ARTE_moanamayall-2012

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ARTE_moanamayall-2012
MOANA MAYALL
Portfólio artístico
Moana Mayall, artista-etc (•)
Moana Mayall nasceu em Cabo Frio, 1975, e vive no Rio há 20 anos, depois
de passar por Rio Branco, no Acre, Ilhéus, sul da Bahia, e Lausanne, Suíça. Pesquisadora, artista, curadora e arte educadora. Através de trabalhos em
terrenos híbridos, combinando meios múltiplos e trânsitos interdisciplinares,
tem explorado poéticas ligadas ao imaginário do corpo e à memória pessoal e
coletiva, em seus registros, fluxos e apropriações.
Vem criando, desde 2003, trabalhos de vídeo manipuláveis em tempo real, em
performances ao vivo, muitas vezes participativos, como no caso de instalações com filmes interativos, abertos à participação do espectador. A partir da
experimentação com projeções em suportes alternativos, como objetos, corpo
em movimento etc, foi possível estabelecer diálogos e alguns atravessamentos
entre linguagens, assim como também entre arte e vida no cotidiano da metrópole, através de ações e videoprojeções no espaço público urbano. Mais
recentemente, ao longo dos últimos 4 anos, sua produção também esteve muito ligada a colaborações com outros artistas, coletivos e projetos envolvendo
intervenções urbanas, artes visuais, curadorias e arte educação.
Formada pela Escola de Comunicação da UFRJ e em artes pela EAV- Parque
Lage. Em 2011 e 2012 idealizou e realizou, como curadora, a primeira mostra
totalmente dedicada à videointervenção em espaços públicos do Rio de Janeiro, Vide Urbe**, com trabalhos de Eder Santos e Simone Michelin, Claudia
Hersz, Ivan Henriques, entre outros. Foi pesquisadora bolsista pelo Programa
Avançado de Culturas Contemporâneas (PACC-UFRJ), nos projetos “Z- Revista Eletrônica de Estudos Culturais”, de Beatriz Rezende e “Redes Eletrônicas, Arte e Tecnologia: Novos Modelos Teóricos”, de Ivana Bentes, no qual
concebeu e realizou o site de pesquisa “Web arte- arte eletrônica em rede”,
pioneiro no Brasil.
Concebeu e ministrou o curso teórico e prático “Colagens digitais: do Cubismo à cultura da Remixagem” no Núcleo de Arte e Tecnologia da EAV Parque
Lage, onde também foi assistente da artista e professora Anna Bella Geiger
(curso Mídia e Arte). Curadora da I Mostra Imagens Remix, no Festival Visões
Periféricas, pioneira na seleção e premiação do gênero vídeo-remix. Coordenou as oficinas do projeto Regiões Narrativas, na Biblioteca Parque de Manguinhos, voltado à criação transmídia a partir das narrativas de jogos, animação, vídeo e remix sonoro e visual. Exposições: III Mostra 3M de Arte Digital
– Tecnofagias (Instituto Tomie Ohtake- SP, 2012); Plataforma Vide Urbe (Catumbi e Parque Lage) + artistas e coletivos associados; Bar Mitzva (Galeria
Xiclet, 2012); Galeria do Poste (Plano B, 2011); “Video Ataq 2010” (Parque
das Ruínas); “Artistas Associados/ Orlândia” (2007), “Posição 2004″, “Corpo
e Virtualidade” (NAT/EAV, 2003), entre outras. Também tem colaborado em
trabalhos de diversos artistas brasileiros, e foi assistente de Arthur Omar.
Website: http://moanamayallarte.wordpress.com/***
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Notas
* BASBAUM, Ricardo. “Amo os artistas-etc” in http://cabenamao.blogspot.com/2010/08/amoos-artistas-etc-por-ricardo-basbaum.html
“Quando um artista é artista em tempo integral, nós o chamaremos de ‘artista-artista’;quando o
artista questiona a natureza e a função de seu papel como artista, escreveremos‘artista-etc’ (de
modo que poderemos imaginar diversas categorias: artista-curador, artistaescritor,artista-ativista,
artista-produtor, artista-agenciador, artista-teórico, artista-terapeuta,artista-professor, artista-químico, etc)”
“Vejo o ‘artista-etc’ como um desenvolvimento e extensão do ‘artista-multimídia’ que emergiu em
meados dos anos 1970, combinando o ‘artista-intermídia’ fluxus com o ‘artista-conceitual’ – hoje,
a maioria dos artistas (digo, aqueles interessantes…)poderia ser considerada como ‘artistas-multimídia’, embora, por ‘razões de discurso’, estes sejam referidos somente como ‘artistas’ pela mídia
e literatura especializadas.”
** site: www.videurbe.com.br e livreto catálogo: http://issuu.com/videurbe/docs/videurbe_livreto-catalogo. Canal de vídeos: https://vimeo.com/user6796889/videos
*** nesse link também poderão ser vistos registros em vídeo de cada trabalho,com atualizações
totais previstas até 30/09.
RIOAMSTERDAM 2012
Videoperformance [em parceria com o artista Daniel Valentim]
Mostra Paralela Vide Urbe- Art Rio.
Setembro de 2012
Pseudoficção tocando realidades. Imagens que fazem conversar e reimaginar a cidade. Portal entre Rio e Groningen (Holanda), transmitindo
as últimas notícias sobre o “Plano Bolha”, trazendo Amsterdam para o
Rio. Telepresença, pseudo-ficção e reportagem em tempo “supra-real”.
Os 2 performers, uma no Rio e o outro na Holanda (Groningen), incorporam 2 repórteres (como os de jornalismo televisivo). Interface direta
entre as “peles” das duas cidades: as urbes se atravessam. Assistimos
à reterritorialização de Amsterdam no Rio, e imaginamos, junto com o
público, as suas possíveis conseqüências. Como um asteróide que cai
sobre a Terra, como um objeto não mais identificado somente com a
sua própria cultura, Amsterdam desembarca e se fixa no Rio de Janeiro,
também na forma de uma hiper intervenção urbana. Diversos estranhamentos, bricolagens e “happenings” políticos, comportamentais, transdisciplinares e psicotropicais, inauguram o conceito da “complex-art”
e do “site multi specific“, num mundo em que os novos territórios e cidades poderão se configurar e se transfigurar a partir de nossas mentes.
Não somos mais restritos aos limites geopolíticos tradicionais.
Concepção colaborativa: Daniel Valentim, Ivan Henriques e Moana
Mayall
Videoperformance: Daniel Valentim e Moana Mayall
Argumento: Moana Mayall
Colaborações artísticas (videografismos): Rafael Galo
CONTINUUM/ DESCONTINUUM
Mostra “O que te escolhe, te move e alcança o mundo”. Curadoria:
Daniela Labra
Agosto/ Setembro de 2012
“Continuum/ Descontinuum” – inclui 2 trabalhos de cinema expandido: um, no lugar mais confinado e escuro da galeria (o cofre), e a outra,
fora da galeria, à noite, na rua Riachuelo.
1_Continuum/ Descontinuum (no interior do cofre) > Em algumas mitologias pagãs, o relâmpago é o sexo entre o céu e a terra: projeção
seminal de luz descontínua revelando imagens, no desejo do escuro ser
dia, no interior da noite. O trabalho consiste numa projeção em tamanho mínimo de um vídeo. A imagem produz clarões em toda a área da
sala escura. Uma pequena coleção de atmos ralentados, em que a luz e o
som dos relâmpagos persistem como continuum, desejo de eternidade.
2_Continuum/ Descontinuum (na rua Riachuelo) > na área externa da
galeria, vemos uma academia de ginástica sobre uma padaria. Projetada nesse espaço, uma “videoassemblage” composta por fragmentos
de imagens de acervo próprio, ou de apropriações (série “Videoderivas
do Rio”) e imagens feitas ao vivo. O termo “deriva” sugere um trânsito livre e aberto entre imagens e tempos distintos da cidade, a partir
de combinações e recombinações que surgem ao longo do tempo da
projeção e da captação ao vivo, inspirando um passeio poético e também cognitivo sobre o Rio e sua vastidão de visões, registros, ficções e
imaginações. Do outro de fora da “pele” da academia de ginástica, uma
série de “corpus cariocas”: os exercícios múltiplos do corpo na rua, na
poesia e na batalha de cada dia. Sobre a pele da cidade e suas múltiplas
camadas semânticas, a imagem também vira corpo, em continuidade,
ou em choque, com corpo da cidade.
Videossintesis
videointervenção urbana. EAV- PArque LAge. Plataforma Vide
Urbe + artistas e coletivos associados
Junho de 2012
Sobre, e através de uma tela formada por uma vegetação endêmica da
Mata Atlântica, mais conhecida como “barba de velho” (Tillandsias usneoides), projetam-se planos de vídeo, em close, de rostos ancestrais e
ainda presentes. Peles vermelhas: vermelho é uma das cores que mais
propiciam a fotossíntese através de luz artificial. As grandes faces se r
evezam no mesmo registro, nos traços e pinturas corporais de índios de
diversas tribos brasileiras, permeando como pura energia luminosa os
veios da planta que costuma se espalhar por árvores e mobiliários urbanos, de forma espontânea. A tessitura absorve a luz artificial e à noite
pode também reviver a sua própria fotossíntese, assim como dar relevo,
textura, suporte e vida às imagens.
Estamos Vivos/ Moving alive
videointervenção urbana. Cemitério do Catumbi, Rio de JaneiroRJ
Junho de 2012
O lugar: muro do cemitério do Catumbi. De um lado, o silêncio, o inerte, a memória das vidas que já passaram. Do outro, a “vida lá fora”, as
vidas que passam e que também dançam, festejam, brincam, bebem,
comem churrasco, projetam vídeos, num momento inusitado, dado que
esse espaço costuma ser visto como “morto”, “ermo”, “abandonado” ...
Em “Estamos vivos/ Moving alive”, o vídeo projetado não desemboca memórias cristalizadas/ preeditadas... apenas fluxos desse “agora”
fortuito, no entanto ainda capazes de produzir novas memórias... não o
espelho realístico dos corpos delineados pela luz ambiente, mas sim os
corpos “fantasmáticos”, vivos e ao vivo, multiplicados como pura luz,
cor e blur sobre o concreto do muro... por algumas horas ampliados, os
mesmos fluxos humanos que se tornam “invisíveis” quando um bairro
vira “corredor de passagem” pelas lógicas macropolíticas da administração urbana. O local e o momento instigam a pensar a diferença entre
revitalização e ativação de “espaços vitais”, de forma coletiva e espontânea. Com as épocas, mudam os personagens, os centros, as periferias,
as dores e as alegrias da cidade. Revitalizar então significa o quê? Resgatar uma “vitalidade” que havia antes e não existe mais agora? De que
tempo, se hoje os tempos são outros? A vida sempre urge... para além
de muros, arquiteturas e imagem...
Portal Fenda Femina
videointervenção urbana. Igreja do Rio Vermelho, Salvador-BA
Abril de 2012
36 bocas santas se revezam, abrindo uma fenda femina no concreto
eclesiástico. Igreja do Rio Vermelho, construída no século XIX em Salvador, onde tudo começou... As bocas, em geral fechadas, no máximo
semicerradas, são bocas de mulheres exemplares, castas, silenciosas,
sacrificadas. O que te falam agora esses grandes lábios, de dentro pra
fora, de fora pra dentro, por tantos séculos catequéticos de desejos esquemáticos?
Sem título,
videointervenção urbana (da série Videoposter. Ação
independente, no contexto do
Ato contra a comemoração do golpe de 64. Cinelândia, Rio.
Março de 2012
Luz sobre obscuridades. O vídeo mostra uma sequência de
imagens de Wladimir Herzog, torturado e morto pelo terrorismo de Estado nos anos 70, e de desaparecidos políticos, justapostos a desenhos e cartas trocadas por um casal de presos políticos pelo DOI-CODI em 1972 (Amena Mayall e Ramayana
Vargens). A série Videoposter propõe um canal aberto para as
vozes da cidade, através da projeção de imagens que revelem
memórias e urgências sobre determinadas questões ligadas
diretamente a espaços ou instituições, contribuindo para
ampliar debates e criar espaços críticos.
DIZ ESTUDO DIZES TUDO DIZES NADA: “MAS DA ÁRVORE DO CONHECCIMENTO DO
BEM E DO MAL APENAS BEBEREIS, TRAGAREIS E INS-PIRAREIS”
intervenção urbana/ Galeria do Poste Arte Contemporânea. Curadoria: Marco Antônio Portela
dezembro de 2011
A instalação integrou mais uma edição da “Galeria do Poste Arte Contemporânea- sucursal Rio”*, ocupando um dos
postes de luz na calçada da rua Francisco Muratori, no bairro da Lapa, bem como a área entre o poste e fachada do
Plano B**. Consistia em:
- série de cartazes com trechos de declarações científicas (contraditórias) acerca de três substâncias consumidas
no dia a dia do cidadão mediano das metrópoles, além de remix textual (“cut up”) a partir de trechos da Bíblia,
de mensagens lançadas nas redes sociais (posts de facebook, emails etc), letras de música, noticiário, textos sobre
urbanismo, antropologia etc;
- objetos temporários acoplados ao poste: garrafa térmica com bebida mesclando três substâncias consumidas no
dia a dia do cidadão mediano das metrópoles (café, whiskey e uma erva medicinal), suporte para copinhos plásticos e “puçá” plástico (lixeira), adesivo imitando gramado florido;
- objetos em torno: 3 serpentes de madeira made in China; balde com mistura “leitosa” de cola e água; lixeira
(limpa), com material reutilizável pelo público em geral: recortes adesivos (em vinil) de frases para carro e caminhão e “Deus” judaico-cristão ilustrado por produto carnavalesco. Todos os objetos foram comprado na SAARA
(Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega). Todos os objetos úteis foram doados ao Plano B.
Contexto crítico (macro e micro) para a intervenção: Um país rumando a uma espécie de fundamentalismo de Jeová
(hiper-evangelização e suas infiltrações políticas, culturais e mercadológicas); Um espaço público em risco através dos
ataques (choques) da ordem “pública” (que também funciona, atualmente, como crivo sobre propostas de ações artísticas no espaço aberto da cidade); Um sistema de arte em expansão, legitimado por discursos especializados (muitas vezes
discutíveis ou postos em crise), e também por chamadas “redes de afeto” e/ou “circuitos independentes”; A Galeria do
Poste e eu: após doze anos acontecendo no bairro do Gragoatá, em Niterói, a sucursal Rio da Galeria tornou-se itinerante,
através da proposta do curador Marco Antônio Portela. Fui apresentada e indicada a ele pela artista Claudia Hersz, participante da edição anterior, assim como o João Penoni, e então participamos, eu ele, desta, que seria a edição seguinte.
Dentre outras tantas exposições coletivas, foi a primeira vez que trabalhei como “artista sob curadoria” que, nesse caso,
foi totalmente aberta à escolha pelo artista, tanto do lugar (sendo em geral um poste para cada artista), como da temática
e forma de ocupar esse pequeno território “público”; O Plano B: espaço cultural independente, ponto de convergência
entre artes sonoras e plásticas; Um poste de luz: colar cartazes ou ocupar mobiliário urbano com anúncios publicitários
é proibido por lei, embora ainda sejam os postes comumente alvos de mensagens de uma publicidade “menor”, uma
espécie de classificados para serviços das artes divinatórias e eróticas, achados e perdidos, campanhas políticas etc. O
trabalho se conecta com o terreno do risco e do proibido; Público alvo (participativo ou não): frequentadores do Plano B,
transeuntes da Lapa, e pessoas convidadas por email e redes sociais. Fiz convites pessoalmente, ou através da rede que
mais frequento no momento, o facebook, documentando sua repercusssão na forma de diálogos, posts, chats etc, alguns
também incorporados aos cartazes colados.
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* Galeria do Poste Arte Contemporânea- sucursal Rio : http://galeriadoposterio.blogspot.com
** Plano B : http://planob.net/
Uma semana antes
(sequência à esquerda)... garimpando
escrituras, musas e hieróglifos... fachada do
Plano B, Lapa, Rio.
Convite via facebook (acima e à esquerda) para este trabalho
Convite oficial da Galeria do Poste sucursal Rio (canto superior à esquerda)
Alegorias: oferenda “suspeita” :
bebida a base de café, whiskey e uma
erva medicinal (acima) e degustação
insuspeitada (à esquerda, abaixo).
Barba self- service do deus do estresse (in Velho Testamento> Genesis>
Eden) -“Deus” made in China do Saara e palavras para remixar e colar.
No princípio era o verbo ... em código
aberto: “Deus” e palavras para remixar
e colar na lixeira com material reciclável, ao pé do poste. Participação do
público sobre o poste e sobre fachada do
Plano B.
Obs.: Município do Rio de Janeiro Projeto de Lei (PL) PPP Administração Urbana e Metropolitana Eider
Dantas Legisladores Em tramitação / Número do projeto: 320/2009 Data de apresentação: Ago 2009
FICA PROIBIDA A PRÁTICA DE COLAGEM, PINTURA OU COLOCAÇÃO DE CARTAZES COM PROPAGANDA
IRREGULAR DE OFERTA DE VENDA DE PRODUTOS OU DE SERVIÇOS, QUE VENHA A SUJAR AS RUAS, POSTES E MUROS.
Criticar é Deus,
por Otto Kohlrausch, crítico independente
(texto crítico sobre “Diz estudo, dizes tudo, dizes nada: mas dessa
árvore apenas bebereis, tragareis e ins-pirareis...”
temporânea da comunicação, o conjunto amorfo de indivíduos que se
comunica sem sentido de comunidade, bem como a ética onde as palavras pesam mais que os conceitos e o assunto, infinito, apenas interface
para reflexos.
Palavras conformando o sensível que, informando os sentidos, dissuadem-se em ortodoxia, reunindo à aparência perene, uma comunicação
efêmera. Bulas onde se lê na sorte das pesquisas oficiais o resultado
do realejo, a contradição científica como arte. Também “postados” na
interface pública concreta, recortes dos fóruns sociais globais, mentiras
sinceras e meias-verdades que também disputam um lugar no picadeiro
do ciberespaço, esse mesmo, sem fundo e transcendental. O texto, a
superfície de signos pintados, opacidade de uma linguagem precária,
impressão em espécie de lambe-lambes colados em um poste de luz, no
qual se instalou uma garrafa térmica contendo um líquido ignoto, um
suporte de pequenos copos descartáveis e uma lixeira improvisada –
leia-se sacola plástica.
De volta ao poste, estamos diante de espaços construídos por leituras
divergentes, possíveis mundos opostos em cada bula, opinião, sentença,
numa convivência heterogênea de ambientes discursivos. Saturados de
convicções e carentes de dúvidas, absorvemos paralelos numa superfície
harmônica aonde mais de um verbete “deus” jazem no mesmo balaio
que “criticar”, “fácil”, “estrela” e “motoboy”, também encontrados na
lata de lixo cut-up. Instaurar um mundo – seu? – com a linguagem, descobri-lo como uma experiência mística, seja o deus que quiser. Homem,
fala de palavras umas para outras no seu projeto interpretativo, alheio
ao discurso do mundo como palavra do Ser. Édipo já não decifra mais o
enigma. Não há tempo, ele apenas responde à Esfinge: devora-me.
Um convite ao empirismo, à sua tábula rasa. Sujeito político ou idiossincrático, tire suas próprias percepções. Em ínterim, recortes de palavras
soltas em papel adesivo, abertas ao jogo da fabricação de significados,
hipertexto perigoso que torna visível o indizível. Na tradução da Árvore
do Conhecimento onde bem e mal estão inerentes, não há escape possível à condição vocabular na qual somos produzidos pela mesma linguagem que produzimos. Presumindo e assumindo, Moana Mayall faz do
meio a mensagem, utilizando registros interpessoais de suas discussões
nas redes sociais, a doxa que revela mais o próprio locutor que o assunto
manipulado, exibindo a monotonia verbal do discurso, também própria
das instituições formadoras de opinião.
Nessa ordem, o caractere/caráter, autônomo em sua densidade e pervertido na sua utilização, convence os já convencidos e converte apenas
seus sacerdotes. A artista presentifica em seu trabalho a condição con-
P.S. Enfim, a bebida tabu, alterando as consciências já entorpecidas, extrapola tentativas metafísicas adulteradas pelo fármaco. Curti.
CARTOGRAFIAS IMAGINÁRIAS DO RIO
intervenção urbana e arquivismo digital interativo, em rede
eletrônica (piloto para um coletivo em formação)
2011-2012
Tessituras compostas a partir de registros de intervenções, ocupações e imaginações da cidade... [sempre em construções].
Percursos pela cidade através de imagens e conteúdos interdisciplinares levantados por intervenções urbanas cujos registros - em vídeo ou foto, textos e som
- também são exibidos, colecionados ou “remexidos” num arquivo-colagem
dinâmico e sempre em expansões colaborativas na rede. Os mapas de fundo são
uma ligeira referência geográfica, mas as cartografias não se restringem às suas
coordenadas. Elas se multiplicarão em sobreposições e conexões, iniciandose agora a partir de alguns perímetros de base sobre o mapa carioca, para as 5
tessituras, navegáveis a partir das setas amarelas no topo da página, à direita.
Como desdobramento “offline”, desenvolvemos um arquivamento de todos esses dados e itens (vídeos, fotos, textos etc) em DVDs ou impressões.
Trata-se de estimular a arte pública como produção de conhecimentos, poéticas
e vivências sobre a urbe, bem como a valorização do direito à cidade e suas
múltiplas formas de ocupação.
Cartografias Imaginárias do Rio é um projeto independente e colaborativo. Participaram até agora, em pesquisa e recortes: Bia Pimenta, Dally Schwarz, Inês
Laborim, Otto Kohlrausch e Susana Guardado. Também colaboram todos artistas, coletivos, movimentos e também os anônimos aqui “pré-cartografados”.
Você pode escrever e somar links à cartografia através dos boxes brancos em
cada página. E em novos mapas de fundo que se somarão aos atuais.
VIDEODERIVAS DO RIO
videointervenção urbana
2010
O Rio, como toda grande cidade e com todos os seus “dentros”, “foras” e “entres”, é sempre também um excesso
de imagens, ruídos, conhecimentos e contrastes, que nos
atravessa como uma construção imaginária e multissensorial.
O termo “deriva”, propagado dentro da psicogeografia dos
situacionistas no final dos anos 50, surgiu como uma forma
pessoal, participativa e afetiva de mapeamento sobre a cidade. A partir desses passeios sem rumo (derivas), buscava-se
pensar também a potência viva e mutante da cidade,
através da interferência dos habitantes sobre seus atomatismos mais entediantes e funcionais.
“Videoderivas do Rio” foi projetada pela primeira durante a
mostra Video Ataq, de cinema ao vivo (prêmio FUNARTEConexões Visuais). Neste trabalho (sempre “in progress”),
recombinam-se, em tempo real, sons, imagens, textos e
ruídos do Rio, seu passado, seu presente, suas realidades,
ficções e outros ângulos.
Uma cidade é sempre um mapa fora do mapa oficial. Numa
videoassemblage cinemática em deriva, foram justapostos,
através de máscaras gráficas em movimento, 5 sets de vídeos
(loops) manipulados em tempo real. O termo “deriva”, neste
trabalho, sugere um trânsito livre e aberto entre elementos
sonoros e visuais, a partir de combinações e recombinações
que surgem ao longo do tempo da performance, inspirando
um passeio poético e também cognitivo sobre o Rio e sua
vastidão de visões e imaginários.caras gráficas animadas.
Alguns trânsitos temáticos para as imagens:
Rio periférico. Videoremix de cenas cotidianas atuais em comunidades populares, grafitti, letreiros, remoções, arquiteturas de invenção etc.
Rio para exportação. Videoremix de cenas cotidianas atuais, em especial a zona sul e a orla, cartões postais, travellings pedalados etc.
Rio clichê e ficção. Videoremix de trechos curtos e remixados de
filmes que ajudaram a construir a imagem internacional da cidade.
Rio história e mutações urbanas. Videoremix de cenas e registros
documentais sobre os grandes processos deurbanização do Rio, do
século XX ao XXI.
Rio antigo. Videoremix de cenas do Rio até a os anos 60.
DEBOSH
videointervenção urbana/ ação coletiva no
espaço público
2008
[ em parceria com as artistas Inês Laborim e
Ophelie d’Organs
Em maio de 2008, integrei uma ação coletiva chamada “Debosh”, também nome de um coletivo formado
com as artistas Ophelie d’Organs e Inês Laborim, na
qual buscamos criar uma espécie de “contra-situação”
a um evento (com a temática do situacionismo de Guy
Debord) que viabilizaria, com verba institucional,
equipamentos para uma intervenção urbana no centro
do Rio (praça XV). Como não foi viabilizada na época
(maio de 2008), por questões internas (burocráticas) da
produção do evento, decidimos fazer projeções num
dos arcos da Lapa, totalmente independentes de autorizações oficiais, e que pôde assim revelar para nós uma
zona temporária autônoma e marginal, com a qual na
qual tivemos que negociar nosso espaço de ação com
certos facilitadores informais, que nos acolheram durante algum tempo, aprovando extra-oficialmente nossa
ocupação e cedendo sua gambiarras elétricas para que
pudéssemos ligar nossos dispositivos.
O termo Zona Autônoma Temporária (as “TAZ”),
cunhado por Hakim Bey, que prefere não defini-la
totalmente, referia-se a uma experiência onde, idealmente, os participantes temporariamente libertam-se
das restrições impostas pelo condicionamento social
e regulação; “um experimento no imediatismo grupal;
um evento criativo, onde os novos códigos de comportamento são estabelecidas pelos presentes.” (6)
Com a instalação de um pequeno projetor e laptop
com softwares de veejaying, formou-se rapidamente,
e sem planejamento algum, uma rede de encontros
inusitados e colaborativos em torno de uma projeção
(em média escala). Em plena noite de sexta-feira na
Lapa, sob um de seus Arcos mais movimentados,
manipulávamos, ao vivo, um remix de imagens de
TV, seriados, real reality shows shoree redes sociais,
revezando-se com fragmentos de percursos que captamos em trânsitos diversos pela cidade, misturando
ainda ícones da cultura de massa a personalidades
institucionais do financiamento à arte (Barbie versus
Rockefeller), objetos de desejo luxuosos versus sobras
recolhidas em “xepas” da feira da Praça XV e de
outras no estilo “shopping chão” pela cidade, além de
texturas gráficas feitas a partir de manuais de inscrição em editais de projetos culturais.
YEMANJADA AGENCIANDO PAI DELEUZE: AJUDA NÃO PSIQUIÁTRICA
performance-convívio em colaborações repentinas (Moana Mayall e Rebeca Rasel)
2007
Yemanjada, a kitsch-orixá, foi uma performance atuada em dupla com “Ask Gilles.: respostas temporárias para dúvidas extemporâneas.”*, de Rebeca Rasel. Pai Deleuze agenciado e
Yemanjada fizeram atendimento não psiquiátrico na festa de encerramento da Orlândia, ocupação de artistas na casa 53 da Jornalista Orlando Dantas, Botafogo, Rio de Janeiro, no dia
21/7/2007.Cantinho de Pai Deleuze na festa de encerramento dos Associados: momento dobraencruzilhada? Pai Deleuze responde. Se ele não resolver, Ye-manjada arresorve!>
* “Pergunte a Gilles. Atendimento não psiquiátrico” - performance de Rebeca Rasel, na pele
do Agenciador.
À esquerda, Yemanjada realizando mais sortilégios agenciados. As
perguntas eram endereçadas a “Pai
Deleuze”, entidade antipsiquiátrica
agenciada na dobra programática
anti-captura. À direita, cantinho de
Pai Deleuze agenciado pela kistchorixá: “Se o Prozac te machuca, Deleuze pode ajudá-lo...”
Também foi pendurada uma versão ampliada do Santinho, pela kistch-orixá, na noite
seguinte ao falecimento de Antônio Carlos Magalhães, o ACM (abaixo, à esquerda)
A versão digital (online) fez parte da série desktop-simpatia: //desktop- simpatia do Brasil #2//
em homenagem à nova era pós-ACM na Bahia!Por amor às nossas coisas, pois são coisas nossas, muito nossas: para que cresçam e vinguem, mesmo com os “neo-coroné” e “ neo-oligarquias” se aproveitando das ignoranças do povo humilde desse país cardio-paradisíaco.
Coloque o patuá de Yemanjada (a kitsch-orixá) em seu desktop e receba as boas vibrações da
Nova Era, da qual até Gil duvidou, numa certa canção. Que o tal e bom eterno “é” SEJA! E que
você, usuário do patuá da Nova Era, seja um vaso do bom e resistente!
link: http://www.flickr.com/photos/kidding_synchro/872472211/in/photostream/
>> Algumas perguntas feitas a Pai Deleuze agenciado por Yemanjada, que sorteava as
respostas para os convivas, na última noite da Orlândia: - Minha onda vai parar aonde? Deleus! E as dobras do universo do nada ou do eterno retorno? Estômago dobrado? Como é
isso? - Quem sou eu? O que ser sempre? O que ser às vezes? - Aonde eu pulo? - Preciso de mim?
Ou posso viver sem eu? - Para onde vão os associados?- Tudo certo? Ok? Seguir em frente? - O
que é a arte contemporânea? - O que significa significar nada? Beijos, Deleuze. Te amo! - Excelentíssimo Pai Deleuze, “The Father”: Existe alguma resposta para a sintaxe do paradigma
pós-moderno sobre a questão do ente fundada na complexidade situacionística do espaço-tempo
calcada na hermenêutica dialética corpórea do não-objeto (re)configurado em matéria na subjetividade pré-existencialista da razão e no envolvimento das sub-culturas abstratas ou não no
cenário dual e mundano levado a medidas extremas no ponto de vista objetivo e claro do que se
caracteriza a arte contemporânea? - Quando você se materializa?
“Ó Pai Deleuze, existe uma verdadeira filosofia tupiniquim?” (resposta abaixo)
limk: http://deleuzesemface.blogspot.com/2007/07/ask-gilles-em-orlandia.html
ANTIBIGBEN
videointervenção urbana
2007
Antibigben” foi realizada durante a ocupação artística
“Orlândia Artistas Associados/” (2007), e consistia
na projeção de um vídeo digital (animação de fotomontagem) em espaço público, de preferência para
que ocupasse fachadas ou empenas (áreas lisas, sem
janelas), com um bom raio de visibilidade pelo público em trânsito nas ruas. Propunha-se uma substituição
de mobiliário urbano oficial (no caso, os relógios
digitais ou “Big Bens”, como o da Mesbla ou o da
Central), por um “anti-relógio” público que não mais
ditasse ou demarcasse numericamente o tempo, mas
apenas através de registros de ciclos/ loops de imagens, construindo poéticas variáveis sobre a percepção
do tempo, em diferentes versões. Na primeira versão
do projeto, há dois ponteiros, que estariam apontanto
para tempos opostos no rosto de um relógio comum.
Numa das extremidades pontiagudas, a mão tenta conter o fuso que indica passagem do tempo. No extremo
oposto, outra mão se oferece à “picada” do fuso e do
tempo.
De qualquer forma, são duas faces do tempo cronológico, que apenas prossegue em inúmeros ciclos de
segundos. Em outras versões, as contagens de tempo
padrão alternavam-se com velocidades e sentidos distorcidos, acelerados, ralentados ou invertidos, também
modificando, na própria face do relógio, uma série
de imagens do cotidiano da cidade, captadas em seus
arredores.
Versão “Antidespertador”, exposta no interior da Orlândia Artistas Associados
PÁLPEBRA
vídeo performance
2004 e 2006
[em parceria com a artista performer Tissa Valverde;
trilha sonora original de augusto Bapt e Ronald Ricken]
Sob o tecido elástico, feito uma pele de pálpebra em R.E.M.
(rápidos movimentos oculares), há um corpo real em movimento.
As várias seqüências de imagens interagem com um corpo que
dança, sob a “pele”, guiado pela música, às escuras. A substância
de dentro, indefinida, numa “dança inconsciente”, é moldada pela
resistência elástica da pele, sobre a qual as seqüências visuais
inspiram a interioridade do sonho de um olho-corpo transparente.
Através da “pele-tela” da Pálpebra, propôem-se certas topografias para o sonho, este sendo análogo a um “vídeo orgânico”
projetado no interior do corpo…
As seqüências de imagens são acionadas através de botões interativos invisíveis, em tempo real. As animações têm, em seus
módulos, loops, micro-narrativas visuais, sem uma coerência
linear. A trilha sonora original também é fragmentada, uma mistura digital de som ambiente doméstico, violão, vozes incidentais
e percussão de mridang, inspirando pausas repentinas e uma não
fluidez nas transições de movimento e forma entre as imagens e a
superfície da projeção.
Registro em vídei: http://youtu.be/dd18hndfjxA
Fotogramas das colagens animadas, com programaçnao em action script.
TETRAPILLOW
vídeo instalação
2005
TETRAPILLOW é uma vídeoinstalação projetada em quatro travesseiros, aberta à interação com o público. O trabalho de arte instantânea
tem uma trilha sonora original, mesclando voz e piano, repetindo a
frase “A hora te devora”, em várias entonações e humores.
Retomando o tema das atividades inconscientes do corpo, o vídeo
Tetrapillow (com programação em action script) mostra várias expressões faciais da atriz numa edição em loop (ciclos) que pode ser manipulada pelo observador, como uma máquina de caça-níqueis.
O tempo nos devora e nos multiplica em fragmentos.
Obra em parceria:
Moana Mayall (vídeo), Tissa Valverde (atriz), Elaine
Tomazzi-Freitas (música)
Registro em vídeo: http://youtu.be/QQUv7BcW6Gk
vídeo performance
2004
[em parceria com a artista performer Jaya Pravaz ]
“A PELE RESPIRA” é uma vídeo-performance.
A formiga animada desenha seu caminho sobre
o corpo de uma dançarina, e pode ser controlada
através de um mouse conectado ao computador,
podendo parar, voltar, e mudar de sentido. A
pele da performer está pintada de branco, dando
mais contraste e textura dramática ao caminho
da formiga. Há uma dança, misturando influências da dança oriental, como a Butoh do Japão,
e o jogo com essa personagem “incidental”: a
formiga sendo observada, e ao mesmo tempo
incitando novos movimentos em tempo real.
ESTROMBO
vídeo instalação
2003
Estrombo é uma forma coloquial de dizer “estômago”, mastigada e digerida ao gosto popular. Aqui Estrombo é uma instalação digital em
processo que se alimenta de imagens e textos em rede, propondo uma “pausa” para a reflexão sobre como digerimos a mídia, como ela digere o mundo, como podemos explorá-la (“digerí-la”) mais ativamente.
Estômago: lugar onde a matéria flui e é modificada continuamente- nada permanece a mesma coisa, tudo o que entranhamos se transforma,
se decodifica e se recodifica, tudo que é vivo se desintegra para se reintegrar. Lugar de projeção de outros sentidos, somatização dos nossos afetos e imaginário: um órgão em rede. Através dessa alegoria, figuras e palavras editados em alta velocidade se revezam numa mesma
textura dinâmica, em combustão.
Nesse “caos digestivo” todas as informações perdem sua forma original: fundem-se, chocam-se, sobrepõem-se, até se transfigurarem
completamente. O que realmente digerimos em meio a tantas informações? Derrick de Kerckhove* vivenciou uma série de experimentos
que comprovaram o quanto as seqüências audiovisuais da TV falam mais ao corpo do que à mente: não permitem um intervalo entre tantos
estímulos e uma reação mais profunda da consciência. Pele, nervos e
vísceras são explorados sensorialmente através da superfície da tela.
Por outro lado, a web, feito um livro eletrônico, oferece um espaço maior de exploração, com maiores possibilidades de pausa, investigação
e interação. Ao contrário da TV, a rede pode ser alimentada diretamente pelo usuário. “Estrombo” quer provocar não só olhar, vísceras e
mente, como também ser explorado pelo espectador, através da interatividade digital, tanto online como offline. As informações processadas
nesse trabalho foram em grande parte colhidas da web, a partir de motores de busca, tendo como fio-condutor a palavra-chave “estômago”,
digeridos em contextos diversos como medicina, arte, mitologia, diários pessoais… apropriados e re-digeridos no estômago digital. A animação interativa em Flash consiste em vários pedaços de imagem e texto relacionados a palavra “estômago”, e o usuário pode “capturar”
alguns quadros (interrompidos por botões roll-over).
A trilha sonora se modifica de forma contínua, a depender de quanto tempo leva a
experiência do espectador. Como a música é mais longa que o loop das imagens,
o que resulta é uma música auto-digerida, pela variação de sobreposições entre os
fragmentos de seu próprio tempo, sempre transformada e singular, ad infinitum.
Outra virtualização do estômago é a idéia de ego, pois ele se dilata e dá lugar também ao que não precisa, sendo em muitas culturas relacionado com gula, cobiça,
medo. Também cria individualide e alteridade, já que transforma o que estava fora
no que está dentro; o universal no particular, o alimento em corpo. Seleciona o que
nos integra e dispensa
o que é estranho, “o alheio”, tornando-nos no que somos, em semelhança e em diversidade.
*Diretor do Programa McLuhan em Cultura e Tecnologia, na Universidade
de Toronto. Autor de “Pele da Cultura”.
Restos de conteúdos da web processados no Estrombo
.
O que é digerido e o que vomitamos. As instalaçôes “Vômito” e “Painel de memória em digestão”, a partir de composições digitais
impressas, acompanharam a projeção do vídeo interativo, de onde se derivaram os recortes não utilizados das imagens.

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