de casa de dois pavimentos e
logradouro, sito na Povoação Grande, Lote n.º 89, freguesia de Freixo, concelho de Marco de Canaveses, inscrito na
matriz predial urbana sob o artigo 701.º e descrito na competente Conservatória do Registo Predial sob o n.º
592/19971215, com valor-base de .................. 140 000,00 €
Os bens serão mostrados mediante prévia marcação com o
Administrador de Insolvência a efetuar através do telefone
253 200 330 ou do e-mail [email protected].
1700-031 LISBOA.
• As propostas deverão conter: nome ou denominação completa da entidade proponente;
morada ou sede social; número de contribuinte ou de pessoa coletiva; representante, em
caso de pessoa coletiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor proposto
por extenso.
• Só serão aceites propostas para a globalidade dos imóveis.
• A abertura das propostas realizar-se-á no dia 27/7/2016, pelas 16 horas, no escritório do
Administrador de Insolvência, na presença do mesmo e dos Senhores Credores que pretendam assistir, onde deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/propostas
sejam aceites. Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos
solicitados.
• Desde que exista mais de que um proponente com propostas válidas para os referidos bens
serão estes convidados a licitarem entre si, cujo valor-base de licitação será o da melhor
proposta recebida, o que se fará (no mesmo local) pelas 16.30 horas, do referido dia.
• Se os bens forem adjudicados, o promitente-comprador entregará, um cheque referente a
20% do valor do preço, a título de sinal. Os restantes 80% serão pagos no ato da escritura.
• A competente escritura de compra e venda, será realizada no prazo máximo de 60 dias, em
data, hora e local a notificar ao comprador.
• Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente-comprador, este
perderá o sinal já entregue e atrás referido.
• Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igualmente por conta do comprador os encargos de
emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes.
Os bens serão vendidos no estado jurídico e físico em que
se encontram, sendo fiel depositário o Administrador de
Insolvência.
• Caberá ao Meritíssimo Juiz do processo de insolvência, a resolução de todas e quaisquer
questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento.
Não são aceites propostas abaixo de 85% do valor-base.
As propostas, em sobrescrito fechado, devem mencionar
no exterior do envelope «contém proposta», identificar o n.º
do processo de insolvência e vir acompanhadas da identificação completa do proponente, fotocópia do bilhete de
identidade e/ou NIPC, endereço e contacto, devendo ainda
o proponente juntar à sua proposta, como caução, um
cheque visado (ou alternativamente cheque bancário ou
garantia bancária), à ordem da «Massa Insolvente de
Susana Maria Pinho Carvalho, no montante de 20% do
valor da proposta apresentada (n.º 4 do artigo 164.º do
CIRE).
Todos os impostos e/ou despesas com o registo dos bens
móveis ou imóveis (quando aplicável) correm por conta do
adquirente.
O Administrador de Insolvência
Florentino Matos Luís
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dias úteis entre as 9h00 e as 18h30
e aos sábados das 9h30 às 13h00
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através dos telefones 218406953 e 917247040.
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Almirante Gago Coutinho, n.º 48-A, 1700-031 Lisboa, e João Fernandes de Sousa, com
escritório na Rua de Mataduços, 121, Fermentões, 4800-090 Guimarães, nomeados respetivamente nos Autos de Insolvência n.º 7310/16.3T8SNT, em que é insolvente JOSÉ
ANTÓNIO FERNANDES DE CARVALHO e Proc. n.º 10489/16.0T8SNT, em que é insolvente GILMARA DE MOURA, a correr termos pela Instância Central, Secção do Comércio J3 e J4, Comarca de Lisboa Oeste - Sintra, fazem saber que vão proceder à venda no
estado físico e jurídico em que se encontra, por negociação particular e por meio de propostas que serão remetidas em carta fechada, do seguinte bem:
Verba Única
Fração designada pela letra «D», T2, sita na Av. da Cruz Vermelha Portuguesa, lote 70, r/c
dto., nas Casas do Lago, Amadora, com dois lugares de estacionamento com os n.os 27 e
28 no piso menos dois, descrita na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Amadora sob o
n.º 1425/20020117-D, da freguesia de Venteira, e inscrito na matriz sob o art.º matricial
1759, pelo valor mínimo de: ............................................................................... 131 800,00 €
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MOEDA DE OURO
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Coroa ladeada. Moeda martelada.
Tlm: 912 232 542
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Diário de Notícias Segunda-feira, 18 de julho de 2016
VENDA
VENDA
S. BRÁS DE ALPORTEL
AVISO
Procedimento concursal comum de recrutamento para ocupação de
dezasseis postos de trabalho (2 assistentes técnicos e 14 assistentes
operacionais) referentes à prossecução das atividades internalizadas,
em virtude da dissolução da «Viver Machico - EM Unipessoal, Lda.
Ricardo Miguel Nunes Franco, Presidente da Câmara Municipal de Machico, torna público que se encontra aberto, pelo prazo de 10 dias úteis, a contar da data da publicação do
Aviso n.º 8796/2016, publicado no Diário da República, II Série, n.º 134, de 14 de julho de
2016, o procedimento concursal comum para constituição de relação jurídica de emprego
em contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado, para preenchimento de dezasseis postos de trabalho, a seguir identificados, previstos e não ocupados
no mapa de pessoal desta autarquia:
1. Um posto de trabalho para a carreira de Assistente Técnico, área de atividade Contratação Pública;
2. Um posto de trabalho para a carreira de Assistente Técnico, área de atividade - Cultura;
3. Um posto de trabalho para a carreira de Assistente Operacional, área de atividade Desporto;
4. Oito postos de trabalho para a carreira de Assistente Operacional, área de atividade Receção;
5. Um posto de trabalho para a carreira de Assistente Operacional, área de atividade Comunicação;
6. Quatro postos de trabalho para a carreira de Assistente Operacional - Operacionais
Municipais.
As candidaturas deverão ser entregues em suporte de papel, através do preenchimento
de formulário-tipo, de utilização obrigatória, sob pena de exclusão, devidamente assinado
e datado, disponível no Serviço de Recursos Humanos e na página eletrónica da Câmara
Municipal de Machico, www.cm-machico.pt.
O formulário de candidatura preenchido, bem como todos os documentos anexos, deverão ser entregues pessoalmente no referido serviço, mediante entrega de recibo
comprovativo, ou remetido pelo correio registado com aviso de receção, dirigido aos
Recursos Humanos da Câmara Municipal de Machico, Largo do Município, 9200-099
Machico. Só é admissível a apresentação de candidatura em suporte papel, não serão
aceites candidaturas enviadas por correio eletrónico.
Para constar se lavrou o presente edital e outros de igual teor.
Machico, 14 de julho de 2016
O Presidente da Câmara Municipal de Machico
Ricardo Miguel Nunes Franco
BANCO SANTANDER TOTTA, S. A.
Capital Social: 1.256.723.284 Euros
Matriculado na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa
sob o n.º 500 844 321 de Pessoa Coletiva
Sede: Rua Áurea, 88
1100-063 Lisboa
Tendo sido convocada a Assembleia Geral de Acionistas
do Banco Santander Totta, S. A. para o próximo dia
30 de julho de 2016, torna-se pública, nos termos
e para os efeitos do disposto no artigo 110.º do
Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades
Financeiras, a relação de acionistas cujas participações
excedem 2% do capital social:
Santander Totta, SGPS, S. A.:
- 1.241.179.513 Ações, que correspondem
a 98,763 % do capital social.
FLORENTINO MATOS LUÍS, Administrador da Insolvência, com escritório na Avenida
Almirante Gago Coutinho, n.º 48-A, 1700-031 LISBOA, nomeado nos Autos de Insolvência
n.º 3476/10.4TBFAR, a correr termos pela Instância Central - Secção do Comércio - J1 Tribunal da Comarca de Faro - Olhão, em que foram declarados insolventes JOSÉ FERNANDO PIRES EVARISTO, entretanto falecido, e mulher LUCÍLIA MARIA EUSÉBIO
LARANJEIRA EVARISTO, faz saber que, após audição dos Senhores Credores, vai proceder à venda no estado físico e jurídico em que se encontra, por negociação particular e
por meio de propostas que serão remetidas em carta fechada, do seguinte bem:
Verba n.º 3
Prédio urbano, sito na Praceta da Misericórdia, lote P, em S. Brás de Alportel, descrito na
Conservatória do Registo Predial de S. Brás de Alportel sob a ficha n.º 2177, da freguesia
de S. Brás de Alportel, composto por dois pisos, tipo duplex, com 4 assoalhadas, cozinha,
despensa, duas casas de banho, quarto, varanda e logradouro, com a área total de 126 m2,
inscrito na matriz sob o artigo matricial urbano n.º 6347, da mesma freguesia.
Recebem-se propostas, ficando as mesmas dependentes da aceitação ou não por parte
dos Senhores Credores.
Para efeito da apresentação das propostas, o bem pode ser visto mediante marcação
pelos telefones 218406953 ou 917247040.
REGULAMENTO:
• As propostas serão remetidas até ao dia 29/8/2016, que inclui a data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Administrador da Insolvência de JOSÉ FERNANDO PIRES EVARISTO e
mulher LUCÍLIA MARIA EUSÉBIO LARANJEIRA EVARISTO, Florentino Matos Luís, com
escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, n.º 48-A, 1700-031 Lisboa.
• As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao de base de licitação e conter:
nome ou denominação completa da entidade proponente; morada ou sede social; número
de contribuinte ou de pessoa coletiva; representante, em caso de pessoa coletiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor oferecido por extenso.
• A abertura das propostas realizar-se-á no dia 3/8/2016, pelas 15 horas, no próprio imóvel,
ou seja, na Praceta da Misericórdia, lote P, em S. Brás de Alportel, na presença do
Administrador da Insolvência e dos Senhores Credores que pretendam assistir, onde
deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/propostas sejam aceites.
Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos solicitados.
• Desde que exista mais do que um proponente com propostas válidas, serão estes convidados a licitar entre si, cujo valor-base de licitação será o da melhor proposta recebida, o
que se fará (no mesmo local) pelas 15.30 horas do referido dia.
• Se o bem for adjudicado, o promitente-comprador entregará um cheque correspondente a
20% do valor do preço, a título de sinal, o qual fica retido até aceitação ou não dos
Senhores Credores.
• A competente escritura de compra e venda será realizada no prazo máximo de 60 dias,
em data, hora e local a notificar ao comprador, devendo este, no ato da escritura, efetuar
o pagamento do valor remanescente (80%).
• Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente-comprador,
este perderá o sinal já entregue e atrás referido.
• Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igualmente por conta do comprador os encargos
de emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes.
• Caberá ao Meritíssimo Juiz do processo de insolvência a resolução de todas e quaisquer
questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento.
O Administrador da Insolvência
Florentino Matos Luís
AVISO
AERONAVE PIPER AIRCRAFT CORP.
PA-23-250, COM A MATRÍCULA J5-GTG
Nos termos e para os efeitos do disposto nos artigos 45.º e 46.º, ambos do
Decreto-Lei n.º 254/2012, de 28 de novembro, dá-se conhecimento a todos os
interessados de que a Cascais Dinâmica - Gestão de Economia, Turismo e
Empreendedorismo, EM, SA (Cascais Dinâmica), entidade gestora do
Aeródromo Municipal de Cascais, irá promover a respetiva destruição, abate
e/ou alienação da aeronave PIPER AIRCRAFT CORP.PA-23-250, COM A
MATRÍCULA J5-GTG, que se encontra estacionada no Aeródromo Municipal
de Cascais, em virtude de a referida aeronave se encontrar em situação de
abandono representando, comprovadamente risco para a saúde e integridade
física dos utilizadores do Aeródromo Municipal de Cascais.
Mais se informa que decorrentes do estacionamento da Aeronave PIPER
AIRCRAFT CORP.PA-23-250, com a matrícula J5-GTG, no Aeródromo Municipal de Cascais, se encontra em dívida o montante que ascende a
27 644,87 € (vinte e sete mil, seiscentos e quarenta e quatro euros e oitenta e
sete cêntimos) relativa a valores devidos, e não pagos, pelo que no caso de
realização de valor pela destruição, abate e/ou alienação da aeronave PIPER
AIRCRAFT CORP.PA-23-250, COM A MATRÍCULA J5-GTG, se possível, o
mesmo será deduzido ao valor obtido ao montante da dívida existente.
Administração
Cascais Dinâmica, EM, SA
Verba n.º 1
Mobília de sala comum, composta por: mesa, quatro cadeiras, cristaleira, duas estantes, móvel
de televisão, mesa de centro, candeeiro e conjunto de sofá e dois maples, pelo valor-base
de ....................................................................................................................................900,00 €
Verba n.º 2
Mobília de quarto de casal, composta por: cama, duas mesas de cabeceira, roupeiro, três
candeeiros, sendo um de teto, e televisão, pelo valor-base de ..................................... 450,00 €
Verba n.º 3
Equipamento de cozinha, composto por: fogão, frigorífico, máquinas de lavar roupa e secar,
máquina de lavar louça, micro-ondas, pequenos eletrodomésticos e louças, pelo valor-base
de ................................................................................................................................... 900,00 €
Verba n.º 7
Moradia em construção, sita no Bairro das Pateiras, Lote 6 - Abrunheira, com a área total de
370 m², descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Sintra sob a ficha n.º 738, da freguesia de Sintra (S. Pedro de Penaferrim) e inscrito na matriz sob o art.º 8325.º da freguesia
de Sta. Maria, S. Miguel, S. Martinho e S. Pedro de Penaferrim, pelo valor de ....... 73 485,00 €
Para efeito da apresentação das propostas, os bens podem ser vistos mediante marcação pelos telefones 218 406 953 e 917 247 040.
REGULAMENTO:
• As propostas serão remetidas até ao dia 27/7/2016, que inclui a data do registo de expedição
dos CTT, remetidas em envelope fechado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Administrador da Insolvência de ANA CRISTINA FERREIRA URBANO, Florentino
Matos Luís, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, n.º 48-A, 1700-031 Lisboa,
tel. 218 406 953.
• As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao de base de licitação e conter: nome
ou denominação completa da entidade proponente; morada ou sede social; número de
contribuinte ou de pessoa coletiva; representante, em caso de pessoa coletiva, indicação de
telefone e/ou fax de contacto, e valor oferecido por extenso.
• A abertura das propostas realizar-se-á no dia 29/7/2016, pelas 15 horas, no escritório do
Administrador da Insolvência, sito na Av. Almirante Gago Coutinho, n.º 48-A, em Lisboa, na
presença dos Senhores Credores que pretendam assistir, onde deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/propostas sejam aceites. Serão excluídas as propostas
que não contenham todos os elementos solicitados.
• Desde que exista mais do que um proponente com propostas válidas, serão os mesmos convidados a licitar entre si a compra dos bens, cujo valor-base de licitação será o da melhor
proposta recebida, o que se fará (no mesmo local) pelas 15.30 horas do referido dia.
• Se os bens forem adjudicados, o(s) promitente(s) comprador(es) entregará(ão), para os bens
móveis, um cheque referente à totalidade do preço, e para o imóvel, um cheque referente a
20% do valor do preço, a título de sinal, e os restantes 80% no ato da escritura.
• A competente escritura de compra e venda será realizada no prazo máximo de 60 dias, em
data, hora e local a notificar ao comprador.
• Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente-comprador, este
perderá o sinal já entregue e atrás referido.
• Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igualmente por conta do comprador os encargos de
emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes.
• Caberá ao Meritíssimo Juiz do processo de insolvência a resolução de todas e quaisquer
questões surgidas que não estejam contempladas no presente regulamento.
O Administrador da Insolvência
Florentino Matos Luís
✝
6(59,/86$
dias úteis entre as 9h00 e as 18h30
e aos sábados das 9h30 às 13h00
Pagamento por MULTIBANCO ou VISA
Os anúncios só serão publicados após
confirmação do pagamento por parte
destas entidades.
necrologia
Lisboa, 18 de julho de 2016
ABRUNHEIRA - SINTRA
FLORENTINO MATOS LUÍS, Administrador da Insolvência, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, n.º 48-A, 1700-031 LISBOA, nomeado nos Autos de Insolvência
n.º 3237/12.6T2SNT, a correr termos pela Instância Central - Secção do Comércio - J1 Comarca de Lisboa Oeste - Sintra, em que foi declarada insolvente ANA CRISTINA
FERREIRA URBANO, faz saber que vai proceder à venda, no estado físico e jurídico em que
se encontram, por negociação particular e por meio de propostas que serão remetidas em carta fechada, dos seguintes bens:
Dr. WILLIAM HENRY
CLODE
(Médico)
FALECEU
Seus filhos, noras, genro, netos e bisnetos participam
o seu falecimento e que o funeral se realiza amanhã,
dia 19, das Capelas Exequiais S. João de Deus (à
Praça de Londres) para o cemitério do Carregado. Às
10 horas será celebrada Missa de corpo presente.
AGÊNCIA FUNERÁRIA MAGNO - ALVALADE
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Diário de Notícias Segunda-feira, 18 de julho de 2016
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*Fonte: Marktest, Bareme Imprensa (DN+JN), 2ª vaga 2015; Netscope, fev 2016.

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