CANTE - joraga

Transcrição

CANTE - joraga
CANTE - PAUTAS MUSICAIS 01
Tradição Serpa, JAN 1899 – JUL 1904
63 PAUTAS e Letras
Recolha, digitalização e organização de José Rabaça Gaspar
Corroios 2010 02 25
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags01_pautas_01_TSerpa/0000_63pautas_TradicaoSerpa.htm
Nº
Pauta
1
Título da MODA
2
Manuelsinho você chora
3
Vai Colher a Silva
4
Os OLHOS da Marianita
5
Verde Caracol
6
O S. JOÃO EM SERPA
7
Dizes qu'eu sou lavadeira
8
Marianita foi á fonte
9
Hei-de m'ir para o Algarve
10
ÁS JANEIRAS
11
Tinhas-me tanta amisade
12
AO DEUS-MENINO
13
DE NOITE BATEM Á PORTA
14
CARMESITA, CARMESITA
15
MARIANITA VEM COMIGO
16
OS PINHÕES
REIS
Obra Tradição Serpa, JAN 1899 –
JUL 1904
Tradição Anno I – Nº 1 – Serpa,
Janeiro de 1899 – série I, p. 8
(letra) e 9 (pauta).
Tradição Anno I – Nº 2 – Serpa,
Fevereiro de 1899 – série I, p. 24
(letra) e 25 (pauta).
Tradição Anno I – Nº 3 – Serpa,
Março de 1899 – série I, p. 41
(pauta) e 42 (letra).
Tradição Anno I – Nº 4 – Serpa,
Abril de 1899 – série I, p. 54
(letra) e 57 (pauta).
Tradição Anno I – Nº 5 – Serpa,
Maio de 1899 – série I, p. 73
(pauta) e 74 (letra).
Tradição Anno I – Nº 9 – Serpa,
Setembro de 1899 – série I, p. 89
(pauta no nº 6) e 139 a 141
(letra).
Tradição Anno I – Nº 7 – Serpa,
Julho de 1899 – série I, p. 104
(letra) e 105 (pauta).
Tradição Anno I – Nº 8 – Serpa,
Agosto de 1899 – série I, p. 120
(letra) e 121 (pauta).
Tradição Anno I – Nº 9 – Serpa,
Setembro de 1899 – série I, p.
136 (letra) e 137 (pauta).
Tradição Anno I – Nº 1 – Serpa,
Janeiro de 1899 – série I, p. 8
(letra) e Tradição Anno I – Nº 10
– Serpa, Outubro de 1899 – série
I, 153 (pauta).
Tradição Anno I – Nº 11 – Serpa,
Novembro de 1899 – série I, 169
(pauta) e 173 (letra).
Tradição Anno I – Nº 1 – Serpa,
Janeiro de 1899 – série I, p. 7
(letra) e + Tradição Anno I – Nº
12 – Serpa, Dezembro de 1899 –
série I, 185 (pauta).
Tradição Anno II – Nº 1 – Serpa,
Janeiro de 1900 – volumeII, p. 11
(pauta) e p. 13 (letra).
Tradição Anno II – Nº 2 – Serpa,
Fevereiro de 1900 – volume II, p.
25 (pauta) e p. 28 (letra).
Tradição Anno II – Nº 3 – Serpa,
Março de 1900 – volume II, p. 41
(pauta) e p. 45 (letra).
Tradição Anno II – Nº 4 – Serpa,
Abril de 1900 – volume II, p. 59
(pauta) e p. 60 (letra).
Totais
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
O TOUREIRO NOVO
18
A MACELLA
19
ADEUS, MARIANNITA, ADEUS!
20
AS COBRINHAS D'AGUA
21
AS LETTRAS
22
O FANDANGO
23
PEDITÓRIO
24
A SANTOS
25
TRISTE VIUVINHA
26
ANGELICA, DÁ-ME A CAPINHA!
27
MINHA MANASINHA
28
EU FUJO!
29
SILVA, QUE ESTÁS ENLEADA
30
O' meu panninho, panninbo…
31
O CERRO DA NEVE
32
Vamos lá seguindo
33
As saias á camponeza
34
Minha HESPANHOLA
Tradição Anno II – Nº 5 – Serpa,
Maio de 1900 – volume II, p. 73
(pauta) e p. 78 (letra).
Tradição Anno II – Nº 6 – Serpa,
Junho de 1900 – volume II, p. 89
(pauta) e p. 93 (letra).
Tradição Anno II – Nº 7 – Serpa,
Julho de 1900 – volume II, p. 104
(letra) e p. 105 (pauta).
Tradição Anno II – Nº 8 – Serpa,
Agosto de 1900 – volume II, p.
120 (letra) e p. 121 (pauta).
Tradição Anno II – Nº 9 – Serpa,
Setembro de 1900 – volume II, p.
137 (pauta) e p. 138 (letra).
Tradição Anno II – Nº 10 – Serpa,
Setembro de 1900 – volume II, p.
153 (pauta).
Tradição Anno II – Nº 11 – Serpa,
Novembro de 1900 – volume II,
p. 169 (pauta).
Tradição Anno II – Nº 12 – Serpa,
Dezembro de 1900 – volume II,
p. 183 (pauta).
Tradição Anno III – Nº 1 – Serpa,
Janeiro de 1901 – volume III, p. 7
(pauta) e p. 10 (letra).
Tradição Anno III – Nº 2 – Serpa,
Fevereiro de 1901 – volume III,
p. 23 (pauta) e p. 24 (letra).
Tradição Anno III – Nº 3 – Serpa,
Março de 1901 – volume III, p.
38 (letra) e p. 39 (pauta).
Tradição Anno III – Nº 4 – Serpa,
Abril de 1901 – volume III, p. 54
(letra) e p. 55 (pauta).
Tradição Anno III – Nº 5 – Serpa,
Maio de 1901 – volume III, p. 71
(pauta) e p. 72 (letra).
Tradição Anno III – Nº 6 – Serpa,
Junho de 1901 – volume III, p. 85
e 86 (letra) e p. 87 (pauta).
Tradição Anno III – Nº 7 – Serpa,
Julho de 1901 – volume III, p.
104 (pauta) e p. 105 e 106
(letra).
Tradição Anno III – Nº 8 – Serpa,
Agosto de 1901 – volume III, p.
118 e 120 (letra) e p. 119
(pauta).
Tradição Anno III – Nº 9 – Serpa,
Setembro de 1901 – volume III,
p. 132 (letra) e p. 135 (pauta).
Tradição Anno III – Nº 10 –
Serpa, Outubro de 1901 – volume
III, p. 148 (letra) e p. 151
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
Vae fazer a cama à prima
36
Ai! que chita!
37
QUERO BALHAR à alentejana
38
Ru'ábaixo, ru'ácima
39
Eu fui um dia a passeio
40
Valha-me a senhora Angélica
41
Um raminho de alecrim
42
Lá vae o balão ao ar
43
Não te assomes
44
EU OUVI
45
MUITO CHOREI EU
46
O LOUREIRO
47
AMANHÃ ANDA A RODA
48
Minha saia
49
NA BOTICA NOVA
50
O’ GOUVEIA
51
SENHORA QUINTANEIRA
(pauta).
Tradição Anno III – Nº 11 –
Serpa, Novembro de 1901 –
volume III, p. 166 (letra) e p. 167
(pauta).
Tradição Anno III – Nº 12 –
Serpa, Dezembro de 1901 –
volume III, p. 178 (letra) e p. 181
(pauta).
Tradição Anno IV – Nº 1 – Serpa,
Janeiro de 1902 – volume IV, p. 5
(pauta) e p. 6 (letra).
Tradição Anno IV – Nº 2 – Serpa,
Fevereiro de 1902 – volume IV, p.
21 (pauta) e p. 24 (letra).
Tradição Anno IV – Nº 3 – Serpa,
Março de 1902 – volume IV, p. 37
(pauta) e p. 38 (letra).
Tradição Anno IV – Nº 4 – Serpa,
Abril de 1902 – volume IV, p. 53
(pauta) e p. 55 (letra).
Tradição Anno IV – Nº 5 – Serpa,
Maio de 1902 – volume IV, p. 69
(pauta) e p. 70 (letra).
Tradição Anno IV – Nº 6 – Serpa,
Junho de 1902 – volume IV, . 84
(letra) e p. 85 (pauta).
Tradição Anno IV – Nº 7 – Serpa,
Julho de 1902 – volume IV, p.
100 (letra) e p. 101 (pauta).
Tradição Anno IV – Nº 8 – Serpa,
Agosto de 1902 – volume IV, p.
114 (letra) e p. 117 (pauta).
Tradição Anno IV – Nº 9 – Serpa,
Setembro de 1902 – volume IV,
p. 132 (letra) e p. 133 (pauta).
Tradição Anno IV – Nº 10 –
Serpa, Outubro de 1902 – volume
IV, p. 146 (letra) e p. 149
(pauta).
Tradição Anno IV – Nº 11 –
Serpa, Novembro de 1902 –
volume IV, p. 165 (pauta) e p.
170 (letra).
Tradição Anno IV – Nº 12 –
Serpa, Dezembro de 1902 –
volume IV, p. 181 (pauta) e p.
184 (letra).
Tradição Anno V – Nº 1 – Serpa,
Janeiro de 1903 – volume V, p. 4
(letra) e p. 5 (pauta).
Tradição Anno V – Nº 2 – Serpa,
Fevereiro de 1903 – volume V, p.
21 (pauta) e p. 27 (letra).
Tradição Anno V – Nº 3 – Serpa,
Março de 1903 – volume V, p. 37
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
MARIA RITA
53
TANTAS LIBRAS
54
ATIRA CAÇADOR
55
Eu já vi uma andorinha
56
VOCÊ DIZ OUE ME NÃO OUER
57
ALIPUM
58
Já lá vem a Mariannita
59
O' minha. pombinha branca.
60
A mim não me enganas tu
61
Eu sou marujinho
62
Anda aqui uma menina
63
Esse teu vestido
(pauta) e p. 39 (letra).
Tradição Anno V – Nº 4 – Serpa,
ABRIL de 1903 – volume V, p. 53
(pauta) e p. 55 (letra).
Tradição Anno V – Nº 5 – Serpa,
MAIO de 1903 – volume V, p. 68
(letra) e p. 69 (pauta).
Tradição Anno V – Nº 9 – Serpa,
Setembro de 1903 – volume V, p.
132 (letra) e p. 133 (pauta).
Tradição Anno V – Nº 10 – Serpa,
Outubro de 1903 – volume V, p.
149 (pauta) e p. 152 (letra).
Tradição Anno V – Nº 11 – Serpa,
Novembro de 1903 – volume V, p.
165 (pauta) e p. 168 (letra).
Tradição Anno V – Nº 12 – Serpa,
Dezembro de 1903 – volume V, p.
181 (pauta sem letra).
Tradição Anno VI – Nº 1 – Serpa,
Janeiro de 1904 – volume VI, p. 2
(letra) e p 5 (pauta).
Tradição Anno VI – Nº 2 – Serpa,
Fevereiro de 1904 – volume VI, p.
20 (letra) e p 21 (pauta).
Tradição Anno VI – Nº 3 – Serpa,
Fevereiro de 1904 – volume VI, p.
37 (pauta) e p 49 (letra).
Tradição Anno VI – Nº 4 – Serpa,
Abril de 1904 – volume VI, p. 53
(pauta) e p 56 e 57 (letra).
Tradição Anno VI – Nº 5 – Serpa,
Maio de 1904 – volume VI, p. 68
(letra) e p 69 (pauta).
Tradição Anno VI – Nº 6 – Serpa,
Junho de 1904 – volume VI, p. 84
(letra) e p 85 (pauta).
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
01 - RÊIS
Tradição Anno I - Nº 1 - Serpa, Janeiro de 1899 - série I,
p. 8 (letra) e 9 (pauta).
Muitas creanças em trajo, por assim dizer, de carnaval continuam a pristina usança de esperar os Réis
(que hão-de chegar das bandas do Oriente) visitando as familias das relações mais intimas; pelo que
recebe a petizada quantos mimos e gulodices inventou entre nós a conservaria dos conventos. Além
d'isto, que se verifica em a noite de 3 de Janeiro, ha ainda os descantes aos Rêis, realisados pelo mesmo
modo e nas mesmas condicões dos descantes ás Janeiras.
Publicâmos hoje a musica dos coros - a primeira do nosso Cancioneiro - e eis as quadras que lhe
correspondem:
AOS RÊIS
- Quaes sã' n'os trés cavalhêros
Que fazem sombra no mára?
- Sã'n'os trés de o Oriente,
Que a Jàsus veem buscára.
Não préguntam por poisada,
Nem aonde pernoitára;
Só précuram n'o Deus-Menino:
Aonde o irão achára?
Foram-n'o achar em Roma
Revestido no altára,
Com trés mil almas de roda,
Todas para commungára.
Missa-nova quer dizéra,
Missa-nova quer cantára:
São João ajuda á missa, São Pedro muda o missála.
M. DIAS NUNES.
02 -Manuelsinho, você chora
Tradição Anno I - Nº 2 - Serpa, Fevereiro de 1899 - série I, p. 24 (letra) e 25
(pauta).
Manuelsinho, você chora,
Você chora, quem lhe deu?
Qual seri' ó atrevido
Que o Manuelsinho offendeu!
Rufam-se as caixas no Porto,
E o meu coração no teu!
Manuelsinho, você chora,
Você chora, quem lhe deu?
Notas. - A musica d este resquebre, inserta n'outro logar da nossa revista, convém
precisamente aos bailes de roda e ao meio, já descriptos.
Como o resquebre é composto de duas quadras, ha que bisar, dois a dois, os
versos das cantigas que quizermos subordinar á moda do Manuelsinho.
M. DIAS NUNES
03 Vai colher a Silva
Tradição Anno I - Nº 3 - Serpa, Março de 1899 - série I,
p. 41 (pauta) e 42 (letra).
Pode ouvir em: cantoalentejano/ouvir/mid=48
pelo Grupo Coral e Etnográfico "Amigos do Alentejo" do Feijó (Almada)
Modas - estribilhos alemtejanas
Vae colher a silva
Vae colhél-a silva,
Vae colhél-a, vae!
Se a fores colhéra,
Não digas-ai !ai!
Não digas - ai! ai!
Não digas-ai! ui!
Vae colhél-a silva,
Vae, que eu também fui.
Notas. - Esta moda foi a predilecta do povo serpense durante o
carnaval.
Em andamento de alegreto, dança-se ao meio, nos bailes de roda,
conforme a descripção feita em o numero antecedente da nossa
revista.
- Na linguagem popular, quando á forma verbal terminada em r
segue immediatamente o, a, os, as, seja embora artigo, aquella lettra
é geralmente substituida pela euphonica “l”, tal como acontece em
Vae colhél-a silva.
M. DIAS NUNES.
04 - Os OLHOS da Marianita
Tradição Anno I - Nº 4 - Serpa, Abril de 1899 - série I,
p. 54 (letra) e 57 (pauta).
Modas-estribilhos alemtejanas
Os olhos da Marianita
Tradição Anno I - Nº 4 - Serpa, Abril de 1899 - série I, p. 54 (letra) e
57 (pauta).
Os olhos da Marianita /
São verdes côr de limão./ bis
Ai! sim Marianita, ai! Sim… /
Ai! não Marianita, ai! Não… / bis
NOTA.- O resquebre que hoje inserimos é de genero egual ao dos
ultimas dois publicados - Vae colher a silva e Manuelsinho, você chora
- e dança-se do mesmo modo.
M. DIAS NUNES.
05 - Verde Caracol
Tradição Anno I - Nº 5 - Serpa, Maio de 1899 - série I,
p. 74 (letra) e 73 (pauta).
Modas-estribilhos alemtejanas
Verde caracol
Verde caracóla,
Minha rica pomba!
Eu ando comtigo
Do sói pará sombra.
Do sól pará sombra,
Da sombra pró sóla.
Minha rica pomba,
Verde caracóla!
Notas. Verde caracol é propriamente um descante, mas tambem se
adapta aos bailes de roda e aos pares, cuja descripção faremos
dentro em breve, na sequencia do nosso artigo inserto em o n.º 2 da
Tradição sob a epigraphe Danças populares do Baixo Alemtejo.
- Quanto a linguagem, devemos notar a addição do a breve ás
palavras caracol e sól, no final dos versos 1º, da primeira quadra, e
2.° e 4.° da quadra segunda.
M. DIAS NUNES.
06 - Ao BAPTISTA - S. JOÃO
Tradição Anno I - Nº 6 - Serpa, Junho de 1899 - série I, p. 89 (pauta) e de 90 a 93
(letra). - e continua em
Tradição Anno I - Nº 8 - Serpa, Agosto de 1899 - série I, p. 89 (pauta no nº 6) e
123 e 124 (letra).
Tradição Anno I - Nº 9 - Serpa, Setembro de 1899 - série I, p. 89 (pauta no nº 6) e
139 a 141 (letra).
O S. JOÃO EM SERPA
Depois de Santo Antonio, o famoso casamenteiro, pertence a S. João Baptista o maior culto
popular. A juventude, mórmente, é toda cantares e jubilos e folguedos na tradicional
commemoração do santo pegureiro ( ). Pois se elle é invocado, não menos que o nosso
thaumaturgo, em eternas questões do eterno amor!
*
14 de Junho: vespera das novenas ao Precursor, que ordinariamente se rezam nas egrejas
de Santa Maria, S. Salvador e S. Paulo ( ). Durante a tarde, grupos de raparigas - esbeltas
camponezas de seio túmido, respirando saude e alacridade - se entregam á divertida tarefa
de "compôr o Santo" com seu diadema de prata bem polido, largas fitas de seda mui
garridas, e copiosos ramos d'ouripel.
Das mencionadas egrejas, é claro, cada uma possue o seu Baptista, e a cada imagem
corresponde um grupo ou irmandade de raparigas solteiras.
A' noite, numerosa mocidade de ambos os sexos costuma reunir junto á porta dos templos a
que alludi, a fim de "dar a alvorada ao Santo".
Nunca assistiu, leitor, a uma alvorada? Pois vale a pena, só para ouvir cantar estas
formosissimas quadra( ) em louvor de
S. João Baptista
I
Se o Baptista bem soubesse
Quando era o seu dia,
Descia dos céus á terra
Com prazer e alegria.
II
O Baptista não vem hoje,
Ha-de vir segunda-feira;
Ha-de achar a cama feita,
Coberta de erva cidreira.
III
- D'onde vindes meu Baptista,
Pela calma, sem chapeu?
- Venho de vêr as fogueiras
Que se acenderam no céu.
IV
Oh! que lindo annel d'oiro
Que o BilPtista traz no dedo!
Que lhe deu sua madrinha
Santa Clara do Loredo.
V
Do altar de San João
Até ao de San Francisco,
Tudo são cravos e rosas
Postas pela mão de Christo.
VI
Do altar de Santo Antonio
Até ao de San João,
Tudo são cravos e rosas
Postas pela sua mão.
VII
O' Baptista, ó Baptista,
O' Baptista meu compadre
Casastes as moças todas,
Delxastes vossa comadre!...
VIII
Do altar de Santo Antonio
Até ao de San João,
Tudo é verdura e flores
'Spalhadas no meio do chão.
IX
Lá vem San João abaixo,
Vestido d'azul-ferrete:
N'uma mão traz a bandeira,
E na outra um ramalhete.
X
Lá vem o Baptista abaixo,
Dando volta ao rocio,
Dizendo aos inquilinos:
- Vão pagar ao senhorio ( ).
XI
Lá vem o Baptista abaixo
Perguntando uma cadeira.
Se vem p'ra salvar as almas,
A minha seja a primeira.
XII
San João se adormeceu
No collo de sua tia:
Eram tres dias passados,San João inda dormia!
XIII
- Onde estará o Baptista,
Que não 'stá no seu altar?
-Foi ao ceu vêr as fogueiras,
Para tornar a voltar.
XIV
San João e mais San Pedro
Ambos vestem um vestido:
San João, prata lavrada,
San Pedro, oiro batido.
XV
Baptista dae-me capella,
E em meu peito fortaleza,
Para poder festejar
Vosso dia com grandeza.
XVI
San João á minha porta?
Eu não sei que lhe hei-de dar!
Darei lhe uma canna verde
Para pôr no seu altar.
XVII
San João á minha porta?
Hei-de lhe dar a capella;
Hei-de pedir ao Baptista
Me faça bôa donzella.
XVIII
Santo Antonio apanha flôres,
San Francisco leva a cesta,
San João faz a capella,
E Christo a põe na cabeça.
XIX
San João apanha flôres
E vae deitando prá cesta;
A Virgem faz a capella
E diz: - ponham na cabeça.
XX
Quinta-feira d' Ascensão
Do ceu caiu uma flôr.
Dizem que a mãe do Baptista
E' prima-irmã do Senhor.
XXI
Lá no rio do Jordão
Passeia Santa Isabel;
Dizem que é mãe do Baptista:
Oh! que dita de mulher!
XXII
O Baptista chora, chora,
Chora sem consolação,
Que perdeu o cordeirinho
Lá no rio do Jordão.
XXIII
Ajuntem-se as moças todas!
Vamos ao rio do Jordão
A buscar o cordeirinho
Para o dar a San João.
XXIV
Vamos moças, vamos todas!
Vamos ao rio do Jordão,
Para vêr baptisar Christo
E Christo baptisar João.
XXV
San Zacharias é mudo;
Por graca de Deus, então:
- Como se chama o menino?
- Ha de chamar-se João.
XXVI
San João comprou um burro
Para pular as fogueiras;
E depois de as pular todas,
Deu-o de presente ás freiras.
XXVII
A treze do mez de Junho
Santo Antonio se demove,
San João a vinte e quatro,
E San Pedro a vinte nove.
XXVIII
San João e mais San Pedro
São dois santos mudadores:
San João muda os casaes,
San Pedro muda os pastores.
XXIX
San João e mais San Pedro
Foram jogar uma lucta:
San Joao ficou por baixo;
San Pedro não teve a culpa.
XXX
Foram deitar uma lucta
San Pedro mais San João;
San Pedro, por ser mais velho,
Caiu-lhe o c. do calção!
XXXI
Meu engraçado Baptista,
Minha joia, meu amor!
Tendes por gloria ser primo
Padrinho do redemptor!
XXXII
O merito do Baptista,
A que gráo Deus o levou,
Que, depois de degollado,
Ainda o Baptista fallou!
XXXIII
Baptista, não permittaes
Que eu vosso deixe de ser!
Baptista cada vez mais,
Baptista até morrer!
XXXIV
O livro do Sacramento
Só o Baptista o abriu;
Aos braços da Virgem pura
Só o Baptista subiu.
XXXV
No altar de San João
'Stá um ramo d'acucenas
Onde os namorados vão
Dar allivio ás suas penas.
XXXVI
No altar de San João
'Stá um lindo damasqueiro:
Dá damascos de milagre,
Não se vendem por dinheiro.
XXXVII
No altarr de San João
'Stá'ma linda cerejeira:
Pode-se dar por ditoso
Quem lhe colher a primeira.
XXXVIII
Alem vem o San João
Alegre como um pombinho:
N'uma mão traz uma cruz,
E na outra o cordeirinho.
XXXIX
Senhoras evangelistas,
Não tenham falta de fé,
Que entre todos os santinhos
O Baptista maior é.
XL
San João me prometteu
De me dar uma capella.
Tambem eu lhe prometti
Toda a vida ser .donzella.
XLI
Lá n'aquellas ervas verdes,
Foi a minha perdição;
Perdi o meu annei d'oiro
Na Iloite de San João.
XLII
No adro do Salvador
'Stá um mastro levantado.
Em campanha do Baptista
'Stá Jesus sacramentado.
XLIII
Entre carroças de oiro
E vidraças de crystal,
Vem a sagrlda Custodia
A San João adorar.
XLIV
Grandes festas ha no ceu
Em dia de San João:
San João baptisa Christo,
Christo baptisa João.
XLV
O Baptista é divino,
Por divino se aclamou;
No ventre de sua mãe,
A Jesus se ajoelhou.
XLVI
San Zacharias é mudo;
Esta noite ha de fallar,
Para dizer que o Baptista,
João se ha-de chamar.
XLVII
O' apostolo San Pedro
Que do céu tindel-as chaves,
Dae-me novas do Baptista,
Que lhe tenho saudades.
XLVIII
Festa que fazem os moiros
Em noite de San João!
Quando os moiros o festeiam,
Que fará quem e christão!
XLIX
O' Baptista, ó Baptista,
O' Baptista no Jordão!
Parente de Jesus Chnsto,
Sois um cravo em botão!
L
Quando a Virgem Maria
Santa Isabel visitou
O Baptista, de contente,
No seu ventre ajoelhou.
LI
Santa Isabel se prepara
P'ra uma grande visita,
Que ahi vem o Santo Verbo
Santificar o Baptista.
LII
O Baptista, no deserto,
Cobriu o rosto de veu.
Quinta feira d'Ascensão
Subiu Jesus Christo ao ceu.
LIII
Não sei que tem o Baptista
No dia em que quer nascer,
Que, sejam velhos ou moços,
Tudo faz endoidecer.
LIV
Que é das moças d'esta terra
Que não as posso encontrar?
Certo é que ellas não querem
O Baptista festejar!
(Conclue) M. DIAS NUNES.
Tradição Anno I - Nº 8 - Serpa, Agosto de 1899 - série I, p. 89 (pauta no nº 6) e
123 e 124 (letra).
O S. JOÃO EM SERPA ( )
(Continuado de pag 93)
LV
Nascei, nascei meu Baptista,
Nascei luz do Evangelho!
Inda que sois pequenino,
Por grande vos considero.
LVI
O Baptista está no ceu,
Na gloria do mesmo Deus;
Mesmo de lá 'stá rogando
Pelos que são servos seus.
LVII
Té os moiros na Moirama
Festejam o San João:
Correm toiros e cavallos,
Com cannas verdes na mão!
No final de cada quadra, e sempre na mesma toada, é da praxe dizer um d'estes dois estribilhos:
Ora viva,
E ora viva!
Viva o Baptista, e viva!
Viva o Baptista, e viva!
Ora viva,
E ora viva!
Viva a gloria mais subida!
Viva a gloria mais subida!
Além da preciosa collecção de cantigas que reproduzimos, existe ainda, referente ao S. João, uma
expressiva moda-estribilho, choreographica e de bonita musica, com a seguinte lettra:
San João! San João! San João!
Outro anno não deixeis passar!
Dae-me noivo, San João, dae-me noivo,
Dae-me noivo, que me quero casar!...
*
No decurso das novenas, effectuadas de modo singello e conforme o ritual, nada se nos offerece digno
de menção. E' em 23 de Junho, vespera do Baptista, que principalmente se observa o grande numero de
costumes populares - alguns bem singulares e curiosos - estreitamente ligados á vetusta festividade do
solsticio estivo. N'este dia á tarde se verifica a centenaria usança do passeio ás hortas para "fazer as
capellas". Fazer as capellas significa propriamente comer fructa; tão só para as creanças entretecem
viridentes corôas de mentrasto e buxo, matisadas de flores várias, e com engraçados pingentes de
cerejas, e ginjas, ameixas, soromenhos, etc.
O costume secular de que fallâmos - ao que reza a tradição oral e tambem a tradição escripta - foi
outr'ora praticado até pela propria municipalidade serpense, a qual, em meio de ruidosos folguedos, ia
fazer suas capellas á horta denominada dos Banhos. D'esta velha solemnisação por parte da camara, era
ainda, talvez, um resto persistente, a cerimonia, não ha muito cahida em desuso, de nos paços
municipaes ser arvorado o respectivo estandarte em dia de S. João.
***
Em logar das tres badaladas monotonas do estylo, os sinos repicam alegremente Ave-Marias. Prestes é
noite e noite de festa. Dentro em poucas horas, quando os sinos de novo repicarem, ao toque d'Almas,
bastas fogueiras d'alecrim crepitarão luminosas por essas ruas, e as portas dos templos serão abertas
de par em par. Então começa o movimento, o bulicio, a jubilosa animação d'um povo inteiro, que se
diverte rendendo culto ao bemaventurado S. João. Grupos de cam-ponezes cantando em côro ao som da
viola ou do harmonium, percorrem a villa em todas as direccões. Centenas de pessoas - o elemento
feminino predominando - se cruzam nas ruas e largos em visita ás egrejas que expõem o Santo, egrejas
lindamente adornadas com vasos de flores e arcos de verdura d'onde pende um sem numero de balões
venezianos. Aqui e alli bailes de roda, em que as raparigas se apresentam com os seus melhores trajos
domingueiros. Estes bailes populares, que hoje em dia se realisam dentro de casa, eram feitos ao ar
livre e em redor dos mastros; mas isto - relatam os velhos - ha bons 40 annos, ainda no tempo em que
o adufe se impunha como instrumento da moda.
Por volta da meia-noite encerram-se as egrejas; as fogueiras despedem o ultimo clarão; raream os
descantes; o bulicio das ruas é quasi extincto.
Meia-noite é a hora solemne das experiencias feitas sob a religiosa invocação do Santo Precursor.
(Conclue)
M. DIAS NUNES.
Tradição Anno I - Nº 9 - Serpa, Setembro de 1899 - série I, p. 89 (pauta no nº 6) e
139 a 141 (letra).
O S. JOÃO EM SERPA
(Continuado de pag. 124)
Conhecer o desconhecido, devassar os segredos do futuro, descerrar a bruma enigmatica e mysteriosa
do porvir, tal é o objecto capital das experiencias (ou experimentações), cujo resultado se antolha
infallivel á crença popular.
Multiplas e variadas na fórma, podem classificar-se as experiencias, quanto á sua essencia, em
amorosas, economicas, de vida ou morte proxima, e de meteorologia. As do primeiro genero são
peculiares das raparigas solteiras; vejamos como estas sóem levantar os horoscopos.
Como e, minuciosamente, para quê.
Em regra, as experimentações teem logar á meia-noite, pouco mais ou menos; agora o resultado do
maior numero d'ellas, senão da quasi totalidade, sómente é visivel na manhã de S. João.
Por sua vetustade immemorial, cumpre referir em primeiro logar a classica experiencia da alcachofra ( ).
Despontada á thezoura a flôr do cardo, a cabeça ou alcachofra é passada pela chama da fogueira e
depois posta ao relento em toda a noite.
Refloresceu a alcachofra? Se refloresceu é certo o casamento; no caso negativo, o celibato é fatal. E
dada a hypothese da reflorescencia, conforme esta foi grande ou pequena, assim o marido ha-de ser
homem solteiro ou viuvo.
Outra experiencia, muito similhante á da alcachofra, se pratica com uma planta denominada em vulgar
rabo-de-gato. Sacode-se a inflorescencia d'um pedunculo, o qual, depois da sacramental passagem pelo
fogo santo, vae depositar-se, a noite inteira, junto a uma infusa cheia d'agoa. A reflorescencia produziuse? não se produziu? No primeiro caso, vulgarissimo sempre que ficou algum botão prestes a
desabrochar, a rapariga póde crer que é amada pelo rapaz que namora; que ella é a preferida, se
porventura tem alguma rival; que ha-de casar, indubitavelmente, com o escolhido do seu coração, etc.,
etc. No segundo caso… adeus ricas esperanças! adeus sonhos d'amor!
A experiencia em questão usa-se tambem, e largamente, fóra da noite do Baptista. Ahi pelos mezes de
Março e Abril, em especial, tem ella grande voga entre os ranchos de camponezas que mondam as
searas, onde o rabo vegeta abarrisco, como que para tentar, dir-se-hia, a curiosidade feminina. Ha
porém a notar uma variante na execução da engraçada experiencia. O pedunculo, previamente
despojado de suas flores, é humedecido no labio e em seguida introduzido no seio das raparigas, cujo
calor substitue (e vantajosamente… ) a chamma das fogueiras. E' mais rapido e mais… pittoresco,
vamos! este modo de fazer a experiencla.
Eis umas rimas populares allusivas, que ha tempo ouvi dizer a uma mulher do campo:
Duas flores (de) perfeição,
A's tenças d'um bem-querer,
Foram 'ambas a fazer
No seio experimentação.
D'estas duas que aqui estão,
Uma era a que experimentava.
Em se ver tão recolhido,
Saíu das moças florido…
Entre as duas rabeava!
Não menos usada e não menos antiga que as duas anteriores, é a experiencia dos credos. Effeitua-se
d'est'arte: Com um bochecho d'agoa, reza-se o credo in mente trés vezes successivas, percorren-do o
espaço comprehendido entre trés portados que estejam na mesma direcção e dos quaes o ultimo deite
para a rua. A' rua se deita o bochecho d'agoa logo que a experiente chegou ao portado ter-minus, perto
do qual se quêda "a escutar as vozes do mundo". O primeiro nome masculino que a rapariga ouvir, ê o
nome do homem que virá a esposal-a. Succede ás vezes - coisa engraçada! ser d'algum animalejo, que
o dono chama, o nome pronunciado…
Experiencia divertida, a da peneira, cujo escôpo consiste, principalmente, em aquilatar das intenções
amorosas d'alguem.
Dos biccos d'uma thezoura, que duas raparigas seguram ao de leve com dois unicos dedos, está
suspensa pelo aro, verticalmente, a mysteriosa peneira contendo um rosario, uma fatia de pão e uma
mãochinha de sal. Acabada de soar a ultima badalada da meia-noite, falla assim uma das raparigas, a
mais interessada na operação:
- Em louvor de S. Pedro e S. Paulo, e Jesus Sacramentado, e as Ondas do Mar Salgado, dize-me
Peneira, sim ou não: (e aqui se formula expressamente a pergunta do que se deseja). Uma volta arrebatada da peneira, que por si só se move (sic), é resposta affirmativa; a immobilidade importa
negação.
Ha quem interrogue o prestimoso utensilio caseirinho, elevado á categoria de oraculo, para informar-se
da bôa ou má sorte, que espera determinada creatura; para, averiguar se sim ou não apparecerá certa
causa perdida, etc., etc. A differença está meramente na pergunta; quanto ao mais, nenhuma alteração.
Três experiencias - seculares, vulgares e similares entre si: a do ovo, a da cera e a da cinza.
Um ovo, partido e deitado em meio copo d'agoa, fica durante a noite ao relento. Ao outro dia de manhã,
ha rapariga que vê nitidamente (sic) desenhar-se na albumina, um ou mais objectos symbolos da
profissão do seu noivo ideal.
A cinza, peneirada n'uma taboa e posta ao sereno da noite, bem como a cera derretida, que é da praxe
lançar n'uma bacia d'agoa, possuem uma virtude reveladora identica á do ovo. Cera e cinza manifestam,
aos olhos das meninas solteiras, quantos symbolos appetece á phantasia juvenil!
Mais trés experiencias populares, que não devêmos esquecer, são as da bacia d'agoa, .5 réis e maçans.
A bacia d'agoa - como de resto todos os objectos empregados nas experimentações - é exposta ao
relento e, antes, passada pela fogueira quando bate meia-noite. No dia seguinte, entre meio-dia e uma
hora, agoa para a rua! O nome da pessoa do sexo forte que primeiro atravessar o local molhado, será,
por sem duvida, o nome do esposo… futuro.
A moeda de 5 réis é arremessada á pyra, de cujas cinzas vae desenterrar-se assim que rompe o dia,
para com ella esmolar o primeiro pobre que surge. O noivo chamar-se-ha como o pedinte.
Entre meio-dia e uma hora, jogam-se á rua as maçans, em numero de trés. Se ninguem cubiçar o
legendario fructo, a menina irá á cova de palmito e capella, na bem conhecida expressão popular. Pelo
contrario, se qualquer indivíduo passando pela rual colher espontaneamente alguma das maçans, o
casamento é seguro. E a graça do maridinho? Igual á do transeunte que o acaso deparou.
Que o leitor nos desculpe se começâmos a aborrecel-o; mas já agora mais duas experiencias, para
completar a sé. rie das amorosas.
Uma é a dos papelinhos metade em branco, metade inscrevendo diversos nomes - que as raparigas
tiram á sorte. Ficará solteira toda aquella a quem couber um papelinho em branco. Papelinho escripto,
traduz consorcio e até designa o par da feliz donzella!
A outra experiencia, que falta descrever, é feita com o auxilio de: um livro, um pão, uma canna verde e
um mólho de chaves. Estes quatro objectos, ou se collocam em cima d'uma mesa, ou se põem junto aos
quatro cantos d'uma casa.
Uma, duas, trés ou quatro raparigas entram na casa ás escuras, e cada uma procura encontrar seu
objecto cuja posição particular ellas desconhecem.
Ao livro corresponde o prognostico de morrer donzella;
ao pão, o casamento com um viuvo;
á canna verde, o casamento com um rapaz solteiro.
O mólho de chaves significa que a rapariga é bôa dona de casa, mas que morrerá solteira.
(Conclue)
M. DIAS NUNES.
07 - Dizes qu'eu sou lavadeira
Tradição Anno I - Nº 7 - Serpa, Julho de 1899 - série I,
p. 104 (letra) e 105 (pauta).
Modas-estribilhos alemtejanas
Dizes qu'eu sou lavadeira
Dizes qu'eu sou lavadeira, \
Que ando no mar a lavára. \ bis
Eu passo uma vida alegre \
Na ribeira a namorára. \bis
Na ribeira a namorára \
E' qu eu passo o meu bom tempo… \bis
Desejava amor sabéra \
Qual era o teu pensamento! \bis
M. DIAS NUNES.
08 - Marianita foi à Fonte
Tradição Anno I - Nº 8 - Serpa, Agosto de 1899 - série I,
p. 120 (letra) e 121 (pauta).
Modas-estribilhos alemtejanas
Marianita foi á fonte
Marianita foi á fonte
E a cantarinha quebrou.
Ah! ah! ah! oh meu lindo bem!
Ah! ah! ah! oh meu lindo amor!
Marianita não tem culpa,
Culpa tem quem n'a mandou.
Ah! ah! ah! oh meu lindo bem!
Ah! ah! ah! oh meu lindo amor!
M. DIAS NUNES.
08 - Marianita foi à Fonte
Tradição Anno I - Nº 8 - Serpa, Agosto de 1899 - série I,
p. 120 (letra) e 121 (pauta).
Modas-estribilhos alemtejanas
Marianita foi á fonte
Marianita foi á fonte
E a cantarinha quebrou.
Ah! ah! ah! oh meu lindo bem!
Ah! ah! ah! oh meu lindo amor!
Marianita não tem culpa,
Culpa tem quem n'a mandou.
Ah! ah! ah! oh meu lindo bem!
Ah! ah! ah! oh meu lindo amor!
M. DIAS NUNES.
09 - Hei-de m'ir para o Algarve
Tradição Anno I - Nº 9 - Serpa, Setembro de 1899 - série I,
p. 136 (letra) e 137 (pauta).
Modas-estribilhos alemtejanas
Hei-de m'ir para o Algarve
Hei-de m-'ir paró Algarve,
Sim, sim!
Hei-de lá 'star oito dias,
Não, não!
Quero cantar e balhára
Sim, sim!
Com as moças algarvias.
Não, não!
M. DIAS NUNES.
10 - JANEIRAS
Tradição Anno I - Nº 10 - Serpa, Outubro de 1899 - série I,
153 (pauta).
Ver letra antes:
Tradição Anno I - Nº 1 - Serpa, Janeiro de 1899 - série I,
p. 8 (letra)
(Pode clicar na imagem para ver maior)
AS JANEIRAS
Esta noite de Janêras
Éi de grande mer'cimento,
Por sel-a noite primêra
Em que Deus passou trumento (tormento)
O trumento que passou
Foi pru nossa redempção;
O sangue que derramou
Foi pru nossa salvação.
Esta noite da Janêras
Se rezam n'as prophecias;
Mandou Deus dos ceus á terra
Um Menino d'oito dias.
M Dias Nunes
11 - Tinhas-me tanta amizade
Tradição Anno I - Nº 11 - Serpa, Novembro de 1899 - série I,
p. 169 (pauta) e 173 (letra).
Modas-estribilhos alemtejanas
Tinhas-me tanta amisade
Tinhas-me tanta amisade
Que me qu'rias sustentara…
Abalaste para Lisbôa
E eu cá fiquei a chorára!
Eu cá fiquei a chorára,
Chorava d-'uma paixão…
Abalaste para Lisbôa
Lindo amor do coracão!
M. DIAS NUNES.
12 - Ao Deus Menino
Tradição Anno I - Nº 12 - Serpa, Dezembro de 1899 - série I,
p. 185 (pauta). E a letra já atrás…
Tradição Anno I - Nº 1 - Serpa, Janeiro de 1899 - série I, p. 7 (letra)
Pode ouvir uma das versões em: cantoalentejano/ouvirmid=2 pelo
Grupo Coral Alentejano "Os Amigos do Barreiro"
(para ver aumentado, clicar AQUI ou na imagem)
AO DEUS-MENINO
- Que havemos dar ó Menino
Esta noite de Natála?
– Camisinhas de bertanha
Botanitos de crystála.
Namorou-se o Deus-Menino
Da cigana, em Belem.
Olha a dita da Cigana!
Que lindo amor que tem!
O Menino está na neve.
A neve o faz treméra
Menino Deus da minh'alma!
Quem lhe podéra valéra!
Lá no palaiço reála
Uma estrella baixou
Visital-o Deus Menino,
Que Deus ó mundo mandou.
- Ó meu Menino-Jàsus,
Quem vos deu? pruque choraes?
- Deram-me as moças na fonte,
Já não quero lá ir mais.
Esta noite, á mêa noite,
Ovi cantar ó Divino:
Era Santa Madanela
Que embalava o Deus-Menino.
- Ó meu Menino-Jàsus,
Quem vos deu o fato verde?
- Deu.m'o minha avó Sant' Anna
D'uma doença que téve.
Sameou-se o pão da vida
Nas entranhas da Senhora:
Nasceu uma tal Espiga
Que sustenta a gente toda!
Nasceu essa tal Espiga
N'uma noite de Natála;
Nasceu junto á mêa noite,
Antes do gallo cantára.
Caminhando vae Joséi,
Caminhando vae Maria:
Tanto caminham de noite
Como caminham de dia.
São chegados a Belem:
Já toda a gente dormia;
Só um portal estava aberto,
Aonde o gado se acolhia.
Josei embala n Menino
Que a Senhora logo vêm,
Foi laval-os cuérinhos
Á fontinha de Belem.
Entrae, pastorinho, entrae
Por esse portal sagrado,
Vinde vêl-o Deus-Menino
Entre Pálhinhas dêtado.
…………………………………
Estribilhos, que se dizem, ora um ora outro, depois de cada uma das quadras
antecedentes:
Li-ailí-ailí-ailí,
Li-ailí-ailí-ailéi.
O Menino nascido éi.
(Ou)
Li-ailí-ailí-ailí,
Li-ailí-ailéi, Menino!
Quem vae para o ceu vae bem
Se não erral-o caminho.
M. Dias Nunes
13 - de Noite batem à porta
Tradição Anno II - Nº 1 - Serpa, Janeiro de 1900 - volumeII,
p. 11 (pauta) e p. 13 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
DE NOITE BATEM Á PORTA
De noite batem á porta:
O' filha, vae vêr quem é!
Se fôr teu amor primeiro,
Vae aquecer o café.
Vae aquecer o café,
Vae aquecer o ch'colate.
De noite batem á porta:
O' filha, vae vêr quem bate!
M. DIAS NUNES.
14 - Carmesita, Carmesita
Tradição Anno II - Nº 2 - Serpa, Fevereiro de 1900 - volume II,
p. 25 (pauta) e p. 28 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
CARMESITA, CARMESITA
Carmesita, Carmesita,
Carmesita da lembrança!
Anda, vem dançar ao meio
Uma linda contradança!
Uma linda contradança,
Anda, vem dançar ao meio!
Carmesita, Carmesita,
Dança, não tenhas receio.
M. DIAS NUNES.
15 - Marianita vem comigo
Tradição Anno II - Nº 3 - Serpa, Março de 1900 - volume II,
p. 41 (pauta) e p. 45 (letra).
MODAS-ESTRIRIBILHOS ALEMTEJANAS
MARIANITA VEM COMIGO
Mariannita vem commigo
A' egreja a dar a mão!
A' egreja a dar a mão,
A' egreja a dar o sim…
Mariannita vem commigo
Passear ao meu jardim!
Passear ao meu jardim,
Passear ao meu quintal…
Mariannita vem commigo!
É mentira, não ha tal!
M. DIAS NUNES.
16 - Os Pinhões
Tradição Anno II - Nº 4 - Serpa, Abril de 1900 - volume II,
p. 59 (pauta) e p. 60 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
OS PINHÕES
Li-olé, toma lá pinhões!
Li-olé, toma lá pinhões!
Poucochinhos, que elles dão sezões…
Poucochinhos, que elles dão sezões…
M. DIAS NUNES.
17 - O Toureiro Novo
Tradição Anno II - Nº 5 - Serpa, Maio de 1900 - volume II,
p. 73 (pauta) e p. 78 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
O TOUREIRO NOVO
O' toureiro novo
Lá de Montemór!
Dizem n'os de Beja
Que o nosso é melhor.
Que o nosso é melhor,
Sempre tem ganhado;
Vá o touro á praça
Para ser picado!
Para ser picado!
Sem pena nem dor.
Dizem n'os de Beja
Viv'ó picador!
M. Dias NUNES.
18 - A Macella
Tradição Anno II - Nº 6 - Serpa, Junho de 1900 - volume II,
p. 89 (pauta) e p. 93 (letra).
MODAS-ESTRIBlLHOS ALEMTEJANAS
A MACELLA
Eu hei-de ir colher macella, \
Da macella a macellinha, \ bis
Lá nos campos, verdes campos, \
D'aquella mais miudinha. \ bis
D'aquella mais miudinha, \
D'aquella mais amarella, \ bis
Lá nos campos, verdes campos, \
Eu hei-de ir colher macella. \ bis
M. Dias NUNES.
19 - Adeus Marianita
Tradição Anno II - Nº 7 - Serpa, Julho de 1900 - volume II,
p. 104 (letra) e p. 105 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
ADEUS, MARIANNITA, ADEUS!
Adeus, Mariannita, adeus!
Já me despeço de ti,
Que eu vou p'ra Lourenço Marques,
Não sei que será de mim!...
Não sei que será de mim,
De mim não sei que ha-de ser!
Adeus, Mariannita, adeus!
Saúdinha, até mais vêr!
M. DIAS NUNES.
20 - As Cobrinhas dÁgua
Tradição Anno II - Nº 8 - Serpa, Agosto de 1900 - volume II,
p. 120 (letra) e p. 121 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
AS COBRINHAS D'AGUA
As cobrinhas d'agua
São minhas comadres,
Quando lá passares
Dá-lhes saúdades.
Dá-lhes saúdades,
Saúdades minhas
Quando lá passares
Ao pé das cobrinhas.
M. DIAS NUNES.
21 - As Lettras
Tradição Anno II - Nº 9 - Serpa, Setembro de 1900 - volume II,
p. 137 (pauta) e p. 138 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
AS LETTRAS
- Com que lettra s'escreve ó Maria?
Com que lettra s 'escreve coração?
Com que lettra s'escreve lealdade?
Com que lettra s'escreve gratidão?
- Maria s'escreve com um éme,
Coração, coração com um cê,
Lealdade, lealdade com um éle,
Gratidão, gratidão com um guê.
M. DIAS NUNES.
22 - O Fandango
Tradição Anno II - Nº 10 - Serpa, Setembro de 1900 - volume II,
p. 153 (pauta).
(Pode ver a pauta em formato maior clicando na imagem)
http://euterpe.blog.br/historia-da-musica/o-fandango-no-sec-xviii
23 – Peditório
Tradição Anno II - Nº 11 - Serpa, Novembro de 1900 - volume II,
p. 169 (pauta).
(Pode ver a pauta em formato maior clicando na imagem)
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags06_pautas_06_CPP_MGiacometti/0257_CPP_MGiacometti_13_t
oquedePeditorio.htm
24 - a Santos
Tradição Anno II - Nº 12 - Serpa, Dezembro de 1900 - volume II,
p. 183 (pauta).
(Pode ver a pauta em formato maior clicando na imagem)
Pode ver ainda só a PAUTA em tamanho maior, clicando na imagem abaixo...
25 - Triste Viuvinha
Tradição Anno III - Nº 1 - Serpa, Janeiro de 1901 - volume III,
p. 7 (pauta) e p. 10 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
TRISTE VIUVINHA
- Triste viuvinha,
Que fazes tu lá dentro?
- 'Stou fazendo os bolos
Para o nosso casamento.
Não te quero a ti,
Nem a ti tambem!
Só te quero a ti
Lindo amor, és o meu bem!
Serpa.
M. DIAS NUNES.
26 - Angelica dá-me a capinha
Tradição Anno III - Nº 2 - Serpa, Fevereiro de 1901 - volume III,
p. 23 (pauta) e p. 24 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
ANGELICA, DÁ-ME A CAPINHA!
- Angelica, dá-me a capinha! \
- Não te a dou, que não é minha. \ bis
O' tá, ó terá-tátá!
Quem não tem capinha
Não venha cá!
O' ti, ó teri-titi!
Quem não tem capinha
Não venha aqui!
Serpa.
M. DIAS NUNES.
27 - Minha Manasinha
Tradição Anno III - Nº 3 - Serpa, Março de 1901 - volume III,
p. 38 (letra) e p. 39 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMITEJANAS
MINHA MANASINHA
Minha manasinha,
Nosso pae morreu!...
Minha manasinba,
Quem te o diz sou eu!
Ah! Ah! Ah!
Quem te o diz sou eu!...
Minha manasinha,
Nosso pae morreu!...
Serpa
M. DIAS NUNES.
28 - Eu fujo
Tradição Anno III - Nº 4 - Serpa, Abril de 1901 - volume III,
p. 54 (letra) e p. 55 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
EU FUJO!
O' meu lindo amor, \
Eu fujo! \ bis
Pelo mar abaixo, \
Vou a ser marujo! \ bis
Vou a ser marujo! \
Mais ella! \ bis
Pelo mar abaixo \
Vae o barco á vela. \ bis
Serpa
M. DIAS NUNES.
29 - Silva que estás enleada
Tradição Anno III - Nº 5 - Serpa, Maio de 1901 - volume III,
p. 71 (pauta) e p. 72 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
SILVA, QUE ESTÁS ENLEADA
Silva, que estás enleada,
Desenleia o meu amor!
'Stás creada e nascida
Lá nos campos ao rigor.
Serpa
M. DIAS NUNES.
30 - Ó meu panninho, panninho
Tradição Anno III - Nº 6 - Serpa, Junho de 1901 - volume III,
p. 85 e 86 (letra) e p. 87 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
O' meu panninho, panninbo…
O' meu panninho, panninho,
O' meu panninho de armar!
Eu hei-de ir ao matto á lenha,
A' rêde te hei-de apanhar.
A' rêde te hei-de apanhar,
N'uma charneca tamanha!
O' meu panninho, panninllo,
O' meu panninho bretanha.
Esta moda do panninho,
Retratada no vapor…
Eu tenho um lenço marcado
Que me deu o meu amor!
Que me deu o meu amor,
Que me deu o meu bemsinho…
Retratada no vapor,
Esta moda do panninho.
Serpa
M. DIAS NVNES.
31 - O cerro da neve
Tradição Anno III - Nº 7 - Serpa, Julho de 1901 - volume III,
p. 104 (pauta) e p. 105 e 106 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
O CERRO DA NEVE
Todas as bem-casadinhas
Vão par'ó cerro da neve…
Eu tambem para lá hei-de ir
Antes que a morte me leve.
Antes que a morte me leve
A mim mais ao meu amor…
Eu tambem para lá hei-de ir,
Oh,meu Deus, oh meu Senhor!
Serpa
M. DIAS NUNES.
32 - Vamos lá seguindo
Tradição Anno III - Nº 8 - Serpa, Agosto de 1901 - volume III,
p. 118 e 120 (letra) e p. 119 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Vamos lá seguindo
Vamos lá seguindo
Por estes campos. fóra,
Que a manhã vem vindo
Ao romper d'aurora.
Ao romper d'aurora.
A manhã vem vindo…
Por estes campos. Fora
Vamos lá seguindo
Serpa
M. DIAS NUNES
33 - As saias à camponeza
Tradição Anno III - Nº 9 - Serpa, Setembro de 1901 - volume III,
p. 132 (letra) e p. 135 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
As saias á camponeza
Estas saias á camponeza
Estão bem a toda a pessôa.
Valem mais as nossas saias \
Que os balões que ha em Lisboa. \ bis
Serpa
M. DIAS NUNES.
34 - Minha Hespanhola
Tradição Anno III - Nº 10 - Serpa, Outubro de 1901 - volume III,
p. 148 (letra) e p. 151 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Minha HESPANHOLA
Hespanhola, minha hespanhola!
Extrangeira, minha extrangeira!
Eu quer'o que você use
Um chapeo à marinbeira.
Um chapeo á marinheira,
Um chapeo da moda agora…
Extrangeira, minha extrangeira, \
Minha hespanbola, minha hespanbola! \ bis
Serpa.
M. DIAS NUNES
35 - Vae fazer a cama à prima
Tradição Anno III - Nº 11 - Serpa, Novembro de 1901 - volume III,
p. 166 (letra) e p. 167 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Vae fazer a cama
Vae fazel-a cam'á prima,
Na sala de o balancé;
Vae fazel-a cam'á prima, \
Yae fazel-a, \
Trai-Ia-ri-Ió-Ié! \ bis
Serpa.
M. DIAS NUNES.
36 - Ai! que chita!
Tradição Anno III - Nº 12 - Serpa, Dezembro de 1901 - volume III,
p. 178 (letra) e p. 181 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Ai! que chita!
Ai! que chita tão bonita
Que eu comprei par'ó meu vestido,
P'ró mandar fazer à moda, \
p'ró mostrar ao meu marido. \ bis
Meu marido! oh meu maridinho!
Só a ti é que te eu quero bem!
Só a ti é que te eu adoro, \
Só a ti, a mais ninguem! \ bis
Serpa.
M. DIAS NUNES.
37 - Quero balhar à alentejana
Tradição Anno IV - Nº 1 - Serpa, Janeiro de 1902 - volume IV,
p. 5 (pauta) e p. 6 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
QUERO BALHAR
Quer'balhar á alemtejana,
A' alemtejana quer'balhar!
Não me vou embora
Sem ao meu amor fallar!
O pastor que viu,
Logo reparou
Em o lindo geito
Com que meu bem me fallou.
Serpa.
M. DIAS NUNES.
38 - Ru'ábaixo, ru'ácima
Tradição Anno IV - Nº 2 - Serpa, Fevereiro de 1902 - volume IV,
p. 21 (pauta) e p. 24 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Ru'ábaixo, ru'ácima
Ru'ábaixo, ru'ácima,
Mariquinhas á janella,
Comendo pápas e migas
Com 'ma colhér amarella.
A Senhora lá do Monte,
Tem um moinho na mão,
Para moer as mentiras
Das beatas que lá vão.
Serpa.
M. DIAS NUNES.
39 - Eu fui um dia a passeio
Tradição Anno IV - Nº 3 - Serpa, Março de 1902 - volume IV,
p. 37 (pauta) e p. 38 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Eu fui um dia a passeio
Eu fui um dia a passeio,
Fui um dia a passear;
Encontrei o meu amor:
Já se vê, estava a namorar.
Já se vê, estava a namorar,
Já se vê, estava namorando…
Encontrei o meu amor:
Já se vê, não fiquei gostando.
Serpa.
M. DIAS NUNES.
40 - Valha-me a senhora Angelica
Tradição Anno IV - Nº 4 - Serpa, Abril de 1902 - volume IV,
p. 53 (pauta) e p. 55 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Valha-me a senhora Angelica!
Valha-me a senhora Angelica!
Livrae-me d'estas tabernicas!
Que eu ando-me divertindo
Com as muchachas donzellicas!
Serpa
M. DIAS NUNES.
41 - Um raminho de alecrim
Tradição Anno IV - Nº 5 - Serpa, Maio de 1902 - volume IV,
p. 69 (pauta) e p. 70 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Um raminho de alecrim
Um raminho de alecrim
Me trouxeram de a salvada.
Quem 'stá preso é o meu amor…
Com isso não tenho nada!
Com isso não tenho nada,
Eu com isso nada tenho…
Quem 'stá preso é o meu amor:
Na vida não faço empenho!...
Serpa.
M. DIAS NUNES.
42 - Lá vae o balão ao ar
Tradição Anno IV - Nº 6 - Serpa, Junho de 1902 - volume IV,
p. 84 (letra) e p. 85 (pauta).
MODAS- ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Lá vae o balão ao ar
Lá vae o balão ao ar!
Se elle vae, deixai-o ir
Ajuntem-se as moças todas
Para verem o balão subir.
Para verem o balão subir,
Para verem o balão baixar.
Ausentou-se o meu amor,
Já não ha quem saiba amar!
Serpa.
M. DIAS NUNES.
43 - Não te assomes
Tradição Anno IV - Nº 7 - Serpa, Julho de 1902 - volume IV,
p. 100 (letra) e p. 101 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Não te assomes
Não te assomes, meu bem, á janella,
Ai, que te pode vêr alguem!
Não te assomes, meu bem;
Se te assomas, com desgostos, oh ceus! morrerei.
Serpa
M. DIAS NUNES.
44 - Eu ouvi, mil vezes ouvi
Tradição Anno IV - Nº 8 - Serpa, Agosto de 1902 - volume IV,
p. 114 (letra) e p. 117 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALENTEJANAS
EU OUVI
Eu ouvi, mil vezes ouvi
Lá no campo rufar os tambores…
Das janellas me chamam-n'as moças:
- Já lá vou, já lá vou, meus amores!
Serpa
M. DIAS NUNES.
45 - Muito chorei eu
Tradição Anno IV - Nº 9 - Serpa, Setembro de 1902 - volume IV,
p. 132 (letra) e p. 133 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANOS
MUITO CHOREI EU
Muito chorei eu no domingo á tarde!
Aqui está meu lenço que diga a verdade.
Que diga a verdade, deve haver cautela,
Tua mãe é bruxa, tenho medo d'ella.
Tenho medo d'ella, medo d 'ella tenho,
P'ra casar com ella não preciso empenho.
(Serpa)
M. DIAS NUNES.
46 - O Loureiro
Tradição Anno IV - Nº 10 - Serpa, Outubro de 1902 - volume IV,
p. 146 (letra) e p. 149 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
O LOUREIRO
O loureiro bate, bate,
Ladrão!
ue eu bem n'o oiço bater…
Dá co'a rama no telhado,
Ladrão!
Par'ó amor entender…
(Serpa)
M. DIAS NUNES.
47 - Amanhã anda a roda
Tradição Anno IV - Nº 11 - Serpa, Novembro de 1902 - volume IV,
p. 165 (pauta) e p. 170 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
AMANHÃ ANDA A RODA
Amanhã anda a roda!
Já devia andar…
São duzentos contos,
Quem se quer habilitar!
Amanhã anda a roda
Na praia do norte…
São duzentos contos,
Quem se habilit'á sorte!
(Serpa)
M DIAS NUNES.
48 - Minha saia
Tradição Anno IV - Nº 12 - Serpa, Dezembro de 1902 - volume IV,
p. 181 (pauta) e p. 184 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Minha saia
Minha saia já faz roda,
Eu já ato o meu lencinho.
- São bonitas, balham bem.
- Topa aqui, ó meu rapazinho!
Topa aqui ó meu rapazinho,
Topa aqui, ó meu rapaz!
- São bonitas, balham bem,
Eu dancei, tu dançarás.
(Serpa)
M. DIAS NUNES.
49 - Na botica nova
Tradição Anno V - Nº 1 - Serpa, Janeiro de 1903 - volume V,
p. 4 (letra) e p. 5 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
NA BOTICA NOVA
Na botica nova
'Stá um boticario.
Canta o rouxinol
Responde o canario.
Responde o canario,
Do alto castello.
Além vem meu bem,
De fato amarello.
De fato amarello,
De fato alvadio,
Além vem meu bem
Descendo o navio.
Descendo o navio,
Vae para a estação,
Alem vem meu bem
Apertar-me a mão.
Serpa.
ELVIRA MONTEIRO.
50 - Ó Gouveia
Tradição Anno V - Nº 2 - Serpa, Fevereiro de 1903 - volume V,
p. 21 (pauta) e p. 27 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
O' GOUVEIA
O' Gouveia, Ó Gouveia,
O' Gouveia meu amor!
Encontrei o tal Gouveia
Caminhando p'ró vapor.
Caminhando pr'ó vapor,
Caminhando pr'á estação…
O' Gouveia, ó Gouveia,
Gouveia do coração!
Serpa.
M. DIAS NUNES.
51 - Senhora Quintaneira
Tradição Anno V - Nº 3 - Serpa, Março de 1903 - volume V,
p. 37 (pauta) e p. 39 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
SENHORA QUINTANEIRA
- O' senhora quintaneira,
- Brinc'á laranjinha!
- Quantas dá por um vintem?
- Do.u cinco a quem m'estima, \
- Brinc'á laranjinha! - \
Dou seis a quem me quer bem. \ bis
Serra.
M. DIAS N'UNES.
52 - Maria Rita
Tradição Anno V - Nº 4 - Serpa, ABRIL de 1903 - volume V,
p. 53 (pauta) e p. 55 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
MARIA RITA
Já lá vem Maria Rita,
Já lá vem Rita Maria,
Já lá vem o meu amor
Que é a estrella do meio dia.
Serpa.
ELVIRA MONTEIRO.
53 - Tantas Libras
Tradição Anno V - Nº 5 - Serpa, MAIO de 1903 - volume V,
p. 68 (letra) e p. 69 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
TANTAS LIBRAS
Tantas libras e eu tão livre d'e!las,
Amarellas, são de cavallinho,
São leaes ao meu amor,
São leaes ao meu bernzinho.
São leaes ao meu bemzinho,
São leaes ao meu amor,
Tantas libras e eu tão livre d'ellas,
Amarellas, oh! que linda côr!
Serra.
ELVIRA MONTEIRO.
54 - Atira caçador, atira
Tradição Anno V - Nº 9 - Serpa, Setembro de 1903 - volume V,
p. 132 (letra) e p. 133 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
VI
ATIRA CAÇADOR
(Nota: os números de Junho, Julho e Agosto, saiu num volume e foi dedicado à
morte do Senhor Conde de Ficalho, que faleceu em 19 de Abril de 1903).
Atira, caçador, atira
A' pomba que vae no ar!
O' ladrão, que me roubaste
Estando eu para casar
Estando eu para casar,
A' egreja a dar a mão…
O' ladrão que me roubaste
De meu peito o coração!
Serpa.
ELVIRA. MONTEIRO.
55 - Eu já vi uma andorinha
Tradição Anno V - Nº 10 - Serpa, Outubro de 1903 - volume V,
p. 149 (pauta) e p. 152 (letra).
MOUAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Eu já vi uma andorinha
Eu já vi uma andorinha
Fazer parada - ai! sim, ai! Não –
O cantar é da cabeça,
O bailar é de pé no chão.
O bailar é de pé no chão,
O' delicadinha, ó delicadinha!
Fazer parada no ar
Eu já vi uma andorinha.
Serpa.
ELVIRA MONTEIRO.
56 - Você diz que não me quer
Tradição Anno V - Nº 11 - Serpa, Novembro de 1903 - volume V,
p. 165 (pauta) e p. 168 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
VOCÊ DIZ OUE ME NÃO OUER
Você diz que me não quer,
Por eu ser feia; (bis)
Você é que tem n'a dita
Namora a Ritta. La da cadeia.
Serpa.
ELVIRA MONTEIRO.
57 - ALIPUM
Tradição Anno V - Nº 12 - Serpa, Dezembro de 1903 - volume V,
p. 181 (pauta sem letra).
ALIPUM! ALIPUM, ALIPUM
ALIPUM, ALIPUM, ALIPUM
CATAPUM!
58 - Já Lá vem a Maria Rita
Tradição Anno VI - Nº 1 - Serpa, Janeiro de 1904 - volume VI,
p. 2 (letra) e p 5 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Já lá vem a Mariannita
Já lá vem a Mariannita
Com seu namorado ao lado,
Traz calças de tiro-liro \
Casaco de panno,\
Chapéo desabado. \ bis
Atirei um tiro á pomba,
A pomba no ar voou.
Enliei-me n'aquella roseira, \
E a maldita pomba \
Sempre lá ficou bis
Se vier o homem da pomba,
E a pomba vier buscar,
Dize-lhe que voltei atraz \
A buscar a pomba. \
Que cahiu no mar. \ bis
SERPA
ELVIRA MONTEIRO.
59 - Ó minha Pombinha branca
Tradição Anno VI - Nº 2 - Serpa, Fevereiro de 1904 - volume VI,
p. 20 (letra) e p 21 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTFJANAS
O' minha pombinha branca.
O' minha pombinha branca,
Já não tenho portador,
Já não tenho quem me leve
Esta carta a meu amor.
Está carta a meu amor,
Esta carta a meu bemzinho.
O' minha pombinha branca,
Lindo amor, dá-me um beijinho!
(Serpa).
Elvira Monteiro.
60 - A mim não me enganas tu
Tradição Anno VI - Nº 3 - Serpa, Fevereiro de 1904 - volume VI,
p. 37 (pauta) e p 49 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
A mim não me enganas tu
A mim não me enganas tu,
A mim não me enganas, não!
Pera verde, minha verde pera, \
Minha pêra verde, meu doce limão! \
(Serpa)
Elvira Monteiro.
61 - Eu sou marujinho
Tradição Anno VI - Nº 4 - Serpa, Abril de 1904 - volume VI,
p. 53 (pauta) e p 56 e 57 (letra).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Eu sou marujinho
Eu sou marujinho, eu sou
Contra-mestre de o navio.
Esta noite dormi eu
Na rua, a tremer com frio!
Na rua, a tremer com frio,
A' porta do meu amor.
Eu sou marujinho, eu sou
Contra-mestre de o vapor.
Doce limão,
Branco luar…
Oh! que lindas damas
Para namorar.
Doce limão,
Verde limão…
Oh! que lindas damas
Do meu coração!
Serpa
Elvira Monteiro
62 - Anda aqui uma menina
Tradição Anno VI - Nº 5 - Serpa, Maio de 1904 - volume VI,
p. 68 (letra) e p 69 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Anda aqui uma menina
Anda aqui uma menina
Que se não quer divertir.
Se eu cá fôra o seu rapaz
Não lh'o havia consentir.
Não lh'o havia consentir,
Não lhe havia dar a mão…
Muito tolo é quem dá
Ao mundo satisfação!
Serpa
Elvira Monteiro.
63 - Esse teu vestido
Tradição Anno VI - Nº 6 - Serpa, Junho de 1904 - volume VI,
p. 84 (letra) e p 85 (pauta).
MODAS-ESTRIBILHOS ALEMTEJANAS
Esse teu vestido
Esse teu vestido
De chita tão linda!
Dá-me cá um beijo,
Não te vás ainda.
- Meu bem! –
Não te vás ainda
Que eu ind'aqui estou…
Esse teu vestido,
Em quanto importou?
- Meu bem!
Em quanto importou?
Em quanto importava?
Um abraço teu
E' que eú desejava!
Serpa
Elvira Monteiro
CANTE - PAUTAS MUSICAIS 01
Tradição Serpa, JAN 1899 – JUL 1904
63 PAUTAS e Letras
Recolha, digitalização e organização de José Rabaça Gaspar
Corroios 2010 02 25

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