Maior ameaça ao défice vem outra vez dos bancos

Transcrição

Maior ameaça ao défice vem outra vez dos bancos
A família Trump
Melania, Eric, Tiffany e Ivanka discursam em apoio ao milionário na convenção republicana. Ted Cruz vai à luta. MUNDO PÁGS. 28 E 29
www.dn.pt
TERÇA-FEIRA, 19 de julho de 2016, Ano 152.º, N.º 53 782, 1,20€
Diretor ANDRÉ MACEDO Diretora adjunta MÓNICA BELLO Subdiretores ANA SOUSA DIAS e JOANA PETIZ Diretor de arte PEDRO FERNANDES
Doping generalizado.
Rússia pode ser banida
dos Jogos do Rio
PARLAMENTO
Em nove meses,
chegaram
144 petições
de cidadãos
DESPORTO PÁGS. 42 E 43
● A redução do IVA nos alimentos
para animais de companhia é discutida amanhã na AR, para onde foi levada por uma petição. O número de
documentos deste tipo tem crescido e nesta legislatura já vai em 144,
incluindo um sobre combatentes
ucranianos. PORTUGAL PÁG. 10
TURQUIA
Pena de morte
anulará hipótese
de adesão à
União Europeia
Yelena Isinbayeva, recordista
do mundo do salto com
vara, bicampeã olímpica
e tricampeã mundial, está
entre os atletas que não
podem competir nos Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro
Maior ameaça
ao défice vem outra
vez dos bancos
Carta. Até aqui, tudo corre bem, diz Centeno a Bruxelas, anunciando cortes na despesa. Mas há fatores de incerteza, como a CGD
e o Novo Banco, e a situação de parceiros como Angola e Brasil.
PCP e Bloco rejeitam agravamento da austeridade. DN+ PÁGS. 2 A 4
PROVAS DE AFERIÇÃO
Relatórios
sobre
cada aluno
substituem
as notas
● As provas de aferição dei-
xam de ter notas e passam a
ser objeto de relatórios individuais que as escolas entregam aos pais. O objetivo é
conseguir uma análise mais
apurada do desempenho dos
alunos e um acompanhamento mais adequado a cada
caso. PORTUGAL PÁG. 14
REUTERS/LUCY NICHOLSON
● Se restabelecer a pena de morte, a
Turquia não terá lugar na UE. Esta
foi a mensagem que vários dirigentes europeus e políticos americanos
fizeram chegar a Erdogan, que
anunciou a intenção de aplicar a
pena capital aos autores do golpe
falhado de sexta-feira. MUNDO PÁG. 30
LISBOA
Relvado em vez
dos brasões
nos jardins da
Praça do Império
● A Câmara de Lisboa decide hoje
se aprova ou não o projeto vencedor
do concurso de ideias para os jardins da Praça do Império. O mais
polémico é a destruição dos brasões
de buxo e flores das antigas províncias. SOCIEDADE PÁGS. 20 E 21
AMESTERDÃO
Exposição
sobre Van Gogh
nos anos À beira
da insanidade
ARTES PÁG. 33
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
2
DN+ Sanções da UE a Portugal
Maior
ameaça ao
défice pode
vir outra vez
dos bancos
Multas. Governo responde a Bruxelas.
Promete mais cortes na despesa, mas quer
benesse na contabilização do défice de 2017
LUÍS REIS RIBEIRO
Até aqui, corre tudo relativamente
bem, diz o Ministério das Finanças
numa carta que enviou ontem a
Bruxelas. A execução orçamental do
primeiro semestre é um trampolim
“excelente” para chegar aos 2,2% em
2016, há almofadas de segurança
que, no limite, poderiam reduzir
esse défice para menos de 2% e há já
um plano em curso para reduzir a
despesa de forma permanente em
2017, como pede a União Europeia,
medidas que serão vertidas no Orçamento do Estado de 2017, que
será conhecido em outubro.
Mas claro, há problemas: uma total incerteza sobre o esforço que
CGD e Novo Banco ainda podem
exigir aos contribuintes. E os efeitos
rápido
Há uma total incerteza
sobre o esforço que CGD
e Novo Banco ainda podem
exigir aos contribuintes.
No melhor cenário,
o défice público deste ano
até poderia baixar para
1,9% do PIB.
Há margem neste
OE 2016 para acomodar
uma derrapagem
de até três décimas.
desconhecidos do brexit e da crise
económica que afeta parceiros de
referência, como Angola e Brasil,
dois dos nomes citados nos documentos enviados pelo Ministério
das Finanças para tentar convencer
que o país não merece ser multado
por ter violado o Pacto de Estabilidade entre 2013 e 2015.
O caso dos bancos (ver texto na
página 4) pode ainda dar muitos
dissabores às contas públicas, estando o governo a negociar com as
autoridades europeias formas de o
impacto ser mínimo. O modelo que
vier a ser encontrado para resolver
problemas em Itália será decisivo.
Portugal está a tentar apanhar esta
boleia.
Até lá, sabe-se que já neste ano a
Caixa terá de ser recapitalizada, faltando agora definir se os vários milhares de milhões de euros envolvidos vão ao défice ou à dívida. Ou a
ambos. No caso do Novo Banco, as
Finanças dizem, primeiro, que não
haverá mais ajudas públicas diretas.
Mas se a venda for feita abaixo do
par (o Estado injetou 3,9 mil milhões de euros quando salvou o
banco em 2014), o Fundo de Resolução, uma entidade pública, vai
precisar de mais dinheiro para subsistir, já que os bancos dizem não
conseguir pôr lá mais verbas. Sem
mais garantias, os contribuintes poderiam voltar a ser chamados a cobrir a diferença. Uma vez mais, a solução italiana poderá ser determinante para contornar o problema
que, indiretamente, afetaria as contas públicas.
Fora isto, parece que tudo está a
correr razoavelmente. No melhor
cenário, o défice público deste ano
até poderia baixar para 1,9% do produto interno bruto (PIB) se, claro, a
execução orçamental correr como
se espera e se o ministro das Finanças impedir a 100% o uso das cativações e das reservas orçamentais.
Num cenário “alternativo” de maior
stress económico e financeiro, o défice pode derrapar até 2,3%.
De acordo com a carta e o relatório com as “alegações fundamentadas de Portugal no âmbito do processo de apuramento de eventuais
sanções”, Mário Centeno começa
por referir que “tem um processo de
monitorização próxima mensal [da
execução orçamental] que ainda
não revelou qualquer desvio significativo”, mas que, em todo o caso, o
Orçamento deste ano tem prevista
uma “camada extraordinária de ca-
tivações, uma forma de cortes de
despesa que pode ser acionada
imediatamente”. Estes cativos adicionais “valem 346,2 milhões de euros, aproximadamente 0,2 pontos
percentuais [p.p.] do PIB”. “O défice
orçamental projetado de 2,2% do
PIB inclui estas cativações como
despesa potencial.” Portanto, se for
necessário, mesmo que tudo corra
dentro do esperado até aos 2,2%, o
ministro ainda pode não libertar esses fundos. “Se a utilização destas
cativações não for autorizada, o défice orçamental seria 2%.” A ideia
agora é manter essas verbas “congeladas” até ao final do ano, não vá haver derrapagens inesperadas. E há
mais uma folga. “O Orçamento de
2016 inclui também reservas de
196,6 milhões de euros, que também estão sujeitas a aprovação. Estas podem ser usadas no caso de
existirem grandes desvios.”
Tudo somado, o OE “tem medidas contingentes que ascendem a
542,8 milhões de euros”, cerca de
0,3% do PIB. Se nenhuma for usada,
o défice baixaria até 1,9%. Dito de
outra forma, há margem neste OE
2016 para acomodar uma derrapagem de três décimas. Se o défice final subisse até 2,5%, com os 0,3
pontos referidos ainda era possível
respeitar a meta de 2,2%. O Ministério das Finanças assume depois um
Andamento da economia (PIB) nos últimos cinco anos
ZONA EURO
4
PORTUGAL
ESPANHA
PERCENTAGEM HOMÓLOGA
1,7
2,8
1,9
3
4º TRIM 2013
3,4
2
1
-0,2
0
0,9
-1
-2
-0,3
-1,1
1º TRIM 2013
-3
-3,1
-4
-5
1º TRIM 2011
Fonte: Eurostat
-4,5
4º TRIM 2012
1º TRIM 2016
3
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
A CORRESPONDÊNCIA
O governo respondeu à decisão do Conselho Europeu
(Ecofin) em avançar com sanções a Portugal (e Espanha),
apesar destas poderem ser zero. As Finanças enviaram
ontem uma carta e um relatório em que pedem à Comissão
o “cancelamento” da multa por violação do défice.
António Costa aproveitou
ontem um almoço da Câmara
do Comércio e Indústria
Luso-Espanhola para falar
sobre os argumentos contra
as sanções. Curiosamente,
Portugal e Espanha são os
dois países em risco de ser
sancionados.
“Com esta carta, o governo português envia
um pedido fundamentado à Comissão
Europeia para que a multa seja cancelada.”
“A adoção de sanções seria injustificada já que
o país está no caminho correto para eliminar
o défice excessivo e seria contraproducente já
que iria danificar os esforços de ser bem sucedido nessa tarefa. Além dos prejuízos económicos e financeiros, teria um impacto altamente negativo no nível de apoio ao projeto
europeu em Portugal, que tem sido largamente consensual desde 1976. Por todas estas razões, as sanções nunca seriam compreendidas
pelo povo português.”
ANTÓNIO COTRIM-LUSA
“Impor sanções a um país que está a implementar um caminho exigente de redução do
défice é desproporcionado.”
cenário “alternativo” mais desfavorável, em que vários “riscos macroeconómicos” se materializam. Estes
riscos estão muito ligados a questões “externas”, “incluindo o brexit e
grandes choques negativos específicos” que afetam parceiros comerciais importantes, “designadamente Angola e Brasil”. Neste caso, a economia cresceria 1,4% em vez dos
1,8% que estão no OE e o défice subiria para “2,3%” do PIB, com o ajustamento estrutural a cair para metade do previsto: 0,2% do PIB em vez
dos 0,4% que estão no plano central
do governo. Bem longe dos 0,6%
que Bruxelas exige.
Certo é que o governo já está a
contar sair dos défices excessivos
neste ano, o que, acredita Centeno,
permitirá usar a benesse (flexibilidade) prevista no novo pacto. As Finanças explicaram ontem que não
está prevista mais austeridade adicional. Tinham em vista um ajustamento estrutural (redução permanente do défice) de 0,4% e vão avançar para 0,6%. Só que há uma
nuance, esclareceu o ministério.
“O ajustamento compatível com os
0,6% referidos nesta frase resulta da
conjugação do ajustamento de 0,4%
previsto no PE com os 0,2% de margem de flexibilidade para financiar
as reformas apresentadas no Programa Nacional de Reformas.”
Quem cumpre as regras pode ter
acesso a esta benesse.
“O impacto de qualquer ação que possa ser
adotada pela Comissão, incluindo sanções
pecuniárias e a suspensão de fundos estruturais e de investimento, seria sentido quer no
presente quer no futuro.”
“Por um lado, estes são sinais de que o compromisso do governo no controlo da despesa,
que estão no centro das medidas de consolidação inteligentes. Por outro, evidencia-se
que a economia e o mercado de trabalho
estão a apresentar resultados positivos, apesar de estarem abaixo do seu potencial. No
geral, os primeiros seis meses de 2016 são um
patamar excelente para a segunda metade
do ano. Apesar disto, o governo tem mecanismos no orçamento para controlar qualquer desvio que possa ocorrer nos meses vindouros.”
“O Novo Banco será vendido até agosto de
2017, caso contrário irá entrar num processo
ordeiro de liquidação. O governo português já
expressou ao Banco de Portugal a sua profunda preocupação com o processo de venda, nomeadamente porque o governo não considera
a possibilidade de novas ajudas de Estado.”
“O governo português está comprometido
com a estabilização do sistema financeiro e
considera que a conclusão rápida e eficiência
dos dossiês Caixa Geral de Depósitos e Novo
Banco são essenciais para reduzir a incerteza.”
“O governo está a negociar com o fundo de resolução novas condições para que o empréstimo do Tesouro possa tornar o fundo solvente
mesmo no caso de se materializar um preço
muito reduzido no processo de venda”.
Esquerda avisa que não
aprova orçamento que
traga mais austeridade
NEGOCIAÇÃO PCP e BE não querem
saber de imposições de Bruxelas,
mas continuar os termos do
acordo de esquerda: reverter a
austeridade e repor rendimentos
As reuniões de negociação do Orçamento do Estado para 2017 entre o governo e
o Bloco de Esquerda e o PCP já começaram e têm também linhas vermelhas.
Mais carta, menos carta, os partidos à esquerda do PS avisaram que não darão
um cheque em branco e – independentemente das promessas do governo a
Bruxelas – rejeitarão aprovar um orçamento mais austero ou que reverta o ciclo de reposição de rendimentos.
Na carta enviada a Bruxelas, o governo
compromete-se a fazer um ajustamento
do défice estrutural em 2017 de 0,6% do
PIB (o que é mais do que que os 0,4% previstos no Programa de Estabilidade entregue em abril). Ou seja: mais esforço.
Ora, este apertar do cinto não agrada
aos partidos à esquerda do PS, que já deixaram passar com várias reservas esse
mesmo Programa de Estabilidade. O governo vai ter de jogar entre estas duas realidades: as promessas a Bruxelas (aqui feitas para evitar sanções) e as exigências de
BE e PCP.
O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, disse ao DN que para os comunistas “o que interessa relativamente ao Orçamento não é satisfazer as imposições
de Bruxelas, mas sim resolver problemas
do país como o desemprego ou a dívida”.
“É sabido que o governo tem a perspetiva de que é possível conciliar as imposições europeias com o desenvolvimento
do país, o que para nós é uma contradição, que só tenderá a agravar-se”, afirma
João Oliveira. Quanto à carta, o líder da
bancada do PCP refere ao DN que “traduz o entendimento do governo perante
estas chantagens europeias” e este –
como já tinha dito numa declaração na
sede do PCP – é de “resistir à chantagem,
não ser o bom aluno, mas defender o interesse nacional”. Sobre um aumento dos
cortes na despesa no próximo ano, o PCP
avisa: “Até podemos ser a favor de cortes,
mas é se forem nas parcerias público-privadas e nos benefícios aos grandes grupos económicos, aí é possível reduzir a
despesa, para depois aplicá-la em saúde
e na educação.”
Já no fim de semana o secretário-geral
Jerónimo de Sousa tinha dito que não
queria “fazer a cama” ao PS, mas que o
PCP “só se comprometeu a examinar” a
proposta do OE para 2017 e não “votar a
favor de uma coisa que nem sequer conhece”. Perante a “proposta concreta” o
PCP lá decidirá se aprova, com um aviso
prévio de Jerónimo: será aprovado “se for
bom para os trabalhadores portugueses
e para o povo”.
Tal como os comunistas também o
Bloco de Esquerda rejeita aprovar um orçamento para 2017 que traga mais austeridade. Fonte bloquista disse ao DN que
o entendimento do partido é que “as sanções são um pretexto para condicionar o
Orçamento do Estado para 2017” e que o
BE “não aceita mais austeridade”.
A mesma fonte lembra que “o cimento
do acordo com o PS é precisamente a recuperação de rendimentos”, logo os bloquistas não aceitarão aprovar um orçamento que inverta este ciclo.
Entretanto, o Bloco de Esquerda revela que “nas últimas semanas” tem tido
discussões sobre o OE 2017 nos grupos de
trabalho de precariedade, política fiscal e
no de proteção social e avaliação das medidas de combate à pobreza. O líder parlamentar do PCP também revelou ao DN
que as reuniões com o governo começaram “na semana passada”.
Na carta enviada a Bruxelas, o ministro
das Finanças também apela a uma atitude inteligente da União Europeia, com o
brexit como pano de fundo. Avisa Mário
Centeno que as sanções podem criar um
sentimento antieuropeísta. Para o ministro, “além dos danos económicos e financeiros”, as sanções “teriam um impacto
altamente negativo no nível de apoio ao
projeto europeu em Portugal, que tem
sido largamente consensual desde 1976”.
E adverte: “Nunca seriam compreendidas pelo povo português.”
RUI PEDRO ANTUNES
VISITA OFICIAL
Hollande em Portugal
como um “amigo”
› A visita foi combinada quando
Marcelo Rebelo de Sousa e
António Costa estiveram em
França, no 10 de Junho. Era para
ser uma “visita de Estado”, com
várias cerimónias e um grupo de
potenciais investidores franceses
a acompanharem François
Hollande, mas o atentado de Nice
obrigou o presidente francês a
encurtar a deslocação ao nosso
país para uma “visita-relâmpago” de quatro horas. Na agenda
estão as questões europeias, designadamente as económicas.
Desde as eventuais sanções a
Portugal, o brexit, passando pelas
questões de segurança internacional, como o terrorismo.
Quando esteve com o primeiro-ministro em França, Hollande
disse apoiar as “escolhas” orçamentais do governo. Portugal
“não tem simplesmente um parceiro no Conselho Europeu, mas
um amigo, que é a França “, disse.
4
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
DN+
Sanções da UE a Portugal
AS PROPOSTAS
BPI
› Demonstrou interesse na
corrida mesmo depois de o seu
acionista CaixaBank ter dito
que não avançaria.
Processo de venda
será concluído pela
nova equipa de
gestão liderada por
António Ramalho.
Stock da Cunha
sai da instituição
no final deste mês
BCP
› Não apresentou uma proposta propriamente dita. Entregou
uma carta fechada, sem valor,
mostrando disponibilidade para
comprar noutras condições.
JÚLIO LOBO PIMENTEL/GLOBAL IMAGENS
APOLLO/CENTERBRIDGE
› O fundo norte-americano
Apollo já tinha concorrido ao
Novo Banco na primeira tentativa de venda. Associou-se ao
Centerbridge, depois de ter
comprado aTranquilidade.
Centeno garante que
Novo Banco terá outro
dono em agosto de 2017
Venda. O governo poderá pôr dinheiro no Fundo de Resolução
caso a venda seja a preço de saldo. Já está a negociar empréstimo
ANA MARGARIDA PINHEIRO
e CÁTIA SIMÕES
O Novo Banco não terá de receber
mais ajudas estatais. A garantia
é de Mário Centeno e faz parte dos
argumentos que o ministro das
Finanças usa na carta e no relatório
enviados a Bruxelas, que têm como
missão evitar que sejam aplicadas
sanções a Portugal. O ministro diz
que o processo de venda do banco
de transição não passará de agosto
de 2017, data-limite imposta pela
Comissão Europeia.
“De acordo com a carta de compromisso da República Portuguesa em relação ao Novo Banco, ele
estará vendido até agosto”, escreve
Mário Centeno, assumindo que
sem esta venda a instituição começará a perder o seu valor, aumentando o prejuízo do Estado.
Por outro lado, o governante “já expressou ao Banco de Portugal a sua
profunda preocupação com o processo de venda, especialmente
porque o governo não considera
como possibilidade uma futura
ajuda estatal”.
É desta forma que Centeno reforça a intenção de cumprir o calendário fixado com Bruxelas. O acordo
prevê que a venda esteja concluída
já no próximo mês, apesar de Bruxelas ter alargado o prazo definitivo
para agosto de 2017. Ainda assim, a
equipa que está a conduzir o processo está a procurar cumprir o primeiro calendário acordado com a
Comissão Europeia.
Modelo de venda já neste verão
O Banco de Portugal recebeu quatro propostas – BPI, Apollo/Centerbridge, Lone Star e BCP –, que
estão a ser avaliadas pela equipa
que conduz o processo de venda,
liderada por Sérgio Monteiro.
O objetivo é até ao final do mês ter
o modelo de venda definido: se as
propostas não forem satisfatórias
o BdP pode avançar com uma venda em bolsa, embora o presidente
da CMVM, Carlos Tavares, já tenha
dito que não quer que esta operação seja direcionada para o retalho. A outra garantia que se encontra nas linhas escritas por Mário
Centeno é de que o governo não
tem qualquer intenção de voltar a
injetar dinheiro no Novo Banco.
Contudo, o executivo mostra estar
Na carta a Bruxelas,
Centeno garante
que não serão precisas
mais ajudas estatais
disposto a pôr dinheiro no Fundo
de Resolução caso a instituição
seja vendida a preço de saldo.
“O governo está a negociar com o
Fundo de Resolução novas condições para que um empréstimo do
Tesouro possa tornar o fundo solvente caso o processo de venda
seja feito a um preço muito baixo”,
lê-se na missiva.
LONE STAR
› É conhecido em Portugal
por ter comprado os centros
comerciais Dolce Vita e, como
investidor de dívida do ESFG,
esteve envolvido na luta
judicial pela Tranquilidade.
Se o banco não for vendido até
2017, Mário Centeno diz que se
avançará para um “processo ordeiro de liquidação”, o que poderá significar a venda em bolsa que o presidente da Comissão do Mercado de
Valores Mobiliários quer evitar.
Por seu lado, o governo tem defendido que a venda do Novo Banco não pode ter custos para os contribuintes. Em maio, António Costa,
primeiro-ministro, afirmou que
uma eventual alienação do Novo
Banco por um valor baixo implicaria responsabilidades financeiras
elevadas para os participantes no
Fundo de Resolução, ou seja, os outros bancos. “Uma alienação por
um valor baixo pode implicar responsabilidades elevadas para os
participantes no sistema, mas não
contará com qualquer desconto por
parte dos contribuintes”, afirmou.
Os 4,9 mil milhões de euros
A resolução ao Novo Banco custou
4,9 mil milhões de euros e destes 3,9
mil milhões foram capital público.
O resto veio da banca, através do
Fundo de Resolução. Por muito que
o governo de António Costa defenda que a venda deve ser feita sem
custos para os contribuintes, é pouco expectável que esta possa ser feita pelos 4,9 mil milhões de euros, o
valor injetado na instituição bancária aquando da divisão entre o BES
bom e o BES mau.
Certo é que o processo de venda
só será concluído pela nova gestão
liderada por António Ramalho,
que tomará posse no dia 1 de agosto. Pelo caminho, despede-se da
instituição Eduardo Stock da Cunha, que deixa a liderança do Novo
Banco a 31 de julho, para ser substituído pelo atual presidente da Infraestruturas de Portugal.
Bruxelas exige a
Espanha esforço
adicional de seis
mil milhões
INSUFICIENTE Comissão já fez
saber que as medidas adicionais propostas na carta
não chegam e considera a
subida do IRC insuficiente
Espanha já enviou para Bruxelas a
sua defesa contra as sanções e até
já tem feedback... negativo. De acordo com o jornal El Mundo, a Comissão Europeia considerou “insuficientes” as medidas de ajustamento com que Espanha se
compromete, nomeadamente a
subida do “imposto sobre as sociedades” (equivalente ao IRC em
Portugal). Para Bruxelas, ainda falta uma medida adicional que represente seis mil milhões de euros.
E se Bruxelas recebeu ontem a
carta de Portugal, Espanha já tinha
enviado os seus argumentos de defesa na última semana, a 14 de julho.
Estes quatro dias já foram suficientes para “fontes governamentais” citadas pelo El Mundo saberem que o
que Espanha apresentou não chega
para evitar as sanções.
Apesar disso, o diário espanhol
avança que Bruxelas está disposta
a permitir suavizar o ajuste em
2016, de forma a que possa chegar
aos 3,9%. A situação é aqui diferente da de Portugal, que continua a
acreditar que terá um défice abaixo
dos 3%.
No entanto, o facto de Espanha
ter recebido mais exigências por
cima daquilo que já eram medidas
adicionais – que Bruxelas aplaudiu
– antecipa que a Comissão Europeia
pode tentar fazer o mesmo com
Portugal.
Na carta enviada a Bruxelas, o governo liderado por Mariano Rajoy
fez saber que não aceitará ser alvo
de sanções. Espanha acredita ainda
que conseguirá cumprir as metas
acordadas com Bruxelas sem ter de
recorrer a aumento de impostos.
O otimismo espanhol está relacionado com o ritmo de crescimento. O país está a crescer 3% e acredita que esse caminho evitará a necessidade de medidas adicionais
para cumprir metas.
Madrid ainda confia que as negociações com a Comissão Europeia
vão ser bem-sucedidas e que o país
não será sujeito a sanções nem cortes de fundos comunitários.
Espanha e Portugal são os dois
países aos quais o Ecofin decidiu
aplicar sanções por défice excessivo,
sendo agora a Comissão Europeia a
decidir a dimensão das sanções e de
que forma são aplicadas. Antes, os
países estão a defender-se.
RUI PEDRO ANTUNES
PUBLICIDADE
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
5
GRANDE
CONFERÊNCIA
EUROPA
PÁTIO DA GALÉ
Praça do Comércio
1100-148 Lisboa
21 JULHO
DAS 09H30 ÀS 13H30
INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA E GRATUITA EM
WWW.GRANDECONFERENCIA.DN.PT
PROGRAMA
09H30
RECEÇÃO AOS CONVIDADOS
10H00
BOAS-VINDAS
DANIEL PROENÇA DE CARVALHO | CHAIRMAN DO GLOBAL MEDIA GROUP
SESSÃO DE ABERTURA
MARCELO REBELO DE SOUSA | PRESIDENTE DA REPÚBLICA
10H30
DEBATE: O FUTURO DA EUROPA
11H15
PAUSA PARA CAFÉ
11H35
DEBATE DE EMPRESÁRIOS: SOBRE O FUTURO DAS EXPORTAÇÕES
NO NOVO ENQUADRAMENTO EUROPEU
MARIA LUÍS ALBUQUERQUE | VICE-PRESIDENTE DO PSD
FRANCISCO SEIXAS DA COSTA | EMBAIXADOR
NUNO MELO | EURODEPUTADO DO CDS
MARIANA MORTÁGUA | DEPUTADA DO BE
MODERADOR: PAULO BALDAIA
JOSÉ MIGUEL JÚDICE | VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA PORTUGUESA
JORGE ARMINDO | CEO DA AMORIM TURISMO
MIGUEL PINA MARTINS | CEO DA SCIENCE4YOU
MIGUEL SANTO AMARO | CEO DA UNIPLACES
MODERADOR: ANTÓNIO PEREZ METELO
12H20
ENTREVISTA POR ANDRÉ MACEDO
13H00
ENCERRAMENTO
13H15
MOMENTO MUSICAL (APROX. 10 MIN.)
CARLOS MOEDAS | COMISSÁRIO EUROPEU
6
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
OPINIÃO
ÍNDIA. RECOLHER OBRIGATÓRIO EM CAXEMIRA
19.7.2016
Editorial
Corrida de fundo
MÓNICA BELLO
M
ilhares de atletas vão desfilar no
dia 5 de agosto no estádio do Maracanã com a alegria estampada
nas caras e os corações em suspenso perante a hipótese de bater
recordes pessoais, nacionais, olímpicos, levar
para casa uma medalha mais especial do que
qualquer outra, ou simplesmente pelo prazer
de ter chegado até ali. Entre esses milhares de
atletas estarão alguns diferentes de todos os
outros. São estreantes porque participam pela
primeira vez nos Jogos Olímpicos, mas estes
estreantes têm algo mais que se lhe diga. Além
do desporto, une-os uma outra característica.
Contam-se pelo menos onze, mas é possível
que haja outros, que, como eles, viveram grande parte das suas vidas em campos de refugiados. Mangar Makur Chout é um deles e o DN
conta hoje, na última página, a história deste
sudanês que passou oito anos num campo de
refugiados no Quénia, foi campeão nacional
australiano dos 200 metros e que vai correr nas
pistas do Maracanã com as cores de um país
também ele estreante, o Sudão do Sul. Depois,
há mesmo uma delegação de atletas sem pátria, todos eles refugiados – cinco do Sudão do
Sul que vão correr no estádio olímpico, um maratonista etíope, dois judocas congoleses e dois
nadadores sírios. Anjelina Nadai Lohalith, sul-sudanesa de 21 anos, é um destes atletas e é
provável que se cruze na pista dos 1500 metros
com a portuguesa Marta Pen. Quando Anjelina
fugiu da guerra no seu país, à semelhança de
milhares de outras crianças deslocadas e órfãs,
refugiou-se do outro lado da fronteira, no Quénia, no campo de Kakuma, onde vivem mais de
180 mil pessoas. A jovem treina há seis meses
no Quénia, com os quatro outros atletas compatriotas que vão viajar até ao Rio de Janeiro, e
ninguém estranhará se nenhum deles conseguir chegar a uma medalha. São onze exemplos de jovens obrigados a lutar por tudo na
vida – desde um prato de comida a um lugar no
mundo. Um grão de areia entre os 65,3 milhões
de pessoas que no final de 2015 se encontravam deslocadas em resultado de guerras, perseguições, violência e violações dos direitos
humanos. James Nyang Chiengjiek, igualmente sul-sudanês e refugiado, que vai viajar até ao
Rio com Anjelina para correr os 400 metros, explica a vontade de vencer: “Quando fazemos
algo de que a nossa vida depende, não interessa se é difícil. Continuamos a correr, porque sabemos que precisamos de chegar ao objetivo.”
Diretor André Macedo
Diretora adjunta Mónica Bello
Subdiretores Ana Sousa Dias
e Joana Petiz
Redator principal Ferreira Fernandes
Diretor de arte Pedro Fernandes
Editores executivos Graça Henriques e
Leonídio Paulo Ferreira (editor executivo
de fim de semana)
Editores executivos adjuntos
Ana Mafalda Inácio (Sociedade), Artur
Cassiano (Digital), Helena Tecedeiro
(Mundo), Pedro Sequeira (Desporto)
Portugal Paula Sá (editora Política), Sílvia
Freches (editora adjunta Política), Carlos
Ferro (editor Sociedade), Pedro Vilela Marques
(editor Sociedade), Céu Neves (grande repórter), Fernanda Câncio (grande repórter),
Carlos Rodrigues Lima, Filipa Ambrósio de
Sousa, João Pedro Henriques, Manuel Carlos
Freire, Miguel Marujo, Pedro Sousa Tavares,
Rui Pedro Antunes, Valentina Marcelino
Sociedade David Mandim (editor adjunto)
Ana Bela Ferreira, Ana Maia, Filomena Naves,
Joana Capucho, Rute Coelho
Desporto Nuno Sousa Fernandes (editor),
Rui Frias (editor adjunto), Bruno Pires (editor
adjunto), Carlos Nogueira, Gonçalo Lopes,
Isaura Almeida, João Ruela, Rui Marques
Simões
Mundo Patrícia Viegas (editora), Abel Coelho
de Morais, Ana Meireles, Susana Salvador
Artes Marina Almeida (editora), Marina
Marques (editora adjunta), João Céu e Silva
(grande repórter), Lina Santos, Maria João
Caetano, Mariana Pereira
Digital Ricardo Simões Ferreira (editor),
Patrícia Jesus (coordenadora), Bárbara Cruz,
Elisabete Silva, Sofia Fonseca
Opinião Adriano Moreira, Alberto Gonçalves,
André Carrilho, António Barreto, Anselmo
Borges, Bernardo Pires de Lima, David Dinis,
Inês Teotónio Pereira, João César das Neves,
João Lopes, João Taborda da Gama, Joel
Neto, Mário Soares, Miguel Ángel Belloso,
Nuno Santos, Paulo Baldaia, Pedro Marques
Lopes, Pedro Tadeu, Sérgio Figueiredo, Sílvia
de Oliveira, Viriato Soromenho Marques,
Wolfgang Münchau e Yanis Varoufakis
Fecho de edição Elsa Rocha (editora),
Ângela Pereira, Nuno Camacho
Arte Vítor Higgs (diretor adjunto), Eva
Almeida (coordenadora), Marta Ruela Rocha
(coordenadora), Fernando Almeida, Gonçalo
Sena, Maria Helena Mendes, Sofia Xavier,
Teresa Silva, Ana Kaiseler (infografia), Tânia
Sousa (infografia)
Digitalização Nuno Espada (coordenador),
Carlos Morgado , Inês Nazaré, Paulo Dias e
Pedro Nunes
Notícias Magazine Catarina Carvalho
(diretora executiva), Paulo Farinha (editor
executivo) Evasões Catarina Carvalho
(diretora) Conselho da Redação Ana Bela
Ferreira, Bruno Pires, Carlos Rodrigues Lima,
Filipa Ambrósio de Sousa, Miguel Marujo,
Pedro Sousa Tavares e Rui Pedro Antunes
Secretária de direção Elsa Silva
Secretaria de redação Carla Lopes (coordenadora), Susana Rocha Alves
E-mail geral da Redação [email protected]
E-mail geral da publicidade [email protected]
CONTACTOS Lisboa Avenida da
Liberdade, 266, 1250-149 LISBOA – Tel.:
213 187 500 – Fax: 213 187 515 Porto
Rua de Gonçalo Cristóvão, 195 – 5.º, 4000269 PORTO – Tel.: 222 096 350 – Fax:
222 096 163 Coimbra Rua João
Machado, 19, 2º A, 3000-226 COIMBRA
– Tel.: Redação: 961 663 378 - Publicidade:
969 105 615 Leiria Av. D. João III, Edifício
2002, Porta A, 3º, Sala 3, 2400-164 LEIRIA – Tel.: 244 848 670 – Fax: 244 848 689
– Pub. 244 848 680.
Estatuto editorial disponível em www.dn.pt
Tiragem média diária de junho 2016:
25.772 exemplares
› Fila para distribuição de alimentos
no Hospital de Lal Ded, em Srinagar,
capital de verão do estado indiano
de Caxemira. Desde há 11 dias que
este estado vive sob recolher obrigatório entre o final de cada dia e a
manhã do seguinte, forçando doentes e pessoas que aguardam consultas a permanecer nos recintos dos
hospitais e obrigando estes a distribuir-lhes alimentos. E isto porque
os mercados e a grande maioria de
outros locais de comércio se encontram encerrados depois de as forças
de segurança indianas terem morto
um dos mais conhecidos militantes
do movimento islamita local,Burhan
Muzaffar Wani, de 21 anos, no passado dia 8. Desde então, as manifestações e confrontos entre militantes
islamitas e as forças de segurança
causaram 44 mortos e 1600 feridos.
CONVIDADOS
O verdadeiro golpe de Estado
FILIPE MARQUES
Representante da Associação
Sindical dos Juízes
Portugueses na MEDEL)
MANUELA PAUPÉRIO
Vice-presidente da Associação
Sindical dos Juízes Portugueses
JOSÉ ALBUQUERQUE
Representante do Sindicato
dos Magistrados do Ministério
Público na MEDEL
O
governo turco, justificando-se com a reação
a uma tentativa de golpe de Estado, tem vindo desde a madrugada
do passado sábado a dar o que
pensa ser a machadada final na
independência do poder judicial
na Turquia.
A Europa tem assistido impávida e vergada pela fraqueza dos
seus líderes a uma caminhada
progressiva para concentrar o
poder absoluto em torno de Erdogan. Episódios como os das
decisões sobre Gezi Park ou a recente lei que saneou mais de setecentos juízes do Supremo Tri-
bunal e do Conselho de Estado
foram apenas a antecâmara da
tentativa de controlo total do poder judicial que está em curso
desde o passado sábado. Na madrugada de 16 de Julho, escassas
horas após uma suposta tentativa de golpe de Estado ainda por
explicar na sua plenitude, 2745
magistrados e 541 juízes dos tribunais administrativos foram
suspensos de funções sem qualquer base legal ou suspeita fundada. Quarenta e oito membros
(mais de metade) do Conselho de
Estado – o órgão que decide os recursos dos tribunais administrativos – foram suspensos e 140 dos
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
OPINIÃO
7
Marcelo elogia emprego
de Durão... Mas porquê?!
PEDRO TADEU
Jornalista
EPA/FAROOQ KHAN
C
150 juízes do Supremo Tribunal
foram afastados. Como se tal não
bastasse, foram emitidos mandados de detenção contra todos
os 2475 magistrados suspensos.
Na madrugada de 16 de julho,
os nossos colegas turcos membros de organizações internacionais de magistrados vieram, um
por um, despedir-se de nós. Todos recebemos e-mails e mensagens desesperadas com relatos
angustiados de quem acabara de
deixar os filhos em casa de familiares e aguardava a chegada da
polícia a qualquer momento. Um
por um foram detidos, levados
das suas casas e famílias. Questionaram quem os deteve sobre
os motivos da detenção e as respostas obtidas foram acusações
vagas e sem qualquer mínimo in-
dício de prova, como a pertença
a “organizações terroristas armadas”.
Com esta jogada, Erdogan
pensa ter conseguido finalmente e sem pejo alcançar o seu grande objetivo – concentrar em si
todo o poder e eliminar quem de
forma independente não se vergava à sua autoridade, obedecendo apenas à lei. Já o tinha tentado fazer ao prender juízes e
procuradores que “ousaram” investigar o tráfico de armas para a
Síria ou ao transferir arbitrariamente os magistrados envolvidos na investigação dos casos de
corrupção que o envolviam e à
sua família. Agora fá-lo abertamente, utilizando o suposto golpe de Estado como justificação.
O que se passa na Turquia afeta-
-nos a todos, governos e cidadãos
europeus. A utilização de uma
tentativa de golpe de Estado de
contornos indefinidos para concentrar o poder absoluto em torno de um líder relembra-nos as
páginas mais negras da história
europeia do século passado, que
todos jurámos nunca mais deixar
que se repetissem. Os governos
europeus, que muito bem afirmaram na noite do passado dia
15 de julho a sua fidelidade aos
valores da democracia e condenaram qualquer tentativa de golpe de Estado, devem com a mesma rapidez e veemência condenar a atuação antidemocrática
do governo turco destes últimos
dias. Porque agora sim, estamos
a assistir ao verdadeiro golpe de
Estado na Turquia.
om tanta notícia excitante
neste mundo maravilhoso mas doente quase deixei passar despercebida
uma leve perturbação
que, apesar de mínima, explica tanta coisa...
Quando há dez dias era notícia
ter o ex-presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, aceitado o
lugar de presidente em Londres no
banco Goldman Sachs, espalharam-se nos jornais os comentários
ácidos, os tons indignados, as revoltas de verbo. E com óbvia razão.
Mas no mesmo dia o nosso Presidente da República resolveu deitar
água na fervura : “No caso do doutor Durão Barroso, trata-se de atingir o topo da vida empresarial. E o
topo da vida empresarial tem muito mérito, como tem atingir o topo
na ciência, na universidade, na cultura, nas artes. Portanto, deve ser
naturalmente reconhecido”, disse.
Que contraste face às declarações
do presidente francês, nosso parceiro na mesma União Europeia que
Durão comandou para o declínio:
“é moralmente inaceitável que José
Manuel Barroso se junte ao
Goldman Sachs”, disse François
Hollande para, a seguir, explicar a
acusação que qualificou, aliás,
como defeito de carácter: “Ele esteve dez anos à cabeça da Comissão.
Quanto a nós, magistrados
europeus, nunca calaremos a
nossa voz para denunciar qualquer ataque à independência do
poder judicial e estaremos sempre ao lado dos juízes e procuradores turcos. A única certeza que
Erdogan pode ter é esta: ainda
que nos corredores do poder
possam os governos vergar-se,
ainda que o último magistrado
livre turco seja preso, milhões de
magistrados europeus não se calarão. De Lisboa a Paris, de Londres a Roma, de Belgrado a Bucareste, por toda a Europa, onde
houver um juiz independente,
um procurador autónomo, um
advogado livre, em qualquer
praça ou tribunal, a independência do poder judicial turco
será defendida.
O Goldman Sachs esteve no centro
da crise dos subprimes e ajudou o
governo grego a maquilhar as contas da Grécia.”
Porque é que Marcelo Rebelo de
Sousa, um homem que geriu a sua
vida sempre com atenção para não
cair em situações de incompatibilidade suspeita, vê mérito no novo
emprego de Durão? Como é que o
Presidente português, que foi sempre financeiramente transparente e
inequívoco, defende o reconhecimento público para quem baralha
alhos políticos com bugalhos profissionais? O que leva este homem,
que não soaria despropositado se
debitasse o aforismo cavaquista
“para serem mais honestos do que
eu têm de nascer duas vezes”, a ser
complacente com a promiscuidade
política e financeira?...
Olho para a frase. Releio. O
Goldman Sachs é, para o Presidente da República, “o topo da vida empresarial”. Este é o toque... Nem o
honesto, probo, afetuoso Marcelo
consegue evitar admiração ao falar
do Goldman Sachs. “O topo”, diz ele.
Algo quase inalcançável, colocado
lá nas alturas, ao nível do divino.
Nem o católico praticante, cheio
de entusiasmo pela consciência
social do Papa Francisco, subscritor das críticas da Igreja aos crimes
do mundo financeiro capitalista,
olha para o Goldman Sachs sem
deixar escapar admiração, respeito e, até parece, temor reverencial.
Há demasiadas boas pessoas
complacentes por impotência, cobardia, cegueira , ignorância, necessidade ou hipocrisia com o rosto
descarado do mais puro e destrutivo mal. E também é por isso que
este mundo, maravilhoso mas com
doença maligna, não se cura.
ENVIE AS SUAS CARTAS
Por correio:
Avenida da Liberdade, 266
1250-149 Lisboa
Por mail: [email protected]
O DN reserva-se o direito de editar, resumir
e só publicar cartas de leitores identificados.
Desde 16 de setembro de 2013, os textos publicados incluem o endereço de correio
eletrónico do(a) autor(a). Os leitores que
prefiram não divulgar o seu endereço devem
mencioná-lo nos textos enviados.
8
OPINIÃO
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
BONSAI
FRASES DO DIA
Esvaziaram o porquinho
públicas colossais; depois os bancos,
presos por pinças num Banco Central
Europeu que os mantêm vivos com doses cavalares de morfina a que insistem
chamar de política monetária.
SÉRGIO FIGUEIREDO
Diretor de Informação da TVI
1
Poupança negativa. A Joana Mateus publicou no último Expresso
um artigo histórico. A poupança
das famílias portuguesas é negativa!
Nunca tinha acontecido, pelo menos
desde que existem estatísticas do INE,
numa série com mais de 40 anos. Há
uma leitura imediata deste fenómeno:
os portugueses depois de receberem
salários, pensões, rendas, juros ou outros rendimentos, depois de pagarem
impostos e contribuições sociais, ficam
com um orçamento disponível que não
cobre as suas despesas de consumo.
Já diabolizei as extravagâncias passadas. Alinhei na lengalenga do “viver
acima das nossas possibilidades”. Antevia a insustentabilidade do consumismo. E, com as mínimas noções de
economia que trazia do curso de Economia, escrevia textos, editoriais em
diários de economia alertando para o
inevitável estoiro que acabaria por vir.
Como veio.
Não me rendo às evidências. Como
não entrego nem o corpo nem a alma à
insanidade. Mas algo acontece quando
a leviandade coletiva se dá. Não há moralismo, da mesma forma que não procuro pecadores. Ou encontro-os noutro lado. Uma população não se suicida
quando derrete o que tem e se endivida
para ter aquilo que não pode. Limita-se
a responder a estímulos. Reage a impulsos, com uma racionalidade que é
contrária à própria razão.
Portugal transformou-se um país de
proprietários porque a lei de arrendamento urbano era anacrónica. E os juros, com a união monetária europeia,
estavam a descer para níveis historicamente baixos – o que tornava a prestação mensal ao banco muito mais acessível do que a renda da casa. O crédito
hipotecário explodia, a taxa de poupança nacional caia para metade, 10%
do PIB. Anos 90, ninguém nos travava.
Mas havia o pântano de Guterres, depois a tanga de Barroso.
Sempre a mesma tanga! E aqueles
portugueses que adquiriram património imobiliário com crédito associado,
que são milhões, estão a celebrar nos
últimos anos o súbito regresso a uma
política de juros rasos. Novamente, é racional: paga-se menos. Novamente, é
uma desgraça.
A política de juros zero está a rebentar com as poupanças das últimas gerações. Para salvar, em primeiro lugar o
Estado, depois os bancos. Estamos com
juros zero, destruindo progresso futuro para salvar instituições.Volto a dizer:
primeiro os Estados, que gerem dívidas
2
Bancos zombies. Matam a poupança dos países sem a certeza de
que os bancos se salvam. A revista
The Economist colocava a banca italiana à beira de um precipício, numa das
suas últimas capas. Nada de pessimismo, catastrofismo ou bruxaria: contas,
balanços e modelos de negócio ultrapassados. Ao contrário de irlandeses, e
em certa medida dos espanhóis, Itália
e Portugal não limparam o sistema financeiro. Juros rasos, bancos de rastos.
Não há Novo Banco que resista a isto.
Nem velho, como a Caixa Geral de Depósitos, que além da adversidade dos
tempos ainda tem o governo. Este governo, que nomeou uma administração, anunciou uma recapitalização,
com ela uma reestruturação. O Estado
tem um banco e isso poderia ser bom.
O banco tem uma administração, que
não é boa nem má porque ainda não
assumiu. E este banco está parado há
mais de seis meses, o que nem é bom
nem mau – é péssimo. Chega até a ser
incompreensível: como é que quer a
geringonça reanimar a economia se o
principal banco do sistema está, há meses a fio, sem direção, nem rumo, nem
orientação.
3
Equação do sistema. Portanto, o
sistema vive então assim: o Estado não tem economia, por isso
revê em baixa o PIB; mas tem um banco, que é fundamental para a retoma,
mas está desgovernado e anda à toa e à
tona; a economia precisa de investimento para crescer, mas o investimento não existe porque as famílias deixaram de poupar; os bancos, que impulsionam o crescimento económico,
precisam de depósitos que as famílias
não fazem, porque estão a comprar
carros à espera que o rendimento suba;
os rendimentos vão melhorar porque o
governo prometeu; mas para que isso
aconteça, é preciso PIB que não está a
corresponder.
E, assim, enquanto resolve esta
equação, o comandante-em-chefe da
geringonça reedita os cofres cheios, responde às sanções e fala grosso e claro:
qual-Plano B-qual-carapuça!
4
A política de juros zero
está a rebentar com as
poupanças das últimas
gerações. Para salvar, em
primeiro lugar o Estado,
depois os bancos
A questão relativa. Terroristas de
Nice. Golpistas de Istambul.
Campeões em Portugal. Se há
coisas graves que nos chocam, se acontecimentos imprevisíveis nos perturbam, se temos heróis que nos agradam
e surpreendem, qual é o problema da
poupança dos nossos avós para os nossos pais, dos nossos pais para nós próprios estar agora a desaparecer?
Por uma vez, acredito incondicionalmente neste primeiro-ministro: não
deve mesmo haver Plano B. Só o salve-se quem puder.
OPINIÃO
SEGUNDA
› Leonídio Paulo Ferreira
› Wolfgang Münchau
› António Tadeia
HOJE
› Sérgio Figueiredo
› Pedro Tadeu
QUARTA
› Sílvia de Oliveira
› Adriano Moreira
QUINTA
› João Pedro Henriques
› Paula Sá
› João César das Neves
SEXTA
› Miguel Ángel Belloso
› Fernanda Câncio
SÁBADO
› Anselmo Borges
› David Dinis
› Inês Teotónio Pereira
DOMINGO
› António Barreto
› Pedro Marques Lopes
› Alberto Gonçalves
› Paulo Baldaia
› André Carrilho
› João Taborda da Gama
› Joel Neto
DINHEIRO VIVO
› Ricardo Reis
› Edson Athayde
NOTÍCIAS
MAGAZINE
› Afonso Cruz
› Ana Bacalhau
› Ana Sousa Dias
› Catarina Carvalho
› David Marçal
› José Luís Peixoto
› Júlio Machado Vaz
› Manuel Jorge
Marmelo
› Marta Crawford
› Paulo Farinha
DIARIAMENTE
› Ferreira Fernandes
› João Lopes
› José Bandeira
LEIA AINDA
› Bernardo Pires de Lima
› Viriato Soromenho-Marques
› Manuel Queiroz
“Como parte de uma
comunidade única de
valores, é essencial que a
Turquia, à semelhança de
todos os restantes aliados,
garanta o respeito integral
pela democracia e as suas
instituições, a ordem
constitucional, o Estado
de direito e as liberdades
fundamentais.”
JENS STOLTENBERG
SECRETÁRIO-GERAL DA NATO
“A realidade que muitos
parecem não ver é que o
investimento das empresas
cresceu mais de 13% no
primeiro trimestre deste
ano face ao período
homólogo em termos
nominais.”
ANTÓNIO COSTA
PRIMEIRO-MINISTRO
“Temos de respeitar a
vontade do povo e deixar
a União Europeia.
Mas em caso algum
abandonaremos o nosso
papel dirigente na Europa.”
BORIS JOHNSON
MINISTRO BRITÂNICO DOS NEGÓCIOS
ESTRANGEIROS, SOBRE O BREXIT
“Oxalá fiquemos apenas
por este país [Rússia] e não
haja outros também que
têm sistemas de
organização similares e que
procuram através dos seus
sistemas de administração
desportiva iludir os
procedimentos dopantes.”
JOSÉ MANUEL CONSTANTINO
PRESIDENTE DO COMITÉ OLÍMPICO
DE PORTUGAL
“Representar Portugal nos
Jogos Olímpicos significa
tudo, não é? Não entendo
os jogadores que não
aceitaram ir, porque é a
forma mais importante de
representarmos o nosso
país. Desde pequenino que
assisto aos Jogos Olímpicos.
Nunca pensei que o golfe
voltasse a ser um desporto
olímpico e que eu iria ter a
sorte de jogá-los.”
FILIPE LIMA
GOLFISTA PORTUGUÊS APURADO
PARA OS JOGOS OLÍMPICOS
PUBLICIDADE
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
9
TODA A
MARCA SYOSS
VÁLIDO EM PORTUGAL CONTINENTAL DE 19 A 25 DE JULHO DE 2016. NÃO ACUMULA COM OUTROS DESCONTOS DIRETOS. LIMITADO AO STOCK EXISTENTE.
TODA A
MARCA LUSO
POUPE
POUPE
25%
50%
SUPER
PREÇO
TODOS OS COGUMELOS
CONTINENTE E SELEÇÃO CONTINENTE
NA SECÇÃO DE FRUTAS & LEGUMES)
POUPE
30%
SUPER
PREÇO
SUPER
PREÇO
TODA A
MARCA AIRWICK
TODOS OS
DETERGENTES SKIP
LÍQUIDOS E CONCENTRADOS
POUPE
25%
SUPER
PREÇO
POUPE
50%
SUPER
PREÇO
10
PORTUGAL
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Charretes na via
em debate. PAN
retira proposta
ALGUMAS PETIÇÕES
RECUO Tudo começou com uma
petição – que pedia o fim da circulação de carroças e charretes na via pública – promovida
pelo empresário do setor automóvel André Araújo que, como
obteve as 4500 assinaturas, vai
ser discutida amanhã no
Parlamento. O texto dava como
argumento os acidentes rodoviários, além da defesa do bem-estar animal, uma vez que
muitas das charretes na via pública envolvem “animais extremamente debilitados” e “notoriamente subnutridos”. O PAN
decidiu depois apresentar uma
proposta que acompanhava a
petição e pedia a proibição de
circulação de veículos de tração animal. Ontem, o jornal i
avançava que o deputado
André Silva (na foto) deixará
cair a proposta de proibição de
charretes e carroças.
› A petição nº 5/XIII/1 pede “um
Algarve livre
de petróleo e gás
Algarve livre de pesquisa,
prospeção, exploração e produção de petróleo e gás natural (convencional ou não-convencional)”, da autoria da
Plataforma Algarve Livre de
Petróleo, tem o processo
concluído na Comissão de
Ambiente e foi proposta para
apreciação em plenário.
Petição com uma
única assinatura
LIAIM
› Uma única assinatura, do
Parlamento recebeu
144 petições em
apenas nove meses
Iniciativas. Deputados discutem amanhã mais oito textos de cidadãos. Há cada vez mais pedidos “de interesse geral” a chegarem à AR
MIGUEL MARUJO
Iuliia Voroshylova é a primeira
subscritora de uma das oito petições que vão ser discutidas amanhã à tarde na Assembleia da República, pedindo aos deputados
“apoio à reabilitação de militares
ucranianos”. Nem todas as petições
chegam a plenário – precisam de
ter mais de quatro mil assinaturas
para isso – mas nem assim é travada a vontade dos cidadãos que vivem em Portugal de se fazerem ouvir. Desde o início desta legislatura,
em outubro, já deram entrada no
Parlamento 144 petições – uma média acima das dez por mês que se
verificava em anos mais recentes.
Os textos pedem de tudo um
pouco e por vezes os partidos fazem
acompanhar as petições que vão a
plenário de iniciativas legislativas.
As que são discutidas amanhã são
prova disso: uma pretende “mais
profissionais no hospital de Santa-
rém e nos centros de saúde” e outra
quer “defender o hospital de Guimarães”; há ainda uma a pedir “um
regime de aposentação justo para os
docentes” e outra quer reduzir “para
a taxa mínima” o IVA nos “alimentos
destinados a animais de companhia”; ou ainda uma petição a exigir
que sejam proibidos “veículos de
tração animal” (ver caixa ao lado).
O maior número de petições está
ligado à possibilidade de o fazer
através da internet desde 2005. “A
adesão a este instituto tem mostrado uma tendência de crescimento”
desde esse ano, “tendo a média de
petições triplicado em relação aos
oito anos anteriores”, escreveu Tiago Tibúrcio – que integra o gabinete
do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues – num artigo sobre “o direito de petição” (publicado no livro Crise económica,
políticas de austeridade e representação política, ed. AR, maio de 2015).
É fácil fazer uma petição: há um
formulário na página do Parlamen-
to para o fazer. No entanto, esta não
é a única via para fazer chegar ao órgão de soberania um texto destes.
Também se pode fazer pela via clássica do papel.
Com o aumento significativo de
petições, o seu uso não descambou.
A lei permite condições de admissibilidade muito amplas, podendo
ser sobre qualquer assunto – mesmo que tenha uma única assinatura e esteja no âmbito das competências do Parlamento a petição é
admitida. É Tiago Tibúrcio quem o
comenta ao DN: “Há uma relativa
sabedoria das petições apresentadas”, com a maioria delas “enquadradas nas competências da Assembleia da República, que são
legislativas e de fiscalização do governo”. No artigo já citado, o adjunto de Ferro Rodrigues escreveu que
“o direito de petição mantém-se, ao
longo destes anos, como um instrumento privilegiado de prossecução
do interesse geral, sendo raras as petições de interesse particular”.
Entrada no Parlamento, a petição é avaliada pelos serviços sobre
se é admissível ou não. O DN contabilizou 35 a aguardar esse parecer, uma delas de outubro, mas o
tempo de resposta é hoje bem mais
célere: já se demorou 1000 dias a
responder (três anos), agora a média rondará os 100 dias, acima do limite de 60 definido na lei. Tiago
Tibúrcio notou, no referido artigo,
que há uma causa que ajuda a explicar os atrasos: “O tempo de resposta [das] entidades [externas à
AR] foi, em legislaturas anteriores,
considerado como um verdadeiro
entrave a uma apreciação das petições em tempo útil.”
No caso do texto pouco comum
da petição de Voroshylova – a pedir para que sejam subsidiados os
“tratamentos e a reabilitação de
alguns militares e combatentesvoluntários do exército ucraniano” – a petição sofreu também
com o calendário político: deu entrada há um ano, apanhando o fim
da legislatura.
O deputado elabora sempre um
relatório, garantindo que o texto de
qualquer petição é discutido na comissão respetiva pelos grupos parlamentares. “A eficácia é também
esta”, apontou Tiago Tibúrcio. “Não
serve apenas para que sejam acolhidas, serve para dar voz ao cidadãos. Há um enquadramento institucional que o sistema oferece e a
adesão dos cidadãos também ajuda
a medir essa eficácia.”
Muito frequentemente o governo é instado a pronunciar-se. E o
próprio peticionário tem direito a
ser ouvido – com mil assinaturas é
obrigatório, mas cada vez mais os
peticionários são convidados a explicarem-se mesmo com menos.
autor, pede que seja atribuído
“subsídio de eletricidade
verde para agricultores”.
O texto deu entrada a 31 de
dezembro de 2015 e cumpre
os requisitos. Como “não se
encontra pendente na AR nenhuma iniciativa que contemple as pretensões do peticionário”, a petição é admitida.
Portagens com
6 mil assinaturas
› Está em apreciação o texto
em que quase seis mil pessoas “solicitam a reclassificação de veículos em portagens”.
A petição foi associada a outro texto que já tinha dado entrada e em que se pede a “criação de valores de portagens
adaptados para veículos de
duas rodas”, sendo aproveitadas as diligências já tomadas.
Demissão de Maria
Luís já decidida
› A petição nº 87/XIII/1 chegou
tarde ao Parlamento: pedia
“a demissão de Maria Luís
Albuquerque como deputada” por alegadas incompatibilidades entre as suas funções e o trabalho na empresa
Arrow Global. Como o
Parlamento já tinha decidido
em contrário, o relatório
concluiu pelo mesmo.
35 horas
inconstitucionais
› Tem uma única assinatura a
petição que “suscita a inconstitucionalidade da Lei nº
18/2016 (...) que estabelece
as 35 horas como período
normal de trabalho dos trabalhadores em funções públicas”. Deu entrada a 30 de
junho e “aguarda deliberação
sobre a sua admissibilidade”.
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
PORTUGAL
11
Projetos do orçamento
participativo coincidem
com autárquicas
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
INICIATIVA Governo vai andar
pelo país, em 2017, ano de
eleições locais, a promover
a participação dos cidadãos no orçamento
Marcelo Rebelo de Sousa fez ontem um voo de meia hora num Hércules C-130
Pilotos do C-130 treinavam
emergências na descolagem
Montijo. Presidente da República visitou base onde aeronave explodiu dia 11 e manifestou “confiança absoluta” na frota e na Força Aérea
MANUEL CARLOS FREIRE
O Hércules C-130 que explodiu há
uma semana no Montijo, causando a morte de três militares, estava
a treinar ações de resposta a “algo
que pode corre mal durante uma
descolagem”, soube ontem o DN
junto de fontes militares.
“A aeronave não levantaria voo
em circunstâncias normais, pois
estavam a treinar situações de
emergência à descolagem com
momentos de decisão diferentes
que variam em função da velocidade” a que o C-130 já rola ou, por
exemplo, o ponto da pista que já
atingiu, adiantou uma das fontes.
Esta informação deverá ter sido
uma das transmitidas ontem ao
Presidente da República pelo chefe do Estado-Maior da Força Aérea,
no briefing que antecedeu o voo de
meia hora num C-130 com que
Marcelo Rebelo de Sousa quis manifestar a sua “confiança absoluta”
no ramo e naquela frota de transporte militar.
Marcelo Rebelo de Sousa disse
no final da visita à base aérea do
Montijo, que qualificou como
“emocionante e motivadora”, que
ainda “é cedo” para se saber qual a
origem do acidente, que está sob
inquérito da Comissão Central de
Investigação da Força Aérea. Certo
é que “o C-130 continua a voar, os
operacionais continuam operacionais, a Força Aérea continua a
cumprir a sua missão e o coman-
dante supremo das Forças Armadas veio aqui dizer que está ao lado
dessa missão com confiança absoluta”, enfatizou.
“Consegui perceber uma coisa
muito importante, que é a preocupação da Força Aérea em olhar
para as famílias das vítimas e estudar a sua situação e prover à sua situação”, acrescentou o Presidente
da República.
A missão de treino para qualificação de um dos piloto-aviadores
da esquadra 501 dos C-130 decorria ao fim da manhã do passado dia
11 e provocou a morte de três militares: o tenente-coronel Fernando
Castro (piloto instrutor), o capitão
André Saramago (piloto que só iria
realizar a sua missão de treino durante a tarde desse dia) e o sargento-ajudante Amândio Novais (mecânico de bordo). Ficaram ainda
feridos outros quatro, um dos quais
com gravidade e que continua internado no Hospital de São José
em situação estável mas ainda com
prognóstico reservado, segundo
uma das fontes ouvidas pelo DN.
Os três corpos foram encontrados próximo da rampa no compartimento de carga, para onde se dirigiram conforme determinam os
manuais de segurança em situações de emergência. Os quatro militares que se salvaram – incluindo
o que estava no lugar do comandante, no lado esquerdo da cabina
de voo – conseguiram sair por uma
janela do cockpit da aeronave, que
ficou praticamente destruída com
o incêndio e posterior explosão, indicou outra das fontes.
Modernização adiada
Este acidente do C-130 foi o terceiro em cerca de um ano, após o
ocorrido nos Açores em dezembro
passado e outro à entrada do hangar da esquadra em meados de
2015, lembrou uma das fontes.
Até ontem, as investigações em
curso no Montijo não detetaram
quaisquer indícios que apontem
para uma falha técnica na origem do
desastre. Isso explica que, além dos
voos realizados nas cerimónias fúnebres dos três militares mortos e
ontem com o comandante supremo
das Forças Armadas a bordo, hoje
decorra a primeira missão operacional atribuída ao C-130 após o acidente – a viagem semanal para os
Açores.
A substituição dos C-130 – aeronaves com quase quatro décadas ao
serviço da Força Aérea – foi aprovada em 2001 para se concretizar em
2008, prevendo-se 300 milhões de
euros para a o programa dos A400M
europeus. Este projeto foi abandonado poucos anos depois, a favor da
hipótese de compra dos C-130J e
condicionando-se o processo à alienação dos caças F-16. Com a opção
de adquirir o KC-390, Portugal optou
por prolongar a vida útil dos Hércules através da modernização dos
equipamentos de voo (anticolisão,
telecomunicações, aviónicos) exigidos para operar no espaço europeu. Com Lusa
As propostas mais votadas para
serem financiadas no âmbito do
inovador Orçamento Participativo Nacional (OPN), apresentado
ontem no Museu de Arte Antiga,
vão começar a ser executadas em
pleno mês de campanha e eleições autárquicas.
De acordo com o calendário divulgado pela secretária de Estado
adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca, a “apresentação pública dos projetos
vencedores” será feita em setembro de 2017 e o “início da execução” dos mesmos em outubro. Segundo a Comissão Nacional de
Eleições esses são os meses previstos para a realização da eleição
para os “órgãos das autarquias locais”. Mas, antes disso, desde o início do ano, o governo vai “andar
pelo país a recolher propostas”,
disse Graça Fonseca, sendo a sua
votação, por via eletrónica, realizada nos meses de verão (junho,
julho e agosto).
É “inédito no mundo”, garantiram ontem os governantes, na
apresentação do primeiro OPN,
uma réplica nacional dos 84 orçamentos participativos que existem
a nível local, a começar pela Câmara de Lisboa, onde António
Costa foi pioneiro. Para o arranque
haverá 3 milhões de euros dispo-
CALENDÁRIO 2017
JANEIRO/ABRIL
› Discussão e elaboração de
propostas em assembleias participativas nos territórios do Orçamento Participativo Nacional.
MAIO
› Análise técnica das propostas por parte das entidades
responsáveis pela posterior implementação dos projetos vencedores.
JUNHO, JULHO E AGOSTO
› Votação pelos cidadãos das
propostas colocadas na plataforma nacional de participação.
SETEMBRO
› Apresentação dos projetos
vencedores.
OUTUBRO
› Início da execução dos projetos vencedores do OPN.
níveis para os cidadãos que quiserem apresentar as suas ideias para
as áreas da cultura, agricultura,
ciência, educação e formação de
adultos. A cidadã Lara Sanches Rodrigues, a convite do governo,
trouxe um exemplo de sucesso de
um projeto seu, vencedor em Lisboa e Fundão, e que, com o OPN,
tem esperança de o poder realizar
“a nível nacional”: o Lata 65 que
consiste em ensinar arte urbana
(graffiti) aos idosos, como aplicação prática do “envelhecimento
ativo”.
Emoldurado por ecrãs a passar
as imagens do quadro A adoração
dos Magos, de Domingos Sequeira – comprado pelo museu depois de uma campanha de angariação de fundos –, o primeiro-ministro, António Costa, lembrou o “sucesso” dos orçamentos
participativos locais e o facto de o
OPN ser “original à escala global”.
“O orçamento participativo ajuda simultaneamente a melhorar
a qualidade da democracia, aumentando a participação e o envolvimento dos cidadãos, mas
contribui também para melhorar
a qualidade da despesa pública”,
assinalou. Apesar de existirem
“muitos exemplos autárquicos,
vários exemplos de estados federados, não há nenhum exemplo
de estado nacional”, segundo António Costa, dando assim resposta aos cidadãos que questionam
o porquê de ser gasto “dinheiro
nisto e não naquilo”.
Na cerimónia de apresentação
do OPN, Graça Fonseca salientou
como um dos “potenciais” desta
iniciativa o facto de “aproximar as
pessoas da política”, promovendo
“projetos integradores de território” e “ligando os territórios”.
O objetivo é que os cidadãos se
apercebam que “quando querem,
quando se mobilizam e organizam, tudo pode acontecer”.
A ministra da Presidência e
Modernização Administrativa,
Maria Manuel Leitão Marques,
sintetizou a importância desta
iniciativa inédita: “Envolvemo-nos na iniciativa do orçamento
participativo porque entendemos que a democracia participativa completa reforça e ajuda as
outras expressões de democracia.” A ministra, que é a promotora do Simplex, sublinhou que a
“democracia participativa “estimula os cidadãos a identificar
problemas e a propor soluções
para os resolver”. A governante
acredita que “estimula a que os cidadãos se mobilizem em torno
do projeto que consideram o
mais importante”.
VALENTINA MARCELINO
12
PORTUGAL
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Censos 2021. INE faz testes de novo
modelo de registo a partir de setembro
Avaliação. O INE está a contratar 66 entrevistadores para experimentar alterações do sistema em cinco freguesias
e que incluem 45 mil casas. A novidade é o uso de ficheiros por alojamento e uma maior utilização da internet
CÉU NEVES
Os Censos 2021 estão prestes a dar
os primeiros passos. A principal
mudança é a utilização de ficheiros
por alojamento, o que vai tornar o
processo mais rápido e barato.
O Instituto Nacional de Estatística
(INE) está a recrutar 66 entrevistadores para realizar os primeiros
testes. O dia de referência é 26 de
setembro.
As populações das freguesias de
Alvor, Maia, União de Freguesias
de Condeixa-a-Velha e Condeixaa-Nova, União de Freguesias de
Glória e Vera Cruz (Aveiro) e Praia
de Mira (Mira) vão receber em setembro uma carta com os códigos
para responder aos questionários
pela internet em vez de um recenseador lhes bater à porta e entregar
o questionário. Oitenta mil pessoas distribuídas por 45 mil alojamentos contribuirão para verificar
o grau de utilização da internet e se
será ultrapassado o recorde dos
Censos de 2011, em que metade
dos habitantes o fizeram por aque-
le meio. Mas o mais importante do
novo registo da população portuguesa é a utilização de ficheiros de
alojamento pela primeira vez, sublinha Manuela Martins, responsável pela comunicação do INE.
Este sistema vai permitir “reduzir
os custos da recolha, diminuir o
número de intervenientes na recolha de campo e a melhoria de planeamento e gestão da operação”.
Outra das inovações é a utilização de informação administrativa,
o que vai permitir o cruzamento de
dados – pessoal e institucional –,
funcionando como controlo das
respostas. Além de que “diminui a
carga estatística e permite avaliar
a qualidade de informação”.
São aqueles dois sistemas que
estarão sobretudo em causa nos
primeiros testes, pois na utilização
da internet e na recolha de campo
há experiência. Mas é preciso encontrar formas de aumentar e
aperfeiçoar o uso das novas tecnologias neste processo.
“O desafio da modernização vai
continuar e a inovação marcará os
próximos Censos 2021. O INE pre-
tende um Censo mais digital, mais
cómodo para os cidadãos e mais
eficaz na gestão dos recursos públicos”, frisam os responsáveis do
instituto.
Vagas quase preenchidas
O INE está a recrutar até ao final do
mês 66 entrevistadores, a maioria
(26) para testar os questionários na
freguesia da Maia, concelho em
que estão asseguradas as necessidades, tal como acontece no Alvor
(Portimão) e na União de Freguesias de Glória e Vera Cruz (Aveiro).
A fase de inquérito decorre entre 19 de setembro e 13 de novembro e serão avaliados quatro fatores: o impacto da alteração do modelo tradicional de distribuição de
questionários porta-a-porta pelo
envio de uma carta com os códigos
para resposta através da internet;
a utilização da internet como principal meio de resposta; o uso de
plataformas móveis no trabalho de
campo; o contributo da informação administrativa no desenho do
novo modelo censitário. Quem
não responder pela internet vai ter
FASES DO INQUÉRITO
19 A 26 DE SETEMBRO
› A população das cinco
freguesias vai receber uma
carta do INE com um código
para aceder à internet
e poder responder ao
questionário.
26 DE SETEMBRO
› Momento censitário. Será
este o dia de referência para a
entrega dos documentos aos
habitantes das freguesias.
26 DE SETEMBRO
A 30 DE OUTUBRO
› Resposta em
www.censosteste2016.ine.pt.
Quem não o conseguir, deve
contactar a Linha de Apoio
ou a junta de freguesia.
31 DE OUTUBRO
A 13 DE NOVEMBRO
› Para responder em papel
deve aguardar-se a visita do
recenseador.
o apoio de um recenseador, que se
deslocará a casa para explicar todo
o processo. Mas, tal como nos momentos censitários, a resposta é
obrigatória, estando os dados fornecidos protegidos pelo segredo
estatístico e profissional, previsto
legalmente.
Estes testes realizam-se no âmbito do programa de trabalho sobre a viabilidade do novo modelo,
com a duração de quatro anos e
que começou em 2013. Posteriormente, será estudada a integração
(ou reformulação) das perguntas
do inquérito.
O objetivo principal é “reduzir
os elevados custos associados às
operações censitárias; diminuir a
carga estatística sobre os cidadãos;
permitir uma maior periodicidade
de informação censitária (se possível anual) (…), além de reforçar a
integração dos dados de natureza
censitária na informação estatística sobre as famílias.” Os Censos
realizam-se de dez em dez anos e
uma das justificações para esse período são os elevados custos destes
levantamento.
TIAGO PETINGA/LUSA
CPLP não deve
ficar refém
da nostalgia
ANIVERSÁRIO O secretário executivo da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa
(CPLP) defendeu ontem que a
organização “não deve ficar
refém da nostalgia” do português e que a aposta na vertente
económica “não é uma questão
de mercado ou moda passageira”. “Ao consagrar-se a vertente económica e empresarial no
projeto de declaração sobre a
nova visão estratégica, não é
uma questão de mercado ou de
moda passageira”, disse o responsável da CPLP, Murade
Murargy (na imagem), referindo-se à proposta sobre o futuro
da organização, que deverá ser
aprovada na próxima cimeira,
prevista para novembro, no
Brasil. O diplomata moçambicano falava na sessão solene de
comemoração do 20º aniversário da comunidade, na sede,
em Lisboa, em que também
participaram Marcelo Rebelo
de Sousa e Ferro Rodrigues.
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
PUBLICIDADE
13
14
PORTUGAL
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Escola fechada
em 2014 reabre
no próximo
ano letivo
Perto de 50 mil
alunos fizeram
as novas provas
TESTES O fim dos exames de
Português e Matemática do 4º
ano era uma promessa eleitoral
do PS e, com o apoio e incentivo
do Bloco de Esquerda e do PCP,
acabou por ser alargado também aos testes do 6º ano. A título excecional, o ministro da
Educação, Tiago Brandão
Rodrigues, ainda permitiu que
as provas se realizassem este
ano, embora sem efeitos na
nota, pelas escolas que preferissem aplicá-las a avançar de
imediato com as novas aferições dos 2º, 5º e 8º anos de escolaridade. Carolina Coutinho e
Constança Martins (na foto)
realizaram as provas do 8º ano,
no Colégio São José, em Aveiro,
mas acabou por ser pequena a
percentagem de estabelecimentos que entenderam manter as antigas avaliações externas. Já as novas provas de aferição foram realizadas por
cerca de 50 mil alunos.
IDANHA-A-NOVA Ministério da
ANTÓNIO COTRIM/LUSA
Educação confirma que
complexo escolar de
Monsanto volta a funcionar
a partir de setembro
Notas das provas
de aferição substituídas
por relatórios
Mudança. Ministério garante que apoio a alunos será melhor e que
solução baseia-se na necessidade de saber, sem preocupação das notas
PEDRO SOUSA TAVARES
As provas de aferição, que já não
contavam para a avaliação dos alunos, deixarão também de ter notas.
A decisão, já com efeitos nos testes
do 2.º, 5.º e 8.º anos de escolaridade deste ano, foi anunciada ontem
pelo secretário de Estado da Educação, João Costa. O novo modelo
substitui as classificações de A a E
(sendo o A a nota mais alta) por relatórios onde são dissecadas as
prestações dos alunos nos diferentes “domínios de aprendizagem”
de cada área disciplinar.
Além de Relatórios Individuais
das Provas de Aferição (RIPA), centrados nos alunos, e que serão entregues pelas escolas aos pais, o Ministério da Educação vai também
enviar aos estabelecimentos Relatórios de Escola das provas de Aferição, com o desempenho turma a
turma e de toda a escola.
“Existem 8000 possibilidades diferentes de relatórios individuais,
enquanto as notas eram apenas
cinco”, sintetizou o secretário de
Estado. O objetivo, defendeu João
Costa, é produzir uma análise muito mais fina do desempenho dos
estudantes, permitindo às escolas
trabalharem de forma a ultrapassarem dificuldades concretas. Nomeadamente no apoio ao estudo e
Ministério prevê
diagnósticos mais
fiáveis mas há quem
receie mais confusão
nos apoios individuais: “Por exemplo, em vez de dar uma ficha de
matemática, pode dar-se uma de
gramática, ou fazer pequenos grupos de alunos em função das dificuldades específicas.” Outro aspeto sublinhado pelo governante foi
a preocupação de ter estes relatórios prontos “mais cedo”, de forma
a que possam ainda ter influência
nas decisões das escolas.
“Esta solução desliga-se da preocupação com uma nota final e centra-se no que precisamos de saber”,
reforçou Helder de Sousa, diretor
do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), responsável pela elaboração do novo sistema de relatórios
– que serão enviados às escolas já
na próxima semana. Um sistema
que descreveu como “pioneiro”,
apenas comparável a soluções
existentes “na Austrália, Islândia e
Canadá”.
“Ninguém” erra de propósito
Esta semana, em entrevista ao DN,
o ex-ministro da Educação Nuno
Crato criticou a substituição das
provas finais do 4.º e 6.º anos – que
valiam 30% das notas finais a Português e a Matemática – por estas
aferições, defendendo que os estudantes não levam “a sério” uma
prova sem efeitos na sua avaliação.
Questionado pelo DN a este respeito, João Costa defendeu que
“não há nenhuma evidência” de
que os alunos se empenhem menos
nas aferições. E muito menos de
que isso se reflita no seu desempenho nas provas: “Não há ninguém
que saiba a resposta certa a uma
pergunta e vá responder mal por ser
uma aferição”, defendeu, considerando que no limite a aferição até é
mais rigorosa: “Permite avaliar o
que se sabe e não o que se ‘empinou’
na véspera para o exame.”
Quanto às possíveis quebras de
continuidade destes relatórios – já
que o ministério optou por um
modelo em que as provas vão ‘rodando’ as diferentes áreas disciplinares de um ano para o outro –,
João Costa assumiu que, com exceção do 2.º ano, o Português e a
Matemática deixarão de ser avaliados todos os anos nas aferições,
mas defendeu que existe um “historial de informação” nestas disciplinas que permite tomar as decisões e que se sairá a ganhar com as
informações “que não existiam” sobre outras áreas disciplinares.
“Confundir cada vez mais”
O certo é que os argumentos do
ministério não convencem todos.
Para Paulo Guinote, professor do
ensino básico e historiador especializado na Educação, a mudança
é “uma ideia interessante” mas que
só terá o efeito de “confundir cada
vez mais as coisas e tornar muito
pouco prática uma intervenção eficaz ao nível das turmas”.
Guinote lembrou que “já eram
devolvidos às escolas os resultados
com classificações quantificadas
por competência e domínio” e defendeu que “a subdivisão” agora
proposta já é feita “ao longo do ano”
pelos professores. “Isso é feito pelo
trabalho concreto do dia-a-dia com
os alunos. Não é porque uma prova
vem do ministério que descobrimos
a pólvora”, sustentou.
O complexo escolar de Monsanto,
em Idanha-a-Nova, vai reabrir no
próximo ano letivo depois de o anterior governo ter decidido o seu
encerramento em 2014, o que levou ao protesto da população e autarcas locais.
O Ministério da Educação confirmou ontem à agência Lusa que o
complexo escolar de Monsanto, no
concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, vai reabrir no
próximo ano letivo.
“O Ministério da Educação confirma a reabertura da escola do 1.º
ciclo de Monsanto. A decisão foi tomada depois de se ter verificado
que estavam reunidas as condições
necessárias, nomeadamente no
que diz respeito ao número de alunos e de resposta da rede à comunidade local, para que tal acontecesse”, refere a tutela.
Em setembro de 2014, o anterior
governo liderado por Pedro Passos
Coelho decidiu encerrar o complexo escolar de Monsanto, o que motivou protestos por parte da população e autarcas, que consideraram
a atitude como “um ato de traição”.
Já o presidente da Câmara de
Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto,
manifestou-se satisfeito com esta
decisão: “É, sobretudo, a reposição
de um ato de justiça, mas não só.
Penso que é muito simbólico o facto de se poder reabrir uma escola
num território de baixa densidade,
como Monsanto.” O autarca sublinha que a decisão da tutela não
surgiu por qualquer “capricho”,
mas sim porque houve por parte
do município de Idanha-a-Nova
uma estratégia de investimento na
educação. “Sempre houve e há
uma estratégia que seguimos. Desde o início que explicámos isso ao
Ministério da Educação do anterior governo. Essa estratégia levou
ao crescimento do número de alunos, facto que tem também que ver
com o crescimento na área do turismo e atividades económicas que
nós prevíamos e que veio a confirmar-se”, explicou.
Armindo Jacinto refere ainda
que a existência da escola é fundamental para o desenvolvimento do
território de Monsanto e das localidades que o estabelecimento de
ensino serve. “Esta escola não serve apenas Monsanto, mas a freguesia de Medelim e também recebe
alunos da freguesia vizinha de Salvador, no concelho de Penamacor”,
sustentou. Lusa
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Amadora e Gaia
vão dar livros
a todos os alunos
do 1.º ciclo
OPINIÃO
O que queres ser quando
fores grande?
Escolas. Manuais serão distribuídos em setembro, autarquias alargam medida do governo
JOANA CAPUCHO
No próximo ano letivo, a Câmara
Municipal da Amadora vai disponibilizar manuais escolares a todos
os alunos do 2.º ao 4.º ano do 1.º ciclo da rede pública, complementando a medida do governo, que
vai oferecer manuais às crianças do
1.º ano. O município junta-se, assim, a dezenas de outros de norte a
sul do país que tentam, desta forma, diminuir os encargos das famílias com a educação. Em Gaia, a
oferta dos manuais chega ao nono
ano de escolaridade, no qual são
dados os livros de duas disciplinas.
“Como forma de complementar
a medida do Ministério da Educação, resolvemos assumir o 2.º, o 3.º
e o 4.º anos. Não faz sentido que
uma criança que estude no 1.º ano
tenha os livros de forma gratuita e
o irmão, do 4.º ano, não”, explicou
ao DN Carla Tavares, presidente da
Câmara da Amadora. Os manuais
serão dados às escolas no final de
agosto, mas a entrega aos alunos
que chegarem mais tarde às escolas do concelho poderá ser feita até
dezembro. “É uma ajuda importante para as famílias”, destacou.
PROVEDORIA
Editores negam
acusações
› A Associação Portuguesa de
Editores e Livreiros (APEL)
anunciou que foi ouvida em
junho pela Provedoria de
Justiça, onde prestou “todas
as informações e esclarecimentos” sobre alterações nos
manuais escolares, rejeitando
responsabilidades. A APEL indica que a audiência – pedida
pela associação na sequência
de uma queixa de cidadãos –
decorreu a 29 de junho e
acrescenta que, no encontro,
“ficou claro que os editores
escolares cumprem rigorosa e
escrupulosamente a legislação relativa aos manuais escolares”. O Movimento pela
Reutilização dos Livros
Escolares fez a queixa ao provedor de Justiça.
Em Gaia, os manuais começaram a ser distribuídos de forma
gratuita ao 1.º ciclo há seis anos e a
medida tem vindo a ser alargada a
outros ciclos de ensino. Este ano, o
município vai oferecer todos os livros e cadernos de apoio ao 1.º ciclo, os de Português e História ao
5.º e 6.º anos e os de Português e
Matemática do 7.º ao 9.º ano. “O
pressuposto não é ajudar apenas
os mais desfavorecidos, até porque
há muitas famílias de classe média
que tradicionalmente não beneficiam de nada e não têm mais possibilidades do que as que têm escalão”, disse Eduardo Vítor Rodrigues,
presidente da Câmara Municipal
de Vila Nova de Gaia.
Ao todo, vão ser abrangidos cerca de 20 mil alunos das escolas públicas e com contratos de associação do concelho de Gaia, um investimento de “um milhão e
trezentos mil euros”. Mas o objetivo é alargar a medida. “A ideia é reforçar até ao 9.º ano, abrangendo
mais disciplinas, porque são anos
nucleares. O maior esforço financeiro das famílias é no 2.º e 3.º ciclos”, adiantou o autarca.
Dos centros mais urbanos ao interior do país, há cada vez mais
municípios a disponibilizar manuais aos estudantes do 1.º ciclo.
Tal como a Câmara Municipal da
Amadora, Grândola e Gondomar
também implementaram a medida este ano. Mas em Sintra, por
exemplo, a Câmara já oferece os
manuais do 1.º ciclo desde 2002. Já
em Ovar, a autarquia vai dar os livros pelo terceiro ano consecutivo,
num investimento de mais de 90
mil euros. Entre os concelhos que o
fazem estão, por exemplo, Mafra,
Lousã, Guarda, Castelo de Paiva,
Loulé, Lagos, Tavira, Cinfães, Vouzela, Miranda do Corvo, Arraiolos,
Figueiró dos Vinhos.
Para o presidente da Confederação Nacional das Associações de
Pais (Confap), Jorge Ascenção, esta
“é uma ajuda que para uns é muito
importante, mas para outros não
tem muito significado, atendendo
aos seus rendimentos”. Por isso,
considera que é preciso fazer uma
“análise mais cuidada”. Jorge Ascenção defende que “seria mais razoável repensar uma política que
proporcionasse tudo o que é necessário a quem tem dificuldades”.
15
PORTUGAL
JORGE PEREIRA DA SILVA
Diretor da Escola de Lisboa
da Faculdade de Direito
da Universidade Católica
H
á certas perguntas que
os adultos insistem em
fazer às crianças.
Numa primeira fase,
estas riem-se muito e
dizem bombeiro, polícia, futebolista ou astronauta. Uma criança
nunca quer ser engenheiro, médico nem, muito menos, advogado. Nenhuma dessas profissões
parece ser suficientemente divertida e excitante.
Depois, um pouco mais crescidas, a profissão dos pais começa
a ter alguma influência nas respostas. Ainda que nem sempre
no sentido mais previsível. Lembro-me de uma criança que na
escola dizia que queria ser “turista”, tal como a mãe, ainda que
esta na realidade fosse “jurista”.
Ou que queria ser médico, como
o pai, mas sem doentes, porque
estes são “uns chatos, que não
param de telefonar”. Pior ainda,
“quero ter qualquer profissão
menos a dos meus pais, que nunca param em casa”.
Finalmente, vem a fase em que
os jovens respondem à pergunta
dos adultos com um revirar de
olhos, ao qual anexam, quando
têm boas maneiras, um sorriso
bem amarelo. Não há paciência
(e nós sabemos que, entre os
adolescentes, esta é uma virtude
bem escassa)!
Não têm culpa. É que os adultos conseguem ser realmente insistentes. A pequenada, durante
os melhores anos da sua vida,
teve de responder à mesmíssima
pergunta largas dezenas de vezes. Ora, sem aviso prévio, a famigerada pergunta, além de ter perdido a pouca graça que ainda tinha, tornou-se numa coisa
muito séria. Por vezes angustiante. E, precisamente nesse momento, quase nenhum adulto
– incluindo os pais – tem algo de
relevante para dizer.
É uma injustiça. Uma constrangedora injustiça. Tanto mais
que todos nós somos bombardeados de tempos a tempos com
notícias a dizer que “uma licenciatura já não garante emprego”,
ou “aumenta o desemprego entre os licenciados”, ou ainda “licenciados ganham 500 euros”.
Isto é, sortudos porque têm emprego. Mas desgraçados porque
não passam da cepa torta.
Como escolher, então, a licenciatura a fazer? E a profissão que
eventualmente se vai ter?
Sublinhando aqui a grosso o
“eventualmente” – porque o futuro, muitas vezes, insiste em
ter vontade própria –, há cinco
grandes critérios que podem
ser seguidos.
1. Vai atrás da tua namorada ou
namorado. Este critério apresenta bastante bons resultados e
tem feito muita gente feliz! Tem
ainda a vantagem de, a médio
prazo, gerar novas vítimas para a
pergunta da praxe: “o que queres
ser…”. Se não tiveres namorado
ou namorada, podes ir atrás daquele ou daquela que gostarias
que viesse a ocupar essa posição
na tua vida. Mas aí os resultados
baixam bastante. É capital de risco. Convém, por isso, não apostar as fichas todas numa só casa,
porque também tem havido
outcomes verdadeiramente catastróficos!
2. Segue a tua vocação. Ou aquela que achas que é a tua vocação.
Se não fazes ideia de qual é ela,
esquece este critério. Não insistas mais neste ponto e, sobretudo, nunca faças testes vocacionais. Pura perda de tempo.
A mim, depois de dois dias de verão enfiado numa sala a respon-
Escolhe uma licenciatura
que te permita fazer
muitas coisas diferentes
na vida. Um curso que,
como se diz agora, seja
de “banda larga”.
der a perguntas tolas, deu-me
“que podia fazer o que quisesse!”.
Se não “tens” apenas uma vocação, mas “sentes” vocação de
verdade, inscreve-te já em Teologia e ficamos por aqui.
3. Segue o conselho dos teus
pais. Nah! Nem vale a pena explicar. Se os teus pais têm um conselho para te dar, acende-se logo
uma luz vermelha algures. Não é
bom sinal. O melhor conselho
que os teus pais te podem dar é
“faz o que achares melhor, que
nós cá estaremos para te dar força”. É para isso que os pais servem. Se eles tiverem dúvidas
sobre a sua função, esclarece-os
da forma mais delicada que conseguires.
4. Escolhe uma licenciatura que
te permita fazer muitas coisas diferentes na vida. Um curso que,
como se diz agora, seja de “banda larga”. Não é “manga larga”,
que isso está out como sabes melhor do que eu. Agora usa-se
tudo mais para o apertado.
Exemplo típico de curso de banda larga é Direito, que dá para seres advogado (opção mais evidente, mas com muitas variantes), mas também juiz,
procurador do Ministério Público, diplomata, jornalista, gestor,
político, consultor, professor (de
Direito, pois claro) e para mais
umas quantas coisas estranhas.
E que tanto dá para fazer carreira
cá dentro, como para ir trabalhar
noutro país ou para uma organização internacional. Assim
como dá também para “ir para
fora cá dentro”, o que, profissionalmente, é mais comum do
que se julga.
5. Por fim, escolhe um curso que
te garanta um emprego. De preferência – como no rap do BossAC – “um bom emprego, já, já,
já!”. Neste caso, se depois de licenciado queres chegar à sexta-feira e ainda ter “tostão no bolso”, vai ao site da Direção-Geral
do Ensino Superior, ver quais são
os cursos e as Universidades que
te garantem as melhores taxas de
empregabilidade e tira as tuas
próprias conclusões. Aqui fica:
http://infocursos.mec.pt/
Isto dito, a boa notícia é que os
números demonstram – e contra
factos não há argumentos – que
ainda há licenciaturas, faculdades e universidades que garantem elevadíssimas taxas de empregabilidade, mesmo em domínios onde a concorrência é
muito elevada.
Boa sorte!
16
DINHEIRO
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Carlos Tavares vai
ser administrador
não executivo
da Caixa
JOÃO GIRÃO/GLOBAL IMAGENS
ADMINISTRAÇÃO Carlos
Tavares, presidente do grupo
PSA Peugeot Citroën, vai ser
administrador não executivo
da Caixa, acumulando os dois
cargos, noticia o Jornal de
Negócios. O gestor integrou a
administração da Peugeot
Citroën em janeiro de 2014 e,
em março, os representantes
do Estado francês no grupo
votaram contra a sua remuneração, “depois de o seu salário
ter duplicado entre 2014 e
2015 para mais de cinco milhões de euros por ano”.
Carlos Tavares junta-se a Rui
Vilar, ex-presidente do banco,
Leonor Beleza, que lidera a
Fundação Champalimaud,
Bernardo Trindade, administrador do grupo hoteleiro
Porto Bay, e Pedro Norton, antigo líder executivo do grupo
Impresa.
Valor da recapitalização da
CGD depende de auditoria
Banca. A recapitalização do banco público continua a ser negociada com Bruxelas e vai ter em
conta a auditoria que o governo vai pedir à equipa de António Domingues para encomendar
CÁTIA SIMÕES
A recapitalização da Caixa Geral de
Depósitos (CGD) está há vários meses a ser negociada com Bruxelas
para não ser considerada ajuda de
Estado, mas o montante a injetar
vai depender do resultado da auditoria independente que o governo
vai pedir à nova gestão do banco
público, que será liderado por António Domingues. O que “aparentemente está adquirido é que a capitalização é pública”, disse ontem
Marcelo Rebelo de Sousa.
“O valor será apurado após a entrada em funções da nova administração, sustentado na auditoria já
anunciada pelo governo e em função das negociações em curso” com
a Comissão Europeia, disse ao
DN/Dinheiro Vivo fonte oficial do
Ministério das Finanças. Em causa
estarão quatro a cinco mil milhões
de euros – incluindo a devolução de
900 milhões de euros de capital contingente – que o executivo quer injetar no banco público. Mas quer fazê-lo como se fosse um acionista
privado e regressar aos lucros em
cinco anos, para que esta capitalização não seja considerada uma ajuda do Estado, o que iria contra as regras de Bruxelas. O valor nunca foi
confirmado pela tutela e as Finanças assumiram apenas que com a
recapitalização haverá um plano de
reestruturação que prevê o corte de
2500 postos de trabalho e o encerramento de 300 balcões.
A auditoria anunciada em junho
pelo governo vai avaliar os atos de
gestão na CGD desde 2000 e será
mais uma peça no estudo do plano
de recapitalização, explicou na altura o ministro das Finanças, Mário
Centeno. Esta será encomendada
pela nova equipa de gestão, que
contará com 19 administradores:
sete executivos, incluindo António
Domingues, e 12 não executivos.
O recado do BCE
As Finanças, contudo, já negaram
que o elevado número de administradores tenha levantado objeções
do lado do Banco Central Europeu
(BCE), que tem de validar a idoneidade da gestão, como disse Luís
Marques Mendes no seu comentário de domingo na SIC, citando
uma carta datada de 8 de junho enviada pelo BCE à CGD.
Fonte oficial das Finanças explicou que “as conversações têm evoluído de forma construtiva”. “Tanto
o BCE como a Comissão têm apoiado o trabalho desenvolvido, não
tendo havido qualquer veto às pro-
Marcelo lembra que
está aparentemente
adquirido que a
capitalização é pública
postas apresentadas pelo governo,
designadamente o veto a nomes
propostos nem qualquer exigência
ou apresentação de um plano alternativo.” E deixa o recado: “A divulgação de cartas entre entidades europeias e a CGD não contribui de
forma positiva para a resolução de
questões que são determinantes
para o futuro da CGD.”
No seu comentário, Marques
Mendes referia que o BCE quer menos administradores, 15 em vez dos
19 propostos. Disse ainda que está
a ser exigida uma alternativa ao plano de recapitalização e que o BCE
quer administradores com experiência na banca, opondo-se à acumulação de funções entre presidente do conselho de administração e da comissão executiva, como
acontecerá com António Domingues.
A atual administração, liderada
por José de Matos, demitiu-se em
junho mas vai manter-se em funções até chegar a nova equipa, o
que deverá acontecer ainda em julho. O Presidente da República referiu no início do mês que a nova
equipa entraria em funções entre
10 e 12 dias, mas enquanto não
houver luz verde do lado do BCE
António Domingues não pode assumir a liderança da Caixa.
Marcelo reafirmou ontem que
todos têm “noção de que o tempo
urge e que se espera que nos próximos dias haja o conhecimento da
conclusão das negociações entre
Portugal e as instituições europeias”, lembrando ainda que “aparentemente está adquirido que a
capitalização é pública”.
P&R
Quando é que a nova
gestão toma posse?
› Não há uma data definida
para que a nova comissão executiva e o conselho de administração assumam funções,
mas a expectativa é de que
isso aconteça até ao final
deste mês. O Presidente da
República, Marcelo Rebelo de
Sousa, sinalizou no passado
dia 5 que a nova equipa assumiria funções entre 10 e 12
dias, mas as autorizações
ainda não foram concedidas.
Quem vai integrar
a nova equipa?
› A comissão executiva será
liderada por António
Domingues, que transita da
vice-presidência do BPI e acumulará também a função de
presidente do conselho de administração. Não há outros
nomes confirmados salvo o de
Leonor Beleza para administradora não executiva. O mercado tem falado de Rui Vilar,
Bernardo Trindade, Pedro
Norton e agora de Carlos
Tavares para o board. Como
executivos têm sido referidos
Emídio Pinheiro, do BFA, e o
atual presidente do Banco
Caixa Geral Brasil, Henrique
Cabral Menezes, para CFO.
Quem tem de dar
luz verde?
› A nova equipa de gestão tem
de ter a sua idoneidade validada pelo Banco de Portugal e
também pelo Banco Central
Europeu (BCE), para assegurar que não há conflito de interesses.
Quem vai avaliar
a gestão da CGD?
› A Caixa tem uma comissão
de avaliação da gestão que
vigia o desempenho da equipa.
A anterior comissão era liderada pelo ex-ministro das
Finanças Teixeira dos Santos,
que entretanto transitou para
o BiG. A equipa de António
Domingues será vigiada por
Luís Laginha de Sousa, ex-presidente da Euronext Lisbon.
Quais os maiores
desafios da gestão?
› A implementação do plano
de reestruturação, a recapitalização, a redução do crédito
malparado, a venda de ativos
e ainda a reorientação do negócio para o vocacionar para
as PME.
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
DINHEIRO
17
Brexit e libra barata atraem
investidores para o Reino Unido
Qatar inicia
vaga de
compras na
Europa e não só
Aquisições. Grupo britânico que produz chips para telemóveis foi comprado por 26 mil
AVIAÇÃO Transportadora vai
avançar para aquisição de
49% da italiana Meridiana.
Latam também está na mira
do CEO Akbar Al Baker
milhões de euros. É o maior negócio desde o referendo à UE, mas está longe de ser o único
ANA MARGARIDA PINHEIRO
No final do mês passado, em junho,
a Qatar Airways admitiu a possibilidade de reforçar a sua posição no
Grupo IAG, do qual já é a maior
acionista, aumentando a sua fatia
na dona da British Airways e Iberia
de 15% para 20%. Agora, em Londres, onde a empresa participou
no festival aéreo de Farnborough,
o seu CEO, Akbar Al Baker, anunciou uma nova vaga de aquisições
que prometem reforçar a quota da
empresa no mercado aéreo: a Qatar Airways vai comprar 49% da
transportadora italiana Meridiana
e adquirir 10% da Latam através de
um aumento de capital.
A Latam irá assim emitir 61,3
milhões de novas ações a 10 dólares cada uma, permitindo um investimento da Qatar que chegará
aos 613,1 milhões de dólares (554,5
milhões de euros). Este valor equivale a 10% do grupo de transporte
aéreo latino-americano, que resultou de uma fusão entre a chinesa
LAN e a brasileira TAM.
O CEO da Qatar Airways, Akbar
Al Baker, anunciou este acordo no
festival aéreo de Farnborough, mas
não deu detalhes sobre o negócio
que ainda terá de ir a assembleia
geral de acionistas, agendada para
2 de setembro.
REUTERS/NEIL HALL
Quando, no início do mês, a chinesa AMC Theatres anunciava a compra dos cinemas UCI, o CEO Adam
Aron traçava o futuro: “Acredito
que possamos ser a primeira empresa a anunciar uma aquisição
multimilionária na Europa, aproveitando as taxas de câmbio favoráveis. Mas não me parece que sejamos os últimos.” Acertou. Nas últimas semanas, várias empresas
têm voltado atenções para o Reino
Unido, aproveitando o período de
desvalorização da libra, como consequência do resultado do referendo de 23 de junho, que decidiu a
saída da União Europeia.
À venda dos cinemas Odeon &
UCI, com sede em Londres, seguiu-se a compra da cadeia low-cost, Poundland, a uma empresa
sul-africana, a Steinhoff, e ontem
houve mais uma megaoperação: a
japonesa Softbank comprou a
ARM Holdings por 29 mil milhões
de dólares (26 mil milhões de euros). Foi a maior aquisição depois
de escolhida a saída da UE e já permite antever uma revitalização do
mercado de compras e vendas no
Reino Unido.
“A longo prazo, o brexit não é positivo e a incerteza é tipicamente o
maior inimigo do mercado de
aquisições e fusões (M&A em inglês), mas a curto prazo haverá ótimas oportunidades de negócio”,
afirmou ao FT, Scott Barshay, do
departamento de M&A na firma
Paul Weiss, nos Estados Unidos.
A venda da ARM Holdings por 26
mil milhões de euros é também a
maior aquisição da história do
SoftBank, que em 2013 pagou 19
mil milhões de euros pelo controlo
do operador telefónico Sprint.
A empresa é um dos maiores fornecedores de chips para a Samsung,
a Huawei e a Apple e espera, agora,
reforçar a sua posição no mercado
das telecoms.
Mas não são apenas os grandes
negócios que estão a atrair investidores para o Reino Unido. As empresas chinesas e asiáticas estão especialmente ativas – e até surpreendem nas áreas de negócio em
que se estreiam. Na semana passada, a empresa de jogos Splash Damage, bem como as suas subsidiárias, Fireteam e Warchest, foi comprada por 150 milhões de dólares
(135 milhões de euros) a uma empresa chinesa cujo negócio assenta na comercialização de aves, a
Masayoshi Son, CEO do SoftBank, anunciou em Londres os contornos do negócio com a ARM
Leyyou Technologies, que quer reforçar a sua área de negócios.
“Estamos a receber mais propostas de interesse de empresas da
Ásia em negócios no Reino Unido
desde o brexit”, confirmou ao FT,
um banco de investimento. Também gestoras de risco e fundos de
investimento estão a perseguir especialmente o mercado imobiliário à procura de negócios a preço
de saldo.
Rui Bárbara, gestor de ativos no
Carregosa, assume que este inte-
70%
› empresas britânicas pouco ativas
O mercado global de aquisições e fusões está 20% abaixo do registado no
mesmo período do ano passado. Mas
no Reino Unido, a queda é de 70%.
resse tenderá a ser maior quanto
mais vantajosos forem os negócios.
“O brexit só potenciará mais aquisições e fusões se tornar os ativos
mais baratos e mais atraentes para
os compradores”, afirmou ao DN/
/Dinheiro Vivo, lembrando que
“como muitas empresas sediadas
no Reino Unido são multinacionais, com receitas fora da zona da
libra, não devem sentir as consequências da desvalorização da libra” – divisa que valia ontem 1,32
dólares e era equivalente a 0,83 euros, uma vez que a moeda única
tem valorizado bastante face ao
pound britânico.
No caso da ARM Holdings, o
SoftBank assumiu que o interesse
já vinha de trás. No entanto, Eduardo Silva, gestor da XTB, não tem
dúvidas de que o brexit determinou o momento para a aquisição.
“O compromisso de criar empre-
gos e investir na ARM Holdings,
que irá manter autonomia, reflete
um investimento numa empresa
de valor inquestionável com crescimento dez vezes superior ao setor e com projetos futuros de criação de valor evidentes. O que poderemos atribuir ao brexit é o
timing da operação.”
E no futuro? “Nos próximos meses devemos assistir a avanços nessa direção, empresas que já estavam a ser avaliadas e que possam
ter de se defender de tentativas de
compra. A cotação da libra será determinante”, justifica.
Em sentido contrário estão as
compras das empresas britânicas
fora da Europa. Desde o início do
ano, as aquisições por empresas do
Reino Unido caíram 70% face a
igual período de 2015. Enquanto
isto, o mercado global de aquisições e fusões recuou 20%.
Companhia aérea italiana
Já em relação à Meridiana – a segunda maior companhia aérea de
Itália, e que permitirá o reforço nos
aeroportos europeus – não se conhecem para já valores e a Qatar
Airways escusou-se a falar sobre
este ponto. Para já, sabe-se apenas
que o acordo foi alcançado no mesmo festival aéreo, durante a semana passada, e que estará ainda sujeito a uma série de condições que
podem vir a determinar o preço do
negócio. Entre elas, destaca-se o
plano operacional definido pela
Qatar Airways e que pode envolver
o corte de 900 postos de trabalho, o
que representa quase metade da
força de trabalho da companhia.
Tudo indica que a compra deverá ficar fechada depois do verão,
em outubro, e, se não houver alterações e tudo se mantiver como até
aqui, o número de despedimentos
poderá ser mais pequeno do que o
previsto pela companhia com sede
em Doha. A Meridiana é detida
pelo príncipe e líder espiritual da
comunidade Ismaili, Aga Khan.
ANA MARGARIDA PINHEIRO
18
DINHEIRO
PSI 20
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Euro Stoxx50
Ibex
-0,08%
Passagem da
Euribor
Petróleo
Euro
,187%
,37%
-0
-1
-0,00%
dívida da Rioforte
para a PT vai
Banca cai, EDP segura PSI 20
a julgamento
4 575,89
PONTOS
+0,31%
2 949,17
PONTOS
6
46,96
rável aos pequenos acionistas,
a dívida poderá ter de voltar à Oi
ANA MARCELA
A passagem da dívida de 897 milhões de euros da Rioforte da brasileira Oi para a PT SGPS (atual Pharol), no
âmbito dos novos termos de combinação de negócio
entre as duas companhias, já tem data de julgamento: 19 de setembro, adiantou Octávio Viana, presidente da ATM – Associação de Investidores e Técnicos do Mercado de Capitais. A Pharol não comenta.
O caso vai a julgamento no Tribunal do Comércio
de Lisboa praticamente dois anos depois de a ATM,
que representa os pequenos investidores, ter avançado com uma queixa pedindo a anulação das deliberações da assembleia geral extraordinária de 8 de setembro de 2014 por “vício à lei”. “Está nas mãos da
justiça portuguesa permitir a recuperação desta megafraude. Pode até ter implicações no negócio da venda da PT Portugal à Altice”, acredita Octávio Viana. A ATM também
avançou com uma ação
em que pede a anulação
da deliberação da assembleia geral de 22 de
janeiro de 2015 em que a
PT SGPS aprovou a venda da PT Portugal ao
grupo francês.
A reunião magna de
acionistas de setembro
foi convocada pela PT Henrique Granadeiro
SGPS no rescaldo do de- liderava a PT SGPS na
fault de cerca de 900 mi- época em que foi feita a
lhões da Rioforte, empre- aplicação na Rioforte
sa do Grupo Espírito Santo, em que a companhia, na época liderada por
Henrique Granadeiro, tinha feito aplicações em papel
comercial. O buraco nas contas levou a um aumento
da tensão nas relações com os acionistas brasileiros,
que já tinha absorvido em maio os ativos da PT, incluindo a aplicação na Rioforte. Nos novos termos de
combinação de negócio propostos, a dívida da Rioforte transitaria da Oi para a PT SGPS, que veria reduzida
de 39,7% para 25,6% a sua posição na Oi, ficando com
uma opção de compra de cerca de 12% sobre as ações
da brasileira, que poderia exercer no prazo de seis
anos. A maioria dos acionistas deram OK, mas os pequenos investidores sempre foram contra, tendo em
setembro de 2014 avançado com uma ação de anulação das deliberações. Nesta combinação de negócio,
a “PT SGPS assume a garantia da (in)solvência da Rioforte sem que tenha uma contrapartida de facto”, explica Octávio Viana.
O presidente da ATM lembra que a própria PT admitia já na época a possibilidade de não recuperar a dívida de uma empresa com um pedido de proteção de
credores no Luxemburgo (que lhe foi negado). Nos riscos e advertências, a PT SGPS diz mesmo: “A Rioforte
não reembolsou os instrumentos Rioforte que a Portugal Telecom irá adquirir no âmbito da permuta e é
possível que a Portugal Telecom não consiga obter o
pagamento de quaisquer dos montantes pendentes
em virtude desses instrumentos.”
8 524,40
PONTOS
1,1053
DÓLARES/BARRIL
MESES
Telecom. Se o tribunal for favo-
-0,32%
DÓLARES
A praça nacional encerrou a sessão a negociar acima da linha de água, com uma valorização de 0,3%, seis títulos em queda e 12
cotadas a valorizar. Entre os pares europeus
a tendência também foi de ganhos, ainda
que as variações tenham sido pouco acentuadas. A impulsionar o PSI 20 esteve a EDP,
que avançou 1,2%, no dia em que se soube
que contratou uma empresa para transferir
a dívida relativa aos custos com a aquisição
de energia. A EDP Renováveis avançou, por
sua vez, 0,3% e a REN ganhou 0,5%. A Jerónimo Martins também fechou no verde, com
EURONEXT LISBOA
um ganho de 0,6%. Em sentido oposto estiveram os bancos, que fecharam o dia em
queda: o BCP recuou 0,5% e o BPI – que se
reúne em assembleia geral de acionistas na
próxima sexta-feira – perdeu 1,2%. Nesta
reunião, deverá ser aprovada a desblindagem de estatutos, passo essencial para que
a oferta do CaixaBank possa avançar. Também em queda encerrou a Galp. A petrolífera perdeu 0,7%, numa altura em que os preços do petróleo seguem a recuar. O brent recuou ontem cerca de 2%, para os 46,96
dólares.
18.7.2016
EUROLIST
Quantidade
Abertura
Máximo
Mínimo
Fecho
Compra
Venda
T ALTRI
260 396,00
3,195
3,284
3,192
3,241
3,500
3,510
Variação [ % ]
1,440
Q BCP
133030 526,00
0,020
0,020
0,019
0,019
0,080
0,080
-0,520
Q BANCO BPI
886 285,00
1,125
1,133
1,112
1,112
1,090
1,090
-1,240
T BANCO SANTANDER
42 338,00
3,850
3,850
3,750
3,830
6,700
6,710
0,790
T CIMPOR SGPS
10 393,00
0,316
0,360
0,316
0,358
1,010
1,020
1,990
y COFINA SGPS
3 700,00
0,266
0,266
0,266
0,266
0,550
0,560
0,000
y COMPTA
0
0,000
0,000
0,000
0,110
0,160
0,200
0,000
Q CORTICEIRA AMORIM
10 763,00
7,150
7,200
7,150
7,160
3,800
3,970
-0,280
T CTT CORREIOS POR
265 814,00
7,314
7,345
7,205
7,264
9,570
9,590
0,400
T EDP
4505 548,00
2,920
2,962
2,920
2,958
3,540
3,540
1,230
T EDP RENOVÁVEIS
225 395,00
6,952
7,046
6,941
6,973
6,740
6,750
0,300
y ESTORIL SOL
0
0,000
0,000
0,000
1,640
1,040
1,040
0,000
Q GALP ENERGIA
975 085,00
12,650
12,690
12,520
12,590
10,940
10,950
-0,670
-1,300
Q GLINTT
2 000,00
0,230
0,230
0,227
0,227
0,200
0,200
y GRUPO MEDIA CAPITAL
0
0,000
0,000
0,000
2,990
2,210
2,490
0,000
y IBERSOL
2 663,00
10,700
10,705
10,700
10,700
8,450
8,650
0,000
y IMOB GRO PAR
0
0,000
0,000
0,000
0,200
0,380
0,490
0,000
Q IMPRESA
137 969,00
0,224
0,230
0,217
0,217
0,810
0,820
-0,460
0,000
y INAPA
0
0,000
0,000
0,000
0,102
0,150
0,160
T J. MARTINS SGPS
398 389,00
14,085
14,135
13,995
14,050
12,290
12,300
0,570
Q LISGRAFICA
333 333,00
0,020
0,020
0,020
0,020
0,030
0,040
-33,330
T MARTIFER
18 024,00
0,192
0,199
0,191
0,198
0,290
0,310
4,760
T MONTEPIO
391 836,00
0,500
0,506
0,500
0,504
0,790
0,800
0,800
T MOTA ENGIL
455 493,00
1,686
1,737
1,686
1,721
2,520
2,520
2,260
T NOS SGPS SA
263 251,00
5,535
5,615
5,528
5,593
7,250
7,260
1,050
T NOVABASE SGPS
453
1,994
1,995
1,994
1,995
2,510
2,540
0,150
y OREY ANTUNES
0
0,000
0,000
0,000
1,200
1,850
2,000
0,000
Q PHAROL
6054 767,00
0,175
0,185
0,169
0,172
0,430
0,430
-2,820
y REDITUS SGPS
0
0,000
0,000
0,000
0,190
0,250
0,300
0,000
T REN
346 564,00
2,601
2,637
2,601
2,615
2,620
2,630
0,540
y SAG GEST
0
0,000
0,000
0,000
0,065
0,230
0,240
0,000
y S. COSTA
6 125,00
0,012
0,013
0,012
0,013
0,120
0,120
0,000
T SEMAPA
28 029,00
10,545
10,545
10,265
10,355
12,530
12,570
1,170
Q SONAE SGPS
6786 776,00
0,637
0,651
0,630
0,630
1,240
1,240
-2,020
T SONAE CAPITAL
98 471,00
0,539
0,543
0,535
0,541
0,360
0,370
0,740
Q SUMOLIS
3 186,00
1,500
1,700
1,500
1,602
1,970
1,980
-7,930
Q TEIXEIRA DUARTE
12 359,00
0,196
0,196
0,191
0,191
0,550
0,570
-0,520
Q VAA VISTA ALEGRE
3 424,00
0,070
0,070
0,070
0,070
0,090
0,090
-12,500
CÂMBIOS
CÂMBIOS
18.7.2016
ÁFRICA DO SUL
AUSTRÁLIA
BRASIL
BULGÁRIA
CABO VERDE
CANADÁ
CHINA
RAND
15,7685
MACAU
PATACA
8,8284
DÓLAR
1,4557
MÉXICO
PESO
20,4348
REAL
3,5963
NORUEGA
COROA
9,3627
LEV
1,9558
ESCUDO
110,265
NOVA ZELÂNDIA
DÓLAR
1,5555
DÓLAR
1,4315
POLÓNIA
ZLOTY
4,3805
YUAN
7,4089
REINO UNIDO
LIBRA
0,83372
WON
1257,6
REPÚBLICA CHECA
KUNA
7,4957
ROMÉNIA
DINAMARCA
COROA
7,4387
ESTADOS UNIDOS
DÓLAR
1,1053
PESO
51,65
HONG KONG
DÓLAR
8,5713
HUNGRIA
FORINT
315,01
RUPIA
74,2758
IENE
116,82
COREIA DO SUL
CROÁCIA
FILIPINAS
ÍNDIA
JAPÃO
COROA
27,024
LEU
4,4686
RÚSSIA
RUBLO
69,7145
SINGAPURA
DÓLAR
1,49
SUÉCIA
COROA
9,4679
SUÍÇA
FRANCO
1,0869
BAHT
38,647
LIRA
3,268
TAILÂNDIA
TURQUIA
Euro valoriza
› O euro seguia ontem
a valorizar face ao dólar
(1,1053). Mas a estrela do
dia nos mercados cambiais
foi a lira turca, que disparou na abertura dos mercados asiáticos. Na sexta-feira, depois das primeiras
notícias do golpe militar
falhado, a divisa teve a sua
maior queda desde 2008.
Na dona do Meo
não vai haver
aumentos, mas
ajustes salariais
TELECOM Sindicatos já têm a
proposta da PT. Obtendo
luz verde, novo Contrato
Coletivo de Empresa
entra em vigor em agosto
Na PT Portugal não vai haver aumentos salariais, mas a empresa
dona do Meo está a propor ajustes
nos ordenados dos trabalhadores
com salários até 725 euros. Cerca
de 350 trabalhadores passarão a ganhar mais 15 euros mensais. “A medida afeta sobretudo as contratações mais recentes, trabalhadores
com os ordenados na ordem dos
700 euros”, adiantou Jorge Félix, do
Sindicato dos Trabalhadores do
Grupo PT (STPT), um dos cinco organismos sindicais com o qual a
companhia vinha a negociar desde
janeiro o novo Contrato Coletivo de
Empresa. A PT Portugal não comenta esta informação.
A proposta da PT chegou na sexta-feira e Jorge Félix admite que deverá ter bom acolhimento da parte
dos sindicatos. “Não havendo
grandes melhorias, também não é
uma proposta que seja gravosa
para os direitos e garantias dos trabalhadores”, comenta o presidente
do STPT. Obtendo luz verde dos
sindicatos, o novo Contrato Coletivo de Empresa entra em vigor já a
partir de 1 de agosto. Posta de parte ficou o aumento de 3,5% nos salários dos mais de nove mil trabalhadores pretendido pelos sindicatos, mas que a Altice sempre
mostrou resistência invocando o
momento da empresa.
Da proposta da PT constam ainda incentivos aos trabalhadores
perto da situação de reforma (65 ou
mais anos): dobrar o valor do prémio atribuído para a aposentação.
Medida que deverá beneficiar “algumas dezenas de pessoas”, diz Jorge Félix. Outras das medidas propostas pela dona do Meo passa
pelo compromisso de haver cerca
de 200 movimentações de carreira
no próximo trimestre. Ou seja, a
empresa admite a possibilidade de
realizar cerca de cem progressões
de carreira (dependentes da capacidade financeira da empresa e do
desempenho do trabalhador), assim como cerca de 50 promoções,
dependentes da abertura de vagas,
de acordo com as necessidades da
operadora.
Outro tema que sofreu mexidas
foram os valores das ajudas de custo. Estas passam a ser atribuídas
quando o trabalhador se desloca a
20 quilómetros do local de trabalho
e não a 30 como tinha sido proposto, passando a ser de 8,15 a 10 euros (sem descontos); 10 a 12,50 euros com fatura.
ANA MARCELA
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
PUBLICIDADE
Damos valor a quem
trabalha para inovar
A NOS, o Dinheiro Vivo e a TSF juntaram-se, uma vez mais,
para distinguir 30 empresas ou instituições pela importância
do seu papel no crescimento da economia portuguesa.
Se desenvolveu projetos inovadores na área do turismo,
que tenham contribuído para o crescimento da sua empresa,
região ou setor, faça como nós e aposte no futuro.
Este ano, pode ser o seu projeto a vencer.
Inscreva-o já em premioinovacaonos.pt
19
20
SOCIEDADE
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
PAULO ALEXANDRINO / GLOBAL IMAGENS
Contactado pelo DN, o presidente da Junta de Freguesia de Belém, o
social-democrata Fernando Ribeiro Rosa sublinha não ter conhecimento oficial de qualquer projeto
para a Praça do Império, situação
que diz estranhar: “Acho estranho
que isto vá a reunião da Câmara
sem que previamente tenham tido
a gentileza de me ter dito.” O assessor de José Sá Fernandes remeteu
declarações do vereador para depois da reunião de Câmara, sublinhando que o que está agora em
cima da mesa é o relatório do júri e
não ainda uma decisão da Câmara.
Jardim nasceu em 1940 para celebrar o “mundo português”
MEMÓRIA Foi em 1940 que o Jardim da Praça do Império foi construído em
Lisboa, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, quando se realizou a Grande Exposição
do Mundo Português, evento comemorativo dos 800 anos da Independência
de Portugal e dos 300 anos da Restauração da Independência. A área, de
2,7 hectares, era então uma praia lisboeta, conhecida como “praia do Restelo”.
No jardim estão em arranjos florais 30 brasões, que incluem os distritos portugueses e as antigas províncias ultramarinas. Tem ainda dois escudos, o da
Ordem de Avis e o da Ordem de Cristo. Existe ainda um relógio de sol.
Brasões da Praça do Império
substituídos por relva
Lisboa. Projeto vencedor do concurso de ideias para o jardim de Belém não integra os
arranjos florais que representam as capitais de distrito e as antigas províncias ultramarinas
SUSETE FRANCISCO
Os 30 brasões florais que representam as armas das cidades capitais
de distrito do país, bem como das
antigas províncias ultramarinas, no
Jardim da Praça do Império, desaparecem para dar lugar a um espaço relvado. Esta é a solução que
consta do projeto que mereceu a
preferência do júri do concurso de
ideias lançado pela Câmara de Lisboa para a requalificação do jardim
de Belém. A escolha vai amanhã a
debate na reunião da autarquia,
para ratificação da decisão do júri,
que definiu um vencedor, e um segundo e terceiro classificados.
A ser acolhida pelo executivo camarário, como é expectável, a proposta vencedora promete relançar
a polémica de há dois anos, quan-
do foi conhecida a intenção da autarquia de acabar com os brasões
evocativos das antigas colónias.
“Não faz sentido estarmos a gastar
dinheiro a recuperar símbolos que
já não existem”, afirmou então o vereador da Estrutura Verde. Nu m
comunicado emitido nessa altura,
o gabinete de José Sá Fernandes garantia que a autarquia não iria despender “recursos financeiros a recuperar os brasões criados pelo Estado Novo das antigas colónias
portuguesas e que há muito não
existem, nem sequer como arranjos florais no local”.
O CDS questionou então António Costa sobre o tema. O gabinete
do então presidente da câmara respondeu dizendo que o autarca tinha ficado “surpreendido” com as
notícias s sobre o projeto para o jardim, e remetendo o assunto para
reunião do executivo camarário.
Foi nesta sede que foi posteriormente decidido o lançamento de
um concurso de ideias para a requalificação do jardim.
Em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, o Jardim da Praça do Império (que se integra na zona de proteção do monumento, que é Património Mundial reconhecido pela
UNESCO) desenha-se, em forma
quadrangular, em torno da Fonte
Monumental. É à volta desta que
surge o friso de brasões , três dezenas representando as 18 províncias
portuguesas, e as ex-colónias, a que
se juntaram ainda as cruzes de Cristo e Avis. Há ainda um escudo nacional, também feito com buxo e
flores, que se mantém no projeto
que mereceu a escolha do júri. Com
três hectares, o jardim há anos que
mostra sinais de degradação.
CRONOLOGIA
ANÚNCIO
› Em agosto de 2014, a
Câmara de Lisboa anuncia que
tenciona desmantelar os brasões em arranjos florais do
Jardim da Praça do Império.
A justificação é que “estão ultrapassados”. Houve logo contestação de cidadãos e de partidos da oposição.
CONCURSO
› As críticas levaram o vereador José Sá Fernandes a lançar um concurso de ideias para
o jardim, só em finais de 2015.
DECISÃO
› Câmara reúne para aprovar
amanhã o projeto vencedor.
“Enorme preconceito ideológico”
Tal como sucedeu na altura, e agora face à perspetiva de acabar de
vez com os brasões florais, a decisão tem críticas garantidas entre a
oposição. João Gonçalves Pereira,
vereador do CDS na autarquia, fala
num verdadeiro “apagão” dos brasões , num “claro desrespeito pela
História de Portugal”, que revela
um “enorme preconceito ideológico”. O autarca democrata-cristão
questiona mesmo se a Câmara
“não quererá mudar o nome da
própria praça”, já que “de império
ficará apenas com o nome”.
João Gonçalves Pereira diz ter
dado o “benefício da dúvida” ao
concurso de ideias lançado pela edilidade porque em causa deveria estar apenas o “enquadramento paisagístico” do jardim. Foi isso, afirma,
que disse António Costa. “António
Costa disse na altura que se devia
tentar encontrar uma solução mais
barata porque a manutenção do jardim era muito dispendiosa”, mas
salvaguardando a componente histórica do jardim. “Pelos vistos, dois
anos depois teremos um apagão da
história e um apagão do que António Costa disse”, aponta João Gonçalves Pereira, garantindo que o
CDS vai votar contra a decisão do
júri e o projeto eleito vencedor.
O “fim da mosaicocultura”
Para o PCP o problema não é exatamente o desaparecimento dos
brasões, mas da arte que eles prepresentam. “O projeto vencedor
faz tábua rasa da mosaicocultura”,
diz o vereador Carlos Moura, que
cita o que diz ser “uma frase muito
interessante” que consta da proposta: “Um processo de rega duas
vezes por ano. Se for um prado de
sequeiro, com certeza”. “Vamos votar contra. Isto vem ao arrepio
completo da proposta que tínhamos apresentado “, garante o vereador comunista, considerando
que a aprovação deste projeto ditará “o fim do caminho” da mosaicocultura, em Lisboa, dado que se
perderão os conhecimentos para o
exercício desta actividade entre os
jardineiros que trabalham na Câmara. Carlos Moura diz mesmo
que este novo figurino deixa em
aberto a possibilidade o “serviço de
manutenção do jardim da Praça do
Império vir a ser externalizado”.
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
SOCIEDADE
21
PUB
De todas diferentes a (quase)
iguais. Esplanadas da Baixa
em preto, branco ou cinza
PROJETO. Espaços exteriores no centro histórico vão ter novas regras, com o objetivo de criar
uma identidade visual. Vêm aí cores sóbrias, mesas iguais, cinco modelos de cadeiras
Um dos aspetos estruturantes
as possibilidades de uso e a versatilidade da comunicação gráfica”. Os do projeto é a aposta nas esplanaequipamentos de caráter fixo (tol- das junto às fachadas dos edifícios,
As esplanadas da Baixa lisboeta vão dos, corta-ventos e menus) passam deixando libertos os eixos centrais
deixar de ser à escolha do... comer- a cingir-se a estas três cores. Às das vias(pedonais) para a circulaciante – das formas às cores, a par- quais se somam outras quatro ção dos peões. É o caso da Rua Autir de agora os espaços exteriores de (azuis e verdes também bastante gusta, para onde o projeto de Pedro
restauração, no centro histórico da sóbrios) que poderão ser utilizadas Sottomayor prevê a deslocação das
cidade, vão obedecer a regras aper- em equipamentos mais móveis, esplanadas – atualmente a ocupar
tadas. Mobiliário urbano em bran- como mesas, cadeiras ou toalhas. o centro da via – para as laterais.
co, preto ou cinza ou mesas com o O objetivo, referem os autores da Mas esta é uma proposta que não
mesmo design são duas das impo- proposta, passa por criar uma vai fazer vencimento. “O plano da
“identidade da área, na sua totali- Baixa pombalina prevê esplanadas
sições que se avizinham.
A Junta de Freguesia de Santa dade”, mas também deixar espaço no eixo central”, diz ao DN Miguel
Coelho, presidente da
Maria Maior revelou ontem o pro- à “identidade de cada
Junta de Freguesia
jeto vencedor para a definição de um dos estabelecide Santa Maria Maior,
um layout para as esplanadas da mentos, na sua indiEsplanadas da
sublinhando que esta
vidualidade”.
Baixa pombalina.
Rua Augusta
é uma proposta “que
As mesas serão de
A proposta vencedora, da autovai ter de ser aderia do designer Pedro Sottomayor, “modelo único”, mas
vão continuar
quada” à realidade no
em conjunto com a CANRAN Ar- com possibilidade de
no eixo central
terreno.
quitetura e a White Studio, diz cores diferentes (denO autarca sublinha
apostar na coerência da imagem, tro das sete permitique os autores do
sem fechar a porta à diversidade das). Já no que se redos espaços exteriores. Mas com fere às cadeiras serão permitidos projeto vencedor vão agora assiregras claras: o projeto define os cinco modelos diferentes, três nar um contrato com a Junta, para
equipamentos permitidos nas es- “considerados clássicos”, mais dois assessorar a implementação do
planadas e não autoriza mais que diferenciados, podendo também projeto no terreno. O que poderá
levar a algumas alterações, até
o essencial – mesas, cadeiras, tol- ser com cores diferentes.
Os menus de pavimento, de pa- porque o objetivo é avançar com
dos, corta-ventos, e o suporte de
menu. Eventualmente aquecedo- rede, e até mesmo os de mesa, pas- estas mudanças com o maior
res, de fachada ou de pavimento. sam a ter regras uniformes, que acordo possível por parte dos coabarcam também o tipo de letra a merciantes. “Vamos trabalhar tenNada mais.
As cores são as da calçada portu- utilizar. As toalhas de mesa podem do em conta a realidade específica
guesa – o preto e o branco, a que se ter cores neutras ou padrões evo- do território, é com essa realidade
que iremos trabalhar para enconacrescenta o cinza, para “ampliar cativos da calçada.
trar as soluções finais”, sublinha
Miguel Coelho.
O autarca também não estabelece prazos para a mudança nas esplanadas do centro histórico de
Lisboa – que obrigarão os proprietários dos estabelecimentos a um
investimento no novo mobiliário.
A ocupação do espaço público
obriga a uma renovação anual da
licença, pelo que este poderá ser
um mecanismo a utilizar. Mas o
autarca prefere falar em “prazos razoáveis” para que os abrangidos
avancem de livre vontade com as
alterações.
“O que todos desejamos é que a
Baixa melhore. Até agora tem havido grande entusiasmo” em torno
da necessidade de melhorar a utilização do espaço público, garante
o autarca.
Fica assim concluído o concurso (por convite) lançado pela Junta de Freguesia em parceria com o
MUDE. A responsável do Museu
do Design e da Moda, Bárbara
Coutinho, presidiu ao júri que avaSimulação da Rua dos Correeiros com novas regras nas esplanadsas liou o projeto.
SUSETE FRANCISCO
22
SOCIEDADE
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Jovem de 17 anos
ataca passageiros
com machado
ALEMANHA Um jovem de 17 anos,
EPA/KARL-JOSEF HILDENBRAND
de nacionalidade afegã, armado
com um machado e uma faca,
lançou o pânico num comboio em
Würzburg, no Sul da Alemanha,
ontem à noite. Segundo relatos
dos meios de comunicação alemães, o homem terá entrado
muito agitado e de rompante no
comboio, começando a atacar os
passageiros. A polícia alemã confirmou três feridos graves e um ligeiro, além de 14 pessoas em estado de choque. O atacante foi
atingido pela polícia quando fugia
e acabou por morrer, confirmou o
porta-voz do Ministério do
Interior da Baviera. Por conhecer
estavam, à hora de fecho desta
edição, as motivações do agressor e se o ataque foi um episódio
isolado. Apesar disso, a operação
policial foi de larga escala e com
recurso a um helicóptero, tendo
a linha de comboio entre
Würzburg-Heidingsfeld e
Ochsenfurt sido fechada.
Malas da pele... de Alexander
McQueen. Há pedido de patente
numa coleção de 1992, que intitulou Jack the Ripper Stalks His Victims, o que traduzido à letra é algo
como Jack o Espripador Persegue
as Suas Vítimas. E, como contou à
Quartz, Tina Gorjanc já obteve a
permissão dos atuais proprietários
dessa coleção, cuja identidade não
quis revelar, para recolher esse material.
Insólito. Finalista de design quer produzir em laboratório pele do falecido gigante da moda
Vários tons de bronzeado
Se houver resposta positiva ao pedido de patente, o resto são técnicas laboratoriais hoje bastante rotinadas. Trata-se de retirar o ADN
de um ou mais fios de cabelo do designer de moda falecido há seis
anos, multiplicá-lo em laboratório
e depois induzir a produção das células de pele para cultivar aquele
tecido em laboratório.
Manipulando os genes que controlam a produção de melanina –
que, se estimulada pelo sol, por
exemplo, dá o tom bronzeado típico à pele – torna-se ainda possível
obter diferentes tons para os casacos e malas McQueen... além, claro, das réplicas das suas tatuagens.
Tina Gorjanc diz já ter sido contactada por potenciais compradores mas ela garante que se a ideia
for por diante nenhum desses artigos será comercializado. O Pure
Human, argumenta a jovem, é um
projeto demonstrativo e, por isso,
no final, tenciona fazer apenas
uma exposição.
Na página do projeto, para mostrar o quanto já avançou na ideia,
Tina Gorjanc mostra casacos e malas feitas com pele de porco, obtida
com as tais técnicas laboratoriais.
Poderão não ser malas de sonho,
mas que dá que pensar, dá.
com o ADN dos seus cabelos. Objetivo, diz ela, é mostrar lacunas na lei que permitem tais ideias
FILOMENA NAVES
Nada foi banal na vida do designer
de moda britânico Alexander
McQueen, que vestiu líderes como
Mikhail Gorbachev e desenhou alguns dos mais arrojados fatos com
que David Bowie subiu aos palcos.
Preso num ciclo de depressões e relações atormentadas, McQueen
acabou por soçobrar ao desgosto
da morte da mãe e suicidou-se, em
2010, aos 40 anos, na véspera do funeral dela. Agora, Tina Gorjanc,
uma jovem finalista da célebre escola de moda e alta-costura Central
Saint Martins, a mesma que
McQueen frequentou, pretende
ressuscitar não só a sua memória
mas, sobretudo, a sua pele.
Sim, pele. A pele a sério de Alexander McQueen, que ela pretende produzir e cultivar em laboratório a partir do ADN (informação genética) do designer de moda morto
há seis anos, para depois fazer com
ela casacos e malas (de pele), que
terão inclusivamente algumas
tatuagens à imagem das que
McQueen tinha no corpo.
Insólito? Sem dúvida. E também
controverso e eticamente duvidoso. Mas, sublinha a jovem finalista de moda na página do
seu projeto Pure Human
(http://dropr.com/tina_gorjanc/102660/pure_human/+?p=1309216), é justamente
para isso que ela pretende chamar
a atenção do mundo.
Um pedido de patente
É claro que, antes de mais nada, é
sobre si própria que Tina Gorjanc
faz incidir os holofotes, o que não
deixará de lhe granjear projeção,
ainda para mais numa altura em
que é finalista e está prestes a sair
da escola para o mercado de trabalho.
Seja como for, Tina Gorjanc justifica a sua ideia, sublinhando que
“Pure Human foi concebido como
um projeto crítico, que pretende
pôr em evidência as deficiências
que existem na proteção da informação biológica e, assim, imprimir
um novo fôlego a este debate,
usando para isso as estruturas legais que estão ao alcance de qualquer cidadão”.
Alexander McQueen deixou a
sua inconfundível marca
rebelde no mundo da moda
E o que está ao alcance de qualquer um, nesta matéria, é já bastante, como demonstra Tina Gorjanc, que em maio fez um pedido
de patente sobre tecidos produzidos em laboratório a partir de material genético obtido de fontes
mortas (como cabelos, unhas, etc.)
relativo a materiais específicos de
Alexander McQueen. Não é possível fazer um pedido de patente do
material genético em si, mas a fórmula “materiais produzidos em laboratório a partir de ADN” poderá
ser a chave para abrir uma porta no
mínimo controversa como a própria designer assinala. “Se uma estudante como eu pode dar entrada
de um pedido de patente sobre material biológico produzido a partir
de outro extraído da informação
genética de Alexander McQueen,
uma vez que nada na lei mo impediu, pode-se imaginar o que as
grandes corporações com grandes
investimentos poderão fazer no futuro”, comentou ela, citada no site
de informação online Vocativ.
Além daquela patente, a futura
designer de moda fez ainda um outro pedido, mas esse generalista, ou
seja, relativo a quaisquer materiais
biológicos produzidos em laboratório a partir de fragmentos de
ADN.
Tina ainda não recebeu resposta relativa ao seu pedido, mas se ela
for positiva, como a finalista de design de moda espera, ela passará a
ter acesso a material biológico produzido a partir da fonte original de
material genético de McQueen,
que são os seus cabelos. Como? A
resposta é simples, Alexander
McQueen, ao que tudo indica,
usou os seus próprios cabelos
SERVIÇOS
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
SORTE
27
PREVISÃO DO TEMPO
FARMÁCIAS
Lotaria Clássica
Extração de 18 de julho de 2016
— 29º centenário do primeiro voo
militar em Portugal
170
1º prémio 19 805
2º 03 957
3º 33 880
Totoloto
Sorteio de 16 de julho de 2016
Sorteio 57/16
4-13-23-28-46
Número da sorte: 8
1º prémio
0
(a)
2º
0
(b)
3º
176
284,04€
4º
6 784
4,09 €
5º
91 747
1,81 €
Nº sorte
117 272 Reembolso da aposta
(a) Previsão 1º prémio com jackpot 2 600 000,00 €
(b) Nos termos do Regulamento, o montante do 2º
prémio acumulou com o montante do 3º prémio
170 350
Portugal continental
Madeira e Açores
Vila Real
190 330
Porto
17
0
14 22
0
0
AÇORES
Penhas
Douradas
Ponta
Delgada
190 320
190 240
230
Coimbra
160 300
Castelo
Branco
Leiria
140 280
200 370
Portalegre
20 36
0
18
0
180 310
Setúbal
Évora
140 320
MADEIRA
170 390
Beja
190 250
(a)
50 000,00 €
5 000,00 €
500,00 €
50,00 €
5,00 €
600 000,00 €
Lotaria Clássica
Extração de 11 de julho de 2016
28ª – Dia Mundial da População
1º prémio
32110
60 000,00 €
2º
45189
6 000,00 €
3º
13312
3 000,00 €
Sequências de quatro algarismos:
1153 - 5777 - 2753 - 4683 - 2748 - 7089 - 2132 - 6201 7263 - 5696 - 6348 - 6579 - 2975 - 3765 - 9280 6686 - 1994 - 1864 - 7878 - 2940
Sequências de três algarismos:
151 - 606 - 832 - 099 - 408
Lotaria Popular
Extração de 14 de julho de 2016
28ª – Lontra-Europeia
1º prémio
89912
5 000,00 €
2º
79530
2 000,00€
3º
50269
1 500,00 €
4º
99238
1 000,00 €
Série sorteada: 1.ª
Sequências de 2 algarismos sorteadas: 33-20
200 390
Funchal
Sorteio 29/16
Totobola Extra
Concurso de 22 de junho de 2016
Sorteio 24/16
X1X11X2X21222
Super 14. Hungria - Portugal
M:M
Super 14
0
(a)
1º prémio
0
(b)
2º
0
(c)
3º
2
5 103,30 €
(a) Previsão do acumulado para Super 14 22 940,16 €
(b) Nos termos do Regulamento, o montante do Super
14 e do 1º prémio acresce ao Super 14 do segundo concurso subsequente, no valor de 12 733,55 euros.
(c) Nos termos do Regulamento o montante do 2º
Prémio acumulou com o montante do 3º Prémio.
0
Lisboa
170
Totobola
Concurso de 17 de julho de 2016
Sorteio 29/16
12X XX1 1X1 2X1X
Super 14. Internacional - Palmeiras
0: 1
Super 14
0
(a)
1º prémio
0
(b)
2º
2
4107,48 €
3º
9
912,77€
(a) Previsão 1º prémio com jackpot
23 000,00 €
(b) Nos termos do Regulamentos, o montante do 1º prémio acresce ao montante do Super 14 do concurso normal imediatamente seguinte
Estas informações não dispensam
a consulta da lista oficial
Bragança
130 210
Euromilhões
Sorteio de 15 de julho de 2016
Sorteio 57/16
2-11-13-14-21
Estrelas: 1-8
1º prémio
0
(a)
2º
10 (0 em Portugal)
133 037,29 €
3º
18 (1 em Portugal)
24 636,53 €
4º
83 (5 em Portugal)
2 671,43 €
5º
1372 (235 em Portugal)
141,40 €
6º
2 825
68,67 €
7º
2 753
50,33 €
8º
36 350
17,53 €
9º
55 624
10,96 €
10º
114 885
8,92 €
11º
171 840
10,48 €
12º
701 192
6,95 €
13º
1 458 141
3,42 €
(a) Previsão 1º prémio com jackpot 45 000 000,00 €
Joker
Sorteio de 17 de julho de 2016
6948536
1º prémio
0
2º
1
3º
12
4º
59
5º
508
6º
5293
(a) Previsão 1º prémio com jackpot
Viana
do Castelo
Sagres
180
Faro
180 290
23
0
Sol
06.30
OCASO
20.58
Leixões
Marés
Lua
NASCER
220 330
Lua cheia
(quarto
minguante,
dia 27
Lisboa
Faro
PREIA-MAR
03.18 15.34 03.39 15.58 02.56 15.16
BAIXA-MAR
09.20 21.47 09.25 21.52 08.46 21.14
CÉU LIMPO
NUBLADO
AGUACEIROS
TROVOADA
NEVOEIRO
POUCO NUBLADO
MUITO NUBLADO
CHUVA
NEVE
TEMP. DA ÁGUA
AMANHÃ
5ª-FEIRA
6ª-FEIRA
SÁBADO
DOMINGO
Porto
Porto
Porto
Porto
Porto
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Faro
Faro
Faro
Faro
Faro
Oslo
Estocolmo
Europa
130 240
110 230
Copenhaga
Amesterdão
19 29
0
150 220
0
Berlim
Dublin
170 250
Varsóvia
140 260
Londres
110 220
22 32
0
0
✣ LISBOA ALVALADE
BELO Av. de Roma, 53-D
NOSSA SENHORA DE
FÁTIMA FÁTIMA Av. 5 de
Outubro, 147-A SANTA
MARIA DOS OLIVAIS
EXPOSUL Alameda dos
Oceanos, Lote 2.06.05, Loja 7
SÃO JOÃO DE DEUS
GARANTIA Av. Padre Manuel
da Nobrega, 5-A SÃO
MAMEDE BRITÂNICA
Travessa da Légua da Póvoa,
5-B
✣ ARREDORES DE LISBOA
AGUALVA-CACÉM
CENTRAL R. Elias Garcia, 35
ALENQUER (TRIANA)
NOBRE RITO R. Triana, 124
ALVERCA DO RIBATEJO
RAPOSO R. Ivone Silva, N.º 1
CARCAVELOS VILAR Av.
Maria da Conceição, 49-A
CASCAIS D'ALDEIA R.
Chesol, Lte. 6 FALAGUEIRA
GIRASSOL R. Elias Garcia, 17C FORTE DA CASA DO
FORTE R. Padre Américo, N.º
33 LOURES SÁLVIA R.
República, 29 MAFRA
MEDEIROS R. José Elias
Garcia, 19 MINA CENTRAL
Av. Cardoso Lopes, 25
MONTE ABRAÃO
VASCONCELOS Praceta
Henrique Pousão, 10, Lj Esq
ODIVELAS TANARA
Odivelas Parque Lj 1.048 Estrada de Paiã - Casal do
Troca PAÇO DE ARCOS
NOVA R. Bernardino Ribeiro,
1-A PÓVOA DE SANTO
ADRIÃO SERRA Largo Major
Rosa Bastos, 22 PRIOR
VELHO MATOS R.
Moçambique, N.º 87-C e D
VILA FRANCA DE XIRA
CÉSAR Praça Afonso de
Albuquerque, 7-9
✣ ALENTEJO BEJA
FONSECA R. Sousa Porto, 11
ELVAS LUX Praça 25 de
Abril, 15 ESTREMOZ COSTA
Largo Combatentes Grande
Guerra, 21 ÉVORA REBOCHO
PAIS R. João de Deus, 67-69
MONTEMOR-O-NOVO
FREITAS R. Dr. Miguel
Bombarda, 56 PONTE DE
SOR CRUZ BUCHO R. Vaz
Monteiro, 45 PORTALEGRE
NOVA R. 5 de Outubro, 106
VENDAS NOVAS NOVA Av.
General Craveiro Lopes, 25-A
Luxemburgo
Paris
160 300
Viena
220 340
160 280
Belgrado
160 250
Roma
Madrid
240 400
210 360
Atenas
250 330
✣ CASTELO BRANCO
CASTELO BRANCO NUNO
ÁLVARES Av. 1 de Maio, 83
COVILHÃ MENDES R.
Comendador Campos Melo,
37
✣ COIMBRA ARGANIL
MODERNA R. Oliveira Matos,
17-23 COIMBRA OLIVAIS R.
Bernardo de Albuquerque,
141 · PAIVA R. Luís A. Duarte
Santos, 16 FIGUEIRA DA
FOZ SAÚDE C. Comercial
Atlântico, Rot. Limonete, Lj. 7
✣ ALGARVE ALBUFEIRA
SANTOS PINTO Urb. Quinta
da Bela Vista, Lt.E,Lj.4-5
LAGOS SILVA R. 25 de Abril,
9 LOULÉ AVENIDA Av. José
C. Mealha, 109-A PORTIMÃO
ARADE Largo Gil Eanes,
Edifício Gil Eanes, Lt B - R/C D
VILA REAL DE SANTO
ANTÓNIO CARRILHO Praça
Marquês de Pombal, 1
✣ LEIRIA ALCOBAÇA
BELLO MARQUES R.
Alexandre Herculano, 23
CALDAS DA RAINHA
PERDIGÃO R. Dr. Augusto
Saudade e Silva, 15 PENICHE
CENTRAL R. José Estevão, 16
R/Ch POMBAL VILHENA R.
do Louriçal, 1
✣ SANTARÉM ABRANTES
SILVA TAVARES R. do
Comércio, 56 SANTARÉM
OLIVEIRA R. do Colégio
Militar, 1 TOMAR CENTRAL
R. Marquês de Pombal, 18
TORRES NOVAS PALMEIRA
Largo da Palmeira, 32 - Lugar
da Meia Via
✣ SETÚBAL ALCÁCER DO
SAL ALCACERENSE R.
Marquês de Pombal, 35
ALMADA PRAGAL R. Direita,
6-D · SILVA JÚNIOR Av. 25 de
Abril, 9 BARREIRO SANTO
ANDRÉ R. Quinta dos Arcos,
6-A MOITA UNIÃO
MOITENSE Av. Teófilo Braga,
1 MONTIJO DIOGO
MARQUES R. Almirante
Cândido dos Reis, 50
SANTIAGO DO CACÉM
CORTE REAL R. Dr. Manuel
António Costa, 16 SEIXAL
GODINHO Largo da Igreja, 51
SETÚBAL HIGIENE Praça
Teófilo Braga, N.º 10 ·
SANTIAGO Estrada da
Palmela, 59-A
✣ PORTO BONFIM ALÍRIO
DE BARROS SUC. R. Costa
Cabral, 240 · CAMEIRA R. do
Heroísmo, 90
✣ ARREDORES DO PORTO
GONDOMAR MAGALHÃES
R. São Pedro, 904 MAIA
GEMUNDE R. Igreja, 1002
MARCO DE CANAVESES
CABANELAS Av. Futebol
Clube Marco, 755, Lj 7/8
MATOSINHOS PEDRA
VERDE R. Mainça, 89 PAÇOS
DE FERREIRA DA MATA
REAL R. Ponte Real, 108-112
PAREDES CENTRAL DE
REBORDOSA Av. Engenheiro
Adelino Amaro da Costa, 24 ·
LUSA Av. Dr. Francisco Sá
Carneiro, Fr Ad, 287
PENAFIEL MIRANDA R. Dr.
Joaquim Cotta, 51 PÓVOA
DE VARZIM MODERNA Av.
25 de Abril, 111 SANTO
TIRSO FERNANDES
MACHADO R. Sousa Trepa,
18 VALONGO BESSA R. São
João do Sobrado, 4008 VILA
DO CONDE RAMOS R.
Mouzinho de Albuquerque,
459 VILA NOVA DE GAIA
CENTRAL R. Álvares Cabral,
137 · GAIA JARDIM ·
IBÉRICA R. Boavista, 187
✣ AVEIRO ÁGUEDA
AMARAL R. Ferraz Macedo,
33 AVEIRO AVEIRENSE R.
Coimbra, 13 OLIVEIRA DE
AZEMÉIS FALCÃO Praça
José da Costa, 4 OVAR LAMY
R. Elias Garcia, 2 SÃO JOÃO
DA MADEIRA LARANJEIRA
R. Oliveira Júnior, 64
✣ BRAGA BARCELOS
CENTRAL R. Bom Jesus da
Cruz, Fracção A, 1º Andar
Fracções B e C, 24 R/C
BRAGA MARTINS Av.
Central, 72 · PIMENTEL R.
Prof. Dr. Elísio de Moura, 157
FAFE FERREIRA LEITE Av.
Visconde Moreira de Rei
GUIMARÃES PAULA
MARTINS R. Teixeira
Pascoais, 71-B VILA NOVA
DE FAMALICÃO NOGUEIRA
Av. Mar. Humberto Delgado,
87 VILA VERDE MEDEIROS
Praça 5 de Outubro, 78
✣ BRAGANÇA BRAGANÇA
CENTRAL R. Farmácia, 23
MACEDO DE CAVALEIROS
MODERNA R. Dr. Luís Olaio,
15-A MIRANDELA
BRAGANÇA R. Alexandre
Herculano, 66
✣ GUARDA GUARDA PAES
FERNANDES R. Duque de
Bragança, 2-B R/C
✣ VIANA DO CASTELO
PONTE DE LIMA DA
MISERICÓRDIA Largo da
Matriz VIANA DO CASTELO
CENTRAL R. Manuel
Espregueira, 120
✣ VILA REAL CHAVES
BARROSO Cinochaves Edifício América, Loja 3 VILA
REAL PORTUGAL Rotunda
do Nervir, Entrada B, 5
✣ VISEU LAMEGO
SENHORA DOS REMÉDIOS R.
Almacave, 150 TONDELA
TOMÁS RIBEIRO R. José
Bernardo da Silva, 1
28
MUNDO
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Melania abre
convenção
e Ted Cruz
lidera último
desafio a Trump
EUA. Milionário aposta na família para dar
imagem de um homem duro em tempos difíceis. No exterior, os protestos multiplicam-se
pelo menos): o de apresentar Trump
como o líder duro de que os EUA
precisam em tempos difíceis.
Já subordinado ao tema “Tornar
Só estava previsto discursar na
quinta-feira, para a apoteótica con- a América segura outra vez”, o prifirmação como nomeado republi- meiro dia ficou marcado pela morcano às presidenciais de 8 de no- te de três polícias, abatidos no dovembro nos EUA, mas Donald mingo por um ex-marine em Baton
Trump decidiu subir ao palco logo Rouge, na Louisiana (ver texto).
ontem, no primeiro dia da conven- Além de sublinharem a capacidade
ção do partido, em Cleveland, no de Trump para acalmar as tensões
Ohio. Tudo para apresentar a mu- raciais decorrentes das mortes de
lher, Melania, uma das oradoras de vários jovens negros por polícias
um encontro que ainda verá vários brancos nas últimas semanas, os váTrump atrás dos microfones: Eric, rios oradores tinham como missão
Tiffany e por fim Ivanka, a adorada mostrar o milionário como o hofilha do milionário que encerrará o mem certo para acabar com a
ameaça do Estado Islâmico. O gruencontro na quinta-feira.
Pelo meio, tudo pode acontecer. po, que controla um vasto território
A começar por ainda haver uma re- na Síria e no Iraque, reivindicou este
volta contra Trump. Ontem, a Fox fim de semana o ataque que fez 84
News dava conta de uma rebelião mortos no dia 14 na cidade francede delegados que se opõem a que o sa de Nice, mas também inspirou o
magnata do imobiliário e que, lide- atirador que matou 49 pessoas
numa discoteca gay
rados pelo senador
de Orlando, na FloriTed Cruz, seu antigo
da, a 12 de junho.
rival na corrida à noHá 2000 polícias
“O nosso país está
meação, estariam a
destacados para
totalmente dividido e
preparar um último
os nossos inimigos esesforço para o travar. É
garantir a
tão a ver. Não estamos
verdade que isso difisegurança
a passar uma boa imacilmente acontecerá,
gem, não parecemos
ou não tivesse Trump
espertos, não parecehá muito garantido o
apoio dos 1237 delegados de que mos fortes”, escreveu Trump no
precisa para obter a nomeação. Mas Twitter antes do encontro.
Em Cleveland são também de
segundo a Fox, a ideia será perturbar os trabalhos, com algumas cen- notar as ausências, com grandes fitenas de delegados a poder deixar guras do Partido Republicano a reCleveland depois do discurso de cusar participar na convenção que
vai confirmar Trump. Do ex-presiCruz previsto para amanhã.
A abertura da convenção ficou a dente George W. Bush ao seu ircargo do presidente do Partido Re- mão, Jeb, rival de Trump na corripublicano, Reince Priebus, logo de- da republicana, passando pelos
pois de os delegados terem cantado ex-candidatos presidenciais Mitt
Romney e John McCain, muitos reo hino e prestado juramento.
Nos próximos dias, os vários ora- publicanos preferiram distandores irão desfilar pelo palco com ciar-se do homem que, se for eleium objetivo comum (à maior parte, to presidente, promete construir
HELENA TECEDEIRO
Cantado o hino e prestado
o juramento, Reince Priebus,
o presidente do Partido
Republicano, declarou aberta a
convenção em Cleveland, Ohio
um muro na fronteira com o México para travar a entrada de imigrantes ilegais (aos quais chamou
“violadores e traficantes”), banir os
muçulmanos de entrarem nos
EUA ou ilegalizar o aborto.
Contando com os 2472 delegados e os mais de 15 mil jornalistas
acreditados, Cleveland espera receber estes dias mais de 50 mil pessoas. Muitos serão manifestantes,
vindo protestar contra as ideias de
Trump para a América. Um verdadeiro quebra-cabeças para a segurança, até porque a lei permite o uso
de armas junto à Quicken Loans
Arena, onde decorre a convenção.
Além dos já habituais confrontos
entre pró e anti-Trump, as autoridades estão preocupadas com os ativistas dos Panteras Negras, supremacistas negros vindos protestar
contra a violência policial sobre os
afro-americanos. Ao todo são mais
de meia centena as manifestações
previstas para os 4,5 km2 que ocupa
a Baixa de Cleveland. Para garantir
que tudo corre bem, estão destacados para o local dois mil polícias.
Hillary na frente
Com os republicanos reunidos em
Cleveland, a democrata Hillary
Clinton continuava ontem em
busca de um candidato a vice-pre-
sidente. Depois de Trump ter escolhido o governador do Indiana,
Mike Pence, para se juntar a ele no
ticket republicano, a ex-primeira-dama terá conseguido reduzir os
candidatos a vice a uma mão-cheia de nomes.
Entre eles estão a senadora do
Massachusetts Elizabeth Warren, o
senador daVirgínia Tim Kaine, o secretário da Agricultura, TomVilsack,
o senador do Ohio Sherrod Brown
ou o senador de New Jersey Cory
Booker. Cabe agora a Hillary decidir
quem será melhor para a ajudar a
unir um partido dividido após meses de luta pela nomeação entre a
ex-secretária de Estado e o senador
Bernie Sanders. Com a sua mensagem antissistema, este não só conquistou os jovens como conseguiu
mobilizar a ala mais à esquerda, que
critica Hillary por há décadas andar
nas mais altas esferas do poder, seja
como primeira-dama, como senadora ou como chefe da diplomacia.
Com uma popularidade que insiste em não descolar, as últimas
sondagens nacionais dão a Hillary
uma curta vantagem de cinco pontos sobre Trump. O estudo da NBC
News/Wall Street Journal dá 46%
das intenções de voto à candidata
democrata, contra 41% para o rival
republicano.
Ex-marine
preparou
emboscada
a polícias
LOUISIANA Gavin tinha 29 ano
e publicara vídeos nas redes
sociais a defender a violência para vingar a morte de
jovens negros por agentes
Gavin Long serviu nos marines durante cinco anos e esteve destacado no Iraque. O afro-americano de
29 anos foi identificado como sendo o autor dos disparos que no domingo resultaram na morte de três
polícias em Baton Rouge, na Louisiana. Segundo a polícia, o veterano, que colocara nas redes sociais
vídeos a defender o uso da violência para vingar as mortes de jovens
negros mortos recentemente por
agentes, planeou o ataque no qual
emboscou as suas vítimas, antes de
ser abatido numa troca de tiros
com as forças da ordem.
As últimas semanas ficaram
marcadas por vários incidentes
mortíferos envolvendo a polícia e
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
MUNDO
MITT ROMNEY
PAUL RYAN
› 69 ANOS
› EX-GOVERNADOR
DO MASSACHUSETTS
› 46 ANOS
› PRESIDENTE DA CÂMARA
DOS REPRESENTANTES
Eis o que sei: Donald Trump é falso, uma
fraude. As suas promessas são tão inúteis
como uma licenciatura na Universidade Trump.
Está a gozar com o povo americano”
As declarações de Donald Trump [a acusar um juiz de não ser justo com ele apenas por ser de origem hispânica] são a prova provada do que é um comentário racista”
› Quando em março se percebeu que
Trump estava a caminho da nomeação,
Romney, que em 2012 perdera as presidenciais para Obama, fez um discurso a arrasá-lo. Chegou a falar-se de Romney para
avançar como terceiro candidato.
› Mesmo depois de Trump já ter os delegados necessários à nomeação, o speaker
continuou a dizer não estar “preparado”
para apoiar o milionário. Acabou por o
fazer, em junho, num artigo de opinião.
As críticas é que não se ficaram por ali.
JEB BUSH
JOHN MCCAIN
LINDSEY GRAHAM
› 63 ANOS
› EX-GOVERNADOR
DA FLORIDA
› 79 ANOS
› SENADOR DO ARIZONA
› 61 ANOS
› SENADOR DA CAROLINA
DO SUL
Não acredito que Donald Trump reflita os
princípios ou o legado do Partido
Republicano. E espero também que não represente o seu futuro”
[Ao dizer que McCain não é um herói de
guerra], Trump abriu a porta aos loucos.
Ele era um grande apoiante democrata. Doou
mais dinheiro aos democratas do que aos republicanos. Teve Hillary Clinton no seu casamento...”
Se dúvidas houvesse de que Donald
Trump não pode ser o nosso Comandante
Supremo, estas declarações estúpidas [sobre
John McCain não ser um herói de guerra] dissiparam-nas.
› Veterano do Vietname, o candidato às
presidenciais de 2008 foi atacado por
Trump. Respondeu. Mas acabou por anunciar que apoia a sua candidatura porque
seria “tonto” ignorar a vontade do partido.
› Um dos maiores críticos de Trump dentro
do Partido Republicano, o senador não
acredita que o milionário seja um “verdadeiro conservador. Não irá votar nele em
novembro nem em Hillary Clinton.
CHRIS CHRISTIE
MARCO RUBIO
TED CRUZ
› 53 ANOS
› GOVERNADOR DE NEW
JERSEY
› 45 ANOS
› SENADOR DA FLORIDA
› 45 ANOS
› SENADOR DO TEXAS
Acabou-se o espetáculo. Não vamos eleger um entertainer. Ser um showman é divertido, mas não é esse o género de liderança
que vai verdadeiramente mudar a América”
Donald Trump tem as mãos pequenas. E já
sabem o que se diz sobre os homens que
têm mãos pequenas... não se pode confiar neles”
Este homem [Trump] é um mentiroso patológico, não sabe a diferença entre a verdade e a mentira. Seja qual for a mentira que
está a dizer, ele acredita . Este homem não tem
qualquer moral”
De fraude a
entertainer: as
críticas de dentro
REPUBLICANOS Uns recusam, garantem
que Trump não tem condições para
ser presidente dos EUA e recusam
votar nele em novembro, outros mudaram de ideias e apoiam-no. Alguns
até vão discursar na convenção que o
deve confirmar como nomeado
› Filho de um presidente, irmão de outro,
Jeb sonhou ser o terceiro Bush na Casa
Branca. Falhou. Desde que saiu da corrida
tem multiplicado as críticas a Trump.
E não irá votar nele em novembro.
Mas em Hillary Clinton também não.
jovens negros. Um deles precisamente em Baton Rouge. Em resposta ao que dizem ser a violência
desproporcionada dos agentes
sobre os afro-americanos, vários
grupos têm organizado protestos.
Um dos mais ativos é o Black Lives
Matter. Foi numa das suas manifestações, em Dallas, que na semana passada um outro ex-militar,
Micah X. Johnson, matou a tiro cinco polícias e feriu outros nove. Um
episódio que fez subir a tensão
racial nos Estados Unidos.
Em declarações ao New York Times,
o sargento J. B. Slaton, da polícia da
Louisiana, explicou que uma investigação preliminar demonstrou
que Gavin Long “emboscou aqueles agentes”. Um quarto polícia, ferido durante o ataque estava ontem internado em estado considerado grave. “Estamos a tentar
determinar quais os seus motivos”,
acrescentou Slaton.
As três vítimas foram identificadas como Montrell Jackson, de 32
anos, Matthew Gerald, de 41, e Brad
Garafola, de 45. Pouco depois do
ataque em Dallas, Jackson escrevera nas redes sociais que sentia os
olhares de ódio que lhe lançavam
quando andava fardado. E deixara
um apelo: “Não deixem o ódio infetar os vossos corações.” H.T.
29
› Nas primárias republicanas, Christie foi
crítico feroz de Trump. Até sair da corrida e
surgir a dar apoio ao milionário. Muitos
viram na viragem uma tentativa de chegar
a vice. Mas Trump escolheu Mike Pence.
› Trump chamava-lhe “o pequeno Marco” e
o senador da Florida foi um dos mais duros
críticos do milionário. Mas tudo mudou
depois de abandonar a corrida. Agora
apoia Trump, arrepende-se dos ataques
pessoais e vai discursar na convenção.
› “Ted, o mentiroso”, como lhe chama
Trump, não poupou o rival republicano.
Apesar de oficialmente não apoiar o milionário, também irá falar na convenção.
CHARLES KOCH
BILL KRISTOL
CARLY FIORINA
› 80 ANOS
› EMPRESÁRIO, FILANTROPO, E
FINANCIADOR REPUBLICANO
› 63 ANOS
› DIRETOR DA REVISTA
WEEKLY STANDARD
› 61 ANOS
› EX-CEO DA HP E
EX-CANDIDATA REPUBLICANA
É possível [que Hillary Clinton seja melhor
candidata presidencial do que Trump].
Para apoiarmos alguns candidatos republicanos
teríamos de acreditar que as suas ações seriam
diferentes da sua retórica”
Nunca poderia votar em Trump, nunca poderia votar em Hillary. O ideal seria encontrar um verdadeiro conservador que se apresentasse como [terceiro] candidato”
[Trump] não está na corrida para ajudar os
pequenos, está na corrida por ele. Nunca
defendi Donald Trump, nunca hei de defender
Donald Trump. Donald Trump tem de ser derrotado nas urnas”
› Um dos maiores financiadores dos republicanos, com o irmão David, Charles Koch
garantiu à Forbes que escolher entre votar
Trump e votar Hillary é como “escolher
entre um cancro e um ataque cardíaco”.
› Fundador da Weekly Standard, Kristol
opôs-se desde o primeiro momento a ter
Trump como candidato republicano à
Casa Branca. O conhecido neoconservador
tem sido muito ativo na procura de um
candidato alternativo ao milionário.
› Única mulher na corrida à nomeação republicana, Fiorina desistiu cedo. Alvo de
duros ataques de Trump, chegou a ser
anunciada como candidata a vice de Ted
Cruz. Não apoia oficialmente Trump.
30
MUNDO
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Ocidente avisa
Ancara sobre
pena de morte
para golpistas
JOGOS SEM FRONTEIRAS
Perseguições
BERNARDO
PIRES
DE LIMA
Investigador
universitário
A
Crise. Regresso da pena máxima seria o fim
ABEL COELHO DE MORAIS
Não há lugar na União Europeia
para a Turquia se o governo de Ancara restabelecer a pena de morte,
que foi abolida em 2004, no quadro
da harmonização com a legislação
europeia e da abertura das negociações para a adesão à UE, que sucedeu no ano seguinte. Esta foi a
mensagem deixada ontem por vários dirigentes europeus e responsáveis políticos americanos depois
de o presidente turco Recep Tayyip
Erdogan e outros governantes terem referido, de forma expressa, a
possibilidade de a pena de morte
ser reintroduzida e aplicada aos autores do golpe falhado da passada
sexta-feira.
“Não há desculpa possível para
eliminar direitos fundamentais e o
Estado de direito, e iremos permanecer muito atentos ao que suceder”, declarou a responsável da
diplomacia europeia, Federica
Mogherini, falando ontem em Bruxelas na reunião dos ministros dos
Negócios Estrangeiros da UE e tendo a seu lado o secretário de Estado
americano, John Kerry. Este reforçou o sentido das declarações da diplomata da UE, indicando que a
Turquia “deve respeitar os elevados
padrões das instituições democráticas no país e do Estado de direito”,
advertindo para medidas que “ultrapassem os limites” na detenção e
CRAVO & FERRADURA
julgamento dos envolvidos no golpe que, segundo os mais recentes
números, causou 232 mortos, dos
quais 208 civis, elementos da polícia
e militares fiéis ao governo, sendo os
restantes 24 elementos ligados à
tentativa de afastarem do poder Erdogan e o seu partido, o AKP.
Na reunião de Bruxelas, em que
esteve pela primeira vez Boris
Johnson, como representante da diplomacia do Reino Unido, foi decidido enviar “um sinal inequívoco”
das preocupações da UE com alguns dos desenvolvimentos desde
a neutralização do golpe.
Alguns desses desenvolvimentos
foram expressamente referidos pelo
comissário europeu para o Alargamento, que acompanha as negociações com a Turquia, o austríaco
Johannes Hahn. “Há listas de pessoas a afastar, o que significam que
já estavam preparadas e prontas a
serem usadas num determinado
momento”, declarou o comissário,
levando o ministro dos Negócios Estrangeiros turco Mevlut Cavusoglu,
na sua conta do Twitter, a considerar “inaceitável” aquele comentário
e sinal de que Hahn “não entende de
todo o que se passa na Turquia”.
O primeiro-ministro Binali Yildirim voltou a insistir para que os
EUA extraditem o clérigo muçulmano Fethullah Gülen, que Ancara acusa de responsabilidade no
golpe. Os EUA pedem provas concretas do envolvimento daquele.
EPA/SEDAT SUNA
das negociações para a adesão turca à UE – é o
alerta deixado por diferentes líderes europeus
Funeral de um polícia morto nos confrontos com os golpistas
Martelando a mesma ideia expressa por Mogherini e Kerry, Angela Merkel manteve ontem uma conversa telefónica com o presidente
turco, em que, segundo uma porta-voz da dirigente alemã citada
pela Reuters, a chanceler disse “ser
incompatível” a pena de morte com
a ambição de Ancara em aderir à
UE. Merkel expressou ainda “séria
preocupação” ao modo como estão
a decorrer as detenções e as suspensões ou despedimentos no aparelho
de Estado turco. Foi ainda pedido a
Erdogan que faça respeitar o “princípio da proporcionalidade e as regras do Estado de direito” na atuação contra os golpistas.
Entrevistado ontem pela CNN,
Erdogan afirmou que aprovaria
uma lei restabelecendo a pena de
morte, se esta fosse aprovada no
Parlamento. Domingo passado, Erdogan, falando em Istambul perante uma multidão que pedia a
reintrodução da pena de morte,
afirmou que, “numa democracia, o
que é pedido pelo povo, deve ser
concretizado”. Até agora, dois dos
três partidos da oposição, o CHP,
republicano laico, e o HDP, esquerda pró-curda, manifestaram-se
contra a pena de morte.
Até ao final do dia de ontem, tinham sido detidas 7543 pessoas,
das quais 6038 militares.
JOSÉ BANDEIRA
s purgas de Erdogan são
não apenas recorrentes
como convergem no seu
objetivo maior: coroar-se rei e
senhor da Turquia na celebração do centenário da República fundada por Atatürk.
Se, em 2023, o aparelho político, empresarial, informativo,
securitário e militar não tiver
mais brechas capazes de
orquestrar golpes amadores
como o de há dias, então Erdogan terá refundado a República à sua imagem. Ficar
surpreendido com o estilo
e a arte desta purga é como
abrir a boca de espanto com o
racismo na América ou as
cavalgadas de Putin na Ucrânia. Estava lá tudo: bastou
explorar a janela aberta.
A questão fundamental não
está, por isso, nos factos, mas
na escolha deste rumo.Vale a
pena recuar a março de 2003,
quando Erdogan chega à chefia do governo. Estávamos na
ressaca do 11 de Setembro,
com a guerra do Afeganistão
em curso e no mês da invasão
do Iraque. Ter um país da
NATO capaz de instituir uma
“democracia islâmica progressista” focada na adesão à UE
era o melhor modelo num
Grande Médio Oriente que
sobretudo Washington queria
ver revolucionado. A performance económica da Turquia
nos anos seguintes e a estabilidade política que davam as
maiorias do AKP, entusiasmaram um Ocidente que também
ia desvalorizando os atropelos
às liberdades e ao desrespeito
pela separação de poderes.
A Turquia era essencial à estratégia “fora de área” da NATO,
membro do G20, e uma democracia islâmica imponente.
Até que o caos no Iraque passou para a Síria e o desastre
das “primaveras árabes” expôs
os limites do triunfalismo de
Erdogan. A rutura com Gulen,
em 2013, encerrou uma
década de glória, no pico
dos protestos em Istambul
e Ancara. Sem horizonte de
adesão à UE e cercada por
insegurança, a paranóia
tomou conta do regime. Desvalorizar a inversão democrática
da Turquia foi um erro estratégico do Ocidente e uma
enorme oportunidade perdida. O resultado está à vista.
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
31
MUNDO
Se necessário,
May diz-se
disposta a usar
arsenal nuclear
REINO UNIDO. Boris Johnson
REUTERS/PASCAL ROSSIGNOL
reuniu-se em Bruxelas com
homólogos europeus, mas
não pediu desculpa por ter
comparado a UE a Hitler
Manuel Valls, primeiro-ministro francês, foi assobiado e vaiado na homenagem às vítimas na cidade de Nice
Atentado em Nice
foi “premeditado”,
confirma a investigação
Terrorismo. Bouhlel consultou sites islâmicos nas duas semanas
anteriores ao ataque e deixou crescer a barba por motivos religiosos
JOSÉ FIALHO GOUVEIA
Ontem, às 12.00, a França guardou
silêncio por um minuto em memória das vítimas. Em Nice, no local do
crime, 42 mil pessoas estiveram presentes para a homenagem. Mas antes e depois do silêncio houve assobios e gritos de protesto.
Na linha de fogo da indignação
estava o primeiro-ministro francês.
Manuel Valls, acompanhado por
Marisol Touraine, ministra da Saúde, foi apupado e ouviu gritos exigindo a sua demissão e também a
do presidente François Hollande.
“Foi uma atitude pouco espontânea de uma minoria”, afirmou Valls
em declarações ao jornal Nice-Matin. “A raiva dos franceses, o desespero e o medo é algo que tenho, que
temos todos, de carregar nos nossos
ombros. Crianças morreram, famílias foram destruídas pela barbárie.
O meu lugar é estar entre os habitantes de Nice, mas é preciso haver
dignidade. Os assobios e os insultos
são indignos numa cerimónia de re-
colhimento e de homenagem às vítimas”, acrescentou ainda o primeiro-ministro francês.
O ambiente político está tenso.
Ao contrário do que aconteceu noutras ocasiões, como, por exemplo, a
seguir ao ataque ao jornal satírico
Charlie Hebdo, a oposição ao governo está a procurar capitalizar a indignação perante mais um ataque
terrorista. “Tudo o que deveria ter
sido feito nos últimos 18 meses não
foi feito. Estamos em guerra, claramente em guerra. Por isso vou usar
palavras fortes: somos nós ou eles”,
afirmou Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês, chefe d’Os Republicanos e potencial candidato às presidenciais do próximo ano. Marine
Le Pen, líder da Frente Nacional,
partido de extrema-direita, também
foi direta nas críticas, alegando que
a França “não tinha feito absolutamente nada” para combater o terrorismo islâmico.
Numa resposta implícita aos adversários políticos, François Hollande, que ontem reuniu o conselho de
defesa e segurança, invocou “uma
obrigação de dignidade e de verdade nas declarações públicas”.
ManuelValls e Bernard Cazeneuve, ministro do Interior, emitiram
um comunicado conjunto reclamando que a ação do governo e das
forças de segurança tem sido eficaz
e que “ desde 2013 houve 16 atentados que foram evitados”.
Um estudo de opinião divulgado
ontem pelo Le Figaro mostra que
apenas 33% dos respondentes confia nos atuais líderes políticos para
combater o terrorismo. Uma queda
substancial, tendo em conta que no
rescaldo dos ataques de novembro
a percentagem situava-se nos 50%.
Mohamed ensaiou o percurso
François Molins, procurador responsável pela investigação ao atentado de Nice, confirmou ontem, em
comunicado, que o ataque foi “premeditado”. Mohamed Lahouaiej
Bouhlel, o condutor do camião, foi
filmado pelas câmaras de vigilância
da cidade, nos dois dias anteriores
ao fatídico 14 de julho, a ensaiar o
percurso que viria fazer. A investi-
gação informou ainda que o perpetrador “parecia precisar de dinheiro”. Bouhlel tentou contrair um empréstimo no valor de 5000 euros,
que foi recusado a 28 de junho. Na
véspera do atentado terá vendido o
seu automóvel e, no próprio dia 14
de julho, levantou 550 euros num
multibanco. “O conjunto destes
elementos permite concluir que o
ataque foi pensado e preparado,
pelo menos nos dias anteriores”, referiu Molins.
Apesar de ainda não ter sido possível estabelecer uma relação direta
entre Bouhlel e o Estado Islâmico –
que reclamou o atentado – as provas
recolhidas apontam para uma radicalização recente e rápida. Entre 1 e
13 de julho, no seu computador , o
condutor fez várias pesquisas relacionadas com outros atentados terroristas e consultou diversas suratas do Alcorão. De acordo com uma
testemunha, Bouhlel deixou crescer
a barba nos oito dias anteriores ao
atentado e atribuía-lhe um “significado religioso”. Um outro depoimento, porém, indica que a radicalização poderia estar em curso há
mais tempo. Segundo a testemunha, “há sete ou oito meses”,
Bouhlel ter-lhe-á mostrado um vídeo de uma decapitação e dito que
“estava habituado” a ver.
Na última quinta-feira, 14 de julho, Mohamed Bouhlel, ao volante
de um camião-frigorífico, avançou
sobre a multidão no Passeio dos Ingleses, em Nice, avenida onde decorriam as celebrações do Dia da
Bastilha. Morreram 84 pessoas. De
acordo com a atualização mais recente, 74 dos feridos continuam
hospitalizados, 19 têm prognóstico
reservado e 71 das vítimas mortais
já foram identificadas.
A pergunta, durante o debate no
parlamento britânico, saiu da boca
de George Kerevan, deputado pelo
Partido Nacionalista Escocês: “Está
pessoalmente preparada para autorizar um ataque nuclear que poderia matar 100 mil homens, mulheres e crianças inocentes?”. A primeira-ministra do Reino Unido,
Theresa May, respondeu: “Sim. E
devo dizer aos honoráveis senhores aqui presentes que toda a ideia
de dissuasão implica que os nossos inimigos saibam que estaríamos dispostos a fazê-lo”. Em causa
está a renovação do Trident, o programa britânico de submarinos
nucleares.
Enquanto a maioria dos deputados do Partido Conservador é a
favor da substituição total do armamento em causa, a questão
gera divisões no interior do Partido
Trabalhista. Jeremy Corbyn, líder
do Labour, defende o desarmamento nuclear total: “Quero deixar
muito claro que eu não tomaria
uma decisão que mataria milhões
de inocentes. Não acredito que a
ameaça de homicídio em massa
seja uma forma legítima de gerir as
relações internacionais”.
Corbyn sublinhou ainda que o
arsenal britânico é composto por
40 ogivas, sendo que cada uma delas é oito vezes mais potente do
que a bomba atómica de Hiroxima. “Que ameaça é essa que enfrentamos que é preciso um milhão de potenciais mortos para a
dissuadir?”, questionou o líder trabalhista.
Em matéria de relações internacionais, Boris Johnson estreou-se
ontem fora de portas nas suas novas funções como ministro dos
Negócios Estrangeiros ao reunir-se
com os seus homólogos europeus
em Bruxelas. De acordo com JeanMarc Ayrault, chefe da diplomacia
francesa que na semana passada
chamou “mentiroso” ao ex-mayor
de Londres, Johnson adotou uma
postura de “alguma humildade”,
mas não pediu desculpa por, durante a campanha do brexit, ter
comparado a União Europeia com
Adolf Hitler.
O novo ministro britânico dos
Negócios Estrangeiros reafirmou
que o Reino Unido vai deixar a UE,
mas não a Europa. Durante esta
semana, Theresa May irá visitar a
Alemanha e a França para encontrar-se com Angela Merkel e François Hollande. J.F.G.
32
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
MUNDO
quer
Candidatos derrotados contestam Marrocos
voltar à União
Africana 32
vitória de Evaristo Carvalho
anos após saída
São Tomé e Príncipe. Campanha de Maria das Neves pede anulação de presidenciais de
PROTESTO Decisão de aban-
donar organização deveu-se
à adesão da República
Sarauí, que reivindica território sob controlo de Rabat
domingo, alegando irregularidades. Candidato do partido no governo ganhou à primeira volta
As candidaturas presidenciais derrotadas no domingo em São Tomé
e Príncipe estudavam ontem detalhadamente os resultados de cada
mesa eleitoral, depois de Evaristo
Carvalho ter ganho por apenas 188
votos acima dos 50% necessários
para a eleição na primeira volta.
Evaristo Carvalho foi apoiado pelo
partido no governo, a Aliança Democrática Independente (ADI, de
Patrice Trovoada).
A candidatura de Maria das Neves, terceira classificada nas presidenciais, foi a primeira a anunciar
que vai contestar judicialmente os
resultados e pedir a anulação do ato
eleitoral. Por seu lado, a candidatura do presidente cessante Manuel
Pinto da Costa indicou ontem à
Lusa estar a proceder à análise de
cada resultado indicado pela Comissão Eleitoral Nacional para decidir se será apresentado recurso.
Segundo Danilo Santos, diretor
de campanha de Maria das Neves,
as eleições presidenciais “não foram nem livres, nem justas, nem
transparentes”.
“Em círculos eleitorais onde
uma grande maioria dos eleitores
não exerceu o seu direito de voto,
foi anunciado um número exacerbado de votos em detrimento da
nossa candidatura”, afirmou Danilo Santos, salientando que o recurso seria entregue ainda ontem no
Supremo Tribunal de Justiça (STJ)
de São Tomé e Príncipe.
Na votação de domingo, segundo a candidatura de Maria das Neves, houve uma “série de irregularidades e violações designadamente
o impedimento dos eleitores de poderem testemunhar a contagem de
votos, fechando compulsivamente
as janelas e portas das assembleias
de voto durante o processo de contagem, indiciando claramente a
adulteração e manipulação de resultados, incluindo a possibilidade
de introdução de novos boletins nas
urnas a favor do candidato do partido do poder”.
“Como explicar a um cidadão que
vai à assembleia de voto para exercer
o seu direito de voto não pode fazêlo porque alguém já tinha votado no
seu lugar?” – questionou Danilo Santos, que leu um comunicado da candidatura sem direito a perguntas.
Perante estes casos, a candidatura “vem publicamente recusar os
resultados destas eleições e exige a
anulação destas eleições presidenciais do dia 17 de julho de 2016”.
D.R.
PAULO JORGE AGOSTINHO
Evaristo Carvalho em campanha. Presidente eleito é considerado próximo da família Trovoada
“
Estou satisfeito
e desde
o início que considerava
que eu iria ser vitorioso
EVARISTO CARVALHO
PRESIDENTE ELEITO
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Santo
António
Príncipe
São Tomé
São Tomé
ÁFRICA
Golfo da
Guiné
Porto Alegre
Área: 1001 km2
População: 200 mil habitantes
Línguas: português, forro, lunguye e angolar
Moeda: dobra
Esperança média de vida: 66 anos
Inflação: 6,3%
PIB per capita: 1310 USD
Crescimento do PIB: 4,9%
Fonte: Banco Africano para o Desenvolvimento (2015)
Evaristo Carvalho liderou sempre
as contagens parciais mas só na
contagem dos dois principais distritos, Água Grande e Mé-Zóchi, passou a ter a maioria absoluta dos votos. No total, o candidato da ADI ganhou nos distritos de Água Grande,
Mé-Zóchi, Caué, Lobata, Cantagalo, Lembá e nos círculos eleitorais da
diáspora em Portugal e Gabão.
No final, Evaristo Carvalho obteve 34 629 votos, Manuel Pinto da
Costa teve 17 121 boletins, seguindo-se Maria das Neves com 16 638,
Manuel do Rosário com 488 e Hélder Barros com 194 votos.
“Estou satisfeito e desde o início
que considerava que eu iria ser vitorioso. É uma vitória para São Tomé e
Príncipe, uma vitória para o povo de
São Tomé e Príncipe”, afirmou o presidente eleito. “É uma vitória para o
meu partido, para os meus companheiros de partido, a quem agradeço muito o apoio e a confiança. Podem confiar em mim porque eu vou
exercer a função de presidente da
República com toda a seriedade,
toda a lealdade e sempre contribuindo para o avanço” do país.
Por seu turno, o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, saudou a vi-
tória de Evaristo Carvalho, considerando que a eleição do candidato
do seu partido irá permitir “maior
coerência” na gestão política do
país.
Pai de 25 filhos
Apoiante desde sempre da família
Trovoada, Evaristo Carvalho chega
à Presidência de São Tomé e Príncipe, aos 75 anos. Pai de 25 filhos, é
um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial, com
o apoio de Miguel Trovoada (primeiro presidente democraticamente eleito) e depois através do
seu filho, Patrice Trovoada, quando
este decidiu concorrer às Presidenciais de há dez anos.
Técnico de agricultura, começou
por ser quadro do partido único, o
MLSTP, após a independência e até
ao início do multipartidarismo, na
década de 1990. Foi chefe de gabinete de Manuel Trovoada, quando
este foi presidente da República. Em
entrevista à Lusa, disse querer “contribuir para que [Patrice Trovoada]
acabe o seu mandato”.
Enviado da agência Lusa
O rei de Marrocos, Mohammed VI,
anunciou que o seu país pretende
recuperar o “lugar natural” no seio
da União Africana (UA), que o governo de Rabat abandonou há 32
anos como forma de contestar a
admissão do Sara Ocidental.
“Há muito tempo que os nossos
amigos nos pedem que regressemos e que Marrocos recupere o seu
lugar natural no seio da sua família
institucional. Esse momento chegou agora”, refere o rei numa mensagem enviada à cimeira da UA a
decorrer em Kigali, capital do Ruanda, segundo a agência marroquina
MAP. Na mensagem, transmitida
pelo presidente do parlamento
marroquino, Rahid Talbi Alami, durante a 27.ª reunião ordinária da assembleia da UA, o rei considera que
a decisão resulta de “reflexão e amadurecimento”.
Marrocos abandonou a organização em 1984, quando a UA admitiu como membro a República Árabe Sarauí Democrática (RASD). Na
mensagem, sublinha-se que, apesar
de ter abandonado a instituição,
Marrocos nunca rompeu a cooperação com os países africanos e permaneceu comprometido com o
continente.
O monarca refere que pretende
“trabalhar no seio da UA com o fim
de ultrapassar divisões”, numa alusão aos novos desafios que o continente enfrenta. Marrocos foi um
dos países fundadores da UA e insistiu que deixou esta entidade depois de ser aceite como membro a
RASD, que reivindica o Sara Ocidental quase totalmente sob controlo de Marrocos.
Mohammed VI sublinha que a
questão do Sara é agora discutida no
quadro da ONU e revela confiança
na capacidade da organização “restabelecer a legalidade e corrigir os
erros de percurso”.
Mohammed VI enviou
mensagem a cimeira da UA
com anúncio de regresso
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
33
ARTES
Van Gogh
e a verdade
sobre a orelha
cortada
Museu. A carta do médico que assistiu o pin-
O debate era intenso e antigo: teria
Vincent van Gogh cortado realmente a orelha na noite de 23 de dezembro de 1888, em Arles, a pequena localidade no Sul de França para onde
se mudou para melhorar a saúde?
As dúvidas foram-se dissipando até
restar apenas uma. Teria o pintor
holandês cortado esta parte do corpo inteira ou apenas uma parte?
Um desenho numa carta escrita
pelo médico que o assistiu, Félix
Rey, esclarece que toda a orelha foi
cortada com uma lâmina. A missiva está exposta pela primeira vez no
Museu Van Gogh, em Amesterdão,
até 25 de setembro.
O museu guarda o maior acervo
de obras do pintor, mas nunca tinha
abordado o tema da sua saúde mental de forma direta. Pretende, com a
sua nova exposição, levantar o véu
sobre as três perguntas mais frequentes entre os seus visitantes: o
que aconteceu à orelha? De que padecia Van Gogh? Por que razão cometeu suicídio? E, ainda, levantar
uma hipótese: a doença perturbava
a sua pintura, em lugar de o inspirar?
On the Verge of Insanity (à beira
da insanidade, numa tradução livre)
foca-se nos últimos dois anos de
vida – e produção artística – do pintor, procurando explicações sobre a
doença mental de que sofria. Faz-se
com 25 pinturas da sua autoria e objetos pessoais. Além da carta escrita
pelo médico, expõe-se pela primeira vez a pistola que terá usado para
pôr termo à vida, a 20 de julho de
1890. Foi encontrada no início dos
anos 1960 por um agricultor (e hoje
pertence a uma coleção privada).
Cortar a orelha foi o mais radical
dos flagelos que impôs a si mesmo,
mas não o único. “Sabia bem que
uma pessoa podia partir os braços e
as pernas e que depois podia ficar
melhor, mas não sabia que se podia
partir o cérebro e depois também fi-
car melhor”, escreveu o artista ao irmão, Theo, em 1889, algum tempo
depois de ter chegado a Arles.
Cansado e queixando-se de dores abdominais, como conta à irmã
Willemien, toma a decisão de partir
para o Sul de França em 1888. Tem
35 anos e é nessa altura que pinta
um dos seus autorretratos. Instalase na Casa Amarela, um lugar que
pretende converter em abrigo de artistas. O sonho quase se cumpre
com a chegada, no final do ano, de
Paul Gauguin. À espera do colega
francês pinta vários quadros para a
casa. Os Girassóis são para o quarto
de Gauguin. O amigo fica impressionado e classifica-os de “completamente Vincent”, um elogio para
alguém que, em vida, não obteve reconhecimento como artista.
Inicialmente trabalham bem
juntos, mas a relação acaba por se
deteriorar. Discutem acaloradamente sobre arte. São muito diferentes:Van Gogh gosta da natureza,
Gauguin é noctívago.
Nas vésperas do Natal de 1888,
um transtornado Van Gogh corta a
orelha e ameaça Gauguin com uma
lâmina. O pintor francês queixa-se,
por carta, a Theo e descreverá o sucedido anos anos depois na sua bio-
Depois de ter estado internado no hospital, Van Gogh pintou esta natureza morta
grafia, Avant et Après. Poderá ter
mantido o assunto em segredo durante anos para proteger o amigo,
dizem os historiadores.
A notícia de que Van Gogh tinha
cortado a orelha chegou ao jornal
com vários pormenores: depois de
Saúde mental de Van
Gogh abordada
pela primeira vez
em exposição
se automutilar, enviou a orelha a
uma prostituta, causando rebuliço
no bordel. As autoridades encontraram o pintor em casa no dia seguinte. Van Gogh acabaria por ser internado no hospital de Arles, onde pinta a enfermaria (o quadro pertence
à coleção Oskar Reinhart Collection
DR
LINA SANTOS
DR
tor após a mutilação está, pela primeira vez,
em exposição. Como foram os últimos anos?
ACHADO O revólver que Vincent van Gogh terá usado para se suicidar,
em Auvers, onde esperava estar mais perto do irmão, Theo. Foi encontrado em 1960 por um agricultor. Estava enterrado num campo
e está nesta mostra). É nesta altura
que o médico Félix Rey entra em
cena. Acreditava que o pintor sofria
de uma forma de epilepsia, causada
por café e álcool a mais e comida de
menos. Mas nunca houve um diagnóstico oficial. O médico receitalhe Bromida, um medicamento popular na época, e um vinho medicinal usado para baixar a febre.
Theo vai a Arles depois de saber
que o irmão tinha mutilado a orelha, mas fica apenas um dia. Mantém contacto com o médico.
“Quando lhe perguntei o motivo
que o tinha levado a cortar a orelha
disse-me que era estritamente pessoal”, escreveu-lhe Félix Rey.
A carta que agora se vê na exposição foi escrita em 1930, para o escritor Irving Stone, que pretendia
escrever uma biografia do pintor. “A
orelha foi cortada com uma lâmina
como mostram os pontos tracejados”, escreve o médico na missiva,
encontrada num arquivo norteamericano por um historiador
amador. Deita assim por terra a versão de que teria sido Gauguin a cortar-lhe a orelha com uma espada.
Depois de deixar o hospital de Arles, e de volta a casa, pinta os dois
autorretratos sem orelha que se conhecem, e a natureza morta com
cebolas, ao lado de vários objetos
pessoais: cachimbo e tabaco, um
envelope para o irmão, uma garrafa
de absinto, um livro de remédios.
Os vizinhos de Van Gogh organizam uma petição para que abandone a Casa Amarela, outro dos documentos inéditos que se pode ver na
exposição. Ele sente-se devastado.
“Não sou um perigo para ninguém”,
dirá ao reverendo protestante Salles,
outra das pessoas que mantém o irmão informado acerca do estado de
saúde do pintor.
É ele quem revela a Theo queVan
Gogh lhe perguntou se deve internar-se voluntariamente, o que acabará por acontecer. A 8 de maio de
1889 entra no asilo Saint-Paul-de-Mausole, em Saint-Rémy. Mais
uma vez, é-lhe diagnosticada epilepsia. Agora, acompanhada de insanidade aguda e alucinações. Pinta a entrada do hospício, e é autorizado a transformar uma sala em
estúdio. Usa a vista da janela para o
jardim nas suas obras. E também alguns dos seus colegas. “Passando
tanto tempo com eles já não os
achamos loucos.” Receitam-lhe banhos quentes e frios duas vezes por
semana como tratamento. Sofre
mais uma crise quando está a pintar
numa pedreira. Deixa o hospício
um ano depois e muda-se para Auvers, para estar perto do irmão. Quatro meses depois, e sem nenhuma
esperança, comete suicídio.
Na impossibilidade de conhecer
mais sobre o seu estado de saúde, levantam-se teses: seria um distúrbio
maníaco-depressivo, esquizofrenia
ou envenenamento por alcoolismo? Sabê-lo altera o conhecimento
que temos da sua obra? Há uma relação entre criatividade e loucura?
Perguntas para um simpósio que se
realiza nos dias 14 e 15 de setembro
no museu.
ON THE VERGE OF INSANITY
Museu Van Gogh, Amesterdão
Até 25 de setembro
Bilhete: 17 euros (adultos);
gratuito até aos 18 anos
34
ARTES
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
ENTREVISTA: LOUIS GARREL
OPINIÃO
Ator
A amizade
masculina é uma
coisa muito bonita
RUI PEDRO
TENDINHA
Jornalista
de cinema
EPA/IAN LANGSDON
M
A amizade no masculino. Proposta de Louis Garrel na sua primeira
realização, Dois Amigos, já nos cinemas. Conversa com o ator
e realizador, um dos meninos mimados do cinema francês
“Estes meus trintões
são muito adolescentes”
RUI PEDRO TENDINHA
Numa rua de Lisboa numa noite
com vento e frio encontramos
Louis Garrel. Pede-nos um cigarro
enquanto Laetitia Casta, a namorada, fica à espera dele no interior
do restaurante. Está feliz com a sua
primeira longa, Dois Amigos, estreado no Festival de Cannes em
2015, na Semana da Crítica. Enquanto conversamos há pessoas
que o reconhecem, sobretudo raparigas. Louis é estrela de filmes de
culto e considerado um símbolo
sexual no mundo inteiro – chega
mesmo a ser modelo para marcas
de perfume.
Ao contrário do que muitos pensariam, a sua estreia nas longas-metragens quase propositadamente não evoca o cinema do seu
pai, Philippe Garrel. Até parece
um cinema em oposição.
Fiz outra coisa, sim... Dois Amigos é
muito diferente também da minha
curta, Petit Tailleur. Não quis forçosamente dar prazer ao cinéfilo.
Quis antes um filme nervoso, rápido, enfim, uma história de dois rapazes e uma rapariga, o mais clássica possível.
Mas a questão passa por saber o
que é para si clássico?
Clássico no sentido de ter uma certa variedade. Tem jogos psicológicos e um lado de conto – como se
fosse um filme para crianças...
O que é bizarro é que depois funciona um pouco como uma convulsão. Há algo no interior convulsivo como se fosse uma pista para a
última hipótese da imaturidade.
Estas personagens têm relações
muito imaturas. Fui para personagens que apenas falam de amor. De
alguma maneira, é um filme para
pessoas com vinte anos. Eles são
como putos de vinte anos mas têm
trinta! Por outro lado há nisso tudo
um lado um pouco monstruoso.
Estes homens são uns pequenos
monstros, talvez por isso as mulheres gostem mais deste filme.
Aos trinta falamos menos de romance?
Na verdade até não... Acho é que as
personagens com trinta anos acabam por falar muito do seu destino.
Estes meus trintões são muito adolescentes. Por outro lado, o espectador identifica-se mais com a rapariga, que tem problemas reais e
materiais, enquanto os rapazes são
mais como que uns palhaços, uma
espécie de Bucha & Estica, que vivem sempre juntos, têm romances
só para contarem um ao outro e
passam o tempo todo ao telefone.
Depois, surgiu-me a ideia de contar a amizade masculina de forma
muito sensual. Há entre eles uma
ligação sensual, para além da mera
camaradagem. Eles não são só os
amigões. Quis contar de forma sensível a amizade masculina. Nas últimas cenas quis mesmo explorar
algum tipo de conjugalidade. Em
vez de ser um caso entre uma mulher e um homem temos dois amigos. Se quiser, Discórdia (1941), de
Raoul Walch, tem alguma aproximação com este meu filme. Aquelas personagens masculinas são
também como crianças...
De alguma forma finta o espectador com as expectativas do cliché
francês da ménage à trois...
Sim, não fui por aí. Curiosamente
não sei porquê as pessoas identificam o ménage à trois connosco, os
franceses. Pensam que os franceses
são sexualmente mais livres.
Como é que o seu pai reagiu ao
filme?
Disse que gostou muito do Vincent
Macaigne e da atriz, a Golshifteh
Farahani. Mas para mim este filme
foi o fim de um ciclo, foi terminar a
minha adolescência.
O momento em que ouvimos
King Krule tem verdadeiramente
uma qualidade rock n’roll. Há
uma energia incrível.
Eu gosto muito de King Krule e quis
misturar música muito contemporânea com a partitura do Philippe
Sarde, a quem pedi música muito
clássica a remeter para os anos
1980 do cinema francês. Ele era um
especialista a compor música para
filmes muito líricos e sentimentais.
De certa maneira, é também um
filme que homenageia o cinema de
André Téchiné, em especial Encontro (1985).
atar o pai, fazer um filme nos antípodas do cinema de Philippe Garrel. Ora, foi isto mais ou menos
que Louis Garrel quis fazer
com a sua primeira longa-metragem, uma pequena vénia a
um certo cinema francês dos
anos 1980 com uns pós mágicos do Christophe Honoré dos
primeiros tempos (vem-nos à
cabeça Em Paris, de 2006).
O filme navega em torno de
dois amigos parisienses de
trinta anos. Dois homens-crianças que não passam um
sem o outro. Um deles, o ator
falhado e com peso a mais,
está apaixonado por Mona,
uma mulher com um segredo.
Terá de ser o amigo a tentar interceder por ele. Pois, o problema é que ao fim de um
tempo o mensageiro também
se apaixona. Um triângulo
amoroso pontuado com golpes de comédia e música.
Aliás, é aí que o filme ganha o
seu primeiro golpe: o momento King Krule – é como se houvesse uma explosão a abanar
toda aquela estrutura, uma espécie de minisselvajaria que
rasga a coisa. Como se Garrel
procurasse reduzir o seu olhar
e deixar as coisas a acontecer.
Obviamente, é um objeto irregular. Compreende-se que a
overdose de pose irrite: trata-se da própria marca registada
de Louis, já como ator sempre
foi assim. Mas os processos expressivos das composições de
planos soltos dão uma pinga
de charme muito agradável,
sobretudo quando tenta uma
efabulação de conto para românticos trôpegos, neste caso
com doce gozo à estupidez
masculina. Sim, Garrel não
tem muita fé nos homens.
A sua pinta snob parece até ser
uma arma de ironia... E aí
acontece uma relação biunívoca com as distâncias dos géneros: a comédia romântica e
a ternura do conto de amizade
masculina. Se na América há o
bromance (género criado por
comédias com carimbo Judd
Apatow, onde se brinca com os
limites da amizade entre
“gajos”), Louis, o filho de
Philippe, inventou isto para os
franceses... “Romance” de melhores amigos.
Exposição
mostra objetos
do quotidiano
pré-terramoto
LISBOA O Centro de Inovação
da Mouraria vai receber uma
mostra de objetos do quotidiano antigos, descobertos
após obras de reconversão
A exposição Quarteirão dos Lagares: da Mouraria à Vila Nova fará o
“enquadramento histórico e urbanístico do espaço, com especial enfoque na génese e desenvolvimento deste carismático bairro lisboeta”, refere a Câmara de Lisboa em
comunicado. Organizada pelo
Centro de Arquitetura de Lisboa,
estará disponível para visita de segunda a sexta-feira, entre as 10.00 e
as 17.00, até dia 1 de outubro, no
Centro de Inovação da Mouraria.
Os objetos foram descobertos
aquando das obras para a criação
do Centro de Inovação da Mouraria (CIM), tendo sido levadas a cabo
quatro campanhas arqueológicas
entre 1999 e 2013. “O Quarteirão
dos Lagares é um bom exemplo da
dinâmica urbanística de uma cidade em plena renovação”, refere a
nota, acrescentando que “todo este
conjunto foi aterrado após o terramoto de 1755”.
“Entre ruínas e aterros que se sobrepõem, as escavações arqueológicas permitiram recuperar objetos
do quotidiano que testemunham
vivências sociais e económicas de
outros tempos, contribuindo para
a ‘reconstrução’ da história deste
local e do bairro da Mouraria e dos
seus habitantes desde a Idade Média até ao presente”, considera a organização. Na brochura que acompanha a exposição lê-se que “nas
escavações arqueológicas do Quarteirão dos Lagares identificaram-se
vestígios de atividade oleira do século XV e da primeira metade do
século XVI”.
O documento acrescenta que
nos aterros que cobriam o quarteirão “recuperaram-se trempes, usadas para apoiar as peças no forno,
resíduos de vidrado, carvões, bem
como uma série de objetos defeituosos”, e as “escavações arqueológicas levaram à descoberta de duas
fontes, calçadas, um tanque, canalizações e canteiros”.
Depois do terramoto, esta zona
“adquiriu uma função habitacional, além da vocação agrícola proporcionada pela proximidade do
vale de Arroios, servindo como lagar de azeite ou de vinho”, explica.
“Esta exposição resulta da colaboração entre o CAL e o CIM, a que
se juntaram a Direção-Geral do
Património Cultural, o Centro de
História d’Aquém e d’Além Mar
(CHAM)/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e a empresa ERA,
Arqueologia”, remata a nota. LUSA
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
ARTES
35
PUB
Lisboa Mistura. A lusofonia
a partir do Intendente
Música. Cinco dias de concertos e conversas, a tomar o pulso à eletró-
DR
nica e ao hip hop nacional no “festival que não é festival”. Começa hoje
O ensaio da OPA, Oficina Portátil das Artes, que abre os concertos amanhã, às 21.00
LINA SANTOS
O primeiro encontro de rap e hip
hop nacional com selo Sons da Lusofonia foi há 18 anos e estavam lá
os músicosValete e NBC que voltam
este ano ao Lisboa Mistura, comVirgul, Maze, Fuse, Sir Scratch e Bob da
Rage Sense, para um concerto na
quinta-feira, às 21.30, no Largo do
Intendente, coração deste “festival
que não é festival”, segundo o seu diretor artístico, o saxofonista Carlos
Martins.
“Trabalhamos com os bairros há
muitos anos, não são só aqueles três
ou quatro dias, e queremos que o
Lisboa Mistura seja todo o ano”,
acrescenta o músico ao DN. É isso
que quer ver refletido no concerto
de abertura, amanhã, às 21.00, no
palco principal do Largo do Intendente, com a OPA – Oficina Portátil
de Artes, um projeto pedagógico
com uma década que reúne jovens
de diversas origens e bairros de Lisboa, acompanhados pela primeira
vez por banda e DJ. Este é o resultado de várias residências artísticas dirigidas pelo músico Francisco Rebelo, dos Orelha Negra. “O pilar deste projeto é trazer jovens da periferia
ao centro”, afirma Carlos Martins.
Antecipando o concerto, hoje,
entre as 18.00 e as 19.00, a escola
Restart abre as portas na Rua da Almargem, 10, para o ensaio. É o dia
do arranque oficial do programa,
com live graffitti entre as 17.00 e as
20.00, na Underdogs Art Store, no
Cais do Sodré – Glue e Mosaik, colaboradores de Vhils, constroem a
obra, o som é de DJ Kwan.
Na sua 11.ª edição, este ano, o Lisboa Mistura quer estar “mais próximo do som de Lisboa, de Portugal e
dos países que falam português”,
avança Carlos Martins, lembrando
que se comemoram 20 anos da associação Sons da Lusofonia, nascida seis meses antes da CPLP (Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa). “Queremos valorizar a
criação do novo modelo da lusofonia”, explica o diretor artístico sobre
a programação de 2016, defendendo uma estratégia de integração baseada no entendimento cultural.
Na sexta-feira, às 21.00, entra em
cena o coletivo sul-africano Batuk,
cuja vocalista é a artista moçambicana Manteiga. Têm um primeiro
disco, Música da Terra (editado em
maio) no alinhamento e para o concerto trazem a percussão de Gueladjo Sané, da Guiné-Bissau. Às
22.15, apresenta-se Konono N.º1,
um concerto baseado no disco Konono meets Batida (de abril de 2016,
gravado em Lisboa), e colaborações
da cantora Selma Uamusse e MC AF
Diaphra.
No sábado, às 21.00, o palco é
dos Retimbrar, um grupo do Porto,
“que representa a música que se faz
em Portugal, fora de Lisboa”, diz
Carlos Martins. E às 22.15 juntamse todas as latitudes da lusofonia:
Waldemar Bastos (Angola), Kimi
Djabaté (Guiné), André Cabaço
(Moçambique), Tonecas Prazeres
(São Tomé), Jenifer Solidade e Khaly
Angel (Cabo Verde), Leo Minax e
Alexandre Frazão (Brasil), Carlos
Barretto, Mário Delgado, Carlos
Martins (Portugal).
As conversas
Lisboa Mistura faz-se também de
conversas. Hoje, às 19.00, no Largo
da Severa, fala-se sobre o Som de
Lisboa, e a palavra é dada a Marlon
Silva (DJ Marfox), Maria Reis (Pega
Monstro ), Camané, Gabriel Ferrandini e o jornalista Mário Lopes (moderação de Pedro Gomes).
Amanhã, também às 19.00, mas
na Casa Independente, juntam-se
António Brito Guterres, António
Contador e Teresa Fradique para falar sobre música pós-colonial de
Portugal – do irromper do hip hop
nos anos 1990 às manifestações do
afro-house do presente, com moderação do jornalista e crítico do Público, Vítor Belanciano.
O Lisboa Mistura, de entrada livre, sofreu este ano uma alteração
do calendário, passando de junho
para julho. “Ainda não entendemos
muito bem a mudança, mas havia
a ideia de que havia muitas coisas
dedicadas à mistura nas Festas [da
cidade]”, justifica Carlos Martins.
O festival é organizado com o
apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Empresa de Gestão de
Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).
36
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
ARTES
Ângela Ferreira
expõe
nas Galerias
Municipais
EXPOSIÇÃO A artista, vencedo-
SARA OLIVEIRA
ra do prémio Novo Banco
Photo, em 2015, mostra
a sua investigação sobre
Moçambique pós-1975
Gon, vocalista dos Plus Ultra, é um dos artistas que se juntou à Zarco ajudando à descoberta da cidade segundo os interesses de cada um
Descobrir o outro lado da cidade
pela mão de diferentes artistas
Iniciativa. Aplicação Zarco afirmou-se no Porto antes de na semana passada chegar a Lisboa.
Interesses dos viajantes moldam itinerários alternativos e pouco comerciais
SARA OLIVEIRA
Sozinho no Porto ou em Lisboa e
com vontade de conhecer melhor
a cidade que o acolhe? Agora já não
há pretexto para perder a oportunidade de explorar locais, respirar
história ou vivenciar experiências
culturais na companhia de um
guia local, através da aplicação Zarco. Há pouco mais de dois meses a
funcionar no Porto, o negócio catapultado pelo Vodafone Power Lab
chegou a semana passada a Lisboa.
Intuitiva, a plataforma oferece
roteiros únicos pela mão de “músicos, arquitetos, arqueólogos, historiadores, que se complementam e
podem proporcionar visitas totalmente diferentes e relacionadas
com as áreas em que se movem”,
explica ao DN um dos responsáveis, Diogo Lencastre, acrescentando que “são programas muito
flexíveis e à medida dos clientes”. E,
“aqui quem decide o que quer ver é
o viajante, selecionando na aplicação os seus interesses. Os guias
apresentam depois as suas pro-
postas”, garante, antes de chegar na aplicação tem o mapa e seleciona onde quer”, explica Diogo Lenmais um cliente.
João Hierro, de 23 anos, tem cos- castre. A oferta pode visar apenas
tela espanhola, mas é portuense de um indivíduo, mas também famígema e quis “conhecer melhor a ci- lias ou grupos de amigos.
dade”. Estudante de Engenharia de
Gestão Industrial e iniciante na ba- Visitas à medida
teria, escolheu a companhia de Sem GPS, o itinerário segue pela
Gon, o vocalista dos Plus Ultra e Rua da Fábrica onde, “em breve,
dos extintos Zen, num trajeto alter- abre portas o Hard Rock Café”, nota
nativo e cheio de curiosidades pela o Zarco Gon. Sempre a subir, até à
baixa da Invicta. “Perguntaram-me Rua José Falcão rumo ao número
se conhecia este ou aquele sítio e 80 da Rua da Conceição, onde a loja
consegui personalizar
Porto Calling reúne
bem a visita, pois acauma vasta coleção de
bamos por ser estradiscos e “muita músiUma plataforma
nhos na nossa própria
ca alternativa”.
digital oferece
cidade e esta é uma
Sempre a pé, o próboa dica para ver tudo
ximo destino é o Bop,
roteiros únicos
com olhos de turista”, guiados por artistas na Rua da Firmeza,
assume João, antes de
“um café onde se
se lançar ao conhecipode desfrutar de
mento empírico.
uma bebida e, ao
Desta vez, o ponto de encontro é mesmo tempo, ouvir vinil a sério”,
“na Avenida dos Aliados, mas pode sugere Gon, não sem antes notar a
ser onde o cliente quiser”. “A visita arte urbana que se apresenta, de
tem que ver com os interesses do forma legal, por algumas paredes
viajante, mas o encontro pode não da zona.
ter nada que ver com os mesmos e
É o caso das imagens que Hazul
ser apenas uma referência, ou seja, Luzah e Mr. Dheo pintaram numa
das paredes do parque de estacionamento da Trindade, muito perto
do comércio mais antigo, numa fusão perfeita entre modernidade e
tradição. O passeio atravessa a movimentada Rua Sá da Bandeira,
olha o Mercado do Bolhão, percorre a comercial Rua de Santa Catarina até à Batalha para, já na reta final,
parar na Rua da Madeira, com a
Torre dos Clérigos à vista e a Estação
de São Bento mesmo ao lado, morada para artistas musicais que gravam temas em caves ou garagens.
Esta visita acompanhada pelo DN
foi a estreia de Gon no projeto Zarco, embora tenha sido antes “cicerone de outros músicos quando trabalhava em produção”, diz, como
que justificando o à-vontade “em
mostrar o próprio mundo”.
Uma vez que “não há nenhuma
igual, as visitas vão desde as 2 horas
de duração, no mínimo, até às 8 horas, com um custo de 20 euros por
hora”, conclui Diogo Lencastre,
pronto a estender o conceito ainda
a outros pontos do país para “marcar a diferença”. A Lisboa chegou na
semana passada.
Uma exposição sobre “as utopias
descolonizadoras e revolucionárias” em Moçambique, após a independência do país, da autoria da
artista plástica Ângela Ferreira, vai
ser inaugurada na quinta-feira, nas
Galerias Municipais, em Lisboa.
A artista, vencedora do Prémio
Novo Banco Photo 2015, deu o título Underground Cinemas & Towering Radios a esta exposição, que
tem curadoria de Ana Balona de
Oliveira e é inaugurada na quinta-feira, às 18.30, permanecendo até
25 de setembro.
A mostra reúne um conjunto de
obras em escultura, vídeo, som, fotografia, serigrafia e desenho, resultado da investigação que Ângela Ferreira tem desenvolvido sobre
Moçambique do período de construção do país, entre a independência, em 1975, e o início da guerra civil, em 1977, de acordo com
um comunicado das Galerias Municipais.
“Na linha do pensamento de
Frantz Fanon, Amílcar Cabral e Samora Machel, Ferreira examina o
papel da cultura, nomeadamente
do cinema e da rádio, na construção da nação e nas dinâmicas de
colaboração internacionalista, em
contexto de Guerra Fria e de luta
antiapartheid, na África do Sul”,
contextualiza o comunicado.
A artista “presta homenagem a
este momento histórico, através de
uma prática investigativa e arquivística”, recorrendo a suportes artísticos para “revelar imagens e
sons deste período que permanecem frequentemente esquecidos”.
Ângela Ferreira, nascida em Moçambique, em 1958, vencedora da
11.ª edição do Prémio Novo Banco
Photo, tem vivido entre Portugal e
a África do Sul, onde completou estudos na Michaelis School of Fine
Arts, da Universidade de Cape
Town, em 1985, passando a residir
depois em Lisboa.
Desde os anos 1990, aborda, na
sua obra, as relações entre África e
a Europa, os problemas pós-coloniais e as relações geopolíticas, e foi
escolhida para a representação oficial portuguesa na Bienal de Arte
de Veneza de 2007.
Underground Cinemas & Towering Radios pode ser vista de terça a
sexta-feira, das 10.00 às 18.00, e ao
sábado e domingo, das 14.00 às
18.00, com entrada livre, nas Galerias Municipais, Avenida da Índia,
170, em Lisboa. LUSA
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
PASSATEMPOS
37
NÚMEROS CRUZADOS
XADREZ
Tente enquadrar os algarismos listados na grelha que se segue, tendo em atenção que o método é
semelhante ao das palavras cruzadas.
Problema – As brancas jogam e dão mate em 2
(Erwin Grosz, Lud, 1964)
3 ALGARISMOS
111-162-225-278-316-384-427-453521-572-635-688-726-794-837863-931-982.
Como se sabe o xadrez é, hoje, uma modalidade
de certa forma massificada e mais sensível aos
patrocinadores. Os torneios de elite são mais
frequentes. Há um século e antes havia anos em
que não se realizava um desses torneios mas
também quando acontecia um era grande. Há
120 anos começava o de Nuremberga com 19 dos
melhores mestres da época. Ganhou o campeão
mundial Emanuel Lasker que assim começava a
quebrar a desconfiança dos seus pares sobre o
seu valor. Steinitz, que perderia com Lasker um
match ainda nesse ano, ainda mostrou a força
das suas manobras.
William Steinitz [EUA, Áustria]
Emil Schallopp [Alemanha]
Nuernberg 1st (1), 20.07.1896
1.d4 d5 2.c4 e6 3.Cc3 Cf6 4.Cf3 Be7 5.Bf4 0–0
6.e3 b6 7.cxd5 exd5 8.Tc1 a6 9.Be2 Bb7 10.0–0
Ch5? 11.Be5 Cd7 12.Ce1! Chf6 13.Bg3 Tc8
14.Cd3 Ce4 15.Cxe4 dxe4 16.Cf4 c5 17.Bg4
[17.dxc5!²] 17...g5? [17...cxd4! 18.Txc8 Dxc8
19.Dxd4 f5 20.Be2 Bf6 21.Dc4+²] 18.Ch5 f5
19.Db3+ Rh8™ 20.dxc5! fxg4 21.Tfd1 Bf6
[21...Tc6!? 22.Dc3+ Bf6 23.Cxf6 Tfxf6 24.Dd4 Bc8
25.Be5 Df8 26.Bxf6+ Dxf6 27.Dxf6+ Txf6 28.c6!+] 22.De6 Cxc5 [22...Txc5 23.Txc5 Cxc5 24.Dxf6+
4 ALGARISMOS
1627-2143-3850-4116-4574-50105528-6170-7643-8142-9140-9357.
5 ALGARISMOS
16270-29009-35003-39113-4137255224-60048-61177.
6 ALGARISMOS
116115-202127-316520-375270411756-457302-496273-717655.
7 ALGARISMOS
1698533-2910441-29601674292276-4405255-52629586127919-6191156-72813477322100-7555570-75577887609183-7821519-8558214-86320
70.
Dxf6 25.Cxf6 Cd3 26.Cxg4±] 23.Txd8 Cxe6
24.Tdxc8 Txc8 25.Txc8+ Bxc8 26.Cxf6 Cc5
27.Be5 Rg7 28.Cxe4+ Rg6 29.Cd6 Be6 30.a3
Bd5 31.Bd4 Ce4 32.Cc8 Bb7 [32...b5 33.Ce7+]
33.Cxb6 h5 34.Cc4 Bd5 35.Ce5+ Rf5 36.f3 gxf3
37.gxf3 Cd2 38.e4+ Cxe4 39.fxe4+ Bxe4
40.Rf2 Rf4 41.Cf7 g4 42.Be3+ Rf5 43.Cd6+ Re5
44.Cxe4 Rxe4 45.Bg5 Rf5 46.Bd8 Rf4 47.b4
1–0
António P. Santos
SUDOKU
HORIZONTAIS: 1 – Ato de limar; Arrenda. 2 – Abrev. de ribeira; Níquel
(s.q.); Ruténio (s.q.). 3 – Algum; Chicote
de cordas ou correias. 4 – Relação;
Trama; Costado. 5 – Princípios (fig.);
Chefe etíope. 6 – Pega; Abrev. de catálogo. 7 – Nome de mulher; Mamífero
carnívoro felino, de pele mosqueada.
8 – Batráquio; Balseiro; República
Árabe Unida (iniciais). 9 – Demora;
Suf. de serventia. 10 – Partícula afirmativa do dialeto provençal; Vínculo
moral; Partícula. 11 – Tamancas; Pato.
VERTICAIS: 1 – Resguardo; Curva de
abóbada (pl). 2 – Residência; Cobalto
(s.q.). 3 – Abalar; Honesta. 4 – Dez vezes cem; Gálio (s.q.); Bambu. 5 – Abatimento; Verdadeiros. 6 – Abrev. de tenente; Margem. 7 – Aros; Flutuar.
8 – Fita de atar; Centúrio (s.q.); Rio
de Portugal. 9 – Vassourar o forno;
Letras da palavra "toca". 10 – Abrev.
de grama; Proprietário de fábrica
ou de oficina. 11 – Sopros; Palácio de
príncipe.
SOLUÇÕES
BRIDGE
NÚMEROS CRUZADOS
SUDOKU
XADREZ
PALAVRAS CRUZADAS
HORIZONTAIS: 1 – Lima; Aluga. 2 – Rib; NI; Ru. 3 – Um; Latego. 4 – Rol; Teia; Pa. 5 – Origens; Ras. 6 – Asa;
Cat. 7 – Ada; Pantera. 8 – Ra; Cuba; Rau. 9 – Parada; OL. 10 – Oc; No; Avo. 11 – Socas; Reco.
PALAVRAS CRUZADAS
VERTICAIS: 1 – Muro; Arcos. 2 – Morada; Co. 3 – Ir; Lisa. 4 – Mil; Ga; Cana. 5 – Abate; Puros. 6 – Ten; Aba.
7 – Aneis; Nadar. 8 – Liga; Ct; Ave. 9 – Raer; Oc. 10 – Gr; Patrao. 11 – Auras; Aula.
★★★★★
Problema – Seis Ouros por Sul. Saída de Oeste ao
dez de Espadas
Equipas, N/S vulnerável, Este abriu em três Espadas de barragem, em Sul deu quatro Ouros, Oeste passou e o parceiro marcou quatro Copas. Remarcou os Ouros e em frente declarou seis Ouros. Oeste saiu ao dez de Espadas, quando as
cartas vieram para a mesa admirou a confiança
do parceiro por ter declarado o chelem. Os jogos
combinam, se caçar o rei de trunfo o chelem está
cumprido. Entrou com o ás de Espadas e jogou o
dez de trunfo que cobriu com o valete, porém
Oeste tinha o rei e insistiu em Espadas. Como teria continuado para cumprir alinhar as doze vazas contra qualquer defesa?
1.De5! e6 [1...Dxe5 2.Cb4#; 1...Bxe5 2.Cxe7#]
2.Ce7#
GRAU DE DIFICULDADE
BRIDGE
Cortou na mão e analisou a situação: Este abriu em três Espadas, donde é
o único que defende esse naipe; se conseguir isolar também uma ameaça
em Copas em Oeste pode produzir um squeeze perfeito. Acabou de destrunfar, baldando da mesa duas Copas e o dez de Paus. Depois o bateu o
ás de Copas e continuou com o rei, no qual baldou um Pau da mão; a seguir cortou uma Copa, vendo à direita baldar. Agora o squeeze está pronto para ser executado, bateu os dois trunfos restantes, a três cartas do
fim tanto Oeste com Este foram forçados a baldar um Pau. Terminou
com rei, ás e um pequeno Pau entretanto apurado, chelem cumprido.
Preencher os quadrados fazendo
que cada fila, cada coluna e cada
um dos quadrados de três casas
por três contenham todos os números de 1 a 9, sem repetições ou
omissões.
38
CARTAZ
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Cinema
HOJE EM CARTAZ
LISBOA
NOS Amoreiras
C. C. Amoreiras, Av. Eng. Duarte Pacheco 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.10 |15.50 |18.20 |21.20 |23.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|12.50 |15.20 |18.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.30 |16.10 |18.40
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|21.00 |23.30
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|13.00 |15.40 |20.50 |23.20
OU TODOS OU NENHUM |M12
|18.30
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.30 |15.20 |18.10 |21.10 |24.00
MILES AHEAD |M12
|13.40 |16.20 |19.10 |21.30 |00.10
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.20 |16.00 |18.50 |21.50 |00.20
Cinema NOS Alvaláxia
C.C. Alvaláxia - Campo Grande
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.45 |16.30 |19.10 |21.50 |00.30
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|14.00 |17.00 |21.10 |00.20
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |16.00 |18.35 |21.00 |23.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.30 |16.10 |18.45 |21.20 |24.00
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.10 |15.30 |18.00
BONS RAPAZES |M12
|22.00 |00.35
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|14.10 |16.50 |19.20 |21.40 |00.20
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.50 |16.40 |19.05 |21.30 |00.10
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.40 |16.20 |19.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.35 |00.15
ALICE DO OUTRO LADO DO ESPELHO |M12
|13.20
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |15.50 |18.30 |21.15 |23.55
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.25 |15.40 |18.10
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|21.25 |23.50
WARCRAFT: O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS |M12 |14.20 |17.20
|21.45 |00.25
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|14.30 |17.30 |20.50 |23.45
Cinema City Classic Alvalade
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
FESTA DE DESPEDIDA |M12
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
FRITZ BAUER: AGENDA SECRETA |M12
Avª de Roma, nº 100 218413045
|13.10 |15.20 |17.30 |19.40 |21.50
|13.25 |15.30 |17.45
|13.45 |16.00 |18.30
|21.30
|21.45
|13.40
|15.40
|21.35
Cinema City Campo Pequeno
Pç. do Campo Pequeno 217981420
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.10 |15.20 |17.30 |19.40 |21.50 |00.10
MILES AHEAD |M12
|13.45 |15.45 |19.40 |21.40 |23.45
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.50 |15.30 |16.10 |17.40 |18.30 |21.30 |23.55
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|13.20 |22.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|00.20
AMOR E AMIZADE |M12
|15.50 |17.45 |20.00
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.40 |16.20 |18.50 |21.55 |00.15
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|17.55
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|21.35 |23.50
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |15.40 |17.55
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|13.45 |21.25
O AMIGO GIGANTE |M6
|16.00 |18.40
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|23.55
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|13.40 |21.20 |24.00
Medeia - Nimas
CICLO "UM VERÃO RUSSO" |M12
Av. 5 de Outubro, 42-B 213574362
|14.15 |16.45 |19.15 |21.45
Medeia - Monumental
Edificio Monumental - Av. Praia da Vitória, 72 213142223
DOIS AMIGOS |M12
|12.00
MILES AHEAD |M12
|14.00 |16.00 |18.00 |20.00 |22.00
A ACADEMIA DAS MUSAS |M12
|13.00
LOVE & FRIENDSHIP |M12
|14.45 |16.30 |18.15 |22.15
DE CABEÇA ERGUIDA |M12
|17.00 |20.00
MARAVIGLIOSO BOCCACIO |M12
|12.30 |14.55 |19.15 |21.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|12.15
FRANCOFONIA |M12
|14.45 |16.30 |18.15 |20.00 |21.45
Cinema Ideal
VICTORIA |M12
CHEVALIER |M12
Rua do Loreto, 15/17 - 1200-241 Lisboa 210998295
|17.20 |21.45
|15.30 |19.45
UCI Cinemas - El Corte Inglés Av. António Augusto Aguiar, 31 213801400
FRITZ BAUER: AGENDA SECRETA |M12
|14.10 |16.50 |21.55 |00.20
RAINHA DO DESERTO |M12
|19.10
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.45
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|16.25 |21.50 |00.20
MAGGIE TEM UM PLANO |M12
|19.25
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|13.45 |16.25 |21.45
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA (3D) |M12
|19.05
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|00.20
O AMIGO GIGANTE |M6
|14.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|19.10
O AMIGO GIGANTE (3D) |M6
|16.30 |21.55 |00.25
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|13.40 |16.20 |19.00 |21.45 |00.30
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|14.15 |16.35
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|18.55
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|21.20 |23.50
MILES AHEAD |M12
|14.10 |16.45 |19.00 |21.25 |23.55
O QUE ESTÁ POR VIR |M12
|14.10 |16.35
OU TODOS OU NENHUM |M12
|19.35 |22.00 |00.25
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|14.10 |16.50 |19.25 |21.55 |00.25
FRANCOFONIA |M12
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
AMOR E AMIZADE |M12
NOS Colombo
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
|14.20 |16.30 |18.50 |21.20 |23.45
|13.50 |16.45 |19.25 |22.00 |00.25
|13.45 |16.15 |21.15
|18.45 |23.45
|13.55 |16.35 |19.15 |21.50 |00.20
|14.30 |16.50 |19.10 |21.40 |23.55
C. C. Colombo, Av. Lusíada 16996
|13.15 |15.55 |18.35
|21.30 |00.15
|12.50 |15.35 |18.05 |21.00 |23.45
|12.40 |15.25 |18.20 |21.20 |00.20
|13.00 |15.40 |18.10 |21.15
|00.10
|13.10 |15.50 |18.25 |21.25 |00.05
|12.55 |15.30 |18.00 |21.10 |23.55
|13.35 |16.10 |18.50
|00.30
|13.05 |15.45 |18.15 |21.35 |00.10
|13.30 |16.00 |18.30 |21.45 |00.25
NOS Vasco da Gama
C. C. Vasco da Gama - Parque das Nações
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.10 |16.00 |18.30 |21.10 |24.00
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.40 |16.10 |18.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|21.30 |00.10
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.30 |16.20 |19.00 |21.50 |00.20
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.00 |15.30 |18.20 |21.20 |23.50
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.20 |15.40 |18.10 |21.00
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|24.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.50 |15.50 |18.40 |21.40 |00.30
LINHA DE CASCAIS
O AMIGO GIGANTE |M6
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|14.10 |16.40
|19.05 |21.45
Alfragide
CinemaCity Alegro Alfragide
Centro Comercial Alegro - Av. dos Cavaleiros, 2670-045 Carna 214221030
A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |13.50 |15.30 |16.10 |17.40 |18.35 |19.50 |21.30 |23.50
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.20 |15.35 |17.45 |21.45 |23.55
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|13.45 |15.40 |17.35 |21.50 |24.00
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.15 |15.30 |17.55
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|13.15 |21.35
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |15.40 |17.50 |16.20 |19.30 |21.45
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|14.00
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|00.05
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.10 |15.20 |17.30 |18.50 |21.50 |00.10
AGORA OU NUNCA |M12
|19.55
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|24.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|13.25 |21.40 |00.15
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|15.55 |19.40 |22.00 |00.20
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|18.40 |21.25 |00.05
100 ANOS DE PERDÃO |M12
|13.25 |15.25 |17.30 |19.25
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|21.20
Sintra
City Beloura
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
AMOR E AMIZADE |M12
Beloura Shopping 219247643
|15.20 |17.30 |19.40 |21.50
|15.30 |16.10 |17.40 |18.30 |19.50 |21.30
|15.25 |17.50 |21.35
|18.40 |22.00
|15.40 |17.55 |19.30
|16.00
|16.30 |18.50 |21.40
|17.35 |21.35
Cascais
NOS Cascais Shopping
C. C. Cascaisshopping - Estrada Nacional, 9 - Alcabideche 16996
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.40 |16.10 |18.40 |21.20 |23.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.10 |15.50 |18.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.20
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.30 |15.20 |18.10 |21.10 |24.00
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.25 |16.00 |18.30 |20.50 |23.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.50 |15.40 |18.20 |21.00 |23.40
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|12.40 |15.10 |17.40 |21.30 |00.10
O Cinema da Villa - CascaisVilla Shopping Center
Av. Dom Pedro - Lote 1 e 2 215887311
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|14.00 |16.20 |19.10 |21.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|14.10 |16.35 |19.00
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|21.30
MILES AHEAD |M12
|18.10 |20.10 |22.00
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|14.15 |16.30 |19.15 |21.35
A LENDA DE TARZAN |M12
|14.00 |16.15 |19.20 |21.45
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.45 |15.55
Miraflores
NOS Dolce Vita
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
C. C. Dolce Vita, Av. das Tulipas 16996
|15.30 |18.30 |21.30
|15.20 |18.20
|21.20
|14.50 |17.20 |19.30 |22.00
|15.10 |18.10 |21.10
Oeiras
NOS Oeiras Parque
C. C. Oeiras Parque 16996
MILES AHEAD |M12
|13.10 |15.45 |21.45 |00.10
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|18.10
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|10.40 |13.00 |15.20 |21.25 |24.00
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|18.00
O AMIGO GIGANTE |M6
|10.30 |12.45 |15.30 |18.15
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.00 |23.55
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.35 |15.25 |18.20 |21.20 |00.15
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.55 |15.40 |18.30 |21.10 |23.50
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.15 |16.00 |18.45 |21.40 |00.20
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|10.50 |13.20
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |15.50 |18.40 |21.30 |00.20
LINHA DE SINTRA
Amadora
UCI Cinema - Dolce Vita Tejo
Avenida Manual Cargaleiro - Casal da Mira 7072322221
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |16.00
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|18.30 |21.20
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.55 |16.30 |19.10 |21.45 |00.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.40 |16.10 |18.45 |21.15
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|14.05 |16.35 |19.05 |21.30
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|13.45 |16.20 |19.20 |21.35
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|14.15 |16.45 |19.15 |21.50
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.50 |16.30 |18.55
WARCRAFT: O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS |M12
|21.35
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|13.35 |16.15 |19.00 |21.40
O AMIGO GIGANTE |M6
|14.20 |16.50 |21.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|19.25
A LENDA DE TARZAN |M12
|14.00 |16.25 |21.25
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
|19.00
NORTE DE LISBOA
Odivelas
NOS Odivelas Parque
A LENDA DE TARZAN |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
C. C. Odivelas Parque 16996
|13.00 |15.20 |18.10 |21.00
|13.15 |15.40 |18.20 |21.20
|13.10 |15.30 |18.00
|20.50
|13.30 |16.00 |18.35 |21.30
|13.20 |15.50 |18.30
|21.10
MARGEM SUL
Almada
NOS Almada Fórum
C. C. Almada Fórum - Estrada do Caminho Municipal, 1011 - Va 16996
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.30 |16.15 |18.50 |21.50 |00.20
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|12.45 |15.15 |18.00
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|21.00 |23.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.00 |15.50 |18.40
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.15
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.50 |15.40 |18.20 |21.20 |24.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.30 |15.20 |18.15 |21.10 |00.10
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |12.35 |16.05 |18.50 |21.35
|00.25
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.05 |15.45 |18.35 |21.15 |23.55
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|12.25 |15.25 |18.25 |21.25 |00.25
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.45 |16.10 |18.30
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|20.50 |23.55
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.20 |16.00 |18.35 |21.45 |00.25
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.40 |16.20 |18.45
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|21.40 |00.25
MILES AHEAD |M12
|13.25 |15.55 |18.20 |21.05 |23.30
O AMIGO GIGANTE (3D) |M6
|12.40 |15.30 |18.10 |21.10 |23.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
Auditório Charlot
LOVE & FRIENDSHIP |M12
|21.35
|00.05
|13.25 |15.50 |18.40 |21.45 |00.30
Av. Dr. António Manuel Gamito, 11
|21.30
ALGARVE
Tavira
NOS Tavira
Centro Comercial Gran-Plaza, Loja Nº3.24 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.50 |15.50 |18.30 |21.30 |00.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|10.40 |13.05 |15.30 |18.10
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|21.00 |23.30
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.00 |15.30 |18.15 |21.10 |23.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|10.40 |13.20 |16.00 |18.40
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.15 |00.10
PORTO
Porto
Medeia - Cine Estúdio do Teatro Municipal Campo Alegre
Rua das Estrelas 226063000
FRANCOFONIA |M12
|18.30 |22.00
NOS Alameda Shop&Spot
Centro Comercial Shop&Spot, Rua Campeões Europeus, 28 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.00 |15.50 |18.10 |21.30 |00.20
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|14.00 |16.40
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|20.30 |23.40
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|12.45 |15.30 |18.15
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|20.50 |23.25
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.30 |16.30 |19.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|22.40
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|14.10 |17.30 |21.00 |23.50
VICTORIA |M12
|13.10 |16.20 |22.30
OU TODOS OU NENHUM |M12
|19.35
CHEVALIER |M12
|20.00
MARAVIGLIOSO BOCCACIO |M12
|14.10 |17.00 |22.45
Gaia
UCI Arrábida 20
C. C. Arrábida Shopping 223778888
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|16.30 |18.55 |21.20 |24.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|16.20 |19.05 |21.50 |00.35
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|16.40 |19.20 |21.50 |00.20
AMOR E AMIZADE |M12
|16.45 |19.05 |21.20 |00.10
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|16.30 |19.00 |21.30 |00.05
WARCRAFT: O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS |M12 |16.20 |19.00
|21.40 |00.20
MILES AHEAD |M12
|16.25 |18.45 |21.25 |00.15
OU TODOS OU NENHUM |M12
|16.40 |19.05 |21.30 |24.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |16.30 |19.10 |21.55 |00.35
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|16.25 |18.55
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|21.35 |00.25
O AMIGO GIGANTE |M6
|16.20 |21.45
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|19.00 |00.30
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|16.50 |19.15
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|21.40 |00.05
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|16.45 |19.20 |21.55 |00.35
O AMIGO GIGANTE |M6
|16.10
A LENDA DE TARZAN |M12
|19.20 |21.50 |00.20
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|16.35 |19.10 |21.45 |00.25
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
|16.45 |19.20 |21.55 |00.35
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|16.45 |19.10 |21.40 |00.20
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|15.15 |18.20 |21.25 |00.15
MAGGIE TEM UM PLANO |M12
|16.30 |21.20 |24.00
O QUE ESTÁ POR VIR |M12
|18.50
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|16.30 |19.05 |21.35 |00.10
NOS Fórum Montijo
C. C. Fórum Montijo 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.20 |15.50 |18.35 |21.35 |00.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |16.00 |18.25
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|21.00 |23.55
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.25 |16.10 |18.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.25 |00.05
A LENDA DE TARZAN |M12
|12.50 |15.30 |18.30 |21.10 |23.45
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.10 |15.40 |18.15 |21.15 |24.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.40 |15.25 |18.25 |21.20 |00.10
NOS GaiaShopping
Av. dos Descobrimentos, 549 16996
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|13.25 |15.55 |18.35 |21.30 |00.05
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |12.40 |15.20 |18.00 |20.50
|23.45
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.15 |15.50 |18.30 |21.00 |23.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.35 |16.15 |18.55 |21.35 |00.25
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.50 |16.30 |19.00 |21.40 |00.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.05 |15.45 |18.25
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.05 |23.50
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.30 |16.00 |18.50
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|21.25 |00.15
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|12.45 |15.40 |18.40 |21.45 |00.35
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.35 |15.25 |18.20 |21.20 |00.20
Setúbal
Matosinhos
Cinema City
Av. Libertadores de Timor Loro Sae 275334664
CÓDIGO: MOMENTUM |M12
|13.30 |15.55 |17.50 |19.45 |21.40 |23.50
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.40 |15.25 |16.00 |17.35 |18.30 |21.30 |23.55
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |15.40 |17.55 |19.25 |21.40 |23.55
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|13.55 |18.50
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|21.25 |00.10
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|21.55 |00.25
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|16.10 |21.20 |24.00
WARCRAFT: O PRIMEIRO ENCONTRO DE DOIS MUNDOS |M12
|13.30
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.20 |15.30 |17.40 |19.50 |22.00 |00.20
IGUAIS |M12
|13.35
100 ANOS DE PERDÃO |M12
|15.35 |17.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.50 |16.20 |18.55
NOS NorteShopping C. C. NorteShopping, Rua Sara Afonso, 105/117 16996
MILES AHEAD |M12
|13.20 |15.50 |21.10 |23.40
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|18.25
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|10.40 |13.00 |15.25 |18.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|20.50 |24.00
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|12.50 |15.30 |18.20 |21.30 |00.10
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|13.40 |16.10 |18.50 |21.45 |00.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|10.30 |13.10 |16.00 |18.40
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.20 |00.15
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.30 |16.20 |19.00 |21.50
|00.20
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.40 |15.40 |18.35 |21.40 |00.35
A LENDA DE TARZAN |M12
|12.55 |15.20 |18.10 |21.00 |23.50
Montijo
CARTAZ
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
39
AS NOTAS DOS CRÍTICOS
OUTROS LOCAIS
Aveiro
NOS Fórum Aveiro
Rua Homem Cristo 16996
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.05 |16.00 |18.55
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.50 |00.35
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|13.40 |16.20 |19.00 |21.40 |00.20
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|12.55 |15.40 |18.25 |21.10 |00.05
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.30 |16.10 |18.45 |21.20 |23.55
ALICE DO OUTRO LADO DO ESPELHO |M12
|14.10 |17.00
ESTADO LIVRE DE JONES |M12
|20.50 |00.10
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |14.20 |17.20 |21.00 |24.00
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.00 |15.50 |18.40 |21.30 |00.20
NOS Glicínias
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
A LENDA DE TARZAN |M12
C. C. Glicínias, Aradas
|14.10 |17.05
|21.10
|13.40 |16.20 |18.55
|21.20
|13.45 |16.30 |19.15 |22.00
|14.00 |16.40 |19.20 |21.50
|13.50 |16.55 |21.00
|13.25 |16.10 |19.05 |21.55
|15.30 |16.15 |18.50 |21.30
A CANÇÃO DE LISBOA
FRANCOFONIA
MARAVILHOSO BOCCACCIO
MILES AHEAD
VICTORIA
UMA GUERRA
O HOMEM QUE VIU O INFINITO
O AMIGO GIGANTE
A LENDA DE TARZAN
LIKE SOMEONE IN LOVE
SHIRIN
OS DOIS AMIGOS
UM TRAIDOR DOS NOSSOS
OU TODOS OU NENHUM
CHEVALIER
ESTADO LIVRE DE JONES
AMOR E AMIZADE
FRITZ BAUER: AGENDA SECRETA
DE CABEÇA ERGUIDA
TANGERINE
IGUAIS
OLMO E A GAIVOTA
A ACADEMIA DAS MUSAS
À PROCURA DE DORY
O DIA DA INDEPENDÊNCIA: NOVA AMEAÇA
THE CONJURING 2 – A EVOCAÇÃO
MAGGIE TEM UM PLANO
MESTRES DA ILUSÃO
O QUE ESTÁ POR VIR
Coimbra
NOS Alma Shopping Coimbra
C. C. Alma Shopping, Rua General Humberto Delgado 207 - Cent
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.50 |16.30 |19.10
À PROCURA DE DORY (3D) |M6
|21.50 |00.35
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|14.00 |17.10 |20.50 |23.50
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.20 |16.05 |19.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.30
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |14.30 |17.30 |20.30 |23.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.30 |16.10 |18.50 |21.30 |00.10
VICTORIA |M12
|14.40 |17.50 |21.00 |00.15
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|14.50 |17.20 |19.45
AMOR E AMIZADE |M12
|22.10 |00.40
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|14.10 |17.00 |22.50
OU TODOS OU NENHUM |M12
|19.40
MILES AHEAD |M12
|13.40 |16.20 |18.55 |21.20 |24.00
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|13.45 |16.25 |19.05 |21.45 |00.25
NOS Fórum Coimbra
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
O AMIGO GIGANTE |M6
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
A LENDA DE TARZAN |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
Fórum Coimbra
|14.20 |17.30 |21.10 |00.10
|13.30 |16.15 |19.20
|22.00 |00.40
|13.20 |16.10 |18.50 |21.30 |00.15
|14.10 |16.50 |19.30 |22.10
|13.40 |16.20 |19.00 |21.40 |00.20
|13.50 |16.30 |19.10 |21.50 |00.30
Figueira da Foz
NOS Foz Plaza
C. C. Foz Plaza - Rua dos Condados 16996
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|12.55 |15.20 |18.30 |21.10 |23.40
A LENDA DE TARZAN |M12
|15.10 |18.20 |21.20 |23.45
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|15.35 |18.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|21.00 |23.50
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|15.30 |18.10 |21.30 |00.05
O AMIGO GIGANTE |M6
|15.00 |17.50
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40 |00.15
Leiria
Orient Cineplace - Leiria Shopping
IC2 - Alto do Vieiro – 2400-441 244826516
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|15.20 |16.00 |17.30 |18.30 |19.40 |21.50
UMA GUERRA |M12
|18.50
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|21.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|15.30 |17.55
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.40
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|15.35 |16.15 |17.50 |19.20 |21.35
A LENDA DE TARZAN |M12
|15.25 |17.35 |19.45 |21.55
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|22.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|15.50 |21.45
Torres Vedras
NOS Arena Shopping
Centro Comercial Arena Shopping 16996
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.15 |16.00 |18.35 |21.30 |00.10
O AMIGO GIGANTE |M6
|12.50 |15.30 |18.15
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|21.00 |23.40
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|21.40 |00.25
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|13.00 |15.45 |18.00
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.30 |16.15 |18.45 |21.15 |23.55
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|14.00 |16.30 |19.00
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12
|21.50 |00.30
em estreia
●
mau
JOÃO
LOPES
RUI PEDRO
TENDINHA
INÊS
LOURENÇO
●
★★
★★★
–
★★
–
–
★★
★★★
★
★★★★
★★★
★★★
★★
★★
–
–
★★★
★★★
★★★
★★★
★★★
★★
–
★★★
★
★★★
★★★
★★
★★★
–
★★★★
★
★★
★★★
★★★
–
★★★★
–
–
–
★★★
★★
–
★★★
★★
★★★
★★
★★★
★★
★
★★
★★★★
★★★
–
–
★★★
–
★★★★
★★★★
★★★
★★★
★★★
–
–
★★★★
–
–
–
★★
★★
–
–
★★★
★★★
★★
★★★
–
★★★
–
★★★★
★
●
–
★★★
–
★★★★
★ medíocre ★★ com interesse ★★★ bom
★★★★ muito bom ★★★★★ excecional
VEJA TODAS AS CRÍTICAS E OS TRAILERS DAS ESTREIAS DA SEMANA EM WWW.DN.PT
ANÁLISE DAS BILHETEIRAS
A Canção de Lisboa lidera,
mas atenção a Sokurov...
São números bons mas não
fenomenais para o filme de
Pedro Varela, A Canção de Lisboa,
lançado com pompa e
circunstância e com ganas a ser
um blockbuster nacional. Os
mais de trinta mil espectadores
foram suficientes para atingir o
primeiro lugar, mas dificilmente
irá repetir os números de O Pátio
das Cantigas, feito pela mesma
equipa.
Este último filme da “trilogia dos
clássicos portugueses” ainda
poderá beneficiar da campanha
publicitária que está longe de
desacelerar, mercê sobretudo do
forte investimento dos CTT.
Mas a grande surpresa da
semana são os cerca de dois mil
espectadores de Francofonia, de
Aleksandr Sokurov, apenas
estreado em três salas (uma
delas, no Porto, com poucas
sessões). Sokurov ainda tem fiéis
por cá. Apenas para percebermos a dimensão deste pequeno
sucesso, de referir que à sua
frente ficou O Homem Que Viu o
Infinito, protagonizado por
Jeremy Irons e com uma
campanha promocional maior,
filme que chegou a vinte salas
mas que só fez o dobro das
receitas. Claro que é o mesmo
que dizer que esta biografia de
um matemático improvável foi
um substancial fracasso.
Flop é a palavra certa para o
lançamento de Uma Guerra, o
filme dinamarquês que foi
candidato este ano ao Óscar de
Melhor Filme Estrangeiro. Algo
vai muito mal no mercado
quando um filme destes não vai
além das duas dezenas de
espectadores. É tempo das
pequenas distribuidoras abrandarem no ritmo desenfreado de
estreias sem qualquer tipo de
promoção.
Entretanto, nos EUA há um caso
de marketing: o novo Caça-Fantasmas acabou por funcionar
nas bilheteiras depois de
especulação que seria um turkey.
A Sony conseguiu dar a volta à
má net que os fãs fizeram em
torno dos trailers. Ainda assim,
não conseguiu tirar da liderança
A Vida Secreta dos Nossos Bichos.
RUI PEDRO TENDINHA
DIREITOS RESERVADOS
NOS Mar Shopping
Av. Dr. Óscar Lopes
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.00 |15.50 |18.50 |21.40 |00.30
A LENDA DE TARZAN |M12
|12.50 |15.20 |18.00 |21.00 |23.30
O AMIGO GIGANTE |M6
|10.30 |16.00 |19.00
O AMIGO GIGANTE (VO) |M6
|22.00 |00.40
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|10.20 |15.00 |17.20 |21.50 |24.00
ANGRY BIRDS: O FILME (VP) |M6
|11.00 |13.40 |16.20 |19.10
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|22.20
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|12.30 |15.40 |18.20 |21.20 |00.05
O DIA DA INDEPÊNDENCIA: NOVA AMEAÇA |M12 |14.00 |17.00 |20.50 |23.40
A LENDA DE TARZAN (3D) |M12
|13.30 |16.10 |18.40 |21.30 |00.10
A Canção de Lisboa lidera em Portugal
MAIORES RECEITAS
EUA
A Vida Secreta dos Nossos Bichos
Caça-Fantasmas
A Lenda de Tarzan
À Procura de Dory
Mulheres Procuram-se para Ir a Casamento
50,6
46,0
11,1
11,0
7,5
MILHÕES DÓLARES
PORTUGAL
A Canção de Lisboa
À Procura de Dory
A Lenda de Tarzan
O Amigo Gigante
Mestres da Ilusão 2
FONTE: ICA
171 303
157 988
136 047
115 109
84 645
EUROS
40
TELEVISÃO
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
DESTAQUES
O futuro do segredo Da
Ray dá o passo em frente A hamburgueria
Vinci depende de Robert para se conhecer melhor abre pela quinta vez
O plano de Tabitha
corre da pior maneira
AXN
O CÓDIGO DA VINCI
(22.42)
TVSÉRIES
RAY DONOVAN
(22.45)
FOX COMEDY
BOB’S BURGERS
(17.10)
NATIONAL GEOGRAPHIC
PRESOS NO ESTRANGEIRO
(21.25)
Robert Langdon (Tom
Hanks) é chamado
para resolver um caso
incomum. O velho curador do Louvre foi assassinado, no interior
do museu, onde a polícia encontrou uma
cifra junto ao corpo. Langdon descobre que
esta conduz a mensagens ocultas nas obras
de Leonardo Da Vinci, que indicam a existência de uma sociedade secreta, cuja missão é guardar um segredo que dura há mais
de dois mil anos. A menos que Landgon e
Sophie (Audrey Tautou) consigam decifrar o
enigma a tempo, o segredo do priorado de
Sião desaparecerá. Realização de Ron Howard, baseado no best-seller de Dan Brown.
No final da temporada
anterior, Ray Donovan
estava mais vulnerável
e frágil do que nunca.
Agora, está de regresso para a quarta temporada, mas mais introspetivo. Ray (Liev
Schreiber) revê a sua vida até agora e aproxima-se da religião, prometendo uma nova
etapa na relação amarga com a mulher
(Paula Malcomson) e com a filha, Bridget
(Kerris Dorsey). Ainda assim, Donovan continua a ser o solucionador dos ricos e poderosos e nesta nova temporada pode vir a ter
a ajuda preciosa de Jacob Weller (Gabriel
Mann), um agressivo advogado de topo que
se junta à série de Ann Biderman.
Bob gere uma loja de
hambúrgueres com a
ajuda da mulher e dos
três filhos. Tem grandes ideias para a confeção desta delícia,
mas o resto do clã não
tem qualquer jeito
para o negócio. A família está determinada
a fazer que cada reabertura da loja seja (de
uma vez por todas) um verdadeiro sucesso.
Após esta estreia da quinta temporada, a série de animação criada por Loren Bouchard
e Jim Dauterive pode ser vista de segunda a
sexta-feira, sempre às 17.10. H. Jon Benjamin, John Roberts, Dan Mintz, Eugene Mirman e Kristen Schaal dão voz às personagens da trama.
Neste episódio é relatada a história de Tabitha Richie. A canadiana decide que, em
2011, está na altura de
endireitar a vida. Nos
dois últimos anos, ela
lidou com drogas e álcool, desistiu do sonho de ser assistente social e trabalha num clube de strip, deixando a sua mãe a cuidar dos seus filhos a tempo inteiro. No entanto, quando dois amigos
lhe oferecem férias na Colômbia, Tabitha
encara a oferta como uma oportunidade de
dar um novo rumo à sua vida e aceita. O que
ela não sabe é que está prestes a entrar num
mundo mais escuro e aterrador do que
aquele a que tenta escapar.
CANAIS
AUDIÊNCIAS DE TV
GENERALISTAS
TEMÁTICOS
RTP1
RTP2
SIC
TVI
HOLLYWOOD
FOX MOVIES
MOV
06.30 Bom Dia
Portugal
Informação
10.00 A Praça
Talk show
em direto
13.00 Jornal da Tarde
14.15 Bem-Vindos
a Beirais
15.00 Água de Mar
Série
portuguesa
16.00 Agora Nós
18.00 Portugal
Em Direto
Informação
19.00 O Preço Certo
20.00 Telejornal
21.00 The Big
Picture
Concurso
22.00 The Voice
Portugal 2015
23.00 Guerra E Paz
Série britânica
07.00 Zig Zag
Espaço
infantil
13.11 Pais
Desesperados
Série norte - americana
14.05 The Coca-Cola
Case
Documentário
15.00 A Fé
dos Homens
15.33 Euronews
Informação
16.11 Zig Zag
20.05 Academia
de Dança
20.34 Inesquecíveis
Viagens
de Comboio
Série
documental
21.30 Jornal 2
22.18 O Palácio
Série britânica
06.30 Edição
da Manhã
08.45 A Vida
nas Cartas
– o Dilema
10.00 Queridas
Manhãs
13.00 Primeiro
Jornal
14.30 Dancin’Days
Novela
portuguesa
15.45 Grande Tarde
19.00 I Love
Paraisópolis
20.00 Jornal da Noite
21.30 Coração d’Ouro
22.30 Rainha
das Flores
Novela
portuguesa
23.30 Verdades
Secretas
Novela
brasileira
06.30 Diário
da Manhã
Informação
10.10 Você Na TV
Talk show
em direto
13.00 Jornal
da Uma
Informação
14.43 Deixa
Que Te Leve
Novela
portuguesa
15.15 Mundo Meu
16.00 A Tarde É Sua
Com Iva
Domingues
19.14 Massa Fresca
Série juvenil
portuguesa
20.00 Jornal das 8
21.45 A Única Mulher
Terceira
temporada
22.57 Santa Bárbara
13.30 Mandela: Longo
Caminho Para
a Liberdade
16.00 Universidade, a
Quanto Obrigas
17.25 O Último
dos Moicanos
19.20 Puro Aço
21.30 O Chacal
23.40 Entrega
Armadilhada
01.10 Um Caso
de Força Maio
03.00 Adoráveis
Conspiradores
15.37 Detonação
17.46 A Minha
Namorada
Tem Amnésia
19.21 Rocky II
21.15 Uma História
Shaolin
22.45 O Retorno
de Sabata
00.26 Rebeldes
do Bairro
02.10 Vista Pela
Última Vez...
03.59 O Labirinto
do Fauno
16.10 12 Macacos
16.55 Dead Zone
17.40 As Crónicas
de Shannara
18.25 Stallone
Prisioneiro
20.10 Shred
- Snowboard
Radical
21.45 12 Macacos
22.30 Taxi Brooklyn
23.30 O Condenado
de Alcatraz
01.20 Banshee
02.15 Taxi Brooklyn
FOX
FOX LIFE
AXN
14.30 Hawai
Força Especial
16.04 Scorpion
16.53 CSI
17.41 Investigação
Criminal:
New Orleans
19.29 Hawai
Força Especial
21.18 Scorpion
22.15 Chicago
P.D.
00.56 Flashpoint
02.33 Investigação
Criminal:
New Orleans
12.24 Rizzoli
& Isles
14.04 Summer
House
15.37 Rookie Blue
17.08 The Surrogacy
Trap
18.47 Rookie Blue
20.29 Em Contacto
21.26 Rizzoli
& Isles
22.20 Rosewood
00.15 Mr Selfridge
01.16 Ties That Bind
02.52 No Limite
03.35 Medium
08.23 Mentes
Criminosas
09.50 Investigação
Criminal
13.43 Hora
de Ponta
15.23 Desafio
do Ano
17.18 Investigação
Criminal
22.42 O Código
Da Vinci
01.12 Hora
de Ponta
02.48 Investigação
Criminal
23.45 O Cavaleiro
das Trevas
› Filme de
Christopher Nolan,
onde Batman continua a luta contra o
crime, teve oito nomeações para os
Óscares e venceu
duas estatuetas.
23.45 O Cavaleiro
das Trevas
Filme anglo - americano
02.45 O Outro Lado
Informação
03.45 Os Nossos Dias
Novela
portuguesa
23.10 Contacto
› Primeiro de dez epi-
sódios da série que
revela as histórias
das fotografias
mais emblemáticas
e dos fotógrafos da
Magnum, agência
fundada em 1947.
23.10 Contacto
Documentário
23.42 The Adventures
of the Modern
Art
00.35 Eurodeputados
01.05 Mad Men
01.52 Euronews
Informação
21.30 Coração
d’Ouro
› Catarina deixa o
marido sem nada.
Leandro perde a cabeça quando percebe que ela lhe roubou todo o dinheiro
que tinham investido juntos.
00.30 CSI
Cyber
Série norte-americana
01.30 Ray
Donovan
Série norte-americana
02.30 Jura
16.00 A Tarde
É Sua
› Iva Domingues
substitui Fátima
Lopes (durante as
férias da apresentadora) na condução
do talk show das
tarde da estação
de Queluz de Baixo.
00.10 Love On Top
Extra
com Isabel Silva
01.30 Super Quiz
Concurso
02.45 Castle
Série norte - americana
04.15 Love On Top
HISTÓRIA
NATIONAL GEOG.
GLOBO
16.19 A Maldição
de Oak Island
17.41 O Preço
da História
Louisiana
18.23 O Preço
da História
19.06 Caça Tesouros
20.35 O Preço
da História
Louisiana
21.17 O Preço
da História
22.00 Loucos
Por Carros
22.41 Leepu & Pitbull
13.40 Autoestrada
Infernal:
Canadá
14.26 A Ciência
da Estupidez
16.00 Pesca
no Limite
17.32 SOS
Automóvel
19.04 Presos
no Estrangeiro
23.46 Mercado
Negro
01.22 Presos
no Estrangeiro
02.54 A Fronteira
14.50 História
de Amor
15.50 Pedro
Pelo Mundo
16.15 Malhação
17.10 Araguaia
17.50 Mais Você
19.00 Chocolate
com Pimenta
20.00 Totalmente
Demais
21.00 Renascer
22.00 História
de Amor
23.00 Os Experientes
23.45 Araguaia
1,215 milhões
de pessoas viram
os minichefes
› A emissão de MasterChef
Júnior deste domingo, que contou com o músico português
José Malhoa, foi o programa preferido dos portugueses. O concurso de culinária da TVI contou
com 1,215 milhões de pessoas,
registando 31,1% de share.
AUDIÊNCIA
MÉDIA
SHARE
1 MasterChef Júnior (TVI)
12,6%
31,1%
2 Não Há Crise (SIC)
9,7%
22,9%
3 Jornal da Noite (SIC)
9,4%
25,1%
4 Jornal das 8 (TVI)
9,0%
24,7%
5 Rainha das Flores (SIC)
8,0%
21,1%
6 Primeiro Jornal (SIC)
6,7%
21,7%
7 Somos Portugal (TVI)
6,4%
22,2%
8 Hércules (SIC)
6,3%
22,2%
9 Jornal da Uma (TVI)
6,1%
20,0%
10 Love on Top 2: D. Domingo (TVI) 5,4%
19,9%
11 Fama Show (SIC)
5,3%
17,4%
12 Jornal da Tarde (RTP1)
5,0%
16,3%
13 007 - Skyfall (RTP1)
5,0%
17,9%
14 Verdades Secretas (SIC)
4,7%
18,3%
15 Vida Selvagem (SIC)
4,6%
17,9%
SHARE DIÁRIO – DOMINGO
RTP1
10,3
RTP2
2,2
SIC
18,1
TVI
20,7
Cabo Outros*
40,3 8,5
*CONTABILIZA VÍDEO, GRAVAÇÕES, SATÉLITE
INTERNACIONAL, CONSOLAS, INTERNET NA TV
E OUTROS CANAIS DO CABO.
DADOS: CAEM
A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DOS CANAIS
TEMÁTICOS DE CABO E IPTV EXIBIDOS EM
PORTUGAL ESTÁ DISPONÍVEL TODAS AS SEXTAS-FEIRAS NA REVISTA EVASÕES, QUE SE PUBLICA
COM O DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
41
MEDIA
Petição exige
que Jess
Williams deixe
Grey’s Anatomy
Liev Schreiber está
nomeado para o
Emmy de Melhor
Ator em série
dramática pela sua
interpretação em
Ray Donovan
EUA O ator citicou a violência
MICHAEL DESMOND/SHOWTIME
policial contra a comunidade negra. Agora, 26 mil pessoas pedem o despedimento do ator da série
Ray ensinou-lhe “o poder
do silêncio”. E o da paciência
Série. A 4.ª temporada de Ray Donovan estreia-se hoje no TVSéries. Ao DN, Liev Schreiber fala
sobre a série que protagoniza desde 2013, sobre “as nossas próprias lutas” e sobre Shakespeare
ANA FILIPE SILVEIRA
Dos seis nomes recentemente nomeados ao Emmy de Melhor Ator
em série dramática, cinco são relativos a anti-heróis. Do manipulador Frank Underwood (Kevin Spacey) de House of Cards ao trapaceiro Saul Goodman (Bob Odenkirk)
de Breaking Bad – e do seu spin off
Better Call Saul –, há ainda o espião
do KGB Phillip (Matthew Rhys) de
The Americans, o hacker Elliot (Rami Malek) de Mr. Robot e, claro, Ray
Donovan da série homónima. Liev
Schreiber, o ator que o interpreta,
tem uma explicação: é o conflito,
mas o interno, que tanto atrai os espectadores.
“O cerne de quaisquer anti-heróis é que eles abrangem sempre os
dois polos de uma ideia – o bom e o
mau, o belo e o feio, e todas essas
coisas podem coexistir [na ficção],
tal como coexistem em nós”, diz o
ator, que justifica “a obsessão” por
personagens como a sua com “as
nossas próprias lutas” e a “busca de
uma bússola moral interior”. “Todos queremos ser pessoas com
princípios, mas há sempre uma altura em que não conseguimos resistir ao lado negro de nós próprios.
E a ideia de uma personagem que se
move entre esses dois mundos é
muito convincente”, prosseguiu.
Liev Schreiber, de 48 anos, saberá se vence a estatueta da Academy
of Television Arts & Sciences a 18 de
setembro, em Los Angeles, EUA. Até
lá, os espectadores portugueses podem acompanhar a quarta temporada de Ray Donovan a partir das
22.45 desta noite – aproximadamente um mês depois da estreia
nos Estados Unidos –, no TVSéries.
Neste novo conjunto de episódios,
promete o ator norte-americano,
“Ray vai tentar encontrar um lado
mais leve de si mesmo”. E vai também experimentar um novo relacionamento com o pai, Mickey (Jon
Voight), que ele próprio denunciou
às autoridades e que, depois, não
conseguiu ajudar. “[O que aí vem]
pode até ser divertido. O Ray e o Mickey vão passar bastante mais tempo juntos e até se vão envolver
numa pequena confusão em conjunto”, [ri-se].
Na pele de Donovan (um homem que faz o “trabalho sujo” –
como subornar e assassinar – para
uma empresa de advogados) desde
2013, Liev Schreiber pode emprestar-se à sua personagem desde então, mas ao final deste período também recebeu algo dela: “O Ray ensinou-me o poder do silêncio. E o da
paciência. E aprendi a partilhar o
meu trabalho com os outros – e há
tantas pessoas envolvidas na produção de uma série para televisão
ou de um filme”, acrescentou.
E até naquela que é uma história
de crime, protagonizada por um
homem que “resolve” todos os problemas menos os seus, o intérprete
encontra Shakespeare. Porque Ray
“tem muito” do poeta e dramaturgo
britânico. Afinal, explica, “a dualidade” que define o protagonista desta
série é também “a dualidade que
define Shakespeare enquanto escritor”. “Os anti-heróis são o centro dos
seus dramas. Ray Donovan faz-me
lembrar Macbeth, que vivia assombrado pelo fantasma de Banquo, ou
Hamlet, que era perseguido pelo
fantasma do pai, ou Otelo, que se
deixou levar pela ideia de traição e
infidelidade – e que todos eles carregavam, ao mesmo tempo, uma
ternura imensa”.
Os três episódios já emitidos nos
EUA (pelo Showtime) desta quarta
temporada da série foram vistos por
uma média de 1,2 milhões de espectadores. Um deles pode ter sido
Liev Schreiber, que não tem “qualquer problema” em ver-se na TV.
“De vez quando lá reparo no meu
grande nariz ou que estou cada vez
mais careca. Mas, a maior parte do
tempo, divirto-me, porque tenho
uma memória péssima e já não me
recordo do que fiz.”
Mais de 26 mil assinaturas constam
de uma petição online que exige
que Jesse Williams seja despedido
do elenco de Anatomia de Grey e
que os espectadores deixem de ver
o canal ABS, onde a série é emitida
nos EUA. Isto porque, dizem, o discurso do ator nos BET Awards, prémios que reconhecem o trabalho de
afro-americanos e de minorias étnicas no cinema, música e desporto,
entre outras artes, foi “pouco profissional” e teve “comentários racistas.
A criadora da série, Shonda Rhimes, já deixou bem claro, no entanto, que não tenciona ceder à
pressão. Rhimes escreveu no Twitter que não precisa de petições.
O próprio Jesse Williams também
pediu, na mesma rede social, que
não se desse atenção a “pessoas vazias e as suas birras”.
No discurso mais comentado
dos BET Awards, nos quais foi distinguido pelo seu trabalho na organização Black Lives Matter, que
apela ao fim da violência contra a
comunidade negra, Jesse Williams
frisou: “Este prémio é para todos os
ativistas, advogados, pais em dificuldades, famílias, professores, estudantes que se aperceberam de
que o sistema está construído para
nos dividir, empobrecer e destruir.
Quanto mais aprendermos sobre
quem somos e como chegámos
até aqui, mais nos vamos mobilizar. Olhamos para os dados e sabemos que a polícia conseguiu, de
alguma forma, desarmar e não
matar pessoas brancas todos os
dias, e em menor número. Por isso,
o que vai acontecer é que iremos
obter direitos iguais e justiça no
nosso país, ou teremos de reestruturar a função da polícia e a nossa”,
explicou o ator.
“Jesse Williams lançou uma
onda de comentários inapropriados, pouco profissionais e racistas
contra os agentes de polícia e os
caucasianos. Se as suas palavras
ofensivas tivessem sido ditas por
alguém de outra raça que não fosse a afro-americana, tinha sido humilhado publicamente, despedido
do seu trabalho, perdido apoios e
campanhas de publicidade”, lê-se
na petição em curso.
Jesse Williams integra o elenco
de Anatomia de Grey há já sete
temporadas, na pele de Jackson
Avery.
42
DESPORTO
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
ISAURA ALMEIDA e RUI FRIAS
DENIS BALIBOUSE/REUTERS
Equipa feminina russa de
ginástica rítmica, no pódio de
Londres 2012. É uma das raras
modalidades sem casos de
doping encobertos pelo Estado
russo, mas arrisca também
ficar fora dos Jogos do Rio
Exclusão à vista.
COI promete mão
dura contra a Rússia
Doping. Relatório conclui que Estado russo patrocinava programa de
dopagem a larga escala. Comité Olímpico reúne-se hoje de emergência
Podia ser o enredo de um filme de
espionagem ao estilo da Guerra
Fria, mas é apenas um episódio insólito de uso reiterado de doping na
Rússia, com conhecimento do Estado e a ajuda dos serviços secretos,
segundo um relatório independente da Agência Mundial Antidoping
(AMA).
O programa “à prova de falhas”
– assim o descreveu o autor do documento, o professor canadiano Richard McLaren –, era nada mais
nada menos do que um sistema de
dopagem de atletas durante vários
anos (entre 2011 e 2015), em várias
competições (incluindo os Jogos
Olímpicos de Inverno de Sochi, em
2014), de várias modalidades (e não
apenas do atletismo, o mais visado
até agora).
Práticas fora da lei que não ficarão impunes, garante o presidente
do Comité Olímpico Internacional
(COI). Poucas horas depois de ser
conhecido o conteúdo do relatório,
Thomas Bach advertiu que o organismo “não hesitará em adotar as
sanções mais duras possíveis” contra a Rússia, depois do “ataque chocante e sem precedentes à integridade do desporto e dos Jogos Olímpicos”.
Por isso, o COI poderá decidir já
hoje, numa reunião de emergência
e por telefone, “medidas provisórias
e sanções”. Uma delas pode passar
pela exclusão total da Rússia do Rio
2016 (já pedida pelos EUA e por
mais nove países).
As revelações do relatório McLaren não surpreenderam o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP). “A questão da dopagem na Rússia não resultava
apenas de um problema estritamente desportivo, mas era, digamos, um problema de Estado. Era
um problema que envolvia uma
atitude política deliberada, organizada, devidamente preparada para
que se iludisse o controlo sobre os
atletas que utilizavam procedimentos dopantes”, considerou José
Manuel Constantino.
Para o máximo responsável pelo
desporto olímpico português, um
dilema desta gravidade, a poucos
dias do início dos Jogos, torna a resolução da situação “extremamente difícil e complexa”.
Até porque no meio desta guerra
há inocentes, ou seja, atletas limpos
de doping. E Constantino espera
que “não haja outros [países]”, além
da Rússia, com “sistemas de organização similares”, a “iludir os procedimentos”.
Indícios graves desde 2013
A investigação já tinha detetado
irregularidades durante os Campeonatos do Mundo de atletismo
de Moscovo em 2013 e na preparação da equipa russa para os Jogos
Olímpicos de Londres em 2012. No
entanto, só ganhou força quando
Grigory Rodchenkov, ex-diretor do
laboratório antidopagem russo, denunciou a manipulação de amostras durante os Jogos Olímpicos de
Inverno de Sochi 2014, em que pelo
menos 15 atletas foram “ajudados”
a conquistar medalhas.
Como? Segundo o mesmo relatório, o “laboratório de Sochi operou um método de troca de amostras para permitir que os atletas
russos dopados competissem nos
Jogos Olímpicos de Inverno”.
E tudo com a bênção de Vitaly
Mutko, ministro do Desporto, que,
segundo o documento, “criou, controlou e supervisionou” o esquema,
com a “participação ativa” dos serviços secretos do país.
Assim, segundo o relatório
McLaren, 312 casos positivos de doping, de 31 modalidades, foram
adulterados e escondidos pelas autoridades russas entre 2011 e 2015.
O atletismo é a modalidade com
mais casos (139), mas são vários os
desportos que fazem parte da lista,
desde halterofilismo (117) a canoagem (27), ciclismo (26), futebol (11)
e até curling (2) ou ténis de mesa (1).
A Rússia já anunciou, por Vladimir Putin, que vai punir os responsáveis citados no relatório. Mas hoje
pode ver o Comité Olímpico Internacional excluir o país dos Jogos do
Rio. Seja qual for a decisão, a Rússia
poderá ainda apelar à Comissão de
Ética do COI. O chefe do Comité
Olímpico russo, Alexander Zhukov,
já manifestou essa intenção, depois
de saber do relatório e da carta do
diretor da agência antidopagem
americana (USADA), Travis Tygart,
a pedir a exclusão da Rússia dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Algo que a Federação Internacional de Ginástica (FIG), por exemplo,
espera que não aconteça: “Apesar de
a FIG apoiar a política do COI de tolerância zero em casos de doping,
nem todos os atletas russos de todos
os desportos devem ser excluídos e
considerados culpados por atos cometidos noutros desportos.”
rápido
Relatório McLaren concluiu
que a Rússia alterou 312
casos positivos de doping
entre 2011 e 2015.
Atletismo foi a modalidade
mais encoberta pelo
doping de Estado, mas até
o curling teve dois casos.
O Comité Olímpico
Internacional reúne-se hoje
de emergência e pode
afastar a Rússia do Rio 2016.
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
43
DESPORTO
Qual o impacto
desportivo no Rio?
Mais de 60 medalhas
recentes apontam para 63
subidas ao pódio por atletas
russos nos Jogos do Rio, o
pior desde Atlanta 1996
Evgeny Tishchenko, boxe. Vitaly
Dunaytsev, também boxe. Alexey
Yakimenko, esgrima. Yana Kudryavtseva, ginástica rítmica. Daria Spiridonova, ginástica artística.
Aleksander Lesun, pentatlo moderno. Estes são apenas seis dos atletas
russos que arriscam não poder confirmar no Rio de Janeiro o favoritismo que lhes é atribuído para chegar
a uma medalha de ouro, caso o Comité Olímpico Internacional acabe
por aceder aos pedidos que se avolumam para excluir a Rússia dos
próximos Jogos Olímpicos, que arrancam a 5 de agosto.
De acordo com a mais recente
versão do medalheiro virtual proje-
tado pela plataforma de análise de
dados desportivos Gracenote, que
todos os meses atualiza as suas projeções, a Rússia deverá (deveria?)
conquistar um total de 63 medalhas
nos Jogos do Rio, das quais 20 de
ouro, 23 de prata e 20 de bronze –
Portugal, por exemplo, deverá ficar
apenas pela medalha de bronze no
futebol, segundo a tabela publicada
a 6 de julho.
Para a Rússia, este total, a confirmar-se, igualaria já de si o pecúlio
global mais baixo desde Atlanta
1996, os primeiros Jogos em que a
Rússia participou como Estado independente. De então para cá, a
Rússia obteve 89 medalhas (32 de
ouro) em Sydney 2000, 90 medalhas (28 de ouro) em Atenas 2004,
73 medalhas (23 de ouro) em Pequim 2008 e 79 medalhas (22 ouros)
em Londres 2012.
Das 20 subidas de atletas russos
ao lugar mais alto do pódio proje-
Filipe Lima, o 2º
português apurado
REUTERS/SERGEI KARPUKHIN
MEDALHEIRO Projeções mais
GOLFE
Isinbayeva espera decisão do TAS sobre o atletismo russo
tadas pelo medalheiro virtual,
duas são no boxe, uma na canoagem, duas na esgrima, três na ginástica, uma no pentatlo moderno, uma no tiro, duas na natação
sincronizada, uma no ténis, três no
halterofilismo e quatro nas lutas
(livre e greco-romana).
Ora, de todas estas modalidades,
só a ginástica não está em xeque no
relatório independente ontem divulgado pela Agência Mundial Antidopagem [WADA, na sigla em inglês] acerca do desporto russo, não
tendo qualquer caso de doping encoberto pelo Estado russo entre
2011 e 2015.
Para já, apenas o atletismo da
Rússia está excluído de competir
nos Jogos do Rio 2016, depois de a
IAAF [federação internacional da
modalidade] ter suspendido o país
aquando da divulgação de um primeiro relatório daWADA, focado no
atletismo. A IAAF abriu a porta apenas à participação, como independentes, dos atletas que comprovem
estar “limpos”. No entanto, 68 atletas russos, entre eles a bicampeã
olímpica do salto com vara Elena
Isinbayeva, interpuseram recurso
no Tribunal Arbitral do Desporto,
cuja decisão está prevista para a
próxima quinta-feira, dia 21.
› Filipe Lima é o segundo
golfista português apurado
para os Jogos Olímpicos de
2016 e confessa que “representar Portugal no Rio de
Janeiro é tudo”. O jogador,
de 34 anos, disputará o torneio de golfe dos Jogos juntamente com Ricardo Melo
Gouveia, de 24 anos, e 35.º
do ranking olímpico, num
ano de regresso da modalidade aos Jogos, após 112
anos de ausência.
“Representar Portugal nos
Jogos Olímpicos significa
tudo, não é? Não entendo os
jogadores que não aceitam
ir, porque é a forma mais
importante de representarmos o nosso país”, disse o
atleta, filho de portugueses
emigrados em França.
Filipe Lima representa
Portugal desde outubro de
2004 e defendeu as cores
nacionais em duas edições
da Taça do Mundo de profissionais: Vilamoura 2005 e
Melbourne 2013.
PUB
DESPORTO
44
Ânimos chegaram a aquecer
entre os jogadores de ambas as
equipas após a expulsão de
Aquilani. Até o presidente Bruno
de Carvalho entrou em campo e
ameaçou abandonar o encontro
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
5
0
PSV
SPORTING
ESTÁDIO:
Juan Antonio Samaranch (Lausana)
ZOET
WILLEMS
MIRIN
MORENO
BRENET
HENDRIX
MAHER
PROPPER
PEREIRO
LOCADIA
JONG
IURI MEDEIROS
PODENCE
ALAN RUIZ
JEFFERSON
PALHINHA
NALDO
MATHEUS
PEREIRA
AQUILANI
EWERTON JOÃO PEREIRA
STOJKOVIC
SUBSTITUIÇÕES:
PSV – Jogaram ainda: Schwaab, Koch, Vloet ,
Guardado, Narsingh, Josefzoon e Lundqvist.
Sporting – Jogaram ainda: Schelotto, Zeegelaar,
Rúben Semedo, Guald, Petrovic , Slimani, Bryan
Ruiz e Gelson Martins.
GOLOS:
Leão sofre nova goleada
e fecha o estágio
com nota negativa
Sporting. Depois das derrotas frente a Mónaco (4-1) e Zenit (4-2), a
equipa de Jorge Jesus foi vergada a novo pesado desaire, com o PSV
GONÇALO LOPES
O Sporting terminou ontem o estágio na Suíça com uma pesada
derrota diante do PSV, por 5-0. Jorge Jesus regressa de terras helvéticas com grandes dores de cabeça,
sobretudo no que à defesa diz respeito, pois em quatro partidas sofreu 14 golos.
Os maus resultados do Sporting
nesta pré-temporada não se podem
apenas desculpar pela mais avançada preparação de adversários
como Mónaco, Zenit ou ontem o
PSV e sequer pelas ausências de jogadores importantes como Rui Patrício, William Carvalho, Adrien e
João Mário – até porque muitos destes estão a ser cobiçados e poderão
sair até ao fecho do mercado.
Ontem, mais uma vez, os leões
apresentaram-se em campo sem
ideias, clarividência e, diga-se,
sem grande vontade. E também
mais uma vez foi a defesa o grande
calcanhar de aquiles da equipa de
Jorge Jesus. Erros atrás de erros fizeram que em apenas 20 minutos
os leões já estivessem a perder por
2-0. Jorge Jesus desta feita até alterou o setor mais recuado, face aos
últimos onzes, mas nem assim
surtiu efeito.
O PSV controlou sempre tranquilamente a partida, até porque,
diga-se, quase tudo lhe saía bem,
nomeadamente no ataque (em
seis remates fez os primeiros três
golos). A defender também davam
poucos espaços, mas a verdade é
que também nunca tiveram grande trabalho, sobretudo no primeiro tempo, comos sportinguistas
Alan Ruiz e Podence a mostrarem
muito pouco na frente de ataque.
E se quase tudo era mau, pior ficou quando Aquilani foi expulso
aos 34’ (Bruno de Carvalho chegou
mesmo a entrar em campo e ameaçar abandonar o jogo). A equipa estava desorientada e Hendrix aproveitou para fazer o 3-0 aos 41’. Jorge
Jesus deitava as mãos à cabeça, na
bancada, e tinhas razões para tal,
pois os seus comandados não conseguiam colocar em campo os seus
ideais de jogo.
O técnico ainda tentou alterar
algo para o segundo tempo, fazendo entrar Petkovic para o lugar de
Matheus Pereira, mas nada mudou. Logo após o reatamento o PSV
chegou ao 4-0 em novo percalço
defensivo. Num canto a bola atravessa a área sem ninguém lhe tocar, sobra para Maher, que atira forte, fora da área, e a bola só para no
fundo da baliza de Stojkovic, que
parece mal batido.
Corria tudo mal aos leões, que
não conseguiam responder à eficácia holandesa. Ninguém pegava no
jogo, ninguém dava um ar de sua
graça, com quase meio jogo para
disputar todos queriam ir para o
balneário. E mais desesperados ficaram quando De Jong fez o 5-0
aos 55’. Era tudo mau demais para
ser verdade.
Era tão mau que aos 62’ Jesus
tentou mudar a imagem com a entradas de pesos pesados, como
Bryan Ruiz, Slimani, Gelson ou
Schelotto. No entanto, os estragos
já eram tantos que nem estes conseguiram dar uma imagem muito
melhor. É verdade que a partir daqui os leões pareceram mais serenos, trocavam melhor a bola, mas
raramente incomodaram o guarda-redes do PSV até ao apito final.
Ronaldo e Pepe
na luta por
melhor jogador
na Europa
1-0: 5’, por De Jong, de grande penalidade; 2-0:
20’, por Locadia, que só teve de encostar na
pequena área após passe de De Jong. 3-0: 38’, por
Hendrix, na recarga a um remate de Pereiro. 4-0:
50’, num remate do meio da rua de Maher. 5-0:
55’, por De Jong, após assistência de Narsingh.
OS REFORÇOS
ALAN RUIZ
› Jorge Jesus de-
posita muita
confiança no argentino, daí também cobrar-lhe
muito, como fez durante quase
toda a partida. No entanto,
ontem o jogador teve um dia
para esquecer. Pouco interventivo, sem ideias, o médio
ofensivo nunca foi uma boa solução para os seus colegas.
PODENCE
› Ninguém pode
dizer que o jovem
vira a cara à luta,
isso é um facto.
Foi dos que mais
correu e dos que
mais procurou dar um ar de
sua graça. Mas também nunca
nada lhe saiu em condições,
diga-se, sobretudo quando
tentava fazer quase tudo sozinho na frente de ataque do
Sporting.
PETROVIC
› O treinador do
Sporting fê-lo entrar para a segunda parte para
controlar o meio
campo leonino,
depois da expulsão de
Aquilani. O sérvio, diga-se,
deu alguma clarividência à
equipa, sobretudo a defender,
mas também pouco mais
podia fazer face ao desacerto
da grande maioria dos seus
colegas.
PRÉMIOS UEFA Os dois portugueses do Real Madrid estão
na lista dos dez finalistas.
Renato Sanches também
recebeu votos
A lista dos dez melhores futebolistas a atuar na Europa foi divulgada
ontem e há dois portugueses que
constam no grupo de candidatos:
Pepe e Cristiano Ronaldo.
O capitão da seleção nacional venceu o prémio na época
2013/2014 e tem sido o único português a fazer parte da lista nos
últimos anos, mas agora conta
com a companhia do central que
também é seu colega no Real Madrid e que foi considerado um
dos melhores jogadores na seleção que recentemente se sagrou
campeã europeia – Ronaldo e Pepe foram dois dos quatro portugueses que integraram o melhor
onze do Euro 2016.
Fazem parte da lista dos 10 candidatos ao prémio de futebolista do
ano na Europa os alemães Kroos,
Müller e Neuer, o guarda-redes italiano Buffon, o francês Antoine
Griezmann, o galês Gareth Bale, o
uruguaio Suárez e o argentino Lionel Messi, que venceu o troféu pela
segunda vez na época anterior.
Esta lista resulta da votação de
jornalistas de cada um dos 55 países membros da UEFA. Fora do
grupo final dos 10 melhores jogadores, houve 37 futebolistas que receberam pelo menos um ponto.
Entre eles está outro português, o
médio Renato Sanches, considerado o melhor jogador jovem do
Campeonato da Europa na França,
colocado no grupo dos 19.os classificados, no mesmo patamar que jogadores como Eden Hazard, Iniesta e Neymar.
PUB
CONCURSO DOS ÓRGÃOS DE INFORMAÇÃO
N. º 30/2016 DE 24/07/2016. PROGNÓSTICO
DO “DIÁRIO DE NOTÍCIAS”
1. CORINTHIANS - FIGUEIRENSE
2. SANTA CRUZ - CURITIBA
3. PONTE PRETA - INTERNACIONAL
4. PALMEIRAS - ATLÉTICO-MG
5. CRUZEIRO - SPORT-PE
6. CHAPECOENSE - BOTAFOGO
7. ATLÉTICO-PR - FLUMINENSE
8. PAYSANDU - CRB-AL
9. BAHIA - LUVERDENSE
10. LONDRINA - SAMPAIO CORREA
11. VASCO DA GAMA - BRAGANTINO
12. VILA NOVA - CEARÁ
13. TUPI - ATLÉTICO-GO
1
X
1
1
1
2
1
2
X
1
X
1
2
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
PUBLICIDADE
45
NESTE VERÃO,
A SUA RÁDIO NÃO TIRA FÉRIAS,
MAS VAI À PRAIA.
CALENDÁRIO
26 JUNHO
Praia da Figueirinha - Setúbal
31 JULHO
Praia Melres - Gondomar
03 JULHO
Praia Grande - Sintra
07 AGOSTO
Praia Fluvial - Pampilhosa da Serra
10 JULHO
Praia Praça do Mar - Loulé
14 AGOSTO
Praia Póvoa de Varzim
17 JULHO
Praia da Zambujeira - Odemira
21 AGOSTO
Praia de Albufeira
24 JULHO
Praia Fluvial de Froia - Proença-a-Nova
28 AGOSTO
Praia de Matosinhos
De 26 de junho a 28 de agosto,
a TSF anima as praias com aulas de fitness e running e muito mais!
Ao vivo e em direto, não perca, todos os domingos
numa praia perto de si.
COM O APOIO
Exclusivo
46
DESPORTO
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
Seleção com
nova baixa.
Pité rende
Nuno Santos
Vem aí mais um
Portugal-França,
agora em sub-19
EUROPEU Depois da final do escalão senior, que permitiu a
Portugal conquistar o seu primeiro grande troféu internacional de seleções A, há mais
um duelo agendado entre
Portugal e França em
Europeus de futebol, desta vez
no escalão de sub-19. A seleção francesa goleou ontem a
Holanda, por 5-1, e colocou-se
no caminho da seleção portuguesa nas meias-finais, jogo
que se realiza na próxima quinta-feira (21). Um hat-trick de
Augustin (que subiu à liderança dos melhores marcadores
da prova, com cinco) e dois
golos de Mbappé deram a vitória à França, que ultrapassou a
Holanda e terminou no segundo lugar do grupo B, atrás da
Inglaterra, que bateu a Croácia
por 2-1. Portugal, recorde-se,
foi o primeiro classificado do
Grupo A. Inglaterra e Itália disputam a outra meia-final deste
Europeu, que se realiza na
Alemanha.
JOGOS OLÍMPICOS Rui Jorge
EPA/DENIZ CALAGAN
começou ontem a preparar
o torneio. Médio Bruno
Fernandes desvaloriza
impedimentos dos clubes
Rui Vitória vai testar
Óscar Benítez a fazer
de Renato Sanches
Benfica. Argentino foi contratado este defeso, mas esteve com um pé
no Boca Juniors por empréstimo. Técnico acabou por segurá-lo
CARLOS NOGUEIRA
O Benfica poderá afinal não ir ao
mercado para contratar mais um
médio-centro para preencher a
vaga deixada em aberto por Renato Sanches, transferido para o
Bayern Munique por 35 milhões de
euros mais 45 milhões por objetivos. E tudo porque o treinador Rui
Vitória vai aproveitar a pré-temporada para testar o argentino Óscar
Benítez nessa posição de médio-centro ou número 8.
O jogador de 23 anos, contratado ao Lanús por 3,3 milhões de
euros, tem feito a sua carreira
como extremo, um pouco à semelhança do que aconteceu com Enzo Pérez, quando em 2012 foi contratado ao Estudiantes. No entanto, os responsáveis benfiquistas
acreditam que as características
de Benítez podem fazer dele um
Óscar Benitez também
esteve na agenda do
Sporting, mas rumou à Luz
jogador importante no centro do
terreno, pois trata-se de um atleta
alto (1,83 m), forte fisicamente e
que faz da velocidade a sua principal arma.
Inicialmente chegou a colocar-se a hipótese de Óscar Benítez ser
emprestado ao Boca Juniors, mas
Rui Vitória quis vê-lo em ação na
pré-temporada, sendo que agora
surge a possibilidade de adaptá-lo
a uma posição carenciada no plantel, sobretudo no que diz respeito às
características pretendidas para a
posição: um jogador agressivo, rápido e com bom controlo de bola,
capaz de fazer uma boa ligação entre o meio-campo e o ataque.
Rui Vitória tem à sua disposição
neste momento André Horta, que
tem dado boas indicações, o colombiano Guillermo Celis, que
apenas integrou os treinos na segunda-feira, e ainda João Teixeira,
a quem é reconhecido talento, mas
a quem falta poderio físico para assumir o lugar.
Fuga de Nagy obriga a mudanças
À partida para esta pré-temporada,
a SAD do Benfica pretendia fechar
o lote de médios com a contratação
de Ádam Nagy, futebolista húngaro que se destacou no Euro 2016.
Contudo, a valorização do atleta
levou o Ferencváros a pedir mais,
pretensões que os encarnados não
estiveram na disposição de satisfazer, não indo além de uma oferta
pouco superior a um milhão de euros. O jogador acabou por rumar ao
Bolonha por 2,5 milhões de euros,
mas 300 mil mediante objetivos
cumpridos pelo atleta.
Ou seja, perante a concorrência
por Ádam Nagy, o Benfica optou
por olhar para o que tinha em casa,
tendo Óscar Benítez sido então encarado como uma boa possível solução. Nesse sentido, se o argentino cumprir aquilo que Rui Vitória
espera dele, o problema ficará resolvido, caso contrário a SAD do
Benfica poderá voltar ao mercado
para encontrar uma solução que
satisfaça melhor o treinador dos
tricampeões nacionais.
Cyle Larin apontado à Luz
O jovem avançado Cyle Larin foi
ontem colocado na rota do Benfica
pela imprensa canadiana. O jogador de 21 anos foi eleito o melhor
estreante da MLS na temporada
passada, tendo apontado 26 golos
em 45 jogos pelo Orlando City.
Refira-se que o clube da Luz tem
um protocolo com aquele clube
norte-americano, para onde rumaram há dois anos os jovens Rafael Ramos e Estrela. Nesse sentido, e ainda de acordo com alguns
órgãos de comunicação daquele
país, os encarnados poderiam conseguir a contratação do jogador por
uma verba na ordem dos seis milhões de euros. Cyle Larin é também cobiçado na Alemanha.
Rui Jorge, selecionador olímpico, já
tinha revelado que a convocatória
para os Jogos do Rio de Janeiro, que
terão lugar em agosto, tinha sido
construída “de forma surreal”, devido à recusa dos clubes em cederem mais de 20 jogadores para esta
competição. E a verdade é que a
preparação para a prova continua
a ser complicada, dado que ainda
ontem, dia de arranque dos trabalhos, o técnico foi obrigado a substituir um novo nome da sua lista.
O benfiquista Nuno Santos, emprestado ao V. Setúbal, caiu da convocatória e entrou para o seu lugar
Pité, avançado do Tondela.
“O selecionador nacional olímpico, Rui Jorge, chamou o avançado do Tondela para colmatar a ausência de Nuno Santos”, lê-se no
comunicado da FPF, sem especificar os motivos para a ausência do
avançado dos sadinos.
Indiferente a estas polémicas
parece estar o grupo de trabalho,
como revelou ontem o médio Bruno Fernandes, considerando que a
seleção não está afetada com esta
situação. “Temos confiança em todos os que estão aqui. Se estão
aqui são fortes, independentemente das circunstâncias. Todos
têm qualidade, temos de acreditar
nessas mesmas qualidades e seguir. Tudo isso que aconteceu foram decisões dos clubes. Cada clube e treinador têm a sua maneira
de ver as coisas e ver o melhor para
cada um de nós jogadores. Nenhum treinador quer prejudicar
nenhum jogador, se acharam que
seria assim é porque é melhor”,
disse o jogador da Udinese.
Confrontado com os recentes
feitos das seleções portuguesas,
Bruno Fernandes diz que os Jogos
Olímpicos serão nova oportunidade para Portugal provar o seu
valor. “Fomos campeões nos sub17, nos AA, estamos nas meias-finais nos sub-19 e temos campeões em todas as modalidades.
Isso faz que Portugal seja respeitado. Temos de nos dar ao respeito e
mostrar que somos fortes. É uma
grande oportunidade para nós e
para o país”, afirmou.
Refira-se que no torneio olímpico de futebol, Portugal, que tem
como melhor desempenho em
Jogos o quarto lugar alcançado
em Atlanta, em1996, vai defrontar a Argentina, a 4 de agosto, as
Honduras, a sete do mesmo mês,
e a Argélia, a 10, no Grupo D.
Terça-feira _19 de julho de 2016. Diário de Notícias
DESPORTO
47
ENTREVISTA: REINALDO VENTURA
Jogador de hóquei em patins
Entre os novos campeões europeus, era o único elo de ligação ao último grande título internacional que tinha sido conquistado pela seleção de hóquei (o Mundial de 2003). Aos 38 anos, resolveu
voltar a vestir a camisola das quinas. Em boa hora, para ajudar a acabar com um longo jejum
TONY DIAS/GLOBALIMAGENS
“Voltei à seleção para conquistar
o título que me faltava”
PAULO PAULOS
Há 18 anos que Portugal não era
campeão europeu de hóquei em
patins. O que representou para
vocês quebrar esse enguiço?
Foi uma felicidade tremenda. Há
muitos anos que perseguíamos
este título. Ao longo destes anos
fugiu-nos várias vezes por entre os
dedos, outras vezes de forma mais
clara. Finalmente chegou a nossa
hora. Tal como os italianos, tivemos algum azar porque apanhámos uma geração espanhola muito
forte, que dominou a modalidade.
Felizmente esta nossa nova geração pode ser tão boa ou melhor do
que essa.
Estamos perante uma nova
geração dourada do hóquei português?
Espero bem que sim. Estamos perante um lote de jogadores de grande qualidade, tanto a nível atlético como a nível humano. Na
minha opinião, isso já é meio caminho andado. Claro que as diferenças nunca serão tão grandes,
porque as equipas estão cada vez
mais bem preparadas. Mas estou
certo de que esta geração vai ganhar muitos campeonatos para
Portugal.
Isto de ser campeão europeu
virou moda...
É verdade. Foi muito importante
termos sido campeões europeus
logo após a seleção de futebol o
“
Depois do ano anterior
muito complicado,
consegui voltar a ser feliz
a jogar hóquei
ter conseguido. O país parou para
ver a final. Nós próprios assistimos todos juntos no hotel e vibrámos muito com essa vitória.
Além de nos ter deixado muito felizes, trouxe-nos mais visibilidade.
Foi muito positivo. Temos a melhor liga do mundo e há que aproveitar o investimento que tem
vindo a ser feito. Este título apareceu na melhor altura.
Sente que ajudaram também a
impulsionar a autoestima dos
portugueses neste verão de êxitos
desportivos?
É uma daquelas alegrias que não
influencia o bolso mas estimula a
mente. Notei logo isso no primeiro contacto com as pessoas, a forma
como me abordam, sorriem e dãome os parabéns. Faz bem ao ego.
Depois de uma prova quase perfeita, chegaram ao intervalo da
final a perder por 2-0 diante da
Itália. Nunca pensaram na final
do Europeu perdida em 2008?
Nunca. Em momento algum isso
nos passou pela cabeça. Sabíamos
bem o que fazer para derrotar a Itália
e continuámos com a mesma estratégia depois do intervalo.
Combinámos manter um ritmo intenso, pois sabíamos que a Itália,
que utilizou quase sempre os mesmos cinco jogadores, acabaria por
ceder. Nunca tínhamos estado a
perder na competição, mas nem
por isso deixámos de acreditar em
nós. Agarrámo-nos uns aos outros
PERFIL
› 38 anos.
› Clubes representados: FC Porto
e Óquei de Barcelos.
›Títulos: Campeonato Nacional
(12 vezes), Taça de Portugal (8),
Supertaça António Livramento
(9), Taça CERS (2), Campeonato
do Mundo (em 2003) e
Campeonato da Europa (em
2016).
› É a principal referência em atividade do hóquei nacional.
Regressou à seleção quatro
anos depois de renunciar para
acrescentar ao palmarés um
dos poucos títulos que lhe faltava: o Europeu. Doze vezes campeão nacional no FC Porto (dez
de forma consecutiva), onde foi
idolatrado durante duas décadas, antes de se mudar para
Barcelos. Na primeira época no
Minho, ergueu logo uma Taça
CERS. Mais do que isso: voltou a
ser feliz dentro do rinque. Com
a retirada bem longe do seu horizonte, o capitão da seleção
promete não se ficar por aqui.
e demos uma prova da nossa superioridade. Não ficaram dúvidas de
quem foi a melhor equipa em prova.
Fizemos um grande Europeu, como
há muito não se via.
Há quatro anos anunciou a sua
retirada da seleção. O que o fez
voltar?
Foi um conjunto de fatores. Na altura, decidi abandonar para me dedicar exclusivamente ao meu clube
e dar a outros a oportunidade de tentarem ser o que eu nunca tinha sido:
campeões europeus. A certa altura
apercebi-me de que talvez não tivesse tomado a melhor decisão...
Arrependi-me de o ter feito. Por isso,
quando o [Luís] Sénica me ligou não
hesitei. Voltei para conquistar o título que me faltava.
Vamos poder vê-lo no Mundial do
próximo ano?
Ainda é demasiado cedo para pensar nisso. Este título ainda está muito
fresco na memória para me preocupar com essa questão. Tenho
noção de que não posso ser convocado pelo nome que tenho na modalidade, independentemente da
minha idade. Por isso, terei de mostrar o meu valor durante a época.
No final da temporada, se essa for
a vontade do selecionador, logo veremos. Mas tenho de me sentir bem
para poder dar o meu contributo à
seleção.
Portanto, tão cedo não vai voltar a
anunciar o adeus à seleção?
Desta vez não arrisco. Cometi esse
erro uma vez, não volto a cair na
mesma...
Está com 38 anos. Até que idade planeia continuar a jogar?
Não faço ideia... Enquanto me sentir capaz e achar que posso ser útil à
minha equipa e à seleção, hei de continuar a jogar hóquei. No dia em que
sentir que não sou capaz de acrescentar qualidade, serei o primeiro a
dizer que é hora de terminar a carreira. Por agora, não penso nisso.
Também ganhou a Taça CERS
pelo Óquei de Barcelos. A nível
pessoal, foi uma época em cheio?
Foi uma época bastante positiva a
título pessoal. Depois de um ano
muito complicado, consegui voltar a ser feliz a jogar hóquei. Queria
muito mostrar que a decisão de
continuar a jogar tinha sido acertada. Senti que era capaz, apesar
da minha idade. Muitos olham para
a idade como um impedimento...
Eu encontrei nisso uma capacidade de superação ainda maior para
atingir os meus objetivos. Senti a
necessidade de provar isso.
A experiência é mais uma vantagem do que um handicap...
Claro. Sou um jogador completamente diferente do que era aos 20
anos. Naturalmente, agora tenho
muito mais experiência e isso faz
a diferença. Antigamente corria
muito e fazia tudo mal. Agora, se
calhar, é ao contrário...
Hoje vão ser recebidos por
Marcelo Rebelo de Sousa. Já sabe
o que vai dizer ao Presidente?
Se tivermos a possibilidade de conversar, vou apenas dizer-lhe que é
um prazer estar ali e partilhar a
nossa alegria com ele.
www.dn.pt
TERÇA-FEIRA
19 de julho de 2016
Ano 152.º, N.º 53 782
Conselho de Administração Daniel Proença de Carvalho (Presidente) Vítor Ribeiro, José Carlos Lourenço, Pedro Coimbra, Rolando Oliveira, Luís Montez e Jorge Carreira (administradores) Propriedade Global Notícias Publicações, SA; Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto. Capital social: 6 334 285 euros. NIPC: 500096791 Sede
R. Gonçalo Cristóvão, 195-219, 4049-011 PORTO Filial Av. da Liberdade, 266, 1250-149 LISBOA C Marketing e Comunicação Ana Marta Heleno (diretora)
Publicidade Luís Ferreira (diretor-geral) Direção Comercial Paulo Pereira da Silva, Reinaldo Capela (agências ) e Luís Barradas (Diretos) Detentora de mais de 5% do capital social:
Global Notícias - Media Group, SA Impressão Gráfica Funchalense (Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50, Morelena, 2715-029 Pero Pinheiro); Naveprinter (EN, 14 (km
7.05) – Lugar da Pinta, 4471-909 Maia) Distribuição VASP; Registado na ERC com o n.º 101326. Assinaturas 707 200 508. Custo das chamadas da rede fixa 0,10€/minuto e da rede
móvel 0,25€/minuto, sendo ambas taxadas ao segundo após o 1º minuto. Valores sujeitos a IVA. Dias úteis, das 7h às 18h. Fax: 21 924 19 95 – E-mail: [email protected].
HISTÓRIAS DE PESSOAS
UM PONTO É TUDO
Do campo de refugiados
aos Jogos Olímpicos
FERREIRA
FERNANDES
Jornalista
Ideia para
o OE 2017:
o pokémon
Quando tinha 8 anos teve de fugir da sua terra natal, permanecendo depois oito
anos no Quénia. Com 16 anos a Austrália recebeu-o juntamente com a sua família.
Agora irá representar o Sudão do Sul no Rio de Janeiro, em homenagem ao pai
O
Há histórias de vida que merecem ser contadas. Uma delas é a
de Mangar Makur Chuot, jovem
de 25 anos do Sudão do Sul.
Quando criança foi forçado a
abandonar o seu país devido à
guerra naquele território, viveu
depois oito anos num campo de
refugiados até que a Austrália, e a
cidade de Perth, o aceitou juntamente com a sua família. Agora
vai estar presente nos Jogos
Olímpicos do Rio de Janeiro. Poderia envergar as cores australianas, mas escolheu as do Sudão
do Sul, tudo para homenagear o
seu pai.
“Ele lutou para que a nossa
família pudesse sair do país em
segurança. E morreu a lutar com
as suas mãos. Na minha camisola estará o seu nome e estes
Jogos serão dedicados a ele”, referiu o atleta, especialista nos
200 metros.
Apesar dos seus 25 anos,
Chout há muito que luta pelos
seus sonhos. Aos 8 anos foi então
forçado a sair do Sudão, devido à
guerra, e percorreu milhares de
quilómetros a pé, juntamente
com a sua mãe e os seis irmãos,
atravessando a Etiópia, até chegar ao Quénia, mais concretamente ao campo de refugiados
de Kakuma, onde permaneceu
durante oito anos.
“Foi um período muito complicado. Tínhamos uma ração
diária e não podíamos comer
tudo de uma só vez, pois não nos
davam mais. Ao mesmo tempo
VIDEO GUARDIAN
GONÇALO LOPES
Chout é especialista nos 200 metros. Foi descoberto quando fazia testes num parque
era uma situação melhor do mas a maioria dos meus irmãos
que a que tínhamos em casa, po- não sabia e sofria todos os dias
díamos ir à escola e aprender com as dificuldades deles. Mas
inglês. Essa foi a melhor parte depois de aparecer o atletismo
tudo mudou”, condaqueles tempos”,
ta o atleta de 25
disse o atleta.
anos.
Aos 16 anos teve
Em 2012 foi
E o atletismo
então a oportuniapareceu apenas
dade de rumar a
atacado por
por acaso, diga-se.
Perth, na Austrália,
sudaneses e
Certo dia Chout
juntamente com a
falhou Londres
estava a fazer tessua família. A adaptes num parque
tação não foi fácil...
quando o treinaaté que encontrou
o atletismo. “Foi difícil sobre- dor Lindsay Bunn o descobriu.
tudo porque a comunidade de- “Parecia uma girafa com anfemorou algum tempo a aceitar- taminas. Não era o mais rápido
-nos. Eu já sabia bem inglês, do grupo, mas senti que tinha
qualquer coisa. O que o tornou
depois especial foi a sua dedicação e o seu empenho”, salientou.
Chout irá agora estrear-se
nos Jogos Olímpicos do Rio de
Janeiro, mas já em 2012 esteve
qualificado. Na altura, contudo,
pagou com o corpo a sua “fuga”
do Sudão. Foi atacado em três
ocasiões nas vésperas dos Jogos
Olímpicos de Londres por sudaneses, que lhe partiram alguns ossos das pernas. Na altura não pôde então cumprir o
seu sonho. “Agora foi ter o privilégio de correr contra Bolt. Vou
dar o meu melhor”, referiu.
utra vez! Chegámos ao
Japão fornecendo os arcabuzes com que os senhores locais unificaram
o arquipélago. Fundámos Nagasáqui. De ilhas isoladas,
ajudámo-los a comerciar com os
vizinhos chineses. Palavras que lá
ficaram – koppu, pan, shabom... –
basta dizê-las alto para saber que
era de coisas, não parlapié, que traficávamos com eles. A questão é:
e juros? Essa história de termos inventado o mundo redondo sem, ao
fim de tanta viagem, nos pingar benefício, já começa a cansar.Vem
isto a propósito da última “importação” do Japão. Calha a este – e não
à Nigéria, que nos deve a mandioca
ou ao Brasil, que nos deve o café... –,
porque a voga em Portugal, hoje, é
“japonesa”: o pokémon. Pus aspas,
já direi porquê. O pokémon que se
caça com pokébolas e põe os portugueses a correr e a socializar é da
Nintendo, cujas ações dobraram
numa semana. Nintendo... Basta
pronunciá-la para lhe adivinhar a
origem lusa: eu também “nintendo” como se socializa e corre com
os olhos cravados no ecrã do telemóvel. Mas não quero só aventar
hipóteses, quero exigir royalties
pela patente. Porque o pokémon é
português. Ele é a cópia descarada
do nosso jogo tradicional: a caça
aos gambozinos!!! Aliás, os nossos
eram melhores, nunca eram caçados. O exercício era o subir às árvores de madrugada. As pokébolas
era o saco. A socialização era o gozo
com que nos recebiam depois da
noite insone a caçar gambozinos.
E esta crónica é a minha ideia para
ajudar o OE 2017.
PUB
PUBLICIDADE
$VXDJXHVWKRXVHQRFRUDomRGH/LVERD
Rua Camilo Castelo Branco, 22, 1.º andar, 1150-084 Lisboa | (00 351) 914 759 549 | XXXNBSRVFTTPVMDPNŢJOGP!NBSRVFTTPVMDPN
duplos
Quartos res
e familia tos
en
Apartam
PUBLICIDADE
7LQWDV.HQLWH[DTXDOLGDGHGHVHPSUH
$HVFROKDFHUWD
CADERNO COMERCIAL | EDIÇÃO SUL
Terça-feira 19 de julho de 2016
PARA ANUNCIAR www.ocasiao.pt | 800 241 241 (chamada grátis) | [email protected] | ENCONTRE EM www.lojadojornal.pt | A LOJA MAIS PERTO DE SI.
VEÍCULOS
ENSINO
CASAS
EMPREGO
NECROLOGIA
DIVERSOS
O MELHOR MOSCATEL
DO MUNDO DE 2016
Conteúdo comercial
Adega de Pegões distingue-se no famoso concurso de vinhos realizado em França
O
vinho “Adega de Pegões Moscatel Roxo DO Setúbal” foi eleito o
melhor moscatel do mundo no
famoso concurso “Muscats du
Monde 2016” que se realizou em
França, entre 29 e 30 de junho.
É para dizer que temos uma dupla vitória, no futebol e nos vinhos moscatel, isto
no reputado país dos vinhos e do futebol
que é França.
E de realçar que além deste Moscatel
Roxo, a Adega de Pegões obteve ainda
mais duas medalhas de ouro neste concurso, uma com o moscatel “Adega de
Pegões” branco não datado e outro com
o “Contemporal Moscatel Roxo”, (tornando-se na empresa portuguesa mais
premiada deste concurso) isto da parte
de Portugal.
Já em 2011, um moscatel português
tinha ganho este prémio e também
era de Setúbal, o que revelou ser uma
grande surpresa no nosso país. Nessa
altura o premiado foi um “Moscatel de
Setúbal DOC”, de uva branca (moscatel
de Alexandria), destacando-se o prémio de 2016 por ser esta a primeira vez
que um Moscatel Roxo, a nova moda
dos moscatéis, ganha este troféu, este
Moscatel Roxo da Adega de Pegões, cujas
uvas são originárias das planícies quentes do sul de Portugal, estagiou cinco
anos em barricas de carvalho francês e
americano para maturar e ganhar complexidade e elegância, tendo atingido o
mais alto grau que um Moscatel pode ter
neste reputado concurso mundial.
Pode evoluir muito bem por mais de
50 anos e deve de ser consumido a temperatura de 14 ºC, como digestivo sem
qualquer acompanhamento, pois é tão
intenso que melhora muito o seu sabor.
A Adega de Pegões é uma das adegas portuguesas mais premiadas na última década, com mais de 500 prémios
em todo o mundo. Recentemente, foi
a empresa de Portugal mais premiada
no “Portugal Wine Trophy 2016” (organizado por uma entidade alemã) ou no
“Selezione del Sindaco 2016 ” (Itália). Ou
mesmo cá, no Concurso “Uva de Ouro “,
onde obteve 21 medalhas de ouro, no total
destes concursos, o que reforça bastante
a qualidade dos seus vinhos, que para
mais, além da grande qualidade apresentam sempre preços bastantes justos. 
ESTE “MOSCATEL ROXO DA
ADEGA DE PEGÕES”, CUJAS
UVAS SÃO ORIGINÁRIAS
DAS PLANÍCIES QUENTES
DO SUL DE PORTUGAL,
ESTAGIOU CINCO ANOS EM
BARRICAS DE CARVALHO
FRANCÊS E AMERICANO
MASSAM
Rua Dona Maria Ana de Áustria, Lote 183, 2605-663 Belas
OFERTA DE INSCRIÇÃO!
- Acompanhamento Nutricional
- Acompanhamento Personalizado
- Treino assistido em Sala
- Wi-fi gratuito
- Sauna
- Banho Turco
- 3100 m2
* Tra
nsm
issã
o
7 60
96 780 2
7 66
96 780 Á2NORTE
de J
ogo
s Eu
ro 2
016
num
Proj
etor
!
PUBLICIDADE
4,33€
por semana
INSCRIÇÕES
LIMITADAS
TARIFÁRIOS E FORMAS
DE PAGAMENTO
ESPECÍFICAS
Diário de Notícias Terça-feira, 19 de julho de 2016
avisos, tribunais
e conservatórias
emprego
24 PUBLICIDADE
Tribunal Judicial da Comarca de Leiria
Instância Local de Alcobaça - Secção Criminal
ANÚNCIO
Processo: 1551/16.0T8ACB - Processo Comum (Tribunal Singular) - Ref.:
82456209
João Ricardo Carreira, Juiz de Direito da Instância Local de Alcobaça - Secção
Criminal - Comarca de Leiria, faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular) n.º 1551/16.0T8ACB (proveniente do Processo n.º 451/12.8GCACB),
pendente nesta Secção Criminal contra a arguida Loredana Vaduva, filha de Virgil e de Ioana, natural da Roménia; nacional da Roménia, nascida em 1/9/1978,
estado civil: divorciada, NIF - 266817351, com último domicílio conhecido na
Rua Principal, n.º 10, Anexo B, Chão do Galego, 2460-876 Turquel, Alcobaçã,
por se encontrar acusada da prática do crime:
1 (um) crime de recetação, previsto e punido pelo artigo 231.º, n.º 2, do Código
Penal, alegadamente praticado em dia não concretamente apurado, mas anterior a 27/12/2012, foi a mesma declarada contumaz, em 6/6/2016, nos termos do
art.º 335.º do C. P. Penal.
A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação da arguida em
juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:
a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção da arguida, sem prejuízo da realização de atos urgentes, nos termos do art.º
320.º do C. P. Penal;
b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pela
arguida após esta declaração;
c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas.
Alcobaça, 11/7/2016
O Juiz de Direito
João Ricardo Carreira
DN, 19/7/2016 - 1.ª Publicação
Comarca de Leiria
Caldas da Rainha - Inst. Local - Secção Criminal - J1
ANÚNCIO
OFERECEM-SE
DOMÉSTICA (OFERECE-SE)
Com experiência em costura, auxiliar de enfermagem. Preferencia
Lisboa, Oeiras e Sintra.
☎ 968271435
PRECISAM-SE
SECRETÁRIA M/F LISBOA
Conhecimento área mediação
imobliária: Envio CV para:
[email protected]
dias úteis entre as 9h00 e as 18h30
e aos sábados das 9h30 às 13h00
REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL
Consulado-Geral do Brasil
em Faro
Livro: 5
Folha(s): 95
Termo: 1235
EDITAL
DE CASAMENTO
João Francisco Campos da Silva Pereira,
Cônsul-Geral Adjunto do Brasil em/no(a)
Faro, usando das atribuições que lhe
confere o art.º 18.º da Lei de Introdução
ao Código Civil, faz saber que pretendem
casar MAURÍCIO VITORIANO LIMA natural
de São Paulo, São Paulo, Brasil. nascido
a 16/10/1981, residente e domiciliado na
Rua D. João V, Edifício Miravila, Bloco A,
Apto. n.º 802, Quarteira, Portugal, Código
Postal: 8125-207, nesta jurisdição consular,
filho de Francisco Pedro de Lima e de Maria
Helena Vitoriano Lima, e MÁRCIA MARIA
TRIBUTINO natural de Caruaru, Pernambuco, Brasil, nascida a 4/2/1978, residente
e domiciliada na Rua D. João V, Edifício
Miravila, Bloco A, Apto. n.º 802, Quarteira,
Portugal, Código Postal: 8125-207, nesta
jurisdição consular, filha de José António
Tributino e de Inácia Maria Tributino.
Apresentaram os documentos exigidos
pelo art.º 1525.º do Código Civil.
Se alguém souber de algum impedimento,
oponha-o na forma da Lei. Lavrado o presente para ser afixado em lugar visível
da Chancelaria deste Consulado-Geral.
Oficial de Registro Civil «ad-hoc»
Ana Valéria Sepúlveda Rodrigues
Insolvência de
"HORÁCIO DE MATOS RIBEIRO"
PROC. N.º 468/11.0TBTND
da Comarca de Viseu - Viseu - Inst. Central Sec.
Comércio J2
O Administrador de Insolvência vai proceder à
venda, através de proposta em carta fechada,
dos bens imoveis apreendidos no âmbito da
insolvência supra identificada: Verba nº1 Prédio
urbano, composto por palheiro, eira e releixo,
com uma área total de 141m2, sito na freguesia
de Molelos, descrito na Conservatória do Registo
Predial de Tondela sob o nº 3331 e inscrito na
matriz predial urbana sob o artigo 1694 aceitando-se propostas pelo valor base de 1.000,00€.
Verba nº2 Prédio rústico, composto por terreno
de cultura com uma área total de 700m2, sito na
freguesia de Molelos, descrito na Conservatória
do Registo Predial de Tondela sob o nº 3333 e
inscrito na respetiva matriz predial sob o artigo
3677, aceitando-se propostas pelo valor base de
100,00€. Verba nº3 Prédio rústico, composto por
pinhal com área total de 1.100m2, sito na freguesia de Molelos, descrito na Conservatória do
Registo Predial de Tondela sob o nº 3334 e
inscrito na respetiva matriz predial sob o artigo
3578, aceitando-se propostas pelo valor base de
550,00€. Verba nº4 Prédio rústico, composto por
terreno destinado a cultura, sito no lugar de
Padaria, freguesia de Nandufe e concelho de
Tondela, descrito na Conservatória do Registo
Predial de Tondela sob o nº 262 e inscrito na
respetiva matriz predial sob o artigo 775 e Prédio
urbano, composto por casa destinada a padaria,
sito no lugar da Ribeira, freguesia de Nandufe e
concelho de Tondela, descrito na Conservatória
do Registo Predial de Tondela sob o nº 116 e
inscrito na respetiva matriz predial sob o artº241
aceitando-se propostas pelo valor base de
16.000,00€. Os bens serão vendidos, no estado
em que se encontram e sem qualquer espécie
de garantia. Este, assim como toda a documentação a ele respeitante, poderá ser visto em dia
e hora a combinar com o Administrador de
Insolvência. As propostas deverão ser apresentadas por escrito, em carta registada (no envelope deverá fazer-se menção da insolvência a
que se dirigem), e remetidas para o Administrador de Insolvência, Dr. Paulo Campos Macedo,
Rua Sá da Bandeira, nº 567, 1º Esq., 4000-437
Porto (tel. 220133060), Email: [email protected]. As propostas deverão ser
acompanhadas, como caução, de um cheque
visado à ordem da massa insolvente, no valor de
20% do valor base de venda ou garantia bancária no mesmo valor. Será dada preferência às
propostas para compra da totalidade dos bens. A
abertura de propostas terá lugar no dia 28 de
Julho de 2016, pelas 09:45 horas, no escritório
do Administrador de Insolvência, podendo assistir à mesma todos os proponentes.
O Administrador de Insolvêncio
Paulo Campos Macedo
Pagamento por MULTIBANCO ou VISA.
Os anúncios só serão publicados após confirmação do pagamento por parte destas
entidades.
Processo: 642/13.4TACLD - Processo Comum (Tribunal Singular) - N/Ref.:
82422977
A M.ma Juíza de Direito, Dra. Filomena Serrano, da Comarca de Leiria - Caldas da
Rainha - Inst. Local - Secção Criminal - J1, faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular) n.º 642/13.4TACLD, pendente neste tribunal contra o arguido António
da Conceição Camacho, filho de Joaquim Faustino Camacho e de Inês Emília, natural
de: Nossa Senhora do Pópulo (Caldas da Rainha); nacional de Portugal, nascido em
23-11-1967, estado civil: divorciado (regime: divorciado), profissão: (desconhecida ou
não existente), Segurança Social - 11111984778, domicílio: Rua da Corredoura, n.º 3,
r/c, Cabreiros, 2500-622 Salir de Matos, por se encontrar acusado da prática do crime:
1 crime de abuso de confiança contra a Segurança Social, p.p. pelo art.º 107.º, n.º do
Regime Geral das Infrações Tributárias, praticado em 09/2011;
foi o mesmo declarado contumaz, em 4/7/2016, nos termos do art.º 335.º do C. P.
Penal.
A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação do arguido em juízo
ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:
a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do
arguido, sem prejuízo da realização de atos urgentes, nos termos do art.º 320.º do C.
P. Penal;
b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo
arguido após esta declaração;
c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas.
Caldas da Rainha, 7/7/2016
A Juíza de Direito
Dra. Filomena Serrano
DN, 19/7/2016 - 1.ª Publicação
AVISO
Revisão do Plano Diretor Municipal
Em cumprimento do disposto no n.º 1 do artigo 76.º
do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, torna-se
pública a deliberação da Câmara Municipal de Arronches,
tomada em reunião de 13 de junho de 2016, através da
qual foi desencadeado o procedimento de revisão do Plano
Diretor Municipal de Arronches.
Paços do Município de Arronches, 14 de julho de 2016
A Presidente da Câmara
Eng.ª Fermelinda Carvalho
Comarca de Leiria
Caldas da Rainha - Inst. Local - Secção Criminal - J1
ANÚNCIO
Processo: 710/15.8T9CLD - Processo Comum (Tribunal Singular) - N/Ref.:
82414416
A M.ma Juíza de Direito, Dra. Filomena Serrano, da Comarca de Leiria - Caldas da
Rainha - Inst. Local - Secção Criminal - J1, faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular) n.º 710/15.8T9CLD, pendente neste tribunal contra o arguido Celso
Augusto Ramos, filho de Afonso Ramos e de Vanda Artur Emília Cruz, natural de:
Moçambique; nacional de Moçambique, nascido em 22/10/1964, estado civil: solteiro,
profissão: desconhecida ou sem profissão, cartão cidadão - 079105041ZZ6, domicílio:
Rua Almeida Garrett, n.º 2, 2.º esq., 2500-000 Caldas da Rainha, por se encontrar
acusado da prática do crime:
1 crime de condução sem habilitação legal, p.p. pelo art.º 3.º do Dec.-Lei n.º 2/98, de 3
de janeiro, praticado em 21/5/2014;
foi o mesmo declarado contumaz, em 30/6/2016, nos termos do art.º 335.º do C. P.
Penal.
A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação do arguido em juízo
ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:
a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do
arguido, sem prejuízo da realização de atos urgentes, nos termos do art.º 320.º do C.
P. Penal;
b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo
arguido após esta declaração;
c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas.
Caldas da Rainha, 7/7/2016
A Juíza de Direito
Dra. Filomena Serrano
DN, 19/7/2016 - 1.ª Publicação
CLASSIFICADOS
PUBLICIDADE 25
Diário de Notícias Terça-feira, 19 de julho de 2016
VENDA
INSOLVÊNCIA DE JOÃO PEDRO PINTO CARDOSO DIAS
Processo n.º 24815/15.6T8LSB – Comarca de Lisboa
Inst. Central – 1.ª Sec. Comércio – J4
José Manuel Almeida da Silva, Administrador Judicial, com escritório na Rua General Ferreira
Martins, n.º 10 – 5.º B, 1495-137 Algés, nomeado no auto de insolvência acima identificado, faz
saber que vai proceder à venda, no estado físico e jurídico em que se encontra, por meio de
propostas que serão recebidas em carta fechada, do seguinte bem, pelo valor mínimo indicado:
• Um imóvel identificado pela Fração autónoma, designada pela letra “U”, que corresponde ao
6.º andar frente, (Atelier), do n.os 1, 1/A e 1/B, do prédio urbano sito na Rua Dr. Gama Barros,
tornejando com o n.º 16 da Rua Conde de Sabugosa, em Lisboa, descrito na Conservatória
do Registo Predial sob o n.º 2448, da freguesia de São Jorge de Arroios e inscrito na matriz
predial com o art.º 975.º, da freguesia de Alvalade, concelho de Lisboa, com o valor-base de
venda de 60 000,00 € (sessenta mil euros). Este imóvel tem 2 hipotecas registadas a favor
do Banco Santander Totta, SA.
REGULAMENTO:
• As propostas serão remetidas até ao dia 5/8/2016, que inclui a data do registo da expedição
dos CTT, em carta fechada, registada e com aviso de receção, dirigida ao Administrador
Judicial, para o endereço, acima referido;
• No envelope deve constar a seguinte referência “Proposta de aquisição de Insolvência de
João Pedro Pinto Cardoso Dias”;
• As propostas devem conter os seguintes elementos, sob pena da sua exclusão: nome
completo, morada, endereço de correio eletrónico (e-mail), NIPC ou NIF, n.º de telefone para
contacto e valor oferecido;
• A adjudicação da alienação será feita à proposta de maior valor, desde que igual ou superior
ao valor de venda. Caso surjam propostas de valor inferior ao valor-base de venda, elas
ficarão para ser consideradas, mas ficarão passíveis de aprovação posterior, ainda que sob
negociação posterior;
• A abertura das propostas realizar-se-á em 19/8/2016, pelas 12.00 horas, no escritório do
Administrador Judicial;
• No ato de adjudicação, o proponente adjudicatário entregará um cheque no valor de 20%
do valor da proposta;
• A competente escritura de compra e venda realizar-se-á no prazo máximo de 90 dias, após
a data da adjudicação, em data, hora e local a notificar ao comprador. O remanescente do
preço será liquidado no ato de assinatura da escritura, através de cheque visado;
• Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente-comprador,
este perderá o valor do sinal já entregue. Serão de conta do comprador, todos os encargos
legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos da compra e
cancelamento dos ónus;
• Caberá ao Meritíssimo Juiz do processo de insolvência a resolução de todas e quaisquer
questões surgidas que não estejam contempladas no presente regulamento.
DN, 19/7/2016
O Administrador Judicial
Dr. José Manuel Almeida da Silva
Comarca de Leiria
Nazaré - Inst. Local - Sec. Comp. Gen. - J1
Processo: 44/14.5GANZR
Processo Comum (Tribunal Singular)
Referência: 82464542
dias úteis entre as 9h00 e as 18h30
e aos sábados das 9h30 às 13h00
ANÚNCIO
A M.ma Juíza de Direito, Dra. Ana Sofia Guerra Castelhano, da Comarca de
Leiria - Nazaré - Inst. Local - Sec. Comp. Gen. - J1:
Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular) n.º 44/14.5GANZR,
pendente neste Tribunal contra o arguido Miguel Fernando Araújo Costa,
filho de Custódio Pereira da Costa e de Casimira Caldas de Araújo, natural
de Portugal, Vila Nova de Gaia, Arcozelo (Vila Nova de Gaia); nacional de
Portugal, nascido em 16/11/1972, estado civil: desconhecido, profissão:
desconhecida ou sem profissão. NIF - 208251464, BI - 10118588, domicílio:
Largo do Mastro, n.º 31-1, 1150-175 Lisboa, por se encontrar acusado da
prática dos crimes:
3 crimes de furto simples, p.p. pelo art.º 203.º do C. Penal, praticado em
14/4/2014;
foi o mesmo declarado contumaz, em 6/7/2016, nos termos do art.º 335.º do
C. P. Penal.
A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação do arguido
em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:
a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou
detenção do arguido, sem prejuízo da realização de atos urgentes nos
termos do art.º 320.º do C. P. Penal;
b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados
pelo arguido, após esta declaração;
c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou registos junto de
autoridades públicas.
Nazaré, 11/7/2016
A Juíza de Direito
Dra. Ana Sofia Guerra Castelhano
DN, 19/7/2016 - 1.ª Publicação
Pagamento por MULTIBANCO ou VISA
Os anúncios só serão publicados após
confirmação do pagamento por parte
destas entidades.
necrologia
LISBOA
MARIA ALCIDES
AMARAL
FIGUEIREDO
FALECEU
Seu Filho, Nora e Neto participam o seu falecimento e que o funeral se realiza hoje, dia
19, pelas 12.00 horas, das capelas Exequiais
São João de Deus (Praça de Londres) para
o cemitério dos Olivais. Às 11.30 horas será
celebrada Missa de corpo presente.
AG. FUN. ADELINO MARTINS
Comarca de Coimbra
Coimbra - Instância Local - Secção Cível - J2
ANÚNCIO
Comarca de Coimbra
Coimbra - Instância Local - Secção Cível - J3
ANÚNCIO
Processo: 5323/16.4T8CBR - Interdição/Inabilitação
N/Ref.: 72034751
Data, 13/7/2016
A M. ma Juíza de Direito Dra. Filipa Reis Santos, da Comarca de
Coimbra - Inst. Local - Secção Cível - J3. Faz-se saber que foi
distribuída neste Tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que
é requerida Carla Alexandra Esteves Teixeira, com residência em
domicílio: Bairro do Ingote. Bloco 1-2.º dto., 3020-207 Coimbra,
atualmente internada no CHUC - Polo Sobral Cid 8 Pavilhão 3,
para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
(Documento elaborado por Escrivã Auxiliar Teresa Melo)
A Juíza de Direito
Dra. Filipa Reis Santos
Processo: 4581/16.9T8CBR - Interdição/Inabilitação
N/Ref.: 72026930 - Data: 12/7/2016
Requerente: Ministério Público
Requerido: António Manuel Bastos Pedroso
Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação n.º 4581/16.9T8CBR em que é requerido António Manuel Bastos
Pedroso, solteiro, BI 9303194, nascido a 18/9/1961, filho de Nelson
Pedroso e de Irene Bastos, com residência em domicílio: Rua Cidade de
Pádua, Bloco 7, r/c dto., Bairro do Ingote, 3020-208 Coimbra, para efeito
de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
A Juíza de Direito
Dra. Leonor Gusmão
A Oficial de Justiça
Ana Maria Adegas Santos
Anuncie no novo caderno
de classificados do DN,
título de referência
al.
na imprensa diária nacional.
CLASSIFICADOS
26 PUBLICIDADE
Banco Português de Gestão, S. A.
Banco Português de Gestão, S. A.
Sede: Rua do Salitre, n.os 165-167
1250-198 Lisboa, Portugal
Capital social: EUR 49.651.914,27
NIPC e de Matrícula na C. R. Comercial de Lisboa 504 655 361
Sede: Rua do Salitre, n.os 165-167
1250-198 Lisboa, Portugal
Capital social: EUR 49.651.914,27
NIPC e de Matrícula na C. R. Comercial de Lisboa 504 655 361
ASSEMBLEIA GERAL DE OBRIGACIONISTAS
PROPOSTA A APRESENTAR EM ASSEMBLEIA GERAL DE
OBRIGACIONISTAS A REALIZAR NO DIA 25 DE AGOSTO DE 2016
AVISO CONVOCATÓRIO
EMISSÃO DE EUR 6.500.000,00 OBRIGAÇÕES
Nos termos do artigo 355.º do Código das Sociedades Comerciais e a pedido do Conselho de
Administração do Banco Português de Gestão, S. A. (doravante “BPG” ou “Sociedade”), convocam-se os Senhores Obrigacionistas que sejam titulares de Obrigações Subordinadas, com vencimento
em 30 de janeiro de 2023, no montante de EUR 6.500.000,00, com a taxa de juro de 4,75% ao ano
(pagamento semestral de juros) e reembolso total ao par na maturidade, emitidas pelo BPG, com
sede na Rua do Salitre, n.os 165-167, 1250-198 Lisboa, com o capital social de EUR 49.651.914,27,
matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o número único de matrícula e de
pessoa coletiva 504 655 361, para se reunirem em Assembleia Geral de Obrigacionistas a realizar
no próximo dia 25 de agosto de 2016, pelas 15.00 horas, na sede da Sociedade na Rua do Salitre,
n.os 165-167, 1250-198 Lisboa, com a seguinte ordem de trabalhos:
Ponto Único da Ordem de Trabalhos: 0RGL¿FDomR GDV FRQGLo}HV GRV FUpGLWRV GRV
Obrigacionistas com vista a permitir aos mesmos que optem entre: i) o reembolso
antecipado de 6/10 das Obrigações Subordinadas detidas por cada Obrigacionista,
na medida aplicável e permitida pelo arredondamento para cima do produto entre 6/10
e o número de Obrigações detidas, ao par e com imediata e integral utilização do valor
correspondente a esse reembolso para subscrição de um aumento de capital do BPG
subscrito pelo Obrigacionista em causa como novas entradas em dinheiro, nos demais
WHUPRVTXHSDUDRHIHLWRIRUHP¿[DGRVSHOR&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRRXSHOD$VVHPEOHLD
Geral do BPG, mantendo-se as restantes 4/10 das Obrigações Subordinadas detidas por
cada Obrigacionista nas condições atuais; ii) a manutenção das Obrigações Subordinadas
nas condições atuais para todas as Obrigações detidas por cada Obrigacionista; ou iii) o
reembolso antecipado imediato e ao par de 6/10 das Obrigações Subordinadas detidas
por cada Obrigacionista, na medida aplicável e permitida pelo arredondamento para cima
do produto entre 6/10 e o número de Obrigações detidas, com possibilidade de reembolso
antecipado de Obrigações Subordinadas adicionais na medida sobrante do número de
Obrigações Subordinadas que não sejam convertidas pelos demais Obrigacionistas desta
emissão.
Em anexo poderá encontrar a proposta formulada pelo Conselho de Administração a analisar nesta
Assembleia Geral de Obrigacionistas.
Advertem-se os Senhores Obrigacionistas, para o seguinte:
1RVWHUPRVGDVGLVSRVLo}HVOHJDLVDSOLFiYHLVHVWD$VVHPEOHLD*HUDOGH2EULJDFLRQLVWDVpFRQVWLWXtGD
SRUWRGRVRVWLWXODUHVGH2EULJDo}HVGDHPLVVmRHPFLPDLGHQWL¿FDGD3RGHPHVWDUSUHVHQWHVRV
PHPEURVGRVyUJmRVGHDGPLQLVWUDomRH¿VFDOL]DomRGR%3*RXUHSUHVHQWDQWHVSRUHOHGHVLJQDGRV
Têm direito a participar na Assembleia Geral de Obrigacionistas e aí discutir e votar os Obrigacionistas
que, na data de registo, correspondentes às 23.59 horas (GMT) do dia 18 de agosto de 2016 (“Data
de Registo”), que corresponde ao 5.º dia útil anterior à data de realização da Assembleia Geral de
Obrigacionistas, forem titulares de, pelo menos, uma obrigação, a qual, segundo a lei, corresponde
a um voto.
O Obrigacionista que pretenda participar na Assembleia Geral de Obrigacionistas, deve comunicá-lo
SRUHVFULWRDR3UHVLGHQWHGD0HVDGD$VVHPEOHLD*HUDOHDRLQWHUPHGLiULR¿QDQFHLURMXQWRGRTXDO
tenha aberto conta de registo individualizado de valores mobiliários na qual esteja(m) registada(s)
a(s) sua(s) Obrigação(ões).
A Sociedade disponibiliza aos Senhores Obrigacionistas um formulário de declaração, que pode ser
REWLGRDWUDYpVGHVROLFLWDomRGLULJLGDj6RFLHGDGHYLDWHOHIRQHRXYLDFRUUHLR
eletrónico ([email protected]).
As duas comunicações – ao Presidente da Assembleia Geral de Obrigacionistas e ao intermediário
¿QDQFHLUR MXQWR GR TXDO R 2EULJDFLRQLVWD WHQKD DEHUWR FRQWD GH UHJLVWR LQGLYLGXDOL]DGR GH YDORUHV
mobiliários na qual esteja(m) registada(s) a(s) sua(s) Obrigação(ões) – deverão ser por ele recebidas
DWpjVKRUDVGRGLD~WLODQWHULRUj'DWDGH5HJLVWRRXVHMDDWpDRGLDGHDJRVWRGH
TXDQGRSRUHVFULWRRXDWpjVKRUDVGHVVHPHVPRGLDTXDQGRSRUPHLRVWHOHPiWLFRVbpg@bpg.pt
6HDGHFODUDomRGHSDUWLFLSDomRSURYLHUGHLQWHUPHGLiULR¿QDQFHLURRQGHRVWtWXORVHVWHMDPUHJLVWDGRV
agindo sob instruções de Obrigacionistas, devem ser observados os mesmos requisitos temporais.
Relativamente às Obrigações que o Obrigacionista seja detentor em conta(s) de depósito de títulos
DEHUWDVQR%3*FRQVLGHUDVHVX¿FLHQWHRHQYLRGDGHFODUDomRGHFRPXQLFDomRGHSDUWLFLSDomRQD
Assembleia Geral de Obrigacionistas, assegurando-se que este transmitirá a intenção de participação
do Obrigacionista à Sociedade, nos mesmos prazos indicados no parágrafo anterior.
2VLQWHUPHGLiULRV¿QDQFHLURVDTXHPVHMDPDQLIHVWDGDDLQWHQomRGRVVHXVFOLHQWHVGHSDUWLFLSDU
na Assembleia Geral de Obrigacionistas, deve(m) enviar ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral,
por correio eletrónico ([email protected]*07GRGLDGHDJRVWRGH'DWD
de Registo), informação sobre o número de Obrigações registadas em nome de cada um dos seus
clientes.
O recebimento tempestivo, pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral, da: i) declaração de
comunicação de participação na Assembleia Geral de Obrigacionistas, e ii) informação do(s)
LQWHUPHGLiULRV ¿QDQFHLURV MXQWR GRV TXDODLV R 2EULJDFLRQLVWD WHQKD DEHUWR DV FRQWDV GH
registo de valores mobiliários na(s) qual(ais) esteja(m) registada(s) a(s) sua(s) obrigação(ões), quando
DSOLFiYHOpFRQGLomRQHFHVViULDGDSDUWLFLSDomRQD$VVHPEOHLD*HUDOGH2EULJDFLRQLVWDV
O(s) Obrigacionista(s) pode(m) fazer-se representar na Assembleia Geral de Obrigacionistas. Os
poderes de representação podem ser conferidos por simples carta de representação dirigida ao
3UHVLGHQWHGD0HVDGH$VVHPEOHLDFXMRIRUPXOiULRSRGHVHUREWLGRDWUDYpVGHVROLFLWDomRGLULJLGDj
[email protected]).
Este formulário deve ser assinado e remetido ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral por correio
registado para a sede social ou enviado digitalizado por e-mail [email protected]
žGLD~WLODQWHULRUjGDWDGHVLJQDGDSDUDD$VVHPEOHLD*HUDOGH2EULJDFLRQLVWDVRXVHMDDWpDRGLD
17 de agosto de 2016.
$VFDUWDVGHUHSUHVHQWDomRGHYHUmRVHUDFRPSDQKDGDVGHFySLDVGRVGRFXPHQWRVGHLGHQWL¿FDomR
dos Obrigacionistas e do representante. Quando o Obrigacionista seja uma pessoa coletiva,
GHYHUmRVHUDVFDUWDVDFRPSDQKDGDVGHFySLDGRGRFXPHQWRGHLGHQWL¿FDomRGRVVXEVFULWRUHVGD
mesma e comprovados os respetivos poderes ou, em alternativa, ser enviada uma procuração com
reconhecimento com menções especiais.
Consideram-se revogados os poderes de representação conferidos, no caso de presença na
Assembleia Geral do Obrigacionista que os tenha atribuído.
Considerando a natureza da deliberação correspondente ao Ponto Único da Ordem de Trabalhos,
e nos termos do disposto no artigo 355.º (Assembleia de Obrigacionistas), n.º 7, do Código das
Sociedades Comerciais, a aprovação da proposta consubstanciada nos documentos indicados no
parágrafo seguinte está sujeita a uma maioria de metade dos votos correspondentes a todos os
REULJDFLRQLVWDVQDSULPHLUDGDWD¿[DGDQRSUHVHQWHDYLVRFRQYRFDWyULRHDXPDPDLRULDGHGRLVWHUoRV
GRVYRWRVHPLWLGRVQDVHJXQGDGDWD¿[DGDQHVWHDYLVR
Serão postos à disposição dos Obrigacionistas, para consulta durante os 15 dias anteriores à data
da Assembleia Geral, na sede social da Sociedade, os elementos de informação e documentos
referentes ao presente reembolso antecipado das obrigações subordinadas, nos termos do disposto
no Regulamento (UE) n.º 575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Caso na data marcada não se encontre presente, nos termos da lei aplicável, o número necessário de
Obrigacionistas, a Assembleia reunir-se-á no dia 25 de agosto de 2016, pelas 16.00 horas, na sede
da Sociedade na Rua do Salitre n.os 165-167, 1250-198 Lisboa, e com a mesma Ordem de Trabalhos,
com o número de Obrigacionistas presentes ou representados.
Lisboa, 15 de julho de 2016
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
(agindo enquanto Presidente da Mesa da Assembleia de Obrigacionistas)
Vitalino Canas
Ponto Único da Ordem de Trabalhos: 0RGL¿FDomRGDVFRQGLo}HVGRVFUpGLWRVGRV2EULJDFLRnistas com vista a permitir aos mesmos que optem entre: i) o reembolso antecipado de 6/10 das
2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVGHWLGDVSRUFDGD2EULJDFLRQLVWDQDPHGLGDDSOLFiYHOHSHUPLWLGDSHOR
DUUHGRQGDPHQWRSDUDFLPDGRSURGXWRHQWUHHRQ~PHURGH2EULJDo}HVGHWLGDVDRSDUH
FRPLPHGLDWDHLQWHJUDOXWLOL]DomRGRYDORUFRUUHVSRQGHQWHDHVVHUHHPEROVRSDUDVXEVFULomRGH
XPDXPHQWRGHFDSLWDOGR%3*VXEVFULWRSHOR2EULJDFLRQLVWDHPFDXVDFRPRQRYDVHQWUDGDVHP
GLQKHLURQRVGHPDLVWHUPRVTXHSDUDRHIHLWRIRUHP¿[DGRVSHOR&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRRX
SHOD$VVHPEOHLD*HUDOGR%3*PDQWHQGRVHDVUHVWDQWHVGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDV
GHWLGDVSRUFDGD2EULJDFLRQLVWDQDVFRQGLo}HVDWXDLVLLDPDQXWHQomRGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVQDVFRQGLo}HVDWXDLVSDUDWRGDVDV2EULJDo}HVGHWLGDVSRUFDGD2EULJDFLRQLVWDRXLLLR
UHHPEROVRDQWHFLSDGRLPHGLDWRHDRSDUGHGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVGHWLGDVSRUFDGD
2EULJDFLRQLVWDQDPHGLGDDSOLFiYHOHSHUPLWLGDSHORDUUHGRQGDPHQWRSDUDFLPDGRSURGXWRHQWUH
HRQ~PHURGH2EULJDo}HVGHWLGDVFRPSRVVLELOLGDGHGHUHHPEROVRDQWHFLSDGRGH2EULJDo}HV
6XERUGLQDGDVDGLFLRQDLVQDPHGLGDVREUDQWHGRQ~PHURGH2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVTXHQmR
VHMDPFRQYHUWLGDVSHORVGHPDLV2EULJDFLRQLVWDVGHVWDHPLVVmR
Proposta
Considerando que se entende oportuno aumentar o nível de Capital Próprio/Fundos Próprios
7LHUGR%DQFR3RUWXJXrVGH*HVWmR6$GRUDYDQWH³%3*´RX³6RFLHGDGH´R&RQVHOKRGH
$GPLQLVWUDomRGR%3*SURS}HDRV6HQKRUHV2EULJDFLRQLVWDVTXHQRVWHUPRVHSDUDRVHIHLWRVGR
GLVSRVWRQRDUWLJRžAssembleia de Obrigacionistas) do Código das Sociedades Comerciais,
DSURYHPDPRGL¿FDomRGDVFRQGLo}HVGRVVHXVFUpGLWRVREULJDFLRQLVWDVQRkPELWRGDHPLVVmRGH
REULJDo}HVVXERUGLQDGDVHPLWLGDVSHOR%3*FRPDGDWDGHGHMDQHLURGHDV³2EULJDo}HV
6XERUGLQDGDV´HFRPYHQFLPHQWRHPGHMDQHLURGHQRPRQWDQWHGH(85
FRPXPDWD[DGHMXURGHDRDQRSDJDPHQWRVHPHVWUDOGHMXURVHUHHPEROVRWRWDODRSDU
QDPDWXULGDGHRSWDQGRHQWUHLRUHHPEROVRDQWHFLSDGRGHGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDV
GHWLGDVSRUFDGD2EULJDFLRQLVWDQDPHGLGDDSOLFiYHOHSHUPLWLGDSHORDUUHGRQGDPHQWRSDUDFLPD
GRSURGXWRHQWUHHRQ~PHURGH2EULJDo}HVGHWLGDVDRSDUHFRPLPHGLDWDHLQWHJUDOXWLOL]DomR
GRYDORUFRUUHVSRQGHQWHDHVVHUHHPEROVRSDUDVXEVFULomRGHXPDXPHQWRGHFDSLWDOGR%3*
VXEVFULWRSHOR2EULJDFLRQLVWDHPFDXVDFRPRQRYDVHQWUDGDVHPGLQKHLURQRVGHPDLVWHUPRVTXH
SDUDRHIHLWRIRUHP¿[DGRVSHOR&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRRXSHOD$VVHPEOHLD*HUDOGR%3*
PDQWHQGRVHDVUHVWDQWHVGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVGHWLGDVSRUFDGD2EULJDFLRQLVWD
QDVFRQGLo}HVDWXDLVLLDPDQXWHQomRGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVQDVFRQGLo}HVDWXDLVSDUD
WRGDVDV2EULJDo}HVGHWLGDVSRUFDGD2EULJDFLRQLVWDRXLLLRUHHPEROVRDQWHFLSDGRLPHGLDWRHDR
SDUGHGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVGHWLGDVSRUFDGD2EULJDFLRQLVWDQDPHGLGDDSOLFiYHO
HSHUPLWLGDSHORDUUHGRQGDPHQWRSDUDFLPDGRSURGXWRHQWUHHRQ~PHURGH2EULJDo}HV
GHWLGDVFRPSRVVLELOLGDGHGHUHHPEROVRDQWHFLSDGRGH2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVDGLFLRQDLV
QDPHGLGDVREUDQWHGRQ~PHURGH2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVTXHQmRVHMDPFRQYHUWLGDVSHORV
GHPDLV2EULJDFLRQLVWDVGHVWDHPLVVmR
2&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRGR%3*SURS}HSURFHGHUDRUHHPEROVRDQWHFLSDGRDRSDUGH
XPYDORUHTXLYDOHQWHDGRQ~PHURGH2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVHPFLUFXODomRRTXDOGHYH
VHUFRQFOXtGRHPVLPXOWkQHRFRPDVXEVFULomRHUHDOL]DomRGHXPDXPHQWRGHFDSLWDOVRFLDOGD
6RFLHGDGHQXPPRQWDQWHSHORPHQRVHTXLYDOHQWHDRGRUHHPEROVRGDVREULJDo}HVVXERUGLQDGDV
FRQVHJXLGRQHVWD$VVHPEOHLDGH2EULJDFLRQLVWDVGHPRGRD³VXEVWLWXLU´SDUWHGRPRQWDQWHGH
XPLQVWUXPHQWRGHFDSLWDO7LHUREULJDo}HVVXERUGLQDGDVSRUXPPRQWDQWHLGrQWLFRRXPXLWR
SUy[LPRGHXPLQVWUXPHQWRFDSLWDO7LHUDo}HVPDQWHQGRSUDWLFDPHQWHLQDOWHUDGRRPRQWDQWH
global de fundos próprios elegíveis, mas aumentando o nível de Capital Próprio do BPG, apenas
HVWDQGRHVWHUHHPEROVRDQWHFLSDGRGLVSRQtYHOSDUD2EULJDFLRQLVWDVTXHSUHYLDPHQWHWHQKDP
VXEVFULWRMXQWRGR%3*FRPSURPLVVRVGHVXEVFULomRGRUHIHULGRDXPHQWRGHFDSLWDOHPWHUPRV
conformes com esta proposta.
2UHHPEROVRGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVRFRUUHUiDWpGLDVDSyVFRPXQLFDomRSRUHVFULWRGR
&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRGR%3*GLULJLGDDRV2EULJDFLRQLVWDVFRQ¿UPDQGRTXHHVWmRUHXQLGDVDV
VHJXLQWHVFRQGLo}HVVXVSHQVLYDVGDRSHUDomRRXDDTXLVLomRGDFHUWH]DGDUHVSHWLYDYHUL¿FDomR
L
$SURYDomRSUpYLDGDRSHUDomRSURMHWDGDSRUSDUWHGR%DQFRGH3RUWXJDO
LL
$FHLWDomRGDSURSRVWDGHUHHPEROVRDQWHFLSDGRSDUDXPQ~PHURWRWDOGHSHORPHQRV
VHWHQWDHTXDWUR2EULJDo}HV6XERUGLQDGDV
LLL
'HOLEHUDomRHVSHFt¿FDHP&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRGRDXPHQWRGHFDSLWDOSRU
HQWUDGDVHPGLQKHLURGLULJLGRDRVDFLRQLVWDV
LY
3DUHFHUIDYRUiYHOGR&RQVHOKR)LVFDOjUHDOL]DomRGRDXPHQWRGHFDSLWDOVRFLDOQRV
WHUPRVGRDUWLJRžQžGRV(VWDWXWRVGR%3*H
Y
$SUHVHQWDomRGHFDUWDGHLQWHQomRGRDFLRQLVWDGHUHIHUrQFLDGD6RFLHGDGHHP
SDUWLFLSDUQRDXPHQWRGHFDSLWDOVRFLDOHHPJDUDQWLUDVXDVXEVFULomRSHODWRWDOLGDGH
2SUHoRDSDJDUSRUFDGDREULJDomRVHUiGH¼FRUUHVSRQGHQGRDRYDORUQRPLQDOGDV
2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVDUHHPEROVDU
4XDQWRDRDXPHQWRGHFDSLWDOVRFLDOGLULJLGRDRVDFLRQLVWDVVHQGRUHDOL]DGRHPFRPELQDomRFRP
RUHHPEROVRDQWHFLSDGRGDVREULJDo}HVWDOFRPRsuprarreferidoGHYHUiVHUFRQFOXtGRQDLPHGLDWD
VHTXrQFLDGDFRQFOXVmRGRUHHPEROVRDQWHFLSDGRGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDV
2DXPHQWRGHFDSLWDOVRFLDOUHDOL]DUVHiDWUDYpVGHHQWUDGDVHPGLQKHLURDWpXPPRQWDQWH
GH(85WUrVPLOK}HVQRYHFHQWRVHQRYHQWDHQRYHPLOQRYHFHQWRVHQRYHQWDH
RLWRHXURVHVHWHQWDHFLQFRFrQWLPRVPHGLDQWHDHPLVVmRGHDWpQRYDVDo}HVVHP
YDORUQRPLQDODHPLWLUDRSUHoRGHHPLVVmRHVXEVFULomRXQLWiULRGH¼GRLVHXURVHQRYH
FrQWLPRVFRPREVHUYkQFLDGRGLUHLWRGHSUHIHUrQFLDGRVDWXDLVDFLRQLVWDVVXMHLWRjVXEVFULomR
GHSHORPHQRVQRYDVDo}HV³Q~PHURPtQLPR´VHQGRTXHHPFDVRGHVXEVFULomR
LQFRPSOHWDPDVVXSHULRUDR³Q~PHURPtQLPR´RFDSLWDOVRFLDOFRQVLGHUDVHDXPHQWDGRQR
PRQWDQWHGDVLPSRUWkQFLDVUHFHELGDV
2V2EULJDFLRQLVWDVTXHRSWHPSRUVROLFLWDURUHHPEROVRDQWHFLSDGRQHVWDVFRQGLo}HVGHYHUmR
PDQWHUDVUHVWDQWHV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVTXHGHWHQKDPGRWRWDODWXDOPHQWHGHWLGR
QDVFRQGLo}HVDWXDLVTXHVHPDQWrPLQDOWHUDGDV
0DLVSURS}HR&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRTXHRV2EULJDFLRQLVWDVSRVVDPHPDOWHUQDWLYDRSWDU
SHODPDQXWHQomRGDWRWDOLGDGHGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVSRUHOHVGHWLGDVQDVFRQGLo}HV
DWXDLVSDUDRTXHGHYHUmRVXEVFUHYHUFRPSURPLVVRVGHDFHLWDomRGHVVDVLWXDomRHGHUHQ~QFLD
GDSRVVLELOLGDGHGHUHHPEROVRDQWHFLSDGRLPHGLDWRGDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVGHWLGDV
3URS}HWDPEpPR&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRTXHRV2EULJDFLRQLVWDVFRP2EULJDo}HV6XERUGLQDGDV
VREUDQWHVSRVVDPDLQGDRSWDUVXMHLWRVVHPSUHDRSUpYLRFRQVHQWLPHQWRGR%DQFRGH3RUWXJDOj
RSHUDomRSURMHWDGDjUHXQLmRGDVGHPDLVFRQGLo}HVVXVSHQVLYDVHjHPLVVmRGHFRQ¿UPDomR
escrita de renúncia aos direitos de preferência ou outros que lhes pudessem assistir no processo
GHDXPHQWRGHFDSLWDOSHORUHHPEROVRDQWHFLSDGRLPHGLDWRHDRSDUGHGDV2EULJDo}HV
6XERUGLQDGDVGHWLGDVSRUFDGD2EULJDFLRQLVWDQDPHGLGDDSOLFiYHOHSHUPLWLGDSHORDUUHGRQGDPHQWRSDUDFLPDGRSURGXWRHQWUHHRQ~PHURGH2EULJDo}HVGHWLGDVFRPSRVVLELOLGDGHGH
UHHPEROVRDQWHFLSDGRGH2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVDGLFLRQDLVQDPHGLGDVREUDQWHGRQ~PHURGH
2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVTXHQmRVHMDPFRQYHUWLGDVSHORVGHPDLV2EULJDFLRQLVWDVGHVWDHPLVVmR
2V6HQKRUHV2EULJDFLRQLVWDVVmRFRQYLGDGRVDPDQLIHVWDUDVXDRSomRQDSUySULD$VVHPEOHLDGH
2EULJDFLRQLVWDVSRGHQGRDWpID]rORVHDSOLFiYHOGHYLYDYR]QDSUySULD$VVHPEOHLDHGLVSRQGR
HPWRGRRFDVRGHXPSUD]RFRUUHVSRQGHQWHDRVFLQFRGLDV~WHLVLPHGLDWDPHQWHSRVWHULRUHVj
GDWDGHUHDOL]DomRGD$VVHPEOHLD*HUDOGH2EULJDFLRQLVWDVSDUDFRPXQLFDUHPDVXDRSomRDR%3*
2&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomRSURS}H¿QDOPHQWHTXHRV2EULJDFLRQLVWDV6XERUGLQDGRVTXHQmR
FRPSDUHoDPRXVHIDoDPUHSUHVHQWDUQDUHXQLmRRXTXHQDPHVPDVHDEVWHQKDPPDQWHQKDP
DVUHVSHWLYDV2EULJDo}HV6XERUGLQDGDVQDVFRQGLo}HVDWXDLVQmRVHQGRDGPLWLGDDGLYLVmRGH
YRWRVRXGHFRPSRUWDPHQWRHQWUH2EULJDo}HVGHWLGDVSRUXPPHVPR2EULJDFLRQLVWDTXHGHYHUi
SRULVVRRSWDUSRUXPDGDVDOWHUQDWLYDVDGPLWLGDVSDUDWRGDVDV2EULJDo}HVGHWLGDV
diversos
Diário de Notícias Terça-feira, 19 de julho de 2016
Nuno Ponte,
pai de um menino,
nascido a 15/10/2009
Hawa A.
Uma petição foi apresentada, por
desconhecidos, para rescisão de
direitos parentais do acima indicado,
HPUHODomRDVHX¿OKRPHQRU
A decisão do tribunal, se a houver,
pode afetar os seus direitos
parentais, será ouvida a 30/6/2016,
jVKRUDVHP)UDQNOLQ6T
1HZ%ULWDLQ&7
CASA
DE FÉRIAS
TEM A SUA
POR ARRENDAR?
1,2 milhões
de potenciais interessados
nos jornais DN e JN
363 mil
de potenciais interessados
no site ocasiao.pt
Lisboa, 14 de julho de 2016
Anexo
Proposta do Conselho de Administração do Banco Português de Gestão, S. A.
Insolvência de
"Marta Isabel Coutinho de Oliveira "
PROC. N.º 913/16.8T8VNG - da Comarca
do Porto - V. N. de Gaia - Inst. Central
2ª Sec. Comércio J3
O Administrador de Insolvência vai proceder à venda, através de proposta em carta
fechada, do bem apreendido no âmbito da
insolvência supra identificada: Verba única:
Veículo automóvel de marca Fiat modelo
Punto Var AxZ1A, com a matrícula 15-MF-83 ,de cilindrada 1.2 a gasolina, pelo valor
base de 2.950,00€ aceitando-se propostas
pelo valor mínimo de 2.507,50€ correspondente a 85% do valor base. O bem será
vendido, no estado em que se encontra e
sem qualquer espécie de garantia. Este,
assim como toda a documentação a ele
respeitante, poderá ser visto em dia e hora
a combinar com o Administrador de Insolvência. As propostas deverão ser apresentadas por escrito, em carta registada (no
envelope deverá fazer-se menção da insolvência a que se dirigem), e remetidas para
o Administrador de Insolvência, Dr. Paulo
Campos Macedo, Rua Sá da Bandeira, nº
567, 1º Esq., 4000-437 Porto (tel.
220133060), Email: [email protected]. A proposta deverá ser
acompanhada, como caução, de um cheque visado à ordem da massa insolvente,
no valor de 20% do valor base de venda ou
garantia bancária no mesmo valor. A abertura de propostas terá lugar no dia 28 de
Julho de 2016, pelas 09:30 horas, no escritório do Administrador de Insolvência,
podendo assistir à mesma todos os proponentes.
O Administrador de Insolvência
Paulo Campos Macedo
INSOLVÊNCIA DE
"ANTÓNIO RODRIGUES CARDOSO
"PROC. N.º 3180/14.4T8VNF
da Comarca de Braga - V. N. de Famalicão
Inst. Central - 2.A Sec. Comércio - J1
O Administrador de Insolvência vai proceder à
venda, através de proposta em carta fechada, do
bem apreendido no âmbito da insolvência supra
identificada: Verba única - Prédio rústico - Bouça
de mato; Confrontações: norte - herdeiros de Emília Calheiros; sul - estrada nacional - 103/1; nascente - Álvaro Oliveira Miranda; poente - estrada
camarária. (Estrato da desc. n.º 104066, fls. 64 do
B-264. Reprodução de descrição). Sito em Banho
ou Rodilhões, freguesia de Vila Cova. Denominação: Branco. Áreas: total - 5000 m2; descoberta 5000 m2. Descrito na Conservatória do Registo
Predial de Barcelos, sob o n.º 106/19861205 e
inscrito na respetiva matriz predial sob o n.º 1335
com o valor base de 9.000,00€. O bem será vendido, no estado em que se encontra e sem qualquer espécie de garantia. Este, assim como toda
a documentação a ele respeitante, poderá ser
visto em dia e hora a combinar com o
Administrador de Insolvência. As propostas deverão ser apresentadas por escrito, em carta registada (no envelope deverá fazer-se menção da
insolvência a que se dirigem), e remetidas para o
Administrador de Insolvência, Dr. Paulo Campos
Macedo, Rua Sá da Bandeira, nº 567, 1º Esq.,
4000-437 Porto (tel. 220133060), Email: [email protected]. A proposta deverá ser
acompanhada, como caução, de um cheque
visado à ordem da massa insolvente, no valor de
20% do valor base de venda ou garantia bancária
no mesmo valor. A abertura de propostas terá
lugar no dia 28 de Julho de 2016, pelas 10:00
horas, no escritório do Administrador de Insolvência, podendo assistir à mesma todos os proponentes.
O Administrador de Insolvência
Paulo Campos Macedo
CLASSIFICADOS
O Conselho de Administração da Sociedade
dias úteis entre as 9h00 e as 18h30
e aos sábados das 9h30 às 13h00
Todos os SÁBADOS, o seu anúncio
publicado no DN, JN e OCASIAO.pt
Com este pack, o seu anúncio é visto de norte a sul do país
e estará disponível no site ocasiao.pt
RENTABILIZE O SEU INVESTIMENTO. FALE CONNOSCO!
Ligue grátis 800
241 241 ou dirija-se a uma
*Fonte: Marktest, Bareme Imprensa (DN+JN), 2ª vaga 2015; Netscope, fev 2016.
Pagamento por MULTIBANCO ou VISA.
Os anúncios só serão publicados após confirmação do pagamento
por parte destas entidades.
Anuncie no novo caderno de classificados do DN

Documentos relacionados

Ardeu mais na primeira semana de agosto do que em anos inteiros

Ardeu mais na primeira semana de agosto do que em anos inteiros início da mata. Há uma faixa de preocupante promiscuidade de habitação densa à mistura de matas com espécies nada adequadas

Leia mais