Casal de SP fez roupa que será usada por astronauta brasileiro

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Casal de SP fez roupa que será usada por astronauta brasileiro
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SÃO PAULO
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EDIÇÃO: 15/03/2006
DATA DE ENVIO: 14/03/2006 — 23: 04 h
AZUL - MAGENTA - AMARELO - PRETO
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DIÁRIO DE S.PAULO F SÃO PAULO, QUARTA-FEIRA, 15 DE MARÇO DE 2006
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DA ZONA SUL PARA O ESPAÇO
RICARDO BAKKER/DIÁRIO
Casal de SP fez roupa
que será usada por
astronauta brasileiro
w Encomendado pela Agência Espacial Brasileira (AEB),
macacão foi confeccionado na Zona Sul de São Paulo
LUCIANA ACKERMANN
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macacão
que o astronauta
brasileiro
Marcos Cesar
Pontes deverá
usar na Estação Espacial Internacional
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(EEI), a 400 km da Terra, foi feito na Zona Sul de São Paulo.
A estação para onde Pontes
será enviado é uma estrutura
artificial de 110 m de largura
por 75 m de comprimento, concebida para a permanência humana no espaço.
A roupa que ele usará du-
rante sua permanência na EEI
foi confeccionada seguindo
normas militares americanas.
Além disso, três dos emblemas
bordados e afixados no macacão espacial russo (pressurizado e apropriado para o uso dentro e fora da nave) também foram criados na Capital.
Os emblemas são os símbolos da Missão Centenário, da
Agência Espacial Brasileira
(AEB), e a bandeira do Brasil.
O casal Marcelo Silva Oliveira, de 37 anos, e Marilia Fajardo Oliveira, de 32, são responsáveis pelas peças. Marília
conta que também foram enviados duas calças, dois macacões, uma jaqueta e cinco camisas pólo. O macacão básico custa em torno de R$ 300,00. Mas o
casal não quis revelar o valor
das peças pagas pela AEB.
Desde 2003, o casal investe
na confecção de roupas e acessórios destinados a aeronautas
e policiais, com tecidos especiais que resistem a rasgo, fogo,
e têm proteção ultravioleta,
além de serem impermeáveis.
Em meados de novembro do
ano passado, Marilia recebeu o
telefonema de um representante da AEB, que viu, em Brasília, um piloto de avião usando
um macacão com emblemas
bordados pelo casal.
A partir disso, o casal dedicou-se a desenvolver e produzir
as peças para o astronauta bra-
CASAL Marcelo e Marilia Oliveira mostra roupas que confeccionou para a missão espacial
ARQUIVO/REUTERS
sileiro, seguindo as normas
americanas. Em janeiro, as peças foram enviadas à Rússia. O
macacão, na cor azul royal, já
foi usado pelo astronauta brasileiro no treinamento.
Oliveira, que é professor
universitário de desenho industrial, piloto de avião e filho
de piloto, não esconde o imenso
orgulho de suas peças chegarem tão longe. “Estou muito
empolgado. Sempre priorizamos qualidade, e acabamos
sendo reconhecidos”, diz ele.
Marilia conta que o empreendimento resulta do enorme
interesse de Oliveira por aviação. Colecionador de uniformes de pilotos americanos, Oliveira, dez anos atrás, dedicava
boa parte de suas viagens ao
exterior, visitando lojas onde
tais uniformes são vendidos e
trazendo encomendas para outros pilotos. No início, Marilia,
que é administradora de empresa, não gostava da mania do
marido. Mas ela acabou vendo
nisso uma oportunidade de ganhar dinheiro no Brasil.
ASTRONAUTA Marcos Cesar Pontes usa macacão durante treino
Brasileiro recebe boas notas em testes para o vôo
w Daqui a 15 dias, Marcos Cesar
Pontes participará do primeiro
vôo de um brasileiro ao espaço.
Serão 10 dias fora da Terra, dos
quais oito a bordo da Estação
Espacial Internacional (EEI) e
dois na nave russa Soyuz, que
será lançada da base de Baikonur, no Casaquistão.
O brasileiro irá ao espaço
em companhia do russo Pavel
Vinogradov e do americano
Jeffrey Williams, que substituirão a atual tripulação da estação espacial. Essa será a 13ª
missão permanente à Estação
Espacial Internacional (EEI).
A equipe foi apresentada oficialmente ontem em Moscou. O
brasileiro foi aprovado nos testes para vôo com notas excelentes. De acordo com informações do Centro de Treinamento
de Cosmonautas da Rússia,
Pontes e os seus colegas passaram por simulações de operação da Soyuz e da EEI.
No teste, os astronautas simularam todos os estágios da
jornada da espaçonave, desde o
lançamento e acoplagem na estação espacial até a volta à Terra, além de terem sido obrigados a apagar incêndios de
emergência na cápsula de retorno da Soyuz e na parte russa
da estação espacial.
A equipe teve ainda que realizar reparos no sistema de acoplagem, de ar e no computador
de bordo da EEI. Para completar, os tripulantes do vôo tiveram que demonstrar bons conhecimentos de medicina e primeiros-socorros.
Na bagagem do brasileiro,
estarão oito experimentos
científicos de instituições do
país, que ele deverá executar
durante a estada no espaço.
Na entrevista coletiva de ontem, Pontes destacou a importância da Missão Centenário
(uma homenagem aos cem
anos do primeiro vôo do 14
Bis). “Creio que todos os experimentos que levarei têm uma
importância extraordinária.
Vou procurar executá-los com
êxito”, afirmou.
LITERATURA NA CIDADE
Excursões escolares lotam os corredores da Bienal
w Feira receberá 160 mil estudantes de 860 escolas. As inscrições para este tipo de visita foram encerradas em janeiro
SERGIO BARZAGHI/DIÁRIO
DONIZETI COSTA
LITERÁRIAS
w É de meni-
O menor jornal do
mundo é brasileiro
w Está lá na lista de recor-
des do Guiness Book: o menor do mundo é o “Vossa senhoria”, editado em Divinópolis, com 3,5 cm por 2,5 cm.
A editora é a jornalista Dolores Nunes Schwindt que
dá continuidade ao projeto
criado por seu pai, Leônidas Schwindt, em 1935. Circula mensalmente com 28
páginas, quatro em inglês.
Personagens
suam a fantasia
w Diariamente certas edito-
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Nas excursões de escolas particulares, é comum ver crianças
trazendo dinheiro para comprar
algum título. Já nas estaduais e
municipais isso é bem raro. “Estou levando apenas o que ganhei
de algumas editoras e o que
comprei com o vale-livro”, diz
Felipe Souza, de 12 anos.
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Oliveira, de Cidade Líder, na
Zona Leste. “Um dos estandes
que mais gostei de ir foi o do
Smilingüido”, contou Beatriz
de Oliveira, de 15 anos, referindo-se ao personagem mais conhecido da Editora Luz e Vida,
criado para transmitir princípios cristãos às crianças.
AZUL - MAGENTA - AMARELO - PRETO
riam, Zona Sul. “O risco de alguém se machucar em meio a
essa confusão é muito grande.
Algumas estão até passando
mal”, disse uma professora que
preferiu não revelar o nome.
Outra escola que teve sua visita agendada ontem foi a Escola Estadual Luzia de Queiroz de
ras, para atrair os leitores
em formação, colocam pessoas fantasiadas de personagens como Bob Esponja e
Hobbs (os monstrinhos da
Barsa Planeta). Duro é
agüentar assim o calor que
faz no pavilhão do Anhembi,
que vem incomodando até
mesmo quem circula por ali
em roupas normais.
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ALUNOS mostram os livros e revistas que ganharam durante o passeio pelos estandes da Bienal
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no que se
forma o leitor. Este é o
princípio
abraçado
pelos organizadores da
19ª Bienal
Internacional do Livro,
que está sendo realizada até o dia
19 no Pavilhão de Exposições do
Parque Anhembi, na Zona Norte
da Capital. Tanto que, com intuito de criar os leitores de amanhã,
860 escolas puderam se inscrever
para levar cerca de 160 mil alunos à feira, o que vem garantindo
uma movimentação alegre e colorida pelos corredores da 19ª
Bienal de segunda a sexta-feira.
Cada um deles recebe um vale-livro de R$ 1, bancado pela Petrobras. Duro mesmo tem sido a hora da partida, após as 2 horas e
meia de visitação a que cada instituição tem direito.
“Gostei do que vi lá dentro,
mas não do empurra-empurra
aqui fora”, queixou-se Alexandro Silva Tomaz, de 13 anos,
um dos 260 estudantes trazidos
pela Emef Carlos Augusto de
Queroz Rocha, do Jardim Mi-