UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR

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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA INSTITUTO SUPERIOR
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO
Modelação de Vendas de
Novas Superfícies Comerciais
Armando Brito Mendes
(Mestre)
Dissertação para obtenção do Grau de Doutor em Engenharia de Sistemas
Orientador: Doutor Rui Manuel Moura de Carvalho Oliveira
Co-Orientadora: Doutora Maria Margarida Guerreiro Martins dos Santos Cardoso
Júri
Presidente: Reitor da Universidade Técnica de Lisboa
Vogais: Doutor Luiz Abel Magro Moutinho
Doutor Luís António de Castro Valadares Tavares
Doutor Rui Manuel Moura de Carvalho Oliveira
Doutor João Agostinho de Oliveira Soares
Doutora Maria Margarida Guerreiro Martins dos Santos Cardoso
Lisboa, Outubro de 2005
ii
iii
Modelação de Vendas de Novas Superfícies Comerciais
RESUMO:
Os retalhistas sempre entenderam a localização como um factor crítico do
sucesso de uma nova loja. No entanto, tentar perceber todos os aspectos da
localização, potencial da área de influência e comportamentos do consumidor pode
revelar-se uma tarefa de elevada complexidade. Nesta dissertação apresenta-se uma
metodologia de apoio à decisão na avaliação de localizações potenciais de lojas de
retalho alimentar de pequena a média dimensão, com base em modelos de previsão de
vendas.
A recolha de dados necessários à modelação inclui dois inquéritos a clientes e
um programa de mystery shopping. Utilizam-se diagramas de Voronoi multiplicativos
ponderados no tratamento espacial de dados demográficos do censo 2001. Descrevese o estado da arte relativamente a modelos e métodos utilizados em problemas
semelhantes e sugere-se uma classificação com três classes.
É definida uma tipologia de lojas com base na comparação de três métodos de
integração de conhecimento de especialistas: a priori, a posteriori e interactivo.
Induzem-se regras proposicionais para classificar uma nova localização num dos
grupos de lojas análogas. Após a classificação de uma localização potencial utiliza-se
um modelo de regressão linear para prever vendas. Os modelos são implementados
numa folha de cálculo segundo uma filosofia loosely coupled.
A integração de conhecimento de domínio por parte de especialistas, nos
modelos construídos, e a geração de novo conhecimento sobre o problema são
elementos estruturantes de todo o trabalho apresentado.
PALAVRAS-CHAVE:
Avaliação de Localizações Potenciais em Cadeias de Retalho; Diagramas de
Voronoi
Multiplicativos
Ponderados;
Segmentação
de
Lojas;
Integração
Conhecimento de Especialistas; Árvores de Classificação; Geração de Conhecimento
de
iv
v
New Food Store Turnover Modelling
ABSTRACT:
The retailers always understood the location as a critical success factor for a new
store. However, recognizing all the aspects of location, influence area potential, and
consumer's behaviour presents high complexity. In this dissertation, it is described an
approach for site selection and evaluation of potential locations of food stores of small to
medium size by sales turnover forecast.
Data gathering included two customers’ surveys and a mystery shopping
program. Multiplicative Weighted Voronoi Diagrams were used in spatial demographic
data analysis. The state of the art of models and methods used in similar problems are
described and a classification is suggested in three classes.
A typology of stores is defined by comparing three methods of expert knowledge
integration: a priori, a posteriori and the interactive method. Decision rules are induced
to classify a new location in one of the previous groups of analogue stores. After this
classification, a linear regression model is used to forecast store turnover. The models
are implemented in a spreadsheet using a loosely coupled philosophy.
The integration of domain knowledge in the models by expert’s and the creation
of new knowledge about the problem, were the main guiding principles in all the work
presented.
KEYWORDS:
Site Selection for Food Retail Outlet; Multiplicative Weighted Voronoi Diagrams;
Supermarket Segmentation; Expert Knowledge Integration; Classification Trees;
Knowledge Creation
vi
vii
Agradecimentos
O autor não pode começar sem relembrar a Professora Isabel Hall Themido,
responsável pela ideia inicial, verdadeira força por detrás de todo o trabalho
desenvolvido e inspiradora de todos os que com ela colaboraram. Este trabalho é uma
pequena homenagem à memória da Professora Isabel Hall Themido.
Ao Professor Rui Oliveira por ter aceite um trabalho a meio numa área não
completamente coincidente com os seus interesses científicos, por todo o apoio e
amizade demonstrados ao longo do trabalho. Agradeço ainda o indispensável incentivo
e as leituras atentas do texto apresentado.
À Professora Margarida Cardoso por uma colaboração atenciosa e muito
próxima e pela permanente disponibilidade. A Professora Margarida Cardoso colaborou
neste trabalho além de orientar, sendo nomeadamente responsável pela segmentação
de clientes de ambos os inquéritos efectuados, além de outras contribuições.
O autor agradece a colaboração dos especialistas da cadeia de lojas que foram
incansáveis na satisfação dos pedidos sucessivos de obtenção de dados e na avaliação
dos resultados. Ainda que o interesse por este trabalho dentro do grupo de distribuição
não tenha sido sempre o mesmo, a verdade é que a amabilidade e atenção dispensada
por estes profissionais foi sempre muito activa. Esta dissertação teria sido impossível
sem a sua atenciosa e amiga colaboração e é em grande parte resultado de um
trabalho conjunto.
Ao CESUR \ IST por ter aceite e apoiado este projecto e ao ICIST \ IST, na
pessoa do Dr. Alexandre Gonçalves e do Professor João Matos, pela amizade e
colaboração prestada. Nomeadamente o ICIST foi responsável pelo levantamento das
coordenadas das lojas por GPS e pela programação dos algoritmos utilizados na
delimitação de áreas de influência por diagramas de Voronoi multiplicativos.
Ao Professor Luís Cavique pelo apoio e incentivo, à Dra. Ana Amorim pela
colaboração no tratamento dos inquéritos e dos dados do programa mystery shopping.
À Dra. Paula Cunha e Dra. Patrícia por toda a atenção dispensada e indispensável
apoio logístico.
À Universidade dos Açores e em especial aos colegas do Departamento de
Matemática pela compreensão demonstrada e por terem criado as condições para que
este trabalho fosse possível.
Por fim, a todos os amigos que leram a presente dissertação e a criticaram.
viii
ix
Índice Temático
NOTAÇÃO MATEMÁTICA
ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS
FORMATAÇÕES E DESTAQUES
2
3
4
I.
5
INTRODUÇÃO
I.A. A LOJA DE RETALHO E O PROBLEMA DE LOCALIZAÇÃO
I.B. MOTIVAÇÃO, DEFINIÇÃO DO PROBLEMA, OBJECTIVOS E ESTRUTURA
I.C. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A NOMENCLATURA
5
10
14
II.
19
APOIO À DECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DE LOJAS DE RETALHO
II.A. PORQUÊ LOJAS DE MENOR DIMENSÃO?
II.B. NÍVEIS DE DECISÃO NA LOCALIZAÇÃO DE LOJAS DE RETALHO
II.C. MODELOS DE APOIO À DECISÃO: O ESTADO DA ARTE
II.C.1. LISTAS, PREVISÃO POR ANALOGIA E DECISÃO MULTICRITÉRIO
II.C.2. MODELOS DE REGRESSÃO LINEAR
II.C.3. MODELOS DISCRIMINANTES E ÁRVORES DE CLASSIFICAÇÃO
II.C.4. MODELOS GRAVITACIONAIS E DE INTERACÇÃO ESPACIAL
II.C.5. MODELOS DE OPTIMIZAÇÃO UNI E MULTIOBJECTIVO
II.C.6. ANÁLISE COMPARATIVA
II.D. SIGS NA ANÁLISE ESPACIAL DE LOCALIZAÇÃO
19
23
27
28
31
34
36
41
43
46
III.
49
RECOLHA DE DADOS: FUSÃO E ANÁLISE ESPACIAL
III.A. MEDIR O DESEMPENHO DE LOJAS: UMA CLASSIFICAÇÃO DE VARIÁVEIS
III.B. OS INQUÉRITOS NA LOJA: CARACTERÍSTICAS DOS CLIENTES
III.B.1. PLANO DE AMOSTRAGEM
III.B.2. ORGANIZAÇÃO, QUESTÕES E QUALIDADE
III.C. O PROGRAMA DE MYSTERY SHOPPING: FACTORES ENDÓGENOS
III.D. DADOS DEMOGRÁFICOS E O TRATAMENTO ESPACIAL: FACTORES EXÓGENOS
III.D.1. PORQUÊ ÁREAS DE INFLUÊNCIA E MODELOS DE DELIMITAÇÃO?
III.D.2. DIAGRAMAS DE VORONOI MULTIPLICATIVOS PONDERADOS
III.D.3. ESTIMAÇÃO DOS MODELOS DE DELIMITAÇÃO DE ÁREAS DE INFLUÊNCIA
III.D.4. CÁLCULO DE VARIÁVEIS E COMPARAÇÃO DE MODELOS DE DELIMITAÇÃO
49
54
55
59
61
63
64
68
72
76
IV.
81
DEFINIÇÃO DE UMA TIPOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO
IV.A. PORQUÊ SEGMENTAR?
IV.B. TIPOLOGIAS DE LOJAS: INTEGRAÇÃO DO CONHECIMENTO DE ESPECIALISTAS
IV.B.1. UTILIZAÇÃO DE CONHECIMENTO DE ESPECIALISTAS
IV.B.2. INTEGRAÇÃO DO CONHECIMENTO DE ESPECIALISTAS A PRIORI
IV.B.3. INTEGRAÇÃO DE CONHECIMENTO POR VALIDAÇÃO A POSTERIORI
IV.B.4. MÉTODO INTERACTIVO DE INTEGRAÇÃO DE CONHECIMENTO
IV.B.5. ANÁLISE DE RESULTADOS E COMPARAÇÃO DAS TIPIFICAÇÕES OBTIDAS
IV.C. CARACTERIZAÇÃO DA TIPOLOGIA
81
85
86
88
94
97
101
107
x
V.
PREVISÃO POR ANALOGIA: MODELOS DISCRIMINANTES E REGRESSÃO 113
V.A. PORQUÊ MODELOS DE ANÁLISE DE DADOS?
V.B. MODELOS DISCRIMINANTES LÓGICOS POR ANALOGIA
V.B.1. DEFINIÇÃO DE REGRAS PROPOSICIONAIS: AS ÁRVORES DE CLASSIFICAÇÃO
V.B.2. AS REGRAS PROPOSICIONAIS IDENTIFICADAS E OS MODELOS CONSTRUÍDOS
V.B.3. NOVOS DADOS E O ÍNDICE DE PRECISÃO
V.C. MODELOS DE REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA
V.C.1. ESTIMAÇÃO E SELECÇÃO DE MODELOS
V.C.2. VERIFICAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS DA REGRESSÃO LINEAR MÚLTIPLA
V.C.3. EVOLUÇÃO CRONOLÓGICA DAS VENDAS E VALIDAÇÃO COM NOVOS DADOS
V.D. A APLICAÇÃO APAV NO APOIO A DECISÕES DE LOCALIZAÇÃO
V.D.1. DESENHO: INTEGRAÇÃO DE ACOPLAMENTO FRACO
V.D.2. IMPLEMENTAÇÃO E DINÂMICA: GERAÇÃO DE CONHECIMENTO
113
115
115
119
123
129
130
135
139
146
148
152
VI.
161
CONCLUSÕES
VI.A. O TRABALHO REALIZADO
VI.B. CONHECIMENTO DE ESPECIALISTAS E GERAÇÃO DE NOVO CONHECIMENTO
VI.C. CONTRIBUIÇÕES OBJECTIVAS
VI.D. TESE?!
VI.E. PERSPECTIVAS FUTURAS
161
166
171
174
175
BIBLIOGRAFIA
179
ANEXOS
193
A.
B.
C.
D.
E.
F.
G.
H.
I.
J.
K.
L.
193
198
200
202
203
210
215
219
222
224
229
233
INQUÉRITO AOS CLIENTES
INQUÉRITO AOS DIRECTORES DE LOJA
FORMULÁRIO EM FOLHA DE CÁLCULO USADO PARA COMPARAÇÕES ENTRE LOJAS
FORMULÁRIO UTILIZADO NO PROGRAMA DE MYSTERY SHOPPING
METADADOS SOBRE OS DADOS RECOLHIDOS E REFERENCIADOS À LOJA
ANÁLISE COMPARATIVA DOS INQUÉRITOS: EVOLUÇÃO DO CLIENTE
SEGMENTAÇÃO DE CLIENTES
CARACTERIZAÇÃO DA TIPOLOGIA INTERACTIVA COM DADOS DOS INQUÉRITOS
CARACTERIZAÇÃO COM DADOS GEOGRÁFICOS E MYSTERY SHOPPING
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA PARA A TIPOLOGIA INTERACTIVA
MODELOS DISCRIMINANTES LÓGICOS PARA TODAS AS LOJAS
MODELOS DISCRIMINANTES LÓGICOS EXCLUINDO AS LOJAS ABERTAS EM 2002
xi
Índice de Figuras
FIGURA 1 TIPOLOGIA DE PONTOS DE VENDA DE RETALHO ALIMENTAR SEGUNDO PREÇO E
GAMA.
FIGURA 2 EVOLUÇÃO DA QUOTA DE MERCADO POR TIPO DE LOJA EM PORTUGAL.
FIGURA 3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO SEGUNDO TRÊS FASES.
7
9
13
FIGURA 4 DEFINIÇÃO ESQUEMÁTICA DE “SEGMENTAÇÃO”, “CLASSIFICAÇÃO” E “ANÁLISE
DE AGRUPAMENTOS”.
17
FIGURA 5 VOLUME DE VENDAS POR DIMENSÃO DE LOJA EM ALGUNS PAÍSES EUROPEUS
PARA 1998 E 2002.
20
FIGURA 6 NÍVEIS DE DECISÃO ENVOLVIDOS NA ESTRATÉGIA DE EXPANSÃO DE UMA
CADEIA DE LOJAS.
25
FIGURA 7 CLASSIFICAÇÃO SUGERIDA DE VARIÁVEIS EXPLICATIVAS DO DESEMPENHO DE
LOJAS PERTENCENTES A CADEIAS DE RETALHO ALIMENTAR E FONTES DE DADOS
UTILIZADAS NA PRESENTE DISSERTAÇÃO.
50
FIGURA 8 CONTAGEM DE ACTOS DE COMPRA EM DIAS ÚTEIS E NO FIM-DE-SEMANA
ENTRE 13 E 19/3/2000.
56
FIGURA 9 PERCENTAGEM DE ACTOS DE COMPRA EM CADA PERÍODO HORÁRIO NO DIA
17/3/2000 (SEXTA-FEIRA) E NÚMERO DE INQUÉRITOS REALIZADOS NO DIA 21/3/2003
(SEXTA-FEIRA).
57
FIGURA 10 EVOLUÇÃO DO VOLUME DE VENDAS NOS PRIMEIROS MESES APÓS A
ABERTURA DA LOJA .
59
FIGURA 11 POLÍGONOS DE CAMINHOS MAIS CURTOS A 2 MIN (A) E POLÍGONOS DE
VORONOI MULTIPLICATIVOS (B).
FIGURA 12 POLÍGONOS DE VORONOI MULTIPLICATIVOS DE SEGUNDA ORDEM.
67
68
FIGURA 13 DIAGRAMA DE VORONOI SIMPLES (A) E DIAGRAMA DE VORONOI
MULTIPLICATIVO (B).
75
FIGURA 14 DIAGRAMAS DE VORONOI MULTIPLICATIVOS COM α = 2 E β = 1 (A) E COM α =
1/10 E β = 1 (B).
FIGURA 15 COMPARAÇÃO ENTRE LOJAS E INQUÉRITOS PARA ALGUMAS VARIÁVEIS.
76
83
FIGURA 16 DENDROGRAMA DA MATRIZ DE DISSEMELHANÇAS (A) GRÁFICO DE
COEFICIENTES DE FUSÃO (B).
FIGURA 17 LOJAS NO ESPAÇO DE QUATRO DIMENSÕES MDS EXTRAÍDAS.
90
92
FIGURA 18 CARACTERIZAÇÃO DAS DIMENSÕES MDS COM BASE EM COEFICIENTES DE
REGRESSÃO PADRÃO.
FIGURA 19 ÁRVORE DE REGRESSÃO ESCOLHIDA PELOS ESPECIALISTAS.
93
96
xii
FIGURA 20 TIPOLOGIA PELO MÉTODO INTERACTIVO COM DADOS DE 2000.
98
FIGURA 21 DENDROGRAMA DE WARD DO MÉTODO INTERACTIVO (A) GRÁFICO DE
COEFICIENTES DE FUSÃO (B)
FIGURA 22 TIPOLOGIA PELO MÉTODO INTERACTIVO PARA DOIS ANOS DISTINTOS.
99
100
FIGURA 23 GRÁFICOS DE EXTREMOS E QUARTIS PARA ALGUNS GRUPOS DOS DIFERENTES
MÉTODOS.
103
FIGURA 24 TABELA DE FREQUÊNCIAS COM AS RELAÇÕES ENTRE AS MEDIDAS DE
QUALIDADE DO NÓ FOLHA.
123
FIGURA 25 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE AOS PARÂMETROS ALFA (α) E BETA (β) DA
EXPRESSÃO (11) .
127
FIGURA 26 MEDIDAS DE INFLUÊNCIA DAS OBSERVAÇÕES PARA O MODELO COM TODAS AS
LOJAS.
134
FIGURA 27 VERIFICAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS DE REGRESSÃO PARA O MELHOR MODELO
IDENTIFICADO.
136
FIGURA 28 MÉDIA DE VENDAS ANUAIS (A) E DE VENDAS POR UNIDADE DE ÁREA (B) POR
GRUPO E PREVISÕES .
140
FIGURA 29 ERROS DE PREVISÃO RELATIVOS PARA TODAS AS LOJAS (A) E GRÁFICO DE
EXTREMOS E QUARTIS (B).
144
FIGURA 30 ERROS DE PREVISÃO E DE CLASSIFICAÇÃO PARA O MODELO (12) PARA O ANO
DE 2003.
145
FIGURA 31 ESTRUTURA DE ACOPLAMENTO FRACO ENTRE AS APLICAÇÕES COORDENADAS
COM O APAV.
152
FIGURA 32 A FOLHA DE “INPUTS” E DE “PREVISÃO” DA APLICAÇÃO APAV.
153
FIGURA 33 A FOLHA DE “DADOS” E DE “CLUSTERS” DA APLICAÇÃO APAV.
155
FIGURA 34 DOIS EXEMPLOS DE DIAGNÓSTICOS PRESENTES NA FOLHA DE CÁLCULO
“PREVISÃO”.
156
FIGURA 35 ACTUALIZAÇÃO DE DADOS E DE MODELOS AQUANDO DA DISPONIBILIZAÇÃO
DE NOVOS DADOS.
158
xiii
Índice de Tabelas
TABELA 1 RESUMO DAS VANTAGENS E DESVANTAGENS COMPARATIVAS DOS DIFERENTES
MODELOS SEGUNDO UMA TIPIFICAÇÃO SUGERIDA PELO AUTOR.
TABELA 2 RESUMO DOS FACTORES CONSIDERADOS NO PLANO DE AMOSTRAGEM.
44
58
TABELA 3 R2 CORRIGIDO PARA REGRESSÕES EXPLICATIVAS DAS VENDAS POR UNIDADE
DE ÁREA COMERCIAL.
78
TABELA 4 SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS METODOLOGIAS E
TIPOLOGIAS OBTIDAS.
TABELA 5 PERCENTAGEM DE VARIÂNCIA EXPLICADA PELOS GRUPOS.
102
105
TABELA 6 RESUMO DA CARACTERIZAÇÃO DA TIPOLOGIA OBTIDA PELA METODOLOGIA
INTERACTIVA.
109
TABELA 7 RESUMO DAS REGRAS PROPOSICIONAIS ESCOLHIDAS E ALGUMAS MEDIDAS DE
QUALIDADE.
TABELA 8 CLASSIFICAÇÕES PREVISTAS E DEFINITIVAS PARA TRÊS LOJAS RECENTES.
120
125
TABELA 9 LOJAS COM CLASSIFICAÇÕES CONTRADITÓRIAS USADAS PARA CALIBRAR E
VALIDAR O ÍNDICE.
126
TABELA 10 REGRESSÕES PARA AS LOJAS DA CADEIA COM E SEM CONSIDERAÇÃO DE
GRUPOS ANÁLOGOS.
TABELA 11 MEDIDAS DE QUALIDADE DAS PREVISÕES EFECTUADAS PARA O ANO DE 2003.
133
143
TABELA 12 REGRAS PROPOSICIONAIS USADAS NO APAV PARA EXCLUIR LOCALIZAÇÕES
NÃO ANÁLOGAS.
159
xiv
xv
Esta dissertação é dedicada à Sandra e à Inês
«Eu sou o resultado consciente da minha própria experiência»
José Almada Negreiros
“Ultimatum Futurista”, publicado em Lisboa, Dezembro 1917
xvi
1
Nota Prévia
Este trabalho foi realizado em estreita colaboração com um grupo de distribuição
alimentar nacional preocupado em aumentar o número de lojas pertencentes a uma
cadeia de Supermercados de Proximidade.
Esta colaboração foi indispensável na recolha dos dados e na crítica de
resultados. Na maioria das actividades realizadas, este grupo esteve profundamente
envolvido, inclusivamente intervindo activamente em todas as fases do projecto e
expondo os seus pontos de vista e opiniões, baseadas no extenso conhecimento do
domínio que detêm. Esta constante interacção foi, na nossa opinião, o segredo do
sucesso da implementação dos modelos desenvolvidos.
No entanto, no âmbito desta colaboração foram impostas restrições à revelação de
algumas informações sobre os dados recolhidos. Nomeadamente, não é possível revelar
nem a cadeia de lojas envolvidas no estudo, nem o grupo de distribuição com o qual se
trabalhou. Igualmente não é possível mostrar mapas com a localização geográfica das
lojas. Também não se revelam os valores de vendas por loja pelo que todos os valores
relacionados, como desvios e parâmetros dos modelos, foram obtidos a partir de valores
modificados. Também não se podem revelar nomes de lojas, mas a denominação
apresentada é coerente em todo o texto da dissertação.
Assim, nesta dissertação, estas restrições são cuidadosamente seguidas a fim de
não trair a confiança de quem tão amavelmente connosco colaborou. No entanto, as
referidas restrições podem levantar problemas de reprodutibilidade dos resultados que se
tenta minimizar ao apresentar dados agregados e/ou modificados. De qualquer modo,
tem-se a preocupação de que tais restrições não afectem o rigor dos resultados
apresentados.
2
Notação Matemática e Abreviaturas
Notação Matemática
α, β
parâmetros da expressão para o índice de precisão (IPj);
a
índice identificativo da árvore de classificação;
Aj
atractividade gerada pelo ponto de venda j;
aInflj
área de influência definida por algoritmos de caminho mais curto para a
loja j em hectares;
ar
índice identificativo da regra proposicional (ou nó folha) r referente à árvore
de classificação a;
aVendj
área de vendas em metros quadrados para a loja \ localização potencial j;
B03j
ordenada na origem da equação de previsão para as vendas da loja j no
ano de 2003;
dEdifj
densidade de edifícios construídos entre os anos de 1996 e 2001 em
número de edifícios por 10 hectares para a área de influência definida por
algoritmo de caminhos mais curtos a 2,5 minutos;
dij=||xi-xj||
distância, tempo ou custo de deslocação entre o polígono de procura i e o
ponto de venda representando a oferta j;
dwj
função de distância ponderada pelo peso wj relativa ao ponto de venda j;
Ei
vendas potenciais provenientes da subzona i;
h
índice identificativo das n lojas em concorrência numa determinada região;
i
índice identificativo do polígono resultante da divisão da área de influência
em subzonas homogéneas nos modelos gravitacionais;
IPj
Índice de Precisão para o ponto de venda j;
j
índice identificativo do ponto de venda ou loja;
k
número de pontos de venda frequentados pelos clientes em simultâneo
correspondendo igualmente à ordem dos diagramas de Voronoi;
l=nCk
número de combinações de k pontos geradores no total de n pontos
correspondente ao número de subconjuntos em P;
n
número finito de pontos no espaço associados a lojas, para gerar um
diagrama de Voronoi é necessário um número mínimo de dois pontos;
ngar
número de observações no nó folha ar pertencente ao grupo g;
nAlojj
número de alojamentos com proprietário ocupante para a área de
influência da loja j definida por diagramas de Voronoi de 1ª ordem;
P=UiPi(k)
conjunto de subconjuntos de k pontos geradores, para k = 1 reduz-se ao
conjunto de pontos gerador dos diagramas de Voronoi simples;
Pi(k)
subconjunto i de k pontos geradores dum polígono de Voronoi de ordem k;
3
pj
localização no espaço do ponto de venda j;
Sij
fracção do potencial de vendas (ou quota de mercado) da zona i captada
pelo ponto de venda j;
Uij
função utilidade genérica entre a oferta do ponto de venda j e a procura
proveniente do polígono i;
V = {V(p1), V(p2), …, V(pn)}
diagrama de Voronoi constituído pelo conjunto dos
polígonos correspondentes a todos os pontos geradores de P;
V(pj)
polígono de Voronoi gerado pelo ponto pj;
V(Pi(k))
polígono de Voronoi multiplicativo de ordem k gerado pelo subconjunto i de
k pontos geradores Pi(k);
Ŵ03j
vendas anuais previstas para a loja j e para o ano de 2003;
wj
peso superior a zero associando ao ponto de venda j;
xj
coordenadas do ponto pj;
Abreviaturas e Acrónimos
ADO
ActiveX Data Objects;
AHP
Analytical Hierarchy Process (processo hierárquico analítico);
AID
Automatic Iteration Detector;
ANOVA
ANalysis Of VAriance (análise de variância);
APAV
Análise e Previsão por Analogia de Vendas;
APED
Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição;
APSI
Associação Portuguesa de Sistemas de Informação;
CART
Classification And Regression Trees (árvores de classificação e
regressão);
CHAID
Chi-square Automatic Interaction Detection;
CMC
Algoritmo de Caminhos Mais Curtos sobre uma rede viária;
DDE
Dynamic Data Exchange;
DfBetas
Medida da variação dos coeficientes estimados por regressão atribuída a
uma observação eliminada;
Eurostat
STATistical office of the EUROpean communities (agência de informação
estatística da Comunidade Europeia);
ERP
Enterprise Resource Planning;
GIS
Geographical Information System (ver SIG);
GPS
Global Positioning System (sistema de posicionamento global);
HTML
Hyper Text Markup Language;
INE
Instituto Nacional de Estatística;
KBDSS
Knowledge Based Decision Support Systems (sistema de apoio à decisão
baseado em conhecimento);
4
MCI
Multiplicative Competitive Interactive model;
MC-SDSS
MultiCriteria Spatial Decision Support System (sistema de apoio à decisão
espacial multicritério);
MDS
MultiDimensional Scaling;
MNL
MultiNomial Logit;
MULTILOC MULTIple store LOCation model;
MWVD
Multiplicative Weighted Voronoi Diagrams (diagramas de Voronoi
multiplicativos ponderados);
OkMWVD
Order k MWVD (polígonos de Voronoi multiplicativos de ordem k);
OLE
Object Linking and Embedding;
OVD
Ordinary Voronoi Diagram (diagrama de Voronoi simples ou de primeira
ordem);
PRESS
PREdicted Sum of Squares;
POS
Point Of Sale (ponto de venda);
QFD
Quality Function Deployment;
QUEST
Quick Unbiased Efficient Statistical Tree;
SAD
Sistema de Apoio à Decisão;
SDSS
Spatial Decision Support Systems (sistemas de apoio à decisão espacial
ou geográfica);
SGBDOO
Sistemas Gestores de Bases de Dados Orientadas para Objectos;
SGBDR
Sistemas Gestores de Bases de Dados Relacionais;
SIG
Sistema de Informação Geográfica;
SLAM
Store Location Assessment Model;
UCDR
Unidades Comerciais de Dimensão Relevante;
VBA
Visual Basic for Applications;
WWW
World Wide Web;
XML
eXtensible Markup Language.
Formatações e Destaques
Itálico
destaca palavras ou expressões em língua estrangeira incluindo
expressões em latim;
“Aspas”
destaca nomes de variáveis e expressões ou palavras que não
devem ser confundidas com o texto;
Iniciais Maiúsculas além da utilização habitual é também utilizado para realçar alguns
nomes de grupos evitando o cansaço do excesso de aspas;
Carregado
destaca expressões e palavras que resumem o(s) parágrafo(s) ou
termos definidos ou explicados nas linhas seguintes;
Times itálico
símbolos em notação matemática.
5
Capítulo I ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
I. INTRODUÇÃO
Este capítulo descreve, em traços largos, o contexto em que surge o problema e o
ambiente vivido na distribuição em geral, sendo este tema mais extensivamente
explorado no segundo capítulo. Descrevem-se ainda aspectos fundamentais para
compreender esta dissertação como a motivação, o problema em estudo e os objectivos
a atingir. Pretende-se demonstrar a necessidade de criação de modelos de apoio à
decisão para localização de lojas de retalho alimentar de pequena a média dimensão por
modelação de vendas em novas localizações. Faz-se igualmente uma descrição da
estrutura da dissertação apresentada e discutem-se diferenças de nomenclatura entre as
disciplinas de estatística, reconhecimento de padrões e análise de marketing.
«… new trends in retailing, commercial real estate development, and
competitive forces require a new level of sophistication concerning where to
best market a product or service»
Joseph R. Bagby
(fundador da NACORE – iNternational Association of COrporate Real Estate executives,
prefácio de Salvaneschi, 1996)
I.A. A Loja de Retalho e o Problema de Localização
O sector da distribuição tem vindo a ser dividido em dois subsectores de
actividade muito interligados: o subsector retalhista e o grossista. Na verdade, esta
divisão é artificial e resulta da cobertura de diferentes conjuntos de elos da cadeia
logística. O grossista trataria dos primeiros elos da cadeia e o retalhista do contacto
directo com o consumidor. As actividades e o tipo de negócio distinguem-se
essencialmente por o subsector grossista ser do tipo business to business e o retalhista
6
do tipo business to consumer, estando na origem das respostas diferenciadas para as
variáveis do marketing mix encontradas para cada subsector.
No entanto, as actividades básicas de transporte, gestão de inventários (stocks),
divisão em quantidades apropriadas, transmissão de informação e serviços são muito
semelhantes, pelo que a integração vertical da cadeia logística surgiu naturalmente tendo
por consequência o desenvolvimento de grupos de distribuição com várias insígnias e
cadeias de retalho. Uma cadeia de retalho pode ser definida como um conjunto de
pontos de venda detidos pelo mesmo grupo de distribuição, com níveis de decisão
comuns e uma logística integrada (Levy e Weitz, 2004).
A preocupação fundamental dos grupos de distribuição e, em geral, de todos os
elos da cadeia de distribuição é a satisfação das necessidades do cliente, incluindo a
criação de novas. Esta orientação para o cliente está no centro dos actuais conceitos de
marketing1 relacional (Gilbert, 2002), mas também da logística empresarial (business
logistics). Por exemplo, uma das definições apresentadas por Ballou (2004) e atribuída ao
Council of Logistics Management2 coloca claramente toda a cadeia logística ao serviço do
consumidor (pág. 4):
«Logistics Management is that part of Supply Chain Management that plans,
implements, and controls the efficient, effective forward and reverse flow and
storage of goods, services and related information between the point of origin
and the point of consumption in order to meet customers' requirements».
Assim, a loja de retalho adquiriu nos últimos anos uma relevância acrescida,
podendo-se afirmar que quem controla o ponto de venda controla igualmente toda a
cadeia logística já que os restantes elos da cadeia ficam dependentes do retalhista para
chegarem ao consumidor (Levy e Weitz, 2004 e Rousseau, 1997). Apesar desta
preponderância, os pontos de venda também estão sujeitos a fortes pressões. Pressões
horizontais que provêm de outras cadeias semelhantes, num mercado que na maioria dos
países é já muito saturado, e verticais provenientes de novas formatos de retalho como
as vendas directas por catálogo ou o comércio electrónico.
Ao nível do retalho alimentar a variedade de formatos, de marcas e de insígnias
demonstra bem a competitividade do sector. Na Figura 1 sugere-se uma tipologia de
pontos de venda alimentares baseada em duas dimensões: preço \ nível de serviço e
1
Utiliza-se o termo marketing da língua inglesa ainda que a Diciopédia 2005 em DVD da Porto Editora
(ISBN 972-0-65258-6) recomende o termo “mercadologia” que, no entanto, é pouco utilizado.
2
Trata-se de uma associação profissional de gestores logísticos, educadores e profissionais com o
objectivo de investigação, educação e promoção de troca de informações e conhecimento no domínio da
logística, fundada em 1962. Outras informações podem ser consultadas no site clm1.org.
7
profundidade \ largura ou alcance da gama. A largura ou alcance da gama refere-se ao
número de produtos disponíveis e a profundidade ao número de marcas de cada produto.
Sublinhe-se no entanto que o posicionamento dos pontos de venda depende, em grande
parte, da gestão local e do ambiente competitivo.
FIGURA 1 TIPOLOGIA DE PONTOS DE VENDA DE RETALHO ALIMENTAR SEGUNDO PREÇO E GAMA.
(Fonte: esquema reformulado a partir de uma ideia original de Rousseau, 1997)
gama alargada
lojas especializadas a
hipermercados
supermercados
grandes
preço e nível
de serviço
baixo
preço e nível
de serviço
elevado
supers proximidade
supers hard discount b
lojas tradicionais
supers discount
gama limitada
lojas de conveniência
a
Note-se que a gama alargada das Lojas Especializadas se refere à profundidade da gama e não à sua largura. b Supers de
Hard Discount apresentam uma gama de profundidade muito limitada ainda que a largura possa ser elevada.
Normalmente, o alcance da gama acompanha a profundidade da gama.
Excepções são as Lojas Especializadas (as de maior dimensão também são chamadas
de category killers) onde apenas se vende uma categoria de produtos normalmente com
enorme profundidade de gama. No outro extremo temos os Supermercados Discount e
Hard Discount caracterizados por profundidades de gama quase nulas, quase sempre
só apresentando uma marca branca para cada tipo de produto, e níveis de serviço
reduzidos ao mínimo. Exemplos de insígnias são para os supermercados Discount Dia \
Minipreço e para os Hard Discount Lidl e Plus.
Os Hipermercados são as maiores superfícies comerciais, correspondendo nos
termos do decreto-lei nº 83/95 de 26 de Abril, aos estabelecimentos com área de
exposição e vendas igual ou superior a 2.000 m2 ou, no caso de estarem localizados em
concelhos com menos de 30.000 habitantes, igual ou superior a 1.000 m2. Estas lojas
apresentam gamas tanto alargadas como profundas tanto em secções alimentares como
8
não alimentares, ainda que se verifique uma tendência recente de abertura de lojas
especializadas que retiram do hipermercado parte da área não alimentar.
Na Figura 1 os Supermercados Grandes referem-se a lojas de dimensões
intermédias (entre os hipermercados e os supermercados de proximidade), normalmente
situadas fora dos centros das grandes cidades mas não fora da cidade. Como exemplo
podem-se citar insígnias como Modelo e Intermarché. Pelo contrário, as Lojas de
Conveniência situam-se quase exclusivamente em áreas de abastecimento de
combustíveis ou dentro das grandes cidades, apresentam dimensões reduzidas mas um
nível de serviço muito elevado, sendo caracterizadas por estarem abertas durante
períodos muito alargados que podem chegar às 24 horas.
Por fim os Supermercados de Proximidade são a categoria mais difusa e com
menos insígnias em Portugal mas que a Tesco Metro é um bom exemplo no Reino Unido
e os Pingo Doce menores um exemplo nacional. Este tipo de lojas pretende oferecer uma
alternativa de qualidade ao cliente evitando deslocações aos supermercados maiores
com uma grama de produtos limitada mas com as marcas mais procuradas, com ênfase
nos produtos frescos e elevados níveis de serviço. As Lojas Tradicionais são uma
categoria mal definida de lojas de dimensões muito variáveis, se bem que em média
sejam muito pequenas. A principal característica é a de não se integrarem em cadeias de
retalho ainda que grande parte participe em algum tipo de associação de distribuição.
Note-se que esta tipologia não é consensual e, por exemplo, AC Nielson
acrescenta a categoria de “puros alimentares” a qual é englobada na Figura 1 pelas Lojas
Especializadas e divide as Lojas Tradicionais em “drogarias” e “mercearias”. Também a
categoria de Lojas de Conveniência é englobada pela AC Nielson no grupo das “outros
livre serviços”. Por outro lado, os “supermercados menores” incluem os Supermercados
de Proximidade, os Discount e os Hard Discount.
No mercado Português, e desde que se dispõem de dados sobre a quota de
mercado, os hipermercados e os supermercados têm crescido continuamente à custa dos
restantes conceitos. De acordo com os dados da AC Nielsen Portugal, supermercados e
hipermercados são hoje as estruturas comerciais mais importantes em Portugal
Continental, se considerarmos o volume de vendas como indicador de referência.
Recentemente os supermercados estão a superar os hipermercados em várias rubricas,
tendo-se mesmo registado um crescimento acumulado nas suas vendas superior a 120%,
entre 1990 e 1997. A partir desta data a quota de mercado dos supermercados superou a
das grandes superfícies e tem crescido de forma sustentada, como se pode observar na
Figura 2.
9
FIGURA 2 EVOLUÇÃO DA QUOTA DE MERCADO POR TIPO DE LOJA EM PORTUGAL.
(Fonte: AC Nielsen Portugal publicado na revista Distribuição Hoje, suplemento Atlas da Distribuição 2004)
100%
90%
80%
Puros Alimentares
Outros Livre
Serviços
Supermercados
(<'s)
quota de mercado
70%
60%
Lojas Traditionais
Supermercados
(>'s)
50%
40%
30%
20%
10%
Hipermercados
0%
1988 1989
1990 1991 1992 1993
1994 1995 1996
1997 1998 1999 2000
2001 2002
Aliás, no ano de 1996, as pequenas e médias superfícies de retalho foram as
únicas a registar um crescimento simultaneamente no número de lojas e no volume de
vendas (aproximadamente mais 92 milhões de contos) e consequentemente a aumentar
a sua quota de mercado de 28 para 34% no universo Nielsen. Em 1997 os
Supermercados atingiram a liderança e em 1998 consolidaram a sua estratégia de
expansão, em especial os supermercados de menores dimensões.
Como já foi notado os valores para os supermercados menores incluem vários
formatos como as lojas Discount e Hard Discount, que têm ganho muita quota de
mercado nos últimos anos. No entanto, também as lojas pequenas e de média dimensão
dirigidas para classes mais elevadas, i.e. os Supermercados de Proximidade, têm tido
importantes ganhos de quota como os lucros da cadeia Pingo Doce comprovam.
Segundo o relatório anual da empresa, as vendas do Pingo Doce subiram 2% no ano
transacto, apesar do enquadramento macroeconómico adverso e da crescente
agressividade concorrencial. Este aumento é atribuído a uma generalizada redução de
preços como reacção ao crescimento dos Supermercados Hard Discount3. Aliás, mais
recentemente, a empresa decidiu concentrar o negócio em menos regiões geográficas e
3
Informação retirada do sítio da empresa: www.jeronimomartins.pt em 18/11/2004.
10
em menos formatos de retalho, prevendo despender 140 a 150 milhões de euros ano,
apostando na expansão e remodelação da rede de supermercados e no retalho
especializado4. Assim, o futuro dos Supermercados de Proximidade parece promissor.
Ainda que o investimento inicial neste tipo de lojas de pequena a média dimensão
seja reduzido, têm-se verificado cuidados especiais na localização destas lojas. Uma boa
localização atrai mais consumidores, pelo que aumenta as vendas potenciais. No entanto,
estes investimentos podem ser difíceis de rentabilizar, já que implicam retornos de
investimento a mais longo prazo relativamente às lojas de maiores dimensões, devido ao
fraco poder de atracção das lojas e principalmente, menores economias de escala com
cadeias logísticas mais complexas e extensas (Birkin et al., 2002 e Salvaneschi, 1996).
Ver por exemplo o caso de um dos retalhistas mais inovadores no Reino Unido descrito
em Smith (2004).
As pressões que as cadeias de lojas de distribuição alimentar enfrentam são tais
que as decisões de localização não podem ser negligenciadas. As lojas representam
locais onde volumes significativos de capital são investidos. Uma vez tomadas as
decisões de localização são difíceis de alterar. Deste modo, as empresas não podem
continuar a tomar decisões quanto ao quarto P (de place) do marketing mix de ânimo leve
(Gilbert, 2002 e Salvaneschi, 1996). Trabalhos como os de Pioch e Byrom (2004) e Jones
et al. (2003) confirmam a necessidade de uma boa localização, em especial em serviços
mais padronizados e com atendimento menos personalizado, como é o caso das cadeias
de supermercados. Neste contexto, o desenvolvimento de modelos e técnicas de apoio à
decisão baseados em modelos quantitativos de previsão de vendas em novas
localizações assume uma relevância acrescida.
I.B. Motivação, Definição do Problema, Objectivos e Estrutura
A motivação deste trabalho surgiu da necessidade, sentida pelo grupo de
distribuição, de revitalizar uma pequena cadeia de lojas de retalho alimentar que se
posicionara no mercado essencalmente como Supermercados de Proximidade,
orientados para as classes de rendimentos médias a altas, ainda que originariamente
tivessem tido uma orientação mais próxima das lojas Discount (ver Figura 1).
Ainda que actualmente o posicionamento estratégico seja claro, tanto para a
cadeia existente como para as lojas a abrir futuramente, na verdade, alguma incerteza
4
Revista Poupança Quinze, nº 233 de 27/7/2004, Lisboa: Edideco, pág. 7.
11
quanto a esse posicionamento no passado conduziu à abertura de lojas com
características diferenciadas como é o caso de algumas lojas próximas dos
Supermercados Grandes. Desta forma, foi sendo criada uma cadeia de lojas com
dimensões e localizações heterogéneas cujo ponto comum é o facto de se localizarem
todas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e quase todas dentro de cidades
suburbanas. Esta cadeia de supermercados tem geralmente áreas alimentares e não
alimentares, sendo a não alimentar responsável por uma pequena fracção das vendas da
loja (entre 10 a 20%).
O problema essencial posto pelos especialistas do grupo de distribuição era a
comparação de localizações potenciais. Após testes com modelos que eram usados
para lojas de maiores dimensões localizadas mais longe do centro das cidades,
chegaram rapidamente à conclusão que eram inadequados para este tipo de lojas. Na
verdade as lojas de menores dimensões estão muito mais dependentes das vizinhanças
próximas e tendem a apresentar valores de vendas mais difícieis de explicar uma vez que
exigem uma análise mais fina.
Assim, o problema consiste em desenvolver modelos capazes de comparar
localizações de pontos de venda de retalho alimentar correspondentes a lojas de
pequena a média dimensão e com uma orientação típica de Supermercados de
Proximidade. A este problema genérico foi acrescentada a restrição de que as
localizações potenciais teriam de ser comparadas em termos de vendas previstas. É,
aliás, esta última restrição imposta que justifica o título desta dissertação.
Ficou igualmente claro desde o início que, dada a reduzida dimensão da cadeia,
com muito poucas lojas abertas, a colaboração dos especialistas seria ainda mais
relevante do que se as circunstâncias fossem diferentes. Na verdade, a falta de dados
quantitativos para validar os modelos teria de ser superada pelos conhecimentos
profundos das lojas e da cadeia detidos por estes especialistas em localização. Os
especialistas são, neste caso, analistas de marketing com formação em ciências sociais e
gestão, responsáveis por todas as decisões de localização da cadeia em consideração e
conhecedores de cada uma das lojas individualmente.
Foi ainda decidido que não se pretendia apoiar decisões estratégicas como a
selecção de regiões do pais em que estes Supermercados de Proximidade deveriam ser
instalados. Dado que a orientação estratégica da cadeia já estava definida, revelou-se
concensual que estas lojas se deveriam localizar em zonas de grande expansão
demográfica, ou zonas onde os consumidores apresentassem elevados rendimentos. No
caso do continente português tal só se verifica nas zonas metropolitanas de Lisboa e do
12
Porto. As restantes zonas são cobertas por grandes lojas fora das cidades ou pequenas
lojas em regime de franchising.
Assim, podem-se enumerar os seguintes objectivos para o trabalho que foi
proposto e que é apresentado nesta dissertação.
(i)
sistematizar, comparar, classificar e avaliar os modelos descritos na literatura
sobre avaliação de desempenho de lojas de retalho e comparação de localizações
potenciais;
(ii)
definir uma classificação das variáveis a considerar nos problemas de previsão
de vendas em novas localizações e recolher dados provenientes de várias origens
que permitam cobrir todas as classes de variáveis identificadas;
(iii)
utilizar e comparar diferentes modelos de delimitação de áreas de influência
que permitam integrar variáveis demográficas em estudos de localização por
análise espacial;
(iv)
definir uma tipologia de lojas que permita compreender melhor o
comportamento das diferentes lojas existentes e que possa ser utilizada nos
modelos subsequentes;
(v)
desenvolver modelos para apoiar decisões de comparação de localizações
potenciais de novas lojas alimentares de pequena a média dimensão baseadas
em previsão de vendas;
(vi)
integrar o conhecimento da área detido pelos especialistas, tanto no
desenvolvimento dos modelos e das metodologias, como na validação dos
mesmos;
(vii) demonstrar que os modelos adoptados e a metodologia desenvolvida são, não
apenas válidos, como os mais adequados e os que conduzem às melhores
previsões, dadas as alternativas disponíveis e as limitações impostas;
(viii) por fim, o objectivo fundamental de todo o trabalho é a geração de
conhecimento sobre este problema complexo que possa ser utilizado em
momentos de decisão futuros.
Assim, a estrutura da dissertação segue de perto a necessidade de preencher
os objectivos identificados como se pode observar na Figura 3.
Neste capítulo apresentou-se uma descrição do problema que inclui já uma
definição das fronteiras do sistema em estudo. No capítulo II faz-se uma abordagem mais
completa ao contexto do problema e dos níveis de decisão envolvidos. Apresenta-se
ainda uma sistematização dos modelos e técnicas da literatura, incluindo as metodologias
baseadas em Sistemas de Informação Geográfica.
No capítulo III passa-se à fase de modelação do sistema e descrição da solução
proposta. Neste capítulo, além de se sugerir uma classificação das variáveis usadas em
problemas de avaliação de desempenho e localização de lojas de retalho, descrevem-se
os dados recolhidos por diversos métodos, os testes de qualidade e consistência
efectuados e os processos de integração utilizados. Descreve-se ainda o tratamento de
13
análise espacial efectuado com definição de áreas de influência por diferentes métodos
que são comparados em termos de capacidade explicativa das variáveis obtidas.
FIGURA 3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO SEGUNDO TRÊS FASES.
(As setas referem-se às dependências mais relevantes entre os capítulos da dissertação)
enquadramento e
formulação do problema
Capítulo I
Definição do
Problema e
Objectivos
modelação do sistema e
solução proposta
Capítulo III
Dados Recolhidos e
Análise Espacial
Capítulo IV
Modelos de Agrupamento
das Lojas
Capítulo II
Contexto e Modelos \
Técnicas Descritos na
Literatura
Capítulo V
Modelos de Classificação e
Previsão de Vendas.
teste e
implementação
Capítulo V
Validação dos
Modelos e APAV
Capítulo VI
Conclusões e
Propostas para o
Futuro
No capítulo IV continua-se a modelação do problema, agora com definição de um
modelo para compreender as diferenças entre grupos de lojas. Assim, define-se uma
tipologia baseada na integração de conhecimento dos especialistas escolhida por
comparação com outras tipologias desenvolvidas utilizando metodologias distintas. Este
modelo de loja análoga é central neste trabalho e estruturante de todos os restantes
modelos desenvolvidos.
O capítulo V tem uma dimensão superior aos restantes uma vez que inclui várias
fases do processo. Assim, opta-se por modelos de análise de dados com fins descritivos
e preditivos em detrimento de modelos mais normativos e desenvolvem-se modelos de
classificação das lojas e de previsão baseados em regressão linear. Deste modo,
completa-se a fase de modelação do sistema. No mesmo capítulo descreve-se um
ambiente decisional baseado numa aplicação em folha de cálculo que permite obter
previsões de vendas para localizações potenciais em comparação, e a que se chamou
14
APAV – Análise e Previsão por Analogia de Vendas. Assim, este capítulo inclui
igualmente a fase de teste e validação dos modelos e da solução encontrada.
Por fim, apresentam-se as conclusões do trabalho efectuado e tenta-se provar que
os objectivos propostos foram atingidos. Tenta-se igualmente, neste capítulo, destacar as
contribuições que esta dissertação traz para o problema genérico de localização de lojas
de retalho e apresentam-se vias a explorar no futuro. Esta última parte, centrada na
preocupação com a constante melhoria das soluções encontradas, pode ser integrado no
esquema da Figura 3 referente à implementação e actualização da solução proposta.
A dissertação termina com um conjunto de anexos onde se apresentam tabelas e
gráficos que por serem demasiado extensos e por não serem essenciais para a
compreensão do texto se remetem para esta área de consulta. Todos os capítulos
incluem ainda um resumo inicial e secções introdutórias.
I.C. Algumas Considerações sobre a Nomenclatura
Nesta dissertação utilizam-se técnicas, métodos e algoritmos provenientes de dois
domínios distintos mas que nos últimos anos têm verificado uma evolução convergente,
nomeadamente a estatística multivariada e o reconhecimento de padrões (pattern
recognition) ou aprendizagem automática (machine learning). Este facto complica a
utilização de uma terminologia adequada, uma vez que cada um destes domínios usa as
suas próprias designações. Mesmo quando os mesmos termos são utilizados por vezes
têm significados distintos.
Na maioria dos textos de estatística multivariada o termo classificação engloba
qualquer tipo de método usado para agrupar um conjunto de entidades em subgrupos.
Assim, neste termo estariam englobados actividades complexas e multivariadas
relacionadas com a análise de agrupamentos (clusters) ou actividades tão simples como
agrupar segundo atributos conhecidos como o género ou classes de idades. Neste
mesmo sentido, mais fundamentado no tempo, segue igualmente a definição apresentada
na Diciopédia 2005 da Porto Editora5:
«acto, efeito ou processo de distribuir por classes»
ou a definição apresentada por Hartigan (1996) e atribuída a Webster:
5
Diciopédia 2005 em DVD da Porto Editora, ISBN 972-0-65258-6.
15
«classification is (1) the act or process of classifying; (2) the systematic
arrangement in groups or categories according to established criteria».
Note-se, no entanto, que esta utilização da palavra classificação não é consensual
entre todos os autores de estatística multivariada. Por exemplo, Everitt et al. (2001) utiliza
a expressão “análise de clusters” como sinónimo de classificação efectuada por métodos
numéricos, sugerindo mesmo que o primeiro pode ser mais abrangente do que o segundo
(pág. 4):
«... nowadays cluster analysis is probability the preferred generic term for
procedures which seek to uncover groups in data».
Na mesma linha de pensamento surge a definição apresentada por Gordon (1999)
onde classificação e análise de agrupamentos surgem mais uma vez como sinónimos, já
que a palavra “classification” poderia sem perda de significado ser substituída pela
expressão “cluster analysis”:
«The subject of ‘classification’ is concerned with the investigation of sets of
‘objects’ in order to establish if they can validly be summarized in terms of a
small number of classes of similar objects».
Perante estas indefinições, o termo classificação tem-se tornado ao longo do
tempo mal definido e confuso na literatura de estatística multivariada.
Também na literatura de análise de marketing o termo segmentação é utilizado
como sinónimo de classificação ou mesmo, de forma ainda mais lata, incluindo neste
conceito qualquer técnica que permita dividir entidades em grupos. Por exemplo, Wedel e
Kamakura (2000) incluem nesta denominação técnicas como tabelas de contingência,
tabelas cruzadas, regressão, análise discriminante, árvores de classificação ou modelos
de mistura.
Pelo contrário, na bibliografia de reconhecimento de padrões o termo
“classificação” é utilizado de forma muito mais restrita. Neste domínio do conhecimento,
classificar corresponde a prever o valor de uma variável dependente ou target. Tal é fácil
de entender, já que, se a variável for nominal, prever o valor para uma nova entidade
corresponde a colocar um rótulo nessa entidade, e logo classifica-la no grupo de todas a
que detêm esse rótulo. Nas palavras de Breiman et al. (1984) pág. 6:
«… the basic propose of a classification study can be either to produce an
accurate classifier or to uncover the predictive structure of the problem».
Este conceito vem na sequência de outros dois conceitos: aprendizagem
supervisionada (supervised learning) ou não supervisionada (non supervised learning).
Nesta terminologia, a calibração de um modelo de previsão ou a estimação de um
16
classificador é designado por treino ou aprendizagem (Marques, 1999). Assim, na
aprendizagem supervisionada utiliza-se uma variável dependente com informação sobre
as classes a que pertencem cada uma das entidades da amostra de treino. Neste
conceito incluem-se técnicas da estatística multivariada como a regressão, análise
discriminante e a regressão logística e técnicas novas da área de reconhecimento de
padrões como as árvores de classificação e de regressão e as redes neuronais
supervisionadas. Assim, o conceito de aprendizagem supervisionada conduz ao conceito
de modelos de agrupamento baseados em relações de dependência, introduzido por
Cardoso (2000), ou às técnicas preditivas de Wedel e Kamakura (2000).
Pelo contrário, na aprendizagem não supervisionada a divisão em classes baseiase na procura de padrões ou de uma estrutura nos dados considerando em pé de
igualdade todas as variáveis. Assim, enquadram-se neste conceito as técnicas de análise
de clusters, os modelos de mistura e de segmentos latentes sem relações de
dependência e as redes neuronais não supervisionadas. Cardoso (2000), denomina os
modelos resultantes como modelos de agrupamento baseados em relações de
interdependência e Wedel e Kamakura (2000) chama-lhes técnicas descritivas.
Tendo em conta que a definição apresentada na bibliografia de reconhecimento de
padrões é mais precisa e clara, nesta dissertação adopta-se o termo “classificação” de
forma restrita para técnicas como as árvores de classificação que utilizam aprendizagem
supervisionada para prever um atributo nominal e construir modelos discriminantes
lógicos (ver Figura 4).
No caso de se pretender prever uma variável contínua, utiliza-se a expressão
“árvores de regressão” adoptada de Breiman et al. (1984). A expressão “análise de
agrupamentos” é, assim, considerado independente de classificação. Aliás vários autores,
na área da engenharia de sistemas e nomeadamente nos sistemas de apoio à decisão,
utilizam nomenclaturas idênticas (ver por exemplo Sauter, 1997 e Turban et al., 2005). Na
Figura 4 utiliza-se ainda o termo segmentação no sentido lato descrito atrás.
O texto completo pode ser obtido contactando o autor: [email protected]
ou usando o endereço:
http://www2.uac.pt/bibliopac/tesesPDF/DM/DM_Doutor_Armando_Mendes.pdf