Adenocarcinoma de próstata canino con

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REDVET. Revista electrónica de Veterinaria 1695-7504
2010 Volumen 11 Número 03B
REDVET Rev. electrón. vet. http://www.veterinaria.org/revistas/redvet -http://revista.veterinaria.org
Vol. 11, Nº 03B, Marzo/2010– http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n030310B.html
Adenocarcinoma de próstata canino con metástasis en
hígado, bazo y riñones: descripción de un caso
Cláudio João Mourão Laisse (1), Roberto González Insua
(2), Enrique A. Silveira Prado (3)
1.
Facultad
de
Veterinaria.
Eduardo
Mondlane.
Mozambique.
2. Facultad de Ciencias Agropecuarias. Universidad
Central “Marta Abreu” de Las Villas. Carretera a
Camajuaní Km. 5 ½. Santa Clara. CP 54830. Villa Clara.
Cuba. Email: [email protected]
3. Centro de Bioactivos Químicos. Universidad Central
“Marta Abreu” de Las Villas. Santa Clara. Villa Clara.
Cuba.
Resumen
El adenocarcinoma de próstata es una neoplasia altamente maligna y
poco común en muchas especies de animales domésticos, presentando
mayor interés en la especie canina. Un perro de raza Rottwailler, con
11 años de edad, 45 Kg de peso fue llevado al Hospital Escolar
Veterinario con el antecedente de que aproximadamente llevaba un
mes con orina con sangre (hematuria). El examen ecográfico reveló la
presencia de una masa próxima a la vejiga. Posteriormente el animal
se tornó atáxico y parapléjico del tren posterior. Días después comenzó
a vomitar sangre (hemoptisis). El animal fue eutanasiado con
pentobarbital sódico vía endovenosa y el cadáver fue enviado a la
Sección de Anatomía Patológica para un examen post-mortem. El
presente reporte tiene como objetivo describir los hallazgos macro y
microscópicos de este caso. En la necropsia la próstata presentaba un
tamaño dos veces mayor de lo normal, el hígado y el bazo presentaban
formaciones nodulares de diferentes tamaños y aspecto glandular que
sugerían metástasis de formación tumoral derivada de la próstata. Para
el examen histopatológico fueron tomados fragmentos del corazón,
hígado, bazo, riñón, pulmón, estomago y próstata, fijándose las
muestras en formalina al 10% y procesándose por la técnica rutinaria
de imbibición en parafina, los cortes fueron seccionados a 5 micrones y
coloreados con hematoxilina-eosina. Microscópicamente se diagnosticó
un adenocarcinoma de próstata con metástasis en hígado, bazo y
riñón. Los hallazgos constatados en este caso coinciden con los
reportados por varios autores.
Palabras clave: Adenocarcinoma de próstata, neoplasia de próstata,
perro
Adenocarcinoma de próstata canino con metástasis en hígado, bazo y riñones: descripción de un caso
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n030310B/0310B_DS25.pdf
1
Introdução
A próstata é a única glândula acessória do trato genital do cão e
começa a desenvolver-se a partir da sexta semana de gestação. Nos
neonatos a próstata encontra-se na cavidade abdominal até os dois
meses de idade, quando ocorre a perda do úraco remanescente. A
partir deste momento ela passa a localizar-se na cavidade pélvica. Aos
oito meses de idade, quando inicia-se a maturidade sexual, a glândula
prostática aumenta como resultado do estímulo androgênico.[1] A
glândula prostática é um órgão músculo-glandular, bilobulada, com um
septo mediano na superfície dorsal. Predominantemente, se localiza no
espaço retroperitoneal, caudal à bexiga, ventral ao reto e dorsal a
sínfise púbica. Circunda todo colo vesical e a uretra proximal, também
denominada uretra prostática. Os ductos prostáticos penetram na
uretra ao longo de toda sua circunferência. A sua função é produzir
líquido prostático como meio de transporte e suporte para os
espermatozóides durante a ejaculação.[1]
As doenças prostáticas ocorrem com freqüência em cães idosos. O
aumento desta glândula em tamanho e volume geralmente é devido a
hiperplasia ou neoplasia nesses animais. O curso clínico de tumores
prostáticos no cão é rápido e há prevalência de doença metastática e
embora existindo tratamentos, os seus efeitos são apenas paliativos,
pois o diagnóstico da doença é em geral tardio e de prognóstico
desfavorável.[1] As neoplasias prostáticas são consideradas causas
primárias de mortes em homens idosos e também tem sido reportados
em cães adultos. Embora esta patologia ocorra com alguma frequência,
na secção de Patologia da Faculdade de Veterinária é considerada rara,
dai o interesse em se fazer o reporte do caso.
Objectivo
Descrever e discutir os achados clínicos e o quadro macro e
microscópico de um caso de adenocarcinoma da prostata canino com
mtástases no fígado, baço e rins.
Descrição do Caso: história, exames clínicos e tratamento
No dia 16 de Novembro de 2005, um cão inteiro de 11 anos de idade,
raça Rottweiler com aproximadamente 45 Kg pertencente ao Sr. Vipul
deu entrada no Hospital Escolar Veterinário (H.E.V).
Segundo o dono, a aproximadamente um mês, o animal urinava
sangue (hematúria). Fezse o tratamento com Cefalexina e Vitamina C.
No exame ecográfico revelou presença de uma massa próxima a
bexiga. Posteriormente o animal tornou-se atáxico e paraplégico no
trem posterior, o que dificultava a deslocação sua deslocação. Dias
depois começou a vomitar sangue.
2
Visto que a condição corporal e vida do animal se tornava cada vez
mais deteriorada, com o consentimento do dono, fez-se a eutanásia
com pentobarbital sódico, via endovenosa. O cadáver foi enviado a
Secção de Anatomia patológica (SAP) da Faculdade de Veterinária
para o exame post-mortem.
Materiais e Métodos
A necrópsia do animal foi feita com base na técnica de decúbito dorsal.
De forma sistemática fez-se a descrição dos órgãos. Para exames
histopatológicos foram colhidos fragmentos de coração, pulmão,
fígado, baço, rim, estômago e prostata. As amostras foram fixadas em
formalina a 10%, processado pela técnica rotineira de embebição em
parafina, seccionado a 5 micrómetros e posteriormente coradas com
Hematoxilina-Eosina (HE).[2] As fotos macro e microscópicas foram
feitas com base numa máquina fotográfica “Olimpus FE- 200.
Resultados
Achados macroscópicos
Pulmão: congestionado, com
coloração vermelha escura com
áreas claras, edematosas com
superfície brilhante. Espuma nos
brônquios e líquido sanguinolento
na traqueia.
Fígado: congestão severa (com
cor escura), ao corte observou-se
no parênquima muitas formações
nodulares de aspecto tumoral
com diâmetro variável de 0,5 à 3
cm (Fig. 1).
Baço: congestionado, presença de
formações tumorais com aspecto
granular com aproximadamente
3,5 cm de diâmetro, distribuídos
difusamente em todo parênquima
esplénico (Fig. 2).
Rim: com superfície irregular (Fig.
3), ao corte a delimitação corticomedular se mantinha mas o córtex
apresentava uma coloração mais
intensa que o normal.
Bexiga:
a
mucosa
estava
amarelada,
com
as
pregas
engrossadas e edematosa. Tinha
3
uma
obstrução
ao
nível
do
esfincter vesical. Aparentemente
se tratava de uma formação
neoplásica a nível da prostata ou
colo da bexiga.
Estômago:
com
conteúdo
sanguinolento que se estendia até
o intestino delgado (duodeno e
jejuno).
Achados microscópicos
Próstata: observa-se perda de
estrutura
histológica
normal
(anarquia celular); grande quantidade de tecido estromático,
hiperplasia das projecções papilares, notando-se imagens de divisões
celulares (mitoses). Polimorfismo celular, hiperplasia do epitélio
glandular, marcada com posição basal dos núcleos, que por sua vez
estavam hipercromáticos (Fig. 4).
Pulmão: congestão venosa, edema, áreas de enfisema e atelectasia.
Fígado: perda da estrutura lobular; degeneração vacuolar e necrose
severa congestão venosa; presença de células neoplasicas prostaticas
organizadas de forma lobular (Fig. 5), com crescimento papilar,
núcleos hipercromáticos; fibroplasia no espaço porta.
4
Baço: invasão massiva de células tumorais prostaticas, organizadas de
forma lobular e difusa, substituindo por quase todo o parênquima
esplénico. Células tumorais com crescimento papilar, polimorfismo
celular, núcleos hipercromáticos e outros com aspecto vacuolar; áreas
com necrose e fibroplasia marcada (Fig. 6).
Rins: degeneração e necrose tubular e glomerular severa; focos com
infiltração de células neoplasicas prostaticas; áreas hemorrágicas,
focos de fibroplasia marcada (Fig. 7).
Intestinos: espessamento da mucosa com proliferação de tecido
conjuntivo; congestão venosa ao nível da submucosa.
O quadro morfopatológico encontrado é compatível com:
Adenocarcinoma da próstata do tipo intra-alveolar, com metástase no
fígado, baço e rins.
Discussão e Conclusões
As neoplasias das glândulas reprodutivas acessórias são pouco comuns
nos animais domésticos, com excepção da espécie canina. O
5
adenocarcinoma prostático canino é a neoplasia que tem sido
reportada por vários autores como a responsável de parte significante
dos casos de aumento do tamanho da prostata nesta espécie[3]
representando 13% das afecções que afectam a esta glândula
sexual.[4] A história e sinais clínicos observados neste caso, tais como,
hematúria, perda progressiva de peso, vómitos e ataxia e paraplégica
no trem posterior, têm sido reportados por vários autores como os
mais frequentes em casos de adenocarcinomas caninos.[5,6,7]
Clinicamente, esta afecção pode ser confundida com a hiperplasia
benigna da prostata ou outras patologias que provocam o aumento do
tamanho desta glándula. [6]
A perda de peso e os sinais nervosos, ocorrem na fase avançada de
desenvolvimento do tumor.[8] A perda de peso e de condição corporal
progressivos bem como a não melhoria do animal aos tratamento,
observados durante a evolução clínica da doença, foram as razões para
a eutanásia. Este facto vai de acordo a casos reportados por outros
autores.[7,8,9] Esta neoplasia ocorre com frequência em cães adultos,
com idade entre 7 e 12 anos,[6] 8 a 10 anos,[4,10,11] superior a 10
anos;[3] 5 a 17 (média de 10) anos.[12] No presente caso, esta
neoplasia ocorreu num cão inteiro, com 11 anos de idade. Não está
reportada nenhuma predisposição racial, isto é, o tumor pode ocorrer
em cães de diferentes raças, sendo que, neste caso, ocorreu num cão
de raça Rottwaill. O adenocarcinoma de prostata normalmente
apresenta metástase nos linfonodos ilíacos, pulmão, rim, baço e
fígado.[6] Os ossos também são afectados. Metástases ósseas foram
eportadas em 14-41% casos;[9] 22% de adenocarcinomas,[12]
contudo, as metástases neste local são difíceis de detectar porque em
poucos casos é feito o exame radiográfico mas também pelo facto de,
na necrópsia, ser difícil detectar as lesões ósseas.[9] No presente
estudo, foram detectadas metástases no fígado, baço, pulmões e rins.
Este tumor ocorre quer em cães inteiros assim como nos castrados.
Embora alguns autores sugerem que a testosterona é factor
fundamental na etiologia desta neoplasia, alguns estudos sugerem que
a castração pode ser um factor de risco, sendo que, cães castrados
estão 2,38 vezes mais em risco. Ao contrário do adenocarcinoma de
próstata humano, em cães não responde a privação de androgenios ou
a castração. É importante que se investigue mais sobre esta associação
nos cães[8] O adenocarcinoma de prostata normalmente apresenta
metástase nos linfonodos ilíacos, pulmão, rim, baço e fígado.[6] Os
ossos também são afectados. Metástases ósseas foram reportadas em
14-41% casos,[9] 22% de adenocarcinomas,[12] contudo, as
metástases neste local são difíceis de detectar porque em poucos casos
é feito o exame radiográfico mas também pelo facto de, na necrópsia,
ser difícil detectar as lesões ósseas.[9] No presente estudo, foram
detectadas metástases no fígado, baço e rins. Exames radiológicos são
de extrema importância para o diagnóstico desta neoplasia,
6
especialmente quando envolve a bexiga ou apresenta metástases ao
nível pulmonar. O exame histopatológico de biópsias da prostata
confirmam o diagnóstico.[6] Os métodos usados no tratamento tem
sido pouco eficazes, principalmente qundo efectuados na fase
avançada de desenvolvimento da neoplasia.[8] As lesões microscópicas
observadas na prostata e nos locais de metástase do adenocarcinoma
de prostata reportado neste caso, são similares as reportadas por
outros autores. É de salientar que num levantamento de 10 casos de
adenocarcinoma de prostata diagnosticados, o presente caso é o que
apresentou metástases em muitos órgão, o que sugere um tardio
diagnóstico e consequentemente mau prognóstico.[5,6] Os sinais
clínicos e os achados macro e microscópicos que se constataram neste
caso, são comuns aos reportados por vários autores e permitem
concluir que esta neoplasia, na fase em que se encontrava, era de mau
prognóstico, visto que, apresentou um grande poder de metastização e
um elevado índice de malignidade, o que foi fatal para a vida do
animal.
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REDVET: 2010, Vol. 11 Nº 03B
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Sostenible, AGROCENTRO 2009, 22-24 Abril / Referencia 0310B_DS25_REDVET / Publicado el 15 de Marzo
de 2010.
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